baixar pdf - Supermercado Moderno
Transcrição
baixar pdf - Supermercado Moderno
sped sm.com.br | abril de 2014 | ano 02 0 0 2 obrigatória, A escrituraÇÃO digital TRAZ MUITOS PROBLEMAS. vEJA COMO RESOLVÊ-LOS Suplemento integrante de Supermercado Moderno Ano 2 Nº2 abril 2014 Especial interior de são paulo VERDE QUE TE QUERO vendas A agricultura do interior de São Paulo, que tem gerado tantas riquezas, tem TAMBÉM elevado O FATURAMENTO Do VAREJO acima DA MÉDIA nacional. AlguMAs REDES CRESCEM AINDA MAAAAIS Sem título-1 1 2/4/2014 11:08:25 ao leitor SUPERMERCADO MODERNO Propriedade de Publicar Mídias Especializadas Ltda. interior de sao paulo Presidência do Grupo Robert Macody Lund Publicar Mídias Especializadas Ltda Diretoria Telefone (11) 3327-4504 Diretor Executivo Sergio L. Alvim V. Oliveira Editor Emérito Valdir Orsetti Conselho Executivo Lauricéia Tavares Bernardino, Mário Nazar, Robert Macody Lund e Sergio L. Alvim V. Oliveira Redação Telefone (11) 3327-4514 / E-mail: [email protected] Editora executiva Sheila Hissa Editora-assistente Alessandra Morita Repórteres Adriana Silvestrini, Fernando Salles, Rafael Faustino e Viviane Sousa Colaboradores sheila hissa Feitiço das vendas editora executiva [email protected] Minas dá leite, a Vila Isabel dá samba, mas São Paulo já não dá café. Desde que o compositor Noel Rosa criou o delicioso “Feitiço da Vila”, em 1934, o interior do Estado abandonou a monocultura do café (com a qual ganhou e perdeu muito dinheiro) e hoje dá cana, laranja e soja, entre outras culturas. Com elas, aprofundou sua vocação para extrair bons resultados da terra, enriquecer a economia local, erguer grandes empresas e melhorar a qualidade de vida dos moradores. Não é à toa que seu autosserviço alimentar é um dos mais vigorosos do País. Em 2013, de acordo com o Ranking SM, publicação que acompanha esta edição, a região cresceu em vendas reais 7,7%, acima da média nacional, que foi de 6,4%. Mais ainda: tem em seu elenco de redes varejistas várias que não param de avançar. Entre elas, Porecatu, Lopes e Jad Zogheib (Confiança), cujas vendas, descontada a inflação, subiram 32%, 26,5% e 16%. Conheça as Top 10, neste suplemento. O sucesso, entretanto, não encobre problemas e oportunidades. Entre as dificuldades, a adaptação ao Sped é uma delas. Nas próximas páginas, discutimos a árdua tarefa de adaptar sistema e cadastro à tributação, a ameaça das pesadas multas e o que fazer para evitá-las. E quando o assunto é chances de melhoria, abordamos os atacarejos, que crescem na região e têm feito a alegria de muitos empresários. O suplemento espera ajudá-lo a transformar as vantagens e os desafios do mercado em feitiço de vendas. foto CAPA divulgação projeto gráfico e Direção de arte FmaisG Projetos Visuais tratamento de imagens J. Soza ASSINATURA Sueli Simão (11) 3327-4522 • [email protected] MARKETING ANUNCIANTE Camila Siqueira (11) 3327-4512 • [email protected] Eventos Djula Felix Ferreira (11) 3327-4607 • [email protected] PUBLICIDADE Telefone (11) 3327-4516 / e-mail: [email protected] Apoio a Vendas Carla Morais (11) 3327-4505 Gerente Comercial e de Marketing Marcelo Luz e Silva (11) 3327-4507 • [email protected] Gerentes de Contas Alexandre Niccolai (11) 3327-4520 • [email protected] Priscila Marinho (11)3327-4570 • [email protected] Roberto Campaneli (11) 3327-4623 • [email protected] Vanda Maeda (11) 3327-4555 • [email protected] REPRESENTANTES SÃO PAULO Ação Representação Com. S/C Ltda Vanderlan Pereira Gonçalves Jr. Tel. (11) 3384-8756 E-mail: [email protected] RIO DE JANEIRO (RJ) e ESPÍRITO SANTO (ES) Grupo RioBrasil Mauricio Menezes Tel. (21) 2599-8969 E-mail: [email protected] CURITIBA (PR) Spala Marketing e Representações: Gilberto Paulin Tel./fax (41) 3027-5565. E-mail: [email protected] PORTO ALEGRE (RS) In Trade Comunicação Dirigida César Augusto Pereira Tel./fax (51) 3737-5177 E-mail: [email protected] BELO HORIZONTE (MG) SBF Representações Comunicação Propaganda e Marketing Ltda: Cibelle Bernardes Tel. (31) 2125-2921 E-mail: [email protected] NORDESTE Oficina de Mídia Magali Peruzzi Provazzi Tel.