Vale do Paraíba – Relatório de Campo – Rafaella Meloni 1B

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Vale do Paraíba – Relatório de Campo – Rafaella Meloni 1B
Vale do Paraíba – Relatório de Campo – Rafaella Meloni 1B
Este ano, 2014, tivemos a oportunidade de explorar novas regiões do Brasil,
através de um estudo do meio com a Escola Villare. A província que visitamos
foi o Vale do Paraíba, com o auxilio dos professores da área de Ciências
Humanas.
•
Primeiro dia:
No primeiro dia, conhecemos a Fazenda Pau D´ Alho, da qual a paisagem da
fazenda era baseada em um mar de morros. Logo ao chegar, pudemos
observar que era um casarão, onde havia vivido uma família da elite, escravos
(devido à existência da senzala), tinha plantação de café e também tinha um
estabulo. Pode- se afirmar, que a vigilância era rigorosa, pois a fazenda tinha
uma estrutura quadrada, conseguindo fazer com que a casa do barão tivesse
vista para todas as partes.
Com isso, foi possível observar diversas
peculiaridades, como por exemplo: a frente dela ser para o interior da fazenda,
e todas as máquinas serem movimentadas através da água.
Devido à oportunidade de entrar na senzala, conseguimos mudar toda a nossa
perspectiva sobre como elas eram. Antes, achamos que o local onde os
escravos ficavam era um galpão grande, sem divisória e que eles apanhavam
todos os dias. Porém, na verdade, a senzala era divida em pequenas celas
para evitar problemas (como: humidade e corrente de ar), pois os escravos
tinham um alto custo, então era necessário cuidar da saúde e da organização
deles. Além disso, os escravos recebiam castigo quando faziam algo errado,
para servir de exemplo para os outros, mas não apanhavam atoa. Outra
curiosidade sobre a senzala, é que ela localizava-se em local mais alto, que as
outras partes da fazenda, para facilitar a vigilância, e era isolada do meio
externo.
Imagens:
Fazenda.
Máquina movida à água.
Após o almoço, visitamos a cidade de São José do Barreiro, que é comarca da
cidade de Bananal. Nesse local, almoçamos em um restaurante, localizado no
casarão mais antigo da cidade.
Convém ressaltar que tivemos uma conversa com o ex-secretário de turismo,
que comentou um pouco da cidade. Informou- nos que hoje em dia uma das
principais atividades econômicas que se tenta investir na cidade é o turismo,
pois não há universidades e empresas. Todavia, o comércio é um setor muito
explorado pelos moradores.
•
Segundo dia:
No dia seguinte, fomos conhecer uma das maiores fazendas da região com um
número extenso de escravos, chama-se: Fazenda Resgate. Esta pertencia ao
um traficante de escravos, que também era fazendeiro de café.
Em relação à estrutura externa dessa propriedade, pode-se dizer que há
indícios
de
ação
humana,
mostrando
que
a
mata
foi
regenerada,
principalmente pelo fato de haver embaúbas e vegetação de gramínea.
Também há indícios de pastagens, como os degraus naturais executados pela
locomoção dos animais. Aliás, com observações vimos que os solos férteis,
existentes entre o mar de morros, é consequência das rochas que foram
arrastadas em forma de sedimentos. Do mesmo jeito, pode-se ver que a forma
de plantio utilizada facilitava a vigilância e o controle. Já em relação à estrutura
interna, pode-se afirmar que é uma fazenda restaurada e não preservada,
introduzindo uma ideia de algo artificial, e ela era é praticamente inteira
simétrica. Algumas características analisadas foram: que na entrada da casa
há uma escada, para expor a ideia de hierarquia, da qual o dono (que estava
no topo da escada) era mais importante que o visitante (que teria que ir até
ele); as alcovas (cômodos) externas serviam para os viajantes dormirem e se
acomodarem, enquanto as alcovas internas eram para a família proprietária da
fazenda; as pinturas do hall refletiam muito no café, representando o tipo de
subsistência da época; Essas pinturas foram executadas por Vilaronga, pintor
espanhol, que ao invés de pintar quadros para pendurar, ele pintava-os direto
na parede; a capela que existe no jardim, reflete sobre o grande poder
econômico que eles tinham, pois não era algo comum de se ter; a decoração
do salão social era muito parecida com a do palácio de Versalhes e tinha como
particularidade
a
moda
do
orientalismo;
no
salão
havia
a
cadeira
“namoradeira”, da qual separava as duas pessoas (mesmo sendo uma cadeira
dupla), passando a ideia de isolar a donzela; havia vários lustres simbolizando
o maçônico, ou seja, representavam a grande relação entre a maçonaria e a
politica brasileira.
Uma curiosidade é que o cravo era um instrumento muito utilizado, parecido
com o piano, cujo era tocado pelas donzelas e pelos escravos. A diferença é
que as donzelas tocavam como um hobbie, já os escravos tocavam como um
trabalho (por que a música era vista, como um trabalho braçal).
Imagens:
parte externa
-> Fazenda.
-> simetria.
-> imitação de azulejo = pintura de Vilaronga.
Entretanto, após o almoço, fomos até a cidade do Bananal. É uma região
importante, pois era aonde o Valim tinha seu casarão com a função de: fechar
acordos com outros traficantes e celebrações. Esse casarão estava bem
conservado, localiza-se praticamente no centro da cidade, e havia dois
andares, dois qual um era o salão, na parte térrea, e outro era na parte
superior, para funções privadas.
