Acupuntura em reprodução

Transcrição

Acupuntura em reprodução
JOÃO CARLOS PINHEIRO FERREIRA
EMPREGO DA ACUPUNTURA NO DIAGNÓSTICO E
TRATAMENTO DE PROBLEMAS REPRODUTIVOS
JOÃO CARLOS PINHEIRO FERREIRA
EMPREGO DA ACUPUNTURA NO DIAGNÓSTICOS E
TRATAMENTO DE PROBLEMAS REPRODUTIVOS
Monografia apresentada à Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus de
Botucatu, como parte integrante do Curso de
Especialização em Acupuntura Veterinária
Orientadores: Prof. Dr. Stélio Pacca Loureiro Luna.
Prof. Jean G. F. Joaquim
Botucatu – SP
2003
1
Em caso de dúvida ou perigo, não use a saída de emergência e sim a entrada de
emergência; marque um encontro com você mesmo e veja onde dói e qual a sua emoção
em relação a situação em que você se encontra. Conversem bastante, que com certeza
“vocês” vão encontrar a solução.
João Ferreira
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AGRADECIMENTOS
Ao pequeno Ian, por ser a luz brilhante que me orienta e explica o valor exato das coisas
do mundo,
À Diane, minha companheira de jornada, que atura minhas esquisitices e ainda me dá
amor e carinho,
Aos professores e amigos, Stélio, Jean, Diniz e Lilian, que me apresentaram o Yin e o
Yang.... um outro lado da vida,
À Super Roberta, pelo grande apoio que nos dá, sem o qual nada disto seria possível,
Aos colegas, pelo convívio agradável nos nosso encontros mensais, que tornam este curso
muito mais fácil de deglutir e interessante,
Aos chineses, por gostarem tanto de observar a natureza e
Aos animais, por suportarem as nossa agulhadas erradas.
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SUMÁRIO
1. Introdução......................................................................................................
6
2. Revisão de literatura......................................................................................
6
2.1. Mecanismos de ação..............................................................................
6
2.2. Reprodução e a Medicina Tradicional Chinesa (MTC).........................
7
2.2.1. Rim ..............................................................................................
8
2.2.2. Fígado e Glândula Pineal ............................................................
8
2.2.3. Coração e hipófise........................................................................
9
2.2.4. Baço/pâncreas.............................................................................. 10
2.3. A infertilidade........................................................................................ 10
2.3.1. Tratamento por acupuntura
e estudos relacionados às
desordens reprodutivas em fêmeas..........................................
2.3.2. Tratamento por acupuntura
e estudos relacionados às
desordens reprodutivas em machos.........................................
2.4. Acupuntura Veterinária Diagnóstica
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Aplicada à Reprodução da
Fêmea Bovina......................................................................................
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3. Conclusão....................................................................................................... 19
4. Referências..................................................................................................... 19
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1. Introdução
A acupuntura veterinária praticada no ocidente baseia-se primariamente na
transposição dos princípios da acupuntura humana para os animais, havendo contudo, a
necessidade de serem realizados ajustes em função das diferenças anatômicas, de
localização dos nervos periféricos e de temperamento dos animais (Roger, 1980b.,
Molinier, 1983, Westermayer, 1981).
A acupuntura voltada ao exercício da medicina reprodutiva pode ser basicamente de
dois tipos: a diagnóstica e a terapêutica (Joechle, 1978).
O diagnóstico, controle e cura das desordens reprodutivas são essenciais para a
indústria animal moderna. Neste contexto a acupuntura pode aumentar as chances de
descoberta precoce de patologias e ser uma alternativa mais barata que outros métodos
diagnósticos, tais como as dosagens hormonais e a ultra-sonografia (Joechle, 1978).
Os procedimentos terapêuticos tradicionais envolvem a aplicação de drogas, que
geralmente deixam resíduos nos tecido e no leite dos indivíduos tratados. Neste contexto, o
tratamento por acupuntura nos animais produtores de alimento tem uma enorme vantagem
sobre os procedimentos alopáticos tradicionais, pois não necessita de períodos de carência
de abate ou de ordenha e, por evitar que substâncias potencialmente perigosas à saúde
humana cheguem à mesa do consumidor, tem uma grande importância em saúde pública
(Joechle, 1978).
Empregando-se a medicina ocidental, geralmente os problemas reprodutivos são
tratados com a administração de grande quantidade de hormônios ou pela remoção do
órgão ou gônada afetada. A reposição hormonal é feita com o objetivo de restaurar o eixo
hipotalâmico-hipofisário-gonadal, contudo, o que acontece é uma superestimulação deste
eixo, sem que seja considerada a sua natureza delicada. Este tipo de abordagem geralmente
resulta no aparecimento de efeitos colaterais, desequilíbrios hormonais futuros e
esterilidade. Através da medicina tradicional chinesa (MTC), é possível estimular o
organismo afetado a se reequilibrar, alcançando assim uma cura real e definitiva, ficando
também a salvo dos efeitos colaterais e indesejáveis inerentes aos protocolos terapêuticos
ocidentais (Lin et al., 2003).
A presente monografia tem por objetivo apresenta os principais aspectos envolvidos
com a prática da acupuntura no diagnóstico e tratamento de problemas reprodutivos dos
animais domésticos. Contudo, devido a disponibilidade das informações e possibilidade de
adaptação dos tratamentos aos animais, serão também comentadas algumas afecções e
particularidades relacionadas à atividade reprodutiva humana.
2. Revisão de literatura
2.1. Mecanismos de ação
Infelizmente, o estudo fisiológico das bases do tratamento por acupuntura na
medicina ocidental ainda está nas suas etapas iniciais e pouco se sabe sobre os delicados e
intricados processos que coordenam a atividade reprodutiva e, principalmente, como estes
são modificados e equilibrados pelos estímulo dos acupontos (Lin et al., 2003).
Os mecanismos pelos quais a acupuntura consegue desencadear seus efeitos
restaurativos, envolve uma série de interações locais e sistêmicas, das quais participam os
sistemas nervoso, endócrino e vascular. No sistema nervoso central a ação parece envolver
a modulação da síntese e secreção da serotonina, embora outros transmissores também
participem (Kendall, 1999).
