FEIRAS e EVENTOS

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FEIRAS e EVENTOS
revista do couro
SUMÁRIO
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A Revista do Couro não se responsabiliza por opiniões emitidas em
artigos assinados ou pelo conteúdo dos anúncios, os quais são de
responsabilidade dos autores. A reprodução de textos e artigos é livre
desde que citada a fonte.
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Editorial
24-34
Feiras e Eventos
68-70
Mercado
06-08
Páginas Douradas
36-40
Notícias
71-73
Abqtic
09-11
Meio Ambiente
41-46
Empresas
74
Para ler
14-19
Especial Químicos
47-50
Gestão
20-23
Máquinas e Equipamentos
51-67
Tecnologia
Maio/Junho | 2013
revista do couro
EDITORIAL
Busca por oportunidades
D
esafiador, assim podemos definir o mercado
do couro ao longo dos anos em todas suas esferas. Empreendedores e colaboradores deste
ramo industrial vivem envoltos na constante
necessidade de mudanças, ajustes, adequações e resultados. Além de seguirem em
uma busca frenética por inspirações, novas
tecnologias, inovações e condições para atender as expectativas de um mercado consumidor cada vez mais exigente
e extremamente envolvido com as inúmeras alternativas do
fast fashion. Questões que levam o setor couro a viver em
permanente estado de alerta. Sem contarmos com os altos
e baixos, os fatores econômicos, a concorrência de outros
materiais, a política de incentivos, entre outros fatores que
influenciam diretamente nos resultados.
Primeiramente, o próprio setor precisa se convencer de
que o couro é couro, não existem similares, ele é único.
É imprescindível atuarmos na identificação do couro, nas
suas qualidades, no seu valor, nas suas características e
vantagens por ser uma matéria-prima natural. É preciso urgentemente reapresentar o couro ao mercado consumidor,
convencer pelas características de sua versatilidade, de sua
durabilidade, das vantagens de ter produtos confeccionados
com nosso material. Nós sabermos de tudo isso, não basta.
O mundo também precisa saber e entender o por quê de
escolher o couro.
Nesta edição, o tema principal da Revista do Couro é o
Meio Ambiente que estará sendo abordado com amplitude em notícias, artigos técnicos e ações desenvolvidas nesta área. A questão ambiental já faz parte do cotidiano dos
curtumes há muito tempo. A permanente realidade de se
adequar às normas e exigências ambientais, tornou os curtumes brasileiros focos perfeitos para pesquisas e inovações
tecnológicas que auxiliem nesta adequação.
Várias ações estão em andamento para alimentar o setor com conhecimento, informação, incentivo tecnológico e
uma ampla discussão de temas de extrema relevância aos
curtumes. Podem ser destacados nesta publicação o Programa de Certificação do Couro Brasileiro, a entrevista das Páginas Douradas com o jornalista Ricardo Voltolini, idealizador
da Plataforma Liderança Sustentável, que visa disseminar
uma mentalidade de que a sustentabilidade deve envolver
todos os segmentos da indústria, garantindo um envolvimento concomitante de diretores, colaboradores e parceiros.
Também nas Feiras e Eventos contamos a divulgação do 2º
Fórum CICB de Sustentabilidade, promovido pelo CICB e coorganização da ABQTIC, além da participação da comitiva
brasileira no Congresso da IULTCS em Istanbul, na Turquia,
que é citada neste momento através de uma cobertura fotográfica, mas será destaque detalhado na próxima edição.
Bem, vivemos uma permanente busca por oportunidades. Por esta razão precisamos criar ações que gerem estas
oportunidades. É imediata a necessidade de envolvermos os
colaboradores, os técnicos das empresas, os responsáveis
por cada setor do processamento do couro nas atividades,
programas, congressos, encontros e debates que tenham o
couro como foco de pesquisa, a tecnologia e a informação
como ferramentas de apoio. Por isso, mais do que formar
profissionais aptos para o setor, precisamos convencer aos
curtumes que invistam também na qualificação, no aperfeiçoamento e na constante participação de seus colaboradores em atividades e eventos que acrescentam informações,
conhecimento e troca de experiências entre pesquisadores,
academia, entidades, empreendedores e profissionais do
setor. Disseminar conhecimento e experiência é uma atitude
de visão, de empreendedorismo e de vencedores.
Boa leitura a todos!
Diretoria de publicações ABQTIC
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Ricardo Voltolini idealizador da
plataforma Liderança
Sustentável
N
esta edição, a Revista do Couro realizou uma entrevista com Ricardo Voltolini, abordando as ações desenvolvidas pela plataforma Liderança Sustentável,
apresentando esta ferramenta aos leitores e destacando a
importância de projetos voltados a conhecer, participar e disseminar esta iniciativa.
Ricardo Voltolini é jornalista e diretor de Ideia Sustentável –
Estratégia e Inteligência em Sustentabilidade, empresa que
atua em consultoria, educação, conteúdos e comunicação
da sustentabilidade. MBA obtido pela Fundação Instituto
de Administração (FIA-USP), é consultor desde 1993, tendo desenvolvido sólida carreira em gestão de Terceiro Setor,
investimento social privado, responsabilidade social corporativa e sustentabilidade, temas nos quais costuma ser apontado como referência no país. Como conferencista, realizou,
nos últimos dez anos, mais de 650 seminários, abordando,
na maioria dos casos, temas ligados a sustentabilidade para
públicos de empresas. Publisher da revista Ideia Sustentável,
uma das primeiras sobre o tema no Brasil, foi incluído, em
2011, na lista TOP 10 de jornalistas de sustentabilidade para
o Prêmio Greenbest. Pela Editora Senac São Paulo, organizou
o livro Terceiro Setor: planejamento & gestão, do qual também foi autor do capítulo sobre comunicação e marketing, e
escreveu um capítulo sobre marketing ambiental para o livro
Modelos e ferramentas de gestão ambiental. É idealizador
da Plataforma Liderança Sustentável.
RC - O que é a Plataforma Liderança Sustentável?
RICARDO - A Plataforma Liderança Sustentável foi criada em junho de 2011 com o objetivo de conectar, inspirar e mobilizar jovens líderes para a sustentabilidade. Nasceu com o lançamento
do livro Conversas com Líderes Sustentáveis, de minha autoria,
com base na ideia de disseminar as histórias inspiradoras de
10 líderes consagrados no tema – Fábio Barbosa (Grupo Abril e
ex-Santander), Guilherme Leal (Natura), Franklin Feder (Alcoa),
José Luciano Penido (Fibria), Luiz Ernesto Gemignani (Promon),
Paulo Nigro (Tetra Pak), Héctor Núñez (Ri Happy e ex-Walmart),
José Luiz Alquéres (ex-Ligth), Kees Kruythoff (Unilever) e Miguel
Krigsner (Grupo Boticário).
No seu primeiro ano de existência, já levou a sua mensagem
para mais de três milhões de pessoas no Brasil e em países
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Divulgação
revista do couro
PÁGINAS DOURADAS
como Canadá, Portugal e França. Com encontros realizados nas
principais capitais brasileiras, atendeu cerca de 21 mil líderes
empresariais. Seus vídeos foram vistos por aproximadamente
180 mil views. E o seu conteúdo virtual – composto de estudos,
pesquisas, artigos de opinião e vídeos – tem recebido uma média de 25 mil visitas mensais. A Plataforma Liderança Sustentável tem o apoio de Santander, Tetra Pak, Votorantim, AES Brasil,
Alcoa, Fibria, Natura, SESI, TAM e Associação Brasileira para o
Desenvolvimento de Lideranças (ABDL).
RC - Qual a primeira etapa da Plataforma Liderança Sustentável ?
RICARDO - Denominada inspiracional, a etapa caracterizava-se
pelo esforço de difundir as histórias dos 10 líderes empresariais
consagrados no tema sempre com o propósito de impactar jovens líderes de negócio, levando-os a refletir sobre a importância de liderar com valores e pela sustentabilidade. Em 2011, foram realizados seis grandes encontros nas cidades de São Paulo
(SP), Brasília (DF), Vitória (ES), Belo Horizonte (MG), Salvador
(BA) e Rio de Janeiro (RJ), todos com a parceria do SESI e das
Federações de Indústrias locais. Nesses eventos, que reuniram
850 líderes, a PLS manteve o mesmo expediente de apresentar as conclusões do livro Conversas com Líderes Sustentáveis
(como age, pensa, toma decisões e em quê acredita o líder
sustentável), o depoimento de um líder retratado no livro e o
testemunho de um líder local.
RC - Qual a atual fase da Plataforma Liderança Sustentável?
RICARDO - Considerando as dimensões do país, o interesse crescente pelo tema entre jovens líderes e o fato de que 36 cidades
fizeram solicitações para receber o encontro da PLS, a etapa inspiracional deve ocorrer por algum tempo, provavelmente dois
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a três anos. Mas, desde agosto de 2012, o movimento realiza
formalmente uma segunda fase, chamada educacional, que
acontece paralelamente à etapa inspiracional. Mais precisamente, no dia 14 de agosto de 2012, a PLS fez o seu segundo
encontro anual de líderes, na cidade de São Paulo, baseado no
tema Como as Empresas Estão Envolvendo e Educando Líderes
para a Sustentabilidade. Participaram os líderes entrevistados do
livro, na qualidade de anfitriões, junto com outras novas lideranças empresariais convidadas a relatar as experiências de suas
empresas com esse tema.
As experiências empresariais relatadas no evento integrarão
também um novo livro da série Conversas com Líderes Sustentáveis. E os conteúdos práticos, relacionados às diferentes
formas de envolver e educar líderes, serão transformados em
material didático, do tipo passo a passo, para apoiar líderes ou
empresas, de qualquer lugar do Brasil, interessados em inserir
sustentabilidade na cultura e na gestão do negócio.
Com o mesmo objetivo, os conteúdos do livro Conversas com
Líderes Sustentáveis também serão disponibilizados em um
kit de conhecimento para uso livre por parte de universidades,
escolas de negócio, associações classistas e empresas de diferentes portes. O Brasil é um país muito grande. Elaborar o kit
de conhecimento e incorporá-lo ao portal da PLS foi a forma
que encontramos de ampliar e qualificar o alcance das ideias do
projeto, oferecendo uma contribuição melhor para a criação de
uma cultura de sustentabilidade empresarial no Brasil.
RC - Como são escolhidos os casos empresariais que vão
integrar os projetos?
RICARDO - São selecionados a partir de uma pesquisa junto ao
banco de práticas da consultoria Ideia Sustentável: Estratégia e
Inteligência em Sustentabilidade. Mas principalmente com base
em entrevista com 30 dos mais importantes especialistas brasileiros em sustentabilidade – acadêmicos, jornalistas especializados
e consultores –, para indicação das empresas que julgaram mais
adequadas. Definida uma primeira relação de cases empresariais,
Ideia Sustentável investiga cada um deles para avaliar se – e o
quanto – atendem aos critérios estabelecidos: (1) Pertencem a
empresas ou organizações que possuem uma política de sustentabilidade claramente definida e do conhecimento da maioria dos
funcionários e colaboradores; (2) Representam uma abordagem
criativa, consistente e coerente de envolvimento e educação de
líderes para sustentabilidade; (3) Integram um esforço permanente de desenvolvimento, e não pontual ou episódico, revelando
uma preocupação estratégica; (4) Têm a participação dos principais líderes da organização, incluindo o presidente.
RC - Que empresa ou organização pode participar da Plataforma Liderança Sustentável? E como?
RICARDO - Qualquer empresa ou organização pode participar
da PLS, independentemente do porte, da natureza do negócio
e de sua localização geográfica. Basta ter interesse em educar
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líderes e inserir a sustentabilidade na cultura e na gestão. Há
diferentes formas de participar, todas elas igualmente válidas.
Uma empresa pode participar utilizando os conteúdos da PLS
em seus esforços de educação e desenvolvimento de pessoas.
Os videodepoimentos de líderes, assim como estudos, pesquisas e textos de apoio, por exemplo, têm sido adotados em treinamentos, encontros de comitês de sustentabilidade e grupos
de trabalho. Eles são de uso livre. Foram produzidos exatamente
com essa intenção. Mas as empresas podem também, requisitar a realização de uma palestra, workshop ou curso elaborado
sob medida para suas necessidades.
Associações de natureza educacional ou empresarial, mas também empresas, podem apoiar a realização de um encontro oficial da PLS em sua cidade ou região, devendo comunicar esse
interesse à coordenação do projeto, a quem caberá analisar as
condições e a viabilidade da solicitação.
RC - Escolas de negócio, universidades e professores que
trabalham com o tema da sustentabilidade podem participar da PLS?
RICARDO - Sim. Essa participação é muito bem-vinda. No início
de abril, a PLS deu mais um passo importante em sua estratégia
de ampliar os canais de difusão de conteúdos sobre liderança e
sustentabilidade. Iniciou um movimento para formar uma Rede
de Educadores. Muitos professores de escolas de negócio e universidades já vêm utilizando em suas aulas os conteúdos do livro Conversas com Líderes Sustentáveis e os videodepoimentos
dos presidentes entrevistados. É um material que serve como
apoio didático em programas focados em sustentabilidade. O
que se propõe agora é organizar uma rede visando otimizar o
uso dos materiais criados para ajudar os educadores e favorecer
a disseminação desse tipo de conhecimento.
RC - Como integrar a Rede de Educadores?
RICARDO - Tendo interesse em participar, o educador assume
um compromisso com os Cinco Princípios da Plataforma Liderança Sustentável e com a adoção dos conteúdos (livro, textos
de apoio e videodepoimentos de líderes) nas mais diferentes
situações educacionais (aulas de graduação e pós-graduação,
palestras, encontros e fóruns de desenvolvimento), sem nenhuma obrigação específica ou imposição de métodos ou maneiras
de uso. A ideia é estabelecer um relacionamento mais próximo
com esse educador, visando melhorar a aplicabilidade do material e contribuir de um modo mais eficaz.
Hoje, professores de instituições como Fundação Dom Cabral,
FIA, Sebrae, PUC-SP, Senac-SP, Poli-USP, FEA-USP e Aberje,entre
tantas outras, e instrutores de programas empresariais, associações classistas e universidades corporativas adotam regularmente os conteúdos da Plataforma Liderança Sustentável em
salas de aula, seminários e encontros técnicos.
RC - Quais são estes Cinco Princípios da Rede de Educadores?
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revista do couro
PÁGINAS DOURADAS
revista do couro
PÁGINAS DOURADAS
RICARDO - Educar líderes que saibam compreender e valorizar a
noção de interdependência entre os sistemas econômico, social e
ambiental, partindo dos pressupostos de que tudo e todos estamos interligados e de que os interesses de lucro não podem agir
contra os interesses da sociedade e do planeta.
- Rever currículos e modelos pedagógicos para considerar a sustentabilidade como um elemento transversal, abrindo espaço à
convivência de diferentes campos de conhecimento e a abordagens mais sistêmicas que promovam análises transdisciplinares
de questões políticas, sociais, tecnológicas e ambientais.
- Educar líderes com valores que, nas empresas, sejam capazes de
pautar suas escolhas e decisões pelo respeito ao meio ambiente,
ao outro e à diversidade, pela ética altruísta e pela transparência
na relação com todos os públicos de interesse.
- Educar líderes do século 21, tecnicamente capazes de exercer
uma saudável crítica sobre as teorias e premissas empresariais da
velha economia para construir as condições que vão levar a uma
economia mais verde, inclusiva, baseada em matrizes energéticas mais limpas e mais equilibrada no uso dos recursos naturais.
- Ser, a própria escola, um exemplo vivo de comportamento
sustentável, identificando os seus impactos sociais e ambientais e adotando medidas para minimizá-los, compensá-los ou
eliminá-los, porque, como se sabe, o exemplo educa mais do
que as palavras.
RC - A PLS já foi apresentada em outros países, qual foi a
receptividade?
RICARDO - Sim, no Canadá, em Portugal e na França. No Canadá,
o projeto foi discutido em outubro de 2011, em encontro internacional do LEAD, programa de formação para 500 líderes de todo o
planeta. Agradou muito, pela concepção simples. E pela proposta.
Entre os dias 01 e 04 de abril de 2012, eu, Ricardo Voltolini,
diretor-presidente de Ideia Sustentável, expus o projeto em Lisboa para líderes de empresas, universidades e fundações empresariais portuguesas. Foram nove encontros agendados com o
objetivo de testar as ideias da liderança para a sustentabilidade
em uma realidade europeia, diferente da do Brasil.
A despeito da atual crise pela qual passa Portugal – e, por tabela, da urgência de apostar em estratégias de sobrevivência, no
curto prazo -, as ideias da PLS foram muito bem recebidas. Todos
foram unânimes em reconhecer que esse tema segue sendo
um dos grandes desafios do início deste século 21.
RC - Como você define a Sustentabilidade hoje?
RICARDO - Para mim a melhor definição é a seguinte: “Sustentabilidade é o ponto de intersecção entre os negócios e os interesses da sociedade e do planeta”, conforme Andrew Savitz,
autor de “A Empresa Sustentável”. Quando debatida na empresa,
a noção de sustentabilidade é, sobretudo, um processo – arrisco
dizer – de re-humanizar os negócios, de reflexão sobre limites
éticos, de autoanálise dos dilemas de um sistema com falhas já
reconhecidas, que gera riqueza, mas esgota recursos naturais e
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produz mudanças climáticas e desigualdade social. Ótima oportunidade para quem tem crenças firmes e pauta sua vida por elas.
No início dos anos 2000, ainda se gastava muita energia para
explicar os “porquês”. Líderes precisavam ser convencidos. Hoje,
vive-se a era dos “comos”. A maioria das empresas realmente
sérias já compreende – embora nem sempre consiga medir precisamente – boa parte dos ganhos decorrentes da sustentabilidade.
RC - De que forma você acredita que o setor couro possa
se enquadrar na plataforma Liderança Sustentável?
RICARDO - A dinâmica de palestras e informações disseminadas pela plataforma e pelo nosso conjunto de ações junto à
Ideia Sustentável, permite a todos os públicos um momento
de reflexão sobre a importância de incorporar a sustentabilidade no modelo de gestão de qualquer tipo de organização. É
preciso conseguir alinhar os conceitos e propiciar uma reflexão
crítica sobre os caminhos da sustentabilidade. Em nossos projetos tentamos reunir experiência, conhecimento e didática
que auxiliam na nossa função de consultor ou conferencista.
Além do referencial teórico fundamental, da riqueza dos cases
empresariais e da proposta metodológica inovadora e participativa, é preciso entender o cenário de sustentabilidade em
que o setor se encontra e discutir um conjunto de ideias que
poderá nos levar a cumprir nossa missão com mais qualidade no atendimento ao cliente e de maneira socioambientalmente mais responsável, com o comprometimento de toda
a estrutura operacional da indústria, desde os colaboradores
aos diretores.
Um dos primeiros autores a tratar dos ganhos da sustentabilidade foi Bob Willard, no livro The Sustainability Advantage
(New Society Publishers, 2002). Em sua opinião, uma grande
empresa que investe em sustentabilidade pode obter 33%
de ganhos financeiros no curto e médio prazos a partir do
aumento da produtividade, das facilidades de financiamento,
das receitas e do valor de mercado, da atração e retenção de
talentos e da redução de custos de produção, de despesas em
sites comerciais e de riscos. Para pequenas e médias empresas, os ganhos chegam a até 68%. Pode-se contestar um ou
outro ponto, conforme o enfoque da análise, mas até os mais
céticos tendem a concordar com as conclusões de Willard.
Portanto, é preciso que vejam a sustentabilidade como um
desafio a mais na conquista de seus objetivos. Os interessados em se inteirar sobre a plataforma, sobre a sustentabilidade de um modo geral, podem acompanhar as palestras,
artigos, entrevistas e informações em nosso site www.ideiasustentavel. Comecem com o artigo Dez desafios da gestão
sustentável nas empresas (no link http://www.ideiasustentavel.com.br/2012/01/dez-desafios-da-gestao-sustentavel-nas-empresas/), é um material esclarecedor, inspirador e
desafiador. Também podem enviar seus cases para serem
avaliados, além de utilizar o conteúdo de nosso trabalho
como ferramenta de informação no auxílio para suas estratégias de gestão.
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revista do couro
meio ambiente
CETESB promove encontro sobre
gestão sustentável
Produção + Limpa foi a
ferramenta escolhida para
criar as possibilidades e os
desafios para uma gestão
de efluentes industriais.
E
stiveram reunidos, em 09 de maio,
no auditório da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo
- CETESB, representantes de cinco setores industriais, para apresentação da
Assistência Técnica para Tecnologias de
Redução da Descarga de Água Industrial em São Paulo, um projeto coordenado pela Agência Ambiental Paulista,
com financiamento da U.S. Trade and
Development Agency - USTDA.
A Assistência técnica, representada pelas consultorias contratadas – CDM Smith e Coprape – identificou
os indicadores, os fatores de emissão e as medidas de Produção
Mais Limpa – P+L, além de constatar a viabilidade técnica, financeira, econômica, ambiental e normativa e os impactos associados ao desenvolvimento dessa tecnologia.
Para Rodrigo Mota, representante da USTDA no Brasil, o encontro irá coroar com êxito o trabalho realizado pela CETESB,
junto ao setor industrial. “A USTDA financia, a fundo perdido,
estudos que possam implementar o uso de tecnologias modernas pelo setor privado.”
A P+L é a aplicação contínua de uma estratégia ambiental
preventiva integrada aos processos de fabricação, produtos e
operações, com o objetivo de reduzir os riscos para saúde humana e o meio ambiente. O uso de tecnologias de P+L , quando
bem sucedido, poderá resultar em uma redução do consumo de
matéria – prima, energia, resíduos tóxicos e emissões.
Otavio Okano, presidente da CETESB, ressaltou que o estudo
da P+L pela Companhia Ambiental é antigo, marcado, inclusive,
por parcerias com a FIESP/CIESP. “Agora, com esse trabalho, finalizado junto a cinco segmentos industriais, ficou claro que
para se atender os critérios de uma gestão sustentável a P+L
é um caminho viável. Provamos, através do estudo realizado,
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que o método além de atender as questões ambientais também gera lucro, através da economia.”
Para realização do estudo foram identificados cinco setores
produtivos – o têxtil, o de bebidas, o de papel e celulose, o de
açúcar e álcool e os matadouros. Através da seleção as equipes
formadas pelas consultorias escolhidas, CDM Smith e COBRAPE, em conjunto com técnicos da CETESB, visitaram cerca de 30
empresas, para apresentação do projeto, coleta de informações
sobre o uso da água, identificação de produtos e quantidades
produzidas, entre outros critérios.
Luiz Werneck, consultor da Cobrape, frisou que o projeto,
iniciado em 2009, trouxe uma mudança de postura na visão
ambiental das empresas. “É possível preservar e ter um lucro
final”. O dia foi marcado pela apresentação do projeto, pelos
especialistas das consultorias, momento onde a participação dos
representantes dos setores produtivos envolvidos foi vital para
formatação de um Relatório Final.
Fonte: Cetesb (disponível em http://www.cetesb.sp.gov.br/noticia/513,Noticia)/
Crédito José Jorge
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revista do couro
meio ambiente
Goiás: situação do licenciamento
dos aterros
A
Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos
do Governo de Goiás publicou uma nota técnica com
os aterros sanitários que possuem licença ambiental
emitida pela Semarh. O documento mostra a situação em
que se encontra o processo de licenciamento de cada um
dos aterros. A nota serve para que os municípios estejam
atentos às suas obrigações que, conforme a Lei 12305/2010
institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, exige que os
lixões sejam transformados em aterros sanitários até 2 de
agosto de 2014.
Desta forma, os municípios que ainda não se enquadraram na Lei devem preparar todas as ações e procedimentos
necessários à sua regularização. A medida visa também dar
transparência e publicidade às ações realizadas pela Semarh na Gestão dos resíduos sólidos. Para saber mais sobre o
documento acesse http://www.semarhtemplate.go.gov.br/
uploads/files/aterros.pdf.
Fonte: Semarh (disponível em http://www.semarhtemplate.go.gov.br/noticia/
documento-aponta-situacao-do-licenciamento-dos-aterros)
Atuação da CETESB é
destaque em Genebra
CETESB ganha nota excelente e prêmio por estande
durante os eventos da Conferência das Partes.
D
urante as Conferências das Partes (COP) realizadas no período de
28 de abril a 11 de maio passado, em Genebra, na Suíça, a atuação
da CETESB na qualidade de Centro Regional para a Convenção de
Estocolmo (CRCE) sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs) foi considerada excelente, merecendo destaque pelas atividades de assistência
técnica e transferência de tecnologia para os países signatários.
A divulgação das notas das avaliações dos Centros Regionais das
Convenções, dando destaque à CETESB, foi acompanhada atentamente
pelo vice-presidente da CETESB, Nelson Bugalho, pela engenheira Lady
Virgínia Traldi Meneses, gerente da Divisão de Acordos Multilaterais e
Políticas Públicas de Resíduos e coordenadora técnica do CRCE, e pelo
químico Jorge Luiz Nobre Gouveia, gerente do Setor de Atendimento a
Emergências.
Os representantes da CETESB participaram ativamente da COP6, da
Convenção de Estocolmo, COP11, da Convenção de Basileia, e da COP6,
da Convenção de Roterdã, além da ExCOPs e dos eventos paralelos, cujo
principal objetivo foi a discussão de medidas para reduzir ou eliminar a
liberação de POPs nos processos produtivos e no uso intencional ou não
intencional desse produto, e promover o gerenciamento adequado de
resíduos perigosos.
Outro momento de júbilo aconteceu no final da feira paralela, realizada de 3 a 5 de maio, em que o estande da CETESB - criado pelo Departamento de Comunicação da Companhia - foi considerado o segundo
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melhor do evento, fazendo jus ao Prêmio Silver.
Lady Virgínia recebeu o diploma das mãos de Jim
Willis, secretário executivo das Convenções da Basileia, Roterdã e Estocolmo.
Excetuando estes dois momentos, o período foi
de muito trabalho para os representantes da CETESB que, além da participação nos grupos de trabalho, realizaram em conjunto com outros Centros
Regionais dois eventos para tratar dos seguintes
temas: 1) A Rede de Centros Regionais na América
Latina e Caribe e suas Atividades de Capacitação
(Projeto CETESB/ABC/ JICA); Pesticidas Obsoletos;
e Mercúrio, no dia 2 de maio, em conjunto com representantes da LATU, do Uruguai; e 2) Destruição
Coordenada de Produtos Químicos Perigosos, no
dia 3 de maio, em conjunto com a SICA, de El Salvador, e o Ministério do Meio Ambiente da China.
Durante os eventos, o vice-presidente da CETESB assinou dois Memorandos de Entendimentos,
que mereceram cerimônia oficial durante as conferências. Os acordos buscam o fortalecimento da
cooperação, coordenação e sinergia entre as Convenções da Basileia, Roterdã e Estocolmo e seus
Centros Regionais, articulando esforços em questões como colaboração na área de coleta de dados com o propósito do Plano de Monitoramento
Global; colaboração na área de capacitação; treinamento e atividades educacionais; coordenando
seus esforços em questões como monitoramento
de retardadores de chama bromados em plásticos
de lixo eletrônico.
Fonte: Cetesb (disponível em http://www.cetesb.sp.gov.br/
noticia/515,Noticia)
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Governo de Minas prepara Conferências
Regionais e Estadual de Meio Ambiente
A Diretora de Extensão e Educação Ambiental da Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de
Minas Gerais (Semad), Ana Luiza Dolabela Mazzini, explica que
as etapas municipais e regionais elegerão os delegados, que
representarão cada região na Conferência Estadual.
De acordo com a Resolução Semad 1836/2013 a Conferência
Estadual de Meio Ambiente tem como objetivo contribuir para
a implantação das políticas municipal, estadual e nacional de
resíduos sólidos, debatendo prioritariamente os temas de acordo com os eixos temáticos: produção e consumo sustentáveis;
redução dos impactos ambientais; geração de emprego, trabalho e renda; educação ambiental e questões sociais ligadas à
geração de resíduos sólidos.
Fonte: Meio Ambiente Minas Gerais (disponível em http://www.meioambiente.
mg.gov.br/noticias/1/1867-governo-de-minas-se-prepara-para-conferencias-regionaise-estadual-de-meio-ambiente
Minas participa de
projeto piloto do MMA
R
epresentantes do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(Sisema) e do Ministério do Meio Ambiente (MMA) se reuniram no mês
de maio, para discutir a integração de dados dos processos de licenciamento de Minas Gerais com o Portal Nacional de Licenciamento Ambiental
(PNLA). O novo sitio, desenvolvido pelo órgão Federal por meio de termo de
cooperação técnica com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), irá
unificar em um banco de dados informações online sobre licenças ambientais
de diversos estados brasileiros.
