- Câmara de Comércio Americana

Transcrição

- Câmara de Comércio Americana
Ano XXIV
No 258
Brasil Urgente
16 Tributação e pirataria
Steve Solot
Julho-Agosto / 2009
04 Editorial
06 Em Foco
14 From the Usa
Colunas
18
Gestão & Carreira Fatores críticos para a gestão da carreira
Andrea Ramal
22
Legal Alert Terceirização e anacronismo
José Carlos Wahle
16 Brasil Urgente
24 Capa
Life Style
32 News
20
Lazer e trabalho na mesma base
Capa
24
Ampliação do diálogo na Bacia de Campos
Fernando Borensztein e Juliana Loureiro
26
Quebrar paradigmas
Malu Nunes
28
Por uma educação “sustentável”
Reportagem
30
Investindo no futuro
Opinião
48 Opinião
50 Opinião
Entrevista
10 Tárcio Bezerra
CEO da TAPB fala
sobre o crescimento do
segmento offshores, mas
alerta: pode faltar mãode-obra especializada para
atender todo o mercado.
Dal Marcondes
48 Mercado bancário: um estudo de cenários Paulo Vicente
50 O futuro da comunicação é a geração de conteúdo José de la Peña Neto
ERRATA:
Informamos que o erro ocorrido no anúncio da Rede Gazeta publicado na edição anterior da Brazilian Business deveu-se a um
problema técnico, estando a Rede Gazeta isenta de culpa.
A tiragem desta edição de 10 mil exemplares é comprovada pela BDO TREVISAN AUDITORES INDEPENDENTES
Expediente:
Publicação bimestral da Câmara de
Comércio Americana para o Brasil - RJ
Diretor: Ricardo de Albuquerque Mayer
Editor-chefe e Jornalista Responsável:
Ana Redig (MTB 16.553 RJ)
Repórter e Redator:
Renato Santos
Editora de Arte:
Ana Cristina Secco
Designer e ilustrador: Lui Pereira
Impressão: Ediouro Gráfica e Editora
Fotógrafos: Clarice Castro, Cláudio Ferreira,
Luciana Areas e Ricardo Costa
Os pontos de vista expressos em artigos
assinados não refletem, necessariamente, a
opinião da Câmara de Comércio Americana.
Câmara de Comércio Americana para o
Brasil - Rio de Janeiro
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editorial
Meio ambiente em pauta
Infelizmente ainda precisamos de um Dia Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia para nos lembrar
do tanto que é preciso fazer para preservar os recursos naturais do planeta para as futuras gerações.
Neste ano, o dia 5 de junho foi regado a protestos e controvérsias, por causa da aprovação da Medida
Provisória 458 pelo Congresso Nacional, que foi considerada pelos mais diversos setores da sociedade
como um retrocesso ambiental.
A MP permite a formalização da posse de terras da União irregularmente ocupadas. Pela proposta, os
lotes com até 100 he (56% dos assentamentos de hoje) seriam doados aos posseiros. Aqueles que têm
entre 101 he e 400 he pagariam um valor simbólico e os lotes maiores, com até 1.500 he, pagariam preço
“de mercado” pelas terras. Ocorre que parte desses terrenos está dentro da Floresta Amazônica, o que
hoje é proibido pela Constituição Federal. Os críticos mostraram que a maior parte dos 67,4 milhões
de hectares de terras públicas seria entregue a grileiros, que se dizem empresários rurais, e que hoje
já ocupam as terras, mas de forma ilegal. Seria anistiar uma irregularidade existente há anos. Nenhum
país pode crescer e se tornar respeitado compactuando com a ilegalidade.
O presidente Lula até vetou dois artigos: o que permitiam a venda das terras para empresas, e o
que legalizava a posse em nome de pessoas que não vivem na terra, mas que a exploram através
de terceiros. Entretanto, o artigo que permite vender os lotes com mais de 400he em três anos foi
mantido. Parece, então, que a MP 458 navega no contra fluxo da história.
No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, está acontecendo um debate sobre a legislação ambiental
vigente, com o objetivo de condensar as cerca de 2.700 leis que hoje tratam do tema em apenas
um código, abrangente e enxuto. A nova legislação estabelecerá procedimentos para a execução de
normas como licenciamento ambiental, auditoria ambiental, gestão de unidades de conservação e
destinação final de resíduos industriais e domésticos.
O Código Ambiental Estadual (PL 3757/2006) foi elaborado por uma Comissão Especial criada especificamente para levar adiante essa tarefa. Neste momento, o projeto está sob análise da Secretaria
Estadual do Ambiente. Esse procedimento regimental foi adotado para que a secretaria apresentasse
seus comentários e sugestões na proposição, antes que ela seja colocada em votação na Alerj. Quando
retornar à Casa, o Código vai ser avaliado pelas 27 entidades que compõem o Fórum de Desenvolvimento do Rio e pelas comissões permanentes da Casa antes de ir a plenário.
Neste momento em que os governos do município e do estado do Rio de Janeiro conseguiram estabelecer uma harmonia entre si e com o governo federal, seria interessante que o presidente se inspirasse
no diálogo que o legislativo estadual está criando e ouvisse a sociedade. É o que esperamos também
dos outros estados e de todas as instâncias de poder. O debate e a participação são fundamentais,
pois este é um tema que afeta todos. E o Brasil tem uma grande responsabilidade ao administrar a
existência e a sobrevivência da Floresta Amazônica. O “pulmão do mundo” depende de cada um de nós.
Ricardo de Albuquerque Mayer
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BRAZILIAN BUSINESS
JULHO-AGOSTO/2009
JULHO-AGOSTO/2009
BRAZILIAN BUSINESS
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Divulgação
Pacotes mais baratos
na CVC
A CVC aposta nas férias e na queda do
dólar para aumentar a venda de seus
pacotes de turismo. Alguns roteiros
internacionais estão até 20% mais
baratos do que no mesmo período de
2008. Para julho, a CVC Turismo terá
operações aéreas em fretamentos
exclusivos, com saídas das principais
capitais brasileiras. Os destaques
ficam por conta dos 10 voos semanais
TOTVS entre as melhores de capital aberto
fretados para Bariloche, outros oito
A TOTVS foi indicada em cinco categorias do IR Magazine Awards Brazil 2009.
voos exclusivos para Orlando/Disney e
Promovido pela IR Magazine, Revista RI e Instituto Brasileiro de Relações com
a “ponte aérea” para as paradisíacas
Investidores (IBRI), o prêmio elege anualmente as empresas de capital aberto
praias do Caribe, que durante julho
que mantêm as melhores relações com investidores. No Brasil, a sondagem foi
receberão voos diários. Entre viagens
conduzida pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas,
nacionais e internacionais, são mais de
junto a 400 profissionais de investimentos - analistas e administradores de
300 roteiros diferentes na programa-
carteiras - que atuam no mercado de ações no Brasil.
Aracruz ajuda
a reflorestar
Mata Atlântica
Cerca de 100 mudas de plantas nativas, do total de 500 doadas pela Aracruz, já foram plantadas às margens
de um córrego no sítio Lagoa Azul, no
município de Serra (ES). A ação, que
faz parte do projeto “Um berço para
a natureza”, foi iniciativa da Perinatal Vitória, e mobilizou voluntários e
estudantes da Escola João Paulo II,
em Jardim Carapina. A Aracruz quer
contribuir para o reflorestamento de
áreas degradadas da Mata Atlântica,
associando o plantio de árvores ao
nascimento de bebês.
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BRAZILIAN BUSINESS
JULHO-AGOSTO/2009
Divulgação
ção de férias da operadora.
Divulgação
SulAmérica Seguros
premiada com o
Campeões da Década
A SulAmérica Seguros e Previdência recebeu, em junho, o prêmio
Campeões da Década, criado para
marcar a comemoração dos dez anos
do Prêmio Consumidor Moderno de
Excelência em Serviços ao Cliente,
da Revista Consumidor Moderno e do
Grupo Padrão. A seguradora ganhou
o prêmio Personalidade de Relacionamento da Década, para o diretor
de Contact Center, Edison Kinoshita,
e Personalidade de Marketing e Comunicação da Década, concedida ao
diretor de Marketing, Zeca Vieira.
Embraer completa 40 anos em agosto
Dois protótipos do avião CBA 123 estão sendo restaurados pela Embraer para
comemorar o aniversário de 40 anos da empresa, completados em agosto.
A iniciativa é parte das ações para recuperação de sua memória. Moderno e
sofisticado, o CBA 123 tornou-se economicamente inviável após a crise decorrente da Guerra do Golfo. O projeto foi encerrado em 1995, mas várias
tecnologias foram incorporadas mais tarde.
Voos diários
Rio-Houston pela
Continental
No dia 2 de agosto a Continental
Airlines passa a operar voos diários
sem escala entre o Rio de Janeiro e
Houston. A linha vai usar um Boeing
767-200, capaz de transportar 149
passageiros na classe econômica e
25 na executiva, chamada Business
First. O vice-presidente de vendas
da empresa para a América Latina,
John Slater disse que “o voo unirá
importantes centros de petróleo e
gás, além de facilitar as conexões
internacionais da Continental”.
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BRAZILIAN BUSINESS
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Divulgação
Geração Futuro
aproxima clientes
de gestores
Décima terceira gestora em ações do
Brasil, com R$ 4 bilhões em recursos
administrados, a Geração Futuro vem
promovendo um ciclo de reuniões para
aproximar ainda mais seus clientes do
mercado. Em julho aconteceram visitas
de diretores financeiros e de relações
com investidores da Vale, Sistema
Educacional Brasileiro (SEB), Embraer e
Natura. As palestras foram transmitidas
via videoconferência da sede do Banco
Geração Futuro de Investimento para
escritórios em São Paulo, Rio e Belo
Horizonte.
White Martins: inovação em corte e solda
A White Martins ampliou o Laboratório de Corte e Solda do Centro de Tecnologia Rio (CTR), em Duque de Caxias (RJ), tornando-se um dos maiores
centros de pesquisa do segmento na América do Sul. Com isso, sua capacidade de desenvolver soluções – sobretudo para os setores de petróleo e gás
e indústria naval - será duplicada. O CTR tem instalações modernas para
pesquisas aplicadas, desenvolvimento de equipamentos, treinamentos,
palestras e serviços de consultoria técnica.
Embratel: uma das marcas
mais valiosas do Brasil
A Embratel figurou pela primeira vez no ranking “As Marcas mais Valiosas
do Brasil”, ocupando a 18ª posição. A pesquisa foi elaborada pela Brand
-Analytics/Millward Brown, uma das mais importantes consultorias em
gestão de marcas do mundo. A boa colocação se deveu aos excelentes
resultados financeiros atingidos no ano passado, registrando R$ 217 milhões. O levantamento foi feito com 12,8 mil pessoas em todo o Brasil,
para compor um índice de força da marca, avaliado pelos brasileiros.
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BRAZILIAN BUSINESS
JULHO-AGOSTO/2009
entrevista
TÁRCIO AUGUSTO PIRES BEZERRA
Preparando o terreno para o pré-sal
T
árcio Pires Bezerra tem apenas 39 anos e comanda a maior
empresa de agenciamento marítimo no segmento de offshore.
Hoje a TAPB domina este mercado, com 90% dos contratos.
Tárcio começou operar no setor com apenas 17 anos. A opção
pelo trabalho o fez abandonar a faculdade de Administração para chefiar
a própria companhia, a então nascente Solana. Dois anos depois, o fim
do monopólio do petróleo no país trouxe uma quantidade expressiva de navios de pesquisa císmica para o Brasil. Eram empresas
que precisavam se legalizar para trabalhar no setor petroleiro.
A experiência já adquirida fez com que a empresa crescesse
rapidamente. Em 2005, a companhia tornou-se o grupo TAPB,
formado por quatro empresas. A Solana não existe mais, mas
seu nome é tão conhecido, que muitos ainda associam o empresário à empresa que iniciou o grupo.
Casado e pai de um casal de filhos, Tárcio tem na esposa
seu braço direito. Ela é sócia na vida e nos negócios,
pois comanda a parte administrativa e financeira do
grupo. A editora da Brazilian Business, Ana Redig,
conversou com ele e traz, nesta entrevista, um pouco da visão do pulsante mercado de offshore.
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BRAZILIAN BUSINESS
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A TAPB detém 90% do mercado de
agenciamento marítimo no segmento
de Offshore. O que exatamente cada
empresa do grupo faz?
A PortLogistic cuida da parte
de agenciamento marítimo propriamente dito. Legaliza as empresas, tira
as licenças, vistos de trabalho para
os estrangeiros, faz a inscrição nos
órgãos fiscalizadores, enfim, tudo o
que a empresa precisa para operar no
mercado de offshore no Brasil. A Saiçu
atua no campo do Comércio Exterior.
A Transoll cuida de transportes terrestres, levando executivos e técnicos de
portos para aeroportos, de hotéis para
os escritórios. Já tivemos uma frota
de 30 veículos, mas essa não é nossa
prioridade no momento. A Brascrew
seleciona, contrata e gerencia o trabalho
de marítimos nessas empresas.
Em quais estados o grupo atua?
Nossa sede é no Rio e temos
filiais em Arraial do Cabo e Macaé,
além de uma representação em Fortaleza, que atua junto a empresas no
Nordeste. No início do ano que vem
abriremos outras filiais, uma em Angra
dos Reis e outra em São Sebastião, São
Paulo, para atender à demanda do présal na Bacia de Santos.
O mercado de agenciamento marítimo está em expansão, devido à
descoberta do pré-sal?
Com certeza o pré-sal fez o setor
brilhar como um todo. Nossa vantagem
é que estamos neste ramo antes mesmo
da lei do Petróleo, que abriu para empresas estrangeiras. A descoberta das
novas reservas tem atraído mais empresas estrangeiras, e tenho certeza de
que haverá oportunidade para todos os
que desenvolverem um bom trabalho.
O Brasil é conhecido por seu excesso de burocracia. Uma simplifi-
cação nas exigências legais para a
instalação dessas empresas atrairia
mais negócios?
