Edição 580 - INFORMATIVO CEPEA 06.01.2012
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Edição 580 - INFORMATIVO CEPEA 06.01.2012
INFORMATIVO CEPEA ALGODÃO Análise Econômica Semanal sobre o Setor do Algodão UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO • ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA "LUIZ DE QUEIROZ" Sexta-feira, 6 de janeiro de 2012 - Edição 580 Exportações recordes marcam 2011 Índice Esalq (centavos de R$/lp) Data 2-jan 3-jan 4-jan 5-jan 6-jan Com produção recorde na safra 2010/11, era de se esperar que as exportações crescessem de forma intensa. De fato, isso aconteceu, com o volume e a receita a níveis surpreendentes. Em dezembro, especificamente, as exportações foram recordes para o mês e se caracterizaram como a quinta maior quantidade exportada em um único mês. Foram 111,7 milhões de toneladas, quase duas vezes acima da observada em dez/10, mas que geraram receita de US$ 224,3 milhões, 2,4 vezes acima da de dez/10. Isso ocorreu porque o preço médio chegou a US$ 0,9108/lp e, ao ser multiplicado pela taxa de câmbio de R$ 1,839/US$, proporcionou R$ 1,6751/lp em média. O surpreendente é que o Indicador CEPEA/ESALQ teve média de R$ 1,6570/lp em dezembro. Ou seja, exportar gerou mais receita que a venda interna, o que não acontecia desde abr/09, quando, no Brasil, se observou o menor preço já recebido pelos produtores. No total de 2011, os embarques somaram 758,3 mil toneladas e geraram receita de US$ 1,6 bilhão, ambos recordes. Em relação a 2010, o crescimento foi de 48% em volume e de 93,5% em valor. Até então, os recordes do mercado de algodão haviam sido registrados em 2008. Em 2011, o Brasil exportou para 40 países. Pela primeira vez, a China foi a principal importadora de algodão do Brasil, representando 36,1% do total (273,8 mil toneladas). Em 2010, a China havia adquirido apenas 84,6 mil toneladas. Em termos de comparação com outras culturas, o algodão teve área equivalente a 5,8% da soja na safra 2010/11. Porém, ao ser comparada a receita com exportação, os US$ 1,6 bilhão do algodão se equivaleram a 9,8% das divisas geradas pela soja em grão em 2011. Já ao serem somados soja, farelo e óleo, as receitas do algodão foram equivalentes a 6,7% do gerado pelo complexo do grão. Neste início de ano, poucos foram os agentes que retomaram as atividades no mercado doméstico. Dessa forma, as negociações seguiram em ritmo lento, com negócios pontuais Data 2-jan 3-jan 4-jan 5-jan 6-jan Foi observado, nesta semana, maior interesse para exportação do produto da safra 2011/12. Contudo, poucos foram os negócios efetivados devido à disparidade entre os preços de compra e venda. Entre 29 de dezembro e 6 de janeiro, o Indicador CEPEA/ESALQ com pagamento em 8 dias subiu 1,28%, fechando a sexta-feira a R$ 1,6666/lp. Em 2011 a queda do Indicador foi de 43,54%, com média anual de R$ 2,4584/lp. No mercado de fios de algodão, a demanda permaneceu baixa, o que segue pressionando as cotações do produto. Em algumas fiações, toda a produção de dezembro ainda está estocada, o que as leva a reduzir o consumo da pluma. No mercado internacional, os preços subiram na Bolsa de Nova York, atingindo o maior valor em sete semanas. O impulso veio da desvalorização do dólar e do tom positivo dos mercados financeiros. Entre 30 de dezembro e 6 de janeiro, o primeiro vencimento, Março/12, subiu 4,42%, Maio/12, 4,19%, Julho/12, 4,56% e Outubro/12, 4,18%. Neste mesmo período, o Índice Cotlook A subiu 3,1%, fechando a sexta-feira a US$ 0,9965/lp. O dólar desvalorizou 0,8% frente ao Real, com média de R$ 1,8378/US$. A paridade de exportação calculada pelo Cepea, FOB Paranaguá, teve média de R$ 1,5796/lp nesta semana, alta de 3,38% em relação à média anterior (R$ 1,5280/lp). 