De acordo com a coordenadora do PNLA, Mônica Guedes de Moraes, o objetivo do portal é integrar as informações de licenciamentos ambientais disponíveis nas três esferas de governo. “Vamos coletar, compatibilizar, organizar
e disseminar informações, contribuindo para o fortalecimento do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama) e a consolidação do Sistema Nacional de
Informação sobre Meio Ambiente (Sinima)”, explica.
Mônica explica porque Minas Gerais foi o primeiro estado a participar do processo de integração de dados. “Minas será o piloto pois já tem o Sistema Integrado de Informações Ambientais (Siam), que é um dos melhores sistemas do
país e vai migrar para o Sisemanet, que é uma ferramenta bastante eficiente”,
afirmou a coordenadora. Segundo ela, por meio do sistema mineiro é possível
filtrar informações não só pela tipologia ou pelo nome do empreendimento
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licenciado, mas pela região, bacia hidrográfica,
classe, empreendedor, entre outros aspectos.
Para a subsecretária de Gestão e Regularização Ambiental Integrada da Secretaria de Estado
de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Maria Cláudia Pinto, ter o banco de
dados integrado ao PNLA será importante para
Minas. “A proposta do portal é integrar dados de
licenciamento ambiental de todos os estados e
Minas não poderia ficar de fora”, destacou.
Fonte: Semad Minas Gerais (disponível em http://www.semad.
mg.gov.br/noticias/1/1866-minas-participa-de-projeto-pilotodo-ministerio-do-meio-ambiente)
Divulgação
M
inas Gerais já iniciou os preparativos para a realização das Conferências Regionais e para a Conferência
Estadual de Meio Ambiente no estado. A Conferência
Estadual será realizada nos dias 30 e 31 de agosto, em Belo
Horizonte. A Comissão Organizadora Estadual já está se reunindo
para articulação e mobilização da sociedade.
As Conferências Regionais devem acontecer por regiões, seguindo a divisão: Alto São Francisco e Leste de Minas; Sul de
Minas e Zona da Mata; Norte de Minas, Jequitinhonha, Mucuri
e Noroeste; e Triangulo Mineiro e Alto Paranaíba, com datas
ainda a definir. Nelas serão abordadas questões locais, regionais
e nacionais, além de escolhidos os delegados que participarão
da etapa nacional, representando o estado de Minas Gerais,
para deliberação do documento final da Conferência Nacional
de Meio Ambiente (CNMA). As Conferências Regionais e Estadual de Meio Ambiente culminarão na realização da IV CNMA,
prevista para ocorrer de 24 a 27 de outubro, em Brasília.
Representantes Sisema e do Ministério do Meio Ambiente
(MMA) durante reunião que debateu a integração de dados
dos processos de licenciamento de Minas Gerais com o
Portal Nacional de Licenciamento Ambiental (PNLA)
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revista do couro
MEIO AMBIENTE
Indústria Química Brasileira
Uma agenda para crescer
N
o dia 21 de maio, ocorreu um seminário na Câmara de
Deputados, em Brasília, reunindo membros do congresso
nacional, autoridades do governo e empresários, com o
objetivo de discutir a agenda de prioridades da indústria química. Patrocinado pela Abiquim, o encontro foi promovido pelo
jornal Valor Econômico, com o apoio das Frentes Parlamentares da Infraestrutura e em Defesa da Competitividade da Cadeia Produtiva do Setor Químico, ocasião em que foi debatida a
implementação de medidas emergenciais recomendadas pelo
Conselho de Competitividade da Química, para que o setor possa dinamizar seus investimentos e atender a demanda crescente prevista nos próximos anos.
O presidente-executivo da Abiquim, Fernando Figueiredo,
conversou com a reportagem da Revista do Couro, destacando
que o seminário faz parte das ações desenvolvidas pelo Conselho de Competitividade da Química, junto ao Plano Brasil Maior
do Governo Federal.
Divulgação
revista do couro
especial químicos
guem ser competitivas diante
dos importados. Atualmente,
a utilização média da capacidade da indústria química é
de 82%. Temos ainda o custo
alto no País, investir em países
como os EUA, por exemplo,
sai 25% mais barato. Outra
preocupação reside na quesFernando Figueiredo
tão de que a indústria química
brasileira investe apenas 0,73% (dados de 2011) de seu faturamento líquido em Pesquisa e Desenvolvimento, muito baixo da
média mundial - 2,5%. Estes fatores destacam bem o cenário
desfavorável do nosso setor.
RC – O que a Abiquim apresentou aos participantes do Seminário Indústria Química Brasileira?
FERNANDO - Na ocasião foi apresentada uma análise profunda
sobre a situação da indústria química brasileira, além da exposição das propostas ao governo com base nas diretrizes do referido conselho. A análise resultou em um abrangente plano
de medidas, não apenas de desoneração tributária, necessária
para estimular o pleno uso da atual capacidade instalada, mas
especialmente a buscar atratividade para investimentos nesse
segmento. Nosso principal objetivo foi mostrar ao parlamento
os motivos que nos levaram a criar esta agenda, para que possamos discutir com o governo e contar com seu apoio através
de projetos de leis e medidas provisórias que venham de encontro às necessidades do setor.
RC - O que é o Conselho de Competitividade da Indústria
Química? É formado por quem?
FERNANDO - O Conselho de Competitividade da Indústria Química é parte integrante do programa Plano Brasil Maior, do Governo Federal, e tem por seu principal definir agendas estratégicas
e rumos tecnológicos de médio e longo prazo, que orientarão
a formulação de novas medidas de apoio à competitividade.
Ele é formado por representantes do Governo Federal, executivos de empresas nacionais e multinacionais, representantes
dos trabalhadores, da Abiquim, além de outras entidades da
cadeia química, como ANDA - Associação Nacional para Difusão
de Adubos e ABRAFAS - Associação Brasileira de Produtores de
fibras Artificiais e Sintéticas. Este conselho foi responsável pela
elaboração desta profunda análise do setor, dando origem a um
documento denominado Agenda da Química, o qual foi entregue em maio do ano passado. Das propostas inseridas nesta
agenda, as prioridades para curto prazo são:
RC – Qual a situação atual da Indústria Química Brasileira?
FERNANDO - Em 2012, o setor registrou o maior déficit de sua
história, acumulando US$ 28 bilhões. Para se ter uma ideia do
que este resultado representa, o valor registrado em 1991 foi de
US$ 1,5 bilhão. Neste mesmo período, as importações saltaram
de US$ 3,6 para US$ 43 bilhões, enquanto as exportações subiram de US$ 2,1 para US$ 14,8 bilhões. Durante estes 20 anos
a indústria química brasileira perdeu espaço significativo para o
produto importado, situação agravada no período recente, em
que o produto chega ao Brasil com preços abaixo do mercado.
Conforme dados de 2011, a brasileira é a sexta maior indústria
química do mundo.
Outro fator preocupante é a baixa utilização da capacidade instalada das empresas, que deixam de produzir pois não conse-
RC – O que mais foi exposto aos participantes do Seminário?
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Maio/Junho | 2013
FERNANDO - No decorrer do seminário, foram apresentadas ainda a Agenda Estratégica e a Agenda Estruturante (acompanhe
na imagem na sequência). Outra ação comentada é o Estudo
de Diversificação da Indústria Química, que está sendo realizado
pelo BNDES, cujo resultado irá fornecer subsídios para uma política industrial adequada para o setor, abrangendo soluções para
questões logísticas, utilidades e infraestrutura de meio ambiente. Este estudo possibilitará uma análise de forma integrada e
conciliando aspectos estratégicos de mercado, de competitividade, de tecnologia e econômica/financeira nas diversas cadeias
da indústria química existentes. E para um setor representativo
com o do couro essa diversificação da indústria química é fundamental, pois possibilitará descobrir oportunidades de produzir
novos produtos, novas tecnologias para este mercado.
RC – Qual sua avaliação deste seminário na Câmara de Deputados?
FERNANDO - A excelente receptividade foi um dos destaques
do encontro, que contou com a participação expressiva de deputados e senadores, cerca de 30 parlamentares, do presidente
da Câmara de Deputados, representantes sindicais, empresários
e entidades parceiras.
Fonte: Imprensa ABQTIC/Abiquim
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especial químicos
Química sem Fronteiras
foi tema da 37ª RASBQ
Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química foi
realizada em São Paulo com intensa programação científica
Divulgação
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e 24 a 28 de maio, foi realizada a 36ª edição da Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, com uma intensa programação desenvolvida
em Águas de Lindóia, em São Paulo. “Química sem Fronteiras” foi o tema
central que conduziu as discussões da comunidade química brasileira durante
o intenso programa científico da Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química (RASBQ). O tema foi fruto de um conjunto integrado de ações da Diretoria
e do Conselho da entidade, culminando em um censo da química brasileira,
visando reflexões e o estabelecimento de novas diretrizes a partir de um balanço sobre a situação da química no país, em todos os níveis, do ensino básico
à pós-graduação, da academia à indústria, do conhecimento fundamental aos
produtos de inovação.
O evento reuniu cerca de 1900 pessoas, conforme declarações do presidente
da comissão organizadora, Aldo Zarbin. “O encontro de 2013 registrou um momento no qual entidades governamentais, agências de fomento à pesquisa e
sociedades científicas estão empenhados em ampliar as fronteiras da pesquisa
brasileira feita pela universidade”, afirmou. Na abertura, o presidente da SBQ,
Vitor Francisco Ferreira, enfatizou os esforços que a entidade vem realizando
para que o Brasil recepcione o 46º Congresso
Mundial da IUPAC (International Union of Pure
and Applied Chemistry), que acontecerá em
2017. “Esta iniciativa
representa afirmação
do Brasil no panorama
científico mundial, além
de abrir uma grande
perspectiva para os
futuros pesquisadores
brasileiros dialogarem
com os expoentes das
Glaucius Oliva, presidente do CNPq e um dos homenageados
ciências químicas dos
principais centros internacionais de pesquisa”, destaca Zarbin.
O presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva, foi o palestrante convidado para a abertura da 36ª
Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química (RASBQ), em 25 de maio, em
Águas de Lindóia (SP). “Ciências Moleculares em todas as Fronteiras” foi o tema
da palestra proferida para a comunidade de pesquisadores brasileiros da área
de química. Foram realizados seminários temáticos e especiais, conferências,
apresentações de trabalhos, projeto Química na Praça, além de várias outras
ações desenvolvidas na programação.
A realização da 37ª Reunião Anual da SBQ, em 2014, já está confirmada para
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o período de 26 a 29 de maio, no Centro de
Convenções de Natal – RN.
Para acompanhar a cobertura do evento
acesse o link http://issuu.com/editoracubo/docs/boletim-especialsbq2013 e confira a revista eletrônica da reunião anual
ou mais informações no link http://www.
sbq.org.br/36ra/.
Fonte: site SBQ
Homenagens na 36ª RASBQ
Na noite de 25 de maio, foram entregues os seguintes prêmios aos destaques
da 36ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química:
Prêmio Revista Virtual de Química:
- Frederico Silva Castelo Branco
- Nubia Boechat Andrade
- Paulo Anselmo Ziani Suarez
Prêmio Química Nova:
- Frank Nelson Crespilho
Prêmio SBQ de Inovação
“Fernando Galembeck”:
- Oxiteno
- Pedro Wongtschowski
Medalha Simão Mathias - Ao final da conferência, o presidente do CNPq recebeu a
Medalha Simão Mathias, a maior honraria
da Sociedade Brasileira de Química e destinada a homenagear as personalidades que
se destacaram em suas contribuições para
o desenvolvimento da Química no Brasil.
Tradicionalmente, é entregue ao conferencista convidado para a abertura da Reunião
Anual da Sosiedade Brasileira de Química e
os homenageados passam a fazer parte da
Galeria da Medalha Simão Mathias.
Fonte: SBQ
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especial químicos
Pedro Wongtschowski,
um dos homenageados
com o Prêmio SBQ de
Inovação “Fernando
Galembeck”
Maio/Junho | 2013
Dia do químico: atividades do CRQ V
Maio/Junho | 2013
mas como o novo empreendedorismo, gestão de empresas
e novos negócios, como tirar uma ideia do papel e novas
oportunidades na área da Química. A oficina ocorreu no auditório do CRQ-V em Porto Alegre/RS.
Fonte: CRQ-V
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o dia 21 de junho ocorreu o jantar-baile em comemoração ao Dia do Químico, tradicionalmente promovido pelo Conselho Regional de Química da 5ª Região
(CRQ-V). A comemoração ocorreu no restaurante Panorama
da PUCRS, em Porto Alegre/RS.
Dentro das ações comemorativas à data, no dia 16 de
junho, foram realizadas as atividades do Química na Praça,
projeto desenvolvido das 9h às 13h, integrando químicos e
comunidade no Brique da Redenção - Largo do Expedicionário, em Porto Alegre/RS.
Também em decorrência das homenagens, o CRQ – V juntamente
com a Associação Brasileira de Química seção RS promoveu a Oficina de Empreendedorismo e
Inovação no dia 21 de junho,
ministrada pelo administrador
Bruno Peroni, que abordou te-
Brique da Redenção, em Porto Alegre, sediou o Química na Praça
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revista do couro
especial químicos
revista do couro
especial químicos
“Gestão ambiental preventiva
é estratégica para sobrevivência da
indústria química”, diz Abiquim
N
o mês de junho, na Semana do Meio Ambiente, a
Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim)
divulgou os indicadores de desempenho da indústria
química brasileira, como resultado dos esforços realizados
na conservação ambiental. O levantamento reúne dados de
2006 a 2011, que mostram o avanço do setor na redução
do consumo de água e energia, na diminuição da geração
de resíduos sólidos e na evolução do tratamento de efluentes. Segundo o assessor-técnico de Assuntos Regulatórios e
Meio Ambiente da Abiquim, Obdulio Fanti, os indicadores de
sustentabilidade ambiental demonstram a transparência das
ações na gestão ambiental.
Alinhado à Política Nacional de Resíduos Sólidos, o relatório mostra redução de 14,8% na geração de resíduos entre
2006 e 2011. As ações do Programa Atuação Responsável®
possibilitaram uma queda significativa na emissão de dióxido de carbono equivalente (CO2eq), passando de 542 quilos
em 2006 para 300 quilos em 2011. Quanto ao consumo de
energia, apesar da produção de químicos para uso industrial
ter crescido 30% no período citado, o consumo manteve-se
estável, graças a iniciativas de autoprodução e cogeração de
energia elétrica, reaproveitamento energético dos processos
produtivos e a crescente utilização de biomassa.
Em relação à Gestão de Recursos Hídricos, o levantamento
mostra que a água descartada pelas indústrias vai além das
exigências regulatórias em termos de qualidade do efluente.
Segundo o estudo, a intensidade dos componentes orgânicos
no efluente teve redução significativa, alcançando 35,11%.
Na opinião do coordenador da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Abiquim, Luiz Carlos Álvares
Marques, os aspectos preventivos de controle ambiental
são estratégicos para o sucesso do setor químico do País.
As atividades da Comissão estão sob a gerência de Assuntos Regulatórios, responsável também pela implementação
dos programas de gestão de substâncias e produtos químicos (REACH, SAICM e GPS) e pelas ações desenvolvidas pela
ABNT, no Comitê Brasileiro de Química. Segundo Nicia Mourão, gerente de Assuntos Regulatórios, a área cumpre papel relevante junto ao governo nas convenções de Roterdã,
Estocolmo e Basileia, e acompanha os projetos de leis ambientais do Congresso Nacional, fazendo a interface entre o
meio empresarial e Ministério do Meio Ambiente, Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ibama,
órgãos estaduais de meio ambiente e a sociedade em geral
em debates sobre a implementação da Política Nacional de
Mudanças Climáticas, da Política Nacional de Recursos Hídricos e da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Considerando
as mudanças climáticas, a entidade elabora as informações
do inventário de Gases de Efeito Estufa da Indústria Química
para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e, em 04
de novembro, realizará o seminário “Mudanças Climáticas:
em busca de soluções sustentáveis” em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo.
O levantamento completo dos indicadores está disponível
no site da Abiquim.
Fonte: Abiquim
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Maio/Junho | 2013
Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia 2013
O
Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia, lançado em dezembro de
2001 pela Abiquim, tem como objetivo estimular a pesquisa
e a inovação na área química no País, reconhecendo projetos
de inovação tecnológica na área química, que demonstrem a inventividade e a criatividade de empresas e pesquisadores. Os trabalhos vencedores da edição 2013 serão anunciados no Encontro
Anual da Indústria Química (ENAIQ), em 22 de novembro, no
Hotel Hyatt em São Paulo.
Os interessados em participar podem fazer sua inscrição no
site da Abiquim. O projeto inscrito deverá ser apresentado seguindo de formulário anexo, até 30 de setembro de 2013, devendo ser preenchido o formulário no site e anexado o arquivo
em pdf com o projeto, limitado a cinco páginas.
A premiação recebeu o nome de Kurt Politzer em 2011, uma
homenagem mais do que merecida a esse doutor e professor
de química que colaborou por cerca de 30 anos com a Abiquim. Considerado um dos mais importantes personagens da
história da química do Brasil, Kurt Politzer fez parte do Conselho
Diretor da Abiquim e coordenou a Comissão de Tecnologia.
Maio/Junho | 2013
São duas categorias de premiação: Empresas e Pesquisador. Mais
de um trabalho pode ser inscrito por participante, mas é fundamental a indicação da categoria a qual se pretende concorrer.
Premiação: Os trabalhos vencedores serão divulgados no ENAIQ,
como o reconhecimento de sua premiação por meio da entrega
de um troféu alusivo
ao projeto. Na categoria pesquisador, haverá
também uma premiação
em dinheiro no valor de
R$ 5.000,00. As empresas Braskem e Oxiteno
são as patrocinadoras do
Prêmio Kurt Politzer de
Tecnologia 2013.
Fonte: site Abiquim
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revista do couro
especial químicos
Máquinas de enxugar e estirar couros
N
esta edição, seguindo o cronograma de processamento
do couro, o destaque é a Máquina de enxugar e estirar
couros. Dando sequência às várias etapas do processo de
curtimento de couros, os profissionais passam pela fase de Secagem e pré-acabamento. Após o recurtimento, são realizadas
etapas que envolvem a eliminação de água por ação mecânica
e secagem: neste momento é que se utiliza a Máquina de enxugar e estirar: os couros são submetidos à operação de estiramento e enxugamento, visando abrir e alisar o couro e eliminar
o excesso de água.
Portanto, alguns fabricantes apresentam suas novidades e opções em máquina de Enxugar e Estirar. Confira:
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Destaque para máquina de Enxugar/Estirar couros
Enxuga/estira tradicional da Rizzi
Fonte: America Leather Ltda
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A
empresa italiana Rizzi SpA é uma das principais fabricantes de máquinas Enxuga/estira tradicional com 2 rolos
de feltro. As principais características apresentadas neste
modelo são: ação de enxugamento superior às maquinas de
apenas 01 rolo de feltro, reduzindo o nível de umidade do couro
de forma natural, auxiliando para uma secagem mais rápida
e homogênea, proporcionando menor consumo energético e
melhor qualidade sobre os couros.
Conforme informações da empresa, quando os couros não
são suficientemente enxugadas nesta fase, exige maior tempo de secagem, seja por transporte aéreo, por vácuo ou por
grampeamento (toggling) , muitas vezes queimando as fibras
pelo excesso de calor, devendo depois reumectar as mesmas
para dar um toque mais natural.
Outro fator destaque é a relação de todos os rolos sincronizados (conforme apresentação nas imagens), que proporcionam
uma abertura excelente dos couros, auxiliando na retirada de
dobras e rugas dos mesmos, dando maior uniformidade de flor,
garantindo também uma melhor padronização dos couros. “Estas são as principais características da Enxuga/estira tradicional
da Rizzi, que efetivamente dão maior qualidade e rendimento
aos couros”, destaca Joelci José Lusa, da America Leather Ltda,
representante da Rizzi SpA no Brasil. Para maiores informações
contate pelo e-mail [email protected]
ou através do Fone (41)3668-2184.
Orientações sobre a máquina
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revista do couro
máquinas e equipamentos
Direção de rolos
Maio/Junho | 2013
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MÁQUINAS e EQUIPAMENTOS
Moderna tecnologia em máquinas
de estirar e enxugar couros
A
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BAUCE TRI. MA S.R. L é uma empresa italiana situada em
Trissino (VI), norte da Itália, onde há 40 anos fabrica e
desenvolve o que há de mais moderno em tecnologia
para máquinas de estirar e enxugar couros. Especializada neste
tipo de fabricação, desenvolveu com exclusividade a Bluextreme, máquina para estirar e enxugar couros wet-blue, com sete
cilindros de pressão, estrutura reforçada com paredes de 50 mm
de espessura.
Esta máquina foi desenvolvida para trabalhar em uma velocidade de ate 30 m/min. Com baixa pressão, pois possui seis
pontos de contato com o feltro o que proporciona um melhor
enxugamento e uma maior durabilidade dos mesmos, bem
como de todos componentes da máquina.
Foi desenvolvida especialmente para couros integrais pesados. Possui uma escova motorizada para facilitar a operação de
introdução do couro, seis pistões presentes (3 à direita e 3 à
esquerda) reguláveis separadamente, podendo chegar a uma
pressão de 100 toneladas cada conjunto prensante. Com este
poder de enxugamento resulta em peles mais uniformes favorecendo a divisão em continuo.
Bluextreme é uma máquina com largura útil de 3.200 mm ou
3.400 mm, com um peso total de 36.000 Kg (36ton). Todos os
sete cilindros de pressão são intercambiáveis. Centragem automática dos feltros. Sistema de engraxe automático com bomba
dosadora e alarme (caso falte graxa no sistema).
A empresa fabrica também: BLUPRESS – Estira/Enxuga para
wet-blue com 3 (três) cilindros de pressão; BLUESTAR – Estira/
Enxuga para wet-blue com 5 (cinco) cilindros de pressão; MVC4
– Máquina para estirar e enxugar couros recurtidos.
Com o intuito de melhor atender aos clientes foi montada
a BAUCE do Brasil, que atua em
assistência técnica com peças de
reposição e reformas de máquinas
para curtumes, a qual é estabelecida em Ivoti/RS (e-mail: [email protected].
br; www.baucedobrasil.com.br). A
BAUCE TRI. MA é representada no
Brasil por: B&B Couros LTDA (Maiores informações através do Fone
51 3593-9269, e-mail: bbcouros@
terra.com.br, contatos com Roque
Bresolin).
Fonte: B&B Couros Ltda
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Bluextreme
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SETORELLA: máquina combinada
de enxugar e estirar
A
SETTORELLA é uma máquina combinada de enxugar e
estirar, fabricada pela empresa Turner SAS, desenhada para qualquer tipo de couro vacum pesado, seja
wet-blue ou tingido, disponível em larguras úteis de 3000
e 3300 mm, com três versões de cilindros: feltro, ebonite e
cromado aquecido com óleo térmico.
Com suas quase nove toneladas, representa uma das máquinas mais pesadas e robustas deste tipo no mercado, por
conta de seu chassi 100% em ferro fundido com tratamento
especial para resistência à corrosão e a presença de aço inox
em toda a área de trabalho.
A abertura e fechamento da máquina são feitas por um pistão rotativo de grande diâmetro que atua diretamente sobre
os braços que suportam o cilindro transportador. Este sistema permite uma movimentação muito rápida com elevados
ganhos de produtividade, mas sem desgaste de nenhuma
peça mecânica. O amortecimento da ação de fechamento
é assegurado por um duplo sistema mecânico e hidráulico,
garantindo assim a ausência de marcas nos couros.
Todos os cilindros são acionados hidraulicamente
de forma independente, de forma a não perder
potência em momento algum, com velocidade
variável que pode ser ajustada até 18 metros por minuto. O sistema de reversão do
sentido de rotação permite melhorar o ganho de área ao poder insistir sobre as partes
do couro que precisam de mais abertura. O
cilindro de apoio colocado por baixo do cilindro de transporte é ajustável, permitindo
mudar seu ângulo de forma a promover a
melhor abertura de patas, cabeça e barrigas.
O cilindro de facas da SETTORELLA é móvel e sua regulagem automatizada com indicação digital permite o ajuste
instantâneo e simplificado a todas as espessuras de couro.
Conta também com um sistema de controle permanente de
velocidade de rotação, garantindo a maior potencia de estirado incluso nas partes mais grossas dos couros. Um dispositivo
de segurança, constituído por uma chapa de aço inox, cobre
automaticamente o cilindro de facas durante a abertura da
máquina para proteger tanto o operador como os couros.
A SETTORELLA é uma máquina extremadamente potente
(pressão hidráulica de até 18 toneladas), robusta e de uso e
manutenção simplificadas. O feltro tem uma rampa de umidificação automatizada e sistema automático de centralização. O engraxe é centralizado na parte traseira da máquina
e pode ser automatizado como opcional. Os cilindros giram
dentro de rolamentos especiais sem manutenção. As chapas
são todas de aço inox.
A Turner SAS é representada no Brasil pela Artepelle Assessoria e Representações Ltda. Mais informações através do Fone
51 3593.6677 ou pelo e-mail [email protected].
Fonte: Artepelle Assessoria
e Representações Ltda
Vista geral
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revista do couro
máquinas e equipamentos
Motor hidráulico cilindro transportador
Amortecedor hidráulico
Indicador de posição do cilindro de facas e
ajuste automatizado de posição
Pistão rotativo de apertura/fechamento
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Vista lateral : sistema de controle
de velocidade de rotação + pistão
rotativo de grande diâmetro
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máquinas e equipamentos
Abrameq firma parceria
para assessoria ambiental
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om a questão ambiental ganhando importância, em grande parte graças à evolução dos meios de comunicação, as empresas constataram que qualidade ambiental é um item fundamental para garantir o sucesso do negócio. As empresas
que conseguirem se adaptar aos novos tempos terão vantagens diferenciadas, já que
a preocupação ecológica é hoje vista como um fator estratégico de competitividade
não só das grandes, mas também das médias e pequenas empresas. Consciente
desta nova realidade, a Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas para Couro e
Calçados – Abrameq definiu parceria com a empresa Guerreiro Assessoria Ambiental,
para oferecer orientação a respeito deste tema às empresas associadas.
As estratégias das empresas para obter melhorias de desempenho ambiental estão inseridas na sua função social, pois além de atender às exigências dos seus
clientes, melhora os relacionamentos com os órgãos ambientais de controle, com as
organizações não governamentais (ONGs) e com a sociedade em geral.
Fernando Guerreiro, diretor comercial da Guerreiro Assessoria Ambiental, observa
que “há poucos anos, as empresas consideravam estas questões como uma imposição dos sistemas de proteção ambiental, que implicavam em aumento de custos.
Mas hoje, uma gestão ambiental bem concebida pode ajudar a reduzir custos, assim
como gerar benefícios marginais pela comercialização e/ou reutilização dos resíduos, além de conduzir a segmentos de mercado especialmente rentáveis”.
Além disso, a pressão dos consumidores e as imposições normativas obrigam as
empresas a oferecerem produtos e sistemas de produção e distribuição que mini-
mizem os impactos ambientais
negativos, através da implantação de um plano de gestão ambiental com políticas adequadas,
objetivos e metas bem definidos
e um planejamento que vise o
comprometimento e otimização
de resultados.
A área intitulada “Gestão Ambiental” possui caráter multidisciplinar, explica Fernando Guerreiro. Adiciona que “profissionais
dos mais diversos campos podem atuar, desde que tenham
uma visão holística apurada, que
saibam manejar as ferramentas
existentes da melhor forma possível e que estejam devidamente
habilitados”.
A parceria da Abrameq com a
Guerreiro Assessoria Ambiental
começa através de um ciclo de
palestras com informações que
abordarão temas como captação
de recursos para projetos, regularização e adequação legal da
empresa nas questões ambientais, licenciamentos ambientais,
reaproveitamento de insumos
e maximização de resultados,
economia de energia, logística
reversa, gestão ambiental como
diferencial competitivo, entre outros.
A primeira palestra ocorreu no
dia 20 de junho, na sede da Abrameq.
