Artigo de Revisão
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Artigo de Revisão Review Article Barvalento Médico 2008; 1 (vol.1): 8-18 Appropriateness Evaluation Protocol 1997-2007 Experiência em dois paises Appropriateness Evaluation Protocol 1997-2007 Experiences in Two Countries Javier Rodriguez-Vera Serviço de Medicina Interna Centro Hospitalar Barlavento Algarve Barlavento Médico 8 Correspondência | Correspondence [email protected] SUMÁRIO: O Appropriateness Evaluation Protocol (AEP) é um instrumento amplamente utilizado por todo o mundo para determinar causas e magnitude do uso inadequado das camas hospitalares. Com vantagem relativamente a outros sistemas, o AEP baseia-se em critérios objectivos, sendo possível estabelecer comparações entre diferentes hospitais ou num mesmo Serviço para determinar o impacto de medidas destinadas a melhorar a adequação do uso das camas hospitalares. Permite ainda identificar as causas de adequação ou inadequação do internamento e estadia hospitalar, pelo que também é útil para estabelecer estratégias de optimização da eficiência da hospitalização. Neste artigo os autores revêem os resultados da aplicação prática do AEP em dois países do sul de Europa durante um período de 10 anos. ABSTRACT: Appropriateness Evaluation Protocol (AEP) is an instrument widely used anywhere in the world to determine the causes and magnitude of the inadequacies of the use of the hospitable beds. Like advantages as opposed to other systems, the AEP is based on objective criteria, reason why it is possible to establish comparisons between different hospitals or in a same Service to determine the impact of the measures destined to improve the adjustment of the use of the hospitable beds. In addition, it allows to identify the causes of adjustment and inadequacies of the income and stays, reason why also it turns out from utility to establish strategies of optimization of the efficiency of the hospitalization. In this article we reviewed the results of the practical application of the AEP in two countries of the south of Europe throughout 10 years. PALAVRAS-CHAVE: Appropriateness Evaluation Protocol, Efficiency of Hospital Use, hospital admissions. KEY WORDS: Appropriateness Evaluation Protocol, Efficiency of Hospital Use, hospital admissions. INTRODUÇÃO INTRODUCTION As restrições orçamentais ocorridas nos Estados Unidos como consequência das crises económicas dos anos 70, afectaram duas áreas que, anteriormente, gozaram de recursos praticamente ilimitados: a Defesa 1 e a Saúde . Nestas áreas habitualmente, procuravam-se resultados, independentemente dos custos que a sua execução pudesse implicar. Para a nova mentalidade que apareceu com a diminuição das compensações económicas, importava o termo eficiência que vinha sendo aplicada poucos anos antes com o intuito de se obterem os mesmos resultados com menos recur2 sos . Como consequência na área da saúde, fizeram-se vários estudos e intervenções a nível dos procedi3,4 mentos médicos que modificaram radicalmente a mentalidade da época. A optimização da utilização das camas hospitalares foi The budget cutbacks in the US, which resulted from the economic crisis of the 1970’s, affected two fields which had previously benefited from unlimited resour1 ces: defence and health . In these two areas, achieving results had traditionally been the aim regardless of the expenditure. The new strategy, which resulted from the decrease in funding, emphasised the term efficiency. Its use had been implemented some years earlier with a view to obtaining the same results with fewer resources 2 . As a result, various studies and evolving medical pro3,4 cedures radically changed the strategy in the health care sector. Hospital bed occupation was further optimised and various protocols and procedures evolved to assess the need for hospital admission and inappropria5,6,7 te admissions and their causes . In the beginning of the 1980’s, Avedis and Donabedian created the 1 Therborn G, Roebroek J. The irreversible welfare state: its recent maturation, its encounter with the economic crisis, and its future prospects. Int J Health Serv. 1986;16(3):319-38. 2 American Medical Association. Criteria Development Project- Sample criteria for short stay hospital review. American Medical Association, Chicago, 1976 3 Bernstein SJ, Hilborne LH, Leape LL, Fiske ME, Park RE, Kamberg CJ, Brook RH. The appropriateness of use of coronary angiography in New York State. JAMA. 1993 Feb 10;269(6):766-9. 4 Brook RH, Park RE, Chassin MR, Solomon DH, Keesey J, Kosecoff J. Predicting the appropriate use of carotid endarterectomy, upper gastrointestinal endoscopy, and coronary angiography. N Engl J Med. 1990 Oct 25;323(17):1173-7 5 Gertman OM and Restucia JD. The appropriateness evaluation protocol: a tecqnique for assessing unnecessary days of hospital care. Med Care 19:7. 1981 6 Lamprey J. Interqual ISD Review System. Interqual Chicago. 1982 7 Utilization Management Associates. The Managed Care Appropriateness Protocol Reviewers Manual. Wellesley, MA 1989. 8 D´alche-Gautier MJ, Maiza D, Chastang F. Assessing the appropriateness of hospitalization days in a French university hospital. Int J Health Care Asssur Inc Leadersh Health Serv 2004; 17 (2-3): 87-91. um destes casos, fazendo surgir vários protocolos e procedimentos para avaliar a necessidade de internamento hospitalar e a estadia prolongada não justificada, 5,6,7 bem como as suas causas . No início da década de 80, Avedis e Donabedian criaram o “Appropriateness 5 Evaluation Protocol” (AEP) que foi o instrumento mais utilizado na Europa desta avaliação da 8,9,10 sobreutilizacão das camas hospitalares . APPROPRIATENESS EVALUATION PROTOCOL O AEP é constituído por uma série de critérios objectivos e explícitos que classificam como adequado o internamento e estadia numa unidade hospitalar, quando o doente cumpre pelo menos um deles. Os critérios dividem-se em duas secções. A primeira é constituída por duas partes: estado do doente e serviços clínicos. A segunda secção é composta por três partes: cuidados médicos, de enfermagem e cuidados do doente. Todos eles têm implícito que a história clínica foi devidamente executada tanto pelo médico como pela enfermagem, uma vez que o revisor, deverá fazer sempre a sua apreciação com base em dados escritos e não “lendo nas entrelinhas”. A tendência de “decifrar/interpretar” 5 Appropriateness Evaluation Protocol (AEP) , which is the tool most widely used