(81) 3341-5693/9971-0400 E-mail: [email protected] INTERIOR SÃO PAULO (SP) Interage Representações Rosemeire Camargo Sesso Tel. (11) 4112-3141 E-mail: [email protected] SPi.Mídia Fabricio Baroni Tel. (19)3042.5761. E-mail: [email protected] Para obter informações e solicitar serviços Fax (11) 3228 - 9333 - Site www.sm.com.br Supermercado Moderno: R. Brigadeiro Tobias, 356, 3º andar, CEP 01032-901. São Paulo, SP. Tel. (11) 3327-4400. C. Postal 3349 - 01060-970. Supermercado Moderno é enviada mensalmente a executivos, proprietários, compradores, gerentes e encarregados de lojas de autosserviço, conveniência, atacados e cooperativas responsáveis por 80% das vendas. ESTA EDIÇÃO CIRCULA APENAS NO INTERIOR DE SÃO PAULO. Coordenador de Produção - Denise Spedo Maciel (11) 3327- 4569. Distribuição: DTD Distribuição e Courier. Não autorizamos pessoas a oferecer assinaturas. Se for procurado por alguém, denuncie-o às autoridades. SM não aceita matérias pagas no espaço editorial. Proibida reprodução total ou parcial sem autorização dos editores. Registro de Publicação assentado no cadastro da Divisão de Censura de Diversões Públicas, D.P.F., nº 275.P209/73. Impresso por Prol Editora Gráfica Ltda, Av. Papaiz, 581, Jd. das Nações, Diadema, SP. Este produto é impresso na Prol, utilizamos papel com certificado FSC que garante o manejo florestal responsável. Trabalhamos comprometidos com o meio ambiente e temos uma ótima impressão do futuro. Sem título-1 1 2/4/2014 11:16:08 sumArio interior de sao paulo SM | nº 02 | ABRIL de 2014 | ano 02 seca0 26 Tem que Ter materias supermercados do interior de SP crescem 7,7% 07 SPED fiscal exige maior controle das empresas 15 Atacarejo tem futuro promissor 21 O resultado de 2013, apurado pelo Ranking SM, supera a média nacional do setor. Mais uma vez, a renda migrou para regiões fora das áreas metropolitanas Dados de tributos e estoques são os maiores desafios enfrentados pelo varejo A região responde por 18,3% dos gastos realizados pelos brasileiros no cash & carry. Neste ano, mais inaugurações estão previstas, o que vai acirrar a concorrência Spani prevê três novas lojas e faturamento de R$ 1,8 bilhão | 21 Sem título-1 1 2/4/2014 11:20:31 INTERIOR de são paulo interior a todo A vapor divulgação As redes do interior paulista tiveram alta real nas vendas de 7,7% em 2013, contra 6,4% da média nacional. Agronegócio e migração de consumidores puxaram renda Porecatu eleva vendas reais em 32% Visual-padrão e organização foram melhorias adotadas na rede, que também abriu e reformou lojas economia do interior paulista continua surpreendendo pelo crescimento. A expansão é reflexo do movimento de interiorização pelo qual o País vem passando, o que tem impactado as vendas do autosserviço alimentar na região. No ano passado, o setor teve crescimento real de 7,7% no interior do Estado de São Paulo em relação a 2012. O aumento é superior à média nacional, de 6,4%. Boa parte dessa expansão se justifica pela alta da renda. “Ela tem subido principalmente pelo desenvolvimento de regiões com grande potencial em setores específicos da atividade econômica, como plantações de soja, cana-de-açúcar, laranja, entre outras”, afirma Rodrigo Mariano, gerente de Economia e Pesquisa da Apas (Associação Paulista de Superreportagem patrícia büll abril 2014 | SM.com.br 7 crescimento a todo vapor interior de são paulo mercados). “O desenvolvimento dessas cidades aumentou a demanda por serviços, comércio e entretenimento, o que ampliou as possibilidades de emprego, elevando os ganhos da população”, conclui. Os supermercados do interior paulista já representam 42% do faturamento do setor no Estado de São Paulo, cujo crescimento foi de 6% no ano passado. O economista lembra ainda que, nos últimos anos, houve migração de muitas pessoas