revista - Agrária
Transcrição
revista - Agrária
revista EDIÇÃO 3 09.2015 Com contornos cada vez mais estratégicos, incluindo a gestão da qualidade, saúde, segurança e meio ambiente, evento mira objetivos fundamentais, como zerar o número de acidentes com afastamento. REFERÊNCIA NO AGRONEGÓCIO VIAGEM AO CHACO PARAGUAIO APLICAÇÃO PÓS-EMERGÊNCIA 1º CONCURSO FOTO COOPERATIVA Modelo de gestão da Agrária chama atenção de cooperativas e evento australiano Agrária visita região semiárida, modelo em agropecuária e cooperativismo no país vizinho As orientações da FAPA para controlar pragas e daninhas nos primeiros estágios do milho Fotos enviadas à Revista Agrária ou que retratem o WinterShow concorrem a prêmios ÍNDICE Evento reúne colaboradores e ganha contornos cada vez mais estratégicos, incluindo a gestão da qualidade, saúde, segurança e meio ambiente ESPECIAL: REFERÊNCIA NO AGRONEGÓCIO Modelo de gestão da Agrária chama atenção de cooperativas em evento australiano Expediente CAPA – SER AGRÁRIA revista REVISTA AGRÁRIA ANO I | Edição 3 | Setembro de 2015 VIAGEM AO CHACO PARAGUAIO Agrária visita região semiárida, modelo em agropecuária e cooperativismo no país vizinho Saúde Ocupacional: Colaboradores da Agrária relatam como conseguiram largar o vício do cigarro, após duas décadas de dependência Aplicação Pós-Emergência do Milho: Recomendações para garantir boa qualidade e produtividade do milho 1º Concurso Foto Cooperativa: Saiba como participar do prêmio de fotografia para colaboradores e cooperados Esporte e Integração: Ireks é campeã da fase municipal dos Jogos Sesi 2015 ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO E IMPRENSA AGRÁRIA A Revista Agrária tem por objetivo divulgar fatos relevantes pertinentes à Cooperativa Agrária Agroindustrial. É produzido e publicado mensalmente pela equipe de jornalistas da assessoria de comunicação e imprensa da Cooperativa. Jornalista responsável e editor-chefe: Klaus Pettinger Matérias e fotos: Harald Essert e Klaus Pettinger Diagramação e Direção de Arte: Roberto Niczay - Arkétipo Agrocomunicação www.arketipo.com.br Impressão: Gráfica Positiva e Editora Cascavel - PR. Contato Publicitário: Guerreiro Agromarketing: (44) 3026-4457 Tiragem: 2.000 Exemplares. Distribuição gratuita. Os pontos de vista expressos por pessoas entrevistadas e/ou artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Agrária. COOPERATIVA AGRÁRIA AGROINDUSTRIAL Fundação: 5 de maio de 1951 Endereço: Praça Nova Pátria Colônia Vitória | Entre Rios Guarapuava (PR) | CEP 85.139-400 Contato:[email protected] (42) 3625-8008 Visite o nosso site: www.agraria.com.br EDITORIAL A busca constante pela excelência E m meio às turbulências da economia, o mercado do agronegócio demanda ações arrojadas e maleáveis – mas sem perder de vista os parâmetros que balizam sua razão de ser. Assim, a Cooperativa Agrária tem se tornado cada vez mais um referencial no que diz respeito à gestão cooperativista e produção agroindustrial. Dentro e também fora do Brasil. Em julho, a Agrária, entre todas as cooperativas agrícolas do país, foi convidada a falar sobre o mercado brasileiro de grãos e oleaginosas na AGIC (Australian Grains Industry Conference), principal evento relativo à indústria de grãos daquela nação. O presidente Jorge Karl representou a Cooperativa, palestrando em dois dias para representantes do mercado agrícola internacional. No início de setembro, outra mostra de reconhecimento. Duas cooperativas paranaenses – Castrolanda e Integrada – realizaram benchmarking na Agrária, ou seja, aprenderam o seu modelo cooperativista. Isso significa que elas atestam os resultados do modelo de integração entre as ferramentas de qualidade e o planejamento estratégico da Cooperativa. No território sempre mais dinâmico e incerto do mercado global, o símbolo tradicional do farol como ponto de referência perde a finalidade. Em vez de um modelo rígido e imutável, sempre no mesmo lugar, o mundo de hoje requer modelos mais quânticos, que se moldem às necessidades e intempéries do âmbito dos negócios, e que saibam sentir e se adaptar aos diversos contextos em que atuam. Se a Agrária é hoje um Norte em seu meio, é por ter permanecido aberta à mudança, ao aperfeiçoamento, buscando constantemente os modelos mais bem-sucedidos. Não à toa, cooperados e colaboradores foram conhecer o modelo produtivo e cooperativista dos menonitas de Chaco, no Paraguai – região que, apesar da semiaridez, produz a maior parte do leite produzido no país. O modelo de cooperativismo daquela comunidade também tem peculiaridades que promovem o bem-estar e a boa convivência do grupo. Modelos que servem de inspiração. Afinal, ser referência na atual conjuntura é ter disposição para se reinventar constantemente. Assessoria de Comunicação e Imprensa Departamento de Marketing Cooperativa Agrária Agroindustrial GESTÃO AGRÁRIA “SER REFERÊNCIA NACIONAL...” Quando a percepção externa sobre a Agrária demonstra o acerto na gestão da própria cooperativa: exemplos apontam que o atingimento da visão está próximo Jorge Karl palestra a convite da organização da Conferência Australiana e apresenta “case” Agrária KLAUS PETTINGER C onsiderado uma das mais sólidas bases de sustentação da economia brasileira, o agronegócio tem investido cada vez mais na gestão profissional. Neste sentido, a Agrária apareceu novamente, nas últimas semanas, como referência para cooperativas, empresas e organizações de destaque nacional e até internacional. Em final de julho passado, a Agrária foi a única cooperativa e único representante da América Latina a ser convidado para partici- 4 Revista Agrária par da principal conferência relativa à indústria de grãos do calendário australiano e uma das maiores do mundo: a AGIC (Australian Grains Industry Conference). O desejo dos organizadores, dentre eles a Federação Australiana de Oleaginosas, era apresentar o “case” Agrária ao público presente, composto por lideranças industriais, órgãos governamentais, prestadores de serviços e consumidores finais de diversos países. No dia 29 de julho, o diretor presidente, Jorge Karl, apresentou o tema “Cooperativa Agrária – estudo de caso e o papel das cooperativas no mercado brasileiro de grãos e GESTÃO AGRÁRIA oleaginosas”, incluindo abordagens sobre a Agrária, o panorama do mercado nacional e externo de grãos, os desafios impostos pela infraestrutura brasileira e comparativos com a realidade australiana. “Trata-se de um evento de enormes proporções e grande importância para todo o mercado, inclusive ao do nosso cooperado”, observou Karl, segundo o qual o fato de a Agrária ter sido escolhida para representar e falar sobre o panorama atual do Brasil, considerado um dos maiores players do agronegócio mundial, é bastante relevante. “É a Agrária sendo referência no agronegócio e no cooperativismo”. A conferência foi realizada em Melbourne, entre os dias 27 e 29 de julho. Naquela semana, Karl também palestrou para produtores locais acerca da perspectiva atual da agricultura no Brasil. Além disso, ainda no dia 27, a convite da Federação Australiana de Oleaginosas, o presidente proferiu duas apresentações sobre a Agrária: primeiramente, durante encontro com aproximadamente 30 membros da própria Federação; logo em seguida, para o conselho da Soy Australia, organização voltada à difusão ao mercado de novas variedades de soja. “Tivemos a possibilidade de apresentar informações importantes aos australianos sobre as cooperativas brasileiras e o próprio Brasil. Da mesma forma que recebemos feedbacks únicos sobre a atual conjuntura daquele e de outros países”, analisou Karl. BENCHMARKING COOPERATIVO Se no exterior a Agrária chama a atenção pela sua atenção como “grande cooperativa Brasileira”, conforme citado pelo jornal australiano “The Land”, no Brasil o modelo de gestão foi motivo de visitas recentes de duas cooperativas paranaenses a Entre Rios: a Integrada e a Castrolanda. Ambas enviaram suas equipes para realizar benchmarking (processo de busca das melhores práticas em determinada empresa, que conduzam ao desempenho superior), com a gerência de gente e gestão e o departamento de marketing. “Visitamos a Agrária para realizar networking e conhecer a sua gestão de qualidade, bem como as ferramentas e as metodologias de conexão com o Planejamento Estratégico”, explicou Ana Almeida, coordenadora socioambiental e colaboradora da divisão regional industrial, área responsável pelos projetos e o Planejamento Estratégico da Cooperativa Integrada. A cooperativa esteve na Agrária no dia 27 de agosto, e contou também com a presença do gerente da Divisão Regional Industrial, Haroldo Polizel. “Poder conhecer a aplicação das ferramentas de qualidade totalmente Equipe da Castrolanda realizou benchmarking com a gerência de gente e gestão e o departamento de marketing integradas com o Planejamento Estratégico nos permite uma grande clareza de ideias”, observou o gerente. “Das ferramentas, o 6 Sigma nos chamou muito a atenção pela clareza de foco em resultado. Pretendemos nos aprofundar no assunto e realizar as adequações necessárias para aplicação dessas ferramentas”, destacou Ana. A Castrolanda, por sua vez, realizou benchmarking com a gerência de gente e gestão, bem como o departamento de marketing, no último dia 4 de setembro. “O que mais me impressionou foi a estruturação do Planejamento Estratégico e programas vinculados, que auxiliam desde o desdobramento até a operação”, observou Jonathan Roque Mendes de Souza, coordenador de sistemas de gestão integrada da Castrolanda. A definição no papel de cada participante no processo é um fator cultural positivo da Agrária, observou. “Da mesma forma, aprendemos bastante com o sistema de comunicação interna, o endomarketing, que é extremamente importante. De nada adianta desenhar uma estratégia com a alta direção se você não consegue comunicar - e, principalmente, dar subsídios para os colaboradores executarem a ação”, analisou o gerente, cuja equipe também visitou as Cooperativas Copacol e Frísia. “As visitas fazem parte de um planejamento interno de benchmarking para conhecer boas práticas, e a estrutura da Agrária nos chamou muito a atenção”, reforçou Jonathan. Haroldo Polizel, da Integrada, destacou a importância de conhecer a aplicação das ferramentas de qualidade integradas com o PE Revista Agrária 5 GESTÃO AGRÁRIA ATINGINDO A VISÃO Segundo sua Visão, a Cooperativa Agrária tem por norte “ser referência nacional em tecnologia de produção agroindustrial e gestão cooperativista”. Para o superintendente da Agrária, Adam Stemmer, todo o sistema de gestão implementado nos últimos anos tem despertado a atenção do mercado. “Não só nacionalmente, mas até de outras partes do mundo. Um dos exemplos foi o convite recebido pelo nosso presidente, Jorge Karl, para explanar acerca do modelo profissional e cooperativista na Austrália”, analisou. O gerente de gente e