throughout Europe to assess 8,9,10 overuse of hospital beds . APPROPRIATENESS EVALUATION PROTOCOL The AEP consists of a series of objective and explicit criteria that classify as appropriate an admission or hospital stay if at least one of the criteria is met by the patient. The criteria are divided into two categories. The first consists of two factors: the patient’s condition and medical services. The second category consists of three factors: medical care, nursing care and patient care. It goes without saying that the patient’s medical record should be appropriately written up not only by the medical staff but also by the nursing staff since its reviewer must always make his or her assessment based on written data and not from ‘reading between the lines’. The tendency to ‘interpret’ the contents of a medical record and it’s illegibility are some of the main obstacles in correctly evaluating the appropriateness of 11,12 admission or hospital days of care . The idea that a doctor’s referral determines an admission does not necessarily mean that this is the best way Hospital Barlavento Algarve, Portimão (Portugal) Barlavento Médico 9 9 Panis LJ, Verheggen FW, Pop P. To stay or not to stay. The assessment of appropriate hospital stay: a Dutch report. Int J Qual Health Care. 2002;14:55-67. 10 Fellin G et al. Appropriateness Of Hospital Use: an overview of Italian studies. Int J Qual H Care 1995 (7), 3: 219-225. 11 Ramos Cuadra et al. The effect of completeness of medical records on the determination of appropriateness of hospital days. Int J Qual Health Care. 1995 Sep;7(3):267-75. 12 Rodriguez-Vera FJ, Marin Y, Sanchez A, Borrachero C, Pujol E. Illegible handwriting in medical records. J R Soc Med. 2002 Nov;95(11):545-6 13 Dal-Re R. Good clinical practices in clinical trials: the responsibility of the researcher. A survey of 827 hospital physicians (I). Availability. Monitoring. Safety. Contract] Med Clin (Barc). 1993 Mar 6;100(9):346-50. 14 Cohen JA. Coefficient of agreement for nominal scales. Educ Psychol Measur 20:37, 1960 15 Restuccia J. Manual de Utilización del Appropriateness Evaluation Protocol. Fundación Avedis Donabedian. Barcelona, 1995. 16 Matorras Galan P et al. Adecuación de los ingresos en un servicio de medicina interna de un hospital de tercer nivel. Med Clin (Barc) 1990; 94:290-293. 17 Gomez Llorente et al. Utilidad del Pediatric Appropriateness Evaluation Protocol para detectar deficiencias de circuitos asistenciales sanitarios. An Pediatr (Barc). 2004 Mar;60(3):228-35. Barlavento Médico 10 o conteúdo dos processos clínicos e a sua difícil legibilidade são alguns dos principais obstáculos para uma correcta avaliação da pertinência de um inter11,12 namento ou dos dias de estadia hospitalar . O facto de ser uma indicação médica a justificar o internamento não implica que esta esteja correcta. Isto é, o AEP não determina se as indicações médicas são adequadas, mas apenas se com base na terapêutica prescrita, o doente reúne todas as condições necessárias para a admissão e internamento num Hospital de cuidados agudos. Assim a variedade da prática clínica será um dos “factores de confusão” que causam variação nos 13 níveis de adequação entre diferentes hospitais . Por norma, admite-se que a prática clínica considerada globalmente é uniforme e que este parâmetro não deverá afectar de forma significativa os resultados dos estudos de adequação de admissão e internamento hospitalar. A revisão e categorização dos internamentos em adequados e inadequados deve fazer-se, idealmente, em equipa: dois revisores independentes, nenhum deles com conhecimento prévio do doente, receberão uma formação acerca da utilização do AEP e da aplicação dos critérios em casos clínicos concretos. Posteriormente, avaliarão separadamente as historias clínicas e darão o seu parecer acerca da adequação do internamento ou permanência no hospital. Normalmente em caso de divergências de opinião, um terceiro revisor com mais experiência na área, dará o seu parecer. Na prática, o grau de concordância entre os revisores deve 14 ser igual ou superior a 85% . Um nível inferior indicará a necessidade de realizar uma nova reunião para esclarecer as diferentes aplicações e interpretações que possam ser dadas aos critérios de adequação. Os critérios que avaliam a adequação são diferentes consoante se trate de um internamente ou de um dia de 15 estadia no Hospital . Um maior número de critérios cumpridos não supõe um aumento da adequação, visto que esta é uma variável dicotómica, pressupõe de alguma forma que a probabilidade de ter sido julgado correctamente como adequado o internamento ou a estadia será maior. De igual modo, as causas da inadequação também são diferentes para julgar uma admissão ou um dia de permanência no hospital. Dependendo do tipo de doentes que aborde, o AEP tem diferentes versões: médico-cirúrgica, pediátrica e de cirurgia electiva. Com ele (AEP) pretende-se adaptar, de uma forma eficiente, a realidade assistencial e 16, 17, detectar eficazmente as causas de inadequação 18 . Assim, por exemplo, num protocolo cirúrgico acentua-se a necessidade do internamento do doente antes da cirurgia. Já no protocolo médico é valorizada de forma especial a possibilidade de realização de um estudo/tratamento a outro nível assistencial que não no Hospital de cuidados agudos. Além disso, em diversos países já foram efectuadas adaptações do AEP às características do sistema de to proceed. That is to say, the AEP does not determine whether the diagnosis is appropriate. More exactly, it suggests that, based on the prescribed therapy, the patient fulfils the appropriate requirements for admission or a stay in an acute care hospital. Differences among medical practitioners therefore, are, one of the ‘confusing factors’ that causes a discrepancy in the levels of 13 appropriateness amongst the different hospitals . As a rule, we accept that medical practice, as a whole, is consistent and this parameter should not significantly affect the results of the appropriateness studies for admittance and hospital stays. Ideally, there should be a team of two independent reviewers responsible for revising and categorizing admittances and stays as appropriate and inappropriate. Neither of them should have previous knowledge of the patient and they should be trained to use the AEP and apply the criteria to specific clinical cases. Next, they should evaluate each medical history separately and decide if admittance or