Matemática 5º ano Ensino Fundamental - SPAECE
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Matemática 5º ano Ensino Fundamental - SPAECE
ISSN 1982-7644 SPAECE 2008 ISSN 1982-7644 SISTEMA PERMANENTE DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO CEARÁ C E A R Á I B O L E T I M P E D A G Ó G I C O D E AVA L I A Ç Ã O MATEMÁTICA 5 o ANO ISSN 1982-7644 SPAECE 2008 BOLETIM PEDAGÓGICO DE AVALIAÇÃO DE MATEMÁTICA DO 5o ANO do ENSINO FUNDAMENTAL Ficha Catalográfica CEARÁ. Secretaria da Educação. Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará - SPAECE 2008. Boletim Pedagógico de Avaliação: Matemática, 5o ano do Ensino Fundamental. Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd. v. 1 (jan/dez. 2008), Juiz de Fora, 2008 – Anual Editor: Anderson Córdova Pena Conteúdo: v.1. 5o ano do Ensino Fundamental ISSN 1982-7644 1. Ensino Fundamental - Avaliação - Periódicos CDU 373.3+373.5:371.26(05) Governador Cid Ferreira Gomes Vice-Governador Francisco José Pinheiro Secretária da Educação Maria Izolda Cela de Arruda Coelho Secretário Adjunto Maurício Holanda Maia Secretário Executivo Antônio Idilvan de Lima Alencar Coordenadora de Avaliação e Acompanhamento da Educação Ana Cristina de Oliveira Rodrigues Orientador de Avaliação do Desempenho Acadêmico Alessio Costa Lima Equipe Técnica Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora Célula de Avaliação do Desempenho Acadêmico da Secretaria da Educação Coordenação Geral Lina Kátia Mesquita Oliveira Orientador Alessio Costa Lima Coordenador Técnico Manuel Fernando Palácios da Cunha e Melo Assessora Técnica Maria Iaci Cavalcante Pequeno Coordenação Estatística Tufi Machado Soares Assistente Técnica Maria Noraelena Rabelo Melo Coordenação de Divulgação dos Resultados Anderson Córdova Pena Técnicas Francisca Eliane Dias de Carvalho Mirna Gurgel Carlos da Silva Rosângela Teixeira de Sousa Equipe de Banco de Itens Verônica Mendes Vieira (Coord.) Mayra da Silva Moreira Equipe de Análise e Medidas Wellington Silva (Coord.) Ailton Fonseca Galvão Clayton Vale Rafael Oliveira Equipe Responsável pela Elaboração do Boletim Lina Kátia Mesquita Oliveira (Org.) Manuel Fernando Palácios da Cunha e Melo (Org.) Anderson Córdova Pena Equipe de Língua Portuguesa Hilda Aparecida Linhares da Silva Micarello (Coord.) Josiane Toledo Ferreira Silva (Coord.) Ana Letícia Duin Tavares Maika Som Machado Edson Munck Begma Tavares Barbosa Marilda Clareth Bispo de Oliveira Equipe de Matemática Lina Kátia Mesquita Oliveira (Coord.) Denise Mansoldo Salazar Mariângela de Assumpção de Castro Tatiane Gonçalves de Moraes Mara Sueli Simões Moraes Nelson Antõnio Pirola Equipe de editoração Hamilton Ferreira (Coord.) Clarissa Aguiar Marcela Zaghetto Raul Furiatti Moreira Vinicius Peixoto Informática Philipe Azevedo de Araújo Sumário 7 Apresentação 8 Linha de Chegada! 10 A Travessia 12 O que é o SPAECE? 17 Estação Matriz 27 Estação Resultados 77 Estação Transformação 89 Linha de Partida Apresentação Caro(a) Professor(a), A Secretaria da Educação, dando continuidade ao Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará – SPAECE, apresenta os resultados de mais um ciclo da Avaliação do Ensino Fundamental realizada em novembro de 2008, na rede pública de ensino. Como você sabe, essa avaliação de natureza censitária produz um diagnóstico sobre o nível do desempenho dos alunos do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental das escolas públicas, permitindo a comparação com os resultados da Prova Brasil, bem como o monitoramento sobre a evolução do desempenho e as metas estabelecidas pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB. Conhecer a condição atual de nossos alunos e identificar suas dificuldades de aprendizagem é imprescindível para que possamos definir políticas voltadas à melhoria da qualidade da educação e à promoção da equidade. Este Boletim, além de dar visibilidade ao processo avaliativo, possibilita a apropriação dos resultados de cada aluno avaliado, reafirmando o compromisso da SEDUC de fazer chegar aos principais usuários no âmbito do estado, do município e da escola as informações necessárias às correções de rumo e para adoção de novas e criativas práticas pedagógicas. Contamos, professor, com seu efetivo trabalho enquanto principal protagonista do processo educativo. Esperamos que toda equipe da escola assuma o compromisso para utilização deste Boletim, criando espaços de reflexão e discussão dos resultados alcançados pela escola para o planejamento de ações concretas e eficazes que favoreçam a melhoria dos padrões de desempenho das escolas públicas cearenses. Maria Izolda Cela de Arruda Coelho Secretária da Educação 7 Linha de chegada! Professor, No ano passado, a sua escola passou por uma avaliação em larga escala que incluiu a aplicação de testes de proficiência aos alunos. Para que você possa se apropriar dos resultados dessa avaliação, nós, da Secretaria da Educação – SEDUC, em parceria com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora, CAEd/UFJF, elaboramos este Boletim Pedagógico. Esperamos que o estudo desse material, ao possibilitar o diagnóstico do desempenho dos alunos, contribua para criar uma cultura de discussão e utilização dos resultados da avaliação em sua escola. Esse é um passo importante para a implementação de ações pedagógicas coletivas capazes de garantir o direito a uma educação de qualidade e à igualdade de oportunidades educacionais a todos os nossos alunos. Neste boletim, o ponto de partida é a “Linha de Chegada”. Vamos explicar por que: Por que começar pela “Linha de chegada”? No processo de avaliação em larga escala, a entrega dos resultados significa o fim de uma etapa e o começo da outra. Estamos começando este Boletim pela Linha de Chegada!, porque o processo avaliativo não se esgota na constatação dos resultados obtidos por sua escola; pelo contrário, é aí que ele se inicia. Para isso, convidamos você, professor, a percorrer uma interessante trajetória, que começa pela chegada dos resultados à sua escola. Nossa caminhada está quase começando... A quais informações você terá acesso? A divulgação dos resultados das avaliações em larga escala é importante, para que as escolas possam, a partir deles, organizar debates, reestruturar as estratégias de ensino adotadas, redefinir as metas que podem ser estabelecidas, considerando-se os indicadores que associam o fluxo escolar, representado pelos índices de aprovação, reprovação e abandono da escola, às médias de proficiência alcançadas pelos alunos. Pensando nisso é que criamos uma série de ações com o propósito de levar a você e a toda a sua comunidade escolar uma nova forma de entender os resultados das avaliações em larga escala. Além deste boletim pedagógico com os resultados de sua escola, você terá acesso: Ao Documento “Matrizes Detalhadas para Avaliação”: material com o detalhamento de todas ÂÂ as Matrizes de Referência para Avaliação em Língua Portuguesa e Matemática e com vários exemplos de itens. ÂÂ Ao Documento “Guia de Elaboração de Itens”: um guia de fácil utilização e que traz, passo a passo, a metodologia de elaboração de itens para testes de proficiência. ÂÂ Aos Boletins de Resultados: com o cruzamento entre dados socioeconômicos dos alunos, dos professores e diretores e os níveis de proficiência alcançados pela escola. ÂÂ Ao Portal da Avaliação: um grande portal sobre avaliação, com inúmeras informações sobre as avaliações em larga escala e diversos documentos importantes, que você pode consultar e estudar. ÂÂ Aos vídeos direcionados aos gestores: todas as escolas receberão um vídeo com informações e diretrizes para o trabalho com o material de divulgação dos resultados. Isso será muito importante para o comprometimento e motivação de toda a equipe. Como você pode perceber, todos esses materiais têm a função de contribuir com o trabalho de detectar os principais problemas de aprendizagem de seus alunos e, ao mesmo tempo, apoiar você no estabelecimento de projetos pedagógicos que visem a elevar os níveis de desempenho dos alunos, bem como reduzir os índices de reprovação e abandono da escola. A TRAVESSIA Professor, para iniciar nossa caminhada, seguiremos um roteiro no qual estão previstas três paradas. Cada parada é representada por uma estação e, em cada estação, vamos aprender algo diferente. Leia atentamente o roteiro, siga as instruções e aproveite o máximo, para que, juntos, façamos um excelente percurso. O trajeto: Para completar nosso percurso, devemos passar por três estações e nove trilhas. Em cada estação, existem desafios a enfrentar. É de grande importância que você vença os desafios; isso lhe permitirá extrair todas as informações que o Boletim Pedagógico apresenta. O propósito desses desafios é o de proporcionar reflexão, aprendizado e superação. Aconselhamos que você apenas avance em uma trilha, quando todos os conceitos tratados na anterior estiverem bem claros para você. Com o objetivo de dinamizar nossa caminhada, criamos uma rede interativa para troca de experiências, debates e muitas outras informações. É um grande Portal, inteirinho à sua disposição! O Portal: O Portal da Avaliação é um site com informações sobre avaliação da educação realizada em diversos Estados que, como o nosso, fazem a avaliação externa de suas redes educacionais. Os endereços são www.caed.ufjf.br e www.seduc.ce.gov.br. Neles, você também encontrará a Matriz de Referência para Avaliação, a Escala de Proficiência e os resultados de sua escola e de todas as outras que participaram da avaliação em nosso Estado. Poderá “baixar” vários documentos e fazer muitas outras descobertas. Para organizar todas essas novidades, você pode registrar o seu aprendizado e o passo a passo da caminhada em um Diário de Bordo. O Diário: Sugerimos que você tenha um Diário de Bordo. Ele é um caderno para anotar as suas dúvidas, opiniões e sugestões sobre este Boletim e o Portal. Com esse caderno, você poderá redefinir a trajetória, rever as direções, enfim, refletir sobre seu percurso. Isso ajudará você a aproveitar melhor a viagem, repensando constantemente o caminho percorrido e o que ainda percorrerá. Essas anotações são muito preciosas e, portanto, devem ser compartilhadas com todos os seus companheiros de trajeto. Os companheiros: Forme um grupo de colegas em sua escola, converse com a direção e a equipe pedagógica sobre o Boletim e troque informações com a sua Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (CREDE) ou Secretaria Municipal de Educação. Mas, antes, vamos falar sobre o SPAECE. Aqui, você conhecerá um pouco da estrutura do Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará, o SPAECE. Saberá também da importância dele para a melhoria da qualidade da educação em nosso Estado. Já está quase na hora da partida! O que é o SPAECE? O Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Educação (SEDUC), vem implementando, desde 1992, o Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará – SPAECE. Esse sistema tem por objetivo fornecer subsídios à formulação, reformulação e monitoramento das políticas educacionais, além de possibilitar aos professores, diretores escolares e gestores educacionais um quadro da situação da Educação Básica na rede pública de ensino. O SPAECE, na vertente Avaliação de Desempenho Acadêmico, caracteriza-se como avaliação externa em larga escala, que avalia as competências e habilidades de alunos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, em Língua Portuguesa e Matemática. As informações coletadas a cada avaliação identificam o nível de proficiência e a evolução do desempenho dos alunos. Realizada de forma censitária e universal, essa avaliação abrange as escolas estaduais e municipais, utilizando testes, com itens elaborados pelos professores da rede pública, tendo como orientação os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) do Ministério da Educação (MEC) e os Referenciais Curriculares Básicos (RCB) da SEDUC. São aplicados, também, questionários contextuais, investigando dados socioeconômicos e hábitos de estudo dos alunos, perfil e prática dos professores e diretores. Por considerar a importância da avaliação como instrumento eficaz de gestão, a SEDUC amplia, a partir de 2007 a abrangência do SPAECE, incorporando a avaliação da alfabetização e expandindo a avaliação do Ensino Médio para as três séries de forma censitária. Dessa forma, o SPAECE passa a ter três focos: Avaliação da Alfabetização – SPAECE-Alfa (2º ano). ÂÂ ÂÂ Avaliação do Ensino Fundamental (5º e 9º anos). ÂÂ Avaliação do Ensino Médio (1ª, 2ª e 3 ª séries). A idealização do SPAECE-Alfa surge em decorrência da prioridade do atual governo na alfabetização das crianças logo nos primeiros anos de escolaridade, expressa através do Programa Alfabetização na Idade Certa (PAIC). O SPAECEAlfa consiste numa avaliação anual externa e censitária, para identificar e analisar o nível de proficiência em leitura dos alunos do 2º ano do Ensino Fundamental das escolas da rede pública (estaduais e municipais), possibilitando construir um indicador de qualidade sobre a habilidade em leitura de cada aluno, o qual permite estabelecer comparações com os resultados das avaliações realizadas pelos municípios e pelo Governo Federal (Provinha Brasil). A avaliação do Ensino Fundamental, de natureza censitária, dando continuidade à série histórica do SPAECE, manteve-se com periodicidade bianual, intercaladas aos ciclos do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – SAEB. A referida avaliação é realizada nos anos finais de cada etapa do Ensino Fundamental, com a finalidade de diagnosticar o estágio de conhecimento, bem como analisar a evolução do desempenho dos alunos do 5º e 9º anos e os fatores associados a esse desempenho, produzindo informações que possibilitem a definição de ações prioritárias de intervenção na rede pública de ensino (estadual e municipal). A avaliação do Ensino Médio, realizada anualmente, de forma censitária nas três séries desta etapa de escolaridade, envolve todas as escolas da rede estadual, e seus anexos, localizadas nos 184 municípios cearenses. O conjunto de informações coletadas pelo SPAECE permite montar um quadro sobre os resultados da aprendizagem dos alunos, seus pontos fracos e fortes, e sobre as características dos professores e gestores das escolas estaduais. Em se tratando de uma avaliação longitudinal, possibilita, ainda, acompanhar o progresso de aprendizagem de cada aluno ao longo do tempo. Em 2008, a avaliação do SPAECE realizou-se de forma censitária em, aproximadamente, 628 escolas estaduais e 6.656 escolas municipais, dos 184 municípios do Ceará, que têm alunos matriculados no 2º – SPAECE-Alfa –, 5° e 9° anos do Ensino Fundamental e na 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio, em turmas de Ensino Regular. Não participaram do SPAECE 2008 as escolas de Educação Especial e as turmas de Classes de Aceleração e de Educação de Jovens e Adultos (EJA) pela dificuldade de conciliar os parâmetros da avaliação com as especificidades dessas modalidades de ensino. Nessa 12ª edição participaram 614 673 alunos distribuídos da seguinte forma: Ano/série Número de Alunos Rede Estadual Rede Municipal TOTAL 2 EF 1 080 122 866 123946 5 EF 4 685 134 552 139237 9 EF 31 692 71460 103152 1 EM 101 467 706 102173 o o o a 2 EM 79 755 195 79950 3a EM 66 003 212 66215 TOTAL 284 682 329 991 614 673 a No SPAECE 2008, foram avaliados o nível de alfabetização dos alunos do 2º ano do Ensino Fundamental (SPAECE-Alfa) e as competências e habilidades nas áreas de Língua Portuguesa e Matemáticas dos alunos do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e da 1ª, 2ª 3ª séries do Ensino Médio, mediante aplicação de testes. Além dos aspectos cognitivos (conhecimentos), avaliação do SPAECE inclui aspectos contextuais coletados por meio da aplicação de questionários: o do aluno, com o objetivo de obter dados sobre o perfil socioeconômico e sua trajetória escolar; o do professor, para traçar o perfil e a prática docente; e o do diretor, para traçar o perfil e a prática de gestão. O conjunto de informações coletadas pelo SPAECE permite diagnosticar a qualidade da educação pública em todo o Estado, produzindo resultados por aluno, turma, escola, município e CREDE. Ao mesmo tempo, os indicadores servem de base à implementação de políticas e de novas e criativas práticas pedagógicas nas escolas e municípios que se valem das informações produzidas. O SPAECE constitui-se numa ferramenta essencial para promover o debate público e favorecer a promoção de ações orientadas para a democratização do ensino, e capazes de garantir a todos igualdade de oportunidades educacionais. Para conhecer melhor o SPAECE, consulte o Portal da Avaliação nos sites www.seduc.ce.gov.br e www.caed.ufjf e obtenha mais informações sobre