EQUIVALÂNCIA SEM‰NTICA DA CLASSIFICAÇÀO DE

Transcrição

EQUIVALÂNCIA SEM‰NTICA DA CLASSIFICAÇÀO DE
ISBN 85-867-50-0
EQUIVALÊNCIA SEMÂNTICA
DA CLASSIFICAÇÃO DE
FENÔMENOS
DE ENFERMAGEM DA CIPE
VERSÃO ALFA
MARIA MIRIAM LIMA DA NÓBREGA
MARIA GABY RIVERO DE GUTIÉRREZ
Idéia
1
EQUIVALÊNCIA SEMÂNTICA DA
CLASSIFICAÇÃO DE FENÔMENOS DE
ENFERMAGEM DA CIPE
VERSÃO ALFA
2
MARIA MIRIAM LIMA DA NÓBREGA
MARIA GABY RIVERO DE GUTIÉRREZ
EQUIVALÊNCIA SEMÂNTICA DA
CLASSIFICAÇÃO DE FENÔMENOS DE
ENFERMAGEM DA CIPE
VERSÃO ALFA
João Pessoa – PB
2000
3
Todos os direitos e responsabilidades das autoras.
Editoração Eletrônica:
Magno Nicolau
Revisão:
Maria Jandira Ramos
Maria Miriam Lima da Nóbrega
Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela UNIFESP. Mestre em Enfermagem pela
Universidade Federal da Paraíba - UFPB. Professora do Departamento de Enfermagem de
Saúde Pública e Psiquiatria da UFPB.
Maria Gaby Rivero de Gutiérrez
Enfermeira. Doutora em Enfermagem pela EE/USP. Professora do Departamento de
Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP/EPM. Coordenadora do
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem do Departamento de Enfermagem da UNIFESP.
N754e
Nóbrega, Maria Miriam Lima da, Gutiérrez, Maria Gaby
Rivero de
Equivalência semântica da Classificação de Fenômenos
de Enfermagem da CIPE – Versão Alfa/Maria Miriam
Lima da Nóbrega/Maria Gaby Rivero de Gutiérrez – João
Pessoa, 2000.
108p.
1. Enfermagem - 2. Classificação. 3. Processo de
tradução. I. Título
616-083
Idéia
Editora LTDA
(083) 222.5986
[email protected]
4
AGRADECIMENTOS
A realização deste trabalho só foi possível graças ao
trabalho voluntário e valioso das Enfermeiras
Professoras Dra. Alba Lucia Botura Leite de
Barros, Dra. Emília Campos de Carvalho, Dra.
Heimar
de
Fátima
Marin,
Dra.
Mariana
Fernandes de Souza, Dra. Marga Simon Coler e
Dra. Telma Ribeiro Garcia, que nos forneceram
contribuições fundamentais para o desenvolvimento
da técnica back-translation.
A todas, o nosso agradecimento.
5
SUMÁRIO
Apresentação
09
1 Introdução
11
2 Taxonomias e Sistemas de Classificação
19
2.1 Sistema de Classificação em Enfermagem
3 Classificação Internacional da Prática de Enfermagem – CIPE
3.1 Construção da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem/CIPE –
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28
30
Versão Alfa
3.1.1 Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE – Versão Alfa
36
3.1.2 Classificação das Intervenções de Enfermagem da CIPE – Versão Alfa
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3.2 Construção da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem – CIPE
39
Versão Beta
4 Procedimentos Metodológicos
47
4.1 Considerações sobre o referencial metodológico
47
4.2 Descrição do estudo
53
5 Análise e Discussão dos Resultados
56
6
5.1 Versão final da tradução da Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE
68
– Versão Alfa
Considerações Finais
Referências
99
103
7
APRESENTAÇÃO
Este livro corresponde à primeira parte da Tese de Doutorado intitulada Equivalência
semântica e análise da utilização na prática dos fenômenos de enfermagem da CIPE –
Versão Alfa, desenvolvida e defendida no programa de Pós-Graduação em Enfermagem do
Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo. A idéia de sua publicação
surgiu como sugestão dos membros da banca examinadora de defesa, quando foi enfatizada a
necessidade da divulgação da tradução da Classificação de Fenômenos de Enfermagem da CIPE
– Versão Alfa, como mais uma publicação que as enfermeiras poderiam consultar e, ao mesmo,
tempo contribuir com a validação dos termos que foram traduzidos.
Visando a um melhor entendimento do desenvolvimento desta pesquisa, descrevemos a
forma como a mesma foi organizada, dividindo-se em seis unidades. Na primeira, introdutória,
contextualizamos a problemática, justificamos a realização do estudo e apresentamos os seus
objetivos.
A segunda unidade é destinada à descrição sobre Taxonomia e Sistema de Classificação,
sem a pretensão de explorar e discutir sobre a Ciência da Classificação, mas, sim, de dar uma
idéia de como estes sistemas de classificação podem ser e são construídos. Nessa unidade é feita
também uma revisão da literatura sobre os sistemas de classificação desenvolvidos na
Enfermagem, num esforço de se resgatar as primeiras tentativas de classificação visando levar o
leitor a conhecer o progresso da Enfermagem no desenvolvimento de sistemas de classificação.
Na terceira unidade apresentamos o sistema de Classificação Internacional da Prática de
Enfermagem – CIPE, Versão Alfa, enfatizando sua construção e as Classificações de Fenômenos
9
e Ações de enfermagem. Descrevemos, também, o trabalho que foi desenvolvido na construção
da Versão Beta da CIPE.
Na quarta unidade, dedicada aos procedimentos metodológicos do estudo, apresentamos
inicialmente considerações sobre a pesquisa transcultural, discorrendo, com base na literatura
especializada, sobre as várias propostas metodológicas utilizadas para se fazer adaptação de
instrumentos ou sistemas de classificação que foram desenvolvidos em uma língua e estão sendo
utilizados em outra. Elegemos como técnica para o desenvolvimento do estudo a equivalência
semântica, feita através da back-translation, descrita por Brislin, em 1970. Descrevemos as
etapas de realização da técnica back-translation, incluindo a construção dos instrumentos
utilizados nesta etapa.
Na quinta unidade são apresentados e discutidos os dados obtidos no estudo. Em uma
primeira parte é apresentada os resultados da fase de equivalência semântica dos títulos (termos)
e das definições dos fenômenos de enfermagem, sendo discutidos os que apresentaram índice de
concordância abaixo de 79%. Em uma segunda parte é apresentada a versão final da tradução da
Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE – Versão Alfa.
Na última unidade são apresentadas as considerações finais do estudo. A título de
contribuição para o desenvolvimento da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem
foram feitas algumas considerações que são consideradas importantes no desenvolvimento de
futuros estudos.
Esperamos, com o desenvolvimento deste trabalho, ter contribuído para a adaptação
transcultural da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem, à língua portuguesa do
Brasil. Reconhecemos que este não é um trabalho concluído, pois um sistema de classificação é
um processo em desenvolvimento contínuo e a todo o momento mudanças podem acontecer
nele. Mas, acreditamos que a contribuição do estudo será de fundamental importância para a
expansão e aprofundamento de estudos nessa área.
Maria Miriam Lima da Nóbrega
Maria Gaby Rivero de Gutiérrez
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1 INTRODUÇÃO
Ao longo deste século, as enfermeiras1 têm documentado que a falta de uma linguagem
universal para definir e descrever a prática de enfermagem tem sido um obstáculo para a
profissão se firmar como ciência e disciplina (ICN, 1996b). Na realidade, desde o início da
Enfermagem moderna, existe a preocupação com a denominação dos seus fenômenos
específicos. A confirmação desse fato está registrada nos escritos de Florence Nightingale,
datados de 1859, quando afirma que a "Enfermagem desconhece os seus elementos específicos"
(Nightingale, 1969). Na profissão, sempre foi questionado qual o conhecimento específico da
Enfermagem; quais são seus conceitos; quais os seus significados; qual a utilização desses
conceitos na prática, entre outros aspectos.
Uma maior ênfase na busca dessas respostas foi dada neste século, principalmente a partir
da década de 1950, quando as enfermeiras começaram a desenvolver modelos conceituais ou
teorias de Enfermagem, num esforço para identificar conceitos próprios e a sua utilização na
prática.
A literatura evidencia que esses modelos ou teorias geraram conceitos amplos,
abrangentes e abstratos, entre os quais, os quatro conceitos centrais do metaparadigma da
Enfermagem – ser humano, saúde, ambiente e enfermagem –, dos quais, os três primeiros
também são conceitos centrais de outras Disciplinas que têm como objeto de estudo o cuidado
com a saúde. Essa etapa na história da Enfermagem, “produzir modelos conceituais e teorias de
enfermagem, foi necessária, mas foi desenvolvida sem a devida fundamentação com a pesquisa
e, por esse motivo, os objetivos de desenvolver pesquisa baseada em conhecimentos para a
prática não foram alcançados” (Blegen & Reimer, 1997).
1
A palavra enfermeira será utilizada com referência tanto às enfermeiras, como aos enfermeiros, em consideração
ao maior número de mulheres na profissão.
11
Nas décadas seguintes, extensivas pesquisas em Enfermagem foram feitas com foco no
desenvolvimento de conceitos. Contribuíram para este desenvolvimento a introdução do
processo de enfermagem nos Estados Unidos, na década de 1970, e, posteriormente, em todo o
mundo, como um modelo operacional para a prática de enfermagem, por meio do qual as
enfermeiras tomam suas decisões clínicas. As distintas fases desse processo, que são expressas
de maneiras diferentes, de acordo com o modelo conceitual utilizado, favoreceram o
desenvolvimento de sistemas de classificação em Enfermagem. Pode-se afirmar, também, que
os sistemas de classificação de Enfermagem contribuíram para o desenvolvimento de conceitos,
mas, seguindo um outro caminho, tendo em vista que o desenvolvimento de sistemas de
classificação na Enfermagem tem sido considerado o primeiro estágio no desenvolvimento de
estruturas teóricas para a disciplina, ou seja, a tarefa de denominar os fenômenos que constituem
objetos das ações das enfermeiras.
A revisão da literatura especializada evidencia que existem na Enfermagem diversos
sistemas de classificação relacionados com algumas fases do processo de enfermagem:
diagnóstico de enfermagem – North American Nursing Diagnoses Association – NANDA;
Classificação das Respostas Humanas de Interesse para a Prática da Enfermagem Psiquiátrica e
de Saúde Mental; problemas de enfermagem – Community Health System – Sistema Comunitário
de Saúde de Omaha; intervenções de enfermagem – Nursing Intervention Classification – NIC; e
resultados esperados – Nursing Outcomes Classification – NOC; entre outros. Estes sistemas
tiveram como ponto de partida o trabalho desenvolvido, a partir da década de 1970, nos Estados
Unidos, pela NANDA.
Na pesquisa desenvolvida por Coler, Pérez & Nóbrega (1989), foi observado que
existiam diferenças entre os diagnósticos desenvolvidos nos Estados Unidos e os identificados
em nossa amostra, no Brasil, e essas diferenças estavam relacionadas, ora com a tradução dos
termos, ora com o significado dos Padrões de Respostas Humanas, ou com as características
definidoras desses diagnósticos, que, em alguns casos, não se aplicavam ao contexto brasileiro.
Esses mesmos fatos são comprovados pela literatura da Enfermagem, quando evidencia
que os diagnósticos de enfermagem da NANDA necessitam de ser reavaliados, reconsiderados e
reaplicados, dentro de uma abordagem transcultural, significativa e útil às perspectivas da
Enfermagem, uma vez que os sinais e sintomas que levam a esses diagnósticos foram aprovados,
tendo como base à língua inglesa, o que pode gerar problemas semânticos na tradução da
estrutura da Taxonomia da NANDA para país de língua diferente, além de um número de
questões éticas relacionadas com o uso mundial dessa Taxonomia (Leininger, 1990).
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Para Kelley & Frisch (1990), o uso de uma lista de diagnósticos de enfermagem pode
impor culturalmente rótulos inapropriados e incorretos às pessoas de diversas culturas, como
também pode levantar a questão de que os diagnósticos de enfermagem não foram desenvolvidos
com um grau aceitável de consistência entre as enfermeiras, para serem representativos de uma
ou mais culturas. Outros questionamentos feitos a partir da literatura estudada estão relacionados
com a inexistência de pesquisas de validação transcultural para a maioria dos diagnósticos
desenvolvidos pela NANDA (Sato, 1996).
A introdução dos diagnósticos de enfermagem na prática de enfermagem internacional
tem sido feita, de modo geral, por meio de uma tradução apenas horizontal, palavra por palavra,
dos termos utilizados, com pouca ou nenhuma consideração pelo significado atribuído no
contexto de uma outra cultura. No Brasil, Coler, Nóbrega & Pérez (1994) identificaram, nos
seus trabalhos iniciais sobre o diagnóstico de enfermagem, problemas semânticos, sintáticos e
culturais, em todos os elementos componentes do diagnóstico, sendo esses problemas mais
evidentes nas características definidoras. A partir de então, as autoras acima referidas
direcionaram o foco de seus estudos para a validação dos diagnósticos de enfermagem da
NANDA na realidade brasileira.
No desenvolvimento de estudos com os diagnósticos de enfermagem, “a maior
dificuldade enfrentada foi à falta de um texto que apresentasse os conceitos básicos e a
taxonomia dos diagnósticos de enfermagem em português” (Farias et al., 1990), surgindo, então,
a primeira publicação de um livro sobre diagnóstico de enfermagem no Brasil, que tinha como
maior objetivo apresentar a tradução, para o português, da Taxonomia I Revisada da NANDA e
reunir as informações básicas para enfermeiras e estudantes de Enfermagem sobre a aplicação
dos diagnósticos de enfermagem.
Durante o processo de elaboração desse livro, foi feita
inicialmente uma tradução livre da taxonomia, palavra por palavra, sem uma preocupação com o
significado dos termos. Depois, esta tradução foi revisada por um especialista em língua inglesa,
que, além disso, assessorou o grupo na tradução de termos para os quais não havia
correspondentes em português. Numa outra etapa, o material foi submetido à apreciação de um
especialista em língua portuguesa, quando foram feitas a comparação da versão original
americana com a traduzida e a uniformização e adaptação da taxonomia ao português do Brasil.
Essa tradução, apesar de ter sido feita com assessoria de especialistas em língua inglesa e
portuguesa, não obedecia a nenhuma técnica de tradução específica.
A partir da publicação desse livro e de outras publicações como a de Maria (1990), e das
várias traduções de livros-textos de Enfermagem em português, feitas pelas editoras a partir de
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critérios próprios, surgiu a impossibilidade de atendimento a um dos propósitos fundamentais
dos diagnósticos de enfermagem, a padronização da linguagem.
Tendo em vista a solução desse problema, foi realizado, em São Paulo – SP, em 1991, o I
Simpósio Nacional sobre Diagnóstico de Enfermagem, onde os problemas anteriormente citados
foram levantados (Nóbrega, 1994). No final do evento, foi sugerida a realização de um novo
encontro para tratar da questão da uniformização da linguagem dos diagnósticos de enfermagem
no Brasil.
Em julho de 1992, João Pessoa – PB sediou a realização do II Simpósio Nacional sobre
Diagnóstico de Enfermagem, que tinha como tema central a Uniformização da Linguagem dos
Diagnósticos de Enfermagem no Brasil. Como estratégia para o desenvolvimento dessa temática
foram convidadas enfermeiras que aplicavam, na prática profissional (ensino, pesquisa e
assistência), os diagnósticos de enfermagem da NANDA. Foi ainda atribuída a cada uma delas a
tarefa de, comparadas algumas das traduções conhecidas, propor uma uniformização para a
tradução das categorias diagnósticas de um Padrão de Resposta Humana específico. Foram
discutidas as propostas de tradução para os componentes de todos os diagnósticos de
enfermagem constantes da Taxonomia I Revisada da NANDA, aprovada durante a Nona
Conferência, realizada em 1990.
Em virtude da quantidade de propostas de modificações
apresentadas e discutidas durante o evento, decidiu-se que seria elaborada e enviada a síntese das
propostas formuladas para análise e aprovação dos participantes do evento e de outras
enfermeiras envolvidas no estudo e aplicação dos diagnósticos de enfermagem no Brasil.
O resultado desse processo foi publicado, em 1994, na forma de livro de bolso, onde
estão contidos todos os diagnósticos de enfermagem, que, embora respeitando a estrutura básica
da taxonomia da NANDA, incluem alterações na forma como os seus componentes foram
traduzidos para o português, introduzindo-se alterações que, por vezes, representam
modificações significativas na estrutura desses diagnósticos (Nóbrega & Garcia [Org.], 1994).
Esse livro tem sido amplamente utilizado e referenciado em todo o território nacional, mas,
apesar dessa utilização, pode-se afirmar que os problemas de tradução, adaptação ou adequação
dos diagnósticos de enfermagem à nossa realidade ainda persistem.
O desenvolvimento e o uso de taxonomias ou sistemas de classificação na Enfermagem, a
partir da década de 1970, como forma de descrever a prática de enfermagem, ou seja, os seus
elementos, não impediram que se questionasse de que problemas ou situações específicas se
ocupa a Enfermagem; qual a contribuição especial da Enfermagem para prevenir, aliviar ou
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resolver esses problemas; quais os resultados que se propõe alcançar. Até o momento atual,
estas questões têm sido essenciais para a busca contínua de aperfeiçoamento do desenvolvimento
das classificações de enfermagem existentes.
Por esse motivo, qualquer que seja a forma como são expressos esses elementos, eles são
considerados componentes primários de uma classificação para a prática de enfermagem. As
situações que experimentam os pacientes e clientes (indivíduo, família e comunidade), que
pertencem ao campo de conhecimento da Enfermagem e são o foco das atividades profissionais
têm sido denominadas tradicionalmente de necessidades ou problemas do paciente. As palavras
usadas para se descrever esses componentes mudam de país para país, sendo denominados de
diagnósticos de enfermagem, problemas de enfermagem, problemas do paciente, necessidades
humanas, fatores de enfermagem e fenômenos de enfermagem. Para Clark & Lang (1992), sem
uma linguagem compartilhada que expresse esses elementos, não se pode descrever a prática de
enfermagem de maneira que se possa compará-la nos diversos contextos clínicos, populações de
clientes, zonas geográficas ou tempo. Também, não se pode identificar a contribuição particular
da enfermeira na equipe de saúde, nem descrever as diferenças entre a prática da enfermeira e a
dos demais membros da equipe de enfermagem.
Vários trabalhos têm sido realizados para definir esses termos, porém não existe um
consenso entre as enfermeiras sobre quais as melhores palavras que devem ser usadas (Coenen &
Wake, 1996).
No Brasil, Cruz et al. (1994) realizaram um estudo para identificar as atividades de
enfermagem descritas na literatura de Enfermagem no período de 1988 a 1992. Os resultados do
estudo evidenciaram que os três elementos da prática identificados pelo International Council of
Nurses (Conselho Internacional de Enfermeiras – CIE) são utilizados na prática de enfermagem,
mas não com uma mesma freqüência, o que levou as autoras a concluir que esses elementos são
implementados separadamente, não configurando a utilização do processo de enfermagem na
prática do cuidado. Nesse estudo, o termo diagnóstico de enfermagem, mesmo tendo sido
mencionado
com treze diferentes denominações (problema,
levantamento, alteração,
necessidades, entre outras), foi o mais freqüentemente usado. Acredito que esse fato possa ser
explicado pelo uso no Brasil, a partir de 1986, do Sistema de Classificação dos Diagnósticos de
Enfermagem da NANDA. Merece também ser ressaltado que o diagnóstico de enfermagem é um
termo familiar às enfermeiras brasileiras, desde a década de 1970, quando o mesmo foi
introduzido, por Horta, no seu modelo conceitual das necessidades humanas básicas, como a
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segunda fase do processo de enfermagem, passando, desde então, a ser utilizado no ensino e na
prática assistencial de enfermagem.
A literatura especializada evidencia que o desenvolvimento do Sistema de Classificação
da NANDA tem contribuído para promover a autonomia da enfermeira no julgamento do
cuidado do cliente, para propiciar o uso dos conhecimentos específicos da Enfermagem e para a
realização de estudos sobre a qualidade do cuidado de enfermagem, que têm apontado para a
necessidade de proporcionar, à profissão, uma nomenclatura, uma linguagem e uma classificação
que possam ser usadas para descrever e organizar os dados mínimos de enfermagem (Clark,
1995).
A proposta de um sistema de classificação representa para a Enfermagem a possibilidade
de se situar como uma profissão de prática independente, na qual muitos países têm-se
envolvido, a partir da possibilidade de concretização dessa proposta pelo CIE.
A inserção da Enfermagem brasileira no projeto do CIE só se deu a partir da participação
de cinco enfermeiras brasileiras, representando a Associação Brasileira de Enfermagem – ABEn,
em Tlaxcala – México, em 1994, numa reunião consultiva sobre a elaboração de instrumentos
para facilitar a identificação dos elementos da prática de enfermagem, que apóiem os sistemas
comunitários e a atenção primária à saúde. O Brasil se fez representar também na reunião
realizada em Los Angeles – Estados Unidos, em fevereiro de 1995, quando se discutiu uma
proposta para o desenvolvimento de projetos nacionais no Brasil, Chile, Colômbia e México, que
integrariam o projeto internacional da classificação para a prática de enfermagem. A partir dos
compromissos assumidos nessas duas reuniões, a ABEn realizou, durante o I Encontro
Internacional de Enfermagem de Países de Língua Oficial Portuguesa, em Salvador – BA, em
abril de 1995, uma reunião sobre a Classificação da Prática de Enfermagem, da qual
participamos como membros da equipe que elaborou o protocolo para o projeto de investigação
da Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem no Brasil (ABEn, 1995).
Em novembro de 1995, o CIE recomendou a realização de uma reunião no Brasil,
coordenada pela Fundação W. K. Kellogg – Fundação co-responsável pelo apoio financeiro ao
projeto –, contando com representantes dos países da América Latina, objetivando delinear o
projeto de classificação para a prática de enfermagem, a ser desenvolvido nesses países. Para o
desenvolvimento do projeto no Brasil, foi realizada pela ABEn Nacional, em fevereiro de 1996,
através das Diretorias de Assuntos Profissionais e do Centro de Estudos e Pesquisas em
Enfermagem – CEPEn, com o apoio do CIE e da Fundação W. K. Kellogg, a primeira oficina,
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contando com a participação de enfermeiras representantes de quase todas as regiões do Brasil,
com experiências na utilização dos diagnósticos de enfermagem ou na saúde coletiva. Durante a
oficina foi desenvolvido o projeto nacional de Classificação das Práticas de Enfermagem em
Saúde Coletiva no Brasil – CIPESC, objetivando “contribuir para a transformação e
classificação das práticas de enfermagem em saúde coletiva, tendo por referencial o modelo
epidemiológico proposto na reforma sanitária brasileira” (ABEn, 1996).
Para a execução desse projeto, convencionou-se subdividi-lo em três subprojetos,
definindo-se, para cada um deles, as respectivas ações, atividades, estruturas físico-financeiras e
metas. Considerando-se a dimensão continental do país, a sua diversidade sócio-econômica e
cultural e o acesso geográfico para a operacionalização das atividades, os subprojetos foram
definidos em oito grupos regionais. O projeto foi concluído em dezembro de 1999, tendo como
maior resultado a identificação de termos (fenômenos de enfermagem e ações de enfermagem)
na área da saúde coletiva, que serão enviados ao CIE para posterior inclusão na Classificação
Internacional da Prática de Enfermagem – CIPE.
Em dezembro de 1996, o CIE apresentou à comunidade de Enfermagem a Classificação
Internacional para a Prática de Enfermagem – Um Marco Unificador - Versão Alfa,
constituída pelas Classificações de Fenômenos de Enfermagem e de Intervenções de
Enfermagem, com o objetivo de “estimular a discussão e, conseqüentemente, os comentários,
observações, críticas e recomendações de melhoria, a fim de se obterem subsídios para as
próximas versões dessa classificação” (ICN, 1996b).
Em março de 1997, após o recebimento de cópia da CIPE – Versão Alfa, enviada pelo
CIE, a ABEn, representada pela Diretoria de Assuntos Profissionais, convidou algumas
enfermeiras envolvidas no movimento dos diagnósticos de enfermagem no Brasil para uma
reunião que foi realizada na sede da ABEn - Seção São Paulo, para discutirem a tradução e
utilização da CIPE no Brasil.
A partir dessa reunião, foi criado o Grupo de Trabalho de
Tradução da CIPE para o português do Brasil, ligado à Comissão de Assuntos Profissionais. Este
Grupo reunia-se freqüentemente na cidade de São Paulo, ora na Escola de Enfermagem da
Universidade de São Paulo - USP, ora no Departamento de Enfermagem da Universidade
Federal de São Paulo - UNIFESP, quando foram traçados e operacionalizados os objetivos para a
tradução e divulgação da CIPE no Brasil.
Em agosto do mesmo ano, o Grupo teve a oportunidade de discutir com a Dra. Heimar de
Fátima Marim, do Departamento de Enfermagem da UNIFESP, responsável, através do Núcleo
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de Informática em Enfermagem, pela tradução da CIPE para o português do Brasil como
sponsored partner do projeto TELENURSE do Danish Institute for Health and Nursing
Research, alguns entraves identificados na tradução, tanto pelo Grupo de Trabalho da ABEn,
como pela própria tradutora. O fruto do trabalho destas associadas resultou numa publicação
lançada durante a realização do 49º Congresso Brasileiro de Enfermagem, realizado na cidade de
Belo Horizonte, Minas Gerais, objetivando “a discussão, adaptação e validação dos termos
frente à realidade brasileira, a partir de um novo referencial: o trabalho da Enfermagem
voltado para a defesa da qualidade de vida e de atenção à saúde, como direito universal e
equânime de cidadania” (Cruz et al., 1997).
Em março de 1998, o CIE apresentou, a partir das avaliações recebidas da Versão Alfa,
as novas diretrizes para o desenvolvimento de um modelo experimental da Versão Beta (ICN,
1998), disponibilizando, a partir de junho de 1999, na sua homepage, a Versão Beta 1 ou
Emergencial (ICN, 1999a; 1999b), publicando em julho de 1999 a Versão Beta (ICN, 1999c),
para ser submetida ao mesmo processo de avaliação da Versão Alfa, configurando, dessa forma,
o trabalho contínuo no desenvolvimento de sistemas de classificações na Enfermagem.
Diante da situação apresentada, restou-nos o desafio de contribuir com o CIE e,
conseqüentemente, com a ABEn, na concretização de uma Classificação Internacional da Prática
de Enfermagem, que possa ser usada por todas as enfermeiras e reduzir ou evitar os problemas
de tradução e adaptação que aconteceram com o sistema de classificação da NANDA no Brasil.
Contudo, reconhecemos que fazer uma adaptação de uma classificação para a prática de
enfermagem no Brasil, por sua própria natureza e por sua extensão territorial, é um trabalho
árduo e extenso, que demanda custos, tempo e dedicação ao assunto.