gestão da Agrária, Mauro Vanz, complementa: “O fato de cooperativas importantes em seus segmentos de atuação procurarem a Agrária como modelo para a melhoria de seus processos de gestão, com certeza demonstra que a Agrária já atingiu a sua visão no que diz respeito a ser referência nacional em tecnologia de produção agroindustrial e gestão cooperativista”. A própria troca de informações traz melhorias importantes para a Agrária, reforçou Stemmer. “Quando alguém vem nos visitar ou nós vamos a outras cooperativas, sempre se aprende e se utiliza a oportunidade para melhorar o próprio sistema. É um aprendizado de duas vias”. REPERCUSSÃO A imprensa australiana repercutiu o evento e citou a participação “de palestrantes internacionais”, como o presidente da Agrária, Jorge Karl. No Brasil, a Agrária também foi destaque. O jornal “The Land” trouxe matéria sobre a AGIC e citou a participação da Agrária: “Uma série de líderes palestrantes internacionais, incluindo Jorge Karl, diretor da Agrária, grande cooperativa agrícola brasileira, falarão no dia dos produtores”. Veículos como Paraná Cooperativo (Ocepar), Rede Sul de Notícias e Portal da Acig veicularam notícia sobre a participação da Agrária na AGIC 6 Revista Agrária “DE OLHO” REDUZ GRAVIDADE E FREQUÊNCIA DE ACIDENTES HARALD ESSERT C onsciência e reflexão a respeito dos próprios riscos ocupacionais. Essa é a estratégia do programa De Olho para melhorar a atitude dos colaboradores em relação às condutas de segurança no trabalho em todos os setores da Agrária. A ideia é que, em vez de advertir e punir, os líderes façam os funcionários pensar sobre os riscos que determinados comportamentos – desobedecendo às diretrizes de segurança – podem causar. E segundo gerentes de unidades de negócios da cooperativa, esse método tem surtido efeito. O De Olho foi instituído em 2014, pensando na meta de zerar os acidentes com afastamento até 2018. Tendo em vista que, até a publicação desta matéria, a Agrária contabilizava apenas dois afastamentos em 2015 (contra 25 em todo o ano passado), a marca dos zero acidentes já se torna um objetivo mais palpável. “Essa meta é audaciosa, mas perfeitamente possível de alcançar”, disse o gerente da Agrária Malte, Frank Nohel. Em sua opinião, é sensível a mudança na conduta dos colaboradores no dia-a-dia da indústria. “Há uma maior consciência dos nossos funcionários e terceiros no uso dos EPIs [equipamentos de proteção individual] e atitudes e procedimentos seguros no trabalho”. Essa também é a percepção do gerente da Agrária Farinha e Nutrição Animal, Jeferson Caus. Segundo ele, no ano passado houve um acidente com afastamento em sua gerência – em 2015, em contraposição, ainda não houve nenhum. “E no ano retrasado [2013] tivemos quatro ou cinco. Então o número só vem caindo. Porém os acidentes sem afastamento ainda são numerosos. Eles nos preocupam e, assim como em toda a Agrária, estamos trabalhando para reduzi-los também”. De acordo com Caus, essa melhoria de postura em relação aos procedimentos de segurança vem mudando o perfil dos acidentes de trabalho. “Diminuiu a gravidade dos acidentes e, consequentemente, o afastamento. Então eles hoje são menos graves e ocorrem com menos frequência”. Frank Nohel reafirmou ainda a necessidade do exemplo para que as boas práticas se propaguem. “Sem a atuação, apoio e bom exemplo das lideranças, os resultados não seriam os que estamos alcançando”, afirmou. “Todos nós da Agrária devemos incorporar às nossas atitudes e ações o senso de segurança, tanto no trabalho, quanto fora dele”. Frank Nohel: sem apoio e bom exemplo das lideranças, os resultados não seriam os que estamos alcançando Jeferson Caus: os acidentes sem afastamento ainda preocupam, e estamos trabalhando para reduzi-los também Revista Agrária 7 SAÚDE OCUPACIONAL OS BENEFÍCIOS DA VIDA SEM A propósito do Dia Nacional de Combate ao Fumo, colaboradores da Agrária relatam como conseguiram largar o vício, após duas décadas de dependência André Regis: “A vida sem tabaco é bem melhor” 8 Revista Agrária KLAUS PETTINGER “Certo dia, minha filha viu minha carteira de cigarros e perguntou: ‘O que esse giz de por na boca está fazendo na porta do seu carro, papai?’ Nunca fumei na frente dela e joguei a carteira no lixo. Então ela disse: ‘muito bem, papai’. Minha filha tinha três anos! Pensei: meus filhos não merecem isso. Esse foi o fator decisivo para eu parar de fumar”. O relato acima retrata a experiência do colaborador da gerência operacional da Agrária, André Regis Adams. O dia 8 de maio de 2014 foi o marco imposto por ele para abandonar o vício do cigarro, com o qual convivia havia 20 anos. O que parece fácil, no entanto, é um tormento para muitos fumantes. De acordo com dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), o tabagismo mata cinco milhões de pessoas por ano, em todo mundo - 200.000 apenas no Brasil. Mesmo assim, cerca de 20% da população mundial, e 15% da brasileira, ainda é fumante. Campanhas de conscientização, como o Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado no último dia 29 de agosto, trazem informações, muitas vezes assustadoras. Como o dado de que 30 mil crianças brasileiras, entre 5 e 10 anos de idade, fumam habitualmente. Contudo, a decisão e a motivação para parar têm de partir do fumante. “Podem vir todos falar que é preciso parar, que faz muito mal à saúde e que estamos pa- gando para reduzir a qualidade e expectativa de vida. Mas o fumante só decide por abandonar o cigarro quando acreditar em si mesmo que quer parar, que assumirá o compromisso e que irá conseguir”, observou o coordenador da Unidade Vitória, Egon Luiz Syperreck, que descartou o vício em junho de 2014, após 24 anos. PREPARAÇÃO E CONVENCIMENTO Portanto, antes de parar, a preparação psicológica é fundamental. Além da vontade e da decisão, muitos fumantes se agarram em motivações externas, como a família, o risco de desenvolver uma doença (como o câncer) e a própria debilidade física. Correr atrás de informações alarmante também ajuda para quem precisa de convencimento interno. Segundo estudos desenvolvidos pela Universidade da Califórnia (EUA), a nicotina pode gerar consequências impactantes na saúde inclusive para futuras gerações. É sabido que mulheres grávidas não devem fumar, contudo, descobriu-se que o cigarro gera alterações fisiológicas, de modo que até mesmo o filho ou neto de uma mulher fumante corre o risco de desenvolver asma. De acordo com os pesquisadores, “a nicotina tem o poder de desligar genes necessários para a formação correta dos pulmões - e essa mudança é transferida aos descendentes do fumante”. Foi o bem-estar da família, mais do que a respiração pesada e o cansaço constante, que motivou André Regis a parar. “Meu filho era SAÚDE OCUPACIONAL RECUPERAR O FÔLEGO Egon investiu o dinheiro do cigarro em uma bicicleta e hoje pratica dois esportes pequeno, eu chegava em casa e pegava-o no colo. Depois minha esposa dizia que ele estava cheirando a cigarro”, observou. “Ele não tem culpa do meu vício. Como explicarei a ele o que é certo e errado, sendo que eu mesmo não faço a coisa certa”, acrescentou o colaborador. No caso de Egon, fortes dores de cabeça, tosses e a percepção que almejava um futuro mais saudável do que aquele que o esperava foram determinantes para sua decisão. “Via aqueles típicos velhinhos fumando, magrinhos, cor pálida, com aspecto mais velho do que realmente eram. Pensava: não quero essa vida”. DRIBLANDO A MENTE Após estar preparado e decidido, é hora de se preparar para “driblar” as armadilhas da própria mente. Em muitos casos, o vício prega peças, como a autossabotagem. “A jogada da mente é simples. Você para por alguns dias e de repente pensa: bom, vou fumar só um hoje, porque consigo parar tranquilamente amanhã, até porque já fiquei dois dias sem e foi fácil. Mas não é bem assim”, observou Egon. Por sinal, os primeiros dias são os mais complicados e exigem elevado autocontrole. Lançar mão de tratamentos existentes gratuitamente, incluindo os adesivos de nicotina, têm gerado grande adesão e bons resultados. Mudanças de hábitos, como reduzir o consumo de café e álcool podem ser benéficos. Nesta fase, a habilidade para lidar com os impulsos também é fundamental. “Uma tática que usei foi pensar: já são 8h da noite e não fumei até agora, daqui a pouco vou dormir e passará mais um dia. Depois pensava: já estou há 15 dias sem fumar, vou ficar mais hoje. E assim fui driblando a mente”, explicou André Regis. Ocupar o tempo ocioso é fundamental, pois este momento é usado como desculpa. “De repente a gente se pega pensando: o que vou fazer no intervalo do almoço, após a janta e nos finais de semana se não puder ir fumar”. Uma das dicas é iniciar a prática de alguma atividade física, fazer uma leitura, sair com a família para uma caminhada, visitar os familiares e amigos, entre outros programas. “É preciso compensar esses momentos de alguma forma e transformá-los em uma atividade saudável, que realmente dê prazer e que traga benefício para si e para outros que estão a sua volta”, observou o técnico de enfermagem da área de SSMA (Saúde, Segurança e Meio Ambiente), Erineu Litenski. Portanto, não há a necessidade de se tornar um atleta. Uma simples caminhada já auxilia a ocupar a mente e o corpo, além evitar outra tentação comum: o de se alimentar em demasia. Egon resolveu unir o útil ao agradável: calculou quanto gastava em cigarros por mês e destinou este valor para a aquisição de uma bicicleta. Hoje pedala diariamente e ainda faz natação. “Parei de fumar, comecei a fazer exercício e emagreci 10 quilos”. Os benefícios observados pelo ex-fumante são variados: a ausência do tabaco melhorou o paladar, a força e resistência física e a disposição para efetuar tarefas profissionais e pessoais. SEM VOLTA Após abandonar o vício, os dois colaboradores observam que conseguem enxergar muito mais malefícios do cigarro, do que quando eram fumantes. Além disso, a vontade deixa de existir. “Quando fumava, eu sonhava com cigarro. Hoje chego a esquecer que já fumei um dia”, relata Egon. Os dois garantem que o esforço de alguns meses para libertar o corpo do vício vale muito a pena. “É importante colocar na cabeça que quer parar, porque a vida sem tabaco é bem melhor”, finalizou André Regis. Erineu: “É preciso compensar a ausência do cigarro com atividades saudáveis, que tragam prazer e benefícios” REFLEXÕES ALGUMAS REFLEXÕES PARA DRIBLAR A MENTE E PARAR DE FUMAR: 1– Sou fumante, mas passo horas no trabalho, em casa ou eventos, sem fumar. Será que realmente não consigo me convencer por mais tempo? 2– Do que mais sentirei falta quando parar? Do vício, da muleta social (autoafirmação), do status? 3– O que farei nos intervalos de almoço, à noite ou enquanto bebo uma cerveja? “Dados da OMS” dão conta que os outros 80% da população mundial sobreviveram a esse “tédio”. 