Ou Alá nos salva ou morremos!
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Ou Alá nos salva ou morremos!
MUNDO MISSIONÁRIO Afeganistão “Ou Alá nos salva ou morremos!” Aldeias do Norte do Afeganistão, sem médicos nem enfermeiras obstretas, vêem morrer jovens mães na altura do parto. Em zonas isoladas do país, o acesso aos cuidados de saúde é quase inexistente, refere a agência Asianews. Abdul Haq, de Big Pamir, viu agonizar a sua esposa, de 29 anos, durante o parto. “Aqui não temos centro médico, nem escolas, nem serviços administrativos”. Condenado a permanecer viúvo, numa região pouco povoada e onde são poucas as mulheres, acrescenta: “Quando as crianças ou as mulheres caem doentes, só temos duas possibilidades: Ou Alá nos salva, ou morremos!”. É também o caso de Ilyas Bai, viúvo da aldeia Small Pamir. A sua esposa, de 20 anos, morreu quando, há seis anos, dava à luz o primeiro filho. “Não temos médicos nem medicamentos. Quando adoecemos, não temos aonde ir. Quando neva, ninguém consegue sair daqui”. Segundo o organismo das Nações Unidas para a População (FUNAP), na província de Badakshan regista-se a taxa mais elevada de mortalidade maternal do mundo. Ainda de acordo com um estudo elaborado pelo organismo das Nações Unidas para a infância (UNICEF), pouco mais de três por cento das mães de Badakshan deu à luz num centro médico. Um inquérito realizado recentemente mostra que China: pena de morte O número de condenações à morte em 2006 nos tribunais chineses é o mais baixo dos últimos 10 anos. Para Liu Jiachen, ex-vice presidente do Supremo Tribunal, “não se pode confiar nesta punição para combater o crime”. Presume-se que a China seja o país do mundo que mais aplique a pena de morte. A “Não temos médicos, nem medicamentos. Quando adoecemos não temos aonde ir. Quando neva ninguém consegue sair daqui” a maioria das mulheres dá à luz junto dos rios, no tempo quente, e no Inverno nos abrigos dos animais. A desnutrição e as carências alimentares entre as mulheres de Badakshan são muito frequentes. Mais de 40 por cento casaram antes dos 15 anos e a maioria está sujeita a trabalhos pesados até pou- cos dias antes de dar à luz. Embora as estatísticas mais alarmantes se refiram à província de Badakshan, a situação é idêntica no resto do país. Os responsáveis da UNICEF em Cabul garantem que o Afeganistão é detentor da segunda taxa mais elevada de mortalidade maternal do mundo, depois da Serra Leoa. partir de 2007, apenas pode ser aplicada pelo Supremo Tribunal do Povo, para evitar erros e abusos do poder local. que a idade extremamente jovem dos ugandeses torna-se um bom augúrio para a humanidade. Segundo as Nações Unidas, cada família tem uma média de seis filhos. O elevado número de crianças exige do país um esforço suplementar de apoio à infância, não podendo esperar, a breve prazo, um crescimento económico significativo. Uganda: país jovem O país mais jovem do mundo é o Uganda. Com 28 milhões de habitantes, a média etária é de 15,3 anos. Na Europa está entre os 40-43 anos. Pelo FÁTIMA MISSIONÁRIA 0 Edição LIII | Abril de 2007 MUNDO MISSIONÁRIO Invasão do Iraque aumentou desnutrição infantil Seis nações da Ásia contra o extremismo e a intolerância Na Índia ataque a trabalho infantil começa a dar frutos As crianças iraquianas desnutridas aumentaram 10 por cento, depois da invasão americana do Iraque. A desnutrição atinge, hoje, cerca de 30 por cento da população infantil. Segundo a Cáritas Internacional, a situação agrava-se devido à fome, aos altos níveis de insegurança e ao colapso do sistema sanitário. “Nos últimos quatro anos, vimos a situação piorar em vez de melhorar”, afirmou o presidente da Cáritas do Médio Oriente. Diariamente 5.000 iraquianos deixam as suas casas e abandonam o país. Em várias regiões asiáticas subsistem conflitos armados e guerrilhas. Para combater o extremismo, realizou-se em Jacarta, na Indonésia, uma conferência de seis nações da Ásia-Pacífico. Filipinas, Malásia, Tailândia, Austrália, Singapura e Indonésia adoptaram