Anais Sicud 2015 - UNESP: Câmpus de Dracena

Transcrição

Anais Sicud 2015 - UNESP: Câmpus de Dracena
RESUMOS CIENTÍFICOS
ANAIS DO
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 a 24 de Setembro de 2015
UNESP – Campus Dracena
SP 249, Km 651
FICHA CATALOGRÁFICA
Desenvolvida pela Biblioteca do Campus Experimental de Dracena
S567
SICUD (XI. : 2015 : Dracena).
XI Simpósio de Ciências da Unesp Dracena [arquivo de dados legíveis por
computador] / editado por Rafael Simões Tomaz, Elaine Mendonça Bernardes,
Celso Tadao Miasaki, Etienne Groot e Evandro Pereira Prado -- Dracena :
UNESP, 2015.
ISSN: 1808-7132
1. Ciências agrárias. 2. Veterinária. 3. Zootecnia. 4. Agronomia. I. Simpósio
de Ciências da Unesp - Dracena. II. Tomaz, Rafael Simões. III. Bernardes, Elaine
Mendonça. IV. Miasaki, Celso Tadao. V. Groot, Etienne. VI. Prado, Evandro
Pereira.
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
SUMÁRIO
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
ALFACE CRESPA VAR. VENERANDA SUBMETIDA A DIFERENTES FONTES DE
ADUBOS ORGÂNICOS ...........................................................................................................................4
ALGUNS ATRIBUTOS DE ESCOLHA DE SUPERMERCADO ...........................................................9
ANÁLISE DE DIVERSIDADE GENÉTICA DE TESTE DE PROGÊNIE HÍBRIDA DE
EUCALIPTO VISANDO MELHORAMENTO ........................................................................................12
AQUAPONIA: MODELO SUSTENTÁVEL E DE BAIXO CUSTO NA PRODUÇÃO
CONJUNTA DE TILÁPIAS DO NILO E ALFACE.................................................................................16
ASPECTOS DOS CONSUMIDORES DA FEIRA LIVRE DE DRACENA ............................................20
AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE CASCAS DE OVOS DE QUATRO DIFERENTES
MARCAS COMERCIALIZADAS NA REGIÃO DE ANDRADINA-SP ................................................24
COMPACTAÇÃO DE UM LATOSSOLO VERMELHO CULTIVADO COM MILHO
VERDE ORGÂNICO EM CONSÓRCIO COM LEGUMINOSAS ..........................................................28
COMPORTAMENTO DE BOVINOS DA RAÇA NELORE EM SISTEMA INTEGRADO DE
PRODUÇÃO ANIMAL COM LINHAS SIMPLES DE EUCALIPTO ....................................................32
COMPORTAMENTO DE BOVINOS DA RAÇA NELORE EM SISTEMA INTEGRADO DE
PRODUÇÃO ANIMAL COM LINHAS TRIPLAS DE EUCALIPTO.....................................................37
CONSUMO DE ÁGUA E PRODUÇÃO DE PROTEINA SÉRICA TOTAL EM CAVALOS
DE PROVA DE TRÊS TAMBORES ........................................................................................................41
CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA E PRODUÇÃO DE OVOS EM AVIÁRIOS DE
POEDEIRAS COMERCIAIS ....................................................................................................................45
CRESCIMENTO
DE
CANA-DE-AÇÚCAR
QUANDO
PLANTADA
SOB
DOSES CRESCENTES DE ÁCIDO SALICÍLICO ..................................................................................49
CRESCIMENTO DE CANA-DE-AÇÚCAR QUANDO PLANTADAS SOB DIFERENTES
POSIÇÕES DO MINITOLETE .................................................................................................................53
DESEMPENHO DE DIFERENTES VOLUMES DE APLICAÇÃO NA DEPOSIÇÃO EM
FEIJÃO.......................................................................................................................................................57
DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE DE 1 A 21 DIAS SUPLEMENTADOS COM
PROBIÓTICOS E ÁCIDOS ORGÂNICOS EM SUBSTITUIÇÃO AOS ANTIBIÓTICOS....................61
DESEMPENHO DE PONTAS DE PULVERIZAÇÃO HIDRÁULICA NA DEPOSIÇÃO EM
FEIJÃO.......................................................................................................................................................65
DIAGNÓSTICO DOS ESTOQUES DE CAPITAIS EM PROPRIEDADE LEITEIRA DO
MUNICIPIO DE DRACENA (SP) ............................................................................................................69
1
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
DIFERENCIAÇÃO DE QUEIJOS PRODUZIDOS EM SISTEMA CONVENCIONAL E
ORGÂNICO PELA TÉCNICA DE ISÓTOPOS ESTÁVEIS ...................................................................73
DIFERENCIAÇÃO DE SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE PELOS
ISÓTOPOS ESTÁVEIS DE 13C, 15N E 18O NA CARNE ..........................................................................77
DIMINUIÇÃO DA QUANTIDADE DE FUNGOS EM FLORES DE MELANCIA E DA
SOBREVIDA DE LARVAS DE ABELHAS MELÍFERAS CONTAMINADAS COM
PIRACLOSTROBINA ...............................................................................................................................82
DOSES DE EXTRATO DE PRÓPOLIS NO CONTROLE DO FUNGO ASPERGILLUS SP E
NO TRATAMENTO DE SEMENTES DE PEPINO ................................................................................86
DOSES DE POTÁSSIO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE MOGNO-AFRICANO.........................90
EFEITO DO IMIDACLOPRIDO SOBRE A BIOENERGÉTICA EM MITOCONDRIAS
ISOLADAS DE FÍGADO DE RATO........................................................................................................94
EFEITOS DE LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E DOSES DE POTÁSSIO EM VARIÁVEIS
MORFOFISIOLÓGICAS E PRODUTIVIDADE DE CAPIM-MOMBAÇA ...........................................98
EQUAÇÃO MATEMÁTICA PARA USO DO BIOGÁS NA GERAÇÃO DE ELETRICIDADE
E FUNCIONAMENTO DE MOTORES ESTACIONÁRIOS ...................................................................102
ESTUDO DE DIFERENTES MODELOS PARA ESTIMAÇÃO DE PARÂMETROS
GENÉTICOS PARA CARACTERÍSTICAS DE PESOS CORPORAIS E METABÓLICOS EM
BOVINOS DA RAÇA BRAHMAN ..........................................................................................................106
EXTRATO DE PRÓPOLIS NO CONTROLE DO Penicillium sp. E NA QUALIDADE DE
SEMENTES DE COUVE-FLOR ...............................................................................................................110
GASTOS COM A FEIRA LIVRE DE DRACENA...................................................................................114
INFLUÊNCIA DAS LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E ADUBAÇÃO NITROGENADA EM
VARIÁVEIS DE PRODUTIVIDADE DE CAPIM-MOMBAÇA ............................................................118
INFLUENCIA DO TRATAMENTO ANTI-HELMÍNTICO NO DESEMPENHO E
TERMINAÇÃO DE VACAS DESCARTES SUPLEMENTADAS A PASTO ........................................122
INFLUÊNCIA DOS DIFERENTES NÍVEIS DE SOMBREAMENTO NA PASTAGEM
SOBRE O GRAU DE PARASITISMO E DESEMPENHO DE NOVILHOS NA FASE DE
RECRIA .....................................................................................................................................................126
INTERFERÊNCIA DA QUALIDADE DOS FENOS DE TIFTON E ALFAFA NO
PERÍMETRO ABDOMINAL E PESO CORPORAL DE EQUINOS .......................................................130
LISOFOSFOLIPÍDIOS ASSOCIADOS COM ÁCIDOS ORGÂNICOS AUMENTAM O TEOR
DE Ω-3 NA CARCAÇA DE FRANGOS ALIMENTANDOS COM ÓLEO DE SOJA ...........................134
MASSA DE FORRAGEM DO CAPIM-MARANDU EM SISTEMAS INTEGRADOS DE
PRODUÇÃO ANIMAL .............................................................................................................................138
MICROCLIMA E ÍNDICES DE CONFORTO TÉRMICO EM SISTEMAS INTEGRADOS ................142
NÍVEL DE VERMINOSE E CARACTERÍSTICAS HEMATOLÓGICAS DE NOVILHOS
NELORES A PASTO SOB TRÊS NÍVEIS DE SOMBREAMENTO ......................................................146
2
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
ORGANIZAÇÃO E CONTROLE FINANCEIRO DE PROPRIEDADE FAMILIAR: UM
ESTUDO DE CASO. .................................................................................................................................150
PERCEPÇÃO DE CONSUMIDORES DOS ESTADOS DE MINAS GERAIS E SÃO PAULO,
SOBRE O BEM-ESTAR DOS ANIMAIS DE PRODUÇÃO ...................................................................155
PERFIL GERAL E PERSPECTIVAS FUTURAS DE JOVENS INCLUSOS AO PROJETO
AGRÍCOLA SOCIAL DO MUNICÍPIO DE ILHA SOLTEIRA – SP......................................................158
POTENCIAL ANTAGÔNICO DE UM ISOLADO DE Saccharomyces COMO AGENTE DE
BIOCONTROLE DE Stemphylium ...........................................................................................................162
PRODUÇÃO DE MUDAS DE ALFACE EM DIFERENTES SUBSTRATOS .......................................166
QUALIDADE DA CARNE MATURADA DE NOVILHAS BUBALINAS COM IDADE
ENTRE 32-36 MESES ...............................................................................................................................170
QUALIDADE DOS FENOS DE CAPIM-TIFTON 85 E ALFAFA SOBRE A
DIGESTIBILIDADE DE DIFERENTES DIETAS PARA EQUINOS .....................................................174
QUALIDADE DOS FENOS DE CAPIM-TIFTON 85 E ALFAFA SOBRE A PRODUÇÃO E
UMIDADE FECAL DE EQUINOS ...........................................................................................................178
QUEBRA DE DORMÊNCIA EM SEMENTES E O DESENVOLVIMENTO INICIAL DE
PLÂNTULAS DE UROCHLOA BRIZANTHA CV. MARANDU QUANDO SUBMETIDA
AO USO DO ETEFOM .............................................................................................................................182
RESÍDUO DA SEMENTE DE MARACUJÁ NA ALIMENTAÇÃO DE POEDEIRAS
COMERCIAIS ...........................................................................................................................................185
SUPERFÍCIE DE RESPOSTA EM EXPERIMENTO FATORIAL PARA PRODUÇÃO DE
MASSA SECA EM CAPIM-MOMBAÇA SOB LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E ADUBAÇÃO
NITROGENADA .......................................................................................................................................190
TEOR DE CLOROFILA E PROTEÍNA BRUTA DE CAPIM-MARANDU EM SISTEMAS
INTEGRADOS DE PRODUÇÃO .............................................................................................................194
VACINAÇÃO CONTRA RAIVA, EM CÃES E GATOS E TESTE DA LEISHMANIOSE:
AÇÕES REALIZADAS PELO PROJETO CÃO CIDADÃO – UNESP DE DRACENA EM
JUNQUEIRÓPOLIS/SP .............................................................................................................................199
3
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
ALFACE CRESPA CULT. VENERANDA SUBMETIDA A DIFERENTES
FONTES DE ADUBOS ORGÂNICOS
Maikon Vinicius da Silva Lira¹; Fernando Takayuki Nakayama; Gabriely Fernanda de
Souza; Tamara Bastos Cardoso Farias; Elton Felipe Marques. 1 - ETEC Prof. Carmelina
Barbosa, Dracena - SP [email protected]
RESUMO
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a Variedade da espécie Lactuca sativa do grupo
crespa, cultivar Veneranda, em sistemas de cultivo orgânico em Dracena/SP. O experimento foi
conduzido na área experimental da escola ETEC Profº Carmelina Barbosa, em junho de 2015 foi
cultivada em canteiros, e as doses dos adubos utilizados de cada composto foram de 1, 400 kg
por m². Foram usados 3 tipos de compostos : aves, coelhos e ovinos, sendo que os mesmos foram
selecionados aleatoriamente nos barracões e após, colocados em sacos pretos de plásticos. A
adubação orgânica presta-se à reciclagem de resíduos rurais, o que possibilita maior autonomia
dos produtores em face do comércio de insumos e apresenta grande efeito residual (Smith &
Hadley, 1989; Vidigal et al., 1995). Cada canteiro possuía 5 metros de comprimento com 1
metro de largura, totalizando 5 m² cada, sendo que o espaçamento entre os canteiros foi de 50
cm. Após a condução do experimento foram coletadas 10 amostras de alface por parcela
experimental, logo foram higienizadas. As variáveis analisadas foram: número de folhas e
comprimento de raiz. O presente trabalho mostrou que os estercos de aves e de coelho propiciam
melhores desenvolvimentos de raiz e tamanho de folhas para a alface crespa ‘Veneranda’, se
comparado à testemunha. Para tamanho de folhas, as plantas subtidas à adubação com esterco de
aves diferiram também das plantas adubadas com esterco de coelhos
Palavras-chave: Produção de alface, Orgânico, Tipos de composto
INTRODUÇÃO
A Lactuca sativa L. (alface) é a principal hortaliça folhosa comercializada e consumida pela
população brasileira pela facilidade de aquisição e por ser produzida durante o ano inteiro
(Oliveira et al., 2004). O grupo de alface crespa é o mais importante no Brasil, respondendo por
aproximadamente 70% do mercado de alface. È consumida tanto em formas de saladas ou em
sanduíches, por isso e importante o estudo para que melhoras as produções dessas olerícolas e
que garanta a sustentabilidade na agricultura. O Brasil possui uma área de aproximadamente
4
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
35.000 hectares plantados com alface, caracterizados pela produção intensiva, pelo cultivo em
pequenas áreas e por produtores familiares, gerando cerca de cinco empregos diretos por hectare
(COSTA; SALA, 2005). Os estados de São Paulo e Minas Gerais são os maiores produtores de
alface do país, sendo que somente o estado de São Paulo plantou 6.570 ha em 2006, produzindo
129.077 toneladas (IEA, 2007).
A adoção de adubos orgânicos nos cultivos de hortaliças tem crescido nos últimos anos e vários
estudos têm sido realizados, em virtude das inúmeras vantagens da adubação orgânica no cultivo
de hortaliças, elevado custo de adubos minerais solúveis e o marketing realizado em torno da
produção orgânica de alimento (SANTOS et al., 2001). Os adubos orgânicos contem vários tipos
de nutrientes, desde macronutrientes aos micronutrientes, assim também melhorando a CTC do
solo. Com isso torna-se necessário avaliar tipos de compostos orgânicos e seus desempenhos
produtivos para auxiliar os produtores em suas decisões de adubação.
O objetivo do presente trabalho foi avaliar o desenvolvimento vegetativo da alface sob diferentes
tipos de compostos orgânicos.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi conduzido entre os anos agrícolas de 2015 em área experimental
pertencente escola ETEC Profº Carmelina Barbosa, no qual instalou-se a Unidade de Avaliação
situada às margens da Rodovia SP 294 (Comandante João Ribeiro de Barros), km 653 – Bairro
das Antas, Município de Dracena-SP. O delineamento empregado foi o de blocos ao acaso com 4
repetições para o experimento, totalizando 16 parcelas com 10 plantas cada. Antes da instalação
do experimento, realizou-se preparo convencional no terreno experimental, e foi feito o
levantamento do canteiro, e as doses dos adubos utilizados foram de 1, 400 kg por m². Para o
controle de plantas daninhas foram realizadas capinas manuais no período inicial de
desenvolvimento, durante a condução do experimento foi feitas capinas semanais. Não houve
necessidade de controle fitossanitário, pois não ocorreu nenhum ataque de pragas ou doenças. As
variáveis avaliadas no presente trabalho foram tamanho de raiz e comprimento de folhas no qual
foi utilizada uma régua graduada para obtenção dos dados. Após a medição os dados foram
submetidos à análise de variância através do teste F e teste de comparação de médias (Tukey) ao
nível de significância de 5%, utilizando a metodologia descrita por Gomes (2000).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
5
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
A tabela 01 apresenta os valores médios de comprimento de raiz. Dentre os compostos
orgânicos testados, observa-se uma variação considerável no aspecto visual de plantas sendo que
os adubos orgânicos de aves e coelhos obtiveram melhor aspecto visual. Após análise, verificouse que os estercos de aves e coelhos diferiram da testemunha, apresentando raízes mais
compridas. Fato este pode estar relacionado à melhor qualidade nutricional destes estercos, pois
durante o preparo dos canteiros, bem como durante a condução do experimento foram os que
mais facilmente foram incorporados, possibilitando uma camada mais uniforme, do ponto de
vista qualitativo.
Tabela 01. Valores médios de tamanho de raiz (cm) obtidos em alface crespa ‘Veneranda’,
submetidas à diferentes fontes de adubos orgânicos - Dracena (SP), 2015
Teste F
4,6633**
CV (%)
39,73
DMS
3,017
Tratamentos
Tamanho de raiz (cm)
Testemunha
4,00 b
Esterco de aves
7,45 a
Esterco de ovinos
5,80 ab
Esterco de coelhos
7,60 a
As médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre
si. Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
A tabela 02 apresenta os valores médios de tamanho de folha. Dentre os compostos orgânicos
testados os adubos de aves e de coelho diferiram significativamente da testemunha, corroborando
com os mesmos resultados para tamanho de raiz. Possivelmente o mesmo comportamento que
foi observado na variável anterior foi também para tamanho de folha, sendo que a facilidade de
incorporação do adubo orgânico foi fundamental para melhor aproveitamento das plantas,
refletindo no desenvolvimento vegetativo.
Tabela 02. Valores médios de tamanho de folha (cm) obtidos em alface crespa
‘Veneranda’, submetidas a diferentes fontes de adubos orgânicos - Dracena (SP), 2015
Teste F
CV (%)
DMS
Tratamentos
13,2757**
17,58
4,1492
Tamanho de folhas (cm)
6
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Testemunha
15,90 c
Esterco de aves
24,4 a
Esterco de ovinos
16,60 bc
Esterco de coelhos
20,30 ab
As médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si.
Foi aplicado o Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
CONCLUSÕES
O presente trabalho mostrou que dentre os tipos de estercos, os melhores resíduos para a
produção da cultivar Veneranda foram o de aves e coelhos.
REFERÊNCIAS
COSTA, C. P. da; SALA, F. C. A evolução da alfacicultura brasileira. Horticultura Brasileira,
Brasília, DF, v. 23, n. 1, jan./mar., 2005. Artigo de capa.
DIAS, CASTANHO. Raízes da Fertilidade. São Paulo: Calandra Editorial, 2005.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Sistema
brasileiro de classificação de solos. Centro nacional de pesquisa de solos. Rio de Janeiro, 1999,
412p.
GOMES, P.F. Curso de estatística experimental, Piracicaba: USP, 2000. 477p.
IEA. Banco de dados: área e produção dos principais produtos da agropecuária. Disponível
em: . Acesso em: 04 out. 2007.
KÖPPEN, W.; GEIGER, R. Klimate der Erde. Gotha: Verlag Justus Perthes. 1928. Wall-map
150cmx200cm.
OLIVEIRA, A. C. B.; SEDIYAMA, M. A. N.; PEDROSA, M. W.; GARCIA, N. C. P.;
GARCIA, S. L. R. Divergência genética e descarte de variáveis em alface cultivada sob sistema
hidropônico. Acta Scientiarum, v.26, n.2, p.211-217, 2004.
SMITH, S. R.; HADLEY, P. A comparison of organic and inorganic nitrogen fertilizers: their
nitrate-N and ammonium-N release characteristics and effects on the growth response of lettuce
(Lactuca sativa L. cv. Fortune). Plant and Soil, v. 115, n. 1, p. 135-144, 1989.
VIDIGAL, S. M.; RIBEIRO, A. C.; CASALI, V. W. D.; FONTES, L. E. F. Resposta da alface
(Lactuca sativa L.) ao efeito residual da adubação orgânica: II. Ensaio em casa de
vegetação. Revista Ceres, Viçosa, v. 42, n. 239, p. 89-97, 1995.
7
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
ALGUNS ATRIBUTOS DE ESCOLHA DE SUPERMERCADO
Ana Carolina dos Santos*¹; Flávio Pereira Junior¹; Etiénne Groot2. ¹Discente Unesp de
Dracena ²Docente Unesp de Dracena. *[email protected]
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo avaliar a opinião de consumidores de Dracena/SP à
respeito de certos atributos de supermercados considerados no processo de decisão de onde
realizar as compras. As opiniões foram obtidas por oito entrevistas pessoais, que contou com o
auxílio de questionário. Como resultado, observou–se que há dois grupos de consumidores: os
que realizam compras nos supermercados quase que diariamente e os que fazem as compras com
pouca frequência. Assim como em grandes centros urbanos, a quantidade e qualidade dos
produtos ofertados são importantes para os consumidores escolherem o estabelecimento
comercial. Quatro estabelecimentos da cidade foram indicados com melhor sortimento de
produtos. Em relação às Marcas Próprias, muitos acreditam que esta estratégia não influenciaria
na sua decisão de onde comprar. Os consumidores preferem os estabelecimentos perto aos que
estão longe de suas casas para fazer as compras. A percepção de longe ou perto depende hora da
distancia e hora do tempo.
PALAVRAS-CHAVE: atributos; Dracena; consumidores.
INTRODUÇÃO
A contínua transformação dos clientes tem provocando mudanças na dinâmica dos
supermercados. A visão é ter nos clientes mais uma fonte de competência para a empresa. No
livro The Theory of the Business, Peter Drucker (1994) ressalta que os consumidores analisam
diversos atributos de supermercados, como: o sortimento de produtos, a disponibilidade de
marcas de produtos e preços atrativos. O cliente acaba escolhendo aquele estabelecimento que
lhe ofereça maior utilidade, isso condicionado ainda ao seu conhecimento, mobilidade e renda.
Os estudos sobre o processo de decisão de estabelecimentos comerciais são mais
frequentes em grandes cidades (por exemplo: FURUTA; BARRIZZELLI, sd), onde estão os
grandes mercados consumidores. Para cidades pequenas, como Dracena – interior do Estado de
São Paulo, carecem ainda de estudos sobre os critérios que afetam a decisão dos consumidores
sobre o local de compras.
8
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Neste sentido, o objetivo do presente estudo foi analisar, a nível exploratório, quais os
atributos mais valorizados pelos clientes de supermercados em Dracena/SP. Segundo o IBGE
(2015), Dracena é um município do oeste paulista, fundado em 1945. Atualmente, a sua
população é estimada em 45.847 pessoas. Em 2012, o PIB per capito do município foi estimado
em 17,38 mil reais, valor este 26,5% abaixo da média nacional.
MATERIAL E MÉTODOS
Para atender os objetivos do estudo, realizaram–se entrevistas pessoais abordando
consumidores de diferentes gêneros e idades nas principais vias públicas de Dracena/SP. Na
abordagem, os entrevistados foram informados sobre o anonimato de suas respostas, ou seja, que
as suas opiniões seriam publicadas de forma impessoal. As entrevistas foram realizadas com o
auxílio de um questionário contendo dez questões discursivas a respeito dos critérios de escolha
de estabelecimentos comerciais de Dracena/SP. Os entrevistadores foram dois alunos da
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Dracena. O trabalho
contou com a supervisão de um professor.
As entrevistas ocorreram no mês de junho de 2015. A abordagem dos entrevistados foi
ao acaso. A única condição imposta para participar das entrevistas foi a confirmação das pessoas
que frequentavam os supermercados da cidade e que são responsáveis pela realização das
compras de seus respectivos lares. No total, 8 pessoas foram entrevistadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A vida moderna tem ocupado as pessoas cada vez mais. Ir aos supermercados implica
em sacrifício de tempo. Nas entrevistas, observou-se que há dois tipos de consumidores quanto à
frequência das compras. Um grupo de consumidores vai aos supermercados com pouca
frequência. Fazem uma grande compra por mês, logo adquirem apenas os produtos faltantes. O
segundo grupo é constituído por pessoas que frequentam os supermercados quase que
diariamente. Comprar “apenas o necessário para o dia” em pequenas quantidades. Isso ocorre
porque a cidade é pequena e o acesso aos supermercados é rápido.
Dependendo do tipo de consumo da população, estes acabam indo com maior ou menor
frequência ao supermercado. Os consumidores mais exigentes em qualidade de produtos,
especialmente quanto ao frescor, tendem a ir com maior frequência aos supermercados.
9
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
O sortimento de produtos é importante na decisão de onde comprar (LAZZARINI,
2012). Neste sentido, alguns entrevistados indicaram que não percebem diferença no sortimento
de produtos dos principais supermercados da cidade. Para este segmento, só é possível encontrar
diversidade de produtos em mercados maiores, fora de Dracena. Por outro lado, outros
entrevistados mencionaram que 4 supermercados na cidade de Dracena possuem maior número
de produtos, com destaque a um estabelecimento que pode ser considerado líder na oferta de
produtos.
O tipo de produto pode motivar a busca de novos locais de compra. Os produtos que
possuem maior impacto no orçamento da família acabam influenciando mais nesta escolha. No
caso, praticamente todos os consumidores apontaram os produtos cárneos, por terem maior peso
nos gastos com alimentos, como os que mais influenciam na escolha do local de compra. Os
produtos de limpeza e de higiene pessoal foram considerados de importância secundária.
As marcas próprias são marcas de produtos desenvolvidos e vendidos exclusivamente
por determinadas redes varejistas para a diferenciação em relação às lojas concorrentes
(FIGUEIRA JR; PELSCH, 2010). Em Dracena não existe supermercados pertencentes a grandes
redes de distribuição e nenhum tenta captar clientes através de marcas próprias. Os
estabelecimentos não possuem escala que justifique a adoção desta estratégia. Por parte dos
consumidores, muitos desconhecem as marcas próprias e consideram que, caso houvesse a
disponibilidade de marcas próprias em Dracena, não influenciariam as duas decisões de onde
comprar.
Outro aspecto que pesa na hora de escolher o estabelecimento comercial, mesmo se
tratando de uma cidade do interior, é o deslocamento da casa ao estabelecimento. No
questionário, perguntou-se o que os consumidores consideram um estabelecimento longe:
distancia ou tempo? As opiniões não foram unânimes. Os consumidores que consideram o tempo
de trajeto como melhor parâmetro para definir o que é longe costumam ir ao supermercado de
carro. Por outro lado, aqueles consumidores que consideram a distância como parâmetro
representativo de longe/perto, tendem a ir ao supermercado a pé.
CONCLUSÕES
O setor de varejista tem sofrido profundas modificações nas últimas décadas. A
mudança de formato de venda, o surgimento de grandes redes de comércio varejista e a política
de mercado são alguns exemplos desta mudança. A concorrência entre os estabelecimentos para
10
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
conquistar e manter clientes tem aumentado a cada dia. Satisfazer, ou mesmo surpreender o
cliente é condição básica para permanecer na atividade. Neste sentido, conhecer como é o
processo de escolha do estabelecimento e quais os fatores que são importantes nesta decisão é de
extrema importância.
O presente estudo verificou que fatores relevantes em grandes centros urbanos podem
ser importantes também em cidades menores, como em Dracena. O sortimento de produtos é
importante na escolha do local de compras porque o cliente encontra tudo o que precisa num só
local. Na atualidade, alguns poucos empreendimentos da cidade são capazes de satisfazer esta
necessidade.
A qualidade do produto influencia na escolha do estabelecimento. Por esta razão, os
gestores de estabelecimentos comerciais devem desenvolver politicas de qualidade de produto.
Estas políticas abrangem desde a gestão de fornecedores até as ações de manutenção de
qualidade de produtos.
REFERÊNCIAS
DRUCKER, P.F. Theory of the business. Harvard Business Review, pp. 95‐106,
September/October 1994.
FIGUEIRA JR, M.F.; LEPSCH, S.L. Comportamento do consumidor de marcas próprias de
supermercado. Em 3º Congresso Latino Americano de Varejo (CLAV), 2010. Disponível em:
<http://clav2010.fgv.br/sites/clav2010.fgv.br/files/Comportamento%20do%20Consumidor%20d
e%20Marcas%20proprias%20de%20Supermercado_Marcelo%20Felippe.pdf>. Acesso 07 set.
2015.
FURUTA, E.C.; BARRIZZELLI, N. Razões de escolha de supermercados de vizinhança como
local
de
compra.
Disponível
em:
<http://www.ead.fea.usp.br/tcc/trabalhos/artigo_erikafuruta.pdf>. Acesso em 01 set. 2015.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). IBGE Cidades.
Disponível
em:
<http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=351440&search=saopaulo|dracena>. Acesso: 01 set. 2015.
LAZZARINI, J.C. A definição do sortimento-profundidade nos supermercados brasileiros:
influência nas vendas e critérios utilizados. 2012. 245 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) –
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, 2012.
11
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
ANÁLISE DE DIVERSIDADE GENÉTICA DE TESTE DE PROGÊNIE
HÍBRIDA DE EUCALIPTO VISANDO MELHORAMENTO
Rheirike Oliveira Teixeira dos Santos*1; Wengler Mateus Garcia1; João Vitor Franca
Pirola1; Antônio Marcos Rosado2, Rafael Simões Tomaz1. ¹FCAT – Unesp Dracena.
2
Melhorista da Empresa Celulose-Nipo-Brasileira S.A. * [email protected]
RESUMO
Os programas de melhoramento de eucalipto requerem métodos de análise que
permitam a manutenção dos ciclos de melhoramento. Para tanto, faz-se necessária a seleção de
indivíduos superiores em populações com base genética ampla permitindo ganhos de forma
contínua, visando tanto a obtenção de potenciais clones produtivos, quanto a manutenção dos
ciclos de melhoramento. O objetivo deste trabalho foi estimar parâmetros genéticos de uma
progênie híbrida de Eucalyptus sp com o intuito de identificar potenciais clones, permitindo
ainda com que fossem direcionados cruzamentos para manutenção do ciclo de melhoramento.
Para tanto avaliou-se uma progênie de 28 famílias de irmão completos, em DBC com 4
repetições, com parcela linear de 6 plantas. Foi construída e analisada a matriz de diversidade
das famílias, o que permitiu o direcionamento de 6 cruzamentos visando incremento de DAP e
altura.
PALAVRAS-CHAVE: Diversidade; melhoramento; eucalipto.
INTRODUÇÃO
As espécies do gênero Eucalyptus são as mais utilizadas em reflorestamentos no país,
sendo que o Brasil ocupa lugar de destaque como um dos países de maior área plantada com
eucalipto. No ano de 2014 a área planta de Eucalyptus sp. excedeu os 5,55 milhões de ha. A
crescente demanda de madeira para celulose e carvão é suportada por plantios de progênies e
clones com alta produtividade (RAMALHO, 2005).
Por meio da hibridação de plantas, têm sido desenvolvidas progênies nas quais há
manifestação do chamado efeito heterótico. A progênie apresenta características de ambos os
genitores, o que na prática, conduz e melhores produtividades de madeira. Dessa forma, a
adequada seleção das progênies superiores passa a ser uma etapa essencial do processo, tanto
para que sejam identificados futuros clones comerciais, quanto para o direcionamento de novos
cruzamentos, completando o ciclo de melhoramento (Resende, 2002). Ainda, estudos de
12
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
diversidade genética são de vital importância, uma vez que permitem o direcionamento de
cruzamentos, maximizando o efeito heterótico.
Com este intuito, este trabalho objetivou a estimação de parâmetros genéticos de um
experimento de teste de progênies híbridas de Eucalyptus sp. visando a seleção de potenciais
clones, e adicionalmente, a identificação de famílias para subsequentes ciclos melhoramento.
MATERIAL E MÉTODOS
O material genético utilizado no experimento constitui-se um teste de progênie híbrida
no qual foram avaliados 28 famílias de irmãos completos. O experimento, instalado sob o
delineamento de blocos casualizados, com quatro repetições, foi conduzido na área experimental
da empresa CENIBRA NIPO-BRASILEIRA SA no município Sabinópolis, estado de Minas
Gerais. O experimento foi avaliado em nível de indivíduo dentro da parcela linear com 6 plantas.
Dados mensurados de circunferência à altura do peito, convertidos em diâmetro e
(DAP) e altura das plantas (ALT), foram coletados (42 meses de idade), e submetidos à análise
de
variância.
Para
análise
de
Variância,
foi
considerado
o
modelo
geral:
Yijk = µ + Gi + B j + ε ij + δ ijk ; em que Yijk corresponde à observação da i-ésima progênie do j-
ésimo bloco na k-ésima planta; µ corresponde à média geral; Gi ao efeito da i-ésima progênie;
B j ao efeito do j-ésimo bloco; ε ij ao erro experimental entre progênies; e δ ijk ao erro
experimental dentro das progênies.
Para análise de diversidade fenotípica, foi adotada a distância generalizada de
Mahalanobis como medida de dissimilaridade para se estimar a divergência entre as 28 famílias
avaliadas. O método de agrupamento de Tocher foi adotado para agrupamento das famílias com
menor variação entre si (Cruz, et al. 2004). Todos os procedimentos de análise biométrica e
estatística foram realizados por meio do programa GENES (Cruz, C.D., 2013).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi realizada análise de variância para as variáveis DAP e ALT de planta e estimação de
parâmetros genéticos (Tabela 1). Os coeficientes de variação experimental para ambas as
características podem ser considerado baixo (Pimentel Gomes, 2001) e sugerem boa precisão
experimental. Os coeficientes de variação genética sugerem a existência de variabilidade
genética. Quanto maior esse valor, maior a facilidade de encontrar os indivíduos superiores que
irão proporcionar ganhos com o processo seletivo. Recomenda-se a seleção das famílias 1, 3 e
13
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
14, para característica DAP e das famílias 1, 3 e 6 para característica ALT. Adicionalmente, as
estimativas de herbabilidade em nível de média de família foram muito elevadas, 85,99 e 82,48
para DAP e ALT respectivamente. Este parâmetro genético populacional indica a fração da
variação que é de origem genética, sendo mais eficiente o processo seletivo quanto mais próximo
de 1,0.
TABELA 1. Resultados das análises de variância e estimativas de parâmetros genético
populacionais, para a característica DAP e ALT, de um teste de progênie aos 42 meses de idade.
FV
GL
Blocos
Progênies
Resíduo (entre)
CVe (%)
Media
CVG (%)
3
27
81
σ G2
σ E2
h p2 (%)
QUADRADO MÉDIO
DAP
ALT
2,85
2,30
58,91**
56,50**
8,26
9,90
9,90
7,73
13,19
18,50
12,26
8,39
2,62
2,41
0,10
0,49
85,99
82,48
CVe (%) - Coeficiente de variação experimental; CVG (%) – Coeficiente de variação genético;
σ G2 - Variância genética entre família ; σ E2 - Variância residual; hp2 (%) - Herdabilidade em nível
de média de família.
Adicionalmente, foi realizado o método de agrupamento de Tocher (Tabela 2), para
identificação dos grupos de famílias mais divergentes entre si. As árvores mais produtivas de tais
famílias podem potencialmente ser consideradas para subsequentes ciclos de cruzamento visando
efeito heterótico. Dessa forma, como as famílias selecionadas apresentaram-se em grupos
distintos, deveria ser recomendada a recombinação destas: famílias 1 e 3, 1 e 14, 3 e 14 visando
incremento de DAP; 1 e 3, 1 e 6, 3 e 6 visando incremento de ALT.
Tabela 2. Análise de agrupamento das 28 famílias de Eucalyptus sp. pelo método de Tocher.
14
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Grupos
I
II
III
IV
V
VI
VII
Famílias
5 – 10 – 15 – 9 – 7 – 2 – 11– 6 – 13 – 18 – 12 – 19 – 16 – 4
26 – 27 – 23 – 24
3 – 14 – 8
17 – 20 – 22
25 – 28
21
1
CONCLUSÕES
Existe variabilidade nas famílias avaliadas para as características de DAP e ALT,
corroborado pelo alto coeficiente de variação genético e alta herdabilidade das características. A
análise de diversidade permitiu a identificação das famílias híbridas mais divergentes; podendo
aquelas de maior produtividade serem aquelas utilizados como genitores potenciais nos
subsequentes ciclos de seleção.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à PROPE, à UNESP – Dracena, e à empresa CENIBRA Celulose Nipo-Brasileira S.A.
REFERÊNCIAS
Cruz, C.D. GENES - a software package for analysis in experimental statistics and
quantitative genetics. Acta Scientiarum. v.35, n.3, p.271-276, 2013.
Pimentel Gomes, F. Curso de Estatística Experimental, 14 ed. Piracicaba: Degaspari,
2000. 477 p..
Cruz, C. D.; Regazzi, A. J.; Carneiro, P. C. S. Modelos Biométricos Aplicados ao
Melhoramento Genético. v. 1, 3 ed., Viçosa: UFV, 480p. 2004.
RAMALHO, M.A.P.; FERREIRA, D.F.; OLIVEIRA, A.C. de. Experimentação em
genética e melhoramento de plantas. Lavras: UFLA, 2005. 326p.
RESENDE, M. D.V. de. Genética biométrica e estatística no melhoramento de plantas
perenes. Brasília : EMBRAPA Informação Tecnológica, 2002b. 975p.
15
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
AQUAPONIA: MODELO SUSTENTÁVEL E DE BAIXO CUSTO NA
PRODUÇÃO CONJUNTA DE TILÁPIAS DO NILO E ALFACE
Lucas José Coneglian Barbosa*1; Lucas da Silva Alves1; Leonardo Susumu Takahashi1;
Celso Tadao Miasaki1; Paulo Renato Matos Lopes1. ¹Universidade Estadual Paulista,
Faculdade
de
Ciências
Agrárias
e
Tecnológicas,
campus
de
Dracena.
*[email protected]
RESUMO
No presente trabalho, foram avaliados a qualidade da água (concentração de amônia,
condutividade elétrica, oxigênio dissolvido, pH e temperatura) e o desenvolvimento de peixes
(peso, comprimento) e hortaliças (massa fresca, massa seca, número de folhas, altura e diâmetro)
em um sistema aquapônico de baixo custo. Os resultados revelaram que o modelo proposto,
baseado no desenvolvimento sustentável, foi eficiente na manutenção da qualidade da água,
evidenciado pelo eficiente processo de produção conjunto de tilápias do Nilo e alfaces.
PALAVRAS-CHAVE: economia; qualidade de água; sustentabilidade.
INTRODUÇÃO
A aquaponia é um sistema que integra aquicultura com a produção hidropônica.
Considerada uma solução inovadora e sustentável; quando bem gerida melhora a eficiência de
retenção de nutrientes, reduz o uso de água e resíduos descartados no meio ambiente e aumento a
rentabilidade por meio da produção simultânea de duas culturas rentáveis (Tyson et al., 2011).
Recentemente no Brasil (Castellani et al., 2012), foi demonstrado que a aquaponia é um
método eficiente para o aproveitamento de água residual, principalmente para hortaliças folhosas
(alface, espinafre e agrião) e frutas (tomate e pepino), proporcionando um menor impacto no
meio ambiente (Lennard, Leonard, 2006).
MATERIAL E MÉTODOS
O sistema aquapônico foi composto inicialmente pelo tanque de peixes de 1.000 L
(Figura 1, n.1). Na sequência, havia O decantador de sólidos com capacidade de 100 L (Figura 1,
n.2). O sistema segue para uma caixa de água de 310 L contendo seixo rolado, servindo de filtro
biológico para alocação das bactérias nitrificantes (Figura 1, n.3). Posteriormente, encontra-se o
tambor de bombeamento de 100 L (Figura 1, n.4). Por fim, água era distribuída em telha de 3
metros de comprimento, na qual foram plantadas mudas de alface (Lactuca sativa) em seixo
16
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
rolado. O ciclo da água neste sistema aquapônico era contínuo e integrado, sendo que a água caia
da telha com as hortaliças (Figura 1, n.5) para o viveiro de peixes.
Figura 1 – Sistema aquapônico de baixo custo.
Foram utilizados 11 exemplares de tilápia do nilo (Oreochromis niloticus) com média
de massa de 289,39 g no início do experimento (tempo zero). Esses animais foram alimentados
com ração comercial com nível de proteína de 28% duas vezes ao dia por um período de 50 dias.
Houve um período de aclimatação destes animais e biometrias até sua alocação no sistema
aquapônico (Figura 1, n. 1).
Em relação às hortaliças, foram cultivadas mudas de alface (Lactuca sativa) da
variedade americana. Os vegetais foram preparados em bandejas para melhor germinação antes
de serem inseridos no sistema. Esse processo totalizou um período de 15 dias e, posteriormente,
foi feito o transplante com espaçamento de 10 cm entre plantas e com distância de uma calha
para outra de 10 cm, totalizando 5 sulcos em telha (Figura 1, n. 5)
As análises das amostras de água foram realizadas durante 22 dias (t0-t22) diariamente
às 10:00 no tanque de peixes (Figura 1, n. 1) com avaliação da condutividade elétrica, oxigênio
dissolvido, pH e temperatura. A concentração de amônia foi determinada por método
espectrofotométrico para os dias 6, 10 e 13.
Como forma de avaliar a eficiência do sistema aquapônico proposto, foram realizadas
biometrias dos peixes e das hortaliças. A análise dos animais fez-se com medidas de massa e
comprimento dos onze exemplares em três períodos: tempo zero (t0), após 12 dias (t12) e tempo
final de 50 dias (t50). Por outro lado, a biometria vegetal foi realizada com nove plantas de
alface baseando-se no número de folhas, diâmetro, altura, massa fresca e massa seca das partes
aérea e radicular de cada planta.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
17
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Os dados dos parâmetros de água e das biometrias dos animais e das hortaliças estão
apresentados na Figura 2, Tabela 1 e Tabela 2, respectivamente.
Figura 2 – Parâmetros da água no sistema aquapônico. (a) Oxigênio dissolvido, em mg
de O2.L-1. (b) Condutividade elétrica, em mS.cm-1. (c) Temperatura, em ºC. (d) pH.
Os valores da concentração de amônia apresentado uma redução no decorrer do
processo produtivo, em μg.L-1, com 7,44 em t6; 3,77 em t10 e 1,19 em t13.
Tabela 1 – Média dos dados de biometria dos peixes com desvio padrão.
Biometria (tempo)
Massa (g)
Comprimento (cm)
Relação
Massa/Comprimento
t0
289,39 ± 67,26
24,80 ± 1,77
11,67
t12
368,76 ± 91,86
25,50 ± 1,75
14,46
t50
494,20 ± 113,15
28,14 ± 1,83
17,56
Tabela 2 – Média dos dados de biometria das alfaces com desvio padrão.
Biometria
Massa
fresca (g)
Massa
seca (g)
Parte áerea
283,87 ± 91,37
11,16 ± 3,72
Parte radicular
39,60 ± 18,84
7,29 ± 4,24
Número
de folhas
Altura (cm)
Diâmetro
(cm)
20,4 ± 5,3
14,36 ± 1,79 12,47 ± 1,78
Nas análises de água pudemos observar que o oxigênio dissolvido, a condutividade
elétrica e o pH tiveram um pequeno aumento no decorrer das análises e apresentaram uma faixa
estreita de variação dos valores entre t0 e t22. A manutenção da temperatura restringiu-se
também a um pequeno intervalo entre 18,7 e 22,3 ºC (Figura 2).
Em relação à concentração de nitrogênio amoniacal, deve-se destacar a eficiência do
filtro biológico na transformação da amônia (NH3) em nitrito (NO2-) e nitrato (NO3-). Assim, as
transformações biológicas do nitrogênio representam um processo fundamental, eficiente e de
18
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
custo reduzido para aquaponia por oxidar a amônia originada no tanque de peixes e oferecer às
plantas fontes de nitrogênio assimiláveis para seu desenvolvimento (Vanotti, Hunt, 2000).
Quanto aos peixes, foi observado um aumento médio de 71% de peso, evidenciada pela
maior relação massa/comprimento no decorrer do tempo (Tabela 1). Da mesma forma, o sucesso
na produção conjunta de tilápias e alfaces foi demonstrado pelo desenvolvimento das plantas. A
retenção de água nas partes área e radicular foi de 96% e 82%, respectivamente. Tal fato revelou
a grande eficiência do sistema na produção sustentável de hortaliças utilizando a mesma água do
tanque de peixes após passar pelo filtro biológico.
CONCLUSÕES
No sistema aquapônico de baixo custo proposto foi observada a redução na
concentração de amônia em poucos dias, um ótimo ponto para a qualidade da água para os
organismos, favorecendo a alimentação e a resistência dos peixes. Assim, o grande ganho de
massa dos animais foi alcançado, além de se obter condições propícias para o cultivo da alface.
Portanto, a eficiência dessa produção conjunta foi provada pelo desenvolvimento dos animais e
plantas neste sistema de baixo custo, baseado no modelo sustentável e de economia de água.
REFERÊNCIAS
CASTELLANI, D.; CAMARGO, A.F.M.; ABIMORAD, E.G. Aquaponia: aproveitamento do
efluente do berçário secundário do Camarão-da-Amazônia (Macrobrachium amazonicum)
para produção de alface (Lactuca sativa) e agrião (Rorippa nasturtium aquaticum)
hidropônicos. Funep, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, 2012.
LENNARD, W.; LEONARD, B. A comparison of three different hydroponic subsystems (gravel
bed, floating and nutrient film technique) in an aquaponic test system. Aquaculture
International, v. 14, n. 6, p. 539–550, 2006.
TYSON, R.V.; TREADWELL, D.D.; SIMONNE, E.H.; Opportunities and challenges to
sustainability in aquaponics. HortTechnology, v. 21, n. 1, p. 6–13, 2011.
VANOTTI, M.B.; HUNT, P.G. Nitrification treatment of swine wastewater with acclimated
nitrifying sludge immobilized in polymer pellets. Transaction of ASAE, v. 43, n. 2, p. 405-413,
2000.
19
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
ASPECTOS DOS CONSUMIDORES DA FEIRA LIVRE DE DRACENA
Agatha da Silva Argioli*¹; Bruna Romanini de Oliveira1; Francielle Vieira Gomes¹;
Etiénne Groot2.
¹Discente Unesp de Dracena ²Docente Unesp de Dracena. *[email protected]
RESUMO
O objetivo do presente trabalho é de identificar algumas características relevantes dos
consumidores que vão à feira livre de Dracena/SP bem como apurar certos hábitos de consumo.
Foram coletados dados através da aplicação de um questionário a 94 pessoas ao acaso. Observou
– se que os consumidores de ambos os gêneros estão repartindo as obrigações de compras na
feira. A feira tem atraído especial atenção de indivíduos do sexo masculino com menos de 20
anos. A principal função da feira é a de abastecer as famílias, não obstante, muitos consumidores
têm apontado que a principal razão de ir à feira é para comer no local.
PALAVRAS-CHAVE: perfil, alimentos, comercialização.
INTRODUÇÃO
As feiras livres representam um dos principais canais de comercialização. Do ponto de
vista do feirante – que normalmente são agricultores, as feiras representam não apenas um canal
de comercialização e sim um instrumento útil na viabilização de seus pequenos negócios
(agricultura familiar) e, sob a perspectiva do consumidor, as feiras representam um espaço onde
impera a honestidade e a qualidade dos produtos (GODOY; ANJOS, 2007).
Para conseguir um lugar no mercado, cada vez mais competitivo, o feirante precisa
obter informações sobre as preferências dos consumidores. Entender quem é o seu cliente, como
a sua escolha é afetada pelas mais diversas razões, contribui significativamente na sua
elaboração de estratégias de mercado. Sem este entendimento, fica difícil permanecer no negócio
(SOUZA, 2005).
Neste sentido, o objetivo do presente trabalho é o de identificar alguns aspectos
relevantes dos consumidores que vão à feira livre de Dracena/SP, bem como apurar
determinados hábitos de consumo. Dracena é uma cidade do interior, localizada no oeste
paulista. Atualmente a sua população é estimada em 45.847 pessoas. A principal fonte de renda
do município é o setor de prestação de serviços, seguido pela indústria e agropecuária (IBGE,
sd.). A feira livre, objeto de estudo, é a principal das três feiras livres que ocorrem na cidade.
20
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
MATERIAL E MÉTODOS
Para a realização do estudo, foram feitas entrevistas pessoais abordando consumidores que
frequentavam a feira livre de Dracena. As entrevistas foram realizadas com o auxílio de um questionário
estruturado
contendo
questões
referentes,
entre
outros
aspectos,
sobre
as
características
sociodemográficas. As entrevistadoras são alunas do curso de zootecnia da Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Dracena. O trabalho desenvolveu-se sob a supervisão de
um professor.
As entrevistas ocorreram em agosto de 2015 no horário da feira, das 17h às 21h. Os
entrevistados foram abordados ao acaso. O erro amostral foi calculado seguindo as orientações de
Trespalacios et al. (2005). O grau de confiança da amostragem é foi estipulado em 95. Como foram
entrevistadas 94 pessoas, a margem máxima de erro da amostragem (e) foi estimada em 10,1%.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Tabela 1 contém os dados da estrutura etária dos consumidores que vão à feira livre
de Dracena, discriminados pelo gênero. No total, 55,3% das pessoas que foram entrevistadas são
mulheres, enquanto que a população de mulheres na cidade é de 50,7%. A participação de
mulheres na feira é parecido ao observado por Moreira et al. (2012). Segundo estes autores,
mesmo que a participação dos homens seja inferior à das mulheres, existe uma tendência de
aumento de ambos os sexos participarem igualitariamente da tarefa.
Em relação à idade, a quantidade de homens com menos de 20 anos de idade que vão à
feira livre de Dracena é expressiva (26,2%). É uma porcentagem superior à de mulheres da
mesma faixa etária que vão à feira (7,7%) e de homens da população (9,2%) nesta faixa etária.
Mulheres entre 20 e 34 anos são as que mais participam da feira livre.
Tabela 1. Estrutura etária, discriminado por gênero, dos consumidores entrevistados e da
população de Dracena/SP.
Menos de 20 anos
De 20 a 34 anos
De 35 a 49 anos
De 50 a 65 anos
Com 65 anos ou mais
Número de pessoas (unidade)
Amostra ou população (%)
Consumidores1
Homem Mulher
(%)
(%)
26,2
7,7
33,3
44,2
16,7
19,2
9,5
23,1
14,3
5,8
42
52
44,7%
55,3%
População2
Homem Mulher
(%)
(%)
9,2
8,7
31,4
27,0
27,0
26,7
19,4
21,9
13,0
15,8
17.616
18.150
49,3%
50,7%
21
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Observação: (1) dados da pesquisa, (2) dados da população com mais de 15 anos
de idade, publicados pelo IBGE (2015).
A feira livre de Dracena é realizada na Rua Rui Barbosa, no centro da cidade. Pela
proximidade, a expressiva participação de consumidores do centro da cidade (37 pessoas) era um
resultado esperado (tabela 2). A maior participação na feira livre é de consumidores que vivem
nos bairros da cidade (50 pessoas). Os consumidores do bairro Metrópole foram os que tiveram
maior participação na pesquisa, enquanto que os do bairro Palmeiras ocupam a segunda
colocação. Verificou – se, ainda, que a feira é frequentada por pessoas de outras cidades (7
pessoas) da região, como: Ouro Verde, Junqueirópolis, Tupi Paulista, Panorama, entre outros.
Tabela 2. Onde o consumidor reside e as razões de ir à feira livre de Dracena
Razões principais de ir à feira
Comprar alimentos Comer
Outros
Dracena Centro
17
17
3
Dracena Metrópole
7
3
0
Dracena Palmeiras
5
4
0
Dracena Vera Cruz
4
1
0
Dracena Vila Lucélia
1
2
0
Dracena Outros bairros
14
8
1
Outras cidades
4
3
0
Total
52
38
4
Cidade
Bairro
Total
37
10
9
5
3
23
7
94
A função principal da feira livre é abastecer as despensas das casas, contudo conta ainda
com outras funções. Para 52 consumidores, a principal razão que justifica a ida à feira é a
compra de alimentos (tabela 2). Logo, para outros 38 consumidores, a principal razão é a
possibilidade de comer na feira. Hoje, após 20 anos desde a fundação, a feira conta com 200
boxes e muitos destes dedicam – se à alimentação (PINATO, 2015). Nas barracas encontram –
se: churros recheados, sashimi (e outros pratos japoneses), crepes suíços, churrasco, pastéis,
entre outras delicias. Em menor medida, os consumidores vão à feira por outras razões como:
encontrar amigos ou apenas para sair de casa.
A proximidade da feira influencia na razão de ir à feira. Proporcionalmente, os
consumidores do centro da cidade vão mais à feira para comer (17 pessoas dizem que compram
alimentos e 17 que vão para comer) que os consumidores dos bairros da cidade (31 pessoas
dizem que compram alimentos e 18 que vão para comer). Isso indica que o custo de ir à feira
(tempo + deslocamento) afeta mais o propósito de comer do que ir para adquirir alimentos.
22
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
CONCLUSÕES
A Feira livre de Dracena possui uma grande variedade de produtos, perecíveis ou não, e
atrai diferentes tipos de consumidores. O perfil de consumidor tem mudado nas últimas décadas.
Sendo que os homens estão cada vez mais assumindo a responsabilidade de “fazer a feira”,
responsabilidade antes atribuída apenas às mulheres. Deste modo, os feirantes precisam
considerar mais esse aspecto em suas ações de mercado. Uma das possíveis estratégias é a busca
de um sortimento de produtos mais voltado ao público masculino.
Os jovens também estão presentes na feira livre de Dracena, o que reforça a
permanência deste canal de comercialização no futuro. Ainda assim, a feira livre de Dracena está
sendo capaz de se reinventar. Embora a venda de alimentos para o abastecimento de dispensa
seja a principal atividade, a venda de comidas tradicionais e exóticas tem grande peso na
atividade. Esta nova atividade demanda novas atenções por parte das instituições públicas, como
a fiscalização sanitária. A higiene é um ponto sensível para manter a saúde das pessoas.
REFERÊNCIAS
GODOY, W.I.; ANJOS, F.S. O perfil dos feirantes ecológicos de Pelotas – RS. 2004. In: II
CONGRESSO BRASILEIRO DE AGROECOLOGIA, 2004, Porto Alegre. Revista Brasileira
de
Agroecologia.
Disponível
em:
<
http://www.aba-
agroecologia.org.br/revistas/index.php/rbagroecologia/article/view/6580/4885>. Acesso em: 11
set. 2015.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Cidades. Disponível
em:
<http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=351440&search=sao-
paulo|dracena> Acesso: 08 set. 2015.
PINATO, G. Feira noturna de Dracena as quartas, completa 20 anos. Portal Regional. Dracena,
27 agosto 2015. Disponível em: < http://www.portalregional.net.br/noticias/?id=67805>. Acesso
em: 10 set. 2015.
SOUZA, R.A.M. Mudança no consumo e distribuição de alimentos: O caso da distribuição de
hortaliças de folhas na cidade de São Paulo. 2005. 142f. Dissertação (Mestrado em Economia) –
Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, Campinas, 2005.
TRESPALACIOS, J.A.; VÁZQUEZ, R.; BELLO, L. Investigación de mercados.
Madrid: Ed. Thomson, 2005.
23
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE CASCAS DE OVOS DE QUATRO
DIFERENTES MARCAS COMERCIALIZADAS NA REGIÃO DE
ANDRADINA-SP
Kelry Mayara da Silva*¹; André Yamagishi Ribeiro²; Roberta de Oliveira2; Cristina Lacerda Soares
Petrarolha Silva3; Brenda Carla Luquetti 4. 1Mestranda do PPG em Ciência e Tecnologia Animal –
Unesp/Dracena e Ilha Solteira, SP - Brasil. Email: [email protected]. 2Médicos Veterinários. 3Docente da
Faculdade de Ciências Agrárias de Andradina – FCAA. 4Docente Substituta da Faculdade de Ciências Agrárias e
Tecnológicas- UNESP. e-mail: [email protected]
RESUMO
O ovo é um dos alimentos mais consumidos pelas populações ao redor do mundo por ser
de fácil obtenção, baixo custo e rico em proteínas, vitaminas e minerais. No entanto, esse
alimento pode sofrer contaminação e esta se deve principalmente às bactérias mesófilas, que
apresentam a capacidade de se multiplicar e sobreviver em temperatura ambiente. Assim, esse
trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade microbiológica de quatro marcas de ovos
comercializadas em supermercado e feira livre da região de Andradina-SP. Foram utilizadas dez
amostras de cada marca com quatro repetições cada. As marcas foram classificadas em grupos
(A, B,C) referente aos ovos dos supermercados e uma amostra classificada como D, que tem
como procedência feira livre desta cidade. Realizou-se análise de variância e comparação de
médias das unidades formadoras de colônia (UFC) pelo Teste Tukey e Programa Assistat. Os
resultados mostraram uma grande contaminação por mesófilos nas cascas dos ovos lavados,
sendo que os ovos da marca A apresentaram maior número de UFC do que os da marca B e C
(p≤ 0,01). Quando comparados aos ovos não lavados não houve diferença significativa quanto à
contaminação. Tendo em vista que a lavagem dos ovos nas granjas não garantiu uma melhor
qualidade microbiológica, se faz necessária a implementação de pesquisas de monitoramento
dessa qualidade, assim como a inclusão de programas educativos para informação e
sensibilização dos agentes da cadeia produtiva em relação às exigências da segurança alimentar.
PALAVRAS-CHAVE: contaminação; higiene dos alimentos; mesófilos.
INTRODUÇÃO
24
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Os ovos são reconhecidos como um importante alimento, degustado por diversas
populações ao redor do mundo, por ser de fácil obtenção, baixo custo e apresentar alta qualidade
nutricional (STRINGHINI et al., 2009).
A contaminação do conteúdo dos ovos pode ocorrer no trato reprodutor da galinha
durante a formação do albúmen no oviduto, antes da formação da casca propiciando a produção
de ovos já contaminados, resultante da transmissão vertical do microrganismo (MESSENS et al.,
2005). Entretanto alguns estudos microbiológicos revelam que a microbiota do oviduto das aves
sadias difere daquela encontrada em ovos comercializados, indicando que a contaminação dos
ovos ocorre, preferencialmente após a postura, para a maioria dos microrganismos (SESTI &
ITO, 2000) denotando a transmissão horizontal aos fatores associados ao ambiente e
manipulação.