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A estimulação por acupuntura de certos pontos, como por exemplo o Baihui e o VG2
(Weiken), está historicamente associada com a reprodução e sabidamente altera os níveis
plasmáticos de LH, FSH, estradiol e progesterona (Lin, 1998., Bossut, 1986., Malven,
1984). Uma possível explicação destes fenômenos endócrinos envolveria um mecanismo
mediado pele endorfina. A endorfina é capaz de inibir e a naloxone pode induzir o pico de
LH (Malven, 1984., Trudeau, 1988). Muitos estudos têm demonstrado que a acupuntura
pode aumentar o nível de endorfina no cérebro, medula espinhal e sangue (Bossut, 1986.,
Malven, 1987). Portanto, é possível que a diminuição do LH seja mediada pela endorfina e,
após o período de depressão, a hipófise se torne mais responsiva ao GnRH (Lin et al,
2003).
Outra possibilidade seria a acupuntura agindo diretamente sobre o controle parácrino
e autócrino da esteroidogênese pela estimulação da produção e secreção de epinefrina e
fatores de crescimento locais (Battista et al, 1987).
2. 2. Reprodução e a Medicina Tradicional Chinesa (MTC)
Antes de mergulhar nos labirintos fisiopatológicos e terapêuticos relacionados à
reprodução, deve-se ter em mente que o corpo é um só e que não existem doenças
específicas da reprodução e sim organismos desequilibrados que manifestam seus
desequilíbrios sob a forma de distúrbios reprodutivos. Portanto, se faz necessária a
consciência de que quem necessita do tratamento é o paciente e não a doença.
De acordo com a MTC as funções reprodutivas dependem de um complexo de
funções cooperativas que envolvem os órgãos internos, o Qi-Xue (Qi e Sangue), os
meridianos e, especificamente, os órgãos do aparelho reprodutor. Os órgãos internos e seus
meridianos, principalmente o rim, o baço/pâncreas, o fígado e o coração, abastecem o
útero, o feto, a placenta, os ovários, as glândulas mamárias em lactação, os testículos e o
pênis com QI-Xue, que por sua vez, é o alimento essencial a todas as atividades orgânicas
necessárias à manutenção e perpetuação da vida (Kendall, 1999., Lin et al., 2003).
Além dos meridianos citados, participam também ativamente dos processos
reprodutivos, os vasos extraordinários vaso concepção (Renmai) e vaso governador
(Dumai) (Lin et al., 2003).
De maneira simplificada, as deficiência de yin ou yang de determinados órgãos e/ou
funções, que resultassem no abastecimento irregular ou insuficiente de Qi-Xue do sistema
reprodutor, seriam as causas primárias das lesões ou mau funcionamento destes (Kendall,
1999., Lin et al., 2003). Contudo, os problemas de infertilidade geralmente são
multifatoriais e, na maioria das vezes, é o útero a sede primária da disfunção reprodutiva,
aparecendo em segundo lugar em freqüência os desequilíbrios hormonais relacionados ao
eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal (Kendall, 1999., Lin et al., 2003).
Os pontos empregados nos tratamentos reprodutivos podem ser estimulados de
diversas maneiras, entre elas a simples inserção da agulha (acupuntura), a
eletroacupuntura, a moxabustão e a injeção de substâncias (vitamina B12 ou complexo B).
Para estimulações mais demoradas, de até 14 dias, pode ser realizada a sutura subcutânea
na região do ponto com fios categute ou sintético absorvível de diâmetro 2-0 (Lin et al.,
2003). Além dos métodos anteriores, a estimulação pode também se feita com aplicação de
ventosas (vácuo) (Khavan & Kim, 1997).
Independente da medicina que se pratica, seja oriental ou ocidental, um princípio
básico são as práticas preventivas dos problemas reprodutivos, que envolvem uma boa
nutrição, hábitos saudáveis, exercícios físicos regulares, que nos caso dos animas, estão
relacionados a um bom manejo e instalações adequadas. Estas são condições
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indispensáveis para que se tenha boas taxas de concepção e o nascimento de indivíduos
saudáveis (Radotitis et al, 1994., Kendall, 1999., Lin et al., 2003).
Quando trabalhamos com um órgão que não tem um meridiano com o seu nome,
como é o caso dos do aparelho reprodutor, são escolhidos pontos relacionados aos órgãos,
meridianos ou funções mais próximas. De maneira geral os pontos são escolhido por uma
ou mais das seguintes razões: São pontos locais ou estão localizados na região onde passa a
inervação ou situam-se no mesmo segmento espinhal do órgão ou área afetada, são pontos
que circundam a área do problema, são pontos Yin, Yang, laterais, mediais, anteriores ou
posteriores ao problema a ser tratado ou são pontos que reconhecidamente têm efeito
intenso sobre um sintoma específico (ex. PC6 nas náuseas e vômitos) (Rogers, 2003).
2.2.1. Rim
O rim é o alicerce da constituição inata do organismo. Entre suas diversas funções,
ele armazena o Jing e domina a reprodução e o desenvolvimento, além de ter um papel
importantíssimo no controle do metabolismo para aquecer o corpo. Algumas destas
funções são basicamente mediadas pelas glândulas adrenais e gônadas, onde as substâncias
yin, incluindo os hormônios sexuais, sustentam a reprodução e o desenvolvimento
orgânico.
A função yang do rim e mediada pelos hormônios da medula adrenal (adrenalina e
noradrenalina).
Tanto as deficiências da essência vital do rim (Yin do Rim) quanto a hipofunção dos
rins (deficiência de Yang), podem levar à infertilidade (Kendall, 1999).
2.2.2. Fígado e Glândula Pineal
O fígado é responsável pelo processamento e dispersão das substâncias básicas
necessárias (Qi) para todas as funções do corpo, sendo segundo a MTC, o responsável pela
ativação dos ciclos diurnos que controlam os processos metabólicos e dão suporte às
funções reprodutivas. Desta forma este órgão/função modula o relógio biológico,
controlando os ciclos circadianos e circanuais. Notadamente, as doenças do fígado
melhoram substancialmente no verão, porque este é influenciado pela duração da
luminosidade diária. (Kendall, 1999).
Durante a década de 80 foi descoberta a melatonina, hormônio produzido pela
glândula pineal, que mais tarde foi considerado como o responsável pela tradução orgânica
da duração da luminosidade diária. A melatonina se mantém em níveis baixos no sangue
durante a exposição do organismo à luz e em altas concentrações durante a os períodos de
escuridão (Kendall, 1999).
Assim como a depressão e a icterícia neo-natal, algumas patologias, tais como a
obesidade causada por distúrbios na secreção de melatonina e a síndrome pré-menstrual
em humanos, podem ser tratadas pela exposição do paciente a condições de alta
intensidade luminosa durante as primeiras horas da manhã (Hawkins, 1992).
