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sm.com.br | abril de 2014 | ano 02
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0
2
obrigatória, A escrituraÇÃO
digital TRAZ MUITOS
PROBLEMAS.
vEJA COMO RESOLVÊ-LOS
Suplemento integrante de Supermercado Moderno Ano 2 Nº2 abril 2014
Especial interior de são paulo
VERDE QUE TE
QUERO vendas
A agricultura do interior de São Paulo, que tem gerado tantas
riquezas, tem TAMBÉM elevado O FATURAMENTO Do VAREJO acima
DA MÉDIA nacional. AlguMAs REDES CRESCEM AINDA MAAAAIS
Sem título-1 1
2/4/2014 11:08:25
ao leitor
SUPERMERCADO MODERNO
Propriedade de Publicar Mídias Especializadas Ltda.
interior de sao paulo
Presidência do Grupo
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Editor Emérito Valdir Orsetti
Conselho Executivo
Lauricéia Tavares Bernardino, Mário Nazar,
Robert Macody Lund e
Sergio L. Alvim V. Oliveira
Redação
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Editora executiva Sheila Hissa
Editora-assistente Alessandra Morita
Repórteres Adriana Silvestrini, Fernando Salles,
Rafael Faustino e Viviane Sousa
Colaboradores
sheila hissa
Feitiço
das vendas
editora executiva
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Minas dá leite, a Vila Isabel dá samba, mas
São Paulo já não dá café. Desde que o compositor Noel
Rosa criou o delicioso “Feitiço da Vila”, em 1934, o interior
do Estado abandonou a monocultura do café (com a qual
ganhou e perdeu muito dinheiro) e hoje dá cana, laranja
e soja, entre outras culturas. Com elas, aprofundou sua
vocação para extrair bons resultados da terra, enriquecer
a economia local, erguer grandes empresas e melhorar
a qualidade de vida dos moradores. Não é à toa que seu
autosserviço alimentar é um dos mais vigorosos do País.
Em 2013, de acordo com o Ranking SM, publicação que
acompanha esta edição, a região cresceu em vendas reais
7,7%, acima da média nacional, que foi de 6,4%. Mais ainda:
tem em seu elenco de redes varejistas várias que não param
de avançar. Entre elas, Porecatu, Lopes e Jad Zogheib
(Confiança), cujas vendas, descontada a inflação, subiram
32%, 26,5% e 16%. Conheça as Top 10, neste suplemento.
O sucesso, entretanto, não encobre problemas e
oportunidades. Entre as dificuldades, a adaptação ao Sped
é uma delas. Nas próximas páginas, discutimos a árdua
tarefa de adaptar sistema e cadastro à tributação, a ameaça
das pesadas multas e o que fazer para evitá-las. E quando
o assunto é chances de melhoria, abordamos os atacarejos,
que crescem na região e têm feito a alegria de muitos
empresários. O suplemento espera ajudá-lo a transformar
as vantagens e os desafios do mercado em feitiço de vendas.
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2/4/2014 11:16:08
sumArio
interior de sao paulo
SM | nº 02 | ABRIL de 2014 | ano 02
seca0
26
Tem que Ter
materias
supermercados do interior de SP crescem 7,7%
07
SPED fiscal exige maior controle das empresas 15
Atacarejo tem futuro promissor
21
O resultado de 2013, apurado pelo Ranking SM, supera a média nacional do
setor. Mais uma vez, a renda migrou para regiões fora das áreas metropolitanas
Dados de tributos e estoques são os maiores desafios enfrentados pelo varejo
A região responde por 18,3% dos gastos realizados pelos brasileiros no cash & carry.
Neste ano, mais inaugurações estão previstas, o que vai acirrar a concorrência
Spani prevê três novas lojas e faturamento de R$ 1,8 bilhão | 21
Sem título-1 1
2/4/2014 11:20:31
INTERIOR de são paulo
interior a todo
A
vapor
divulgação
As redes do interior paulista tiveram alta
real nas vendas de 7,7% em 2013, contra
6,4% da média nacional. Agronegócio e
migração de consumidores puxaram renda
Porecatu eleva vendas reais em 32%
Visual-padrão e organização foram melhorias adotadas na rede, que também abriu e reformou lojas
economia do interior paulista continua surpreendendo pelo crescimento. A expansão é reflexo do movimento de interiorização pelo qual o País vem passando, o que
tem impactado as vendas do autosserviço alimentar na região. No ano passado, o
setor teve crescimento real de 7,7% no interior do Estado de São Paulo em relação
a 2012. O aumento é superior à média nacional, de 6,4%. Boa parte dessa expansão
se justifica pela alta da renda. “Ela tem subido principalmente pelo desenvolvimento de regiões com grande potencial em setores específicos da atividade econômica, como plantações de soja, cana-de-açúcar, laranja, entre outras”, afirma Rodrigo
Mariano, gerente de Economia e Pesquisa da Apas (Associação Paulista de Superreportagem patrícia büll
abril 2014 | SM.com.br 7
crescimento a todo vapor
interior de são paulo
mercados). “O desenvolvimento dessas cidades aumentou a demanda por serviços, comércio e entretenimento, o que ampliou as possibilidades de emprego, elevando os ganhos da população”, conclui.
