Variáveis Aleatórias e Decisão
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Variáveis Aleatórias e Decisão
Tomada de Decisão e Distribuições de Probabilidade Lupércio França Bessegato Roteiro • • • • • Introdução Tabela de Retorno e Árvore de Decisão Critérios para Tomada de Decisão Exemplos de Aplicação Referências Tomada de Decisão e Distribuições de Probabilidade • A maior parte das decisões administrativas deve ser tomada em uma atmosfera de incerteza – é impossível estar seguro das conseqüências de cada escolha . • Se o resultado de uma decisão pode ser medida em termos de dinheiro (como em uma decisão de investimento) e supomos que este resultado pode ser expresso como uma distribuição de probabilidade: Podemos utilizar os conceitos de média e de desvio padrão. Apesar de nunca termos essa informação acerca do futuro, é melhor partir deste pressuposto, uma vez que ele incorpora alguns dos traços de nossa ignorância futura. • Fatores envolvidos na Decisão • Retorno esperado: É a média (valor esperado) da distribuição de probabilidade associada com pagamentos monetários. • Risco: Pode ser medido pela variância da distribuição de probabilidade Tabela de Retorno e Árvore de Decisão • uma escolha com a média mais alta e a variância mais baixa é a melhor de todas. • a escolha correta depende da aversão ao risco do tomador da decisão. Fatores envolvidos na Decisão – Aversão ao Risco • uma escolha com a média mais alta e a variância mais baixa é a melhor de todas • a escolha correta depende da aversão ao risco do tomador da decisão. Um tomador de decisão que é muito contrário ao risco tende a preferir a escolha mais segura mesmo que o retorno esperado seja menor. um tomador de decisão que seja amante do risco e prefira uma alternativa com alta variância, mesmo se ela possuir baixo valor esperado. • • Características Básicas na Tomada de Decisão • Rumos de ação alternativos: O tomador de decisão deve dispor de duas ou mais opções, passíveis de avaliação, antes de se decidir por um rumo de ação. • Eventos ou estados do mundo: Os eventos que possam ocorrer devem ser relacionados, e devese obter a probabilidade de ocorrência de cada evento • Retorno ou remuneração: O resultado de cada evento, juntamente com cada respectivo rumo de ação, deve ter um valor ou retorno a ela associado. • Critérios de decisão: O tomador de decisão deve determinar de que maneira se deve escolher o melhor rumo de ação Tabela de Retorno e Árvore de Decisão • Tabela de Retorno: Contém todos os possíveis eventos que podem ocorrer em cada rumo de ação alternativo. Para cada combinação de um evento com um rumo de ação, deve estar disponível um retorno. • Árvore de Decisão: A árvore de decisão representa graficamente os eventos e os rumos de ação, através de um conjunto de ramificações e junções. • Perda de Oportunidade: É a diferença entre o lucro mais elevado possível para um evento e o lucro real obtido para uma ação empreendida. Representa a diferença entre o lucro em relação à melhor ação e qualquer outro rumo de ação que seja tomado para determinado evento Critérios de Decisão Valor Monetário Esperado Valor monetário esperado (VME) para um rumo de ação j é o lucro para cada combinação (Xij) do evento i e da ação j, vezes a probabilidade de ocorrência do evento Pi , somado para todos os eventos. N VME j = ∑ X ij Pi i =1 VMEj= valor monetário esperado da ação j Xij= o retorno que ocorre quando o rumo da ação j é selecionado e o evento i ocorre Pi = probabilidade de ocorrência do evento i. Critérios de Decisão Perda de Oportunidade Esperada Perda de oportunidade esperada (POE): A perda de oportunidade é a diferença entre o lucro mais elevado possível para um evento e o lucro real obtido para uma ação empreendida. Assim, a perda de oportunidade esperada da ação j é dada pela expressão: N POE j = ∑ l ij Pi i =1 POEj= Perda de oportunidade esperada da ação j lij= Perda de oportunidade que ocorre quando o rumo da ação j é selecionado e o evento i ocorre Pi = probabilidade de ocorrência do evento i. Critérios de Decisão Valor Esperado da Informação Perfeita (VEIP) Valor Esperado da Informação Perfeita (VEIP): A perda