95,57 95,72 94,48 95,52 95,16 95,67 95,67 95,47 94,06 94,67 93,79 94,44 Cot A Variação 96,80 100,35 100,35 99,65 0,16% 3,67% 0,00% -0,70% Data 2-jan 3-jan 4-jan 5-jan 6-jan 2010/2011 s/ referência 0,9570 0,8950 s/ referência 0,9688 2011/2012 s/ referência 0,9300 0,9264 0,8763 0,9200 2012/2013 s/ referência s/ referência s/ referência 0,9000 s/ referência Fonte: Cepea/ Esalq Caroço de algodão (R$/tons), FOB Região Origem Produto da safra 10/11, pagto antecipado, entrega imediata Região Origem Valor à vista A alta nos preços externos também contribuiu para a retração de vendedores no Brasil, uma devido à necessidade de caixa. 95,80 95,92 94,74 95,86 Exportação (US$/lp) Base 41-4, FOB porto - safras influenciar para cima os preços da pluma. poucos vendedores ativos, no entanto, foram, em certos casos, flexíveis nos preços pedidos out-12 Fonte: www.cotlook.com Obs: Dia 2 - Feriado Bancário do Ano Novo safra. Esse cenário deve impulsionar os preços de grãos, o que, consequentemente, pode vez que a paridade de exportação subiu de forma mais intensa que os preços internos. Alguns jul-12 Data 2-jan 3-jan 4-jan 5-jan 6-jan cenário mais comprador já era esperado, visto que boa parte desses agentes, tanto no Brasil Argentina está prejudicando as lavouras de milho e soja, o que deve resultar em uma quebra na mai-12 Cotlook (cents de US$/lp) Algumas indústrias demonstraram interesse por novas aquisições para repor estoques. Esse também na colheita de soja. Segundo colaboradores do Cepea, a seca no Sul do País e na mar-12 Fonte: www.nyce.com Obs: Dia 2 - Ano Novo persiste, fator que também contribui para o baixo ritmo de negócios. compradores para voltar a negociar. Esses agentes seguem focados no plantio da pluma e Variação -0,07% 0,38% -0,18% 0,73% 0,42% Ice Futures U.S. (cents de US$/lp) ligeira melhora nas efetivações. A dificuldade em encontrar pluma de qualidade superior Entre os produtores, muitos estiveram recuados, aguardando uma maior movimentação de Prazo - 8d 164,44 165,06 164,76 165,97 166,66 Fonte: Cepea envolvendo apenas pequenos volumes. Na segunda metade da semana, no entanto, houve quanto no mercado externo, encerrou 2011 com baixos estoques. Vista 163,12 163,73 163,43 164,65 165,32 Barreiras (BA) 326,67 Primavera do Leste (MT) 270,00 Campo Novo do Parecis (MT) 240,00 Fonte: Cepea/ Esalq Caroço No mercado de caroço de algodão, os preços seguiram firmes nesta primeira semana de 2012. A baixa oferta do produto para entrega imediata faz com que cotonicultores consigam manter os valores pedidos. Muitos desses vendedores pretendem retomar as negociações apenas na próxima semana. Há demanda no mercado, mas alguns compradores acreditam que os preços devam baixar nas próximas semanas. Segundo colaboradores do Cepea, muitas fazendas na Bahia estavam inacessíveis devido às frequentes chuvas que dificultavam a entrada de caminhões e ainda há ainda um bom volume de caroço a ser comercializado nessas regiões. Outro fator que explica a retração de compradores é a baixa nos preços de farelo de soja e a entrada da safra de soja. Para estocar soja, é necessário escoar o estoque de caroço. O Boletim Mensal de Biodiesel divulgado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) apontou que em, out/11, 6,34% do biodiesel produzido no Brasil teve como matéria-prima o óleo de caroço de algodão. Este volume é 28,1% superior ao de set/11 e 99,4% maior que o de out/10. Vale ressaltar que, desde o início da divulgação dos boletins da ANP, em out/08, este foi o maior percentual de óleo de caroço de algodão utilizado para a produção de biodiesel em um único mês. Em contrapartida, o óleo de soja teve seu menor percentual (71,74%), mas ainda segue como a principal matéria-prima na produção do biodiesel brasileiro. Coordenação: Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho Equipe: Lucilio R. Ap. Alves, Raphaela Spolidoro e Juliana Tognin Vasquez Jornalista Responsável: Ana Paula da Silva Contato: 19-3429-8847 * Fax: 19-3429-8829 * [email protected] INFORMATIVO CEPEA - ALGODÃO Análise Econômica Semanal sobre o Setor do Algodão UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO • ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA "LUIZ DE QUEIROZ" Comportamento do mercado Semana de 2 a 6 de janeiro Indicador CEPEA/ESALQ 176,00 Data Vista 173,00 Prazo - 8d 170,00 167,00 164,00 161,00 104,00 101,00 , 95,00 89,00 155,00 2-jan Fonte: Cepea/Esalq 3-jan 4-jan 5-jan 6-jan 107,00 mar/12 104,00 3-jan 4-jan 5-jan 6-jan Volume de negócios registrados e confirmados disponíveis da BBM no período sob análise (em ton) mai/12 jul/12 out/12 101,00 98,00 95,00 92,00 89,00 86,00 2-jan 2-jan Fonte: Cotlook Primeiros vencimentos da Ice Futures U.S. Cents US$/lp 98,00 92,00 158,00 3-jan 4-jan 5-jan 6-jan Fonte: Nyce Clima Neste sábado, na região Centro-Oeste, o tempo segue firme no sul de Mato Grosso do Sul, com sol forte e calor à tarde. Nas demais áreas desse estado, o sol também predomina, mas ocorrem algumas pancadas de chuva a partir da tarde. Nos demais estados do Centro-Oeste, o sol aparece entre muitas nuvens e chove a qualquer hora do dia. No Nordeste, o sol aparece sempre entre muitas nuvens e chove a qualquer hora no sul do Maranhão e do Piauí e no oeste da Bahia. No norte da Bahia, no oeste de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e no leste do Ceará, o sol brilha forte e o tempo fica firme, sem previsão de chuva. Em todas as demais áreas da região, o sol predomina, faz calor e só ocorrem algumas pancadas rápidas de chuva no decorrer do dia. Vale conferir Cot A 107,00 Cents US$/lp Cent. R$/lp Índice Cotlook 2011/12 110,00 Fonte: http://www.climatempo.com.br 10 e 11/01/2012 – Première Vision NY - 1ª edição Local: Metropolitan Pavilion & Altman Building Cidade: Nova York – EUA http://www.premierevision-newyork.com/ http://www.abit.org.br/site/agenda.asp 11 a 14/01/2012 – Heimtextil Local: Messe Frankfurt Exhibition GMBH Cidade: Frankfurt – Alemanha http://heimtextil.messefrankfurt.com - http://www.abit.org.br/site/agenda.asp 19 a 21/01/2012 – Pitti Bimbo Local: Pitti Immagine srl Cidade: Florença – Itália http://www.pittimmagine.com - http://www.abit.org.br/site/agenda.asp Safras Goiás Paraná São Paulo Minas Gerais Mato Grosso Mato Grosso do Sul Bahia Paraíba Tocantins Piauí Pernambuco Ceará Alagoas Maranhão Rio Grande do Norte Distrito Federal Outros Estados Importado Nacionalizado Total Exportação Mato Grosso do Sul MatoGrosso São Paulo Goiás Minas Gerais Paraná Bahia Exp.Opção Merc.Interno Outros Estados Total Exportação Total Registrado nos 10/11 11/12 12/13 - - - - - - - - - - - - - - 4.103,0 - - - 510,0 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 777,0 - - - - - - - - - - 5.390,0 - 1.000,0 1.335,0 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 5.390,0 - 1.000,0 1.335,0 1.000,0 1.335,0 Fonte: Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) Informações de frete (Pontos R$/lp) Região Origem Primavera do Leste Barreiras Lucas do Rio Verde Rondonópolis Barreiras Região Destino São Paulo São Paulo Santos Paranaguá Alagoas Pontos 963 853 1.122 850 962 Fonte: Cepea METODOLOGIA PARA ELABORAÇÃO DO INDICADOR CEPEA/ESALQ: A elaboração do Indicador é realizada por meio de pesquisas diárias de preços junto a cotonicultores, algodoeiras, cooperativas, comerciantes, corretores e fiações localizados nas principais regiões produtoras e consumidoras de algodão no Brasil. O Indicador do Algodão CEPEA/ESALQ representa uma média aritmética dos valores praticados no mercado físico no correr do dia pelo algodão 41-4, sem ICMS e com Funrural. A incidência de PIS/COFINS e comissão dependerá dos agentes envolvidos na transação. É acrescido ainda de custo de frete para entrega na cidade de São Paulo. IMPORTANTE: Este informativo é de uso exclusivo dos informantes; é PROIBIDA a cópia ou uso comercial do mesmo. INFORMATIVO CEPEA - ALGODÃO Análise Econômica Semanal sobre o Setor do Algodão UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO • ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA "LUIZ DE QUEIROZ" Clipping Semana de 2 a 6 de janeiro Com China e UE, básicos garantem saldo positivo – Ao contrário da balança comercial com os Estados Unidos, com outros três destinos de expressão (China, União Europeia e América Latina) o Brasil tem saldo positivo. Enquanto produtos primários se valeram da alta generalizada de preços no mercado internacional e do aumento no volume da produção, fazendo os brasileiros registrarem superávit na balança, o país aumentou a compra de produtos com maior densidade tecnológica. A China se firmou em 2011 como o maior parceiro comercial do Brasil. O bom preço no mercado internacional e os investimentos no crescimento da produção fizeram de minérios e soja os campeões na pauta de exportação para os chineses. Os brasileiros venderam US$ 18,2 bilhões em minério de janeiro a novembro do ano passado, crescimento de 55,2% em relação aos onze meses de 2010. A soja também teve aumento significativo no mesmo período (47,8%) e somou US$ 10,5 bilhões. O destaque em 2011 ficou por conta do açúcar e do algodão. O primeiro, com cotação atrativa, foi um dos responsáveis pelo aumento do preço do etanol neste ano no Brasil, já que parte maior da safra de cana foi direcionada à produção do açúcar. Os chineses compraram US$ 1,2 bilhão do produto, mais do que o dobro dos US$ 491 milhões registrados no em 2010. As cifras deixaram o açúcar como o quarto produto mais procurado. O algodão também teve salto significativo: passou de US$ 137 milhões para US$ 504 milhões em vendas para o país asiático (www.valor.com.br, 02/01/2012). Crise reduz ritmo da exportação e governo prepara medidas – As exportações brasileiras sentiram os efeitos do recrudescimento da crise internacional e, para tentar reverter ou minimizar perdas em 2012, o governo planeja novas medidas de estímulo às exportações de manufaturados. Elas devem ser anunciadas neste primeiro trimestre. Os incentivos serão concentrados na redução do custo de crédito para financiamento da exportação dos fabricantes de bens manufaturados, numa ação que deve envolver o BNDES e a Finep, e na abertura de novos mercados, por meio de organização de viagens de comitivas de empresários em promoção comercial. O aprofundamento da crise econômica mundial já reduziu a média de embarques brasileiros ao exterior, derrubou o preço de commodities importantes (como minério de ferro, soja e celulose), e diminuiu a oferta de crédito externo para a indústria exportadora. Devido à incerteza quanto à continuidade desses fatores, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic) vai aguardar o anúncio do barateamento dos custos aos exportadores para divulgar a meta de exportações para o país neste ano. Os resultados muito negativos da indústria ao longo de 2011, expostos no resultado final da balança comercial do ano, divulgados ontem, acenderam o sinal amarelo para a equipe econômica. O agravamento da crise na União Europeia ao longo do passado ficou claro na trajetória das exportações brasileiras para a zona do euro - no ano, os embarques foram 22% superiores ao registrado em 2010, mas em dezembro a elevação de foi de apenas 1,1% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Da mesma forma, a perda de fôlego das commodities ligou o sinal amarelo do governo, uma vez que os produtos básicos são o principal sustentáculo do saldo comercial - o saldo industrial é fortemente deficitário. No mês passado, o preço do minério de ferro (o principal produto exportado pelo Brasil) ficou 1,8% menor que em dezembro de 2010, da mesma forma que a celulose embarcada em dezembro foi 9,5% mais barata que no mesmo mês de 2010. Além deles, a soja em grão também viu seu preço recuar 5% na mesma comparação. A redução das vendas de minério, em relação a novembro, já era esperada devido às negociações de mudança de preço e de método de cálculo entre a Vale, exportadora e seu principal cliente, a China. A