medidas conjuntas, como a luta contra o terrorismo através da internet e prevenção do tráfico de armas através das fronteiras. Os participantes comprometeram-se a promover o diálogo intra-religioso e inter-religioso para reforçar os laços de compreensão. Cerca de 28 mil crianças trabalhadoras da Índia voltaram aos bancos da escola, em 2006-2007, afirmou o ministro indiano do trabalho, Óscar Fernandes. As crianças são encaminhadas para institutos escolares ou para centros de formação profissional, financiados pelo estado, conforme as idades. Calcula-se que haverá na Índia mais de 12 milhões de crianças obrigadas a trabalhar para sobreviver ou manter a família: trabalham em plantações de algodão e na indústria têxtil. Combate ao desemprego juvenil em África O desemprego juvenil em África é dos mais elevados do mundo e leva os jovens a entregarem-se a actividades marginais e destrutivas. Para combater esta chaga social, as Nações Unidas, juntamente com a União Africana, fundaram a “Rede para a Criação de Emprego da África Ocidental” (YENWA, iniciais das palavras em inglês). Com esta organização pretendem desenvolver programas nacionais de emprego para jovens. Países, como a Guiné Conakry, Libéria e Serra Leoa, organizaram programas de assistência a adolescentes para os afastar dos conflitos bélicos. FÁTIMA MISSIONÁRIA 0 Edição LIII | Abril de 2007 do QUÉNIA Tobias Oliveira Armas ilegais comércio de morte Bispo do Sri Lanka apela ao mundo a favor do seu povo Descoberta melhora vida de milhões no Bangladesh “Apelamos à comunidade internacional e às organizações humanitárias para que venham em socorro do nosso povo”. O apelo é de Kingsley Swampillai, bispo de Trincomalee e Batticaloa, no Sri Lanka. Mais de 150 mil refugiados vivem em tendas, debaixo de árvores, ou nas escolas e paróquias, em condições precárias. Falta-lhes alimentação e água, proliferam as doenças e problemas sanitários. O povo foge à guerra civil, que, desde o Verão de 2006, não cessa de matar e destruir na região. É um filtro muito simples, prático e económico. Abu Hussam, professor nos Estados Unidos, inventou-o para melhorar a vida de milhões de pessoas do Bangladesh, seu país de origem. De areia, carvão, pedaços de tijolo e um tipo de ferro, o filtro permite extrair o arsénico da água contaminada dos poços. O Bangladesh é o país mais poluído do mundo em arsénico, um veneno que causa perturbações no fígado e outros órgãos vitais em mais de 85 milhões de habitantes, numa população de 127 milhões. ASSINE A NOSSA REVISTA RENOVE A SUA ASSINATURA FÁTIMA MISSIONÁRIA 0 Edição LIII | Abril de 2007 O Padre Martinho Addai, natural do Gana e missionário no Quénia, foi morto por ladrões em Nairobi no passado dia 10 de Março. Esta morte cruel junta-se a tantas outras em que num simples roubo são usadas armas e se ceifam vidas. Um inquérito feito pelo jornal “Sunday Nation”, informa que 1,2 milhões de quenianos têm fácil acesso a uma arma. David Kimaiyo, Director de Operações da Polícia, concorda que tal número é de facto “bastante realista”. Encontram-se portanto no Quénia mais de 100 mil armas ilegais, entre elas as mortíferas G3 e AK47. O comércio de tais armas está tão bem organizado que até é possível alugar uma pelo módico preço de 12 euros, desde que ao devolvê-la se entregue uma percentagem do roubo conseguido. Neste país o problema é exacerbado pelo facto de termos fronteiras comuns com países em conflito como por exemplo a Somália e o Sudão. Muitos dos combatentes acabam por vender as armas no mercado negro colocando-as assim em mãos assassinas. O governo do Quénia num gesto simbólico inutilizou há dias oito mil armas recuperadas pela polícia. É pouco, se considerarmos a vastidão do problema, mas é algo cujo significado não vai passar despercebido. O mundo está altamente militarizado e a tentação de se impor pela força das armas alastra como fogo em restolho. Mais uma razão para os missionários continuarem a proclamar bem alto a mensagem do Senhor Ressuscitado: “A paz esteja convosco!”