escriturário do banco do brasil
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APOSTILA PREPARATÓRIA BANCO DO BRASIL ESCRITURÁRIO DO BANCO DO BRASIL LÍNGUA PORTUGUESA RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO CULTURA ORGANIZACIONAL TÉCNICAS DE VENDAS DIREITO DO CONSUMIDOR ATENDIMENTO DOMÍNIO PRODUTIVO DA INFORMÁTICA CONHECIMENTOS BANCÁRIOS LÍNGUA INGLESA WWW.FOCUSCONCURSOS.COM.BR APOSTILA BANCO DO BRASIL Língua Portuguesa Raciocínio Lógico-Matemático Atualidades do Mercado Financeiro Cultura Organizacional Técnicas de Vendas Direito do Consumidor - Lei 8.078 Atendimento Domínio Produtivo da Informática Conhecimentos Bancários Língua Inglesa 2016 FOCUS CONCURSOS Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/1998. Proibida a reprodução de qualquer parte deste material, sem autorização prévia expressa por escrito do autor e da editora, por quaisquer meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográficos, fonográficos, reprográficos, microfílmicos, fotográfi-cos, gráficos e outros. Essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem como às características gráfi-cas. APOSTILA PREPARATÓRIA PARA CONCURSO DO BANCO DO BRASIL Organizadores: Vitor Matheus Krewer , Marcelo Adriano Ferreira, Pablo Jamilk Flores DIRETORIA EXECUTIVA Evaldo Roberto da Silva Ruy Wagner Astrath PRODUÇÃO EDITORIAL Vítor Matheus Krewer 05 DIAGRAMAÇÃO Liora Vanessa Coutinho CAPA/ILUSTRAÇÃO Rafael Lutinski DIREÇÃO EDITORIAL Pablo Jamilk Flores Marcelo Adriano Ferreira COORDENAÇÃO EDITORIAL Pablo Jamilk Flores Marcelo Adriano Ferreira Daniel Sena REVISÃO Vítor Matheus Krewer Pablo Jamilk Escriturário do Banco do Brasil NÍVEL MÉDIO Conhecimentos Gerais e Específicos Publicado em Maio/2016 APRESENTAÇÃO Prezado aluno, Este material foi concebido para que você tivesse a oportunidade de entrar em contato com os conteúdos necessários para realizar a prova do seu concurso. Muito esforço foi empregado para que fosse possível chegar à síntese de conteúdos que aqui está proposta. Na verdade, esse material é o resultado do trabalho dos escritores que se dedicam – há bastante tempo – à preparação de candidatos para a realização de concursos públicos. A sugestão é que você faça um estudo sistemático com o que está neste livro. Dito de outra maneira: você não deve pular partes deste material, pois há uma ideia de unicidade entre tudo que está aqui publicado. Cada exercício, cada capítulo, cada parágrafo, cada linha dos textos será fundamental (serão fundamentais em sua coletividade) para que sua preparação seja plena. Caso o seu objetivo seja a aprovação em um concurso público, saiba que partilhamos desse mesmo objetivo. Nosso sucesso depende necessariamente do seu sucesso! Por isso, desejamos muita força, concentração e disciplina para que você possa “zerar” os conteúdos aqui apresentados, ou seja, para que você possa estu- PROFESSOR Pablo Jamilk dar tudo que verá aqui e compreender bem. Desejamos que todo esse esforço se transforme em questões corretas e aprovações em concursos. Bons estudos! PROPOSTA DA APOSTILA PARA O CONCURSO DO BANCO DO BRASIL O presente material tem como objetivo preparar candidatos para o certame do Banco do Brasil. Com a finalidade de permitir um estudo autodidata, na confecção do material foram utilizados diversos recursos didáticos, dentre eles, Dicas e Gráficos. Assim, o estudo torna-se agradável, com maior absorção dos assuntos lecionados, sem, contudo, perder de vista a finalidade de um material didático, qual seja uma preparação rápida, prática e objetiva. O presente material tem como objetivo o cargo de Escriturário do Banco do Brasil, conforme o último edital publicado em 2015: Conhecimentos Básicos e Específicos Língua Portuguesa Ortografia oficial. Pontuação. Emprego das classes de palavras. Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação. Concordância nominal e verbal. Regência nominal e verbal. Crase. Construção frasal. Emprego de conectores. Compreensão de textos. de Imaterialidade ou intangibilidade, Inseparabilidade e Variabilidade dos produtos bancários. Manejo de carteira de Pessoa Física e de Pessoa Jurídica. Noções de Marketing de Relacionamento. Código de Proteção e Defesa do Consumidor: Lei nº 8.078/1990 (versão atualizada). Raciocínio Lógico-Matemático Números inteiros e racRionais: operações (adição, subtração, multiplicação, divisão, potenciação); expressões numéricas; múltiplos e divisores de números naturais; problemas. Frações e operações com frações. Números e grandezas proporcionais: razões e proporções; divisão em partes proporcionais; regra de três; porcentagem e problemas. Estatística descritiva; distribuição de probabilidade discreta. Juros simples e compostos: capitalização e descontos. Taxas de juros: nominal, efetiva, equivalentes, proporcionais, real e aparente. Planos ou Sistemas de Amortização de Empréstimos e Financiamentos. Cálculo financeiro: custo real efetivo de operações de financiamento, empréstimo e investimento. Taxas de Retorno. Atendimento (focado em vendas): Marketing em empresas de serviços; Satisfação e retenção de clientes; Valor percebido pelo cliente; Telemarketing; Etiqueta empresarial: comportamento, aparência, cuidados no atendimento pessoal e telefônico; Interação entre vendedor e cliente; Qualidade no atendimento a clientes; Resolução CMN nº 4.433, de 23/07/15 - Dispõe sobre a constituição e o funcionamento de componente organizacional de ouvidoria pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. Atualidades do Mercado Financeiro Sistema financeiro nacional. Dinâmica do mercado. Mercado bancário. Cultura Organizacional Conceito de Cultura Organizacional. Preceitos da Cultura Organizacional. Vantagens e desvantagens da Cultura Organizacional. Características da Cultura Organizacional. Cultura Empresarial. Ética aplicada: ética, moral, valores e virtudes; noções de ética empresarial e profissional. A gestão da ética nas empresas públicas e privadas. Código de Ética do Banco do Brasil (disponível no sítio do BB na internet). Código de conduta da alta administração pública. Gestão da Sustentabilidade. Essência BB: Crença, Missão, Valores e Visão. Estatuto Social do Banco. Técnicas de Vendas Noções de administração de vendas: planejamento, estratégias, objetivos; análise do mercado, metas. Técnicas de vendas de Produtos e Serviços financeiros no setor bancário: planejamento, técnicas; motivação para vendas; Produto, Preço, Praça, Promoção; Vantagem competitiva; Como lidar com a concorrência; Noções Domínio Produtivo da Informática Microsoft Windows 7 em português: Conhecimentos básicos. Criação de pastas (diretórios), arquivos e atalhos, área de trabalho, área de transferência, manipulação de arquivos e pastas. Processador de texto (MS Word e BrOffice.org Writer). Edição e formatação de textos (operações do menu: Formatar, Inserir tabelas, Exibir-cabeçalho e rodapé, Arquivo-configurar página e impressão, Ferramentas-ortografia e gramática. Planilhas eletrônicas (MS Excel e BrOffice.org Calc). Edição e formatação de células, manipulação de fórmulas matemáticas elementares, filtros, seleções e ordenação. Editor de Apresentações (MS PowerPoint e BrOffice.org Impress). Uso de slide mestre, formatação e transição de slides, inserção de objetos (som, imagem, links). Conceitos básicos de tecnologias relacionadas à Internet e Intranet, World Wide Web, Navegador Internet (Internet Explorer e Mozilla Firefox), busca e pesquisa na Web. Conceitos básicos de tecnologias e ferramentas de colaboração, correio eletrônico, grupos de discussão, fóruns e wikis. Conceitos básicos de proteção e segurança, realização de cópias de segurança (backup), vírus e ataques a computadores. Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas. Conhecimentos gerais sobre redes sociais (twitter, facebook, linkedin). 09 Conhecimentos Bancários Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: Conselho Monetário Nacional; COPOM – Comitê de Política Monetária. Banco Central do Brasil; Comissão de Valores Mobiliários. Produtos Bancários: Noções de cartões de crédito e débito, crédito direto ao consumidor, crédito rural, caderneta de poupança, capitalização, previdência, investimentos e seguros. Noções do Mercado de capitais e de Câmbio. Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancárias; Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas. Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e suas alterações, Circular Bacen 3.461/2009 e suas alterações e CartaCircular Bacen 3.542/12. Autorregulação Bancária. Língua Inglesa Conhecimento de um vocabulário fundamental e dos aspectos gramaticais básicos para a interpretação de textos técnicos. 10 LÍNGUA PORTUGUESA PROFESSOR Pablo Jamilk Professor de Língua Portuguesa, Redação e Redação Oficial. Formado em Letras pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Mestre em Letras pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Doutorando em Letras pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Especialista em concursos públicos, é professor em diversos estados do Brasil. SUMÁRIO SUMÁRIO 1. COMO ESTUDAR LÍNGUA PORTUGUESA................................................................................................................................... 15 Introdução...................................................................................................................................................................................................................................................... 1 5 Morfologia: classes de palavras............................................................................................................................................................................................................ 1 5 Artigo............................................................................................................................................................................................................................................................... 1 5 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 16 2. MORFOLOGIA.......................................................................................................................................................................................... 16 Adjetivo........................................................................................................................................................................................................................................................... 16 Classificação Quanto ao Sentido........................................................................................................................................................................................................... 16 Classificação Quanto à Expressão........................................................................................................................................................................................................ 16 Adjetivo x Locução Adjetiva................................................................................................................................................................................................................... 16 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 19 Advérbio......................................................................................................................................................................................................................................................... 19 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 19 Conjunção....................................................................................................................................................................................................................................................... 20 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 20 Preposição...................................................................................................................................................................................................................................................... 21 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 21 Pronome.......................................................................................................................................................................................................................................................... 21 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 24 Substantivo.................................................................................................................................................................................................................................................... 24 3. SINTAXE.....................................................................................................................................................................................................26 Sujeito.............................................................................................................................................................................................................................................................. 27 Predicado........................................................................................................................................................................................................................................................ 28 Termos Integrantes.................................................................................................................................................................................................................................... 28 Vozes Verbais................................................................................................................................................................................................................................................ 28 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 29 Tempos e Modos verbais.......................................................................................................................................................................................................................... 29 Formas Nominais do Verbo..................................................................................................................................................................................................................... 30 Complementos Verbais............................................................................................................................................................................................................................. 30 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 31 4. ACENTUAÇÃO GRÁFICA....................................................................................................................................................................32 Antecedentes................................................................................................................................................................................................................................................. 32 Encontros vocálicos.................................................................................................................................................................................................................................... 32 Regras de Acentuação............................................................................................................................................................................................................................... 32 Alterações do Novo Acordo Ortográfico............................................................................................................................................................................................ 33 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 33 5. CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL .....................................................................................................................................34 Conceituação................................................................................................................................................................................................................................................. 34 Concordância Verbal................................................................................................................................................................................................................................. 34 Regras com Verbos Impessoais............................................................................................................................................................................................................. 35 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 35 Concordância Nominal............................................................................................................................................................................................................................. 36 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 37 6. CRASE.........................................................................................................................................................................................................37 Casos Proibitivos......................................................................................................................................................................................................................................... 38 Casos Obrigatórios..................................................................................................................................................................................................................................... 38 Casos Facultativos....................................................................................................................................................................................................................................... 39 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 39 7. COLOCAÇÃO PRONOMINAL..............................................................................................................................................................39 Posições dos Pronomes – Casos de Colocação ............................................................................................................................................................................... 40 Colocação Facultativa................................................................................................................................................................................................................................ 41 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 41 8. REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL .................................................................................................................................................. 41 Principais Casos de Regência Verbal: ............................................................................................................................................................................................... 42 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 43 Regência Nominal....................................................................................................................................................................................................................................... 44 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 44 9. PONTUAÇÃO ...........................................................................................................................................................................................45 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 46 Ponto Final – Pausa Total......................................................................................................................................................................................................................... 46 Ponto-e-Vírgula – Pausa Maior do que uma Vírgula e Menor do que um Ponto Final.................................................................................................. 46 13 SUMÁRIO Dois-Pontos – Indicam Algum Tipo de Apresentação ................................................................................................................................................................. 47 Aspas – Indicativo de Destaque. .......................................................................................................................................................................................................... 47 Reticências (...).............................................................................................................................................................................................................................................. 47 Parênteses...................................................................................................................................................................................................................................................... 47 Travessão........................................................................................................................................................................................................................................................ 47 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 48 10. ORTOGRAFIA.........................................................................................................................................................................................48 Definição......................................................................................................................................................................................................................................................... 48 Emprego de “E” e “I”................................................................................................................................................................................................................................... 48 Empregaremos o “I”................................................................................................................................................................................................................................... 49 Orientações sobre a Grafia do Fonema /S/...................................................................................................................................................................................... 49 Emprego do SC............................................................................................................................................................................................................................................. 50 Grafia da Letra “S” com Som de “Z”..................................................................................................................................................................................................... 50 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 5 1 11. INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS........................................................................................................................................................ 51 Tipologia Textual......................................................................................................................................................................................................................................... 5 1 Texto Narrativo............................................................................................................................................................................................................................................ 5 1 Texto Descritivo:.......................................................................................................................................................................................................................................... 5 1 Texto Dissertativo....................................................................................................................................................................................................................................... 5 1 Leitura e Interpretação de Textos........................................................................................................................................................................................................ 52 Vícios de Leitura.......................................................................................................................................................................................................................................... 52 Organização Leitora................................................................................................................................................................................................................................... 52 12. ESTILÍSTICA: FIGURAS DE LINGUAGEM..................................................................................................................................54 Figuras de Linguagem.............................................................................................................................................................................................................................. 54 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 55 13. REESCRITURA DE SENTENÇAS ...................................................................................................................................................55 Substituição................................................................................................................................................................................................................................................... 55 Deslocamento................................................................................................................................................................................................................................................ 56 Paralelismo.................................................................................................................................................................................................................................................... 56 Variação Linguística.................................................................................................................................................................................................................................. 57 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 57 14 14. SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS....................................................................................................................................................59 Campo Semântico....................................................................................................................................................................................................................................... 59 Sinonímia e Antonímia............................................................................................................................................................................................................................. 59 Hiperonímia e Hiponímia........................................................................................................................................................................................................................ 59 Homonímia e Paronímia.......................................................................................................................................................................................................................... 59 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 67 CAPÍTULO 01 - Como Estudar Língua Portuguesa 1. COMO ESTUDAR LÍNGUA PORTUGUESA mais simples para construir uma base sólida para a reflexão sobre a Língua Portuguesa. Artigo: termo que particulariza um substantivo. Ex.: o, a, um, uma. Introdução A parte inicial desse material se volta para a orientação a respeito de como estudar os conteúdos dessa disciplina. É preciso que você faça todos os apontamentos necessários, a fim de que sua estratégia de estudo seja produtiva. Vamos ao trabalho! Teoria: recomendo que você estude teoria em 30 % do seu tempo de estudo. Quer dizer: leia e decore as regras gramaticais. Prática: recomendo que você faça exercícios em 40% do seu tempo de estudo. Quem quer passar tem que conhecer o inimigo, ou seja, a prova. Leitura: recomendo que você use os outros 30% para a leitura de textos de natureza variada. Assim, não terá problemas com interpretação na prova. Níveis de Análise da Língua: Fonético / Fonológico: parte da análise que estuda os sons, sua emissão e articulação. Morfológico: parte da análise que estuda a estrutura e a classificação das palavras. Sintático: parte da análise que estuda a função das palavras em uma sentença. Semântico: parte da análise que investiga o significado dos termos. Pragmático: parte da análise que estuda o sentido que a expressões assumem em um contexto. Exemplos: anote os termos da análise. O aluno fez a prova. Morfologicamente falando, temos a seguinte análise: O = artigo. Aluno = substantivo. Fez = verbo. A = artigo. Prova = substantivo. Sintaticamente falando, temos a seguinte análise: O aluno = sujeito. Fez a prova = predicado verbal. A prova = objeto direto. Morfologia: classes de palavras Iniciemos o nosso estudo pela Morfologia. Assim, é Adjetivo: termo que qualifica, caracteriza ou indica a origem de outro. Ex.: interessante, quadrado, alemão. Advérbio: termo que imprime uma circunstância sobre verbo, adjetivo ou advérbio. Ex.: mal, bem, velozmente. Conjunção: termo de função conectiva que pode criar relações de sentido. Ex.: mas, que, embora. Interjeição: termo que indica um estado emotivo momentâneo. Ex.: Ai! Ufa! Eita! Numeral: termo que indica quantidade, posição, multiplicação ou fração. Ex.: sete, quarto, décuplo, terço. Preposição: termo de natureza conectiva que imprime uma relação de regência. Ex.: a, de, em, para. Pronome: termo que retoma ou substitui outro no texto. Ex.: cujo, lhe, me, ele. Substantivo: termo que nomeia seres, ações ou conceitos da língua. Ex.: pedra, Jonas, fé, humanidade. Verbo: termo que indica ação, estado, mudança de estado ou fenômeno natural e pode ser conjugado. Ex.: ler, parecer, ficar, esquentar. A partir de agora, estudaremos esses termos mais pontualmente. Apesar disso, já posso antecipar que os conteúdos mais importantes e mais cobrados em concursos são: advérbios, conjunções, preposições, pronomes e verbos. Artigo Termo que define ou indefine um substantivo, particularizando-o de alguma forma. Trata-se da partícula gramatical que precede um substantivo. Classificação: • Definidos: o, a, os, as. • Indefinidos: um, uma, uns, umas. 15 LÍNGUA PORTUGUESA Emprego do Artigo: 1 – Definição ou indefinição de termo. Ex.: Ontem, eu vi o aluno da Sandra. Ex.: Ontem, eu vi um aluno da Sandra. 2 – Substantivação de termo: Ex.: O falar de Juliana é algo que me encanta. go) 3 – Generalização de termo (ausência do arti- dica a origem de outro”. Vejamos os exemplos: • Casa vermelha. • Pessoa eficiente. • Caneta alemã. Veja que “vermelha” indica a característica da casa; “eficiente” indica uma qualidade da pessoa; e “alemã” indica a origem da caneta. No estudo dos adjetivos, o mais importante é identificar seu sentido e sua classificação. Ex.: O aluno gosta de estudar. Ex.: Aluno gosta de estudar. Classificação Quanto ao Sentido 4 – Emprego com “todo”: Ex.: O evento ocorreu em toda cidade. Ex.: O evento ocorreu em toda a cidade. Restritivo: adjetivo que exprime característica que não faz parte do substantivo, portanto restringe o seu sentido. 5 – Como termo de realce: Ex.: Aquela menina é “a” dentista. Observação: mudança de sentido pela flexão: Ex.: O caixa / A caixa. Ex.: O cobra / A cobra. Exemplos: cachorro inteligente, menina dedicada. Explicativo: adjetivo que exprime característica que já faz parte do substantivo, portanto explica o seu sentido. Questões Gabaritadas 16 (IBFC) Veja as três palavras que seguem. Complete as lacunas com o artigo.___ púbis;___cal;__ mascote. Em concordância com o gênero das palavras apresentadas, assinale abaixo a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas. a.o/a/a b.a/a/o. c.o/o/a d.a/o/o Resposta: A (MB) Assinale a opção em que a palavra destacada é um artigo. a.Foi a pé para casa. b.O aluno fez a prova a lápis. c.Chegamos a São Paulo no inverno. d.Convidaram a mãe para as férias. e.Não a deixaram de fora da festa. Resposta: D 2. MORFOLOGIA Adjetivo Podemos tomar como definição de adjetivo a seguinte sentença “termo que qualifica, caracteriza ou in- Exemplos: treva escura, animal mortal. Classificação Quanto à Expressão Objetivo: indica caraterística, não depende da subjetividade. Exemplo: Roupa verde. Subjetivo: indica qualidade, depende de uma análise subjetiva. Exemplo: Menina interessante. Gentílico: indica origem Exemplo: Comida francesa. Adjetivo x Locução Adjetiva Essencialmente, a distinção entre um adjetivo e uma locução adjetiva está na formação desses elementos. Um adjetivo possui apenas um termo, ao passo que a locução adjetiva possui mais de um termo. Veja a diferença: Ela fez a sua leitura do dia. Ela fez a sua leitura diária. CAPÍTULO 02 - Morfologia ADJETIVO LOCUÇÃO ADJETIVA A D dedo digital abdômen abdominal diamante diamantino, adamantino abelha apícola dinheiro pecuniário abutre vulturino açúcar sacarino elefante elefantino águia aquilino enxofre sulfúrico alma anímico esmeralda esmeraldino aluno discente esposos esponsal anjo angelical estômago estomacal, gástrico ano anual estrela estelar arcebispo arquiepiscopal aranha aracnídeo fábrica fabril asno asinino face facial audição ótico, auditivo falcão falconídeo farinha farináceo B E F baço esplênico fera ferino bispo episcopal ferro férreo boca bucal, oral fígado figadal, hepático bode hircino filho filial boi bovino fogo ígneo bronze brônzeo, êneo frente frontal C G cabeça cefálico gado pecuário cabelo capilar gafanhoto acrídeo cabra caprino garganta gutural campo campestre, bucólico ou rural gato felino cão canino gelo glacial carneiro arietino gesso típseo Carlos Magno carolíngio guerra bélico cavalo cavalar, equino, equídeo ou hípico chumbo plúmbeo chuva pluvial cidade citadino, urbano cinza cinéreo coelho cunicular cobra viperino, ofídico cobre cúprico coração cardíaco, cordial crânio craniano criança pueril, infantil H homem viril, humano I idade etário ilha insular irmão fraternal intestino celíaco, entérico inverno hibernal, invernal irmão fraternal, fraterno J junho junino 17 LÍNGUA PORTUGUESA L pântano palustre laringe laríngeo pato anserino leão leonino pedra pétreo lebre leporino peixe písceo ou ictíaco leite lácteo, láctico pele epidérmico, cutâneo lobo lupino pescoço cervical lua lunar, selênico pombo colombino porco suíno, porcino M macaco simiesco, símio, macacal prata argênteo ou argentino madeira lígneo predador predatório mãe maternal, materno professor docente manhã matutino, matinal prosa prosaico mar marítimo proteína protéico marfim ebúrneo, ebóreo pulmão pulmonar mármore marmóreo pus purulento memória mnemônico mestre magistral moeda monetário, numismático monge monacal, monástico raposa vulpino morte mortífero, mortal, letal rio fluvial rato murino N 18 Q quadris ciático R nádegas glúteo rim renal nariz nasal rio fluvial neve níveo, nival rocha rupestre noite noturno norte setentrional, boreal selo filatélico nuca occipital serpente viperino, ofídico núcleo nucleico selva silvestre sintaxe sintático O S olho ocular, óptico, oftálmico sonho onírico orelha auricular sul meridional, austral osso ósseo ouro áureo tarde vesperal, vespertino outono outonal terra telúrico, terrestre ou terreno ouvido ótico terremotos sísmico ovelha ovino tecido têxtil tórax torácico P T paixão passional touro taurino pai paternal, paterno trigo tritício paixão passional pâncreas pancreático U umbigo umbilical CAPÍTULO 02 - Morfologia urso ursino V vaca vacum veia venoso velho senil vento eóleo, eólico verão estival víbora viperino vidro vítreo ou hialino virgem virginal virilha inguinal visão óptico ou ótico vontade volitivo voz vocal Cuidados importantes ao analisar um adjetivo: • Pode haver mudança de sentido: • Homem pobre X Pobre homem. Na primeira expressão, a noção é de ser desprovido de condições financeiras; na segunda, a ideia e de indivíduo de pouca sorte ou de destino ruim. Questões Gabaritadas (CESGRANRIO) Em “Ele me observa, incrédulo”, a palavra que substitui o termo destacado, sem haver alteração de sentido, é: a.feliz b.inconsciente c.indignado d.cético e.furioso Resposta: D (VUNESP) Indique o verso em que ocorre um adjetivo antes e outro depois de um substantivo: a.O que varia é o espírito que as sente b.Mas, se nesse vaivém tudo parece igual c.Tons esquivos e trêmulos, nuanças d.Homem inquieto e vão que não repousas! e.Dentro do eterno giro universal Resposta: E Advérbio Trata-se de palavra invariável, que imprime uma circunstância sobre verbo, adjetivo ou advérbio. É impor- tante saber reconhecer os advérbios em uma sentença, portanto anote esses exemplos e acompanhe a análise. • Verbo. • Adjetivo. • Advérbio. Categorias adverbiais: essas categorias resumem os tipos de advérbio, mas não essencialmente todos os sentidos adverbiais. • Afirmação: sim, certamente, claramente etc. • Negação: não, nunca, jamais, absolutamente. • Dúvida: quiçá, talvez, será, tomara. • Tempo: agora, antes, depois, já, hoje, ontem. • Lugar: aqui, ali, lá, acolá, aquém, longe. • Modo: bem, mal, depressa, debalde, rapidamente. • Intensidade: muito, pouco, demais, menos, mais. • Interrogação: por que, como, quando, onde, aonde, donde. • Designação: eis. Advérbio x Locução Adverbial A distinção entre um advérbio e uma locução adverbial é igual à distinção entre um adjetivo e uma locução adjetiva, ou seja, repousa sobre a quantidade de termos. Enquanto só há um elemento em um advérbio; em uma locução adverbial, há mais de um elemento. Veja os exemplos: • Aqui, deixaremos a mala. (Advérbio) • Naquele lugar, deixaremos a mala. (Locução adverbial) • Sobre o móvel da mesa, deixaremos a mala. (Locução adverbial) Questões Gabaritadas (FCC) Érico Veríssimo nasceu no Rio Grande do Sul (Cruz Alta) em 1905, de família de tradição e fortuna que repentinamente perdeu o poderio econômico. O advérbio grifado na frase acima tem o sentido de: a.à revelia. b.de súbito. c.de imediato. d.dia a dia. e.na atualidade. Resposta: B (AOCP) A expressão destacada que NÃO indica tempo é 19 LÍNGUA PORTUGUESA a.“...mortes entre os jovens, especialmente nos países...” b.“...Mais recentemente, me admiro com a coragem...” c.“...diagnosticar precocemente doenças mentais.” d.“...O que temos até então é um manual...” e.“...um milhão de pessoas morrem anualmente...” Conjunção Pode-se definir a conjunção como um termo invariável, de natureza conectiva que pode criar relações de sentido (nexos) entre palavras ou orações. Usualmente, as provas costumam cobrar as relações de sentido expressas pelas conjunções, desse modo, o recomendável é empreender uma boa classificação e memorizar algumas tabelas de conjunção. Classificação das Conjunções Coordenativas Ligam termos sem dependência sintática. Isso quer dizer que não desempenham função sintática uns em relação aos outros. Exemplos: Machado escreveu contos e poemas. Drummond escreveu poemas e entrou para a história. Categoria Conjunção Exemplo Aditiva E, nem, não só... mas também, bem como, como também. Pedro assistiu ao filme e fez um comentário logo após. Adversativa Mas, porém, contudo, entretanto, todavia, no entanto. A criança caiu no chão, todavia não chorou. Alternativa Ou, ora...ora, quer... quer, seja...seja. Ora Márcio estudava, ora escrevia seus textos. Conclusiva Logo, portanto, assim, então, pois (após o verbo). Mariana estava doente; não poderia vir, pois, ao baile. Que, porque, pois (antes do verbo), porquanto. Traga o detergente, porque preciso lavar essa louça. Explicativa Exemplos: É fundamental que o país mude sua política. Maria não disse se faria a questão. Adverbiais: Introduzem ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL. São 9 tipos de conjunção: Resposta: A 20 DINADA SUBSTANTIVA. Subordinativas Ligam termos com dependência sintática: Integrantes: Introduzem uma ORAÇÃO SUBOR- • Causal: já que, uma vez que, como, porque. • Comparativa: como, tal qual, mais (do) que. • Condicional: caso, se, desde que, contanto que. • Conformativa: conforme, segundo, consoante. • Consecutiva: tanto que, de modo que, de sorte que. • Concessiva: embora, ainda que, mesmo que, apesar de que, conquanto. • Final: para que, a fim de que, porque. • Proporcional: à medida que, à proporção que, ao passo que. • Temporal: quando, sempre que, mal, logo que. Exemplos: Já que tinha dinheiro, resolveu comprar a motocicleta. Questões Gabaritadas (FCC) Ainda que já tivesse uma carreira solo de sucesso [...], sentiu que era a hora de formar seu próprio grupo. Outra redação para a frase acima, iniciada por “Já tinha uma carreira...” e fiel ao sentido original, deve gerar o seguinte elo entre as orações: a.de maneira que. b.por isso. c.mas. d.embora. e.desde que. Resposta: C (FCC) Segundo ele, a mudança climática contribuiu para a ruína dessa sociedade, uma vez que eles dependiam muito dos reservatórios que eram preenchidos pela chuva. A locução conjuntiva grifada na frase acima pode ser corretamente substituída pela conjunção: CAPÍTULO 02 - Morfologia a.quando. b.porquanto. c.conquanto. d.todavia. e.contanto. Trás. Acidentais Salvo. Resposta: B Exceto. Mediante. (FCC) Embora alguns desses senhores afortunados ocasionalmente emprestassem seus livros, eles o faziam para um número limitado de pessoas da própria classe ou família. Mantêm-se a correção e as relações de sentido estabelecidas no texto, substituindo-se Embora (2º parágrafo) por a.Contudo. b.Desde que. c.Porquanto. d.Uma vez que e.Conquanto. Resposta: E Preposição Trata-se de palavra invariável, com natureza também conectiva, que exprime uma relação de sentido. A preposição possui uma característica interessante que é a de “ser convidada” para povoar a sentença, ou seja, ela surge em uma relação de regência (exigência sintática). A regência pode ser de duas naturezas: • Verbal (quando a preposição é “convidada” pelo verbo) • Nominal (quando a preposição é “convidada” por substantivo, adjetivo ou advérbio) Exemplo: O cidadão obedeceu ao comando. (Regência verbal) A necessidade de vitória o animava. (Regência nominal) Classificação Tirante. Segundo. Consoante. Questões Gabaritadas (FJG) A preposição existente em “identificar uma mentira contada por e-mail” relaciona dois termos e estabelece entre eles determinada relação de sentido. Essa mesma ideia está presente em: a.As histórias que nascem por mãos humanas são muitas vezes pura falsidade. b.A pesquisa reforçou o que já se sabia: na internet, frequentemente, se vende gato por lebre. c.Consumiu-o por semanas a curiosidade de estar cara a cara com sua amiga virtual. d.Alguns deveriam ser severamente penalizados, por inventarem indignidades na rede. Resposta: A (CEPERJ) “Cada um destes fatores constitui, para as Nações Unidas, os desafios iminentes que exigem respostas da humanidade” (7º parágrafo). Nessa frase, a preposição “para” possui valor semântico de: a.conformidade b.comparação c.finalidade d.explicação e.direção Resposta: A As preposições podem ser classificadas em: Pronome Essenciais O conteúdo sobre pronomes é um dos mais importantes (senão o mais) dentro da parte relacionada à Morfologia. É muito comum haver questões que exijam sua identificação, sua interpretação e sua análise funcional. Além disso, muitos examinadores gostam de cobrar as noções de “referenciação”, que – basicamente – significa perceber a que elemento o pronome faz alusão. Por definição, pode-se dizer que o pronome é um termo que substitui ou retoma algo na sentença. A, ante, até, após, Com, contra, De, desde, Em, entre, Para, per, por, perante, Sem, sob, sobre, 21 LÍNGUA PORTUGUESA 03.Função de adjunto: Exemplo: Comprei um carro e ele estragou logo depois. Vamos iniciar uma classificação dos pronomes, a fim de facilitar nosso estudo. Emprego de “O, A e LHE” Classificação Esse conteúdo é muito frequente em provas de concursos, portanto convém entende-lo. • Pessoais; • De tratamento; • Demonstrativo; • Relativos; • Interrogativos; • Indefinidos; • Possessivos. O, A: termos diretos. Retomam elementos não introduzidos por preposição. Lhe: termo indireto. Retoma elemento introduzido por preposição. Pessoais São os pronomes relacionados às pessoas do discurso: 1ª pessoa = Quem fala. 2ª pessoa = Para quem se fala. 3ª pessoa = Sobre quem se fala. Caso Reto 22 Exemplo: Ela levou-me as canetas. (adjunto adnominal do termo “canetas”) Caso Oblíquo Átonos Tônicos Eu Me Mim, comigo Tu Te Ti, contigo Ele, ela O, a, lhe, se Si, consigo Nós Nos Nós, conosco Vós Vos Vós, convosco Eles, elas Os, as, lhes, se Si, consigo Funções Pronominais A depender de como são empregados, os pronome podem possuir diferentes funções sintáticas. Veja: 01.Função de sujeito: Exemplo: Nós compramos o carro. (sujeito do verbo “comprar”) 02.Função de complemento: Exemplo: Pegue a toalha e a traga aqui. (complemento do verbo “trazer”) Exemplos: Minha irmã devolveu a carta para Jonas. Minha irmã a devolveu para Jonas. Minha irmã lhe devolveu a carta. Minha irmã devolveu-lha. Emprego de “O” e “A” na Ênclise Nos estudos de Colocação Pronominal, um dos casos – a ênclise (pronome após o verbo) – exige especial atenção para a estrutura da sentença. Se a palavra terminar em R, S ou Z: use lo, la, los ou las. Exemplos: Soltar o pensamento. Soltá-lo. Se a palavra terminar em ÃO, ÕE ou M: use no, na, nos ou nas. Exemplos: Compram as roupas. Compram-nas. Pronome de Tratamento É o tipo de pronome empregado para criar algum tipo de circunstância cerimoniosa. São exemplos de pronomes de tratamento: Exemplos: Vossa Senhoria. Vossa Majestade. Vossa Excelência. MATEMÁTICA PROFESSOR Altevir Rossi Formado em Matemática pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. Especialista em Ensino da Matemática pela Universidade Paranaense – UNIPAR. Mestrando em Educação pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE Professor de Matemática, Matemática Financeira, Estatística e Raciocínio Lógico, atua desde 1998 em cursos preparatórios para concursos e pré-vestibulares. SUMÁRIO SUMÁRIO 1. CONJUNTOS NUMÉRICOS: OPERAÇÕES COM NÚMEROS INTEIROS, FRACIONÁRIOS E DECIMAIS. FRAÇÕES ORDINÁRIAS E DECIMAIS..................................................................................................................................................................... 81 Conjunto dos Números Naturais (ℕ)....................................................................................................................................................................................................81 Mínimo Múltiplo Comum (mmc).......................................................................................................................................................................................................... 82 Máximo Divisor Comum (mdc)............................................................................................................................................................................................................. 83 Conjunto dos Números Inteiros (ℤ)..................................................................................................................................................................................................... 83 Conjunto dos Números Racionais (ℚ)................................................................................................................................................................................................. 85 Frações............................................................................................................................................................................................................................................................ 86 Conjunto dos Números Racionais (ℚ)................................................................................................................................................................................................. 89 Conjunto dos Números Irracionais (ℚ’ ou 𝕀)....................................................................................................................................................................................90 Conjunto dos números reais (ℝ)............................................................................................................................................................................................................91 Questões Gabaritadas................................................................................................................................................................................................................................91 2. RAZÃO, PROPORÇÃO, GRANDEZAS PROPORCIONAIS E REGRA DE TRÊS................................................................96 Razão e proporção...................................................................................................................................................................................................................................... 96 Grandezas Diretamente Proporcionais e Grandezas Inversamente Proporcionais........................................................................................................ 97 Regra de Três................................................................................................................................................................................................................................................ 97 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................... 98 3. PORCENTAGEM, JUROS SIMPLES E COMPOSTOS................................................................................................................ 101 Porcentagem................................................................................................................................................................................................................................................101 Questões Gabaritadas..............................................................................................................................................................................................................................101 Juros...............................................................................................................................................................................................................................................................103 Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................103 4. CAPITALIZAÇÃO, MONTANTE E DESCONTOS........................................................................................................................104 Capitalização Simples x Capitalização Composta.......................................................................................................................................................................104 Calculo dos Juros....................................................................................................................................................................................................................................... 105 Desconto Simples .....................................................................................................................................................................................................................................106 Desconto Composto.................................................................................................................................................................................................................................. 