Cidade Universitária Paulo IV – Tirirical - São Luís/MA Fone

Transcrição

Cidade Universitária Paulo IV – Tirirical - São Luís/MA Fone
ORIGEM E VENDA DOS VEGETAIS IN NATURA NA FEIRA DA CIDADE OPERÁRIA – SÃO
LUÍS MARANHÃO
Franciel Teixeira Medrades1; Bruno Ricardo Pereira Cutrim1; Rafael Michael Silva
Nogueira1; Marden Rian Cardoso Machado Viana1; Ianh Bruno Soares Garcês1; Carlos
David Cardoso Mendes1; Josewania Coelho Ferreira¹; Roberto César Vieira Araújo1
1Graduação
em Engenharia Agronômica – UEMA. E-mail: [email protected]
RESUMO: Este trabalho teve a intenção de verificar as cidades de origem dos vegetais e os mais vendidos
dentre os mesmo, dentro da periferia da cidade de São Luís. Para esta pesquisa, o local escolhido é a feira
da Cidade Operária, que é um dos bairros mais populosos da capital maranhense. Pesquisa feita por meio
de observações e questionamentos aplicados aos vendedores. Notamos que a maior parte dos vegetais
comercializados é oriunda de outros estados. Pode-se concluir que entre os vegetais mais vendidos na feira
da Cidade Operaria, estão o tomate (Solanum lycopersicum), banana (Musa spp.), cebola (Allium cepa),
etc.
Palavras chave: Bulbos; Comércio; Folhosas; Fornecedores; Frutas; Venda
ABSTRACT: This paper aims to verify the hometowns of the vegetables and among the best sellers even
within the outskirts of the city of São Luís For this research, the corpus is chosen the fair City Workers,
which is one of most populous neighborhoods of São Luís. Research by means of observations and
questions applied to sellers. We note that most of the vegetables sold are coming from other states. It can
be concluded that among vegetable sellers at fair city Operaria, tomato (Solanum lycopersicum), banana
(Musa spp.), Onion (Allium cepa), etc. can be found.
Keywords: Bulbs; Fruits; Hardwoods; Sale; Suppliers; Trade
INTRODUÇÃO
O ser humano sempre dependeu da natureza para se alimentar. Em sua fase nômade, que ocupou
mais de 90% da história da humanidade, comia frutas silvestres, nozes, raízes e a carne dos animais que
caçava. Consumia-se apenas aquilo que era possível extrair da natureza, sem destruir ou modificar
significativamente os ecossistemas. Há cerca de 12 mil anos, quando a humanidade passou a adestrar
animais e a plantar, homens e mulheres se fixaram à terra – era o início da produção de alimentos, ainda
em pequenas quantidades, que supriam apenas as necessidades básicas.
Com o passar do tempo foram desenvolvidas forma organizadas para o cultivo e comercialização
dos alimentos. Há muito tempo as feira livres são uma das formar mais populares e acessíveis locais de
obter alimentos. A origem da feira-livre remete à reflexão do sistema feudal europeu, cujos mercados locais
eram organizados para suprir a população local com diversos gêneros agrícolas de primeira necessidade
(SATO, 2007).
De acordo com Costa Júnior et al., (2007), a consolidação das feiras deu-se na Idade Média,
passando por diversas transformações ao longo da história da humanidade, tendo aumentado
significativamente a diversificação de produtos e agregação de valor à produção para atender a demanda
local. Trata-se de um importante canal de comercialização da agricultura familiar, em que o feirante
relaciona-se diretamente com o consumidor final, permitindo assim a interferência na escolha do produto e
poder de barganha nos preços, considerando também a oferta de produtos a preços mais. Uma cadeia de
produção é um conjunto de relações comerciais e financeiras que estabelecem em todos os segmentos um
fluxo de troca à jusante e à montante, entre fornecedores e clientes, ou seja, uma sucessão de etapas
produtivas
No estudo que fez sobre feiras nordestinas, Mundicarmo Ferretti (1979) adverte que, apesar das
feiras e mercados terem semelhanças na estrutura e função, sendo ambas instituições locais de venda de
gêneros alimentícios e de outras mercadorias, elas têm diferenças. Segundo a pesquisadora, as variações
existentes nas feiras e mercados das regiões brasileiras dificultam a configuração de características gerais.