as diversas avaliações realizadas e seus resultados. Registre em seu Diário de Bordo suas descobertas. Vejamos por quais estações você deverá passar. Estação: MATRIZ Nesta parte do percurso, vamos estudar a Matriz de Referência para Avaliação do SPAECE, suas relações com a Matriz Curricular de Ensino, e entender a composição dos testes de proficiência e como eles são analisados. Tudo isso percorrido em três trilhas. Trilhas a percorrer: ÂÂ A Matriz de Referência para Avaliação de Matemática do 5º ano Ensino Fundamental. ÂÂ A Composição dos Testes de Proficiência. ÂÂ A Metodologia de Análise dos Testes. Desafios a cumprir: ÂÂ Estabelecer a diferença entre Matriz Curricular e Matriz de Referência para Avaliação. ÂÂ Consultar o documento Matrizes de Referência para Avaliação. ÂÂ Elaborar itens com base no Documento Guia de Elaboração de Itens. Objetivo a alcançar: ÂÂCompreender a Matriz de Referência para Avaliação, a composição e análise dos testes. Estação: RESULTADOS Nesta estação, estão os resultados de sua escola. Haverá uma Escala de Proficiência em que você poderá acompanhar o caminho trilhado pelos alunos na conquista de suas habilidades e competências acadêmicas. Você descobrirá como está o ensino na sua escola. Será a mais importante descoberta do Boletim, temos a certeza! Trilhas a percorrer: ÂÂ Análise dos Resultados da sua Escola. ÂÂ A Escala de Proficiência. ÂÂ Os Perfis de Desempenho em Matemática. Desafios a cumprir: ÂÂ Compreender Gráfico do Percentual de Alunos por Nível de Proficiência. ÂÂ Consultar a Escala no Portal da Avaliação. ÂÂ Compor o Quadro do Diagnóstico Pedagógico da Escola. Objetivo a alcançar: ÂÂ Conhecer quais habilidades em Matemática já foram consolidadas por seus alunos e aquelas que ainda precisam de uma atenção especial. Estação: TRANSFORMAÇÃO Os resultados que você descobriu na estação anterior são as coordenadas necessárias para este trecho do percurso. Os números passarão, então, a ter um significado cada vez mais próximos de você, até ser possível identificar aqueles alunos que necessitam de uma atenção especial e planejar intervenções que possam atendê-los. Será uma transformação e tanto. Trilhas a percorrer: ÂÂ Sugestões de Atividades Pedagógicas. ÂÂ A Prática do Diálogo na Escola sobre a Avaliação. ÂÂ Histórias de Sucesso. Desafios a cumprir: ÂÂ Aplicar em sala algumas das atividades sugeridas. ÂÂ Fomentar, na escola, o diálogo sobre a avaliação. Objetivo a alcançar: ÂÂ Utilizar os resultados do SPAECE para transformar a realidade escolar. Finalizaremos nossa jornada no Ponto de Partida. Parece estranho terminar assim, mas você entenderá o porquê. Agora é sua vez: consulte o Portal, leia este Boletim, releia, leia de novo e – o mais importante – pergunte! As dúvidas e questionamentos que você anota no Diário de Bordo não devem ficar no papel. Troque informações, busque outras opiniões, converse, interaja por meio dos canais de comunicação feitos para você no Portal! Estação Matriz Para continuar sua caminhada, você terá que passar pelas trilhas desta Estação: 991ª Trilha. A Matriz de Referência para Avaliação de 992ª Trilha. A Composição dos Testes de Proficiência. 993ª Trilha. A Metodologia de Análise dos Testes. Bem-vindo à Estação Matriz! ESTAÇÃO MATRIZ Matemática do 5º ano do Ensino Fundamental. 17 18 SPAECE 2008 Professor, você já deve ter percebido que as crianças têm contato com números mesmo antes de frequentar a escola. Elas veem placas, folhetos de supermercados, teclados de computadores, celulares, controles remotos de eletrodomésticos, dentre outros materiais nos quais os números estão presentes. Além disso, observam, em situações do dia a dia, as pessoas utilizando informações matemáticas. Elas próprias, em seus jogos, brincadeiras e na interação com o outro, vivenciam momentos fundamentais para a criação de esquemas cognitivos essenciais à construção do raciocínio lógico-matemático. E qual é o seu papel e o da escola nesse processo? À escola cabe a tarefa de sistematizar e organizar os conhecimentos relativos à Matemática por meio de uma proposta pedagógica que proporcione aos alunos o domínio desses conhecimentos e sua utilização em situações da vida nas quais eles se fazem necessários. O aprendizado da Matemática requer o desenvolvimento de diversas habilidades, como, por exemplo, desenvolver cálculos mentais e escritos, localizar-se no espaço, dimensionar grandezas dentre outras. Essas habilidades vão tornando-se cada vez mais complexas, à medida que o aluno avança em seu processo de escolarização. Assim, a cada etapa vencida, são necessários avanços, de modo a garantir o sucesso escolar do aluno. Ao implementar suas ações pedagógicas, você, professor, dá vida às práticas matemáticas, o que possibilita o desenvolvimento de novas competências e habilidades pelos alunos. Entretanto, para que isso aconteça, é preciso que você identifique as habilidades que já foram consolidadas, quais estão em desenvolvimento e, ainda, quais não foram consolidadas por seus alunos. Para isso, você sabe, é preciso avaliar. As avaliações que você realiza em sala de aula, também chamadas avaliações internas, permitem acompanhar o desenvolvimento dos alunos em vários aspectos: motores, cognitivos, afetivos, emocionais, dentre outros. Mas existem também outros tipos de avaliação, complementares à interna, que têm o objetivo de traçar um diagnóstico do desempenho do aluno com relação a habilidades consideradas básicas ao seu período de escolaridade. A avaliação externa, ou avaliação em larga escala, permite esse tipo de diagnóstico. É desse tipo de avaliação que trataremos agora. ESTAÇÃO MATRIZ Nesta Estação, você conhecerá o que foi avaliado em matemática pelo SPAECE, entenderá a composição dos testes e sua metodologia de análise. 19 Trilha 1 A Matriz de Referência para Avaliação de Matemática do 5º ano do Ensino Fundamental Ao passar por esta trilha, você conhecerá: ÂÂ A diferença entre Matriz Curricular de Ensino e Matriz de Referência para Avaliação. ÂÂ A Matriz de Referência para Avaliação em Matemática do 5º ano EF. A Matriz de Referência para Avaliação é um componente muito importante das avaliações em larga escala, pois é ela que dá transparência e legitimidade ao processo avaliativo, informando com clareza o que será avaliado. Uma Matriz de Referência para Avaliação é uma amostra representativa das Matrizes Curriculares. Ela surge da Matriz Curricular, mas contempla apenas aquelas habilidades consideradas fundamentais e possíveis de serem avaliadas em testes de múltipla escolha. São essas habilidades, apresentadas pela Matriz de Referência, que serão avaliadas pelos itens que comporão os testes. SPAECE 2008 Uma Matriz Curricular apresenta, além de um conjunto amplo de conteúdos a serem abordados em cada disciplina, orientações metodológicas, o que não é o caso de uma Matriz de Referência para Avaliação, que apresenta apenas aquelas habilidades consideradas básicas para cada período de escolarização. Imagine a Matriz de Referência para avaliação em larga escala como uma bússola indicativa do que será avaliado, informando o que se espera dos alunos ao final de uma determinada etapa de sua trajetória escolar. 20 Quais são os elementos que compõem a Matriz de Referência para Avaliação? Ela está organizada em tópicos que, por sua vez, agrupam um conjunto de descritores. Um descritor, como o próprio nome indica, descreve uma única habilidade. Ele representa uma associação entre os conteúdos curriculares e as operações mentais desenvolvidas pelos alunos, que se traduzem em competências e habilidades. Para que você entenda melhor essa organização, vamos conhecer a Matriz de Referência para Avaliação em Matemática 2008. Desafio: ESTAÇÃO MATRIZ Professor, para avançar em seu trajeto de compreensão de uma Matriz de Referência para Avaliação, é fundamental que os conceitos estejam bastante claros para você. É hora de utilizar novamente seu Diário de Bordo. Escreva, em poucas linhas, qual a diferença entre Matriz de Referência para Avaliação e Matriz Curricular e o que você entende por descritor. 21 MATRIZ DE REFERÊNCIA - SPAECE MATEMÁTICA – 5o ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL TEMAS E SEUS DESCRITORES I – INTERAGINDO COM OS NÚMEROS E FUNÇÕES D1 Reconhecer e utilizar características do sistema de numeração decimal. D2 Utilizar procedimentos de cálculo para obtenção de resultados na resolução de adição e/ou subtração envolvendo números naturais. D3 Utilizar procedimentos de cálculo para obtenção de resultados na resolução de multiplicação e/ou divisão envolvendo números naturais. D4 Resolver situação-problema que envolva a operação de adição ou subtração com os números naturais. D5 Resolver situação-problema que envolva a operação de multiplicação ou divisão com os números naturais. D6 Resolver situação-problema que envolva mais de uma operação com os números naturais. D9 Resolver situação-problema que envolva cálculos simples de porcentagem (25%, 50% e 100%). D13 Reconhecer diferentes representações de um mesmo número racional, em situação-problema. D14 Comparar números racionais na forma fracionária ou decimal. D15 Resolver problema utilizando a adição ou subtração com números racionais representados na forma fracionária (mesmo denominador ou denominadores diferentes) ou na forma decimal. II – CONVIVENDO COM A GEOMETRIA D45 Identificar a localização / movimentação de objetos em mapas, croquis e outras representações gráficas. D46 Identificar o número de faces, arestas e vértices de figuras geométricas tridimensionais representadas por desenhos. D47 Identificar e classificar figuras planas: quadrado, retângulo e triângulo destacando algumas de suas características (Número de lados e tipo de ângulos). D52 Identificar planificações de alguns poliedros e/ou corpos redondos. III - VIVENCIANDO AS MEDIDAS D59 Resolver problema utilizando unidades de medidas padronizadas como: km/m/cm/mm, kg/g/mg, L/mL. D60 Resolver problema que envolva o cálculo do perímetro de polígonos, usando malha quadriculada ou não. D61 Identificar as horas em relógios digitais ou de ponteiros, em situação-problema. D62 Estabelecer relações entre: dia e semana, hora e dia, dia e mês, mês e ano, hora e minuto, minuto e segundo, em situaçãoproblema. D63 Resolver problema utilizando a escrita decimal de cédulas e moedas do sistema monetário brasileiro. D66 Resolver problema envolvendo o cálculo de área de figuras planas, desenhadas em malhas quadriculadas ou não. IV - TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO D73 Ler informações apresentadas em tabela. D74 Ler informações apresentadas em gráficos de barras ou colunas. Desafio: SPAECE 2008 Escolha três descritores do 5o ano EF no documento Matrizes de Referência para Avaliação em Matemática e localize exemplos de itens para cada um dos descritores que você escolheu. Consulte esse material em sua escola ou você mesmo poderá “baixar” esse documento do Portal da Avaliação. 22 Qual a diferença entre avaliação em sala de aula e avaliação em larga escala? Professor, como você viu, existem diferenças entre a avaliação em larga escala e aquela que você realiza em sala de aula, mas os dois tipos de avaliação são complementares. Diferentemente da avaliação interna, na avaliação em larga escala, o que se avalia não é o aluno, enquanto indivíduo, mas o conjunto dos alunos. A finalidade desse tipo de avaliação é, portanto, aferir o desempenho da escola. A despeito de suas diferenças, os dois tipos de avaliação são capazes de produzir indicadores da qualidade do trabalho da escola. O que muda na avaliação em larga escala é o foco, no caso a escola, além do formato dos testes e da metodologia de análise dos resultados. ESTAÇÃO MATRIZ Para tratar desse assunto, nós nos veremos na próxima trilha. 23 Trilha 2 A Composição dos Testes de Proficiência A caminhada por esta trilha lhe permitirá: ÂÂ Entender como foram montados os testes de proficiência que foram aplicados a seus alunos. Na montagem dos testes, foi utilizado o modelo denominado Blocos Incompletos Balanceados – BIB. Nesse modelo, os itens são organizados em blocos que compõem cadernos diferentes, de forma a contemplar todas as habilidades avaliadas nos segmentos: 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e 1ª a 3ª séries do Ensino Médio. Para o 5º ano, foram utilizados 77 itens de Língua Portuguesa e também 77 de Matemática, distribuídos em 7 blocos de 11 itens, para cada disciplina. Com base nessa distribuição, geramos 21 modelos de cadernos. Os alunos responderam a 2 blocos de Língua Portuguesa (22 itens) e 2 blocos de Matemática (22 itens). Assim, cada aluno respondeu, no total, a 44 itens alternados entre Língua Portuguesa e Matemática. Já para o 9º ano do Ensino Fundamental e para a 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio, utilizamos 91 itens de Língua Portuguesa e 91 de Matemática, distribuídos em 7 blocos de 13 itens, para cada disciplina. Geramos 21 modelos de cadernos. Os alunos responderam a 2 blocos de Língua Portuguesa (26 itens) e 2 blocos de Matemática (26 itens). Assim, cada aluno respondeu, no total, a 52 itens alternados entre Língua Portuguesa e Matemática. Os procedimentos utilizados na organização dos testes e na análise de seus resultados permitem comparar os resultados do SPAECE ao longo de vários anos, identificar se houve avanço no desenvolvimento dos alunos, analisar se esse desenvolvimento é o desejável, bem como verificar se o desempenho da escola melhorou, o que indica melhoria da qualidade do ensino. SPAECE 2008 Desafio: 24 Procure em sua escola, ou “baixe” do Portal da Avaliação, o Documento Guia de Elaboração de Itens de Matemática. Com base nesse documento, elabore alguns itens e aplique em sua turma. Registre os resultados em seu Diário de Bordo e depois troque experiências com outros professores. Trilha 3 A Metodologia de Análise dos Testes E depois da aplicação dos testes, o que acontece? Depois da aplicação, os testes são enviados ao CAEd, e a sua correção gera uma grande quantidade de informações. Essas informações são transformadas em uma base de dados relativos aos resultados de desempenho dos alunos, o que permite que esses dados sejam analisados qualitativamente. Esta trilha apresenta a você: ÂÂ Uma introdução à metodologia de análise dos testes de proficiência. Após a montagem da base de dados, é feito o tratamento estatístico das respostas aos itens, utilizando-se os procedimentos da Teoria da Resposta ao Item – TRI. Essa teoria é uma modelagem que possibilita estabelecer uma relação entre a proficiência do aluno e a probabilidade de ele acertar um determinado item. Além disso, permite a comparabilidade entre períodos de escolaridade avaliados e entre diferentes edições de um programa de avaliação em larga escala. As medidas de proficiência dos alunos avaliados são organizadas numa Escala de Proficiência e devem ser qualitativamente interpretadas. Para que você também possa realizar uma interpretação qualitativa do desempenho de seus alunos no teste, apresentaremos, na próxima Estação, a escala elaborada para o SPAECE e os resultados de sua escola. ESTAÇÃO MATRIZ Se, até aqui, algum conceito não ficou claro para você, refaça sua leitura, aprofunde seu entendimento. Troque informações com seus colegas. Só assim você estará melhor equipado para nossa viagem. 25 Estação Resultados 994ª Trilha: Análise dos Resultados da sua Escola. 995ª Trilha: A Escala de Proficiência. 996ª Trilha: Os Perfis de Desempenho em Matemática. Bem-vindo à Estação Resultados! ESTAÇÃO RESULTADOS Nesta parte de sua caminhada, você terá que passar pelas seguintes trilhas: 27 28 SPAECE 2008 Bem-vindo aos resultados de Matemática de sua escola! Professor, como você pode ver, todo processo avaliativo, tanto aquele realizado em sala de aula, quanto o externo, parte da premissa de que a avaliação deve produzir seus resultados com um propósito específico: servir para a construção de um diagnóstico pedagógico, ponto de partida para ações de intervenção voltadas à melhoria da aprendizagem dos alunos. ESTAÇÃO RESULTADOS Para analisar se essa melhoria está acontecendo em sua sala de aula, em sua escola, nesta Estação, você terá acesso à análise dos resultados de desempenho em Matemática. 