PIM seminário 2010 - The University of North Carolina at Greensboro

Transcrição

PIM seminário 2010 - The University of North Carolina at Greensboro
Introdução
Como cultura e classe social influenciam o
desenvolvimento de crianças pequenas
Jonathan Tudge
Os contextos onde coletamos os dados
Os participantes da pesquisa
A influência da cultura e classe social nas atividades
e interações das crianças pequenas
A influência da cultura e do ambiente local nas
atividades e interações das crianças pequenas
Departamento de Desenvolvimento Humano
e Estudos da Família, Universidade da
Carolina do Norte em Greensboro, EUA
Professor Colaborador, Pós-graduação em
Psicologia, UFRGS, Brasil
VII Seminário Internacional da Primeira
Infância, PUC, Porto Alegre
23-24 de novembro de 2010
Onde eu faço minha pesquisa
Greensboro, NC, Estados Unidos
Greensboro, NC, Estados Unidos
1
Kisumu, Quênia
Kisumu, Quênia
Porto Alegre, Brasil
Porto Alegre, Brasil
2
Participantes, colaboradores e assistentes
A questões centrais e os métodos
É possível mostrar a influência do contexto nas atividades
e interações diárias?
cultura—país, raça e classe social
contexto local—dentro e fora da creche
Como a cultura tem influência?
Através de valores, crenças e “práticas culturais”
(atividades e interações nas quais as crianças estão
muito envolvidas nos lugares onde elas passam tempo).
Como foi feito o estudo?
Cada criança observada por 20 horas, equivalentes a um
dia, em blocos de 2 ou 4 horas, ao longo de uma
semana.
O observador seguiu cada criança em qualquer lugar
onde ela foi.
Participantes (idade, classe social, creche)
Gbo Br
Gbo Neg
Kisumu
POA
CM idade
36.6
38.3
39.3
37.0
CM SES
52.1
50.2
57.3
55.2
CM creche 9
2
6
8
CT idade
36.9
39.8
40.8
36.1
CT SES
28.9
28.6
21.6
24.6
CT creche
4
5
1
8
N
20
19
20
20*
169 crianças de 3 anos (tempo 1) e seus pais
39 de Greensboro, NC, EUA (20 Brancas: Sarah Putnam, Judy
Sidden; 19 Negras: Fabienne Doucet, Nicole Talley)
20 de Kisumu, Quênia (Dolphine Odero)
20 de Porto Alegre (Cesar Piccinini, Rita Lopes, Tania Sperb; Giana
Frizzo, Fernanda Marques, Rafael Spinelli)—uma amostra que é uma
parte do Estudo Longitudinal de Porto Alegre (ELPA: Piccinini,
Tudge, Lopes e Sperb, 1998)
22 de
20 de
18 de
12 de
18 de
Obninsk, Rússia (Natasha Kulakova, Irina Snezhkova)
Tartu, Estônia (Marika Meltsas, Peeter Tammeveski)
Oulu, Finlándia (Marikaisa Kontio, Johanna Matinmikko)
Suwon, Coréia (Soeun Lee)
Vadodara, Índia (Rachana Karnik)
Atividades e interações enfocadas
Lições (4 subcategorias)
foco nesta apresentação em lições escolares,
interperssoais e sobre “o mundo”
Trabalho (15 subcategorias)
Brincadeira (incluindo exploração e entretenimento) (12
subcategorias)
foco aqui em brincadeira de faz-de-conta e brincadeira
com objetos escolares
Conversação (3 subcategorias)
foco aqui em conversação com adultos
Outras (atividades não enfocadas) (6 subcategorias)
3
Envolvimento em atividades
Pontos importantes (nível da cidade)
(lições, trabalho, brincadeira e conversação)
Crianças em Greensboro e Porto Alegre estavam bem
mais envolvidas em conversações com adultos que as
crianças em Kisumu
Crianças em Kisumu mais envolvidas em coisas
escolares (lições escolares e brincadeira com objetos
escolares) que crianças nas outras cidades
Crianças em Porto Alegre bem menos envolvidas em
lições escolares e interpessoais que crianças nas outras
cidades, mas mais envolvidas em brincadeira de faz de
conta e conversação que crianças em outras cidades
70
% of observations
60
50
Lições
40
Trab.
Brinc.
30
Conv.
20
10
0
Gbo Br
Méd
Gbo Br
Trab
Gbo N
Méd
Gbo N
Trab
Kis Méd Kis Trab POA Méd POA Trab
Pontos importantes
(nível de classe social)
Envolvimento em atividades relevantes
9
Em Greensboro, crianças brancas de classe média foram as
que tiveram mais conversas com adultos.
Em Greensboro, crianças de classe média foram envolvidas
em mais de quase todas as atividades, e os brancos mais
que os negros.
Em Kisumu, crianças de classe média foram as que mais
tiveram lições escolares e brincaram com objetos escolares.
As crianças em Kisumu conversaram com adultos mais ou
menos no mesmo que crianças em Greensboro (exceto de
classe média branca).
Em Porto Alegre, crianças de classe trabalhadora tiveram
