Boletim informativo de Janeiro e Fevereiro de 2003

Transcrição

Boletim informativo de Janeiro e Fevereiro de 2003
Centro
Excursionista
Petropolitano
www.cepetro.cjb.net
[email protected]
INFORMATIVO JANEIRO / FEVEREIRO - 2003
IMPRESSO
Sempre em Frente
ANIVERSARIANTES JAN/FEV
Alfredo Eccard – 16/01
Paulo Affonso Machado Avilla – 19/01
Ronaldo de Oliveira – 19/01
Luis Carlos Vogel – 23/01
Salomyth Fernandes – 29/01
Pedro Pereira Botelho – 27/01
Cleverson Cabral – 28/01
Jayme Pitaluga Filho – 29/01
José Luiz Schissler Filho – 30/01
Wellington Lopes de Medeiros – 04/02
Ênio Roberto D’Ávila – 04/02
Julian Kronemberger – 07/02
Antônio Carlos Magalhães – 09/02
Edgard Echternacht – 11/02
Rafael Almeida da Rocha Tórtora – 12/02
Amilton José Barcellos – 13/02
José Antônio Teixeira – 15/02
Tadeu Mesquita Frinzi – 15/02
Carlos Alberto Loredo de Araújo – 17/02
Nadia Santos Martins – 18/02
Cristiana de Oliveira Figueiredo – 19/02
Renato Lins – 19/02
Reinhold Godofredo Haack – 20/02
Laércio Klippel – 27/02
Marcus A P Gonzalez – 28/02
LEMBRETE
Segundo o Art. 23o do Capítulo V dos Estatutos
dos CEP, “o sócio que se atrasar no pagamento de
suas mensalidades terá suspensos os seus
direitos sociais,e o que se mantiver neste atraso
por mais de 3 meses será passível de eliminação
do Quadro Social”. Portanto, pague suas
mensalidades em dia, colaborando para que o
CEP se mantenha organizado.
PARNA – SO
Excursões, abertura de novas trilhas de
caminhada ou novas vias de escalada, dentro dos
limites do Parque, deverão ser solicitadas à
Direção, pelo telefone ( 0xx21 ) 642 – 0659 –
Vicente ( Gerente da Unidade de Conservação )
Maria Comprida
Excursões deverão ser solicitadas ao
proprietário do terreno por onde passa a trilha que
leva à Maria Comprida, com 72 horas de
antecedência.
Jaime Delcueto - ( 0xx21 ) 2549-7890
( 0xx21 ) 2255-1447
E-mail: [email protected]
TAXAS
Mensalidade
Matricula
Excursão p/ não sócios
R$ 10,00
R$ 20,00
R$ 20,00
Este boletim é um informe bimestral, destinado não somente aos associados do CEP,
mas a todo o excursionismo brasileiro, sem fins lucrativos, assim como a entidade a
qual representa. É integralmente patrocinado pelos anunciantes. Os artigos nele
contidos refletem a posição dos autores e não necessariamente da instituição. O CEP
não se responsabiliza pela má interpretação dos artigos aqui contidos, nem pelo uso
ou mau uso deles. Segundo o Art. 71o de seus Estatutos, “o CEP não se
responsabiliza por acidentes pessoais ocorridos durante as excursões”. Matérias são
bem vindas e, de preferência, em disquetes a fim de facilitar o trabalho de edição. A
reprodução do conteúdo deste boletim pode ser feita, dede que mencionado o nome
do CEP, o mês e o autor.
EXPEDIENTE
Presidente:
Diretor Administrativo:
Diretor Técnico:
Diretor Tesoureiro:
Waldyr G. Neto
Marcelo Mussel
Adriano Fiorini
Marcelo Garcia
Fundado em 15 de maio de 1958 – Rua Irmãos
D’Angelo, 39 s/l 05 – Centro – Petrópolis – RJ –
CEP: 25685-330 Aberto às segundas, sextas e
sábados das 19:00h às 21:00h – de Utilidade
Pública – Sede Própria. Tel ( 0xx24 ) 2231-3184
Home-page: www.cepetro.cjb.net
E-mail: [email protected]
Sempre em Frente
EDITORIAL
Carta da Diretoria 2003
Caros Amigos,
É com prazer e muita disposição que assumimos o compromisso de levar o CEP adiante em
2003, ano em que o CEP comemora 45 anos de existência.