Fonte: Comunicação Abrameq
Fernando Guerreiro, da Guerreiro Assessoria Ambiental
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116ª Conferência Anual da SLTC,
na Inglaterra
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o dia 27 de abril, a SLTC – Society of Leather Technologists and Chemists (Sociedade dos Químicos e
Técnicos em Couro) apresentou a conferência “Questões do Couro no Século 21”, realizada na Universidade de
Northampton, Inglaterra. Demonstrando a tradição da SLTC,
essa foi a 116ª conferência anual. O conteúdo programático
apresentado foi o seguinte:
“Leather issues in the 21st century”
The 2013 SLTC Annual Conference
• 09.30-10.30 am: “Life in the leather industry need
not be the pits”, Atkin Memorial Lecture Hugh Gilmour,
Managing Director, W.J.& W.Lang Limited.
• 10.50-12.00 pm: “A social history of leather workers:
An anthropological study of Japanese and British tanners”, Yuko Nishimura, Japan. Followed by special white tanning: using only rice husk and vegetable oil. Yuko
Nishimura/Mr. Kashiwa.
• 1.15-1.45 pm: “Biocide Regulations – Implications for
the Leather Industry”, Elton Hurlow, Buckman Laboratories, USA.
• 1.45-2.15 pm: “Oxidative unhairing - a sustainable
view of the process”, Gustavo Defeo
• 2.15-2.45 pm: “Enzymes in the Leather Industry”, Bob
Wyss and Jens Fennen, TFL.
• 3.00-3.30 pm: “Operational excellence via Employee
Engagement”, Rumon Hankey, Inspired Management
Solutions.
• 3.30-4.00 pm: “The Leather Industry in the 21st Century”, Simon Yarwood, World Trades Publishing.
• 4.00-4.30 pm: "Bespoke Functional Surface Decoration for Leather", Peter Laight, The Identity Store.
• 4.30-5.00 pm: “REaCH – the latest developments”,
John Hubbard, Satra.
• 5.00 pm: SLTC AGM
dem ter um grande impacto no sucesso do negócio. O tema
sustentabilidade também fez parte, com a apresentação do
programa “Zero waste strategy” do Scottish Leather Group,
do qual faz parte a “Thermal Energy Plant”, na qual os resíduos são transformados em energia.
A palestra de Yuko Nashimura mostrou a história dos curtidores no Japão, onde a profissão era considerada inferior
e motivo de vergonha aos seus descendentes. Em vídeo,
foi apresentada a trajetória do Sr. Kashiwa, de 71 anos, um
curtidor prático presente na conferência, que resgatou a tradição da produção de couros brancos na região de Himeji.
São couros branquíssimos e de profunda maciez, fabricados
um a um com remolho feito no rio Himeji e depilação feita
à mão. O rio possui um alto teor de alumínio e bactérias
específicas que dão ao couro as características de maciez e
branqueamento.
Na apresentação de Raf Leyman e Elton Hurlow, da Buckman, foi discutida a questão da regulação para o uso de biocidas pela União Europeia (BPD 98/8/EC). Os artigos exportados para a união europeia somente poderão fazer uso de
biocidas permitidos.
Gustavo Defeo apresentou resultados de testes com depilação oxidativa, na qual foi utilizado um fulão específico para
o processo. Entre as principais vantagens estão a ausência
de rugas e um inchamento mais homogêneo, além da recuperação de proteínas dos banhos para reutilização.
Na palestra de Bob Wyss, da TFL foi abordada a utilização
de enzimas no processamento do couro. O autor enfatizou
as vantagens do uso de enzimas no remolho e caleiro, o
Divulgação
revista do couro
FEIRAS e EVENTOS
A conferência apresentou questões pertinentes aos curtidores, conforme destacou a brasileira Letícia Melo dos
Santos, aluna de doutorado (PhD) no Institute for Creative
Leather Technologies, University of Northampton.
As palestras
Na primeira palestra, Hugh Gilmour ressaltou a importância
da qualificação dos funcionários. Outra questão apontada foi
que sistemas de qualidade como ISO 9001/OHSAS 18001/
ISO 14001/ISO 50001, se implementados corretamente, po-
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Delegados aguardam o início da conferência SLTC. A partir da esquerda:
Amanda Michel, Stephen Trantum, Ian Michel
Maio/Junho | 2013
Auditório das palestras da 116ª SLTC
que em muitos casos dispensa o processo de purga. Como
vantagens no uso de lipases no remolho estão o fato de que
essas atuam nas graxas presentes no pelo ou lã, facilitando
a penetração de agentes de caleiro pelo lado da flor, além
de uma melhora nos valores de fogging.
Rumon Hankey abordou a área de gerenciamento de pessoal, ao se atingir excelência operacional através do engajamento dos funcionários. O aumento da performance se dá
pela interação de chefia com a equipe, atingindo primeiramente a mudança de comportamento, e com a continuação
dessa interação, chega-se à mudança de cultura dentro da
empresa. Também foi discutida a questão da medição dos
resultados, pois de acordo com o palestrante: “If you can’t
measure it, you can’t manage it” (se não se pode medir,
não se pode gerenciar). Dentro desse pensamento, a regra
está em medição, análise e revisão.
Um assunto importante para a indústria foi trazido por
Simon Yarwood da World Trades Publishing (que edita a
revista World Leather). A oposição ao couro de entidades
como a PETA, com campanhas pesadas na mídia, não recebeu nenhuma resposta da indústria! É necessário maior
engajamento para defendermos nosso produto, e mostrar
que curtumes também estão contribuindo para responsabilidade social. O palestrante citou o caso do curtume brasileiro
Coming, que modificou a vida em uma favela ao construir
uma creche e proporcionar acesso à saúde.
Peter Laight palestrou sobre o uso de “digital spray” para
a impressão de imagens no couro. Inclusive com a demonstração de uma foto da plateia impressa em couro.
A última palestra da conferência foi de John Hubbard, da
SATRA, que apresentou futuras restrições a produtos químicos pelo REACH, com enfoque nas SVHC (substances of very
high concern – substâncias de preocupação muito elevada).
Os vídeos das apresentações (dos autores que autorizarem) serão disponibilizadas no site da SLTC. Para assistir conferências anteriores, basta acessar a página http://www.
sltc.org/conferencevideos.htm.
Fonte: colaboração de Letícia Melo dos Santos, Aluna de doutorado (PhD) no Institute
for Creative Leather Technologies, University of Northampton
Courovisão 2013 é adiada pela Fenac
O
diretor presidente da Fenac, Elivir Desiam, anunciou
no dia 19 de junho, o adiamento da edição 2013 da
Feira Internacional de Componentes, Couros, Produtos Químicos, Equipamentos e Acessórios para Calçados e
Artefatos (Courovisão), prevista para 27 a 29 de agosto. A
decisão tem como motivo a readequação do calendário da
promotora gaúcha depois do incêndio que atingiu o pavilhão
2 da estrutura, na madrugada do dia 5 de junho.
“Tivemos um acúmulo de feiras em agosto, em decorrência do sinistro, que empurrou as mostras de julho para
o mês seguinte. Com isso, tivemos que optar por uma das
feiras. E escolhemos a com 7 mil metros quadrados de expositores”, detalha. Desiam ainda reiterou que a prioridade
hoje da Fenac é a realização da Construsul, em final de julho,
que ocupará todos os pavilhões.
Fonte: Exclusivo online
“Conversamos com os expositores e eles foram unânimes
em apoiar a mudança”, afirma Desiam. A nova data ainda
não está definida. Segundo o executivo, a escolha foi tomada a partir de um problema de logística, visto que, com um
pavilhão a menos, a data da Courovisão entraria em conflito
com a montagem da Festa Nacional do Calçado, marcada
para 6 a 15 de setembro.
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revista do couro
Divulgação
feiras e eventos
FRANCAL completa 45 anos
C
ompletando 45 edições, a FRANCAL – Feira Internacional da Moda em Calçados e Acessórios mantém-se
como o evento que gera os melhores negócios do ano
para fabricantes e lojistas do setor.
Neste ano, lojistas e profissionais do setor em São Paulo têm um motivo extra para visitar o evento: a abertura
coincide com feriado estadual que comemora a Revolução
Constitucionalista de 1932, dia 9 de julho. Sem a abertura
do comércio, o varejo calçadista acaba tendo mais facilidade
para participar da feira.
A data cria um “feriado prolongado” para o Estado de São
Paulo, que tem início no sábado e vai até terça-feira (6 a 9),
o que deve atrair ainda mais compradores de fora da capital.
Para que estes visitantes possam desfrutar a cidade de São
Paulo e fazer negócios no evento, a FRANCAL, em conjunto
com a São Paulo Convention & Visitors Bureau, oferece dicas
de programas culturais, shows e gastronomia nos dias que
antecedem a feira e durante sua realização – alguns deles
com desconto, por meio site “Benefício SP” (www.beneficiosp.com.br).
Dentro desta programação está o Fórum de Moda & Marketing, evento gratuito promovido pela FRANCAL no dia 8, véspera da abertura da feira. Voltado ao debate e aperfeiçoamento
profissional de todos os players da cadeia calçadista, conta com
palestras relacionadas às melhores práticas do varejo de calçados (economia, marketing e moda). Entre os palestrantes estão
o economista Mailson da Nóbrega, a empresária Luiza Helena
Trajano e o estilista Walter Rodrigues.
Divulgação
SERVIÇO:
FRANCAL 2013 – 45ª Feira Internacional da Moda em
Calçados e Acessórios
Data: 9 a 12 de julho
Horário: 10h às 20h (dia 12, das 10h às 17h)
Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi – São Paulo
Promoção: Francal Feiras
Apoio: Abicalçados – Associação Brasileira das Indústrias
de Calçados e ABLAC – Associação Brasileira de Lojistas
de Artefatos e Calçados
FRANCAL NOVAMENTE NA EXPO RIVA SCHUH
A FRANCAL segue sua estratégia de divulgação internacional participando de mais uma edição da Expo Riva Schuh,
na região italiana de Riva Del Garda, de 15 a 18 de junho.
A feira fez um preview das coleções primavera-verão 2014,
além de anteceder dois outros importantes eventos internacionais, a MICAM, também na Itália, e a GDS, na Alemanha.
Para a FRANCAL, a Expo Riva oferece mais uma oportunidade para convidar os milhares de compradores que visitam
a mostra para fazer negócios na feira brasileira, que acontece de 9 a 12 de julho, comemorando 45 anos deste evento.
Nesta edição, a Expo Riva reuniu 1,2 mil empresas de
várias partes do mundo. A moda brasileira em calçados e
acessórios esteve representada no evento por 16 fabricantes
apoiados pelo Brazilian Footwear – programa de promoção
às exportações do setor desenvolvido pela Abicalçados em
parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Fonte: Primeira Página Assessoria de Comunicação e Eventos
Divulgação
revista do couro
feiras e eventos
O Fórum de Moda & Marketing será um dos destaques também em 2013
Corredores da Francal em 2012
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Maio/Junho | 2013
revista do couro
feiras e eventos
Foto SICC Divulgação
SICC se consolida no calendário
calçadista nacional
A feira teve 360 expositores com mais de 1000
marcas de calçados e de acessórios. Em 2014
será realizada de 26 a 28 de maio, no Centro
de Eventos do Serra Park, em Gramado(RS).
O
Foto SICC Divulgação
Salão Internacional do Couro e do Calçado – SICC, realizado de 27 a 29 de maio, no Centro de Eventos do
Serra Park, em Gramado (RS), bateu recorde de público e está consolidado no cenário calçadista nacional. Foram
três dias de intensa visitação de lojistas de todas as regiões
brasileiras e importadores de cinco continentes. A feira de
calçados e acessórios que lança a coleção brasileira da temporada primavera/verão 2013/2014 registra a presença do
varejo nacional do setor e faz suas compras para os próximos 60 dias, abastecendo os estoques para a festa do Dia
dos Pais. “Nós registramos um bom movimento, pois conseguimos entender a data correta para a compra do varejo
que beneficia também a indústria que agilizar a produção”,
diz Frederico Pletsch, diretor da Merkator Feiras e Eventos,
empresa promotora do SICC.
Também o projeto Grupo de Importadores do SICC – Salão
Internacional do Couro e do Calçado, com o apoio dos sindicatos parceiros trouxe importadores dos cinco continentes
para conhecer as novidades das principais marcas nacionais.
Somente no primeiro dia da feira cerca de 100 mil pares de
calçados foram comprados pelos empresários de vários países. A importadora Isabel Santiago, da Bambus Sac, do Peru,
Arnaldo Moraes, a atriz Paloma Bernardi e Renata Moraes, Bebecê
28
A atriz Tânia Khalil foi destaque da Comfortflex
participa do projeto pelo terceiro ano e está satisfeita com
o resultado. “A feira desse ano está muito boa, pois exibe
muitas novidades”, diz ela.
Mario Agurre, Alan Gonzalez e Juan Vintimilla são importadores do Equador e participam do projeto desde o inicio.
Eles são unânimes em falar que a tendência de moda dos
calçados está no nível internacional. A evolução
da moda brasileira é referência para o mercado
no Equador. Os três importadores compraram 47
mil pares de calçados.
Já a importadora Nilsara Piereck, dos Estados
Unidos da América, que fechou negócios na
ordem de 25 mil pares, salienta que o evento
está cada vez mais organizado e facilitado para
o importador. Estiveram na feira importadores da
Argentina, Costa Rica, Guatemala, Peru, Bolívia,
Equador, Colômbia, Estados Unidos, Chile, Paraguai, Itália, Turquia, Israel, Rússia e África do Sul.
“O SICC é uma plataforma de negócios que pretende buscar uma maior penetração internacional, oferecendo para o fabricante nacional novos
compradores do exterior”, finaliza Pletsch.
Fonte: SICC, adaptada por Imprensa ABQTIC
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revista do couro
feiras e eventos
Foto SICC Divulgação
As tendências da Primavera/Verão nos modelos confeccionados em couro
pela Tricouro
Calçados infantis da Ortopé elaborados com couro
As negociações nos estandes foram destaque nesta 22ª edição do SICC
O couro foi destaque em vários estandes no SICC
Fotos Leila Ermel
Estande coletivo de Novo Hamburgo – Capital Nacional do Calçado
Movimentação
nos corredores
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revista do couro
feiras e eventos
1ª Exposição de Artigos Confeccionados
com Couros de Peixes Brasileiros
S
andálias, sapatos, bolsas, carteiras e colares produzidos
com couro de diferentes espécies de peixes foram algumas das peças exibidas no dia 05 de junho, no Centro
Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, na 1ª Exposição
de Artigos Confeccionados com Couros de Peixes Brasileiros.
O evento foi organizado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) com o apoio da Companhia de Desenvolvimento
dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e tem
o objetivo de impulsionar o desenvolvimento da cadeia produtiva da aquicultura, apresentando-a ao mundo da moda.
Elmo Vaz, presidente da Codevasf (centro) e Marcelo Crivella, ministro da pesca
e aquicultura (direita).
Na abertura do evento, o ministro da Pesca e Aquicultura,
Marcelo Crivella, e o presidente da Codevasf, Elmo Vaz, saudaram os produtores e elogiaram a qualidade dos produtos. “A
maciez, o colorido e a forma como o couro é trabalhado me
deixaram muito bem impressionado”, disse Elmo Vaz. “Acho
que damos hoje o primeiro passo de uma longa caminhada,
que é levar aos brasileiros o conhecimento de que com o peixe é possível fazer produtos sofisticados, que fazem sucesso
no exterior e que às vezes aqui no Brasil não têm a mesma
repercussão”, afirmou o ministro Marcelo Crivella.
Estiveram presentes na exposição produtos da Associação
de Artesãos de Couro de Tilápia do município de Piranhas
(AL), instituição que recebe o apoio da Codevasf. A tilápia
usada pelos artesãos provém de tanques-rede implantados
pela Companhia para o desenvolvimento da piscicultura familiar na região.
Os produtos exibidos pela associação na exposição – bolsas, cintos, calçados, chaveiros, carteiras, porta-moedas –,
estão à venda e encontraram seus primeiros compradores
logo depois da abertura dos estandes. Também participam
30
do evento em Brasília expositores apoiados pelo MPA em
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Rio de Janeiro. As peças são confeccionadas, por exemplo, com couro
de pacu e piau, do pantanal mato-grossense, e o pirarucu,
a pescada e o aruanã, da região amazônica, entre outras
espécies. A by Filip, do Rio de Janeiro, uma das expositoras,
já alcançou tal nível de sofisticação na fabricação das peças
que comercializa artigos sob encomenda para a famosa grife
francesa Louis Vuitton.
Couro de tilápia
Para a fabricação dos produtos da associação alagoense
o couro de tilápia é curtido com tintura vegetal extraída da
casca do angico-vermelho e da jurema, árvores nativas do
sertão alagoano. As artesãs compram o couro in natura de
associações e cooperativas de pequenos piscicultores do
município de Piranhas. As peças de couro são limpas individualmente e submetidas a um processo de curtimento que
dura 15 dias. Em seguida, o couro é lubrificado com óleo
natural. O processo é isento de tratamentos químicos. A confecção das peças inclui itens de inspiração sertaneja, como
o cangaço, as flores do sertão e o rio São Francisco. Antes
do uso do couro de tilápia pela associação, o material era
descartado como resíduo do beneficiamento de pescado.
Fonte: Ascom Codevasf AL, adaptada por Imprensa ABQTIC
Crédito: José Luiz Oliveira / Codevasf
Riqueza de detalhes
e cores nos artigos
produzidos com
couro de peixe
Maio/Junho | 2013
revista do couro
feiras e eventos
IBTeC e Projeto Villaget no SICC 2013
Empreendedorismo social
e utilização de materiais
recicláveis foram a marca da
Fábrica Modelo de Artefatos.
Foto Leila Ermel
Fonte: SICC, adaptada por Imprensa ABQTIC.
A Fábrica Modelo de Artefatos em plena produção durante o SICC
Maio/Junho | 2013
Foto Leila Ermel
O
instituto de tecnologia do calçado
coordenou o projeto que foi operacionalizado pela equipe da Villaget
(www.villaget.org), ONG que trabalha
empreendedorismo social com jovens e
mulheres de comunidades carentes. O
projeto Villaget, que hoje atende 20 jovens e mulheres, capacitando e gerando
oportunidades, já teve a participação de
mais de 300 pessoas em suas atividades
no decorrer dos dez anos de existência. A
ONG prepara jovens de bairros de baixa
renda de Novo Hamburgo – Canudos e Estande coletivo com a IBTeC e Projeto Villaget
Santo Afonso – para ser empreendedores.
A Fábrica Modelo de Artefatos produziu dois modelos de mochilas, uma bolsa feminina e uma carteira
masculina. Um total de oito operários, que produziram
cerca de 40 peças, nos dias da feira, realizada de 27 a
29 de maio, em Gramado. O presidente do IBTeC, Paulo
Griebeler, chamou a atenção para o fato de que o objetivo na feira não foi atingir produção em escala, mas
sim dar espaço parca que os visitantes observassem
cada etapa do processo de produção.
O projeto da Fábrica Modelo de Artefatos teve um total de 20 empresas fornecedoras de matérias-primas,
componentes e insumos. O parceiro master da ação foi
o Grupo Stick Fran, de Franca/SP, que forneceu os componentes STK.
revista do couro
feiras e eventos
XXXII Congresso Mundial da IULTCS
XXXII CONGRESSO DA IULTCS
EM ISTANBUL, NA TURQUIA
O
XXXII Congresso da IULTCS foi realizado de 28 a 31 de
maio, em Instanbul, na Turquia. Foram cerca de 380 participantes, dos quais uma comitiva brasileira formada por
17 pessoas. Na próxima edição, a Revista do Couro fará uma
cobertura detalhada sobre o evento, com uma avaliação dos
integrantes da ABQTIC que acompanharam o congresso. As fotos desta edição tiveram a colaboração de Roberto Kamelman,
Etevaldo Zilli e Regina Cánovas Teixeira.
Auditório com programação técnica
A atual presidente da ABQTIC e da FLAQTIC, Regina Cánovas Teixeira, presidiu os
trabalhos de uma das sessões
Participantes acompanharam as apresentações técnico-científicas
Volkan Çandar, o então presidente da IULTCS, em pronunciamento junto aos
integrantes da comissão organizadora, Prof. Dr. Nuray UZUNÖREN - Presidente
desta edição do Congresso e Hasan Basri Yorulmaz do comitê científico
Volkan Çandar ladeado pelos ex-presidentes presentes ao evento na Turquia
Dr. Volkan Çandar na transmissão de cargo de presidente à Dra. Patricia Casey
32
Roberto Kamelman, Luiz Zugno, Regina Cánovas Teixeira, Telmo Seganfredo e Elton
Hurlow, na homenagem à Buckman, uma das patrocinadoras do congresso
Maio/Junho | 2013
feiras e eventos
revista do couro
XXXII Congresso Mundial da IULTCS
Luiz Zugno, Regina Cánovas Teixeira e Roberto Kamelman, com a nova presidente da IULTCS, Patricia Casey
Kamelman (à direita) recebendo os cumprimentos por ter atuado como chairman numa das sessões
Grupo de representantes do Brasil que participaram do Congresso em Istanbul
Integrantes da IULTCS e comissão organizadora confraternizando
Os brasileiros Wagner Fuck, Hugo Springer e esposa e Luiz Zugno e esposa, na
embarcação que realizou coquetel e passeio de recepção aos participantes
O encerramento foi marcado por um jantar de gala
Maio/Junho | 2013
A exposição de trabalhos em posters também foi acompanhada pelos participantes. A brasileira Miriam Cooper, da UFRGS, apresentando sua pesquisa a
uma congressista
Regina Cánovas
Teixeira, da ABQTIC e
da FLAQTIC, recebendo
a bandeira da IULTCS
para o próximo Congresso Internacional
que será em 2015, no
Brasil
33
XXXII Congresso Mundial da IULTCS
Premiação dos vencedores
do IULTCS Merit Award
Divulgação
D
urante a cerimônia de abertura do XXXII Congresso Mundial IULTCS no dia 29 de maio, em
Istanbul, a Dra Eleanor Brown, do instituto de
pesquisa americano USDA recebeu a placa alusiva
ao prêmio Mérito IULTCS 2013, entregue pelo então presidente da entidade, Dr. Volkan Çandar. O
prêmio para a Dra. Brown é uma inspiração para
todos os cientistas e pesquisadores na busca por
excelência. Sua presença em Istanbul, juntamente com o vencedor do prêmio de 2009, professor
Tony Covington, do Reino Unido, e com vários dos
cientistas de couro mais importantes do mundo,
acrescentou riqueza ao congresso. Estes encontros
permitem aos pesquisadores e técnicos de todo o
mundo interagir e compartilhar ideias com líderes
mundiais reconhecidos em uma variedade de tópicos da indústria de couro.
Na entrega da placa ao Dr. Günter Reich, estiveram presentes o presidente da IULTCS,
Volkan Çandar, Dr. Stoll, atual diretor do FILK, e o prefeito de Freiberg
Divulgação
revista do couro
feiras e eventos
Dr. Günter Reich infelizmente não pôde
viajar para Istanbul, mas em 06 de junho,
em cerimônia especial realizada em sua
homenagem durante o 11th Freiberg Polymer Day, sua cidade natal, Freiberg, na Alemanha, recebeu a placa das mãos do presidente Çandar, que fez uma viagem especial
para a entrega da premiação. Durante 26
anos, o Dr. Reich foi o diretor do Instituto
FILK, um dos principais centros de pesquisa
para a indústria do couro.
O Prêmio Mérito IULTCS é concedido a
cada dois anos pelo Comitê Executivo da
União Internacional desde 2007. Os vencedores até agora foram: 2007 - Dr. Robert
L. Sykes, Reino Unido; 2009 - Professor
Anthony D. Covington, Reino Unido; 2011 Antoni Ylla-Catalá, Espanha; 2013 - Dr. Eleanor Brown, EUA, e Prof Dr. Günter Reich,
Alemanha.
Fonte: IULTCS
Dra. Eleanor Brown recebendo a placa das mãos do presidente da IULTCS, Volkan Çandar
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Maio/Junho | 2013
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CNI lançou Mapa Estratégico da
Indústria 2013-2022
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI),
Robson Braga de Andrade, apresentou em 21 de maio, o
Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022. O documento é
resultado do esforço de mais de 500 representantes empresariais que, durante nove meses, debateram sobre os
problemas que dificultam o desenvolvimento do Brasil. Ao
identificar os dez fatores-chave que podem elevar a competitividade do país, o Mapa indica, para cada um deles, as
metas que o país deve alcançar para crescer mais e melhor
na próxima década.
“O lançamento do Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022
tem dois significados. O primeiro, e mais importante, é a
reiteração do papel da indústria no processo de desenvolvimento do país. A indústria pode ser maior e melhor. O segundo significado é a crença em uma visão de longo prazo.
Estamos formulando uma estratégia sobre o que queremos
ser e o que precisamos fazer”, afirma Robson.
No cenário vislumbrado pelo setor industrial para 2022, a
taxa de investimento (formação bruta de capital fixo sobre
o PIB) do país vai passar de 18,1%, em 2012, para 24%,
em 2022. Já os investimentos em infraestrutura vão saltar
de 2,05% do PIB para 5% no mesmo período. A cumulatividade da cobrança de impostos será extinta. Nas relações de
trabalho, a meta é que o país passe do 72º lugar para 40º
no ranking de relações empregado-empregador do Fórum
Econômico Mundial, que compara 144 países. Além desses
objetivos, o país contará com melhor educação, um Estado
mais eficiente e menos burocrático, entre outras melhorias.
Para desenhar o Mapa, o setor industrial considerou as mu-
2
O lançamento contou com a participação do ministro do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando
Pimentel; do senador Armando Monteiro (PTB/PE); do professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Armando Castelar
Pinheiro; do CEO da Marcopolo, José Rubens de La Rosa;
do presidente e CEO da Siemens, Paulo Ricardo Stark; do
economista e assessor econômico da Presidência do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
Jorge Arbache, além de outros debatedores e convidados.
O evento ocorreu no auditório da sede da CNI, em Brasília.
Para acompanhar o documento completo, acesse: http://
www.sistemaindustria.org.br/publicacao/mapa_estrategico/index.html
Fonte: Jornalismo CNI
Nova ação da ABRAMEQ
no mercado mexicano
O México divide com a Argentina a condição de liderança
como compradora de tecnologia brasileira para a fabricação de calçados. De 22 a 24 de maio, em parceria da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas para Couro
e Calçados - ABRAMEQ com a Apex-Brasil, fabricantes de
máquinas realizaram nova missão de acesso a este mercado com participação na Anpic, em León, em edição di-
36
danças existentes no país e no mundo nos últimos anos,
como os desafios que a inovação e a difusão de novas tecnologias trazem para o setor produtivo, o fortalecimento do
mercado interno brasileiro, o crescimento dos países emergentes, entre outros.
Divulgação
revista do couro
notícias
recionada em produtos para a próxima Primavera/Verão.
Participaram as empresas Erps, Master, Michelon, I. S. A.,
Ivomaq e Kehl, em atividade conjunta com a Apex-Brasil
e também da Secretaria de Desenvolvimento e Promoção
do Investimento do Rio Grande do Sul.
Fonte: Comunicação da Abrameq
Maio/Junho | 2013
Lixo eletrônico pode gerar empregos e desenvolvimento sustentável
no Brasil, diz Banco Mundial ONU Brasil
Segundo o Banco Mundial, o lixo eletrônico (e-waste) pode criar empregos verdes no
País. “O Brasil deve se concentrar na coleta e no processamento inicial do lixo eletrônico,
incluindo a separação e a desmontagem (…); essas atividades geram um bom retorno
sobre o investimento em termos de criação de empregos e impacto ambiental”, disse
o Banco. No entanto, o e-waste também produz danos ao meio ambiente e deve aumentar em razão da maior
procura de eletrônicos até
a Copa do Mundo de 2014
e pelas explorações de petróleo na camada do pré-sal. “Esses equipamentos
liberam resíduos tóxicos no
ambiente, contaminando
ar, água e solo”, explica a
relatora do Banco Mundial,
Vanda Scartezini. “Tais resíduos, como mercúrio e
chumbo, também podem
causar problemas de saúde em catadores e outras
pessoas”. As análises propostas fazem parte do relatório “Não joguemos a oportunidade fora – Evidências para
um gerenciamento correto do lixo eletrônico brasileiro”, do qual Scartezini é uma das
autoras. O documento analisa os riscos de impactos ambientais futuros e mostra o
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Divulgação
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E-waste é foco de debate
quanto o tema é, ao mesmo tempo, estratégico e delicado para a
indústria nacional.
