Moçárabe, ou seja, “entre os árabes”

Transcrição

Moçárabe, ou seja, “entre os árabes”
Liturgia
O altar
El transparente (1730),
obra do escultor
Narciso Tomé,
na Catedral de Toledo
Moçárabe, ou seja,
“entre os árabes”
Entrevista com dom Juan Miguel Ferrer Grenesche, subsecretário
da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos,
sobre o rito litúrgico que nasceu no século IV na península ibérica,
particularmente na região do antigo reino visigodo de Toledo.
O rito não apenas preservou a fé do povo, defendendo-a do arianismo,
mas foi praticado também durante os séculos de dominação árabe.
Tendo chegado até o nosso tempo, com seu riquíssimo patrimônio
de orações para a celebração da missa, sua história é também uma aula
de inculturação da fé numa área geográfica específica
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História e valor do antigo rito hispano-moçárabe
de Roberto Rotondo
odos os dias, na Catedral de
Toledo, na Espanha, é celebrada a missa e são rezadas as
laudes de acordo com o antiquíssimo rito hispano-moçárabe. É uma
liturgia da Igreja Católica que nasceu no século IV, na península ibérica – mais precisamente nas regiões pertencentes ao antigo reino
visigodo de Toledo – que não só
preservou a fé do povo, defendendo-a do arianismo, mas foi praticada também durante os séculos de
dominação árabe (moçárabe significa “entre os árabes”). Tendo chegado até o nosso tempo, com seu
riquíssimo patrimônio de orações
T
para a celebração da missa, sua história é também uma aula de inculturação da fé numa área geográfica
específica, a ponto de, na opinião
de muitos, não ser possível entender as raízes espirituais da Espanha, sobretudo da devoção mariana espanhola, sem levar em consideração esse rito antiquíssimo.
Pedimos a dom Juan Miguel
Ferrer Grenesche, doutor em Liturgia, subsecretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, maior especialista em rito moçárabe, que
nos desse as coordenadas desse tesouro litúrgico. Dom Juan Miguel,
A igreja visigoda de São Pedro da Barca,
na localidade de Campillo,
a 19 quilômetros de Zamora: construída
em 680, representa o ponto mais alto
da arte visigoda na Espanha. A igreja foi
reconstruída em 1930 para evitar que
ficasse submersa depois da formação
de uma barragem
nascido em Madri em 1961 e ordenado sacerdote em Toledo em
1986, antes da nomeação para a
Cúria Romana foi vigário-geral da
Arquidiocese de Toledo.
A Anunciação, miniatura moçárabe. Tratado de Santo Ildefonso sobre a virgindade
de Maria, fol. 66
Dom Juan Miguel, por que o
rito moçárabe é tão precioso?
JUAN MIGUEL FERRER GRENESCHE: Pelas características distintivas da liturgia eucarística, que
são a tendência à conservação das
formas antigas, a simplicidade dos
ritos iniciais, a abundância de “antífonas e cantos fixos” ou quase fixos, como, por exemplo, o canto
da paz, o canto “ad accedentes”
para a comunhão, a antífona para
a oração depois da comunhão, a
bênção em preparação para a comunhão, o calendário fortemente
cristocêntrico e com grande preponderância das celebrações dos
mártires.
Fala-se frequentemente da
grande variedade eucológica
do rito moçárabe, ou seja, do
grande número de orações eucarísticas...
Se em Roma algumas partes da
oração eucarística são variáveis,
na Espanha essa é a característica
de toda a oração eucarística, das
orações e das exortações do Ordo
Missae. Mas um outro elemento é
o caráter iniciático-participativo.
