Estudo - Força de trabalho preparada para o futuro
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Estudo - Força de trabalho preparada para o futuro
Estudo da força de trabalho global em formação Relatório 2: Insights dos especialistas Índice 2 Introdução 3 Trabalhando remotamente 26 Metodologia 4 O senso deturpado de profissional vs. pessoal continua 27 Mudanças no espaço de trabalho 5 O espaço de trabalho do profissional remoto 30 Trabalho com base em atividade 6 O impacto sobre a evolução na carreira 31 O ambiente atual 8 Os pontos principais 34 Mudanças no espaço de trabalho 9 Futuras tendências 35 Adoção da tecnologia no espaço de trabalho físico 12 A Internet das Coisas 36 Os pontos principais 14 Big Data 37 Adoção da tecnologia no local de trabalho 15 Os pontos principais 38 Um funcionário, diversos dispositivos 16 Olhando para a frente 39 BYOD 18 Olhando para a frente 40 Dispositivos de toque no local de trabalho 21 Contribuições da Dell e da Intel com a tecnologia de local de trabalho 41 Thin Clients e VDI 22 Os pontos principais 42 Expectativas futuras da tecnologia no local de trabalho 24 Lista de especialistas 43 Os pontos principais 25 Introdução Este estudo explora as tendências globais que se aproximam conforme se relacionam com a interseção do espaço de trabalho e a tecnologia nas organizações. Por doze países, foi identificada uma diversidade de descobertas pertinentes a como entender as mudanças que vêm acontecendo em áreas de interesse, como adoção tecnológica, ergonomia no espaço de trabalho, evolução na carreira, produtividade e equilíbrio entre vida profissional/pessoal. As descobertas em cada categoria são um prenúncio de uma dramática mudança na forma como os funcionários passarão a interagir com seus trabalhos, colegas e ambientes corporativos futuramente. 3 Metodologia Dell, Intel, TNS e Cascade Insights colaboraram com esta pesquisa para coletar insights de especialistas e explorar ainda mais o futuro da tecnologia no espaço de trabalho. Para coletar descobertas e insights de especialistas, 20 especialistas do mundo todo foram recrutados e entrevistados nos Estados Unidos, China, Japão, França, Rússia, Alemanha, Reino Unido, Índia, Brasil, Turquia, África do Sul e EAU. 4 Mudanças no local de trabalho Trabalho com base em atividade Um tema de maior importância sobre o trabalho “com base em atividade” começa a surgir como parte do local de trabalho e força de trabalho em formação no mundo inteiro. Com as mudanças dos funcionários que realizam trabalhos em ambientes flexíveis, com dispositivos variados, os especialistas chegaram ao consenso de que não é onde você trabalha, mas o tipo de trabalho que realiza que determina o formato do trabalho em si. Esta previsão de uma força de trabalho móvel e fluente é a base fundamental para as mudanças tecnológicas que estamos vendo no local de trabalho do mundo todo. “Eu acho que depende do trabalho. Se você é programador, seu item principal é o café, para mantê-lo alerta e se concentrar, e também um acesso rápido ao computador. Esses são os ingredientes principais, mas você não precisa de tanta colaboração quanto outro tipo de funcionário, que trabalhe com marketing ou que precise estar no escritório para colaborar frente a frente com as pessoas. Eu acho que depende muito no tipo de trabalho que você realiza e de quando e onde realiza”. Patricia Wallace, EUA - Diretora sênior de tecnologia da informação da Johns Hopkins University “Estamos nos voltando para o funcionário, o indivíduo, aquele que controla a tecnologia, ou seja, não é a tecnologia que controla o indivíduo. Um dos indícios de que isso procede é o movimento BYOD, ou traga seu próprio dispositivo, em que agora o indivíduo pode escolher melhor como interagir com os sistemas corporativos, seja por um celular, tablet, notebook ou o que for. Faz parte da vida deles usar a tecnologia”. Peter Thompson, Reino Unido – Palestrante, autor e consultor da Future Work 6 Trabalho com base em atividade (continuação) No APAC, Turquia, Índia, África do Sul e Brasil, as tecnologias móveis são, em sua maioria, restritas à administração superior e aos cargos gerenciais. Independentemente de tendências como o BYOD, as empresas tendem a proporcionar mais opções de mobilidade para aqueles que não criam tantos conteúdos para consumo. Isso costuma acontecer na administração superior, vendas e consultores que usam com mais frequência esse método de trabalho. Essa opinião reflete em todas as descobertas, apesar da natureza variável dos diferentes mercados e regiões geográficas do mundo. No mundo todo, os especialistas descreveram instâncias de trabalho com base em atividade relacionadas à adoção da tecnologia, preferências de formato, produtividade e vida profissional. Embora algumas regiões enxerguem o local de trabalho de maneira diferente de outras, a tendência subjacente quanto ao trabalho “com base em atividade” é considerada a base da mudança e pode ser o próximo fator capacitador de mudanças no comportamento do local de trabalho. 7 “Acredito que, nos próximos anos, as iniciativas serão mais produtivas quando investidas em como e quando usar a tecnologia (telefone, notebook, tablet, etc.) que temos disponível da melhor maneira, em vez de inventar outras categorias novas de tecnologia”. Wouter Hofman, Alemanha - Diretor sênior do programa de transformação global da Philips International O ambiente atual Como o local de trabalho está começando a se distanciar dos limites rígidos, os empregadores passam a notar as diferenças que surgem da maneira como os indivíduos vêm realizando seu trabalho. Em muitos casos, isso tem a ver com a ergonomia do espaço de trabalho e o layout do escritório em conjunto com a tecnologia. A mudança mais comum nas empresas do mundo todo recai sobre a forma como os funcionários se desempenham em um ambiente de espaço de trabalho. Isso remete aos dias de forças de trabalho móvel completas, colaboração, planos de ambiente aberto e novos designs de espaço de trabalho. “Aproximadamente quatro ou cinco anos atrás, quando a Intel começou a integrar modelos de consumerização para seus funcionários, passamos das horas e expectativas de trabalho padronizadas para o conceito ‘vamos deixá-los trabalhar em casa’ ou onde for melhor para eles. Diversas corporações levaram isso ao extremo e contrataram pessoas como funcionários home office. Agora, novas mudanças estão ocorrendo”. David Buchholz, EUA - Diretor de estratégias empresariais ao cliente da Intel Corporation Conforme mencionado, a transição para um local de trabalho completamente móvel foi a tendência “do momento” nas corporações por um lado, mas agora as modificações no design do espaço de trabalho estão começando a bambear as primeiras iniciativas. “Existem diversos estudos surgindo que sugerem que tomamos determinado rumo por uma década com uma leve obsessão e agora precisaremos corrigir o caminho”. Genevieve Bell, EUA - Diretora de experiência do usuário da Intel Corporation “Não é surpresa alguma. Eles estão surgindo a partir de um ciclo de 10 