poucas lições escolares e brincaram pouco com objetos
escolares.
Crianças de classe média, em geral, tiveram mais lições
escolares e brincaram mais de faz-de-conta e com objetos
escolares.
8
7
Liç esc
% of obs
6
Liç int
5
Liç mund
Faz de c
4
Brinc esc
3
Conv ad
2
1
0
GBO
KIS
POA
Envolvimento em atividades relevantes
(Greensboro: raça e classe social)
Envolvimento em atividades relevantes
(Greensboro e Kisumu, classe social)
14
14
12
10
Liç esc
Liç int
Liç mund
Faz de c
Brinc esc
Conv ad
8
6
4
2
% of observations
% of observations
12
10
Liç esc
Liç int
8
Liç mund
Faz de c
6
Brinc esc
Conv ad
4
2
0
GBO Br Méd
GBO Br Tra
GBO N Méd
GBO N Tra
0
GBO Br Méd
GBO Br Tra
GBO N Méd
GBO N Tra
Kis Méd
Kis Tra
4
Enfocando apenas aquelas crianças que
frequentam creche
Envolvimento em atividades relevantes
(Greensboro, Kisumu, POA e classe social)
14
12
% of observations
10
Liç esc
Liç int
8
Liç mund
Faz de c
6
Brinc esc
Conv ad
4
2
0
GBO Br
Méd
GBO Br
Tra
GBO N
Méd
GBO N
Tra
Kis Méd
Kis Tra
POA Méd
POA Tra
Greensboro: Uma maior percentagem de conversação fora da
creche.
Uma maior percentagem de lições escolares e interpessoais
na creche.
Mais lições sobre o mundo fora da creche que dentro.
Uma maior percentagem de brincadeiras com objeto
escolares dentro da creche.
Kisumu: Dentro da creche 35% de atividades ou lições
escolares ou brincadeira com objetos escolares.
Bem mais lições interpessoais dentro da creche, e menos
conversação.
Porto Alegre: muito poucas lições e brincadeiras com objetos
escolares dentro da creche.
Envolvimento em atividades relevantes
para a escola dentro e fora da creche
(Greensboro)
Envolvimento em atividades relevantes
para a escola dentro e fora da creche
(Greensboro e Kisumu)
25
16
12
Liç esc
10
Liç int
Liç mund
8
Faz de c
Brinc esc
6
Conv adult
4
% of obs in each setting
% of obs in each setting
14
20
Liç esc
Liç int
15
Liç mund
Faz de c
10
Brinc esc
Conv adult
5
2
0
0
GBO Br fora
GBO Br dentro
GBO N fora
GBO Br fora
GBO N dentro
Envolvimento em atividades relevantes
para a escola dentro e fora da creche
(Greensboro, Kisumu e Porto Alegre)
% of obs in each setting
20
Liç esc
Liç int
Liç mund
Faz de c
10
Brinc esc
Conv adult
5
0
GBO Br GBO Br GBO N GBO N KIS fora
fora
dentro
fora
dentro
KIS POA fora POA
dentro
dentro
GBO N fora
GBO N
dentro
KIS fora
KIS dentro
A influência do contexto?
25
15
GBO Br
dentro
Claro que sim...
Atividades e interações estavam influenciadas pelas
sociedades, classe social e ambiente (dentro ou fora de
creche).
É necessário entender os valores e crenças de cada país, e
é possível ver nos resultados as ideias do que é bom fazer
com crianças no creche.
Em Greensboro tem a ideia de uma mistura de aprender e
brincar.
Em Kisumu, a ideia de creche é preparar a criança para
escola—então podemos ver a grande atenção para lições e
brincadeiras com objetos relevantes para a escola.
Em Porto Alegre, a creche serve como um lugar seguro para
brincar?
5
Cuidado!
Não existe uma só medida de qualidade de desenvolvimento
infantil.
Cada cultura tem seus valores e crenças e, portanto, suas
práticas para “transmitir” estes valores e crenças.
É perigoso aceitar considerações de qualidade ou
competência importadas de outros países sem levar em
consideração os seus valores e crenças.
Quero agradecer a vocês pela atenção!
[email protected]
Tudge, J. R. H. (2008). The everyday lives of young children: Culture,
class, and child rearing in diverse societies. New York: Cambridge
University Press.
Tudge, J. R. H., Lopes, R. S., Piccinini, C. A., Sperb, T. M, ChipendaDansokho, S., Marin, A. H., Vivian, A. G., Oliveira, D. S., Sonego, J.,
Frizzo, G. B., & Freitas, L. B. L. (under review). Parents’ child-rearing
values in southern Brazil: Mutual influences of social class and children’s
development. Journal of Family Issues.
Tudge, J. R. H., Doucet, F., Odero, D., Sperb, T., Piccinini, C., & Lopes,
R. (2006). A window into different cultural worlds: Young children’s
everyday activities in the United States, Kenya, and Brazil. Child
Development, 77(5), 1446-1469.
Vocês podem ler vários artigos sobre a teoria e a pesquisa
no site:
http://www.uncg.edu/hdf/facultystaff/Tudge/Tudge.html
Veja Estudo Longitudinal de Porto Alegre ou Papers
6

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