A pineal converte a serotonina presente no sistema nervoso central em melatonina,
que durante a noite age como um inibidor de processos metabólicos, reprodutivos e da
libido, que não são necessários durante o sono. A melatonina noturna, que promove fadiga
e sono, apresenta uma concentração plasmática cinco vezes maior que a observada durante
a exposição à luz diária. O pico deste hormônio ocorre entre 2 e 3 horas da manhã, que é o
período associado ao fígado na MTC (de 1 às 3 da manhã) e, quando a retina fica exposta à
luz brilhante da manhã, a sua produção é inibida. Neste momento é ativado o núcleo
supraisquiático do hipotálamo e outra áreas do sistema nervoso central para que sejam
feitas a modificações orgânicas necessárias às atividades diurnas (Kendall, 1999).
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As variações dos níveis de melatonina atuam no SNC modulando, entre outras
coisas, a liberação de GnRH. De uma certa maneira, a pineal provê as funções dentro do
sistema endócrino que se ajustam à idéia chinesa de general (papel que é atribuído ao
fígado na MTC). Deste modo a pineal pode ser considerada como a reguladora dos outros
reguladores (glândulas endócrinas e órgãos vitais). Isto é particularmente verdadeiro
considerando-se a reprodução e os processos metabólicos relacionados às influências
ambientais diárias, mensais e anuais, que dependem da secreção de hormônio luteinizante
(LH) e outros hormônios da adenohipófise, tais como a prolactina (PRL), hormônio de
crescimento (GH), hormônio folículo estimulante (FSH), hormônio tireotrófico (TSH) e
hormônio adenocorticotrófico (ACTH) (Kendall, 1999).
Ao promover a fadiga e o adormecimento, a melatonina age como o principal
inibidor de muitas funções corporais que não são necessárias durante a noite. Isto inclui os
processos metabólicos hepáticos, funções intestinais, as atividades reprodutivas e a libido
sexual. A cada amanhecer, a inibição da produção de melatonina, necessária para que a
saúde seja mantida, é desencadeada pela exposição intensa e à luz da manhã (Kendall,
1999).
Segundo os princípios básicos da medicina chinesa, para que se alcance uma vida
saudável, é necessário manter uma rotina consistente na hora de acordar, que deve ser junto
com o nascer do sol, e de dormir, que deve ser logo depois da escuridão se instalar. Estes
hábitos são mais comuns nas comunidades agrícolas (Kendall, 1999).
O estilo de vida atual fornece muitas distrações e manipulações do ambiente natural,
tornado difícil a manutenção de uma rotina do horário de acordar e receber o sol da manhã.
A iluminação artificial e a televisão, que fornecem luz por 24 horas, as diversões e o
comportamento social, que fazem com que durmamos mais tarde nas noites de sexta-feira e
sábado e o trabalho através da noite, perturbam os ciclos metabólicos e reprodutivos,
principalmente do humanos. Embora sejamos diurnos, existem pessoas com ciclos tão
alterados que se consideram noturnas e por isso, têm maior probabilidade de sofrer
alterações de funções e privação de substâncias vitais do fígado, podendo apresentar uma
série de sintomas, entre os quais destacam-se a depressão e as desordens de apetite
(Kendall, 1999).
Quando a vida é mais simples e conectada com a natureza, os ciclos menstrual e
estral e as ovulações, controlados pelo fígado, permanecem em completa sincronia com o
ciclo lunar. As noites escuras asseguram inibição das funções uterinas e ovarianas e da
libido até a aproximação da fase de lua cheia, quando a luz é suficiente para estimular a
ovulação nas fêmeas e a atividade sexual nos machos e fêmeas (Kendall, 1999).
Nos hemisférios norte e sul, a fertilidade e a atividade sexual são maiores no seus
respectivos verões, quando o período de exposição à luz é mais prolongado. Nas regiões
tropicais e equatoriais, onde a duração da luminosidade diária é razoavelmente longa e
constante, a atividade sexual geralmente é maior que a experimentada nos locais de alta e
baixa latitudes. Em algumas nas regiões de clima muito quente, pode haver uma redução
das taxas de reprodução em função do efeito prejudicial do calor sobre a produção de
espermatozóides (Kendall, 1999).
2.2.3. Coração e hipófise
O coração, além de movimentar o sangue através do sistema vascular, também
fornece a energia necessária as atividades cerebrais, inclusive do hipotálamo. Diretamente
dependente do hipotálamo, a hipófise, que secreta hormônios críticos para o
funcionamento orgânico, inclusive da atividade reprodutiva, tem a sua síntese e secreção
hormonal controladas indiretamente pela melatonina. Um coração fraco, que não consegue
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suprir o sistema reprodutor com sangue e substâncias vitais, pode contribuir para o
estabelecimento da infertilidade.
A relação entre o coração e a glândula pineal pode ser observada, por exemplo, nas
pessoas, que por apresentarem doença coronariana, têm função pineal anormal e,
conseqüentemente, baixos níveis noturnos de melatonina (Brugger et al., 1995). Os fatores
emocionais incluindo medo, pavor, estresse e esforço físico excessivo podem também ter
efeito negativo sobre a vitalidade do coração e contribuir para a diminuição da fertilidade
(Kendall, 1999).
2.2.4. Baço/pâncreas
O baço/pâncreas, que regula o volume de sangue e é responsável pela digestão,
transporte e transformação dos nutrientes, é considerado a fonte do crescimento e das
transformação das substâncias refinadas e do sangue. A insuficiência deste sistema, que é
também indispensável ao metabolismo de água e líquidos, pode resultar no acúmulo de
umidade e suprimento insuficiente do corpo com nutrientes, levando a uma falha alimentar
do útero e do feto, no caso de uma gestação e, conseqüentemente, em muitas desordens
ginecológicas, que podem culminar com a esterilidade (Kendall, 1999).
O baço/pâncreas e o fígado possuem uma relação muito estreita e a disfunção de um
dos sistemas pode acarretar na insuficiência do outro.
A insulina pancreática é indispensável à utilização da glicose pelas células, que por
sua vez, ao associar-se ao oxigênio, fornece substrato energético para o corpo, por permitir
que o ADP seja convertido em ATP. A insulina também desempenha um importante papel
no armazenamento do excesso calórico sob a forma de gordura, que teoricamente seria
utilizada nos momentos de privação, que em alguns humanos e animais domésticos, nunca
ocorre, resultando na obesidade. Outro papel importante da insulina é intensificar o
transporte do triptófano (cerca de 2% da dieta) através da barreira hemáto-cefálica, para
servir de substrato para a produção de serotonina central (Kendall, 1999).