Sem dúvida. Primeiro, teríamos mais empresas trabalhando no
Brasil, gerando empregos e renda.
Depois, como ganharíamos tempo
para habilitar um número maior de
companhias, o mercado passaria a ter
um dinamismo maior.
Quanto tempo se leva hoje para
habilitar uma empresa de offshore?
Hoje é muito demorado. Além
dos cerca de dois meses que é preciso
para abrir qualquer tipo de empresa no
Brasil, ainda levamos mais quatro a seis
meses para acertar toda a parte de regulamentação junto aos órgãos relativos
a offshore. Há empresas em que nossa
consultoria começa cerca de um ano
antes da primeira embarcação chegar
a águas brasileiras. Isso é fundamental,
pois trabalhamos com embarcações que
têm custo operacional médio diário de
US$ 500 mil. E tempo é dinheiro.
Que tipo de economia gera para o
empresário que está se instalando?
Como eu disse, tempo é dinheiro. Se a companhia que está vindo se
instalar no Brasil tivesse que enviar
alguém que não conhece “o caminho
das pedras”, como nós, seria mais
demorado e muito menos eficiente.
Assim, trabalhamos em sinergia com a
empresa para que ela providencie todos
os documentos necessários a um bom
tempo e nós deixamos tudo ok para que
ela somente precise começar a operar.
A empresa também cuida da logística
de instalação de empresas nacionais
de outros estados que vão se instalar
no Rio?
Percebemos esta demanda, mas
são situações pontuais. Há empresas
que querem se instalar, procuram áreas
de grande porte, de até 200 mil metros
quadrados, e podemos aproveitar o
nosso know how para atendê-las. São
grandes investimentos de empresas que
estão vindo para ficar.
Como se dá a logística de pessoal?
Vocês também selecionam trabalhadores para essas empresas?
A legislação trabalhista que envolve o mercado de offshore determina
percentuais mínimos de trabalhadores
brasileiros para empresas estrangeiras
que vêm explorar petróleo no Brasil.
Começa com 1/3; em uma segunda
etapa passa para a metade; e em uma
terceira fase são 2/3 dos trabalhadores
brasileiros no segmento. Temos uma
carteira de marítimos habilitados e
fornecemos esta mão-de-obra para as
empresas. E também buscamos estes
profissionais no mercado, conforme
a demanda.
Com a expectativa de crescimento
no setor, haverá bons profissionais
disponíveis para atender a todos?
Esta é uma grande preocupação
no mercado, pois em alguns anos não
teremos como lotar as embarcações, sejam elas nacionais ou estrangeiras. Este
gargalo tem sido discutido com as associações e sindicatos. Há uma escassez
de mão-de-obra qualificada, sobretudo
de oficiais de marinha mercante, pois só
há duas escolas no país que fornecem o
tipo de habilitação que eles precisam.
O Sr. era o CEO do grupo e agora
está se preparando para a Gerência
Estratégica. Por que esta decisão e
o que deve mudar?
Essa não é uma decisão totalmente tomada. Mas estamos estudando a melhor forma de colocar essa
ideia em prática. Com o crescimento
da empresa, ficou inviável dar conta
de tudo. Mas como eu sou uma pessoa
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BRAZILIAN BUSINESS
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muito operacional, esta pode ser uma
forma de estar “onipresente”, acompanhando todos os projetos de perto,
mas delegando a diretores de confiança
as tarefas executivas do dia-a-dia. De
qualquer forma, é preciso tempo e
calma para criar um modelo eficiente.
Que importância as feiras de offshore têm para os negócios de suas
empresas?
Esses eventos são de suma importância para manter nossa presença,
reforçar a imagem e a marca da nossa
empresa e, também, para divulgar
nossos serviços. Essas feiras são excelentes oportunidades de captar novos
negócios e de fazer contatos interessantes. Hoje não me vejo trabalhando
sem esta ferramenta.
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BRAZILIAN BUSINESS
JULHO-AGOSTO/2009
A TAPB já demonstrou interesse
em participar e até patrocinar o 7th
Brazil Energy & Power, organizado
pela Amcham e pela Bratecc. Que
tipo de negócios vocês buscam nesses eventos?
Ainda não participamos de nenhum evento internacional, a não ser
como visitantes, como na OTC, este
ano. Sempre estamos abertos para novas
oportunidades de negócios e em formas
novas de gerar visibilidade.
O que o grupo faz em termos de
Responsabilidade Social?
Temos a Fundação Navegação
Solidária, que participa de ações e atividades de instituições como orfanatos,
abrigos e o Inca, por exemplo. Mas temos
compromissos de sustentabilidade muito
fortes com os colaboradores do grupo.
Que tipo de ação de sustentabilidade
a empresa realiza?
Consideramos que é preciso
olhar para dentro. Por isso, além do
salário e dos benefícios usuais, damos
participação nos resultados – que
premia todos os funcionários, do auxiliar de serviços gerais aos diretores
–, e oferecemos cursos de qualificação
constantemente. Também ofertamos
cursos de inglês, crucial para qualquer carreira hoje em dia. Creio que
o fato de eu ter me dedicado pouco
aos estudos me faça ver o quanto esta
formação é importante e necessária.
Além disso, um funcionário melhor
preparado, sempre trabalhará de forma
mais eficiente e produtiva. BB
© 2009 KPMG Auditores Independentes, the Brazilian entity and member firm of the KPMG network of independent member firms affi liated with KPMG International, a Swiss cooperative. All rights reserved.
Uma visão
inovadora.
An innovative
view.
Serviços na
medida certa.
Tailor-made
services.
A KPMG atua nos ambientes complexos e desafiadores
KPMG responds to its clients’ complex and
de seus clientes, utilizando equipes multidisciplinares
challenging enviroments using multi-disciplinary
para a prestação de serviços sob medida, com base
teams to deliver tailor-made services, based on
no conhecimento da indústria local.
local industry knowledge.
No Brasil, somos aproximadamente 2.400 profissionais,
In Brazil, we have approximately 2,400 professionals
distribuídos em 11 Estados e Distrito Federal, atuando
working from 16 offices in 14 cities located in 11 States
em 14 cidades e 16 escritórios, prestando serviços de:
and the Federal District, providing services of
AUDITORIA
AUDIT
CONSULTORIA TRIBUTÁRIA
TAX
ASSESSORIA
ADVISORY
KPMG no Brasil: transformando conhecimento em valor para
KPMG in Brazil: transforming knowledge into value for the
benefício de nossos clientes, de nosso pessoal e do mercado
benefit of our clients, our people and the capital markets.
de capitais.
kpmg.com.br
from the usa
Obama Administration Launches
New Energy Efficiency Efforts
P
resident Barack Obama and U.S. Energy Secretary Steven
Chu recently announced aggressive actions to promote
energy efficiency and save American consumers billions of
dollars per year. The measures underscore how the clean
energy revolution not only makes environmental sense, but also
makes economic sense – creating jobs and saving money.
“One of the fastest, easiest, and cheapest ways to make
our economy stronger and cleaner is to make our economy
more energy efficient,” said President Obama. “That’s why we
made energy efficiency investments a focal point of the Recovery Act (...) By bringing more energy efficient technologies
to American homes and businesses, we won’t just significantly
reduce our energy demand; we’ll put more money back in
the pockets of hardworking Americans.”
“When it comes to saving money and growing our economy, energy efficiency isn’t just low-hanging fruit; it is fruit
laying on the ground,” said Secretary Chu. “The most prosperous, competitive economies of the 21st century will be those
that use energy efficiently. It’s time for America to lead the way.”
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BRAZILIAN BUSINESS
JULHO-AGOSTO/2009
More Energy Efficient Lighting
The June 29, 2009 announcement includes major
changes to energy conservation standards for numerous
household and commercial lamps and lighting equipment.
Of all energy consumed in the U.S., 7% is for lighting.
The final rule has numerous benefits, including:
• Avoiding the emission of up to 594 million tons of
CO2 from 2012 through 2042 – roughly equivalent
to removing 166 million cars from the road for a year;
• Saving consumers $1 to $4 billion annually from 2012
through 2042;
• Saving enough electricity from 2012 through 2042 to
power every home in the U.S. for up to 10 months;
• Eliminating the need for up to 7.3GW of new generating
capacity by 2042 – equivalent to as many as 14 500MW
coal-fired power plants;
• Decreasing the electricity used in General Service Fluorescent Lamps (GSFLs) by 15%, saving consumers up to
$8.66 per lamp over its lifetime; decreasing electricity used
by Incandescent Reflector Lamps (IRLs) by 25%, saving
consumers $7.95 per lamp over its lifetime.
In February 2009, President Obama tasked the Department of Energy with quickening the pace of energy conservation standards for appliances, while continuing to meet legal
and statutory deadlines. Today’s announcement – which takes
effect in 2012 – focuses on GSFL, which are commonly found
in residential and commercial buildings, and IRL, which are
commonly used in recessed and track lighting.
Building Efficiency Initiative
President Obama and Secretary Chu announced a
$346 million investment from the American Recovery and
Reinvestment Act to expand and accelerate the development,
deployment, and use of energy efficient technologies in all
major types of commercial buildings as well as new and
existing homes.
This funding includes:
Advanced Building Systems Research ($100 million).
These projects will address research focused on the
systems design, integration, and control of both new and
existing buildings. Buildings need to be designed, built,
operated, and maintained as an integrated system in order
to achieve the potential of energy efficient and eventually
net zero-energy buildings.
Residential Buildings Development and Deployment ($70
million).
Expanded work in Residential Buildings will increase
homeowner energy savings by supporting energy efficient
retrofits and new homes while raising consumer awareness
of the benefits of increased health, safety, and durability of
energy efficiency.
Commercial Buildings Initiative ($53.5 million).
These Recovery Act funds will be used to accelerate
and expand partnerships with major companies that design,
build, own, manage, or operate large fleets of buildings and
that commit to achieving exemplary energy performance.
Buildings and Appliance Market Transformation
($72.5 million).
In order to achieve energy savings, and ultimately lead
to zero energy buildings, the marketplace must be conditioned to accept the necessary advanced technologies and
activities and ensure that the current technologies are performing as intended via current energy efficiency standards.
Solid State Lighting Research and Development
($50 million).
The objective of the solid state lighting activities is
to advance state-of-the-art of solid-state lighting (SSL)
technology and to move those advancements more rapidly
to market through a coordinated development of advanced
manufacturing techniques. BB
Extracted from White House Press Office
For information on these and other Funding
Opportunities under the Recovery Act,
visit: www.energy.gov/recovery/funding.htm.
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brasil urgente
Tributação e pirataria
Steve Solot
N
o dia 27 de maio, diversos
especialistas e legisladores
compareceram ao seminário “A
Tributação e a Prática de Pirataria
no Brasil”, promovido pela Comissão de
Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal
em parceria com o Comitê de Propriedade
Intelectual da Câmara de Comércio Americana
do Rio de Janeiro. O seminário foi aberto
por Flávio Arns, Senador da República e
Presidente da Comissão de Educação, Cultura
e Esporte, e Steve Solot, Presidente do Comitê
de Propriedade Intelectual da Câmara de
Comércio Americana do Rio de Janeiro.
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BRAZILIAN BUSINESS
JULHO-AGOSTO/2009
“O CNCP tem por finalidade elaborar as diretrizes para
a formulação de um plano nacional para o combate
à pirataria, à sonegação fiscal dela decorrente e aos
delitos contra a propriedade intelectual”
O tema já foi objeto de audiência pública no Senado
Federal, promovida pela Subcomissão Permanente de Cinema, Teatro, Música e Comunicação Social em conjunto
com a Comissão de Educação, em 2007. Na ocasião, vários
senadores propuseram a redução de impostos sobre CDs
e DVDs como uma das principais medidas de combate à
falsificação desses produtos.
O exemplo mais claro no Brasil da relação entre redução
de tributos e o combate à pirataria está no resultado positivo
da “MP do Bem”, que desonerou em 9,25% o custo do
computador pessoal relativo ao PIS e COFINS, acarretando
uma imediata reação no mercado, com queda no preço final
entre 10% e 15%. Além disso, foi comprovado o aumento
de 40% nas vendas de produtos legais e a queda de 80% para
61% na venda de produtos piratas no setor.
Tanto o setor privado como o governo têm, tradicionalmente, focado suas ações de combate à pirataria na
repressão e nas ações educativas. O sucesso nas duas áreas
tem sido notável, especialmente se mensurarmos as inúmeras
medidas adotadas e constantes apreensões de artigos falsificados, sobretudo CDs e DVDs. Também as várias campanhas
educativas, que envolvem diferentes órgãos, de diversos
níveis de governo e associações representativas dos titulares
de direitos dos produtos afetados, são um indício de políticas
bem-sucedidas de combate à pirataria. Atualmente, há uma forte linha de pensamento dando
conta de que essas ações são consideradas apropriadas e necessárias, embora também seja evidente que, em função dos
avanços tecnológicos, os modelos de negócios e a legislação
vigente precisam ser atualizados para desenvolver formas mais
eficientes, práticas e menos onerosas, tornando o produto
original mais acessível ao consumidor.
O Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos
contra a Propriedade Intelectual (CNCP), do Ministério da
Justiça, tem por finalidade elaborar as diretrizes para a formulação de um plano nacional para o combate à pirataria,
à sonegação fiscal dela decorrente e aos delitos contra a pro-
priedade intelectual. O Plano de Ação do CNCP estabelece
99 pontos, dois dos quais apontam para a necessidade de
estudar alternativas para a redução do desequilíbrio entre
preço/custo entre produtos legais e ilegais.
Segundo pesquisa divulgada em maio pela Comissão
Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), o Brasil
tem a maior carga tributária da América Latina. A incidência
de impostos no país corresponde a 36% do PIB. Intitulado
“O Papel da Política Tributária diante da Crise Global: Consequências e Perspectivas”, o levantamento analisou 19 países
da região e considerou dados recolhidos em 2007.