hospital stay is appropriate. Normally, in the event of a difference of opinion, a more experienced third reviewer gives his or her position. In practical terms, the agreement rates amongst 14 the reviewers should be equal to or higher than 85% . A lower rate indicates the need for another meeting to clarify the different uses and interpretations that can be given to the criteria of appropriateness. The criterion to assess appropriateness differs for 15 admittances and hospital days of care . Meeting more of the criteria does not imply an increase in appropriateness as this is a dichotomic variable. It does, however, imply a greater probability of having correctly judged, as appropriate, an admittance or hospital days of care. By the same token, the causes of inappropriateness are also different when judging an admission or hospital days of care. There are different versions of the AEP: surgery, paediatrics and elective surgery - which depend on the type of patient. Thus, it can be used more effectively in health care today and successfully identify the causes 16,17,18 of inappropriateness . For example, the surgical protocol makes special note of the need of patient admittance prior to surgery and the ability of the clinician to study/treat the patient at a non-acute facility. Moreover, the AEP has been modified in various countries to reflect differences in the provision of health care and to optimise the effectiveness of this tool. We have the I-AEP, G-AEP, and the F-AEP which refer to the Italian, German and French versions respectively, 19,20,21 among others . Portugal also has its own version, the PRU Protocol of Review and Utilisation), which 22,23,24 has been used for local and nation-wide studies . As regards the temporal sequence of studies, the AEP may be used in concurrent, prospective, and retrospective studies. Most published studies are based on 25,26,27 retrospective reviews . This provides valuable information based on the review of a number of saúde para optimizar o rendimento desta ferramenta. Assim, podemos falar entre outras de I-AEP, G-AEP, ou F-AEP que correspondem às adaptações em Itália, 19, 20, 21 Alemanha e França, respectivamente, . Em Portugal também existe uma versão própria, o PRU (Protocolo de Revisão da Utilização), com o qual se têm realizado estudos tanto a nível local como nacional 22, 23, 24 . Quanto à sequência temporal do estudo, o AEP poderá realizar-se, de forma transversal, retrospectiva e prospectiva. O maior número de estudos publicados 25, 26, 27 baseia-se em revisões retrospectivas . Estes proporcionam uma informação importante baseada na revisão de um número de historias clínicas previamente calculados e que relativamente ao total de doentes estudados, proporcionará dados com significado estatístico. Como inconvenientes assinalemos o facto de haver necessidade de um importante investimento em termos de recursos humanos (dedicação de tempo por parte de um grupo de revisores) e o facto de só se dispor da informação da extensão e das causas da inadequação depois de ser concluído o tempo de estudo. Em caso de detecção de problemas pontuais, por exemplo durante uma determinada estação do ano, prefere-se a variante transversal também conhecida como concorrente. Nesta leva-se a cabo o estudo da adequação do internamento e estadia hospitalar dos doentes internados no hospital um determinado dia. Deste modo, obtemos dados “instantâneos” da adequação de uma forma rápida e eficiente. Como inconveniente, temos o facto de o número de doentes observados poder resultar em dados sem significado estatístico. Não obstante, mostrará tendências estatísticas que em caso de aumento de afluência aos hospitais, como no caso de epidemias, poderá ajudar a encontrar alternativas adequadas ao internamento em hospitais de cuidados agudos. Finalmente, a versão prospectiva, proporciona uma visão objectiva, diária da adequação da utilização das camas hospitalares. De forma ideal, deverá ser realizada individualmente por cada médico por motivos de eficiência (não é possível dedicar um revisor durante todo o ano para avaliar a adequação). Além de proporcionar dados acerca do sobreuso, esta versão terá um valor acrescido que é a consciencialização dos profissionais de saúde dos critérios de adequação e a valorização 28 diária da necessidade do internamento hospitalar . Quando os critérios ordinários não têm a precisão necessária para determinar a adequação devido a variantes da prática clínica, é possível recorrer a uma série de critérios considerados como extraordinários (override), para contextualizar a avaliação da adequação com os meios hospitalares. Estes critérios são utilizados habitualmente para considerar adequado um internamento que não reúne nenhum critério do Protocolo, mas que no entender dos revisores estaria previously calculated medical records and provides significant statistical data concerning the total number of patients studied. Its drawbacks include of the need for a large investment in terms of human resources (dedication of time by a group of reviewers) and the fact that information regarding the degree and causes of inappropriateness is only available after the study is concluded. The transversal version, also known as concurrent version, is usually preferred to detect specific problems, - for instance, problems during certain seasons. In this case, a study of the appropriateness of admission and hospital stays is carried out on admitted patients on a specific day. ‘Instant’ data is obtained in this manner to assess appropriateness in a rapid and efficient manner – the downside being that the number of patients observed may provide data of little statistical significance. Not withstanding, these studies enable the identification of trends, for statistical purposes, and should there be an increase in the number of people needing a hospital, as in the event of an epidemic, they may assist in finding adequate alternatives to admittance to acute care hospitals. Finally, the prospective version provides us with an objective view, on a day to day basis, of the appropriateness of the use of hospital beds. Ideally, it should be carried out by each doctor for efficiency purposes (a reviewer can not be made available all year long solely to assess appropriateness). In addition to providing data regarding over usage, this version has an added advantage which is the health care professional’s need to know the criteria for assessing appropriateness