JUNIOR, Claodir Pracidino do Amaral. Plano de Negócios
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JUNIOR, Claodir Pracidino do Amaral. Plano de Negócios
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO CLAODIR PRACIDINO DO AMARAL JUNIOR PLANO DE NEGÓCIOS: Análise da viabilidade de abertura da Clínica de Psicopedagogia Transformar São José 2015 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE SÃO JOSÉ CENTRO UNIVERSITÁRIO MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ – USJ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO CLAODIR PRACIDINO DO AMARAL JUNIOR PLANO DE NEGÓCIOS: Análise da viabilidade de abertura da Clínica de Psicopedagogia Transformar Trabalho elaborado para a disciplina de Estágio II do Curso de Administração do Centro Universitário Municipal de São José – USJ. Orientador: Prof. Ms. Débora Raquel Neuenfeld São José 2015 CLAODIR PRACIDINO DO AMARAL JUNIOR PLANO DE NEGÓCIOS: Análise da viabilidade de abertura da Clínica de Psicopedagogia Transformar Trabalho de Conclusão de Curso elaborado como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Administração do Centro Universitário Municipal de São José – USJ avaliado pela seguinte banca examinadora: Orientador: Prof. Débora Raquel Neuenfeld, Mestre. Prof. Renata Silva, Mestre. Prof. Juarez Perfeito, Doutor. São José, 08 de dezembro de 2015. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente aos meus pais que me apoiaram durante toda a jornada acadêmica para que eu tivesse condições de adquirir conhecimento em busca de um futuro profissional de sucesso. Meu irmão, cujas conversas durante a elaboração deste trabalho foram de grande valia. Agradeço à Ana, minha irmã e amida da vida inteira e para a vida inteira, que apresentou sua ideia e me permitiu estruturá-la neste trabalho acadêmico por meio do Plano de Negócios. Mesmo se eu utilizasse todas as linhas destes agradecimentos eu não conseguiria expressar sua importância tanto para a elaboração deste trabalho, quanto para todo o caminho percorrido para chegar aonde cheguei. Agradeço à Barbara, irmã que ganhei durante a vida, e uma das empreendedoras que lançará a Clínica de Psicopedagogia Transformar que se fez presente durante toda a minha caminhada acadêmica. Agradeço à minha namorada, Samanta, cuja chegada em minha vida me proporcionou uma paz sem igual que me permitiu concluir este trabalho de forma tranquila. Obrigado pela paciência, carinho e palavras tranquilizadoras todos os dias. Você é incrível. Agradeço à Brenda, amiga para todos os momentos e que esteve presente durante parte da faculdade. Sua importância sempre se estendeu além da vida acadêmica, obrigado. Obrigado, Mathias, Amigo e companheiro de trabalhos em dupla durante toda a faculdade. Nunca esquecerei as provas feitas enquanto ríamos em uníssono. Agradeço à Andria, amiga e companheira durante a vida acadêmica, e de fundamental importância no esclarecimento de dúvidas e na elaboração deste trabalho. Agradeço ao meu amigo Wellington, que por muitas vezes fez meu trabalho no estágio para que eu me dedicasse por mais tempo ao TCE. Agradeço também à Amanda, cujas conversas sempre foram de grande importância. E por fim, agradeço a todos os professores presentes durante os 4 anos de curso, meus agradecimentos por contribuírem sempre de forma atenciosa para que eu absorvesse a maior quantidade possível de conhecimento. Agradeço em especial à minha orientadora Débora Raquel Neuenfeld, sempre disposta a demandar o tempo que se fizesse necessário para auxiliar na elaboração deste trabalho. RESUMO Para conseguir entrar de forma competitiva no mercado existe a ferramenta de análise da viabilidade para abertura de empresas: Plano de Negócio. Ferramenta essa que possibilita ao empreendedor ter visão de todas as condições do mercado, o investimento necessário, e a previsão de em quanto tempo esse investimento terá retorno conforme os lucros da empresa. Assim, este trabalho teve como principal objetivo analisar a viabilidade da abertura da Clínica de Psicopedagogia Transformar em São José (SC), através da utilização da ferramenta plano de negócio. A pesquisa caracteriza-se como uma pesquisa aplicada, exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa. Tem seu delineamento por meio de um estudo de caso, utilizando-se de pesquisa bibliográfica, entrevista semiestruturada e pesquisa documental. Com a análise do conteúdo das entrevistas foi realizada a análise dos dados. Essa pesquisa resultou no planejamento de todas as áreas da clínica e projeções de como essa se desenvolverá quando se estabelecer no mercado conforme as diversas condições definidas (cenários). Chegou-se a conclusão de que o plano de negócios é essencial para o planejamento das empresas antes de sua inserção no mercado. O plano de negócios permite projetar cenários e estabelecer previsões de como a empresa se desenvolveria na possibilidade de ocorrência de um deles. Dessa forma, a empresa tem a possibilidade de se planejar conforme as adversidades e minimizar as possibilidades de um possível insucesso em sua entrada no mercado. Palavras chave: Plano de Negócios; Projeções; Planejamento. Lista de Figuras Figura 1: O processo empreendedor (adaptado de Hisrich, 1998). ........................... 27 Figura 2: Composto de Marketing (4Ps) .................................................................... 51 Figura 3: As quatro zonas da matriz SWOT. ............................................................. 55 Figura 4: Fluxograma dos processos operacionais do serviço prestado a crianças com TDAH e outras dificuldades de aprendizagem. ................................................. 91 Figura 5: Fluxograma dos processos operacionais do serviço prestado a autistas... 95 Figura 6: Logomarca da Clínica de Psicopedagogia Transformar............................. 97 Figura 7: Layout. ..................................................................................................... 101 Figura 8: Organograma da organização. ................................................................. 110 Figura 9: Plano de pessoal para Sócias/Psicopedagogas Clínicas. ........................ 113 Figura 10: Progressão funcional para estagiário matutino e vespertino. ................. 114 Figura 11: Progressão funcional do Psicopedagogo Clínico. .................................. 115 Figura 12: Crescimento do setor de serviços .......................................................... 117 Lista de Tabelas Tabela 1: Demonstração de oportunidades que favorecem empresas estabelecidas e novas empresas. ....................................................................................................... 29 Tabela 2: Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Receitas de Locação de Bens móveis e de Prestação de Serviços. ......................................................................... 76 Tabela 3: Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, para empresas constituídas em 2007, por regiões e setores. ............................................................ 77 Tabela 4: Grau dos fatores de sensibilidade do mercado X Ações de tratamento dos fatores de sensibilidade. ............................................................................................ 79 Tabela 5: Comparativo entre concorrentes. .............................................................. 82 Tabela 6: Capacidade de prestação de serviços ..................................................... 102 Tabela 7: Móveis e utensílios .................................................................................. 118 Tabela 8: Máquinas e equipamentos ...................................................................... 118 Tabela 9: Investimento fixo...................................................................................... 119 Tabela 10: Investimentos pré-operacionais. ............................................................ 119 Tabela 11: Investimento total. ................................................................................. 120 Tabela 12: Estimativa do faturamento mensal para o primeiro ano – Cenário realista ................................................................................................................................ 120 Tabela 13: Estimativa do faturamento mensal para o segundo ano – Cenário realista ................................................................................................................................ 121 Tabela 14: Estimativa do faturamento mensal para o terceiro ano – Cenário realista ................................................................................................................................ 121 Tabela 15: Estimativa do faturamento mensal para o primeiro ano – Cenário pessimista ............................................................................................................... 122 Tabela 16: Estimativa do faturamento mensal para o segundo ano – Cenário pessimista ............................................................................................................... 122 Tabela 17: Estimativa do faturamento mensal para o terceiro ano – Cenário pessimista ............................................................................................................... 123 Tabela 18: Estimativa do faturamento mensal para o primeiro ano – Cenário otimista. ................................................................................................................................ 123 Tabela 19: Estimativa do faturamento mensal para o segundo ano – Cenário otimista. ................................................................................................................... 124 Tabela 20: Estimativa do faturamento mensal para o terceiro ano – Cenário otimista. ................................................................................................................................ 124 Tabela 21: Estimativa dos custos com mão de obra. .............................................. 125 Tabela 22: Estimativa dos custos fixos operacionais mensais. ............................... 126 Tabela 23: DRE – 1º ano......................................................................................... 126 Tabela 24: DRE – 2º ano......................................................................................... 127 Tabela 25: DRE – 3º ano......................................................................................... 127 Tabela 26: IMC e PE ............................................................................................... 128 Tabela 27: Lucratividade ......................................................................................... 129 Tabela 28: Rentabilidade ........................................................................................ 130 Tabela 29: Fluxo de caixa dos três anos para o período realista. ........................... 130 Tabela 30: Fluxo de caixa dos três anos para o cenário pessimista. ...................... 132 Tabela 31: Fluxo de caixa dos três anos para o cenário otimista. ........................... 133 Tabela 32: Balanço Patrimonial............................................................................... 135 Lista de Gráficos Gráfico 1: Taxa de mortalidade de empresas de 2 anos, evolução por setores de atividade .................................................................................................................... 77 Lista de Quadros Quadro 1: Estudo dos clientes. ................................................................................. 48 Quadro 2: Modelos de DRE ...................................................................................... 64 Quadro 3: Balanço Patrimonial.................................................................................. 68 Quadro 4: Análise F.O.F.A. ..................................................................................... 103 Quadro 5: Necessidade de pessoal. ....................................................................... 107 Quadro 6: Psicopedagoga clínica. ........................................................................... 108 Quadro 7: Estagiários. ............................................................................................. 109 Quadro 8: Consultor/assessor administrativo. ......................................................... 110 SUMÁRIO 1 1.1 1.2 1.3 1.3.1 1.3.2 1.4 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 9 TEMA .............................................................................................................. 10 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ......................................................................... 11 OBJETIVOS.................................................................................................... 13 Objetivo Geral ............................................................................................... 13 Objetivos Específicos................................................................................... 13 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 13 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 15 2.1 ADMINISTRAÇÃO .......................................................................................... 15 2.1.1 Teorias Administrativas ............................................................................... 18 2.2 EMPREENDEDORISMO ................................................................................ 23 2.3 PLANO DE NEGÓCIOS ................................................................................. 31 2.3.1 Sumário Executivo........................................................................................ 39 2.3.1.1 Resumo dos principais pontos do Plano de Negócio .................................... 40 2.3.2 Análise de Mercado ...................................................................................... 42 2.3.3 Plano de Marketing ....................................................................................... 50 2.3.4 Plano Operacional ........................................................................................ 53 2.3.5 Estratégia do Negócio .................................................................................. 55 2.3.6 Organização e Gerência do Negócio........................................................... 56 2.3.7 Plano Financeiro ........................................................................................... 60 2.3.7.1 Investimento total .......................................................................................... 62 2.3.7.2 Demonstrativo de resultados ......................................................................... 63 2.3.7.3 Ponto de equilíbrio ........................................................................................ 64 2.3.7.4 Fluxo de Caixa .............................................................................................. 66 2.3.7.5 Balanço Patrimonial....................................................................................... 67 3 3.1 3.2 3.3 3.4 METODOLOGIA ............................................................................................. 69 NÍVEIS DA PESQUISA ................................................................................... 69 DELINEAMENTO DA PESQUISA .................................................................. 72 COLETA DE DADOS ...................................................................................... 73 FORMAS E ANÁLISES DOS DADOS ............................................................ 73 4 4.1 4.2 4.2.1 4.2.2 4.2.3 4.2.4 4.2.5 4.2.6 4.2.7 4.3 4.3.1 4.3.2 ELABORAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIOS ................................................ 74 SUMÁRIO EXECUTIVO ................................................................................. 74 ANÁLISE DE MERCADO ............................................................................... 76 Projeções do mercado ................................................................................. 76 Critérios de Segmentação............................................................................ 78 Forma de venda ............................................................................................ 79 Sensibilidade de mercado ............................................................................ 79 Análise da concorrência .............................................................................. 81 Comportamento dos clientes ...................................................................... 83 Pesquisa de mercado ................................................................................... 84 PLANO DE MARKETING ............................................................................... 90 Descrição dos principais produtos e serviços .......................................... 90 Preço .............................................................................................................. 96 4.3.3 Estratégias promocionais ............................................................................ 97 4.3.4 Estrutura de comercialização ...................................................................... 99 4.3.5 Localização do negócio ............................................................................. 100 4.4 PLANO OPERACIONAL ............................................................................... 100 4.4.1 Layout .......................................................................................................... 100 4.4.2 Capacidade produtiva/comercial/serviços ............................................... 101 4.5 ESTRATÉGIA DO NEGÓCIO ....................................................................... 103 4.6 ORGANIZAÇÃO E GERÊNCIA DO NEGÓCIO ............................................ 106 4.6.1 Necessidade de pessoal ............................................................................ 106 4.6.2 Composição equipe de gerência e quadro de pessoal ........................... 107 4.6.3 Estrutura da organização ........................................................................... 110 4.6.4 Plano de pessoal ........................................................................................ 111 4.7 PLANO FINANCEIRO................................................................................... 116 4.7.1 Investimento total ....................................................................................... 118 4.7.2 Estimativa do faturamento mensal da empresa ....................................... 120 4.7.3 Estimativa com custo de mão de obra...................................................... 125 4.7.4 Estimativa dos custos fixos operacionais ................................................ 125 4.7.5 Demonstrativo de resultados .................................................................... 126 4.7.6 Ponto de Equilíbrio ..................................................................................... 128 4.7.7 Lucratividade .............................................................................................. 129 4.7.8 Rentabilidade .............................................................................................. 129 4.7.9 Fluxo de Caixa ............................................................................................ 130 4.7.10 Balanço Patrimonial ................................................................................... 135 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 137 6 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ................................................................. 143 APÊNDICE A .......................................................................................................... 148 APÊNDICE B .......................................................................................................... 150 9 1 INTRODUÇÃO Constantemente novas empresas emergem no cenário de negócios. Muitas destas empresas são criadas por pessoas que não possuem capacitação na área administrativa, mas que geralmente já possuem uma determinada relação na área de negócios, e vêem neste ramo (criação de uma empresa) a oportunidade de ampliar a renda e estabelecer novas oportunidades. Diante deste fato, e pela maioria dos empreendimentos não contarem com o auxílio administrativo de um profissional da área, “segundo pesquisa realizada pelo SEBRAE, em 2004, 49,4% das empresas encerram as atividades com até 2 (dois) anos de existência, 56,4% com até 3 (três) anos e 59,9% não sobrevivem além dos 4 (quatro) anos.” (ROSA, 2007, p. 7) A globalização e a agilidade nas informações e nas respostas a todo tipo de ação exigem que as empresas tenham uma quantidade reduzida de erros. E isso só acontece quando o empreendimento tem um apoio administrativo eficiente e um planejamento organizacional bem definido. A administração se tornou essencial, e sua ausência ou ineficiência pode ser prejudicial para todo tipo de empresa, principalmente as que estão em pleno início de estabelecimento do negócio no mercado competitivo. Esta alta competitividade (que se deve ao fato de que há muitas empresas no mercado) estabelece uma divisão do Market Share entre as empresas estabelecidas em determinada área. Nesse contexto, uma falha da empresa iniciante pode ocasionar na perda dessa fatia de mercado, tendo por consequência o declínio do crescimento e uma possível estagnação nas vendas. O plano de negócios é uma ferramenta utilizada antes da criação de uma empresa, para que essa inicie sua trajetória com seus processos plenamente definidos, estrutura administrativa e um planejamento e posicionamento estratégico adequados aos objetivos do empreendedor quanto à execução de seu empreendimento. Além da utilização dessa ferramenta para a abertura de empresas, também pode ser aplicado para planejar a expansão de uma empresa ou a própria reestruturação dessa. Assim, com a análise do ambiente externo ao qual a empresa estará inserida e o planejamento de todos os custos aos quais a empresa estará vinculada, as chances de o empreendimento prosperar se multiplicam. O Plano de Negócios define o negócio da empresa, o posicionamento, o perfil do cliente, as 10 características do mercado, o plano jurídico, plano de marketing, plano operacional e de pessoal, plano financeiro e análise de viabilidade. A empresa é fundada com um planejamento totalmente definido. Pretende-se nesta pesquisa, com a utilização da ferramenta “Plano de Negócios”, analisar a viabilidade da abertura de uma Clínica de Psicopedagogia em São José, identificar as principais necessidades do cliente em potencial e adequar o Plano de Negócios para que a Clínica se estabeleça no mercado de forma diferenciada dos concorrentes. 1.1 TEMA “O plano de negócios é uma linguagem para descrever de forma completa o que é ou o que pretende ser uma empresa.” (DOLABELA, 2008, p. 75). O plano de negócios é uma ferramenta que ajuda o empreendedor a ter conhecimento das oportunidades e potencialidades do empreendimento que se pretende abrir. Conforme Dornelas (2001, p. 95), “O plano de negócios é uma ferramenta que se aplica tanto no lançamento de novos empreendimentos quanto no planejamento de empresas maduras.” Conforme Rosa (2007, p. 9): O plano irá orientá-lo na busca de informações detalhadas sobre o seu ramo, os produtos e serviços que irá oferecer, seus clientes, concorrentes, fornecedores e, principalmente, sobre os pontos fortes e fracos do seu negócio, contribuindo para a identificação da viabilidade de sua ideia e na gestão da empresa. Dessa forma, o Plano de Negócios engloba uma série de técnicas administrativas que buscam trazer conhecimento ao administrador e/ou empreendedor sobre o mercado o qual está sendo inserido o novo negócio, execução de planejamentos operacionais, projeções de venda, de faturamento e vários outros conceitos que são de fundamental importância no conhecimento do negócio e para ser efetuada a análise da viabilidade da abertura de determinada empresa. Para Dolabela (2008, p. 75), o plano de negócios traz todas as respostas para as indagações dos stakeholders da empresa: 11 O distribuidor quer saber sobre a qualidade do produto e a capacidade de produção da empresa; o fornecedor, sobre sua tradição e capacidade de honrar dívidas; o sócio potencial quer saber sobre o futuro do negócio; já o investidor, seja banco, seja capitalista de risco, quer saber sobre a empresa em seu conjunto: passado, presente, futuro, a competência de quem a dirige, o potencial de mercado, a lucratividade etc. O Plano de negócios permite ao administrador e/ou empreendedor ter uma visão geral de todos os processos e etapas na organização proposta e com isso a prevenção a futuros possíveis problemas, além de o planejamento efetuado no Plano de Negócios garantir à nova empresa a segurança de chances potencializadas de sucesso. A maioria desses novos negócios não é planejada, não tem um prévio Plano de Negócios que oriente a nova organização conforme seu desenvolvimento, e é por isso que o Plano de Negócios tem relevância e importância indiscutível para o sucesso de novas empresas.“Um plano de negócio permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado.” (ROSA,2007, p. 9). Nesta pesquisa, será focado no Plano de Negócios para Startups (novas empresas). Pretende-se analisar a viabilidade da abertura de uma clinica de psicopedagogia, e levar conhecimento e segurança para futuros clientes e funcionários sobre a estrutura da empresa, suas motivações, inclinações e seu planejamento referente a todas as áreas da empresa, inclusive as que esses clientes e funcionários em potencial irão ingressar. 1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA A elaboração do Plano de Negócios é a forma de planejar uma empresa antes de sua criação para que se possa analisar a viabilidade econômica e financeira da empresa perante seus fundadores e a necessidade (ou não) de buscar investidores externos, como os “investidores anjo”, para custear a empresa em sua inserção no mercado. Com a elaboração deste Plano de negócios para a análise da viabilidade da abertura de uma clínica de psicopedagogia em São José, pretende-se planejar todas as áreas da clínica, no cenário econômico atual, conforme as condições externas existentes e as internas que se pretende criar. É necessário não somente para definir os passos que a empresa deverá tomar conforme as diversas análises feitas 12 e dados recolhidos, mas também para explicitar como a clínica irá passar ao cliente o funcionamento e a importância do serviço que se pretende prestar. Vislumbra-se a necessidade de uma Clínica de Psicopedagogia em São José devido a escassez de tal serviço oferecido na região. Pode-se elencar à essa escassez a falta de conhecimento da sociedade sobre a área da psicopedagogia, suas contribuições e sua importância para o desenvolvimento da aprendizagem de crianças que apresentam barreiras na questão. Dessa forma, a clínica agirá não só na disponibilização de um serviço diferenciado e de qualidade como também um agente de conscientização para a sociedade através dos eventos que realizará junto à comunidade. A disponibilização de informações que esclareçam a essência do negócio proposto e conscientizam sobre a importância desse para as diversas situações de necessidades de uma aprendizagem diferenciada é fator fundamental em um mercado globalizado onde as informações tem um fluxo de movimento intenso. Com esse alto fluxo de informações, a população está importando-se mais com o caráter educacional, desta forma, quando o sujeito apresenta alguma dificuldade, geralmente os responsáveis pelo mesmo, ou o próprio sujeito, procuram outras maneiras de intervenção que auxiliem na dificuldade encontrada. Assim, a Psicopedagogia vem para contribuir com esta questão de aprendizagem, e auxiliar no desenvolvimento da aprendizagem humana. Para que se possa compreender um pouco sobre a Psicopedagogia e sua contribuição, explanar-se-á um breve parágrafo para situar o leitor nessa questão. A psicopedagogia tem como definição: área que estuda e lida com o processo de aprendizagem humana e suas dificuldades, compreendida na especificidade do sujeito que aprende. A intervenção de um profissional da Psicopedagogia pode contribuir em diversos ambientes, devidamente divididos e caracterizados pelas atuações Clínica e Institucional. Ambas têm como objeto de trabalho os processos de ensino e de aprendizagens e a construção de conhecimento, além disso, a Psicopedagogia em geral, seja ela Clínica ou Institucional, trabalha coletivamente com outros profissionais, e intervém de forma preventiva, ou ainda, terapêutica. A área da psicopedagogia se mostra promissora no desenvolvimento de métodos de aprendizagens específicos para as singularidades que surgem no decorrer da vida, da aprendizagem e do desenvolvimento humano. 13 Diante da explanação acima, a pergunta a ser feita é a seguinte: como pode ser elaborado um plano de negócios para a criação de uma clínica de psicopedagogia em São José? 1.3 OBJETIVOS Neste tópico são apresentados os objetivos gerais e específicos que norteiam esta pesquisa. 1.3.1 Objetivo Geral Elaborar um Plano de Negócios de uma Clinica de Psicopedagogia com base nos dados coletados nesta pesquisa e nas técnicas administrativas que se adequam às etapas do Plano de Negócios. 1.3.2 Objetivos Específicos Analisar o segmento de mercado para o empreendimento que se pretende lançar; Elaborar Plano de Marketing, Plano Operacional, Estratégia do Negócio, Composição da Organização e Gerência do Negócio e Plano Financeiro; 1.4 Verificar a viabilidade para abertura do negócio. JUSTIFICATIVA No mundo globalizado, para empreendedores abrirem seus negócios é necessário um prévio planejamento estratégico conforme seus objetivos. Caso isso não aconteça, há uma grande chance da empresa não conseguir se estabelecer plenamente no mercado. O Plano de Negócios é uma técnica utilizada para dar suporte aos empreendedores que estão planejando inserir uma nova empresa no mercado competitivo. Devido a ser uma técnica que quando aplicada envolve o planejamento completo da empresa, acaba por integrar todas as áreas da administração, e isso é fundamental para o acadêmico em sua absorção de 14 conhecimento e na sua visão de como empresas são planejadas, estruturadas e como são aplicadas boa parte das técnicas administrativas que ele aprendeu durante o andamento de sua graduação. Este é um trabalho de conclusão de curso que devido a sua complexidade e extensão, agrega conhecimento para trabalhos futuros de acadêmicos do Centro Universitário Municipal de São José que venham a utilizar desse em suas pesquisas. E como já explanado anteriormente referente aos benefícios da criação de um Plano de Negócios, para o gestor/empreendedor que estiver interessado na inserção de uma nova empresa no mercado competitivo, a execução de um Plano de Negócios é fator fundamental no início das empresas ou no lançamento de uma empresa já existente em uma nova área do mercado para que obtenha sucesso em seus objetivos. 15 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A fundamentação teórica é uma ferramenta que busca dar embasamento ao leitor para que haja discernimento sobre os temas abordados na pesquisa. 2.1 ADMINISTRAÇÃO Administrar é um ato inerente do ser humano e do dia a dia. Para toda tarefa executada e todo objetivo traçado, para que se realize isso, administrar é o processo meio que irá conduzir até o alcance do que foi quisto. A administração passou por mudanças ao longo do tempo. Em uma destas mudanças ela, além de ser uma ferramenta para a organização, passou a ser um campo de estudos, e daí em diante evoluiu com cada vez mais teorias de como aplicar a administração nas organizações. Segundo Maximiano (2007, p.34), “Administração é um processo dinâmico de tomar decisões e realizar ações que compreende cinco processos principais interligados: planejamento, organização, liderança (e outros processos da gestão de pessoas), execução e controle.” “Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar para alcançar os objetivos organizacionais pelo uso de pessoas e recursos”. (SILVA, 2005). Faria (2002, p. 1) também explana que “A administração é a condução racional das atividades de uma organização, cuidando do planejamento, da organização, da direção e do controle dessas atividades, com vista a alcançar os objetivos estabelecidos.” Essa definição é resumida por alguns autores com a sigla POC³, que significa: Planejamento, organização, controle, comando e coordenação. Para Kwasnicka (2005, p.20), administração é “um processo integrativo fundamental, buscando a obtenção de resultados específicos”. Já para Andrade e Amboni (2011, p.8), administração é “a arte de liderar pessoas e de gerir recursos escassos e valiosos dentro e fora das organizações.” “A tarefa da Administração é interpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação organizacional por meio do planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos de maneira mais 16 eficiente e eficaz” (CHIAVENATO, 2004). Maximiano (2007, p.37) discorre sobre a importância das competências gerenciais além dos gestores: As competências administrativas (ou competências gerenciais) são importantes para qualquer pessoa que tome decisões sobre a utilização de recursos para realizar objetivos, ou que esteja em ambientes onde essas decisões são tomadas. Chiavenato em seu livro “Introdução à Administração” (2004) explana inicialmente sobre as habilidades e competências do administrador conforme sua posição hierárquica na organização. Ele divide em 3 Habilidades principais: Habilidades técnicas; Habilidades Humanas e Habilidades conceituais. Segundo ele, as Habilidades técnicas eram aquelas imutáveis, fáceis de fazer, ligadas diretamente ao nível operacional, onde o administrador ocupa cargos hierárquicos de supervisão. Habilidade Humana é referente ao bom relacionamento interpessoal. Essa habilidade seria mais necessária para cargos de gerência, nível tático. E as Habilidades conceituais seriam as ligadas diretamente com o nível estratégico da organização, os cargos de diretoria. Conforme Chiavenato e Sapiro (2003, p. 4): Na medida em que se sobre para os níveis mais elevados da organização, diminui a necessidade de habilidades técnicas, enquanto aumenta a necessidade de habilidades conceituais. Os níveis inferiores requerem considerável habilidade técnica dos supervisores para lidar com os problemas operacionais concretos e cotidianos da organização. Seguindo seu pensamento, para que essas habilidades sejam aproveitadas pelo administrador, é necessário que ele apresente algumascompetências também, que seriam três. Conhecimento: “significa todo o acervo de informações, conceitos, idéias, experiências, aprendizagens que o administrador possui a respeito de sua especialidade.” (CHIAVENATO; SAPIRO, 2003, p. 4). Perspectiva: “significa a capacidade de colocar o conhecimento em ação. Em saber transformar a teoria em prática. Em aplicar o conhecimento na análise das situações e na solução dos problemas e na condução do negócio.” (CHIAVENATO; SAPIRO, 2003, p. 5). E a Atitude, que conforme Chiavenato e Sapiro (2003, p. 5): A atitude representa o estilo pessoal de fazer as coisas acontecerem, a maneira de liderar, de motivas, de comunicar e de levar as coisas para a frente. Envolve o impulso e a determinação de inovar e a convicção de 17 melhorar continuamente, o espírito empreendedor, o inconformismo com os problemas atuais e, sobretudo, a facilidade de trabalhar com outras pessoas e fazer as suas cabeças. Essas três competências são chamadas pelo autor de competências duráveis. Competências que o administrador desenvolve e não deve mudar mesmo diante dos problemas mais difíceis e das mudanças mais drásticas sejam essas em quais âmbitos aconteçam. Dornelas (2001, p. 31)ainda cita uma afirmação de Hamptom (1991) que diz: O trabalho administrativo pode ser identificado como: de supervisão, médio e alto. Os supervisores tratam comumente de operações de uma unidade específica, como uma seção ou departamento. Os administradores médios ficam entre os mais baixos e os mais altos níveis na hierarquia em uma organização. E os administradores de alto nível são aqueles que têm a mais alta responsabilidade e a mais abrangente rede de interações. Se observado essa correlação entra a “divisão” estabelecida inicialmente por Chiavenato e a citada por Dornelas através de Hamptom, há uma notável distinção entre as competências e necessidades dos administradores conforme sua posição hierárquica. O que se deve atentar é que independente da posição hierárquica, o administrador deve sempre buscar sua evolução profissional. A busca por crescimento deve ser constante: um administrador que não e atualiza, é um administrador acomodado e pode se tornar descartável para a organização. Dornelas (2001, p. 31) explana sobre estudos e definições de autores sobre as diferenças e semelhanças entre o administrador e o empreendedor: Outra abordagem sobre o trabalho do administrador foi feita por Rosemary Stewart (1982), do Oxford Center Management Studies, que acreditava que o trabalho dos administradores é semelhante ao dos empreendedores, já que compartilham de três características principais: demandas, restrições e alternativas. Basicamente, as demandas, eram o que deveria ser feito, as restrições eram as limitações internas e externas que a organização tinha, e as alternativas são os caminhos disponíveis que definem o que e como exatamente o administrador irá fazer. Conforme Filion(1997)(apud DORNELAS, 2001, p. 35), “o gerente é voltado para a organização de recursos, enquanto o empreendedor é voltado para a definição de contextos.” O gerente seria o típico administrador de “corte de custos”, 18 economia de recursos, e o empreendedor seria o criador de novas perspectivas, um administrador com uma visão diferenciada das possibilidades do novo, do ousar em criar. Não significa que o empreendedor não é um administrador, mas sim que um não condiciona o outro. Pode haver um empreendedor que não tem características de administrador, como também pode haver o contrário. E é claro, há o empreendedor que tem as habilidades e conhecimentos de um administrador, e esse empreendedor abrirá seu negócio e terá uma possibilidade muito maior de sucesso, pois além de criar ele também terá capacidade para manter sua criação. 