Jornalinho nº02 - Setembro 2006 - areópago* de casas da ribeira
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Jornalinho nº02 - Setembro 2006 - areópago* de casas da ribeira
AGRADECIMENTO O Jornalinho agradece a colaboração da Junta de Freguesia de Mação, nas pessoas do seu Presidente e Secretárias que, muito prestavelmente, se dispuseram a tirar as fotocópias necessárias para uma maior divulgação deste periódico. Responsáveis António Colaço Maria Cecília Braga Distribuição Gratuita O JORNALINHO CASASDARIBEIRA-MAÇÃO ~~~~~~~~~~~~~~~ ~~~~~~~~~~~~~~~ ~~~~~~~~~~~~~~~ Mensal Nº 2 • Setembro 2006 50 exemplares http://areopago.awardspace.com TEMPOS LIVRES ANEDOTA O Albertino faz anos de casado e vai com a esposa a um restaurante. O Albertino quer dizer frases românticas à mulher, mas não sabe, por iss, olha para os outros casais. Olha para um homem que está a dar uma colher de mel à mulher, dizendo: — Mel, minha abelhinha? O Albertino achou aquela frase muito romântica e olha para outro casal. O homem estava a dar uma colher de açúcar à mulher e diz: — Açúcar, meu torrãozinho? O Albertino achou também esta frase muito romântica. Chegam as entradas à sua mesa e ele pega num pouco de presunto e diz à mulher: — Presunto, minha porca? JOGOS LINGUÍSTICOS 1. Procure entender o sentido do provérbio Candeia que vai à frente alumia duas vezes. 2. Descubra o verbo empregue em cada uma das frases (ser/ir): A - Ontem fui apanhar batatas. B - Já fui uma mulher bonita. LABIRINTO Descubra o caminho através do labirinto. EDITORIAL Chegou finalmente o mês de Setembro e, com ele, o tempo mais fresco e os primeiros chuviscos que anunciam a proximidade do Outono. Com o fim de Agosto chega também a sensação de alívio de mais um mês de calor sufocante que acabou e deixou para trás o medo da repetição dos terríveis incêndios que em 2003 assolaram esta região. Apesar do incidente esporádico de Penhascoso, onde arderam, pela quarta vez, vários hectares de floresta, causado, ao que parece, pela negligência de alguns trabalhadores, nada de mais grave houve a assinalar no concelho, este ano. Tal não se deveu, na nossa opinião, a uma maior conscencialização da população no que respeita à preservação do seu tesouro mais querido que são as florestas, mas puramente ao factor sorte. Simplesmente, não aconteceu. Apesar dos avisos constantes das autoridades, das horas de publicidade na televisão, dos cartazes, dos jornais, verificamos que as pessoas continuam, na sua alegre inconsciência humana, a cometer verdadeiros crimes contra a natureza, contra a sociedade, contra o seu semelhante e contra si próprio. Mais do que uma vez verificámos pessoas a fazerem queimadas em plena tarde de calor tórrido, a acender lareiras para cozinhar, a atirar pontas de cigarros para as bermas da estrada. Apenas como exemplo de tal negligência, mencionaremos um passeio pedestre ao conhecido Bando dos Santos, ao fim de uma tarde de 42 graus celsius. Do alto do monte, avistando ao fundo a aldeia de Brejo Grande, descobrimos fumo negro acompanhado por um cheiro nauseabundo de peles de animais (ou mesmo carcaças) a serem queimadas. O calor intenso do fim da tarde, a falta de humidade no ar, o vento que soprava, tudo isto parecia agoirar o pior. O incêndio só não se deu por pura sorte. Atitudes como estas deveriam ser prontamente punidas, mas passam incólumes face à passividade das autoridades, à falta de coragem para as denunciar (nostra culpa) e, mais grave, à ineficácia para fazer passar a mensagem da prevenção a uma população maioritariamente analfabeta e com centenas de anos de maus costumes enraízados. 