do arquivo - Programas de Pós
Transcrição
do arquivo - Programas de Pós
Dissertação ESTILOS PARENTAIS, PRÁTICAS ALIMENTARES PARENTAIS E O ESTADO NUTRICIONAL EM ADOLESCENTES Ângela Bein Piccoli 1 INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA Programa de Pós-Graduação em Medicina: Área de Concentração: Cardiologia e Ciências da Saúde ESTILOS PARENTAIS, PRÁTICAS ALIMENTARES PARENTAIS E O ESTADO NUTRICIONAL EM ADOLESCENTES Autora: Ângela Bein Piccoli Orientadora: Dra. Lúcia Campos Pellanda Co-orientadores: Dra. Clarisse Pereira Mosmann Dr. Lucas Neiva-Silva Dissertação submetida como requisito para obtenção do grau de mestre ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Área de Concentração: Cardiologia, da Fundação Universitária de Cardiologia /Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. Porto Alegre 2014 i Dados Internacionais de Catalogação na Publicação P591e Piccoli, Ângela Bein Estilos parentais, práticas alimentares parentais e o estado nutricional em adolescentes / Ângela Bein Piccoli ; orientadora Lucia Campos Pellanda ; co-orientadores Clarisse Pereira Mosmann, Lucas NeivaSilva. – Porto Alegre : 2014. 200 f.; il. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul / Fundação Universitária de Cardiologia – Programa de PósGraduação em Ciências da Saúde: Cardiologia, 2014. 1. Estilos parentais. 2. Adolescentes. 3. Práticas alimentares. 4. Obesidade. I. Pellanda, Lucia Campos. II. Mosmann, Clarisse Pereira. III. Neiva-Silva, Lucas. IV. Título. CDU: 159.9:616.1 Bibliotecária responsável: Marina Miranda Fagundes CRB 10/2173 ii iii AGRADECIMENTOS Ao Programa de Pós-Graduação da Fundação Universitária de Cardiologia, professores e funcionários. À Dra. Lúcia Pellanda, cardiologista pediátrica, orientadora que acreditou no projeto e que é referência para um modelo de assistência à saúde preventiva, multidisciplinar e integral além de ser uma referência para quem se aventurar na pesquisa. Seu coração tem espaços para todos. À Clarisse Mosmann e Lucas Neiva-Silva, que aceitaram o desafio de me orientar; os momentos de aprendizado com disposição e amizade são inesquecíveis. À Unidade de Pesquisa da FUC, em especial à Vânia Naomi Hirakata, pelo auxílio na análise estatística dos dados. Às bibliotecárias Marlene Tavares e Marina M. Fagundes pelo carinho na prontidão de minhas solicitações. À Elcira Wyrwalska pela revisão do texto e amizade cultivada diariamente. Aos profissionais que participaram como juízes do processo de validação do instrumento, por suas valiosas críticas. À nutricionista Vanessa Minossi e psicóloga Alessandra Endruweit pela disponibilidade e ajuda na coleta dos dados. Às Escolas que gentilmente abriram suas portas e me receberam. Aos pais dos adolescentes que confiaram no meu trabalho. Aos adolescentes por sua participação. Aos meus filhos, por me presentearem com sua compreensão, seguindo seus caminhos de forma segura, e nunca se queixarem de minhas necessárias ausências. Aos meus pais, para quem deveria estar mais presente, continuam se revelando incentivadores de minhas escolhas. Ao meu marido, por seu amor. Sem ele, não seria possível chegar ao final. iv LISTA DE SIGLAS AFC Análise Fatorial Confirmatória AFE Análise Fatorial Exploratória CFPQ Comprehensive Feeding Practice Questionnaire CFQ Child Feeding Questionnaire DCV Doenças cardiovasculares ECA Estatuto da Criança e do Adolescente HAS Hipertensão arterial sistêmica IMC Índice de Massa Corporal IOTF International Obesity Task Force NCHS National Center for Health Statistics OMS Organização Mundial de Saúde PFQ Preschooler Feeding Questionnaire QAC Questionário de Alimentação da Criança SUS Sistema Único de Saúde WHO World Health Organization v SUMÁRIO BASE TEÓRICA ......................................................................................................... 1 1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 2 2 SOBREPESO E OBESIDADE .................................................................. 4 2.1 CENÁRIO .................................................................................................. 4 2.1.1 Epidemiologia da obesidade................................................................. 7 2.1.2 Definição e diagnóstico ....................................................................... 10 2.1.3. Causas e fatores associados à obesidade .......................................... 14 2.1.4 Implicações para a saúde ................................................................... 23 2.2 ESTILOS PARENTAIS .......................................................................... 27 2.2.1 Família e estilos parentais .................................................................. 27 2.2.2 Escalas de exigência e responsividade............................................... 38 2.3 ESTILOS PARENTAIS E PRÁTICAS ALIMENTARES PARENTAIS ....................................................................................................................... 40 2.4 VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE INVESTIGAÇÃO ......... 45 3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO ............................................................. 50 4 OBJETIVOS ............................................................................................. 52 4.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................ 52 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................. 52 5 CONCLUSÕES ......................................................................................... 54 5.1 CONCLUSÃO GERAL........................................................................... 58 6 CONSIDERAÇÕES ................................................................................. 60 REFERÊNCIAS ........................................................................................... 67 vi ARTIGO 1 – PARENTAL STYLES AND WEIGHT STATUS OF ADOLESCENTS IN PORTO ALEGRE – BRAZIL (Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry) ....................................................... 86 INTRODUCTION ....................................................................................... 88 METHOD ..................................................................................................... 89 Study Design ................................................................................................. 89 Sample ........................................................................................................... 89 Definition of the Variables .......................................................................... 89 Statistical Analysis ....................................................................................... 91 RESULTS ..................................................................................................... 92 Sample Characteristics ................................................................................ 92 Parental Styles .............................................................................................. 93 Parental Styles and Adolescents Nutritional Status ................................. 94 DISCUSSION ............................................................................................... 94 REFERENCES .......................................................................................... 101 FIGURE ...................................................................................................... 106 TABLES...................................................................................................... 107 ARTIGO 2 – VALIDITY OF AN INSTRUMENT TO ASSESS THE PERCEPTION OF ADOLESCENTS ABOUT PARENTAL FEEDING PRACTICES: THE TEENAGER'S PERCEPTION OF PARENTAL FEEDING PRACTICES SCALE (TEEN-PFP) (Appetite)..................................................... 112 INTRODUCTION ..................................................................................... 114 METHODS ................................................................................................. 118 Participants ................................................................................................ 118 vii Procedures .................................................................................................. 119 Statistical Analysis ..................................................................................... 123 RESULTS ................................................................................................... 125 Content Validity ......................................................................................... 125 Analysis of Reliability ................................................................................ 126 Construct Validity ..................................................................................... 127 DISCUSSION ............................................................................................. 127 CONCLUSIONS ........................................................................................ 134 REFERENCES .......................................................................................... 135 TABLES...................................................................................................... 141 APPENDIX ................................................................................................. 143 ARTIGO 3 – PARENTING STYLES, PARENTAL FEEDING PRACTICES AND ADOLESCENTS' WEIGHT STATUS (JAMA Pediatrics) ....................... 149 INTRODUCTION ..................................................................................... 151 METHODS ................................................................................................. 152 Variables ..................................................................................................... 152 Statistical Analysis ..................................................................................... 154 RESULTS ................................................................................................... 155 DISCUSSION ............................................................................................. 157 REFERENCES .......................................................................................... 162 FIGURE ...................................................................................................... 167 TABLES...................................................................................................... 168 viii APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para o processo de validação ................................................................................................................... 175 APÊNDICE B – Carta aos pais............................................................................... 176 APÊNDICE C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .......................... 177 APÊNDICE D – Formulário de coleta de dados antropométrico dos pais ......... 178 APÊNDICE E - Questionário de dados sócio-demográfico ................................. 179 APENDICE F – Escala de percepção do adolescente sobre práticas alimentares parentais – Teen-PFP .............................................................................................. 182 APÊNDICE G – Tabelas não demonstradas no artigo: “Validação de um instrumento para avaliar a percepção de adolescentes sobre práticas alimentares parentais (Teenager’s perception of parental feeding practices scale) – Teen – PFP” .......................................................................................................................... 185 APÊNDICE H – Tabelas não demonstradas no artigo “Relações entre estilos parentais, práticas alimentares e o estado nutricional de adolescentes.” ........... 186 ANEXO A – Escalas de Responsividade e Exigência ........................................... 190 ix 1 BASE TEÓRICA 2 1 INTRODUÇÃO As modificações no estilo de vida das pessoas decorrentes do desenvolvimento sócio-político-econômico e do desenvolvimento tecnológico cada vez mais acelerado repercutem em diversos aspectos incluindo a saúde do indivíduo e as relações interpessoais. Hábitos alimentares inadequados, a redução da prática de atividade física e a crescente obesidade na infância e adolescência, que tende a persistir na vida adulta constatadas na atualidade são de extrema relevância para o surgimento de doenças cardiovasculares, principalmente se estiverem acompanhadas de hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2, entre outras doenças inclusive psicológicas. É na família que o indivíduo desenvolve suas primeiras relações com o alimento e adquire hábitos e referências de saúde. O papel dos pais ou responsáveis na educação de seus filhos tem sido foco de investigação no desenvolvimento da obesidade. Estudos salientam sobre as mudanças nas relações pais e filhos decorrentes das mudanças sociais onde se observa um deslocamento nas relações de autoridade pais/filhos, de um modelo baseado na imposição e no controle a outro fundamentado na participação e na negociação. Assim, os estilos de educação dos pais e as práticas educativas parentais têm sido estudados por serem considerados importantes preditores para o desenvolvimento infantil. Este estudo busca, através da percepção de adolescentes sobre os estilos de educação de seus pais e sobre as práticas alimentares utilizadas, buscar respostas para a compreensão do desenvolvimento da obesidade no âmbito familiar. Para tanto, primeiramente apresentamos o cenário da obesidade na atualidade, epidemiologia, diagnóstico, causas e consequências para a saúde. Posteriormente, 3 abordamos sobre os estilos de educação parentais e apresentamos a escala para identificação dos diferentes estilos parentais. Buscamos esclarecer as diferenças entre os estilos parentais e práticas parentais, especificamente voltadas ao domínio da alimentação e apontamos para a necessidade de se desenvolver um instrumento abrangente que avalie a percepção de adolescentes sobre estas práticas. Com isto estabelecemos os objetivos do presente estudo o qual será apresentado em forma de três artigos. O primeiro artigo relaciona os estilos parentais com o estado nutricional dos adolescentes; o segundo, trata do processo de validação do instrumento desenvolvido sobre práticas alimentares e que foi adaptado do CFPQ – Comprehensive Feeding Practices Questionnaire) sendo denominado Teen-PFP (Teenager’s Perception of Parental Feeding Practices Scale). E o terceiro artigo trata da associação entre estilos parentais, práticas alimentares parentais e o estado nutricional. Todos os artigos estão no formato das revistas porém ainda não foram submetidos. Finalizamos esta dissertação com algumas considerações a respeito do estudo. 4 2 SOBREPESO E OBESIDADE 2.1 CENÁRIO A evolução da tecnologia e o fenômeno reconhecido como globalização desencadearam mudanças econômicas, sociais, demográficas e sanitárias que afetaram as relações e o estilo de vida das pessoas. Entre as repercussões, e de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade tem sido descrita como importante problema de saúde pública, sendo reconhecida como epidemia do século XXI1 e como a maior causa prevenível de morbidade e mortalidade.2 Sua prevalência aumentou nas últimas décadas em todo o mundo, inclusive nos países em desenvolvimento, como o Brasil3-5, onde anteriormente predominavam os problemas relacionados à desnutrição.6 Enquanto a prevalência de excesso de peso triplicou no Brasil, a prevalência de déficit ponderal reduziu para quase a metade.7 A obesidade é complexa e determinada por múltiplos fatores associados. Além de ser uma doença, também é um fator de risco para outras, potencialmente fatais, o que significa um desafio para profissionais de saúde e pacientes.8,9 Paradoxalmente, as preocupações com o corpo e a aparência física relacionada ao ser magro estão em evidência. Há a proliferação de instituições especializadas em combater a obesidade e, neste cenário, evidenciam-se inúmeras possibilidades em busca do corpo perfeito, incluindo o uso indiscriminado de laxantes e diuréticos, agentes termogênicos, de drogas que inibem a absorção dos alimentos e até hormônios tireoidianos.10 O impacto ocasionado por esta doença tem sido significativo em diversos setores da sociedade e evidências têm apontando diminuição na expectativa de vida de 5 indivíduos que convivem com a obesidade por períodos prolongados. Governos buscam alternativas para controle da obesidade, através de atendimentos pelos serviços de saúde, modificações na merenda escolar, programas para o enfrentamento da obesidade mórbida, obrigatoriedade de rótulos nos produtos alimentícios, informando seu valor nutricional, entre outros. O pressuposto de que existem muitos fatores associados à obesidade, quer na constituição da doença, quer na convivência com a mesma, significa reconhecer que a obesidade situa-se além do paradigma entre saúde e doença.10,11 A literatura aponta o papel da família como fundamental no estabelecimento deste fenômeno, pois, para crescimento e peso adequados das crianças e adolescentes, a cooperação dos pais é importante; estando conscientes dos riscos que o excesso de peso causa na vida adulta. O estabelecimento de limites permeia a lista de dificuldades em relação às causas e relação ao tratamento da obesidade infantil observado através da seleção descontrolada da alimentação, inadequada e excedente, corroborada por percepções distorcidas em relação à condição de excesso de peso seja por parte dos pais em relação ao excesso de peso dos filhos seja dos próprios filhos em relação ao seu corpo ou mesmo de profissionais da saúde.11 Muitos estudos que investigaram a influência dos pais no estado nutricional dos filhos relacionaram o excesso de peso com o impacto das práticas alimentares específicas que são adotadas principalmente durante a infância dos filhos, podendo-se afirmar ser recente a preocupação em relacionar as práticas educativas adotadas pelos pais com a maneira como estas estratégias são adotadas, reconhecida como estilos dos pais.12,13 Há distinção entre práticas e estilos parentais: as práticas são as estratégias utilizadas pelos pais para educar e o conceito de estilo parental, vai além das práticas 6 parentais propriamente ditas. O estilo é, na verdade, o contexto dentro do qual operam os esforços dos pais para socializar os seus filhos de acordo com suas crenças e valores. Em outras palavras, o estilo parental pode ser entendido como o clima emocional que perpassa as atitudes dos pais, cujo efeito é o de alterar a eficácia de práticas disciplinares específicas, além de influenciar a abertura ou predisposição dos filhos para a socialização. Os estilos envolvem crenças, valores e hierarquia das funções familiares, que são expressos no exercício da disciplina e autoridade presentes nas interações entre pais e filhos através da comunicação, apoio e controle.14 Os estilos são entendidos como mediadores ou como moderadores das práticas15 e são classificados em autoritários, autoritativos, indulgentes e negligentes, conforme níveis de exigência e afeto adotados pelos pais. As investigações voltadas à criança menor buscam a percepção dos pais em relação às atitudes, de como eles reconhecem suas práticas e estilos na educação de seus filhos pequenos; são poucos os estudos com foco na percepção dos filhos e em especial de filhos adolescentes. Como o adolescente já adquiriu maior autonomia em relação às opções de consumo e estilo de vida, sua percepção sobre a educação recebida de seus pais em relação a hábitos alimentares e estilo de vida pode determinar se o estilo parental se associa ao estado nutricional (Índice de Massa Corporal - IMC). A adolescência é um dos períodos mais desafiadores do ciclo de vida humana e entendido como etapa importante do processo de crescimento e desenvolvimento, cuja marca é a transformação. O excesso de peso nos adolescentes pode estar relacionado não somente com práticas alimentares e estilo de vida adotado na família, 7 mas principalmente com a forma como os adolescentes internalizaram estas crenças e valores expressados nas práticas cotidianas em forma de exigências e de afeto. Assim, identificar a existência de possíveis associações entre a forma como os adolescentes percebem a interação dos pais com eles e se esta percepção pode ter influência no seu estado nutricional é relevante, uma vez que fornecerá indicações de estratégias de intervenções terapêuticas visando o tratamento e prevenção do excesso de peso e redução de prováveis ocorrências de morbidade e mortalidade decorrentes. Dirigir estudos para as relações familiares é buscar no ambiente de maior vínculo interacional respostas que possam auxiliar na assistência de adolescentes com excesso de peso. 2.1.1 Epidemiologia da obesidade A obesidade não é um fenômeno recente. Os achados arqueológicos da Era Paleolítica – 20.000 até 30.000 anos a.C – de artefatos de pedra representativos de mulheres corpulentas revelam raízes da história da obesidade. Esculturas préhistóricas gregas, babilônicas e egípcias demonstram a preferência escultural pelas mulheres obesas. Uma das primeiras representações da forma humana, nomeada Vênus de Willendorf, é a estátua de uma mulher extremamente obesa, com grandes mamas e abdomem.16 Diante da arqueologia dessas deusas na história da humanidade, não se sabe com certeza se são representações realísticas ou se elas refletem um ideal, simbolizando um sonho de abundância e fertilidade para um período em que a fome era uma constante e a expectativa de vida era bem baixa, portanto para dar continuidade às tribos era necessário procriar-se, a fim de manter a espécie. 8 Por outro lado, a busca pelo emagrecimento também tem uma história tão antiga quanto à do próprio homem. Entre os anos de 400 e 300 a.C., Hipócrates já aconselhava a prática de exercícios físicos e da dieta para a obtenção de um corpo saudável, considerando a obesidade uma doença, e seu discípulo, Galeno, como decorrente da falta de disciplina.16 Hipócrates dizia que os homens obesos morriam mais cedo que os homens não obesos.17,18 A obesidade era considerada uma patologia que atingia somente os adultos repercutindo nas condições de saúde das populações. Segundo a Organização Mundial de Saúde6, a obesidade é definida como doença na qual a gordura tenha se acumulado numa tal quantidade que prejudique a saúde. É caracterizada como ―doença psicossomática, de caráter crônico, com determinantes genéticos, neuroendócrinos, metabólicos, dietéticos, ambientais, sociais, familiares e psicológicos.19 A obesidade representa uma das patologias mais difíceis de tratar, sendo apontada como o distúrbio nutricional mais frequente em crianças e adolescentes nos países desenvolvidos.17,20 A prevalência da obesidade vem crescendo acentuadamente nas últimas décadas atingindo países desenvolvidos e em desenvolvimento. A situação nutricional vem se alterando e aspectos singulares da transição nutricional são identificados em virtude da industrialização e urbanização. O processo denominado transição nutricional é caracterizado por diminuição da desnutrição, aumento da prevalência de obesidade e incremento de deficiências nutricionais específicas.21,22 Este quadro reflete os padrões de alteração do hábito alimentar e de atividade física reduzida estabelecendo o excesso de peso pelo desequilíbrio energético devido ao maior consumo alimentar e menor gasto em atividades.23,24 9 Em 2010, em âmbito mundial, 1 bilhão de adultos estavam com excesso de peso e, destes, 475 milhões com obesidade. Entre crianças e jovens este valor chega a 250 milhões sendo 50 milhões obesos. Em 30 anos, o excesso de peso entre os adolescentes no Brasil, aumentou de 3,7% para 21,7% entre meninos e de 7,6% para 19% entre as meninas, equiparando-se aos índices de crescimento da obesidade em adolescentes americanos.25 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou, em agosto de 2010, os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2008–09), indicando que o peso dos brasileiros vem aumentando nos últimos anos. O excesso de peso em homens adultos saltou de 18,5% - em 1989 - para 50,1% — ou seja, metade dos homens adultos já estava acima do peso — e ultrapassou, em 2008– 09, o excesso em mulheres, que foi de 28,7% para 48%. Já o excesso de peso em crianças e adolescentes, entre 5 e 19 anos, teve um aumento de 16,1% - em 1989 para 23,4% - 2010 - em meninas e em meninos de 9,2% para 27,6% (Figura 1). Em fevereiro de 2013, os resultados de um levantamento coordenado pelo Instituto do Coração (Incor), no município de São Paulo, apontou que 66,3% dos entrevistados estão acima do peso: 28,9% estão obesos — sendo 19% com obesidade grau 1 (forma mais leve), 7,2% com grau 2, e 2,7% com o grau 3, conhecido como obesidade mórbida — e 37,4% com sobrepeso. ―Muito Além do Peso‖, um documentário sobre obesidade infantil lançado no final de 2012, revela que já há no Brasil uma geração de crianças condenadas a morrer cedo ou ter problemas de saúde em função de maus hábitos alimentares. O filme afirma que 56% dos bebês brasileiros com menos de um ano de idade tomam refrigerantes. Um terço das crianças brasileiras está acima do peso ou obesa: 33% têm obesidade, sendo que quatro de cada cinco delas deverão manter-se nessa condição até o fim da vida.26 10 Estudo mostra que o excesso de peso em crianças e adolescentes no Brasil aumentou 240% nas últimas duas décadas decorrente das modificações nos hábitos alimentares e no estilo de vida.19 Outro afirma que 16% dos brasileiros apresentam algum grau de obesidade e que um terço da população em geral tem peso acima do que é considerado saudável, ou de outra forma, somando quatro brasileiros acima do peso de cada dez.27 Estes dados indicam que em 2025, o Brasil será o 5º país com problemas de obesidade.28 Figura 1 – Mais brasileiros obesos. Fonte: Brasil (2013)26 2.1.2 Definição e diagnóstico Para se identificar a presença de sobrepeso ou obesidade, a utilização do método de avaliação do IMC tem recebido forte aceitação na comunidade cientifica comprometida com o estudo deste tema, devido a sua fácil aplicação e relação estatística com a gordura corporal total em populações jovens. No entanto, o uso de uma ampla variedade de conceitos para definir obesidade infantil tem dificultado a comparação entre dados de diferentes países não permitindo 11 assim, coerência no entendimento da exata proporção em que a obesidade se desenvolve nas populações jovens dos diversos países. Na tentativa de superar esta barreira, Cole e colaboradores, baseados em valores aceitos internacionalmente para adultos, elaboraram pontos de corte para identificação de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes. Para a construção dessa proposta, foram utilizados dados de IMC de amostras representativas de crianças e adolescentes de seis diferentes países, incluindo o Brasil.29 Os valores propostos são recomendados por reconhecidas instituições que se dedicam ao estudo da obesidade, como é o caso da International Obesity Task Force (IOTF) e a World Health Organization (WHO) para avaliação do estado nutricional de crianças e adolescentes30, sendo amplamente utilizado em estudos epidemiológicos para o diagnóstico de magreza, sobrepeso e obesidade tanto em adultos como em crianças.31 Os métodos antropométricos são de fácil manuseio, não invasivos, econômicos e indicados para a prática diária. Para os adolescentes, o uso do IMC tem sido validado em muitos estudos, apresentando alta especificidade para diagnóstico da obesidade.32 De acordo com o Antropometric Standardization Reference Manual33, o IMC é obtido pelo quociente MC/EST², sendo MC, a massa corporal expressa em quilogramas (kg) e EST, a estatura em metros (m). Nos adultos existem valores fixos para rotular o estado nutricional do indivíduo (Tabela 1).6 12 Tabela 1 - Classificação do adulto a partir de valores do IMC Classificação IMC Magreza <18,5kg/m2 Normal (Eutrófico) 18,5 ≥ 24,9 kg/m2 Sobrepeso 25 ≥ 29,9 kg/m2 Obesidade ≥ 30kg/m2 Fonte: WHO (2004)6 Nas crianças e adolescentes, a classificação do IMC segue as curvas de crescimento, e os valores são expostos em escore-z e em percentil da mediana da amostra de referência. A classificação de percentil conforme sexo e idade, até 2007, era normal (eutrófico): entre o percentil 5 e 85; magreza: abaixo do percentil 5; sobrepeso era aplicado para crianças ou adolescentes cujo IMC estava entre o percentil 85 e 95 enquanto o termo obesidade era aplicado quando o IMC excedia o percentil 95 nos gráficos de crescimento do Centro de Controle de Doenças nos Estados Unidos (CDC) para crianças da mesma idade e sexo.34 No entanto, em 2007 a OMS atualizou os dados do National Center for Health Statistics (NCHS) de 1977, com base na população norte-americana de 5 a 19 anos com nova proposta para o ponto de corte da obesidade e apresentou novas curvas de IMC por idade. De acordo com esta proposta a tabela do estado nutricional de crianças e adolescentes com obesidade seriam caracterizadas pelo IMC acima do percentil 97.35 A tabela 2 mostra esta nova classificação.31,36,37 13 Tabela 2 - Classificação do estado nutricional de crianças e adolescentes (5 a 19 anos), a partir de valores do percentil por idade. Classificação IMC Magreza Abaixo de 3º Normal (Eutrófico) Entre 3º e 85º Sobrepeso Entre 85º e 97º Obesidade Acima de 97º Fonte: Dumith e Farias (2010)31; Brasil (2007)36; WHO (2013)37 A terminologia excesso de peso, no Brasil, agrega os conceitos de sobrepeso e obesidade. A obesidade é reconhecida como o acúmulo excessivo de gordura no organismo, acima de limites arbitrariamente estabelecidos como normais e que frequentemente resulta em prejuízo para a saúde atual e futura do indivíduo. Alguns autores fazem distinção entre a obesidade e o sobrepeso afirmando que a primeira é definida como um excesso de gordura corporal relacionado à massa magra, e o segundo como uma proporção relativa de peso maior que a desejável para a altura causando prejuízo para a saúde.38 Existem classificações quanto a distribuição de gordura: andróide ou obesidade central (forma de maçã), que é o acúmulo de gordura na região do tronco; a ginóide ou obesidade periférica (forma de pêra), que o acúmulo de gordura abaixo da cintura, na região glúteo-femural. A obesidade central ou abdominal é mais frequente em homens e a obesidade ginóide ou femural em mulheres.39,40 14 2.1.3. Causas e fatores associados à obesidade O aumento do peso corporal e o excesso de adiposidade compreendem um fenômeno complexo com múltiplos fatores em interação.41 Estes são classificados em genéticos e ambientais onde os primeiros exercem papel fundamental na etiologia da obesidade, enquanto os últimos seriam os agravantes. Um estudo concluiu que a prevalência observada nos últimos 20 anos pode ser explicada por fatores ambientais, já que não foram demonstradas alterações metabólicas significativas que apontassem para distúrbio biológico.39 A fisiopatologia da obesidade não está esclarecida e os últimos avanços vêm ocorrendo no campo da biologia molecular.31 Acredita-se que a obesidade é um acúmulo excessivo de gorduras nos depósitos do tecido adiposo do organismo, quer seja por um aumento do número de adipócitos ou por um aumento do seu tamanho, o que corresponde a um excesso de peso corporal. Há três períodos do desenvolvimento humano em que este aumento se verifica de maneira fisiológica: último trimestre de vida intra-uterina, primeiro ano de vida e início da adolescência. Estes períodos se constituem épocas críticas para o estabelecimento da obesidade.2 Estudos realizados em gêmeos mono e dizigóticos têm permitido uma separação entre os fatores genéticos e os ambientais. A separação entre obesidade endógena (provocada por síndromes somáticas dismórficas, lesões do sistema nervoso central, endocrinopatias) da exógena (ingestão excessiva em relação ao consumo energético do indivíduo) é fundamental, já que as causas endógenas devem ser tratadas no sentido da correção do distúrbio de base, com a normalização dos índices ponderais.42 A obesidade endógena tem causas endócrinas e genéticas. A influência 15 genética na obesidade decorre de uma desordem poligênica em que vários genes atuam simultaneamente promovendo uma disposição individual para o excesso de adiposidade existindo uma grande variabilidade biológica entre os indivíduos em relação ao armazenamento do excesso de energia ingerida.41 A regulação da ingestão alimentar é bastante complexa e se deve a uma série de hormônios, neurotransmissores e neuromoduladores de ação central envolvidos nesse processo.42 Nos últimos anos, a ciência ―redescobriu‖ o tecido adiposo, como o mais versátil tecido endócrino já conhecido capaz de secretar várias moléculas com potenciais funções regulatórias.43 Dentre as diversas substâncias sintetizadas pelo adipócito, destacam-se a adiponectina, a angiotensina e a leptina. A leptina (do grego leptos = magro) desempenha importante papel na regulação da ingestão alimentar e no gasto energético. Os indivíduos obesos apresentam elevados níveis plasmáticos de leptina em comparação com aqueles encontrados nos magros.44 A hiperleptinemia é atribuída a alterações no receptor de leptina ou a uma deficiência em seu sistema de transporte, fenômeno denominado resistência à leptina. Assim, a leptina, inicialmente tida como a solução para a obesidade, acaba não apresentando os efeitos esperados. Um hormônio relacionado ao metabolismo é a grelina, produzido nas células do estômago, e está diretamente envolvida na regulação do balanço energético em curto prazo. Esse hormônio parece estar envolvido no estímulo para iniciar uma refeição. Os níveis de grelina são influenciados por mudanças agudas e crônicas no estado nutricional, encontrando-se elevados em estados de hipoglicemia, durante jejum prolongado, ou em estado de anorexia nervosa e reduzidos na obesidade, tendo sua concentração diminuída após a refeição ou administração intravenosa de glicose.44 As causas endócrinas prendem-se essencialmente em situações de hipotireoidismo e 16 hipercortisolismo (síndrome de Cushing). Outras causas têm sido apontadas como possíveis responsáveis no desenvolvimento da obesidade conforme demonstrado na Tabela 3.45 Tabela 3 – Causas da Obesidade Infantil e Juvenil Causas Patologias Desordens monogênicas ›› Mutação no receptor Melanocortina-4 ›› Deficiência de leptina ›› Mutação em Propiomelanocortina Genéticas Síndromes ›› Prader-Willi ›› Bardet-Biedl ›› Cohern ›› Alstrom ›› Frohlich Lesão cerebral Neurológicas Tumor cerebral Consequências de irradiação craniana Inflamação hipotalâmica Hipotireoidismo Endócrinas Síndrome de Cushing Deficiência de hormônio de crescimento Pseudohipoparatiroidismo Psicológicas Depressão Distúrbios alimentares Antidepressivos tricíclicos Contraceptivos orais Consumo de fármacos Antipsicóticos Anticonvulsivos Glicocorticoides Fonte: Jouret e Tauber (2001)45 17 Apenas uma pequena porcentagem de obesidade em crianças e adolescentes esta associada a alterações genéticas ou hormonais. Estima-se que apenas 1 a 5% dos casos de obesidade sejam motivados por causas endógenas, sendo o restante motivado por causas exógenas.18,45 Apesar da influência do componente biológico no desenvolvimento da obesidade, a prevalência observada nos últimos anos é por fatores ambientais32,38,39 como dietas hipercalóricas, atividade física reduzida, tabaco e a ingestão de álcool. É possível que pressões sociais e culturais e a opinião pública sejam possíveis preditores deste fenômeno, pois a mesma sociedade que trouxe progresso à vida dos seres humanos, também trouxe uma reformulação das condições e hábitos no estilo de vida pessoal, familiar, social, profissional; nas condições de moradia, na alimentação, industrialização e urbanização. É importante relevar os fatores socioculturais na compreensão dos estudos da prevalência da obesidade em diferentes culturas.46 Sedentarismo e hábitos alimentares inadequados aliados a determinantes genéticos endócrinos e metabólicos desempenham papel relevante na patogênese desta doença47 exigindo uma abordagem de tratamento multidisciplinar.48 O nível de escolaridade e a renda, por exemplo, têm sido identificados como variáveis que interferem na forma como a população escolhem seus alimentos, na interpretação das informações sobre cuidados para a saúde, podendo, portanto, influenciar