Os mesófilos correspondem a grande maioria dos microrganismos de importância em
alimentos, tal condição pode ser explicada pela temperatura ambiente e pela presença de
oxigênio que favorece a multiplicação desse grupo principalmente em locais não esterilizados
(FRANCO e LANDGRAF, 2002). Llobet et al. (1989) sugerem que o processo de lavagem de
ovos aumenta a aceitação do produto pelo consumidor, como resultado da melhor aparência dos
ovos para comercialização diminuindo a contaminação e o risco de intoxicações alimentares
(LAUDANNA, 1995). No entanto, existem granjas que comercializam ovos sem o processo de
lavagem (FRANCO, 2005). Considerando sua importância este trabalho tem o objetivo de
avaliar a qualidade microbiológica de quatro marcas de ovos comercializados em supermercados
e feiras livres da região de Andradina – SP.
MATERIAL E MÉTODOS
Este trabalho foi realizado no laboratório da FCCA – Faculdade de Ciências Agrárias de
Andradina. Os ovos de quatro marcas distintas foram adquiridos em supermercados e feira livre da
cidade, sendo utilizadas dez amostras de cada marca, durante quatro semanas, totalizando 160 ovos.
As marcas foram classificadas em grupos (A, B, C) referente aos ovos dos supermercados e uma
amostra classificada como D, que tem como procedência feira livre desta cidade. O delineamento
empregado foi o inteiramente casualizado. Foi utilizado recipiente estéril (stomacher) com 225 ml
de solução salina peptonada 0,1% sendo então os ovos imersos e homogeneizados por 60
segundos, sendo posteriormente realizadas diluições seriadas das amostras (10-¹, 10-², 10-³ e 10-4 ,
sendo esse conteúdo semeado em placas de petri . Após esse processo foi acrescido 15 ml de
25
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
solução de PCA a 47ºC nas placas estéreis onde permaneceram por 48 horas na temperatura de 36º
C para que houvesse crescimento dos microrganismos.
A variável utilizada foi a unidade formadora de colônia (UFC) e empregada análise de
variância e comparação de médias pelo teste de Tukey no programa Assistat.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados do presente estudo revelam, para as condições analisadas altos valores
médios de contagem de mesófilos em todas as cascas dos ovos (Tabela 1). Níveis aceitáveis de
contaminação em cascas de ovos não foram estabelecidos pelo MAPA, no entanto é desejável a
menor carga bacteriana na casca a fim de diminuir o risco de penetração do microrganismo
(STRINGHINI et al., 2009).
Tabela 1. Valores médios da contagem de mesófilos UFC/ ml em cascas de ovos das marcas A,
B, C e D comercializados em Andradina – SP.
Contagem de mesófilos
rat.
Marca A
Marc
Marca C
Marca D
Lavados
a B Lavados
Lavados
Não
(n=32)
(n=32)
(n=30)
UFC/mL
UFC/
lavados (n=32)
UFC/mL
UFC/mL
32,66
8,06b
50,06ab
<0,01
<0,01
<0,01
mL
95,91a
b
<0,01
Quando comparados os ovos lavados com os ovos da feira livre (não lavados) não houve
diferença significativa quanto à contaminação, corroborando os dados de ARAGON-ALEGRO
et al. (2005) que sugeriram que o emprego ou não da etapa de lavagem não tem influência na
qualidade microbiológica do produto final. Segundo LAUDANNA (1995) caso a lavagem não
seja feita corretamente, além de não sanitizar o ovo, poderá contaminá-lo e, dessa forma,
representar perigo à saúde do consumidor. Em contraposição aos resultados observados no
presente trabalho, STRINGHINI et al. (2009) encontraram melhor qualidade bacteriológica na
26
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
casca de ovos lavados em comparação aos não lavados, muito embora esses autores relatem que
a lavagem foi incapaz de eliminar completamente os coliformes fecais.
CONCLUSÕES
Nas condições desta pesquisa, conclui-se que tendo em vista que a lavagem dos ovos nas
granjas não garantiu uma melhor qualidade microbiológica, se faz necessário a implementação
de pesquisas de monitoramento dessa qualidade, assim como a inclusão de programas educativos
para informação e sensibilização dos agentes da cadeia produtiva em relação às exigências da
segurança alimentar.
REFERÊNCIAS
ARAGON-ALEGRO, L. C.; SOUZA, K. L. O. ; SOBRINHO, P. S. C.; LANDGRAF, M.; DESTRO, M.
T. Avaliação da qualidade microbiológica de ovo integral pasteurizado produzido com ou sem etapa de
lavagem no processamento. Departamentos e Nutrição Experimental, Faculdade de Ciências
Farmacêuticas, Universidade de São Paulo. Ago 2005.
FRANCO, B. D. G. M.; LANDGRAF, M. Microbiologia dos alimentos. São Paulo: Atheneu, 2002. p.
182.
FRANCO, C. G. Aspectos microbiológicos e físico-químicos de ovos lavados e não lavados oferecidos
no Estado de Goiás. Monografia (Especialização em Inspeção e Tecnologia de Produtos de Origem
Animal) – Escola de Veterinária, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2005.
LAUDANNA, S. P. Cuidados garantem ovos saudáveis. Revista Aves & Ovos, n. 9, 1995. p. 32.
LLOBET, J. A. C.; PONTES, M. P.; GONZALEZ, F. F. Factores que afectan a la calidad del huevo.
In: Producción de huevos. Barcelona, Espanha: Tecnograf S.A., 1989. p. 255-274.
MESSENS,
W.;
GRIJSPEERDT,
K.;
HERMAN,
L.
Eggshell
penetration
by Salmonella: a
review. World’s Poultry Science Journal, v. 61, n. 1, p. 71-85, 2005.
SESTI, L. A.; ITO, N. M. K. Fisiopatologia do sistema reprodutor. In: BERCHIERI JÚNIOR, A.;
MACARI, M. Doença das aves. Campinas: FACTA, 2000. p. 102, 105, 107.
STRINGHINI, M. L. F.; ANDRADE, M. A.; MESQUITA, A. J.; ROCHA, T. R.; REZENDE,
P. M.; LEANDRO, N. S. M. Características bacteriológicas de ovos lavados e não lavados de granjas de
produção comercial. Ciência Animal Brasileira, Goiânia, v. 10, n. 4, p. 1317-1327, 2009. Disponível em:
<www.revistas.ufg.br/index.php/vet/article/download/4209/5955>. Acesso em: 09 set. 2015.
27
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
COMPACTAÇÃO DE UM LATOSSOLO VERMELHO CULTIVADO COM
MILHO VERDE ORGÂNICO EM CONSÓRCIO COM LEGUMINOSAS
Emanuelle Rodrigues Alves 1*; Carolina dos Santos Batista Bonini²; Neli Cristina Belmiro dos
Santos3; Aline Marchetti Silva Matos1; Guilherme Constantino Meirelles4. ¹Discente do curso de
graduação de Engenharia Agronômica, UNESP – campus de Dracena;
2
Docente do curso de
Engenharia Agronômica, UNESP – campus de Dracena; 3 Pesquisadora do APTA – Andradina; 4
Discente especial do programa de pós-graduação em Ciência e Tecnologia Animal, UNESP
campus de Dracena. *[email protected]
RESUMO
A habilidade das plantas em explorar o solo, em busca de água e nutrientes, depende
grandemente da distribuição de raízes no perfil desse solo, sendo a compactação do solo um dos
atributos físicos mais relevantes, pois interfere na resistência à penetração das raízes. O
experimento foi conduzido durante o ano de 2015, na área experimental do Pólo Regional de
Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Extremo Oeste, no município de
Andradina-SP. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com 4
repetições e 12 tratamentos: Milho AG 1051; Milho Cativerde; Milho AG 1051+feijão-de-porco
Milho AG 1051+Crotalaria juncea; Milho AG 1051+guandu-anão; Milho AG 1051+feijão
comum ;Milho AG 1051+ feijão caupi; Milho Cativerde +feijão-de-porco; Milho Cativerde
+Crotalaria juncea; Milho Cativerde +guandu-anão; Milho Cativerde +feijão comum; Milho
Cativerde + feijão caupi. Foi avaliada a resistência do solo à penetração utilizando penetroLOG e
a umidade gravimétrica do solo pelo método clássico de pesagem, no momento da realização da
resistência do solo à penetração. Os dados foram analisados efetuando-se a análise de variância,
e teste de Tukey a 5 % de probabilidade. Conclui-se que os tratamentos utilizados influenciaram
na compactação do solo.
PALAVRAS-CHAVE: resistência do solo a penetração, leguminosa, gramíneas.
INTRODUÇÃO
A habilidade das plantas em explorar o solo, em busca de água e nutrientes, depende
grandemente da distribuição de raízes no perfil desse solo que, por sua vez, depende das
condições físicas e químicas, as quais são passíveis de alterações em função do manejo aplicado
(ALVARENGA & CRUZ, 2003). Deste modo os diferentes sistemas de manejo dos solos têm a
28
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
finalidade de criar condições favoráveis ao desenvolvimento das culturas; entretanto, o problema
de compactação/adensamento do solo tem sido recorrente (FREITAS 1994; TAVARES FILHO
et al., 2001).
Um dos atributos físicos mais adotados como indicativo da compactação do solo tem sido
a resistência do solo à penetração (STONE et al., 2002), por apresentar relações diretas com o
crescimento das plantas (HOAD et al., 2001) e por ser mais eficiente na identificação de estados
de compactação comparada à densidade do solo (STRECK et al., 2004).
Cardoso et al. (2013) trabalhando com consórcio de leguminosas e gramíneas verificaram
que a umidade do solo foi reduzida nas parcelas cultivadas com milheto e crotalária,
independente do espaçamento utilizado (0,25 e 0,50 m) e permaneceu inalterada nas parcelas
cultivadas com feijão-de-porco no espaçamento de 0,25 e 0,50 m, devido a maior cobertura
proporcionada por essa leguminosa.
Com isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a compactação do solo através da
resistência a penetração de um Latossolo vermelho cultivado com milho verde solteiro e em
consorcio com diferentes leguminosas.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido durante o ano de 2015, na área experimental do Pólo
Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Extremo Oeste, no município
de Andradina-SP. O clima, segundo a classificação de Köpen é tropical quente e úmido com
inverno seco. A precipitação média anual é de 1150 mm e a temperatura média anual é de 23ºC.
O solo do local foi classificado como Latossolo Vermelho (EMBRAPA, 2013).
O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com 4 repetições, com
os seguintes tratamentos: 1-Milho AG 1051; 2 - Milho Cativerde; 3-Milho AG 1051+feijão-deporco; 4-Milho AG 1051+Crotalaria juncea; 5-Milho AG 1051+guandu-anão; 6-Milho AG
1051+feijão comum ; 7-Milho AG 1051+ feijão caupi; 8-Milho Cativerde +feijão-de-porco; 9Milho Cativerde +Crotalaria juncea; 10-Milho Cativerde +guandu-anão; 11-Milho Cativerde
+feijão comum; 12-Milho Cativerde + feijão caupi.
A área experimental vem sendo cultivada em sistema orgânico há 5 anos, onde foram
executados os tratos culturais em atendimento à Instrução Normativa 64 de 18 de Setembro de
2008 (BRASIL, 2008). As adubações de plantio e de cobertura do milho foram realizadas
considerando a análise de solo e as recomendações de Raij et al. (1996).
29
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Foi avaliada a resistência do solo à penetração (RP) utilizando penetroLOG, modelo
Falker, Automação Agrícola e a umidade gravimétrica do solo (UG) pelo método clássico de
pesagem (EMBRAPA, 1997), no momento da realização da resistência do solo à penetração. Os
dados foram analisados efetuando-se a análise de variância, teste de Tukey a 5 % de
probabilidade para a comparação de médias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados sobre a resistência mecânica a penetração do solo e umidade gravimétrica estão
apresentados na Tabela 1. Para RP houve diferença estatística e para a UG não houve diferença
estatística.
Tabela 1 – Valores médios para a resistência mecânica a penetração (RP) e umidade
gravimétrica do solo (UG), para os tratamentos estudados, nas camadas de 0-0,10; 0,10-0,20 e
0,20-0,40 m. Andradina – SP. 2015.
RP (MPa)
UG (kg. kg-1)
Tratamento
0,00-0,10m 0,10-0,20m 0,20-0,40m 0,00-0,10m 0,10-0,20m 0,20-0,40m
1
1,25 b
1,03 c
1,01 b
0,09
0,10
0,09
2
1,39 ab
1,07 c
1,03 ab
0,09
0,09
0,08
3
1,39 ab
1,32 bc
1,34 ab
0,07
0,07
0,08
4
1,42 ab
1,43 abc
1,02 ab
0,09
0,08
0,08
5
1,39 ab
1,57 abc
1,05 ab
0,09
0,09
0,09
6
1,52 a
1,45 abc
1,04 ab
0,08
0,08
0,08
7
1,47 ab
1,77 ab
1,39 a
0,07
0,08
0,08
8
1,52 a
1,59 abc
1,18 ab
0,07
0,07
0,07
9
1,25 b
1,92 a
1,11 ab
0,07
0,08
0,08
10
1,53 a
1,69 ab
1,06 ab
0,09
0,09
0,09
11
1,45 ab
1,70 ab
1,12 ab
0,07
0,08
0,09
12
1,51 a
1,90 a
1,29 ab
0,07
0,07
0,07
F (5%)
3,37 *
5,82 *
2,86 *
1,2NS
2,21NS
1,41NS
CV (%)
11,06
23,41
20,76
21,86
12,82
11,91
* Significativo a 5% de probabilidade; NS não significativo. Letras diferentes na coluna, diferem estatisticamente.
RP e UG – F transformado (√ 1) em todas as camdas estudadas.
Para a RP, os maiores valores encontrados foram para os tratamentos em consórcio com
feijão comum e os menores para o milho solteiro e milho com crotalária, na camada de 0,00-0,10
Os maiores valores encontrados foram inferiores ao considerado crítico para Canarache (1990),
que diz que RP acima de 2,5 MPa trás prejuízos para a cultura. A camada de solo mais
compactada foi a de 0,10-0,20m, possivelmente pelo efeito do preparo de solo.
30
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Para a umidade os tratamentos utilizados não influenciaram a UG, discordando dos
resultados encontrados por Cardoso et al (2013). A umidade foi igual para todos os tratamentos
não influenciando a RP.
CONCLUSÕES
Conclui-se que os tratamentos utilizados influenciaram na compactação do solo. A
compactação do solo está abaixo do limite critico para o desenvolvimento das culturas.
AGRADECIMENTOS
A PROPE pela concessão de bolsa de iniciação científica e apoio financeiro para
execução do projeto.
REFERÊNCIAS
ALVARENGA, R.C.; CRUZ, J.C. Manejo de solos e agricultura irrigada. In: RESENDE, M.;
ALBUQUERQUE, P.E.P.; COUTO, L. A cultura do milho irrigado. Brasília: p.70-106. Embrapa
Informação Tecnológica, 2003.
BRASIL. Instrução Normativa no 64, de 18 de dezembro de 2008. Diário Oficial da União, Poder
Executivo, Brasília, DF, 19 dez. 2008. Seção 1, p.21.
CANARACHE, A. PENETR – A generalized semi-empirical model estimating soil resistance to
penetration. Soil Till Res, Amsterdam, v.16, p.51-70, 1990.
CARDOSO, Dione Pereira et al. Espécies de plantas de cobertura no recondicionamento químico e físico
do solo. Revista Brasileira de Ciências Agrárias: Agrária, Recife, v. 8, p.375-382, 21 fev. 2013.
Disponível em: <file:///C:/Users/Emanuelle/Downloads/473-954-1-PB.pdf>. Acesso em: 02 set. 2015.
EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Manual de métodos de análise de solo. 2.ed.
Rio de Janeiro: EMBRAPA/CNPSO, 1997. 212p.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPCUÁRIA - EMBRAPA. Centro Nacional de
Pesquisas de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. 3.ed. Rio de Janeiro, 2013. 353p.
FREITAS, P.L. Aspectos físicos e biológicos do solo. In: LANDERS, J.N. Fascículos sobre experiências
em plantio direto nos Cerrados. Uberlândia: APDC, 1994. p.187-96.
HOAD, S.P.; SILVA, A.P.; DIAS JUNIOR, M.S.; TORMENA, C.A. Quantificação de pressões críticas
para o crescimento das plantas. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.25, n.1, p.11-18,
2001.
RAIJ, B. van.; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J.A.; FURLANI, A.M.C. (Eds.) Recomendações de
adubação e calagem para o Estado de São Paulo. 2.ed. Campinas: IAC, 1996. p.64-65. (Boletim
técnico 100).
STRECK, C.A.; REINERT, D.J.; REICHERT, J.M. & KAISER, D.R. Modificações em propriedades
físicas com a compactação do solo causada pelo tráfego induzido de um trator em plantio direto. C.
Rural, 34:755-760, 2004.
TAVARES FILHO, J.; BARBOSA, G.M.C.; GUIMARÃES, M.F.; FONSECA, I.C.B. Resistência do
solo à penetração e desenvolvimento do sistema radicular do milho (Zea mays, L.) sob diferentes
sistemas de manejo em um latossolo roxo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.25, n.3,
p.725 -30, 2001.
31
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
COMPORTAMENTO DE BOVINOS DA RAÇA NELORE EM SISTEMA
INTEGRADO DE PRODUÇÃO ANIMAL COM LINHAS SIMPLES DE
EUCALIPTO
Anna Carolina Garcia Tarantini Dellefrate*¹; Helena Sampaio Aranha1; Ana Carolina
Cavalcante Carriel¹; Polyana Vellone Giacomini1. ¹Discente. *e-mail: [email protected]
RESUMO
Atualmente, os sistemas estão se expandindo, especialmente para produção de grãos, fibra,
energia, florestas e bovinos de corte e leite, além de ovinos e caprinos, dependendo da região. A
utilização desses sistemas, nas situações em que é possível a sua adoção, passa a ser de grande
importância para a recuperação de áreas degradadas, tanto de pastagem como de lavouras A
integração Lavoura-pecuária-floresta pode ser definida como um sistema de produção que
integra os componentes agrícolas e pecuário incluindo o componente florestal na mesma área e o
sistema de integração Lavoura-pecuária é o sistema de produção que integra o componente
agrícola e pecuário em, na mesma área e em um mesmo ano agrícola ou por vários anos, em
sequência ou intercalados. O objetivo desse trabalho foi avaliar o comportamento de bovinos da
raça Nelore nos sistemas integrados de produção e para isso avaliadores treinados observaram o
comportamento dos animais por um período de 9 horas durante um dia, com início as 6:00 horas
e término as 15:00 horas. Foram registrados os seguintes comportamentos: pastejo sob a sombra,
pastejo sob o sol, em pé ruminando sob a sombra, em pé ruminando sob o sol, ócio à sombra e
ócio ao sol. Os animais permaneceram pastejando, no período avaliado, por mais tempo no
sistema de iLP comparado como o iLPF, assim como exercendo a atividade de ruminação, ou
seja, os diferentes sistemas interferiram no comportamento dos animais. Na estação do verão, o
comportamento de bovinos da raça Nelore, criados em sistema integrados com presença de
arvores é alterado, sendo que, os animais permanecem maior porcentagem tempo em ócio e
menor em pastejo, quando comparado com os sistemas de integração sem árvores.
PALAVRAS-CHAVE: Integração; pastejo; produção
INTRODUÇÃO
A integração Lavoura-Pecuaria-Floresta (iLPF) é uma estratégia de produção
sustentável, que integra atividades agrícolas, pecuárias e florestais realizadas na mesma área, em
cultivo consorciado, em sucessão ou rotacionado, e busca efeitos sinérgicos entre os
32
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
componentes do agroecossistema, contemplando a adequando ambiental, a valorização do
homem e a viabilidade econômica (Balbino e Barcellos, 2010). Além disso, o componente
florestal proporciona ao animal um melhor conforto térmico devido à projeção da sombra.
As condições térmicas são determinadas pelas trocas térmicas entre o animal e o
ambiente, incluindo a radiação solar direta e a radiação solar refletida nas superfícies que
circundam o indivíduo (SILVA, 2000). Nesse sentido, a pastagem é responsável por parte da
energia refletida que atinge os animais, e, quanto maior a reflectância da cobertura do solo, pior
será o índice de conforto térmico.
Alterações de comportamento são realizadas pelo animal com o objetivo de reduzir a
produção de calor ou promover a sua perda, evitando estoque adicional de calor corporal. Essas
alterações referem-se à mudança do padrão usual de postura, movimentação e ingestão de
alimentos (McDANIEL e ROARK, 1956; PERERA et al., 1986; SHULTZ, 1983).
O objetivo do trabalho foi avaliar o comportamento de bovinos da raça Nelore em
sistemas integrados de produção animal.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado em Andradina – SP, na Agência Paulista de Tecnologia do
Agronegócio (Apta), polo regional extremo-oeste na estação do verão, em Fevereiro de 2015.
Foram utilizados dois tratamentos com três repetições, sendo a unidade experimental o piquete.
Os tratamentos foram os seguintes: Tratamento 1 – integração Lavoura-pecuária (iLP);
Tratamento 2 – Integração Lavoura-pecuária-floresta (iLPF) com linhas simples de eucalipto.
Observadores treinados realizaram a coleta dos dados das atividades comportamentais
por meio de etogramas. Estas coletas foram realizadas,segundo a metodologia preconizada por
Martin e Bateson (1993), através de colheita instantânea e contínua com amostragem focal e
intervalo amostral de 10 minutos, de forma direta, por períodos contínuos de 9 horas, com início
as 6:00 horas e término as 15:00 horas.
Foram registrados os seguintes comportamentos: pastejo sob a sombra, pastejo sob o sol,
em pé ruminando sob a sombra, em pé ruminando sob o sol, ócio à sombra, ócio ao sol, interação
com outros animais à sombra, interação com outros animais ao sol e comportamento de beber
água. O tempo de pastejo foi considerado como o tempo gasto com as atividades de procura e
33
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
colheita de forragem na pastagem, com o animal em atividade de ingestão. O tempo de
ruminação foi considerado como o período em que o animal não estava pastejando, mas estava
mastigando o bolo alimentar retornado do rúmen, caracterizado por movimentos mandibulares
cíclicos e repetitivos. Comportamento de ócio foi adotado quando o animal não estava realizando
as demais atividades. Os resultados foram expressos em porcentagem de cada atividade realizada
no decorrer das 9 horas observadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A figura 1 apresenta a distribuição das atividades dos animais no período das 6 horas até
às 15 horas no sistema de iLP e na figura 2 a distribuição das atividades dos animais no mesmo
período e em sistema de iLPF. Somando-se o tempo de pastejo no sol e na sombra do tratamento
2 tem-se que os animais permaneceram nessa atividade 38% do tempo avaliado em comparação
com o tratamento 1, no qual apresentaram 45% dessa atividade.
No sistema de iLPF os animais permaneceram na atividade de ruminação em 22% do
tempo e visto que o tempo de pastejo no iLP foi maior, consequentemente a ruminação teve a
porcentagem mais elevada com 26% do tempo dos animais nessa atividade. Como o tempo de
ruminação dos animais do sistema de iLPF foi menor consequentemente o tempo de ócio foi
elevado, apresentando 40% do tempo nessa atividade durante o período avaliado enquanto que
no sistema de iLP os animais apresentaram apenas 29% do tempo realizando essa atividade. Esse
comportamento pode ser devido ao componente arbóreo do sistema de iLPF que pode diminuir o
campo de visão dos animais e eles ficam mais tempo em alerta do que os animais do sistema de
iLP.
Segundo Porfírio da Silva (2004), questões como a produção de forragem e bem-estar
animal são influenciadas pelo microclima local proporcionados pelo sistema silvipastoril e
determinam reflexos no desempenho animal. A presença de árvores, dispostas de forma
adequada, favorece o bem-estar animal bem como promove melhorias e proteção à produção
forrageira.
34
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Figura 1. Distribuição do comportamento dos animais no tratamento com integração
Lavoura-pecuária-floresta do horário das 6 às 15 horas.
Figura 2. Distribuição do comportamento dos animais no tratamento com integração
Lavoura-pecuária do horário das 6 às 15 horas.
35
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
CONCLUSÕES
Na estação do verão, o comportamento de bovinos da raça Nelore, criados em sistema
integrados com presença de arvores é alterado, sendo que, os animais permanecem maior
porcentagem do tempo em ócio e menor em pastejo, quando comparado com os sistemas de
integração sem árvores.
REFERÊNCIAS
BALBINO, L. C.; BARCELOS, A. de O.; STONE, L. F. (Ed.) Marco referencial em
integração lavoura-pecuária-floresta. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 130p.
2011.
BUNGENSTAB, Davi José et al. Sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta: a
produção sustentável. 2. ed. Brasília: Cromosete, 2012. 239 p.
MARTIN, P., BATESON, R. Measuring behaviour. Cambridge University Press. p. 84100. 1993.
MCDANIEL, A. H.; ROARK, C. B. Performance and grazing habitats of Hereford and
Aberdeen-Angus cows and calves on improved pastures ad related to types of shade. Journal of
Animal Science, Champaign, v. 15, p. 59-63, 1956.
PORFÍRIO DA SILVA, V. O sistema silvipastoril e seus benefícios para a
sustentabilidade da pecuária. Palestra no Simpósio ABCZ-CNPC Pecuária Sustentável –
ExpoZebu, Uberaba, MG, 2009.
PORFÍRIO DA SILVA, V. 2004. In: http://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/safs/.
Acesso em: 29 de agosto de 2015.
PORFÍRIO
DA
SILVA,
V.
Sistemas
silvipastoris.
Disponível
em:
<http://www.cnpf.embrapa.br/pesquisa/safs/>. Acesso: 30/08/2015
SILVA, R.G. Introdução à bioclimatologia animal. São Paulo: Nobel, 286p. 2000.
36
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
COMPORTAMENTO DE BOVINOS DA RAÇA NELORE EM SISTEMA
INTEGRADO DE PRODUÇÃO ANIMAL COM LINHAS TRIPLAS DE
EUCALIPTO
Ana Carolina Cavalcante Carriel*¹; Helena Sampaio Aranha¹; Aline Sampaio Aranha¹;
Anna Carolina Garcia Tarantini Dellefrate¹; Cristiana Andrighetto². ¹Discente. ²Docente.
*e-mail: [email protected]
RESUMO
Com o crescimento da população aumenta a demanda por alimentos no mundo, exigindo
sistemas de produção mais eficientes e os sistemas integrados de produção agropecuária
apresentam grande eficiência nesse contexto. Os sistemas de integração Lavoura-pecuáriafloresta (iLPF) e de integração Lavoura-pecuária, com manejo adequado das culturas e
pastagens, podem proporcionar substanciais aumentos na produção, principalmente quando
ocorre recuperação de áreas degradadas ou pouco produtivas. O presente trabalho teve como
objetivo avaliar o comportamento de bovinos da raça Nelore em ambos sistemas e para tal foi
realizada a observação dos animais por um período de 9 horas durante o dia e anotadas suas
atividades em um etograma. Foram registrados os seguintes comportamentos: pastejo sob a
sombra, pastejo sob o sol, em pé ruminando sob a sombra, em pé ruminando sob o sol, ócio à
sombra e ócio ao sol. Os animais permaneceram pastejando por mais tempo no sistema de iLP
comparado como o iLPF, assim como exercendo a atividade de ruminação, ou seja, os diferentes
sistemas interferiram no comportamento dos animais.
PALAVRAS-CHAVE: ambiência; produção; ruminantes.
INTRODUÇÃO
A integração Lavoura-pecuária-floresta pode ser definida segundo Balbino et al. (2011)
como um sistema de produção que integra os componentes agrícolas e pecuário em rotação,
consórcio ou sucessão, incluindo o componente florestal na mesma área e o sistema de
integração Lavoura-pecuária é o sistema de produção que integra o componente agrícola e
pecuário em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área e em um mesmo ano agrícola ou por
vários anos, em sequência ou intercalados. Consorciar reflorestamento com pecuária por meio do
sistema silvipastoril tornou-se uma ótima alternativa de renda e uma prática ambientalmente
correta para os produtores rurais. (TOMAZ, 2010). Esta diversificação promove novas opções de
37
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
mercado, tornando-se uma estratégia contra possíveis entraves econômicos, podendo ser um
diferencial competitivo do agronegócio brasileiro, tanto para o setor pecuário, quanto para o
setor de base florestal (LUSTOSA, 2008; SILVA; RIBASKI, 2012).
As atividades diárias são caracterizadas por três comportamentos básicos: alimentação,
ruminação e ócio: sua duração e distribuição podem ser influenciadas pelas características da
dieta, manejo, condições climáticas e atividade dos animais do grupo (FISHER et al., 1997).
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado em Andradina – SP, na Agência Paulista de Tecnologia do
Agronegócio (Apta), polo regional extremo-oeste na estação do verão, em dezembro de 2014. O
delineamento utilizado foi inteiramente casualizado contendo dois tratamentos e três repetições,
sendo a unidade experimental o piquete com tamanho médio de dois hectares. Os tratamentos
foram os seguintes: Tratamento 1 – Integração-lavoura-pecuária (iLP); Tratamento 2 –
Integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF) com linhas triplas de eucalipto.
Observadores treinados realizaram a coleta dos dados das atividades comportamentais.
Estas coletas foram realizadas durante a estação do verão, segundo a metodologia preconizada
por Martin e Bateson (1993), através de colheita instantânea e contínua com amostragem focal e
intervalo amostral de 10 minutos, de forma direta, por períodos contínuos de 9 horas, das 6:00 às
15:00 horas.
Foram registrados os seguintes comportamentos: pastejo sob a sombra, pastejo sob o sol,
em pé ruminando sob a sombra, em pé ruminando sob o sol, ócio à sombra, ócio ao sol, interação
com outros animais à sombra, interação com outros animais ao sol e comportamento de beber
água. O tempo de pastejo foi considerado como o tempo gasto com as atividades de procura e
colheita de forragem na pastagem, com o animal em atividade de ingestão. O tempo de
ruminação foi considerado como o período em que o animal não estava pastejando, mas estava
mastigando o bolo alimentar retornado do rúmen, caracterizado por movimentos mandibulares
cíclicos e repetitivos. Comportamento de ócio foi adotado quando o animal não estava realizando
as demais atividades.
Os resultados comportamentais foram expressos em porcentagem de cada atividade
realizada ao longo de 9 horas de avaliação.
38
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os animais permaneceram sob atividade de pastejo 48% do tempo, no sistema de
iLPF e 45% no sistema de iLP, assim pode-se inferir que o consumo de forragem foi
semelhante, devido a proximidade dos resultados. Constatou-se ainda que, no iLPF a maior
parte do tempo de pastejo foi ao sol (35%) e somente 13% do tempo de pastejo avaliado foi sob a
sombra.
Apesar dos animais que permaneceram no sistema iLPF exibirem tempos de pastejo semelhantes,
o tempo de ruminação foi menor (17%) em comparação ao iLP (26%). Sendo que, foi observado no iLPF
maior tempo de ócio à sombra (27%) e menor sob o sol (8%).
Gráfico 1. Distribuição do comportamento dos animais no tratamento com integração
Lavoura-pecuária-floresta do horário das 6 às 15 horas.
Gráfico 2. Distribuição do comportamento dos animais no tratamento com integração
Lavoura-pecuária do horário das 6 às 15 horas.
CONCLUSÕES
Bovinos da raça Nelore criados em sistema de integração lavoura-pecuária-floresta e
sistema de integração lavoura-pecuária, apresentam tempos semelhantes de pastejo, entretanto os
animais mantidos em sistema de integração lavoura-pecuária-floresta apresentaram maior tempo
em ócio e menor em ruminação. Conclui-se que os animais apresentam comportamentos
distintos nos diferentes sistemas de integração.
39
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
AGRADECIMENTOS
Ao pesquisador Gustavo Pavan Mateus (Apta/Andradina) e aos professores Cristiana
Andrighetto (Uneps/Dracena) e Gelci Carlos Lupatini (Unesp/Dracena) pela orientação no
trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BALBINO, L. C.; BARCELOS, A. de O.; STONE, L. F. (Ed.) Marco referencial em
integração lavoura-pecuária-floresta. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 130p.
2011.
BUNGENSTAB, Davi José et al. Sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta: a
produção sustentável. 2. ed. Brasília: Cromosete, 2012. 239 p.
MARTIN, P., BATESON, R. Measuring behavior. Cambridge University Press. p. 84100. 1993.
LUSTOSA, A.A.S. Sistema Silvipastoril - Propostas e Desafios. Revista Eletrônica
LatoSensu – Ano 3, nº1, março de 2008.
SILVA, V. P.; RIBASKI, J.. Sistema silvipastoril: integração de competências para a
competitividade do agronegócio brasileiro: ciência livre; 2012.
TOMAZ, W. Pecuarista investe no sistema silvipastoril. 2010.
40
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
CONSUMO DE ÁGUA E PRODUÇÃO DE PROTEINA SÉRICA TOTAL
EM CAVALOS DE PROVA DE TRÊS TAMBORES
Mariana Siqueira Araujo¹; Katia de Oliveira²; Beatriz Queiroz dos Reis1; Giovani Augusto
Campos
Oliveira1.
Campus
Experimental
de
Dracena,
Dracena,
Zootecnia,
[email protected]
RESUMO
O trabalho objetivou estudar o efeito da qualidade dos fenos de capim-tifton e alfafa, em três
tipos de feno (A, B e C) em dietas isoproteicas e isoenergéticas, sobre a biometria corporal de
cavalos. Utilizados seis equinos machos, mestiços, com idade entre 6-7 anos e peso corporal
médio de 353,83±49,72 kg As variáveis mensuradas foram peso corporal (PC), perímetro do
abdômen (PA), consumo de água (CA), teor de umidade nas fezes (U), concentração de proteína
sérica total (PST), produção fecal (PF), coeficiente de digestibilidade da matéria seca (CDMS)
das dietas e teor de fibra em detergente neutro indigestível (FDNi) nas fezes. Houve efeito
significativo (P<0,05) para as variáveis PC, PA, U, PF e FDNi para o tipo forrageiro nos cavalos
alimentado com feno de alfafa apresentou menores valores. Foi possível concluir que o feno de
alfafa proporcionou redução no PC e PA, que pode ser explicado pela maior digestibilidade
verificada para a dieta composta pelo feno da leguminosa, com reflexos sobre a menor retenção
de água e a maior quantidade de massa digestível no trato gastrintestinal em relação ao feno de
capim-tifton.
PALAVRAS-CHAVE: equinos 1; prova 2; três tambores 3.
INTRODUÇÃO
Os cavalos são classificados como herbívoros, adaptados a consumirem dietas contendo
alto conteúdo de fibra. O moderno manejo de equinos impõe, a esta espécie animal, reduzida
quantidade de forragem e incremento de grãos em sua dieta, para atender seus requisitos
nutricionais de desempenho esportivo. A estratégia alimentar adotada para nutrir os equinos
atletas pode ter efeito expressivo sobre o PC dos mesmos. Cavalos consumindo dietas contendo
alta proporção de volumoso resultam em incremento na massa da ingesta presente no intestino
grosso (PAGAN & DUREN, 2001), decorrente do aumento da retenção de água no trato
gastrintestinal (TGI). Ainda, quanto menos digestível a dieta (alta fibra) presente no intestino
grosso de cavalos, ocorre maior ingestão de água pelos mesmos (JANSSON & LINDBERG,
41
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
2012). Desta forma, pesquisadores e treinadores têm recomendado a restrição no consumo de
forragem três dias antes de exercício intenso de curta duração, objetivando diminuir o peso de
lastro no TGI e redução na energia despendida durante a corrida (BRUNNER et al., 2012).
Entretanto, pesquisas têm indicado que o nível de ingestão do volumoso oferecido parece não ser
o fator mais importante no aumento de PC em cavalos. Connysson et al. (2010), consideram a
composição bromatológica da forragem como característica primordial. S Ribeiro et al. (2011),
avaliando equinos em mantença recebendo como fonte de volumoso combinações entre os fenos
de capim-tifton e alfafa, observaram que a retenção de água fecal foi influenciada pela
composição bromatológica das dietas, no qual o aumento da inclusão de feno de alfafa na dieta
resultou em maior valor nesta variável. Pesquisas que objetivem avaliar o efeito da qualidade
nutricional dos fenos de capim-tifton e alfafa na alimentação de cavalos atletas em atividade de
curta duração, inexistem na literatura nacional e internacional. Neste sentido, a pesquisa
objetivou estudar o efeito da qualidade dos fenos de capim-tifton e alfafa, em dietas isoproteicas
e isoenergéticas, sobre a biometria corporal de cavalos.
MATERIAL E MÉTODOS
Os tratamentos consistiram de seis dietas constituídas por concentrado e volumoso, em que
este volumoso era duas forragens (capim-tifton 85 e alfafa) e três tipos de feno (A, B e C). O
delineamento experimental foi o quadrado latino 6 x 6 (seis cavalos e seis períodos), em que
foram utilizados seis equinos, machos, mestiços, com idade entre seis e sete anos e peso corporal
(PC) médio de 353,83±49,72 kg. Cada período experimental foi composto por sete dias. Nos dias
de avaliação os cavalos passara por exercício de aquecimento por período de 15 minutos, e
foram testados na simulação da prova para Três Tambores. Os cavalos realizaram duas passadas
intervaladas, em uma pista de Três Tambores com medidas oficiais (40 x 90 m).
O CA
(consumo de agua) pelos cavalos foi verificado todos os dias no período da manhã, com uso de
bebedouros graduados (tipo balde – graduação de 500 mL) e com fornecimento de água à
vontade (RIBEIRO et al., 2011). Para a determinação da PST, no último dia da fase de coleta, foi
realizada a colheita de amostra de sangue venoso em tubo sem anticoagulante para obtenção do
soro, no período da manhã, antes da primeira refeição do dia. Estes foram imediatamente levados
à centrífuga da marca Centribio® para serem centrifugadas por 15 minutos para separar o soro da
amostra contendo sangue total. Após este procedimento, os plasmas foram pipetados e colocados
42
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
em tubos identificados e armazenados em freezer. A concentração de proteína sérica total foi
obtida utilizando espectrofotômetro, por meio do uso de kit com reagente Biureto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Não se observou efeito significativo (P>0,05) para CA e PST, nas comparações entre
tratamentos, assim como, para o tipo de forragem presente nas dietas, como efeito principal.
Tabela 1
Médias do consumo de água (CA), e da concentração de proteína sérica total (PST), e desvio
padrão dos equinos alimentados com dietas isoproteicas e isoenergéticas submetidos a três tipos
(A, B e C) de fenos de capim-tifton1 e alfafa2.
Variável
A
B
C
A
B
C
37,04
43,52
33,94
36,04
41,37
38,96
±5,57
±5,57
±5,45
±5,51
±5,56
±5,51
CA (L)
PST
(g.dL-1)
Feno de Alfafa
Feno de Capim-Tifton
Média1
Média2
37,82±5,26
38,70±5,26
7,68
7,75
7,63
7,63
7,67
7,72
±0,23
±0,23
±0,23
±0,23
±0,23
±0,23
Média1
Média2
7,69±0,22
7,67±0,22
A ausência de efeito estatístico para o consumo de água pelos equinos pode ser justificada
devido às dietas oferecidas aos animais terem sido isoproteicas, uma vez que, de acordo com
Ribeiro et al. (2011), a ingestão de água está relacionada com o teor de proteína das dietas às
quais os animais foram submetidos. A ingestão de água foi quantificada para verificar se os
mesmos sofrem alteração das dietas experimentais, e, consequentemente, promove interferência
sobre a biometria corporal (PC e PA) dos equinos. As respostas das concentrações de proteína
sérica total permitiram afirmar que a volemia dos equinos permaneceu inalterada, não sofrendo
influência da alimentação avaliada.
43
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
CONCLUSÕES
Independentemente do tipo de classificação, o feno de alfafa como fonte de volumoso, em
dietas isoproteicas e isoenergéticas, apresentou melhor qualidade em relação ao feno de capimtifton,mas não influenciou no consumo de agua e na proteína sérica total dos equinos.
AGRADECIMENTOS
Este trabalho foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo (FAPESP), auxílio à pesquisa sob processo nº 2013/03075-1 e bolsa de Mestrado sob
processo nº 2013/20683-5. O desenvolvimento desta pesquisa foi realizado no Haras RR, em São
Pedro/SP.
REFERÊNCIAS
BRUNNER, J.; WICHERT, B.; BURGER, D.; VON PEINEN, K.; LIESEGANG, A.. A survey
on the feeding of eventing horses during competition. Animal Physiology and Animal
Nutrition, v. 96, n.6, p.878-884, 2012.
CONNYSSON, M.; ESSÉN-GUSTAVSSON B.; LINDBERG, J. E.; JANSSON, A.. Effects of
feed deprivation on Standardbred horses fed a forage-only diet and 50:50 forage-oats diet.
Equine Veterinary Journal, v.42, suppl.38, p.335-340, 2010.
JANSSON, A.; LINDBERG, J. E.. Forage-only diet alters the metabolic response of horses in
training. Cambridge Journals, v.2, n.4, p.42, 2012.
PAGAN, J. D.; DUREN, S. E.. Recent developments in equine nutrition. Recent Advances in
Animal Nutrition in Australia, v.13, p.169-177, 2001.
RIBEIRO, L. B. R.; FURTADO, C. E.; BRANDI, R. A.; PAULA, A. C. S.; TONELLO, C. L.;
AFONSO, D. A.. Consumo de nutrientes e balanço hídrico em equinos recebendo dietas com
diferentes níveis de inclusão de feno de alfafa. Ciência Animal Brasileira, v.12, n.2, p.228-234,
2011.
44
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Consumo de energia elétrica e produção de ovos em aviários de poedeiras
comerciais
Érik dos Santos Harada*¹; Leda Gobbo de Freitas Bueno²; Silvia Regina Lucas de Souza3;
Kelry Mayara da Silva4; Danilo Florentino Pereira5. ¹Graduando em Zootecnia- Faculdade de
Ciências Agrárias e Tecnológicas/FCAT-Unesp Dracena. *e-mail: [email protected].
²Docente na Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas/ FCAT-Unesp Dracena. ³Docente na
Faculdade de Ciências Agronômicas/ FCA-Unesp Botucatu. 4Mestranda do PPG em Ciência e
Tecnologia Animal – Unesp Dracena/Ilha Solteira. 5Docente na Faculdade de Ciências e
Engenharia/ FCE-Unesp Tupã
RESUMO
A avicultura de postura tem modificado suas instalações ao longo do tempo, com o
intuito de amenizar as perdas energéticas das aves devido ao estresse térmico, entendido que
quando os animais passam por uma situação de não conforto térmico a produtividade é reduzida.
Este trabalho teve o objetivo de avaliar o consumo de energia elétrica de diferentes sistemas de
produção e correlaciona-lo descritivamente com a produção de ovos. O experimento foi
realizado em uma granja de poedeiras comerciais na cidade de Bastos-SP, em três diferentes
galpões, diferenciados pelos seus sistemas de climatização: A1 vertical sem climatização, A2
climatizado por pressão negativa e A3 piramidal sem climatização, sendo medido em todos os
galpões o consumo de energia elétrica e também a quantidade de ovos produzidas durante todo
o ciclo de produção. Conclui-se que o galpão A2 utilizou o 90,23% a mais que o A1 e 99,1% a
mais que o A3.
PALAVRAS-CHAVE: uso de energia; avicultura; sistemas de climatização.
INTRODUÇÃO
O uso de sistemas de climatização, na avicultura de postura, vem sendo implementado,
com o intuito de amenizar as perdas energéticas causadas pelo estresse térmico, o qual leva a
diminuição dos ganhos econômicos do produtor. Todavia existe a necessidade de verificar se o
ambiente termodinâmico proporcionado pela tipologia associada ao sistema de climatização, ao
qual soma-se dispêndios com energia elétrica, traz reais benefícios econômicos para garantir a
competitividade do produtor no mercado consumidor. BUENO & ROSSI (2006) avaliaram a
eficiência energética de aviários de frangos de corte e verificaram que há a necessidade de
45
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
adequação dos mesmos para proporcionar um uso racional desta energia e assim criar condições
para o produtor melhorar seus ganhos, tanto no desempenho zootécnico como em sua margem de
lucro). Desta forma o objetivo deste estudo foi avaliar o consumo de energia elétrica de
diferentes sistemas de produção e correlacioná-lo descritivamente com a produção de ovos.
MATERIAL E MÉTODOS
Para melhor caracterização do consumo de energia elétrica dos sistemas de produção de
três aviários de poedeiras comerciais, com distintos em tamanho, sistema de climatização e
sistema de criação, realizou-se a aquisição e análise dos dados para um ciclo de produção (21
dias) por estação de ano (primavera, verão, outono e inverno) utilizando medidores de energia
elétrica Meeter da fabricante IMS®. Concomitantemente, coletou-se, através de planilhas
específicas, o total de produção de ovos. As aves eram da linhagem Dekalb White e a granja
comercial localiza-se em Bastos-SP. Fez-se uma análise descritiva sobre os ovos produzidos e o
kWh consumido nos três aviários. A contagem dos ovos foi realizada diariamente e em unidades
e posteriormente transformada em dúzias de ovos, forma vendida no mercado. Esta
transformação das unidades dos ovos em duzias de ovos foi realizada com o intuito de
possibilitar uma comparação de dúzias de ovos produzidas em cada instalação e consumo de
energia elétrica.
O aviário climatizado com pressão negativa (A2) foi monitorado em relação ao
consumo de lâmpadas, exaustores e padcooling. Os galpões piramidal (A3) e vertical (A1),
ambos sem sistema de climatização foram monitorados em relação as lâmpadas (Figura 01).
Calculou-se o consumo de energia elétrica total dos três galpões individualmente analisados e os
respectivos custos, considerando-se o valor de R$0,106 por kWh consumido como custo de
energia elétrica cobrado para o subgrupo B2 – Rural pela Concessionária Rede Vale
Paranapanema, fornecedora de energia para a granja.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Tabela 1 apresenta os valores de consumo de energia elétrica nos três aviários por
durante toda a avaliação (1 ano). Já a Tabela 2 mostra a produção de ovos, por aviário em
unidades de ovos e transformados em dúzias de ovos.
46
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Tabela 1. Consumo de energia elétrica durante o experimento.
Galpão
Consumo de energia elétrica
Custo (R$)
(kWh)
A1
17.366,50
1.839,78
A2
177.737,65
18.840,19
A3
1.615,11
171,20
Pelos dados pode ser verificado que o galpão climatizado (A2) apresenta um consumo
de energia elétrica superior em 90,23% ao A1 (vertical sem climatização) e 99,1% do A3
(piramidal). O galpão vertical A1 apresenta-se intermediário entre estes consumos. A diferença
na tecnologia destes aviários (A1 e A3) seria no número de lâmpadas e motores para
recolhimento dos ovos. Também tem-se a diferença que o galpão A3 não apresenta esterqueira
com recolhimento automático.
Tabela 2. Produção de ovos
Galpão
Produção de ovos (unidades)
Dúzia de ovos
A1
11.043,395
920,28
A2
18.260,500
1.521,70
A3
1.950,679
162,55
Na avaliação em relação a produção de ovos nota-se que o aviário A2 produz 60,47% a
mais de ovos que o galpão vertical A1 e 89,31% a mais que o galpão piramidal A3. Segundo
Avisite (2015) o preço de 30 dúzias de ovos está em torno de R$ 55,00, sendo assim a dúzia
sairia por R$ 1,83. Verifica-se que o A2 fatura bruto R$ 2.784.726,25. Já o galpão A1 apresenta
um faturamento bruto R$1.684.117,75. O galpão A3 obteve um faturamento bruto na produção
de ovos no valor de R$ 297.478,54.
CONCLUSÕES
Por esta análise preliminar pode-se dizer que o galpão climatizado traz benefícios na
produção e lucro bruto, mesmo consumindo um total superior ao consumo de energia elétrica.
Deve-se fazer um estudo mais detalhado para verificar sua viabilidade em relação ao vertical
sem climatização.
47
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
AGRADECIMENTOS
Á Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo pelo apoio financeiro e à
Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas/ FCAT-Unesp Dracena.
REFERÊNCIAS
AVISITE, 2015. Disponível em: < http://www.avisite.com.br/economia/>. Acesso em
16/09/2015.
BUENO, LEDA; ROSSI, LUIZ . Comparação entre tecnologias de climatização para
criação de frangos quanto a energia, ambiência e produtividade.Campina Grande, PB, R. Bras.
Eng. Agríc. Ambiental, v.10, n.2, p.497–504, 2006.
48
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
CRESCIMENTO DE CANA-DE-AÇÚCAR QUANDO PLANTADA SOB
DOSES CRESCENTES DE ÁCIDO SALICÍLICO
Victor Gustavo da Cunha Alves¹; Paulo Alexandre Monteiro de Figueiredo²; Ronaldo da Silva
Viana2; Lucas Aparecido Manzani Lisboa3; Larissa Escalfi Tristão1. Campus Experimental
de Dracena, Unidade de Dracena, Curso de Engenharia Agronômica. ¹ Graduando em Eng.
Agronômica
Univerisdade
Estadual
Paulista,
Unesp
-
Dracena
–SP.
E-mail:
[email protected]. ² Prof. Dr. Universidade Estadual Paulista, Unesp Dracena –SP. ³ Doutorando Universidade Estadual Paulista, Unesp - Ilha Solteira –SP.
RESUMO
A cana-de-açúcar (Saccharum spp.) é uma espécie pertencente à Família Poaceae,
extremamente importante para o cultivo comercial voltado para a indústria sucroalcooleira em
diferentes partes do mundo. O presente trabalho teve por finalidade avaliar a Aplicação do Ácido
Salicílico e sua influência no Desenvolvimento inicial da cultura de cana-de-açúcar. O
experimento foi conduzido no Campus Experimental de Dracena da Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, localizada em Dracena, Estado de São Paulo, no período de
Agosto a Novembro de 2014, em Casa de Vegetação. O delineamento foi inteiramente
casualizado com 9 tratamentos e 5 repetições cada. Os tratamentos foram T1- 0 g ha-1, T2- 500 g
ha-1, e T3- 1000 g ha-1,T4-1500 g ha-1,T5-2000 g ha-1, T6- 2500 g ha-1, T7- 3000 g ha-1, T8- 3500
g ha-1 e T9- 4000 g ha -1. Aos 60 dias após o plantio, foi avaliado Diâmetro de Plantas, Altura de
Planta, Número de Folhas, Peso de Matéria Seca das Raízes; Peso de Matéria Seca da Parte
Aérea; Número de Perfilhos e Área Foliar. Conclui-se que o ácido salicílico influencia
positivamente para o parâmetro de Área Foliar, para os demais parâmetros não há um incremento
no desenvolvimento inicial da cultura de cana-de-açúcar.
PALAVRAS-CHAVE: desenvolvimento; dosagens; Saccharum spp.
INTRODUÇÃO
A cana-de-açúcar (Saccharum spp.) é uma espécie pertencente à Família Poaceae,
extremamente importante para o cultivo comercial voltado para a indústria sucroalcooleira em
diferentes partes do mundo. Particularmente, o Brasil possui um histórico de produção que
remete há mais de quatro séculos (MARTINS e CASTRO, 1999), influenciando intensamente na
economia e aspectos sociais do país. É uma das mais importantes culturas no cenário agrícola
49
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
brasileiro, atingindo uma área explorada em torno de 8,36 milhões de hectares de área cultivada
(SILVA et al., 2012)..
O Ácido Salicílico é um composto envolvido na defesa da planta, sua expressão é dada na
resistência sistêmica, graças a sua capacidade na síntese de proteínas relacionadas à patogênese
(Proteínas PR) (KESSMANN et al., 1994), que por sua vez encontram-se nas plantas em baixos
níveis de forma constitutiva, onde os níveis da Proteína PR é aumentado quando a planta é
submetida a condições de estresse como ataque de patógenos ou pragas (BERNARDS et al.,
1999; MARTINS-MIRANDA, 2002), possui atividade antifúngica e antibacteriana, agindo na
degradação de polissacarídeos estruturais da parede celular de fungos, além de prejudicar o
desenvolvimento de microrganismos (ZAREIE et al., 2002). A indução desta proteína é dada por
elicitores endógenos e elicitores exógenos (WYATT et al., 1991; REPKA, 1996; THORDALCHRISTENSEN et al., 2000; CHRISTENSEN et al., 2002). Dentro desse conhecimento o
presente trabalho tem por finalidade avaliar o desenvolvimento inicial da cultura da cana-deaçúcar em função de diferentes doses de ácido salicílico aplicados no plantio.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em Dracena, Estado de São Paulo, durante o período
compreendido entre os meses de Agosto e Novembro de 2014, em casa de vegetação, na
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. A Casa de Vegetação era coberta com
tela sombrite 50%. Foi realizado o plantio de cana-de-açúcar, variedade RB 86 7515, em vasos
com capacidade volumétrica de 9 dm3 e 490,6 cm2 de área, preenchidos com Argissolo
proveniente da camada de 0-0,3 m, previamente peneirado e adubado com uréia - 6,13 g;
superfosfato triplo – 8,15 g; e cloreto de potássio – 3,74 g. Cada vaso continha 1 minitolete de
cana-de-açúcar previamente selecionado e plantado a 8 cm de profundidade. Durante o período
de condução do experimento, os vasos foram irrigados sempre que necessário, respeitando a
capacidade de campo. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, sendo nove
tratamentos com cinco repetições, totalizando 45 parcelas ou vasos. Os tratamentos variaram
com as dosagens de ácido salicílico, sendo estes T1- 0 g ha-1, T2- 500 g ha-1, e T3- 1000 g ha1
,T4-1500 g ha-1,T5-2000 g ha-1, T6- 2500 g ha-1, T7- 3000 g ha-1, T8- 3500 g ha-1 e T9- 4000 g
ha -1.
Para avaliação dos efeitos das dosagens de ácido salicílico no desenvolvimento inicial,
aos 60 dias foram avaliados os seguintes parâmetros: diâmetro de colmos, altura de planta,
número de folhas, número de perfilho, área foliar, peso de matéria seca da raiz e peso da matéria
50
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
seca da parte aérea, área foliar foi estimada através da formula: C x L x 0,75. Sendo C –
Comprimento de Folha, L - Largura de Folha e 0,75 fator de correção. As variáveis foram
submetidas à análise de variância pelo teste F (p<0,05) e ao teste de médias Scoot-knott 5%,
sendo utilizado o programa Assistat 7.6 Beta.
RESULTADOS E DISCUSÃO
Nos resultados apresentados na Tabela 2 para a característica Altura de Planta (AP)
houve diferença significativa quando comparado os tratamentos 4,5,6,7 e 9 com a testemunha,
mostrando que o ácido salicílico prejudicou na altura das plantas, diferentemente para Área
Foliar (AF), a qual apontou maiores valores nos tratamentos 2,5,7 e 8 quando comparados com a
testemunha. Para Diâmetro de Colmos (DC) não houve um incremento por parte da aplicação do
ácido salicílico. Já para as características Número de Folhas (NF), Peso de Matéria Seca de Raiz
(PMSR), Peso de Matéria Seca da Parte Aérea (PMSPA) e Número de Perfilhos (NP) não houve
diferença significativa, resultado que corrobora com os trabalhos realizados por Singh e Usha
(2003), que mostrou que o ácido salicílico não apresentou incremento nestes parâmetros,
aplicados em plantas de trigo. Resultados semelhantes foram apresentados por Senaratna et
al.(2000) em plantas de tomate e feijão com aplicação de ácido salicílico.
CONCLUSÕES
Conclui-se que o ácido salicílico influencia positivamente para o parâmetro de Área
Foliar, para os demais parâmetros não há um incremento no desenvolvimento inicial da cultura
de cana-de-açúcar.
REFERÊNCIAS
BERNARDS, M. A.; FLEMING, D. W.; LLEWELLYN, D. B.; PRIEFER, R.; YANG, X.;
SABATINO, A.; PLOURDE, G. L. Biochemical characterization ofthe suberisation-associated
anionic peroxidase of potato. PlantPhysiology, Bethesda, v. 121, p. 135-146, 1999.
51
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
CHRISTENSEN, A. B.; CHO, B. H.; NÆSBY, M.; GREGERSEN, P. L.; BRANDT, J.; MADRIZORDEÑA, K.; COLLINGE, D. B.; THORDAL-CHRISTENSEN, H. The molecular characterization
of two barley protein sestablishes the novel PR-17 family of pathogenesis-relatedproteins. Molecular
PlantPathology, London, v. 3, n. 3, p. 135-144, 2002.
KESSMANN, H.; STAUB, T.; HOFMANN, C.; MAETZKE, T.; HERZOG, J.; WARD, E.; UKNES,
S.; RYALS, J. Induction of systemi cacquired diseasere sistance in plantsbychemicals.
AnnualReviewofPhytopathology, Palo Alto, v. 32, p. 439-459, 1994.
MARTINS, M.B.G.; CASTRO, P.R.C. Efeitos de giberelina e ethephon na anatomia de plantas de
cana-de-açúcar. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.34, n.10, p.1855-1863, 1999
MARTINS-MIRANDA, A. S. Atividade de enzimas relacionadas com estresses bióticos e
abióticos em plântulas de feijão-de-corda [Vignaunguiculata (L.) Walp.] expostas à salinidade e
deficiência hídrica.2002. 85f. Dissertação (Mestrado em Bioquímica) – Departamento de
Bioquímica e BiologiaMolecular, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.
REPKA, V. A virus-inducible cucumberanionic peroxidase has a serological counter part in different
plant species. Acta Virologica, Bratislava, v. 40, p. 121-125, 1996.