Considerando todos os setores da economia, o impacto
da elevada carga tributária e sua relação direta no preço final
do produto é mais evidente nos setores de CD e DVD. De
acordo com pesquisa realizada pela Fecomércio-RJ, entre o
ranking de produtos piratas mais procurados pelo público, o
CD figura em primeiro lugar, com 86% das citações, seguido
do DVD. A incidência de tributos sobre esses produtos perde,
apenas, para o cigarro, cujos encargos representam entre 68%
e 80%, de acordo com estudo “Tributação dos Principais
Produtos Alvos de Pirataria” (Fecomércio-RJ, 2007).
A sondagem aponta, ainda, que, para empresas tributadas pelo lucro real, a carga é de 43.25% no Rio, e 42.25%
em São Paulo, levando em consideração PIS, COFINS,
ICMS e IPI (considerando os tributos incidentes sobre o
faturamento e consumo e lembrando que o IPI incide na
operação dos fabricantes, porém, seu encargo é transferido
aos comerciantes).
O debate no Senado no dia 27 ganhou enfoque global,
e os presentes discutiram como a diminuição da carga tributária pode refletir na geração de novos postos de trabalho e
no aumento da confiança de investidores internos e externos,
além da geração de arrecadação pelos órgãos governamentais,
em todos os níveis. BB
Presidente da Latin American Training Center - LATC chairman do Comitê de Propriedade Intelectual da
Câmara de Comércio Americana (RJ-ES)
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GESTÃO & CARREIRA
Fatores críticos para a gestão da carreira
Por Andrea Ramal
H
á alguns fatores que são críticos para o
sucesso na carreira profissional. O primeiro
deles se relaciona ao ambiente sociocultural em que a pessoa é criada. Um ambiente familiar
marcado por uma vida cultural ativa, onde a leitura, a
pesquisa, as artes estão presentes no cotidiano dos integrantes da família, assim como uma formação básica
sólida, contribuem de forma importante para a trajetória
profissional de um indivíduo.
O segundo fator é a formação acadêmica. Na sociedade do conhecimento há uma enorme diversidade
de opções de instituições formais e não formais que
oferecem cursos, MBAs, oportunidades de especialização em determinadas áreas do saber. A formação
acadêmica inicial é decisiva para estruturar o itinerário
de formação que deve acontecer ao longo da vida. As
melhores universidades não são simplesmente um selo
para tornar o currículo mais atraente, mas a oportunidade para estabelecer contato com professores mais bem
preparados, ter acesso às referências bibliográficas mais
completas sobre cada tema, construir network e redes
de relacionamento, formar visões globais do mundo
através dos diálogos interdisciplinares entre diversos
departamentos e pesquisas.
Quando a carreira evolui para níveis mais altos
na hierarquia das empresas, com cargos de liderança,
um terceiro fator crítico é a capacidade de escolher as
equipes com quem se trabalha. Não basta tornar-se
um executivo com boas habilidades de gestão, é preciso saber escolher as pessoas certas para delegar as
atividades, sem o qual o trabalho não trará resultados.
Conheci muitos executivos que tinham notáveis competências pessoais e profissionais para subir rapidamente
na carreira, mas que pagaram caro pelas escolhas mal
feitas no momento de montar o time, colocando pessoas erradas em lugares inadequados e deixando de
18
BRAZILIAN BUSINESS
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estimular a cooperação e a sinergia.
Entre tantos fatores críticos, há um que, hoje, é o
mais decisivo: a capacidade e a disposição de aprender
permanentemente.
Não se trata de inscrever-se em todo curso e seminário que aparece. Boas ofertas não faltam, na sociedade
do conhecimento e da informação. Muitas empresas oferecem, hoje, estas oportunidades. Algumas organizações
estruturaram as suas Universidades Corporativas ou seus
Sistemas de Educação Corporativa, convencidas de que o
conhecimento é imprescindível para os bons resultados
das empresas – e como o conhecimento está nas pessoas,
é preciso investir na capacidade destas pessoas de gerir,
reter e disseminar conhecimento.
No entanto, estruturar de uma forma lógica o itinerário do autodesenvolvimento é uma arte. Encontrei
muitos profissionais confusos diante da diversidade de
ofertas que a universidade corporativa de sua empresa
lhes oferecia.Todo conhecimento precisa ser organizado
em currículos, em percursos de formação bem definidos, associados às metas de desenvolvimento.
Há que ter muito claras as metas pessoais, profissionais e da organização em que se trabalha e, em
função delas, definir precisamente que ações educacionais contribuem para montar, de forma equilibrada,
articulada e complementar, o conjunto de competências
que se pretende desenvolver. Por isso, fazer a gestão da
própria carreira hoje envolve um pouco de epistemologia e de pedagogia. Cada profissional precisa saber o
que precisa aprender, como aprende melhor, em quanto
tempo, com que finalidade e como cada conhecimento
novo se articula com os demais, de forma a contribuir
para torná-lo um profissional cada vez mais preparado.
Doutora em Educação pela PUC-Rio e sócia diretora da
ID Projetos Educacionais
25 Anos de Excelência
em Gestão Empresarial.
A Domingues e Pinho Contadores – DPC tornou-se referência na área
de gestão contábil, tributária e fiscal, trabalhista e previdenciária,
associando tradição e solidez a uma performance ágil e inovadora.
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meio de escritórios próprios, localizados nas cidades do Rio de Janeiro
e São Paulo, como também em parceria com as demais empresas
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life style
Lazer e trabalho na mesma base
DIRETOR DA ESCOLA AMERICANA CONTA QUE SOFTBALL
O CONQUISTOU COM SEU ESPÍRITO COMPETITIVO
Renato Santos
C
20
riado por fãs de beisebol nos Estados Unidos,
o softball (bola macia) é uma das paixões
do diretor da Escola Americana do Rio de
Janeiro, Robert Lee Werner.
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“Acho que a característica mais importante nas duas áreas é
amar o que se faz e aproveitar tudo o que elas têm a oferecer”
Praticado inicialmente em Minneápolis, nos Estados Unidos, onde
bombeiros locais praticavam o jogo
nas horas de folga, o esporte exige
menor esforço físico de seus adeptos,
além de ser livre para qualquer faixa
etária. “Quando era criança, disputava
partidas de beisebol com os garotos
da vizinhança. Mais tarde, na universidade, tive a oportunidade de jogar
em diversos times de softball. É muito
comum, com o passar dos anos, os praticantes migrarem de uma modalidade
para outra, é uma transição natural.
Além disso, para jogá-lo não é necessário ter todas as habilidades exigidas
pelo beisebol”, explica.
As regras são simples. Disputado
entre duas equipes, cada uma com
nove jogadores, ganha pontos o time
que acertar a bola com o bastão e
alcançar, na sequência, as três bases,
retornando em seguida para a principal
(home base). A equipe que estiver na
defesa lança a bola com a mão, tentando impedir o sucesso do rebatedor.
Atraído pelo espírito competitivo do
jogo, Werner explica que o softball o
ajuda a relaxar da agitação do dia-a-dia
e a administrar melhor os interesses
pessoais, familiares e profissionais.
“Desde que passei a praticar
softball, ele tem me servido como fonte
de relaxamento, além de ser um excelente modo de ensinar a importância
do papel do esporte em cada fase de
nossas vidas. É sempre bom fazer uma
atividade totalmente diferente daquela
a qual nos habituamos em nossa rotina
de trabalho e, principalmente, travar
contato com outras pessoas”.
Como no beisebol, o softball se
desenvolve alternando conjuntos de
ataque e defesa, chamados de “inning”
(entrada). Essa alternância é feita quando a equipe de defesa consegue eliminar
três atacantes, ganhando o direito de
entrar para rebater. Para Werner, que
joga há mais de 50 anos, não é difícil
traçar um paralelo entre um bom
jogador de softball e um profissional
competente em sua atividade:
“Acho que a característica mais
importante nas duas áreas é amar o que
se faz e aproveitar tudo o que elas têm
a oferecer, não importando o quanto
seja difícil. Para uma equipe alcançar
o sucesso todos devem contribuir,
trabalhando sempre unidos”, ensina o
executivo, que também costuma convidar colegas de trabalho para as partidas.
Ex-integrante da equipe sênior
da seleção de Aruba, pela qual venceu
diversos campeonatos competindo
contra outros países, o atual diretor
da Escola Americana não segue, atualmente, uma agenda de treinos prédefinida. “Dependendo de onde esteja
vivendo, posso jogar softball várias
vezes por semana, mas isso varia muito
de acordo com o nível da competição
que irei disputar”.
De acordo com Werner, que ocupa
há quase dois anos o cargo de diretor
da Escola Americana no Rio, depois de
ter atuado na República de Camarões,
Holanda, Estados Unidos e Aruba, não
é difícil encontrar tempo para praticar
o softball. O segredo é saber conciliar
o esporte com outras atividades que
constam em sua agenda. “É importante
conciliar trabalho, família e interesses
pessoais. Às vezes é preciso definir bem
quais são as prioridades”, conclui. BB
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LEGAL ALERT
Terceirização e anacronismo
Por José Carlos Wahle
T
ramitam no Congresso alguns Projetos de
Lei (PL) que tratam da terceirização. Dentre
eles, o PL de autoria do deputado Vicentinho (PT-SP) tem recebido maior atenção da imprensa
e dos empresários. Os trabalhos legislativos prosseguem no Congresso, mas há um erro de perspectiva
seriíssimo em todos os PL.
De um ponto de vista rigorosamente jurídico, não
se pode dizer que exista tal “contrato de terceirização”.
O contrato, típico ou atípico, existe como manifestação
de um acordo de vontades sobre um negócio jurídico
de natureza peculiar e especial. Assim, não existe
“contrato de terceirização” simplesmente porque
“terceirização” não é um negócio jurídico, mas uma
forma de administração de qualquer negócio. Portanto,
para o Direito, a terceirização é contrato de prestação
de serviços e, como tal, deve permanecer.
A terceirização surgiu na III Revolução Industrial,
na década de 70 no Primeiro Mundo, anos 80 por aqui,
como uma reforma ao tradicional modelo de produção
de ponta a ponta. Grosso modo, pela terceirização,
uma empresa transfere para outra a gestão de recursos
humanos, financeiros e técnicos, acerca de atividades
que, mesmo sendo necessárias, podem ser segregadas
do negócio principal, que passa a ser o foco único dos
recursos dessa empresa.
No Brasil, a terceirização tomou dimensões peculiares por causa do seu mau uso. Mau uso pelos
que teimavam na merchandage, ou intermediação
de mão-de-obra, atividade tradicionalmente proibida
pelos seus efeitos sociais nefastos. Também serviu mal
a outros de boa-fé, mas que, por falta de aconselhamento, contrataram de forma imprópria.
A Justiça do Trabalho não tardou em repelir todo
uso indevido da terceirização. A jurisprudência rapidamente cristalizou-se na bastante conhecida Súmula
331 do Tribunal Superior do Trabalho, que demarcou a
legalidade da terceirização pela simples distinção entre
atividades “meio” e “fim”, proibindo a terceirização
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BRAZILIAN BUSINESS
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desta. À época, parecia boa esta solução de princípios
rígidos e claros, ao mesmo tempo capaz de acomodarse a diferentes negócios e atividades.
Faltou à Súmula 331 elaborar o conceito de legalidade da terceirização. Não é adequado determinar
a legalidade da terceirização pelo simples critério de
atividades meio e fim. É preciso adotar o critério da
especialização do serviço. Por esse critério, qualquer
atividade econômica deveria ser passível de terceirização se, em relação ao negócio da empresa contratante,
tal atividade seja distinguida como negócio jurídico
especializado e independente.
Voltando ao PL do deputado Vicentinho, há ao menos duas questões específicas criticáveis. Em primeiro
lugar, a linha de legalidade da terceirização segundo
critérios de atividades “meio” e “fim”, fixada pelo rigor
da lei, sem a maleabilidade da jurisprudência, cairá em
inevitável conflito com outras leis já existentes, como
no caso das concessionárias de serviços públicos que
devem subcontratar parte dos serviços concedidos. Em
segundo, há o artigo 4º que transborda inconstitucionalidade. Ele prevê a necessidade de comunicação ao
sindicato da categoria, com seis meses de antecedência,
como condição para qualquer empresa terceirizar uma
atividade. Essa condição é insustentável sob princípio da
livre iniciativa do artigo 1º, IV, da Constituição Federal.
Em linhas gerais, o PL sofre de anacronismo. Ele
atém-se à dicotomia das atividades “meio” e “fim”. Não
considera que o critério da especialização da atividade
empresarial é a única forma de balizar a legalidade da
terceirização como ferramenta de gestão de recursos.
Enfim, é preciso que se conserte um erro de perspectiva histórico, causado pelo mau uso da terceirização. Perpetuá-lo não é só anacronismo, mas um duro
golpe no desenvolvimento do ambiente empresarial,
sem o qual não há empregos.
Sócio de capital do escritório Veirano Advogados
Fotos: Banco de Imagens Stock.xcng
capa
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A comunicação e a informação são poderosas aliadas
do ambiente corporativo, principalmente quando este
passa por mudanças profundas como nos dias de hoje.
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ser tomadas com base em informações seguras.
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88 TN Petróleo nº 64
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capa
Fernando Borensztein e Juliana Loureiro
A
s atividades de exploração e
produção de petróleo causam
interferências nos modos de vida
dos diferentes grupos sociais
presentes nas localidades onde ocorrem, o
que gera uma grande responsabilidade por
parte das empresas operadoras sobre as
regiões onde atuam.
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BRAZILIAN BUSINESS
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Noélia Albuquerque
Ações de sucesso com a ampliação
do diálogo na Bacia de Campos
“Ao agir por meio de parcerias e ações planejadas, a
indústria do petróleo poderá transformar a obrigação
legal em oportunidade de intervir na realidade
socioambiental de forma sinérgica e contínua.”