29 Trilha 4 A Análise dos Resultados da sua Escola Parabéns por ter chegado a este ponto! Agora é hora de você se tornar um explorador dos resultados do SPAECE em sua escola. Aqui, você encontrará: ÂÂ Os resultados de proficiência em Matemática dos alunos do 5° ano do Ensino Fundamental de sua escola. Acreditamos que a escola capaz de fazer a diferença é aquela que consegue promover a melhoria de seus resultados, monitorando a qualidade de sua ação educativa, interpretando, analisando e utilizando as informações das avaliações em larga escala. É possível transformar essas informações em ações específicas de intervenção na escola? Sim. E isso deve ser feito! Ao interpretar os resultados apresentados nesta e na próxima trilha, você poderá avaliar em que aspectos sua escola deve investir em projetos inovadores, pedagogicamente comprometidos com a aprendizagem de todos os alunos. Esse acompanhamento tem a finalidade de associar, continuamente, diagnóstico e ações focalizadas em resultados de melhoria educacional. Para isso, deve enfrentar os maiores desafios dessa jornada. SPAECE 2008 Ao término desta estação, você encontrará alguns desafios. Para enfrentá-los, você deve consultar as informações a seguir. 30 Resultados da sua escola no SPAECE 2008 Quadro das Médias Comparadas Compare a média de sua escola com as outras médias. Como você interpreta a posição de sua escola? Quais os fatores que podem ter contribuído para esse resultado? E a participação de sua escola? Caso você considere essa posição pouco satisfatória, como modificar essa situação para as próximas avaliações? Registre suas respostas no Diário de Bordo. Você viu, nesse gráfico, uma comparação entre a evolução das médias de proficiência de sua escola e da rede estadual. Sua escola tem melhorado ao longo do SPAECE? E em relação à rede estadual, qual a evolução de sua escola? Em qual ano os resultados foram melhores? Por quê? Registre suas repostas no Diário de Bordo. ESTAÇÃO RESULTADOS Gráfico da Evolução das Médias 31 Gráficos do Percentual de Alunos por Nível de Proficiência No Estado: Em sua escola: SPAECE 2008 Legenda: 32 Muito Crítico Crítico Intermediário Adequado Qual o percentual de alunos em cada categoria de desempenho? Consulte o anexo deste boletim e veja também os resultados de sua escola por turma. Trilha 5 A Escala de Proficiência A caminhada por esta trilha vai possibilitar a você: ÂÂ O estudo da Escala de Proficiência em Matemática do SPAECE. Professor, em sala de aula, você usa, muitas vezes, um intervalo de 0 a 10, que estabelece a nota do estudante em uma prova. Trabalhar com uma medida que expressa a quantidade de questões acertadas pode funcionar para avaliar os estudantes em sala de aula. Para obter essa nota, você pode utilizar vários instrumentos, e o conjunto desses instrumentos será usado no julgamento do desempenho do aluno. Entretanto, quando um sistema inteiro está sendo avaliado, uma nota não fornece informações suficientes. Por isso, é necessário ter uma medida específica. Essa medida é o que chamamos de Escala de Proficiência. Assim, enquanto a escola, na sua avaliação interna, trabalha com notas individuais, a avaliação externa trabalha com a média de desempenho do grupo avaliado. Uma escala é a expressão da medida de uma grandeza. É uma forma de apresentar resultados com base em uma espécie de régua. Na caminhada pela avaliação, a Escala de Proficiência é um mapa para orientá-lo com relação às competências que seus alunos desenvolveram. Na Escala de Proficiência, os resultados da avaliação são apresentados em níveis, revelando o desempenho dos alunos do nível mais baixo ao mais alto. A Escala de Proficiência em Matemática do SPAECE varia de 0 a 500 pontos, de modo a conter, em uma mesma “régua”, a distribuição dos resultados do desempenho dos alunos no período de escolaridade avaliado. ESTAÇÃO RESULTADOS A média de proficiência obtida por sua escola foi alocada, na régua da Escala de Proficiência, no ponto correspondente. Isso permite que você realize um diagnóstico pedagógico bastante útil. Vamos entender melhor o que foi exposto, até aqui, estudando a Escala de Proficiência em matemática do SPAECE. 33 34 SPAECE 2008 Ler, utilizar e interpretar informações apresentadas Utilizar procedimentos algébricos Realizar e aplicar operações Conhecer e utilizar números Estimar e comparar grandezas Medir grandezas Utilizar sistemas de medidas Aplicar relações e propriedades Reconhecer transformações no plano Identificar figuras geométricas e suas propriedades Localizar objetos em representações do espaço COMPETÊNCIAS 0 25 50 75 A gradação de cores indica a complexidade da competência desenvolvida Legenda: Utilizar procedimentos de combinatória e probabilidade Tratamento da em tabelas e gráficos Informação Números, Operações e Álgebra Grandezas e Medidas Espaço e Forma DOMÍNIOS INTERVALOS 100 125 GRAU I 150 175 GRAU II 200 MATEMÁTICA 225 GRAU III 250 275 GRAU IV 300 325 Escala de Proficiência: viagem pela apropriação da Matemática. Educação Básica GRAU V 350 375 400 Escola 425 450 475 500 Desafio: Consulte no Portal da Avaliação a Escala de Proficiência. A forma como a escala está apresentada no Portal permite uma interação muito maior com o texto. Você fará grandes descobertas. Esperamos que goste! Como você viu, a Escala de Proficiência em Matemática do SPAECE é composta por quatro domínios: Espaço e Forma, Grandezas e Medidas; Números, Operações e Álgebra; Tratamento da Informação. Cada um desses domínios, por sua vez, agrupa competências. Essas competências dizem respeito àquelas habilidades relacionadas nos descritores da Matriz de Referência para Avaliação. A gradação de cores – do amarelo claro ao vermelho – de uma mesma competência indica os diferentes níveis de complexidade que ela pode apresentar. Tomemos como exemplo a competência “Localizar objetos em representações do espaço”. Espera-se que os alunos comecem a construir essa competência em seu primeiro ano de escolarização. Entretanto, essa construção envolve diferentes níveis de complexidade, e a evolução desses níveis é representada, na escala, pela gradação de cores. Assim, como você viu, os tons mais escuros representam níveis mais complexos de uma mesma competência, desenvolvida, ao longo da trajetória escolar do aluno, pela incorporação de diversas habilidades. Vejamos, então, as habilidades que estão agrupadas em cada uma das competências da Escala de Proficiência. ESTAÇÃO RESULTADOS Vamos continuar caminhando! 35 Apresentaremos, a seguir, os domínios e competências da Escala de Proficiência. A gradação de cores em cada linha da escala indica diferentes níveis de complexidade de uma mesma competência. Detalhamento dos Domínios e Competências da Escala DOMÍNIO: ESPAÇO E FORMA Professor, na Matemática, o estudo do Espaço e Forma é de fundamental importância, para que o aluno desenvolva várias habilidades, como percepção, representação, abstração, levantamento e validação de hipóteses, orientação espacial, além de propiciar o desenvolvimento da criatividade. Vivemos num mundo em que, constantemente, necessitamos movimentar-nos, localizar objetos, localizar ruas e cidades em mapas, identificar figuras geométricas e suas propriedades para solucionar problemas. O estudo deste domínio pode auxiliar a desenvolver todas essas habilidades. Também nos ajuda a apreciar com outro olhar as formas geométricas presentes na natureza, nas construções e nas diferentes manifestações artísticas. Neste domínio, encontram-se duas competências: a localização de objetos em representações do espaço; e a identificação de figuras geométricas e suas propriedades. Essas competências são trabalhadas desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Permitem que, a cada ano de escolaridade, os alunos aprofundem e aperfeiçoem o seu conhecimento neste domínio. Vamos detalhar as competências relativas ao 5º ano do Ensino Fundamental. COMPETÊNCIA: Localizar objetos em representações do espaço INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 COMPETÊNCIAS Localizar objetos em representações do espaço Um dos objetivos do ensino de Espaço e Forma em Matemática é propiciar ao aluno o desenvolvimento da competência de localizar objetos em representações planas do espaço. Essa competência é desenvolvida desde os anos iniciais do Ensino Fundamental, por meio de tarefas que exigem dos alunos desenharem no papel, por exemplo, o trajeto casa-escola, identificando pontos de referências. Para o desenvolvimento dessa competência, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, são utilizados vários recursos, como a localização, em mapas ou croquis, de ruas, pontos turísticos, casas. Além disso, o uso do papel quadriculado auxilia o aluno a localizar objetos, utilizando as unidades de medidas (cm, mm) em conexão com o domínio Grandezas e Medidas. Alunos que se encontram no intervalo de 200 a 250 pontos na escala, representado pela cor amarelo-clara, estão no início do desenvolvimento dessa competência e mostram-se capazes de realizar atividades que envolvam referenciais diferentes da própria posição, como, por exemplo, localizar qual o objeto está situado entre outros dois. Também localizam e identificam a movimentação de objetos e pessoas em mapas e croquis. SPAECE 2008 Veja a tarefa que eles resolvem com sucesso. 36 EXEMPLO (M08329SI) No mapa abaixo, encontram-se representadas as ruas do bairro onde mora Mariana. Mariana informou que mora numa rua entre as avenidas A e B e entre as ruas do hospital e da locadora. Mariana mora na A) Rua 4. B) Rua 5. C) Rua 7. D) Rua 9. COMPETÊNCIA: Identificar figuras geométricas e suas propriedades INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 COMPETÊNCIAS Identificar figuras geométricas e suas propriedades No intervalo de 200 a 250, representado pela cor amarelo-clara, os alunos começam a desenvolver a habilidade de identificar quadriláteros e triângulos, utilizando, como atributo, o número de lados. Assim, dado um conjunto de figuras, os alunos, pela contagem do número de lados, identificam aqueles que são triângulos e os que são quadriláteros. Em relação aos sólidos, os alunos identificam suas propriedades comuns e suas diferenças, utilizando um dos atributos, nesse caso, o número de faces. Veja a tarefa que eles resolvem com sucesso. ESTAÇÃO RESULTADOS Nessa competência, a denominação de “figuras geométricas” será utilizada de forma geral para se referir tanto às figuras bidimensioniais como às tridimensionais. Em todos os lugares, deparamo-nos com diferentes formas geométricas – arredondadas, retilíneas, simétricas, assimétricas, cônicas, esféricas dentre muitas outras. A percepção das formas que estão ao nosso redor é desenvolvida pelas crianças, mesmo antes de entrarem na escola. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, os alunos começam a desenvolver as habilidades de reconhecimento de formas utilizando alguns atributos das figuras planas (um dos elementos que diferenciam o quadrado do triângulo é o atributo número de lados) e tridimensionais (conseguem distinguir a forma esférica de outras formas). 37 EXEMPLO (IT-039148) Joana usou linhas retas fechadas para fazer este desenho. Quantas figuras de quatro lados foram desenhadas? A) 2 B) 3 C) 4 D) 5 Os alunos cuja proficiência se encontra entre 250 e 300 pontos já são capazes de identificar algumas características de quadriláteros relativas a lados e ângulos e, também, de reconhecer alguns polígonos, como trapézios, pentágonos, hexágonos, entre outros, considerando, para isso, o número de lados. Em relação aos quadriláteros, conseguem identificar as posições dos lados, valendo-se do paralelismo. Com relação aos sólidos geométricos, esses alunos identificam os objetos com forma esférica a partir de um conjunto de objetos do cotidiano e reconhecem algumas características dos corpos redondos. O amarelo-escuro indica o desenvolvimento dessas habilidades. Veja a tarefa que eles resolvem com sucesso. EXEMPLO (M04460SI-PUB) Alice e suas amigas desenharam algumas figuras geométricas. Veja o que cada uma desenhou. Quem fez o desenho de um retângulo? SPAECE 2008 A) Flávia. B) Glória. C) Vitória. D) Alice. 38 DOMÍNIO: GRANDEZAS E MEDIDAS O estudo de temas vinculados a esse domínio deve propiciar aos alunos: conhecer aspectos históricos da construção do conhecimento; compreender o conceito de medidas, os processos de medição e a necessidade de adoção de unidades-padrão de medidas; resolver problemas, utilizando as unidades de medidas; estabelecer conexões entre grandezas e medidas com outros temas matemáticos como, por exemplo, os números racionais positivos e suas representações. Através de diversas atividades, é possível mostrar a importância e o acentuado caráter prático das Grandezas e Medidas, para poder, por exemplo, compreender questões relacionadas aos Temas Transversais, além de sua vinculação a outras áreas de conhecimento, como as Ciências Naturais (temperatura, velocidade e outras grandezas) e a Geografia (escalas para mapas, coordenadas geográficas e outros papéis). Essas competências são trabalhadas desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, permitindo que a cada ano de escolaridade, os alunos aprofundem e aperfeiçoem o seu conhecimento nesse domínio. São três as competências relacionadas a este domínio para o 5º ano do Ensino Fundamental, as quais serão detalhadas a seguir. COMPETÊNCIA: Utilizar sistemas de medidas INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 COMPETÊNCIAS Utilizar sistemas de medidas Um dos objetivos do estudo de Grandezas e Medidas é propiciar ao aluno o desenvolvimento da competência de utilizar sistemas de medidas. Para o desenvolvimento dessa competência, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, podemos solicitar aos alunos que marquem o tempo por meio de calendário. Destacam-se, também, atividades envolvendo culinária, o que possibilita um rico trabalho, utilizando diferentes unidades de medida, como o tempo de cozimento: horas e minutos e a quantidade dos ingredientes: litro, quilograma, colher, xícara, pitada e outros. Os alunos utilizam, também, outros sistemas de medidas convencionais para resolver problemas. Os alunos que apresentam uma proficiência entre 225 e 300 pontos desenvolvem tarefas mais complexas em relação à grandeza tempo. Esses alunos relacionam diferentes unidades de medidas como, por exemplo, o mês, o bimestre, o ano, bem como estabelecem relações entre segundos e minutos, minutos e horas, dias e anos. Em se tratando da grandeza dinheiro, resolvem problemas de trocas de unidades monetárias que envolvem um número maior de cédulas e em situações menos familiares. Já são capazes, também, de resolver problemas realizando cálculo de conversão de medidas das grandezas comprimento (quilômetro/metro), massa (quilograma/grama), capacidade (litro/mililitro). A cor amarelo-escura indica o grau de complexidade dessa habilidade. ESTAÇÃO RESULTADOS No intervalo representado pela cor amarelo-clara, de 175 a 225, os alunos conseguem ler horas e minutos em relógio digital e de ponteiro em situações simples, resolver problemas, relacionando diferentes unidades de uma mesma medida para cálculo de intervalos (dias e semanas, minutos e horas), bem como estabelecer relações entre diferentes medidas de tempo (horas, dias, semanas), efetuando cálculos. Em relação à grandeza comprimento, os alunos resolvem problemas, relacionando metro e centímetro. Quanto à grandeza dinheiro, são capazes de identificar quantas moedas de um mesmo valor equivalem a uma quantia inteira dada em reais, e vice-versa. 39 Veja uma tarefa que os alunos resolvem com sucesso. EXEMPLO (M050133A8) Carla ganhou de presente de aniversário o Jogo da Vida. Depois de jogar uma partida, ela somou suas notas e descobriu que tinha 6.050 reais. Como nesse jogo há somente notas de 100, de 10 reais e de 1 real, Carla ganhou A) 6 x 100 reais e 5 x 1 real. B) 6 x 100 reais e 5 x 10 reais. C) 60 x 100 reais e 5 x 10 reais. D) 60 x 100 reais e 50 x 10 reais. COMPETÊNCIA: Medir Grandezas INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 COMPETÊNCIAS Medir grandezas Um outro objetivo do ensino de Grandezas e Medidas é propiciar ao aluno o desenvolvimento da competência de medir grandezas. Essa competência é desenvolvida nos anos iniciais do Ensino Fundamental, quando, por exemplo, solicitamos aos alunos que meçam o comprimento e a largura da sala de aula, usando algum objeto como unidade. Essa é uma habilidade que deve ser amplamente discutida com os alunos, pois, em razão da diferença dos objetos escolhidos como unidade de medida, os resultados encontrados serão diferentes. E perguntas como “Qual é a medida correta?” são respondidas da seguinte forma: “Todos os resultados são igualmente corretos, pois eles expressam medidas realizadas com unidades diferentes.” Além dessa habilidade, ainda nos anos iniciais do Ensino Fundamental, a habilidade de medir a área e o perímetro de figuras planas, a partir das malhas quadriculadas, utilizando-se de processo de contagem é, também, trabalhada. No intervalo de 150 a 225 pontos na escala, os alunos conseguem resolver problemas de cálculo de área, relacionando o número de metros quadrados com a quantidade de quadradinhos contida em um retângulo desenhado em malha quadriculada. A cor amarelo-clara indica o desenvolvimento dessa habilidade. SPAECE 2008 Veja a tarefa que eles resolvem com sucesso. 