O povo participa constantemente,
sobretudo ouvindo as orações
(normalmente longas, mas seguindo estruturalmente regras de re- ¬
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Liturgia
“Será entre 589, data em que é celebrado o Concílio de Toledo III,
e 711 que se dará a época de ouro do rito já então conhecido como
‘hispano’. Efetivamente, entre 589 e meados do século VII temos
o período da grande composição dos textos e da codificação em livros,
de modo que, já depois do Concílio de Toledo IV (633),
podemos falar de uma definição solene e completa do rito”
tórica precisas, para chegar, não
apenas a Deus, mas também ao
povo), mas também com aclamações e cantos (especialmente com
o Amém, pronunciado 33 vezes
em cada missa, e com o Aleluia).
Nesse mesmo sentido deve ser
entendida a forma solene da fração
do pão – na qual a sacra espécie é
subdividida em nove partes, que
são depositadas em forma de cruz
na patena, ao mesmo tempo em
que são retomados os principais
momentos do mistério de Cristo –
ou a forma da recitação cadenciada do Pai Nosso feita pelo sacerdote, com sucessivos Amém do povo
depois de cada frase.
Um último elemento distintivo
do rito moçárabe é a integração de
elementos de outras tradições litúrgicas. O gosto pela conservação de suas formas antigas não
impediu ao rito que acolhesse, ao
longo dos séculos, contribuições
de diferentes partes do mundo
cristão, sem perder de vista, todavia, os seus elementos originais: a
influência, muito provável, do
canto e do cerimonial bizantino –
amplamente testemunhada numa
extensa região da península, de
Múrcia a Málaga, entre o fim do
século VI e o fim do século VII – ou
a acolhida de elementos litúrgicos
alexandrinos – entre os quais a
oração eucarística –, que provavelmente vieram de Roma e de Milão nos tempos de Santo Ambrósio e de São Leão Magno; a acolhida de algumas romanizações
progressivas, sobretudo a partir
do século XI, como o Glória, a
oratio post Gloriam, a Completuria e as sucessivas assimilações
das rubricas e da arte litúrgica.
A que se deve essa riqueza?
Ao fato de os Padres da Igreja
hispânica, mesmo escrevendo
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grande número de tratados (entre
os quais os de Isidoro de Sevilha,
Paciano de Barcelona, Ildefonso e
Julián de Toledo), terem preferido
concentrar seu ensino não em
obras teológicas, que naquela época teriam sido usadas por poucos,
mas na liturgia, da qual todo o povo se beneficiaria. É daí que vem a
redação de um patrimônio eucológico de valor teológico e espiritual
ria; o valor e a grandeza da vida
monástica sem desprezo pelo matrimônio; a clara presença do Espírito Santo na vida e no culto da
Igreja. Entre os mestres que mais
influenciaram seu pensamento devem ser citados São Jerônimo,
São Leão Magno, Santo Ambrósio, Santo Agostinho e São Gregório Magno.
Quais foram as etapas his-
Acima, monges beneditinos cantam usando o rito moçárabe no coro do mosteiro
de Sahagún, perto de León
extraordinário e que dificilmente
será superado. Os grandes eixos
teológico-espirituais de suas obras
litúrgicas são a vitória sobre o paganismo e a superioridade da verdade e do culto cristãos; a vida como “sequela Christi”, segundo o
exemplo dos mártires; o equilíbrio
entre ascese e amor pela criação,
ante as afirmações priscilianistas;
a afirmação indiscutível da divindade e da humanidade de Cristo,
contra o arianismo e as reminiscências docetistas, além de uma
fortíssima piedade mariana centrada na maternidade virginal de Ma-
tóricas fundamentais no desenvolvimento do rito moçárabe?
O período de ouro se dá entre
os séculos VI e VIII, mas eu partiria do início do século IV, com
dois episódios que para mim são
de máxima relevância, pelo que
concerne ao processo de cristianização dos povos hispânicos: o
primeiro é o Concílio de Elvira
(306), perto da atual Granada,
que reuniu muitos bispos da região, mas também de dentro da
península, como Melâncio, bispo
de Toledo, a antiga capital da Car-
À esquerda, a Natividade, antifonário
moçárabe da Catedral de León
petana, onde a fé já estava arraigada e a estrutura eclesial estabelecida em todos os seus elementos. O segundo: a comemoração
dos mártires. Como em outras
partes do Império, sob Diocleciano as comunidades cristãs já consolidadas se encheram de mártires
e superaram essa forte provação
dando testemunho de constância
e firmeza na fé, pouco antes de
obter a “tolerância” e, dentro de
pouco tempo, a “oficialidade”.