da capital e ABC Paulista para cidades do interior do Estado em busca de melhor qualidade de vida. Esses consumidores possuem renda média superior, o que tem contribuído para uma sofisticação das compras também nas cidades localizadas fora da região metropolitana paulista. Marcos Pazzini, diretor da IPC Marketing, acrescenta que esse mesmo movimento de interiorização foi realizado por muitas empresas, em busca de custos menores de operação. Não é por acaso que muitos supermercados têm conseguido resultados acima da média do Estado e também do País. Um exemplo é a rede Tome & Leve (cuja razão social é A. Daher), que cresceu 17,5% em termos reais em 2013, sobre o ano anterior. Com isso, alcançou receita de R$ 177,8 milhões. Segundo o supervisor Osvaldo Ricoldo, a rede arrumou a casa em 2013. “Reformamos duas lojas em São José do Rio Preto investindo, por exemplo, em novos expositores de hortifrútis e de padaria”, diz Ricoldo. Com nove lojas na região de Colinas, a empresa também abriu uma filial de 1.700 m2 em Barretos no ano passado. A varejista contratou ainda um diretor comercial com experiência em gestão e ruptura. “Ele passou a realizar encontros com fornecedores para discutir como evitar falta de produtos nas lojas e quanto cada um de nós ganharia com isso. Também mudamos alguns processos de logística, adotamos novos formatos de compras e fizemos um ajuste do nosso estoque-padrão. Tudo isso colaborou para a queda de 25% na ruptura no ano passado”, explica Ricoldo. Os investimentos envolveram ainda treinamentos específicos, como em perdas. “Apostamos em capacitação e, por meio de acompanhamento, conseguimos reduzir esse problema e alavancar as vendas de perecíveis”, comenta o supervisor. O foco nos colaboradores também foi o caminho adotado pelos supermercados Porecatu, de Votuporanga, para ampliar as vendas. Segundo o 43º Ranking de SM, a empresa, com cinco lojas, teve alta real de 32,2% em comparação a 2012, atingindo faturamen- 10 redes que mais avançaram Com investimentos em pessoas e melhorias operacionais, os médios sobressaíram no interior Empresas 1ª SUPERMERCADO PORECATU LTDA. 2ª LOPES SUPERMERCADO LTDA. Faturamento 2013 Faturamento 2012 Alta real em % 217.893.670 155.126.495 32,2 379.379.214 282.311.003 26,5 3ª SUPERMERCADO ESTRELA DE REGENTE FEIJÓ LTDA. 112.464.075 86.214.088 22,8 4ª PEDRO MARCIO DA FONSECA & CIA. LTDA. 99.079.576 77.435.002 20,5 5ª A. DAHER & CIA. LTDA. 6ª JAD ZOGHEIB E CIA. LTDA. 177.784.558 142.451.286 17,5 687.895.593 557.752.807 16,1 7ª COMERCIAL DELTA PONTO CERTO LTDA. 386.784.595 317.486.461 14,7 8ª LINDOMAR SANTOS NASCIMENTO - ME 34.622.652 28.909.000 12,8 9ª COOP. CONSUMO DE INÚBIA PAULISTA 126.989.750 109.177.631 9,5 241.235.398 207.627.269 9,4 10ª SUPERMERCADO BIG BOM LTDA. 8 SM.com.br | abril 2014 Sem título-1 1 2/4/2014 11:21:08 CRESCIMENTO A todo vapor divulgação interior de são paulo vendas maiores de perecíveis O Tome & Leve realizou treinamentos para reduzir as perdas de FLV. Rede teve alta real de 17% em 2013 to de R$ 217,9 milhões. “Adotamos um trabalho com a gerência em cada loja, mostrando a importância de ter um espaço limpo e comunicação visual comum a toda a rede”, afirma Elaine Biasi, gerente-geral do grupo. A empresa também ampliou o número de novidades nas filiais, especialmente no setor de padarias. “Essa seção tem tido uma demanda muito grande e serve como chamariz para o restante da loja”, explica a executiva do supermercado. Segundo ela, também contribuiu para o crescimento da companhia a abertura de uma nova loja em São José do Rio Preto e a reforma de outra em Votuporanga. “Apesar do bom resultado, não podemos descuidar do atendimento. Por isso, implementamos uma série de ações para diminuir o turnover de funcionários na empresa”, comenta Elaine. Ter um médico na empresa, contratação de um psicólogo e adoção de plano de saúde e odontológico são alguns benefícios do Porecatu para reter a mão de obra. “A