4– De cada 1.000 pessoas, 25 morrem em decorrência de doenças provocadas pelo “fumo passivo”. Você colocaria, voluntariamente, seus filhos, ou demais entes queridos, a qualquer outra situação com 2,5% de risco de morte? 5– A Revista Agrária respeita o direito legítimo de cada indivíduo cultivar hábitos a seu belprazer. Apenas acrescenta que, no espaço de tempo dedicado à leitura desta matéria (cerca de cinco minutos), aproximadamente 50 pessoas morreram vítimas do cigarro, em todo o mundo. Ao menos uma delas, sem nunca ter acendido um cigarro sequer. Revista Agrária 9 ESPECIAL EVENTO SER AGRÁRIA Estratégias para atingir metas: semana aborda gestão da qualidade, saúde, segurança e meio ambiente, em busca de objetivos, como zerar o número de acidentes com afastamento Inclusão da gestão da qualidade foi a principal novidade na programação do Evento SER Agrária 2015 KLAUS PETTINGER H á diversas formas de se memorizar e assimilar informações importantes. Em geral, o ser humano absorve melhor os ensinamentos quando há ilustrações, como os desenhos em livros infantis, ou metáforas, analogias e exemplos, como em palestras e best sellers para todas as idades. Ao longo dos quatro dias, entre 25 e 28 de agosto, o Evento SER Agrária trouxe exatamente isso: conteúdo relevante em forma de muitos exemplos para ensinar, reforçar e conscientizar a respeito de metas estratégicas e da Política de Gestão Integrada, que engloba a preocupação da Agrária com o colaborador, o cooperado, a comunidade e o meio ambiente. “Todos os anos temos inovado, e neste incorporamos mais alguns itens à nossa semana, relacionados aos programas de qualidade. Isso expõe para todos a nossa Política de Gestão Integrada, na qual todos os indicadores e metas es- 10 Revista Agrária tão estritamente relacionados entre si, incluindo to bem aceita e agregou bastante, pois o Cenqualidade, saúde, segurança e meio ambiente”, tro Cultural esteve lotado desde o primeiro dia. descreveu o diretor presidente da Agrária, Jorge Além disso, houve equipes de CCQ abordando Karl, no discurso de enceraspectos sobre segurança do trabalho”, ramento. observou Michel Lucas de Lima, colaO evento abordou Com o tema “Juntos borador da área de Saúde, Segurança e diferentes assuntos do fazemos a diferença”, Meio Ambiente, bem como integrante propósito estratégico SER a semana teve grande da equipe de organização do evento. (Sustentabilidade, Ebitda e Rentabilidade), com presença de colaboraNeste ano, além da diretoria e ênfase no objetivo de zerar dores no Centro Cultural superintendência da Agrária, sempre o número de acidentes Mathias Leh. A principal presentes, o Evento SER Agrária tamcom afastamento até 2018, novidade deste ano, cibém contou com a participação de relacionado ao pilar “S”. tada pelo presidente, cooperados membros do Conselho de ficou por conta da incorAdministração, que assistiram e tamporação à programação de assuntos referen- bém integraram as comissões julgadoras dos tes à gestão da qualidade. As apresentações concursos de teatros e paródias. “É um formato de trabalhos de CCQ (Círculos de Controle de que demonstra o comprometimento da Agrária Qualidade) e Seis Sigma apontaram melho- com os colaboradores, com foco no atingimenrias impactantes no cotidiano da Cooperativa, to das metas do SER, especialmente em relação logo no primeiro dia. ao zero acidente”, explicou o conselheiro de ad“Foi uma demanda que surgiu neste ano e ministração, Osmar Karly. conseguimos englobá-la. Acredito que foi muiA presença de cooperados em programa- ESPECIAL ções como o Evento SER Agrária é vista com bons olhos por Karly. “É uma forma de o cooperado ver o que acontece no cotidiano da Agrária. Muitas vezes ele observa algo do administrativo ou do industrial, mas não vê tudo o que acontece por trás dos processos”, observou o conselheiro. REDUÇÃO DE ACIDENTES Até agosto, a cooperativa alcançou o índice de apenas dois acidentes de trabalho com afastamento – um dos melhores resultados já obtidos. Os diversos esforços realizados neste sentido, como a implementação da ferramenta “De Olho” e o conceito de “dono da área”, têm contribuído para que, em três anos, acidentes graves possam deixar de ocorrer na Cooperativa. “Está muito claro para todos onde queremos chegar até 2018: para a Agrária, o acidente não passa mais a ser tolerado”, ressaltou Jorge Karl. “Assim sendo, conseguimos algumas evoluções: até agosto, estávamos com apenas dois acidentes com afastamento e temos que continuar assim até dezembro. A meta de acidente zero é realmente possível”, acrescentou. O presidente também agradeceu a todos os envolvidos na realização do evento, o que demonstra, segundo ele, “o quanto os colaboradores estão comprometidos e o quanto o SER Agrária está se enraizando cada vez mais”. Por fim, deixou uma mensagem, diante do cenário econômico atual. “Não podemos ignorar as notícias pessimistas, mas temos que procurar as nossas oportunidades. Dentro do nosso trabalho observamos os pontos fortes e fracos, as ameaças e oportunidades. Precisamos olhar as oportu- PREMIAÇÃO GRUPOS DE CCQ Realizada ao final do primeiro dia do Evento SER Agrária, a premiação dos Grupos de CCQ contou com a seguinte classificação: CATEGORIA GRUPO 1º Lugar: Grupo “Andorinha” 2º Lugar: Grupo “Nutrição de Ideias” 3º Lugar: Grupo “Kaizen” 4º Lugar: Grupo “Superação” 5º Lugar: Grupo “João de Barro” 1º Lugar: 2º Lugar: 3º Lugar: 4º Lugar: 5º Lugar: CATEGORIA PROJETOS 1º Lugar: Grupo “Nutrição de Ideias” 2º Lugar: Grupo “Trabalhando para Melhorias” 3º Lugar: Grupo “Causa & Efeito” 1º Lugar: Presidente Jorge Karl elogia redução do número de acidentes, porém enfatiza importância do trabalho conjunto de todas as áreas para zerar os índices até 2018 nidades e fazer delas possibilidades de crescimento e geração de resultados. Como o tema diz, ‘Juntos fazemos a diferença’. Quem faz a diferença são as pessoas que integram o time Agrária, de modo que chegaremos em 2018 alcançando nossas metas”, concluiu. 2º Lugar: 3º Lugar: Revista Agrária 11 ESPECIAL LARS GRAEL: “SEGURANÇA, MAIS DO QUE CUMPRIR UMA FORMALIDADE, É CRIAR UMA CULTURA DE ATITUDES, VALORES E PREVENÇÃO” 12 Revista Agrária KLAUS PETTINGER M edalhista olímpico, carreira esportiva marcada por dezenas de títulos e uma peça pregada pelo destino, que mudou tudo. A vida do velejador Lars Grael é recheada de altos e baixos, assim como as ondas do mar que ele sempre amou desbravar. Para um Centro Cultural Mathias Leh lotado por colaboradores, no último dia do Evento SER Agrária, 28, Lars contou sobre suas glórias profissionais e esportivas, e suas lutas pessoais para superar um grave acidente marítimo que redundou na perda da sua perna direita. O currículo esportivo vencedor do velejador inclui: duas medalhas olímpicas da Classe Tornado (bronze em Seul, 1988, e em Atlanta, 1996), título mundial da classe Snipe, 21 vezes campeão nacional e octacampeão sul-americano de vela. Antes da explanação para o Evento SER Agrária, pela qual foi aplaudido em pé, o esportista falou a Revista Agrária. ESPECIAL RA: Muitas vezes tomamos consciência do perigo depois que algo nos acontece. Você já deve ter respondido várias vezes sobre seu acidente, mas o que mudou em sua vida depois daquele dia? Em palestra, Lars Grael descreve os dois lados da vida: as dificuldades e as glórias. Revista Agrária: Qual é o principal ponto da sua palestra? Lars Grael: É trazer inspiração e reflexão sobre valores às pessoas, sempre tentando fazer uma analogia entre minha trajetória de vida, como cidadão brasileiro, atleta e homem do mar, com aquilo que queremos passar ao público. Falamos de atitudes, dificuldades, planejamentos, metas, resultados, espírito de equipe. O objetivo é trazer essa motivação que o esporte tem em comum com a vida empresarial. RA: De que forma é possível mobilizar um grande número de pessoas, como é o caso da Agrária, em prol de uma meta comum: o de zerar o número de acidentes de trabalho com afastamento? LG: Para uma cooperativa que tem a tradição, o crescimento tecnológico qualitativo e quantitativo, como é o caso da Agrária, a agenda da sustentabilidade é fundamental, em relação às questões social, econômica e ambiental. Nesses três aspectos, a segurança do trabalho é fundamental. É todo um trabalho de conscientização. Trata-se muito mais do que apenas cumprir uma formalidade legal, de ter uma semana anual de SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho), uma CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) constituída; é criar uma cultura de atitudes, de valores, de prevenção. Não só de quem está no campo ou na indústria, mas até como se age em casa. LG: Mudou muita coisa. O nosso esporte (vela) tem regras básicas de segurança que eu aprendi desde criança. Foi graças ao uso do meu EPI (Equipamento de Proteção Individual) que saí vivo daquele acidente, causado por terceiros. Mudou muito minha vida em termos de reflexão, valores, de não identificar a felicidade como uma meta a ser perseguida, mas perceber que a felicidade é um estado de espírito, que pode estar aqui, agora mesmo. E o fato de ter como referência pessoas que passaram por situações semelhantes, foi fundamental. RA: Quais foram esses casos que trouxeram inspiração? LG: Na palestra cito alguns, mas quando estava hospitalizado, na incerteza se sairia vivo daquele episódio, pessoas que passaram por situações semelhantes vieram ao meu encontro e fizeram a diferença. O próprio médico ortopedista que fez nove das minhas dez cirurgias era um amputado, e quando ele passou a experiência dele, foi impactante para mim. Conheci uma enfermeira, chamada Cláudia, também amputada, que me encheu de referências positivas. Assim como outros atletas, profissionais que foram voluntariamente ao hospital, cada um trazendo uma ideia, uma imagem, um exemplo, uma volta por cima. RA: Em relação a valores: hoje em dia tudo é muito efêmero. Qual mensagem pode ser dada aos jovens? LG: A nossa sociedade hoje é muito carente de valores. Na falta de identificar esses valores referenciais, encontra-se qualquer coisa, porque os meios de comunicação estão disponíveis, para o bem e para o mal. Se hoje o país vive uma crise ética, cívica e moral sem precedentes, é porque a nossa sociedade como um todo se desenvolveu na ausência de certos valores. A inversão de moral no país é clara. Basta ver os bem-sucedidos: que tipo de práticas executaram para chegar ao poder. É nessa fase de busca de valores referenciais que o jovem precisa de exemplos. Os suábios que vieram para cá e fundaram a Cooperativa Agrária são um exemplo muito bom. Há um esforço muito grande para preservar essa cultura e passar os valores que nortearam as pessoas em situações de dificuldades, para constituir uma colônia e uma Cooperativa mui- to bem sucedidas. Valores que se vai encontrar na cultura, nas artes e no esporte. Se temos um objetivo pela frente, que é o de fazer uma Olimpíada, muito