Mesmo conscientes destes problemas, decidimos realizar este estudo, tendo como
objetivo a equivalência semântica para a língua portuguesa do Brasil dos termos atribuídos aos
fenômenos de enfermagem constantes na CIPE – Versão Alfa.
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2 TAXONOMIAS E SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO
Taxonomias ou Sistemas de Classificação são conhecimentos estruturados nos quais os
elementos substantivos de uma disciplina ou subdisciplina são organizados em grupos ou classes
com base em suas similaridades (Blegen & Reimer, 1997).
Segundo Sokal (1974), o processo de classificação, de reconhecimento de similaridades e
o agrupamento de organismos ou objetos, remonta ao período do homem primitivo, quando
afirma que, desde o advento da humanidade, a habilidade de classificar tem sido vista como um
comportamento de adaptação na evolução biológica. Contudo, a origem da Ciência da
Classificação, segundo o referido autor, aparece nos escritos dos ancestrais gregos.
Para Bailey (1994), classificação é um processo central em todas as fases da vida, sendo
considerado, indiscutivelmente, como um dos mais centrais e genéricos de todos os exercícios
conceituais. Classificação é um importante aspecto de muitas ciências, motivo pelo qual,
princípios e procedimentos similares têm sido desenvolvidos independentemente em vários
campos (Sokal, 1974).
De acordo com a literatura especializada, existe um grande número de métodos usados
em disciplinas, como a Botânica, a Química, a Medicina, a Arqueologia, a Psicologia, a
Lingüística, a Antropologia, a Biblioteconomia, a Filosofia, a Matemática, a Lógica, as Ciências
Sociais, entre outras, para o desenvolvimento de sistemas de classificação (ICN, 1996b).
O termo classificação é freqüentemente empregado para denominar o produto final do
processo de classificação (Sokal, 1974). O referido autor recomenda o uso da expressão sistemas
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de classificação para descrever o produto final desse processo. Já o termo taxonomia é usado
para significar o estudo teórico da classificação, incluindo suas bases, princípios, procedimentos
e regras (Bailey, 1994, Sokal, 1974). Para McKay (1977), taxonomia refere-se, tanto à Ciência
da Classificação, como ao Sistema de Classificação resultante desse processo. Neste estudo, o
termo Taxonomia será empregado, tanto para designar a Ciência da Classificação, como o
produto final desse processo, tal como tem sido utilizado pela NANDA.
Segundo Rasch (1987), uma taxonomia pode ser classificada como natural ou artificial,
quando se refere à natureza do critério de construção da taxonomia, e hierárquica ou não
hierárquica, quando se refere à estrutura específica da taxonomia. Para a referida autora, uma
taxonomia é natural quando o critério usado para se classificar é baseado em algumas
características que são próprias dos indivíduos ou objetos que estão sendo classificados, e uma
taxonomia é considerada artificial quando o critério utilizado para agrupar ou dividir está
baseado em qualidades determinadas acidental ou arbitrariamente. Uma taxonomia é considerada
hierárquica, quando especifica que os indivíduos ou objetos que estão sendo classificados podem
ser arranjados em classes, que são mais ou menos exclusivas, e uma taxonomia é não
hierárquica, quando usa um atributo ou um conjunto de atributos para classificar indivíduos ou
objetos.
O desenvolvimento de uma taxonomia ou sistema de classificação envolve a formação de
conceitos e a inter-relação desses conceitos. Por essa razão, esse desenvolvimento é considerado
um processo teórico, onde podem ser utilizadas as abordagens indutivas e dedutivas (Rasch,
1987). Dessa forma, quando se ordenam e se arranjam os indivíduos ou objetos dentro de um
grupo ou conjunto, tendo por base alguns critérios, está-se usando a abordagem indutiva. Já
quando se utiliza uma estrutura conceptual para desenvolver os conceitos e critérios pelos quais
os indivíduos ou objetos são classificados ou ordenados, está-se usando uma abordagem
dedutiva.
Para Fleishman & Quaintance2, citados por Kerr (1991), existem quatro etapas no
desenvolvimento de taxonomia ou sistema de classificação: 1) a identificação do propósito do
sistema de classificação; 2) a identificação de critérios para serem usados na classificação dos
itens; 3) classificação dos itens validados; 4) avaliação da adequação e utilidade do sistema de
classificação através da validação interna, da validação externa e da utilização na prática clínica.
2
Fleishman, E. A., Quaintance, M. K. Taxonomies of human performance. San Diego, CA: Academic Press,
1984.
20
2.1 Sistemas de Classificação em Enfermagem
Na Enfermagem, as tentativas de classificação têm surgido desde o início deste século. A
primeira classificação de problemas de enfermagem foi desenvolvida nos Estados Unidos e teve
como propósito o ensino de Enfermagem. Uma subcomissão da National League for Nursing –
Liga Nacional de Enfermagem, ao revisar as fichas de aproveitamento dos estudantes, percebeu a
necessidade de descrever a prática geral de enfermagem, tendo como foco os conceitos,
enfatizando o cliente em oposição ao foco do desenvolvimento de tarefas ou procedimentos, que
predominavam desde o início do século XX. Para isso, foi realizada uma pesquisa nas Escolas
de Enfermagem norte-americanas e a primeira classificação foi concluída. Os 21 problemas de
Abdellah, como ficou conhecida essa classificação, que descreve os objetivos terapêuticos da
Enfermagem e seu desenvolvimento, teve como focos principais as necessidades do cliente
(terapêutica das necessidades) e os problemas de enfermagem (terapêutica de problemas), que
eram os modelos vigentes na década de 1950 (Gordon, 1994).
Em 1966, Henderson identificou a lista das 14 necessidades humanas básicas, que
compreende os componentes ou funções da Enfermagem, e tem como objetivo “descrever os
cuidados de que qualquer pessoa necessita, independentemente do diagnóstico e do tratamento
prescrito pelo médico” (Henderson, 1969). Essa classificação teve como suporte teórico a
abordagem funcional das necessidades. A lista das 14 necessidades humanas básicas não
representa os problemas de saúde do cliente, mas as áreas nas quais os problemas reais ou
potenciais podem ocorrer, e aplicam-se a qualquer ambiente, podendo tanto servir de guia na
promoção da saúde, como na prestação de cuidados de enfermagem ao paciente. Os
componentes dos cuidados básicos de enfermagem, considerados por sua autora como as funções
de competência exclusiva das enfermeiras, podem ser descritos como: respiração, alimentação,
eliminação, sono e repouso, vestimentas, temperatura corporal, higiene, controle do ambiente,
comunicação, prática religiosa, realização, atividade de lazer e aprendizagem.
Tanto a classificação de Abdellah como a de Henderson foram usadas na educação e na
prática da Enfermagem, e suas contribuições estimularam as enfermeiras a ir além da utilização
das funções de rotina e tarefas para identificar problemas terapêuticos (Gordon, 1994). Para
Jones (1979) estes trabalhos necessitam de mais estudos para que alcancem um melhor
desenvolvimento, antes de serem usados como uma taxonomia ou sistema de classificação
completa para a prática de enfermagem.
21
Para Douglas & Murphy (1992), os 21 problemas de Abdellah, a lista das 14
necessidades humanas básicas de Henderson e o modelo de levantamento de dados nas 13
áreas funcionais de McCain têm sido considerados precursores das tentativas para
sistematização do conhecimento de abordagens taxonômicas na Enfermagem.
Para Gordon (1994), essas primeiras tentativas de classificação mudaram o enfoque da
Enfermagem, que passou, desde então, a se preocupar com a identificação dos problemas do
cliente e, posteriormente, com os diagnósticos de enfermagem, tendo como alvo o cuidado. A
mudança do cuidado organizado, com ênfase nos problemas terapêuticos, como: “facilitar a
manutenção da comunicação verbal efetiva”, para o cuidado organizado com ênfase nos
problemas do cliente, tal como: “comunicação verbal prejudicada”, teve início na década de
1970, com a criação do Sistema de Classificação de Diagnósticos de Enfermagem da NANDA.
A revisão da literatura especializada indica que propostas e modelos para se classificar a
prática de enfermagem estão ganhando impulso nas duas últimas décadas. Revela também que
esses modelos ainda não são considerados estruturas ou sistemas de classificação consolidados.
Entre os modelos apresentados, a Taxonomia da NANDA, iniciada em 1973, é constituída por
uma estrutura teórica – os Padrões de Respostas Humanas – que orienta a classificação e
categorização dos diagnósticos de enfermagem ou das condições que necessitam de cuidados de
enfermagem.
O uso dessa Taxonomia define o foco do cuidado de enfermagem e dá às
enfermeiras exemplos de como a profissão difere de outras profissões da saúde. Os diagnósticos,
interpretados como títulos dados pela enfermeira para uma resposta humana, podem ser usados
como ilustração do foco da Enfermagem. Dessa forma, essa Taxonomia “oferece às enfermeiras
novo conhecimento de definições, características definidoras, fatores relacionados e fatores de
risco para cada diagnóstico, o que proporciona o uso de uma linguagem que pode ser
compartilhada por toda a comunidade de enfermagem” (Carlson-Catalano, 1993).
O trabalho da NANDA está estabelecido e, no presente, é o sistema de classificação mais
utilizado, tendo sido traduzido e adaptado em 17 línguas, em 33 países, e incorporado em alguns
sistemas de informação clínica desses países (Fitzpatrick & Zanotti, 1995).
A Classificação das Respostas Humanas de Interesse para a Prática da Enfermagem
Psiquiátrica e de Saúde Mental foi desenvolvida pela Força Tarefa da American Nurses
Association – ANA, utilizando os diagnósticos aprovados pela NANDA, bem como outros
diagnósticos específicos dessa classificação, tendo, dessa forma, evoluído de um sistema geral de
classificação para um sistema especializado (Vincent & Coler, 1990).
Em 1994, essa
22
classificação foi apresentada ao Comitê de Revisão de Diagnósticos da NANDA para estudo da
possibilidade de inclusão dos diagnósticos específicos da área na Taxonomia da NANDA. Esses
diagnósticos encontram-se no estágio de validação clínica, por esse Comitê, etapa necessária
para a inclusão dos mesmos na Taxonomia.
A Classificação dos Cuidados Domiciliares de Saúde – Home Health Care
Classification – HHCC, foi desenvolvida, nos Estados Unidos, por Saba e colaboradores, como
parte de um projeto de Cuidados Domiciliares da Universidade de Georgetown, para codificação
e categorização dos cuidados domiciliares de saúde prestados aos pacientes que usavam o
Medicare, objetivando prover, tanto as necessidades de enfermagem e outros serviços
domiciliares, quanto a mensuração dos resultados obtidos.
Consiste de cinco níveis de
taxonomias para o cuidado domiciliar, estruturados para descrever, classificar e codificar a
prática de enfermagem. Em sua organização há 20 componentes (conceitos), que representam
quatro diferentes padrões de cuidado do paciente: comportamento de saúde, funcional,
fisiológico e psicológico, que formam uma estrutura de códigos para o levantamento de dados,
diagnósticos, intervenções e resultados esperados. O último nível fornece um mapeamento
estratégico para descrever a prática de enfermagem. Esse sistema tem três esquemas de
classificação: os diagnósticos de enfermagem, as intervenções de enfermagem e os resultados
esperados, utilizando como estrutura teórica os 20 componentes do cuidado domiciliar em saúde
(Saba, 1997; 1990).
A Classificação de Omaha – Community Health System – é um sistema originado de
uma lista de problemas de clientes diagnosticados pelas enfermeiras em uma comunidade de
saúde nos Estados Unidos.
A proposta do sistema é oferecer um método para organizar,
identificar e denominar o que é de interesse da Enfermagem na prática e compreende três
esquemas de classificação: Esquema de Classificação de Problemas, Esquema de Intervenções e
a Escala de Resultados (Martin & Scheet, 1992). O Esquema de Classificação de Problemas é
uma taxonomia de diagnósticos de enfermagem que pode ser usada por enfermeiras que atuam
na comunidade, por outros profissionais de saúde, supervisores e administradores. Esse esquema
é composto por uma estrutura de problemas que enfoca o cliente, fornecendo um método para
coleta, classificação, documentação e análise dos dados, ou seja, é um sistema de enfermagem
direcionado para o atendimento do cliente, baseado no processo de enfermagem. O Esquema de
Intervenções de Enfermagem é um modelo sistematizado das atividades de enfermagem,
organizado em três níveis: categorias – representa o resultado final da coleta dos dados do
paciente, metas – descreve um plano de intervenções de enfermagem, informações específicas
23
para o cliente – parte detalhada do plano ou das intervenções. O Esquema de Classificação dos
Resultados usa cinco pontos de uma escala tipo Likert, em três níveis hierárquicos distintos para
medir o progresso do cliente com relação aos problemas/diagnósticos identificados pela
enfermeira, no que diz respeito ao conhecimento, ao comportamento e ao estado de saúde do
paciente (Martin, 1997).
O Sistema de Classificação das Intervenções de Enfermagem foi desenvolvido como
parte do Projeto de Intervenções de Iowa, denominado Nursing Interventions Classification –
NIC, que teve início em 1987, por um grupo de pesquisadoras do College of Nursing da
University of Iowa, U.S.A., com o apoio do Instituto Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos.
A NIC apresenta uma estrutura taxonômica validada e codificada, que abrange intervenções de
enfermagem voltadas para os diagnósticos de enfermagem da NANDA. Nessa classificação a
intervenção de enfermagem é definida como sendo qualquer procedimento ou tratamento de
cuidado direto, baseado no julgamento clínico e no conhecimento que a enfermeira executa em
benefício de um cliente, objetivando alcançar os resultados esperados, que incluem aspectos
psicossociais e fisiológicos (Bulechek & McCloskey, 1992).
A intervenção de enfermagem é constituída pelos seguintes elementos: título, definição e
atividades, e é executada pela enfermeira na sua implementação. Os títulos são conceitos que
iniciam com proposições substantivas e devem ter, no máximo, três palavras, exigindo
qualificadores para representar as ações da enfermeira, como: assistência, administração,
restauração, promoção. A definição da intervenção consiste numa frase que define o conceito e
descreve o procedimento da enfermeira. As atividades de enfermagem são ações apropriadas
que devem ser executadas pela enfermeira na implementação de uma intervenção, com o
objetivo de alcançar os resultados esperados (McCloskey & Bulechek, 1996). Para as referidas
autoras, uma das vantagens da NIC é a possibilidade de utilização das atividades, de acordo com
a necessidade de uma situação particular. O mais importante na padronização da linguagem
dessas intervenções é o título, onde o nome e a definição da intervenção permanecem os mesmos
para todos os clientes e em qualquer situação.
A Taxonomia da NIC é apresentada em três níveis. O primeiro, considerado o mais
abstrato, tem propriedades enumeradas de um a seis, assim denominadas: 1) Fisiológica-básica:
consta dos cuidados que auxiliam o funcionamento físico; 2) Fisiológica-complexa: consta dos
cuidados que auxiliam a regulação homeostática; 3) Comportamento: consta dos cuidados que
auxiliam o funcionamento psicossocial e facilitam mudanças no estilo de vida; 4) Segurança:
consta dos cuidados que auxiliam a proteção frente à injúria; 5) Família: consta dos cuidados
24
que auxiliam a unidade familiar; 6) Sistema de Saúde: consta dos cuidados que auxiliam o uso
efetivo de sistemas de saúde. No segundo nível da taxonomia, as classes são agrupadas com
letras alfabéticas e distribuídas nas seis propriedades, perfazendo um total de 27 classes, onde
estão alocadas as 433 intervenções de enfermagem, correspondendo ao terceiro nível da
Taxonomia (McCloskey & Bulechek, 1996). Esse sistema tem a aprovação da ANA, como um
dos sistemas de classificação a serem usadas no processo de uniformização da linguagem de
enfermagem nos Estados Unidos, fazendo também parte da CIPE – Versão Alfa.
O Sistema de Classificação de Resultados do Paciente – Nursing-sensitive Outcomes
Classification – NOC, foi desenvolvido pelo mesmo grupo que desenvolveu a NIC. A NOC
pode ser considerada um sistema de classificação complementar da Taxonomia da NANDA e da
NIC. Os resultados são conceitos que podem ser medidos ao longo de um continuum, o que
significa que os resultados refletem uma condição real do paciente ao invés das metas esperadas.
Essa classificação representa uma lista de 190 resultados, com definições, indicadores e escala de
mensuração utilizados tanto para pacientes individuais como para os elementos de uma família.
Deve-se lembrar que esse é um processo em desenvolvimento, o que significa que a lista atual de
resultados não inclui todos aqueles que possam ser importantes para a Enfermagem. A
linguagem usada nessa classificação reflete a linguagem usada pelas enfermeiras na literatura da
Enfermagem. Essa classificação pode ser usada na assistência, na pesquisa e no ensino de
Enfermagem. Ela provê uma estrutura de trabalho para avaliar a prática de enfermagem, tanto na
área clínica, como na pesquisa (Johnson & Maas, 1997). Esse sistema, como o da NANDA e da
NIC, tem a aprovação da ANA, como um dos sistemas a serem usados na padronização da
linguagem da Enfermagem nos Estados Unidos.
A utilização desses sistemas de classificação na prática de enfermagem tem mobilizado
as enfermeiras em todo o mundo, atendendo ao desafio de universalizar a sua linguagem e
evidenciar os elementos da sua prática. Como resultado dessa mobilização, durante o Congresso
Quadrienal do CIE, realizado em Seul, em 1989, foi votada e aprovada a proposta para
desenvolver um Sistema de Classificação Internacional da Prática de Enfermagem - CIPE.
As justificativas para a elaboração desse projeto estão vinculadas, principalmente, à falta
de um sistema e de uma linguagem específica da profissão, que é necessária para que a
Enfermagem possa contar com dados confiáveis na formulação de políticas de saúde, na
contenção de custos, na informatização dos serviços de saúde, na crescente importância das
classificações médicas e como propósito para controlar seu próprio trabalho. Esse fato tem
impulsionado a Enfermagem para demonstrar a sua importância na contribuição nos serviços de
25
saúde, no crescimento da importância de padronização e na necessidade urgente de ter uma
linguagem capaz de descrever e comunicar as atividades de enfermagem (ICN, 1992).
As primeiras etapas desse projeto foram a realização de um levantamento bibliográfico
na literatura da Enfermagem e de uma pesquisa junto às associações membros do CIE, para
identificar, em âmbito internacional, os sistemas de classificação usados pelas enfermeiras. Os
resultados obtidos nesse projeto piloto identificaram classificações desenvolvidas na Austrália,
Bélgica, Dinamarca, Suécia e Estados Unidos.
Entre esses países, os Estados Unidos
apresentaram o maior número de sistemas de classificação desenvolvidos, entre os quais os
Princípios Básicos dos Cuidados de Enfermagem de Henderson, que foram publicados pelo CIE
em 26 idiomas, e têm sido a base de muitos modelos e classificações de enfermagem no mundo
(ICN, 1996b, Mortensen, 1997). A constatação da existência desses vários sistemas comprova
que as enfermeiras, nas diversas regiões e países do mundo, usam sistemas de classificação para
descrever os elementos da prática de Enfermagem e valorizam a idéia do desenvolvimento de
uma Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (Nóbrega, Coler & Garcia, 1996).
Em etapa posterior ao desenvolvimento desse projeto, foram analisadas a Classificação
Internacional de Doenças, CID – 10, as classificações aceitas pela Organização Mundial de
Saúde – OMS e os 14 Sistemas de Classificação de Enfermagem, identificados na pesquisa,
objetivando a identificação de denominações pertencentes à Enfermagem. A partir dessa análise,
o CIE apresentou, em 1993, o documento intitulado Nursing's Next Advance: An International
Classification for Nursing Practice – ICNP (Próximo Avanço da Enfermagem: Uma
Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem – CIPE), que não é considerado uma
primeira versão da CIPE, mas, sim, a compilação, em ordem alfabética, dos elementos da prática
de enfermagem – os diagnósticos de enfermagem, as intervenções de enfermagem e os
resultados esperados – identificados nesses sistemas (ICN, 1993).
Para o CIE, os objetivos específicos dessa classificação são: estabelecer uma linguagem
comum para a prática de enfermagem, de forma a aumentar a comunicação entre as enfermeiras,
e entre estas e outros profissionais; descrever o cuidado de enfermagem prestado às pessoas
(indivíduos, famílias e comunidades) nos vários contextos da prática, tanto institucionais quanto
não institucionais; possibilitar a comparação de dados de enfermagem obtidos de diversos
contextos clínicos, populações de clientes, áreas geográficas ou tempo; demonstrar ou projetar
tendências na provisão de tratamentos e cuidados de enfermagem e na alocação de recursos para
os pacientes de acordo com suas necessidades, baseados nos diagnósticos de enfermagem;
estimular a pesquisa em enfermagem através da vinculação com os dados disponíveis nos
26
sistemas de informações de enfermagem e em outros sistemas de informações de saúde;
propiciar dados sobre a prática de enfermagem, de modo que possam influenciar a tomada de
decisão em políticas de saúde (ICN, 1996a).
Para ser útil e passível de ser utilizada pelas enfermeiras em todos os países, essa
classificação deve ser ampla o bastante para servir aos múltiplos propósitos requeridos pelos
diferentes países; simples o bastante para ser vista pelos profissionais de Enfermagem como uma
descrição significativa da prática e como uma forma útil para estruturar essa prática; consistente,
com uma estrutura conceitual claramente definida, mas não dependente de uma estrutura teórica
ou modelo de enfermagem particular; baseada em um núcleo central que possibilite adições
através de um processo contínuo de desenvolvimento e refinamento; sensível às variações
culturais; reflexo do sistema de valores da Enfermagem ao redor do mundo, valores estes
expressos no Código de Enfermagem do CIE; utilizável de uma forma complementar ou
integrada às classificações de doença e saúde desenvolvidas pela OMS, cujo núcleo central é a
CID – 10 (ICN, 1996a).
Para o CIE (ICN, 1999c), a CIPE é um instrumento de informação para descrever a
prática de enfermagem e, conseqüentemente, prover dados que representem essa prática nos
sistemas de informação em saúde. Essa Classificação pode ser usada para tornar a prática de
enfermagem visível nos sistemas de informação da saúde, para que, dessa forma, pesquisadores,
educadores e gerentes possam, a partir desses dados, identificar a contribuição da Enfermagem
no cuidado da saúde e, ao mesmo tempo, assegurar a qualidade ou promover mudanças na
prática de enfermagem através da educação, administração e pesquisa.
De acordo com o que foi apresentado, podemos concluir que a Enfermagem não está
alheia ao desenvolvimento de sistemas de classificação, mas reconhecemos que esse é um
processo relativamente recente, não se podendo afirmar que já exista um sistema de classificação
validado para a prática de enfermagem.
27
3 CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DA PRÁTICA DE ENFERMAGEM – CIPE
Na Enfermagem, a história de uma classificação internacional para a prática teve seu
início no final da década de 1980, quando o CIE, acatando as recomendações da OMS, decidiu
acrescentar às Classificações Internacionais de Diagnósticos e Procedimentos Médicos o
desenvolvimento das Classificações de Problemas/ Diagnósticos de Enfermagem, de
Intervenções de Enfermagem e dos Resultados em Enfermagem. Essa iniciativa do CIE, na
verdade, não pode ser concebida apenas como uma descrição e classificação do trabalho da
Enfermagem mundial, mas como uma contribuição à Família das Classificações de Saúde, que
descrevem o estado de saúde do paciente ou cliente e as atividades desenvolvidas pelos diversos
grupos profissionais (Nielsen, 1996).
O conceito Família de Classificações surgiu durante as reuniões preparatórias para a
revisão da CID – 10, na década de 1980, quando muitos usuários manifestaram o desejo de que
essa classificação incluísse outros tipos de dados, além da informação diagnóstica.
Esse
conceito tem como núcleo central a tradicional CID, que, a partir da publicação da décima
revisão, passou a ser denominada Classificação Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados com a Saúde, que continua a atender as necessidades de informação diagnóstica,
para finalidades gerais, enquanto várias outras classificações seriam usadas como complemento
dela e tratariam, com diferentes enfoques, da mesma informação ou de informações diferentes.
Essas outras classificações seriam incluídas em volumes publicados separadamente do corpo da
CID, para serem usadas quando necessário.
De acordo com a OMS (1994), existem dois tipos principais de classificação: os que
cobrem informações relacionadas com os diagnósticos e com o estado de saúde e são derivados
diretamente da CID, como as Classificações Adaptadas por Especialidades: Oncologia,
28
Odontologia e Estomatologia, Dermatologia, Psiquiatria, Neurologia, entre outras, e os que
cobrem aspectos relacionados com problemas de saúde, geralmente fora dos diagnósticos
formais de doenças, ou seja, as classificações relacionadas com assistência à saúde, como a
Classificação de Procedimentos em Medicina, a Classificação Internacional das Deficiências,
Incapacidades e Desvantagens e a Classificação de Motivos de Consulta.
A partir desse
entendimento de família de classificações, pode-se afirmar que, no futuro, a CIPE fará parte do
núcleo da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, como
Outras Classificações Relacionadas com a Saúde.
A família de classificação da CID também abrange um quadro de referência conceitual de
definições, padrões e métodos que, embora não sejam classificações propriamente ditas, há
muito tempo estão ligados à CID. Um desses conceitos é o desenvolvimento de métodos para
apoiar a coleta e o uso local de informações para a assistência primária. Outra publicação
relacionada com a CID, mas não dela derivada, é a Nomenclatura Internacional de Doenças –
NID, que tem como principal objetivo fornecer, para cada entidade mórbida, a recomendação ou
a indicação de um único nome (OMS, 1994).
As decisões do Comitê revisor para a CID – 10, criando a família de classificações,
motivou o envio à OMS, por um grupo de enfermeiras, membros da ANA e da NANDA, em
1986, de um esquema de classificação dos diagnósticos de enfermagem, para que fosse
considerada a possibilidade de sua inclusão na CID – 10, como Condições Necessárias para o
Cuidado de Enfermagem. O esquema de diagnósticos de enfermagem, que foi apresentado,
incorporava o trabalho da NANDA, da Associação de Enfermeiras Visitantes de Omaha e o
trabalho relacionado com o Diagnostic and Statistical Manual III – DSM III, do Conselho de
Enfermagem Psiquiátrica e de Saúde Mental da ANA. Em resposta a essa solicitação, a OMS
argumentou que “muitas das condições listadas como diagnóstico de enfermagem, neste
esquema, correspondem ao Capítulo de Sinais e Sintomas e outras às condições não definidas
que são classificadas na CID no Capítulo XXI como ‘Fatores que influenciam o estado de saúde
e contato com serviços de saúde’, (...) muitos dos diagnósticos contidos no esquema de
diagnósticos de enfermagem dizem respeito exclusivamente à Enfermagem e são vistos,
portanto, como inapropriados para uma classificação de doença” (Fitzpatrick, 1991, Saba,
1991).