and the daily evaluation of the necessi28 ty for hospital admittances . When ordinary criteria are not precise enough to determine appropriateness due to variations of medical practice, there are a series of extraordinary criteria or ‘override’ options to contextualise the assessment of appropriateness in relation to the relevant hospitals. An override can occur when, by clinical opinion of the reviewers, an individual case requires hospitalisation despite the fact that no protocol criteria have been met. Various studies have been carried out regarding 15 this tool with contradictory results . At present, these subjective criteria should only be applied by advanced users with certified AEP training. Another less common possibility is the modification of criteria that according to the Protocol would normally justify admittance, but which in the opinion of the reviewers added a factor of confusion to the situation that was assessed. An example of this would be the case of an ordinary intra-venous prescription at a higher volume than necessary to maintain the venous system permeable. Under normal conditions, more than 500cc per day could be considered fluid therapy and be an appropriateness criteria, however if we accept as an override that fluid therapy can only be considered if over 1000cc, only those patients that receive a volume higher than this would meet the appropriateness criteria. 11 Barlavento Médico 18 Anton P et al. Uso inadecuado de la hospitalización en cirugía general. Magnitud, factores asociados y causas. Cir Esp. 2005 Sep;78(3):183-91. 19 Capalbo G, et al. Appropriateness evaluation of short hospital admissions using Appropriateness Evaluation Protocol (Italian version): experience of a teaching hospital. Ann Ig. 2004 NovDec;16(6):759-65. 20 Schneeweiss,S;Sangha,O. An update of the German version of AEP (Appropriateness Evaluation Protocol): metric properties and practical experiences. Chirurg.2001;72(2):196-8. 21 Lombard I, Cause of non-pertinent hospital stays: interobserver concordance using the French version of the Appropriateness Evaluation Protocol. Rev Epidemiol Sante Publique. 2001 ;49(4):367-75. 22 Bentes M, Gonsalves ML, Santos M, Pina E.. Design and development of a utilization review program in Portugal. Int J Qual Health Care. 1995 ;7(3):201-12 23 Cordero A et al. Adequação dos internamentos num serviço de Medicina. Aplicação da escala AEP (Appropriateness Evaluation Protocol) Acta Med Port. 2004 ;17(2):113-8. Epub 2004 Apr 30. 24 Vieira N et al. Adequação dos Internamentos Hospitalares num Serviço de Medicina Interna utilizando o Appropriateness Evaluation Protocol durante o ano de 2004. Acta Med Port 2006; 19: 67-70 25 Restuccia J. The evolution of the Hospital Utilization Review Methods in the United States. Int J Qual H Care 1995 (7); 3:253-260. 26 Fellin et al. Appropriateness of Hospital use: an overview of Italian studies. Int J Qual H Care 1995 (7); 3: 219-225. 27 Lorenzo S, Suñol R. An Overview of Spanish studies on appropriateness of hospital use. Int J Qual H Care 1995 (7); 3: 213-218. 28 Rodriguez-Vera J, Vieira N, Ramos J, Ferrao E, Taveira T, Monteiro L, Grade MJ, Duarte I, Arez L, Tomé R. Resultados de un programa de aumento de eficiencia de la hospitalización basado en la utilización del AEP (Appropriateness Evaluation Protocol). Presented as Poster in the XX Congress of the Sociedad Andaluza de Medicina Interna (SADEMI) on 15 Nov 2003. 29 Ingold BB, Yersin B, Wietlisbach V, Burckhardt P, Bumand B, Bula CJ. Characteristics associated with inappropriate hospital use in elderly patients admitted to a general internal medicine service. Aging (Milano). 2000 Dec;12(6):430-8. 30 Hrobon P, Chlumsky J, Jirasek V, Kvapil M. Assessment of the need for and length of hospitalization at the internal medicine department. Vnitr Lek. 1998 Sep;44(9):541-6. 31 Rodriguez-Vera J, de la Llave EP. Inappropriate admissions. J R Soc Med. 2002 Feb;95(2):111. 32 Lopez Amado M, Garcia Sarandeses A, Herranz Gonzalez-Botas J, Lopez Blanco G, Martinez Vidal J. Appropriateness emergency hospital admissions at an ORL service of a third level hospital. Acta Otorrinolaringol Esp. 1993 JanFeb;44(1):31-4. 33 Baneres J, Alonso J, Broquetas J, Anto JM. Inadequate hospital admissions and inactive days of hospital stay in patients with chronic obstructive pulmonary disease and lung neoplasms. Med Clin (Barc). 1993 Mar 20;100(11):407-11. 34 Ruiz Lazaro PJ. Inappropriate hospitalization according to the Pediatric Appropriateness Evaluation Protocol. A study of Spanish pediatric services. An Esp Pediatr. 1998 Mar;48(3):328-9. 35 Rodriguez-Vera FJ, Marin Fernandez Y, Sanchez A, Borrachero C, Puyol de la Llave E. Adecuación de los ingresos y estancias en un servicio de Medicina Interna de un hospital de segundo nivel utilizando la versión concurrente del Appropriateness Evaluation Protocol (AEP). An Med Interna. 2003 Jun;20(6):297-300. Barlavento Médico 12 clinicamente justificado. Foram levados a cabo vários estudos sobre a utilidade desta ferramenta com resulta15 dos controversos . Actualmente só se recomenda a aplicação destes critérios subjectivos nos utilizadores avançados e com formação certificada na utilização do AEP. Outra possibilidade menos utilizada, consiste na modificação de critérios que habitualmente justificam um internamento hospitalar segundo o Protocolo, mas que no entender dos revisores, no meio avaliado foi um factor de confusão. Este poderia ser por exemplo, o caso da prescrição por rotina de soros em volume superior ao necessário para a manutenção da via venosa permeável: em condições normais, um volume superior a 500 cc por dia poderia ser considerado soroterapia e ser um critério de adequação. Mas se aceitamos como critério que a soroterapia só se considera a partir de 1000 cc por dia, unicamente os doentes que recebam um volume superior a este, terão este critério de adequação. Decidir qual é a percentagem conveniente de inadequação das admissões num Serviço de Medicina é um problema complexo. Os diferentes estudos levados a cabo indicam percentagens que oscilam entre 9 - 24% 29,30 , dependendo das características do Hospital, do sistema de saúde e da patologia própria dos doentes. Por isso não podemos decidir que existam valores categóricos de “boa” ou “má” adequação. Em vez disso, a principal utilidade desta percentagem será a comparação da adequação entre hospitais com características semelhantes e como marcador de adequação dentro