Os supermercados do interior paulista já representam 42% do faturamento do setor no Estado de São
Paulo, cujo crescimento foi de 6% no ano passado.
O economista lembra ainda que, nos últimos
anos, houve migração de muitas pessoas da capital e ABC Paulista para cidades do interior do Estado em busca de melhor qualidade de vida. Esses
consumidores possuem renda média superior, o que
tem contribuído para uma sofisticação das compras
também nas cidades localizadas fora da região metropolitana paulista. Marcos Pazzini, diretor da IPC
Marketing, acrescenta que esse mesmo movimento
de interiorização foi realizado por muitas empresas,
em busca de custos menores de operação.
Não é por acaso que muitos supermercados têm
conseguido resultados acima da média do Estado e
também do País. Um exemplo é a rede Tome & Leve
(cuja razão social é A. Daher), que cresceu 17,5% em
termos reais em 2013, sobre o ano anterior. Com isso, alcançou receita de R$ 177,8 milhões. Segundo o
supervisor Osvaldo Ricoldo, a rede arrumou a casa
em 2013. “Reformamos duas lojas em São José do Rio
Preto investindo, por exemplo, em novos expositores
de hortifrútis e de padaria”, diz Ricoldo. Com nove lojas na região de Colinas, a empresa também abriu
uma filial de 1.700 m2 em Barretos no ano passado.
A varejista contratou ainda um diretor comercial
com experiência em gestão e ruptura. “Ele passou a
realizar encontros com fornecedores para discutir
como evitar falta de produtos nas lojas e quanto cada um de nós ganharia com isso. Também mudamos alguns processos de logística, adotamos novos
formatos de compras e fizemos um ajuste do nosso
estoque-padrão. Tudo isso colaborou para a queda
de 25% na ruptura no ano passado”, explica Ricoldo.
Os investimentos envolveram ainda treinamentos específicos, como em perdas. “Apostamos em
capacitação e, por meio de acompanhamento, conseguimos reduzir esse problema e alavancar as vendas de perecíveis”, comenta o supervisor.
O foco nos colaboradores também foi o caminho
adotado pelos supermercados Porecatu, de Votuporanga, para ampliar as vendas. Segundo o 43º Ranking
de SM, a empresa, com cinco lojas, teve alta real de
32,2% em comparação a 2012, atingindo faturamen-
10 redes que mais avançaram
Com investimentos em pessoas e melhorias operacionais, os médios sobressaíram no interior
Empresas
1ª SUPERMERCADO PORECATU LTDA.
2ª LOPES SUPERMERCADO LTDA.
Faturamento 2013
Faturamento 2012
Alta real em %
217.893.670
155.126.495
32,2
379.379.214
282.311.003
26,5
3ª SUPERMERCADO ESTRELA DE REGENTE FEIJÓ LTDA.
112.464.075
86.214.088
22,8
4ª PEDRO MARCIO DA FONSECA & CIA. LTDA.
99.079.576
77.435.002
20,5
5ª A. DAHER & CIA. LTDA.
6ª JAD ZOGHEIB E CIA. LTDA.
177.784.558
142.451.286
17,5
687.895.593
557.752.807
16,1
7ª COMERCIAL DELTA PONTO CERTO LTDA.
386.784.595
317.486.461
14,7
8ª LINDOMAR SANTOS NASCIMENTO - ME
34.622.652
28.909.000
12,8
9ª COOP. CONSUMO DE INÚBIA PAULISTA
126.989.750
109.177.631
9,5
241.235.398
207.627.269
9,4
10ª SUPERMERCADO BIG BOM LTDA.