anos, em que todos eram considerados profissionais móveis e que trabalhavam em casa. A aparência de todos esses espaços corporativos alugados, como em Nova York e San Francisco, onde você pode se relacionar com outras pessoas que trabalham como freelance, pois você precisa de pessoas ao seu redor, sugere a ideia de que todos querem apenas estar em algum outro lugar e parece ser uma correção excessiva”. Genevieve Bell, EUA - Diretora de experiência do usuário da Intel Corporation 8 Mudanças no espaço de trabalho Uma tendência consistente no design do espaço de trabalho e do futuro em geral é a ideia da mobilidade. Os especialistas indicaram que as workstations móveis, ou “pontos de acesso”, estão começando a se tornar a norma em diversos ambientes corporativo em vários setores. Com isso, os especialistas também indicaram um raciocínio sobre o número de salas de conferência, espaços de trabalho colaborativos e tecnologias de apoio a tudo o que foi mencionado. Como resultado desse arranque em direção à mobilidade, a colaboração e os planos de espaço aberto se tornaram norma. Os especialistas indicam que essa alavancagem oferece aos funcionários a chance de serem mais fluentes e ágeis em suas iniciativas profissionais. “A intenção por trás de mais salas de conferência e intervalo é fazer com que as pessoas se reúnam com quem for necessário para trabalhar em determinado momento. Vemos diferentes níveis de adoção no âmbito regional, portanto precisamos intensificar nossas iniciativas de mudança”. Wouter Hofman, Alemanha - Diretor sênior do programa de transformação global da Philips International “Nossos planos futuros de espaço de trabalho se concentram na criação de diferentes tipos de espaços que reflitam a maneira como as pessoas precisam trabalhar e o tipo de trabalho que exercem. Você pode ir trabalhar se for introvertido e não precisar usar fones de ouvido para evitar a sensação de pressão pelas conversas do ambiente. Existe um lugar para se ter privacidade. Se você quiser fazer uma reunião com cinco pessoas, existe um lugar para isso”. Dane Parker, EUA – Vice-presidente de instalações globais e EHS da Dell 9 Mudanças no espaço de trabalho (continuação) Apesar da intenção por trás desse estímulo por novos designs de espaços de trabalho, os especialistas ressaltam as frustrações pelas quais os funcionários podem ou não passar, principalmente quanto à colaboração no local. Dorie Clark, Colaboradora da Harvard Business Review e da Forbes, comentou que a sociedade está se tornando cada vez mais ligada no fato de que todos trabalham da mesma maneira, e os planos de espaço aberto e workstations móveis não levam isso em conta. “Fiquei fascinada com a recente colaboração de Susan Cain, acho que para a Steelcase, sobre móveis de escritório convenientes para os introvertidos. Achei brilhante e histérico. Existe um grande ponto por trás disso, que é o fato de você não poder esperar que todos se sintam bem em um ambiente corporativo em que são constantemente expostos, sem privacidade, com pessoas falando e andando o tempo todo”. Dorie Clark, EUA - Colaboradora da Harvard Business Review e da Forbes Magazine “Seja para concentração e foco no trabalho, seja para diferentes tipos de colaboração, grandes ou pequenos brainstormings informais, análises, diversas pessoas falam em colaboração. O termo pode assumir diferentes significados dependendo do trabalho que você realiza, com quem colabora, etc, e nem sempre é igual”. Susan Lim, APAC – Líder de estratégia no local de trabalho, Pacífico Asiático, e diretora regional da Jones Lang LaSalle 10 Mudanças no espaço de trabalho (continuação) Embora essas mudanças estejam acontecendo no mundo todo, a África do Sul e a Turquia estão atrasadas em reproduzir essas tendências de espaço de trabalho. O especialista Steven Ambrose, da StrategyWorx, indicou que as corporações da África do Sul continuam operando em formatos estruturados, de cubículos, em sua maioria. Falando de forma geral, Ambrose também afirmou que a África do Sul tende a ficar para trás na expansão absoluta da Internet, da tecnologia e de seus impactos sobre o local de trabalho. “A África do Sul e certamente a África estão uns dois anos atrás da expansão absoluta da Internet que você vê na Europa e América. Por exemplo, uma estatística simples é de que 70% a 80% dos adultos na América têm conexão de banda larga em casa e no trabalho. […] Já na África do Sul, temos índices de penetração de aproximadamente 35% em termos de conexão com a Internet.” Steven Ambrose, África do Sul – CEO da StrategyWorx “Alguns lugares na Turquia têm espaços corporativos tradicionais, e as sedes corporativas costuma ter cubículos, ou baias, como nos Estados Unidos. O escritório aberto onde você compartilha certos recursos e coloca seu notebook e trabalha onde quer que esteja, essa é a norma”. Dra. Hakan Ercan, Turquia - Professor de economia e consultor da Turkish Labor Markets 11 Adoção da tecnologia no espaço de trabalho físico O especialista Tim Cole e outros do mundo todo comentaram sobre a integração sempre presente das tecnologias colaborativas no espaço de trabalho. A forma apontada com mais frequência de tecnologia colaborativa no local de trabalho é o uso de conferência por vídeo e telefone. Embora não haja novidade nisso, essas peças da tecnologia, aliadas aos avanços em conexão de Internet, possibilitam novos meios de eficiência aprimorada pela colaboração virtual e pela economia, pelo fato de reduzir despesas de viagens. “A conferência por vídeo e telefone vem ganhando espaço. Vem substituindo as reuniões presenciais cada vez mais. Existe um senso crescente de ineficiência do e-mail e uma necessidade de substituí-lo por algo mais”. Tim Cole, Alemanha - Autor de Internet, Management & Future Trends in Technology “Existe certa redução no lado da telepresença desse aspecto, pois as ferramentas estão melhorando muito e é possível ter boa qualidade no vídeo de um dispositivo móvel. Definitivamente, existem desafios, principalmente na China, eu acho, e em alguns lugares da Índia, em que a largura de banda é um problema, mas costuma ser usada”. Susan Lim, APAC – Líder de estratégia no local de trabalho, Pacífico Asiático, e diretora regional da Jones Land LaSalle 12 Adoção da tecnologia no espaço de trabalho físico (continuação) Em muitas regiões, a preferência pela comunicação frente a frente ainda existe e permanece crítica para firmar novas relações de confiança. Em particular, o especialista Ricardo Massola indicou que a comunicação frente a frente aliada a uma documentação de acompanhamento enviada por e-mail é a norma no Brasil. Especialistas dos EUA, Reino Unido e China também apoiaram a necessidade das comunicações frente a frente no local de trabalho, o que acaba gerando a necessidade e o uso das tecnologias de videoconferência. As melhorias nessas tecnologias já começaram a oferecer maneiras de os usuários trabalharem entre sistemas, plataformas e regiões, além de fornecer oportunidades de eles colaborarem. Conseguir anotar apresentações e enviar notas e feedback depois de uma chamada estão se tornando recursos padronizados. Os especialistas especificaram que essas mudanças sutis, aliadas aos recursos adicionados, sugerem uma adoção mais sólida futuramente. 