O estudo foi feito a pedido do Ministério da Ciência e Tecnologia
(MCT) e lançado após que o Governo Federal aprovou a Política
Nacional de Resíduos Sólidos. Um
acordo – atualmente em negociação – entre o Estado e a indústria de eletrônicos vai permitir a
implementação da lei. “Fica difícil
definir um padrão único para a
coleta e o processamento quando há tantos produtos gerando
e-waste”, diz o Gerente de Responsabilidade Sócio-Ambiental
da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee),
Ademir Brescansin. Apesar dessa
e de outras dificuldades, o governo e as empresas estabeleceram
um prazo até 2014 para chegar a
um acordo, definir metas de reciclagem e começar definitivamente a agir.
Fonte: Mercado Ético (disponível em http://
mercadoetico.terra.com.br/arquivo/lixo-eletronico-pode-gerar-empregos-e-desenvolvimentosustentavel-no-brasil-diz-banco-mundial/)
Indústria apresenta propostas para
aperfeiçoar regras do licenciamento
ambiental
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), representantes
de 27 federações da indústria e 12 associações nacionais setoriais entregaram à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, propostas que visam o aperfeiçoamento das regras do
licenciamento ambiental. O documento foi apresentado no
dia 14 de junho, durante o Encontro Nacional dos Conselhos
Temáticos de Meio Ambiente da CNI, em Ouro Preto (MG).
No documento, o setor industrial propõe que o governo fortaleça e dê autonomia ao órgão licenciador, indique e regulamente as instituições que poderão interferir no processo
Maio/Junho | 2013
de licenciamento ambiental. Sugere, ainda, a ampliação e
qualificação dos funcionários de órgãos ambientais e defende
a criação de um local único que concentre os procedimentos
administrativos necessários à emissão de licenças ambientais.
Pesquisa da CNI com 584 empresas mostra que as restrições relacionadas ao meio ambiente podem comprometer
9,2% dos investimentos previstos pela indústria para 2013.
Na pesquisa Burocracia e a Indústria Brasileira, feita pela CNI
com 2.388 empresas, 68% dos empresários consideram que
a burocracia para obter licenças e certificados ambientais é
elevada.
Fonte: Imprensa CNI
37
revista do couro
notícias
revista do couro
NOTÍCIAS
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Magistrados receberão capacitação
na área ambiental
Convênio assinado com a CETESB oferecerá formação continuada e cursos de aperfeiçoamento
A CETESB e a Escola Paulista da Magistratura (EMP) assinaram no dia
02 de maio, um convênio inédito de cooperação técnica, voltado
para a capacitação e formação continuada de magistrados na área
ambiental. Através de intercâmbio técnico, serão promovidos cursos
de aperfeiçoamento, de pós-graduação, além de conferências, seminários e outras formas de treinamento, voltados ao fortalecimento
do conhecimento de futuros juízes na gestão ambiental.
“Esta parceria com a CETESB nos trará uma especialização técnica
que será fundamental para agilizarmos a prestação do serviço público de qualidade”, afirmou o desembargador Armando Sérgio Prado de Toledo, diretor da EPM, observando que esta capacitação na
área ambiental permitirá aos magistrados meios de pesquisa mais
abrangentes para decidir em questões de ordem do setor.
Para o presidente da agência ambiental, Otavio Okano, a associação
do nome da CETESB a esta instituição paulista de formação dos ma-
6
gistrados “deixa a todos orgulhosos e vêm consolidar a excelência
da nossa empresa na área ambiental”.
A Escola Paulista da Magistratura desenvolve dois ramos de ensino: a
formação continuada de magistrados (iniciação funcional e cursos de
aperfeiçoamento) e os cursos abertos a toda a comunidade jurídica
(pós-graduação, extensão universitária, cursos rápidos, seminários,
palestras e outros eventos) visando o aprimoramento do Judiciário
como um todo.
Participaram, ainda, da solenidade de assinatura do convênio o vice-presidente da CETESB, Nelson Bugalho; o diretor de Engenharia e
Qualidade Ambiental, Carlos Roberto dos Santos e o vice-diretor da
Escola Paulista da Magistratura, desembargador José Raul Gavião de
Almeida.
Fonte: Cetesb (disponível em http://www.cetesb.sp.gov.br/noticias/)
2 Fórum CICB de
Sustentabilidade
O
Um dos mais reconhecidos nomes mundiais para o manejo
consciente e o bem-estar animal – em especial na pecuária –
está confirmado no 2º Fórum CICB de Sustentabilidade. Michael
Appleby, conselheiro científico chefe da Sociedade Mundial de
Proteção Animal, baseado em Londres, falará no painel Couro,
Passado e Futuro: Ecologia, Economia e Ética da Sustentabilidade. O fórum será no dia 28 de agosto, das 13h30min às 18h, no Centro
de Eventos da Fenac, em Novo Hamburgo, RS. Haverá tradução simultânea inglês / português.A realização do 2º Fórum CICB de
Sustentabilidade é do CICB. Co-organização de ABQTIC. Apoio: Fenac, Apex-Brasil, IBTeC e AICSul. Patrocínio Master: JBS Couros. Patrocínio Ouro: Clariant S.A. Informações sobre o evento em www.cicb.org.br/forumdesustentabilidade ou www.brazilianleather.com.br
Fonte: CICB
7
NR 12: Segurança de
máquinas para curtumes
Foi discutida recentemente a futura criação de um grupo de trabalho específico para a adaptação de máquinas internacionais para o setor de curtumes à Norma Regulamentadora
12 (NR-12). A reunião – organizada pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB)
– ocorreu em espaço cedido pela Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para Couro e Calçados (Abrameq), em Novo Hamburgo (RS), reunindo representantes de indústrias de máquinas para curtumes de todo o mundo. A NR-12 está em vigor
e estabelece medidas a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, operação
e manutenção de máquinas e equipamentos, visando à prevenção de acidentes do trabalho. Lembrando que em âmbito nacional já existe uma comissão, liderada pela Abrameq
e que conta como apoio do CICB, para a adaptação à NR-12 das máquinas feitas no Brasil.
38
“A NR-12 é mais exigente do que as normas estrangeiras. Portanto, é preciso inserir
as máquinas internacionais neste contexto”,
destacou Bello.
Pela proposta, o grupo de trabalho será
formado por uma consultoria especializada
que irá identificar o maquinário importado,
fazer protótipos adaptados de acordo com
as exigências da norma e validá-los junto
ao Ministério do Trabalho. O CICB será um
facilitador desta iniciativa, aprovada pelos
representantes de indústrias estrangeiras
presentes à reunião. A partir de agora, serão
buscados recursos para a viabilização desta
proposta.
Fonte: CICB
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revista do couro
NOTÍCIAS
Programa de Certificação
do Couro Brasileiro
Luís Vieira
O Programa de Certificação do Couro Brasileiro com Ênfase em Sustentabilidade – uma iniciativa do Centro das
Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) – teve suas diretrizes apresentadas no dia 13 de junho, para um grupo
que lotou o espaço reservado no IBTeC, em Novo Hamburgo (RS). Na reunião, foram apresentadas as etapas do
programa, seu cronograma e objetivos, inclusive com a
assinatura do termo de adesão das empresas e profissionais interessados em participar da Comissão de Estudos
Especial que irá discutir e colaborar na construção do programa.
O presidente executivo do CICB, José Fernando Bello, e
o professor Álvaro Flores detalharam a dinâmica do programa e as próximas etapas para as mais de 60 pessoas que participaram da atividade – entre empresários
de curtumes, calçadistas, indústria química, profissionais
ligados ao meio acadêmico, associações e órgãos do governo. Segundo Álvaro, o modelo proposto para o programa contempla princípios, critérios e indicadores. “Os
princípios constituem a referência para a produção sustentável de couros, em cada um dos pilares: econômico,
ambiental e social. Os princípios de cada pilar são desdobrados em critérios, que são a expressão dos requisitos
que descreve as práticas sustentáveis para a produção de
couros. A verificação do cumprimento de cada critério é
estabelecida mediante a avaliação do atendimento de
um conjunto de indicadores específicos, que podem ser
quantitativos ou qualitativos”, destacou.
A reunião teve também a assinatura do termo de adesão
à Comissão de Estudos que será instalada no âmbito da
ABNT, por meio do CB-11 (o Comitê Brasileiro de Couro e
Calçados). Esta comissão, chamada ABNT/CEE-208 – Co-
missão de Estudo Especial de Processos de Produção de
Couros – Sustentabilidade, reúne, de forma voluntária, interessados em contribuir na construção do programa. O
grupo recebeu um cronograma de encontros, cujo primeiro será no dia 4 de julho, com teleconferência para quem
não puder estar presencialmente em Novo Hamburgo,
no IBTeC, onde o evento vai ocorrer. Interessados ainda
podem se inscrever para participar da comissão por meio
do endereço [email protected].
O Programa de Certificação
Trata-se de uma iniciativa que deve estabelecer novos
parâmetros para o setor de couros do Brasil. Tem como
objetivos:
• Definir os requisitos de sustentabilidade do couro brasileiro, melhorando o processo produtivo das empresas
participantes;
• Capacitar e treinar as empresas do setor nos requisitos
de sustentabilidade estabelecidos;
• Promover as melhores práticas de produção através do
alinhamento com o estado da arte em termos internacionais;
• Garantir uma vantagem para a indústria nacional de
produtos transformados que poderão transferir aos seus
artigos o atributo de sustentabilidade;
• Criar uma “marca” para o couro brasileiro;
• Manter os mercados internacionais que já utilizam o
couro brasileiro, protegendo o mercado da concorrência;
• Fortalecer o couro brasileiro no exterior, proporcionando
que as empresas possam agregar valor aos seus produtos
através da utilização da certificação;
• Evitar barreiras técnicas ou não comerciais ao
couro brasileiro no mercado internacional, e o impacto negativo que estas podem trazer aos produtores nacionais e ao País;
• Não ficar dependente de organismos internacionais, capacitando os institutos nacionais a atuar no
processo de certificação.
Fonte: Imprensa CICB
Encontro ocorreu no IBTeC
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Seminário
Exportar é Inovar
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e a Associação Brasileira das Indústrias
de Máquinas e Equipamentos para Couro e Calçados (Abrameq) promoveram no dia 13 de junho, em Novo Hamburgo
(RS), o Seminário Exportar é Inovar. O presidente da Abrameq abriu o encontro destacando a importância da parceria
com a Apex-Brasil para que o setor se destaque internacionalmente como fornecedor de tecnologia para a fabricação
de couro e calçados.
O diretor de Negócios da Apex-Brasil, Rogério Bellini, apresentou os serviços oferecidos pela agência, além do apoio
à participação em feiras, como através de trabalho de inteligência, identificando oportunidades, bem como ações
de qualificação empresarial, tanto para começar a exportar
como para orientar empresas que já acessam continuadamente o mercado externo. Falou também que estão sendo
apoiados 83 setores, beneficiando 12.414 empresas. Abordou ainda o suporte à internacionalização de empresas e
dos centros de negócios, sendo que um dos últimos está
instalado em Bogotá, “porque estamos percebendo que a
Colômbia poderá ser o maior mercado da América do Sul,
superando a Argentina”.
A Apex-Brasil e a Abrameq desenvolvem em parceria, desde
2003, o projeto setorial Máquinas By Brasil com o objetivo
de ampliar e diversificar as exportações do setor e contribuir para expandir a base exportadora brasileira, principalmente pela inserção das pequenas e médias empresas no
mercado internacional. O projeto atual foi detalhado pelo
consultor Marcelo Adriano, que incentiva a melhoria contínua de produtos e processos industriais das empresas para
consolidar a imagem do Brasil como fornecedor de máquinas e equipamentos de alta qualidade para os setores de
couro e calçados. Destacou que 78 empresas participam de
ações do projeto, que tem como principal novidade o desenvolvimento de fábrica virtual, que permitirá a apresentação
de máquinas em eventos distantes, o que hoje representa
grande custo para as empresas. O setor é formado por 132
indústrias, em sua maioria de pequeno e médio porte e o
projeto em parceria com a Apex-Brasil tem como mercados-alvo a Argentina, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Guatemala, México, Índia e África do Sul. As exportações dessas
empresas totalizaram US$ 14,7 milhões em 2012.
O coordenador da Unidade de Inteligência Comercial da
Agência, Marcos Lélis, falou sobre os cenários, tendências,
desafios e oportunidade do setor. O especialista ressaltou
que, de 2007 a 2012, a China aumentou a sua distância em
40
Divulgação
revista do couro
notícias
Seminário Exportar é Inovar em Novo Hamburgo
relação à Itália, como maior fabricante mundial de calçados, com crescimento médio anual de 7,5%, enquanto os
italianos tiveram queda anual de 3,5%. No período, o Brasil
teve incremento médio de 2,3% e a Indonésia de 4,8. Mas
alertou que a Índia tende a aproximar-se da China, porque
apresenta índices bem maiores de crescimento na sua produção de sapatos. Quanto ao consumo, norte-americanos e
chineses lideram, mas os russos estão cada vez usando mais
calçados e já ocupam a terceira colocação.
Na análise das exportações brasileiras de máquinas para calçados, observou que a Índia apresenta algum crescimento
como país comprador, mas as vendas seguem concentradas
na América Latina, embora diluídas em um número maior
de países. Antes, o México e a Argentina estavam bem à
frente nas compras. Recentemente, Colômbia, Peru e Equador também se tornaram clientes importantes. Em relação
a máquinas para o setor coureiro, existe inconstância, com
troca de predomínio de destino. Em 2012, a Venezuela foi o
maior cliente.
No final, o administrador Fabio Ongarato abordou o tema
“Como as tecnologias modernas estão melhorando os processos de fabricação calçadista”, apresentando a impressora
3D, uma inovação importante para agilizar a produção de
sapatos.
Fonte: Abrameq
Anuncie na
próxima edição
da Revista do Couro.
Maio/Junho | 2013
TFL Colour Trends
Autumn-Winter
2014-15
A TFL lançou seu novo catálogo de Tendências de Cores para
a estação Outono-Inverno 2014-15.
Living: a tendência é a mistura de vários efeitos. Materiais
fosco e brilho e também tridimensionais. Os couros são protegidos contra manchas e água assegurando um toque agradável. As cores variam de tons castanhos ao azul, amarelo
e branco.
Wearing: reversibilidade e maciez são pontos chave para
estação. Os couros são autênticos mostrando artigos em verniz com cera, brilhantes ou corrugados. As cores variam de
vários tons de vermelho, marrons e verdes.
A TFL mostrará sua cartela de cores e tendências e as aplicações feitas nos couros, no evento que ocorre nos dias 24 e
25 de Julho de 2013, na sede da empresa. O evento ocorre
no showroom da TFL das 9h às 18h.
Divulgação
Fonte: Marketing MK
Palestras Inspiradoras Ecovita
E
ntender as necessidades do setor e estar em sintonia
com intenções empresariais é um dos principais objetivos da empresa
A Ecovita busca suas inspirações na inovação de seus clientes. Entender as necessidades do setor e estar em constante
sintonia com seus projetos e intenções empresariais são um
dos principais objetivos da empresa, buscando a assertividade em suas ações. Pensando nisso, a Ecovita criou um ciclo
de palestras denominado “Palestras Inspiradoras”.
O evento propõe a troca de experiências com diversos
setores, a partir de reflexões abertas sobre criatividade,
inovação e empreendedorismo. A primeira palestra do ciclo
Maio/Junho | 2013
aconteceu no dia 10 de junho e teve como tema Inovação
e Empreendedorismo: Desafios da Empresa Contemporânea,
com o professor Luis Humberto de Mello Villwock, coordenador da InovaPUCRS.
Para a Ecovita, estreitar relações com seus clientes significa
trabalhar para ser mais do que parceiro, ser colaborador em
suas estratégias, levando informações consistentes, decorrentes dos mais importantes setores da economia mundial.
A próxima palestra está agendada para o mês de outubro.
Fonte: newsletter Assintecal
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revista do couro
empresas
Riosul atuante na logística reversa
Divulgação
revista do couro
empresas
Vista aérea atual das instalações da empresa
C
om o desenvolvimento industrial da região do Vale do
Sinos/RS, a partir de 1970 voltado para o setor calçadista, surgiu a necessidade de atuação de empresas voltadas para o fornecimento de matéria prima beneficiada – o
tratamento químico de couro vegetal.
Como forma destes processos de beneficiamento, os mais
variados produtos químicos são utilizados, muitos considerados agressivos sendo classificados como produtos perigosos
conforme legislações vigentes. Portanto, em decorrência de
manuseio, armazenamento e transporte destes produtos
químicos através de embalagens diversas, consideradas não
apropriadas, ocasionou consequências graves afetando a
saúde e segurança de pessoas e meio ambiente, passando
a ser tratado como problema sério também junto a outros
órgãos.
Alguns segmentos industriais tratam este assunto com
seriedade. Fabricantes de embalagens de agrotóxicos, por
exemplo, possuem redes bem definidas para a segregação
e destino racional adequado, podendo ser incinerado, depositado em aterros próprios para este fim, e, ainda, em outros
casos, reciclados para reaproveitamento.
Existem também cadeias definidas para coleta e destinação das embalagens usadas para óleos e lubrificantes, bem
como lâmpadas fluorescentes que devem ser encaminhadas às empresas especializadas para sua destruição e/ou
reciclagem. Estas atividades possuem ainda uma legislação
mais específica. Pilhas e baterias, que contêm metais pesados, também recebem atenção especial.
Mas o que atinge diretamente aos empreendedores e técnicos do setor químico ou coureiro calçadista é a destinação
42
correta dos resíduos oriundos da atividade do processamento do couro, de calçados e afins.
Algumas grandes empresas possuem certificações internacionais ambientais que exigem que sejam atendidas também as legislações específicas de seu segmento, impostas
por órgãos federais. Estas, preocupadas com a segurança e
integridade de seus funcionários, apresentam maiores aceitações e atendimento às legislações trabalhistas, ambientais
e de segurança do trabalho.
A conscientização e educação ambiental são necessárias
para garantia de gestão dos nossos recursos naturais que
são finitos. Para um crescimento sustentável e competitivo
das indústrias, alguns diferenciais como reciclagem, recuperação e destinação ecologicamente corretas são alternativas
para seu escopo, ainda mais em segmentos muito promissores envolvendo meio ambiente e conservação do planeta.
Porém, ainda é fácil se deparar com atitudes irresponsáveis de algumas empresas que não possuem um gerenciamento de seus resíduos, sem destinação correta de dejetos
do seu processo e produtos químicos, que muitas vezes são
lançados em fontes hídricas sem autorização ou sem os devidos controles químico-físicos exigidos por legislações vigentes há muitos anos.
Nos anos 80 passou a vigorar a obrigatoriedade do tratamento de efluentes líquidos, os quais geraram muitos transtornos aos empresários e técnicos já que surgiram entraves
como falta de capital, desconhecimento do processo e resistência às alterações exigidas.
Posteriormente surgiu a necessidade de controle no transporte de produtos químicos classificados como carga perigosa, sendo necessárias habilitação e capacitação específicas para condutores de equipamentos de transporte, na
sua grande maioria caminhões, tidas como fontes móveis
de poluição. Para disciplinar estas questões foram criadas
normas e portarias as quais encontraram alguma resistência
para serem adotadas.
A lei de maior hierarquia e abrangência para transporte
terrestre de produtos químicos em vigência é a resolução nº
420 de 2004 que disciplina toda movimentação, classificação de produtos perigosos, assim como critérios para utilização adequada das embalagens. Esta legislação emana da
Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) e foi baseada em legislações internacionais das Nações Unidas através
do regulamento conhecido como “Orange Book”. (Fonte:
http://www.antt.gov.br/index.php/content/view/4961/
Produtos_Perigosos.html).
Maio/Junho | 2013
Quanto às embalagens para transporte, podem ser destacados trechos específicos desta resolução como procedimentos obrigatórios:
a) Todo produto controlado ou com número padronizado
da ONU, obrigatoriamente deverá ser envasado em embalagem com certificação do INMETRO;
b) Toda embalagem de produto químico deverá ser transportada por veículo licenciado, devidamente rotulada, com
paredes externas limpas e tampadas;
c) As embalagens deverão ser transportadas com nota fiscal ou manifesto de transporte e o veículo identificado por
placas de sinalização.
Divulgação
A empresa que irá beneficiar as embalagens após seu uso
deverá estar licenciada pelos órgãos federal e estadual de
meio ambiente, ou seja, IBAMA e FEPAM. Existe um trabalho de rastreabilidade por parte destes órgãos e, tanto
o envasador quanto o consumidor têm a responsabilidade
civil e criminal sobre qualquer dano que seu produto possa
ocasionar caso seja destinado ou manipulado de forma ina-
Embalagem posterior ao processo de recuperação
Maio/Junho | 2013
dequada.
A ANTT designou ao INMETRO a certificação de empresas
recuperadoras de embalagens para garantir que sua reutilização no mercado esteja tecnicamente assegurada e com
as características originalmente fabricadas. As portarias nº
250 de 2006 e nº 280 de 2008 determinam critérios para
reutilização de contentores de 1000 litros (IBC) sendo obrigatório o procedimento de descontaminação para cada novo
envase e uma inspeção técnica com reparos e ensaios de
estanqueidade a cada 36 meses com emissão de certificado
de inspeção por responsável técnico químico.
O INMETRO certifica empresas recuperadoras de embalagens tambores metálicos de 200 litros e tambores plásticos (bombonas) até 200 litros ambos com tampa removível
ou tampa fixa para envase de produtos químicos através
da portaria nº 453 de 2008. Para certificação de empresas
refabricantes de embalagens válido somente para tambores metálicos de 200 litros com tampa removível através
de portaria nº 460 de 2007. Estas determinam os procedimentos de descontaminação, inspeção interna, ensaios em
laboratórios acreditados pelo Inmetro.
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) sancionado
em Outubro de 2011 estabelece determinações inerentes
à questão ambiental no Brasil. O artigo 32 discorre sobre
logística reversa de embalagens responsabilizando o empresário por aquelas utilizadas por ele para todo e qualquer
produto. Caso o empresário opte por encaminhar as embalagens à empresa credenciada para fazer a destinação final,
esta se tornará responsável, porém, é recomendável que a
empresa fornecedora da embalagem faça a supervisão deste trabalho.
A Riosul Embalagens atua no mercado desde 2000 exercendo compra, venda, recuperação e higienização de embalagens para transporte de produtos químicos. Pela sua
atuação e serviços prestados ao mercado ao longo desta
trajetória é tida como referência em toda região sul do Brasil. Conta com um quadro funcional de mais de 70 colaboradores, frota própria de veículos e rastreabilidade de todas as
embalagens que passam pelos processos de recuperação e
higienização, seguindo rigoroso controle de qualidade.
A Riosul Embalagens Ltda possui uma série de certificações que comprovam sua capacidade técnica e atendimento
às legislações obrigatórias: Certificado INMETRO nº 0009 para
inspeção técnica de contentores de 1000 litros. Certificado
INMETRO/ABRACE nº 1284/11 para tambores metálicos de
200 litros. Licença de Operação FEPAM nº 2305/2008 DL.
Buscando a melhoria contínua de seus processos em
atendimento as necessidades dos clientes, a empresa está
em fase de implantação da certificação da norma NBR ISO
9001:2008.
Fonte: Riosul Embalagens
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revista do couro
empresas
revista do couro
empresas
Jornada técnica da
Trumpler brasileira
N
a noite de 13 de junho, a Trumpler brasileira realizou
uma jornada técnica no Hotel Swan Tower, em Novo
Hamburgo/RS. A abertura do evento foi realizada por
Carlos Kolling, da unidade brasileira, que apresentou dados
da empresa e conduziu a participação dos palestrantes da
noite. O ponto culminante foi a participação da estilista Gemma Monleon, que veio especialmente da
Espanha para apresentar o catálogo da Trumpler com
as tendências de Moda Primavera/Verão 2014-2015.
Representando a Trumpler Internacional, Ulrich Buckenmayer e Miguel Casacuberta falaram sobre a trajetória da companhia em suas unidades, destacando
desde a origem até a atualidade. Dando continuidade
ao evento, Joan Barenys abordou os seguintes temas:
Recurtimento e Meio Ambiente, enfocando ainda as
exigências de mercado sobre produtos de baixo carbono, livres de fenol e formaldeído e que atendam às
normas Reach.
Os clientes e convidados tiveram ainda a oportunidade de visualizar e tocar couros inspirados na coleção e produtos confeccionados a partir das tendências
sugeridas, além de fazer questionamentos sobre este novo
projeto desenvolvido pela Trumpler. Após a jornada técnica,
os participantes foram recepcionados em jantar no restaurante do hotel.
O Diretor Executivo da ABQTIC, Etevaldo Zilli, juntamente com a equipe
da Trumpler
Jornada técnica realizada no Swan Tower
Fonte: Imprensa ABQTIC
Fotos Leila Ermel
A estilista Gemma
Monleon e convidados
conferindo a cartela
de tendências e os
couros produzidos
pela Trumpler
A cartela de
cores da coleção
apresentada pela
Trumpler
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Maio/Junho | 2013
revista do couro
empresas
Divulgação
KEMIA TAU 40 anos de fidelidade
Os produtos KEMIA TAU são acompanhados da garantia
de uma assistência técnica contínua, de qualidade, direcionada especificamente às exigências de cada cliente que,
para a empresa, é sempre o primeiro e único.
As equipes de pesquisa e de assistência ao cliente, na
Itália e nas filiais espalhadas no mundo, estão à disposição
para oferecer e criar “juntos” uma tecnologia voltada para
o futuro.
Informações: Av. Nações Unidas, 3333 em Novo Hamburgo/RS, site: www.kemiatau.com
“
Fonte: Kemia Tau
D
esde 1973 a Kemia Tau trabalha no mercado mundial a
serviço de seus clientes de modo personalizado e com
produtos de vanguarda, resultado de uma constante pesquisa química especializada e de profundo conhecimento do
setor coureiro.
“
Kemia Tau 40 anos
A empresa agradece a todos os clientes
e colaboradores que nestes 40 ANOS
de fidelidade, contribuiram,
e continuam construindo este
pedaço de história.
E
ntre os meses de Março e Junho, a JBS Couros realizou na
unidade de Campo Grande/MS, turmas do Curso Intensivo
de Processamento de Couros Bovinos até Wet-blue – Módulo para Operador de Fulão de Caleiro e Curtimento.
O Curso foi desenvolvido em parceria com o Centro Tecnológico do Couro do SENAI/RS com o objetivo de qualificar a equipe
operacional visando à melhoria contínua dos processos produtivos e excelência em qualidade operacional.
Já foram realizadas 5 edições, totalizando até o momento a
participação 115 operadores de fulão de caleiro e curtimento
das plantas Wet-blue da JBS Couros. O objetivo é capacitar 100%
da mão de obra que trabalha nesses setores específicos. Estes
números demonstram o engajamento da empresa com a Capacitação e Desenvolvimento de seus colaboradores, seu maior
patrimônio.
Fonte: JBS Couros
Maio/Junho | 2013
O diretor Carlos Obregon acompanhou a qualificação
profissional dos colaboradores da JBS
Divulgação
A capacitação e qualificação profissional de seus
colaboradores são prioridades da Política de
Desenvolvimento Humano da JBS Couros.
Divulgação
JBS Couros realiza
treinamento com
Operadores de Fulão
Colaboradores da JBS Couros que participaram do aperfeiçoamento profissional,
na companhia de Antonio Rogerio Pederzolli, professor do CTCouro SENAI/RS
45
Uma nova geração de fixadores para
o acabamento molhado
D
entre os produtos empregados no acabamento molhado de couros para acidificação nas etapas de lavagem
inicial, recurtimento e fixação de tingimento e engraxe,
o ácido fórmico é o mais utilizado. Isto se deve ao fato de ser
um ácido com uma constante de ionização adequada a estas
etapas, conferindo características importantes ao couro, como
bom esgotamento de corantes e boa fixação.
Entretanto, a estas características positivas se contrapõem alguns aspectos negativos, como a sua elevada volatilidade, que
causa perdas e dificulta o seu manuseio, seu cheiro desagradável e a incompatibilidade com componentes metálicos niquelados de alto brilho utilizados na confecção de diversos artefatos.
Buscando alternativas para sanar estes problemas, a MK
passou a estudar uma série de ácidos que pudessem substituir integralmente o ácido fórmico nas etapas de acabamento
molhado, procurando manter os aspectos positivos e eliminar
os aspectos negativos.