de um mesmo hospital, podendo ser utilizado como elemento de valorização do efeito de estratégias 28, 31 para optimizar a utilização das camas hospitalares . AEP NA PENÍNSULA IBÉRICA Na Península Ibérica, a introdução deste instrumento só se verificou na década de 90, quando começaram a aparecer os primeiros estudos com AEP em doentes 16, médicos, pediátricos e com patologias específicas 32, 33, 34 . Os primeiros estudos foram levados a cabo em doentes internados em serviços de Medicina Interna, sendo revistas de forma retrospectiva as histórias clínicas de uma amostra dos doentes internados durante um ano. A taxa de adequação era de 17% 16. Desde então, têm sido levados a cabo vários estudos, com uma taxa de adequação de admissões hospitalares 31, 35 entre 9 e 15% . Em Portugal, em meados dos anos 90, um projecto governamental estudou as taxas de inadequação dos internamentos e estadias em vários hospitais públicos, quantificando as taxas de inadequação dos internamentos não obstétricos em 25% 22 . Posteriormente, foram levados a cabo estudos em doentes internados em Serviços de Medicina Interna, com uma taxa de inadequação de internamento ron23, 24 dando os 20% . Desde os primeiros dias da sua aplicação, têm sido divulgadas opiniões díspares quanto Determining the convenient percentage of inappropriateness of admissions in a Health Service is a complex problem. Different studies carried out indicate 29,30 percentages that vary between 9 and 24% percent , depending on the characteristics of the Hospital, its health care system and the pathology of the patients. Therefore, we cannot say that there are absolute ‘good’ or ‘bad’ figures regarding inappropriateness. Rather, the main purpose of the determined percentage is to compare inappropriateness amongst hospitals with the same characteristics and to use it as a marker of appropriateness inside the same hospital. It can be used to determine the effect of strategies in order to optimise 28,31 the usage of hospital beds . AEP IN THE IBERIAN PENINSULA The introduction of this tool only took place in the 1990’s in the Iberian Peninsula when the first studies on the AEP started to appear on medical, paediatrics 16,32,33,34 and specific pathologies patients . The first studies were carried out on patients admitted to Internal Medicine Departments. For a period of a year a retrospective review of the medical records of a sample of these patients was carried out. The rate of inappro16 priateness was 17% . Since then, various studies have been carried out with a rate of inappropriateness of 31,35 hospital admissions varying between 9 and 15% . QUADRO I - ELEMENTOS AVALIAÇÃO AEP Table I – ELEMENTS OF AEP EVALUATION PORTUGAL (meados anos 90) | (middle 90s) 1.Vários Hospitais, internamentos não Obst. Several Hospital, Admicions non Obst. Taxa inadequação internamentos Rate of inappropriateness 25% 2. Serviços de Medicina Interna Internal Medicine Services Taxa inadequação internamentos Rate of inappropriateness 20% Andaluzia Hosp. Juan Jimenez 1997 Taxa inadequação internamentos Rate of inappropriateness 13% Hosp. Juan Jimenez 1998 (Med. Interna) Taxa inadequação internamentos Rate of inappropriateness 15% Algarve Hospital Barlavento 2003 (Med. Interna) Taxa inadequação internamentos Rate of inappropriateness 17,7% Andaluzia Hosp. Juan Jimenez 1999 (Med. Interna) Após instituição de medidas para melhorar adequação de internamento After application of measures to improve inappropriateness rate Taxa inadequação desceu para Rate of inappropriateness dropped to 9% à utilidade do AEP para diminuir as admissões e os 36, 37 internamentos inadequados , embora tenham sido poucos os estudos que valorizam a efectividade do AEP como ferramenta real de trabalho na prática clínica. AEP NA ANDALUZIA Na Andaluzia, região do sul de Espanha, o primeiro estudo relevante publicado data de finais dos anos 90 39 . Este estudo realizou-se no Hospital Juan Ramón Jimenez de Huelva, um Centro de segundo nível que tem como área de influência a capital da província, cidades costeiras e um hospital de primeiro nível que serve uma região periférica montanhosa num total der cerca de 250 000 pessoas. Foi estudada de forma retrospectiva a adequação dos internamentos de 201 pessoas escolhidas aleatoriamente entre as 518 internadas entre os meses de Janeiro e Março de 1997. A taxa de inadequação dos internamentos oscilou nos 13%. Como causa principal de internamento inadequado encontrou-se a necessidade do estudo de uma forma rápida e que pela demora que implica realiza-lo de forma ambulatória não permitiu a sua realização desde a consulta, correspondendo este facto a mais de metade dos internamentos inadequados. Um ano depois repetiu-se o estudo numa amostra aleatória de doentes internados num determinado dia no Serviço de Medicina Interna (estudo concorrente) e a inadequação tinha aumentado aproximadamente 15%, sendo o mesmo motivo a maior causa da inade35 quação . Depois destes resultados, foi tomada a decisão de abrir uma Consulta de Orientação Diagnostica (CAD) efectuada por um Internista com contacto telefónico directo que poderia ser consultado pelos Médicos de Família da zona de saúde e que (num período razoávelem todos os casos inferior a uma semana), atenderia pessoalmente estes pacientes caso se achasse necessário, de forma a que existisse uma diminuição de afluência de doentes ao hospital por este motivo. Ao mesmo tempo, foi criada a Consulta Rápida de Medicina Interna (CRMI), que atendia doentes referenciados das Urgências num período de uma semana. A maior parte dos doentes com síncopes, anemias para estudo e síndromes constituicionais, precisavam previamente de internamento hospitalar para se levar a cabo um estudo de forma eficiente. Na CRMI além de uma resposta em tempo útil pelo Internista, conseguiu-se através de um Protocolo de colaboração com outros Serviços - principalmente Radiologia e Cardiologia - que os exames complementares solicitados por esta consulta tivessem uma prioridade semelhante aos dos doentes hospitalizados. No caso de os resultados obtidos na CRMI aconselharem ou de a evolução clínica do paciente o justificar, procedia-se ao interna- In Portugal, in the mid 1990’s, a government project studied the rates of inappropriateness of admittances and hospital stays in various state hospitals and quantified the rates of inappropriateness of the admittan22 ces in obstetrics at 25% . After that, studies were carried out in patients