40 EXEMPLO (M050130A8) Isabel quer cobrir o mural de seu quarto com papel reciclado. Observe a representação do mural na parte sombreada da malha. Como um quadradinho corresponde a 1 metro quadrado, quanto de papel reciclado Isabel vai precisar? A) 5 metros quadrados. B) 6 metros quadrados. C) 10 metros quadrados. D) 20 metros quadrados. Os alunos cuja proficiência se encontra entre 225 e 275 pontos já realizam tarefas mais complexas, sendo capazes de comparar e calcular áreas de figuras poligonais em malhas quadriculadas. Em relação ao perímetro, demonstram a habilidade de identificar os lados e, conhecendo suas medidas, calcular a extensão do contorno de uma figura poligonal dada em uma malha quadriculada, bem como calcular o perímetro de figura sem o apoio de malhas quadriculadas. O desenvolvimento dessas habilidades é indicado pela cor amarelo-escura. Veja a tarefa que eles resolvem com sucesso. EXEMPLO (IT-040853) A parte destacada na malha quadriculada abaixo representa uma figura na bandeira da escola de João. Cada lado do quadradinho mede 1 metro. Quantos metros de fita serão necessários para contornar essa figura? ESTAÇÃO RESULTADOS A) 4 B) 6 C) 8 D) 10 41 COMPETÊNCIA: Estimar e Comparar Grandezas INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 COMPETÊNCIAS Estimar e comparar grandezas O estudo de Grandezas e Medidas tem também como objetivo propiciar ao aluno o desenvolvimento da competência de estimar e comparar grandezas. Muitas atividades cotidianas envolvem essa competência, como comparar tamanhos dos objetos, pesos, volumes, temperaturas diferentes e outras. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, essa competência é trabalhada, por exemplo, quando solicitamos aos alunos que comparem dois objetos, estimando as suas medidas e anunciando qual dos dois é maior. Atividades como essa propiciam a compreensão do processo de medição, pois medir significa comparar grandezas de mesma natureza e obter uma medida expressa por um número. No intervalo de 225 a 275, os alunos conseguem estimar medida de comprimento, usando unidades convencionais e não convencionais. A cor amarelo-clara indica o início do desenvolvimento dessa habilidade. EXEMPLO (M06185SI-PUB) Carlos segura um bastão de 2 metros de comprimento, como mostra a figura abaixo. A altura aproximada de Carlos é A) menor que 80 centímetros. B) entre 51 e 130 centímetros. C) entre 131 e 180 centímetros. D) maior que 180 centímetros. SPAECE 2008 O amarelo-escuro, 275 a 350 pontos, indica que os alunos com uma proficiência que se encontra nesse intervalo já conseguem realizar tarefas mais complexas relativas a essa competência, como, por exemplo, resolver problemas estimando outras medidas de grandezas, utilizando unidades convencionais como o litro. 42 DOMÍNIO: NÚMEROS E OPERAÇÕES Como seria a nossa vida sem os números? Em nosso dia a dia deparamo-nos com eles a todo o momento. Várias informações essenciais para a nossa vida social são representadas por números: CPF, RG, conta bancária, senhas, número de telefones, número de nossa residência, preços de produtos, calendário, horas, entre tantas outras. Não é por acaso que Pitágoras, um grande filósofo e matemático grego (580-500 a.C.), elegeu como lema para a sua escola filosófica “Tudo é Número”, pois acreditava que o universo era regido pelos números e suas relações e propriedades. Esse domínio envolve, além do conhecimento dos diferentes conjuntos numéricos, as operações e suas aplicações à resolução de problemas. As operações aritméticas estão sempre presentes em nossas vidas. Quantos cálculos temos que fazer? Orçamento do lar, cálculos envolvendo nossa conta bancária, cálculo de juros, porcentagens, divisão de uma conta em um restaurante, dentre outros. Essas são algumas das muitas situações com que nos deparamos em nossas vidas e nas quais precisamos realizar operações. São duas as competências relacionadas a esse domínio, para o 5º ano do Ensino Fundamental, que auxiliam na formação do pensamento aritmético. COMPETÊNCIA: Conhecer e utilizar os números INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 COMPETÊNCIAS Conhecer e utilizar números As crianças, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, têm contato com os números e já podem perceber a importância deles na vida cotidiana. Já conhecem a escrita de alguns números e já realizam contagens. Nessa fase da escolaridade, os alunos começam a conhecer os diferentes conjuntos numéricos e a perceber a sua utilização em contextos do cotidiano. Entre os conjuntos numéricos estudados estão os naturais e os racionais em sua forma fracionária e decimal. Não podemos nos esquecer de que o domínio de números está sempre relacionado a outros domínios, como o das Grandezas e Medidas. O amarelo-escuro, 200 a 250, indica que os alunos com proficiência nesse intervalo já conseguem elaborar tarefas mais complexas. Eles trabalham com a forma polinomial de um número, realizando composições e decomposições de números de até três algarismos, identificando seus valores relativos. Já em relação aos números racionais, reconhecem a representação de uma fração. Veja o exemplo de tarefa que os alunos resolvem com sucesso. ESTAÇÃO RESULTADOS Os alunos que se encontram no intervalo de 150 a 200, amarelo-claro, desenvolveram habilidades básicas relacionadas ao sistema de numeração decimal. Por exemplo: dado um número natural, esses alunos reconhecem o valor posicional dos algarismos, a sua escrita por extenso e a sua composição e decomposição em unidades e dezenas. Assim, conseguem compreender que 32=30+2. Eles mostram-se também capazes de representar e identificar números naturais na reta numérica. Além disso, reconhecem a representação decimal de medida de comprimento expressas em centímetros; também localizam esses números na reta numérica, em uma articulação com os conteúdos de Grandezas e Medidas, dentre outros. 43 EXEMPLO (M050244A8) Observe o retângulo abaixo. Que fração representa a parte pintada desse retângulo? A) 3 5 B) 3 8 C) 5 3 D) 8 3 No intervalo representado pela cor laranja-clara, de 250 a 300 pontos, os alunos percebem que, ao mudarem um algarismo de lugar, o número se altera. No que diz respeito a números racionais, eles conseguem transformar uma fração em número decimal, e vice-versa. Nesse intervalo, aparecem, também, habilidades relacionadas à porcentagem. Além de estabelecer a correspondência de 50% de um todo à metade, conseguem comparar números racionais na forma decimal, quando eles têm diferentes partes inteiras. Os alunos cuja proficiência se encontra no intervalo de 300 a 375, laranja-escuro, desenvolveram habilidades mais complexas relacionadas a frações equivalentes, conseguindo resolver problemas, identificando mais de uma forma de representar numericamente uma mesma fração. Por exemplo, são capazes de perceber, com apoio de uma figura, que a fração meio é equivalente a dois quartos. Além disso, resolvem problemas identificando um número natural (não informado), relacionando-o a uma demarcação na reta. Veja a tarefa que eles resolvem com sucesso. EXEMPLO (M06084SI) Mário tem uma régua na qual estão faltando alguns números. Veja o desenho da régua. SPAECE 2008 Na régua de Mário, quais são os números que estão apagados ? 44 A) 1, 2 e 3. B) 1, 2 e 4. C) 1, 3 e 4. D) 1, 3 e 5. COMPETÊNCIA : Realizar e aplicar operações 0 INTERVALOS 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 COMPETÊNCIAS Realizar e aplicar operações Esta competência envolve as habilidades de cálculo e a capacidade dos alunos resolverem problemas que envolvem as quatro operações básicas da aritmética. Envolve, também, o conhecimento dos algoritmos utilizados para o cálculo dessas operações. Além do conhecimento dos algoritmos, esta competência envolve a sua aplicação na resolução de problemas que englobam os diferentes conjuntos numéricos, seja em situações específicas da Matemática, seja em contextos do cotidiano. No intervalo representado pela cor amarelo-clara, de 150 a 200, esses alunos, em relação à adição e subtração, realizam operações envolvendo números de até três algarismos com reserva. Já em relação à multiplicação, realizam operações com reserva, tendo como multiplicador um número com um algarismo. Os alunos resolvem problemas utilizando adição, subtração e multiplicação envolvendo, inclusive, o sistema monetário. Veja a tarefa que eles resolvem com sucesso. EXEMPLO (M02004CE) Amanda e Laura têm juntas 31 bonecas. Amanda tem 19 bonecas. Quantas bonecas Laura tem? A) 8 B) 12 C) 28 D) 56 Entre 200 e 250 pontos na escala, há um outro nível de complexidade, indicado pela cor amarelo-escura. Os alunos, cuja proficiência se encontra nesse intervalo realizam subtrações mais complexas com quatro algarismos e com reserva. Eles conseguem, também, realizar multiplicações com reserva, com multiplicador de até dois algarismos, além de realizar divisões e resolver problemas que envolvem divisões exatas com divisor de duas ordens e de resolver problemas que envolvem duas ou mais operações. Veja um exemplo de tarefa que eles resolvem com sucesso. EXEMPLO Em um pacote cabem 18 biscoitos. Quantos biscoitos serão necessários para encher 140 pacotes do mesmo tamanho? (M04403SI) No intervalo representado pela cor laranja-clara, de 250 a 300 pontos na Escala de Proficência, os alunos mostram-se capazes de resolver problemas de contagem, utilizando multiplicações retangulares em situações contextualizadas, além de realizar cálculo de expressões numéricas envolvendo o uso de parênteses e colchetes com adição e subtração. Também calculam porcentagens simples (25% e 50%) e resolvem problemas, reconhecendo que 50% correspondem à metade. ESTAÇÃO RESULTADOS A) 140 B) 1120 C) 1400 D) 2520 45 Veja a tarefa que eles resolvem com sucesso. EXEMPLO (IT-033236) Uma professora ganhou ingressos para levar 50% de seus alunos ao circo da cidade. Considerando que essa professora leciona para 36 alunos, quantos alunos ela poderá levar? A) 9 B) 18 C) 24 D) 36 DOMÍNIO: TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO O estudo de Tratamento da Informação é de fundamental importância nos dia de hoje, tendo em vista a grande quantidade de informações que se apresentam no nosso cotidiano. Na Matemática, alguns conteúdos são extremamente adequados para “tratar a informação”. A Estatística, por exemplo, cuja utilização pelos meios de comunicação tem sido intensa, utiliza-se de gráficos e tabelas. A Combinatória também é utilizada para desenvolver o Tratamento da Informação, pois ela nos permite determinar o número de possibilidades de ocorrência de algum acontecimento. Vamos detalhar a competência relativa ao 5o ano do Ensino Fundamental relacionada a esse domínio. COMPETÊNCIA: Ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos. INTERVALOS 0 25 50 75 100 125 150 175 200 225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475 500 COMPETÊNCIAS Ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos Um dos objetivos do ensino do conteúdo Tratamento da Informação é propiciar ao aluno o desenvolvimento da competência em ler, utilizar e interpretar informações apresentadas em tabelas e gráficos. Essa competência é desenvolvida nos anos iniciais do Ensino Fundamental por meio de atividades relacionadas aos interesses das crianças. Por exemplo, ao registrar os resultados de um jogo ou ao anotar resultados de respostas a uma consulta que foi apresentada, elas poderão, utilizando sua própria forma de se expressar, construir representações dos fatos e, pela ação mediadora do professor, essas representações podem ser interpretadas e discutidas. Esses debates propiciam novas oportunidades para a aquisição de outros conhecimentos e para o desenvolvimento de habilidades e de atitudes. Revistas e jornais também auxiliam o professor na tarefa de proporcionar atividades para os alunos lerem, interpretarem e utilizarem as informações. SPAECE 2008 Os alunos cuja proficiência se encontra no intervalo de 150 a 200 pontos, amarelo-claro, começam a desenvolver essa habilidade. Eles mostram-se capazes de ler informações em tabelas de coluna única e em tabelas de dupla entrada. 46 Veja a tarefa que eles resolvem com sucesso. EXEMPLO (M02015RS) Uma escola fez uma pesquisa para saber qual era a fruta preferida dos alunos. Veja, no quadro abaixo, o resultado dessa pesquisa. FRUTA PREFERIDA FRUTA NÚMERO DE ESCOLHAS Banana 70 Goiaba 20 Laranja 50 Mamão 30 Quantos alunos preferem laranja? A) 20 B) 30 C) 50 D) 100 No intervalo representado pela cor amarelo-escura, de 200 a 250 pontos na escala, há um outro nível de complexidade para os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental. Os alunos cuja proficiência se encontra nesse intervalo localizam informações e interpretam dados num gráfico de colunas por meio da leitura de valores no eixo vertical e realizam a leitura de gráficos de setores. Veja o exemplo de um item que os alunos realizam com sucesso: EXEMPLO Uma rede de supermercados resolveu fazer uma pesquisa para saber qual horário as pessoas mais gostavam de ir ao supermercado. Foram entrevistadas 2000 pessoas e o resultado está no gráfico abaixo. (M11518SI) Durante qual horário a maioria das pessoas entrevistadas preferem ir ao supermercado? Professor, agora que você já conhece os domínios, as competências e as habilidades que possibilitam a interpretação pedagógica do desempenho alcançado por sua escola em Matemática, é hora de conhecer os perfis de seus alunos que se situam em torno de alguns pontos importantes da Escala de Proficiência. Já caminhamos bastante, mas ainda falta mais um pouco. Vamos para mais uma trilha? ESTAÇÃO RESULTADOS A) 8h às 12h. B) 12h às 16h. C) 16h às 20h. D) 20h às 23h. E) 23h às 24h. 47 Trilha 6 Os Perfis de Desempenho em Matemática Um perfil é um conjunto de traços particulares que permite distinguir as características de uma pessoa ou instituição. Ou seja, quando um grupo ou uma instituição apresenta traços semelhantes entre si, dizemos que se encaixam em um perfil. No entanto, esse perfil não é fixo; pelo contrário, ele está sujeito a muitas variáveis ou pode até modificar-se intencionalmente a partir de nossa interferência. Por exemplo, se um grupo de alunos se enquadra em um perfil de baixo desempenho, é possível reverter esse quadro com ações de intervenções pedagógicas específicas. Essas ações terão maior efeito se você identificar, com clareza, o nível de desempenho dos alunos. É esse o caminho a percorrer nesta trilha. Aqui, você conhecerá os Perfis de Desempenho em Matemática e, para exemplificar o que o aluno é capaz de fazer, vamos analisar pedagogicamente alguns itens do teste. Aqui, você encontrará: SPAECE 2008 ÂÂ Os Perfis de Desempenho em Matemática. ÂÂ A descrição de habilidades pertinentes a cada perfil. ÂÂ A análise pedagógica de itens do teste. 48 Os Perfis de desempenho em Matemática Os perfis, ou seja, graus I, II e III, apresentados no quadro a seguir, foram definidos a partir de alguns pontos importantes da Escala de Proficiência em Matemática. Eles descrevem, de forma sintética, características comuns a alunos que se encontram num mesmo nível de proficiência, portanto tomam como referência o desempenho desses alunos nos testes, ou seja, as habilidades que os alunos demonstram ter desenvolvido. Esses perfis não estabelecem uma tipologia que evoluiria de forma linear ao longo do processo de escolarização, mas evidenciam habilidades do conhecimento matemático que os alunos já consolidaram e sinalizam aquelas que ainda precisam ser consolidadas e que podem ser observadas em níveis subsequentes de proficiência. As características apresentadas nos perfis não esgotam tudo aquilo que os alunos são capazes de fazer, uma vez que as habilidades avaliadas são apenas aquelas consideradas as mais importantes em cada etapa da escolarização e passíveis de serem avaliadas num teste de múltipla escolha. Cabe aos docentes, através dos instrumentos de observação e registro que utilizam em sua prática cotidiana, identificar outras características apresentadas por seus alunos e que não são contempladas nos perfis. Isso porque, embora existam traços em comum a alunos que se encontram num mesmo nível de proficiência, existem diferenças individuais que precisam ser consideradas para a reorientação da prática pedagógica, com vistas à melhoria da qualidade da educação a que os alunos têm acesso. É importante lembrar, ainda, que os perfis não estão, necessariamente, vinculados a uma etapa da escolarização. Podemos encontrar, por exemplo, alunos que estão no 9º ano do Ensino Fundamental e apresentam um perfil compatível com nível de proficiência desejável a alunos do 5º ano do Ensino Fundamental, ou mesmo com aqueles que estão iniciando seu processo de formação. Há, ainda, a possibilidade de identificar alunos que apresentam um perfil que, normalmente, encontra-se em etapas posteriores de escolarização. Professor, em ambos os casos a identificação dos perfis pode subsidiar a escola no planejamento pedagógico. ESTAÇÃO RESULTADOS A seguir, você verá o quadro com a descrição sintética de cada perfil. 