Com olheiro ex-Arsenal (ING), Santos tenta acertar mais em

Transcrição

Com olheiro ex-Arsenal (ING), Santos tenta acertar mais em
Com olheiro ex-Arsenal (ING),
Santos tenta acertar mais em
contratações
Sandro Orlandelli foi contratado com o objetivo de ajudar o Peixe na procura por
reforços. Profissional tem currículo vasto, fala seis idiomas, mas não teve sucesso
no Atlético-PR
Bruno Cassucci - 12/04/2013 - 09:00Santos (SP)
Sandro Orlandelli foi diretor de futebol do Furacão em 2012 (Foto: Reprodução / Atlético-PR)
Para aumentar o índice de acerto nas contratações e depender menos da oferta de empresários, o
Santos contratou o olheiro Sandro Orlandelli, que por onze anos garimpou jogadores sul-americanos
para o Arsenal (ING). O profissional, que presta serviços, mas não integra a comissão técnica do
clube, tem a missão de procurar reforços para o Peixe, que espera que o trabalho renda frutos já na
próxima janela de transferências.
– Ele roda o mundo observando atletas e fazendo relatórios. Analisa partidas e observa jogadores.
Vamos dar algumas coordenadas, mas ele também irá sugerir nomes – explicou o superintendente de
esportes do Santos, Felipe Faro.
Indicado à diretoria alvinegra por um conselheiro, Orlandelli, que tem 43 anos e fala seis idiomas,
tem um currículo de respeito, que impressionou os cartolas do Peixe. Ele cursou Educação Física e
fez pós-graduação em Fisiologia do Esporte e Gestão Estratégica de Negócios. Formou-se também
como treinador profissional pela Federação Inglesa de Futebol, vinculada à UEFA (União das
Federações Europeia de Futebol). No entanto, seu último trabalho no Brasil, como diretor de futebol
do Atlético-PR, não foi muito bem-sucedido. Ele passou sete meses no clube, contratou 12 atletas e
poucos vingaram. Por divergências com a diretoria, ele deixou o Furacão em junho de 2012.
Antes, Orlandelli fez estágio no time amador do São Paulo, trabalhou no Corinthians, no Yokohama
FC, do Japão e no Saint Etienne, da França. No Al-Hillal, da Arábia Saudita, foi auxiliar técnico e
preparador físico, e no Malmo, da Suécia, trabalhou com o sub-15.
Procurado pelo L!Net o olheiro não quis conceder entrevista.
– Estou na Inglaterra e não posso falar. Me liga em maio, por favor – disse, em contato telefônico.
Até então, o Santos não contava com olheiros. A observação de atletas ficava restrita ao técnico
Muricy Ramalho e seus auxiliares Tata e Marcelo Fernandes. Esporadicamente, o ex-jogador
Serginho Chulapa também exercia essa função.
À boca pequena: Fora dos microfones, dirigentes do Peixe não escondem a admiração por Edu
Gaspar, gerente de futebol do Corinthians. Os cartolas admiram o fato de ele ter bom trânsito nos
principais clubes do mundo ao mesmo tempo em que sabe falar a língua dos “boleiros”.
Bate-Bola com Odílio Rodrigues, presidente em exercício do Santos, em entrevista ao
LANCE!Net
Qual é a intenção do Santos com a contratação do Sandro?
A gente não tinha alguém com essa função de scout... A formação dele, o currículo, é uma pessoa
com essa função de avaliar jogadores. Não só quem o mercado oferece, jogadores de base, jogadores
de potencial. É um trabalho promissor. Toda contratação tem um risco. Com a avaliação do Sandro,
um profissional, nós minimizamos.
O clube ficará menos dependente de empresários agora?
Não acho que o clube fosse dependente. O mercado do futebol é visível, está na mídia, tem até lista
na internet de movimentação de atletas. O empresário é uma realidade, quando você vai negociar
tem que cair na mão dele. Quem avaliava era a comissão técnica. Não depende da opinião do
empresário, mas da comissão. Hoje tem também o Sandro, que vai agregar na chegada e na saída...
Na venda também?
Sim, ele avalia todo o elenco, fala se o jogador tem potencial para ficar, se é melhor negociá-lo...
Como é o trabalho do Sandro?
Ele tem um time de profissionais que o auxilia, além de base de dados. É uma pessoa de visão
ampla, com acesso a diversos mercados.
De dentro do clube: Bruno Cassucci, repórter do Núcleo Santos
Ano passado o Santos profissionalizou toda a sua diretoria, mas ainda seguiu amador no quesito
procura por jogadores. Por mais que Tata, Marcelo Fernandes e o próprio Muricy observassem
jogadores, o trabalho era bem diferente do que será feito agora por Orlandelli.
Muitas vezes o Peixe ficava dependente de empresários. Ao invés de ir atrás de bons nomes
“perdidos” no mundo, jogadores em fim de contrato ou revelações, o clube esperava que agentes
oferecessem atletas. Um erro claro.
Se inspirar no Corinthians não é demérito algum. É preciso copiar o que dá certo e o rival
inegavelmente tem contratado bem.