carga horária, com trabalho nos finais de semana, é o principal motivo da alta rotatividade entre os colaboradores. Por essa razão, a ge- 10 SM.com.br | abril 2014 rência não pode cruzar os braços”, avalia a gerentegeral da companhia. Assim, a rede procurou uma forma de compensar a jornada estendida. A maneira encontrada para reter o pessoal foi incluir benefícios que diferenciassen a empresa da concorrência. Outra melhoria adotada pelo porecatu foi a criação de um check-list, realizado a cada 15 dias, para identificar a falta de produtos nas lojas. Durante essa checagem, também são apurados dados de preços, o que ajuda a empresa a balizar e readequar os valores praticados ao consumidor. Segundo Elaine, a empresa trabalha com margens baixas para manter a competitividade, compensando no volume. “Cada comprador é responsável por negociar uma oferta para colocarmos nos tabloides”, explica ela. São três jornais de ofertas semanalmente: um às segundas e terça-feiras com promoções de carne; quartas e quintas com ofertas do sacolão; e, finalmente, um que circula de sexta a domingo com promoções gerais. Com tantas ações e melhorias, não é por acaso que as redes do interior crescem cada vez mais. Sem título-1 1 2/4/2014 11:27:22 Sem título-1 1 2/4/2014 11:28:06 Sem título-1 1 2/4/2014 11:28:37 Sem título-1 1 2/4/2014 11:31:24 shutterstock INTERIOR de são paulo SPED As dificuldades com o Com todas as mudanças que tiveram de ser implantadas, o Sistema Público de Escrituração Digital, da Receita Federal, tem tirado o sono de muitos empresários do setor. A parte de tributação e a de estoque são as mais críticas Texto Lana de Paula abril 2014 | SM.com.br 15 SPED divulgação interior de são paulo C cadastro Manutenção é essencial para ter os percentuais corretos de impostos em cada SKU, diz Marcos Baraldi, da MG Contécnica om as novas exigências do Fisco a partir da implantação do Sped – prestação de contas contábeis feitas eletronicamente na base de dados do governo – os varejistas têm que lidar com informações tributárias que antes passavam despercebidas. Grande parte do trabalho acontece dentro da própria empresa para evitar divergências quando os dados forem inseridos no Sped. E é aí que surgem os desafios. Um deles é incluir os percentuais corretos dos impostos no cadastro, pois há muita dificuldade em se obter essas informações de cada item. “O varejo agora tem de fazer uma manutenção para todo o cadastro estar classificado de forma certa. Tanto na compra como na venda, o que vimos é muita tributação errada”, afirma Marcos Baraldi, gerente técnico da MG Contécnica. No interior paulista, não foi diferente. Erlon Ortega, diretor do Serve Todos, confirma as dificuldades. Com seis lojas na região de Pirajuí, a empresa investiu em trei- 16 SM.com.br | abril 2014 namento da equipe e no desenvolvimento de um time de especialistas. A ideia é manter o cadastro em ordem, evitando informações erradas ao Fisco e, portanto, multas pesadas. Também mantém até hoje uma consultoria para acompanhamento constante. “O assunto é muito sério, são muitos itens, muitas alíquotas e algumas delas têm interpretação diferente”, argumenta o varejista. Entre as principais dificuldades na implantação do Sped, Ortega destaca fazer esse sistema e o cadastro falarem a mesma linguagem, como quer a legislação. “Outra situação difícil de resolver é que, às vezes, o fornecedor tem uma classificação para um item e o supermercado, outra”, explica. É o caso do açúcar magro. A indústria interpreta como açúcar e o varejo como adoçante. E cada um paga uma alíquota diferente. Segundo os especialistas, as empresas tinham muitos sistemas comerciais, mas não de cunho fiscal. Foi necessário mudar procedimentos e até a forma de receber produtos. “Antes, a mercadoria chegava, entrava no estabelecimento e depois a nota fiscal era en- a implantacao O Sped vem sendo implantado aos poucos desde 2009 e tem por objetivo principal