DE PAIS PRA FILHOS-PROCESSOS EDUCATIVOS MUSICAIS
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DE PAIS PRA FILHOS-PROCESSOS EDUCATIVOS MUSICAIS
DE PAIS PRA FILHOS: processos educativo-musicais adotados por pais e mães a seus filhos e filhas Comunicação – Relato de Pesquisa João Paulo de Rezende Oliveira Universidade Federal de Uberlândia (UFU) [email protected] Cintia Thais Morato Universidade Federal de Uberlândia (UFU) [email protected] Resumo: Pensando que a aprendizagem musical pode ultrapassar as paredes das escolas de música, sendo, portanto, uma prática social de determinado grupo, essa comunicação tem como objetivo divulgar um projeto de pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Música - Licenciatura que investiga as formas de transmissão do conhecimento musical na relação de pais e mães com seus filhos e filhas. Introdução Essa comunicação apresenta um projeto de pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Música - Licenciatura, o qual investiga as formas de transmissão do conhecimento musical na relação da díade pai/mãe e seus filhos e/ou filhas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que utiliza a metodologia da história oral e a entrevista semi estruturada como técnica coleta de dados. As perguntas de pesquisa que norteiam o projeto são: Como se dá a prática educativo-musical adotada por pais e/ou mães a seus filhos e/ou filhas? Como filhos e/ou filhas aprendem música com seus pais e/ou mães? Quais aspectos são envolvidos nesse processo educativo? Refletindo sobre essas indagações, estabeleceu-se como objetivo geral: conhecer e entender a transmissão do conhecimento musical de pais e mães na formação de seus filhos e filhas. Para alcançar essa meta, estabeleceram-se os seguintes objetivos específicos: identificar os tempos e espaços pelos quais filhos e filhas aprendem música com seus pais e/ou mães; conhecer as formas como ocorrem à aprendizagem musical de filhos e filhas com os pais e/ou mães; conhecer os processos de ensino musical que pais e/ou mães empreendem a seus filhos e/ou filhas; identificar os conhecimentos relacionados à música aprendidos por filhos e filhas; identificar o repertório que perpassa o processo educativo-musical de pais e/ou mães a seus filhos e/ou filhas. 1. Revisão de literatura: problematizando o tema Amato (2008), ao estudar a influência da família na construção no capital cultural musical de oito músicos brasileiros eruditos e populares, explica que o talento que possuem não é inato ou “dom divino”, mas resultado da iniciação musical promovida pela família, entendida como agente social: Na família, o indivíduo desde seu nascimento interage com o meio onde vive para conhecê-lo e passa a tomar este meio social (em seus aspectos materiais e simbólicos) como padrão para seu comportamento em um processo de socialização. Assim, a família pode desempenhar o papel de principal agente social de iniciação cultural do indivíduo, intrínseco à sua condição de instituição social. (AMATO, 2008, p. 2). Carvalho (2009), ao pesquisar sobre a aprendizagem musical nas rodas de samba, nota que ela começa no berço quando a criança observa os familiares tocando um instrumento, fazendo parte das rodas de samba ativa ou passivamente e escutando samba em casa. Nesse contexto, a criança se sente motivada ou até mesmo obrigada a fazer parte, pois nasceu naquele ambiente. Elias (1995), relatando a história de Wolfgang Amadeus Mozart, deixa explícito que Leopold Mozart (seu pai) gasta grande parte de sua vida tentando se projetar através de seu filho talentoso. Dentre as práticas musicais que o pai proporcionava ao seu filho, estavam o ensino de piano e as tournées de concertos com a irmã. Gomes (2009), em sua tese sobre Educação Musical em Família, revela que a aprendizagem musical acontece em várias gerações e que, com o passar do tempo, todos precisam continuar tendo o mesmo nível de desempenho para manter a tradição musical que as primeiras gerações construíram. Esses autores mostram que as práticas educativo-musicais familiares são diversas e essas, por sua vez, revelam uma complexidade de sentidos e intenções entre os envolvidos – pais e filhos. 