China foi o principal destino dos produtos brasileiros em 2011. O país comprou US$ 44,31 bilhões do Brasil, representando uma alta de 44% em relação a 2010. Os principais produtos foram soja e minério de ferro. O segundo maior mercado foram os Estados Unidos, com compras de US$ 25,9, 33% maiores que as do ano anterior (www.valor.com.br, 03/01/2012). Brasil será grande celeiro de alimentos – O Brasil será um dos importantes fornecedores de alimentos nos próximos anos, junto com os Estados Unidos, Austrália e Argentina. As projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para os próximos 40 anos mostram que a produção de grãos no país deve saltar dos atuais 159 milhões de toneladas para 299,5 milhões de toneladas. Esse aumento representa acréscimo de 140,5 milhões de toneladas de arroz, feijão, trigo, milho e soja, ou 88% de incremento. A produção de carnes também deve apresentar forte aumento nos próximos anos. A previsão é que o país produza 52,6 milhões de toneladas em 2050. O aumento é de 98% em relação à produção de 26,5 milhões de toneladas, em 2011. O preço da terra têm sido um dos fatores atrativos para o deslocamento da agricultura e pecuária para novas áreas, especialmente no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Outro ponto é que como essas novas regiões de expansão da agropecuária apresentam maiores riscos de variações climáticas, especialmente secas, a tecnologia é um fator essencial para reduzir esses impactos. Os resultados desse indicador mostram que o crescimento da agropecuária no Brasil tem-se dado principalmente pela introdução de novas tecnologias, melhoramento do processo de gestão, maior qualificação da mão-de-obra, entre outros fatores. O coordenador acrescenta que o crescimento baseado na produtividade projeta para 2050 um aumento de área da ordem de 39%, o que significa passar dos atuais 46,4 milhões de hectares para 64,5 milhões de hectares (www.correiodoestado.com.br, 03/01/2012). Ameaça no Sul, La Niña deverá poupar demais regiões do país – Novamente sob influência direta do fenômeno La Niña, provocado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico, o clima para a agricultura brasileira tende a registrar chuvas dentro da média para a maior parte das áreas produtivas nos primeiros meses de 2012. A exceção é o Sul do país, que deve seguir castigado pelo clima seco. A estiagem extrapola as fronteiras brasileiras e afeta também lavouras de grãos da Argentina e do Uruguai, o que tem colaborado para sustentar as cotações de produtos como milho, soja e trigo nas principais bolsas do mundo nas últimas semanas. De acordo com previsões da Somar Meteorologia, as lavouras gaúchas continuarão a sofrer mais com a escassez hídrica, mas a luz amarela permanece acesa para o Paraná e, já no Centro-Oeste, também para Mato Grosso do Sul. Na Argentina e no Uruguai também não há previsão de chuvas significativas nessas primeiras duas semanas de janeiro. Desde novembro com precipitações bem abaixo da média, o Rio Grande do Sul é o terceiro maior Estado produtor de grãos do país. No ranking do milho, a cultura gaúcha mais afetada até agora, está na quinta posição, segundo dados da Conab. A tendência, segundo a Somar, é que o Rio Grande do Sul continue com baixo índice de chuvas nos primeiros 15 dias de janeiro. Em Passo Fundo (RS), uma das regiões gaúchas mais importantes na produção de grãos, deverá chover apenas entre 20 ou 30 milímetros (mm) na primeira quinzena deste mês, bem abaixo da média histórica mensal de 145 mm. "Essa região está há cerca de 30 dias sem chuvas, quadro que mudará pouco nessa primeira quinzena", diz Paulo Etchichury, diretor da Somar. Além do milho, a falta de chuvas vem prejudicando soja precoce, pastagens e lavouras de feijão, batata e outros hortifrutis, segundo boletim da Emater-RS, a empresa de pesquisa e extensão rural do Rio Grande do Sul. Já em Mato Grosso o clima tende a não prejudicar