49 Quadro da descrição sintética dos perfis de desempenho Intervalo 125 até 175 175 até 225 225 até 275 Perfil Descrição Sintética Grau I Os alunos identificam figuras geométricas planas simples; resolvem problemas de cálculo de área com contagem das unidades de uma malha quadriculada; resolvem problemas de adição e subtração; utilizam o sistema de numeração decimal; e leem informações em tabelas de coluna única. Grau II Os alunos localizam objetos numa representação gráfica ou em um referencial quadriculado; identificam figuras geométricas planas a partir de alguns atributos; leem horas e minutos em relógio digital; resolvem problemas relacionando diferentes unidades de uma mesma medida; utilizam algoritmos para efetuar adições com reserva, subtrações com até quatro algarismos, multiplicações com números de dois algarismos e divisões exatas por número de um algarismo; leem e interpretam informações em tabelas de dupla entrada e em gráficos de colunas. Grau III Os alunos identificam características relacionadas aos sólidos geométricos e suas planificações; diferenciam poliedros de corpos redondos; resolvem problemas envolvendo as quatro operações; representam números racionais na forma fracionária com apoio de representação gráfica; calculam porcentagens simples; representam números inteiros e decimais na reta numérica; relacionam gráficos entre si e com dados apresentados na forma textual e/ou tabelas; identificam gráficos de colunas correspondentes a um gráfico de setores; localizam dados em tabelas de múltiplas entradas. SPAECE 2008 Professor, a partir de agora, você estudará mais detalhadamente cada um dos perfis de desempenho. 50 GRAU I (125 até 175 pontos) Em relação ao domínio de Espaço e Forma, o aluno desenvolveu um conjunto de habilidades básicas relacionadas à identificação de figuras geométricas planas simples como os quadriláteros. Utilizando capacidades cognitivas básicas, como a percepção, os alunos identificam, por exemplo, que um quadrilátero é diferente de um triângulo. A seguir, apresentamos um exemplo de item que os alunos resolvem com sucesso. Exemplo (M04D18I01PAT) figuras. A professora apresentou aos seus alunos as seguintes 1 2 3 4 Qual figura representa um retângulo? A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 Em relação ao Domínio Grandezas e Medidas, o aluno desenvolveu duas habilidades básicas: a de resolver problemas de cálculos de área com base na contagem das unidades de uma malha quadriculada e a de resolver problemas envolvendo adição ou subtração, estabelecendo relação entre diferentes unidades monetárias representando um mesmo valor ou numa situação de troca, incluindo a representação dos valores por numerais decimais. A seguir, apresentamos um exemplo de item que os alunos resolvem com sucesso. Exemplo (M050168A8) Alice guardou em seu cofre: • 10 moedas de 5 centavos; • 5 moedas de 50 centavos; • 7 moedas de 1 real. Trocou todas as suas moedas por uma nota. Qual é o valor dessa nota? A) B) D) ESTAÇÃO RESULTADOS C) 51 Em relação ao Domínio Números e Operações, os alunos desenvolveram um conjunto de habilidades que levam à compreensão do sistema de numeração decimal; entre elas, podemos citar a habilidade de reconhecer que o sistema de numeração que utilizamos é decimal e posicional. Compreendendo o sistema de numeração decimal, os alunos reconhecem o valor posicional dos algarismos e realizam adições com até três algarismos com reserva. A seguir, apresentamos um exemplo de item que o aluno é capaz de fazer. Exemplo Ricardo precisa escrever um algarismo formado por quatro números diferentes. Qual é o maior número que ele pode escrever com os algarismos 1, 2, 3 e 4 sem repeti-los? (M060001A8) A) 4 123 B) 4 231 C) 4 312 D) 4 321 Em relação ao Domínio de Tratamento da Informação, o aluno desenvolveu a habilidade básica de ler informações em tabela de coluna única. GRAU II (175 até 225 pontos) Em relação ao Domínio Espaço e Forma, o aluno desenvolveu um conjunto de habilidades necessárias ao deslocamento das pessoas em nosso espaço tridimensional, à localização de objetos e à identificação de características (atributos) de figuras planas. Para que os alunos consigam realizar atividades envolvendo essas duas ações, é necessário que eles tenham desenvolvido as noções básicas de lateralização e de lateralidade, bem como tenham percebido que, para localizar objetos em algum sistema de representação gráfica, é necessário determinar um ponto de referência. De maneira geral, a lateralização diz respeito à identificação de direita e esquerda, tendo o próprio corpo como ponto de referência (exemplo: mão direita, mão esquerda). A partir do momento em que o aluno é capaz de perceber que a porta à sua direita está à esquerda de uma pessoa que está à sua frente olhando para ele mesmo, as noções de lateralidade foram desenvolvidas. Em relação às formas geométricas, o aluno identifica as figuras geométricas planas a partir de alguns atributos, como lados e ângulo reto. A seguir, apresentamos um exemplo de item que o aluno é capaz de resolver. Exemplo (M04D16I01MER-PUB) Observe a sala de aula de Pedro. O aluno que está à direita de Pedro é SPAECE 2008 A) Bruno. B) João. C) Camila. D) Gledson. 52 Em relação ao Domínio Grandezas e Medidas, o aluno desenvolveu um conjunto de habilidades necessárias para estabelecer conexão entre a matemática e o cotidiano. Em relação à grandeza tempo, os alunos demonstram ser capazes de ler as horas e minutos em relógio digital. Compreendendo o processo de marcação do tempo, resolvem problemas relacionando diferentes unidades de uma mesma medida para cálculo de intervalos (dias e semana, minutos e horas) e estabelecem relações entre diferentes medidas de tempo (horas, dias, semanas), efetuando cálculos. Em relação à grandeza comprimento, resolvem problemas relacionando metro e centímetro. A seguir, apresentamos um exemplo de item que o aluno é capaz de resolver. Exemplo (M050004PE) Na escola “Morada do Saber”, a reunião de pais e mestres que estava prevista para começar às 19h, sofreu um atraso de 15 minutos e durou 2h 45min. Essa reunião terminou às A) 21h. B) 21h 45min. C) 22h. D) 22h 15min. No que se refere ao domínio Números e Operações, esse nível é caracteriza o aluno que desenvolveu um conjunto de habilidades relacionadas à realização das quatro operações aritméticas básicas. O aluno utiliza o algoritmo para o cálculo de adições com reservas, subtrações com números de até quatro algarismos, multiplicações com números de dois algarismos e divisões exatas por números de um algarismo. A seguir, apresentamos um exemplo de item que o aluno é capaz de resolver. Exemplo (M050003CE) Cláudia estuda na escola “Aprender” que possui 12 salas de aula e em cada sala há 35 carteiras. Qual o total de carteiras dessa escola? A) 47 B) 96 C) 410 D) 420 Em relação ao Tratamento da Informação, o aluno desenvolveu habilidades básicas de ler informações em tabelas de dupla entrada e interpretar dados em gráficos de colunas por meio da leitura de valores no eixo vertical. Para que os alunos realizem atividades envolvendo essas duas habilidades, é necessário que já tenham consolidado a habilidade básica de ler as informações em tabela de coluna única. A seguir, apresentamos um exemplo de item que o aluno é capaz de resolver. Exemplo Quantos votos teve cada um dos pássaros que empataram? A) 8 votos. B) 10 votos. C) 12 votos. D) 14 votos. ESTAÇÃO RESULTADOS (M030152A8) Veja o resultado da eleição para escolha do pássaro-mascote da turma do 3º ano da escola “Sucesso”. 53 GRAU III (225 até 275 pontos) Em relação ao Domínio Espaço e Forma, o aluno desenvolveu um conjunto de habilidades necessárias para identificar características (atributos) relacionadas aos sólidos geométricos e a quadriláteros. A identificação de atributos é uma habilidade essencial, para que o aluno consiga observar semelhanças e diferenças entre as diferentes figuras geométricas. Pela observação dos atributos de um cilindro e de uma pirâmide, o aluno consegue perceber suas características comuns e suas diferenças. Por exemplo: o cilindro possui forma arredondada, e a pirâmide não. Em relação às figuras planas, utilizando como atributos lados e ângulos, o aluno é capaz de identificar diferentes tipos de quadriláteros. A seguir, apresentamos um exemplo de item que o aluno é capaz de resolver. Exemplo (M08039CD-PUB) Numa aula sobre a civilização egípcia, o professor de História pede a seus alunos que construam a miniatura de uma pirâmide egípcia. Os alunos apresentaram 4 tipos de miniatura, representadas abaixo. Qual das figuras acima corresponde à miniatura solicitada? A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 Em relação ao Domínio Grandezas e Medidas, o aluno desenvolveu um conjunto de habilidades necessárias para resolver problemas, usando conversões de unidades de medidas de comprimento, capacidade, massa, temperatura e de tempo em situações mais complexas. Resolver problemas que envolvam trocas de unidades monetárias com um número maior de cédulas em situações menos familiares é outra habilidade vinculada a esse nível. A seguir, apresentamos um exemplo de item que o aluno é capaz de fazer. Exemplo (M04301SI) Para fazer uma receita, Regina precisa de 1 kg de carne. Ao tirar o pacote de carne da geladeira, vê que ele tem apenas 625 gramas. De quantos gramas de carne ela ainda precisa para fazer a receita? SPAECE 2008 A) 375 gramas. B) 325 gramas. C) 425 gramas. D) 485 gramas. 54 Em relação ao Domínio de Números, Operações e Álgebra, esse perfil caracteriza o aluno que desenvolveu um conjunto de habilidades básicas, envolvendo, no campo dos números naturais, cálculos mais complexos e a resolução de problemas por meio das quatro operações básicas da Aritmética. No campo dos números racionais, o aluno já é capaz de representar esses números na forma fracionária, tendo como apoio a representação gráfica. No campo dos números decimais, os alunos comparam números com diferentes partes inteiras. Também calculam porcentagens simples. É importante enfatizar que a aprendizagem de porcentagens deve estar articulada à aprendizagem de números decimais. Se um inteiro é dividido em 100 partes iguais e dele são pintadas 20 partes, o aluno, nesse nível, já sabe, por meio da representação gráfica, que a parte pintada representa 20 partes de 100, ou seja, 20/100. Assim, esse aluno é capaz de utilizar outras formas de representação de uma fração com denominador 100; nesse caso, 20%. A seguir, apresentamos um exemplo de item que o aluno é capaz de fazer. Exemplo (M050061CE) A avó de Alan fez um bolo. Ela dividiu o bolo em 8 pedaços iguais e Alan comeu 3 pedaços. Observe a representação do bolo na figura abaixo. A fração que representa a parte do bolo que Alan comeu é 3 A) 3 B) 3 5 C) 3 8 D) 5 3 ESTAÇÃO RESULTADOS Em relação ao Domínio de Tratamento da Informação, esse perfil caracteriza o aluno que desenvolveu habilidades que relacionam gráficos entre si e com dados apresentados de forma textual. Dessa forma, o aluno lê gráficos de setores e colunas, identifica o gráfico de colunas correspondente a um gráfico de setores e reconhece o gráfico de colunas correspondente a dados apresentados de forma textual. 55 A interpretação pedagógica dos Níveis de Proficiência Professor, você viu que, na Escala de Proficiência, existem intervalos que vão de 0 a 500 pontos. Esses intervalos são chamados de Níveis de Proficiência. Como o desempenho é apresentado em ordem crescente e cumulativa, os alunos posicionados em um nível mais alto da escala revelam ter desenvolvido não só as habilidades do nível em que se encontram, mas também aquelas dos níveis anteriores. Para proporcionar uma interpretação pedagógica, os Níveis de Proficiência foram agrupados em categorias de desempenho. Assim, na avaliação do 5º ano do Ensino Fundamental de Matemática do SPAECE, consideramos que estão na categoria Adequado os alunos que se encontram nos níveis acima de 250 pontos na escala. Ou seja, os alunos que se encontram nesse intervalo demonstram dispor das condições suficientes para prosseguir em seu processo de escolarização. Observe, no quadro abaixo, as categorias de desempenho e seus respectivos Níveis de Proficiência. Embora as habilidades descritas em cada nível da escala possam ser desenvolvidas por alunos do 5o e 9o anos do Ensino Fundamental e 3a série do Ensino Médio, as categorias de desempenho, neste boletim, aplicam-se somente aos alunos do 5o ano do Ensino Fundamental. Quadro das Categorias de Desempenho e Níveis de Proficiência Categorias de Desempenho Muito Crítico Crítico Intermediário Adequado Nível de Proficiência Até 150 150 a 200 200 a 250 Acima de 250 SPAECE 2008 A seguir, você verá quais habilidades os alunos já consolidaram em cada um dos Níveis de Proficiência. Para ilustrar o que esses alunos são capazes de fazer, analisamos alguns itens do teste que eles fizeram. 56 Categoria de Desempenho: Muito Crítico De 125 a 150 pontos Neste nível, os alunos do 5° ano do Ensino Fundamental são capazes de: • Resolver problemas de cálculo de área com base na contagem das unidades de uma malha quadriculada e, apoiados em representações gráficas, reconhecer a quarta parte de um todo. • Reconhecer a forma de círculo. Categoria de Desempenho: Crítico De 150 a 175 pontos Neste nível, os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental são capazes de: • Resolver problemas envolvendo adição ou subtração, estabelecendo relação entre diferentes unidades monetárias (representando um mesmo valor ou, numa situação de troca, incluindo a representação dos valores por numerais decimais). • Calcular adição com números naturais de três algarismos, com reserva. • Reconhecer o valor posicional dos algarismos em números naturais. • Localizar números naturais (informados) na reta numérica. • Ler informações em tabela de coluna única. • Identificar quadriláteros. ESTAÇÃO RESULTADOS Nesse nível, quais itens os alunos são capazes de resolver? 57 Item M050001CE (M050001CE) Carlos escreveu em seu caderno o número 83 246. Nesse número, o valor posicional do algarismo 3 é A) 3 B) 30 C) 300 D) 3 000 QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA A B C D Brancos e Nulos 20,6% 22,4% 18,3% 34,1% 4,6% A habilidade de reconhecer e utilizar características do sistema de numeração decimal está envolvida na solução da questão proposta por esse item. O aluno deve focalizar a atenção no algarismo 3 e identificar seu valor relativo, ou seja, 3 000. A preferência pela alternativa A (20,6%) demonstra que o aluno não considera o valor posicional e identifica o algarismo apenas por seu valor próprio ou valor absoluto. O fato de assinalar as opções B (22,4%) e C (18,3%) indica a incerteza do valor que o algarismo 3 pode assumir nesse número. O aluno sabe que há um valor variável condicionado à posição do algarismo no número, mas não consegue estabelecer esse valor. Aí, fica entre o 30 ou 300. Essa indecisão leva a crer que a escolha foi aleatória. SPAECE 2008 Como o aluno age para resolver este item? Primeiro, deve ler o número. Ora, uma leitura atenta fornece elementos para chegar à resposta. Ao dizer, mentalmente, oitenta e três mil, ele já tem a indicação de que o algarismo 3 vale 3 mil. O professor deve trabalhar no sentido de desenvolver essa atitude de atenção, de modo que o aluno fique centrado no que faz. Por outro lado, são as atividades de composição e decomposição de números que propiciam a construção da habilidade de utilizar a identificação do valor posicional como uma característica do sistema de numeração decimal. A manipulação orientada e inteligente de materiais que permitem ao aluno fazer e desfazer a estrutura de um número pela composição e decomposição na base dez facilita a percepção do valor relativo de um algarismo conforme sua posição no número. Associar o algarismo à ordem que ocupa deve estar presente nas atividades e exercícios que a criança faz. 58 Categoria de Desempenho: Crítico De 175 a 200 pontos Neste nível, os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental são capazes de: • Identificar a localização (lateralidade) ou a movimentação de objeto, tomando como referência a própria posição. • Identificar figuras planas pelos lados e pelo ângulo reto. • Identificar a forma ampliada de uma figura simples em uma malha quadriculada. • Ler horas e minutos em relógio digital e calcular operações envolvendo intervalos de tempo. • Calcular o resultado de uma subtração com números de até três algarismos, com reserva. • Reconhecer a representação decimal de medida de comprimento (cm) e identificar sua localização na reta numérica. • Reconhecer a escrita por extenso de números naturais e a sua composição e decomposição em dezenas e unidades, considerando o seu valor posicional na base decimal. • Efetuar multiplicação com reserva, tendo por multiplicador um número com um algarismo. • Ler informações em tabelas de dupla entrada. • Resolver problemas: relacionando diferentes unidades de uma mesma medida para cálculo de intervalos (dias e semanas, horas e minutos) e de comprimento (m e cm); e envolvendo soma de números naturais ou racionais na forma decimal, constituídos pelo mesmo número de casas decimais e por até três algarismos. • Identificar as cédulas que formam uma quantia de dinheiro inteira. • Medir o comprimento de um objeto com o auxílio de uma régua. • Interpretar um gráfico de colunas, por meio da leitura de valores do eixo vertical. ESTAÇÃO RESULTADOS Nesse nível, quais itens os alunos são capazes de resolver? 