na magnitude da prevalência do sobrepeso e da obesidade.49 No Brasil, tem diminuído a associação positiva entre a obesidade e o nível socioeconômico.50 As escolhas alimentares são determinadas por influências econômicas, sociais e culturais, familiares, psicológicos e emocionais, e pelo prazer associado a estes ou aqueles paladares. Na grande parte dos casos as nossas preferências são adquiridas.51 18 Evidências sugerem que entre os principais fatores ambientais que têm contribuído para o aumento do sobrepeso entre crianças e adolescentes, está o número de horas em frente à televisão, o uso de jogos eletrônicos e computadores17,52,53, a redução dos espaços públicos apropriados para a prática de atividades físicas e recreativas, o aumento da violência que estimula a manter as crianças em casa para sua segurança e a utilização de veículos automotivos.54 Considera-se, também, como outra evidência paralela, a suspensão ou a restrição do aleitamento materno, o uso de alimentos formulados na alimentação infantil, a substituição dos alimentos domésticos pelos industrializados, além de dietas hipercalóricas e com alto teor de gorduras, principalmente saturadas. A presença feminina no mercado de trabalho talvez tenha contribuído para as modificações no preparo de alimentos no ambiente domiciliar, no perfil de compra dos alimentos e no consumo de refeições fora do domicílio.24,55 As inúmeras tarefas que as pessoas se comprometem para a busca de reconhecimento social e garantia do bem estar, em um tempo em que a urgência e a rapidez estão presentes, não propiciam o momento do café da manhã ou da refeição mais elaborada sendo esta substituída pelo fast food.56,57 Um estudo realizado em dois municípios da Região Sul do Brasil, verificou que a omissão do café da manhã e a baixa frequência do consumo de leite se constituíram em práticas específicas significativamente associadas à obesidade.56 Outro aspecto relevante está na mídia que estimula o consumo e confunde o comportamento nutricional das pessoas e, em especial, dos adolescentes, aumentando o consumo de ácidos graxos saturados, açucares e refrigerantes e a perda ou a diminuição do consumo de carboidratos complexos, frutas e hortaliças principalmente em regiões metropolitanas.52 19 Questiona-se o quanto a ―cultura‖ e o contexto ―social‖ se revelou de forma a se impor, afetando a sensibilidade do indivíduo na regulação biológica e instintiva das suas necessidades nutricionais. Outros autores consideram a obesidade como uma doença de dependência e descontrole; de ingestão excessiva de alimentos, tendo como consequência os riscos sociais e psicológicos. O sujeito obeso não o é por opção, apesar de fazer-se muito presente o fator prazer no ato de comer, mas o resultado desse estado se reverte em novas formas de sofrimento e ansiedade.10 Cataneo menciona Kahtalian (1992) quando refere que é necessário compreender a fome em seu aspecto psicossocial, sendo esta, juntamente com a sede, as duas forças motivadoras conhecidas mais prazerosas.58 O comportamento alimentar é complexo e transcende a ingestão de alimentos; compreende a fome e o apetite. A fome obedece a uma necessidade fisiológica e o apetite está ligado ao psíquico, é regido pelo prazer.59 Logo, os aspectos psicológicos devem ser considerados, pois a obesidade está relacionada à ansiedade, ao controle, a percepção de si e ao desenvolvimento emocional de crianças e de adolescentes. Em termos psicológicos, o ato de comer, para os obesos, é tido como tranquilizador, como uma forma de localizar a ansiedade e a angústia no corpo, sendo apresentadas dificuldades de lidar com a frustração e com os limites.58,60 Estudos que busquem entender as características psicológicas ligadas à obesidade são relevantes. A literatura aponta o papel da família como o mais importante fator de correlação com a obesidade, identificando-se no tipo de configuração familiar (filho único/adotado, famílias monoparentais, famílias numerosas), na dinâmica familiar ou suas alterações na educação e hábitos de alimentação adotados.57,61-63 O modelo de 20 comportamento familiar que tende à inatividade física e inadequação da dieta familiar é fator que pode levar à obesidade precoce.64 A família é o grupo social básico do indivíduo, determinante do seu desenvolvimento, sendo considerada tanto um fator de risco como de proteção aos seus membros.65 Nos últimos anos tem-se assistido mudanças nas estruturas familiares, nomeadamente no que se refere aos padrões de educação. A família é influenciada por diversos fatores (condição econômica, social, política, cultural) que afetam na educação oferecida aos filhos, observando-se o poder sobre a criança.66 As alterações sofridas nas relações familiares desde meados do século passado, sejam pelas diferentes configurações ou pelo impacto nas estruturas de funcionamento entre os membros, em especial, entre pais e filhos, têm levado a investigações sobre educação infantil e estilos parentais.67 A tarefa fundamental da família é proporcionar o desenvolvimento físico e emocional, bem como a independência de seus membros.68 Outro aspecto importante a considerar no contexto das relações familiares e o excesso de peso são as etapas de desenvolvimento que o indivíduo se encontra. A infância e a adolescência constituem um período importante onde hábitos e comportamentos estendem-se à fase adulta. A adolescência se situa entre a infância e a idade adulta, compreendendo uma série de transformações biológicas, do psiquismo e de inserção social. Estas transformações são singulares e peculiares de cada época, de cada cultura e de cada família. A adolescência, neste sentido, teria início na puberdade, com o surgimento das características sexuais secundárias, e terminaria com o fim do crescimento. A OMS define adolescente como o indivíduo que se situa na faixa etária entre 10 e 20 anos incompletos6 e o Estatuto da Criança e do 21 Adolescente (ECA) considera a adolescência, o indivíduo que se encontra entre 12 e 18 anos.69 Trata-se de um tempo do ciclo vital marcado pela intensidade de sentimentos e questionamentos, o qual se intersecciona com as modificações decorrentes da puberdade.70 As modificações de ordem psicológica e emocional que ocorrem nesta fase foram eram compreendidas como ―Síndrome da Adolescência Normal‖, tendo como características: busca da identidade, variações do humor, a evolução da sexualidade, a separação dos pais, a tendência grupal, a vivência temporal, o senso de indestrutibilidade, o desenvolvimento do pensamento abstrato, a atitude de reivindicação e manifestações contraditórias de conduta. Em tempos de globalização e de benefícios tecnológicos, mas também da existência de um cenário frágil devido à instabilidade, à cultura ao imediato e ao esvaziamento de ideais compartilhados, são oferecidos ao adolescente modelos imprecisos, que repercutem em seu processo identitário. A ausência de ritos de passagem, aliada à complexidade psíquica desta etapa, dificultam na delimitação de ―critérios‖ que pontuam a progressão da adolescência para a adultez. Observa-se uma redução do período historicamente caracterizado como infância e a expansão do tempo da adolescência.70 Nesse sentido, a sociedade atual tem experienciado a falta de critérios definidos que caracterizem as idades da vida, o que impede demarcações, em termos de subjetividade, das etapas do ciclo vital e, nesse contexto, a família se desorganiza, e a atenção aos cuidados fica comprometida, afetando na adolescência.71 A complexidade própria desta etapa encontra, no contexto contemporâneo, elementos que demonstram fragilidade entre o que se evidencia como uma crise da adolescência e o que se manifesta no campo da psicopatologia. 22 Embora na adolescência se desenvolva o pensamento conceitual e abstrato e o raciocínio hipotético, conceitos como tempo futuro e implicações do hoje no amanhã são compreendidos pelos adolescentes de forma diferente a do adulto. Atitudes tomadas hoje, para a prevenção de problemas futuros parecem ter menos importância; a ideia de que ―é importante comer adequadamente hoje para ter boa saúde amanhã‖ é de difícil compreensão para os adolescentes. Diante disso, podem ocorrer comportamentos inadequados de alimentação, pois acreditam ser a saúde inerente ao seu próprio ser. O crescimento relativamente estável da infância é alterado por um aumento em sua velocidade na adolescência, que resulta em necessidades nutricionais especiais. É neste período que ocorrem modificações nos hábitos alimentares em decorrência das mudanças no estilo de vida, sendo que muitas vezes estas modificações não contribuem para uma adequada ingestão de nutrientes. O excesso de peso na adolescência contribui para o surgimento precoce de doenças crônicas e, como agravante, o risco do adolescente tornar-se um adulto obeso. É neste contexto que a família passa a ser a referência para o comportamento alimentar das crianças e dos adolescentes. A seleção de alimentos é parte de um sistema comportamental complexo entre os hábitos alimentares e têm suas bases na infância e são transmitidos pela família. As experiências iniciais e a interação contínua com o alimento determinam as preferências alimentares.35,72 Outras influências incluem o preço do alimento e seu status, influências sociais, preparação e estocagem do alimento, disponibilidade de tempo e conveniência, bem como as preferências e intolerâncias pessoais. 23 Quando a criança nasce em uma família obesa é singular a condição para ela tornar-se obesa porque além da genética, esta criança cresce em um ambiente propício73,74, o que aponta a obesidade dos pais como importante fator de risco para a obesidade dos filhos, principalmente em relação às mães.75 Os pais representam modelos e promovem comportamentos que resultam num balanço energético positivo. Estudos realizados em crianças obesas demonstram que em mais de 50% dos casos, pelo menos um dos progenitores é obeso. O risco de obesidade na criança é pequeno quando nenhum dos pais é obeso, mas é quatro vezes superior quando um dos progenitores é obeso, aumentando o risco para oito quando ambos o são.76 2.1.4 Implicações para a saúde O excesso de peso atinge todas as faixas etárias, especialmente as crianças e adolescentes e desde 1980 é apontada como problema de saúde pública.6 Quanto maior o tempo em que o indivíduo se mantém obeso, maior e mais precocemente serão as chances de ocorrer determinadas complicações. Logo, obesidade na infância e na adolescência é preditora de obesidade na vida adulta e é fator de risco independente para aumento da morbidade e mortalidade em todo o ciclo de vida.3,20 As complicações psicossociais e orgânicas do excesso de peso geram perdas importantes não só na qualidade como na quantidade de vida.77,78 Muitas doenças manifestadas na fase adulta do indivíduo que estão associadas ao excesso de peso são diagnosticadas frequentemente entre crianças e adolescentes, incluindo dislipidemia, doenças cardiovasculares, complicações da doença do sono, acidente vascular cerebral, certas formas de câncer e diabetes mellitus tipo II, aumento do colesterol, 24 alterações dermatológicas e complicações das funções ortopédicas e respiratórias. A obesidade associa-se a distúrbios endócrinos, sintomas e patologias psicológicas, aumento do trabalho mecânico do coração dentre vários outros riscos6,77,79,80 inclusive, verificando-se alterações metabólicas.81 A patogênese mais encontrada nas doenças cardiovasculares (DCV), por exemplo, é a aterosclerose que se desenvolve na infância sendo observadas lesões arteriais nas paredes vasculares de crianças obesas.82 Pesquisas revelam que o excesso da gordura corporal é importante preditor no desenvolvimento de hipertensão arterial sistêmica (HAS) na infância e adolescência.83 Crianças que apresentam circunferência da cintura aumentada têm 2,8 vezes mais chances de ter níveis pressóricos elevados do que as crianças com a medida da circunferência da cintura adequada.84 Dos fatores de risco para cardiopatias, pelo menos um é desenvolvido em 60% das crianças obesas e 20% delas desenvolvem dois fatores.20 A tabela 4 mostra um resumo das complicações mais frequentes da obesidade.28 Tabela 4 - Resumo das complicações mais frequentes da obesidade Complicações Psicossociais Cardiovasculares Alterações verificadas mais frequentemente − Alteração da qualidade de vida − Discriminação − Alteração da imagem e auto-estima − Consequências dos regimes restritivos − Patologia coronária − Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) − Acidente Vascular Cerebral (AVC) − Trombose venosa profunda, embolia pulmonar − Insuficiência cardíaca − Insuficiência respiratória − Disfunção vegetativa 25 Tabela 4 - Resumo das complicações mais frequentes da obesidade (continuação) Complicações Alterações verificadas mais frequentemente − Síndrome da apneia do sono − Hipoventilação alveolar Respiratórias − Hipertensão pulmonar − Gonartrose, lombalgias Osteoarticulares − Litíase biliar − Esteatose hepática Digestivas − Refluxo gastroesofágico − Homem: próstata, colo-rectal, vias biliares − Mulher: endométrio, vias biliares, colo uterino, Neoplasias ovários − Insulino-resistência; diabetes tipo 2 Metabólicas − Dislipidemia − Hiperuricemia, gota − Infertilidade − Hipogonadismo (no homem, obesidade Endócrinas massiva) − Alteração da hemostase: fibrinólise Renais − Proteinúria − Glomerulosclerose − Hipersudação; linfedema; micose das pregas − Edema dos membros inferiores Outras − Hipertensão intra-craniana − Complicações obstétricas. − Risco operatório Fonte: Menegaz-Almeida e Santos (2007)28 Hábitos alimentares indesejáveis como o baixo consumo de frutas, legumes e verduras, o aumento do consumo de alimentos reconhecidos como fast food e de refrigerantes, porções super-dimensionados, pular refeições, maior incidência de 26 comer fora de casa resultam em inadequado consumo de energia incluindo, a falta de nutrientes essenciais, tais como cálcio, ferro, vitamina C, e a ingestão excessiva de gordura, açúcar e sódio85 afetam na saúde pelo excesso de peso e por déficits no desenvolvimento em geral. Além disso, crianças e adolescentes com excesso de peso enfrentam a estigmatização social que pode levar à uma imagem negativa do corpo, e distúrbios alimentares e desenvolvimento psicológico anormal.86 Estudo com crianças verificou que 76,8% apresentavam razões emocionais importantes, associadas ao surgimento e à evolução da obesidade18 e se revelaram mais regredidas e infantilizadas; tendo dificuldades de lidar com suas experiências, de adiar satisfações e obter prazer nas relações sociais; de lidar com a sexualidade, além de uma baixa autoestima e dependência materna. Foram identificadas características psicológicas em adultos obesos por hiperfagia definidas como passividade e submissão, preocupação excessiva com comida, ingestão compulsiva de alimentos e drogas, dependência e infantilização, não aceitação do esquema corporal, temor de não ser aceito ou amado, dificuldades de adaptação social e para absorver frustração, bloqueio da agressividade, desamparo, insegurança, intolerância e culpa.17 Por isso, a adolescência é entendida como período de grande risco ao excesso de peso, sendo considerada como crítico ao seu desenvolvimento.87 Diversos segmentos da sociedade recebem o impacto por estas doenças; o custo financeiro que a obesidade e suas consequências representam para o sistema de saúde e para a sociedade é elevado. Os custos diretos com hospitalizações no Brasil indicam que os percentuais despendidos são similares aos de países desenvolvidos88 que está estimado entre de 2% a 8% do gasto total com a saúde. No Brasil, em 2003, 27 durante o primeiro levantamento sobre os custos da obesidade, mais de um bilhão são gastos a cada ano com internações hospitalares, consultas médicas e remédios para o tratamento do excesso de peso e das doenças associadas. Apenas o Sistema Único de Saúde (SUS) destina o equivalente a 12% do que o governo brasileiro despende anualmente com todas as outras doenças.89 Por isto que é tão importante identificar e entender as causas da obesidade. 2.2 ESTILOS PARENTAIS 2.2.1 Família e estilos parentais A família como grupo social atende a três funções básicas: biológico e educativo, o econômico, o cultural e o espiritual e são estas funções que determinam o funcionamento da família, ou seja, a família ser capaz de atender às necessidades materiais básicas e espirituais de seus membros, agindo como um sistema de apoio. A concepção de família hoje, do ponto de vista do desenvolvimento das interações e relações familiares é sistêmica. A necessidade de se adotar uma perspectiva sistêmica para compreender a família começou a ser amplamente difundida em meados de 1980 e implica em considerar que o sistema familiar é composto por vários subsistemas (mãe-criança, pai-criança, irmão-irmão) e integrados também, a um sistema maior que é a sociedade; que as relações desenvolvidas entre eles são únicas, que são interdependentes e que as transições no desenvolvimento de qualquer membro da família constituem desafio para o sistema inteiro. 28 A ligação entre os membros da família é tão estreita que a modificação em um provoca alterações nos outros e, consequentemente, em toda a família. Por exemplo: a doença de um familiar altera a vida das outras pessoas da família que têm de mudar a sua vida para cuidar de um parente doente. Conceber a família como sistema implica que esta é uma união e a integralidade, portanto, não pode reduzir-se à soma das características dos seus membros. A família, assim, não pode ser vista como uma soma de indivíduos, mas como um conjunto de interações. Esta concepção da família como um sistema contribui muito em relação à causa de problemas familiares, que têm sido tradicionalmente visto em uma abordagem linear (causa e efeito), que pode ser considerada limitada, porque em uma família não existem os algozes ou as vítimas, culpados e inocentes. Os problemas e os sintomas são devidos precisamente a deficiências na interação da família, em sistemas familiares disfuncionais. Assim, funcionamento familiar não pode ser visto como linear, mas circular, isto é, o que faz pode se tornar efeito ou consequência e vice-versa. A abordagem sistêmica nos permite substituir a análise de causa e efeito através da análise de padrões de interação familiar e regras recíprocas, que é o que nos permitirá chegar ao centro de conflito familiar e, portanto, as causas da disfunção familiar. Sempre que um sintoma aparece ou uma doença crônica se estabelece, como a obesidade em uma criança ou adolescente, pode-se entender como um indicador de disfunção familiar; e o paciente deve ser visto não como um problema, mas como portador de problemas familiares. Estudos têm dedicado atenção às formas como os pais se relacionam com seus filhos principalmente nos aspectos ligados as questões de poder, hierarquia e apoio 29 emocional, demonstrando a significativa influência no desenvolvimento psicossocial de crianças e adolescentes, tais como ajustamento social, psicopatologias e desempenho escolar. Tais estudos têm sido desenvolvidos por meio dos estilos parentais que tiveram o seu início marcado com os estudos de Diana Baumrind.90-94 A educação caracteriza-se por atividade complexa que inclui muitos comportamentos específicos que operam individualmente e, em conjunto, para influenciar no comportamento dos filhos, embora estes comportamentos parentais, tais como surras ou gritos, têm influência. Analisá-los de forma isolada pode resultar em compreensões enganosas, sendo mais importante para a previsão de bem-estar infantil reconhecer o padrão geral da parentalidade. A maioria dos pesquisadores que tentam descrever a relação pais e filhos de forma mais ampla confiam no conceito proposto por Baumrind de estilo parental. O construto de estilo parental é usado para capturar variações normais das tentativas dos pais de controlar e socializar seus filhos.95 Dois pontos são fundamentais para compreender este construto. Primeiro, o estilo parental serve para descrever variações normais de educação parental; a tipologia dos estilos parentais desenvolvida por Baumrind não deve ser entendida de modo a incluir parentalidade desviante, como pode ser observado em lares abusivos ou negligentes. Segundo, a educação parental normal gira em torno de questões de controle. Embora os pais possam diferir na forma como eles tentam controlar ou socializar seus filhos e até que ponto eles fazem isso, supõe-se que o papel primordial de todos os pais é influenciar, ensinar e controlar os filhos. Sua abordagem baseou-se na tipologia sociológica das lideranças de grupo que estabelece três tipos principais - democrática, autoritária e laissez-faire – e suas consequências sobre o desenvolvimento dos grupos. Assim, a descrição das práticas 30 parentais em termos de padrões globais e estáveis de comportamento foi feita tomando os pais como tipos especiais de liderança.96 Os estilos parentais podem ser entendidos como um conjunto de atitudes dos pais para com os filhos, que define o clima emocional em que se expressam as várias práticas parentais e englobam três componentes: a relação emocional entre os pais e a criança, as práticas e comportamentos parentais e os seus sistemas de crenças. 14 Portanto, os estilos parentais constituem uma forma de perceber como é que os pais interagem e influenciam no desenvolvimento de seus filhos. Os estudos pioneiros de Baumrind indicaram inicialmente, três estilos parentais (permissivo, autoritário e autoritativo) baseados no controle por parte dos pais. O primeiro – permissivo – corresponderia às relações entre pais e filhos, os quais aqueles cobram poucas responsabilidades da criança, permitindo que ela se autoregule. Pais permissivos evitam exercer controle sobre os filhos, não representando um agente ativo na modificação de comportamento dos mesmos94; buscam apresentarse diante dos filhos de maneira receptiva aos seus desejos, como um recurso na satisfação de suas vontades e não como um modelo.94 O segundo – autoritário – é composto de pais que visam controlar e avaliar o comportamento dos filhos através de padrões, em geral, absolutos, no sentido de manter e respeitar as tradições. Há restrições da autonomia da criança e o ponto de vista dela não é considerado. A relação é unilateral limitando a capacidade dos filhos de auto-regulação uma vez que não possibilitam que os filhos tenham uma criticidade sobre as situações e os sentimentos vivenciados e, tampouco, promovam uma reflexão de possível necessidade de modificação dos comportamentos considerados socialmente inaceitáveis. Não encorajam o diálogo. Filhos criados em um regime 31 autoritário, geralmente apresentam bom desempenho escolar e baixo índice de indisciplina, porém podem manifestar baixa auto-estima e auto-eficácia.97 O estilo autoritativo* é encontrado nos que procuram direcionar as atividades das crianças, avaliando o ponto de vista dela. Há utilização, principalmente, de reforço positivo e regras claras e consistentes; o controle é firme, mas de forma racional. Há um encorajamento da autonomia e da liberdade; os pais reconhecem os interesses dos filhos e suas competências; há um respeito à individualidade dos membros da família e abertura ao diálogo. O estilo autoritativo se tornou um modelo de referência para a criação dos filhos, pelos efeitos benéficos constatados em muitos estudos.98-100 Por ser de difícil tradução para a língua portuguesa, alguns pesquisadores mantiveram o termo authoritative como autoritativo101 e, outros, traduziram como democrático102, democrático-recíproco103 ou autorizante.104 Em nosso estudo manteremos o termo autoritativo. No século XIX, o campo da socialização era polarizado entre o padrão hierárquico e o coercitivo, mediado por orientações médicas garantindo as necessidades de sobrevivência da criança. O valor da obediência era fundamental no processo de socialização. Ao longo do século XX, as necessidades emocionais foram sendo foco na educação uma vez que estudos da época entendiam que a restrição e coerção levava a ansiedade infantil. A proposta de Baumrind considera paralelamente os aspectos emocionais e comportamentais da conduta parental.98 Acredita-se que esta revisão conceitual foi motivada pelas mudanças sociais ocorridas na época e que * A terminologia autoritativo é um neologismo criado na tentativa de se encontrar uma tradução para o termo original autorithative. Embora não conste nos dicionários brasileiros, o termo é bastante utilizado. Na definição do Webster (1997) ―authoritarian‖ aparece como ―autoridade absoluta, exigente de obediência‖ enquanto que ―authoritative‖ aparece como ―autoridade com valores intrínsecos que se faz por merecer‖. 32 foram fundamentais nas transformações da família: a globalização permitindo maior acesso a informações e ao conhecimento incrementando maior capacidade crítica nas relações interpessoais, as mulheres começaram a se inserir no mercado de trabalho conciliando as atividades domésticas com as profissionais, a busca pela igualdade social, separações e divórcios dos pais demandando novas configurações na família e consequentemente nas interações pais-filhos. Maccoby e Martin105, a partir da tipologia proposta por Baumrind90 sugeriram a existência de duas dimensões nas práticas educativas parentais: uma relacionada a atitudes coercitivas e outra ligada a atitudes afetivas denominadas de exigência (demandingness) e responsividade (responsiveness), respectivamente. A exigência inclui todas as atitudes dos pais para controlar o comportamento dos filhos, impondolhes limites e estabelecendo regras e a responsividade refere-se às atitudes compreensivas e ao afeto transmitido aos filhos em resposta às suas necessidades de modo consistente e promotor de segurança106 e que visam, através do apoio emocional e da comunicação estimular o desenvolvimento da autonomia e da auto-afirmação das crianças e jovens.101 A partir dessas duas dimensões, os estilos parentais se definem em quatro posições: pais com níveis elevados de responsividade e exigência são os autoritativos; os que apresentam baixos índices de responsividade e exigência são tidos como negligentes. Pais muito responsivos, mas pouco exigentes são os indulgentes, enquanto os muito exigentes e pouco responsivos são tidos como autoritários.105 A principal distinção entre o modelo de Maccoby e Martin para o de Baumrind é o desmembramento do padrão permissivo em indulgente e negligente. A mudança está na diferenciação entre pais negligentes daqueles que tinham uma ideologia mais 33 liberal e não restritiva (indulgentes). Os pais caracterizados como indulgentes apresentam um alto índice de responsividade, mas um baixo nível de exigência. São tolerantes e compreensivos e os filhos apresentam um elevada auto-estima e segurança. Porém, em virtude do baixo monitoramento parental, os filhos apresentam uma frequência elevada de problemas de externalização como hiperatividade, comportamento agressivo, ingestão de substâncias ilícitas, delinquência.99 O estilo indulgente é semelhante ao estilo permissivo de Baumrind92,107, caracterizando-se por altos níveis de afeto e tolerância e poucas ações restritivas e de controle do filho. Pais negligentes também apresentam baixo nível de controle e exigência para com os filhos, mas, contrariamente ao indulgente, não dão assistência emocional aos seus filhos; são pais pouco envolvidos e pouco interessados nas atividades dos filhos e em seus sentimentos. São tidos como fracos no seu papel socializador; geralmente estão centrados em si mesmos e são indisponíveis; o que leva aos filhos a terem autoestima baixa, depressão, somatizações e ansiedade. A tabela 515, com base nas duas dimensões da tipologia dos estilos parentais descritas por Maccoby e Martin105 facilita a compreensão da classificação dos estilos parentais: Tabela 5 - Classificação dos estilos parentais com base nas dimensões exigência e responsividade Responsividade Exigência Alta Baixa Alta Autoritativo Autoritário Baixa Indulgente Negligente Fonte: Sleddens et al. (2011)15 34 Alguns estudos referem que, além das diferenças na capacidade de responsividade e exigência, os estilos parentais também diferem na medida em que eles são caracterizados por uma terceira dimensão: controle psicológico. O controle psicológico refere-se as tentativas de influenciar e controlar o desenvolvimento psicológico e emocional da criança através do uso de práticas como a indução de culpa, a retirada de amor, ou vergonha. Uma diferença chave entre uma educação autoritária e autoritativa é na dimensão do controle psicológico. Ambos estilos colocam exigências de qualidade e esperam que seus filhos se comportem de forma adequada e obedeçam às regras dos pais. Os pais autoritários, no entanto, também esperam que seus filhos aceitem seus julgamentos, valores e objetivos, sem questionar. Em contrapartida, os pais autoritativos são mais abertos a trocas com seus filhos e fazem um maior uso de explicações.108 Steinberg e cols. (1991)100 elaboraram escalas que mediam estas duas dimensões separadamente. A escala de responsividade mede o quanto o adolescente percebe seus pais como amorosos, responsivos e envolvidos. A escala de exigência mede o quanto os pais monitoram e supervisionam o adolescente. A combinação das dimensões permite classificar o estilo parental dos pais. Estas duas escalas foram traduzidas para o português e validadas no Brasil por Costa, Teixeira e Gomes (2000)101 e em 2004, Teixeira, Bardagi e Gomes propuseram um refinamento desta escala.96 Como já referenciado, as relações entre pais e filhos vêm se modificando em decorrência das transformações pelas quais a família vem passando – caracteriza-se por um processo dinâmico que é influenciado pelo ambiente. Tais transformações justificam a necessidade de estudos constantes na busca para compreender sobre o 35 papel dos pais na educação e desenvolvimento de seus filhos, na formação de hábitos e atitudes e em sua percepção de mundo. Os pais procuram atender ou adaptarem-se as diversas demandas sociais em prol do que creem proporcionar uma educação saudável. As relações humanas são complexas, pois envolvem todos os atores do processo e suas percepções bem como o contexto e a própria expressão da comunicação. Há dificuldades dos pais e dos filhos na compreensão do estabelecimento de limites sem comprometimento da manifestação de afeto. Em consequência, os níveis de tolerância à frustração de ambos – pais e filhos - são fundamentais à educação. Em um estudo dos estilos educativos adotados pelos pais comparando as percepções dos pais e seus filhos, foi possível constatar uma tendência dos pais se perceberem como mais exigentes ou mais responsivos do que os filhos os percebem.109 Os estilos parentais e seus reflexos no desenvolvimento dos filhos são importantes preditores para o ajustamento infantil. Uma revisão sistemática constatou significativa associação entre o consumo de álcool e drogas na adolescência com os estilos parentais, indicando a necessidade de se investigar no Brasil sobre esta relação.110 Os estudos no Brasil vêm sendo realizados buscando compreender a influência dos estilos parentais em diversos aspectos do desenvolvimento e suas repercussões na adolescência.111-118 Estudo foi conduzido para examinar comportamentos dos pais e o impacto destes para a obesidade infantil119 e pode-se hipotetizar sobre a existência de associações entre os diferentes estilos parentais de educação que refletem no estilo de vida e nos hábitos alimentares. Neste sentido, os questionamentos de que a forma como os filhos percebem o tipo de interação com seus pais pode ser influenciador no 36 estado nutricional deles ou que o excesso de peso nos adolescentes pode estar relacionado com a forma como os mesmos lidam com as dimensões entre exigência e responsividade percebida na assistência recebida de seus pais são relevantes. Hughes e colegas120, foram pioneiros a tentarem conceituar os estilos parentais no contexto da alimentação. Eles mantiveram o foco nas dimensões exigência e responsividade para descrever uma tipologia de alimentação semelhante a dos estilos parentais gerais. A exigência refere-se a quanto o pai incentiva o comer e a responsividade refere-se a como os pais encorajam seus filhos para a alimentação, ou seja, de uma maneira responsiva ou não. Igualmente, são atribuídos os quatro estilos parentais de alimentação com base nestas duas dimensões. Pais autoritários encorajam os filhos a comer usando comportamentos altamente diretivos (ex: obrigando, impondo, usando recompensas e punições). Estes pais são extremamente exigentes em suas práticas de alimentação, com baixa capacidade de atendimento as necessidades dos seus filhos. Pais com estilo autoritativo incentivam o comer saudável usando predominantemente comportamentos não-diretivos e de apoio (ou seja, dialogando, elogiando, e permitindo escolha adequada de alimentos). Estes pais também são exigentes e encorajam ativamente seus filhos para comer, mas fazem-no de uma forma sensível. No tipo indulgente, os pais fazem algumas exigências sobre os seus filhos para comer, mas as exigências que fazem não são diretas e geralmente apoiam os filhos em suas escolhas. Pais negligentes também atendem algumas demandas de seus filhos para comer, mas os poucos pedidos que eles fazem, não são apoiados. As crianças exercem pouco controle sobre o seu ambiente, assim como quanto à disponibilidade de alimentos de seus lares. Elas podem sofrer forte influência de seus pais e familiares no hábito alimentar e na prática de atividade física.39,46,57 A 37 dificuldade em estabelecer o controle de saciedade também é fator de risco para desenvolver obesidade, tanto na infância como na vida adulta. As atitudes dos pais e responsáveis, no caso da infância, para obrigar a consumir toda a quantidade de alimentos que lhe é servida, pode alterar a percepção de saciedade.121 A família retrata o primeiro contexto de socialização e os alimentos são considerados fundamentais símbolos de união, configurando a cultura alimentar, na qual a criança é iniciada durante ou após o desmame122 e as normas propostas são consideradas fortes guias de conduta mesmo na fase adolescente que é característico a busca de autonomia tanto das regras familiares quanto da sociedade.123 Neste sentido, é possível que o excesso de peso nos adolescentes possa estar relacionado com a forma como os mesmos percebem as dimensões entre exigência e responsividade no cuidado recebido de seus pais. Um estudo aponta a importância da autoridade, do apoio e carinho parental no controle de ingestão de calorias por parte dos adolescentes.124 Na busca de estudos associando estilos parentais com estado nutricional há poucos realizados no Brasil.20 A maioria dos estudos associa o excesso de peso com as práticas parentais125,126 e, recentemente, estudos internacionais têm associado os estilos com as práticas.12,15,124,127 Ainda, a maioria dos estudos tem buscado esta relação a partir da percepção dos pais de crianças; de como eles, os pais, se percebem na relação com seus filhos. Como seria se a investigação se dirigisse à percepção dos filhos? O estilo parental internalizado pela criança, agora adolescente, pode ser determinante em suas ações e sua forma de conduzir-se no mundo principalmente no seu auto-cuidado e, em especial quando relacionado à sua alimentação. 38 2.2.2 Escalas de exigência e responsividade As escalas de exigência e responsividade foram elaboradas e utilizadas por Lamborn e colaboradores (1991)128 em uma pesquisa que investigou a relação entre estilos parentais e padrões de competência e ajustamento na adolescência. Estas escalas são instrumentos, originalmente, com oito e dez itens (para exigência e responsividade, respectivamente), nos quais os adolescentes avaliam atitudes e práticas de seus pais para consigo relacionadas às referidas dimensões. Os itens escolhidos para compor as escalas do estudo norte-americano foram selecionados de diversas pesquisas que investigaram dimensões de práticas parentais. No instrumento original, os itens apresentam opções de resposta diferenciadas (escalas dicotômicas ou Likert de 3, 4 e 7 pontos), sendo que para o cômputo total dos índices de exigência e responsividade os escores dos itens são ajustados a fim de que todos contribuam com igual peso para o escore total. Cada adolescente avalia pai e mãe separadamente. Nenhuma das escalas apresenta itens com sentido oposto ao que pretende ser avaliado. Para a primeira versão brasileira, validada por Costa, Teixeira e Gomes (2000)101, das escalas de exigência e responsividade, o instrumento apresentava seis e dez itens, respectivamente, todos avaliados através de um sistema Likert de 3 pontos, sendo o escore total obtido somando-se os pontos dos itens de cada escala. Cada item era respondido levando-se em consideração as atitudes de pais e mães separadamente. Os escores em exigência variavam de 6 a 18, e os de responsividade de 10 a 30. O critério utilizado para determinar se um escore era alto ou baixo numa dada dimensão, neste estudo, foi o da mediana da amostra. 