Nesse contexto, o processo de licenciamento ambiental
da atividade de exploração e produção vem sendo continuamente aperfeiçoado no Brasil, ao serem determinadas para
as empresas de petróleo diretrizes que, a fim de manutenção da validade das licenças, precisam ser continuamente
avaliadas e cumpridas. Isso vem levando as companhias a
adotarem medidas cada vez mais pertinentes de mitigação
e compensação de seus impactos socioambientais.
A Devon é uma das empresas que passou a produzir
petróleo na costa brasileira, na região da Bacia de Campos, a
partir desta nova realidade. E encontrou na metodologia de
trabalho desenvolvida pela empresa consultora Abaeté Estudos
Socioambientais a oportunidade para realizar um programa de
Educação Ambiental que respondesse aos parâmetros exigidos
pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) não apenas com eficiência, mas
também com muita criatividade.
A base que fundamenta o Projeto de Educação Ambiental
do Campo de Polvo é o diálogo. É a conversa continuamente
promovida entre a empresa operadora, o órgão licenciador e
a população da Bacia de Campos que nos proporciona empreender novos caminhos na relação entre estes e os demais
grupos envolvidos com a atividade de petróleo no campo do
licenciamento ambiental naquela região.
O Projeto de Educação Ambiental (PEA) do Campo de
Polvo foi desenhado para funcionar como um dispositivo que
conseguisse desvendar in loco a complexa rede de impactos
diretos e indiretos que atingem a população da Bacia de
Campos. A descoberta da variedade de impactos e seus desdobramentos foi pautada por metodologia participativa que
integra a perspectiva antropológica de pesquisa. Optou-se
pela linguagem audiovisual e a tecnologia digital, desenvolvida por profissionais que se instalaram na região e durante
meses vivenciaram junto aos moradores as influências diretas
e indiretas da presença da indústria do petróleo. Muitas
delas, inclusive, iam além do que o senso comum costuma
enquadrar como problemática socioambiental.
O Ibama participou ativamente das discussões para definição e avaliação das linhas de ação do projeto, entendendo
como positiva a proposta de uso do cinema como ferramenta
de construção do diagnóstico ambiental participativo. Assim,
através das Oficinas de Cinema Ambiental Humano Mar, o
PEA conseguiu trazer a população para dentro da discussão
ambiental, um movimento imprescindível quando entendemos a necessidade da integração entre as empresas operadoras
e os impactados pela atividade de exploração e produção de
petróleo. É somente a partir desta relação que conseguiremos
desenvolver propostas de ações legítimas para alcançarmos
resultados concretos e visíveis no decorrer do projeto.
O Projeto de Educação Ambiental do Campo de
Polvo segue acontecendo entre os atores já envolvidos e
se coloca aberto para a participação de novos interlocutores da indústria do petróleo. Diante dos resultados já
alcançados, é possível conjecturar uma significativa ampliação das ações que já estão em curso e vislumbrar novas
possibilidades e os decorrentes benefícios para a região da
Bacia de Campos. Ao agir por meio de parcerias e ações
planejadas, a indústria do petróleo poderá transformar
a obrigação legal em uma oportunidade de intervir na
realidade socioambiental de forma sinérgica e contínua.
E desta forma, concretizar uma importante conquista da
sociedade brasileira cunhada em lei, regida de perto pelo
Estado e cada vez mais apropriada pela população. BB
Gerente de Meio Ambiente, Saúde e Segurança
da Devon Energy do Brasil e Diretora
da Abaeté Estudos Socioambientais
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25
capa
Haroldo Palo Junior
Quebrar paradigmas
Malu Nunes
V
ivemos um momento único em relação à conservação do meio
ambiente. O patrimônio natural da Terra tem sido explorado além de
seus limites e, se a situação continuar como está, a nossa qualidade
de vida e a de nossos filhos e netos certamente estará gravemente
comprometida. Diminuir os impactos que estamos causando na Terra é o
desafio desta geração. Apesar de urgente, essa não é uma tarefa fácil. A
lógica recorrente segue o caminho do desenvolvimento a qualquer custo. No
Brasil, particularmente, a disputa entre os setores ruralista e ambientalista
é acirrada e há pouca abertura para soluções conciliatórias. Para enfrentar
isso, precisamos quebrar paradigmas, criar soluções inovadoras que possam ser
disseminadas. Precisamos de indignação, de uma sociedade mais participativa
e atuante, de regulamentação e fiscalização efetivas.
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BRAZILIAN BUSINESS
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“Não é admissível em um mundo globalizado que a
sociedade permita que setores, grupos ou indivíduos
lucrem em cima da destruição que será paga por todos.”
Ainda temos a visão de que o desenvolvimento está diretamente ligado a obras de infraestrutura pesadas. Prova disso é
a proposta da pavimentação da BR 319, que liga Porto Velho
a Manaus e atravessa a área mais bem protegida da Amazônia,
sem que a realidade regional apresente esta demanda. Com
vontade política, a obra poderia ser evitada. Os recursos poderiam ser revertidos em benefício da infraestrutura fluvial
ou outra demanda prioritária na região.
É necessário sairmos do discurso simplista e excludente
de que a conservação é um entrave para o desenvolvimento
econômico. Existem soluções aglutinadoras, que nos permitem, por exemplo, conservar as florestas sem que falte comida.
Alguns exemplos são acabar com o desperdício de alimentos
e investir em melhorias genéticas e práticas de manejo que
aumentem a produtividade em terras agricultáveis.
Outra alternativa é a criação de mecanismos que privilegiem quem preserva, como o pagamento por serviços ecossistêmicos ou ambientais. Essa estratégia parte do pressuposto
de que quem protege áreas naturais – sejam eles governos,
organizações não-governamentais ou particulares – devem ser
reconhecidos. Afinal, toda a sociedade se beneficia dos serviços
ecossistêmicos gerados em suas propriedades, como produção
de água doce, proteção do solo e regulação do clima.
A Fundação O Boticário de Proteção à Natureza tem
um exemplo bem sucedido de aplicação desse mecanismo,
o Projeto Oásis, que premia financeiramente proprietários
de terras que protegem remanescentes de Mata Atlântica
localizados numa região de mananciais da Grande São Paulo
e espera poder replicar esta ideia em outros locais.
A adoção de novos modelos que conciliem a conservação
da natureza com o desenvolvimento econômico é uma necessidade urgente. No entanto, sabemos que o poder econômico
ainda é mais forte em todas as decisões e não podemos ser
ingênuos e acreditar que essa lógica vai mudar em curto prazo.
O que não é admissível em um mundo globalizado é que a
sociedade permita que setores, grupos ou indivíduos lucrem
em cima da destruição que será paga por todos.
Para que esse poder de controle e cobrança da sociedade
seja exercido, precisaremos de cidadãos mais participativos
e confiantes. Além disso, é fundamental que existam instrumentos que oferecem à população meios de cobrar ações
sustentáveis tanto da iniciativa privada quanto do poder
público. Por exemplo, é preciso estabelecer regras para a
produção, de modo que todo o ciclo de vida dos produtos
seja compatível com a conservação da natureza.
O apoio dos cidadãos à proteção do meio ambiente é
essencial, pois a luta contra o poder econômico é desigual.
O setor ambientalista é carente de união e recursos para
poder se organizar e atuar em tempo hábil. Por outro lado,
os setores ruralista, do agronegócio e outros grandes impactantes do nosso patrimônio natural são organizados, têm
recursos e assessoria profissional e, portanto, têm facilidade
de garantir seus interesses. Por várias vezes vimos um setor
inteiro degradando o país sem sofrer qualquer consequência.
Isso acontece porque ainda falta informação, regulamentação,
mas principalmente, porque há impunidade.
Se o Brasil quer ser um player global, terá que rever,
necessariamente, seu tratamento à questão ambiental. O
primeiro passo é assumir que a conservação da natureza
ainda não se encaixa no nosso modelo de desenvolvimento
e que essa situação pode sim ser revertida. Só que isso precisa
ser feito agora, enquanto ainda há tempo para protegermos
pelo menos parte do que resta do nosso rico e exuberante
patrimônio natural. BB
Engenheira florestal, mestre em Conservação
da Natureza e diretora executiva da Fundação
O Boticário de Proteção à Natureza.
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capa
Por uma educação “sustentável”
Dal Marcondes
O
Brasil é um dos países onde
mais avança o conceito de sustentabilidade e a aplicação de
tecnologias capazes de oferecer
alternativas eficientes de desenvolvimento sustentável. No entanto, é também
uma das nações onde são mais evidentes
os desafios da superação da miséria. A
falta de oportunidades e a ruptura de
padrões mostram que o modelo vigente
de desenvolvimento não elevou o país
aos níveis de riqueza já alcançados
por outras nações.
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BRAZILIAN BUSINESS
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“Os profissionais que vão construir e manter uma economia sustentável nos próximos anos precisam receber nos
bancos escolares uma ‘educação pela sustentabilidade’”
O principal consenso global sobre a superação da miséria
diz que a educação é o caminho universal para o desenvolvimento. Mas não basta mais ser educado, é preciso ser educado
para a sustentabilidade, pois os grandes obstáculos que a
humanidade tem pela frente se relacionam à necessidade de
se garantir renda e qualidade de vida às gerações atuaissem
comprometer a sobrevivência das futuras gerações com
padrões de qualidade iguais ou melhores do que os de hoje.
Desde a revolução industrial os homens desenvolvem
formas de produzir mais e melhor, a custos menores e sem se
preocupar com os impactos no meio ambiente. Hoje, estudos realizados pelas principais universidades e instituições de
pesquisas do mundo provam que esta forma de produção está
comprometendo de forma global as qualidades da Terra para
manter a vida humana nos padrões atuais. O planeta está perdendo a capacidade de prestar os “serviços ambientais” necessários
à manutenção da vida humana e suas atividades econômicas.
Para garantir às gerações futuras o conforto com o qual
estamos acostumados será necessário muita inovação, já que
as soluções para os atuais problemas do processo desenvolvimentista não estão no passado, nem das empresas e nem dos
governos. Os desafios começam na construção dos conceitos
de sustentabilidade que servirão de base para o desenvolvimento de uma nova economia. Modelos de produção e
consumo que preservem os recursos naturais, atuem com
eficiência energética e incorporem padrões éticos, sociais e
ambientais intangíveis.
No que tange à sustentabilidade, o grau de desenvolvimento atinge níveis muito distintos em cada tipo de organização e empresa, que caminham com maior ou menor
desenvoltura, dependendo da motivação e da necessidade
de cada uma. Mas há, também, uma clara percepção de que
não é mais possível considerar organizações eficientes ou de
sucesso tendo em seu entorno sociedades fracassadas.
O conceito de sustentabilidade veio se desenvolvendo
desde o início das grandes empresas, ainda na metade do
século XX, quando o simples cumprimento das leis representava um grande avanço social e estas empresas eram
consideradas responsáveis. Ela também podia dedicar-se a
ações filantrópicas, onde seus recursos eram utilizados para
mitigar algum tipo de dor social. Hoje a ação humana não é
mais localizada, mas tem impactos muito mais abrangentes
e de alcance planetário.
Nos anos 80 a ONU encomendou um estudo à então
primeira-ministra da Noruega, Gro Brundtland, publicado
em 1987 sob o nome “Retatório Brundtland”, ou “Nosso
Futuro Comum”. Foi a primeira vez que um conceito para
sustentabilidade foi expresso e mundialmente aceito. O relatório estabelece que uma organização sustentável precisa ser
economicamente lucrativa, ambientalmente correta e socialmente responsável. As ações de sustentabilidade precisam ser
parte da gestão das organizações e não apenas ações pontuais.
As empresas estão habituadas a realizar ações de filantropia, que são o primeiro passo em direção à sustentabilidade.
Têm apenas o caráter eventual ou até mesmo de marketing.
O segundo passo são as ações de Responsabilidade Social,
quando as empresas assumem compromissos e estabelecem
metas de desempenho para suas ações socioambientais.
Empresas socialmente responsáveis atuam além do que
exige a lei, de forma permanente e como parte de seu planejamento estratégico. É o caso de companhias que fazem
trabalhos de formação profissional para públicos distintos,
e têm um relacionamento permanente com seus stakholders.
Estas empresas percebem a existência de outros valores
além do lucro. Sabem, por exemplo, que passivos sociais e
ambientais podem ter um impacto negativo sobre sua marca
e cuidam para que eles não existam ou sejam neutralizados.
No entanto, estes são apenas os dois primeiros passos.
Existe na Bíblia um antigo provérbio que muito bem se aplica
na definição dos conceitos de Filantropia, Responsabilidade
Social e Sustentabilidade:
• Filantropia: é dar o peixe a quem tem fome
• Responsabilidade Social: é ensinar a pescar
• Sustentabilidade: é cuidar da qualidade da água do rio,
preservar suas margens e matas ciliares,suas nascentes e cuidar
para que não seja poluído e nem assoreado, cuidar para que
exista peixe para sempre.
Ser sustentável é, portanto, o exercício cotidiano da
responsabilidade e a busca permanente por menos e menores
riscos e externalidades negativas. BB
Editor da Revista Envolverde
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reportagem
Investindo no futuro
PROGRAMA DE CRIANÇA DA PETROBRAS OFERECE CIDADANIA A CRIANÇAS
E ADOLESCENTES DE COMUNIDADES POBRES DA CIDADE DE CAMPOS
Fotos: Divulgação
Renato Santos, de Campos
D
esde sua implantação em 1987, na Bacia de Campos,
o Programa de Criança, da Petrobras, já atendeu a
aproximadamente 5,5 mil crianças. Atuando em oito
pólos distintos na cidade de Campos dos Goytacazes,
onde começou em 2004, a iniciativa social da empresa dá
assistência atualmente a 2.216 crianças de sete a 14 anos.
30
BRAZILIAN BUSINESS
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“Com esse atendimento, estamos permitindo que esses
cidadãos tenham o direito de exercer, em sua plenitude,
sua condição de vida, desenvolvendo suas capacidades”
Para a participação de jovens, há
alguns pré-requisitos: devem estar matriculados na rede pública de ensino, ter
frequência escolar comprovada e viver
em áreas de risco social. O ingresso das
crianças e adolescentes se dá a partir
da indicação das escolas incluídas no
cronograma de atendimento da empresa.