SERANATNA, T. et al. Acetyl salicylic acidand salicylic acidind uce multiple stress tolerance in be
anand tomato plants. PlantGrowthRegulation, v.30, p. 157-141, 2000.
SILVA, T. G. F. et al. Requerimento hídrico e coeficiente de cultura da cana-de-açúcar irrigada no
semiárido brasileiro. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 16, n. 1, p. 64-71,
2012.
SINGH, B.; USHA,K. Salicylic acidind uced physological and biochemical changes in wheat see
dling sunder water stress. PlantGrowthRegulation, V.39, p. 137-141, 2003.
THORDAL-CHRISTENSEN,
H.;
GREGERSEN,
P.
L.;
COLLINGE,
D.
B.
The
barley/Blumeria(syn. Erysiphe) graminisinter action. In: SLUSARENKO, A. J.; FRASER, R.;
VAN LOON, K. (Ed.)Mechanisms of Resistance to Plant Disease. Dordrecht: Kluwer Academic
Publishers, 2000. p. 77-100.
WYATT, S. E.; PAN, S. Q.; KUC, J. β-1,3-Glucanase, chitinase, and peroxidase activities in tobacco
tissues resistantand susceptibleto blue mould as related to flowering, age and sucker
development.Physiologicaland Molecular PlantPathology, Orlando, v. 39, p. 433-440, 1991.
ZAREIE, R.; MELANSON, D. L.; MURPHY, P. J. Isolation of fungal cell wall degrading
proteins frombarley (Hordeumvulgare L.) leaves in fected with Rhynchos poriumsecalis. Molecular
Plant-MicrobeInteractions, St. Paul, v. 15, n. 10, p. 1031-1039, 2002.
52
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
CRESCIMENTO DE CANA-DE-AÇÚCAR QUANDO PLANTADAS SOB
DIFERENTES POSIÇÕES DO MINITOLETE
Larissa Escalfi Tristão¹; Paulo Alexandre Monteiro de Figueiredo²; Ronaldo da Silva
Viana2; Lucas Aparecido Manzani Lisboa3; Victor Gustavo da Cunha Alves1. Campus
Experimental de Dracena, Unidade de Dracena, Curso de Engenharia Agronômica
¹ Graduando em Eng. Agronômica Universidade Estadual Paulista, Unesp - Dracena –SP.
E-mail: [email protected]. ² Prof. Dr. Universidade Estadual Paulista, Unesp Dracena -SP . ³ Doutorando Universidade Estadual Paulista, Unesp - Ilha Solteira -SP
RESUMO
A cana-de-açúcar (Saccharum spp.) é uma cultura pertencente à família Poaceae, de grande
importância mundial para a indústria sucroalcooleira. O presente trabalho tem por objetivo
avaliar o crescimento e desenvolvimento das estruturas vegetais da cultura de cana-de-açúcar
quando plantadas sob diferentes posições dos minitoletes. O experimento foi conduzido em
Dracena, Estado de São Paulo, durante o período compreendido entre os meses de Agosto e
Novembro de 2014, em casa de vegetação, na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho”. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, sendo 9 tratamentos com 5
repetições, totalizando 45 parcelas ou vasos. Os tratamentos variaram com a posição vertical e
horizontal do minitolete, sendo estes com a gema voltada para cima, para baixo, para o lado e na
diagonal. Para avaliação dos efeitos da posição de gema no desenvolvimento inicial, após 60 dias
do plantio foram avaliados os parâmetros de Número de Folhas (NF), Altura de Planta (AP),
Peso da Matéria Seca da Raiz (PMSR), Peso da Matéria Seca da Parte Aérea (PMSPA), Área
Foliar (AF) e Número de Plantas (NP). A posição de gema
vertical do tratamento 8,
promoveu incremento no crescimento inicial da cultura de cana-de-açúcar.
PALAVRAS-CHAVE: gema; desenvolvimento; Saccharum spp.
INTRODUÇÃO
A cana-de-açúcar (Saccharum spp.) é uma cultura pertencente à família Poaceae, de
grande importância mundial para a indústria sucroalcooleira. A agroindústria da cana-de-açúcar
é a maior geradora de empregos, além de fomentar valores econômicos e culturais
(RODRIGUES, 2004). Bastante difundida no Brasil, o país é o maior produtor e exportador de
53
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
açúcar e álcool do mundo, possuindo aproximadamente 8,36 milhões de hectares de área
cultivada (SILVA et al., 2012).
Normalmente, a propagação da cana-de-açúcar é realizada por intermédio de pedaços de
colmo contendo uma ou mais gemas, denominados como rebolo (CEBIM, 2007). A brotação das
gemas é afetada por fatores intrínsecos e externos (CEBIM, 2007). De acordo com Chang e Liu
(1960) citado por Frazão (1976), dois fatores que podem afetar a brotação da cana-de-açúcar são
a posição da gema e a profundidade de plantio do rebolo. Em um experimento realizado para
estudar a influencia desses fatores na germinação e desenvolvimento da cana-de-açúcar,
concluíram que as gemas voltadas para baixo apresentaram um retardamento na germinação de 3
a 5 dias e, ainda, baixa porcentagem de germinação no meio e na base do rebolo.
De acordo com Clements (1940), as gemas voltadas para cima emergem mais
rapidamente do que as voltadas para baixo, pois os seus brotos necessitam percorrer maior
distância até atingirem a superfície do solo.
O presente trabalho tem por objetivo avaliar o crescimento e desenvolvimento das
estruturas vegetais da cultura de cana-de-açúcar quando plantadas sob diferentes posições dos
minitoletes.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em Dracena, Estado de São Paulo, durante o período
compreendido entre os meses de Agosto e Novembro de 2014, em casa de vegetação, na
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. A Casa de Vegetação era coberta com
tela sombrite 50%. Foi realizado o plantio de cana-de-açúcar, variedade RB 86 7515, em vasos
com capacidade volumétrica de 9 dm³ e 490,6 cm² de área, preenchidos com Argissolo
proveniente da camada de 0-0,3 m, previamente peneirado e adubado com ureia - 6,13 g;
superfosfato triplo – 8,15 g e cloreto de potássio – 3,74 g. Cada vaso continha 1 minitolete de
cana-de-açúcar previamente selecionado e plantado a 8 cm de profundidade. Durante o período
de condução do experimento, os vasos foram irrigados sempre que necessário, respeitando a
capacidade de campo.
Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, sendo 9 tratamentos com 5
repetições, totalizando 45 parcelas ou vasos. Os tratamentos variaram com a posição vertical e
horizontal do minitolete, sendo estes com a gema voltada para cima, para baixo, para o lado e na
diagonal.
54
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Para avaliação dos efeitos da posição de gema no desenvolvimento inicial, após 60 dias
do plantio foram avaliados os parâmetros de Número de Folhas (NF), Altura de Planta (AP),
Peso da Matéria Seca da Raiz (PMSR), Peso da Matéria Seca da Parte Aérea (PMSPA), Área
Foliar (AF) e Número de Plantas (NP).
Área Foliar foi estimada através da formula: C x L x 0,75. Sendo C – Comprimento de
Folha, L - Largura de Folha e 0,75 fator de correção.
As variáveis foram submetidas à análise de variância pelo teste F (p<0,05) e ao teste de
médias Tukey 5%, sendo utilizado o programa Assistat 7.6 Beta.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nos resultados apresentados na Tabela 1 para o parâmetro de Número de Folhas (NF)
aos 60 dias, observou-se que as posições de gema (
) dos tratamentos 6 e 8, apresentaram
maiores valores médios quando comparados com a testemunha. No parâmetro de Altura de
Planta (AP), as posições que apresentaram melhores resultados foram as gemas (
( ) , (
)e(
),(
),
) dos tratamentos 1, 2, 3, 5 e 8 respectivamente. Os tratamentos 2,3 e 7 com
as posições de gemas (
) , ( ) e (
) apresentaram valores médios maiores para o
parâmetro de Peso da Matéria Seca da Raiz (PMSR). Observou-se ainda que no parâmetro de
Área Foliar (AF) somente a posição da gema (
) , do tratamento 5, apresentou resultado
55
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
significativo. Destacando-se o tratamento 8 com a posição de gema (
) , que apresentou
melhores para as características avaliadas.
Os resultados obtidos nesse experimento corroboram com Segovia (1974), que concluiu
que a posição da gema tem efeito marcante sobre a germinação da cana-de-açúcar, onde as
gemas voltadas para cima e para os lados obtiveram melhores resultados em relação à
germinação.
CONCLUSÕES
Concluiu-se que a posição de gema (
) vertical, promoveu incremento no crescimento
inicial da cultura de cana-de-açúcar.
REFERÊNCIAS
CEBIM, V. L. S. M. Biometria de mudas de cana-de-açúcar (Saccharum spp.) em dois sistemas de plantio.
2007. 90p. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”,
Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2007.
CLEMENTS, H. F. Factors affecting the germination of sugarcane. Hawaiian Planters’ Record. Honolulu, n. 44,
p. 117-146, 1940.
FRAZÃO, D. A. C. Influência do intervalo entre colheita e plantio na germinação da cana-de-açúcar
(Saccharum spp.). 1976. 59 p. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 1976.
RODRIGUES, R., Século XXI, O novo tempo da agroenergia renovável. Visão Agrícola. n. 1, p. 4-7, jan./jun.
2004.
SEGOVIA, A. Efecto del tamaño y posición del esqueje em la germinación de la caña de azúcar. Revista de la
Faculdad Agronomia de la Universidad Central de Venezuela, Maracay, v. 7, n. 4, p. 21-35, Mayo, 1974.
SILVA, T. G. F. et al. Requerimento hídrico e coeficiente de cultura da cana-de-açúcar irrigada no semiárido
brasileiro. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 16, n. 1, p. 64-71, 2012.
56
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
DESEMPENHO DE DIFERENTES VOLUMES DE APLICAÇÃO NA
DEPOSIÇÃO EM FEIJÃO
José Luís Carlos dos Santos Júnior¹*; Neli Cristina Belmiro dos Santos2; José Eduardo da
Costa Cação1; Sophia Cattleya Dondé3; Evandro Pereira Prado4. ¹Vínculo Institucional –
Alunos de graduação do curso de Eng. Agronômica - FCAT/UNESP. 2Vinculo Instituição –
Pesquisado da Apta - Polo Regional Extremo Oeste – Andradina. 3Vinculo Instituição – Aluna
do curso de graduação em Zootecnica - FCAT/UNESP. 4Vinculo Instituição – Prof. Assistente
Doutor do curso de Eng. Agronômica FCAT/UNESP. *[email protected]
RESUMO
O volume adequado de aplicação de defensivos agrícolas é de fundamental importância
para uma efetiva cobertura do alvo desejado e consequentemente maior eficiência do produto. O
objetivo desse trabalho foi verificar o desempenho do volume de aplicação nos depósitos da
pulverização em plantas de feijão. Foram testados os volumes de aplicação de: 60; 110; 160;
210; 260; 310 e 360 L ha-1. Verificou-se que o aumentou o volume de aplicação foi proporcional
aos valores de deposição nas plantas de feijão. Maiores valores de deposição foram encontradas
nas parte superior das plantas independente do volume pulverizado. Houve aumento de
deposição nas vagens de feijão até o volume de 260 L ha-1 sendo que a partir desse volume não
houve acréscimo.
PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia de aplicação; cobertura da pulverização, taxa de aplicação.
INTRODUÇÃO
Uma das principais ferramentas para evitar as perdas ocasionadas por insetos e patógenos no
feijoeiro, como em outras culturas, é a utilização de defensivos agrícolas os quais tem por função
manter essas populações a níveis abaixo ao que causem danos econômicos. Embora, de acordo
com o manejo integrado de pragas e doenças, o controle químico deve ser a última tática de
controle é notória a necessidade dessa medida por não termos ainda hoje medidas de controle
mais eficiente.
Para que o controle químico expresse todo o seu potencial é fundamental que as moléculas
desse produto atingem o alvo desejado, pois caso isso não acontece, continuaremos aplicando
cada vez mais produtos químicos aumentando a contaminação ambiental e com pouca chance de
57
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
sucesso de controle. Dessa forma, a utilização de técnicas de aplicação que coloque o ingrediente
ativo do produto da melhor maneira possível sobre o alvo desejado deve ser explorada para que
possamos, em um futuro bem próximo, maximizar a eficiência de controle e minimizar a
contaminação ambiental até o aparecimento de outras técnicas, que não seja a química, estiver
disponível e viável, principalmente aos pequenos produtores.
A eficiência de defensivos agrícolas depende, dentre outros fatores, de uma cobertura
adequada da calda pulverizada sobre as plantas sendo que essa cobertura pode ser influenciada
pela quantidade de água utilizada durante o processo de aplicação (Knoche, 1994). Produtores
preferem aplicar baixo volume com intuito de diminuir a quantidade de reabastecimento do
pulverizador aumentando a capacidade operacional da máquina e dessa forma reduzindo os
custos.
A redução do volume de aplicação possui uma série de vantagens como: ingrediente ativo
mais concentrado permitindo maior eficácia, maior rendimento dos pulverizadores, redução da
quantidade de reabastecimento, da quantidade de água e possibilidade de aplicação de maior
quantidade de área nas condições mais favoráveis a aplicação. Vale lembrar que a redução do
volume nada vale caso comprometa a eficiência de controle do defensivo em questão. O trabalho
teve como objetivo verificar a eficiência de volumes de aplicação de defensivos agrícola sobre os
depósitos da pulverização na cultura do feijão.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado na Fazenda da Agência Paulista de Tecnologia dos
Agronegócios (Apta) no polo regional do Extremo Oeste localizada no município de
Andradina/SP. A implantação ocorreu na primeira quinzena de junho, a variedade utilizada foi
IAC Milênio, espaçada em 0,5m e densidade de 8 plantas m-1.
O delineamento do ensaio foi feito em blocos casualizados com 7 tratamentos e 4
repetições, sendo os tratamentos constituídos pelas seguintes volumes de aplicação: 60; 110;
160; 210; 260; 310 e 360 L ha-1. As pulverizações do corante alimentício Azul Brilhante (FDC
no1) foram realizadas através de pulverizador pesquisa (Herbicat®) pressurizadas por CO2. As
condições ambientais no momento da aplicação foram: temperatura 30±4°C, umidade relativa do
ar 35±5% e velocidade do vento 2±1 m s-1. Após secagem da calda pulverizadas coletou-se 6
plantas por parcelas e essas separadas em partes superior e inferior. As partes das plantas foram
acondicionadas em sacos plásticos (3L) previamente identificados e levados ao laboratório de
58
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
morfofisiologia da UNESP de Dracena. No laboratório foram adicionados 300 mL de água
deionizada nos sacos plásticos para remoção do corante. A solução contendo o corante foi
alocada em potes plásticos (50 mL) e posteriormente foi determinada a absorvância em
espectrofotômetro (Bioespectro modelo SP 220) no comprimento de onda de 630 nm. Pela curva
de calibração determinou-se a quantidade de calda na planta conforme metodologia descrita por
Scudeller (2004).
Depois de lavadas retirou-se o excesso de água das plantas, acondicionou-as em sacos de
papel e essas foram levadas a estufa de circulação e renovação de ar a 68°C por 72 horas. Após
esse período determinou-se a massa seca (MS). Os valores de deposição foram divididos pela
MS sendo expresso em µL g MS -1.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Valores médios dos depósitos da pulverização da parte superior, inferior e da planta de
feijão são apresentados na Figura 1. Observa-se que a deposição da calda pulverizada foi
proporcional ao aumento do volume de aplicação, onde os maiores valores de deposição foram
encontrados nos tratamentos onde receberam os maiores volumes de aplicação tanto para a parte
superior, inferior e da planta de feijão. Vale lembrar que o volume de aplicação, no caso de
cultura anual, não está relacionado com a dosagem do produto fitossanitário a ser utilizado e sim
como um veículo para esse produto. Desde que a eficiência do produto aplicado não seja
comprometida, a aplicação em menores volumes torna-se uma prática economicamente viável
aos agricultores.
Deposição µL g-1 MS
180
y= 0,28x² + 7,77x + 7,87 (inferior)
R2= 0,84
y= 1,09x² + 9,79x + 23,46 (superior)
R2= 0,99
y= 0,69x² + 8,78x + 15,66 (planta)
R2= 0,96
160
140
120
100
80
60
40
Superior
20
Inferior
Planta
0
60
110
160
210
260
310
360
59
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Figura 1. Deposição da calda de pulverização em função do volume de aplicação em plantas
de feijão.
A Figura 2 apresenta os valores de deposição nas vagens de feijão. Aumento da
deposição foi verificado quando a aplicação foi realizada até o volume de aplicação de 260 L ha1
. Quando foram aplicados volumes acima de 260 L ha-1 não foi observado acréscimos nos
valores de deposição.
Deposição µL g -1 MS
4
y= -0,064x² + 0,786x + 0,886
R2= 0,89
3
2
1
0
60
110
160
210
260
Volume de aplicação (L/ha)
310
360
Figura 2. Deposição da calda de pulverização em função do volume de aplicação em vagens
de feijão.
CONCLUSÕES
Aplicação dos maiores volumes de aplicação apresentaram os maiores valores de
deposição para as partes superior e inferior das plantas de feijão Houve aumento de deposição
nas vagens de feijão até o volume de 260 L ha-1 sendo que a partir desse volume não houve
acréscimo.
REFERÊNCIAS
KNOCHE, M. Effect of droplet size and carrier volume on performance of foliage-applied
herbicides. Crop Protection, v.13, p.163–178, 1994.
SCUDELER, F. et al. Cobertura da pulverização e maturação de frutos do cafeeiro com
ethephon em diferentes condições operacionais. Bragantia, Campinas, v.63, n.1, p.129-139,
2004.
60
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
DESEMPENHO DE FRANGOS DE CORTE DE 1 A 21 DIAS
SUPLEMENTADOS COM PROBIÓTICOS E ÁCIDOS ORGÂNICOS EM
SUBSTITUIÇÃO AOS ANTIBIÓTICOS
Robert Guaracy Aparecido Cardoso¹; Adriano Barbieri¹; Kelry Mayara da Silva¹; Gustavo do
Valle Polycarpo²; Valquíria Cação Cruz-Polycarpo³. ¹Mestrandos em Ciência e Tecnologia Animal UNESP - Universidade Estadual Paulista, Câmpus de Ilha Solteira/Dracena – email:
[email protected]. ²Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, USP – Campus de
Pirassununga. ³Docente do Curso de Zootecnia da UNESP - Universidade Estadual Paulista, Câmpus de
Dracena.
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar dietas suplementadas com probiótico e ácidos orgânicos,
isolados ou associados, sobre o desempenho de frangos de corte na fase inicial em substituição
aos antibióticos promotores de crescimento. Utilizou-se 900 pintos de corte num delineamento
inteiramente casualizado em esquema fatorial 2x2+1: suplementação ou não de probiótico e de
ácidos orgânicos + um tratamento com inclusão de antibiótico e anticoccidiano, perfazendo 5
tratamentos com 6 repetições. Aos 10 dias as aves foram desafiadas via oral com 1mL de solução
contendo 2x105 mL de Eimeria acervulina, 2x104 mL de Eimeria maxima e Eimeria tenella. No
período de 1 a 21 dias de idade pode-se observar que os aditivos testados apresentaram efeito
significativo nos parâmetros de ganho de peso médio, consumo de ração médio e conversão
alimentar, aonde as aves tiveram maior ganho de peso e consumo de ração na presença do
antibiótico em comparação a ausência deste aditivo. Os probióticos e os ácidos orgânicos não
foram eficazes em substituir os antibióticos promotores de crescimento nas condições de desafio
apresentadas.
PALAVRAS-CHAVE: Aditivos, desafio, eimeria.
INTRODUÇÃO
A avicultura de corte tem se desenvolvido muito nos últimos anos chegando a grandes
produções. Neste cenário, o Brasil ocupa o primeiro lugar em exportação e terceiro lugar em
produção (ANUALPEC, 2015).
A utilização de antibióticos promotores de crescimento em rações para aves destinadas ao
consumo humano é proibida por alguns países importadores da carne de frango brasileira. Sendo
assim, alguns aditivos alternativos estão sendo utilizados para substituir os promotores de
61
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
crescimento sem que a produtividade avícola e a competitividade no mercado sejam afetadas,
como é o caso dos ácidos orgânicos e dos probióticos.
Probióticos são suplementos aditivos da ração, composto por agentes microbianos vivos,
não-patogênicos, que atuam beneficamente no hospedeiro melhorando o equilíbrio microbiano
do intestino (LODDI et al., 2000), já ácidos orgânicos vêm sendo utilizados com frequência na
alimentação animal pela atividade antimicrobiana específica, têm vários efeitos adicionais
incluindo a redução do pH no momento da digestão, aumento da secreção pancreática, efeitos
tróficos sobre a mucosa do trato gastrintestinal, entre outros (DIBNER e BUTTIN, 2002).
OBJETIVO
Avaliou-se o efeito de probiótico e de ácidos orgânicos isolados ou associados sobre o
desempenho de frangos de corte na fase inicial de 1 a 21 dias de idade como alternativa aos
antibióticos promotores de crescimento.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados 900 pintos de corte, machos, da linhagem Cobb®. As aves foram
distribuídas num delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 2x2+1,
suplementação ou não de probiótico, suplementação ou não de ácidos orgânicos + um tratamento
controle positivo, com seis repetições de 30 aves por unidade experimental. Os tratamentos
foram: T1- ração basal - sem inclusão de aditivos; T2- ração basal com inclusão de probiótico;
T3- ração basal com inclusão de ácidos orgânicos; T4- ração basal com inclusão de probiótico e
ácidos orgânicos; T5- ração basal com inclusão de antibiótico e anticoccidiano.
O probiótico utilizado foi composto por Bacillus amyloliquefaciens e o blend de ácidos
orgânicos foi composto pelo ácido lático (40%), acético (7%) e butírico (1%), o qual foi incluído
na dieta na proporção de 8kg/t. O antibiótico utilizado foi a avilamicina 20% (50g/t, com 10g de
atividade de avilamicina) e o anticoccidiano foi a monensina sódica 40% (300g/t, com 120g de
princípio ativo). As rações foram formuladas a base de milho e farelo de soja conforme as
recomendações de Rostagno et al. (2011).
Aos 10 dias de idade, as aves foram inoculadas por via oral, individualmente, com 1 mL
de solução contendo: 2x105 de oocistos esporulados de Eimeria acervulina por mL, 2x104 de
oocistos esporulados de Eimeria máxima e Eimeria tenella por mL.
62
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
A análise dos dados foi realizada com auxílio do sistema de análise estatística SAS
(2012), com critério de 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O peso médio inicial dos pintos foi 39,90 ± 0,6802g. Os aditivos testados apresentaram
efeito significativo nos parâmetros de ganho de peso médio (GPM), consumo de ração médio
(CRM) e conversão alimentar (CA) (Tabela 1).
Tabela 1. Desempenho de frangos de corte alimentados com dietas suplementadas ou
não com probióticos, ácidos orgânicos e antibiótico no período de 1 a 21 dias de idade.
GPM2
711,75
722,54
720,38
713,92
713,80
726,96
709,71
718,13
937,47
717,15
CRM
1045,91
1062,55
1061,89
1046,56
1050,25
1073,54
1041,57
1051,56
1253,50
1054,23
Desempenho 21 dias
CA
1,5745
1,5783
1,5688
1,5840
1,5503
1,5874
1,5988
1,5693
1,4316
1,5764
VB
98,61
99,16
98,60
99,17
98,33
98,87
98,89
99,46
98,33
98,89
16,9284
15,7273
0,0137
0,3384
Probiótico
0,2965
0,1745
0,8419
0,4918
Ácidos orgânicos
0,5287
0,2095
0,4319
0,4765
Prob*AO
Antibiótico
0,8167
<0,0001
0,5816
<0,0001
0,0916
<0,0001
0,9817
0,5364
Efeitos1
Com
Sem
+
com +
sem +
com sem Presença
Ausência
Prob
AO
Prob*AO
Antib
EPM3
Probabilidade
1
Prob, probióticos; AO, ácidos orgânicos; Antib, antibiótico; com, presença de probióticos; sem, ausência de probióticos; +, presença de
ácido orgânico; -, ausência de ácido orgânico.
2
GPM, ganho de peso médio; CRM, consumo de ração médio; CA, conversão alimentar; VB, viabilidade.
3
EPM, erro padrão da média.
Ao término da fase inicial (21 dias), a presença dos antibióticos, proporcionou às aves
maior consumo, refletindo em maior ganho de peso e consequentemente melhor conversão
alimentar, em comparação à ausência deste aditivo, indicando que o promotor de crescimento
antibiótico influenciou positivamente estes parâmetros.
Estes resultados foram obtidos em função de ter dado o tempo das eimerias agredirem as
vilosidades do intestino e o antibiótico conseguir destruir-las. Isso se confirma com Loddi et al.
(2000) e Zuanon et al. (1998) que verificaram que a adição de antibiótico na ração de frangos de
corte promoveu maior ganho de peso corporal de 1 a 21 dias de idade em comparação a uma
ração sem antibiótico.
63
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Resultados contraditórios foram encontrados por Rocha et al. (2010), que não observaram
diferenças significativas entre aves submetidas a dietas com antibióticos, prebióticos, probióticos
e ácidos orgânicos no período de 1 a 21 dias. Isso provavelmente pode ter ocorrido devido às
ótimas condições profiláticas e baixo desafio sanitário impostos e por consequência da criação
em instalações novas, assim, a microbiota intestinal dessas aves se equilibra em quantidade
normal a que é encontrada no trato gastrintestinal.
CONCLUSÕES
Sob as condições de desafio impostas nesta pesquisa, os ácidos orgânicos e o probiótico,
isolados ou associados, não apresentam efeitos satisfatórios que os caracterizem como potencial
substituto aos antibióticos promotores de crescimento durante à fase inicial de frangos de corte.
AGRADECIMENTOS
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP – 2013/11269-0)
e (FAPESP - 2013/15653-0) e à Faculdade de Zootecnia UNESP – Campus de Dracena.
REFERÊNCIAS
ANUALPEC 2015. Anuário da Pecuária Brasileira. São Paulo: FNP, 2015
DIBNER, J.J.; BUTTIN, P. Use of organic acids as a model to study the impact of gut microflora
on nutrition and metabolism. Journal of Applied Poultry Research, v.11, n.4, p.453-463, 2002.
LODDI, M.M.; GONZALES, E.; TAKITA, T.S. et. al. Uso de probiótico e antibiótico sobre o
desempenho, o rendimento e a qualidade de carcaça de frangos de corte. Revista Brasileira de
Zootecnia, v.29, n.4, p.1124-1131, 2000.
ROCHA, A.P. et al. Ácidos orgânicos e probióticos em rações para frangos de corte. Revista
Brasileira de Saúde e Produção Animal, v.11, n.3 p.793-801, 2010.
ROSTAGNO, H.S. et al. Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e
exigências nutricionais. 3.ed. Viçosa, MG: Universidade Federal de Viçosa, 2011. 252p.
SAS Institute Inc. 2012. SAS/STAT® 9.3 User’s Guide. Cary, NC, USA: SAS Institute Inc.
ZUANON, J.A.S.; FONSECA, J.B.; ROSTAGNO, H.S.; SILVA, M.A. Desempenho de
frangos de corte alimentados com rações contendo antibiótico e probiótico adicionados
isoladamente, associados e em uso seqüencial. Rev. Bras. Zootec., v.27, p.994-998, 1998.
64
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
DESEMPENHO DE PONTAS DE PULVERIZAÇÃO HIDRÁULICA NA
DEPOSIÇÃO EM FEIJÃO
Matheus Arthur Góes Lôbo Farias¹*; Cinthia L. Cardoso Caetano1; Amanda Ferreira
Guioti1; Leonardo de Abreu Corrêa Taglioni1; Evandro Pereira Prado2. ¹Vínculo
Institucional: Alunos de graduação do curso de Eng. Agronômica FCAT/UNESP. ²Vínculo
Institucional: Prof. Assistente Doutor do curso de Eng. Agronômica FCAT/UNESP.
*[email protected]
RESUMO
O conhecimento da melhor técnica de aplicação de defensivos agrícolas é uma importante
ferramenta para o controle eficiente de pragas e doenças na cultura do feijão. Esse trabalho teve
como objetivo avaliar o desempenho de pontas de pulverização hidráulica na deposição em
plantas de feijão. Foram testadas as pontas de jato plano XR 11002, jato plano XR 8003, jato
plano duplo TTJ 60, jato plano com indução de ar XR 110025 e plano duplo DGTJ 11002. As
pontas de pulverização testadas apresentaram comportamento semelhante sobre os depósitos da
pulverização nas plantas de feijão. Os valores de deposição na parte superior da planta foram três
vezes maiores que os valores da parte inferior da planta.
PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia de aplicação; controle químico; cobertura da pulverização.
INTRODUÇÃO
A cultura do feijão possui grande importância para a alimentação nacional fazendo parte da
dieta da maioria dos brasileiros. Trata-se de uma cultura que oferece grandes riscos para o
agricultor e suscetibilidade a vários insetos-pragas e doenças tornando o custo de produção mais
oneroso. Uma das principais ferramentas para evitar as perdas ocasionadas por insetos e
patógenos no feijoeiro, como em outras culturas, é a utilização de defensivos agrícolas os quais
tem por função manter essas populações a níveis abaixo ao que causem danos econômicos.
Para que o controle químico expresse todo o seu potencial é fundamental que as moléculas
desse produto atingem o alvo desejado, pois caso isso não acontece, continuaremos aplicando
cada vez mais produtos químicos aumentando a contaminação ambiental e com pouca chance de
sucesso de controle. Dessa forma, a utilização de técnicas de aplicação que coloque o ingrediente
ativo do produto da melhor maneira possível sobre o alvo desejado deve ser explorada para que
65
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
possamos, em um futuro bem próximo, maximizar a eficiência de controle e, em contrapartida,
minimizar a contaminação ambiental até o aparecimento de outras técnicas, que não seja a
química, estiver disponível e viável, principalmente aos pequenos produtores.
De acordo com Cunha et al. (2005) dentre as diversas pontas existentes no mercado, as mais
usadas são as de jato cônico vazio e jato plano, as quais dependendo da pressão e do ângulo de
abertura podem ocasionar grandes perdas por deriva.
Nos últimos anos, foram lançados no mercado pontas com potencial de reduzirem perdas por
deriva, entretanto podem comprometer a cobertura das plantas por propiciarem gotas de maior
tamanho, em especial às pontas de indução de ar. Embora essa hipótese seja evidenciada por
muitos autores, poucos são os estudos em relação aos depósitos da pulverização e eficiência
biológica de controle de insetos-pragas e doenças utilizando essas pontas em condições de
campo. O objetivo do trabalho foi avaliar pontas de pulverização hidráulica mais eficiente sobre
os depósitos da pulverização
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado na Fazenda da Agência Paulista de Tecnologia dos
Agronegócios (Apta) no polo regional do Extremo Oeste localizada no município de
Andradina/SP. A implantação ocorreu na primeira quinzena de junho, a variedade utilizada IAC
Milênio, espaçada em 0,5m e densidade de 13 sementes m-1. O delineamento do ensaio foi feito
em blocos casualizados com 5 tratamentos e 4 repetições, sendo os tratamentos constituídos
pelas pontas de pulverização: jato plano XR 11002, jato plano XR 8003, jato plano duplo TTJ
60, jato plano com indução de ar XR 110025 e plano duplo DGTJ 11002.
As pulverizações do corante alimentício Azul Brilhante (FDC no1) na concentração de
1250 mg L-1 foram realizadas através de pulverizador pesquisa (Herbicat®) pressurizadas por
CO2 na taxa de aplicação de 160 L ha-1. As condições ambientais no momento da aplicação
foram: temperatura 32±3°C, umidade relativa do ar 30±5% e velocidade do vento 2,5±1 m s-1.
Após secagem da calda pulverizadas coletou-se 6 plantas por parcela separando entre folhas da
parte superior e inferior. As partes das plantas foram acondicionadas em sacos plásticos (3L)
previamente identificados e levados ao laboratório de morfofisiologia da UNESP de Dracena. No
laboratório foram adicionados 300 mL de água deionizada nos sacos plásticos para remoção do
corante. A solução contendo o corante foi alocada em potes plásticos (50 mL) e posteriormente
foi determinada a absorvância em espectrofotômetro (Bioespectro modelo SP 220) no
66
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
comprimento de onda de 630 nm. Pela curva de calibração determinou-se a quantidade de calda
na planta conforme metodologia descrita por Scudeller (2004).
Depois de lavadas retirou-se o excesso de água das plantas, acondicionou-as em sacos de
papel e essas foram levadas a estufa de circulação e renovação de ar a 68°C por 72 horas. Após
esse período determinou-se a massa seca (MS) das plantas e vagens. Os valores de deposição
foram divididos pela MS sendo expresso em µL g-1 MS.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na parte superior das plantas foram observados maiores valores de deposição quando a
aplicação foi realizada com as pontas AIXR 110025 e DGTJ 11002. A ponta de jato plano XR
8002 foi que apresentou os menores valores de deposição. Na parte inferior da planta não foi
observada diferença significativa entre as pontas de pulverização. Quando avaliada a quantidade
de deposição média (parte superior e inferior) não foi observada diferença significativa entre os
tratamentos (P= 0,55; F= 0,76). Verifica-se pelos resultados, que o tipo de ponta testada nessa
pesquisa não influencia na quantidade de calda depositada nas plantas e feijão (Tabela 1).
Diferença significativa (P< 0,001; F= 376,19) foi encontrada entre a interação pontas de
pulverização e parte de amostragem. Verificam-se maiores valores de deposição na parte
superior em todas as pontas de pulverização. A parte superior apresentou média de valores de
deposição maior de 3 vezes do que encontrado na parte inferior (Tabela 1).
Tabela 1. Valores médios dos depósitos da pulverização (µL g MS-1) na parte superior e
inferior das plantas de feijão.
Tratamento
Superior
Inferior
Média
XR 110015
XR 8002
90,12 ab A
28,86 a B
59,49 a
83,87 b A
31,92 a B
57,89 a
Ponta de pulverização
TTJ 60 AIXR 110025 DGTJ 11002
Deposição µL g MS-1
91,90 ab A 101,71 a A
99,32 a A
26,63 a B
29,47 a B
27,66 a B
59,27 a
65,59 a
63,49 a
Média
93,39 A
28,91 B
Médias com mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha não diferem entre si pelo teste LSD (P< 0,05)
Maiores valores de deposição (P= 0,29; F= 2,80) foi verificada nas vagens de feijão
quando a pulverização foi realizada com a ponta de jato plano DGTJ 11002 diferindo
significativamente das pontas XR 11002, XR 8002 e TTJ 60. A utilização das pontas que
67
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
oferecem maiores valores de deposição torna-se uma técnica interessante aos produtores visto
que a eficiência dos produtos fitossanitários está relaciona a uma eficiente cobertura.
5
Deposição (µL g-1 MS)
DMS = 1,22
a
4
ab
3
b
b
b
2
1
0
XR 110
XR 80
TTJ 60
AIXR
Pontas de pulverização
DGTJ
Figura 1. Valores médios dos depósitos da pulverização em vagens de feijão.
CONCLUSÕES
As pontas de pulverização AIXR 110025 e DGTJ 11002 proporcionaram os maiores
valores de deposição na parte superior das plantas de feijão. As pontas XR 11002, XR 8002, TTJ
60, AIXR 10025 e DGTJ apresentaram os mesmos valores de deposição nas plantas de feijão. A
ponta de jato plano DGTJ 11002 proporcionou os maiores valore de deposição nas vagens de
feijão.
REFERÊNCIAS
CUNHA, J.P.A.; TEIXEIRA, M.M.; VIEIRA, R.F. Avaliação de pontas de pulverização
hidráulicas na aplicação de fungicida em feijoeiro. Ciência Rural, Santa Maria, v.35, n.5,
p.1069-1074, 2005.
SCUDELER, F. et al. Cobertura da pulverização e maturação de frutos do cafeeiro com
ethephon em diferentes condições operacionais. Bragantia, Campinas, v.63, n.1, p.129-139,
2004.
68
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
DIAGNÓSTICO DOS ESTOQUES DE CAPITAIS EM PROPRIEDADE
LEITEIRA DO MUNICÍPIO DE DRACENA (SP)
Beatriz Queiróz dos Reis*¹; Andrea Machado Lopes¹; Paulo César da Silva Santos¹; Elaine
Mendonça Bernardes¹. ¹UNESP; FCAT; Coordenação de Curso de Graduação em
Zootecnia; Dracena; São Paulo; Brasil. *[email protected]
RESUMO
A pecuária leiteira na região de Dracena é uma atividade importante para a maioria dos
pequenos produtores rurais estabelecidos na região. É uma atividade tradicional e de caráter
essencialmente familiar, pois precisa de um esforço diário e de toda a atenção do produtor. A
atividade vem ganhando espaço e autonomia cada vez mais na região. Um dos motivos do
fortalecimento da atividade na região é a Associação dos Produtores Rurais de Dracena, que
junto com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral oferece apoio e melhores condições
de comercialização aos produtores rurais associados. Por ser uma atividade que sofre acentuada
sazonalidade de produção, é comum encontrar propriedades com dificuldades de se manter
rentável no negócio. Buscou-se, no trabalho desenvolvido, compreender os estoques de capitais
de uma propriedade, no município de Dracena (SP). Para isso, foi utilizado o diagnóstico de
capitais, avaliando, por esse método, pontos fortes e fracos de cada capital. Essa identificação é o
primeiro passo para depois estabelecer planos e metas dentro do sistema de produção leiteira.
PALAVRAS-CHAVE: bovinocultura leiteira; associação rural; capital social.
INTRODUÇÃO
No Estado de São Paulo, a atividade de produção de leite é importante para um número
grande de pequenas propriedades. Os dados disponíveis são do Levantamento Censitário das
Unidades de Produção Agropecuária do Estado de São Paulo ─ LUPA ─, e indicam 29.728
Unidades de Produção com Bovinocultura de Leite. No município de Dracena, são cadastradas
24 Unidades de Produção Agropecuária (LUPA, 2008). Como a atividade leiteira é a principal
fonte de renda dessas propriedades cadastradas, é importante estudar os fatores de produção de
tal atividade, identificando pontos fortes e fracos dos estoques de capitais disponíveis.
Apesar do aumento da produtividade leiteira, nos últimos meses, e da recente tecnificação
envolvida, a pecuária leiteira é uma atividade peculiar, que depende do esforço diário e de toda a
atenção do produtor e, em grande parte, de sua família. Na região de Dracena, alguns produtores
69
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
de leite participam da Associação dos Produtores Rurais de Dracena (APRD). Junto com a
Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e apoio da Prefeitura Municipal, a APRD
oferece melhores condições de comercialização, compra de insumos, serviços de mecanizações e
capacitação. Diante da parceria dos produtores com a APRD, considera-se importante analisar
propriedades de leite dessa associação. Foi escolhida, como estudo de caso, uma propriedade
cujo produtor participa ativamente das atividades da APRD, e seu sistema de produção pode ser
visto como “típico” do município, segundo Millen1 (2015). Por essa razão, o objetivo específico
deste estudo − de realizar um diagnóstico detalhado desse caso − auxiliaria na identificação de
pontos fortes e fracos de grande parte dos produtores da região.
MATERIAL E MÉTODOS
A metodologia usada, descrita em Peres (2009), foi utilizada por Mendes (2012), em análise
de propriedade de produção de leite e é chamada de diagnóstico dos cinco capitais. Envolve
investigação, coleta, registro, ordenação e análise da descrição dos estoques de capitais ─ (a)
natural; (b) físico; (c) financeiro; (d) humano, e (e) social. E assim, esse diagnóstico pode ser
usado
para
posterior
estabelecimento
das
metas
e
estratégias
nas
propriedades
agropecuárias. Para capital natural, financeiro e físico, foram realizados um levantamento de
dados no campo e, preenchida uma planilha. Com relação ao estoque de capital social, aplicou-se
questionário com base em questões adotadas por Knack e Keefer (1997) e para capital humano
foram incluídas algumas questões.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na avaliação do capital natural, até o presente momento, ainda não foi realizado o
levantamento de classe de capacidade do uso do solo, mas pode-se afirmar que: (a) trata-se de
propriedade com o nível de fertilidade do solo com características argilosas e latossolos,
semelhante às outras propriedades de Dracena (SP); (b) com relevo ondulado; (c) água
disponível e, (d) a Área de Preservação Permanente (APP) foi adequada à legislação. A água
acessível (subterrânea) é o ponto forte. O processo de erosão identificado é o principal ponto
fraco da propriedade.
O capital humano, avaliado pelo questionário, consiste no proprietário e a esposa (a
propriedade tem caráter estritamente familiar), ambos com segundo grau completo e mais de
1
MILLEN, D.D. Informação pessoal. Dracena, 2015.
70
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
cinquenta anos. Quanto ao perfil do produtor, é de empreendedor, verificado pelas questões
realizadas, pois ele acredita que (i) é justo receber pelo trabalho realizado com eficiência e
responsabilidade; (ii) é possível mudar de classe social através do trabalho; (iii) as pessoas
saudáveis devem ser responsáveis pelo próprio sustento; (iv) é preciso ser ousado na hora, de se
fazer grandes mudanças na vida; (v) é preferível ter um negócio próprio e, (vi) apesar de ter
realizado dívidas (financiamento do governo), ele economizou/guardou/ investiu nos recursos da
propriedade visando melhorar a produção de leite. O principal ponto forte é a atitude do
proprietário, que exerce com dedicação e conhecimento as suas atividades, buscando informação
sempre que necessário. É um perfil empreendedor, que acredita que através do trabalho pode se
obter grandes feitos na propriedade. Porém, o estoque de capital humano da propriedade é
definido apenas pelo proprietário é a sua esposa, gerando assim um desgaste físico.
Observou-se no capital social: (a) a falta de “confiança social”, de modo geral é necessário
ter cuidado quando tratamos com as outras pessoas; (b) apesar da falta de “confiança social” há
instituições em que o proprietário confia inteiramente, são elas: (i) as forças armadas; (ii) o
sistema judiciário; (iii) as organizações ecológicas; (iv) os institutos de pesquisa; (v) os serviços
de extensão rural e, (vi) a APRD. Entre as instituições relacionadas, o entrevistado apenas não
confia nos partidos políticos. Apesar de não confiar nos partidos políticos, ele não aceita, dentro
de um regime político democrático, a participação de um boicote, greve ilegal, ocupação de
edifícios públicos ou edifícios privados. Essas respostas podem ser um indicativo para o civismo
(e não indicativas de passividade ou alienação). O questionário foi positivo para civismo,
indicando respeito às instituições e às práticas políticas do País. O resultado mostra a falta de
“confiança social” de um modo geral.
A propriedade tem como principal atividade a pecuária leiteira e sendo secundarias a
produção de frangos, suínos e doces caseiros. Na tentativa de reduzir os custos de produção, os
proprietários são associados à “APRD” e à “Cooperativa Agropecuária de Dracena” adquirindo
através de tais instituições melhores condições de comercialização de (a) insumos; (b) adubos;
(c) defensivos e (d) equipamentos. O capital financeiro envolve os estoques de recursos que são
passiveis de serem transformados em moeda e as dividas realizadas, são eles: (i) novilhas; (ii)
bezerras; (iii) aves; (v) suínos; (vi) financiamento; (vii) insumos e combustíveis, totalizando um
valor de R$ 54.475,00.O ponto forte do estoque de capital financeiro é que a propriedade conta
com outras atividades que fazem diferença significativa na descrição de capital financeiro e,
graças à parceria com a APRD, melhora as condições de obtenção de financiamento (por
71
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
exemplo o tanque de refrigeração para a associação). O ponto fraco é que o produtor gerou
dependência por causa da dívida adquirida pelo financiamento de capital físico.
O capital físico está descrito como todo estoque que foi feito ou reformado pelo homem,
que fornecem serviços produtivos por mais de um período. A propriedade possui (a) animais
especializados na produção de leite; (b) touro reprodutor; (c) pocilga e aviário; (d) sala de
ordenha; (e) pastagem irrigada; (g) implementos; (h) trator; (i) casa; (j) poços semi-artesiano e,
(k) cana-de- açúcar, totalizando um valor de R$250.200,00. A propriedade possui maquinário,
que atende às principais necessidades; a pastagem irrigada oferece melhores condições de
pastagem. Porém, faltam algumas edificações para melhorar o rendimento da propriedade.
CONCLUSÕES
O diagnóstico dos cinco capitais possibilitou identificar os pontos fortes e fracos de cada
estoque de capital. Foi possível concluir que o capital humano envolvido, apesar de escasso, é
representado por um produtor (a) com grande potencial empreendedor e de liderança; (b) com
tendências ao interesse por questões políticas e (c) interesse em melhorar suas condições de
produção. Porém o principal “gargalo” para qualquer alternativa a ser proposta, é a dependência
por causa da dívida gerada pelo financiamento.
AGRADECIMENTOS
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (processo 2015/03771-3).
REFERÊNCIAS
KNACK, S.; KEEFER, P. Does social capital have an economic payoff? A cross-country
investigation. Quarterly Journal of Economics, Cambridge, 1997.
MENDES, E.E.B. Sustentabilidade do sistema de produção de leite: diagnóstico dos capitais
e análise Emergética. Nova Odessa, SP. 2012.
PERES, F.C. et al. O Programa Empreendedor Rural. Curitiba: SEBRAE/PR e SENAR/PR,
2009.
SÃO PAULO. Levantamento censitário de unidades de produção agrícola do Estado de São
Paulo - LUPA 2007/2008.
72
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
DIFERENCIAÇÃO DE QUEIJOS PRODUZIDOS EM SISTEMA
CONVENCIONAL E ORGÂNICO PELA TÉCNICA DE ISÓTOPOS
ESTÁVEIS
Ramon Argentini Rizzieri*¹; Cyntia Ludovico Martins2; Juliana Célia Denadai2; Maria
Márcia Pereira Sartori1; Carlos Ducatti3. ¹FCA/Unesp, Botucatu; ²FMVZ/Unesp,
Botucatu; 3IBB/Unesp, Botucatu; *[email protected]
RESUMO
O objetivo do presente trabalho foi diferenciar queijos tipo Minas frescal produzidos em
sistemas convencional e orgânico, através da razão isotópica de 13C e 15N presente no queijo, no
soro e no soro contido na embalagem. Foram coletados três queijos convencionais e dois queijos
orgânicos a cada semana, durante oito semanas, não havendo a repetição de lotes. As amostras
de queijo foram cortadas em dez cubos de 1 cm cada, sendo identificadas, congeladas,
liofilizadas, moídas e pesadas para a realização das análises. Para a obtenção do soro, mais oito
cubos de queijo foram centrifugados e, após a coleta do soro, o mesmo foi identificado,
congelado, liofilizado e pesado para as análises. Por fim, cada embalagem teve o soro contido
coletado, identificado, congelado, liofilizado, moído e pesado. Todas as amostras foram
analisadas pelo espectrômetro de massas DELTA-S Finnigan Mat acoplado ao Analisador
Elementar EA 1108 CHN. Observou-se diferenças (P ≤ 0,05) nos valores de δ13C e δ15N para
queijo, soro e soro contido nas embalagens entre sistemas convencional e orgânico. Assim, a
técnica de isótopos estáveis foi eficiente na diferenciação de queijos tipo Minas frescal,
produzidos em sistemas convencional e orgânico.
PALAVRAS-CHAVE: Carbono; Certificação; Soro.
INTRODUÇÃO
A crescente preocupação com o consumo de alimentos de boa procedência, isentos de
contaminantes e associados à sustentabilidade vem impulsionando a produção de alimentos
orgânicos em todo o mundo. Por este fato, se faz necessário o estudo de técnicas eficazes para
processos de certificação que possam comprovar a autenticidade de produtos orgânicos.
73
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
A técnica dos isótopos estáveis tem sido utilizada com sucesso em regiões produtoras de
alimentos para verificação de autenticidade da origem geográfica e de adulterações (KNOBBE et
al, 2006).
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no laboratório do Centro de Isótopos Estáveis da Unesp,
Campus de Botucatu. Amostras de queijo (n = 40), soro (n = 40) e soro contido nas embalagens
(n = 40) foram coletadas durante oito semanas, sendo a cada semana um lote diferente para cada
marca, três de sistema de produção convencional duas de sistema de produção orgânico.
Os queijos orgânicos foram adquiridos de revendas das propriedades produtoras
situadas no município de Botucatu/SP, as quais recebem certificação de produtoras orgânicas. Os
queijos convencionais foram coletados diretamente do varejo de um único mercado do mesmo
município.
Para o preparo das amostras de queijo foram utilizados dez cubos de 1 cm cada e
acondicionados em coletores universais. Para as amostras de soro, foram centrifugados mais oito
cubos por 5 minutos a 7.500 rpm, sendo o soro acondicionado em tubos de Eppendorf, já as
amostras de soro contidas nas embalagens, foram armazenados em coletores universais.
Posteriormente, as amostras de queijo, soro e soro contido nas embalagens foram congeladas em
nitrogênio líquido e liofilizadas por cinco dias. Após o processo, apenas as amostras de queijo e
soro contido nas embalagens foram novamente congeladas em nitrogênio líquido e moídas em
moinho criogênico até atingirem uma textura de talco e acondicionadas em tubos de Eppendorf.
Por fim, foram pesadas em balança analítica entre 50µg a 70µg para análise do δ13C e de
500µg a 600µg para análise do δ15N, acondicionadas em cápsulas de estanho e analisadas pelo
espectrômetro de massas DELTA-S Finnigan Mat acoplado ao Analisador Elementar EA 1108
CHN. Os valores foram expressos em notação delta per mil (δ ‰) relativos aos padrões
internacionais PeeDee Belemnite para o 13C, nitrogênio do ar atmosférico para o 15N , de acordo
com a equação geral (DUCATTI, 2004):
δ(amostra, padrão) = [(Ramostra – Rpadrão)/Rpadrão]
Sendo que R é a razão entre o isótopo menos abundante e o mais abundante, ou seja,
13
12
C/ C, 15N/14N. Adimensional.
Os dados isotópicos obtidos foram analisados pelo programa Minitab 16 pela análise do T-
test (P ≤ 0,05) e análise multivariada de multielementos de componentes principais.
74
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram observadas diferenças estatísticas para a diferenciação de queijos produzidos em
diferentes sistemas (Tabela 1).
Tabela 1. Valor do δ13C e δ15N de amostras de queijos tipo Minas frescal produzidos
em sistema convencional e orgânico, coletadas no município de Botucatu/SP.
Convencional
Orgânico
Desvio Padrão
Valor de P
Queijo
-16,26a
-17,64b
0,89
0,001
Soro
-14,51a
-15,44b
1,13
0,020
Soro embalagem
-14,56a
-15,16b
0,73
0,020
Queijo
4,87b
7,70a
1,06
0,0001
Soro
4,54b
6,88a
1,14
0,0001
Soro embalagem
4,15b
7,04a
1,39
0,0001
δ 13C, ‰
δ 15N, ‰
a,b
Médias com letras distintas, diferem entre si pelo T-test (P ≤ 0,05).
Diferenças do valor de δ13C observadas no queijo, soro e soro contido nas embalagens
entre sistemas, podem ser em decorrência da dieta oferecida aos animais, sendo influenciada pela
quantidade de plantas C3 e C4 em sua composição, pois se pode caracterizar a dieta do animal
pela análise isotópica do carbono dos tecidos pela diferença isotópica da ordem de 16‰ nos
valores de δ13C entre plantas de ciclo fotossintético C3 e C4 (DUCATTI, 2004).
O mesmo ocorreu para o valor de δ15N, cujas diferenças encontradas no queijo, soro e soro
contido nas embalagens entre sistemas, são caracterizadas pela utilização exclusiva de
fertilizantes orgânicos em sistema de produção orgânica e pela utilização de fertilizantes
sintéticos em sistema de produção convencional, tendo os últimos, valor de δ15N de -6‰ a 6‰
(BATEMAN e KELLY, 2007).
A análise de componentes principais de carbono e nitrogênio permitiu a diferenciação de
queijos tipo Minas frescal produzidos em diferentes sistemas (Figura 1). Na Austrália, a análise
isotópica de multi-elementos tem bom potencial, possibilitado determinar a origem geográfica
dos produtos lácteos (CRITTENDEN et al., 2007).
75
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Figura 1. Análise de componentes principais de queijos tipo
Minas frescal produzidos em sistema orgânico e
convencional.
CONCLUSÕES
A técnica de isótopos estáveis foi eficiente na diferenciação de queijos tipo Minas frescal,
produzidos em sistemas convencional e orgânico.
Portanto, esta técnica pode complementar os sistemas de certificação existentes,
comprovando assim a autenticidade de produtos orgânicos.
AGRADECIMENTOS
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq.
REFERÊNCIAS
BATEMAN, A. S.; KELLY, S. D. Fertilizer nitrogen isotope signatures. Isotopes in
Environmental and Health Studies, v. 43, p, 237-247, 2007.
CRITTENDEN, R. G. et, al. Determing the geographic origino f milk in Australasia using multielement stable isotope ratio analysis. International Dairy Journal, 2007. 421-428p.
DUCATTI, C. Isótopos estáveis ambientais [Apostila], 2004. Instituto de Biociências,
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu, 2004. 184 p.
KNOBBE, N. et al. C and N stable isotope variation in urine and milk of cattle depending on the
diet. Anal Bioanal Chem, v. 386, p. 104-108, 2006.
76
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
DIFERENCIAÇÃO DE SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO DE BOVINOS DE
CORTE PELOS ISÓTOPOS ESTÁVEIS DE 13C, 15N e 18O NA CARNE
Alexandre Perdigão*1; Luiz Carlos Vieira Junior1; Cyntia Ludovico Martins1; Carlos
Ducatti2; Mário De Beni Arrigoni1.
1
FMVZ-UNESP Botucatu; 2IBB-UNESP Botucatu/SP; *e-mail: [email protected]
RESUMO
Avaliou-se o potencial metodológico da técnica de isótopos estáveis dos elementos carbono (C),
nitrogênio (N) e oxigênio (O) nos músculos de bovinos na diferenciação de diferentes sistemas
de alimentação. Foram utilizados 45 bovinos machos, provindos de três tratamentos com 15
repetições, sendo: T1 = Pasto, T2: Confinamento convencional e T3 = Confinamento
superprecoce. Os animais foram abatidos e coletou-se aproximadamente 300 gramas dos
músculos Trapezius cervicis, Longissimus dorsi e Semitendinosus. As determinações da
composição isotópica dos músculos foram realizadas por meio de um amostrador automático no
analisador elementar Flash 2000 Organic Elemental Analyzer EA for IRMS. Os gases de N2 e
CO resultantes foram separados em coluna cromatográfica gasosa e analisados no espectrômetro
de massa de razões isotópicas (Delta V Advantage Isotope Ratio MS, Thermo Scientific,
Alemanha). Os dados foram submetidos a análise multivariada de multielementos, utilizando-se
o programa estatístico Minitab, versão 16.0 (MINITAB®, 2010). O músculo Trapezius cervicis
permitiu a caraterização do sistema superprecoce, principalmente com os valores dos
coeficientes de carbono e oxigênio, explicando 73,8% da taxa de contribuição de variação. Os
músculos Longissimus dorsi e Semitendinosus foram bons indicadores na caracterização dos três
sistemas de alimentação pela combinação dos coeficientes de carbono, nitrogênio e oxigênio,
explicando 97,4% e 91,4% da taxa de contribuição de variação, respectivamente. O uso da
técnica de isótopos estáveis de 13C, 15N e 18O, permitiu a diferenciação das carnes de sistemas de
alimentação de bovino de corte com uso da análise de multivariada.
PALAVRAS-CHAVE: multivariada; músculo e rastreabilidade.
INTRODUÇÃO
As exigências do mercado mundial, principalmente da União Europeia, para exportação
de carne bovina brasileira estão voltadas a aspectos de controle sanitários e rastreabilidade
animal, cujo o desenvolvimento tem ocorrido em velocidade crescente.
77
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Na China, foi possível identificar a origem da carne bovina em algumas localizações
geográficas utilizando a associação da razão isotópica (Guo et al., 2010) e pela combinação de
isótopos estáveis com análise de multivariada (Zhao et al., 2013).
A preocupação com a origem da carne tornou-se um fator importante que influencia
fortemente a decisão de compra do consumidor devido a incidentes alimentares, tais como a
encefalopatia espongiforme bovina e febre aftosa. Portanto, a origem do produto final é
interessante para os consumidores, produtores, varejistas e autoridades governamentais. Neste
contexto, o objetivo do estudo foi avaliar o potencial metodológico da técnica de isótopos
estáveis dos elementos C, N e O nos músculos de bovinos na diferenciação de sistemas de
alimentação.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados 45 bovinos machos, provindos de três tratamentos com 15 repetições,
sendo: T1 = Pasto, alimentados predominantemente de Brachiaria brizantha cv. Marandu (13C =
-14,41‰), T2: Confinamento convencional, submetidos a uma dieta com bagaço de cana-deaçúcar in natura, milho grão inteiro, farelo de arroz, farelo de amendoim, polpa cítrica e núcleo
mineral (13C = -18,85‰) e T3 = Confinamento superprecoce, com dieta de crescimento contendo
feno de Coast cross, farelo de amendoim e núcleo mineral (13C = -22,8‰) e dieta de terminação
composta por feno triturado de Cynodon dactylon cv. Coast cross, bagaço de cana-de-açúcar in
natura, silagem de grãos úmidos de milho, polpa cítrica, farelo de amendoim, torta de algodão,
ureia, suplemento vitamínico e mineral (13C = -23,07‰).
Os animais foram abatidos em frigoríficos comerciais e foram coletados
aproximadamente 300 gramas dos músculos Trapezius cervicis, Longissimus dorsi e
Semitendinosus (sem extração de gordura), identificados e refrigerados a -18°C.