A gestão 2002, representada pelo Renatinho, Adriano “Ted”, Marco “Horácio” Telles, e
Luciano Vogel, está de parabéns. 2002 foi um ano de muitas excursões, onde podemos
destacar o Carnaval no Caraça, a Travessia Parati-Trindade, Congonhas, Regrampeação do
El Toro, 6 Picos da Serra dos Órgãos, Sana, e a conquista do Pico do Facão, da via Faces
do Horror e inúmeras vias do Alex “Tchê”. Para fechar esse grande ano, Wanderley e
Ricardo Serrano conquistaram a via Oliver Ochs, com mais de 300 metros no Cantagalo
Oeste, inaugurando um novo point de escaladas que vai dar o que falar em 2003.
A gestão 2003, Waldyr Neto, Marcelo Mussel, Adriano Fiorini e Marcelo Garcia, recebe o
CEP reformado, com as contas em dia e material técnico em boas condições. Tudo pronto
para novos desafios!
Hoje existe muito debate sobre a continuidade da existência dos clubes de montanhismo.
Diferentemente de anos atrás, somos hoje uma pequena parcela dos que visitam as
montanhas e os parques. Temos que aprender a conviver com guias turísticos e turistas,
escaladores independentes, praticantes de rapel, etc. Ficar dizendo que rapel não é esporte
ou que turistas são farofeiros não muda a realidade.
Temos sim, que praticar montanhismo de mínimo impacto, com a segurança e a
competência que nos distinguem dos outros. E temos que defender nossos interesses de
forma organizada. Para isso existem as federações que estão se fortalecendo nas regiões
onde se pratica montanhismo no Brasil.
Mas acima de tudo, não podemos esquecer o principal motivo da existência do CEP. O
grande compromisso da gestão 2003 será com as caminhadas, escaladas, acampamentos,
pedaladas, viagens, churrascos e atividades na sede (palestras, cursos, vídeos). Para isso
contamos com o forte envolvimento do corpo de guias no agendamento das excursões, e
com a participação dos sócios.
Sempre em Frente !!!
Gestão 2003
Sempre em Frente
Programação de Janeiro
04/01 – Sábado
Escaladas no Morro da Formiga
Escaladas diversas
Guia: Waldyr Neto
12/01 – Domingo
Pedalada até os Pinheirinhos
Mountain Bike leve
Guia: Vinícius Silva
05/01 – Domingo
Dedo de Nossa Senhora
Caminhada semi-pesada e escalada de 1o A0
Guia: Lourenço
18/01 e 19/01 – Sábado e Domingo
Santa Rita do Jacutinga
Caminhadas e rapel em cachoeiras
Guia: Francisco Balter
11/01 – Sábado
Escaladas no Cabeça de Cachorro
Caminhada leve e escaladas diversas
Guia: Waldyr Neto
25/01 – Sábado
Escaladas no Contorno
Escaladas diversas
Guia: Lourenço
12/01 – Domingo
Pedra do Retiro
Caminhada leve
Guia: Lourenço
26/01 – Domingo
Pedalada Pedro do Rio – Jacuba
Pedalada semi-pesada
Guia: Waldyr Neto e Vinícius Silva
Programação de Fevereiro
15/02 – Sábado
Tapera do Morin
Caminhada leve
Guia: Vinícius Silva
01/02 – Sábado
Paredão Alcides Costa
Escalada de 3o IV
Guia: Waldyr Neto
16/02 – Domingo
Escaladas na Pedra Roxa
Escaladas diversas
Guia: Waldyr Neto
02/02 – Domingo
Alcobaça, via Bonfim
Caminhada semi-pesada
Guia: Cassiano
08/02 e 09/02 – Sábado e Domingo
Travessia da Neblina e Verruga do Frade
Caminhada semi-pesada, acampamento e
escalada de 3o III
Guia: Marcelo Mussel
22/02 e 23/02 – Sábado e Domingo
Visconde de Mauá
Recreativa
Guia: Waldyr Neto
Foto da Capa: Nariz do Frade
Foto de Marcelo Mussel
Sempre em Frente
Matéria I
Sana
Por Waldyr Neto
Peito de Pombo
Peguei o Marcelo e a Solange as 4:00 da manhã de sábado (12/10/2002) e partimos para a estrada.
Descemos a Serra, seguimos pela Rio-Magé e em Manilha entramos na BR 101. Passamos pelo
acesso da Região dos Lagos em Rio Bonito e continuamos na BR 101 na direção de Casimiro de
Abreu. O dia clareou e paramos para um rápido lanche – eu e o Marcelo encaramos um pão com
lingüiça e a Solange pegou mais leve.