8 SM.com.br | abril 2014
Sem título-1 1
2/4/2014 11:21:08
CRESCIMENTO A todo vapor
divulgação
interior de são paulo
vendas maiores de perecíveis
O Tome & Leve realizou treinamentos para reduzir as perdas de FLV. Rede teve alta real de 17% em 2013
to de R$ 217,9 milhões. “Adotamos um trabalho com
a gerência em cada loja, mostrando a importância
de ter um espaço limpo e comunicação visual comum a toda a rede”, afirma Elaine Biasi, gerente-geral do grupo. A empresa também ampliou o número
de novidades nas filiais, especialmente no setor de
padarias. “Essa seção tem tido uma demanda muito grande e serve como chamariz para o restante da
loja”, explica a executiva do supermercado.
Segundo ela, também contribuiu para o crescimento da companhia a abertura de uma nova loja em São José do Rio Preto e a reforma de outra em
Votuporanga. “Apesar do bom resultado, não podemos descuidar do atendimento. Por isso, implementamos uma série de ações para diminuir o turnover
de funcionários na empresa”, comenta Elaine.
Ter um médico na empresa, contratação de um
psicólogo e adoção de plano de saúde e odontológico são alguns benefícios do Porecatu para reter a
mão de obra. “A carga horária, com trabalho nos finais de semana, é o principal motivo da alta rotatividade entre os colaboradores. Por essa razão, a ge-
10 SM.com.br | abril 2014
rência não pode cruzar os braços”, avalia a gerentegeral da companhia. Assim, a rede procurou uma
forma de compensar a jornada estendida. A maneira encontrada para reter o pessoal foi incluir benefícios que diferenciassen a empresa da concorrência.
Outra melhoria adotada pelo porecatu
foi a criação de um check-list, realizado a cada 15 dias,
para identificar a falta de produtos nas lojas. Durante
essa checagem, também são apurados dados de preços, o que ajuda a empresa a balizar e readequar os
valores praticados ao consumidor. Segundo Elaine, a
empresa trabalha com margens baixas para manter
a competitividade, compensando no volume. “Cada
comprador é responsável por negociar uma oferta para colocarmos nos tabloides”, explica ela. São três jornais de ofertas semanalmente: um às segundas e terça-feiras com promoções de carne; quartas e quintas com ofertas do sacolão; e, finalmente, um que
circula de sexta a domingo com promoções gerais.
Com tantas ações e melhorias, não é por acaso
que as redes do interior crescem cada vez mais.
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INTERIOR de são paulo
SPED
As dificuldades com o
Com todas as mudanças que tiveram de ser implantadas,
o Sistema Público de Escrituração Digital, da Receita Federal,
tem tirado o sono de muitos empresários do setor.
A parte de tributação e a de estoque são as mais críticas
Texto Lana de Paula
abril 2014
|
SM.com.br 15
SPED
divulgação
interior de são paulo
C
cadastro Manutenção é essencial para ter os percentuais corretos de impostos em cada SKU, diz Marcos Baraldi, da MG Contécnica
om as novas exigências do Fisco a
partir da implantação do Sped –
prestação de contas contábeis feitas eletronicamente na base de dados do governo – os varejistas têm
que lidar com informações tributárias que antes passavam despercebidas. Grande parte do trabalho
acontece dentro da própria empresa para evitar divergências quando os dados forem inseridos no Sped. E é aí que surgem os desafios. Um
deles é incluir os percentuais corretos dos impostos no
cadastro, pois há muita dificuldade em se obter essas
informações de cada item. “O varejo agora tem de fazer
uma manutenção para todo o cadastro estar classificado de forma certa. Tanto na compra como na venda, o
que vimos é muita tributação errada”, afirma Marcos
Baraldi, gerente técnico da MG Contécnica.
No interior paulista, não foi diferente. Erlon Ortega,
diretor do Serve Todos, confirma as dificuldades. Com
seis lojas na região de Pirajuí, a empresa investiu em trei-
16 SM.com.br | abril 2014
namento da equipe e no desenvolvimento de um time
de especialistas. A ideia é manter o cadastro em ordem,
evitando informações erradas ao Fisco e, portanto, multas pesadas. Também mantém até hoje uma consultoria
para acompanhamento constante. “O assunto é muito
sério, são muitos itens, muitas alíquotas e algumas delas têm interpretação diferente”, argumenta o varejista.