de oportunidade esperada a partir da melhor decisão tem um significado especial no contexto da tomada de decisão. Ela é igual ao valor esperado da informação perfeita (VEIP). Pode ser imaginada como sendo a quantia máxima que estaríamos dispostos a pagar para obter a informação perfeita VEIP = lucro esperado em condições de certeza - valor monetário da melhor alternativa Lucro esperado em condições de certeza: Representa o lucro que será realizado se tivermos a informação perfeita sobre qual evento irá ocorrer Valor esperado da Informação Perfeita = Perda da Oportunidade Esperada Critérios de Decisão Relação entre Retorno e Risco Relação entre retorno e risco: É um critério utilizado para expressar a relação entre o retorno (ou ao valor monetário esperado) e o risco (conforme expresso pelo desviopadrão). Re lação entre retorno e risco = VME j VMEj= Valor monetário esperado para a ação j σj = Desvio padrão para a ação j. σj Exemplo de Aplicação Comercialização de Brinquedo Suponha que o gerente de marketing de uma fábrica de brinquedos esteja avaliando se determinado brinquedo deve ou não ser introduzido no mercado. Ele está consciente que a decisão de comercializar ou não o brinquedo implica riscos. É provável, por exemplo, que o brinquedo seja comercializado e não tenha sucesso. Por outro lado poderia ser tomada uma decisão no sentido de não comercializar um brinquedo que poderia ter sucesso. Suponha que haja um custo fixo de $3.000, em que se incorre antes de se tomar uma decisão final quanto a comercializar o brinquedo. Com base em experiências passadas, se o brinquedo tiver sucesso, será obtido um lucro de $45.000 ($48.000 - $3.000 de custos fixos). Se o brinquedo não for considerado um sucesso, haverá um prejuízo de $36.000 ($33.000 na comercialização do brinquedo e $3.000 de custos fixos). Utilizando a avaliação subjetiva do gerente de marketing, suponha que seja atribuída uma probabilidade de 0,60 ao evento de o brinquedo ter sucesso. Exemplo Comercialização do Brinquedo Tabela de Retorno Evento Ei Rumos de Ação Alternativos Comercializar Não (A1) Comercializar (A2) Brinquedo bem-sucedido (E1) +$45.000 -$3.000 Brinquedo malsucedido (E2) -$36.000 -$3.000 Exemplo Comercialização do Brinquedo Árvore de Decisão m Be Co m ial c r e N ão Malsu ce r i za Com er c ido d e c -su ial iz ar m Be dido ido d e c - su Mal su ced ido Exemplo Comercialização do Brinquedo Tabela de Perda de Oportunidade Evento Ei Brinquedo bem-sucedido (E1) Brinquedo malsucedido (E2) Ação Ótima Comercializar Não Comercializar Lucro da Ação Ótima Rumos de Ação Alternativos Comercializar Não Comercializar +$45.000 +$45.000 - $45.000= $0 +$45.000 - (-$3.000) = $48.000 -$3.000 -$3.000 - $36.000 = $33.000 -$3.000 - (-$3.000) = $0 Exemplo Comercialização do Brinquedo Valor Monetário Esperado Pi Evento Ei 0,40 Brinquedo bem-sucedido (E1) 0,60 Brinquedo malsucedido (E2) Comercializar A1 +$45.000 Rumos de Ação Alternativos Não x ij P i Comercializar A1 +$45.000x(0,4) = $18.000 - $36.000 - $36.000x(0,6) = -$21.600 VME(A1) = -$3.600 -$3.000 x ij P i -3.000x(0,4) = -$1.200 -$3.000 - $3.000x(0,6) = -$1.800 VME(A2) = -$3.000 Exemplo Comercialização do Brinquedo Perda Monetária Esperada Pi Evento Ei 0,40 Brinquedo bem-sucedido (E1) 0,60 Brinquedo malsucedido (E2) Comercializar A1 $0 Rumos de Ação Alternativos Não l ij P i Comercializar A1 +$0x(0,4) = $0 $33.000 - $33.000x(0,6) = $19.800 POE(A1) = $19.800 $48.000 l ij P i 48.000x(0,4) = $19.200 $0 $0x(0,6) = $0 POE(A2) = $19.200 Exemplo Comercialização do Brinquedo Valor Esperado da Informação Perfeita (VEIP) Lucro esperado em condições de certeza = 0,40x($45.000) + 0,60x(-$3.000) = $18.000 - $1.800 = $16.200 Representa o lucro que seria realizado se o gerente soubesse, com certeza, que o brinquedo teria sucesso VEIP = lucro esperado em condições de certeza - valor monetário da melhor alternativa VEIP = $16.200 – (-$3.000) = $19.200 É a perda de oportunidade esperada para a não-comercialização do brinquedoo lucro que seria realizado se o gerente soubesse, com certeza, que o brinquedo teria sucesso e representa a quantia máxima que o gerente de marketing estaria disposto a pagar