Essa cidade foi fundada devido a sua localidade, pois de Minas Gerais até
Paraty era o caminho utilizado para a transportação do ouro, e é aonde a
cidade localiza-se. O aumento populacional nessa área começou ao
estabelecer núcleos urbanos, para beneficiar os tropeiros oriundos mineiros.
Isso influenciou na formação de outros núcleos urbanos e o crescimento dos já
existentes, tendo como consequências a fundação da cidade e criação de uma
elite latifundiária e escravocrata. Porém o crescimento da cidade deve-se ao
surgimento das fazendas de café, pois no século XIX o café começou a ser
extraordinariamente produzido e utilizado para fins comerciais.
-> Solar do Valim.
Na cidade do Bananal, entrevistamos algumas pessoas da região. A primeira
foi um senhor (Ricardo) de 70 anos, que sempre morou lá, podendo fornecernos várias informações, como: o fato do turismo estar crescendo ainda e o forte
da economia ser o artesanato, antigamente a região era focada em
agropecuária, a cidade já teve uma moeda própria e disse que o estudo no
ginásio tem qualidade, mas campos de trabalho não. Em seguida,
entrevistamos uma turismóloga de 38 anos (Daniela), da qual está na cidade a
cinco meses. Ela disse que a cidade é pequena, porém tem problemas de
cidade grande, e não houve um planejamento urbano, dificultando o
desenvolvimento. Além dessas entrevistas, foi possível observar um contra
ponto entre mais duas pessoas, que foram: Flavia de 14 anos e Marcelo de 26
anos. A Flavia disse que não tem shopping na cidade, nem boas festas e nem
uma diversidade de entretenimento. Enquanto Marcelo diz que foi a melhor
infância que alguém pode ter, já que eles podiam brincar em todas as praças,
soltar pipa e jogar bolinha de gude. Pode-se concluir que o contra ponto entre
os dois, deve-se a diferença de épocas, pois antigamente a falta de shopping e
tecnologia (para a infância) era desvalorizada, enquanto que hoje em dia faz
com que Flavia deseje mudar da cidade do Bananal.
Na volta da cidade do Bananal, e após uma conversação ao redor da fogueira,
tivemos o primeiro contato com o Jongo. Este foi introduzido no Brasil por
negros da etnia bantu, vendidos como escravos nos antigos reinos de Ndongo
e do Kongo, região compreendida hoje por grande parte do território da
República de Angola.
O Jongo originou-se como uma dança de origem africana, da qual o canto tem
o papel fundamental, associado aos instrumentos musicais e à dança. Porém,
o jongo é muito mais que uma forma de se divertir, pois como utiliza símbolos
possibilitava a comunicação de modo cifrado entre os escravos, e acreditavam
que ele provocava fenômenos paranormais.
Ele pode ser caracterizado como uma manifestação cultural, e sua
permanência (antigamente) mostrava a resistência de pessoas que lutavam
pela sobrevivência, sem deixar de sorrir ou celebrar a dádiva da existência.
•
Terceiro dia
No terceiro dia, no caminho de volta para São Paulo, conhecemos a maior
indústria produtora de rodas do planeta, com 35 unidades em 40 países,
chamada: Iochpe-Maxion. O nome “IOCHPE” surgiu do nome da família
proprietária. Ela tem parceira com a BMW, Honda, GM, Hyundai, Fiat, Ford,
Volvo, Agrale, entre outros.
Todas as unidades da Iochpe-Maxion contam com o assessoramento dos
"Comitês de Gestão Ambiental", formados por funcionários de diversas áreas,
em especial daquelas diretamente envolvidas no processo produtivo. Isso pode
ser afirmado, pelo o fato de que a Maxion utiliza a própria água do rio Paraíba,
e devolve ela trata. Além de tratar todo o esgoto e aprimorar-se da Lei
Rouanet, ou seja, a lei que possibilita a indústria de manter 4% do dinheiro que
iria como imposto para realizar eventos sociais.
Os Comitês têm por responsabilidade adotar e padronizar as melhores
práticas ambientais, identificar e solucionar "não conformidades", criar e
desenvolver
campanhas
educativas,
motivacionais
e
ações
pontuais
direcionadas ao público interno, além de aprimorar os Programas estruturados
de Coleta Seletiva, presentes em todas as unidades industriais e escritórios da
Iochpe-Maxion.
De acordo com a visita e a palestra do gerente da Maxion, pode-se declarar
que a mão de obra é assalariada, a produção é de larga escala, o turno dos
funcionários é de 6 horas diárias e há 9.500 funcionários.
Essa indústria contém uma rede internacional de engenharia e tecnologia,
provando o alto investimento na qualidade de seus produtos. Com isso,
também há trabalhadores com pequenas funções, das quais não exigem um
ensino reforçado.
Características do ambiente da fábrica são: ambiente escuro, barulhento e
cheiro desagradável.
Pode observar indícios de trabalho Fabril, ou seja, quando ocorre retirada do
individuo do seu lar por uma força externa (a sobrevivência). Afinal, se não
trabalhar, não terá a possibilidade de obter condições necessárias para a sua
vida, exemplos disso é que para comer e beber, a pessoa precisa comprar.
Portanto, pode-se concluir que diversos aspectos são envolvidos no processo
de formação do nosso país, entre eles há a história. O Vale do Paraíba é uma
região, da qual tem um reconhecimento histórico e que deve ser conhecida por
todos, assim como diversas localidades. Já que a situação atual, é apenas uma
consequência de seu passado.

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