107 5. MATEMÁTICA FINANCEIRA...........................................................................................................................................................108 Introdução à Matemática Financeira............................................................................................................................................................................................... 108 Taxa Unitária.............................................................................................................................................................................................................................................. 108 Fator de Capitalização............................................................................................................................................................................................................................. 108 Fatos de Descapitalização......................................................................................................................................................................................................................109 Acréscimo e Desconto Sucessivo........................................................................................................................................................................................................109 Estudo das Taxas........................................................................................................................................................................................................................................110 Juros Simples e Compostos: Capitalização e Descontos............................................................................................................................................................112 Rendas Uniformes.....................................................................................................................................................................................................................................118 SAC – Sistema de Amortização Constante......................................................................................................................................................................................120 Análise de Investimento.........................................................................................................................................................................................................................121 6. NOÇÕES DE PROBABILIDADE.......................................................................................................................................................123 Princípio Aditivo....................................................................................................................................................................................................................................... 124 Fatorial.......................................................................................................................................................................................................................................................... 124 Arranjos Simples....................................................................................................................................................................................................................................... 124 Permutações Simples.............................................................................................................................................................................................................................. 125 Combinação Simples............................................................................................................................................................................................................................... 125 Teoria das Probabilidades..................................................................................................................................................................................................................... 125 Probabilidade de Ocorrência de um Evento.................................................................................................................................................................................. 126 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 127 79 CAPÍTULO 01 - 1. CONJUNTOS NUMÉRICOS: OPERAÇÕES COM NÚMEROS INTEIROS, FRACIONÁRIOS E DECIMAIS. FRAÇÕES ORDINÁRIAS E DECIMAIS A organização dos conceitos matemáticos passou por várias mudanças, até chegar na forma que hoje estudamos. A concepção dos conjuntos numéricos recebeu maior rigor em sua construção com Georg Cantor, que pesquisou a respeito do número infinito. Cantor iniciou diversos estudos sobre os conjuntos numéricos, constituindo, assim, a teoria dos conjuntos. A construção de todos os conjuntos numéricos que hoje possuímos parte de números inteiros usados apenas para contar (números naturais) até os números complexos que possuem vasta aplicabilidade nas engenharias, nas produções químicas, entre outras áreas. Podemos afirmar que um conjunto é uma coleção de objetos, números, enfim, elementos com características semelhantes. Sendo assim, os conjuntos numéricos são compreendidos como os conjuntos dos números que possuem características semelhantes. Vamos estudar os seguintes conjuntos numéricos: Conjunto dos números Naturais (ℕ); Conjunto dos números Inteiros (ℤ); Conjunto dos números Racionais (ℚ); Conjunto dos números Irracionais (∥); Conjunto dos números Reais (ℝ); Conjunto dos Números Naturais (ℕ) ℕ = {0, 1, 2, 3, 4, 5,...} Um subconjunto importante de N é o conjunto ℕ* = {1, 2, 3, 4, 5,...} (o símbolo * exclui o zero do conjunto) Podemos considerar o conjunto dos números naturais ordenados sobre uma reta, como mostra o gráfico abaixo: Conjuntos Numéricos: Operações com Números Inteiros, Fracionários e Decimais. Frações Ordinárias e Decimais Subtração (com a > b) a–b=c Exemplo: 7 – 4 = 3 Multiplicação a. b=c Exemplo: 3 . 5 = 15 Divisão (com a múltiplo de b) a:b=c Exemplo: 12 : 4 = 3 Potenciação Exemplo: 35=3∙3∙3∙3∙3=243 Particularmente, a2 lê-se “a ao quadrado” e a3 lê-se “a ao cubo”. Radiciação 81 Particularmente, lê-se “raiz quadrada de a” e, tendo resultado exato, a é chamado quadrado perfeito. Por exemplo, 49 é um quadrado perfeito, pois Analogamente, lê-se “raiz cúbica de a” e, tendo resultado exato, a é chamado cubo perfeito. Por exemplo, 27 é um cubo perfeito, pois Propriedades em ℕ Associativa da adição Sendo a, b, c ∊ ℕ (a + b) + c = a + (b + c) Operações em ℕ Associativa da multiplicação Sendo a, b, c ∊ ℕ (a . b) . c = a . (b . c) Adição a+b=c Comutativa da adição Sendo a, b ∊ ℕ a+b=b+a Dados a, b, c, n ∊ ℕ, temos: Exemplo: 2 + 3 = 5 Comutativa da multiplicação Sendo a, b ∊ℕ a.b=b.a MATEMÁTICA Elemento neutro da adição Sendo a ∊ ℕ a+0=0+a=a Elemento neutro da multiplicação Sendo a ∊ ℕ a.1=1.a=a Distributiva da multiplicação em relação à adição Sendo a, b, c ∊ ℕ a . (b + c) = a . b + a . c Números Compostos Chamamos de compostos os números que possuem mais de dois divisores. Assim, são compostos os números: 4, 6, 8, 9, 10, 12, 14, 15, 16, 18, ... Fechamento da adição A soma de dois números naturais é sempre igual a um número natural. Note que: O número 1 não nem primo, nem composto. O número 0 também não é nem primo, nem composto. Fechamento da multiplicação O produto de dois números naturais é sempre igual a um número natural. Decomposição de um Número em Fatores Primos Números Pares e Números Ímpares Um número natural p é dito par se p = 2.n, com n ∊ ℕ. São números pares: 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, ... Um número natural i é dito ímpar se i = 2.n + 1, com n ∊ ℕ. São números ímpares: 1, 3, 5, 7, 9, 11, 13, ... 82 • 1 não é primo, pois tem apenas um divisor. • 0 não é primo, pois tem infinitos divisores. • 2 é o único número par e primo ao mesmo tempo. Resolução de Expressões Numéricas Para decompor um número em fatores primos, seguimos o algoritmo abaixo, dividindo o número dado pelo seu menor divisor primo, repetindo o procedimento da mesma maneira com cada quociente obtido, até obter o quociente 1. Por exemplo, decompondo o número 72, temos Analogamente, decompondo o número 6000, temos Para resolver uma expressão numérica, devemos eliminar os sinais de pontuação, respeitando a ordem: • eliminar parêntesis: ( ) • eliminar colchetes: [ ] • eliminar chaves: { } Resolvendo as operações de acordo com a ordem de prioridade: • resolver potenciações e radiciações • resolver multiplicações e divisões • resolver adições e subtrações. Como exemplo, vamos resolver a expressão numérica: Números Primos Chamamos de primo o número que possui dois e somente dois divisores: 1 e ele próprio. Assim, são números primos: 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, 29, ... Observe que: Mínimo Múltiplo Comum (mmc) O mmc entre dois ou mais números é o menor dos múltiplos comuns entre os múltiplos dos números dados, excluíndo o zero. Por exemplo, consideremos os números 6 e 8. Temos: Múltiplos de 6: M(6) = {0, 6,12, 18, 24, 30, 36, 42, 48, ...} Múltiplos de 8: M(8) = {0, 8, 16, 24, 32, 40, 48, 56, 64, ...} Podemos observar que os números 0, 24, 48, ... são múltiplos comuns do 6 e do 8. Daí, o mínimo múltiplo comum entre 6 e 8 é o número 24. Escreve-se mmc (6, 8) = 24. Para obter rapidamente o mmc entre dois ou mais números dados, basta decompor esses números em fatores primos, simultaneamente. O mmc será o produto dos fatores primos resultantes dessa decomposição. Por exemplo, vamos obter o mmc (6, 8): CAPÍTULO 01 - Vamos agora obter o mmc (12, 15, 40): Máximo Divisor Comum (mdc) O MDC entre dois ou mais números é o maior dos divisores comuns entre os divisores dos números dados. Por exemplo, consideremos os números 18 e 24. Temos: Divisores de 18: D(18) = {1, 2, 3, 6, 9, 18} Divisores de 24: D(24) = {1, 2, 3, 4, 6, 8, 12, 24} Observe que os números 1, 2, 3 e 6 são divisores tanto do 18 quanto do 24. Daí, o máximo divisor comum entre 18 e 24 é o número 6. Escreve-se MDC (18, 24) = 6. Para obter rapidamente o MDC entre dois ou mais números dados, faz-se a decomposição em fatores primos de cada número dado, separadamente. O MDC será o produto dos fatores primos que se repentes em todas as decomposições, tomados com o menor expoente. Por exemplo, vamos obter o MDC (18, 24): Vamos agora calcular o MDC (168,180): Conjuntos Numéricos: Operações com Números Inteiros, Fracionários e Decimais. Frações Ordinárias e Decimais Podemos considerar os números inteiros ordenados sobre uma reta, conforme mostra o gráfico abaixo: Ao observar a reta numerada notamos que a ordem que os números inteiros obedecem é crescente da esquerda para a direita. Baseando-se ainda na reta numerada podemos afirmar que todos os números inteiros possuem um e somente um antecessor e também um e somente um sucessor. Ordem e Simetria no Conjunto ℤ O sucessor de um número inteiro é o número que está imediatamente à sua direita na reta (em ℤ) e o antecessor de um número inteiro é o número que está imediatamente à sua esquerda na reta (em ℤ). Por exemplo: • 7 é sucessor de 6 e 6 é antecessor de 7. • –3 é antecessor de –2 e –2 é sucessor de –3. • –5 é sucessor de –6 e –6 é antecessor de –5. Todo número inteiro (z), exceto o zero, possui um elemento denominado simétrico ou oposto (-z) e ele é caracterizado pelo fato geométrico que tanto z como -z estão à mesma distância do 0 (zero), que é considerado a origem, na reta que representa o conjunto ℤ. Por exemplo: • O oposto de ganhar é perder, logo o oposto de +4 é –4. • O oposto de perder é ganhar, logo o oposto de –5 é 5. Módulo de um Número Inteiro Importante: Se o MDC entre dois números for igual a 1, esses números são chamados primos entre si. Conjunto dos Números Inteiros (ℤ) ℤ = {..., -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3,...} Note que o conjunto ℕ é subconjunto de ℤ, isto é, ℕ ⊂ ℤ. Temos também outros subconjuntos de ℤ: ℤ * = ℤ - {0} (lembre-se que o * exclui o zero do conjunto) ℤ + = {0,1,2,3,4,5,...} (conjunto dos inteiros não negativos) ℤ - = {0,-1,-2,-3,-4,-5,...} (conjunto dos inteiros não positivos) Observe ainda que ℤ + = ℕ. O módulo ou valor absoluto de um número inteiro é definido como sendo o maior valor (máximo) entre esse número e seu oposto. É denotado pelo uso de duas barras verticais | |. Por exemplo: |0| = 0 |3| = 3 |-7| = 7 Mais precisamente, podemos escrever Geometricamente, o módulo de um número inteiro corresponde à distância deste número até a origem (zero) na reta numerada. Operações em ℤ Adição Para melhor entendimento desta operação, associaremos aos números inteiros positivos a ideia de ganhar (ter) e aos números inteiros negativos a ideia de perder (dever). Por exemplo: 83 MATEMÁTICA • (+3) + (+4) = (+7) ganhar 3 + ganhar 4 = ganhar 7 • (–3) + (–4) = (–7) perder 3 + perder 4 = perder 7 • (+8) + (–5) = (+3) ganhar 8 + perder 5 = ganhar 3 • (–8) + (+5) = (–3) perder 8 + ganhar 5 = perder 3 • –3 + 3 = 0 • 6+3=9 • –1 + 5 = 4 Propriedades da adição em ℤ Fechamento O conjunto ℤ é fechado para a adição, isto é, a soma de dois números inteiros é sempre um número inteiro. Associativa Para todos a, b, c em ℤ: a+(b+c)=(a+b)+c Por exemplo, 2+(3+7)=(2+3)+7 Comutativa Para todos a, b em ℤ: a+b=b+a Por exemplo, 3+7=7+3 84 Elemento neutro Existe 0 em ℤ, que adicionado a cada z em ℤ, proporciona o próprio z, isto é: z+0=z Por exemplo, 7+0=7 Elemento oposto Para todo z em ℤ, existe (–z) em ℤ, tal que z + (–z) = 0 Por exemplo, 9 + (–9) = 0 Multiplicação em ℤ Para multiplicar números inteiros, deve-se proceder da forma usual, respeitando a regra dos sinais. Regra dos sinais Sinais iguais, resultado positivo: (+).(+) = (+) (–).(–) = (+) Sinais diferentes, resultado negativo: (+).(–) = (–) (–).(+) = (–) Propriedades da multiplicação em ℤ Fechamento O conjunto ℤ é fechado para a multiplicação, isto é, o produto de dois números inteiros é sempre um número inteiro. Associativa Para todos a, b, c em ℤ: ax(bxc)=(axb)xc Por exemplo, 2x(3x7)=(2x3)x7 Comutativa Para todos a, b em ℤ: axb=bxa Por exemplo, 3x7=7x3 Elemento neutro Existe 1 em ℤ, que multiplicado por todo z em ℤ, proporciona o próprio z, isto é: zx1=z Por exemplo, 5x1=5 Elemento inverso Para todo inteiro z diferente de zero, existe um inverso z-1 = 1/z em ℤ, tal que z x z-1 = z x (1/z) = 1 Por exemplo, 9 x 9-1 = 9 x (1/9) = 1 Distributiva Para todos a, b, c em ℤ: ax(b+c)=(axb)+(axc) Por exemplo, 3x(4+5)=(3x4)+(3x5) Potenciação em ℤ Da mesma forma que em ℕ, a potência an do número inteiro a, é definida como um produto de n fatores iguais à a. O número a é denominado base e o número n é o expoente. Assim, (a é multiplicado por a, n vezes) Exemplos: 25 = 2 x 2 x 2 x 2 x 2 = 32 (-2)3 = (-2) x (-2) x (-2) = -8 (-5)2 = (-5) x (-5) = 25 (+5)2 = (+5) x (+5) = 25 Com os exemplos acima, podemos observar que a potência de todo número inteiro elevado a um expoente par é um número positivo e a potência de todo número inteiro elevado a um expoente ímpar é um número que conserva o seu sinal. Quando o expoente é n = 2, a potência a² pode ser lida como “a elevado ao quadrado” e quando o expoente é n = 3, a potência a³ pode ser lida como: “a elevado ao cubo”. CAPÍTULO 01 - Propriedades da Potenciação em ℤ Sejam a, b ∊ ℤ, e n, m ∊ ℕ. Temos: Conjuntos Numéricos: Operações com Números Inteiros, Fracionários e Decimais. Frações Ordinárias e Decimais Raiz de um quociente Multiplicação de potências de mesma base an . am = an + m Divisão de potências de mesma base an : am = an-m Raiz de raiz Raiz de potência Potência de potência (am)n=am∙n n Importante: (am)n ≠ am Potência de um produto (a .b)n = an.bn Potência de um quociente Expoente nulo a0 = 1 (a ≠ 0) Base nula 0n = 0 (n ≠ 0) Base 1 1n = 1 Conjunto dos Números Racionais (ℚ) Os números racionais são todos aqueles que podem ser colocados na forma de fração (com numerador e denominador inteiros). Ou seja, o conjunto dos números racionais é a união do conjunto dos números inteiros com as frações positivas e negativas. Exemplos: Note que todo número inteiro é racional, como mostra o exemplo a seguir: 85 Assim, podemos escrever: Expoente negativo É importante considerar a representação decimal de um número racional que se obtém dividindo a por b. Exemplos referentes aos decimais exatos ou finitos: Radiciação em ℤ Sejam a e b ∊ ℤ e n ∊ ℕ. Temos: Observações: Se a > 0, então existe a raiz índice n de a. Não existe resultado para a raiz índice 0 de 0, isto é, Exemplos referentes aos decimais periódicos ou infinitos com repetição periódica: Se a < 0 e n par, então a raiz não é um número real. Se a < 0 e n ímpar, então a raiz existe e será negativa. Propriedades da Radiciação Sejam a, b ∊ℤ, e n, m ∊ ℕ. Respeitando a definição e as observações anteriores, temos: Raiz de um Produto Todo decimal exato ou periódico pode ser representada na forma de número racional. ATUALIDADES DO MERCADO FINANCEIRO PROFESSOR Tiago Zanolla Professor de Ética no Serviço Público, Co-nhecimentos Bancários e Direito Regimental. Formado em Engenharia de Produção pela Universidade Pan-Americana de Ensino. Técnico Judiciário Cumpridor de Mandados no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Envolvido com concursos públicos desde 2009 é professor em diversos estados do Brasil. SUMÁRIO SUMÁRIO Breves Considerações sobre Atualidades do Sistema Financeiro Nacional.................................................................................................................... 133 1. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL - DINÂMICA DO MERCADO - MERCADO BANCÁRIO.................................133 Noções de Política Econômica............................................................................................................................................................................................................. 134 2. POLÍTICA MONETÁRIA.....................................................................................................................................................................135 Tipos de Política Monetária.................................................................................................................................................................................................................. 136 Instrumentos da Política Monetária................................................................................................................................................................................................. 138 Depósito Compulsório............................................................................................................................................................................................................................. 139 Operações de Redesconto...................................................................................................................................................................................................................... 139 Controle Seletivo do Crédito...................................................................................................................................................................................................................40 Operações de Mercado Aberto............................................................................................................................................................................................................140 3. NOÇÕES DE POLÍTICA CAMBIAL................................................................................................................................................. 141 4. NOÇÕES DE POLÍTICA FISCAL...................................................................................................................................................... 141 Resultado Primário.................................................................................................................................................................................................................................. 143 5. FORMAÇÃO DA TAXA DE JUROS..................................................................................................................................................144 Inflação.......................................................................................................................................................................................................................................................... 144 IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo.......................................................................................................................................................................... 144 IGP-M – Índice Geral de Preços do Mercado................................................................................................................................................................................. 144 PIB – Produto Interno Bruto................................................................................................................................................................................................................. 144 Formação da Taxa de Juros................................................................................................................................................................................................................... 146 Resumo das Taxas.................................................................................................................................................................................................................................... 148 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 148 131 CAPÍTULO 01 - Sistema Financeiro Nacional - Dinâmica do Mercado - Mercado Bancário Breves Considerações sobre Atualidades do Sistema Financeiro Nacional O objetivo do presente material é apresente de forma sintética os principais pontos de cobrança acerca de Atualidades do Sistema Financeiro Nacional. Veremos diversos conceitos, porém, o estudo será direcionado para o aprendizado da referente disciplina. 1. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL - DINÂMICA DO MERCADO - MERCADO BANCÁRIO Se fosse para traduzir, em poucas palavras, o que é o mercado financeiro, ele seria o local no qual as pessoas colocam seu dinheiro e esperam que ele se multiplique no menor espaço de tempo possível, com as mais altas taxas e com o menor risco. Porém, isso não é tão simples, pois, todos os segmentos do mercado financeiro mantêm relação muito próxima com as políticas monetárias, fiscal, de rendas e de câmbio. Os mercados são afetados por elas e refletem diretamente os resultados dessas políticas, sejam eles positivos ou negativos. É por isso que se costuma dizer que tudo está intimamente ligado, como se fossem elos de uma corrente. Se um dos segmentos da economia fica desequilibrado, é melhor esperar, pois é possível que num piscar de olhos os ventos mudem de rumo completamente! O dinamismo de uma economia está relacionado diretamente à capacidade do sistema financeiro de centralizar, canalizar e adiantar recursos para a sociedade investir e consumir. Há variados fatores interligados que criam as condições para o desenvolvimento econômico, tecnológico e social, mas o poder dos bancos de criar moeda e a existência de um sistema de intermediação de excedentes econômicos na forma financeira e de crédito estão entre os mais importantes (HILFERDING, 1985). Já que falamos em corrente, onde está a parte mais frágil? Ela está em qualquer um dos elos e isso ocorre com a economia também. As vezes, um único de seus seguimentos está ruim, e isso afeta todos os demais. Da mesma forma que o setor financeiro é absolutamente essencial para impulsionar a economia, ele pode potencializar eventuais instabilidades e crises econômicas cíclicas. Se amplos segmentos de devedores perdem a condição de honrar seus compromissos junto ao setor financeiro em razão de uma incapacidade estrutural de pagamento, os bancos deixam de ter capacidade de realizar empréstimos como antes, particularmente durante fases de crises cambiais (KRUGMAN, Paul, 2001). Para evitar o desencadeamento desse processo desintegrador da economia, o BC vem assumindo, mais ativamente, o papel de regulador e fiscalizador da gestão bancária e de “emprestador de última instância”. (MINSKY, 1986) Posto esse quadro, a atividade financeira pressupõe ampla liquidez, confiança e credibilidade das instituições bancárias e de suas congêneres. A capacidade de criar moeda, a guarda de valores monetários, a venda de títulos, a intermediação financeira e a assessoria a negócios diversos, entre outros aspectos, implicam a necessidade de uma gestão dos negócios e de uma conduta institucional, legal e ética rigorosa por parte do sistema financeiro. Mas é a particularidade mais especial dos bancos - a capacidade de criar moeda - que é o ponto nevrálgico do sistema financeiro Em razão de poder utilizar os depósitos à vista para alavancar a concessão de crédito a pessoas físicas e jurídicas, o banco tem a condição de multiplicar a moeda em circulação e de ampliar a concessão de financiamento muito acima do volume de capital próprio, dos títulos próprios vendidos no mercado e dos recursos disponíveis, nominalmente, na conta de depósitos à vista. No que toca aos créditos, por exemplo, os bancos devem seguir os limites de risco impostos pelo BC. Quanto mais arriscados forem os empréstimos, maior é a exigência de capital próprio, com o objetivo tanto de desestimular a concessão de créditos de alto risco quanto para incentivar os bancos a adotarem um comportamento prudente na análise de crédito Com a execução de sistemas de controle de riscos mais cautelosos, o BC evita que a economia se acelere sobremaneira através da oferta indiscriminada de crédito. Afinal, os bancos, como as empresas em geral, também querem aproveitar a expansão econômica e vender seu principal produto, que é o crédito. A partir desses instrumentos de monitoramento, controle e transparência, os BCs podem, de acordo com as especificidades de suas respectivas economias e de seus mercados financeiros, agir com maior eficácia e eficiência para executar suas estratégias e atingir seus objetivos, procurando sempre estimular um sistema de crédito mais dinâmico e, ao mesmo tempo, seguro. A ideia é que a liberdade de se lançar inovações financeiras seja estimulada, porém de forma sustentável. Mas há ainda a influência exógena da taxa de juros básica da economia, estabelecida pela política monetária, que também está relacionada diretamente ao comportamento da inflação. Quando há pressões inflacionárias, o padrão é que o BC eleve as taxas de juros, fazendo com que os custos das captações novas para os bancos se elevem, ocorrendo o movimento inverso quando há pressões deflacionárias. Outra influência é a do câmbio, que interfere nos custos das captações externas, tanto na hora de transformar a moeda externa em nacional, quanto no movimento inverso por ocasião do pagamento dos créditos. Outra condição indispensável para o pleno funcionamento do sistema financeiro é a credibilidade (KRUGMAN, 1999). O descrédito de um sistema financeiro quebra a confiança na moeda nacional, gera mais incerteza 133 ATUALIDADES DO SISTEMA FINANCEIRO 134 e limita o desenvolvimento econômico e social. Quanto maior a confiança nos bancos, menores são os custos financeiros das transações e maiores são as probabilidades de a economia crescer com estabilidade. Se um sistema financeiro fica sob suspeita pela sociedade, a tendência é de se transferir o poder da moeda nacional para outro tipo de ativo ou moeda internacional, minando a agilidade e flexibilidade dos circuitos de compra e venda de produtos e serviços e dos negócios em geral. Essas são algumas das principais preocupações dos governos e dos respectivos bancos centrais ao regularem o funcionamento, a organização e as regras que o sistema financeiro deve respeitar para manter suas atividades (ROBERTS, 2000). A Inflação é um fenômeno que resulta de um aumento constante nos preços dos produtos e dos serviços oferecidos no comércio. A inflação é computada em uma série de produtos adquiridos pelas famílias, a cada semana ou a cada mês e de acordo com a renda. Por isso, são conferidos pesos entre as diversas categorias de preços para aferir a taxa de inflação. Com o aumento do preço dos produtos, as pessoas passam a poder comprar menos coisas com a mesma quantidade de dinheiro, ou seja, a população perde poder aquisitivo, o poder de adquirir os produtos. O resultado disso? As empresas vendem menos, têm lucros menores. Como ninguém gosta de ter menos dinheiro no bolso, ou em caixa, as empresas reduzem seus gastos e, por isso, cortam despesas em geral, inclusive parte de seus funcionários, um prejuízo muito grave gerado indiretamente pela inflação. A taxa de juros representa, portanto, o custo do dinheiro no mercado e é o Banco Central que estabelece, periodicamente, a taxa de juros básica nacional. Quando essa taxa está alta, é sinônimo de falta de dinheiro no mercado ou que o governo quer que as pessoas deixem de comprar produtos. Se a inflação é alta, o governo pode aumentar os juros. As pessoas fogem do crediário e começam a comprar menos. As fábricas, para não perder clientes, evitam reajustar preços e ate concedem descontos, daí, a inflação tende a cair. Ao contrário, quando está baixa, é porque está “sobrando” dinheiro. A taxa de juros é uma das mais importantes ferramentas da política monetária. A política de rendas é a parte da economia que acompanha o comportamento dos salários e o poder aquisitivo. Isto significa o poder de compra do salário da população. Existem duas denominações para os salários: o salário nominal, que é o valor total do salário, e o real, que é aquilo que o salário será capaz de pagar depois de descontada a inflação do período. É por isso que o governo precisa ficar de olho na renda da população: a inflação do país tira o poder de compra dos trabalhadores. O salário mínimo, que serve de base para empregados e empregadores, é regulado pelo governo. Já a principal função da política fiscal é arrecadar dinheiro para oferecer serviços à população como Saúde, educação, transporte, limpeza, iluminação e assim por diante. Trata-se de um conjunto de regras utilizadas para administrar o dinheiro público. O governo, por meio do PIB que significa Produto Interno Bruto, calcula a soma de tudo o que é produzido no mercado de bens e serviços em certo período de tempo. Dessa forma, é possível medir a atividade econômica do país, isto é, sua riqueza. Quem faz esse cálculo é o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que também mede a renda per capita, que é a quantia de dinheiro que “cabe” a cada cidadão naquele período. Mas esse cálculo de renda per capita não é totalmente correto, pois desconsidera o fato de que as pessoas têm rendas completamente diferentes. Por meio desse cálculo, é como se todos os habitantes do país tivessem direito à mesma fatia de riqueza, o que, todos nós sabemos, não é verdade: a riqueza é distribuída de forma muito desigual. Em países menos desenvolvidos, em que há má distribuição de renda, como o Brasil, esse erro é comum. Noções de Política Econômica TIPO OBJETIVO Estrutural Voltada para a modificação da estrutura econômica do país podendo regular o funcionamento do mercado, criando ou privatizar empresas públicas ou alterar a distribuição de renda. Estabilização Conjuntural Visa a superação de desequilíbrios ocasionais. Pode envolver a administração de uma recessão econômica, um combate à inflação ou à escassez de produtos. Expansionista Objetiva a manutenção ou a aceleração do desenvolvimento econômico. Podem ocorrer reformulações estruturais e medidas de combate à inflação, proteção alfandegária e maior rigor na política cambial contra a concorrência estrangeira. Política econômica, de maneira bem simples, é o conjunto de medidas tomadas pelo governo voltadas para a economia (diretrizes econômicas), no intuito de fomentar o desenvolvimento e o crescimento econômico do país; assegurar a estabilidade de empregos; preservar a variação de preços e promover a distribuição da riqueza e das rendas (redução de desigualdades sociais). O que que faz uma política econômica? A gestão da economia visa a atender às necessidades de bens e serviços da sociedade e também a atingir determinados objetivos sociais e macroeconômicos. Por exemplo, em determinado ano, é priorizado um campo específico (educação, construção civil, indústria automobilística etc.). A influência do Governo sobre mecanismos de produção é um exemplo clássico de política econômica. Alguns programas ficaram mais famosos. Um exemplo de política econômica bem-sucedida foi o famoso CAPÍTULO 02 - Política Monetária Plano de Metas do presidente JK, entre 1956 e 1960. Esse plano incentivou a indústria automobilística, a abertura de estradas e criou Brasília. Também ficou famoso o programa lançado em 2007 pelo então presidente Lula. É o Programa de Aceleração de Crescimento, mais conhecido como PAC. Mais recentemente (2012-2013) tivemos a intervenção do governo na área industrial, o qual reduziu a alíquota do IPI (imposto sobre produto industrializado), baixando assim o preço de diversos produtos. Embora voltadas ao campo da economia, essas medidas seguem também a critérios de ordem política e social, pois determinada medida econômica pode beneficiar certo segmento da população. Por isso a política econômica depende da ideologia do governante. Dependendo qual é o objetivo do governo, a política econômica pode ser: Para alcançar seus objetivos, o governo utiliza diversos meios. A política econômica pode ser classificada em Política Monetária, Fiscal, Cambial e de Rendas (essa última pouco cobrada). É importante destacarmos desde já a quem cabe regular e a quem cabe executar cada uma das políticas: Já vimos que cabe ao Conselho Monetário Nacional a coordenação das políticas econômicas. Apesar do CMN não ser responsável pela elaboração e pela execução das políticas, cabe a ele coordena-las, pois, dependendo da forma que for construída uma Política, ela pode anular o efeito de outra. Por exemplo, se for adotado uma política monetária expansionista (que pretende o crescimento do PIB) e uma das medidas dessa política é reduzir os juros. Se simultaneamente tivermos uma política fiscal restritiva (de aumento de impostos) o que vai acontecer? De um lado vai estimular a econômica oferecendo juros menores e de outro a população teria que arcar com impostos mais altos, anulando o efeito da política monetária. A coordenação significa que todas as políticas caminhem na mesma direção. Se uma política é expansionista, recomenda-se que as outras também o seja. Isso não significa, necessariamente, que assim o será, pois, apesar do cenário recomendar, as políticas dependem da situação da economia. Por isso, nem sempre as políticas caminharão no mesmo sentido. 2. POLÍTICA MONETÁRIA Em linhas gerais, política monetária é o conjunto de medidas para controlar o volume da liquidez global à disposição dos agentes econômicos. Neste caso, liquidez quer dizer “quantidade de dinheiro que circula na economia”. Essa quantidade de dinheiro vai predizer a inflação. A inflação sempre existe, pois cada vez há mais dinheiro em circulação. Como assim? Calma, vamos do início: Primeiro ponto é você saber que tratamos o dinheiro como um produto qualquer. O preço do dinheiro (juros) varia quando a oferta de dinheiro aumenta ou diminui. Olha só o que acontece com a oferta do dinheiro: SITUAÇÃO 1: Imagine que você vai na feira aí de sua cidade e estamos na safra da laranja. Em todas as bancas temos laranja, e de vários tipos. Imagine que você chega na banca do Sr. José e pede para provar uma laranja. Sr. José então deixa e após provar, ainda existem dezenas de banca ofertando o mesmo produto. Você então não compra “já de cara”. Vai pesquisar em outras bancas. E assim o faz sucessivamente até decidir que, realmente, a laranja da banca do Sr. José é a mais saborosa. Aí você volta lá e decide comprar 10 quilos. Sr. José fala, são R$ 2,50 o quilo. Você então, sabendo que existe grande oferta daquele produto pede desconto. E o Sr. José vai dar, porque existe muita oferta. Você então paga R$ 20,00 pelos 10 quilos. SITUAÇÃO 2: Digamos que eu vá viajar com minha esposa para comemorar os 10 anos de casado. Vamos para o Nordeste. No meio da madrugada minha esposa decide que quer laranjas (aí já penso, desejo? Só pode estar grávida ☺). Aí tudo bem, 10 anos de casado, quer laranjas, vamos comprar. Mas aí, olha só, estamos na madrugada e o único estabelecimento aberto é a loja de conveniências do posto de gasolina. Paro ali mesmo e pergunto para o atendente se ele tem laranjas frescas. Ele me olha e diz: “Se tá de brincadeira né”, não temos, só temos em garrafinha. Aí eu penso, bem, quem não tem cão caça como gato, vou levar esse mesmo. A única embalagem disponível é de 1 litro (já faço as contas, bem, se paguei R$ 20,00 em 10 kg, 1 litro vai ser uns 2 ou 3 reais). Ao pagar, o valor são R$ 30,00. Senti já as pernas bambas por ter que pagar tudo isso. Pergunto se não tem desconto e recebo um caloroso “NÃO”. Também pergunto se não há outro local que eu possa comprar laranjas e ele diz: Olha, tem sim, ali do outro lado da rua, mas só abre as 9h da manhã e não temos laranjas frescas, estamos agora na safra do morango. O que quero que você abstraia dessa história: com o dinheiro é a mesma coisa. Mas professor, temos safra de dinheiro? Tem sim, quer ver? Se você tem o costume de passear pela sua cidade, lá na rua principal, encontramos diversas vezes pessoas com jaleco e prancheta na mão oferecendo empréstimos. Ou então você chega em casa e encontra uma correspondência do banco ofertando crédito. No dia seguinte de outro e assim sucessivamente. Estamos na SAFRA de dinheiro, há grande oferta e consequentemente a taxa de juros diminui. Agora, existem épocas que para se conseguir um “mísero” empréstimo existem dezenas de obstáculos. Você vai em um banco e não consegue, vai em outro e também não. Fora que a taxa de juros está maior, pois há pouca disponibilidade de moeda. 135 ATUALIDADES DO SISTEMA FINANCEIRO Tipos de Política Monetária A política monetária pode ser restritiva (contracionista) ou expansionista. Na primeira há menor oferta de moeda no mercado, menor liquidez (capacidade de transformar um ativo em dinheiro) e consequentemente a taxa de juros está maior (justamente por haver menos oferta de dinheiro no mercado). Na expansionista existe grande oferta de moeda, alta taxa de liquidez (como há bastante dinheiro em circulação, é mais fácil vender ativos) e, neste rumo, as taxas de juros estão mais baixas. 136 Você vai encontrar algumas questões que não cobram de forma direta sobre esse assunto, mas, muitas vezes, traz algum problema e esse problema traz essa informação e se você não conhece essa informação, talvez você tenha muita dificuldade para resolver a questão. Eu quero que você entenda o mecanismo, então vamos lá: De início, guarde essa informação: A taxa de juros atinge de forma direta a economia, influenciando o consumo e a poupança (não estamos falando da caderneta de poupança, mas do verbo “poupar”, do investimento financeiro). Por sua vez, consumo x poupança são itens preponderantes na taxa de inflação. Olha só o que acontece: Suponhamos que o COPOM em determinada reunião (em uma das 8 anuais) determine que a taxa de juros básica no mercado será de 30% ao ano. A tendência é que as pessoas parem de gastar e passem a poupar. Em consequência, a tendência é de aumento do desemprego. Por outro lado, se o COPOM reduz drasticamente a taxa de juros para 1% ao ano, a tendência é que as pessoas parem de poupar e passem a consumir mais, consequentemente aumentando a empregabilidade (menor desemprego). Mas onde quero chegar é aqui ó: é como isso tudo influencia na inflação. Simples, o aumento do consumo gera um aumento de produção. Mas, “pera lá”! Se aumentou a demanda, aumentou a oferta, por que o preço do produto sobe? Bem, o aumento ocorre quando há um descasamento da oferta e da demanda. Vamos raciocinar: Vamos pegar a política expansionista. Nesse tipo, as taxas de juros estão menores, predominando o consumo à poupança. Perfeito! Mas o aumento do consumo, vai gerar um aumento de produção, certo? Aí olha só: o empresário, tem que produzir mais para suprir o aumento da demanda do mercado. Tranquilo! Só que a decisão de consumir é imediata, e a decisão de produzir não. Porque olha só: nenhuma empresa no mundo começa a produzir sem antes haver uma expectativa real de consumo (a produção vem depois do consumo). Tá certo. Mas como a empresa vai suprir essa demanda? Aumentando a produção. O que ele vai ter que fazer? Bem, aí existem várias opções: • Contratar mais funcionários. Mas, existe mão de obra qualificada disponível? • Dobrar o turno. E o custo da hora extra? • Importar. Imagina o custo com o dólar alto? • Comprar dentro do país. E o problema de infraestrutura logística do país? Vejam, existem tantos obstáculos a produção que a hora consegue chegar no mercado, a demanda já aumentou. Existe assim, um descasamento entre a decisão de consumir e a decisão de produzir. Não que o empresário não queira produzir, mas sim existem diversos embaraços ao aumento da produção (fiscais, trabalhistas, de infraestrutura, burocráticos etc.). É por isso que existe o aumento de preços (inflação). Existe uma diferença temporal entre consumo e produção. Isso acontece em qualquer mercado, seja no Brasil, Europa, Estados Unidos. A diferença é na dimensão do gargalo1 (quando em alguma etapa do processo há obstrução do fluxo normal de produção). Infere-se disso que, no caso da Política CONTRACIONISTA, ocorre o contrário: Há diminuição do consumo e da produção. Consequentemente, haverá desemprego, pois, o empresário vai ficar com capacidade ociosa na linha de produção (ou no atendimento ao cliente, ou na área de vendas, ou na área de suporte etc). O objetivo da política econômica é promover o equilíbrio entre a taxa de juros e a inflação! Tendo baixa da taxa de juros, haverá aumento da produção e do consumo. A inflação é o ônus de um crescimento desordenado. Por outro lado, havendo aumento excessivo da taxa de juros, desestimula o consumo, havendo deflação, porém, o ônus disso é o aumento do desemprego e da estagnação do PIB. Então quer dizer que a inflação é uma consequência do aumento do PIB? Isso mesmo! Então quer dizer que quanto mais alta a inflação melhor? Vamos voltar a era pré Plano Real então, onde as taxas eram de 1000, 2000% ao mês. Aí também não!!! Uma inflação é importante quando existe um processo de crescimento. Agora não pode não pode ser um surto inflacionário. Também, não podemos ter um surto deflacionário. Mas então qual é o ideal? Isso está definido no sistema de metas de inflação, criado em 1999, de responsabilidade do Comitê de Política Monetária (COPOM). O Sistema de Metas de Inflação Vamos relembrar a década de 1980 (década perdida): Foi um período em que o país tinha uma dívida externa extremamente alta, uma inflação altíssima (a economia era indexada) e um período de recessão. O Brasil viveu 1 - Por exemplo em uma linha de produção onde existem várias maquinas ou pessoas trabalhando. Digamos que são produzidas 100 unidades de carro por dia, porém, apenas conseguem transportar 60 unidades. Temos aqui um gargalo na logística, pois o baixo índice de entregas vai atrapalhar a linha de produção CAPÍTULO 02 - Política Monetária uma era de estagflação (uma economia estagnada com alta taxa de inflação e desemprego). Em 1986 o então presidente da república José Sarney promoveu o plano cruzado que visava uma série de medidas para a estabilização da economia. A principal marca foi o congelamento de preços. Alimentos, combustíveis, serviços e até moedas estrangeiras tiveram os preços tabelados pelo governo. O Plano Cruzado não apenas fracassou, como dele resultaram muitas ações judiciais até hoje em curso, além de uma deterioração na balança de pagamentos do país com a consequente queda nas reservas internacionais. Depois disso tivemos outros inúmeros planos econômicos (Plano Cruzado 2, Plano Bresser, Plano Verão, Plano Collor etc.). Cada um tinha uma série de medidas para estabilizar a economia. Todos foram fracassados. Inclusive, a inflação sempre voltava e voltava mais forte. A inflação acumulada do ano de 1993 foi de 2.780,6%. Itamar Franco então propõe um novo plano de estabilização. Ele chama os “cabeças pensantes” da economia no país. Ocorre que estes eram os mesmos que tinham participado dos planos anteriores. Mas o “pior” é que deu certo, pois eles sabiam tudo o que tinha dado de errado e não tinha funcionado nos planos de estabilização feitos anteriormente. Chegou-se a conclusão que o diagnóstico da economia era que estava errado, então, se o diagnóstico está errado, medicou-se com o remédio errado. E o grande problema era o câmbio, pois o país dependia (ainda depende) de muita importação. Com isso, os preços sempre subiam (inflação) pois a moeda desvalorizava-se continuamente. O Banco Central então juntou uma quantia significativa de reservas internacionais (o grande problema dessa reserva é a volatilidade pois é oriundo do investidor estrangeiro - especulação). Quando juntou essa reserva mudou a política cambial, trabalhando com o regime de câmbio flutuante por bandas. Isso quer dizer que BACEN determina limites superiores e inferiores da oscilação da taxa de câmbio. Então, por exemplo: Digamos que as banda inferior fosse R$ 0,90 e a superior R$ 1,05. Isso quer dizer que o dólar poderia variar livremente dentro desses limites. Se por acaso extrapolasse as bandas o Banco Central interviria. No caso de haver pouco dólar, o que acontece com o preço dele? Sobe. Então, para conter a alta, o Banco Central tira dólares da reserva bancária e colocava no mercado a venda. No caso inverso, se houvesse excedente de dólares o preço desse diminuía. O Banco Central então comprava dólares no mercado, diminuindo a oferta e o preço subindo. Esse regime durou uns dois meses. O Banco Central foi estreitando as bandas e mudou o regime de câmbio para o regime de câmbio fixo (é aquele que o Banco Central fixa a taxa de cambial). No nosso caso foi implantada a taxa de câmbio fixo paritária, ou seja, um dólar por um real. Essa âncora cambial2 deu muito certo, pois segurou a inflação de 1994 a 1999. 2 - Instrumento de Política Econômica que tem por função atrelar a moeda nacional a uma moeda estrangeira forte (comumente o dólar americano), buscando a estabilização, em termos de câmbio, da moeda nacional. Apesar de em 1994 ter sido implantado o Plano Real, tivemos uma série de eventos internacionais que influenciaram nossa economia. Em 1995, o México decretou moratória. Em 1997 a crise dos Tigres Asiáticos. Em 1998 a crise da Rússia. As crises financeiras internacionais fragilizaram o plano real. Mesmo o Brasil não sendo um pais ligado diretamente aquelas crises, por ser um país emergente, há forte influência desses acontecimentos na economia nacional. Quando temos uma crise, o capital especulativo tente a sair do país. Ocorre o “flight-to-quality”. FLIGHT-TO-QUALITY: A fuga para a qualidade é um fenômeno do mercado financeiro que ocorre quando os investidores vendem o que eles consideram ser os investimentos de maior risco e comprar investimentos mais seguros, como títulos do Tesouro dos Estados Unidos ou ouro. Este é considerado um sinal de medo no mercado, já que os investidores buscam menos risco em troca de lucros mais baixos. Mas o quero que você entenda o seguinte: Quando isso ocorre, para segurar essa “fuga” de dólares, o Banco Central aumenta a taxa de juros para que o dinheiro ficasse no país. Então, em 1995 o BC aumentou a taxa de juros, o dinheiro especulativo ficou. Em 1997 também. Em 1998 o BC dobrou a taxa de juros, mas o dinheiro foi embora. A justificativa era que os investidores não queriam apenas remuneração, mas também confiança. Sem dólares, não tinha mais como manter a âncora cambial. Nesse momento tivemos a alteração de regime de câmbio para o regime flutuante sujo. A diferença para 1993 é que lá o regime flutuante era pré-determinado pelas bandas anunciadas publicamente. No regime flutuante sujo, a taxa é livremente movimentada pelo mercado, mas o Banco Central pode atuar caso a taxa cambial comprometer a saúde da economia (atua quando bem quiser). A grande preocupação era a volta da inflação. Foi então criado o sistema de metas para inflação, vigente até hoje. Funciona assim: no início do ano o Governo anuncia/planeja qual é a expectativa para o crescimento da economia, definindo uma meta para o PIB (PIB crescendo, inflação sobe). Mas subir quanto essa inflação? Quem determina é o Conselho Monetário Nacional (É atribuição do CMN regular o valor interno da moeda, ou seja, determinar até onde a inflação pode chegar). O CMN determina a taxa da inflação, chamada de núcleo da meta (há alguns anos é de 4,5% ao ano). A legislação admite uma variação de até 2% para mais ou para menos. Então, se a inflação ficar de 2,5 a 6,5% no ano significa que a meta foi cumprida. Sabemos que o CMN um órgão regulador, não executa. A responsabilidade do cumprimento da meta é do Banco Central, por meio do COPOM. Agora presta bastante atenção no que vou te dizer: voltando a nossa gangorra, temos em um dos lados a Inflação e do outro a Taxa de Juros. O Bacen NÃO determina a meta da inflação, quem o faz é o CMN. A inflação fica travada em 4,5% (respeitada a variação de 2%). Cabe então ao Banco Central, por meio do 137 ATUALIDADES DO SISTEMA FINANCEIRO COPOM, determinar a taxa básica de juros ideal para equilibrar o processo inflacionário. É a META SELIC. Taxa muito alta vai desestimular a economia gerando um processo deflacionário. Taxa muito baixa vai gerar mais consumo, mais produção e consequentemente mais inflação. Quando a expectativa inflacionária supera a meta de inflação previamente anunciada, para um dado período de tempo, os instrumentos de política monetária são orientados no sentido de reduzir a demanda agregada e/ou minimizar os efeitos secundários dos choques de oferta. Considera-se como cumprida a meta quando a variação acumulada da inflação ficar na faixa de tolerância. E se essa meta inflacionária não for cumprida? O presidente do Banco Central tem que enviar uma carta aberta ao Ministro da Fazenda explicando porque a meta não foi cumprida e qual as medidas preventivas e corretivas já tomadas. Porque ao ministro da fazenda? Porque ele é presidente do CMN. coa baixa depois da Páscoa. O preço do peru diminui depois do natal. Essas são situações próprias do mercado de consumo. A deflação acontece quando ocorre uma baixa generalizada de preços. E qual o objetivo disso tudo? O governo atingindo esse objetivo, demonstra que está tendo uma boa gestão, tem capacidade de controlar as despesas públicas, está sendo efetivo etc. Instrumentos da Política Monetária Os instrumentos da política monetária são métodos utilizados pelo Banco Central na operacionalização da política monetária que afetam diretamente as transações no mercado financeiro, com o desígnio de alcançar as metas desejadas. Os instrumentos da Política Monetária influenciam na liquidez do mercado. Por exemplo: Se a taxa de juros é de 12% e há aumento para 13%, haverá menos liquidez no mercado. Já se a taxa de juros for diminuída, aumentará a liquidez. 