a colheita de soja, que está começando. Maior produtor nacional da oleaginosa, o Estado deve receber as típicas chuvas de verão, mas intercaladas com largos períodos de ocorrência de sol, condição propícia para a entrada das máquinas de colher no campo. Sorriso, um dos municípios mais importantes na produção do grão, terá na primeira quinzena do ano chuvas entre 130 mm e 150 mm, com potencial de atingir a média mensal de 350 mm. No cultivo de grãos, o alerta da Somar recai sobre os produtores rurais adeptos da chamada "safrinha" (segunda safra). Segundo Etchichury, de forma geral as chuvas do primeiro semestre do ano dificilmente se estendem até maio nas regiões de grãos do Centro-Oeste. Devem parar na primeira quinzena de abril. Com isso, não é recomendado, segundo ele, extrapolar a janela de plantio da segunda safra nem para milho e nem para algodão, prática comum em regiões mato-grossenses. "O risco climático será grande", avisa o especialista. Em 2011, os produtores de algodão de Mato Grosso tiveram perdas na segunda safra pois "esticaram" a janela de plantio. As chuvas desejadas não ocorreram nem no fim de abril e nem em maio, derrubando a produtividade e a qualidade da fibra (www.valor.com.br, 03/01/2012). Preços de produtos primários brasileiros têm queda – O Índice de Commodities Brasil (IC-Br), calculado pelo Banco Central (BC), teve queda de 0,53%, em dezembro, em relação ao mês anterior, segundo dados divulgados hoje (4). No mês passado, o IC-Br, que calcula a variação em real dos preços de produtos primários brasileiros negociados no exterior, ficou em 124,34 pontos. Em todo o ano de 2011, o índice apresentou queda de 0,35%. O indicador agropecuário (formado por carne de boi, algodão, óleo de soja, trigo, açúcar, milho, café, arroz e carne de porco) teve a maior queda no mês (0,81%) entre os segmentos. No ano passado, houve retração de 0,48%. As commodities do segmento de energia (petróleo, gás natural e carvão) tiveram queda de 0,32%, no mês, e alta de 13,5%, nos 12 meses do ano passado. O segmento de metais (alumínio, minério de ferro, cobre, estanho, zinco, chumbo e níquel) foi o único que apresentou alta em dezembro, ao registrar 0,36%. Em 2011, esse segmento registrou queda de 10,78%. No mês passado, a queda do IC-Br foi igual a do índice internacional de preços de commodities (CRB) que ficou em 0,53%. Esse índice é calculado pelo Commodity Research Bureau, tem como base o mercado à vista e é uma medida dos movimentos de preços de produtos básicos mais sensíveis a mudanças nas condições econômicas. No acumulado do ano passado, esse índice internacional teve alta de 2,87% (www.jb.com.br, 04/01/2012). Estoques mundiais devem registrar alta de 32% na safra 11/12 – O Comitê Consultivo Internacional de Algodão, o Icac, informou nesta quarta-feira que os estoques mundiais de algodão deverão subir para 11,9 milhões de toneladas na temporada comercial 2011/12. Se confirmado, o volume apresentaria uma alta de 32% em relação à safra 10/11. Com o objetivo de recompor seus estoques, a China irá responder por, aproximadamente, 40% do volume estocado mundialmente neste ano comercial. No período de 8 de outubro a 30 de dezembro, o governo chinês adquiriu 2,1 milhões de toneladas da fibra dos produtores do país e, de acordo com o Icac, as compras prosseguem diariamente. No ciclo 11/12, as reservas chinesas podem subir, pelo menos, 3 milhões de toneladas, segundo o comitê. A produção mundial de algodão deverá registrar um incremento de 8% na temporada 2011/12 e chegar a 26,8 milhões de toneladas. Por outro lado, a estimativa do comitê é de que o consumo global do produto caia cerca de 2,9% no mesmo período, para 23,8 milhões de toneladas (www.sonoticias.com.br, 05/01/2012). Essa seção tem como objetivo colaborar na informação do setor. O conteúdo do clipping semanal não é de responsabilidade do Cepea.
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