para obter a informação perfeita. Exemplo de Aplicação Carteiras de Investimento de $1.000 (a) Suponha que um gerente de um fundo de ações esteja tentando decidir entre vários lotes de ações a serem comprados, para investimentos de curto prazo, de até um ano. Ao se juntar uma carteira ou um lote de ações, existem dois objetivos: maximizar o retorno para os investidores e, ao mesmo tempo, minimizar seus riscos. Carteiras diferentes terão retornos diferentes, sob condições econômicas diferentes. Algumas carteiras terão melhor desempenho em uma recessão; outras podem operar melhor em condições de crescimento moderado ou em tempos de superaquecimento da economia. Suponha que o gerente tenha avaliado duas carteiras, sob quatro condições econômicas: recessão, estabilidade, crescimento moderado e superaquecimento. O retorno previsto para um ano, de um investimento de $1.000 em cada carteira, sob a condição da economia, é apresentado na tabela abaixo: Carteiras Condições Econômicas A B Recessão Economia estável Crescimento moderado Superaquecimento $30 70 100 150 -$50 30 250 400 Exemplo de Aplicação Carteiras de Investimento de $1.000 (b) O gerente do fundo de ações atribui as seguintes probabilidades para as diferentes condições econômicas: P(recessão) = P(economia estável) = P(crescimento moderado) = P(superaquecimento) = 0,10 0,40 0,30 0,20 Exemplo Investimento de $1.000 Tabela de Retorno Retorno previsto para um ano, de um investimento de $1.000 Carteiras Condições Econômicas Recessão Economia estável Crescimento moderado Superaquecimento A +$30 +$70 +$100 +$150 B -$50 +$30 $250 +$400 R ec es sã o Exemplo Investimento de $1.000 Árvore de Decisão l táve s e a omi n o Ec Ca C ar i ra rte te i r a B A Crescimento mod Su erado pe raq ue cim en to o sã s ce Re estável ia m o n o Ec ec qu ra pe Su Cres c mod imento erad o im t en o Exemplo Investimento de $1.000 Tabela de Perda de Oportunidade Condições Econômicas Recessão Economia estável Crescimento moderado Superaquecimento Ação Ótima A A B B Lucro da Ação Ótima +$30 +$70 +$250 $400 Rumos de Ação Alternativos A +$30 +$70 +$250 +$400 - $30 - $70 - $100 - $150 B = $0 = $0 = $150 = $250 +$30 +$70 +$250 +$400 - (-$50) - $30 - $250 - $400 = = = = $80 $40 $0 $0 Exemplo Investimento de $1.000 Valor Monetário Esperado Rumos de Ação Alternativos Pi 0,10 0,40 0,30 0,20 Evento Ei Recessão Economia estável Crescimento moderado Superaquecimento A $30 $70 $100 $150 x ij P i $30x(0,1) = $3 $70x(0,4) = $28 $100x(0,3) = $30 $150x(0,2) = $30 VME(A) = $91 B x ij P i -$50 $30 $250 $400 -$50x(0,1) = -$5 $30x(0,4) = -$1.200 $250x(0,3) = $75 $400x(0,2) = $80 VME(B) = -$3.000 Exemplo Investimento de $1.000 Perda Monetária Esperada Pi 0,10 0,40 0,30 0,20 Evento Ei Recessão Economia estável Crescimento moderado Superaquecimento Comercializar A1 $0 $0 $150 $250 Rumos de Ação Alternativos Não l ij P i l ij P i Comercializar A1 $0x(0,1) = $0 $80 $80x(0,1) = $8 $0x(0,4) = $0 $40 $40x(0,4) = $16 $150x(0,3) = $45 $0 $0x(0,3) = $0 $250x(0,2) = $50 $0 $0x(0,2) = $0 POE(A) = $95 POE(B) = VEIP = $24 Exemplo Investimento de $1.000 Cálculo da Variabilidade Desvio-padrão: σ A2 = (30 − 91) 2 (0,10) + (70 − 91) 2 (0,40) + + (100 − 91) 2 (0,30) + (150 − 91) 2 (0,20) σ A2 = 1.269 e σ B2 = (−50 − 162) 2 (0,10) + (30 − 162) 2 (0,40) + + (250 − 162) 2 (0,30) + (400 − 162) 2 (0,20) σ B2 = 25.116 e σ A = 35,623 σ B = 158,48 Coeficiente de Variação: CV A = 35,62 x 100% = 39,1% 91 CV B = 158,48 x 100% = 97,8% 162 Há mais variações nos rendimentos da carteira B do que na carteira A Exemplo Investimento de $1.000 Relação entre Retorno e Risco Carteira B: Carteira A: Re lação entre retorno e risco = 91 = 2,55 35,62 Re lação entre retorno e risco = 162 = 1,02 158,48 • A carteira A tem um valor monetário esperado menor que a carteira B, mas, em contrapartida, oferece um risco bem menor do que a carteira B • A relação entre retorno e risco mostra que A é preferível a B. Referências • Levine, D.M, Berenson, M.L. e Stephan, D., Estatística: teoria e aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2000. • Neufeld, J.L. Estatística aplicada à administração usando Excel. São Paulo: Pearson, 2003.