Contudo, buscando uma descrição que possa explicar o diferencial no modus operandi, por meio de uma
Cidade Universitária Paulo IV – Tirirical - São Luís/MA
Fone: (98) 3244-0419 / site: www.semanadasagrarias.com.br
E-mail: [email protected] ou [email protected]
breve observação na dinâmica da rotina, Mundicarmo distingue o funcionamento dos dois espaços: Feiras
são reuniões comerciais periodicamente realizadas em local descoberto (rua, praça, etc.), frequentemente
próximo ao mercado. Tendem a ser realizadas durante um dia da semana (especialmente sábado, domingo
ou segunda-feira) e a oferecer maior variedade e quantidade de produtos do que os mercados. (FERRETTI,
2000a, p. 41).
De acordo com Azevedo e Faulin (2005), os mecanismos de comercialização tipicamente adotados
por pequenos produtores familiares estão vinculados ao mercado com a presença de parcerias, contratos
formais e informais. O ato de vender e comprar numa feira-livre não é tarefa trivial. Azevedo (2007) cita
que a coordenação dos mecanismos de comercialização não é uma característica intrínseca aos sistemas
produtivos, mas um processo de construção dos agentes que fazem parte do sistema.
A feira-livre é uma prática antiga que sobrevive até hoje, apesar da importância que os
supermercados vêm assumindo na comercialização de alimentos. Em bairros periféricos é comum a
ocorrência das feiras-livres em virtude do número reduzido de supermercados nessas localidades. O
Hortomercado da Cidade Operária foi fundado em julho de 1989, está situada entre as Avenidas Este e
Oeste, onde estão presentes dezenas de barracas ambulantes. De um modo geral, as mercadorias
comercializadas nas bancas são hortaliças, frutas, verduras, legumes, remédios da medicina popular, CD’s
e DVD’s pirateados, pequenos artigos eletrônicos portáteis, peças do vestuário adulto e acessório femininos
variados, etc. No caso da feira da Cidade Operária, o tempo de trabalho assemelha-se ao mercado, visto
que o funcionamento é diurno, com abertura às 6h e fechamento às 18h, de segunda-feira a sábado, e de 6h
às 13h, aos domingos.
Quando se fala em feira, imagina-se logo a comercialização de alimentos de diferentes tipos. Os
vegetais são muito comuns. O referente trabalho tem como objetivo conhecer a origem dos produtos
vegetais in natura e quais destes são os mais vendidos na feira da Cidade Operaria em São Luís-Maranhão.
MATERIAL E MÉTODOS
Para a realização desta pesquisa foi necessário conversar com os feirantes. O trabalho de observação
em campo foi desenvolvido em janeiro de 2014. A realização das visitas às feiras foi dividida em duas
etapas a fim de se obter certa habilidade na observação e na aplicação dos questionários. Durante o trabalho
de campo realizou-se inicialmente uma inspeção visual para observar a variedade de alimentos vegetais
comercializados na feira livre da Cidade Operaria. Todas as visitas foram realizadas durante o período
vespertino (uma pela manhã e outra pela tarde), pois foi o horário mais adequado para a pesquisa.
Para a melhor aplicação dos questionários separou-se os produtos a serem observados em quatro
categorias: frutas, folhosas e bulbos.
As pesquisas referiram-se a duas perguntas: de quais cidades vinham os produtos que são focos deste
trabalho e qual o vegetal mais vendido na banca em questão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados foram muito variados, em ambas as questões, por motivos como: diferentes tipos de
produtos comercializados, diferentes fornecedores, etc. Foram entrevistados 18 feirantes, sendo que 4 não
souberam responder, já todos os demais contribuíram com suas respostas para formação dos resultados da
pesquisa.