fazer toda a escrituração fiscal, antes realizada em livros, de forma digital, na base do governo. Os quatro principais módulos (Contábil, Fiscal, Contribuições e NF-e) já estão implantados, de acordo com Marcos Baraldi, gerente operacional técnico da MG Contécnica. Confira a seguir: O Sped Fiscal está totalmente implantado para todas as empresas de lucro real e lucro presumido desde janeiro deste ano. Para as optantes pelo Simples, o prazo será a partir de janeiro de 2016 A Nota Fiscal eletrônica não inclui o varejo na obrigatoriedade para venda interna, somente para algumas operações O Sped Contábil é dirigido apenas a empresas de lucro real e, a partir deste ano, às companhias de lucro presumido que distribuem lucro acima do valor projetado O Sped Contribuições já é obrigatório desde janeiro de 2012 SPED interior de são paulo Valor das multas Confira quanto as empresas precisam pagar ao governo em caso de dados errados e atrasos Quando há atraso na entrega de dados, o valor da multa é de R$ 500 por mês ou fração disso às empresas que estiverem em início de atividade ou que sejam imunes ou isentas. Ou ainda que, na última declaração apresentada, tenham apurado lucro presumido ou pelo Simples Nacional Às demais pessoas jurídicas ou àquelas que, na última declaração, tenham utilizado mais de uma forma de apuração do lucro ou tenham realizado alguma mudança em sua organização societária poderá haver multa de R$ 1.500 por mês ou fração desse valor se os dados forem entregues fora da data Ainda em caso de atrasos, as multas serão a metade do valor quando a prestação de contas for cumprida antes de ser realizado algum procedimento de ofício pelo governo (comunicação ou intimação) Se a empresa não cumprir a intimação das Secretarias da Fazenda no prazo estipulado, a multa é de R$ 500 por mês-calendário Em caso de informações inexatas, incompletas ou omitidas ao governo nos diferentes módulos do Sped, serão pagos 3% de multa sobre o valor das transações comerciais ou das operações financeiras das empresas, não inferior a R$ 100 para pessoa jurídica Na hipótese de pessoa jurídica optante pelo Simples Nacional, os valores e o percentual serão reduzidos em 70%. BASE LEGAL: Lei 12.873 de 24 de Outubro de2013, Lei 12.766 de 27 de Dezembro de 2012, Medida Provisória 2.158 de 24 de Agosto de 2001. Fonte: Consultoria Técnica, MG Contécnica - 06/11/13 viada para a contabilidade. Hoje é preciso dar entrada na mesma hora”, destaca Baraldi. Quanto ao estoque, o Sped também exige informações sobre as quantidades iniciais, todas as mercadorias adquiridas e vendidas e o saldo final. Se os números não baterem, as multas são pesadas. “Para se ter uma ideia, algumas empresas estão no lucro real trimestral e precisam ter a posição de estoque a cada quatro meses”, explica o gerente da MG Contécnica. quanto maior o estoque, maior a necessidade de controles mais eficientes de giro e sazonalidade de mercadorias, afirma Daniel da Silva, diretor da Dapesi Consultoria. Ele acrescenta que isso aumenta o custo administrativo. “Por outro lado, ajuda a evitar rupturas”, ressalta. Também é preciso treinar o pessoal de loja, pois erros básicos ainda acontecem, como registrar nos caixas diferentes sabores de um produto como se fossem todos da mesma versão. Os cuidados se justificam, pois as multas, quando há divergência de informações de estoque, também são altas. Em alguns casos, al- 18 SM.com.br | abril 2014 cançam a receita mensal de um supermercado. Ou seja, um erro pode ter impacto direto sobre o lucro líquido, que, no setor, gira em torno de 2%, enfatiza Silva, especialista da Dapesi. A expectativa de varejistas e consultores é de que as mudanças exigidas pelo Sped aumentem a arrecadação feita pelo governo, permitindo uma redução da carga tributária. Até porque o cerco dos órgãos públicos não para por aí. Ainda este ano deve ser implantado o eSocial, que também faz parte do Sped e pretende unificar as