As amostras de músculos foram moídas em moinho criogênico Spex Sample Prep,
modelo Geno/Grinder 2010, à -196ºC. Essas foram pesadas (0,5mg para O; 50µg para C e 500µg
para N) em cápsula de prata para O e de estanho para C e N (5mm x 3mm) e permaneceram em
dessecador com P2O5, pelo período de 24 h antes da análise. Após a pesagem, foi feita a
determinação da composição isotópica, as cápsulas foram introduzidas por meio de um
amostrador automático no analisador elementar Flash 2000 Organic Elemental Analyzer EA for
IRMS. Os gases resultantes de N2 e CO foram separados em coluna cromatográfica gasosa e
analisados no espectrômetro de massa de razões isotópicas (Delta V Advantage Isotope Ratio
78
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
MS, Thermo Scientific, Alemanha) no Centro de Isótopos Estáveis do Instituto de Biociências da
UNESP, Campus de Botucatu. Os resultados foram expressos em notação δ, em relação ao
padrão internacional Vienna-Pee Dee Belemnite (PDB) para δ13C, Ar atmosférico para δ15N e
Vienna – Standar Mean Ocean Water (SMOW) para δ18O.
Os dados foram submetidos a análise multivariada de multielementos, utilizando-se o
programa estatístico Minitab, versão 16.0 (MINITAB®, 2010).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O músculo Trapezius cervicis, permitiu a diferenciação do sistema superprecoce (Figura
1A) principalmente com os valores dos coeficientes de carbono e oxigênio, explicando 73,8% da
taxa de contribuição de variação (Tabela 1). Os músculos Longissimus dorsi (Figura 1B) e
Semitendinosus (Figura 1C) foram bons indicadores na diferenciação dos três sistemas de
alimentação pela combinação dos coeficientes de carbono, nitrogênio e oxigênio, explicando
97,4% e 91,4% da taxa de contribuição de variação, respectivamente (Tabela 1).
Tabela 1. Coeficiente de escores da análise de componentes principais para músculos de bovinos
em sistemas de alimentação.
Músculo
Trapezius cervicis
Item
Longissimus dorsi
Semitendinosus
Fator1
Fator2
Fator1
Fator2
Fator1
Fator2
Carbono
1,257
0,131
0,547
0,099
0,470
0,291
Nitrogênio
0,486
0,456
0,498
0,105
1,253
0,020
Oxigênio
0,134
1,229
0,000
1,041
0,029
1,115
% Variação
0,371
0,367
0,611
0,363
0,656
0,258
Os diferentes alimentos consumidos pelos animais entre os sistemas geram uma
“impressão digital isotópica” nos tecidos, devido ao valor isotópico encontrado no alimento que
é refletido nos tecidos específicos dos animais após certo tempo de metabolismo (GANNES et
al., 1998).
79
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Figura 1. Análise de componentes principais dos músculos Trapezius cervicis, Longissimus
dorsi e Semitendinosus de bovinos criados em diferentes sistemas de alimentação.
Os músculos com mais atividade contrátil tendem a ter transferência isotópica com maior
rapidez e o tipo de fibras musculares pode influenciar na incorporação dos elementos. No
Trapezius cervicis, há predominância de fibras oxidativas (63%), no Longissimus dorsi e
Semitendinosus predominam fibras glicolíticas, com cerca de 43 e 50%, respectivamente
(KIRCHOFER et al., 2002). Fibras oxidativas tem elevada troca de metabólitos e de oxigênio,
portanto são ricamente vascularizadas e com grande número de mitocôndrias (MACARI et al.,
1994). Por outro lado, fibras glicolíticas apresentam reduzida densidade de capilares sanguíneos
e consequentemente menor troca de metabólitos e de oxigênio (BANKS, 1992). Logo, quanto
maior a troca de metabólitos, mais rapidamente os músculos refletem o sinal da troca de dietas.
CONCLUSÕES
O uso da técnica de isótopos estáveis de
13
C,
15
Ne
18
O, permitiu a diferenciação das
carnes de sistemas de alimentação de bovino de corte com uso da análise de multivariada.
REFERÊNCIAS
ANUALPEC. Anuário estatístico da pecuária de corte. São Paulo: FNP Consultoria e
Comércio Ltda., 2015.
BANKS, W.J. Histologia veterinária aplicada. São Paulo: Manole, 1992. 629p.
GANNES, L., O’BRIEN, D.M., AND MARTINEZ DEL RIO, C. Stable isotopes in
animal ecology: assumptions, caveats, and a call for more laboratory experiments. Ecology, vol.
78 (4), p. 1271–1276, 1997.
80
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
GUO, B. L.; WEI, Y. M.; PAN, J. R.; LI, Y. Stable C and N isotope ratio analysis for
regional geographical traceability of cattle in China. Food Chem., v.118, p.915–920, 2010.
KIRCHOFER, K. S., CALKINS, C. R., GWARTNEY, B. L. Fiber-Type Composition of
Muscles of the Beef Chuck and Round. J. Anim. Sci., vol. 80, p. 2872-2878, 2002.
MACARI, M. FURLAN, R.L; GONZALES, E. Fisiologia aviária aplicada a frangos
de corte. Jaboticabal: FUNEP, p.313-323, 1994.
MINITAB. Minitab statistical software user`s guide 2: data analysis and quality tools.
State College, PA, USA: Minitab Release 16, Minitab Inc, 2010.
ZHAO, Y.; ZHANG, B.; CHEN, G. et al. Tracing the Geographic Origin of Beef in China on the
Basis of the Combination of Stable Isotopes and Multielement Analysis. J. Agric. Food Chem.,
v.61 p.7055−7060, 2013.
81
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
DIMINUIÇÃO DA QUANTIDADE DE FUNGOS EM FLORES DE
MELANCIA E DA SOBREVIDA DE LARVAS DE ABELHAS MELÍFERAS
CONTAMINADAS COM PIRACLOSTROBINA
Kamila Vilas Boas Balieira*¹; Tatiane Paes dos Santos¹; Amanda de Carvalho¹; Daniel
Nicodemo¹; Paulo Renato Matos Lopes¹.
¹Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas, campus
de Dracena. *[email protected]
RESUMO
O uso de fungicidas pode implicar negativamente na vida das abelhas. O objetivo desse trabalho
foi verificar se o tratamento de plantas de melancia com piraclostrobina influencia na quantidade
de fungos presentes nas flores masculinas e avaliar se a sobrevida de larvas de abelhas melíferas
foi comprometida quando tratadas com alimento com o fungicida. Foi realizada a contagem de
UFC para fungos totais em anteras das flores masculinas em três tratamentos: sem aplicação
(controle) e com aplicação dois dias antes da coleta (piraclostrobina) e no dia da coleta
(piraclostrobina imediato). Foi verificada a sobrevida média de larvas de abelhas melíferas
intoxicadas com piraclostrobina em cinco concentrações. A contagem de UFC mostrou que o uso
do princípio ativo imediato obteve a menor concentração de fungos totais. A sobrevida média
das larvas de abelhas melíferas foi comprometida para o seu desenvolvimento a partir de doses
de 20ηg. O uso da piraclostrobinana cultura da melancia pode alterar a qualidade dos grãos de
pólen que são utilizados pelas abelhas como alimento e prejudicar o desenvolvimento larval.
PALAVRAS-CHAVE: Apicultura; Intoxicação; Polinização.
INTRODUÇÃO
A cultura da melancia Citrulluslanatus é uma atividade agrícola de grande importância
para o Brasil, pois proporciona retorno econômico para o produtor (SANTOS et al, 2005).
Contudo, o que limita a sua produção são as doenças que provocam danos e redução na
qualidade e produtividade dos frutos (CÉSAR e SANTOS, 2001).
As principais doenças que afetam a cultura da melancia são provocadas por fungos e
vírus, que são contornadas pelo uso de agentes químicos (SANTOS et al, 2005). Os fungicidas e
herbicidas possuem um mecanismo de ação muito especifico, desta forma oferecem grande risco
para as abelhas (RIELD et al, 2006).
82
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
O fungicida piraclostrobina pertence ao grupo das estribilurinas, atua em alguns
processos fisiológicos, promovendo efeitos benéficos à cultura de interesse (VOLF et al., 2011).
Os efeitos subletais decorrentes da exposição de abelhas a baixo nível de dose, ou pequenas
aplicações, a longo prazo, são pouco conhecidos (KEVAN, 1999; THOMPSON, 2003). A
contaminação nas abelhas ocorre no momento da coleta de pólen e néctar (JAY, 1986), por esse
motivo, o tamanho da área pulverizada influencia seus efeitos sobre a colônia e quanto maior a
área, maior a exposição das forrageiras e a contaminação das colônias (FREE, 1993).
O objetivo desse trabalho foi verificar se o tratamento de plantas de melancia com
piraclostrobina influencia na quantidade de fungos presentes nas flores e avaliar se a sobrevida
de larvas de abelhas melíferas foi comprometida quando tratadas com alimento contaminado.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em Dracena/SP, em uma área de 3.000 m², na qual foram
cultivadas plantas de melancia da cultivar Crimson Sweet, a partir de Maio de 2015. Foram
realizadas quatro aplicações em intervalos de 10 dias de fungicida à base de piraclostrobina,
durante o período de floração, conforme recomendação expressa na bula do produto comercial
(Comet® BASF) para o controle de Oídio (Sphaerothecafuliginea).
Foram utilizadas 300 larvas de abelhas melíferas de um dia de idade para a avaliação de
a toxicidade alimentar da piraclostrobina em cinco concentrações 0, 5, 10, 20 e 50 ηg, sendo
incorporado nas dietas a partir do segundo dia. Os alvéolos contendo as larvas foram
acondicionados em placas de Petri, mantidas em câmara de germinação a 33°C e umidade
relativa do ar entre 70 e 80%. As observações foram realizadas nos períodos de 24, 48, 72, 96 e
120 horas, após a intoxicação. A sobrevida foi analisada através do método não paramétrico de
Kaplan-Meier.Além disso, foi realizada a contagem das unidades formadoras de colônias (UFC)
de fungos totais das anteras das flores de melancia, com diluição de 10-² x UFC/0,100g de
anteras, pelo método Pour Plate. Foi realizada diluição seriada das amostras a partir de 9,9 mL
de solução salina 9%. O meio de cultura utilizado foi o ágar Saboraud com tempo de incubação
de 120 horas a 28°C. Os três tratamentos consistiam sem aplicação de piraclostrobina (controle)
e com aplicação dois dias antes da coleta (piraclostrobina) e no dia da coleta (piraclostrobina
imediato).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nas doses de 5 e 10 ηg de piraclostrobina, a sobrevida média das larvas foi superior a 120
horas, não interferindo no seu desenvolvimento (Tabela 1).
83
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Tabela 1 - Sobrevida média, em horas, de larvas de abelhas melíferas tratadas com dietas
intoxicadas com piraclostrobina, em diferentes concentrações.
Tratamentos (doses de
piraclostrobina, ηg/larva)
Sobrevida média (horas)
Controle
> 120
5
> 120
10
> 120
20
120
50
96
χ2
16,25
p
< 0, 0001
Larvas que receberam 20 ηg de piraclostrobina sobreviveram por cinco dias após a
intoxicação e não poderiam completar o seu ciclo de desenvolvimento, passando para a fase de
pupa. Com a maior dose (50 ηg/larva) a sobrevida foi menor (96 horas), indicando que há um
efeito dose dependente em relação à sobrevida das larvas de abelhas melíferas.
Nos resultados da contagem de UFC, foi observado que o tratamento controle (sem a
aplicação do fungicida) obteve maior número de colônias em relação às anteras das flores
tratadas com o princípio ativo (Figura 1). No tratamento com fungicida pulverizado dois dias
antes da coleta foram contadas 508,33 x 102 UFC por 0, 100 g de anteras, ou seja, número menor
que o tratamento controle, porém maior que o ensaio “piraclostrobina imediato”.
Controle
508.33
8.67
Piraclostrobina
1098.33
Piraclostrobina Imediato
Figura 1- Contagem da UFC para fungos totais em 100 g de anteras das flores da cultivar melancia
tratadas em diferentes tratamentos.
O uso do fungicida na cultura imediato mostrou efeito direto na população fúngica pelo
reduzido valor encontrado nos tratamentos com aplicação da piraclostrobina. Além disso, seu
uso pode acarretar em toxicidade aos polinizadores da cultura como, por exemplo, as abelhas.
84
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
CONCLUSÕES
A utilização do princípio ativo piraclostrobina ocasiona o declínio da população de abelhas (Apis
mellifera L.), interrompendo o ciclo de vida das larvas em doses a partir de 20 ηg. A contagem
das UFC de fungos totais revelou o efeito direto desse agente na redução da população fúngica
nas anteras das flores de melancia. Ainda, o uso da piraclostrobina nesta, pode alterar a
qualidade dos grãos de pólen que são utilizados pelas abelhas como alimento e prejudicar o
desenvolvimento larval desses insetos. Suas aplicações devem ser efetuadas ao final da tarde,
quando seu efeito é reduzido.
REFERÊNCIAS
CÉSAR, N.S. & SANTOS, G.R. Doençasda cultura da melancia no Projeto Formoso,
Tocantins. Fitopatologia Brasileira 26:411. 2001.
FREE, J.B. Polinização por insetos de culturas. Academic Press,Londres, U.K. 1993. 684p.
JAY, S.C.Gestão do espaço das abelhas nas culturas.Annual Reviews of Entomology. 1986.
31: 49-65p.
KEVAN, P. sPolinizadores como bioindicadores do status do ambiente:atividade e
diversidade de espécies. Agriculture Ecosystems and Environment. 1999. v.74, 373-393p.
RIELDL, H. Como reduzir o envenenamento por pesticidas abelha.Corvaltis: Oregon
Universidade Estadual, 2006. 26p. (Pacific NorthwestExtension, 591).
SANTOS, R.G; FILHO, C.C. A; SABOYA, M.F.L. Controle químico do crescimenro gomoso
do caule em melancia. Fitopatol. 2005.
THOMPSON, H.M..Efeitos Comportamentais de pesticidas em bees- seu potencial para uso
na avaliação de risco.Ecooxicology, v.12, p. 313-330, 2003.
VOLF, M.R. Piraclostrobina em diferentes épocas de aplicação, e diferentes sistemas de
manejo fitossanitários. Mercosoja. 2011.
85
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
DOSES DE EXTRATO DE PRÓPOLIS NO CONTROLE DO FUNGO
Aspergillus sp E NO TRATAMENTO DE SEMENTES DE PEPINO
Loyara Joyce de Oliveira*¹; Bruno Salvat Moscato²; Fernando Henrique Benatto Perino²;
Pâmela Gomes Nakada Freitas¹; Sílvia Blumer².
¹Universidade Estadual Paulista/ Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas
(UNESP/FCAT); Departamento de Produção Vegetal; Dracena-SP; Brasil.
*[email protected] ²Faculdades Gammon (FUNGE); Departamento de Produção
Vegetal; Paraguaçu Paulista-SP; Brasil.
RESUMO
O controle alternativo tem como características a ausência de contaminação e toxicidade social e
ambiental, e uma alternativa é o extrato de própolis, que se objetivou com este trabalho, verificar
o efeito de soluções de extrato de própolis no controle in vitro do fungo Aspergillus sp, e a
qualidade fisiológica das sementes de pepino após o tratamento com as mesmas soluções.
Isolado do fungo foi inoculado em meio BDA com concentrações de 0; 8; 12; 18 e 25% de
extrato aquoso Propamax®, totalizando cinco tratamentos. Para o tratamento das sementes foram
utilizadas mesmas concentrações de extrato de própolis. O delineamento foi inteiramente
casualizado com seis repetições. Verificou-se que com o aumento linear da dose do extrato de
própolis, houve interferência no desenvolvimento do fungo atingindo máximo com dose de 25%.
Sementes de pepino tratadas com soluções de própolis não afetam a qualidade fisiológica,
surgindo um possível tratamento alternativo de sementes.
PALAVRAS-CHAVE: Cucumis sativus; defensivo orgânico; qualidade fisiológica.
INTRODUÇÃO
O pepino é uma das hortaliças que vem se destacando, e ocupou o terceiro lugar do
ranking em 2014 na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (CEAGESP),
em valores de 56.856,76 t e com participação de 6,5% nesse cenário (CEAGESP, 2014).
A cultura é propagada sexuadamente através de suas sementes. Estas são um dos
principais agentes disseminadores de patógenos. Alojam determinados organismos, como fungos
parasitas de sementes, Aspergillus sp, reduzindo a viabilidade e vigor das sementes
(MIGLIORINI et al., 2011).
Para prevenção contra esses patógenos, ainda é mais utilizado o tratamento com
agrotóxicos em sementes. Os antifúngicos presentes no mercado, além de gerar custos para o
produtor, gera também um alto custo ambiental visto a toxicidade destas substâncias e seus
efeitos prejudiciais ao meio ambiente (CESCHINI, 2011).
Os controles alternativos (SOUZA; SOARES, 2009) têm como características o
baixo potencial de contaminação e toxicidade, reduzindo risco à saúde. Uma das alternativas
utilizadas é o uso de produtos como a própolis, caracterizando-se com propriedades antifúngicas,
antimicrobianas, antioxidantes, antiviral e antiprotozoária (PEREIRA et al., 2008).
86
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Foram encontrados trabalhos utilizando o extrato de própolis em: tomate (PEREIRA
et al., 2008), em plantas do pepineiro (VIEIRA et al., 2009), quiabeiro (SOUZA et al., 2008). No
entanto, não foram encontrados resultados no tratamento de sementes de pepino.
Portanto, este trabalho objetivou verificar o efeito de doses de extrato de própolis no
controle do fungo Aspergillus sp in vitro e, a qualidade fisiológica das sementes de pepino após o
tratamento com as mesmas doses.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado em duas etapas, sendo a primeira no Laboratório de
Microbiologia e a segunda no Laboratório de Sementes da Faculdade Gammon, localizada em
Paraguaçu Paulista-SP, no período de agosto de 2014 a março de 2015.
Na primeira etapa foi estudado soluções de extrato de própolis no controle do fungo
Aspergillus sp. in vitro. Os tratamentos consistiram em soluções do extrato de própolis
Propamax® nas concentrações de 0; 8; 12; 18 e 25%.
Na segunda etapa foi feito o tratamento de sementes de pepino da cultivar Pepino
Aodai Melhorado com as mesmas concentrações citadas anteriormente com extrato de própolis.
Estas foram tratadas, agitando-se por cinco minutos (ASSIS et al., 2012), com as mesmas
concentrações do extrato de própolis. Retirou-se o excesso da solução, e em seguida foram
colocadas sobre papel toalha permanecendo em câmara fria por um dia para secagem.
As características avaliadas foram: germinação e vigor (primeira contagem de
germinação e comprimento da parte aérea e raiz). Para o teste de germinação e primeira
contagem de germinação adotou-se a metodologia de Brasil (2009). Para avaliação do
comprimento de parte aérea e raiz, foram amostradas 10 plântulas normais do teste de
germinação medidas com auxílio de uma régua, expresso em centímetros (GUEDES et al.,
2013).
Nas duas etapas do estudo o delineamento experimental adotado foi inteiramente
casualizado com seis repetições.
Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F a 5% de probabilidade, e
em caso de significância, as médias foram comparadas através da análise de regressão, ao
mesmo nível de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na primeira etapa do estudo, verificou-se que o extrato de própolis promoveu
interferência no desenvolvimento do fungo Aspergillus sp, à medida que aumentou a dose de
87
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
extrato de própolis, diminuiu o crescimento micelial do fungo (Figura 1), conferindo o efeito
antifúngico (PEREIRA et al., 2008). Vieira et al. (2009) também verificaram controle do oídio
na cultura do pepino ao utilizarem o extrato de própolis na concentração de 1,6%.
Na segunda etapa do trabalho, não houve diferença significativa para germinação,
primeira contagem e comprimento de parte aérea (Tabela 1). Diferentemente para o
comprimento de raiz de plântulas de pepino, verificou-se que as sementes tratadas com solução
de extrato de própolis, foram beneficiadas pelas soluções de própolis, atingindo maior
crescimento
micelial (cm)
comprimento na dose de 15% (Figura 2).
4
3
2
1
0
y = -0.0854x + 2.9161
R² = 0.7587
0
4
8
12
16
20
própolis (%)
24
28
raiz (cm)
Figura 1. Crescimento micelial do fungo Aspergillus sp desenvolvido em função de diferentes
doses de extrato de própolis. Paraguaçu Paulista, 2014.
12
11
10
9
8
y = -0.0108x2 + 0.3225x + 9.4407
R² = 0.7768
0
4
8
12 16 20
própolis (%)
24
28
Figura 2. Comprimento da raiz de plântulas de pepino em função do tratamento de sementes de
pepino com diferentes doses de extrato de própolis. Paraguaçu Paulista, 2014.
Tabela 1. Germinação, primeira contagem de germinação e comprimento de parte aérea (CPA)
em função do tratamento de sementes de pepino com diferentes doses de extrato de própolis.
Paraguaçu Paulista, 2014.
Solução de
própolis (%)
0
8
12
18
25
CV**
Germinação (%)*
84
90
85
82
88
8,5
Primeira contagem de
germinação (%)*
75
87
82
81
75
10,7
Parte aérea de plântula
(%)*
8,8
8,7
7,7
10,1
9,4
16,8
*Não significativo a 5% de probabilidade.
**Coeficiente de variação.
88
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
CONCLUSÕES
O extrato de própolis na dose de 25% proporcionou interferência no
desenvolvimento do fungo Aspergillus sp impedindo a sua proliferação, como também não
afetou a qualidade fisiológica de sementes de pepino.
REFERÊNCIAS
ASSIS, M.O.; RODRIGUES, B.R.A.; DAVID, A.M.S.S.; CANGUSSÚ, L.V.S.; MOTA, W.F.
2012. Potencial fisiológico de sementes de coentro e resposta ao tratamento com fertilizante à
base de zinco e molibdênio. Horticultura Brasileira, v. 30, p. S7867-S7874. 2012.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de
sementes. Brasília: Mapa/ACS, 2009. 399p.
CEAGESP,
2014.
Disponível
em:
<http://www.acessoainformacao.gov.br/sistema/Principal.aspx>. Acesso em: fevereiro de 2015.
CESCHINI, V.C. Potencial antifúngico de extratos de folhas de Eucalyptus staigeriana F.
Muell. sobre Aspergillus flavus. 97f. Dissertação. (Mestrado em ciências) - Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba, 2011.
GUEDES, R.S.; ALVES, E.U.; COSTA, E.M.T.; SANTOS-MOURA, S.S.; SILVA, R.S.;
MIGLIORINI, P.; MUNIZ, M.; MULLER, J.; NOAL, G.; POLLET, C.S.; BASTOS, B.O. ;
SILVA, T.A.; SUZANA, C.S. Qualidade sanitária de sementes de Brassica napus produzidas no
Estado do Paraná. In: SIMPÓSIO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO, 16., 2012, Santa
Maria Anais... Santa Maria: Unifra, 2012.
PEREIRA, S.C.; GUIMARÃES, R.J.; POZZA, A.; SILVA, E.A. Controle da cercosporiose e da
ferrugem do cafeeiro com extrato etanólico de própolis. Revista Ceres, Viçosa, v. 55, n. 5, p.
369-376. 2008
SOUZA, L.A. Efeito fungicida da própolis e do leite sobre a cercosporiose na cultura do
quiabeiro (Abelmoschus esculentus). Revista Brasileira de Agroecologia, Porto Alegre, v. 3,
suplemento especial, 2008.
VIEIRA; G.H.C.; ANDRADE, W.P. Efeito fungicida de produtos alternativos no controle de
oídio em pepineiro. Omnia Exatas, Adamantina. v. 2, n. 2, p.45-49, 2009.
89
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
DOSES DE POTÁSSIO NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE MOGNOAFRICANO
João Vitor França Pirola*¹; Matheus da Silva Araújo²; Stephany Diolino Cunha2; José
Eduardo Dias Calixto Júnior2; Vitor Corrêa de Mattos Barretto3.
¹Discente, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”; Câmpus
Experimental de Dracena; ²Discentes do curso de Engenharia Florestal; Universidade
Estadual de Goiás; Câmpus Ipameri, Goiás; 3Professor Assistente Doutor, Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”; Câmpus Experimental de Dracena;
*joã[email protected]
RESUMO
O presente trabalho teve por objetivo avaliar o crescimento inicial de plantas de mognoafricano (Khaya senegalensis) submetidas a doses de potássio. O experimento foi instalado e
conduzido em casa de vegetação da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri. O
delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com cinco doses de potássio (0;
40; 80; 120 e 160 mg dm-3) e cinco repetições. Utilizou-se amostras de areia lavada, como
substrato, sendo acondicionadas em vasos de plástico com capacidade para 7 dm3. As variáveis
analisadas foram: altura, diâmetro de colo e número de folíolos aos 90 dias após transplantio.
Todas as variáveis não apresentaram diferenças significativas entre as doses de potássio. Deste
modo, pode-se concluir que a Khaya senegalensis é pouco exigente em potássio na fase inicial
de crescimento, desde que as demais necessidades nutricionais sejam atendidas.
PALAVRAS-CHAVE: Khaya senegalensis; macronutriente; adubação potássica.
INTRODUÇÃO
Um dos fatores essenciais para o desenvolvimento das espécies florestais é o
conhecimento das exigências nutricionais. Aliado a isto, os solos destinados aos povoamentos
florestais são geralmente arenosos, de baixa fertilidade natural e com déficit hídrico, fatores
esses que interferem nos teores de nutrientes no solo e na disponibilidade destes para as plantas,
sendo a adubação uma prática importante (SOUZA et al., 2010).
Várias espécies estão sendo difundidas no Brasil, em especial, o mogno-africano
(Khaya senegalensis) pertencente à família Meliaceae que possui madeira de alta resistência e de
90
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
alto valor comercial, sendo destinada para movelaria, laminação, construção naval e construções
de interiores (PINHEIRO et al., 2011).
O potássio não faz parte de nenhum composto orgânico, entretanto é o cátion mais
abundante no citoplasma e a com grande importância no potencial osmótico das células e dos
tecidos de plantas. Plantas bem supridas de potássio apresentam maior eficiência do uso da água,
enquanto que plantas deficientes em potássio possuem menor desempenho fotossintético, devido
à abertura estomática não acontecer de forma regular, reduzindo a entrada de CO2 (PRADO,
2008).
Poucos são os estudos avaliando as necessidades nutricionais para o desenvolvimento
inicial de plantas de mogno-africano. Visto o potencial da espécie e a escassa existência de
pesquisas sobre o assunto, o presente trabalho teve por objetivo avaliar crescimento inicial de
plantas de mogno-africano adubadas com potássio em casa de vegetação.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi instalado e conduzido em casa de vegetação da Universidade
Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri-GO. O substrato utilizado foi areia lavada. A precipitação
média anual é de 1.500 mm. As temperaturas registradas foram de 11°C (mínima) e 43°C
(máxima), com média de 27°C, durante a execução do experimento.
As mudas de mogno-africano (Khaya senegalensis) foram obtidas do viveiro
Vasconcelos Florestal, localizado no município de Monte Alto-SP. As mudas foram oriundas de
sementes importadas do continente africano, produzidas em tubetes com capacidade de 53 cm3,
altura média de 15 cm e 90 dias de idade. Nesse período, não receberam nenhuma adubação.
Posteriormente, essas mudas foram transferidas para vasos de polietileno preto, com capacidade
para 7 dm3, com uma planta por vaso, contendo areia que constituíram os tratamentos.
Em seguidas foram adicionadas as seguintes doses de potássio: 40; 80; 120 e 160 mg
dm-3, tendo como fonte o cloreto de potássio (60% de K2O). Também foram adicionados doses
padrões de nitrogênio (160 mg dm-3) e fósforo (150 mg dm-3) tendo como fonte o ureia e
superfosfato triplo, respectivamente. E por fim, os micronutrientes: boro (0,5 mg dm-3),
manganês (1,5 mg dm-3), zinco (5 mg dm-3), cobre (0,5 mg dm-3) e molibdênio (0,1 mg dm-3).
As mudas foram transplantadas para os vasos aos 90 dias de idade, no mês de junho de
2015. A umidade do solo foi mantida durante todo o período experimental em aproximadamente
60% da capacidade de retenção de água na areia. O volume de água evapotranspirado foi
91
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
reposto, diariamente, por meio de pesagem dos vasos que indicaram a quantidade necessária de
água a ser adicionada individualmente em cada vaso.
As plantas foram conduzidas até aos 90 dias após o transplantio, as quais foram
determinadas a altura, o diâmetro do coleto e número de folíolos.
O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados com 5 doses de
potássio (0; 40; 80; 120 e 160 mg dm-3) e 5 repetições. Cada parcela experimental foi constituída
por um vaso de plástico com capacidade de 7dm³ de areia, contendo uma muda de mognoafricano (Khaya senegalensis).
Os dados obtidos nas avaliações foram submetidos à análise de variância (teste F) e as
médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade, utilizando-se o
programa estatístico ASSISTAT (SILVA, 2009).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nas Tabelas 1 e 2 são apresentadas as médias das variáveis analisadas nas plantas de
mogno-africano em função dos tratamentos, aos 90 dias após transplantio. Verifica-se que não
houve diferenças estatísticas significativas para as variáveis aos 90 dias após transplantio
(Tabelas 1 e 2).
Tabela 1. Resumo da análise de variância para altura, diâmetro e número de folíolos de plantas
de mogno-africano submetidas a doses de potássio. Ipameri. UEG. 2015.
Quadrados médios
GL
Fonte de
Altura
Diâmetro
Número de
Variação
(cm)
(mm)
Folíolos
NS
NS
Tratamento
4
5,47040
2,09780
106,64000NS
Bloco
4
4,01440
2,09680
219,04000
CV(%)
16,39
13,46
38,25
Média
23,89
8,47
51,36
ns não significativo ao
nível 5% de probabilidade pelo Teste F.
Tabela 2. Médias das características avaliadas para altura, diâmetro e número de folíolos
de plantas de mogno-africano submetidas a doses de potássio. Ipameri. UEG. 2015.
Médias
Fonte de
Altura
Diâmetro
Número de
Variação
(cm)
(mm)
Folíolos
22,70 a
8,70 a
48,40 a
0
23,22 a
9,21 a
57,80 a
40
25,42
a
8,03
a
54,60 a
80
24,30 a
8,82 a
47,00 a
120
23,84
a
7,59
a
49,00 a
160
92
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey ao
nível de 5% de probabilidade.
Perez (2014) objetivando avaliar o suprimento de doses de potássio sob duas condições
hídricas (30 e 70% de capacidade de retenção de água) verificou que o aumento das doses de
potássio não afetou o crescimento em altura, diâmetro, área foliar e matéria seca de raiz, caule e
folhas das plantas a 70% de umidade.
CONCLUSÕES
O mogno-africano (Khaya senegalensis) é pouco exigente em potássio na fase inicial de
crescimento, desde que as demais exigências nutricionais sejam supridas.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Ipameri e ao Viveiro
Vasconcelos Florestal pela doação das mudas de mogno-africano para a realização de pesquisas.
REFERÊNCIAS
PINHEIRO, A. L.; COUTO, L.; PINHEIRO, D. T.; BRUNETTA, J. M. F. Ecologia,
silvicultura e tecnologia de utilização dos mognos-africanos (Khaya spp.). Viçosa, MG:
Sociedade Brasileira de Agrossilvicultura. 2011. 102 p.
PEREZ, B. A. P. Doses de potássio e umidades de solo para o crescimento de plantas de
mogno-africano. 2014. 33 f. Dissertação (Mestrado em Produção Vegetal) – Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,
Jaboticabal, 2014.
PRADO, R. M. Nutrição de plantas. São Paulo: UNESP, 2008. 407 p.
SILVA, F. de A. S. E; AZEVEDO, C. A. V. de. Principal Components Analysis in the Software
Assistat-Statistical
Attendance.
In:WORLD
CONGRESS
ON
COMPUTERS
IN
AGRICULTURE, 7, Reno-NV-USA: American Society of Agricultural and Biological
Engineers, 2009.
SOUZA, C. A. S.; TUCCI, C. A. F.; SILVA, J. F.; RIBEIRO, W. O.; Exigências nutricionais e
crescimento de plantas de mogno (Swietenia macrophylla King.). Revista Acta Amazonica, v.
40, n. 3, p. 515-522, 2010.
93
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
EFEITO DO IMIDACLOPRIDO SOBRE A BIOENERGÉTICA EM
MITOCONDRIAS ISOLADAS DE FÍGADO DE RATO
Bizerra, P F.V.*, Tavares, M.A., Mazzo, M., Bottan, A.P., Mingatto, F.E. Laboratório de
Bioquímica
Metabólica
e
Toxicológica
(LaBMeT),
UNESP-Dracena/SP.
*email:
[email protected]
RESUMO
Inseticidas estão sendo usados extensivamente em todo o mundo no domínio da agricultura e da
prática veterinária para o controle de parasitos. O imidacloprido é um inseticida neonicotinóide
que mata os insetos via ingestão ou contato, interferindo no sistema nervoso por meio do
bloqueio dos receptores pós-sinápticos da acetilcolina. Neste estudo avaliou-se o efeito da adição
de diferentes concentrações de imidacloprido (150, 200, 250 e 300 µM) sobre a bioenergética em
mitocôndrias energizadas com substratos do complexo I e do complexo II da cadeia respiratória.
O imidacloprido afetou a bioenergética das mitocôndrias, inibindo a cadeia respiratória,
causando danos à respiração mitocondrial e dissipou o potencial de membrana.
PALAVRAS-CHAVE: Imidacloprido; Bioenergética; Mitocôndrias.
INTRODUÇÃO
Inseticidas estão sendo usados extensivamente em todo o mundo no domínio da
agricultura e da prática veterinária para o controle de parasitos. O uso indiscriminado e/ou a
exposição destes inseticidas levou a uma preocupação generalizada sobre os potenciais
toxicológicos e efeitos adversos desses produtos químicos na saúde humana e animal (ALSALEH, 1994).
O imidacloprido (1-[(6-cloro-3-piridinil)metil]-N-nitro-2-imidazolidinimina) é um
inseticida neonicotinóide que mata os insetos via ingestão ou contato, interferindo no sistema
nervoso por meio do bloqueio dos receptores pós-sinápticos da acetilcolina (TOMIZAWA et al.,
2005). É amplamente utilizado para controle de vários insetos no tratamento de sementes, do
solo e de plantações e até mesmo no controle de pulgas em animais domésticos e moscas em
animais de fazenda (HUTCHINSON et al., 2001; FOSSEN, 2006). Vários estudos vêm sendo
conduzidos sobre os efeitos do imidacloprido em animais, principalmente em ratos,
demonstrando que o composto tem alta capacidade de danificar o fígado, porém, o mecanismo
de ação tóxica neste órgão ainda não foi descrito.
94
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
O fígado é o órgão central no metabolismo, pois está interposto entre o trato digestivo e
a circulação geral do organismo. Ele é capaz de biotransformar e inativar muitos xenobióticos,
convertendo-os em substâncias hidrossolúveis, facilitando, assim, a eliminação destes pelo
organismo (Guillouzo, 1998). A ação de compostos nocivos ao organismo vivo pode atingir as
mitocôndrias, que é responsável pela síntese da quase totalidade do ATP necessário à
manutenção da estrutura e função celular.
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do imidacloprido em mitocôndrias isoladas
de fígado de rato em parâmetros associados à bioenergética, para elucidar os mecanismos de sua
toxicidade.
MATERIAL E MÉTODOS
As mitocôndrias foram isoladas por centrifugação diferencial (PEDERSEN et al., 1978)
do fígado de ratos Wistar machos pesando entre 180-200 g e a proteína mitocondrial foi
determinada utilizando-se a reação do biureto, de acordo com Cain e Skilleter (1987), e BSA
como padrão.
Os ensaios foram realizados a 30oC usando-se mitocôndrias energizadas com glutamato
de potássio 5 mM + malato de potássio 5 mM ou succinato de potássio 5 mM (+ rotenona 50
nM). O meio padrão de incubação era composto por sacarose 125 mM, KCl 65 mM e HEPESKOH 10 mM, pH 7,4.
O consumo de oxigênio pelas mitocôndrias foi medido usando um medidor de oxigênio
dissolvido equipado com um eletrodo tipo Clark. A respiração de estado 3 foi iniciada pela
adição de 400 nmols de ADP.
O potencial de membrana das mitocôndrias energizadas foi determinado com o
indicador safranina O (4 µM). A variação de fluorescência foi avaliada utilizando-se um
espectrofluorímetro, nos comprimentos de onda de 505 e 535 nm para excitação e emissão,
respectivamente. Os resultados foram expressos como porcentagem em relação à fluorescência
total obtida com a adição do desacoplador CCCP.
A significância estatística dos dados experimentais foi determinada pelo teste de análise
de variância (ANOVA), seguido do teste de comparação múltiplas Dunnett, sendo considerados
estatisticamente significativo os resultados com valores de P < 0,05. As análises foram realizadas
por meio do programa GraphPad Prism, versão 4.0 para Windows, GraphPad Software (San
Diego, CA, USA 03/04/2003).
95
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os efeitos da adição de diferentes concentrações de imidacloprido (150, 200, 250 e 300
µM) sobre a velocidade de consumo de oxigênio do estado 3 da respiração em mitocôndrias
energizadas com substratos do complexo I e do complexo II da cadeia respiratória foram
observados em dois experimentos independentes. No primeiro experimento (Fig. 1), o substrato
oxidável foi o glutamato 5 mM juntamente com malato 5 mM (complexo I) e observa-se que a
ação do imidacloprido é dose dependente e sua inibição é significativo a partir da concentração
150 µM. Já no segundo experimento (Fig. 2), o substrato oxidável foi o succinato 5 mM
(complexo II) e o imidacloprido apresentou efeito semelhante sendo significativo a partir da
50
25
**
Consumo de O2 em
nmol de O2 . min -1 mg de proteína-1
Consumo de O2 em
nmol de O2. min -1 mg de proteína-1
concentração 150 µM.
**
**
**
250
300
0
C
150
200
50
25
**
**
**
**
0
C
150
Imidacloprido (µ
µM)
200
250
300
Imidacloprido (µ
µM)
Figura 1. Efeito do imidacloprido sobre a respiração
Figura 2. Efeito do imidacloprido sobre a respiração
em mitocôndrias isoladas de fígado de rato
em mitocôndrias isoladas de fígado de rato
energizadas
energizadas
com
malato
e
glutamato.
com
**Significantemente diferente do controle (C)
**Significantemente
(P<0,01).
(P<0,01).
succinato
diferente
(+
do
rotenona).
controle
(C)
As Figuras 3 e 4 mostram o efeito do imidacloprido sobre o potencial de membrana em
mitocôndrias isoladas de fígado de rato, quando energizadas com malato e glutamato (Fig. 3) ou
succinato (+ rotenona) (Fig. 4). Pode-se observar que houve efeito significativo sobre o potencial
de membrana em ambos os casos a partir da concentração de 200 µM, sendo o efeito mais
pronunciado quando as mitocôndrias foram energizadas com succinato (+ rotenona).
**
100
**
**
∆ψ
(% do total)
∆ψ
(% do total)
100
50
**
**
**
50
0
0
C
150
200
250
300
C
150
200
250
300
Imidacloprido (µ
µM)
Imidacloprido (µ
µM)
Figura 3. Efeito do imidacloprido sobre o potencial de
Figura 4. Efeito do imidacloprido sobre o potencial de
membrana em mitocôndrias isoladas de fígado de rato
membrana em mitocôndrias isoladas de fígado de rato
energizadas
energizadas
com
malato
e
glutamato.
**Significantemente diferente do controle (C) (P<0,01).
com
succinato
(+
96
rotenona).
**Significantemente diferente do controle (C) (P<0,01).
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
CONCLUSÕES
O imidacloprido afeta a bioenergética das mitocôndrias, inibindo a cadeia respiratória,
causando danos à respiração mitocondrial e dissipando o potencial de membrana. Esse efeito
pode estar relacionado com a intoxicação hepática de animais tratados com o imidacloprido
observado em estudos anteriores.
REFERÊNCIAS
AL-SALEH, I. A. Pesticides: A review article. J. Environ. Pathol. Toxicol. Oncol. V. 13, p.
151-161, 1994.
CAIN, K. & SKILLETER, D.N. Preparation and use of mitochondria in toxicological research.
In: SNELL, K. &MULLOCK, B., (Ed). Biochemical Toxicology. Oxford: IRL Press, p. 217254, 1987.
FOSSEN, M. Environmental Fate of Imidacloprid, Environmental Monitoring Department,
California Department of Pesticide Regulation, 1001 I Street, Sacramento, CA, 2006.
GUILLOUZO, A. Liver cell models in in vitro toxicology. Environmental Health
Perspectives, v. 106, n. 2, p. 511-532, 1998.
HUTCHINSON MJ, JACOBS DE, MENCKE N. Establishment of the cat flea (Ctenocephalides felis) on
the ferret (Mustela putorius furo) and its control with imidacloprid. Med. Vet Entomol, v.15, p.212‐214,
2001.
PEDERSEN, P.L., GREENAWALT, J.W., REYNAFARJE, B., HULLIHEN, J., DECKER,
G.L., SOPER, J.W. & BUSTAMENTE, E. Preparation and characterization of mitochondria and
submitochondrial particles of rat liver and liver-derived tissues. Methods Cell.Biol., v.20, 411481, 1978.
TOMIZAWA M.; LEE D.L.; CASIDA J.E.; Neonicotinoid insecticide toxicology: Mechanisms
of selective action. Annu Rev Pharmacol Toxicol v. 45 p. 247-68, 2005.
97
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
EFEITOS DE LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E DOSES DE POTÁSSIO EM
VARIÁVEIS MORFOFISIOLÓGICAS E PRODUTIVIDADE DE CAPIMMOMBAÇA
Gabriel Ribeiro Ferrairo1; João Paulo Basaglia Freschi1; Jean Claudio Queiroz Cardoso1,
Rafael Simões Tomaz1; Ronaldo Cintra Lima1.
¹FCTA – Unesp Dracena. * [email protected]
RESUMO
Objetivou-se neste trabalho, estudar o efeito de lâminas de água, doses de adubação
com potássio e sua interação sobre a produtividade do capim-Mombaça. O experimento foi
realizado no campo irrigado da FCAT-Unesp Dracena, em delineamento de blocos ao acaso com
quatro repetições, em esquema fatorial 5x4. Foram consideradas variáveis fisiológicas e de
produtividade. Foi realizada análise de variância e subsequente teste de médias para as variáveis
que apresentaram efeito significativo. Foi identificado efeito significativo (p<0,05) da lâmina de
irrigação sobre o índice de clorofila, diâmetro equatorial do estômato, altura de planta e massa
seca de forragem. Para essa última, as lâminas de 100 e de 70% apresentaram resultados
significativos com produtividade de 3166 e 3035 kg.ha-1. Apenas a característica altura de planta
apresentou diferença significativa para o fator adubação com potássio. De forma geral, os
menores níveis conduziram a menor altura da forrageira.
PALAVRAS-CHAVE: Manejo de água, forrageira; fertilizantes.
INTRODUÇÃO
As pastagens representam a forma mais prática e econômica de alimentação de bovinos,
constituindo a base de sustentação da pecuária no Brasil. Sabe-se, entretanto, que os resultados
econômicos que vêm sendo obtidos pela maioria dos pecuaristas do nosso país, com a produção
de bovinos a pasto, podem ser considerados muito modestos tendo em vista o grande potencial
(GARGANTINI, 2005). A baixa produtividade das pastagens, dentre elas o capim-Mombaça
(Panicum maximum), é devido ao estabelecimento inadequado, lotação excessiva, baixa
fertilidade do solo, falta de adubação e manutenção, agravado por déficit hídrico.
Por vezes, faz-se necessário lançar mão de tecnologias que visam melhorar a
produtividade e qualidade das forrageiras. Neste contexto, destacam-se estudos que visam o
adequado dimensionamento do sistema de irrigação, associados ou não com uso de corretivos,
98
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
adubação de base como fósforo, e adubação de cobertura com nitrogênio e doses de potássio, que
interferem diretamente na fisiologia da planta. Ainda, segundo Steinglein et al. (2005) faz-se de
suma importância a avaliação de variáveis fisiológicas de forma a melhor entender sua relação
com fatores de nutrição e disponibilidade de água. Este trabalho foi, então, realizado com o
objetivo de estudar o efeito das lâminas de água e doses de potássio e sua interação sobre a
produtividade e sobre as características morfofisiológicas do capim Mombaça.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido com a forrageira de capim-Mombaça na Área
Experimental Irrigada do Campus da Unesp de Dracena – SP, implantado em 20/02/2015 e
primeiro corte em 15/07/2015. Foi considerado delineamento de blocos ao acaso, 4 repetições,
em esquema fatorial 5x4 com, parcelas medindo 3x3m. Foram avaliadas 5 diferentes lâminas de
irrigação (ETo padrão = 100%) sendo, L1 (130%); L2 (100%); L3 (70%); L4 (30%) e L5 (0%),
adotou coeficiente de cultura (Kc) igual a 1,0, e o tratamento secundário composto por 4 doses
de potássio (K): 0; 50, 100 e 200 kg.ha-1 por corte e foram analisados lâminas da parte abaxial
das folhas tratadas com potássio, sendo todas observadas em microscópio óptico Olympus
modelo BX 43. As fotos serão utilizadas para as medições dos parâmetros anatômicos por meio
do programa de análise de imagens cellSens Standard, segundo metodologia descrita por Pereira
et al. (2008). As variáveis avaliadas foram: índice de clorofila (IC), número de estômatos por
milímetro quadrado da face abaxial da folha (NE), distância polar de estômatos da face abaxial
da folha (DPE), distância equatorial de estômatos da face abaxial da folha (DEE). A altura de
planta (AL) foi medida em campo. A forragem colhida, identificada, pesada, e encaminhada ao
Laboratório Morfofisiológica Vegetal da FCAT – Unesp Dracena, para determinação da massa
seca (MS), segundo metodologia descrita por Silva & Queiroz (2002). Os dados foram
submetidos à análise de variância e subsequente de comparação de médias (p<0,05). Todas as
análises estatísticas foram procedidas por meio de rotinas desenvolvidas pelos autores no
Software livre R.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O resultado ANOVA para as variáveis fisiológicas e de produtividade estão
apresentados na Tabela 1. O fator Dose adubação com potássio foi significativo apenas para a
variável AL. O fator Lâmina de irrigação foi significativo para as variáveis fisiológicas IC e
99
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
DEE, e para as variáveis de produtividade, AL e MS. O efeito de Interação Lâmina de Irrigação
x Adubação com potássio não se mostrou significativo para nenhuma variável. Para aqueles
fatores que se mostram significativos, foram procedidos os respectivos de médias (Tabela 2).
Tabela 1. Resumo da ANOVA para as Variáveis Fisiológicas e de Produtividade. QM –
Quadrado médio do resíduo; g.l. – grau de liberdade.
QM
FV
g.l.
Dose
3
Lâmina
4
IC
1,7ns
989,80*** 5,04.10-9 ns
ns
Interação 12
13,6
Resíduo
18,7
Média
CV (%)
60
Variáveis Fisiológicas
NE
DPE
-9 ns
3,74.10
0,49ns
23,88
18,10
2,21.10
-9 ns
2,14.10-9 ns
2,06.10
22,48
-4
11,97ns
5,48
ns
DEE
2,32ns
29,15***
8,33
ns
Variáveis de Produtividade
AL
MS
588,60***
160273,00ns
360,70**
62,30
ns
2282610,00***
176123,00ns
4,83
5,10
78,60
325310,00
25,84
8,51
18,61
12,14
81,47
10,88
2769,50
20,59
*** - (p<0,001); ** - (p<0,01); * - (p<0,05); ns – (p≥0,05).
Tabela 2. Teste Tukey para comparação de médias dos fatores Lâmina de Irrigação (A)
e Dose de Adubação com potássio (B). Estão apresentadas apenas as variáveis cujos efeitos
mostraram significância na ANOVA.
(A)
(B)
Lâminas
IC
DEE
AL
MS
Dose
AL
L1
30,08 a 18,41 ab
85,44 a
2710 ab
D1
79,25 bc
L2
27,09 a 18,7 ab
85,06 a
3166 a
D2
75,45 c
L3
29,78 a 19,24 a
83,81 a
3035 a
D3
83,05 ab
L4
21,08 b 20,19 a
78,44 ab 2749 ab
D4
88,15 a
L5
11,38 c 16,53 b
74,62 b
2187 b
* Médias com letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).
Para a característica IC, as lâminas de 30% e 0% conduziram a valores
significativamente menores que os demais, evidenciando que o estresse hídrico acentuado
prejudicou bastante o desenvolvimento do capim-Mombaça. Resultado semelhante ocorreu com
a característica AL, no qual se observou gradativa diminuição desta característica com a redução
da lâmina de irrigação. DEE respondeu de forma negativa às lâminas de irrigação extremas. A
lâmina que conduziu a um maior diâmetro (numérico) foi a de 30%. Já para a característica MS,
que reflete a produtividade de forragem, as lâminas de 100 e de 70% conduziram a resultados
100
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
estatisticamente iguais entre si. Apenas a característica AL apresentou diferença significativa
para o fator adubação com potássio. De forma geral, os menores níveis conduziram a menor
altura do capim-Mombaça.
CONCLUSÕES
Foram identificados efeitos significativos com relação à Lâmina de Irrigação e dose de
adubação com Potássio. Com relação à característica MS, que reflete a produtividade de
forragem, as lâminas de irrigação de 100 e de 70%, conduziram a resultados numericamente
superiores que os demais.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem o apoio financeiro das seguintes instituições: PROPe; PROEX,
UNESP-Dracena.
REFERÊNCIAS
GARGANTINI, P.E. Irrigação e adubação nitrogenada em capim-Mombaça
(Panicum maximum jacq) na região oeste do Estado de São Paulo. Ilha Solteira, 2005. 85p.
Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Engenharia da UNESP.
PEREIRA, F.J.; CASTRO, E.M.; SOUZA, T.C.; MAGALHÃES, P.C. Evolução da
anatomia radicular do milho 'Saracura' em ciclos de seleção sucessivos, Pesquisa Agropecuária
Brasileira, v. 43, n. 12, p.1649-1656, 2008.
R Core Team (2015). R: A language and environment for statistical computing. R
Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. URL http://www.R-project.org/
SILVA, D.J., QUEIROZ, A. C. Análise de Alimentos (métodos químicos e
biológicos). 3. ed. Viçosa: Imprensa Universitária da Universidade Federal de Viçosa. 2002.
235p.
STENGLEIN S.A.; ARAM BARRI A.M.; CARMEM M. D.; SEVILLANO M.; BALATTI P.A.
Leaf epidermal characters related with plant’s passive resistance to pathogens vary among
accessions of wild beans Phaseolus vulgaris var. aborigineus (Leguminosae-Phaseoleae). FloraMorfhology, Distribution, Functional Ecology of Plants, v. 200, p. 285-295, 2005.
101
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
EQUAÇÃO MATEMÁTICA PARA USO DO BIOGÁS NA GERAÇÃO DE
ELETRICIDADE E FUNCIONAMENTO DE MOTORES
ESTACIONÁRIOS
Guilherme Augusto Colusse*¹; Murilo Postingue Bernardo²; Juliana Caroline Colusse3 Cristiane
Pirola Narimatsu4 ¹Graduação em Biotecnologia pela FISMA-Andradina ²Estudante de
graduação em Agronomia pela UNESP campus Dracena 3Estudante de graduação em Zootecnia
pela
UNESP
campus
Dracena
4
Doutora
em
Engenharia
Química
pela
UFSCAR
*[email protected]
RESUMO
Com a grande demanda por energia elétrica e o aumento abusivo de seu preço, ocorre a
necessidade de inovação energética no setor agropecuário com a finalidade de promover práticas
alternativas que consigam satisfazer a demanda pelo agricultor. A utilização de biodigestores e
digestão anaeróbica tem sido estudados durante muito tempo e sua integração na agropecuária
como fonte principal de energia é atualmente uma realidade, fazendo com que o setor
agropecuário utilize o biogás como fonte de combustível gasoso para geração de energia. O
biogás é uma mistura de gases oriundo da digestão anaeróbica de diferentes matérias-primas,
onde seu valor energético é mensurado a partir do percentual de metano no mesmo. Geradores
a gás podem receber biogás como combustível para geração de eletricidade e assim funcionar
motores estácionários acoplados a eles. O objetivo deste trabalho foi elaborar uma equação
matemática com o propósito de calcular a quantidade de biogás necessária para funcionar um
motor estacionário mediante um gerador. Os resultados mostraram-se favoráveis, uma vez que a
confiabilidade da equação foi satisfatória para a determinação da quantidade exata de biogás
através de variáveis como percentual de metano, potência do motor e tempo (em horas) que
permanecerá ligado.
PALAVRAS-CHAVE: Digestão anaeróbica; autossuficiência; combustível gasoso.
INTRODUÇÃO
102
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Atualmente há uma grande necessidade por energias alternativas em propriedades rurais
devido a deficiência energética no setor e principalmente impostos e preços altos cobrados por
kWh na propriedade.
Esse alto custo deve-se a utilização regular de motores elétricos de grande porte como,
por exemplo, bombas submersas para irrigação e motores destinados a fábricas de rações na
propriedade. Segundo Filho et al (2010), o motor elétrico pode ser considerado um equipamento
responsável pela transformação de energia elétrica em energia mecânica, sendo a principal forma
de uso final da energia elétrica. No cenário nacional, a indústria representa mais de 50% do uso
final dessa energia.
A utilização de motores monofásicos acoplados em série vem sendo estudada para
produção de energia elétrica para pivô central (FILHO et al., 2005), fazendo com que o custo de
energia seja reduzido proporcionando uma melhoria de vida para o agricultor.
O biogás surge como uma opção viável neste cenário para geração de energia em
propriedades rurais, pela presença de matérias primas com altos índices de biodegradabilidade e
pelo valor energético caracterizado pelo metano.
Atualmente, a reciclagem de resíduos agrícolas e agro-industriais vem ganhando espaço
cada vez maior, não simplesmente porque os resíduos representam “matérias primas” de baixo
custo, mas, principalmente, porque os efeitos da degradação ambiental decorrente de atividades
industriais e urbanas estão atingindo níveis cada vez mais alarmantes (NETO et al., 2000).
A digestão anaeróbia de resíduo animal resulta na produção de biogás, composto
basicamente de metano (CH4-50 a 70%) e dióxido de carbono (CO2-50 a 30%). O metano gerado
nos biodigestores pode ser aproveitado como fonte de energia térmica ou elétrica, tendo como
vantagem, ser uma fonte de energia renovável e de fácil uso. Além dos aspectos ambientais
como redução na emissão de gases de efeito estufa. A produção de biogás pode agregar valor a
propriedade, tornando-a autossustentável economicamente, por meio da geração de energia
(térmica e elétrica) e a valorização agronômica do biofertilizante (OLIVEIRA, 2004; BONAZZI,
2001; LUCAS JUNIOR, 1994).
Dentro do cenário prático na agricultura, um dos fatores que impossibilitam o produtor a
aplicar tais técnicas é a ausência de informação na área. Frente a esses parâmetros, é de
extrema importância a obtenção de dados referentes a quantidade de biogás que será utilizado,
pois a eficiência do gerador pode ser melhor explorada neste quesito, ou seja, pode ser
trabalhado com a quantidade certa do biocombustível. A utilização de tais resultados podem
103
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
também propiciar um melhor dimensionamento de biodigestores devido ao conhecimento do
volume de biogás necessário para a geração de energia elétrica utilizada para a atividade.
Este trabalho teve como objetivo principal a elaboração de uma equação para determinar
a quantidade requerida de biogás necessário para o funcionamento de motor estacionário
mediante um gerador a gás.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi desenvolvido integrando equações já descritas na literatura
correlacionando-as com dados já conhecidos, como por exemplo, o valor energético do metano.
Desta forma foi possível a criação de uma equação matemática e assim estabelecer um valor
teórico de biogás para funcionamento de motor estacionário.
Foi utilizado o poder calorífico do metano com a finalidade de calcular o poder
calorífico do biogás mediante a quantidade de CH4 presente na mistura.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A equação elaborada (Figura 1) representa a quantidade de biogás necessário para
funcionamento de motores estacionários levando em consideração sua potência.
Figura 1. Equação matemática desenvolvida
Onde as variáveis representadas são:
X: Potência do motor de interesse em HP;
Y: Tempo de funcionamento do motor em horas/dia;
Z: Percentual de metano no biogás.
Para transformação da potência do motor de HP para kilowatt utilizou-se um fator de
conversão 0,7455, o qual corresponde ao valor de 1 HP. Desta forma a equação trabalha com a
unidade de kWh depois de fornecidos os valores sobre potência (HP) e tempo de funcionamento
do motor (horas).
104
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
A constante 9,94 refere-se ao poder calorífico do gás metano, onde 1 m3 de metano
equivale a 9,94 kWh (COLDEBELLA, 2006), tornando possível o cálculo e correlacionado o
percentual de metano encontrado no biogás com valores do próprio gás na literatura.
Vale ressaltar que a equação ainda necessita ser validada com experimentos práticos
como próxima etapa do trabalho, sendo que neste caso a mesma fundou-se em dados encontrados
na literatura e conhecimentos gerais.
CONCLUSÕES
Conclui-se que esta equação é viável e pode ser aplicada para a determinação da
quantidade de biogás necessário para funcionamento de motores estacionários.
Deve ser evidenciado também a importância deste modelo matemático, sendo que não
há informações na literatura que possam auxiliar este ramo no setor agropecuário, fazendo com
que uma propriedade possa se tornar auto suficiente em energia elétrica.