2.1.1 Teorias Administrativas Conforme os conceitos de administração foram evoluindo e a consciência da importância dessa para o sucesso da empresa, começaram a surgir Teorias Administrativas que estudavam formas de aplicar melhoramentos em determinadas áreas que se dava enfoque. Esse tópico traz de forma sucinta os conceitos dessas teorias e sua evolução. A primeira Teoria Administrativa estudada é a de Taylor que ficou conhecida como “Teoria da Administração científica” e/ou “Teoria Científica da Administração”. A administração científica tinha como base quatro princípios: a) desenvolver a ciência da administração para o alcance do método mais apropriado de realizar uma tarefa; b) selecionar os trabalhadores cientificamente para que eles ficassem responsáveis pela tarefa mais adequada para o biótipo deles; c) desenvolvimento científico e educação do trabalhador; d) ter entre a administração e trabalhadores cooperação. (STONER; FREEMAN, 1999, p. 24). Com Taylor foi aberto uma gama de opções para melhorias na eficiência das formas de produção. Conforme Correa (2003, p. 39), “quebrar as tarefas em subtarefas elementares e trabalhar extensivamente para tornar cada uma dessas tarefas mais eficiente.” Sua visão era bastante mecanicista, mas já havia traços de “gestão por competências” se for observado que um dos seus princípios cita a questão de as tarefas serem compatíveis às habilidades dos trabalhadores, e que a empresa deveria saber contratar para que necessitasse menos esforço de treinamento e, caso houvesse necessidade, deveria capacitar o trabalhador para que esse desenvolvesse sua tarefa corretamente. Obviamente é uma característica 19 ainda muito distante do real conceito administrativo de gestão por competências, mas a visão de um engenheiro de produção para detalhes como os explanados em seus princípios é o que fez Taylor ter seus estudos e teorias amplamente estudados e aplicados até mesmo no mundo globalizado. Contemporâneo a Taylor, Ford surgiu como outro grande estudioso que trouxe ferramentas importantes para a administração. Maximiano (2007, p.56) afirma que Henry Ford “elevou ao mais alto grau os dois princípios da produção em massa, que é a produção de produtos não diferenciados em grande quantidade: peças padronizadas e trabalhador especializado.” Segundo Chiavenato e Sapiro (2003, p. 65),“Embora não tenha inventado o automóvel nem mesmo a linha de montagem, Ford inovou na organização do trabalho: a produção de maior número de produtos acabados com a maior garantia de qualidade e pelo menor custo possível.”. Enquanto Taylor e Ford estavam trabalhando fortemente nas linhas de produção surgiu Fayol, que se preocupou em estudar a Administração na forma gerencial. Conforme Motta e Vasconcelos (2006, p.23): O foco da Escola de Administração Clássica é interno e estrutural, ou seja, os principais teóricos dessa escola focam a sua análise no aperfeiçoamento das regras e estruturas internas da organização. Para eles, a partir do momento em que a organização tem estruturas adequadas que funcionam bem e otimizam a produção, todos os outros problemas se resolvem. “De acordo com Fayol, a administração é uma atividade comum a todos os empreendimentos humanos (família, negócios, governo), que sempre exigem algum grau de planejamento, organização, comando, coordenação e controle.” (MAXIMIANO, 2007, p.57).Montana e Charnov(2006, p. 18) conceituam com maiores detalhes sobre a definição de Fayol: [...] Planejamento: função que consiste em prever os eventos futuros da organização e determinar as atividades futuras mais eficazes para a empresa. Organização: função que consiste em como a estrutura organizacional está estabelecida e em como a autoridade e responsabilidade são passadas para os gerentes (delegação). Comando: função relacionada à maneira como os gerentes administram os funcionários, Fayol abordou as atividades tais como: comunicação eficaz, comportamentos gerenciais e uso de recompensas e de punições na discussão sobre como um gerente deveria comandar os funcionários. Coordenação: função referente às atividades destinadas a criar uma relação entre todos os esforços da organização (tarefas individuais) para realizar um objetivo comum e Controle: função relacionadas ao modo como 20 os gerentes avaliam o desempenho dentro da organização com relação aos planos e às metas dessa organização. Para Fayol, os gerentes devem ter um trabalho distinto das operações. Se o gerente se atém as operações, consequentemente pode deixar de lado suas funções administrativas que são suas principais atividades. Para Maximiano (2007, p. 58), o trabalho do gerente consiste em tomar decisões, estabelecer metas, definir diretrizes e atribuir responsabilidades aos integrantes da organização, de modo que as atividades de planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar estejam numa sequência lógica. Notam-se claramente as diferenças entre os estudos de Taylor e de Fayol: enquanto Taylor estudou a administração do trabalho, Fayol focou no trabalho da administração. Em seguida se levantou a questão da preocupação com o fator humano. O lado humanístico na Administração passou a ficar em evidência. Isso decorreu de fatos como o desenvolvimento das ciências humanas (psicologia), a visualização da necessidade de humanizar as organizações. Até então os conceitos utilizados eram de empresas mecanicistas, onde as pessoas eram apenas peças de engrenagens que faziam funcionar as grandes maquinas que eram as empresas. Da teoria das relações humanas, a consequência foia consideração direta do fator humano na produção, conceitos hoje comuns nas empresas como o fator motivacional, o clima organizacional, liderança entre outras. Conforme Chiavenato e Sapiro (2003, p. 116), “O engenheiro e o técnico cedem lugar ao psicólogo e ao sociólogo. O método e a máquina perdem a primazia em favor da dinâmica de grupo. A felicidade humana passa a ser vista sob um ângulo diferente, pois o homo economicus cede o lugar para o homem social.” Pode-se afirmar que em todas as teorias que se seguiram o fator humano sempre foi levado em consideração, e a experiência de Halthorne concomitantemente à teoria das relações humanas são de enorme relevância nos estudos administrativos e seus consequentes resultados. Após a Segunda Guerra Mundial o mundo passou a se modernizar fortemente. Surgiu então o que foi chamado de teoria neoclássica. Trata-se de uma modernização/adequação da teoria clássica da administração ao mundo atual e as empresas de novo porte que estavam se estabelecendo. Para Chiavenato e Sapiro 21 (2003, p. 148), “a Teoria Neoclássica representa a Teoria Clássica colocada em um novo figurino e dentro de um ecletismo que aproveita a contribuição de todas as demais teorias administrativas.” Segundo Chiavenato, a Teoria Neoclássica apresentava 5 características principais: 1. Ênfase na prática da administração (criação de conceitos utilizados de forma prática na ação administrativa); 2. Reafirmação dos postulados clássicos (adequação dos conceitos clássicos a época atual); 3. Ênfase nos princípios gerais de administração; 4. Ênfase nos objetivos e resultados (surgimento da APO – Administração por objetivos); 5. Ecletismo nos conceitos. Na história das teorias administrativa, o que se seguiu foi o surgimento da Teoria Burocrática e Teoria Estruturalista da administração. É tratado das duas de forma integrada devido à ligação que as duas Teorias apresentam. A Teoria Burocrática surgiu primeiro, com Max Weber como principal fundador. Ele afirmava que todas as organizações eram burocráticas, pois isso consistia em seguir a razão, um modelo racional. Uma forma humana de organização, sem crueldades, mas ainda assim rígida de forma que seus processos fossem eficientes. Segundo essa teoria, a hierarquização seria bem definida nas organizações e seus dirigentes formariam uma nova classe social dominadora. A partir desse momento do pensamento administrativo, nasceu uma nova teoria: A Teoria Estruturalista. O que a diferencia da Teoria Burocrática é o fato de sua visão romper as barreiras internas. Conforme Chiavenato (2003, p. 254-255): Com o aparecimento, crescimento e proliferação das burocracias, a teoria administrativas – até então introspectiva e voltada apenas para os fenômenos internos da organização – ganhou uma nova dimensão por meio da abordagem estruturalista: além do enfoque intra-organizacional, surgiu o enfoque interorganizacional. Seguindo o histórico do desenvolvimento das teorias administrativas, surge a Teoria Comportamental da Administração. “Enquanto o estruturalismo foi influenciado pela sociologia – e mais especificamente pela sociologia organizacional – a abordagem comportamental recebe forte influência das ciências comportamentais – e, mais especificamente da psicologia organizacional.” (CHIAVENATO; SAPIRO, 2003, p. 324). O enfoque comportamental trata das pessoas em primeiro plano. “Considera as pessoas em sua totalidade e como parte mais importante das organizações e de 22 seu desempenho.” (MAXIMIANO, 2007, p.60). Pode-se dizer que a teoria comportamental é uma evolução da teoria das relações humanas, porém é importante enfatizar que aquela tem essa apenas como base. A Teoria Comportamental é realista, e apesar de apresentar uma oposição forte à teoria clássica e às concepções mecanicistas, não as deixa de lado tratando apenas do fator humano. Ela não apresenta a ingenuidade e romantismo da teoria das relações humanas. Segundo Chiavenato e Sapiro (2003, p. 328), “A ênfase permanece nas pessoas, mas dentro do contexto organizacional mais amplo.” É nessa teoria que Maslow lança sua obra da “hierarquia das necessidades de Maslow”, bastante difundida e útil na administração. Maslow explanou fortemente sobre as formas de administrar, as definições de administração conforme as motivações humanas escolhidas pelo administrador e encorajas em sua forma de administrar. A teoria comportamental também serviu de inspiração ou embasamento para a abordagem do “Desenvolvimento Organizacional”. O Desenvolvimento Organizacional trata de uma forma de aplicação da teoria comportamental de forma mais estruturada nas organizações. Devido a essa estruturação melhor, pode-se dizer também que é o primeiro passo para o início da teoria sistêmica da administração (TGS) que iria surgir pouco tempo depois. “A TGS é essencialmente totalizante: os sistemas não podem ser compreendidos apenas pela análise separada e exclusiva de cada uma de suas partes. A TGS se baseia na compreensão da dependência recíproca de todas as disciplinas e da necessidade de sua integração.” (CHIAVENATO; SAPIRO, 2003, p. 410).A teoria geral dos sistemas traz conceitos e princípios novos que substituem os princípios utilizados anteriormente pelas outras teorias. Utiliza como princípios o "expansionismo, pensamento sintético e teleologia". São princípios que descartam os anteriores (de certa forma) exatamente por englobá-los e por torná-los mais completos. Segundo Chiavenato e Sapiro (2003, p. 411): Com esses três princípios – expansionismo, pensamento sintético e teleologia – a Teoria Geral de Sistemas (TGS) permitiu o surgimento da Cibernética e desaguou na Teoria Geral da Administração redimensionando totalmente suas concepções. Foi uma verdadeira revolução no pensamento administrativo.” 23 A Teoria de Sistemas é uma das teorias menos criticadas entre estudiosos da administração. Ela integra os estudos anteriores e aborda de forma conceitos estruturalistas anteriores ao seu surgimento. Percebe-se ser uma teoria que se integra ao contexto econômico mundial, e a concepção das organizações referente às formas de administrar e ter a visão das empresas de uma forma macro. A teoria administrativa mais recente é a Teoria Contingencial. Conforme Chiavenato e Sapiro (2003, p. 498): A abordagem contingencial salienta que não se alcança a eficácia organizacional seguindo um único e exclusivo modelo organizacional, ou seja, não existe uma forma única e melhor para organizar no sentido de se alcançar os objetivos variados das organizações dentro de um ambiente também variado. Na teoria contingencial se afirma que nada é absoluto na administração, tudo depende, tudo pode ser feito de varias maneiras, não há uma forma melhor e única de se chegar aos objetivos pretendidos. Portanto as técnicas administrativas não são consequências das condições ambientais, mas que conforme essas condições são escolhidas determinadas técnicas administrativas para que sejam alcançados os objetivos organizacionais. Essa teoria analisa de forma completa e complexa todas as áreas das organizações conforme sua abordagem contingencial, adotando o sistema aberto como aplicação e caminhando conforme os princípios citados de que tudo depende, nada é absoluto, e uma máxima no mundo globalizado que é a necessidade das empresas serem flexíveis devido ao alto nível de resiliência exigido para que se possa ter sucesso e um desenvolvimento conforme objetivado. 2.2 EMPREENDEDORISMO Para Gimenez et al. (2000, p. 10 apud SOUZA; GUIMARÃES, 2006, p. 10), o termo empreendedorismo é: O estudo da criação e da administração de negócios novos, pequenos e familiares, e das características e problemas especiais dos empreendedores. Segundo esses autores, pesquisas e estudos sobre empreendedorismo, realizados na universidade Harvard desde a primeira metade do século XX, definem esse fenômeno como a busca de oportunidades e o controle efetivo de recursos tangíveis. 24 “A ênfase em empreendedorismo surge muito mais como consequência das mudanças tecnológicas e sua rapidez, e não é apenas um modismo.” (DORNELAS, 2001, p. 22). O empreendedorismo engloba todos os processos que partem da criação de uma nova empresa. Conforme Dornelas (2001, p. 40): Em primeiro lugar, o empreendedorismo envolve o processo de criação de algo novo, de valor. Em segundo, requer a devoção, o comprometimento de tempo e o esforço necessário para fazer a empresa crescer. E em terceiro, que riscos calculados sejam assumidos e decisões críticas sejam tomadas; é preciso ousadia e ânimo apesar de falhas e erros. Baron e Shane (2007, p. 5) também conceituam empreendedorismo: O empreendedorismo é um processo – uma cadeia de eventos e atividades que ocorrem ao longo do tempo – em alguns casos, períodos consideráveis de tempo. Ele começa com uma idéia para algo novo – muitas vezes, um novo produto ou serviço. Mas esse é apenas o principio: a menos que o processo continue para que a idéia seja transformada em realidade (de fato levada ao mercado por meio de uma nova empresa de licenciamento a empresas já existentes etc.), não se trata de empreendedorismo, mas apenas de um exercício de criatividade ou geração de idéias. Dornelas (2001, p. 39) conceitua Empreendedorismos como “o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de idéias em oportunidades.” Dornelas (2001, p. 39) também expõe em sua obra a definição que julga como a melhor para o termo “empreendedor”, que é de Joseph Schumpeter (1949): “O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais.” Dornelas (2001, p. 39) expõe em sua obra o pensamento de Schumpeterque explana sobre empreendedores de forma diferente. Aborda a questão do empreendedor que está inserido em alguma empresa já existente. Ele diz que é possível também que se inove em negócios já existentes, e conceitua isso como “empreendedorismo corporativo”. Conforme Baron e Shane (2007, p. 8): Os indivíduos que agem como empreendedores em uma empresa são frequentemente descritos como empreendedores internos – pessoas que criam algo novo, mas dentro de uma empresa existente, em vez de fundar um novo negócio. 25 Essas pessoas são as que se enquadram em empreendedorismo corporativo: empreendedores que agem de forma inovadora mesmo estando dentro de uma empresa já estabelecida no mercado. Dornelas (2001, p. 40) ainda traz outra afirmação relevante: O empreendedor revolucionário é aquele que cria novos mercados, ou seja, o indivíduo que cria algo único, como foi o caso do Bill Gates, criador da Microsoft, que revolucionou o mundo com o sistema operacional Windows©. No entanto, a maioria dos empreendedores cria negócios em mercados já existentes, não deixando de ser bem-sucedidos por isso. Há pouco tempo o empreendedorismo e o empreendedor eram considerados na economia brasileira loucura e louco, respectivamente. As graduações e cursos técnicos e toda e qualquer tipo de capacitação que se referia a administração em si era voltado para a administração de empresas de grande porte, empresas de caráter publico e etc. O Empreendedorismo era deixado de lado, não se era ensinado e consequentemente não se criavam empreendedores como atualmente. Conforme Hisrich, Peters e Shepherd (2014, p. 6): O empreendedorismo tem uma função importante na criação e no crescimento dos negócios, assim como no crescimento e na prosperidade de nações e regiões. Esses resultados em larga escala podem ter princípios um tanto modestos, pois as ações empreendedoras começam no ponto em que uma oportunidade lucrativa encontra um indivíduo empreendedor. Hoje o mundo exige o espirito empreendedor, a globalização clama por inovações e pessoas interessadas em fazer com que suas concepções atinjam um maior número de pessoas e mudem algo relevante no ambiente onde se está. É a Era do Empreendedorismo. “O empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, se antecipa aos fatos, e tem uma visão futura da organização.” (DORNELAS, 2001, p.17). Ele complementa: Os empreendedores são pessoas diferenciadas, que possuem motivação singular, apaixonadas pelo que fazem, não se contentam em ser mais um na multidão, querem ser reconhecidas e admiradas, referenciadas e imitadas, querem deixar um legado. (DORNELAS, 2001, p. 21). Segundo Dornelas (2001, p. 32): 26 O empreendedor de sucesso possui características extras, além dos atributos do administrador, e alguns atributos pessoais que, somados a características sociológicas e ambientais, permitem o nascimento de uma nova empresa. De uma idéia, surge uma inovação, e desta, uma empresa. Dornelas expõe em sua obra um quadro que traz as diferentes características do empreendedor de sucesso. Resumidamente, são as seguintes: São visionários; sabem tomar decisões; são indivíduos que fazem a diferença; sabem explorar ao máximo as oportunidades; são determinados e dinâmicos; são dedicados; são otimistas e apaixonados pelo que fazem; são independentes e constroem o próprio destino; ficam ricos; são líderes e formadores de equipes, são bem relacionados (networking); são organizados; planejam, planejam, planejam; possuem conhecimento; assumem riscos calculados; criam valor para a sociedade. É uma quantidade grande de características, e muitas são próprias do empreendedor, a pessoa criativa, sua essência empreendedora. Algumas possíveis de serem desenvolvidas. Porém, o que é notável se observado com atenção, é que o empreendedor é um administrador completo. Ele é funcional, gerencial, conceitual. Ele conhece todas as áreas da empresa, pensa no micro e no macro, sai de problemas com eximia perspicácia e é um agente no mundo dos negócios. Isso significa basicamente que ele é um dos grandes responsáveis pelas mudanças mercadológicas. “O empreendedor estaria sendo um administrador completo, que incorpora as várias abordagens existentes sem se restringir a apenas uma delas e interage com seu ambiente para tomar as melhores decisões.” (DORNELAS, 2001, p. 35). Para Dornelas, apesar de muitos já nascerem com a essência empreendedora, também é possível que o empreendedorismo seja ensinado e passado a diante como uma disciplina ou um curso/graduação. Segundo Dornelas (2001, p.40): Acredita-se que o processo empreendedor pode ser ensinado e entendido por qualquer pessoa e que o sucesso é decorrente de uma gama de fatores internos e externos ao negócio, do perfil do empreendedor e de como ele administra as adversidades que encontra no dia-a-dia de seu empreendimento. À exemplo das habilidades do Administrador, segundo Chiavenato (2004), explanadas anteriormente, Dornelas (2001) também estabelece três habilidades que o empreendedor deve ter que seriam: Habilidade técnica, gerencial e pessoal. 27 Conforme sua concepção, “As habilidades técnicas envolvem saber escrever, sabes ouvir as pessoas e captar informações, ser um bom orador, ser organizado, saber liderar e trabalhar em equipe e possuir know-how técnico na sua área de atuação.” (DORNELAS, 2001, p. 40-41). Sobre as habilidades gerenciais, segundo Dornelas (2001, p. 41) “incluem as áreas envolvidas na criação, desenvolvimento e gerenciamento de uma nova empresa: marketing, administração, finanças, operacional, produção, tomada de decisão, controle das ações da empresa e ser um bom negociador.” E as habilidades pessoais elencam: “ser disciplinado, assumir riscos, ser inovador, ser orientado a mudanças, ser persistente e ser um líder visionário.” (DORNELAS, 2001, p. 41). Dornelas (2001, p. 43) explana sobre as fases do processo empreendedor, segundo ele são quatro: “1. Identificar e avaliar a oportunidade; 2. Desenvolver o plano de negócios; 3. Determinar e captar os recursos necessários; e 4. Gerenciar a empresa criada.” Fica bastante didático na figura 2,onde ele seleciona as fases e as caracteriza de forma a ficar claro ao leitor o que cada parte do processo empreendedor compreende. Identificar e avaliar a oportunidade Criação e abrangência da oportunidade Valores percebidos e reais da oportunidade Riscos e retornos da oportunidade Oportunidade versus habilidades e metas pessoais Situação dos competidores Desenvolver o plano denegócios 1. Sumário executivo 2. O conceito do negócio 3.Equipe de gestão 4.Mercado e competidores 5.Marketing e vendas 6. Estrutura e operação 7. Análise estratégica 8. Plano Financeiro 9. Anexos Determinar e captar os recursos necessários Recursos pessoais Recursos de amigos e parentes Angels Capitalistas de Risco Bancos Governo Incubadoras Gerenciar a empresa criada Estilo de gestão Fatores críticos de sucesso Identificar problemas atuais e potenciais Implementar um sistema de controle Profissionalizar a gestão Entrar em novos mercados Figura 1: O processo empreendedor (adaptado de Hisrich, 1998). Fonte: Empreendedorismo: Transformando idéias em Negócios, 2001. 28 Ainda sobre o processo empreendedor (detalhado por Dornelas na Figura 2), Baron e Shane (2007, p. 6) explanam sobre partes do processo, como a identificação da oportunidade: O empreendedorismo, como atividade executada por indivíduos específicos, envolve [...]: identificar uma oportunidade – que seja potencialmente valiosa no sentido de poder ser explorada em termos práticos como um negócios (ou seja, uma oportunidade que possa produzir lucros sustentáveis) – e identificar as atividades envolvidas na exploração ou no desenvolvimento real dessa oportunidade. Para os autores, a oportunidade não surge do nada. Ela é consequência da combinação de inúmeras variáveis (economia, ambiente, mudanças sociais, entre outras) que em determinado momento geram a oportunidade. Esta oportunidade só se torna um empreendimento quando é visualizada por um agente realizador: O futuro empreendedor. Quando não acontece este encontro entre oportunidade e indivíduos realizadores, a oportunidade continua sendo apenas uma oportunidade. O empreendimento não é lançado e essa oportunidade não é aproveitada para se tornar um empreendimento de sucesso. Segundo Hisrich e Peters (2004, p. 55), o plano de negócios “[...] talvez seja a fase mais difícil do processo de empreender, pois o empreendedor geralmente não prepara um plano de negócio com antecedência e não tem recursos disponíveis para fazer um bom trabalho”. Segundo Baron e Shane (2007, p. 6), “o processo não termina com o lançamento do novo empreendimento. Ele também envolve a capacidade de administrar uma nova empresa com sucesso após a sua criação.” Conforme essa definição fica visível que o empreendedorismo não é só a criatividade, a inovação, a identificação e utilização de determinada oportunidade. Empreendedorismo é a administração de todos esses fatores elencados acima e a capacidade de dar continuação e estabilidade à tudo que foi criado/implementado. Autores explanam sobre as diferenças e similaridades entre administradores e empreendedores. Segundo Dornelas (2001, p. 32): O empreendedor de sucesso possui características extras, além dos atributos do administrador, e alguns atributos pessoais que, somados a características sociológicas e ambientais, permitem o nascimento de uma nova empresa. De uma ideia, surge uma inovação, e desta, uma empresa. 29 Drucker (1987) enfatiza que o administrador normalmente não tem a habilidade de aproveitar oportunidades enquanto essa característica é essencial para o empreendedor. Drucker ainda diz que o empreendedor, diferentemente do administrador, vai além de seu trabalho, tem visão do futuro e está sempre em busca de agregar valor àquilo que faz. Para Dornelas (2001, p. 35), “O empreendedor estaria sendo um administrador completo, que incorpora as várias abordagens existentes sem se restringir a apenas uma delas e interage com seu ambiente para tomar as melhores decisões.” Stewart atenta para a existência de semelhanças entre os administradores e empreendedores. Segundo ele, “o trabalho dos administradores se assemelha ao dos empreendedores, já que compartilham de três características principais: demandas, restrições e alternativas”. (1982, apud DORNELAS, 2005, p.31). Diante disso, Dornelas (2005) afirma que há inúmeras semelhanças entre administradores e empreendedores. Ele afirma que o empreendedor é um administrador, e a maior diferença entre eles é que os empreendedores são essencialmente visionários. Baron e Shane (2007, p. 47) também discorrem sobre a diferenciação de oportunidades que favorecem a utilização por empresas estabelecidas no mercado, e por empreendedores de empresas ainda não existentes: Pesquisadores demonstraram que a principal razão pela qual os empreendedores são capazes de identificar e de explorar oportunidades, apesar do desejo dos fundadores e administradores das empresas estabelecidas de lucrar com elas, é que certas oportunidades favorecem negócios já estabelecidos, ao passo que outras favorecem novos negócios. Baron e Shane explanam sobre o aproveitamento das oportunidades vislumbradas, que podem beneficiar mais empresas estabelecidas ou empresas novas. Para ilustrar as definições de Baron e Shane, abaixo está exposto tabela detalhada que os autores expõem em sua obra: Tabela 1: Demonstração de oportunidades que favorecem empresas estabelecidas e novas empresas. DIMENSÃO DA OPORTUNIDADE Apóia-se muito na reputação A QUEM ELA FAVORECE Empresa estabelecida MOTIVOS As pessoas estão mais dispostas a comprar daqueles que já conhecem e em quem confiam. EXEMPLOS Loja de joias. 30 Tem uma forte curva de aprendizagem Empresa estabelecida Demanda muito capital Empresa estabelecida Requer economias de escala Empresa estabelecida Requer recursos complementares em comercialização e distribuição Tem como base um aperfeiçoamento incremental do produto Empresa estabelecida Utiliza uma inovação destruidora de competência Empresa nova Não satisfaz as necessidades dos clientes atuais das empresas estabelecidas Nova empresa Tem como base uma inovação discreta Tem como base o capital humano Empresa estabelecida Empresas estabelecidas podem evoluir na curva de aprendizagem para que se tornem melhores na fabricação e distribuição de produtos. Empresas estabelecidas têm um fluxo de caixa que elas podem usar para produzir um novo produto ou serviço. O custo médio para fabricar um produto ou serviço diminui à medida que o volume de produção aumenta quando existe economia de escala. A habilidade de ajustar-se às necessidades dos clientes geralmente requer acesso à distribuição para o varejo. A empresa estabelecida pode criar um aperfeiçoamento incremental para seus produtos de modo fácil e barato, enquanto para a nova empresa é mais complicado e dispendioso copiar o produto ou serviço da empresa estabelecida. Os ativos, experiência e rotinas da empresa estabelecida ficam enfraquecidos. As empresas estabelecidas concentram-se em servir seus clientes atuais e não buscarão produtos ou serviços que não atendam às necessidades desses clientes. Nova empresa Novas empresas podem explorar inovações sem a necessidade de reproduzir todo o sistema pertencente às empresas estabelecidas. Nova empresa Quem quer que detenha o conhecimento pode fabricar o produto ou serviço que atende às necessidades do consumidor. Fonte: Baron e Shane (2007, p. 53) Montadoras de automóveis Fabricante de aviões a jato Usinas de aço Fabricante de calçados de corrida Fabricantes de DVD players Fabricante de computadores com base em chips biológicos Fabricante de unidades de discos Fabricante de medicamentos Personal chef No entanto, as empresas estabelecidas não tem vantagem em todos os aspectos. As novas empresas têm em seu favor as seguintes variáveis: ainda não aprenderam nada, não possuem curva de aprendizagem, e com isso têm alta facilidade para implementar mudanças e formas inovadores de se fazer determinado produto ou executar determinado processo; novas empresas não estão vinculadas a uma rotina de trabalho já estabelecida, portanto não se limitam; empresas 31 estabelecidas costumam tentar agradar seus clientes atuais, e muitas vezes deixam de lançar um produto novo pela falta de aprovação desses clientes que, como todos, tem medo de mudanças (como consequência a empresa não lança o produto por medo de perder seu cliente); empresas novas possuem vantagem quando implementam produtos discretos; empresas novas saem na frente das já estabelecidas quando investem em capital humano, ao invés do físico. Todos esses pontos elencados acima são extremamente relevantes, porém devem ser observados conforme o momento em que se está. Nada é absoluto, tudo muda a todo tempo, e tanto o administrador da nova empresa quanto o empreendedor devem ter a “resiliência” como um predicado essencial. 2.3 PLANO DE NEGÓCIOS Segundo Salimetal (2005, p. 3), “PLANO DE NEGÓCIOS é um documento que contém a caracterização do negócio, sua forma de operar, suas estratégias, seu plano para conquistar uma fatia do mercado e as projeções de despesas, receitas e resultados financeiros.” Para Matos (2011, p. 15), as principais questões a serem esclarecidas no Plano de negócio são: “Gastos (investimento inicial, custos e despesas); Preço de venda; Escala-ponto de equilíbrio e margem de contribuição; Retorno do investimento.” Matos (2011, p. 10) ainda afirma que: Um plano de negócios então pode ser entendido como um conjunto de respostas que define o produto ou serviço a ser comercializado, o formato de empresa mais adequado, o modelo de operação da empresa que viabilize a disponibilização desses produtos ou serviços e o conhecimento, as habilidade e atitudes que os responsáveis pela empresa deverão possuir e desenvolver. Rosa (2007, p. 9) também explana sobre o Plano de negócios: O plano irá orientá-lo na busca de informações detalhadas sobre o seu ramo, os produtos e serviços que irá oferecer, seus clientes, concorrentes, fornecedores e, principalmente, sobre os pontos fortes e fracos do seu negócio, contribuindo para a identificação da viabilidade de sua ideia e na gestão da empresa. É a descrição completa de uma empresa partindo da visualização do empreendedor de determinada oportunidade no mercado. A identificação da 32 oportunidade é citada por Salim como o primeiro passo na decisão de abrir uma empresa. “Uma EMPRESA STARTUP é aquela que está sendo formada a partir da visão de um grupo de empreendedores, que se juntaram para concretizá-la.” (SALIM et al, 2005, p. 13).E após a oportunidade estar bem clara para o empreendedor, esse deve coloca-la no papel para que todos os interessados possam saber como exatamente será iniciado esse negócio. “Um plano de negócio permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado.” (ROSA, 2007, p.9). Conforme Salim et al, “Na startup tudo tem de ser construído, enquanto, nas demais empresas já existe algo a partir do qual será feito um novo plano.” (2005, p. 13).O Plano de Negócios é de fundamental importância antes de se abrir uma empresa ou de entrar em uma nova unidade de negócio (no caso de empresas já existentes). Ele demonstra todas as ideias iniciais, os planejamentos, as necessidades de investimento, e deixa claro todas as etapas para que investidores, sócios e até mesmo os futuros funcionários possam confiar e saber onde estão pondo seu dinheiro e/ou seu esforço diário. Conforme Baron e Shane(2007, p. 186): Um plano de negócios é muito mais do que um documento projetado para persuadir pessoas céticas a investir em um novo empreendimento. Também é um guia detalhado para conversão de suas idéias e de sua visão em um negócio real e em funcionamento. Eles ainda complementam afirmando que “Um plano de negócio bem preparado explicará o que o novo empreendimento está tentando realizar e como alcançará as metas propostas. Esse é o tipo de informação que procuram os capitalistas de risco e outros que podem apoiar um novo empreendimento.” (BARON; SHANE. 2007, p. 186). Por ser uma ferramenta que pode ser utilizada tanto na extensão de uma empresa até uma nova unidade de negócio quanto para a concretização de uma ideia em um novo empreendimento, ele tem duas concepções. Rosa (2007, p. 7)cita essas duas vertentes do Plano de Negócios: O plano de negócios é o instrumento ideal para traçar um retrato fiel do mercado, do produto e das atitudes do empreendedor, o que propicia segurança para quem quer iniciar uma empresa com maiores condições de êxito ou mesmo ampliar ou promover inovações em seu negócio. 