1. 1 Projeções dos pais na educação dos filhos Gayet (2004), citado por Gomes (2009), relata que na França, desde antes do nascimento dos seus filhos, os pais planejam os processos que julgam necessários para a formação educacional de seus descendentes com intuito de lhes oferecer um futuro que eles próprios não conseguiram alcançar. O alcance do “sucesso”, segundo Lahire (1997), se torna uma “obsessão familiar” levando os pais a uma vida de sacrifícios para que não falte nada a seus filhos: investem tempo para ajudar os filhos nos deveres escolares de casa; lêem os mesmos livros que seus filhos para, mais tarde, discuti-los. Esse investimento pode chegar também a uma vida de sacrifícios dos filhos quando seus pais aumentam os exercícios escolares, domiciliares ou lhes pedem que façam leituras de textos ou livros que não os é exigidos na escola (p.28 - 29). Com isso, o alcance do “sucesso” acontece não pelos objetivos de vida dos filhos, mas “objetivos que lhe são fixados” pelos pais (LAHIRE, 1997, p. 29). Outro exemplo que podemos citar e a pesquisa de Elias (1995) ao falar sobre a relação de Wolfgang e seu pai Leopold Mozart, mostrando a tentativa da projeção paterna no próprio filho: O pai de Mozart, também músico, ensinou-o a tocar piano provavelmente quando ele tinha três anos. Pode ser que, muito cedo, ele lhe tenha despertado a tênue esperança de alcançar a desejada ascensão social, que apenas em parte tinha conseguido por seus próprios esforços. Sem dúvida alguma, dedicou mais tempo ao menino do que o normal. Leopold Mozart tomou posse do filho e, como pai do prodígio, viveu a vida que lhe tinha sido negada até então. [...] Há, portanto, boas razões para dizer que Leopold tentou realizar-se na vida através do filho. (ELIAS, 1995, p. 72). Na pesquisa apresentada por Gomes (2009) sobre a educação musical em família, registra-se não apenas a projeção dos pais, mas a projeção familiar nos filhos por meio da música através de valores como: cultivar a disciplina do estudo musical, tomar para si os mesmos gostos musicais dos avós e principalmente manter um alto nível do domínio musical mantendo a tradição e dignidade familiar. 1. 2 A influência dos hábitos familiares na educação dos filhos Outra possibilidade para a aprendizagem é quando esta se transforma em um hábito dentro da família como, por exemplo, a leitura. Lahire (1997) mostra que a criança ao ter contato com a leitura, seja ativa ou passivamente, esta se torna “natural” por fazer parte de seu cotidiano. Mas não é somente o acesso aos livros que faz com que a leitura se transforme num hábito “natural”, segundo o autor (1997), o afeto dos pais faz parte para construção deste hábito (p.20). Por outro lado, também discutido por Lahire (1997), em lugares nos quais a leitura é tratada com muita rigidez, podem causar sentimentos negativos ou ambivalentes onde livros são: “1) respeitados demais, arrumados assim que oferecidos, não tendo a criança o direito de tocá-los sozinha; 2) oferecidos como brinquedos que as crianças têm de aprender a manejar sozinhas de imediato” (p. 20 – 21). Outro aspecto sobre a influência dos hábitos familiares na educação dos filhos é revelado por Carvalho (2009). Segundo recordações da infância de seus entrevistados, os próprios pais os levavam em rodas de samba nas quais participavam como espectadores ou dentro das rodas com instrumentos na mão. Quando estavam tocando, acontecia o que Lordelo et al. (apud CARVALHO, 2009, p.39) chamava de aprendizagem “café com leite”: quando a criança não tinha o domínio da prática musical, mas com o tempo iria aprendendo “como brincar”. 