Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro Estudo 7

Transcrição

Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro Estudo 7
Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro
Estudo 7 – Jesus, o Bom Pastor
João 10
Elaborado por Ana Maria Suman Gomes
[email protected].
Deixamos o nosso estudo no último
encontro com as conclusões sobre o
episódio da cura do cego de nascença.
Porque importante para o tema com o
qual iremos nos ocupar hoje, vamos
relembrar os últimos versículos de João
9: “Jesus ouviu que o tinham expulsado
e, encontrando-o, disse-lhe: Crês tu no
Filho de Deus? Ele respondeu, e disse:
Quem é ele, Senhor, para que nele
creia? E Jesus lhe disse: Tu já o tens
visto, e é aquele que fala contigo. Ele
disse: Creio, Senhor. E o adorou. E
disse-lhe Jesus: Eu vim a este mundo
para juízo, a fim de que os que não
vêem vejam, e os que vêem sejam
cegos. E aqueles dos fariseus, que
estavam com ele, ouvindo isto,
disseram-lhe: Também nós somos
cegos? Disse-lhes Jesus: Se fôsseis
cegos, não teríeis pecado; mas como
agora dizeis: Vemos; por isso o vosso
pecado permanece. (João 9,35-41)”
Estes versículos tornam evidente que
Jesus deixou claro que as lideranças que
o argüiam e que planejavam prendê-lo
eram as responsáveis pela situação em
que o povo se encontrava. Líderes que
pensavam enxergar, mas que eram
cegos para as verdades espirituais e para
a obra de Deus neste mundo. Tão
preocupados estavam em vigiar quem
cumpria ou não cumpria a Lei que
perdiam a visão espiritual, a única
essencial para dirigir o povo que se diz
povo de Deus.
O capítulo de hoje, o de número dez,
continua este assunto. A ação se passa
durante a festa chamada “festa da
dedicação”. Esta era uma festa que teve
início no ano de 164aC, quando Judas
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Macabeus purificou e consagrou o
Templo, após a contaminação com a
dominação de Antíoco Epifânio.. A
história é contada nos dois livros
chamados Macabeus, não inseridos na
Bíblia que usamos, vez que fazem parte
da coleção deuterocanônica.
O Dr. W.C. Taylor nos informa que a
referida festa era parecida com os
festejos juninos em nosso País. Naquela
oportunidade, os judeus acendiam
fogueiras em frente às casas, onde se
alegravam. Não havia peregrinação para
Jerusalém, mas a alegria reinava. A
estação era chuvosa e a época coincidia,
em nosso calendário, com o mês em que
comemoramos o Natal.
Jesus conta uma parábola. Não é uma
parábola como as demais narradas nos
sinópticos e há até quem não lhe dê esta
característica, apenas para sustentar a
inexistência de parábolas no Evangelho
de João. Para facilitar o nosso
entendimento, vamos classificá-la como
parábola. Utiliza-se de alguns símbolos
muito conhecidos por todos os que o
escutavam: porta, aprisco, ovelhas,
subir outro caminho, ladrão, salteador,
pastor, porteiro, estranho, atividades do
pastor e das ovelhas.
Jesus anuncia: quem entra pela porta é o
pastor das ovelhas. Deixa claro quem é
esse pastor: “eu sou o bom pastor: o
bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.”
(10,11). Então, só haveria uma forma
para que as lideranças estivessem em
condições de interagir e liderar o povo:
passando pela porta, que era ele: “em
verdade em verdade vos digo que eu
sou a porta das ovelhas” (Jo 10, 7). Se
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quisessem se livrar da cegueira
espiritual, seria necessário interagir com
Jesus e compreender o que Ele tinha a
dizer. Sem passar pela porta, Jesus, não
conseguiriam conduzir o rebanho em
paz e na direção correta.
É importante compreendermos o
alcance da palavra aprisco. Desta feita,
vamos nos apropriar dos ensinamentos
do Dr. John L. Hill, citado por Taylor.