Assim, chegou-se a uma família de compostos, obtidos a
partir de síntese de ácidos orgânicos e inorgânicos que podem
ser utilizados em todos os processos do acabamento molhado
de couros em substituição ao ácido fórmico. Esta nova geração
de fixadores conta atualmente com os seguintes produtos:
• FIXACID MK FN: Produto muito versátil, inodoro, de fácil
manuseio e aplicação indicado para a produção de todos os
tipos de couros.
• FIXACID MK NS: Isento de sulfatos e compostos de enxofre, é indicado para atender aspectos ambientais de restrição à presença de sulfatos nos efluentes industriais.
• FIXACID MK FK: Pode ser utilizado com pouca diluição, de
1:3 a 1:5, facilitando o manuseio e sendo adequado para
processos com banhos curtos.
• MAXIFIX MK FC: Produto de maior concentração que os
demais, sendo ideal para processos em que a neutralização
chega a pH mais elevado, exigindo maior acidez para a fixação e esgotamento.
b) Possuem comportamento semelhante ao ácido fórmico:
Sendo assim, a quantidade total de uso dos fixadores MK é
igual à quantidade de ácido fórmico normalmente utilizada.
c) Não acarretam perdas por volatilidade:
A utilização do ácido fórmico causa perdas, principalmente
quando é colocado em recipientes abertos, já que o mesmo
possui elevada pressão de vapor. Este problema é eliminado
com a utilização dos fixadores MK, já que estes não são voláteis.
d) Têm facilidade de manuseio:
Por se tratar de produtos não voláteis e sem cheiro desagradável, o manuseio dos fixadores MK dentro do curtume é
tremendamente facilitado. O ácido fórmico apresenta elevada
toxicidade, além de ser um produto considerado como perigoso, pois é corrosivo e inflamável.
e) Proporcionam elevado esgotamento do corante e fixação do tingimento:
Com a utilização dos fixadores MK tem-se os mesmos níveis
de esgotamento de corantes e um grau de fixação igual ou
maior do que os obtidos com ácido fórmico.
f) Não interferem na intensidade e tonalidade dos tingimentos:
Também não se observa diferenças significativas na intensidade e na tonalidade dos couros tingidos e fixados com a
nova geração de produtos, comparados com os processos utilizando ácido fórmico.
g) Podem ser utilizados em couros brancos:
Não é observada nenhuma alteração nas características dos
couros brancos quanto a alvejamento, tonalidade e solidez à luz,
quando os fixadores MK são comparados com o ácido fórmico.
Divulgação
revista do couro
empresas
Todos os fixadores desta nova geração compartilham as seguintes propriedades:
a) Não causam fosqueamento em componentes metálicos:
O ácido fórmico utilizado na elaboração do couro é um dos
produtos que possui maior grau de agressividade aos componentes metálicos, causando o fosqueamento de peças com
acabamento em níquel brilhante. Em função de não apresentarem ácidos voláteis, os fixadores MK não agem sobre a
superfície dos componentes metálicos eliminando completamente o problema do fosqueamento.
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MK lança nova geração de fixadores para acabamento molhado
Maio/Junho | 2013
revista do couro
GESTÃO
O NOVO CURTUME
TEMA BÁSICO 2 - O TEMPO COMO O NOVO PARADIGMA DA COMPETITIVIDADE
“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam”
Salmo 127, 1
Fernando Geib
10º CAPÍTULO: A operacionalização estratégica dos serviços
e a competitividade do Novo Curtume - NC.
1 - A importância dos Serviços na Economia.
As organizações geradoras de produtos, e aqui se inclui também o Novo Curtume - NC, têm um comportamento organizacional que as torna, na maioria das vezes, insensíveis
e incapazes de perceber serem elas também geradoras de
serviços, os quais são inerentes e “automáticos” quando da
oferta de seus produtos aos seus Clientes e aos Mercados.
A adoção de uma visão mais profunda sobre o papel e importância dos serviços nas organizações manufatureiras, tradicionalmente vistas e entendidas como geradoras exclusivamente de produtos, permite dizer que estas, na realidade,
desenvolvem internamente serviços que são intrínsecos às
suas Operações de transformação de suas matérias primas
em produtos finais, de acordo com especificações e necessidades definidas pelos Clientes e os Mercados.
2 - A Operação dos Serviços como de diferencial competitivo do Novo Curtume - NC para o atendimento competitivo dos Clientes e dos Mercados, no Tempo Certo de
suas necessidades.
Mesmo com enfoques diferentes, a maioria dos especialistas e autores em temas que abordam estratégias organizacionais, concorda com a importância da operação dos
serviços que são inerentes ou intrínsecos aos produtos oferecidos às suas partes interessadas que são responsáveis
pelo “consumo” destes.
Entre autores famosos que tratam do tema “Competitividade das Organizações”, está Michael Porter, que indica serem três os caminhos ou existem três estratégias genéricas
que uma organização pode utilizar, separadamente ou em
conjunto, para competir e enfrentar seus concorrentes nos
seus mercados.
O Novo Curtume - NC não foge a esta regra, e adota como
básicas para o desenvolvimento de sua Capacidade Competitiva e, por consequência, a realização de sua Sustentabilidade Plena, estas três diretrizes:
I - Liderança em Custos: a qual se manifesta e é operacionalizada através das economias de escala – economias
Maio/Junho | 2013
alcançadas pela geração e operação de grandes quantidades
de produtos ou de serviços-, redução de custos pela experiência, minimização de custos operacionais pela pesquisa e
desenvolvimento de novos processos e de novos produtos,
serviços, vendas e publicidade.
Também fazem parte deste tema, as transformações e avanços sistêmicos nas estruturas operacionais do Novo Curtume –
NC, que é visto como um grande sistema de operações.
II – Diferenciação: através e por meio da criação de produtos, de serviços, de novos processos e de novos sistemas
de relacionamentos com fornecedores e com o mercado e
clientes, ou seja, algo que chame a atenção para o Novo
Curtume - NC no ambiente empresarial onde este se insere.
Neste contexto a Inovação assume um papel fundamental, ou seja, ela tem hoje, obrigatoriamente, um papel sistêmico de promover a diferenciação dinâmica e diferenciadora
do Novo Curtume - NC, pela velocidade com que se movem
os mercados e as necessidades dos Clientes.
A Diferenciação pela Inovação é certamente um dos, senão o caminho mais promissor para impulsionar o Novo
Curtume - NC em um processo de diferenciação contínua e
disruptiva nos mercados onde este atua.
III – Foco: que é promovido e implementado através do
atendimento dedicado, estruturado e orientado a uma parte
ou segmento do mercado previamente definido pelo Novo
Curtume - NC. O Foco identifica-se também pela “servidão”
específica a um conjunto de clientes, ou a parcela específica do mercado, onde o Novo Curtume - NC entende poder assumir um papel relevante e desenvolver resultados
favoráveis e efetivos para promover a sua Sustentabilidade
Plena e destacar-se pela sua capacidade de atendimento
de necessidades específicas dos clientes planejados por esta
opção de seu comportamento organizacional competitivo.
- Outros diferenciais competitivos relevantes para o
Novo Curtume – NC
Porter vai mais longe e recomenda aos gestores, onde se
incluem os do Novo Curtume - NC, um conjunto de parâmetros e dimensões para as estruturas organizacionais, aplicáveis às suas alternativas ou opções de ações estratégicas
para avançar nos seus mercados e conquistar os novos e os
47
revista do couro
GESTÃO
ainda não pensados:
Especialização: a qual se manifesta ou se materializa pela
definição e implementação da especialização em uma linha
de produtos, e/ou de serviços e/ou atuação em um segmento específico de mercado. A especialização cria um foco
bem claro para todos os membros do Novo Curtume - NC;
Identificação da marca: Esta opção bastante desafiadora
é o resultado de desempenhos do Novo Curtume - NC que
chamam a atenção dos mercados e dos clientes, pelo seu
caráter extraordinário e exclusivo e que se manifestam principalmente através de notícias nos meios de comunicação e
de recursos de publicidade;
Integração vertical: ou seja, ela pode ser “para frente”,
com os seus compradores, clientes e demais agentes do
mercado de consumo, ou “para traz”, com os seus fornecedores, tanto de insumos químicos como de matérias primas,
na forma de couros nos seus diferentes estágios de processamento, os quais ao serem processados e transformados,
tornam-se um produto final para o Novo Curtume - NC;
Seleção de canais de Distribuição: onde o Novo Curtume
- NC define as suas estratégias de como disponibilizará seus
produtos finais para os seus clientes e mercados;
Qualidade de produtos e liderança tecnológica: quando
o Novo Curtume - NC “olha para dentro de si” e implementa
estratégias organizacionais voltadas para avanços contínuos
e inovações que promovem a melhoria disruptiva e a inovação, da qualidade e do desempenho dos produtos fornecidos, bem como de seus processos operacionais, fazendo
com que o Novo Curtume - NC seja reconhecido como uma
“Organização de Inovação”.
Políticas de Preços e Posicionamentos de Custos simultaneamente definidos: que são desenvolvidos por ações
estratégicas do Novo Curtume - NC, tanto para os couros
processados como para a sua distribuição e para os serviços
associados aos mesmos, os quais fortalecem a sua presença
e liderança nos seus mercados;
Serviços Associados aos produtos fornecidos: ou seja,
simultaneamente ao fornecimento dos couros nos seus diversos estágios de processamento, oferecer o suporte técnico
para o desenvolvimento de produtos pelos clientes - fábricas
de calçados, fábricas de artefatos e fábricas de produtos onde
a matéria-prima couro processado tem papel relevante.
Os serviços associados constituem-se em uma poderosa
estratégia de fidelização tanto dos clientes atuais como da
conquista de novos. Esta fidelização por sua vez repercute
nos mercados, promovendo a marca e a imagem do Novo
Curtume - NC como uma organização promotora e apoiadora
da competitividade dos seus clientes e das demais organizações, que tem no couro processado a sua matéria-prima
básica para gerar produtos e os serviços a eles inerentes.
De igual modo, os serviços associados e as alianças que
estes induzem e estimulam, constituem-se hoje em uma
poderosa estratégia para competir em mercados globaliza-
48
dos, que são extremamente competitivos e exigentes, tanto
em qualidade como em custos, e principalmente em agilidade, a qual se manifesta por respostas rápidas e imediatas
às suas necessidades.
As estruturas em redes para geração de produtos e serviços constituem-se hoje na mais poderosa estratégia competitiva para enfrentar mercados. O Novo Curtume - NC deve
avançar e adotar esta forma de atuação tanto com os seus
clientes, como também com os seus fornecedores. A estruturação e a manutenção tanto de Redes de Fornecimento de
insumos básicos de produção dos couros associadas à Redes
de Clientes e Organizações Consumidoras que tem no couro
processado a matéria-prima de geração de seus produtos e
serviços inerentes, são estruturas fundamentais para alavancar a competitividade do Novo Curtume - NC.
Estruturas de fornecimentos de produtos e serviços de natureza linear, onde o Novo Curtume - NC ocupa uma posição
de simples fornecedor sequencial, estão superadas e não
servem mais aos propósitos de crescimento desta Organização.
Relacionamentos com instituições de classe e governamentais: tanto com as apoiadoras da sua atividade operacional, como com as representantes dos clientes e dos
consumidores, e com instituições oficiais governamentais
reguladoras do seu negócio, são ações prioritárias para o
Novo Curtume - NC, de modo que este tenha a condição
de desenvolver ações estratégicas diferenciadores sem entraves e objeções à sua conduta e o desenvolvimento dos
seus negócios.
Nestas considerações feitas, fica evidente o reconhecimento da importância da Operação dos Processos de Serviços do Novo Curtume - NC, como fator de sua diferenciação
competitiva.
Assim, ao se ampliar e abrir de modo mais detalhado o
significado desta colocação, é facilmente perceptível que,
simultaneamente à operacionalização dos processos produtivos e geradores dos couros disponibilizados e vistos como
“Produto” que se constitui na “espinha dorsal” dos negócios
do Novo Curtume - NC, este desenvolve e operacionaliza
“Serviços” imprescindíveis, essenciais e sustentadores, sem
os quais esta organização não poderia desenvolver a sua capacidade de produzir e fornecer couros processados às suas
partes interessadas, de modo competitivo.
3 - A Cadeia de Serviços como um sistema de apoio ao
Novo Curtume - NC para o desenvolvimento de sua Capacidade Competitiva.
Um dos mais significativos avanços do pensamento
competitivo das organizações onde o Novo Curtume - NC
se inclui, é a adoção do conceito de “Cliente Interno”, que
propicia o desenvolvimento de uma visão de mercado internamente a esta organização.
Maio/Junho | 2013
Este conceito traz para dentro do Novo Curtume - NC um
comportamento operacional normalmente utilizado nas relações deste com os agentes que estruturam os mercados
de consumo e que são exteriores à mesma.
A lógica é simples: Se os clientes internos ao Novo Curtume - NC estruturadores dos processos de produção desta
organização estão satisfeitos e estão sendo atendidos em
níveis crescentes de Qualidade, Produtividade e Custos, por
seus fornecedores internos, certamente os clientes e as organizações consumidoras de seus produtos e serviços que
representam mercado consumidor, também estarão.
Esta estratégia de agir e de estruturar os processos produtivos traz para dentro do Novo Curtume - NC, a cadeia
de fornecimentos que usualmente está fora e é exterior ao
mesmo.
A figura 1, que segue, mostra como se desencadeia esta
relação de Fornecimentos e de Consumos que envolve o
Novo Curtume - NC no macro-ambiente dos seus negócios.
Esta figura aplica-se tanto aos produtos como aos serviços
gerados e desenvolvidos externamente, como aos gerados
internamente, ou seja, existe uma cadeia contínua “Fornecedor-Cliente”, ou elos de uma corrente “Fornecedor - Cliente”, que estrutura a operacionalização dos processos, tanto
de produtos como de serviços do Novo-Curtume - NC.
Inerente a esta operação de recrutamento e seleção incluem-se também os “serviços” de:
- Colocar e ratificar para o novo contratado a Visão do
Novo Curtume - NC de caráter permanente, identificando
ser esta a sua diretriz maior e permanente;
- Aperfeiçoar e desenvolver no contratado, a interpretação
das necessidades dos clientes internos, por exemplo, do setor de produção ou do setor de vendas. A seleção efetuada
pelo setor de RH deve traduzir em especificações de seleção,
as aptidões necessárias para ocupar o cargo;
- Identificar e desenvolver a certeza de que as pessoas em
seleção atendam aos requisitos anteriormente relacionados;
- Aplicar avaliações que comprovem as aptidões e habilidades para o desenvolvimento de requisitos complementares e necessários, definidos pelo Novo Curtume - NC;
- Treinamento do novo contratado voltado e focado nos
processos e operações que o seu cargo exige, frente às estratégias operacionais definidas pelo plano estratégico desta
organização.
Para cada uma destas atividades – serviços - acima relatadas, são exigidos requisitos de qualidade, prazo e custos
que no seu conjunto identificam a efetividade do serviço de
seleção e recrutamento.
Por outro lado, avançando no tema recursos humanos, é
Fig. 1: Todo o Processo é tanto Cliente como Fornecedor de pelo menos algum outro processo
Como exemplo, enfocando os serviços associados que esta
organização desenvolve quando do processamento de couros, avaliemos os processos de setor de recursos humanos,
enfocando os serviços que este desenvolve internamente ao
Novo Curtume - NC.
Entre estes processos, destaca-se o de recrutamento, seleção e treinamento de novos colaboradores para esta organização, processos de serviços que são fundamentais e que
atendem às diversas necessidades desta organização.
Porém, este processo de buscar e identificar um novo
colaborador, não se esgota nesta ação de recrutamento e
seleção.
Maio/Junho | 2013
importante ressaltar que os diferentes clientes internos do
Novo Curtume - NC, requerem níveis de serviços diferentes
do setor de RH, quanto à especificações de qualidade, prazos
de atendimento e de custos, os quais constroem a base para
a avaliação dos serviços que ele desenvolve.
Para o setor de produção, por exemplo, pode ser muito
importante a rapidez do RH no atendimento às suas solicitações de novos operadores para o Novo Curtume - NC, pois
este pode estar em uma situação de repentino aumento das
demandas dos seus clientes e do mercado.
Já para o setor de manutenção, podem ser mais relevantes as competências exigidas aos operadores destes serviços
49
revista do couro
GESTÃO
revista do couro
gestão
internos, de modo que o tempo de procura dos novos ocupantes desta função não é o fator mais proeminente.
Assim, a estratégia do desenvolvimento dos serviços pela
área de Recursos Humanos deve estar alinhada com as estratégias das operações da produção e da manufatura dos
couros, de modo que possam potencializar o atendimento
das necessidades dos clientes e dos mercados, ou seja, são
estes, através de seus requisitos de aquisição e desejos a
serem satisfeitos pela qualidade e pontualidade de entrega
dos couros processados, que estabelecem as diretrizes que
conduzem os processos dos serviços internos de Recursos
Humanos do Novo Curtume - NC. É o que está apresentado
na Figura 1.
A área de Recursos Humanos, na sua condição de geradora de serviços, é “cliente e fornecedora” dos desejos dos
compradores e dos mercados do Novo Curtume - NC, pois é
a partir dos seus requisitos de aquisição e de fornecimento,
é que o RH estabelece as suas estratégias de desenvolvimento dos seus serviços, de seleção, recrutamento e capacitação das pessoas que operacionalizam os processos de
geração dos produtos e serviços agregados.
Estas colocações desenvolvidas com relação à área de
Recursos Humanos aplicam-se a todos os serviços que são
inerentes às operações de processamento da transformação
dos couros até o estágio de produto final.
Os serviços desenvolvidos pelo Novo Curtume - NC ocupam
um lugar essencial em suas estratégias, tanto nas operacionais internas ao curtume, como nas organizacionais, as quais
vêem esta organização em descrição, como um grande sistema de processos voltados a busca contínua da satisfação das
necessidades dos clientes e dos mercados.
Os serviços são uma fonte quase inesgotável de geração de
diferenciais competitivos para esta organização em descrição.
4 - Os serviços e o Tempo que desaparece.
Por outro lado, os serviços por sua natureza de intangibilidade, permitem os seus aperfeiçoamentos tecnológicos
voltados tanto à melhoria de qualidade dos couros processados, como do encurtamento dos tempos de sua operação,
que tem como resultado, ganhos de tempos operacionais,
encurtando os ciclos de produção e processamento dos couros, aproximando sob o ponto de vista Temporal os clientes
e os mercados, do Novo Curtume - NC.
É o Tempo que desaparece!
Quem viver, verá!
revista do couro
tecnologia
O couro e a sua pegada
de carbono
(Tradução de artigo publicado na revista Leather International, edição Nov/Dez de 2102)
U
m dos problemas é que não há
uma definição simples para a
pegada de carbono, nem um
método universal único para calculá-la
nem quaisquer meios que determinem
quem é responsável pelo quê na cadeia de suprimento que a afeta.
Para começar, parece haver muitas
descrições diferentes na mídia e todas
soam muito similares: pegada de carbono, emissões de carbono, emissões
de gases causadores do efeito estufa,
etc., etc.
Nós todos já ouvimos falar em pegadas de carbono, mas realmente sabemos o que elas são? Não se preocupe se não souber
– você não é o único. Lamento dizer que este artigo não irá esclarecer isto para você – meramente, irá apontar alguns dos muitos
problemas encontrados ao identificar o que realmente constitui a
pegada de carbono do couro.
Carbon Trust (2007)
“... a metodologia para calcular a emissão total de gases causadores do efeito
estufa (sigla em inglês: GHG) em equivalências de carbono por parte de um
produto através do seu ciclo de vida
desde a produção da matéria prima
empregada na sua fabricação até o
descarte do produto acabado (excluindo as emissões durante o uso)”.
Definições
Eis uma seleção das definições da
pegada de carbono identificada pela
ISAUK Pesquisa e Consultoria (InService
Agency Ltd. Reino Unido), no seu Relatório de Pesquisa 07-001:
BP (2007)
“A pegada de carbono é a quantidade de dióxido de carbono emitida em
conseqüência das atividades diárias de
alguém – desde lavar roupa até levar
um grupo de crianças à escola”.
British Sky Broadcasting (Sky)
(Patel 2006)
“... uma técnica para identificar e medir
cada emissão de gás causador do efeito estufa proveniente de cada atividade
dentro de uma etapa do processo da
cadeia de suprimento e uma estrutura
para atribuir as mesmas a cada produto
fabricado (nós, [The Carbon Trust] nos
referiremos a isto como a pegada de
carbono do produto”). (Carbon Trust
2007, página 4)
Energetics (2007)
"... o alcance total das emissões de CO2
diretas e indiretas causadas pelas atividades da sua empresa".
ETAP (2007)
A pegada de carbono foi calculada
"medindo em equivalências as emissões de CO2 liberadas desde as suas
instalações, dos automóveis que são
propriedade da empresa, às viagens a
serviço e aos resíduos despejados nos
aterros".
Maio/Junho | 2013
“... a Pegada de carbono é a medida
do impacto que as atividades humanas
têm sobre o meio ambiente em termos
da quantidade de gases de efeito estufa produzidos, medidos em toneladas
de dióxido de carbono".
Grub & Ellis (2007)
"Uma pegada de carbono é a medida
da quantidade de dióxido de carbono
emitido através da queima de combustíveis fósseis. No caso de uma empresa, é a quantidade de CO2 emitida direta ou indiretamente em conseqüência
de suas atividades diárias. Também,
pode refletir a energia fóssil representada num produto ou commodity que
chega ao mercado”.
Departamento Parlamentar de Ciência e Tecnologia (POST 2006)
“Uma pegada de carbono é a quantidade total de CO2 e outros gases de
efeito estufa emitidos durante o ciclo
de vida completo de um processo ou
produto. Expressa-se em gramas do
equivalente de CO2 por kW de geração
(gCO2eq/kWh), que dá conta dos diferentes efeitos de aquecimento global
de outros gases de efeito estufa”.
Ainda está confuso?
Este relatório da ISAUK Pesquisa e Consultoria procura esclarecer um pouco
esta situação, oferecendo a sua própria
descrição:
“A Pegada de Carbono é uma medida
da quantidade total exclusiva das emissões de dióxido de carbono que é direta e indiretamente causada por uma
51
revista do couro
TECNOLOGIA
atividade ou é acumulada no decorrer
das etapas da vida de um produto”.
Gases de efeito estufa
É preciso notar que somente é incluído o dióxido de carbono e nenhum
outro gás de "efeito estufa" é mencionado. Aceita-se que existam seis
gases que têm potencial notável de
causar o aquecimento global: dióxido
de carbono, metano, óxido nitroso, hidrofluorocarbonos, perfluorocarbonos e
hexafluoreto de enxofre. Se devermos
considerar todos estes gases, a pegada
ambiental não seria "de carbono" e alguns sugerem que "pegada climática"
seria um termo mais adequado nesses
estudos. Alguns métodos sugerem que
se meça o potencial destes gases para
o aquecimento global relativo ao dióxido de carbono dando "equivalentes
do dióxido de carbono". Então, quando
você comparar a pegada de carbono
de um produto ou processo com outro,
assegure-se de estar falando da mesma coisa.
Depois, existe o problema de onde deve
ser traçado o limite. Como todos sabemos, as peles que usamos para fabricar
couro são um resíduo das indústrias da
carne e do leite. Portanto, os cálculos
do dióxido de carbono (ou qualquer outro gás de efeito estufa) deveriam começar com o animal na fazenda, já que
a pele é retirada da carcaça ou quando
a pele entra no curtume? É claro que
parece bobagem passar toda a pegada de carbono do animal para o couro,
mas a indústria do couro deveria aceitar
parte da mesma e, se positivo, quanto?
Algumas pessoas poderão argumentar
que, se não existisse nem a indústria
da carne nem a de laticínios, a indústria
do couro não existiria, então por que
deveríamos aceitar a pegada? Se for
decidido que alguma parte da pegada
de carbono do animal deve passar pela
cadeia de suprimento, como a mesma
deveria ser atribuída? por peso? por volume? por valor?
52
Alguns sugerem que porque a pele representa uma percentagem do valor
financeiro do animal, o couro deveria
aceitar a mesma percentagem da pegada de carbono do animal. Num artigo do Wall Street Journal, esta percentagem foi calculada pela Timberland
em 7%. Porém, voltando ao problema
do que deve ou não ser incluído, a pegada de carbono à qual eles se referem inclui as emissões de gás metano
dos animais que foram convertidas em
equivalentes de dióxido de carbono?
Então, trata-se de uma verdadeira pegada de carbono ou de uma pegada de
gás de efeito estufa?
Pegada animal
Se a indústria do couro deve absorver
parte da pegada de carbono das indústrias da carne e de laticínios alocando
para si uma percentagem da pegada
de carbono do animal, os mesmos
princípios deveriam ser aplicados a
muitos subprodutos que saem do curtume. Por exemplo, parte da pegada
de carbono do animal absorvida pela
indústria do couro deveria ser alocada
a outras indústrias relacionadas? Seria
o caso das indústrias alimentícia e farmacêutica que utilizam colágeno, ou a
indústria de cosméticos que usa sebo,
queratina, etc.
Qual seria o alcance disto?
Claramente, seria muito complicado e
difícil atribuir percentagens cada vez
menores da pegada de carbono do
animal aos seus subprodutos ao longo
de uma cadeia de suprimento longa
e complexa. É claro que este princípio
seria cumulativo e parte da pegada de
carbono gerada pelo processo de fabricação do couro seria repassada aos
subprodutos juntamente com a pegada
do animal.
Tem sido sugerido que a pegada de
carbono não deveria ser alocada desta
forma, especialmente no caso de matérias renováveis. Weidemann[1] sugere que quando o processo pretende
criar um produto em particular, descrito
como um produto determinante, somente este será o produto determinante, mas o processo poderá resultar em
vários subprodutos (ou coprodutos). No
trabalho de Weidemann, apresenta-se
o exemplo da vaca leiteira. O produto
determinante é o leite, porém a vaca
também dá carne e uma pele entre outras coisas que têm certo valor.
Entretanto, sem levar em conta o valor
dos coprodutos, eles não determinam a
quantidade de leite produzida; somente a procura por leite o fará. No final
da sua vida como produtora de leite,
a vaca é abatida e, no mercado, a sua
carne substituirá parte da carne produzida através de um processo completamente separado como, por exemplo,
pela produção de gado de corte de forma que parte do impacto ambiental de
criar a vaca para produção de leite é
repassado à carne.
A pele, entretanto, não substitui nenhum outro produto quando é utilizada na fabricação de couro, portanto
nenhuma parte do impacto ambiental
da vaca é repassada para a pele no sistema por ele proposto. Este trabalho foi
discutido no Painel do Couro da UNIDO
recentemente realizado em Xangai e
agora a possibilidade de convertê-lo
em uma norma aceitável está sendo
considerada.
Agora, você já deve ter percebido
quão complexo é o processo para definir o que a pegada de carbono de
um material como o couro realmente
é. Os documentos ISO 14044:20064
14040:20065 relacionam os itens que
devem ser considerados e descritos
claramente na Análise do Ciclo de Vida
(sigla em inglês, LCA):
O sistema do produto a ser estudado
As funções do sistema do produto
ou, no caso dos estudos comparativos, os sistemas
Unidade funcional
Limites do sistema
Procedimentos de alocação
Metodologia do LCA e tipos de
Maio/Junho | 2013
impacto
Interpretação a ser utilizada
Exigências para os dados
Suposições
Opções de valor e elementos
opcionais
Limitações
Exigências da qualidade dos dados
Tipo de revisão crítica, se a houver
Tipo e formato do relatório necessário para o estudo
Mas, não nos dizem o que de fato são
ou deveriam ser?
Calcular a pegada ambiental do próprio
processo de fabricação de couro não
é difícil, mas antes que qualquer um
possa começar a calcular a verdadeira
pegada ambiental do couro, é imperativo que o significado da frase pegada
de carbono seja definido claramente e
compreendido, é preciso estabelecer
onde começam e onde terminam os
limites do sistema e, se for o caso, que
parte do impacto ambiental causado
pela criação dos animais seja alocada
às peles e parte repassada aos subprodutos resultantes do processo de fabricação do couro. Estes fatores devem
ser debatidos e considerados.
couro, aumenta tanto o total que
qualquer melhoria que um curtume fizer passa a não ter sentido, ficando relegada ao segundo ponto decimal. Criar e apoiar
uma ferramenta que condena um
material natural e renovável em
favor de outro baseado em combustíveis fósseis não faz qualquer
sentido: certamente não é ciência
sensata.