Dadas essas considerações, a OMS recomendou a formulação de um sistema de
classificação internacional para a Enfermagem, como um componente da Família de
Classificações da Saúde, que deveria ser conduzido por uma organização internacional de
29
Enfermagem, para que, dessa forma, fosse representativo da Enfermagem mundial (Lang &
Gebbie, 1989, Fitzpatrick, 1991, Saba, 1991).
A necessidade do desenvolvimento de uma classificação internacional para a prática de
enfermagem foi apresentada ao CIE, durante a realização do seu Congresso Quadrienal,
realizado em 1989, em Seul – Coréia, justificando-se que a impossibilidade de se designar os
fenômenos específicos da Enfermagem impedia o reconhecimento adequado da sua contribuição
para a saúde e, conseqüentemente, para os cuidados de saúde.
Desde então, o CIE vem
desenvolvendo estudos visando à definição de um sistema de classificação da prática de
enfermagem.
A partir da deliberação do Conselho de Representantes de Enfermagem, em 1991, o CIE
iniciou estudos, objetivando a elaboração de um sistema que descrevesse a prática de
enfermagem a partir de uma nomenclatura compartilhada pelas enfermeiras de todo o mundo,
isto é, a criação de um sistema de Classificação Internacional da Prática de Enfermagem (ICN,
1992).
3.1 Construção da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem – CIPE Versão
Alfa
O desenvolvimento dessa classificação pode ser descrito em três etapas: a identificação
de termos, o agrupamento desses termos e sua hierarquização dentro de grupos estabelecidos. O
produto final pode ser visualizado e descrito como pirâmides de conceitos, onde o termo do
vértice é considerado o mais geral e os termos da base os mais específicos (Nielsen, 1996).
Dessa forma, a CIPE consiste na organização de três pirâmides de conceitos: uma que
descreve os fenômenos de enfermagem, como os problemas/diagnósticos de enfermagem, em
complementação às Classificações existentes de Doenças e de Deficiências, Incapacidades e
Desvantagens; outra que descreve as intervenções de enfermagem, complementar à Classificação
de Procedimentos Médicos e Cirúrgicos; uma terceira pirâmide, que descreve os resultados
clínicos do trabalho da enfermagem, que está em fase de desenvolvimento (ICN, 1996b).
Construir essas pirâmides foi e continua sendo uma grande tarefa. Segundo Nielsen
(1996) e Mortensen (1997), na primeira etapa, a de identificação dos termos, foi realizada uma
pesquisa junto às associações membros do CIE, para identificar, no âmbito internacional, quais
30
eram os Sistemas de Classificação de Enfermagem usados pelas enfermeiras. Os resultados
obtidos levaram à identificação dos 14 sistemas de classificação, que foram utilizados na
segunda etapa da construção dessa classificação.
Esses sistemas foram transformados em
entidades de conceitos e reunidos aos demais conceitos identificados durante os encontros
consultivos do CIE, para a elaboração do projeto de classificação da prática, com enfermeiras de
países da América do Sul, da África e da Ásia Ocidental. Serviram também para agrupar, em
listas alfabéticas, os três elementos da prática, que foram apresentadas no Work Paper – Próximo
avanço da Enfermagem, em 1993.
Na terceira etapa, a de hierarquização dos termos dentro de grupos estabelecidos, esses
conceitos foram examinados por meio de seus traços definidores, ou seja, de suas características
ou atributos, sendo comparados, agrupados e hierarquizados em pirâmides coerentes de
conceitos, resultando na construção de duas das três pirâmides da CIPE – Classificação dos
Fenômenos de Enfermagem e Classificação das Intervenções de Enfermagem. A
Classificação dos Fenômenos de Enfermagem representa o domínio do cliente, não importando
se esse é o ser humano ou o meio ambiente. A Classificação das Intervenções de Enfermagem
representa o domínio das ações realizadas pelas enfermeiras em relação aos fenômenos de
enfermagem (Mortensen, 1997).
Para chegar à denominação dessas classificações, o CIE questionou “o que as
enfermeiras fazem em relação a determinada necessidade humana para produzir determinado
resultado” (ICN, 1996b). Através do levantamento bibliográfico e da pesquisa realizada entre
seus membros associados, foram identificados os seguintes termos: intervenções de enfermagem,
ações de enfermagem, tratamentos de enfermagem, diagnósticos de enfermagem, necessidades
do paciente, problemas de enfermagem, problemas do paciente, fatores de enfermagem,
fenômenos de enfermagem, resultados de enfermagem e resultados específicos de enfermagem
no paciente. A equipe coordenadora do projeto CIPE, examinando essas alternativas, optou por
utilizar, na Versão Alfa, os termos fenômeno de enfermagem e intervenção de enfermagem.
Na escolha do termo fenômeno de enfermagem, foram levados em consideração vários
aspectos, que serão aqui apontados, tendo como base as publicações do CIE (ICN, 1996b,
1996a), Nielsen (1996, 1997), Nielsen & Mortensen (1997), Mortensen (1997). O primeiro
aspecto mencionado pelos referidos autores é o fato de a definição do termo diagnóstico de
enfermagem apresentar problemas conceituais e lingüísticos. Um desses problemas refere-se ao
conceito diagnóstico de enfermagem, que não está bem estabelecido em todos os países. Em
muitos deles acredita-se que o conceito de diagnóstico, e, portanto, o termo diagnóstico, aplica31
se unicamente à prática da Medicina. Para os referidos autores, esse fato é comprovado, quando
se examina a definição léxica do verbo diagnosticar em diversas línguas e se tem a compreensão
do termo como uma atividade médica.
Uma outra alternativa que foi examinada diz respeito à utilização do termo da CID – 10:
Fatores que influenciam o estado de saúde e contato com os serviços de saúde. Esse é o
título do capítulo XXI da CID – 10, onde estão “aqueles casos em que certas circunstâncias, que
não são enfermidades, lesões, nem causas externas, são classificadas nas categorias A00 – Y89
e registradas como diagnósticos ou problemas” (ICN, 1996b).
Para o CIE, o conceito
diagnóstico de enfermagem na CIPE é, de certo modo, similar a esse termo na CID – 10, mas
não foi aceito em virtude de a frase apresentar-se excessivamente longa e por não estar
especificamente vinculada ao campo de conhecimento da Enfermagem, nem às intervenções de
enfermagem.
Uma outra decisão tomada pelo grupo de desenvolvimento da CIPE foi sobre o termo
central dessa classificação, que deveria ser análogo aos termos centrais da CID – 10, ou seja:
Doenças, Deficiências, Incapacidades e Desvantagens. Para os membros do grupo, o termo
diagnóstico não preenchia o critério de ser análogo aos termos centrais da CID – 10, porque ele
indica o processo ou o resultado da identificação de certas condições de saúde, ou seja, refere-se
a atos mentais ou lingüísticos dos profissionais de saúde sobre as condições de saúde dos
pacientes ou clientes. Com base nessas considerações, o termo fenômeno de enfermagem foi
escolhido como o conceito central nessa classificação e, como complemento análogo para as
Classificações de Doenças, Deficiências, Incapacidades e Desvantagens.
Fenômenos de enfermagem foram considerados, pelo Grupo de desenvolvimento da
CIPE, como condições de saúde relacionadas com o paciente e com o cliente, mas também
podem ser fenômenos ambientais de interesse para a Enfermagem, por interferir nas condições
de saúde dos pacientes. Para esse mesmo grupo, o termo Fenômeno é mais adequado, pelo seu
significado literal “o que pode ser observado”, uma vez que a CIPE é uma classificação que
descreve os fenômenos observados na prática clínica da Enfermagem.
Um outro motivo
apontado pelo grupo é que o termo fenômeno é neutro em relação às estruturas ou modelos da
Enfermagem, e, não sendo específico desse ou daquele modelo, pode ser usado em qualquer uma
das estruturas teóricas existentes ou nas que vierem a ser criadas. Fenômeno de enfermagem
foi então definido como “os fenômenos que são diagnosticados pelas enfermeiras e expressam o
foco da prática de enfermagem” (Nielsen, 1996).
32
Apesar dos argumentos apresentados pelo grupo de desenvolvimento da CIPE, favoráveis
à escolha do termo fenômeno de enfermagem, pôde-se observar, em grupos de discussões sobre
o assunto e em encontros científicos, que não existe um consenso, principalmente entre as
enfermeiras brasileiras, se este é ou não o melhor termo para ser utilizado como conceito central
nessa Classificação. Como a construção de um sistema de classificação é um processo em
contínuo desenvolvimento, é de se crer que estudos serão feitos para a análise e utilidade desse
conceito.
Procurando um melhor entendimento do significado desse termo, tendo como base a
literatura da Enfermagem, verifica-se que o mesmo é visto por Meleis (1997b) como todos os
aspectos da realidade que podem ser conscientemente percebidos ou experienciados. Para a
referida autora, fenômenos dentro de uma disciplina são aqueles aspectos dentro do domínio ou
do território dessa mesma disciplina, sendo, portanto, um termo, descrição ou título dado para
descrever uma idéia sobre um evento, uma síntese, um processo, um grupo de eventos ou um
grupo de situações. Levando em consideração o que expôs a autora, pode-se afirmar que o termo
fenômeno de enfermagem, na CIPE, aplica-se para denominar e descrever as situações
específicas da Enfermagem.
Para a mesma autora, numa outra referência, os fenômenos têm diferentes significados
quando vistos de diferentes perspectivas e através de diferentes filosofias e estruturas
conceituais. Quando os fenômenos são reconhecidos como fenômenos, quando eles são
relacionados com outras classes de fenômenos, e quando são produzidos e levam a alguma forma
ou ordem, eles tornam-se conceitos de uma disciplina (Meleis, 1997a). Um dos objetivos da
CIPE é prover a Enfermagem de uma linguagem própria, construída a partir de conceitos
específicos da disciplina.
Analisando-se o termo fenômeno, por esse prisma, observa-se a
coerência na sua escolha como conceito central para essa classificação.
Para Kim (1997), o termo fenômeno designa um aspecto da realidade existente como
uma entidade pré-lingüística, adotando um significado lingüístico a partir da percepção, do
reconhecimento e da experiência humana. Um fenômeno pode ter múltiplo significado, de
acordo com o contexto dentro do qual ele é percebido e interpretado. Fenômenos de enfermagem
referem-se a fenômenos que pertencem ao interesse epistemológico da Enfermagem. De todos os
fenômenos possíveis na realidade, a Enfermagem, como uma disciplina, considera certos
fenômenos que requerem entendimento e explicação, a fim de melhorar a natureza da prática de
enfermagem, isto é, na perspectiva da Enfermagem. Desse modo, a designação de fenômeno,
como sendo da Enfermagem, depende da natureza da prática de enfermagem autorizada e/ou
33
institucionalizada dentro de uma sociedade.
Essa afirmação está de acordo com um dos
objetivos da CIPE, fixados na proposta inicial desse projeto, em 1991, que se refere à descrição
dos elementos da prática de enfermagem, consubstanciado nos cuidados de enfermagem,
dispensados à população em diversos contextos institucionais e não institucionais.
As dificuldades enfrentadas na escolha do termo fenômeno de enfermagem também
foram evidenciadas, numa menor intensidade, na do termo intervenção de enfermagem, que é
definido como a ação realizada em resposta aos fenômenos diagnosticados pelas enfermeiras.
Para fins da CIPE, o termo intervenção de enfermagem abrange toda a diversidade de atividades
de enfermagem (cognitivas, afetivas e psicomotoras), que incluem a promoção da saúde, a
prevenção de enfermidades, a restauração da saúde e o alívio do sofrimento. Com relação ao
terceiro elemento, o CIE tem elegido como termo preferido “resultado da prática de
enfermagem no paciente”, que define como o estado, condição ou percepção geral do paciente
ou da família, que se derivam das intervenções de enfermagem (ICN, 1996b).
A etapa seguinte na construção das pirâmides foi o desenvolvimento de uma arquitetura
para as classificações dos fenômenos e das intervenções de enfermagem. Para o desenvolvimento
dessa arquitetura foram utilizadas, como estrutura teórica, as teorias de definição e classificação,
da forma como são descritas na Filosofia e utilizadas em trabalhos sobre padronização na
informatização dos cuidados de saúde, que têm sido selecionadas como uma estrutura teórica
comum para discussões da linguagem e classificação, relativas à CIPE (Nielsen, 1996). De
acordo com a estrutura teórica utilizada, classificação é um sistema de conceitos ou um grupo de
termos inter-relacionados, ligados por relações genéricas. Para os referidos autores, a ênfase
sobre “um sistema de conceitos” é diferente da ênfase sobre “um grupo de termos interrelacionados”, pois conceitos são apropriados para serem entidades abstratas não lingüísticas,
que são expressas ou representadas por termos lingüísticos.
Conceito é entendido nessa classificação como uma “unidade de pensamento, que, para
ser comunicado e/ou compartilhado por outras pessoas, tem que ser expresso em palavras.
Estas palavras são combinadas e apresentadas seguindo regras para formar uma linguagem,
que é usada pelas enfermeiras para expressar os conceitos de enfermagem” (Nielsen, 1996).
Para o CIE (ICN, 1996b), não é tarefa fácil se identificar as palavras ou sinônimos que
devem ser utilizados para se descrever os conceitos de enfermagem, uma vez que se podem usar
vários termos distintos para se descrever um único conceito de enfermagem. Em se tratando de
vocabulários normalizados é necessário fazer-se a seleção de um termo preferido, ou seja, cada
34
conceito deve ser cuidadosamente analisado para se identificar seu significado exato. Na seleção
do termo preferido existem alguns aspectos que merecem ser considerados, quando se tenta
definir os termos específicos de uma profissão, como, quando as palavras utilizadas de uma
maneira especial em contextos particulares podem adquirir significado novo e muito específico.
Outras vezes, o conceito é tão complexo para poder ser expresso com uma só palavra, que requer
a combinação de várias palavras, formando uma frase. Em algumas linguagens, a ordem das
palavras na frase influi em seu significado. Outras vezes, ordenar as palavras de uma maneira
particular para se conseguir uma normalização e precisão do significado dá lugar a uma frase
inadequada, não refletindo o seu uso na linguagem corrente. Dessa forma, pode-se afirmar que
definir os termos é uma tarefa muito complexa. A finalidade geral de se definir as palavras é
facilitar a comunicação e, conseqüentemente, tornar mais claro o significado das mesmas.
Existem vários métodos para se formular as definições de termos. A CIPE utilizou o
método de definição por classe e diferença. Esse método define um conceito, especificando a
classe principal de objetos à qual ele pertence e as características que o distinguem de todos os
outros membros da classe. Esse método de definição implica também situar os termos em ordem
crescente – a classe como termo superior e a espécie como termo inferior, subordinado. Ao se
situar os termos nas posições superior e subordinada, cria-se uma relação hierárquica entre os
conceitos. Dessa forma, pode-se considerar que existe relação genérica entre os conceitos,
quando o subordinado tem todas as características do conceito de ordem superior e, pelo menos,
uma característica diferenciadora.
Nessa classificação, o significado do termo é dado pela definição e pela sua posição na
estrutura arquitetônica da classificação. A descrição completa de um conceito requer que se
reconheçam todas as características dos níveis pertinentes de abstração superior.
As
características têm a dupla função de identificar um conceito e diferenciá-lo de outro, o que
também é expresso nos princípios arquitetônicos (ICN, 1996b).
A diferença da CIPE das demais classificações de Enfermagem existentes e de outras
classificações utilizadas na área da saúde, como a CID – 10, é sua construção de acordo com as
regras de classificação, nas quais todos os conceitos se definem e se situam sistematicamente em
um marco de relações hierárquicas. Uma relação hierárquica é a que se dá entre conceitos, e se
estabelece através de divisão de um conceito de ordem superior em conceitos subordinados, para
formar um ou mais níveis adjacentes, que se denominam níveis de abstração. A divisão entre os
níveis adjacentes deve ser feita seguindo-se um princípio específico, que se chama princípio de
divisão. De certo modo, as classificações existentes na Enfermagem são fragmentadas, porque
35
os conceitos não estão sistematicamente relacionados entre si, nem definidos sistematicamente.
As definições se dispersam em todas as direções. A Versão Alfa, diferentemente, persegue a
finalidade de ser um sistema holístico de conceitos inter-relacionados, que se definem uns em
função dos outros (Nielsen, 1996).
Os conceitos da Classificação de Fenômenos de Enfermagem são definidos por suas
características essenciais, que representam observações empíricas, diretamente observadas, e
inferências mentais indiretamente observadas. Dessa forma, as características cobrem, tanto os
sinais objetivos que são observados e inferidos pelas enfermeiras, como os sintomas subjetivos
que são verbalizados pelo cliente e interpretados pelas enfermeiras (Mortensen, 1997). Sem
dúvida, não se deve supor que todas as definições são baseadas exclusivamente em
características essenciais, nem que se tenha identificado todas as características importantes, pois
o próprio CIE reconhece que as “definições apresentadas são imprecisas e não estão
suficientemente claras para serem utilizadas na prática clínica” (ICN, 1996b).
3.1.1 Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE – Versão Alfa
A Classificação dos Fenômenos de Enfermagem foi construída como uma classificação
monohierárquica, em cujo vértice encontra-se um único princípio geral de divisão – o termo
fenômeno de enfermagem. O princípio lógico de divisão utilizado foi o foco da prática de
enfermagem, onde os seus múltiplos campos de ação podem ser vistos no contexto mais amplo
de um referencial teórico que descreve a estrutura da realidade, de acordo com distintos níveis,
que vão, desde os grupos de pessoas que constituem as sociedades, às propriedades físicas
fundamentais (ICN ,1996b, Mortensen, 1997).
A escolha desse modelo, como princípio de divisão para se organizar todos os conceitos,
ou seja, os termos utilizados para se denominar os fenômenos de enfermagem, estão de acordo
com o ponto de vista do CIE, o de que o desenvolvimento da CIPE deve ser feito a partir de um
quadro conceitual definido, mas não dependente de um quadro teórico particular ou de qualquer
um dos modelos de Enfermagem (Mortensen, 1997).
Cada nível de descrição pode apresentar uma rede específica e distintiva de conceitos e
classificações. Um grande número de disciplinas tem evoluído, baseando o desenvolvimento dos
36
seus conhecimentos científicos em um ou mais desses níveis da realidade. Nesse enfoque, o
paciente e/ou cliente pode ser descrito com base em diferentes níveis. A descrição das células
corporais e dos tecidos é utilizada nas ciências da Citologia e Histologia, que são os focos dos
biologistas e dos patologistas, respectivamente (Mortensen, 1997).
Da mesma forma, a
descrição dos sistemas fisiológicos é encontrada nas ciências biomédicas e constitui o foco
profissional dos médicos cardiologistas, pneumologistas, urologistas, entre outros.
Até o presente momento, não é possível identificar, na literatura da Enfermagem que trata
da construção da CIPE, o horizonte teórico-filosófico utilizado para a escolha deste modelo de
descrição da realidade. Para o CIE (ICN, 1996b), esse modelo teórico proporciona exemplos de
focos da prática de enfermagem em função dos quais podem-se subdividir os fenômenos de
enfermagem, assegurando-se, também, que um único princípio geral de divisão guie as
subdivisões dos diferentes níveis. O seu uso é importante, porque os critérios estabelecidos pelo
CIE para a CIPE deixam claro que, para que essa classificação seja útil e amplamente aplicada,
deve basear-se num núcleo central, no qual possa haver adições, mediante um processo contínuo
de desenvolvimento e aperfeiçoamento.
Explicando a utilização do modelo de descrição da realidade, na construção da
arquitetura da Classificação de Fenômenos de Enfermagem, Nielsen (1996) e Mortensen (1997)
afirmam que, aplicando-se o princípio geral de divisão nos diferentes níveis de descrição, dos
níveis + 3 ao – 4, têm-se os conceitos do núcleo central da classificação. Com base nesses
mesmos autores, será feita a descrição da Classificação de Fenômenos de Enfermagem.
A primeira subdivisão dos fenômenos de enfermagem é feita em dois grandes focos, um
representado pelos níveis com números negativos até o – 4, incluindo o zero, e um outro
representado pelos números positivos: fenômenos de enfermagem pertencentes ao Ser Humano
e fenômenos de enfermagem pertencentes ao Meio Ambiente, que refletem o foco da prática de
enfermagem na atenção primária e secundária de saúde.
Cada um dos conceitos do núcleo central da classificação se subdivide e é nesse espaço
que aparecem os fenômenos de enfermagem que são de relevância direta para a sua prática
clínica, ou seja, os termos usados para denominar as situações ou problemas de enfermagem.
Esse tipo de princípio de divisão pode ser ou não o mais adequado para todas as
especialidades da Enfermagem. Esse fato é enfatizado pelo CIE (ICN, 1996b), quando deixa
37
claro que os princípios de divisão estão incompletos, reforçando que as discussões desses
princípios e as sugestões de alternativas serão bem-vindas, dentro do processo de consulta.
Na escolha da definição da localização dos termos na classificação foram levados em
consideração, além das características específicas dos mesmos, o julgamento profissional e as
pesquisas realizadas na área de Enfermagem. Tanto Mortensen (1997), como Nielsen (1997),
autores da arquitetura da CIPE, afirmam que as ambigüidades nas definições dos termos
dificultaram a construção da classificação e, conseqüentemente, a sua aplicação na prática
clínica. Lembram que os dicionários não podem ser consultados a fim de decidirem quais
características essenciais poderiam ser consideradas as mais proeminentes e as mais precisas,
numa perspectiva da Enfermagem. Tais decisões só serão possíveis de ser tomadas a partir de
julgamentos profissionais e do desenvolvimento de pesquisas de validação dos termos nas
diversas áreas clínicas da Enfermagem.
Para a construção da pirâmide conceitual dos fenômenos de enfermagem foram utilizados
implicitamente outros princípios arquitetônicos: as características dos conceitos de cada nível
formam-se dos conceitos de cada um dos níveis superiores; os conceitos identificam-se e
diferenciam-se de outros conceitos do mesmo nível por suas características especificas; os
conceitos não são totalmente independentes, mas estão sistematicamente relacionados entre si; as
classes ou categorias devem ser exaustivas (devem abranger todas as espécies pertencentes a um
determinado gênero); as classes ou categorias devem ser exclusivas (não deve haver nenhuma
superposição entre elas).
3.1.2 Classificação das Intervenções de Enfermagem – CIPE Versão Alfa
Na classificação das intervenções foram utilizados os mesmos princípios arquitetônicos
da classificação de fenômenos, com a inclusão de dois outros princípios: 1) A classificação é
multiaxial, isto é, o termo do vértice subdivide-se, seguindo mais de um princípio geral de
divisão; 2) A classificação é matricial, isto é, alguns conceitos não são primitivos, mas existem
combinações de conceitos primitivos.
A decisão sobre os princípios de divisão para a classificação das intervenções de
enfermagem foi mais difícil do que para a classificação dos fenômenos. Para isso, foi utilizada a
38
técnica de análise lógica, a partir da qual foram identificados seis princípios de divisão, que se
expressam como eixos da classificação das intervenções de enfermagem (ICN, 1996b).
Cada eixo divide-se em classes, segundo suas características específicas: Eixo A – Ações:
Intervenções de enfermagem subdivididas de acordo com a prática de enfermagem – observando,
gerenciando, desempenhando, cuidando e informando; Eixo B – Objetos: Intervenções de
enfermagem subdivididas de acordo com o objeto da prática de enfermagem – fenômenos de
enfermagem e outros objetos que não sejam fenômenos de enfermagem; Eixo C – Métodos:
Intervenções de enfermagem subdivididas de acordo com o método da prática de enfermagem –
procedimentos e intervenções situacionais; Eixo D – Meios: Intervenções de enfermagem
subdivididas de acordo com os meios da prática de enfermagem – instrumentos e recursos
humanos; Eixo E – Lugar do Corpo: Intervenções de enfermagem subdivididas de acordo com o
lugar do corpo da prática de enfermagem – localização anatômica e vias anatômicas; e Eixo F –
Tempo/Local: Intervenções de enfermagem subdivididas de acordo com o tempo/local da prática
de enfermagem – tempo e local (Marin, 1997).
Segundo o CIE (ICN, 1996b), nem todos os usuários da CIPE necessitam de utilizar
todos os eixos para direcionar as intervenções de enfermagem. Mas, devem considerar a relação
que existe entre as três partes da CIPE, uma vez que uma das finalidades principais dessa
classificação é habituar as enfermeiras a examinar a eficácia de seus cuidados e decidir sobre
qual a intervenção que vai produzir os melhores resultados para um determinado fenômeno de
enfermagem. A vinculação entre essas duas classificações dá-se, quando a enfermeira, utilizando
o julgamento clínico associado a seus conhecimentos e experiências prévias, diagnostica um
fenômeno e determina as intervenções que devem ser usadas para alcançar o resultado esperado.
3.2 Construção da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem – Versão Beta da
CIPE
O CIE tem recebido, desde a publicação da CIPE – Versão Alfa, comentários e críticas
das suas Organizações membros, de enfermeiras, de consultores experts e recomendações de
vários projetos de avaliação e comprovação da Versão Alfa, tais como: estudos de validação
multinacionais, resultados da verificação da utilização da CIPE no projeto TELENURSE na
Europa e dos projetos regionais da América Latina e da África do Sul na área da assistência
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primária de saúde, que têm contribuído para a sua reformulação e, conseqüentemente, para o
desenvolvimento dos trabalhos da Versão Beta da CIPE (ICN, 1998).
Em março de 1998, o CIE apresentou as novas decisões adotadas pela Equipe de
desenvolvimento da CIPE, na construção de um modelo experimental da Versão Beta. Esse
modelo é um exemplo de como pode ser construída a CIPE, numa abordagem multiaxial, mas, é
necessário levar-se em consideração que o mesmo persegue a finalidade de conseguir suportes
mais amplos para o processo e para o desenvolvimento de uma Versão Beta no futuro. Na
Versão Beta, a CIPE continuará a ser desenvolvida como um marco unificador, ou seja, o CIE
continua reconhecendo o trabalho existente dos diversos sistemas de classificação em
Enfermagem, permitindo a configuração cruzada dos termos das classificações existentes e de
outras que vierem a ser desenvolvidas. Dessa forma, o CIE reafirma que um dos principais
critérios dessa classificação é o de poder ser suficientemente ampla e sensível à diversidade
cultural, de modo que sirva para os múltiplos fins e propósitos requeridos pelos distintos países
onde será utilizada (ICN, 1998).
Similarmente à Versão Alfa, o foco central da Versão Beta continua sendo a prática de
enfermagem descrita como um processo dinâmico sujeito a mudanças. Os componentes
principais continuam a ser os Fenômenos de enfermagem, as Ações de enfermagem e os
Resultados de enfermagem, num enfoque multiaxial. A classificação multiaxial permite mais
de uma divisão do termo superior (top term) e combinações dos conceitos das distintas divisões e
eixos. Para o CIE, o uso de um enfoque multiaxial proporciona maior solidez à classificação e
serve de base para diversificar a expressão dos conceitos necessários em uma classificação
internacional (ICN, 1998).