138 Agora olha só que interessante. a.Processo Inflacionário: Vamos imaginar a inflação medida dos meses de janeiro a abril: JAN FEV MAR ABR 0,5 0,9 1,26 1,85 Temos INFLAÇÃO, temos! Os preços aumentam e a cada mês a inflação ganha força. b.Processo Desinflacionário: Agora o cenário é outro. Veja a inflação medida: JAN FEV MAR ABR 0,5 0,45 0,36 0,31 Os preços estão subindo? Estão. A cada mês sobe menos que o mês anterior. Temos aqui um processo desinflacionário. É uma inflação que vai perdendo força. c.Deflação: É quando a média dos preços caem. JAN FEV MAR ABR 0,5 -0,2 -0,36 -0,29 Muito cuidado com a deflação. Não estamos falando de reduções de um produto ou outro devido à sazonalidades do mercado. Por exemplo, o preço do ovo de pás- Um exemplo ajuda a entender: Imagine uma feira. Lá existem dezenas de bancas que comercializam dezenas de produtos. Suponha que estamos na safra da maça. Tem muita maça no mercado e o preço está lá embaixo. Mas os comerciantes não querem vender maça a um preço muito baixo. O que eles fazem? Simplesmente tiram maça das gondolas, deixando uma menor quantidade de maça, diminuindo a oferta e aumentando seu preço. No mercado financeiro é assim também. O Banco Central determina a meta SELIC. Digamos que o Bacen aumenta a meta de 12% para 14% ao ano. O que o Bacen pretende? Ele aumenta o custo do dinheiro, reduzindo sua oferta no mercado, para conter a alta da inflação. Mas aí, por exemplo, essa medida por si só não conteve a inflação e o mercado continua com grande liquidez. É aqui que entram os instrumentos da política monetária. São mecanismos modificadores das operações de mercado para que a meta desejada pelo Bacen seja atingida. São quatro instrumentos clássicos: CAPÍTULO 02 - Política Monetária política monetária, pelo Copom. Quanto mais alto o percentual dos depósitos compulsórios, menor a liquidez no mercado. Entre esses, o mais eficaz, que gera um efeito imediato no controle da taxa de juros é o Open Market (compras e venda de títulos público federais). Depósito Compulsório São os recolhimentos que os bancos comerciais são obrigados a manter junto ao Banco Central, correspondentes a um percentual dos depósitos à vista (existem outros, mas para objeto de estudo de política monetária o que nos interessa é essa). Esse depósito compulsório fica retido na conta bancária (conta reservas bancárias) da instituição junto ao Banco Central. Os depósitos compulsórios influenciam o multiplicador monetário, ampliando ou reduzindo o volume de recursos que os bancos podem transformar em crédito para a economia e, dessa forma, controlam a expansão dos agregados monetários; O multiplicado bancário é a capacidade que os bancos têm de criar moeda escritural. Deixa eu te dar um exemplo: Eu tenho R$ 100,00 e deposito no Banco A. Digamos que o recolhimento compulsório é de 20%. O banco então deposita R$ 20,00 na conta reservas bancárias e empresta R$ 80,00 para o Joaquim. Por sua vez, Joaquim deposita esse valor no Banco B. O Banco B vai emprestar esse dinheiro, mas antes que que fazer o recolhimento compulsório. O Banco B então recolhe R$ 16,00 e pode empresar R$ 64,00 a José. José também vai lá e deposita no Banco C. O Banco C vai recolher os 20% dos R$ 64,00 (R$ 12,80) e vai emprestar no mercado R$ 51,20. E assim o efeito multiplicador bancário continua. No Brasil, os percentuais de recolhimento do depósito compulsório têm sido definidos pelo Banco Central com o intuito de preservar a estabilidade e a solidez do Sistema Financeiro Nacional, permitindo o crescimento sustentado do crédito. Os efeitos dos recolhimentos compulsórios são considerados por ocasião da decisão de Esse instrumento não gera um efeito imediato na liquidez do mercado e na taxa de juros. É mais instrumento complementar e não como instrumento que vai ser utilizado para alterar a taxa de juros no curto prazo. Assim, quando se fala em uma política contracionista o objetivo é ter menos liquidez no mercado, por isso aumenta-se o recolhimento compulsório. Por outro lado, em uma política expansionista, diminui-se o percentual do recolhimento visando dar maior liquidez ao mercado. Operações de Redesconto Também chamada de empréstimo de liquidez. Trata-se de uma linha de crédito do BACEN destinada às instituições financeiras, com o objetivo de suprir eventuais necessidades de caixa. Em linhas gerais, funciona mais ou menos assim: Cada instituição financeira tem a sua conta de reserva no Bacen. Todas as liquidações passam por ela. Só que tem o seguinte: Para essa conta existe a regra da zeragem automática, ou seja, o saldo entre entradas e saídas diárias deve ser zero. Então olha só: Sabemos que o banco capta dinheiro dos agentes superavitários. Esse valor não pode ficar parado na tesouraria do banco (até porque o banco estaria perdendo dinheiro pelo custo-oportunidade). A instituição então comercializa esse montante no mercado. Até aí tudo bem. Porém, pode ocorrer de a instituição não ter o saldo total para saldar suas obrigações. A primeira coisa que a instituição deve fazer é captar esse recurso na rede com outro banco (empréstimos interbancários). Agora, se a instituição não conseguir captar esse recurso na rede o BACEN faz um empréstimo de liquidez (operação de redesconto). Em virtude desse desequilíbrio da instituição, esse empréstimo tem uma taxa punitiva. Só que tem um problema: Apesar do Banco Central poder fazer operações de redesconto, existe uma recomendação da Lei de Responsabilidade Fiscal de não se conceder crédito as instituições financeira. Art. 28. Salvo mediante lei específica, não poderão ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações de crédito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, ainda que mediante a concessão de empréstimos de recuperação ou financiamentos para mudança de controle acionário. § 1o A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a cargo de fundos, e outros mecanismos, constituídos pelas instituições do Sistema Financeiro Nacional, na forma da lei. § 2o O disposto no caput não proíbe o Banco Central do Brasil de conceder às instituições financeiras operações de redesconto e de empréstimos de prazo inferior a trezentos e sessenta dias. Mas qual a essência do empréstimo de liquidez para 139 CULTURA ORGANIZACIONAL PROFESSOR Tiago Zanolla Professor de Ética no Serviço Público, Co-nhecimentos Bancários e Direito Regimental. Formado em Engenharia de Produção pela Universidade Pan-Americana de Ensino. Técnico Judiciário Cumpridor de Mandados no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Envolvido com concursos públicos desde 2009 é professor em diversos estados do Brasil. SUMÁRIO SUMÁRIO Breves Considerações sobre Cultura Organizacional.................................................................................................................................................................155 1. CULTURA ORGANIZACIONAL........................................................................................................................................................ 155 Os Componentes da Cultura Organizacional.................................................................................................................................................................................157 Elementos da Cultura Organizacional............................................................................................................................................................................................. 158 Dimensões da Cultura Organizacional............................................................................................................................................................................................ 159 Aprendizado da Cultura Organizacional........................................................................................................................................................................................ 159 Clima Organizacional..............................................................................................................................................................................................................................160 Cultura Empresarial................................................................................................................................................................................................................................160 2. ÉTICA APLICADA................................................................................................................................................................................. 161 Evolução Histórica da Ética...................................................................................................................................................................................................................161 Noções de Ética Empresarial e Profissional.................................................................................................................................................................................. 164 A Gestão da Ética nas Empresas Públicas e Privada................................................................................................................................................................. 165 3. CÓDIGO DE ÉTICA DO BANCO DO BRASIL..............................................................................................................................165 Clientes ........................................................................................................................................................................................................................................................ 166 Funcionários e Colaboradores ............................................................................................................................................................................................................ 166 Fornecedores ............................................................................................................................................................................................................................................. 167 Acionistas, Investidores e Credores ................................................................................................................................................................................................. 167 Parceiros ...................................................................................................................................................................................................................................................... 167 Concorrentes .............................................................................................................................................................................................................................................. 167 Governo ........................................................................................................................................................................................................................................................ 167 Comunidade ............................................................................................................................................................................................................................................... 168 Órgãos Reguladores ................................................................................................................................................................................................................................ 168 4. CÓDIGO DE CONDUTA DA ALTA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL......................................................................................168 Finalidades.................................................................................................................................................................................................................................................. 169 Penalidades................................................................................................................................................................................................................................................. 172 5. GESTÃO DA SUSTENTABILIDADE................................................................................................................................................173 A Agenda 21 do Banco Do Brasil........................................................................................................................................................................................................ 176 Estrutura De Governança...................................................................................................................................................................................................................... 176 Governança da Responsabilidade Socioambiental..................................................................................................................................................................... 178 6. ESSÊNCIA BB.........................................................................................................................................................................................179 Valores........................................................................................................................................................................................................................................................... 179 7. ESTATUTO SOCIAL DO BRANCO DO BRASIL..........................................................................................................................179 Capítulo I – Denominação, Características e Natureza do Banco ........................................................................................................................................ 179 Capítulo II – Objeto Social .................................................................................................................................................................................................................... 180 Capítulo III – Capital E Ações...............................................................................................................................................................................................................181 Capítulo IV – Assembleia Geral...........................................................................................................................................................................................................181 Capítulo V – Administração e Organização do Banco............................................................................................................................................................... 182 Capítulo VI – Conselho Fiscal ............................................................................................................................................................................................................. 189 Capítulo VII – Exercício Social, Lucro, Reservas e Dividendos ............................................................................................................................................190 Capítulo VIII – Relações com o Mercado ........................................................................................................................................................................................191 Capítulo IX – Disposições Especiais ..................................................................................................................................................................................................191 Capítulo X – Obrigações do Acionista Controlador..................................................................................................................................................................... 192 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 192 153 CAPÍTULO 01 - Cultura Organizacional Breves Considerações sobre Cultura Organizacional Introdução Via de regra as questões da Cesgranrio são de múltipla escolha (A, B, C, D e E) sendo uma única das opções correta. O nível de dificuldade é mediano. As questões costumam ser longas, o que exige boa concentração e atenção do candidato. Também são usados textos do cotidiano (jornais, revistas etc). Quando cobra textos de lei, a Cesgranrio costuma apenas trocar as palavras, principalmente as competências e atribuições. Uma outra característica da banca é a repetição de questões anteriormente aplicadas, mudando, contudo, apenas algumas palavras e o contexto. Regularmente a Cesgranrio tem cobrado 5 questões com valor de 1,5 ponto cada, subtotalizando 7,5 pontos de um total de 100. Assim, nossa disciplina representa 7,5% da pontuação possível na prova objetiva. Portanto, ESTUDE MUITO CULTURA ORGANIZACIONAL! 1. CULTURA ORGANIZACIONAL As organizações são formadas, principalmente, por grupos de pessoas. Segundo Chiavenato “cultura” é um termo genérico que é utilizado para significar duas acepções diferentes. De um lado, o conjunto de costumes e realizações de uma época ou de um povo e, de outro lado, artes, erudição e demais manifestações mais sofisticadas do intelecto e da sensibilidade humana consideradas coletivamente. A cultura organizacional tem um conceito diferente. Cada organização tem a sua cultura própria. É o que denominamos cultura organizacional. Cultura seria o estilo de vida da organização. E isso abrange todos os aspectos, tais como crenças, costumes, ideias, regras, enfim, tudo ligado a vida na corporação que dá alguns peculiaridades próprias. Só que aí tem uma coisa importante. Todos os seres humanos têm algum tipo de cultura. Cultura esta absorvida por algum sistema cultural ao qual esteve/está inserido. Em função disso, toda pessoa tende a ver e julgar as outras culturas a partir do ponto de vista da sua própria cultura. Cultura organizacional também pode ser chamada de cultura corporativa, que é justamente o conjunto de hábitos e crenças estabelecidos por normas atitudes e expectativas, compartilhado por todos os membros da organização. Reunidos, são um sistema de significados e são compartilhados por todos os membros da organização. Os valores, crenças e ritos pertencem à dimensão subjetiva da cultura organizacional, que envolve a cultura gerencial: estilos e orientação dos líderes, esquemas mentais e maneiras de se comportar e resolver problemas. Nessa ótica, a cultura pode ser compreendida como um sistema de significados coletivamente aceito em um dado momento histórico da existência de um grupo específico. Tais significados, uma vez compartilhados, impõem padrões de ordem e consistência na realidade social. Assim, por meio da cultura, são produzidos e impostos modos de pensar, sentir e agir que se tornam típicos dos grupos sociais. Segundo Chiavenato, cada organização tem a sua cultura organizacional. Essencialmente a empresa expressa sua cultura pela maneira com que ela faz negócios, trata seus clientes e funcionários, o grau de autonomia ou liberdade que existe em suas unidades e o grau de lealdade expresso por seus funcionários a respeito da empresa. Para se conhecer uma organização, o primeiro passo é conhecer sua cultura. Fazer parte de uma organização significa assimilar sua cultura. Viver em uma organização, trabalhar nela, atuar em suas atividades, desenvolver carreira nela é participar intimamente de sua cultura organizacional. A cultura organizacional é formada por elementos que são fruto das relações, experiências, dos conhecimentos e aspectos que têm participação e interação das pessoas da organização. Representa as percepções dos dirigentes e colaboradores da organização e reflete a mentalidade que predomina na organização. Diante de tudo isso, a cultura organizacional é construída socialmente e representa o ambiente da organização e traz uma referência de padrões. Padrões os quais influenciam as atividades dos funcionários, bem como o nível de comprometimento destes para com a organização. A cultura exprime a identidade da organização. Ela é construída ao longo do tempo e passa a impregnar todas as práticas, constituindo um complexo de representações mentais e um sistema coerente de significados que une todos os membros em torno dos mesmos objetivos e do mesmo modo de agir. Para Schein (1996), a cultura organizacional é o conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou, descobriu, ou desenvolveu ao aprender como lidar com os problemas de adaptação externa e integração interna e que funcionaram bem o suficiente para serem considerados válidos e ensinados a novos membros como forma correta de perceber, pensar e sentir em relação a esses problemas. Segundo Robbins (2002), cultura organizacional se refere a um sistema de valores, compartilhados pelos membros de uma organização e que a difere de uma para a outra. Esse sistema é, em última análise, um conjunto de características-chave que a organização valoriza. As organizações precisam fazer com que todo o seu corpo de funcionários e colaboradores desenvolva uma visão responsável, um compromisso real com a cultura da empresa. Isso só é possível através dessa percepção de que todos fazem parte de um sistema. Quando uma parte não funciona bem todo esse sistema é abalado. 155 CULTURA ORGANIZACIONAL A auditoria cultural é uma ferramenta para avaliar e compreender a cultura de uma organização. Segundo Hitt et al (2007) a auditoria cultural é uma análise que permite visualizar os valores e crenças compartilhados pela maioria dos agentes organizacionais, um processo complexo a ser conduzido criteriosamente. As avaliações visam a detectar presença de eventuais subculturas ou se a organização apresenta cultura subdesenvolvida. Assim, uma auditoria cultural possibilitará a manutenção de uma atmosfera capaz de continuar a promover o benéfico compartilhamento de responsabilidades entre todos da empresa e o comprometimento máximo da organização nas questões referentes ao gerenciamento permanente de riscos operacionais. A cultura organizacional não é algo que a gente pode tocar. Vários aspectos da cultura podem ser facilmente percebidos (visíveis), outros, porém são mais difíceis de serem observados (ocultos). Diversos autores retratam esses aspectos com um iceberg, os aspectos formais ficam na parte visível e envolvem, os comportamentos (ações expressas é visível), as políticas e diretrizes, métodos e procedimentos, objetivos, estrutura e tecnologia adotada. Os aspectos informais envolvem as premissas, convicções, percepções, sentimentos, atitudes, valores e interações grupais. 156 Chiavenato diz que a comparação com o iceberg tem um bom motivo. A cultura é formada por camadas e quanto mais profunda, maior a dificuldade e demorada a transformação. O mesmo autor ensina ainda que a cultura organizacional reflete a maneira como cada organização aprendeu a lidar com o seu ambiente. É uma complexa mistura de pressuposições, crenças, comportamentos, histórias, mitos, metáforas e outras ideias que, tomadas juntas, representam o modo particular de uma organização funcionar e trabalhar. A cultura organizacional apresenta seis características principais: Regularidade nos comportamentos observados As interações entre os participantes se caracterizam por uma linguagem comum, terminologias próprias e rituais relacionados com condutas e deferências. Normas São padrões de comportamento e que incluem guias sobre a maneira de fazer as coisas. Valores Dominantes São os principais valores que a organização advoga e espera que seus participantes compartilhem, como qualidade do produto, baixo absenteísmo, alta eficiência Filosofia São políticas que afirmam as crenças sobre como os empregados ou clientes devem ser tratados. Regras São guias estabelecidos e relacionados com o comportamento na organização. Os novos membros devem aprender essas regras para serem aceitos no grupo. Clima Organizacional É o sentimento transmitido pelo local físico, como os participantes interagem, como as pessoas tratam aos outros, clientes, fornecedores etc. A cultura organizacional cria a identidade organizacional de cada instituição. Ela não é padronizada/única na organização. Na organização existe diversos tipos de cultura: Culturas adaptativas: Caracterizam-se pela sua maleabilidade e flexibilidade e são voltadas para a inovação e a mudança. São organizações que adotam e fazem constantes revisões e atualizações, em suas culturas adaptativas se caracterizam pela criatividade, inovação e mudanças. De um lado, a necessidade de mudança e a adaptação para garantir a atualização e modernização, e de outro, a necessidade de estabilidade e permanência para garantir a identidade da organização. Culturas conservadoras: Se caracterizam pela manutenção de ideias, valores, costumes e tradições que permanecem arraigados e que não mudam ao longo do tempo. São organizações conservadoras que se mantêm inalteradas como se nada tivesse mudado no mundo ao seu redor. Culturas fortes (dominante): Seus valores são compartilhados intensamente pela maioria dos funcionários e influência comportamentos e expectativas. Empresas como IBM, 3M, Merk, Sony, Honda, estão entre aquelas que ostentam culturas fortes. Culturas fracas (subcultura): São culturas mais facilmente mudadas. Como exemplo, seria uma empresa pequena e jovem, como está no início, é mais fácil para a administração comunicar os novos valores, isto explica a dificuldade que as grandes corporações tem para mudar sua cultura. Aqui chegamos a uma conclusão importante: a cultura organizacional é mutável (pode ser alterada). A mudança organizacional ocorre a partir de fatores internos ou externos. Os fatores internos são decorrentes de ações estratégicas dos dirigentes, como alterações dos objetivos da empresa, mudança de tecnologia, mudança de estrutura e de processos, entre CAPÍTULO 01 - Cultura Organizacional outros. As oscilações de mercado, concorrência e reformulações de políticas governamentais podem ser consideradas como fontes externas de mudança (RODRIGUES, 1991). Bertero (1976) comenta que a literatura sobre mudanças organizacionais considera a natureza dual das mudanças: a primeira preocupando-se com as mudanças na estrutura da empresa e a segunda dando maior ênfase às mudanças comportamentais sejam do indivíduo ou de pequenos núcleos de pessoas. Para o autor, a mudança que acontece sob a ótica da estrutura da empresa baseia-se no fluxo de trabalho, que por sua vez é altamente dependente da tecnologia empregada. O responsável por estas mudanças obrigatoriamente deverá estudar profundamente os fluxos de trabalhos de determinada tecnologia para permitir maior eficiência. Desta forma, todo o processo de mudança seria direcionado para a tecnologia usada pela empresa, sendo necessária uma estrutura hierárquica com linhas claras de autoridade a fim de promover uma harmonia entre as interações das diversas tarefas deste fluxo de trabalho advindo da tecnologia utilizada. Pela ótica da mudança do comportamento dos membros da corporação, a mudança estrutural sem a mudança comportamental tende a gerar sérios entraves e resistências, fazendo com que esta seja aos poucos esquecida e descartada pelos membros da organização. Isso pode gerar um descompasso entre a estrutura formal da empresa com as práticas reais do cotidiano Hernandez e Caldas (2001) também concordam que a resistência deve ser tanto um fenômeno grupal quanto individual, contrapondo a um pressuposto defendido em muitos trabalhos sobre o assunto de que a resistência é um fenômeno massificado. Eles apresentam e contestam outros quatro pressupostos que predominam nos textos sobre resistência à mudança. No primeiro pressuposto, discordam que a resistência sempre ocorrerá numa situação de mudança e que os agentes de mudança contribuem para a sua ocorrência ou agravamento. No segundo, contestam que a resistência seja prejudicial à organização, defendendo que esta pode ser saudável e positiva e não deve ser utilizada como desculpa pelo insucesso de sua implantação. Discordam também do terceiro pressuposto de que os seres humanos sejam naturalmente resistentes a mudanças. No quarto pressuposto, contestam que os empregados sejam os atores com maior probabilidade de resistência, contrapropondo que os gerentes também podem ser responsáveis pela resistência. Os valores, crenças e interesses dos indivíduos podem influenciar na sua percepção da mudança, assim como o contexto organizacional no qual esta mudança ocorre. Os fatores internos ou externos que determinam a mudança podem impactar nas diferentes realidades dos indivíduos. Para exemplificar, numa mudança estrutural que implicar em demissões, como no caso da reengenharia, alguns indivíduos podem enxergá-la como uma oportunidade de promoção, no caso da reestruturação dos setores, e como necessária diante de um contexto de crise. Outros indivíduos podem ter receio da perda do emprego, diante da mesma situação de reestruturação, e encarar como uma situação muito radical e severa por parte dos dirigentes, diante do mesmo contexto de crise. Segundo Maximiano (2007), as culturas podem ser estudadas por meio de indicadores. Os indicadores, também denominados atributos ou dimensões, permitem a construção de escalas ou réguas para analisar a cultura organizacional. De acordo com o autor, os indicadores mais comuns são: • Distância do poder: utilizada para identificar como as pessoas percebem a autoridade e as diferenças de status; • Linguagem: caracteriza a cultura como de alto contexto ou de baixo contexto, de acordo com a importância dada à palavra falada ou à palavra escrita; • Relações humanas: versa sobre o individualismo em oposição ao coletivismo, sobre o ser em contraste com o ter, etc; • Atitudes em relação ao futuro: distingue a atitude proativa (orientada para o longo prazo) da atitude reativa (orientada para o curto prazo); • Universalismo em contraposição ao particularismo: mede até que ponto as regras são inflexíveis ou podem ser mudadas para se ajustar a situações particulares; • Orientação para o ambiente: separa as culturas organizacionais adaptativas (orientadas para fora) das não adaptativas (orientadas para dentro); • Propensão ao risco: grau em que as pessoas são incentivadas a inovar, a aceitar desafios. As culturas inovativas são orientadas para incerteza (ambientes instáveis), possuem alta tolerância à ambiguidade e incentivam as pessoas a preferirem os desafios, os riscos, as mudanças e as situações de resultados duvidosos. Por outro lado, as culturas orientadas para a certeza (mecanicista) são pouco tolerantes à ambiguidade e fazem as pessoas preferirem a acomodação, a rotina e as situações estruturadas. • Mecanicismo e organicismo: caracteriza as organizações como máquinas (modelo mecanicista), adequadas a condições estáveis, tarefas especializadas, hierarquias definidas e comunicação vertical; ou organismos vivos (modelo orgânico), apropriados a condições instáveis, contínua redefinição de tarefas, organogramas de pouca utilidade e comunicação dispersa de natureza informativa. Os Componentes da Cultura Organizacional Schein(apud Chiavenato) leciona que toda cultura se apresenta em três diferentes níveis: artefatos, valores compartilhados e pressuposições básicas: Artefatos: Constituem o primeiro nível da cultura, o mais superficial, visível e perceptível. Artefatos são as coisas concretas que cada um vê, ouve e sente quando 157 CULTURA ORGANIZACIONAL 158 se depara com uma organização. Incluem os produtos, serviços e os padrões de comportamento dos membros de uma organização. Quando se percorre os escritórios de uma organização, pode-se notar como as pessoas se vestem, como falam, sobre o que conversam, como se comportam, o que é importante e relevante para elas. Os artefatos são todas as coisas ou eventos que podem nos indicar visual ou auditivamente como é a cultura da organização. Os símbolos, as histórias, os heróis, os lemas, as cerimônias anuais são exemplos de artefatos e modificam sobremaneira a maneira de pensar dos colaboradores, que passam juntos a desenvolver crenças idênticas e que favorecem a construção de uma identidade corporativa. Esta identidade é que estabelecerá o tipo de cultura que a empresa desenvolverá. Valores compartilhados: Constituem o segundo nível da cultura. São os valores relevantes que se tornam importantes para as pessoas e que definem as razões pelas quais elas fazem o que fazem. Funcionam como justificativas aceitas por todos os membros. Em muitas culturas organizacionais, os valores são criados originalmente pelos fundadores da organização. Exercem funções essenciais no quadro funcional da organização. Tal processo pode representar um intenso mecanismo de motivação para as pessoas que se encontram inseridas naquela cultura. Pressuposições básicas: Constituem o terceiro nível da cultura organizacional, o mais íntimo, profundo e oculto. São pressuposições importantes, as quais devem ser seriamente consideradas pelos gestores de modo geral. Tais contribuições podem modificar positivamente o alcance dos resultados. São as crenças inconscientes, percepções, sentimentos e pressuposições dominantes em que os membros da organização acreditam. A cultura prescreve “a maneira certa de fazer as coisas” adotada na organização, muitas vezes, através de pressuposições não escritas e nem sequer faladas – são verdades implícitas que o conjunto de membros compartilham. (CHIAVENATO: 2005). A cultura é difícil de mudar, principalmente em um nível mais profundo, como os valores e pressuposições básicas. Todavia, a natureza da força de trabalho vem mudando em grandes proporções, trazendo um fenômeno novo, que é o multiculturalismo: um misto de pessoas provenientes de diferentes culturas, várias etnias e diferentes estilos de vida. Para que a organização consiga adaptar-se a essa realidade multivariada, ela precisa compreender o multiculturalismo e seu impacto (CHIAVENATO: 2005). Para memorizar: Artefatos Valores compartilhados Pressupostos básicos Primeiro nível Segundo nível Terceiro Nível Mais superficial, visível e perceptível (coisas que cada um vê, ouve e sente quando se depara com uma organização). Valores relevantes que justificam comportamentos e que são aceitos por todos os membros Mais íntimo, profundo e oculto. Produtos, serviços, padrões, processos de comportamento, símbolos, as histórias, os heróis, os lemas e cerimônias anuais Funções essenciais, estratégias, objetivos. Verdades implícitas decorrentes de experiências compartilhadas, crenças inconscientes, percepções, sentimentos e pressuposições dominantes. Elementos da Cultura Organizacional Carvalho e Tonet (1994) definem os elementos da cultura organizacional da seguinte maneira: Valores: correspondem a tudo aquilo que a organização considera importante para preservar, realizar e manter a imagem e o nível de sucesso desejado, como, por exemplo, a importância da satisfação do usuário ou cliente, etc.; Crenças: podem serem sentidas através do comportamento das pessoas e estão ligadas à busca de eficiência; Ritos: são as formas como são praticadas e perseguidas as crenças e metas planejadas no dia-a-dia. Tais ritos constituem expressões tangíveis da cultura organizacional. São exemplos de ritos os procedimentos para a introdução de um novo empregado, etc.; Tabus: referem-se às proibições impostas aos membros da organização e às orientações e fatos tidos como inquestionáveis. O fato de que a chefia sempre deve receber salário superior ao dos subordinados constitui um exemplo de tabu na organização; Mitos organizacionais: são gerados pela cultura existente e correspondem a expressões conscientes da mesma. Guardam relações com as crenças e valores professados; Normas: são o conjunto de regras escritas ou não que direcionam a forma como as pessoas devem proceder para que a organização alcance os seus objetivos. Podem ser aceitas ou não pelo grupo, dependendo de quanto coerentes são em relação às expectativas e aspirações desse grupo; Comunicação formal: é a comunicação sistemática entre a organização e o ambiente externo e interno, feita através de comunicados, entrevistas, memorandos, ofícios, textos, etc. Comunicação informal: é a comunicação assistemática que não está sujeita a normas ou controles. Ocorre através das relações de ajuda, simpatias, compadrios, boatos, etc. CAPÍTULO 01 - Cultura Organizacional Dimensões da Cultura Organizacional Segundo Fela Moscovici e amplamente aceita pelos autores do tema cultura organizacional, a cultura compõe-se de três dimensões interdependentes: Ideológica - Conjunto de normas e valores, regulamentos, política administrativa, tradições, padrão de conduta esperado, estilo de gestão, que governam e controlam o funcionamento organizacional. É a função reguladora, função de autoridade dentro da organização. Engloba não só as leis formais, mas também costumes, rituais, padrões e códigos informais, isto é, não estabelecidos oficialmente, mas obedecidos tacitamente. Material - Conjunto de instrumentos, processos, know-how, divisão de tarefas, layout, racionalização de trabalho, recursos materiais, cronogramas, redes de comunicação, metodologia de serviços. Engloba o grau de maior ou menor estrutura da funções, grau maior ou menor de certeza das tarefas e contato com o meio ambiente. Na verdade, a dimensão material é o conjunto de variáveis objetivas da organização, que trata das questões relativas a tarefa. Psicossocial ou Política - Conjunto das manifestações afetivas dos indivíduos que compõem a organização, manifestações subjetivas de idiossincrasias (característica de comportamento peculiar de um indivíduo), características dos comportamentos grupais. Engloba as percepções, os sentimentos e as reações positivas ou negativas. A dimensão psicossocial é o conjunto de variáveis subjetivas da organização, ou seja, são os aspectos emocionais do trabalho, despertados pelo tipo de tarefa e pela cultura organizacional. Aprendizado da Cultura Organizacional Os colaboradores aprendem a cultura organizacional de várias formas, como histórias, rituais, símbolos materiais e linguagem Histórias: Contos e passagens sobre o fundador da companhia, lembranças, sobre dificuldades ou eventos especiais, regras de conduta, corte e recolocação de funcionários. Acertos e erros do passado geralmente ancoram o presente no passado e explicam a legitimação das práticas atuais. Rituais e Cerimonias: São sequências repetitivas de atividades que expressam e reforçam os valores principais da organização. As cerimônias de fim de ano e as comemorações do aniversário da organização são rituais que reúnem e aproximam a totalidade dos funcionários para motivar e reforçar aspectos da cultura da organização, bem como reduzir os conflitos. Símbolos Materiais: A arquitetura do edifício, as salas e mesas, o tamanho e arranjo físico dos escritórios constituem símbolos materiais que definem o grau de igualdade ou diferenciação entre as pessoas e o tipo de comportamento ( como assumir riscos ou seguir a rotina, autoritarismo ou espírito democrático, estilo participativo ou individualismo, atitude conservadora ou inovadora) desejado pela organização. Os símbolos materiais constituem a comunicação não verbal. Linguagem: Muitas organizações e mesmo unidades dentro das organizações utilizam a linguagem como um meio de identificar membros de uma cultura ou subcultura. Ao aprender a linguagem, o membro confirma a aceitação da cultura e ajuda a preserva-la. As organizações desenvolvem termos singulares para descrever equipamentos, escritórios, pessoas - chaves, fornecedores, clientes ou produtos. Também a maneira como as pessoas se vestem e os documentos utilizados constituem formas de expressar a cultura organizacional. A cultura organizacional se caracteriza pela sua aceitação implícita pelos seus membros. Ela é também reforçada pelo próprio processo de seleção, que elimina as pessoas com características discrepantes com os padrões estabelecidos e ajuda a preservar a cultura. Segundo DEAL e KENNEDY (1990), ritos e rituais são expressões culturais planejadas e que têm consequências práticas para a organização. Para TRICE E BEYER (1985), os ritos são regras sociais que guiam o comportamento das pessoas na vida empresarial e são representações dos valores culturais básicos da companhia. E, os rituais podemos comparar a um roteiro, com o qual os funcionários, no ambiente corporativo, podem dar sentido a suas experiências, de acordo com DEAL E KENNEDY (1990). A seguir iremos classificar e entender a tipologia dada por alguns autores aos ritos e rituais. Por DEAL E KENNEDY (1990) são identificados quatro tipos de rituais, vejamos: Os Rituais Sociais e de Comunicação, que permitem que as pessoas saibam onde estão, reforça a identidade individual dentro da organização e definem um tom para a forma em que as pessoas se relacionam entre si, sem esse ritual ninguém saberia como se comportar na organização. Os Rituais do Trabalho, os quais as empresas podem utilizar para ajudar a construir uma cultura forte que produza melhores resultados. Os Rituais de Gestão, que descrevem os rituais que os gestores desenvolvem ao longo de sua carreira. Os Rituais de Reconhecimento, que são aqueles eventos que a empresa realiza quando existem promoções ou aposentadoria. Os Rituais de Reconhecimento são muito parecidos com os rituais que TRICE E BEYER (1984) chamam de Rituais de Passagem, que são os rituais referentes ao reconhecimento por algum objetivo alcançado tendo como resultado alguma promoção profissional ou alguma mudança de função. Já para TRICE E BEYER (1984) existem seis tipos básicos de ritos: Os Ritos de Passagem, facilitam a transição de indivíduos para novos papéis e status; são utilizados em processos de admissão, mudança de funções, promoção na carreira profissional. Os Ritos de Degradação, dissolvem identidades sociais e seu poder; São utilizados em casos de demissões, para denunciar falhas, violação de normas, afastamento de altos dirigentes. Os Ritos de Confirmação ou de Reforço, fortalecem identidades sociais e seu poder; são utilizados para reconhecer publicamente “feitos heroicos”, conquistas 159 TÉCNICAS DE VENDAS PROFESSOR Tiago Zanolla Professor de Ética no Serviço Público, Co-nhecimentos Bancários e Direito Regimental. Formado em Engenharia de Produção pela Universidade Pan-Americana de Ensino. Técnico Judiciário Cumpridor de Mandados no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Envolvido com concursos públicos desde 2009 é professor em diversos estados do Brasil. SUMÁRIO SUMÁRIO Breves Considerações sobre Técnicas De Vendas....................................................................................................................................................................... 199 1. NOÇÕES DE MARKETING DE RELACIONAMENTO...............................................................................................................199 Benefícios para as Organizações ...................................................................................................................................................................................................... 200 2. NOÇÕES DE IMATERIALIDADE OU INTANGIBILIDADE, INSEPARABILIDADE E VARIABILIDADE DOS PRODUTOS BANCÁRIOS......................................................................................................................................................................203 Intangibilidade.......................................................................................................................................................................................................................................... 203 3. PRODUTO, PREÇO, PRAÇA E PROMOÇÃO...............................................................................................................................206 4.NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE VENDAS........................................................................................................................... 209 Planejamento e Previsão de Vendas................................................................................................................................................................................................ 209 Estratégias Organizacionais..................................................................................................................................................................................................................211 Estratégias de Posição de Mercado................................................................................................................................................................................................... 213 Posicionamento de Mercado................................................................................................................................................................................................................. 214 Segmentação de Mercado...................................................................................................................................................................................................................... 214 Matriz SWOT............................................................................................................................................................................................................................................... 216 5.TÉCNICAS DE VENDAS DE PRODUTOS E SERVIÇOS FINANCEIROS NO SETOR BANCÁRIO............................219 Planejamento............................................................................................................................................................................................................................................. 220 Técnicas De Vendas................................................................................................................................................................................................................................. 220 O Modelo AIDA.......................................................................................................................................................................................................................................... 221 Etapas de Vendas......................................................................................................................................................................................................................................222 Gerenciamento Da Força De Vendas.................................................................................................................................................................................................223 Princípios de Venda Pessoal.................................................................................................................................................................................................................225 Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow...................................................................................................................................................................227 Teoria dos Dois Fatores de Herzberg................................................................................................................................................................................................227 Teoria X e Y de McGregor.....................................................................................................................................................................................................................228 Teoria Motivacional de McClelland...................................................................................................................................................................................................228 Teoria da expectativa (ou expectância) de Victor Vroom........................................................................................................................................................229 Teoria da Equidade..................................................................................................................................................................................................................................229 A Teoria ERC de Alderfer......................................................................................................................................................................................................................229 6.VANTAGEM COMPETITIVA..............................................................................................................................................................230 Desvantagem Competitiva..................................................................................................................................................................................................................... 231 7.COMO LIDAR COM A CONCORRÊNCIA......................................................................................................................................231 O Modelo das 5 Forças de Porter........................................................................................................................................................................................................232 Conceito Setorial da Concorrência....................................................................................................................................................................................................234 Estratégias de Ataque ............................................................................................................................................................................................................................234 8.MANEJO DE CARTEIRA DE PESSOA FÍSICA E DE PESSOA JURÍDICA ........................................................................ 235 Principais Tipos de Canais de Vendas..............................................................................................................................................................................................236 Resolução 3694/2009..............................................................................................................................................................................................................................237 Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................239 197 CAPÍTULO 01 - Noções de Marketing de Relacionamento Breves Considerações sobre Técnicas De Vendas Introdução O estilo da Cesgranrio é de questões com múltiplas escolha. O nível de dificuldade das questões é mediano. Via de regra a banca cobra em suas questões o posicionamento dos autores da área. Uma outra característica da banca é a repetição de questões anteriormente aplicadas, mudando, contudo, apenas algumas palavras e o contexto. O edital já traz expresso a quantidade de questões de cada disciplina. No que tange a Técnicas de Vendas, serão cobradas 10 questões, sendo 5 com valor de 1,5 ponto e 5 com valor de 2,0 pontos, subtotalizando 17,5 pontos. Isso quer dizer que 17,5% da sua prova estará dentro dessa disciplina, portanto, ESTUDE MUITO TÉCNICAS DE VENDAS! 