mais do que fazer uma festa para gringo vir ao Brasil, ou dotar o Rio de Janeiro com melhoramentos urbanos pagos por todos nós brasileiros, seria ter a certeza que os valores que trazem os atletas e equipes para cá possam ser exercitados e, com isso, impregnar a juventude de boas referências. RA: Tocando no assunto da política esportiva no Brasil: na verdade, ela praticamente não existe. Como resgatar essa preocupação e transformar a política esportiva em um gerador de educação e inclusão social? LG: Temos hoje uma distorção em relação ao papel do Estado quanto à Política Esportiva, porque na nossa Constituição Federal, o único artigo que rege sobre esporte é o Art. 217, e ele diz claramente: é dever do Estado o fomento ao desporto educacional. Esse é o papel do Estado: universalizar o esporte, associá-lo às políticas de educação e, consequentemente, de saúde preventiva e de cultura de paz. Hoje o Estado nada mais é do que um grande organizador de eventos. Entramos em uma sequência de eventos, que por um lado são bons, mas estamos falando do chantilly e da cereja, mas não estamos fazendo o bolo para o jovem comer. A gente promove jogos sul-americanos, pan-americanos, mundiais escolares, Copa do Mundo e, muito em breve, Olimpíada e Paraolimpíada. É bom para a imagem do país? Talvez. Desde que tivéssemos feito o dever fundamental, que é colocar o esporte na escola. E no Brasil as políticas de educação estão dissociadas das políticas esportivas. RA: Qual é o sentimento de ser um medalhista olímpico? LG: (Com os olhos brilhando) É muito especial! Quando você é um atleta de alto rendimento, ser campeão continental ou mundial é um feito. Mas em modalidades de baixa popularidade, como é o meu caso, há um reconhecimento para dentro da modalidade esportiva. Já a Olimpíada, não: são os maiores jogos da humanidade e quando se chega a um pódio olímpico, independentemente se a medalha veio da vela, do judô, ginástica, vôlei, você percebe que seu esforço de vida vai impactar milhões de brasileiros. Na conquista, você vai compartilhar com todo o povo do seu país a vitória, elevando a autoestima das pessoas. Esse sentimento de que você mexeu com o orgulho nacional, provavelmente é o que há de mais gratificante. Revista Agrária 13 ESPECIAL TEATRO, MÚSICA e DESENHO Os tradicionais concursos retrataram de forma criativa os principais objetivos da Semana de Saúde, Segurança e Meio Ambiente 14 Revista Agrária A Semana de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA) foi introduzida em 2014 e substituiu a SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho). Nesta última edição, realizada entre 25 e 28 de agosto, os temas ganharam ainda mais em importância estratégica, mas mantiveram o papel de conscientizar e reforçar o comportamento preventivo. Os concursos de teatro, paródias musicais e cartazes das equipes do PAIS (Programa Agrária de Integração Solidária) integraram o Evento SER Agrária e novamente trouxeram aos colaboradores informações relevantes. “A forma divertida como esses assuntos são transmitidos é fundamental, pois de outra maneira seria muito trágico ou muito pesado, sem que fosse tão bem absorvido”, observou o conselheiro administrativo, Osmar Karly. Pelo segundo ano, o evento contou com a inclusão do tema “meio ambiente”, bastante enfatizado pelos grupos. “É um processo de evolução, com um envolvimento cada vez maior. Houve casos de cartazes e paródias que conseguiram reunir os dois assuntos: meio ambiente com saúde e segurança”, relatou a analista de gestão ambiental, Nayara Kaminski de Oliveira. Com as discussões sobre sustentabilidade, que engloba tanto o meio ambiente quanto questões econômicas e sociais, cada vez mais presentes no cotidiano dos brasileiros, a conscientização ultrapassa a esfera profissional e atinge o cotidiano pessoal dos colaboradores. “O desafio é tirar do discurso e fazer as pessoas perceberem que tudo isso tem aplicação em suas vidas. Que não se trata apenas de respeitar a legislação, mas que o grande benefício é a própria qualidade de vida”, ressaltou. No Evento SER Agrária 2015, dezenas de colaboradores integraram as equipes de organização, de apoio e das próprias peças, paródias e elaboração de cartazes. “Nada acontece se as equipes do PAIS não estiverem envolvidas, ajudando e com a liberação dos coordenadores”, frisou Michel Lucas de Lima, da área de Saúde, Segurança e Meio Ambiente. Confira ao lado o resultado da união entre empenho, criatividade e conscientização, com os primeiros colocados de cada concurso e a opinião de colaboradores diretamente envolvidos: ESPECIAL CONCURSO DE CARTAZES Ao todo, inscreveram-se 37 cartazes, que ilustraram tanto aspectos sobre a saúde e segurança ocupacional quanto sobre o meio ambiente. 1º Lugar: Everton de Paula (Equipe: Ação e Cidadania) 2º Lugar: Edon Caldas (Equipe: Amigos Voluntários) 3º Lugar: Elcio Jean Wolf (Equipe: Mão Amiga) 4º Lugar: Irineu Carraro (Equipe: Amigos Voluntários) A IMPORTÂNCIA DA SOLIDARIEDADE O Programa Agrária de Integração Solidária realiza diversas ações e gincanas entre colaboradores, divididos em quatro grandes equipes. A Campanha do Agasalho, com 3.900 kg arrecadados, a Campanha de Alimentos, que finaliza neste dia 18, e as doações de sangue, realizadas periodicamente até o final do ano, são alguns exemplos desenvolvidos em 2015. Da mesma forma, os concursos realizados durante o Evento SER Agrária contaram pontos para as equipes do PAIS, e tiveram a adesão voluntária de dezenas de colaboradores. “O conceito de voluntariado ocorre quando eu me coloco em uma situação para dar meu esforço e dedicação em troca de nada. É o conceito da caridade, de ajuda ao próximo”, observou o coordenador do departamento financeiro, Rodrigo Lass. Máximas como “fazer o bem, sem saber a quem” e “fazer algo pelo próximo sem esperar nada em troca” resumem perfeitamente o sentido de uma atitude voluntária: o de não tirar qualquer proveito concreto, imediato ou futuro, da situação. “Apenas o carinho de uma criança, o sorriso de um idoso faz tudo valer a pena”, ressaltou Lass. CONCURSO DE TEATRO Cada uma das quatro equipes do PAIS foi representada por uma peça teatral, abordando temas distintos. 1º Lugar: AÇÃO E CIDADANIA Tema: Uso de Epi’s 2º Lugar: Grupo INTERAÇÃO Tema: Desperdício de Alimentos 2º Lugar: Interação Tema: Desperdício de Alimentos 1º Lugar: 2º Lugar: 3º Lugar: MÃO AMIGA Tema: Risco de queda 4º Lugar: AMIGOS VOLUNTÁRIOS Tema: Desperdício de água 4º Lugar: Amigos Voluntários Tema: Desperdício de água 3º Lugar: 4º Lugar: Revista Agrária 15 ESPECIAL CONCURSO DE PARÓDIAS As paródias musicais, tal como os cartazes, deveriam abordar nas letras a saúde, segurança e meio ambiente. Foram oito apresentações no total, cujos primeiros colocados foram: 1º Lugar: Josianne Rosa Moura Paródia: Vencedores Da Nossa Missão Equipe: Amigos Voluntários 1º Lugar: 2º Lugar: 3º Lugar: 4º Lugar: 2º Lugar: Tania Keller e Roberto Essert Paródia: Zero Acidente Equipe: Interação 3º Lugar: José Denílson das Chagas Paródia: Sempre Alerta Deve Estar Equipe: Interação 4º Lugar: Alcione Lesewenka Paródia: “Deus Escolheu Você” Equipe: Amigos Voluntários FALA COLABORADOR A participação de lideranças nas atividades do PAIS é uma demanda antiga. Neste ano, os dois exemplos a seguir retratam a importância do envolvimento de toda a Agrária em prol dos objetivos propostos. JOSIANNE ROSA MOURA SUPERVISORA DO LABORATÓRIO CENTRAL DA AGRÁRIA Primeira colocada do concurso de paródias, em 2015, Josianne repetiu a mesma colocação obtida em 2012 e 2013. Além de gostar muito de cantar, participo para auxiliar a minha equipe do PAIS. A doação do esforço, do tempo ou do bem material faz o ser humano se sentir bem. Considero o programa PAIS muito importante para toda a cooperativa, pois, através dele é que transmitimos a importância da solidariedade ao próximo. Pretendo participar mais vezes na paródia”, atestou a tricampeã. 16 Revista Agrária RODRIGO PIZZATTO LASS COORDENADOR DO DEPARTAMENTO FINANCEIRO Adepto da participação em trabalhos voluntários (já atuou em Organizações Não-Governamentais e como palhaço de hospital), Rodrigo Lass integrou a equipe vencedora do concurso de peças teatrais, Ação e Cidadania, que concorreu com o tema “Uso de EPI’s”. Quando se encara o desafio de se expor, há certa resistência. Mas quando termina, você sente falta. Acabei caindo no papel do teatro e entrei tanto para ajudar uma entidade assistida pelo PAIS quanto por uma realização pessoal. A parte lúdica é importante para despertar um interesse, mostrar que com humor pode-se passar uma mensagem importante. Mas na nossa peça tivemos a parte engraçada, e, no final, o depoimento do Reinaldo, que sofreu um acidente. É uma pena que nem todos podem participar do teatro e acredito que precisamos de uma maior participação de líderes. As equipes participam, mas sentem que só elas estão preocupadas, o chefe não. Romper a questão hierárquica durante uma peça é importante porque cria uma união, e isso se torna mais efetivo ainda na hora de cobrar no ambiente profissional. Acredito que o trabalho feito é muito significativo, e pode crescer ainda mais, especialmente se envolver lideranças”. CALENDÁRIO DE EVENTOS FESTA DA CEVADA A Festa da Cevada 2015 acontece entre os dias 8 e 11 de outubro, com a Noite Cultural da Fundação Cultural Suábio-Brasileira na primeira noite, em Entre Rios, a tradicional Peixada com baile suábio nos dias 9 e 10, no Pahy Centro de Eventos, em Guarapuava, e encerramento no domingo, dia 11, com almoço típico preparado pela comunidade luterana de Entre Rios, com gulasch e estrogonofe, no Colégio Imperatriz, em Entre Rios. A noite cultural, sob o tema “As quatro estações”, terá entrada franca, e contará com apresentações dos grupos folclóricos. O almoço típico, a ser realizado no Colégio Imperatriz, terá venda antecipada e também na hora. Orientações para a peixada A venda de ingressos para a Peixada e o baile suábio começa no dia 23 de setembro, sem vendas aos finais de semana. Entre 23 de setembro e 5 de outubro a comercialização ocorrerá exclusivamente em Entre Rios, das 8h15 às 17h, e a partir de 6 de outubro, somente no Centro de Eventos Pahy, em Guarapuava. A ordem para compra ou retirada de ingressos será definida por senha, sendo que o limite é de oito ingressos por senha. O dia 23 será de venda exclusiva para cooperados e filhos dependentes (solteiros, até 23 anos). Ingressos para convidados poderão ser adquiridos a partir do dia 24, e a venda para funcionários começa no dia 25. Os ingressos para o público em geral serão disponibilizados a partir do dia 29. Cada cooperado tem direito a um ingresso cortesia para si e seu cônjuge (no caso dos casados) ou um convidado (solteiros). Ingressos para filhos dependentes (solteiros até 23 anos) ou para participação em mais de uma noite custam R$ 40 por pessoa. O valor da entrada para