1. 3 A construção do gosto musical Os autores Gomes (2009) e Carvalho (2009) mostram que o gosto musical é construído a partir da transferência do que os pais ouvem. No trabalho de Gomes (2006) sobre educação musical em família, os filhos relatam que as músicas cantaroladas pela avó, as músicas reproduzidas no piano, às músicas ouvidas no rádio e assistidas/ouvidas na televisão fizeram parte da construção do gosto musical dos mesmos. Também é importante ressaltar que os gostos musicais dos pais eram rejeitados pelos entrevistados em sua infância, sendo denominadas “músicas de funeral”. Porém, na idade adulta, o gosto musical dos pais passou a fazer parte do repertório dos mesmos se tornando, na visão dos filhos, um “aprimoramento do gosto” musical (p. 114). Carvalho (2009) relata que o gosto musical e a relação com o samba vêm desde a infância escutando discos de samba que a mãe comprava, participando dos blocos de rua organizado pelo avô, nas rodas de samba e em festas. 1. 4 Aprendizagem silenciosa Em suas pesquisas sobre o sucesso escolar nos meios populares, Lahire (1997) discute as formas de transmissão do patrimônio cultural dos pais na formação de seus filhos. Segundo o autor, a posse de um patrimônio cultural não é suficiente para explicar a “transmissão” do conhecimento de um adulto para uma criança. Isso acontece, pois ao falarmos de “transmissão”, queremos dizer que há uma mensagem de um destinador para um destinatário, sendo que a mensagem não é recebida inteiramente em todos os seus sentidos pelo segundo, mas é também construída pelo mesmo. Assim, no que diz respeito à aprendizagem, o que o adulto julga “transmitir” nunca é exatamente aquilo que é “recebido” pela criança, ou seja, a mensagem (conhecimento sobre algo) que chega a ela não é a mesma que foi enviada, mas é reinterpretada a partir do seu “estágio” de “desenvolvimento cognitivo” e em suas relações no seio familiar. Por outro lado, se algo que faz parte do patrimônio cultural dos pais não é suficiente para ser “transmitido” para a próxima geração, da mesma forma o conhecimento pode ser adquirido pela criança antes mesmo dos pais ensiná-la. Gomes (2009) irá chamar esta forma de aprendizagem de “silenciosa”. Green (apud Carvalho, 2009, p.51) em seu trabalho sobre aprendizagem musical informal entre músicos populares, diz que a aprendizagem acontece a partir de suas interações sociais. Carvalho (2009) explicita que a aprendizagem nas rodas de samba ocorre sem a existência de um processo pedagógico, mas a partir da interação do entrevistado com os “coroas tocando nas rodas”: A minha experiência no sentido de conhecer os acordes, os caminhos de uma harmonia de samba foi muito auditiva e visual, de olhar, de observar os coroas tocando nas rodas (André Mendes, violonista atuante no cenário do samba carioca, citado por CARVALHO, 2009, p.40). Neste relato, André esclarece que a sua aprendizagem de uma “harmonia do samba” se deu interagindo e observando os “coroas” nas rodas de samba, ou seja, a aprendizagem estava acontecendo através das interações sociais do violonista com os mais velhos (Green apud Carvalho, 2009, p.51). Conforme dito por Lahire (1997, p. 342), podemos afirmar que a partir da situação em que André se encontrava, ele construiu suas próprias “disposições” (auditiva e visual) para tocar samba. 1. 