Na Enfermagem a transformação das classificações monoaxiais em classificações
multiaxiais ou poli-hierárquicas pode ser ilustrada, resumindo-se as quatro gerações ou tipos de
classificação.
As classificações de primeira geração constituem-se mediante princípios arquitetônicos
que descrevem um número ordenado de conceitos, ou seja, são listas sistemáticas. Foi dessa
forma que começou a ser desenvolvida a CIPE, com uma lista alfabética dos termos constantes
em todos os sistemas de classificação de enfermagem identificados na literatura especializada.
Outros exemplos desse tipo de classificação são: os 21 problemas de Abdellah, a Nursing
Intervention Lexicon and Taxonomy – NILT (Léxico e Taxonomia das Intervenções de
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Enfermagem), elaborada nos Estados Unidos por Susan Grobe, e a Lista Belga de 23
intervenções de enfermagem (Nielsen & Mortensen, 1997, Coenen, 1998).
As classificações de segunda geração são constituídas, obedecendo a princípios
hierárquicos. Pertencem a essa segunda geração: a Classificação dos Fenômenos de Enfermagem
da CIPE, a Classificação de Diagnósticos de Enfermagem da NANDA, a Classificação de
Omaha, a Classificação de Intervenções de Enfermagem e a Classificação de Cuidados
Domiciliares de Saúde de Saba (Nielsen & Mortensen, 1997, Coenen, 1998).
As classificações de terceira geração constituem-se como ampliação das classificações de
segunda geração, permitindo mais de uma divisão do termo superior (top term) e combinações de
conceitos de diversas divisões e eixos. A Classificação de Intervenções de Enfermagem da
Versão Alfa da CIPE é um exemplo desse tipo de classificação de terceira geração. As
Classificações de Fenômenos e Resultados de Enfermagem da CIPE, na Versão Beta, serão
desenvolvidas como classificações multiaxiais, portanto, de terceira geração (Nielsen &
Mortensen, 1997, Coenen, 1998).
As Classificações de quarta geração são consideradas um aperfeiçoamento das de
terceira.
Nesse tipo de classificação as normas para as combinações dos conceitos estão
explícitas. Até o presente momento não foi identificado nenhum exemplo de sistema de
classificação de quarta geração, na Enfermagem (Nielsen & Mortensen, 1996, Coenen, 1998).
A escolha de um sistema de classificação de terceira geração para a construção da Versão
Beta da CIPE fundamenta-se, principalmente, nas seguintes vantagens: maior liberdade de
combinação de conceitos, uma vez que não existe uma combinação prévia dos mesmos;
diminuição dos níveis hierárquicos; existência de um único princípio global de divisão para cada
classificação; possibilidade de os usuários fazerem as combinações dos conceitos contidos na
classificação, de acordo com a sua realidade e experiência; flexibilização e aumento do poder
expressivo da linguagem da Enfermagem decorrente das combinações a posteriori, evitando-se a
normalização da linguagem da profissão (Nielsen & Mortensen, 1996).
Na Versão Beta as definições contidas na Classificação de Fenômenos de Enfermagem
têm sido revistas para serem rearranjadas numa abordagem multiaxial. Nessa versão, Fenômeno
de enfermagem é definido como “fator que influencia o estado de saúde e constitui o objeto das
ações de enfermagem”, e, diagnósticos de enfermagem, como “um título dado pela enfermeira
para uma decisão sobre um fenômeno de enfermagem, que é o foco das intervenções de
41
enfermagem”. Para o CIE, o diagnóstico de enfermagem é construído a partir dos conceitos
contidos nos eixos da Classificação dos Fenômenos (Coenen, 1998).
Na mudança de uma abordagem monoaxial da Versão Alfa para uma abordagem
multiaxial na Versão Beta, para a Classificação de Fenômenos de Enfermagem, os seguintes
eixos foram desenvolvidos: foco da prática de enfermagem, julgamento, grau (severidade),
freqüência, cronicidade, topografia/lateralidade, lugar do corpo e probabilidade. O eixo
que se refere ao foco da prática de enfermagem está descrito na Classificação de Fenômenos de
Enfermagem da Versão Alfa da CIPE. No eixo do julgamento é apresentada uma lista, bastante
extensa, de qualificadores dos fenômenos, vários dos quais são identificados na bibliografia de
Enfermagem, permitindo à enfermeira criar seus próprios conceitos, combinando diferentes
focos da prática de enfermagem com o julgamento adequado para chegar ao diagnóstico de
enfermagem (Nielsen & Mortensen, 1997).
Os referidos autores afirmam que nem todos os julgamentos diagnósticos têm que estar
orientados para problemas.
Algumas vezes sugerem-se qualificadores que evidenciam
comportamentos saudáveis ou potencialidades dos indivíduos. Em conseqüência, julga-se que
alguns fenômenos de enfermagem, positivos, podem ser fortalecidos ou intensificados, levando a
diagnósticos de bem-estar. É proposto, também, que os diagnósticos sejam expressos em
diferentes graus, a fim de possibilitar a mensuração dos resultados clínicos de enfermagem de
maneira mais precisa.
Outra mudança significativa apresentada pelo CIE, na Versão Beta, para a Classificação
dos Fenômenos de Enfermagem, diz respeito a sua estrutura.
Duas grandes mudanças foram feitas: 1) As categorias Família, Comunidade e
Sociedade passaram da categoria Meio ambiente para a de Ser humano e se classificam abaixo
da categoria Grupos; 2) A reclassificação da categoria Sensações, que passou a Função. Com
essas mudanças o eixo focos da prática de enfermagem, ficou constituído de dois termos no
seu ápice: Ser humano e Meio ambiente. Abaixo do termo Ser Humano foram classificados
os fenômenos de caráter Individual, subdivididos em Funções e Pessoa, e de Grupos, incluindo
Família, Comunidade e Sociedade. Abaixo do termo Meio ambiente estão colocados os
fenômenos relacionados com o Meio ambiente físico, biológico e artificial (Coenen, 1998).
O CIE (ICN, 1998), afirma que estão sendo envidados grandes esforços no
desenvolvimento e revisão dos termos contidos no eixo foco da prática de enfermagem. Como
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na Versão Alfa, cada termo é definido por um conceito geral (classe) e pelas características
específicas deste conceito (espécie). Nas novas definições que estão sendo desenvolvidas e
revistas serão identificadas, também, outras características que freqüentemente identificam o
conceito. O CIE solicita às enfermeiras que contribuam para esse processo atual de
desenvolvimento e revisão dos termos.
A Classificação de Intervenções de Enfermagem, substituída, na Versão Beta, pela
denominação Classificação das Ações de Enfermagem, é também uma classificação multiaxial
ou de terceira geração. Nessa classificação o termo ações de enfermagem foi definido como “o
desempenho das enfermeiras na prática assistencial”, e as intervenções de enfermagem como “a
ação realizada em resposta a um diagnóstico de enfermagem visando à obtenção de um
resultado de enfermagem” (ICN, 1998).
Para continuar o desenvolvimento da classificação acima referida, o CIE propõe um
método fundamentado na linguagem, que utiliza como marco referencial as categorias
lingüísticas. No eixo principal são classificados os tipos de ações, representados por verbos.
Outra mudança apresentada foi a alteração nos eixos que passaram a ser: Tipos de Ações,
Objetos, Receptor, Métodos e Instrumentos.
Dessa forma, nessa classificação, as
intervenções de enfermagem são constituídas dos conceitos contidos nos eixos.
Nas orientações para a Versão Beta da CIPE, a definição de resultados foi revisada,
passando a ser “a mensuração da mudança de um diagnóstico de enfermagem num período
determinado de tempo, após a execução das intervenções de enfermagem” (ICN, 1998).
Em junho de 1999, o CIE disponibilizou, em sua homepage na internet, a Classificação
Internacional da Prática de Enfermagem – Versão Beta 1, apresentando, similarmente à
Versão Alfa, os seus três componentes: Fenômenos, Resultados e Ações de enfermagem (ICN,
1999a). Esses componentes continuaram a ser definidos da mesma forma como foram descritos
em agosto de 1998 e apresentados anteriormente neste trabalho.
Nessa versão, a Classificação de Fenômenos de Enfermagem foi desenvolvida numa
abordagem multiaxial, constituída de oito eixos denominados de: Foco da prática de
enfermagem, compreendido como a área de atuação descrita nos regulamentos sociais e
políticos da profissão e nas estruturas conceituais da prática de enfermagem; Julgamento,
definido como a opinião clínica, a estimativa ou determinação pelo profissional de enfermagem
sobre o estado de um fenômeno de enfermagem, incluindo a qualidade relativa à intensidade ou
43
ao grau de manifestação desse fenômeno; Freqüência, entendida como o número de ocorrências
ou repetições de um fenômeno de enfermagem num determinado intervalo de tempo; Duração,
significando o intervalo de tempo durante o qual um fenômeno de enfermagem ocorre; Parte do
corpo, definida como a posição anatômica ou localização de um fenômeno de enfermagem;
Topologia, compreendendo a região anatômica em relação ao ponto médio ou à extensão de uma
área anatômica de um fenômeno de enfermagem; Probabilidade, significando a possibilidade de
ocorrência de um fenômeno de enfermagem; Distribuição, entendida como a difusão de um
fenômeno de enfermagem entre pessoas que apresentem esses fenômenos (ICN, 1999a). Em
outubro de 1999 o CIE apresentou uma modificação no eixo de Distribuição que passou a ser
denominado de Portador e definido como a entidade que pode ser vista como portadora do
fenômeno de enfermagem (ICN, 1999b).
O primeiro eixo, o Foco da prática de enfermagem, corresponde à Classificação de
Fenômenos de Enfermagem apresentada na Versão Alfa, que é o objeto de estudo deste trabalho.
No eixo Foco da prática de enfermagem os fenômenos de enfermagem constituem dois grandes
blocos: os relacionados com o Ser humano e os com o Meio ambiente, totalizando 655 termos,
ou seja, 362 termos a mais do que os 293 apresentados na Versão Alfa.
De acordo com a nova árvore taxonômica apresentada pelo CIE, no bloco Ser Humano,
foram classificados os fenômenos de caráter Individual, subdivididos em Funções e Pessoa, e
de Grupo, incluindo a Família e a Comunidade. No bloco relacionado com o Meio ambiente
estão colocados os fenômenos relacionados com o Meio ambiente natural, subdividido em
Meio ambiente físico e Meio ambiente biológico, e com o Meio ambiente construído pelo
homem, incluindo Infra-estrutura, Sistema de suporte, Desenvolvimento do país, Normas e
atitudes e Legislação.
As maiores diferenças apresentadas nessa nova arquitetura para o Eixo Foco da prática de
enfermagem estão relacionadas com a exclusão do conceito Sociedade da categoria Grupo, e a
substituição do conceito Meio ambiente artificial da categoria Meio ambiente, por Meio
ambiente construído pelo homem.
O CIE também apresenta, na Versão Beta, as regras para a construção do diagnóstico de
enfermagem a partir dos eixos da Classificação de Fenômenos de Enfermagem. Para o CIE um
diagnóstico de enfermagem deve: 1) incluir um termo do eixo foco da prática de enfermagem; 2)
conter um termo do eixo de julgamento ou do eixo de suscetibilidade; 3) considerar opcionais
termos dos outros eixos, que servem para expandir ou aumentar a compreensão do diagnóstico
44
de enfermagem; 4) permitir só ser usado um termo de cada um dos oito eixos que constituem a
Classificação de Fenômenos de Enfermagem (ICN, 1999a).
A Classificação de Ações de Enfermagem continua a ser desenvolvida numa
abordagem multiaxial, obedecendo às mesmas definições apresentadas em agosto de 1998, mas
com alterações significativas nos seus eixos, que passaram dos cinco anteriormente apresentados,
para oito. Esses eixos são: Tipo de ação, representado por uma ação de enfermagem; Alvo,
significando a entidade que é afetada pela ação de enfermagem ou que proporciona o conteúdo
da ação de enfermagem; Meio, entendido como a entidade usada na execução de uma ação de
enfermagem, podendo incluir instrumentos definidos, como as ferramentas utilizadas no
desenvolvimento de uma ação de enfermagem, e serviços, definidos como trabalhos específicos
ou planos usados quando se desenvolve uma ação de enfermagem; Tempo, entendido como a
orientação temporal de uma ação de enfermagem, podendo incluir um período de tempo
(evento), definido como um momento de tempo, e intervalo de tempo (episódio), definido como
a duração entre dois eventos; Topologia, significando a região anatômica em relação a um ponto
ou à extensão de uma área anatômica envolvida numa ação de enfermagem; Localidade,
entendida como a orientação espacial anatômica de uma ação de enfermagem, incluindo local do
corpo, definido como a localidade anatômica da ação, e lugar, definido como a localidade
espacial onde a ação está ocorrendo; Via, entendida como o caminho onde a ação de
enfermagem é executada; Beneficiário, significando a entidade que recebe as vantagens de uma
ação de enfermagem (ICN, 1999a).
Os Resultados de Enfermagem continuam a ser vistos como uma mensuração da
mudança de um diagnóstico de enfermagem num período determinado de tempo, após a
execução das intervenções de enfermagem.
Para o CIE, a Classificação de Resultados de
Enfermagem tem como propósito começar a identificar e a distinguir as contribuições específicas
da Enfermagem, numa perspectiva dos resultados nos cuidados da saúde. A ênfase na eficácia
de cuidados de saúde tem resultado em muitos esforços para se descrever e definir resultados e
medidas de resultados (ICN, 1999a).
Para o CIE, 1999 foi considerado o ano de transição para a CIPE. Para 2000 a meta é a
aprovação de mecanismos de desenvolvimento e manutenção da CIPE, incluindo mecanismos
que envolvam enfermeiras de todas as associações membros e experts em informática e
classificação (ICN, 1999c).
45
Com base no que foi relatado, pode-se afirmar que, até o presente, muitos esforços já
foram feitos no sentido de se desenvolver uma classificação internacional para a prática de
enfermagem. Dentre esses esforços podem-se ressaltar a tradução da CIPE Versão Alfa em
diversas línguas, sua disseminação e avaliação em vários países, todo o trabalho de construção
da Versão Beta emergencial, a divulgação, via internet, da Versão Beta 1 e a publicação da
Versão Beta para testagem clínica e avaliação. Como o desenvolvimento da CIPE é um processo
em longo prazo, o contínuo envolvimento das enfermeiras de todo o mundo é visto pelo CIE
como um ponto positivo e necessário para que essa classificação possa representar a diversidade
da Enfermagem mundial.
46
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4.1 Considerações sobre o referencial metodológico
Houve, nas duas últimas décadas, uma proliferação de Sistemas de Classificação na
Enfermagem, a maioria desenvolvida nos Estados Unidos, com um crescente interesse em
traduzi-los para aplicação em outras culturas. Esse tem sido considerado um dos fatores que tem
contribuído para a expansão da pesquisa transcultural em Enfermagem. McDermott & Palchanes
(1994), apontam as mudanças nas definições geográficas e políticas dos países, a emigração das
pessoas e a natureza global da Enfermagem, como outros fatores que contribuíram para o
desenvolvimento de estudos que utilizam a metodologia de pesquisa transcultural.
A pesquisa transcultural, segundo Irvine e Carroll3, citados em Jones (1987), pode
apresentar dois objetivos: o operacional e o comparativo. O objetivo é considerado operacional,
quando o estudo determina a distância cultural entre grupos ou seu grau de aculturação. Nesse
caso, a cultura na qual o instrumento ou o sistema de classificação foi desenvolvido, funciona
como critério para interpretação dos resultados. Quando o objetivo é o comparativo, o estudo
consiste em testar um construto através de culturas. Nessa perspectiva é necessária a adoção de
uma abordagem metodológica objetiva, sistemática e rigorosa para que a estrutura original do
instrumento testado não se modifique sob as influências culturais.
Apesar dos diversos trabalhos que discutem as metodologias e as dificuldades das
traduções transculturais em Enfermagem, não parece haver um consenso entre os autores sobre a
3
IRVINE, S. H., CARROLL, W. K. Testing and assessment across cultures: issues in methodology and theory. In:
TRIANDIS, H. D.; BERRY, J. W. (Eds.) Handbook of cross-cultural psychology: Methodology. Boston: Allyn &
Bacon, v. 2, p. 181-224. 1980.
47
melhor metodologia para se realizar a tradução de instrumentos desenvolvidos em outra língua e
cultura (Jones & Kay, 1992).
Para Guillemin, Bombardier & Beaton (1993), a adaptação transcultural pressupõe a
combinação de duas etapas interligadas – a tradução do instrumento e sua adaptação
propriamente dita. A partir da tradução literal de palavras e situações de um idioma para outro,
de um contexto cultural para outro, procede-se à avaliação da qualidade da medida adaptativa em
relação à sua compreensão, validade aparente e de conteúdo, replicagem e adequação.
A utilização de instrumentos ou de sistemas de classificação traduzidos depende do rigor
científico com o qual eles foram avaliados e revisados na cultura alvo, sendo, para isso,
necessário o seguimento de alguns passos.
Todo projeto de pesquisa transcultural envolve o uso da linguagem e, conseqüentemente,
problemas de comunicação podem ocorrer com a tradução de uma simples sentença. A revisão
da literatura especializada indica a falta de padronização de abordagens para a adaptação
transcultural de sistemas de classificação, mas apresenta um grande número de metodologias
para a tradução e adaptação de instrumentos, que apresentaremos para justificar a escolha da
metodologia que foi utilizada neste estudo.
Brislin (1970), com base num estudo que objetivou investigar fatores que afetam a
qualidade da tradução, como a equivalência entre as versões original e alvo, que podem ser
avaliadas, e na revisão da literatura especializada, apresentou uma sugestão de procedimento
metodológico constituído de cinco etapas, para prover uma tradução adequada do inglês para
outras línguas. Cada etapa pressupõe uma situação ideal, contudo, é possível se fazer mudanças
nos procedimentos para adequá-los ao projeto de pesquisas. Para o referido autor, as etapas são:
1) Instrução de um bilíngüe para traduzir a fonte em inglês para a língua alvo, e de um outro
bilíngüe para fazer a back-translation da língua alvo para o inglês. 2) Exame, por vários juízes,
da fonte em inglês, da tradução para a língua alvo e da back-translation, para identificarem erros
que levem a diferenças de significados, e, ainda, se possível, o questionamento de outros juízes,
depois de lerem somente uma das versões. Se forem identificados erros, deve-se repetir a
primeira etapa, apenas utilizando-se os dados conflitantes. 3) Na não existência de erros de
significado, deve-se fazer o pré-teste do material traduzido, com pessoas que falem a língua alvo,
proceder à revisão da tradução e do original em inglês, a partir dos resultados do pré-teste, e ao
exame criterioso da tradução, por outro bilíngüe. 4) Demonstração da adequação da tradução,
encaminhando-se o material para sujeitos bilíngües, vendo alguns a versão em inglês, outros a
48
tradução na língua alvo e outros ambas as versões. As respostas devem ser similares entre os
grupos, e verificadas através de seu significado, do desvio padrão e de coeficiente de correlação.
5) Relato das experiências, usando-se diferentes critérios para a equivalência.
Problemas de equivalência em traduções são freqüentemente observados. Secherest, Fay
& Zaidi (1972), descrevem cinco formas de equivalência, que apresentam diferentes tipos de
efeitos e conseqüências nas traduções: equivalência de vocabulário – uso da linguagem dos
respondentes prospectivos e não uma simples equivalência de palavras; equivalência idiomática
– busca de expressões ou explicações correspondentes na língua alvo, uma vez que expressões
idiomáticas são impossíveis de se traduzir; equivalência sintático-gramatical – busca de
tempos verbais usuais na língua alvo (estar atento para o fato de que as mudanças de tempos
verbais podem implicar mudanças de sentido); equivalência conceitual – verificação se os
diferentes conceitos usados têm as mesmas conotações em ambas as culturas envolvidas;
equivalência experiencial – verificação se as experiências reais descritas no instrumento contêm
o mesmo sentido em ambas as culturas e, eliminação, nessa equivalência, dos itens que não têm
contrapartida na cultura alvo.
Para Flaherty et al. (1988), algumas dimensões de equivalência transcultural precisam ser
respeitadas num processo de tradução: equivalência de conteúdo - o conteúdo de cada item de
um instrumento tem que ser relevante para o fenômeno em cada cultura estudada; equivalência
semântica ou de vocabulário e sintático-gramatical - o significado de cada item deve
permanecer o mesmo, após a tradução para o idioma de outra cultura; equivalência técnica - o
método de coleta de dados deve ser comparado, em cada cultura, no que diz respeito aos dados
que produz; equivalência de critério - a interpretação da medida da variável deve permanecer a
mesma, quando comparada com a norma para cada cultura estudada e, equivalência conceitual o instrumento deve medir o mesmo constructo teórico básico em diferentes culturas.
Essas dimensões de equivalência são listadas numa ordem que os autores acreditam ser a
mais lógica e conveniente para ser utilizada. Mas, ressaltam que cada dimensão é mutuamente
exclusiva. Qualquer item ou instrumento pode, por essa razão, ser equivalente transculturalmente
em uma ou mais dessas dimensões e não equivalente em outras.
Para Munford (1991), as dimensões de equivalência transcultural que devem ser
respeitadas num estudo transcultural são: 1) equivalência lingüística – pode ser medida pela
diferença do escore de cada sujeito; 2) equivalência conceitual – pode ser medida através de
índices de correlação, cuja significância estatística indica que há equivalência entre as respostas
49
e, portanto, há compreensão; 3) equivalência de escala – detecta o mesmo fenômeno em ambas
as línguas, através da aplicação do instrumento.
Plass (1991) descreve uma única dimensão de equivalência transcultural – a equivalência
de tradução, dividida em duas fases: a) onde se utiliza, como critério, a back-translation,
considerada fidedigna, b) onde se obtêm correlações estatísticas significantes entre os escores
resultantes da aplicação do instrumento, em ambas as versões (original e traduzida), de uma
amostra de sujeitos bilíngües.
Guillemin, Bombardier & Beaton (1993), após uma ampla revisão da literatura
especializada nas áreas de Psicologia e Sociologia sobre metodologias de adaptação
transcultural, desenvolveram uma proposta metodológica, incluindo recomendações para se obter
equivalência transcultural analisando-se os seguintes aspectos: tradução semântica, idiomática,
experiencial ou cultural e conceitual. Essa proposta inclui cinco etapas: tradução e backtranslation por pessoas qualificadas, revisão da tradução por um comitê de juízes, pré-teste para
a equivalência com o uso da back-translation adaptada, ponderação dos escores e avaliação das
propriedades psicométricas do instrumento adaptado.
Embora não haja um consenso a respeito de metodologias, dentre todas as propostas
apresentadas, um aspecto de equivalência aparece em todas elas – a equivalência semântica.
Deve-se reconhecer que essa equivalência é particularmente difícil de ser atingida em pesquisas
transculturais (Flaherty et al., 1988, Secherest, Fay & Zaidi, 1972). Para os referidos autores a
solução para o estabelecimento da equivalência semântica é associar o uso de tradutores ao bom
conhecimento, tanto da linguagem de origem, como da linguagem alvo de tradução, o que é
possível ser feito por meio da técnica da back-translation, desenvolvida por Werner e Campbell,
em 1970 e descrita em detalhes por Brislin, em 1970. Essa técnica é considerada, atualmente, na
literatura especializada, a mais adequada, no sentido de se obter um maior grau de equivalência.
A técnica da back-translation consiste em se traduzir o material de uma língua para outra,
por um bilíngüe ou profissional altamente proficiente na língua alvo da tradução. Esse material
já traduzido é então retrotraduzido para a língua original por outro tradutor ou tradutores. As
duas versões do original podem ser então comparadas para se avaliar a adequação da tradução.
Se existirem grandes diferenças entre as versões, sugere-se ao pesquisador que faça uma nova
tradução para melhor aproximá-la do original (Brislin, 1970). Sempre haverá alguma diferença
entre as duas versões, requerendo, segundo Flaherty et al. (1988), um julgamento do pesquisador
de que as duas versões são equivalentes, classificando os itens como tendo: exatamente o
50
mesmo significado em ambas as versões, quase o mesmo significado ou significado
diferente. Os termos com significados diferentes devem ser revistos, para se manter a sua
inclusão no estudo.
Estudos usando variações do processo de tradução de Brislin, são encontrados na
literatura especializada. McDermott & Palchanes (1994), fazendo uma revisão da literatura
sobre os elementos críticos na teoria de tradução, apresentam alguns desses estudos. Hansen &
Fouad4, em 1984, traduziram do inglês o SCII (Inventário de Interesse de Strong-Campbell) para
a língua espanhola, objetivando testar uma metodologia de tradução e validação de uma fonte
para uma retrotradução equivalente. Esse estudo foi desenvolvido, utilizando-se a técnica
sugerida por Brislin, com modificações, em três etapas do processo: 1) tradução para a língua
espanhola, por expert, incluindo revisão, correção e modificações feitas por um segundo bilíngüe
e uma revisão final, por um terceiro expert; 2) back-translation feita por um quarto bilíngüe,
incluindo correção da back-translation das palavras com significados errados; 3) teste de campo
com a fonte e a back-translation, feito junto a estudantes hispânicos e americanos, com a
comprovação deste teste através de testes estatísticos não-paramétricos. Bracken & Fouad5, em
1987, numa pesquisa desenvolvida na pediatria, traduziram o Bracken Basic Concepts Scale –
BBCS, do inglês para o espanhol, desenvolvendo as seguintes etapas: 1) tradução do original em
inglês para uma versão em espanhol; 2) realização de uma back-translation; 3) repetição das
duas primeiras etapas, até que a back-translation fosse aceita como equivalente à fonte; 4)
revisão e modificação da back-translation por um comitê de bilíngües adultos; 5) teste piloto da
back-translation com um grupo de crianças.
McDermott & Palchanes (1994) apontam ainda outros exemplos de pesquisa e afirmam
que a necessidade do desenvolvimento de pesquisa transcultural é geralmente aceita, mas
existem poucos relatórios de estudos quantitativos na Enfermagem, que possam servir de modelo
para futuras pesquisas. Ressaltam que existem três grandes considerações que devem ser levadas
em conta no desenvolvimento de estudos transculturais: o tempo e o custo financeiro; a escolha
da técnica adequada de tradução; o detalhamento dos passos desenvolvidos no estudo.
A técnica da back-translation descrita por Brislin foi utilizada para traduzir o
questionário de uso da Classificação de Intervenções de Enfermagem (NIC) do inglês para o
coreano e depois para o inglês, a fim de se estabelecer equivalência. As etapas da back4
HANSEN, J. C., FOUAD, N. A. Translation and validation of the Spanish form of the Strong-Campbell Interest
Inventory. Measurement and Evaluation in Guidance, v. 16, n. 4, p. 192-197, 1984.