Quando são consumidas calorias em excesso, principalmente sob a forma de
carboidratos, a demanda por insulina, necessária à conversão destes calorias em gordura,
prejudica a produção central de serotonina. Se o consumo excessivo é de gorduras, a
disfunção atinge o baço e enfraquece a produção de insulina. Estas duas condições podem
resultar no acúmulo de umidade.
Se o fígado está afetado por hábitos diários impróprios e a pineal estimulada
permanece convertendo excessivamente a serotonina cerebral em melatonina, o problema
da ingestão excessiva de carboidratos se agrava e resulta em sérios transtornos, que
comprometerão no futuro, a fertilidade. Os principais problemas incluem a depressão, o
comportamento obsessivo compulsivo, o desejo de ingestão de carboidratos refinados e,
consequentemente, a obesidade. A compulsão por carboidratos é o corpo tentando
estimular a produção de mais insulina para a suprir a deficiência central de serotonina
(Kendall, 1999).
2.3. A infertilidade
A infertilidade em humanos é considerada primária quando um casal falha em
conceber após conviver por dois anos, tendo atividade sexual normal sem o uso de
contraceptivos, e classificada como secundária, se a fêmea falha em conceber em até dois
anos após um aborto ou parto. Existe uma tendência a se pensar que o macho não tem
problema, principalmente se não existe a impotência. Os casais modernos estão expostos
aos mesmos agentes estressores e têm hábitos similares de alimentação, sono e uso de
substância (ex. álcool ou drogas). Na prática, é melhor tratar o casal envolvido na
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infertilidade, sendo sempre indicada a realização de exame andrológico do homem
(Kendall, 1999).
Na sociedade moderna o homem freqüentemente vive sob condições desfavoráveis,
sendo submetido ao excesso de atividade, ambiente de trabalho estressante, consumo
excessivo de cafeína, tabagismo e utilização de drogas (ex. maconha e cocaína). Esta
conjunção contribui para as falhas de concepção relacionadas ao macho. Sabidamente o
consumo de álcool reduz a produção noturna de melatonina, perturbando assim o
funcionamento equilibrado do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal (Rojdmark et al,
1993).
2.3.1. Tratamento por acupuntura e estudos relacionados às desordens
reprodutivas em fêmeas
A acupuntura sozinha e/ou associada a terapia com ervas chinesas, tem sido usada
durante séculos para tratar desordens reprodutivas. Contudo, são necessários ainda muitos
estudos para que o entendimento dos processos de formação e cura sejam melhor
compreendidos à luz dos conhecimentos da fisiologia animal ocidental. (Kendall, 1999).
Os principais sinais de problemas reprodutivos estão relacionados às alterações do
ciclo menstrual ou estral, respectivamente, no caso dos humanos e animais domésticos.
Contudo, podem estar presentes outros sintomas, que servem como substrato adicional
para a escolha do tratamento mais adequado. (Kendall, 1999).
Em alguns estudos sobre infertilidade feminina inespecíficas são recomendados os
pontos VC3, E29, BP6, B23 e VC19 (Zigong -ponto do ovário), que quando estimulados
podem resultar em taxas de cura de até 52% (Shi et al., 1987 apud Kendall, 1999).
De maneira geral os principais pontos indicados para tratar a infertilidade feminina
são o B23 (o rim domina o crescimento, o desenvolvimento e a reprodução), o ponto extra
do ovário Zigongxue (localizado 3 cun lateral ao VC3 – ponto local do ovário) e BP6
(ponto de encontro dos 3 meridianos yin – Baço, Fígado e Rim), que é de grande influência
ginecológica. Freqüentemente são também indicados os pontos E36, VC3 e VC4 (os dois
últimos também são considerados ponto de cruzamento dos três meridianos yin das
pernas). Pontos adicionais podem ser indicados para tratar condições ou sintomas
específicos (Kendall, 1999., Lin et al., 2003).
Os sinais mais freqüentes de alteração reprodutivas são:
- Diminuição da duração do ciclo.
Esta condição caracteriza-se quando a menstruação ou estro ocorre sete a dez dias
antes do esperado. Na maioria dos casos, o fenômeno é o resultado da deficiência de
nutrientes vitais e da presença de calor no sangue, em conseqüência de dieta imprópria,
fadiga ou ansiedade extrema. Este quadro leva a um prejuízo da função baço/pâncreas e
acarreta na hipofunção dos órgãos abdominais (aquecedor médio) e o descontrole do
suprimento de sangue através da aorta (e o retorno pela veia cava). A menstruação ou estro
antecipados são o resultado do excesso de yang no interior do corpo, consumo excessivo
de comidas picantes e uso de estimulantes, ou do consumo excessivo do yin levando à
deficiência de água e exacerbação do fogo. Nesta situação, o calor patogênico invade o
sangue, que é forçado a percorrer caminhos errados (Kendall, 1999).
Em caninos, quando os ciclo curtos forem acompanhados de pulso rápido, mucosas
congestas e contagem de hemácias muito altas, são indicados os pontos C5, TA6 e F2. Em
contra partida, nos animais pálidos, com andar incoordenado e dor na região lombar,
devem ser estimulados F3, F8, R3 e R6 (Milin, 1973).
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- Aumento da duração do ciclo
Esta ocorrência é considerada se a menstruação ou estro atrasam de 7 a 45 dias a
partir da data esperada. Esta condição pode ser desencadeada por fatores de insuficiência
ou de excesso. No primeiro caso existe o consumo dos nutrientes (yin) e do sangue ou
declínio da função metabólica (yang qi). No segundo, acontece a estagnação de substâncias
vitais (ying, wei, qi) e de sangue ou por estase sangüínea em conseqüência do acúmulo de
frio interno, que por alterar fluxo através da artéria aorta e veia cava, prejudicando assim o
suprimento uterino e atrasando a menstruação (Kendall, 1999).
Para os cães que além da alteração do ciclo apresentarem palidez, pulso rápido e
fraco e desmaios são indicados os pontos TA2, F8 e F2, e nos que manifestarem dor
abdominal e língua com saburra devem ser estimulados os pontos B18, B23, F8, R3 e R7.