Autoria da Universidade de Northampton, Instituto de Tecnologias Criativas
para o Couro
As ferramentas para estimar a pegada de carbono utilizadas atualmente servem para verificar as melhorias
referentes a um material em particular ano após ano, mas não são muito
confiáveis quando se trata de comparar
um material com outro. Quando 7%
do valor do gado é acrescentado ao
ABQTIC.
Referências Bibliográficas
[1] A Definition of ‘Carbon Footprint’ Thomas Weidmann e
Jan Minx, Relatório de Pesquisa
07-01 da ISAUK. Disponível em
www.censa.org.uk
[2] Six products, six carbon footprints, Wll Street, March 1, 2009
[3] System expansion to handle
co-products of renewable materials. Bo P Weidema, Institute
for Product Development, Dinamarca. Apresentado em El 7o.
Simpósio de Estudos de Caso de
LCA - SETAC-Europa, 1999
[4] ISO 14044 Environmental
management – Life Cycle Assessment – Requirements and
guidelines
[5] ISO 14040 Environmental
management – Life Cycle Assessment – Principles and framework
Há mais de 4 décadas
promovendo a ciência
e tecnologia da
elaboração do couro.
Maio/Junho | 2013
revista do couro
tecnologia
Conseqüências do banimento
do Cromo VI dos artigos de couro
Dra. Catherine A Money, Consultora, Austrália
(Tradução de artigo publicado na revista Leather International, edição Outubro de 2012)
E
m 16 de março de 2012, a ECHA
(Agência Européia de Substâncias
Químicas) lançou uma consulta pública de seis meses a respeito de uma
restrição proposta ao conteúdo de Cromo
VI (Cr VI) em artigos de couro. Isto é a
resposta a uma solicitação das autoridades dinamarquesas de limitar os artigos
de couro que entram em contato com a
pele e contenham Cr VI em concentrações superiores a 3mg/kg. Espera-se que
a Comissão Européia tome uma decisão
quanto a introduzir estas restrições no
regulamento REACh até março de 2013.
Argumento que é vital que a restrição sugerida não seja introduzida.
Considero que a proposta para que o
REACh proíba os artigos de couro que
contenham mais de 3mg/kg de Cr VI é
exagerada em relação ao problema das
alergias ao cromo causadas pelo couro.
Também, é preciso lembrar que tanto o
Cr III quanto o Cr VI causam dermatites
em baixas concentrações, mas isto não
é levado em consideração na restrição
proposta. Antes de considerar qualquer
restrição, os seguintes pontos deverão
ser pesquisados mais profundamente:
Administrar as alergias ao cromo dos
artigos de couro;
Controle da formação de Cr VI no couro acabado;
Um substituto viável do cromo para o
couro cabedal;
Conseqüências da restrição no mundo
inteiro;
O possível efeito da restrição nas alergias ao cromo.
54
Aproximadamente 80% dos couros
produzidos no mundo são curtidos com
sais de cromo III (Cr III). Acredita-se que
mais de 0,2% da população européia seja
sensível ao cromo, mas o couro curtido
ao cromo vem sendo utilizado há mais
de 100 anos e esta sensibilidade sempre
foi conhecida e tratada. Sempre deve ter
havido algum Cr VI nos couros curtidos ao
cromo. Os curtidores e as pessoas alérgicas ao cromo utilizam cremes bloqueadores à base de ácido ascórbico (vitamina
C e EDTA) assim como pomadas à base
de cortisona para controlar a dermatite.
As pessoas alérgicas aos calçados podem
usar meias bloqueadoras e as alérgicas
ao cromo podem usar calçados sintéticos,
se necessário.
Os melhores couros para calçados e
outros artigos são curtidos ao cromo.
Quando se utiliza o curtimento chrome
free em couro cabedal, geralmente,
este é recurtido ao cromo. A alergia
ao Cr VI é um grande problema, mas
a sensibilidade ao Cr III também não
deixa de ser problemática. A sensibilidade ao Cr VI é causada pelo dicromato
de sódio e outros compostos largamente utilizados; a restrição da REACh
aos couros não evitará a sensibilidade
ao Cr VI. Um estudo de Hansen (2006)
demonstrou que a eliminação do Cr VI
dos couros não eliminaria as alergias
ao cromo causadas pelo couro.
Se a Europa introduzisse este regulamento, a indústria do couro mundial
estaria gravemente ameaçada. No mo-
mento, não existe uma alternativa viável ao cromo no couro cabedal e não
há uma forma viável de assegurar a
eliminação do Cr VI dos artigos de couro curtidos ao cromo.
Alergias
Estima-se que a alergia ao amendoim
afete aproximadamente 1% das crianças e dos adultos do planeta e trata-se de uma alergia muito pior do que a
alergia ao Cr VI. A alergia ao amendoim
é uma das causas mais comuns de óbito provocado por alimentos. Entretanto,
o amendoim não está banido e as pessoas afetadas não o consomem evitando assim a alergia. É muito mais difícil
evitar o consumo de alimentos que
contenham amendoim do que evitar o
contato com couros curtidos ao cromo.
O problema das dermatites alérgicas por contato em perspectiva
Um amplo estudo das dermatites alérgicas por contato (sigla em inglês, ACD)
realizado pela Dra. Erin Warshaw, do
Grupo Norte-americano de Estudos das
Dermatites de Contato (NACDG) detectou que 17,5% dos pacientes alérgicos
aos calçados eram alérgicos ao Cr VI.
(Warshaw et al. 2007).
O Grupo Norte-americano de Estudos
das Dermatites de Contato (NACDG)
realizou testes epicutâneos em 10.061
pacientes entre 2001 e 2004. Em 109
pacientes do NACDG com dermatite
nos pés e um sapato como fonte alergênica, a resina adesiva à base de p-tri
butilfenol formaldeído foi o alergênico
Maio/Junho | 2013
mais comum com 24,7% dos resultados positivos nos testes epicutâneos
seguida pelo dicromato de potássio (Cr
VI) (17,5%) e pel carba mix (11,7%).
Ao examinar os dados segundo os grupos de alergênicos, os produtos químicos da borracha (40,4%) foram os
alergênicos mais frequentes, seguidos
pelos adesivos (32,5%) e pelos componentes do couro (20,1%).
Este estudo também revelou que aproximadamente 1% dos pacientes ACD é
alérgico a sapatos e somente 0,2% aos
componentes do couro. As dermatites
alérgicas por contato são um grande
problema, mas o Cr VI é somente um
dos componentes entre os vários alergênicos dos sapatos. Os fungicidas também podem ser alergênicos do calçado.
Hanson et al, em 2003, concluiu que,
embora a maioria dos estudos sobre
alergias ao cromo tenham sido baseados no Cr VI, tanto o Cr III quanto o
Cr VI podem provocar eczema mesmo
presentes em baixas concentrações. A
conclusão foi que em vez de considerar
a dermatite causada pelo cromo como
sendo causada pelo Cr VI, seria mais
correto considerá-la como o resultado
da alergia combinada ao Cr III e ao Cr VI.
Os resultados de Hansen em 2006
mostram que a proposta de limitar o
conteúdo de Cr VI abaixo de 3mg/kg
dificilmente resolverá o problema da
dermatite provocada pelo couro curtido
ao cromo.
No estudo de Hansen em 2006 que
visa determinar a relação entre o conteúdo de Cr III e Cr VI no couro e obter
informação sobre a dermatite causada
pelo cromo (VI) em pacientes com resultados positivos, quinze pacientes
alérgicos ao cromo com ocorrências
passadas ou presentes de eczema nos
pés, onde se suspeitava de que a causa fosse o couro, passaram por testes
epicutâneos com 14 amostras de couro curtido ao cromo e uma amostra de
couro curtido ao vegetal como controle.
O conteúdo de cromo (VI) nas amostras
era de <3mg/kg a 16,9mg/kg, deterMaio/Junho | 2013
minado através do método DIN 53314.
A amostra de couro que provocou reação no maior número de pacientes foi
a que continha a menor quantidade
tanto de Cr VI (<3mg/kg) quanto de
Cr III solúvel (12mg/kg) (Hansen et al.
2006 a).
Este estudo é especialmente importante porque testou amostras de couro
e mostrou que 50% das reações alérgicas foram causadas por couros com
<3mg/kg de Cr VI. Isto foi informado no
Relatório do Anexo XV da ECHA e os resultados são apresentados na Tabela 1.
Cinco pacientes reagiram aos couros
que continham menos de 3mg de Cr VI
por kg e nenhum paciente reagiu aos
dois couros com o maior conteúdo de
Cr VI. Portanto, será muito difícil que a
restrição proposta consiga controlar o
problema das dermatites alérgicas por
contato com couro curtido ao cromo.
Como controlar o Cr VI nos couros
Um grande número de pesquisas evidenciou muitos processos que podem
ser utilizados na produção de couro
com conteúdo de cromo VI inferior a
3mg/kg, e estes processos estão sendo
usados na Europa atualmente. Porém,
o Cr VI pode ser gerado nestes couros
durante a armazenagem e o uso. O
Cr VI forma-se nos couros curtidos ao
cromo durante a fabricação dos artigos, exposição ao calor, baixa umidade
relativa, luz do dia e luz UV. Os testes
de envelhecimento estão disponíveis,
porém não simulam o envelhecimento
real do couro através de meses em vez
de dias somente.
Substituição dos curtimentos ao
cromo
Existe agora uma gama de curtimentos
alternativos, porém os couros curtidos
ao cromo geralmente são superiores,
menos caros e mais versáteis. É por
tudo isto que 80% dos couros são curtidos ao cromo. Quando se utiliza o curtimento chrome free em couro cabedal,
geralmente, este é recurtido ao cromo.
Tabela 1: Resultados dos testes epicutâneos realizados em quinze pacientes alérgicos
ao cromo utilizando amostras contendo Cromo (III) e Cromo (VI) (Hansen et al, 2006)
Amostra de couro
Conteúdo de Cr(III)
em mg/kg
Conteúdo de Cr(VI)
em mg/kg
Números de pacientes que reagiram
1
12
<3
3
2
93
<3
-
3
124
<3
-
4
139
<3
-
5
151
<3
-
6
187
<3
-
7
200
<3
-
8
201
<3
2
9
90
4.1
2
10
156
4.3
-
11
591
4.6
2
12
112
9.2
1
13
157
15.5
-
14
209
16.9
-
15 (controle)
58
<3
-
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Prevenção da formação de cromo (VI)
nas etapas posteriores do processamento e armazenagem de couro
Há sérios problemas com esta seção
da proposta ECHA. Aparentemente,
ainda não existe um método aceitável
para o controle da formação de Cr VI
durante a armazenagem, no transporte ou/e envelhecimento dos couros,
na fabricação dos calçados ou no envelhecimento dos produtos manufaturados. Testaram-se antioxidantes, mas
a sua eficácia no controle de alergias
não pode ser demonstrado. Também,
Também, é preciso notar que os antioxidantes aumentaram grandemente o conteúdo de cromo solúvel nos
couros e que os níveis acima de 700
e 1500 mg/kg podem causar reações
cutâneas (Hanson et al, 2006 b). Por
outra parte, o Cr VI pode ser gerado a
partir de Cr III solúvel durante as etapas
seguintes do armazenamento.
O engraxante NF3, que gerou o menor conteúdo de Cr VI em couro, teve
um resultado de 14,16 mg de Cr VI por
kg. Este nível foi reduzido para 10,83
após 2 semanas a 100% de umidade
relativa e aumentado para 66,25 a
12% de umidade relativa. Os altos conteúdos de Cr VI em couros estocados
em baixos níveis de umidade relativa
mostram que é possível a formação de
Cr VI em apenas duas semanas de armazenagem. Este estudo e suas descobertas foram pouco práticos e o couro
estocado em altos níveis de umidade
Estabelece-se na proposta da ECHA
que ficou demonstrado que a umidade relativa durante a armazenagem
do couro tem um efeito significativo
Tabela 2: Influência dos antioxidantes na formação do cromo (VI) devido ao envelhecimento por calor e irradiação UV
mg/kg de matéria seca
Cr Total
Estado original
Cr (VI)
Cr solúvel
Envelhecimento por calor
Cr solúvel
Cr (VI)
Irradiação UV
Cr solúvel
Cr (VI)
Couro cabedal (semiacabado)
Sem tratamento
28.391
486
7.05
43
13.05
471
9.39
Ácido ascórbico
26.249
1.542
0.92
1.517
1.18
1.517
0.90
Produto X
28.316
791
1.49
743
2.21
774
2.12
Couro para forro (semiacabado)
32.267
377
2.98
322
12.89
365
5.98
Ácido ascórbico
30.239
1.904
< 0.75
1.651
< 075
1.752
< 0.75
Produto X
29.814
870
< 0.75
754
0.84
833
< 0.75
Fonte: Meyndt et al, 2011 (mesmos dados mencionados no PFI, 2011)
sabe-se que o ácido ascórbico provoca
uma descoloração inaceitável nos couros envelhecidos.
Os problemas com os sistemas propostos são demonstrados em estudos
citados na proposta da ECHA.
A Tabela 2, acima, demonstra a influência dos antioxidantes na formação
de Cromo VI.
Embora os antioxidantes reduzam o
conteúdo de Cr VI nestes couros, este
poderá crescer até níveis detectáveis à
medida que o envelhecimento aumentar a diferentes temperaturas e umidades relativas, assim como maiores
períodos à luz do dia ou de irradiação
UV. Isto acontece com muitos couros no
uso e em situação de varejo.
56
na formação de cromo (VI) no couro
estocado. Quanto maior for o nível de
umidade relativa, menor o conteúdo
de cromo (VI) e vice-versa (Congzheng
et al, 2005). Esta afirmação é muito
enganosa como demonstra o trabalho
de Congzheng, Tabela 3, onde todos os
níveis de Cr VI obtidos ficaram acima
de 10 mg/kg
relativa exige o uso de fungicidas que
também podem causar alergias. Ainda
não existe um método comprovado e
aceitável de controlar a formação de Cr
VI durante o armazenamento, o transporte e o envelhecimento dos couros,
na fabricação de calçados nem durante
o envelhecimento dos produtos manufaturados. Qualquer produto fabricado
Tabela 3: Conteúdo de Cr VI em couros tratados com diferentes nutrientes e estocados
em diferentes umidades (após duas semanas)
Umidade relativa(%)
Cr (VI) (mg/kg)
NF-3
Óleo de peixe sulfitado
L-3
Antes do estoque
100%
12%
0%
14,3
10,83
66,25
77,50
139,20
41,25
158,33
199,17
20,20
12,00
77,50
108,33
Maio/Junho | 2013
com couro curtido ao cromo seja o mesmo produzido
na Europa ou em qualquer outro lugar, pode gerar Cr
VI durante a armazenagem e o uso, mesmo após um
tratamento com antioxidantes.
Conclusão
A restrição ao Cr VI proposta não deve ser introduzida.
É preciso pesquisar visando a alcançar uma melhor gestão das alergias ao cromo.
Tanto o Cr VI quanto o Cr III são capazes de provocar dermatites em baixas concentrações.
Ainda não ficou demonstrado que a restrição vá reduzir a
sensibilidade aos artigos de couro: um importante estudo
concluiu que 30% dos pacientes alérgicos ao cromo reagiram a couros com conteúdo de Cr VI inferior a 3 mg/kg.
O controle da formação de Cr VI no couro acabado é um
problema não resolvido e não existe um substituto viável
para o couro cabedal com conteúdo de cromo.
As diversas conseqüências da restrição na indústria de
couro mundial devem ser levadas em consideração.
Maio/Junho | 2013
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Plano de Gerenciamento
de Resíduos Sólidos Industriais
Profª. Esp. Lisiane Emilia Grams Metz
Analista de Serviços Técnicos e Tecnológicos
do Centro Tecnológico do Couro SENAI
[email protected]
Resumo
O presente artigo aborda os requisitos necessários para o gerenciamento
de resíduos sólidos industriais, através do estabelecimento, implementação e manutenção de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
– PGRS. São contempladas questões técnicas, operacionais, legais e normativas, além de alguns aspectos do fator humano envolvido.
Palavras Chave: resíduo, sólido, plano, gerenciamento.
Introdução
Apesar da preocupação com o tratamento e a destinação final dos resíduos ser uma constante no ambiente
industrial brasileiro, ainda há um longo
caminho a percorrer para atingir os patamares de sustentabilidade exigidos e
necessários na atualidade.
Na indústria coureira não é diferente e as principais questões ambientais
estão ligadas às emissões líquidas, atmosféricas e sólidas, além da utilização
de recursos naturais como a água e a
energia. Embora seja identificada pelos
impactos ambientais decorrentes dos
processos de beneficiamento de peles
e couros, também é reconhecida pela
sua atuação no controle ambiental,
através do tratamento dos efluentes,
do aproveitamento dos subprodutos da
sua operação, de processos de reciclagem e outros.
Os processos realizados em curtumes
e em seções de acabamento de couros
dão origem a diversos tipos de resíduos e rejeitos, oriundos da matéria-prima, principalmente, e dos insumos
empregados. Segundo Vieira (2008,
p. 50) “o Brasil gera aproximadamente 300 toneladas/dia de retalhos ou
aparas de couros em semi-acabado e
58
acabado”. Considerando que o resíduo
sólido inadequadamente gerenciado
tem grande potencial de formar passivos ambientais é necessário dar maior
atenção ao tema. Este artigo refere-se
basicamente ao processo de gerenciamento dos resíduos sólidos, abordando
aspectos técnicos, operacionais, legais
e de capacitação de pessoas.
1 - A Gestão de Resíduos Sólidos
Para que se possa gerenciar é necessário que se tenha um método. Amplamente utilizado em países de todos os
continentes o Ciclo PDCA (originalmente chamado Ciclo de Deming) é um dos
métodos de gestão mais eficazes. O Ciclo PDCA é composto por quatro fases
distintas:
• PLAN - planejamento (P);
• Do - execução (D);
• Check - verificação (C);
• Act - ação corretiva, preventiva ou
de melhoria (A).
O ciclo PDCA é aplicável a qualquer
tipo de organização ou sistema e para
diferentes objetivos, como por exemplo, na gestão da qualidade conforme a norma internacional NBR ISO
9001(ABNT, 2008) e na gestão ambiental, conforme a norma NBR ISO
14001 (ABNT, 2004a). Pode ser aplicado também na gestão de processos,
como no gerenciamento de resíduos
sólidos, por exemplo.
O gerenciamento destes resíduos é
de suma importância para indústria do
couro e deve ser pensado de forma a
reduzir sua geração, valorizar os resíduos gerados, evitar a formação de passivos ambientais, prevenir autuações e
buscar a sustentabilidade dos processos. Para garantir que todos os aspectos importantes sejam considerados é
necessário que se elabore um Plano
de Gerenciamento de Resíduos Sólidos,
apoiado nos requisitos legais aplicáveis
e no método PDCA.
1.1 - Plano de Gerenciamento de
Resíduos Sólidos
O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS é um documento
que contempla um conjunto de procedimentos a serem usados visando à
minimização de geração, a reutilização
e reciclagem, o acondicionamento, o
armazenamento temporário, o transporte, o tratamento e a destinação
final adequada dos resíduos sólidos,
inclusive os perigosos, observando os
requisitos legais ambientais aplicáveis.
A necessidade da elaboração de um
PGRS por todos os geradores de resíduos sólidos industriais foi instituída
em todo o território nacional brasileiro
através da Lei Federal Nº 12.305, de 02
de agosto de 2010 (BRASIL, 2010a),
que estabeleceu a Política Nacional de
Resíduos Sólidos, e que por sua vez foi
regulamentada através do Decreto Federal Nº 7.404, de 23 de dezembro de
2010 (BRASIL, 2010b).
Maio/Junho | 2013
No estado do Rio Grande do Sul a Lei
Estadual Nº 9.921 já estabelecia esta
necessidade:
“Art. 3º - Os sistemas de gerenciamento de resíduos sólidos terão como
instrumentos básicos planos e projetos
específicos de coleta, transporte, tratamento, processamento e destinação
final a serem licenciados pelo órgão
ambiental do Estado, tendo como
metas a redução da quantidade de
resíduos gerados e o perfeito controle
de possíveis efeitos ambientais”. (RIO
GRANDE DO SUL, 1993).
Outro aspecto importante a ser considerado é que o PGRS deve estar alinhado aos princípios estabelecidos na
Política Nacional de Resíduos Sólidos
(BRASIL, 2010a), a saber:
• A prevenção e a precaução;
• A visão sistêmica na gestão dos resíduos;
• O reconhecimento do resíduo sólido
reutilizável ou reciclável como um bem
econômico e de valor social;
• A responsabilidade compartilhada no
ciclo de vida do produto;
• O poluidor-pagador e o protetor-recebedor;
• O desenvolvimento sustentável;
• A ecoeficiência;
• A cooperação entre o poder público, o
setor empresarial e demais segmentos
da sociedade;
• O respeito às diversidades regionais
e locais;
• O direito à informação;
• A razoabilidade e a proporcionalidade.
O PGRS deve ser elaborado por profissional habilitado e com emissão de
ART – Anotação de Responsabilidade
Técnica.
1.1.1 - Diagnóstico dos resíduos
sólidos gerados
O gerenciamento dos resíduos tem
início no diagnóstico dos resíduos sólidos gerados, contemplando a origem,
o volume e a caracterização dos mesmos. Na realização deste diagnóstico
devem ser consideradas as definições
apresentadas na Tabela 1:
Maio/Junho | 2013
Tabela 1 – Definições e exemplos de resíduo sólidos
TERMO
DEFINIÇÃO
EXEMPLOS
Resíduo sólido
Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a
cuja destinação final se procede, se propõe proceder
ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou
semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável
o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em
corpos d'água, ou exijam para isso soluções técnica
ou economicamente inviáveis em face da melhor
tecnologia disponível.
Carnaça;
Aparas de couro curtido;
Lodo de ETE;
Solvente sujo.
Rejeitos
Resíduos sólidos que após esgotadas todas as possi- Panos e estopas sujas
bilidades de tratamento e recuperação não apresen- com tinta;
tem outra possibilidade que não a disposição final Lodo de ETE.
ambientalmente adequada.
Resíduo Sólido
Reciclável
É todo o resíduo que pode retornar ao ciclo de produ- Serragem de couro;
ção como matéria-prima para fabricação de produtos Carnaça.
pela própria empresa, ou por terceiros.
Resíduos Sólidos
Classe I
São os resíduos perigosos, que em função de suas
propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas
pode representar riscos à saúde pública ou ao meio
ambiente. São classificados como perigosos os resíduos constantes nos Anexos A ou B da NBR 10.004,
ou que apresentam uma das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade.
Resíduos Sólidos
Classe II A
São os resíduos não perigosos e não inertes. São Carnaça;
aqueles que não se enquadram nas classificações de Aparas salgadas.
resíduos classe I – Perigosos ou de resíduos classe II B
– inertes. Podem ter propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
Resíduos Sólidos
Classe II B
São os resíduos não perigosos e inertes. Ficam en- Vidro limpo;
quadrados os resíduos que submetidos à solubiliza- Plástico limpo
ção com água, conforme a norma NBR 10.006, não
tiveram nenhum de seus constituintes solubilizados
a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez,
dureza e sabor.
Lodos provenientes do
tratamento de fluentes
líquidos originados no
processo de curtimento
de couros ao cromo.
Fonte: Adaptado de BRASIL (2010a) e NBR 10004 (ABNT, 2004b).
Destaca-se que a Lei 12305 (BRASIL,
2010a) estabelece a diferença entre
resíduo e rejeito, sendo que os resíduos
devem ser reaproveitados e reciclados
e apenas os rejeitos devem ter disposição final.
A identificação dos resíduos gerados
em uma empresa consiste de uma avaliação criteriosa do seu processo produtivo e das atividades que existem em
função deste, tais como manutenção,
análises laboratoriais e outros. A partir da compreensão do fluxograma do
processo produtivo, que é o desejado,
é identificado o fluxograma ambiental,
que ocorre em função do primeiro, e
são listados todos os resíduos gerados
por origem. A Figura 1 representa a
análise do processo produtivo e a identificação do fluxograma ambiental.
59
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FLUXOGRAMA DO PROCESSO
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Recursos:
matéria-prima
Insumos
Água
Energia
Equipamentos...
Atividades/
Operações
1
2
3
...
Resídos
O que gera?
Como gera?
FLUXOGRAMA AMBIENTAL
Figura 1 – Fluxograma do processo x fluxograma ambiental
Cada um dos resíduos identificados deve
ser caracterizado, classificado e quantificado
(ou estimado, se não for possível).
1.1.2 - Definição dos procedimentos
operacionais
A definição dos procedimentos
operacionais que envolvem o gerenciamento de resíduos, desde a sua
geração até a destinação final, deve
contemplar todos os resíduos identificados e considerar:
• A necessidade de conhecer e cumprir
os requisitos legais aplicáveis;
• Os requisitos do cliente;
• A viabilidade técnica, operacional e as
questões de logística;
• Os princípios da Política Nacional de
Resíduos Sólidos;
• A diferença entre resíduo e rejeito;
• A ordem de prioridade da gestão de
resíduos sólidos.
1.1.2.1 - Metas e procedimentos
que visem à minimização da
geração de resíduos
Uma vez concluído o diagnóstico e tendo identificado, caracterizado e quantificado todos os resíduos sólidos gerados, pode
ser dado o primeiro passo para uma gestão eficaz. Este passo é importantíssimo na
busca da sustentabilidade e compreende a
avaliação de todos os resíduos e os processos que dão origem aos mesmos, seguida
da definição das metas e das formas de
prevenção e redução da sua geração.
Os planos estabelecidos devem priori-
60
zar a prevenção e minimização a partir da
aplicação dos princípios da não geração,
redução, reutilização e reciclagem. A aplicação destes princípios nas diferentes áreas e etapas do processo permite diminuir
a produção de resíduos, reduzindo custos
com a destinação dos mesmos e evitando
a formação de passivos ambientais.
Diferentes ações, como por exemplo, a
definição de padrões de desempenho a
ser usados desde o desenvolvimento do
produto até a entrega, a logística reversa, o
estabelecimento de políticas de compras,
as práticas de ecodesign, as técnicas de
reuso, a reciclagem interna, a reciclagem
externa e outras podem conduzir a resultados importantes e contribuir significativamente na busca pela sustentabilidade
(ambiental, econômico e social).
Cabe lembrar que agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros
produtos cuja embalagem, após o uso,
constitua resíduos perigoso, pneus, pilhas
e baterias, óleo lubrificante, lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio
e mistas, produtos eletroeletrônicos e seus
componentes tem a sua logística reversa
definida por lei (BRASIL, 2010a).
1.1.2.2 - Segregação e coleta
seletiva dos resíduos
Os resíduos gerados em todas as áreas
da empresa, sejam estes industriais, laboratoriais, administrativos, de processos de
manutenção ou outros, devem ser segregados na fonte, no momento do descarte,
e permanecer desta forma até a sua destinação final. Para tanto, deve ser estabelecida, implementada e mantida a coleta
seletiva, que consiste de um sistema de
recolhimento dos resíduos segregados na
fonte geradora.
Para propiciar o descarte correto de cada
tipo de material e facilitar a segregação e
o acondicionamento dos resíduos, devem
ser disponibilizados os coletores identificados e adequados ao volume e tipo de resíduo. Convém, sempre que possível, adotar
as cores estabelecidas pela Resolução do
CONAMA nº 275 (CONAMA, 2001) para
a coleta seletiva (em entidades governamentais é obrigatório), como é mostrado
na Tabela 2.
Tabela 2 – Cores da coleta seletiva de resíduos
COR
RESÍDUO
Azul
Papel/papelão
Vermelho
Plástico
Verde
Vidro
Amarelo
Metal
Preto
Madeira
Laranja
Resíduos perigosos
Branco
Resíduos de serviços de saúde
Roxo
Resíduos radioativos
Marrom
Resíduos orgânicos
Cinza
Resíduos não recicláveis ou não passíveis de separação
Fonte: Adaptado de Conselho Nacional do Meio Ambiente (2001).
Maio/Junho | 2013
Cabe ressaltar que simplesmente
distribuir recipientes coloridos para a
coleta seletiva de resíduos não é suficiente para fazer com que todos os
usuários do sistema adotem o comportamento desejado. Não é raro encontrar nas empresas coletores bonitos
e bem identificados (Figura 2) com os
resíduos misturados. Também há casos
em que são verificados coletores feios
e mal identificados (Figura 3) mas com
os resíduos muito bem separados
símbolos de risco, quando necessário.
Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler, do Rio Grande do
Sul. Todos os resíduos perigosos também devem receber o Código ONU, de
acordo com o estabelecido na norma
NBR 13.221 – Transporte terrestre de
resíduos e na Resolução ANTT 420 que
aprova as Instruções Complementares
ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos. Tais códigos
são importantes para o correto preenchimento da documentação necessária ao transporte dos resíduos e para
elaboração dos relatórios exigidos pelos organismos de controle ambiental,
como por exemplo, a FEPAM e o IBAMA. A tabela 3 apresenta exemplos de
classificação e codificação de resíduos
sólidos gerados.
1.1.2.3 - Classificação e armazenamento temporário dos resíduos
A classificação dos resíduos sólidos,
quanto aos riscos potenciais ao meio
ambiente e à saúde pública, em perigosos (classe I) e não perigosos
(classes IIA e II B) deve ser procedida
de acordo com a norma NBR 10.004
(ABNT, 2004b).
Após esta classificação convém que
os resíduos recebam a codificação
adequada, tomando por base a própria norma NBR 10.004 a Instrução
Normativa do IBAMA nº 13/2012 e
as codificações estabelecidas pelos órgãos ambientais estaduais, como é o
caso do Código do Resíduo – CODRES,
estabelecido pela FEPAM – Fundação
Tabela 3 – Exemplo de classificação e codificação de resíduos sólidos
O descarte de resíduos com características de inflamabilidade (FEPAM,
2010) tais como têxteis, papeis e outros materiais contaminados com tintas, óleos, graxas e solventes, requer
cuidados extras e devem ser providenciados coletores de segurança, especiais. Estes coletores tem por objetivo
reduzir os vapores perigosos no ambiente e promover a auto-extinção das
chamas, em caso de combustão.
A adoção de um padrão de rotulagem é outra ferramenta importante
para atingir o objetivo de segregar os
resíduos na fonte. Os rótulos podem ser
coloridos, trazer imagens e portar os
Maio/Junho | 2013
CÓDIGO ONU
I
CÓDIGO
INSTRUÇÃO
NORMATIVA DO
IBAMA 13/2012
Lodo proveniente do tratamento
de efluentes líquidos originados do
processo de curtimento com cromo
II A
CÓDIGO
ABNT NBR 10004
RESÍDUO DE
RESTAURANTE
Figura 3 – Conjunto de Coletores de Resíduos
Restos de alimentos e resíduos
biodegradáveis de cozinhas e
cantinas
LODO
DE ETE
IDENTIFICAÇÃO
CODRES (FEPAM)
CLASSIFICAÇÃO
RESÍDUO
Figura 2 – Conjunto de Coletores de Resíduos
A0010
A001
20 01 08
-
K195
04 01 11
3077
D0090
Fonte: Adaptado de NBR 10004 (ABNT, 2004b), NBR 13221 (ABNT, 2010), Agência Nacional De Transportes Terrestres (2004), IBAMA (2012), e FEPAM (2013).
Os resíduos devem ser acondicionados de maneira adequada e armazenados temporariamente de forma a proteger a saúde pública e o meio ambiente,
até que sejam encaminhados para reciclagem, recuperação, tratamento ou
disposição final. Para possibilitar rápida
identificação os recipientes devem permanecer devidamente rotulados
A forma de acondicionamento deve
ser estabelecida considerando as características do resíduo, tais como seu
estado físico, umidade, densidade e volume, sua periculosidade, a operaciona-
lidade e outros. São formas comuns de
acondicionamento: tambores metálicos,
bombonas plásticas, baldes, contêineres, tanques, sacos plásticos, sacos tipo
big bag e outros, fardos, caixas, cestos,
silos e a granel.
O depósito de resíduos deve atender ao disposto na norma NBR 12.235
(ABNT, 1992) para o armazenamento
de resíduos sólidos perigosos – Classe
I e o disposto na NBR 11.174 (ABNT,
1990) para os de Classes II. Os requisitos básicos de um depósito temporário
de resíduos incluem:
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• Cobertura;
• Impermeabilização do piso;
• Acessos internos e externos protegidos
e mantidos de forma que possam ser
usados em quaisquer condições climáticas;
• Disponibilização e uso do Equipamento
de Proteção Individual - EPI adequado;
• Preparação para atendimento a emergência;
• Realização de inspeções periódicas
pelo responsável técnico;
• Organização do leiaute de acordo com
as características de incompatibilidade
(resíduos reativos devem ficar a uma
distância mínima de 15 m dos limites
da propriedade);
• Bacia(s) de contenção;
• Iluminação, inclusive para situação de
emergência;
• Sinalização de segurança que identifique a instalação para os riscos de acesso
ao local (placa de identificação “DEPÓSITO DE RESÍDUOS”, rótulos de risco para
os inflamáveis e mapa de riscos).
A adoção de alguns equipamentos
como prensas enfardadeiras, contêineres empilháveis e paletes de contenção
pode contribuir significativamente na
redução do espaço necessário ao armazenamento e propiciar a mobilidade do
resíduo.
1.1.2.4 - Quantificação dos resíduos
Para o efetivo controle no gerenciamento dos resíduos é necessária à
quantificação dos mesmos. Para tanto
devem ser definidas as unidades de
medida e a forma de medição para
cada resíduo. Devem ser consideradas
as unidades estabelecidas pelos órgãos
de controle ambiental. Tão importante
quanto a disponibilização de uma balança ou outro equipamento para medição,
é a capacitação dos envolvidos neste
processo. É comum verificar erros grosseiros na realização das pesagens ou
outras medições e na conversão para diferentes unidades de medida, também.
A quantificação dos resíduos deve ser
registrada em planilhas, podendo ser
adotado o modelo estabelecido na norma NBR 12.235 (ABNT, 1992).
62
1.1.2.5 - Destinação final dos resíduos
A destinação final dos resíduos é o
principal fator a ser considerado na prevenção à formação de passivos ambientais. Como alternativas de destinação
final de resíduos encontramos reutilização,
reprocessamento/reciclagem
internos, reprocessamento/reciclagem
externos, devolução ao fornecedor,
rerrefino (de óleos), coprocessamento
em fornos de cimento, incineração, incorporação ao solo, fertirrigação, compostagem, vermicompostagem, aterro
sanitário, aterro de resíduos industriais
perigosos e outros.
Como destinação final ambientalmente adequada a Lei 12.305 (BRASIL,
2010a) estabelece a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético de
resíduos. Na literatura são encontrados
registros de diversas opções para a valorização dos resíduos sólidos do setor
coureiro.
Cabe estabelecer critérios para a definição dos destinatários de cada tipo
de resíduo gerado. Entre os critérios a
serem adotados, obviamente devemos
considerar as metas estabelecidas para
minimização (ver 1.1.2.1), o valor econômico, social e ambiental de cada resíduo, a logística e os requisitos legais
aplicáveis. Entre todos os critérios que
podem ser definidos, o licenciamento ambiental é condição sine qua non,
sendo que é de suma importância que
o mesmo seja verificado periodicamente, observando o cumprimento das
condições e restrições estabelecidas na
mesma, e assegurado que os parceiros
escolhidos sejam realmente capazes de
realizar os processos e atividades a que
se propõem.
1.1.2.6 - Transporte dos resíduos
O transporte dos resíduos sólidos para
fora das instalações do gerador deve
ser realizado por veículos devidamente
licenciados para tal e de acordo com o
estabelecido na legislação específica. O
transporte deve ser feito de modo a prevenir e evitar danos ao meio ambiente
e à saúde pública observando:
• Que o equipamento de transporte seja
adequado ao tipo de resíduo e às regulamentações pertinentes;
• Que o estado de conservação do equipamento de transporte não permita
derramamentos ou vazamentos durante
o trajeto;
• Que durante o transporte os resíduos
estejam devidamente acondicionados e
protegidos de intempéries;
• Que os resíduos não sejam transportados juntamente com alimentos, medicamentos ou objetos destinados ao uso
e/ou consumo humano ou animal, ou
com embalagens destinadas a este fim.
Além dos documentos fiscais exigidos
pela legislação, os resíduos transportados devem ser acompanhados do Manifesto de Transporte de Resíduos – MTR,
conforme estabelecido pela Portaria da
FEPAM Nº 034/2009 (FEPAM, 2009), no
caso do Rio Grande do Sul (cada estado possui a sua regulamentação). Para
o transporte de resíduos classificados
como perigosos deve ser providenciada
também a Ficha de Emergência e Envelope para o Transporte conforme NBR
7503 e NBR 13221 (ABNT, 2012 e ABNT,
2010).
1.1.2.7 Prevenção e preparação para
atendimento a emergências
Os resíduos devem ser manuseados
de forma a minimizar a possibilidade de
fogo, explosão, derramamento o vazamento de resíduos para o ar, água ou
solo. Com o objetivo de evitar quaisquer
efeitos indesejáveis os resíduos devem
ser mantidos segregados e devidamente acondicionados. A estocagem dos resíduos deve considerar as questões de
compatibilidade química.
Todas as pessoas envolvidas no manuseio dos resíduos devem fazer uso
do Equipamento de Proteção Individual – EPI definido no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA da
empresa.
O Depósito de Resíduos deve estar
contemplado no Plano de Prevenção e
Proteção Contra Incêndio - PPCI e ser
provido no mínimo, dos seguintes sisMaio/Junho | 2013
temas de segurança: equipamento de
combate a incêndios conforme estabelecido no PPCI; bacias de contenção
para os produtos passíveis de derramamento e kit de emergência (no mínimo
um balde resistente a produtos químicos, material absorvente ou areia, sacos
plásticos, cones e material de sinalização da área, pá e EPI) para contenção
de pequenos e médios derramamentos;
Deve ser estabelecido um plano de
atendimento a emergências, incluindo a
ocorrência de situações fora das instalações da empresa, como por exemplo,
no transporte de resíduos.
1.1.2 - Definição de responsabilidades e capacitação
O correto gerenciamento dos resíduos é fundamental para a minimização
da geração dos resíduos e para a prevenção de possíveis efeitos danosos no
meio ambiente. Assim a definição clara
dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento de resíduos e o estabelecimento de um plano de comunicação
e capacitação das pessoas envolvidas
com o PGRS é um fator primordial. A capacitação envolve entre outros pontos,
os seguintes conteúdos:
• A forma de segregação e coleta seletiva dos resíduos;
• A forma de operação do Depósito de
Resíduos;
• A quantificação de resíduos;
• A forma de utilização e preenchimento
da documentação para o transporte de
resíduos;
• Preenchimento dos registros;
• Emissão dos relatórios legais requeridos pelos organismos de controle e fiscalização ambiental;
• Realização de inspeções periódicas dos
sistemas de armazenamento de resíduos;
• Atendimento a situações de emergência;
• Uso correto do EPI.
2 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após o estabelecimento do Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos o
mesmo deve ser implementado, acompanhado, monitorado, corrigido, se necessário, e melhorado onde possível, atenMaio/Junho | 2013
dendo as quatro etapas do ciclo PDCA.
Além do já exposto, dependendo da situação e tipo de empreendimento, pode
ser necessário o estabelecimento de medidas saneadoras de passivos ambientais
relacionados aos resíduos sólidos, a definição de ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
produtos e a identificação de soluções
compartilhadas com outros geradores.
Outro aspecto importante a ser considerado é que o PGRS deve ser revisado
periodicamente.
Para mais informações ou dúvidas sobre a elaboração de PGRS sugere-se que
entre em contato com o Centro Tecnológico do Couro SENAI através do e-mail:
<[email protected]> ou do site:
<www.senairs.org.br/couro>.
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES – ANTT. Resolução nº 420, de 12 de fevereiro de 2004.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 mai. 2004. Disponível em: <http://www.antt.gov.br/index.php/
content/view/1420/Resolucao_420.html>. Acesso em: 03 junho 2013.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7503: transporte terrestre de produtos perigosos:
ficha de emergência e envelope: características, dimensões e preenchimento. São Paulo, 2012. 12p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9001: sistemas de gestão da qualidade – requisitos. São Paulo, 2008.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: resíduos sólidos: classificação. São Paulo,
2004b. 71 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11174: armazenamento de resíduos sólidos classes
II – não inertes e III – inertes: procedimento. São Paulo, 1990. 7p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12235: armazenamento de resíduos sólidos perigosos: procedimento. São Paulo, 1992. 14 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13221: transporte terrestre de resíduos. São Paulo,
2010. 6 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14001: sistemas da gestão ambiental: requisitos
com orientações para uso. São Paulo, 2004a. 27 p.
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a
Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 03
ago. 2010a. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.
htm>. 31 maio 2013.
BRASIL. Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 03 ago.
2010b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/Decreto/D7404.
htm>. Acesso em: 31 maio 2013.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução nº 275, de 25 de abril de 2001. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 19 jun. 2001. Disponível em <http://www.mma.gov.br/port/conama/res/
res01/res27501.html>. Acesso em: 31 maio 2013.
FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PROTEÇÃO AMBIENTAL – FEPAM. Portaria nº 034/2009, de 03 de agosto de
2009. Diário Oficial do Estado, Porto Alegre, RS, 03 ago. 2009. Disponível em: <http://www.fepam.
rs.gov.br/licenciamento/Area4/18_02.asp?comp=1&tipo=5&num=034&ano=&key=>. Acesso em: 01
junho 2013.
FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PROTEÇÃO AMBIENTAL – FEPAM. Portaria nº 016/2010, de 20 de abril de 2010.
Diário Oficial do Estado, Porto Alegre, RS, 26 abr. 2010. Disponível em: <www.fepam.rs.gov.br/legislacao/arq/P16-2010.doc>. Acesso em: 01 junho 2013.
FUNDAÇÃO ESTADUAL DE PROTEÇÃO AMBIENTAL – FEPAM. Tipos de resíduos sólidos industriais, Porto
Alegre, 2013. Disponível em: < http://www.fepam.rs.gov.br/central/formularios/LinkTipos.asp?tipo=3>.
Acesso em: 01 junho 2013.
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS – IBAMA. Instrução
Normativa nº 13, de 18 de dezembro de 2012. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20 dez. 2012. Disponível em: < http://servicos.ibama.gov.br/phocadownload/legislacao/in_13_18dez2012_ibama_lista_brasileira_residuos.pdf>. Acesso em: 02 junho 2013.
RIO GRANDE DO SUL. Lei nº 9.921, de 27 de julho de 1993. Diário Oficial do Estado, Porto Alegre, RS, 27
jul. 1993. Disponível em: <http://www.fepam.rs.gov.br/legislacao/arq/leg0000000028.pdf>. Acesso
em: 31 maio 2013.
VIERA, Luís. A diminuição do passivo ambiental é urgente. Tecnicouro, Novo Hamburgo, ano 29, n. 2, p.
46-50, mar. 2008.
63
revista do couro
tecnologia
revista do couro
TECNOLOGIA
Atributos químicos e teor de cromo
em solo com aplicação de resíduos
de curtume e de carvão em
experimento de longa duração(1)
Fabrício Balerini(2); Liane Bianchin(3);
Carlos A. Bissani(4); Marino J. Tedesco(4)
Resumo
A aplicação em solos agrícolas é uma das alternativas de
disposição de resíduos orgânicos, por sua contribuição em
matéria orgânica e nutrientes. Entretanto, alguns resíduos podem conter componentes potencialmente tóxicos,
como metais pesados, como é o caso das indústrias curtidoras e da mineração de carvão. O objetivo deste trabalho
é a caracterização de atributos químicos do solo com a
aplicação dos resíduos, bem como avaliar o deslocamento
do cromo no perfil do solo. O solo da área experimental
é um Argissolo Vermelho Distrófico típico. Os tratamentos
constam da aplicação de resíduos de curtume e carbonífero, incorporados à camada superficial do solo (0-20 cm)
em 1996, quando foi iniciado o experimento, e em 2000,
além de tratamentos com adubação mineral e testemu-
nha. Em amostras de solo coletadas em 01/2010, nas camadas de 0-20, 20-50 e 50-80 cm, foram determinados
atributos químicos relacionados à fertilidade do solo e o
teor de cromo pelo método EPA 3050b. Na camada 0-20
cm, o pH do solo nos tratamentos com lodo de curtume
foi semelhante ao do tratamento com calcário (adubação
mineral), evidenciando o efeito corretivo deste resíduo. Na
mesma camada, o teor de matéria orgânica aumentou significativamente nos tratamentos com maior dose de lodo
de curtume e com serragem cromada. A imobilização do
cromo na camada 0 a 20 cm é evidenciada por não haver
variação significativa dos teores de cromo entre a testemunha e os demais tratamentos nas camadas 20 a 50 e
50 a 80 cm.
Palavras-Chave: resíduos orgânicos; correção da acidez; nutrientes.
Introdução
A aplicação em solos agrícolas vem sendo estudada como
uma das alternativas para disposição final de resíduos orgânicos industriais. Embora sejam evidentes os benefícios
que estes materiais podem trazer às propriedades do solo,
existe a preocupação com constituintes potencialmente tóxicos, como metais pesados, que podem estar presentes
nos resíduos dos processos de produção em concentrações
relativamente altas. O estudo da dinâmica de metais potencialmente tóxicos em matrizes ambientais apresenta grande
importância, uma vez que estes não são biologicamente de-
(1)
Parte da tese de doutorado do segundo autor; (2)Graduando em
Agronomia, Bolsista PIBIC/CNPq, Departamento de Solos, Faculdade de
Agronomia, UFRGS, (3) Professora, Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas, Universidade FEEVALE; (4) Professor, Departamento de Solos, Faculdade
de Agronomia, UFRGS
64
gradáveis como acontece com outros poluentes.
O processo de curtimento de couros utilizado por cerca de
90% das indústrias é o curtimento mineral com sais de cromo, levando à produção de resíduos orgânicos ricos neste
metal, portanto perigosos. Apesar de a legislação determinar
que estes resíduos sejam dispostos em aterros industriais,
esta medida tem como limitações o alto custo e o esgotamento da capacidade de suporte dos aterros.
O carvão mineral é a maior fonte de energia não renovável
no país. A utilização de carvão como fonte de energia para
quaisquer aplicações constitui uma atividade potencialmente
danosa ao meio ambiente devido à produção de resíduos
estéreis e rejeitos ricos em sulfetos de ferro, que, quando
oxidados, resultam em baixo pH e altas concentrações de
metais com potencial poluente no solo e água. Mesmo que
o solo tenha potencial complexante destes elementos, vários
fatores que influenciam este processo precisam ser entendi-
Maio/Junho | 2013
dos, de modo a permitir o monitoramento de atributos químicos e de metais, em especial em estudos de longo prazo.
Nesse contexto, o presente trabalho busca dar continuidade aos estudos em experimento de longa duração, a campo,
com disposição de resíduos da indústria do couro e resíduo
carbonífero. A aplicação de resíduos foi realizada em 1996,
com reaplicação no verão de 1999/2000. Ao longo desse
período, até 2005, foram avaliados os efeitos da aplicação e
reaplicação desses resíduos, tanto no solo como em algumas
culturas anuais, bem como a degradabilidade dos resíduos de
curtume. A atual etapa tem por objetivo realizar estudos de
caracterização química do solo e do deslocamento do cromo
em profundidade.
Material e Métodos
O experimento foi iniciado em 1996, em área de campo
nativo, na Estação Experimental Agronômica (EEA) da UFRGS, no município de Eldorado do Sul (RS), região fisiográfica
da Depressão Central. O solo da área experimental é classificado como Argissolo Vermelho Distrófico típico (EMBRAPA,
1999). A precipitação média anual da região é de 1.440 mm
e o clima, segundo a classificação de Koeppen, é subtropical
de verão úmido quente (Cfa).
Em 1996, foram implantados os tratamentos, incluindo
aqueles com resíduos de curtume (lodo de estação de tratamento e serragem cromada) e carbonífero, além dos demais tratamentos. A reaplicação foi realizada no verão de
1999/2000.
No ano agrícola de 1996/97, foram cultivados milho e
soja no verão e trigo no inverno, com avaliações das culturas
e do solo apresentadas por Ferreira (1998). No ano agrícola
de 1999/2000, os resíduos foram reaplicados, tendo sido
avaliada a disponibilidade dos nutrientes para as culturas
do milho e da soja no verão e do trigo no inverno, sendo
os resultados das avaliações apresentados por Kray (2001).
No período de 2000 a 2005, a área experimental ficou em
pousio. No verão de 2006/2007, foi cultivada com mamona, visando à avaliação do efeito residual dos tratamentos
no crescimento das plantas e atributos químicos do solo. O
detalhamento do experimento e resultados obtidos estão
apresentados em Quadro (2008).
Os tratamentos em estudo são os seguintes:
T1 - Testemunha
T2 - Adubação NPK + calcário (ca)
T3 - Lodo de curtume para atingir pH 6,0(L1) + PK
T4 - L2 (2 x L1) + PK
T5 - Resíduo carbonífero + NPK + calcário
T6 - Resíduo carbonífero + L1 + PK
T7 - Serragem cromada + NPK + calcário
T8 - L1 + cromo mineral (sulfato de cromo) + PK
Maio/Junho | 2013
As quantidades de resíduos aplicadas foram estabelecidas
com base nos resultados de análise do solo e dos resíduos e
na necessidade de corretivo da acidez do solo para elevar o
valor de pH a 6,0, estando apresentadas na Tabela 1.
Tabela 1. Doses de materiais aplicados e reaplicados em
cada tratamento (base seca)
Tratamento
Aplicação
Reaplicação
t ha
Cromo
kg ha-1
-1
1
-
-
2
3,4 ca
6,3 ca
-
3
21,25 LC
22,4 LC
671
4
42,50 LC
44,80 LC
1.342
5
106,0 RC
56,0 RC
-
20,0 ca
6
7
8
106,0 RC
56,0 RC
21,24 LC
34,4 LC
29,4 SC
30,0 SC
3,4 ca
8,6 ca
21,25 LC
22,4 LC
0,125 Crmin
0,500 Crmin
937
1.337
1.296
As condições atuais da área do experimento, mantida em
pousio desde 2007, foram avaliadas em amostras coletadas
nas camadas de zero a 20, 20 a 50 e 50 a 80 cm de profundidade, em 01/2010. As amostras da camada superficial
foram coletadas com pá-de-corte e das demais camadas,
com trados tipo holandês, com diferentes diâmetros, para
evitar a contaminação. Após o preparo, foram determinados
atributos químicos segundo metodologia descrita por Tedesco et al. (1995) e o teor de cromo por extração pelo método
EPA 3050b (USEPA, 1996), seguida da quantificação por espectrofotometria de absorção atômica.
Resultados e Discussão
Quanto ao nitrogênio, os valores obtidos para N-NH4+ e
N-NO3- não demonstraram variação significativa nos tratamentos em relação à testemunha (Tabela 2). Os valores
médios e a relação de aproximadamente 1:1 para N-NH4+
e N-NO3- se aproximam dos resultados obtidos por Polleto
(2008) em avaliação conduzida em área próxima ao experimento em estudo, sob vegetação nativa. Maiores teores de
N total foram determinados nos tratamentos com resíduos
de curtume, com destaque para a serragem cromada, indicando o efeito residual deste resíduo quanto a este nutriente.
65
revista do couro
TECNOLOGIA
revista do couro
TECNOLOGIA
Tabela 2. Teores de NH4+, NO3- e N total no solo da camada
superficial (0 a 20 cm)
Tratamento
NH4+
NO3-
(NH4+ + NO3-)
mg kg-1
Tabela 3. Teor de cromo no solo (método EPA 3050b)
Cromo
Tratamento
N total
0-20cm
20-50cm
g kg-1
50-80cm
mg kg
-1
1
16,9a
18,0a
34,9a
0,9a
1
2
18,1a
17,2a
35,3a
1,0a
3
17,1a
19,4a
35,6a
1,0a
4
17,5a
19,3a
36,8a
5
17,3a
19,5a
36,8a
6
15,4a
16,8a
7
15,5a
18,4a
8
15,3a
Média
16,6
28,2a
15,5a
14,5a
2
30,0a
18,5a
13,8a
3
162,8b
20,3a
24,5a
1,3ab
4
340,8c
23,8a
22,5a
1,1a
5
31,0a
15,0a
20,5a
32,2a
1,3ab
6
262,0bc
31,5a
18,5a
33,9a
1,7b
7
386,5c
28,8a
27,3a
16.4a
31,6a
1,2ab
8
378,0c
20,5a
19,5a
18,1
34,8
1,2
Médias com letras iguais, na coluna, não diferem significativamente pelo teste
de Tukey (p<0,05).
Conforme a Tabela 3, que apresenta o teor de cromo obtido
na forma denominada “pseudo-total”, conforme metodologia
EPA 3050b, não houve variação estatística significativa entre os
tratamentos com resíduos e a testemunha nas camadas de 20
a 50 e 50 a 80 cm, mesmo para os tratamentos 4, 6, 7 e 8 que
receberam maiores aportes de cromo. Isso comprova a importância do solo na imobilização desse metal, evitando sua lixiviação no perfil do solo.
As Tabelas 4, 5 e 6 apresentam os valores de atributos químicos das amostras coletadas respectivamente da camada superficial (0 a 20 cm), subsuperficial (20 a 50 cm) e subjacente
(50 a 80 cm).
Na camada superficial, os valores de pH nos tratamentos
onde foi aplicado lodo de curtume (T3 e T4) foram semelhantes
ao do tratamento com calcário (T2), conforme já observado por
Kray (2001) e Quadro (2008), mesmo passados 10 anos da última aplicação dos resíduos. Até o momento, a alcalinidade do
lodo de curtume vem neutralizando o efeito acidificante do resí-
Médias com letras iguais, na coluna, não diferem significativamente pelo teste
de Tukey (p<0,05).
duo carbonífero, pois o pH do tratamento T6 (RC + LC + PK) não
diferiu da testemunha (T1). Este fato também foi observado por
Kray et al. (2008) e pode indicar a possibilidade do uso de lodo
de curtume na reconstrução de solos de áreas de mineração.
Na camada superficial, o teor de matéria orgânica aumentou
significativamente nos com maior dose de lodo (T4), resíduo
carbonífero+lodo (T6) e serragem cromada (T7). Observou-se em todos os tratamentos, o aumento no teor de alumínio
trocável do solo, comparativamente aos resultados obtidos por
Quadro (2005). Esse aumento acompanha a diminuição do pH
também verificada para a maioria dos tratamentos.
A translocação do efeito corretivo do lodo na camada subsuperficial ainda pode ser verificada, uma vez que, à exceção dos
tratamentos nos quais foi aplicado resíduo carbonífero e serragem
cromada, o valor do pH foi maior do que na testemunha. Observou-se ainda, nessa profundidade, o aumento da concentração
de cálcio em todos os tratamentos quando comparado à testemunha. Aumentos significativos de cálcio e magnésio foram também determinados na camada 50-80 cm do tratamento T4 (L2).
Tabela 4. Características químicas da camada superficial (0 a 20 cm)
Tratamento
pH
Índice SMP
P disp.
K disp.
M.O.
Al troc.
g kg-1
mg dm
-3
Ca troc.
Mg troc.
cmolc dm
Mn troc.
mg dm-3
-3
1(T)
4,9a
5,9a
2,2a
122abc
20,8a
1,3b
1,9a
1,2ab
25a
2(NPK+Ca)
6,1cd
6,6c
4,5abc
120abc
20,5a
0,0a
4,1bc
2,7d
8,9a
3(L1+PK)
6,0cd
6,5bc
4,8abc
129bc
22,3a
0,0a
4,2bcd
1,5ab
8,8a
4(L2+PK)
6,2cd
6,7c
7,8d
154c
28,0b
0,0a
5,6d
1,7bc
6,2a
5(RC+NPK+Ca
5,9cd
6,5bc
4,0abc
110abc
24,0a
0,1a
4,3bcd
2,7d
10,9a
6(RC+L1+PK)
4,8a
5,8a
6,8cd
101ab
28,5b
1,2b
3,8ab
0,9a
25,9a
7(SC+NPK+Ca)
5,4b
6,2b
3,3ab
79a
28,3b
0,2a
4,5abc
2,2cd
16,7a
8(L1+Crmin+PK)
5,7b
6,4bc
5,5bcd
139bc
23,9a
0,1a
4,6cd
1,4ab
7,8a
Médias com letras iguais, na coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey (p<0,05).
66
Maio/Junho | 2013
Tabela 5. Características químicas da camada subsuperficial (20 a 50cm)
Tratamento
pH
Índice SMP
P disp.
K disp.
M.O.
Al troc.
g kg-1
mg dm
-3
Ca troc.