39 Em 2004, Teixeira, Bardagi e Gomes (2004)96 propuseram um refinamento desta escala, uma vez identificadas algumas limitações do instrumento: o número reduzido de itens, principalmente na escala de exigência (somente seis) considerando a necessidade de incluir peculiaridades específicas à nossa cultura, o formato de resposta aos itens em um sistema Likert de três pontos que possibilitava uma variabilidade de respostas reduzida. O refinamento do instrumento visava torná-lo mais abrangente em seu conteúdo e dotá-lo de um sistema de respostas mais simples e que permitiria uma maior variabilidade nos dados obtidos.96 Assim, partindo de uma versão anterior do instrumento101, alguns itens foram acrescidos, outros modificados. O instrumento final ficou constituído por vinte e quatro itens, doze relacionados à exigência e doze à responsividade em um sistema Likert de cinco pontos. Ele tem sido utilizado em estudos para investigação de responsividade e exigência parental percebida e mostrou-se indicado para uso em pesquisas ou avaliações das interações familiares em outros contextos. Encontrou-se apenas um recente estudo nacional que utilizou este instrumento para identificar associações com o estado nutricional, porém adaptado para crianças até 12 anos.129 Nas escalas de exigência e responsividade para identificação dos estilos parentais, identifica-se a inexistência de questões específicas relacionadas a hábitos alimentares que sustentem os estilos parentais como possíveis preditores do estado nutricional de adolescentes e, assim, optou-se por elaborar um instrumento que contemplasse tais informações. A literatura sugere que as práticas educativas parentais em relação aos filhos podem ser reduzidas às dimensões de exigência e responsividade105 e, assim estudos que consideram estratégias educacionais parentais associados ao estado nutricional e 40 controle dos hábitos alimentares são importantes. Entre os vários instrumentos identificados nos estudos, encontrou-se o Comprehensive Feeding Practice Questionnaire (CFPQ), dirigido à pais, que norteou a elaboração do instrumento para os adolescentes. 2.3 ESTILOS PARENTAIS E PRÁTICAS ALIMENTARES PARENTAIS Investigações sobre as relações familiares tem sido objeto para a identificação de padrões normativos de educação assim como na busca da etiologia de aspectos patológicos. Neste sentido, existe uma preocupação em classificar os padrões de interação entre pais e filhos. A literatura faz uma distinção entre as atitudes parentais, as práticas educativas parentais e os estilos parentais. As atitudes parentais são identificadas nas crenças e valores que servem de base para as ações parentais 130, as práticas educativas parentais são as estratégias utilizadas em diferentes contextos131,132 e estilo parental é o conjunto de atitudes, práticas e expressões que caracterizam a natureza das interações pais e filhos nas diversas situações.92,94,133 Os estilos parentais são tendências relativamente estáveis através das quais as pessoas reagem frente a uma situação pedagógica com uma determinada conduta (ou prática) específica dirigida à criança. Assim, entendemos que o estilo implica em mais do que uma conduta: é o conjunto de determinadas condutas. Desta forma, o estilo e a prática educativa estão normalmente associados, uma vez que o conjunto das práticas vai formar o estilo parental.134 Outros autores referem que a distinção entre as práticas parentais e os estilos parentais se dá no sentido de que as primeiras se referem a situações cotidianas 41 específicas da interação pais-filhos que revelam as estratégias utilizadas pelos pais na educação de seus filhos.135 Já os estilos parentais envolvem dimensões da cultura familiar, como a dinâmica da comunicação familiar, do apoio emocional e de controle presentes nas interações pais e filhos. Envolve crenças, valores e aspectos relativos à hierarquia das funções e papéis familiares, expressos no exercício da disciplina, autoridade e tomada de decisões.133 As práticas educativas parentais têm sido investigadas há décadas e são consideradas como importantes preditores para o desenvolvimento infantil e vêm servindo de modelo para os pais interagirem com a sua prole. No estudo das práticas educativas parentais há dois tipos principais: práticas indutivas e as coercitivas. As práticas indutivas são as que ―induzem‖ ou levam a criança a fazer algo, a modificar o comportamento através do diálogo, buscando alertar a criança para as consequências do seu comportamento. Práticas coercitivas são quando a criança faz alguma coisa por ―obrigação‖, por medo de castigos, ameaças, privação de privilégio. O diálogo é ausente e na maioria das vezes, o receio e o medo imperam e impede que os filhos compreendam as proibições feitas. Neste sentido, impede o aprendizado e consequentemente uma reformulação no comportamento. As práticas são influenciadas pelas características dos pais (escolaridade, histórico familiar, crenças, nível socioeconômico, personalidade, entre outras) e pelo contexto. Neste sentido, os pais podem variar de estratégias podendo usar práticas coercitivas em um momento e, em outro práticas mais indutivas.136 Os estilos parentais tendem a ser menos variáveis que as práticas educativas e caracterizam-se pela preponderância de alto ou baixo nível de responsividade e 42 exigência, assim como envolvem as atitudes, as práticas e as expressões que caracterizam a natureza das interações parentais.14 Darling e Steinberg (1993)14 adotaram o conceito de parentalidade geral como uma constelação de atitudes e crenças que cria um clima emocional, determina a expressão comportamental entre pai e filho e postularam que o estilo parental modifica a associação entre práticas parentais e comportamento adolescente, representado na Figura 2. Os estilos seriam os mediadores das práticas.137 Fonte: Darling e Steinberg (1993)14; Van Der Horst et al. (2007)137 Figura 2 – Estilo parental como mediador das práticas parentais Um estudo pioneiro de revisão sobre a influência da educação dos pais sobre a alimentação das crianças, seus comportamentos, atividades físicas e status de peso identificou o uso da terminologia parentalidade geral como estilo parental ou dimensões (de comportamento dos pais) que consideram as características dos pais e dos filhos. A revisão identificou o uso do conceito parentalidade nos diversos estudos considerados em dois modos (caminhos) possíveis para repercurtir no comportamento das crianças e consequentemente no seu estado nutricional. O primeiro, quando o estilo parental atua como ―moderador‖ quando o estilo parental e as práticas relacionadas à dieta e (in)atividade física dos filhos estão integrados; no segundo, o 43 estilo parental atua como ―mediador‖ onde o estilo exerce influência sobre as práticas relacionadas a dieta e (in)atividade física. A figura 3 descreve estas duas possíveis vias de influência dos pais sobre o peso da criança considerando estilos parentais – estado nutricional da criança – relacionamento.15 Figura 3 – Modelo conceitual para as relações entre pais e filhos e estado nutricional dos filhos: caminho 1 = moderação; caminho 2 = mediação Fonte: Sleddens et al. (2011)15 Considerando que as práticas educativas estão direcionadas a atingir uma meta, em um contexto específico134 entendemos como fundamental considerarmos em nosso estudo as práticas adotadas pelos pais em relação aos comportamentos e hábitos alimentares uma vez que as escalas de exigência e responsividade que avaliam o estilo parental adotado pelos pais não apresentam questões específicas para este fim. Se o estilo parental é considerado como um mediador ou moderador das práticas, conhecer as estratégias que os pais utilizam no cotidiano para controle do peso e associá-las com os estilos e com o estado nutricional promoverá maior compreensão da influência da educação dos pais no estado nutricional dos filhos. Além disto, a influência do ambiente (pressões sociais, cultura, etc) nas práticas educacionais em detrimento das 44 crenças e valores dos pais quanto ao modo de educar seus filhos, pode ser um fator relevante a ser considerado caso não haja uma associação significativa entre estilos parentais e obesidade. Dos diversos instrumentos para avaliar fatores de práticas alimentares, o CFPQ tem sido utilizado. Este instrumento foi desenvolvido sobre a premissa de que os hábitos alimentares das crianças, sua nutrição em geral, as preferências por determinados alimentos e a condição de peso são influenciados em grande parte pelas atitudes parentais.138 A elaboração do CFPQ teve base em estudos que utilizaram o Child Feeding Questionnaire (CFQ) e o Preschooler Feeding Questionnaire (PFQ) que são instrumentos de pesquisa mais amplamente utilizados, que são autoaplicáveis.139,140 No Brasil, o CFQ foi traduzido e está sendo utilizado com a terminologia Questionário de Alimentação da Criança (QAC).87,141 No entanto, tais instrumentos não conseguiram captar a gama de comportamentos sobre o desenvolvimento de hábitos e atitudes da criança em relação à alimentação, o que motivou a elaboração do CFPQ, por seus autores, que é um instrumento de maior abrangência nas possíveis práticas dos pais em relação aos hábitos alimentares dos filhos. Durante a validação do instrumento nos EUA, os autores do CFPQ realizaram três estudos e a versão final constou de quarenta e nove itens distribuídos em doze fatores, considerados mobilizadores das práticas adotadas pelos pais: controle pela criança, regulação emocional, incentivo à alimentação equilibrada e variada, ambiente, modelo dos pais, monitoramento, alimento como recompensa, restrição alimentar para controle do peso, restrição alimentar visando a saúde, pressão para comer, envolvimento e ensino. 45 Se estabelecido uma categorização destes doze fatores em coercitivos e indutivos poderíamos entender as práticas coercitivas como as de monitoramento, alimento como recompensa, regulação emocional, restrição alimentar para controle do peso, restrição alimentar visando a saúde, pressão para comer. As indutivas seriam controle pela criança, incentivo à alimentação equilibrada e variada, ambiente, modelo dos pais, envolvimento e ensino. Evidencias sustentam que a função das práticas alimentares dos pais influencia nos resultados sobre alimentação e peso das crianças46 e o reconhecimento dos fatores que mobilizam as práticas podem fornecer subsídios para maior compreensão dos estilos parentais identificados. No entanto, devido aos poucos instrumentos que investigam práticas alimentares e que sejam dirigidos para a fase adolescente, considerada crítica para o estabelecimento da obesidade2, entendeu-se como fundamental criar um instrumento para esta população e que captasse os diversos comportamentos envolvidos na educação alimentar dos adolescentes. Pela abrangência de fatores mobilizadores das práticas alimentares, o CFPQ foi o instrumento identificado e escolhido como referência para ser adaptado ao propósito e validado. 2.4 VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE INVESTIGAÇÃO Os questionários oferecem um meio objetivo de se coletar informações sobre o conhecimento, as crenças, as atitudes e os comportamentos das pessoas. As investigações na área da saúde usam questionários como padrão para produzir dados que podem ser comparados entre diversos estudos como por exemplo, conhecimento 46 dos pacientes sobre uma doença, sobre o tratamento ou qualidade de vida. A validade desta abordagem depende do tipo e do espectro de possibilidades de respostas fechadas que representa toda a gama de percepções e sentimentos que as pessoas de diferentes bases de amostragem pode assegurar. Assim, nas ciências do comportamento, os estudos se centram em construtos teóricos que não podem ser observados diretamente. Estes construtos, abstratos, são chamados de variáveis latentes ou fatores (ex: liderança, motivação, ensino ou controle). O fato de não poderem ser observados diretamente também não podem ser medidos diretamente. Então, em pesquisa, estas variáveis latentes são descritas operacionalmente e traduzidas em comportamentos que as represente.142 No entanto, é importante ressaltar que o estado de saúde e a qualidade de instrumentos perdem a sua validade quando utilizados para além do contexto e época no qual foram desenvolvidos. O estudo proposto busca a mensuração de atitudes que são tomadas pelos pais na educação alimentar de seus filhos. Neste sentido, a mensuração de atitudes só pode ser feita por meio de inferências com base nas respostas do indivíduo com relação a um determinado fenômeno, suas ações e suas afirmações, verbais e não verbais, a partir de suas crenças e sentimentos, além da disposição para agir em relação ao contexto ou objeto. Ao conhecer as atitudes é possível comparar indivíduos e grupos, identificar mudanças que porventura ocorram nestes; verificar possíveis extremos de atitudes e assim propor novas estratégias que atendam determinada situação.143 Os instrumentos de avaliação de atitudes geralmente são baseados em uma escala de atitudes. Esta consiste em um número de sentenças, sobre as quais o sujeito atribui o seu grau de concordância. Escala de atitude é definida como ―um conjunto de afirmações ou itens que a pessoa responde‖.144 Pelo padrão de suas respostas, podem- 47 se inferir prováveis atitudes ou posicionamentos em relação ao fenômeno que está sendo avaliado. O objetivo desse método é ordenar os sujeitos em um contínuo que vai desde o extremamente desfavorável, passa pela ausência de atitude e vai até o extremamente favorável145 ou, se considerar como opinião ou posição do respondente, vai do discordo totalmente, passando pelo não discordo e nem concordo e vai até o concordo plenamente. A validação de uma escala estabelece até que ponto o instrumento mede aquilo que pretende medir e dá credibilidade ao instrumento. A validação é o processo de examinar a precisão de uma determinada predição ou inferência realizada a partir dos escores de um teste. Validar, mais do que demonstrar o valor de um instrumento de medida, é todo um processo de investigação que inicia construção e permanece durante todo o processo de aplicação, correção e interpretação dos resultados. Para que um teste seja válido, é importante que, antes, seja fidedigno, já que os resultados obtidos são usados para a formulação de julgamentos e tomada de decisões que afetam a vida e o futuro do conhecimento e das pessoas. A fidedignidade de um instrumento de medida é quando o teste apresenta resultados consistentes daquilo que pretende medir. É expressa por alguma forma de coeficiente indicando até que ponto as diferenças nos escores são decorrentes de variações na característica examinada e não de erros casuais. Ela também se refere à estabilidade dos resultados de um teste, ou seja, ao grau de consistência e precisão dos escores. A validade de um teste significa identificar se o teste mede o que se propõe a medir. Assim, um teste para ser válido precisa ser fidedigno, porém nem sempre um teste que apresenta fidedignidade apresentará validade. Existem três aspectos da validade que correspondem aos objetivos de um teste: 1) validade de conteúdo, que 48 está presente em uma escala quando essa constitui uma amostra representativa de um universo de componentes e é aplicável quando se pode delimitar um universo de comportamentos que pretendem cobrir um conteúdo demarcado; 2) validade de critério, que se refere ao grau de eficácia que ele apresenta na predição de um desempenho específico de uma pessoa, podendo ser preditiva (quando os dados são coletados após a construção da escala) ou concorrente (quando a coleta de dados for mais ou menos simultânea à elaboração ou adaptações do instrumento) e 3) validade de construto (análise de reprodutibilidade, consistência interna e análise fatorial).146,147 Existem dois tipos de análises fatoriais: a exploratória (AFE) e a confirmatória (AFC). A AFE é designada para situações onde a relação entre o observado e a variável latente são desconhecidas ou incertas. Em contraste, a AFC é utilizada quando já há um prévio conhecimento da teoria subjacente da variável latente. A AFC, então, é uma técnica multivariada, sendo um caso especial de uma técnica mais ampla, denominada modelo de equações estruturais. Nela, busca-se descrever os relacionamentos existentes entre dois tipos de variável: as latentes, definidas como ―um conceito hipotetizado e não observado, do qual se pode aproximar apenas através de variáveis observáveis ou mensuráveis‖, e as manifestas, também denominadas ―indicadores‖, que consistem em valores observados e que são usados como medida de um conceito ou construto.148 A AFC está baseada na premissa de que as variáveis observadas são indicadores imperfeitos de certos construtos latentes.149 Dessa forma, se mais de um indicador é utilizado para medir um construto específico, a AFC permite agrupar tais indicadores em maneiras pré-especificadas, a fim de avaliar em que extensão determinado conjunto de dados aparentemente confirma a estrutura prevista. Os relacionamentos entre esses dois tipos de variáveis são especificados por 49 meio de diagramas de caminho, nos quais os construtos latentes são representados por elipses, e os indicadores, por retângulos. Associados a esses estão setas indicadoras da presença de erros de mensuração. Isso ocorre porque se deve admitir que os dados foram coletados e tratados de maneira imperfeita. 50 3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO O estado nutricional está diretamente relacionado às condições de saúde do indivíduo. O excesso de peso, além de se caracterizar como doença, é fator de risco para outras doenças potencialmente fatais. A busca da compreensão dos fatores ambientais que são promotores desta condição é relevante. Considerando que é no primeiro contexto de socialização do indivíduo – a família – que se desenvolvem hábitos alimentares e de estilo de vida, justifica-se o interesse em melhor conhecer a interação existente entre pais e filhos para verificar se o estado nutricional de adolescentes é afetado por esta relação. Além disto, a maioria dos estudos desta natureza focam as práticas dirigidas a crianças menores. A escolha pelo adolescente se dá por ser esta fase também crítica ao desenvolvimento da obesidade e para poder melhor compreender como o adolescente interpreta o estilo de educação recebido de seus pais, de como internalizou o vínculo estabelecido e se esta percepção pode estar associada ao estado nutricional do adolescente. Adicionalmente, a necessidade de um instrumento sobre práticas alimentares parentais dirigidas para adolescentes para colaborar na compreensão do objetivo do estudo foi o estímulo que precisávamos para a elaboração de uma escala. Assim, esta dissertação é composta por três artigos: o primeiro identifica a percepção dos estilos parentais pelo adolescente e suas associações com o estado nutricional dos mesmos. O segundo estudo teve como objetivo a elaboração e descrição das propriedades psicométricas de um instrumento capaz de indicar a forma como os filhos adolescentes percebem as praticas educativas relacionadas à educação 51 alimentar adotadas por seus pais. O terceiro estudo associou os estilos parentais identificados com as práticas parentais alimentares percebidas pelos adolescentes e ao IMC, utilizando o instrumento descrito no artigo 2. 52 4 OBJETIVOS 4.1 OBJETIVO GERAL Avaliar a associação entre percepção dos adolescentes sobre os diferentes estilos parentais e as práticas alimentares parentais com o estado nutricional (IMC) dos adolescentes. 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS a) verificar a prevalência dos estilos parentais percebidos pelos adolescentes; b) averiguar como se associam as variáveis sóciobiodemográficas do adolescente (sexo, idade, tipo de escola, instrução dos pais e dos adolescentes) em relação aos diferentes estilos educativos parentais; c) descrever e analisar as diferenças entre os estilos parentais adotados pelo pai e pela mãe, identificados como função paterna e materna respectivamente; d) identificar a associação entre percepção dos adolescentes sobre os diferentes estilos parentais com o estado nutricional (IMC); e) desenvolver uma escala psicometricamente válida que represente uma gama mais completa de práticas de educação alimentar adotadas por pais e reconhecidas por seus filhos adolescentes que podem ser relevantes para o estado nutricional de adolescentes no Brasil; 53 f) averiguar como se associam os diferentes estilos educativos parentais em relação as diferentes práticas alimentares; g) averiguar como se associam as diferentes praticas alimentares parentais em relação ao excesso de peso. 54 5 CONCLUSÕES De acordo com os objetivos estabelecidos no presente projeto, conclui-se que: 1. A percepção da maior parte dos adolescentes, quanto ao relacionamento estabelecido com os pais e as mães, se revela entre os estilos autoritativo ou negligente. 2. a) Há diferenças significativas na percepção dos estilos parentais quando considerado o sexo dos adolescentes. Adolescentes do sexo masculino percebem suas mães mais negligentes enquanto a percepção das adolescentes é de que são mais autoritativas. Esta diferença não se observou em relação aos outros estilos para a mãe nem tampouco em relação aos estilos paternos. b) Há diferenças significativas na percepção dos estilos parentais de acordo com a faixa etária, tanto para o estilo parental materno quanto para o paterno. Na faixa etária de 12 a 13 anos, os adolescentes percebem seus pais e mães como autoritativas em relação a faixa etária de 16 a 18 anos, que percebem seus pais e mães como mais negligentes. Nesta mesma faixa etária, se observou ainda um percentual significativamente maior de mães indulgentes. c) Entre adolescentes que frequentam escolas particulares quando comparado com os que frequentam escolas públicas há diferenças significativas na percepção do estilo parental materno e paterno. Adolescentes de escolas particulares percebem tanto o pai quanto a mãe com estilos autoritativos, ou seja, exigentes, porém afetivos e 55 participativos do que os adolescentes das escolas públicas que percebem ambos os pais como mais negligentes. 3. Há diferenças entre os estilos parentais adotados pelo pai e pela mãe na percepção dos adolescentes, identificados como função paterna e materna respectivamente. No geral, tanto o pai quanto a mãe são percebidos como autoritativos ou negligentes. No entanto, esta percepção é afetada de forma significativa pela idade, sexo e tipo de escola dos adolescentes, como foi referido no item 2. Os meninos percebem as mães mais negligentes e as meninas as percebem como mais autoritativas. Quanto ao estilo parental paterno não houve diferença significativa entre a percepção dos adolescentes do sexo masculino e feminino. Tanto os pais quanto as mães, no geral, são percebidos como mais autoritativas entre os adolescentes de 12 a 15 anos e mais negligente entre os adolescentes que tem idade entre 16 e 18 anos. Adolescentes de escolas particulares percebem as mães e os pais como mais autoritativos e os de escola pública, as mães e os pais são mais negligentes. 4. A obesidade caracteriza-se, quanto ao aspecto psicológico, por inadequado controle e limites. Com base na tipologia dos estilos parentais descritas no presente projeto, o estilo indulgente apresenta níveis de exigência baixos em relação aos níveis de responsividade; o excesso de afeto e atenção dos pais e o baixo nível de exigência em relação a hábitos alimentares e estilo de vida mais ativo demandaria uma maior prevalência neste estilo. Já o estilo negligente poderá apresentar igualmente uma prevalência alta uma vez que os pais apresentam em suas práticas níveis 56 baixos de responsividade e exigência resultando na ansiedade dos jovens pela ausência dos pais em colocar limites, o que pode demandar maus hábitos alimentares ou uma busca compensatória de atenção e afeto na ingestão excessiva de alimentos. O estilo autoritário (excesso nos níveis de exigência) não corresponderia a adequados e efetivos cuidados e controle da ingestão alimentar e estilo de vida, favorecendo igualmente o excesso de peso. O estilo autoritativo (ou autorizante) não seria o de maior prevalência para excesso de peso por ser o estilo onde opera níveis de responsividade e exigência em equilíbrio, onde a continência, o amor e o afeto estão presentes tanto quanto a cobrança e a exigência da responsabilidade e do compromisso o que na obesidade estas características parecem estar diminuídas. Assim, este possível resultado corroboraria com a idéia de que jovens tem mais benefícios em relação ao seu IMC e hábitos alimentares e estilo de vida saudável com o estilo educativo autorizante e menos benefícios quando os estilos permissivos ou autoritários são predominantes, Porém, o estudo mostrou que entre os adolescentes com excesso de peso, o estilo negligente e o autoritativo apresentaram maior prevalência, indicando que os extremos dos níveis de exigência e de responsividade (quando ambos são baixos ou quando ambos são altos) podem ser negativos para o estado nutricional. No entanto, este resultado não foi significativo para uma conclusão de que estilos parentais tem um impacto direto sobre o IMC dos adolescentes. 5. A Escala de Percepção do Adolescente sobre as Práticas Alimentares Parentais – Teen-PFP (Teenager’s Perception of Parental Feeding 57 Practices Scale) foi desenvolvida com base no Comprehensive Feeding Practices Questionnaire - CFPQ , e adaptada para a população adolescente entre 12 e 18 anos. A Teen-PFP demonstrou fidedignidade e validade após redução em seus fatores (de 12 para 10). Demonstrou ser uma ferramenta adequada para medir a percepção dos adolescentes em relação as práticas alimentares parentais e pode ser um instrumento para auxiliar o diagnóstico, e tratamento de adolescentes com excesso de peso, incluindo a família 6. As práticas alimentares relacionadas ao ―monitoramento‖ da alimentação dos filhos são mais adotadas entre pais com estilo autoritativo diferenciando-se significativamente às estratégias realizadas por pais com os demais estilos. Os pais que permitem que os adolescentes tenham autonomia sobre sua própria alimentação estão mais presentes nos estilos permissivos (negligente e indulgente) do que no estilo autoritativo. As ações de ―restrição de alimentos para controle do peso‖ e ―incentivo ao consumo de alimentos variados e saudáveis‖ estão mais presentes no estilo autoritativo do que nos estilos mais permissivos. Pais que transmitem um ―modelo‖ de hábitos alimentares saudáveis através do próprio exemplo prevalecem no estilo autoritário e se diferenciam do estilo negligente. ―Restrição de alimentos visando a saúde‖ estão presentes nos estilos mais exigentes (autoritativo e autoritário) e difere de forma significativa das práticas adotadas por pais com estilo negligente. As ações relacionadas ao ―envolvimento‖ do adolescente na escolha e preparo dos alimentos estão fortemente relacionadas aos estilos 58 autoritativo e indulgente diferenciando-se significativamente do estilo negligente. As atitudes dos pais em disponibilizar alimentos saudáveis (―ambiente‖), ―pressão para comer‖ ou de ―usar o alimento para regular o estado emocional‖ não apresentaram diferenças significativas entre os diversos estilos. 7. Constataram-se diferenças significativas na percepção entre adolescentes com IMC de baixo peso ou normal com os que se apresentam excesso de peso sobre três fatores mobilizadores das práticas alimentares parentais. Entre as diversas estratégias adotadas pelos pais, para os adolescentes com excesso de peso, é significativamente menor o uso da ―pressão para comer‖, práticas relacionadas ao ―uso do alimento como regulador de emoções‖ e maior o uso da ―restrição alimentar para controle do peso‖ . 5.1 CONCLUSÃO GERAL O estudo não encontrou uma relação direta e significativa entre a percepção do adolescente sobre os estilos parentais e o estado nutricional. As diferenças se revelam quando são considerados determinadas estratégias de educação alimentar com o estilo parental negligente ou autoritativo. No estilo negligente e autoritativo, as práticas relevantes para o excesso de peso são as de ―pressão para comer‖ e ―restrição alimentar para controle do peso‖. Adolescentes com excesso de peso percebem um menor uso por parte dos pais de práticas relacionadas à ―pressão para comer‖ e um maior uso de práticas de ―restrição alimentar para controle do peso‖. No estilo autoritativo, acrescenta-se, ainda, o maior uso de práticas de ―monitoramento dos 59 pais‖. Os fatores referentes a práticas alimentares que foram associadas positivamente ao risco de excesso de peso, foram as identificadas como de ―restrição para controle de peso‖, que aumentam duas vezes o risco de obesidade e, as que foram associadas negativamente, as práticas de ―pressão para comer‖, quando a cada ponto da escala, diminui 32% o risco de obesidade. 60 6 CONSIDERAÇÕES Os resultados deste estudo não identificaram uma relação direta pontuando os estilos de educação parental como preditores para o estado nutricional de adolescentes de forma independente mas sim quando associado a algumas práticas de educação alimentar embora em outros estudos há achados controversos. Isto indica que a associação entre o estilo parental, práticas parentais e status de peso pode interagir com as características e percepções do adolescente em formas mais complexas. O hábito alimentar surge na infância e as atitudes em relação à comida são normalmente aprendidas nessa fase, pois são passadas por pessoas cuja relação afetiva é única, o que confere ao comportamento um poder sentimental duradouro. Na adolescência, os aspectos psicossociais influenciam na consolidação da personalidade; na aceitação do próprio corpo que está se transformando; na identificação com o grupo e também no desenvolvimento do pensamento abstrato e, consequentemente, vão repercutir nos processos de nutrição. Deve-se levar em consideração a independência crescente dos adolescentes, nas tarefas diárias e na participação na vida social, que influenciam nos hábitos alimentares. Os adolescentes são, frequentemente, alvos de propagandas, comem rápido e fora de casa, omitem refeições ou as substituem por lanches de composição inadequada, compram e preparam sua própria comida. Neste sentido, nosso estudo apontou diferenças significativas na forma em que adolescentes de diferentes idades, sexo e tipo de escola percebem os estilos de seus pais. Uma análise estratificada por idade, por exemplo, seria interessante, mas, não foi possível neste estudo devido ao tamanho da amostra que com a estratificação seria muito reduzido. 61 Outro aspecto que não foi possível de ser explorado diz respeito às diferenças em relação à função materna e paterna na associação dos estilos parentais com as práticas alimentares em função do alto índice de mães apontadas como responsáveis sobre a alimentação dos filhos adolescentes impedindo uma comparação. Os resultados de nosso estudo foram importantes na medida em que apontam para possíveis caminhos de como entender as influências familiares nos hábitos alimentares, incluindo aí, não somente as práticas, mas os estilos de educação. O comportamento relativo à comida é complexo e implica, não somente a uma identidade pessoal do indivíduo mas a uma identidade social pois, os hábitos alimentares também são desenvolvido a partir de respostas a pressões sociais e culturais no qual os indivíduos selecionam, consomem e utilizam porções do conjunto de alimentos disponíveis. Há inúmeras razões que envolvem a escolha de alimentos: satisfazer a fome e nutrir o corpo; iniciar e manter relações pessoais e profissionais; demonstrar a natureza e extensão das relações sociais; ser foco para atividades comunitárias; expressar amor e carinho; expressar individualidade; revelar a identidade de um grupo; demonstrar a pertinências de um grupo; como forma de reduzir o estresse; mostrar status social; uso como recompensas ou castigos; reforçar a autoestima e ganhar reconhecimento; exercer poder político e econômico; prevenir, diagnosticar e tratar enfermidades físicas ou mentais; simbolizar experiências emocionais; manifestar piedade e devoção; representar segurança; expressar sentimentos morais; significar riqueza. Das simbologias consideradas acima, apenas uma atende a aspectos de uso nutricional, ou seja, satisfazer a fome e nutrir o corpo. E, para a escolha dos alimentos, estão implicados, ao mesmo tempo, mais de um fator até a decisão final. 62 O presente estudo, por ser de tipo transversal, e ter enfocado apenas a percepção dos filhos em relação aos estilos dos pais de forma individualizada – ou do pai ou da mãe, não considerou de forma completa todas as possíveis associações existentes. Assim, aponta para a necessidade de continuar os estudos, com alternativas de correlacionar com as percepções parentais, do pai e da mãe. Outra possibilidade no tratamento às famílias, em especial os pais e responsáveis, pela alimentação dos filhos, é considerar além de seus estilos e práticas também os aspectos sociais como influenciadores na educação e no estado nutricional dos filhos. Os estilos parentais tem uma enorme contribuição na compreensão de como as mensagens sobre hábitos e preferências alimentares e estilo de vida podem ser incorporadas pelo indivíduo, mas não se define como causa direta da obesidade. Os estilos parentais mais prevalentes considerados nas percepções dos adolescentes foram justamente os que indicam os extremos das dimensões de exigência e responsividade – autoritativo e negligente. Estudos identificam uma relação positiva entre estas duas dimensões. Além disto, a dimensão de exigência está sendo entendida como comportamental e psicológica sendo necessário um desmembramento. Tal fato pode esclarecer a maior prevalência destes dois estilos. Além disto, a obesidade, no seu caráter de enfermidade (integra grupo de doenças crônicas não transmissíveis), atende a preocupações específicas dos pais que parecem ter uma importante contribuição no modo como educam seus filhos. Neste sentido, é fundamental uma identificação nas crenças de saúde familiar uma vez que elas posicionam o indivíduo na família com uma determinada função com vistas a manter a integridade do funcionamento familiar, caracterizando a relação bidirecional e positiva entre pais-filho. 