- Amenorréia e aciclia
A amenorréia primária refere-se à ausência de menstruação após a idade de 18 anos,
enquanto que amenorréia secundária é a interrupção da menstruação regular por um tempo
superior a três meses. Pacientes com amenorréia secundária têm altos níveis de melatonina
noturna, que podem estar relacionados a baixos valores plasmáticos de estrógenos.
Algumas mulheres com endometriose, apesar de ciclos menstruais normais, têm também
altos níveis noturnos de melatonina (Okatani & Sagara, 1994). A amenorréia pode ser
ainda o resultado de condições ambientais desfavoráveis, doença crônicas debilitantes,
hipoplasia uterina e lesões severas do endométrio. Clinicamente os sintomas podem se
manifestar como uma doença de deficiência, por depleção de sangue, ou como uma
condições de excesso, devido à estagnação do sangue.
A deficiência pode ser o resultado do consumo excessivo de substâncias essenciais
do fígado e rim, escassez de nutrientes vitais e sangue, deficiência de substâncias yin e
secura do sangue. Todas estas condições acarretam a falha do sangue em suprir o útero. A
amenorréia do tipo excesso é causada principalmente pela estagnação de nutrientes vitais e
estase de sangue, o bloqueio da fleugma-umidade resultando na falha da descida da
menstruação (Kendall, 1999).
Os pontos B18, B23, VC3, VC4 e BP6, que entre outras funções fortalecem o fígado
e o rim, comprovadamente estimulam a ovulação em mulheres por harmonizar o eixo
hipotalâmico-hipofisário-gonadal, normalizando assim o ciclo de liberação dos hormônios
LH e FSH e, consequentemente, de estradiol (E2) e progesterona (P4) (Mo et al., 1993).
Nos casos de estagnação, em que a normalização do fluxo de sangue ao útero é uma
das primeiras metas do tratamento, a eletroacupuntura é particularmente útil (SternVictorin et al., 1996).
A eletroacupuntura também pode ser empregada em outras desordens menstruais
anovulatórias, desde que seja feita exclusão de doenças dos órgãos pélvicos ou menopausa
prematura. Nestes casos os pontos indicados são o VC4, VC3, VC19 (Zigong - ponto do
ovário) e BP6, que devem ser estimulados na freqüência de 3 hetz por 30 minutos em
tratamentos diários consecutivos de 3 dias (Yu et al., 1984).
- Disminorréia
Na MTC a dor da dismenorréia ocorre em conseqüência da depressão emocional,
imprudências da vida diária ou por invasão dos seis fatores climáticos (frio, calor, fogo,
umidade, secura ou vento), levando à estase sangüínea na artéria aorta e na veia cava. O
acúmulo de frio interno também causa impedimento no fluxo de nutrientes vitais e sangue
resultando na estagnação da menstruação. A deficiência de substâncias vitais e sangue
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pode também resultam do excesso de consumo do yin do fígado e do yin do rim, que por
sua vez falham em nutrir o vasos uterinos (Kendall, 1999).
Em um total de 100 mulheres com dismenorréia associada à debilidade posterior, foi
empregado apenas o ponto extra Shiqizhui localizado caudal ao processo espinhoso da
quinta vértebra lombar. A ausência de dor abdominal após um tratamento, considerada
uma boa resposta, foi observada em 81 pacientes, enquanto que a melhora da dor após um
tratamento ou o seu desaparecimento após 2 tratamentos, classificado como um efeito
aliviador, foi observado em 16 mulheres. Em 3 casos, que a melhora foi obtida após dois
ou mais aplicações, o tratamento foi considerado sem efeito, uma vez que os sintomas
tendem a desaparecer após três dias (Xu, 1997 apud Kendall, 1999).
- Anestro
No caso dos animais, a aciclia se manifesta sob a forma de anestro, que é a falha em
apresentar cios regulares durante a estação reprodutiva. Existem muitas razões para o
anestro. Quando puder ser descartada uma etiologia congênita devem ser considerados os
problemas nutricionais, ambientais e de manejo (Lin et al., 2003).
Os principais pontos indicados para o tratamento do anestro são o Baihui, VG2
(Weiken), VG1, B23, B25 e Yanchi (ponto extra localizado a dois terço da distância entre
a linha média e o ponto mais alto da tuberosidade ilíaca). Podem ser associado também os
pontos VG4 e VC4. Quando o animal goza de boa saúde, pode ser suficiente apenas a
estimulação por eletroacupuntura do Baihui e VG2 ou injeções de B12 nos pontos B23 e
B25 (Lin et al., 2003., Holiday, 1989).
A acupuntura do ponto CV3, R15, BP10, BP6 estimula diretamente a ovulação em
coelhos por promover um pico de LH sérico, entre 2 a 6 horas após o tratamento (Chou,
1984).
Para marrãs com atraso de puberdade recomenda-se a aquapunctura ou a moxabustão
nos pontos Baihui e VG2, sendo necessário a repetição do tratamento 7 dias depois, caso a
fêmea não entre em estro. Em porcas com anestro pós-parto, problema particularmente
comum durante o verão, são indicados os mesmos pontos, só que o estímulo deve ser
realizado por eletroacupuntura (Lin et al., 2003).
Em cães, quando o anestro esta associado com trato genital “vazio” acompanhado de
desordens gastrointestinais, é indicada a estimulação dos pontos B20, B21, B18, B43,
VC12, VC6, VC4, TA6 e E 36, quando não existirem problemas gastrointestinais, B25,
VC4, IG11, IG4, BP6, TA10 e F2, e se junto com o anestro houver problema renal, B23,
TA6, P5, F4 e F8 (Milin, 1973).
- Cistos ovarianos, persistência do corpo lúteo, estro silencioso e pseudogestação
De maneira geral estas alterações reprodutivas, a exceção da pseudo gestação,
correspondem a uma série de distúrbios reprodutivos que acarretam encurtamento,
prolongamento ou ausência do estro. Estes problemas envolvem desequilíbrios endócrinos
que se manifestam nos níveis anormais de E2 e P4 (Lin et al., 2003).
Em bovinos, podem ser usadas injeções de gonadotrofinas coriônicas nos pontos B23
e B25, nos casos de ovários císticos, ou de prostaglandina, quando da persistência de corpo
lúteo. Este tratamento pode ser empregado em outras espécies que apresentem desordens
similares. Alternativamente pode ser empregada a eletroacupuntura nos pontos Baihui e
VG1 ou CV1 (Lin et al., 2003).