Entre as principais dificuldades na implantação do Sped, Ortega destaca fazer esse sistema e o cadastro falarem a mesma linguagem, como quer a legislação. “Outra situação difícil de resolver é que, às vezes,
o fornecedor tem uma classificação para um item e o
supermercado, outra”, explica. É o caso do açúcar magro. A indústria interpreta como açúcar e o varejo como adoçante. E cada um paga uma alíquota diferente.
Segundo os especialistas, as empresas tinham muitos sistemas comerciais, mas não de cunho fiscal. Foi
necessário mudar procedimentos e até a forma de receber produtos. “Antes, a mercadoria chegava, entrava no estabelecimento e depois a nota fiscal era en-
a implantacao
O Sped vem sendo
implantado aos
poucos desde 2009
e tem por objetivo
principal fazer toda
a escrituração fiscal,
antes realizada em
livros, de forma digital,
na base do governo.
Os quatro principais
módulos (Contábil, Fiscal,
Contribuições e NF-e)
já estão implantados,
de acordo com
Marcos Baraldi, gerente
operacional técnico
da MG Contécnica.
Confira a seguir:
O Sped Fiscal está
totalmente implantado
para todas as empresas
de lucro real e lucro
presumido desde janeiro
deste ano. Para as optantes
pelo Simples, o prazo será
a partir de janeiro de 2016
A Nota Fiscal
eletrônica não inclui
o varejo na
obrigatoriedade para
venda interna, somente
para algumas operações
O Sped Contábil
é dirigido apenas
a empresas de lucro real
e, a partir deste ano,
às companhias de
lucro presumido que
distribuem lucro acima
do valor projetado
O Sped Contribuições
já é obrigatório
desde janeiro de 2012
SPED
interior de são paulo
Valor das multas
Confira quanto as empresas precisam pagar ao governo em caso de dados errados e atrasos
Quando há atraso na entrega de dados, o valor
da multa é de R$ 500 por mês ou fração disso
às empresas que estiverem em início de atividade
ou que sejam imunes ou isentas. Ou ainda que,
na última declaração apresentada, tenham apurado
lucro presumido ou pelo Simples Nacional
Às demais pessoas jurídicas ou àquelas que,
na última declaração, tenham utilizado mais de uma
forma de apuração do lucro ou tenham realizado
alguma mudança em sua organização societária
poderá haver multa de R$ 1.500 por mês ou fração
desse valor se os dados forem entregues fora da data
Ainda em caso de atrasos, as multas serão
a metade do valor quando a prestação de contas
for cumprida antes de ser realizado algum procedimento
de ofício pelo governo (comunicação ou intimação)
Se a empresa não cumprir a intimação das
Secretarias da Fazenda no prazo estipulado, a multa
é de R$ 500 por mês-calendário
Em caso de informações inexatas, incompletas
ou omitidas ao governo nos diferentes módulos do
Sped, serão pagos 3% de multa sobre o valor das
transações comerciais ou das operações financeiras
das empresas, não inferior a R$ 100 para pessoa jurídica
Na hipótese de pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional, os valores e o percentual serão reduzidos em 70%. BASE LEGAL: Lei 12.873 de 24 de Outubro de2013, Lei 12.766 de 27 de Dezembro de 2012, Medida Provisória 2.158 de 24 de Agosto de 2001. Fonte: Consultoria Técnica, MG Contécnica - 06/11/13
viada para a contabilidade. Hoje é preciso dar entrada na mesma hora”, destaca Baraldi.
Quanto ao estoque, o Sped também exige informações sobre as quantidades iniciais, todas as mercadorias adquiridas e vendidas e o saldo final. Se os números não baterem, as multas são pesadas. “Para se
ter uma ideia, algumas empresas estão no lucro real
trimestral e precisam ter a posição de estoque a cada
quatro meses”, explica o gerente da MG Contécnica.
quanto maior o estoque, maior a necessidade
de controles mais eficientes de giro e sazonalidade de mercadorias, afirma Daniel da Silva, diretor
da Dapesi Consultoria. Ele acrescenta que isso aumenta o custo administrativo. “Por outro lado, ajuda a evitar rupturas”, ressalta. Também é preciso
treinar o pessoal de loja, pois erros básicos ainda
acontecem, como registrar nos caixas diferentes
sabores de um produto como se fossem todos da
mesma versão. Os cuidados se justificam, pois as
multas, quando há divergência de informações de
estoque, também são altas. Em alguns casos, al-
18 SM.com.br | abril 2014
cançam a receita mensal de um supermercado.
Ou seja, um erro pode ter impacto direto sobre o
lucro líquido, que, no setor, gira em torno de 2%,
enfatiza Silva, especialista da Dapesi.