Pegamos novamente a estrada e em Casimiro de Abreu entramos a esquerda na rodovia Serra-Mar,
que dá acesso a Lumiar. Logo o asfalto acabou e continuamos numa estrada de terra em ótimas
condições. Numa grande bifurcação deixamos a Serra-Mar e seguimos a direita, entrando no Portal
do Sana. Passamos pelo portal e logo chegamos a Barra de Sana onde nos informamos sobre os
preços das pousadas. Logo descobrimos que nosso destino não era Barra de Sana, mas sim o
Arraial de Sana, poucos quilômetros estrada acima.
Sendo assim, rapidamente chegamos em Sana e começamos a procurar uma pousada. Muitas
estavam já lotadas e por sorte encontramos uma bem em conta um pouquinho afastada da
“bagunça”, mas perto o suficiente para se ir a pé para todos os lugares interessantes.
Deixamos nossas bagagens no quarto e as 8:30 partimos para encontrar a trilha que leva ao Peito
de Pombo.
Partindo do centro de Sana (praça da igreja) deve-se seguir em direção ao Camping da Ilha. A partir
daí, a trilha é única e muito bem definida, pois é a mesma trilha que leva as cachoeiras de Sana.
Seguimos em frente, numa subida leve e constante, passando pelas entradas para diversas
cachoeiras a nossa esquerda. O dia estava bem quente mas nesse trecho a floresta garante muita
sombra. Depois de um tempo a inclinação da trilha diminui, pois se chega a parte alta do vale. A
floresta dá lugar a alguns pastos e começamos a ver o cume do Peito de Pombo já bem próximo a
nossa esquerda.
Nesse trecho tem-se a impressão que o ataque ao cume é direto, atravessando o Rio e subindo uma
encosta muito íngreme. Demos sorte de encontrar um sujeito montado num cavalo que nos explicou
que deveríamos continuar a subir o vale até o fim da trilha, atravessar o rio e subir por uma encosta
mais suave dando uma grande volta. Agradecemos a dica e logo chegamos ao ponto onde a trilha
atravessa o Rio e começa a subir até um outro vale. Nessa hora começamos a sentir o calor e
seguimos num ritmo mais lento.
Passamos pela última nascente e finalmente começamos a subir a encosta do cume. O calor estava
dificultando as coisas e paramos diversas vezes. O último trecho é feito já na sombra da floresta,
mas é muito inclinado. Finalmente, por volta de 11:30 chegamos ao cume, mais precisamente na
base do grande bloco de pedra que dá o nome à montanha.
Continua....
Sempre em Frente
Continuação...
O lugar é muito agradável, com belas vistas e sombra. Fizemos um lanche e tiramos uma bela
soneca. O silêncio era sobrenatural.
Depois de um sono reparador, demos uma olhada nas condições dos grampos para escalada do
bloco. A via normal estava com os primeiros 3 grampos arrancados. Num trecho bem acima de nós,
havia um vergalhão, que foi usado para acesso ao cume pelo CEP em outra excursão. Nessa hora a
preguiça e o “clima de Sana” falaram mais alto e resolvemos continuar a curtir a tranqüilidade do
local. Por volta das 14:00 horas aproveitamos a posição favorável do Sol para tirar muitas fotos e
começamos a descer.
Para nossa surpresa, encontramos muitos “malucos” subindo, com o objetivo de passar a noite no
cume. A turma estava levando barraca, mas acredito que dê para bivacar numa boa nessa época.
Chegando no rio, demos um ótimo mergulho e partimos para a trilha. Nosso objetivo agora era achar
um bom lugar para almoçar.
Chegamos na praça de Sana e conversamos com uns hippies que nos deram a dica. Almoçamos
bem, tomamos algumas cervejas e fomos tirar uma soneca na pousada, acordando por volta de meia
noite para conhecer a noite de Sana.
Cachoeiras de Sana
Acordamos cedo, tomamos um café bem servido na pousada e partimos para conhecer as
cachoeiras de Sana. No caminho paramos para fotografar um ipê amarelo que estava todo florido.
Alguns cliques depois retomamos a caminhada.
Seguimos pela mesma trilha do dia anterior, até a entrada da Cachoeira conhecida como Sete
Quedas. Tiramos fotos e descemos um pouco mais, até uma seqüência de quedas chamadas
Cachoeira Pai e Cachoeira Mãe. Na Cachoeira Pai, existe uma rocha de onde os “malucos” pulam
de uns 15 a 20 metros de altura, num poço escuro e muito profundo. Parei para tirar fotos e consegui
registrar diversos saltos, inclusive dois saltos de cabeça.
