Diário do Norte - O senhor, no debate da Rádio 730, defendeu o

Transcrição

Diário do Norte - O senhor, no debate da Rádio 730, defendeu o
Euclides Oliveira
Formoso
Prestes a encerrar seus oito anos de mandato como senador, o candidato ao governo de
Goiás pelo PMDB, Maguito Vilela, concedeu uma entrevista exclusiva ao Diário do Norte,
no rápido trajeto entre as cidades de Formoso e Trombas, durante a visita que fez em sete
municípios da região Norte, na sexta (15). Ladeado pelo candidato ao Senado pela legenda,
Ney Moura Telles, Maguito procurou ser comedido na defesa que fez do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, quando afirmou que o petista não tinha conhecimento do esquema do
mensalão O senador licenciado também relembrou as realizações de seu primeiro governo
(1994-1998) e apresentou propostas genéricas para investimentos na Região Norte, dentro
seu plano de governo, mostrando um discurso padrão. Maguito ainda demonstrou
convicção com sua eventual vitória no primeiro turno, conforme apontam as pesquisas de
opinião, que lhe dão 49,3% da preferência dos goianos. Questionado sobre a possibilidade
de um segundo turno, já que seus índices sofreram ligeira queda, o candidato do PMDB não
quis arriscar o nome do possível adversário. Embora afirmando que pretende fazer uma
campanha voltada para a apresentação de propostas, Maguito não descarta ingressar na
Justiça, se for atacado por seus oponentes, na disputa pelo Palácio das Esmeraldas. “Se a
acusação for de domínio público, eu vou ter que responder também em público”.
Diário do Norte - Em sua participação no debate da Rádio 730 AM, em Goiânia, o senhor
defendeu o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O senhor fará um palanque
para o presidente em Goiás?
Maguito Vilela - Não. Na realidade, o presidente terá palanque em Goiás e, eventualmente,
posso até participar, assim como também outros participarão. Agora, a defesa que fiz do
presidente foi uma questão de justiça. Eu acho que nós podemos e devemos criticar os
políticos, mas também podemos reconhecer os seus méritos. O presidente Lula mandou
mais recursos para o Estado de Goiás do que o presidente anterior (Fernando Henrique
Cardoso), do PSDB. Está construindo o Aeroporto Internacional de Goiânia e duplicando a
rodovia que demanda Itumbiara, que demanda Brasília, fazendo muitas obras importantes.
DN – Na avaliação do senhor, o presidente da República sabia ou não da existência do
esquema do pagamento de propinas a parlamentares para votarem a favor do governo, que
ficou conhecido como ‘mensalão’?
Maguito - Eu tenho a impressão que não. Nenhum presidente quer manchar o seu governo,
assim como nenhum governador quer atos de corrupção em seu governo. Acho que ele não
sabia, como muita gente não sabia, como o Brasil inteiro não sabia. Nós, que estávamos no
Senado, também não tínhamos conhecimento desses acontecimentos, porque essas coisas
são feitas de forma muito secreta. De toda forma, eu não quero julgar o presidente por isso.
Eu quero julgar o presidente pelo o que ele está fazendo, pelo o que ele fez e pelo que ele
poderá ainda fazer pelo nosso país. Não podemos julgar as pessoas apenas por um ato, em
que não há comprovação de que ele (Lula) tenha tido conhecimento prévio.
DN – Os produtores rurais do Estado sentem-se prejudicados com a política econômica do
governo Lula. Essa proximidade do senhor com o presidente não prejudica sua campanha
para o governo estadual, nesse tão importante segmento?
Maguito - De forma alguma. A campanha do presidente é uma, a do governador é outra.
Não existe campanha vinculada. Cada um defende suas idéias, seus projetos e seu plano de
governo.
DN - O senhor fará uma campanha voltada para a apresentação de propostas, neste pleito?
Maguito - A minha campanha será propositiva e de altíssimo nível. Entendo que o povo
quer a solução para os seus problemas, sem baixarias, sem denúncias vazias, difamações,
injúrias ou calúnias. Quem não tem casa, quer casa para morar. Quem não tem o emprego,
quer o emprego, para satisfazer suas necessidades. Quem não tem uma boa saúde, quer que
os governos federal, municipal e estadual se preocupe com uma boa saúde. A Educação, da
mesma forma. Então, eu sou político que procura amenizar e resolver os problemas do
povo. Campanha política é para isso, para você apresentar suas idéias e suas propostas, com
seu plano e não ficar fazendo baixarias.
DN – Mesmo assim, por estar liderando as pesquisas, é natural que o senhor seja alvo de
críticas. De que forma o senhor pretende se defender de possíveis ataques?
Maguito – Eu não tenho a nada a temer. Tenho uma vida limpa e transparente. Quem me
atacar vai ter que provar o que disse. Se não provar, vai ter que responder na Justiça. Mas é
lógico que, se a acusação for de domínio público, eu vou ter que responder também em
público.
DN - Quando o senhor pretende anunciar o seu plano de governo?