REFERÊNCIAS
BONAZZI, G. Manuale per l’utilizzazione agronomica degli effluenti zootecnici. Reggio
Emilia: Centro de Ricerche Produzioni Animali – CRPA, 2001. 320p. Edizioni L’Informatore
Agrario.
COLDEBELLA, A.; SOUZA, S.N.M.; SOUZA, J.; KOHELER, A.C. Viabilidade da cogeração
de energia elétrica com biogás da bovinocultura de leite. AGRENER, 2006.
FILHO, D.O.; FERENC, C.H.R.; TEIXEIRA, C.A.; DIAS, G.P.; MILAGRES, R.C.; PONTES,
C.R. Uso de motores monofásicos acoplados mecanicamente em série, em irrigação por pivô
central. Rev. bras. eng. agríc. ambient. vol.9 no.1 Campina Grande Jan./Mar. 2005.
FILHO, D.O.; RIBEIRO, M.C.; MANTOVANI, E.C.; SOARES, A.A.; FERNANDES, H.C.
Dimensionamento
de
motores
para
bombeamento
de
água.
Eng.
Agríc. vol.30 no.6 Jaboticabal Dec. 2010.
LUCAS JR., J. Algumas considerações sobre o uso do estrume de suínos como substrato
para três sistemas de biodigestores anaeróbios. 1994. 113p. Tese (Livre Docência) Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal.
NETO, P. R. C.; ROSSI, R. S. F.; ZAGONEL. G. F.; RAMOS. L. P. Produção de
biocombustível alternativo ao óleo diesel através da transesterificação de óleo de soja usado
em frituras. Química nova, 23(4) (2000).
OLIVEIRA, P. A. V. de. Produção e aproveitamento do biogás. In: OLIVEIRA, P.A.V. de.
Tecnologia para o manejo de resíduos na produção de suínos: manual de boas práticas.
Concórdia: Embrapa Suínos e Aves, 2004. Cap. 4, p.43-55.
105
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
ESTUDO DE DIFERENTES MODELOS PARA ESTIMAÇÃO DE
PARÂMETROS GENÉTICOS PARA CARACTERÍSTICAS DE PESOS
CORPORAIS E METABÓLICOS EM BOVINOS DA RAÇA BRAHMAN
Matos Manuel¹; Camila Renata de Souza Tino²; Ligia Cavani3; Thamilis Jesus de
Menezes4; Ricardo da Fonseca5. 1Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia
Animal - UNESP, Dracena. e-mail: [email protected]. 2Programa de Pós-Graduação
em Ciência e Tecnologia Animal - UNESP, Dracena. 3Programa de Pós-Graduação em
Zootecnia - UNESP, Jaboticabal. 4Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Animal
- UNESP, Dracena. 5Professor Campus experimental de Dracena - UNESP, Dracena.
RESUMO
Foram estimados coeficientes de herdabilidade para pesos ao desmama (PD), à primeiro
ano (P365), à sobreano (P550) e pesos metabólicos nas respectivas idades de bovinos de raça
Brahman nascidos entre 1994 e 2012, pertencentes à ABCZ (Associação Brasileira de Criadores
de Zebu) sob três modelos distintos. O modelo 1 incluiu o efeito genético aditivo direto como
aleatório, além dos efeitos fixos de grupo de contemporâneos, definido pelas variáveis:
proprietário, rebanho, criador, rebanho do criador, sexo, condição de criação, ano e mês de
nascimento, ano e mês da pesagem. O modelo 2 compreendeu, além dos efeitos supracitados, o
efeito de ambiente permanente materno. O modelo 3 constou dos efeitos genético aditivo direto e
materno e de ambiente permanente materno (aleatórios) e os mesmos incluídos no modelo 1
(fixos). De acordo com o teste de razão de verossimilhança (LRT), o modelo 3 foi o mais
adequado para ajustar os efeitos estudados. As estimativas de herdabilidade direta foram
moderadas a altas (0,325 a 0,598), decrescendo desmama às idades subsequentes.
PALAVRAS-CHAVE: comparação de modelos; herdabilidade; peso corporal.
INTRODUÇÃO
O estudo dos fatores que influenciam determinada característica e a definição de
modelos mais adequados são fundamentais para a acurácia da estimação de parâmetros genéticos
e da predição de valores genéticos. Por meio dos coeficientes de herdabilidade é possível
predizer se determinadas características responderão à seleção direta e, portanto, se a inclusão da
mesma como critério de seleção possibilitará ganhos genéticos nos rebanhos. Em bovinos de
106
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
corte, as características de crescimento são afetadas não apenas pelo potencial genético do
animal, mas também pelo efeito materno. Indicando a necessidade de se considerar a importância
da inclusão destes efeitos nos modelos a serem utilizados na estimativa de parâmetros genéticos
dos pesos neste período. Assim, o principal objetivo deste trabalho foi determinar o modelo mais
adequado, na estimação de parâmetros genéticos para bovinos da raça Brahman para
características pesos e pesos metabólicos nas diferentes idades.
MATERIAL E MÉTODOS
No presente estudo foram utilizados dados da Associação Brasileira dos Criadores de
Zebu (ABCZ) de animais da raça Brahman provenientes de várias regiões do Brasil nascidos
entre os anos de 1994 e 2012. O banco de dados foi submetido a uma análise de consistência no
software R, para posterior estudo sobre os efeitos ambientais e formação dos grupos
contemporâneos (GC). Para todas as características foram incluídos as seguintes classes de
idades: desmama corrigida para 205 dias, primeiro ano a 365 dias, sobreano aos 550 dias, e os
mesmos pesos elevados a 0,75 pesos metabólicos. Os grupos contemporâneos GC foram
definidos pelas variáveis: proprietário, rebanho do proprietário, criador, rebanho do criador,
sexo, condição de criação (mamando ou desmamado), ano e mês de nascimento, ano e mês de
pesagem. Foram considerados três modelos, diferenciados apenas pelos efeitos aleatórios.
Primeiro modelo constou do efeito genético aditivo direto, como aleatório, além dos feitos fixos
de GC. O segundo modelo incluiu, além dos desses efeitos, o efeito de ambiente permanente
materno. O terceiro modelo compreendeu os efeitos genéticos diretos e maternos e o efeito de
ambiente permanente materno, além dos efeitos fixos constantes no primeiro modelo. Os
modelos podem ser representados na forma matricial como:
Modelo 1: Y = Xβ + Za + e;
Modelo 2: Y = Xβ + Za + Wp + e;
Modelo 3: Y = Xβ + Za + Mm + Wp + e,
Em que: Y é o vetor das observações; β, a, m, p são os vetores dos efeitos fixos,
genético aditivo, materno e ambiente permanente, respectivamente; X, Z, M, W são as matrizes
de incidência relacionadas aos respectivos efeitos; e é o vetor dos resíduos aleatórios associados
a cada observação. Os parâmetros genéticos foram estimados pelo método de Máxima
Verossimilhança Restrita (REML), por meio de software WOMBAT (MEYER, 2007). A escolha
do modelo mais adequado para cada peso foi realizada a partir do teste de razão de
107
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
verossimilhança (Likelihood Ratio Test), o qual compara o aumento da função de
verossimilhança (avaliado pela significância do acréscimo de um efeito, quando comparado a um
modelo em que não é incluso), a uma distribuição qui-quadrado com “n” graus de liberdade e
probabilidade de 5% de erro (P<0,05) (HOGG et al., 1995).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1. Comparação entre os três modelos propostos e estimativas de herdabilidade
direta (h2 d), com respectivos erros padrão (ep) para pesos ao desmama (PD), peso a 1 ano
(P365), peso ao sobreano (P550), peso metabólico a desmama (PMD), meso metabólico ao 1 ano
(PM365) e peso metabólico ao sobreano (PM550) de bovinos de raça Brahman.
Características Modelos
-2logL
PD
1
225856460
PD
2
225737248
PD
3
225641172
P365
1
254148502
P365
2
254131370
P365
3
253983310
P550
1
281928618
P550
2
281928618
P550
3
281840288
PMD
1
143819738
PMD
2
143750828
PMD
3
143718260
PM365
1
156205212
PM365
2
156118138
PM365
3
156070550
PM550
1
177825514
PM550
2
177813380
PM550
3
177780070
Comparação entre modelos
(2-1)
(3-2)
(3-1)
(2-1)
(3-2)
(3-1)
(2-1)
(3-2)
(3-1)
(2-1)
(3-2)
(3-1)
(2-1)
(3-2)
(3-1)
(2-1)
(3-2)
(3-1)
LRT
119212**
96076**
215288**
17132**
148060**
165192**
0**
88330**
88330**
68910**
32568**
101478**
87074**
47588**
134662**
12134**
33310**
45444**
h2d ± ep
0.551 ± 0.017
0.470 ±0 .020
0.434 ±0 .021
0.598 ±0 .016
0.578 ± 0.018
0.547 ±0.019
0.591 ±0.017
0.591 ± 0.019
0.557 ± 0.020
0.413 ± 0.017
0.350 ± 0.019
0.325 ± 0.020
0.513 ± 0.017
0.457 ± 0.019
0.440 ± 0.020
0.494 ± 0.017
0.472 ± 0.019
0.454 ± 0.020
**(P<0,05); -2log L: função de máxima verossimilhança; LRT: teste de razão de verossimilhança.
O teste de razão de verossimilhança comprovou diferença significativa (P<0,05) entre os
três modelos estudados, evidenciando a importância de se incluir os efeitos maternos (genético
materno e ambiente permanente materno) nas análises para características de crescimento. Por
meio deste teste também foi possível notar que o modelo 3 considerando o efeito genético
materno e a covariância entre os efeitos diretos e maternos igual a zero, foi o mais adequado para
estimar as herdabilidades das características estudadas. Uma vez que foi possível observar um
aumento no valor da função de verossimilhança, bem como maiores erros padrões nas
estimativas de herdabilidade, quando a covariância entre os efeitos genéticos diretos e maternos
108
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
foi incluída. Mercadante et al. (2003), testando diferentes modelos para P550 e peso à seleção de
machos e fêmeas como um só caráter, em animais da raça Nelore, concluíram que o melhor
modelo para estas características inclui não apenas o efeito genético direto, mas também o de
ambiente permanente materno. Cyrillo et al. (2004) destacaram também que a inclusão do efeito
de ambiente permanente materno no modelo, além do efeito genético direto, foi suficiente para
ajustar a variação de ambos os efeitos maternos, em pesos de animais machos Nelore até 13
meses de idade.
Em modelos testados pelo LRT neste estudo, via máximo função de verossimilhança para
o modelo mais completo -2LogL, as estimativas de herdabilidade obtidas presentes na tabela
acima, são de magnitudes moderada a alta. Assim como para o peso aos 365 dias de idade bem
como outras características, as estimativas de herdabilidade do peso aos 550 dias decresceram de
0,59 no modelo 1 para 0,55 no modelo 3.
CONCLUSÕES
A importância da inclusão dos efeitos genéticos maternos e de ambiente permanente
materno nos modelos para estimação de parâmetros genéticos para características de crescimento
de bovinos de raça Brahman foi evidente. A seleção para peso ao desmama dessa raça pode ser
eficiente, visto que o peso tomado nesta idade é um importante critério de seleção.
REFERÊNCIAS
CYRILLO, J.N.S.G.; ALENCAR, M.M.; RAZOOK, A.G. et al. Modelagem e
estimação de parâmetros genéticos e fenotípicos para pesos do nascimento à seleção (348 dias)
de machos Nelore. Revista Brasileira de Zootecnia, v.33, n.6, p.1405-1415, 2004.
Hogg RV, Craig AT. Introduction to Mathematical Statistics. New Jersey: Prentice
Hall; 15 ed. p.564, 1995.
MERCADANTE, M.E.Z; PACKER, I.U.; RAZOOK, A.G. et al. Direct responses to
selection for yearling weight on reproductive performance of Nelore cows. Journal of Animal
Science, v.81, p.376-384, 2003.
MEYER, K. WOMBAT - A tool for mixed model analyses in quantitative genetics by
restricted maximum likelihood. Journal of Zhejiang University SCIENCE B, v.8, n. 11, p.815821, 2007.
109
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
EXTRATO DE PRÓPOLIS NO CONTROLE DO Penicilliumsp. E NA
QUALIDADE DE SEMENTES DE COUVE-FLOR
Emanuele Possas de Souza*¹; Fernando Henrique Benatto Perino²; Bruno Salvat Moscato²;
Pâmela Gomes Nakada Freitas¹; Sílvia Blumer². ¹Universidade Estadual Paulista/
Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas (UNESP/FCAT); Departamento de
Produção Vegetal; Dracena-SP; Brasil. *[email protected] ²Faculdades Gammon
(FUNGE); Departamento de Produção Vegetal; Paraguaçu Paulista-SP; Brasil.
RESUMO
Atendendo a demanda mundial por alimentos de melhor qualidade e isentos de agrotóxicos,
meios alternativos vêm sendo estudados para o controle de fungos. Os fungos do gênero
Penicillium sp são conhecidos como fungo de armazenamento que degradam a reserva das
sementes diminuindo sua viabilidade. Diante disso, objetivou-se avaliar o efeito de soluções do
extrato de própolis no controle do fungo Penicilliumsp. in vitro e na qualidade fisiológica de
sementes de couve-flor após o tratamento. Os tratamentos consistiram de concentrações de 0, 5,
10 e 20% de extrato de própolis. O estudo foi dividido em duas etapas. Na primeira verificou-se
o efeito das soluções de extrato de própolis no desenvolvimento do fungo in vitro, e na segunda a
qualidade fisiológica das sementes de couve flor tratadas. O delineamento experimental foi
inteiramente casualizado para as duas etapas, com sete e seis repetições, respectivamente. As
características avaliadas foram: crescimento micelial, germinação, primeira contagem de
germinação, comprimento de parte aérea e raiz de plântulas de couve-flor. Solução de extrato de
própolis a concentração de 20% impede o desenvolvimento do fungo Penicilliumsp. in vitro e
não afeta a qualidade fisiológica de sementes de couve flor.
PALAVRAS-CHAVE: Brassicaoleraceavar botrytis;tratamento de sementes;controle
alternativo.
INTRODUÇÃO
Com o crescimento da demanda por alimentos orgânicos, produtores adotam
defensivos alternativos para o controle de fungos fitopatogênicos. Um dos desafios é encontrar
uma opção para o tratamento de sementes, já que a maioria comercializada, encontram-se
revestidas com agrotóxicos.
A própolis compõe propriedades terapêuticas e antibióticas, a qual já foi testada no
combate a microrganismos (VIEIRA et al., 2010). Esses mesmos autores trataram sementes de
feijão com soluções de extrato de própolis e,detectaram eficiência no controle de vários fungos.
As olerícolas vêm se destacando no setor do agronegócio brasileiro, sobretudo com
participação dos agricultores familiares (MORAIS et al., 2010), os quais tem buscado a produção
de espécies mais valorizadas, dentre elas a couve-flor. Estes, do segmento dos orgânicos, tem
tido dificuldades de encontrar no mercado, sementes isentas de agrotóxicos, devido a facilidade
110
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
de perdas da qualidade das sementes, devido ao ataque de fungos de armazenamento, a exemplo
o Penicillium sp.
Diante deste cenário, objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito de soluções do
extrato de própolis no controle do fungo Penicilliumsp. invitro, e, naqualidade fisiológica de
sementes de couve-flor após o tratamento.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado em duas etapas, sendo a primeira no Laboratório de
Microbiologia e a segunda no Laboratório de Sementes da Faculdade Gammon, localizada em
Paraguaçu Paulista-SP, no período de agosto de 2014 a março de 2015.
Na primeira etapa foi estudado soluções de extrato de própolis no controle do fungo
Penicilliumsp. in vitro.
Os tratamentos consistiram de soluções de extrato de própolis nas concentrações de
0, 5, 10 e 20% do produto Propomax®, incorporado ao meio BDA (Batata-Dextrose-Ágar), e
vertido em placas de Petri. O isolado do fungo foi inoculado nestas placas, as quais
permaneceram por sete dias sob temperatura ambiente a 25ºC e fotoperíodo de 12 horas de luz
para desenvolvimento do fungo. Após esse período, foi medido o crescimento micelial do fungo
com auxílio de uma régua, expresso em centímetros.
Na segunda etapa foi feito o tratamento de sementes de couve flor da cultivar Bola de
Neve com as mesmas concentrações citadas anteriormente com extrato de própolis.
As sementes foram tratadas, agitando-se por cinco minutos (ASSIS et al., 2012),com
as mesmas concentrações do extrato de própolis. Retirou-se o excesso da solução, e em seguida
foram colocadas sobre papel toalha permanecendo em câmara fria por um dia para secagem.
As características avaliadas foram: germinação e vigor (primeira contagem de
germinação e comprimento da parte aérea e raiz). Para o teste de germinação e primeira
contagem de germinação adotou-se a metodologia de Brasil (2009). Para avaliação do
comprimento de parte aérea e raiz, foram amostradas 10 plântulas normais do teste de
germinação medidas com auxílio de uma régua, expresso em centímetros (GUEDES et al.,
2013).
Nas duas etapas do estudo o delineamento experimental adotado foi inteiramente
casualizado com sete e seis repetições, primeira e segunda etapa, respectivamente.
111
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F a 5% de probabilidade, e
em caso de significância, as médias foram comparadas através da análise de regressão, ao
mesmo nível de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na primeira etapa do experimento houve diferença significativa quanto ao
crescimento micelial do fungo (Figura 1). Quanto maior a concentração de própolis, menor foi o
crescimento micelial. Na concentração de 20% não houve desenvolvimento do fungo. O
provável motivo é a concentração de flavonóides contida na própolis, que tem efeito
antimicrobiano (LONGHINI, 2007). Vieira et al. (2010) também verificaram controle de alguns
fungos
fitopatogênicos
como
Alternaria
spp.,
Aspergilusspp,
Cladosporiumspp.,
Crescimento micelial
(cm)
Coletotrichumspp. com o uso do extrato.
3.5
3
2.5
2
1.5
1
0.5
0
y = -0.1507x + 2.976
R² = 0.9567
0
5
10
15
20
Solução de própolis (%)
25
Figura 1. Crescimento micelial do fungo Penicilliumsp.desenvolvidoin vitro em função de
diferentes soluções de extrato de própolis. Paraguaçu Paulista, 2014.
Na segunda etapa do trabalho não houve diferença significativa entre os tratamentos
quanto à qualidade fisiológica das sementes: primeira contagem de germinação, porcentagem de
germinação, plântulas anormais, comprimento de parte aérea e raiz (Tabela 1). Estudo realizado
por Vieira et al. (2010) também não detectaram efeito sobre a qualidade fisiológica de sementes
de feijão.
Tabela 1. Primeira contagem de germinação (PCG), germinação (G), plântulas anormais,
comprimento de parte aérea (CPA) e raiz (CR) em função do tratamento de
sementes de couve flor com diferentes soluções de extrato de própolis. Paraguaçu
Paulista, 2014.
PCG*
G*
Anormais*
CPA *
CR*
Dose
(%)
(%)
(%)
(cm)
(cm)
0
83
85
12
5,2
5,1
5
82
87
11
5,5
5,1
10
82
88
9
5,3
4,5
112
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
20
Média
CV (%)**
82
82
8,2
83
86
8,0
14
12
44,5
5,2
5,3
5,2
5,2
4,9
10,5
*Não significativo a 5% de probabilidade.
**Coeficiente de variação.
CONCLUSÕES
Solução de extrato de própolis a concentração de 20% impede o desenvolvimento do
fungo Penicillium sp. in vitro, e, não afeta a qualidade fisiológica de sementes de couve flor.
REFERÊNCIAS
ASSIS, M.O.; RODRIGUES, B.R.A.; DAVID, A.M.S.S.; CANGUSSÚ, L.V.S.; MOTA W.F.
Potencial fisiológico de sementes de coentro e resposta ao tratamento com fertilizante à base de
zinco e molibdênio. Horticultura Brasileira v.30, S7867-S7874. 2012.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras para análise de
sementes. Brasília: Mapa/ACS, 2009. 399p.
GUEDES, R.S.; ALVES, E.U.; COSTA, E.M.T.; SANTOS-MOURA, S.S.; SILVA, R.S.;
LONGHINI, R.; RAKSA, S. M.; OLIVEIRA, A. C. P.; SVIDZINSKI, T. I. E., FRANCO, S. L.
Obtenção de extratos de própolis sob diferentes condições e avaliação de sua atividade
antifúngica. Revista Brasileira Farmacogn. Braz J. Pharmacogn. 17(3): Jul./Set. 2007.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbfar/v17n3/14.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2014.
MORAIS JÚNIOR, OP; CARDOSO, AF; LEÃO, EF; PEIXOTO, N. Desempenho de híbridos
de verão de couve-florde verão em Ipameri-GO. Hortic. bras., v. 28, n. 2 (Suplemento - CD
Rom),
julho
2010
S2358
Disponível
<http://www.abhorticultura.com.br/eventosx/trabalhos/ev_4/a2514_t4889_comp.pdf>.
em:
Acesso
em: 30 nov. 2014.
VIEIRA, G. H. da C.; DARDANI, P.; ANDRADE, W. da P.; BARBOSA, C. A. F. 044-Efeitos
do extrato de própolis sobre a qualidade sanitária e fisiológica de sementes de feijão. Resumos
do III Seminário de Agroecologia de MS. Cadernos de Agroecologia, Vol5 N.1, 2010.
Disponível
em:
<http://www.aba-
agroecologia.org.br/revistas/index.php/cad/article/view/10170/6843>. Acesso em:
27 nov. 2014.
113
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
GASTOS COM A FEIRA LIVRE DE DRACENA
Bruna Romanini de Oliveira*¹; Agatha Argioli1; Francielle Viana Gomes1; Etiénne Groot2.
¹Discente Unesp de Dracena ²Docente Unesp de Dracena. *[email protected]
RESUMO
O objetivo do presente trabalho foi avaliar os gastos de diferentes tipos de consumidores
que frequentam a feira livre de Dracena – SP. Os dados foram obtidos através da aplicação de
um questionário. A média dos gastos foi estimada em R$40,70 por semana. Observou-se que os
consumidores com menos de 25 anos de idade, os de menor renda familiar e que vão à feira por
outras razões – não a busca de mantimentos, são os que apresentam menor gasto. Em relação aos
demais tipos de consumidores, os gastos não diferiram significativamente.
PALAVRAS-CHAVE: consumidores, preferências, comercialização.
INTRODUÇÃO
Atualmente temos o conhecimento de que o padrão alimentar de cada indivíduo pode
definir seu estado de saúde, bem como o crescimento e desenvolvimento durante a vida toda
(WHO/FAO,2003). A busca de alimentos de boa qualidade – e mais acessíveis financeiramente –
aumenta ainda mais a importância das feiras livres, presentes em praticamente todas as cidades
do Brasil.
No Brasil, existem índices que registram as tendências de consumo em
estabelecimentos de autos serviços (supermercados e hipermercados), publicados pela
Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS, 2015). Por outro lado, existe uma carência de
informações sobre as tendências de consumo em outros canais de comercialização, como é o
caso das feiras livres. Neste sentido, o presente estudo objetiva avaliar os gastos dos
consumidores que frequentam a principal feira livre de Dracena.
Segundo o IBGE (2015), Dracena é um município do oeste paulista, fundado em 1945.
Atualmente, a sua população é estimada em 45.847 pessoas.A cidade conta com 3 feiras livres,
que ocorrem em diferentes locais e dias da semana. A principal feira livre, que é foco deste
trabalho, ocorre todas as quartas-feiras pela tarde/noite numas das principais vias da cidade. Dita
feira livre completou 20 anos em agosto de 2015 (PORTAL REGIONAL, 2015).
114
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
MATERIAL E MÉTODOS
Para a realização do estudo, foram feitas entrevistas pessoais abordando consumidores que
frequentavam a feira livre de Dracena. Durante a abordagem, os entrevistados foram informados sobre a
impessoalidade da publicação dos resultados. O anonimato do consumidor favorece a qualidade de suas
respostas. As entrevistas foram realizadas com o auxílio de um questionário estruturado contendo
questões referentes às características sociodemográficas dos entrevistados e sobre os seus gastos com a
feira. As entrevistadoras são alunas do curso de zootecnia da Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”,Campus de Dracena.O trabalho desenvolveu-se sob a supervisão de um professor.
As entrevistas ocorreram em agosto de 2015 no horário da feira, das 17h às 21h. Os
entrevistados foram abordados ao acaso. Os dados coletados foram organizados em uma planilha do
Excel e os contrastes dos gastos foram analisados aplicando o teste de Tukey.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A tabela 1 contém os principais resultados do estudo. No total, 95 pessoas foram
entrevistadas. Em média, cada entrevistado gasta R$ 40,70 por semana na feira livre de Dracena.
Este valor pode ser considerado alto se comparado com os gastos observados na feira de
Chapada Gaúcha – MG, que oscila de R$ 10,00 a R$ 20/feira (Brandão et al., 2015). O maior
gasto em Dracena pode ser explicado pela grande diversidade de produtos para a compra:
quando maior o número de produtos, maior o gasto. Os gastos em Dracena se aproximam aos
gastos na Região Metropolitana de São Paulo, que é em média R$ 35,66/feira (Viebiget al.,
2015).
Habitualmente, as mulheres são as responsáveis pelas decisões de compra de alimentos
em casa. No presente estudo observou-se que as mulheres gastam pouco mais com a feira de
Dracena que os homens, embora não haja diferença estatística. Rocha et al. (2010) observaram
algo semelhante. A possível explicação da semelhança de gastos está nas estruturas familiares.
Assim como as mulheres têm ganhado espaço no mercado de trabalho, homens e mulheres tem
dividido a tarefa de compra os alimentos na feira.
Em diversos casos o nível de estudos determina os diferentes comportamentos de
compra dos consumidores. No caso do gasto na feira livre de Dracena, o nível de estudos do
consumidor não apresenta influência. Também não foram encontradas diferenças significativas
entre os gastos dos consumidores regulares (os que vão todas as semanas) e esporádicos.
A feira se realiza no centro da cidade. Embora não haja diferença estatística, os
consumidores que vivem no centro da cidade gastam ligeiramente menos na feira que os que
115
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
vivem nos bairros. Esta observação justifica-se pelo menor custo (de deslocamento e tempo) em
ir à feira dos consumidores do centro.
Tabela 1.Gastos semanais com a principal feira livre de Dracena.
Gênero do consumidor
R$/semana
a
Masculino
38,33
Feminino
42,62a
Idade do consumidor
Menos de 25 anos
R$/semana
Em Dracena, no centro
38,11a
Em Dracena, nos bairros
44,32a
Nível de estudos do consumidor
R$/semana
Primário
40,33a
b
Secundário
39,29a
Universitário
41,12a
27,71
47,97
50 anos ou mais
49,00b
R$/semana
a
Até 3 pessoas
38,14
4 pessoas ou mais
45,03a
Renda familiar
R$/semana
a
De 25 a 50 anos
Número de pessoas na moradia
Onde o consumidor mora
R$/semana
Frequência que vai à feira
R$/semana
Regularmente
42,50a
Esporadicamente
38,48a
Razão principal pelo qual vai à feira
R$/semana
Até 2.000 reais/mês
33,11a
Comprar comida
47,90a
De 2.000 a 4.000 reais/mês
42,12ab
Outras razões
31,79b
4.000 reais/mês ou mais
52,32b
Média geral 40,70 reais por semana
Obs. As médias de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de significância.
As maiores diferenças nos gastos foram observadas quanto à idade do consumidor,
renda familiar e razão de ir à feira. Os consumidores jovens, com menos de 25 anos, aqueles em
que a razão principal não é comprar mantimentos (no questionário: para comer ou para encontrar
conhecidos ou para sair de casa) e aqueles com menor renda familiar possuem os menores gastos
na feira da cidade.
Outro aspecto avaliado no estudo foi se o número de pessoas na moradia interferia nos
gastos com a feira. O resultado observado não foi o esperado. Esperava-se que com o aumento
de pessoas na moradia, a compra de alimentos na feira também aumentaria. O que se observou
foi um pequeno aumento, mas sem significância estatística.
CONCLUSÕES
As feiras são espaços de grande relevância no país, pois através delas a população pode
ser abastecida com produtos frescos, muitas vezes produzidos na região. O presente estudo
objetivou avaliar os gastos com a principal feira livre de Dracena, localizado no oeste paulista.
Os primeiro aspecto levantado foi o gasto médio dos consumidores dracenenses, que é
comparável ao dos consumidores da Região Metropolitana de São Paulo. Este aspecto é de
116
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
grande relevância porque sugere que a feira tem oferecido boa gama de produtos aos
consumidores.
Para futuros trabalhos é de grande relevância avaliar a procedência dos produtos
comercializados na feira, se são regionais ou não. Alguns produtos trazidos de outras regiões
poderiam contar com políticas de produção local. Não há de se esquecer de que as feiras
representam um importante canal de comercialização aos produtores rurais, principalmente os de
pequeno porte.
O presente estudo detectou dois tipos de consumidores da feira. Um voltado para o
abastecimento de seus lares e outro que busca um local para interagir com as pessoas. É preciso
que a gestão pública leve em consideração estas duas funções da feira ao desenvolverem
políticas para a feira livre da cidade.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA
DE
SUPERMERCADOS
(ABRAS).
Disponível
em:
http://www.abras.com.br/. Acesso em: 04/09/2015.
BRANDÃO, A.A. et al.Perfil socioeconómico dos consumidores de hortaliças em feiras libres
na microrregião de Januária. Horticultura Brasileira, 33: 119 – 124.
PORTAL REGIONAL. Feira noturna de Dracena as quartas, completa 20 anos. Disponível em:
http://www.portalregional.net.br/noticias/?id=67805. Acesso em: 04/09/2015.
ROCHA, H.C. et al. (2010) Perfil socioeconómico dos feirantes e consumidores da Feira do
Produtor de Passo Fundo, RS. Ciência Rural, Santa Maria, Online. 2010. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/cr/2010nahead/a801cr1599.pdf. Acesso em: 01/09/2015.
VIEBIG, R.F. et al. Feiras livres da Região Metropolitana de São Paulo: comportamento do
consumidor. EFDeportes.com, Revista Digital – ano 20, nº 204. 2015. Disponível em:
http://www.efdeportes.com/efd204/feiras-livres-comportamento-do-consumidor.htm. Acesso:
04/09/2015.
WORLD HEALTH ORGANIZATION/ FOOD e AGRICULTURAL ORGANIZATION
(WHO/FAO) Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases.WHO TechnicalReport
Series
916,
2003.
Disponível
http://www.who.int/dietphysicalactivity/publications/trs916/en/gsfao_introduction.pdf.
em:
Acesso
em: 01/09/2015.
117
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
INFLUÊNCIA DAS LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO E ADUBAÇÃO
NITROGENADA EM VARIÁVEIS DE PRODUTIVIDADE DE CAPIM –
MOMBAÇA
Jean Claudio Queiroz Cardoso1; Gabriel Ribeiro Ferrairo1; João Paulo Basaglia Freschi1;
Brhaian Dejesús Jiménes Garcia1; Ronaldo Cintra Lima1. ¹FCAT – UNESP Dracena.
*[email protected]
RESUMO
O trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de lâminas de água, doses de adubação com
nitrogênio e sua interação sobre a produtividade do capim-Mombaça. O experimento foi
realizado no campo irrigado da FCAT-UNESP Dracena, em delineamento de blocos ao acaso
com quatro repetições, em esquema fatorial 5x4. Foram consideradas variáveis fisiológicas e de
produtividade. Foi realizada análise de variância e subsequente teste de médias para as variáveis
que apresentaram efeito significativo. Foram identificados efeitos significativos de interação
Lâmina x Dose para IC (índice de clorofila) e DPE (Diâmetro polar de estômato). Foram
detectados efeitos de Lâmina de Irrigação para característica agronômica MS (Massa seca). Para
o fator dose de adubação com Nitrogênio, foram detectados efeitos para as características
agronômicas AL (Altura de planta) e MS (Massa seca). Para fins de produção de forragem, a
lâmina de irrigação de 70% juntamente com adubação de 100 ou 150 kg.ha-1 conduziram à maior
produtividade de massa seca.
PALAVRAS-CHAVE: Manejo de irrigação; forragem; capim-Mombaça.
INTRODUÇÃO
No Brasil as pastagens estão em sua grande maioria submetidas a solos de baixa fertilidade e
de manejo inadequado o que resulta em desenvolvimento e produtividade abaixo do esperado,
necessitando então a aplicação de nutrientes com o intuito de realizar exploração animal mais
eficiente (Gargantini, 2005). Dentre os macronutrientes o N desempenha importância
fundamental por participar no processo da fotossíntese vegetal atuando na molécula de clorofila,
além de ser constituinte das proteínas. Com isso se faz preciso o uso de tecnologias que visam
melhorar a produtividade e qualidade das forrageiras. Neste aspecto destaca-se a necessidade de
estudos adequados para o correto dimensionamento do sistema de irrigação e qual a melhor
lâmina de irrigação a ser aplicada, relacionados ou não com uso de corretivos, adubação de base
118
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
e adubação de cobertura como no caso o nitrogênio, que participa diretamente no metabolismo
da planta. Segundo Steinglein et al. (2005) torna-se de vital importância à avaliação de variáveis
fisiológicas de forma a melhor entender sua relação com fatores de nutrição e disponibilidade de
água. Este trabalho foi, então, realizado com o objetivo de estudar o efeito das lâminas de água e
doses de nitrogênio e sua interação sobre a produtividade e sobre características
morfofisiológicas do capim Mombaça.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido com a forrageira capim-Mombaça na Área Experimental
Irrigada da FCAT – UNESP - Dracena – SP, implantado em 20/02/2015 e primeiro corte em
15/07/2015. Foi considerado delineamento de blocos ao acaso, 4 repetições, em esquema fatorial
5x4 com parcelas de 9m2. Foram avaliadas 5 lâminas de irrigação (ETo padrão = 100%) sendo,
L1 (130%); L2 (100%); L3 (70%); L4 (30%) e L5 (0%), adotou coeficiente de cultura (Kc) igual a
1,0, e o tratamento secundário composto por 4 doses de nitrogênio (N): 0; 50, 100 e 150 kg.ha-1
por corte, e foram analisadas lâminas da parte abaxial das folhas tratadas com potássio, sendo
todas observadas em microscópio óptico Olympus modelo BX 43. As fotos foram utilizadas para
as medições dos parâmetros anatômicos por meio do programa de análise de imagens cellSens
Standard, segundo metodologia descrita por Pereira et al. (2008). As variáveis avaliadas foram:
índice de clorofila (IC), número de estômatos por milímetro quadrado da face abaxial da folha
(NE), distância polar de estômatos da face abaxial da folha (DPE), distância equatorial de
estômatos da face abaxial da folha (DEE). A altura de planta (AL) foi medida em campo. A
forragem foi colhida, identificada, pesada, e encaminhada ao Laboratório de análise
Morfofisiológica Vegetal da FCAT – UNESP Dracena, para determinação da massa seca (MS),
segundo metodologia descrita por Silva & Queiroz (2002). Os dados foram submetidos à análise
de variância e subsequente de comparação de médias (p<0,05). Todas as análises estatísticas
foram procedidas por meio de rotinas desenvolvidas pelos autores no Software livre R.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O resultado ANOVA para as variáveis fisiológicas e de produtividade estão
apresentados na Tabela 1. Dose de adubação com nitrogênio foi significativo para as variáveis
altura de planta (AL) e massa seca (MS). O fator Lâmina de irrigação foi significativo para MS e
IC. Para os fatores que mostraram significância pelo teste F, foram procedidos os respectivos
119
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
testes de média (Tabela 2). Adicionalmente, o fator interação foi significativo para as
características IC e DPE, devendo cada combinação de fatores ser avaliada individualmente.
Para NI; L3D3 = 28,83 e L3D4 = 26,17 apresentam maiores médias seguidas apenas de uma letra,
por meio do teste de Tukey (p<0,05). Para a característica DPE, o mesmo foi observado com
L4D3 = 29,03 e L5D2 = 28,73.
Tabela 1. Resumo da ANOVA para as Variáveis Fisiológicas e de Produtividade. QM –
Quadrado médio do resíduo; g.l. – grau de liberdade do resíduo.
QM
FV
Dose
3
Var. Fisiológicas
IC
NE
DPE
1,05x10-9
565,50***
0,88
ns
Lâmina
4
360,70***
g.l.
Interação 12
42,40**
Resíduo 60
16,10
1,44x10-9
ns
2,38x 10-9
ns
1,37x10-9
ns
DEE
Var. Produtividade
AL
MS
9,12 ns
536,70*** 210439,29***
25,82***
7,53 ns
102,00 ns
9892,65***
10,31**
6,54 ns
54,00 ns
1420,26 ns
3,51
3,71
79,00
1642,49
63,88
13,06
1930,22
21,00
Média
17,05
1,97x10-4
25,84
17,49
CV (%)
23,56
18,77
7,25
11,02
ns
*** - (p<0,001); ** - (p<0,01); * - (p<0,05); – (p≥0,05).
Tabela 2. Teste Tukey para comparação de médias dos fatores Lâmina de Irrigação (A)
e Dose de Adubação com nitrogênio (B). Estão apresentadas apenas as variáveis cujos efeitos
mostraram significância na ANOVA.
(A)
Lâminas
L1
L2
L3
L4
L5
(B)
MS
1797,00 b
1823,00 b
2365,00 a
1905,00 b
1762,00 b
Dose
D1
D2
D3
D4
AL
43,10 c
58,80 b
74,35 a
79,30 a
MS
544,50 d
1800,00 c
2501,00 b
2876,00 a
* Médias com letras diferentes na mesma coluna diferem entre si pelo teste de Tukey (P<0,05).
Para a característica de produtividade MS, ambos os fatores foram significativos. Para
essa característica, a lâmina de irrigação de 70% foi a que proporcionou melhor resultado,
diferente estatisticamente de todos os demais, com produtividade de 2365,00 kg.ha-1. Para essa
120
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
mesma característica, a dose de adubação nitrogenada de 150 kg.ha-1 também conduziu à maior
média de produtividade 2876,00 kg.ha-1. Com relação à característica altura, as doses de
adubação de 100 e 150 kg.ha-1 apresentaram maiores alturas, estatisticamente iguais, 74,35 e
79,30cm.
CONCLUSÕES
Foram identificados efeitos significativos de interação Lâmina x Dose para IC e DPE.
Foram detectados efeitos de Lâmina de Irrigação para característica agronômica MS. Para o fator
dose de adubação com Nitrogênio, foram detectados efeitos para as características agronômicas
AL e MS. A lâmina de irrigação de 70% juntamente com adubação de 100 ou 150 kg.ha-1
conduziram à maior produtividade de massa seca de capim-Mombaça.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem o apoio financeiro da PROPe; PROEX e FCTA-UNESP.
REFERÊNCIAS
GARGANTINI, P.E. Irrigação e adubação nitrogenada em capim mombaça (Panicum
maximum jacq) na região oeste do Estado de São Paulo. Ilha Solteira, 2005. 85p. Dissertação
(Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Engenharia da UNESP.
PEREIRA, F.J.; CASTRO, E.M.; SOUZA, T.C.; MAGALHÃES, P.C. Evolução da
anatomia radicular do milho 'Saracura' em ciclos de seleção sucessivos, Pesquisa Agropecuária
Brasileira, v. 43, n. 12, p.1649-1656, 2008.
R Core Team (2015). R: A language and environment for statistical
computing. R
Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. URL http://www.R-project.org/
SILVA, D.J., QUEIROZ, A. C. Análise de Alimentos (métodos químicos e biológicos).
3. ed. Viçosa: Imprensa Universitária da Universidade Federal de Viçosa. 2002.
STENGLEIN S.A.; ARAM BARRI A.M.; CARMEM M. D.; SEVILLANO M.;
BALATTI P.A. Leaf epidermal characters related with plant’s passive resistance to pathogens
vary among accessions of wild beans Phaseolus vulgaris var. aborigineus (LeguminosaePhaseoleae). Flora-Morfhology, Distribution, Functional Ecology of Plants, v. 200, p. 285295, 2005.
121
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
INFLUÊNCIA DO TRATAMENTO ANTI-HELMÍNTICO NO
DESEMPENHO E TERMINAÇÃO DE VACAS DE DESCARTE
SUPLEMENTADAS A PASTO
Osvaldo Alex de Sousa*¹; Pedro Fernando Santi1; João Victor Tino Dellaqua¹; Daniele
Floriano Fachiolli2; Ricardo Velludo Gomes de Soutello3.
¹Discente do curso de Zootecnia/Unesp-Dracena 2Mestranda em Ciências e Tecnologia
Animal – UNESP/Campus de Dracena 3Docente do curso de zootecnia/Unesp-Dracena
*[email protected]
RESUMO
O trabalho realizado teve como objetivo investigar o efeito do tratamento anti-helmíntico no
desempenho de vacas descartes. Foram avaliados 60 animais divididos em três grupos de 20
vacas: Dois grupos serão tratados com anti-helmíntico diferentes (endectocida e convencional)
enquanto um grupo controle receberá apenas a solução fisiológica. Os anti-helmínticos e a
solução fisiológica serão administrados por via subcutânea nas doses recomendadas pelos
fabricantes: G1- Levamisol (RIPERCOL*L®) 1mL/40kg/PV; G2- Moxidectina (CYDECTIN®)
1mL/50kg/PV; G3- Controle (solução fisiológica) 1 mL/45kg/PV. Fezez foram coletadas para
contagem de ovos por grama de fezes (OPG) de cada um dos animais, uma coleta a cada 28 dias,
junto com a coleta de fezes pesagem foram realizadas para análise de ganho de peso dos
tratamentos. Não houve diferença estatística de contagem de OPG e ganho de peso entre os
tratamentos avaliados. Ambos os grupos apresentaram baixa contaminação ao longo do
experimento, sugerindo que quando criadas em condições de conforto vacas multíparas de corte
hígidas não necessitariam de tratamento anti-helmíntico.
Palavras – Chave: Bovinos; Helmintos gastrointestinais.
INTRODUÇÃO
A pecuária voltada para a produção de carne vem sofrendo sucessíveis alterações na
rentabilidade, essas consequências ocorrem devido ao aumento constante nos custos de produção
e variações do preço da carne. O sucesso da bovinocultura de corte perante outras atividades
agropecuárias depende da eficiência da estratégia escolhida, redução de custos e bom
planejamento, garantindo assim uma maior lucratividade (SAMPAIO et al., 2001).
Dentre os fatores que contribuem para o baixo índice de produtividade da bovinocultura, a
verminose ocupa um lugar de destaque e tem sido apontada como um dos importantes pontos de
estrangulamento dos sistemas de produção de bovinos de corte e de leite (BIANCHIN; MELO,
1985).
Os danos causados por helmintos são difíceis de serem mensurados, porém estima-se que
animais que não foram submetidos a tratamentos com anti-helmíntico têm desempenho de 30 a
70 kg/ano inferior ao dos que recebem medidas profiláticas, nas condições de Brasil central
(PINHEIRO, 1985; ZOCOLLER et al., 1995; BIANCHIN, 1996; SOUTELLO et al., 2001).
Estimam que o controle ineficiente pode ocasionar perdas de aproximadamente 68.000.000,00 de
dólares/ano somente na região centro-oeste do Brasil (HONER & BIANCHIN; 1987).
122
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Por ser considerada uma categoria de baixa eficiência alimentar no sistema produtivo de
bovinos de corte, as vacas eliminadas do rebanho de cria (vacas de descarte), normalmente são
terminadas em pastagens nativas, que apresentam grande variação qualiquantitativa durante o
ano, o que não proporciona o adequado desempenho e grau de acabamento da carcaça (3 a 6 mm
de gordura de cobertura) exigido pelos frigoríficos (Moura, 2013).
No Brasil ainda há uma carência de trabalhos que correlacionem aspectos parasitários e
nutricionais, principalmente em vacas de descarte após o parto em sistema de pastejo
convencional. Investigações científicas nesse sentido são de grande valia para a obtenção de
melhores resultados de desempenho dessa categoria, a fim de torná-la mais eficiente. Sendo a
terminação uma fase importante dentro do sistema de produção na bovinocultura de corte, onde o
estresse pode resultar negativamente no processo de engorda e na carga parasitária deste animal
após o desmame dos bezerros. Desta forma, é importante analisar o desempenho dessa categoria
de animais avaliando se há necessidade da utilização de anti-helmíntico em vacas descarte.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido entre os meses de agosto a dezembro de 2014 na Fazenda Santa
Luzia localizada no município de Castilho- SP (Oeste Paulista), conveniada com a UNESPCampus de Dracena. Utilizou – se 60 fêmeas bovinas da raça Nelore (Bos taurus indicus) recém
desmamadas, com média de 72 meses de idade, distribuídas em três grupos tratados e não
tratados com 20 animais em cada grupo. Dois grupos tratados com anti-helmíntico diferentes
(endectocida e convencional) enquanto um grupo controle recebeu apenas a solução fisiológica.
Os anti-helmínticos e a solução fisiológica foram administrados por via subcutânea nas doses
recomendadas pelos fabricantes: G1- Levamisol (RIPERCOL*L®) 1mL/40kg/PV; G2Moxidectina (CYDECTIN®) 1mL/50kg/PV; G3- Controle (solução fisiológica) 1 mL/45kg/PV.
As vacas permaneceram em mesma pastagem com taxa de lotação de 1 UA/ha, formada por
Brachiaria decumbens, durante 120 dias, recebendo água à vontade e suplementada com 0,3%
peso vivo de ração por dia.
Analise coproparasitologicas: foram realizadas coletas de fezes a cada 14 dias, sendo uma delas
realizada antes do dia zero do experimento (pré teste) para diagnostico do rebanho, todas as
amostras de fezes serão coletadas diretamente do reto do animal, sendo realizadas as contagem
de ovos por grama de fezes (OPG), de acordo com a técnica de Gordon & Whitlock (1939) para
avaliar o grau de infecção e tempo de reaparecimento de ovos, as amostras foram submetidas ao
exame fecal de Willis (1927), e posteriormente, realizada uma coprocultura para cada grupo,
segundo a metodologia de ROBERTS e O´SULLIVAN (1950). As larvas infectantes obtidas
foram identificadas de acordo com Keith (1953) com intuito de estabelecer a fauna helmíntica
dos hospedeiros. Os anti-helmínticos e placebo foram administrados no dia zero do experimento.
Análises de desempenho: para avaliar o desempenho dos grupos será feita pesagens individuais no
início e final do experimento (120 dias). Na chegada ao frigorifico será feita uma terceira
pesagem para cálculos de perdas durante o transporte. Análises estatística: usou – se um
delineamento inteiramente casualizado (DIC), e após coleta de dados, aplicou-se o teste de
Tukey a 5%.
123
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 1 estão apresentados os valores médios de ovos por gramas de fezes (OPG)
dos animais, contendo dois grupos tratados e um controle. Para as variáveis ovos por grama de
fezes não foi apresentado efeito significativo (P>0,05) entre os tratamentos.
Anti-helmíntico
Grupo
Pré-teste
OPG 1
OPG 2
OPG 3
Ripercol
G1
136.20
134.50
5.17
25.90
Cydectin
G2
127.60
77.60
0
3.45
Placebo
G3
93.10
77.60
0
25.90
180.642
160.779
11.814
48.287
Desvio padrão combinado
Os valores resultantes de ovos por grama de fezes (Tabela 1) da administração dos antihelmínticos, confirmam que quando bem manejada não há necessidade de medidas profiláticas
contra a verminose, desde que os animais estejam livres de estresse e má nutrição, concordando
com Viana et al (2009).
Tabela 2 – Médias de ganho de peso (GP) e desvio padrão combinado dos bovinos tratados com
diferentes anti-helmínticos e placebo.
Anti-helmíntico
Grupo
Ganho de peso
Ripercol
G1
54.56
Cydctin
G2
52.04
Placebo
G3
45.71
16.864
Desvio padrão combinado
Na Tabela 2 estão apresentados os valores médios de ganho de peso (GP), não
encontrando valores significativos (P>0,05) entre os animais tratados e não tratados. Assim
como no OPG dos animais, o GP não demonstrou diferenças entre os tratamentos. Semelhante a
este trabalho, Stromberg et al. (1997) relatam que não houve ganho de peso entre os grupos de
vacas multíparas.
CONCLUSÕES
Conclui-se que quando em situação desafiadora como aleitamento e nutrição debilitada, a
categoria sofre influência de infecção helmíntica, porém com a retirada da prole e suplementação
os animais mostram-se sem queda de desempenho a infecção helmíntica.
REFERÊNCIAS
124
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
BIANCHIN, I.; HONER, M. R. Produção de ovos de vermes gastrintestinais em vacas
nelore, durante o período periparto. Campo Grande: EMBRAPA-CNPGC, 1985. Comunicado
Técnico, n. 27.
BIANCHIN, I. Controles estratégicos dos helmintos gastrointestinais em bovinos de corte
no Brasil. A Hora Veterinaria., v. 7, n. 39, p. 49-53, 1987.
BIANCHIN, I. Epidemiologia dos nematódeos gastrintestinais em bovinos de corte nos
cerrados e o controle estratégico no Brasil. In: Controle dos nematódeos gastrointestinais de
bovinos. EMBRAPA, p. 113-156, 1996.
BIRGEL, E. H. Hematologia Clínica Veterinária. In: BIRGEL, E. H.; BENESI, F. J.
Patologia Clínica Veterinária. São Paulo: Sociedade Paulista de Medicina Veterinária, 1982. p.
2-34.
GORDON, H. M., & WHITLOCK, H. V. A new technique for counting nematode eggs in
sheep faeces. Journal of Count Science, v. 12, p. 50-2. 1939.
HONER, M. R., BIANCHIN, I. Considerações básicas para um programa de
controle
estratégico da verminose bovina em gado de corte no Brasil. Campo Grande: EMBRAPA/
CNPGC, 1987. 53 p. (Circular técnica, 20).
Moura, I.C.F., Kuss, F., Moletta, J.L., Perotto, D., Strack, M.G. & De Menezes, L.F.G.
"Feedlot finishing cull cows fed diets with different levels of concentrate", Semina:Ciencias
Agrarias, vol. 34, n. 1, p. 399-408, 2013.
PINHEIRO, A. C. Custo benefício dos esquemas estratégicos de controle das helmintoses
dos bovinos. In: SEMINÁRIO BRASILEIRO DE PARASITOLOGIA VETERINÁRIA, 3, 1985,
Balneario Camburiú. Anais... Brasilia: EMBRAPA / DDT, p. 153 – 7, 1985.
ROBERTS, F. H. S. & O’SULLIVAN, P. J. Methods for egg counts and larval cultures for
strongyles infecting the gastro-intrestinal tract of cattle. Australian Journal of Agriculture
Research, v. 1, p. 99- 102, 1950.
SAMPAIO, A.A.M. et al. Comparação de sistemas de avaliação de dietas para bovinos no
modelo de produção intensiva de carne. Suplementação do pasto para vacas na estação
seca. Revista Brasileira de Zootecnia, v.30, n.4, p.1287-1292, 2001.
SOUTELLO, R.V.G.; GASPARELLI JÚNIOR, A.G.; MENEZES, C.F.; DOURADO, H. F.;
LIMA, M.A.; BAIER, M.O. Ação e importância dos anti-helmínticos em relação a produção de
ruminantes. Ciências Agrárias e da Saúde, v. 1, n. 1, p. 55-59, 2001.
VIANA, Rinaldo Batista et al. Dinâmica da eliminação de ovos por nematódeos
gastrintestinais, durante o periparto de vacas de corte, no Estado do Pará. Revista Brasileira de
Parasitologia Veterinaria, Jabuticabal, v. 18, n. 4, p.49-52, dez. 2009
ZOCOLLER, M.C., STARKE, W.A., VALÉRIO FILHO, W.V. Ganho de peso em fêmeas
da raça Guzerá tratadas com diferentes épocas de aplicação de anti-helmínticos. In: SEMINÁRIO
BRASILEIRO DE PARASITOLOGIA VETERINÁRIA, 9, 1995, Campo Grande. Anais...
Campo Grande: CBPV, p. 124, 1985.
125
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
INFLUÊNCIA DOS DIFERENTES NÍVEIS DE SOMBREAMENTO NA
PASTAGEM SOBRE O GRAU DE PARASITISMO E DESEMPENHO DE
NOVILHOS NA FASE DE RECRIA
Renata Tardivo*¹; Juliana Alencar Gonçalves¹; Arthur Fernando Lorena de Almeida¹;
Leandro Dias Pinto¹; Ricardo Velludo Gomes de Soutello² ¹Aluno(a) da Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP, Dracena/SP - Brasil, ²Prof. Dr. da
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP, Dracena/SP - Brasil *email: [email protected]
RESUMO
O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de produção mundial de bezerros, tendo em
vista que uma boa alimentação através de forrageiras de qualidade juntamente com um conforto
promovido pelo sombreamento no pastejo sobre o Sistema Agrossilvipastoril pode ser uma
forma alternativa de controle dos nematódeos gastrintestinais, dos quais pode alterar seu
desempenho. Este trabalho teve o propósito de verificar a influência dos diferentes níveis de
sombreamento na pastagem sobre o grau de parasitismo e seu desempenho (ganho de peso médio
– GPM) de novilhos na fase de recria no sombreamento do Sistema Agrossilvipastoril. Os grupos
serão: G1: Integração – Pecuária – Floresta (sem árvores de eucalipto); G2: Sistema
Agrosilvipastoril (com árvores de eucalipto plantadas em linhas simples); G3: Sistema
Agrosilvipastoril (árvores de eucalipto plantadas em linhas triplas). Neste período foram
realizadas pesagens a cada 28 dias para obtenção do ganho de peso médio (GPM) e juntamente a
coleta de fezes para a determinação do grau de infecção, que será realizada através da contagem
de ovos por gramas de fezes (OPG), para assim determinar o grau de infecção e seu GPM.
Observou-se que os bovinos não apresentaram diferença significativa entre os diferentes níveis
de sombreamento na pastagem no período avaliado, com médias de OPG 9,3; 303 e 183,7,
respectivamente para o G1, G2 e G3. Os animais do G2 (uma linha de eucalipto) apresentaram
maior incidência de helmintos, no entanto, não houve uma relação entre o grau de verminose
com o GPM no presente estudo.
PALAVRAS-CHAVE: Bovinos; Ganho de Peso; Verminose.
126
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
INTRODUÇÃO
O Brasil possui o maior rebanho comercial de bovinos do mundo com 209.790.000
cabeças. Cerca de 85% das cabeças de bovinos abatidas em 2013 foram criadas e terminadas
exclusivamente em pastagens (ANUALPEC, 2013).
Uma das principais razões para o baixo desempenho do animal é a verminose, os efeitos
dos parasitas dependem da intensidade da infecção, levando à anemia, diarreia, menor consumo
voluntário, menor capacidade de digerir alimentos e absorver nutrientes, podendo afetar dessa
forma baixa condição corporal e consequentemente reduzir o ganho de peso (GP). Os
nematóides são os vermes de destaque entre os helmintos, principalmente os gastrintestinais
(SOUTELLO, 2001) que de acordo com Pinheiro et al. (1999) e Nicolau et al. (2001) podem
causar até a morte dos animais quando estão em grande quantidade, sendo a morbidade a pior
situação que um animal pode chegar (caráter crônico da infecção que diminui o desempenho do
gado).
Tendo em vista que uma boa alimentação através de forrageiras de qualidade
juntamente com um conforto promovido pelo sombreamento no pastejo sobre o sistema
agrossilvipastoril, pode-se esperar que interfira no desempenho dos animais e uma possível
forma alternativa de controle dos nematódeos gastrintestinais. O objetivo deste trabalho foi
avaliar a influência dos diferentes níveis de sombreamento na pastagem sobre o grau de
parasitismo e desempenho de novilhos na fase de recria.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi desenvolvido na Agência Paulista de Tecnologia (APTA) de
Andradina, parceria feita pela UNESP/ Campus de Dracena. Foram utilizados 58 animais
machos da raça Nelore em uma área de 25,5 hectares divididos em 12 piquetes, sendo o
delineamento experimental em blocos ao acaso com três grupos e quatro repetições, em
pastagem de Urochloa brizantha cv. Marandu. G1: Sistema Integração - Pecuária (sem árvores
de eucalipto); G2: Sistema Integração - Lavoura - Pecuária - Floresta (com árvores de eucalipto
plantadas em linhas simples, sendo a distância entre linhas de 17 a 21m e entre plantas de 2m –
196 árvores/ha); G3: Sistema Integração - Lavoura - Pecuária - Floresta (com árvores de
127
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
eucalipto plantadas em linhas triplas, possuindo 3m entre linhas, 2m entre plantas e de 17 a 21m
entre cada faixa tripla de eucalipto - 448 árvores/ha).
A cada 28 dias foram realizadas as pesagens dos animais, com jejum de 16 horas. O GPD
foi obtido pela diferença entre a pesagem final e inicial, dividido pelo número de dias do
experimento. Os animais foram castrados entre as coletas do outono e do inverno. Coletas de
fezes foram realizadas para a determinação do grau de infecção por helmintos, através de
contagem de OPG (ovos por grama de fezes) utilizando-se câmara de McMaster (GORDON e
WHITLOCK, 1939). Para o cultivo e extração das larvas, foi utilizado o método de Roberts e
O’Sullivan (1950), e para posteriores identificações foram utilizada a chave de Keith (1953).Nas
analises estatísticas utilizamos o teste Tukey a 5%, no programa Minitab.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As médias de GP dos grupos sem sombreamento (G1), com uma linha de eucalipto (G2)
e três linhas de eucalipto (G3) foram 60,1; 56,2 e 62 kg, respectivamente, ou seja, observou-se
que os bovinos não apresentaram diferença significativa (p<0,05) entre os diferentes níveis de
sombreamento na pastagem durante o período avaliado para o GP. Tal fato pode ser justificado
pela origem étnica dos bovinos (Bos indicus) utilizados, uma vez que este grupo racial apresenta
o conforto térmico com intervalo definido entre 10 e 32ºC (CARVALHO et al., 2003). Porém
observou-se que no outono as médias GPD dos grupos foram de 0,79; 0,63 e 0,71 kg,
respectivamente, já no inverno as médias foram inferiores significativamente (p<0,05), sendo
0,05; 0,20 e 0,18 kg. No entanto, as médias de GPD não diferiram entre os grupos no inverno e
no outono, o G2 (5,88 kg) obteve maior GPD quando comparado com o G3 (1,46 kg). O motivo
que pode ter levado a queda do GPD é a castração que foi realizada nos animais entre a última
coleta do outono e a primeira coleta do inverno. Outro motivo pode ser em relação à
disponibilidade e qualidade da pastagem que normalmente é inferior no período do inverno.