A expectativa de varejistas e consultores é de
que as mudanças exigidas pelo Sped aumentem a
arrecadação feita pelo governo, permitindo uma
redução da carga tributária. Até porque o cerco
dos órgãos públicos não para por aí. Ainda este
ano deve ser implantado o eSocial, que também
faz parte do Sped e pretende unificar as informações das empresas de todo o País sobre seus funcionários. Em São Paulo, deve entrar em vigor a
obrigatoriedade da CF-e, a nota fiscal eletrônica
ao consumidor, em novembro. “Toda mudança
gera desconforto. Por outro lado, as exigências
do Sped obrigam os supermercadistas a ter relatórios gerenciais concisos e transparência nas informações, o que ajuda na tomada de decisões”,
ressalta o diretor da Dapesi. Isso significa que o
investimento em adaptações poderá retornar às
empresas na forma de vendas maiores.
Sem título-1 1
2/4/2014 11:37:01
Sem título-1 1
2/4/2014 15:21:28
INTERIOR de são paulo
futuro
promissor para o
divulgação
atacarejo
Os cash & carry – atacadistas que atendem também
os clientes de varejo –vêm se multiplicando no interior de
São Paulo. A região já representa 18% do total de gastos
realizados pelas famílias brasileiras nesse formato
Texto Lana de Paula
grupo zaragoza Na empresa, proprietária da rede Spani Atacadista (foto), 63% do faturamento vem do atacarejo
abril 2014
|
SM.com.br 21
atacarejo
interior de são paulo
Q
ue o solo paulista é fértil, ninguém duvida. Nele crescem culturas campeãs como as
de café e cana de açúcar, que geram grande lucratividade para a agricultura local.
Mas também cresce um mercado varejista interessante, com muitas redes e lojas
de fazer inveja às melhores visitas técnicas internacionais, tanto pela modernidade e sortimento, quanto pelo bom atendimento. Em meio à tamanha prosperidade, uma semente vem dando bons frutos nesse mercado, a do Atacarejo, formato
com posicionamento estratégico claro: o preço competitivo.
Estudos realizados pela Nielsen por meio do Homescan – painel contínuo de domicílios – e do Scantrack Cash & Carry mostram que o interior paulista respondeu por
18,3% do total de gastos realizados pelos domicílios brasileiros no formato em 2013.
Volta Redonda. A meta para este ano é chegar a R$
1,8 bilhão com a inauguração de 3 lojas, duas delas
na cidade de Lorena, também no interior paulista.
“Somos de São José dos Campos e procuramos abrir
nossas lojas nessa região. É preciso conhecer bem
o cliente”, conta Flávio Almeida, diretor comercial.
“No Estado de São Paulo, 50% das famílias já são frequentadoras desses pontos de venda, em busca das
categorias de mercearia e bebidas”, comenta Olegário Araújo, diretor de atendimento ao varejo da Nielsen. A média nacional é de 33% ou 1/3 dos lares.
Não é por acaso que muitos supermercados do interior paulista estão apostando no atacarejo para
crescer. Um exemplo é o Grupo Zaragoza, dono do
Spani Atacadista. A empresa faturou no ano passado R$ 1,4 bilhão, do qual 63% veio do cash & carry. A
bandeira surgiu em 2003 e está presente nas cidades
de São José dos Campos, Guaratinguetá, Mogi das
Cruzes, Atibaia, Pindamonhangaba e Caraguatatuba no Estado de São Paulo. O público sul-fluminense também conta com duas unidades, em Resende e
A receita de sucesso do Spani é visivelmen-
Operacoes diferentes
Participacao nos gastos
Se você planeja acrescentar atacarejo
à sua rede, tenha bem claro o posicionamento
de cada formato e saiba equilibrar os custos.
Veja como o formato trabalha:
Saiba quanto cada região representa
nas vendas do formato atacarejo
Margens apertadas e grandes volumes
Lojas de baixo custo operacional e pouca
oferta de serviços
Oferece preços baixos
Atende varejistas, transformadores e consumidores
Concorre com grandes atacadistas e distribuidores
40% das marcas líderes no autosserviço alimentar não
têm liderança no formato cash & carry
te o foco: tanto regional quanto no objetivo dessas
lojas, que é o de atender principalmente o pequeno
varejo e os transformadores. “Sabemos que é grande a dificuldade com a logística no País e que a indústria precisa chegar ao pequeno varejo. Procuramos oferecer boas lojas para que ela consiga cumprir
bem o seu papel”, explica Flávio Almeida.