13 “Eu acho que as pessoas têm uma capacidade impressionante de se adaptar contanto que tenham determinados recursos. Uma delas é, por exemplo, o contato visual simulado, ou seja, se você achar que pode ver tal pessoa e ela ver você, vai ajudar no relacionamento de telecomutação construído de forma que não é possível apenas com mensagens instantâneas ou chamadas telefônicas, etc, itens que podem agregar muito valor”. Patricia Wallace, EUA - Diretora sênior de tecnologia da informação da Johns Hopkins University Os pontos principais A mudança fundamental em como o local de trabalho está se desenvolvendo se baseia no conceito de “trabalho com base em atividade”, tanto com relação a onde e como as pessoas trabalham melhor como com relação a qual formato diferente o trabalho é mais bem realizado. 14 A mudança para planos de espaço aberto e colaborativo ficou oscilando na ponta da aceitação por parte dos funcionários, mas estagnou, pois métodos de trabalho diferentes não foram levados em conta. Os especialistas sugeriram que designs híbridos que incluam escritórios ou baias com salas de conferência e espaços de colaboração serão a próxima iteração. As ferramentas de colaboração agora são onipresentes nas organizações maiores e são importantes para o trabalho virtual eficiente, contanto que os funcionários estejam suscetíveis a se adaptar e a adotar. Adoção da tecnologia no local de trabalho Um funcionário, diversos dispositivos Os dias de um dispositivo para regular tudo se foram. A mudança rumo à computação e ao trabalho com diversos dispositivos se tornou evidente, tanto que os especialistas acham que a computação passará para a otimização das ferramentas certas para a função certa, no lugar de esperar o surgimento de novos dispositivos juntos. O BYOD, conforme solicitado neste estudo, significa “Bring Your Own Device”, ou traga seu próprio dispositivo, um movimento pelo qual os funcionários podem utilizar dispositivos pessoais para fins profissionais. “Eu acredito que exista um kit de ferramentas essencial para o trabalho remoto e, como eu disse, pelo menos três dispositivos: seu celular, seu tablet e seu computador. Eu acho que você precisa ter a capacidade de fazer videoconferências. Você precisa de uma forma de receber mensagens imediatamente, então não importa se você usa voz ou voz com telefone, seja lá o que for, você precisa ser encontrado. Em um mundo perfeito, as pessoas são letradas em multidispositivos e usam telefone, tablet e notebook como forma de padronização e de usar melhor cada um”. Robin Raskin, EUA - Fundadora e CEO da Living in Digital Times “Eu acho que você verá mais tecnologias que o tornam mais eficiente quando estiver fora de um escritório físico ou ambiente corporativo”. Geri Stengel, EUA - Presidente e planejador estratégico com foco em mulheres e tecnologia 16 Um funcionário, diversos dispositivos (continuação) O conceito de “kit de ferramentas essencial” foi reiterado pelos especialistas do mundo todo como a próxima etapa progressiva na adoção de novas tecnologias no espaço de trabalho. O uso de diferentes formatos para criar e gerar resultados específicos foi rotulado uma tendência da qual os empregadores precisam estar cientes. Como os próprios funcionários estão investindo na entrega de resultados de qualidade de maneira eficiente, o uso de ferramentas apropriadas para projetos variados é esperado. A especialista Robin Raskin, fundadora e CEO da Living in Digital Times, compartilhou sua regra de telas – quanto maior a tela, mais tempo a pessoa passa trabalhando no dispositivo; quanto menor a tela, com mais frequência e eficiência a pessoa utiliza o dispositivo. Essa noção se alinha com a demanda global por mobilidade, mas também com a mudança subjacente para o trabalho com base em atividade, muito mais ainda com o BYOD por expandir a disponibilidade do dispositivo. “Todos têm o telefone mais inteligente do mercado, portanto eles basicamente carregam um miniescritório em seus telefones, ou seja, tudo cabe na palma da mão. E, quando precisa de algo mais, existe o tablet. Você consegue fazer praticamente tudo ali, com um de seus dispositivos”. Pallavi Shrivastava, Índia - Consultora de estratégias para locais de trabalho e pesquisadora comportamental “Acho que as pessoas usam diversos dispositivos porque não existe um só que faça tudo. Alguns aspectos são melhores para A, enquanto outros são melhores para B, e a menos que a tecnologia dê um jeito nisso, continuaremos vendo essa proliferação. Segundo estudos de Gartner, o número médio de dispositivos por pessoa varia entre 6 e 7, e eu não sei se isso é bom, mas prefiro menos dispositivos”. Jai Menon, EUA – VP e Chief Research Officer da Dell 17 BYOD Mais da metade dos funcionários do mundo todo usam um dispositivo pessoal para fins profissionais ou esperam fazê-lo no futuro. Em algumas instâncias, é um caso de preferência do funcionário levar seus próprios dispositivos e, em outras, uma iniciativa corporativa foi promovida para que os funcionários escolhessem seus dispositivos. Seja como for, a demanda por instrumentos de maior qualidade no local de trabalho está sendo atendida com a modesta oferta do BYOD no mundo todo. “Eu acho que é mais uma questão de “use seu próprio dispositivo” do que “traga seu próprio dispositivo”, pois, na cabeça das pessoas, “trazer” tem uma conotação de levar algo para o escritório. Eu trago por dentro do firewall e espero que o gerente de TI faça algo com isso”. Steve Lalla, EUA - Vice-presidente e gerente geral da Dell “No final das contas, os funcionários são consumidores, portanto suas experiências com seus dispositivos de consumo e softwares de consumo geram um enorme impacto sobre a TI. As expectativas sobre o nível de capacidade e facilidade de uso do lado do consumidor estão surtindo um impacto dramático sobre as ferramentas que a TI pode implantar”. Bob O’Donnell, EUA - Fundador e analista-chefe da TECHnalysis Research 18 BYOD (continuação) A vantagem do BYOD se tornou aparente quando os funcionários indicaram uma preferência pelo uso de dispositivos pessoais no lugar dos corporativos. Na medida em que os protocolos de segurança foram desenvolvidos, o conceito do BYOD progrediu para dispositivos complementares, como tablets ou notebooks secundários para uso remoto. Em certas instâncias, os funcionários são conhecidos por trazer seus próprios notebooks pessoais, mas precisam instalar medidas de segurança adicionais. “Agora existem pessoas carregando tablets e um notebook e alternando entre eles. Hoje, com o advento da tecnologia dois-em-um, em que você tem um dispositivo que pode ser tablet e notebook, vemos que esses são os modelos dos quais as pessoas vão atrás, pois elas podem ter as duas experiências”. David Buchholz, EUA - Diretor de estratégias empresariais ao cliente da Intel Corporation De uma