Nos casos de cio silencioso ou pseudogestação, devem ser estimulados os pontos
BP6, altamente indicado nos problemas reprodutivos, B22 e B23. Nestes casos geralmente
é necessário apenas um tratamento (Lin et al, 2003).
12
Para cadelas com pseudogestação são indicados os pontos E30, E13, VC17, VB26,
TA6, F2 e F6 (Milin, 1973).
- Processos inflamatórios e/ou infecciosos
Nos tratamentos de endometrites, vaginites ou outras inflamações genitais, além da
acupuntura, recomenda-se o emprego de antibióticos, que podem ser administrados de
forma sistêmica ou injetados nos pontos de acupuntura (Lin et al., 2003).
Embora os pontos IG4, IG11, E36, VG14, F3, VB39, B43 e B20, sejam todos
considerados imunoestimulantes e antiinflamatórios, preferencialmente devem ser
escolhidos B20, E36 e VC1, e a estimulação pode ser feita por eletroacupuntura ou pela
injeção dos antibióticos (Lin et al., 2003).
Em gatas e cadelas, a ovariohisterectomia é sem dúvida o melhor tratamento da
piometra. A despeito disto, os clientes algumas vezes desejam manter a função reprodutiva
da fêmea. Nestes casos, a antibioterapia pode ser associada a eletroacupuntura dos pontos
B31, B32, B33, B34, empregando-se altas freqüências por 15 a 30 minutos, para dilatar o
cérvix e contrair o útero. Podem também ser empregados o IG4, BP4, BP6, VC2, VC3,
VC4, VC5, R11, R12, R13, R14, Baihui e VG2. Geralmente ocorre o esvaziamento do
útero em 12 a 24 horas. Se o tratamento não funcionar, ele pode ser repetido com cautela.
Este protocolo pode ser utilizado para esvaziar o útero como medida pré-operatória (Lin et
al., 2003).
Nos casos de metrite em cadelas são indicados os pontos VC6, VB26, TA6, F2 e F6
(Milin, 1973).
- Repeat Breeder
A vaca que falha em conceber após três coberturas sucessivas, sem que se identifique
clinicamente a razão, é denominada de repeat breeder. Este tipo de problema, que causa
grande perda econômica, pode ser tratado com injeções de 10 ml de Glicose a 50% no
Baihui e 5 ml da mesma solução, bilateralmente no ponto Shepeng (depressão existente
entre a os processos transversos da 5a e 6a vértebras transversas), usando um agulha 21G
com 3,8 cm de comprimento. Em um experimento realizado por Lin et al. (2002) foi obtido
uma taxa de prenhez de 66,7% (12/18) após o tratamento vacas que não tinham concebido
após 3 a 9 coberturas.
- Abortamento
Nos humanos e nos animais domésticos existem muitas causas de abortamento, que
incluem os processos infecciosos, desequilíbrios nutricionais, intoxicações, fadiga e
trauma.
No caso específico dos humanos, alguns casos abortamento vêm sendo interpretados
como problemas relacionados a baixos níveis noturnos de melatonina, indicando um
distúrbio do eixo pineal-hipotalâmico-hipofisário-ovariano.
Apesar de ser necessária extrema cautela, a acupuntura pode ser aplicada durante a
gestação. Em um estudo que envolveu 558 casos de abortamento humano expontâneo e
habitual, durante um período de 11 anos, foram escolhidos pontos em função do mês
predominante do aborto (tabela 1). Os tratamentos foram realizados em três etapas que
eram constituídas de 10 aplicações consecutivas, com intervalos de 48 horas entre elas.
Nos casos em que a mulher estava gestante, mas havia a ameaça de abortamento, eram
empregados os pontos relacionados ao mês de gestação da paciente. Nestes casos os
tratamentos eram diários até que os sintomas desaparecessem. A taxa de sucesso,
considerada uma gestação que culminasse com o nascimento de um bebê saudável, foi de
13
86% entre os anos de 1973-1976 (n=211) e de 93,4% entre 1982-1984 (n=327) (Zhang,
1987 apud Kendall, 1999).
Uma particularidade dos animais, principalmente nos casos de coberturas
indesejáveis, é que algumas vezes o abortamento e desejado. Nestas situações pode ser
empregado o mesmo tratamento destinado a indução de parto.
Tabela 1. Indicação de pontos de acupuntura para o tratamento de abortamento em humano
em função do mês prevalente do aborto ou da idade gestacional nos casos de
ameaça
Mês
1o
Pontos
F3 e F8
2o
3o
4o
5o
6o
VB34 e VB26 C7 e C3 TA4 e TA6 BP9 e BP8 E36 e E25
7o
8o
9o
P3 e P9 IG11 e IG 14 R3 e R 18
- Indução de parto
Algumas vezes, quando da possibilidade de distocias ou atraso no desencadeamento
do parto, existe a necessidade da sua indução. Na maioria das espécies de exploração
pecuária isto pode ser feito com sucesso empregando-se a prostaglandina ou, no casos dos
eqüinos, também com ocitocina.
Contudo, a terapia com prostaglandina nos pequenos animais produz muitos efeitos
colaterais, tais como diarréia, vômito, taquicardia, hiperpnéia e hiportermia (Feldman &
Nelson, 1996., Lin et al., 2003), sendo o tratamento com acupuntura, particularmente útel
nestas espécies, por apresentar poucos riscos ou efeitos colaterais (Lin et al., 2003).
A forte estimulação mecânica ou elétrica dos pontos IG4, BP4, BP6, VC2, VC3,
VC4, VC5, R11, R12, R13 e R14, por 5 a 10 minutos, induz abortamento ou parto em 24
horas. Contudo, podem haver falhas em pequenos animais se o tratamento for aplicado
antes da metade do segundo terço gestacional. Este protocolo é contra-indicado emanimais
extremamente debilitado (Lin et al., 2003).
- Auxílio ao parto
Em novilhas de primeira cria ou vacas que não apresentem uma boa preparação ao
parto, a acupuntura pode ser empregada para estimular o relaxamento dos ligamentos
pélvicos, dilatação cervical e preparação final das vias fetais moles. Os pontos indicados
são o B23, B24, B26, B31, B32, B33, B34, B48, B49, VG2, VG3 e VG4. Quando já existe
uma boa preparação, os pontos BP6, VC1, B27, B28 e B31, podem ser empregados para
aumentar as contrações e aumentar a velocidade de expulsão fetal (Westermaier, 1975
apud: Joechle, 1978)
- Retenção de placenta
Esta afecção, apesar de mais comum em vacas, também pode acometer outras
espécies. Através da dilatação cervical e do aumento coordenado das contrações uterinas, a
acupuntura pode ajudar na expulsão da placenta e dos lóquios. Com este objetivo é
indicado o estímulo elétrico dos pontos B31, B32, B33 e B34 por 15 minutos. Outros
pontos que também podem ser associados seriam o Baihui, BP6 e o VG2, que também têm
atuação no útero e cérvix (Lin et al., 2003).