5 Conflitos sofridos pelos filhos Para o “sucesso” da aprendizagem musical, não basta apenas o indivíduo ter condições propícias que facilitem a vivência na prática, precisa também possuir um nível de envolvimento e interesse. O sentido de “obrigação” observado pelas crianças ou imposto pelo projeto familiar pode parecer, em alguns casos, o princípio inerente para o aprendizado. Carvalho (2009) mostra que um dos seus entrevistados, ao ver o pai e o avô músicos, se sente na obrigação de ser tornar igual a eles. Minha relação com o samba foi de berço. Meu pai era músico e meu avô seresteiro. Aí me interessei pelo samba... Me interessei não... Fui obrigado porque nasci com isso! (Yuri Portela, percussionista atuante no cenário do samba carioca, citado por CARVALHO, 2009, p.38). Nos estudos de Lahire (1997) sobre o hábito da leitura e da escrita na família, hábitos que podem conduzir as crianças ao “sucesso” escolar, o autor também atenta para a importância do afeto dos pais na construção destes. O que parace ocorrer diferentemente com Yuri, ao dizer que foi “obrigado” por ter nascido no berço do samba, revelando um sentimento negativo em relação a ser músico. 2. Metodologia: planejando a investigação sobre o modo como filhos e/ou filhas aprendem música com seus pais e/ou mães Essa pesquisa se propõe como qualitativa. A pesquisa qualitativa, também conhecida como “subjetivista” (FREIRE, 2010), é um tipo de pesquisa que surgiu no final do século XIX, discordando do paradigma positivista 1 . Com isso, a pesquisa qualitativa procura “interpretar” e “compreender” os motivos pelos quais as pessoas atribuem significados a suas ações e suas interações sociais (ANDRÉ, 1995). Outra dimensão envolvida na pesquisa qualitativa diz respeito não apenas à compreensão da subjetividade do pesquisado, mas também dos significados que o pesquisador carrega consigo, sendo, portanto, considerada uma pesquisa “necessariamente ideológica, matizada pela subjetividade do pesquisador” (FREIRE, 2010, p.21). Nesta investigação sobre a aprendizagem musical que se dá na relação entre pais e filhos, a pesquisa qualitativa se torna importante, pois faculta o entendimento dos significados que filhos e/ou filhas dão ao processo educativo-musical em que foram submetidos pelos seus pais e/ou mães desde a infância. 2. 1 História oral 1 sociais. Este paradigma tenta reconhecer leis generalizadas que possam explicar os fenômenos humanos e A história oral é um processo metodológico desenvolvido para elaboração de documentos que registra e preserva fatos e acontecimentos na vida social das pessoas como forma de captação da história que ainda não foi desvelada. O gênero de história oral escolhido nesse projeto de pesquisa é a história oral temática. Meihy (1998) diz que o uso da história oral temática auxilia na “captação de experiências de pessoas dispostas a falar sobre aspectos de sua vida mantendo compromisso com o contexto social” (p.18). Esse autor ressalta que este gênero busca apenas uma versão da “verdade”, a versão de quem esteve presente em um determinado momento do fenômeno estudado; ressalta ainda que essa versão deve ser discutida. Meihy (1998) acrescenta que a “base da história oral é o depoimento gravado. Sem gravação não se pode falar em história oral” (p. 23). Na história oral, a utilização de um aparato eletrônico de gravação se revela tão importante quanto à presença do entrevistador e do entrevistado, pois é a partir do meio eletrônico, um gravador de áudio ou audiovisual, que o pesquisador poderá “captar” e “preservar” os depoimentos. A história oral é importante para essa pesquisa pois os entrevistados terão que trazer da memória, lembranças que dizem respeito às aprendizagens musicais com seus pais. Ao falar sobre lembrança, surge outro conceito importante: o de memória, envolvido na pesquisa devido à relação entre as lembranças dos entrevistados e as lembranças dos seus pais, ou seja, há momentos que os entrevistados se recordam menos por tê-los vividos do que por serem contados a eles pelos pais (HALWACHS, 2006). 