63 Quanto ao processo de construção e validação do instrumento Teen-PFP, este foi um desafio importante na medida em que são escassos os instrumentos voltados para o público adolescente. O instrumento teve uma excelente receptividade pelo adolescente durante sua aplicação e mais do que um instrumento de coleta de dados, ele representou durante a aplicação um momento de reflexão para o adolescente sobre suas práticas alimentares e as de sua família. Ao término deste trabalho, é importante podermos relacionar todas as lições que apreendemos durante a realização do mesmo. Sobre conhecimento, as contribuições ocorreram por diversos caminhos que se cruzaram durante o tempo empreendido onde cada vivência permitiu um novo avanço. O conhecimento adquirido sobre os temas da pesquisa: obesidade, estilo parental, práticas alimentares parentais, funcionamento familiar, adolescência, processo de validação de instrumentos e protocolos de avaliação foram muito importantes. Embora já se tivesse um conhecimento prévio e mais geral de todos os temas, aprofundar cada assunto em particular só mostrou a dimensão infinita dos saberes em questão. Um dos promotores básicos na busca do conhecimento sobre o tema foi o interesse, não pela obesidade em si, mas pelos aspectos psicológicos implicados que podem restringir as intenções de um indivíduo para buscar estar com seu organismo mais saudável. O interesse pelo tema foi primordial para o engajamento no projeto; para manter uma postura de curiosidade, constante busca de novos artigos e temas relacionados. Entre as importantes contribuições que facilitaram as buscas sobre o tema em questão foram as aulas sobre Revisão Sistemática e Metanálise (como buscar artigos científicos) bem como o uso com certo domínio da ferramenta Endnote da Thomson 64 Reuters que aperfeiçoou o processo de construção da dissertação e dos artigos. Esta ferramenta possibilitou realizar a revisão bibliográfica do texto de forma segura e com constante atualização. Outros conhecimentos científicos também foram fundamentais. Os relacionados às disciplinas de epidemiologia, estatística, metodologia cientifica, escrita científica exigiram uma dedicação maior por não fazer parte do cotidiano profissional até então estabelecido. Além disto, pertencer ao Programa de Ciências da Saúde: Cardiologia contribuiu para conviver e trabalhar com profissionais de diversas áreas: nutrição, medicina, biomedicina, educadores físicos, fisioterapeutas, odontólogos. Estar em um mesmo espaço de aula, de grupos de discussão foi enriquecedor. Poder compartilhar nosso conhecimento e aprendizado em um ambiente de respeito e ética em que todos estão com o mesmo propósito foi uma experiência de valor inestimável. A etapa da coleta de dados da pesquisa foi importante. Desde conhecer a realidade das escolas públicas e privadas, observar o adolescente em seu universo interagindo com colegas, professores e com a escola foram momentos de confrontar uma realidade muito dinâmica e tentar introduzir na logística da pesquisa que, até então estava no papel, delineada e planejada. Cronogramas tiveram que ser adaptados à realidade das escolas, das turmas e das disciplinas, ao número de alunos esperados com os que estavam presentes em sala de aula, às greves escolares. Estes aspectos foram situações desafiadoras e estimulantes na condução do projeto. Ao mesmo tempo em que se precisou mais tempo que o planejado, foi oportunizado maior vínculo com estes espaços e pessoas. O projeto se revelou interessante aos profissionais das escolas que se interessaram em 65 conhecer os detalhes. Por ora se viam não somente como professores, mas se identificavam como responsáveis de seus próprios filhos. Tais atitudes foram estimulantes e incentivadoras para o projeto. Os adolescentes, ao final da coleta, nos procuravam fazendo indagações sobre sua alimentação, seu peso e sobre histórias pessoais da dinâmica familiar denotando o quanto o tema é mobilizador de ansiedades e de busca de maior conhecimento. As orientações recebidas foram as mais significativas de todo o processo. Foram momentos de muito incentivo à produção e na compreensão dos resultados. Além disto, a relação de amizade construída foi muito importante. Almejamos que este trabalho traga contribuições para os profissionais de saúde que tratam da obesidade e, em especial para aqueles que trabalham com as famílias a fim de ampliar seus conhecimentos sobre estilos parentais no domínio da alimentação. Tratar a obesidade significa compreender as razões que subsidiam o modo de funcionamento da dinâmica familiar, compreender a maleabilidade das interações inter e extrafamiliares e intervir. Para cada família, a intervenção será de modo distinto respeitando-se a identidade familiar única. Que este trabalho aponte para novas perspectivas de pesquisa no tema, entendendo-se que mais pesquisas devam ser feitas com foco no adolescente, pois esta é uma fase também crítica do desenvolvimento. Este período pode favorecer para a consolidação de hábitos alimentares mais permanentes e a manutenção de um estado nutricional mais saudável. O adolescente, embora mais autônomo, ainda se revela imaturo emocionalmente, o que é um importante aspecto de investigação a ser considerado no tratamento da obesidade. 66 Aprofundar conhecimentos sobre as influências dos estilos parentais no excesso de peso é buscar no ambiente de maior vínculo, indicações de estratégias de intervenções terapêuticas, ampliando-se o foco de atenção do paciente para a família, visando à redução de prováveis ocorrências de morbidade e mortalidade decorrentes do excesso de peso. 67 REFERÊNCIAS 1. Sverdloff HR. Obesidade: uma epidemia do século XXI. Recife: Instituto Materno Infantil de Pernambuco; 2002. Report Nr 0102-8847. 2. Oliveira T, Cunha CF, Ferreira RA. Características de adolescentes atendidos em ambulatório de obesidade: conhecer para intervir. Nutrire Rev Soc Bras Alimen Nutr 2010;35(2):19-37. 3. Deckelbaum RJ, Williams CL. Childhood obesity: the health issue. Obes Res 2012;9(S4):239S-243S. 4. Enes CC, Slater B. Obesidade na adolescência e seus principais fatores determinantes. Rev Bras Epidemiol 2010;13(1):163-71. 5. Fernandes R, Kawaguti S, Agostini L, Oliveira A, Ronque E, Freitas Júnior I. Prevalência de sobrepeso e obesidade em alunos de escolas privadas do município de Presidente Prudente–SP. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2007;9(1):21-7. 6. World Health Organization - WHO. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO Consultation. Geneva: WHO; 2004. Report Nr 0512-3054. 7. Wang Y, Monteiro C, Popkin BM. Trends of obesity and underweight in older children and adolescents in the United States, Brazil, China, and Russia. Am J Clin Nutr 2002;75(6):971-7. 8. Mello E, Luft VC, Meyer F. Atendimento ambulatorial individualizado versus programa de educação em grupo: qual oferece mais mudança de hábitos 68 alimentares e de atividade física em crianças obesas. J Pediatr (Rio J) 2004;80:468-74. 9. Nelms BC. Childhood Obesity: Taking on the Issue. J Pediatr Health Care 2001;15(2):47-8. 10. Santos AM. O Excesso de Peso da Família com Obesidade Infantil. Textos Contextos (Porto Alegre) 2006;2(1). 11. Chaimovitz R, Issenman R, Moffat T, Persad R. Body perception: do parents, their children, and their children's physicians perceive body image differently? J Pediatr Gastroenterol Nutr 2008;47(1):76-80. 12. Rhee K. Childhood overweight and the relationship between parent behaviors, parenting style, and family functioning. Ann Am Acad Pol Soc Sci 2008;615(1):11-37. 13. Rhee KE, Lumeng JC, Appugliese DP, Kaciroti N, Bradley RH. Parenting styles and overweight status in first grade. Pediatrics 2006;117(6):2047-54. 14. Darling N, Steinberg L. Parenting style as context: An integrative model. Psychol Bull 1993;113:487. 15. Sleddens EFC, Gerards SMPL, Thijs C, Vries NK, Kremers SPJ. General parenting, childhood overweight and obesity‐inducing behaviors: A review. Int J Pediatr Obes 2011;6(2‐2):e12-27. 16. Loli MSA. A obesidade como sintoma: uma leitura psicanalítica. São Paulo: Vetor; 2000. 17. Sousa J, Loureiro I, Carmo I. A obesidade infantil: um problema emergente. Saúde & Tecnologia 2008;(2):5-15. 69 18. Ferreira J. Prevalência de obesidade infanto-juvenil: associação com os hábitos alimentares, actividade física e comportamentos sedentários dos adolescentes escolarizados de Portugal Continental [Tese de Doutorado]. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa; 2010. 19. Felippe FM. O peso social da obesidade. Textos Contextos (Porto Alegre) 2001;2(1). 20. Costa F. Atitudes dos pais e a alimentação de seus filhos: repercussões para o excesso de peso infantil [Dissertação de Mestrado]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2008. 21. Simões PA, Navarro AC. Prevalência de sobrepeso e risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares em escolares de 10 a 17 anos. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento 2008;2(7):01-10. 22. Ribeiro RQC, Lotufo PA, Lamounier JA, Oliveira RG, Soares JF, Botter DA. Fatores adicionais de risco cardiovascular associados ao excesso de peso em crianças e adolescentes: o estudo do coração de Belo Horizonte. Arq Bras Cardiol 2006;86(6):408-18. 23. Vasconcelos VL, Lapa TM, Carvalho EF. Prevalência de sobrepeso e obesidade em adolescentes masculinos nas macrorregiões do Brasil, 19802000. Esc Anna Nery Rev Enferm 2006;10(03):417-24. 24. Crespo MTP. Obesidade e subjetividade na adolescência: o sujeito na balança [Dissertação de Mestrado]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais; 2008. 70 25. International Obesity Task Force - IOTF. Obesity: the global epidemic [internet]. London: IOTF. [Accessed 2012 May]. Available from: http://www.iaso.org/iotf/obesity/obesitytheglobalepidemic/ 26. Brasil. Senado Federal. Obesidade cresce rapidamente no Brasil e no mundo. Portal de notícias. 13 mar. 2013 [acesso em 09 mar. 2014]. Disponível em: http://www12.senado.gov.br/jornal/edicoes/2013/03/12/obesidade-crescerapidamente-no-brasil-e-no-mundo. 27. Berlese D, Terra C, Haeffner L. Algumas características dos adolescentes obesos em tratamento no HUSM-Hospital de la Universidad Federal de Santa Maria. Lecturas, Educación Física y Deportes, Revista Digital 2007;12(108). 28. Menegaz-Almeida A, Santos C. O enfrentamento da síndrome metabólica em indivíduos obesos: a intervenção da atividade física. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento 2007;1(5):24-34. 29. Cole TJ, Bellizzi MC, Flegal KM, Dietz WH. Establishing a standard definition for child overweight and obesity worldwide: international survey. BMJ 2000;320(7244):1240-3. 30. De Onis M, Blössner M. The World Health Organization global database on child growth and malnutrition: methodology and applications. Int J Epidemiol 2003;32(4):518-26. 31. Dumith SC, Farias JC Jr. Sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes: comparação de três critérios de classificação baseados no índice de massa corporal. Rev Panam Salud Publica 2010;28(1):30-5. 32. Escrivão M, Oliveira F, Taddei J, Lopez F. Obesidade exógena na infância e na adolescência. J Pediatr (Rio J) 2000;76(Suppl 3):305-10. 71 33. Cogill B. Anthropometric Indicators Measurement Guide, 2003. Washington, DC: Food and Nutrition Technical Assistance (FANTA) Project, FHI 360; 2003. 34. Ogden CL, Flegal KM, Carroll MD, Johnson CL. Prevalence and trends in overweight among US children and adolescents, 1999-2000. JAMA 2002;288(14):1728-32. 35. Onis M, Onyango AW, Borghi E, Siyam A, Nishida C, Siekmann J. Development of a WHO growth reference for school-aged children and adolescents. Bull World Health Organ 2007;85(9):660-7. 36. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Incorporação da curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde de 2006 e 2007 no SISVAN [internet]. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2007 [Accessed 2013 Fev. 13]. Available from: http://nutricao.saude.gov.br/docs/geral/curvas_oms_2006_2007.pdf 37. World Health Organization - WHO. Growth reference 5-19 years [internet]. Geneva: WHO [Accessed 2013 Fev]. Available from: http://www.who.int/growthref/en/ 38. Oliveira A, Cerqueira E, Silva Souza J, Oliveira A. Sobrepeso e obesidade infantil: influência de fatores biológicos e ambientais em Feira de Santana, BA. Arq Bras Endocrinol Metab 2003;47(2):144-50. 39. Gagliardi Caro Salve M. Estudo sobre peso corporal e obesidade. Lecturas, Educación Física y Deportes, Revista Digital 2005;10(89). 40. Salve MGC. Obesidade e peso corporal: riscos e conseqüências. Movimento e Percepção 2006;6(8):29-48. 72 41. Ferreira S, Tinoco A, Aguiar J, Lima M, Custódio I. Obesidade infantil: etiologia e conseqüências para a saúde. Lecturas, Educación Física y Deportes, Revista Digital 2007;11(106). 42. Damiani D, Carvalho D, Oliveira R. Obesidade na infância: um grande desafio! Pediatr Mod 2000;36(8):489-523. 43. Kater C. Obesidade: genética, fisiopatologia e terapêutica às vésperas de uma importante revolução conceitual. Arq Bras Endocrinol Metab 2000;44(1):1-2. 44. Romero C, Zanesco A. O papel dos hormônios leptina e grelina na gênese da obesidade. Rev Nutr 2006;19(1):85-91. 45. Jouret B, Tauber M. Quels sont les enfants à risque de devenir des adultes obèses? J Pédiatr Puéric 2001;14(8):468-73. 46. Musher-Eizenman D, de Lauzon-Guillain B, Holub S, Leporc E, Charles M. Child and parent characteristics related to parental feeding practices. A crosscultural examination in the US and France. Appetite 2009;52(1):89-95. 47. Jaeger JP. Investigação de genes envolvidos no controle da ingestão alimentar em estudos de associação com fenótipos relacionados à obesidade humana [Tese de Doutorado]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2009. 48. Dâmaso AR, Tock L, Tufik S, et al. Tratamento multidisciplinar reduz o tecido adiposo visceral, leptina, grelina ea prevalência de esteatose hepática não alcoólica (NAFLD) em adolescentes obesos. Rev Bras Med Esporte 2006;12(5):263-7. 49. Velásquez-Meléndez G, Pimenta AM, Kac G. Epidemiologia do sobrepeso e da obesidade e seus fatores determinantes em Belo Horizonte (MG), Brasil: 73 estudo transversal de base populacional. Rev Panam Salud Pública 2004;16(5):308-14. 50. Monteiro CA, Conde WL, Castro IRR. The changing relationship between education and risk of obesity in Brazil (1975-1997). Cad Saúde Pública 2003;19(Suppl. 1):S67-75. 51. Viana V, Santos PL, Guimarães MJ. Comportamento e hábitos alimentares em crianças e jovens: Uma revisão da literatura. Psicol Saúde Doenças 2008;9(2):209-31. 52. Dennison BA, Erb TA, Jenkins PL. Television viewing and television in bedroom associated with overweight risk among low-income preschool children. Pediatrics 2002;109(6):1028-35. 53. Tremblay MS, Willms JD. Is the Canadian childhood obesity epidemic related to physical inactivity? Int J Obes 2003;27(9):1100-5. 54. Kain J, Uauy R, Albala FV, Cerda R, Leyton B. School-based obesity prevention in Chilean primary school children: methodology and evaluation of a controlled study. Int J Obes 2004;28(4):483-93. 55. Rebola P. Prevalência de medidas arteriais hipertensivas em escolares obesos e não obesos de Cianorte-PR [Dissertação de Mestrado]. Curitiba: Universidade Federal do Paraná; 2010. 56. Triches RM, Giugliani ERJ. Obesidade, práticas alimentares e conhecimentos de nutrição em escolares. Rev Saúde Pública 2005;39(4):541-7. 57. Patrick H, Nicklas TA. A review of family and social determinants of children‘s eating patterns and diet quality. J Am Coll Nutr 2005;24(2):83-92. 74 58. Cataneo C, Carvalho A, Galindo E. Obesidade e aspectos psicológicos: maturidade emocional, auto-conceito, locusde controle e ansiedade. Psicol Reflex Crit 2005;18(1):39-46. 59. Perez G, Romano B. Comportamento alimentar e síndrome metabólica: aspectos psicológicos. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo 2004;14(4):54450. 60. Machado RL, Pellanda LC, Vigueras ERS, Ruschel PP. Obesidade infantil e prevenção de cardiopatia isquêmica: contribuições da intervenção psicológica em um ambulatório de referência no sul do Brasil. Rev SBPH 2005;8(2):2549. 61. Rhee KE, De Lago CW, Arscott-Mills T, Mehta SD, Davis RK. Factors associated with parental readiness to make changes for overweight children. Pediatrics 2005;116(1):e94-101. 62. Oliveira A. Aspectos epidemiológicos da obesidade em escolares [Dissertação de Mestrado]. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais; 2000. 63. Chen AY, Escarce JJ. Peer Reviewed: Family Structure and Childhood Obesity, Early Childhood Longitudinal Study - Kindergarten Cohort. Prev Chronic Dis 2010;7(3):A50. 64. Giugliano R, Carneiro E. Fatores associados à obesidade em escolares. J Pediatr (Rio) 2004;80(1):17-22. 65. Falceto O, Busnello E, Bozzetti M. Validação de escalas diagnósticas do funcionamento familiar para utilização em serviços de atenção primária à saúde. Rev Panam Salud Publica 2000;7(4):255-63. 75 66. Boeckel M, Sarriera J. Análise fatorial do Questionário de Estilos Parentais (PAQ) em uma amostra de adultos jovens universitários. Psico USF 2005;10(1):1-9. 67. Weber L, Stasiak G, Brandenburg O. Percepção da interação familiar e autoestima de adolescentes; Perception of family interaction and adolescents' selfesteem. Aletheia 2003;(17/18):95-105. 68. Mosmann C. A qualidade conjugal e os estilos educativos parentais [Tese de Doutorado]. Porto Alegre: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; 2007. 69. Brasil. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências [internet]. Brasília, DF; 1990 [acessado em 2013 Dez. 18]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm 70. Ayub RCP. O olhar de psicanalistas que escutam a adolescência: singularidade da clínica atual [Dissertação de Mestrado]. Porto Alegre: Programa de Pósgraduação em Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; 2009. 71. Birman, J. Tatuando o desamparo. In: Cardoso MR (Org.). Adolescentes. São Paulo: Escuta; 2006. pp. 25-43. 72. Savage JS, Fisher JO, Birch LL. Parental influence on eating behavior: conception to adolescence. J Law Med Ethics 2007;35(1):22-34. 73. Zwiauer K. Prevention and treatment of overweight and obesity in children and adolescents. Eur J Pediatr 2000;159(Suppl. 1):56-68. 76 74. Soares L, Petroski E. Prevalência, fatores etiológicos e tratamento da obesidade infantil. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum 2003;5(1):6374. 75. Ramos A, Barros Filho A. Prevalência da obesidade em adolescentes de Bragança Paulista e sua relação com a obesidade dos pais. Arq Bras Endocrinol Metab 2003;47(6):663-8. 76. Strauss RS, Knight J. Influence of the home environment on the development of obesity in children. Pediatrics 1999;103(6):e85. 77. Silva G, Balaban G, Freitas M, Baracho J, Nascimento E. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças pré-escolares matriculadas em duas escolas particulares de Recife, Pernambuco. Rev Bras Saúde Matern Infant 2003;3(3):323-7. 78. Mendonça CP, dos Anjos LA. Aspectos das práticas alimentares e da atividade física como determinantes do crescimento do sobrepeso/obesidade no Brasil. Cad Saúde Pública 2004;20(3):698-709. 79. Black MM, Papas MA, Bentley ME, et al. Overweight adolescent AfricanAmerican mothers gain weight in spite of intentions to lose weight. J Am Diet Assoc 2006;106(1):80-7. 80. Casado SCA. Excesso de peso e obesidade nas crianças em idade escolar: prevalência e factores de risco [Dissertação de Mestrado]. Coimbra: Universidade de Coimbra; 2011. 81. Huneault L, Mathieu MÈ, Tremblay A. Globalization and modernization: an obesogenic combination. Obes Rev 2011;12(5):e64-72. 77 82. Watts K, Beye P, Siafarikas A, et al. Effects of exercise training on vascular function in obese children. J Pediatr 2004;144(5):620-5. 83. Sociedade Brasileira de Cardiologia; Sociedade Brasileira de Hipertensão; Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol. 2010; 95(1 supl.1):1-51. 84. Costanzi CB, Halpern R, Rech RR, Bergmann MLA, Alli LR, Mattos AP. Associated factors in high blood pressure among schoolchildren in a middle size city, southern Brazil. J Pediatr (Rio J) 2009;85(4):335-40. 85. St-Onge MP, Keller KL, Heymsfield SB. Changes in childhood food consumption patterns: a cause for concern in light of increasing body weights. Am J Clin Nutr 2003;78(6):1068-73. 86. Swallen KC, Reither EN, Haas SA, Meier AM. Overweight, obesity, and health-related quality of life among adolescents: the National Longitudinal Study of Adolescent Health. Pediatrics 2005;115(2):340-7. 87. Cruz ISM. O uso de um questionário de alimentação para o estudo de atitudes, crenças e práticas dos pais em relação à alimentação e propensão à obesidade [Dissertação de Mestrado]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo; 2009. 88. Sichieri R, Nascimento S, Coutinho W. The burden of hospitalization due to overweight and obesity in Brazil. Cad Saúde Pública 2007;23(7):1721-7. 89. Porto EBS, Morais TW, Raso V. Avaliação do nível de conhecimento multidisciplinar dos futuros profissionais na propedêutica da obesidade. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento 2012;1(2). 90. Baumrind D. Parental 1965;12(6):230-4. control and parental love. Child (Wash) 78 91. Baumrind D. Harmonious parents and their preschool children. Dev Psychol 1971;4(1):99-102. 92. Baumrind D. Child care practices anteceding three patterns of preschool behavior. Genet Psychol Monogr 1967;75(1):43-88. 93. Baumrind D, Black AE. Socialization practices associated with dimensions of competence in preschool boys and girls. Child Dev 1967;38(2):291-327. 94. Baumrind D. Effects of authoritative control on child behavior. Child Dev 1966;37(4):887-907. 95. Baumrind D. The influence of parenting style on adolescent competence and substance use. J Early Adolesc 1991;11(1):56-95. 96. Teixeira M, Bardagi M, Gomes W. Refinamento de um instrumento para avaliar responsividade e exigência parental percebidas na adolescência. Aval Psicol 2004;3(1):1-11. 97. Weiss LH, Schwarz JC. The relationship between parenting types and older adolescents' personality, academic achievement, adjustment, and substance use. Child Dev 1996;67(5):2101-14. 98. Baumrind D. The discipline encounter: Contemporary issues. Agress Violent Behav 1997;2(4):321-35. 99. Steinberg L, Lamborn S, Darling N, Mounts N, Dornbusch S. Over-time changes in adjustment and competence among adolescents from authoritative, authoritarian, indulgent, and neglectful families. Child Dev 1994;65(3):75470. 79 100. Steinberg L, Mounts N, Lamborn S, Dornbusch S. Authoritative parenting and adolescent adjustment across varied ecological niches. J Res Adolesc 1991;1(1):19-36. 101. Costa F, Teixeira M, Gomes W. Responsividade e exigência: duas escalas para avaliar estilos parentais. Psicol Reflex Crit 2000;13(3):465-73. 102. Abreu JCR. Obesidade infantil: abordagem em contexto familiar [Monografia]. Funchal: Univerisade do Porto; 2010. 103. Oliveira EA, Marin AH, Pires FB, Frizzo GB, Ravanello T, Rossato C. Estilos parentais autoritário e democrático-recíproco intergeracionais, conflito conjugal e comportamentos de externalização e internalização. Psicol Reflex Crit 2002;15(1):1-11. 104. Boeckel M. Estilos parentais, estilos atribucionais e bem-estar psicológico em jovens universitários. Rev Bras Crescimento Desenvolv Hum 2006;16(3):53-65. 105. Maccoby E, Martin J. Socialization in the context of the family: Parent-child interaction. In: Carmichael L, Mussen PH (Eds.). Handbook of child psychology. Socialization, personality, and social development (4th ed.). New York: Wiley; 1983. 106. Ainsworth MDS, Blehar MC, Waters E, Wall S. Patterns of attachment: A psychological study of the strange situation. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates; 1979. 107. Baumrind D. Current patterns of parental authority. Dev Psychol 1971;4(1 pt 2):1-103. 80 108. Barber BK. Parental psychological control: Revisiting a neglected construct. Child Dev 1996;67(6):3296-3319. 109. Weber LND, Prado PM, Viezzer AP, Brandenburg OJ. Identificação de estilos parentais: o ponto de vista dos pais e dos filhos. Psicol Reflex Crit 2004;17(3):323-31. 110. Paiva FS, Ronzani TM. Estilos parentais e consumo de drogas entre adolescentes: revisão sistemática. Psicol Estud 2009;14(1):177-83. 111. Weber L, Stasiak G, Brandenburg O. Percepção da interação familiar e autoestima de adolescentes. Aletheia 2003;(17/18):95-105. 112. Weber Lea. Auto-estima e práticas parentais em adoções diferenciadas. XVI Encontro da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental - ABMPC. Brasília, DF; 2007. 113. Weber L, Richartz M, Richartz M. A relação entre a depressão na adolescência e as práticas educativas parentais. XVI Encontro da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental - ABMPC. Brasília, DF; 2007. 114. Weber L, Richartz M, Richartz M. Relação entre práticas educativas parentais e auto-estima de adolescentes. XVI Encontro da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental - ABPMC. Brasília, DF; 2007. 115. Weber L, Tucunduva C, Farias R. Ocupação e práticas educativas parentais, auto-estima e escolha profissional dos filhos. XVI Encontro da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental - ABPMC. Brasília, DF; 2007. 81 116. Weber L, Richartz M, Richartz M. Estudo sobre as relações entre comportamentos de risco na adolescência e práticas educativas parentais. XVI Encontro da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental - ABPMC. Brasília, DF; 2007. 117. Reppold C, Hutz C. Prevalência de indicadores de depressão entre adolescentes no Rio Grande do Sul. Aval psicol 2003;2(2):175-84. 118. Bardagi MP. Os estilos parentais e sua relação com a indecisão profissional, ansiedade e depressão dos filhos adolescentes [Dissertação de Mestrado]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2002. 119. Anderson AD. African-American parents' nutritional habits: implications for the prevention of early childhood obesity. Denton, Texas: UNT Digital Library; 2009. 120. Hughes SO, Patrick H, Power TG, Fisher JO, Anderson CB, Nicklas TA. The impact of child care providers' feeding on children's food consumption. J Dev Behav Pediatr 2007;28(2):100-7. 121. Pioltine M, Spinelli M. Conhecimentos sobre nutrição e sua relação com o IMC de Escolares. Rev Simbio-Logias 2010;3(4):57-74. 122. Marafon R, Faber B. Problematização como estratégia de educação nutricional com adolescentes obesos. Cad Saúde Pública 2006;22(5):923-31. 123. Formiga N, Silva N, da Silva Neta A. Escala sobre a dinâmica interna da família: sua validade fatorial a partir da modelagem de equação estrutural. Psicologia.com.pt [internet]. 2008 [acesso em 2013 Dez 18]. Disponível em: http://www.psicologia.pt/artigos/ver_artigo.php?codigo=A0454 82 124. Kim MJ, McIntosh WA, Anding J, Kubena KS, Reed DB, Moon GS. Perceived parenting behaviours predict young adolescents' nutritional intake and body fatness. Matern Child Nutr 2008;4(4):287-303. 125. Hurley KM, Cross MB, Hughes SO. A systematic review of responsive feeding and child obesity in high-income countries. J Nutr 2011;141(3):495501. 126. Clark H, Goyder E, Bissell P, Blank L, Peters J. How do parents' childfeeding behaviours influence child weight? Implications for childhood obesity policy. J Public Health (Oxf) 2007;29(2):132-41. 127. Rochinha J, Sousa B. Os estilos e práticas parentais, a alimentação, eo estado ponderal dos seus filhos. Revista SPCNA 2012;18(1):2-7. 128. Lamborn S, Mounts N, Steinberg L, Dornbusch S. Patterns of competence and adjustment among adolescents from authoritative, authoritarian, indulgent, and neglectful families. Child Dev 1991;62(5):1049-65. 129. Mayer A. As relações entre família, escola e o desenvolvimento do sobrepeso e obesidade infantil [Dissertação de Mestrado]. Curitiba: Universidade Federal do Paraná; 2011. 130. Oliveira EA, Frizzo GB, Marin AH. Atitudes maternas diferenciais para com meninos e meninas de quatro e cinco anos. Psicol Reflex Crit 2000;13(3):363-71. 131. Hoffman ML. Moral internalization, parental power, and the nature of parent-child interaction. Dev Psychol 1975;11(2):228. 132. Hoffman ML. Development of moral thought, feeling, and behavior. Am Psychol 1979;34(10):958. 83 133. Reppold C, Pacheco J, Hutz C. Comportamento Agressivo e práticas disciplinares parentais. In: Hutz CS (Org.). Violência e risco na infância e adolescência: pesquisa e intervenção. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2005. 134. Bem LA, Wagner A. Reflexões sobre a construção da parentalidade eo uso de estratégias educativas em famílias de baixo nível socioeconômico. Psicol Estud 2006;11(1):63-71. 135. Pacheco JB, Silveira LB, Schneider AA. Estilos e práticas educativas parentais: análise da relação desses construtos sob a perspectiva dos adolescentes. Psico (Porto Alegre) 2008;39(1):66-73. 136. Wagner A, Mosmann CP, Dalbosco Dell‘Aglio D, Falcke D. Famíla e Internet. São Leopoldo: Sinodal; 2012. (Coleção E agora.com: a era da informação e a vida cotidiana). 137. Van Der Horst K, Kremers S, Ferreira I, Singh A, Oenema A, Brug J. Perceived parenting style and practices and the consumption of sugarsweetened beverages by adolescents. Health Educ Res 2007;22(2):295-304. 138. Musher-Eizenman DS. Comprehensive Feeding Practices Questionnaire: Validation of a New Measure of Parental Feeding Practices. J Pediatr Psychol 2007;32(8):960-72. 139. Baughcum AE, Powers SW, Johnson SB, et al. Maternal feeding practices and beliefs and their relationships to overweight in early childhood. J Dev Behav Pediatr 2001;22(6):391-408. 140. Birch LL, Fisher JO, Grimm-Thomas K, Markey CN, Sawyer R, Johnson SL. Confirmatory factor analysis of the Child Feeding Questionnaire: a measure 84 of parental attitudes, beliefs and practices about child feeding and obesity proneness. Appetite 2001;36(3):201-10. 141. Lorenzato L. Avaliação de atitudes, crenças e práticas de mães em relação à alimentação e obesidade de seus filhos através do uso do Questionário de Alimentação da Criança (QAC) [Dissertação de Mestrado]. Ribeirão Preto: Univerisade de São Paulo; 2012. 142. Byrne BM. Structural equation modeling with AMOS: Basic concepts, applications, and programming. Boca Raton: CRC Press; 2009. 143. de Oliveira Scoaris RC, Benevides-Pereira AMT, Santin Filho O. Elaboração e validação de um instrumento de avaliação de atitudes frente ao uso de história da ciência no ensino de ciências. REEC: Revista Electrónica de Enseñanza de las Ciencias 2009;8(3):8. 144. Krech D, Crutchfield RS, Ballachey EL. O indivíduo na sociedade: um manual de psicologia social. São Paulo: Pioneira; 1975. 145. Vargas D. Construção de uma escala de atitudes frente ao álcool, ao alcoolismo e o alcoolista: um estudo psicométrico [Tese de Doutorado]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo; 2005. 146. Raymundo VP. Construção e validação de instrumentos: um desafio para a psicolinguística. Letras de Hoje – Estudos e debates de assuntos de linguística, literatura e língua portuguesa 2009;44(3). 147. Paulino RD, de Vasconcelos CRP. Análise exploratória do comprometimento organizacional em organizações brasileiras. VII Congresso Virtual Brasileiro de Administração [internet]. 2010 [acesso em 2013]. Disponível em: www.convibra.com.br. 85 148. Lopes HEG. Abrindo a caixa preta: considerações sobre a utilização da Análise Fatorial Confirmatória nas pesquisas em Administração. Revista Economia & Gestão 2008;5(11):97-116. 149. Mueller RO. Basic principles of structural equation modeling: An introduction to LISREL and EQS. New York: Springer; 1996. 86 ARTIGO 1 PARENTAL STYLES AND WEIGHT STATUS OF ADOLESCENTS IN PORTO ALEGRE – BRAZIL (Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry) 87 PARENTAL STYLES AND WEIGHT STATUS OF ADOLESCENTS IN PORTO ALEGRE – BRAZIL Piccoli AB, Mosmann CP, Neiva-Silva L, Pellanda LC ABSTRACT Objectives: Research examining the influence of parents on their children‘s overweight has expanded in recent years, but is usually targeted at parents of young children. Adolescence is a critical period for development and the emotional stability of the family can be instrumental to feeding behavior. The aim of this study was verify the adolescents‘ view about the parental styles of their genitors, and the possible association of these styles with the adolescents‘ nutritional status. Methods: Cross-sectional study with adolescents, students who completed the general parenting style scales (demandingness and responsiveness), answered a social-bio demographic questionnaire and underwent anthropometric measurements according to Anthropometric Standardization Reference Manual. Results: Of the 307 adolescents, 29% were overweight or obese. The neglectful and authoritative styles were more frequent, both in mothers and fathers. There were significant differences in the perception of parental styles when considering the age, sex and type of school (public or private), but not for adolescents‘ nutritional status. Conclusion: Relations between parents and children are complex and further investigations need to be done to understand family influences for overweight at this stage. Index terms: parenting styles, adolescence, obesity 88 INTRODUCTION Obesity, considered an epidemic in the 21st century1 is associated with negative consequences to health and the decrease in life expectancy.2 In 2010, a billion adults and 250 million children and adolescents were overweight worldwide. Childhood obesity is associated with poor feeding habits, sedentary lifestyles and changes in social and family relationships.3,4 Feeding habits are acquired and the family is the first social context where foods are historically noticed as symbols of union and mirror the feeding culture into which the child is being initiated. In the search for understanding the dynamics of the interaction between parents and their children, the parental styles have been studied in literature.5-9 Parenting style refers to a global standard characteristics of the interaction of parents with children in many situations, a group of attitudes that provides an emotional climate in which practices are express10 Several studies associate parental styles with children‘s behavior, specially regarding school performance, socialization, abilities and emotional state, as well as aspects related to health.11,12 The importance of home environment to children‘s development and nutritional habits is recognized.13 However, the majority of the studies that analyzed the parents‘ influence on their children‘s nutritional status, have focused on specific disciplinary and feeding practices,14,15 but giving few attention in how parents and children interact and establish the bond that characterizes the establishment of their nutritional experiences.16 Additionally, the investigations focus on the development of obesity in small children. Investigating about the relationship between parents and their children concerning parental styles of education is essential in the planning of obesity, prevention and therapeutics. Therefore, the present study is to evaluate the 89 relation between the parental styles perceived by the adolescents and their nutritional status, considering the demandingness and responsiveness levels in terms of the attention received from their parents. Based on the parental style typology,7 one of the hypotheses considered is that the authoritative style must be associated to a healthy nutritional status, within normal standard and classification , since it is the style where continence, comprehension and affection are also present in the demandingness and delegation of responsibility and commitment. METHOD Study Design A cross-sectional study conducted with students enrolled in public and private schools from Porto Alegre – RS/Brazil. Sample 307 adolescents between 12 and 18 years old from Elementary and High Schools. To estimate sample size, a minimum correlation of 0.20 between the scores of demandingness and responsiveness, and nutritional status was considered with a significance level of 0.05 and 90% for statistic power (ß=0.10), resulting in 259 participants.17 Definition of the Variables Parental styles: defined by two dimensions: responsiveness and demandingness. Responsiveness is the parents‘ capacity of being affective and 90 continent, as well as attentive to their children‘s needs, in terms of promoting individuality, auto-regulation and self-affirmation. The demandingness aspect is linked to control, establishment of limits and rules aimed at the integration and well being of the family. It implies disciplinary efforts and disposition to face disobedience. Based on these dimensions, the parental styles have been classified in four types, as shown in Figure 1, according to the high and low demandingness and responsiveness levels.18 Nutritional status of the adolescents: the Body Mass Index (BMI) of the adolescents was calculated by the weight-to-height² ratio, with weight expressed in kilograms (kg) and height in centimeters (cm), BMI percentiles according to age and sex of the participants , calculated according to the Anthropometric Standardization Reference Manual.19 BMI percentiles were considered normal between 3 and 85; underweight for percentiles under 3; overweight for percentiles between 85 and 97 and obesity percentile over 97 according to the World Health Organization (WHO, 2007) for children and youngsters (from 10 to 19 years old), taking into consideration the pubertal growth spurt. For this study, these classifications were merged in two categories: underweight and normal as one category defined ―reference weight‖ and overweight and obesity as ―excess weight‖. Data Collection: the study was evaluated and approved by the institutional Ethics Research Committee (UP 4648/11). The schedule to collect the data was established by each school according to their curricular agenda. The adolescents were informed about and invited to join the research. Informed consent was signed by adolescents and parents or legal guardians. Data was collect by trained psychologists (scales) and nutritionists (anthropometric measurements). The adolescents answered 91 the Responsiveness and Demandingness Scale, and a questionnaire about their family and other sociodemographic data. The Responsiveness and Demandingness Scales have been validated in Brazil, in 200020 and revised in 2004.21 The scales are composed of 24 questions (12 related to demandingness and the other12 to responsiveness) that are self-applicable and evaluated by the Likert scale of 5 points. The classification of the four parental styles is obtained through these scales.22 A portable digital scale, with a variation of 0.1 kg was used for the anthropometric measurements. The adolescents were weighed only once and the percentile was established by the WHO AnthroPlus Software.23 Height was verified using an attached metal measuring tape, graduated in millimeters, on a vertical surface and obtained with the adolescents barefoot, in standing position. Statistical Analysis The data was analyzed with the aid of software SPSS, version 19. For the analysis of parental styles, the study had considered the whole sample of adolescents who fulfilled the scales of Parental Styles in their integrality for at least one of the genitors, resulting in one sub-sample of 285 adolescents. The parental styles of fathers and mothers were analyzed separately. 