informações das empresas de todo o País sobre seus funcionários. Em São Paulo, deve entrar em vigor a obrigatoriedade da CF-e, a nota fiscal eletrônica ao consumidor, em novembro. “Toda mudança gera desconforto. Por outro lado, as exigências do Sped obrigam os supermercadistas a ter relatórios gerenciais concisos e transparência nas informações, o que ajuda na tomada de decisões”, ressalta o diretor da Dapesi. Isso significa que o investimento em adaptações poderá retornar às empresas na forma de vendas maiores. Sem título-1 1 2/4/2014 11:37:01 Sem título-1 1 2/4/2014 15:21:28 INTERIOR de são paulo futuro promissor para o divulgação atacarejo Os cash & carry – atacadistas que atendem também os clientes de varejo –vêm se multiplicando no interior de São Paulo. A região já representa 18% do total de gastos realizados pelas famílias brasileiras nesse formato Texto Lana de Paula grupo zaragoza Na empresa, proprietária da rede Spani Atacadista (foto), 63% do faturamento vem do atacarejo abril 2014 | SM.com.br 21 atacarejo interior de são paulo Q ue o solo paulista é fértil, ninguém duvida. Nele crescem culturas campeãs como as de café e cana de açúcar, que geram grande lucratividade para a agricultura local. Mas também cresce um mercado varejista interessante, com muitas redes e lojas de fazer inveja às melhores visitas técnicas internacionais, tanto pela modernidade e sortimento, quanto pelo bom atendimento. Em meio à tamanha prosperidade, uma semente vem dando bons frutos nesse mercado, a do Atacarejo, formato com posicionamento estratégico claro: o preço competitivo. Estudos realizados pela Nielsen por meio do Homescan – painel contínuo de domicílios – e do Scantrack Cash & Carry mostram que o interior paulista respondeu por 18,3% do total de gastos realizados pelos domicílios brasileiros no formato em 2013. Volta Redonda. A meta para este ano é chegar a R$ 1,8 bilhão com a inauguração de 3 lojas, duas delas na cidade de Lorena, também no interior paulista. “Somos de São José dos Campos e procuramos abrir nossas lojas nessa região. É preciso conhecer bem o cliente”, conta Flávio Almeida, diretor comercial. “No Estado de São Paulo, 50% das famílias já são frequentadoras desses pontos de venda, em busca das categorias de mercearia e bebidas”, comenta Olegário Araújo, diretor de atendimento ao varejo da Nielsen. A média nacional é de 33% ou 1/3 dos lares. Não é por acaso que muitos supermercados do interior paulista estão apostando no atacarejo para crescer. Um exemplo é o Grupo Zaragoza, dono do Spani Atacadista. A empresa faturou no ano passado R$ 1,4 bilhão, do qual 63% veio do cash & carry. A bandeira surgiu em 2003 e está presente nas cidades de São José dos Campos, Guaratinguetá, Mogi das Cruzes, Atibaia, Pindamonhangaba e Caraguatatuba no Estado de São Paulo. O público sul-fluminense também conta com duas unidades, em Resende e A receita de sucesso do Spani é visivelmen- Operacoes diferentes Participacao nos gastos Se você planeja acrescentar atacarejo à sua rede, tenha bem claro o posicionamento de cada formato e saiba equilibrar os custos. Veja como o formato trabalha: Saiba quanto cada região representa nas vendas do formato atacarejo Margens apertadas e grandes volumes Lojas de baixo custo operacional e pouca oferta de serviços Oferece preços baixos Atende varejistas, transformadores e consumidores Concorre com grandes atacadistas e distribuidores 40% das marcas líderes no autosserviço alimentar não têm liderança no formato cash & carry te o foco: tanto regional quanto no objetivo dessas lojas, que é o de atender principalmente o pequeno varejo e os transformadores. “Sabemos que é grande a dificuldade com a logística no País e que a indústria precisa chegar ao pequeno varejo. Procuramos oferecer boas lojas para que ela consiga cumprir bem o seu papel”, explica Flávio Almeida. 