51
translation utilizadas foram as seguintes: 1) um bilíngüe traduziu todos os itens do instrumento
original para a linguagem alvo (coreano); 2) um bilíngüe traduziu a tradução da língua alvo para
a língua original; 3) a versão original e a back-translation foram comparadas por equivalência
(Yom, 1998). Segundo a referida autora, alguns títulos das intervenções e suas definições foram
de difícil tradução, pelos seguintes fatores: diferenças estruturais entre a língua inglesa e a
coreana; uso de palavras modificadoras em inglês, que não podem ser traduzidas na mesma
ordem para o coreano; palavras que são difíceis de se traduzir porque não existem no coreano ou
necessitam de ser mais concisas antes de serem traduzidas. A despeito desses problemas
apontados, a tradução do questionário de uso da NIC para o coreano foi completa e muitas das
intervenções foram fáceis de ser traduzidas. A autora conclui que uma das grandes vantagens
dessa tradução foi facilitar a comunicação entre as enfermeiras e sugere o uso de método similar
para a validação dessas intervenções em outras linguagens.
Tendo em vista todas as propostas metodológicas apresentadas e os exemplos de
pesquisas realizadas, neste estudo será adotada a equivalência semântica sugerida por Brislin,
com algumas das modificações introduzidas por Bracken e Fouad e por Flaherty e colaboradores,
para que seja alcançado o objetivo do estudo. Para isso, serão desenvolvidas as seguintes etapas:
1) tradução da Classificação de Fenômenos de Enfermagem em inglês para a língua portuguesa,
por um bilíngüe, incluindo revisão, correção e modificações feitas por um outro bilíngüe e uma
revisão final realizada por um terceiro expert; 2) back-translation feita por um quarto elemento
bilíngüe, incluindo revisão, correção e modificações da back-translation, procurando corrigir
erros da língua portuguesa, passagens truncadas e informações desencontradas de acordo com o
original, por um quinto elemento bilíngüe; 3) revisão e modificação da back-translation por um
grupo de experts na área de Enfermagem, para que seja feita a correlação das versões (original,
tradução e a back-translation); 4) verificação da equivalência semântica dos fenômenos das duas
versões, classificando os títulos e as definições como tendo exatamente o mesmo significado,
quase o mesmo significado e significado diferente; 5) repetição das três primeiras etapas para
os termos que não alcançarem o índice de concordância de 80%.
5
BRACKEN, B., FOUAD, N. A. Spanish translation and validation of the Bracken Basic Concept Scale. School
Psychology Review, v. 16, n. 1, p. 94-102, 1987.
52
4.2 Descrição do estudo
A equivalência semântica dos fenômenos constantes na CIPE – Versão Alfa, neste
estudo, foi realizada no período de setembro de 1997 a agosto de 1998, a partir do recebimento,
pela ABEn, da tradução para o português do Brasil, dessa Classificação, feita pela Professora
Dra. Heimar Fátima Marin, que é proficiente na língua inglesa e familiarizada com o conteúdo
dessa classificação. Esse fato, segundo Brislin (1970), é condição indispensável para uma
tradução adequada.
A partir da liberação, pela ABEn, da tradução da CIPE – Versão Alfa, a Classificação de
Fenômenos de Enfermagem foi submetida a revisões, correções e modificações na língua
portuguesa, levando-se em consideração a correção da linguagem propriamente dita, a correção
das expressões idiomáticas e a uniformização da linguagem, feitas por duas professoras de
Português. Nessa etapa optou-se pela utilização dos termos e das características específicas na
forma substantivada: por ser o método usual para trabalhos desse tipo, como dicionários,
glossários; por necessidade de uniformização da linguagem; por o substantivo apresentar
considerável carga semântica; pelo uso de menor número de palavras, tornando o texto mais
objetivo. Também, foi levada em consideração a linguagem habitual das enfermeiras, os tempos
verbais usuais, que podem implicar mudança de sentido, e as expressões idiomáticas
relacionadas com a língua de origem (inglesa) e com a língua alvo (português do Brasil). Todas
as colaboradoras envolvidas nessa primeira etapa estavam cientes dos objetivos da tradução, mas
só a bilíngüe, que fez a tradução para o português, tinha formação na área de Enfermagem,
enquanto as demais tinham formação apenas na área de Letras: língua inglesa e portuguesa.
A partir dessa tradução, foi desenvolvida a back-translation por um outro bilíngüe, que
não estava ciente do objetivo da tradução e não tinha formação específica na área de
Enfermagem. Depois de concluída essa versão, a mesma foi submetida a um professor de inglês,
para revisão, correção e modificações da back-translation, com referência a termos com
significados errados na língua inglesa, sendo feitas as correções necessárias.
A terceira etapa dessa técnica foi constituída da revisão e modificação da backtranslation por um grupo de experts na área de Enfermagem, que conheciam o objetivo do
trabalho e os conceitos que foram analisados, para que fosse realizada a correlação das versões
(original, tradução e back-translation). O Grupo de experts teve como finalidade produzir uma
53
versão final da Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE – Versão Alfa, baseandose no original, na tradução e na back-translation e comparando os resultados entre si.
Fizeram parte desse Grupo cinco enfermeiras, todas com o título de Doutor, docentes de
três Universidades brasileiras, especialistas nas diversas áreas da Enfermagem, sendo duas delas
consideradas bilíngües, de acordo com o conceito de Garyfallos (1991), que considera bilíngüe a
“pessoa que é fluente em duas línguas e viveu pelo menos um ano em cada país, sendo, portanto,
considerada bicultural”.
Para facilitar essa tarefa, foi desenvolvido um instrumento, contendo três colunas: uma
com a classificação original em inglês, outra com a tradução para o português do Brasil e a
última com a back-translation, com um espaço para que cada membro marcasse se concordava
ou discordava da tradução dos títulos e definições de cada um dos fenômenos e com outro
espaço para que, em caso de discordância, apresentasse as sugestões para modificações na
tradução.
Foi explicado que nessa etapa não estava em discussão se o grupo de experts
concordava ou não com o termo atribuído a determinado fenômeno ou com a sua significação,
nem se esses termos eram usados ou não na nossa prática, mas, apenas, se existia uma correlação
entre os termos originais em inglês e os termos apresentados na versão feita a partir da tradução.
Nessa fase foi verificado o índice de concordância dos termos entre os experts.
Após essa etapa, verificou-se a equivalência semântica dos fenômenos (títulos e
definições) das duas versões, utilizando-se uma escala proposta por Flaherty et al. (1988),
classificando os termos como tendo exatamente o mesmo significado em ambas as versões,
quando apresentaram um índice de concordância, entre os experts, de 100%; quase o mesmo
significado, quando apresentaram um índice de concordância de 99% a 80%, e significado
diferente, quando apresentaram um índice de concordância igual ou abaixo de 79%.
Os títulos e as definições dos fenômenos, que não alcançaram um nível de equivalência
igual ou superior a 80%, foram submetidos novamente a todo o processo de equivalência
semântica, ou seja, a todas as etapas anteriormente descritas para, dessa forma, verificar-se a
possibilidade de se manter a sua inclusão na classificação. Nessa fase também foi desenvolvido
um outro instrumento, obedecendo-se ao mesmo formato do questionário utilizado na primeira
etapa, incluindo-se só os títulos e as definições dos fenômenos que não alcançaram um índice de
concordância igual ou acima de 80%.
54
Após a realização dessa etapa, foi dada por concluída a técnica da back-translation, com
a produção de uma versão final da tradução da Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da
CIPE – Versão Alfa, contendo os títulos e as definições dos fenômenos que alcançaram um
índice de concordância igual ou acima de 80%.
55
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os resultados da equivalência semântica dos 293 títulos e das 292 definições dos
fenômenos de enfermagem que resultaram da aplicação da técnica back-translation apontaram
para uma freqüência de concordância, entre os avaliadores, de 96% para os títulos e de 89% para
as definições.
Submetendo-se os títulos e as definições dos fenômenos ao julgamento se eles tinham
exatamente o mesmo significado em ambas as versões, quase o mesmo significado ou
significado diferente, os resultados evidenciaram que 88% dos títulos apresentaram uma
freqüência de concordância de 100%; 7% uma freqüência de concordância de 80%; e 5% uma
freqüência de concordância abaixo de 79%.
Os 5% dos títulos dos termos que apresentaram índice de concordância abaixo de 79%,
representam 14 termos, sendo nove do núcleo Ser humano e cinco do Meio ambiente,
conforme apresentados no Quadro I.
56
Quadro 1 Títulos dos Fenômenos de Enfermagem que apresentaram índice de concordância
abaixo de 79%, incluindo a versão original, a back-translation e as sugestões apresentadas pelo
grupo de especialistas. São Paulo, 1998.
Original em inglês
Back-translation
Sugestões para modificação
Dry
mucous Mucosa seca
membrane
Membrana mucosa seca
Hot flush
Ruborização
Rubor com calor
Rubor quente
Calor/rubor
Decision
Tomada de decisão
Coping
Estratégia
problemas
de
Decisão
enfrentamento
de Estratégia de resolução
Coping
Lidar
Lutar
Defensive coping
Estratégia defensiva de enfrentamento Estratégia
de problemas
resolução
Coping disabling
Estratégia ineficaz de enfrentamento de Estratégia
de
problemas
incapacitante
Ineffective
specific:
trauma,
divorce
defensiva
resolução:
coping Estratégia ineficaz de enfrentamento de Estratégia ineficaz de resolução
rape- problemas específicos: trauma de específica: trauma de estupro,
death, estupro, morte e divórcio
morte, divórcio
Compromised
health coping
Estratégia
comprometedora
de Estratégia comprometida
enfrentamento de problemas de saúde
resolução de problemas
saúde
Health denial
Negação de saúde
The environment: Meio ambiente humano
human
Inadequate
coping
Parental
conflict
de
de
de
Negação de problemas de saúde
Meio ambiente: seres humanos
family Estratégia inadequada de enfrentamento Estratégia de resolução familiar
de problemas familiares
inadequada
role Conflito de papel dos pais
Conflito materno e paterno de
papéis
The environment: Fenômenos de enfermagem pertencente Meio ambiente: natureza
nature
ao Meio ambiente: natureza
The
biological Ambiente biológico
environment
Meio ambiente biológico
57
Garcia (1992), analisando as diversas traduções existentes no Brasil para o diagnóstico de
enfermagem da NANDA Coping, como Resposta ineficaz ao estresse, Lidar individual
ineficaz e Lidar ineficaz: individual, ressalta que essas diversas denominações ocorreram por
conta da tradução do termo coping. A referida autora afirma que a melhor tradução entre as que
foram apresentadas, “parece ser a de lidar”, mas argumenta que, embora o sentido denotativo de
lidar seja semelhante ao do termo cope, o sentido conotativo com que ele é empregado no
diagnóstico não é o mesmo. Argumenta também que o termo coping vem sendo traduzido como
interatuante, tendo como base as definições apresentadas nos dicionários de psicologia, onde
coping significa qualquer ação em que o indivíduo interatua com o meio, para fins de realizar
alguma coisa.
A autora discutiu todos esses aspectos com um especialista em Lingüística
Aplicada ao ensino da Língua Inglesa, “que esclareceu que, no contexto em que o termo está
empregado no inglês, a conotação que mais se aproxima do seu significado é estratégias de
resolução”. Baseada nessas argumentações, a autora sugeriu para esse diagnóstico e para todos
os que têm o termo coping a utilização de Estratégias de resolução, sugestão que foi aprovada
pelo grupo de enfermeiras que analisaram as propostas de modificações no processo de
uniformização da linguagem dos diagnósticos de enfermagem da NANDA no Brasil.
Na tradução da CIPE – Versão Alfa para o português do Brasil, desenvolvida por um
Grupo de enfermeiras associadas da ABEn, esses termos foram traduzidos, acatando-se a
denominação utilizada na uniformização da linguagem dos diagnósticos no Brasil, ou seja:
“Estratégias de resolução de problemas, Estratégias defensivas de resolução de problemas,
Estratégias ineficazes de resolução de problemas; Estratégias ineficazes de resolução de
problemas específicos: trauma do estupro, morte, divórcio, Estratégias de resolução de saúde
comprometidas e Estratégias inadequadas de resolução de problemas familiares” (Cruz et al.,
1997).
Na tradução da Classificação de Fenômenos de Enfermagem, que foi submetida à técnica
back-translation neste trabalho (Marin, 1997), a tradutora preferiu a utilização do termo
Estratégias de enfrentamento, justificando que o termo coping não tem necessariamente o
significado de resolução, mas, sim, de mecanismos para enfrentamento de problemas.
Pesquisando na literatura especializada o significado do termo coping, encontra-se, no
Lexicon of Psychiatric and Mental Health Terms, organizado pela OMS, para definir os mais de
700 termos que aparecem na CID – 10 e são utilizados no campo da saúde mental e psiquiatria, o
referido termo, definido como a “habilidade de um indivíduo para ajustamento, adaptação e
resolução de problemas”. No mesmo trabalho, esse termo também é apresentado como coping
58
mechanisms, significando todos os meios pelos quais um indivíduo adapta-se ao meio ambiente e
resolve problemas com sucesso (WHO, 1994).
Nas traduções existentes para o termo coping, relacionadas com os diagnósticos de
enfermagem da NANDA, na língua espanhola, o mesmo é apresentado como Afrontamiento,
significando a resposta a uma situação, responsabilidade ou acontecimento (Apalategui &
Cuadra, 1995, Zambrana, Goris & Garcés, 1994). Na tradução para o português de Portugal, a
opção inicial para o diagnóstico de enfermagem da NANDA foi utilizar o termo estratégias de
adaptação (Paiva, 1998), mas na tradução da CIPE está sendo utilizado o termo em inglês –
coping, de acordo “...com o que é corrente na prática clínica de enfermagem em Portugal,
significando lidar com, adaptação, ultrapassar” (Abecasis, Madeira & Leal, 1997).
Levando-se em consideração a falta de consenso sobre a melhor tradução para o termo
coping, evidenciada nas citações acima referidas e na quantidade de sugestões que foram
apresentadas pelo grupo de especialistas, optou-se, na reapresentação dos mesmos na segunda
etapa da técnica da back-translation, pela utilização dos termos da forma como foram traduzidos
por Marin (1997).
Um outro termo que apresentou divergências significativas entre os avaliadores foi Hot
flush6, que foi traduzido como Rubor com calor. Entre as sugestões apresentadas ressaltam-se
ruborização, calor/rubor e rubor quente. Analisando-se o significado denotativo do termo quente
(hot), encontra-se “quente, de modo quente, ardente, excitado, ávido, fogoso”, e do termo rubor
(flush), “rubor, vermelhidão, acesso de febre ou calor, enrubescer, ruborizar-se, fazer corar,
ruborização, avermelhar” (Ferreira, 1998). A partir dos significados denotativos dos termos
pode-se inferir que o termo rubor quente é o mais apropriado para essa tradução.
O termo Health denial foi traduzido literalmente como Negação da saúde,
exemplificando muito bem o que colocam Secherest, Fay & Zaidi (1972), quando afirmam que o
significado essencial de um termo ou expressão, na maioria das vezes, não pode ser traduzido
literalmente, o que torna desejável uma maior flexibilidade na retrotradução. Esta flexibilidade
foi levada em consideração pelas avaliadoras, quando sugeriram o acréscimo da palavra
problemas, para que o termo Negação de problemas de saúde tivesse o sentido discursivo de
negação de mudanças no estado de saúde.
6
Após o término do trabalho deduzimos que a melhor tradução para o termo hot flush seria fogacho, que aqui
estamos apresentando a título de sugestão para futuros estudos.
59
Os termos The environment: human, The environment: nature e The biological
environment foram traduzidos sem a utilização do artigo definido, uma vez que na língua
portuguesa, nesse caso, não existe a necessidade de seu uso e também para uniformizar os títulos
dos termos.
Para os demais termos foram apresentadas as seguintes sugestões: acréscimo da palavra
“membrana” para Mucosa seca (Dry mucous membrane), a retirada da palavra “tomada” no
termo Tomada de decisão (Decision), e a troca da palavra “pais” por paterno/materno, no
Conflito de papel dos pais (Parental role conflict).
Submetendo-se as definições dos termos ao julgamento se elas tinham exatamente o
mesmo significado em ambas as versões, quase o mesmo significado ou significado
diferente, os resultados evidenciaram que 71% tiveram freqüência de concordância de 100%;
16% obtiveram 80% de freqüência de concordância; e 13% ficaram abaixo de 79%.
As definições dos termos que apresentaram índice de concordância abaixo de 79%
representaram 13%, correspondendo a 34 definições, sendo 26 ligadas ao núcleo de Ser humano
e 8 ao de Meio ambiente, conforme apresentadas no Quadro 2.
Quadro 2 Definição dos Fenômenos de Enfermagem que apresentaram índice de concordância
abaixo de 79%, incluindo a versão original, a back-translation e as sugestões apresentadas pelo
grupo de especialistas. São Paulo, 1998.
7
Original em inglês
Back-translation
Sugestões para
modificações7
Tissue Perfusion Alteration:
altered movement of blood
through tissues for delivery of
oxygen and nutrients at the
cellular level.
Perfusão tissular alterada:
movimentos alterados do
sangue nos tecidos por
descarga de oxigênio e de
nutrientes em nível celular.
Perfusão Tissular Alterada:
fluxo sangüíneo alterado nos
tecidos para liberação de
oxigênio e de nutrientes em
nível celular.
Shock: hypotension, coldness Choque: hipotensão, pele fria
of skin and tachycardia due to e taquicardia devido à aguda
acute peripheral circulatory falta de circulação periférica.
failure.
Choque: hipotensão, pele fria
e taquicardia devido à
falência aguda na circulação
periférica.
As sugestões apresentadas pelo Grupo de Especialistas estão sublinhadas no texto.
60
Functional
Incontinence:
urge to void or bladder
contractions
sufficiently
strong to result in loss of
urine before reaching an
appropriate receptacle.
Incontinência
funcional:
urgência para esvaziar a
bexiga ou contraí-la com
força suficiente para resultar
em perda de urina antes de
alcançar um nível apropriado
de armazenamento.
Incontinência
Funcional:
urgência para esvaziar a
bexiga ou contraí-la com
força suficiente para resultar
em perda de urina antes de
alcançar um local apropriado.
(ou receptáculo apropriado,
como vaso sanitário).
Fatigue: tired, sleepiness,
frequent yawing, listlessness,
not feeling well rested, lack
of strength with/without
activity.
Fadiga: cansaço, sonolência,
bocejamento
freqüente,
desatenção, sensação de não
estar bem descansado, falta
de vigor com ou sem
atividade.
Fadiga: cansaço, sonolência,
bocejamento
freqüente,
fraqueza, sensação de não
estar bem descansado, falta
de vigor com ou sem
atividade.
Birthing:
evolving
of Nascimento: evolução pré- Nascimento: evolução dos
perinatal body processes natal do processo corporal de processos corporais perinatais
maintaining and giving life.
manutenção e ganho de vida. de manutenção e ganho de
vida.
Acute Pain: responses are
quickly reaching a turning
point (self limited) and
caused by a concurrent
noxious stimulus associated
with tissue damage and
accompanied by automatic
responses.
Dor aguda: respostas que
rapidamente alcançam o
ponto inicial (autolimitado) e
causadas por um estímulo
atual e nocivo com dano de
tecido e acompanhado por
respostas automáticas.
Dor Aguda: respostas que
rapidamente alcançam o
ponto crítico (autolimitado)
causadas por um estímulo
nocivo concorrente associado
a dano
de tecido
e
acompanhado por respostas
automáticas.
Chronic Pain: responses are
long lasting and slowly
reaching a turning point, not
caused by a concurrent
noxious stimulus associated
with tissue damage and not
accompanied by automatic
responses.
Dor crônica: respostas de
longa duração e vagaroso
alcance do ponto limite, não
causada por um estímulo
atual e nocivo associado com
dano de tecido e não
acompanhado por respostas
automáticas.
Dor
Crônica:
respostas
persistentes e que alcançam o
ponto crítico vagarosamente,
não causadas por um estímulo
nocivo concorrente associado
a dano de tecido e não
acompanhado por respostas
automáticas.
Nausea: it is vaguely referred Náusea:
vaga
relação Náusea:
vaga
sensação
to the epigastrium and desagradável com o epigastro desagradável no epigastro e
abdomen and it is unpleasant. e o abdome.
no abdome.
Consciousness:
responsiveness of the mind to the
impressions made by the
senses.
Somnolence:
sleepiness and
drowsiness.
Consciência:
respostas Consciência: responsividade
rápidas
da
mente
a da mente às impressões feitas
impressões
feitas
pelos pelos órgãos dos sentidos.
órgãos dos sentidos.
malignant Sonolência:
sonolência Sonolência:
sonolência
unnatural maligna e não natural, maligna e não natural,
entorpecimento.
entorpecimento
(sono
i d id )
61
induzido).
Stupor:
deep
sleeping Estupor: condição de sono Estupor: condição de sono
condition
with
pain profundo em resposta à dor.
profundo com respostas a
responses.
estímulos dolorosos.
The Personality: dispositions
of the person to retain and
abandon attitudes over time
(second order reasons for
actions).
Personalidade: disposição de
uma pessoa para reter ou
abandonar
atitudes
no
decorrer do tempo (segundo
ordem de razões para a ação).
Personalidade: disposição de
uma pessoa para reter ou
abandonar
atitudes
no
decorrer do tempo (razões de
segunda ordem para as
ações).
Personal
Identity
Disturbance: inability to
distinguish between self and
non-self.
Distúrbio da identidade
pessoal: inabilidade para
distinguir entre auto-ser ou
não.
Distúrbio da Identidade
Pessoal: inabilidade para
distinguir entre o eu e o não
eu.
Situational
Low
SelfEsteem:
negative
selfevaluation about self or selfcapabilities,
inability
to
accept
praise
or
encouragement in certain
situations.
Baixa
auto-estima
situacional: auto-avaliação
ou autocapacidade negativa
sobre si mesmo, inabilidade
de
aceitar
prazer
e
encorajamento em certas
situações.
Baixa
Auto-Estima
Situacional: auto-avaliações
negativas sobre si própria ou
sobre
suas
próprias
capacidades, inabilidade de
aceitar
prazer
e
encorajamento em certas
situações.
Chronic Low Self-Esteem:
long standing negative selfevaluations about self or selfcapabilities.
Baixa auto-estima crônica:
auto-avaliação
ou
autocapacidade
negativa
sobre si mesmo, com longa
duração.
Baixa
Auto-Estima
Crônica:
auto-avaliações
negativas persistentes sobre si
própria ou sobre suas próprias
capacidades.
Psychological Attitudes: the
capacity of the person to
retain and/or abandon actions.
(first order reasons for
actions).
Atitudes
psicológicas:
capacidade da pessoa para
reter e ou abandonar ações
(primeira ordem de razões
para ações).
Atitudes
Psicológicas:
capacidade da pessoa para
reter e/ou abandonar ações
(razões de primeira ordem
para as ações).
Confusion:
disordered
thinking characterized by
slurred speech, demanding
behavior, restlessness, no
sense of direction, groping,
bewildered, disoriented.
Confusão:
pensamento
desordenado
caracterizado
por
fala
indistinta,
comportamento de demanda,
agitação, falta de senso de
direção, andar às apalpadelas,
desnorteamento,
desorientação.
Confusão:
pensamento
desordenado
caracterizado
por
fala
inarticulada,
comportamento questionador,
agitação, falta de senso de
direção, tatear com as mãos,
desnorteamento,
desorientação.
Acute Confusion: sudden
onset of disordered thinking
characterized
by
slurred
speech, demanding behavior,
Confusão aguda: início
abrupto de desordem do
pensamento caracterizado por
fala
indistinta,
Confusão Aguda: início
abrupto de desordem do
pensamento caracterizado por
fala
inarticulada,
62
restlessness, no sense of comportamento de demanda,
direction,
groping, agitação, falta de senso de
bewildered, disoriented.
direção, andar às apalpadelas,
desnorteamento,
desorientação.
comportamento questionador,
agitação, falta de senso de
direção, tatear com as mãos,
desnorteamento,
desorientação.
Shame: feelings of loss of
self-respect caused by wrong,
dishonourable or foolish
behavior.
Vergonha: sentimentos de
perda
do
auto-respeito
causada por erro, desonra ou
comportamento insensato.
Vergonha: sentimentos de
perda
do
auto-respeito
causada por comporta-mento
errado,
desonroso
ou
insensato.
Denial: attempts to reduce Negação:
tentativas
de
anxiety by refusal to accept reduzir ansiedade, recusando
thoughts, feelings or facts.
aceitar
pensamentos,
sentimentos ou fatos.
Negação:
tentativas
de
reduzir ansiedade através da
recusa
para
aceitar
pensamentos, sentimentos ou
fatos.
Defensive Coping: action of
self-protection that defend
against underlying perceived
threats to positive self-regard.
Estratégia defensiva de
enfrentamento
de
problemas:
ação
de
autoproteção que defenda o
indivíduo contra ameaças
implícitas percebidas para
positivo auto-respeito.
Estratégia Defensiva de
Resolução:
ação
de
autoproteção que defenda o
indivíduo contra ameaças
subjacentes percebidas à
auto-estima positiva.
Coping:
Disabling:
diminished problem-solving
capacity of person needed in
meeting life’s demands and
roles.
Estratégia
ineficaz
de
enfrentamento
de
problemas:
diminuída
capacidade para resolver
problemas de uma pessoa
necessitada em atender as
demandas da vida e dos
papéis.
Estratégia de Resolução:
Incapacitantes: capacidade
diminuída de solução de
problemas, de uma pessoa
necessitada, para atender as
demandas e os papéis da vida.
Caregiver
Strain:
diminished problem-solving
capacity of a person in
response to the demands of
providing care for another.
Desgaste
do
cuidador:
diminuída capacidade para
resolver problemas de uma
pessoa em resposta às
demandas de provimento de
cuidado de uma outra.
Desgaste do Cuidador:
capacidade diminuída de
solução de problemas de uma
pessoa, em resposta às
demandas de provimento de
cuidado de uma outra.
Ineffective Coping Specific:
Rape-Trauma,
Death,
Divorce: disabled problemsolving as a result of specific
physical or psychic trauma.
Estratégia
ineficaz
de
enfrentamento
de
problemas
específicos:
trauma de estupro, morte,
divórcio: inabilidade para
resolver
problemas
resultantes de um específico
trauma físico ou psíquico.
Estratégia
Ineficaz
de
Resolução
Específica:
Trauma de Estupro, Morte,
Divórcio: incapacidade de
solução de problemas, como
resultado de um trauma físico
ou psíquico.
63
Communicative
Action:
action
of
transmission
messages between individuals
using verbal or non verbal
action,
face
to
face
conversations or
remote
communication action.