2 O JORNALINHO SETEMBRO 2006 NOTÍCIAS BREVES Falta de Água nas Casas da Ribeira No dia 10 de Agosto, os moradores foram hoje surpreendidos pela presença de uma retroescavadora na Rua da Igreja, pela fraca pressão de água nas torneiras e enorme quantidade de água que escorria pela Rua Principal. No local, constatámos que se procedia à instalação de um contador de água numa casa particular, o que exigiu a abertura das bocas de incêndio para esvaziar os canos e facilitar a intervenção. A água nunca chegou a faltar, apenas diminuiu o seu caudal, sendo a situação completamente reposta ao fim da tarde. Alguns moradores manifestaram o seu descontentamento por ser hora do almoço e não terem sido previamente informados. Controlado Incêndio no Penhascoso No dia 7 de Agosto, foi totalmente controlado o incêndio que no passado dia 4 deflagrou entre Penhascoso e Mação, após reacendimento no dia 5. O fumo avistava-se da nossa aldeia de Casas da Ribeira e caíam cinzas, o que causou bastante consternação e ansiedade junto da população, frescas que ainda estão as memórias do incêndio que, há 3 anos, devastou esta região. Reunião na Associação Cultural e Recreativa de Casas da Ribeira Realizou-se no dia 5 de Agosto, sábado, uma reunião informal na Associação Cultural e Recreativa das Casas da Ribeira. Esta reunião tinha como objectivos angariar os primeiros sócios para a nossa Associação, estabelecer uma SETEMBRO 2006 O JORNALINHO ESPAÇO DO LEITOR A Senhora Dona Laurinda Matos revela aqui a sua receita da famosa salada de almeirão: cota mínima mensal, aprovar o emblema da Associação e dar a conhecer aos futuros sócios os trabalhos realizados até então e os que havia ainda a realizar. Os trabalhos foram orientados por Manuel António Mota, Helena Mota e António Colaço. Para além da mesa, estiveram presentes 22 moradores com direito a voto. Foi aprovado o emblema da Associação e estabelecida uma cota mensal de 50 cêntimos. Divulgação do Jornalinho A partir do dia 1 de Agosto, começou a ser distribuído O Jornalinho. Após divulgação porta-a-porta nas Casas da Ribeira, foram entregues alguns exemplares à Câmara Municipal de Mação, à Junta de Freguesia e à Biblioteca Municipal. Seguiu-se uma distribuição pelos autores em viatura própria pelas Associações, cafés e algumas caixas de correio pelas aldeias de Casal do Barba Pouca, Penhascoso, Queixoperra, Saramaga, Aboboreira, Pereiro, Castelo, Santos e Vale de Grou. Fizemos ainda chegar exemplares ao Carvoeiro, Monte Penedo e Ortiga ANIVERSARIANTES AGOSTO/SETEMBRO AGOSTO dia 01 - Mª. do Rosário Egreja Lobo dia 15 - Mª. Cecília de Oliveira Braga dia 23 - Manuel António da Pombo SETEMBRO dia 12 - Sr. Diamantino dia 14 - Manuel Esteves Coluna dia 29 - Mª. Luísa Matos Silva 7 Salada de almeirão COLUNA RETIRADA DEVIDO A CONFLITOS DE DIREITO DE AUTOR Corta-se o almeirão como se fosse para caldo verde, lava-se e esfrega-se muito bem. Acrescentam-se três ou quatro batatas cozidas às rodelas ou aos quadrados (também pode levar feijão cozido). Pica-se cebola e deita-se sobre o almeirão e as batatas. Tempera-se com sal, azeite e vinagre. Esta salada acompanha bacalhau assado ou peixe grelhado. A Senhora Dona Maria Joaquina Marques da Severina forneceu-nos duas quadras jocosas, que constituem um excerto das cantigas ao desafio, que se costumavam dizer nos bailes da sua juventude. ELA: Ó cara de feijão frade, Ó cara de feijão fradinho, Vai-te catar para o mato, Tens muito piolhinho. ELE: Tenho muito piolhinho, Foi sinal que tu mos viste. Foste tu que mos apegaste, Quando comigo dormiste. 