Ensaio: TEORIA DA BUROCRACIA- DEPARTAMENTALIZAÇÃO

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Ensaio: TEORIA DA BUROCRACIA- DEPARTAMENTALIZAÇÃO
Faculdade Arquidiocesana de Curvelo
Márcio Neri Santana
Dácio Brandão da Silva
Marcel Fellipe Peles Gonçalves
Alexandre Pinto Oliveira Filho
Karine Ferreira Barbosa
ENSAIO TEORIA DA BUROCRACIA- DEPARTAMENTALIZAÇÃO
Curvelo
Julho 2012
INTRODUÇÃO
O termo Burocracia ainda é um tanto quanto depreciativo. Taxamos
como burocráticos os processos, organizações, tarefas, que achamos ser
complicados, pouco práticos e produtivos, lentos e, muitas vezes, ineficientes.
Segundo o conceito popular, a burocracia é visualizada geralmente como uma
empresa ou organização onde o papelório se multiplica e se avoluma,
impedindo as soluções rápidas ou eficientes. O termo também é empregado
com o sentido de apego dos funcionários aos regulamentos e rotinas,
causando ineficiência à organização. O leigo passou a dar o nome de
burocracia aos defeitos do sistema (disfunções) e não ao sistema em si. O
conceito de burocracia para Max Weber é exatamente o contrário. A burocracia
é a organização eficiente por excelência. E para conseguir essa eficiência, a
burocracia precisa detalhar antecipadamente e nos mínimos detalhes como as
coisas deverão ser feitas.
Max Weber (1864-1920), sociólogo alemão, foi o criador da Sociologia
da Burocracia. Foi professor das Universidades de Friburgo e de Heidelberg e
ficou famoso pela teoria das estruturas de autoridade. Com a tradução de
alguns de seus livros para a língua inglesa, por Talcott Parsons, tomou corpo
nos Estados Unidos a Teoria da Burocracia em Administração.
A burocracia é uma forma de organização humana que se baseia na
racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos (fins) pretendidos,
a fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos. As
origens da burocracia – como forma de organização humana – remontam à
época da Antiguidade, quando o ser humano elaborou e registrou seus
primeiros códigos de normalização das relações entre o Estado e as pessoas e
entre as pessoas. Contudo, a burocracia – tal como existe hoje, teve sua
origem nas mudanças religiosas verificadas após o Renascimento. Nesse
sentido, salienta Max Weber que o moderno sistema de produção,
eminentemente racional e capitalista, não se originou das mudanças
tecnológicas nem das relações de propriedade, como afirmava Karl Marx, mas
de um novo conjunto de normas sociais morais, às quais denominou "ética
protestante": o trabalho duro e árduo, a poupança e o ascetismo que
proporcionaram a reaplicação das rendas excedentes, em vez de seu
dispêndio e consumo em símbolos materiais e improdutivos de vaidade e
prestígio. Weber notou que o capitalismo, a organização burocrática e a ciência
moderna constituem três formas de racionalidade que surgiram a partir dessas
mudanças religiosas ocorridas inicialmente em países protestantes – como
Inglaterra e Holanda – e não em países católicos. As semelhanças entre o
protestantismo e o comportamento capitalista são impressionantes, porquanto
essas três formas de racionalidade se apoiaram nas mudanças religiosas.
Hoje em dia é praticamente impossível não haver um pouco de
burocracia em qualquer tipo de organização. Por exemplo, são raras as
empresas que não são departamentalizadas e que não possuem um mínimo de
hierarquia. Logo, podemos concluir que nem sempre ser burocrático é ser
ineficiente, já que temos vários exemplos de empresas e organizações de
sucesso que utilizam alguma base desta teoria em pelo menos um de seus
processos principais.