1. NOÇÕES DE MARKETING DE RELACIONAMENTO Marketing de relacionamento ou Marketing relacional corresponde ao trabalho de marketing voltado para o relacionamento com clientes e fornecedores, para que, no longo prazo, estabelecer uma base sólida de clientes comprometidos e que sejam rentáveis para a organização. Em outras palavras, o marketing de relacionamento é um conjunto de estratégias que visam o entendimento e a gestão de relacionamento entre uma empresa e seus clientes, com o objetivo de aumentar a percepção de valor da marca e construir relacionamentos de longo prazo a fim de conquistar ou manter negócios com clientes (fidelização). O processo de venda pode ser dividido em 3 etapas: Quando se concretiza uma venda, a empresa deve ter em mente que a função do vendedor não termina aí. De fato, o vendedor, na maioria dos casos, é o principal elo entre empresa e cliente e, da mesma forma que ele fornece informações para entrada do cliente na empresa, ele necessita estar atento ao cliente depois que ele recebe o produto. Ele deve saber que a venda bem feita é aquela em que o cliente compra, paga, usa ou revende a mercadoria e volta a comprá-la. Esse processo de pós venda serve justamente para estreitar o relacionamento entre o cliente e a empresa – gerar satisfação e fidelização do cliente. A organização deve desenvolver uma forma de monitorar a qualidade de relacionamento empresa-cliente. Para McKenna (1991) “marketing de relacionamento ou pós-marketing significa construir e sustentar a infraestrutura dos relacionamentos de clientes. É a integração dos clientes com a empresa, desde o projeto, desenvolvimento de processos industriais e de vendas”. Vavra (1993) define o marketing de relacionamento como “o processo de garantir satisfação contínua e reforço aos indivíduos ou organizações que são clientes atuais ou que já foram clientes. Os clientes devem ser identificados, reconhecidos, comunicados, aditados em relação à satisfação e respondidos”. A empresa deverá estar concentrada na atração, retenção e na fortificação dos relacionamentos com seus clientes. À medida que o numero desses relacionamentos cresce, os próprios clientes fiéis, por meio do boca a boca, geralmente são responsáveis pela atração de novos clientes com potencial de relacionamento similar. Os clientes estarão mais dispostos a permanecer em um relacionamento enquanto estiverem sendo consistentemente supridos com produtos e serviços de qualidade e bom valor ao longo do tempo. Clientes leais podem ser ainda melhores clientes se comprarem produtos e serviços da empresa ao longo do tempo. Clientes leais não somente proporcionam uma base sólida para a organização, eles podem representar um potencial de crescimento. A fidelização dos clientes está intimamente ligada aos custos da organização. Segundo KOTLER & ARMSTRONG (2003, P. 475), custa cinco vezes mais atrair um novo cliente que reter um cliente antigo. Nos últimos anos, efetivamente, muitas empresas têm procurado o ser “fornecedor exclusivo” de um produto ou serviço especial para seus clientes. Ao longo do tempo, relacionamentos aprofundados podem ampliar a participação de mercado e os lucros da organização. A construção e a manutenção de uma base de clientes leais não é interesse exclusivo da organização, mas os próprios clientes são os beneficiados dessas associações de longo prazo. • Benefícios para os clientes: eles tornam -se leais a uma empresa quando recebem mais valor relativamente ao que esperam receber das concorrentes. Os consumidores permanecem com maior probabilidade de uma relação quando aquilo que obtêm (qualidade, satisfação, benefícios específicos) excede aquilo que dão (custos monetários e não monetários). Pesquisas descobriram tipos específicos de benefícios inerentes aos relacionamentos do tipo descrito, os quais acabam por ser objeto da experiência de clientes em relacionamentos de longo prazo, incluindo benefícios oriundos da confiança, sociais e benefícios de tratamentos especiais. • Benefícios de confiança: correspondem aos sentimentos de confiança no prestador de serviços, juntamente com um sentimento de redução da ansiedade e conforto decorrente de saber o que esperar. Foram considerados os mais importantes pelos clientes. • Benefícios sociais: os clientes desenvolvem um senso de familiaridade e até mesmo um 199 TÉCNICAS DE VENDAS relacionamento social com seu prestador de serviços. Em alguns relacionamentos de longo prazo entre cliente e empresa, um prestador de serviços pode, efetivamente, tornar-se parte de um sistema de apoio social. • Benefícios de tratamento social: inclui coisas como benefício da dúvida, receber preços ou condições especiais ou obter tratamento especial. Embora importantes, estes benefícios são menos importantes que os demais mercado; • Mudaniiça do enfoque no produto para o enfoque no cliente. CARDOSO e FILHO (2001, p.36) ensinam que a implantação dessa estratégia necessita de algumas etapas. Sugere-se: • Identifique seus clientes. Você não pode ter um relacionamento com alguém que não pode identificar (...) • Diferencie seus clientes. Os clientes são diferenciados de duas maneiras: pelo nível de valor que têm para sua empresa, e pelas necessidades que apresentam para com os produtos e serviços de sua empresa (...) • Interaja com seus clientes. A nova conversa deve iniciar-se onde a última conversa terminou (...) • Personalize. Os produtos ou serviços devem ser capazes de se adaptar a um cliente em particular de forma diferente”. Benefícios para as Organizações 200 • Aumento das compras – os clientes tendem a gastar mais a cada ano que passa com um parceiro de relacionamento específico em comparação ao período anterior. • Custos baixos – há muitos custos iniciais associados à atração de novos clientes. Do ponto de vista da lucratividade, deveria haver um grande incentivo à manutenção dos novos clientes se o investimento inicial já tiver sido feito. • Publicidade gratuita boca a boca – uma vez satisfeitos, os consumidores fiéis muito provavelmente proporcionarão à empresa seu endosso boca a boca. Essa forma de publicidade pode ser mais eficaz que qualquer outra paga que a empresa venha a usar, além de possuir, ainda, o benefício adicional de reduzir os custos de atração de novos clientes. Os clientes que vêm à empresa através do boca a boca tendem a ser mais fiéis. • Retenção de funcionários – benefício indireto. As pessoas gostam de trabalhar para empresas que possuem clientes felizes e fiéis. Esses funcionários têm mais satisfação no que fazem e estão prontos a gastar mais tempo fortalecendo relacionamentos. Segundo SWIFT (2001, P.331), a estratégia de negócios deve focalizar a satisfação do cliente, reduzindo ou eliminando a vantagem do concorrente. A finalidade de uma estratégia é construir e sustentar uma vantagem competitiva para o negócio. Ainda segundo Autor, quando um relacionamento de um cliente com uma companhia aumenta, os lucros sobem. E não é pouca coisa. As empresas podem aumentar os lucros em 100% retendo somente mais 5% de seus clientes.” Escolher a estratégia de marketing de relacionamento adequada é um grande desafio. Para que o processo tenha os resultados positivos, a alta direção da organização deve estar prontas para superar resistência, stress, custos etc. Mas os benefícios a longo prazo são recompensadores. • Tomadva de decisões mais rápida e mais informada; • Precisão melhorada; • Melhores serviços aos clientes; • Lançamento mais rápido do produto no Mas por que satisfazer o cliente é tão importante? Cinco coisas podem acontecer quando um cliente está insatisfeito: • Ele sofre em silêncio; • Ele muda para outra empresa em silêncio; • Ele fala com amigos e vizinhos sobre a sua insatisfação; • Ele procura órgãos legais de proteção ao consumidor; • Ele procura a empresa. KOTLER (1998, p. 369) expõe os motivos por que os clientes deixam de manter relacionamento com as empresas, conforme elaboração de tabela a seguir: 1% De todos os clientes param de comprar porque morrem 3% Param de comprar porque a empresa ou o contato mudam. 5% Param de comprar porque criam um relacionamento comercial com outros fornecedores. 9% Param de comprar por motivos de concorrência, como o preço. 14% Param de comprar devido à insatisfação como produto. Por exemplo, tomaram uma decisão errada ao comprar e puseram a culpa no representante. 68% Param de comprar devido a uma atitude negativa ou de indiferença por parte do representante ou em outro funcionário da empresa. Conforme KOTLER (1998, p. 417), nem todas as empresas aproveitam esta grande oportunidade de resolver reclamações com uma perspectiva de pós-marketing. Peter Drucker (1999) elegeu algumas regras fundamentais para a utilização do marketing de relaciona- CAPÍTULO 01 - Noções de Marketing de Relacionamento mento na busca por vantagem competitiva. A empresa deve perguntar-se constantemente o que pode ser feito para facilitar e melhorar a vida de seus clientes. • Interatividade: o cliente toma quando quer a iniciativa do contato, como receptor e emissor das comunicações; • Personalização: todas as ações são direcionadas e personalizadas. As empresas podem e devem dirigir mensagens distintas a cada cliente, adequadas às suas circunstâncias. • Memorização: todas as ações deverão ser registadas em memória contendo a identidade, os dados, as características, preferências e detalhes das interações mantidas com os clientes. • Receptividade: as empresas devem passar a falar menos e a escutar mais. Deverão permitir que seja o cliente quem decida se quer ou não manter uma relação, quem defina a forma de comunicação e se a quer manter ou alterá-la. • Orientação para o cliente: as empresas deverão acabar com os gerentes de produtos e passar para os gerentes de clientes, centrando-se assim mais no consumidor, suas necessidades e todas as formas para que sejam satisfeitas. Destacamos que o marketing de relacionamento não é apenas fidelizar clientes. O que as empresas buscam é fidelizar os clientes em potencial, atrair e reter os clientes mais lucrativos. A identificação desses clientes possibilita que a companhia use essa informação como vantagem competitiva, pois, usar o marketing de relacionamento para todas os clientes custa caro e pode não trazer os resultados esperados. A segmentação dos clientes ajuda a empresa a determinar quais clientes quer reter, de acordo com sua lucratividade. A pesquisa no banco de dados serve para filtra os clientes que dão mais lucro, para mimá-los melhor. Uma das melhores opções é a Análise de Pareto. Pareto é uma técnica estatística utilizada na tomada de decisão que permite selecionar e priorizar um número pequeno de itens capazes de produzir grande efeito na melhoria dos processos. Ela utiliza o Princípio de Pareto (também conhecido como regra 80/20): a ideia de que 80% dos resultados corresponde a apenas 20% dos fatores, o que justifica a priorização. A regra 80/20 pode ser aplicada a quase qualquer coisa como por exemplo 80% das vendas surgem a partir de 20% de seus produtos ou serviços. Outra coisa bem importante. Marketing de relacionamento é o processo contínuo de identificação e criação de novos valores com clientes individuais e o compartilhamento de seus benefícios durante uma vida toda de parceria. Isso envolve a compreensão, a concentração e a administração de uma continua elaboração entre fornecedores e clientes selecionados para a criação e compartilhamento de valores mútuos por meio de interdependência e alinhamento organizacional (GORDON, 2002 apud BESSA, 2004). Para que obtenha-se êxito, o processo de marketing de relacionamento deve começar com a escolha adequada do cliente, a identificação de suas necessidades, a definição dos serviços prestados e agregados, a busca da melhor relação custo/benefício e, ainda, possuir colaboradores motivados e capacitados para atender os clientes. Isto serve para que a empresa adquira vantagem competitiva e se destaque perante a concorrência. Vavra (1993) diz que o marketing de relacionamento é o processo de garantir satisfação contínua aos clientes atuais ou que já foram clientes. Eles devem ser identificados, reconhecidos, comunicados, aditados em relação à satisfação e respondidos. Essas satisfações serão atendidas a medida que a empresa obtém informações sobre os clientes. A Retroalimentação, realimentação ou feedback, é o nome dado ao procedimento através do qual parte do sinal de saída de um sistema (ou circuito) é transferida para a entrada deste mesmo sistema, com o objetivo de diminuir, amplificar ou controlar a saída do sistema. Um sistema amplamente usado é o CRM. Gerenciar o Relacionamento com o Cliente (CRM) é essencialmente uma estratégia de negócio voltada ao entendimento e antecipação das suas necessidades. Do ponto de vista tecnológico, o CRM é utilizado para coletar os dados dos clientes, armazená-los e facilitar cruzamentos desses dados. Os dados compilados e analisados tornam-se informações a serem usadas para o planejamento de ações e interações, pelos vários pontos de contato com o cliente. Do ponto de vista tecnológico, CRM envolve capturar os dados do cliente ao longo de toda a empresa, consolidar todos os dados capturados interna e externamente em um banco de dados central, analisar os dados consolidados, distribuir os resultados dessa análise aos vários pontos de contato com o cliente e usar essa informação ao interagir com o cliente através de qualquer ponto de contato com a empresa” (PEPPERS & ROGERS, 2004). SWIFT (2001) diz que CRM é um processo interativo que transforma informações que as empresas possuem sobre os clientes em relacionamentos positivos com os mesmos. Segundo GREENBERG (2001), CRM é uma estratégia de negócio, que envolve a mensuração do valor do ciclo de vida dos clientes, para que se possa estabelecer a atenção que deve ser focada em cada cliente. CRM também engloba funções analíticas, operacionais e colaborativas. Envolve não apenas vendas, mas também as parcerias, marketing e serviços ao cliente. CRM é um ciclo de processo que visa a englobar os principais elementos de processo ou grupo de ações (SWIFT, 2001): • Descoberta do conhecimento – processo de análise das informações do cliente para identificar oportunidades de mercado e estratégias específicas de investimento. A análise é feita por meio de processo de identificação, segmentação e predição de clientes. A descoberta do conhecimento capacita a equipe de marketing com acesso a informações detalhadas de clientes, o que possibilita melhor análise de informações históricas e 201 TÉCNICAS DE VENDAS 202 das características dos clientes, e gerando tomadas de decisão mais adequadas. Um ambiente de data warehouse com informações históricas dos clientes oferece condições de combinar as diversas informações, junto a ferramentas de mineração de dados para melhorar as taxas de resposta. • Planejamento de mercado – define ofertas específicas para os clientes, os canais de distribuição, programas e dependências. O planejamento de mercado permite o desenvolvimento de planos ou programas de comunicações estratégicas, define previamente os tipos de campanha específicos, preferências de canal e planos de tratamento e seleciona ou desenvolve acionadores de eventos para colocar em prática os planos a partir do conhecimento obtido. • Interação com clientes – importante fase de ação em que se estabelecem e se gerenciam comunicações com clientes existentes/em potencial com informações e ofertas relevantes e convenientes. Para isso são utilizados diversos canais de interação e aplicações administrativas, incluindo as aplicações de atendimento ao cliente. É a fase de ação sobre os planos e mensagens criados com base na descoberta do conhecimento e no planejamento do mercado. • Análise e refinamento – é a fase do processo de aprendizagem contínua a partir de diálogos com os clientes. Nesta fase, capturam-se e analisam refinando-se mensagens, comunicações, preços, volumes, localizações, aborda as respostas aos estímulos dados aos clientes. Segundo STONE (2001) a prática de um processo CRM traz a empresa os seguintes benefícios: • Melhor retenção e fidelidade do cliente – os clientes permanecem mais tempo, compram mais e com mais frequência – ou seja, maior valor em longo prazo. • Maior lucratividade dos clientes – não apenas porque cada um deles compra mais, mas também por causa dos menores custos para recrutá-los e da não necessidade de recrutar um número grande de clientes para manter constante o volume de negócios. • Custo reduzido de vendas, pois os clientes existentes, em geral, respondem mais. Outros benefícios da gerência de relacionamento segundo SWIFT (2001): • Não é necessário conseguir muitos clientes para manter um grande volume de negócios (especialmente em ambientes de marketing voltados para empresas). • Avaliação da lucratividade do cliente – sabendo que clientes são realmente lucrativos, os clientes devem ser avaliados e separados por classes. Classes de clientes que não dão lucro ou que dão lucro baixo, classe de clientes lucrativos, classe de clientes que nunca serão lucrativos e classe de clientes que devem render futuros ne- gócios. • Menores custos de recrutamento de clientes – economia em marketing, mala-direta, contato, acompanhamento, desempenho, serviços e outros. De acordo com GREENBERG (2001) existem três segmentos de tecnologia CRM: operacional, analítico e colaborativo. Segundo PERES (2003) CRM operacional é a denominação adotada para o conjunto de ferramentas e processos que envolvem atividades de atendimento ao cliente, o registro dos seus contatos e encaminhamento destas às áreas verticais que cuidam de sua resolução, dentro ou fora da empresa, abastecendo uma base de conhecimentos deste cliente através da formação do histórico do seu relacionamento com a companhia, nas suas mais variadas formas, por qualquer meio de contato. Segundo GREENBERG (2001) CRM analítico diz respeito à captação, armazenagem, acesso, processamento, interpretação e transmissão de dados dos clientes para o usuário do programa. A vantagem de aplicações desse tipo não está somente nos algoritmos de armazenamento, mas também na capacidade de personalizar a utilização dos dados. De acordo com o PEPPERS & ROGERS GROUP CRM Colaborativo é a aplicação da tecnologia de informação que permite a automação e a integração entre todos os pontos de contato do cliente com a empresa. Esses pontos de contato devem estar preparados para interagir com o cliente e disseminar as informações levantadas para os sistemas do CRM Operacional. Veja como é cobrado em provas Questão Comentada FCC – 2011 – Banco do Brasil O Banco ABC se orgulha da história de ter crescido arregimentando uma base de clientes extremamente fiéis que permanecem como seus correntistas desde a fundação da instituição. A principal diretriz do Banco, desde sua origem, foi a de orientar seus funcionários para a satisfação da clientela e para a construção de relacionamentos. Uma importante característica do chamado marketing de relacionamento é: a.Uma mudança de paradigma para a área do marketing, alterando seu foco do binômio retenção/relações para o binômio compras/transações. b.Uma estratégia de fazer negócios cuja força recai sobre a conquista de novos clientes, e não na manutenção e aperfeiçoamento dos atuais clientes. c.Tem como objetivo a construção e a manutenção de uma base de clientes comprometidos que sejam rentáveis para a organização. d.Os clientes podem beneficiar-se das associações de longo prazo obtidas por meio da consolidação da lealdade mútua em detrimento dos CAPÍTULO 02 - Noções de Imaterialidade ou Intangibilidade, Inseparabilidade e Variabilidade dos Produtos Bancários interesses das empresas. e.Uma estratégia de priorização de resultados, buscando a ampliação sustentada das vendas articulada com ações que levem à redução de custos. Gabarito: C Comentário: Marketing de relacionamento significa criar, manter e acentuar sólidos relacionamentos com os clientes e outros públicos. Cada vez mais, o marketing vem transferindo o foco das transações individuais para construção de relacionamentos que contêm valor e rede de oferta de valor. O marketing de relacionamento está mais voltado para o longo prazo. Sua meta é oferecer valor de longo prazo ao cliente, e a medida do sucesso e dar-lhes satisfação ao longo prazo. Para acontecer, é necessária uma total sintonia entre os vários níveis da empresa com o departamento de marketing, necessitando criar bons níveis de relacionamentos nos campos econômico, técnico, jurídico e social, que resultam em alta lealdade do cliente. (KOTLER E ARMSTRONG, 1999, p.197) Vamos corrigir as demais assertivas: a) INCORRETO. É o contrário: mudança de foco compras/transações para retenção/relações. b) INCORRETO. A força recai sobre a manutenção dos clientes já existentes. d) INCORRETO. O Marketing de relacionamento (e nenhum tipo de marketing) visa o detrimento dos interesses da empresa. e) INCORRETO. A essência do marketing relacional é a satisfação do cliente através do atendimento das necessidades deste. VARIABILIDADE DOS PRODUTOS BANCÁRIOS Em marketing, produto é aquilo que pode ser oferecido a um mercado para aquisição, uso ou consumo, e que possa satisfazer uma necessidade ou desejo. Inclui bens físicos, serviços, pessoas, lugares, organizações e ideias. Já serviço é um ato ou desempenho essencialmente intangível que uma parte pode oferecer a outra e que não resulte posse de nenhum bem. Ou seja, não é entregue algo físico ao cliente ao cliente, mas sim uma atividade. A principal diferença entre bens e serviços é a intangibilidade (ausência de substância física). O Marketing de Serviços pode ser definido de várias formas. • Pode ser definido com o conjunto de atividades que objetivam a análise, o planejamento, a implementação e o controle de programas destinados a obter e servir a demanda por produtos e serviços, de forma adequada, atendendo desejos e necessidades dos consumidores ou usuários com satisfação, qualidade e lucratividade. • Alberto de Oliveira Lima Filho, em seu artigo “Marketing de Serviços” (2001) define-o “como as atividades operacionais destinadas” a investigar, obter e servir a demanda por assistência profissional (...) objetivando investigar a oportunidade de mercado para planejar, organizar e oferecer assistência de serviços de qualidade, a preços razoáveis que possibilitem satisfação dos clientes e remuneração adequada aos profissionais. • Já Keller e Kotler (2006, p. 397) definem serviço como “qualquer ato ou desempenho, essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer à outra e que não resulta na propriedade de nada. A execução de um serviço pode estar ou não ligada a um produto concreto”. Os serviços são produzidos e consumidos simultaneamente e pressupõe uma relação de contato direta entre empresa/consumidor. Para KOTLER e ARMSTRONG (1998 e 1998), os serviços possuem quatro características peculiares, que distinguem claramente um serviço de um produto físico: Intangibilidade 2.NOÇÕES DE IMATERIALIDADE OU INTANGIBILIDADE, INSEPARABILIDADE E Os serviços são intangíveis porque não podem ser vistos, provados, sentidos, ouvidos ou cheirados antes de serem comprados. Por exemplo, quem se submete a uma cirurgia plástica não pode ver o resultado antes da compra. Os passageiros de empresas aéreas têm apenas uma passagem e a promessa de uma chegada segura a seu destino. 203 DIREITO DO CONSUMIDOR PROFESSOR Tiago Zanolla Professor de Ética no Serviço Público, Co-nhecimentos Bancários e Direito Regimental. Formado em Engenharia de Produção pela Universidade Pan-Americana de Ensino. Técnico Judiciário Cumpridor de Mandados no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Envolvido com concursos públicos desde 2009 é professor em diversos estados do Brasil. SUMÁRIO SUMÁRIO Breves Considerações sobre Estudo da Lei 8.078........................................................................................................................................................................245 1. INTRODUÇÃO AO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR............................................................................................. 245 2. CARACTERÍSTICAS DO CDC.......................................................................................................................................................... 247 Normas de Ordem Pública e Interesse Social............................................................................................................................................................................ 247 Norma Principiológica............................................................................................................................................................................................................................248 3. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO CDC ................................................................................................................................... 248 Princípio do Protecionismo do Consumidor..................................................................................................................................................................................249 Princípio da Isonomia ou Vulnerabilidade do Consumidor...................................................................................................................................................249 Princípio da Hipossuficiência do Consumidor.............................................................................................................................................................................249 Princípio da Boa-fé Objetiva................................................................................................................................................................................................................250 Princípio da Transparência ou Confiança......................................................................................................................................................................................250 Princípio da Função Social do Contrato.......................................................................................................................................................................................... 251 Princípio da Equivalência/Equidade Negocial............................................................................................................................................................................. 251 Princípio da Reparação Integral dos Danos................................................................................................................................................................................... 251 4. RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO............................................................................................................................................ 252 Consumidor.................................................................................................................................................................................................................................................253 Fornecedor...................................................................................................................................................................................................................................................257 Produto..........................................................................................................................................................................................................................................................258 Serviço...........................................................................................................................................................................................................................................................259 5. POLÍTICA NACIONAL DAS RELAÇÕES DE CONSUMO.......................................................................................................260 Princípio da Vulnerabilidade............................................................................................................................................................................................................... 261 Princípio do Dever Governamental...................................................................................................................................................................................................262 Princípio da Garantia de Adequação................................................................................................................................................................................................262 Princípio da Harmonia nas Relações de Consumo.....................................................................................................................................................................262 Princípio da Educação (ou informação/transparência)............................................................................................................................................................262 Princípio do Acesso à Justiça .............................................................................................................................................................................................................263 Princípio da Coibição e Repressão das Práticas Abusivas......................................................................................................................................................263 Princípio da Racionalização e Melhoria dos Serviços Públicos............................................................................................................................................263 Princípio da Qualidade e Segurança................................................................................................................................................................................................263 6. DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR..................................................................................................................................... 265 7. DA PROTEÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA ............................................................................................................................... 268 Responsabilidade Civil Pelo Fato Do Produto Ou Do Serviço.................................................................................................................................................269 Causas Excludentes de Responsabilidade......................................................................................................................................................................................270 Defeito............................................................................................................................................................................................................................................................ 271 Responsabilidade por Vício do Produto e do Serviço................................................................................................................................................................ 271 Garantias no CDC......................................................................................................................................................................................................................................274 Prescrição e Decadência........................................................................................................................................................................................................................275 Da Desconsideração da Personalidade Jurídica...........................................................................................................................................................................275 8. DAS PRÁTICAS COMERCIAIS.........................................................................................................................................................277 Da Oferta......................................................................................................................................................................................................................................................277 Da Publicidade...........................................................................................................................................................................................................................................278 Das Práticas Abusivas.............................................................................................................................................................................................................................278 Da Cobrança de Dívidas.........................................................................................................................................................................................................................279 9. DA PROTEÇÃO CONTRATUAL.......................................................................................................................................................281 Princípios Específicos do Contrato de Consumo..........................................................................................................................................................................282 Dos Contratos de Adesão.......................................................................................................................................................................................................................285 10. SANÇÕES ADMINISTRATIVAS.................................................................................................................................................... 286 Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................288 243 CAPÍTULO 01 - Introdução ao Código de Defesa do Consumidor Breves Considerações sobre Estudo da Lei 8.078 A base do nosso curso será a Lei 8.078/1990, a Jurisprudência dos Tribunais Superiores sobre Direito do Consumidor e a melhor doutrina nacional. O estilo da Cesgranrio é parecido com a da Fundação Carlos Chagas, cobrando questões com múltiplas escolhas. O nível de dificuldade da FCC é mais elevado que a Cesgranrio. Quando cobra textos de lei, a Cesgranrio costuma apenas trocar as palavras, principalmente as competências e atribuições. Uma outra característica da banca é a repetição de questões anteriormente aplicadas, mudando, contudo, apenas algumas palavras e o contexto. Como já mencionado, a Lei 8.078/90 é cobrada dentro de Técnicas de Vendas. Ocorre que o estudo do Direito do Consumidor é demasiadamente complexo e, por isso, destrincharemos o que há de essencial na matéria. A incidência de questões não é lá grandes coisas. Geralmente temos uma ou duas em cada prova. Só que o concurseiro deve lutar por cada ponto, portanto, estude muito Direito do Consumidor. 1. INTRODUÇÃO AO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Lá no milênio passado iniciou-se uma massiva migração da população rural para os centros urbanos. Que fenômeno foi esse? Foi a REVOLUÇÃO INDUSTRIAL. Esse fenômeno causou mudanças na estrutura das cidades e fez nascer novas necessidades. Novos produtos e serviços tinham alta demanda e os produtores passaram a focar no quantitativo da produção para atender as necessidades da população, deixando de lado o aspecto qualitativo. O fornecedor ditava as regras de consumo, cabendo ao consumidor (elemento vulnerável da relação de consumo) aderir ao contrato (contrato de adesão) e adquirir o produto seja ele com a qualidade que fosse. Anteriormente o produto é que se adaptava ao consumidor (produto era feito por encomenda). Com a sociedade de massa, é o consumidor que deve se adaptar ao produto. Nesse modelo de mercado, problemas começaram a surgir. Quando o fornecedor preza pela quantidade em detrimento da qualidade, o consumidor encara produtos e serviços viciados ou portadores de defeitos que lhe causarão prejuízos, seja de ordem econômica ou física. Produção em série ou standartização da produção é a feitura de um protótipo e os demais modelos são cópias desse protótipo. Preza pela quantidade, em detrimento da qualidade. A característica marcante dessa fase é a unilateralidade da produção, pois é o fornecedor que estabelece o que, como e quando produzir [BOLZAN, Fabrício]. No início da década de 1990 o país passava por um momento de abertura política e econômica. Como consequência direta, aumentou consideravelmente o interesse da sociedade por normas de regulamentação das relações de consumo - conforme a economia do país se estabiliza, cresce poder de consumo e o reconhecimento da importância da regulamentação das atividades comerciais. Ensina o mestre Fabricio Bolzan: “O Direito da época não estava “apto” a proteger a parte mais fraca da relação jurídica de consumo, pois, no Brasil, por exemplo, a legislação aplicável na ocasião era o Código Civil de 1916, que foi elaborado para disciplinar relações individualizadas, e não para tutelar aquelas oriundas da demanda coletiva, como ocorre nas relações consumeristas”. Os interesses difusos e coletivos começaram a chamar a atenção. Implicavam mudança no tocante à legitimidade ativa para a sua defesa, com a compreensão de que um interesse pode estar mais afeito a um grupo ou à coletividade do que às pessoas individualmente. O consumidor deveria ser o destinatário de todo esse processo, tornando-se o “rei do sistema”, todavia, face ao incremento do processo produtivo, o que se viu foi o consumidor tornar-se cada vez mais vulnerável e impotente frente ao fornecedor, ao poderio econômico, reconhecendo-se também sua desproteção educacional, informativa, material e legislativo, demandando maior atenção para tal problema. O CDC veio tutelar o consumidor diante do poder econômico das empresas, já que o Código Civil de 2016 e o Código Comercial se prestavam a regular outra realidade (direitos individuais). O CDC é entendida como norma de piso de proteção. É neste sentido que a magnífica professora AMARANTE (1998, p.15-16) discorre que o consumidor: “exposto aos fenômenos econômicos, tais como a industrialização, a produção em série e a massificação, assim vitimados pela desigualdade de informações, pela questão dos produtos defeituosos e perigosos, pelos efeitos sobre a vontade e a liberdade, o consumidor acaba lesionado na sua integridade econômica e na sua integridade físico-psíquica, daí emergindo como vigoroso ideal a estabilidade e a segurança, o grande anseio de protegê-lo e colocá-lo em equilíbrio nas relações de consumo”. E como consequência deste movimento, o ilustre doutrinador BONATTO (2003, p. 72) expõe que: “... as regras de proteção e de defesa do consumidor surgiram, basicamente, da necessidade de obtenção de igualdade entre aqueles que eram naturalmente desiguais”. No direito brasileiro, o direito do consumidor surgiu 245 DIREITO DO CONSUMIDOR apenas a partir da Constituição Federal de 1988. Sim, o consumidor é protegido constitucionalmente, sendo inclusive cláusula pétrea (nenhuma lei pode reduzir os direitos já conquistados). O direito do consumidor é um direito fundamental do cidadão brasileiro. Veja o que diz a CF/88: teção ao consumidor, este é elevado e negocia em “igualdade” com o fornecedor. Art. 5º, XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; Observe que houve clara intenção do legislador de proteger o consumidor, devendo o estado prover esta proteção. Mais à frente, a Constituição ainda discorre: Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: V - defesa do consumidor; Ao adotar a expressão “defesa do consumidor” em seu texto, a Constituição Federal instituiu o chamado “princípio constitucional da vulnerabilidade do consumidor” e adotou o “dirigismo econômico”.. Isto se deve, entre outras razões, pela opção do constituinte de humanizar as relações e ter uma posição intervencionista em matéria de consumo. Adiante, a Constituição determina: Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do consumidor. 246 Apesar da previsão, demorou dois anos para a promulgação do CDC. Não obstante a Constituição tendo determinado ao Congresso a elaboração do Código, a Competência é concorrente da União e dos Estados membros. E quanto aos Municípios, estes podem legislar sobre matéria consumerista? Aí depende da corrente adotada pela banca. Possível Impossível Por força do art. 30, I, da CF/88. Nesse caso o Município pode legislar de forma suplementar sobre assuntos de interesse local. Exemplo da lei municipal que regulamenta o tempo máximo de espera em filas bancárias. Não por força da redação do art. 24, CF. Esta corrente é minoritária na doutrina consumerista, mas majoritária na doutrina constitucional-administrativista (normalmente adotada em concursos) O ponto de partida do código é a inexistência de igualdade entre os integrantes da relação consumerista, considerando que os consumidores nem sempre escolhem livremente os produtos e serviços. Assim, sendo a defesa do consumidor um princípio fundamental da ordem econômica, o CDC busca trazer igualdade/equilíbrio na relação consumerista: fornecedor x consumidor, ou seja, através da pro- O CDC trouxe uma ruptura no direito civil clássico, pois, o direito privado estava influenciado por princípios e dogmas romanistas tais como: • pacta sunt servanda; • autonomia da vontade; e • responsabilidade fundada na culpa. O pacta sunt servada é o instituto que reza que os pactos deviam ser respeitados, pois refletiam um ato de liberdade individual. O contrato, pela sua própria natureza, por decorrer de um acordo de vontades, devia ser considerado justo e, consequentemente, era intangível, devendo ser executado, custasse o que custasse. Porém, não há falar em autonomia de vontade se o contrato de consumo possuir cláusula abusiva, por serem estas nulas de pleno direito, podendo, inclusive, ser assim reconhecidas de ofício pelo Juiz de Direito, numa das manifestações da intervenção estatal. No tocante à responsabilidade, ressalta-se aí outra diferença em relação ao Direito Civil clássico. Enquanto neste modelo prevalecia a responsabilidade subjetiva — pautada na comprovação de dolo ou culpa —, no Código de Defesa do Consumidor a responsabilidade é, em regra, quase que absoluta, objetiva — que independe da comprovação dos aspectos subjetivos. Direito Civil • Autonomia de vontades • Pacta sunt servanda • Responsabilidade subjetiva CDC • Normas de ordem pública e de interesse social • Intervenção estatal • Responsabilidade objetiva Em última análise, o “pacta sunt servanda” foi mitigado pela necessidade do intervencionismo estatal que buscou atingir o reequilíbrio da relação de consumo que é muito desigual. Desta forma, sendo abusiva uma cláusula contratual, ela será anulada, não cabendo a alegação de que o consumidor estava consciente e de que gozava da plenitude de sua capacidade mental. Assim, o juiz pode reconhecer de ofício [sem pedido expresso] o direito do consumidor, inclusive declarar a nulidade de cláusula abusiva. Apesar de pacificado na doutrina, o STJ não admi- CAPÍTULO 02 - Características do CDC te o reconhecimento de ofício de nulidade de cláusula contratual pelo juiz, tratando-se de contratos bancários. O assunto foi sumulado no ano de 2009: SÚMULA 381 STJ: “Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas”. A doutrina rechaça esse pensamento. Nelson Nery Júnior assim leciona: “Atendendo aos reclamos da doutrina, o CDC enunciou hipóteses de cláusulas abusivas em elenco exemplificativo. (...) Sempre que verificar a existência de desequilíbrio na posição das partes no contrato de consumo, o juiz poderá reconhecer e declarar abusiva determinada cláusula, atendidos os princípios da boa-fé e da compatibilidade com o sistema de proteção do consumidor. (...) Como a cláusula abusiva é nula de pleno direito (CDC, art. 51), deve ser reconhecida essa nulidade de ofício pelo juiz, independentemente de requerimento da parte ou interessado .” Agora presta atenção! Pode ser que a prova peça um ou outro posicionamento, por isso, tenha em mente o seguinte: Doutrina O Judiciário pode rever de ofício todo e qualquer contrato CDC O Judiciário pode rever de ofício todo e qualquer contrato STJ O Judiciário pode rever de ofício os contratos, exceto os contratos bancários Veja como é cobrado em provas: Questão Comentada (CESPE – 2012 – TJPA) À luz do CDC, assinale a opção correta. a.As normas de direito material previstas no CDC refletem em todo o sistema jurídico, incidindo, inclusive, em relações jurídicas que não sejam de consumo. b.A defesa do consumidor é um princípio fundamental da ordem econômica. c.A vulnerabilidade do consumidor, prevista no CDC, não guarda relação com a aplicação do princípio da igualdade, expresso na CF. d.O CDC não possui autonomia como estatuto jurídico regulador das relações de consumo, funcionando apenas como uma lei Principiológica. e.Embora constituído por um conjunto de normas jurídicas de ordem pública e de interesse social, o CDC não prevalece sobre lei especial, ainda que prejudicial ao consumidor. Gabarito: B Comentário: Esse entendimento é retirado direto da Constituição Federal Art. 170 CF. A ordem econômica, fun- dada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: [...] V - defesa do consumidor; 2. CARACTERÍSTICAS DO CDC O CDC é uma lei ordinária [lei comum] e de ordem pública. Dizer que é de ordem pública é dizer que as normas são de interesse social as quais sobrepõe o interesse individual. Essas normas ditas de ordem pública são fundamentais para a convivência harmoniosa da sociedade, pois, se suprimidas, inviabilizaria essa boa convivência, pois os interesses individuais sobreporiam os da coletividade. O CDC, possui três características principais: • Lei Principiológica; • Normas de ordem Pública e Interesse Social; • Microssistema Multidisciplinar. Normas de Ordem Pública e Interesse Social Suas normas são cogentes e imperativas, de observância obrigatória e cumprimento coercitivo, de ordem pública e interesse social, inderrogáveis pela vontade das partes em determinada relação de consumo, embora se admita a livre disposição de alguns interesses privados. Há dessa forma uma clara disposição do Estado de intervir no mercado de consumo em favor do consumidor vulnerável. Tal princípio é extraído do primeiro artigo do CDC: Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias. As decisões em litígios decorrentes das relações de consumo não se limitam às partes envolvidas. Muitas delas repercutem perante interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos, além de servirem de caráter educativo para toda a sociedade e de alerta para os demais fornecedores não continuarem com práticas ilícitas nas relações de consumo [Fabricio Bolzan]. Com isso, podemos considerar o CDC uma norma cogente, ou seja, de observância obrigatória, não sendo um direito apenas do indivíduo, mas de todo o grupo social. Isso significa que suas normas não podem ser derrogadas pela vontade das partes e podem ser reconhecidas de ofício pelo juiz. 247 DIREITO DO CONSUMIDOR Microssistema Multidisciplinar O Código de Defesa do Consumidor compõe um sistema autônomo dentro do quadro constitucional. É um subsistema próprio inserido no sistema constitucional brasileiro e esse subsistema interage com as demais leis. O direito do consumidor se utiliza de conceitos de outras áreas de conhecimento (Teoria do Diálogo das Fontes). Esse “ diálogo das fontes ”, desenvolvido por Erick Jayme (filósofo alemão), defende a ideia da unidade do sistema e, com isso, o dever do intérprete de promover a integração das várias fontes do direito para a superação de conflitos de normas. Trata-se de um verdadeiro microssistema jurídico, em que o objetivo não é tutelar os iguais, cuja proteção já está contida no CC, mas tutelar os desiguais, tratando de maneira diferente o fornecedor e o consumidor com o objetivo de alcançar a isonomia Por isso é chamado de microssistema multidisciplinar, pois se relaciona com outros ramos do Direito, como o Direito Constitucional quando são abarcados assuntos relacionados à dignidade humana; ao Direito Penal quanto há traços de tipos penais; Direito Civil, Direito Processual Civil, entre outros. Norma Principiológica 248 A lei 8.078/90 traz uma série de princípios que visam conferir direitos à parte mais fraca da relação (consumidores) e impor obrigações à parte mais forte (fornecedores). Podemos caracterizar o CDC também como norma principiológica em virtude de sua proteção constitucional. DOUTRINA Segundo Rizzato Nunes, “A lei 8.078 é ordem de ordem pública e de interesse social e Principiológica, o que significa dizer que é prevalente sobre todas as demais normas especiais anteriores que com ela colidirem. As normas gerais principiológicas tem prevalência sobre as normas gerais e especiais anteriores. “A Lei n. 8.078/90 é um Código, não só porque a Constituição nesses termos a denomina (ADCT, art. 48) como a própria lei assim se expressa (arts. 1°, 7°, §§ 2° e 3° do art. 28 etc.), mas, também, e principalmente, porque o CDC é um subsistema jurídico próprio, lei geral com princípios especiais voltadas para a regulação de todas as relações de consumo, tão caras à sociedade de massas contemporânea e representando o mais importante e largo setor da economia”. Os princípios no CDC estão organizados da seguinte forma: Esses princípios buscam concretizar a igualdade material na relação jurídica de consumo. Veja como é cobrado em provas: Questão Comentada (CESPE – 2012 – Banco da Amazônia) Acerca dos direitos do consumidor, julgue os itens seguintes de acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC) e a legislação pertinente. O CDC é uma norma principiológica, de ordem pública e interesse social. Gabarito: Certo Comentário: O CDC, possui três características principais: • Lei Principiológica; • Normas de ordem Pública e Interesse Social; • Microssistema Multidisciplinar. 3. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO CDC Os princípios são usados na busca de soluções mais rápidas para casos concretos. Segundo Silva (2003, p63) “as técnicas legislativas passaram a fundamentar-se em princípios, meio julgado mais célere e adequado para a solução de lides modernas, dada a complexidade de sua natureza”. Assim, encontramos vários princípios previstos na Constituição Federal, bem como na legislação complementar e ordinária, da qual o CDC faz parte. No que se refere ao CDC, a fim de estabelecer o equilíbrio e a justiça contratual, este consagrou princípios aplicáveis a todos os contratos de consumo. • Vulnerabilidade do Consumidor; • Hipossuficiência do Consumidor • Transparência e Confiança; • Boa-fé Objetiva; CAPÍTULO 03 - Princípios Fundamentais do CDC • Reparação Integral dos Danos; • Equivalência Negocial; • Função Social do Contrato; • Protecionismo ao Consumidor. • Princípio da Informação Princípio do Protecionismo do Consumidor Extraído de nosso já conhecido Art. 1º: Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias. A natureza de ordem pública justifica a obrigatoriedade de todo e qualquer estabelecimento comercial ou de prestação de serviços manter, em local visível e de fácil acesso ao público, um exemplar do CDC, sob pena de multa no valor de R$ 1.064,00 (mil e sessenta e quatro reais e dez centavos). Outra consequência desse princípio é que, por ser de ordem pública, o disposto no CDC não pode ser rejeitado pelas partes, sob pena de tornar o negócio nulo. Devemos ainda ressaltar que cabe sempre a intervenção do Ministério Público em questões envolvendo relações consumeristas. Princípio da Isonomia ou Vulnerabilidade do Consumidor Vulnerabilidade é a fragilidade do consumidor em relação ao fornecedor. De acordo com a melhor doutrina, vulnerabilidade corresponde a uma situação permanente ou provisória, individual ou coletiva, que fragiliza o sujeito de direitos, desequilibrando a relação de consumo. O princípio da vulnerabilidade reforça o princípio constitucional da igualdade, pois determina que a lei (CDC) deve tratar os desiguais de forma desigual na medida das suas desigualdades. O CDC foi concebido na suposição de que nas relações de consumo há a preponderância da situação jurídica do fornecedor com relação ao consumidor, o que se deve ao fato de que, na maioria das vezes, o fornecedor detém e exercita o poder econômico. De acordo com a doutrina e a jurisprudência, a vulnerabilidade do consumidor é iure et de iure, ou seja, pouco importa a situação econômica ou a classe social do consumidor, bem como seu grau de instrução, pois a vulnerabilidade é sua qualidade indissociável, sem que qualquer ressalva tenha sido expressamente efetivada. Diante dessa vulnerabilidade do consumidor, surge o CDC para trazer igualdade [isonomia] nas relações consumeristas. É o entendimento extraído do próprio CDC: Art. 4º, I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; O princípio da vulnerabilidade pode ser aplicado tanto a pessoa física quanto a pessoa jurídica? Sim, mas olha só o que acontece: Vulnerabilidade da Pessoa Física: A vulnerabilidade é uma condição inerente ao consumidor, ou seja, todo consumidor é considerado vulnerável, pois é a parte frágil da relação de consumo. A vulnerabilidade do consumidor pessoa física é presumida. Vulnerabilidade da Pessoa Jurídica: A vulnerabilidade da pessoa jurídica deverá ser demonstrada no caso concreto. Assim, à luz da jurisprudência do STJ, em determinadas hipóteses, a pessoa jurídica adquirente de um produto ou serviço pode ser equiparada à condição de consumidora por apresentar frente ao fornecedor alguma vulnerabilidade, que constitui o princípio-motor da política nacional das relações de consumo (premissa expressamente fixada no art. 4º, I, do CDC, que legitima toda a proteção conferida ao consumidor). A vulnerabilidade decorre do desequilíbrio entre as partes e se dá em 03 aspectos: Econômica Também chamada de fática, o consumidor é um agente de mercado economicamente mais fraco do que o agente de mercado fornecedor; Técnica O agente fornecedor domina as técnicas de produção, enquanto que o agente consumidor em regra é leigo no assunto; e, de ofício todo e qualquer contrato Jurídica No mercado de consumo a regra é a existência do contrato de adesão, ou seja, aquele cujas cláusulas já estão previamente estabelecidas pelo fornecedor. O consumidor não pode influir na relação jurídica. 4) para alguns doutrinadores temos um quarto aspecto – o informacional: porquanto o consumidor, muitas vezes, não detém as informações necessárias sobre os produtos e serviços disponíveis no mercado. Basta uma destas modalidades para a caracterização da vulnerabilidade. Princípio da Hipossuficiência do Consumidor É um conceito processual. É a fragilidade do consumidor em juízo para produzir a prova, de forma que a paridade de armas é incapaz de garantir o equilíbrio processual. Não se confunde com “vulnerabilidade”, pois esta é um pressuposto absoluto da condição de consumidor e é um conceito de direito material. Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; Pressupõe-se que o todo consumidor é vulnerável, porém, nem todo consumidor é hipossuficiente. 249 DIREITO DO CONSUMIDOR Inversão do ônus da prova é uma falácia que consiste em isentar-se de provar uma afirmação feita, exigindo que o outro prove a que essa não é válida, ou seja, o consumidor alega e cabe ao fornecedor provar que o contrário. O termo hipossuficiente aqui aplicado vai muito além da ideia de pobre ou sem recursos. O consumidor em relação ao fornecedor nas relações de consumo, ou seja, o consumidor é mais fraco [discrepância financeira, técnica, política, entre outras], portanto hipossuficiente em relação ao fornecedor (menos capaz). O princípio da hipossuficiência no leva, ainda, às seguintes conclusões: Princípio da vinculação do fornecedor Qualquer declaração de vontade, escritos, recibos, pré-contratos, obrigam o fornecedor. Princípio in dubio pro consumidor A interpretação das cláusulas serão sempre favoráveis ao consumidor (favor debilis – em favor do debilitado). Princípio da Boa-fé Objetiva 250 Boa-fé significa a transparência obrigatória na relação entre os contratantes, um respeito obrigatório aos interesses do outro contratante, uma ação positiva do parceiro contratual mais forte com relação ao parceiro contratual mais fraco, permitindo as condições necessárias para a formação de uma vontade liberta e racional. A boa-fé objetiva é, talvez, o princípio máximo orientador do CDC. Trata-se do dever imposto, a quem quer que tome parte na relação de consumo, de agir com lealdade e cooperação, abstendo-se de condutas que possam esvaziar as legítimas expectativas da outra parte. Daí decorrem os múltiplos deveres anexos, deveres de conduta que impõem às partes, ainda na ausência de previsão legal ou contratual, o dever de agir lealmente. Art. 4º, III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; As partes devem agir com sinceridade, veracidade, sem objetivar somente o lucro fácil com a consequente imposição de prejuízos ao outro. Dessa forma, esse princípio não alcança apenas o fornecedor, abrangendo também o consumidor, vedando-lhe vantagem desmedida através de benefícios reservados pelo CDC. Na doutrina de Flávio Tartuce, “a boa-fé objetiva é conceituada como sendo exigência de conduta leal dos contratantes, está relacionada com os deveres anexos ou laterais de conduta, que são ínsitos a qualquer negócio jurídico, não havendo sequer a necessidade de previsão no instrumento negocial” (TARTUCE, Flávio, Manual de Direito Civil, Método. p. 502). Mas quais seriam estes deveres anexos? Vejamos alguns: - Dever de respeito; - Dever de agir conforme a confiança despertada; - Dever de probidade; - Dever de lealdade; - Dever de honestidade; - Dever de cooperação; - Dever de informação. Violado alguns destes deveres, a parte terá desrespeitado a boa-fé objetiva exigida dos contratantes (que constitui, ademais, princípio regente das relações contratuais comuns). Segundo Cláudia Lima Marques em seu livro “Comentários ao Código de Defesa do Consumidor”, o princípio da boa-fé objetiva na formação e na execução das obrigações possui muitas funções na nova teoria contratual: A primeira função é criadora, seja como fonte de novos deveres especiais de conduta anexos aos deveres de prestação contratual ou como fonte de responsabilidade por ato lícito, ao impor riscos profissionais novos e indisponíveis por contrato. A segunda função é limitadora do exercício abusivo dos direitos subjetivos, que reduz a liberdade de atuação dos parceiros contratuais ao definir algumas condutas e cláusulas como abusivas, seja controlando a transferência dos riscos profissionais e libertando o devedor em face da não razoabilidade de outra conduta. A terceira função é interpretadora que define tal princípio como o melhor caminho na interpretação de um contrato. Segundo Flávio Alves Martins, “há de se destacar ainda a função integrativa do princípio da boa-fé objetiva, porque, às vezes, os contratantes ao redigirem o contrato, por omissão, deixam de prever alguma cláusula que poderá interferir no desenvolvimento contratual desejado pela lei e pela real vontade das mesmas partes. Assim, a função do princípio da boa-fé objetiva, nessa hipótese, é acrescentar o que não consta expressamente do contrato, suprindo as falhas contratuais, inclusive atentando-se ao fato de que “nem sempre a vontade por si só é capaz de prever todas as possibilidades do negócio”. Princípio da Transparência ou Confiança O CDC exige transparência dos atores do consumo, impondo às partes o dever de lealdade recíproca a ser concretizada antes, durante e depois da relação contratual. Frisa a lei que as cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser regidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão. Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos con- CAPÍTULO 03 - Princípios Fundamentais do CDC sumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo (...). Contudo, a transparência que se espera do fornecedor não deverá estar presente somente no momento da conclusão do negócio jurídico. Deverá existir durante a oferta e publicidade, ao longo da execução do contrato e até mesmo depois desta, como, por exemplo, no instante em que o consumidor, munido do termo de garantia, procura o reparo do produto junto à assistência técnica autorizada (Silva, 2003, p. 69). Dessa forma, o princípio da transparência gera para o fornecedor o dever de esclarecer ao consumidor as características e o conteúdo do contrato. Art. 6º São direitos básicos do consumidor: III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; O princípio da transparência impõe um dever comissivo e um omissivo, ou seja, não pode o fornecedor deixar de apresentar o produto tal como ele se encontra nem pode dizer mais do que ele faz; não pode, portanto, mais existir o dolus bônus. Dolos bonus é o que resulta dos exageros do comércio, tendentes a ludibriar o consumidor para que adquira o produto ou serviço ofertado. Em que pese não ser causa de anulação em contratos cíveis comuns, o Código de Defesa do Consumidor veda qualquer informação falsa (art. 37, §1º). Logo, tecnicamente, o CDC proibiu o dolus bonus. Princípio da Função Social do Contrato Embora seja um princípio explícito, tal princípio visa tentar o equilíbrio da situação vulnerável face ao fornecedor. A sociedade de consumo, ao contrário do que se imagina, não trouxe apenas benefícios para os seus atores. Muito ao revés, em certos casos, a posição do consumidor, dentro desse modelo, piorou em vez de melhorar. Se antes fornecedor e consumidor encontravam-se em uma situação de relativo equilíbrio de poder de barganha (até porque se conheciam), agora é o fornecedor (fabricante, produtor, construtor, importador ou comerciante) que, inegavelmente, assume a posição de força na relação de consumo e que, por isso mesmo, ‘dita as regras ”. [Ada Pellegrini Grinover e Antônio Herman de Vasconcelos e Benjamin]. A função social do contrato tem uma característica de ordem pública, sendo o seu alcance estabelecido pelo art. 2035, do Código Civil: Art. 2.035, §Ú Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos”. Os interesses sociais das partes devem ser protegidos na medida em que os valores sociais relevantes, que ultrapassam a esfera individual, sejam também protegidos. Os interesses privados devem atender aos interesses sociais no âmbito da atividade econômica, com reflexos na ordem contratual. Princípio da Equivalência/Equidade Negocial O princípio da equidade tem por função básica a promoção do equilíbrio na relação contratual, dispondo não só das atribuições, mas também das funções de partes envolvidas no processo de fornecimento e no processo de consumo, assegurando o desenvolvimento do negócio, promovendo o combate à prática considerada abusiva, situação comprometedora das relações de consumo. São inválidas as disposições que ponham em desequilíbrio a equivalência entre as partes. Se o contrato situa o consumidor em situação inferior, com nítidas desvantagens, poderá ter sua validade judicialmente questionada, ou, em sendo possível, ter apenas a cláusula que fere o equilíbrio afastada. Art. 6º, II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, assegurados a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações; Nos ensinamentos de Almeida (2003, p. 46): O art. 4º do CDC prevê também que deve haver equilíbrio entre direitos e deveres dos contratantes. Busca-se a justiça contratual, o preço justo. Por isso, são vedadas as cláusulas abusivas, bem como aquelas que proporcionam vantagem exagerada para o fornecedor ou oneram excessivamente o consumidor. O art. 51, IV, considera abusiva a cláusula incompatível com a boa-fé ou a equidade. [...] Institui o CDC normas imperativas, as quais proíbem a utilização de qualquer cláusula abusiva, definidas como as que assegurem vantagens unilaterais ou exageradas para o fornecedor de bens e serviços, ou que sejam incompatíveis com a boa-fé e a equidade [...] (Marques, 2002, p. 741). Princípio da Reparação Integral dos Danos A responsabilidade civil por danos causados a consumidor é objetiva, isto é, independe do elemento culpa. Basta que a vítima prove o dano sofrido e o nexo causal. Art. 6º VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; Tal dispositivo objetiva a prevenção e reparação de 251 DIREITO DO CONSUMIDOR danos ao consumidor, sejam eles materiais ou morais. • Dano Material no Caso Concreto – é o que efetivamente se perdeu ou deixou-se de lucrar. • Dano Moral – é aquela que atinge a personalidade (imagem nome etc). Haverá reparação também quando os danos forem individuais, coletivos ou difusos. • Interesses Difusos - Assim entendidos os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato • Interesses Coletivos - Assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base. • Interesses Individuais – São os decorrentes de origem comum. Veja como é cobrado em provas: Questão Comentada 252 (CEPERJ – 2012 – Procon-RJ) No rol dos princípios que podem ser aplicados às relações de consumo reguladas pelo Código de Defesa do Consumidor não se inclui: a.vulnerabilidade b.confiança c.autonomia da vontade d.boa-fé e.equilíbrio contratual Gabarito: C Comentário: No que se refere ao CDC, a fim de estabelecer o equilíbrio e a justiça contratual, este consagrou princípios aplicáveis a todos os contratos de consumo. • Vulnerabilidade do Consumidor; • Hipossuficiência do Consumidor • Transparência e Confiança; • Boa-fé Objetiva; • Reparação Integral dos Danos; • Equivalência Negocial; • Função Social do Contrato; • Protecionismo ao Consumidor. • Princípio da Informação Autonomia da vontade não é um prin- cípio aplicável. 4. RELAÇÃO JURÍDICA DE CONSUMO Relação de consumo é aquela existente entre consumidor e o fornecedor e que tem por objeto a aquisição de um produto ou a contratação de um serviço. O objeto é uma obrigação de dar ou de fazer, consistente num produto ou serviço. Uma relação torna-se jurídica quando repercute no mundo do direito. Para invocar as normas do CDC é necessário caracterizar a relação jurídica como consumerista, configurando cada um dos seus elementos. Importante dizer que o CDC não definiu a relação jurídica de consumo, apenas conceituou os elementos dessa relação. Assim, só haverá relação de consumo quando, em cada um dos polos existirem a figura do consumidor e a do fornecedor e quando estiverem negociando serviços e produtos. Estes elementos da relação de consumo dividem-se em: As definições estão atreladas umas nas outras, necessitando da presença de ambas para ensejar a aplicação do CDC. Eu quero que você anote que há relação de consumo: • Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde. (SUM 469 STJ) • O Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação jurídica entre a entidade de previdência privada e seus participantes. (SUM 321 STJ) • O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras. (SUM 267 STJ) • Entre o condomínio de que é cobrada indevidamente taxa de esgoto e a concessionária de serviço público. Aplicável. (AgRg no REsp 1119647) • Contratos de promessa de compra e venda em que a incorporadora se obriga à construção de unidades imobiliárias, mediante financiamento; Aplicável. • Contratos de arrendamento mercantil O CDC é aplicável aos contratos de leasing. De CAPÍTULO 04 - Relação Jurídica de Consumo acordo com a Súmula n.º 297 do STJ, as instituições financeiras submetem-se às regras do CDC. Desse modo, sendo o contrato de arrendamento mercantil firmado por instituição classificada como financeira, impõe-se a aplicação do CDC. • Contrato de financiamento celebrado entre banco e taxista para aquisição do veículo (REsp 231.208). Aplicável. • Relacionamento entre o canal de televisão e o seu público (REsp 436.135); Aplicável. • Responsabilidade civil do transportador aéreo internacional pelo extravio de carga (REsp 171.506); • Sociedades sem fins lucrativos, quando fornecem produtos ou prestam serviços remunerados (REsp 436.815 e REsp 519.310). • Contrato de mútuo bancário para obtenção de capital de giro - O CDC não é aplicado nas operações de mútuo bancário para obtenção de capital de giro. Nesses casos, não se vislumbra a figura do consumidor final na pessoa da empresa tomadora do empréstimo, como previsto no art. 2º do CDC, pois o capital mutuado teve como destino o capital de giro de pessoa jurídica, ou seja, insumo, o que descaracteriza a relação de consumo. • Contrato de Financiamento Habitacional do SFH - Em se tratando de prestações de trato sucessivo, a relação jurídica tem sua regência pelo Código de Defesa do Consumidor, desde que o mútuo habitacional firmado no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação não possua a cobertura do Fundo de Compensação de Variações Salariais – FCVS. Em razão da garantia do Governo em relação ao saldo devedor, aos contratos que contêm a cobertura do FCVS aplica-se a legislação própria e protetiva do mutuário hipossuficiente e do próprio Sistema, afastando-se o Código de Defesa do Consumidor, se colidentes as regras jurídicas. • Contratos de locação - Não se aplicam as disposições do Código de Defesa do Consumidor às relações de locação. Os contratos locatícios são regidos pela Lei n.º 8.245/91, além disso inexistem as características delineadoras da relação de consumo apontadas nos arts. 2º e 3º do CDC. • Contratos de Franquia - O contrato de franquia não está sujeito ao âmbito de incidência da Lei n.º 8.078/1990. O franqueado não é consumidor de produtos ou serviços da franqueadora, mas aquele que os comercializa junto a terceiros, estes sim, são os destinatários finais. • Contratos de Factoring - Não se aplicam as regras do Código de Defesa do Consumidor aos contrato de factoring, quando não há considerável desproporção entre o porte econômico das partes contratantes. A relação de consumo existe apenas no caso em que uma das partes pode ser considerada destinatária final do produto ou serviço. Na hipótese em que produto ou serviço são utilizados na cadeia produtiva e não há considerável desproporção entre o porte econômico das partes contratantes, o adquirente não pode ser considerado consumidor e não se aplica o CDC, devendo eventuais conflitos serem resolvidos com outras regras do Direito das Obrigações. • Estatuto do Fornecedor - O torcedor se encontra tutelado por legislação específica, consubstanciada no Estatuto do Torcedor (Lei nº 10.671/2003), sem prejuízo da incidência concomitante, em necessário diálogo de fontes, das disposições providas pelo microssistema consumerista. • Financiamento de Rede de Eletrificação Rural - Não é cabível a devolução, com base no CDC, de valores pagos pelo consumidor para extensão de rede de eletrificação rural na hipótese em que os contratos firmados entre o consumidor e a concessionária de energia elétrica são anteriores à vigência desse diploma legal, pois a legislação aplicável a tais contratos é o Decreto 41.019/1957, que afasta a restituição da contribuição paga pelo consumidor para a realização de obras de responsabilidade deste. • FIES - Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor quando o serviço prestado pelo banco tratar de política governamental, desfigurando a relação de consumo, como no caso de financiamento estudantil. Não incide o CDC nas relações travadas entre estudante e programa de financiamento estudantil, por não se configurar serviço bancário e tratar-se de política governamental de fomento à educação. Ainda, no que tange aos serviços notariais há certa divergência na jurisprudência. Hora aceita, hora refuta. Prevalece no STJ que não se trata de relação de consumo. O argumento é o de que a contraprestação pecuniária dos emolumentos é de taxa, e não de tarifa. Se tem natureza de taxa, espécie tributária, não é possível a aplicação do CDC. Consumidor O CDC trouxe quatro definições de consumidor, sendo uma em sentido estrito e três delas consumidor por equiparação. Vejamos o que diz o CDC: Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Esse é exatamente o conceito de consumidor em sentido restrito. Em apertada síntese, consumidor pode ser: 253 DIREITO DO CONSUMIDOR Apesar do inciso não demonstrar a complexidade da definição de “consumidor”, podemos concluir que consumidor é: • Consumidores são as pessoas naturais ou jurídicas; • Consumidor é aquele que adquire produto ou contrata serviço; • Consumidor é também aquele que utiliza produto ou serviço; • Consumidor é o destinatário final do produto ou do serviço adquirido/contratado no mercado de consumo. RELAÇÃO DE CONSUMO. DESTINATÁRIO FINAL. A expressão destinatário final, de que trata o art. 2º, caput, do Código de Defesa do Consumidor abrange quem adquire mercadorias para fins não econômicos, e também aqueles que, destinando-os a fins econômicos, enfrentam o mercado de consumo em condições de vulnerabilidade; 254 Nery Jr. leciona que se “a aquisição for apenas meio para que o adquirente possa exercer outra atividade, não terá adquirido como destinatário final e, consequentemente, não terá havido relação de consumo. A chave para a identificação de uma relação jurídica como sendo de consumo é, portanto, o elemento teleológico: destinação final, ao consumidor, do produto ou serviço” Vamos imaginar as seguintes situações hipotéticas: a.Comprar uma caixa de ovos no mercado para fazer um bolo em casa. b.Comprar uma caixa de ovos no mercado para fazer bolos para revender. c.Comprar uma caixa de ovos no mercado para fazer um bolo na empresa para consumo dos funcionários. Agora me diga: Quais das situações acima pode ser aplicado o CDC? Vamos analisar: a.Aplica-se. É destinatário final do produto. b.Não aplica. Adquire como meio para exercer a atividade comercial. Em suma: caso a aquisição seja um insumo para a atividade de comércio, não aplica o CDC. c.Aplica-se! Observe que está claro que o consumidor é destinatário final da mercadoria. O problema desse conceito está na definição de destinatário final. Não há consenso na doutrina e na jurisprudência. Alguns entendem que destinação final é a destinação fática, e outros entendem que é a retirada do objeto de consumo da cadeia produtiva. Observamos que a teoria finalista ou subjetiva exige que o consumidor seja o destinatário final do produto/ serviço em dois planos distintos: Destinação final fática: O consumidor é o último da cadeia de consumo, de modo que depois dele não há ninguém na transmissão do produto/serviço; Destinação final econômica: O consumidor não utiliza o produto/serviço para o lucro, repasse ou transmissão onerosa (Flávo Tartuce e Daniel Amorim Assumpção Neves, Manual de Direito do Consumidor, Método. p. 68). Nesse contexto, duas grandes correntes se debruçaram sobre o tema. 1ª CORRENTE FINALISTA/SUBJETIVA -> A corrente finalista faz uma interpretação restritiva da figura do consumidor. Para os finalistas, o campo de aplicação do CDC deve restringir-se àqueles que necessitam de proteção. Por isso, consumidor é a pessoa física ou jurídica que, além de ser a destinatária fática, é também a destinatária econômica, pois, com a utilização do bem ou serviço, busca o atendimento de necessidade pessoal, sem reutilizá-lo no processo produtivo, nem mesmo de forma indireta. Segundo SILVA, é considerado consumidor “quem adquire no mercado de consumo o produto ou serviço; aquele em razão de quem é interrompida a cadeia de produção e circulação de certos bens e serviços, para usufruir ele mesmo, ou terceiro a quem os ceda, das respectivas funções, de modo não profissional (destinatário final econômico)” (SILVA, 2008, p. 8). Cláudia Lima Marques, comentando sobre a restrição da teoria finalista, menciona: Esta interpretação restringe a figura do consumidor àquele que adquire (utiliza) um produto para uso próprio e de sua família; consumidor seria o não profissional, pois o fim do CDC é tutelar de maneira especial um grupo da sociedade que é mais vulnerável. Consideram que, restringindo o campo de aplicação do CDC àqueles que necessitam de proteção, ficará assegurado um nível mais alto de proteção para estes, pois a jurisprudência será construída sobre casos em que o consumidor era realmente a parte mais fraca da relação de consumo, e não sobre casos em que profissionais-consumidores reclamam mais benesses do que o direito comercial já lhes concede (MARQUES, 2006, p. 304) Pela ótica dos finalistas, estão excluídas da proteção do Código do Consumidor as pessoas jurídicas que, por exemplo, compram uma máquina para a fabricação de seus produtos ou mesmo uma copiadora para ser utilizada em seu escritório. Para a teoria finalista, “destinatário final é apenas quem retira o produto do mercado para seu uso (próprio ATENDIMENTO PROFESSOR Tiago Zanolla Professor de Ética no Serviço Público, Co-nhecimentos Bancários e Direito Regimental. Formado em Engenharia de Produção pela Universidade Pan-Americana de Ensino. Técnico Judiciário Cumpridor de Mandados no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Envolvido com concursos públicos desde 2009 é professor em diversos estados do Brasil. SUMÁRIO SUMÁRIO Breves Considerações sobre Atualidades do Sistema Financeiro Nacional....................................................................................................................295 1. INTRODUÇÃO AO MARKETING.................................................................................................................................................... 295 2. MARKETING EM EMPRESAS DE SERVIÇOS.......................................................................................................................... 297 Intangibilidade...........................................................................................................................................................................................................................................297 Inseparabilidade (ou Simultaneidade da produção e consumo)...........................................................................................................................................297 Variabilidade...............................................................................................................................................................................................................................................298 Perecibilidade.............................................................................................................................................................................................................................................298 Composto de Marketing de Serviços................................................................................................................................................................................................299 O Triangulo do Marketing de Serviços........................................................................................................................................................................................... 300 3. SATISFAÇÃO, VALOR E RETENÇÃO DE CLIENTES................................................................................................................301 Qualidade de Serviços.............................................................................................................................................................................................................................301 Satisfação de Clientes............................................................................................................................................................................................................................ 302 Valor Percebido pelo Cliente............................................................................................................................................................................................................... 303 Retenção de Clientes.............................................................................................................................................................................................................................. 304 Segmentação de Clientes.......................................................................................................................................................................................................................305 4. QUALIDADE NO ATENDIMENTO................................................................................................................................................. 307 Qualidade de Atendimento à Clientes..............................................................................................................................................................................................308 5. ETIQUETA EMPRESARIAL...............................................................................................................................................................310 Comunicação............................................................................................................................................................................................................................................... 312 Compromisso.............................................................................................................................................................................................................................................. 313 Cooperação.................................................................................................................................................................................................................................................. 313 Valores Partilhados.................................................................................................................................................................................................................................. 313 Conflito.......................................................................................................................................................................................................................................................... 314 Poder.............................................................................................................................................................................................................................................................. 314 Comportamento sem Oportunismo................................................................................................................................................................................................... 314 Interdependência...................................................................................................................................................................................................................................... 314 6. TELEMARKETING................................................................................................................................................................................315 7. RESOLUÇÃO 4.433...............................................................................................................................................................................316 Capítulo I - Do Objeto e do Âmbito de Aplicação........................................................................................................................................................................ 316 Capítulo II - Das Atribuições................................................................................................................................................................................................................ 316 Capítulo III - Da Organização.............................................................................................................................................................................................................. 316 Capítulo IV - Do Funcionamento........................................................................................................................................................................................................ 317 Capítulo V - Das Exigências Formais............................................................................................................................................................................................... 317 Capítulo VI - Da Prestação de Informações................................................................................................................................................................................... 318 Capítulo VII - Da Certificação.............................................................................................................................................................................................................. 318 Capítulo VIII - Disposições Finais...................................................................................................................................................................................................... 318 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 318 293 CAPÍTULO 01 - Introdução ao Marketing Breves Considerações sobre Atualidades do Sistema Financeiro Nacional O estilo da Cesgranrio é de questões com múltipla escolha. O nível de dificuldade das questões é mediano. Via de regra a banca cobra em suas questões o posicionamento dos autores da área. Uma outra característica da banca é a repetição de questões anteriormente aplicadas, mudando, contudo, apenas algumas palavras e o contexto. O edital já traz expresso a quantidade de questões de cada disciplina. No que tange a Atendimento, serão cobradas 10 questões, sendo 5 com valor de 1,5 ponto e 5 com valor de 2,0 pontos, subtotalizando 17,5 pontos. Isso quer dizer que 17,5% da sua prova estará dentro dessa disciplina, portanto, ESTUDE MUITO ATENDIMENTO! Se você está se perguntando se deve comprar algum livro, a resposta é NÃO! Nosso material visa a preparação completa e mais objetiva possível para seu concurso. O material que tens em mãos já é uma compilação dos principais autores que são cobrados em provas, justamente, objetivando otimizar sua preparação. 1. INTRODUÇÃO AO MARKETING O conceito de marketing surgiu no pós segunda guerra mundial e o foco inicial era na venda do produto e não na satisfação do cliente. Inicialmente sua preocupação era puramente de logística e produtividade, para a maximização dos lucros. Donato (2009), em meados do século XVIII, na Inglaterra, inicia-se a Revolução Industrial, onde a produção de bens artesanais é tomada pela produção mecanizada. Em decorrência a isso, com uma produção mais acelerada, a população começa a ter acesso a produtos com preços mais acessíveis. Nessa época a concorrência ainda era inexistente, o que deixava os consumidores alheios aos poucos ou únicos fornecedores, não tendo opções de escolha. Nessa época iniciam-se o estudo do mercado, focado em logística e produtividade. Surge então, após a Segunda Guerra Mundial, a expansão econômica e a concorrência. Logo, ideias de atração e relacionamento com o consumidor começa a ser apresentada pelos mercadólogos. Assim, dá-se início ao “vender a qualquer preço”. O Marketing ainda não era visto como a ação para satisfazer desejos e necessidades, mas a única necessidade de vender. Em 1940 inicia discussões sobre a possibilidade em se desenvolver uma teoria mercadológica em termos científicos. Em 1954 é lançado o livro “A Prática da Administração”, autoria de Peter Drucker, em que atenta os administradores sobre a importância do Marketing, revelando-o como uma ferramenta importante para se conhecer o mercado. Em 1960 é enfatizada a importância da satisfação dos clientes, por Theodore Levitt (professor de Havard Business School). Em 1970 com o crescimento da concorrência, as empresas se atentam e começam a implantar departamentos de marketing. Segundo Kotler, o marketing desenvolveu-se e atualmente Marketing é a função empresarial que identifica necessidades e desejos insatisfeitos, define e mede sua magnitude e seu potencial de rentabilidade, especifica que mercados-alvo serão mais bem atendidos pela empresa, decide sobre produtos, serviços e programas adequados para servir a esses mercados selecionados e convoca a todos na organização para pensar no cliente e atender ao cliente. Hodiernamente um conceito errado tem aqueles que acreditam que a função do marketing resume-se a fazer as pessoas comprarem através de um processo de vendas ou propaganda. Na verdade, esse é apenas um pedaço do bolo. Em sua tradução, marketing é “mercado em ação”, mas, na verdade, Marketing é estudo baseado em diversas ciências, tais como Psicologia, Matemática, Antropologia, Estatística, entre outras, tendo como meta conhecer o comportamento das pessoas, e então, satisfazer às necessidades e desejos desses. É tão importante que hoje o marketing tornou-se uma força influente em todos os setores da economia. Segundo Shimoyama, em poucos anos despojou-se de sua antiga imagem de algo antiético e desnecessário e passou a ser visto como um instrumento essencial para a formação e manutenção de diversos negócios, tendo inclusive seus conceitos aplicados nos mais variados tipos de organização, desde times de futebol a igrejas, passando por governos e organizações não governamentais. Marketing tem muitas definições, por isso traremos alguns dos mais importantes: • Segundo a American Marketing Association, Marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado. • Já para KOTLER E KELLER, Marketing é um processo social por meio do quais pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros. • Na definição do Dicionário Aurélio, Marketing é o estudo das atividades comerciais que, partindo do conhecimento das necessidades e da psicologia do consumidor, procura dirigir a produção adaptando-a ao melhor mercado; estudo de mercado; mercadologia. O marketing tem um papel diferente para cada seg- 295 ATENDIMENTO - (FOCADO EM VENDAS) mento de mercado. Seja a empresa de produtos ou de serviços, ela estará influenciando e sendo influenciada pelo ambiente. Como estamos falando de instituições financeiras que, basicamente, ofertam serviços, nosso estudo sobre marketing estará focado em marketing de serviços. Uma coisa bem importante que você precisa saber de início: o objetivo do marketing não é criar necessidades, porém, atua nas necessidades de bens e afetos e desenvolve um desejo, ou seja, desperta a vontade de possuir determinado item. Eu quero que você anote aí a diferença entre necessidade e desejo. Necessidade Inerente ao ser humano, uma exigência biológica exemplo: é ter uma casa, mobiliada e com segurança. Desejo Moldado pela sociedade e pode ser estimulado pelo Marketing. Ex: desejo de ter uma mansão de luxo. De modo resumido, marketing busca satisfazer os desejos e necessidades, ofertando produtos e serviços na medida ideal para cada cliente (ou segmento de consumidores). Um dos principais pressupostos de marketing é que o mercado é o conjunto de todos os consumidores reais ou potenciais consumidores de um produto. Para isso, são distinguidos em diferentes níveis. 296 • Mercado potencial - consumidores com interesse; • Mercado disponível - consumidores com interesse, poder de compra, acesso e qualificações – permissão para consumo; • Mercado servido ou mercado alvo mercado qualificado que a empresa serve; e • Mercado penetrado - conjunto de consumidores que já compra o produto. Além disso, cada comprador tem características próprias que são levadas em conta na decisão de consumo. São elas: • Culturais - cultura, subcultura, classe social; • Pessoais - idade e estádio do ciclo de vida da família, ocupação, situação econômica, estilo de vida, personalidade e autoconceito; • Sociais - grupos de referência, família, papéis e status; e • Psicológicas - motivação, percepção, aprendizagem, crenças e atitudes. Questão Comentada (CESGRANRIO – 2012 – Banco do Brasil) O Banco ABC se orgulha da história de ter crescido arregimentando uma base de clientes extremamente fiéis que permanecem como seus correntistas desde a fundação da instituição. A principal diretriz do Banco, desde sua origem, foi a de orientar seus funcionários para a satisfação da clientela e para a construção de relacionamentos. Uma importante característica do chamado marketing de relacionamento é: a.Uma mudança de paradigma para a área do marketing, alterando seu foco do binômio retenção/relações para o binômio compras/transações. b.Uma estratégia de fazer negócios cuja força recai sobre a conquista de novos clientes, e não na manutenção e aperfeiçoamento dos atuais clientes. c.Tem como objetivo a construção e a manutenção de uma base de clientes comprometidos que sejam rentáveis para a organização. d.Os clientes podem beneficiar-se das associações de longo prazo obtidas por meio da consolidação da lealdade mútua em detrimento dos interesses das empresas. e.Uma estratégia de priorização de resultados, buscando a ampliação sustentada das vendas articulada com ações que levem à redução de custos. Gabarito: C Marketing de relacionamento significa criar, manter e acentuar sólidos relacionamentos com os clientes e outros públicos. Cada vez mais, o marketing vem transferindo o foco das transações individuais para construção de relacionamentos que contêm valor e rede de oferta de valor. O marketing de relacionamento está mais voltado para o longo prazo. Sua meta é oferecer valor de longo prazo ao cliente, e a medida do sucesso e dar-lhes satisfação ao longo prazo. Para acontecer, é necessária uma total sintonia entre os vários níveis da empresa com o departamento de marketing, necessitando criar bons níveis de relacionamentos nos campos econômico, técnico, jurídico e social, que resultam em alta lealdade do cliente. (KOTLER E ARMSTRONG, 1999, p.197) Vamos corrigir as demais assertivas: LETRA A - INCORRETO. É o contrário: mudança de foco compras/transações para retenção/relações. LETRA B - INCORRETO. A força recai sobre a manutenção dos clientes já exis- CAPÍTULO 02 - Marketing em Empresas de Serviços tentes. LETRA D - INCORRETO. O Marketing de relacionamento (e nenhum tipo de marketing) visa o detrimento dos interesses da empresa. LETRA E - INCORRETO. A essência do marketing relacional é a satisfação do cliente através do atendimento das necessidades deste. 2. MARKETING EM EMPRESAS DE SERVIÇOS Em marketing, produto é aquilo que pode ser oferecido a um mercado para aquisição, uso ou consumo, e que possa satisfazer uma necessidade ou desejo. Inclui bens físicos, serviços, pessoas, lugares, organizações e ideias. Já serviço é um ato ou desempenho essencialmente intangível que uma parte pode oferecer a outra e que não resulte posse de nenhum bem. Ou seja, não é entregue algo físico ao cliente ao cliente, mas sim uma atividade. A principal diferença entre bens e serviços é a intangibilidade (ausência de substância física). O Marketing de Serviços pode ser definido de várias formas. • Pode ser definido com o conjunto de atividades que objetivam a análise, o planejamento, a implementação e o controle de programas destinados a obter e servir a demanda por produtos e serviços, de forma adequada, atendendo desejos e necessidades dos consumidores ou usuários com satisfação, qualidade e lucratividade. • Alberto de Oliveira Lima Filho, em seu artigo “Marketing de Serviços” (2001) define-o “como as atividades operacionais destinadas” a investigar, obter e servir a demanda por assistência profissional (...) objetivando investigar a oportunidade de mercado para planejar, organizar e oferecer assistência de serviços de qualidade, a preços razoáveis que possibilitem satisfação dos clientes e remuneração adequada aos profissionais. • Já Keller e Kotler (2006, p. 397) definem serviço como “qualquer ato ou desempenho, essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer à outra e que não resulta na propriedade de nada. A execução de um serviço pode estar ou não ligada a um produto concreto”. Os serviços são produzidos e consumidos simultaneamente e pressupõe uma relação de contato direta entre empresa/consumidor. Para KOTLER e ARMSTRONG (1998 e 1998), os serviços possuem quatro características peculiares, que dis- tinguem claramente um serviço de um produto físico: Intangibilidade Os serviços são intangíveis porque não podem ser vistos, provados, sentidos, ouvidos ou cheirados antes de serem comprados. Por exemplo, quem se submete a uma cirurgia plástica não pode ver o resultado antes da compra. Os passageiros de empresas aéreas têm apenas uma passagem e a promessa de uma chegada segura a seu destino. Para reduzir a incerteza, os compradores procuram ‘sinais’ de qualidade de serviço. Tiram suas conclusões sobre a qualidade a partir de tudo que puderem observar sobre o lugar, as pessoas, o equipamento, o material de comunicação e o preço. Portanto, a tarefa do prestador de serviços é tornar esses serviços tangíveis de várias maneiras. No caso de entretenimento e serviços profissionais, os compradores preocupam-se muito com quem vai prestar o serviço. Um show de Jô Soares não será o mesmo se ele adoecer e for substituído por Chico Anísio. Uma defesa legal apresentada por um João Ninguém difere da apresentada por Bill Gates. Quando os clientes têm fortes preferências de fornecedor, usa-se o preço como uma forma de racionalizar o tempo limitado do fornecedor para oferecer seus serviços. Por isto um advogado famoso cobra mais caro do que os advogados menos conhecidos. Um banco que queira transmitir a ideia de que seu serviço é rápido e eficiente deve tornar seu posicionamento estratégico tangível em todos os aspectos de contato com o consumidor. O local físico do banco deve sugerir serviços rápidos e eficientes: seu exterior e interior devem ter linhas harmoniosas, o fluxo de pessoas deve ser cuidadosamente planejado, as filas de espera devem ser curtas, e a música de fundo, leve e otimista. Seus funcionários devem estar sempre ocupados e corretamente vestidos. O equipamento – computadores, copiadoras, mesas - deve ter uma aparência moderna. Suas propagandas e outros tipos de comunicações devem indicar eficiência, com designs limpos e simples, e palavras e fotos cuidadosamente escolhidas para comunicar o posicionamento do banco. Devem ser escolhidos um nome e um símbolo para seus serviços sugerindo rapidez e eficiência. Os preços dos vários serviços do banco devem ser divulgados de forma sempre simples e clara. Inseparabilidade (ou Simultaneidade da produção e consumo) Os produtos físicos são fabricados, estocados, mais tarde vendidos e, por fim, consumidos. Porém, os serviços são primeiro vendidos, depois produzidos e consumidos ao mesmo tempo. Em serviços, produção e consumo são simultâneos. Serviços são inseparáveis daqueles que os fornecem, sejam pessoas ou máquinas. Se um empregado presta serviços, ele é parte do serviço. Quando ele eventualmente comete um erro, o clien- 297 ATENDIMENTO - (FOCADO EM VENDAS) te já recebe o serviço defeituoso por conta da simultaneidade. Como o cliente também está presente quando o serviço é produzido, a interação fornecedor-cliente é um aspecto especial do marketing de serviços. Tanto o fornecedor quanto o cliente afetam o resultado do marketing de serviço. Variabilidade 298 A variabilidade, diz KOTLER (1998, p. 415), implica numa dificuldade de uniformização, na medida em que os serviços são altamente variáveis e dependem de quem os executa e de onde são prestados. Desta forma, o autor alerta para a importância do marketing interno visando o treinamento e a qualificação daqueles que lidam diretamente com o cliente (funcionários), bem como, a satisfação e motivação destes. Outra providência a ser tomada para lidar com esta variabilidade, afirma KOTLER (1998, p. 415-416), é padronizar o processo de prestação de serviços, utilizando ferramentas como o fluxograma e o script para conhecer pontos fortes e fracos do serviço envolvido. Monitorar a satisfação do consumidor através de sistemas de sugestões, reclamação etc., é também relevante para conhecer como os serviços estão sendo percebidos pelo consumidor. KOTLER (1998, p. 419) chama a atenção para a dificuldade que o próprio cliente tem de avaliar a qualidade de um serviço, mesmo após tê-lo recebido. Para o autor as empresas de serviços enfrentam três grandes desafios: aumentar sua diferenciação competitiva, sua qualidade e produtividade. São estratégias necessárias para criar mais valor ao cliente, criando lealdade do mesmo em relação à empresa. A variabilidade refere-se a despadronização dos serviços, mesmo que oferecidos por uma mesma pessoa ou empresa. É possível, e muitas vezes desejável, que os serviços sejam personalizados, e portanto faz-se esta uma importante característica dos serviços. Embora ocorra esta variabilidade, há uma grande possibilidade de cópia entre os serviços, uma vez que é impossível patenteá-los, ou seja, os serviços são altamente variáveis; sua qualidade depende de quem os proporciona e de quando, onde e como são proporcionados. Perecibilidade Outra característica importante dos serviços, é a perecibilidade. Os serviços são perecíveis, não podem ser estocados e, se não forem usados, estarão perdidos. KOTLER (1998, p. 416) afirma que esta característica não representa um problema quando a demanda é estável, mas torna-se mais difícil de ser administrada quando a demanda é cíclica. Estratégias especiais de marketing devem ser implementadas para lidar com essas flutuações de oferta e procura. A perecibilidade retrata a característica de que os serviços não são estocáveis. Este fato exige das empresas soluções criativas e ativos em propaganda, buscando aumentar a oferta em períodos em que o respectivo serviço se mostra menos solicitado. Por exemplo, os serviços são perecíveis e não podem ser estocados para vendas ou uso futuros. Alguns médicos cobram dos pacientes consultas às quais eles não compareceram porque o valor do serviço existe até o fim da hora marcada. Quando a demanda é constante, o fato de os serviços serem perecíveis não causa maiores problemas; mas quando a demanda é flutuante, os problemas podem ser graves. Por exemplo, as empresas de transporte público são obrigadas a manter muito mais equipamento devido à demanda na hora do rush do que manteriam se a demanda fosse uniforme durante todo o dia. As empresas de serviços podem empregar várias estratégias para produzir uma proporção melhor ente demanda e oferta. Em termos da demanda, cobrar preços diferentes em horários diferentes irá transferir uma parte da demanda dos períodos de pico para os de não-pico. Entre os exemplos, incluem-se os preços mais baixos nas sessões de cinema do começo da tarde e descontos de aluguéis de carros nos fins de semana. Pode-se também aumentar a demanda nos horários de não-pico, como ocorreu quando o McDonald’s nos Estados Unidos começou a oferecer seu café da manhã Egg McMuffin, e os hotéis criaram pacotes especiais para fins de semana. Serviços adicionais podem ser oferecidos durante os horários de pico para proporcionar alternativas aos clientes que são obrigados a esperar como salas de coquetéis para esperar vagar uma mesa de restaurante, e caixas automáticas nos bancos. Os sistemas de reserva ajudam a administrar o nível de demanda; as empresas aéreas, hotéis e médicos utilizam-nas regularmente. Em termos da oferta, pode-se empregar funcionários em tempo parcial para atenderem à demanda quando o volume aumenta. As universidades empregam professores em tempo parcial quando o número de matriculas aumenta, e os restaurantes recorrem a garçons e garçonetes em tempo parcial. Pode-se administrar com mais eficácia a demanda nos horários de pico se os funcionários fizerem apenas tarefas essenciais durante esses períodos. algumas tarefas podem ser transferidas aos clientes, como preencher suas próprias fichas médicas ou embalar suas próprias compras em supermercados. Finalmente, os fornecedores podem partilhar serviços, como no caso de vários hospitais que partilham um equipamento de alto custo. MCKENNA (1999, pp. 16-17) alerta para o fato de que as fronteiras entre produtos e serviços estão desaparecendo rapidamente na atualidade. Ocorre, segundo ele, uma “servilização” dos produtos e a “produtilização” dos serviços. Tal fato é de suma importância para a aplicação de estratégias de marketing, tanto para empresas de produtos quanto para as de serviços. CHURCHILL e PETER (2000, pp. 292-294), no entanto, argumentam a grande possibilidade de erros (podem ser também expressos como “defeitos”) que podem ocorrer na prestação de serviços – acompanhados ou não de um bem. Estes erros, comumente produzidos por profissionais liberais, podem resultar em perdas de clientes, haja vista que tais impropriedades são facilmente propagadas, em detrimento das regularidades. Os autores sugerem a criação de um planejamento para se adequar às flutuações da demanda. A garantia da qualidade é “fazer CAPÍTULO 02 - Marketing em Empresas de Serviços com que as pessoas façam melhor tudo aquilo de devem fazer”. Esta premissa justifica a necessidade de aplicar o marketing de serviços. A melhoria contínua é característica inerente ao serviço, mesmo que este serviço seja na produção ou no acompanhamento de um bem. A relação: serviço recebido versus serviço esperado é normalmente avaliada pelo cliente. Argumentam, também os autores, que a chave do sucesso de muitas empresas está na melhoria contínua. Uma empresa ou indivíduo que prima pela qualidade em seu serviço possibilita uma maior demanda e resulta em elevação de seus preços. É importante a plena atenção por parte dos funcionários (ou do indivíduo que oferece o serviço) na busca de cativar o cliente. Não só no serviço específico está sua qualidade, mas no serviço que o precede ou lhe procede. O uso de tecnologia, como o SAC ou uma “mala direta”, garante a devida fidelidade do cliente para com a empresa, embora se tem lido que o uso da tecnologia está na busca de redução do tempo e/ou custo. É bom sempre lembrar que muitas das dimensões têm também a função tático-operacional de ser informativa, solucionadora de problemas ou, até mesmo, cosmética, uma forma de dar um certo brilho ao relacionamento. É útil ao gestor do SAC estar atento à organização dos fluxos internos entre as áreas de interface e a distribuição justa e honesta de informações para que todos tenham a garantia de estar trabalhando com os elementos da realidade da organização, e estar pronto para administrar, explicitamente, contestações e confrontos entre os grupos internos para haver ajustamentos das funções à meta. Intangibilidade Via de regra, produtos são abstratos e intangíveis, porém, nem sempre o são. Como são processos, os resultados podem ser percebidos direta ou indiretamente, deixando impressões no consumidor. Perecibilidade Os serviços não podem ser estocados, porém, na visão moderna de marketing, é enfatizado os benefícios obtidos pelos resultados dos serviços. um exemplo é o serviço de educação. Variabilidade A ideia de serviço varia de cliente para cliente, por isso, não são padronizados e heterogêneos. Inseparabilidade Os serviços são criados e consumidos simultaneamente. Outro macete para você não esquecer as características, lembre-se do VIPI: V ariabilidade I nseparabilidade P erecibilidade I ntangibilidade Composto de Marketing de Serviços LAS CASAS (1991, p.15) define serviço como uma transação realizada por uma empresa ou por um