As médias de OPG do G1, G2 e G3 foram respectivamente 159,3; 303 e 183,7,
mostrando que os animais que permaneceram nos piquetes com 1 linha de eucalipto (G2)
apresentaram valores de OPG maiores quando comparado com os animais que permaneceram
nos piquetes com três linhas de eucalipto (G3) e sem sombreamento (G1), não demonstrando
diferença significativa entre eles. Segundo Sotomaior et al. (2009) o sombreamento também
pode ser um fator importante que influencia no grau de parasitismo nos animais, pois preserva as
condições da pastagem favoráveis para as larvas.
128
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Os gêneros encontrados nas realizações da coprocultura foram: Cooperia ssp.,
Haemonchus ssp.,Trichostrongylus ssp., e Oesophagostomum ssp., comparando os parâmetros de
GPM com os valores do OPG, observou-se que mesmo com animais do G2 diferindo dos outros
grupos, as características em relação ao GPM não variaram entre os grupos.
CONCLUSÕES
Conclui-se que não houve influência do sombreamento, seja em 1 linha ou 3 com
eucalipto ou sem sombra, em relação ao GP. Quanto o OPG pode concluir que os animais do G2
(contendo 1 linha de eucalipto), apresentaram maior incidência de helmintos, no entanto não
houve uma relação entre o grau de verminose com o ganho de peso nas condições do presente
estudo.
REFERÊNCIAS
ANUALPEC. Anuário da pecuária brasileira. FNP, São Paulo, 2013. 357 p.
BALBINO, L.C.; CORDEIRO, L.A.M.; PORFIRIO DA SILVA, V. Evolução tecnológica e
arranjos produtivos de sistemas de integração de lavoura – pecuária – floresta no Brasil.
Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.46, n.10, p.i-xii, out. 2011.
CARVALHO, F.A.N .; B ARBOSA, F.A.; MCDOWELL, L.R. Cromo. Nutrição de bovinos a
pasto .Belo Horizonte: PapelForm, 2003. p.357 -359.
GORDON, H. McL; WHITLOCK, A. V. A new technique for counting nematode eggs in sheep
feces. Journal Council Scientific Industry Research Australia, v. 12, p. 50-52, 1939.
KEITH, R. K. The differentiation of the infective larvae of some common nematode parasites of
cattle.AustralianJournalofZoology, Victoria, v. 1, n. 2, p. 223-235, 1953.
MACEDO, M.C.M.; Integração lavoura e pecuária: o estado da arte e inovações tecnológicas.
Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, p.133 – 146, 2009 (supl. Especial).
NICOLAU, C. V. J.; AMARANTE, A.F.T.; ROCHA, G.P. et al. Relação entre desempenho e
infecção por nematódeos gastrintestinais em bovinos 52 Nelore em crescimento. Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 54, 2001.
SOTOMAIOR, C. S.; MORAES, F. P. S.; SOUZA, F. P.; MILCZEWSKI, V.; PASQUALIN, C.
A. Parasitoses gastrintestinais dos ovinos e caprinos: alternativas de controle. Curitiba:
Instituto
Emater,
2009.
36p.
Disponível
em:
<http://www.arcoovinos.com.br/sitenew/ferramenta/imagens/artigos/1.pdf>. Acesso em: 04 set.
2015.
129
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
INTERFERÊNCIA DA QUALIDADE DOS FENOS DE TIFTON E ALFAFA
NO PERÍMETRO ABDOMINAL E PESO CORPORAL DE EQUINOS
Ana Carolina de Almeida Duarte*¹; Kátia de Oliveira; Denise Tsuzukibashi¹; Mariana
Siqueira Araújo; Amanda Mantovani Pereira¹; Giovani Augusto Campos Oliveira¹
¹Discente do curso de Zootecnia/Unesp-Dracena ²Docente do curso de zootecnia/UnespDracena. *[email protected]
RESUMO
O trabalho objetivou estudar o efeito da qualidade dos fenos de tifton e alfafa, em dietas
isoproteicas e isoenergéticas, sobre a biometria corporal de cavalos. Foram utilizados seis
equinos, com idade entre 6-7 anos e peso corporal médio de 353,83 kg. Os tratamentos
consistiram de seis dietas constituídas por concentrado mais volumoso. O volumoso da dieta foi
composto pelas combinações de fenos tifton e alfafa e três qualidades de feno (A, B e C). As
variáveis mensuradas nos cavalos foram peso corporal (PC) e perímetro do abdômen (PA).
Houve efeito significativo (P<0,05) para as variáveis PC e PA para o tipo forrageiro. O grupo de
cavalos alimentado com feno de alfafa apresentou menores valores para PC (349,23±39,69 kg),
PA (174,27±8,18 cm). Foi possível concluir que o feno de alfafa proporcionou redução no PC e
PA, que pode ser explicado pela digestibilidade verificada para a dieta composta por feno de
alfafa, bem como pela retenção de água e quantidade de massa não digestível no trato
gastrointestinal para o feno de tifton.
PALAVRAS-CHAVE: biometria corporal; cavalo; forragem
INTRODUÇÃO
O moderno manejo de equinos impõe, a esta espécie animal, reduzida quantidade de
forragem e incremento de grãos em sua dieta, para atender seus requerimentos nutricionais de
desempenho esportivo. Atualmente, os cavalos em atividade física de curta duração são
alimentados com dieta composta por concentrado e volumoso na proporção de 50:50, contidos
em uma ingestão de matéria seca (IMS) de 2% do peso corporal (PC).
A estratégia alimentar adotada para nutrir os equinos atletas pode ter efeito expressivo
sobre o PC dos mesmos. Cavalos consumindo dietas contendo alta proporção de volumoso
resultam em incremento na massa da ingesta presente no intestino grosso (PAGAN & DUREN,
130
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
2001), decorrente do aumento da retenção de água no trato gastrointestinal (TGI), bem como da
quantidade de material fibroso não digerido (ELLIS, HOLLAND & ALLEN, 2002).
A digestibilidade dos nutrientes do volumoso pode também alterar substancialmente o PC
de equinos, resultando em menor massa indigestível no TGI, para forragens de boa qualidade
(PAGAN, 2009).
Neste sentido, a pesquisa objetivou estudar o efeito da qualidade dos fenos de tifton e
alfafa, em dietas isoproteicas e isoenergéticas, sobre a biometria corporal de cavalos.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados seis cavalos, mestiços, com idade entre seis e sete anos e peso corporal
(PC) médio de 353,83 kg. Os tratamentos consistiram de seis dietas constituídas por concentrado
e volumoso e o delineamento experimental foi o quadrado latino 6 x 6 (seis cavalos e seis
períodos). Cada período experimental foi composto por sete dias para adaptação dos cavalos à
dieta (GOACHET et al., 2009), seguido por três dias de mensurações (fase de coleta), de acordo
com Gobesso et al. (2009). Aos seis tratamentos do experimento, o volumoso da dieta foi
composto pelas combinações de fenos, em esquema fatorial 2 x 3, ou seja, duas forragens (tifton
e alfafa) e três qualidades de feno (A, B e C). Para compor as dietas experimentais, foram
adquiridos fenos de tifton e alfafa dos tipos A, B e C, concentrado comercial e suplemento
mineral para equinos.
As variáveis mensuradas nos cavalos foram peso corporal (PC), perímetro do abdômen
(PA). Os animais foram pesados diariamente, durante todo o período experimental, antes do
fornecimento da primeira refeição do dia às 7:00 h da manhã (RICE et al., 2001). O PA foi feito
por meio de fita métrica e as medidas foram tomadas na altura da 18ᵃ vértebra torácica. Esta
medida representou a circunferência do abdômen, medido diariamente após a pesagem dos
animais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na tabela 1 estão apresentados os valores médios do peso corporal (PC) e do perímetro
abdominal (PA) dos equinos. Não foi verificado efeito significativo (P>0,05) das dietas
experimentais sobre o PC e PA dos animais, porém verificou-se diferença significativa (P<0,05)
para o tipo de forragem, como o efeito principal. O grupo de cavalos alimentado com feno de
131
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
tifton apresentou valores superiores às variáveis PC e PA, no qual resultou em 367,75±42,88 kg
e 177,05±8,14 cm, respectivamente. Enquanto que os cavalos consumindo feno de alfafa
obtiveram reduções nestas variáveis, cujos valores observados foram de 349,23±39,69 kg para
PC e 174,27±8,18 cm ao PA. Tais respostas resultaram na diferença entre as médias dos grupos
experimentais contendo feno de tifton e alfafa, como fonte de volumoso nas dietas, de 18,52 kg
(P=0,0316) e de 2,78 cm (P=0,0478), para PC e PA, respectivamente.
Os valores resultantes de PC (Tabela 1) do fornecimento dos fenos de tifton e alfafa,
como fonte de volumoso na alimentação dos cavalos, confirmam que, em dietas isoproteicas e
isoenergéticas, o tipo de forrageira interfere no PC destes animais.
Para perímetro abdominal fica evidente a influência do tipo forrageiro sobre esta variável,
em equinos alimentados com dietas isoproteicas e isoenergéticas (Tabela 1). Assim, cavalos
consumindo dietas com feno de alfafa, independentemente de sua qualidade, na atual pesquisa,
resultaram em redução nesta medida em 2,78 cm.
CONCLUSÕES
132
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
O tipo forrageiro ingerido influenciou na biometria corporal dos cavalos. O fornecimento
de feno de alfafa, como fonte de volumoso, em dietas isoproteicas e isoenergéticas, promoveu
redução no peso corporal e perímetro abdominal em equinos.
AGRADECIMENTOS
Este trabalho foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo (FAPESP), processo 2013/03075-1. O desenvolvimento desta pesquisa foi realizado no
Haras RR, em São Pedro/SP
REFERÊNCIAS
ELLIS, J. M.; HOLLANDS, T.; ALLEN, D. E. Effect of forage intake on body weight and
performance. Equine Veterinary Journal, v.34, p.66-70, 2002.
GOACHET, A. G.; PHILIPPEAU, C.; VARLOUD, M.; JULLIAND, V.. Adaptations to
standard approaches for measuring total tract apparent digestibility and gastro-intestinal retention
time in horses in training. Animal Feed Science and Technology, v.152, n.1, p.141-151, 2009.
GOBESSO, A. A. O.; LORENZO, C. L. F.; PREZOTTO, L. D.; RENNÓ, F. P.. Effects of
alfalfa processing and addition of soybean oil on the total diet digestibility of foals. Revista
Brasileira de Zootecnia, v.38, n.4, p.713-717, 2009.
PAGAN, J. D.; DUREN, S. E.. Recent developments in equine nutrition. Recent Advances in
Animal Nutrition in Australia, v.13, p.169-177, 2001.
PAGAN, J. D.. Water is the most overlooked nutrient for horses. Kentucky Equine Research,
v.29, n.1, p.3, 2009.
RICE, O.; GEOR, R.; HARRIS, P.; HOEKSTRA, K.; GARDNER, S.; PAGAN, J.. Effects of
restricted hay intake on body weight and metabolic responses to high-intensity exercise in
thoroughbred horses. Proceedings 17th Equine Nutrition and Physiology Symposium, p.273279, 2001.
133
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
LISOFOSFOLIPÍDIOS ASSOCIADOS COM ÁCIDOS ORGÂNICOS
AUMENTAM O TEOR DE Ω-3 NA CARCAÇA DE FRANGOS
ALIMENTANDOS COM ÓLEO DE SOJA
Gustavo do Valle Polycarpo¹*; Robert Guaracy Aparecido Cardoso²; Valquíria Cação CruzPolycarpo²; Filipe Zanferari1, Ricardo de Albuquerque¹. ¹Departamento de Nutrição e Produção
Animal VNP-FMVZ-USP, Campus de Pirassununga. *email: [email protected] ²Universidade
Estadual Paulista, UNESP - Câmpus de Dracena.
RESUMO
Foi utilizado um esquema fatorial 2×2×2 para avaliar o efeito de duas fontes lipídicas (óleo de
soja ou sebo bovino) em dietas suplementadas com lisofosfolipídios e ácidos orgânicos sobre a
composição da carcaça de frangos de corte. Foram utilizados 64 frangos machos da linhagem
Cobb®, perfazendo oito repetições por tratamento e uma ave por unidade experimental. O sebo
bovino proporcionou maior porcentagem de extrato etéreo às carcaças, independente da
utilização dos aditivos. O perfil de ácidos graxos da gordura corporal dos frangos foi fortemente
influenciado pelo teor de ácidos graxos das fontes lipídicas. A inclusão combinada de
lisofosfolipídios mais ácidos orgânicos diminuiu a quantidade de ácido palmítico e aumentou a
quantidade de ácido α-linolênico em frangos que receberam dietas com óleo de soja. Os
lisofosfolipídios aumentaram a quantidade total de ácidos graxos ω-3 e melhoraram a relação
entre ácidos graxos ω-6/3, independente dos outros fatores estudados.
PALAVRAS-CHAVE: ácidos graxos; aditivos; fontes lipídicas.
INTRODUÇÃO
A inclusão de lipídios na dieta de frangos de corte é fundamental para que a exigência de
energia metabolizável seja adequadamente atendida. Além disso, os lipídios fornecem ácidos
graxos essenciais que podem alterar a composição da carcaça de frangos (MOGHADASIAN,
2008). A modulação da composição da carcaça pela alteração do perfil de ácidos graxos dos
lipídios dietéticos foi estudada em diversas pesquisas afim de se obter um produto final que
atenda a crescente demanda de consumidores que buscam produtos mais saudáveis.
A incorporação de ácidos graxos essenciais depende da alimentação e da digestibilidade,
que pode ser incrementada por meio da utilização de aditivos. O emprego de emulsificantes,
como os lisofosfolipídios, incrementam os processos de digestão das gorduras (SILVA JÚNIOR,
134
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
2009). Já os ácidos orgânicos podem atuar sobre a microbiota intestinal, preservando os sais
biliares endógenos que são fundamentais para a formação de micelas.
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do óleo de soja ou do sebo bovino em dietas
suplementadas com lisofosfolipídios e ácidos orgânicos sobre a composição da carcaça de
frangos de corte.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados 64 frangos machos da linhagem Cobb®. Os mesmos foram distribuídos
num delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 2×2×2, sendo duas fontes
lipídicas (óleo de soja ou sebo bovino) contendo ou não lisofosfolipídios e ácidos orgânicos, com
oito repetições e uma ave por unidade experimental. Os frangos foram criados de 1 a 42 dias de
idade recebendo dietas a base de milho e farelo de soja, formuladas com níveis isoenergéticos e
isoaminoacídicos, de acordo com Rostagno et al. (2011).
Aos 42 dias, as aves foram abatidas e as carcaças foram cortadas em pedaços com a ajuda
de uma serra de fita e moídas em moedor de carne convencional. Após a moagem, as carcaças
foram homogeneizadas, acondicionadas em placas de Petri e liofilizadas. Foram analisados os
teores de umidade e extrato etéreo, além dos ácidos graxos obtidos por cromatografia gasosa.
Os dados foram submetidos à análise de variância pelo procedimento MIXED (SAS
Institute, 2012). Quando necessário, as diferenças entre os tratamentos foram estudadas
comparando-se as médias estimadas dos quadrados mínimos (LSMEANS) calculadas pelo
comando PDIFF (Compared Pairwise).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As fontes lipídicas influenciaram o porcentagem corporal de extrato etéreo das aves
(Tabela 1). O sebo bovino proporcionou maior porcentagem de extrato etéreo às carcaças,
independente da utilização dos aditivos. O perfil de ácidos graxos da gordura corporal dos
frangos foi fortemente influenciado pelo teor de ácidos graxos das fontes lipídicas.
Tabela 1. Composição e perfil de ácidos graxos da carcaça de frangos de corte aos 42 dias.
135
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
A inclusão combinada de lisofosfolipídios mais ácidos orgânicos diminuiu a quantidade
de ácido palmítico (C16:0) ao passo que aumentou a quantidade de ácido α-linolênico (18:3 cis9, 12, 15) em frangos que receberam dietas com óleo de soja (Figura 1 e 2). Os lisofosfolipídios
136
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
aumentaram as quantidades de ácido araquidônico (C20:3 cis-8, 11, 14) e melhoraram a relação
ω-6/3, independente dos outros fatores estudados.
CONCLUSÕES
O sebo bovino aumenta a quantidade de gordura da carcaça de frangos. Os
lisofosfolipídios associados aos ácidos orgânicos diminuem a incorporação de ácido palmítico ao
passo que aumentam a quantidade de ácidos graxos da família ω-3. Ainda, os lisofosfolipídios
aumentam a quantidade de ácido araquidônico e melhoram a relação ω-6/3, independente da
fonte lipídica utilizada.
AGRADECIMENTOS
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo pela concessão do auxílio à
pesquisa (FAPESP 2012/08536-4) e da bolsa de estudos (FAPESP 2012/11370-0).
REFERÊNCIAS
MOGHADASIAN, M. H. Advances in dietary enrichment with n-3 fatty acids. Food
Science and Nutrition, v. 48, n. 5, p. 402-410, 2008.
ROSTAGNO, H. S.; ALBINO, L. F. T.; DONZELE, J. L.; GOMES, P. C.; OLIVEIRA,
R. F.; LOPES, D. C.; FERREIRA, A. S.; BARRETO, S. L. T.; EUCLIDES, R. F. Tabelas
brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. 3. ed. Viçosa,
MG: Universidade Federal de Viçosa, 2011. 252 p.
SILVA JÚNIOR, A. Interações químico-fisiolóficas entre acidificantes, probióticos,
enzimas e lisofosfolipídios na digestão de leitões. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 38, p. 238245, 2009. N. Especial.
STATISTICAL ANALISYS SYSTEM. (SAS). Institute Inc. User’s Guide. Cary, NC,
USA: SAS Institute Inc. 2012.
137
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
MASSA DE FORRAGEM DO CAPIM-MARANDU EM SISTEMAS
INTEGRADOS DE PRODUÇÃO ANIMAL
Samuel Dias Moreira*1; Michele Martinho de Oliveira2; Aline Sampaio Aranha³; Mayara
Mayumi Shiguematsu4; Brahian DeJesus Jimenez Garcia5.
Dracena- FCAT.
125
1245
UNESP Campus de
Discente Engenharia Agronômica. 4Discente Zootecnia.
3
Discente do
Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia- UNESP/FEIS. *[email protected]
RESUMO
O trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a massa de forragem do capimmarandu (Urochloa brizantha) nos períodos iniciais de pastejo sob o sistema de integração
lavoura-pecuária-floresta (iLPF) com duas densidade de árvores (196 e 448 árvores.ha-1) e no
sistema de integração lavoura-pecuária (pleno sol) , em delineamento em blocos . A massa de
forragem foi determinada por meio do corte de todo o material presente no interior de uma
moldura de 0,5 m² em 9 pontos de cada piquete. Conclui -se que o sistema de integração com
196 e 448 árvores.ha-1 não interferiu na massa de forragem do capim-marandu.
PALAVRAS-CHAVE: Urochloa brizantha; pastejo; sombreamento.
INTRODUÇÃO
O Brasil é o quinto maior país do mundo em território, com 8,5 milhões de km² de
extensão. A área ocupada por pastagens é de 180 milhões de hectares, e, deste total,
aproximadamente 70% (126 milhões de ha) são pastagens plantadas (IBGE, 2012). A Urochloa
brizantha cv. Marandu é a planta forrageira mais plantada, próximo de 60 milhões de hectares, a
qual apresenta contribuição marcante na produção de carne bovina e leite (LUPATINI, 2010).
O uso de integração lavoura-pecuária-floresta tem sido sugerido para garantir a
sustentabilidade em sistemas de produção animal, devido ao seu potencial de promover
aumentos na produção de forragem com a recuperação de áreas degredadas e proporcionar
diversificação de renda para o produtor (PACIULLO et al., 2009).
Nos sistemas integrados de produção animal se torna muito importante estudar as
diversas interações entre a forragem e a espécie arbórea (PACIULLO, 2007). Entre essas
interações, observa-se o sombreamento ocasionado pela planta de maior porte sobre a de menor
138
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
porte. Paciullo et al. (2009) verificaram que a massa de forragem de capim-braquiária (Urochloa
decumbens) não diferiu entre o sistema silvipastoril e o capim em monocultivo.
Este estudo teve por objetivo avaliar a influência do componente arbóreo sobre a massa
de forragem do capim-marandu em relação ao pleno sol (iLP).
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi desenvolvido na APTA - Agência Paulista de Tecnologia dos
Agronegócios – Polo Regional do Extremo Oeste, Andradina - SP. O local situa- se a 20º53’38”
de latitude sul e 51º23’01” de longitude oeste, e possui 400 m de altitude. De acordo com a
classificação de Köeppen, o clima predominante na região é do tipo Cwa, que se caracteriza pelo
clima tropical de altitude, com inverno seco e verão quente e chuvoso. O solo da área
experimental é classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico, com camada
superficial arenosa e a declividade média do terreno é de 6%. A área total do experimento é de
aproximadamente 24 ha, dividida em 12 piquetes (unidades experimentais) com área entre 1,8 e
2,2 ha. Os tratamentos estão dispostos em: 1) Integração Lavoura-Pecuária- Floresta (iLPF) em
linhas simples, árvores de eucalipto plantadas em linhas únicas, sendo a distância entre linhas de
17 a 21m e a distância entre plantas de 2m, com densidade de 196 árvores/ha; 2) ILPF em linhas
triplas, com árvores de eucalipto plantadas em linhas triplas, sendo a distância entre linhas de
eucaliptos de 3m, a distância entre plantas de 2m e a distância entre as faixas de eucalipto de 17
a 21m, com densidade de 448 árvores/ha; e 3) Pastagem em integração lavoura-pecuária (iLP)
em pleno sol. O delineamento experimental é em blocos com quatro repetições.
O método de pastejo utilizado é o de lotação contínua e taxa de lotação variável,
utilizando a técnica de put and take (MOTT e LUCAS, 1952), utilizando-se novilhos de corte da
raça Nelore de aproximadamente 10 meses de idade com peso médio inicial de 200 kg. Em cada
piquete são utilizados cinco animais testes e um número variável de reguladores, conforme a
necessidade de ajuste da taxa de lotação para manutenção da meta de pastejo, que é a altura
média da pastagem de 30 cm.
As amostras de forragem foram colhidas no período de fevereiro a abril de 2015, sendo
realizado o corte rente solo de todo material presente no interior de uma moldura com medidas
de 1 x 0,5 m (0,5 m²) em 9 pontos de cada piquete. A forragem cortada foi pesada,
homogeneizada e levada à estufa com circulação de ar forçada, para determinação da matéria
139
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
parcialmente seca a 65°C até atingir peso constante. A massa seca de forragem por hectare foi
obtida multiplicando-se a massa verde de forragem pelo respectivo teor de matéria seca.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados da massa de forragem, expressos em massa seca por hectare, estão
apresentados na Tabela 1. Verifica-se que não houve diferença significativa na massa de
forragem nos tratamentos estudados, com valores semelhantes.
Tabela 1. Massa de forragem de capim-marandu na integração-lavoura-pecuária-floresta sob
duas densidades de arvores e a pleno sol.
Tratamento
Massa de forragem (kg ha-1)
Pastagem em iLP, pleno sol
3642 a
iLPF em linhas simples de eucalipto
3321 a
iLPF em linhas triplas de eucalipto
3260 a
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
significância.
Esses resultados podem provavelmente ser relacionados com as distâncias e a altura
baixa das árvores que não influenciaram o suficiente para interferir significativamente na massa
da forragem, uma vez que a luminosidade é fundamental para o crescimento e desenvolvimento
da planta forrageira. Dias-Filho (2002) avaliou as respostas fotossintéticas do capim-marandu
sob sombreamento artificial em casa de vegetação e verificou que esta espécie foi capaz de
ajustar o comportamento fotossintético sob sombreamento, o que auxilia na explicação dos
resultados.
Um estudo conduzido no município de Sinop - MT, região de transição
Cerrado/Amazônia por Cavalli et al. (2015), demonstrou que o capim-marandu com
sombreamento de eucalipto em renques espaçados de 30 metros com linhas triplas (3 m entre
árvores x 3,5 m entre linhas) com altura média de 9 metros, não apresentou diferença
significativa na massa do capim quando comparado com o capim a pleno sol, semelhante ao
obtido no presente trabalho.
140
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
CONCLUSÕES
Os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta em linhas simples e triplas de
eucalipto, e a pastagem em integração lavoura-pecuária a pleno sol não interferem na massa de
forragem do capim-marandu.
AGRADECIMENTOS
À APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) pelo apoio e área
experimental.
REFERÊNCIAS
CAVALLI, J. et al. Massa de forragem e composição morfológica de capim Marandu em
pastagens a pleno sol e em silvipastoril. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA,
24., 2014, Vitória. A zootecnia fazendo o Brasil crescer. Anais... Vitória: Universidade Federal
do Espírito Santo, 2014. 3p. 2015.
DIAS-FILHO, M.B. Photosynthetic light response of the C4 grasses Brachiaria brizantha and B.
humidicola under shade. Scientia Agricola, v.59, p.65-68, 2002.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=rj&tema=pecuaria2011>. Acesso em:
15/10/2012.
LUPATINI, G.C. Produção, características morfológicas e valor nutritivo de cultivares de
Brachiaria brizantha submetidas a duas alturas de resíduo. 2010. 64f. Tese (Doutorado em
Zootecnia) – UNESP, Botucatu, 2010.
PACIULLO, D.S.C., et al. Características do pasto e desempenho de novilhas em sistema
silvipastoril e pastagem de braquiária em monocultivo. Pesquisa agropecuária brasileira, v.44,
n.11, p.1528-1535, 2009.
PACIULLO, D.S.C., et al. Morfofisiologia e valor nutritivo do capim-braquiária sob
sombreamento natural e a sol pleno. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.42, n.4, p.573-579,
2007.
MOTT, G.O., LUCAS, H.L. The desing, conduct, and interpretation of grazing trials on
cultivated and improved pastures. In: INTERNATIONAL GRASSLAND CONGRESS, 6, 1952,
Pennsylvania. Proceedings... Pennsylvania: State College Press, 1952. p.1380-1385.
141
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
MICROCLIMA E ÍNDICES DE CONFORTO TÉRMICO EM SISTEMAS
INTEGRADOS
Gustavo Antunes Trivelin*¹; Murilo Scalet Daldon³; Érik dos Santos Harada¹; Mayara
Mayumi dos Santos Shiguematsu¹; Ana Caroline de Freitas Di Carne². ¹Graduando do
curso de zootecnia da FCAT, UNESP Campus de Dracena; ²Graduando do curso de
engenharia agronômica da FCAT, UNESP Campus de Dracena; ³Zootecnista formado pela
FCAT, UNESP campus de Dracena. *E-mail: [email protected]
RESUMO
No presente trabalho foi avaliado o microclima sob radiação direta do sol nos sistemas:
iLP (agropastoril), iLPF-1 (agrossilvipastoril com uma densidade arbórea de 200 árvores/ha) e
iLPF-2 (agrossilvipastoril com densidade de 500 árvores/ha). Os parâmetros avaliados foram:
velocidade do vento (VV), temperatura do ar (TA), umidade relativa (UR), carga térmica
radiante (CTR), índice de temperatura e umidade (ITU) e índice de temperatura e umidade de
globo (ITGU). No período registrado não houve diferença nos índices de conforto térmico entre
os sistemas, apenas na VV, que foi maior no tratamento sem as árvores, mostrando que os
sistemas iLPF são importantes barreiras físicas do vento.Os índices térmicos, na estação do verão
sob radiação direta do sol, foram desfavoráveis ao conforto térmico dos animais.
PALAVRAS-CHAVE: agrossilvipastoril; conforto térmico; ambiência.
INTRODUÇÃO
O Brasil detém o segundo maior rebanho bovino comercial do mundo com 217,55
milhões de cabeças (ANUALPEC, 2015). Na produção animal, fatores como disponibilidade de
água, sombreamento, temperatura corporal podem levar o animal ao estresse térmico. Caso o
animal não esteja em equilíbrio térmico ele entra em estado de estresse, o que pode ocasionar
graves problemas, tanto na produção, como na reprodução animal (NAVARINI et al., 2009).
Segundo Silva et al. (2011), o uso de espécies florestais incorporadas ás pastagens
reduzem os efeitos das condições climáticas estressantes para os animais. Demonstrando assim a
importância de se avaliar o microclima dentro desses sistemas. O objetivo deste trabalho foi
avaliar índices de conforto térmico em sistemas agrossilvipastoris na estação do verão.
142
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado, na APTA (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) Pólo Regional do Extremo Oeste, localizada no município de Andradina (20° 53' 46'' de latitude
sul, 51° 22' 46'' de longitude oeste e 405 m de altitude), Oeste do Estado de São Paulo. O clima
predominante na região é o Cwa, caracterizando-se como clima tropical de altitude, com verão
quente e chuvoso e inverno seco. Segundo os dados climáticos da Apta – Pólo Regional do
Extremo Oeste a precipitação anual da região é em torno de 1.257 mm, concentrando 78% das
chuvas de outubro-abril e 22% de maio-setembro caracterizando a estação seca.
Os tratamentos estudados foram: Integração lavoura-pecuária (iLP); Integração lavourapecuária-floresta em linhas únicas de árvores de eucalipto, com distância entre linhas de 17 a
21m, na densidade de 196 árvores.ha-2 (iLPF 1); e Integração lavoura-pecuária-floresta em linhas
triplas de árvores de eucalipto, com distância entre linhas de 17 a 21m, na densidade de 448
árvores.ha-2 (iLPF2). O delineamento experimental utilizado foi em blocos, com três repetições.
Apastagem utilizada nos sistemas foi Urochloa brizantha (Syn. Brachiaria brizantha) cv.
Marandu e o componente arbóreo gênero Urograndis (clone i-224)
Variáveis climáticas como temperatura de globo negro (TG), temperatura do ar (TA),
umidade relativa (UR) foram registradas por meio de data loggers acoplados a globo termômetro
de Vernon, configurados para registros a cada minuto, instalados a 1,5 m do solo, simulando a
altura do centro de massa de bovinos, e em locais previamente escolhidos, de forma que
estivessem expostos à incidência de radiação solar direta nos diferentes horários do dia. A
velocidade do vento (VV) foi mensurada por meio de anemômetro digital portátil, registrados a
cada 30 minutos no intervalo das 6 às 14h no dia 28 de fevereiro de 2015.
As variáveis climáticas foram utilizadas para determinação dos índices de conforto
térmico: 1) Carga Térmica Radiante, pela equação proposta por Esmay (1982): CTR =
O’(TRM)4, onde O' é constante de Stefan-Boltzmann (5,67 x 10-8 W m-2 K-4) e TRM =
temperatura média radiante);2)Índice de Temperatura de Globo e Umidade, equação proposta
por Buffington et al. (1981); e Índice de Temperatura e Umidade, pela equação de acordo com
Thom (1958). Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste Scott-Knott ao nível
de significância de 5% de utilizando programa estatístico SISVAR.
143
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Estão apresentados na Tabela 1: a VV, TA, UR, CTR, ITU e ITGU nos sistema
agropastoril e agrossilvipastoris sob radiação solar direta.
Tabela 1. Velocidade do vento (VV), temperatura do ar (TA), umidade relativa (UR), carga
térmica radiante (CTR), índice de temperatura e umidade (ITU) e índice de temperatura de globo
e umidade (ITGU) no ambiente exposto à radiação solar direta no sistema agropastoril (iLP),
agrossilvipastoril com densidade de 196 árvores/ha (iLPF-1), e com densidade de 448 árvores/ha
(iLPF-2).
VV (m/s)
TA (ºC)
UR (%)
CTR (W.m-²)
ITU
ITGU
iLP
1,43a
30,31
65,48
639,20
81,24
88,86
iLPF – 1
0,74b
30,57
62,16
608,97
82,23
89,95
iLPF - 2
0,48b
31,88
60,40
578,81
82,81
88,58
*Letras minúsculas iguais na coluna não diferem pelo teste de Scott-Knott ao nível de 5% de significância.
Os valores de VV foram 57% maiores no sistema composto apenas pela pastagem do que
no sistema em que também compõe o componente arbóreo. Resultados similares de 48% de
variação foram encontrados por Carvalho (2010), mostrando assim a forte característica do
componente arbóreo de barreira física contra o vento. Como as coletas de dados foram feitas sob
radiação direta do sol os valores de TA, UR E CTR não sofreram diferenças estatisticamente
(p<0,05), mostrando que as condições de conforto térmico seriam as mesmas nos sistemas.
Não houve diferença entre os sistemas os quais apresentam conforto térmico ruim quando
as avaliações foram realizadas sob radiação, com os valores de ITU na média de 82,09. Segundo
a classificação de ITU apresentados por Perissinotto (2009), uma condição de conforto térmico
regular seria de 80,2. Não houve diferença nos valores de ITGU nos tratamentos, resultando em
uma média de 89. Segundo Baêta (1985) valores de ITGU acima de 84 caracterizam estado de
emergência, significando severo estresse térmico nos animais.
CONCLUSÕES
Os índices térmicos sob radiação direta do sol na estação do verão se encontraram
desfavoráveis para manter o conforto térmico dos animais nos sistemas agrossilvipastoris. Em
razão das mudanças climáticas chuvosas no segundo período do dia, não puderam ser coletados
144
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
os dados do período da tarde, sendo que seriam de grande utilidade na avaliação das condições
térmicas do todo o dia. Diante disso, estudos de maiores períodos devem ser realizados.
REFERÊNCIAS
ANUALPEC: Anuário da pecuária brasileira. São Paulo FNP, p. 61, 2015.
BAÊTA, F.C. Responses of lactating dairy cows to the combined effects of temperature,
humidity and wind velocity in the warm season. 1985. 218 f. Thesis (Ph.D.) - Universityof
Missouri, Columbia, 1985.
BUFFINGTON, D.E et al. Black-Globe-Humity Index (BGHI) as comfort equation for dairy
cows. Transactions of the ASAE, v.24, p.711-714, 1981.
CARVALHO, P. H. V. ; ALMEIDA, R. G. ; MACEDO, M. C. M. ; GAMARRA, E. L. ;
ECHEVERRIA, D. M. S. ; SANTOS, V. A. C. ; QUINTINO, A. C. . Microclima em sistemas de
integração lavoura-pecuária-floresta, no terço final do inverno. In: JORNADA CIENTÍFICA DA
EMBRAPA GADO DE CORTE, 6, 2010, Campo Grande, MS. Anais.... Campo Grande, MS:
Embrapa Gado de Corte, 2010. p. 1-1.
ESMAY, M.L. Principles of animal environment. Westport : Avi, 1982. 325p.
NAVARINI, F. C. et al. Conforto térmico de bovinos da raça nelore a pasto sob diferentes
condições de sombreamento e a pleno sol. Engenharia Agrícola, v. 29, p. 508-517, 2009.
PERISSINOTTO, MAURÍCIO; DE MOURA, DANIELLA J. DETERMINAÇÃO DO Conforto
térmico de vavas leiteiras utilizando a mineração de dados. Revista Brasileira de Engenharia
de Biossistemas/Brazilian Journal of Biosystems Engineering, v. 1, n. 2, p. 117-126, 2009.
SILVA, J. A. R., et al. Conforto térmico de búfalas em sistema silvipastoril na Amazônia
Oriental. Pesq. agropec. bras., Brasília, 2011, 46.10: 1364-1371.
THOM, E.C. Cooling degrees - days air conditioning, heating, and ventilating. Transactions of
the ASAE, v.55, n.7, p.65-72, 1958.
145
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
NÍVEL DE VERMINOSE E CARACTERÍSTICAS HEMATOLÓGICAS DE
NOVILHOS NELORES A PASTO SOB TRÊS NÍVEIS DE
SOMBREAMENTO
Juliana Alencar Gonçalves¹; Renata Tardivo¹; Daniele Floriano Faschiolli²; Isabela Lima Saes²; Ricardo
Velludo Gomes de Soutello³ ¹Discente da Universidade Estadual Paulista “ Júlio de Mesquita Filho”, UNESP,
Dracena/SP – Brasil; ²Mestranda da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP/SP –
Brasil; ³Prof. Dr. da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP/SP – Brasil *e-mail:
[email protected]
RESUMO
A verminose é uma das principais causas do baixo desempenho de bovinos a pasto, sendo uma
das consequências, a presença de mudanças nas características hematológicas dos animais. Com
base em 3 diferentes níveis de sombreamento (T1 – sistema sem árvore de eucalipto; T2 –
sistema com 1 linha de eucalipto; T3 – sistema com 3 linhas de eucalipto) o trabalho objetivou
avaliar o grau da verminose (OPG) associado com as características hematológicas (volume
globular – VG, proteína plasmática total – PPT e porcentagem de eosinófilos) de 53 novilhos
Nelore a pasto (Urochloa brizantha cv. Marandu). As coletas de fezes para a determinação do
grau de verminose foram realizadas a cada 28 dias e as sanguíneas feitas por estação do ano
(Outono e Inverno) com o propósito de indicar a relação com as infecções por helmintos. Para os
parâmetros sanguíneos (VG, PPT e eosinófilos) não houve resultados significativos entre os
tratamentos 1, 2 e 3 e para o OPG apenas a média do T1 apresentou variação significativa. Logo,
foi observado que mesmo com uma variação nos resultados do OPG, não houve mudanças nos
resultados dos dados sanguíneos.
PALAVRAS-CHAVE: Análise hematológica; bovinos; parasitismo.
INTRODUÇÃO
Em 2013 aproximadamente 40,8 milhões de cabeças de bovinos foram abatidas, sendo
34,4 milhões (84%) criadas e terminadas somente em pastagens, principalmente tropicais
(ANUALPEC, 2012). O sistema a pasto é uma característica no rebanho brasileiro, e na pecuária
há diversos fatores que diminuem a produtividade (BIANCHIN, 1987). Deste modo, o sucesso
na bovinocultura de corte depende da estratégia escolhida, da redução dos custos e do bom
planejamento (SAMPAIO, 2001). A verminose, além da qualidade do pasto, é uma das razões
para o baixo desempenho de bovinos, segundo Nicolau (2001) a morbidade é o pior resultado do
146
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
parasitismo, podendo levar a morte dos animais. As perdas causadas por helmintos são difíceis
de mensurar (SOUTELLO et al., 2001), dentre as consequências que a verminose causa, alguns
nematódeos gastrintestinais utilizam o sangue como alimento, provocando hemorragia, anemia e
outros (FORTES, 1993), logo é muito importante aplicar medidas que diminuam e mantenham a
quantidade de parasitos em níveis aceitáveis, sendo isso possível através do sistema de produção
(STROMBERG; AVERBECK, 1999).
Dessa forma o objetivo desse trabalho foi avaliar o nível de verminose associando com
possíveis alterações das características hematológicas de novilhos Nelore sob diferentes níveis de
sombreamento, permitindo assim uma avaliação da relação entre os parâmetros sanguíneos e as
infecções causadas por helmintos e o efeito do sistema de produção nessa relação.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado na Agência Paulista de Tecnologia (APTA) de Andradina,
parceria feita pela UNESP/Campus de Dracena, no período de Março a Julho de 2015. O
delineamento experimental foi blocos ao acaso com três tratamentos (16 animais cada) e quatro
repetições, em pastagem de Urochloa brizantha cv. Marandu, sendo utilizados 58 animais
machos da raça Nelore em uma área de 25,5 hectares dividida em 12 piquetes. T1: Integração –
Pecuária – Floresta (sem árvores de eucalipto); T2: ILPF (com árvores de eucalipto plantadas em
linhas simples, sendo a distância entre linhas de 17 a 21m e entre plantas de 2m – 196
árvores/ha); T3: ILPF (com árvores de eucalipto plantadas em linhas triplas, possuindo 3m entre
linhas, 2m entre plantas e de 17 a 21m entre cada faixa tripla de eucalipto - 448 árvores/ha.
As coletas de fezes foram realizadas para determinar o nível de infecção por helmintos,
através de exames de OPG (ovos por grama de fezes) utilizando-se câmara de McMaster
(GORDON e WHITLOCK, 1939). Para cultivar e extrair as larvas utilizou-se o método de
Roberts e O’Sullivan (1950) e Baermann (1917), e para suas posteriores identificações a chave
de Keith (1953). As sanguíneas foram feitas para analisar volume globular (VG), proteína
plasmática total (PPT) e quantificação dos eosinófilos, através da venopunção, utilizando tubos
Vacutainer® com EDTA (ácido etilenodiaminotetracetico potássio), diretamente da veia jugular
esquerda dos animais, sendo os valores de VG (%) determinados pelo método de Strumia et al.
(1954), pela centrifugação do sangue em tubos de micro-hematócrito, os níveis de PPT
estimados por meio de um refratômetro ocular manual, conforme o método de Wolf et al. (1962),
e para a contagem de eosinófilos, utilizou-se a solução de Carpentier para a coloração, e depois
147
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
se fez a quantificação através de um hemocitômetro denominado câmara de Neubauer
(DAWKINS et al., 1989), sendo expressa em número de eosinófilos por microlitro de sangue.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As médias do VG para os tratamentos 1,2 e 3 foram 40,03; 42,12 e 40,8, respectivamente,
sendo assim os animais dos piquetes sem sombreamento (T1), com 1 linha de eucalipto (T2) e
com 3 linhas (T3) não apresentara diferenças significativas. O mesmo ocorreu com a PPT e as
porcentagens de eosinófilos, sendo as médias, respectivamente, 66,21; 68,34 e 67,29 e 10,40;
9,24 e 14,32. Os eosinófilos são uma das principais células relacionadas com as infecções
causadas por helmintos, sendo que o seu número aumenta nos tecidos quando há a presença de
vermes (BALIC; BOWLES; MEEUSEN, 2000). Assim como os eosinófilos, os outros
parâmetros analisados também respondem as infecções por helmintos. Para os valores de VG
observou-se que os números diminuem conforme a contagem de OPG aumenta (BARGER e
DASH, 1987) e para PPT há uma diminuição de acordo com a verminose (HOLMES, 1985). No
entanto, a variação do nível de infecção não foi suficiente para alterar estas características, sendo
que as médias de OPG para o T1, T2 e T3 foram, respectivamente, 159,3; 303 e 183,7, dessa
forma pode-se observar que os animais presentes nos piquetes com 1 linha de eucalipto (T2),
quando comparados com os piquetes não sombreados (T1), apresentaram valores maiores. Logo
se observa que o sombreamento pode influenciar no grau de verminose dos animais, pois as
larvas são preservadas nas condições que a pastagem se encontra (SOTOMAIOR et al., 2009).
Comparando os parâmetros sanguíneos com os valores de OPG, observou-se que mesmo o T2
diferindo dos demais tratamentos, as características hematológicas não variaram entre eles.
CONCLUSÕES
Concluiu-se que não houve diferença nos parâmetros sanguíneos mesmo com a variação
de OPG nos tratamentos, não existindo interação entre os dois fatores analisados durante o
trabalho.
REFERÊNCIAS
ANUALPEC. Anuário de Pecuária Brasileira. FNP. São Paulo, 2012. 376p.
BAERMANN, G. Eine Einfache Methode zur Auffindung von Ankylostomum (Nematoden)
Larven in Erdproben. Mededeel mit h. Geneesk. Lab Weltvreden Feestbundel, Batavia, p. 4147, 1917.
148
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
BALIC, A.; BOWLES, V. M.; MEEUSEN, E. N. T. The Immunobiology of gastrointestinal
nematode infections in ruminants. Advances in Parasitology, London, v. 45, p. 181-241, 2000.
BARGER, I.A.; DASH, K.M. Repeatability of ovine faecal egg counts and blood packed cell
volumes in Haemonchus contortus infections. International Journal for Parasitology. V. 17, n.
4, p. 977-980, april, 1987.
BIANCHIN, I. Controles estratégicos dos nematódeos gastrintestinais em bovinos de corte no
Brasil. Hora Veterinária, v. 39, p. 49-53, 1987.
DAWKINS, H. J. S.; WINDON, R. G.; EAGLESON, G. K. Eosinophil responses in sheep select
for high and low responsiveness to Trichostrongylus colubriformis. International Journal for
Parasitology, v. 19, n. 2, p. 199-205, 1989.
FORTES, E. Parasitologia veterinária. Porto Alegre: Sulina, 606p. 1993.
GORDON, H. McL; WHITLOCK, A. V. A new technique for counting nematode eggs in sheep
feces. Journal Council Scientific Industry Research Australia, v. 12, p. 50-52, 1939.
HOLMES , P. H. Pathogenesis of Trichostrongylosis. Veterinary Parasitology, Amesterdam,v.
18, n.2, p. 89-101, 1985.
KEITH, R. K. The differentiation of the infective larvae of some common nematode parasites of
cattle. Australian Journal of Zoology, Victoria, v. 1, n. 2, p. 223-235, 1953.
NICOLAU, C. V. J.; AMARANTE, A.F.T.; ROCHA, G.P. et al. Relação entre desempenho e
infecção por nematódeos gastrintestinais em bovinos 52 Nelore em crescimento. Arquivo
Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 54, 2001.
ROBERT, F. H. S.; O’SULLIVAN, P. J. Methods for eggs counts and larval cultures for
Strongyles infecting the gastrointestinal tract of cattle. Australian Journal of Agricultural
Research, Victoria, v. 1, n.1, p. 99-192, 1950.
SAMPAIO, A. A. M.; BRITO, R. M.; AGUIAR, L. L. M. et al. Comparação de sistemas de
avaliação de dietas para bovinos no modelo de produção intensiva de carne. Suplementação do
pasto para vacas na estação seca. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 30, n.4, p. 1287 – 1292
2001.
SOTOMAIOR, C. S.; MORAES, F. P. S.; SOUZA, F. P.; MILCZEWSKI, V.; PASQUALIN, C.
A. Parasitoses gastrintestinais dos ovinos e caprinos: alternativas de controle. Curitiba:
Instituto
Emater,
2009.
36p.
Disponível
em:
<http://www.arcoovinos.com.br/sitenew/ferramenta/imagens/artigos/1.pdf>. Acesso em: 06 set.
2015.
SOUTELLO, R. V. G.; GASPARELLI JÚNIOR, A. G.; MENEZES, C. F. et al. Ação e
importância dos anti-helmínticos em relação a produção de ruminantes. Ciências Agrárias e da
Saúde, v. 1, n. 1, p. 55 – 59, 2001.
STROMBERG, B. E.; AVERBECK, G. A. The role of parasite epidemiology in the management
of grazing cattle. International Journal for Parasitology, v. 29, n.1, p. 33 – 39, 1999.
STRUMIA, M. M.; SAMPLE, A. B.; HART, E. D. An improved microhematocrit method.
American Journal of Clinical Pathology, Chicago, v. 24, n. 9, p. 1016-1024, 1954.
WOLF, A. V.; FULLER, JOHN B.; GOLDMAN, E.J. et al. New refractometric methods for
determination of total proteins in serum and in urine. Clinical Chemistry, v. 8, n. 158, 1962.
149
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
ORGANIZAÇÃO E CONTROLE FINANCEIRO DE PROPRIEDADE
FAMILIAR: ESTUDO DE CASO
SEKIYA, B. M. S.¹; BERNARDES, E. M.² ¹ Discente do curso de Engenharia Agronômica
da
Faculdade
De
Ciências
Agrárias
e
Tecnológicas
-
[email protected] ² Docente do curso de Zootecnia
UNESP,
Dracena.
da Faculdade De
Ciências Agrárias e Tecnológicas - UNESP, Dracena. [email protected]
RESUMO
Geralmente a produtividade de pequenos e médios estabelecimentos tende a apresentar
baixa eficiência, associada principalmente à falta de aplicação de tecnologia adequada. O uso de
instrumentos de gerenciamento pode contribuir para melhor o uso dos recursos. O presente
estudo teve como objetivo avaliar o gerenciamento de uma propriedade rural familiar, na qual o
produtor encontrava-se insatisfeito com a baixa eficiência produtiva e retorno financeiro.
Organização e controle atual realizado não são suficientes para gerenciar financeiramente a
propriedade. Foi proposto Demonstrativo de Fluxo de Caixa para auxiliar no gerenciamento da
propriedade um Plano de Contas simplificado.
PALAVRAS-CHAVE: Gerenciamento; Controle Financeiro; Agricultura Familiar.
INTRODUÇÃO
No Brasil, as propriedades rurais são representadas principalmente por médios e
pequenos estabelecimentos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ─
IBGE ─ (2006), 84,4% dos estabelecimentos brasileiros são constituídos pela agricultura
familiar e ocupam 80,25 milhões de hectares. Geralmente, tais propriedades são desprovidas de
aplicação de tecnologia adequada. Diante disso, a produção agropecuária tende a estar associada
à baixa produtividade e lucratividade, possivelmente como resultado de gestão financeira
inadequada das atividades rurais exercidas na propriedade. A falta de capacidade de gestão e a
ausência de planejamento têm sido apontadas como fatores limitantes ao desempenho da
propriedade rural (Neukirchen et. al 2005).
No cenário de baixa produtividade e lucratividade, a gestão rural é fundamental. Aspectos
relacionados, como o controle dos custos de produção, podem auxiliar em vários pontos, tais
como analisar a rentabilidade da atividade, reduzir os custos, gerar indicadores (Paris et
al.,2012). Assim, o objetivo do presente trabalho foi realizar um estudo de caso, avaliar as
150
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
condições de gerenciamento realizadas e propor um modelo de gerenciamento baseado nas
funções administrativas de organização e controle. O produtor em questão encontrava-se
insatisfeito com a rentabilidade. A seguir, a metodologia usada no estudo de caso.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi desenvolvido com base em dados primários, coletados numa propriedade
rural de pequeno porte, localizada no município de Andradina-SP. A propriedade se enquadra
nos critérios estabelecidos pela Lei da Agricultura Familiar Brasileira (Lei 11.326/2006), citada
por Pedroso (2014). Tomou-se como referência a matriz proposta por Canziani (2001), para a
área financeira. No nível estratégico dessa Matriz, na função Organização, são definidos centros
de custos da empresa e detalhado o plano de contas da empresa. No nível operacional,
organizados e sistematizados o fluxo de informações financeiras da empresa e definida a forma
de armazenamento de dados e de processamento das informações financeiras.
A coleta e
sistematização dos dados, bem como a avaliação da empresa e das atividades correspondem,
segundo o autor citado, à função controle.
Os dados a serem apresentados referem-se ao monitoramento da propriedade no ano de
2014, obtidos através de visitas à propriedade, com realização de entrevista com o proprietário e
também gestor, depoimento da esposa e avaliação de notas fiscais. A propriedade possui 72,6
hectares, tem como principal fonte de renda a produção leiteira, secundariamente a lavoura,
cultivada em períodos específicos do ano e a pecuária de corte como uma atividade pouco
expressiva, com vendas esporádicas. A pecuária de leite é mantida, em parte, através da lavoura
de milho e parte dos bezerros dessa atividade vão para um sistema de cria e recria a pasto
(pecuária de corte).
Participam da produção somente o proprietário e a esposa. Além do milho,
comercializado parcialmente com vizinho, produzem feijão ─ exclusivamente comercializado
com cerealistas da região. O leite produzido é do tipo C, com produção de cerca de 200 litros
diários, comercializados diretamente para um laticínio da região. A partir do cronograma
apresentado no Quadro 1, foi proposto um Demonstrativo de Fluxo de Caixa, que possibilita ao
produtor realizar um controle de entradas e saídas de dinheiro por atividades.
151
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Em função do Demonstrativo de Fluxo de Caixa proposto, foi gerado um plano de contas
adequado às necessidades da propriedade. O lançamento a ser utilizado é o de partida simples,
sendo suficiente apenas um livro caixa para registro das operações de entrada e saída de caixa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Tabela 1 apresenta o Demonstrativo de Fluxo de Caixa proposto.
VALORES ESTIMADOS (R$) POR ATIVIDADE
Nº
1.
1.1
1.2
1.3
2.
2.1
2.2
2.3
2.4
2.5
2.6
ITENS
EMPRESA
LEITE
CORTE
MILHO
FEIJÃO
MÁQUINAS
-
72.320,00
10.000,00
25.000,00
5.000,00
-
-
-
-
-
-
-
-
-
3.000,00
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
2.000,00
-
-
2.000,00
2500,00
2.000,00
500,00
500,00
-
-
-
3.360,00
-
960,00
-
-
ENTRADAS
Vendas de produtos
Prestação de serviço p/
terceiros
Outras entradas
Total
1.000,00
SAÍDAS
Compra de máquinas,
veículos, equipamentos e
implementos
Despesas com novas
construções, instalações e
melhoramentos
Mão de obra eventual
Combustíveis e lubrificantes
Fertilizantes, corretivos,
defensivos, sementes e
mudas
Compra de animais
152
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Alimentação/suplementação
Medicamentos e vacinas
Manutenção da propriedade
2.9 e maquinário
2.10 Seguros, taxas, impostos
2.11 Energia elétrica
Família
2.
Total
2.7
2.8
3.
Déficit (-) ou Superávit (+)
1.200,00
200,00
2.400,00
36.000,00
51.400,00
1200,00
1.800,00
600,00
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
(+)
9.500,00
Tabela 1. Demonstrativo de Fluxo de Caixa do Sítio Esperança
Ano: 2014
A numeração da primeira coluna corresponde às contas do Plano de Contas. Os dados
expressos são reais. Cada conta pode ser mais detalha por atividade agropecuária. Assim, uma
conta com o código 1.1.1 corresponderia às entradas de dinheiro oriundas da atividade produção
de leite e uma conta com o código 2.1.1 corresponderia às saídas de caixa referentes à atividade
de produção de leite. Propõe-se adoção de um livro caixa para o registro.
CONCLUSÕES
Organização e controle atual realizado não são suficientes para gerenciar financeiramente
a propriedade. Faz-se necessário o uso de instrumento de gerenciamento como aplicação de um
plano de contas e demonstrativo de fluxo de caixa que permitirá maior controle de entradas e
saídas. O modelo proposto é compatível com a propriedade em questão.
REFERÊNCIAS
PEDROSO, M.T. M. Experiências internacionais com a agricultura familiar e o caso brasileiro: o
desafio da nomeação e suas implicações práticas. In: BUAINAIN, A. M. ; ALVES, E.;
SILVEIRA, J.M. ; NAVARRO, Z. O mundo rural no Brasil do século 21: a formação de um
novo padrão agrário e agrícola. Brasília, DF. Unicamp/ EMBRAPA, 2014.1182p.
CANZIANI, J.R.F. Assessoria a produtores rurais no Brasil. Piracicaba, 2001. 224p. Tese (Doutorado) –
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo.
NEUKIRCHEN, L. C.; ZANCHET, A.; PAULA, G. de. Tecnologia de gestão e rentabilidade na
pequena propriedade rural-estudo de caso. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA
DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA. Brasília – DF, 2005. Anais... Disponível em:
< http://www.sober.org.br/palestra/2/506.pdf> Acesso em 11 Set 2015.
153
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Agropecuário,
2006. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/agropecuaria/censoagr
o /agri_familiar_2006/ familia_censoagro2006.pdf>
PARIS, M.; CULLMANN, J. R.; GNOATTO, A. A.; KUSS, F.; MICHELS, T. Gestão em
pequenas propriedades leiteiras na região sudoeste do Paraná como estratégias para o
desenvolvimento da atividade. In: IX CONGRESSO VIRTUAL BRASILEIRO –
ADMINISTRAÇÃO,
2012.
Anais...
Disponível
em:
<http://www.convibra.com.br/upload/paper/2012/30/2012_30_4966.pdf> Acesso em 11 Set
2015.
154
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
PERCEPÇÃO DE CONSUMIDORES DOS ESTADOS DE MINAS GERAIS E SÃO
PAULO, SOBRE O BEM-ESTAR DOS ANIMAIS DE PRODUÇÃO
Raymis Bruno Rosa Moura¹*, Bianca Maria Ferreira Lima¹, Isabelle Chaves Placca¹, Roberta
Cristina Costa Leal¹, João Henrique Silva Vera² ¹Alunos do Curso de Medicina Veterinária –
FEA – Andradina/SP; 2Professor do Curso de Medicina Veterinária – FEA – Andradina/SP
*[email protected]
RESUMO
Nas últimas décadas a preocupação com o bem-estar dos animais de produção tem sido
muito debatida no meio acadêmico, pois se observa a falta de informação da sociedade com
relação ao sistema de criação dos animais. O objetivo do trabalho foi avaliar a opinião pública
em relação ao sistema de criação animal e verificar a percepção do consumidor de produtos de
origem animal sobre o bem-estar animal (BEA). Para tanto, foi elaborado um questionário com
dezessete questões, sendo aplicados a 468 indivíduos, escolhidos de forma aleatória, levando-se
em consideração o nível de escolaridade, grau de conhecimento sobre os sistemas de criação,
consumo de carne, consideração na compra do produto. Os resultados foram analisados por
estatística descritiva, através do programa Excel. Os resultados demostram que os consumidores
já ouviram falar sobre o tema e muitos se preocupam em saber quais são os métodos utilizados
para criação e abate dos animais, no entanto, poucos julgam ter conhecimento suficiente sobre
como os animais que originam os produtos são criados. Mas a maioria dos consumidores revela
que passariam a consumir produtos certificados por agências controladoras de BEA disponíveis
nas redes de supermercados. Desta forma, sugere-se a condução de trabalhos de conscientização
e educação da população sobre o grau de bem-estar dos animais de produção.