281 adolescents were obtained for the analysis of maternal parental styles and 265 for the paternal parental styles. The scores of demandingness and responsiveness were calculated from the sum of the scores in each scale. The normality of the demandingness and responsiveness scores were evaluated by the Shapiro-WILK test, where the variables were related to the asymmetric scale; and the sample medians were also used. The 92 indexes below the medians were classified as low level and the indexes with scores equal to or above the medians were classified as high level. The parental styles were classified according to the relation between the high and low levels of demandingness and responsiveness: authoritative, negligent, indulgent and authoritarian. The χ² test (chi-squared test) was used to verify the associations between the scores of demandingness and responsiveness, sociodemographic and biodemographic variables and the nutritional status. In all analyses, an α p value of 0.05 was considered. RESULTS Sample Characteristics Five hundred students were screened for inclusion. Of those, 332 parents signed the consent form, of whom 21 did not show up for data collection on the scheduled date, and 4 were over 18 years old. Thus, the final number studied was 307 adolescents. The general characteristics of the sample are presented in table 1: 58% female adolescents, 63.4% of the adolescents live with both parents. The majority of mothers and fathers had concluded high school (65.1% and 72.4%, respectively). As for the nutritional status, 29% of the adolescents presented excess weight (20.2% with overweight and 8.8% with obesity) and the result showed a higher percentage among boys (29.5%) than girls (28.7%). Excess weight was observed among female adolescents (57,3%), between 14 and 15 years old (35.9%), those who 93 are in public schools (59.6%) and those who live with both parents (68.5%), however, there are no significant statistical differences (p>0.05). Parental Styles The adolescents answered the scales of parental styles evaluating their mother and father separately. In the adolescents‘ perception, for both demandingness and responsiveness, the mothers obtained the average and the median slightly higher than the fathers‘ (Table 2). Table 3 shows that the perception of the majority of the adolescents, concerning the relationship established with fathers and mothers, fits the authoritative (36.2% and 34.2%) or negligent (33.6% and 31.3%) styles. In the analysis of the differences among the perceptions of parental styles, of fathers and mothers separately, considering the variable gender, there was a meaningful difference between male and female adolescents, in terms of maternal perception (p=0.008). Male adolescents see their mothers as more negligent when compared to female adolescents. Regarding age-groups, there are some significant differences in the perception of parental styles. Between the ages of 12 and 13, parents are seen as authoritative. But, between the ages 16 to18, fathers are perceived as negligent, and mothers are perceived as negligent also as indulgent. Adolescents in private schools recognize the authoritative style in their parents‘ behavior, while adolescents in public schools see their parents as more negligent. 94 Parental Styles and Adolescents Nutritional Status Table 4 reveals that there was no significant association between the adolescents‘ nutritional status and maternal (p=0.519) or paternal (p=0.101) parental styles. DISCUSSION The present study aimed to evaluate the association between parental styles and the nutritional status of adolescents. The prevalence of the overweight and obesity in adolescents is in accordance with the literature.24 The distribution of parental styles is similar to the results of other studies, and indicates that the authoritative and negligent styles are the most perceived by the adolescents for both fathers and mothers.25-28 This ascertainment indicates that most of the adolescents see their parents focusing on the extremes of the parental styles‘ classification: they are both extremely demanding and responsive (authoritative) or less demanding and responsive (negligent). The prevalence of the authoritative style is a positive factor, since research conducted in this area has shown that authoritative parents present better indexes of healthy development for their children.22,29,30 But the highest prevalence of the negligent style is an alarming factor, since it represents the perception that little attention given by the parents. Researchers have understood that the dimensions – demandingness and responsiveness – are positively correlated, which means, when responsiveness increases, so does demandingness, and vice-versa. This fact points to the necessity of improving the theoretical definition of the demandingness dimension.31,32 Demandingness, as a dimension, is a wide concept that implies all types of control 95 from parents towards their children, so it is impossible to comprehend this dimension based only on behavior. Demandingness, through the expression of negative feelings of dissatisfaction has been recognized as a demand of psychological character and it is part of some actions that theoretically involve the infantilization of children (depreciation, nonrecognition), ambivalent attitudes, inducement of guilt, withdrawal of affection, unrealistic expectations, neglect of their children, and also promotion of personal attacks.31 This new approach to the demandingness dimension may lead to a better understanding of the reasons that explain why the extremes of the styles of demandingness and responsiveness are more prevalent. The study also showed differences in the perception of parental styles according to the adolescents‘ age-groups. Between 16-18 years old, the prevalence of the parental style perception as more permissive in relation to the adolescents with 12 and 13 years old, this can be understood through biopsychosocial aspects. It is expected that children will have more autonomy as they grow up, and authoritative parents tend to comprehend and accept this condition. This finding points to the necessity of studies that monitor the growth and pubertal development in children. The high prevalence of the perception of negligent parents among the 16 to 18 age group can, consequently, be the expression of the conflicts and insecurities of the adolescents‘ growing process, in which, for some of them, the negligent aspect of parents can represent the denial of the need of parental support, while to others, who are more dependent, may feel neglected. The search for autonomy is part of the adolescent behavior, and this aspect can, in part, justify the perception of the negligent style where the parents are ―absent‖ in the teenagers‘ daily lives, without having the same control as when they were younger. On the other hand, the perception of the 96 authoritative style supports parents who are attentive to the adolescents‘ needs and try to develop a dialogue with them. The results have not identified a specific parental style, either maternal or paternal, which was significantly associated with a particular nutritional status that represents risk to health among adolescents 12 to 18 years old. This information supports the study conducted in Belgium (2009)33 with adolescents and their parents showing that general parental style did not have any significant impact on nutritional habits and feeding habits are conditions to achieve a healthy nutritional status. Mellor (2012)34, when investigating 104 adolescents, also indicated that parental style and family functioning were not strong predictors of BMI, but revealed that for adolescents, inconsistent discipline and lack of parental supervision represented a significant variation on BMI. In these studies, the nutritional practices are significant for nutritional status and healthy feeding habits. One recent systematic revision, aimed at parents with children up to eight years old, has shown a positive relation between indulgent parental style and overweight.35 In another study revision, the children, when raised in authoritative homes, ate in a more healthy manner, were more active and had lower BMI levels in comparison to other children raised in different styles.36 Both studies show positive association between parental styles and nutritional status different from this study and others mentioned before. This difference can be attributed to the socioeconomic and cultural context of samples from the studies as well as the age-group of children in relation to the adolescents‘, where several aspects of development are involved. Besides that, it must be considered if there are differences in the parents‘ perception in relation to the children‘s perception. In the nutritional domain, the parental styles need 97 to be better understood, since there are differences in the way parents position themselves in relation to their children‘s nutrition, and this position can be modified as children grow up or if there are signs of health problems involved (such as obesity). The study points out that the majority of adolescents with excess weigh perceive their parents as authoritative, but this does not represent statistical significance. This information goes against the hypothesis that the authoritative style was less frequent in the perception of adolescents with excess weight. Kim (2008)37 mentioned that none of the paternal parental styles or dimensions were significantly related to the adolescents‘ body fat; however, the maternal authoritative style associated with some practices involving less control may represent protective measures against obesity. However, Rhee (2006)38 concluded that among the four parental styles, authoritarian fathers were associated with the greatest risk of overweight in children, while children of authoritarian mothers had their overweight risk increased when compared to those of authoritative mothers. Children of indulgent and negligent mothers have twice more possibilities of being overweight in comparison to those of authoritative mothers. These results go against our study; however it was conducted with parents of younger children. This data may be comprehended as a stimulus for studies that monitor the development of children into adolescents. Although not significant, some of the adolescents with excess weight perceive their parents as having the indulgent style, which means, they are moderately demanding but with a high level of commitment and affection. Van der Horst (2007)39 98 identified that the consumption of sugar-sweetened beverages occurred more among the adolescents who saw their parents as moderately strict and highly involved. The majority of studies, which investigate parental styles related to the nutritional status of children, were conducted based on the perception and comprehension of parents. These studies identify a positive relation between the less demanding styles (negligent and indulgent)35,36 and the authoritarian style36 linked to overweight children. In this aspect, the fact that our study does not investigate the parents‘ perception, but only that of adolescent children, and since the result is not statistically expressive between a certain style and the nutritional status, it is possible to think that there are differences between children‘s perceptions and those of their parents. This idea is supported by a study conducted among children 9 to 12 and their parents, where the parents see themselves as more demanding and responsive than their children do.27 There are some limitations to this study. The majority of the studies mentioned established a comparison of parental styles classified as ―general‖ linking them to disciplinary practices that did not use the same scale as our study did, which we see as a hindrance to establish useful comparisons. Another relevant aspect is if the demandingness and responsiveness scales used to evaluate parental styles are selfapplicable, and we must consider different interpretations that lead the adolescents to attribute a response or a response value to each question. Costa (2000)20 who validated these scales calls attention to the importance of verifying the parental style that was identified using these scales, in the association of indicators of healthy development in the adolescence, such as self-confidence, psychological well-being, good academic performance, deviant behavior, etc. 99 Understanding how adolescents interpret the representations they are given by their parents in the different styles is important and undeniable to the complexity of expressions for questions that involve relationships of affection. The practices regarding nutritional education have significant influence on the nutritional status as many studies have shown, and therefore, the non-significance of results obtained regarding parental styles indicate that it is not how much, but rather how the parental styles operate as mediators of these practices. To what extent are the nutritional practices adopted by parents for their children in sync with their beliefs and values on how to educate children? In this regard, it is worth questioning how the environment and the emergent needs influence parents‘ behavior, and the way they act, regardless of their beliefs and values? These questions can provide answers to pathologies, such as obesity in the adolescence. The adolescents‘ perception about the styles of education provided by their parents also suffers the influence of other factors, such as personal characteristics, maturity, and the established bond between mother and father and by the present context in which they live and acquire experiences. It is in the family that children exercise their capacities and develop the sense of belonging and stability.40 Education is a complex construct that includes specific attitudes to influence children‘s behavior, such as screams, punishment, spanking and rewards; analyzing these individually can result in misunderstandings. Therefore, it is important to children‘s well-being to recognize the general standard of parenthood. As the object of investigation and intervention, the family is perceived as a context of risk and protection for its members and, in this aspect, it is seen as a system that can stimulate obesity in children.41 100 Attitudes directed towards health and specifically to obtain a normal BMI do not depend only on the knowledge regarding ways to avoid or prevent overweight, but also on identifying subjective potentials for this action. The internalization of experiences is a complex process where parental educational styles have a strong influence and imply, among several mechanisms, the identification by the children in terms of expressing themselves through behavior. This fact guided us towards the study on adolescents so that we can have a better understanding about the consequences of parental styles on overweight or its prevention. The study has not found a direct and significant relation between the nutritional status and specific parental styles. Family interactions are complex and the difficulty to verify these relations may be in the findings that parents can have characteristics from several parental styles (parents may be classified as more or less authoritative or more or less negligent, etc.) operating in various contexts, which means deepening the comprehension about the dimensions of demandingness and responsiveness regarding parental styles. Moreover, it is necessary to consider that children‘s perception is conditional on many variables, including the bond of affection established with parents. The result of this study, which points out to the greater prevalence of authoritative and negligent parental styles in adolescents with excess weight can also be comprehended through the strength of the social demands (technology, media advertising for industrialized food, professional success, search for the ideal body, less time to prepare meals at home, less family gatherings at the table) that get in the way of family relationships and are strong influences to adopt a lifestyle that may be affecting the education practices adopted by parents and also the adolescents‘ actions 101 in relation to their feeding and lifestyles, regardless of the perceived parental style. All that, reveals the complexity of the individual‘s psychic functioning and the intra and extra family interactions. Further studies about the adoption of parental feeding practices associated with parental styles could better clarify this phenomenon and assist the form of intervention in the prevention and treatment of excess weight. REFERENCES 1. Berlese D, Terra C, Haeffner L. Algumas características dos adolescentes obesos em tratamento no HUSM-Hospital de la Universidad Federal de Santa Maria. Volume 12. Buenos Aires: Lecturas, EF y Deportes; 2007. 2. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO Consultation. World Health Organ Tech Rep Ser. 2000;894:i–xii, 1–253. 3. Costa F. Atitudes dos pais e a alimentação de seus filhos: repercussões para o excesso de peso infantil [Dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2008. 4. Soares L, Petroski E. Prevalência, fatores etiológicos e tratamento da obesidade infantil. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. 2003;5:63–74. 5. Baumrind D. Effects of authoritative control on child behavior. Child Dev. 1966;37:887–907. 6. Baumrind D. Harmonious parents and their preschool children. Dev Psychol. 1971;4:99–102. 7. Maccoby E, Martin J. Socialization in the context of the family: Parent-child interaction. In: Damon w, Lerner RM, Renninger KA, Sigel IE (Eds.) 102 Handbook of child psychology. Vol. 4: Socialization, personality, and social development (4th ed.). New York: Wiley; 1983. 8. Baumrind D. Parental control and parental love. Child (Wash). 1965;12:230–4. 9. Baumrind D. Child care practices anteceding three patterns of preschool behavior. Genet Psychol Monogr 1967;7543–7588. 10. Darling N, Steinberg L. Parenting style as context: An integrative model. Psychological Bulletin. 1993;113:487–487. 11. Weber L, Richartz M, Richartz M. Estudo sobre as relações entre comportamentos de risco na adolescência e práticas educativas parentais. In: Encontro da ABPMC, 16. Brasília; 2007. 12. Weber L, Richartz M, Richartz M. Relação entre práticas educativas parentais e auto-estima de adolescentes. In: Encontro da ABPMC, 16. Brasília; 2007. 13. Abreu JCR. Obesidade infantil: abordagem em contexto familiar [Dissertação]. Porto: Universidade do Porto; 2010. 14. Rhee K. Childhood overweight and the relationship between parent behaviors, parenting style, and family functioning. Ann Am Acad Pol Soc Sci. 2008;615:11–37. 15. Clark H, Goyder E, Bissell P, Blank L, Peters J. How do parents' child-feeding behaviours influence child weight? Implications for childhood obesity policy. J Public Health (Oxf). 2007;29:132–141. 16. Black MM, Aboud FE. Responsive feeding is embedded in a theoretical framework of responsive parenting. J Nutr. 2011;141:490–494. 17. Hulley S, Cummings S, Browner W, Grady D, Hearst N, Newman T. Delineando a pesquisa clínica. 2. ed. Porto Alegre: Artmed; 2003. 103 18. Reppold C, Pacheco J, Hutz C. Comportamento Agressivo e práticas disciplinares parentais. In: Hutz CS (Org.). Violência e risco na infância e adolescência: pesquisa e intervenção. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2005. 19. Cogill B. Anthropometric Indicators Measurement Guide, 2003. Washington, DC: Food and Nutrition Technical Assistance (FANTA) Project, FHI 360; 2003.20. 20. Costa F, Teixeira M, Gomes W. Responsividade e exigência: duas escalas para avaliar estilos parentais. Psicol Reflex Crit. 2000;13:465–473. 21. Teixeira M, Bardagi M, Gomes W. Refinamento de um instrumento para avaliar responsividade e exigência parental percebidas na adolescência. Aval Psicol 2004;3:1–11. 22. Lamborn S, Mounts N, Steinberg L, Dornbusch S. Patterns of competence and adjustment among adolescents from authoritative, authoritarian, indulgent, and neglectful families. Child Dev 1991;62:1049–1065. 23. Blössner M, Siyam A, Borghi E, Onyango A, Onis M. WHO AnthroPlus for personal computers Manual: Software for assessing growth of the world's children and adolescents. Geneva: WHO; 2009. 24. Andrade DEG. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças de escolas públicas e privadas do ensino fundamental da cidade de Franca-SP e alguns fatores de risco associados [Dissertação]. Ribeirão Preto: Universidade Federal de São Paulo; 2006. 25. Hutz CS, Bardagi MP. Indecisão profissional, ansiedade e depressão na adolescência: a influência dos estilos parentais. Psico-USF. 2006;11:65–73. 104 26. Reppold CT. Estilo parental percebido e adaptação psicológica de adolescentes adotados [Dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2001. 27. Weber LND, Prado PM, Viezzer AP, Brandenburg OJ. Identificação de estilos parentais: o ponto de vista dos pais e dos filhos. Psicol Reflex Crit. 2004;17:323–331. 28. Pacheco JTB, Silveira LMOB, Schneider AMA. Estilos e práticas educativas parentais: análise da relação perspectiva dos adolescentes. Psico (Porto Alegre). 2008;39:66–73. 29. Steinberg L, Lamborn S, Darling N, Mounts N, Dornbusch S. Over-time changes in adjustment and competence among adolescents from authoritative, authoritarian, indulgent, and neglectful families. Child Dev. 1994;65(3):754– 770. 30. Kerka S. Parenting and career development. ERIC Clearinghouse on Adult, Career, and Vocational Education, Center on Education and Training for Employment, College of Education, the Ohio State University; 2000. 31. Shek DT. Perceived parental behavioral control and psychological control in Chinese adolescents in Hong Kong. Am J Fam Ther. 2006;34:163–176. 32. Baumrind D. Patterns of parental authority and adolescent autonomy. New Dir Child Adolesc Dev. 2005;(108):61–69. 33. Vereecken C, Legiest E, De Bourdeaudhuij I, Maes L. Associations between general parenting styles and specific food-related parenting practices and children's food consumption. Am J Health Promot. 2009;23:233–240. 105 34. Mellor D, Renzaho A, Swinburn B, Green J, Richardson B. Aspects of parenting and family functioning associated with obesity in adolescent refugees and migrants from African backgrounds living in Australia. Aust N Z J Public Health. 2012;36:317–324. 35. Hurley KM, Cross MB, Hughes SO. A systematic review of responsive feeding and child obesity in high-income countries. J Nutr. 2011;141:495–501. 36. Sleddens EFC, Gerards SMPL, Thijs C, Vries NK, Kremers SPJ. General parenting, childhood overweight and obesity‐inducing behaviors: A review. Int J Pediatr Obes. 2011;6:e12–e27. 37. Kim MJ, McIntosh WA, Anding J, Kubena KS, Reed DB, Moon GS. Perceived parenting behaviours predict young adolescents' nutritional intake and body fatness. Matern Child Nutr. 2008;4:287–303. 38. Rhee KE, Lumeng JC, Appugliese DP, Kaciroti N, Bradley RH. Parenting styles and overweight status in first grade. Pediatrics 2006;117:2047–2054. 39. Van Der Horst K, Kremers S, Ferreira I, Singh A, Oenema A, Brug J. Perceived parenting style and practices and the consumption of sugarsweetened beverages by adolescents. Health Educ Res. 2007;22:295–304. 40. Cecconello AM, De Antoni C, Koller SH. Práticas educativas, estilos parentais e abuso físico no contexto familiar. Psicol Estud. 2003;8:45–54. 41. Falceto O, Busnello E, Bozzetti M. Validação de escalas diagnósticas do funcionamento familiar para utilização em serviços de atenção primária à saúde. Rev Panam Salud Publica. 2000;7:255–263. 106 FIGURE Figure 1. Classification of Parental Styles according to the dimensions of demandingness and responsiveness. 107 TABLES Table 1. Sample Characteristics (N=307) Nutritional Status of Adolescents Reference Variables N (%) Weight n= 218 (<p85) Excess Weight n= 89 (≥p85) p* Genre Male 129 (42.0) 91 (41.7) 38 (42.7) Female 178 (58.0) 127 (58.3) 51 (57.3) 12 -13 77 (25.1) 51 (23.4) 26 (30.3) 14-15 114 (37.1) 82 (37.6) 32 (35.9) 16-18 116 (37.8) 85 (39.0) 31 (34.8) Public 175 (57.0) 122 (56.0) 53 (59.6) Private 132 (43.0) 96 (44.0) 36 (40.4) Elementary school 129 (42.0) 92 (42.2) 37 (41.6) High school 178 (58.0) 126 (57.8) 52 (58.4) Live with both parents 194 (63.4) 133 (61.3) 61 (68.5) Live with remarried parents 75 (24.5) 53 (24.4) 22 (24.7) 37(12.1) 31 (14.3) 6 (6.7) 58 (20.0) 39 (19.0) 19 (22.4) Completed Elementary School 43(14.8) 32 (15.6) 11 (12.9) Completed High School 90 (31.0) 61 (29.8) 29 (34.1) Completed College Education 99 (34.1) 73 (35.6) 26 (30.6) 0.899 Categorized Age 0.552 Schools 0.565 Categorized Education 0.919 Family Configuration (n=306) Live with only one of the parents (separated or death) 0.174 Father’s Education Level (n= 290) No schooling and incomplete elementary school 0.698 108 Table 1. Sample Characteristics (N=307) (continued). Nutritional Status of Adolescents Reference Weight Excess Weight n= 218 n= 89 (<p85) (≥p85) 48(15.9) 29 (13.5) 19 (22.1) Completed Elementary School 35 (11.6) 27 (12.6) 8 (9.3) Completed High School 106 (35.2) 77 (35.8) 29 (33.7) Completed College Education 112 (37.2) 82 (38.1) Variables N (%) p* Mother’s Education Level (n=301) No schooling and incomplete elementary school * Pearson χ² test. 30 (34.9) 0.300 109 Table 2. Parental Demandingness and Responsiveness Demandingness Responsiveness Father Mother Father Mother N 275 289 277 293 Average 43.49 47.42 45.04 48.96 Median 45 49 47 52 110 Table 3. Maternal and Paternal Parental Styles x Gender, Age, and Adolescents’ School Type. Maternal Parental Styles (n = 281) Paternal Parental Styles (n = 265) Authoritari Authoritati an ve n (%) n (%) 51 (41.5) + 15 (12.2) 35 (28.5) 123 (100) 28 (17.7) 37 (23.4)- 32 (20.3) 61 (38.6) 158 (100) 50 (17,8) 88 (31.3) 47 (16.7) 96 (34.2) 12-13 9 (13.2) 11 (16.2)- 16 (23.5) 14-15 14 (13.2) 35 (33.0) 16-18 27(25.2)+ Total Indulgent Negligent n (%) n (%) Male 22 (17.9) Female Total Authoritati Indulgent Negligent Authorita n (%) n (%) rian (%) 17(14.4) 46 (39.0) 16 (13.6) 39 (33.1) 118 (100) 22 (15.0) 43 (29.3) 25 (17.0) 57 (38.8) 147 (100) 281 (100) 39 (14.7) 89 (33.6) 41 (15.5) 96 (36.2) 265 (100) 32 (47.1)+ 68 (100) 7 (10.4) 12 (17.9)- 10 (14.9) 38 (56.7) + 67 (100) 18 (17.0) 39 (36.8) 106 (100) 13 (13.0) 33 (33.0) 19 (19.0) 35 (35.0) 100 (100) 42 (39.3) + 13 (12.1) 25 (23.4)- 107(100) 19 (19.4) 44 (44.9) + 12 (12.2) 23 (23.5) - 98 (100) 50 (17.8) 88 (31.3) 47 (16.7) 96 (34.2) 281 (100) 39 (14.7) 89 (33.6) 41 (15.5) 96 (36.2) 265 (100) Private 25 (20) 28(22.4)- 23 (18.4) 49 (39.2) 125 (100) 17 (14.0)- 32 (26.4)- 15 (12.4)- 57 (47.1) 121 (100) Public 25 (16)- 60 (38.5) 24 (15.4)- 47 (30.1)- 156 (100) 22 (15.3) 57 (39.6) 26 (18.1) 39 (27.1)- 144 (100) Total 50 (17.8) 88 (31.3) 47 (16.7) 96 (34.2) 281 (100) 39 (14.7) 89 (33.6) 41 (15.5) 96 (36.2) 265 (100) Gender Total n (%) p* 0.008 ve n (%) Total n (%) p* 0.399 Age 0.001 0.003 School 0.039 * Pearson χ² test n (%); the symbols + and – represent, significantly, a standard waste product adjusted more than +1.96 and less than -1.96 0,007 111 Table 4. Parental Style and Nutritional Status of Adolescents. Nutritional Status of Adolescents Parental Styles N (%) Reference Weight Excess Weight (<p85) (≥p85) p* Maternal (n=281) Indulgent 50 (17.8) 33 (16.5) 17 (21.3) Negligent 88 (31.3) 66 (32.8) 22 (27.5) Authoritarian 47 (16.7) 31 (15.4) 16 (20.0) Authoritative 96 (34.2) 71 (35.3) 25 (31.2) Indulgent 39 (14.7) 24 (12.7) 15 (19.7) Negligent 89 (33.6) 67 (35.4) 22 (29.0) Authoritarian 41 (15.5) 34 (18.0) 7 (9.2) Authoritative 96 (36.2) 64 (33.9) 32 (42.1) 0.519 Paternal (n=265) * Pearson χ² test 0.101 112 ARTIGO 2 VALIDITY OF AN INSTRUMENT TO ASSESS THE PERCEPTION OF ADOLESCENTS ABOUT PARENTAL FEEDING PRACTICES: THE TEENAGER'S PERCEPTION OF PARENTAL FEEDING PRACTICES SCALE (TEEN-PFP) (Appetite) 113 VALIDITY OF AN INSTRUMENT TO ASSESS THE PERCEPTION OF ADOLESCENTS ABOUT PARENTAL FEEDING PRACTICES: THE TEENAGER'S PERCEPTION OF PARENTAL FEEDING PRACTICES SCALE (TEEN-PFP) Piccoli AB, Mosmann CP, Neiva-Silva L, Pellanda LC ABSTRACT Background: The influence of parental feeding practices on dietary habits and nutritional status of children and adolescents has become a research focus in recent years. Most studies have focused their attention on parents' perception about their own eating practices directed at children, but there are few studies that assess the perception of their children, especially adolescents. The lack of valid instruments to quantify parental eating behaviors from the perspective of the children has been a barrier to this research. Objective: To validate a scale of dietary education practices adopted by parents as perceived by their teens. Method: The Teenager's Perception of Parental Feeding Practices Scale - Teen-PFP - was developed based on the Comprehensive Feeding Practices Questionnaire - CFPQ, and adapted to the adolescent population between 12 and 18 years. Content validity was done through the judgment of experts and the application in 23 adolescents. A second application of the instrument to a sample of 41 students evaluated the reliability of the tool through test-retest (Intraclass Correlation Coefficient - ICC). A third sample of 307 adolescents assessed the internal consistency (Cronbach's Alpha) and construct 114 validity (Confirmatory Factor Analysis - CFA). Results: Content validity was considered by experts and adolescents as appropriate. In the analysis of test-retest reliability (ICC), 10 of the 12 factors were above 0.7. The factors "teaching about nutrition" and "food as reward" obtained the values 0.60 and 0.68 respectively. The values of the Cronbach's Alpha were between [0.52 to 0.85], the factors "teaching about nutrition" and "food as a reward" had the lowest values (0.52). The total Cronbach's Alpha of the scale was 0.83. The CFA made with 12 factors and 49 items resulted in discrepant estimates on the factors with signaling of negative variances not specified by AMOS software. After removing the two factors "food as reward" and "teaching about nutrition", the structural model was deemed appropriate, according to the various fit indices used (CMIN / DF, RMSEA NFI, TLI, IFI, CFI; PNFI;). The scale was made up of 10 factors with 43 questions. Conclusions: The Teen-PFP demonstrates validity and reliability being a suitable tool to measure the perceptions of adolescents regarding parental feeding practices and can be a tool to aid diagnosis, and treatment of adolescent overweight, based on a systemic view including the family. Key Words: adolescence, parental feeding practices, scale development. INTRODUCTION It is widely recognized that obesity in childhood and adolescence is a major public health problem worldwide (World Health Organization, 2000), a result of changes in lifestyle and eating habits. Obesity can develop at any age. However, three periods of development constitute as critical times for the establishment of obesity: 115 the final trimester of inter-uterine life, the first year of life, and adolescence (Cruz, 2009). The eating habits develop during infancy, with strong familiar influence (Rochinha & Sousa, 2012) and a tendency to track throughout adult life. The parents are primarily in charge of the feeding and development of their children through incentive attitudes, restriction, permission or passivity in the face of certain foods that affect regular diet of children and adolescents (Melbye, Øgaard, & Øverby, 2011). Through references or models that are internalized, children tend to develop behaviors like those of their family members (Savage, Fisher, & Birch, 2007). The influence of parental feeding practices on dietary habits and weight status in children and adolescents has become a focus of research in recent years (Alia, Wilson, George, Schneider, & Kitzman-Ulrich, 2013; Anderson, 2009; Chen & Escarce, 2010; Musher-Eizenman, de Lauzon-Guillain, Holub, Leporc, & Charles, 2009; Rhee, 2008; Savage et al., 2007; Sleddens, Gerards, Thijs, Vries, & Kremers, 2011). The search for understanding overweight and obesity in children and adolescents involves very specific aspects of certain parenting practices as, for example, what foods are offered or made available to the children, how are they encouraged by their parents, what portions are offered, what is the family environment like at mealtimes or who prepares the food. Thus, most studies investigating the relationship between parental education and nutritional status of children is directed to the investigation of such behaviors. There are several protocols for analyzing dietary practices related to eating styles (Hurley, Cross, & Hughes, 2011). Most of these include actions related to control, restriction and knowledge about food intake and present a set of factors that 116 are recognized as "dietary style" (Patrick, Nicklas, Hughes, & Morales, 2005). with categories or subscales referred to as laissez-faire, restrictive, pressure, sensitive , monitoring, discipline, control limits and strengthening, among others. There is a need to increase the knowledge about the influence of parents on the eating behavior of children (Hart, Bishop, & Truby, 2003) and further research should focus on the role of parents‘ strategies in shaping the food preferences of children (Zeinstra, Koelen, Kok, & De Graaf, 2007). However, the lack of valid instruments to measure eating behaviors of parents and styles has been a barrier, and comparison between studies has been a challenge (Faith, Storey, Kral, & Pietrobelli, 2008). One of the instruments used is the Comprehensive Feeding Practices Questionnaire (CFPQ) which provides a more complete range of feeding practices than the rest of the tools available and is not restricted only to control or pressure in food intake. The CFPQ was developed by Musher-Eizenman and Holub (2007) with questions that addressed parental behavior related to nutrition of children in 12 different aspects (factors): authority of the child, emotional regulation, encouraging balanced and varied diet, environment, parenting model, parental monitoring, food as a reward, constraint for weight control, restriction for health, pressure to eat, involvement and teaching about nutrition. The CFPQ appears to be an appropriate instrument to measure the various feeding practices of parents, and was designed to measure parenting practices on feeding young children (2-8 years old). The cognitive development of the child influences the way parents select strategies to influence the feeding behavior of their children. Thus, measures of feeding practices developed for parents of small children are not necessarily valid for parents of teenagers. 