DO TERRITÓRIO DE MANICA E SOFALA ÀS PROVÍNCIAS DE
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DO TERRITÓRIO DE MANICA E SOFALA ÀS PROVÍNCIAS DE
COLÓQUIO INTERNACIONAL CONHECIMENTO E CIÊNCIA COLONIAL Lisboa, 26-29 de novembro de 2013 DO TERRITÓRIO DE MANICA E SOFALA ÀS PROVÍNCIAS DE SOFALA E MANICA. ADMINISTRAÇÃO COLONIAL FACE AO IMPACTO DO ISLÃO NO CENTRO DE MOÇAMBIQUE Olga Iglésias Neves CEsA- ISEG Universidade de Lisboa [email protected] Resumo O centro da República de Moçambique assume atualmente uma importância geoestratégica nacional. Como foi a evolução da administração do território, desde a fase da Companhia de Moçambique até aos nossos dias? Na ocupação desta importante zona, rica no solo e no subsolo, que papel desempenharam as várias comunidades em presença, sobretudo as comunidades islâmicas e islamizadas? Qual foi o papel das associações de cariz islâmico no relacionamento com as autoridades coloniais e com os movimentos independentistas? No estudo de caso, nas atuais províncias do centro de Moçambique – Sofala e Manica, observou-se no terreno o fenómeno de expansão do Islamismo, analisou-se os relatórios da administração colonial, entrevistou-se os atores sociais desse processo, interpretando-o no cruzamento de dados, permitindo a compreensão do impacto do Islamismo no tempo colonial e a sua expansão no pós-independência. Nos relatórios das autoridades portuguesas (Administração Civil, SCCIM, PIDE/DGS, contrainteligência militar, sobretudo durante a guerra colonial/luta armada de libertação nacional (1964-1974) foi bem patente a tentativa, primeiro de conquistar as comunidades islâmicas (1968-1969) para mais tarde “controlar” a população local, de forma a servir de tampão ao avanço da Frente de Libertação de Moçambique, FRELIMO. Relembrando as balizas cronológicas do período em estudo: 1954-1974, importa traçar o contexto histórico do relacionamento do regime colonial com as diversas comunidades islâmicas. A atuação do Estado colonial face às diversas confissões religiosas foi sobretudo, de conhecer as hierarquias e as suas influências junto das populações, acautelando o perigo da chamada “subversão”. Palavras-chave: África, Índico, Moçambique, Islão, Poder, Administração colonial, Associações Islâmicas. Olga Iglésias Neves. É desde dezembro de 2009 Investigadora no Centro de Estudos sobre África e do Desenvolvimento (CEsA) do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universidade de Lisboa. Doutorada em História Económica e Social em 2009 pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, com a tese: “O Movimento Associativo Africano em Moçambique. Tradição e Luta. 1926-1962”. Na fase de pós-doutoramento tem uma bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), investigando: “O poder colonial e o impacto do Islão em Moçambique. 1954-1974”, tendo apresentado em congressos e revistas nacionais e internacionais o progresso da pesquisa. Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa Centro de História do Instituto de Investigação Científica Tropical