empresário, cujo objetivo não está associado a transferência de um bem.” O mesmo autor enfatiza que serviço é a parte vivenciada, é uma experiência é o desempenho. De acordo com Grönroos (apud TÉBOUL, 1999), um serviço consiste em uma série de atividades surgidas por meio de inúmeras interações entre clientes, estruturas, recursos humanos, bens e sistemas do fornecedor. O conjunto destas interações tem a finalidade de atender a uma necessidade do cliente. Lovelock (2001) classifica serviços como sendo um ato ou desempenho oferecido por uma parte ou outra. O fato é que o serviço pode estar atrelado a oferta de um produto e seu desempenho é essencialmente intangível. Conforme Pride e Ferrel (2001) a intangibilidade significa que um serviço não é físico e não pode ser fisicamente possuído. Kotler (1999) destaca que a intangibilidade do serviço resulta de não poder ser visto, provado, sentido, ouvido ou cheirado, antes de ser comprado. Outras características dos serviços são apresentadas por Pride e Ferrel (2001) e Kotler (1999), a inseparabilidade, a perecebilidade e a heterogeneidade. A inseparabilidade está associada ao fato de que a produção de um serviço não pode ser separada de seu consumo pelo cliente. Diferentemente de bens físicos que são produzidos, estocados e distribuídos, os serviços não podem ser guardados. A perecebilidade acontece porque a capacidade de serviço que não é utilizada num determinado período de tempo não pode ser estocada para uso futuro. Porém, diferentemente de bens, que são menos sensíveis à perecebilidade, os serviços podem ser planejados de acordo com a flutuação da demanda. Finalmente, a heterogeneidade ou variabilidade dos serviços está associada a dependência de quem executa, bem como do lugar onde os serviços são prestados. Dada essas caraterísticas próprias dos serviços, o marketing para serviços também tem suas peculiaridades. Marketing de serviços é, antes de tudo, marketing. Assim, vale para uma empresa de serviços o mesmo que para outras empresas, no que se refere à administração de marketing e ao composto de marketing. A teoria é a mesma. Marketing mix é um composto por se tratar de um conjunto de elementos usados pelas empresas para satisfazer os consumidores e mercadológico porque a empresa utiliza esses elementos para atuar no mercado Proposto por E. Jerome McCarthy em 1960, o modelo dos 4 Ps traz a ideia que as empresas produzem um determinado produto, este é alvo de uma promoção, que tem por objetivo comunicar, informar o consumidor sua disponibilidade em uma dada praça (ponto de venda, ou local), a um determinado preço. Produto: Na verdade, produtos e serviços têm a mesma finalidade, isto é, satisfazem um desejo ou necessidade dos consumidores, gerando satisfação e valor. É a combinação de bens e serviços que a empresa oferece aos consumidores alvos. No caso da prestação dos serviços, o produto é considerado um componente intangível. Preço: São grandes as diferenças de percepção de 299 ATENDIMENTO - (FOCADO EM VENDAS) 300 preço entre produtos e serviços. Em primeiro lugar, em serviços existe uma incidência maior de custos fixos do que de custos variáveis. Grande parte dos serviços, portanto, possui custos invisíveis para o cliente. Em segundo lugar, a grande diferença está no que chamamos de poder de comparação, onde um produto pode ser facilmente comparado a outro, enquanto que um serviço precisa ser analisado com maiores detalhes. Praça: A distribuição de serviços implica, quase sempre, a distribuição de custos fixos. Distribuir serviços requer a disponibilidade dos mesmos no momento em que o cliente precisa, visto que eles não são estocáveis, e por isso exigem um planejamento mais apurado. Promoção: A promoção é um incremento nas vendas. Significa tornar fácil o consumo do seu produto/serviço; tornar fácil para o consumidor adquiri-lo. Influência as atitudes dos consumidores, visa à atração do cliente para adquirir seu produto/serviço. Através da promoção, as empresas tentam incrementar a procura e a efetivação das vendas.. As três mais importantes atividades promocionais são : publicidade, a venda pessoal e a promoção de vendas propriamente dita. Em adição, FORTE propõe incluir mais 06 (seis) Ps: (5) people (equipe de marketing); (6) public opinion (imagem da empresa como um todo); (7) process of selling (processo e gerência de vendas); (8) pattern service (serviço padrão de atendimento); (9) partner ship (parceiros destacados, articulação institucional), e (10) public responsibility (responsabilidade social). A seguir, apresenta se os seis Ps : Equipe: Caso o profissional de marketing não se preocupe com seus recursos humanos, quem o fará ? A área de recursos humanos da empresa ? Claro que não, pois nada melhor do que a própria área de marketing definir seu grupo. A rigor, marketing deveria ser estendido a todos da empresa, do topo da pirâmide à base, permeando todas as funções. Atendimento: O serviço de atendimento ao consumidor deve ser responsabilidade da área ou função de marketing. Centrais de atendimento, telemarketing, balcão de atendimento, serviços “self service” estão nesta categoria. Processo de Venda: A engenharia de vendas deve ser papel do profissional de marketing. Quanto mais curto e leve for esse processo, melhor. Na realidade, quanto mais marketing, menos esforço de vendas. Parcerias: Deve ser privilegiada no marketing. Utilizandose dessa abordagem, até os sindicatos devem fazer parte da discussão do rumo da empresa. Outras figuras são fornecedores, clientes, entidades de classe, imprensa, universidades e governo. O “lobby” é função imprescindível para o sucesso do marketing. O uso de marketing de rede (“network marketing”) é objeto dessa força de marketing. Imagem Institucional: O profissional de marketing não deve restringir-se somente ao produto, pois a empresa é o produto. Todo cuidado será necessário para que a imagem institucional da empresa não seja abalada. Responsabilidade Social: Sem essa função pode-se vender “gato por lebre”, serviços prejudiciais à sociedade. Pode-se aplicar os 04 Ps de marketing para vender cocaína ou maconha. Código de defesa do Consumidor, Ecologia, Ética , Cidadania e o Social estão embutidos nesta função. O Triangulo do Marketing de Serviços A análise das características únicas do Serviço levou Kotler (2000) a desenvolver o chamado “Triângulo do Marketing de Serviços”, que reúne sua complexidade. Marketing Externo: são as ações de comunicação de marketing tais como ter uma ideia, expor em outdoor, panfletos, enfim toda e qualquer peça de promoção é entendida como uma promessa pelo cliente que também o marketing externo a publicidade, as promoções, as vendas. Marketing Interativo: O marketing interativo é definido com um relacionamento de permissão no canal utilizado entre a empresa e o cliente seria uma publicidade educada, polida e não abusiva. Marketing Interno: está relacionado às ações de treinamento ou qualificação dos colaboradores (funcionários) da empresa visando um melhor serviço para o cliente (consumidor). Não confunda marketing interno com endomarketing. Endomarketing é uma das mais novas áreas da administração e busca adaptar estratégias e elementos do marketing tradicional, normalmente utilizado no meio externo às empresas, para uso no ambiente interno das corporações. É uma área diretamente ligada à de comunicação interna, que alia técnicas de marketing a conceitos de recursos humanos. Questão Comentada (CESGRANRIO – 2010 – Banco do Brasil) Se os funcionários de um banco se mostram entediados e não conseguem responder a perguntas simples, os clientes terão uma expectativa desfavorável. PORQUE Clientes formam expectativas a partir de várias fontes, como experiências anteriores e propaganda boca a boca. A esse respeito, conclui-se que a.as duas afirmações são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. b.as duas afirmações são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. c.a primeira afirmação é verdadeira e a se- CAPÍTULO 03 - Satisfação, Valor e Retenção de Clientes gunda é falsa. d.a primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira. e.as duas afirmações são falsas. Gabarito: A Comentário: Aguilar e Teixeira (2003) e Prado (2006) esclarecem os termos qualidade e serviços: qualidade é relacionada aos fatores mais operacionais do serviço, aqueles mais perceptíveis aos consumidores. Serviços são os exercícios de atividades de certa utilidade que criam benefícios aos seus usuários. Correia Neto et al. (2007) complementam e destacam a intangibilidade, a concomitância entre produção e consumo, a disparidade e perecibilidade como características dos serviços. Desse modo, a qualidade de serviços está intrinsecamente ligada à satisfação dos consumidores dos produtos ou serviços e o preparo da companhia em executar suas atividades. Nesse contexto, podemos afirmar que as duas afirmações SÃO VERDADEIRAS e que a SEGUNDA JUSTIFICA A PRIMEIRA [é causa e consequência]. 3. SATISFAÇÃO, VALOR E RETENÇÃO DE CLIENTES Qualidade de Serviços A qualidade de um serviço pode ser definida pela relação entre as expectativas do cliente antes do serviço e a sua percepção após o serviço prestado, de acordo com Zeithaml, Parasuraman e Berry (1990). O nível de satisfação acumulado em cada momento de verdade influencia a satisfação geral do cliente. Por isso, é necessário atentar-se a quais características são consideradas importantes pelos clientes. Desta forma, de acordo com Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005) é necessário conhecer as cinco dimensões que os clientes utilizam para julgar a qualidade em serviços. São elas, listados em ordem decrescente de importância para os clientes: • Confiabilidade: capacidade de prestar o serviço prometido com confiança e exatidão, ou seja, um serviço cumprido no prazo, sem modificações e sem erros. • Responsabilidade: é a disposição para auxiliar os clientes e fornecer o serviço prontamente, ou seja, não deixar o cliente esperando, principalmente por razões não aparentes. • Segurança: está relacionada ao conhecimento e cortesia dos funcionários, bem como sua capacidade de transmitir confiança e confidencialidade, ou seja, competência para realizar o serviço, cortesia e respeito ao cliente, comunicação efetiva com o consumidor. • Empatia: é demonstrar interesse e atenção personalizada aos clientes, ou seja, entender as necessidades dos clientes e tratar o problema dos mesmos como se o problema fosse realmente do funcionário. • Aspectos tangíveis: é a aparência das instalações físicas, equipamentos, pessoal, e materiais para comunicação, ou seja, atenção aos detalhes exibidos pelo prestador do serviço. Além dos fatores determinantes na qualidade de serviços, os autores Aguilar e Teixeira (2003) e Gosling et al. (2006) discorrem acerca dos critérios que os consumidores se baseiam a fim de escolher uma prestadora de serviços: • Disponibilidade: a facilidade de obtenção do serviço ao consumidor; • Conveniência: localização da empresa e o deslocamento do cliente; • Personalização: refere-se à dedicação exclusiva dada ao cliente em atendimento; • Preço: oferecer opções mais vantajosa, por vezes a fazer trade off com qualidade; • Qualidade: relação entre as perspectivas prévias do cliente e sua percepção durante a execução do serviço a refletir em maior satisfação; • Reputação da empresa: a imagem que o consumidor possui da entidade e a influência de outros consumidores; • Rapidez: é a avaliação por parte do cliente do tempo justo para a execução do serviço, como o tempo gasto para pagamento nos check out’s [caixas] do hipermercado. Estas cinco dimensões são determinantes porque influenciam na avaliação da qualidade dos clientes. Tal avaliação se dá através da comparação entre o que ele esperava e o que ele percebeu do serviço prestado Segundo Kotler (1998) existem três possibilidades nas relações entre expectativas e percepções dos clientes: Quando um serviço atinge a expectativa do cliente esse serviço é considerado esperado, quando a expectativa é maior do que o serviço realizado o cliente fica insatisfeito e quando a expectativa é superada ao receber o serviço, esse cliente fica satisfeito. 301 ATENDIMENTO - (FOCADO EM VENDAS) Kotler e Armstrong (1993) salientam que a qualidade do serviço é uma das principais formas de uma empresa se diferenciar de seus concorrentes. Ter serviços de qualidade é um dos grandes desafios das empresas. Conhecer as expectativas dos clientes e melhorar a satisfação não é tarefa fácil. Parasuraman et al (1985) desenvolveram um modelo de falhas na qualidade de serviço agrupados em cinco lacunas (gap): 302 • Lacuna entre as expectativas do consumidor e a percepção da gerência: a gerência não percebe quais são as expectativas reais do consumidor; • Lacuna entre a percepção da empresa e as especificações do serviço: a empresa não consegue projetar corretamente o serviço de modo a atender às expectativas dos consumidores; • Lacuna entre as especificações do serviço e a prestação do serviço: a execução do serviço ainda deixa a desejar em relação às expectativas dos consumidores; • Lacuna entre a prestação do serviço e as comunicações externas aos consumidores: A propaganda de uma empresa e outras formas de comunicação deve corresponder ao serviço que a empresa realmente tem condições de proporcionar; • Lacuna entre o serviço esperado e o serviço percebido: essa lacuna é considerada como uma função das outras lacunas e só ocorre se nenhuma das outras falharem Satisfação de Clientes Segundo KOTLER, 2000, satisfação consiste na sensação de prazer ou desapontamento resultante da comparação do desempenho (ou resultado) percebido de um produto em relação às expectativas do comprador. A satisfação é a resposta ao atendimento ao consumidor, que se encontrará satisfeito quando suas expectativas forem atendidas. O mesmo ponto de vista é compartilhado por Johnston e Clarck (2008, p. 122), “satisfação é o resultado da avaliação de um serviço por um cliente baseado na comparação de suas percepções com suas expectativas anteriores”. Por sua vez, Zeithaml e Bitner (2003 apud EBERLE, 2009) comentam que a satisfação é influenciada não só pelas percepções acerca da qualidade do produto entregue, mas também pelo serviço prestado, pelo preço percebido como justo, e pelas percepções a respeito dos fatores situacionais e pessoais. A satisfação dos clientes é um dos precedentes da lealdade. Possuir um cliente satisfeito não garante sua fidelidade. Segundo Dória e Cohen (2006) a lealdade se traduz pelo comportamento do cliente no longo prazo, e resulta em atitudes da empresa que transmitam confiança, respeito, cuidado e atenção com a outra parte, sendo, portanto, um processo de reciprocidade baseado na confiança; já a satisfação pode ser obtida em uma única transação. Nada garante que um cliente satisfeito recusará as ofertas da concorrência. Já um cliente fiel pensará duas vezes antes de abandonar a organização. Cliente satisfeito, permanece fiel por mais tempo, compra mais, são mais abertos às variações de preços e indicam o produto/serviço. Segundo Barbosa (2008, p. 5), o modelo Cadeia Serviços - Lucro define que “funcionários satisfeitos tendem a entregar aos clientes serviços com maior valor agregado, o que tende a torná-los satisfeitos e fiéis, retendo-os na empresa, com impacto positivo no crescimento e na lucratividade”. Existe uma relação interessante entre a satisfação dos colaboradores e dos clientes: o aumento da satisfação dos funcionários leva também ao aumento da satisfação dos clientes e vice-versa, criando uma espécie de ciclo virtuoso (NETO, 2004). Heskett (2002 apud BARBOSA, 2008) afirma que a ideia da cadeia serviços – lucro propõe a existência de relações diretas e intensas entre o lucro, o crescimento, a fidelidade dos clientes e sua satisfação, o valor dos bens e serviços a eles oferecidos, e a capacidade, satisfação, fidelidade e produtividade dos funcionários. Esse modelo assume que os clientes não compram produtos, mas sim, resultados ou expectativas de benefícios. Segundo Fitzsimmons e Fitzsmmons (2005), compõe a cadeia de lucro dos serviços: 01.A qualidade interna gera a satisfação do empregado: alguns dos elementos internos do ambiente de trabalho que tem influência direta na satisfação dos colaboradores são: estrutura do local de trabalho, seleção e desenvolvimento, recompensas e reconhecimento que incentive e estimule os colaboradores a se responsabilizarem pelos clientes, motivação, tecnologia da informação, comunicação, justiça nas promoções, trabalho em equipe, tratamento respeitoso, “ferramentas” adequadas para servir os clientes, entre outros. Estes elementos propiciam uma melhor qualidade dos serviços e consequentemente uma maior satisfação dos funcionários. 02.A satisfação do empregado leva a sua lealdade e produtividade: uma vez que os colaboradores estejam satisfeitos e que mantenham seus empregos por maior tempo, é natural que eles conheçam a fundo as necessidades dos usuários, INFORMÁTICA PROFESSORA Katia Quadros Graduada em Processamento de Dados. Especialista em TI – Desenvolvimento Web – PUC-PR. Analista de sistemas. Ex-examinadora para concursos públicos. Professora de Informática desde 1998 em cursos técnicos. Professora de Informática e Arquivologia desde 2008 para Concursos Públicos presenciais e à distância. Comentarista de questões e autora de materiais de concursos públicos.Orientadora de estudos para concurso. SUMÁRIO SUMÁRIO 1. SISTEMAS OPERACIONAIS ............................................................................................................................................................ 325 Introdução....................................................................................................................................................................................................................................................325 O Que Faz um Sistema Operacional.................................................................................................................................................................................................325 Gerenciador de Processos.....................................................................................................................................................................................................................325 Conceitos Básicos......................................................................................................................................................................................................................................328 Sistemas Operacionais: Windows 7...................................................................................................................................................................................................332 Sistemas Operacionais: Windows 10.................................................................................................................................................................................................337 2. SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO.................................................................................................................................................. 342 Introdução....................................................................................................................................................................................................................................................342 Conceitos De Segurança da Informação..........................................................................................................................................................................................342 Golpes, Ameaças e Ataques..................................................................................................................................................................................................................348 Segurança da Informação: Conclusão.............................................................................................................................................................................................. 351 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................. 351 3. REDES E INTERNET........................................................................................................................................................................... 353 Introdução....................................................................................................................................................................................................................................................353 Conceitos Iniciais......................................................................................................................................................................................................................................353 Domínios.......................................................................................................................................................................................................................................................354 Protocolos.....................................................................................................................................................................................................................................................355 Navegadores................................................................................................................................................................................................................................................357 Cloud Computing......................................................................................................................................................................................................................................364 Correio Eletrônico.....................................................................................................................................................................................................................................365 Redes Sociais..............................................................................................................................................................................................................................................367 Facebook.......................................................................................................................................................................................................................................................367 Linkedin........................................................................................................................................................................................................................................................369 Redes e Internet: Conclusão.................................................................................................................................................................................................................369 Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................369 4. MICROSOFT OFFICE E BROFFICE................................................................................................................................................371 Microsoft Office: Microsoft Word 2013.............................................................................................................................................................................................372 Microsoft Office: Excel 2013................................................................................................................................................................................................................. 381 PowerPoint 2013........................................................................................................................................................................................................................................389 Broffice.......................................................................................................................................................................................................................................................... 391 Broffice Calc................................................................................................................................................................................................................................................ 391 Broffice Writer...........................................................................................................................................................................................................................................392 Broffice Impress........................................................................................................................................................................................................................................395 Microsoft Office e BROffice: Conclusão...........................................................................................................................................................................................396 Questões Gabaritadas.............................................................................................................................................................................................................................396 323 CAPÍTULO 01 - Sistemas Operacionais 1. SISTEMAS OPERACIONAIS Introdução Neste capítulo vamos estudar Sistemas Operacionais. Este assunto é amplamente cobrado em concursos públicos. Estudaremos o Sistema Operacional Windows nas versões 7 e 10. Fique atento às novidades do Windows 10, pois o examinador gosta delas! A maioria das funcionalidades são iguais em todas as versões do Windows. Funcionalidades como copiar, renomear, mover arquivos. Conceitos de unidades, pastas, nomes de arquivos. Procure estudar as versões do Windows na prática, pelo menos tenha uma dessas versões instalada em seu computador. O Que Faz um Sistema Operacional Quando instalamos um Sistema Operacional, estamos de certa forma definindo um gerente para os recursos do nosso computador. E o que é preciso gerenciar em um computador? Um dos itens que precisam ser gerenciados são os programas (softwares) que você costuma utilizar quase ao mesmo tempo. Um programa é basicamente um conjunto de instruções que, ao serem executadas pelo computador, com a ajuda de um Sistema Operacional, realizam determinadas tarefas. Essa “lista de instruções” deve ser armazenada de forma que a mesma possa ser utilizada a qualquer momento - para tanto, precisamos guardar essas instruções em arquivos armazenados no HD de nosso computador. Para que um programa possa ser executado no seu computador, primeiramente, o código do programa (lista de instrução) é transferido do HD para a memória principal, quando disponível na memória principal, o processador tem acesso às instruções e poderá então ler e executar cada uma das instruções. Cada instrução pode corresponder a uma entrada ou saída de dados, como, por exemplo, obter os dados que digitamos no teclado ou imprimir documentos na impressora. Programas em execução são chamados de processos. Um processo é formado por três partes principais, são elas: 01.o código do programa (lista de instruções); 02.os dados processados pelo programa; 03.o contexto que consiste no conjunto de informações adicionais sobre o processo - como e onde estão armazenados os dados e instruções. Para que um programa qualquer possa ser executado em um computador, o Sistema Operacional precisa executar um conjunto de funções básicas. Fazendo um paralelo com o mundo real, para que um ator possa representar um papel em uma peça, um conjunto de funções básicas de suporte precisou ser feitas: um local precisou ser reservado para o espetáculo, o cenário precisou ser montado, a iluminação precisou ser preparada, os atores contratados... Se não fosse esse trabalho de suporte, o ator não poderia atuar. Assim, para que um programa qualquer possa ser executado no seu computador, nos bastidores o Sistema Operacional realizará um conjunto de funções básicas: (1) o gerenciamento dos processos; (2) o gerenciamento da memória disponível no seu computador; (3) o gerenciamento dos arquivos existentes no computador; e (4) o gerenciamento dos dispositivos de entrada e saída. Gerenciador de Processos O conceito mais importante em sistemas operacionais é o de processos, e entendê-los é fundamental para todo estudante interessado em conhecer como os sistemas operacionais funcionam realmente. Todas as ações que ocorrem no seu computador giram em torno de processos, pois, como dissemos antes: processos são programas em execução e, sendo assim, todos os aplicativos que usamos são na verdade processos. Mas, como os processos são criados a partir do código de seus respectivos programas? E como preparar os diversos componentes do computador (memória, HD, processador) para que os processos possam ser executados normalmente? Para que você possa entender melhor estes conceitos, vamos fazer a seguinte comparação do que ocorre no computador com um exemplo bem simples: uma mesa de estudos. Você deve ter muitas atividades escolares que precisam de sua dedicação e esforço para serem realizadas. Provavelmente, você tem um lugar preferido para estudar, mas vamos considerar que você tenha uma mesa de estudos própria com gavetas onde é guardado todo seu material escolar e nela são feitos todos os seus trabalhos das mais diversas disciplinas (matemática, português, física, química etc.). Vamos dizer que exista para cada disciplina uma lista de exercícios a ser resolvida. Então para estarmos prontos, qual o primeiro passo a ser realizado? Poderíamos considerar a ação de pegar das gavetas e colocar sobre a mesa as listas de exercícios que serão resolvidas, assim você terá acesso direto às questões para resolvê-los um de cada vez. Se considerarmos que nossa mesa de estudos é a me- 325 INFORMÁTICA mória do computador, e que nós somos o processador, então, os programas são as listas de exercícios e quando a colocamos sobre a mesa, estamos deixando elas prontas para serem resolvidas, ou seja, neste momento, cada lista deixa de ser apenas uma folha guardada na gaveta (ou HD, se considerarmos os programas) para se tornar parte de uma atividade, ou seja, de um processo. Associado a cada processo criado, existe uma quantidade de memória reservada, conhecida como espaço de endereçamento do processo, onde o processo pode ler e gravar dados. Nessa área de memória, encontramos: (1) o código do programa que será executado e (2) os dados que são usados pelo programa. Para que o Sistema Operacional gerencie os processos, primeiro ele deve ser capaz de: (1) criá-los, (2) reservar memória e (3) colocar os processos numa fila de espera para uso do processador. O próprio Sistema Operacional é um conjunto de vários processos que também compartilham a CPU para serem executados. Gerenciador de Memória 326 A memória é um componente importante do computador que deve ser cuidadosamente gerenciado, pois apesar da grande evolução da tecnologia e do aumento crescente da memória dos computadores, os programas estão crescendo na mesma proporção e assim o Sistema Operacional precisa lidar com as limitações da capacidade da memória para organizar os processos que estão em execução. Voltando ao exemplo da mesa de estudos. Imagine se todo o material sobre a mesa de estudos estiver bagunçado. Papéis amontoados em um canto, livros espalhados e uma pilha de rascunhos jogados em sua frente, você conseguiria estudar nessa desorganização? Apesar de que muitos estudantes tentam estudar em uma montanha de livros e papéis, é muito mais fácil reservar um tempo para organizar sua mesa de estudos, aproveitando de maneira organizada toda a área da mesa, é exatamente isso que o Sistema Operacional realiza. Identificar quais partes da memória estão em uso e quais não estão, reservar espaço para os processos e deixar disponível as áreas que forem liberadas por um processo ativo ou quando um processo é encerrado, são essas as atividades executadas pelo Sistema Operacional, assim, os programas não precisam se preocupar em como obter a memória necessária para ser executado. Mas, quando o espaço de endereçamento não é suficiente para todos os processos ativos, o que o Sistema Operacional pode fazer? Uma solução simples seria encerrar alguns programas, liberando a área de memória deles, mas tornaria os computadores mais limitados com relação à quantidade de processos ativos. Então, o que podemos fazer? No exemplo da mesa de estudos, vamos dizer que você está montando um painel para sua aula de biolo- gia e a cartolina ocupa quase toda a área de sua mesa, e agora não existe espaço suficiente para o restante do material, pois você ainda precisa deixar disponível o seu livro de biologia e as revistas para o recorte de figuras, mas apenas um deles pode ficar sobre a mesa e durante toda a atividade você precisa de todo o material, o que fazer para que você não perca tanto tempo na construção desse painel? Utilizando uma das gavetas da mesa de estudos para guardar o livro exatamente na página que você estava pesquisando ou as revistas nas páginas que serão recortadas, você poderá realizar uma troca rápida entre as ações que serão executadas e, apesar do uso da gaveta tornar mais lento, ela permite que você possa realizar todas as atividades necessárias. Assim funciona no computador quando existem processos demais para a quantidade de memória. O Sistema Operacional gerencia as trocas de dados entre a memória e o HD quando não existe espaço de endereçamento suficiente para todos os processos, na aula de gerenciamento de memória, você aprenderá mais sobre essas atividades e as ações que são necessárias para a organização da memória – Memória Virtual. Quando instalamos um Sistema Operacional, ele já configura um espaço no HD para utilizar como Memória Virtual. A memória RAM possui capacidade limitada, com isso ao executarmos vários processos simultaneamente, não fosse a memória virtual, nosso computador iria travar, ter o chamado piripaque!!!! Quando a memória RAM está com a capacidade total comprometida, e queremos executar mais um software, por exemplo, o Sistema Operacional faz a troca de arquivos: Envia para a memória virtual o que está na memória RAM e não estamos utilizando e assim libera espaço para a nova execução. CAPÍTULO 01 - Sistemas Operacionais das disciplinas, então, seria mais prático e simples procurar por um determinado livro ou revista. E é exatamente dessa forma que os sistemas operacionais gerenciam os dados armazenados. Assim, os programas podem acessar os dados armazenados nos discos através das chamadas de sistemas do Sistema Operacional relacionada à manipulação de arquivos, e ações como criar, ler, gravar e remover arquivos podem ser realizadas nos processos de forma simples. O conceito de diretório ou pasta de arquivos está relacionado à maioria dos sistemas operacionais como uma forma de agrupar os arquivos, possibilitando uma forma de organização hierárquica em que, dentro de um diretório, podem existir arquivos e outros diretórios. Olha o S.O. fazendo a troca de arquivos: Essa estrutura pode ser comparada a uma árvore, pois no decorrer do tempo ela vai formando uma rede de diretórios e arquivos interligados a partir de um diretório raiz. Para os programas encontrarem os arquivos, eles precisam saber o nome de caminho, que é a sequência de diretórios a partir do diretório raiz para chegar ao arquivo, um exemplo simples seria o nome de caminho do arquivo listMat.txt, que seria: /disciplinas/listas/matemática/listaMat.txt Mas, não é apenas através do nome de caminho que podemos encontrar um arquivo. Para cada processo, existe um diretório de trabalho atual que indica a partir de qual diretório o processo está manipulando, dessa forma, não é necessário que o programa informe o caminho completo para chegar ao arquivo, basta verificar a partir do diretório de trabalho que pode ser mudado durante a execução do programa. Além da informação do nome de caminho, a maioria dos sistemas operacionais atuais criou mecanismos de segurança de dados e só com permissões dadas ao usuário os diretórios e arquivos podem ser acessados ou alterados. Por exemplo, cada processo recebe o código de identificação do usuário que o executou, através desse código, é verificado o nível de acesso ao arquivo, no momento em que ele for aberto, assim, o programa verifica se tem permissão de ler o conteúdo do arquivo e até mesmo alterá-lo. Gerenciador de Dispositivos de Entrada e Saída Gerenciador de Arquivos Agora, imagine as gavetas de sua mesa de estudos. E se, ao abrirmos elas, todo o seu material escolar estiver desorganizado? Você provavelmente perderia um bom tempo procurando por seus livros, revistas, listas de exercícios e qualquer material que precisasse. Mas, se todo o conteúdo das gavetas estivesse organizado com áreas nas gavetas dedicadas para cada uma Uma das principais funções dos sistemas operacio- 327 INFORMÁTICA 328 nais é controlar todos os dispositivos de entrada e saída de dados, como, por exemplo: teclado, mouse, monitores, discos e impressoras. As partes do Sistema Operacional responsáveis pelos dispositivos de E/S (Entrada/Saída) devem permitir uma forma simples de comunicação entre os dispositivos e o restante do sistema (por exemplo: o gerenciador de memória, o sistema de arquivos, e o gerenciador de processos) e que seja o mais independente possível do tipo de dispositivo, assim, diversos hardwares podem ser acessados com os mesmos meios de comunicação (interface). Para entender melhor esse tipo de controle, vejamos a relação de gerenciamento de um sistema de arquivos e o controle necessário ao dispositivo de disco onde os dados estão armazenados. Apesar do gerenciamento de dados ser feito através de uma estrutura de diretórios e arquivos, os diversos tipos de dispositivos de armazenamentos de dados não tratam os dados como arquivos em diretórios, na verdade, os dados são armazenados em blocos de tamanho fixo, em que cada um tem um endereço de onde são lidos e alterados. Para o controle do processo de leitura e escrita, os dispositivos possuem integrados a eles um componente eletrônico capaz de controlar o restante do dispositivo e assim servindo como uma interface para o mesmo através de troca de sinais elétricos. Esse componente eletrônico é conhecido como controladora ou adaptador do dispositivo e é através dela que o Sistema Operacional se comunica com o dispositivo de entrada e saída. Claro que parte do controle do dispositivo de entrada e saída fica a cargo de componentes dos sistemas operacionais, que são módulos de código que depende do dispositivo, esses componentes são conhecidos como drivers de dispositivos e através deles podemos ter acesso às controladoras. Assim, os módulos que são independentes do dispositivo, como o sistema de arquivos, podem tratar da leitura e escrita de dados independente de qual dispositivo será utilizado, podendo ser um HD, um disquete, um leitor de CD/DVD. Quando você conecta um mouse na porta USB do seu computador o que acontece? Imediatamente o S.O. identifica esse hardware. E isso acontece devido ao Sistema Operacional já trazer em sua estrutura diversos drivers básicos, como o da maioria dos mouses, por exemplo. • Essa tecnologia de reconhecimento automático do Hardware recebe o nome de Plug and Play: Conecte e use! DRIVER é um software que faz com que o Sistema Operacional reconheça um hardware. E quando você conecta a impressora no seu computador? Você abre o Word e tenta imprimir e seu computador se finge de morto? Ou seja, não reconhece uma impressora instalada. Isso acontece devido ao S.O. não ter drivers de impressoras na sua estrutura. É preciso instalar esse driver. Segundo: Vicente Pires Lustosa Neto Roberta De Souza Coelho Logo, um sistema operacional deve ser capaz de gerenciar: Processos Memória Dispositivos Arquivos/Pastas Conceitos Básicos Alternado entre Janelas Atalhos para alternar entre janelas: Alt + Tab: Para alternar entre as janelas abertas CAPÍTULO 01 - Sistemas Operacionais Alt + Shift + Tab: Alternar na sequência contrária. Alt + Esc: Alterna entre janelas na ordem em que foram abertas. Arquivos, Pastas e Unidades Arquivos são todos os nossos dados e informações que inserimos num determinado programa e salvamos com um nome e uma extensão correspondente ao programa utilizado. devem ser escritos os nomes de arquivos ou pastas na barra de endereços do Windows Explorer. Devemos iniciar com o nome da minha unidade seguido de “\”, nome da pasta e “\” nome das demais pastas sempre entre “\” e finalmente o nome completo do arquivo, como no exemplo abaixo: Exemplo: c:\meus documentos\ informática\aula\apostila.doc Note que entre as “\” não pode haver espaços, bem como entre o último nome do arquivo e a extensão. Simulado Final é o nome e docx é a extensão. Docx corresponde a arquivos do Word. Pastas é um nome que o Windows deu para armazenarmos nossos arquivos de forma organizada. A ideia da divisão de arquivos desta forma vem do DOS, que era o Sistema Operacional utilizado antes do Windows. Ele não usava as pastas propriamente ditas, pois não tinha este layout gráfico visto no Windows; chamava-as de diretórios. Diretórios e pastas têm o mesmo significado. Operações Básicas Selecionar Pastas ou Arquivos Selecionar um arquivo/pasta: Basta clicar com o mouse sobre o item desejado. Selecionar todos os arquivos/pastas: Ctrl+A ou Basta clicar, com o mouse, em qualquer ponto em branco da área de conteúdo e, mantendo o botão pressionado, mover na direção do que se deseja selecionar. Selecionar em sequência: Ou selecionar o primeiro arquivo/pasta da área de conteúdo e, com a tecla Shift acionada, clicar no último. Todos no intervalo serão selecionados. 329 Importante: Nomes de arquivos e pastas não podem conter os caracteres indicados na Figura. Unidades Além dos diretórios ou pastas, nossos arquivos estão guardados ou em nosso disco rígido ou em uma unidade removível, ou seja, os disquetes, CDs, DVDs, pen drives etc. Para facilitar a compreensão, estas unidades recebem nomes diferenciados, também originários do Sistema Operacional DOS. Temos a unidade “c:” que corresponde ao HD (winchester). Caso eu tenha outros dispositivos como drive de CD, DVD, pen drive etc, eles receberão os nomes de unidades como sendo “d:”, “e:”, “f:” e assim sucessivamente. Também é possível ter mais de um HD ou ainda dividir o HD logicamente em duas partes (particionar) onde um será a unidade “c:” e outro a “d:”, seguindo a ordem. Escrevendo nomes de arquivos e pastas na barra de endereços Outra herança que temos do DOS é a forma como Selecionar aleatoriamente arquivos/pastas: Clique nos arquivos/pastas com a tecla Ctrl para seleção. INFORMÁTICA Copiar Arquivos/Pastas Uma cópia de arquivos/pastas cria no local de destino uma cópia (réplica exata) do arquivo/pasta. 01.Selecione o arquivo/pasta desejado. 02.Com o botão direito, clicando diretamente no arquivo/pasta. Outra maneira: Arrastando arquivos/pastas Mesma Unidade Clique no arquivo/pasta desejado e arraste-o para o local de destino pressionando CTRL. 330 Excluir Clique com o botão direito do mouse sobre ele e selecione a opção excluir. Na versão 7, aparecerá uma mensagem dizendo: “Tem certeza que deseja enviar para Lixeira” e aí basta clicar em sim para confirmar ou não para cancelar. ou Clique na tecla Delete no teclado ou Arraste o arquivo ou pasta para a lixeira. Área de Transferência A Área de Transferência é uma área de armazenamento temporário de informações que você copiou ou moveu de um lugar e planeja usar em algum outro lugar. Você pode selecionar texto ou elementos gráficos e, em seguida, usar os comandos Recortar ou Copiar para mover sua seleção para a Área de Transferência, onde ela será armazenada até que você use o comando Colar para inseri-la em algum outro lugar. Por exemplo, pode ser necessário copiar uma seção de texto de um site e, em seguida, colar esse texto em uma mensagem de e mail. Unidades Diferentes Clique no arquivo/pasta desejado e arraste-o para o local de destino. Mover/Recortar Arquivos/Pastas Mover significa apenas mudar o arquivo/pasta do local original para o local de destino. Com o botão direito, clicando diretamente no arquivo/pasta. Outra maneira: Arrastando arquivos/pastas Mesma Unidade Clique no arquivo/pasta desejado e arraste-o para o local de destino pressionando SHIFT, ou apenas arrastando. Cada vez que você realizar um cortar (CTRL-X) ou um copiar (CTRL-C) de um elemento, este é conservado temporariamente na área de transferência. Lixeira Quando você exclui um arquivo do computador, ele apenas é movido para a Lixeira onde fica temporariamente armazenado até a Lixeira ser esvaziada. Com isso, você tem a oportunidade de recuperar arquivos excluídos acidentalmente e restaurá-los para os locais originais. Como posso deletar arquivos/pastas? Unidades Diferentes Clique no arquivo/pasta desejado e arraste-o para o local de destino pressionando SHIFT. • Arrastando para a Lixeira. • Selecionando o item e pressionando a tecla DEL • Clicando com o botão direito do mouse no item e clicando em Excluir, no menu de contexto. CAPÍTULO 01 - Sistemas Operacionais • Selecionando o item e clicando em Excluir no Gerenciador de Arquivos Quando você deleta um arquivo, até a versão 7, é exibido uma janela de confirmação de exclusão do arquivo: gem!!!!! Para restaurar um item, também podemos arrastá-lo da Lixeira para o local desejado. Só vão para a lixeira arquivos da Unidade de Disco Rígido. Arquivos de discos removíveis como Pen Drive e Unidades de Rede são excluídos definitivamente. Como excluir um arquivo definitivamente: Caso você queira excluir um arquivo definitivamente, sem que ele vá para a lixeira, selecione o item e pressione as teclas DELETE + SHIFT. Na versão 10 essa janela não é exibida, por padrão, pode ser configurada no Explorador de Arquivos. Ao abrir a lixeira podemos Esvaziar a Lixeira, ou seja, todos os arquivos e pastas serão excluídos definitivamente. Também é possível Esvaziar a Lixeira clicando com o botão direito sobre o ícone da Lixeira e clicando em Esvaziar Lixeira. Perceba que quando a Lixeira está vazia a opção fica esmaecida. Ou arraste para a lixeira pressionando SHIFT. O Windows mostrará a seguinte mensagem de confirmação: 331 Propriedades da Lixeira Ao clicar com o botão direito no ícone da lixeira, aparece a opção Propriedades. Nesta caixa de diálogo é possível configurar a lixeira. Podemos restaurar todos os itens. Podemos selecionar os itens que queremos restaurar. A Lixeira é uma pasta com capacidade. Nesta janela podemos configurar o tamanho da Lixeira. Principais Atalhos Dessa forma eles retornarão ao local de ori- CTRL + A Selecionar Tudo INFORMÁTICA Winkey (Tecla Windows) + F ativa a pesquisa no Windows. CTRL + ESC Exibir Menu Iniciar ALT + ENTER Exibir propriedades do item selecionado ALT + F4 Fechar a janela ou programa ativo Sistemas Operacionais: Windows 7 ALT + TAB Alternar entre janelas Versões Do Windows 7 ALT + ESC Alternar entre janelas F2 Renomear F3 Procurar arquivo ou pasta F4 Abrir lista da barra de endereços SHIFT + F10 Equivale ao botão direito do mouse SHIFT ao inserir CD Evitar que o CD seja executado automaticamente SHIFT + DEL Excluir sem colocar na lixeira Print Screen Captura a tela ALT + Print Screen Captura somente janela ativa Winkey Exibir ou ocultar o menu Iniciar Winkey + D Mostrar Área de Trabalho Winkey + M Minimizar todas as janelas Winkey + SHIFT + M Restaurar as janelas minimizadas Winkey + E Abrir Windows Explorer Winkey + F Procurar arquivos ou Pastas Winkey + F1 Exibir Ajuda do Windows Winkey + R Abrir janela Executar 332 Questão Comentada CESGRANRIO – 2015 – Banco do Brasil Um gerente de um banco precisa pesquisar os arquivos do disco de uma máquina com MS Windows 7, em português, para achar o arquivo que contém o cadastro de contas dos clientes VIP da agência. Para isso, ele precisa acessar a ferramenta de pesquisa através do teclado, pois o mouse está com problemas. Nesse caso, ele deve clicar as teclas de atalho a.Shift + Insert b.Winkey + H c.Alt + Tab d.Alt + Barra de espaço e.Winkey + F Gabarito: E. Comentário: As teclas de atalho Foram desenvolvidas muitas versões do Windows 7 para que atendam às diversas características de plataformas computacionais e necessidades tecnológicas diferentes e existentes no mercado (residencial e corporativo). Windows 7 Starter: Projetado especificamente para ajudar mais as pessoas em mercados de tecnologia em desenvolvimento a aprender habilidades valiosas com computador e a atingir novas oportunidades. Ideal para netbooks. Windows 7 Home Basic: o meio-termo - Esta é uma versão intermediária entre as edições Starter e Home Premium (que será mostrada logo abaixo). Windows 7 Home Premium: É ideal para residências com necessidades básicas de computação como e-mail, navegação na Internet e compartilhamento/visualização de fotos, músicas e vídeos. Windows 7 Professional: É a edição para aqueles que preferem trabalhar tanto no ambiente doméstico quanto no ambiente de trabalho. Com todos os recursos do Windows Home Premium, ele ainda permite trabalhar com funcionalidades como Modo Windows XP para executar aplicativos mais antigos que se executam normalmente no Windows XP e possui backup automático para os seus dados. Windows 7 Enterprise: Como esta é uma versão mais voltada para empresas de médio e grande porte, só poderá ser adquirida com licenciamento para diversas máquinas. Acumula todas as funcionalidades da edição Professional e possui recursos mais sofisticados de segurança. Dentre esses recursos estão o BitLocker, responsável pela criptografia de dados e o AppLocker, que impede a execução de programas não-autorizados. Além disso, há ainda o BrachCache, para turbinar transferência de arquivos grandes e também o DirectAccess, que dá uma super ajuda com a configuração de redes corporativas. Windows 7 Ultimate: É a escolha certa para quem quer ter tudo. Alterne facilmente entre os mundos de produtividade e experimente a edição mais completa do Windows 7. Além das funcionalidades do Windows Home Premium e do Windows Professional, o Ultimate tem os recursos de economia de energia, segurança como BitLocker e BitLocker To Go, recursos de mobilidade como Direct Access que funciona integrado a uma rede com Windows Server 2008 R2. Versões de 32 bits e 64 bits do Windows Os termos 32 bits e 64 bits se referem à maneira como o processador de um computador (também chamado de CPU) processa informações. A versão de 64 bits CAPÍTULO 01 - Sistemas Operacionais do Windows processa grandes quantidades de RAM (memória de acesso aleatório) com maior eficácia do que um sistema de 32 bits. Para verificar se o computador está executando uma versão de 32 ou de 64 bits do Windows no Windows 7 , faça o seguinte: 01.Para abrir Sistema, clique no botão Iniciar, clique com o botão direito em Computador e clique em Propriedades. 