117 The items from these instruments generally approach behaviors that are geared to the universe of the child, for example, tell the child "eat at least a little food on the plate" or "milk is good for your health because it will make you strong" or even "encourage the child to eat by making smiley faces on the pancakes." Such attitudes do not address the adolescent age group. On the other hand, parent-child relationships are bidirectional and no instruments exist to assess the perception of children about what their parents do, since the practices are generally evaluated from the perspective of parents. In adolescence, it is possible to see how the attitudes of parents impact the children. There is a gap in the literature regarding instrument intended to measure about their parent‘s behavior in relation feeding practices. Two studies were found which validated instruments of parental feeding practices directed at the teenage universe; one as extension of CFQ for adolescents with an average age of 15 years (Kaur et al., 2006) and another as an extension of CFPQ to parents of teens between 10 and 12 years (Melbye et al., 2011). In this first study, parental control factor measured by CFQ decreased with increasing age of the adolescent, which means strategies for controlling diet seem to be less used by parents of adolescents. The second study withdrew two factors (food as a reward and as a mood regulation) from the initial research with parents who considered these items irrelevant factors. In order to understand adolescent obesity in the context of parenting practices, the need to have an instrument to understand how the adolescent perceives the attention received from their parents is critical. Among the instruments identified, the CFPQ presented the issues that would adapt to a better fit for helping adolescents and to be answered by the adolescents themselves. According to the author, the scale 118 provides flexibility for use in multiple configurations and can be adapted to suit the needs of a particular project (Musher-Eizenman & Holub, 2007). The CFPQ has been widely used, being extended to children aged 10 to 12 years (Melbye et al., 2011), reduced its factors (Haszard, Williams, Dawson, Skidmore, & Taylor, 2013; Melbye et al., 2011), and passed validation processes in several countries (Doaei, Kalantari, Gholamalizadeh, & Rashidkhani, 2013; Haszard, Williams, Dawson, Skidmore, & Taylor, 2013; Melbye et al., 2011; Musher-Eizenman et al., 2009). This study has the objective to: a) describe the process of adaptation and validation of an instrument to assess the perception of teens about parenting practices in relation to food education, with reference to the CFPQ instrument and b) verify its psychometric properties and discuss the validity of the instrument, named the Teenager's Perception of Parental Feeding Practices Scale - Teen - PFP METHODS Participants The adaptation and validation of Teenager's Perception of Parental Feeding Practices Scale - Teen-PFP was done with three samples of adolescents using the following steps: Sample 1: Pilot application during the process of adaptation of the instrument, Participants, 23 adolescents between 13 and 18 years old, with a mean age of 15.4 (1.74), with 60.9% girls and 60% public school students. Sample 2: For the reproducibility analysis, participants, 41 adolescents between 12 and 18 years, with a mean age of 14.1 (0.85), with 63% males and 37% females, from three public schools of Porto Alegre. 148 adolescents were initially 119 selected, with a mean age of 14.7 (1.02), 52% males and 48% females. They were chosen randomly from the grades that were made available by the schools to respond to the instrument; of these, 55 responded to the scale for the second time and 41 were considered for the completeness of the answers. Sample 3: For construct validity focused on internal consistency and factor analysis, the instrument was administered to 307 adolescents between 12 and 18 years, students from four schools, two public and two private, located in different areas of Porto Alegre - RS / Brazil. Of the 307 adolescents, 58% were female, 74.9% were between 14 and 18 years, 57% attended public schools, 58% attended high school, 63.4% were living with both parents, and 79.8% reported the mother as the main caregiver. For factor analysis it is suggested to analyze at least five times more questionnaires than the number of items in the scale (Sander et al., 2004) being considered, a minimum number of 245 questionnaires for this study, to obtain appropriate responses. Procedures The choice of CFPQ as the basic instrument for the designing of a tool of parental feeding practices for adolescents came from an analysis of conceptual equivalence, since the object of investigation was parental feeding practices with a comprehensive structure of factors. The factors defined in the instrument are focused on nutritional education of young children. However, reviewing the literature on the adolescent age group, we found some aspects that initially reinforced the maintenance of all factors in CFPQ. The adolescent age range is broad assuming that adolescents/ 120 minors between 12 to 15 years are still emotionally and economically dependent on their parents and need them as role models, mentors, and disciplinarians of dietary habits. Another aspect considered refers to maturity and emotional balance in this period, this being of great instability when the teen is more susceptible to external influences. Thus, other steps were defined in the search for reliability and validity of the instrument considering its original structure. The translation of the instrument from English into Portuguese was done by three professionals with expert knowledge of English and Portuguese and each sent their translations separately. These contained no divergent translations regarding the understanding of the terms used in English as well as in the content of the questions (conceptual equivalence). The structure of the scale was retained as the original and a header was introduced before questions that differed from the original. The factor "authority of the child" was replaced by "authority of the adolescent." As the questions would be answered by teens about the practices carried out by parents (or caregivers), it was necessary to make adjustments in the text, previously translated, to meet the objectives. Thus, we used language appropriate to this age group and all questions were written from the third person, instead of the first - instead of the pronoun "I" implicit in the questions that were answered by parents about their own practices, the pronoun was replaced by she/he in reference to parents. To exemplify how the adaptation was performed, question no. 15 of CFPQ is cited "I involve my child in planning family meals" and in the final version, adapted for the perception of adolescents, was “Este cuidador pede minha opinião no planejamento 121 das refeições e cardápios da família” ("This caregiver asks my opinion on planning meals and menus for the family"). More care was taken regarding instructions for completing the scale in which the adolescent would respond by thinking about the person who is more occupied with their food (mother or father) and they had the opportunity to appoint someone other than the biological parents, as this would include all teenagers who were living with their stepfathers or stepmothers or with their grandparents who could be the people who effectively adopted their diet-related practices. So this person was treated as the ‗caregiver‘. After translation and adaptations of language for the adolescent audience, a content analysis was performed. This analysis is qualitative, involving different expert judges, who analyze the representativeness of the items in relation to the content and relevance of the objectives to be measured (Raymundo, 2009). The instrument was subjected to the opinions of seven judges considered specialists on the matter. The judges were professionals in the areas of health and education: two physicians (an adolescent psychiatrist and another specialist in obesity and eating disorders), three psychologists (with specializations in the area of family, adolescence, and obesity) a pedagogue, and a nutritionist. All cooperated in the textual aspect of the instrument as to the relevance of the questions, so that it suited what was proposed. With the recommended adjustments, a pilot study was undertaken with 23 adolescents (Sample 1). The objective was to identify the ability to understand the questions, the appropriateness of the language used in the questions and the relevance of the questions. The adolescents had the freedom to express themselves during the fulfilling of the questionnaire in case they did not understand a word or question. At 122 the end, they were asked to report say how the experience in answering the instrument and if they considered it difficult, tiresome or boring. The next step was evaluation the reliability. Reliability is defined as the degree to which the measured result reflects the true outcome, i.e. how a measure is free of the variance of random errors, by evaluating the reproducibility and consistency of measurement (Boynton & Greenhalgh, 2004). First, focusing on the reproducibility of the responses of the instrument over time in the absence of intervention (Sample 2), we used the method of test / re-test where a group of individuals is assessed at two different times, to establish the degree to which the instrument can reproduce the results (Andrade Martins, 2006). It was applied on two occasions, with an interval of 2 to 4 weeks, according to the schedule provided by the three selected schools. On the test-retest reliability, high consistencies indicate convergence of factors with the total scores. The high consistency in the presence of multidimensionality indicates that the items that compose the different dimensions of a measure are strongly correlated. Cronbach's Alpha provides an underestimate of the true reliability of the measure, it assesses the homogeneity of questions (items) aimed at measuring the same construct. The constructs must be tested empirically to support the theory. If the observable variables are invalid, the analyses performed can lead to incorrect inferences and erroneous conclusions and, therefore, the empirical validation of constructs is important to ensure the quality of the measurement (Forza, 2002). The construct validity evaluates whether the right concept is being measured, and the lack of it increases the systematic error (bias). To check the construct validity, the final step was to apply the instrument to 307 adolescents in public and private schools 123 (Sample 3). The theoretical basis for the factor analysis is that the variables are correlated because they share one or more components and can be expressed by underlying factors. At all stages, the adolescents were informed about the study and invited to participate being guaranteed the same right to withdraw from the study at any time. The "Informed Consent Form – ICF" was sent for parents/guardian to adolescent participation in the research. Statistical Analysis Data was tabulated and analyzed using SPSS, version 19. The distribution of scores on each factor was assessed by calculating the mean of the items composing each factor. For the validation of the Teen-PFP, was used the test-retest reliability, using the intraclass correlation coefficient (ICC) and Cronbach's Alpha (α) to measure the internal consistency of the scale once its items define a multifactor structure (Gliem & Gliem, 2003). For construct validity was used confirmatory factor analysis (CFA) through the AMOS program, version 16.0, a program for structural equation modeling techniques, to identify whether the items of each factor were appropriate to the factor to which they belonged and whether each factor was appropriate in relation to other factors., We considered a critical alpha of 0.05. Since confirmatory factor analysis models do not have a single statistical test to assess the strength of the model constructed, several goodness of fit measures that, when used together, provide empirical support for the construct validity. The three types of measures of general fit, useful in the CFA, are represented by measures of absolute, incremental and 124 parsimonious fit. Measures of absolute fit determine the degree to which the constructed measurement model is able to predict with the lowest possible error the variance-covariance matrix or the correlation matrix used in the sample. Among them, the χ ² (Chi-Square) test which measures the probability of the theoretical model to fit the data; the Root Mean Square Error of Approximation (RMSEA), that measures the discrepancy of the data. The Incremental Fit measures aim to determine if all indicators are linked to a single latent factor (Costa et al., 2011). Among them is the Normed Fit Index (NFI), the Comparative Fit Index (CFI) and the Tucker-Lewis index (TLI) (Garson, 2012). Measures of parsimonious fit relate the fitness of the model to the number of coefficients required to achieve this level of adjustment. A model is parsimonious when it contains no unnecessary coefficients, i.e., it is a simple model, but with great explanatory power. Among these is the Parsimony Normed Fit Index (PNFI). Thus, several fit indices were used to assess the fitness of the model, as suggested by the literature: 1) The ratio of chi-square relative to the degrees of freedom (χ ²/g.l.ou CMIN/DF) having values as indicated, between 1.0 and 3.0 and less rigorous, accepted upper limit of 5.0; 2) Root Mean Square Error of Approximation - RMSEA (90% CI) - and is recommended values below 0.08 (AMOS) or below 0.06; 3) The Comparative Fit Index CFI, 4) Normed Fit Index (NFI), 5) Tucker-Lewis Index (TLI) and 6) Incremental fit Index (IFI) whose general recommendation points to indexes above 0.90, 7) The Parsimony Normed Fit Index (PNFI) that for arbitrary convention greater than 0.60 indicates good parsimony, however, some authors consider the greatest value 0.50 as good (Garson, 2012). 125 RESULTS Content Validity The instrument was analyzed by judges and by adolescents and considered, in general, appropriate. A judge considered it necessary, for better understanding in adolescents between 12 and 18, to use examples in question 3 for "fatty foods", adding the words "hamburger, snacks, mayonnaise" since not all high calorie and unhealthy food is recognized by adolescents as fatty foods. None of the judges made comments about any inadequacy of the questions to the proposed age group. As for teenagers, suggestions were made regarding the understanding of words like "restricts" which was replaced by "limits" (question 34) or the emphasis on the instructions - underlining certain words. The opinion of relevance of the questions varied according to age where older teenagers considered some questions inappropriate, such as in question 36: "When I behave badly, he / she does not give me lunch money." However, no questions were scored as irrelevant for most adolescents. In this sense, as the Likert scale presents possibilities for adequate responses to the needs of the oldest (such as "never" or "strongly disagree") and in order to meet the youngest, questions were retained. We opted to keep the original structure and the number of questions to establish a basis for comparison in the analysis of psychometric properties. In general, adolescents considered the tool easy to understand, taking an average time of 15 minutes for completing the scale when applied individually and 25 minutes when applied in a group 126 Analysis of Reliability Table 1 presents the analysis of reliability as to the reproducibility and internal consistency (Cronbach’s Alphas and ICC) of the factors. In the analysis of test and retest, 10 of the 12 factors were above the value of 0.7, allowing estimates of reproducibility in most factors except "teaching about nutrition" and "food as a reward" which obtained the values 0.60 and 0.68 respectively. The values of the alphas obtained were between [0.52 to 0.85] considering the factors "teaching about nutrition " and "food as a reward," also obtained lower alpha values (0.52). The total alpha of the scale was 0.83. Differences were found in the alpha coefficients in case some item was removed from the scale, with a specific factor. Two showed a difference considered significant: item 36 ("When I behave badly, he / she does not give me lunch money") and 42 ("This person says what I have and what I do not have to eat without much explanation") that would increase the value of alpha to a high level with a difference of 0.7 and 0.8 respectively. A detailed analysis of the designed questions identified strong indications that the variables were not responding to the factor to which they belonged. For factor analysis, at least three variables per factor are recommended (Melbye et al., 2014) and, consequently, how these items relate to the factors "food as reward" and "teaching about nutrition ", both with only three items, questions remained for the step of construct analysis in order to support subsequent decisions to remove factors. 127 Construct Validity The statistical procedure best known for verifying the relationship between manifest behavior and latent variables (factors) is factor analysis. Initially, the structural model was tested with the 12 factors and 49 items in which its discrepant estimates were found in the factors and signaling negative variances not specified by AMOS. After removing the two factors "food as reward" and "teaching about nutrition", the model presented itself as appropriate, according to the results shown in Table 2 parallel to the recommended values for these indices (Garson, 2012). DISCUSSION Although the attitudes of parents regarding the education of children to adjust as the growth of the children, due to the different needs and demands is understood that the way parents express themselves facing situations are independent of the age of the children and relate to beliefs , the values. These aspects influence the actions of the parents in relation to food education. In addition, the adolescent age range is wide and those who are much younger still exhibit more infantile characteristics. Considering the level of maturity and emotional balance of adolescents, this varies widely and is related to the type of education and life experiences, expressing the dynamic and bidirectional nature of the interactions between parents and children. An instrument that identifies the adolescents' perception regarding nutritional education is important for understanding the nutritional status of adolescents. The first definition established, in the development of the scale, was trying to maintain the structure of the original instrument (CFPQ) with its twelve factors, 128 previously appointed, and 49 pertinent questions. This decision also considered the importance of keeping the bases for comparing the results of the original instrument with the findings of this instrument, even if the CFPQ evaluates the perception of parents about what they themselves do and Teen-PFP evaluates how adolescents perceive what parents do. The wording of the questions constituted the initial challenge in building the instrument to adapt the language used in each question to the age of adolescents. Added to this, it was necessary to develop each question so that the adolescents responded thinking of how they perceive the attitudes of parents towards their food education without mischaracterizing factors to which they belonged. Despite favorable and positive views of experts and revisions made in preparing the instrument, a construct is valid if it statistically proves that it has only observable variables that represent it faithfully (Forza, 2002). As the results were obtained during the process of reliability and validity analysis, the findings of this study showed compatible results with those of the original study (Musher-Eizenman & Holub, 2007) and its related ones (Doaei et al., 2013; Melbye, 2011; Musher-Eizenman et al., 2009). Regarding stability, only the factors "teaching about nutrition" and "food as reward" presented rates slightly lower than expected (ICC = 6.0 and 6.8 respectively). Coefficients above 0.7 are interpreted as significant (Doaei et al., 2013). Other researchers consider the values observed as = moderate (0.41 to 0.60) and substantial (0.61 to 0.80) (Mello Alves, Chor, Faerstein, Lopes, & Werneck, 2004). As for internal consistency, generally speaking, an instrument or test is classified as having adequate reliability when α is at least 0.70 (Doaei et al., 2013). However, in some scenarios of research in the social sciences an α of 0.60 is 129 considered acceptable provided that the results obtained with this instrument are interpreted with caution (Maroco & Garcia-Marques, 2006). The high consistency in the presence of multidimensionality indicates that the items that make up the different dimensions of a measure are strongly correlated, despite the fact that the dimensions themselves establish a relation inferior to that observed among the items that compose them. Teen-PFP demonstrated acceptable reliability for good (α> 0.60) in eight of the twelve factors (67%). The factors with a value of < 0.60 were: ―food as reward‖, ―involvement‖, ―pressure to eat‖, and ―teaching about nutrition‖. These indices, however were compared with other studies of validation of CFPQ and indicated, in general, a decrease compared to the original study (Musher-Eizenman & Holub, 2007) (with children 2-8 years) but, in relation to the studies for parents of children aged 10 to 12 years (Melbye et al., 2011), the alpha was higher in factors: ―adolescent control‖, ―environment‖, ―parental modeling‖, and ―teaching about nutrition‖, and showed similarities in the factors ―encouraging balance and variety‖, ―restrictions for weight control‖, and ―monitoring of parents.‖ We observed that a large part of the factors that showed low alphas were those that comprised only 3 items. Considering this aspect, the alpha values found were deemed acceptable. The focus of research in parental feeding practices for adolescents is a challenge because, at this age, teens have more autonomy and, regarding the parents, these become more permissive and stimulate the autonomy of children. One concern of parents when their children are small is that they develop and grow healthy and this concern is different when the children are older, with increased focus when these adolescents have a disability or pathology where food becomes part of the treatment 130 (obesity, diabetes) or part of the symptoms of the diseases (obesity, eating disorders). For this reason, the model CFPQ with its comprehensiveness and specificity in terms of its factors has been a guiding element in the construction of Teen-PFP. This point, however, can be improved, in the assessment of parental feeding practices, especially in the factors "restriction for health", "pressure to eat", "encouraging balance and variety." The same measure, when administered to a sample of more or less homogenous subjects, produces scores with different reliabilities. Thus, all features of the contexts of data collection that are directly or indirectly related to greater variability observed in the data (either intra or inter) also affect the value of the Cronbach’s alpha index (Maroco & Garcia-Marques, 2006). Thus, the values of α should always be interpreted in light of the characteristics of the measure to which it associates, and the population where the measure was taken. To improve internal consistency, we identified that some items (7, 17, 22, 36, 42) could be removed. Question 7 (―When you are agitated, tense or irritated, does the caregiver offer you something to eat or drink?‖) The factor ―food for emotional regulation‖ was not removed for two reasons: 1) because the general alpha factor value was adequate (0.77) and the difference was 0.03; and 2) the question belonged to a factor with only three items which would require the removal of the factor from the scale. However, we do not exclude the possibility of further analysis of the issue and factor for this age group. It is understood that the referenced item refers to three moods in a single question, which may have caused a conflict of responses by the adolescent or because of greater mood instability in teens, the respondent may not have recognized himself/herself in these conditions. 131 Item 17 ("I must eat all the food on my plate") if it was removed, would increase the value of the alpha factor in 0.04. However, it is an item that deserves attention, since, besides being linked to the pressure factor for eating (important for the outcome of the study), it is also common for parents to require their children not to waste food and, if so, this issue may be competing with another factor related to guidelines focusing on proper nutrition. This leads to the need of new, exploratory studies Factor analysis was a deciding point for the withdrawal of the factors "teaching about nutrition" and "food as a reward." The statistical procedure best known for verifying the relationship between manifest behavior and latent variables (factors) is factor analysis. The theoretical basis for factor analysis is that the variables are correlated because they share one or more components and can be expressed by underlying factors. There are two types of analyses: Exploratory Factor Analysis (EFA) and Confirmatory Factor Analysis (CFA). EFA is designed for situations where the relationship between the observed and the latent variables are unknown or uncertain. In contract, CFA is used when there is already previous knowledge of the underlying theory of the latent variable, and thus the CFA was designed to confirm the results. Confirmatory Factor Analysis (CFA) was conducted according to the suggestions of the scientific literature (Costa et al., 2011; Garson, 2012; Lopes, 2008), using multiple fit indices to assess model fit. While the two factors - "teaching about nutrition" and "food as a reward" - were kept in the model, during the analyses, no suitable indexes were obtained. Moreover, it was not possible to remove only the 132 items that had problem in the calculation of the alpha (items 36 and 42) since they belonged to factors with only three items. The withdrawal of these two factors made the model consistent. Even though the values of the Teen-PFP are slightly below the values indicated, it is considered a good model. As Garson (2012) warns, being considered a good model for observed indices, does not guarantee that all the various aspects of construct analysis (strength of correlation, proof of causality, strength of the results, estimates for small samples, the number of factors etc.) are the best. Although there are references to the acceptance of the adjustment model, we observe that these cutoffs are arbitrary. Also according to Garson (2012), a more evident criterion can be to simply compare the fit of a model to the fit of prior models of the same phenomenon. For example, a CFI of 0.82 may represent progress in a field where the best previous model had a lower fit. Another way to characterize a good model is to consider a fit index of each type of measure of fit, in other words, three values. Other authors define, more specifically, some of the measures of fit as a benchmark (Garson, 2012). The withdrawal of these factors involves a more careful analysis. It was understood that the questions raised and related to the factors "education" and "food as a reward," in this instrument, did not adequately accounted for the factor to which they belonged. Question 42 ("This person says what I have and what I do not have to eat without much explanation"), the factor "teaching about nutrition" was not suitable as a teaching strategy on nutrition. The same occurred with question 36 ("When I behave badly, she/he does not give me lunch money"), where the reward was not talking about favorite foods but the financial rewards diverging from other factor questions. They can be better prepared since education is an important factor in 133 everyday dietary education and possibly the strategies used for this factor are not conditional on age, but on the way they manifest with age (Raymundo, 2009). In the original instrument (CFPQ), answered by the parents, it is possible that the factor "education" made more sense for respondents. However, when completed by the adolescents, it is possible that items do not adequately represent the same relationship. An adolescent said that caring for the food required her own care, because she became a vegan and did not delegate to parents the preparation of her food. In this case, factors such as "environment", "encouraging the intake of different foods with balance" or "involvement" may include such behaviors that are incorporated by adolescents when in search of their identity. Thus, the final scale is composed of 43 questions divided into 10 factors. Adaptations of scale need to be respected so that the phenomenon the scale is supposed to assess is measured correctly and can be applied in the proposed framework and for the specific population (adolescents) (Kobarg, Vieira, & Vieira, 2010. It is evident the importance of methodological care for purposes of validation, standardization and adaptation to contexts where the scales and tests are applied showing that changes are essential (Solano-Flores, Contreras-Nino & Backhoff, 2006). One limitation of this study is that its findings are based on a cross-sectional survey with a relatively small sample, comprised of teenagers from a city in southern Brazil. Studies that investigate evidence of validity in other Brazilian contexts are essential so the Teen-PFP can have its validation extended throughout the country. 134 CONCLUSIONS The psychometric properties of Teenager's Perception of Parental Feeding Practices Scale - Teen-PFP, adapted from the structural model CFPQ - showed internal consistency rates slightly lower in relation to the results of the original instrument, but showed similar results to the version validated for parents of older kids - 10-12 years. However, the overall internal consistency of the instrument was satisfactory. Results of confirmatory factor analysis revealed that the Teen-PFP constitutes a tool with relatively adequate, valid and reliable framework to assess the adolescents' perception of parental feeding practices. The good response rate (74%) indicates that the content of Teen-PFP is considered relevant for this population group. Special attention should be paid to factors associated with dietary practices "restriction for health and weight" as possible indicators of associated pathologies. The factor "pressure to eat" may also be an aspect to be explored, considering the development and growth disorders, such as eating disorders. The factor "teaching about nutrition", despite having been removed from the instrument in this study, may be an aspect to be re-evaluated in future research through a dimension of "communication between parents and children" instead of teaching strategies. Despite the qualitative research with the target population (sample 1), it is suggested for future research to explore different feeding practices through an investigation with parents of adolescents and young people to expand knowledge about parenting practices to this age group. The Teen-PFP indicates a promising tool for future research exploring the perceptions of adolescents about the educational feeding practices of parents and their 135 effects on health. Increasingly, the adolescent age group is found to be overweight and suffers other disorders associated with diet, and the Teen-PFP can be a very important tool to aid the diagnosis and treatment of adolescent overweight and obesity. REFERENCES Alia, K. A., Wilson, D. K., George, S. M. S., Schneider, E., & Kitzman-Ulrich, H. (2013). Effects of Parenting Style and Parent-Related Weight and Diet on Adolescent Weight Status. Journal of Pediatric Psychology, 38, 321–329. Anderson, A. D. (2009). African-American parents' nutritional habits: implications for the prevention of early childhood obesity. Denton: University of North Texas. Andrade Martins, G. (2006). Sobre confiabillidade e validade. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 8, 1–12. Boynton, P. M., & Greenhalgh, T. (2004). Selecting, designing, and developing your questionnaire. British Medical Journal, 328, 1312–1315. Chen, A. Y., & Escarce, J. J. (2010). Peer Reviewed: Family Structure and Childhood Obesity, Early Childhood Longitudinal Study—Kindergarten Cohort. Preventing Chronic Disease, 7, A50. 136 Costa, V. T., Albuquerque, M. R., Lopes, M. C., Franco, N., Costa, I. T., Ferreira, R. M., Samulski, D. M. (2011). Validação da escala de motivação no esporte (SMS) no futebol para a língua portuguesa brasileira. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, 25, 537–546. Cruz, I. S. M. (2009). O uso de um questionário de alimentação para o estudo de atitudes, crenças e práticas dos pais em relação à alimentação e propensão à obesidade. (Dissertação de Mestrado). Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo. Doaei, S., Kalantari, N., Gholamalizadeh, M., & Rashidkhani, B. (2013). Validating and Investigating Reliability of Comprehensive Feeding Practices Questionnaire. Zahedan Journal of Research in Medical Sciences, 15, 42–45. Faith, M. S., Storey, M., Kral, T. V., & Pietrobelli, A. (2008). The Feeding Demands Questionnaire: Assessment of Parental Demand Cognitions Concerning Parent− Child Feeding Relations. Journal of the American Dietetic Association, 108, 624– 630. Forza, C. (2002). Survey research in operations management: a process-based perspective. International Journal of Operations & Production Management, 22, 152–194. 137 Garson, G. D. (2012). Structural Equation Modeling. North Carolina State University School of Public and International Affairs: Statistical Associates Publishing. Gliem, J. A., & Gliem, R. R. (2003). Calculating, interpreting, and reporting Cronbach’s alpha reliability coefficient for Likert-type scales. In: 2003 Midwest Research-to-Practice Conference in Adult, Continuing, and Community Education. Hart, K., Bishop, J., & Truby, H. (2003). Changing children's diets: developing methods and messages. Journal of Human Nutrition and Dietetics, 16, 365–366. Haszard, J., Williams, S. M., Dawson, A. M., Skidmore, P. M. L., & Taylor, R. W. (2013). Factor analysis of the Comprehensive Feeding Practices Questionnaire in a large sample of children. Appetite, 62, 110–118. Hurley, K. M., Cross, M. B., & Hughes, S. O. (2011). A systematic review of responsive feeding and child obesity in high-income countries. The Journal of Nutrition, 141, 495–501. Kaur, H., Li, C., Nazir, N., Choi, W. S., Resnicow. K., Birch, L. L., & Ahluwalia, J. S. (2006). Confirmatory factor analysis of the child-feeding questionnaire among parents of adolescents. Appetite, 47, 36–45. 138 Kobarg, A. P. R., Vieira, V., & Vieira, M. L. (2010). Validação da escala de lembranças sobre práticas parentais (EMBU). Avaliação Psicológica, 9, 77–85. Lopes, H. E. G. (2008). Abrindo a caixa preta: considerações sobre a utilização da Análise Fatorial Confirmatória nas pesquisas em Administração. Revista Economia & Gestão, 5, 97–116. Maroco, J., & Garcia-Marques, T. (2006). Qual a fiabilidade do alfa de Cronbach? Questões antigas e soluções modernas? Laboratório de Psicologia, 4, 65–90. Melbye, E., Øgaard, T., Øverby, N. (2011). Validation of the Comprehensive Feeding Practices Questionnaire with parents of 10-to-12-year-olds. BMC Medical Research Methodology, 11, 113. Mello Alves, M. G., Chor, D., Faerstein, E., Lopes, C., & Werneck, G. L. (2004). Versão resumida da ―job stress scale‖: adaptação para o português. Revista de Saúde Pública, 38, 164–171. Musher-Eizenman, D., & Holub, S. (2007). Comprehensive Feeding Practices Questionnaire: validation of a new measure of parental feeding practices. Journal of Pediatric Psychology, 32, 960–972. 