Maguito – Nós já estamos elaborando um plano de governo. Temos mais de 300 assessores
fazendo um diagnóstico de cada cidade e de cada região do Estado, como um todo. Depois,
vamos apresentar nossa proposta de governo, alicerçada em cinco grandes eixos: educação,
saúde, segurança pública, geração de empregos e programas sociais. Esses cinco eixos
nortearão o possível governo do PMDB, nos próximos quatro anos.
DN - De que forma o Norte Goiano será contemplado pelo seu plano de governo?
Maguito – Bem, o Norte é uma região importante, uma região rica. Eu sei que o Norte quer
se industrializar, quer gerar empregos, quer melhorar a Educação, a Saúde e a Segurança
Pública. Nós vamos dar esses instrumentos ao Norte. Vamos fazer obras de infra-estrutura,
capazes de alavancar o desenvolvimento desta região, para que o Norte posa se desenvolver
com tranqüilidade.
DN - O senhor entende que o Norte precisa de um hospital regional?
Maguito – Todas as regiões do Estado precisam, principalmente a região Norte. Precisam
de um hospital à altura do povo, para que aqueles que precisam de um atendimento de mais
qualidade não tenham que sair correndo, de ambulância, pelas estradas, procurando os
grandes centros. Todas as regiões merecem um hospital com UTI, com todas as condições
de ajudar as pessoas que mais necessitam do apoio, na área da Saúde.
DN – Embora o senhor tenha se expressado de forma genérica, podemos interpretar essa
resposta como uma promessa de governo?
Maguito – Nós estamos elaborando o plano de governo e todas essas questões importantes
serão colocadas nele, quando iremos procurar executá-las. O nosso plano de governo será,
sem dúvida, um compromisso que firmaremos com o povo goiano.
DN - O Norte e o Nordeste são tidos como bolsões de pobreza do interior de Goiás. O
eventual governo do senhor fará investimentos concretos nesses locais? Ou o governo do
PMDB apenas fará como os demais governos, sem sair do âmbito das tradicionais
promessas?
Maguito - Não. Na realidade, quando eu governei, de 1994 a 1998, o Norte e o Nordeste
receberam muitas obras de infra-estrutura, na área de pavimentação de rodovias, de pontes,
de energia elétrica, inclusive na zona rural. O Norte e o Nordeste receberam escolas,
faculdades, colégios, hospitais, ginásios de esportes, postos de saúde, entre outros. De
forma que nós vamos continuar o trabalho que sempre fizemos pelo Norte, pelo Nordeste e
pelo Entorno de Brasília, que é uma região que também necessita de investimentos, para se
nivelar em relação às demais regiões do Estado.
DN - O senhor vai pavimentar a rodovia entre as cidades de Minaçu e Colinas do Sul, que
dá acesso à ponte do Rubão e ao Distrito Federal?
Maguito – Bem, está já em estudos, pois estamos com uma equipe fazendo o plano de
governo. Se a rodovia for prioridade e tiver realmente o apelo do qual se tem notícia, é claro
que ela fará parte do plano de governo. Mas eu não quero ficar prometendo, a torto a e a
direito, sem saber as reais condições financeiras do Estado e sem saber o que ainda vamos
encontrar pela frente. Eu não conheço hoje a realidade econômica do governo do Estado de
Goiás. Mas toda obra importante para o desenvolvimento do Norte será feita.
DN - Na última pesquisa Serpes/O Popular, o senhor ainda aparece com larga vantagem em
relação aos demais candidatos, porém com menos de 50% nas intenções de voto, pela
primeira vez. O senhor ainda acredita que pode vencer as eleições no primeiro turno?
Maguito - Acredito, até porque, nessa última pesquisa, eu apareço com 49,3%, o que está
dentro da margem de erro, que pode ser 52, 51 ou 50%. Eu acredito que, com muito
trabalho, com muita luta, nós poderemos vencer as eleições no primeiro turno.
DN Num eventual segundo turno, quem deve se classificar para a disputa final, na opinião
do senhor?
Maguito - É difícil fazer uma previsão dessas. A campanha está se iniciando agora e todos
os demais candidatos são competitivos
DN – O senhor tem preferência por algum adversário?
Maguito – Não, de forma nenhuma. Nós temos é que trabalhar e trabalhar muito, com
qualquer que seja o adversário. Então, tanto faz ser o governador (Alcides Rodrigues, do
PP), o candidato do PFL (Demóstenes Torres), da Frente Alternativa (Barbosa Neto), ou
candidato do P-Sol (Elias Vaz). São candidatos importantes e nós vamos tratá-los de forma
igual. Ou seja, vamos trabalhar para vencer a todos.
DN - O que eleitor pode esperar da sua campanha na TV, dentro do horário eleitoral
gratuito?
Maguito - Pode esperar muitas propostas boas, idéias criativas e inovadoras. O eleitor pode
esperar propostas no sentido de fazer de Goiás um Estado moderno, ágil, desenvolvido e
eficiente. Nós queremos governar Goiás com muita transparência, com muita honestidade e
com muita luta. O eleitor pode esperar da nossa parte somente idéias capazes de alavancar o
desenvolvimento de Goiás, para melhorar o nível de vida do nosso povo.