59 Item M050034CE (M050034CE) O quadro abaixo mostra os ingredientes usados por Mariana para fazer um bolo de chocolate. Ingredientes Quantidade Açúcar 200 g Chocolate 150 g Farinha 300 g Fermento 50 g Qual é o ingrediente usado em maior quantidade nessa receita? A) Açúcar. B) Chocolate. C) Farinha. D) Fermento. QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA A B C D Brancos e Nulos 10,4% 11,5% 67,5% 7,8% 2,8% Para resolver esse item, o aluno deve demonstrar a habilidade de ler informações apresentadas em tabela. Os dados da tabela representam medidas de massa registradas em gramas. O aluno deve identificar o ingrediente usado em maior quantidade na receita de um bolo. A escolha da alternativa A (10,4%) parece ter sido motivada pela comparação de 200 com 150, sendo o primeiro maior. Já a escolha da alternativa B (11,5%) indica uma decisão por acaso. A opção pela alternativa D (7,8%) deve ter sido motivada por confusão ao ler e interpretar o enunciado, trocando-se a expressão “maior” por “menor”. A atividade de construção de tabelas propicia recursos ao aluno para entender a sua organização, quando lhe é solicitado lê-las e interpretá-las. É preciso que o professor crie motivos para o aluno colher dados e informações, organizá-los e apresentá-los em tabelas e gráficos. Situações como pesquisar as preferências dos colegas por um determinado gênero musical, por filmes, por sabores de sucos e sorvetes, por esportes e times e outros são ótimas oportunidades para vivenciar o processo de organização e apresentação de dados. Após colher as informações, a turma discute sobre como organizá-las. Realiza contagem, agrupamentos de informações, tabulação e escolha do tipo de tabela e gráfico que podem servir de suporte para apresentação. SPAECE 2008 A vivência dessas atividades proporciona referências que serão utilizadas mais tarde, quando o aluno tiver que ler e analisar uma tabela ou um gráfico. 60 Categoria de Desempenho: Intermediário De 200 a 225 pontos Neste nível, os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental são capazes de: • Identificar localização ou movimentação de objetos em representações gráficas, com base em referencial diferente da própria posição. • Estimar medida de comprimento, usando unidades convencionais e não convencionais. • Interpretar dados num gráfico de colunas por meio da leitura de valores no eixo vertical. • Estabelecer relações entre medidas de tempo (horas, dias, semanas) e efetuar cálculos utilizando as operações a partir delas. • Ler horas em relógios de ponteiros, em situação simples. • Calcular resultado de subtrações mais complexas com números naturais de quatro algarismos e com reserva. • Efetuar multiplicações com números de dois algarismos e divisões exatas por números de um algarismo. • Resolver problemas simples envolvendo operações, incluindo Sistema Monetário Brasileiro. • Resolver problemas simples de subtração de números decimais com mesmo número de casas decimais. • Diferenciar, entre os diversos sólidos, os que têm superfícies arredondadas. • Identificar trocas de moedas em valores monetários pequenos. • Reconhecer o princípio do valor posicional do sistema de numeração decimal. • Decompor um número natural em suas ordens, e vice-versa. ESTAÇÃO RESULTADOS Nesse nível, quais itens os alunos são capazes de resolver? 61 Item M050072CE (M050072CE) Observe no gráfico abaixo o resultado de uma pesquisa realizada pela professora da escola “Saber é Bom” com os seus alunos. Se cada criança escolheu apenas uma atividade preferida, quantas foram entrevistadas nessa pesquisa? A) 30 B) 75 C) 80 D) 90 QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA A B C D Brancos e Nulos 61,1% 9,3% 7,7% 18,7% 3,2% Esse item avalia a habilidade de ler informações apresentadas em gráficos de barras ou colunas. O aluno que marcou a alternativa correta demonstra ter desenvolvido essa habilidade, já que o item exige uma leitura atenciosa do gráfico. Para encontrar a resposta, a alternativa correta é a D (18,7%), que apresenta o número 90, correspondente à soma de 30+25+15+20, ele somou os números indicados pelas colunas, que não são perceptíveis de imediato. O aluno que marcou a alternativa A (61,1%) considerou apenas a primeira coluna. Esse aluno parece não ter interpretado corretamente o comando. A escolha da alternativa B (9,3%) indica que o aluno somou os números correspondentes às três primeiras colunas. Também, é uma opção ligada à não compreensão da questão proposta pelo item. A opção C (7,7%) denuncia erro de cálculo. SPAECE 2008 Muitas vezes, em situações do seu cotidiano e na sala de aula, o aluno defronta-se com informações e dados apresentados em gráficos. Textos dos seus livros de geografia e história costumam ser acompanhados e complementados por informações inseridas em gráficos. Conduzidos pelo professor, o aluno deverá ler e interpretar os dados neles contidos, apreciando a mensagem rápida, sucinta, direta e eficiente que os gráficos transmitem. 62 Como já foi dito em itens anteriores, a habilidade de leitura e interpretação de gráficos é construída pelo aluno com orientação do professor. Ele deve ser conduzido a explorar o gráfico, lendo o título, os dados e informações inerentes aos eixos do gráfico e sua fonte. Em seguida, passa a observar as colunas que o compõem e analisá-las quanto ao que representam. Deve conferir os valores atribuídos a cada coluna e, em alguns gráficos, realizar cálculos relacionando seus dados numéricos. Essas atividades, que podem ser realizadas coletivamente, e também em pequenos grupos, propiciarão ao aluno maior compreensão e utilização dos gráficos. Para sedimentar a habilidade, o professor pode inverter os papéis, pedindo ao aluno para conduzir a interpretação do gráfico. Item M050025CE Ana conseguiu juntar 365 figurinhas. Ela deu 86 figurinhas para a sua amiga Lia. Com quantas figurinhas Ana ficou? (M050025CE) A) 279 B) 281 C) 289 D) 321 QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA A B C D Brancos e Nulos 34,7% 14,4% 18,5% 28,7% 3,7% Esse item avalia a habilidade do aluno resolver situação-problema que envolva a operação de adição com os números naturais. Para resolver o problema, o aluno deve subtrair 86 de 365. É uma operação que envolve duas decomposições e dois reagrupamentos. Para chegar ao resultado indicado pela alternativa B (14,4%), o aluno inverteu os números na subtração da 1ª ordem, fazendo 6 menos 5 é igual a 1. A subtração nas outras ordens foi correta. Já na alternativa C (18,5%), o resultado 289 foi determinado, subtraindo-se 6 de 15 e encontrando-se o resto correto; mas, não foi considerada a retirada de 1 de 6, algarismo da 2ª ordem. Portanto, a subtração seguinte foi incorreta, ao ser tirado 8 de 16. A subtração na 3ª ordem foi correta. O resultado 321 apresentado pela alternativa D (28,7%) foi obtido pela inversão dos números, ficando a conta assim: 6 menos 5 dá 1; 8 menos 6 é igual a 2 e 3 menos zero é igual a 3. O algoritmo da subtração oferece mais dificuldades que o da adição. Qualquer decomposição é mais complicada que uma composição. Mesmo porque, em sala de aula, o aluno geralmente realiza atividades envolvendo agrupamentos apenas. Se utilizar o quadro posicional, ele o faz apenas para representar números com movimentos da direita para a esquerda, realizando agrupamentos. Poucas vezes lhe é solicitado desmanchar o que fez e analisar o que ocorre em sentido contrário, da esquerda para a direita. Essas atividades propiciam a compreensão da decomposição e do reagrupamento na subtração. Possibilitam ao aluno a percepção de que o minuendo é transformado, mas seu valor continua o mesmo. ESTAÇÃO RESULTADOS Se o aluno coloca trinta e quatro fichas na ordem das unidades e as agrupa formando o número 34, é porque não focaliza outras possibilidades de organizar 10 unidades; então, verá no quadro posicional 2 dezenas e 14 unidades. Fazendo novamente, o agrupamento retornará a 34. Isso significa o quê? Que o número 34 é o mesmo que 20 + 14, ou seja, 2 dezenas e 14 unidades. O exercício de ir e vir, compondo e decompondo, possibilita mais flexibilidade ao pensamento da criança. Quando é focalizado apenas um aspecto, ou seja, uma parte do contexto, o pensamento tende a ser mais rígido. 63 Categoria de Desempenho: Intermediário De 225 a 250 pontos Neste nível, os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental são capazes de: • Identificar números naturais em um intervalo dado e reconhecer a composição/ decomposição na escrita decimal, em casos mais complexos. • Reconhecer a lei de formação de uma sequência de números naturais, com auxílio de representação na reta numérica. • Identificar os lados e, conhecendo suas medidas, calcular a extensão do contorno de uma figura poligonal dada em uma malha quadriculada. • Identificar propriedades comuns e diferenças entre sólidos geométricos (número de faces). • Comparar e calcular áreas de figuras poligonais em malhas quadriculadas. • Resolver uma divisão exata por número de até dois algarismos e uma multiplicação cujos fatores são números de até dois algarismos. • Reconhecer a representação numérica de uma fração com o apoio de representação gráfica. • Localizar informações em gráficos de colunas duplas. • Resolver problemas que envolvem a interpretação de dados apresentados em gráficos de barras ou em tabelas. • Ler gráficos de setores. • Identificar a localização ou movimentação de objeto em representações gráficas, situadas em referencial diferente ao do aluno. • Estimar um comprimento utilizando unidade de medida não convencional. • Resolver problemas: — envolvendo conversão de kg para g ou relacionando diferentes unidades de medida de tempo (mês/trimestre/ano); — de trocas de unidades monetárias, envolvendo número maior de cédulas e em situações menos familiares; — utilizando a multiplicação e reconhecendo que um número não se altera ao multiplicá-lo por um; — envolvendo mais de uma operação. SPAECE 2008 Nesse nível, quais itens os alunos são capazes de resolver? 64 Item M050003CE Cláudia estuda na escola “Aprender” que possui 12 salas de aula e em cada sala há 35 carteiras. Qual o total de carteiras dessa escola? (M050003CE) A) 47 B) 96 C) 410 D) 420 QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA A B C D Brancos e Nulos 31,3% 11,4% 18,0% 35,2% 4,1% Esse item avalia a habilidade do aluno resolver situação-problema que envolva a operação de multiplicação com os números naturais. A solução depende de o aluno identificar a multiplicação envolvida no problema e ser capaz de resolvê-la. O aluno que somou 12 com 35, obtendo 47, marcou a alternativa A (31,3%). Isso indica que ele não percebe a ação operatória inserida no problema, ou seja, 35 multiplicado por 12. Outro agravante é que ele admite a possibilidade de adicionar grandezas de natureza diferentes ao somar número de salas com carteiras. A opção pela alternativa B (11,4%), possivelmente, foi aleatória, demonstrando que a criança não entendeu o contexto do problema. O aluno que assinalou a opção C (18,0%) cometeu um erro ao somar os produtos parciais, 70+350. O grupo que preferiu essa alternativa está desenvolvendo a habilidade envolvida na solução desse item. Identificou a multiplicação, tentou resolvê-la, mas confundiu-se no produto final. Um pouco mais de prática na resolução de contas de multiplicação ajudará esse grupo de alunos. ESTAÇÃO RESULTADOS A solução de um problema exige, de início, a leitura do texto que o apresenta e sua interpretação. Algumas habilidades estão presentes no ato de resolvê-lo. Além da leitura, o aluno deve ser capaz de perceber a ação operatória inserida, mediante a interpretação do contexto. Deve, também, compreender a questão, isto é, a pergunta que o texto propõe. Com base nesses dados, é preciso conseguir organizar uma estratégia de resolução, armando as contas adequadas para encontrar a resposta. Deve, ainda, ser capaz de fazer as contas corretamente e verificar se o resultado encontrado é plausível. São muitas as habilidades envolvidas e todas têm o seu momento de construção na sala de aula. Por isso, quando o aluno tem dificuldade de resolver problemas, o professor deve examinar em que fase está a construção e a consolidação dessas habilidades, se há algum entrave e procurar ajudá-lo. 65 Categoria de Desempenho: Adequado De 250 a 275 pontos Neste nível, os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental são capazes de: • Calcular expressão numérica (soma e subtração), envolvendo o uso de parênteses e colchetes. • Calcular o resultado de uma divisão por um número de dois algarismos, inclusive com o resto. • Identificar algumas características de quadriláteros relativas aos lados e ângulos. • Identificar planificações de um cubo e de um cilindro dadas em situação contextualizada (lata de óleo, por exemplo). • Reconhecer alguns polígonos (triângulos, quadriláteros, pentágonos e hexágonos) e círculos. • Reconhecer a modificação sofrida no valor de um número, quando um algarismo é alterado, e resolver problemas de composição ou decomposição mais complexos do que nos níveis anteriores. • Reconhecer que a medida do perímetro de um polígono, em uma malha quadriculada, dobra ou se reduz à metade, quando os lados dobram ou são reduzidos à metade. • Reconhecer o m2 como unidade de medida de área. • Reconhecer a invariância da diferença em situação-problema. • Comparar números racionais na forma decimal, no caso de haver diferentes partes inteiras, e calcular porcentagens simples. • Localizar números racionais na forma decimal na reta numérica. • Ler horas em relógios de ponteiros em situações mais gerais (8h e 50 min). • Reconhecer o gráfico de colunas correspondente a dados apresentados de forma textual. • Identificar o gráfico de colunas correspondente a um gráfico de setores. • Resolver problemas: — de intervalo de tempo que envolve horas e minutos, operando com essas grandezas, inclusive com reserva; — realizando cálculo de conversão de medidas: de tempo (dias/anos), de temperatura (identificando sua representação numérica na forma decimal); comprimento (m/km) e de capacidade (mL/L); — de soma que envolva combinações, e de multiplicação que envolva configuração retangular em situações contextualizadas. SPAECE 2008 Nesse nível, quais itens os alunos são capazes de resolver? 66 Item M030053A8 (M030053A8) Veja o número na ficha abaixo. 