139 Musher-Eizenman, D., de Lauzon-Guillain, B., Holub, S., Leporc, E., & Charles, M. (2009). Child and parent characteristics related to parental feeding practices. A cross-cultural examination in the US and France. Appetite, 52, 89–95. Patrick, H., Nicklas, T. A., Hughes, S. O., & Morales, M. (2005). The benefits of authoritative feeding style: caregiver feeding styles and children's food consumption patterns. Appetite, 44, 243–250. Raymundo, V. P. (2009). Construção e validação de instrumentos: um desafio para a psicolinguística. Letras de Hoje, 44, 86–93. Rhee, K. (2008). Childhood overweight and the relationship between parent behaviors, parenting style, and family functioning. The Annals of the American Academy of Political and Social Science, 615, 11–37. Rochinha, J., & Sousa, B. (2012). Os estilos e práticas parentais, a alimentação, eo estado ponderal dos seus filhos. Revista SPCNA, 18, 2–7 Sander, G. B., Mazzoleni, L. E., Francesconi, C. F. M., Wortmann, A. C., Ott, E. A., Theil, A., … Beheregaray, S. (2004). Development and validation of a crosscultural questionnaire to evaluate nonulcer dyspepsia: the Porto Alegre Dyspeptic Symptoms Questionnaire (PADYQ). Digestive Diseases and Sciences, 49, 1822– 1829. 140 Savage, J. S., Fisher, J. O., & Birch, L. L. (2007). Parental influence on eating behavior: conception to adolescence. The Journal of Law, Medicine & Ethics, 35, 22–34. Sleddens, E. F. C., Gerards, S. M. P. L., Thijs, C., Vries, N. K., & Kremers, S. P. J. (2011). General parenting, childhood overweight and obesity‐inducing behaviors: A review. International Journal of Pediatric Obesity, 6, e12–e27. Solano-Flores, G., Contreras-Nino, L., & Backhoff, E. (2006). Test translations and adaptation: Lessons learned and recommendations for countries participating in TIMSS, PISA, and other international comparisons. REDIE: Electronic Journal of Educational Research, 8. World Health Organization. (2000). Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO Consultation. World Health Organization technical report series, 894, :i–xii, 1–253. Zeinstra, G. G., Koelen, M. A., Kok, F. J., & De Graaf, C. (2007). Cognitive development and children's perceptions of fruit and vegetables; a qualitative study. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, 4, 30. 141 TABLES Table 1. Interclass Correlation Coefficient (ICC) and Internal Consistency of factors ICC Cronbach’s Alpha N=41 n=307 Adolescent Control (5, 6, 10, 11, 12) 0.91 0.67 Regulation of Emotion (7,8,9) 0.86 0.77 Encouraging balance and variety (13, 24, 26, 38) 0.81 0.66 Environment (14,16,22,37) 0.86 0.64 Involvement (15,20,32) 0.87 0.56 Parental modeling (44, 46, 47, 48) 0.83 0.82 Monitoring (1, 2, 3, 4) 0.79 0.85 Pressure to eat (17,30,39,49) 0.86 0.56 Restrictions for Health (21,28,40,43) 0.81 0.62 Restrictions for Weight Control (18,27,29,33,34,35,41,45) 0.90 0.83 Factors of Feeding Practices (items *) *The numbering of items of each factor is in accordance with the initial scale, considering the twelve factors. 142 Table 2. Resulting Indices of Confirmatory Factor Analysis to Perception Scale for Adolescents about Parental Feeding Practices - Teen-PFPa Measures of Goodness of Fit Level of Fit Value Teen- PFP recommended Measures of Absolute Fit CMIN/DF (χ²/df) < 3.0 1.981 RMSEA < 0.06 0.057 > 0.80 0.702 Measures of Incremental Fit NFI (Δ1) TLI > 0.95 0.792 IFI ≥ 0.90 0.826 CFI > 0.90 0.821 > 0.60 0.605 Measures of Parsimonious Fit PNFI a Results obtained after the removal of factors "food as reward" and ―education"; b Measures of Goodness of Fit: CMIN/DF =normal chi-scare; NFI = Normed Fit Index or Delta 1; TLI = Tucker-Lewis Index; IFI=Incremental Fit Index; CFI = Comparative Fit Index; PNFI= Parsimonious Normed Fit Index; RMSEA = Root Mean Square Error of Approximation 143 APPENDIX I Below, the Teenager's Perception of Parental Feeding Practices Scale - TeenPFP, with 10 factors with a brief operating definition and the 43 relevant questions. The questions are in Portuguese, numbered according to the order of application in the scale. The questions are subject to a Likert 5-point scale with the response options for questions 1-13 being "never, almost never, sometimes, often, always" and questions 14-43 use a 5-point scale with different anchors: "I disagree, partly disagree, neither agree or disagree, partly agree, strongly agree." Items (16 and 32) adopt reverse counting. Nomenclature was also maintained in 09 factors and the factor "Child Control" was replaced by "Adolescent Control." The ten factors include items 3 to 8: Adolescents Control: Assesses the frequency that parents are more permissive regarding behavior and food habits of adolescents. 5. Este (a) cuidador (a) permite que você coma o que quiser? 6. Dos alimentos servidos no almoço ou jantar, você pode escolher os alimentos que quer, deixando de comer o que não gosta, sem que haja interferência do cuidador (a)? 10. Quando você não gosta do que é servido para comer, é oferecido algo a mais para você? 11. Este (a) cuidador (a) permite que você coma lanches sempre que tiver vontade? 12. Esta pessoa permite que você deixe a mesa quando está satisfeito, mesmo quando as outras pessoas não terminaram de comer? 144 Regulation of Emotion: measures how adolescents perceive their parents using food to regulate unsatisfactory mood or emotions. 7. Quando você está agitado (a), tenso ou irritado (a), este (a) cuidador (a) oferece algo para você comer ou beber? 8. Quando você está com tédio, sem saber o que fazer, esta pessoa oferece algo para comer ou beber mesmo sabendo que você não está com fome? 9. Quando você está triste, este (a) cuidador (a) lhe oferece algo para comer ou beber mesmo sabendo que você não está com fome? Encouraging balance and variety: evaluates how adolescents perceive their parents as the ones who encourage the intake of various foods with nutritional balance. 13. Você é incentivado a comer mais alimentos saudáveis do que os não saudáveis? 22. Sou incentivado a experimentar novos alimentos. 23. Esta pessoa me diz que comida saudável é saborosa. 33. Sou encorajado a comer alimentos variados. Environment: measures the availability of healthy foods at home. 14. A maioria dos alimentos que tem em minha casa é saudável. 16. Em minha casa tem muitos alimentos industrializados (batata frita, salgadinhos, etc...).R 21. Nas refeições em minha casa, há vários alimentos saudáveis disponíveis para que eu possa comer. 32. Em minha casa tem muitos alimentos doces (sorvetes, bolos, tortas, doces, sobremesas, guloseimas).R 145 Involvement: evaluates in relation to the encouragement given by parents to their adolescent children to participate in planning and preparing meals. 15. Este (a) cuidador (a) pede minha opinião no planejamento das refeições e cardápios da família 19. Esta pessoa me permite ajudar no preparo das refeições da família 28. Esta pessoa me incentiva a participar das compras do supermercado. Parental Modeling: assesses how adolescents perceive their parents as a model or reference for them in habits of eating healthy foods. 38. Esta pessoa come alimentos saudáveis para me dar exemplo de hábitos alimentares saudáveis. 40. Mesmo que não seja a comida preferida do (a) cuidador(a), ela/ele frequentemente come por achar importante que eu tenha o exemplo dela(e) 41. Ela/ele tenta mostrar entusiasmo em relação a alimentos saudáveis. 42. Ela/ele demonstra para mim o quanto aprecia e gosta de comer alimentos saudáveis. Monitoring: assesses the adolescents' perception regarding the frequency with which parents monitor the consumption of unhealthy foods. 1. Com que frequência este (a) cuidador (a) controla a quantidade de doces (ou sorvetes, bolos, tortas, chocolates, balas) que você come? 2. Com que frequência ela/ele monitora a quantidade de lanches industrializados (batatas fritas de pacote, salgadinhos, folhados de queijo, etc...) que você come? 3. Com que frequência este (a) cuidador (a) controla a quantidade de alimentos gordurosos (hambúrguer, salgadinhos de padaria, maionese, etc..) que você come? 146 4. Com que frequência ela/ele controla a quantidade de bebidas açucaradas (refrigerantes, refrescos) que você bebe? Pressure to eat: measures the perception of adolescents about the pressure that parents make to increase food intake during meals. 17. Devo comer toda a comida do meu prato. 27. Se eu digo ―Eu não estou com fome‖, ela/ele insiste que eu coma de qualquer maneira. 34. Se eu como pouco, sou estimulado a comer mais. 43. Quando termino de comer, ela/ele tenta me oferecer mais um pouco. Restrictions for health: evaluates the perception of teenage children in relation to parental controls to limit the consumption of less healthy foods or sweets. 20. Eu comeria muito mais das minhas comidas preferidas se não houvesse controle sobre minha alimentação 25. Eu iria comer muito mais ―porcarias‖ se não houvesse controle sobre a minha alimentação. 35. Ela/ele me controla para que eu não coma muito das comidas não saudáveis 37. Esta pessoa controla para que eu não coma muitos doces, lanches ou salgadinhos Restrictions for weight control: assesses the adolescents' perception of parental control over food intake to decrease or maintain their weight. 18. Este (a) cuidador (a) precisa ter certeza de que eu não como comidas gordurosas. 24. Esta pessoa me encoraja a comer menos para que eu não engorde 147 26. Esta pessoa ajuda a controlar a quantidade de comida que me sirvo em cada refeição para controle do meu peso. 29. Se eu como mais do que o normal em uma refeição, esta pessoa diminui a quantidade de comida na próxima refeição. 30. Este (a) cuidador (a) limita os alimentos que possam me engordar 31. Ela/ele acha que não devo comer determinados alimentos para não engordar. 36. Sou controlado para não comer fora de hora, para que eu não engorde. 39. Este cuidador (a) me obriga a fazer dieta para controlar o meu peso. The general instructions of the scale, also in Portuguese, are: “Os pais ou outros familiares têm diversas preocupações com a alimentação dos filhos e podem ter diferentes atitudes e comportamentos em relação a isto. Por favor, responda as questões abaixo pensando no comportamento de seus pais ou de outra pessoa que cuida da maneira como você se alimenta. Não existem respostas certas ou erradas. Por favor, tente ser o mais sincero possível nas suas respostas.‖ Ao responder, pense em uma pessoa somente, naquela que mais se responsabiliza por sua alimentação: ou só a sua mãe, ou só o seu pai ou outra pessoa. A pessoa que você escolher será referida como cuidador(a). Eu responderei pensando: ( ( ) na mãe ) no pai ( idade:.............. idade:............. ) outra pessoa. Quem?.................... Idade:........ 148 For questions 1-13, the instructions are: ―Responda as perguntas abaixo assinalando com um X com que frequência você percebe que acontecem as seguintes situações em relação à pessoa que cuida de tua alimentação. Marque apenas uma resposta em cada item.‖ For statements 14-43, the instructions are: ―Agora, em relação às afirmações abaixo, marque com um X o grau de concordância (1, 2, 3, 4, 5) sobre o quanto cada frase descreve o que acontece realmente em sua casa, sendo o nº 1 quando DISCORDA TOTALMENTE e o nº 5 quando CONCORDA TOTALMENTE.‖ ―Marque apenas uma resposta para cada frase‖ In addition, you can request other identification information regarding the general instructions, such as date of birth, gender, education, date of application of the scale, as something optional to the investigator, according to your needs. 149 ARTIGO 3 PARENTING STYLES, PARENTAL FEEDING PRACTICES AND ADOLESCENTS' WEIGHT STATUS (JAMA Pediatrics) 150 PARENTING STYLES, PARENTAL FEEDING PRACTICES AND ADOLESCENTS' WEIGHT STATUS Piccoli AB, Mosmann CP, Neiva-Silva L, Pellanda LC ABSTRACT Importance: Obesity in adolescence is a risk to health and is associated with incorrect eating habits that are developed in the family. Parenting styles are fundamental for the understanding of the parent-child relationship, but little is known about them in the field of food. Research addressing nutrition education focusing on feeding practices and parenting styles are generally performed from the perspective of parents of younger children. Objective: This study aims investigated the perception of adolescents about parenting styles and parental feeding practices associated with body mass index (BMI). Design: A cross-sectional study Setting: In public and private schools in southern Brazil. Participants: 271 students (12-18 years). They answered the demandingness and responsiveness scales, the Teenager’s Perception of Parental Feeding Practices Scale - Teen-PFP, a sociobiodemographic questionnaire, as well as underwent anthropometric measures. The associations of dietary practices with parenting styles was analysed for the primary caregiver appointed by the adolescent-either father or mother. Main outcome measure: weight status. Results: Twenty-eight percent of adolescents were with excess weight. Most of them perceive the mother between neglectful and authoritative and their father as authoritative. There was no significant association of adolescent‘s BMI with parenting styles. However, dietary practices associated with negligent and authoritative styles 151 presented significant differences: lower "pressure to eat" and greater "food restriction for weight control" are significantly association with excess weight in both styles and greater "monitoring" is significant in the authoritative style. Parental feeding practices of "food restriction for weight control," increase up to twice their frequency in the perception of adolescent overweight and practices of "pressure to eat" decrease by up to 32%. Conclusions and relevance: Adolescence is a critical stage for the development or aggravation of obesity and further research is necessary about parenting styles on eating habits at this stage to help in the treatment and management of obesity. Key Words: parenting styles, parental feeding practices, weight status, obesity, adolescence INTRODUCTION Obesity is associated to incorrect eating habits and a sedentary lifestyle, which develop in the family environment. Dietary disciplinary adopted by the parents and the way the children respond to such practices are in the complex core of this interaction.1,2 Most studies investigating the influence of parental education on the weight status of children focus on the association of the impact of those specific practices.3 Research examining the influence of the parents on children being excess weight including parental styles has expanded in the past few years.4-7 Literature shows that behaviors occurring within the context of a positive parental style will have a different impact on the child when compared with the same behavior in the context a more negative parental style.4 It is possible that, in the food domain, parental 152 styles may assume specific characteristics, which suggests that parents vary their style from one child to the other due to concerns related to specific health or food issues.8 Styles mediate practices and involve beliefs, values, and family hierarchy through communication, support, and control. Thus, practices operate in the context of parental styles. The teenager's perception and interpretation of the practices adopted by the parents may provide information on whether the parental style, internalized during childhood is associated to their weight status (BMI) in the adolescence, since most studies focus on the perception of parents. METHODS Cross-sectional study carried out with students at regular public and private schools in Porto Alegre, south of Brazil. The participants were 271 adolescents from 12 to 18 years-old. The sample calculation considered a correlation of at least 0.20 between demandingness and responsiveness scores, the factors related to parental feeding practices, and the weight status for a significance level of 0.05 and statistical power of 90% (ß=0.10).9 Variables Parental styles: Identified by dimensions: responsiveness and demandingness. Responsiveness is the capacity of parents to be affectionate and to meet their children demands. Demandingness is related to control, to establishing limits and rules aiming at family wellness. From those dimensions, parental styles are defined in positions according to high or low levels of demandingness and responsiveness in which high 153 demandingness and responsiveness correspond to the authoritative style and low demandingness and responsiveness correspond to the negligent style. High responsiveness and low demandingness characterize the indulgent style and the opposite reveals the authoritarian style.10,11 Parental Feeding Practices: Consist of the actions of parents in children's education for the development of feeding habits. They were identified among 10 factors: adolescent's authority, food as emotional regulator, incentive to balanced and varied eating, environment (healthy foods availability in the house), involvement (in the planning and preparation), parents as role models for healthy eating habits, parents monitoring, pressure to eat, food restriction for good health and for weight control. Weight Status: Indexes established by the World Health Organization (WHO) – 2007 for youth were used. The Body Mass Index (BMI) is classified as "normal" when it ranges within the percentage of 3 and 85, "underweight" when it falls below 3 percent, "overweight" when it is between 85 and 97, and "obesity" above the 97 percent. For the analysis, these classifications were reduced to two: underweight and normal as one category defined ―reference weight‖ and overweight and obesity as ―excess weight‖. Other socio-bio-demographic variables: sex, age, school type. Measures: Parental styles were measured by scales: demandingness and responsiveness. These were validated in Brazil in 200012 and in 2004.13,14 The TeenPFP15 scale was used for the teenager‘s perception of parental feeding practices, that foresees that the teenager points out a caregiver that is considered the main one in their nutrition education. A portable digital platform-type scale for weight verification was used for the anthropometric measures. Body Mass Index – BMI was obtained by 154 the ratio BM/height², and converted to percentage based on participants' age and sex according to the Anthropometric Standardization Reference Manual.16 Height was measured by fixing a metallic measurement tape, on a vertical surface and with the adolescents standing upright and barefoot. BMI was calculated through the WHO AnthroPlus Software for Personal Computers.17 Procedures: The study was approved by the institutional ethics committee. The schools were located in different zones of the city, selected for convenience. The calendar for data collection was defined by the schools. The teenagers were informed about the research and invited to participate, being warranted to them the right to withdraw from the study at any given moment, and an envelope containing the consent forms was delivered to them for parental consent and 307 teenagers were included. The adolescents answered the Demandingness and Responsiveness Scales, the Teen-PFP Scale, and a sociobiodemographic questionnaire, with the supervision of a registered psychologist. Anthropometric measurements were obtained by a professional nutritionist. Statistical Analysis All adolescents who filled out the Demandingness and Responsiveness Scales completely for at least one of the parents were considered. The medians were calculated for the analysis of the responsiveness and demandingness dimensions from the sum of each scale scores. Indexes below the median were categorized as low and indexes equal or above the median were categorized as high. Parental styles were then classified according to the relationship between high and low demandingness and responsiveness levels. 155 The associations between the feeding practices and parental styles were analyzed regarding the appointed caregiver by the teenager as the main person responsible for their eating - the father or the mother. RESULTS The final sample with 271 adolescents considered as shown in the flowchart in Figure 1. The table 1 shows the characteristics of the sample and twenty-eight percent were excess weight. In the analysis of the variables sociobiodemographic associated to being excess weight, there were no significant differences. Among the overweight and obesity, the perceptions about the mother are divided into negligent (26.3%) and authoritative (25.5%) whereas the father is mostly seen as authoritative (43.8%); however, in both cases, there were no significant differences. Among the ten factors feeding practices, only three showed no significant differences between parenting styles: the use of food as an emotional regulator, environment conducive to healthy eating and pressure to eat. Of the other feeding practices, the authoritative style differs from negligent and indulgent styles significantly where adolescents perceive that their parents give you less autonomy in the choice of food, more incentive to varied food and nutritional balance, greater involvement of sons for planning and preparing meals, seek to have healthy habits for their children to follow their models, greater monitoring and greater restriction of food aimed at health and weight control. The authoritative style also differs from authoritarian style featuring more monitoring (Table 2). 156 Considering the sociobiodemographic variables, adolescents from 14 to 18 years old report that they have more autonomy over their nutrition (p=0.001) and less "parent monitoring" (p=0.001) than 12 to 13 year old and, these report having more "food restriction for good health" (p=0.014) and more "food restriction for weight control" (p=0.010). Regarding adolescent's gender, there is a stronger "involvement" by the female adolescent in the choice and preparation of food (p=0.001) and more "pressure to eat" from the parents for the male teenagers. Significant differences were observed regarding comparing in the perception of adolescents from public schools and the ones from private schools in relation to various practices adopted by parents and parents whose educational level was Elementary School compared with the ones who had a Higher Education degree, the latter reporting more frequently to ―foster the consumption of a variety of food with a balanced nutritional value"(p=0.020). There are significant differences between the perceptions of adolescent with excess weight with those who are not overweight on parental feeding practices. Among the strategies adopted by the parents of excess weight teenagers, the use of the "pressure to eat" is significantly lower (p<0.001) and of practices related to the "use of food as emotion regulator" (p=0.035) and significantly higher the use of "food restriction for weight control" (p<0.001). In table 3, parents perceived as more indulgent or authoritarian styles do not present statistically significant differences in their practices associated to the nutritional status of teenagers. The differences are noted when the parents have a negligent or authoritative parental style. In both styles, practices aimed at overweight 157 and obesity that are different from other practices is low "pressure to eat" and higher "food restriction for weight control". In authoritative style, than these two practices , are still observed, higher parental monitoring . The Poisson multivariate regression analysis showed that the factors positively associated to excess weight were the feeding practices identified as "restriction for weight control", and, negatively, the "pressure to eat" (Table 4). DISCUSSION Are few studies that analyze the influence of parents on the nutritional status of adolescents from the perspective of adolescents themselves. This study sought to answer these questions. Authoritative and negligent parental styles were the most prevalent ones denoting similarity with findings of other studies.18-21 Parental feeding practices perceived by teenagers presented differences that vary according to sex, age, and socioeconomic situation of teenagers. Girls still carry the legacy of domestic activities and are more educated and involved in food preparation and greater "pressure to eat" in males can be understood to develop a strong and virile body, which strengthen practices related to pressure to eat. And the youngest need more control in their eating because they do not have as much autonomy when compared with the older ones. Practices are conditioned according to the nutritional value and knowledge of food items and to the economic status of families upon which the availability, amount and quality of consumed food items depend. It is assumed that adolescents in private schools live in environments that are more favorable to healthy eating provided that they have more possibilities for access to varied food items. Among adolescents at 158 public schools, however, the higher use of practices related to "use of food for emotion regulation", higher permission for the children to have "authority" upon their own eating choices, and a lower "monitoring" might be due to a socioeconomic condition in which parents are more involved with work and have less time and availability for preparation and monitoring the children's eating. Thus, they purchase industrialized and ready-to-eat foods (snacks, fast-food) or easy preparation foods (pasta, cold cuts, and ready-to-eat sauces) and they are not always present at the children's meals. Studies report that teenagers feel dependent on their parents‘ decisions, but perceive contradictory practices because the type of food available at home, acquired by the family members is mentioned as a barrier for the adoption of healthy eating habits.22 Only the authoritative and the negligent styles presented significant differences regarding the strategies used by the parents in the eating education with negative effects for the nutritional state of teenagers. Negligent and authoritative style parents of excess weight teenagers tend to use more "food restriction for weight control" and less "pressure for the children to eat". Parents seen as negligent have knowledge and use the resources available to educate their children towards a healthier eating; however, such attitudes are inefficient in how they are made because there is little involvement and requirement.23 Parents who are seen as authoritative also have a higher nutrition "monitoring", which is not found among parents with a negligent style. Other variables, not only to style, can to be related as the development phase of the teenager (identity crisis, self-esteem, search for autonomy and resistance to parental control) as well as environmental (appeal from the media regarding eating habits, technology in daily activities which makes the teenager have less physical 159 activity, family dynamics in which the parents are less present in the daily lives of their children, etc.) that seem to constitute obstacles for healthier results concerning their nutritional status. Furthermore, parents can vary their parental style in the eating education domain due to concerns with specific health or food issues8, and this way it is possible to think that there are different perceptions of parental styles among children with excess weight and those who do not have obesity or eating disorders The higher "monitoring" in eating shown by authoritative parents is confirmed by a study in which negligent parenting was related to the frequent ingestion of snacks when compared to the authoritarian and authoritative styles.24 Authoritative mothers with poor control over their teenage children when associated to body weight, skinfold thickness, waist size, and body mass index protect them from getting excess weigth,25 which suggests that parents should refrain from excessive control of their children‘s eating habits. Both styles that are more strongly related to predictive practices for overweight or obesity are the ones characterized on the extreme dimensions of responsiveness and demandingness - the authoritative and negligent-, which denotes the complexity of the interaction between parents and children. Some researchers consider that the dimensions demandingness and responsiveness are positively correlated, which means that when responsiveness increases there is also an increase in demandingness and vice-versa26 and point at the need to improve the theoretical definition of the demandingness dimension.27 Shek (2006)27 suggests splitting the demandingness dimension into two types: behavioral and psychological. The former is related to what has been defined in this study and the latter would be through the expression of negative feelings of 160 dissatisfaction. It includes infantilizing the children, guilt induction, having unreal expectations and promoting personal attacks. This new glimpse may lead to a better understanding of the reason why only the styles at the end of the demandingness and responsiveness dimensions are more prevalent. A review identified a positive relationship between the indulgent parental style and excess weigtht.2 The difference in the results may lie in the age range. Indulgent parents providing what their children want. This characteristic seems not to be associated for teenagers that denoted needs that are different from the ones of children. Parenting styles were not associated with nutritional status and some practices were found to have influence on the development of obesity. However, some of the practices are factors associated independently with the nutritional status of adolescents. Practices "restriction aimed at weight control" doubles the frequency for excess weight and practices "pressure to eat" decrease 32 % in the prevalence in this cases. This data confirms previous research which found out that the more the parents present efforts to control their children's eating, the more likely the children will become obese25 and eat fruit and vegetables less often.28 Literature related to the eating style has focused predominantly high demandingness eating habits such as restriction, monitoring, and pressure to eat. Restriction is the only eating practice that has been consistently associated to the increase in the ingestion of food and excess weight in children2,29, which was confirmed by the teenager's perceptions. These data indicate that the parents' efforts in restricting foods aiming at weight control in excess weight teenagers do not have effects in weight loss, just like pressure to eat is not efficient for weight gain,30 if that is the goal. 161 However, there is controversy about this issue. A study asserts that control from fathers and mothers is not associated to the consumption of carbohydrates of ingested packaged food that is available at home31 and another one says that teenagers who reported having a high level of maternal control snack less often.32 Another study says that food restriction is associated to the poor control of hunger and fullness with consequences for children's weight,33 and that this pattern seems to happen again in adolescence, as it was seen. Study with Chinese adolescents and their parents identified that the restriction of unhealthy food and sedentary behaviors of youth was positive for the weight status and acquisition of healthy eating habits34. Whereas practices "aimed at health food restriction" are different from "food restriction for weight control", only the latter were perceived by adolescents with excess weight as significant, in that it is assumed that cultural characteristics may determine the perception these practices. There are some limitations of this study that merit discussion. The measures used to identify the relations between childhood obesity and family influences and domestic environment are heterogeneous, which leads to difficulties in comparing the studies.35 mainly directed towards the perception of teenagers, which restricts comparisons related to studies. Relationships with studies done with younger children were adopted as well. The cross-sectional design does not allow for the analysis of the possible changes of perception of teenagers concerning the parental behaviors when they are younger and older. Parenting styles were not predictors of overweight and obesity and some practices have proved to be relevant in the development of obesity. These aspects 162 show the need to continue investigating parental styles and feeding practices from the perspective of children, especially in adolescence. REFERENCES 1. Musher-Eizenman D, de Lauzon-Guillain B, Holub S, Leporc E, Charles M. Child and parent characteristics related to parental feeding practices. A crosscultural examination in the US and France. Appetite. 2009;52(1):89-95. 2. Hurley KM, Cross MB, Hughes SO. A systematic review of responsive feeding and child obesity in high-income countries. J Nutr. 2011;141(3):495501. 3. Rhee K. Childhood overweight and the relationship between parent behaviors, parenting style, and family functioning. Ann Am Acad Pol Soc Sci. 2008;615(1):11-37. 4. Moens E, Braet C, Soetens B. Observation of family functioning at mealtime: a comparison between families of children with and without overweight. J Pediatr Psychol. 2007;32(1):52-63. 5. Rhee KE, Lumeng JC, Appugliese DP, Kaciroti N, Bradley RH. Parenting styles and overweight status in first grade. Pediatrics. 2006;117(6):2047-2054. 6. Van Der Horst K, Kremers S, Ferreira I, Singh A, Oenema A, Brug J. Perceived parenting style and practices and the consumption of sugarsweetened beverages by adolescents. Health Educ Res. 2007;22(2):295-304. 7. Zeller MH, Reiter‐Purtill J, Modi AC, Gutzwiller J, Vannatta K, Davies W. Controlled study of critical parent and family factors in the obesigenic environment. Obesity (Silver Spring). 2007;15(1):126-136. 163 8. Hoerr SL, Hughes SO, Fisher JO, Nicklas TA, Liu Y, Shewchuk RM. Associations among parental feeding styles and children's food intake in families with limited incomes. Int J Behav Nutr Phys Act. 2009;6:55. 9. Hulley S, Cummings S, Browner W, Grady D, Hearst N, Newman T. Delineando a pesquisa clínica. 2. ed. Porto Alegr: Artmed; 2003. 10. Reppold C, Pacheco J, Hutz C. Comportamento Agressivo e práticas disciplinares parentais. In: Hutz CS (Org.). Violência e risco na infância e adolescência: pesquisa e intervenção. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2005. 11. Hughes SO, Shewchuk RM, Baskin ML, Nicklas TA, Qu H. Indulgent feeding style and children‘s weight status in preschool. J Dev Behav Pediatr. 2008;29(5):403-410. 12. Costa F, Teixeira M, Gomes W. Responsividade e exigência: duas escalas para avaliar estilos parentais. Psicol Reflex Crit. 2000;13(3):465-473. 13. Teixeira M, Bardagi M, Gomes W. Refinamento de um instrumento para avaliar responsividade e exigência parental percebidas na adolescência. Aval Psicol. 2004;3(1):1-11. 14. Lamborn S, Mounts N, Steinberg L, Dornbusch S. Patterns of competence and adjustment among adolescents from authoritative, authoritarian, indulgent, and neglectful families. Child Dev. 1991;62(5):1049-1065. 15. Piccoli A, Mossman C, Neiva-Silva L, Pellanda L. Validity of an instrument to assess the perception of adolescents about parental feeding practices: The Teenager's Perception of Parental Feeding Practices Scale (Teen-PFP). [Dissertação]. Porto Alegre: Fundação Universitária de Cardiologia; 2014. 164 16. Cogill B. Anthropometric Indicators Measurement Guide, 2003. Washington, DC: Food and Nutrition Technical Assistance (FANTA) Project, FHI 360; 2003. 17. Blössner M, Siyam A, Borghi E, Onyango A, Onis M. WHO AnthroPlus for personal computers Manual: Software for assessing growth of the world's children and adolescents. Geneva: WHO; 2009. 18. Pacheco JTB, Teixeira MAP, Gomes WB. Estilos parentais e desenvolvimento de habilidades sociais na adolescência. Psicol Teor Pesqui. 1999;15(2):117126. 19. Weber LND, Prado PM, Viezzer AP, Brandenburg OJ. Identificação de estilos parentais: o ponto de vista dos pais e dos filhos. Psicol Reflex Crit. 2004;17(3):323-331. 20. Hutz CS, Bardagi MP. Indecisão profissional, ansiedade e depressão na adolescência: a influência dos estilos parentais. Psico-USF. 2006;11(1):65-73. 