funcionários é de R$ 40. Para convidados e o público em geral, o custo é de R$ 80. O traje é típico suábio ou passeio completo, e a idade mínima para entrar é 13 anos. A animação será das bandas C-Dur-Trio, Original Donauschwaben Musikanten e Os Montanari. PROGRAMAÇÃO 8/out Quinta-feira Noite cultural da Fundação Cultural Suábio-Brasileira 20h Centro Cultural Mathias Leh, Colônia Vitória 9 e 10/out Sexta e sábado Peixada e baile suábio 19h Pahy Centro de Eventos 11/out Domingo Almoço típico com gulasch e estrogonofe da comunidade luterana 12h Colégio Imperatriz, Colônia Vitória WINTERSHOW A 12ª edição da feira técnica da Agrária sobre cereais de inverno, o WinterShow, está programada para ocorrer de 20 a 22 de outubro, na sede da Fapa (Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária), em Entre Rios. Diariamente a programação seguirá das 8h às 18h, com visita aos expositores, dinâmicas e palestras técnicas. O evento é voltado a produtores rurais, pesquisadores e estudantes da área, além de empresas, indústrias e cooperativas do ramo agrícola. Este ano, as palestras de convidados ficam por conta do agrometeorologista da Embrapa Trigo Gilberto Rocca da Cunha (dia 20), do economista e comentarista da Globo News Ricardo Amorim (21) e do mestre e doutor em comunicação Dado Schneider (22). Cunha falará sobre “Gestão de riscos em agricultura: uso inteligente das previsões de tempo e clima – Safra 2015”. O tema da aula de Ricardo Amorim será “Brasil: antes, durante e depois das eleições”, e a palestra de Schneider é intitulada “O mundo mudou bem na minha vez”. PRÊMIO FRANZ JASTER Matérias que destaquem o WinterShow poderão concorrer ao Prêmio Franz Jaster de Comunicação, que chega à sua terceira edição em 2015. O lançamento do prêmio junto à imprensa aconteceu no dia 21 de setembro, e a premiação deve ocorrer em 9 de novembro. Reportagens veiculadas em rádio, televisão, internet e meios impressos entre 1º e 31 de outubro poderão concorrer. O regulamento do concurso está disponível no site www.unicentro.br/ premiofranzjaster . O prêmio visa aproximar imprensa e agronegócio, e resulta de uma parceria entre a Cooperativa e a Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste). Revista Agrária 17 COOOPERATIVISMO Grupo visita a Asociación Neuland: há divisão estabelecida de atribuições para cooperativas e associações O EXEMPLO COOPERATIVO E COMUNITÁRIO KLAUS PETTINGER Q ue atividade agropecuária é possível desenvolver em uma região semiárida, com precipitação média anual de 500 mm? Para as colônias Menonitas do Chaco Paraguaio, uma das respostas à pergunta se traduz pela produção de 75% do leite daquele país. Este foi apenas um dos exemplos referenciais com os quais cooperados, familiares e colaboradores da Agrária se depararam durante a viagem realizada àquela região, entre os últimos dias 22 e 29 de agosto. Além da enorme capacidade de superação, adaptação e gestão comunitária e cooperativista, embasadas por uma fé profunda, os menonitas serviram de inspiração também nas esferas socioeducativas aos 14 cooperados, quatro 18 Revista Agrária esposas de cooperados, quatro colaboradores e o diretor vice-presidente, Manfred Majowski. “Outros grupos de Entre Rios já haviam visitado a região do Chaco e sempre se falou sobre o grande trabalho realizado na área social, educacional e a atenção à terceira idade. Neste sentido, decidimos promover uma viagem para observar ideias e boas práticas que pudessem ser aproveitadas”, explicou Majowski. Para tanto, foram visitadas três colônias: Menno (a mais antiga), Neuland e Fernheim. A educação em idioma alemão, o sistema de saúde e as diversas ações destinadas ao bem-estar da terceira idade foram alguns dos fatores que chamaram a atenção. “Em Fernheim observamos que pessoas a partir de 70 anos de idade têm a oportunidade de adquirir uma casa, situada em um terreno disponibilizado pela Asociación. A moradia fica em nome do cooperado e quando este falece, sua família deve vender a casa novamente”, detalhou a gerente sociocultural da Agrária, Viviane Schüssler. Estas casas, situadas todas próximas umas às outras, assim como do hospital, integram o sistema do Lar de Idosos preconizado pelos menonitas. Desta forma, os idosos podem adquirir um imóvel ou construí-lo, em um destes terrenos da Asociación. Pessoas que demandam de cuidados específicos podem alugar apenas um quarto em um lar específico para tal fim, onde receberão atenção de acordo com suas condições de saúde. O sistema de saúde, desenvolvido desde os primeiros anos de fundação, inclui a participação de todos os cooperados de cada colônia em uma espécie de plano de saúde próprio. Desta forma, os associados pagam apenas um percentual dos custos do tratamento e têm à sua COOOPERATIVISMO COLÔNIAS VISITADAS: MENNO – Fundação: 1927 Cooperativa Chortitzer Asociación Civil Chortitzer Komitee FERNHEIM – Fundação: 1930 Cooperativa Colonizadora Multiactiva Fernheim Ltda Asociación Fernheim NEULAND – Fundação: 1947 Cooperativa Multiactiva Neuland Ltda Asociación Neuland (Kolonie) Exemplo de lar de idoso em Fernheim disposição um hospital bem equipado, médicos em sistema de sobreaviso e clínicas para exames. “Nem toda colônia tem um hospital com atendimento completo, para tanto, é necessário se deslocar para Filadélfia e Loma Plata”, explicou Viviane, referindo-se aos centros administrativos das colônias Fernheim e Menno, respectivamente. Em relação ao sistema educacional, o ensino do idioma alemão é outro diferencial do local. “As aulas são ministradas em alemão até a 7ª série. Com isso, todos falam um alemão perfeito”, elogiou a analista de marketing, Vanessa Nuspl. É comum o uso do dialeto Plattdeutsch, originário do norte da Alemanha, em casa. “Mas muitos já dominam o espanhol”, acrescentou. AGRONEGÓCIO E SUPERAÇÃO A economia local atual gira em torno da pecuária, especialmente de gado de corte e leiteiro. Após décadas de baixas produtividades, em função do austero regime de chuvas, a agricultura deixou de ser o carro-chefe econômico da região na década de 1990. “A cooperativa de cada colônia visitada conta com um frigorífico, enquanto que a produção leiteira é realizada em cooperação”, frisou Majowski. Com a adoção da pecuária extensiva, cada cooperativa conta com grandes extensões de terra e média inferior a uma cabeça de gado por hectare. “O interessante é que o título da terra permanece em nome da Cooperativa e não do cooperado, mesmo que este o tenha pagado”, observou o vice-presidente. O couro é igualmente um produto forte, sendo grande parte exportada. Sistema educacional inclui aula de alemão em todos os colégios, desde os primeiros anos TRABALHO SOCIAL As colônias menonitas do Chaco paraguaio são estruturadas em dois níveis de organização: as cooperativas e as associações. As primeiras têm por objetivo comprar, desenvolver e comercializar a produção dos cooperados. Já a Asociación oferece infraestrutura através do pagamento de 10% sobre a renda bruta de cada sócio, o que dá direito a um plano de saúde, aposentadoria, descontos na mensalidade do Colégio e em atendimento hospital, bem como facilidade em usufruir de um sanatório, uma casa de repouso e um lar de idosos. A necessidade de criação da Asociación reside na defasagem de investimento na região, por parte do governo local na região de Chaco, gerando falta de infraestrutura básica. Desta forma, uma das máximas dos menonitas, que é seguido à risca, estabelece que os direitos individuais devem submeter-se aos interesses da comunidade. Revista Agrária 19 COOOPERATIVISMO Todo o esforço produtivo dos menonitas está calcado na capacidade de encontrar soluções inovadoras para suplantar as dificuldades climáticas e geográficas. Se por um lado chove cerca de um quarto da média anual registrada em Entre Rios, por outro os poços artesianos apresentam água salobra, imprópria para consumo. A partir de uma técnica observada em Israel, os colonos implementaram canais ao longo de enormes extensões de terras planas para o acúmulo de água em uma enorme bacia hidrográfica. “Com isso, eles abastecem uma produção que demanda milhares de litros de água por dia”, observou o cooperado Gerhard Temari. “É admirável constatar que eles encararam seus problemas com seriedade, assumiram a responsabilidade e os solucionaram da melhor maneira possível”, analisou. Segundo o vice-presidente da Agrária, o principal objetivo da viagem foi atingido. “O importante era que cada cooperado participante da viagem pudesse aprender algo novo e que poderá ser implementado ou adaptado para a nossa realidade”, frisou Majowski. Alunos da Colônia Menno em uma aula prática de mecânica automotiva FALA COOPERADO A Revista Agrária, graças à colaboração das analistas de marketing Vanessa Nuspl e Fabíula Portolan Kuczer, traz as opiniões de alguns cooperados, expostas durante a viagem de regresso a Entre Rios. EDEMAR BALKAU Grupo visita Cooperativa Multiactiva Loma Plata, em Menno. “O que me tocou foi a fé dos menonitas, que são muito transparentes e construíram entre si uma confiança mútua. A historia deles, as dificuldades que tiveram e ainda têm, e os lemas que cada colônia possui também me impressionaram”. ANELIZE BUHALI “Agradeço à Agrária pela oportunidade de as esposas dos cooperados também terem ido junto, para termos conhecimento sobre um povo com cultura diferente e, ao mesmo tempo, parecida com a nossa. Meu intuito foi tentar ver como funcionam os asilos, já pensando no futuro. Acredito que a gente também tem capacidade de conseguir algo neste sentido”. GABRIEL GERSTER “Certa vez um professor de faculdade me disse: para atingir o sucesso é preciso persistência, otimismo e perícia. Tudo isso eu vi lá e percebi que o pessoal leva a sério. Acho que eles são mais esforçados que nós. A Agrária é forte, mas pode ser mais ainda”. Pecuária extensiva e produção de leite são as principais atividades econômicas atuais 20 Revista Agrária PESQUISA E TECNOLOGIAS CUIDADOS PARA OBTER MÁXIMA EFICIÊNCIA NA APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS Erros comuns podem comprometer seriamente a eficácia dos produtos aplicados sobre a lavoura: maquinário em más condições, escolha incorreta de pontas e uso inadequado dos defensivos. Saiba como evitá-los. HARALD ESSERT C omeça a época de maiores cuidados com a cultura de milho – quando as aplicações de herbicida e inseticida são mais necessárias para garantir bons rendimentos e qualidade de grãos. Época também de fazer os ajustes necessários para garantir a maior eficácia das aplicações: manutenção apropriada do maquinário, seleção das melhores pontas para cada situação e escolha dos defensivos mais efetivos. Essas orientações podem parecer óbvias, mas segundo o pesquisador de mecanização agrícola da Fapa (Fundação Agrária de Pesqui- sa Agropecuária) Étore Reynaldo, esse “tripé” da tecnologia de aplicação ainda é frequentemente