Quatro dias por semana, os inscritos
têm acesso a atividades que incluem oficinas de construção e vivência pedagógica, iniciação esportiva, expressão corporal e artística. Conceitos de cidadania,
educação ambiental e higiene também
são desenvolvidos em todas as oficinas
e palestras ministradas periodicamente.
“Com o Petrobras Programa de
Criança, a empresa cumpre o que está
definido no artigo 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente. Ele determina o dever da sociedade em geral em garantir a
efetivação dos direitos referentes à vida, saúde, alimentação,
educação, esporte, lazer, cultura, dignidade, respeito, liberdade e convivência comunitária”, explica o coordenador de
programas de Responsabilidade Social da Petrobras da Bacia
de Campos, Jorge Alberto Alves Bezerra.
A intenção do programa é desenvolver o exercício da
cidadania e propiciar conhecimentos abrangentes e específicos às crianças e adolescentes que visem a melhoria da
qualidade de vida no âmbito da família e da sociedade como
um todo. Mãe de Felipe (13 anos) e Thiago (11 anos), a
dona de casa Elisângela Fontes Souza da Silva disse que o
Petrobras Programa da Criança surgiu numa etapa importante para sua família:
“Nesta fase, os filhos passam a ficar mais resistentes
com relação à disciplina e responsabilidade. A didática do
programa ajudou a resgatá-los. O comportamento em casa
está bem melhor e, na escola, o rendimento aumentou em
mais de 50%. A interação entre o programa e os pais é
outro fator muito importante, pois trabalhamos juntos na
formação do caráter e da personalidade das crianças. É um
excelente programa social”, afirmou.
O Programa da Criança da Petrobras também oferece
capacitação para adultos que tenham algum vínculo familiar
com as crianças e adolescentes inscritos. Recentemente, teve
início o curso de assistente administrativo, com duas turmas
que somam 50 alunos. Outros cursos estão programados até
o final do ano, tais como: auxiliar de salão, escovista, manicure/pedicure, penteador, garçon, porteiro/vigia, frentista,
serigrafia e informática. A grade de cursos foi elaborada a
partir de pesquisa feita entre os responsáveis dos alunos
atendidos pelo projeto. Todos os cursos são certificados
pelo Sistema Sest/Senat.
“Com esse atendimento, estamos permitindo que esses
cidadãos tenham o direito de exercer, em sua plenitude, sua
condição de vida, desenvolvendo suas capacidades. E, com
isso, a Petrobras está contribuindo, verdadeiramente, para
uma nova e melhor sociedade, mais justa, mais humana,
mais reflexiva”, concluiu Jorge Alberto. BB
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31
news
Desenvolvimento verde
Superintendente de Meio Ambiente do BNDES explica como nova
área do banco vai estimular práticas sustentáveis das empresas
bem, seremos o maior
fundo do mundo, capaz
de desembolsar cerca de
US$ 2 bilhões por ano”,
declarou Weguelin.
No evento, patrocinado pela Devon Energy
do Brasil e Bradesco Seguros e Previdência, o superintendente do BNDES
defendeu novas formas de
ofertar crédito para que
empresas tomadoras de
recursos incorporem práticas socioambientais em
seus projetos.
“A Cédula de Produto Rural (CPR) ainda
Sérgio Weguelin, do BNDES, entre Pedro Aguiar de Freitas e Oscar Graça Couto, da Amcham
é pouco utilizada no mercado e serve, basicamente,
riar produtos “verdes” frente. A sustentabilidade é cada vez p a r a f i - nanciar produtos agrícolas.
para o mercado finan- mais um diferencial competitivo, capaz Poderíamos criar uma espécie de CPR
ceiro e oferecer juros de produzir inovações e gerar valor in- verde. O BNDES tomaria crédito e o
mais vantajosos a empresas com maior tangível para os negócios. Então vamos formataria em um instrumento como
grau de responsabilidade ambiental. investir em projetos que façam parte esse ou então em CCB (Célula de
Crédito Bancário). As empresas que
Para cumprir essa meta, o Banco desta realidade”, disse o executivo.
O departamento de Meio Am- cumprissem determinados requisitos
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) criou uma biente do BNDES foi dividido em poderiam se beneficiar desses pacotes”.
A Mata Atlântica será alvo de um
divisão de meio ambiente para inves- áreas. Uma cuida de políticas e
timentos que tenham como lema o estudos ambientais; há ainda uma programa especial do banco. Ela condesenvolvimento sustentável. Atento gerência executiva jurídica de Meio tará inicialmente com R$ 15 milhões
aos novos desafios, o superintenden- Ambiente, mas o destaque é o Fundo para sua preservação e manutenção.
te do banco responsável pela área, Amazônia, que já dispõe de US$ 1 bi- Também está em estudos um programa
Sérgio Weguelin, disse, em encontro lhão oferecido pela Noruega. O Fun- que, aprovado, permitirá pela primeira
na Amcham, que o abalo financeiro do foi criado para captar doações para vez que o BNDES financie o arrenaguçou a percepção de que o mundo investimentos não reembolsáveis em damento ou a compra de terrenos a
pode estar se encaminhando para uma ações de prevenção, monitoramento empresários com a garantia de que não
e combate ao desmatamento, além da haverá desmatamento. “Este formato
crise ambiental.
“Essa tragédia pode ser muito conservação e uso sustentável das flo- garante que a área não seja desmatada,
pior do que a financeira e vai afetar restas. A previsão é de que atinja US$ e ainda sirva para manejo sustentável
a estratégia das empresas daqui para 17 bilhões em 2017. “Se tudo correr de floresta”, concluiu.
C
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news
Novas regras para
companhias abertas
Reforma da instrução 202 vai agilizar registros e aumentar a fiscalização
Marcos Pinto, diretor da CVM
E
m 2010 a reforma da instrução 202 da Comissão
de Valores Mobiliários
(CVM) vai alterar a regulamentação
das obrigações a serem cumpridas pelas
companhias abertas com registro no
país. Uma das mudanças mais importantes será a classificação dos emissores
segundo o valor mobiliário e tipo de
mercado onde os papéis são negociados.
Em encontro promovido pela Amcham
e patrocinado pelo Motta, Fernandes
Rocha Advogados, o diretor da CVM,
Marcos Pinto, e a superintendente
de Desenvolvimento de Mercado da
entidade, Luciana Dias, expuseram os
motivos da nova minuta.
Para Luciana, era preciso uniformizar as regras dos emissores de valores
mobiliários, que atualmente dispõem
de mais de 20 normas. O passo mais
importante é o que possibilita dis-
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tinguir, daqui pra frente, serão mais detalhadas e permanentequem presta menos ou mais mente fiscalizadas pelo mercado e pela
informações, tornando mais própria CVM, permitindo um registro
célere o registro das mesmas. das informações com mais celeridade”,
“Haverá troca de da- completou Luciana.
Outro aspecto polêmico, lemdos específicos, o que fará
as pessoas repensarem suas brado pelo diretor da CVM, é o que
políticas de remuneração, trata das Brazilian Depositary Receipts
políticas de risco e em (BDR’s), instrumento que permite
como lidar com partes rela- a negociação de recibos de ações de
cionadas dentro da empre- companhias não americanas na Bolsa
sa. A minuta vai provocar de Nova York. A CVM estuda medidas
essa reflexão. Será preciso mais rigorosas para permitir negociaanalisar se essas práticas ção de BDR de empresa com sede em
fazem sentido. Exigirá tam- paraísos fiscais.
“Há um risco muito grande de
bém que se forneça mais
empresas
brasileiras emitirem BDRs e
tabelas com dados quantitativos”,
depois
virem-se
envolvidas em fraudes
esclareceu.
Outro destaque foi a decisão da corporativas. Isso teria uma repercusCVM de substituir o IAN, que presta são muito negativa para o mercado.
informações anuais não-financeiras, Uma saída seria não conceder registro
pelo Formulário de Referência, que a companhias brasileiras que se valem
de paraísos fiscais”, concluiu Marcos.
trará mais dados, de melhor
qualidade e padronizados com
as normas da Organização
Internacional das Comissões
de Valores (IOSCO). Hoje,
ao solicitar o mesmo tipo e
quantidade de informação,
o IAN não leva em conta o
porte da empresa.
“Como o IAN já enfrentava certo desprestígio
do mercado, decidimos não
manter o nome. Concebido
em 1993, era um programa
difícil de operar. De agora
em diante as informações
Luciana Dias, superintendente da CVM
news
Motivação contra a crise
Empresas devem investir de forma mais produtiva no potencial de
suas equipes, ensina especialista em desenvolvimento organizacional
E
m tempos de recessão e
corte de custos, um bom
líder é o que mantém engajados os funcionários remanescentes, que acumularam funções. Manter
estimulado quem faz mais com menos
é um desafio que o especialista em desenvolvimento organizacional, avaliação de performance e identificação de
talentos, Paul Terry, conhece muito
bem. Vice-presidente da consultoria
americana de RH Novations Group
Inc., parceira no Brasil da Across, ele
esteve na Amcham para explicar como
as empresas podem aproveitar para
investir em talentos.
Para Terry, é possível construir
um ambiente em que os funcionários
“sobreviventes” contribuam com
a organização sem o sentimento
de exaustão causado por estarem
cumprindo mais tarefas. “Os líderes
precisam entender que leva tempo
para que os empregados superem as
mudanças. Mas o downsi-zing pode
ser o momento ideal para que se restabeleça a relação com a equipe, com
espaço para diálogo, sendo honesto,
explorando de forma produtiva as
mudanças e incentivando o bom
desempenho da equipe”.
Como exemplo da dificuldade
de promover mudanças na indústria
automobilística nos Estados Unidos,
sobretudo na GM, que esteve à beira
de um colapso há pouco tempo.
“As montadoras americanas
não acompanharam as mudanças
na natureza do transporte e do uso
da energia. Temos que incrementar
nossa produtividade, diminuir custos
Paul Terry, vice-presidente da Novations Group Inc.
e aumentar a fidelidade do cliente. É
preciso também encorajar a inovação
e mudar a forma de fazer negócios.
E, sobretudo, procurar reter talentos
da melhor forma possível”, afirmou.
Terry disse que as empresas
precisam estimular a formação de
funcionários “go to”, que trazem
inovações e se diferenciam pela
Regina Camargo, Terry e Ricardo Mayer
capacidade de lidar com situações
complexas e contribuir mais com as
empresas: “Todos têm capacidade de
aprender, e podem ter uma performance de alto nível. O que fazemos
é implantar um plataforma para que
desenvolvam seus talentos, agregando
mais valor à organização”.
O especialista citou o caso de
um cliente, fabricante de microprocessadores para computador que
estava preocupado com a queda verificada nos negócios.
“Cortaram custos mas tinham
de reconstruir a capacidade da força
de trabalho remanescente. A solução
foi dar ferramentas aos funcionários
para que pudessem desenvolver suas
próprias carreiras. Demos suporte aos
gerentes para facilitar esse processo.
O resultado é que agora estão dando
passos enormes, se preparando para
uma nova transição”, concluiu.
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news
Crédito contra a crise
Executivos do Ex-Im Bank analisam a crise e
dizem que Brasil é prioridade na América Latina
O embaixador americano Clifford Sobel, John McAdams e Robson Goulart Barreto
E
m 70 anos o ExportImport Bank (Ex-Im
Bank) já apoiou mais
de US$ 400 bilhões em exportações
americanas de bens de capital e serviços em todo o mundo. No Brasil,
os desembolsos devem aumentar este
ano, saltando de US$ 800 milhões
(2008) para US$ 2,5 bilhões. Para entender melhor esse sistema de crédito,
a Amcham reuniu o diretor de operações do Ex-Im Bank dos EUA, John
McAdams; a funcionária sênior do
Grupo de Negócios Internacionais
e Relações do Ex-Im Bank’s Trade
Finance Division, Xiomara CrequeBromberg; o country manager da
UPS no Brasil, Flávio Amaral; e o embaixador dos EUA no Brasil, Clifford
Sobel. O evento foi uma parceria com
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o Consulado Americano e o Serviço
Comercial do Consulado dos EUA.
“O Brasil é o mercado número
um na América Latina. Nosso portfólio para a região é de US$ 4,2 bilhões.
Operamos assumindo o risco do setor
privado, ajudando instituições financeiras a entrarem em mercados difíceis
ou de alto risco. Com o respaldo do
Ex-Im Bank em suas transações, as
empresas podem obter taxas financeiras melhores, pois os bancos reduzem
os juros com base na garantia dada
pelo governo americano”, explicou
Xiomara.
John McAdams analisou a recessão econômica e disse que não
era esperado um impacto tão grande
na economia. “Foi um ‘Titanic’ em
Wall Street, mas a esperança começa
a voltar”, afirmou.
“O mercado imobiliá-rio vem dando sinais
de vida nos EUA. A intervenção do governo permitiu queda das taxas hipotecárias e houve melhoria
do mercado acionário.
Foi o pior dos tempos na
economia, mas o melhor
para o Ex-Im Bank, pois
pudemos realizar nosso
papel junto às exportações americanas. Desde
o começo nosso esforço
foi estimular novas exportações, e não socorrer
instituições com crédito
superestimado”.
Responsável no Brasil
pela UPS, maior empresa
de logística do mundo, Flávio Amaral falou da UPS Capital Business
Credit, braço financeiro do grupo,
que também realiza operações de financiamento de produtos vindos dos
EUA. O executivo deu um exemplo
da eficiência do Ex-Im Bank em operações da empresa:
“Há tempos financiamos um
equipamento médico-hospitalar
nos EUA. Antes de seu embarque,
constatamos que 25% de de seu conteúdo era israelense. Rapidamente o
Ex-Im Bank entrou em contato com
a agência de crédito de Israel e, em
duas semanas, fizeram um acordo
de cofinanciamento que permitiu
que financiássemos 85% do valor do
equipamento. Uma operação para ser
lembrada”, concluiu.