O século IV é importante porque é o século do nascimento das
“escolas exegético-teológicas”, e
será também o das grandes controvérsias doutrinais e dos estatutos conciliares, que antecipam o
nascimento, no século seguinte,
das liturgias escritas e mais adiante
ainda dos livros litúrgicos propriamente ditos. De fato, o século V
será o da literatura teológica e pastoral, das grandes codificações
conciliares e do nascimento dos
“ritos” como expressões globais
da fé, com uma tradição exegéticoteológica, um ordenamento canônico-disciplinar, uma espiritualida-
de e alguns livros litúrgicos próprios, dando lugar a uma fase de
desenvolvimento em que convergem todos os elementos de um autêntico processo de inculturação
da fé nos diferentes contextos do
mundo antigo. Assim aconteceu
também na Hispania romana.
O que mudou com as invasões bárbaras?
As invasões bárbaras, ou melhor, a gradual passagem do poder
político e social no Império Romano do Ocidente para as mãos dos
novos povos, interrompeu ou
freou esse processo nas diferentes
regiões geográficas. Mas o problema não foi tanto o fato de os bárbaros destruírem tudo, e sim o de
terem reaberto a questão ariana.
Além disso, fragmentando a unidade política do velho Império, provocaram migrações de povos que
levaram a uma decadência econômica, com repercussões sobre as
forças intelectuais e artísticas, que
freou a publicação de livros e a
construção de igrejas.
A questão ariana, no início, pôs
os bispos católicos hispânicos em
forte dificuldade, pois os reis visigodos a que estavam submetidos
davam cada vez mais espaço e
proteção aos bispos arianos, que
dividiam as comunidades e podiam levar o povo a perder a verdadeira fé. Esse, porém, foi também um momento de reflexão para os bispos católicos, que, depois
A igreja visigoda de Santa María
de Quintanilla de las Viñas,
Burgos, Espanha
da conversão dos reis visigodos ao
catolicismo, começaram a compor textos litúrgicos justamente
para que a passagem do povo do
arianismo para o catolicismo fosse uma conversão real e a verdadeira fé pertencesse a todos, visigodos e hispano-romanos. Foi esse o gatilho que fez desencadear o
processo de formação do rito, e
neste ponto é preciso falar sobretudo de Ildefonso de Toledo, que
compôs muitas missas e celebrações para a Liturgia das Horas,
mas desenvolveu também toda
uma pietas em torno de Maria
Virgem e Mãe – Virgem porque
mãe de Deus e mãe porque mãe
de Cristo Jesus. Isso também contra a heresia ariana, que negava a
divindade de Jesus.
Mas será entre 589, data em
que é celebrado o Concílio de Toledo III, e 711 que se dará a época de
ouro do rito já então conhecido como “hispano”. Efetivamente, entre 589 e meados do século VII temos o período da grande composição dos textos e da codificação em
livros, de modo que, já depois do
Concílio de Toledo IV (633), podemos falar de uma definição solene
e completa do rito, num processo
que se prolonga até a sua supressão, no Concílio de Burgos do ano
de 1080.
É um período histórico quase todo marcado pela dominação árabe. Como o rito moçárabe pôde sobreviver e desenvolver-se?
É difícil dar uma resposta geral, pois a situação não foi a mesma em cada ponto da Espanha.
Além disso, falamos de um período de tempo longuíssimo: os muçulmanos chegaram no início do
século VIII e deixaram Granada
na época da descoberta da América. Podemos dizer, porém, que no
início eles não puderam influenciar muito os costumes e as crenças, pois eram uma minoria militar e política e se limitavam a
manter a situação sob controle.