Depois descemos mais um pouco para a Cachoeira Mãe, onde também existe um bom ponto para
saltos e um escorrega bem vertical. Tinha muita gente assistindo o show e teve até um cachorro que
desceu escorregando (não por vontade própria).
Curtimos bastante o local voltamos para a trilha principal e descemos mais um pouco, parando em
algumas outras cachoeiras. Depois voltamos para a pousada para deixar o carro pronto para a
viajem. Acertamos tudo e fomos almoçar.
Por volta das 14:00 horas pegamos a estrada e voltamos para Petrópolis pelo mesmo caminho que
viemos. De Sana para Petrópolis são cerca de 200Km. Ficamos surpresos por não pegar trânsito e
logo chegamos em casa, encerrando uma excursão bem divertida e diferente..
Sempre em Frente
Últimos Acontecimentos.....
.. Foi firmada uma parceria entre o CEP e a Academia Body Club. A parceria de dará da seguinte
forma: A Academia nos abriu espaço para divulgação do clube ( Cartazes de cursos, Programação
Mensal, exibição de vídeos do CEP... ) e nós faremos uma caminhada por mês em conjunto com
alunos da Academia. Esperamos com isso atrair mais adeptos ao montanhismo consciente e
responsável e conseqüentemente mais associados ao CEP.
Acontecerá durante o mês de janeiro uma exposição no Arcádia Mall – Itaipava, sobre os quarenta e
cinco anos do CEP. Estarão expostas as maquetes da Serra dos Órgãos, sessenta fotos do acervo
do CEP, antigas e recentes, e serão exibidos os vídeos editados recentemente pela turma. Ficará
um “Show de Bola” e vale a pena conferir.
O Alexandre “Xacundum” fez uma bela reforma no muro, substituindo várias agarras, e reformulando
a posição de outras. Estamos fechando uma parceria com ele também, para que associados do
CEP, tenham um desconto para “malhar” no muro.
Em 2003, o CEP completará 45 anos de existência, e nosso tradicional churrasco de aniversário
promete, como sempre, ser inesquecível. Já estamos empenhados na organização da festa, quem
tiver alguma sugestão sobre um bom local para o churrasco, comunique-se com a diretoria.
Aconteceu no dia 14 de dezembro a Assembléia Geral Ordinária para eleição do Conselho
Deliberativo para o biênio 2003 / 2004. Foram eleitos os sócios: Renato Walter, Marco Telles,
Cassiano Lustosa, Luciano Vogel, Lourenço Lustosa, Waldyr Neto, Marcelo Mussel, Adriano Fiorini,
Adriano Peixoto,Vinicius Silva. Suplentes: Carlos Alexandre, Marcelo Garcia, Luciano Bender
Foi conquista a via Oliver Ochs, localiza no Cantagalo Oeste, por Wanderlei Stumpf e Ricardo
Serrano. É uma bela via, com 300 metros de escalada, e uma bonita homenagem ao nosso grande
amigo. Parabéns ao Wanderlei e ao Ricardo pela grande conquista!!
Quadro Cultural
Dicionário Tchassês / Português
Boletim do CEP também é cultura! Para melhorar a comunicação nas excursões do
CEP publicamos abaixo alguns neologismos utilizados pelo nosso amigo Julian “Tchassa”.
Assim quando você estiver na trilha e ouvir o Tchassa gritando “Truta, Truta!!!”, ao
invés de se preparar para saborear essa deliciosa iguaria, comece a correr!
Abaixo algumas importantes traduções:
Tchassês
Português
Truta
Passar um pente frio
Caligrafia
Átila, rei dos Uncos
Transverter
Fachariz
Kawasaki
Vale do Vai Quem Quer
Voca
Mutuca
Passar um pente fino
Caricatura
Átila, rei dos Hunos
Inverter
Chafariz
Cavanhaque
Vale do Paquequer
Vaca ou foca !?!
Sempre em Frente
Técnica
Equipamentos de Montanhismo (Caminhada e Escalada)
ISOLANTE TÉRMICO
Adriano Fiorini
Para dormir em lugares frios o uso do saco de dormir e da sua barraca não serão
suficientes para uma noite de sono tranquila. O chão gelado será muito incômodo junto ao
corpo quente dentro do saco de dormir e, para evitar este incômodo isolantes térmicos são
ideais, pois formam uma barreira intransponível entre a umidade do solo e você.
No início isolava-se o chão com lona (muito pesadas para transportar) ou fazia-se
“camas de caçador” de galhos de árvores forradas com capim e folhas (anti-ecológico). Hoje
constitui-se de espuma, laminados e até em nylon resinado auto-inflável, um verdadeiro
colchonete. Vem até com capas protetoras para transporte. Uns são articulados como um
Acordeom, dobrável e a grande maioria ficam enrolados. E tem aqueles que viram encostos
(cadeira sem os pés).