- Prolapso de útero e atraso da involução uterina.
Esta patologia exclusiva do puerpério, embora mais comum em suínos e vacas de
leite, pode acometer outras espécies e geralmente está associada a traumas, distocias e
hipocalcemia (Rogers, 2003).
14
Alem de facilitar a reposição do útero a sua situação normal, a acupuntura pode ser
útil na para acelerar a recuperação uterina e prevenir a recorrência. Os principais pontos
usados são o VC1, Yintou (ponto extra localizado bilateralmente sobre a linha horizontal
que corta a vulva ao meio, na região onde a mucosa vaginal encontra a pele), B20 e Baihui.
Estes pontos devem ser estimulados por eletroacupuntura ou moxabustão por no mínimo 5
a 6 semanas (Rogers, 2003).
Outros pontos indicados para facilitar a reposição, por promoverem o relaxamento e
suprimirem as contrações abdominais são B23, B24, B26, B31, B32, B33, B34, B48, B49,
VG2, VG3 e VG4 (Westermaier, 1975 apud Joechle, 1978).
Em bovinos, nos casos de retardo na involução uterina 21 a 35 dias pós-parto, é
recomendada a moxabustão nos pontos B22, B23, B24, B26, B28, B30, Baihui, VG2, com
resultados semelhantes ao obtidos com o tratamento com PGF2α e ampicilina (Rogers,
2003).
- Metrorragias
Nas metrorragias de cadelas em que o sangue expelido for muito claro e a fêmea
apresentar fraqueza, anorexia e problemas gastrointestinais, devem ser estimulados os
pontos F1, TA6, VC6, VC4, VC3 e VG4, e quando o quadro estiver associado a polidipsia,
saburra amarelada e pulso fraco, F1, TA6, TA10, VC6, VC4, B18, B23 e E30 (Milin,
1973).
- Hemorragias pós-parto ou após cirurgias ginecológicas ou obstétricas
Algumas vezes o clínico se depara com hemorragias genitais pós-operatórias ou pósparto. Para os eqüinos, bovinos e caninos, existe um ponto tradicional denominado de
Duanxue (cessa hemorragia) ou Tianping (equilibro celestial), que está localizado no
meridiano vaso governador entre os processos espinhoso da última vértebra torácica e
primeira lombar. Além dos efeitos anti-hemorrágicos este ponto também tem propriedades
analgésicas nos problemas abdominais e testiculares e ajuda nas desordens
gastrointestinais. Para eqüinos existem ainda dois pontos adicionais, localizados entre as
vértebras T17 e T18 e entre L1 e L2. Os pontos devem ser estimulados manualmente até
que a hemorragia externa cesse e, nos casos de hemorragias internas relacionadas a
traumas, uma estimulação intensa por 10 a 15 minutos geralmente é suficiente (Lin et al.,
2003).
2.3.2. Tratamento por acupuntura e estudos relacionados às desordens
reprodutivas em machos
- Infertilidade
O principal foco no tratamento do macho infértil, na maioria das vezes, é voltado
para melhorar a motilidade e o vigor espermáticos. Contudo, também podem estar
presentes a impotência e as disfunções ejaculatórias. De maneira inespecífica, os
problemas masculinos podem ser tratados pela estimulação dos pontos B23, B32, BP12 e
VC10, devendo sempre se buscar que a sensação do qi se propague até o pênis (Chang,
1987 apud Kendall, 1999).
Nos caso de impotência devem ser adicionados ao tratamento os pontos E36 e R3,e
quando houver azoospermia, é necessário o acréscimo dos pontos BP6, F3 e BP9.
Nos pacientes em que ficar caracterizada a deficiência de Yang o ponto CV10 deve
ser estimulado por moxabustão. O esquema de tratamento consiste em 20 aplicações
diárias consecutivas, seguidas de um intervalo de uma semana, após o qual as sessões
devem ser repetidas. As taxas de cura associadas a este protocolo varia em torno de 70,5%,
15
nos casos de impotência, 80%, nas azoospermias, e 48%, nos pacientes com baixa
qualidade seminal (Kendall, 1999).
Nos casos específicos de distúrbios ejaculatórios, as principais causas são as
alterações mentais (69,23%), o excesso de masturbação (23,07%), a prostatite (3,41%) e a
orquite (3,41%). Independente da causa, devem ser estimulados com agulha, os pontos
CV3 e R3, e com moxabustão, o CV4. O segundo grupo de pontos indicados, incluí o B23,
B32 e B34, com manutenção da moxabustão no VG4. Estes dois conjuntos devem ser
alternados diariamente durante 15 dias. Se a cura não for obtida nesse período, é indicada
uma segunda seqüência de estímulos. Os índice de cura variam em torno de 66% (29,6%
após a primeira seqüência de tratamento) (Lien & Lin, 1987 apud Kendall, 1999).
Para pacientes com baixa concentração e alta patologia espermática é recomendada a
inserção de agulha nos pontos VG4, VG3, E36, R3 e o R6, seguida de moxabustão no R1 e
posterior massagem digital por 30 minutos. Este tratamento deve ser realizado a cada dois
dias. Outros protocolos, que também são indicados nos casos de patologia espermática
elevada, é a acupuntura nos pontos R12, CV2, CV3, CV4, R11, B32, B33, F2, F3 ou a
injeção de 10 ml de procaína a 2% no B23, B27, B28, B31. (Rogers, 2003b).
Kothbauer (1976 apud Joechle, 1978), tratou um touro subfértil na Central de
Inseminação Artificial do Governo Austríaco, na cidade de Well, que apresentava baixas
contagens, elevado nível de patologia espermáticas e o ponto B31 extremamente doloroso.
A realização de acupuntura e moxabustão repetidas neste ponto, em poucas semanas,
elevou o número de espermatozóides e reduziu significativamente as formas espermáticas
patológicas presentes no ejaculado do animal.