Os problemas começaram, na
verdade, com alguns cristãos de origem visigótica, que não eram realmente convertidos ao catolicismo ¬
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e que, graças à presença dos árabes, pensaram em voltar ao seu
arianismo fazendo-se muçulmanos.
Esse fenômeno gerou um período
difícil para o catolicismo. Os bispos
procuraram explicar aos muçulmanos em que consistia a verdadeira fé
católica, repelindo as acusações de
politeísmo e idolatria, mas essa política de diálogo não teve um grande
resultado, pois os muçulmanos se
enrijeceram em suas posições e alguns moçárabe-cristãos acabaram
por abraçar teses erradas, como as
de Elipando de Toledo.
Houve também tentativas de
converter os muçulmanos ao cristianismo, como a centralizada em
ver. Isso até o já citado Concílio de
Burgos, de 1080, em que, sob a direção da coroa de Castela, o rito
romano torna-se o oficial. A partir
daquele momento, à medida que
Aragão e Castela retomavam territórios dos árabes, esses territórios
eram restituídos ao rito romano e
os bispos eram nomeados entre os
monges franceses de rito romano.
Assim, o rito romano voltou a ser
predominante na Espanha e, no final, apenas Toledo conservou o
privilégio de poder celebrar a liturgia moçárabe em torno das seis
paróquias que havia na cidade
quando Afonso VI, em 1085, a
conquistou, expulsando os árabes.
A igreja de São Miguel de Escalada,
a trinta quilômetros de León,
foi fundada em 913 por monges em
fuga de Córdoba. Os arcos mourescos
do pórtico em forma de ferradura são
típicos da arquitetura moçárabe
Córdoba, e isso provocou a perseguição: foi a época dos mártires
cordobenses, que foram para o
martírio em toda a Andaluzia.
Foi a reforma gregoriana
que marcou o fim do rito moçárabe como rito de toda a Espanha, em favor do rito romano?
Não, foi um processo muito mais
longo e elaborado. Já antes da reforma gregoriana havia começado, em
nível político, um processo de aproximação dos reinos católicos do norte da Espanha com a Europa. Era
uma Europa pós-carolíngia e cluniacense e os reis de Aragão e de Castela pensavam que a adoção do rito romano ajudaria seus projetos de integração ao resto da Europa.
Os monges de rito romano começaram, assim, a estabelecer-se
na Espanha sob a proteção dos
reis, e por isso os dois ritos, romano e moçárabe, passaram a convi60
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E depois?
A sobrevivência do rito hispano-moçárabe, limitadamente às
antigas paróquias de Toledo, teve
momentos de maior ou menor felicidade no reinado dos reis católicos e no episcopado do cardeal
Francisco Jiménez de Cisneros
(1495-1517). Quando este assumiu o projeto de reeditar os livros
litúrgicos, a antiga liturgia encontrava-se certamente numa situação crítica de decadência dos elementos materiais, de falta de adequada formação do clero e de dispersão dos fiéis. A obra de Cisneros garantiu a sobrevivência do rito e o vinculou particularmente à
catedral primacial, com a criação
da capela moçárabe do Corpus
Christi; garantiu ao mesmo temEl Greco, Santo Ildefonso,
Igreja da Caridade, Illescas, Espanha
po também a dignidade do velho
rito, permitindo a sua celebração
em alguns outros lugares significativos, como a sede universitária
de Salamanca. Os livros de Cisneros (missal e breviário) permitirão
a conservação da eucologia, das
leituras próprias e das estruturas
rituais de uma parte da tradição
hispânica (que logo tomará o nome de tradição “baética” ou andaluz, para conservar-se nos livros
de Cisneros sob a denominação
de versão “impressa”) para a missa e a Liturgia das Horas. Esses livros consagram ainda a integração, que se ia realizando, de alguns elementos romano-toledanos, sobretudo nas rubricas, no
calendário, no espaço para a celebração e nos objetos para o culto.