admitted to Internal Medicine Departments with a rate of inappropriateness of 23,24 approximately 20% . As far back as the first days of its implementation, there have been differing opinions regarding the usefulness of the AEP to reduce 36,37 admittances and inappropriate stays , although there are few studies that emphasise the effectiveness of the 21,28,38 AEP as a real working tool in medical practice . EAP IN ANDALUSIA In Andalusia, a southern region of Spain, the first relevant study published dates back to the end of the 39 1990’s . This study took place at the Juan Ramón Jiménez Hospital of Huelva. It is a level two centre in an area that includes the capital of the province, coastal cities and a level one hospital serving a mountainous surrounding region, for a total of about 300,000 people. A retrospective study was carried out on the appropriateness of the admittance of 201 people who were randomly chosen from 518 admittances during the months of January and March of 1997. The rate of inappropriateness of the admittances varied at around 13%. The main reason for the inappropriateness of admittances was due to the need for a rapid study not possible on an out-patient basis since hospital consultations imply lengthy waits. This factor accounts for the inappropriateness of over half of the admittances. One year later, the study was repeated on a randomly chosen sample of patients admitted to the Internal Medicine Department (concurrent study) and the inappropriateness had increased to over 15%. 35 The cause of inappropriateness had not changed . After considering these results, a decision was made to open a Diagnostic Orientated Consultation (DOC) which would be handled by an Internist who would be readily available by a direct telephone line to the Family Doctors of the health region. These physicians would, in a reasonable period of time, (in all cases less than one week) personally see the patients, if it proved necessary. This would reduce the number of patients coming to the hospital for this reason. Concurrently, an Urgent Internal Medicine Consultation (UIMC) was created to see patients referred to them from the Emergency Department (ED) within the same period of time. Most of the patients, with syncope, anaemia not known to the study and constitutional syndromes required hospital admittance so that a study could efficiently be carried out. UIMC Internists managed to respond to patients in a timely fashion and a Protocol with other Services, namely Radiology and Cardiology was established allowing for all additional testing, 13 Barlavento Médico 36 Callejas Rubio JL, Fernandez-Moyano A, Palmero C, Navarro MD. Son realmente objetivos los criterios del Appropriateness Evaluation Protocol (AEP)? Med Clin (Barc). 2002 Feb 9;118(4):157-8. 37 Moya-Ruiz C, Peiro S, Meneu R. Effectiveness of feedback to physicians in reducing inappropriate use of hospitalization: a study in a Spanish hospital. Int J Qual Health Care. 2002 Aug;14(4):305-12. mento hospitalar com a vantagem de se internar uma pessoa completamente orientada desde o ponto de vista diagnóstico e com as provas complementares realizadas, pelo que a estadia hospitalar seria reduzida consideravelmente. Um ano depois da aplicação destas medidas, a percentagem de inadequação dos interna31, 38 mentos desceu 9,1% , pelo que se conclui que as medidas empregadas tiveram um impacto positivo na diminuição da inadequação dos internamentos hospitalares. Com esta experiência espanhola chegamos à conclusão que o AEP é um instrumento útil para determinar, não só a adequação dos ingressos e dos dias de presença hospitalar, mas ao mesmo tempo tem um papel importante na valorização das medidas destinadas a diminuir a inadequação, podendo ser aplicado noutras unidades assistenciais para optimizar a utilização das camas hospitalares. AEP NO HOSPITAL DO BARLAVENTO ALGARVIO Barlavento Médico 14 O Hospital do Barlavento Algarvio, hoje Centro Hospitalar, é uma unidade assistencial de segundo nível que tem como área de influência a região Oeste do Algarve o que em termos populacionais representa cerca 200,000 pessoas. Em 2002 tinha uma capacidade de 262 camas, das quais 44 pertencias ao Serviço de Medicina Interna. Tendo em conta as semelhanças com o Hospital Juan Ramón Jiménez de Huelva, tentou-se extrapolar a aplicação do AEP a esta Unidade Hospitalar começando com o Serviço de Medicina Interna. Um primeiro estudo piloto transversal foi realizado em 23 doentes, levado a cabo em Março do 2003, indicava que todas as admissões hospitalares eram adequadas devido à prescrição de soros ou medicação parentética 28 . Estes resultados foram discutidos numa Reunião de Serviço e os médicos responsáveis pelos internamentos em Medicina Interna alertados para valorizar a necessidade de utilização desta via. Num novo estudo transversal realizado um mês depois verificou-se que 4,3% das 23 admissões avaliadas foram inadequadas, e só 56% dos internamentos adequados eram devido à 28 prescrição de medicação parentérica . Simultaneamente, durante este mesmo ano levou-se a cabo um estudo prospectivo com a revisão sistemática das histórias clínicas dos doentes internados num dos quartos do Serviço de Medicina I. Foram avaliados 175 internamentos, encontrando-se uma taxa de inadequação de internamento de 17,7%, fundamentalmente devido à necessidade de um estudo rápido que não seria compatível com o ritmo de funcionamento das Consultas existentes, ou por ser necessário internamento num nível assistencial diferente de um Hospital de cuidados 24 agudos . A diferença entre as taxas de inadequação entre os dois estudos, transversal e prospectivo atribui-se, apesar do pequeno tamanho da amostra dos estudos transversais, ao efeito da consciencialização da requested at consultations, to have the same priority rating as that of hospitalised patients. A patient would only be admitted to hospital if the conclusions reached by the UIMC Internist made it advisable or if the evolution of the person’s medical condition made it necessary. The advantages were that the patient would already have a diagnosis and would have completed all diagnostic testing which would significantly reduce the hospital stay. After one year of implementing these measures, the percentage of inappropriate admittances 38,31 dropped to 9.1% . It can be concluded that these measures had a positive impact on the reduction of inappropriate admissions to hospital. The Spanish experience allows us