desrespeitado. Com isso, cai a eficiência e se perde grande parte do produto aplicado, e muitas vezes os próprios equipamentos sofrem um desgaste excessivo. Confira quais medidas implementar para ter o melhor aproveitamento na aplicação. SITUAÇÃO DO MAQUINÁRIO Antes de iniciar os preparativos para a aplicação de defensivo, é preciso responder a algumas perguntas básicas. O pulverizador está apto para a aplicação? Qual o tamanho ideal das gotas? Qual o volume ideal? Qual a melhor ponta para as condições da lavoura? Que pressão deve ser utilizada? Aplicação aérea ou terrestre? Posso combinar outros produtos? Por mais estranho que pareça, a situação do maquinário é um fator recorrentemente ignorado por cooperados. Em uma pesquisa in loco nas propriedades de alguns produtores, uma equipe da Fapa constatou que 81% das máquinas não possuíam proteção de TDP (tomada de potência, ou cardã), 63% não possuíam ou estavam com o manômetro (medidor de pressão) do pulverizador danificado, 63% não possuíam sistema anti-gotejamento Revista Agrária 21 PESQUISA E TECNOLOGIAS eficaz, 56% estavam com o comando de válvulas em más condições, e 50% estavam com a barra do pulverizador danificada ou torcida. Várias outras não-conformidades menos frequentes também foram encontradas. A falta da proteção de TDP pode causar acidentes graves. Já um manômetro danificado impede o cálculo se o volume de calda (defensivo diluído) por hectare está correto, uma vez que essa estimativa é feita através da razão entre a pressão do jato e a velocidade da máquina. Da mesma forma, um comando de válvulas sem manutenção correta pode prejudicar a distribuição correta de defensivo sobre a área. E a barra do pulverizador, se estiver deformada, não permite manter a altura da ponta durante a aplicação, o que faz com que muito produto seja perdido por dispersão. CONDIÇÕES Pode pulverizar sob qualquer tempo? Não. Étore adverte que, além de não poder aplicar sob chuva, é preciso observar algumas condições ambientais para fazer a pulverização. A recomendação da tecnologia de aplicação é de que a umidade relativa do ar seja de no mínimo de 50%, e a velocidade do vento tem que estar entre 3 km/h a 12 km/h. “Não pode ser menos que 3 km/h, porque senão ocorre a inversão térmica, e as gotas finas ficam em suspensão e não conseguem cair”, explicou o pesquisador. “E se a umidade estiver abaixo de 50%, tem que ser selecionado um outro tipo de ponta para poder trabalhar”. SELEÇÃO DAS PONTAS Qual ponta é melhor usar? Cone ou jato plano? Qual espessura? Posso usar as mesmas pontas para todas as aplicações? Segundo Étore, a avaliação de qual ponta será usada no bico de pulverização depende principalmente das condições ambientais da lavoura. O ideal é que o cooperado compre pelo menos três jogos: um com gota grossa, um com gota de média espessura, e outra de gota fina. “Nós tentamos hoje fazer o cooperado usar a ponta de cone, porque se a condição ambiental for favorável, ela dá uma eficiência muito maior na cobertura do alvo”, explicou. Caso as condições sejam ideais, é possível usar uma gota fina. E conforme, os fatores sejam menos favoráveis, é melhor usar gotas maiores. “Se for uma condição bem ruim, mas o produtor tem que aplicar de qualquer jeito sob o risco de perder a janela de tempo, usa-se gota grossa”. ALTURA DA BARRA Um fator diretamente relacionado à conservação do pulverizador é a altura da barra. Étore afirma que, quando a barra está deformada, o operador não consegue manter a altura da barra estável, o que prejudica a qualidade da PESQUISA DA FAPA SOBRE CONDIÇÕES DO MAQUINÁRIO DE COOPERADOS 22 Revista Agrária aplicação. O ideal, segundo as pesquisas, é que a altura dos bicos seja mantida a cerca de 50 centímetros acima do alvo. Com isso, a perda de calda se mantém em um nível considerado normal, de 6,8%. Ou seja, em 150 litros de calda, 139 litros de produto vão atingir as plantas. Se a barra ficar a um metro de altura, essa margem de perda sobe para 13%. A dois metros, o prejuízo aumenta para 34%, ou 51 litros perdidos. A quatro metros – situação que ocorre mais frequentemente em pulverizadores autopropelidos –, 54% da calda se perde para o ambiente. MISTURA DE PRODUTOS O produtor também deve atentar a quais produtos podem ser misturados. Isso porque algumas substâncias são antagônicas entre si, e além de perder parte da eficácia ao serem misturadas, elas alteram sua forma física, o que afeta a pulverização. “Dependendo dos produtos que eu estou misturando, eles são antagônicos e começam a reagir. E essa reação muitas vezes não é boa para o equipamento, porque pode entupir tudo. Então, tem que tomar cuidado”. Sobre o uso de adjuvantes, o mais recomendado é que eles sejam cuidadosamente selecionados e utilizados. O uso dessas substâncias de forma errada pode ser problemático, comprometendo inclusive o rendimento das culturas. PESQUISA E TECNOLOGIAS CONTROLE DE PRAGAS E DANINHAS EM PÓSEMERGÊNCIA DO MILHO Pesquisadores da Fapa atentam para os cuidados e a melhor época para fazer o controle químico de pragas e plantas daninhas no período de pós-emergência do milho, a fim de não perder qualidade e rendimento. Este ano, com o inverno mais ameno, o percevejo é uma potencial ameaça HARALD ESSERT Monitorar e, se for preciso, controlar com defensivos químicos o aparecimento de pragas e plantas daninhas é de vital importância nos primeiros estágios de desenvolvimento do milho. Segundo os pesquisadores da Fapa (Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária) Alfred Stoetzer e Vitor Spader, descuidar desses aspectos durante as primeiras semanas após a emergência do milho pode prejudicar seriamente a qualidade e a produtividade do cereal de verão. Esse cuidado é essencial neste período entre setembro e outubro, que é quando ocorrem o plantio e os primeiros estágios de desenvolvimento do milho. De acordo com os pesquisadores, para garantir o bom desenvolvimento das plantas, é importante que a semeadura já tenha ocorrido com o campo limpo, completamente dessecado. Mas também ao longo do surgimento das primeiras folhas é preciso cuidar para que não se estabeleçam plantas daninhas e nem insetos prejudiciais. Negligenciar essa precaução pode penalizar severamente a cultura. PRAGAS Entre as pragas do milho, a mais preocupante é uma velha conhecida dos produtores, a Spodoptera frugiperda (lagarta-do-cartucho). Stoetzer explica que ela ocorre em todo o ciclo do milho: surge já no início da cultura, atacando a plântula, reduzindo o estande e, se persistir até as fases reprodutivas do milho, afeta inclusive a espiga, causando grãos ardidos. Por isso, é preciso monitorar bem de perto os primeiros estágios de desenvolvimento das plantas. Se a lagarta surgir, ela deve ser con- trolada desde o começo. “E qual é o momento correto para aplicar inseticida? Seria quando de 10% a 20% das plantas de milho do talhão apresentam lesões, raspagem, causada pelas lagartas. Aí deve ser feito o controle”, afirmou o engenheiro agrônomo. Stoetzer lembra que essas providências são de conhecimento dos produtores, e as informações – assim como a lista dos defensivos mais eficazes – estão disponíveis no Portal do Cooperado, assim como junto aos agrônomos da cooperativa. O departamento de assistência técnica também deve ficar atento, auxiliando o cooperado no monitoramento das pragas. Aliás, a lagarta-do-cartucho não é a única que pode ser danosa já nas fases iniciais do milho. Segundo Stoetzer, como este ano o inverno foi pouco rigoroso – e, portanto, não houve redução natural dos insetos sugadores –, existe o risco de a população de percevejos disparar. Essa praga, ao sugar a seiva, injeta uma toxina que causa um distúrbio fisiológico, debilitando as plantas de milho, e consequentemente afetando o rendimento de grãos. “Toda semente que o cooperado recebe hoje já vem com tratamento visando o controle do percevejo e lagartas. Então na fase inicial ele tem garantia de controle”, acrescentou o pesquisador. “Mas após uns dez dias de emergência, ele tem que monitorar a lavoura. E se ele encontrar uma população mais significativa de percevejos, pode complementar normalmente com aplicação de inseticida”. PLANTAS DANINHAS A presença de plantas competidoras na lavoura durante os estágios de pós-emergência do milho é, de acordo com Vitor Spader, determinante nos resultados da cultura. Segundo ele, a convivência com plantas daninhas, principalmente no período entre o desenvolvimento da segunda e da nona folhas do milho, pode provocar danos irreversíveis à cultura. “Todas as plantas que estão em determinada área competem entre si por água, nutrientes, luz solar, entre outros. Além disso, elas percebem quando existem outros indivíduos próximos, através de sinais bioquímicos”, explanou. “Então, se a cultura está convivendo com muitas plantas daninhas, principalmente entre e a quarta e a nona folha – período em que ela está definindo os componentes para o rendimento, como número de espigas por planta e número de grãos por espiga – ela vai diminuir a quantidade de óvulos formados, reduzindo o tamanho da espiga”. Por essa razão, é essencial que o plantio ocorra em terreno totalmente dessecado. Mas é preciso manter a área livre de infestação de daninhas, principalmente até a formação da nona folha do milho. Se houver o aparecimento, é preciso intervir. “Normalmente o produtor vai entrar com uma aplicação próxima ao estágio da segunda folha. O ideal é que ele entre com produtos que controlem plantas daninhas que já emergiram, associados a produtos que tenham residual em solo. Assim ele vai controlar as plantas daninhas que estão presentes na área e também aquelas que vão emergir durante um período após essa aplicação”, destacou. Contudo, se mesmo assim ocorrer uma nova infestação antes da formação da nona folha, é fundamental fazer uma nova aplicação, evitando danos ao rendimento de grãos. Revista Agrária 23 PROJETO EXCELÊNCIA CHEGA À FASE 3 DA SEGUNDA ONDA O Projeto Excelência iniciou a fase 3 de sua Segunda Onda de implementação. O kick off oficial foi realizado no último dia 02 de setembro. A partir de agora, todos os processos desenhados passam a ser configurados no sistema SAP, os desenvolvimentos necessários codificados e as integrações com outros sistemas construídas. Ainda na fase 3, todas as configurações, desenvolvimentos e integrações serão amplamente testadas. “Temos a recomendação que a implementação seja realizada em seis fases. No caso da terceira, trata-se de buscar tudo o que foi determinado na fase 2 e implementar na ferramenta”, explica Marcelo Almeida, gestor do escritório do Projeto (PMO) . “Neste momento envolveremos bastante os usuários-chave da Agrária, que serão responsáveis por buscar dados mestre, fazer o saneamento, verificar perfis de acesso e trabalhar nos desenhos do processo em nível mais detalhado”, explicou Edemar Mirapalheta, gestor de