33 O Plano de Negócios para startups parte do zero. São levantadas hipóteses (embasadas em dados de mercado), e elaboradas projeções conforme estudos feitos a partir da ideia empreendedora. Não existe um planejamento anterior a respeitar. Tudo parte da visão dos empreendedores e da adequação de seu produto/serviço no mercado o qual se pretende inserir o novo negócio. Nesta pesquisa será utilizado, especificamente, o modelo direcionado às startups. Será feito o planejamento de todas as áreas e todas as etapas da Clinica de Psicopedagogia proposta, conforme a estrutura de plano de negócios que será estabelecida. O conceito de Plano de Negócios e o objetivo dessa ferramenta na administração são imutáveis, porém a melhor forma de como ele é elaborado é discutida entre vários autores e proposta de diversas formas. Portanto, existem diversas estruturas de Plano de Negócios e diante disso todo empreendedor deve fazer a escolha de qual estrutura pesquisada irá seguir ou se irá utilizar uma mescla de algumas estruturas propostas pelos autores (no caso de uma estrutura hibrida). Assim, são apresentadas algumas estruturas de Planos de Negócios e em seguida será escolhida uma estrutura (ou uma mescla delas) que se adapte melhor à empresa cuja abertura está sendo proposta. Baron e Shane (2007) afirmam que a maioria dos Planos de negócios converge em sua estrutura e, conforme seu entendimento, a ordem que se deve seguir é a seguinte: O Resumo Executivo: Deverá responder as seguintes perguntas: Qual a ideia para o novo produto ou serviço? Por que ele será útil ou atraente e para quem? Quem são os empreendedores? Quando é necessário e que forma de financiamento estão procurando?; Histórico, Produto e Objetivo: “onde e como o produto foi desenvolvido, a natureza básica da empresa (sua forma legal, proprietários, histórico), o que faz desse um produto ou serviço valioso ou único e o que o novo empreendimento pretende realizar – uma breve declaração de sua missão” (BARON; SHANE. 2007, p. 192); Análise de Mercado: trará informações do tamanho do mercado se está crescendo ou diminuindo, como irão promover o produto ou serviço. Informações sobre os produtos da concorrência, como demonstrar que o produto é melhor 34 que o da concorrência, informações sobre as empresas concorrentes. Como será definido o preço e por que essa estratégia de preço faz sentido; Desenvolvimento, Produção e Localização: Em que pontos os produtos ou serviços estão localizados, se ainda estão em desenvolvimento, se estão prontos para serem produzidos, quais os custos e prazos para que sejam produzidos, e medidas de garantia da qualidade do produto ou serviço; A Equipe Gerencial: Deve conter as qualificações dos empreendedores, experiências empresariais passadas, e características necessárias para que administrem o novo empreendimento com sucesso; Planos e Projeções Financeira: Deve explicitar o estado financeiro atual da empresa, como os financiamentos serão utilizados e como os recursos financeiros serão utilizados para atingir os objetivos principais da empresa. As informações financeiras devem estar em um balancete formal com projeções feitas de forma semianual para os primeiros três anos. Isso permite saber índices de endividamento, capital de giro, rotação de estoque, previsões de vendas, custo dos bens vendidos, despesas, custo de produção, entre outros. Por fim, deve ser feito o fluxo de caixa para o período de 3 anos. Também é fundamental a análise do ponto de equilíbrio; Riscos Críticos: Elencar possíveis ameaças ao andamento projetado do empreendimento como: corte de preço por parte dos concorrentes; tendências imprevistas no setor que tornam o produto ou serviço menos desejável; projeções de vendas que não são atingidas; custos de produção mais altos que o estimado; problemas derivados da falta de experiência da administração; dificuldade na obtenção de financiamento adicional necessário; tendências de mercado, políticas ou econômicas imprevistas; Colheita e Saída: Sessão do plano de negócios destinada a descrever a sucessão da administração e estratégias para o caso de saída de investidores; Programação das Etapas e Marcos: Trata de quando as principais atividades serão realizadas e os marcos-chave atingidos. Contratação de pessoal, capacitação, pedidos de produtos, abertura da empresa entre outros possíveis marcos que variam conforme o planejamento de inserção da empresa no mercado; 35 Apêndices: É onde está disposto partes mais extensas que não há necessidade de estarem dentro do plano de negócios, mas que são essenciais estar anexados neste. É aqui que estão expostos projeções financeiras mais detalhadas, currículos dos empreendedores e outros documentos extensos. Rosa (2007), autor de um livro publicado pelo SEBRAE sobre como elaborar um plano de negócios utiliza como estrutura o seguinte modelo: Sumário Executivo: Irá constar resumo dos principais pontos do plano de negócio, dados dos empreendedores, experiência profissional e atribuições, dados do empreendimento, missão da empresa, setores de atividades, forma jurídica, enquadramento tributário, capital social, fonte de recursos; Análise de Mercado: Deverá ter um estudo dos clientes, estudo detalhado sobre os concorrentes e comparação entre produtos e condições dos concorrentes com os que se pretende proporcionar pelo novo empreendimento, estudo dos fornecedores; Plano de Marketing: Inclui a descrição dos principais produtos e serviços, definição do preço, criação de estratégias promocionais, estrutura de comercialização (como os produtos chegarão aos clientes), localização do negócio; Plano Operacional: Onde se expõe o layout, capacidade produtiva e de atendimento, descrição dos processos operacionais e projeção da necessidade de pessoal; Plano Financeiro: Deve conter determinação do investimento total necessário (incluindo capital de giro), estimativa do faturamento mensal da empresa, estimativa do custo unitário de matéria-prima, materiais diretos e terceirizações, estimativa dos custos de comercialização, apuração dos custos de mercadorias vendidas, estimativa dos custos com mão de obra, estimativa dos custos fixos operacionais mensais, demonstrativo de resultados, indicadores de viabilidade (ponto de equilíbrio, índice da margem de contribuição, lucratividade, rentabilidade, prazo de retorno do investimento); Construção de cenários: Definir obstáculos para cenários pessimistas e definir situações para cenários otimistas. Dessa forma a empresa estará preparada para quaisquer que forem as situações que ocorram após a abertura da empresa; Avaliação Estratégica: Análise da matriz S.W.O.T.; 36 Avaliação do Plano de Negócio: É a definição de como será executada cada tópico exposto no plano de negócio (O quê? Onde? Como? Quando? Quem?). Salim et al (2005) utiliza a seguinte estrutura para elaborar o Plano de Negócios, segundo sua concepção: Sumário Executivo: Deves responder os seguintes questionamentos: qual é a área de negócios, qual o produto ou serviço, qual o mercado e que fatia do mercado pretende-se obter? Qual o investimento necessário e em quanto tempo este investimento será recuperado? Qual o rendimento projetado para e empresa em determinado período de tempo?; Resumo da empresa: Deve constar quem são os proprietários da empresa, seus currículos, divisão das responsabilidades e forma de gerenciamento. Também deve expor os investimentos iniciais necessários para a abertura da empresa e a forma jurídica na qual ela se enquadrará; Produtos e Serviços: Deve expor a descrição dos produtos e serviços, do seu mercado e das principais necessidades dos clientes, competidores, comparação dos seus produtos aos dos competidores. Definir o material utilizado no apoio às vendas e analisar os custos dos produtos e serviços e o preço que pode ser praticado no mercado; Análise de Mercado: Deve trazer projeções sobre o mercado, desempenho recente do mercado, como o mercado pode ser segmentado, os critérios dessa segmentação. Caracterização da concorrência em relação às fatias de mercado que detém, definição da forma de vender ou distribuir o produto, como agregar valor ao produto. Efetuar análise de que aspectos são mais sensíveis ao mercado (preços, prazos de entrega e etc.). Analisar pontos fracos e fortes das concorrentes elaborando uma comparação com a empresa que se pretende lançar no mercado. Também é importante ter conhecimento sobre o comportamento dos clientes: a marca do produto é mais importante? O preço, garantia e o atendimento são mais importantes? O cliente percebe a diferença na qualidade do produto em relação à concorrência?; Estratégia do Negócio: Aplicação da Matriz S.W.O.T. referente a tudo que já foi explanado sobre a empresa e concorrentes; Organização e Gerência do Negócio: Expõe a definição do cargo gerencial e quadro quantitativo de pessoal. Também deve elucidar quanto à estrutura 37 organizacional, as atribuições de cada área da organização. Apresentar os nomes e currículos da equipe gerencial, caso já esteja definida antes do estabelecimento do negócio, e definir um plano pessoal bastante detalhado; Planejamento Financeiro: Comparações entre o plano projetado e outras empresas da área, cálculo do ponto de equilíbrio e do custo de operar a empresa sem vender e sem produzir, projeção de lucros e perdas, Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), Fluxo de caixa, Projeção do balanço da empresa, cálculo de indicadores (margem bruta, lucro bruto, retorno de investimentos, lucro por ação, tempo de recebimento após a venda, percentagem de inadimplência, índice de liquidez). Dornelas (2001) também define um modelo de plano de negócios para pequenas empresas: Capa; Sumário; Sumário Executivo Estendido: Explicita a declaração de visão e missão, propósitos gerais e específicos do negócios, objetivos e metas, Estratégia de marketing, processo de produção, equipe gerencial e investimentos e retornos financeiros; Produtos e Serviços: Descrição dos produtos e serviços (características e benefícios), previsão de lançamento de novos produtos e serviços; Análise da indústria: Expõe a análise do setor, definição do nicho de mercado, análise da concorrência, diferenciais competitivos; Plano de Marketing: Estratégia de marketing (preço, produto, praça, promoção), canais de venda e distribuição, projeção de vendas; Plano Operacional: Deve conter a análise das instalações, equipamentos e máquinas necessários, processo de produção e terceirização; Estrutura da empresa: estrutura organizacional, assessorias externas (jurídica, contábil, etc.), equipe de gestão; Plano Financeira: Balanço patrimonial, demonstrativo de resultados, fluxo de caixa; Anexos. E Dolabela (2008) utiliza em sua obra a seguinte estrutura de Plano de Negócios: 38 Sumário Executivo: No sumário executivo deve conter o enunciado do projeto, a competência dos responsáveis, os produtos e tecnologias da empresa, o mercado potencial, os elementos de diferenciação, a previsão de vendas, a rentabilidade e projeções financeiras e as necessidades de financiamento; A empresa: Neste tópico o empreendedor deve apresentar a missão da empresa, os objetivos da empresa (situação planejada desejada e o foco), a estrutura organizacional e legal (descrição legal, estrutura funcional, gerência e staff), síntese das responsabilidades da equipe dirigente - currículos, plano de operações (administração ,comercial , controle de qualidade, terceirização, sistemas de gestão) e as parcerias que a empresa venha a obter; Plano de marketing: Nesta etapa é feito a análise de mercado (o setor, tamanho do mercado, oportunidades e ameaças, clientela, segmentação, concorrência e fornecedores), estratégia de marketing(o produto, a tecnologia, ciclo de vida, as vantagens competitivas, os planos de Pesquisa & Desenvolvimento, preço, distribuição, promoção e propaganda, serviços ao cliente, venda e pós-venda e relacionamento com os clientes); Plano Financeiro: No plano financeiro o empreendedor apresenta o investimento inicial, a projeção dos resultados, projeção de fluxo de caixa, projeção do balanço, ponto de equilíbrio e análise de investimento (tempo de retorno de investimento-payback, taxa interna de retorno, valor atual líquido). Conforme o consenso que se chega a respeito do Plano de Negócios, que pode ter uma estrutura conforma a necessidade da nova empresa ou unidade de negócio que se pretende criar, para essa pesquisa, a estrutura adotada e que guiará a confecção do Plano de Negócios da Clinica de Psicopedagogia que se pretende criar é uma estrutura hibrida que busca tornar o Plano de Negócios completo: Sumário Executivo; Análise de Mercado; Plano de Marketing; Plano Operacional; Estratégia do Negócio; Organização e Gerência do Negócio; Plano Financeiro; 39 Explanar-se-á nos próximos tópicos sobre a estrutura acima de modo que o leitor possa ter pleno conhecimento na leitura do Plano de Negócios referente a o que cada etapa irá abordar. 2.3.1 Sumário Executivo Rosa (2007, p. 11) afirma que “O sumário executivo é um resumo do PLANO DE NEGÓCIO. Não se trata de uma introdução ou justificativa e, sim, de um sumário contendo seus pontos mais importantes.” Salim et al (2005, p. 41) enumera algumas questões que devem ser respondidas no Sumário executivo: Qual a área de negócios, qual o produto ou serviço, qual o mercado e que fatia desse mercado queremos obter? Qual o investimento necessário, em quanto tempo vamos recuperar o dinheiro investido e qual o rendimento que vamos ter de nosso investimento em um prazo estabelecido? Rosa (2007, p. 11) também expõe o que o sumário executivo deve explicitar: Resumo dos principais pontos do plano de negócio; Dados dos empreendedores, experiência profissional e atribuições; Dados do empreendimento; Missão da empresa; Setores de atividades; Forma jurídica; Enquadramento tributário; Capital social; Fonte de recursos. Quando Rosa se refere no primeiro ponto elencado acima, ele fala dos “principais pontos do plano de negócio”. Nesse caso, aplica-se a definição do negócio, principais produtos/serviços, principais clientes, localização da empresa, capital que deverá ser investido, entre vários outros pontos importantes para que se tenha um conhecimento da empresa (mesmo que de forma resumida). Baron e Shane também tem em sua estrutura do plano de negócio o “sumário executivo”, porém com a nomenclatura “resumo executivo”. Para eles, “o resumo executivo deve responder às questões-chave com brevidade, porém detalhadas o suficiente para que o leitor possa ter uma idéia clara sobre o que é o novo empreendimento.” (BARON; SHANE, 2007, p. 190). 40 Todas essas variáveis devem estar explicitadas no sumário executivo do Plano de Negócios. Basicamente, é um resumo do Plano de Negócios. É de grande importância e merece atenção do empreendedor devido aos investidores irem direto ao sumário executivo para “selecionar” se a empresa é merecedora de uma atenção e análise maior, ou se é descartável para investimentos. 2.3.1.1 Resumo dos principais pontos do Plano de Negócio Para Drucker (2001, p. 41), “um passo essencial para decidir qual é o nosso negócios, qual será e qual deveria ser é, portanto, a análise sistemática de todos os produtos, serviços, processos, mercados, utilizações finais e canais de distribuição existentes.” Conforme Chiavenato e Sapiro (2003, p. 58), “ao definir o negócio, é necessário entender o produto ou o serviço total que o cliente está comprando e evitar a armadilha de olhar apenas para o produto físico oferecido.” A empresa deve atentar-se aos seus principais clientes, não deixando os outros de lado, mas ainda assim dando tratamento diferenciado a quem mais lhe trás renda. Conforme Kotler (2003, p. 28), “[...] é preferível dividi-los em categorias financeiras: platina, ouro, prata, ferro e chumbo. Os melhores clientes devem receber mais benefícios, com o objetivo de retê-los por mais tempo e de incentivar os demais a migrar para as categorias superiores.” No sumário executivo os principais pontos devem estar explícitos de forma sucinta, porém completa, onde não detalhe tudo, mas tenha informações suficiente para que os investidores tenham interesse em ler o Plano de Negócios com mais tempo. Conforme Rosa (2007, p. 13), também é necessário que haja uma breve apresentação dos responsáveis pelo empreendimento: “aqui você irá informar os dados dos responsáveis pela administração do negócio. Faça também uma breve apresentação de seu perfil, destacando seus conhecimentos, habilidades e experiências anteriores.” Ele ainda fala sobre os dados do empreendimento, que consta na estrutura de Plano de negócios trabalhada por ele, “Nesta etapa, você irá informar o nome da empresa e o número de inscrição no CNPJ – Cadastro Nacional 41 de Pessoas Jurídicas – se a mesma já estiver registrada. Caso contrário, indique o número do seu CPF.” (ROSA, 2007, p. 16). Conforme a estrutura adotada, também é necessária que seja definida a missão da empresa. Conforme Chiavenato e Sapiro (2003, p. 55), “missão organizacional é a declaração do propósito e do alcance da organização em termos de produtos e de mercado. Ela se refere ao papel da organização dentro da sociedade em que está envolvida e significa sua razão de ser e existir.” Drucker (2001, p. 31) afirma que “uma instituição existe para cumprir uma finalidade e uma missão específicas, uma função social específica. No caso da empresa comercial, isso significa o desempenho econômico.” Ele afirma que somente a empresa comercial tem o desempenho econômico como missão específica, sempre a parte econômica será o objetivo e o administrador que não souber alavancar economicamente a empresa, terá fracassado. Chiavenato e Sapiro (2003, p. 55) ainda afirmam, A declaração da missão (missionstatement) de uma organização incorpora o mercado nas considerações sobre a concretização da visão de negócios. O conceito de mercado considerado na missão deve ser referente às demandas genéricas da sociedade. A missão busca satisfazer demandas por energia, abrigo, comunicação, alimentação, transporte, entretenimento, saúde etc. Rosa também evidencia a importância de definir em qual setor de atividades da economia a empresa se enquadra. Ele conceitua alguns setores (agropecuária, indústria, comércio e prestação de serviços), onde a prestação de serviços: “são as empresas cujas atividades não resultam na entrega de mercadorias e, sim, no oferecimento do próprio trabalho ao consumidor.” (ROSA, 2007, p. 17). A empresa também deve definir sua forma jurídica. Conforme Rosa (2007, 18), “a forma jurídica determina a maneira pela qual ela será tratada pela lei, assim como o seu relacionamento jurídico com terceiros.” Também é essencial que se defina o enquadramento tributário. Rosa cita as formas que se aplicam as pequenas empresas. Segundo ele, “basicamente, a pequena empresa pode adotar três formas diferentes para o cálculo e o recolhimento dos impostos junto ao Governo Federal: o EMPREENDEDOR INDIVIDUAL, o REGIME NORMAL ou o SIMPLES NACIONAL.” (ROSA, 2007, p. 19). 42 O capital social deve ser exposto no sumário executivo. Conforme Rosa (2007, p.20), “O capital social é representado por todos os recursos (dinheiro, equipamentos, ferramentas, etc.) colocado(s) pelo(s) proprietário(s) para a montagem do negócio.” Também se devem explicitar as fontes de recursos, que é, conforme Rosa (2007, p.21) expõe em sua obra, “[...] de que maneira serão obtidos os recursos para a implantação da empresa. Para o início das atividades, você pode contar com recursos próprios, de terceiros ou com ambos.” 2.3.2 Análise de Mercado “Uma análise de mercado que integra o Plano de Negócios demonstra que o empreendedor está atento às variáveis do mercado, e não se baseia apenas na sua “boa ideia”.” (SALIM, et al, 2005, p. 74). Segundo Salim et al (2005, p. 74), “A análise pode dar uma visão sobre as condições que a empresa tem para ingressar no mercado e sobre a conveniência de se investir nela.” Para Woiler e Mathias (1996, p.41), “A análise de mercado não só é o ponto de partida para a elaboração do projeto como também é um de seus aspectos mais importantes.” Salim et al (2005, p. 75-78) caracteriza o que é essencial constar na análise de mercado de um Plano de Negócios: 1. Fazer projeções sobre o mercado: mercado total em unidades e em valor, desempenho recente do mercado e sua projeção. [...] 2. Como o mercado pode ser segmentado? Quais os critérios de segmentação (nível econômico, tipo de negócio, tipos de necessidades de clientes, localização geográfica, por produtos, por padrões de compras identificados)? [...] 3. Caracterize a concorrência em relação às fatias de mercado que detém. [...] 4. Como é a forma de vender ou como fazer a distribuição dos produtos nesse tipo de negócio: há vendedores atuando diretamente com os clientes? A venda é em loja? É preciso agregar valor em forma de consultoria ou de serviços para vender o produto? A venda se produz por revendas? A venda é direta pela empresa ou é feita através de distribuidores? [...] 5. Analise os aspectos em relação aos quais o mercado é mais sensível: se a preços, a prazos de entrega, ao prestígio da marca, ás características do produto, ao suporte ao cliente, ao treinamento oferecido, à qualidade intrínseca do produto (não tem defeitos, tem um tempo médio entre falhas muito alto). [...] 6. Analise a concorrência em relação a seus pontos fracos e fortes e faça comparação com os de sua empresa. Considere os seguintes aspectos: produto, preço, canais de distribuição, reputação, gerência, posição financeira, tecnologia e segmentos de mercado em que operam, 43 dominam ou pelos quais não se interessam, o grau de segmentação do mercado e o nível de sua ocupação. [...] 7. É necessário também avaliar o comportamento dos clientes: A marca do produto é mais importante? O preço, a garantia, o prazo de entrega e o atendimento são mais importantes? O cliente percebe a diferença na qualidade do produto com a da concorrência? Baron e Shane (2007, p. 193) também dedicam tempo especial para falar de análise de mercado em seu modelo: Não é nenhuma surpresa que investidores sofisticados queiram informações detalhadas e específicas sobre o mercado como parte de qualquer plano de negócio forte. Eles desejam dados sobre o que os empreendedores fizeram para identificar o mercado de seus produtos (por exemplo, eles fizeram pesquisas de mercado ou análises detalhadas de mercado?). Além disso, querem saber o tamanho desses mercados, se estão crescendo ou diminuindo e como os novos produtos ou serviços serão promovidos. Isso exige informações detalhadas sobre os produtos da concorrência – se eles realmente existem e, se existirem, como será demonstrado que os novos produtos são superiores a eles; empresas concorrentes – quem são e como provavelmente responderão aos novos produtos dos empreendedores; e preço – como será definido o preço do novo produto ou serviço com relação aos produtos ou serviços da concorrência e por que essa estratégia de preços faz sentido. Chiavenato e Sapiro (2003, p.93) também ensinam sobre análise de mercado (com a nomenclatura “Análise setorial”): A análise setorial se refere à investigação, monitoramento e previsões a respeito do setor de negócio da organização. Ao analisar seu setor de atuação, a organização precisar ter uma percepção mais definida das oportunidades e ameaças ambientais que podem influenciar seu desempenho competitivo. Complementando, Baron e Shane (2007, p. 193) afirmam: Em essência, essa seção deve ser feita para convencer investidores céticos de que os empreendedores fizeram a lição de casa: examinaram com cuidado mercados em potencial para seu produto ou serviço e têm evidências que indicam que os clientes e outros negócios (dependendo do produto ou do serviço) desejarão comprá-lo quando estiver disponível. Na análise de mercado proposta por Rosa em seu modelo de Plano de Negócios, ele divide basicamente em 3 partes: a primeira é o estudo dos clientes; a segunda é o estudos dos concorrentes; e a terceira é o estudo dos fornecedores. 44 “[...], sem clientes não há negócios. Os clientes não compram apenas produtos, mas soluções para algo que precisam ou desejam. Você pode identificar essas soluções se conhecê-los melhor.” (ROSA, 2007, p. 22). Portanto, é necessária que se faça na análise de mercado a pesquisa sobre os clientes. Deve ser bastante detalhada e aplicada devidamente para que se enquadre a o que o empreendedor pretende no lançamento de seu negócio. “Você pode aprender lições importantes observando a atuação da concorrência. Procure identificar quem são seus principais concorrentes. A partir daí, visite-os e examine suas boas práticas e deficiências.” (ROSA, 2007, p. 25). Em sua obra, Rosa cita vários pontos que devem servir de comparativo entre o que é praticado pelos concorrentes e o que se pretende praticar pelo empreendedor que lançará seu novo negócio para que obtenha sua vantagem competitiva. Como já salientado, Rosa também discorre sobre a execução de um estudo dos fornecedores. “Pesquise, pessoalmente ou por telefone, questões como: preço, qualidade, condições de pagamento e o prazo médio de entrega. Essas informações serão úteis para determinar o investimento inicial e as despesas do negócio.” (ROSA, 2007, p, 28). A análise de mercado é fundamental para preparar a empresa em relação aos clientes, fornecedores, concorrentes e à economia na qual a empresa estará sendo inserida. Será utilizada a análise de mercado conforme a estrutura ensinada por Salim et al (2005). A) Projeções do mercado Salim atesta a necessidade de efetuar projeções referentes ao mercado total em unidades/valor, desempenho recente do mercado e sua projeção. Conforme Salim (2005, p.75), Quando o mercado-alvo é de menor amplitude, é possível realizar projeções com menor rigor estatístico, utilizando: entrevistas, mala-direta, publicações especializadas, visitas a feiras e exposições, relatórios e estatísticas publicadas, Internet. Com a projeção de mercado, se vislumbrará o tamanho do mercado e consequentemente que tipo de pesquisas podem ser aplicadas e que se adequam à amplitude de mercado identificada. B) Critérios de Segmentação 45 Conforme Dolabela (1999, p. 166), “Segmentação de mercado é o processo mediante o qual uma empresa divide o mercado em parcelas as mais homogêneas possíveis, com o objetivo de formular suas estratégias de marketing.” Para Kotler (1999, p. 516) a segmentação de mercado “É o processo de dividir o mercado em grupos distintos de consumidores, com necessidades características ou comportamentos diferentes que exijam produtos ou compostos de marketing distintos.” A segmentação de mercado é uma técnica utilizada para agrupar consumidores com comportamentos de compra semelhantes, para, a partir daí, realizar esforços concentrados e especializados de marketing sobre este segmento (agrupamento de consumidores), pois se supõe que este subgrupo de mercado bem definido possibilita a eficácia da aplicação dos instrumentos de marketing, otimizando recursos. Há duas maneias básicas para conduzir um processo de segmentação de mercado: uma com base nas características do produto e a outra baseada as respostas do consumidor. (COBRA, 1993, p.122). COBRA (1985, p.91) expõe as bases mais conhecidas para segmentação de mercado, que são: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. Localização geográfica; Características demográficas; Características sócio-econômicas; Características psicológicas; Características relativas ao atributo do produto; Características comportamentais do consumidor; Características relativas ao benefício buscado pelo consumidor; Características relativas ao ramo de marketing; e Características relativas ao marketing mix. Conforme esses critérios de segmentação que se mostrarem pertinentes à pesquisa, será possível segmentar os mercados que poderão ser atendidos pela empresa e detalhas suas características. C) Caracterização da concorrência em relação à fatia de mercado que detém Salim (2005, p. 76) exemplifica esse tópico de sua estrutura de plano de negócios: Por exemplo, num mercado pode haver uma ou duas empresas líderes que detêm mais de 50% de participação de mercado. Um exemplo desse tipo de mercado é o mercado brasileiro de previdência privada aberta. Um outro mercado pode ser extremamente pulverizado, ou seja, há muitos concorrentes e nenhum detém mais do que 5% de participação. Isso acontece por exemplo no segmento de restaurantes. 46 Caracterizar a fatia de mercado que os concorrentes detêm permite à empresa planejar e projetar que parte desse mercado ela pretende alcançar e a dificuldade que terá para atingir seu objetivo. D) Forma de vender Rosa utiliza a nomenclatura “estrutura de comercialização” para essa etapa de sua estrutura de Plano de Negócios. Segundo Rosa (2007, p. 36), A estrutura de comercialização diz respeito aos canais de distribuição, isto é, como seus produtos e/ou serviços chegarão até seus clientes. A empresa pode adotar uma série de canais para isso, como: vendedores internos e externos, representantes, etc. Salim afirma a necessidade de definir como serão feitas as vendas da empresa que será criada. Ele cita alguns exemplos de formas de venda para que fique clara a visualização de como esse tópico do Plano de Negócios deve ser desenvolvido: Venda direta através de vendedores. Venda através de distribuidores/revendas. Venda através de franquias. Venda através de telemarketing (direta ou indireta) ou Internet. Venda do produto integrado a um outro produto. (2005, p. 76-77). A empresa deverá definir sua forma de vender e, conforme sua decisão, deve adequar suas estratégias promocionais e de vendas para proporcionar a eficiência do andamento dessa área. E) Sensibilidade de mercado Salim ensina a importância dessa etapa no Plano de Negócios para saber quais fatores são determinantes na hora da escolha de compra do consumidor. Salim conceitua: A sensibilidade de um produto/serviço no mercado representa a variação na demanda com relação a uma série de fatores, tais como: Preço. Prazo de entre. Concorrência. Produtos/serviços alternativos/substitutos. Produtos/serviços complementares. (2005, p.77) 47 Esse tópico permitirá a empresa se posicionar de forma a atender as necessidades de seu cliente conforme constatado no estudo. F) Análise da concorrência Conforme Rosa (2007, p. 25), “Você pode aprender lições importantes observando a atuação da concorrência. Procure identificar quem são seus principais concorrentes. A partir daí, visite-os e examine suas boas práticas e deficiências.” “A análise da concorrência deve ser feita com relação a aspectos e características importantes de um produto/serviço, comparando cada um deles com os dos produtos/serviços de concorrentes.” (SALIM, 2005, p.78) É essencial esse tópico do Plano de Negócios para que a empresa tenha visão do que o concorrente faz bem ao atender seu cliente, onde a empresa pode se diferenciar em relação ao concorrente, e seus pontos fracos. G) Comportamento dos clientes Conforme Kotler (2003, p. 25), [...] as empresas devem acordar para o fato de que têm um novo chefe – o cliente. Se os indivíduos na organização não estiverem pensando nos clientes, simplesmente não estarão pensando em nada. [...] Se a organização não cuidar de seus clientes, alguém tomará seu lugar. Para Salim (2007, p. 78) é importante que no Plano de Negócios haja a resposta para as seguintes perguntas: A marca do produto é mais importante? O preço, a garantia, o prazo de entrega e o atendimento são mais importantes? O cliente percebe a diferença na qualidade do produto com a da concorrência? Rosa, em seu modelo, também propõe o estudo dos clientes. Conforme Rosa (2007, p. 22-23), as seguintes perguntas do quadro abaixo devem ser respondidas para que se tenha conhecimento sobre seus clientes: 48 1º passo: identificando as características gerais dos clientes. Se pessoas físicas Qual a faixa etária? Na maioria são homens ou mulheres? Têm família grande ou pequena? Qual é o seu trabalho? Quanto ganham? Qual é a sua escolaridade? Onde moram? 2º passo: identificando os interesses e comportamentos dos clientes. Que quantidade e com qual frequência compram esse tipo de produto ou serviço? Onde costumam comprar? Que preço pagam atualmente por esse produto ou serviço similar? 3º passo: identificando o que leva essas pessoas a comprar. O Preço? A qualidade dos produtos e/ou serviços? A marca? O prazo de entrega? O prazo de pagamento? O atendimento da empresa? 4º passo: identificando onde estão os seus clientes. Qual o tamanho do mercado em que você irá atuar? Seus clientes encontrarão sua empresa com facilidade? Quadro 1: Estudo dos clientes. Fonte: adaptado de Rosa (2007) É essencial que toda empresa tenha conhecimento sobre seu cliente. Ele é a sustentação da empresa, e deve-se dar atenção à ele para que o produto/serviço esteja adequado às suas necessidades. H) Pesquisa de mercado Cobra (1985, p. 135) explana em sua obra sobre a pesquisa de mercado: A pesquisa de mercado é entendida por muitos autores de Marketing como sendo qualquer esforço planejado e organizado para obter fatos e conhecimentos novos que facilitem o processo de decisão de mercado. Ou, ainda, a coleta, o registro e análise de todos os fatos referentes aos 49 problemas relacionados à transferência e venda de mercadorias e serviços, desde o produto até o consumidor. Ele também afirma que: A pesquisa de mercado é um instrumento valioso para detectar oportunidades de mercado, os chamados nichos de mercado. E é útil também para estudos exploratórios para novos produtos ou serviços, como também se presta a inúmeras finalidades como estar o impacto do esforço de marketing, com teste do tipo antes e depois, para segmentar o mercado. (COBRA, 1985, p. 134) Salim cita como fator fundamental para elaboração do Plano de Negócios a realização de uma Pesquisa de Mercado detalhada: Uma PESQUISA DE MERCADO consiste em conseguir determinar características do mercado, suas expectativas, necessidades, aceitação ou rejeição de alguma idéia, produto ou pessoa, através de um processo de consulta de uma amostra desse mercado. (SALIM, et al, 2005, p. 79). Para ele “A PESQUISA DE MERCADO servirá para definir tamanho, características e forma de ocupação do mercado, além das preferências do consumidor e o grau de importância atribuída a cada aspecto do negócio.” (SALIM, et al, 2005, p. 79). Salim cita pontos importantes que devem estar explicitados para que a pesquisa de mercado tenha sucesso, como: a escolha adequada da amostra do mercado; elaboração correta dos questionários aplicados na pesquisa; forma de conduzir a pesquisa; e o método utilizado para apurar os dados obtidos na pesquisa. A análise de mercado é um tópico do Plano de Negócios bastante extenso, complexo e importante. Quando se fala a respeito da viabilidade da abertura de um novo negócio, a pesquisa de mercado é um dos fatores de maior influência para se ter uma definição se o negócio pode ser aberto no momento ou não. Afinal, fatores externos a empresa são sempre desafiadores e muitas vezes tiram o administrador de sua rota traçada inicialmente. A análise de mercado ajuda o empreendedor a preparar seu negócio levando em consideração esses fatores externos, havendo menor chance de que obstáculos externos causem maiores problemas ao sucesso da empresa.Na estrutura definida para aplicação neste plano de negócios é utilizado o Plano de Marketing e Análise de Mercado em dois tópicos distintos para que fique mais claro ao leitor cada etapa. 