108 Esse número corresponde a A) 10 + 8 B) 10 + 80 C) 100 + 8 D) 100 + 80 QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA A B C D Brancos e Nulos 37,4% 6,3% 47,4% 5,6% 3,3% A preferência pela alternativa A (37,4%) demonstra fragilidade dos conceitos relacionados ao sistema de numeração decimal. Ao final do 5º ano (4ª série), espera-se que o aluno saiba registrar números e entender a sua composição envolvendo o princípio posicional. Nos primeiros anos escolares, quando começa a escrever os números, a criança costuma fazer apenas aglutinação dos símbolos com base no que fala. Portanto, ao interpretar o número 108 como 10+8, demonstra utilizar esse recurso primário e elementar, admitindo a possibilidade de apenas unir os símbolos 10 e 8 para escrever cento e oito. A alternativa B (6,3%) demonstra que o aluno não se apropriou da habilidade referente ao item, pois, ao somar 10 mais 80, obtem 90, o que foge do número em questão. Admitir que cento e oito podem corresponder a 100+80, alternativa D(5,6%) demonstra distorção do raciocínio, pois o resultado dessa soma é 180. Para dar resposta correta ao item, o aluno deve ser capaz de decodificar o número 108. Ao fazer sua leitura, já dirá cento e oito, o que facilita a constatação da correspondência do número com 100 mais 8. As referências que a criança tem servirão de suporte para a solução da questão proposta pelo item. Quais são essas referências? Para responder, é preciso começar considerando que o processo de aprendizagem de número deve passar pela composição, antes de se focalizar a decomposição. É bom que o aluno participe do fazer, da construção, antes do desfazer, da desconstrução. Para chegar a entender a decomposição de 108, ele deve ter vivenciado a sua composição. Primeiramente, utilizando materiais manipulativos para fazer agrupamentos na base dez. Contando palitos de picolé, por exemplo, o aluno vai reunindo-os de 10 em 10. Passa a contar grupos de 10, identificando não apenas as dezenas exatas, mas também outros números, como 96, formado por 9 grupos de 10 mais 6 palitos. A codificação e a decodificação de 96 serão, então, significativas para ele. O valor posicional será compreendido: o algarismo 9 vale 90, e não somente 9, porque indica as dezenas. Dessa forma, vai realizando agrupamentos, atingindo a composição de números maiores e a 3ª ordem. Ao chegar a compor e decompor o número 108, o aluno já tem muitas referências e pode usá-las para entender que 10 grupos de 10 formam 1 centena; que o registro de centenas envolve 3 algarismos; que um número de 3 algarismos tem 3 ordens, que são denominadas centena, dezena e unidade. ESTAÇÃO RESULTADOS A habilidade envolvida nesse item é a de reconhecer a decomposição de números naturais, considerando-se o seu valor posicional. 67 SPAECE 2008 Outro recurso disponível e de fácil acesso é a calculadora. Para observar a composição de 10 em 10, o aluno faz aparecer 10 no visor; soma com 10 e verifica que o resultado é 20. Depois, usando somente a tecla [=], ele vai contando : 30, 40, 50, 60, 70... Ao chegar a 100, deve associá-lo a 10 grupos de 10, pois deu 10 cliques na calculadora. Em seguida, o professor pode sugerir juntar outro número a cem, como, por exemplo, 8. No visor aparecerá o número 108. O uso inteligente da calculadora acrescenta outras oportunidades de aprendizagem. 68 Categoria de Desempenho: Adequado De 275 a 300 pontos Neste nível, os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental são capazes de: • Identificar as posições dos lados de quadriláteros (paralelismo). • Estabelecer relação entre frações próprias e impróprias e as suas representações na forma decimal, assim como localizá-las na reta numérica. • Identificar poliedros e corpos redondos, relacionando-os às suas planificações. • Resolver problemas que envolvem proporcionalidade, requerendo mais de uma operação, e reconhecer que 50% correspondem à metade. • Resolver problemas de situações de troco, envolvendo um maior número de informações e operações. • Reconhecer diferentes planificações de um cubo. • Resolver problemas: — utilizando multiplicação e divisão, em situação combinatória; — de soma e subtração de números racionais (decimais) na forma do sistema monetário brasileiro, em situações complexas; — estimando medidas de grandezas, utilizando unidades convencionais (L); — simples de contagem, envolvendo o princípio multiplicativo. ESTAÇÃO RESULTADOS Nesse nível, quais itens os alunos são capazes de resolver? 69 Item M050016CE (M050016CE) Raul comprou um suco de goiaba, uma batata frita e um cachorro-quente.O valor total desse lanche foi de R$ 4,45. Raul pagou com uma nota de R$ 5,00. Quanto ele recebeu de troco? A) R$ 0,55 B) R$ 0,65 C) R$ 1,45 D) R$ 1,65 QUADRO DE PERCENTUAL POR OPÇÃO DE RESPOSTA A B C D Brancos e Nulos 40,6% 14,1% 30,4% 11,5% 3,4% A habilidade envolvida nesse item é a de resolver problema utilizando a escrita decimal de cédulas e moedas do sistema monetário brasileiro. O aluno que marcou a alternativa A (40,6%) apropriou-se corretamente do enunciado, demonstrando dominar subtrações envolvendo reservas. O aluno terá que subtrair R$ 4,45, de R$ 5,00. O aluno que marcou a alternativa B (14,1%) pode ter feito o cálculo por complementação, considerando os centavos a partir de 40 e acrescentando 10 sucessivamente: quatro e 50, quatro e 60, quatro e 70, quatro e 80, quatro e 90, até chegar a 5 reais. São, portanto, 60 centavos. Depois, confundiu-se e acrescentou mais 5 centavos. O aluno que marcou a alternativa C (30,4%) encontrou 1,45 como resposta, tendo errado ao subtrair. Fez a conta 5,00 - 4,45, escrevendo 45 no resultado e subtraindo apena 4 de 5. A alternativa D (11,5%) foi escolhida pelo aluno que não sabe lidar com o algoritmo da subtração, pois não considera os reagrupamentos. Ao tirar 5 de (zero) 10, encontra 5; depois, tira 4 de 10 e coloca 6 no resultado; finalmente, subtrai 4 de 5 e escreve 1. SPAECE 2008 Geralmente, a expressão “troco” inserida no enunciado de um problema evoca a subtração. A dificuldade, muitas vezes, é ocasionada pelo algoritmo, principalmente quando esse envolve números decimais e zeros. A resolução de uma subtração com zeros no minuendo requer conhecimentos e algumas habilidades, como: entender a técnica operatória da subtração, ser capaz de interpretar a composição dos números envolvidos (por ex.: considerar 91 como igual a 80+11), saber os fatos fundamentais, considerar os reagrupamentos que possibilitam a subtração. Ao fazer uma conta como 502 – 146, o aluno depara com duas dificuldades: tirar 6 de 2, e 4 de zero. Mas, se entende que o número 502 possui 50 dezenas e que é possível tirar 1 para ser transformada em 10 unidades e reagrupada às 2 unidades, a possibilidade de subtrair foi concretizada, pois o minuendo passa a ser 49 dezenas e 12 unidades. Ora, 49 dezenas e 12 unidades não correspondem a 502? 70 Desde as primeiras contas, o professor deve fazer o aluno perceber essas possibilidades de transformação do número (minuendo) sem alterar seu valor. Por exemplo: se vai subtrair 19 de 41, deve compreender que vai tirar de 41, aproximadamente, 20, e, portanto, o resto será, aproximadamente, 21. No entanto, na sala de aula, costuma ser focalizada a resolução por partes, e o aluno se apega à ideia de, nesse caso, não ser possível tirar 9 de 1. Muitas vezes, por desconhecer a dinâmica da operação, ele ajeita a resolução invertendo os números e subtrai 1 de 9. A possibilidade de uma resolução correta existe, porque, realmente, 9 serão subtraídos de 41. Se assim for pensado (41-9), o resto será igual a 32. E, de 32, tirando 10, sobram 22, que é o resultado. Falta ao aluno essa flexibilidade de pensar a resolução da conta. No algoritmo, ficará clara a decomposição e o reagrupamento, quando o aluno transforma 41 em 30 e 11, ou 3 dezenas e 11 unidades. O professor deve salientar que 3 dezenas e 11 unidades não é outro número, mas 41, transformado (decomposto). Para a resolução do problema do item, o aluno deve possuir os conhecimentos e habilidades mencionados acima e aplicá-los à subtração de decimais. O minuendo 5,00 ficará, então, transformado em 49 e10. ESTAÇÃO RESULTADOS Não podemos deixar de reafirmar que o aluno, quando aprende a pensar, a raciocinar e a interpretar a conta e os números envolvidos antes de efetuar, consegue chegar ao resultado correto. No caso da conta do item, ele pode resolver por complementação, fazendo assim: R$ 4,45 mais 5 centavos são R$4,50; com mais 50 centavos são 5 reais. Muitas vezes, nem faz conta, mas conclui que a resposta ao problema é 55 centavos. 71 Categoria de Desempenho: Adequado Acima de 300 pontos SPAECE 2008 Neste nível, os alunos do 5º ano do Ensino Fundamental são capazes de: • Identificar a localização (requerendo o uso das definições relacionadas ao conceito de lateralidade) de um objeto, tendo por referência pontos com posição oposta à sua e envolvendo combinações. • Realizar conversão e soma de medidas de comprimento e massa (m/km e g/kg). • Identificar mais de uma forma de representar numericamente uma mesma fração e reconhecer frações equivalentes. • Identificar um número natural (não informado), relacionando-o a uma demarcação na reta numérica. • Reconhecer o significado da palavra perímetro. • Efetuar operações com horas e minutos, fazendo a redução de minutos em horas. • Reconhecer um quadrado fora da posição usual. • Identificar elementos de figuras tridimensionais. 72 Professor, como você viu, essa foi uma longa estação. Nós caminhamos pelos resultados de sua escola, pelos Perfis de Desempenho, pelos Níveis da Escala e pela Análise Pedagógica dos itens. Pode estar certo de uma coisa: aprendemos muito. Será com base nesse aprendizado que construiremos, a seguir, o Quadro do Diagnóstico Pedagógico de sua escola. Prepare-se, nossa viagem está chegando ao seu ponto principal! Desafio: Para elaborar o diagnóstico pedagógico de sua escola, volte aos resultados de desempenho. ESTAÇÃO RESULTADOS Com base nesses dados, preencha o quadro diagnóstico a seguir. 73 74 Acima de 275 Acima de 350 325 até 350 300 até 325 250 até 300 225 até 250 200 até 225 175 até 200 150 até 175 Até 150 INTERVALO Média da Escola:__________ QUAIS HABILIDADES OS ALUNOS JÁ DESENVOLVERAM? Número de Alunos no 5º ano EF:__________ Matemática - 5º ano do Ensino Fundamental Quadro do Diagnóstico Pedagógico SPAECE 2008 EM CADA INTERVALO (%) RECOMENDADO ADEQUADO INTERMEDIÁRIO INTERMEDIÁRIO CRÍTICO MUITO CRÍTICO EM CADA CATEGORIA DE DESEMPENHO (%) PERCENTUAL DE ALUNOS EM RELAÇÃO À MÉDIA DA ESCOLA (%) Acima da Média: Na Média: Abaixo da Média: Número de Alunos que fizeram o teste:__________ SP ECE Professor, com as informações dos quadros, é possível identificar, e até mesmo nomear, os alunos com maiores dificuldades de aprendizagem e que podem ter a sua permanência na escola ameaçada pelos fantasmas da evasão, reprovação e exclusão. Mas isso é só um diagnóstico. E um diagnóstico tem por objetivo apontar uma situação. Para a escola, o diagnóstico que você elaborou é um norteador para as ações de transformação da realidade escolar em direção à garantia do direito do aluno a uma educação de qualidade. O diagnóstico é, pois, o início de uma transformação. ESTAÇÃO RESULTADOS Lembra que dissemos que nossa viagem terminaria no ponto de partida? Então, agora essa ideia está começando a fazer sentido... 75 76 SPAECE 2008 Estação Transformação 997ª Trilha: Sugestões de Atividades Pedagógicas. 998ª Trilha: A Prática do Diálogo na Escola sobre a Avaliação. 999ª Trilha: Histórias de Sucesso. Muito bem, continue a caminhada! ESTAÇÃO TRANSFORMAÇÃO Aqui, você andará pelas últimas três trilhas: 77 78 SPAECE 2008 Professor, transformar quer dizer transpor a forma original, criar novas perspectivas, formar novos pontos de vista. Temos certeza de que, depois de ler este Boletim, vencer os desafios propostos até aqui e interagir com as informações do Portal, você é uma pessoa com muito mais conhecimentos sobre a avaliação realizada em nosso Estado. Mas, como você também sabe, conhecimento implica em responsabilidades, e conhecer o diagnóstico de sua escola, com certeza, é uma importante responsabilidade. E aí, inevitavelmente, vem a pergunta: agora que o diagnóstico já está definido, o que fazer com essa informação? Bem, sabemos que não existem fórmulas mágicas para fazer “desaparecerem” os problemas da educação. Também sabemos que muitos desses problemas têm origem na própria estrutura social, como a pobreza, o desemprego, a violência e a falta de apoio familiar, entre outros aspectos. Essa realidade transcende os muros da escola, mas seus efeitos na aprendizagem são sentidos em cada sala de aula. Entretanto, a escola é capaz de fazer a diferença na vida de nossos alunos, porque o trabalho que é coletivamente realizado por ela interfere significativamente na aprendizagem. Por isso, toda e qualquer atitude em direção à transformação da qualidade da educação ofertada será sempre bem-vinda. ESTAÇÃO TRANSFORMAÇÃO Nesta altura da caminhada, o que propomos é a possibilidade de uma reflexão sobre algumas atitudes que sejam capazes de transformar a realidade de sua escola para melhor. 79 Trilha 7 Sugestões de Atividades Pedagógicas Professor, você aprendeu, neste Boletim, a identificar as habilidades em Matemática que já foram desenvolvidas por seus alunos ao final do 5° ano do EF e aquelas que ainda estão em fase de desenvolvimento. Nossa proposta, agora, é que você conheça e incorpore à sua prática pedagógica algumas sugestões de atividades que podem ser trabalhadas em sala de aula, a fim de desenvolver habilidades importantes, para que seus alunos prossigam, com sucesso, em seu processo de escolarização. Domínio: Espaço e Forma A habilidade de localização/movimentação de um objeto em mapas, croquis e outras representações gráficas, característica deste domínio, está diretamente relacionada com o desenvolvimento das habilidades de percepção espacial, importante no estudo da Geometria. Além da utilidade em situações cotidianas comuns, o desenvolvimento dessa habilidade prepara o aluno para o estudo das coordenadas cartesianas e o traçado de gráficos. Todo esse estudo serve como apoio ao Ensino Médio, quando é introduzida a geometria analítica básica, que faz uma relação entre as representações geométricas com equações algébricas. A seguir, veremos algumas atividades que podem contribuir para o desenvolvimento dessa habilidade: ÂÂ Ao iniciar um trabalho de geometria com os alunos, é importante incentivar a observação de formas geométricas, representá-las por meio de desenho ou construí-las utilizando materiais diversos, como palitos, canudinhos de refrigerante, papelão, entre outros. Assim, é possível perceber propriedades, contar número de lados, vértices e utilizar corretamente as respectivas nomenclaturas. ÂÂ Utilizar caixas e sólidos geométricos de diferentes formas e tamanhos, fazer planificações e construções de maquetes. ÂÂ Trabalhar com representações gráficas e mapas é fundamental, para que o aluno perceba a existência de dois referenciais nas representações gráficas, como, por exemplo, o encontro de duas ruas. ÂÂ A representação de trajetórias, localização de pessoas ou objetos na sala de aula facilita a passagem do concreto para a representação através de um modelo matemático e conduz o aluno a perceber os referenciais necessários para essa localização e/ou representação. ÂÂ Propor ao aluno a observação de diferentes formas geométricas encontradas em pisos, janelas, portas e representá-los por meio de desenho ou reproduzi-las. ÂÂ Comparar figuras geométricas, observar e anotar as propriedades específicas de cada uma, SPAECE 2008 além de identificar suas semelhanças e diferenças. 80 Domínio: Grandezas e Medidas O tópico Grandezas e Medidas, além de ter um forte caráter social, é também um tópico integrador da Matemática, pois relaciona a Geometria com Números, Operações e a Álgebra. Por isso, é importante que o professor proponha atividades, em sala de aula, com formas diversas e contextos significativos para os alunos. A seguir, veremos algumas atividades que podem contribuir para o desenvolvimento dessa habilidade: ÂÂ Oferecer oportunidades de elaborar o conhecimento adquirido informalmente e propor atividades em que o aluno realiza medições dentro e fora da sala de aula, registra as medidas obtidas e opera com elas. ÂÂ Apresentar para o aluno uma situação real onde é possível observar as indicações de volume (litro ou mililitro) contido em garrafas diversas e fazer as transformações de unidades necessárias para essas representações. ÂÂ Explorar situações reais, tais como duração do tempo de aula, do programa de TV preferido, do deslocamento para ir de casa à escola, entre outros, permite estimular e criar situações onde é possível estimar o tempo de duração desses eventos. ÂÂ Propor atividades lúdicas envolvendo troca entre moedas e cédulas, como situações de compra e venda, pode estimular o aluno a lidar com os valores monetários. Este trabalho pode favorecer, também, o desenvolvimento da capacidade de o aluno realizar cálculo mental. Domínio: Números e Operações A análise das regras de numeração decimal é importante, para que o aluno compreenda a escrita e a representação de qualquer número e garanta, assim, o desenvolvimento de diferentes habilidades inerentes à resolução de problemas matemáticos. A seguir, veremos algumas atividades que podem contribuir para o desenvolvimento dessa habilidade: ÂÂ Propor atividades com o Material Dourado para facilitar a compreensão das trocas que envolvem as operações no sistema de numeração decimal e contribuir para a construção do significado desse sistema. ÂÂ Mostrar sequências numéricas incompletas e pedir para os alunos descobrirem regularidades nessas formações – o “segredo” – que permite descobrir valores desconhecidos envolvendo o sistema de numeração decimal. unidades, dezenas, centenas e milhar – para auxiliar a construção de pré-requisitos que serão utilizados na construção dos conceitos e compreensão dos algoritmos das quatro operações fundamentais. ÂÂ Utilizar atividades envolvendo cálculo mental e estimativas permite que o aluno desenvolva uma habilidade maior, quando for necessário utilizar o algoritmo. ÂÂ Utilizar recortes de papelão para representar diferentes frações e registrar na forma decimal, razão ou porcentagem. ESTAÇÃO TRANSFORMAÇÃO ÂÂ Trabalhar com contagem e organização dos números no sistema decimal e quadro posicional – 81 Domínio: Tratamento da Informação A inclusão do tema Tratamento da Informação se justifica pela sua importância social. E é nesse tema que a Matemática manifesta mais claramente a sua utilidade no dia-a-dia. Por isso, o professor deve utilizar informações em suas diversas formas, de modo que o aluno possa explorar a partir da leitura e da discussão das mesmas, os processos que a Estatística utiliza para representá-la. A seguir, veremos algumas atividades que podem contribuir para o desenvolvimento dessa habilidade: ÂÂ Gráficos e tabelas aparecem, frequentemente, em meios de comunicação. O professor pode realizar atividades que tenham como ponto de partida a utilização de jornais e revistas, onde os alunos possam interpretar as informações contidas nos mesmos. ÂÂ Simulações de pesquisas em sala de aula com temas relacionados ao interesse dos alunos e o seu posterior registro em uma tabela e em um gráfico também são atividades que despertam o interesse dos alunos, motivando-os a participar e a desenvolver essa habilidade. Professor, você trabalha esse tipo de atividade com seus alunos? Você tem novas sugestões para o trabalho com essas habilidades? Reúna suas sugestões, divulgue-as em sua escola. E, quem sabe, no próximo ano, suas sugestões fiquem registradas em uma nova estação... Desafio: SPAECE 2008 Com base nas sugestões que você viu aqui, desenvolva algumas atividades com seus alunos. Registre em seu Diário de Bordo essa experiência e divulgue-a em sua escola. 