projeto pela consultoria ITS Após a configuração, os usuários-chave partem para a validação da solução. “Após testado, homologado e os ajustes realizados, fazemos uma série de testes, divididos em ciclos, e ao final temos a decisão se estamos prontos para entrar em produção”, detalhou Mirapalheta. Segundo o cronograma atualizado do projeto, a fase três deverá ser concluída até meados de março. DEPOIMENTOS ROSANE MÜLLER Consultora ITS para Frente de PP (Produção) Na etapa anterior tivemos uma preocupação de fazer o levantamento das características do negócio. Com base nelas, apresentamos um modelo aderente. A partir deste levantamento, versus o modelo que apresentamos, surgiu a proposta Agrária a ser implementada. Esse modelo é a cartilha para esta fase 3. O consultor desenvolve as configurações e as personalizações, para que pedaços que não ficaram totalmente adequados sejam moldados no desenvolvimento de programas específicos para a Agrária. Em paralelo a isso, estamos fazendo a passagem de conhecimento e o tratamento de dados. Vamos ter também a adaptação dos dados atuais para os novos. Finaliza-se com testes exaustivos, até fazer o teste integrado”. LUCIANA CHANCHINSKI Consultora ITS para Frente de SD (Vendas) O principal desafio da fase 3 é conseguir realizar todo o levantamento da fase anterior dentro do prazo estimado, com qualidade e eficiência. Acredito que na fase anterior, de business blueprint, todo o levantamento foi fundamental para que agora o trabalho seja mais eficiente e tenha a qualidade que esperamos”. EVANDRO ENNES Gestor de Integração pela ITS Marcelo Almeida, gestor de escritório do Projeto 24 Revista Agrária Edemar Mirapalheta, gestor de projeto pela consultoria ITS Temos processos muito críticos no dia a dia. Com a troca de sistemas, é necessário garantir a funcionalidade, que seja inclusive melhor que a existente atualmente. Além dos processos críticos, realizamos o meio de campo de interfaces, integrando as configurações e os processos de negócios, para que tudo funcione perfeitamente”. CERTIFICAÇÕES COM DEPARTAMENTO DE MARKETING, AGRÁRIA JÁ SOMA 20 ÁREAS CERTIFICADAS NA ISO 9001 KLAUS PETTINGER Cooperativa Agrária deu mais um passo em direção à meta de certificar todas as áreas administrativas de prestação de serviço interno, até 2016. No dia 28 de agosto, o Departamento de Marketing teve seu sistema de gestão da qualidade recomendado, sem nenhuma não-conformidade, para certificação na ISO 9001:2008, pela SGS. Trata-se da 20ª seção a conquistar o selo da ISO, sendo a primeira a fazê-lo em 2015. A auditoria externa foi realizada entre os dias 27 e 28 de agosto. De acordo com o coordenador de marketing da Agrária, Arival Cramer, o resultado representa o intenso empenho de diferentes áreas da Cooperativa. “A obtenção da certificação só foi possível graças ao comprometimento de cada colaborador da equipe de Marketing, em conjunto com a coordenação da gestão da qualidade, bem como as demais áreas envolvidas”, enalteceu Arival. “Parabenizo a todos pelo empenho e profissionalismo demonstrado ao longo do processo”, acrescentou. Em termos práticos, a ISO 9001 visa elevar a satisfação dos clientes internos e externos das áreas, através da implantação de um sistema de gestão da qualidade baseado no busca pela melhoria contínua nos processos. “Portanto, espera-se redução de retrabalho, maior eficiência e compreensão dos processos”, observou o analista da qualidade da Agrária, Tiago Lada. Até 2016, todas as áreas administrativas da Cooperativa deverão estar cerificadas, sendo que grande parte poderá ser conquistada até o final deste ano. O processo teve início no final de 2013, com a Gerência de Gente e Gestão, e continuou em 2014, com outras 13 áreas certificadas. Arival Cramer: “Parabenizo a todos pelo empenho e profissionalismo demonstrado ao longo do processo” Tiago Lada: “Com a ISO, espera-se redução de retrabalho, maior eficiência e compreensão dos processos” ÁREAS DA AGRÁRIA CERTIFICADAS NA ISO 9001 2013 • Gerência de Gente e Gestão (Administração de Pessoal, SESMT, Gestão Ambiental, Gestão da Qualidade, ARCA e Desenvolvimento Humano) 2014 • Gerência Administrativa e Financeira (Tecnologia da Informação, Controladoria, Planejamento Orçamentário, Jurídico, Financeiro e Serviços Corporativos). • FAPA (Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária) • Gerência Agrícola (Assistência Técnica, Atendimento ao Cooperado, Comercial de Grãos e Insumos) • Gerência Sociocultural (Fundação Cultural Suábio-Brasileira e Colégio Imperatriz Dona Leopoldina) 2015 • Departamento de Marketing Próximas áreas a serem certificadas: • Agrária Sementes •Florestal • Auditoria Interna • Gerência de Suporte de Operações (Logística, Manutenção, Projetos e Suprimentos) • Hospital Semmelweis Revista Agrária 25 FOTO COOPERATIVA AGRÁRIA LANÇA 1º CONCURSO FOTO COOPERATIVA HARALD ESSERT T endo em vista o grande número de contribuições com a seção “Foto Cooperativa”, e também de pedidos por parte de eleitores, a Agrária lança, a partir de 5 de outubro, um novo concurso de fotografias para colaboradores e cooperados. Os participantes poderão concorrer em duas categorias. A primeira é exclusiva às imagens publicadas na seção de fotos do Informativo (até junho de 2015) e da Revista Agrária (a partir de julho). Ou seja, não é preciso inscrever as fotos publicadas na editoria “Foto cooperativa”, porque essas já concorrem automaticamente. A segunda categoria, denominada “WinterShow 2015 & Cereais de Inverno”, é voltada a fotos que retratem a feira técnica de inverno da Agrária, ou situações e atividades relacionadas à safra de inverno. Quem quiser participar dessa categoria deverá preencher um formulário que será publicado no site da Agrária. O link será divulgado assim que a página estiver no ar. Todas as fotos devem ter sido tiradas entre 1º de janeiro e 20 de novembro de 2015 – último dia para inscrições. Na categoria “Foto Cooperativa” concorrerão as fotos publicadas até a edição de novembro da Revista Agrária. Podem disputar tanto fotografias tiradas pelos próprios cooperados e colaboradores, quanto por seus filhos ou cônjuges. O autor da foto deve ser identificado no ato da inscrição. COLABORADORES E COOPERADOS CONCORREM EM CATEGORIAS SEPARADAS. COOPERADO COLABORADOR As fotos que saem na seção ‘Foto Cooperativa’ estão automaticamente inscritas nessa categoria. Participam as fotos publicadas até a edição de novembro de 2015. www.agraria.com.br Quem quiser participar na categoria WinterShow 2015 & Cereais de Inverno, deve inscrever suas fotos (no máximo três) por um formulário que será publicado no site da Agrária. O link será divulgado quando o formulário estiver no ar. PREMIAÇÃO O campeão de cada categoria ganhará uma câmera fotográfica semiprofissional, e o segundo lugar levará uma câmera compacta. Os terceiros lugares da categoria ‘Foto Cooperativa’ ganharão uma impressão emoldurada em tamanho 50 cm x 75 cm da foto premiada, e os da categoria “WinterShow 2015 & Cereais de Inverno” levarão kits institucionais da feira técnica. Como colaboradores e cooperados participam em categorias distintas, são no total quatro no concurso: “Foto Cooperativa – Colaboradores’, ‘Foto Cooperativa – Cooperados”, “WinterShow 2015 & Cereais de Inverno – Colaboradores” e “WinterShow 2015 & Cereais de Inverno – Cooperados”. 26 Revista Agrária PREMIAÇÃO Os primeiros lugares de cada uma das quatro categorias (duas para colaboradores e duas para cooperados) receberão uma câmera semiprofissional. A data e o local da premiação serão divulgados em breve. FOTO COOPERATIVA COLABORADORES E COOPERADOS RETRATAM AMBIENTE DE TRABALHO HARALD ESSERT Mesmo o local de trabalho pode ser inspirador – só depende do olhar de cada um. E no que depender da visão dos cooperados e colaboradores que nos enviaram fotos este mês, não falta beleza no campo e nem na cooperativa. Nesta edição chegamos a 51 fotografias publicadas, e a cada vez aumenta a dificuldade de selecionar as fotos, uma vez que a qualidade das produções só aumenta, enquanto o espaço para publicação fica pequeno diante de tanta opção. Lembrando ainda que as imagens publicadas nesta seção estão automaticamente inscritas no 1º Concurso Foto Cooperativa. Confira mais detalhes do evento na página 26. Envie as suas fotos para o e-mail da assessoria de imprensa da Agrária, [email protected], informando seu nome completo e uma breve descrição da foto. O cooperado Harald Duhatschek capturou esse contraste entre o bucolismo da bovinocultura leiteira e o setor industrial da Cooperativa Agrária, ao fundo. Cena do Salasch Duhatschek, na Colônia Vitória. Pode parecer um clube de lazer, mas esse lugar fica dentro da Agrária. Foi a colaboradora Carla Correia (Florestal) que retratou o jardim que existe no setor florestal. Segundo ela, essa é “apenas uma das belezas que esse setor oferece”. Viu a maltaria bem no fundo da foto do Harald? A colaboradora Diana Barbosa da Silva (Gente e Gestão) tirou essa foto de lá, do décimo pavimento da maltaria II. “Dessa chaminé não sai mais fumaça”, ela comentou. E o arco-íris deu um belo toque. Água mansa e pôr do sol na propriedade da cooperada Martina Weicher Rovani, em Tocantins. O encontro entre o campo e a indústria também cativou o olhar da colaboradora Bethina Stemmer (FAPA) O gerente agrícola da Agrária, André Spitzner, nos enviou essa foto para mostrar que sua mãe, Arilda, fez a receita de alfajor publicada na edição de julho desta revista. Revista Agrária 27 DESENVOLVIMENTO DO AGRONEGÓCIO À AGROECOLOGIA HARALD ESSERT O terceiro ano do curso técnico em agropecuária do Colégio Imperatriz realizou uma viagem de estudos no início do mês, entre os dias 3 e 5 de setembro. O grupo de alunos conheceu os campos experimentais da Bayer, em Ponta Grossa, o CPRA (Centro Paranaense de Referência em Agroecologia), em Pinhais, e todo o sistema logístico do porto de Paranaguá. O objetivo, segundo a professora Deise Maria Feltrin, era mostrar aos estudantes etapas da cadeia da produção agrícola que não é possível abordar em sala de aula. A viagem foi custeada pela Bayer, e a visita ao porto ocorreu em parceria com a empresa Rocha Terminais Portuários e Logística. A excursão foi acompanhada também pelo professor Patrikk John Martins. CAMPOS EXPERIMENTAIS A primeira etapa da viagem, no dia 3, foi à UEPG (Universidade Estadual de Ponta Grossa), onde ficam os campos experimentais da Bayer. “Os alunos puderam acompanhar todo o desenvolvimento dos produtos até eles serem autorizados, sejam fungicida, herbicida ou inseticida. Todo o trabalho que é feito, e a demora que tem no processo, até que o produto seja lançado no mercado e seja autorizado para utilização em determinadas culturas”, explicou a professora Deise. Segundo ela, todo esse processo foi explanado pela equipe da Bayer. O grupo conheceu os campos experimentais da Bayer em Ponta Grossa 28 