2.2 Procedimento de coleta de dados: entrevista semi estruturada O procedimento que será utilizado para a coleta de dados é a entrevista semi estruturada. De acordo com Szymanski (et al., 2004), citando Lakatos (1993), a entrevista “inclui como conteúdos a serem investigados fatos, opinião sobre fatos, sentimentos, planos e ação, condutas atuais ou do passado, motivos conscientes para opiniões e sentimentos” (p. 10). É importante ressaltar que a entrevista na pesquisa qualitativa deve ser feita face a face por ter um caráter de interação social e por influenciar na obtenção das informações. Existe uma relação entre entrevistador e entrevistado do início ao fim do processo, em que se faz um jogo de “poder e desigualdades”. Por um lado o pesquisador procura criar um ambiente confiável para conseguir alcançar a “verdade”, do outro, o interlocutor consciente da importância de suas informações para pesquisa, manipula algumas respostas no intuito de não se prejudicar ou na tentativa de “mostrar uma visão mais favorável” dele mesmo (SZYMANSKI et al., 2004). Por esta razão, o entrevistador deverá apresentar suas opiniões, discutindo com o entrevistado o que foi dito, procurando “elucidar uma versão que é contestável, polêmica ou pelo menos discutível.” (MEIHY, 1998, p.51). Este tipo de entrevista é relevante, pois a metodologia de história oral trabalha com depoimento oral; portanto, não há como coletar dados sem que aconteça a relação de quem narra (entrevistado) e de quem escuta (entrevistador). Na inserção do campo empírico, serão feitas entrevistas com cinco alunos do Curso de Graduação em Música da UFU que aprenderam música com seus pais. Considerações finais Como visto nessa comunicação, a aprendizagem musical pode acontecer de várias formas, sejam elas providas do projeto cultural ou projeção dos pais, por um hábito que foi construído desde a tenra idade ou mesmo pelo interesse do próprio indivíduo que cria suas “disposições” para aprender a tocar música. É importante ressaltar que ao buscar conhecer e entender as formas de transmissão do conhecimento musical dos pais aos filhos, essa pesquisa possibilitará o desvelamento de como acontece à aprendizagem musical num espaço de relação social mais íntimo como a relação entre pais e filhos. Por se tratar de um espaço onde o público não tem acesso, só a investigação científica pode tornar viável a aproximação do que acontece nesse processo-educativo musical, possibilitando averiguar os hábitos, projeções, gostos que são transmitidos desde tenra idade. Essa pesquisa pode ser importante também por desmistificar a ideia de talento musical. Segundo Amato (2008), “o papel da família como primeiro ambiente de musicalização do indivíduo, oferece uma perspectiva crítica à noção de talento musical inato ou dom e entendendo o desenvolvimento da habilidade artística como um fator socialmente constituído” (p. 1). Além disso, a pesquisa pode somar ao entendimento de que a aprendizagem musical oportunizada no espaço escolar não depende só dos projetos curriculares ou do conhecimento e didática dos professores, mas também do investimento dos pais na educação dos filhos, especialmente dos hábitos musicais dos pais na convivência com seus filhos. Para o educador musical é importante saber que as pessoas não aprendem somente no espaço escolar, mas em qualquer outro espaço, entre eles o espaço da família. Portanto, a aprendizagem musical que acontece dentro do seio familiar ultrapassa o pensamento pelo qual apenas as escolas especializadas em aulas de música podem ensinar música ao indivíduo. Processos de aprendizagem musical na família são criados pelos pais de forma a oportunizar o desenvolvimento musical de suas crianças. REFERÊNCIAS AMATO, Rita de Cássia Fucci. A família como ambiente de musicalização: a iniciação de 8 compositores e intérpretes sob uma ótica sócio-cultural. In: SIMPÓSIO DE COGNIÇÃO E ARTES MUSICAIS, IV, São Paulo, 2008. Anais do SIMCAM 4. São Paulo: FMCG, 2008. ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de. Etnografia da prática escolar. Campinas, SP: Papirus, 1995. (Série Prática Pedagógica). CARVALHO, Dennis Almeida Lopes. Aprendizagem musical não formal no ambiente do samba. 2009. 72 f. 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