21. Reppold C. Estilo parental percebido e adaptação psicológica de adolescentes adotados [Dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2001. 22. Toral N, Conti MA, Slater B. A alimentação saudável na ótica dos adolescentes: percepções e barreiras à sua implementação e características esperadas em materiais educativos. Cad Saude Publica. 2009;25(11):23862394. 23. Hughes S, Power T, Fisher J, Mueller S, Nicklas T. The Development of the Caregiver's Feeding Styles Questionnaire. J Am Diet Assoc. 2003;103(9):A-18. 165 24. Pearson N, Atkin AJ, Biddle S, Gorely T, Edwardson C. Parenting styles, family structure and adolescent dietary behaviour. Public Health Nutr. 2010;13(8):1245-1253. 25. Kim MJ, McIntosh WA, Anding J, Kubena KS, Reed DB, Moon GS. Perceived parenting behaviours predict young adolescents' nutritional intake and body fatness. Matern Child Nutr. 2008;4(4):287-303-331. 26. Mosmann C, Wagner A. Dimensiones de la conyugalidad y de la parentalidad: un modelo correlacional. Revista Intercontinental de Psicología y Educación. 2008;10(2):79-103. 27. Shek DT. Perceived parental behavioral control and psychological control in Chinese adolescents in Hong Kong. Am J Fam Ther. 2006;34:163–176. 28. Patrick H, Nicklas TA, Hughes SO, Morales M. The benefits of authoritative feeding style: caregiver feeding styles and children's food consumption patterns. Appetite. 2005;44(2):243-250. 29. Clark H, Goyder E, Bissell P, Blank L, Peters J. How do parents' child-feeding behaviours influence child weight? Implications for childhood obesity policy. J Public Health. 2007;29(2):132-141. 30. Carnell S, Wardle J. Associations between multiple measures of parental feeding and children's adiposity in United Kingdom preschoolers. Obesity. 2007;15(1):137-144. 31. Ludrosky JM. Childhood obesity: multifactoral determinants of child weight and eating behaviors. Miami: Miami University; 2005. 166 32. Kim MJ. Parenting Style and older children's and young adolescents' dietary intake and nutritional status [Doctoral dissertation]. Texas A&M University; 2006. 33. Costa F. Atitudes dos pais e a alimentação de seus filhos: repercussões para o excesso de peso infantil [Dissertação]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2008. 34. Wen X, Hui SSC. Parenting Style as a Moderator of the Association Between Parenting Behaviors and the Weight Status of Adolescents. J Early Adolesc. 2012;32(2):252-268. 35. Pinard CA, Yaroch AL, Hart MH, Serrano EL, McFerren MM, Estabrooks PA. Measures of the home environment related to childhood obesity: a systematic review. Public Health Nutr. 2012;15(1):97-100. 167 FIGURE Figure 1. Flow chart of the research data analysis: parental styles and parental feeding practices and adolescents' weight status. 168 TABLES Table 1. Sample Characterization (N=271) Adolescents' Weight Status: Variables N (%) Reference Excess Weight Weight (<p85) (≥p85) n=195 (72%) n= 76 (28%) p* Sex Male 115 (42.4) 81 (41.5) 34 (44.7) Female 156 (57.6) 114 (58.5) 42 (55.3) 12 - 13 69 (25.5) 46 (23.6) 23 (30.3) 14 - 15 102 (37.6) 75 (38.5) 27 (35.5) 16 - 18 100 (36.9) 74 (37.9) 26 (34.2) Public 147 (54.2) 106 (54.4) 41 (53.9) Private 124 (45.8) 89 (45.6) 35 (46.1) 176 (65.2) 124 (63.9) 52 (68.4) 61 (22.6) 42 (21.6) 19 (25) 0.632 Age 0.525 Schools 0.951 Family configuration (n=270) Living with both parents Living with parents with new partner 0.202 Living only with one of the 33 (12.2) 28 (14.4) 5 (6.6) Elementary school (incomplete) 48 (18.8) 31 (16.9) 17 (23.3) Elementary School Completed 39 (15.2) 29 (15.8) 10 (13.7) High School Education 79 (30.9) 54 (29.5) 25 (34.2) parents (separation or death) Father's education (n=256) 0.416 169 Table 1. Sample Characterization (N=271) (continued) Adolescents' Weight Status: Reference Excess Weight Weight (<p85) (≥p85) n=195 (72%) n= 76 (28%) 90 (35.2) 69 (37.7) 21 (28.8) Elementary school (incomplete) 38 (14.3) 25 (13) 13 (17.8) Elementary School (complete) 31 (11.7) 23 (12) 8 (11) High School Education 94 (35.5) 69 (35.9) 25 (34.2) College and Higher 102 (38.5) 75 (39.1) 27 (37) Indulgent 47 (17.5) 31 (16.1) 16 (21.1) Negligent 82 (30.5) 62 (32.1) 20 (26.3) Authoritarian 46 (17.1) 30 (15.5) 16 (21.1) Authoritative 94 (34.9) 70 (35.9) 24 (31.6) Indulgent 37 (14.6) 23 (12.8) 14 (19.2) Negligent 81 (32.0) 61 (33.9) 20 (27.4) Authoritarian 41 (16.2) 34 (18.9) 7 (9.6) Authoritative 94 (37.2) 62 (34.4) 32 (43.8) Variables N (%) p* Higher Education Mother's education (n=265) 0.803 Maternal Parental Style (n=269) 0.442 Father Parental Style (n=253) *χ² of Pearson 0.105 170 Table 2. Parental Feeding Practices vs. Main Caregiver's Parental Styles PARENTAL STYLE Indulgent Negligent Authoritarian Authoritative Total n= 49 n= 71 n= 50 n= 101 N= 271 (18.1%) (26.2%) (18.5%) (37.3%) (100%) m(sd) m(sd) m(sd) m(sd) m(sd) 3.74ᶜ 3.55ᵇ 3.24 3.17ᵇᶜ 3.38 (0.76) (0.80) (0.88) (0.81) (0.84) 1.93 1.83 1.59 1.99 1.86 (0.99) (0.93) (0.77) (1.00) (0.95) Incentive to Balance and 4.01ᶜ 3.76ᵇ 4.09 4.42ᵇᶜ 4.11 Variety (0.81) (0.89) (0.74) (0.59) (0.79) 3.63 3.54 3.64 3.82 3.68 (0.87) (0.91) (0.79) (0.77) (0.83) 3.63ᶠ 3.03ᵇᶠ 3.34 3.74ᵇ 3.46 (0.91) (0.97) (1.03) (0.95) (1.00) 3.16ᶜ 2.86ᵇᵈ 3.56ᵈ 3.86ᵇᶜ 3.41 (1.08) (1.03) (1.13) (1.01) (1.12) 3.15ᶜ 2.78ᵇ 3.21ª 3.71ªᵇᶜ 3.27 (1.05) (0.90) (1.11) (0.85) (1.02) 2.69 2.83 3.01 3.05 2.92 (0.88) (0.96) (0.81) (0.95) (0.92) 2.39 2.59ᵇᵈ 3.08ᵈ 3.12ᵇ 2.90 Health (0.78) (0.96) (0.91) (1.02) (0.98) Restriction for Weight 2.39ᶜ 2.18ᵇ 2.55 2.86ᵇᶜ 2.54 Control (0.78) (0.79) (0.94) (1.01) (0.94) FEEDING PRACTICES Adolescent's Authority Emotional Regulation Environment Involvement Model Parents Monitoring Pressure for eat Restriction aiming at p* 0.001 0.102 0.001 0.166 0.001 0.001 0.001 0.116 0.002 0.001 * Variance analysis (ANOVA) followed by Tukey test HSD for multiple comparisons When the significant difference (p<0.05) is between two specific parental styles, each pair of styles will have a letter that identifies it: (a) Authoritative vs. authoritarian; (b) Authoritative vs. negligent; (c) Authoritative vs. indulgent; (d) Authoritarian vs. negligent; (e) Authoritarian vs. indulgent; (f) Indulgent vs. negligent 171 Table 3. Parental Feeding Practices of Parental Styles & Teenagers' Nutritional Status PARENTAL STYLES (MAIN CAREGIVER) AND BMI n=271 FEEDING PRACTICES Adolescent's Authority Emotional Regulation Incentive to Balance and Variety Environment Involvement Model Parents Monitoring Indulgent Negligent Authoritarian Authoritative n= 49 n=71 n=50 n= 101 n= 31 n = 18 <p85 ≥p85 m(sd) m(sd) 3.74 2.04 (0.72) (1.06) 2.04 1.75 (1.06) (0.85) 4.11 3.83 (0.78) (0.84) 3.64 3.61 (0.83) (0.95) 3.81 3.33 (0.79) (1.03) 3.29 2.93 (1.10) (1.04) 3.12 3.20 (1.13) (0.91) p 0.999 0.340 0.249 0.905 0.073 0.259 0.789 n=54 n = 17 <p85 ≥p85 m(sd) m(sd) 3.53 3.61 (0.79) (0.84) 1.91 1.54 (1.00) (0.61) 3.84 3.50 (0.79) (1.13) 3.51 3.63 (0.76) (1.29) 3.12 2.74 (0.96) (0.96) 2.97 2.74 (0.86) (0.96) 2.75 2.86 (0.89) (0.97) p 0.726 0.157 0.164 0.652 0.156 0.124 0.658 n=34 n = 16 <p85 ≥p85 m(sd) m(sd) 3.22 3.28 (0.90) (0.86) 1.61 1.54 (0.82) (0.67) 4.07 4.14 (0.78) (0.67) 3.69 3.53 (0.87) (0.60) 3.38 3.27 (1.00) (1.14) 3.71 3.27 (1.08) (1.20) 3.16 3.31 (1.20) (0.90) p 0.830 0.751 0.779 0.492 0.725 0.206 0.659 n = 76 n=25 <p85 ≥p85 m(sd) m(sd) 3.21 3.04 (0.78) (0.91) 2.06 1.77 (1.00) (1.00) 4.37 4.56 (0.62) (0.43) 3.76 4.02 (0.78) (0.73) 3.76 3.69 (0.97) (0.90) 3.76 4.15 (1.06) (0.77) 3.59 4.06 (0.89) (0.65) p 0.373 0.215 0.184 0.156 0.753 0.102 0.018 172 Table 3. Parental Feeding Practices of Parental Styles & Teenagers' Nutritional Status (continued). PARENTAL STYLES (MAIN CAREGIVER) AND BMI n=271 FEEDING PRACTICES Pressure for eat Restriction aiming at health Restriction for weight control Student t-Test Indulgent Negligent Authoritarian Authoritative n= 49 n=71 n=50 n= 101 n= 31 n = 18 <p85 ≥p85 m(sd) m(sd) 2.73 2.62 (0.85) (0.95) 2.68 2.83 (0.81) (0.92) 2.24 2.65 (0.80) (0.69) p 0.682 0.564 0.078 n=54 n = 17 <p85 ≥p85 m(sd) m(sd) 3.04 2.19 (0.93) (0.76) 2.56 2.69 (0.92) (1.11) 2.01 2.72 (0.61) (1.05) p 0.001 0.629 0.001 n=34 n = 16 <p85 ≥p85 m(sd) m(sd) 3.09 2.82 (0.74) (0.92) 3.00 3.25 (0.89) (0.97) 2.48 2.70 (0.92) (1.01) p 0.278 0.392 0.448 n = 76 n=25 <p85 ≥p85 m(sd) m(sd) 3.25 2.41 (0.78) (1.16) 3.09 3.19 (1.05) (0.94) 2.64 3.54 (0.98) (0.78) p 0.000 0.693 0.000 173 Table 4. Factors associated to Excess Weight (n=268) Variables p PR CI 95% Parental Style CP - Negligent 0.50 0.83 0.49-1.42 Parental Style CP - Authoritarian 0.13 1.53 0.88-2.67 Parental Style CP - Indulgent 0.10 1.50 0.93-2.44 1 . 1.25 0.84-1.84 1 . Parental Style CP - Authoritative Male 0.27 Female Adolescent's Authority 0.10 1.27 0.95-1.68 Emotional Regulation 0.28 0.88 0.69-1.11 Incentive to balance and variety 0.86 0.97 0.71-1.33 Environment 0.35 1.15 0.86-1.53 Involvement 0.13 0.85 0.69-1.05 Model Parents 0.05 0.81 0.65-1.00 Monitoring 0.80 0.97 0.77-1.23 <0,001 0.68 0.54-0.86 0.33 0.89 0.71-1.12 <0,001 2.16 1.68-2.77 0.72 0.98 0.85-1.11 Pressure for eat Restriction aiming at health Restriction for weight control Age Dependent variable: BMI = ≥p85 (excess weigth); Variables regardless of model: Parental style of Main Caregiver (MC), sex, adolescent's authority, food as humor regulator, incentive to a balanced and varied eating, teenager's involvement in the planning and preparation of food, parents as models, parental monitoring, pressure to eat, food restriction aiming at good health, food restriction aiming at weight control, age P = p value of x² test PR = Prevalence Ratio estimated through multiple Poisson regression; CI= Confidency Interval of 95% 174 APÊNDICES 175 APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para o processo de validação TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Título da pesquisa: Estilos, Práticas Alimentares Parentais e o Estado Nutricional em Adolescentes Estamos realizando uma pesquisa que aborda as relações pais – filhos e como a educação e hábitos dos pais podem influenciar no peso dos jovens Para tanto, gostaríamos que o Sr(a) autorizasse seu filho(a) a participar desta pesquisa onde ele(a) irá responder a um questionário com questões relacionadas a sua percepção das prática alimentares. Todos os dados serão rigorosamente sigilosos e as informações serão utilizadas somente para fins de pesquisa. O Sr(a) ou seu filho terão o direito de recusar-se a participar deste estudo e em qualquer momento o Sr(a) poderá solicitar esclarecimentos. Se concordares em permitir que seu filho(a) participe, por favor, preencha o termo de autorização abaixo: Eu, _______________________________________, idade _________, portador (a) do RG_____________________________ dou minha autorização, livre e esclarecido, para que meu filho (a) __________________________________, de _____anos, nascido (a) em ______/_____/______; RG________________________________ participe como voluntário (a) do projeto de pesquisa supracitado, sob a responsabilidade da psicóloga Ângela Bein Piccoli do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Fundação Universitária de Cardiologia/Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder e a outra com o pesquisador (a) responsável. Porto Alegre, ________ de ___________ de 201__. __________________________________ _________________________ Assinatura do (a) responsável pelo jovem Telefone:............................... Assinatura do jovem Nome:....................................... ____________________________________ Assinatura da pesquisadora Psic. Ângela Bein Piccoli Fone: (51)3230.3617 176 APÊNDICE B – Carta aos pais FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA INSTITUTO DE CARDIOLOGIA/RS Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde PESQUISA: Estilos, Práticas Alimentares Parentais e o Estado Nutricional em Adolescentes Porto Alegre, maio de 2012. Prezados pais ou cuidadores, Meu nome é Ângela Bein Piccoli, e sou psicóloga e mestranda do Programa de Pós-graduação em Ciencias da Saúde da Fundação Universitária de Cardiologia/Instituto de Cardiologia. Estou realizando uma pesquisa que aborda sobre as percepções do seu filho sobre as práticas e crenças sobre nutrição e alimentação na família. Para tanto, a Escola de seu filho (a) está colaborando e permitindo que esta pesquisa possa ser realizada com os alunos. Assim, gostaria de receber o apoio de voces em autorizar a participação de seu filho nesta pesquisa. Neste caso, por favor, leiam e assinem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e preencham os dados sobre o peso e altura de voces (pai e mãe) que está em um formulário próprio. Se tiverem alguma dúvida, por favor, entre em contato. Obrigado, Ângela Bein Piccoli Psicóloga – CRP 07/01828 Fone: 8126.0883 177 APÊNDICE C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Título da pesquisa: “Estilos e Práticas Parentais e o Estado Nutricional em Adolescentes de Porto Alegre/RS/Brasil” Estamos realizando uma pesquisa que aborda as relações pais – filhos e como esta pode influenciar no peso dos jovens . Para tanto, gostaríamos que o Sr(a) autorizasse seu filho(a) a participar desta pesquisa onde ele(a) irá responder a três questionários com questões relacionadas aos seus dados pessoais, sobre a percepção do estilo de educação recebida pelos pais, saúde geral e práticas alimentares. Também gostaríamos que consentisse em que os dados relacionados ao peso e altura do jovem, do pai e da mãe sejam registros para a presente pesquisa. Todos os dados serão rigorosamente sigilosos e as informações serão utilizadas somente para fins de pesquisa. O Sr(a). ou seu filho(a) terão o direito de recusar-se a participar deste estudo e em qualquer momento o Sr(a) poderá solicitar esclarecimentos. Se concordares em permitir que seu filho(a) participe, por favor, preencha o termo de autorização abaixo: Eu, _______________________________________, idade _________, portador (a) do RG_____________________________ dou minha autorização, livre e esclarecido, para que meu filho (a) __________________________________, de _____anos, nascido (a) em ______/_____/______; RG________________________________ participe como voluntário (a) do projeto de pesquisa supracitado, sob a responsabilidade da psicóloga Ângela Bein Piccoli do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Fundação Universitária de Cardiologia/Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder e a outra com o pesquisador (a) responsável. Porto Alegre, ________ de ___________ de 201__. __________________________________ Assinatura do (a) responsável pelo jovem Telefone:............................... ____________________________________ Assinatura da pesquisadora Psic. Ângela Bein Piccoli Fone: (51)3230.3617 _________________________ Assinatura do jovem Nome:....................................... 178 APÊNDICE D – Formulário de coleta de dados antropométrico dos pais ESTILOS E PRÁTICAS PARENTAIS E O ESTADO NUTRICIONAL EM ADOLESCENTES DE PORTO ALEGRE/RS/BRASIL Código........................ REGISTRO DE PESO E ALTURA DOS PAIS Senhores pais, os dados abaixo são para uso exclusivo da pesquisa. Complete os dados abaixo: Idade da mãe:............... Peso da mãe: ................. Kg Idade do pai:................. Peso do pai: ...Kg Altura da mãe .............cm Altura do pai .............cm OBSERVAÇÃO: caso receba dois formulários devido à participação de dois filhos preencha os dois, pois os códigos são diferentes. Obrigado, sua participação é muito importante! 179 APÊNDICE E - Questionário de dados sócio-demográfico Código: ________ Data do preenchimento do questionário: _____/____/ ____ FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde PESQUISA: Estilos e Práticas Parentais e o Estado Nutricional em Adolescentes de Porto Alegre/RS/Brasil INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS Os dados informados abaixo serão de uso exclusivo para pesquisa I. IDENTIFICAÇÃO 1. Nome: ....................................................... Sexo: ( 2. Data de Nascimento:........./........../........... 3. Peso............................ 4. Altura..................... 5. Escolaridade ) 7ª série do ensino fundamental 5.2. ( ) 8ª série do ensino fundamental 5.3. ( ) 1º ano do ensino médio (9 anos de estudo) 5.4. ( ) 2º ano do ensino médio (10 anos de estudo) 5.5. ( ) 3º ano do ensino médio (11 anos de estudo) Trabalha? ( 7. Faz estágio? ( ) Não ) Não ( ) Feminino Idade:............................... ... 5.1. ( 6. ) Masculino ( ) Sim Atividade:........................................................ ( ) Sim Atividade:........................................................ 8. Profissão do pai:............................................................................................... 9. Seu pai, hoje está: 9.1 ( ) Empregado 9.2 ( ) Desempregado 9.3 ( ) Aposentado 9.4 ( ) Outro............................................................................................... 180 10. Escolaridade do pai 10.1 ( ) sem estudo 10.2 ( ) ensino fundamental incompleto 10.3 ( ) ensino fundamental completo 10.4 ( ) ensino médio incompleto 10.5 ( ) ensino médio completo 10.6 ( ) ensino superior incompleto 10.7.( ) ensino superior completo 10.8 ( ) pós-graduação 11. Profissão da mãe:............................................................................................. 12. Sua mãe, hoje está: 12.1 ( ) Empregada 12.2 ( ) Desempregada 12.3 ( ) Aposentada 12.4 ( ) Outro............................................................................................... 13. Escolaridade da mãe 13.1 ( ) sem estudo 13.2 ( ) ensino fundamental incompleto 13.3 ( ) ensino fundamental completo 13.4 ( ) ensino médio incompleto 13.5 ( ) ensino médio completo 13.6 ( ) ensino superior incompleto 13.7.( ) ensino superior completo 13.8 ( ) pós-graduação 14. Meus pais são: 14.1. ( ) casados e/ou moram juntos 14.2. ( ) separados e nenhum dos dois têm um novo companheiro(a) 14.3. ( ) separados e ambos tem novos companheiros ( ou casamentos) 14.4. ( ) separados e a mãe continua sozinha e o pai tem outra companheira/esposa 14.5. ( ) separados e o pai continua sozinho e a mãe tem outro companheiro/esposo 14.6. ( ) um de meus pais já faleceu ou ambos já faleceram 181 15. Atualmente, eu moro com (assinale todas as pessoas que vivem na mesma casa que você) 15. 1 ( ) meu pai 15.2 ( ) minha mãe 15.3 ( ) meu padrasto 15.4 ( ) minha madrasta 15.5 ( ) meu (s) irmão (s) Quantos?........................................ 15.6 ( ) filho(s) de meu padrasto ou madrasta Quantos?........................................ 15.7 ( ) meu avô 15.8 ( ) minha avó 15.9 ( ) meu tio ou tia 15.10( ) Outros – Quem?........................................................................................................... (identifique com o grau de parentesco ou de relacionamento) 16. Pensando em quem cuida de você, diga quem participa mais de sua educação. 16.1.( ) minha mãe e meu pai juntos 16.2 ( ) mais minha mãe 16.3 ( ) mais meu pai 16.4 ( ) meu padrasto ou minha madrasta 16.5 ( ) Meu Avô e/ou avó 16.6 ( ) Meus tios 16.7 ( ) Outros – Quem?........................................................................................................... (identifique com o grau de parentesco ou de relacionamento) 17. Tem irmãos? ( ) Não ( ) Sim Quantos?............................ 18. Qual sua posição de nascimento entre os irmãos? ( Outro:.............. ) 1º ( ) 2º ( 19. Em minha casa nós vivemos com uma renda familiar aproximada de.... 19.1. ( ) Até 1 salário mínimo (R$ 700,00) 19.2. ( ) Entre 1 e 3 salários mínimos (entre R$ 700,00 a R$ 2.100,00) 19.3. ( ) Entre 3 e 6 salários mínimos (entre R$ 2.100,00 a R$ 4.200,00) 19.4. ( ) Acima de 6 salários mínimos (acima de R$ 4.200,00) ) 3º ( ) 182 APENDICE F – Escala de percepção do adolescente sobre práticas alimentares parentais – Teen-PFP ESCALA DE PERCEPÇÃO DO ADOLESCENTE SOBRE AS PRÁTICAS ALIMENTARES PARENTAIS – Teen-PFP Data da aplicação:___/___/___ Nome:.........................................................Sexo: Feminino ( ) Masculino ( Data de Nascimento:___/___/___ ) Nome da Escola:................................................................ Responda as perguntas abaixo assinalando com um X com que frequência você percebe que acontecem as seguintes situações em relação à pessoa que cuida de tua alimentação. Marque apenas uma resposta em cada item. Nunca Quase Nunca Às vezes Quase Sempre Sempre Os pais ou outros familiares têm diversas preocupações com a alimentação dos filhos e podem ter diferentes atitudes e comportamentos em relação a isto. Por favor, responda as questões abaixo pensando no comportamento de seus pais ou de outra pessoa que cuida da maneira como você se alimenta. Não existem respostas certas ou erradas. Por favor, tente ser o mais sincero possível nas suas respostas. Ao responder, pense em uma pessoa somente, naquela que mais se responsabiliza por sua alimentação: ou só a sua mãe, ou só o seu pai ou outra pessoa. A pessoa que você escolher será referida como cuidador(a). Eu responderei pensando: ( ) na mãe idade:.............. ( ) no pai idade:............. ( )em outra pessoa Quem? ............................... Idade:............ 1. Com que frequência este(a) cuidador(a) controla a quantidade de doces (ou sorvetes, bolos, tortas, chocolates, balas) que você come? 1 2 3 4 5 2. Com que frequência ela/ele monitora a quantidade de lanches industrializados (batatas fritas de pacote, salgadinhos, folhados de queijo, etc...) que você come? 1 2 3 4 5 3. Com que frequência este(a) cuidador(a) controla a quantidade de alimentos gordurosos (hambúrguer, salgadinhos de padaria, maionese, etc..) que você come? 1 2 3 4 5 4. Com que frequência ela/ele controla a quantidade de bebidas açucaradas (refrigerantes, refrescos) que você bebe? 1 2 3 4 5 5. Este(a) cuidador(a) permite que você coma o que quiser? 1 2 3 4 5 6. Dos alimentos servidos no almoço ou jantar, você pode escolher os alimentos que quer, deixando de comer o que não gosta, sem que haja interferência do cuidador(a)? 1 2 3 4 5 7. Quando você está agitado(a), tenso ou irritado(a), este(a) cuidador(a) oferece algo para você comer ou beber? 1 2 3 4 5 8. Quando você está com tédio, sem saber o que fazer, esta pessoa oferece algo para comer ou beber mesmo sabendo que você não está com fome? 1 2 3 4 5 9. Quando você está triste, este(a) cuidador(a) lhe oferece algo para comer ou beber mesmo sabendo que você não está com fome? 1 2 3 4 5 10. Quando você não gosta do que é servido para comer, é oferecido algo a mais para você? 1 2 3 4 5 11. Este (a) cuidador(a) permite que você coma lanches sempre que tiver vontade? 1 2 3 4 5 12. Esta pessoa permite que você deixe a mesa quando está satisfeito, mesmo quando as outras pessoas não terminaram de comer? 1 2 3 4 5 13. Você é incentivado a comer mais alimentos saudáveis do que os não saudáveis? 1 2 3 4 5 Agora, em relação às afirmações abaixo, marque com um X o grau de concordância (1, 2, 3, 4, 5) sobre o quanto cada frase descreve o que acontece realmente em sua casa, sendo o nº 1 quando DISCORDA TOTALMENTE e o nº 5 quando CONCORDA TOTALMENTE. Marque apenas uma resposta para cada frase. Discordo totalmente Discordo em parte Não Concordo e nem discordo Concordo em parte Concordo totalmente 183 14. A maioria dos alimentos que tem em minha casa é saudável. 1 2 3 4 5 15. Este (a) cuidador (a) pede minha opinião no planejamento das refeições e cardápios da família. 1 2 3 4 5 16. Em minha casa tem muitos alimentos industrializados (batata frita, salgadinhos, etc...). 1 2 3 4 5 17. Devo comer toda a comida do meu prato. 1 2 3 4 5 18. Este (a) cuidador (a) precisa ter certeza de que eu não como comidas gordurosas. 1 2 3 4 5 20. Esta pessoa me permite ajudar no preparo das refeições da família. 1 2 3 4 5 21. Eu comeria muito mais das minhas comidas preferidas se não houvesse controle sobre minha alimentação. 1 2 3 4 5 22. Nas refeições em minha casa, há vários alimentos saudáveis disponíveis para que eu possa comer. 1 2 3 4 5 24. Sou incentivado a experimentar novos alimentos. 1 2 3 4 5 26. Esta pessoa me diz que comida saudável é saborosa. 1 2 3 4 5 27. Esta pessoa me encoraja a comer menos para que eu não engorde. 1 2 3 4 5 28. Eu iria comer muito mais ―porcarias‖ se não houvesse controle sobre a minha alimentação. 1 2 3 4 5 29. Esta pessoa ajuda a controlar a quantidade de comida que me sirvo em cada refeição para controle do meu peso. 1 2 3 4 5 30. Se eu digo ―Eu não estou com fome‖, ela/ele insiste que eu coma de qualquer maneira. 1 2 3 4 5 32. Esta pessoa me incentiva a participar das compras do supermercado. 1 2 3 4 5 33. Se eu como mais do que o normal em uma refeição, esta pessoa diminui a quantidade de comida na próxima refeição. 1 2 3 4 5 34. Este(a) cuidador(a) limita os alimentos que possam me engordar. 1 2 3 4 5 35. Ela/ele acha que não devo comer determinados alimentos para não engordar. 1 2 3 4 5 37. Em minha casa tem muitos alimentos doces (sorvetes, bolos, tortas, doces, sobremesas, guloseimas). 1 2 3 4 5 38. Sou encorajado a comer alimentos variados. 1 2 3 4 5 Continue..., em relação às afirmações abaixo, marque com um X o grau de concordância (1, 2, 3, 4, 5) sobre o quanto cada frase descreve o que acontece realmente em sua casa, sendo o nº 1 quando DISCORDA TOTALMENTE e o nº 5 quando CONCORDA TOTALMENTE. Marque apenas uma resposta para cada frase. Discordo Totalmente Discordo em parte Não Concordo e nem discordo Concordo em parte Concordo Totalmente 184 39. Se eu como pouco, sou estimulado a comer mais. 1 2 3 4 5 40. Ela/ele me controla para que eu não coma muito das comidas não saudáveis. 1 2 3 4 5 41. Sou controlado para não comer fora de hora, para que eu não engorde. 1 2 3 4 5 43. Esta pessoa controla para que eu não coma muitos doces, lanches ou salgadinhos. 1 2 3 4 5 44. Esta pessoa come alimentos saudáveis para me dar exemplo de hábitos alimentares saudáveis. 1 2 3 4 5 45. Este cuidador (a) me obriga a fazer dieta para controlar o meu peso. 1 2 3 4 5 46. Mesmo que não seja a comida preferida do(a) cuidador(a), ela/ele frequentemente come por achar importante que eu tenha o exemplo dela(e). 1 2 3 4 5 47. Ela/ele tenta mostrar entusiasmo em relação a alimentos saudáveis. 1 2 3 4 5 48. Ela/ele demonstra para mim o quanto aprecia e gosta de comer alimentos saudáveis. 1 2 3 4 5 49. Quando termino de comer, ela/ele tenta me oferecer mais um pouco. 1 2 3 4 5 185 APÊNDICE G – Tabelas não demonstradas no artigo: “Validação de um instrumento para avaliar a percepção de adolescentes sobre práticas alimentares parentais (Teenager’s perception of parental feeding practices scale) – Teen – PFP” Tabela A1. Diferenças de escores médios dos fatores entre teste e re-teste 95% IC da diferença Fatores m Inferior Superior t df p* 1 Autoridade do Adolescente 0,112 -0,034 0,258 1,545 40 0,130 2 Regulação Emocional -0,073 -0,340 0,194 -0,552 40 0,584 3 Incentivo ao equilíbrio e a variedade 0,060 -0,152 0,274 0,576 40 0,568 4 Ambiente 0,164 -0,001 0,330 2,003 40 0,052 5 Alimento como recompensa 0,121 -0,191 0,435 0,786 40 0,437 6 Envolvimento -0,089 -0,297 0,118 -0,870 40 0,390 7 Modelo dos Pais -0,042 -0,297 0,211 -0,339 40 0,736 8 Monitoramento 0,018 -0,224 0,261 0,152 40 0,880 9 Pressão para comer 0,201 -0,044 0,446 1,658 40 0,105 10 Restrição para a Saúde 0,036 -0,204 0,277 0,307 40 0,761 11 Restrição para Controle do Peso 0,042 -0,135 0,220 0,486 40 0,630 12 Ensino sobre nutrição -0,008 -0,281 0,265 -0,060 40 0,952 Nota: *Teste t Student. A tabela mostra que não houve diferenças significativas entre a primeira e segunda aplicação do protocolo Teen-PFP em nenhum dos fatores. Tabela A2: Matriz de Correlação de Pearson entre os fatores da escala Teen-PFP AA Autoridade Adolescente (AA) Regulação Emocional (RE) RE IEV AMB ENV MOD MNT PR RCP 1 0,054 1 Incentivo Equilíb/Varied (IEV) -0,190** 0,118* 1 Ambiente (AMB) -0,266** -0,052 0,524** Envolvimento (ENV) -0,007 0,141* 0,307** 0,211** 1 Pais Modelo (MOD) -0,293** 0,121* 0,576** 0,436** 0,240** 1 Monitoramento (MNT) -0,396** -0,012 0,453** 0,464** 0,130* 0,460** 1 Pressão (PR) -0,122* 0,237** 0,217** 0,054 0,183** 0,070 Restrição para Saúde (RS) -0,276** 0,095 0,340** 0,227** 0,067 0,371** 0,422** 0,193** Restrição Controle Peso (RCP) -0,393** 0,078 0,350** 0,262** 0,157** 0,408** 0,525** Nota: *p<0,05; **p˂ 0,01 RS 1 0,085 1 0,034 1 0,540** 1 186 APÊNDICE H – Tabelas não demonstradas no artigo “Relações entre estilos parentais, práticas alimentares e o estado nutricional de adolescentes.” Tabela A3: Práticas Alimentares Parentais X Configuração Familiar CONFIGURAÇÃO FAMILIAR Mora com ambos os pais Mora com pais com novas uniões Mora somente com um dos pais Total N= 268 (100) P* Controle pelo adolescente 3,43 (0,83) 3,39 (0,81) 3,21 (0,87) 3,39 (0,83) 0,409 Regulação emocional 1,85 (0,93) 1,92 (1,02) 1,85 (0,94) 1,86 (0,95) 0,856 Alimentação equilibrada e variada 4,14 (0,83) 4,06 (0,71) 4,04 (0,70) 4,11 (0,79) 0,703 Ambiente 3,65 (0,83) 3,72 (0,77) 3,70 (0,95) 3,67 (0,83) 0,864 Envolvimento 3,44 (0,95) 3,51 (1,11) 3,46 (1,11) 3,46 (1,00) 0,913 Pais como modelo 3,42 (1,14) 3,37 (1,06) 3,39 (1,15) 3,41 (1,12) 0,961 Monitoramento 3,32 (1,00) 3,21 (1,06) 3,11 (1,08) 3,27 (1,02) 0,503 Pressão dos pais 2,87 (0,95) 2,96 (0,85) 3,06 (0,89) 2,91 (0,92) 0,514 Restrição para saúde 2,97 (0,98) 2,77 (0,94) 2,76 (1,05) 2,90 (0,98) 0,303 Restrição para controle de peso 2,57 (0,94) 2,50 (0,95) 2,43 (0,97) 2,54 (0,94) 0,718 PRÁTICAS ALIMENTARES PARENTAIS Nota: *Teste de Análise de Variância (ANOVA) - 187 Tabela A4. Perceptions of the Parental Feeding Practices X Socio-bio-demographic Variables AGE¹ SEX ² TYPE OF SCHOOL ² PARENTAL FEEDING 12-13 14-15 16-18 PRACTICES n =69 n =102 n = 100 m (sd) m (sd) m(sd) Adolescent's Authority Emotional Regulation Incentive to balance and variety Environment Involvement Model Parents 3.06 ªᵇ 3.43ª 3.56ᵇ (0.87) (0.74) (0.86) 1.95 1.81 1.86 (0.91) (0.92) (1.01) 4.20 4.14 4.02 (0.82) (0.79) (0.76) 3.69 3.73 3.62 (0.90) (0.81) (0.82) 3.40 3.46 3.51 (1.04) (0.93) (1.05) 3.56 3.36 3.36 (1.16) (1.11) (1.11) 3.71 ªᵇ 3.24ª 3.00ᵇ (0.92) (0.89) (1.11) 3.00 2.85 2.93 (0.93) (0.87) (0.97) Restriction aiming at 3.17ᵇ 2.89 2.72ᵇ health (0.97) (0.97) (0.96) Monitoring Pressure for eat p 0.001 0.637 0.291 0.629 0.799 0.459 0.001 0.571 0.014 Male Female (n=115) (n=156) m (sd) m (sd) 3.33 3.42 (0.84) (0.84) 1.77 1.93 (0.86) (1.00) 4.07 4.14 (0.77) (0.80) 3.66 3.69 (0.78) (0.87) 3.08 3.75 (1.01) (0.89) 3.51 3.33 (1.03) (1.19) 3.22 3.31 (0.99) (1.04) 3.08 2.79 (0.87) (0.95) 2.81 2.97 (0.93) (1.01) p 0.372 0.187 0.470 0.706 0.001 0.195 0.515 0.011 0.202 Private Public (n=124) (n=147) m (sd) m (sd) 3.15 3.58 (0.77) (0.85) 1.72 1.98 (0.84) (1.02) 4.28 3.97 (0.68) (0.84) 3.85 3.53 (0.79) (0.85) 3.46 3.47 (0.95) (1.05) 3.51 3.33 (1.10) (1.14) 3.62 2.98 (0.94) (1.00) 2.89 2.94 (0.86) (0.97) 2.98 2.83 (0.96) (0.99) p 0.001 0.029 0.001 0.002 0.948 0.201 0.001 0.673 0.229 PARENTS' EDUCATIONAL LEVEL ¹ College Elem. Elem. High Incomp Compl. School n=35 n=34 n=96 m (sd) m (sd) m (sd) 3.52 3.62 3.36 3.28 (0.77) (0.84) (0.83) (0.85) 2.10 1.95 1.72 1.89 (1.00) (1.08) (0.92) (0.90) 3.93 3.88ᵈ 4.13 4.28ᵈ (0.85) (0.76) (0.74) (0.72) 3.58 3.58 3.67 3.77 (0.76) (0.81) (0.80) (0.85) 3.44 3.32 3.41 3.58 (1.03) (0.96) (1.11) (0.90) 3.47 3.30 3.47 3.43 (1.08) (1.11) (1.03) (1.20) or Higher p n=103 m (sd) 3.14 3.16 3.31 3.37 (0.93) (0.97) (1.01) (1.04) 2.95 2.80 2.90 2.97 (1.00) (0.88) (0.91) (0.93) 3.07 2.74 3.00 2.85 (1.00) (1.00) (0.96) (0.96) 0.158 0.210 0.020 0.509 0.528 0.892 0.585 0.815 0.345 188 Tabela A4. Perceptions of the Parental Feeding Practices X Socio-bio-demographic Variables (continued). AGE¹ SEX ² TYPE OF SCHOOL ² PARENTAL FEEDING 12-13 14-15 16-18 PRACTICES n =69 n =102 n = 100 m (sd) m (sd) m(sd) Restriction for weight 2.79ᵇ 2.55 2.35ᵇ control (0.96) (0.93) (0.91) p 0.010 Male Female (n=115) (n=156) m (dp) m (sd) 2.46 2.59 (0.97) (0.92) p 0.243 Private Public (n=124) (n=147) m (dp) m (sd) 2.59 2.49 (0.91) (0.96) p 0.358 PARENTS' EDUCATIONAL LEVEL ¹ Elem. Elem. High Incomp Compl. School n=35 n=34 n=96 (13.1) (12.7). (35.8) College or Higher n=103 (38.4) 2.70 2.41 2.61 2.47 (0.86) (0.77) (0.99) (0.97) (1) Variance analysis (ANOVA) followed by Tukey test for multiple comparisons (2) Student t-test; When there is a significant difference (p<0.05) between two categories, these will have a letter to identify them: (a) 12-13 years old vs. 14-15 years old vs. 16-18 years old; (d) Education Elementary School Complete vs. Higher education complete p 0.445 189 Tabela A5. Parental Feeding Practices vs. Teenagers' Weight Status WEIGHT STATUS Reference Weight Excess Weight <p85 ≥p85 N= 195 N=76 m(sd) m(sd) Adolescent's Authority 3.38 (0.82) 3.38 (0.90) 0.993 Emotional Regulation 1.94 (0.99) 1.67 (0.82) 0.035 Incentive to balance and variety 4.13 (0.75) 4.05 (0.87) 0.458 Environment 3.66 (0.80) 3.73 (0.92) 0.564 Involvement 3.53 (0.98) 3.30 (1.04) 0.093 Model Parents 3.45 (1.07) 3.30 (1.25) 0.312 Monitoring 3.21 (1.04) 3.43 (0.95) 0.109 Pressure for eat 3.08 (0.84) 2.50 (0.99) <0.001 Restriction aiming at health 2.86 (0.97) 3.00 (0.99) 0.299 Restriction for weight control 2.37 (0.88) 2.96 (0.95) <0.001 FEEDING PRACTICES * Student t-Test p* 190 ANEXO A – Escalas de Responsividade e Exigência Abaixo há uma série de frases sobre atitudes de pais e mães para você avaliar. Por diversos motivos nem sempre as pessoas que fazem o papel de pai e de mãe em nossas vidas são os nossos pais biológicos. Você deve responder os itens a seguir considerando as pessoas que, na sua vida pessoal, cumprem esses papéis de pai e de mãe. Às vezes pode ser um padrasto ou madrasta, ou mesmo uma outra pessoa (tio ou tia, avô ou avó...). Antes de começar, indique quem você vai considerar mãe e pai nas suas avaliações: Para mãe: ( ) mãe biológica Para pai: ( ) pai biológico ( ) madrasta ( ) padrasto ( ) outra pessoa (indicar): __________ ( ) outra pessoa (indicar): ___________ Para cada um dos itens abaixo marque, à direita, a resposta que melhor se aproxima à sua opinião de acordo com a chave de respostas abaixo. Você pode usar os números 1, 2, 3, 4 e 5 dependendo da freqüência ou intensidade com que ocorrem as situações descritas nas frases (quanto maior o número, mais freqüente ou intensa é a situação). Não esqueça que você pode usar os números intermediários (2, 3 e 4) para expressar níveis intermediários de freqüência ou intensidade das situações, e não apenas as opções extremas representadas pelos números 1 e 5. Assinale apenas uma resposta por frase, e não deixe nenhum item sem resposta. Quase nunca ou bem pouco 1 2 3 4 5 A respeito de teus pais considera as seguintes frases 1. Sabe aonde vou quando saio de casa. 2. Controla as minhas notas no colégio. 3. Exige que eu vá bem na escola. 4. Impõe limites para as minhas saídas de casa. 5. Me cobra quando eu faço algo errado. 6. Tem a última palavra quando discordamos sobre um assunto importante a meu respeito. 7. Controla os horários de quando eu estou em casa e na rua. 8. Faz valer as suas opiniões sem muita discussão. 9. Exige que eu colabore nas tarefas de casa. 10. Me cobra que eu seja organizado(a) com as minhas coisas. 11. É firme quando me impõe alguma coisa. 12. Me pune de algum modo se desobedeço uma orientação sua. 13. Posso contar com a sua ajuda caso eu tenha algum tipo de problema. 14. Me incentiva a que eu tenha minhas próprias opiniões sobre as coisas. 15. Encontra um tempo para estar comigo e fazermos juntos algo agradável. 16. Me explica os motivos quando me pede para eu fazer alguma coisa. 17. Me encoraja para que eu melhore se não vou bem na escola. 18. Me incentiva a dar o melhor de mim em qualquer coisa que eu faça. 19. Se interessa em saber como eu ando me sentindo. 20. Ouve o que eu tenho para dizer mesmo quando não concorda. 21. Demonstra carinho para comigo. 22. Me dá força quando eu enfrento alguma dificuldade ou decepção. 23. Mostra interesse pelas coisas que eu faço. 24. Está atenta(o) às minhas necessidades mesmo que eu não diga nada. Geralmente ou bastante 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 MÃE 3 4 3 4 3 4 3 4 3 4 5 5 5 5 5 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 PAI 3 4 3 4 3 4 3 4 3 4 5 5 5 5 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 1 2 3 4 5 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 1 2 3 4 5 Fonte: Teixeira MAP, Bardagi MP, Gomes WB. Refinamento de um instrumento para avaliar responsividade e exigência parental percebidas na adolescência. Aval Psicol. 2004;3(1):01-12.