Ação comunicativa: ação de
transmissão de mensagens
entre indivíduos usando atos
verbais ou não verbais,
conversação face a face ou
ação de comunicação remota.
Ação Comunicativa: ação de
transmissão de mensagens
entre indivíduos, usando ação
verbal ou não
verbal,
conversação face a face ou
ação de comunicação remota.
Social Aggression: violent,
assaulting, harmful, illegal or
cultural prohibited actions
towards others.
Agressão
social:
ação
violenta, assaltante, nociva,
ilegal
ou
culturalmente
proibida com relação a
outros.
Agressão
Social:
ação
violenta, agressiva, nociva,
ilegal,
ou
culturalmente
direcionada a outrem.
Altered
Parenting:
disturbance and lack of
behavioral processes creating
an environment that promotes
the optimum growth and
development of child, lack of
bonding.
Paternidade/Maternidade
Alterada: distúrbio e falta de
processo comportamental que
crie um ambiente que
promova
um
ótimo
crescimento
e
desenvolvimento de uma
criança, falta de vínculo.
Paternidade/Maternidade
Alterada:
distúrbio
e
ausência
de
processos
comportamentais que criem
um ambiente promotor de um
crescimento
e
desenvolvimento ótimo de
uma criança, falta de vínculo.
Parental Role Conflict:
experience of role confusion
and conflict as parents in
responses to crises.
Conflito de papel dos pais:
confusão na experiência de
papéis e conflito com os pais
em respostas às crises.
Conflito de Papel dos pais:
experiência de confusão e
conflito de papel, como pais,
em resposta a crises.
Economy:
money
from
wages, interests, dividends or
other sources available for
living and health care
expenses.
Economia:
dinheiro
de
salário,
aplicações,
dividendos ou outras fontes
disponíveis para manutenção
e despesas com cuidado da
saúde.
Economia:
dinheiro
de
salários,
investimentos,
dividendos ou de outras
fontes
disponíveis
para
despesas com o cotidiano e
com o cuidado da saúde.
High Infant Mortality Rate:
the high ratio of infant deaths,
i.e. death of children under
one year of age, registered in
a given year to the total
number of live births
registered in the same year,
usually expressed as a rate
per thousands.
Alto índice de mortalidade
infantil: alto índice de mortes
de crianças, isto é, morte de
crianças abaixo de um ano de
idade, registrada em um
determinado ano, comparado
com o número total de
nascidos vivos registrados no
mesmo
ano, usualmente
expresso em percentagem.
Alto Índice de Mortalidade
Infantil: alta proporção de
mortes de crianças, isto é,
morte de crianças abaixo de
um ano de idade, registrada
em um determinado ano,
comparado com o número
total de nascidos vivos
registrados no mesmo ano,
usualmente expressa como
uma taxa por mil.
High
Early
Neonatal
Mortality Rate: the high
ratio of early neonatal deaths,
i.e. live born children who die
Alto índice de mortalidade
neonatal precoce: alto índice
de mortes neonatais precoces,
isto é, crianças nascidas vivas
Alto Índice de Mortalidade
Neonatal
Precoce:
alta
proporção
de
mortes
neonatais precoces, isto é,
64
within the first 168 hours of
life in a given year to the total
number of live births in the
same year, usually expressed
as a rate per thousands.
que morrem nas primeiras
168 horas de vida de um
determinado ano, comparado
com o número total de
nascidos vivos no mesmo
ano, usualmente expresso em
percentagem.
crianças nascidas vivas que
morrem nas primeiras 168
horas de vida em um
determinado ano, comparado
com o número total de
nascidos vivos no mesmo
ano, usualmente expressa
como uma taxa por mil.
High Perinatal Mortality
Rate: the high ratio of
perinatal deaths, i.e. late fetal
and early neonatal deaths
weighing over 1000g at birth
in a given year to the total
number of live births in the
same year, usually expressed
as a rate per thousands.
Alto índice de mortalidade
perinatal: alto índice de
morte perinatais, isto é, morte
de fetos tardios e neonatos,
pesando acima de 1000gr no
nascimento,
em
um
determinado ano, comparado
com o número total de
nascidos vivos no mesmo
ano, usualmente expresso em
percentagem.
Alto Índice de Mortalidade
Perinatal: alta proporção de
mortes perinatais, isto é,
morte de fetos tardios e
neonatos, pesando acima de
1000gr no nascimento, em
um
determinado
ano,
comparado com o número
total de nascidos vivos no
mesmo
ano, usualmente
expressa como uma taxa por
mil.
High Maternal Mortality
Rate: the high ratio of
maternity deaths, i.e. deaths
of pregnant women before,
during, and after delivery
registered in a given year to
the total number of pregnant
women registered in the same
year, usually expressed as a
rate per thousands.
Alto índice de mortalidade
materna: alto índice de
mortes maternas, isto é, morte
de mulheres grávidas antes,
durante ou depois do parto,
registrado
em
um
determinado ano, comparado
com o número total de
mulheres grávidas registrado
no mesmo ano, usualmente
expresso em percentagem.
Alto Índice de Mortalidade
Materna: alta proporção de
mortes maternas, isto é, morte
de mulheres grávidas antes,
durante ou depois do parto,
registrado
em
um
determinado ano e comparado
com o número total de
mulheres grávidas registrado
no mesmo ano, usualmente
expressa como uma taxa por
mil.
Inadequate Housing: which
does not meet accepted and
healthy
standarde
for
dwelling place.
Moradia inadequada: o que
não pode ser aceito como
padrão saudável para servir
de habitação.
Moradia Inadequada: o que
não satisfaz os padrões de
salubridade
aceitos para
habitação.
Todas as definições desenvolvidas pelo CIE (ICN, 1996b) para os fenômenos constantes
na CIPE – Versão Alfa foram feitas, obedecendo a algumas regras de classificação, que foram
estabelecidas para nortear as suas construções. São elas: a definição deve ter sentido; não deve
ser circular; não deve ser tão ampla que permita que a palavra que se define se aplique a mais
objetos do que os devidos e nem tão restrita que exclua aplicações legítimas da palavra; deve
expor os atributos essenciais dos conceitos subjacentes à palavra; deve evitar linguagem ambígua
65
ou obscura; deve ser literal (não ser figurativa, metafórica ou irônica); deve expressar-se em uma
frase positiva e ser neutra, não valorativa.
Todas essas regras, acrescidas dos níveis vocabular, morfológico, sintático, semântico, de
fidelidade ao texto em inglês, da adaptação à prática de enfermagem, foram levadas em
consideração, quando foram analisadas as 34 definições que não alcançaram índice de
concordância igual ou acima de 80%. Também foram levadas em consideração as sugestões
apresentadas pelo grupo de especialistas para modificação na redação do português, para, dessa
forma, facilitar o entendimento do seu significado. Essas sugestões, algumas vezes, estavam
relacionadas com a tradução de adjetivos, com a utilização de sinônimos e, muitas vezes, com o
uso de termos técnicos da área da saúde, mais utilizados pelas enfermeiras na sua prática.
As definições dos termos que apresentaram imprecisão na tradução ou na versão a partir
da back-translation, no nível vocabular, foram analisadas e acompanhadas das devidas
alterações, visando ao uso adequado do(s) termo(s). Esses termos foram: Fadiga, Consciência e
Distúrbio da identidade pessoal. No nível morfológico, que está relacionado com os aspectos
de mudança da flexão singular/plural e das classes de palavras e com a tradução de substantivo
como adjetivo, os termos que apresentaram imprecisão foram: Nascimento, Dor crônica, Baixa
auto-estima
situacional,
Baixa
auto-estima
crônica,
Vergonha,
Negação,
Ação
Comunicativa, Paternidade/Maternidade alterada, Conflito de papel dos pais e Economia.
No nível sintático, os termos foram analisados, levando-se em consideração o acréscimo
ou eliminação de palavras ou expressões para uma melhor adaptação semântica e para a
manutenção da ordem das palavras no Português, ou seja, para proporcionar a fidelidade à
estrutura sintática portuguesa. Os termos foram: Náusea, Alto índice de mortalidade infantil,
Alto índice de mortalidade neonatal precoce, Alto índice de mortalidade perinatal e Alto
índice de mortalidade materna.
No nível semântico, que busca um melhor significado para as definições, as imprecisões
foram identificadas nos seguintes termos: Incontinência funcional, Sonolência, Personalidade,
Atitudes psicológicas, Confusão, Confusão aguda, Estratégia ineficaz de enfrentamento de
problemas, Desgaste do cuidador, Estratégia ineficaz de enfrentamento de problemas
específicos: trauma de estupro, morte, divórcio, Agressão social e Moradia inadequada.
No que diz respeito à fidelidade ao texto em inglês, as definições que apresentaram
imprecisão estão relacionadas com os seguintes termos: Incontinência funcional, Dor aguda,
66
Dor crônica, Consciência e Negação.
As definições que apresentaram necessidade de
adaptação à prática de enfermagem foram as relacionadas com os seguintes termos: Perfusão
tissular alterada e Choque. É preciso lembrar que esses níveis se cruzam, podendo-se, em
alguns termos, identificar mais de um nível, mas a sua identificação e correção teve um único
propósito – uma melhor equivalência semântica, ou seja, um sentido mais claro e mais preciso
dos títulos e das definições dos fenômenos de enfermagem.
Levando-se em consideração que o objetivo maior dessa equivalência é a utilização dessa
classificação pelo maior número possível de enfermeiras, mesmo com uma freqüência de
concordância acima de 85%, tanto para os títulos como para as definições, os 44 fenômenos que
apresentaram significados diferentes, sendo dez títulos, trinta definições e quatro títulos com
definições, foram submetidos a todo o processo da técnica da back-translation, para se manter a
sua inclusão na classificação. Todas as sugestões de acréscimos, retiradas ou modificações dos
títulos e das definições dos fenômenos de enfermagem apresentadas pelas avaliadoras foram
levadas em consideração, não tendo sido descartada, também, mais uma revisão por um
especialista em língua portuguesa.
O resultado dessa segunda aplicação da técnica da back-translation apontou uma
freqüência de concordância, entre avaliadores, de 88,6% para os termos e para as definições
respectivamente. Submetendo-se os mesmos termos e as definições à verificação se eles tinham
exatamente o mesmo significado em ambas as versões, quase o mesmo significado ou
significado diferente, os resultados evidenciam que 84% dos títulos dos fenômenos de
enfermagem apresentaram um índice de concordância de 100%; 5% um índice de concordância
de 80%; e 11% uma concordância abaixo de 79%, e que 57% das definições dos fenômenos de
enfermagem tiveram índice de concordância de 100%; 32% com 80% de concordância; e 11%
com concordância abaixo de 79%.
Tanto os termos, como as definições que apresentaram índice de concordância abaixo de
79%, estão relacionados com o termo coping, nos seguintes Fenômenos de Enfermagem:
Coping, Defensive coping, Coping: disabling, Ineffective coping specific: rape-trauma, death,
divorce, Compromised health coping e Inadequate family coping. Esses resultados repetem os
alcançados na primeira etapa da back-translation, quando os mesmos termos apresentaram os
maiores índices de discordância entre as avaliadoras.
Levando-se em consideração que a técnica da back-translation só considera equivalentes
semanticamente os termos que alcançarem um índice de concordância igual ou acima de 80%,
67
esses seis termos, que representam 2% dos 293 títulos e das 292 definições respectivamente,
foram retirados da versão final da tradução da Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da
CIPE – Versão Alfa. A retirada desses termos não implica que os mesmos estejam descartados
da prática de enfermagem, mas que, neste estudo, eles não foram considerados, tendo em vista a
observância do rigor da técnica.
Realizando-se um índice de concordância, incluindo-se os julgamentos das duas etapas da
técnica da back-translation, pode-se afirmar que a equivalência semântica da Classificação dos
Fenômenos de Enfermagem, realizada neste estudo, alcançou um índice de concordância de 98%
para os títulos dos fenômenos e para as definições, respectivamente.
A partir desse resultado, pode-se afirmar que os fenômenos de enfermagem foram
traduzidos de forma semanticamente correta. Mas deve-se ressaltar que é necessário levar em
consideração as dimensões geográficas do Brasil, onde existem diferentes culturas e subculturas,
o que significa que essa tradução pode não apresentar os mesmos resultados junto às enfermeiras
das diferentes regiões do país. Mesmo tendo-se o cuidado de se atender à fidelidade ao texto em
inglês, é possível que alguns termos tenham pouca validade para uma outra região, apesar do
esforço para que a tradução ficasse sintática, morfológica, semanticamente e, em termos de
vocabulário, o mais possível correta.
5.1 Versão final da tradução da Classificação dos Fenômenos de Enfermagem da CIPE –
Versão Alfa
1 – Fatores que influenciam o Estado de Saúde
1.1 – Fenômenos de Enfermagem são fatores que influenciam o Estado de Saúde, com a
seguinte característica específica: fenômenos que as enfermeiras diagnosticam.
1.2 – Outros Fenômenos fora da Enfermagem são fatores que influenciam o Estado de Saúde
com as seguintes características específicas: fenômenos que outras disciplinas diagnosticam –
doenças, deficiências, incapacidade e desvantagens.
1.1.1 – Fenômenos de Enfermagem Pertencentes ao Ser Humano são fenômenos de
enfermagem, com a seguinte característica específica: qualidades da espécie humana
pertencentes aos seres humanos individuais.
68
1.1.1.1 – Fenômenos de Enfermagem Pertencentes a Funções são fenômenos de enfermagem
pertencentes ao Ser Humano, com as seguintes características específicas: processos especiais,
normais ou peculiares (não intencionais) de alguma parte do indivíduo para manutenção e
melhoria da vida (otimamente).
1.1.1.1.1 – Funções Fisiológicas são fenômenos de enfermagem pertencentes a Funções, com as
seguintes características específicas: processos especiais, normais ou peculiares (não
intencionais) de alguma parte do corpo do indivíduo para manutenção e melhoria da vida
(otimamente).
1.1.1.1.1.1 – Respiração é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas,
com a seguinte característica específica: troca de oxigênio e de dióxido de carbono no corpo
através do trato respiratório.
1.1.1.1.1.1.1 – Ventilação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Respiração, com as
seguintes características específicas: inalação e exalação mecânica de ar.
1.1.1.1.1.1.1.1 – Dispnéia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ventilação, com as
seguintes características específicas: respiração com esforço e desconforto aumentado,
respiração curta, batimento das asas do nariz, mudança na intensidade da respiração, uso dos
músculos acessórios, excursão torácica alterada e frêmitos.
1.1.1.1.1.1.1.1.1 – Dispnéia Funcional é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dispnéia,
com as seguintes características específicas: respiração com esforço e desconforto aumentado
relacionado com atividade física, ou associado ao estado de ansiedade.
1.1.1.1.1.1.1.1.2 – Ortopnéia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dispnéia, com as
seguintes características específicas: respiração com esforço e desconforto aumentado enquanto
em repouso ou deitado.
1.1.1.1.1.1.1.2 – Limpeza das Vias Aéreas é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Ventilação, com a seguinte característica específica: habilidade para desobstruir as vias aéreas.
1.1.1.1.1.1.1.2.1 – Limpeza Ineficaz das Vias Aéreas é um fenômeno de enfermagem
pertencente a Limpeza das Vias Aéreas, com a seguinte característica específica: inabilidade
para desobstruir as vias aéreas.
69
1.1.1.1.1.1.1.2.1.1 – Expectoração é um fenômeno de enfermagem pertencente a Limpeza
Ineficaz das Vias Aéreas, com a seguinte característica específica: inabilidade para desobstruir
as vias aéreas de substâncias vindas dos pulmões, brônquios ou traquéia.
1.1.1.1.1.1.1.2.1.2 – Aspiração é um fenômeno de enfermagem pertencente a Limpeza Ineficaz
das Vias Aéreas, com a seguinte característica específica: inabilidade para desobstruir as vias
aéreas de substâncias externas.
1.1.1.1.1.1.1.2.1.2.1 – Regurgitação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Aspiração,
com a seguinte característica específica: fluxo retrógrado de substâncias vindas do estômago.
1.1.1.1.1.1.1.3 – Intolerância à Atividade é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Ventilação, com as seguintes características específicas: cansaço fácil, movimentos corpóreos
desgastantes, falta de habilidade para manter energia.
1.1.1.1.1.1.2 – Troca de Gases é um fenômeno de enfermagem pertencente a Respiração, com
as seguintes características específicas de transferência: troca de oxigênio e dióxido de carbono
entre pulmões e sistema vascular.
1.1.1.1.1.1.2.1 – Troca Ineficaz de Gases é um fenômeno de enfermagem pertencente a Troca
de Gases, com as seguintes características específicas de transferência: inabilidade para troca de
oxigênio e dióxido de carbono entre pulmões e sistema vascular, confusão, diminuição do som
respiratório, sibilos, estertores e roncos.
1.1.1.1.1.2 – Circulação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas,
com a seguinte característica específica: bombeamento do sangue.
1.1.1.1.1.2.1 – Função Cardíaca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Circulação, com
a seguinte característica específica: bombeamento do sangue pelo coração.
1.1.1.1.1.2.1.1 – Débito Cardíaco Diminuído é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Função Cardíaca, com a seguinte característica específica: bombeamento insuficiente do
sangue pelo coração.
1.1.1.1.1.2.1.2 – Débito Cardíaco Aumentado é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Função Cardíaca, com a seguinte característica específica: bombeamento de sangue mais do
que o suficiente pelo coração.
70
1.1.1.1.1.2.1.3 – Débito Cardíaco Interrompido é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Função Cardíaca, com a seguinte característica específica: parada cardíaca.
1.1.1.1.1.2.2 – Função Circulatória é um fenômeno de enfermagem pertencente a Circulação,
com a seguinte característica específica: bombeamento do sangue através dos vasos sangüíneos.
1.1.1.1.1.2.2.1 – Pressão Sangüínea Elevada é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Função Circulatória, com a seguinte característica específica: bombeamento do sangue através
dos vasos sangüíneos com pressão maior que a normal.
1.1.1.1.1.2.2.2 – Pressão Sangüínea Diminuída é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Função Circulatória, com a seguinte característica específica: bombeamento do sangue através
dos vasos sangüíneos com pressão menor que a normal.
1.1.1.1.1.2.2.3 – Função Circulatória Interrompida é um fenômeno de enfermagem
pertencente a Função Circulatória, com as seguintes características específicas: interrupção ou
perda do volume circulatório, queda acentuada da pressão sangüínea, choque progressivo para
choque irreversível.
1.1.1.1.1.2.2.3.1 – Perfusão Tissular Alterada é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Função Circulatória Interrompida, com as seguintes características específicas: fluxo
sangüíneo alterado nos tecidos para liberação de oxigênio e de nutrientes em nível celular.
1.1.1.1.1.2.2.3.1.1 – Choque é um fenômeno de enfermagem pertencente a Perfusão Tissular
Alterada, com as seguintes características específicas: hipotensão, pele fria e taquicardia devido
à falência aguda na circulação periférica.
1.1.1.1.1.3 – Termorregulação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Função
Fisiológica, com a seguinte característica específica: regulação da temperatura corpórea dentro
de um limite ótimo, isto é, no ponto termostático estabelecido.
1.1.1.1.1.3.1 – Temperatura corporal é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Termorregulação, com a seguinte característica específica: temperatura do corpo, usualmente
constante dentro de uma faixa estreita de variação.
1.1.1.1.1.3.1.1 – Hipertermia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Temperatura
Corporal, com as seguintes características específicas: temperatura corporal elevada acima do
limite normal, pele avermelhada, calor.
71
1.1.1.1.1.3.1.1.1 – Febre é um fenômeno de enfermagem pertencente a Hipertermia, com as
seguintes características específicas: mudança no termostato interno, com ou sem tremores, com
ou sem pele avermelhada, aumento no padrão respiratório e taquicardia.
1.1.1.1.1.3.1.2 – Hipotermia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Temperatura
Corporal, com as seguintes características específicas: temperatura corporal reduzida abaixo do
limite normal, pele fria, palidez, tremores, suprimento capilar lento, taquicardia, leito ungueal
cianótico, hipertensão, piloereção.
1.1.1.1.1.3.1.2.1 – Estresse de Frio8 é um fenômeno de enfermagem pertencente a Hipotermia,
com as seguintes características específicas: sensação de frio, confusão, passo trôpego,
desorientação, pele extremamente fria, fala entrecortada, introversão e amnésia, arritmia,
cianose, rigidez muscular.
1.1.1.1.1.3.2 – Calafrios é um fenômeno de enfermagem pertencente a Termorregulação, com
as seguintes características específicas: sensação de frio, contração muscular quando a
temperatura corporal cai abaixo do ponto termostático estabelecido ou na fase de arrepio de
febre.
1.1.1.1.1.4 – Nutrição é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas, com
a seguinte característica específica: alimentação do corpo.
1.1.1.1.1.4.1 – Déficit de Nutrição é um fenômeno de enfermagem pertencente a Nutrição, com
a seguinte característica específica: ingestão menor do que as necessidades corporais.
1.1.1.1.1.4.1.1 – Má Nutrição é um fenômeno de enfermagem pertencente a Déficit de
Nutrição, com as seguintes características específicas: qualidade errada de alimentos, fraqueza
dos músculos.
1.1.1.1.1.4.1.2 – Emagrecimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Déficit de
Nutrição, com as seguintes características específicas: qualidade certa de alimentos, perda de
peso, debilidade.
1.1.1.1.1.4.2 – Nutrição Excessiva é um fenômeno de enfermagem pertencente a Nutrição, com
as seguintes características específicas: ingestão maior do que as necessidades corporais, nível de
atividade sedentária, padrão alimentar disfuncional, alimentação simultaneamente com outras
8
Após o término do trabalho deduzimos que a melhor tradução para o termo cold stress seria frio acentuado, que
aqui estamos apresentando a título de sugestão para futuros estudos.
72
atividades, concentração de alimentos ingeridos no fim do dia, alimentação em resposta a
estímulos externos/internos.
1.1.1.1.1.4.2.1 – Obesidade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Nutrição Excessiva,
com as seguintes características específicas: qualidade certa de alimentos, peso >20% acima do
ideal.
1.1.1.1.1.5 – Digestão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas, com
a seguinte característica específica: conversão dos alimentos em substâncias absorvidas pelo
corpo.
1.1.1.1.1.5.1 – Sucção é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão, com a seguinte
característica específica: extração de alimentos líquidos pela boca através do uso dos músculos
labiais e da língua.
1.1.1.1.1.5.2 – Mastigação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão, com a
seguinte característica específica: decomposição mecânica e química do alimento na boca.
1.1.1.1.1.5.3 – Deglutição é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão, com a
seguinte característica específica: passagem através da garganta de líquidos e/ou alimentos
sólidos da boca para o estômago.
1.1.1.1.1.5.4 – Absorção é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão, com a seguinte
característica específica: absorção completa de alimentos no tubo digestivo.
1.1.1.1.1.5.4.1 – Má Absorção é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão, com a
seguinte característica específica: absorção incompleta de alimentos no tubo digestivo.
1.1.1.1.1.5.5 – Eructação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão, com a
seguinte característica específica: condução do ar ou do alimento em porções pequenas através
da boca.
1.1.1.1.1.5.6 – Vômito é um fenômeno de enfermagem pertencente a Digestão com a seguinte
característica específica: expulsão do alimento através da boca.
1.1.1.1.1.6 – Hidratação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas,
com a seguinte característica específica: manutenção adequada de fluidos corporais.
73
1.1.1.1.1.6.1 – Desidratação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Hidratação, com as
seguintes características específicas: déficit no volume de fluido, diminuição do volume urinário,
urina concentrada, eletrólitos alterados, sede, pele seca, membranas mucosas secas, diminuição
do turgor da pele.
1.1.1.1.1.6.2 – Retenção de Líquidos é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Hidratação, com as seguintes características específicas: excesso do volume de fluido, edema,
ganho de peso, mudança no estado mental, eletrólitos alterados.
1.1.1.1.1.6.2.1 – Edema é um fenômeno de enfermagem pertencente a Retenção de Líquidos,
com a seguinte característica específica: acúmulo excessivo de fluidos nos espaços tissulares.
1.1.1.1.1.7 – Aleitamento Materno é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções
Fisiológicas, com a seguinte característica específica: nutrição da criança pelo seio materno.
1.1.1.1.1.7.1 – Lactação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Aleitamento Materno,
com a seguinte característica específica: produção de leite pelas mamas.
1.1.1.1.1.7.1.1 – Lactação Aumentada é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Aleitamento Materno, com a seguinte característica específica: produção de leite maior que o
requerido pela criança.
1.1.1.1.1.7.1.2 – Lactação Diminuída é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Aleitamento Materno, com a seguinte característica específica: produção de leite menor que o
requerido pela criança.
1.1.1.1.1.8 – Eliminação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas,
com as seguintes características específicas: movimento e evacuação de resíduos.
1.1.1.1.1.8.1 – Eliminação Intestinal é um fenômeno de enfermagem pertencente a Eliminação,
com as seguintes características específicas: movimento e evacuação de resíduos: fezes.
1.1.1.1.1.8.1.1 – Incontinência Intestinal é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Eliminação Intestinal, com as seguintes características específicas: incapacidade para controlar
a defecação, fluxo constante de fezes, fezes líquidas e não formadas.
1.1.1.1.1.8.1.1.1 – Diarréia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Incontinência
Intestinal, com as seguintes características específicas: fezes soltas, fluidas, líquidas e não
74
formadas, padrão de freqüência aumentado, passagem freqüente, sons intestinais aumentados,
cólicas, urgência.
1.1.1.1.1.8.1.2 – Constipação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Eliminação
Intestinal, com as seguintes características específicas: formação de fezes duras, padrão de
freqüência menor que o normal, quantidade de fezes menor que a usual, passagem diminuída,
sons intestinais diminuídos, esforço ao defecar, náuseas, dor de cabeça, apetite prejudicado.
1.1.1.1.1.8.1.2.1 – Constipação Colônica é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Constipação, com as seguintes características específicas: distensão abdominal, massa palpável
no abdome.
1.1.1.1.1.8.1.2.2 – Constipação Retal é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Constipação, com as seguintes características específicas: pressão retal, defecação dolorosa,
massa palpável no reto.
1.1.1.1.1.8.1.2.2.1 – Fezes Impactadas são um fenômeno de enfermagem pertencente a
Constipação Retal, com a seguinte característica específica: coleção de fezes endurecidas no
reto.
1.1.1.1.1.8.2 – Eliminação Urinária é um fenômeno de enfermagem pertencente a Eliminação,
com as seguintes características específicas: fluxo e excreção de resíduos: urina.
1.1.1.1.1.8.2.1 – Incontinência Urinária é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Eliminação, com a seguinte característica específica: perda involuntária da urina.
1.1.1.1.1.8.2.1.1 – Incontinência por Pressão é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Incontinência Urinária, com as seguintes características específicas: perda involuntária de
pequenas quantidades de urina, ocorrendo com o aumento da pressão abdominal, e gotejamento
de urina.