perspectiva global, países como China, EAU e Índia são abertos ao BYOD. Por exemplo, a China, o rápido consumo de novas tecnologias está gerando demanda para o BYOD e, em alguns casos, as organizações estão permitindo que os funcionários selecionem dispositivos para serem financiados por elas. “A adoção de novas tecnologias na Ásia é rápida. Todo mundo precisa ter a nova versão da nova ferramenta, e as próprias pessoas investem nisso. Vejo as pessoas andando com diversos telefones e tablets, além de todos os tipos de itens que não são necessariamente fornecidos pela empresa. Portanto, existe, sim, uma demanda absoluta pelo BYOD nessa região”. Susan Lim, APAC – Líder de estratégia no local de trabalho, Pacífico Asiático, e diretora regional da Jones Land LaSalle “Traga seu próprio dispositivo’ está se tornando popular em diversas organizações governamentais também. Os smartphones e os tablets estão substituindo desktops e notebooks. Vemos certa mudança na maneira como os funcionários estão usando os recursos de computação. Percebemos que o foco maior é sobre o celular”. Saeed Al Dhaeri, EAU - Pesquisador de tecnologia e palestrante internacional 19 BYOD (continuação) O BYOD em outros países, como a Rússia e a Alemanha, tem adoção mais lenta por causa do alto custo de propriedade e questões de segurança. As questões de segurança e legalização são preocupantes em todas as regiões, mas algumas são mais otimistas e confiantes quanto à tecnologia. No caso do Brasil, país mais influente da América do Sul, o BYOD ainda precisa decolar. As normas do local de trabalho padrão exigem que as corporações forneçam aos funcionários todas as tecnologias necessárias. Além disso, os especialistas sugerem que as exigências de infraestrutura e segurança ainda precisam amadurecer a um ponto de fácil integração para os especialistas de TI. “Os alemães são muito preocupados com a segurança, como já se sabe. Existe quase que uma fixação por poder controlar os dispositivos que os funcionários usam. É claro que se o funcionário carrega um consigo, não existe forma legal de impor a instalação de, digamos, atualizações de segurança ou softwares especiais de segurança, ou seja lá o que for”. “Não, não é comum. Às vezes você vê as pessoas trazendo seus próprios notebooks, mas apenas se precisarem fazer algo mais particular ou algo assim. Se você usar um notebook ou vir as pessoas usando notebooks, 100 por cento pertencerão à empresa. Aqui no Brasil, não temos a mesma política cultural de você poder levar seus próprios bens para o escritório”. Tim Cole, Alemanha - Autor de Internet, Management & Future Trends in Technology Ricardo Massola, Brasil – Consultor internacional em ergonomia “A Dell introduziu um produto chamado Enterprise Mobility Manager no início do ano para gerenciar dispositivos móveis, PCs e notebooks de maneira uniforme, incluindo dispositivos BYOD e dispositivos fornecidos pela empresa. Existem quatro categorias a considerar: é BYOD ou fornecido pela empresa, e é dispositivo móvel ou PC. O EMM então sustenta esses quatro itens de maneira uniforme”. Jai Menon, EUA – VP e Chief Research Officer da Dell 20 Dispositivos de toque no local de trabalho Como resultado do BYOD, a introdução de tablets e toque no local de trabalho acarretou altas expectativas de adoção em massa. Em retrospectiva, os especialistas revelaram que essas expectativas eram infundadas e ainda precisam se moldar por razões semelhantes como a adoção geral do tablet. “Em 2010, a PC World previu que os iPads invadiriam as empresas. Mas a Intel previu corretamente e, em seu lugar, entregou um cliente que atendesse às reais necessidades do cliente, e não a reação instantânea do consumidor”. David Buchholz, EUA - Diretor de estratégias empresariais ao cliente da Intel Corporation De uma perspectiva global, o uso dos dispositivos de toque proliferou entre todas as regiões. A especialista Catherine LeJesalle especificou que a adoção do toque é tão aparente na França que aproximadamente uma em quatro famílias possui dispositivos de toque na forma de tablets e smartphones, usados tanto pessoal como profissionalmente. Da mesma forma, o entusiasmo é ecoado no Reino Unido, EAU e Turquia, já dando sinais em países como Índia e África do Sul. A diferença de adoção na Índia e na África do Sul é atribuída ao custo como sendo uma barreira quando comparada com celulares e notebooks. No caso do Brasil, a falta do toque é atribuído ao custo, ao status e ao fato de que os empregadores ainda precisam fornecer esses dispositivos. Embora as expectativas de adoção e experiência de usuário quanto ao toque sejam diferentes do que se supôs originalmente, o uso de dispositivos de toque se alinha com a tendência geral do trabalho com base em atividade em diversos dispositivos. Como o toque ainda precisa acumular casos de uso no local de trabalho que substituam completamente os dispositivos de computação, os especialistas não esperam que os dispositivos de toque se tornem um complemento aos notebooks e celulares. “Acho que o motivo pelo qual [o toque] não decolou é o fato de não ser tão valioso quanto deve ser. E em termos de comunicar o que quero fazer da maneira mais simples possível, o toque tem um caminho a percorrer ainda”. Jai Menon, EUA – VP e Chief Research Officer da Dell 21 Thin Clients e VDI A introdução de thin clients e infraestrutura de desktop virtual (VDI) é razoavelmente cíclica por natureza. Uma tendência a esses dispositivos aconteceu rapidamente e se perdeu, voltando recentemente a dar sinais de vida. Os especialistas concordam que, embora os profissionais sejam familiarizados com thin clients e VDI até certo ponto, são as iniciativas corporativas que os apresentam ao local de trabalho. Assim os thin clients e a VDI se posicionam como dispositivos autorizados pela empresa, que estão ganhando força no mercado e no reconhecimento do consumidor. “Os negócios de thin client agregam aproximadamente 6 milhões de unidades globalmente por ano. A propósito, crescendo entre 8% e 10% ao ano, ou seja, está em uma curva de crescimento excelente. Por isso os thin clients são relativamente pequenos em relação a como diversos PCs são adquiridos para fins comerciais do ponto de vista da porcentagem, mas está crescendo e nós vemos mais interesse em thin clients físicos para acessar o data center da VDI”. Steve Lalla, EUA - Vice-presidente e gerente geral da Dell “Poucas pessoas usam thin clients em casa; na verdade, quase ninguém. As únicas exceções são os profissionais de call center que trabalham em casa, mas esse é um tipo muito especializado de ambiente. ” Bob O’Donnell, EUA - Fundador e analista-chefe da TECHnalysis Research 22 Thin Clients e VDI (continuação) Apesar da falta de reconhecimento geral sobre thin clients e VDIs, outro obstáculo que impede essa tecnologia de se tornar um mainstream é o fato de cair no esquecimento. Os especialistas indicam que essa tecnologia se tornará mais relevante quando a cloud computing e as tecnologias virtuais forem normas. “Um importante elemento tecnológico é