5,4% 18,3% Interior de SP centro-oeste* 31,8% Nordeste 4,5% sul 18,2% MG/ES/ Interior RJ 18,9% grande sp 2,9 % grande rj Fonte: Nielsen * Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal 22 SM.com.br | abril 2014 Sem título-1 1 2/4/2014 15:13:05 atacarejo A rede Tonin é praticamente pioneira nesse formato, e quem vê o sucesso alcançado hoje nem imagina como foram sofridos os dois primeiros anos do Superatacado. O diretor Luiz Tonin conta que vislumbraram esse campo quase inexplorado no Brasil e escolheram Ribeirão Preto, cidade grande no interior paulista e próxima da sede da empresa, em São Sebastião do Paraíso (MG). Ele imaginou que seus clientes seriam o pequeno varejo e os consumidores. Mas a migração do cliente de atacadista e distribuidor não aconteceu de imediato. Além disso, o consumidor final ainda não tinha o hábito de comprar numa loja desse tipo. Pensava que só eram vendidas caixas fechadas de produtos e que precisaria ter CNPJ para comprar. O crescimento veio com a lição de conhecer bem o cliente atendido. As inaugurações aconteceram nas cidades mais desenvolvidas, próximas da sede e do divulgação interior de são paulo Luiz Tonin “Mais três lojas no formato cash & carry devem ser inauguradas ainda neste ano. Uma será em Ribeirão Preto” Centro de Distribuição. Hoje são sete lojas, em Franca (duas unidades), Ribeirão Preto, Araraquara, São Carlos e São José do Rio Preto, no interior paulista, além de uma em Guaxupé (MG). O formato cresceu 18% em 2013, em relação a 2012, e já responde por 78% das vendas do grupo, que também tem quatro supermercados, todos em Minas. “Mudamos o foco do negócio. Diminuímos o atacado que já tínhamos e aumentamos o Superatacado”, conta o diretor. Tonin considera o interior paulista bastante desenvolvido, com renda per capita alta, mas extremamente competitivo. “Se tivesse que começar hoje seria um risco muito grande.” O grupo deve inaugurar três lojas este ano, uma delas em Ribeirão Preto, onde tudo começou. Já o Atacadão não informa faturamento nem planos de expansão na região, mas garante que o Estado de São Paulo tem papel importante nas suas operações. A rede de atacarejo integra o portfólio de bandeiras do grupo Carrefour e chegou ao interior paulista em 2001, na cidade de São José do Rio Preto. Desde então, expandiu-se de forma acelerada para outros dez municípios – Araraquara, Bauru, Campinas, Limeira, Marília, Piracicaba, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Taubaté e Franca – somando 13 lojas. A rede considera que contribui para o desenvolvimento dessas regiões, gerando empregos e movimentando a economia local. Inaugurada em janeiro deste ano, a unidade de Franca, por exemplo, disponibiliza dez mil produtos e tem capacidade para atender 120 mil clientes/mês. O investimento ajudou na criação de 860 postos de trabalho. É o formato cash & carry crescendo no ritmo forte do interior de São Paulo. tem que ter 26 pág. dicas e sugestões para sua loja por alessandra morita [email protected] | Foto divulgação interior de São Paulo Seção de flores fideliza clientes do supermercado C om lojas no interior de São Paulo, a rede Confiança tem uma área destinada a flores e arranjos decorativos em todas as suas nove unidades. A seção fica localizada na entrada dos supermercados para atrair a atenção do público. Segundo Alexandre Fátimo dos Santos, gestor de compras da rede, essa localização também ajuda a criar o hábito de comprar esses produtos em suas filiais. “A seção ajuda ainda a fidelizar o con- sumidor”, afirma. Ele lembra que as datas sazonais dão grande impulso às vendas. Só no Dia das Mães, a mais importante, as vendas de um final de semana correspondem às de um mês inteiro. Outras datas com boa saída são o Dia da Mulher, o dos Namorados e o Natal, além da primavera. Com faturamento de R$ 687,9 milhões em 2013, o Confiança é exemplo em produtividade. Alcança vendas/m2 anuais de R$ 41,1 mil, quase o dobro da média Brasil no setor. Sem título-1 1 2/4/2014 11:08:58 Sem título-1 1 2/4/2014 11:13:29