Na Era Moderna, quais foram os momentos mais importantes?
Com o fim do século XVIII, o
espírito erudito pós-tridentino e a
genialidade do “século das Luzes”
convergem para uma nova edição
do missal e do breviário desejada
pelo cardeal Francisco Antonio
de Lorenzana (1772-1800). Essa
será a versão universalmente difundida graças à sua publicação
dentro da coleção de Migne (Patrologia Latina 85 e 86). No século XIX, o interesse dos estudiosos pela questão “moçárabe” cul-
À esquerda, a Sagrada Família; à direita, a Adoração dos Magos, miniaturas extraídas do antifonário moçárabe da Catedral de León
“Já antes da reforma gregoriana havia começado, em nível político,
um processo de aproximação dos reinos católicos do norte da Espanha
com a Europa. Era uma Europa pós-carolíngea e cluniacense e os reis
de Aragão e de Castela pensavam que a adoção do rito romano ajudaria
seus projetos de integração ao resto da Europa”
minará com as edições do beneditino francês Férotin, que traz à luz
a riqueza dos manuscritos moçárabes da Castela Setentrional,
dando espaço à descoberta de
uma outra tradição hispânica (a
que tomará o nome de “manuscrita”). Tamanho foi o fervor que essas descobertas suscitaram, que
despertaram suspeitas acerca da
“autenticidade” da tradição presente nos livros impressos em sua
época por Cisneros, que foi depois recuperando crédito graças
aos estudos realizados após o
Concílio Vaticano II pelo grande
especialista em rito padre Jordi
Pinell e por seus alunos de Santo
Anselmo, em Roma, e por outros
professores na Espanha.
Dessa forma, no atual missal
hispano-moçárabe, publicado segundo os princípios da constituição Sacrosanctum Concilium e
sob a direção e o patrocínio do
cardeal arcebispo de Toledo Marcelo González Martín, puderam
ser reunidas as riquezas de ambas
as tradições, impressa e manuscrita, recorrendo à proposta de
dois ciclos celebrativos quando
necessário.
E hoje?
Podemos dizer que, desde o século VIII, a riqueza do patrimônio
eucológico do rito hispano-moçárabe nunca foi tão acessível quanto
hoje. De fato, isso é demonstrado
pelas muitas teses de doutorado
publicadas nas últimas décadas a
respeito da matéria, ao lado de diversas celebrações ocasionais do
rito em todas as regiões da Espanha e em lugares e circunstâncias
de ressonância universal: basta citar, entre outras, a celebração presidida pelo papa João Paulo II na
Basílica Vaticana (1992), a presidida pelo arcebispo-primaz de Toledo, o cardeal Francisco Álvarez
Martínez, também na Basílica de
São Pedro, por ocasião do Grande
Jubileu do ano 2000, a convite do
próprio comitê organizador, ou,
enfim, a presidida pelo bispo auxiliar de Toledo, dom Joaquín Car-
melo Borobia Isasa, em Québec,
no Canadá, por ocasião do Congresso Eucarístico Internacional
do ano de 2008.
O rito, então, não ficou
apenas como um tesouro para
estudiosos e eruditos...
De fato, é um rito para uma minoria. Mas depois do Concílio chegou a haver um desejo de abrir as
portas desse tesouro para outros
católicos espanhóis e do mundo
todo, com uma ampla possibilidade de celebrar essas missas ou a Liturgia das Horas com o rito moçárabe, com permissão prévia do bispo, mesmo em lugares onde não
há comunidades moçárabes.
É claro que continua a ser uma
liturgia que não é celebrada com
um grande número de fiéis, mas as
portas estão abertas, de modo que
as pessoas que gostam de se aproximar do mistério não apenas pelo
estudo teórico, mas numa experiência como a da celebração, possam encontrar essa riqueza no rito
moçárabe.
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