50 2.3.3 Plano de Marketing Dolabela engloba em sua estrutura de plano de negócios a análise de mercado no mesmo tópico do plano de marketing. Conforme seu entendimento: O Plano de Marketing é constituído pela Análise de Mercado, voltada para o conhecimento de clientes, concorrentes, fornecedores e ambiente em que a empresa vai atuar, [...] e pela Estratégia de Marketing, em que se faz o planejamento da forma como a empresa oferecerá seus produtos ao mercado, visando otimizar suas potencialidades de sucesso. (DOLABELA, 2008, p. 138). Rosa, em seu plano de negócios, descreve os pontos que devem ser aplicados para a realização do plano de marketing. Conforme ele expõe, são os seguintes: Descrição dos principais produtos e serviços; Preço; Estratégias promocionais; Estrutura de comercialização; localização do negócio. Dolabela (2008, p. 139) explana sobre o Plano de Marketing: O Plano de Marketing deve identificar as oportunidades de negócios mais promissoras para a empresa e esboçar como penetrar em mercados identificados, como conquista-los e manter posições. É um instrumento de comunicação que combina todos os elementos do composto mercadológico em um plano de ação coordenado. No plano, são estabelecidos os objetivos da empresa e, depois, a escolha das estratégias mais viáveis para atingir os objetivos. O Plano de Marketing disciplina o planejador, levando-o a colocar idéias, fatos e conclusões de maneira lógica. O plano de marketing é também uma ferramenta de comunicação que integra todos os elementos do composto mercadológico: produto, marca, embalagem, preço, assistência ao cliente, vendas, propaganda, promoções de venda, merchandising, relações públicas etc. (COBRA, 1985, p. 292) O marketing-mix, ou composto de marketing (aportuguesando a expressão) é apresentado em quatro funções básicas: 51 Produto Preço CONSUMID Ponto OR Promoçã o oo Figura 2: Composto de Marketing (4Ps) Fonte: COBRA, 1985. Dornelas ensina sobre o Plano de Marketing e os 4Ps: [...] as estratégias de marketing são os meios que a empresa deve utilizar para atingir seus objetivos. Elas geralmente se refletem ao composto de marketing, ou os 4P (quatro pes): produto, preço, praça (canais de distribuição) e propaganda/comunicação. A empresa pode adotar estratégias, atuando sobre o composto de marketing, de forma a obter melhor resultado sobre seus competidores. (2001, p.148) Os quatro Ps são de fundamental importância em Marketing e serão apresentados com a nomenclatura que Rosa utiliza em seu modelo de Plano de Negócios. Produto: Descrição dos principais produtos e serviços; Preço; Promoção: Estratégias promocionais; e Ponto: Estrutura de comercialização e localização do negócio. A) Descrição dos principais produtos e serviços Conforme ensina Cobra (1985, p. 31), “um produto ou serviço é dito certo ao consumo quando atende às necessidades e desejos de seus consumidores-alvo.” Rosa (2007, p.33) explica em seu modelo de Plano de Negócios: “Aqui você deve descrever os principais itens que serão fabricados, vendidos ou os serviços que serão prestados. [...] Para empresas de serviço, informe quais serviços serão prestados, suas características e as garantias oferecidas.” B) Preço Conforme Kotler (1999, p.180) explana em sua obra: 52 A abordagem mais comum à fixação de preços consiste em apurar o custo e acrescentar a margem de lucro (markup). Mas o custo do produto nada tem a ver com a perspectiva do cliente quanto ao valor. O custo apenas ajuda a decidir de vale a pena fabricar o produto. Segundo os autores Kotler e Armstrong (1999, p.515), “Preço [é a] quantia cobrado por um produto ou serviço, ou a soma dos valores que os consumidores trocam pelos benefícios proporcionados pela posse ou uso de um produto ou serviço.” Rosa (2007, p. 34) também discorre sobre o preço: Preço é o que consumidor está disposto a pagar pelo que você irá oferecer. A determinação do preço deve considerar os custos do produto ou serviço e ainda proporcionar o retorno desejado. Ao avaliar o quanto o consumidor está disposto a pagar, você pode verificar se seu preço será compatível com aquele praticado no mercado pelos concorrentes diretos. C) Estratégias promocionais Rosa (2007, p. 34) conceitua sobre estratégias promocionais: Promoção é toda ação que tem como objetivo apresentar, informar, convencer ou lembrar os clientes de comprar os seus produtos e não os dos concorrentes. [...] Determine de que maneira você irá divulgar seus produtos, pois todas as formas de divulgação implicam custos. [...] Leve em conta o retorno dessa estratégia, seja na imagem do negócio, no aumento do número de clientes ou no acréscimo da receita. Conforme Cobra (1985, p.32) “O composto promocional do produto ou serviço compreende a publicidade, as relações públicas, a promoção de vendas, a venda pessoal e o merchandising.” D) Estrutura de comercialização Parte integrante do P de Ponto, Rosa (2007, p.36) define que “A estrutura de comercialização diz respeito aos canais de distribuição, isto é, como seus produtos e/ou serviços chegarão até os seus clientes.” A escolha do ponto para o produto ou serviço relaciona-se com a escolha do canal de distribuição: a) Atacado, varejo ou distribuidor. b) Ao transporte. c) E a armazém. (COBRA, 1985, p. 31-32). E) Localização do negócio 53 “O produto ou serviço só tem utilidade se posicionado junto ao seu mercado consumidor” (COBRA, 1985, p.31). Rosa (2007, p. 37) ensina que “Neste momento, você deve identificar a melhor localização para a instalação de seu negócio e justificar os motivos da escolha desse local. A definição do ponto está diretamente relacionada com o ramo de atividades.” 2.3.4 Plano Operacional Conforme Hisrich e Peters (2004, p. 222), Se o empreendimento não for uma fabricação, mas uma loja, serviço ou algum outro tipo de negócio que não envolva fabricação, essa seção será intitulada plano operacional, e o empreendedor precisará descrever as etapas cronológicas para completar uma transação comercial. Rosa ensina em sua estrutura de plano de negócios o Plano Operacional. O plano operacional traz pontos específicos não levantados nos outros tópicos do plano de negócios. Se refere ao Layout e a sua importância para que a empresa possua uma estrutura que seja adequada a o que se pretende produzir ou realizar no local. Também fala sobre a capacidade produtiva que está intimamente ligada ao Layout, pois se refere a quantidade de clientes que poderão ser atendidos ou produtos que poderão ser confeccionados no local. E sobre os processos operacionais, onde o autor atenta para a criação de um fluxograma que detalhe os processos funcionais da empresa. A) Layout Paoleschi conceitua Layout, O arranjo físico procura uma combinação otimizada das instalações industriais e de tudo que concorre para a produção, dentro de um espaço disponível. Visa harmonizar e integrar equipamento, mão de obra, material, áreas de movimentação, estocagem, administração, mão de obra indireta, enfim todos os itens que possibilitam uma atividade industrial. (2009, p.207). Conforme Rosa (2007, p. 39): Por meio do layout ou arranjo físico, você irá definir como será a distribuição dos diversos setores da empresa, de alguns recursos [...] e das pessoas no 54 espaço como: disponível. Um bom arranjo físico traz uma série de benefícios, Aumento da produtividade; Diminuição do desperdício e do retrabalho; Maior facilidade na localização dos produtos pelos clientes na área de vendas; Melhoria na comunicação entre os setores e as pessoas. B) Capacidade produtiva/comercial/serviços Sobre a capacidade produtiva, Rosa (2007, p.41) afirma que “É importante estimar a capacidade instalada da empresa, isto é, o quanto pode ser produzido ou quantos clientes podem ser atendidos com a estrutura existente. Com isso, é possível diminuir a ociosidade e o desperdício”. C) Processos operacionais Os processos operacionais devem explicitar “[...] como serão feitas as várias atividades, descrevendo, etapa por etapa, como será a fabricação dos produtos, a venda de mercadorias, a prestação dos serviços e, até mesmo, as rotinas administrativas.”. “Identifique que trabalhos serão realizados, quem serão os responsáveis, assim como os materiais e equipamentos necessários.” (ROSA, 2007, p. 42). “A organização de uma empresa por processos pode ter a aparência de uma estrutura funcional, com áreas funcionais bem definidas, mas com processos operando efetivamente de forma ortogonal (“na horizontal”).” (GONÇALVES, 2000, p.11). Rosa ensina que “você deve pensar em como serão feitas as várias atividades, descrevendo, etapa por etapa, como será a fabricação dos produtos, a venda de mercadorias, a prestação dos serviços e, até mesmo, as rotinas administrativas.” (2007, p.42).Conforme exposto no Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócios, Processos são compostos por atividades inter-relacionadas que solucionam uma questão específica. Essas atividades são governadas por regras de negócio e vistas no contexto de seu relacionamento com outras atividades para fornecer uma visão de sequência e fluxo. (ABPMP, 2013, p.35) O plano operacional proposto por Rosa trás pontos importantes e que não são citados nos outros tópicos. Questões de espaço físico, necessidade de pessoal e 55 descrição dos processos são fundamentos que dão forma a empresa e estruturam ela conforme os objetivos estabelecidos previamente. 2.3.5 Estratégia do Negócio Este item, segundo o autor é a utilização de tudo que já foi pesquisado e explanado nos itens anteriores, porém em conjunto. É a análise do conjunto que torna possível ao empreendedor traçar a estratégia que sua empresa irá seguir. A partir disso, é necessário identificar e avaliar as oportunidades e ameaças do ambiente de negócios. Em seguida, estudar os pontos fortes e fracos da nossa empresa, vistos em relação aos concorrentes e, também, sob o ponto de vista dos problemas e dificuldades internas que impedem ou atrapalham a empresa de atingir seus objetivos e metas. (SALIM, et al, 2005, p. 87) O modelo SWOT é conhecido por abordar as questões internas e externas à empresa de forma que analise sua inserção no mercado competitivo. Para Chiavenato e Sapiro(2004, p. 188): A avaliação estratégica realizada a partir da matriz SWOT é uma das ferramentas mais utilizadas na gestão estratégica competitiva. Trata-se de relacionar as oportunidades e ameaças presentes no ambiente externo com as forças e fraquezas mapeadas no ambiente interno da organização. Análise Interna Pontos Fortes Pontos Fracos Análise Externa Oportunidades Ameaças Política de ação ofensiva ou Política de ação defensiva ou Aproveitamento: área de domínio da empresa Enfrentamento: área de risco enfrentável Política de manutenção ou Política de saída ou Área de aproveitamento potencial Área de risco acentuado Figura 3: As quatro zonas da matriz SWOT. Fonte: Adaptado de Chiavenato e Sapiro (2004) Como explica Luecke (2008, p.196): 56 a) forças: são capacidades que permitem que a empresa tenha um bom desempenho e precisam ser alavancadas; b) fraquezas: são características que impedem que a empresa tenha um bom desempenho; c) oportunidades: são tendências, forças, eventos e idéias de que aempresa pode tirar proveito; d) ameaças: são eventos ou forças possíveis que estão fora do controle e requerem que a empresa planeje ou decida como mitigá-los. A identificação dos pontos fortes e dos pontos fracos é essencial para o diagnóstico estratégico. Permite a visualização de medidas que a empresa deve tomar para atender as necessidades e expectativas do mercado. Segundo Bucelli e Popadiuk, “o diagnóstico interno visa à investigação da evolução recente e a situação do desempenho atual da administração, das competências e dos recursos da empresa”. (2007, p.291). Rosa Cita em seu modelo de Plano de Negócios uma “Avaliação estratégica” que seria a aplicação da Matriz F.O.F.A. (S.W.O.T.). “A matriz F.O.F.A. é um instrumento de análise simples e valioso. Seu objetivo é detectar pontos fortes e fracos, com a finalidade de tornar a empresa mais eficiente e competitiva, corrigindo assim suas deficiências.” (ROSA, 2007, p. 76).As oportunidades e ameaças fazem parte do ambiente externo, portanto fogem do domínio da empresa. Porém, é importante conhecê-las e monitorá-las afim de não ser surpreendido por fatores externos (ameaças) e poder aproveitar as oportunidades que aparecem no mercado. O discernimento dos dois autores citado a respeito da avaliação estratégica da empresa que será criada convergem. Esse tópico será exclusivo para a aplicação da Matriz F.O.F.A., detalhadamente para que a análise da estratégia seja fidedigna a realidade da empresa que se pretende criar. 2.3.6 Organização e Gerência do Negócio Este item trata da forma como a empresa irá trabalhar. “Como será sua organização para cumprir os objetivos do negócio e a estratégia estabelecida.” (SALIM et al, 2005, p. 96). Certamente serão muito importantes as áreas de vendas e produção. A primeira cuida de obter os clientes e os contratos de serviços, enquanto a segunda cuida de fabricar, construir e entregar o contratado aos clientes, obtendo sua aceitação e satisfação com os resultados alcançados. (SALIM et al, 2005, p. 96). 57 Baron e Shane (2007, p. 194) citam outros fatores que também devem ser abordados nesse tópico do plano de negócio: Muitos capitalistas de risco observam que é melhor investir em uma equipe de primeira classe com uma idéia de segunda classe do que em uma equipe de segunda classe com uma idéia de primeira classe. [...] pessoas talentosas, experientes e motivadas comandando um novo empreendimento são muito importantes para seu sucesso. Por essa razão, uma seção-chave de qualquer plano de negócio é a que trata das pessoas que administrarão o novo empreendimento. Ainda segundo eles, os investidores em potencial buscam saber: [...] Primeiro se, em conjunto, essas pessoas têm experiência, perícia, habilidades e as características pessoais necessárias para administrar o novo empreendimento com sucesso. [...] Além disso, eles querem ter alguma certeza de que os membros da equipe desenvolveram boas relações de trabalho: cada um tem papéis e deveres claramente atribuídos e a comunicação entre eles é boa. (BARON; SHANE, 2007, p.194-195) Salim et al (2005, p. 97-99) expõe os temas fundamentais que deverão ser abordados para que esse tópico tenha sucesso em seu desenvolvimento no Plano de Negócio: 1. Definir a composição da equipe gerencial e dos quadros quantitativos de pessoal necessário por função, com seus perfis profissionais e responsabilidades bem delineados. [...] 2. Estabelecer a estrutura de organização, com as atribuições de cada área bem claras e com as delegações de poderes para as gerências e bem especificadas. [...] 3. Na hipótese de já estar constituída a equipe de gerência, apresentar os nomes e os currículos dos componentes, mostrando suas atribuições e responsabilidades. [...] 4. Definir um plano de pessoal bastante detalhado, contendo a forma de remuneração, avaliação, premiação, aperfeiçoamento e treinamento, evolução de carreira e benefícios a serem praticados pela empresa. Os custos de pessoal devem ser tabelados e organizados por centros de custos e por classe de despesa. [...] A) Composição equipe de gerência e quadro de pessoal Hisrich e Peters explanam sobre o desejo dos investidores referente a equipe gerencial do negócio: Geralmente os investidores exigem que os membros da equipe administrativa não tentem dirigir a empresa como um empreendimento colateral ou de meio turno, enquanto dedicam tempo integral a outra atividade. Espera-se que a equipe administrativa esteja preparada para 58 dedicar-se à empresa em tempo integral e com salário modesto. (2004, p. 280). Conforme Salim et al (2005, p. 98) ensina: É muito importante que você analise como a empresa vai conseguir atingir seus objetivos, isto é, quais os processos que ocorrerão numa empresa para que ela possa chegar a cada objetivo. A partir da caracterização desses processos é possível definir quais os perfis profissionais que serão necessários para executar as tarefas previstas e imaginar os quantitativos básicos para iniciar as operações. O quadro de pessoal e o plano de pessoal estão intimamente relacionados. O plano de pessoal é conceituado no item “D” do tópico “2.3.6”. B) Estrutura da organização Conforme Hisrich e Peters (2004, p. 290) a estrutura da organização “[...] define o trabalho dos membros e a comunicação e a relação que esses empregados têm uns com os outros. Essas relações são representadas no organograma da organização”. Milkovich e Boudreau (2011, p.70) afirmam que O formato da organização é talvez um dos desafios mais interessantes no mundo empresarial de hoje. [...] Novas formas parecem ser precisas para melhor capitalizar as novas tecnologias e atender às atuais demandas e expectativas dos clientes e dos empregados.¹¹ Essas novas formas têm profundas implicações nas relações de trabalho. A redução dos níveis hierárquicos e a ampliação dos papéis de cada empregado são alguns desses efeitos. Salim et al (2005, p.98). ensina que “A definição da estrutura da organização consiste na distribuição de atribuições e responsabilidades por órgãos ou unidades de forma a agrupar, na medida do possível, os processos e atividades de cada função do negócio.” C) Perfil profissional dos integrantes da equipe gerencial “Também são significativos para os possíveis investidores a equipe administrativa e sua habilidade e compromisso com o novo empreendimento.” (HISRICH e PETERS, 2004, p. 280). Conforme Salim et al: O perfil profissional é uma descrição da qualificação profissional desejada para o ocupante de uma função, compreendendo formação escolar, experiência profissional anterior, idiomas conhecidos e características da personalidade relacionadas à função. 59 D) Plano de pessoal Milkovich e Boudreau explanam sobre a necessidade de pessoal utilizando a nomenclatura “planejamento do emprego”. Eles enumeram três fases desse processo: O planejamento do emprego visa obter o número certo e os tipos adequados de empregados, realizando as tarefas corretas no tempo certo. [...] Esse processo envolve três fases básicas: (1) análise das demandas de RH; (2) análise da oferta de RH; e (3) conciliação das discrepâncias entre demanda e oferta por meio da manutenção ou da mudança das atividades de RH. (2011, p.143). Rosa (2007, p.43) complementa: “Faça a projeção do pessoal necessário para o funcionamento do negócio. Esse item inclui o(s) sócio(s), os familiares (se for o caso) e as pessoas a serem contratadas.” Rosa ainda discorre sobre as necessidades de treinamento ou não, dependendo da necessidade de qualificação da mão de obra. Um mundo em constante mudança e flexibilidade apresenta um particular desafio para os administradores de RH responsáveis pela manutenção de um fluxo constante de talentos. As decisões de provimento interno de pessoal determinam a maneira pela qual os funcionários se movem pelos diversos papéis funcionais dentro da organização. (MILKOVICH e BOUDREAU, 2011, p.295). Salim et al (2005, p.100) discorre sobre o plano de pessoal: PLANO DE PESSOAL é o plano que estabelece, de forma transparente na empresa, as condições e critérios para a administração do seu pessoal, compreendendo: Recrutamento, seleção e treinamento. Avaliação de desempenho. Remuneração e benefícios. Progressão funcional e salarial. Milkovich e Boudreau (2011, p.158) ensinam sobre recrutamento interno e externo: Recrutamento, seleção e demissão formam o processo de movimentação dos empregados para dentro, para fora e no interior da organização, de forma a produzir um quadro de pessoal do tamanho e especificidade desejados. O recrutamento e a seleção externos referem-se às entradas de empregados na empresa e aos padrões de demissão por ela praticados. 60 O recrutamento e a seleção internos referem-se à movimentações dos empregados entre diferentes posições dentro da organização. Conforme os autores Milkovich e Boudreau (2011, p.338), Treinamento é um processo sistemático para promover a aquisição de habilidades, regras, conceitos ou atitudes que resultem em uma melhoria da adequação entre as características dos empregados e as exigências dos papéis funcionais. Milkovich e Boudreau afirmam que existem diversas mudanças nas formas de remuneração, e que essa forma de remuneração tem influências externas e internas para sua definição nas organizações. “Como a remuneração é a principal arma para atrair, manter e motivar os empregados, bem como o principal custo empresarial, ela precisa ser administrada com cuidado.” (2011, p.378). “Benefícios são os aspectos indiretos da remuneração total dos empregados; eles incluem remuneração fora do trabalho, pagamento de seguro e assistência médica, serviços aos empregados e renda de aposentadoria.” (2011, p.440). Esse tópico do Plano de Negócios explicita as habilidades e experiências da equipe gerenciadora do novo negócio. É importante para que investidores tenham certeza de que estão colocando fundos não somente em uma boa ideia, mas também em um grupo de empreendedores que estão preparados para gerir o novo negócio e o levar aos objetivos estabelecidos. 2.3.7 Plano Financeiro “É nele que vamos juntar todas as despesas. Desde aquelas que foram feitas para iniciar o negócio, constituir sua base, até aquelas que estão sendo feitas em plena fase operacional para mantê-lo vivo e com funcionamento regular de suas atividades de venda e de produção.” (SALIM, et al, 2005, p. 105). Conforme Baron e Shane: Essa seção tem de incluir diversos componentes principais, e cada um deles deve ser preparado com cuidado. [...] esses elementos devem retratar o estado financeiro atual da empresa, como os financiamentos recebidos dos investidores serão usados e como os recursos financeiros serão administrados para atingir os objetivos principais. (2007, p. 195). 61 Salim et al (2005, p. 105) afirma que “Também vamos alinhar as receitas obtidas com a venda de nossos produtos, serviços e soluções e, finalmente, vamos avaliar como fica o conjunto e qual o saldo disso tudo.” No planejamento financeiro, por se tratar da criação de um novo negócio (start up), serão feitas muitas suposições de valores, vendas, entre outros fatores que influenciam nos resultados diretos. “Essa é uma parte importante do plano de negócio, pois determina o investimento necessário para o novo empreendimento e indica se o plano de negócio é economicamente exequível.” (HISRICH e PETERS, 2004, p.224). HisrichePeters também afirmam que o Plano Financeiro deve trazer três pontos importantes: as vendas previstas e despesas projetadas; o fluxo de caixa; e o balanço patrimonial. Salim et al (2005, p. 107-111) destaca pontos que devem ser abordados no Planejamento Financeiro, que é o ultimo do plano de negócios e leva em consideração cada um dos tópicos anteriores do Plano de Negócios: 1. Pressupostos importantes para fazer os planos financeiros e as justificativas de adotá-los. [...] 2. Comparações entre o plano projetado e o desempenho de outras empresas da área ou de sua empresa em períodos anteriores. [...] 3. Cálculo do ponto de equilíbrio econômico-financeiro da empresa (breakeven point) [...] 4. Cálculo do custo de operar a empresa sem vender e sem produzir. 5. Lucros e perdas projetados, com base nos custos apurados e nas expectativas de receitas esperadas (Demonstração do Resultado do Exercício). [...] 6. Fluxo de caixa – expresso por uma planilha que mostra como serão cobertas as despesas efetuadas e qual o valor das receitas esperadas ao longo de determinado período de tempo. [...] 7. Projeção do balanço da empresa. [...] 8. Cálculo de indicadores, tais como: margem bruta, lucro bruto, retorno de investimentos, lucro por ação, tempo de recebimento após a venda, percentagem de inadimplência, índice de liquidez etc. Rosa, em sua obra, também explana no plano financeiro sobre: investimento total; estimativa do faturamento mensal da empresa; estimativa do curso unitário de matéria-prima, materiais diretos e terceirizações; estimativa dos custos de comercialização; apuração dos custos dos materiais diretos e/ou mercadorias vendidas; estimativa dos custos com mão-de-obra; estimativa do custo com depreciação; estimativa dos custos fixos operacionais mensais; demonstrativo de 62 resultados; ponto de equilíbrio; lucratividade; rentabilidade; prazo de retorno do investimento. 2.3.7.1 Investimento total Conforme Rosa (2007, p.44): Nessa etapa, você irá determinar o total de recursos a ser investido para que a empresa comece a funcionar. O investimento total é formado pelos: Investimentos fixos. Capital de Giro. Investimentos pré-operacionais. “O investimento fixo corresponde a todos os bens que você deve comprar para que seu negócio possa funcionar de maneira apropriada.” (ROSA, 2007, p.44). Para Rosa, se enquadram veículos, equipamentos, máquinas, instalações, móveis entre outros. Tudo que é necessário para que a empresa seja posta em funcionamento. Para ele: O capital de giro é o montante de recursos necessários para o funcionamento normal da empresa, compreendendo a compra de matériasprimas ou mercadorias, financiamento das vendas e o pagamento das despesas. Ao estimar o capital de giro para o começo das atividades da empresa, você deverá apurar o estoque inicial e o caixa mínimo necessário. (ROSA, 2007, p.46). Segundo o mesmo autor, o caixa mínimo “é o capital de giro necessário para movimentar seu negócio. Representa o valor em dinheiro que a empresa precisar ter disponível para cobrir os custos até que as contas a receber de clientes entrem no caixa.” (ROSA, 2007, p.48). Gitman e Madura conceituam da seguinte forma: “O capital circulante líquido (capital de giro) é o momento pelo qual o ativo circulante de uma empresa excede seu passivo circulante.” (2003, p.269). Neto ensina que O capital de giro corresponde ao ativo circulante de uma empresa. Em sentido amplo, o capital de giro representa o valor total dos recursos demandados pela empresa para financiar seu ciclo operacional, o qual engloba, conforme comentado, as necessidades circulantes identificadas desde a aquisição de matérias-primas até a venda e o recebimento dos produtos elaborados. (2012, p.582). E o último tópico para que seja feita a soma e encontrada o investimento total necessário é referente aos investimentos pré-operacionais. Rosa (2007, p.53) ensina que eles: 63 Compreendem os gastos realizados antes do início das atividades da empresa, isto é, antes que ela abra as portas e comece a vender. São exemplos de investimentos pré-operacionais: despesas com reforma (pintura, instalação elétrica, troca de piso, etc.) ou mesmo as taxas de registro da empresa. 2.3.7.2 Demonstrativo de resultados Conforme Neto (2012, p.103) ensina, Essa demonstração tem como finalidade exclusiva apurar o lucro ou prejuízo de exercício. Engloba as receitas, as despesas, os ganhos e as perdas do exercício, apurados por regime de competência², independente, portanto, de seus pagamentos e recebimentos Para Iudícibus e Marion (2006, p.50), a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) pode ser definida da seguinte forma: é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período (12 meses). É apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuízo). No demonstrativo de resultados pro forma, as vendas mensais devem ser calculadas primeiro. A pesquisa de marketing, as vendas no setor e alguns testes vão fornecer a base para esses cálculos. Técnicas de previsão, como levantamento das intenções dos compradores, opiniões de vendedores, opiniões de especialistas ou séries temporais, podem ser usadas para projetar as vendas.² (HISRICH e PETERS, 2004, p.265) A demonstração de resultados revela se uma operação foi ou não lucrativa. Ela vai da primeira linha – o faturamento – à linha final, o lucro ou perda. (WARD, 1998, p.55) Íudicibus e Marion também exemplificam dois modelos de DRE, que podem ser utilizadas para micro empresas (DRE simples), e o exigido por lei (DRE completa), que trás os dados mais especificados e por consequência é mais útil para a tomada de decisão. Abaixo apresenta-se o quadro que contempla e ilustra os dois modelos: 64 DRE (simples) Receita DRE (completa) Receita (-) Despesa (-) Deduções Lucro ou prejuízo (-) Custos (-) despesas (-) -----------Lucro ou Prejuízo Quadro 2: Modelos de DRE Fonte: Adaptado de Iudícibus e Marion (2006). O Demonstrativo de resultados é importante para realizar análises da mudança de desempenho da empresa de um período contábil para outro, ou mensalmente, conforme as necessidades da empresa. 2.3.7.3 Ponto de equilíbrio De acordo com Hisrich e Peters(2004, p.271-272), “A análise do ponto de equilíbrio é uma técnica útil para determinar quantas unidades devem ser vendidas ou o volume de vendas que deve ser atingido de forma que se alcance o ponto de equilíbrio.” O ponto de equilíbrio pode ser calculado de duas formas: utilizando uma fórmula em que o ponto de equilibro (PE) será encontrado na forma de “quantidade de produtos vendidos” necessários para se chegar ao PE, ou de forma em que o ponto de equilíbrio é encontrado como “receita total” necessária para atingir o PE. Abaixo será explicitado os dois métodos. Conforme Degen (1989, p.152): Para calcular o ponto de equilíbrio operacional de caixa (PEO) de um novo negócio para um determinado período, geralmente mensal, dividimos as saídas de caixa decorrentes dos custos fixos (CF) pela entrada de caixa gerada por uma unidade vendida (VU), menos as saídas de caixa decorrentes dos custos variáveis necessários para gerar esta venda (CVU). A diferença entre a venda (VU) e os custos variáveis (CVU) é a margem de contribuição por unidade vendida (MCU). As respectivas fórmulas são: = EXEMPLO: No caso da loja de roupas, se os custos fixos (CE) forem de US$ 1.000 por mês, se o preço de uma roupa (VU) for em média US$ 20 e se os custos variáveis dessa venda (CVU) – custo médio da roupa, mais impostos e propaganda – for de US$ 10, o ponto de equilíbrio operacional (PEO) será 65 de 100 unidades de roupas, conforme a representação: = = 100 unidades. Já para Rosa (2007, 67-68): O ponto de equilíbrio representa o quanto sua empresa precisa faturar para pagar todos os seus custos em um determinado período. Utilizando as fórmulas a seguir, você pode calcular o ponto de equilíbrio em faturamento. A) (*) Observação Índice da margem de contribuição= – A seguir serão vistos alguns indicadores de viabilidade importantes para a elaboração de um plano de negócios segundo a estrutura trabalhada por Rosa. A) Lucratividade Rosa (2007, p.69) ensina sobre a lucratividade e sua fórmula: É um indicador que mede o lucro líquido em relação às vendas. È um dos principais indicadores econômicos, pois está relacionado à competitividade. Se sua empresa possui uma boa lucratividade, ela apresentará maior capacidade de competir, isso porque poderá investir mais em divulgação, na diversificação dos produtos e serviços, na aquisição de novos equipamentos, etc. Para Neto, o ROI (Retorno sobre o investimento) é uma alternativa para o ROA (retorno sobre o ativo). Para ele: Enquanto os ativos incorporam todos os bens e direitos mantidos por uma empresa, o investimento equivale aos recursos deliberadamente levantados pela empresa e aplicados em seus negócios. É o capital que rigorosamente deve ser remunerado. (2012, p.119). B) Rentabilidade Conforme Rosa, É um indicador de atratividade dos negócios, pois mede o retorno do capital investido aos sócios. É obtido sob a forma de percentual por unidade de tempo (mês ou ano). É calculada por meio da divisão do lucro líquido pelo investimento total. A rentabilidade deve ser comparada com índices praticados no mercado financeiro. (2007, p.70). 66 C) Período de pay-back Conforme Degen (1989, p.166), “O período de pay-back, ou de recuperação do investimento, é o tempo necessário para o futuro empreendedor recuperar o dinheiro aplicado em um novo negócio.” Para Neto (2012, p.358), O período de payback, de aplicação bastante generalizada na prática, consiste na determinação do tempo necessário para que o dispêndio de capital (valor do investimento) seja recuperado por meio dos benefícios incrementais líquidos de caixa (fluxos de caixa) promovidos pelo investimento. Nota-se a quantidade de dados e especificações que o plano financeiro trás. Isso se deve a importância dessa parte do Plano de negócios para o empreendedor que pretende viabilizar seu negócio. O Plano financeiro trás inúmeros indicadores que demonstram estimativas de como a empresa se sairá no andamento do negócio, conforme o período determinado para efetuar o plano de negócios. Por isso seu detalhamento e extensão são essenciais em todo Plano de Negócio de qualidade. 2.3.7.4 Fluxo de Caixa Gitman e Madura (2003, p.188-189) conceituam sobre o fluxo de caixa: A demonstração de fluxos de caixa é um resumo dos fluxos de caixa no período em questão. A demonstração fornece uma visão esclarecedora dos fluxos de caixas operacionais, de investimento e de financiamento e reconcilia-os com mudanças em seu caixa e títulos negociáveis durante o período. Neto ensina sobre a demonstração dos fluxos de caixa (DFC) que: A DFC centra sua atenção nas origens e aplicações de caixa, ou seja, revela onde os recursos de caixa foram obtidos e onde foram investidos, no exercício. A DFC é muito importante para a avaliação da situação financeira da empresa, podendo se conhecer sua efetiva capacidade de pagamento. (2012, p.107). Gitman (1997, p.75) conceitua: A Demonstração dos fluxos de caixa fornece um resumo dos fluxos de caixa durante um dado período, geralmente do ano recém-encerrado. Essa 67 demonstração, que às vezes é chamada de “demonstração de fontes e usos”, fornece uma visão dos fluxos de caixa da empresa relativos às atividades operacionais, de investimentos e de financiamento, e reconciliaos com as variações em seu caixa e títulos negociáveis, durante o período em questão. Fluxo de caixa não é a mesma coisa que lucro. O lucro é o resultado de subtrair as despesas do volume de vendas, enquanto o fluxo de caixa é resultado da diferença entre a efetiva quantia recebida e os pagamentos de caixa. O caixa flui somente quando pagamentos efetivos são recebidos ou feitos. As vendas não podem ser vistas como caixa, porque uma venda pode ser feita hoje, mas o pagamento será feito depois de 30 dias. (HISRICH e PETERS, 2004, p.267) Gitman e Madura (2003, p.252) discorrem sobre a importância da demonstração dos fluxos de caixa para o gerente financeiro e exemplificam casos em que se pode visualizar essa importância: O gerente deve estar especialmente atento a importantes categorias do fluxo de caixa e a itens individuais de entrada e saída de caixa, para avaliar se houve qualquer desenvolvimento que seja contrário à política financeira da empresa. Além disso, a demonstração pode ser usada para avaliar o progresso em relação a objetivos projetados ou a ineficiências isoladas. Por exemplo, os aumentos das contas a receber ou dos estoques resultantes de importantes saídas de caixa podem indicar problemas de crédito ou de estoque, respectivamente. 2.3.7.5 Balanço Patrimonial Conforme Gitman e Madura (2003, p.187), O balanço patrimonial apresenta uma demonstração resumida da posição financeira da empresa em um dado momento. A demonstração equilibra os ativos da empresa (os que ela possui) em relação a seu financiamento que pode ser dívida (o que ela deve) ou patrimônio líquido (o que os proprietários forneceram). Gitman e Madura (2003, p.188) complementam: Uma distinção importante é feita entre o ativo e o passivo de curto e de longo prazos. O ativo circulante e o passivo circulante são de curto prazo, com conversão em caixa (ativo circulante) ou pagamento (passivo circulante) esperado em menos de um ano. Todas as demais contas de ativo e passivo, com o patrimônio líquido, que deve ter vida infinita, são consideradas a longo prazo ou fixas, porque devem permanecer nos livros da empresa por um ano ou mais. Neto ilustra em sua obra o Balanço patrimonial e seus componentes: 68 ATIVO PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO Ativo Circulante Passivo Circulante Disponibilidades Empréstimos e financiamentos Aplicações financeiras Debêntures Clientes Fornecedores (-) Duplicatas descontadas Impostos e valores a recolher Outros créditos Outras obrigações a pagar (-) Prov. Para crédito de liquidação Provisões duvidosa Estoques Passivo Não Circulante Despesas antecipadas Passivo Exigível a Longo Prazo Empréstimos e financiamentos Ativo não circulante Debêntures Ativo Realizável a Longo Prazo Outras obrigações e provisões Créditos diversos Patrimônio Líquido Ativo Permanente Capital social integralizado Investimentos Reservas de capital Reservas de lucros Imobilizado Ajuste de Avaliação Patrimonial Intangível (-) Ações em tesouraria Quadro 3: Balanço Patrimonial. Fonte: Adaptado de Neto (2012). A Fundamentação Teórica dá embasamento ao acadêmico para que ele desenvolva seu trabalho elaborando adequadamente o plano de negócios. E ela que guia o acadêmico conforme o andamento do trabalho proposto. 69 3 METODOLOGIA A metodologia tem como objetivo definir um conjunto de diretrizes que auxiliem em determinada pesquisa, estudo científico, coleta dedados entre outros. Rampazzo (2002, p.33) ensina que “o método se concretiza nas diversas etapas ou passos que devem ser dados para solucionar um problema”. Segundo Severino (2007, p.102), A ciência utiliza-se de um Método que lhe é próprio, o Método científico, elemento fundamental do processo do conhecimento realizado pela ciência para diferenciá-la não só do conhecimento comum, mas também das demais modalidades de expressão da subjetividade humana, como a filosofia, a arte e a religião. Conforme Demo (1995, p.11), “metodologia é o estudo dos caminhos, os instrumentos usados para se fazer ciência. É uma disciplina instrumental a serviço da pesquisa”. Gresser (2004, p.42) também conceitua, “a metodologia desenvolve a preocupação em torno de como captar e manipular a realidade, questionando a cientificidade da produção tida como científica”. É adotado o método indutivo, que conforme Lakatos e Marconi (2007, p.86), Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objetivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais se basearam. Este capítulo destina-se a explanar conceituando os procedimentos adotados para a metodologia da pesquisa. Serão apresentados os métodos definidos e que serão utilizados para que se alcancem os objetivos traçados, especificando detalhes da pesquisa, população e amostra, tipo de pesquisa, instrumento da coleta de dados e formas de análise. 