a capacidade de acessar dados remotamente. Isso já é possível há anos, começando com a antiga VPN dial-up, mas a VPN atual e, agora, a tecnologia VDI tornam isso mais fácil e mais seguro. Acho que a possibilidade de as pessoas acessarem dados em qualquer lugar e a qualquer hora continuará crescendo e influenciando nossa maneira e local de trabalhar”. Dane Parker, EUA – Vice-presidente de instalações globais e EHS da Dell O uso de thin clients e desktops virtuais fora dos mercados desenvolvidos é limitado. Especialistas da África do Sul e Turquia indicaram o uso de thin clients com aplicativos de armazenamento baseado em cloud computing, mas isso ainda está só no início. Da mesma maneira, nos EAU, tanto o setor público como o privado começaram a utilizar essas tecnologias e esperam que elas ganhem espaço com a proliferação da cloud computing. “Você verá que a grande maioria das corporações sulafricanas já se virtualizou e migrou para a cloud computing privada até certo ponto. Agora elas estão começando a adotar, por exemplo, o Office 365 em nível corporativo. Em geral, são programas locais e carregados, que são pesados e precisam de um PC adequado para executar. Elas executam programas de legado em sistemas de back-end claramente atualizados, provavelmente a melhor maneira de fazê-lo”. Steven Ambrose, África do Sul – CEO da StrategyWorx “Com os desktops virtuais, você trabalha em qualquer dispositivo, em qualquer lugar e tem acesso a todos os dados da mesma maneira. Algumas pessoas gostam disso, principalmente se usarem diferentes dispositivos de clientes. Mas em alguns ambientes, as pessoas usam apenas dispositivos desenvolvidos para permanecer em um local físico, o que pode derrubar o propósito da flexibilidade da VDI”. Bob O’Donnell, EUA - Fundador e analista-chefe da TECHnalysis Research 23 Expectativas futuras da tecnologia no local de trabalho Quando questionados sobre as tendências futuras das tecnologias no local de trabalho, o consenso entre os especialistas oscilou em torno de uma adoção da videoconferência, mobilidade e toque, e pouca expectativa de novas tecnologias gerarem grandes ondas. Em geral, os especialistas também indicaram que, com a rápida evolução da tecnologia, não haverá grandes surpresas na próxima década, que a maioria dos formatos e tecnologias será considerada dispositivos de legado e substituída por um novo ciclo de tecnologia. Assim, a mesma complexidade de adoção continuará. O analista-chefe de tecnologia Bob O’Donnell apontou o principal desafio que a tecnologia enfrenta com relação à adoção e a por que a adoção de novas tecnologias tende a ser maior nos mercados emergentes: menos influência do legado. Até que os fornecedores de tecnologia consigam dispersar as expectativas do usuário sobre softwares de legado, a força de trabalho inerentemente terá obstáculos para adotar novas tecnologias no futuro como fazem hoje. 24 “A falta de aplicativos móveis especificamente feitos para essas novas plataformas é o motivo de a adoção ser lenta. O toque só agrega valor quando você tem aplicativos que o utilizam, porque, se não tiver, não haverá necessidade dele. O real desafio é que diversas empresas executam diversos aplicativos de legado. O motivo pelo qual novas tecnologias como o toque têm grande adoção nos mercados em desenvolvimento é por ter menos sistemas legados com os quais lidar. Já nos mercados desenvolvidos, existem muito mais softwares de legado implantados, por isso é muito mais difícil de se livrar disso”. Bob O’Donnell, EUA - Fundador e analista-chefe da TECHnalysis Research Os pontos principais O “Kit de ferramentas essencial” será compreendido por um notebook, um dispositivo móvel e um tablet futuramente. Os especialistas indicam que a tecnologia no local de trabalho se alinhará com o trabalho “com base em atividade”. 25 BYOD é uma prática mundial, principalmente no ocidente e em mercados desenvolvidos. A segurança e as formalidades continuam preocupando os empregadores, mas não o bastante para evitar completamente a oferta. A adoção do toque no local de trabalho começou a ganhar força, mas agora deve se alinhar com o tal “Kit de ferramentas essencial” como um dispositivo de computação complementar em vez individualmente no local de trabalho. Trabalho remoto O senso deturpado de profissional vs. pessoal continua O senso deturpado de vida profissional vs. vida pessoal não é um conceito novo, mas que foi levado mais adiante nos últimos anos, com suspeitas de ainda estar progredindo. Dependente do setor, em qualquer período que seja, a ideia de levar trabalho para casa não é novidade. Mais recentemente, este senso de separação indistinta do trabalho vs. vida pessoal pode ser diretamente atribuído às novas tecnologias disponíveis no local de trabalho. Com as tecnologias aumentando a flexibilidade de quando e onde trabalhar, os funcionários começam a considerar suas vidas pessoal e profissional entrelaçadas, mais do que jamais visto, e por vontade própria. “As linhas estão totalmente deturpadas, entre trabalho e casa, a um nível alto, para melhor ou pior. Eu acho que para melhor, porque significa que você tem paixão pelo que faz”. Robin Raskin, EUA - Fundadora e CEO da Living in Digital Times “Estamos em um momento em que existe uma fragmentação disso como nunca se viu. Se você está no ramo de conhecimento, se trabalha na área de tecnologia ou na área de criação e artes, acho seguro dizer que existe uma deturpação maior ainda do trabalho. Não acontece mais apenas no escritório, ou seja, vai com você para casa e para outros lugares. Você se conecta ao trabalho por diversos dispositivos digitais e portais a partir de vários lugares. Acho que essa é uma tendência contínua há, no mínimo, uma década”. Genevieve Bell, EUA - Diretora de experiência do usuário da Intel Corporation “Os alemães falam muito sobre o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, sobre a compartimentalização entre o trabalho e a vida privada. Isso fica na teoria. Na prática, obviamente, o profissional digital nunca se desliga. Na teoria, você está acessível, pelo menos, 24 horas por dia, 7 dias por semana”. Tim Cole, Alemanha - Autor de Internet, Management & Future Trends in Technology 27 O senso deturpado de profissional vs. pessoal continua (continuação) Nesta situação, considera-se que a tecnologia esteja no ápice do problema. A tecnologia aprimorada oferece aos empregadores e funcionários a chance de ajustar o que o conceito de “levar trabalho para casa” significa. “A tecnologia é uma faca de dois gumes para os profissionais, pois o benefício é que o aumento da flexibilidade e da mobilidade das pessoas possibilita grandes avanços, com um potencial de equilibrar melhor a vida pessoal e a profissional. As pessoas podem trabalhar em qualquer lugar. As empresas podem economizar, pois precisam de menos espaço físico para acomodar seus funcionários. Se as pessoas quiserem trabalhar no escritório de Berlim ou de San Francisco, elas podem. Se quiserem ficar em casa com os filhos, agora ficou muito mais fácil, dependendo