Em animais, nos casos de impotência e/ou paralisia de pênis, que geralmente estão
associados ao uso excessivo dos reprodutores ou às lesões penianas traumáticas, a primeira
providência seria o repouso sexual e o estímulo, por inserção com moxa, dos pontos Baihui
e VG2. Devem ser acrescidos ao tratamento os pontos B31, B32, B34, B33, VG1, VG4 e
VC1, que podem ser estimulados da maneira anterior ou por eletroacupuntura (Lin et al.,
2003). Uma terceira alternativa seria a injeção dos pontos com 4 ml de uma mistura
formada por 31 ml de glicose 50% e 1 ml de nitrato de estricnina (2mg/ml). O esquema de
tratamento envolve três aplicações consecutivas a cada dois, seguidas por um intervalo 1
semana, após o qual a série deve ser repetida (Rogers, 2003b).
Adicionalmente, nos casos de paralisia de pênis, há a necessidade de reposição
manual do órgão no interior do prepúcio com suturas restritivas ou o uso de “suspensórios”
penianos (Lin et al., 2003).
- Processos inflamatórios do sistema reprodutor
No caso de dor testicular devido a trauma é indicada a inserção nos pontos F1, R2,
E36, VC4, E29 e B23. Geralmente a dor desaparece em três sessões. Outra associação de
pontos que pode ser empregada envolve BP6, R8, R12, VB34, BP4, B23, VC3, VC4, F6 e
E29 (Rogers, 2003b). Nos casos de orquite infecciosa também é recomendado a
associação de antibióticos à prática da acupuntura. São indicados os mesmos pontos
relacionados às inflamações do aparelho reprodutor feminino (página 13) (Lin et al., 2003).
2.4. Acupuntura Veterinária Diagnóstica Aplicada à Reprodução da Fêmea
Bovina
Determinadas condições patológica dos órgãos internos são acompanhadas pelo
aparecimento de pontos dolorosos distintos na pele dos animais. A grande maioria dos
pontos diagnósticos dos bovinos, foram mapeados pelo Dr. O. Kothbauer, um veterinário
austríaco, que também descobriu que a injeção de pequenos volumes de soluções de
anestésicos locais nestes pontos, tinha um importante efeito na recuperação da sanidade do
16
órgão afetado. Esta modalidade de tratamento passou a ser chamada de terapia neural
(Joechle, 1978).
Durante o ano de 1974, com a ajuda do Dr. Bischop, do Instituto de Acupuntura da
Escola de Medicina da Universidade de Viena – Áustria, Dr. Kothbauer fez a conexão
entre as suas descobertas e os princípios clássicos da acupuntura humana e verificou que os
principais pontos diagnósticos que tinha descoberto, estavam localizados no meridiano da
bexiga (Joechle, 1978). Em um estudo posterior, Nuske (1996) demonstrou que a pele
nestes pontos tinha temperatura diferente das áreas circunvizinha. Contudo, a grande
variação da temperatura, para mais ou para menos, não permite que essa característica seja
usada para detectar os pontos.
A partir de outra abordagem, mas alcançando resultados semelhantes, Dr.
Westermayer, um veterinário alemão, empregando os conhecimentos disponíveis na
literatura da acupuntura humana, desenvolveu uma técnica veterinária, pesquisando pontos
relacionados aos meridianos da Bexiga, Vaso Governador e Vaso Concepção
Os principais pontos diagnósticos e terapêuticos dos problemas reprodutivos em
bovinos estão apresentados nas tabelas 2 e 3.
Tabela 2. Pontos diagnóstico de afecções do aparelho reprodutor feminino dos bovinos
que também podem ser empregados com finalidade terapêutica
Condição
Observação
Pontos
Referência
Disfunção ovariana: Principalmente nos casos de B22, B23, B 44 Kothbauer,
Anestro funcional
ovários
inativos,
cios
1974
silenciosos ou ciclos irregulares
Salpingite
Pontos
muito
dolorosos B24, B26
indicam um prognóstico ruim
Kothbauer,
1974
Endometrites
A acupuntura associada aos B37, B47
tratamentos
convencionais
aumenta a taxa de recuperação
Kothbauer,
1974
Cervicite
A acupuntura associada aos B31
tratamentos
convencionais
aumenta a taxa de recuperação
Kothbauer,
1974
Vaginite
A acupuntura associada aos B32
tratamentos
convencionais
aumenta a taxa de recuperação
Kothbauer,
1974
Grau I-III
Útero anormalmente
flácido
B72, B28, B31
Joechle, 1978
Útero extremamente
contraído
VG2, VG3
Joechle, 1978
17
Tabela 3. Pontos Shu (de reflexo) e Mu (de alarme) do aparelho reprodutor feminino dos
bovinos (Kothbauer, 1974)
Órgão
Rim
Ovário
Corno uterino
Corno uterino gestante
Corpo uterino
Cérvix
Cérvix interna
Cérvix externa
Desordens reprodutivas
Anestro com ovários pequenos e inativos
Glândula mamária quartos anteriores
Glândula mamária quarto posterior
Pontos
Shu (reflexo)
B22 e B23
B23
B27
B 28 e B47
B28
B28
-GV3
B31
B24
B30
--
Mu (alarme)
BP13
VB27
--VG3
---VC17 e VC18
R10
BP18
3. Conclusão
A acupuntura nos apresenta um poderosa força terapêutica para as mais variadas
afecções relacionadas aos sistema reprodutor e, adicionalmente, pode também ser
empregada para fins de diagnósticos de distúrbios dos órgãos que participam da atividade
reprodutiva.
A despeito da sua grande utilidade a acupuntura, sofre ainda um grande preconceito
por parte dos profissionais ligados à área de saúde animal ou humana. A principal razão
deste preconceito é a falta de conhecimento dos benefícios que advém desta prática e do
pouco entendimento, à luz da medicina praticada no mundo ocidental, dos caminhos
fisiológicos que são percorridos deste a estimulação de um determinado acuponto até a
resolução de um problema particular. Esta realidade mostra a necessidade dos profissionais
acupunturistas ligados às áreas do estudo científico, investigarem melhor os mecanismo de
ação e, dos envolvidos com o exercício clínico da medicina veterinária de realizarem uma
acupuntura criteriosa. Estes fatores são indispensáveis para a o aumento progressivo da
credibilidade nesta prática.
Outro aspecto importante é o fato desta técnica praticamente não apresentar efeitos
colaterais e não deixar resíduos de drogas nos tecidos e secreções corporais.
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