Palavras-chave: Certificação; conhecimento do consumidor; sofrimento animal.
INTRODUÇÃO
No início do século XX, a utilização de animais para produção aumentou em associação
com a expansão das necessidades humanas e com isso, iniciou-se um sistema de manutenção de
animais em altas densidades de lotação, diminuindo o contato entre o ser humano e os animais,
exercendo influência sobre a atitude da população em relação aos animais (FRASER e BROOM,
2002).
Recentemente o tema bem-estar animal (BEA) vem sendo amplamente discutido no meio
científico. A União Europeia editou numerosos regulamentos nas últimas décadas para
estabelecer os padrões mínimos aceitáveis de bem-estar para animais de criação. A condenação
de práticas de produção habituais, tais como a mutilação, confinamento excessivo, ea
comparação de unidades de produção de animais para indústrias que priorizam o lucro a
qualquer
custo,
foi
o
que
mais
contribuiu
para
ocorrência
dessas
mudanças (BRAMBELL, 1965).
Com a conscientização dos consumidores sobre o assunto, a demanda por produtos
diferenciados, que atendam os princípios do bem-estar animal tende a aumentar (BROOM, 2010;
FRANCHI et al., 2012; LAMA et al., 2013). Porém, o conhecimento sobre o modo de pensar e
agir da maioria das pessoas de uma determinada sociedade, é vital para o acerto na tomada de
decisões, melhoria gradativa das condições de BEA, bem como para auxiliar profissionais em
155
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
delineamentos de projetos educacionais e de extensão em BEA, necessários e bem aceitos pela
população local (MOLENTO, 2005). Contudo, objetivo do trabalho foi avaliar a opinião pública
em relação ao sistema de criação animal e verificar a percepção do consumidor de produtos de
origem animal sobre o bem-estar dos animais de produção.
MATERIAL E MÉTODOS
Foi elaborado um questionário com dezessete questões, sendo aplicado a 468 indivíduos,
escolhidos de forma aleatória, levando-se em consideração o sexo, a faixa etária, nível de
escolaridade, grau de conhecimento sobre os sistemas de criação, consumo de carne,
consideração na compra do produto, preocupação como são os métodos de criação. As
entrevistas foram realizadas nas cidades de Andradina - SP, Uberlândia - MG, Uberaba - MG,
Araçatuba - SP e Ilha Solteira – SP no período do mês de julho de 2015.
Os responsáveis pelas entrevistas foram acadêmicos do curso de Medicina Veterinária da
Faculdade Ciências Agrarias de Andradina – FCAA. Os resultados de cada questão foram
analisados por estatística descritiva, através do programa Excel.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Do total de indivíduos entrevistados 56,2% são mulheres e 43,8% homens, sendo 65,4%
com grau de escolaridade maior que o ensino médio completo. Os percentuais apontam que
85,9% consomem carne quatro ou mais de vezes por semana e o principal fator levado em
consideração na hora da compra é o preço, seguido da aparência, data de validade e marca. Esses
resultados demostram um elevado nível de consumo de carne e pouca consideração relacionada à
qualidade e conservação da carne, não sendo muito influenciados por atributos como a segurança
alimentar, o ambiente e o bem-estar animal. A análise estatística assinala que 71,6% das pessoas
envolvidas no estudo já ouviram falar sobre BEA, 52% se dizem preocupadas em saber quais são
os métodos utilizados para criação e abate dos animais, e apenas 42,3% julgam-se ter
conhecimento suficiente sobre como os animais que originam os produtos são criados.
Segundo Oliveira, Bortoli, Barcellos (2008), esse grau de conhecimento dos brasileiros
em relação ao BEA foi impulsionado pelas exigências dos países importadores de produtos de
origem animal, principalmente os da União Europeia. A partir daí os brasileiros começaram a ter
contato com o assunto e cada vez mais as mídias divulgam o tema, ressaltando a melhoria da
qualidade dos produtos oriundos deste tipo de criação. Pois, carnes oriundas de animais bem
tratados e com criação humanitária, desde o nascimento, até o abate, sem dúvida, apresentarão
melhor aspecto, textura e sabor.
Após serem apresentadas figuras sobre os diferentes sistemas de criação dos animais de
produção, os resultados apontaram que 94% consideram boas e muito boas as práticas de BEA,
68% acreditam existir diferença entre as carnes, 77,6% acham que a qualidade da carne oriunda
de sistemas com práticas de BEA são melhores, 91,9% gostariam que as redes de supermercados
oferecessem os seguintes produtos e 87,6% passariam a escolher produtos certificados por
agências controladoras de BEA. Esses resultados estão condizentes com as pesquisas de
Molento(2005), a medida em que a sociedade reconhece o sofrimento animal como um fator
relevante a demanda exigirá mudanças no manejo do ambiente.
156
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
CONCLUSÕES
A comparação da percepção observada revela que o conhecimento da população estudada
com relação ao grau de sofrimento dos animais de produção ainda é pequeno, no entanto já
existe uma quantidade expressiva de consumidores dispostos a pagar mais pela garantia de
produtos certificados que garantam o BEA. Desta forma, sugere-se condução de trabalhos de
conscientização e educação da população sobre o grau de bem-estar dos animais de produção.
REFERÊNCIAS
MOLENTO, C. F. M. Bem-estar e produção animal: aspectos econômicos - Revisão. Archives
of Veterinary Science, v. 10, n. 1, p. 1-11, 2005.
BRAMBELL, F.W.R. Report of the Technical Committee to Enquire into the Welfare of
Animals Kept Under Intensive Livestock Husbandry Systems. London: Her Majesty’s
Stationery Office, 1965. Command Paper 2836.
BROOM, D. M. Animal welfare: an aspect of care, sustainability, and food quality required by
the public. Journal of Veterinary Medical Education, v. 37, n 1, p. 83 - 88, 2010.
FRANCHI, G. A.; NUNES, M. L. A.; GARCIA, P. R.; SILVA, I. J. O. Percepção do mercado
consumidor de Piracicaba em relação ao bem estar dos animais de produção.PUBVET, v. 6, n.
11, p. 15, 2012.
FRASER, A.F.; BROOM, D.M. Farm animal behaviour and welfare. Oxon: CABI, 2002. 437
p.
LAMA, G. M. C.; SEPÚLVEDA, W. S.; VILLARROEL, M.; MARÍA, G. A. Attitudes of meat
retailers to animal welfare in Spain. Meat Science, v. 95, n. 3, 569 - 575 p., 2013.
OLIVEIRA, C. B. de; BORTOLI, E. C de; BARCELLOS, J. O. J. Diferenciação por qualidade
da carne bovina: a ótica do bem-estar animal. Ciência Rural, v. 38, n. 7, p. 2092-2096, 2008.
157
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
PERFIL GERAL E PERSPECTIVAS FUTURAS DE JOVENS INCLUSOS
AO PROJETO AGRÍCOLA SOCIAL DO MUNICÍPIO DE ILHA
SOLTEIRA - SP
Jéssica Pinoti Cavalhieri1*; Ariane Janaina Silva2; Leonardo Tedeschi3; Caio César dos Ouros4;
Antonio Carlos de Laurentiz5. 1 Médica Veterinária graduada pela Faculdades Adamantinenses
Integradas (FAI) *[email protected].
Campus de Ilha Solteira.
3,4
2
Aluna de Graduação em Zootecnia, UNESP
Pós-Graduando em Ciência e Tecnologia Animal, UNESP Campus
Ilha Solteira/Dracena. 5 Docente do Departamento de Biologia e Zootecnia, UNESP Campus de
Ilha Solteira
RESUMO
Com o objetivo de avaliar as perspectivas futuras dos alunos do Projeto Agricola Social (PAS),
foi feita uma coleta de dados através da elaboração de um questionário, aplicado aos 33 alunos,
com o intuito de melhor conhecer o projeto e a expectativa dos alunos quanto a escolha
profissional. Os dados foram submetidos a análise qualitativa obtidas de respostas discursivas.
Através desta avaliação, constatou-se que 33% dos jovens responderam não ter interesse em
realizar um curso de nível superior, enquanto parte pretende ingressar em escola técnica, e outra,
45% almejam cursar o ensino superior. A participação em atividades com auxílio de diversos
profissionais dentro do Projeto os tornam mais preparados para responsabilidades futuras, como
o mercado de trabalho, além de incentivá-los na busca por especializações após conclusão do
ensino médio.
PALAVRAS–CHAVE: inclusão social; projetos sociais; perspectiva.
INTRODUÇÃO
O artigo 205 da constituição nacional diz que a educação é um direito de todos e dever
do Estado e da família, deve ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988).
De acordo com Saveli (2010), educação de qualidade é direito de todo ser humano e
dever do Estado. Consequentemente deve ser prioridade de todos os governos, federal e estadual,
e deve ser visto como um instrumento a favor da redução diária das desigualdades e das
158
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
discriminações sociais. Assim, a educação representa uma contribuição asseguradora de uma
vida digna a todos.
Cada vez é mais comum observar em cidades de todos os estados Brasileiros, a criação
de projetos de inclusão social, com o intuito de trazer oportunidades de vida e educação para
jovens e adolescentes em condições menos favorecidas. Os jovens são colocados diante das
responsabilidades de efetuar trabalhos distintos com remuneração variante ao tipo de atividade
realizada.
Na luta constante por assegurar o direito à inclusão social, foi criada uma parceria entre
a Prefeitura Municipal de Ilha Solteira-SP e o Departamento de Biologia e Zootecnia da UNESP,
representado pelo Grupo de Estudos de Aves (GEAIS) em conjunto com a Cargill, a fim de
promover o desenvolvimento profissional dos adolescente vinculados ao projeto, uma vez que os
jovens são responsáveis na realização das tarefas de produção agropecuária, que posteriormente
é comercializada. Há também o incentivo na realização de cursos profissionalizantes, já que
todos os alunos são acompanhados por profissionais da área e estudantes de graduação. Para
participar do projeto, os interessados devem estar regularmente matriculados na rede oficial de
ensino público, podendo ser encaminhados através de programas sociais, pelas próprias famílias
ou procurar espontaneamente.
O objetivo da pesquisa foi caracterizar o perfil dos adolescentes que participam do
Projeto Agrícola Social (PAS), localizado a cidade de Ilha Solteira, em São Paulo.
MATERIAL E MÉTODOS
Para a realização do presente trabalho, foi desenvolvido um questionário composto por
16 itens, entre questões de múltipla escolha e dissertativas objetivas, afim de conhecer o perfil
socioeconômico em que os jovens estão inseridos, o grau de escolaridade, participação em
atividades extras, opiniões sobre o projeto e como objetivo principal, as perspectivas de futuro de
cada jovem (trabalho, curso profissionalizante, curso superior).
A aplicação do questionário foi realizada de forma coletiva e na própria sede do PAS. Foi
precedido de uma breve explicação dos objetivos da presente pesquisa e ficaram dispostas
informações para esclarecimento de dúvidas quando necessário. Após a obtenção dos dados, os
resultados foram submetidos a uma análise qualitativa para avaliação de decisões futuras dos
alunos.
159
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Participaram da pesquisa 24 adolescentes do sexo masculino e 9 adolescentes do sexo
feminino do Projeto Agrícola Social (PAS), totalizando 33 cooperantes, com faixa etária entre 14
e 17 anos. Todos os jovens estão matriculados em escolas públicas do município de Ilha Solteira
– SP, entre ensino fundamental (7) e ensino médio (26).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Quando foram questionados sobre o projeto, quanto sua importância para cada jovem e se
gostavam de participar, 25 responderam que sim e 8 alegaram que não. As respostas variaram.
Quanto as afirmativas, apontaram pontos positivos como renda extra e conhecimento sobre o
campo, quanto as negativas, alegaram que trabalham apenas pelo “salário” e que não gostam de
ficar expostos ao sol.
Em relação à atividades extras, 12 jovens praticam entre academia e escola de idiomas,
enquanto 21 apenas vão à escola. Os 33 alunos moram com os pais ou outros familiares.
Quanto as perspectivas em relação às atividades acadêmicas, 41,7% dos meninos
responderam que não possuem interesse em continuar estudando, 16,6% desejam realizar algum
curso técnico e 41,7% pretendem ingressar na universidade. Em relação as meninas 77,8%
pretendem realizar algum curso superior e 22,2% cursos técnicos (Figura 1). Nenhuma das
meninas, optou por parar de estudar futuramente. Pressupõem-se que o considerado número de
alunos que pretendem realizar curso técnico ou curso superior, deve-se ao fato de que a cidade
conta com uma Escola Técnica gratuita e a UNESP .
160
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Dentre os cursos que mais despertam interesse destacam-se as seguintes profissões:
Zootecnia, Agronomia, Ciências biológicas, Direito, Engenharia Elétrica e Veterinária, sendo
que destes seis cursos, quatro deles são fornecidos pelo campus de Ilha Solteira.
Ao analisar as justificativas é possível observar que o projeto influência nas escolhas
das profissões, já que durante as atividades realizadas há o acompanhamento de diferentes
profissionais das áreas de interesses citadas. Além disso, o projeto auxilia no crescimento pessoal
e a convivência em grupo, proporcionando atividades que requerem altos níveis de
responsabilidade, disciplina e comprometimento.
CONCLUSÕES
O projeto agrícola social posiciona-se, então, como mais uma parceria na ação positiva
de inclusão social e melhoria de vida e futuro dos jovens da cidade de Ilha Solteira. Além disso,
mantem o jovem no campo através das atividades agrícolas realizadas ao longo do projeto
criando uma oportunidade de sensibilização dos jovens para que busquem profissionalização em
diversas áreas de atuação.
AGRADECIMENTOS
Ao Grupo de Estudo de Aves de Ilha Solteira (GEAIS), a Prefeitura Municipal de Ilha
Solteira, ao Projeto Agrícola Social (PAS) e também a empresa parceira Cargill, pelo empenho e
dedicação na busca de melhoria para estes alunos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF:
Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p.
SAVELI, E.L. A educação obrigatória nas constituições brasileiras e nas leis educacionais delas
derivadas. Revista Contrapontos Eletrônica, v.10, n.2, p.129-146, 2010.
161
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
POTENCIAL ANTAGÔNICO DE UM ISOLADO DE Saccharomyces COMO
AGENTE DE BIOCONTROLE DE Stemphylium.
Gabriel Leonardi Antonio*¹, Roberto De Lima Donato¹; Ana Carolina Firmino¹. ¹UNESPCampus Experimental de Dracena, Dracena/SP. *e-mail: [email protected]
RESUMO
Como alternativa ao uso de defensivos químicos muitos agentes abióticos ou bióticos de
baixo impacto ambiental vem sendo usados na agricultura, dentro da área de proteção de plantas.
Entre esses agentes estão fungos e leveduras. Estes microrganismos estimulam o sistema de
resistência latente da planta e ainda produzem substancias antagônicas e/ou competem por
nutrientes no meio. Este trabalho teve como objetivo avaliar a atividade de levedura in vitro
sobre o fungo Stemphylium sp.agente causador de doença em diferentes espécies de plantas de
importância econômica. O procedimento foi realizado o de antibiose por difusão com dupla
camada. Os resultados apontam que o fungo Stemphylium teve seu crescimento inibido in vitro
pela levedura usada quando ela está ou não ativa, podendo este ser um agente promissor no
controle deste fungo.
PALAVRAS-CHAVE: controle, alternativo, fitopatógenos.
INTRODUÇÃO
O uso de agroquímicos utilizados na agricultura cresceu substancialmente a partir da
“revolução verde” por volta da década de 1950 e foi tido como a principal forma de controlar
doenças nas lavouras. Porém seu uso indiscriminado causou problemas a várias comunidades em
especial a dos países em desenvolvimento (MOREIRA et al., 2002)
Como alternativa ao uso de defensivos químicos vem surgindo nos últimos vários
trabalhos relacionados a indução de resistência, estratégia que segundo Kuhn (2007), consiste na
utilização de agentes abióticos ou bióticos de baixo impacto ambiental que estimulem o sistema
de resistência latente da planta.
Entre esses agentes estão fungos e leveduras, microorganismos que podem produzir e
excretar substâncias como antibióticos e enzimas hidrolíticas, competir por nutrientes ou serem
parasitas de determinado patógeno, reduzindo ou interrompendo seu ciclo de vida (FIALHO,
2004)
162
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
A levedura Saccharomyces cerevisiae já apresentou resposta em diversos trabalhos
relacionados à indução de resistência e inibição do crescimento de patógenos, tanto in vitro
quanto a campo. Wulff e Pascholati (1998), constataram que o uso de S. cerevisiae como agente
de controle biológico em sorgo, segundo os autores a levedura induziu a produção de fitoalexinas
na planta. Gouvea et.al. (2004) estudando a interação entre S. cereviseae e Colletotrichum
observou que o filtrado da cultura líquida da levedura proporcionou melhores resultados que o
fungicida utilizado no trabalho o que indica que o uso de leveduras tende a ser eficiente no
controle de Colletotrichum.
Em trabalho realizado por Oliveira e colaboradores (2011), quando foram testadas 24
linhagens diferentes de leveduras para controle de fitopatógenos, quinze delas se mostraram
promissoras. Segundo os autores elas apresentaram características diferentes para controlarem os
fitopatógenos, algumas competiram pelo nutriente com o fungo fitopatogênico e outras delas
além da competição por alimentos, também apresentaram propriedades antibióticas.
Com base nos resultados acima citados, este trabalho teve como objetivo avaliar a
atividade de levedura in vitro sobre o fungo Stemphylium sp.agente causador de doença em
diferentes espécies de plantas de importância econômica.
MATERIAL E MÉTODOS
O procedimento foi realizado o de antibiose por difusão com dupla camada, segundo
metodologia descrita por Romeiro (2001). O primeiro passo foi cultivar o agente de controle
biológico, nesse caso a Saccharomyces, em meio de cultura de Batata e dextrose (BA) líquido a
25°C±2°C durante 24 horas. Passado este período depositaram-se duas gotas (20µL cada gota)
da solução na mesma distância a meio BDA (Batata, dextrose e ágar) sólido contido em Placa de
Petri.
Após o depósito das gotas na placa, elas foram incubadas em temperatura de 25°C±2°C
durante 48 horas para a formação das colônias. Após a formação das colônias adicionou-se 1 mL
de clorofórmio na parte interna da tampa, onde não há meio de cultura, durante 20 minutos,
visando matar as células do agente de controle. Para a eliminação dos resíduos de clorofórmio as
placas ficaram entreabertas na câmera de fluxo laminar durante 30 min, após esse período
fechou-se as placas e elas foram recolocadas em suas posições habituais. Também foram usadas
placas que não foram inativadas com clorofórmio.
163
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
A solução contendo o Stemphylium foi formulada uma solução que continha 10mL de
meio BA líquido (concentração de 108esporos.mL-1) com o fungo e 500 mL de meio BDA
fundente. Essa solução foi vertida na placa que continha as colônias de leveduras sendo que o
meio sólido foi colocado de forma homogênea no que diz respeito à espessura.
As placas já contendo as colônias de levedura desativadas e ativas a solução de
Stemphylium foram incubadas a 25°C±2°C e analisadas depois de três dias para verificação da
presença de halos de inibição e quando a cultura do patógeno atingiu toda a placa no tratamentotestemunha, que indicam a inibição do crescimento do fungo fitopatogênicos testado.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram observados halos em torno da Saccharomyces, caracterizados pelo não
crescimento do fungo neste local. Os resultados apontam que o fungo Stemphylium teve seu
crescimento inibido in vitro pela levedura usada quando ela está ou não ativa (com o sem o uso
de clorofórmio) (Figura 1).
A
B
Figura 1: Stemphylium em meio de cultura na presença de Saccharomyces. A. Saccharomyces que não
foi exposta ao clorofórmio. B. Saccharomyces que foi exposta ao clorofórmio
Com relação ao efeito de Saccharomyces sobre o crescimento micelial de fungos
fitopatogênicos, existem muitos trabalhos que demonstram a influência negativa de leveduras
sobre estes organismos. Kupper et al. (2013) observou que Penicillium digitatum, agente
causador de doenças pós colheita, teve seu desenvolvimento comprometido na presença de
leveduras.
Além de inibir o crescimento de fungos fitopatogênicos o extrato da levedura contém
quitina, oligômeros de N-acetilglucosamina, beta-glucanas, glicopeptídeos e ergosterol, que são
utilizados como elicitores de respostas de defesa da planta, ou seja ela modifica o metabolismo
da planta induzindo a resistência contra o patógeno (Pascholati, 1998). Zanardo, Pascholati e
Fialho (2009), demonstraram que o extrato de S. cerevisiae induziu a resistência do pepineiro a
164
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Colletorichum lagenarium. Segundo estes autores a severidade da antracnose diminuiu em cerca
de 70%.
CONCLUSÕES
A Saccharomyces inibiu o crescimento de Stemphylium, podendo esta ser promissora no
controle deste fungo.
REFERÊNCIAS
FIALHO, M.B. Efeito in vitro de Saccharomyces cereviseae sobre Guignardia citricarpa, agente
causal da pinta preta do citros. Dissertação (mestrado) – Escola Superior de Agricultura Luiz
de Queiroz, Piracicaba, 2004
GOUVÊA, A, et al. Controle de doenças foliares e de flores e qualidade pós-colheita do
morangueiro tratado com Saccharomyces cerevisiae. Horticultura Brasileira, v.27, p.527-533,
2009
KUHN, O.J. Indução de resistência em feijoeiro (Phaseolus vulgaris) por acibenzolar S-metil e
Bacillus cereus: aspectos fisiológicos, bioquímicos e parâmetros de crescimento e produção.
Tese (doutorado) - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2007
MOREIRA, C.J; et al. Avaliação integrada do impacto do uso de agrotóxicos sobre a saúde
humana em uma comunidade agrícola de Nova Friburgo, RJ. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de
Janeiro, v.7, n.2, p.299-311, 2002
OLIVEIRA, A.V, et al. Biocontrole in vitro de Botrytis cinerea por Leveduras killer Visando
Aplicação em Morangos Pós-colheita, Revista Ciências Exatas e Naturais, vol.13, n◦ 3, p. 353364 Edição Especial, 2011
PASCHOLATI, S. F.; LEITE, B. ; STANGARLIN, J. R ; CIA, P. . Interação plantapatógeno:
Fisiologia, Bioquímica e Biologia Molecular. Piracicaba, SP: Fealq, 2008. v.1. 627 p.
ROMEIRO, R. Controle biológico de doenças de plantas: procedimentos. Viçosa: UFV, 2007.
172p.
WULFF, N.A; PASCHOLATI, S.F. Preparaçoes de Saccharomyces cerevisiae elicitoras de
fitoalexinas em mesocótilos de sorgo, Scientia Agricola, Piracicaba, vol.55, n.1, Jan. 1998.
ZANARDO, N. M. T.; PASCHOLATI, S. F.; FIALHO, M. B.. Resistência de plântulas de
pepineiro a Colletotrichum lagenarium induzida por frações de extrato de Saccharomyces
cerevisiae. Pesq. agropec. bras., Brasília , v. 44, n. 11, p. 1499-1503, 2009.
165
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
PRODUÇÃO DE MUDAS DE ALFACE EM DIFERENTES SUBSTRATOS
Tiago José Maestrello Cavalheiro*¹; João Gabriel Oliveira Valverde²; Pâmela Gomes
Nakada Freitas¹; Sílvia Blumer².
¹Universidade Estadual Paulista/ Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas
(UNESP/FCAT); Departamento de Produção Vegetal; Dracena-SP; Brasil.
*[email protected]
²Faculdades Gammon (FUNGE); Departamento de Produção Vegetal; Paraguaçu PaulistaSP; Brasil.
RESUMO
A produção de mudas é uma das etapas mais importantes no cultivo das hortaliças, pois sua
qualidade está diretamente ligada à produção final. A escolha do substrato adequado é um dos
principais fatores para obtenção de mudas de qualidade. Este trabalho teve como objetivo avaliar
a produção de mudas de alface em diferentes substratos. O experimento foi conduzido em
ambiente protegido no município de Vera cruz-SP. O experimento foi em fatorial 4x2, sendo
quatro substratos: Amafibra®, Carolina®, Multiplant® e Tropstrato HA®; e duas cultivares de
alface: Stella e Lucy Brown. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso com três
repetições. As características avaliadas foram: comprimento de parte aérea e raiz, massa fresca e
seca da parte aérea e raiz das mudas. O substrato Carolina® proporcionou adequada formação de
mudas para as cultivares Stella e Lucy Brown, bem como o Tropstrato HA® sobretudo para
‘Lucy Brown’.
PALAVRAS-CHAVE: Lactuca sativa L.; cultivares; desenvolvimento de mudas.
INTRODUÇÃO
A produção brasileira de alface é de 525.602 toneladas, sendo o estado de São Paulo
maior contribuinte com 31% da produção brasileira, Rio de Janeiro por 27%, seguido por Minas
Gerais com 7% (HORTIBRASIL, 2013).
Para produção de alface, a etapa inicial é a produção de mudas com qualidade. Para isto é
necessário a seleção de um substrato, pois substitui a função do solo, fornecendo à planta
sustentação e nutrientes. Dentre as características desejáveis de um bom substrato, destacam-se:
baixo custo, fácil disponibilidade, bom teor de nutrientes, alta capacidade de troca de cátions,
esterilidade biológica, boa aeração, retenção de umidade, agregação às raízes (torrão) e
uniformidade (GONÇALVES, 1994).
O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de mudas de alface de duas cultivares em
diferentes substratos.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido em ambiente protegido com cobertura de polietileno
transparente, localizada na propriedade Nossa Senhora Aparecida, no município de Vera Cruz,
Estado de São Paulo, no período de 01 de março a 01 de abril de 2015.
166
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Os tratamentos consistiram em fatorial 4 x 2, sendo quatro substratos comerciais:
Carolina®, Multiplant®, Amafibra® e Tropstrato HA® (Tabela 1), e duas cultivares de alface:
Stella (alface lisa) e Lucy Brown (alface americana), sementes peletizadas.
Tabela 1. Quantidade de macronutrientes, nitrogênio (N); fósforo (P) e potássio (K), matéria orgânica,
pH, relação carbono nitrogênio (C/N) e composição física de diferentes substratos comerciais.
Substrato
N
P
K
M.O.
pH
C/N
Composição física
%
Carolina®
0,69
0,49
0,18
49,5
6,0
29
Turfa de Sphagno, perlita expandida,
casca de arroz carbonizado, calcário
dolomítico
Multiplant®
0,63
0,41
0,15
50,5
5,0
28
70% de casca de pinus, 25% de
vermiculita e 5% de areia
Amafibra®
0,46
0,40
0,12
89,5
5,5
29
fibra de coco
Tropstrato HA®
0,68
0,48
0,15
54,0
6,0
15
casca de pinus, turfa, vermiculita
expandida
A semeadura foi realizada no dia 01 de março em bandejas de poliestireno de 200 células,
colocando-se apenas uma semente por célula.
O experimento foi irrigado diariamente, por micro aspersores subdivididos igualmente
por setores, uma a duas vezes, dependendo da necessidade das plantas.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com três repetições, cada
parcela foi constituída de 20 plantas nas quais foram consideradas as 10 plantas centrais.
As características avaliadas foram: comprimento da parte aérea e raiz das mudas, para
estas características, todas as mudas foram cortadas na região do colo e as respectivas partes
foram medidas com régua, expressas em centímetro, e dessas estruturas também foram obtidas a
massa fresca e seca, obtendo-se a massa de 10 plantas, em balança de precisão com quatro casas
decimais, com posterior cálculo da média, expressas em gramas. E para massa seca, as plantas
foram colocadas em sacos de papel, as quais permaneceram em estufa com circulação de ar sob
temperatura de 40ºC, até estabilização da massa seca.
Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias foram comparadas pelo
teste de Tukey a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 2 para a característica de comprimento de parte aérea, a cultivar Stella obteve
melhor desempenho no substrato Carolina®, e ‘Lucy Brown’ nos substratos Multiplant® e
Tropstrato HA®. Segundo Correia et al. (1984), o nitrogênio é um componente que melhora as
condições químicas do substrato, o qual é rapidamente liberado para as plantas, além disso, o
167
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
crescimento das plantas se torna mais vigoroso e as folhas se apresentam grandes, grossas e
intensamente verdes, verificando-se maiores teores deste elemento para os substratos
anteriormente citado (Tabela 1).
Quanto ao comprimento de raiz (Tabela 2), observa-se maiores valores para a ‘Lucy
Brown’ sobretudo ao se desenvolver nos substratos Carolina® e Multiplant®. De maneira geral
nota-se maior vigor da cultivar Lucy Brown em relação a ‘Stella’, o que provavelmente se deve
às características peculiares genéticas de cada uma delas, já que a cultivar Lucy Brown tem ciclo
mais precoce e pertence ao grupo Americana, e seu desenvolvimento inicial é mais rápido
comparado com a ‘Stela’, pertencente ao grupo das alfaces lisa, sem formação de cabeça. Neste
mesmo sentido pode-se verificar na Tabela 3 que a ‘Lucy Brown’ apresentou maior massa fresca
de parte aérea. Além do mais nesses substratos citados continham maiores teores de fósforo o
qual estimula o crescimento das raízes (SCHUMACHER et al., 2003).
Tabela 2. Comprimento de parte aérea (CPA) e de raiz (CR) de mudas de alface em função de
diferentes substratos. Vera Cruz-SP,2015.
CPA (cm)
Cultivar
Substrato
®
Amafibra
Carolina®
Multiplant®
Tropstrato®
CV (%)¹
CR (cm)
Stella
3,6 Ab*
6,5 Aa
3,2 Bb
3,5 Bb
Lucy
3,9 Ac
5,5 Ba
4,3 Abc
4,8 Aab
8,8
Stella
5,3 Ac
7,9 Ba
6,5 Bb
6,7 Ab
Lucy
5,4 Ac
9,2 Aa
7,6 Ab
7,1 Ab
4,1
¹Coeficiente de variação.
*Médias seguidas por mesma letra minúscula na coluna e maiúscula na linha não diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade.
Tabela 3. Massa fresca de parte aérea (MFPA) de mudas de alface para duas cultivares. Vera
Cruz-SP, 2015.
Cultivar
MFPA (g)**
Lucy Brown
1,42 a*
Stella
1,21 b
CV (%)¹
15,1
¹Coeficiente de variação.
*Médias que se diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
**Dados transformados por raiz quadrada (x+1).
Na comparação entre os substratos para as características de massa fresca e seca de
parte aérea e raiz destaca-se o substrato Carolina® (Tabela 4), que ao observar sua composição
168
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
(Tabela 1), o mesmo se identifica com as características já relatadas por Gonçalves et al. (1995)
de um ótimo substrato.
Tabela 4. Massa fresca de parte aérea (MFPA) e de raiz (MFR), e massa seca de parte aérea
(MSPA) e raiz (MSR) de mudas de alface em função de diferentes substratos. Vera Cruz-SP.
Substrato
MFPA**
(g)
MFR**
(g)
MSPA**
(g)
MSR**
(g)
Amafibra®
0,63 d*
0,28 b
0,39 c
0,24 c
®
Carolina
1,92 a
0,82 a
1,10 a
0,73 a
®
1,14 c
0,49 b
0,76 b
0,40 bc
®
1,58 b
0,75 a
0,85 b
0,51 b
15,1
24,5
16,1
28,0
Multiplant
Tropstrato
CV (%)¹
¹Coeficiente de variação.
*Médias seguidas por mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
**Dados transformados por raiz quadrada (x+1).
CONCLUSÕES
O substrato Carolina® é o mais adequado para produzir mudas das cultivares Stella e
Lucy Brown.
REFERÊNCIAS
CORREIA, M. P. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de
Janeiro: Ministério da Agricultura/IBDF, 1984. 707p.
FILGUEIRA, F.A.R. Novo Manual de Olericultura: Agrotecnologia moderna na produção e
comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV. 2008. 421p.
GONÇALVES A. L. Substratos para produção de mudas ornamentais. In: MINAMI K. et al.
Produção de mudas hortícolas de alta qualidade. Piracicaba: ESALQ/SEBRAE, 1994,156 p.
HORTIBRASIL,
2013.
Disponível
em:<
http://hortibrasil.org.br/jnw/index.php?option=com_content&view=article&id=1131:alface-emnumeros&catid=64:frutas-e-hortalicas-frescas&Itemid=82.> Acesso em: setembro de 2015.
SCHUMACHER, M.V.; CECONI, D.E.; SANTANA, C.A. Influência de diferentes doses de
fósforo no crescimento de plantas de Peltophorum dubium (Sprengel) Taubert. Boletim de
Pesquisa Florestal, Colombo, n. 47, p. 99-114, 2003.
169
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
QUALIDADE DA CARNE MATURADA DE NOVILHAS BUBALINAS
COM IDADE ENTRE 32-36 MESES
Patrícia Aparecida Cardoso da Luz*1; Cristiana Andrighetto²; André Mendes Jorge3;
Aline Sampaio Aranha
2
; Leonardo Henrique Zanetti1.
1
Faculdade de Medicina
2
Veterinária e Zootecnia – UNESP, Botucatu – SP, Brasil. Faculdade de Ciências Agrárias
e Tecnológicas - UNESP, Dracena - SP, Brasil. 3Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia – UNESP, Departamento de Produção Animal, Botucatu – SP, Brasil. *E-mail:
[email protected]
RESUMO
Objetivou-se com o presente trabalho avaliar os efeitos de diferentes tempos de
maturação sobre as características de maciez e cor da carne de novilhas bubalinas de descarte.
Para o estudo, foram utilizadas dez novilhas bubalinas da raça Murrah, com idade entre 32-36
meses. Essas novilhas foram abatidas em frigorífico comercial e amostras do Longissimus
thoracis foram coletadas e maturadas por 0, 7, 14 e 21 dias para análises de pH, força de
cisalhamento (FC), índice de fragmentação miofibrilar (IFM), cor da carne e percepção subjetiva
da diferença de cor (∆E). De acordo com os dados, o pH, a FC e o IFM indicaram que a
maturação melhorou a maciez da carne de novilhas de descarte, sem grandes alterações na
coloração da mesma. Dessa forma, a adoção deste processo pode levar a mesa dos consumidores
de carne vermelha, um produto de qualidade, mesmo se tratando de fêmeas de descarte.
PALAVRAS-CHAVE: búfalas; maturação; maciez.
INTRODUÇÃO
O abate de fêmeas no Brasil tem importância marcante na produção de carne,
representando no ano de 2014 cerca de 45% do total de abates bovinos, incluindo bubalinos, no
país (ANUALPEC, 2015). Entretanto, essa categoria animal é ainda descriminada pelas
indústrias de frigoríficos, pelo fato de apresentar menor rendimento de carcaça comparado aos
machos (MEIRELLES et al., 2007) e muitas vezes são destinadas ao abate com idade superior a
eles, tornando sua carne menos atrativa e menos macia. Nesse contexto, a maturação entra como
uma forma de melhorar essas características, uma vez que permite a prolongação das enzimas
endógenas, as quais degradam as proteínas miofibrilares e, consequentemente, melhoram a
maciez, a suculência e o sabor da carne (ANDRIGHETTO et al., 2006). Dessa forma, o presente
170
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar os efeitos de diferentes tempos de maturação
sobre as características de maciez e cor da carne de novilhas bubalinas com idade entre 32-36
meses.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizadas 10 novilhas bubalinas da raça Murrah, com idade entre 32 a 36 meses,
provenientes da Fazenda Guaritá - Pompéia/SP. Esses animais foram abatidos em frigorífico
comercial (SISP), localizado no município de Pirapozinho/SP e, logo após o abate do lote, foi
realizada a secção na carcaça entre a 8ª e 13ª vértebra torácica do músculo Longissimus thoracis
(LT). Todas as amostras foram transportadas ao Laboratório de Bromatologia da Faculdade de
Ciências Agrárias e Tecnológicas da UNESP – Campus de Dracena, onde foram separados os
cortes transversais e, posteriormente, embalados a vácuo e colocados em câmara de maturação,
onde permaneceram sob refrigeração (0 a 1°C) por 0, 7, 14 e 21 dias de maturação para a
realização das seguintes análises: pH (BELTRÁN et al., 1997); força de cisalhamento (AMSA,
1995); índice de fragmentação miofibrilar (CULLER et al., 1978); cor da carne (HONIKEL,
1998) e percepções subjetivas da diferença de cor (∆E) (MACDOUGAL, 1994).
O delineamento utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e dez
repetições por tratamento, definido em esquema de parcelas subdivididas, sendo as parcelas
constituídas pelos animais e as subparcelas os dias de maturação. Os contrastes polinomiais
ortogonais foram utilizados para testar os efeitos lineares e quadráticos dos diferentes tempos de
maturação, e para o ∆E foi usado o teste de Tukey. Os dados foram submetidos às análises
estatísticas utilizando o programa SAS 9.2 (SAS Institute, 2008), ao nível de significância de
5%. Todo experimento foi realizado de acordo com os princípios éticos na experimentação
animal (protocolo nº 27/2012) determinados pela Comissão de Ética em Uso de Animais
(CEUA) da referida instituição.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em relação ao pH do músculo LT submetido a diferentes tempos de maturação, os
valores médios apresentaram regressão quadrática (P = 0,0019; R² = 0,96). As médias dos
valores de pH final encontrados em todos os tratamentos foram superiores aos encontrados em
bovinos Nelore e Red Norte (ANDRADE et al., 2010). Em se tratando de maturação, os valores
mais baixos de pH encontrados por esses autores estão relacionados com menor atividade das
171
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
enzimas proteolíticas e menor maciez da carne, uma vez que as calpaínas µ e m apresentam pH
ótimo em valores próximos a 7 (BÉLTRAN et al., 1997).
Observou-se uma redução linear na força de cisalhamento (FC) em função do tempo de
maturação (P = 0,0001; R² = 0,97), apresentando valores médios de 59,62 N; 44,42 N; 33,34 N e
26,38 N nos dias 0, 7, 14 e 21, respectivamente. Assim, a FC caiu entre 0 e 7 dias 15,20 N; entre
7 e 14 dias 11,08 N e entre 14 e 21 dias 6,96 N. Esse fato também pode ser observado nos
valores médios do índice de fragmentação miofibrilar (IFM), os quais, de forma geral,
apresentaram um aumento ao longo da maturação (P = 0,0001; R² = 0,67 regressão linear; P =
0,0003; R² = 0,92 regressão quadrática), com valores médios de 92,68%; 147,29%; 147,18% e
152,24% nos dias 0, 7, 14 e 21, respectivamente. É importante ressaltar que IFM maior que 60%
caracteriza carne bastante macia, enquanto índice abaixo de 60% indica maciez moderada e
inferior a 50% indica falta de maciez (CULLER et al., 1978). Em relação à degradação
miofibrilar entre os tempos de maturação, foi obtido 54,61% entre 0 e 7 dias, -0,11% entre 7 e 14
dias e 5,06% entre 14 e 21 dias. Deste modo, tanto a FC, quanto o IFM, demonstram a eficácia
da utilização do processo de maturação sobre a qualidade da carne de búfalas mesmo de
descarte, a qual se apresentou mais macia no dia 21 de maturação, porém, com as principais
alterações entre os dias 0 e 7 de maturação.
Em relação à cor, os tempos de maturação não interferiram nos valores médios de
luminosidade (L*) e intensidade de vermelho (a*) (P > 0,05), porém alterou os valores médios
da intensidade de amarelo (b*) que aumentou linearmente em função dos tempos de maturação
(P = 0,003; R² = 0,76), esse resultado diferiu dos encontrados em carne maturada de búfalos
mestiços (Murrah x Mediterrâneo) por 0, 15 e 25 dias, em que não foi observado diferença nos
valores de b* entre os tempos de maturação (IRURUETA et al., 2008), por outro lado, se
assemelham aos encontrados em carnes bovinas maturadas por 1, 7, 14 e 21 dias, sendo
justificado pelo fato que os pigmentos carotenóides presentes na intensidade de amarelo são antioxidantes, por isso ocorreu um aumento nos valores médios de b* e não uma diminuição
(ANDRADE et al. 2010). Embora com essa alteração na intensidade de amarelo, os dados da cor
revelam ainda que as percepções subjetivas da diferença de cor da cor da carne das búfalas (∆E07
= 2,41; ∆E0-14 = 2,28 e ∆E0-21 = 3,02; P = 0.13; EP = 0.89) se enquadram na faixa de pouco
perceptíveis ao olho humano, e são ainda, menos perceptíveis do que as observadas em carnes
bovinas maturadas (∆E1-7 = 3,37; ∆E1-14 = 11,95 e ∆E1-21 = 12,81; ANDRADE et al., 2010), a qual
é amplamente consumida.
172
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
CONCLUSÕES
A maturação melhora, de forma considerável, a maciez da carne de novilhas bubalinas
com idade entre 32-36 meses. Além disso, as mudanças observadas na coloração são pouco
perceptíveis ao olho humano. Dessa forma, a adoção deste processo, pode desmistificar a
espécie, bem como a categoria, e esclarecê-la como mais uma alternativa de carne vermelha de
excelente valor qualitativo para os consumidores.
AGRADECIMENTOS
Esta pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo
(FAPESP – Nº. 2012/09733-8).
REFERÊNCIAS
AMSA. American Meat Science Association. Research guideliness for cookery sensory and
instrumental tenderness measurement of fresh meat. 48 p., 1995.
ANDRADE, P. L., BRESSAN, M. C., GAMA, L. T., GONÇALVES, T. M., LADEIRA, M. M.,
RAMOS, E. M. Aged meat quality in Red Norte and Nellore cattle. Brazilian Journal of
Animal Science, 39(8), 1791-1800, 2010.
ANDRIGHETTO, C.; JORGE, A. M.; ROÇA, R. O.; SARTORI, D. R. Maturação da carne
bovina. Revista Electrónica de Veterinaria REDVET, v. 7, n. 6, p. 1-6, 2006.
ANUALPEC. Anuário da pecuária brasileira. FNP Consultoria/Agros Comunicação, São
Paulo, SP. 2015, 280p.
BÉLTRAN, J.A.; JAIME, I.; SANTOLARIA, P.; SAÑUDO C, ALBERTÍ P, RONCALÉS P.
Effect of stress-induced high post-mortem pH on protease activity and tenderness of beef. Meat
Science, v.45, p.201-27, 1997.
CULLER, R. D.; PARRISH J. R.; SMITH, F. C., SMITH, G. C., CROSS, H. R. Relationshipof
myofibril fragmentation index to certain chemical, physical and sensory characteristics of bovine
longissimus muscle. Journal of Food Science, v.43, p.1177-1180, 1978.
HONIKEL, K.O. Reference methods for the assessment of physical characteristics of meat.
Meat Science, 49(4), 447-457, 1998.
MACDOUGAL, D.B. Colour meat. In: Pearson, A.M.; Dutson, T.R. (Eds.). Quality attributes
and their measurement in meat, poultry and fish products - Advances in Meat Research Series.
London: Blackie Academic & Professional, 1994. v.9, cap.3, p.79-93.
MEIRELLES, C. BUENO JUNIOR, C. F.; KOZICKI, L. E.; WEISS, R. R. SEGUI, M. S.
Avaliação do ganho de peso de novilhas ovariectomizadas por técnica transvaginal. Revista
Acadêmica, v. 5, n. 3, p.303-307, 2007.
SAS Institute, (2008). SAS User’s guide: Statistics. Version 9.2. Cary, NC.
173
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
QUALIDADE DOS FENOS DE CAPIM-TIFTON 85 E ALFAFA SOBRE A
DIGESTIBILIDADE DE DIFERENTES DIETAS PARA EQUINOS
Karina Shizue Soares Kai¹*; Kátia de Oliveira²; Mariana Zamboni Pinheiro³; Beatriz
Queiroz dos Reis¹; Mariana Siqueira Araújo¹.
¹Graduanda em Zootecnia – UNESP Dracena ²Docente de Zootecnia – UNESP Dracena
³Graduanda em Medicina Veterinária – FEA (Andradina/SP). *[email protected]
RESUMO
Com o trabalho, objetivou-se analisar a digestibilidade das dietas e o teor de fibra
indigestível nas fezes de cavalos submetidos à ingestão de diferentes qualidades de fenos de
capim-tifton e alfafa, em dietas isoproteicas e isoenergéticas. Os tratamentos consistiram de seis
dietas constituídas por concentrado e volumoso, na relação 50:50, e o delineamento experimental
foi o quadrado latino 6x6 (seis cavalos e seis períodos). Foram utilizados seis equinos machos,
mestiços, com idade entre 6-7 anos e peso corporal médio de 353,8±49,7 kg. O volumoso da
dieta foi composto pelas combinações de fenos, em esquema fatorial 2x3, sendo duas forragens
(capim-tifton 85 e alfafa) e três tipos de feno (A, B e C). As variáveis mensuradas foram
coeficiente de digestibilidade da matéria seca (CDMS) das dietas e teor de fibra em detergente
neutro indigestível (FDNi) nas fezes. Houve efeito significativo (P<0,05) para a variável FDNi
para o tipo forrageiro. O grupo de cavalos alimentado com feno de alfafa apresentou maior FDNi
(63,19±0,59%). Para ambas as forrageiras, para o feno tipo A foi observado maior CDMS
(P=0,0061).
PALAVRAS-CHAVE: cavalo; coeficiente de digestibilidade; fibra indigestível.
INTRODUÇÃO
Os cavalos são classificados como herbívoros adaptados a consumirem dietas contendo
alto conteúdo de fibra. O manejo moderno de equinos impõe a esta espécie quantidade reduzida
de forragem e incremento de grãos em sua dieta, para atender seus requisitos nutricionais de
desempenho esportivo.
Cavalos consumindo dietas contendo alta proporção de volumoso resultam em
incremento na massa da ingesta presente no intestino grosso (PAGAN & DUREN, 2001),
decorrente do aumento da retenção de água no trato gastrintestinal (TGI), bem como da
quantidade de material fibroso não digerido (ELLIS, HOLLAND & ALLEN, 2002).
174
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Pesquisas que objetivem avaliar o efeito da qualidade nutricional dos fenos de capimtifton e alfafa na alimentação de equinos inexistem na literatura nacional e internacional. Assim
torna-se relevante esta investigação, pois comumente os cavalos são alimentados com fenos de
pobre qualidade, oriundos de plantas maduras (JANSSON & LINDBERG, 2012).
Neste sentido, o objetivo da pesquisa foi estudar a digestibilidade das dietas e o teor de
fibra indigestível nas fezes de cavalos submetidos à ingestão de diferentes qualidades de fenos de
capim-tifton 85 e alfafa, em dietas isoproteicas e isoenergéticas.
MATERIAL E MÉTODOS
Este projeto de pesquisa foi aprovado pela Comissão de Ética em Uso de Animais
(CEUA) da UNESP, Campus de Dracena, protocolo n° 44/2012. O experimento foi conduzido
no Haras RR, no município de São Pedro/SP.
Os tratamentos consistiram de seis dietas constituídas por concentrado e volumoso, em
que este volumoso da dieta foi composto pelas combinações de fenos, em esquema fatorial 2 x 3,
sendo duas forragens (capim-tifton 85 e alfafa) e três tipos de feno (A, B e C). O delineamento
experimental foi o quadrado latino 6 x 6 (seis cavalos e seis períodos), em que foram utilizados
seis equinos, machos, mestiços, com idade entre seis e sete anos e peso corporal (PC) médio de
353,8±49,7 kg.
A qualidade nutricional dos fenos de capim-tifton para o tipo A, caracterizou-se por
conter, 13,28% PB e 72,62% FDN, o tipo B apresentando 11,8% PB e 74,57% FDN, e o tipo C
com 10,79% PB e 78,74% FDN. Os fenos de alfafa designados como tipo A contiveram,
bromatologicamente, 20,06% PB e 49,55% FDN, o tipo B com 18,61% PB e 58,99% FDN, e o
tipo C apresentou 17,70% PB e 62,75% FDN. As dietas foram formuladas para atender as
exigências mínimas nutricionais de cavalos em trabalho intenso (NRC, 2007), bem como para
serem isoproteicas (15,7% PB) e isoenergéticas (2,9 Mcal.kg-1).
As variáveis mensuradas nos cavalos foram coeficiente de digestibilidade da MS
(CDMS) das dietas e conteúdo de fibra indigestível (FDNi) nas fezes. A partir da determinação
da MS nas fezes e da produção fecal dos cavalos mais a quantidade de ração (volumoso +
concentrado) consumida por animal, foram calculados o CDMS da dieta, segundo Berchielli et
al. (2005) com a equação: % CDMS = 100 x ((kg alimento consumido – kg fezes produzida) / kg
de alimento consumido). Para a determinação do FDNi nas fezes, foi utilizada a técnica in vitro
com uso do equipamento Daisy Incubator (ANKOM® Technology), por meio de inóculo com
fezes equinas, adaptando-se metodologia elaborada por Oliveira et al. (2012).
175
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Para a análise dos resultados, as variáveis foram submetidas à análise de variância do
programa computacional Statistical Analysis System (SAS, 2003). As comparações entre médias
foram feitas pelo teste de Tukey, bem como foi utilizada a probabilidade dos efeitos principais
através do teste F. Todos os testes utilizaram o nível de 5% de significância.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Verificou-se efeito significativo entre os tratamentos às variáveis CDMS (P=0,0061) e
FDNi (P<0,0001). Ainda, foi detectado diferença estatística para o tipo de forragem presente nas
dietas, como efeito principal, para FDNi (P<0,001).
Tabela 1. Médias do coeficiente de digestibilidade da matéria seca (CDMS) da dieta, e do teor
de fibra em detergente neutro indigestível (FDNi) nas fezes, e desvio padrão dos equinos
alimentados com dietas isoproteicas e isoenergéticas submetidos a três tipos (A, B e C) de fenos
de capim-tifton 851 e alfafa2.
Variável
Feno de Capim-Tifton 85
A
B
C
A
B
C
61,88ab
±2,41
62,16ab
±2,35
59,30b
±2,31
64,71a
±2,38
63,45a
±2,41
58,97b
±2,41
CDMS (%)
57,72c
±0,75
FDNi (%)
a,b,c
A,B
Feno de Alfafa
Média1
Média2
60,98±2,23
62,44±2,25
56,59c
±0,72
63,35ab
±0,74
63,78a
±0,72
62,05b
±0,71
Média1
Média2
59,19B±0,61
63,19A±0,59
63,76a
±0,71
Médias com letras diferentes na mesma linha diferem (P<0,05) entre si pelo teste de Tukey;
Médias com letras diferentes na mesma linha diferem (P<0,05) entre si pelo teste F.
Os resultados da tabela 1 reforçam a afirmação de Lewis (1985) de que, normalmente,
fenos de leguminosas apresentam maior valor nutritivo e maior digestibilidade do que fenos de
gramíneas. A variável FDNi nas fezes foi avaliada para monitorar, indiretamente, a capacidade
digestiva dos cavalos em relação às dietas experimentais. Neste sentido, os maiores valores de
FDNi, observados nas fezes dos equinos consumindo feno de alfafa, foi resultante da menor
quantidade de material indigestível presente no TGI, em consequência da melhor capacidade de
176
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
digestão pelos animais que receberam esta dieta. Tal resultado era esperado às dietas com feno
de alfafa, uma vez que o melhor CDMS ocorreu em consequência da redução no conteúdo
indigestível no trato digestório, e assim, contribuindo para o incremento no FDNi
(BERCHIELLI et al., 2005; OLIVEIRA et al., 2012).
CONCLUSÕES
O feno de alfafa como fonte de volumoso, em dietas isoproteicas e isoenergéticas,
apresentou melhor qualidade em relação ao feno de capim-tifton, pela melhor capacidade de
digestão pelos animais.
AGRADECIMENTOS
Este trabalho foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São
Paulo (FAPESP), auxílio à pesquisa sob processo nº 2013/03075-1.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERCHIELLI, T. T.; OLIVEIRA, S. G. D.; CARRILHO, E. N. V. M.; FEITOSA, J. V.; LOPES, A. D..
Comparação de marcadores para estimativas de produção fecal e de fluxo de digesta em bovinos. Revista
Brasileira de Zootecnia, v.34, n.3, p.987-996, 2005.
ELLIS, J. M.; HOLLANDS, T.; ALLEN, D. E.. Effect of forage intake on body weight and performance.
Equine Veterinary Journal, v.34, p.66-70, 2002.
JANSSON, A.; LINDBERG J. E.. Forage-only diet alters the metabolic response of horses in training.
Cambridge Journals, v.2, n.4, p.42, 2012.
LEWIS, L. D.. Alimentação e cuidados do cavalo. São Paulo, Brasil: Livraria Roca Ltda, 1985, 248p.
NATIONAL RESEARCH COUNCIL – NRC. Nutrients Requirements of Horses. 6. ed., Washington,
D.C., 2007, 341p.
OLIVEIRA, K.; BITTAR, C. M. M.; COSTA, C.; OLIVEIRA, V. A. P.; SÁ, J. C.. Fezes equina como
fonte de inóculo na obtenção de indicadores indigestíveis para estimar a digestibilidade em equinos.
Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal, v.13, n.2, p.410-423, 2012.
PAGAN, J. D.; DUREN, S. E.. Recent developments in equine nutrition. Recent Advances in Animal
Nutrition in Australia, v.13, p.169-177, 2001.
STATISTICAL ANALYSIS SYSTEM - SAS. SAS user´s: guide statistics. Cary: 2003. 211p.
177
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
QUALIDADE DOS FENOS DE CAPIM-TIFTON 85 E ALFAFA SOBRE A
PRODUÇÃO E UMIDADE FECAL DE EQUINOS
Giovani Augusto Campos de Oliveira1*; Kátia de Oliveira2; Ciniro Costa3; Paulo Roberto
de Lima Meirelles3; Denise Tsuzukibashi4. ¹Graduando em Zootecnia – UNESP Dracena
²Docente de Zootecnia – UNESP Dracena 3Docentes UNESP Botucatu 4Mestranda em
Zootecnia – UNESP Botucatu. *[email protected]
RESUMO
Com o trabalho objetivou-se analisar a produção fecal e o teor de umidade nas fezes de
cavalos submetidos à ingestão de diferentes qualidades de fenos de capim-tifton e alfafa, em
dietas isoproteicas e isoenergéticas. Os tratamentos consistiram de seis dietas constituídas por
concentrado e volumoso, na relação 50:50, e o delineamento experimental foi o quadrado latino
6x6 (seis cavalos e seis períodos). Foram utilizados seis equinos machos, mestiços, com idade
entre 6 e 7 anos e peso corporal médio de 353,8±49,7 kg. O volumoso da dieta foi composto
pelas combinações de fenos, em esquema fatorial 2x3, sendo duas forragens (capim-tifton 85 e
alfafa) e três tipos de feno (A, B e C). As variáveis mensuradas foram produção fecal (PF) e teor
de umidade nas fezes (U). Houve efeito significativo (P<0,05) para ambas as variáveis para o
tipo forrageiro, sendo que o grupo de cavalos alimentado com feno de alfafa apresentou menores
valores para U (72,65±0,79%) e PF (2,42±0,10 kg). Para ambas as forrageiras, o feno tipo C
resultou em maior PF (P=0,0013), e para o feno tipo A foi observado maior U (P<0,0001). Foi
possível concluir que o feno de alfafa proporcionou redução na produção fecal e na retenção de
umidade nas fezes.
PALAVRAS-CHAVE: cavalo; forragem conservada, produção de fezes.
INTRODUÇÃO
Cavalos consumindo dietas contendo alta proporção de volumoso resultam em
incremento na massa da ingesta presente no intestino grosso (PAGAN & DUREN, 2001),
decorrente do aumento da retenção de água no trato gastrintestinal (TGI), bem como da
quantidade de material fibroso não digerido (ELLIS et al., 2002). Cuddeford et al.(1992)
sugeriram que o alto nível de ingestão de fibra na dieta pode aumentar o conteúdo de água no
intestino grosso, devido aos polissacarídeos hidrofílicos na fibra, resultando em grande perda
fecal de água.
178
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Entretanto, pesquisas têm indicado que o nível de ingestão do volumoso oferecido
parece não ser o fator mais importante no aumento de PC em cavalos. Connysson et al. (2010),
consideram a composição bromatológica da forragem como característica primordial. Pesquisas
que objetivem avaliar o efeito da qualidade nutricional dos fenos de capim-tifton e alfafa na
alimentação de equinos, inexistem na literatura nacional e internacional. Assim torna-se
relevante esta investigação, pois comumente os cavalos de esporte são alimentados com fenos de
pobre qualidade, oriundos de plantas maduras (JANSSON & LINDBERG, 2012).
Neste sentido, o objetivo da pesquisa foi estudar o efeito da qualidade dos fenos de
capim-tifton 85 e alfafa, em dietas isoproteicas e isoenergéticas, sobre a produção fecal e o teor
de umidade nas fezes de equinos.
MATERIAL E MÉTODOS
Este projeto de pesquisa foi aprovado pela Comissão de Ética em Uso de Animais
(CEUA) da UNESP, Campus de Dracena, protocolo n° 44/2012. O experimento foi conduzido
no Haras RR, no município de São Pedro/SP.
Os tratamentos consistiram de seis dietas constituídas por concentrado e volumoso, em
que este volumoso da dieta foi composto pelas combinações de fenos, em esquema fatorial 2 x 3,
sendo duas forragens (capim-tifton 85 e alfafa) e três tipos de feno (A, B e C). O delineamento
experimental foi o quadrado latino 6 x 6 (seis cavalos e seis períodos), em que foram utilizados
seis equinos, machos, mestiços, com idade entre seis e sete anos e peso corporal (PC) médio de
353,8±49,7 kg. Os cavalos permaneceram estabulados em baia de alvenaria de 9 m2, com piso
cimentado.