Mg troc.
cmolc dm
Mn troc.
mg dm-3
-3
1(T)
4,5ab
5,1a
1,0a
64ab
14,4a
2,7bc
1,0a
1,0ab
5,9a
2(NPK+Ca)
4,7bc
5,4ab
1,1a
61ab
13,6a
1,7abc
1,4a
2,1c
2,0a
3(L1+PK)
4,9cd
5,5b
0,9a
66ab
16,2a
1,6ab
3,4ab
1,7bc
1,9a
4(L2+PK)
5,2d
6,0c
1,6a
75b
12,4a
0,6a
6,0b
2,1c
2,2a
5(RC+NPK+Ca
4,4a
5,1ab
0,8a
56ab
15,5a
2,8c
1,2a
1,1abc
6,2a
6(RC+L1+PK)
4,3a
5,0a
1,3a
55ab
13,4b
2,9c
1,8a
0,6a
5,4a
7(SC+NPK+Ca)
4,5ab
5,2ab
1,0a
42a
15,5b
2,3bc
1,7a
1,1abc
5,6a
8(L1+Crmin+PK)
4,8bc
5,4ab
1,0a
72b
13,4a
2,0bc
3,5ab
1,3abc
2,5a
Ca troc.
Mg troc.
Médias com letras iguais, na coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey (p<0,05).
Tabela 6. Características químicas da camada subjacente (50 a 80 cm)
Tratamento
pH
Índice SMP
P disp.
K disp.
1(T)
4,5cd
2(NPK+Ca)
3(L1+PK)
4(L2+PK)
4,7d
5,3c
5(RC+NPK+Ca
4,1a
4,5a
6(RC+L1+PK)
4,2ab
4,7ab
7(SC+NPK+Ca)
4,4abc
4,8ab
8(L1+Crmin+PK)
4,4bc
5,0bc
M.O.
Al troc.
cmolc dm-3
g kg-1
mg dm-3
Mn troc.
mg dm-3
4,9abc
0,3a
65b
10,6a
2,5a
1,0a
1,2ab
4,8a
4,5cd
5,0bc
0,8ab
52ab
11,1ab
4,5cd
4,9abc
0,9ab
58ab
11,7ab
2,7a
1,4a
1,5ab
2,8a
2,0a
2,2ab
1,7b
1,4a
1,1b
41a
0,6ab
39a
11,6ab
2,0a
3,1b
1,9b
2,3a
10,5a
3,3a
1,1a
0,7ab
6,2a
0,6ab
41ab
11,4ab
3,4a
1,1a
0,5a
4,5a
0,7ab
36a
14,0b
3,0a
1,3a
0,9ab
5,4a
0,6ab
58ab
10,3a
3,1a
1,5ab
1,2ab
2,2a
Médias com letras iguais, na coluna, não diferem significativamente pelo teste de Tukey (p<0,05).
Conclusões
Os resultados permitem concluir que:
a) na camada superficial, o pH do solo nos
tratamentos com lodo de curtume é semelhante ao do tratamento com calcário;
b) o efeito corretivo do lodo de curtume na
camada 20-50 cm é constatado pelos maiores valores de pH e Ca e menores de Al.;
c) a imobilização do cromo na camada 0 a
20 cm é evidenciada por não haver variação significativa do teor de cromo entre a
testemunha e os demais tratamentos nas
camadas 20-50 e 50-80 cm.
Agradecimentos
Ao conselho nacional de desenvolvimento científico e tecnológico (CNPQ)
pelo apoio financeiro e à EEA-UFRGS
pelo apoio na condução do trabalho.
Maio/Junho | 2013
Referências
EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: Embrapa-SPI, 1999. 412 p.
FERREIRA, A. S. Efeitos da adição de resíduos de curtume carbonífero nas plantas e no
solo. Porto Alegre, 1998 104f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Ciência do Solo. Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 1998.
KRAY, C. H. Efeitos da aplicação e reaplicação de resíduos carbonífero e de curtume no
solo e nas plantas. 2001. 90f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em
Ciência do Solo. Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 2001.
KRAY, C.H.; TEDESCO, M.J.; BISSANI, C.A.; GIANELLO, C.; SILVA, K.J. Tannery and coal mining
waste disposal on soil. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 32, p. 2877-2882, 2008.
POLETTO, N.; GROHS, D.S.; MUNDSTOCK, C.M. Flutuação diária e estacional de nitrato e
amônio em um Argissolo Vermelho Distrófico típico. Revista Brasileira de Ciência do Solo,
v. 32, p. 1619-1626, 2008.
QUADRO, M. S. Alterações no solo causadas por aplicações sucessivas de resíduos de
curtume e carbonífero e a degradabilidade dos resíduos de curtume, 2008. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo. Faculdade de Agronomia,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2008.
TEDESCO, M.J.; GIANELLO, C.; BISSANI, C.A. et al. Análises de solos, plantas e outros materiais. 2. ed Porto Alegre: Departamento de Solos da Faculdade de Agronomia, UFRGS,
1995. 174 p (Boletim Técnico, 5)
U.S.EPA. Estados Unidos Environmental Protection Agency. Method 3050b: acid digestion
of sediments, sludges, and soils. Washington, 1996.
67
revista do couro
tecnologia
Importações de produtos químicos
Índices crescem 13,5% e somam
US$ 18,0 bilhões até maio de 2013
O
Brasil importou US$ 3,8 bilhões em produtos químicos no
mês de maio, queda de 6,9% em relação a abril, mas um
aumento de 10,1% em relação ao mês de maio de 2012.
De janeiro a maio, foram importados US$ 18,0 bilhões, 13,5% a
mais do que no mesmo período do ano passado.
Já as exportações brasileiras de produtos químicos alcançaram
US$ 1,2 bilhão em maio, o que representa um moderado crescimento de 2,2% em relação a abril, mas queda de 5,7% em
Divulgação
revista do couro
MERCADO
relação a maio de 2012. No acumulado do ano, até maio, as
vendas externas somam US$ 5,9 bilhões, valor 4,6% inferior ao
registrado em igual período do ano passado.
“O estabelecimento de créditos presumidos da contribuição
para o PIS/Pasep e da Cofins na importação e sobre a receita
decorrente da venda no mercado interno de insumos da indústria química nacional, medidas entre as prioritárias na Agenda
Setorial da Química e recentemente instauradas pela Medida
Provisória 613/2013, deverão ser fundamentais para a retomada do uso da capacidade instalada e consequente redução da
participação de importados no Consumo Aparente Nacional de
produtos químicos”, destaca a diretora de Assuntos de Comércio
Exterior da Abiquim, Denise Naranjo.
O déficit acumulado da balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 12,1 bilhões entre janeiro e maio deste ano. Nos
últimos 12 meses, de junho de 2012 a maio de 2013, o déficit
em produtos químicos é superior a US$ 30,6 bilhões, atingindo-se novos recordes para esse indicador a cada mês.
Os produtos químicos representaram 18,2% do total de US$
98,7 bilhões em importações e 6,4% dos US$ 93,3 bilhões em
exportações realizadas pelo País de janeiro a maio. As importações de produtos químicos movimentaram 14,1 milhões de
toneladas, ao passo que o volume das exportações chegou a
5,8 milhões de toneladas.
Fonte: Equipe de Assuntos de Comércio Exterior – Abiquim
Crescimento modesto do mercado
mundial de carnes
A
produção global de carnes deverá crescer modestamente em 2013, com previsão de alcançar 308,2 milhões de toneladas, segundo o relatório da FAO “Panorama Econômico Mundial”, divulgado no dia 13 de junho.
Isso representaria uma alta de 4,3 milhões de toneladas em
relação à 2012 (1,4%).
Segundo a entidade, muitos países continuam a lutar contra os preços elevados de ração animal, embora a alimentação dos animais continue em níveis historicamente altos, ela
deu início a uma tendência de queda no segundo semestre
de 2012 que continua este ano. A FAO afirmou que esse fato
oferece mais perspectivas de lucro na produção de carnes,
sobretudo nos mercados de suínos e aves, que dependem
mais da ração animal.
68
O relatório aponta que a produção de carnes deve crescer com mais vigor nos países em desenvolvimento, onde a
expansão da demanda por proteína animal ocorre de forma
mais acentuada.
Em relação aos preços, a perspectiva é de manutenção
nos níveis atuais — considerados altos. O Índice de Preços
da FAO para maio deste ano ficou em 179, dentro da banda
média de 177 e 179 que vem sendo registrada desde outubro de 2012.
Por fim, o relatório da FAO estima que as exportações de
carnes devam atingir 30,2 milhões de toneladas em 2013, o
que configuraria uma alta de 1,1% em relação à 2012.
Fonte: jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
Maio/Junho | 2013
Exportações de couros e peles em maio
A
s exportações de couros e peles apresentadas pela SECEX
(Secretaria de Comércio Exterior), referentes ao mês de
Maio de 2013, demonstraram pelo segundo mês consecutivo valores recordes, superando o valor alcançado no mesmo
mês do ano anterior e em relação à Abril deste ano. O mês de
Maio mostra um valor total de US$ 229,3 milhões, ou seja, uma
alta de 16,8% em relação a Maio de 2012, cujo valor foi de US$
196,3 milhões, e uma alta de 5,0% em relação a Abril de 2013,
cujo valor foi de US$ 218,4 milhões.
Quanto à quantidade de couros, considerando somente os
couros bovinos, em Maio foram exportadas 3,2 milhões de uni-
Maio/Junho | 2013
dades, um aumento de 16,9% em relação a Maio de 2012, cujo
total foi de 2,7 milhões.
Segue abaixo o perfil das exportações de Maio 2013:
Os principais destinos dos couros brasileiros entre Janeiro e
Maio de 2013 foram: China / Hong Kong com 34,9%, Itália com
23,8%, e Estados Unidos com 10,3% (participação monetária).
Os principais estados exportadores no mesmo período foram
São Paulo e Rio Grande do Sul, com 21,1% e 19,9%, respectivamente. Na terceira posição permanece o Paraná com 11,4%,
seguido por Goiás com 11,4% e Ceará com 7,5%.
Fonte: CICB
69
revista do couro
mercado
revista do couro
mercado
Mercado de carnes do Reino Unido
O
Reino Unido teve o melhor desempenho de mercado para
carnes dentro da União Europeia (UE). Com um escore 3,8%
acima da média da UE, o Reino Unido foi o mercado de
melhor desempenho para carne e produtos derivados baseado
em fatores que incluíram comparabilidade, confiança, problemas
e reclamações, mudança de comportamento e cumprimento das
expectativas.
Finlândia e Malta tiveram os dois próximos maiores indicadores
de desempenho, com 103,5 e 103,1, respectivamente, enquanto
Bulgária teve o menor, com 86,9.
O estudo avaliou o que direciona o comportamento de compra
dos consumidores no mercado de carnes da UE, após a carne ter
sido um dos bens de mercado de pior desempenho há dois anos.
O fator mais importante aos consumidores foram estímulos sensoriais, como a carne parecer fresca (10,2%) e saborosa (8,7%) e
estar exposta de forma higiênica (8,4%), mas o preço também era
um fator importante.
A UE recomendou mais monitoramento da formação de preços
na cadeia de fornecimento da carne, à medida que a satisfação dos
consumidores com os preços estava muito baixa. Isso incluirá uma
análise para avaliar em que extensão os preços da carne refletem
os custos de produção ou margens excessivas a certos estágios da
cadeia de fornecimento.
Fonte: http://www.fwi.co.uk, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
USDA: aumenta previsão para
produção de carnes nos EUA
A
previsão para a produção total de carnes vermelhas nos
EUA em 2013 aumenta com relação ao mês passado, à
medida que as maiores produções de carne bovina e de
frango mais que compensarão a menor produção de carne suína, de acordo com o último relatório sobre Estimativas de Oferta
e Demanda Agrícolas Mundiais (WASDE) do Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Esse possível aumento na produção poderá ocorrer à medida que
as condições ruins das forragens resultarem em colocações relativamente maiores de gado em confinamento na primeira parte de
2013, juntamente com o acréscimo nos abates de bovinos.
As previsões de exportações de carne bovina em 2013 foram
reduzidas com relação ao mês passado, à medida que o comércio a diversos mercados tem se mantido relativamente fraco. As
previsões de preços de boi para 2013 também foram reduzidas
com relação ao mês passado, refletindo preços menores do que
o esperado até agora.
A previsão para produção, exportações e preços de carnes
vermelhas em 2014 não mudaram com relação ao mês passado. Para ler relatório completo, acesse http://www.usda;gov/
oce/commodity/wasde/latest.pdf.
Fonte: USDA, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.
Recorde de exportações de couro em abril
O
s esforços da indústria curtidora e o trabalho associativo
das empresas de curtumes têm trazido resultados muito
positivos e palpáveis em 2013. Recentemente, no balanço das exportações do mês de abril, registrou-se o recorde
histórico de vendas de couros ao mercado externo em um único
mês: US$ 218,438 milhões, ou seja, uma alta de 24,6% em
relação ao mesmo mês de 2012. Os dados são da Secretaria de
Comércio Exterior, com análise elaborada pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).
Na avaliação final das exportações de couros e peles de abril,
os couros acabados (com maior valor agregado) representaram 55,5% do faturamento do mês. Os principais destinos dos
70
couros brasileiros entre janeiro e abril de 2013 foram: China /
Hong Kong com 34,6%, Itália com 18,1% e Estados Unidos com
12,9% (participação monetária). Os principais estados exportadores no mesmo período foram São Paulo e Rio Grande do Sul,
com 21,5% e 19,9%, respectivamente. Na terceira posição permanece o Paraná com 11,3%, seguido por Goiás com 11,2% e
Ceará com 7,8%. Quanto à quantidade de couros, considerando
somente os couros bovinos, em abril foram exportadas 3,017
milhões de unidades, um aumento de 33,8% em relação a Abril
de 2012, cujo total foi de 2,255 milhões.
Fonte: Imprensa CICB
Maio/Junho | 2013
revista do couro
ABQTIC
V Fórum Ambiental do Setor Couro
R
ealizado na noite de 05 de junho (Dia do Meio
Ambiente), o V Fórum Ambiental do Setor Couro
reuniu bom público no auditório do Centro Tecnológico do Couro – SENAI. O evento contou com a presença de convidados, estudantes e profissionais do setor
couro, que tiveram a oportunidade de acompanhar a
apresentação dos palestrantes convidados e participar
do debate ao final dos trabalhos. Promovido pelo CT
Couro – SENAI, o tradicional fórum ambiental contou
com apoio da ABQTIC, AICSul, CICB, Fundação Paulo
Leuck Schuck e Prefeitura Municipal Estância Velha.
As palestras da noite foram: "Obras de Recuperação
Ambiental da Central de Resíduos Sólidos Industriais Os palestrantes convidados participando dos debates com os participantes
de Lomba Grande” - Novo Hamburgo/RS - Palestrante:
Roberto Viñas - Geólogo / Novo Ambiente Ltda;
"Dinâmica do cromo em solo com aplicação de
resíduos de curtume e carbonífero" - Palestrante:
Liane Bianchin - Doutora em Ciência do Solo / Feevale; "Coprocessamento de Resíduos Sólidos do
RS" - Palestrante: Evandro Cristofoli - Engenheiro
Químico/Gerente Operacional da Fundação Proamb; "GM Gravataí - Zero Aterro" - Palestrante:
Audrey Wonghon - Engenheira Ambiental, Msc
em Qualidade Ambiental / GM do Brasil.
Os participantes que tiverem interesse em solicitar o certificado de participação e CD com o conteúdo das apresentações, devem enviar e-mail
para [email protected].
Público prestigiou o Fórum Ambiental do Setor Couro
Fonte: Imprensa ABQTIC
Fotos Leila Ermel
VP ALTO TAQUARI realiza reunião
em Lajeado
N
o dia 29 de junho será realizada mais uma reunião da
Vice Presidência da ABQTIC Alto Taquari, a partir das
10h30, no restaurante Di Pietro, em Lajeado. A palestra técnica será ministrada pela Stahl S.A. que destacará os
seguintes temas: Coleção Outono/Inverno 2014/15; Fabricação e diferenciais das resinas híbridas; Pull-up: parafinas e
óleos; Sistemas de melhoramento de classificação: Mirage.
O vice presidente da ABQTIC Alto Taquari, Angelito Junqueira,
Maio/Junho | 2013
convida a todos os profissionais do setor couro do Vale do
Taquari a participar. As inscrições podem ser feitas pelo Fone
51 9313 6846 ou através do e-mail angelito@tanquimica.
com.br. Após a palestra, como tradicionalmente ocorre nos
eventos técnicos da entidade, ocorrerá um almoço gentilmente oferecido pela empresa palestrante.
Fonte: Imprensa ABQTIC
71
revista do couro
ABQTIC
ABQTIC entregou troféu O Curtidor
Entrega de troféu ao homenageado de 2013, Cesar Augusto Fuga
Homenagem de 2013 ocorreu na reunião
técnica realizada na noite de 06 de maio, após
painel com CICB e com comissão organizadora
do Congresso da IULTCS de 2015
N
a noite de 06 de maio, a Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro - ABQTIC realizou mais um evento técnico reunindo associados e
convidados em sua sede. Na ocasião, ocorreu um painel com
a participação do presidente executivo do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil – CICB, José Fernando Bello, e com
o presidente da Comissão Organizadora do Congresso da
IULTCS/2015, Roberto Kamelman.
CICB - Bello destacou os projetos e atividades que o CICB vem
desenvolvendo em prol das indústrias do setor e na ampliação da visibilidade do couro brasileiro no mundo. O presidente
executivo apresentou ainda importantes índices mercadológicos, questões sobre o planejamento estratégico da entidade,
sobre a nova comunicação visual tanto do CICB como do projeto Brazilian Leather. Finalizou com informações sobre a intensificação na divulgação e nas ações quanto a Lei do Couro.
CONGRESSO IULTCS 2013 - À frente da comissão organizadora do Congresso da IULCTS/2015, Kamelman falou sobre
o trabalho que vem sendo realizado pela equipe para a
realização deste evento mundial, que trará ao Brasil, mais
precisamente à Novo Hamburgo/RS, os holofotes do que
há de mais atual e inovador no setor couro. As datas já estão definidas: entre os dias 24 e 27 de novembro de 2015.
E os encontros para desenvolver uma programação técnicocientífica atrativa e definir todos os detalhes necessários para
realizar um evento desta magnitude já estão em pleno andamento. Dentre as confirmações já definidas destacou que,
paralelamente ao Congresso da IULTCS/2015, ocorrerão o
72
Congresso Latinoamericano da FLAQTIC e o Encontro Nacional da ABQTIC
e, no decorrer do evento, em parceria
com o CT Couro - Senai, será realizada
a FECURT, apresentando os trabalhos de
pesquisa desenvolvidos pelos estudantes da instituição.
HOMENAGEM - Após o painel, a ABQTIC
realizou a entrega do troféu O Curtidor
para Cesar Augusto Fuga, escolhido para
ser o agraciado em 2013 por sua destacada trajetória profissional. Técnico em
Curtimento da primeira turma de formandos da então Escola de Curtimento,
segue atuante no setor couro na empresa Luiz Fuga, de São Leopoldo. Em pronunciamento do presidente do Conselho do CT Couro - Senai, Francisco Alziro Gomes, fatos significativos
da história do homenageado foram destacados. Tendo recebido
o troféu O Curtidor das
mãos de Francisco, o
agraciado também recebeu um troféu do
prefeito de Estância
Velha, Waldir Dilkin, em
nome do município,
pela passagem do Dia
do Curtidor. Encerradas Francisco Alziro Gomes entregou o troféu O Curtidor
as homenagens, os ao homenageado deste ano, Cesar Augusto Fuga
participantes confraternizaram num jantar oferecido na sede, que contou com o patrocínio do Sindicato das Indústrias de Curtimento de Couros
e Peles de Portão e do Sindicato das Indústrias de Artefatos e
de Curtimento de Couros e Peles de Novo Hamburgo.
Fonte: Imprensa ABQTIC
Fotos Leila Ermel
O prefeito de Estância
Velha, José Waldir Dilkin,
também entregou um
troféu ao agraciado
Maio/Junho | 2013
revista do couro
abqtic
ABQTIC palestrou em reunião
de Meio Ambiente da AICSul
N
o dia 19 de junho, a presidente da ABQTIC, Regina
Cánovas Teixeira, foi a responsável pela palestra convidada no Conselho de Meio Ambiente da AICSul, na
tradicional reunião mensal do grupo. O tema apresentado
ao conselho foi o XXXII Congresso da IULTCS, realizado entre
os dias 28 e 31 de maio, em Istanbul, na Turquia, que contou com uma comitiva brasileira de 17 pessoas.
A presidente da ABQTIC apresentou os temas principais
discutidos no congresso, um breve resumo das atividades e
falou sobre os trabalhos que mais se destacaram especificamente na área de Meio Ambiente. A engenheira química
Regina informou ainda que o material dos anais do referido Congresso Internacional estão à disposição na sede da
ABQTIC, mas é necessária a solicitação de autorização por
parte da IULTCS para tradução ou publicação dos mesmos.
Ao final da programação do evento em Istanbul, a Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do
Couro recebeu a bandeira da IULTCS, que foi entregue para a
presidente Regina, pois o Brasil será o próximo país a sediar
o Congresso da União Internacional, marcado para 2015.
Conforme informações da presidente Regina, o evento irá
ser realizado em Novo Hamburgo/RS nos dias 24 a 27 de
novembro, ocasião em que ocorrem paralelamente o XIX
Congresso Latino-americano da FLAQTIC e o XXI Encontro
Nacional da ABQTIC. A Comissão Organizadora já está com
as tratativas em pleno andamento para trazer os holofotes
Regina Cánovas Teixeira palestrando na AICSul
do mundo do couro ao país. O coordenador do Conselho de
MA da AICSul, Hugo Springer, também apresentou sua breve análise sobre a participação no congresso internacional.
Na próxima edição da Revista do Couro será publicado um
material especial relacionado ao XXXII Congresso da IULTCS,
com uma abordagem técnico-científica, além de uma avaliação de integrantes da comitiva brasileira que acompanhou a programação do evento.
Dando sequência à pauta da reunião, Adolfo Klein, vice-presidente do Comitesinos e integrante da diretoria da ABQTIC,
fez uma explanação sobre o Plano de Bacias Hidrográficas.
Fonte: Imprensa ABQTIC
Foto Leila Ermel
Anunciantes desta edição
ALCOURO
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43
3255.1505
BORAQUÍMICA
[email protected]
11
3838.4444
CICB
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19
3864.5000
DYNATECH
[email protected]
51
3097.1210
ECOVITA
[email protected]
51
3587.1820
FENAC
[email protected]
51
3584.7200
LANXESS
[email protected]
51
3579.7000
MK QUÍMICA
[email protected]
51
2101.1900
PULCRA
[email protected]
12
3594.6280
SETA
[email protected]
51
3205.2233
TFL
[email protected]
51
4009.2222
UNIPELLI
[email protected]
51
3563.3146
Maio/Junho | 2013
73
revista do couro
para ler
A Revista do Couro é uma publicação da Associação
Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro
Meio ambiente no século 21:
21 Especialistas falam da questão ambiental
nas suas áreas de conhecimento
Autor: André Trigueiro
Editora: Armazém do Ipê
Ano: 5ª edição/2008
Neste início de século 21, em que a Humanidade
enfrenta o esgotamento acelerado dos recursos
naturais do planeta num ritmo sem precedentes
na História, 21 autores foram desafiados a explicar
como a questão ambiental se insere em suas
respectivas áreas de conhecimento. O resultado
está no livro "Meio Ambiente no Século 21", um
projeto editorial coordenado pelo jornalista André
Trigueiro, com prefácio de Marina Silva e um
glossário com verbetes que traduzem o "ecologês"
para o grande público. Com capítulos assinados
por Fritjof Capra, Leonardo Boff, Gilberto Gil,
Samyra Crespo, André Trigueiro, Sérgio Besserman,
Rubens Harry Born, Fernando Almeida, Fábio
Feldmann, Ibsen de Gusmão Câmara, José
Goldemberg, Eduardo Viola, José Eli da Veiga,
Alfredo Sirkis, Carlos Minc, Moacyr Duarte, José
Carlos Carvalho, Fernando Gabeira, Renato Nalini,
Aspásia Camargo e Washington Novaes.
Jornalista Responsável
Leila Ermel
Registro Profissional: 10752
[email protected]
Comercial/Marketing
Etevaldo Zilli
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Tel: 51 3561.2761
Design gráfico
Freemultimídia
[email protected]
Comercial
Albery Eidelwein
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Tel: 51 9128.3734
Diagramação/Arte
Zeka Moehlecke
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DIRETORIA | Gestão 2012/13
Presidente | Regina Cánovas Teixeira
Vice-Presidente | Zulfe Urbano Biehl
Diretor Executivo | Etevaldo Zilli
1a Secretária | Luiza Gabriela Rupenthal
2° Secretário | Roger Schommer
1a Tesoureiro | Zuleika Gernhardt
2° Tesoureiro | Alexandre Finkler
Diretoria de Publicações e Divulgação
Aline Dresch | Tatiana Link | Roberto Kamelman
Meio Ambiente e Sustentabilidade
Autores: André Henrique Rosa; Leonardo F. Fraceto;
Viviane Moschini-Carlos
Editora: Bookman
Ano: 2012
Este livro é especial e são quatro as características
que o fazem assim. Abrangente: nenhum assunto
importante dentre as questões ambientais que
preocupam a humanidade foi esquecido; Rigor
científico: autores com reconhecida experiência na
área, como professores e pesquisadores;
Comprometido com sustentabilidade: trata da
busca de soluções para os problemas ambientais
que também sejam economicamente eficientes
e socialmente justas; Didático: qualidade nem
sempre encontrada em textos com a densidade
científica deste livro.
Os 50 Mais Importantes Livros
em Sustentabilidade
Coedição: Instituto Jatobás e Editora Peirópolis
Editora Peirópolis
Resumo e mensagens fundamentais contidas nos
50 livros considerados mais importantes sobre
sustentabilidade, escritos nos últimos 50 anos, de
acordo com uma pesquisa realizada com 3.000
líderes e ex-alunos do Programa de Sustentabilidade
da Universidade de Cambridge.
- Principais ideias de cada título e sinopse dos
aspectos mais relevantes;
- Biografia de cada autor;
- Entrevistas recentes e reflexão dos autores sobre
o que aconteceu desde a publicação de seu livro,
a situação atual e suas expectativas para o futuro.
Diretoria Social
Vilmar Trevisan | Marcelo Schenkel
Diretoria de Moda
Luiz Vitor Fasolo Piazza | Gerusa Giacomolli
Diretoria de Relações Nacionais
Daiana Feijó
Diretoria de Gestão e Planejamento
Aline Dresch
Diretoria de Relações Internacionais
Luiz Augusto Krug Zugno
Diretoria de Marketing
Zulfe Urbano Biehl
Diretoria de Projetos e Relação com Entidades
Ricardo Peres
Conselho Fiscal
Adolfo Antônio Klein | Lauro Krug | Márcia F. Schallenberger
Diretoria de Relações com Associados
Joaquim Alexandre Lippert
Corema
Hugo Springer | Antônio Matiello
Conselho Técnico Científico
Marcelo Zilles | Presidente
Ednéa T. Gonçalves | Gustavo Fink | Igor Vigannico da Silva
Janete Schneider | José Leonel de Queiroz
Karine Krummenauer | Marcos Roberto Barcelos
Mariliz Guterres | Marina Moreira | Mauri Barbieri
Paulo Joel Reis Junqueira | Samuel Cansi Machado
Sócios Honorários
Alberto Sofia | Clécio Eggers | Dieter Lehmann | Georg Valet
Conselho Consultivo
Clécio Eggers | Athos Schuck | Dieter Lehmann
Luiz Mário Leuck | Francisco Alziro Gomes
Etevaldo Zilli | Adroaldo Migliavacca | José Fernando Bello
Antônio Adolfo Klein | Lauro Krug | Paulo Rezende
Valmor Trevisan | Alexandre Finkler | Carlos Guilherme Kiefer
José Waldir Dilkin | Vilmar Trevisan | Roberto Kamelman
Vice-Presidências
Alto Taquari | Angelito Junqueira
Franca | Larisa Leal Ramos
Minas Gerais | José Vilmar Vieira Castro
Paraná | José Alex Bartel Garcia
Mato Grosso do Sul | Fabricio Castelli
Goiás | Lourival Ponchio
Rua Gregório de Mattos,182 | 93600-000 Estância Velha | RS
Tel: 51 3561.2761 | 51 3561.2250
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Maio/Junho | 2013

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