3.1 NÍVEIS DA PESQUISA Gil explana sobre o conceito de pesquisa e as motivações para que esta seja feita: 70 Pode-se definir pesquisa como procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então, quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema. (2006, p.17). As pesquisas estão divididas em dois níveis, onde podem ser: pesquisas puras ou aplicadas. Conforme Prodanov e Freitas (2013, p.51): a) Pesquisa básica: objetiva gerar conhecimentos novos uteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais; b) Pesquisa aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais. Esta pesquisa define-se como aplicada, pois não se atém ao conhecimento teórico e busca servir de ferramenta de aplicação. Ferrari explana que “não obstante a finalidade prática da pesquisa, ela pode contribuir teoricamente com novos fatos para o planejamento de novas pesquisas ou mesmo para a compreensão teórica de certos setores do conhecimento”. (1982, p.171). A pesquisa caracteriza-se como exploratória, que conforme Gil (1991, p.45) “tem como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado”. Pesquisas exploratórias têm como objetivos trazer mais conhecimento sobre um tema pouco abordado. Não há a necessidade de criação de hipóteses, limitando-se à resolução dos objetivos definidos e propostos na pesquisa. A pesquisa exploratória utiliza-se do embasamento em livros, dissertações e outros meios bibliográficos que o acadêmico dispõe para realização de sua pesquisa. Conforme Prodanov e Freitas (2013, p.51-52): [...] Pesquisa exploratória: quando a pesquisa se encontra na fase preliminar, tem como finalidade proporcionar mais informações sobre o assunto que vamos investigar, possibilitando sua definição e seu delineamento, isto é, facilitar a delimitação do tema da pesquisa; orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir um novo tipo de enfoque para o assunto. Assume em geral as formas de pesquisas bibliográficas e estudos de caso. A pesquisa exploratória possui planejamento flexível, o que permite o estudo do tema sob diversos ângulos e aspectos. Em geral, envolve: - levantamento bibliográfico; 71 - entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; - análise de exemplos que estimulem a compreensão. Também foi escolhido o método descritivo, onde as pesquisas e análises são descritas na proposta do plano de negócios. “As pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então o estabelecimento de relações entre variáveis.” (GIL, 2007, p.42). Para Triviños a pesquisa descritiva tem como objetivo “descrever com exatidão os fatos e fenômenos de determinada realidade.” (1987, p.100). Godoy também conceitua, afirmando que pesquisas de formato descritivo exploratório vão criando significado durante o processo, “partindo de questões amplas que vão se aclarando no decorrer da investigação (podendo) o estudo qualitativo [...] ser conduzido através de diferentes caminhos.” (1995, p.29). Godoy ainda fala sobre os documentos utilizados na pesquisa poderem ser primários e secundários, onde os documentos primários seriam aqueles produzidos por pessoas que vivenciaram o evento estudado, enquanto os secundários são aqueles coletados por pessoas que não estavam presentes na ocasião do fato. A pesquisa também é classificada entre qualitativa e quantitativa. Prodanov e Freitas (2013, p.69) afirmam que [...] Pesquisa quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão etc.). Qualitativo, segundo Minayo (1998, p.22), “trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.” Godoy (1995, p.28) afirma que “A abordagem qualitativa enquanto exercício da pesquisa, não se apresenta como uma proposta rigidamente estruturada, ela permite que a imaginação e a criatividade levem os investigadores a propor trabalhos que explorem novos enfoques.” Segundo o mesmo autor: A pesquisa qualitativa tem um ambiente natural como fonte direta de dados 72 e o pesquisador como instrumento fundamental; é descritiva; o significado que as pessoas são às coisas e à sua vida são preocupação essencial do investigador e, os pesquisadores utilizam o enfoque indutivo na análise de seus dados. (1995, p.54) “Quando o estudo é de caráter descritivo e o que se busca é o entendimento do fenômeno como um todo, na busca da complexidade, é possível que uma análise qualitativa seja a mais indicada”. (GODOY, 1995, p.56). A análise qualitativa depende de muitos fatores, tais como a natureza dos dados coletados, a extensão da amostra, os instrumentos de pesquisa e os pressupostos teóricos que nortearam a investigação. Pode-se, no entanto, definir esse processo como uma sequência de atividades, que envolve a redução dos dados, a categorização desses dados, sua interpretação e a redação do relatório. (GIL, 2002, p.133) “É apropriada nos casos de avaliação formativa, quando trata-se de melhorar a efetividade de um programa, ou plano, ou quando é o caso da proposição de planos, intervenção, mas não é adequada para avaliar resultados de programas ou planos.” (ROESCH, 1999, p.146). A pesquisa qualitativa segundo Castro (2006, p. 110) “busca criar uma situação experimental ou de observação que permita isolar o efeito de cada variável e caracterizar de forma precisa o impacto da causa sobre efeito.” 3.2 DELINEAMENTO DA PESQUISA Na pesquisa são utilizados procedimentos técnicos para que informações sejam recolhidas conforme se faz necessário. Os procedimentos adotados nesta pesquisa foram: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e estudo de caso. Gil conceitua que “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado constituído principalmente de livros e artigos científicos.” (2007, p.44). Já a pesquisa documental se baseia em materiais que não receberam uma análise e podem ser reelaborados conforme os objetivos da pesquisa. Conforme Cervo e Bervian (2002, p.67), “Estudo de caso: é a pesquisa sobre um determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade que seja representativo do seu universo, para examinar aspectos variados de sua vida.” O conjunto dos procedimentos relacionados acima permitirá ao pesquisador dispor de variadas formas para alcançar as informações as quais necessita. 73 3.3 COLETA DE DADOS . Prodanov e Freitas (2013, p.106) ensinam sobre entrevista e questionário: O que diferencia basicamente a entrevista do questionário é que a primeira é sempre realizada face a face (entrevistador mais entrevistado); também pode ou não ser realizada com base em um roteiro de questões preestabelecidas e até mesmo impressas, enquanto o segundo, necessariamente, tem como pré-requisito a elaboração de um impresso próprio com questões a serem formuladas na mesma sequência para todos os informantes. Cervo e Bervian (2002, p.46) explanam sobre a entrevista: Recorrem esses à entrevista sempre que têm necessidade de obter dados que não podem ser encontrados em registros e fontes documentais e que podem ser fornecidos pro certas pessoas. Esses dados serão utilizados tanto para o estudo de fatos como de casos ou de opiniões. A entrevista aplicada é de forma semiestruturada para que o entrevistador tenha um modelo pré-estabelecido, mas também haja flexibilidade para que introduza questões que se mostrem pertinentes durante o andamento da entrevista. 3.4 FORMAS E ANÁLISES DOS DADOS Depois de recolhidas as informações através da pesquisa realizada é feita a interpretação e análise dos dados. A análise de dados, para Kerlinger (1980, p.353), é “a categorização, ordenação, manipulação e sumarização de dados” e seu objetivo é tornar interpretáveis as informações colhidas na pesquisa. Posteriormente a todo o levantamento bibliográfico, documental e através do estudo de caso (entrevistas), o pesquisador pode iniciar a análise dos dados. A análise qualitativa é baseada nas respostas das entrevistas de forma combinada e comparativa entre estas para que se alcance um consenso entre as respostas dos entrevistados e se possa basear o trabalho científico em informações confiáveis e consistentes. 74 4 ELABORAÇÃO DO PLANO DE NEGÓCIOS Nesse tópico será exposta a elaboração do Plano de Negócio para a análise da viabilidade da abertura de uma clinica de psicopedagogia em São José, conforme a estrutura adotada baseada na pesquisa bibliográfica executada. Assim, o plano de negócios estará dividido em sete partes: Sumário Executivo; Análise de Mercado; Plano de Marketing; Plano Operacional; Estratégia do Negócio; Organização e Gerência do Negócio e Plano Financeiro. 4.1 SUMÁRIO EXECUTIVO O Sumário executivo traz um resumo dos principais pontos do plano de negócios, os dados da empresa, forma jurídica, perfil dos empreendedores e outros fatores de relevância que devem estar elucidados de forma concisa para uma possível análise mais rápida de possíveis investidores. É responsável por atrair o investidor e o deixar interessado no empreendimento que está sendo proposto, por isso deve ser redigido com clareza e elencado todas as características essenciais da empresa que estão contidas no andamento do desenvolvimento do Plano de Negócios. A Clínica de Psicopedagogia Transformar destina-se ao atendimento especializado de crianças com dificuldade de aprendizagem, incluindo crianças diagnosticadas com autismo. O serviço é prestado através de sessões de atendimento ao paciente, com duração de 50 minutos. A clínica também irá prestar serviço de suporte aos pais, com a proposta de atendimentos individualizados e direcionados exclusivamente a estes que devido a estarem lidando com uma situação nova relacionada a seus filhos, muitas vezes não tem conhecimento e estrutura psicológica para lidar com isso. Pretende-se instalar a clínica na região compreendida entre as ruas São Pedro e Independência no bairro Areias, São José. Não se exclui a possibilidade de instalar a clínica na Avenida Leoberto Leal, Barreiros. Faz-se necessário o investimento de R$ 35.210,50 para a realização de reformas na sala comercial alugada e para os gastos com a legalização da empresa. 75 O perfil das duas sócias, Barbara Luiza Ludvig (Sócia 1) e Ana Letícia Ladik (Sócia 2), é semelhante. Elas possuem graduação em pedagogia pelo Centro Universitário Municipal de São José, com formação em 2010. E as duas sócias também possuem pós-graduação em educação infantil, anos iniciais, com ênfase em educação especial e pós-graduação em psicopedagogia clínica e institucional pelo ICEP. As atribuições das sócias são bem definidas conforme as habilidades individuais identificadas. A sócia 1 além de realizar o atendimento aos pacientes também está encarregada de acompanhar a parte financeira da clínica juntamente ao assessor administrativo. Já a Sócia 2 estará responsável pelo atendimento aos pacientes e também pela parte criativa da empresa, como por exemplo a execução da divulgação em redes sociais e outros meios. A Clínica de Psicopedagogia Transformar tem a seguinte missão delineada: Oferecer serviços de excelência na área da aprendizagem humana, conscientizando a sociedade sobre a importância desse serviço e auxiliando no desenvolvimento das pessoas que apresentam a necessidade de receber esse atendimento personalizado, tendo como consequência um impacto social positivo. A Clínica se caracteriza como uma empresa atuante no setor de prestação de serviços. O produto que entregará ao seu cliente é intangível, e devido a isso há a grande dificuldade de o cliente visualizar os bens entregues com a prestação de serviços proposta. Porém, é incumbência da Clínica agir de forma que o cliente reconheça a importância e valoração do serviço que está adquirindo. A Clínica de psicopedagogia terá sua forma jurídica definida como Sociedade Limitada, onde as Sócias Barbara Luiza Ludvig e Ana Letícia Ladik são as duas sócias que responderão pela pessoa jurídica criada. Se enquadrará no SIMPLES nacional, regime tributário simplificado para empresas de pequeno e médio porte onde conforme sua tabela, a empresa se enquadra de acordo com sua rentabilidade em uma alíquota que deve ser destinada ao governo. Por se tratar de uma empresa de prestação de serviço, a clínica se enquadra na Tabela III do SIMPLES NACIONAL. Abaixo é exposta na Tabela 2 parte da tabela III do Simples Nacional, onde se pode visualizar a alíquota à qual a Clínica se enquadrará. 76 Tabela 2: Alíquotas e Partilha do Simples Nacional – Receitas de Locação de Bens móveis e de Prestação de Serviços. Receita Bruta Alíquota IRPJ em 12 meses (em R$) Até 180.000,00 6,00% De 180.000,01 8,21% a 360.000,00 De 360.000,01 10,26% a 540.000,00 De 540.000,01 11,31% a 720.000,00 CSLL Cofins PIS/Pasep CPP ISS 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,42% 0,00% 0,00% 4,00% 4,00% 2,00% 2,79% 0,48% 0,43% 1,43% 0,35% 4,07% 3,50% 0,53% 0,53% 1,56% 0,38% 4,47% 3,84% Fonte: Adaptado pelo autor de www.normaslegais.com.br, 2015. Conforme a receita prevista para o exercício, a clínica deve pagar a alíquota correspondente a sua receita que vai até R$ 180.000,00. Assim, 6,00% da receita da Clínica de Psicopedagogia são destinados ao cumprimento de obrigações com o governo através do pagamento da alíquota do SIMPLES nacional. No terceiro ano do cenário otimista a Clínica alcança valor maior que R$ 360.000,00 de arrecadação, necessitando assim cumprir a alíquota de 10,26%. Os recursos necessários para investimento inicial estão estimados no valor de R$ 35.210,50 que serão divididos em 50% para cada sócia. 4.2 ANÁLISE DE MERCADO A análise de mercado é um importante ponto para que a clínica perceba o crescimento do mercado, a possibilidade de atingir seus objetivos no mercado onde estará inserida, como os concorrentes irão interferir nisso, como os clientes receberam esse serviço que será prestado. A análise de mercado é feita através de pesquisas que trazem projeções do mercado com demonstrativos do crescimento de empresas do setor, ou de empresas do mesmo porte podendo-se fazer um comparativo para definir metas de vendas e abrangência da gama de clientes. 4.2.1 Projeções do mercado Segundo dados do SEBRAE (2013), das empresas constituídas em 2007 na região sul, no segmento de serviços, 71,8% sobreviveram 2 anos após sua fundação. Abaixo é mostrada tabela 3 com a relação de porcentagem de empresas sobrevivente nas regiões do país pra diferentes segmentos do mercado. 77 Tabela 3: Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, para empresas constituídas em 2007, por regiões e setores. Norte Nordeste Sudeste Sul CentroOeste BRASIL Indústria 71,1% 74,1% 83,2% 81,4% 76,5% 79,9% Comércio 74,4% 75,5% 79,9% 76,6% 76,1% 77,7% Construção 56,3% 63,5% 77,3% 74,2% 70,1% 72,5% Serviços 58,9% 62,9% 75,7% 71,8% 70,5% 72,2% TOTAL 68,9% 71,3% 78,2% 75,3% 74,0% 75,6% Nota: As empresas constituídas em 2007 foram verificadas nas bases de 2007, 2008, 2009 e 2010. Fonte: Sebrae NA, 2013. O Sebrae (2013) também focaliza e limita a pesquisa direcionando aos municípios. Conforme a pesquisa realizada, em São José a taxa de sobrevivência (2 anos) de empresas constituídas em 2007 (ou seja, analise realizada em 2007, 2008, 2009, 2010) é de 71%. Também se apresenta um gráfico mostrando o desenvolvimento da mortalidade das empresas após dois anos de criação. Gráfico 1: Taxa de mortalidade de empresas de 2 anos, evolução por setores de atividade Fonte: Sebrae NA, 2013. Notas: As empresas constituídas em 2005 foram verificadas nas bases de 2005, 2006, 2007 e 2008. As empresas constituídas em 2006 foram verificadas nas bases de 2006, 2007, 2008 e 2009. As empresas constituídas em 2007 foram verificadas nas bases de 2007, 2008, 2009 e 2010. 78 Nota-se um equilíbrio na mortalidade das empresas no setor de serviços na análise feita ao longo de três anos. O público-alvo da clínica é bastante específico. Conforme ALMEIDA (2002, p. 67): A população aqui considerada é composta dos alunos das séries iniciais que foram apontados pelos seus professores como vítimas das Dificuldades de Aprendizagem. Esperou-se encontrar um número estimado entre 15 a 30% do total de alunos, assim indicados pela bibliografia. Realmente este número pode ser confirmado, variando de 20 a 35% de alunos em dificuldades de aprendizagem em cada sala de aula. Conforme Censo Educacional de 2012 realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), do Ministério da Educação, considera-se a quantidade de matriculados no ensino regular em são José de 25.957 pessoas. Para tanto, aplica-se os conhecimentos estatísticos de Almeida em relação à existência de dificuldades de aprendizagem nos anos iniciais. A aplicação se dará pela média da porcentagem de crianças com dificuldades de aprendizagem nos anos iniciais identificada por Almeida (27,5%) aplicada na quantidade de matriculados conforme o Censo Educacional de 2012, do INEP conforme exposto acima. Dessa forma temos um público alvo em São José que abrange aproximadamente 7.138 pessoas que apresenta determinada dificuldade de aprendizagem. 4.2.2 Critérios de Segmentação O critério principal utilizado para a segmentação do mercado é o próprio fato gerador da necessidade desse serviço, que é a Dificuldade de Aprendizagem identificada em aproximadamente 7.138 pessoas matrículas no ensino regular em São José. Apesar de o público alvo ser caracterizado por pacientes presentes nas fases iniciais do ensino, a Clínica de Psicopedagogia não se atém somente a este público. A dificuldade de aprendizagem pode referir-se a transtornos, uso e aquisição da escuta, da fala, do raciocínio, da leitura, dos comportamentos, ou podem ser por questões externas. Desta forma, é considerável destacar que a dificuldade na aprendizagem não esta ligada apenas a vida das crianças, e sim nas diferentes 79 pessoas das mais variadas idades. Sendo assim, a clínica de Psicopedagogia estará amparada e preparada para receber os mais variados públicos. 4.2.3 Forma de venda Por se tratar de um serviço, a forma de venda será no contato direto com o responsável pela execução do serviço. Devido ao fato do serviço ser prestado através de sessões em que o clinicado estará em contato constante com o educador, se faz necessário que o processo de conscientização, negociação e fechamento da venda seja com a presença do responsável pela aplicação das abordagens e consequente aprendizado. Há uma relação de confiança e garantia da qualidade do serviço que deve ser transmitida no momento da venda e o psicopedagogo terá papel fundamental para que os responsáveis pelo paciente que estará utilizando dos serviços da clinica fiquem seguros quanto ao bom aproveitamento de seu investimento no desenvolvimento do indivíduo em questão referente à Dificuldade de Aprendizagem apresentada. 4.2.4 Sensibilidade de mercado Os graus de sensibilidade definidos na tabela 4 são baseados nas entrevistas realizadas na pesquisa de mercado. Existem diversos fatores de sensibilidade. Eles são expostos na tabela e em seguida é explicado detalhadamente o que levou à classificação do grau de sensibilidade definido. Estão explicitados ordenadamente: o fator de sensibilidade; o grau de sensibilidade, que é classificado de 1 à 5, sendo 1 um grau de sensibilidade pouco relevante e 5 altamente influente na decisão do cliente; e proposta/tratamento do fator, que propõe ações para evitar ou minimizar o fator de sensibilidade identificado. Tabela 4: Grau dos fatores de sensibilidade do mercado X Ações de tratamento dos fatores de sensibilidade. Fator de Sensibilidade Acessibilidade Grau de Proposta/tratamento do fator Sensibilidade 3 Clínica deve estar localizada em lugar acessível ao seu público. É importante facilitar ao máximo a acessibilidade ao cliente. Para isso, a clínica deve estar localizada em lugar com referências próximas conhecidas e em uma via de acesso rápido. A Clínica também 80 Importância dada ao serviço pelo cliente 5 Preço 4 deve dar atenção à acessibilidade na questão do clinicado que pode ser cadeirante. A facilitação de seu acesso é fator essencial para uma clínica que trata exatamente das especificidades humanas. A clínica deve desenvolver métodos para manter o cliente sabendo da importância do serviço que está adquirindo. Para isso, é necessário que “exija” um acompanhamento dos responsáveis na demonstração da evolução do humano clinicado referente à sua Dificuldade de Aprendizagem. É a essencialidade do serviço e a demonstração da qualidade e resultado deste que manterá e ajudará e fidelizar o cliente. O preço é fator relevante na escolha do cliente. Apesar de ser um serviço pouco oferecido na região, a clínica deve atentar-se ao momento econômico atual do país. Assim, caso haja a necessidade a clínica deve buscar contratos em que possa permitir a redução de preço ao cliente e concomitantemente a isso uma longevidade do contrato. Uma ação que garante o cliente usufruindo do serviço por muito tempo, criando estabilidade financeira para a empresa mesmo em tempos de crise econômica. Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. O cliente pode optar por uma clínica que seja mais acessível para ele. O grau de sensibilidade exposto na tabela 4 foi definido conforme os resultados da pesquisa de mercado, onde quando perguntados sobre os fatores que influenciam na escolha de uma clínica ou prioridades essenciais do responsável houve apenas um entrevistado que citou apenas o local como influência na decisão sobre qual clínica irá atender o seu filho. Caso a conscientização da importância da continuidade do serviço não seja executada de forma eficiente o cliente pode considerar o serviço dispensável e cortá-lo devido ao momento econômico do país. Quando um país passa por crises 81 econômicas, as pessoas passam a cortar gastos para que seus salários se adequem à nova realidade, e a prestação de serviços é uma das ares mais afetadas em momentos como esse. Portanto, é fundamental incutir na visão dos responsáveis pelo clinicado a essencialidade do serviço que estará sendo prestado, e a indispensabilidade deste. Esse fator de sensibilidade foi classificado como o mais alto. Isso significa que caso a Clínica trabalhe de forma favorável esse fator de sensibilidade pode criar na clínica uma característica responsável pela atração dos clientes. O grau de sensibilidade foi definido como 5 devido ao fato de que o resultado das entrevistas apontou para 3 respostas em que a qualidade era fator decisivo na escolha pela clínica e outras duas respostas que citaram a qualidade aliada a outros fatores. Quando perguntados sobre o que é essencial para eles na clínica que escolherem, dos 8 entrevistados, 7 deles apontaram a qualidade como fator prioritário. Embasa-se esse grau de sensibilidade alto também ao fato de os entrevistados apontarem pela necessidade de conscientização do serviço prestado, tanto sobre a psicopedagogia quanto sobre as dificuldades de aprendizagem. Quando perguntados sobre considerarem importante a divulgação dos serviços da clínica, os oito entrevistados apontaram que sim, que é necessário um serviço que consiga conscientizar os pais sobre as dificuldades de aprendizagem existentes e sobre a proposta da clínica de psicopedagogia em minimizar essas dificuldades. O preço é característica inerente das decisões do cliente, portanto é fator influente nessa questão. Dentre as respostas para o questionamento sobre que fatores influenciam na escolha pela clínica, dois dos entrevistados citaram o preço e outros dois elencaram o preço aliado a outras questões já citadas. Portanto, o preço é colocado como grau 3, já que esteve presente em metade das respostas. É essencial que a Clínica se adéque a essas características do mercado e realize estratégias promocionais de venda e manutenção de clientes para que consiga se diferenciar de seus concorrentes. Tendo conhecimento da sensibilidade do mercado, a clínica pode criar ações de contingência e se posicionar as possíveis adversidades que o mercado estabelece. 4.2.5 Análise da concorrência 82 A análise da concorrência é importante para que a empresa entrante no mercado esteja adequada ao nível do mercado de forma a ser competitiva. Para isso, foi aplicado um questionário com duas Clínicas de Psicopedagogia, contendo 10 perguntas (a estrutura do questionário consta no apêndice A). As respostas do questionário são utilizadas na tabela 5 de forma comparativa. A “Concorrente A” tem dois anos ou menos de tempo de vida e atende 9 pacientes por mês, em uma quantia equivalente a 6 sessões ao mês, cuja duração da sessão é de 60 minutos no valor de R$ 100,00 cada. Os pagamentos são feito a vista e os salários da clínica estão de acordo com o praticado no mercado. A “Concorrente A” está localizada em um ponto acessível, e além de atender pacientes com dificuldades de aprendizagem também tem sua especialidade no atendimento a autistas. A “Concorrente B” também tem dois anos ou menos de estabelecimento no mercado e atende 6 pacientes por mês, aplicando o valor de R$ 80,00 por cada sessão de 60 minutos. Em um mês cada paciente realiza em média quatro sessões. Os salários praticados pela “Concorrente B” estão compatíveis com o mercado e a clínica realiza atendimento a autistas também. A “Concorrente B” não realiza palestras para conscientização da comunidade sobre o assunto e a especialidade em seus serviços refere-se ao atendimento ás variadas dificuldades de aprendizagem e ao autismo. Tabela 5: Comparativo entre concorrentes. Característica Tempo de estabelecimento no mercado Pacientes atendidos por mês Preço de venda Tempo da sessão Forma de pagamento Quantidade de sessões de cada paciente por mês Média de tempo que o paciente é atendido pela clínica Concorrente A 2 anos ou menos 9 R$100,00 60 minutos A vista 6 Mais de 6 meses Concorrente B 2 anos ou menos 6 R$ 80,00 60 minutos A vista 4 Mais de 6 meses 83 Atendimento à autista Salários praticados Realização de palestras para a comunidade com iniciativa da clínica Horário de atendimento Especialidade Sim Sim Compatíveis com o mercado Sim Compatíveis com o mercado Não Somente 8:00 às 12:00 durante as e 13:30 às sessões. 17:30 Dificuldades Dificuldades de de aprendizagem aprendizagem e autismo e autismo Fonte: Elaborado pelo autor. Nota-se que a especialidade das duas clínicas é a mesma da Clínica de Psicopedagogia Transformar, porém a Concorrente A tem seu horário de atendimento indefinido, ou seja, só vai até o local de atendimento nos horário em que a sessão está marcada. Isso é um ponto negativo para a empresa. Nota-se como ponto positivo que a Concorrente A realiza eventos junto à comunidade e talvez esse seja um dos motivos da maior quantidade de pacientes atendido pela Concorrente A em comparação com a Concorrente B. Com base na análise dos concorrentes a Clínica de Psicopedagogia Transformar poderá entrar no mercado adequada às características apresentadas pelas empresas já estabelecidas e tendo a possibilidade de encontrar formas de diferenciação em seus serviços prestados. 4.2.6 Comportamento dos clientes A clínica presta um serviço especializado o suficiente para ser um critério de segmentação. Visto que a clínica atende a crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem, o público alvo desta são os pais dessas crianças. Conforme os cálculos apresentados na projeção do mercado, em São José há 7.138 crianças que provavelmente apresentam dificuldade de aprendizagem. A Clínica de Psicopedagogia Transformar estará encarregada de atrair os pais dessa quantia de crianças elencadas acima. Após a criança ser identificada com dificuldade de aprendizagem, conforme as entrevistas a procura por auxílio especializado é imediata (mesmo que alguns dos 84 entrevistados tenham sido receosos no primeiro “alerta” à dificuldade apresentada, buscando primeiro constatar a real necessidade para depois buscar serviços especializados). Após contratarem o serviço da clínica os atendimentos são feitos em média de quatro vezes por mês, e dependendo da severidade da dificuldade o número de sessões pode ser aumentado. Pode-se visualizar isso na análise da concorrência, onde a Concorrente A afirma que em média cada paciente é atendido seis vezes por mês, enquanto a Concorrente B afirma que em média o atendimento é realizado quatro vezes por mês para cada paciente. Nas entrevistas foram feitas duas perguntas referente ao desejo do cliente. Uma se referia a o que mais influencia a escolha deles por uma Clínica de Psicopedagogia e a outra pergunta sobre o que o entrevistado considera como necessidade prioritária para ele enquanto responsável pelo paciente. Dois entrevistados responderam que o que mais influencia na escolha por uma clínica é o preço reduzido, três enfatizaram a questão da qualidade como maior influencia, um deles referiu-se ao local e outros dois citaram a qualidade aliada ao “preço justo”. Na pergunta sobre a prioridade para o entrevistado enquanto responsável pelo paciente sete dos oito entrevistados apontaram para a qualidade como primordial, citando preço justo e local limpo concomitantemente, e o outro entrevistado sinalizou para a uma boa localização, muito em função de seu emprego que o demanda para diversos locais diariamente. O comportamento dos clientes é um tópico essencial, pois conhecendo quem a clínica atenderá, essa pode se planejar para atender as necessidades mais evidenciadas e poderem atrair os clientes com maior eficiência. 4.2.7 Pesquisa de mercado A pesquisa de mercado serve para o administrador embasar as suas decisões para que haja o mínimo de erros possíveis no planejamento da empresa. Para que isso ocorra, é necessário que a pesquisa seja realizada de forma consistente com as informações as quais o administrador necessita. Dessa forma, a pesquisa foi definida como a realização de entrevistas com os pais de pacientes de clínicas de psicopedagogia, que são os clientes-potenciais da Clínica de Psicopedagogia Transformar. As Entrevistas são de caráter aleatório e totalizando o número de oito entrevistas. Quatro delas foram realizadas com os pais 85 de crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem em geral, e as outras quatro realizadas com mães ou pais de autistas, que é o outro tipo de paciente que a clínica disponibiliza serviços de atendimento especializado. A estrutura das perguntas está exposta no Apêndice B. Abaixo serão expostas as convergências e divergências das respostas dos pais em relação aos questionamentos definidos na pesquisa. Será exposta a análise de forma separada. Primeiro a análise das quatro entrevistas realizadas com pais de crianças que apresentam dificuldades na aprendizagem, e depois a análise feita a partir das entrevistas com pais de crianças que tem autismo. A análise é feita com a extração das informações geradas pela entrevista e a apresentação delas de forma conjunta para que se possa visualizar a convergência e divergência das respostas. A análise das entrevistas realizada com os pais de crianças com dificuldades de aprendizagem foi a seguinte: Na primeira pergunta da entrevista é questionado sobre como o responsável descobriu que seu filho tinha dificuldade de aprendizagem. Fica evidente que a descoberta da dificuldade de aprendizagem das crianças acontece sempre com o contato dessas com uma instituição de ensino. A professora visualiza a diferença da criança para com seus colegas em se concentrar e dar continuidade no aprendizado e alerta a mãe ou pai sobre a possível existência de uma dificuldade de aprendizagem na criança. As quatro entrevistas realizadas apontaram para esse ponto em comum na descoberta da dificuldade de aprendizagem da criança. Na pergunta que concerne sobre o por quê da escolha de uma clínica de psicopedagogia para o atendimento ao filho, todas as quatro procuraram o serviço devido a indicação de profissional que já estava acompanhando a criança em algum tipo de atendimento ou da professora que acompanha o dia-a-dia da criança na escola. Quando perguntadas sobre o que mais as influenciou na escolha da clínica (o preço reduzido ou a qualidade do serviço exposto) duas entrevistadas responderam indicando a questão da qualidade e da confiança devido a indicação feita por um profissional que já tinha um contato com a criança. E as outras duas respondentes identificaram como importante o preço justo aliado a qualidade dos serviços. Portanto, pode-se dizer que todas (quatro) as mães evidenciaram como primordial a 86 qualidade do serviço prestado, e duas delas citaram o preço como fator aliado ao escolher a clínica que atenderá seu filho. Quando perguntadas sobre a opinião das mães sobre os serviços prestados pela Psicopedagogia Clínica, foi unânime entra as entrevistadas os resultados que as crianças tiveram em sua aprendizagem, sendo que uma das mães ainda fez questão de acrescentar que devido ao fato de ser um serviço “que realmente faz toda a diferença na vida das crianças” deveria ser mais divulgado. Na quinta pergunta questionou-se se o entrevistado considera que falta conhecimento dos pais a respeito do assunto. Também é unânime o fato de que falta conhecimento dos pais sobre o assunto (psicopedagogia e dificuldades de aprendizagem). Uma entrevistada ainda atenta explanando o seguinte: “Na verdade, quem mais precisa de ajuda nessas horas são os pais”. No questionamento sobre o que é prioritário para o responsável na escolha de uma clínica de psicopedagogia para atender seus filhos, as resposta das mães converge sobre a busca de um serviço de qualidade. Uma entrevistada indica também que deve ser um local limpo e seguro, outra também citou a localização e o preço justo. Na sétima pergunta foi questionado sobre quanto tempo depois de ter percebido que a criança tinha dificuldades na aprendizagem houve a procura por atendimento especializado. Percebe-se que a maioria dos pais demora para levar o filho a um atendimento especializado: a primeira entrevistada demorou um ano; a segunda demorou dois anos e meio (alegando que achou ser um problema da escola, e não do próprio filho); a terceira foi a única que procurou atendimento de forma imediata; e a quarta afirmou que “quando o desempenho na escola começou a afetar sua vida” ela procurou um atendimento especializado. Perguntou-se se os entrevistados consideram importante a divulgação do serviço especializado que as clínicas de psicopedagogia prestam. É unânime a opinião das mães, que apontam a importância da divulgação do assunto. Uma das entrevistadas acrescenta que as escolas poderiam fazer um trabalho de conscientização, e que estas não estão preparadas para isso. Na nona pergunta o questionamento se referiu a possíveis experiências anteriores com outras clínicas de psicopedagogia para atender seu filho. Todas 87 responderam que não. Sendo assim, seus filhos continuam sendo pacientes da primeira e única clínica que frequentaram. Na pergunta 11 da estrutura da entrevista, continha o questionamento se as entrevistadas consideravam importante uma proposta de atendimento diferenciado que integre família e paciente. As respostas ficaram divididas. Duas mães responderam que não, pois segundo elas esse era o momento do filho, uma privacidade dele que não deveria ser tirada com a presença delas no atendimento. Porém, duas delas afirmam que considera importante, podendo ser uma proposta que permita a elas estarem mais próximas dos filhos e terem a possibilidade de auxiliarem em seu aprendizado. Fechando as entrevistas, as mães foram questionadas sobre a possibilidade de um atendimento voltado exclusivamente para os pais e um auxílio da clínica a estes sobre assuntos que pudessem dar base aos pais para poderem prestar suporte aos seus filhos (pacientes da clínica) no dia-a-dia. A resposta unânime foi positiva. Todas as entrevistadas acham essencial um serviço direcionado aos pais. Afirmam que os pais não tem conhecimento sobre o assunto e muitas vezes não sabem lidar com a existência de determinada dificuldade de aprendizagem que seu filho desenvolve. Nos mesmos moldes da análise acima, abaixo é apresentada a análise das entrevistas com os pais de crianças diagnosticadas com autismo: Na primeira pergunta foi questionado quando os pais descobriram a dificuldade de aprendizagem. Um descobriu quando o filho começou a frequentar uma escola, o segundo foi devido a alguns sinais identificados pelo pediatra da criança, o terceiro levou a criança ao “neuro”, pois esta não falava e então teve o diagnóstico