Tabela 1 – Origem dos frutos comercializados na feira da Cidade Operaria, tipos de frutos e bancas
numeradas
FRUTOS
BANCA 1
BANCA 2
BANCA 3
BANCA 4
BANCA 5
MAMÃO
CE
MA
CE
MA
CE
LARANJA
SP
PA
BA
SP
PA
MELANCIA
BA
BA
GO
BA
BA
MELÃO
BA
BA
BA
CE
CE
TOMATE
CE
RS
CE
RS
RS
ABACATE
BA
BA
BA
MAÇÃ
PR
PR
PR
PR
ARG
GOIABA
PR
MG
MG
CE
MG
MARACUJÁ
MA
MA
CE
CE
CE
MANGA
SP
SP
BA
BA
BA
ABACAXÍ
MA
MA
MA
MA
PA
LIMÃO
CE
MA
CE
CE
Cidade Universitária Paulo IV – Tirirical - São Luís/MA
Fone: (98) 3244-0419 / site: www.semanadasagrarias.com.br
E-mail: [email protected] ou [email protected]
BANANA
BERINGELA
UVA
CE
CE
PE
PE
PE
CE
CE
BA
BA
-
CE
PB
PE
A tabela 1 mostra que foram pesquisadas 15 diferentes tipos de frutas, em 5 bancas, com vários
estados diferentes como seus respectivos pontos de origem, destacando-se principalmente Ceará, Bahia e
Maranhão como grandes fornecedores de frutas. Dentre estas a mais vendida na feira em questão segundo
as pesquisas, realizadas por meio de pequenas entrevistas foram os tomates e em segundo lugar as bananas.
Tabela 2 – Origem das folhosas e bulbos comercializados na feira da Cidade Operaria, tipos de folhosas,
bulbos e bancas numeradas
FOLHOSAS E
BANCA 6
BANCA 7
BANCA 8
BANCA 9
BANCA 10
BOLBO
ALFACE
MA
CE
MA
MA
MA
REPOLHO
CE
CE
BA
CE
BA
COÊNTO
MA
MA
MA
CHEIRO
MA
MA
MA
VERDE
COLVE
CE
MA
MA
MA
CE
VINAGREIRA
MA
MA
MA
MA
CEBOLA
SP
GO
SP
GO
GO
ALHO
PE
MG
MG
A tabela 2 mostra que foram pesquisadas 8 diferentes tipos de frutas, em 5 bancas, com vários
estados diferentes como seus respectivos pontos de origem, destacando-se Maranhão como grandes
fornecedor principalmente de folhosas. Dentre estas a mais vendida na feira em questão segundo as
pesquisas, realizadas por meio de pequenas entrevistas foi à cebola e em segundo lugar o cheiro verde.
CONCLUSÃO
Foi verificado que os estados que mais fornecem frutas para a comercialização na feira da Cidade
Operaria em São Luís, são os estados do Ceará, Bahia e Maranhão, já os maiores fornecedores de folhosas
e bolbos são os estados do Maranhão, seguido por Ceará, e as frutas mais vendidas na feira em questão são
tomates, seguidos por bananas e laranjas. Já a folhosa mais vendida foi o cheiro verde e o bulbo foi à cebola.
A presente pesquisa demostrou a diversidade de fornecedores de diferentes produtos vegetais e os que são
mais procurados para o consumo.
LITERATURA CITADA
AZEVEDO, P. F; FAULIN, E.J. Comercialização de produtos agroindustriais. In: BATALHA, M. O.
Gestão integrada da agricultura familiar. São Carlos: Edufscar, 2005.
AZEVEDO, P. Furquim. Comercialização de produtos agroindustriais. In: BATALHA, Mário Otávio
(orgs). Gestão agroindustrial. 3 ed. São Paulo: Atlas, pp. 63-112, 2007.
COSTA JÚNIOR, M.P. et al. Características e satisfação dos consumidores de produtos
hortifrutícolas da feira livre de Crato-CE. In: XVL CONGRESSO DA SOBER, 2007, Londrina.
Anais
Londrina:
UEL,
2007.
Disponível
em:
<
http://www.sober.org.br/conteudo.php?item_menu_id=6&mostra_congresso_realizado=1
&id_realizado=6>. Acesso em 15 de jul. 2015.
FERRETTI, Mundicarmo. Feiras nordestinas - estudos e problemas. In: FERRETTI, Sérgio (org.).
Reeducando o olhar: estudos sobre feiras e mercados. São Luís: Ed. UFMA-PROIN-CS, 2000a.
SATO, Leny. Processos cotidianos de organização do trabalho na feira livre. Revista Psicologia e
Sociologia, 19. Edição Especial 1: 92-102, 2007.
Cidade Universitária Paulo IV – Tirirical - São Luís/MA
Fone: (98) 3244-0419 / site: www.semanadasagrarias.com.br
E-mail: [email protected] ou [email protected]

Documentos relacionados