to conclude that the AEP is a helpful instrument to determine not only the inappropriateness of admissions and hospital stays but also the impact of measures used to reduce inappropriateness. Furthermore, it can be applied to other health services to optimise the usage of hospital beds. EAP IN ALGARVE The West Algarve Hospital is a level two health care service. It covers the western region of the Algarve, Portugal, and serves a population of approximately 200,000 people. In 2002 it had a 262 bed capacity, 44 of which belonged to the Internal Medicine Department. Given the similarities to the Juan Ramón Jiménez Hospital of Huelva, this hospital’s AEP was first used with the Internal Medicine Department. In March of 2003 the first Pilot cross-study was done on 23 patients and indicated that all hospital admissions were appropriate given the prescription of fluids or intra-venous medication. These results were pointed out in a departmental meeting and the physicians who were responsible for admissions were encouraged to use this method. A new cross-study, concluded one month later, found that 4.3% of the 23 admissions that were assessed were inappropriate, and only 56% of the appropriate admissions were considered appropriate due to the prescription of intra-venous medication. At the same time, a prospective study was done on patients admitted to two wards of the Internal Medicine Department. A systematic study was done of their medical records. The admissions of 175 patients were evaluated and the rate of inappropriate admissions was 17.7%. This was attributed to the need for a quick study which was incompatible with the pace of existing consultations or because a patient needed to be admitted to a 24 non-acute care health facility . In spite of the reduced sample of the cross-study, the difference between the rates of inappropriateness found in the cross and prospective studies can be explained by the increased awareness of physicians of our Centre as regards the over usage of the intra-venous route when administering medication. sobreutilização da via parentética para a administração de medicação nos médicos do nosso Centro. Depois de avaliar cuidadosamente o peso específico de cada uma das causas da inadequação do internamento e a disponibilidade dos meios humanos e infra-estruturas do nosso Centro, conclui-se que o melhor sistema de diminuir a inadequação das admissões hospitalares seria dispor de uma unidade de continuidade assistencial. Nesta o doente que não necessitasse especificamente de internamento em Medicina Interna mas que precisasse de um nível de cuidados superior ao que se pode prestar com apoio domiciliário, pudesse permanecer desde que avaliados por Medicina Interna, com seguimento por médicos de Medicina Geral e com apoio pontual da nossa especialidade em caso de necessidade. Em Janeiro de 2004 abriu-se um protocolo de colaboração com o Hospital de Santa Casa da Misericórdia, Portimão, existindo 15 camas destinadas a este fim. Para esta Unidade, independente, institucional e funcionalmente do nosso Hospital, poderiam ser transferidos os doentes avaliados por Medicina Interna que se encontrassem clinicamente estáveis e cuja única justificação do internamento fosse a necessidade de algum tratamento com internamento hospitalar. Os doentes eram avaliados diariamente por um clínico geral e, em caso de necessidade, um internista da nossa instituição deslocar-se-ia a esta Unidade. Em caso de agravamento da situação clínica, o doente voltaria para o Hospital através do Serviço de Urgência. O estudo levado a cabo em 2005 com os doentes internados durante o ano anterior foi repetido com uma metodologia After carefully weighing each of the causes of inappropriateness of admission and the availability of human resources and infrastructure of our Centre, we concluded that the best way to reduce inappropriate hospital admissions would be to have a Continuing Health Care Unit. Here, care could be provided to patients who do not necessarily need to be admitted to an Internal Medicine Department but need more care than home assistance can offer. Patients could stay in this alternative health care setting once evaluated by Internal Medicine and be followed up by General Practitioners. When necessary, the Internal Medicine Department could assist on a case by case basis. In January of 2004 a joint protocol was established with Hospital da Santa Casa de Misericordia (Mercy Hospital) and 15 beds were set aside for this purpose. Patients could be transferred to this institutionally and functionally independent hospital after having been found by the Department of Internal Medicine to be clinically stable and in need of hospital treatment. Patients were assessed daily by a General Practitioner and if necessary an Internist of our hospital would go to this Hospital to give further therapeutic guidance. If the patient’s condition deteriorated, he/she would return to the Hospital through the Emergency Department. A 2005 study with patients admitted to hospital the previous year was repeated with the same methodology. In this study, 20.8% of the admissions did not meet any criteria for admission to an acute-care hospital 15 Barlavento Médico Hospital Juan Ramón Jiménez, Huelva (Espanha) Barlavento Médico 16 idêntica, verificando-se que 20,8% das admissões não cumpriu critério nenhum de entrada num Hospital de cuidados agudos após a abertura da Unidade de 24 Cuidados Continuados . O aumento das taxas de inadequação foi um achado desfavorável cujas causas trataremos de destrinçar. A principal delas foi que os doentes, na maior parte dos casos, foram transferidos de uma unidade de internamento e não da Urgência. Portanto, concluímos que a aparição de um novo recurso de hospitalização fez com que alguns doentes, que em condições normais, não teriam acedido ao nosso serviço, fizeram-no com o objectivo de estabilizar o paciente previamente a sua transferência para a Unidade de Cuidados Continuados. Contudo, este novo recurso teve um efeito positivo, diminuindo a estadia média dos nossos doentes de 8,44 dias para 7,22 dias 24. Quando se analisaram as causas de internamento inadequado no Serviço de Medicina no estudo de 2004, verificou-se que a necessidade de internamentos num centro assistencial diferente de um hospital de cuidados agudos assumiu um papel secundário, sendo a necessidade de um estudo de forma rápida a principal justificante do internamento inadequado. Isto reflecte