constatado, e o quarto também foi depois da entrada na creche, onde os professores alertaram. Portando, dois descobriram após o contato da criança com a escola, um depois de levar a um especialista devido à criança não falar e o outro foi por alguns sinais identificados pelo pediatra. Sobre o porquê de ter optado pela clínica de psicopedagogia para auxiliar a questão da dificuldade de seu filho, três dos pais apontaram para o fator da indicação feita por um profissional (uma indicação feita por uma fonoaudióloga, outra por um pai pertencente a um grupo de pais em uma rede social que compartilham conhecimentos entre si sobre o assunto, e o outro pela psicóloga). O outro 88 entrevistado conheceu os serviços de psicopedagogia e seu auxílio na dificuldade de aprendizagem através de pesquisas feitas na Internet. Quando perguntados sobre o que mais influenciou na escolha do serviço, se o preço ou a qualidade oferecida, as respostas foram as seguintes: dois deles indicaram o preço como relevante, sendo que um realizou uma pesquisa entre psicopedagogos da região para encontrar um valor mais reduzido e o segundo contou com a flexibilidade da clínica em reduzir o preço praticado para permitir que o paciente pudesse contar com o serviço, já que o pai tem um gasto grande com o filho devido à atendimentos multidisciplinares. Um deles apontou para a qualidade do serviço prestado, e o quarto indicou o local, devido ao seu filho já ser atendido no local por um psicólogo. Quando perguntados sobre os serviços prestados pela clínica de psicopedagogia, foi unânime a resposta de que os resultados são satisfatórios e ideais para a superação das dificuldades de aprendizagem. Quando perguntados se falta conhecimento dos pais a respeito do assunto, três dos entrevistados afirmaram que sim e um deles respondeu que o conhecimento está disponível para quem quiser buscar e que devido ao advento da Internet a busca por novos saberes está facilitada. Quando perguntados sobre o que é prioridade na contratação de tal serviço para o atendimento de seus filhos, três dos entrevistados indicaram a qualidade sendo um deles o entrevistado que realizou a pesquisa de preços para achar o mais reduzido. Segundo esse entrevistado: “Mesmo tendo procurado pelo valor mais reduzido, o que é prioridade para mim é a qualidade do atendimento.” Um dos entrevistados indicou a boa localização como fator primordial devido ao seu emprego necessitar que ele estivesse em lugares diferentes todos os dias. Quando perguntados sobre quanto tempo levou, depois de descobrir a dificuldade de aprendizagem que seu filho apresenta, para procurar atendimento especializado os entrevistados afirmaram de forma unânime que a procura por um serviço especializado foi imediata após o diagnóstico de seus filhos. Na pergunta 8 questionou-se se os entrevistados consideram importante a divulgação do serviço prestado pela clínica de psicopedagogia. A resposta dos quatro entrevistados convergiu: todos responderam que sim, que é necessária a 89 divulgação do serviço prestado e da melhoria da qualidade de vida que o serviço proporciona ao paciente. Quando perguntados sobre experiências passadas em outras clínicas três deles afirmaram que não, sendo que um destes acrescentou apenas o trabalho anterior realizado pela APAE e que assim que seu filho atingiu a idade limite para atendimento nessa instituição ele procurou um profissional especializado na área de psicopedagogia. E um dos entrevistados teve experiência com uma clínica antes desta em que seu filho é paciente atualmente. Porém, enfatizou que o único motivo para a mudança de clínica ter acontecido foi a psicopedagoga se mudar para fora do Brasil. Quando perguntados sobre o que os entrevistados gostariam que as clínicas dispusessem, dois deles não acrescentou um ponto que poderia ser acrescido ao serviço prestado, a segunda entrevistada gostaria que fossem feitas reuniões mensais para que o psicopedagogo pudesse exteriorizar o avanço visto no paciente. O terceiro enfatizou o local como fundamental e sugeriu uma clínica que prestasse serviços multidisciplinares (psicopedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo e etc). No questionamento sobre a possibilidade de um atendimento integrado dos pais com a criança, três dos entrevistados consideram que o atendimento não seria benéfico aos seus filhos e que estes iriam ficar retraídos com a presença dos pais no local. Um dos entrevistados considerou importante a proposta de atendimento integrado. Sobre uma proposta de atendimento exclusivo aos pais, com reuniões e exposições de determinados assuntos que podem servir de suporte aos pais para que eles prestem um melhor auxílio ao paciente da clínica a resposta unânime foi positiva. Os quatro consideram essencial, sendo que um deles adjetivou como “um diferencial” para uma clínica que prestasse esse auxílio. Outro entrevistado apontou para a questão de um atendimento nesses moldes auxiliar até mesmo na manutenção da estrutura familiar onde os pais acabam sendo muito afetados com a descoberta e a falta de conhecimento sobre como lidar com o diagnóstico do filho. Percebeu-se que as respostas convergiram em sua maioria tanto nas entrevistas realizadas com as mães de crianças com dificuldades de aprendizagem quanto com os pais de crianças diagnosticadas com autismo. Também pode-se notar nas entrevistas a questão das respostas dos pais serem mais objetivas 90 indicando sua real necessidade na utilização de tal serviço. Os pais indicaram fatores como preço e localização como decisórios para a escolha da clínica sem deixar de lado a questão da qualidade do serviço prestado. Já as mães enfatizam muito mais a questão da qualidade como fator fundamental sem frisar outros pontos que poderiam ser importantes. Pode-se analisar que as mães têm um pouco de receio em parecer não se importar com o desenvolvimento de seu filho caso respondam indicando outros fatores que impactam na decisão de qual clínica irá atender seu filho. Nota-se também que para as outras perguntas as respostas se assemelharam, indicando claramente as informações que norteiam e embasam este trabalho. 4.3 PLANO DE MARKETING No Plano de Marketing serão analisados os 4 Ps (Produto, Preço, Promoção e Praça) conforme a nomenclatura utilizada por Rosa: Descrição dos principais produtos e serviços; preço; Estratégias promocionais; localização da empresa. 4.3.1 Descrição dos principais produtos e serviços A descrição dos serviços oferecidos pela empresa detalha o passo a passo e tudo o que integra a realização desse serviço. Para esse tópico serão apresentados os dois principais serviços que serão prestados pela clínica. Primeiramente é exposto o fluxograma contendo os processos que desenham o serviço de forma ordenada, e em seguida é explicado cada processo que consta no fluxograma. É difícil sabermos quais serviços atenderemos mais, no entanto, geralmente é muito mais frequente como clientela crianças com TDAH (Transtorno Deficit de atenção e Hiperatividade), e crianças com dificuldade na leitura e escrita. Para tanto, abaixo é exposto o fluxograma dos processos que dão forma a realização do serviço: 91 MOTIVO DA CONSULTA ENQUADRE COM O PACIENTE HORA DO JOGO PROVAS PROJETIVAS HISTÓRIA VITAL (ANAMNESE) PROVAS OPERATÓRIAS PROVA PSICOGENÉTICA ESTEROGNÓSTICA PROVA PSICOGENÉTICA – DESENHO DA FIGURA GEOMÉTRICA A CONSTRUÇÃO DA LINGUAGEM E CONHECIMENTO LÓGICO MATEMÁTICO HIPÓTESE DIAGNÓSTICA ENCAMINHAMENTO À EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DEVOLUTIVA INTERVENÇÕES Figura 4: Fluxograma dos processos do serviço prestado a crianças com TDAH e outras dificuldades de aprendizagem. Fonte: Elaborado pelo autor. Detalhando o atendimento a essa clientela, abaixo se discorre sobre cada processo mostrado no fluxograma: 92 “MOTIVO DA CONSULTA”, onde a qual consiste em saber sobre o paciente e colher alguns dados substanciais para o levantamento de hipóteses diagnósticas. Nesta sessão sabe-se o nome do paciente, idade, escolaridade, com quem vive e mora, escola que frequenta, e seguido destes dados, registra-se a queixa (dificuldade apresentada). Contratado o serviço acontece o “ENQUADRE COM O PACIENTE”, sendo este o primeiro contato (a sós) com o paciente/cliente, tornando necessário que o psicopedagogo não utilize temáticas relacionadas ao ambiente escolar. Neste momento é preciso criar um ambiente harmonioso, que busque o vínculo com o sujeito e a construção de um espaço de confiança. Nesse sentido é que o uso de brincadeiras e jogos é essencial. Após essa primeira sessão, é a “HORA DO JOGO”, a qual refere-se a uma atividade lúdica que contempla os três aspectos da função semiótica: jogo,imitação e linguagem. Por intermédio da hora do jogo pode-se analisar a modalidade de aprendizagem do sujeito, de onde também estarão envolvidos aspectos conscientes e inconscientes da relação de aprendizagem, sendo a hora do jogo um instrumento de grande valor em um atendimento psicopedagógico, pois propicia suporte, tanto a nível diagnóstico como terapêutico, assim como também auxilia na investigação inicial do diagnóstico do sujeito em questão. Subsequente a sessão tem como suporte as “PROVAS PROJETIVAS”, as quais têm como objetivo investigar os vínculos que o sujeito pode estabelecer em seu contexto, seja ela em seu âmbito escolar, familiar e/ou consigo mesmo, podendo desta maneira, constituir aspectos distintos com o vínculo de aprendizagem. As provas projetivas permitem ao psicopedagogo uma avaliação mais completa no campo emocional, organizacional, e na aprendizagem do paciente. Após essa sessão, é marcado a seguinte apenas com a família do paciente onde é feito a “HISTÓRIA VITAL” (Anamnese). Esta é uma entrevista realizada com os pais ou os responsáveis do sujeito e objetiva resgatar sua história de vida, colhendo dados importantes que podem contribuir para o esclarecimento do que foi observado durante o processo diagnóstico. Torna-se importante ressaltar a importância do psicopedagogo ter um roteiro dessa entrevista em mãos, para não pular nenhuma etapa da vida do sujeito, mas é preciso, também, que a entrevista 93 seja conduzida de maneira que deixe a família a vontade e que não se torne um processo muito formal e rígido de perguntas e respostas. Subsequente a esta sessão, iniciam-se as “PROVAS OPERATÓRIAS”, as quais geralmente duram de três a cinco sessões dependendo a idade do paciente e a necessidade da investigação sobre sua aprendizagem. Cabe ressaltar que as sessões elencadas abaixo desta estarão englobadas nas provas operatórias. As provas operatórias, desenvolvidas por Jean Piaget, têm como objetivo auxiliar na escala do desenvolvimento intelectual, amparando na estruturação das hipóteses acerca da fase de aprendizado em que o sujeito se encontra. Desta maneira, permite identificar em que nível cognitivo a criança se encontra e se há defasagem em relação à sua idade cronológica, identificando a existência de diferença entre a idade cognitiva e a cronológica, podendo assim, acarretar sua dificuldade de aprendizagem. Em outra sessão é realizada a “PROVA PSICOGENÉTICA – Esterognóstica”. Ao nascer à criança começa a desenvolver suas estruturas cognitivas, sendo elas: espaço, tempo, função simbólica, seriação, classificação, inclusão hierárquica, conservação e reversibilidade. Desta forma, se o sujeito ainda não alcançou o nível de competência cognitiva de acordo com o estágio em que se encontra este não conseguirá aprender. No atendimento psicopedagógico, as estruturas cognitivas do paciente são investigadas por meio das provas operatórias. Estas provas poderão reforçar ou não as hipóteses levantadas até o momento. No que tange as provas operatórias, o método psicogenético esterognóstico também contribui para a avaliação diagnóstica do paciente em relação a suas estruturas mentais. O método psicogenético de aprendizagem foi elaborado a partir dos estudos de Jean Piaget. Este teste é um processo didático que respeita as etapas de desenvolvimento mental das crianças visando a construção do conhecimento em toda sua complexidade acerca do que é estabelecido ao paciente. Na sessão seguinte é realizada a “PROVA PSICOGENÉTICA – DESENHO DA FIGURA GEOMÉTRICA”, essa prova tem como objetivo investigar a quantidade de figuras que o paciente consegue desenhar, a forma com que segura o lápis, como é o traçado do desenho (forte ou fraco), como realiza a atividade proposta, 94 podendo desta forma o profissional identificar dificuldades motoras e/ou de concentração. Na sessão final é realizada a “CONSTRUÇÃO DA LINGUAGEM E CONHECIMENTO LÓGICO MATEMÁTICO”, dependendo da idade do paciente é realizada uma ou mais avaliações das que serão descritas. Esta sessão tem como objetivo o diagnóstico acerca dos conceitos lógicos matemáticos o qual, deve identificar as hipóteses da aprendizagem e avaliar a estrutura cognitiva construída através das vivências dentro e fora do âmbito escolar. A fim de diagnosticar e averiguar a construção linguagem e o conhecimento lógico matemático geralmente são utilizados alguns testes, como os descritos abaixo: - AVALIAÇÃO DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA; - TESTE DE COMPREENSÃO DO TEXTO; - TESTE DE SONDAGEM DA ESCRITA; - ANÁLISE DO MATERIAL ESCOLAR; - ESQUEMA CORPORAL; - LATERALIDADE; - ORIENTAÇÃO ESPACIAL; - SEQUÊNCIA LÓGICA; - ORIENTAÇÃO TEMPORAL; - CÁLCULO. A partir de todas as sessões elencadas o psicopedagogo chega a um possível diagnóstico, o qual é chamado de hipótese diagnóstica. Ao que tange essa questão, torna-se imprescindível destacar que o psicopedagogo não fecha diagnóstico sozinho. Para concluir um diagnóstico é necessário o trabalho em conjunto de uma equipe multidisciplinar, contando com neurologista, psicólogo, fonoaudiólogo (quando necessário), e o psicopedagogo. Por essa questão, a denominação é hipótese diagnóstica, até mesmo por que muitas vezes esse diagnóstico pode mudar de acordo com as sessões decorrentes, por se tratar de algo que é contínuo. Desta forma, é marcada com a família a sessão chamada “DEVOLUTIVA”, a qual tem como pressuposto a comunicação oral do psicopedagogo com a família do paciente. É neste momento que comunica-se e apresenta-se a família os resultados 95 do diagnóstico feitos anteriormente e obtidos nas sessões psicopedagógicas. A devolutiva não é uma sessão isolada, ela faz parte de todo processo diagnóstico, sendo assim, também é um processo contínuo a qual implica em uma constante investigação. Exposto os aspectos que estão causando a dificuldade na aprendizagem do paciente, indicando as recomendações (a nível familiar e escolar), e evidenciando as sugestões necessárias acerca dos atendimentos posteriores. Para finalizar a devolutiva, é necessário focar nas possibilidades de mudanças do paciente em relação à eficiência no aprender e no saber. Posteriormente as sessões são chamadas de “INTERVENÇÕES” e ficam a critério e planejamento do psicopedagogo a fim de minimizar e/ou superar as dificuldades apresentadas pelo paciente. A clínica também fará atendimentos para autistas. Assim, essa forma de serviço também é elucidada com o fluxograma e posterior discrição de cada processo. MOTIVO DA CONSULTA SESSÕES PLANEJADAS DE ACORDO COM PRIMEIRO CONTATO COM A FAMÍLIA HISTÓRIA VITAL (ANAMNESE) INTERVENÇÕES Figura 5: Fluxograma dos processos do serviço prestado a autistas. Fonte: Elaborado pelo autor. Por já se tratar de pacientes que possuem um diagnóstico prévio, os atendimentos acontecem da seguinte forma: “Motivo da consulta” (conforme descrito acima), sessões seguintes que serão planejadas de acordo com esse primeiro contato com a família, contemplando também a questão de estar conhecendo o paciente, o que ele gosta e a forma de ele agir nas ações promovidas, sendo que na quinta sessão é agendada a “HISTÓRIA VITAL” (elucidada acima). Sequente a isto é dado inicio aos encaminhamentos de intervenções de acordo com as exposições 96 da família acerca do desenvolvimento do paciente e das observações do psicopedagogo nas sessões realizadas anteriormente. 4.3.2 Preço Geralmente as clínicas de psicopedagogia precificam esse primeiro contato com o cliente, visto que estarão dispondo de seu tempo para atender aos familiares (clientes). No entanto, a Clínica de Psicopedagogia Transformar se diferenciará nesse primeiro momento, não cobrando a sessão que ocorre o primeiro contato com o paciente e os responsáveis. O propósito do “motivo da consulta” é aproximar o cliente (responsáveis pelo paciente) de forma a negociarem o acordo de realização das sessões de atendimento ao paciente. Pode-se entender essa ação da clínica como uma estratégia de “preço de penetração” no mercado, a qual ocorre quando a empresa entra com preços baixos, considerando o valor da concorrência, para massificar e aproximar o cliente do serviço prestado. É importante destacar que a clínica ofertará aos responsáveis pelo paciente a oportunidade de conhecer os serviços, e utilizar a primeira sessão de forma gratuita. Após a exposição dos serviços realizados, e o cliente perceber a importância do mesmo para a minimização ou superação das dificuldades as quais os levou a procurar o auxílio psicopedagógico, será apresentado o valor cobrado em cada sessão e as condições executadas acerca destas. Os valores cobrados pela Clínica de Psicopedagogia Transformar estarão fixados em R$ 80,00 por sessão, que é o valor médio cobrado pelos concorrentes (conforme visto na análise da concorrência, o concorrente A cobra R$100,00 por sessão enquanto o concorrente B cobra R$ 80,00). No momento da venda do serviço, poderá ser acordado um valor reduzido de R$ 60,00 por sessão. Esse valor se enquadra em uma estratégia promocional realizada pela clínica, onde é proposto um vínculo contratual de prestação de serviço maior. Os valores fixados não se enquadram ao “preço de entrada” praticado por muitas empresas que estão se estabelecendo no mercado, que consiste na diminuição do preço para permitir ao cliente conhecer o produto/serviço por um valor menor e assim atrair clientes. O preço foi definido conforme a margem que é cobrada pelos concorrentes por se tratar de um serviço prioritário (todos os 97 entrevistados afirmaram ser um serviço essencial) e pelo fato de que, conforme visto nas entrevistas, os clientes priorizam a qualidade dos serviços do que ao preço praticado. O preço também é definido levando-se em consideração os custos para a prestação do serviço. Será destinada a porcentagem de 20% em cima do preço da sessão para custear materiais que se possam fazer necessários para a aplicação das abordagens aos pacientes. Os 20% são fixos, independente do caso, ou de os custos acabarem sendo menores que o valor arrecadado. Caso isso ocorra, o valor restante dos gastos feitos para compra de material para a realização da sessão continuará somente a disposição de compra de material. Mesmo que momentaneamente (quando acontece o recolhimento da porcentagem definida) não seja necessário, o acúmulo de fundos para um possível futuro gasto maior com material é um diferencial orçamentário que a clínica estará criando. 4.3.3 Estratégias promocionais O nome da Clínica é “Clínica de Psicopedagogia Transformar” e na Figura 10 visualiza-se a logomarca da Clínica. Figura 6: Logomarca da Clínica de Psicopedagogia Transformar. Fonte: Elaborado pelo autor. O nome “Transformar” atribuído a clínica dá a conotação da proposta da Clínica, que é disponibilizar ao cliente uma nova forma de alcançar melhorias na aprendizagem do paciente em questão. A cor verde utilizada para preencher as letras de “Clínica de Psicopedagogia” foi escolhida para levar ao cliente a conotação de saúde que a cor proporciona. O “Transformar” disposto nas cores amarela, azul e vermelha e com as letras “bagunçadas” foi definida com o intuito de exteriorizar para quem vê a logomarca a questão da relação da Clínica com as crianças, já que a maioria dos pacientes serão crianças presentes nas séries iniciais do ensino. O 98 quebra cabeça que contém todas as cores utilizadas nas letras do “Transformar” e no preenchimento de “Clínicas de Psicopedagogia” faz referência à transformação. Primeiramente são dispostas as peças soltas e após o término da palavra “Transformar” as peças estão devidamente montadas. Alusão à evolução e transformação da aprendizagem, proporcionada pela Clínica. As estratégias promocionais são feitas para aproximar, atrair, convencer o cliente a comprar o produto ou serviço que está sendo vendido e fidelizar o cliente. Ferramenta de uso essencial pra toda e qualquer empresa que busca eficiência em divulgação do produto ou serviço que vende e pretende criar a valoração e lembrança de sua marca, a Internet revolucionou as formas de divulgações tradicionais. A divulgação através das redes sociais e blogs têm um custo quase nulo às empresas e alcançam um alto número de pessoas. Portanto, a clínica irá realizar parcerias com blogs conhecidos da região para a realização de matérias que levem ao cliente em potencial a conscientização da existência de um serviço de qualidade disponível próximo a sua residência. A clínica também terá seu próprio perfil em redes sociais que possa divulgar com mais eficiência o serviço que disponibiliza ao público e a realização de eventos. Conforme constatado nas entrevistas, há pouco conhecimento dos pais sobre o assunto: sete dos oito entrevistados afirmaram que os pais tem pouco conhecimento sobre, e somente um deles citou a Internet como ferramenta de busca de conhecimento, afirmando que o conhecimento está disponível para todos, basta buscá-lo. Quando perguntados sobre a necessidade da divulgação dos serviços de psicopedagogia, todos responderam que sim, que é essencial maior divulgação. Dessa forma, a Clínica também irá realizar eventos junto a escolas parceiras. Os eventos consistirão na realização de palestras aos pais como forma de conscientizá-los sobre as dificuldades de aprendizagem que podem ser encontradas em qualquer criança, da mais variada faixa etária, e o auxílio fundamental da psicopedagogia no enfrentamento, tratamento e solução da questão. As palestras serão um diferencial para a Clínica na atração do cliente de duas formas: conscientizando os pais através das palestras referente as dificuldades de aprendizagem e à incidência cada vez mais frequente entre as crianças e o apoio que a psicopedagogia proporciona na superação dessas dificuldades; e através de tornar a clínica conhecida entre os profissionais atuantes na escola, visto que dos 99 oito entrevistados, sete procuraram uma clínica de psicopedagogia por indicação de um profissional que estava em contato direto com a criança. As ministrantes das palestras serão as Psicopedagogas Clínicas e sócias da Clínica de Psicopedagogia Transformar, que estão diariamente lidando com as questões de dificuldade de aprendizagem apresentadas pelos pacientes. As redes sociais serão utilizadas como forma de divulgação para a comunidade sobre a realização da palestra. Já a conscientização dos pais dos alunos da escola parceira em relação à realização do evento direcionado a eles, será feita através da entrega de panfletos elaborados pela clínica e distribuídos nas escolas. No momento da venda do serviço, poderá ser acordado um valor reduzido de R$ 60,00 por sessão, onde o cliente assina um contrato formalizando um vínculo temporal maior da realização das sessões. Esse vínculo dará estabilidade orçamentária para a empresa na questão de ter conhecimento de quanto tempo poderá contar com a renda provida do serviço prestado. Esse vínculo será proposto conforme a dificuldade de aprendizagem do paciente. Há pacientes que reagem melhor e mais rápido às abordagens aplicadas pelo psicopedagogo, e outros que demoram mais tempo a desenvolver a minimização e eliminação da dificuldade. Portanto, o vínculo será flexível na questão de que caso a dificuldade de aprendizagem seja “solucionada” antes do final contratual, os responsáveis podem optar pelo cancelamento imediato das sessões e do vínculo sem a obrigatoriedade de pagamentos de rescisão contratual e multas. Pode-se visualizar com a análise da concorrência que os pacientes permanecem sendo atendidos pela clínica por mais de 6 meses e muitos, mesmo após uma melhora enorme na dificuldade de aprendizagem, continuam realizando acompanhamento. 4.3.4 Estrutura de comercialização A Clínica terá seu horário de funcionamento das 8:00 às 12:00 horas e das 13:00 às 18:00. Contará com profissionais altamente especializados, conforme currículos duas sócias expostos no sumário executivo (5.1.2). As sócias serão responsáveis pelos atendimentos aos pacientes, que poderão ser feitos ao mesmo tempo (em salas separadas) pelas duas sócias nas salas que a clínica disponibiliza para a realização do serviço. O atendimento aos clientes que podem chegar à clínica enquanto as sócias 100 estão em atendimento ao paciente serão feitos pelo estagiário correspondente ao turno de trabalho. Haverá dois estagiários: um cujo horário de trabalho irá das 8:00 às 12:00 e o segundo que irá das 13:00 às 18:00. Serão responsáveis pelo atendimento ao cliente (presencial e por telefone); auxiliar as sócias no planejamento de seus atendimentos; fazer contatos para parcerias com escolas objetivando a realização de palestras; elaborar publicações para as redes sociais para futura aprovação das sócias e efetiva publicação, entre outras atividades de apoio. 4.3.5 Localização do negócio Não foi encontrada uma sala disponível para aluguel que tivesse o espaço de 66,75 m². Porém, pretende-se instalar a clínica ou na Avenida Leoberto Leal, em Barreiros ou no Bairro de Areias, entre a Rua São Pedro e a Rua independência. São locais de fácil acesso na região de São José. Conforme pesquisa de preços em salas comerciais disponíveis para aluguel, na Avenida Leoberto Leal, em um importante centro comercial da região uma sala apresenta valor de aluguel de R$ 1.400,00 com dimensões de 54 m². Dessa forma, calcula-se um valor de R$26,00/m² na região. Multiplicando o valor do metro quadrado ao tamanho calculado como ideal para a clínica, chega-se ao provável valor de R$ 1.735,00 de aluguel que a Clínica terá que pagar para estar em um local acessível na região. 4.4 PLANO OPERACIONAL Esse tópico é utilizado para visualizar os processos da empresa, onde irão acontecer e as pessoas que serão necessárias para que eles aconteçam. 4.4.1 Layout Calcula-se que seja necessário o tamanho das duas salas de atendimento medindo 3,69 x 3,2 metros cada uma, além de um banheiro com dimensões que possam atender um cadeirante, medindo assim 1,72 x 1,89 metros. Também se faz necessário um banheiro Unissex e um exclusivo para funcionários, o primeiro tem 1,72 x 1,95 metros, e o segundo tendo medidas de 1,72 x 1,93 metros. Haverá um 101 corredor de acesso para os banheiros com uma parede que os divide da recepção. Para a recepção, calcula-se a necessidade de uma recepção com espaço de 5,7 x 4,77 metros. Assim, pode-se afirmar que a clínica necessita de um espaço que compreenda 7,5 x 8,9 metros de comprimento, ou 66,75 m². Abaixo é ilustrado o Layout da Clínica com a disposição dos cômodos e móveis necessários. Foi utilizado para a elaboração do layout o software “Autodesk HomeStyler” disponibilizado online ao usuário da Internet. Na Figura 7 é disposto o layout da Clínica: Figura 7: Layout. Fonte: Elaborado pelo autor. Não há a necessidade de muitos móveis. Apenas 9 cadeiras, sendo oito para a recepção e uma para o Estagiário responsável pelo atendimento na chegada dos clientes. Uma prateleira na recepção, e uma mesa para que possa ficar um computador disponível ao Estagiário. As salas de atendimento contarão apenas com um tapete e 3 almofadas cada, pois não deve ter móveis e objetos que possam ser motivo de dispersão do paciente. 4.4.2 Capacidade produtiva/comercial/serviços Com a estrutura que a Clínica dispõe, pode-se atender até 2 pacientes ao mesmo tempo (separadamente) nas salas disponibilizadas para esse fim. Portanto, 102 partindo-se das definições de horários de funcionamento da clínica (8:00 às 12:00 e 13:00 às 18:00 de segunda a sexta), pode-se chegar à capacidade de serviços prestados por mês (considerando o mês com 22 dias úteis) de 396 atendimentos à pacientes. Abaixo é mostrada tabela detalhando todos os dados até onde se chega à capacidade máxima de prestação de serviços de 396 atendimentos mensais: Tabela 6: Capacidade de prestação de serviços Capacidade produtiva/comercial/serviços Carga horária diária (minutos) 540 Tempo de sessão (minutos) 50 Quantidade sessões em sala (dia) Quantidade salas de uma de Quantidade máxima de sessões nas duas salas (dia) Dias úteis por mês Capacidade prestação serviços (mês) de de 9 2 18 22 396 Fonte: Elaborado pelo autor. A quantidade de sessões em um dia é calculada pela disponibilidade de tempo de funcionamento da clínica. A Clínica fica aberta 9 horas diárias, portanto serão nove sessões possíveis de 50 minutos em cada sala, com o intervalo de 10 minutos entre cada sessão para que se possa organizar a sala conforme as abordagens que serão propostas na sessão seguinte. Pretende-se iniciar as atividades da clínica realizando o atendimento de quatro pacientes no primeiro mês, visto que as Concorrente A e B tem 9 e 6 pacientes, respectivamente. Entende-se como padrão a realização de uma sessão por semana para cada paciente dependendo do caso (sendo este de grande dificuldade e uma procura de resposta mais rápida acerca de sua aprendizagem) se pode propor a realização de duas sessões semanais. Dessa forma, conforme a projeção de quatro pacientes no início das atividades da clínica pode-se afirmar que 103 haveriam 16 sessões realizadas no primeiro mês, gerando uma renda de R$ 1.280,00. 4.5 ESTRATÉGIA DO NEGÓCIO É importante a análise F.O.F.A. (Forças, oportunidades, fraquezas e ameaças) para que a empresa conheça seu ambiente interno e externo. Conhecendo suas forças, a empresa pode saber como se beneficiar do que dispõe na empresa; suas fraquezas evidenciam o que pode prejudicar a empresa e fazer com que perca clientes para concorrentes; as oportunidades são externas a empresa e que esta pode utilizar para aumentar seus clientes e alcançar seus objetivos; e as ameaças também são fatores externos que podem prejudicar a empresa no andamento de sua busca aos objetivos estabelecidos. FORÇAS Atendimento personalizado ao clinicado e à família do clinicado; Flexibilidade no Preço de Venda através de ações promocionais de fidelização; Equipe altamente especializada em Dificuldades de Aprendizagem; Localização de fácil acesso; Parcerias junto à escolas para a realização de palestras que conscientizam sobre as dificuldades de aprendizagem e a importância da Psicopedagogia para solucionar essas dificuldades; Preocupação desde o início das atividades da clínica com a existência de uma administração atuante; FRAQUEZAS Desconhecimento inicial da clínica perante seus clientes (clínica entrante no segmento); Receita inicial baixa Necessidade de investimento inicial em capital de giro; OPORTUNIDADES Grande quantidade de clientespotenciais; Aumento da demanda; Aumento da conscientização sobre as Dificuldades de Aprendizagem; Segmento pouco explorado AMEAÇAS Economia brasileira em crise; Segmento pouco explorado (pouco conhecimento dos clientes referente aos benefícios oferecidos por uma clínica de psicopedagogia); Quadro 4: Análise F.O.F.A. Fonte: Adaptado de Rosa, 2007 104 Observa-se convergências na análise F.O.F.A de características do segmento e da empresa que estão em mais de um quadro ou que estão relacionadas devido ao seu campo de ação. Para que fique clara essas questões da análise estratégica da empresa é necessário discorrer sobre os tópicos elencados no quadro 7 de forma a relacioná-los e analisá-los com maior profundidade. Observa-se que o desconhecimento da clínica pelos concorrentes, tópico elencando a uma das fraquezas da clínica, e o baixo conhecimento dos clientes sobre a psicopedagogia e os benefícios desse serviço, que consta como ameaça para a clínica, relacionam-se se caracterizando como uma área de risco acentuado. Em contrapartida à fraqueza cita acima, pode-se elencar os seguintes ponto fortes da clínica que minimizam essa situação: Atendimento personalizado ao clinicado e à família do clinicado; Flexibilidade no Preço de Venda através de ações promocionais de fidelização; Equipe altamente especializada em Dificuldades de Aprendizagem; Localização de fácil acesso. Já para a questão da ameaça referente ao desconhecimento dos clientes sobre a psicopedagogia e os benefícios desse serviço, cita-se como principal estratégia de atração dos clientes, conscientização e ponto forte considerado diferencial da Clínica de Psicopedagogia Transformar as parcerias junto à escolas para a realização de palestras que conscientizam sobre as dificuldades de aprendizagem e a importância da Psicopedagogia para solucionar essas dificuldades. É uma estratégia que também age como solução para a questão do desconhecimento do funcionamento da clínica perante o cliente devido á sua recente inserção no mercado. A questão de conscientizar o cliente tanto sobre as dificuldades de aprendizagem cada vez mais frequentes nas crianças quanto na existência de um atendimento especializado e eficaz para essa questão é uma ação estratégia da empresa para solucionar o fato do desconhecimento do cliente, além de ser uma forma de atraí-lo para conhecer o serviço prestado pela empresa e estar em contato direto com os profissionais responsáveis pela realização dos atendimentos aos pacientes. O ponto forte que se refere a parcerias para a realização de palestras cria duas oportunidades elencadas na análise F.O.F.A: aumento da demanda e aumento da conscientização sobre as dificuldades de aprendizagem. Essa combinação caracteriza-se como uma política de ação ofensiva, onde a clínica utiliza o domínio 105 que tem para o alcance de oportunidades vislumbradas. No quadro também se pode visualizar um tópico presente tanto em oportunidades quanto em ameaças: segmento pouco explorado. Justifica-se essa “ambiguidade” da seguinte forma: é uma oportunidade por haver um segmento quase inexplorado, com poucos concorrentes, e os poucos que existem exercem pouca influência conforme a parcela de mercado que visualizada na aplicação dos questionários em comparação com a estimativa feita em relação à quantidade de clientes-potenciais na região. A Clínica de Psicopedagogia Transformar pode realizar sua inserção no mercado com as diferenciações já elencadas e conseguir assim tornar sua marca forte, seu reconhecimento alto perante a comunidade da região, e atrair boa parcela do segmento. Analisando como ameaça, acaba sendo uma quebra de paradigma na própria comunidade que não tem conhecimento sobre o assunto e por isso muitas vezes os responsáveis pela criança com dificuldade de aprendizagem agem de forma receosa e acabam atrasando a busca por atendimento especializado por achar que pode ser uma fase da criança, um problema da escola entre outros fatores. Portanto, a ameaça acontece pela possibilidade de os responsáveis não assimilarem a importância de tal serviço e a real possibilidade de seu filho já ter desenvolvido uma dificuldade de aprendizagem e estar tendo isso como obstáculo no ensino regular. Também elenca-se como ameaça a crise econômica pela qual o Brasil está atravessando. Dentro disso se pode citar como uma oportunidade que vem em contrapartida que é a grande quantidade de clientes potenciais pra a clínica. Outro fator é a questão que com a criação da conscientização sobre as dificuldades de aprendizagem e o auxílio da psicopedagogia em torno dessa dificuldade desenvolvida o serviço que a clínica dispõe passa a ser visto pelos responsáveis pela criança como uma necessidade indispensável, já que tal dificuldade atrapalha o desenvolvimento da aprendizagem da criança e consequentemente pode ser um aspecto que a influencia negativamente no futuro devido a inexistência de um acompanhamento para minimização do problema. E em uma última análise são expostas duas fraquezas da empresa. Uma se refere a receita inicial baixa da empresa, o que pode conferir a ela dificuldades financeiras em sua inserção, e a possibilidade de necessidade inicial de capital de giro, já que a empresa mesmo tendo pouca receita terá que continuar cumprindo 106 seus pagamentos em dia, o que pode gerar necessidade de empréstimos ou investimento das sócias em capital de giro. Para minimizar essas fraquezas, é citado como ponto forte a questão de que a clínica inicia suas atividades com a existência de uma administração atuante, fator esse que pode auxiliar a clínica a buscar meios de contornar essas possíveis dificuldades. Como já visto anteriormente, o motivo pela morte da maioria das empresas no brasil é devido ao seu início sem que haja setor administrativo atuante. Feita análise F.O.F.A., a Clínica de Psicopedagogia Transformar tem condições de se preparar para as adversidades do mercado e utilizar suas forças de forma a minimizar essas adversidades. 