1.1.1.1.1.8.2.1.2 – Incontinência Reflexa é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Incontinência Urinária, com a seguinte característica específica: perda involuntária de urina,
ocorrendo a intervalos de alguma forma previsíveis, quando um específico volume na bexiga é
alcançado.
75
1.1.1.1.1.8.2.1.3 – Incontinência de Urgência é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Incontinência Urinária, com a seguinte característica específica: perda involuntária de urina,
ocorrendo logo após uma forte sensação de urgência para esvaziamento vesical.
1.1.1.1.1.8.2.1.4 – Incontinência Funcional é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Incontinência Urinária, com as seguintes características específicas: urgência para esvaziar a
bexiga ou contraí-la, forte o suficiente para resultar em perda de urina antes de alcançar um local
apropriado de esvaziamento.
1.1.1.1.1.8.2.1.5 – Incontinência Total é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Incontinência Urinária, com as seguintes características específicas: contínua e imprevisível
perda de urina.
1.1.1.1.1.8.2.1.6 – Enurese é um fenômeno de enfermagem pertencente a Incontinência
Urinária, com a seguinte característica específica: perda involuntária de urina durante a noite.
1.1.1.1.1.8.2.2 – Retenção Urinária é um fenômeno de enfermagem pertencente a Eliminação
Urinária, com a seguinte característica específica: esvaziamento incompleto da bexiga.
1.1.1.1.1.9 – Tegumento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas,
com a seguinte característica específica: revestimento natural do corpo.
1.1.1.1.1.9.1 – Tegumento Íntegro é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento,
com a seguinte característica específica: revestimento natural de todo o corpo está completo (sem
solução de continuidade).
1.1.1.1.1.9.1.1 – Pele Seca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento Íntegro,
com as seguintes características específicas: baixa umidade, aspereza, escamação e esfoliamento
da epiderme.
1.1.1.1.1.9.1.2 – Membrana Mucosa Seca é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Tegumento Íntegro, com as seguintes características específicas: baixa umidade da membrana
mucosa, secura, falta de secreção.
1.1.1.1.1.9.1.2.1 – Boca Seca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Mucosa Seca, com
as seguintes características específicas: baixa umidade, secura, falta de secreção na cavidade
oral.
76
1.1.1.1.1.9.1.2.2 – Córnea Seca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Mucosa Seca,
com as seguintes características específicas: baixa umidade, secura, falta de secreção na
superfície ocular.
1.1.1.1.1.9.1.2.3 – Vagina Seca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Mucosa Seca,
com as seguintes características específicas: baixa umidade, secura, falta de secreção na vagina.
1.1.1.1.1.9.2 – Tegumento interrompido é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Tegumento, com a seguinte característica específica: revestimento natural do corpo está com
uma solução de continuidade inicial, ou não íntegra.
1.1.1.1.1.9.2.1 – Erupção da Pele é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento
interrompido, com a seguinte característica específica: exantema sobre a pele e áreas da pele
com mudanças de coloração e/ou protuberância.
1.1.1.1.1.9.2.2 – Lesão Esbranquiçada é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Tegumento não Íntegro, com a seguinte característica específica: cobertura esbranquiçada
sobre a membrana mucosa.
1.1.1.1.1.9.2.3 – Fissura é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento
interrompido, com a seguinte característica específica: rachadura epidérmica ou dérmica da
pele devido à diminuição da elasticidade da pele e da capacidade para distendê-la.
1.1.1.1.1.9.2.4 – Maceração é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento
interrompido, com a seguinte característica específica: extensa abrasão epidérmica ou dérmica
da pele devido à contínua presença de umidade.
1.1.1.1.1.9.2.5 – Úlcera é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento
interrompido, com as seguintes características específicas: solução de continuidade da
superfície do tegumento com uma base inflamada, diminuição do suprimento sangüíneo e/ou
perda de tecido.
1.1.1.1.1.9.2.5.1 – Úlcera de Pressão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Úlcera, com
as seguintes características específicas: solução de continuidade da superfície do tegumento com
uma base inflamada, diminuição do suprimento sangüíneo e/ou perda de tecido devido à
compressão e fricção da pele entre o osso e a superfície subjacente.
77
1.1.1.1.1.9.2.6 – Ferida é um fenômeno de enfermagem pertencente a Tegumento
interrompido, com as seguintes características específicas: solução de continuidade da
superfície do tegumento e/ou perda de tecido como um resultado de dano mecânico.
1.1.1.1.1.9.2.6.1 – Ferida Cirúrgica é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ferida, com
as seguintes características específicas: solução de continuidade da superfície do tegumento e/ou
perda do tecido como um resultado de procedimento cirúrgico.
1.1.1.1.1.9.2.6.2 – Ferida Traumática é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ferida,
com as seguintes características específicas: solução de continuidade da superfície do tegumento
e/ou perda do tecido como um resultado de lesão.
1.1.1.1.1.10 – Restauração é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas,
com a seguinte característica específica: recorrente diminuição da atividade corpórea.
1.1.1.1.1.10.1 – Sono é um fenômeno de enfermagem pertencente a Restauração, com as
seguintes características específicas: recorrente diminuição da atividade corpórea, marcada por
uma postura imóvel característica e sensibilidade diminuída, mas facilmente reversível a
estímulos externos.
1.1.1.1.1.10.1.1 – Dificuldade para Dormir é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Sono, com a seguinte característica específica: dificuldades para iniciar a diminuição da
atividade corpórea.
1.1.1.1.1.10.1.2 – Sono intermitente é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sono, com
as seguintes características específicas: sono descontínuo dentro de um período de sono noturno
normal esperado, freqüente despertar durante o sono.
1.1.1.1.1.10.1.3 – Insônia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sono, com a seguinte
característica específica: falta de sono.
1.1.1.1.1.10.2 – Repouso é um fenômeno de enfermagem pertencente a Restauração, com a
seguinte característica específica: recorrente diminuição da atividade corpórea enquanto
acordado.
1.1.1.1.1.10.2.1 – Fadiga é um fenômeno de enfermagem pertencente a Repouso, com as
seguintes características específicas: cansaço, sonolência, bocejamento freqüente, desatenção,
sensação de não estar bem descansado, falta de vigor com ou sem atividade.
78
1.1.1.1.1.10.2.2 – Exaustão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Repouso, com as
seguintes características específicas: desgaste, mudança na postura, aumento da irritabilidade,
sensação de não estar bem descansado e total depleção do vigor.
1.1.1.1.1.11 – Atividade Física é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções
Fisiológicas, com a seguinte característica específica: capacidade de movimento do corpo.
1.1.1.1.1.11.1 – Mobilidade de Partes do Corpo é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Atividade Física, com a seguinte característica específica: capacidade de movimentos de partes
do corpo.
1.1.1.1.1.11.1.1 – Paresia da Boca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Mobilidade de
Partes do Corpo, com a seguinte característica específica: perda ou limitação da habilidade para
mover a boca devido a lesão do mecanismo neural e muscular.
1.1.1.1.1.11.1.2 – Paresia Palpebral é um fenômeno de enfermagem pertencente a Mobilidade
de Partes do Corpo, com a seguinte característica específica: perda ou limitação da habilidade
para mover a pálpebra devido a lesão do mecanismo neural e muscular.
1.1.1.1.1.11.1.3 – Paresia da Garganta é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Mobilidade de Partes do Corpo, com a seguinte característica específica: perda ou limitação da
habilidade para mover a garganta devido a lesão do mecanismo neural e muscular.
1.1.1.1.1.11.1.4 – Mobilidade dos Membros Superiores é um fenômeno de enfermagem
pertencente a Mobilidade de Partes do Corpo, com a seguinte característica específica:
habilidade dos músculos para mover os membros superiores.
1.1.1.1.1.11.1.5 – Mobilidade dos Membros Inferiores é um fenômeno de enfermagem
pertencente a Mobilidade de Partes do Corpo, com a seguinte característica específica:
habilidade dos músculos para mover os membros inferiores.
1.1.1.1.1.11.2 – Mobilidade Total do Corpo é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Atividade Física, com a seguinte característica específica: capacidade de mover o corpo inteiro.
1.1.1.1.1.11.2.1 – Imobilidade Parcial é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Mobilidade Total do Corpo, com a seguinte característica específica: capacidade reduzida para
mover partes do corpo.
79
1.1.1.1.1.11.2.2 – Imobilidade Completa é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Mobilidade Total do Corpo, com a seguinte característica específica: ausência completa de
capacidade para mover o corpo inteiro.
1.1.1.1.1.12 – Reprodução é um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Fisiológicas,
com a seguinte característica específica: capacidade de um homem, de uma mulher ou de um
casal de participar da produção de uma criança viva.
1.1.1.1.1.12.1 – Fertilidade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Reprodução, com a
seguinte característica específica: capacidade de participar da produção de uma criança viva.
1.1.1.1.1.12.1.1 – Menstruação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Fertilidade, com
a seguinte característica específica: sangramento uterino fisiológico cíclico, ocorrendo em
intervalos aproximados de quatro semanas durante o período reprodutivo da mulher.
1.1.1.1.1.12.1.1.1 – Menarca é um fenômeno de enfermagem pertencente a Menstruação, com
a seguinte característica específica: início da menstruação ocorrendo, aproximadamente entre a
idade de 12 a 17 anos.
1.1.1.1.1.12.1.1.2 – Menopausa é um fenômeno de enfermagem pertencente a Menstruação,
com a seguinte característica específica: parada da menstruação ocorrendo, aproximadamente,
entre a idade de 45 a 55 anos.
1.1.1.1.1.12.1.2 – Amenorréia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Fertilidade, com a
seguinte característica específica: parada da menstruação durante o período reprodutivo.
1.1.1.1.1.12.2 – Função Sexual é um fenômeno de enfermagem pertencente a Reprodução, com
as seguintes características específicas: habilidade para alcançar satisfação sexual e consumar o
relacionamento sexual com um parceiro(a).
1.1.1.1.1.13 – Crescimento e Desenvolvimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Funções Fisiológicas, com a seguinte característica específica: evolução ou declínio dos
processos corporais de manutenção da vida.
1.1.1.1.1.13.1 – Crescimento e Desenvolvimento Fetal é um fenômeno de enfermagem
pertencente a Crescimento e Desenvolvimento, com a seguinte característica específica:
evolução dos processos fetais de manutenção da vida.
80
1.1.1.1.1.13.2 – Gestação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crescimento e
Desenvolvimento, com as Seguintes características específicas: condição de ter um feto
desenvolvendo-se no corpo, amenorréia, enjôos matinais, aumento das mamas, pigmentação dos
mamilos, progressivo aumento do abdome, movimentos fetais e ausculta de sons cardiofetais.
1.1.1.1.1.13.3 – Nascimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crescimento e
Desenvolvimento, com as seguintes características específicas: desenvolvimento do processo
perinatal do corpo mantendo e dando vida.
1.1.1.1.1.13.4 – Amadurecimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crescimento e
Desenvolvimento, com a seguinte característica específica: evolução dos processos corporais da
criança na manutenção da vida.
1.1.1.1.1.13.5 – Envelhecimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crescimento e
Desenvolvimento, com a seguinte característica específica: declínio dos processos corporais na
manutenção da vida.
1.1.1.1.1.13.6 – Morte é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crescimento e
Desenvolvimento, com as seguintes características específicas: fim dos processos corporais na
manutenção da vida, diminuição das funções corporais, sonolência.
1.1.1.1.2 – Funções Psicológicas são fenômenos de enfermagem pertencentes a Funções, com
as seguintes características específicas: processos especiais, normais ou peculiares (não
intencionais) de alguma parte da mente mantendo e melhorando a vida (otimamente).
1.1.1.1.2.1 – Sensações são um fenômeno de enfermagem pertencente a Funções Psicológicas,
com a seguinte característica específica: respostas a estímulos de partes do corpo.
1.1.1.1.2.1.1 – Dor é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com as seguintes
características específicas: aumento do estímulo sensorial de partes do corpo com potencial ou
real dano de tecido acompanhado por subjetiva experiência de severo desconforto e sofrimento.
1.1.1.1.2.1.1.1 – Dor Aguda é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dor, com as
seguintes características específicas: respostas que rapidamente alcançam o ponto crítico
(autolimitado) causadas por um estímulo nocivo concorrente associado a dano de tecido e
acompanhado por respostas automáticas.
81
1.1.1.1.2.1.1.2 – Dor de Parto é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dor, com a
seguinte característica específica: contração dolorosa durante o nascimento da criança.
1.1.1.1.2.1.1.3 – Dor Crônica é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dor, com as
seguintes características específicas: respostas persistentes e que alcançam o ponto crítico
vagarosamente, não causadas por um estímulo nocivo concorrente associado a dano de tecido e
não acompanhado por respostas automáticas.
1.1.1.1.2.1.1.3.1 – Dor Crônica Intermitente é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dor
Crônica, com a seguinte característica específica: presença periódica de dor crônica.
1.1.1.1.2.1.1.3.2 – Dor Crônica Constante é um fenômeno de enfermagem pertencente a Dor
Crônica, com a seguinte característica específica: presença duradoura de dor crônica.
1.1.1.1.2.1.2 – Sede é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a seguinte
característica específica: forte desejo de beber freqüentemente relacionado com a boca e
garganta.
1.1.1.1.2.1.3 – Fome é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a seguinte
característica específica: forte desejo por alimentos freqüentemente relacionado com a boca e
estômago.
1.1.1.1.2.1.4 – Falta de Apetite é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a
seguinte característica específica: desejo diminuído por alimentos freqüentemente relacionado
com a boca e garganta.
1.1.1.1.2.1.5 – Náusea é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a seguinte
característica específica: vaga sensação desagradável no epigastro e no abdome.
1.1.1.1.2.1.6 – Prurido é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a seguinte
característica específica: sensação cutânea desagradável.
1.1.1.1.2.1.7 – Rubor quente9 é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com as
seguintes características específicas: sensação de calor relacionada com a porção superior do
corpo, vasodilatação súbita.
9
Após o término do trabalho deduzimos que a melhor tradução para o termo hot flush seria fogacho, que aqui
estamos apresentando a título de sugestão para futuros estudos.
82
1.1.1.1.2.1.8 – Visão Alterada é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a
seguinte característica específica: respostas alteradas a estímulos dos órgãos visuais.
1.1.1.1.2.1.9 – Audição Alterada é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com
a seguinte característica específica: respostas alteradas a estímulos dos órgãos auditivos.
1.1.1.1.2.1.10 – Sensibilidade Tátil Alterada é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Sensações, com a seguinte característica específica: respostas alteradas a estímulos dos órgãos
táteis.
1.1.1.1.2.1.11 – Paladar Alterado é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações,
com a seguinte característica específica: respostas alteradas a estímulos dos órgãos gustativos.
1.1.1.1.2.1.12 – Olfato Alterado é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com
a seguinte característica específica: resposta alterada a estímulos dos órgãos olfativos.
1.1.1.1.2.1.13 – Cinestesia Alterada é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações,
com a seguinte característica específica: respostas alteradas a estímulos dos movimentos do
corpo.
1.1.1.1.2.1.14 – Consciência é um fenômeno de enfermagem pertencente a Sensações, com a
seguinte característica específica: responsividade da mente às impressões feitas pelos órgãos dos
sentidos.
1.1.1.1.2.1.14.1 – Sonolência é um fenômeno de enfermagem pertencente a Consciência, com
as seguintes características específicas: sonolência maligna e não natural, entorpecimento.
1.1.1.1.2.1.14.2 – Estupor é um fenômeno de enfermagem pertencente a Consciência, com a
seguinte característica específica: condição de sono profundo com resposta a estímulos
dolorosos.
1.1.1.1.2.1.14.3 – Coma é um fenômeno de enfermagem pertencente a Consciência, com a
seguinte característica específica: inconsciência profunda sem reações fisiológicas.
1.1.1.2 – Fenômenos de Enfermagem Pertencentes a Pessoa são fenômenos de enfermagem
pertencentes a Seres Humanos, com as seguintes características específicas: desempenho de um
indivíduo, como um agente intencional, de ações motivadas por razões baseadas em crenças e
desejos de uma personalidade individual (racionalidade).
83
1.1.1.2.1 – Razões para as ações são fenômenos de enfermagem pertencentes a Pessoa, com as
seguintes características específicas: motivações que propiciam um entendimento e explicação
para o comportamento de uma pessoa.
1.1.1.2.1.1 – Personalidade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Razões para as
Ações, com a seguinte característica específica: disposição de uma pessoa para reter ou
abandonar atitudes no decorrer do tempo (razões de Segunda ordem para as ações).
1.1.1.2.1.1.1 – Identidade Pessoal é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Personalidade, com as seguintes características específicas: a qualidade de ser uma pessoa
individual, o estado de ser a mesma pessoa em substância, natureza e qualidade.
1.1.1.2.1.1.1.1 – Distúrbio da Identidade Pessoal é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Identidade Pessoal, com a seguinte característica específica: inabilidade para distinguir entre o
eu e o não eu.
1.1.1.2.1.1.2 – Imagem Corporal é um fenômeno de enfermagem pertencente a Personalidade,
com a seguinte característica específica: a imagem mental do corpo.
1.1.1.2.1.1.2.1 – Distúrbio da Imagem Corporal é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Imagem Corporal, com a seguinte característica específica: distúrbio na maneira com que
alguém conceitualiza partes do próprio corpo ou do corpo inteiro.
1.1.1.2.1.1.3 – Autoconceito é um fenômeno de enfermagem pertencente a Personalidade, com
a seguinte característica específica: a imagem mental de si mesmo.
1.1.1.2.1.1.3.1 – Distúrbio do Autoconceito é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Autoconceito, com a seguinte característica específica: distúrbio na maneira com que alguém vê
a si mesmo ou se conceitualiza.
1.1.1.2.1.1.4 – Auto-Estima é um fenômeno de enfermagem pertencente a Personalidade, com
a seguinte característica específica: uma boa opinião de si mesmo.
1.1.1.2.1.1.4.1 – Baixa Auto-Estima Situacional é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Auto-Estima, com as seguintes características específicas: auto-avaliações negativas sobre si
próprio ou sobre as próprias capacidades, inabilidade de aceitar prazer e encorajamento em
certas situações.
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1.1.1.2.1.1.4.2 – Baixa Auto-Estima Crônica é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Auto-Estima, com as seguintes características específicas: auto-avaliações negativas persistentes
sobre si próprio ou sobre as próprias capacidades.
1.1.1.2.1.2 – Atitudes Psicológicas são fenômenos de enfermagem pertencentes a Razões para
as Ações, com a seguinte característica específica: capacidade da pessoa para reter e/ou
abandonar ações (razões de primeira ordem para as ações).
1.1.1.2.1.2.1 – Cognição é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atitudes Psicológicas,
com a seguinte característica específica: capacidade para reter e abandonar ações, levando em
conta o conhecimento da pessoa.
1.1.1.2.1.2.1.1 – Pensamento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Cognição, com a
seguinte característica específica: formulação de imagens ou conceitos na mente de uma pessoa.
1.1.1.2.1.2.1.1.1 – Falta de Conhecimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Pensamento, com a seguinte característica específica: falta de conteúdo específico do
pensamento.
1.1.1.2.1.2.1.1.2 – Processo de Pensamento Alterado é um fenômeno de enfermagem
pertencente a Pensamento, com a seguinte característica específica: interrupção do pensamento.
1.1.1.2.1.2.1.1.3 – Confusão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Pensamento, com as
seguintes características específicas:
pensamento
desordenado
caracterizado
por
fala
inarticulada, comportamento questionador, agitação, falta de senso de direção, agir às cegas,
desnorteamento, desorientação.
1.1.1.2.1.2.1.1.3.1 – Confusão Aguda é um fenômeno de enfermagem pertencente a Confusão,
com as seguintes características específicas: início abrupto de desordem do pensamento
caracterizado por fala inarticulada, comportamento questionador, agitação, falta de senso de
direção, agir às cegas, desnorteamento, desorientação.
1.1.1.2.1.2.1.1.4 – Crenças Falsas são um fenômeno de enfermagem pertencente a Pensamento,
com a seguinte característica específica: pensamento que não pode ser corrigido pela razão, por
argumentos ou persuasão ou pela evidência dos sentidos da própria pessoa.
1.1.1.2.1.2.1.1.4.1 – Constipação Percebida é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Crenças Falsas, com a seguinte característica específica: objeto de falsa crença é a constipação.
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1.1.1.2.1.2.1.2 – Percepção é um fenômeno de enfermagem pertencente a Cognição, com a
seguinte característica específica: capacidade psicológica de sensação, isto é, registro mental
consciente de um estímulo sensorial.
1.1.1.2.1.2.1.2.1 – Alucinação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Percepção, com a
seguinte característica específica: registro aparente de estímulos sensoriais (visões, sons.) que
não estão realmente presentes.
1.1.1.2.1.2.1.2.2 – Ilusão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Percepção, com a
seguinte característica específica: interpretação falsa de estímulos sensoriais registrados.
1.1.1.2.1.2.1.2.3 – Negligência Unilateral é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Percepção, com a seguinte característica específica: falta percebida de consciência de um lado
do corpo.
1.1.1.2.1.2.2 – Emoção é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atitudes Psicológicas,
com as seguintes características específicas: capacidade de reter e abandonar ações, levando em
conta os sentimentos de consciência agradável ou dolorosa da pessoa.
1.1.1.2.1.2.2.1 – Insegurança é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as
Seguintes características específicas: sentimentos de incerteza, aumento de tensão e inadequação.
1.1.1.2.1.2.2.2 – Nervosismo é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as
seguintes
características
específicas:
sentimentos
de
superexcitamento,
fragilidade,
estremecimento acompanhado de tremores das mãos.
1.1.1.2.1.2.2.3 – Medo é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a seguinte
característica específica: sentimentos de ameaça, perigo ou angústia com causa conhecida
(conteúdo do pensamento).
1.1.1.2.1.2.2.4 – Ansiedade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a
seguinte característica específica: sentimentos de ameaça, perigo ou angústia sem causa
conhecida (conteúdo do pensamento).
1.1.1.2.1.2.2.5 – Tristeza é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as
seguintes características específicas: sentimentos de baixo espírito, melancolia e falta de energia.
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1.1.1.2.1.2.2.6 – Solidão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a seguinte
característica específica: sentimentos de tristeza, melancolia devido à falta de companhias,
simpatia e amizade.
1.1.1.2.1.2.2.7 – Desolação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a
seguinte característica específica: sentimentos de estar sendo abandonado e deixado
completamente só.
1.1.1.2.1.2.2.8 – Depressão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as
seguintes características específicas: sentimentos de severa tristeza, baixo humor e letargia.
1.1.1.2.1.2.2.9 – Desesperança é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as
seguintes características específicas: sentimentos de limitação ou falta de possibilidades e
significados na vida, sem habilidade para mobilizar energia e com pessimista visão do futuro.
1.1.1.2.1.2.2.10 – Desespero é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as
seguintes características específicas: sentimentos de profunda desesperança e de ter perdido toda
a esperança.
1.1.1.2.1.2.2.11 – Raiva é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com as
seguintes características específicas: sentimentos de animosidade, frustração e hostilidade.
1.1.1.2.1.2.2.12 – Pesar é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a seguinte
característica específica: sentimentos de grande tristeza devido a perda.
1.1.1.2.1.2.2.12.1 – Pesar Antecipado é um fenômeno de enfermagem pertencente a Pesar, com
a seguinte característica específica: sentimentos de grande tristeza antes de uma perda real.
1.1.1.2.1.2.2.12.2 – Pesar Disfuncional é um fenômeno de enfermagem pertencente a Pesar,
com a seguinte característica específica: sentimentos prolongados de grande tristeza devido a
perda.
1.1.1.2.1.2.2.13 – Culpa é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a seguinte
característica específica: sentimentos de ter feito algo errado.
1.1.1.2.1.2.2.14 – Vergonha é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a
seguinte característica específica: sentimentos de perda do auto-respeito causados por
comportamento errado, desonroso ou insensato.
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1.1.1.2.1.2.2.15 – Negação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Emoção, com a
seguinte característica específica: tentativas de reduzir ansiedade através da recusa para aceitar
pensamentos, sentimentos ou fatos.
1.1.1.2.1.2.3 – Vontade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atitudes Psicológicas,
com a seguinte característica específica: capacidade de reter e abandonar ações, levando em
conta atitudes da volição.
1.1.1.2.1.2.3.1 – Redução do Desejo de Viver é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Vontade, com as seguintes características específicas: desejo influenciado por pensamentos de
autodestruição e vontade de acabar a vida.
1.1.1.2.1.2.4 – Decisão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atitudes Psicológicas,
com as seguintes características específicas: capacidade de reter e abandonar ações, levando em
conta o julgamento.
1.1.1.2.1.2.4.1 – Conflito de Decisão é um fenômeno de enfermagem pertencente a Decisão,
com a seguinte característica específica: incertezas sobre escolhas, considerando julgamentos
antagonistas.
1.1.1.2.1.2.4.2 – Impotência é um fenômeno de enfermagem pertencente a Decisão, com as
seguintes características específicas: processos mentais de escolha reduzida, inabilidade para
agir, percepção de que as próprias ações não irão afetar significativamente um resultado, uma
percebida falta de controle de uma situação atual ou de um acontecimento imediato.
1.1.1.2.1.2.4.3 – Falta de Iniciativa é um fenômeno de enfermagem pertencente a Decisão, com
a seguinte característica específica: reduzida habilidade para tomar decisões e agir de acordo.
1.1.1.2.1.2.5 – Crença é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atitudes Psicológicas,
com a seguinte característica específica: capacidade de reter ou abandonar ações, levando em
conta opiniões de uma pessoa.
1.1.1.2.1.2.5.1 – Crença de Valor é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crença, com a
seguinte característica específica: capacidade de reter ou abandonar ações, levando em conta
opiniões de uma pessoa sobre o que é bom ou ruim.
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1.1.1.2.1.2.5.2 – Crença Religiosa é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crença, com a
seguinte característica específica: capacidade de reter ou abandonar ações, levando em conta a
opinião religiosa de uma pessoa.
1.1.1.2.1.2.5.2.1 – Sofrimento Espiritual é um fenômeno de enfermagem pertencente a Crença
Religiosa, com a seguinte característica específica: interrupção no princípio de vida que penetra
o ser inteiro da pessoa e que integra e transcende sua natureza biológica e psicossocial.
1.1.1.2.1.2.6 – Memória é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atitudes Psicológicas,
com as seguintes características específicas: capacidades mentais pelas quais as sensações,
impressões e idéias são armazenadas e recordadas.
1.1.1.2.1.2.6.1 – Desorientação é um fenômeno de enfermagem pertencente a Memória, com a
seguinte característica específica: distúrbio da memória na preservação de experiências sobre o
tempo, lugar e dados pessoais, circunstâncias e eventos.
1.1.1.2.2 – Ações são fenômenos de enfermagem pertencentes a Pessoa, com a seguinte
característica específica: desempenho de movimentos corporais, explicados e entendidos por
meio de razões expressas.