5,4%
18,3%
Interior de SP
centro-oeste*
31,8%
Nordeste
4,5%
sul
18,2%
MG/ES/
Interior RJ
18,9%
grande sp
2,9 %
grande rj
Fonte: Nielsen * Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal
22 SM.com.br | abril 2014
Sem título-1 1
2/4/2014 15:13:05
atacarejo
A rede Tonin é praticamente pioneira nesse formato, e
quem vê o sucesso alcançado hoje nem imagina como
foram sofridos os dois primeiros anos do Superatacado. O diretor Luiz Tonin conta que vislumbraram esse
campo quase inexplorado no Brasil e escolheram Ribeirão Preto, cidade grande no interior paulista e próxima da sede da empresa, em São Sebastião do Paraíso (MG). Ele imaginou que seus clientes seriam o pequeno varejo e os consumidores. Mas a migração do
cliente de atacadista e distribuidor não aconteceu de
imediato. Além disso, o consumidor final ainda não tinha o hábito de comprar numa loja desse tipo. Pensava que só eram vendidas caixas fechadas de produtos
e que precisaria ter CNPJ para comprar.
O crescimento veio com a lição de conhecer bem o
cliente atendido. As inaugurações aconteceram nas
cidades mais desenvolvidas, próximas da sede e do
divulgação
interior de são paulo
Luiz Tonin “Mais três lojas no formato cash & carry devem
ser inauguradas ainda neste ano. Uma será em Ribeirão Preto”
Centro de Distribuição. Hoje são sete lojas, em Franca (duas unidades), Ribeirão Preto, Araraquara, São
Carlos e São José do Rio Preto, no interior paulista,
além de uma em Guaxupé (MG). O formato cresceu
18% em 2013, em relação a 2012, e já responde por
78% das vendas do grupo, que também tem quatro
supermercados, todos em Minas. “Mudamos o foco
do negócio. Diminuímos o atacado que já tínhamos
e aumentamos o Superatacado”, conta o diretor.
Tonin considera o interior paulista bastante
desenvolvido, com renda per capita alta, mas extremamente competitivo. “Se tivesse que começar hoje
seria um risco muito grande.” O grupo deve inaugurar três lojas este ano, uma delas em Ribeirão Preto,
onde tudo começou. Já o Atacadão não informa faturamento nem planos de expansão na região, mas
garante que o Estado de São Paulo tem papel importante nas suas operações. A rede de atacarejo integra o portfólio de bandeiras do grupo Carrefour e
chegou ao interior paulista em 2001, na cidade de
São José do Rio Preto. Desde então, expandiu-se de
forma acelerada para outros dez municípios – Araraquara, Bauru, Campinas, Limeira, Marília, Piracicaba, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Taubaté
e Franca – somando 13 lojas.
A rede considera que contribui para o desenvolvimento dessas regiões, gerando empregos e movimentando a economia local. Inaugurada em janeiro deste
ano, a unidade de Franca, por exemplo, disponibiliza
dez mil produtos e tem capacidade para atender 120
mil clientes/mês. O investimento ajudou na criação
de 860 postos de trabalho. É o formato cash & carry
crescendo no ritmo forte do interior de São Paulo.
tem que ter
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dicas e sugestões para sua loja
por alessandra morita [email protected] | Foto divulgação
interior de São Paulo
Seção de flores fideliza
clientes do supermercado
C
om lojas no interior de São Paulo, a rede
Confiança tem uma área destinada a flores
e arranjos decorativos em todas as suas
nove unidades. A seção fica localizada na
entrada dos supermercados para atrair a atenção
do público. Segundo Alexandre Fátimo dos Santos,
gestor de compras da rede, essa localização também
ajuda a criar o hábito de comprar esses produtos em
suas filiais. “A seção ajuda ainda a fidelizar o con-
sumidor”, afirma. Ele lembra que as datas sazonais
dão grande impulso às vendas. Só no Dia das Mães,
a mais importante, as vendas de um final de semana
correspondem às de um mês inteiro. Outras datas
com boa saída são o Dia da Mulher, o dos Namorados
e o Natal, além da primavera. Com faturamento de
R$ 687,9 milhões em 2013, o Confiança é exemplo
em produtividade. Alcança vendas/m2 anuais de
R$ 41,1 mil, quase o dobro da média Brasil no setor.
Sem título-1 1
2/4/2014 11:08:58
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