da abertura cultural corporativa de se organizarem tecnologicamente para conseguir isso. O problema é que nossa cultura de trabalho não se desenvolveu a ponto de acompanhar essa tendência de que agora é possível trabalhar o tempo todo”. Dorie Clark, EUA - Colaboradora da Harvard Business Review e da Forbes Magazine 28 Em todos os países fora dos EUA e do Reino Unido, a possibilidade de trabalhar em casa é considerada uma extensão do dia de trabalho, não uma substituição. Em países como França, Alemanha e Rússia, a mentalidade de “fora de visão” entra em jogo. Essa expectativa de trabalhar fora do horário comercial não é vista com um algo a mais, mas sim como uma prática de trabalho padrão. “Todo mundo fala da boca pra fora sobre a ideia de equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, mas algumas organizações não respeitam o horário comercial, seja pela ética do trabalho ou pela noção de que se o funcionário tem responsabilidade, que seja ininterrupta”. Yuri Ammosov, Rússia - Diretor de inovações do Centro de Análises do Governo da Federação Russa “O problema na França, e nós somos uma exceção, é que aqui existe o pensamento, na cabeça do gerente, de que se você não está no escritório, não está trabalhando”. Catherine Lejealle, França - Socióloga sobre o comportamento do consumidor, mobilidade e local de trabalho O senso deturpado de profissional vs. pessoal continua (continuação) Apesar da variabilidade global no equilíbrio entre vida pessoal e profissional, estamos começando a ver em alguns mercados um senso forçado de barreiras decretadas pelos funcionários. Seja em relação à localização física ou à acessibilidade móvel, algumas corporações estão começando a endireitar as barreiras da acessibilidade ao servidor, recusando-se a responder aos e-mails depois do horário comercial ou por outros meios. Embora isso não seja um resultado direto dos profissionais remotos nem de restrições orçamentárias, os empregadores estão começando a redefinir o conceito de profissional vs. pessoal para dar espaço à produtividade e à felicidade de seus funcionários. “O interessante é que, se você olhar para fora dos EUA, principalmente na Europa Ocidental e cada vez mais no setor financeiro de Nova York, verá um estímulo para voltar a conter o trabalho dentro dos confins físicos do escritório ou de determinado número de horas. Algumas empresas grandes da Europa se dissuadiram, há pouco mais de um ano, para não permitir que os funcionários levem a tecnologia para casa. Ou, no caso de algumas empresas, acredito que na França e na Alemanha, desativar o serviço de e-mails aos finais de semana para que os e-mails não cheguem e que não haja trabalho nesse período”. Genevieve Bell, EUA - Diretora de experiência do usuário da Intel Corporation “Acho que é muito simples. As empresas esperam que os caras sejam mais produtivos, pois a produtividade é a espinha dorsal da empresa, e eu acho que os funcionários querem ser mais eficientes, portanto precisam de acesso igual ao que receberiam em um ambiente de trabalho tradicional”. Steve Lalla, EUA - Vice-presidente e gerente geral da Dell 29 O espaço de trabalho do profissional remoto Independentemente do que se espera, a possibilidade de trabalhar remotamente com eficiência foi considerada dependente de dois fatores principais: tecnologia e local. Os especialistas do mundo todo indicaram, como resultado das horas a mais sendo contabilizadas em casa, que os funcionários estão abertos a utilizar seus próprios dispositivos para o trabalho remoto. Isso se deve parcialmente à acessibilidade e disponibilidade da tecnologia, mas também como um resultado da demanda do consumidor por formatos melhores ou alternativos. “Muitas pessoas têm equipamentos melhores e conexões com a Internet mais rápidas em suas casas do que no local de trabalho. Então estamos vendo experimentos nos quais mais pessoas trabalham em casa com mais frequência do que nunca”. Bob O’Donnell, EUA - Fundador e analista-chefe da TECHnalysis Research 30 Essa ideia apareceu em diversos casos com relação a tecnologia, produtividade, moral do funcionário e acessibilidade. Apesar de todos os fatores variados, a conclusão geral foi de que os profissionais remotos tendem a acessar dispositivos alternativos para trabalhar quando estão fora do escritório. “São duas partes. Por um lado, as pessoas querem ir para o escritório pelo aprendizado e pela natureza social em torno das pessoas com quem trabalham, mas, por outro lado, em alguns casos, elas não podem trabalhar em casa pela falta de infraestrutura”. Susan Lim, APAC – Líder de estratégia no local de trabalho, Pacífico Asiático, e diretora regional da Jones Lang LaSalle O impacto sobre a evolução na carreira Uma preocupação comum expressada entre os profissionais remotos foi sobre o avanço na carreira. Nos EUA e Reino Unido, os especialistas indicaram que a tecnologia não agrega nem desvaloriza o possível progresso de carreira do candidato; no lugar disso, sobressair é uma responsabilidade do funcionário. Como as tecnologias oferecem mais opções quanto à forma de trabalho, recai sobre o empregador a consciência de que os funcionários são basicamente aqueles que executam o trabalho; a tecnologia é meramente uma ferramenta de capacitação. “Eu acho que as pessoas são a espinha dorsal de seus trabalhos, por isso concordo que parte desse trabalho seja muito importante hoje e no futuro. O truque é: como essas pessoas querem se aproximar dos clientes, em campo, e ser mais móveis, como posso fazer com que elas acessem os aplicativos e o conteúdo que foram desenvolvidos e projetados para serem disponibilizados apenas em um ambiente de trabalho físico e seguro? Como eu libero a pessoa para estar na frente do cliente, com seus colegas e parceiros, além de usar os dispositivos que têm e ser produtiva? Acho que a tecnologia é uma capacitadora. A tecnologia não necessariamente é quem faz tudo”. Steve Lalla, EUA - Vice-presidente e gerente geral da Dell 31 O impacto sobre a evolução na carreira (continuação) A associação de que o trabalho remoto impacta o avanço na carreira não é fundamentada nem negada em outras regiões, já que o conceito de trabalhar remotamente já se tornou mainstream. Os especialistas não comentaram sobre qualquer correlação; no entanto, uma dinâmica hierárquica foi sugerida quanto ao motivo de os empregadores de outros mercados preferirem a acessibilidade física, frente a frente, de seus funcionários. Na Índia, China, Japão, EAU, Turquia, África do Sul e Brasil, o conceito de hierarquia cultural, orientação profissional e presença são componentes importantes do trabalho da pessoa. A ideia de trabalhar remotamente é extremamente incomum e leva à perda de orientação e oportunidades em potencial. Embora as organizações estejam se nivelando e as culturas estejam ostentando visões modernas, as expectativas culturais permanecem. “É um padrão desta sociedade. orientação, tutoria e atenção. ” Você precisa No mundo todo, os especialistas também indicaram que, se os empregadores estivessem mais cientes