1.1.1.2.2.1 – Ações Autodependentes são fenômenos de enfermagem pertencentes a Ações, com
a seguinte característica específica: ações que dependem da própria pessoa.
1.1.1.2.2.1.1 – Autodesenvolvimento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ações
Autodependentes, com a seguinte característica específica: o que é necessário a fim de moverse em direção à qualidade de vida.
1.1.1.2.2.1.1.1 – Ação de Busca da Saúde é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Autodesenvolvimento, com as seguintes características específicas: busca de caminhos para
alterar hábitos pessoais de saúde e/ou o meio ambiente, a fim de mover-se em direção a uma
ótima qualidade de vida relacionada com a saúde e bem-estar do indivíduo.
1.1.1.2.2.1.2 – Autocuidado é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ações
Autodependentes, com a seguinte característica específica: processos comportamentais do que é
preciso para manter-se a si mesmo.
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1.1.1.2.2.1.2.1 – Atividade da Vida Diária é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Autocuidado, com a seguinte característica específica: ação necessária para manter-se a si
mesmo, desempenhada durante um dia normal.
1.1.1.2.2.1.2.1.1 – Autocuidado: Mover-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação básica efetiva de
mover-se a si mesmo.
1.1.1.2.2.1.2.1.1.1 – Autocuidado: Sentar-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Autocuidado: Mover-se, com a seguinte característica específica: mudança de todo o corpo para
uma posição ereta.
1.1.1.2.2.1.2.1.1.2 – Autocuidado: Transferir-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Autocuidado: Mover-se, com a seguinte característica específica: mudança do corpo todo entre
o leito e a cadeira.
1.1.1.2.2.1.2.1.1.3 – Autocuidado: Virar-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Autocuidado: Mover-se, com a seguinte característica específica: mudança do corpo todo de
um lado para outro.
1.1.1.2.2.1.2.1.2 – Autocuidado: Alimentar-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação básica efetiva de nutrir
a si mesmo.
1.1.1.2.2.1.2.1.3 – Autocuidado: Higiene é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação básica efetiva de
limpar a si mesmo.
1.1.1.2.2.1.2.1.4 – Autocuidado: Banhar-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação básica efetiva de
aplicar água no próprio corpo.
1.1.1.2.2.1.2.1.5 – Autocuidado: Arrumar-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação básica efetiva de
arrumar a si mesmo.
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1.1.1.2.2.1.2.1.6 – Autocuidado: Vestir-se é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação básica efetiva de
colocar e/ou tirar roupas
1.1.1.2.2.1.2.1.7 – Autocuidado: Toalete é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Atividade da Vida Diária, com as seguintes características específicas: ação básica efetiva de
desempenhar atividades de toalete, fazer higiene íntima apropriada e descartar as excretas.
1.1.1.2.2.1.2.1.8 – Atividade Instrumental da Vida Diária é um fenômeno de enfermagem
pertencente a Atividade da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ações
complexas para manter a si mesmo, desempenhadas durante um dia normal: compras, lavanderia,
manuseio de dinheiro, preparo de refeições, manutenção da casa, emprego.
1.1.1.2.2.1.2.1.9 – Atividade de Lazer é um fenômeno de enfermagem pertencente a Atividade
da Vida Diária, com a seguinte característica específica: ação complexa de estimulação oriunda
de, ou interesse ou engajamento nas atividades de recreação ou lazer.
1.1.1.2.2.1.2.2 – Atividade de Cuidado da Saúde é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Autocuidado, com a seguinte característica específica: ação de identificar, conduzir e buscar
ajuda para manter a saúde.
1.1.1.2.2.1.2.2.1 – Regime Terapêutico Prescrito é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Autocuidado, com a seguinte característica específica: ação de manutenção da saúde,
requerendo o uso ou aplicação de, por exemplo, medicamentos prescritos pelo médico.
1.1.1.2.2.1.2.2.2 – Não aderência é um fenômeno de enfermagem pertencente a Autocuidado,
com a seguinte característica específica: ação de não seguir recomendações terapêuticas.
1.1.1.2.2.1.2.2.3 – Precauções de Segurança são um fenômeno de enfermagem pertencente a
Autocuidado, com a seguinte característica específica: ação de evitar fatores de risco.
1.1.1.2.2.1.3 – Auto-Ajustamento é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ações
Autodependentes, com a seguinte característica específica: ação de alterar a si mesmo, a fim de
atender as demandas e os papéis da vida.
1.1.1.2.2.1.3.1 – Desgaste do Cuidador é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Estratégia de Enfrentamento de Problemas, com a seguinte característica específica:
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capacidade diminuída de solução de problemas de uma pessoa, em resposta às demandas de
provimento de cuidado de uma outra.
1.1.1.2.2.1.3.2 – Ajustamento à saúde é um fenômeno de enfermagem pertencente a AutoAjustamento, com a seguinte característica específica: ação de modificação do estilo de vida de
maneira consistente com mudança no estado de saúde.
1.1.1.2.2.1.3.2.1 – Negação de Problemas de Saúde é um fenômeno de enfermagem
pertencente a Ajustamento à Saúde, com a seguinte característica específica: tentativa de negar
o conhecimento ou significado de um evento para reduzir ansiedade/medo em detrimento da
saúde.
1.1.1.2.2.1.4 – Autodestruição é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ações
Autoconfiantes, com a seguinte característica específica: ação que é nociva para a vida do
indivíduo.
1.1.1.2.2.1.4.1 – Violência autodirecionada é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Autodestruição, com a seguinte característica específica: ação intencional que é fisicamente
nociva ao indivíduo.
1.1.1.2.2.1.4.2 – Destruição da Saúde é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Autodestruição, com a seguinte característica específica: ação que é nociva à saúde do
indivíduo.
1.1.1.2.2.1.4.2.1 – Abuso de Substância é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Destruição da Saúde, com a seguinte característica específica: uso impróprio de substâncias que
são nocivas à saúde do indivíduo e causam dependência.
1.1.1.2.2.1.4.2.1.1 – Fumo é um fenômeno de enfermagem pertencente a Abuso de
Substâncias, com a seguinte característica específica: uso regular e excessivo de tabaco.
1.1.1.2.2.1.4.2.1.2 – Abuso de Álcool é um fenômeno de enfermagem pertencente a Abuso de
Substância, com a seguinte característica específica: uso regular e excessivo de álcool.
1.1.1.2.2.1.4.2.1.3 – Abuso de Droga é um fenômeno de enfermagem pertencente a Abuso de
Substância, com a seguinte característica específica: uso regular e excessivo de drogas para
efeito não terapêutico.
92
1.1.1.2.2.2 – Ação Interdependente é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ações, com a
seguinte característica específica: ação que depende da própria pessoa e de outros.
1.1.1.2.2.2.1 – Ação Comunicativa é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ação
Interdependente, com as seguintes características específicas: ação de transmissão de
mensagens entre indivíduos usando ação verbal ou não verbal, conversação face a face ou ação
de comunicação remota.
1.1.1.2.2.2.2 – Desempenho de Papel é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ação
Interdependente, com as seguintes características específicas: tarefas e deveres empreendidos
em relação a um quadro de expectativas envolvendo outras pessoas.
1.1.1.2.2.2.2.1 – Desempenho Alterado de Papel é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Desempenho de Papel, com as seguintes características específicas: interrupção da maneira
usual de uma pessoa realizar as expectativas e o desempenho de tarefas e deveres em
empreendimentos que envolvem outras pessoas.
1.1.1.2.2.2.3 – Ação Sexual é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ação
Interdependente, com as seguintes características específicas: ação que expressa desejos,
valores, atitudes e atividades sexuais.
1.1.1.2.2.2.3.1 – Planejamento Familiar é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ação
Sexual, com as seguintes características específicas: ação relacionada com gestação, prevenção,
melhoria da fertilidade, controle do número e do espaçamento de crianças em uma família.
1.1.1.2.2.2.3.2 – Promiscuidade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ação Sexual,
com a seguinte característica específica: engajamento em intercurso sexual indiscriminadamente
ou com muitos parceiros(as).
1.1.1.2.2.2.4 – Interação Social é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ação
Interdependente, com a seguinte característica específica: participação em trocas sociais.
1.1.1.2.2.2.4.1 – Apoio Social é um fenômeno de enfermagem pertencente a Interação Social,
com a seguinte característica específica: ação percebida por um receptor como promotora de seu
bem-estar.
1.1.1.2.2.2.4.1.1 – Rede Social é um fenômeno de enfermagem pertencente a Apoio Social, com
a seguinte característica específica: promoção do estabelecimento e manutenção da rede social.
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1.1.1.2.2.2.4.2 – Agressão Social é um fenômeno de enfermagem pertencente a Interação
Social, com as seguintes características específicas: ação violenta, agressiva, nociva, ilegal, ou
culturalmente proibida em relação a outrem.
1.1.1.2.2.2.4.2.1 – Abuso Infantil é um fenômeno de enfermagem pertencente a Agressão
Social, com a seguinte característica específica: ação violenta, agressiva, ilegal, ou culturalmente
proibida direcionada à criança.
1.1.1.2.2.2.4.2.2 – Abuso Conjugal é um fenômeno de enfermagem pertencente a Agressão
Social, com a seguinte característica específica: ação violenta, agressiva, ilegal, ou culturalmente
proibida direcionada a(o) esposa(o).
1.1.1.2.2.2.4.2.3 – Mutilação Genital Feminina é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Agressão Social, com a seguinte característica específica: ação violenta direcionada à criança do
sexo feminino ou mulher, pela excisão de partes ou de toda genitália externa, justificada por
hábitos culturais.
1.1.1.2.2.2.4.3 – Interação Social Limitada é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Interação Social, com a seguinte característica específica: participação insuficiente, em
qualidade e quantidade, nas trocas sociais.
1.1.1.2.2.2.4.3.1 – Isolamento Social é um fenômeno de enfermagem pertencente a Interação
Social Limitada, com as seguintes características específicas: solidão experimentada por um
indivíduo e percebida como imposta por outros, e como um estado negativo ou ameaçador.
1.1.2 – Fenômenos de Enfermagem Pertencentes ao Meio Ambiente são fenômenos de
enfermagem pertencentes a Fenômeno de Enfermagem, com as seguintes características
específicas: condições ou influências sob as quais os seres humanos vivem ou se desenvolvem.
1.1.2.1 – Meio Ambiente: Humano é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio
Ambiente, com as seguintes características específicas: condições interpessoais ou relacionais
ou influências sob as quais as pessoas ou os grupos vivem ou se desenvolvem.
1.1.2.1.1 – Pessoas Significativas são um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio
Ambiente: Humano, com as seguintes características específicas: condições interpessoais ou
relacionais ou influências sob as quais pessoas significantes vivem ou se desenvolvem.
94
1.1.2.1.1.1 – Família é um fenômeno de enfermagem pertencente a Pessoas Significativas, com
as seguintes características específicas: condições interpessoais ou relacionais ou influências sob
as quais a família vive ou se desenvolve.
1.1.2.1.1.1.1 – Capacidade de Cuidar é um fenômeno de enfermagem pertencente a Família,
com a seguinte característica específica: capacidade de prover cuidado e sustento aos membros
da família.
1.1.2.1.1.1.1.1 – Paternidade/Maternidade é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Capacidade de Cuidar, com as seguintes características específicas: ações dos que têm a
responsabilidade paterna/materna de criar um ambiente promotor de crescimento e
desenvolvimento ótimo de uma criança.
1.1.2.1.1.1.1.1.1 – Vínculo é um fenômeno de enfermagem pertencente a Paternidade/
Maternidade, com as seguintes características específicas: ações de ligação entre uma criança e
seus pais, especialmente a mãe, formando laços afetivos que posteriormente vão influenciar no
desenvolvimento fisiológico e psicológico da criança.
1.1.2.1.1.1.1.1.2 – Paternidade/Maternidade Alterada é um fenômeno de enfermagem
pertencente a Paternidade/Maternidade, com as seguintes características específicas: distúrbio
e ausência de processos comportamentais que criem um ambiente promotor de crescimento e
desenvolvimento ótimo de uma criança, falta de vínculo.
1.1.2.1.1.1.2 – Relacionamento Familiar é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Família, com a Seguinte característica específica: padrões de relacionamento dentro da família.
1.1.2.1.1.1.2.1 – Distúrbio no Relacionamento Familiar é um fenômeno de enfermagem
pertencente a Relacionamento Familiar, com a seguinte característica específica: relação
inadequada e inapropriada dos membros da família entre si.
1.1.2.1.1.1.2.1.1 – Conflito de Papel dos Pais é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Distúrbio no Relacionamento Familiar, com as seguintes características específicas:
experiência de confusão e conflito de papel como pais em resposta a crises.
1.1.2.1.2 – Comunidade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio ambiente:
Humano, com a seguinte característica específica: ação que mantém funcionando todas as
pessoas de um distrito, cidade ou área geográfica particular.
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1.1.2.1.2.1 – Economia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Comunidade, com as
seguintes características específicas: dinheiro de salário, de investimentos, dividendos ou de
outras fontes, disponível para o cotidiano e para despesas com cuidado da saúde.
1.1.2.1.2.1.1 – Condições Econômicas são um fenômeno de enfermagem pertencente a
Economia, com as seguintes características específicas: condições relativas à produção,
distribuição e consumo de riqueza.
1.1.2.1.2.1.1.1 – Pobreza é um fenômeno de enfermagem pertencente a Condições Econômicas,
com as seguintes características específicas: riqueza ou posses materiais insuficientes para
atender as necessidades básicas.
1.1.2.1.2.2 – Cultura é um fenômeno de enfermagem pertencente a Comunidade, com as
seguintes características específicas: idéias, costumes, artes, habilidades e ações de pessoas ou
grupos que são transferidas, comunicadas ou passadas ao longo de sucessivas gerações.
1.1.2.1.2.2.1 – Etnia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Cultura, com a seguinte
característica específica: discriminação de pessoas baseadas na raça, nacionalidade ou cultura.
1.1.2.1.2.2.2 – Sexismo é um fenômeno de enfermagem pertencente a Cultura, com a seguinte
característica específica: discriminação, especialmente contra mulheres, baseada no sexo.
1.1.2.1.3 – Sociedade é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente: Humano,
com as seguintes características específicas: ações que mantêm todas as pessoas de um distrito,
cidade ou área geográfica particular, formalmente ou estruturalmente funcionando.
1.1.2.1.3.1 – Alto Índice de Mortalidade Infantil é um fenômeno de enfermagem pertencente a
Sociedade, com a seguinte característica específica: alta proporção de morte de crianças, isto é,
morte de crianças abaixo de um ano de idade, registrada em um determinado ano, comparada
com o número total de nascidos vivos no mesmo ano, usualmente expressa por mil, como um
índice.
1.1.2.1.3.1.1 – Alto Índice de Mortalidade Neonatal Precoce é um fenômeno de enfermagem
pertencente a Alto Índice de Mortalidade Infantil, com a seguinte característica específica: alta
proporção de mortes neonatais precoces, isto é, crianças nascidas vivas que morrem nas
primeiras 168 horas de vida em um determinado ano, comparada com o número total de nascidos
vivos no mesmo ano, usualmente expressa por mil, como um índice.
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1.1.2.1.3.1.2 – Alto Índice de Mortalidade Perinatal é um fenômeno de enfermagem
pertencente a Alto Índice de Mortalidade Infantil, com a seguinte característica específica: alta
proporção de mortes perinatais, isto é, morte de fetos tardios ou de neonatos, pesando acima de
1000gr no nascimento, em um determinado ano, comparada com o número total de nascidos
vivos no mesmo ano, usualmente expressa por mil, como um índice.
1.1.2.1.3.2 – Alto Índice de Mortalidade Materna é um fenômeno de enfermagem pertencente
a Sociedade, com a seguinte característica específica: alta proporção de mortes maternas, isto é,
morte de mulheres grávidas antes, durante ou depois do parto, registrada em um determinado ano
e comparada com o número total de mulheres grávidas registrado no mesmo ano, usualmente
expressa por mil, como um índice.
1.1.2.2 – Meio Ambiente: Natureza é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio
Ambiente, com a seguinte característica específica: substâncias físicas tal como ocorrem na
natureza.
1.1.2.2.1 – Meio Ambiente Físico é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio
Ambiente: Natureza, com a seguinte característica específica: substâncias químicas como
ocorrem no meio ambiente: natureza.
1.1.2.2.1.1 – Ar é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente Físico, com as
seguintes características específicas: substâncias gasosas invisíveis que circundam a terra, uma
mistura principalmente de oxigênio e nitrogênio necessária para a sobrevivência dos indivíduos.
1.1.2.2.1.1.1 – Poluição do Ar é um fenômeno de enfermagem pertencente a Ar, com a seguinte
característica específica: situações em que a atmosfera ambiental externa contém materiais em
concentrações que são nocivas aos indivíduos.
1.1.2.2.1.2 – Água é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente Físico, com as
seguintes características específicas: líquido transparente, sem cor, sem odor e sem gosto,
composto por oxigênio e hidrogênio, encontrado nos mares, lagos, rios e sob o solo, necessário
para a sobrevivência dos indivíduos.
1.1.2.2.1.2.1 – Poluição da Água é um fenômeno de enfermagem pertencente a Água, com a
seguinte característica específica: situação na qual a água contém materiais em concentrações
que são nocivas aos indivíduos.
97
1.1.2.2.2 – Meio Ambiente Biológico é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio
Ambiente: Natureza, com a seguinte característica específica: fatores biológicos como ocorrem
no meio ambiente natureza.
1.1.2.2.2.1 – Microorganismo é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente
Biológico, com as seguintes características específicas: organismos microscópicos, alguns dos
quais são nocivos aos indivíduos.
1.1.2.2.2.2 – Parasita é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente Biológico,
com as seguintes características específicas: organismos vivendo dentro ou sobre outros,
beneficiando-se de outros, alguns dos quais são nocivos aos indivíduos.
1.1.2.2.3 – Meio Ambiente Artificial é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio
Ambiente: Natureza, com as seguintes características específicas: objetos de matéria orgânica
ou inorgânica produzidos pelos seres humanos para um propósito específico.
1.1.2.2.3.1 – Moradia é um fenômeno de enfermagem pertencente a Meio Ambiente Artificial,
com a seguinte característica específica: uma estrutura para servir de habitação.
1.1.2.2.3.1.1 – Moradia Inadequada é um fenômeno de enfermagem pertencente a Moradia,
com a seguinte característica específica: padrões de salubridade habitacional não satisfatórios.
98
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a publicação da Classificação Internacional da Prática de Enfermagem – Versão
Alfa, o processo de desenvolvimento e aperfeiçoamento dessa classificação, como também a
introdução, nela, de modificações que se fizerem necessárias, constituem uma realidade na
Enfermagem mundial. Este estudo foi desenvolvido numa tentativa de responder a uma das
questões que surgiram após a apresentação dessa classificação – a necessidade de adaptação dos
termos à língua alvo de utilização.
Na Classificação de Fenômenos de Enfermagem, apresentada na CIPE – Versão Alfa,
esses termos são denominados de Fenômenos de Enfermagem e constituem dois grandes
blocos: os fenômenos relacionados com Ser humano (259 termos) e os fenômenos relacionados
com Meio ambiente (34), totalizando 293 termos, com 292 definições. Para que esses termos
sirvam aos seus maiores propósitos, à documentação e à estatística da prática de enfermagem, é
necessário que sejam adaptados à linguagem onde serão utilizados, uma vez que os mesmos
foram desenvolvidos em países onde a língua predominante é a inglesa.
Dentre as diversas abordagens que poderiam ser utilizadas para o desenvolvimento deste
estudo, optamos por fazer a equivalência semântica da Classificação dos Fenômenos de
Enfermagem da CIPE – Versão Alfa. O que queríamos, na realidade, com o estudo, era evitar
que a Classificação de Fenômenos de Enfermagem apresentasse os mesmos problemas que
foram evidenciados por nós e por outras enfermeiras, com a tradução do sistema de classificação
da NANDA, para o português do Brasil.
No desenvolvimento deste estudo, não existia a pretensão de se desenvolver todos os
tipos de equivalência que devem ser observados em estudos transculturais, cujo objetivo é a
99
adaptação de termos de uma linguagem para outra, mas, com o desenrolar do estudo, pôde-se
perceber que foram desenvolvidas, tanto a equivalência semântica, como a equivalência cultural
e a equivalência de conteúdo.
A equivalência semântica foi obtida quando foi desenvolvida a avaliação da equivalência
gramatical e de vocabulário na tradução para o português do Brasil. A equivalência cultural foi
realizada quando se atentou, durante todo o processo da técnica da back-translation, para que os
termos utilizados fossem coerentes com as experiências vividas pelas enfermeiras dentro do seu
contexto cultural. A equivalência conceitual foi alcançada, quando os termos foram submetidos
ao julgamento de um corpo de juízes, quando da realização da correlação entre as versões
original, tradução e back-translation, da Classificação de Fenômenos de Enfermagem, ocasião
em que foi julgado se os termos apresentavam o mesmo significado nas três versões.
Os resultados do estudo apontaram para uma tradução semanticamente correta,
alcançando um índice de concordância de 98% para os 293 termos. Merece ser ressaltado que,
em alguns casos, não foi possível encontrar uma palavra que incorporasse o sentido exato do
termo original em inglês, como no caso de Rubor quente e Estresse de frio. Mesmo para os
termos que foram traduzidos “sem problemas”, estamos conscientes de que alguns conceitos
ainda não têm um sentido exato em português e que estudos devem ser desenvolvidos, para que
essa Classificação represente a prática de enfermagem, das enfermeiras brasileiras. Por esse
motivo, acredito que a continuação do estudo deve ser vista como uma contribuição para a
pesquisa na Enfermagem, quando se deve fazer uma acurada investigação sobre o uso dos
termos, seu significado e sua substituição, quando oportuna, por vocábulos que reflitam a prática
de enfermagem dentro do contexto sociocultural do momento.
Durante o processo de realização desta pesquisa, não foram evidenciadas maiores
dificuldades. Esse resultado significativo creditamos à participação de um grupo de enfermeiras
e de professores de Letras, que não mediram esforços para o alcance do objetivo estabelecido
para essa fase.
Com a realização deste estudo, não pretendíamos esgotar o assunto, mas apresentar, para
a comunidade de Enfermagem, um estudo inicial que, temos plena convicção, deve ser
continuado. Essa continuação deverá ser realizada, principalmente, pelo fato de um sistema de
classificação ser considerado um processo em contínuo desenvolvimento, cujos termos podem
ser passíveis de inclusão, revisão, modificação ou exclusão.
100
A título de contribuição para o desenvolvimento da Classificação Internacional da Prática
de Enfermagem serão feitas algumas considerações que consideramos importantes no
desenvolvimento de futuros estudos.
Numa primeira consideração, concordamos com Saba et al. (1998), componentes do
IMIA – NI/SIG (International Medical Informatics Association – Nursing Information, Special
Interest Group), quando afirmam que a pretendida relação entre a CIPE e a Família de
Classificação da OMS é obscura. Para essas autoras, no início do desenvolvimento do projeto da
CIPE, o CIE concordou que a Família de Classificação fosse o caminho apropriado para o design
e disseminação de uma Classificação Internacional da Prática de Enfermagem, mas, de acordo
com o desenvolvimento atual dessa classificação, para que ela possa ser considerada membro da
família de classificação da CID, necessita de ser reestruturada e codificada de acordo com as
regras da OMS.
As maiores mudanças que precisam ser feitas na CIPE, segundo as autoras já
mencionadas, são as seguintes: 1) os três componentes – Fenômenos de enfermagem, Ações de
enfermagem e Resultados esperados – necessitam de ser estruturados numa única estrutura que
determine maiores categorias ou capítulos para os três componentes; 2) os títulos dos itens na
classificação necessitam de ser codificados, usando-se método compatível com o formato da
CID; 3) os títulos podem ser adicionados com níveis de codificação e/ou modificadores, além de
três ou quatro características, para que, dessa forma, mantenham a integralidade e
compatibilidade do sistema de classificação.
Uma outra consideração que merece ser relatada diz respeito à necessidade de uma maior
precisão na identificação dos atributos de cada conceito, ou seja, das características específicas
que definem o fenômeno de enfermagem. Já se pode evidenciar, quando da transposição da
Versão Alfa para a Beta, que, em alguns fenômenos, foram modificadas as características
específicas, o que só favoreceu um melhor entendimento do real significado dos termos.
Outro aspecto que merece ser evidenciado é o estudo da localização dos fenômenos na
árvore taxonômica, pois, em alguns casos, não se consegue atentar para a localização dos termos
na pirâmide de conceitos. É o caso dos termos Atividade física e Regurgitação, que na Versão
Alfa estavam ligados ao conceito de Respiração. Existem vários outros exemplos, que foram
corrigidos quando da transposição da Versão Alfa para a Beta. Mas, mesmo na Versão Beta,
ainda existem algumas discrepâncias com relação à localização de alguns termos, que precisam
ser estudados.
101
Consideramos como a maior implicação desse estudo a nossa satisfação enquanto
enfermeiras, docentes e pesquisadoras, traduzida pela utilização de uma abordagem teórica
metodológica que, mesmo exigindo um maior tempo para seu desenvolvimento e um alto custo
financeiro, foi gratificante e prazerosa, pois conseguíamos visualizar, em cada etapa vencida, os
seus resultados, com as suas possíveis aplicações práticas e, ao mesmo tempo, identificar as
fragilidades do estudo.
Os resultados deste estudo foram utilizados numa segunda fase da pesquisa que objetivou
a análise da utilização dos termos atribuídos aos fenômenos de enfermagem na prática das
enfermeiras paraibanas, onde evidenciamos que todos os termos são utilizados pelas enfermeiras
em várias proporções: um único fenômeno foi marcado com 100% de freqüência de utilização –
Dor; a grande maioria com freqüência variando de 99% a 80% e 13 com maior freqüência como
nunca utilizados, ou seja, com freqüência abaixo de 79%. Visualiza-se também no estudo que
esses fenômenos são utilizados nas várias áreas clínicas da profissão, apresentando maiores
evidências de utilização nas especialidades Enfermagem Médico Cirúrgica, Enfermagem
Obstétrica e Enfermagem de Saúde Pública. Merece ser ressaltado que, em alguns momentos do
estudo, tinha-se a sensação de que as enfermeiras, ao marcarem que utilizavam os termos, o
faziam baseada na compreensão do seu significado ou familiaridade e não na utilização efetiva
na prática profissional. Se essa inferência estiver correta, justifica-se a realização de estudos
futuros, para esclarecer essa questão.
A despeito disso, e tendo por base os resultados obtidos neste estudo, concluímos com a
afirmação do CIE, que os termos atribuídos aos fenômenos de enfermagem constantes na CIPE –
Versão Alfa, representam problemas ou situações da prática de enfermagem comuns às
enfermeiras paraibanas.
102
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