A departamentalização é uma das bases da Teoria da Burocracia mais
comumente utilizadas nas organizações atuais. É o processo que consiste em
agrupar em departamentos, funções ou atividades similares e logicamente
relacionados de uma determinada organização. A divisão do trabalho é feita em
tarefas, de forma a conseguir ganhos de produtividade proporcionados pela
especialização. A departamentalização é muito comum nas organizações e
cada vez mais a definição pela descentralização se torna ocasional e perspicaz
no
sentido
em
que
abrange
toda
uma
instituição,
e
através
da
departamentalização as organizações fazem o agrupamento de colaboradores
utilizando um critério especifico de homogeneidade para estabelecer as
funções e as atividades correspondentes de cada um, e aproveitar recursos
tais como: humanos, materiais e tecnológicos em unidades organizacionais,
características típicas das empresas.
REVISÃO DE LITERATURA
Se por um lado for burocrático pode significar ser lento, demorado, por
outro pode significar organização. Tarefas e processos bem distribuídos entre
os funcionários, hierarquia bem definida, departamentalização adequada, são
bons ingredientes para se fizer uma empresa de sucesso. A divisão de uma
empresa em departamentos facilita o posicionamento do funcionário dentro da
organização. Possibilita saber quem é quem dentro da empresa e quem faz o
quê. Melhora a comunicação entre os setores e otimiza as tomadas de
decisões.
Qualquer tipo de empresa, de qualquer tamanho, tem uma divisão
básica em departamentos. Financeiro, Atendimento ao Público, Estoque,
Recursos Humanos, são alguns exemplos. A departamentalização vai dos
níveis mais altos da administração até o operacional, onde são atribuídas
tarefas para cada um, porém, um ponto central recebe todas as informações
necessárias para alavancar os processos organizacionais de forma integrada e
conjunta sendo evidente para o gestor armazenar estas informações e aplicálas quando necessário, tentando diagnosticar problemas e buscando soluções
alternativas para a realização da tomada de decisão.
A departamentalização está diretamente relacionada com o tamanho e a
complexidade da organização, e as mesmas dividem as tarefas em cada órgão,
com o objetivo de que todos executem o mesmo processo para a mesma
clientela. E assim sendo, a departamentalização é dividida por funções, nas
quais, pode-se destacar: produtos e serviços, localização geográfica, por
clientes, por fases de processo (ou processamento).
A organização informal aparece como um fator de imprevisibilidade das
burocracias, pois o sistema social racional puro de Weber pressupõe que as
reações e o comportamento humano sejam perfeitamente previsíveis, uma vez
que tudo estará sob o controle de normas racionais e legais, escritas e
exaustivas. A organização informal surge como uma derivação direta do
sistema burocrático, como uma consequência da impossibilidade prática de se
bitolar
e
padronizar
organizações.
completamente
o
comportamento
humano
nas
CONCLUSÃO
A Teoria da Burocracia já é antiga, já passa dos 80 anos, porém não
está ultrapassada. É uma das mais consolidadas e suas bases ainda são muito
utilizadas. Hoje em dia existe a opinião de que as empresas com burocracia
"zero" (organizações informais), onde os funcionários trabalham à vontade,
desde que apresentem resultados, é o modelo de empresa ideal. Os
funcionários trabalham livres, "felizes", com um mínimo de pressão. Realizam
tarefas diversas, sem roteiro, participam de tudo relativo à empresa, tornam-se
polivalentes. No papel, na teoria, seria ótimo. E pode ser ótimo, porém, ainda
demanda um eficaz processo de adaptação a toda essa "liberdade". A grande
maioria dos trabalhadores de hoje não estariam aptos a exercerem suas
funções livremente. Poderiam se tornar acomodados, preguiçosos e até
mesmo perdidos. Por isso, parece ser cedo demais a abolição da burocracia.
Pode ser lenta e pouco eficiente? Talvez. Mas é indiscutivelmente organizada.
O que é o mínimo para se começar e desenvolver uma empresa.
Desta forma, podemos concluir que a departamentalização é ainda de
grande valia para uma organização, pois ela tira o melhor proveito da
especialização (finanças, recursos humanos, tecnologia, etc.) e facilita o
controle dos processos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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edição, Rio de Janeiro: Campus, 2000.
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CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação a administração geral.3.ed. São Paulo:
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SILVA, Reinaldo O. da. Teorias da Administração. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2001.

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