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news
Liberdade tarifária
Diretor da Anac diz que fim dos limites para descontos
no preço das passagens aéreas beneficiará todo o setor
Marcelo Guaranys, da Anac, e Orlando Giglio, chaiman de Turismo e Entretenimento
A
provada em abril pela
Agência Nacional de
Aviação Civil (Anac), a
liberdade tarifária para voos de longo
curso vem sendo adotada progressivamente desde o início do ano. O
desconto permitido hoje nas passagens
aéreas é de até 80%, mas a ideia é
eliminar o preço mínimo a partir de
janeiro de 2010. Incentivo à concorrência e repasse de ganhos de eficiência
das companhias ao consumidor são
argumentos que o diretor da agência,
Marcelo Guaranys, usou para justificar
a mudança, em debate na Câmara de
Comércio Americana.
“Isso já aconteceu no início do
ano, quando vigorava o limite de 20%
para os descontos. Considerando um
cenário de crise e a baixa temporada,
vimos que as empresas precisavam flexibilizar o preço para manter a oferta.
Há duas formas de se reagir em uma
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crise: reduzir a oferta e cancelar linhas
ou cobrar valores mais baratos para
permitir que os voos tenham ocupação
e rentabilidade”, afirmou.
Para o executivo, não faz sentido
regular o mercado porque o nível de
competitividade é muito bom. Guaranys disse que o argumento usado
Marcelo Guaranys, diretor da Anac
contra a liberação tarifária, de que os
custos das empresas nacionais são maiores, não se sustenta. O direto da Anac
se baseou em um estudo do sindicato
das empresas do setor para concluir
que, na prática, as despesas com tarifa
aeroportuária e combustível se anulam.
Sobram carga tributária e mão-de-obra:
“De fato, a incidência da primeira
no Brasil é maior, mas o custo com
o trabalhador é muito mais barato.
Um acaba compensando o outro. Na
verdade, a diferença é apenas 2%. É
importante lembrar também que o
setor aéreo dispõe de vários benefícios
que outros não têm: não paga imposto
de importação para adquirir aeronaves
nem ICMS pela vinda do seu produto,
entre outros. Então, no final das contas,
percebemos que não há diferenças de
competitividade entre empresas nacionais e estrangeiras, elas competem de
igual para igual no mercado”, explicou.
Outro assunto abordado foi o
aumento da participação do capital
estrangeiro nas companhias aéreas,
que hoje é limitado a 20% e está atualmente em discussão no Congresso.
Segundo Guaranys, a Anac considera
49% um bom limite.
“Isso foi tratado pela última vez em
2003. Esse entrave limita investimentos
e impossibilita a criação de novas parcerias, que tragam mais profissionalismo
e qualidade. O aumento da participação estrangeira poderia trazer para o
país um modelo diferente de aviação
comercial em relação ao que temos no
mercado. Não há no Brasil, por exemplo, uma empresa genuinamente low
cost como vemos na Europa”, concluiu.
news
Nova Lei do Estágio
Oito meses após sanção, a lei 11.788
continua a dividir especialistas
Maria Lúcia Bugre, Renan Aguiar, Luiz Migliora e Cláudia Soares
A
lei do estágio ainda gera
dúvidas entre empregadores, estudantes e entidades mediadoras. Concessão de benefícios, jornada diária e tempo de contrato
são temas que não estão claros na nova
cartilha e provocam divergências até entre órgãos públicos. A Amcham reuniu
juristas para discutir o tema.
A cartilha diz que o termo de
compromisso empresa-escola-estudante
não pode ultrapassar dois anos, mas não
esclarece se o tempo deve ser contado a
partir da nova lei ou da data em que o
estagiário iniciou na empresa. O Minis-
tério de Planejamento, Orçamento e
Gestão adotou a segunda interpretação,
assim como a assessora jurídica do
Centro de Integração Empresa-Escola
(CIEE), Maria Lúcia Bugre:
– Dois anos é suficiente para o
estudante aprender o necessário em
uma organização. Se a empresa julgá-lo
competente, deve contratá-lo.
O sócio da Veirano Advogados,
Luiz Guilherme Migliora, que seguia
as normas do Ministério do Trabalho e
Emprego, aplicando a nova regra ape-nas
a contratos renovados após setembro, vai
rever a posição. Ele destacou a impre-
cisão da lei quanto a benefícios, que estipula a concessão de auxílio-transporte,
mas não estabelece valor mínimo; e dá
até uma hora de almoço, mas não diz se
está incluído na jornada.
O presidente da Comissão Seccional da OAB, Renan Aguiar, não
acredita que a lei vá conseguir realizar
a integração entre empresa e escola,
como a lei prevê.
A desembargadora do TRT-RJ,
Cláudia Márcia Soares, acredita que,
apesar de suas indefinições, a lei irá
combater a exploração do estagiário
como mão-de-obra barata.
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news
Joe Pizzarelli encantou a platéia carioca
U
ma parceria entre a
American Airlines, o
Consulado Americano
no Rio de Janeiro e a Câmara de Comércio Americana lotou o Mistura Fina
– Posto 8, em Ipanema, no Rio. Cerca
de 120 convidados se deliciaram com
o show do quarteto de John Pizzarelli.
No repertório, o músico apresentou
clássicos do jazz americano, composições próprias e não esqueceu grandes
canções brasileiras como “Só danço
samba” e “Águas de março”, ambas de
Tom Jobim e “Garota de Ipanema”, de
Tom em parceria com Vinícius de Moraes. Engraçado e divertido, Pizzarelli
conversou com os presentes, arriscou
algumas palavras em português e fez
a platéia gargalhar com imitações de
grandes artistas como Bob Dylan, Billy
Holiday, James Taylor, Billy Paul e até
João Bosco para a música “I like Jersey
best”. O evento faz parte da American
Airlines Series, que traz grandes cantores e compositores para se apresentarem
no Mistura Fina – Posto 8.
Pizzarelli fez a platéia gargalhar com
imitações de grandes artistas
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news
Estímulo à inovação
Especialistas comentam lei do governo que concede incentivos a empresas inovadoras
Carolina Zimmer, coordenadora tributária do Martinelli Advocacia Empresarial
E
sforço do governo para
fomentar pesquisa e desenvolvimento (P&D) no
país, a Lei nº 11.196 concede incentivos fiscais para empresas que adotarem
inovações tecnológicas em seu processo
produtivo. Entre os benefícios está a
dedução, na apuração do lucro líquido,
do valor correspondente à soma dos
gastos com P&D, classificáveis como
despesas operacionais. Para entender
essas regras, a Câmara de Comércio
Americana reuniu Carolina Zimmer,
coordenadora tributária de Tributos Diretos do escritório Martinelli Advocacia
Empresarial, e Fernando Sandroni,
presidente do Conselho Empresarial
de Tecnologia da Firjan.
De acordo com a lei, inovação
tecnológica é a concepção de novo produto ou processo de fabricação, assim
como a agregação de funcionalidades
ou características. Deve implicar em
melhorias e ganho de qualidade ou
produtividade. Carolina deu exemplos
do que é ou não inovação:
“Tínhamos o termômetro analógico, que leva cinco minutos para
medir a febre. Então alguém inventou
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o digital, que mede a febre em um
minuto. O que é inovador nisso é que
o produto continua tendo a mesma
finalidade, só que agora há um sistema
que faz o trabalho em menos tempo.
Não é só uma mudança de embalagem
ou de organização logística para ganhar
produtividade”, afirmou.
Outro aspecto destacado pela tributarista são os requisitos e obrigações
que as empresas devem cumprir para
encontrar cobertura nas regras estabelecidas para isenção fiscal.
“É preciso estar com os tributos
em dia e apresentar certidão negativa de
débitos tributários; manter o controle
dos gastos com P&D em uma conta
específica; declarar Imposto de Renda
com base no lucro real; prestar informações dos programas desenvolvidos ao
Ministério da Ciência e Tecnologia; e o
pagamento precisa ser feito a pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas no país”.
Partindo do pós-guerra, Fernando
Sandroni fez um histórico do papel do
Estado no desenvolvimento da ciência
e tecnologia. Usando a Pesquisa de Inovação Tecnológica (Pintec) do IBGE,
o estudioso traçou um paralelo entre a
macroeconomia e a vertente inovadora
de um país. “O ambiente macroeconômico é absolutamente fundamental
para a decisão empresarial de investir
em tecnologia e se arriscar em inovações
que são necessárias”, afirmou.
Nessa linha, Sandroni destacou
dois incentivos não fiscais do artigo 20
da “Lei do Bem”. “Eles são poderosíssimos. Tratam do fomento tecnológico
e da subvenção. As empresas podem
receber incentivos do governo para
compartilhar esses riscos, e estamos
vendo agora o deslanche desse processo”, concluiu.
Fernando Sandroni, presidente do Conselho Empresarial de Tecnologia da Firjan
news
Individualização é palavra-chave
em marketing direto
Luis Henrique Fichman, presidente da Reader’s Digest, mostra as principais vantagens
desse tipo de ação promocional e explica como evitar erros na hora de divulgar produtos
“Q
uanto mais individualizada a ação
de marketing direto, melhor será seu resultado.” Esta
frase sintetiza a fala do presidente da
Reader’s Digest, Luis Henrique Fichman, em evento realizado pela empresa
em parceria com a Câmara de Comércio
Americana. O executivo apontou o fator
“pessoa” como aquele que mais pode
comprometer o sucesso de uma ação
de marketing. Por isso a empresa deve
conhecer cada vez melhor os clientes e
suas predileções.
Além de entender seus receptores, é necessário criar um sistema de
promoção que torne o produto ainda
mais atraente. Layout da peça e maneira de abordar o cliente – criando
expectativa com “ofertas-relâmpago”
e brindes – são alguns dos fatores a
serem considerados. Porém, segundo
Fichman, a ação de marketing direto
deve ter certo equilíbrio:
– Não se pode criar uma expectativa no cliente e depois decepcioná-lo.
Para evitar erros na divulgação e
estimar a adesão do produto entre os
clientes, é essencial testar seu conceito,
forma e preço antes de veiculá-lo. De
acordo com o executivo, este processo
de mensuração é maior vantagem do
marketing direto:
– Agora, tudo pode ser medido.
Acabou o “achismo”, o “pode ser”.
Se a medida não funcionar, muda-se.
Se o público não for mais indicado,
diversifica-se – explicou.
Quando perguntado sobre a
melhor forma de veicular uma ação
de marketing direto, Fichman foi categórico: internet, mas com ressalvas.
O meio eletrônico tem mais chance de
resposta, porém o canal está cada vez
mais saturado devido ao número de
empresas que divulgam seus produtos
através de emails. Além disso, muitas
delas o fazem de maneira errada, utili-
Luis Henrique Fichman fala para a platéia lotada e atenta na Amcham
Luis Henrique Fichman, do Readers Digest
zando termos que só afastam o leitor e
possível consumidor.
– Ninguém vai abrir um email
que tenha a palavra “grátis” ou “compre”. Em muitos domínios, a mensagem já vai direto para a pasta de spam
– ressaltou.
Há também as organizações que
adotam o envio de uma mesma peça
promocional para todos os clientes,
sem qualquer personalização. Para o
executivo, este tipo de ação só vale a
pena em casos muito específicos:
– Quando a oferta é imperdível, vale a pena enviar mensagem em
cópia oculta. Do contrário, a chance
de sucesso é bem pequena. O receptor
gosta de ver seu nome na mensagem, da
individualização. E, para quem trabalha
com marketing direto, ele é sempre o
dono da verdade – concluiu.
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news
Ciência do desenvolvimento
Governo quer fortalecer indústria estreitando
distância entre empresas e centros de pesquisa
H
oje o Brasil destina
apenas 1% do PIB para
pesquisa e desenvolvimento. O registro de patentes em
escritórios internacionais é de 0,2%,
ocupando o 40º lugar no ranking mundial. Na produção acadêmica, a situação
é um pouco melhor: recentemente o
Brasil subiu duas posições e entrou no
chamado G-13, entre as nações com
maior volume de conhecimento científico. Trunfo do governo para aumentar
a capacidade de inovação no país, o
Plano de Ação de Ciência, Tecnologia
e Inovação (Pacti) quer diminuir a
distância entre a indústria e os centros
de pesquisa. Presidente da Financiadora
de Estudos e Projetos (Finep), Luís
Manuel Rebelo Fernandes, disse na
Amcham que o plano quer alavancar
o desenvolvimento nacional, aumentando a competitividade das empresas.
“O Brasil tem hoje o sistema
sustentável de ciência e tecnologia
mais avançado da América Latina. Ele
é robusto, abrangente e estruturado. No
entanto, está em desconexão com o desafio da industrialização do país, porque
a política que vinha sendo adotada, de
substituição de importações, valia-se de
um mercado altamente protegido. Não
havia preocupação em produzir inovação. Por causa da situação do mercado
doméstico, investimentos estrangeiros
eram aplicados em tecnologias já obsoletas na matriz, mas ainda rentáveis por
aqui”, afirmou.
Ex-secretário executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia e
professor do Departamento de Ciência e Política da Universidade Federal
Fluminense, Fernandes disse que todo
esforço de inovação comporta riscos,
que precisam ser mais bem compartilhados com o setor privado.
“Temos que ter instrumentos
para isso, como programas e políticas,
e também fomentar uma espécie de ‘revolução cultural’ no meio empresarial,
acomodado em nichos de um mercado
Maurício Vianna, Rebelo Fernandes, Gilson Freitas de Souza e Carlos Henrique Moreira
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BRAZILIAN BUSINESS
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Luís Manuel Rebelo Fernandes, da Finep
interno que já mudou. Esse tema entrou com força no primeiro mandato do
governo Lula e uma série de iniciativas
legislativas foram postas em prática para
desobstruir canais de parceria e cooperação entre empresas instaladas no país
e instituições públicas e privadas. Essa
é a lógica do Pacti”, explicou.