A qualidade nutricional dos fenos de capim-tifton para o tipo A, caracterizou-se por
conter, 13,28% PB e 72,62% FDN, o tipo B apresentando 11,8% PB e 74,57% FDN, e o tipo C
com 10,79% PB e 78,74% FDN. Os fenos de alfafa designados como tipo A contiveram,
bromatologicamente, 20,06% PB e 49,55% FDN, o tipo B com 18,61% PB e 58,99% FDN, e o
tipo C apresentou 17,70% PB e 62,75% FDN. As dietas foram formuladas para atender as
exigências mínimas nutricionais de cavalos em trabalho intenso (NRC, 2007), bem como para
serem isoproteicas (15,7% PB) e isoenergéticas (2,9 Mcal.kg-1).
Durante três dias, após período de adaptação, as fezes totais dos cavalos foram colhidas
diretamente do piso e pesadas, a cada oito horas, para quantificar a PF (BRAGA et al., 2008).
Estas fezes foram homogeneizadas e amostradas em 100 g, sendo colocadas em sacos plásticos
179
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
identificados e armazenados a uma temperatura de - 15°C. A partir da determinação da MS nas
fezes dos cavalos foi calculado o U nas fezes, a partir da equação: % U = 100 – MSfezes.
Para a análise dos resultados, as variáveis foram submetidas à análise de variância do
programa computacional Statistical Analysis System (SAS, 2003). As comparações entre médias
foram feitas pelo teste de Tukey, bem como foi utilizada a probabilidade dos efeitos principais
através do teste F. Todos os testes utilizaram o nível de 5% de significância.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observou-se efeito estatístico das dietas experimentais sobre o U nas fezes (P<0,0001) e
sobre a PF (P=0,0013), bem como para o tipo de forragem, como efeito principal (PU=0,0004 e
PPF=0,0013).
Tabela 1. Médias da produção fecal (PF) e do teor de umidade (U) nas fezes, e desvio padrão
dos equinos alimentados com dietas isoproteicas e isoenergéticas submetidos a três tipos (A, B e
C) de fenos de capim-tifton1 e alfafa2.
Feno de Capim-Tifton
Variável
PF
A
B
C
A
B
C
2,54ac
2,48bc
2,71a
2,30b
2,35b
2,62ac
±0,35
±0,36
±0,42
±0,24
±0,23
±0,17
(kg na MS.dia-1)
U (%)
Feno de Alfafa
Média1
Média2
2,58A±0,39
2,42B±0,26
74,97a
73,58b
73,73b
73,95ab
71,93c
72,07c
±2,79
±1,72
±1,99
±1,20
±3,67
±1,76
Média1
Média2
74,09A±2,24
72,65B±2,56
kg na MS.dia-1 = quilogramas na matéria seca por dia; % = porcentagem;
a,b,c
A,B
Médias com letras diferentes na mesma linha diferem (P<0,05) entre si pelo teste de Tukey;
Médias com letras diferentes na mesma linha diferem (P<0,05) entre si pelo teste F.
Em relação à retenção de umidade nas fezes, Cymbaluk & Christison (1989) e Frape
(1998) relataram que o conteúdo de fibra na dieta tem efeito direto sobre o teor de água fecal,
devido à ocorrência de arraste de fluidos pela fração fibrosa presente nas fezes. Ainda,
Cymbaluk & Christison (1989) afirmaram que a retenção de água fecal aumenta com o
180
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
fornecimento de feno de gramíneas, o que pode justificar a maior média de U nas fezes
apresentada pelo feno de capim-tifton.
CONCLUSÕES
O feno de alfafa como fonte de volumoso, em dietas isoproteicas e isoenergéticas,
apresentou melhor qualidade em relação ao feno de capim-tifton, pela redução da retenção de
água nas fezes dos cavalos proporcionada pela composição distinta da fração fibrosa das fontes
de forragens estudadas.
AGRADECIMENTOS
Este trabalho foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP), auxílio à pesquisa sob processo nº 2013/03075-1.
REFERÊNCIAS
BRAGA, A. C.; ARAÚJO, K. V.; LEITE, G. G.; MASCARENHAS, A. G.. Níveis de fibra em detergente
neutro em dietas para equinos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.11, p.1965-1972, 2008.
CONNYSSON, M.; ESSÉN-GUSTAVSSON B.; LINDBERG, J. E.; JANSSON, A.. Effects of feed
deprivation on Standardbred horses fed a forage-only diet and 50:50 forage-oats diet. Equine Veterinary
Journal, v.42, suppl.38, p.335-340, 2010.
CUDDEFORD, D.; WOODHEAD, A.; MUIRHEAD, R.. A comparison between the nutritive value of
short-cutting cycle, high temperature-dried alfalfa and timothy hay for horses. Equine Veterinary
Journal, v.24, n.1, p.84-89, 1992.
CYMBALUK, N. F.; CHRISTISON, G. I.. Effects of diet and climate on growing horses. Journal of
Animal Science, v.67, n.1, p.48-59, 1989.
ELLIS, J. M.; HOLLANDS, T.; ALLEN, D. E.. Effect of forage intake on body weight and performance.
Equine Veterinary Journal, v.34, p.66-70, 2002.
FRAPE, D. Equine nutrition and feeding. 2. ed. Oxford: Blackwell Science Ltda. 29 1998. 564p.
JANSSON, A.; LINDBERG J. E.. Forage-only diet alters the metabolic response of horses in training.
Cambridge Journals, v.2, n.4, p.42, 2012.
NATIONAL RESEARCH COUNCIL – NRC. Nutrients Requirements of Horses. 6. ed., Washington,
D.C., 2007, 341p.
PAGAN, J. D.; DUREN, S. E.. Recent developments in equine nutrition. Recent Advances in Animal
Nutrition in Australia, v.13, p.169-177, 2001.
STATISTICAL ANALYSIS SYSTEM - SAS. SAS user´s: guide statistics. Cary: 2003. 211p.
181
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
QUEBRA DE DORMÊNCIA EM SEMENTES E O DESENVOLVIMENTO
INICIAL DE PLÂNTULAS DE Urochloa brizantha cv. MARANDU
QUANDO SUBMETIDA AO USO DO ETEFOM
Ana Paula Bottan2, Paulo Alexandre Monteiro de Figueiredo2, Marco Eustáquio de Sá3, Ronaldo
da Silva Viana4, Lucas Aparecido Manzani Lisboa5. ¹Discente do Curso de Ciências Biológicas
da
Fundação
Dracenense
de
Educação
e
Cultura,
Dracena-SP.
e-mail:
[email protected]. 2Professor Doutor Adjunto da Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho” Campus de Dracena, Dracena-SP. 3Professor Doutor Titular da
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Campus de Ilha Solteira, departamento
de Fitotecnia. Ilha Solteira-SP. 4Professor Doutor Assistente II, Faculdade de Tecnologia de
Araçatuba – FATEC, Araçatuba-SP. 5Professor Mestre da Fundação Dracenense de Educação e
Cultura de Dracena, Dracena-SP e Doutorando pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho” Campus de Ilha Solteira, no Programa de Pós-Graduação em Agronomia em
Produção Vegetal.
RESUMO
O objetivo desse trabalho foi estudar a quebra de dormência em sementes de Urochloa brizantha
cv. Marandu com o uso do etefom. Foram imersas 20 sementes durante 30 minutos, em 5 doses
de diferentes do hormônio, sendo: Tratamento 1 – Zero l ha-1 (controle); Tratamento 2 – 0,670 l
ha-1, Tratamento 3 – 0,335 l ha-1, Tratamento 4 – 0,1675 l ha-1 e Tratamento 5 – 0,0834 l ha-1,
com 5 repetições, totalizando 25 parcelas. Aos 15 dias após a instalação do experimento foi
determinado o índice de velocidade de e a taxa de germinação. O experimento teve duração de
30 dias, foram determinadas as seguintes características: condutância estomática; índice de
clorofila, comprimento de plantas; número de perfilhos; matéria seca da parte aérea e matéria
seca de raiz. Para obter melhores índices de velocidade de emergência, número de
perfilhamentos e massa seca de raiz é recomendado dose de 0,083 l ha-1 etefom.
PALAVRAS-CHAVE: Fisiologia vegetal, gramínea, Etileno.
INTRODUÇÃO
182
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Sementes de alta qualidade também apresentam elevado poder germinativo que são
fundamentais para estabelecimento da pastagem, no entanto, em sementes de U. brizantha cv.
Marandu essa elevada porcentagem de germinação é geralmente impedida pela dormência que as
sementes possuem (MESCHEDE et al., 2004). ). A dormência também pode ser considerada um
mecanismo de defesa programada geneticamente, onde ocorre uma suspensão do crescimento
durante estações desfavoráveis (RAVEN, 2007).
Segundo Nascimento e Paiva (2003) o etileno auxilia na germinação da semente
facilitando a superação da dormência. Não sabe-se ao certo o processo de atuação deste
hormônio na fisiologia das sementes, o que tem tornado dessa maneira seu mecanismo
incompreendido
A literatura disponível ainda não é muito ampla, especificamente com relação ao tema
abordado neste trabalho. Assim o presente trabalho teve por objetivo avaliar a quebra de
dormência em sementes e o desenvolvimento inicial de plântulas de Urochloa brizantha cv.
Marandu quando submetida ao uso do etefom.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado na Universidade Estadual Paulista no Campus Experimental
de Dracena, situado na cidade de Dracena, Estado de São Paulo. O delineamento experimental
foi inteiramente casualizado, com cinco tratamentos de diferentes doses de etefom, ou seja:
tratamento 1 – Zero l ha-1 (controle); tratamento 2 – 0,670 l ha-1; tratamento 3 – 0,335 l ha-1;
tratamento 4 – 0,1675 l ha-1 e tratamento 5 – 0,0834 l ha-1 e com 5 repetições, totalizando 25
parcelas. Foram escolhidas 20 sementes viáveis de Urochloa brizantha cv. Marandu para
compor cada unidade experimental. Todas as sementes foram imersas no hormônio durante 30
minutos, posteriormente, foram semeadas em vasos plásticos com 9 dcm3 de capacidade,
contendo solo e adubado segundo Raij et al. (1996)
Após 15 dias da semeadura foram determinados o índice de velocidade de emergência
(IVE) seguindo a fórmula IVE = G1/N1 + G2/N2 +...+ Gn/Nn; onde: G1, G2, Gn = número de
plântulas germinadas em cada contagem; N1, N2, Nn = número de dias da semeadura a cada
contagem segundo Maguire (1962) e a taxa de emergência (TE) seguindo a fórmula TE =
PGn/SNn x 100; onde: PGn = número de plântulas germinadas; SNn = total de sementes. Na
mesma ocasião foi realizado um desbaste de plantas deixando somente as 3 plantas maiores por
parcela.
183
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Aos 30 dias após a instalação do experimento foram avaliadas as seguintes
características: condutância estomática (CE) determinada através do aparelho porômetro modelo
AP-4, índice de clorofila (IC) determinada pelo aparelho modelo CCM-200 ambas determinadas
ao meio dia em sol pleno, na folha+1 de quatro perfilhos de cada parcela, com 10 medições para
determinar um valor médio para cada característica. Também foi determinado o comprimento de
planta (CP), número de perfilhos (NP). Todo material colhido passou por processo de secagem
em estufa com circulação forçada, com temperatura constante de 60°C, durante 72 horas para a
determinação de matéria seca da parte aérea (MSPA) e matéria seca de raiz (MSR).
As variáveis foram submetidas à análise de variância pelo teste F (p<0,05) e suas médias
comparadas pelo teste de Scott-Knott de 5% de probabilidade, sendo utilizado o programa
estatístico Assistat 7.6 Beta (SILVA; AZEVEDO, 2002).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 1 estão descritos os resultados do índice de velocidade de emergência (IVE),
taxa de emergência (TE), condutância estomática (CE), índice de clorofila (IC), comprimento de
plantas (CP); número de perfilhos (NP); matéria seca da parte aérea (MSPA) e matéria seca de
raiz (MSR).
Tabela 2. Valores médios do índice de velocidade de emergência; taxa de germinação (TG); condutância estomática
(CE); índice de clorofila (IC); comprimento de plantas (CP); número de perfilhos (NP); matéria seca da
parte aérea (MSPA) e matéria seca de raiz (MSR). Dracena-SP, 2015.
IVE
Tratamento 1 - Zero l ha-1
Tratamento 2 - 0,670 l ha-1
-1
TG
CE
(%)
mmol-1 m2 s2
IC
CP
1,23b
58
109,14
36,44
52,1
1,46b
62
102,55
38,35
57,3
NP
(cm)
MSPA
MSR
(g)
(g)
12,6c
8,7
7,0a
14,8b
10,7
6,2a
Tratamento 3 – 0,335 l ha
1,70a
72
117,54
34,43
53,9
14,4b
8,2
5,5b
Tratamento 4 - 0,167 l ha-1
1,44b
60
106,44
30,87
57,5
14,8b
10,2
6,4a
-1
Tratamento 5 - 0,083 l ha
1,85a
77
103,18
36,99
57,6
17,0a
10,7
6,6a
Média Geral
1,54
65,80
107,77
35,42
55,7
14,7
9,7
6,3
CV(%)
20,55*
17,23ns
17,43ns
11,82ns
7,5ns
9,11**
23,3ns
10,51*
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem estatisticamente entre si pelo Teste de Tukey ao nível de 5%
de probabilidade. **significativo ao nível de 1% de probabilidade (p<0.01). *significativo ao nível de 5% de probabilidade
(0.01=<p<0.05) ns não significativo (p>= 0.05). Fonte: Elaborada pelos autores (2015).
É possível observar efeito significativo para a característica índice de velocidade de
emergência, destacando o tratamento com 0,083 l ha-1 de Etefom. Esses valores são inferiores
aos encontrados por Lacerda et al. (2010) quando estudaram métodos químicos e físicos na
superação de dormência de sementes. Para taxa de emergência, condutância estomática e índice
de clorofila não foram encontradas diferenças significativas entre os tratamentos. Segundo Costa
184
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
e Marenco (2007), o declínio da condutância estomática durante o dia pode ser combinada ao
aumento ao déficit de pressão de vapor (DPV), à diminuição do potencial hídrico da folha ou a
ação combinada dos fatores, eles ainda afirmam que o índice de clorofila pode ser influenciado
pelo potencial hídrico da planta podendo existir ligação entre condutância estomática. Para as
características do comprimento de planta e matéria seca da parte aérea, não houve diferença
significativa entre os tratamentos.
É possível observar que a característica número de perfilho com dose de 0,083 l ha-1 de
etefom apresentaram melhores médias. Para o a matéria de massa seca parte da raiz, o tratamento
com 0,335 l ha-1 de etefom apresentaram menores médias, esses resultados opostos aos
encontrados por Melo et al. (2012) quando usaram o mesmo hormônio para superação de
dormência de sementes da mesma espécie.
Devido a alguns fatores tais como: facilidade de aplicação, encontrar comercialmente o
produto e a utilização dose de baixa concentração, essa técnica pode tornar uma alternativa para
os pequenos produtores rurais.
CONCLUSÕES
Para obter melhores índices de velocidade de emergência, número de perfilhamentos e
massa seca de raiz é recomendado dose de 0,083 l ha-1 etefom.
REFERÊNCIAS
COSTA, G. F. da; MARENCO, R. A. Fotossíntese, condutância estomática e potencial hídrico
foliar em árvores jovens de andiroba (Carapa guianensis). Acta amazônica, v. 37, n. 2, p.
229-234, 2007.
MAGUIRE, J. D. Speed of germination-aid in selection and evaluation for seedlig emergence
and vigor. Crop Science, Madison, v. 2, n. 1, p.176-177, 1962.
MELO, A. P. C. de; SELEGUINI, A.; CASTRO, M. N.; MEIRA, F. de A.; GONZAGA, J. M. da
S.; HAGA, K. I. Superação de dormência de sementes e crescimento inicial de plântulas de
umbuzeiro. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 33, n. 4, p. 1343-1350, 2012.
MESCHEDE, D. K.; SALES, J. G. C.; BRACCINI, A. L.; SCAPIM, C. A.; SCHUAB, S. R.
Tratamentos para superação da dormência das sementes de capim-braquiária cultivar
Marandu. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v. 26, n. 2, p. 76-81, 2004.
185
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
RESÍDUO DA SEMENTE DE MARACUJÁ NA ALIMENTAÇÃO DE
POEDEIRAS COMERCIAIS
Leonardo Henrique Zanetti*¹; Alice Eiko Murakami²; Valquíria Cação Cruz-Polycarpo3
Mayra Diaz Vargas2; Ana Flávia Quiles Garcia Guerra2
1
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – UNESP, Botucatu – SP, Brasil;
2
Universidade Estadual de Maringá – UEM, Maringá – PR, Brasil; 3Faculdade de Ciências
Agrárias e Tecnológicas - UNESP, Dracena - SP, Brasil. *E-mail: [email protected]
RESUMO
Objetivou-se com a pesquisa avaliar os efeitos da inclusão do resíduo da semente de
maracujá (RSM) na alimentação de poedeiras comerciais sobre o desempenho, qualidade de ovos
e parâmetros sanguíneos. Foram utilizadas 384 galinhas poedeiras da linhagem Hy-line W36
com 32 semanas de idade, distribuídas em DIC, com seis tratamentos (controle; 2,5; 5,0; 7,5;
10,0 e 12,5% de inclusão de RSM), oito repetições e oito aves por unidade experimental. O
desempenho foi avaliado durante três ciclos de 28 dias cada. A qualidade dos ovos foi avaliada
nos quatro últimos dias de cada ciclo. Não houve diferença para o percentual de postura e
conversão alimentar. No entanto, o consumo de ração apresentou uma resposta linear positiva. O
peso do ovo, percentagem de casca, espessura de casca e unidade Haugh não diferiram.
Entretanto, a gravidade específica dos ovos aumentou conforme os níveis de inclusão do RSM.
Os valores de colesterol total e triglicerídeos apresentaram comportamento linear decrescente.
PALAVRAS-CHAVE: Nutrição; Ovos; Subproduto.
INTRODUÇÃO
As indústrias alimentícias brasileiras geram resíduos do processamento de frutos, que são
compostos por cascas e sementes e muitas vezes são descartados, enquanto poderiam ser
utilizados na produção de ração para animais ou de fertilizantes, podendo ter uma finalidade
mais benéfica ao homem e ao meio ambiente (KOBORI e JORGE, 2005).
Dentre as frutas tropicais, destaca-se o maracujá, cuja produção se concentra basicamente
na América do Sul, sendo o Brasil, Colômbia, Peru e Equador os maiores exportadores. O Brasil
é o principal produtor e consumidor mundial da fruta (IBGE, 2013). Os principais destinos da
produção brasileira de maracujá são o mercado de fruta in natura, e a indústria de extração de
186
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
polpa e fabricação de suco (CLARO e MONTEIRO, 2010). Os principais subprodutos da
extração do suco de maracujá são as cascas e as sementes resultantes de seu processamento, que
correspondem de 65 a 70% do peso do fruto, como este volume representa inúmeras toneladas,
agregar valor a estes subprodutos é de interesse econômico, científico e tecnológico (FERRARI
et al., 2004). Dessa forma, objetivou-se avaliar os efeitos de inclusão do resíduo da semente de
maracujá na alimentação de poedeiras comerciais com 32 semanas de idade sobre o desempenho,
qualidade de ovos e parâmetros sanguíneos.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no aviário do setor de Avicultura da Universidade Estadual
de Maringá, sob aprovação da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA/UEM 035/2014).
O resíduo do maracujá, da variedade Passiflora edulis foi submetido à desidratação, sendo
realizada ao sol. Foi realizada moagem em moinho do tipo faca (2,5 mm). Foram utilizadas 384
aves, da linhagem Hy-line W36, com 32 semanas de idade em primeiro ciclo de produção,
alojadas em gaiolas (100 x 40 x 45 cm), em galpão convencional, com bebedouros do tipo calha
e comedouros do tipo linear. Água e ração foram fornecidos à vontade. O programa de luz foi de
17 horas de luz por dia (natural + artificial). O delineamento experimental foi inteiramente
casualizado, com seis tratamentos (controle; 2,5; 5,0; 7,5; 10,0 e 12,5% de inclusão do RSM),
com oito repetições cada e oito aves por unidade experimental. Em estudo prévio determinou-se
os valores de 10,68% de PB, 3.945,41 kcalkg-1 de EMAne 18,34% de Pectina no RSM.
As dietas experimentais foram isoproteicas e isocalóricas, à base de milho e farelo de soja
e formuladas para atender às exigências nutricionais na fase de postura (Hy-Line W-36, 20092011). Durante cada ciclo, foi avaliado o consumo de ração, a conversão alimentar e produção de
ovos. Para análise da qualidade dos ovos, ao final de cada ciclo por quatro dias consecutivos
foram realizados: peso médio dos ovos, gravidade específica, Unidade Haugh, percentagem e
espessura de casca. Ao final do último ciclo, uma ave por repetiçãofoi selecionada para coleta de
sangue. A determinação dos níveis séricos de colesterol total e triglicerídeos foi realizada
utilizando-se o método enzimático-colorimétrico com leitura em espectrofotômetro. Os dados
obtidos de cada parâmetro foram submetidos a análise de variância e regressão, de acordo com
suas distribuições, utilizando o programa Sistema para Análises Estatísticas - SAEG (2007).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
187
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Os dados estão apresentados na Tabela 1. Não houve diferença (P>0,05) para taxa de
postura e conversão alimentar(kg kg-1 e kg dz-1), no entanto o consumo de ração apresentou uma
resposta linear positiva (P<0,05) com o aumento dos níveis. O aumento do consumo de ração
pode ser atribuído ao alto teor de fibra solúvel presente no RSM, sobretudo de pectina (18,34%),
estas fibras presentes na dieta podem ter reduzido os processos de digestibilidade e absorção de
nutrientes, ocasionando um maior consumo de ração (HETLAND et al., 2004).
O peso do ovo, a percentagem e espessura de casca e unidade Haugh não diferiram
(P>0,05) com a inclusão dos níveis do RSM, justificando assim sua utilização ao nível de 12,5%,
procurando reduzir principalmente a poluição ambiental, que pode ser ocasionada caso o resíduo
não receba destino correto. A gravidade específica dos ovos apresentou um aumento linear
(P<0,05), com maior gravidade específica no nível de 12,5% de inclusão. Em dietas ricas em
fibras espera-se que a qualidade da casca dos ovos seja alterada, já que as fibras estão
relacionadas negativamente com a absorção de cálcio (BUZINATO et al., 2006). Entretanto, este
fato não foi observado neste estudo. Os valores de colesterol total e triglicerídeos séricos
apresentaram redução linear. Este resultado era esperado, devido ao teor de pectina presente no
resíduo (18,34%), uma vez que este composto, quando encontrado em grande quantidade, pode
reduzir o teor de colesterol total e colesterol LDL do sangue (RAMOS et al., 2007). Chau e
Huang (2005) observaram que hamsters alimentados com fibras obtidas de sementes de maracujá
(P. edulis) apresentaram redução significativa para os níveis de triglicerídeos séricos em
hamsters, evidenciando assim que o consumo de fibras obtidas de sementes de maracujá
poderiam efetivamente reduzir os níveis de triglicerídeos séricos em roedores.
Tabela 1. Desempenho, qualidade de ovos e parâmetros séricos (± erro padrão) de poedeiras
comerciais alimentadas com dietas contendo níveis de inclusão de RSM.
Resíduo da semente de maracujá (%)
Parâmetros
Controle
2,5
5,0
7,5
10,0
12,5
CV
(%)
R
Desempenho
100,80±1,02
99,92±1,58
100,47±1,89
100,18±2,04
103,63±0,52*
105,05±0,46*
3,89
L¹
92,85±0,38
1,653±0,012
90,18±1,27
1,745±0,034
90,16±2,13
1,775±0,059
91,46±1,82
1,792±0,033*
90,83±1,22
1,794±0,020*
92,37±1,28
1,804±0,016*
4,51
5,44
NS
NS
64,63±0,31
98,71±0,40
1,081±0,0004
8,857±0,059
65,12±0,54
99,25±0,46
1,082±0,0003*
8,951±0,044
2,08
1,12
0,09
2,42
NS
NS
L2
NS
112,18±10,10
101,27±12,20
89,55±10,39
85,64±5,60
83,87±2,55
22,07
Colesterol total 113,39±8,05
Triglicerídeos 1834,50±321,66 1774,25±287,01 1529,25±355,90 1321,25±380,26 1314,00±170,60 1294,75±127,43 38,29
L3
L4
CR (g/ave/dia)
TP (%)
CA (kg/kg)
Qualidade de ovos
Peso do ovo (g)
Unidade Haugh
GE (g/ml)
% de casca
65,41±0,20
98,95±0,40
1,080±0,0003
8,791±0,083
64,83±0,77
99,09±0,36
1,080±0,0003
8,787±0,078
65,71±0,44
99,68±0,37
1,080±0,0004
8,736±0,079
64,74±0,39
98,81±0,37
1,081±0,0004
8,912±0,099
Parâmetros séricos
188
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
CR = Consumo de ração; TP = Taxa de postura; CA = Conversão alimentar; GE = Gravidade específica; Unidade Colesterol total e triglicerídeos =
mg dl-1; R = Regressão. *Significativo pelo teste de Dunnett a 5% (P<0,05); CV = Coeficiente de variação; NS = Não significativo; L = Linear. ¹ Y=
97,824 + 0,5368x; R² = 0,83; 2 Y= 1,0793 + 0,0002x; R² = 0,89; 3 Y = 116,18 - 2,8903x; R² = 0,91; 4 Y = 1799 - 46,97x; R² = 0,85.
CONCLUSÕES
O RSM pode ser incluído na ração de poedeiras comerciais em até 7,5% sem comprometer
o desempenho e até 12,5% para a qualidade dos ovos e parâmetros séricos.
AGRADECIMENTOS
À Universidade Estadual de Maringá, à CAPES e à empresa FRUTEZA – SUCOS
NATURAIS LTDA, que possibilitaram o desenvolvimento deste trabalho.
REFERÊNCIAS
BUZINATO, E. F.; ALMEIDA, R. N. A.; MAZETO, G. M. F. S. 2006. Bisponibilidade de
Cálcio Dietético. Arq. Bras. Endocrinol. Metab. 50:852-861, 2006.
CHAU, C. F.; HUANG, Y. L. Effects of the insoluble fiber derived from Passiflora edulis seed
on plasma and hepatic lipids and fecal output. Mol. Nutr. Food Res. 49:786-790, 2005.
CLARO, R. M.; MONTEIRO, C. A. Renda familiar, preço de alimentos e aquisição domiciliar
de frutas e hortaliças no Brasil. Rev. Saúde Públ. 44:1014-1020, 2010.
FERRARI, R. A.; COLUSSI, F.; AYUB, R. A. Caracterização de subprodutos da
industrialização do maracujá - Aproveitamento das Sementes. Rev. Bras. Frutic. 26:101-102,
2004.
HETLAND, H.; CHOCT, M.; SVIHUS, B. Role of insoluble non-starch polysaccharides in
poultry nutrition.World Poultry Sci. J. 60:415-422, 2004.
HY-LINE INTERNATIONAL. Hy-line variety W-36 commercial management guide. 22p. West
Des Moines: Hy-LineInternational, 2009-2011.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Anuário estatístico do Brasil: Aspecto
das atividades agropecuárias e extração vegetal. 172p. IBGE, Rio de Janeiro, 2013.
KOBORI, C. N.; JORGE, N. Caracterização dos óleos de algumas sementes de frutas como
aproveitamento de resíduos agroindustriais. Ciênc. agrotec. 29:1008-1014, 2005.
RAMOS, A. T.; CUNHA, M. A. L.; SABAA-SRUR, A. U.; PIRES, V. C. F.; CARDOSO, M. A.
A.; DINIZ, M. F. M.; MEDEIROS, C. C. M. 2007. Use of Passiflora edulis f. flavicarpa on
cholesterol reduction. Rev. Bras. Farmacogn. 17:592-597, 2007.
189
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
SUPERFÍCIE DE RESPOSTA EM EXPERIMENTO FATORIAL PARA
PRODUÇÃO DE MASSA SECA EM CAPIM-MOMBAÇA SOB LÂMINAS
DE IRRIGAÇÃO E ADUBAÇÃO NITROGENADA
João
Paulo
BasagliaFreschi*¹;
Jean
Claudio
Queiroz
Cardoso¹;Gabriel
Ribeiro
Ferrairo¹;Rafael Simões Tomaz¹, Ronaldo Cintra Lima¹.
¹FCAT – UnespDracena. *e-mail: [email protected]
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho do capim mombaça submetido a
diferentes laminas de irrigação e doses de nitrogênio, realizado na FCTA-UNESP Campus de
Dracena, implantado em 20/02/2015 e primeiro corte em 15/07/2015, em delineamento de blocos
ao acaso, com 4 repetições, com 5 lâminas de irrigação – tendo como referência ETo de 100% –
sendo: L1=0%, L2=30%, L3=70%, L4=100% e L5=130%, e quatro dosagens de adubação
nitrogenada: D1=0, D2=50, D3=100 e D4=150 Kg.ha-1 por corte. Em relação à lâmina de
irrigação, aquelas que conduziram à máxima produtividade para as características IC, AL e MS,
foram 90%, 62% e 70% respectivamente.As máximas produtividades estimadas para estas
características foram de 26,38%, 82,26cm e 3076,26 kg.ha-1. Para as características descritas a
cima todas foram melhores com 150 Kg de nitrogênio.
PALAVRAS-CHAVE:Manejo da irrigação; fertilidade; produtividade.
INTRODUÇÃO
Nas pastagens brasileirashá diversos desafios a serem enfrentados que merecem
atenção, um desses é a qualidade e quantidade da forragem oferecida aos animais durante o ano.
Sendo assim, o sucesso da atividade depende do uso adequado de alguns fatores relacionados a
condições climáticas, fertilidade do solo e do manejo correto da irrigação. Para a prática de
manejo do solo e das forrageiras, é extremamente importante que tenha uma boa relação solo
planta, tanto em fertilidade como em água disponível para as plantas, com esses fatores há o
reflexo na maior ou menor produção de forragem (Dias Filho, 2011).
Para ter uma boa qualidade de forragens não só deve pensar em fertilidade, outros
fatores como capacidade fotossintética também devem ser levados em consideração. Na
produção veget0al os estômatos são importantes, são responsáveis pela entrada e saída dos gases
do processo da fotossíntese, assim se tornando uma das mais importantes características foliares
190
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
a serem estudadas. A posição dos estômatos na folha, o tamanho, e a densidade influenciam o
processo de trocas gasosas e estão de acordo com a proporção de transpiração da planta.
Steingleinet al. (2005), A densidade também é influenciada pelas condições ambientais de
estresse. O objetivo do trabalho foi avaliar o desempenho do capim-mombaça submetido a
diferentes lâminas de irrigação e doses de nitrogênio, e seus efeitos na produtividade e nas suas
componentes.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido com capim-mombaça na FCAT –Unesp - Dracena – SP,
implantado em 20/02/2015 e 1° corte em 15/07/2015. O delineamento foi de blocos ao acaso,
com 4 repetiçõ0es e fatorial 5x4 com parcelas de 9m2. Para análise de regressão, foram
consideradas 5 lâminas de irrigação representadas por L – tendo como referência ETo de 100%
(evapotranspiração de referencia) – sendo: L1=0%, L2=30%, L3=70%, L4=100% e L5=130%,
assumindo Kc=1,0; e 4 doses de nitrogênio: N1=0, N2=50, N3=100 e N4=150 Kg.ha-1 por corte.
Os dados quantitativos foram submetidos à análise de superfície de resposta considerando o
modelo geral: Y = µ + L + D + L2 + D2 + L * D ; em que “Y” corresponde às variáveis analisadas; µ
corresponde à média geral; L, aos níveis de lâmina de irrigação; e D, aos níveis de nitrogênio.
Foram consideradas as seguintes variáveis: índice de clorofila (IC); número de estômatos (Ne),
diâmetro polar do estômato (DPE), diâmetro equatorial do estômato (DEE), avaliados na face
abaxial (_ab) e adaxial (_ad); altura (AL); e massa seca (MS).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As equações de regressão múltipla, considerando os fatores Lâmina de Irrigação e
adubação nitrogenada, foram ajustadas por meio de rotinas desenvolvidas no software Livre R e
as estimativas de coeficientes de regressão estão apresentadas na Tabela 1.
Tabela 1. Estimativas dos coeficientes da equação de regressão múltipla considerando o modelo
geral Y = µ + L + D + L2 + D2 + L * D . (R2 = coeficiente de determinação)
191
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
Estimativas
Coeficientes
IC
µ
3,46*
L
0,25***
Ne_ab
DPE_ab
DEE_ab
Ne_ad
DPE_ad
DEE_ad
AL
MS
1,62e-4*** 27,36*** 18,44*** 2,23e-4*** 22,94*** 17,82*** 38,46*** 418,68**
ns
-5,41e-2*
ns
ns
ns
-3,56e-2*
0,17*
11,62**
D
0,13***
ns
ns
ns
ns
ns
ns
L²
-0,01***
ns
3,59e-4*
ns
ns
ns
ns
0,43*** 27,76***
ns
-0,10***
D*L
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
ns
D²
R² (%)
0,01*
ns
ns
ns
ns
ns
ns
66,47
8,8
18,14
7,85
3,81
8,60
22,84
-0.01** -0,09***
74,52
83,11
***(P < 0,001); **(P < 0,01); *(P < 0,05); ns(>0,05)
Foram plotadas as equações de superfície de resposta para as variáveis cujos modelos
ajustados apresentaram coeficiente de determinação R2(Figura 1) maiores que 0,65, que
representa uma medida do ajustamento do modelo linear considerado em 65% da variação na
variável. Na prática, quanto mais próximo de 1,0, melhor o ajuste do modelo.
Figura 1.Superfície de resposta das
característicasfisiológicas
e
agronômicasem função daslâminas de
irrigação e doses denitrogênio. (A)
Variável Índice de Clorofila – IC (R2=
66,47%). (B) Variável Altura de Planta –
AL (R2= 74,52%).(C)Variável de Massa
Seca – MS (R2= 83,11%).
Os modelos ajustados para as variáveis IC, AL e MS, estão apresentadas nas equações
(1), (2) e (3), respectivamente:
IC = 3,4613 + 0,2560*L + 0,1302*D -0,0016*L2 -0,0004*D2 + 0,0002* L*D
(1)
AL = 38,4624 + 0,1723*L + 0,4251*D -0,0011*L2- 0,0011*D2 – 0,0002*L*D
(2)
MS = 418,6789 + 11,6190*L + 27,7610*D – 0,0963*L2- 0,0880*D2 + 0,0126*L*D
(3)
Por meio da análise das equações, determinou-se que a máxima produtividade ocorreu
ao nível máximo de nitrogênio (150 kg.ha-1). Resultado que corresponde ao máximo local da
192
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
superfície ajustada. Isso implica que em experimentos sub seqüentes, deveriam ser avaliados
níveis de adubação superiores a 150 kg.ha-1 com o intuito de verificar como a produtividade de
forragem responderá, uma vez que não cessou a tendência de aumento da curva.
Em relação à lâmina de irrigação, aquelas que conduziram à máxima produtividade para
as características IC, AL e MS, foram 90%, 62% e 70% respectivamente. Ainda, as máximas
produtividades estimadas para estas características foram de 26,38%, 82,26cm e 3076,26 kg.ha-1.
CONCLUSÕES
Para o primeiro corte conclui-se que a melhor dose de nitrogênio foi a de 150kg, mas,
novos cortes e estudos devem ser realizados, afinal não houve curvo, sendo assim maiores doses
podem ser mais produtivas. Para irrigação a lamina de 70% foi considerada a melhor, a maior
produção de massa seca, tornando assim economicamente viável.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos o apoio financeiro dasinstituições:PROPe; PROEX eFCTA-UNESP.
REFERÊNCIAS
DIAS FILHO, M. B. Os desafios da produção animal em pastagens na fronteira agrícola
brasileira. RevistaBrasileira de Zootecnia, v. 40, p. 243-252, 2011.
PEREIRA, F.J.; CASTRO, E.M.; SOUZA, T.C.; MAGALHÃES, P.C. Evolução da
anatomia radicular do milho 'Saracura' em ciclos de seleção sucessivos, Pesquisa Agropecuária
Brasileira, v. 43, n. 12, p.1649-1656, 2008.
SILVA, D.J., QUEIROZ, A. C. Análise de Alimentos (métodos químicos e biológicos).
3. ed. Viçosa: Imprensa Universitária da Universidade Federal de Viçosa. 2002.
STENGLEIN S.A.; ARAM BARRI A.M.; CARMEN M.D.; SEVILLANO M.;
BALATTI P.A. Leaf epidermal characters related with plant’s passive resistance to pathogens
vary amongaccessions of wild beansPhaseolus vulgaris var. aborigineus (LeguminosaePhaseoleae).Flora–Morfhology, Distribution, Functional Ecology of Plants, v. 200, p. 285–295,
2005.
R Core Tean (2015) R: A Language and environment for statistical computing.R
Foundation for Statistical Computing, Vienna, Austria. URLhttp://www.R-projet.org/
193
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
TEOR DE CLOROFILA E PROTEÍNA BRUTA DE CAPIM-MARANDU
EM SISTEMAS INTEGRADOS DE PRODUÇÃO.
Ivan Sampaio Aranha1; Erikelly Santana4; Bianca Midori Souza Sekiya²; Juliana Mara de
Freitas Santos¹; Helena Sampaio Aranha³
¹Graduando do curso de zootecnia da FCAT, UNESP Campus de Dracena
²Graduando do curso de engenharia agronômica da FCAT, UNESP Campus de Dracena
³Pós-graduando em tecnologia de produção animal da FCAT, UNESP Campus de Dracena
4
Pós-graduando da FMVZ, UNESP Campus de Botucatu
*[email protected]
RESUMO
Sistemas integrados de árvores e pastagens podem influenciar no desenvolvimento e
crescimento forrageiro, em função da sombra proporcionada pelo componente arbóreo. Essa
interceptação luminosa pode prejudicar ou favorecer a pastagem, interferindo principalmente no
teor de clorofila nela contida. A clorofila é fundamental para o fenômeno da fotossíntese, neste
fenômeno a clorofila capta a luz solar e a utiliza como fonte de energia para transformar dióxido
de carbono, água e sais minerais em alimento. A falta da clorofila reduz a capacidade de
absorção de energia luminosa e consequentemente reduz o acumulo de forragem, a qual seu
valor nutritivo é avaliado por vários componentes, dentre eles a proteína bruta que é determinada
medindo-se o total de nitrogênio. Desta forma o presente trabalho teve por objetivo avaliar o
índice de conteúdo de clorofila e o teor de proteína bruta do capim-marandu em sistemas
integrados de produção. Foram utilizados dois tratamentos em delineamento em blocos com
quatro repetições, sendo: Tratamento 1 :Sistema agrossilvipastoril, com densidade de 448
árvores ha¹; Tratamento 2: Integração lavoura-pecuária. Foi verificado um maior conteúdo de
clorofila na pastagem sob o efeito do sombreamento, apresentando assim tendência de maior teor
de proteína bruta.
PALAVRAS-CHAVE: agrossilvipastoril; sombreamento; bromatologia.
INTRODUÇÃO
A presença do componente arbóreo nos sistemas integrados de produção animal pode
influenciar no desenvolvimento do estrato vegetal herbáceo. O crescimento das forrageiras em
associação com espécies arbóreas pode ser prejudicado ou favorecido, dependendo de fatores
194
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
como a tolerância das espécies à sombra, o grau de sombreamento proporcionado pelas árvores e
a competição entre as plantas, com relação à água e nutrientes no solo (Ribaski et al., 2001).
Em geral as forrageiras que possuem algum grau de tolerância ao sombreamento
apresentando alterações morfofisiológicas quando cultivadas à sombra, que lhes confere maior
capacidade de produção, quando comparado às espécies não tolerantes em ambiente de
luminosidade reduzida (ALVES 2013).
Um dos fatores ligados à eficiência fotossintética de plantas, ao crescimento e
adaptabilidade a diversos ambientes é o teor de clorofila. Esta é constantemente sintetizada e
destruída na presença de luz, mas sob intensidades luminosas muito elevadas a velocidade de
decomposição é maior, sendo o equilíbrio estabelecido a uma concentração mais baixa. No
entanto, folhas expostas a sombra podem apresentar maior concentração de clorofila do que
folhas expostas ao sol (HOLSCHUCH et al., 2014).
O baixo valor nutritivo das forrageiras tropicais é, frequentemente, mencionado na
literatura. Este valor nutritivo está associado ao reduzido teor de proteína bruta e minerais, ao
alto conteúdo de fibra e à baixa digestibilidade da matéria seca (EUCLIDES, 1995). Teores de
proteína bruta inferiores a 7% na matéria seca de algumas gramíneas tropicais promoveram
redução na digestão das mesmas, devido a inadequados níveis de nitrogênio para os
microorganismos do rúmen (MILFORD e MINSON, 1966).
Entre as propriedades bioquímicas relacionadas à utilização do nitrogênio (N) pelas
plantas, os teores de clorofila ocupam uma posição relevante, dado o seu papel na fotossíntese,
onde são gerados os esqueletos de carbono necessários à síntese proteica (FERNANDES e
ROSSIELLO, 1995). A atividade fotossintética, o conteúdo de proteínas e carboidratos solúveis,
o N total e os teores de micronutrientes existentes nas folhas são algumas das variáveis que
podem ser correlacionadas com o conteúdo de clorofila no tecido foliar (ZOTARELLI et al.,
2003).
O objetivo deste trabalho foi avaliar o índice de conteúdo de clorofila e o teor de
proteína bruta do capim-marandu em dois sistemas integrados de produção agropecuária.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado na APTA – Agência Paulista de Tecnologia dos
Agronegócios - Polo Regional do Extremo Oeste, localizada no município de Andradina (20° 53'
46'' de latitude sul, 51° 22' 46'' de longitude oeste e 405 m de altitude), oeste do Estado de São
Paulo.
195
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
O clima predominante na região, de acordo com a classificação de Koeppen, é o Aw,
caracterizando-se como tropical chuvoso com inverno seco e mês mais frio com temperatura
média superior a 18ºC. O solo da área é do tipo Argissolo Vermelho-Amarelo distrófico com
camada superficial arenosa e a declividade média do terreno é de 6%.
Foram utilizados dois tratamentos em delineamento em blocos com quatro repetições,
sendo o tratamento 1: - Sistema agrossilvipastoril (448 árvores ha-1 ), com espaçamento 2 m
entre plantas, 17 a 21 m entre renques e 3 m entre linhas, e tratamento 2: Integração lavourapecuária . Em dezembro de 2013 foi realizada a semeadura do capim Urochloa brizantha cv.
Marandu no espaçamento 0,20 m entre linhas e 4 kg de sementes puras e viáveis por hectare. O
material para as análises foram colhidos nas estações do verão e outono de 2015.
Para a determinação do índice de conteúdo de clorofila (ICC) foi utilizado o método
não destrutivo por meio de medidor de clorofila da marca Opti-Sciences, modelo CCM-200
(USA). As leituras efetuadas pelo medidor portátil de clorofila correspondem ao teor relativo de
clorofila presente na folha da planta, e é um importante parâmetro para se avaliar as respostas de
plantas quanto ao nível de sombreamento (HOLSCHUCH et al., 2014). As folhas escolhidas
para a determinação do ICC foram folhas recém expandias, em cada folha foram realizadas duas
medições no centro da folha e em cada piquete foram escolhidos vinte pontos de coleta
totalizando quarenta medições por piquete.
Para a análise da proteína bruta, foram coletadas amostras simulando o pastejo de
bovinos, mediante observação do comportamento ingestivo dos animais, uma em cada piquete.
As amostras foram secas em estufa com circulação de ar forçada por 72 horas. Após a secagem,
as amostras foram moídas em moinho tipo willey e o teor de nitrogênio total foi determinado
pelo método de Kjeldahl (AOAC, 1984), sendo utilizado para o cálculo de proteína bruta.
Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de
Tukey a 5% de significância.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os valores de ICC e PB nas estações de verão e outono são encontrados na Tabela 1.
Houve diferença (p<0,05) no ICC entre a forragem na iLP e iLPF, com valores superiores na
presença do componente arbóreo. Soares et al. (2009) consideram esse resultado como aumento
na concentração de nitrogênio, pois a planta reduz sua matéria seca para acumular componentes,
como água, minerais e produzir clorofila. Por outro lado, o teor de PB não apresentou diferença
196
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
significativa entre os sistemas na estação do verão, mas com tendência de maior valor protéico
na iLPF.
Tabela 1. Índice de Conteúdo de Clorofila (ICC) e Proteína Bruta (PB) de capimmarandu em sistema de Integração Lavoura-Pecuária (iLP) e de Integração Lavoura-PecuáriaFloresta (iLPF)
Tratamento
ICC
PB (%)
Verão
iLP
19,42 b
9,61
iLPF
25,46 a
11,38
CV (%)
6,34
14,76
Outono
iLP
18,78
9,65
3 linhas
19,84
10,87
CV (%)
8,50
7,01
*Letras minúsculas diferentes na coluna diferem pelo teste de Tukey ao nível de 5% de
significância.
Na estação do outono não houve diferença entre os tratamentos para ICC (média de
19,31). Martuscello et al. (2009) ao avaliar capim-braquiária, capim-marandu e capim-xaraés,
observou o aumento de clorofila total conforme os níveis de sombreamento a partir de 50%,
avaliado pelo índice SPAD. A resposta no aumento de clorofila é explicada pelo estímulo ao
maior desenvolvimento de grana quando as plantas crescem sob baixas radiações.
Assim como no verão, os teores de PB também não diferiram no outono (média de
10,26%). Esses resultados estão em desacordo dos resultados encontrados por Virgens (2012)
onde encontrou teores de (PB) do capim-marandu superiores quando sombreado por espécies
arbóreas leguminosas quando comparada ao capim exposto ao pleno sol.
CONCLUSÕES
O sombreamento interfere positivamente no índice de conteúdo de clorofila contida na
folha do capim-marandu, na estação do verão, apresentando tendência a maior teor de proteína
bruta.
197
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
REFERÊNCIAS
ALVES, François Lopes. Características de eucalipto e de braquiária em sistema silvipastoril.
2013.
DE CASTRO, Carlos Renato Tavares et al. Produção forrageira de gramíneas cultivadas sob
luminosidade reduzida. Rev. bras. zootec, v. 28, n. 5, p. 919-927, 1999.
EUCLIDES, V.P.B. Valor alimentício de espécies forrageiras do gênero Panicum. In:
SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 12, Piracicaba, 1995. Anais... Piracicaba:
FEALQ, 1995. p.245-73.
FERNANDES, M. S., ROSSIELLO, R. O. P. Mineral nitrogen in plant physiology and plant
nutrition. Critical Reviews in Plant Sciences, v.14, n.2 p.111-148, 1995.
HOLSCHUCH, S. G. et al. Teor de clorofila em folhas de capim Marandu em sistema
silvipastoril. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOTECNIA, 14, Vitoria, ES, 2014.
MARTUSCELLO, J.A.; JANK, L.; NETO, M.M.G.; LAURA, V.A.; DA CUNHA, D.N.F.V.
Produção de gramíneas do gênero Brachiaria sob níveis de sombreamento. Revista Brasileira de
Zootecnia, v.38, n.7, p.1183-1190, 2009.
MILFORD, R., MINSON, D.J. Intake of tropical pasture species. In: CONGRESSO
INTERNACIONAL DE PASTAGEM, 9, 1965, São Paulo. Anais... São Paulo: Secretaria de
Agricultura, 1966. p.814-22.
RIBASKI, J., MONTOYA, L. J. V., RODIGHERI, H. R. Sistemas agroflorestais: aspectos
ambientais e socioeconômicos. Informe Agropecuário. V.22, n. 212, p. 61-67, 2001.
SOARES, A. B.; SARTOR, L. R.; ADAMI, P. F.; VARELLA, A. C.; FONSECA, L.;
MEZZALIRA, J. C. Influência da luminosidade no comportamento de onze espécies forrageiras
perenes de verão. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 38, n. 3, p. 443-451, 2009.
VIRGENS, R.S. Morfofisiologia e valor nutritivo do capim marandu em sistema silvipastoril.
Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, 2012.
ZOTARELLI, L., CARDOSO, E.G., PICCININ, J.L. et al. Calibração do medidor de clorofila
Minolta SPAD-502 para avaliação do conteúdo de nitrogênio do milho. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, v.38, n.9, p.1117-1122, 2003.
198
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
VACINAÇÃO CONTRA RAIVA, EM CÃES E GATOS E TESTE DA
LEISHMANIOSE: AÇÕES REALIZADAS PELO PROJETO CÃO
CIDADÃO – UNESP DE DRACENA
Sophia Cattleya Dondé¹, Laisa de Oliveira¹, Vanessa Gomes Leonel Gasparini¹, Gabriela
Natália Bueno dos Santos¹, Maria Luiza Poiatti²
¹Acadêmicos do curso de Zootecnia, FCAT - Unesp de Dracena
²Docente da FCAT – Unesp de Dracena
RESUMO
A raiva e a leishmaniose são importantes zoonoses que acometem os animais de
estimação, que convivem muito próximo aos seres humanos. A vacinação é a melhor forma de
prevenir o aparecimento dessas doenças e a população precisa estar consciente da gravidade dos
sintomas, tanto nos animais como no homem, e que pode ser letal. O presente trabalho teve por
objetivo conscientizar a população por meio da campanha de vacinação contra raiva em cães e
gatos e efetuar a coleta de sangue para diagnóstico da doença leishmaniose, no município de
Junqueirópolis, considerada área endêmica para essa doença. Uma equipe composta por catorze
alunos do curso de Zootecnia recebeu treinamento e foi supervisionada por médicos veterinários,
vinculados à secretaria de saúde, auxiliados por docentes da FCAT - Unesp de Dracena, dentro
do projeto de extensão Cão Cidadão. As vacinas e os kits destinados ao inquérito de
leishmaniose foram cedidos pela secretaria de saúde de Junqueirópolis. A vacinação contra raiva
foi realizada em 1063 cães e 235 gatos. Da coleta de sangue realizada em 157 cães suspeitos para
leishmaniose, 68 foram confirmados como positivos e 89, negativos. A partir dos resultados
obtidos, pode-se concluir que o número de animais vacinados contra raiva e os casos positivos
para leishmaniose estão aquém do esperado pelos órgãos públicos, responsáveis pelo controle de
zoonoses, que é de 1,6 cães por domicilio e 1,1 gatos por domicílio, numa população estimada
em 20 mil habitantes no município de Junqueirópolis.
PALAVRAS-CHAVE: Cão, Leishmaniose, Vacinação.
199
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
INTRODUÇÃO
Os cães e gatos são os animais de estimação que mais convivem com a população, seja
em grandes centros ou em domicílios pertencentes a cidades com baixo número de habitantes.
Por isso, é importante a adoção de medidas sanitárias que assegurem a saúde dos animais e que
evitem a transmissão de doenças consideradas zoonoses.
A raiva canina é uma enfermidade infecto-contagiosa aguda e acomete todas as espécies
de mamíferos, inclusive o homem. É a mais conhecida das zoonoses e segue como um problema
a ser controlado em quase todo o mundo (BEER, 1999). É transmitida pelo contato com a saliva
de um animal doente e em quase 100% dos casos é fatal. Tem na vacinação a sua única forma de
prevenção eficiente e apesar de praticamente erradicada na maioria das metrópoles, ainda merece
alerta.
As leishmanioses são doenças causadas por protozoários do gênero Leishmania
(Kinetoplastida: Trypanosomatidae). No Brasil, estima-se que milhões de cães estejam
infectados com leishmaniose visceral. Esse hospedeiro apresenta variações no quadro clínico da
doença, passando de animais aparentemente sadios a oligossintomáticos podendo chegar a
estágios graves da doença com intenso parasitismo cutâneo (ALMEIDA, 2012).
O presente trabalho teve por objetivo realizar a campanha de vacinação contra raiva em
cães e gatos e efetuar a coleta de sangue para diagnóstico da doença leishmaniose, como parte
das ações programadas para a equipe do projeto de extensão Cão Cidadão – Unesp de Dracena.
MATERIAL E MÉTODOS
Uma equipe multidisciplinar, composta por docentes, alunos e servidores da FCAT –
Unesp de Dracena, além de profissionais da saúde e educação dos municípios de Dracena e
Junqueirópolis, uniram forças no sentido de conscientizar a população sobre a necessidade da
vacinação contra raiva e do teste para diagnóstico da leishmaniose, em seus animais pet. Catorze
alunos do curso de Zootecnia, cadastrados no projeto de extensão Cão Cidadão - Unesp de
Dracena, foram treinados pela equipe de médicos veterinários da Secretaria de Saúde para
participarem da vacinação contra raiva, em cães e gatos, e do diagnóstico de leishmaniose
canina. No mês de agosto, a equipe realizou a campanha no município de Junqueirópolis e em
novembro, será realizada em Dracena. Para a vacinação contra raiva canina e felina, foi utilizada
a vacina modificada do tipo Fuenzalida & Palácios, aplicada na via subcutânea e conservada em
temperatura de 4ºC a 8ºC, de acordo com a metodologia de Takaoka (2006).
200
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
No período de 10 a 22 de agosto de 2015, em dois bairros distintos do município, duas
equipes, cada qual sob orientação de um médico veterinário responsável, auxiliaram na
contenção e vacinação dos animais com idades acima de seis meses. Após a coleta de sangue, as
amostras devidamente identificadas seguiram para o laboratório de análises da Secretaria de
Saúde do município a fim de serem processadas e destinarem-se ao teste da doença. Após esse
procedimento, o soro de cada animal permanecerá acondicionado sob congelamento a - 20ºC, até
a realização da prova sorológica. Em casos positivos, o proprietário poderá escolher entre
conseguir um exame de contraprova ou destinar o animal para ser sacrificado. Esse
procedimento é realizado com a intenção de diminuir os vetores da doença.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados da campanha de vacinação anti-rábica e do inquérito de leishmaniose,
realizados pela equipe de alunos do projeto Cão Cidadão, nas primeiras semanas de agosto no
município de Junqueirópolis, estão apresentados na Tabela 1.
Tabela 1. Campanha de vacinação contra raiva em cães e gatos, coleta de sangue de cães e casos
positivos e negativos para leishmaniose, realizado em Junqueirópolis, no mês de agosto de 2015.
Data
Vacinação
Vacinação
Coleta de
Casos
Casos Negativos
em Cães
em Gatos
Sangue
Positivos
1ª Semana
543
135
77
31
46
2ª Semana
520
100
80
37
43
Total
1063
235
157
68
89
Foram vacinados contra raiva, 1063 cães e 235 gatos. De acordo com Dunn (2001), o
desconhecimento do tamanho real da população de animais compromete o planejamento e a
avaliação do programa de controle da raiva, uma vez que não se pode determinar a cobertura
vacinal, avaliar o impacto da captura e estabelecer metas para o programa. Mesmo a Raiva sendo
uma doença incurável, que culmina em uma morte lenta e com grande sofrimento, geralmente, a
população não aceita muito bem as orientações que são repassadas no sentido de preveni-la, já
que não tem no seu cotidiano casos ocorrendo, pensam que não acontecerá com eles. É preciso
201
XI SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS DA UNESP – DRACENA
“INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE NA AGROPECUÁRIA”
23 e 24 DE SETEMBRO DE 2015
salientar que, ainda hoje, muitas pessoas perdem a vida de forma trágica por negligenciarem os
cuidados mínimos (PRADO, 2009).
No inquérito sorológico para leishmaniose, foi realizada a coleta de sangue em 157 cães,
sendo encontrados 68 animais soros-positivos e 89, negativos para a doença. Esses números
ressaltam a importância do alerta à população sobre as medidas que devem ser adotadas para o
controle da doença. A população sendo previamente alertada pode disponibilizar rapidamente os
animais para a realização dos testes e garantir, dessa forma, o diagnóstico precoce da
leishmaniose.
CONCLUSÕES
A partir dos resultados, pode-se concluir que o número de animais vacinados contra raiva
está aquém do esperado pelos órgãos públicos, responsáveis pelo controle de zoonoses, que é de
1,6 cães por domicilio e 1,1 gatos por domicílio, numa população estimada em 20 mil habitantes
no município de Junqueirópolis.
De acordo com os casos positivos para leishmaniose, animais assintomáticos em áreas
endêmicas, potencialmente infectantes para o vetor, denotam a importância dos inquéritos
sorológicos caninos para que ações profiláticas possam ser adotadas e campanhas de
conscientização sobre zoonoses, previamente realizadas junto à população.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, A. B. P. F. Ocorrência de Leishmania chagasi e outros tripanosomatídeos em cães
de Cuiabá, Mato Grosso: Avaliação clínica e uso de diferentes métodos de diagnóstico
laboratorial.
Tese de doutorado em pesquisa clínica em doenças infecciosas. Fundação
Oswaldo Cruz. 2012, 145 p.
BEER, J. Doenças infecciosas em Animais Domésticos, 1º Ed, São Paulo, 1999, cap. 10, pag.
168-78.
DUNN, J. K. Tratado de Medicina de Pequenos Animais, 1ª Ed, São Paulo, 2001.
PRADO, F. M. M. A raiva e sua disseminação. Trabalho de Conclusão de Curso. Faculdades
Metropolitanas Unidas, UNIFMU, 33 p. 2009.
TAKAOKA, N.; Disponível em: < http://www.saude.sp.gov.br/instituto-pasteur/menu.htm>
Acesso em: 10 de Agosto de 2015.
202