4.6 ORGANIZAÇÃO E GERÊNCIA DO NEGÓCIO Tópico importante do Plano de Negócios, a “Organização e Gerência do Negócio” é vista como fundamental para os investidores, pois por melhor que seja a ideia do empreendimento, os investidores não colocarão seu capital em “um navio sem capitão”. Isso quer dizer que se a ideia for boa, mas a equipe administrativa não for capacitada para a função existe uma grande probabilidade de o Plano de Negócios ser descartado pelos investidores. 4.6.1 Necessidade de pessoal O tópico “Necessidade de pessoal” destina-se a enumerar a quantidade de pessoal necessário para que a Clínica tenha seu funcionamento de forma eficiente conforme a estrutura de comercialização que dispõe. Abaixo é apresentado o quadro que dispõe a relação de cargo/função e as qualificações necessárias para exercêlos. CARGO/FUNÇÃO Sócio/Psicopedagoga Clínica Sócio/Psicopedagoga Clínica Estagiário/Recepcionista QUALIFICAÇÕES NECESSÁRIAS Formação em pedagogia; Especialização em Psicopedagogia; Experiência de trabalho na área de psicopedagogia; Formação em pedagogia; Especialização em Psicopedagogia; Experiência de trabalho na área de psicopedagogia; Universitário cursando o curso de 107 Pedagogia a partir da 3ª fase. Universitário cursando o Pedagogia a partir da 3ª fase. Estagiário/Recepcionista curso de Quadro 5: Necessidade de pessoal. Fonte: Adaptado de Rosa, 2007. A clínica inicia suas atividades com 2 estagiários trabalhando na recepção (um no turno matutino e o outro no turno vespertino) e auxiliando as Psicopedagogas clínicas nas atividades necessária, e as duas Psicopedagogas Clínicas e Sócias da empresa que trabalharão de forma atuante na realização de atendimentos aos pacientes. Inicialmente o quadro de pessoal necessário é definido dessa forma, levando-se em consideração a quantidade de atendimentos realizados na abertura da clínica, a estrutura que a clínica dispõe (duas salas) e a necessidade de contratação de pessoal para trabalhar na recepção, para que uma das sócias e Psicopedagogas Clínicas não tenha ocupado o tempo que poderia ser utilizado no atendimento a um paciente para realizar atendimentos ao telefone e serviços de recepção. 4.6.2 Composição equipe de gerência e quadro de pessoal No tópico “4.6.1 Necessidade de pessoal” foi especificado o quadro de pessoal necessário para o funcionamento da clínica (duas psicopedagogas clínicas e dois estagiários) e as qualificações necessárias para exercer os cargos. No tópico atual, a necessidade de pessoal é mais especificada, definindo o perfil profissional das psicopedagogas clínicas e sócias que atuarão na clínica e suas responsabilidades. Define também o perfil profissional e responsabilidades dos estagiários e do consultor/assessor administrativo que será contratado para auxiliar a clínica na parte administrativa. Psicopedagoga Clínica Quantidade necessária Dois profissionais Perfil profissional •Profissionais formados em pedagogia; exigido •Especialização na área de psicopedagogia clínica. 108 • Graduação em Pedagogia pelo Centro Universitário Municipal de São José 2010. Perfil do • Pós graduação em Educação Infantil, anos iniciais, com ênfase em profissional educação especial pela UNIESC - 2012. atuante na clínica • Pós graduação em psicopedagogia clínica e institucional pelo ICEP 2014 Sócia 1 • Apresentar aos responsáveis pelo paciente (clientes) o serviço que será prestado, conscientizando da importância deste; • Elaborar o planejamento pedagógico da sessão; • Realizar as sessões de atendimento ao paciente; • Buscar constantemente especializações que objetivem qualificar as abordagens aplicadas aos pacientes; • Exercer a função de palestrante, conforme acordos feitos entre a clínica e escolas da região para a conscientização dos pais no que concerne às Dificuldades de Aprendizagem; • Repassar dados financeiros para consultoria terceirizada responsável pela administração da clínica; • Realizar controle financeiro assessorado por consultoria responsável pela parte administrativa; Responsabilidades • Participar de forma integrada e decisória nas reuniões gerenciais da clínica para decisões estratégicas. Sócia 2 •Apresentar aos responsáveis pelo paciente (clientes) o serviço que será prestado, conscientizando da importância deste; •Elaborar o planejamento pedagógico da sessão; •Realizar as sessões de atendimento ao paciente; •Buscar constantemente especializações que objetivem qualificar as abordagens aplicadas aos pacientes; •Exercer a função de palestrante, conforme acordos feitos entre a clínica e escolas da região para a conscientização dos pais no que concerne às Dificuldades de Aprendizagem; •Auxiliar na criação do desenvolvimento de divulgação dos eventos realizados pela clínica juntamente com escolas parceiras; • Participar de forma integrada e decisória nas reuniões gerenciais da clínica para decisões estratégicas. Quadro 6: Psicopedagoga clínica. Fonte: Elaborado pelo autor. Assim como especificado as responsabilidades, perfil profissional e quantidade necessária de psicopedagogas clínicas, abaixo também são elucidados estes pontos quanto aos estagiários necessários para o andamento das atividades da clínica. 109 Estagiário Quantidade necessária Perfil profissional exigido Perfil do profissional atuante na clínica Dois estagiários Universitário cursando o curso de Pedagogia a partir da 3ª fase; Boa escrita. Universitário cursando o curso de Pedagogia a partir da 3ª fase; Boa escrita. Estagiário 1 e 2 •Atendimento ao cliente (presencial e por telefone); • Auxiliar as sócias no planejamento de seus atendimentos; •Fazer contatos para parcerias com escolas objetivando a realização de palestras; Responsabilidades • Elaborar publicações direcionadas às redes sociais para futura aprovação das sócias e efetivas publicações do conteúdo; • Auxiliar Psicopedagogas na organização das salas para atendimentos aos pacientes; • Auxiliar nas atividades de apoio necessárias. Quadro 7: Estagiários. Fonte: Elaborado pelo autor. A Clínica já inicia suas atividades com a preocupação com o administrativo, buscando eficiência no alcance de seus objetivos. Para isso, tem como componente de sua equipe gerencial um consultor/assessor administrativo que auxiliará a clínica na proposição de estratégias que auxiliem seu desenvolvimento. Abaixo é explicitado as mesmas informações dos quadros anteriores para o consultor administrativo que a clínica contará em sua equipe gerencial. Consultor/assessor administrativo Quantidade necessária Um consultor Perfil profissional Graduado em Administração de empresas. exigido Perfil do Graduado em Administração de empresas pelo Centro Universitário profissional Municipal de São José - 2015 contratado Consultor administrativo •Realizar acompanhamento diário das atividades da clínica; •Realizar reuniões semanais com as duas sócias para propor estratégias e ações conforme análise feita das atividades semanais da clínica; Responsabilidades •Realizar controle financeiro juntamente à “Sócia 1” e analisar demonstrativos e indicadores para buscar melhorias à clínica; •Auxiliar na criação de campanhas promocionais e de marketing; • Auxiliar no desenvolvimento de padrões para publicações em redes sociais (assessoria de imprensa da clínica); 110 •Elaborar estratégias e ações para que a clínica cresça e amplie seu valor de marca, sua quantidade de clientes e consequentemente sua rentabilidade; • Participar de forma integrada e auxiliar no processo decisórionas reuniões gerenciais da clínica para decisões estratégicas. Quadro 8: Consultor/assessor administrativo. Fonte: Elaborado pelo autor. Dessa forma, a clínica tem sua equipe gerencial e quadro de pessoal definido para iniciar suas atividades e alcançar os objetivos definidos. Nota-se que a equipe gerencial é formada pelas duas sócias e pelo consultor administrativo externo contratado pela clínica. As decisões devem ser tomadas de forma integrada e unânime entre as sócias (as duas devem chegar a um consenso para agir). O consultor participará das reuniões gerenciais para auxiliar nos processos decisórios e na proposição de soluções para problemas encontrados. A decisão de implantar as ações de melhoria que o consultor propõe é de responsabilidade das sócias. 4.6.3 Estrutura da organização Após definir a composição da equipe gerencial, o quadro de pessoal e as atribuições de cada cargo no tópico anterior, esta parte do plano de negócios destina-se a exibição do organograma da clínica e na delegação de “poderes” e responsabilidades entre os integrantes da equipe gerencial e operacional. Abaixo é exposto o organograma da clínica: Diretoria Assessoria Administrativa Setor de atendimento/ operacional Figura 8: Organograma da organização. Fonte: Elaborado pelo autor. No desenho da organização mostrado, notam-se as relações gerenciais e operacionais estabelecidas. Os integrantes da equipe gerencial aparecem 111 destacados na parte superior do organograma: Sócias 1 e 2 e o consultor administrativo. Percebe-se o poder decisório divido entre as sócias, e o consultor administrativo logo abaixo, sendo estabelecida relação de subordinação às sócias. Como já especificado em tópico anterior, o consultor participa da equipe gerencial auxiliando nas decisões, porém estas somente serão tomadas pelas sócias da clínica. Também se percebe a inexistência de relação entre o Consultor administrativo e os Estagiários que trabalham no período vespertino e matutino. Isso se deve pelo fato de a consultoria prestada ser feita diretamente em contato com as sócias. O consultor não estabelece nem um tipo de poder de subordinação na clínica. Também é visto a relação de trabalho exercida entre as sócias e os estagiários. Isso se deve pelo fato de que as sócias além do trabalho na equipe gerencial, também exercem a função de psicopedagoga sendo responsáveis diretas pela execução dos processos operacionais. A Sócia 1 ficará responsável por controlar os dados financeiros da clínica e repassar para o consultor, para que ele desenvolva indicadores e controle os demonstrativos de resultado da clínica. O assessor administrativo terá a responsabilidade de realizar o acompanhamento das atividades e implantações de ações conforme as metas e objetivos estabelecidos pela clínica. Também será responsável pelo controle financeiro complexo da clínica e a criação de estratégias para serem propostas às sócias nas reuniões gerenciais. Entre as atividades delegadas à equipe gerencial, a Sócia 2 terá como atribuições nesse âmbito a criação de campanhas de divulgação e o controle do relacionamento da clínica com os clientes na questão de inserção em redes sociais. Fará uma espécie de “assessoria de imprensa” da clínica. Também será responsável pelas divulgações dos eventos realizados junto às escolas parceiras (palestras de conscientização). 4.6.4 Plano de pessoal O Plano de pessoal é um fator que atrai candidatos à empresa e os mantém com a visão de que sua carreira pode evoluir conforme a progressão de tempo na empresa. A Clínica de Psicopedagogia Transformar terá formas de realizar o 112 recrutamento, seleção e treinamento. A seguir são mostradas as políticas para cada uma dessas etapas. Recrutamento: Será feita a divulgação da vaga de estágio através de agentes de integração que realizam o processo de identificação de candidatos com o perfil definido pela Clínica de Psicopedagogia Transformar. Aliado a isso, as Sócias terão a responsabilidade de ir à Universidade Municipal de São José anunciar a vaga que precisa ser preenchida aos acadêmicos que cursam pedagogia a partir da 3ª fase. Esse anúncio da vaga será direcionado diretamente nas salas das fases que se encaixam no perfil procurado pela clínica. O recrutamento, inicialmente, será feito sempre de estagiários. Caso haja a necessidade da contratação de Psicopedagogos Clínicos e os estagiários ainda não estiverem em fase de conclusão de curso e futuro início de especialização na área de psicopedagogia, a Clínica irá entrar em contato com a ABPpSC (Associação Brasileira de Psicopedagogia Seção Santa Catarina) em busca de profissionais da área e da região cadastrados na associação. Também pode ser feita a consulta através do site da ABPpSC recolhendo as informações dos associados e entrando em contato para divulgar a vaga e agendar a entrevista. Seleção: Com o candidato para a vaga de estagiário, será realizada uma entrevista e a realização de elaboração de uma redação feita pelo candidato com o tempo de 25 minutos para seu término. O Candidato deve apresentar boa escrita na redação e se encaixar ao perfil profissional que a empresa solicita na abertura da vaga. A seleção de um Psicopedagogo pode ser feita de duas formas: uma é através da progressão funcional do estagiário, que pode passar seus dois anos de estágio na clínica e após isso ser contratado e ter o apoio da clínica para a realização de uma especialização na área de Psicopedagogia Clínica para que consiga exercer a função conforme o perfil profissional exigido pela Clínica de Psicopedagogia Transformar. Outro meio de contratação é através da seleção de Psicopedagogos já formados e especializados que estejam cadastrados na ABPpSC, e aptos a clinicar imediatamente. Treinamento: O Treinamento ao estagiário se dará conforme o andamento diário de suas atividades na Clínica. As Sócias serão responsáveis pela supervisão e acompanhamento das atividades para que o estagiário adquira conhecimento para executá-las. Após os dois anos de estágio, há a possibilidade de contratação do 113 estagiário com o objetivo de que se torne um psicopedagogo clínico. Dessa forma, a Clínica de Psicopedagogia Transformar auxiliará no pagamento de até 50% do curso de especialização na área de Psicopedagogia Clínica. Para o caso de contratação externa de Psicopedagogo Clínico, haverá apenas a conscientização das políticas da Clínica e procedimentos padrões estabelecidos. Avaliação de desempenho: A Clínica também atenta para o estabelecimento de Avaliações de desempenho. Elas acontecerão através da avaliação 360º que dá a possibilidade a todos os integrantes do quadro de pessoal da empresa para que avaliem e sejam avaliados. Também será utilizado o formato de avaliação feita pelo cliente através de um questionário no qual ele poderá expressar suas satisfações e/ou insatisfações em relação ao atendimento feito pelos estagiários e ao serviço prestado pelas Psicopedagogas Clínicas. Definição fundamental no Plano de Pessoal é a progressão funcional na empresa aliado à remuneração e benefícios correspondentes aos cargos determinados. Para isso, será elucidada a progressão funcional dos cargos de quatro formas: para o estagiário do turno matutino; para o estagiário do turno vespertino; para as psicopedagogas clínicas e sócias; e para a possibilidade de uma futura psicopedagoga clínica contratada além das duas sócias. As progressões funcionais serão mostradas através de fluxogramas elaborados para cada um dos cargos. Cargo: Sócias/Psicopedagogas Clínicas; Benefícios: Vale Alimentação de R$ 308,00 mensais; Salário: através de pró-labore. 50% do lucro (com os custos descontados) para cada Sócia/Psicopedagoga. Figura 9: Plano de pessoal para Sócias/Psicopedagogas Clínicas. Fonte: Elaborado pelo autor. Como visto na figura acima, não há progressão funcional para as Psicopedagogas Clínicas que são sócias (por ocuparem um cargo de direção, ao mesmo tempo em que trabalham operacionalmente como Psicopedagogas Clínicas). Elas receberão o valor de R$ 14,00 diários de Vale alimentação, que se calculados para vinte e dois dias do mês totalizam um valor de R$ 308,00. Seu salário se dá através do sistema de pró-labore: os lucros são divididos entre as sócias em 50% 114 para cada uma, e essa divisão acontece depois de todos os custos e investimentos (como os 20% da renda de cada sessão que são destinados à compra de material) terem sido realizados. Abaixo é detalhado o fluxograma da progressão funcional do Estagiário do período matutino e do período vespertino: Cargo: Estagiário Matutino I Benefícios: Vale transporte de R$ 132,00 mensais; Salário: R$ 600,00. Cargo: Estagiário Vespertino I Benefícios: Vale transporte de R$ 132,00 mensais; Salário: R$ 750,00. Cargo: Estagiário Matutino II Benefícios: Vale transporte de R$ 140,80 mensais; Salário: R$ 650,00. Cargo: Estagiário Vespertino II Benefícios: Vale transporte de R$ 140,80 mensais; Salário: R$ 800,00. Cargo: Psicopedagogo Clínico I Benefícios: Vale transporte de R$ 149,60 mensais e Vale alimentação de R$ 308,00; Salário: R$ 2400,00. Cargo: Psicopedagogo Clínico I Benefícios: Vale transporte de R$ 149,60 mensais e Vale alimentação de R$ 308,00; Salário: R$ 2400,00. Figura 10: Progressão funcional para estagiário matutino e vespertino. Fonte: Elaborado pelo autor. É visto uma diferenciação salarial entre os estagiários. Isso se deve pelo fato de o estagiário matutino trabalhar quatro horas por dia (25 horas semanais), enquanto o estagiário vespertino cumpre 5 horas diárias (30 horas semanais). Os dois tem o mesmo vale transporte que corresponde às passagens de ida e volta do estágio utilizando transporte público interbairros. Também pode ser visto a progressão funcional de Estagiário I para Estagiário II e possibilidade de ascensão para Psicopedagogo Clínico I. A progressão se dá conforme os dois anos de estágio: renovado o contrato de estágio para mais um ano o Estagiário passa para “Estagiário II”, onde recebe o reajuste previsto do vale transporte (conforme se pode visualizar no fluxograma) e o aumento de sua bolsa auxílio. Após o cumprimento dos dois anos de estágio, há a possibilidade de contratação do estagiário para que seja funcionário da clínica ocupando o cargo de 115 Psicopedagogo Clínico I. A partir daí ele recebe o salário de 2.400,00 para a carga horária de 45 horas semanais e vale alimentação correspondente à R$ 14,00 por dia (R$ 308,00 mensais). Para que o estagiário consiga a ascensão para Psicopedagogo, ele deve estar se formando juntamente ao fim de seu segundo ano de estágio e deve ter a ambição de cursar uma especialização na área de Psicopedagogia Clínica, onde a Clínica de Psicopedagogia Transformar apoiará seu funcionário com auxílio de 50% do valor pago pela realização da especialização. O Psicopedagogo Clínico também tem sua progressão funcional estabelecida conforme fluxograma abaixo: Cargo: Psicopedagogo Clínico I Benefícios: Vale transporte de R$ 149,60 mensais e Vale alimentação de R$ 308,00; Salário: R$ 2.400,00. Cargo: Psicopedagogo Clínico II Benefícios: Vale transporte de R$ 158,40 mensais e Vale alimentação de R$ 352,00; Salário: R$ 2.520,00. Cargo: Psicopedagogo Clínico III Benefícios: Vale transporte de R$ 167,20 mensais e Vale alimentação de R$ 396,00; Salário: R$ 2.700,00. Figura 11: Progressão funcional do Psicopedagogo Clínico. Fonte: Elaborado pelo autor. A progressão acontece conforme cada ano trabalhado. Dessa forma, a cada ano o Vale alimentação é reajustado no valor de R$ 2,00 diários e o vale transporte também é reajustado prevendo um aumento de R$ 0,20 de cada passagem (R$0,40 ao dia). O salário do Psicopedagogo também tem um acréscimo. É importante salientar que inicialmente a Clínica de Psicopedagogia Transformar não terá a necessidade de contratação de Psicopedagogo Clínico além da existência das duas Psicopedagogas e empreendedoras do negócio. 116 Conforme a previsão conforme os anos de funcionamento da clínica, após dois anos de trabalho de um estagiário (ao início do terceiro ano de funcionamento da clínica) que há a possibilidade de acontecer tal contratação de Psicopedagogo Clínico. Caso haja necessidade de demanda que se faça necessária a contratação de um psicopedagogo clínico o Plano de pessoal incluindo remunerações, benefícios e o formato de progressão funcional já estará estabelecido para que ele vislumbre suas possibilidades de crescimento desde sua contratação. 4.7 PLANO FINANCEIRO O plano financeiro irá estimar os custos, as vendas da clínica, despesas e realizar a elaboração de demonstrativos e indicadores que mostrem a viabilidade ou inviabilidade da Clínica de Psicopedagogia Transformar ser aberta. As estimativas são embasadas na análise da concorres e o desempenho dessas clínicas já estabelecidas no mercado aliado a pesquisa realizada com pais de pacientes de clínicas de psicopedagogia, que caracterizam-se como “clientes-potenciais”. Para que se possa planejar a empresa para da melhor forma, se faz necessária a definição de cenários onde o faturamento da empresa poderá ser abaixo do estimado (pessimista), o estimado (realista) e o acima do previsto (otimista). Os cenários permitem à empresa visualizar as dificuldades que enfrentará caso as vendas não aconteçam como foi previsto e as oportunidades que podem surgir caso o realismo definido seja superado e as vendas alcancem um número substancialmente maior que o estimado como realista. O cenário realista é calculado conforme os dados atuais do mercado. Segundo o IBGE o setor de serviços cresceu 1,1% em maio de 2015. Dessa forma, a venda no primeiro mês da Clínica será baseada na quantidade de pacientes que a Concorrente B tem (seis pacientes). Nos meses seguintes acontecerão acréscimos ao crescimento de vendas e à quantidade de pacientes atendidos pela clínica devido aos resultados das palestras feitas e da divulgação trabalhada pela clínica. Calculase um crescimento de 5% das vendas mensalmente. 117 Figura 12: Crescimento do setor de serviços Fonte: IBGE Para o Cenário Pessimista será utilizado como variação de vendas o crescimento do setor de serviços referente ao mês de maio de 2015, de apenas 1,1% com um acréscimo definido devido ao serviço de conscientização realizado pela clínica. Um diferencial que permite colocar a clínica com uma porcentagem de crescimento no cenário pessimista um pouco acima da média, sendo definido como 3%. Para o Cenário Otimista estimou-se que as vendas da clínica cresçam 10% em relação às calculadas como realistas. Para isso, estima-se a realização de uma quantidade maior de palestras mensais para um maior alcance do público alvo. Assim, definem-se os cenários com a seguinte variação no volume de vendas: Cenário Pessimista: Crescimento de vendas de 3% em relação às vendas iniciais; Cenário Realista: Venda estimada conforme a realidade vislumbrada através da pesquisa, com crescimento de 5%; Cenário Otimista: Crescimento das vendas em 10%. 118 Portanto, para cada demonstrativo e indicador apresentado no plano financeiro, deve-se apresentar este calculado para os três cenários conforme as variações estabelecidas acima. 4.7.1 Investimento total Seguindo o modelo de Rosa, são apresentadas tabelas onde se pode visualizar o que é necessário comprar e o custo despendido para realizar tal compra. Na tabela 7 é mostrado os móveis e utensílios necessários e o custo derivados deles. Tabela 7: Móveis e utensílios Móveis e Utensílios Descrição 1 2 3 4 5 6 7 Quantidade Mesa recepção Kit 2 prateleiras Cadeiras Cadeira giratória Tapete Almofadas Mesa de canto 1 1 8 1 2 6 1 Valor (unidade) R$ 390,54 R$ 48,90 R$ 118,41 R$ 111,34 R$ 110,30 R$ 23,84 R$ 158,80 Subtotal 1: Total R$ 390,54 R$ 48,90 R$ 947,27 R$ 111,34 R$ 220,60 R$ 143,06 R$ 158,80 R$ 2.020,51 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. A seguir é apresentada a tabela 8 que mostra os gastos correspondentes às máquinas e equipamentos necessários. Tabela 8: Máquinas e equipamentos Máquinas e equipamentos Descrição Valor Total (unidade) 1 R$ 91,00 R$ 91,00 1 R$ 1.498,99 R$ 1.498,99 R$ 1.589,99 Quantidade 1 Telefone 2 Computador Subtotal 2: Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. Utilizando-se do Subtotal 1 e 2 resultantes das Tabelas 7 e 8 apresentadas acima, é exposta a Tabela 9 que mostra o total dos investimentos fixos. 119 Tabela 9: Investimento fixo. INVESTIMENTO FIXO Investimentos R$ Subtotal 1 R$ 2.020,51 Subtotal 2 R$ 1.589,99 TOTAL: R$ 3.610,50 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. Depois de calculados os investimentos fixos, é apresentada a tabela contendo os investimentos pré-operacionais, que correspondem aos investimentos necessários antes da clínica estar em funcionamento. Esses investimentos são expostos na tabela 10, abaixo. Tabela 10: Investimentos pré-operacionais. Investimentos pré-operacionais Investimentos pré-operacionais Despesas de legalização Reformas TOTAL R$ R$ R$ R$ 1.600,00 30.000,00 31.600,00 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. É importante salientar que o valor de 30.000,00 para reformas em uma sala comercial conforme o Layout exposto no tópico 5.4.1 é um custo estimado conforme pedido de orçamento realizado da soma de material e mão de obra. Com todos os investimentos necessários calculados, abaixo é apresentada a tabela 11 que mostra a soma de todos os investimentos mostrados e em seguida a fonte de recursos para custear esses investimentos. 120 Tabela 11: Investimento total. INVESTIMENTO TOTAL Descrição dos investimentos Valor (R$) 1. Investimentos Fixos R$ 3.610,50 2. Investimentos Pré operacionais R$ 31.600,00 TOTAL (1 + 2) 35210,5 Fonte de recursos Valor (R$) 1. Recursos próprios 35.210,5 2. Recursos de terceiros 0 3. Outros 0 TOTAL (1+ 2 + 3) 35210,5 (%) 10,25 89,75 100 (%) 100 0 0 100 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. Para os investimentos iniciais necessários, a Clínica contará com recursos próprios no valor de R$ 35.210,50 que é dividido em 50% para cada sócia realizar contribuição. 4.7.2 Estimativa do faturamento mensal da empresa A estimativa do faturamento mensal da clínica será feita para todos os meses do ano, para 3 anos e conforme os 3 cenários definidos. A seguir são expostas as tabelas que apresentam a estimativa do faturamento mensal da clínica para os 3 anos conforme o cenário realista: Tabela 12: Estimativa do faturamento mensal para o primeiro ano – Cenário realista Mês 1 Mês 2 Mês 3 Estimativa do faturamento empresa (1º ano) Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12 Quantidade de pacientes 6 6 7 7 7 8 8 8 9 9 10 10 Quantidade de sessões 24 24 28 28 28 32 32 32 36 36 40 40 Receita em R$ 1920,00 1920,00 2240,00 2240,00 2240,00 2560,00 2560,00 2560,00 2880,00 2880,00 3200,00 3200,00 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. No primeiro ano do cenário realista a clínica encerra o ano com uma quantidade de 10 pacientes, totalizando 40 sessões no ultimo mês do período e arrecadando R$ 3.200,00 derivados dessas 40 sessões no valor de R$ 80,00 cada. A estimativa para o segundo ano é a seguinte: 121 Tabela 13: Estimativa do faturamento mensal para o segundo ano – Cenário realista Mês 1 Mês 2 Mês 3 Estimativa do faturamento empresa (2º ano) Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12 Quantidade de pacientes 11 11 12 12 13 14 14 15 16 17 18 18 Quantidade de sessões 44 44 48 48 52 56 56 60 64 68 72 72 Receita em R$ 3520,00 3520,00 3840,00 3840,00 4160,00 4480,00 4480,00 4800,00 5120,00 5440,00 5760,00 5760,00 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. No segundo ano a clínica consegue fechar com uma quantidade de 18 pacientes e 72 sessões realizadas no último mês do período. Essas sessões equivalem a renda de R$ 5.760,00. E a seguir é mostrada a tabela que se refere à estimativa do terceiro ano no cenário realista: Tabela 14: Estimativa do faturamento mensal para o terceiro ano – Cenário realista Mês 1 Mês 2 Mês 3 Estimativa do faturamento empresa (3º ano) Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12 Quantidade de pacientes 19 20 21 22 24 25 26 27 29 30 32 33 Quantidade de sessões 76 80 84 88 96 100 104 108 116 120 128 132 Receita em R$ 6080,00 6400,00 6720,00 7040,00 7680,00 8000,00 8320,00 8640,00 9280,00 9600,00 10240,00 10560,00 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. No terceiro ano de atividade da clínica, estima-se que ela atenderá 33 pacientes, totalizando 132 sessões no último mês do período. Essa quantidade de sessões garante à clínica uma renda no último mês no montante de 10.560,00. Encerrado as estimativas para o cenário realista, é estimado as vendas mensais durante os 3 anos calculados para o cenário pessimista. Na tabela abaixo é apresentada a estimativa para o primeiro ano das vendas da clínica conforme esse cenário. 122 Tabela 15: Estimativa do faturamento mensal para o primeiro ano – Cenário pessimista Mês 1 Mês 2 Mês 3 Estimativa do faturamento empresa (1º ano) Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12 Quantidade de pacientes 6 6 6 7 7 7 7 7 8 8 8 8 Quantidade de sessões 24 24 24 28 28 28 28 28 32 32 32 32 Receita em R$ 1920,00 1920,00 1920,00 2240,00 2240,00 2240,00 2240,00 2240,00 2560,00 2560,00 2560,00 2560,00 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. No cenário pessimista nota-se em comparação com o cenário realista uma dificuldade maior da clínica em aumentar sua quantidade de clientes e consequentemente, sua renda. Ao final do primeiro ano a clínica atende 8 pacientes, realizando 32 sessões no ultimo mês e arrecadando um total de R$2.560,00. Abaixo é mostrada a tabela referente à estimativa de vendas do segundo ano para o cenário pessimista. Tabela 16: Estimativa do faturamento mensal para o segundo ano – Cenário pessimista Mês 1 Mês 2 Mês 3 Estimativa do faturamento empresa (2º ano) Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12 Quantidade de pacientes 9 9 9 9 10 10 10 11 11 11 11 12 Quantidade de sessões 36 36 36 36 40 40 40 44 44 44 44 48 Receita em R$ 2880,00 2880,00 2880,00 2880,00 3200,00 3200,00 3200,00 3520,00 3520,00 3520,00 3520,00 3840,00 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. Em comparativo com o segundo ano do realista que fecha com 18 pacientes, nota-se que a clínica no cenário pessimista apresenta uma quantidade significativamente mais baixa. A clínica fecha o segundo período do cenário pessimista com 12 pacientes, totalizando 48 sessões e arrecadando R$ 3.840,00 no último mês. E concluindo o cenário pessimista, é apresentada a seguir a tabela 17 que mostra a previsão de vendas para o terceiro ano deste cenário. 123 Tabela 17: Estimativa do faturamento mensal para o terceiro ano – Cenário pessimista Mês 1 Quantidade de pacientes Quantidade de sessões Receita em R$ Mês 2 Mês 3 Estimativa do faturamento empresa (3º ano) Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12 12 13 13 13 14 14 15 15 15 16 16 17 48 52 52 52 56 56 60 60 60 64 64 68 3840 4160 4160 4160 4480 4480 4800 4800 4800 5120 5120 5440 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. Nota-se que a clínica no terceiro ano do cenário pessimista ainda não consegue igualar o fechamento do segundo ano do cenário realista. Para que aconteça um crescimento tão baixo, a clínica não teve eficiência em atrair seus clientes potenciais com a execução das estratégias promocionais definidas. O terceiro ano do cenário pessimista fecha com uma quantidade de 17 pacientes atendidos pela clínica, 68 sessões realizadas no ultimo mês e renda de R$ 5.440,00 referente à esse mês do período. Concluindo as estimativas de vendas para os três cenários definidos, abaixo as tabelas ilustram as previsões feitas para os 3 anos do cenário otimista. Tabela 18: Estimativa do faturamento mensal para o primeiro ano – Cenário otimista. Mês 1 Mês 2 Mês 3 Estimativa do faturamento empresa (1º ano) Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12 Quantidade de pacientes 6 7 7 8,0 9 10 11 12 13 14 16 17 Quantidade de sessões 24 28 28 32 36 40 44 48 52 56 64 68 Receita em R$ 1920,00 2240,00 2240,00 2560,00 2880,00 3200,00 3520,00 3840,00 4160,00 4480,00 5120,00 5440,00 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. O cenário otimista estima a ótima realização de todas as estratégias definidas para atração de clientes. O crescimento da quantidade de pacientes é alto em relação aos cenários pessimista e realista. Em comparação com o cenário pessimista, no primeiro ano do cenário otimista a quantidade de pacientes alcançados iguala o que a clínica consegue no cenário pessimista ao final do terceiro ano. É uma discrepância considerável. A Clínica encerra o primeiro ano com uma quantidade de 17 pacientes, realizando 68 sessões no último mês do período e 124 arrecadando R$ 5.440,00. Na seguinte tabela é mostrada a estimativa para o segundo ano do cenário otimista. Tabela 19: Estimativa do faturamento mensal para o segundo ano – Cenário otimista. Mês 1 Mês 2 Mês 3 Estimativa do faturamento empresa (2º ano) Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12 Quantidade de pacientes 19 21 23 25 28 30 33 37 40 44 49 54 Quantidade de sessões 76 84 92 100 112 120 132 148 160 176 196 216 Receita em R$ 6080,00 6720,00 7360,00 8000,00 8960,00 9600,00 10560,00 11840,00 12800,00 14080,00 15680,00 17280,00 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. O crescimento da clínica no segundo ano é ainda maior, fechando o ano com 54 pacientes, realizando 216 sessões no último mês do período, cujas sessões são responsáveis pelo montante arrecadado no valor de R$ 17.280,00. Realizando um comparativo do desempenho das vendas depois do segundo ano concluído no cenário otimista, a clínica consegue uma quantidade de clientes que no cenário realista não se projeta nem para o final do terceiro ano de atividade. E, por fim, ultima tabela refere-se ao terceiro ano do cenário otimista. Tabela 20: Estimativa do faturamento mensal para o terceiro ano – Cenário otimista. Mês 1 Mês 2 Mês 3 Estimativa do faturamento empresa (3º ano) Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8 Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12 Quantidade de pacientes 59 65 72 79 87 95 105 115 127 139 153 169 Quantidade de sessões 236 260 288 316 348 380 420 460 508 556 612 676 Receita em R$ 18880,00 20800,00 23040,00 25280,00 27840,00 30400,00 33600,00 36800,00 40640,00 44480,00 48960,00 54080,00 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. No terceiro ano de funcionamento, conforme o cenário otimista, a clínica fecha o ano com 169 pacientes, com 676 sessões no último mês do período e uma renda para esse último mês no valor de R$ 54.080,00. É importante destacar que ao chegar ao sétimo mês do terceiro ano do cenário otimista a clínica atinge 420 sessões realizadas por mês, o que excede a capacidade de prestação de serviços que a clínica tem com a estrutura projetada. Assim, para poder continuar expandindo 125 as vendas a clínica deverá readequar seu ambiente de modo a disponibilizar mais uma sala de atendimento para suportar a demanda. 4.7.3 Estimativa com custo de mão de obra A estimativa com custo de mão de obra foi realizada para 3 anos. Conforme exposto no plano de pessoal, a clínica contará com um estagiário no turno matutino e outro no vespertino. Para tanto, os custos com mão de obra são identificados na tabela abaixo. Tabela 21: Estimativa dos custos com mão de obra. Estimativa dos custos com mão de obra Função Estagiário Matutino Estagiário Vespertino TOTAL Nº de empregados 1 Salário Salário Salário Mensal Mensal Ano Mensal Ano Ano 1(R$) 2(R$) 3(R$) R$ 732,00 R$ 790,80 R$ 790,80 1 R$ 832,00 R$ 940,80 R$ 940,80 2 R$ 1.564,00 R$ 1.731,60 R$ 1.731,60 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. Pode-se notar que do segundo ano para o terceiro o salário praticado não é reajustado. Isso se deve à necessidade de entrada de um novo estagiário na clínica devido ao fato de os contratos de estágio terem duração máxima de 2 anos. 4.7.4 Estimativa dos custos fixos operacionais Os custos fixos operacionais da empresa são aqueles que não mudam independente da quantidade de serviços prestados entre outros fatores. Portanto, se faz necessário o calculo único que será utilizado para todos os cenários definidos no plano financeiro. 