Fernandes disse que o programa
está estruturado em quatro eixos: “É
preciso consolidar e expandir nacionalmente o sistema de tecnologia e
inovação montado antes. Depois temos
que promover a inovação tecnológica
nas empresas, a meta é chegar ao final
de 2010 com investimentos de 1,5%
do PIB em P&D. Também queremos
apoiar pesquisa em áreas estratégicas,
como a espacial e a nuclear. Finalmente,
devemos incorporar o desenvolvimento
social como eixo estruturante do novo
ciclo de crescimento vivido no país”.
news
ALERJ EM FOCO
Convite à participação
Por Geiza Rocha*
A forma mais eficaz de mudar a realidade é mergulhar nela. Isso permite conhecer os processos e participar. Todos somos obrigados a votar,
mas cumprimos a tarefa e depois deixamos de lado a função seguinte: exigir que os eleitos trabalhem e mudem para melhor a realidade do
País. Sendo assim, não é de se surpreender que os escândalos políticos sejam tão frequentes. Muitos argumentam que a democracia no País
é recente, e que o tempo é fundamental para consolidá-la. Mas se não entendermos que isso só ocorre se houver participação da sociedade,
vamos esperar por um futuro que nunca chega. Seguindo esta filosofia, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro criou em 2003 o Fórum
Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado, do qual a Amcham-RJ faz parte. É um espaço aberto às universidades e entidades da
sociedade civil para que encaminhem sugestões, apresentem suas demandas e subsidiem os parlamentares com informação. Desde o ano
passado, nove câmaras setoriais se reúnem mensalmente para debater assuntos ligados ao desenvolvimento industrial, sustentável, comércio
exterior e de bens e serviços, dentre outros, trazendo para o Parlamento temas estratégicos para o crescimento do Rio. Nesta coluna, convido
todos a conhecer alguns dos temas que estão na pauta do Legislativo fluminense.
Sustentabilidade
Nas duas últimas edições do “Fórum Recebe”, a relação entre a preservação do meio ambiente e o crescimento econômico sustentável estiveram na ordem do dia. O presidente da
Light, José Luiz Alquéres, discorreu sobre a universalização do acesso à energia elétrica e a
sua importância para as pequenas comunidades. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc,
mostrou como o licenciamento ambiental ágil e rigoroso beneficia empresas, cidadãos e o
meio ambiente. “Se licenciamos um programa de casas populares, garantimos que aquelas
pessoas não vão ocupar encostas, morros e áreas de preservação”, afirmou.
José Luiz Alquéres - Presidente da Light
Expressão política
Até 31 de agosto, quem for à sede da Assembleia Legislativa poderá conferir a exposição “Retratos da Democracia – expressões e manifestações no Palácio Tiradentes” no terceiro andar
do prédio. A mostra, que faz parte do FotoRio – Encontro Internacional de Fotografia do Rio
de Janeiro – reúne 45 trabalhos de fotógrafos e estagiários da Alerj. São imagens de pessoas
famosas e anônimas, em diversos eventos e manifestações ocorridas no prédio. A exposição
é gratuita e está aberta à visitação de segunda a sábado, das 10h às 17h, e aos domingos, das
12h às 17h. O Palácio fica na Rua Primeiro de Março, s/n, Praça XV - RJ.
Exposição Retratos da Democracia
Sacolas plásticas, não!
Mais do que moda, o uso das sacolas reutilizáveis é lei no Rio. A Alerj aprovou o
texto que determina a coleta e a substituição gradual pelos estabelecimentos
comerciais de sacolas plásticas por outras
mais resistentes e reutilizáveis. O tempo
para que os empresários se adaptem à lei
varia de um a três anos, sendo o menor
período para estabelecimentos de grande porte, e o maior para os de pequeno
porte. A substituição das sacolas segue o
Menos leis
que vem sendo feito pela rede Wal-Mart
que, a cada cinco itens comprados no estabelecimento, dá R$ 0,03 de desconto
sobre as compras aos clientes que não
usarem sacos plásticos. Há, ainda, a possibilidade de permuta de um quilo de
arroz ou de feijão a cada 50 sacolas entregues. A Comissão de Meio Ambiente estuda modificações no texto e deve
apresentar em breve novo projeto para
aperfeiçoá-lo.
Das 4,7 mil leis estaduais em vigor no Rio, pelo
menos 2 mil deverão ser consolidadas ou revogadas.
Quem lidera este trabalho é a Comissão Especial da
Alerj criada para verificar o cumprimento das leis,
a Comissão do Cumpra-se. O objetivo é fazer com
que as leis sejam conhecidas pelo cidadão e o cumprimento delas, fiscalizado pelo Legislativo. Estão
sendo consolidadas leis autorizativas, de utilidade
pública, referentes a datas comemorativas e nomes
de logradouros, além de vários dispositivos que
tratam dos temas água e hinos cívicos.
* Secretária Geral do Fórum de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio
opinião
Mercado bancário:
um estudo de cenários
Paulo Vicente
A
crise tem despertado discussão sobre para onde vai o sistema
financeiro mundial e qual a nova estrutura do setor bancário dele
decorrente. Ainda é impossível fazer previsões, mas algumas questões
centrais estão claras, permitindo um exercício de cenários para
o futuro. Considerando as variáveis política e econômica, há quatro cenários
possíveis: “Terra de Gigantes”, “Aldeia Global”, “Terra de Pigmeus” e “O Jogo dos
Blocos”. Esta é uma simplificação da realidade, mas ajuda a entender escolhas que
estão sendo feitas nas reuniões do G-20, G-8, UN, EU, OMC, ALCA e Mercosul.
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Regulação Global
Terra de Gigantes
Aldeia Global
Fragmentação
Guerra dos Pigmeus
Integração
O Jogo dos Blocos
“Estes cenários formam uma visão
estratégica e podem servir de guia
para se entender por quais caminhos
pode seguir o sistema financeiro e
bancário mundial”
Regulação Regional
Em “Guerra dos pigmeus” a globalização retrocedeu e
não há blocos regionais. Políticas protecionistas aumentaram
mais as barreiras comerciais. Organismos internacionais de
regulação perdem relevância. A EU vive disputas internas e
a OMC é palco de discussões. No setor bancário sobrevivem
diversas bolsas de ações e bancos no setor mundial, pois o
protecionismo impediu fusões, aquisições e expansões dos
bancos de maior porte. Os câmbios são instáveis, não há
moeda única como parâmetro global. A briga dos bancos é
como uma “guerra de pigmeus”: com concorrentes e territórios bem marcados.
No “Terra de Gigantes” a globalização retrocedeu, os
blocos regionais não são realidade marcante, mas as políticas
liberais permitiram fusões e aquisições. Os bancos de maior
porte se impõem nos mercados locais. Mas há mecanismos
globais de regulação que impedem os excessos. Este mundo
difere do nosso, com políticas liberais e sem blocos como
proteção. Alguns países dominam o cenário mundial com
esferas de poder onde nações dominadas são “satélites”.
Como o Brasil está entre as maiores economias do mundo
e numa posição isolada de outros jogadores ele é um dos
“gigantes”. O país dominou a América do Sul e invadiu
comercial e culturalmente os vizinhos, que sofrem efeitos
similares com os EUA. Sobreviveram poucos bancos regionais ou nacionais. Países menores sofrem mais, incapazes
de controlar setores econômicos e a política econômica. O
fluxo global de bens e mercadorias mantém só três bolsas no
mundo com poder de barganha com empresas brasileiras,
sendo negociadas no NYSE.
No “Jogo dos Blocos” a globalização avançou, aumentou o comércio global e os blocos regionais funcionaram e
integraram as economias com equilíbrio entre as partes. As
nações do bloco são vistas como parceiras. Ao invés de um
sistema de “potências e satélites” há um “sistema integrado”.
Mas aqui políticas protecionistas e falta de regulação global
impedem o fluxo entre blocos, mas não dentro deles. Surge
um jogo mundial de poder onde protagonistas são grandes
blocos comerciais, que lentamente migram para integração
política. A luta pela autossuficiência leva-os a competir por
recursos que podem levar a conflitos armados. O Brasil se
integra ao Mercosul e ao Pacto Andino criando um bloco
regional forte de maior simetria de poder com os EUA. Isso
permite a formação da Alca como maior potência econômica
do mundo, superando o bloco Europeu e três blocos asiáticos.
No setor bancário, cada bloco tem uma moeda forte, que faz
o câmbio menos estável. As bolsas européias e americanas se
fundiram, empresas europeias têm dificuldades de operar nas
Américas e vice-versa, devido ao protecionismo. A América
do Sul vive expansão econômica pois novas fronteiras agrícolas são exploradas. O setor bancário mundial se reestrutura
com lutas de grandes grupos financeiros e um processo de
fusão e aquisição contínuo, mas até planejado e com regulação interna. Surge um banco central das Américas e o dólar
passa a ser moeda oficial.
No “Aldeia Global” a globalização avançou, o fluxo de
bens e mercadorias é permitido. Mas fluxos de outros blocos
desestabilizam o sistema. China e Índia invadem sistemas
com mão-de-obra não especializada, e a Alca com tecnologia
e produtos agrícolas baratos. A Europa compra companhias
pelo mundo e há necessidade de regular fluxos. Um “bloco
mundial” da OMC surge e regula a integração do planeta.
Há desconfianças, mas o dinheiro e o aumento de receita
per capita falam mais alto. Populações de baixa renda elegem
governos pró-integração mundial. Surge um banco central
mundial, moeda e bolsa de valores únicas, com três filiais ou
numa estação espacial conjunta via satélite. A primeira etapa
preparou o setor bancário para o choque inicial e se tornou
um oligopólio com bancos mundiais. Tais empresas buscam
o melhor capital humano em todo o planeta.
Estes cenários formam uma visão estratégica e podem
servir de guia para se entender por quais caminhos pode
seguir o sistema financeiro e bancário mundial. BB
Subsecretário Estadual de Planejamento do Rio
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BRAZILIAN BUSINESS
49
opinião
O futuro da comunicação
é a geração de conteúdo
José de la Peña Neto
O
ano era 2004 e o desafio, dar visibilidade a uma empresa
desconhecida pela mídia mesmo após 169 anos de atuação.
Mais antiga empresa de previdência do país, a Mongeral
Seguros e Previdência estava em fase de transformação
de entidade aberta para seguradora independente. A empresa não era
conhecida pela maioria dos repórteres e editores de economia, além de
ter sua imagem negativamente associada aos montepios.
50
BRAZILIAN BUSINESS
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“O desafio diário de prestar assessoria de
comunicação e imagem a um cliente – privado ou
público – integra criatividade e jogo de cintura para
criar soluções para as demandas mais inusitadas”
Ao completar 170 anos, somou-se a este contexto a
necessidade e a expectativa da empresa em transformar a
ocasião, à primeira vista puramente institucional, em notícia.
O cenário demandava da Monte Castelo Idéias mais do que
um trabalho proativo, de produzir um banco de pautas rico e
criativo e de um esforço braçal junto aos principais repórteres
de finanças da mídia. Era preciso aplicar na prática o que há
de mais moderno no conceito de assessoria de imprensa: gerar
conteúdo qualificado que traga como resultado a geração de
mídia espontânea e, de quebra, apoie o negócio do cliente.
No dia 10 de janeiro de 2005, no Palácio da Cidade,
o Rio de Janeiro recebia das mãos do principal executivo da
Mongeral Seguros e Previdência o livro Olhar Carioca, com
170 anos de hábitos cariocas permeados com a história da
companhia, criada em 1835, no Rio de Janeiro. Das principais revistas de circulação nacional à página inteira dos
principais jornais da cidade, o assunto foi notícia nos meios
de comunicação de todos os cerca de 20 municípios onde a
companhia estava, na época, presente. Além de caracterizar
a primeira vez em quase dois séculos que a empresa aparecia
na mídia, a ocasião permitiu que tal exposição fosse resultado de um trabalho qualificado que foi além dos veículos
especializados em seguros e previdência.
Pouco a pouco, com a manutenção da proatividade e o
contato constante com os jornalistas que cobriam mercado,
além da expansão do trabalho para a mídia regional (que
reclamava de não receber nenhuma boa sugestão das assessorias), os executivos da companhia foram sendo reconhecidos
como fonte. Porém, era preciso, ainda, consolidar a imagem
da Mongeral junto às redações.
Para isso, em 2006, criamos o Prêmio Mongeral Imprensa. O evento anual passou a premiar as melhores matérias
sobre seguros e previdência em cinco categorias, julgadas por
grandes nomes do jornalismo econômico, e permitiu que a
empresa ficasse conhecida entre os repórteres, além de contribuir para um maior número de matérias de serviço sobre
previdência nos veículos, em particular da mídia regional.
Hoje, a Mongeral virou a mesa. É reconhecida como
fonte para matérias de seguros e previdência e possui presença
constante no noticiário de mercado. E, nós, desafiados por
uma situação nova, colocamos em prática o novo conceito
de gerar informação, que traz como resultado o apoio ao
negócio do cliente e atua em sintonia com suas diretrizes
para otimizar resultados.
Se no âmbito privado a geração de conteúdo é um
diferencial de peso na visibilidade de uma instituição – vale
lembrar que em tempos de boas notícias ou de crise de imagem –, o mesmo vale para o serviço público. Apostando na
informação e na criatividade como aliadas, é possível até divulgar ações realizadas pela administração pública, integrando
cidadãos e dando mostras de transparência e credibilidade.
O projeto Comunicação Direta, realizado pela Monte
Castelo Idéias, inicialmente no município de Paracambi,
Região Metropolitana do Rio de Janeiro, permitiu à prefeitura divulgar seus programas e práticas através de ações
culturais (apresentações teatrais) ao longo de todo o ano de
2007. Nas escolas públicas, alunos, professores e funcionários
assistiram aos contadores de história. Além de divulgar as
ações da Prefeitura em diversas áreas, os roteiros propagavam
campanhas educativas e de prevenção. Da mesma forma, nos
postos de saúde, o teatro de fantoches retratou o dia-a-dia dos
moradores da cidade e os feitos da administração municipal.