02.Em Sistema, é possível exibir o tipo de sistema. Para instalar uma versão de 64 bits do Windows 7, você precisará de um processador capaz de executar uma versão de 64 bits do Windows. Os benefícios de um sistema operacional de 64 bits ficam mais claros quando você tem uma grande quantidade de RAM (memória de acesso aleatório) no computador, normalmente 4 GB ou mais. Nesses casos, como um sistema operacional de 64 bits pode processar grandes quantidades de memória com mais eficácia do que um de 32 bits, o sistema de 64 bits poderá responder melhor ao executar vários programas ao mesmo tempo e alternar entre eles com frequência. Posso executar programas de 32 bits em um computador de 64 bits? A maioria dos programas feitos para a versão de 32 bits do Windows funciona com uma versão de 64 bits do Windows. Os programas antivírus são uma notável exceção a isso. Os drivers de dispositivos feitos para a versão de 32 bits do Windows não funcionam em computadores com uma versão de 64 bits do Windows. Se você estiver tentando instalar uma impressora ou outro dispositivo que somente tenha drivers de 32 bits disponíveis, ela não funcionará corretamente em uma versão de 64 bits do Windows. Posso executar programas de 64 bits em um computador de 32 bits? Se o programa for especialmente projetado para a versão de 64 bits do Windows, ele não funcionará na versão de 32 bits do Windows. (Entretanto, a maioria dos programas feitos para a versão de 32 bits do Windows funciona com uma versão de 64 bits do Windows.) Os drivers de dispositivos feitos para a versão de 64 bits do Windows não funcionam em computadores com uma versão de 32 bits do Windows. Atalho Um atalho é um link para um item (como um arquivo, uma pasta ou um programa) no computador. É possível diferenciar um atalho do arquivo original pela seta que aparece no ícone. A maioria dos ícones adicionados à área de trabalho consiste em atalhos, mas também é possível salvar arquivos ou pastas na área de trabalho. Se você excluir arquivos ou pastas armazenados na área de trabalho, eles serão movidos para a Lixeira, onde poderão ser permanentemente excluídos. Se você exluir um atalho, o atalho será removido da área de trabalho, mas o arquivo, programa ou local associado ao atalho não será excluído. Barra de Tarefas É uma área de suma importância para a utilização do Windows 7, pois no botão Iniciar ficam os principais comandos e recursos do Windows. A Barra de tarefas tem ainda a importante função de avisar quais são os aplicativos em uso, pois é mostrado um retângulo pequeno com a descrição do(s) aplicativo(s) que está(ão) ativo(s) no momento, mesmo que algumas estejam minimizadas ou ocultas sob outra janela, permitindo assim, alternar entre estas janelas ou entre programas com rapidez e facilidade. Podemos alternar entre as janelas abertas com a sequência de teclas ALT+TAB (FLIP) permitindo escolher qual janela, ou programa deseja manipular, ALT+ESC que alterna entre as janelas abertas sequencialmente e Tecla Windows (WINKEY) + TAB (FLIP 3D) abre o Windows Aero (FLIP3D). Área De Trabalho A Área de trabalho é composta pela maior parte de sua tela, em que ficam dispostos alguns ícones. Uma das novidades do Windows 7 é a interface mais limpa, com menos ícones e maior ênfase às imagens do plano de fundo da tela. Com isso você desfruta uma área de trabalho suave. A barra de tarefas que fica na parte inferior também sofreu mudanças significativas. Outra característica muito interessante é a pré-visualização das janelas ao passar a seta do mouse (ou clicar) sobre os botões na barra de tarefas. 333 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS PROFESSOR Tiago Zanolla Professor de Ética no Serviço Público, Co-nhecimentos Bancários e Direito Regimental. Formado em Engenharia de Produção pela Universidade Pan-Americana de Ensino. Técnico Judiciário Cumpridor de Mandados no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Envolvido com concursos públicos desde 2009 é professor em diversos estados do Brasil. SUMÁRIO SUMÁRIO Breves Considerações sobre Estudo de Conhecimentos Bancários.....................................................................................................................................405 1. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – NOÇÕES GERAIS..................................................................................................... 405 2. SEGMENTAÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO........................................................................................................................ 407 3. ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO.................................................................................................................................409 Conselho Monetário Nacional – CMN...............................................................................................................................................................................................410 Banco Central – Bacen............................................................................................................................................................................................................................ 418 COPOM – Comitê de Política Monetária..........................................................................................................................................................................................423 Comissão de Valores Mobiliários – CVM.........................................................................................................................................................................................426 4. PRODUTOS BANCÁRIOS...................................................................................................................................................................431 Noções de Cartões de Crédito e Débito............................................................................................................................................................................................ 431 Cartões Magnéticos.................................................................................................................................................................................................................................. 431 Crédito Direto ao Consumidor – CDC...............................................................................................................................................................................................433 Crédito Rural..............................................................................................................................................................................................................................................433 Do Orçamento, do Plano e do Projeto...............................................................................................................................................................................................435 Caderneta de Poupança..........................................................................................................................................................................................................................436 Capitalização...............................................................................................................................................................................................................................................437 Previdência..................................................................................................................................................................................................................................................439 Planos Padrões - Benefícios de Riscos.............................................................................................................................................................................................442 Investimentos.............................................................................................................................................................................................................................................443 Seguros......................................................................................................................................................................................................................................................... 446 5. NOÇÕES DE MERCADO DE CAPITAIS........................................................................................................................................ 450 Mercado Primário x Mercado Secundário......................................................................................................................................................................................452 Ações – Características E Direitos.....................................................................................................................................................................................................452 Classes de Debêntures16.........................................................................................................................................................................................................................457 Underwriting..............................................................................................................................................................................................................................................459 Derivativos17 ...............................................................................................................................................................................................................................................459 Negociações em Bolsas.......................................................................................................................................................................................................................... 460 6. NOÇÕES DE MERCADO DE CÂMBIO.......................................................................................................................................... 464 O Sistema Integrado de Comércio Exterior – Siscomex...........................................................................................................................................................468 7. GARANTIAS DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.......................................................................................................... 469 Aval.................................................................................................................................................................................................................................................................469 Fundo Garantidor de Crédito (FGC)..................................................................................................................................................................................................474 8. CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO.......................................................................................................................................... 477 Prevenção e Combate: LEI 9613/98...................................................................................................................................................................................................478 Circular Bacen 3461/1990.................................................................................................................................................................................................................... 480 Carta Circular Bacen 3542/12.............................................................................................................................................................................................................. 481 9. REGRAS PRUDENCIAIS................................................................................................................................................................... 484 Acordo de Basiléia I.................................................................................................................................................................................................................................485 Acordo de Basiléia II...............................................................................................................................................................................................................................486 Acordo de Basiléia III..............................................................................................................................................................................................................................488 Questões Gabaritadas............................................................................................................................................................................................................................ 490 403 CAPÍTULO 01 -Sistema Financeiro Nacional – Noções Gerais Breves Considerações sobre Estudo de Conhecimentos Bancários O objetivo do presente material é proporcionar uma preparação sólida e objetiva, totalmente focado no concurso do Banco do Brasil. A disciplina de conhecimentos bancários é certamente a matéria de maior peso nos editais da área bancária. Algumas provas chegam à 60% da pontuação total. Convenhamos, uma preparação superficial não vale em quase nada. No que tange ao concurso do Banco do Brasil, a cobrança em quantidade de questões tem diminuído ao longo dos anos. No último concurso foram cobradas 10 questões, com valor de 1,5 ponto, subtotalizando 15 pontos. Assim, 15% da prova está dentro deste conteúdo. Portanto, estudem muito Conhecimentos Bancários! A base do nosso curso será a melhor e mais comumente doutrina cobrada em provas, a Lei 4.595/94, Resoluções do Conselho Monetário Nacional, Circulares do Banco Central e toda a legislação infralegal necessária. 1. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL – NOÇÕES GERAIS O Sistema Financeiro Nacional é o ambiente no qual o conjunto de instituições financeiras promovem a intermediação do fluxo monetário entre os agentes econômicos. Uma pessoa, um banco, uma empresa, são exemplos de agentes econômicos. Na Constituição Federal tem um conceito extremamente valioso para nossa prova. Olha só: Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram. E por que é tão importante? Presta atenção: A Constituição está dizendo que o SFN será estruturado visando o desenvolvimento equilibrado do país e a servir os interesses da coletividade. Observe que é como se fosse uma função social do SFN, ou seja, a sua estrutura objetiva intermediar o fluxo monetário entre os agentes econômicos, suprindo aos interesses coletivos de modo a possibilitar o desenvolvimento equilibrado do país. Outra coisa. Por que que há menção expressa acerca das cooperativas de crédito? Porque são instituições que foram criadas pós-reforma e reestruturação do Sistema Financeiro. Os agentes econômicos que mencionamos são dois. De um lado temos os agentes superavitários, que tem sobra de recursos (quando falamos recursos estamos falando de dinheiro). De outro lado, os agentes deficitários, que são aqueles que tem escassez de recursos (falta de dinheiro). Eu quero que você anote aí e faça a seguinte conexão: Agentes Deficitários • Tem necessidade de recursos • Gastam mais do que ganham; • São tomadores de recursos. Agentes Superavitários • Tem disponibilidade de recursos • Gastam menos do que ganham • São poupadores Olha só como funciona: Vamos imaginar os amigos Esculápio e Gumercindo (agentes econômicos). Esculápio, servidor público, ganha R$ 9.000,00 e tem despesas mensais de R$ 6.000,00. Os R$ 3.000 que lhe sobram, deposita em uma poupança. Esculápio é um poupador. Do outro lado temos Gumercindo, concurseiro, lutando por uma vaga no serviço público, ganha R$ 2.000,00 e em certo mês teve despesas de R$ 3.000,00. Gumercindo então, precisa tomar crédito para saldar seus compromissos. Então está fácil, basta Gumercindo pedir para Esculápio emprestado. Só que não é tão simples. O que sobra a Esculápio, ele deposita na poupança de sua filha e, além disso, sabe que Gumercindo tem histórico de mau pagador e que se emprestar corre o risco de “perder o dinheiro”. É ai que entram as “instituições financeiras”, ou seja, os bancos. De acordo com a Lei nº 4.595/1954, Instituições financeiras são “pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. Então, necessitando de crédito, o agente deficitário (Gumercindo) vai ao banco (intermediário financeiro) e pega dinheiro emprestado. Por sinal, mas não obrigatoriamente, esse é o mesmo banco em que Esculápio (agente superavitário) tem a poupança. Olha só o que acontece: Dessa forma, Esculápio indiretamente empresta a Gumercindo, porém com um risco muito menor que se lhe emprestasse diretamente. Chegamos assim, a mais uma importante função do SFN, a diversificação do risco 405 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS do emprestador. Então tome nota: 406 Função principal Intermediação do fluxo monetário entre os agentes econômicos superavitário e os deficitários [desenvolvimento equilibrado]. Função secundária Diversificação do risco do emprestador [agente superavitário]. O Examinador pode ainda perguntar sobre uma terceira função do SFN. Está é a FISCALIZATÓRIA, ou seja, os órgãos que regulamentam e fiscalizam o SFN, também fazem parte dele. Uma outra coisa que é importante você saber desde já: Os agentes superavitários geram operações passivas para os bancos, ou seja, são uma obrigação do banco para com o poupador, pois este leva seus recursos para as instituições financeiras, e estas os remuneram por esses valores. Um exemplo clássico é a conta poupança. Os doadores (outra denominação para poupador) depositam dinheiro nessa conta. Quando há o saque, respeitados as regras existentes, esse valor está reajustado com as taxas do mercado. Veja na prática: Digamos que em 1/01/2015, você tinha R$ 1.000,00 em uma conta poupança. Em 1/06/2015, você tira um saldo e verifica que o valor atual é de R$ 1.020,00. Este foi reajustado. Estes R$ 20,00 são um passivo para o banco, uma obrigação para com terceiros. Já as operações com os agentes deficitários, geram um ativo ao banco, pois é através deste que o banco “ganha dinheiro”. Um exemplo é o financiamento de um veículo. Esses “juros” que o banco cobra é um ativo. É uma obrigação de terceiro para com ele. Deixe eu aproveitar e lhe dizer o que é juros: juros é o preço do dinheiro. Sim, é quanto custa para obter crédito. Juros é o preço do dinheiro. Sim, é quanto custa para obter crédito. É a remuneração que o tomador de um empréstimo deve pagar ao proprietário do capital emprestado. A intermediação de recursos financeiros de terceiros, é a essência do sistema financeiro. O intermediário financeiro une poupadores e tomadores, promovendo a satisfação das necessidades de cada um. derá ao titular desta, certa remuneração, como vimos acima. Já um depósito na conta corrente, não irá gerar nenhum tipo de ganho ao cliente. Analogicamente, o banco é um “comerciante” como qualquer outro, que compra no atacado e vende no varejo. Compra barato no atacado e vende caro no varejo. E qual é o produto que o banco comercializa? É o dinheiro. Ele “compra” o dinheiro do poupador, pagando juros de poupança (aprox. 6% ao ano) e vende aos tomadores através de empréstimos e financiamentos a 6% ao mês, por exemplo. Empréstimo Não tem uma destinação específica. O tomador pode usar os recursos como ele bem quiser Financiamento Há destinação específica. Visa sempre aquisição de certo bem ou serviço. Por exemplo financiamento de carro, casa etc. Fique ligado na diferença entre Ativo e Passivo bancário: Com isso, podemos concluir que a diferença entre o ativo e o passivo bancário, ou seja, é a diferença cobrada pelos bancos entre a taxa de empréstimo dos tomadores de crédito e a taxa de captação paga aos clientes. Esta diferença é chamada de Spread. Agora uma observação importante. Você notou que o banco usa o dinheiro dos clientes e o empresta a eles mesmos? É isso mesmo! O banco pega seu dinheiro (depósitos) e o empresta a você mesmo (crédito). O agente pode ser ao mesmo tempo, superavitário e deficitário? Claro que pode. Ele pode, ao mesmo tempo ter uma poupança e ter o financiamento da casa própria. A coleta dos recursos ocorre por meio dos depósitos dos agentes superavitários, atividade também conhecida como captação. Os recursos aplicados pelos poupadores poderão ser remunerados ou não remunerados, a depender do tipo de operação. Um depósito em uma conta poupança ren- O Brasil é um dos países com maior spread bancário no mundo, além de ser detentor também de uma das mais elevadas taxas de juros. Isso decorre do risco de inadimplência. CAPÍTULO 02 - Segmentação do Mercado Financeiro No início da aula falamos que uma das funções do Sistema Financeiro é a diversificação do risco do emprestador. O dinheiro que você deposita no banco é emprestado para outros clientes. Você praticamente não tem risco de perder esses valores, pois quando você quiser pode ir ao banco e sacar o dinheiro. Já em relação aos bancos o risco existe. Esse risco é inerente do mercado. Nem todos os tomadores honrarão com o compromisso de pagar o banco. Por mais que o banco selecione a forma de conceder crédito, nenhuma instituição financeira no mundo trabalha com risco zero. Por falar em risco, saiba que o Sistema Financeiro é injusto. Quer saber como? Olha só: Imagine que eu e o Silvio Santos precise emprestado 100 mil reais. De um lado, “euzinho”, simples professor para concursos. De outro lado temos o megaempresário e multimilionário empresário do ramo de entretenimento. Quem você acha que vai conseguir a melhor taxa de juros no banco? O Silvio Santos. Mas professor, é injusto! Quem ganha menos deveria ter acesso a melhores taxas. Pois bem meu aluno, os bancos oferecem taxas menores a quem tem mais poder aquisitivo e taxas maiores a quem tem menor poder aquisitivo. Parece injusto mas é isso mesmo. É assim que é feito o gerenciamento de risco pelo banco. Quem ganha mais, tem grande probabilidade de devolver o dinheiro tomado. Já aquele que ganha menos, está mais suscetível à inadimplência. Este gerenciamento é necessário, pois se os bancos concederem crédito sem visualizar o risco, podem gerar riscos aos poupadores. Como dissemos anteriormente, os poupadores depositam suas “sobras” nos bancos, justamente para receberem certa remuneração sem risco. Se os bancos começarem a não receberem dos tomadores, há crise no sistema financeiro. Chamamos isso de relação RISCO/RETORNO. Quanto maior o risco, maior o retorno para o banco. Num sistema com risco elevado, os poupadores irão querer sacar suas reservas, o que piora o equilíbrio do sistema, pois nenhuma instituição financeira no mundo suportaria que seus clientes sacassem seus depósitos simultaneamente. Se isso ocorresse, abalaria a economia do país. Quando isso acontece, a principal atitude dos governos é decretar feriado bancário e limitação do valor de saques. Para manter o equilíbrio do sistema financeiro, é necessária forte fiscalização e regulamentação pelos Governos. E nesse contexto que os agentes econômicos de regulação e fiscalização gerenciam. Temos o BACEN, CMN, CVM e diversos outros. Estudaremos todos eles pormenorizadamente. Para fecharmos o tópico, grave o seguinte: Veja como é cobrado em provas: Questão Comentada (FUNDAÇÃO SOUSÂNDRADE – 2007 – BNB) A Constituição Federal, norma de maior hierarquia no ordenamento jurídico do Estado, ocupou-se, em capítulo específico, de estabelecer o regramento básico do Sistema Financeiro Nacional (SFN). A despeito de tal Sistema, a Carta Magna dispõe que será estruturado de modo a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade. Gabarito: Certo Comentário: Questão copia e cola. O Art. 192 diz que “O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem [...]. 2. SEGMENTAÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO O mercado financeiro é o ambiente onde vendedores encontram compradores. Em poucas palavras, seria o local no qual as pessoas colocam seu dinheiro e esperam que ele se multiplique no menor espaço de tempo possível, com as mais altas taxas e com o menor risco. Realizam-se transações com dinheiro, títulos públicos, serviços, seguros etc. Assim como em um comércio, o mercado financeiro é segmentado. Por exemplo, se na sua cidade você quer comprar “víveres”, vai ao supermercado. Se quer comprar roupas, vai a uma loja de roupas. Se quer comprar um cachorro, vai ao pet shop. O mercado financeiro é dividido em quatro segmentos: Vamos verificar as principais características ineren- 407 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS tes a cada segmento: Mercado monetário: é o mercado onde se concentram as operações para controle da oferta de moeda e das taxas de juros com vistas a garantir a liquidez da economia. O Banco Central do Brasil atua neste mercado praticando a chamada Política Monetária. Esse mercado prioriza as operações com moeda, ou seja, com depósitos à vista. Via de regra, lida com empréstimos de curto e médio prazo. Quando um agente superavitário deposita suas sobras no banco, por exemplo, a uma operação com prazo definido, está fazendo um depósito a prazo, gerando uma operação passiva ao banco. A instituição usa esse dinheiro depositado a médio prazo e empresta a curto prazo para os agentes deficitários. Temos aí o chamado funding. Funding quer dizer “consolidação financeira das dívidas de curto prazo num prazo adequado à maturação do investimento e sua amortização”. Mercado de crédito: atuam neste mercado diversas instituições financeiras e não financeiras prestando serviços de intermediação de recursos, prioritariamente, de médio e longo prazo. Trabalha com financiamentos. Já caiu em prova que o Mercado de Crédito financia o capital de giro. Financiar o capital de giro é empréstimo a curto prazo, que é função do Mercado Financeiro. 408 O Banco Central do Brasil é o principal órgão responsável pelo controle, normatização e fiscalização deste mercado. Mercado de capitais: tem como objetivo canalizar recursos de médio e longo prazo para agentes deficitários, através das operações de compra e de venda de títulos e valores mobiliários, efetuadas entre empresas, investidores e intermediários. A Comissão de Valores Mobiliários é o principal órgão responsável pelo controle, normatização e fiscalização deste mercado. Mercado de câmbio: mercado onde são negociadas as trocas de moedas estrangeiras por reais. O Banco Central do Brasil é o responsável pela administração, fiscalização e controle das operações de câmbio e da taxa de câmbio atuando através de sua Política Cambial. De forma simplista, pois será aprofundado em outra aulas, quero que você memorize alguns conceitos chave para que possa se orientar em questões de prova: Todos os segmentos do mercado financeiro mantêm relação muito próxima com as políticas monetária, fiscal, de rendas e de câmbio. Os mercados são afetados por elas e refletem diretamente os resultados dessas políticas, sejam eles positivos ou negativos. É por isso que se costuma dizer que tudo está intimamente ligado, como se fossem elos de uma corrente. Se um dos segmentos da economia fica desequilibrado, é possível que num piscar de olhos os ventos mudem de rumo completamente! O dinamismo de uma economia está relacionado diretamente à capacidade do sistema financeiro de centralizar, canalizar e adiantar recursos para a sociedade investir e consumir. Há variados fatores interligados que criam as condições para o desenvolvimento econômico, tecnológico e social, mas o poder dos bancos de criar moeda e a existência de um sistema de intermediação de excedentes econômicos na forma financeira e de crédito estão entre os mais importantes (HILFERDING, 1985). Já que falamos em corrente, onde está a parte mais frágil? Ela está em qualquer um dos elos e isso ocorre com a economia também. As vezes, um único de seus seguimentos está ruim, e isso afeta todos os demais. Da mesma forma que o setor financeiro é absolutamente essencial para impulsionar a economia, ele pode potencializar eventuais instabilidades e crises econômicas cíclicas. Se amplos segmentos de devedores perdem a condição de honrar seus compromissos junto ao setor financeiro em razão de uma incapacidade estrutural de pagamento, os bancos deixam de ter capacidade de realizar empréstimos como antes, particularmente durante fases de crises cambiais (KRUGMAN, Paul, 2001). Uma condição indispensável para o pleno funcionamento do sistema financeiro é a credibilidade (KRUGMAN, 1999). O descrédito de um sistema financeiro quebra a confiança na moeda nacional, gera mais incerteza e limita o desenvolvimento econômico e social. Quanto maior a confiança nos bancos, menores são os custos financeiros das transações e maiores são as probabilidades de a economia crescer com estabilidade. O mercado financeiro é parte presente em nosso dia a dia, desde o pagamento de uma conta, até os investimentos que fazemos. Segundo Fortuna (2003), podemos CAPÍTULO 03 - Estrutura do Sistema Financeiro dividir os participantes do mercado financeiro em três grupos: Autoridades monetárias: responsáveis pelo cumprimento da política monetária nacional com medidas para reduzir ou aumentar a oferta da moeda. Representadas fundamentalmente pelo Conselho Monetário Nacional CMN e pelo Banco Central. Autoridades de apoio: são coadjuvantes da execução da política monetária e regulação do mercado. Atuam de acordo com o seu objetivo principal em parte do mercado. Representadas fundamentalmente pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM, Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, Caixa Econômica Federal e Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional. Instituições financeiras: participantes em geral do mercado financeiro. São objetos de nossa análise as instituições de crédito de curto, médio e longo prazo e instituições de intermediação no mercado de capitais. sistema de intermediação tem em sua composição estão as instituições que atuam na intermediação financeira e tem como função operacionalizar a transferência de recursos entre fornecedores de fundos e os tomadores de recursos, a partir das regras, diretrizes e parâmetros definidos pelo subsistema normativo. Estão nessa categoria as instituições financeiras bancárias e não-bancárias, o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), além das instituições não financeiras e auxiliares. Questão Comentada (INÉDITA – 2016 – Elaborada pelo Autor) O mercado financeiro brasileiro é segmentado. As operações de compra e venda de moedas internacionais conversíveis são realizadas no mercado de câmbio. ( ) certo ( )errado Gabarito: Certo Comentário: Questão tranquila. O mercado de câmbio são negociadas as trocas de moedas estrangeiras por reais. Essas operações ocorrem com moedas conversíveis. 3. ESTRUTURA DO SISTEMA FINANCEIRO A função do Sistema Financeiro Nacional-SFN é a de ser um conjunto de órgãos que regulamentam, fiscalizam e executam as operações necessárias à circulação da moeda e do crédito na economia. É composto por diversas instituições. Se o dividirmos, teremos dois subsistemas. Subsistema normativo: Também chamado de Subsistema Regulador, é formado por instituições que estabelecem as regras e diretrizes de funcionamento, além de definir os parâmetros para a intermediação financeira e fiscalizar a atuação das instituições operativas. Tem em sua composição: o Conselho Monetário Nacional (CMN), o Banco Central do Brasil (Bacen), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e as Instituições Especiais (Banco do Brasil, BNDES e Caixa Econômica Federal). Subsistema operativo: Também chamado de sub- Existe uma outra divisão clássica do SFN. Ele pode ser subdivido em entidades normativas, supervisoras e operacionais. • As entidades normativas são responsáveis pela definição das políticas e diretrizes gerais do sistema financeiro, sem função executiva. Em geral, são entidades colegiadas, com atribuições específicas e utilizam-se de estruturas técnicas de apoio para a tomada das decisões. Atualmente, no Brasil funcionam como entidades normativas o Conselho Monetário Nacional – CMN, o Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP e o Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC. • As entidades supervisoras, por outro lado, assumem diversas funções executivas, como a fiscalização das instituições sob sua responsabilidade, assim como funções normativas, com o intuito de regulamentar as decisões tomadas pelas entidades normativas ou atribuições outorgadas a elas diretamente pela Lei. O Banco Central do Brasil – BCB, a Comissão de Valores Mobiliários – CVM, a Superintendência de Seguros Privados – SUSEP e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC são as entidades supervisoras do nosso Sistema Financeiro. • Além destas, há as entidades operadoras, que são todas as demais instituições financeiras, monetárias ou não, oficiais ou não, como também demais instituições auxiliares, responsáveis, entre outras atribuições, pelas intermediações de recursos entre poupadores e tomadores ou pela prestação de serviços. Observe abaixo cada classe e os órgãos integrantes: 409 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS 410 Falamos que as instituições podem ser monetárias ou não-monetárias. O que é uma instituição não monetária? Instituições não-monetárias (ou não-financeiras) são as entidades que não fazem captação de depósitos à vista (não operam com depósitos à vista). Já as instituições financeiras monetárias, são aquelas que captam depósitos à vista e, com essa atividade, “criam moeda”. É o chamado multiplicador bancário. Olha só como funciona: O banco depositário pode realizar empréstimos com parte do dinheiro do correntista, que dificilmente irá sacar todo o seu dinheiro de uma só vez. Por lei, o banco precisa guardar apenas uma pequena fração do dinheiro depositado [recolhimento compulsório], podendo emprestar o restante para criar moeda. Essa moeda é a moeda escritural. Imagine o seguinte: uma pessoa deposita R$ 1.000,00 no banco e que o recolhimento compulsório é de 10%. O banco, por sua vez, empresta 90% do dinheiro, ou seja, R$ 900,00 para algum cliente. Imagine que dois clientes peguem esse dinheiro, um R$ 500,00 para pagar alguma dívida e outro R$ 400,00 para comprar uma TV. Se o vendedor da TV e o que recebeu o pagamento da dívida depositam no banco, temos R$ 900,00 depositados em outro banco. O banco, por sua vez, retém 10% desses R$ 900,00 e pode emprestar R$ 810,00 para outro cliente. Assim o ciclo ocorre várias e várias vezes, multiplicando o dinheiro de forma artificial [multiplicador bancário]. Veja como é cobrado em provas: Questão Comentada (FCC – 2011 – Banco do Brasil) O Sistema Financeiro Nacional tem na sua composição, como entidade supervisora, a.a Caixa Econômica Federal. b.o Banco Central do Brasil. c.o Banco da Amazônia. d.o Banco do Nordeste. e.o Banco do Brasil. Gabarito: B Comentário: É o Banco Central que é uma entidade supervisora do SFN. Conselho Monetário Nacional – CMN Criado pela Lei 4.595/1964 em substituição ao Conselho da SUMOC, o Conselho Monetário Nacional é o órgão normativo máximo do Sistema Financeiro Nacional, sendo também o organismo responsável pela fixação das diretrizes das políticas monetária, de crédito e cambial do país. Principal finalidade do CMN É o órgão superior do Sistema Financeiro Nacional e tem a responsabilidade de formular a política da moeda e do crédito, objetivando a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico e social do País. O CMN sendo órgão normativo, não tem função executiva, ou seja, tem função reguladora (só man- CAPÍTULO 03 - Estrutura do Sistema Financeiro da). Os órgãos que executam/fiscalizam o sistema financeiro são o Banco Central e a CVM. Mas não atuam de modo geral. Sua atuação é delimitada pelo tipo de mercado. Olha só: impactam nos diversos setores, por isso a quantidade maior de membros era interessante. Hodiernamente o CMN conta com comissões consultivas com representantes de diversos setores que visam prestar assessoria à CMN. Comissões Consultivas: Compete às Comissões Consultivas, dentre outras atribuições, por solicitação do CMN ou da COMOC, apreciar matérias atinentes às suas finalidades. São comissões consultivas: I - de Normas e Organização do Sistema Financeiro; II - de Mercado de Valores Mobiliários e de Futuros; III - de Crédito Rural; IV - de Crédito Industrial; V - de Endividamento Público; VI - de Política Monetária e Cambial; e VII - de Processos Administrativos. O CMN é composto por MEMBROS, COMISSÕES CONSULTIVAS e o COMOC. Já caiu em provas, por isso quero que você desde já memorize os números atinentes a cada um: Membros: O Conselho Monetário Nacional é integrado por 3 membros. O presidente do CMN será o Ministro da Fazenda. Todas os conselhos que tiverem como integrante o Ministro da Fazenda, este será o presidente. Além disso, no caso dos membros do CMN, estes devem ser a própria pessoa indicada, não podendo se fazer presente por meio de representante. Antes do Plano Real, o CMN chegou a ter mais de 20 membros. Era composto por representantes de vários setores da economia. Após o plano real o CMN foi reestruturado e passou a contar com 3 membros. Como o CMN é um órgão normativo, suas decisões Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (COMOC): funcionará como órgão de assessoramento técnico para o CMN, na formulação da política da moeda e do crédito do País e examinará requerimentos de vantagens fiscais e correlatas cuja concessão dependa do CMN. Tem 10 membros: • Presidente do Banco Central do Brasil • Presidente da Comissão de Valores Mobiliários • Secretário-Executivo do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão • Secretário-Executivo do Ministério da Fazenda • Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda • Secretário do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda • 04 Diretores do Banco Central do Brasil Segundo a lei, são “quatro Diretores do Banco Central do Brasil, indicados pelo seu Presidente”. Como esta indicação é alterada de acordo com a pauta das reuniões, todos os diretores do Bacen tornam-se membros potenciais da Comoc. 411 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Todos os membros da COMOC terão suplentes, indicados pelos respectivos Ministros de Estado ou, no caso da Comissão de Valores Mobiliários, pelo seu Presidente, com direito a voz e voto nas sessões da Comissão, em caso de ausência dos titulares. A COMOC reunir-se-á ordinariamente uma vez por mês e extraordinariamente a qualquer tempo, por convocação do seu coordenador ou pela maioria de seus membros. Suas reuniões serão reservadas (não abertas ao público). O quórum para que haja as reuniões é de, no mínimo, metade mais um de seus membros. Caso o coordenador esteja ausente, a reunião será conduzida por membro escolhido pelo colegiado na abertura dos trabalhos. 412 Voltando ao CMN: O Conselho realiza reuniões ordinárias uma vez por mês e delibera mediante resoluções, por maioria de votos, cabendo ao Presidente a prerrogativa de deliberar, nos casos de urgência e relevante interesse, ad referendum dos demais membros. Ad referendum quer dizer que o Presidente do Conselho pode, nos casos de urgência e relevante interesse, decidir em nome do CMN e, posteriormente, essa decisão será submetida a apreciação dos demais membros do Conselho na primeira reunião que se seguir àquela deliberação. Dica Focus: Dizer que o Conselho delibera mediante maioria dos votos é sinônimo de que o CMN é um órgão colegiado, ou seja, as decisões são tomadas em conjunto [por maioria dos votos]. Objetivos do Conselho Monetário: os objetivos da política fiscal do CMN deve ser coordenada com a política de investimentos do Governo Federal. As questões de prova tendem, em regra, tratar objetivos e competências como sendo tudo a mesma coisa. Apesar de não estar correto, não somos nós que iremos discutir com a banca. Fique atento! I - Adaptar o volume dos meios de pagamento as reais necessidades da economia nacional e seu processo de de- senvolvimento; Um exemplo ajuda a entender: imagine que neste ano você queira comprar um carro novo e uma casa nova e, para que isto ocorra, a primeira pergunta que se deve fazer é, terei aumento em minha renda para aumentar meu patrimônio? Volume dos meios de pagamento não é necessariamente o dinheiro. Pode ser que as “contas regulares” por si só já o ensejem. Então, em uma economia dinâmica, cabe ao CMN ajustar os meios de financiamento da economia as reais necessidades ao seu processo de desenvolvimento. Nós veremos vários objetivos e competências. Pela infinidade, é bem provável que você esqueça. Então, saiba que o CMN não tem função executiva, apenas estabelece as normas as diretrizes. Por isso preste atenção ao verbo. Se o verbo é de quem é regular, adaptar, orientar (ou verbos nesse sentido), está ligado ao CMN. Se o verbo de execução, não é do CMN. Ou é do Bacen ou do CVM. Aí, caro aluno, para diferenciar entre estes, se for uma atribuição ligada ao mercado de valores mobiliários, é da CVM. II - Regular o valor interno da moeda, para tanto prevenindo ou corrigindo os surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, as depressões econômicas e outros desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais; Imagine que todo mês você vai ao mercado com R$ 300,00. E todo mês você compra menos mercadorias. Nesse contexto, os preços subiram, ou seja, a moeda vale menos, o poder de compra desse dinheiro está menor. Cabe ao CMN definir quanto o dinheiro vale, tomando decisões relativas ao comportamento da inflação. O CMN define um intervalo para o comportamento da inflação. O método utilizado é o sistema de metas de inflação, criado em 1999. Sua importância está em fornecer uma forma de medição de tal forma a corrigir o capital da desvalorização e os salários da perda de poder aquisitivo. O funcionamento do sistema de Metas é simples. O governo escolhe um índice oficial de preços para ser seu balizador, no nosso caso o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e depois estipula a meta ou nível de inflação a ser perseguida com um intervalo de tolerância, ou uma folga para ajustamento. O regime de metas para a inflação é um regime monetário no qual o banco central se compromete a atuar de forma a garantir que a inflação efetiva esteja em linha com uma meta pré-estabelecida, anunciada publicamente Quando a meta é dada, o Banco Central passa a trabalhar em função de atingi-la, e utiliza a taxa de juros como ferramenta de condução. Caso a meta não seja alcançada, o Banco Central é obrigado a se desculpar com o Ministro da Fazenda, mediante carta aberta que precisa apresentar o motivo de não tê-la atingido, que providências irá tomar para cumprir seu objetivo e em quanto tempo pretende realizar estas práticas Desde 2005 a meta para a inflação anual é de 4,5% CAPÍTULO 03 - Estrutura do Sistema Financeiro com intervalo de tolerância de menos 2% para cima ou para cima ou para baixo. Esse controle da quantidade de moeda na sociedade é extremamente importante. Se não for controlado, ocorrem surtos inflacionários ou deflacionários. Inflação Deflação Ocorre quando há excesso de dinheiro na sociedade. Efeitos: desvalorização da moeda e alta geral de preços Ocorre quando há falta de dinheiro na sociedade. Efeitos: supervalorização da moeda e por baixa geral de preços A depressão econômica é a estagnação da economia, diminuindo a circulação da riqueza e acarretando em desemprego. Os desequilíbrios oriundos de fenômenos conjunturais é, por exemplo, a operação Laja Jato que vem ocorrendo no país. Essa operação desmascarou uma corrupção sistêmica em várias escalas do governo de modo que a confiança do investidor diminuiu, rebaixando o “grau de investimento” no Brasil. te o país tem aproximadamente 350 bilhões de dólares em reserva). Essa reserva é importante principalmente em cenário de crise, pois ter dólares em reserva deixa o país independente (não depende de outros países) para saldar os compromissos no exterior. Por exemplo, quando há necessidade de troca de Reais por Dólares é necessário que haja dólares disponíveis para a troca. Apesar de ser essencial ao país manter essa reserva cambial representa custo. O Banco Central compra os dólares pagando a taxa de juros do mercado, que hoje está em torno de 14% ao ano. Ocorre que as reservas do país estão em uma parte em euro, um pouco em ouro e a maior parte em dólares e, essa parcela de dólares está investido em títulos do tesouro americano e são remuneradas a base de 3% ao ano. III - Regular o valor externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do País, tendo em vista a melhor utilização dos recursos em moeda estrangeira; Quando falamos em valor externo não estamos falando da taxa de câmbio, pois esta é definida pelo mercado [adota-se no Brasil o regime flutuante de câmbio]. Regular o valor externo da moeda é uma estratégia para garantir o balanço de pagamentos. Em linhas gerais, Balanço de Pagamentos é o registro sistemático das transações econômicas, durante um dado período de tempo, entre os seus residentes e os residentes do resto do mundo. No Brasil, o responsável pela elaboração do Balanço de Pagamento (PB) é o Banco Central do Brasil (BCB). Esse cálculo é feito com base em duas grandes contas: a conta de Transações Correntes (também conhecida como Conta Corrente) e a conta Capital e Financeira. A conta Transações Correntes está dividida em quatro subcontas: Balança Comercial, Serviços, Rendas e Transferências Unilaterais Correntes. A conta Capital e Financeira está dividida em duas subcontas: conta Capital e conta Financeira, sendo a última subdividida em Investimento Direto, Investimentos em Carteira, Derivativos e Outros Investimentos. Em síntese, um balanço de pagamentos é a expressão, tanto de condições conjunturais quanto estruturais, de uma economia nacional e está fortemente associado ao nível de desempenho da economia como um todo, à forma com que os recursos produtivos de uma nação são utilizados e ao comportamento de seus consumidores, de seus agentes produtivos e do governo. (FEIJO et al., 2003, p. 141). Em síntese, guarde os conceitos chave: A atuação do CMN é no sentido de manter o equilíbrio dessas contas, nem demais, nem de menos. Estando o balanço de pagamentos superavitários (saldo positivo) esse dinheiro vai para a RESERVA CÂMBIAL (atualmen- Já o controle externo é certa harmonia entre a moeda nacional e as estrangeiras. Isto nos remete à política cambial. Existe uma influência reciproca da política monetária e política cambial, pois não se pode conceber a valorização interna da moeda e sua desvalorização quanto às externas. IV - Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, quer públicas, quer privadas; tendo em vista propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional; O Conselho Monetário Nacional incentiva as instituições financeiras privadas a conceder crédito para determinados setores (ou mesmo regiões) a fim de fomentar o desenvolvimento nacional. Observe que o CMN orienta, não é uma determinação. Já no caso das empresas públicas (CEF, BB, BNDES etc.) essa orientação é mais uma determinação, pois é o próprio governo que é controlador dessas instituições. V - Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de pagamentos e de mobilização de recursos; Vimos recentemente a crise econômica na Grécia. Durante as tentativas de acordo com as instituições internacional e com a comunidade europeia, os banco ficaram fechados. No Brasil também vivenciamos isso. Depois da década de 80 tivemos diversos planos econômicos (plano verão, plano Bresser, plano Collor etc) e, sempre na véspera de seu anúncio, decretavam recesso 413 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS 414 bancário. E por que isso? Com o medo de perder o dinheiro, havia uma corrida aos bancos para sacar o dinheiro. Como já vimos, a moeda em circulação é muito maior do que a existente (multiplicador bancário). Então, nenhum sistema financeiro no mundo comporta um saque simultâneo por todas as pessoas. Além de quebrar o banco, quebra a economia. Mas onde quero chegar? Antigamente o meio de pagamento era feito pela troca. Já foi usado o sal, gado e também os metais (ouro, prata etc). Tínhamos aí vários problemas: imagine você carregar por aí um lingote de ouro...além de pesado, o risco de roubo é muito grande. Antigamente também era assim, e então foram criadas as CASAS DE DEPÓSITO. Lá você depositava e recebia um Certificado, que depois foi transformado em papel moeda. Esse papel em si não tinha valor, somente valeria se tinha o respectivo lastro em metais lá nas casas de depósito. Na segunda guerra mundial o governo americano, em virtude da grande necessidade de moeda, restringiu esse lastro, ou seja, não precisava mais dessa conversibilidade. Os governos passaram a garantir os depósitos (la garantia soy yo). Hodiernamente também não existe esse lastro. Se pegarmos todos os valores depositados nos bancos e for comparar o que tem de papel moeda nos cofres, essa quantidade não é suficiente para todos os saldos. Hoje trabalha-se com a reserva fracionada (só tem em papel moeda uma fração do saldo em conta). Esse é um dos motivos do porque existe tanto incentivo para o uso dos cartões, seja débito ou crédito, pagamentos online, pagamentos no caixa eletrônico etc. É nesse sentido que age o CMN aperfeiçoando as instituições e os instrumentos de pagamento. Criando novos e mais confiáveis instrumentos financeiro de remessas de valor, de liquidação de operações, de registro, de transferência, de pagamento de contas, de controles internos etc. O objetivo é propiciar mais eficiência no sistema financeiro. VI - Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; As instituições financeiras devem ter dinheiro para cumprir suas obrigações [liquidas], e terem mais ativos que passivos [solvência]. • Liquidez → Disponibilidade de dinheiro (honrar saques) • Solvência → Refere-se à saúde da instituição. O patrimônio da empresa VII - Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa. Em virtude de seu envolvimento no cenário econômico, atribuições, atuação e também pela sua composição, o CMN transformou-se num verdadeiro conselho de política econômica. Dependendo da situação. A política creditícia poderá ser: • Restritiva: Desestímulo à concessão de crédito. Há também aumento das taxas de juros. Ocorre quando há necessidade de combater a inflação. • Expansiva: Promoção à concessão de crédito. Redução das taxas de juros. Ocorre quando não há ameaças de inflação e busca-se crescimento econômico. Outro ponto importante é a diferença entre resultado primário e resultado nominal. O resultado das contas públicas é a diferença entre a arrecadação e o gasto público. Resultado primário exclui das despesas as obrigações com juros da dívida pública, enquanto o resultado nominal inclui o gasto com juros. A dívida pública existe porque o resultado nominal (total da arrecadação menos total das despesas) é deficitário há muitos anos. Segundo NEWLANDS, “o objetivo da atual política fiscal, orçamentária e da dívida pública, consolidada desde o governo Fernando Henrique e mantido nos dois mandatos do governo Lula e Dilma, é a obtenção de superávit primário, ou seja, resultado primário positivo. Esta filosofia parte do pressuposto de que, se o Estado arrecadar mais do que gasta com suas despesas correntes e de investimento (excluindo os juros da dívida), o saldo positivo deverá ser utilizado no pagamento dos juros e até do principal da dívida pública. Com isso, o Estado reduz a necessidade de refinanciar sua dívida, podendo até reduzi-la no longo prazo”1. Agora vamos dar uma olhada nas competências do CMN. As bancas invertem os conceitos. Geralmente trocam as competências com as do Banco Central! Também, fique tranquilo se não entender alguns conceitos. No decorrer das aulas, todos eles serão, no momento certo, abordados. Vamos às competências: Art. 4º Compete ao Conselho Monetário Nacional, segundo diretrizes estabelecidas pelo Presidente da República: III - Aprovar os orçamentos monetários, preparados pelo Banco Central da República do Brasil, por meio dos quais se estimarão as necessidades globais de moeda e crédito; Apesar do Bacen ser uma autarquia e ter autonomia administrativa, financeira e organizacional, o orçamento relativo ao controle da moeda tem que ser submetido ao CMN. V - Fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto à compra e venda de ouro e quaisquer operações em Direitos Especiais de Saque e em moeda estrangeira. Aprofundaremos sobre a política cambial em aula 1 - (NEWLANDS, Carlos Arthur. Sistema Financeiro e Bancário. 3ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.) CAPÍTULO 03 - Estrutura do Sistema Financeiro própria. VI - Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas formas, inclusive aceites, avais e prestações de quaisquer garantias por parte das instituições financeiras; O CMN, órgão máximo do SFN, estabelece as diretrizes para as operações de todo tipo crédito no Brasil. Um exemplo é quando o cidadão, apesar de já ter emprego fixo, renda etc., não consegue um empréstimo devido ao teto estabelecido pelo CMN, que atualmente é de 30% da renda. Ou mesmo os prazos de concessão de empréstimos. VIII - Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades subordinadas a esta lei, bem como a aplicação das penalidades previstas; Para a criação de uma nova instituição financeira impõem a elaboração de uma série de documentos. São de diversas naturezas, abrangendo aspectos jurídicos societários, aspectos mercadológicos, aspectos de gestão organizacional e aspectos técnicos da regulamentação vigente, que disciplina as atividades de todas as instituições do SFN. Mas cuidado, não é o CMN que fiscaliza e aplica penalidades. Isso compete as instituições de supervisão, BACEN e CVM. Assim, o CMN vai baixar as normas e os órgãos de fiscalização irão fazer cumprir. Imagine que um grupo de investidores queira montar uma corretora. Bem, corretora atua no ramos de ações, então estará subordinada a CVM. Como funciona então para que essa empresa possa ser constituída? Os investidores juntam a documentação e entregam onde? Direto na CMN? Não... então, na CVM? Também não. Para toda e qualquer instituição financeira a ser constituída no país, a porta de entrada é o Banco Central que vai autorizar a constituição. Agora, o exercício da atividade vai depender de autorização da CVM. O Conselho Monetário Nacional, no exercício das atribuições previstas neste inciso, poderá determinar que o Banco Central da República do Brasil recuse autorização para o funcionamento de novas instituições financeiras, em função de conveniências de ordem geral. IX - Limitar, sempre que necessário, as taxas de juros, descontos, comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações e serviços bancários ou financeiros, inclusive os prestados pelo Banco Central da República do Brasil, assegurando taxas favorecidas aos financiamentos que se destinem a promover: Recuperação e fertilização do solo; reflorestamento; combate a epizootias e pragas, nas atividades rurais; eletrificação rural; mecanização; irrigação; investimentos indispensáveis às atividades agropecuárias; Lembre-se: o CMN coordena as políticas monetária e creditícia. Essa mesma política inclui a promoção de alguns setores essenciais, como visto acima o setor agro- pecuário. Porém, pode também limitar essas condições a outros setores da economia. X - Determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão emprestar a um mesmo cliente ou grupo de empresas; Isso é até uma questão lógica: Destinar recursos a um único cliente gera um risco muito grande ao Sistema Financeiro. Por exemplo, os grandes volumes de empréstimos destinados as empreiteiras ligadas a Operação Laja Jato. Essas empreiteiras prestavam serviços a Petrobrás. Com as investigações, as obras foram suspensas e as empreiteiras deixaram de receber e, consequentemente, deixaram de honrar seus compromissos. Por isso a pulverização do recursos é essencial. Diminui o risco. XII - Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições financeiras; Até 1987 cada instituição seguia um tipo de contabilidade, ou seja, era uma bagunça geral, pois não havia uma padronização para os integrantes do SFN. Visando organizar a casa, o Banco Central baixou a Circular 1.273 unificando os planos contábeis a fim de uniformizar os registros e demonstrações financeiras das instituições. É o famoso COSIF: Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional. Tudo isso com um objetivo: melhorar e facilitar a fiscalização das instituições do SFN. Em 1978 essa competência foi delegada ao BACEN, porém o inciso contínua vigente na Lei 4.595/64, ou seja, quando o CMN delegou não perdeu essa competência. Devemos entender que é sim competência do Conselho Monetário Nacional expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições financeiras. Apenas foi delegado ao BACEN a elaboração do plano contábil. As normas consubstanciadas no Plano Contábil tem por objetivo uniformizar os registros contábeis dos atos e fatos administrativos praticados, racionalizar a utilização de contas, estabelecer regras, critérios e procedimentos necessários à obtenção e divulgação d dados, possibilitar o acompanhamento do sistema financeiro, bom como a análise, a avaliação do desempenho e o controle, de modo que as Demonstrações Contábeis elaboradas, expressem com fidedignidade e clareza, a real situação econômico-financeira da instituição e conglomerados financeiros. XIII - Delimitar, com PERIODICIDADE NÃO INFERIOR A DOIS ANOS o capital mínimo das instituições financeiras privadas, levando em conta sua natureza, bem como a localização de suas sedes e agências ou filiais; Isso para que o banco não corra o risco de falência, seja pelo curso normal de suas atividades, seja por fraude. XIV - Determinar recolhimento de até 60% do total dos depósitos e/ou outros títulos contábeis das instituições finan- 415 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS ceiras, seja na forma de subscrição de letras ou obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em espécie, em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil, na forma e condições que o Conselho Monetário Nacional determinar. Aqui temos o Recolhimento Compulsório. Observe que é ATÉ 60% de qualquer depósito. Cada banco tem uma conta no Banco Central. Por exemplo, o Banco do Brasil é o 001, a Caixa é o 104 e assim vai. Essa conta é chamada de reserva bancária e funciona como uma conta corrente. Quando há muito dinheiro no mercado, o CMN pode reter uma parcela desse dinheiro, com o objetivo de reduzir a velocidade de criação da moeda escritural e evitar surto inflacionário. O recolhimento compulsório é um instrumento da Política Monetária. E cabe a quem a execução da Política Monetária? Isso mesmo, ao BACEN. Por isso o CMN delegou ao BACEN definir a taxa de recolhimento compulsório até 100% dos depósitos à vista. Temos então duas entidades com a mesma competência. OK? CMN BACEN Até 60% Até 100% Depósitos à vista Depósitos a prazo 416 Caderneta de Poupança Depósitos à vista Outros títulos Contáveis O CMN pode ainda adotar percentuais diferentes ou então até o não recolhimento. Vejamos as hipóteses: Adotar percentuais diferentes em função • Das regiões geoeconômicas; • Das prioridades que atribuir às aplicações; • Da natureza das instituições financeiras; Determinar percentuais que não serão recolhidos Desde que tenham sido reaplicados em financiamentos à agricultura, sob juros favorecidos e outras condições fixadas pelo CMN. XVII - Regulamentar, fixando limites, prazos e outras condições, as operações de redesconto e de empréstimo, efetuadas com quaisquer instituições financeiras públicas e privadas de natureza bancária; Redesconto é a operação de concessão de um empréstimo por parte de um Banco Central a um banco comercial, para resolver situações de dificuldades de caixa a curtíssimo prazo. Os bancos captam dinheiro dos agentes superavitários e empresta ao agentes deficitários. Essas operações acontecem diariamente. Suponhamos que em certo dia o banco captou e não conseguiu emprestar esse dinheiro a um cliente. O banco central então capta esse montante, porém paga uma taxa muito menor do que se o banco emprestasse a um cliente. É quase como uma taxa punitiva. Agora, digamos que um banco vai efetuar um empréstimo a um cliente mas não tem dinheiro em caixa. O que ele vai fazer é tentar, primeiramente, realizar um empréstimo com outro banco que tem dinheiro em caixa. Essa operação chama-se de interbancária. Isso é bom para os dois bancos, pois, no SFN existe o sistema de “zeragem automática”. Se o banco não emprestar na rede, o banco central capta e pagar a juros muito menores e o banco que está com déficit de caixa vai pagar um juro menor do que se pegar do Bacen. Bem, se o banco não conseguir captar na rede ou realizar uma operação interbancária, aí então entra o Banco Central e realiza o empréstimo de liquidez, também chamada de redesconto, que serve para que o banco honre os pagamentos daquele dia. A operação de redesconto gera um risco ao Banco Central, pois digamos que em uma situação extrema o banco que tomou o recurso quebre de um dia para o outro. O banco central “perde” esse dinheiro. Por isso, desde 2001 com a lei de responsabilidade fiscal (LC 101/2000) existe uma RECOMENDAÇÃO que o Bacen evite de fazer, mas não significa que está impedido de fazer. XVIII - Outorgar ao Banco Central da República do Brasil o monopólio das operações de câmbio quando ocorrer grave desequilíbrio no balanço de pagamentos ou houver sérias razões para prever a iminência de tal situação; Cuidado com esse inciso. Inclusive já foi cobrado em prova. Entregar o monopólio ao BACEN pelo CMN é uma faculdade, não uma obrigação do CMN. Não confundamos o termo “outorgar” com a obrigação de efetivamente ele agir dessa forma. A expressão “outorgar” significa que, caso o CMN deseje agir dessa forma, o BACEN não poderá se opor. No caso em voga, o BACEN será o único que poderá exercer operações de compra e venda de moeda internacional no caso de desiquilíbrio REAL ou POTENCIAL na entrada e saída de dólares. Isso não significa que o Bacen vai negociar moeda com pessoa física. O Bacen agiria discricionariamente, definindo parâmetros para as negociações nesse ínterim. XIX - Estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central da República do Brasil em suas transações com títulos públicos e de entidades de que participe o Estado; Título Público Federal são exclusivamente os títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo Bacen. O tesouro emite como instrumento de política fiscal. Já o Bacen emite títulos como instrumento da política monetárias. Do ponto de vista da política monetária, a emissão de títulos visa gerir a própria política monetária. Do ponto de vista da política fiscal, o tesouro emite títulos é uma forma de captar recursos devido a déficits orçamentários. CAPÍTULO 03 - Estrutura do Sistema Financeiro Swap é a concessão de empréstimos recíprocos entre bancos, em moedas diferentes e com taxas de câmbio idênticas, frequentemente usada para antecipar recebimentos em divisas estrangeiras. O swap de câmbio é o contrato em que se troca o principal e os juros em uma moeda pelo principal mais os juros em outra moeda. Importante: Sempre cai em prova! O Bacen, apesar da legislação autorizar a emissão de títulos públicos de responsabilidade própria, desde a lei de responsabilidade fiscal, 2002, não pode mais emitir títulos. Então presta atenção. Apesar de não emitir mais desde 2002, o Bacen ainda tem essa competência. Mas presta atenção: atualmente “só o Tesouro Nacional emite títulos públicos”. E como esse título chega ao mercado? O título só chega ao mercado através do Bacen. O Tesouro emite, autorizado pelo Ministério da Fazenda, e o banco central, através de leilão, vende as instituições. XXI - Disciplinar as atividades das Bolsas de Valores e dos corretores de fundos públicos; Cabe ao CMN disciplinar as atividade de mercado de capitais e das instituições auxiliares. XXII - Estatuir normas para as operações das instituições financeiras públicas, para preservar sua solidez e adequar seu funcionamento aos objetivos desta lei; XXXII - regular os depósitos a prazo de instituições financeiras e demais sociedades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, inclusive entre aquelas sujeitas ao mesmo controle acionário ou coligadas. Para que? Sendo públicas, agem como um braço do governo. Então, o CMN age “limitando” as atividades para preservar a liquidez destas instituições. XXXI - Baixar normas que regulem as operações de câmbio, inclusive swaps, fixando limites, taxas, prazos e outras condições. O conselho monetário nacional baixa normas regulamentares ao mercado de câmbio, porém quem atua diretamente no mercado é o Banco Central. O que acontece então? As resoluções editadas pelo CMN são “genéricas”. O Bacen então, dentro do que foi baixado nessa resolução edita cartas-circulares, que também é uma atividade reguladora. Temos então dois órgãos que regulam. Então é o seguinte: o CMN Regula. O Bacen, regula e fiscaliza. I - Autorizar as emissões de papel-moeda as quais ficarão na prévia dependência de autorização legislativa quando se destinarem ao financiamento direto pelo Banco Central do Brasil, das operações de crédito com o Tesouro Nacional. O Conselho Monetário Nacional pode ainda autorizar o Banco Central do Brasil a emitir, anualmente, até o limite de 10% dos meios de pagamentos existentes a 31 de dezembro do ano anterior, para atender as exigências das atividades produtivas e da circulação da riqueza do País, devendo, porém, solicitar autorização do Poder Legislativo, mediante Mensagem do Presidente da República, para as emissões que, justificadamente, se tornarem necessárias além daquele limite. Quando necessidades urgentes e imprevistas para o financiamento dessas atividades o determinarem, pode o Conselho Monetário Nacional autorizar as emissões que se fizerem indispensáveis, solicitando imediatamente, através de Mensagem do Presidente da República, homologação do Poder Legislativo para as emissões assim realizadas; II - Estabelecer condições para que o Banco Central da República do Brasil emita moeda-papel de curso forçado, nos termos e limites decorrentes desta Lei, bem como as normas reguladoras do meio circulante; IV - Determinar as características gerais das cédulas e das moedas; § 3º As emissões de moeda metálica serão feitas sempre contra recolhimento de igual montante em cédulas. Tome cuidado aqui! O CMN autoriza a emissão, mas quem emite moeda é o Banco Central. Anualmente, o CMN pode autorizar o BACEN a emitir 10% a mais de meios de pagamento do que havia no fim do ano anterior, mas para isso precisa pedir autorização ao Congresso (Senadores e Deputados Federais). Dizer que o papel-moeda é de curso forçado, é dizer que o mesmo não pode ser recusado como forma de pagamento, ou seja, é dinheiro vivo. Existem diversos locais que não aceitam cheque, nem mesmo cartão de crédito, pois estes são o que chamamos de “formas de pagamento não obrigatória” (não forçada). Agora, quando temos dinheiro em mãos, esse tipo de moeda não pode ser recusado como forma de pagamento. É de curso forçado! O CMN é também quem define as características do dinheiro. Se decidirem colocar a foto da presidente Dilma, assim o farão. XXVIII - Aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no País as mesmas vedações ou restrições equivalentes, que vigorem nas praças de suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali instalados ou que nelas desejem estabelecerse; Funciona assim: Caso um bancos brasileiros instalados na Europa tenham sua atividade limitada ou operações vedadas, o CMN aplicará os mesmos limites e vedação aos bancos europeus aqui instalados. Existem também algumas outras competências do CMN. Estas delimitam mais a parte de organização do CMN e do BACEN. Vejamos: 417 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS XVI - Enviar obrigatoriamente ao Congresso Nacional, até o último dia do mês subsequente, relatório e mapas demonstrativos da aplicação dos recolhimentos compulsórios, XXIV - Decidir de sua própria organização; elaborando seu regimento interno no prazo máximo de trinta (30) dias; XXV - Decidir da estrutura técnica e administrativa do Banco Central da República do Brasil e fixar seu quadro de pessoal, bem como estabelecer os vencimentos e vantagens de seus funcionários, servidores e diretores, cabendo ao Presidente deste apresentar as respectivas propostas; XXVI - Conhecer dos recursos de decisões do Banco Central da República do Brasil; XXVII - Aprovar o regimento interno e as contas do Banco Central do Brasil e decidir sobre seu orçamento e sobre seus sistemas de contabilidade, bem como sobre a forma e prazo de transferência de seus resultados para o Tesouro Nacional, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União. XXIX - Colaborar com o Senado Federal, na instrução dos processos de empréstimos externos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, para cumprimento do disposto no art. 63, nº II, da Constituição Federal; § 6º O Conselho Monetário Nacional encaminhará ao Congresso Nacional, até 31 de março de cada ano, relatório da evolução da situação monetária e creditícia do País no ano anterior, no qual descreverá, minudentemente as providências adotadas para cumprimento dos objetivos estabelecidos nesta lei, justificando destacadamente os montantes das emissões de papel-moeda que tenham sido feitas para atendimento das atividades produtivas. Art. 5º As deliberações do Conselho Monetário Nacional entendem-se de responsabilidade de seu Presidente para os efeitos do art. 104, nº I, letra “b”, da Constituição Federal [mandado de segurança e habeas data processado e julgado pelo STJ] e obrigarão também os órgãos oficiais, inclusive autarquias e sociedades de economia mista, nas atividades que afetem o mercado financeiro e o de capitais. 418 brasileiros de ilibada reputação e notória capacidade em assuntos econômico-financeiros, após aprovação pelo Senado Federal, sendo demissíveis ad nutum2 (a qualquer tempo). Reuniões A Diretoria Colegiada reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por semana e, extraordinariamente, sempre que necessário, presentes, no mínimo, o Presidente, ou seu substituto, e metade do número de Diretores. A reunião extraordinária ocorrerá por convocação do presidente ou por pelo menos 2 de seus diretores. As decisões da Diretoria Colegiada serão tomadas por maioria de votos, cabendo ao Presidente, ou a seu substituto, o voto de qualidade Banco Central – Bacen Com a lei 4.594/1694 a Superintendência da Moeda e do Crédito foi extinta e então criado o Banco Central do Brasil em substituição. O Bacen é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda, tem sede e foro em Brasília, porém atua em todo o território nacional. O Banco Central tem por finalidade a formulação, a execução, o acompanhamento e o controle das políticas monetária, cambial, de crédito e de relações financeiras com o exterior; a organização, disciplina e fiscalização do Sistema Financeiro Nacional (SFN) e do Sistema de Consórcio; a gestão do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e dos serviços do meio circulante. Se pudéssemos resumir toda atuação do Bacen, ela seria assim: Membros O Banco Central é um órgão colegiado, composto por 09 membros, sendo 01 presidente e 08 diretores. Todos nomeados pelo Presidente da República, entre O BACEN tem diversas competências, algumas emanadas da própria Constituição Federal de 1988: Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central. § 1º - É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira. § 2º - O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. § 3º - As disponibilidades de caixa da União serão depo- 2- Termo jurídico em latim que determina que o ato pode ser revogado pela vontade de uma só das partes. Proveniente da área do Direito Administrativo, consideram-se “ad nutum” os atos resolvidos pela autoridade administrativa competente, com exclusividade. Exemplo de ato “ad nutum” é a demissão de funcionário público não estável, deliberada a juízo de autoridade administrativa competente. INGLÊS PROFESSOR Ely Ciumbra Graduado em Letras. Especialista em Língua Inglesa. Professor de Inglês desde 1989. Professor em Cursos pré-vestibulares desde 1989. Estudo de Língua Inglesa em Bournemouth – Inglaterra. Interprete de língua Inglesa em Portugal. Professor de Inglês nos Estados Unidos para alunos estrangeiros. Professor de Inglês para concursos Públicos presencias e à distancia. Comentarista de questões e autor de materiais de concursos Públicos. SUMÁRIO SUMÁRIO CAPÍTULO 01.............................................................................................................................................................................................. 497 Pronomes ....................................................................................................................................................................................................................................................497 Objective Pronouns..................................................................................................................................................................................................................................498 Adjective & Possesseve Pronouns....................................................................................................................................................................................................498 Tempos Verbais..........................................................................................................................................................................................................................................499 Aplicando os Tempos na Frase............................................................................................................................................................................................................499 Tests................................................................................................................................................................................................................................................................502 CAPÍTULO 02............................................................................................................................................................................................. 506 If Clauses ...................................................................................................................................................................................................................................................506 Grau de Comparativos............................................................................................................................................................................................................................507 Comparativo de Superioridade..........................................................................................................................................................................................................508 Comparativo de Inferioridade.............................................................................................................................................................................................................509 Superlativo de Superioridade..............................................................................................................................................................................................................509 Superlativo de Inferioridade................................................................................................................................................................................................................509 Tests................................................................................................................................................................................................................................................................509 CAPÍTULO 03..............................................................................................................................................................................................512 Artigo Definido........................................................................................................................................................................................................................................... 512 Artigo Indefinido – A - An................................................................................................................................................................................................................ 514 Tests.................................................................................................................................................................................................................................................................515 CAPÍTULO 04.............................................................................................................................................................................................. 517 Pronomes Indefinidos..............................................................................................................................................................................................................................517 Linking Words............................................................................................................................................................................................................................................ 518 Tests................................................................................................................................................................................................................................................................ 521 CAPÍTULO 05............................................................................................................................................................................................. 523 Special Difficulties..................................................................................................................................................................................................................................523 Diferenças Do/ Make.............................................................................................................................................................................................................................524 CAPÍTULO 06............................................................................................................................................................................................. 528 Passive Voice - Voz Passiva..................................................................................................................................................................................................................528 Deceptive Words........................................................................................................................................................................................................................................530 495 CAPÍTULO 01 CAPÍTULO 01 HE is more intelligent than SHE IS. No início do primeiro capítulo do nosso material de Inglês vamos atacar diretamente a gramática mais básica para te ajudar a encarar os textos e testes com mais discernimento. Pronomes Veja, que somente quando for uma sentença comparativa poderemos usá-los depois do verbo, desde que apareça o Verbo TO BE conjugado após o mesmo. O pronome IT é usado para a substituição de objetos e animais. Quando for um elemento neutro, (child – baby), também se usa o IT. Subjective Pronouns Exemplo: It is a beautiful baby. Para você acertar todas as questões de Inglês em concursos, vamos lembrar quais as funções dos pronomes subjetivos, onde e quando são usados. I Eu YOU Você HE Ele SHE Ela IT Ele - Ela* WE Nós YOU Vocês THEY Eles, elas (*objetos, animais e neutro ) 01.O próprio nome já diz, Subjective Pronouns, ele nos dá a ideia de que o nome está relacionado com o sujeito, essa é a principal função desses pronomes, a substituição do sujeito, tendo uma segunda função também importante: conjugar verbos. Exemplo: Josh works at home. Nesta sentença substituiremos o nome próprio John pelo pronome subjetivo HE Exemplos: He works at home Jane studies a lot. SHE studies a lot. . Então podemos observar que o nome é substituído pelo pronome. Como vimos nos exemplos acima os pronomes sempre aparecerão antes do verbo, podendo aparecer depois do mesmo numa sentença afirmativa, quando esta for uma comparação. Exemplo: John is more intelligent than Jane. Não estamos chamando o bêbê de animal nem de coisa, só não sabemos se a criança é menino ou menina, por isso, usamos o pronome neutro IT. A partir do momento em que tivermos a definição do sexo dessa criança aí sim poderemos dizer He ou She. O pronome IT aparecerá também como sujeito de verbos impessoais. Exemplos: It snows – neva It barks - late It rains - chove It winds – venta It buzzes – zumbi(zumbir) O pronome neutro IT ainda pode aparecer também para expressar uma situação comum, distância, clima, temperatura e hora. Exemplos: It is dark – está escuro It is Monday – é segunda-feira It is thirty degrees - está trinta graus It is midnight – é meia noite O pronome neutro IT pode indicar uma pessoa, quando se quer identificá-la. Exemplo: Who is that? It is Jane on the phone. HE e SHE que normalmente são usados para indicar pessoas, poderão aparecer indicando animais de estimação, geralmente gatos, cães, cavalos. Exemplo: Her dog is called Rex. He is brown. O pronome SHE pode ser usado, no Inglês moderno, para se referir a um país e também a um navio(ship) 497 INGLÊS Exemplo: Holland has done what she promissed. The ship hit an iceberg. SHE is sinking. O pronome I deverá sempre ser escrito em letra maiúscula pois ele está indicando a primeira pessoa do singular. Sujeitos compostos com o pronome I seguirão sempre essa ordem. Exemplo: Jack and I are going out tonight. ( Jack e eu vamos sair hoje a noite.) You and I are studying for the tests. (Você e eu estamos estudando para os testes.) Evite As Construções I and Jack ou I and you. Objective Pronouns vos nunca aparecerão antes do verbo. Remember Os pronomes Subjetivos sempre aparecerão antes do verbo para substituir o sujeito e depois do mesmo quando for uma sentença comparativa. Os pronomes Objetivos somente aparecerão depois do verbo. Não existindo nenhuma exceção. Adjective & Possesseve Pronouns Adj.Poss. Pron.Poss. MY MINE - meu, minha YOUR YOURS -seu, sua HIS HIS - dele HER HERS - dela ITS ITS - dele, dela OUR OURS - nosso, nossa YOUR YOURS -seus, suas THEIR THEIRS - deles, delas Os Pronomes Possessivos Adjetivos, serão usados quando tivermos um substantivo após os mesmos. 498 ME me, mim, comigo YOU te, ti, contigo HIM o, lhe, ele HER a, lhe, ela IT o, a, lhe, ele, ela US nos, nós, conosco YOU vos, vós, convosco THEM os, as, lhes, eles (as) Os Pronomes Objetivos, só aparecerão depois do verbo. Pois sua função é de objeto direto ou indireto da oração. Exemplos: John Works with Jane He her Jane gave him the book. Jane deu-lhe o livro Dica Focus: Os pronomes objeti- Exemplo: I have MY car, and you have YOURS. (Eu tenho meu carro, e você tem o seu.) Observe que o pronome my está sendo usado antes do substantivo car. E o Pronome yours está no final da sentença substituindo o substantivo Car da frase anterior. Não pode aparecer um Pronome Possessivo sozinho. Exemplo: I like Mine. (Eu gosto do meu), tem sempre que aparecer para substituir algum substantivo dito na sentença anterior. Os Pronomes Adjetivos e Possessivos sempre vão variar de acordo com o sujeito. Reflexive Pronouns MYSELF me, mesmo, sozinho YOURSELF se, mesmo, sozinho HIMSELF se, mesmo, sozinho HERSELF se, mesma, sozinha ITSELF se, mesmo(a), sozinho(a) CAPÍTULO 01 OURSELVES nos, mesmos, sozinhos YOURSELVES se, mesmos, sozinhos THEIRSELVES se, mesmos(as), sozinho (as) Os Pronomes Reflexivos serão usados em três diferentes situações, por isso essa variação na tradução. O primeiro de seus usos é o Reflexivo, que é onde o sujeito pratica ação sobre ele mesmo, o Pronome Reflexivo sempre aparecerá depois do verbo. Exemplo: She cut herself. (Ela cortou-se ) O Pronome está depois do verbo, e a ação está voltada para o próprio sujeito. O próximo uso é o Enfático, como o nome já diz enfatizar é destacar, essa é a sua função. Exemplo: They themselves washed their clothes. (Eles mesmos lavaram suas roupas.) Estamos vendo que o Pronome Reflexivo aparece agora antes do verbo, ou se achar melhor, depois do sujeito, para dizer que o próprio sujeito é que pratica a ação. E o último dos três é o idiomático, que sempre será usado com a anteposição da preposição BY. Daí temos a seguinte formula: BY + P.R. = ALONE, quer dizer que toda vez que um Pronome Reflexivo estiver sendo antecedido pela preposição BY su tradução será sozinho( a ). Exemplo: She went to her hometown by herself. (Ela foi para sua cidade natal sozinha.) Então, muita atenção quando os Pronomes Reflexivos aparecerem, de acordo com sua colocação na sentença terão sentidos, traduções e posições diferentes. Tempos Verbais • Presente – 3ª ps – s, es, ies • Passado – 2ª conjugação • Presente contínuo. – Be (am – is – are) + ing • Passado contínuo – be (was – were) + ing • Futuro – will + verbo inf. • Futuro imediato – be+going to + verbo inf. • Condicional - would + verbo inf. • Presente perfeito – have + pp • Passado perfeito – had + pp • Conditional perfeito – would have +pp • Futuro perfeito – will have + pp • Presente perf. Cont. – Have been +ing Aplicando os Tempos na Frase She _____ the work. (to do – did – done) Presente – She does the work – Ela faz o trabalho Passado – She did the work.– Ela fez o trabalho Presente Cont. – She is doing the work – Ela está fazendo o trabalho. Passado Cont. – She was doing the work – Ela estava fazendo o trabalho Futuro – She Will do the work – Ela fará o trabalho Futuro Imediato – She is going to do the work – Ela vai fazer o trabalho Condicional – She would do the work – Ela faria o trabalho Presente Perf. – She has done the work. – Ela tem feito o trabalho Passado Perf. – She had done the work – Ela tinha feito o trabalho Cond. Perf. – She would have done the work – Ela teria feito o trabalho Futuro Perf. – She Will have done the work - Ela terá feito o trabalho Pres. Perf. Cont. – She has been doing the work – Ela tem estado fazendo o trabalho Passado Perf. Cont. – She had been doing the work – Ela tinha estado fazendo o trabalho Lista de verbos regulares e irregulares, aqui começa a formação da base de vocabulário que você precisa para uma compreensão certeira de textos e testes.. Ouça, olhe, leia, essa lista não é para decoração, você tem que ler essa lista todos os dias. Comece pela lista dos verbos irregulares. INFINITIVE PAST TENSE PAST PARTICIPLE to accept accepted accepted - aceitar to add added added - acrescentar to adore adored adored - adorar to agree agreed agreed - concordar to arrest arrested arrested - prender 499 INGLÊS 500 to arrive arrived arrived - chegar to hope hoped hoped - esperar to assign assigned assigned - indicar to hunt hunted hunted - caçar to attend attended attended - assistir to iron ironed ironed - passar a ferro to bark barked barked - latir to jump jumped jumped - pular to believe believed believed - acreditar to kill killed killed - matar to brush brushed brushed - escovar to laugh laughed laughed - rir to call called called - chamar to like liked liked - gostar to carry carried carried - carregar to listen listened listened - ouvir to clean cleaned cleaned - limpar to live lived lived - viver to climb climbed climbed - escalar to look looked looked - olhar to close closed closes - fechar to love loved loved - amar to comb combed combed - pentear to miss missed missed - perder to cook cooked cooked - cozinhar to need needed needed - precisar to correct corrected corrected - corrigir to notice noticed noticed - observar to cover covered covered - cobrir to occupy occupied ocuppied - ocupar to cross crossed crossed - atravessar to offer offered offered - oferecer to cry cried cried - chorar to open opened opened - abrir to dance danced danced - dançar to pass passed passed - passar to decide decided decided - decidir to permit permited permited - permitir to destroy destroied destroied - destruir to place placed placed - colocar to design designed designed - projetar to plan planned planned - planejar to die died died - morrer to play played played - jogar to discuss discussed discussed - discutir to polish polished polished - polir to dress dressed dressed - vestir to practice practiced practiced - praticar to drop droped droped - deixar, cair to prefer prefered prefered - preferir to dust dusted dusted - tirar o pó to rain rained rained - chover to earn earned earned - ganhar to reach reached reached - alcançar to enjoy enjoyed enjoyed - gostar to receive received received - receber to enter entered entered - entrar to refuse refused refused - recusar to excuse excused excused - desculpar to return returned returned - voltar to explain explained explained - explicar to seem seemed seemed - parecer to face faced faced - encarar to share shared shared - compartilhar to faint fainted fainted - desmaiar to shout shouted shouted - gritar to fill filled filled - encher to show showed showed - mostrar to finish finished finished - terminar to smoke smoked smoked - fumar to follow followed followed - seguir to stay stayed stayed - ficar to force forced forced - forçar to study studied studied - estudar to form formed formed - formar to stop stopped stopped - parar to guess guessed guessed - adivinhar to talk talked talked - falar to hate hated hated - odiar to taste tasted tasted - provar to help helped helped - ajudar to test tested tested - testar CAPÍTULO 01 to thank thanked thanked - agradecer to sit sat sat - sentar to travel traveled traveled - viajar to sleep slept slept - dormir to tremble trembled trembled - tremer to spend spent spent - gastar to try tried tried - tentar to stand stood stood - ficar em pé to turn turned turned - virar to teach taught taught - ensinar to use used used - usar to tell told told - contar to visit visited visited - visitar to think thought thought - pensar to wait waited waited - esperar to wake woke woken - acordado to walk walked walked - andar to want wanted wanted - querer to wash washed washed - lavar to watch watched watched - assistir INFINITIVE PAST TENSE PAST PARTICIPLE to water watered watered - regar to be was/wer been - ser/estar to wish wished wished - desejar to begin began begun - começar to work worked worked - trabalhar to bite bit bitten - morder to break broke broken - quebrar to choose chose chosen - escolher to come came come - vir to do did done - fazer to draw drew drawn - desenhar to drive drove driven - dirigir to eat ate eaten - comer to fall fell fallen - cair to fly flew flown - voar to forget forgot forgotten - esquecer to give gave given - dar to go went gone - ir to grow grew grown - crescer to hide hid hidden - esconder to know knew known - saber to run ran run - correr to show showed shown - mostrar to sing sang sung - cantar to speak spoke spoken - falar to steal stole stolen - roubar to swin swam swum - nadar to take took taken - pegar, levar to tear tore torn - rasgar to throw threw thrown - arremessar to wear wore worn - usar to write wrote written - escrever Agora que já estamos sabendo os verbos regulares, respirem fundo pois aí vem os irregulares que serão tão gostosos quanto os regulares, como eu sei que vocês gostaram, aí vão: INFINITIVE PAST TENSE PAST PARTICIPLE to bring brough brought - trazer to build built built - construir to buy bought bought - comprar to catch caught caught - pegar to feed fed fed - alimentar to feel felt felt - sentir to fight fought fought - brigar to find found found - achar to get got got - obter to have had had - ter to hear heard heard - escutar to hold held held - pegar to keep kept kept - manter to lose lost lost - perder to meet met met - encontrar to pay paid paid - pagar to read read read - ler to say said said - dizer to sell sold sold - vender to send sent sent - enviar to shoot shot shot - atirar Reparem a diferença de terminação desses verbos a seguir: 501 INGLÊS E temos também aqueles verbos que podem ser tanto regulares quanto irregulares. to burn burned/burnt burned/burnt - queimar to dream dreamed/dreamt dreamed/dreamt - sonhar to learn learned/learnt learned/learnt - aprender to smell smelled/smelt smelled/smelt - cheirar to spell spelled/spelt spelled/spelt - soletrar to spill spilled/spelt spilled/spelt - derramar to spoil spoiled/spoilt spoiled/spoilt - estragar Tests Marque a alternativa que completa corretamente a sentença a seguir: a.objetivo–possessivo–reflexivo–possessivo adjetivo b.subjetivo-objetivo-possessivo adjetivo-reflexivo c.Subjetivo-possessivo-reflexivo-possessivo adjetivo d.objetivo-possessivo adjetivo-reflexivo-possessivo e.subjetivo-possessivo adjetivo-reflexivo-possessivo 6. It’s too hot in here. Let’s refresh _________ with a drink of cold water. a.myself b.yourself c.yourselves d.ourselves e.themselves 1. John works at home. a.I b.You c.They d.We e.He 2. John works with Jane . 502 a.He – she b.He – Jane c.He – he d.He – her e.She – she 3. You need ___ job and we need ___ . a.Your – our b.Your - your c.Our – your d.Your – ours e.Yours – ours 4. She killed ___ with a gun. They ____ fixed the car. Paul did the work ____ . John washed the car by ____ . a.Herself – theyselfs – herself – himself b.Herself – themselves – herself – herself c.Herself – themself – himself – himself d.Herself – themselves – himself – himself e.Herself – themselves – himself – herself 5. She is my teacher. John and Paul are your friends. I myself wrote the letters. Jane is a friend of mine. Quais os pronomes sublinhados nas sentenças: 7. Peter’s wife said: “My husband wants me to sell my bicycle, but he won’t sell __________”. a.hers b.his c.yours d.its e.theirs 8. Put into English : “Ele mesmo consertou seu portão”. a.He fixed his gate itself by himself. b.He himself fixed his gate. c.He fixed his gate itself. d.He fixed his gate by itself. e.He fixed himself his gate. 9. As I was sure that I couldn’t ask anybody for help, I wrote the letter by __________. a.me b.myself c.himself d.itself e.themselves 10. Where did you, Robert, hurt __? a.himself b.hers c.yourselves d.his e.yourself 11. Complete a sentença com a forma correta do verbo: CAPÍTULO 01 She ____ hard at FOCUS. a.hear / said b.heard / says c.hear / say d.heard / said e.hearing /saying a.to study b.Study c.Studies d.Studying e.studing 12. Marque a alternativa correta: We ___ the cheque last week. a.to cash b.Cashed c.Cashin d.Cashes e.cash 13 – Paul ____ home. a.to stay b.will stays c.would stay d.is stay e.staying 14. They ____ the Reading. a.to finish b.have finishing c.have finished d.have finish e.has finished 15. She _____ the work earlier if she had had more time. a.would has finished b.would have finishing c.would has finishing d.would have finish e.would have finished 16. The Brazilian football team ____ to Venezuela last week. a.flew b.fly c.flown d.flying e.have flown 17. I wish tomorrow ____ Easter. a.has been b.is c.were d.be e.wil be it. 18. I __ what he ___ but I could not understand 19. Now I realize that I acted as if I __ a child. a.was b.be c.were d.is e.am 20. The little boy ______ the picture of a garden at school last Monday. a.draw b.draws c.drawn d.drew e.drawing Gabarito 1-E 2-D 3-D 4-D 5-E 6-D 7-B 8-B 9-B 10-E 11-C 12-B 13-C 14-C 15-E 16-A 17-C 18-D 19-C 20-D Text Armenia : prisoner of history ARMENIA tends to feature in the news because of its problems (history, geography, demography and economics to name but a few). But a new report says not all is doom and gloom. The parliamentary elections in May showed significant improvement. Media coverage was more balanced, and the authorities permitted greater freedom of assembly, expression and movement than in previous years. That bodes well for the future. The economy is still recovering from the global financial crisis, which saw GDP contract by 14.2% in 2009. In the same period, the construction sector contracted by more than 40%. Remittances from the diaspora dropped by 30%. That led Forbes magazine to label Armenia the world’s second worst performing economy in 2011. Over one-third of the country lives below the poverty line. Complaints of corruption are widespread, and inflation is high. Low rates of tax collection - 19.3% of GDP, compared with a 40% average in EU countries–limit the government’s reach. Cracking down on tax evasion could increase government revenue by over $400 million, says the World Bank. A few, high-profile businessmen dominate the economy. Their monopolies and oligopolies put a significant 503 INGLÊS brake on business development. Their influence also weakens political will for the kind of reforms that the country sorely needs. [From The Economist print edition June 24, 012] 504 Glossary To tend – tender, inclinar-se Feature – esboçar, delinear, dar destaque a Report – relatório To name but a few – para citar apenas alguns To say – dizer Dooom and gloom – tristeza e melancolia The parliamentry elections – as eleições do Parlamento To show - mostrar Improvement – melhora Mídia coverage – cobertura da mídia Balanced – equilibrado Greater – maior Freedom – liberdade Assembly – assembleia, reunião, comício Expression – expressão, manifestação Moviment – movimento Previous – prévio, anterior Bodes well – ser bom sinal para o futuro To recover – recuperar GDP – Gross domestic product – produto interno bruto To contract – contrair, cair(de acordo com o texto) In the same period – no mesmo período Remittances – remessas, dinheiro ou mercadoria enviados Diaspora - deslocamento, normalmente forçado ou incentivado, de grandes massas populacionais originárias de uma zona determinada para várias áreas de acolhimento distintas. To label – rotular Complaints – reclamações Widespread – espalhada(s) Crack down – cair, quebrar Evasion –fuga Could – poderia To increase – aumentar To weaken – enfraquecer Political will – força politica Sorely – muito, altamente, expressamente, Questões Comentadas 1. With regard to the political situation in Armenia, the opening paragraph of the text is a) unnecessarily pessimistic. b) wildly enthusiastic. c) depressingly frank. d) remarkably despondent. e) mildly optimistic. Resposta: E Comentário: a palavra mild tem como significado amena(o), e com o sufixo LY é transformado em advérbio, passando assim o sentido que as informações do iníciodo texto são favoráveis, otimistas. Pode-se perceber esse otimismo quando lemos: “depois das eleições de Maio algumas coisas melhoraram, as autoridades deram mais liberdade de imprensa e expressão.” 2. The international economic adversities of 2009 had multiple effects on Armenia, including a) a massive boom in the country’s construction industry. b) attempts to control the country’s endemic corruption. c) critical acclaim of the country’s economy in Forbes magazine. d) poverty-reduction plans to bring people into line. e) a drop in funds sent home by Armenians working abroad. Resposta: E Comentário: Se os emigrantes (pessoas que saem de seu país – Imigrante – pessoa que chega em um país que nao é o seu), pagassem impostos do dinheiro que mandam para casa, Armenia, o governo poderia aumentar em até $400 milhões a arrecadação do país. 3 - According to the World Bank, the government could raise money by a) taking steps to repress tax dodging. b) joining the European Union soon. c) making the rich pay more for business. d) raising tax rates for high-profi le businessmen. e) introducing reforms in all sectors. Resposta: A Comentário: a alternativa sugere que o governo armenio comece a tomar precauções para evitar a evasão de impostos, podendo melhorar assim a arrecadação. 4 - In paragraph 3 line 8, the word “sorely” could best be replaced by a) usually. CAPÍTULO 01 b) obviously. c) scarcely. d) badly. e) painfully Resposta: D Comentário: De acordo com seu sinônimo, a palavra sorely poderá ser substituída por badly sem qualquer alteração no sentido, pois a mesma também é um advérbio. Algumas palavras em Inglês tem sua formação com o sufixo LY e nem sempre serão resultado da formação de um advérbio. Text Armenia : prisoner of history ARMENIA tends to feature in the news because of its problems (history, geography, demography and economics to name but a few). But a new report says not all is doom and gloom. The parliamentary elections in May showed significant improvement. Media coverage was more balanced, and the authorities permitted greater freedom of assembly, expression and movement than in previous years. That bodes well for the future. The economy is still recovering from the global financial crisis, which saw GDP contract by 14.2% in 2009. In the same period, the construction sector contracted by more than 40%. Remittances from the diaspora dropped by 30%. That led Forbes magazine to label Armenia the world’s second worst performing economy in 2011. Over one-third of the country lives below the poverty line. Complaints of corruption are widespread, and inflation is high. Low rates of tax collection - 19.3% of GDP, compared with a 40% average in EU countries–limit the government’s reach. Cracking down on tax evasion could increase government revenue by over $400 million, says the World Bank. A few, high-profile businessmen dominate the economy. Their monopolies and oligopolies put a significant brake on business development. Their influence also weakens political will for the kind of reforms that the country sorely needs. [From The Economist print edition June 24, 012] Glossary • To tend – tender, inclinar-se • Feature – esboçar, delinear, dar destaque a • Report – relatório • To name but a few – para citar apenas alguns • To say – dizer • Dooom and gloom – tristeza e melancolia • The parliamentry elections – as eleições do Parlamento • To show - mostrar • Improvement – melhora • Mídia coverage – cobertura da mídia • Balanced – equilibrado • Greater – maior • Freedom – liberdade • Assembly – assembleia, reunião, comício • Expression – expressão, manifestação • Moviment – movimento • Previous – prévio, anterior • Bodes well – ser bom sinal para o futuro • To recover – recuperar • GDP – Gross domestic product – produto interno bruto • To contract – contrair, cair(de acordo com o texto) • In the same period – no mesmo período • Remittances – remessas, dinheiro ou mercadoria enviados • Diaspora - deslocamento, normalmente forçado ou incentivado, de grandes massas populacionais originárias de uma zona determinada para várias áreas de acolhimento distintas. • To label – rotular • Complaints – reclamações • Widespread – espalhada(s) • Crack down – cair, quebrar • Evasion –fuga • Could – poderia • To increase – aumentar • To weaken – enfraquecer • Political will – força politica • Sorely – muito, altamente, expressamente, Questões Comentadas 1.With regard to the political situation in Armenia, the opening paragraph of the text is a.unnecessarily pessimistic. b.wildly enthusiastic. c.depressingly frank. d.remarkably despondent. e.mildly optimistic. Resposta: E Comentário: a palavra mild tem como significado amena(o), e com o sufixo LY é transformado em advérbio, passando assim o sentido que as informações do iníciodo texto são favoráveis, otimistas. Pode-se perceber esse otimismo quando lemos: “depois das eleições de Maio algumas coisas melhoraram, as autoridades deram 505 INGLÊS mais liberdade de imprensa e expressão.” 2.The international economic adversities of 2009 had multiple effects on Armenia, including a.a massive boom in the country’s construction industry. b.attempts to control the country’s endemic corruption. c.critical acclaim of the country’s economy in Forbes magazine. d.poverty-reduction plans to bring people into line. e.a drop in funds sent home by Armenians working abroad. Resposta: E Comentário: Se os emigrantes (pessoas que saem de seu país – Imigrante – pessoa que chega em um país que nao é o seu), pagassem impostos do dinheiro que mandam para casa, Armenia, o governo poderia aumentar em até $400 milhões a arrecadação do país. 3.According to the World Bank, the government could raise money by 506 a.taking steps to repress tax dodging. b.joining the European Union soon. c.making the rich pay more for business. d.raising tax rates for high-profi le businessmen. e.introducing reforms in all sectors. Resposta: A Comentário: a alternativa sugere que o governo armenio comece a tomar precauções para evitar a evasão de impostos, podendo melhorar assim a arrecadação. 4. In paragraph 3 line 8, the word “sorely” could best be replaced by a.usually. b.obviously. c.scarcely. d.badly. e.painfully Resposta: D Comentário: De acordo com seu sinônimo, a palavra sorely poderá ser substituída por badly sem qualquer alteração no sentido, pois a mesma também é um advérbio. Algumas palavras em Inglês tem sua formação com o sufixo LY e nem sempre serão resultado da formação de um advérbio. CAPÍTULO 02 Neste capítulo vamos lembrar de uma parte importantíssima na interpretação dos textos que teremos pela frente, o if clauses, tem um papel fundamental nas estruturas gramaticais em Inglês. If Clauses Condicional if (se) • 1º conditional Presente - futuro • 2º conditional Passado - condicional • 3º conditional Passado-perfeito - condicional perfeito Primeiro Condicional If she GOES to Rome, she WILL SEE the Pope. She ela for a Roma , ela verá o Papa Segundo Condicional If she WENT to Rome, she WOULD SEE the Pope. Se ela fosse a Roma, ela veria o Papa Terceiro Condicional If she HAD GONE to Rome, she WOULD HAVE SEEN the Pope. Se ela tivesse ido a Roma, ela teria visto o Papa Essa oração também pode aparecer de forma invertida, não vai perder o sentido e nem alterar a combinação verbal, agora fica de trás para frente: FUTURO – PRESENTE Primeiro Condicional CONDICIONAL – PASSADO Segundo Condicional CONDICIONAL PERF. PASSADO PERFEITO Terceiro Condicional