126 Tabela 22: Estimativa dos custos fixos operacionais mensais. Estimativa de custos fixos operacionais mensais Descrição Custo Total Mensal (R$) Aluguel R$ 1.735,00 Água R$ 50,00 Energia Elétrica R$ 50,00 Telefone + Internet R$ 189,90 Salários R$ 1.564,00 Material de Limpeza 62,01 Total R$ 3.650,91 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. Os materiais de limpeza foram colocados no valor de R$ 62,01 para se tornar de caráter mensal, porém no fluxo de caixa ele será praticado no valor de R$ 124,02 com compras realizadas a cada dois meses. É importante salientar que os custos fixos operacionais apresentados são pro primeiro ano. No segundo ano há o reajuste salarial dos estagiários, portando os gastos com salários passariam para R$1.731,60 mensais, e o total dos custos fixos finalizaria no valor de R$ 3.818,51. No terceiro ano o salário é mantido, e consequentemente os custos fixos calculados também. 4.7.5 Demonstrativo de resultados São apresentados o demonstrativo de resultado dos 3 exercícios considerados, calculando-se a DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) para cada cenário definido. A seguir é apresentada a DRE do primeiro ano para os três cenários. Tabela 23: DRE – 1º ano Demonstrativo de resultados 1º ano Cenário Cenário Cenário Descrição Pessimista Realista Otimista (R$) (R$) (R$) 1. Receita total com vendas R$ 27.200,00 R$ 30.400,00 R$ 41.600,00 2. Custos variáveis totais (-) Impostos (Simples nacional) R$ 1.753,60 R$ 1.792,00 R$ 1.926,40 (-) Despesas Administrativas R$ 2.720,00 R$ 3.040,00 R$ 4.160,00 Subtotal de 2: R$ 4.473,60 R$ 4.832,00 R$ 6.086,40 3. Margem de contribuição (1 - 2) R$ 22.726,40 R$ 25.568,00 R$ 35.513,60 4. (-) custos fixos totais R$ 43.810,92 R$ 43.810,92 R$ 43.810,92 5. Resultado Operacional (Lucro/prejuízo) (3 - 4) -R$ 21.084,52 -R$ 18.242,92 -R$ 8.297,32 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. 127 Conforme se pode analisar, ao final do primeiro ano a empresa tem prejuízo nos três cenários considerados. Na tabela seguinte é exposta a DRE do segundo exercício. Tabela 24: DRE – 2º ano. Demonstrativo de resultados 2º ano Cenário Cenário Cenário Descrição Pessimista Realista Otimista (R$) (R$) (R$) 1. Receita total com vendas R$ 39.040,00 R$ 54.720,00 R$ 128.960,00 2. Custos variáveis totais (-) Impostos (Simples nacional) R$ 230,40 R$ 345,60 R$ 1.036,80 (-) Despesas Administrativas R$ 3.904,00 R$ 5.472,00 R$ 12.896,00 Subtotal de 2: R$ 4.134,40 R$ 5.817,60 R$ 13.932,80 3. Margem de contribuição (1 - 2) R$ 34.905,60 R$ 48.902,40 R$ 115.027,20 4. (-) custos fixos totais R$ 45.822,12 R$ 45.822,12 R$ 45.822,12 5. Resultado Operacional (Lucro/prejuízo) (3 - 4) -R$ 10.916,52 R$ 3.080,28 R$ 69.205,08 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. Já no segundo exercício, a clínica alcança um lucro pequeno no cenário realista e um lucro mais considerável no cenário otimista. O cenário pessimista é o único que ainda apresenta déficit. A DRE do terceiro exercício é apresentada na tabela 25. Tabela 25: DRE – 3º ano. Demonstrativo de resultados 3º ano Cenário Cenário Cenário Descrição Pessimista Realista Otimista (R$) (R$) (R$) 1. Receita total com vendas R$ 55.360,00 R$ 98.560,00 R$ 404.800,00 2. Custos variáveis totais (-) Impostos (Simples nacional) R$ 326,40 R$ 633,60 R$ 5.548,61 (-) Despesas Administrativas R$ 5.536,00 R$ 9.856,00 R$ 40.480,00 Subtotal de 2: R$ 5.862,40 R$ 10.489,60 R$ 46.028,61 3. Margem de contribuição (1 - 2) R$ 49.497,60 R$ 88.070,40 R$ 358.771,39 4. (-) custos fixos totais R$ 45.822,12 R$ 45.822,12 R$ 45.822,12 5. Resultado Operacional (Lucro/prejuízo) (3 - 4) R$ 3.675,48 R$ 42.248,28 R$ 312.949,27 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. 128 No terceiro exercício a clínica alcança o lucro nos três cenários definidos. No cenário pessimista alcança o lucro de R$ 3.675,48, um lucro baixo considerando que a clínica já estaria estabelecida no mercado há 3 anos. E no realista e otimista os valores tem dimensões maiores, sendo R$ 42.248,28 para o realista e R$ 312.949,27 para o otimista, necessitando assim a mudança da clínica para uma alíquota diferente no Simples Nacional que se refere ao pagamento de impostos de 10,26% sobre a receita bruta arrecadada. Pode-se notar que ao final do terceiro ano os cenários realista e otimista apresentam um valor positivo em seus lucros, fator considerável para a viabilidade da clínica. 4.7.6 Ponto de Equilíbrio Para que seja calculado o Ponto de Equilíbrio é necessário que se conheça o Índice da Margem de Contribuição (IMC). Dessa forma, é calculado o IMC e em seguida o Ponto de Equilíbrio para cada ano conforme cada cenário definido. De forma a tornar a visualização dos indicadores facilitada, é apresentada abaixo tabela que contém os índices aplicados para os três anos conforme os três cenários: Tabela 26: IMC e PE Índice da Margem de Contribuição (IMC) e Ponto de Equilíbrio (PE) 1º ano Pessimista Realista Otimista IMC 0,835529412 0,841052632 0,853692308 PE R$ 52.434,92 R$ 52.090,58 R$ 51.319,33 2º ano Pessimista Realista Otimista IMC 0,894098361 0,893684211 0,891960298 PE R$ 51.249,53 R$ 51.273,28 R$ 51.372,38 3º ano Pessimista Realista Otimista IMC 0,894104046 0,893571429 0,886292964 PE R$ 51.249,20 R$ 51.279,75 R$ 51.700,87 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. Percebe-se a questão do alto índice de margem de contribuição. Isso se deve ao fato de a Clínica trabalhar com a prestação de serviços que não dependem da compra de insumos para serem realizados. Isso confere a clínica uma margem maior 129 do que o padrão praticado. Observa-se também que o Ponto de equilíbrio é praticamente constante nos 3 anos para os 3 cenários considerados, variando entre R$ 51.249,20 e R$ 52.434,62. 4.7.7 Lucratividade A lucratividade da empresa é o índice que permite visualizar quando de lucro se obtém a partir da receita total. Quanto maior a lucratividade, maior o poder da empresa de fazer investimentos em estrutura, divulgação ou o que for necessário para seu crescimento. Tabela 27: Lucratividade Lucratividade Lucratividade Lucratividade Lucratividade 1º ano Pessimista Realista -77,52% -60,01% 2º ano Pessimista Realista -27,96% 5,63% 3º ano Pessimista Realista 6,64% 42,87% Otimista -19,95% Otimista 53,66% Otimista 77,31% Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. Conforme os dados expostos na tabela 27, nota-se que a Clínica passa a apresentar lucratividade apenas no segundo ano (antes disso os valores indicam prejuízo), para os cenários realista e otimista, e no terceiro ano todos os cenários apresentam lucratividade. Pode-se visualizar também que o cenário pessimista no terceiro ano, mesmo alcançando lucratividade, apresenta lucratividade baixa conforme o tempo de estabelecimento no mercado e o investimento despendido para que a empresa esteja em funcionamento. Nos cenários realista e otimista a lucratividade apresentada é alta, e confere à clínica sinais de viabilidade financeira. 4.7.8 Rentabilidade A Rentabilidade indica o retorno do capital investido pelos sócios. Na tabela 28 são apresentadas as rentabilidades para os três anos conforme os três cenários estabelecidos. 130 Tabela 28: Rentabilidade Rentabilidade Rentabilidade Rentabilidade Rentabilidade 1º ano Pessimista Realista -59,88% -51,81% 2º ano Pessimista Realista -31,00% 8,75% 3º ano Pessimista Realista 10,44% 119,99% otimista -23,56% otimista 196,55% otimista 888,80% Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. Nota-se que no segundo ano o retorno sobre o capital investido já começa a aparecer no cenário realista e no otimista já alcança quase o dobro do capital investido (196,55%). No terceiro ano todos os cenários apresentam rentabilidade, sendo que o cenário pessimista a rentabilidade é baixa, e pode-se dizer que ruim assim como os outros indicadores já elencados, expondo indícios de que conforme esse cenário a clínica não seria viável. Já no cenário realista ao final do terceiro ano a rentabilidade alcança 119,99% e no cenário otimista a rentabilidade é alta (888,80%), valores que indicam a viabilidade da empresa e a previsão de retorno razoavelmente rápido sobre o investimento, principalmente para o cenário otimista. 4.7.9 Fluxo de Caixa O fluxo de caixa registra todas as atividades da empresa em um período. Assim, serão expostos os Fluxos de Caixa para os três anos conforme o cenário pessimista, realista e otimista. Tabela 29: Fluxo de caixa dos três anos para o período realista. FLUXO DE CAIXA - CENÁRIO REALISTA Ano 1 Ano 2 Ano 3 1 ATIVIDADES OPERACIONAIS Embolsos Operacionais (a) Venda das sessões R$ 30.400,00 R$ 54.720,00 R$ 98.560,00 R$ 18.768,00 R$ 20.779,20 R$ 20.779,20 Desembolsos Operacionais (b) Salários 131 Gastos com registro da empresa R$ 1.600,00 Impostos Nacional R$ 192,00 R$ 345,60 R$ 633,60 Energia R$ 600,00 R$ 600,00 R$ 600,00 Água R$ 600,00 R$ 600,00 R$ 600,00 Materiais Auxiliares (limpeza e afins) R$ 744,12 R$ 744,12 R$ 744,12 Consultoria R$ 3.040,00 R$ 5.472,00 R$ 9.856,00 Aluguel R$ 20.820,00 R$ 20.820,00 R$ 20.820,00 Telefonia/Internet R$ 2.278,80 R$ 2.278,80 R$ 2.278,80 Total R$ 48.642,92 R$ 51.639,72 R$ 56.311,72 Fluxo Operacional -R$ Líquido (c) = (a) - (b) 18.242,92 R$ 3.080,28 R$ 42.248,28 R$ 35.210,50 - - R$ 30.000,00 - - R$ 3.610,50 - - R$ 1.600,00 - - Caixa Líquido do Período (j) = (c) + (f) + (i) -R$ 900,90 - - - Simples 2 - ATIVIDADES DE INVESTIMENTO Embolsos investimento (d) de Investimento recursos próprios de Desembolsos para investimentos (e) Obra Utensílios, instalações, móveis e equipamentos Fluxo de investimento líquido (f) = (d) - (e) 3 - Resultado Saldo inicial das disponibilidades (g) -R$ Saldo final das disponibilidades (h) = (j) + (g) -R$ R$ 1.081,90 R$ 5.113,90 15.742,02 -R$ 14.644,54 R$ 23.571,74 16.642,92 -R$ 13.562,64 R$ 28.685,64 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. No cenário realista nota-se o crescimento moderado da receita conforme cada período considerado. Ao final do primeiro ano a empresa apresenta prejuízo de R$ 16.642,92, número que diminui no segundo ano para R$ 13.562,64. Prevê-se que a clínica no cenário realista conseguirá ter retorno sobre seu investimento no primeiro mês do 4º de sua existência, visto que ao final do terceiro período a empresa apresenta caixa positivo em R$ 28.685,64 e o investimento total foi de R$ 35.210,50. Verifica-se a viabilidade da clínica conforme esse cenário, vislumbrando-se mesmo que em um prazo um pouco maior (3 anos e 1 mês) o retorno total do investimento é alcançado e o montante arrecadado passa a ser inteiramente lucro da clínica. Na tabela 30 o fluxo de caixa refere-se ao cenário pessimista, e está disposto 132 conforme os três anos definidos para projeção. Tabela 30: Fluxo de caixa dos três anos para o cenário pessimista. FLUXO DE CAIXA - CENÁRIO PESSIMISTA Ano 1 Ano 2 Ano 3 1 ATIVIDADES OPERACIONAIS Embolsos Operacionais (a) Venda das sessões Desembolsos Operacionais (b) R$ 27.200,00 R$ 39.040,00 R$ 55.360,00 Salários R$ 18.768,00 R$ 20.779,20 R$ 20.779,20 Gastos com registro da empresa R$ 1.600,00 Impostos Nacional R$ 153,60 Energia R$ Água - Simples - - R$ 230,4 R$ 326,4 600,00 R$ 600,00 R$ 600,00 R$ 600,00 R$ 600,00 R$ 600,00 Materiais Auxiliares (limpeza e afins) R$ 744,12 R$ 744,12 R$ 744,12 Consultoria R$ 2.720,00 R$ 3.904,00 R$ 5.536,00 Aluguel R$ 20.820,00 R$ 20.820,00 R$ 20.820,00 Telefonia/Internet R$ 2.278,80 R$ 2.278,80 R$ 2.278,80 R$ Total Fluxo Operacional -R$ Líquido (c) = (a) - (b) 48.284,52 R$ 49.956,52 R$ 51.684,52 21.084,52 -R$ 10.916,52 R$ 3.675,48 2 - ATIVIDADES DE INVESTIMENTO Embolsos investimento (d) Investimento recursos próprios Desembolsos investimentos (e) de de R$ 35.210,50 - - R$ 30.000,00 - - R$ 3.610,50 - - R$ 1.600,00 - - para Obra Utensílios, instalações, móveis e equipamentos Fluxo de investimento líquido (f) = (d) - (e) 3 - Resultado Caixa Líquido do Período (j) = (c) + (f) + (i) -R$ Saldo inicial das disponibilidades (g) -R$ Saldo final das disponibilidades (h) = (j) + (g) -R$ 1.438,50 -R$ 530,90 R$ 813,10 18.046,02 -R$ 29.870,14 -R$ 27.538,66 19.484,52 -R$ 30.401,04 -R$ 26.725,56 Fonte: Elaborado pelo autor . Já no cenário pessimista pode-se observar que devido ao aumento menor nas 133 vendas, obstáculo advindo do cenário definido, a empresa apresenta dificuldades financeiras permanecendo com prejuízo grande após os 3 anos considerados para a previsão. No último ano a clínica apresenta prejuízo de R$ 26.725,56, valor menor que no segundo ano de funcionamento. Isso indica que a clínica passou a conseguir a obtenção de lucros e diminuir o prejuízo que se somou no ano anterior, porém conforme observado nos indicadores anteriores, o lucro conseguido ao final do terceiro ano do cenário pessimista ainda é muito baixo em comparação ao investimento despendido e ao tempo de estabelecimento da clínica no mercado. Observa-se também que ao contrário do cenário realista que apresenta o retorno total do capital investido no primeiro mês do quarto ano de funcionamento, o cenário pessimista está longe disso. Portanto, pode-se notar a inviabilidade da clínica na ocorrência de tal cenário. E a tabela referente ao fluxo de caixa para o cenário otimista é a seguinte: Tabela 31: Fluxo de caixa dos três anos para o cenário otimista. FLUXO DE CAIXA - CENÁRIO OTIMISTA Ano 1 Ano 2 Ano 3 1 ATIVIDADES OPERACIONAIS Embolsos Operacionais (a) Venda das sessões Desembolsos Operacionais (b) R$ 41.600,00 R$ 128.960,00 R$ 404.800,00 Salários R$ 18.768,00 R$ 20.779,20 R$ 20.779,20 Gastos com registro da empresa R$ 1.600,00 Impostos Nacional R$ 326,40 R$ 1.036,80 R$ 5.548,61 Energia R$ 600,00 R$ 600,00 R$ 600,00 Água Materiais Auxiliares (limpeza e afins) R$ 600,00 R$ 600,00 R$ 600,00 R$ 744,12 R$ 744,12 R$ 744,12 Consultoria R$ 4.160,00 R$ 12.896,00 R$ 40.480,00 Aluguel R$ R$ 20.820,00 2.278,80 R$ R$ 20.820,00 2.278,80 R$ R$ 20.820,00 2.278,80 R$ Total Fluxo Operacional -R$ Líquido (c) = (a) - (b) 2 - ATIVIDADES DE INVESTIMENTO 49.897,32 R$ 59.754,92 R$ 91.850,73 8.297,32 R$ 69.205,08 R$ 312.949,27 - Simples Telefonia/Internet Embolsos investimento (d) de Investimento recursos próprios de R$ 35.210,50 - - 134 Desembolsos investimentos (e) para Obra Utensílios, instalações, móveis e equipamentos Fluxo de investimento líquido (f) = (d) - (e) R$ 30.000,00 - - R$ 3.610,50 - - R$ 1.600,00 - - 3 - Resultado Caixa Líquido do Período (j) = (c) + (f) + (i) R$ Saldo inicial das disponibilidades (g) -R$ Saldo final das disponibilidades (h) = (j) + (g) -R$ 980,70 R$ 10.758,70 R$ 7.678,02 51.749,06 R$ 39.366,89 R$ 336.090,14 6.697,32 R$ 375.457,03 R$ 62.507,76 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. No cenário otimista considerou-se que as estratégias promocionais da empresa tiveram total sucesso e as vendas obtiveram uma porcentagem alta de crescimento mensal, conforme já descrito na definição dos cenários. Verifica-se no fluxo de caixa que elucida os três primeiros anos de existência da clínica conforme o cenário otimista que no primeiro ano de seu estabelecimento no mercado a clínica apresentou somente R$ 6.697,32 de prejuízo e que no 9º mês do segundo ano de existência já alcança a renda de R$ 32.602, 08 e consegue alcançar o retorno sobre seu investimento. Também se pode visualizar que ao final do segundo ano de existência a empresa fecha de forma positiva com lucro anual de R$ 62.507,76. No terceiro ano da clínica o lucro fecha em R$ 375.457,03 e devido à quantidade de clientes ter atingido a capacidade máxima de serviços calculada no tópico “5.4.2 Capacidade produtiva/comercial/serviços”, a clínica necessitaria expansão na sua estrutura e contratação de um terceiro psicopedagogo. A clínica teria que utilizar parte de seu lucro para realizar investimento em aluguel de uma sala comercial maior que adéque um número de salas que atenda às necessidades de expansão que surgiram conforme o volume de sessões realizadas, e a reforma nessa nova sala comercial para que essa se torne viável para a realização das sessões. Verificase assim a viabilidade do lançamento da clínica no mercado conforme o cenário otimista, onde o retorno sobre o investimento é razoavelmente rápido e, após isso, o crescimento vertiginoso das vendas confere a clínica uma alta rentabilidade e lucratividade, e resultados positivos em médio prazo do investimento o qual as sócias despenderam para o início de funcionamento da clínica. 135 4.7.10 Balanço Patrimonial O Balanço patrimonial apresentado a seguir traz de forma integrada os três cenários estabelecidos. É importante salientar que ele se refere ao final do terceiro período, portanto as despesas e receitas expostas são referentes à soma do que a clínica teve de despesas e receita ao longo dos três anos projetados. Tabela 32: Balanço Patrimonial Balanço Patrimonial - Final do terceiro período ATIVO Realista CIRCULANTE Pessimista Otimista Cl i entes R$ 183.680,00 Des pes a s Anteci pa da s R$ 1.600,00 R$ 121.600,00 R$ 1.600,00 NÃO CIRCULANTE imobilizado Má qui na s e equi pa mentos Móvei s e Utens íl i os Imóvei s Total do a tivo R$ 1.589,99 R$ 2.020,51 R$ 30.000,00 R$ 218.890,50 R$ 1.589,99 R$ 2.020,51 R$ 30.000,00 R$ 156.810,50 R$ 575.360,00 R$ CIRCULANTE Sa l á ri os e enca rgos s oci a i s Impos tos e 1.600,00 contri bui ções Outra s contas NÃO CIRCULANTE Patrimônio Líquido Ca pi tal s oci a l Res erva de ca pi tal R$ 1.589,99 R$ 2.020,51 Res erva de l ucros R$ 30.000,00 Prejuízos a cumul a dos R$ 610.570,50 Total do Pa s s i vo e PL PASSIVO E PL Realista Pessimista Otimista R$ 60.326,40 R$ 60.326,40 R$ 60.326,40 R$ 1.171,20 R$ 93.496,76 R$ 710,40 R$ 87.288,76 R$ 6.911,81 R$ 132.664,76 R$ 35.210,50 R$ 35.210,50 R$ 35.210,50 R$ 28.685,64 R$ 375.457,03 -R$ 26.725,56 R$ 218.890,50 R$ 156.810,50 R$ 610.570,50 Fonte: Elaborado pelo autor, 2015. Nota-se que ao final do terceiro período a clínica apresenta diferenças principalmente nas receitas, contas do passivo e nos impostos que terá de pagar. As receitas arrecadadas através do uso do serviço disponibilizado pela clínica aos clientes é diferente devido à variação definida conforme cada cenário. Os impostos são pagos conforme a receita final da clínica, portanto eles acompanham essa variação proporcionalmente no cenário realista e pessimista, porém no cenário otimista os impostos cobrados passam a um valor elevado em comparação com os outros dois cenários. Isso se deve ao fator de que conforme a renda da clínica aumentou nesse período, fez-se necessário a mudança da alíquota do Simples Nacional para 10,24% da receita. A variação das contas do passivo também é em decorrência do aumento da receita da clínica, já que o valor cobrado pelo assessor administrativo é uma porcentagem sobre a renda mensal da clínica. Também se pode notar no balanço um fator já evidenciados em indicadores apresentados anteriormente nesse trabalho: a viabilidade de abertura da clínica em dois dos cenários projetados. A clínica fecha o terceiro período com projeção de lucro para o cenário realista, sendo que este apresenta um lucro que viria ressarcir o 136 investimento das sócias somente no mês seguinte (no primeiro mês do quarto ano, conforme já destacado anteriormente). Também há lucro para o cenário otimista, que chega a alcançar a capacidade máxima de prestação de serviços, necessitando expansão da clínica para suportar a alocação de mais pacientes. E analisa-se o cenário pessimista como inviável, pois após o término do terceiro período projetado ainda calcula-se um prejuízo acumulado em R$ 26.725,56 devido à grande quantidade de tempo que a clínica necessitaria funcionar em prejuízo nesse período. Portanto, não calculou-se o retorno do investimento visto que necessitaria aproximadamente mais R$ 60.000,00 de lucro líquido (descontado todas as despesas) e no terceiro ano de funcionamento, como já foi visto no fluxo de caixa, a clínica teve lucro líquido de apenas R$ 3.675,48. Assim, no cenário pessimista, onde as estratégias da clínica não surtiriam o efeito desejado e projetado para os outros cenários, a clínica ainda apresenta um prejuízo alto ao final do terceiro ano calculado, portanto não vislumbra-se a viabilidade de abertura da Clínica de Psicopedagogia Transformar. No cenário realista a clínica leva um período maior (retorno total no primeiro mês do quarto ano de funcionamento) para conseguir ressarcir o investimento despendido, porém, se as sócias pretendem obter um retorno em médio prazo, se pode afirmar que a clínica também é viável. E pode-se dizer que o cenário otimista apresenta retorno rápido (um ano e nove meses) ás sócias que investiram seu capital para pôr em funcionamento a Clínica de Psicopedagogia Transformar, portanto a viabilidade é notória. 137 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O Plano de negócios é uma ferramenta criada para auxiliar o empreendedor a analisar o mercado antes de sua entrada nesse, conhecer as necessidades dos clientes através de pesquisas de mercado, ter consciência em relação à força da concorrência e em como ela pode frear o crescimento de uma empresa que está iniciando no seguimento e planejar todas as áreas da empresa conforme essas condições com o objetivo de reduzir ao máximo os riscos de insucesso. Portanto, visualizada a importância da utilização de tal ferramenta para que as empresas entrem no mercado tendo conhecimento de todas as condições inerentes desse, das possibilidades de crescimento e insucesso e com um planejamento que conduza a empresa ao crescimento e alcance dos objetivos definidos, o objetivo geral desta pesquisa foi elaborar um plano de negócio para abertura da Clínica de Psicopedagogia Transformar na região de São José (SC). Para alcançar o objetivo geral foram definidos objetivos específicos: Analisar o segmento de mercado para o empreendimento que se pretende lançar; Elaborar Plano de Marketing, Plano Operacional, Estratégia do Negócio, Composição da Organização e Gerência do Negócio e Plano Financeiro; Verificar a viabilidade para abertura do negócio. O primeiro objetivo específico abrange a análise do segmento de mercado para o empreendimento que se pretende lançar, ou seja, uma Clínica de Psicopedagogia. Verificou-se a existência de poucas clínicas de psicopedagogia na região, e o pouco conhecimento dos responsáveis pelas crianças sobre a psicopedagogia. Conforme a pesquisa, o seguimento de mercado que a clínica busca atender contém cerca de 7.138 crianças que apresentam uma dificuldade em sua aprendizagem, e devido a falta de conhecimento dos pais sobre o assunto e até mesmo dos professores do ensino regular em visualizar a existência de tal dificuldade, poucas dessas crianças passam por um atendimento que busque minimizar tal dificuldade e auxiliar a criança em seu desenvolvimento. Dessa forma, constata-se um mercado praticamente inexplorado com uma gama alta de “clientes-potenciais”. Pode-se chamar de “oceano azul”, conforme os 138 autores Kin e Mauborgne (2005) conceituam na obra “A Estratégia do Oceano Azul”, onde o mercado estaria dividido entre oceano vermelho, que há disputa constante entre empresas plea conquista de clientes, e oceanos azuis que seriam mercados inexplorados, ou um segmento que surge em meio a um oceano vermelho, porém diferenciando-se através da inovação característica dele. A clínica não se atém ao atendimento de crianças com dificuldades de aprendizagem, podendo atender também pacientes de qualquer faixa etária que possam ter desenvolvido alguma dificuldade seja de leitura, raciocínio ou fala. Devido ao pouco aproveitamento das clínicas em relação à grande quantidade de crianças com possibilidades de serem atendidas, vislumbra-se a oportunidade de entrada e crescimento da clínica no segmento caso adote as estratégias corretas para atrair os clientes-potenciais desse mercado inexplorado. O segundo objetivo específico propõe a elaboração do plano de marketing, plano operacional, estratégia do negócio, composição da organização e gerência do negócio e o plano financeiro. O segundo objetivo específico é baseado na pesquisa de mercado realizada, ferramenta esta útil para colher dados e gerar informações que irão contribuir para a elaboração de todo o plano de negócios. Primeiramente é definido que a Clínica de Psicopedagogia Transformar tem seu enfoque em dois tipos de serviços: o primeiro padrão para crianças com as mais diversas dificuldades de aprendizagem como, por exemplo, o TDAH; e o segundo é direcionado a autistas. Assim, realizou-se entrevistas com pais e mães de crianças que tenham desenvolvido uma dessas dificuldades de aprendizagem para que as informações necessárias para a elaboração do plano de negócio fossem colhidas. Com base nessas entrevistas foram elaborados os planos de marketing, plano operacional, análise estratégica e o plano financeiro. O plano de marketing engloba os 4 ps (produto, preço, promoção e praça). O produto é caracterizado por sessões que duram 50 minutos e a estrutura do serviço prestado é dividido entre o padrão para a maioria das dificuldades de aprendizagem e o serviço prestado ao autista: dois tipos de serviços. O preço praticado foi estipulado conforme a média do mercado, podendo haver uma flexibilização da Clínica em reduzi-lo através de uma de suas estratégias promocionais concernentes a uma espécie de “fidelização” do cliente. Como principal estratégia promocional, defini-se a realização de palestras em escolas da região a fim de conscientizar a 139 população referente a dois assuntos que não são conhecidos amplamente: dificuldades de aprendizagem e psicopedagogia. A Clínica estará situada em região central e acessível de forma a facilitar o dia-a-dia dos responsáveis pelos pacientes. A clínica contará com uma estrutura de 66,75 m², com duas salas de atendimento aos pacientes, recepção, um banheiro para cadeirantes, um unissex para clientes e um destinado aos funcionários. Com a carga horária de 9 horas diárias, o quadro de pessoal que conta com duas psicopedagogas e a quantidade de salas de atendimento, calcula-se que a capacidade máxima de prestação de serviços da clínica é de 396 sessões por mês. É analisada também a matriz F.O.F.A, onde confrontou-se pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades de forma a analisar a força que o empreendimento demonstra em solucionar problemas, aproveitar oportunidades e minimizar as fraquezas identificadas. Concluiu-se com a análise as propostas positivas de confrontamento de condições de mercado e características do público-alvo com as estratégias desenvolvidas pela Clínica e caracterizadas como pontos fortes. Na elaboração do tópico destinado a organização e gerência do negócio, foram definidas duas psicopedagogas com especialização para realizar atendimentos clínicos (duas sócias), assessor administrativo e dois estagiários (um para o período matutino e um para o vespertino). O recrutamento de estagiários acontecerá através de busca das sócias em instituições de ensino, dando preferência ao USJ que engloba moradores da região, por consequência localizamse perto das instalações da clínica também. Caso seja necessária contratação de psicopedagogas, a clínica buscará junto a Associação de Psicopedagogos de Santa Catarina, para divulgar as vagas diretamente para pessoas especializadas. A seleção acontecerá através de entrevista e elaboração de redação por parte dos candidatos a estagiário. Definiu-se também a forma de avaliação de desempenho, que será realizada em 360º e também através de questionário de satisfação respondido pelo cliente. O plano financeiro permite ao empreendedor ter a visão da projeção financeira conforme a elaboração de todo os planos que o antecedem e analisar a viabilidade da inserção do empreendimento no mercado competitivo. Para elaborar o plano financeiro foram definidos 3 cenário: realista, otimista e pessimista. Esses cenários foram responsáveis pelo crescimento das vendas e 140 consequentemente da empresa conforme as condições que os caracterizaram. No cenário realista era previsto um crescimento de 5% mensal das vendas, no pessimista esse valor foi definido por 3% e no otimista 10%. A Clínica de Psicopedagogia Transformar necessita capital de R$ 35.210,50 para ser posta em funcionamento. Esse investimento é dividido entre as sócias em 50% para cada uma. Os custos com mão de obra tem pouca variação do primeiro ano pro segundo, pois se trata apenas de um reajuste na bolsa auxílio dos estagiários e do segundo ano para o terceiro o valor permanece estático. Estimamse os custos fixos definidos no montante de R$ 3.650,91. As DREs calculadas apresentam lucro no final do terceiro período para os três cenários definidos, porém o cenário pessimista apresenta um valor muito baixo considerando o tempo da clínica no mercado, as estratégias desenvolvidas e o investimento despendido pelas sócias no início do empreendimento. Nos indicadores de viabilidade, notou-se um ponto de equilíbrio quase igual para os três anos dos três cenários definidos, e os índices de lucratividade se mostraram positivos a partir do segundo ano para o cenário realista e otimista e no terceiro ano para todos os cenários. Entretanto, salienta-se que no cenário pessimista a lucratividade prevista é baixa, indicando como na DRE a dificuldade financeira que a clínica apresenta neste cenário. O índice de rentabilidade acompanha as mesmas características apresentadas no de lucratividade, evidenciando novamente o cenário pessimista como tendo o início de obtenção de retorno apenas no terceiro ano de atividade e com um índice baixo. Já o cenário realista apresenta rentabilidade bastante satisfatória, chegando a 119,99% no terceiro ano, enquanto o otimista no terceiro ano atinge um índice de rentabilidade quase 8 vezes maior em relação ao cenário realista. O terceiro objetivo específico refere-se a verificar a viabilidade de abertura da Clínica de Psicopedagogia Transformar. Analisa-se a viabilidade considerando todos os indicadores expostos no plano financeiro e dando-se mais atenção ao fluxo de caixa que retrata as informações financeiras da empresa e permite ao administrador visualizar em quanto tempo há o retorno sobre o investimento. Para tanto, é analisado o resultado do fluxo de caixa para cada cenário e indicado a existência de viabilidade ou não do lançamento do empreendimento no mercado. 141 Conforme o Fluxo de caixa pode-se observar o tempo de retorno sobre o investimento e o saldo final de disponibilidade ao final do terceiro ano para cada cenário definido. No cenário realista a Clínica termina o terceiro ano com saldo final de R$ 28.685,64, e conforme o investimento inicial de R$ 35.210.50 pode-se estimar que a Clínica alcance o pay-back no primeiro mês do quarto ano de funcionamento. Isso indica um retorno em médio prazo, sendo viável se considerado que as sócias já começam a ter retorno antes disso, totalizando o retorno do seu investimento no primeiro mês do quarto ano de funcionamento. No cenário pessimista observa-se que a Clínica encerra o terceiro ano com prejuízo no montante de R$ 26.725,56, sendo assim nota-se a inviabilidade de abertura da clínica pra esse cenário por não se vislumbrar retorno mesmo em médio prazo. No cenário otimista a viabilidade é notória. A clínica alcança o pay-back com apenas 1 ano e 9 meses de funcionamento e fecha o terceiro ano deste cenário com lucro obtido na quantia de R$ 375.457,03. Após explanar sobre os objetivos específicos, se pode visualizar o alcance dos resultados pretendidos. Conclui-se através desta pesquisa a necessidade de uma Clínica de psicopedagogia com a proposta que a Clínica de Psicopedagogia Transformar tem. Visualiza-se o segmento que pode ser chamado de inexplorado devido à existência de poucas clínicas na região e ao fato de não haver um trabalho de conscientização e divulgação de informações aos pais sobre a ocorrência de dificuldades de aprendizagem já nos anos iniciais de ensino e a oportunidade de resolução dessas dificuldades com o auxílio da Psicopedagogia. Para tanto a Clínica de Psicopedagogia Transformar se molda de forma a buscar diferenciação e criação da consciência na comunidade sobre o assunto com a proposta de realização de palestras. Essa estratégia seria um referencial da clínica perante seus concorrentes, já que permite à clínica realizar um “serviço à comunidade” concomitantemente à aproximação do cliente que se torna consequência disso. O Plano de Negócios elaborado permitiu que se tivesse uma visão estruturada de todos os fatores que envolvem a criação de uma Clínica de Psicopedagogia, com o planejamento de todas as áreas e as definições que moldam o negócio proposto. Visualiza-se o negócio como viável devido à ocorrência de retorno sobre o investimento em dois dos cenários definidos e ao fato de que devido 142 à proposta de diferenciação da clínica em sua inserção no mercado, analisa-se também a probabilidade baixa da ocorrência do cenário pessimista que é o único onde a clínica se mostra inviável. 143 6 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ALMEIDA, Rejane Maria de. As dificuldades de aprendizagem: Repensando o olhar e a prática no cotidiano da sala de aula. 2002. Dissertação, Mestrado em Engenharia de Produção e Sistemas – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002. ANDRADE, Rui O. B. de; AMBONI, Nério. Teoria Geral da Administração. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. ARKIN, H.; COLTON, R. 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Porto Alegre: Bookman, 2001. 148 APÊNDICE A Questionário para visualizar o perfil de Clínicas de Psicopedagogia na região de São José, Santa Catarina Este questionário visa servir de instrumento de auxílio no desenvolvimento de um trabalho acadêmico, do aluno Claodir Pracidino do Amaral Junior, para seu Trabalho de Conclusão de Estágio, no Curso de Administração de Empresas do Centro Universitário Municipal de São José. Agradeço a disponibilidade de tempo para a resolução do questionário e a veracidade das respostas que constarão nele. Responda com atenção: 1) Quanto tempo a empresa está no 3) Qual é o preço médio cobrado mercado? pelas sessões? Assinale a ( ) 2 anos ou menos; quantidade correspondente: ( ) 3 anos; ( ) R$ 40,00; ( ) 4 anos; ( ) R$ 60,00; ( ) 5 anos ou mais. ( ) R$ 80,00; ( ) R$ 100,00; ( ) R$ 120,00; 2) Quantos pacientes atende por mês? Assinale a quantidade correspondente: 4) Qual o tempo que dura cada sessão? ( ) 30 minutos. ( ) 40 minutos. Caso seja maior que 10, preencha: ( ) 50 minutos. _____ ( ) 60 minutos. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 149 5) Qual a forma padrão de 8) Os Salários e benefícios praticados pagamento? pela clínica estão compatíveis ou acima dos praticados pelo mercado? 6) Em média, quantas sessões cada o o paciente é atendido por mês? ( ) até duas sessões; ( ) até 4 sessões; ( ) até 6 sessões; ( ) até 8 sessões; ( ) 9 sessões ou mais Acima do praticado pelo mercado Compatível com o praticado pelo mercado o Abaixo do praticado pelo mercado 9) A clínica realiza palestras e eventos para a comunidade? o o Sim Não 7) Vocês atendem pacientes autistas? o o Sim Não Obrigado pela colaboração! 10) Em que aspecto a clínica se diferencia de seus concorrentes? 150 APÊNDICE B 1. Como você descobriu que seu filho tinha dificuldade na aprendizagem? 2. Por que optou pelo auxílio da área da psicopedagogia para auxiliar na questão da dificuldade de seu filho? 3. Sobre o atendimento escolhido para a criança, sua decisão de escolha foi mais influenciada pelo preço reduzido das sessões ou pela qualidade oferecida? 4. Qual sua opinião sobre os serviços de Psicopedagogia clínica prestados às crianças com dificuldades de aprendizagem? 5. Você considera que falta conhecimento dos pais a respeito do assunto? 6. Pensando na contratação dos serviços psicopedagógicos para o atendimento do seu filho, o que você define como necessidades prioritárias para você enquanto responsável pelo paciente? 7. Após ter percebido que seu filho tem dificuldade na aprendizagem, a procura por auxílio especializado aconteceu quanto tempo depois? 8. Após conhecer melhor sobre o suporte e auxílio que os serviços especializados possuem você considera importante a divulgação do mesmo? 9. Você já teve experiências anteriores com clínicas de psicopedagogias para atender o seu filho? Quais os pontos positivos e negativos que você visualizou ao utilizar dos serviços dessas clínicas? 151 10. Conforme essa experiência, o que você gostaria que uma Clínica de psicopedagogia dispusesse a você que você ainda não teve quando contratou os serviços de outras clínicas? 11. Você considera importante uma proposta que integre família e paciente em um mesmo atendimento? Uma proximidade que pode auxiliar na superação da dificuldade e que vai além das sessões semanais para dentro da residência familiar. 12. Você considera importantes momentos de reuniões de grupo, ou exposições sobre determinados assuntos que fossem auxilia-los em seu suporte e apoio para com o paciente atendido pela clínica?