4 O JORNALINHO SETEMBRO 2006 CURIOSIDADES TERAPIAS NATURAIS: SILÍCIO ORGÂNICO / ARTROSES Como evitar ou curar artroses A artrose forma-se quando o líquido da cartilagem seca, ficando esta como uma esponja quebradiça, que perde a sua elasticidade, e os ossos entram em fricção directa. As consequências são a falta de mobilidade, o inchaço derivado da inflamação e, sobretudo, as dores, com a inevitável perda de qualidade de vida. Os principais factores que originam uma artrose são três: a) envelhecimento, com a natural dificuldade de o organismo assimilar o silício, carência de silício e perda de fibras de colagénio; b) traumatismos repetidos (movimentos/pancadas longamente repetidos); c) alimentação com muitos ácidos (acidose: ácido úrico) e acumulação de toxinas no corpo. Pode-se prevenir ou minorar uma artrose prestando especial atenção ao que comemos. Deve-se evitar comer muitas carnes vermelhas, cacau, lacticínios, produtos de charcutaria e açúcar branco. Pelo contrário, deve preferir uma alimentação rica em silício (2º elemento químico mais importante no universo a seguir ao oxigénio), comendo preferencialmente legumes e cereais, como os que constam no quadro que a seguir mostramos. --------------------------Miligramas de silício por 100g --------------------------centeio (papa com leite, pão integral) ......... 600 milho miúdo ........... 500 cevada ................ 230 batata ................ 200 trigo integral ........ 160 milho ................. 19 espargos .............. 18 arroz ................. 17 colza ................. 16 girassol .............. 15 salsa ................. 13 --------------------------O Remédio Natural que Pode Vencer a Artrose, Bodywell Lda. 1999 Inflamação na articulação do joelho SETEMBRO 2006 O JORNALINHO 5 CURIOSIDADES ESOTERISMO CELTA E CRISTÃO: O SANTO GRAAL Possuindo um carácter duplo, ele é santo, rico, justiceiro e, em simultâneo, perigoso, pois só os justos o podem vislumbrar e dele se aproximar. As suas virtudes traduzem-se por uma luz sobrenatural que dá vida e alimento; cura e rejuvenesce; dá a vitória e o domínio; é masculino e feminino; destrói e cega os impuros que dele se aproximam. O Santo Graal tem sido aceite na tradição esotérica como motivo sagrado de busca e aperfeiçoamento espiritual humano. Esta procura é representada mais amplamente na literatura medieval de origem bretã, ou seja, o ciclo dos Cavaleiros do Rei Artur. Há quem procure o Graal enquanto objecto material, outros defendem que ele é um objectivo espiritual e filosófico. Há autores que defendem que o Graal é o real corpo de Cristo (Sangreal/Sangue Real). As mais recentes teorias, mais ou menos esotéricas, afirmam que o Graal é a própria Maria Madalena (O Código da Vinci, Dan Brown). De qualquer maneira, o Graal é sempre definido como portador de movimento e luz e das mais altas virtudes. Apresenta-se como um cálice, vaso, bacia, caldeirão, de ouro, esmeralda ou pedra desconhecida, em que José de Arimateia terá recolhido o sangue do golpe lateral de Jesus Cristo. Na demanda do Santo Graal, ele pode ser encontrado pelos cavaleiros puros (como Galaad, Parsifal, Lancelote, Mordrain, Gwain, Boorz, Titurel, etc.) numa ilha - Avalon, Ilha Branca -, num castelo - Montsalvatsche -, num vale do Tibete - Sambhala. Tradicionalmente, o Santo Graal tem ficado à guarda dos Cavaleiros da Ordem do Templo, que no presente vivem na clandestinidade. Note-se que existem autores que admitem alguma ligação do nome de Portugal com o Santo Graal, a partir da composição do substantivo: Portus Cale/Porta, Porto do Rochedo, dos Gauleses (veja o poema «Porto Graal», no Lapidisca: http://www.geocities.com/lapidisca) O Mistério do Graal, Julius Evola, Editorial Vega, Lisboa, 1978 6 O JORNALINHO SETEMBRO 2006 SETEMBRO 2006 AMBIENTES Khatag, a Écharpe da Felicidade Conta-se que o rei do Tibete, Trisong Deutsen, que não era budista, andava muito ressentido com o respeito e a veneração que o povo do Tibete mostrava para com o grande mestre indiano Padmasambhava. Parecia-lhe, na verdade, que reverenciavam mais a Padmasambhava do que a ele mesmo. Assim, o rei decidiu assegurar-se de que, quando o grande mestre o visitasse, todos os chefes do país veriam aquele, a quem tanto honravam, render homenagem ao seu rei. No dia da visita de Padmasambhava, todos os cortesãos foram convocados para vê-lo render homenagem ao rei; este, com grande ansiedade, também esperava para