Revista Agrária O que impressionou a aluna Juliane Pertschy foram os cuidados da empresa em relação às questões ambientais, aliados ao esforço em atender às crescentes necessidades dos agricultores. “Os procedimentos de pesquisa e desenvolvimento na geração de moléculas, a complexidade e a burocracia que é necessária até que o produto final possa ser comercializado”, lembrou. AGROECOLOGIA O segundo dia foi dedicado a conhecer o CPRA, na região de Curitiba. Lá, além de produzir alimentos em sistema agroecológico, os produtores buscam a completa sustentabilidade das propriedades. “Eles têm a bovinocultura leiteira, por exemplo. O resíduo, o esterco, vai para o minhocário, de onde ele retorna para a olericultura, em forma de adubo. Aquelas hortaliças vão para consumo, venda, ou vão retornar para a compostagem. Então eles mostram que é possível ser sustentável dentro de uma ilha agrícola usando somente o que se tem de resíduo do próprio meio”, contou Deise. Com isso, os alunos puderam conhecer várias atividades e processos aos quais não estavam habituados, como o rotacionamento de pastagens, o sistema agrossilvipastoril [que integra agricultura, floresta e pecuária] e o cuidado com o bem-estar animal. “Tudo é produzido e mantido ali dentro. É uma ideia diferenciada para o aluno, que normalmente fica num ciclo de grandes culturas”, afirmou a professora. “Os alunos perceberam que mesmo estando numa grande propriedade, pode-se reaproveitar tudo, e pode viver da pequena propriedade sem maltratar o animal, sem depreciar a natureza”. PORTO O porto de Paranaguá encerrou o passeio no dia 5. Segundo a professora Deise, o objetivo era mostrar a ponta da cadeia produtiva, por onde é exportada parte da produção nacional, e importada grande parte dos insumos, como os fertilizantes. “Os nossos alunos, mesmo os grandes produtores e filhos de grandes produtores, ou alunos que têm uma propriedade pequena, vivem em função dos cereais, dos grãos. Só que eles conhecem apenas aquela etapa do plantio e da colheita. Durante essa visita eles puderam acompanhar o que acontece no final da cadeia produtiva, para onde vai esse produto”, avaliou a professora. “Brincando com o que disse o professor Patrikk, 50% do curso foi durante esses três dias de viagem”, acrescentou. “Então é muito mais fácil para o aluno, se ele tiver um subsídio teórico para entender o que ele vai encontrar, efetivar seu conhecimento com a visita prática. Um não é separado do outro; a teoria não vive sem a prática”. A aluna Juliane concorda. “As viagens técnicas possibilitam vivenciar situações ainda desconhecidas e assim adquirir experiências interessantes, além de proporcionar um momento de interação e lazer com os colegas. Futuramente, nos tornaremos profissionais preparados para atuar no mercado”. IREKS É CAMPEÃ DA FASE MUNICIPAL DOS JOGOS SESI 2015 HARALD ESSERT A Ireks do Brasil, joint-venture entre a Cooperativa Agrária e a matriz alemã Ireks GmbH, foi a campeã geral da fase municipal dos Jogos Sesi 2015 – competição que reúne industriários em dezenas de modalidades esportivas. Isso significa que, além de ter quatro de suas equipes classificadas para a fase estadual, a empresa obteve a maior pontuação geral entre as demais indústrias participantes no município. Ao todo, cerca de 500 atletas, representando 25 indústrias, competiram na fase municipal, que se estendeu ao longo dos meses de maio e agosto. A premiação ocorreu no dia 28 de agosto, em uma cerimônia na sede do Sesi em Guarapuava. Este ano, o Sesi-PR mudou o regulamento, de maneira que não existe mais fase regional, e a competição segue agora direto para a fase estadual. Da Ireks, se classificaram quatro equipes para a última fase: a dupla Daniel Rodrigues e Valdenei Rodrigues, campeã no bola 8; a dupla João Everaldo Melo e Gilson Fagundes, 3º lugar no dominó; Daniele Dorigue, 2º lugar no tênis de mesa feminino; e a dupla Daniel Rodrigues e Denílson Medina, 1º lugar no truco. A equipe de futebol da Ireks, composta por 15 atletas, ficou em 3º lugar, mas não passou para a próxima fase – uma vez que, nas modalidades coletivas, apenas os campeões das fases municipais se classificam. A Ireks competiu ainda com equipe de futebol sete livre e futsal masculino. A fase estadual, que reúne os melhores de todo o Paraná, está marcada para acontecer entre os dias 30 de outubro e 2 de novembro, em Toledo, Oeste do Estado. COMPETIDORES Dominó, truco e bola 8 podem parecer modalidades que não exigem (ou não propiciam) muito treino. Mas as duplas que se classifi- As equipes que se classificaram para as próximas fases, e parte do time de futebol, que ficou em 3º lugar caram garantem que foi preciso esforço para conseguir vencer. “Foi bastante disputado. Tinha mais de 40 duplas. Tanto que foram precisos dois dias de competição, um fim de semana inteiro, para a competição”, afirmou Daniel Rodrigues sobre o 1º lugar que tirou no truco, ao lado de Denílson Medina. “Treinamos um pouco na Arca [Associação Recreativa e Cultural Agrária], mas principalmente na hora do almoço, na empresa”, contou. Segundo ele, é a segunda vez que eles levam o primeiro lugar na competição. “É um jogo barulhento. Tem que gritar para intimidar o adversário”. E como se treina para um campeonato de dominó? Segundo João Everaldo e Gilson Fagundes, de fato, eles não treinaram. “A gente só joga junto mesmo no dia do jogo”, revelaram. “Só combinamos as táticas de jogo, ali na hora, e tem que conhecer bem o jogo. Mas jo- gar fora do torneio, só em casa com a família”. Essa é a segunda vez que eles conseguem se classificar para a fase seguinte. Treinar bola 8, por sua vez, foi bem mais simples. “Treinamos sempre na Arca”, afirmou Daniel Rodrigues. “Já participei em outros anos, na mesma modalidade, mas jogava com outra dupla. É a primeira vez que passamos para a fase estadual”, acrescentou. Para os competidores, é importante o incentivo que a Ireks dá para participar nos jogos. A empresa, além de uniforme esportivo, provê transporte e também estadia, quando necessário. “A nossa empresa incentiva muito o esporte”, disse Gilson Fagundes. “Isso influencia bastante, deixa a gente mais envolvido com a empresa. E também na parte da amizade, porque vira uma confraternização entre empresas. A gente conhece muita gente lá, e faz novas amizades”, concluiu. Revista Agrária 29 AGRONEGÓCIO PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA DE 2015 É DE R$ 473 BI O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) brasileira em 2015 é de R$ 473,2 bilhões, segundo as atualizações feitas pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), e divulgadas em 15 de setembro. O valor é 1% maior do que o obtido em 2014, de R$ 468,6 bilhões. As lavouras, das 21 culturas analisadas, tiveram aumento de 0,3% (R$ 303,34 bilhões), e a pecuária, 2,2% (R$ 169,88 bilhões). Os produtos com maior acréscimo no valor da produção foram cebola (147,5%), mamona (99,4%), pimenta do reino (58,6%), trigo (7,5%), soja (3,7%), milho (3,4%) e café (1,6%). A pecuária está com desempenho superior às lavouras, principalmente pelos resultados da carne bovina, com incremento de 10,2%. As estimativas regionais mostram que a liderança do valor bruto da produção continua sendo do Sul (R$ 136,96 bilhões), seguido pelo Centro-Oeste (R$ 127,34 bilhões), Sudeste (R$ 120,11 bilhões), Nordeste, (R$ 47 bilhões) e Norte (R$ 27,97 bilhões). Fonte: Ministério da Agricultura ABATE DE SUÍNOS ATINGE RECORDE NO BRASIL O Sindicato Rural de Guarapuava, em parceria com a Uniflora Engenharia, realiza no dia 30 de setembro mais um “Dia do CAR”. O objetivo é ajudar proprietários rurais a realizar o cadastro correto no sistema do Cadastro Ambiental Rural (CAR). O preço do serviço varia de acordo com o tamanho e situação de cada propriedade. Associados têm desconto. Os interessados podem agendar horário de atendimento por telefone (42 3623 1115) ou no próprio sindicato. Fonte: Sindicato Rural de Guarapuava Revista Agrária O Sindicato Rural de Guarapuava realiza entre os dias 7 e 9 de outubro o 1º Simpósio Regional de Bovinocultura de Leite. O evento contará com palestras técnicas que abordarão a qualidade do leite, planejamento da propriedade rural, pagamento por qualidade, produção de leite em sistemas pastoris, suplementação a pasto e controle leiteiro. Haverá ainda mesas redondas e visitas em propriedades rurais. As inscrições custam R$ 30,00 para sócios e R$ 40,00 para não sócios. Fonte: Sindicato Rural de Guarapuava O abate de suínos no segundo trimestre deste ano atingiu o maior volume desde 1997, quando o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) iniciou as pesquisas de abate de animais. Foram abatidos 9,7 milhões de animais no país, 5,7% a mais do que no segundo trimestre do ano passado e 5,8% a mais do que no primeiro trimestre deste ano. O peso total das carcaças abatidas chegou a 860,2 mil toneladas. A região Sul respondeu por 66,3% do total de abates. Fonte: Agência Brasil SINDICATO RURAL REALIZA DIA DO CAR 30 1º SIMPÓSIO REGIONAL DE BOVINOCULTURA DE LEITE PROJETO ESTUDA CONTROLE DA LAGARTA-DOCARTUCHO Identificar os genes do milho responsáveis pela defesa da planta, com o objetivo de aumentar sua resistência à lagarta-do-cartucho. Essa é a meta da nova fase da pesquisa desenvolvida pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia em parceria com o Instituto de Pesquisa Rothamsted, do Reino Unido. A cooperação entre as duas já existe há mais de dez anos, mas a pesquisa atingiu uma nova etapa, na qual o interesse específico é a compreensão dos sinais químicos que os insetos e plantas utilizam na sua defesa. Fonte: Agrolink PREPARO: Massa: 2 xícaras de farinha de trigo Especialíssima 2 colheres (sopa) de margarina 1 ovo 1 pitada de sal Leite em temperatura ambiente, até dar ponto Em um recipiente, misture a farinha de trigo Especialíssima, a margarina, o ovo e o sal. Acrescente o leite ao ponto e misture a massa até ficar enxuta. Em seguida, coloque-a na geladeira por 30 minutos. Abra a massa com o auxílio de um rolo, deixando-a numa espessura fina, e coloque-a em uma forma já untada com fundo falso. Acrescente sobre a massa o recheio e a cobertura, e leve para assar em forno quente, a 180°C por 30 minutos. Sirva quente. Recheio: Recheio: 2 colheres (chá) de óleo de soja 2 xícaras de brócolis cozido e picado 1 xícara de bacon 1 cebola média picada Orégano e temperos a gosto Em uma panela, frite o bacon junto com a cebola. Adicione os temperos e reserve. INGREDIENTES: Massa: Cobertura: Em um recipiente, misture tudo e reserve. Cobertura: Dica: 100 g de queijo mussarela 50 g de queijo parmesão ralado 1 caixa de creme de leite 1/2 xícara de leite 2 ovos Se preferir, acrescente tomates secos para decorar. Rendimento: Em média, 4 porções Tempo de preparo: 1 hora e 30 minutos Veja mais receitas em www.especialissima.com.br Revista Agrária 31 32 Revista Agrária