dos motivos pelos quais contrataram determinados funcionários, especificamente aqueles que trabalham remotamente, deveriam se preocupar menos com a produtividade e os resultados ao avaliar seu trabalho. “Se você trabalha no Google, já demonstrou altos níveis de realizações. É aí que eles ganham. Eles contratam pessoas que têm uma motivação tão alta que não precisam se preocupar com o fato de elas se descuidarem do trabalho, então aproveitam isso. Não se trata de como estão conectadas. Eles contratam pessoas que são assim”. Mark Crowley, EUA - Agente de mudanças de liderança e autor de Lead from the Heart de Dra. Hakan Ercan, Turquia - Professor de economia e consultor da Turkish Labor Markets “Em geral, saímos do escritório depois que nosso chefe sai. Se os gerentes e diretores não saírem cedo do escritório, você também ficará ali. É uma questão cultural que mostra que você está trabalhando bastante, por isso ficou além da conta”. Ricardo Massola, Brasil – Consultor internacional em ergonomia 32 O impacto sobre a evolução na carreira (continuação) Independentemente da produtividade, eficiência e tecnologia, continua havendo um estigma em torno do trabalho remoto com “presença” limitada. Os especialistas indicaram que, nos EUA, a expectativa de estar no escritório fisicamente está começando a se dissipar de forma geral e que o real desafio é conseguir cultivar a confiança e relações naturais. Sem as oportunidades orgânicas de desenvolver essas relações, os funcionários precisam trabalhar mais na criação dessas dinâmicas, algo considerado o último problema no que diz respeito ao trabalho remoto. “Eu diria que é um rápido estigmatismo em declínio o fato de não estar no escritório ser algo ruim, mas quero advertir que haverá ambientes de trabalho em que esta será a única maneira de trabalhar por diversas razões. Em alguns ambientes, independentemente do seu desejo como funcionário de consumir dados e aplicativos fora desse local, pode não haver possibilidade do ponto de vista da regulamentação ou compliance”. Steve Lalla, EUA - Vice-presidente e gerente geral da Dell 33 “Eu acho que o desafio para qualquer funcionário que trabalha em casa, ou com um notebook, que trabalha em um escritório diferente com outras pessoas, é que não importa a qualidade do seu trabalho, você tem menos oportunidades orgânicas de construir relacionamentos casuais com as pessoas; portanto, pode ser mais difícil desenvolver essa confiança implícita. As pessoas não vão querer promove-lo a menos que a conheçam bem e que confiem em você. Você pode instilar essa confiança apenas fazendo um bom trabalho, mas isso também pode acontecer por meio de diversas interações sólidas que você tem cara a cara com as pessoas, para elas conhecerem um pouco da sua personalidade. Pode ser uma desvantagem trabalhar em casa ou remotamente, mas é uma desvantagem contornável se você for estratégico quanto a encontrar maneiras de aparecer com frequência, se esforçar para aparecer nas reuniões e se mostrar de maneira proativa”. Dorie Clark, EUA - Colaboradora da Harvard Business Review e da Forbes Magazine Os pontos principais O que é considerado trabalho remoto nas regiões ocidentais, como EUA e Reino Unido, não é o mesmo em outros países, em que trabalhar em casa é uma extensão do seu dia de trabalho. 34 Os depoimentos dos especialistas indicam que, apesar do acesso a tecnologias mais novas e a ferramentas de colaboração, as expectativas de cultura e local de trabalho não deixam espaço para a adoção do trabalho em casa como um padrão num futuro próximo, mas possivelmente daqui a três ou cinco anos. O trabalho remoto em relação à evolução na carreira depende do funcionário. Especialistas nos EUA, Reino Unido e Índia dizem que o sucesso da pessoa depende de sua capacidade individual de ser produtiva seja qual for o local. Futuras tendências A Internet das Coisas Quando questionados sobre o futuro, os especialistas revelaram uma antecipação da conectividade móvel avançada, da computação e da Internet das Coisas (IoT) nos próximos anos. Com tantas empresas se concentrando em coletar e disponibilizar dados como resultado das conexões móveis, é uma suposição justa que a IoT entre no local de trabalho. A Rússia, a África do Sul e o Brasil são pessimistas sobre quando a Internet das coisas realmente chegará a suas regiões, mas APAC, EAU e Turquia esperam a integração dessa conectividade em breve para terem as Cidades inteligentes. O prazo esperado para que a Internet das Coisas se torne acessível gira em torno de dois a cinco anos. Independentemente de quando e onde a Internet das Coisas começará a aparecer, o consenso geral é que ela trará mais oportunidades de trabalhar com eficiência. 36 “Haverá mais telas, mais dispositivos e mais maneiras de se manter produtivo se, de fato, o funcionário e o empregador entrarem em um acordo e os órgãos regulatórios no setor proporcionarem essa oportunidade”. Steve Lalla, EUA - Vice-presidente e gerente geral da Dell 2016 Big Data Como um subconjunto da Internet das Coisas, os especialistas indicaram que o Big Data teria mais probabilidade de ser a chave em um futuro próximo, principalmente no que diz respeito à evolução na carreira e produtividade. Atualmente, as discussões sobre Big Data e avanços na carreira progridem. Como os dados sempre foram um medidor fundamental de como o avanço na carreira é estimado, o Big Data então não está longe de desempenhar sua função nas futuras avaliações. Os especialistas sugerem que o Big Data se tornará um componente de suas avaliações na carreira, medindo a produtividade dos profissionais remotos e um meio geral de sintetizar os resultados do funcionário. No caso de futuros avanços, mudanças no local de trabalho e oportunidades de carreira, as estatísticas e os números expostos pelo Big Data tendem a fornecer insights que antes eram hipóteses, oferecendo mais perspectivas ao tomar decisões. “Os dados sempre foram e sempre serão a base para medir parte da performance de um funcionário, mas a capacidade do funcionário, do ponto de vista pessoal, de liderança e habilidade, é que difere o “o que” e o “como””. Steve Lalla, EUA - Vice-presidente e gerente geral da Dell “Um aspecto vantajoso do big data é a capacidade de usá-lo para criar melhores relacionamentos com seus funcionários para que você entenda quais são os padrões comportamentais e como atender melhor às suas necessidades com ofertas inovadoras”. Patricia Wallace, EUA - Diretora sênior de tecnologia da informação da Johns Hopkins University 1011010110110101010101101 10110101 1101100001011000010101010111011000010 1001010001110100 37 Os pontos principais Os especialistas estão entusiasmados com a ideia da Internet das Coisas, mas são realistas em suas expectativas de quando ela entrará nos mercados regionais. 