conhecer o grande mestre. O altivo rei mal pôde ocultar o seu grande prazer quando Padmasambhava levantou os braços como que para prostrar-se diante do trono real; mas, ao invés disso, das mãos de Padmasambhava saíram chamas que alcançaram as roupas do rei, queimandoas em segundos. Enquanto os cortesãos tratavam de apagar as chamas a golpes, o rei, sufocado pela fumaça que subia de sua écharpe cerimonial, retirou-a dos ombros. Comprovando o grande poder do mestre, o rei lançou-se aos pés de Padmasambhava em submissão, e ofereceu-lhe a écharpe em sinal de humildade. Padmasambhava aceitou a écharpe, mas logo a devolveu ao rei, colocando-a ao redor do seu pescoço, como um signo de bênção e da vitória da autoridade sacerdotal sobre o poder temporal. E assim, diz-se no Tibete, terra de poucas flores, que Padmasambhava estabeleceu o oferecimento de khatags de felicidade, como demonstração de respeito. Khatag é uma tira comprida de tecido, geralmente branca, uma espécie de longa écharpe, que pode ser confeccionada em diferentes tipos de tecido, desde a seda até gaze endurecida com pó de arroz. Literalmente, significa "tecido que une" e simboliza o laço que se estabelece entre aquele que a oferece e o que a recebe. Jayang Rinpoche. Contos Populares do Tibete: os mais belos diálogos da literatura budista. SUGESTÕES PARA SETEMBRO No mês da reentrée, sugerimos o presente ramalhete de ambientes. Para mais leituras, consulte o site Prazer de Ler em http://www.geocities.com/prazerdeler O JORNALINHO HISTÓRIA DA ALDEIA Tudo indica que a localidade de Casas da Ribeira é habitada há pelo menos 10.000 anos. Achados arqueológicos na região do Pereiro, do Castelo, de Casas da Ribeira e do Caratão colocam a nossa aldeia no centro do desenvolvimento da humanidade que data pelo menos da época do Bronze Final. No entanto, da documentação existente nos arquivos desde a fundação da Nação, só a Vila de Mação é mencionada. Estas terras seriam pertença da Ordem de Malta desde o reinado de D. Sancho I, tendo sido recuperadas para o Trono por D. Dinis. A primeira menção de Casas da Ribeira que chegou ao nosso conhecimento data do reinado de D. João III, do ano de 1527. Este rei teria mandado fazer uns censos à população, e neles já consta a nossa aldeia. Censos de 1527 • Leitura − O Fio da Navalha, Somerset Maugham Freguesia de Mação Número de vizinhos ou fogos: • Música − Tai Chi Too, de Oliver Shanti and Friends Corpo da Vila, 146; Vale de Ovelhas, 6; Foz de Eiras, 1; Azenhas de João Dias, 2; Rosmaninhal, 5; Casas da Ribeira, 5; Caratão e Santos, 6; Azenhas, 10; Pereiro e Azenha do Pero, 4; Total, 181 • Filme − 2001: Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick, 1968, com Keir Dullea, Gary Lockwood, William Sylvester, Daniel Richter, Leonard Rossiter, Margaret Tyzack, Robert Beatty, Sean Sullivan, Douglas Rain 3 Podemos ver que já neste ano esta aldeia contava com 5 casas (talvez 20 a 25 habitantes), número só ultrapassado pela própria Vila de Mação e por Azenhas. Se compararmos com os censos de 1940, últimos a que tivemos acesso, verificamos que a aldeia cresceu de modo bastante significativo, com 328 habitantes nesse ano, só ultrapassado pela Vila de Mação, pelo Pereiro, pelo Carregueiro e por Santos. Casas da Ribeira tinha mais habitantes do que o Castelo, o Rosmaninhal e o Caratão. Censos de 1940 Freguesia de Mação Número de habitantes: Caratão, 201; Carregueiro, 307; Casal Fundeiro, 75; Casas de Albino, 95; Casas da Ribeira, 328; Castelo, 216; Chãs, 27; Corga do Castelo, 122; Levada, 33; Mação, 1413; Mantela, 25; Monte de João Dias, 65; Pereiro, 535; Ribeira do Aziral, 21; Rosmaninhal, 266; Santos, 346; São Miguel, 68; Vale de Abelha, 64; Vale das Árvores, 47; Vale do Monte, 11; Vale de São Domingos, 5; Ventosa, 76; Isolados e Dispersos, 31; Total, 4584 Vista parcial de Casas da Ribeira Estrada para Vale de Grou