Hill nos ensina que “aprisco é uma
figura oriental. Era um lugar cercado, de
dimensões que variavam de um ou dois
até quinze ou vinte acres. Essa área era
fechada por um muro de pedra, com
uma espécie de cadeia de espinhos
agudos por cima, a fim de afastar os
lobos, as hienas, os leopardos e as
panteras que eram abundantes no País.
Dentro do aprisco e junto do muro havia
ranchos baixos onde os rebanhos eram
fechados nas noites frias. A entrada
regular no aprisco era pelo portão. À
tarde, o pastor conhecido do porteiro
fazia entrar suas ovelhas e eram
contadas. De manhã, cada pastor
voltava e chamava as suas ovelhas pelo
nome e elas o seguiam para a
pastagem.”.
Agir de forma diferente era fazer como
ladrões, salteadores e mercenários. O
biblista José Bortolini afirma: “o cego
curado representa a ovelha que escuta a
voz do de Jesus. Ele, Jesus, é o pastor
que conduz para fora do curral,
simbolizado pela expulsão do cego da
sinagoga [...] O bom pastor é diferente
dos demais. O pastor tem direito de
vestir-se com a pele das ovelhas e de
alimentar-se da carne dela. O bom
pastor Jesus, ao contrário, dá a vida
pelas ovelhas. Jesus é o modelo para a
liderança. Quem não estiver disposto a
dar a vida pelo povo, não pode ser
considerado pastor” Daí as seguintes
palavras de Jesus: “Mas o mercenário, e
o que não é pastor, de quem não são as
ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as
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ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e
dispersa as ovelhas. Ora, o mercenário
foge, porque é mercenário, e não tem
cuidado das ovelhas.” (Jo 10,12 e 13).
Temos, então, diante de nós o desafio
de estar atentos para que sejamos
conduzidos por Jesus. Devemos ter tal
afinidade com Ele, que consigamos
identificar a Sua voz em toda e qualquer
situação.
Na segunda parte do nosso texto,
encontramos os versículos 22 a 42, que
veremos apenas de forma superficial,
em função do exíguo tempo.
As lideranças querem ouvir de Jesus a
definição de si mesmo: “Rodearam-no,
pois, os judeus, e disseram-lhe: Até
quando terás a nossa alma suspensa? Se
tu és o Cristo, dize-no-lo abertamente.”
(10,24). Cegos espiritualmente, não
conseguiam compreender o Mestre.
Agora
estão
zangados,
querem
apedrejar Jesus.
Jesus não se deixa amedrontar e
pergunta: “Tenho-vos mostrado muitas
obras boas procedentes de meu Pai; por
qual destas obras me apedrejais?”
(10,32).
Os
acusadores
tentam
responder: “Não te apedrejamos por
alguma obra boa, mas pela blasfêmia;
porque, sendo tu homem, te fazes Deus
a ti mesmo.” (10, 33).
Cegueira. Cegueira que se repete.
Incapacidade de enxergar o sentido
espiritual de tudo o que ali acontecia.
No prólogo, vimos que “E o Verbo se
fez carne, e habitou entre nós, e vimos a
sua glória, como a glória do unigênito
do Pai, cheio de graça e de verdade.”
(1,14). Tudo está muito claro agora:
para ver a glória do “unigênito do pai” é
preciso ser ovelha, identificar a voz do
pastor e entrar e sair do aprisco com ele
em segurança e na direção da pátria
celestial.
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APOIO BIBLIOGRÁFICO:
ALLEN, Clifton J.(editor) Comentário
Bíblico Broadman vol. 9 .Rio de
Janeiro: JUERP. 2ª. edição. 1987.
BORTOLINI, José. Como ler o
Evangelho de João – O caminho da
vida. São Paulo: Paulus. 7ª. edição
2005.
BRUCE, F.F. João – Introdução e
Comentário. São Paulo: Mundo Cristão.
1987.
CHOURAQUI, André. A Bíblia –
Iohanân (O Evangelho Segundo João).
Rio de Janeiro: Imago. 1997
TAYLOR, W.C. Evangelho de João –
Tradução e Comentário. Volumes I, II e
III. Rio de Janeiro:Casa Publicadora
Batista. 1946.
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