38 O uso do Big Data no progresso da carreira é provavelmente o primeiro passo da integração da coleção de dados no local de trabalho, pois pode fornecer insights valiosos quanto à eficiência do funcionário. Olhando para a frente 39 Olhando para a frente No decorrer do estudo, os especialistas compartilharam suas perspectivas sobre o atual estado da força de trabalho e como a tecnologia cercou várias regiões. Embora as métricas de crescimento e adoção variem de região para região, a escolha das tecnologias é homogênea em todo o globo. Isso permanecerá futuramente, com uma expectativa geral no mundo todo indicando que a força de trabalho passará daquilo que existe – uma abordagem desvinculada sobre flexibilidade no trabalho – para uma forma mais ampla de realizar o trabalho. Especialistas do Reino Unido e dos EUA preveem que as massas migrarão para o remoto, aumentando a necessidade e a demanda de soluções móveis. Da mesma maneira, os especialistas internacionais sugerem que os avanços tecnológicos auxiliarão com mais flexibilidade, embora ainda hesitantes com uma força de trabalho completamente móvel. Por isso, o mercado tende a ver mais tecnologias que auxiliam os indivíduos a prosperar mais fora do escritório físico. A velocidade com que as soluções de trabalho remoto são adotadas tende a variar conforme os obstáculos de legado, conforme mencionado anteriormente, mas a demanda de tecnologia e a flexibilidade continuarão constantes. “Certamente estamos migrando para uma era, pelo menos no conceito de trabalho de conhecimento, em que existe mais heterogeneidade e flexibilidade. Mais opções e mais flexibilidade”. Genevieve Bell, EUA - Diretora de experiência do usuário da Intel Corporation 40 “Eu não acredito que as organizações chegarão ao ponto de dizer: “Ninguém mais precisa vir”. Não vejo isso acontecer. Eu acho que a dinâmica de as pessoas estarem no mesmo lugar, trabalharem no mesmo lugar, poderem conversar é muito valiosa. Mas também acho que trabalhar em casa é uma conveniência que aproveitar. Eu só não acho que chegaremos a um ponto em que as pessoas trabalharão em casa”. Mark Crowley, EUA - Agente de mudanças de liderança e autor de Lead from the Heart “Uma mudança clara com a tecnologia é que ela continua oferecendo a possibilidade de trabalhar mais. Acho que as empresas enxergam isso como um dos principais benefícios da mobilidade e do BYOD. As empresas conseguem mais produtividade de seus funcionários justamente por causa do tempo adicional gasto. Não necessariamente se trata de mais produtividade por hora, mas apenas mais horas, se você tiver fornecido a eles os dispositivos móveis mais eficientes”. Bob O’Donnell, EUA - Fundador e analista-chefe da TECHnalysis Research “A Dell espera oferecer opções aos clientes, ou seja, todas as maneiras diferentes com as quais eles queiram trabalhar”. Jai Menon, EUA – VP e Chief Research Officer da Dell Contribuições da Dell e da Intel com a tecnologia de local de trabalho Depois de conversar com especialistas no mundo todo, a TNS e a Cascade Insights conversaram com especialistas líderes da Dell e da Intel. Depois de coletar insights quanto à atual situação do local de trabalho e da tecnologia, Steve Lalla, Jai Menon, Dane Parker, David Buccholz e Genevieve Bell falaram sobre iniciativas em andamento para auxiliar o local de trabalho em formação, principalmente quanto à questão de mobilidade e tecnologias do futuro. A capacidade que a Dell e a Intel têm de conseguir tocar e agregar valor a diferentes partes da computação proporciona uma grande oportunidade de ajudar a desenvolver tecnologias que afetam cada parte do novo local de trabalho que se forma. Por se relacionar ao trabalho remoto que utiliza VPN, thin clients e VDI versus componentes que são integrais na coleta de Big Data e alimentação da Internet das Coisas, as duas empresas serão importantes em relação às futuras tecnologias. “Temos projetos de pesquisa analisando tecnologias em diversas áreas. Quatro áreas específicas em que nos concentramos são: data center de última geração e Cloud computing, a segunda é Segurança, a terceira é Big Data e a quarta é Mobilidade e Internet das Coisas”. Jai Menon, EUA – VP e Chief Research Officer da Dell 41 “A Intel e a Dell estão, há tempos, inovando em plataformas de computação, seja para os desktops agora, para os notebooks e tablets e os dois em um. Vejo esse compromisso contínuo de trazer a melhor performance para os dispositivos de formatos mais apropriados e opções para as pessoas. Porque é disso que precisamos. Precisamos de um dispositivo que seja mais relevante no momento presente — mais relevante por sua performance, seu formato ou o que quer que seja”. “Acredito que continuaremos vendo a parceria entre Intel e Dell rumo à inovação em formatos tradicionais e, em alguns lugares, trabalhando juntas. O tablet não existia quatro ou cinco anos atrás, certamente não do jeito como existe hoje. Acho que às vezes existem novas possibilidades quanto à maneira como nos conectamos e colaboramos”. Genevieve Bell, EUA - Diretora de experiência do usuário da Intel Corporation Os pontos principais Os futuros avanços tecnológicos permitirão mais flexibilidade e ajudarão melhor os indivíduos fora do escritório físico. 42 Dell e Intel se comprometem com a inovação no suporte à força de trabalho em formação com iniciativas centradas na disponibilização da melhor performance e oferta de opções de local de trabalho. Lista de especialistas 43 Lista de especialistas - EUA David Buchholz, EUA Diretor de estratégias empresariais ao cliente da Intel Corporation Dorie Clark, EUA Colaboradora da Harvard Business Review e da Forbes Magazine Genevieve Bell, EUA Diretora de experiência do usuário da Intel Corporation Geri Stengel, EUA Presidente e planejador estratégico com foco em mulheres e tecnologia Steve Lalla, EUA Vice-presidente e gerente geral da Dell Bob O’Donnell, EUA Fundador e analista-chefe da TECHnalysis Research Robin Raskin, EUA Fundadora e CEO da Living in Digital Times Patricia Wallace, EUA Diretora sênior de tecnologia da informação da Johns Hopkins University 44 Mark Crowley, EUA Agente de mudanças de liderança e autor de Lead from the Heart Dane Parker, EUA Vice-presidente de instalações globais e EHS da Dell Jai Menon, EUA VP e Chief Research Officer da Dell Lista de especialistas - Internacional APAC – Susan Lim Líder de estratégia no local de trabalho, Pacífico Asiático, e diretora regional da Jones Lang LaSalle China – Wouter Hofman, Diretor sênior do programa de transformação global da Philips International França – Catherine Lejealle Socióloga sobre o comportamento do consumidor, mobilidade e local de trabalho Alemanha – Tim Cole Autor de Internet, Management and Future Trends Índia – Pallavi Shrivastava Consultora de estratégias para locais de trabalho e pesquisadora comportamental Rússia – Yuri Ammosov Diretor de inovações do Centro de Análises do Governo da Federação Russa 45 África do Sul – Steven Ambrose CEO da StrategyWorx Reino Unido – Peter Thompson Palestrante, autor e consultor da Future Work EAU – Saeed Al Dhaeri Pesquisador de tecnologia e palestrante internacional Turquia – Dr. Hakan Ercan Professor de economia e consultor da Turkish Labor Markets Brasil – Ricardo Massola Consultor internacional em ergonomia