82 Trilha 8 A Prática do Diálogo na Escola sobre a Avaliação Professor, como você viu ao longo deste Boletim, a avaliação realizada pelo SPAECE permite acompanhar o desempenho de sua escola em relação às habilidades e competências fundamentais para o sucesso escolar de seus alunos. Mas, para que o diagnóstico que você elaborou se torne efetivamente um instrumento de transformação de sua realidade escolar, é necessária a criação de uma cultura de avaliação que dê sustentação às ações a serem efetivadas. Construir uma cultura democrática para utilização dos resultados das avaliações requer a participação de todos da escola, a começar pelos gestores. Os gestores têm um papel muito importante na disseminação e análise dos resultados da escola. O diretor de sua escola deverá propor momentos específicos no calendário escolar para o estudo deste Boletim Pedagógico. Participe dessas reuniões e discuta os tópicos que você anotou em seu Diário de Bordo. Motive seus colegas professores, de todas as disciplinas, para a importância da avaliação realizada pelo SPAECE. Para ajudar, sugerimos alguns questionamentos, a serem debatidos nas reuniões com a equipe pedagógica de sua escola: 1. O SPAECE 99O que é o SPAECE? Quais os seus objetivos ? 99Quem é avaliado no SPAECE: o aluno, o professor, o diretor ou a escola? 99Quais as etapas de escolaridade que o SPAECE avalia? Por quê? 99Para que servem seus resultados? 2. As relações entre avaliação interna e externa interna da aprendizagem realizada em sala de aula? 99Como o professor pode utilizar os resultados do SPAECE para planejar suas atividades de sala de aula? ESTAÇÃO TRANSFORMAÇÃO 99Como a avaliação externa do desempenho escolar pode complementar a avaliação 83 3. Os Parâmetros e Diretrizes Curriculares e as Matrizes de Referência para Avaliação em Matemática 99Quais as relações entre o que é proposto nas Matrizes de Referência para Avaliação e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e os Referenciais Curriculares Básicos (RCBs)/ SEDUC? 99A escola trabalha os tópicos previstos nos PCNs e nos RCBs? 99Por que nem tudo o que está nos PCNs e RCBs se encontra na Matriz de Referência para Avaliação? 99Como os conteúdos tratados em sala de aula se relacionam aos descritores da Matriz de Referência para Avaliação? 4. A Escala de Proficiência e os Níveis de Desempenho 99Como identificar os alunos a partir das características de desempenho da Escala de Proficiência de Matemática? 99Das competências apresentadas na Escala de Proficiência de Matemática, quais são as mais complexas? Por quê? 99Na sua opinião, o que o aluno deve saber em Matemática ao final do 5º ano do Ensino Fundamental? Qual deve ser o perfil desse aluno? Lembramos que essas são algumas questões para motivar o diálogo sobre a avaliação externa em sua escola. Mas elas não se esgotam aqui. Elabore outras e crie grupos de estudo com o tema da avaliação. Essa é uma boa atitude para formar, em sua escola, uma cultura de aprendizagem colaborativa sobre a avaliação. E os Quadros Diagnósticos que você construiu com base nos resultados de desempenho no SPAECE? Como, efetivamente, você e todos da sua escola podem utilizá-los para a melhoria da qualidade da educação? SPAECE 2008 Um caminho promissor é a reflexão coletiva sobre as características dos alunos nos diferentes níveis de desempenho e as metas de aprendizagem previstas no Projeto Político-Pedagógico da escola. Essa reflexão poderá, inclusive, traduzir-se num plano de ações de intervenção pedagógica que redimensione o Projeto Político-Pedagógico da sua escola. 84 A partir daí, a escola poderá: ÂÂ Criar projetos/ações de recuperação para os alunos identificados com baixo desempenho em Matemática. ÂÂ Criar programas de reforço escolar voltados para a consolidação das competências e habilidades que mereçam uma atenção especial. ÂÂ Discutir com todos os professores novos mecanismos de avaliação da aprendizagem dos alunos, bem como propor o monitoramento de todos os alunos no processo de avaliação. Professor, como dissemos no início de nossa caminhada, é preciso garantir o direito de nossos jovens a uma educação de qualidade. Mas, para isso, não basta apenas o esforço de todos na escola, é necessário também envolver os alunos e suas famílias na discussão sobre o SPAECE. O debate acerca dos resultados do SPAECE precisa romper os limites da escola e chegar até as famílias de nossos alunos. Para isso, sugerimos: ÂÂ Divulgar os resultados do SPAECE para os alunos, de uma forma que eles possam compreender a avaliação que foi realizada como um instrumento a favor da melhoria da escola. ÂÂ Divulgar os resultados aos pais dos alunos, dando uma atenção especial aos quadros diagnósticos. ÂÂ Comprometer os pais na desafiante tarefa de melhorar, ainda mais, os resultados alcançados, deixando claro que eles têm grande participação no desempenho de seus filhos. Lembramos que, ao divulgar os resultados, é fundamental que a identidade dos alunos avaliados seja resguardada para não se criar nenhum tipo de constrangimento entre eles. Professor, saiba que conhecer os resultados da avaliação é um direito da sociedade e, ao divulgá-los aos familiares de seus alunos, você estará garantindo o princípio da transparência das informações e criando laços mais fortes de comprometimento em prol de um sistema de educação mais justo e igualitário. ESTAÇÃO TRANSFORMAÇÃO Agora, falando especificamente de você, professor, na próxima trilha, apresentamos algumas histórias de sucesso que podem inspirá-lo. 85 Trilha 9 Histórias de Sucesso Professor, O SPAECE, ao longo dos anos, tem mostrado que boas práticas desenvolvidas na escola podem fazer diferença nos resultados escolares. A esse respeito, vamos conhecer a história da EEFM Dep. Antonio Leite Tavares, localizada no município de Barro, na região do Cariri, pertencente à jurisdição da 20ª CREDE – Brejo Santo. Desde a sua fundação, em 1984, a principal meta da escola é apresentar bons resultados. Para tanto, o Projeto Pedagógico é um dos pontos fortes da escola, que tem como princípios a gestão participativa e o compromisso ético conforme explicitado na sua proposta: conseguir ser o centro de excelência educacional e pedagógica, autossustentável, priorizando a educação inclusiva para ter força de ser transformadora. Os objetivos da escola são traçados e compartilhados por toda sua equipe que, em sua trajetória de sucesso, alcançou posições de destaque no SPAECE NET com o melhor desempenho no Ensino Médio, no âmbito regional, em 2001; o segundo melhor desempenho do Estado, no Ensino Fundamental, em 2002; e o primeiro lugar do Estado, no Ensino Médio, em 2003. Trilhando esse caminho de sucesso, a escola continua a obter bons resultados no SPAECE com o melhor desempenho global da CREDE, sendo o primeiro lugar em Matemática e o segundo em Língua Portuguesa, no Ensino Fundamental, em 2004. Em 2006, a escola destacou-se, positivamente, entre as escolas avaliadas que apresentaram as mais altas médias do Estado no Ensino Médio, como pode ser visto no quadro abaixo: Quadro 1: Média de Desempenho dos Alunos da 3ª Série do E.M. em Língua Portuguesa e Matemática – SPAECE 2004-2006. 3º E.M. LÍNGUA PORTUGUESA MATEMÁTICA 2004 2006 2004 2006 Ceará (total) 230,4 237,8 255,2 256,7 CREDE 20 – Brejo Santo 224,2 246,1 256,3 269,1 EEFM. Dep. Antônio Leite Tavares 275,5 292,6 304,7 334,0 Fonte: Relatórios Regionais do CREDE 20 – Brejo Santo, SPAECE 2004-2006. SPAECE 2008 E a sua trajetória de sucesso não para aí. 65% dos alunos conseguiram, no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), ultrapassar a média nacional na parte objetiva, e 90% dos alunos atingiram, na redação, desempenho acima da média nacional nos últimos três anos. 86 Para a direção da escola e equipe de professores, o objetivo central da ação pedagógica é a busca da formação de alunos solidários, competentes, dinâmicos, capazes de converter informações em conhecimento e comprometimento com a transformação da sociedade, a partir de sua comunidade. A escola criou, e orgulha-se disso, o Projeto Dupla Jornada Escolar, que tem como foco a ampliação da carga horária escolar, ofertada por seu mapa curricular com regime integral de trabalho. Esse projeto teve início no Ensino Médio, estendendo-se, posteriormente, ao Ensino Fundamental. O referido projeto busca atender e respeitar as diretrizes dos sistemas nacional e estadual de educação e as necessidades específicas dos alunos, detectadas nas avaliações externas. Diante desse quadro positivo, realizou-se um estudo exploratório sobre as características marcantes da escola, constatando-se os seguintes fatores que podem explicar os resultados: ÂÂ os professores conseguem trabalhar mais de 80% dos conteúdos propostos em Língua Portuguesa e Matemática, enquanto a maioria dos professores dessas mesmas disciplinas em todo Estado cobrem de 60% a 80%; ÂÂ os professores passam e corrigem, diariamente, dever de casa e todas as atividades propostas; ÂÂ os professores e a direção da escola respeitam e incentivam o aluno, de tal forma que esse passa a acreditar que será um vencedor, sobretudo, motivando-o ao ingresso no ensino superior. Você reparou, professor, que esses fatores, vivenciados por essa escola, há muito vêm sendo apontados pelas avaliações do SPAECE e SAEB como fatores que interferem positivamente nos desempenhos escolares? Outras escolas também estão apresentando bons resultados. É o caso do Centro Educacional Professor Osvaldo Nogueira Lima, localizada no distrito de Arapá, município de Tianguá, da 5ª CREDE. Essa escola atende a uma clientela de nível sócio-econômico muito baixo e é a única do distrito que possui o Ensino Fundamental completo. Mas, apesar das adversidades, essa escola apresentou resultados no 5º ano, no SPAECE 2006, acima da média das escolas do Estado, como podem ser vistos no quadro a seguir: Quadro 2: Médias de Desempenho dos Alunos do 5º ano do E.F. em Língua Portuguesa e Matemática – SPAECE 2004-2006. 5º E.F. LÍNGUA PORTUGUESA MATEMÁTICA 2004 2006 2004 2006 Ceará (total) 163,8 153,05 150,9 167,42 CREDE 5 – Tianguá 147,04 150,11 152,73 164,5 Centro Educ. Prof. Osvaldo Nogueira Lima 141,77 178,06 150,5 201,26 Vamos, agora, conhecer como essa escola está conseguindo vencer os seus desafios. Após ter acesso aos resultados do SPAECE 2004, a comunidade escolar reuniu-se para discutir as possibilidades de melhorar o seu desempenho. Foi solicitado aos professores que apresentassem propostas voltadas para superar as dificuldades em Matemática e Língua Portuguesa, detectadas na avaliação. Com base nas propostas apresentadas pelos professores, foram implementadas aulas de reforço, em tempo integral, aos sábados. Além disso, foram intensificadas atividades na biblioteca durante a semana e solicitado o apoio dos pais no acompanhamento mais direto do trabalho escolar dos seus filhos. ESTAÇÃO TRANSFORMAÇÃO Fonte: Relatórios Regionais do CREDE 5 – Tianguá, SPAECE 2004-2006. 87 Vale a pena conhecer a opinião dos alunos do 5º ano sobre essas atividades: “Eu gostei muito das aulas de Sábado porque eu aprendi muitas coisas maravilhosas e, além disso, aprendi aulas de Matemática e de Português. Aprendi como se lê uma fração, a somar, a diminuir e muitas coisas maravilhosas. Em Português eu aprendi a interpretar textos e escrever muitas palavras bonitas e também gostei muito da merenda”. “As aulas de Sábado me ajudaram muito, pois, com cada professor que tivemos aula, foi deixado alguma coisa interessante. Principalmente na Matemática, pois aprendi a multiplicar com outra professora que me explicou e eu aprendi rapidinho”. Para a direção e os professores, o compromisso e a participação de toda a comunidade escolar foram fatores decisivos para o progresso da escola, visivelmente mostrados na avaliação externa. SPAECE 2008 Professor, você também é protagonista da história de sua escola. Desejamos encontrá-lo aqui, contando a sua história de sucesso, nas próximas edições do SPAECE. 88 LINHA DE PARTIDA: O COMEÇO... Professor, Vencemos uma importante etapa de nossa caminhada. Nosso trabalho até aqui foi trazer todas as informações sobre o processo de avaliação ocorrido em nosso Estado, no ano de 2008. Foi um grande orgulho ter você conosco. Obrigado! Você viu, neste Boletim, o desempenho de sua escola nos testes de proficiência. Conheceu a Matriz de Referência para Avaliação, comparou dados, analisou informações. Enfim, aprendeu um pouco mais sobre o SPAECE. De posse deste material, você já sabe quais os pontos fortes e os pontos fracos, o que está indo bem e o que ainda precisa (e pode) ser melhorado em sua sala de aula, em sua escola. Enfim, você e toda a sua comunidade escolar têm em suas mãos dados concretos sobre o processo de desenvolvimento das habilidades e competências básicas em leitura. Naqueles aspectos em que seus alunos foram bem sucedidos, você pode manter e até intensificar as suas práticas. Por outro lado, não desanime se os resultados que você recebeu não foram satisfatórios. Eles poderão ser melhorados. Temos certeza de que você e sua escola estão preocupados com isso e encontrarão estratégias para reverter a situação. Faltou explicar uma última coisa: você se lembra de que, no início, dissemos que essa seria uma travessia diferente? Vamos, finalmente, esclarecer o porquê. Em nossa viagem, você percorreu os caminhos da avaliação realizada pelo SPAECE e conheceu o desempenho de seus alunos nessa avaliação. Isso permitiu que você desenvolvesse novas e importantes habilidades. Ao terminar esta leitura, temos a consciência de que você é uma pessoa diferente. Ao mesmo tempo, como já dissemos, essa constatação traz novas responsabilidades. É preciso transformar as informações trazidas aqui em ações de intervenção na escola. Essa não é uma responsabilidade exclusivamente sua, professor, mas de toda a comunidade escolar. Porém, você é uma das figuras centrais nesse processo. Agora, já deve estar mais clara para você a razão deste material ter sido apresentado na forma de um caminho a ser trilhado! Ele não deve ficar guardado na estante ou na gaveta. Este Boletim deve acompanhá-lo nas reuniões, nas conversas com seus colegas, com o diretor. Enfim, ele é a sua bússola para muitas outras futuras caminhadas. Aqui não é o fim, mas é onde efetivamente começa o trajeto real: aplicar em seu trabalho docente os conhecimentos que você desenvolveu ao trilhar conosco todo esse caminho. Acreditamos que a prática constante da reflexão e ação, tendo por base os dados da avaliação em larga escala, contribuirá para que a escola seja capaz de cumprir o seu papel: ser instrumento que proporcione equidade de oportunidades aos nossos alunos. Então, professor, nossa história, na verdade, está apenas começando! Este é o ponto de partida. Bem-vindo ao início! Este Boletim é para ser usado e compartilhado por todos os professores da sua escola. Aproveite-o bem! Até a próxima!...
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