Além de permitir uma interação em tempo real com
o cidadão, o projeto trouxe como resultado a geração de
mídia espontânea para o município em forma de matérias
em jornais impressos e telejornais, abrindo espaço para o
debate social e reforçando o conceito da verdade na cabeça
de milhares de pessoas.
O desafio diário de prestar assessoria de comunicação e
imagem a um cliente – privado ou público – integra criatividade e jogo de cintura para criar soluções para as demandas
mais inusitadas. A mídia resultante desse processo poderá,
ainda, ser uma aliada no processo de apoio ao negócio do
cliente, através da interação com os públicos de interesse. Para
isso, basta que a base para todo o processo seja o conteúdo
gerado em sintonia com o que é notícia. BB
Jornalista e diretor da Monte Castelo Idéias
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51
novos associados
DALE CARNEGIE TRAINING
(Mendes de Almeida Treinamento Ltda.)
Antonio Luiz de M. Vieira Mendes de
Almeida Junior - Presidente
Roberto Salvucci - Diretor Comercial
Rua da Assembleia, 10, s/1101 - Centro
20011-901 Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2531-9383
Fax: (21) 2531-2287
[email protected]
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EIT - EMPRESA INDUSTRIAL TÉCNICA
Marcus Pinto Rôla - Diretor
Paulo Cesar Almeida Cabral Superintendente Comercial
Av. Almirante Barroso, 63, gr. 2209 - Centro
20031-003 Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2544-1262
Fax: (21) 2262-8942
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GAIA IMPORTAÇÃO, EXPORTAÇÃO E
SERVIÇOS LTDA.
Claudia Regina Pinheiro Monte Gerente de Inteligência de Mercado
Lorenna Silva E. da Conceição - Analista
de Comunicação
Rua Victor Civita, 77, Bl.1, s/502 parte Jacarepaguá
22775-044 Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 3311-6201
Fax: (21) 3311-6223
[email protected]
www.gaia-br.com.br
52
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INTERAÇÃO PESQUISA DE MERCADO E
OPINIÃO PÚBLICA
(Interação Planejamento e Pesquisa)
Rosa Lucia Bortoletto Feltre - Diretora
Rua México, 31, s/704 - Centro
20031-144 Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2215-3611/ 2532-3111
[email protected]
www.iapesquisa.com.br
MARAZUL ASSESSORIA E
COMUNICAÇÃO SOCIAL LTDA.
Carlos Henrique Souza de Vasconcelos Sócio Diretor
Lucia Maria Lazarevitch - Sócia
Administradora
Av. Evandro Lins e Silva, 840, s/ 119 Barra da Tijuca
22631-470 Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2178-2550/ 2021
Fax: (21) 2178-2051
[email protected]
www.marazulonline.com.br
PAULO MEIRA LINS
Advogado
Av. República do Chile, 100/ 6º - Centro
20031-917 Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21)2172-7833
Fax: (21) 2172-8889
REGUS DO BRASIL LTDA.
Ana Beatriz Guedes Corrêa - Gerente Geral
Vanessa Neri - Gerente Geral
Av. Brigadeiro Faria Lima, 3729/ 5º - Itaim Bibi
04538-905 São Paulo, SP
Tel: (11) 3443-6340
Fax: (11) 3443-6201
[email protected]
www.regus.com.br
ROLIM, GODOI, VIOTTI & LEITE
CAMPOS ADVOGADOS ASSOCIADOS
(Rolim GV&LC Adv.)
Cristiano Ganz Viotti de Azevedo - Sócio
Av. Rio Branco, 89/ 802 - Centro
20040-004 Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 3543-1800
Fax: (21) 3543-1828
[email protected]
ROLLS-ROYCE BRASIL LTDA.
Gilberto Bueno - Diretor Regional
de Vendas
Av. Almirante Barroso,52, s/2001 Centro
20031-000 Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2277-0100
Fax: (21) 2277-0168
[email protected]
WEIKERSHEIMER & CASTRO
ADVOGADOS ASSOCIADOS
Deana Weikersheimer - Sócia
Marco Tulio de Barros e Castro - Sócio
Av. Rio Branco, 109, s/903 - Centro
20040-001 Rio de Janeiro, RJ
Tel: (21) 2232-6776
Fax: (21) 2242-0679
[email protected]
www.weikers.com.br
ALTERAÇÃO NO QUADRO DE ASSOCIADOS
ALMIR RAMOS
Presidente
AFS Intercultura Brasil (American
Field Service)
DIMAS MAINTINGUES
Diretor de SSM
Consórcio Estreito Energia – CESTE
EVERTON CAMPANATE DE OLIVEIRA
Gerente de Operações-Fragrâncias
IFF - Essências e Fragrâncias Ltda.
JOSÉ CARLOS JULIÃO
Diretor Regional Adjunto Rio de Janeiro
Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos
FILIAL – ESPÍRITO SANTO
PEDRO HENRIQUE DO VALE
CUNTIN PEREZ
Sócio Sênior
Andrade & Fichtner Advogados
RAYMOND SEMPLE
COO – Subsea
Grupo Technip
INTERFRUIT ALIMENTOS LTDA.
Marcelo De Nadai - Diretor
Patrick Caldara - Diretor
Av. Conceição da Barra, 2002 - Shell
29901-590 Linhares, ES
Tel: (27) 3371-3771
Fax: (27) 3371-2709
[email protected]
XIEMAR ZARAZÚA
Presidente
Coca-Cola Indústrias Ltda.
Yoram Levanon
Presidente
Xerox Comércio e Indústria Ltda.
JÚLIO REBELLO HORTA
Sócio Sênior
Andrade & Fichtner Advogados
Onde você estiver
a BDO Trevisan estará
próxima de seus negócios.
A BDO Trevisan é uma empresa de Auditoria, Advisory, Tributos e Sustentabilidade com 25 anos de experiência no mercado
brasileiro. Por meio da nossa estrutura internacional – quinta maior do mundo no setor –, compartilhamos metodologias, capacitação
e políticas de segurança com mais 110 países.
No Rio de janeiro e em mais 15 escritórios.
BDO Trevisan – 16 escritórios no Brasil:
São Paulo • SP • Belém • PA • Belo Horizonte • MG • Brasília • DF • Campinas • SP • Campo Grande
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Alegre • RS • Ribeirão Preto • SP • Rio de Janeiro • RJ • Salvador • BA • São José dos Campos • SP
Auditoria
Advisory
Tributos
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A BDO International é uma rede de empresas de auditoria denominadas firmas-membro BDO. Cada
firma-membro é uma entidade juridicamente independente em seu próprio país. A BDO Trevisan é
firma-membro da rede BDO International desde 2004.
(21) 3534 7500
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PRESIDENTES DE HONRA
Antônio Patriota, Embaixador do Brasil nos EUA
Clifford Sobel, Embaixador dos EUA no Brasil
DIRETORES
Alexandre Quintão Fernandes, Gerente
Coordenador Especial de Relações com
Investidores, Petrobras; Carlos Henrique
Moreira, Presidente do Conselho, Embratel;
Domingos Bulus, Presidente, White Martins;
Eduardo Karrer, Diretor Presidente, MPX
Energia; Hervé Tessler, Presidente, Xerox;
Humberto Mota, Presidente, Dufry do Brasil;
Ivan Luiz Gontijo, Diretor Gerente, Jurídico
e Secretaria Geral, Bradesco Seguros; José
Formoso, Presidente, Embratel; Katia Alecrim,
Superintendente Regional de Vendas, Banco
Citibank; Manuel Fernandes, Sócio, KPMG;
DIRETORES EX-OFÍCIO
Andres Cristian Nacht, Carlos Augusto Salles,
Carlos Henrique Fróes, Gabriella Icaza, Gilberto
Duarte Prado, Gilson Freitas de Souza, Gunnar
Birger Vikberg, Ivan Ferreira Garcia, Joel Korn,
José Luiz Miranda, Juan C. Llerena, Luiz
Teixeira Pinto, Omar Carneiro da Cunha, Peter
Dirk Siemsen, Raoul Henri Grossman, Ronaldo
Veirano, Rubens Branco da Silva e Sidney Levy
PRESIDENTES DE COMITÊS
Associados: a definir; Assuntos Jurídicos:
Julian Chediak; Comércio e Indústria: a definir;
Energia: Roberto Furian Ardenghy; Finanças:
Frederico da Silva Neves; Logística e InfraEstrutura: Ricardo Mota da Costa; Marketing:
Lula Vieira; Meio Ambiente: Oscar Graça
Couto; Propriedade Intelectual: Steve Solot;
Recursos Humanos Estratégicos: Claudia
Danienne Marchi; Relações Governamentais:
João César Lima; Responsabilidade Social
Empresarial: Celina Borges Carpi; Seguros,
Resseguros e Previdência: Maria Helena
Monteiro; Telecomunicações e Tecnologia:
Maurício Vianna; Turismo e Entretenimento:
Orlando Giglio
ADMINISTRAÇÃO DA AMCHAM RJ
Diretor-Superintendente: Ricardo de
Albuquerque Mayer; Gerente Administrativo:
Ednei Medeiros; Gerente de Comunicação:
Ana Redig; Gerente Comercial e Marketing:
Jorge Maurício dos Santos; Gerente de
Comitês e Eventos: João Marcelo Oliveira
DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO SANTO
Presidente: Otacílio José Coser Filho, Membro
do Conselho de Administração, Coimex
Empreendimentos e Participações Ltda; VicePresidente: Felipe Guardiano, Diretor do
Departamento de Pelotização, Vale; Diretor
Jurídico: Rodrigo Loureiro Martins, Sócio
Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins;
Diretores: Carlos Fernando Lindenberg Neto,
Diretor Geral, Rede Gazeta; Walter Lidio Nunes,
Diretor de Operações, Aracruz Celulose; Márcio
Brotto de Barros, Sócio, Bergi Advocacia;
Fausto Costa, Diretor Geral, Chocolates
Garoto S/A.; Lucas Izoton Vieira, Presidente,
Findes; Antônio Olímpio Bispo, Presidente,
Organizações Bristol Ltda.; Ricardo Vescovi
Aragão, Diretor de Operações e Sustentabilidade,
Samarco Mineração; João Carlos da Fonseca,
Superintendente, Rede Tribuna; Marcelo Silveira
Netto, Diretor Superintendente, Tristão Companhia
de Comércio Exterior; Simone Chieppe Moura,
Diretora Administrativa e Financeira, Unimar
Transportes Ltda; Chairwoman Comitê Relações
Governamentais: Maria Alice Lindenberg,
Relações Internacionais, Rede Gazeta; Chairman
Comitê de Negócios Internacionais: Marcílio
Rodrigues Machado, Diretor Presidente, Famex
Comercial Importadora e Exportadora
ADMINISTRAÇÃO DA AMCHAM ES
Diretor Executivo: Clóvis Vieira;
Coordenadora de Associados: Keyla Corrêa
LINHA DIRETA COM A CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA
Administração e Finanças:
Liliane Ponte / Barbara Pontes - Tel.: (21) 3213-9208
[email protected]
Comercial e Marketing:
Felipe Levi - Tel.: (21) 3213-9226
[email protected]
Comitês e eventos:
João Marcelo Oliveira - Tel.: (21) 3213-9230
[email protected]
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CHEVRON é uma marca comercial registrada da Chevron Intellectual Property LLC.
CHEVRON HALLMARK e ENERGIA HUMANA são marcas comerciais da Chevron
Intellectual Property LLC. © 2009 Chevron Corporation. Todos os direitos reservados.
COMITÊ EXECUTIVO
Presidente: Robson Barreto, Sócio, Veirano
Advogados; 1º Vice-Presidente: Murilo
Marroquim, Presidente, Devon Energy do
Brasil; 2º Vice-Presidente: Patricia Pradal,
Diretora de Desenvolvimento e Relações
Governamentais, Chevron Brasil Petróleo;
3º Vice-Presidente: Márcio Fortes; Diretor
Secretário: Henrique Rzezinski, Consultor;
Diretor Tesoureiro: Manuel Domingues
e Pinho, Domingues e Pinho Contadores;
Conselheiro Jurídico: Gilberto Prado. ExPresidentes: João César Lima, Sidney Levy
e Joel Korn
Mário Renato Borges da Silva, Diretor Regional
do Rio de Janeiro, Correios; Mauricio Vianna,
Diretor, MJV Tecnologia; Mauro Viegas,
Diretor Presidente, Concremat; Oscar Graça
Couto, Sócio, Lobo & Ibeas Advogados; Pedro
Aguiar de Freitas, Sócio, Veirano Advogados;
Pedro Paulo Pereira de Almeida, Diretor
IBM Setor Industrial e Diretor Regional, IBM;
Roberto Furian Ardenghy, Diretor de Assuntos
Corporativos, BG do Brasil; Rodrigo Tostes,
ThyssenKrupp CSA; Sergio Tostes, Tostes e
Associados Advogados; Steve Solot, Diretor
Financeiro, Latin American Training Center;
William Yates, Presidente, Prudential do Brasil
Diretora honorária: Elizabeth Lee Martinez,
Cônsul Geral dos EUA
Publicações: Ana Redig - Tel.: (21) 3213-9240
[email protected]
Espírito Santo: Keyla Corrêa - Tel.: (27) 3324-8681
[email protected]
Macaé: Felipe Levi - Tel.: (21) 3213-9226
[email protected]
Camarj - Câmara de Arbitragem do Rio de Janeiro:
Ricardo de Albuquerque Mayer - Tel.: (21) 3213-9207
[email protected]
O mundo está crescendo em mais de setenta
milhões de pessoas ao ano.
CHEVRON é uma marca comercial registrada da Chevron Intellectual Property LLC.
CHEVRON HALLMARK e ENERGIA HUMANA são marcas comerciais da Chevron
Intellectual Property LLC. © 2009 Chevron Corporation. Todos os direitos reservados.
Seria isso um problema ou uma solução?
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