de uma forma indirecta que a medida adoptada tinha contribuído para diminuir a inadequação associada à indisponibilidade de instalações alternativas. O facto de existirem internamentos inadequados devido à necessidade de agilizar o estudo ambulatório fez pensar que o problema principal naquele momento era a demora na obtenção dos estudos complementares e a observação por um internista nas consultas. No mesmo ano, o Hospital Distrital de Lagos passou a integrar o nosso Centro Hospitalar como uma unidade de Internamento. Aproveitando os dados obtidos por aquele estudo, foi reorientado como um serviço de Medicina Interna com uma capacidade de 22 camas, que posteriormente passou a 30. Foram destinados a este Centro precisamente aqueles doentes que se encontravam numa situação de estabilidade, mas que precisavam de uma orientação diagnostica/terapêutica por parte de um especialista em Medicina Interna. A repetição do estudo prospectivo em 2005 mostrou que só 12,3% dos internamentos foram inadequados segundo os critérios da AEP, sendo neste caso a principal causa de inadequação o internamento para levar a cabo o estudo de uma forma rápida40. A nossa meta para os próximos anos será, portanto, estabelecer uma infra-estrutura ambulatória bem coordenada com os serviços de Atendimento Primários que permita realizar o estudo de um doente em Tempo útil sem necessidade de internamento no Hospital. Como no exemplo do Hospital Juan Ramón Jiménez de Huelva que nos permitirá, além de optimizar a utilização das camas hospitalares, diminuir a frequência no Serviço de Urgência e estabelecer novos canais de comunicação entre o Médico de Família e o Internista. Para um futuro mais distante fica a ideia de evitar o following the opening of the Continuing Health Care 24 Unit . The increase in the rates of inappropriateness was rather discouraging and we will try to unravel the reasons for this: The main one was that patients were being transferred from a hospital ward and not from the Emergency Ward. We concluded that some patients who wouldn’t normally be admitted to our department were being sent there because they needed to be stabilised prior to being transferred to a Continuing Health Care Unit. Indeed, this re-hospitalisation had a positive effect. It reduced the average stay of our patients from 8.44 days 24 to 7.22 days . When we analysed the causes of inappropriate admissions in our department in the 2004 study, we found that admission to a non acute health care facility took on a secondary role. The need for a prompt study became the main reason of inappropriate admission. The adopted measure had indirectly contributed to reduce the inappropriateness associated with the unavailability of alternative facilities. The fact that inappropriate admissions existed due to the need to expedite out patient studies made us think that the main problem at that time was the delay in obtaining additional testing and the Internist’s attention at the Consultations. That same year, the District Hospital of Lagos joined our Hospital Centre with one facility. Making use of the data obtained from that study, it was restructured as a 22 bed Internal Medicine Department which has since grown to 30 beds. Stabilised patients who needed diagnostic and therapeutic guidance by an Internal Medicine specialist were transferred to this centre. The repetition of the prospective study in 2005 showed that only 12.3% of the admissions were inappropriate according to the AEP criteria. In this case the main cause of inappropriate admission was the need to admit patients as quickly as possible for study and not 40 possible on an out patient basis . Our goal for the coming years will be, therefore, to create a coordinated out patient infrastructure with the Primary Health Care Services to expedite studies without having to admit patients to Hospital. We can use the Juan Ramón Jiménez Hospital of Huelva as an example to optimise the use of hospital beds and thus reduce the number of people coming to the ED and establish new channels of communication between Family doctor and Internist. In the more distant future we should think about avoiding hospital admission solely for the purpose of intra-venous fluid treatments and create an Internal Medicine Day Hospital which could medicate and reassess patients regularly. CONCLUSION The Appropriate Evaluation Protocol, applied periodically throughout a decade in patients admitted to acute internamento hospitalar para a realização de tratamento parentéticos como única justificação através da criação de um Hospital de Dia de Medicina Interna que permita administrar medicações e fazer reavaliações médicas com regularidade. CONCLUSÃO O Appropriateness Evaluation Protocol, aplicado de forma periódica ao longo de uma década em doentes internados em Hospitais de agudos na Europa, tem demonstrado ser um instrumento eficaz e eficiente para a detecção das deficiências estruturais do sistema de saúde na sua dimensão de sobre utilização das camas de agudos em unidades hospitalares. É igualmente útil para a detecção de causas de inadequação dos doentes admitidos e demoras de internamento hospitalar e para elaborar estratégias destinadas a diminuir a inadequação bem como medir o impacto das medidas adoptadas para aumentar a adequação do uso do recurso ao internamento. unit Hospitals in Sanitary Health regions in Europe, has demonstrated to be an efficient tool for detecting structural deficiencies and over use of acute care hospital beds in the health system. It has resulted useful in the detection of causes of inappropriate admissions and hospital stays, for elaborating strategies designed to reduce inappropriateness and for measuring the impact of adopted measures to improve appropriateness of hospital admissions. Barlavento Médico 17 Referências | References 1. Therborn G, Roebroek J. The irreversible welfare state: its recent maturation, its encounter with the economic crisis, and its future prospects. Int J Health Serv. 1986;16(3):319-38. 2. American Medical Association. Criteria Development Project- Sample criteria for short stay hospital review. American Medical Association, Chicago, 1976 3. Bernstein SJ, Hilborne LH, Leape LL, Fiske ME, Park RE, Kamberg CJ, Brook RH. The appropriateness of use of coronary angiography in New York State. JAMA. 1993 Feb 10;269(6):766-9. 4. Brook RH, Park RE, Chassin MR, Solomon DH, Keesey J, Kosecoff J. 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