Os laminados são pequenos em volume (tamanho de uma carteira de bolso) e peso
(80g), mas não te dão o conforto suficiente por serem finos como folha de papel.
Os de espuma de polietileno são leves (300 a 400g) mas são bastante volumosos.
Os isolantes de células fechadas de EVA são mais macios e mais confortável do que os
de espuma lisa convencional.
Os isolantes padrões tem: Comprimento de 1,80 a 1,83m; Largura de 50 a 55 cm;
Espessura de 1 a 2,5cm e Peso de 300g a 1,4Kg. Quando digo padrão, é porque fiz um da
embalagem de proteção de TV 29” com peso de 50 gramas que “quebra bem o galho” para o
Brasil e climas compatíveis.
Há um modelo auto-inflável que fechado chega a atingir 27 X 11cm, uma vez que os
outros modelos atingem cerca de 51 X 13 x 14 cm.
Quando usar isolantes infláveis levar o seu kit de reparo rápido ( 10 minutos), caso
acidentalmente fure.
E não se esqueça, isolar-se termicamente do chão torna agradável sua noite de sono,
consequentemente sua caminhada renderá mais no dia seguinte.
Conquista
Marcel Leoni
No Mundo Maior
Mãe D’Água, uma das mais belas e imponentes paredes do estado do Rio. Um gigante
de granito a erguer-se a 1.613m do nível do mar, impressionando e chamando a atenção de
montanhistas e amantes da natureza de toda a parte. Em 1979, André Silva Ilha e Wanderley
Stumpf sabiam bem disso. Com calçados de sola de pneu de caminhão e equipamentos da
época, foram os escolhidos pelo Divino para conquistarem a lendária Face Norte: 400m
graduados em 4º V+ (7ºc/A0), um marco na história da escalada brasileira. Nesta época,
Petrópolis era o berço da nova fase em que a escalada passava no estado. Data também desta
época a conquista do Pr. Minotauro 5° VII 380m, no Minotauro. Em 1982, Antonio Carlos
Magalhães, Eric Nyssens e Lis Maria Leoni Rabaço conquistam a face nordeste, a segunda via
de escalada do Mãe D’Água.
Na década de 90, surgiram mais duas vias na face norte, mas a face oeste, a maior e
mais extensa (horizontalmente) face da montanha permanecia ainda virgem, como uma
“Amazônia intocada”, a espera de mais “escolhidos”.
Continua...
Sempre em Frente
Continuação...
A Face Oeste
Era uma manhã de sábado de 1997 e, junto ao Marcus Vinicius (Marquinho), travava
uma insana luta contra afiados capim-navalha e samambaias gigantes (acesso via Cabeça de
Cachorro), com o objetivo de realizar trabalhos técnicos na minha via em conquista na face
norte. Após vencermos a crista e alcançarmos o colo do morro junto à base da oeste
(passagem obrigatória para quem segue para a norte por este acesso), paramos para
descansar e apreciar o impressionante monstro de granito. Simultaneamente comentamos a
vontade de escalar aquela face ainda virgem. Esta face da montanha é bem generosa, 180m
de baixa inclinação, após, mais 200m de considerável inclinação até o cume.
Acabamos nos precipitando e adiamos os “trabalhos técnicos”. Caímos conquistando
como loucos, contagiados pela beleza daquele fascinante lugar. Comecei esticando trinta
metros e batendo uma chapeleta, em seguida, o Marquinho termina a enfiada, batendo um
grampo. Alternávamos os lances e progredíamos com rapidez, conquistando boa parte da
parede de baixa inclinação. Termino o dia com a conquista de um lance exposto e inesquecível,
onde protegemos imediatamente. Após o ocorrido. O tempo passou e voltei para a conquista na
companhia do Rogério e do Rafael “Botija”, com a finalidade de proteger alguns lances longos.
Neste dia, o Rafael conquista um curto lance para finalizar a enfiada incompleta e como o
tempo era contado para eles, infelizmente tivemos que descer.
O Retorno
Aquele mundo de granito, por mais belo que fosse, ficou abandonado, mas jamais
esquecido. Estávamos desanimados por diversos problemas e motivos pessoais e a escalada
em nossas vidas acabou ficando em segundo plano.
Passado um bom tempo, depois de realizar algumas escaladas mais exigentes e voltar
ao ritmo, retornamos ao Mãe com objetivo de terminarmos a conquista de vez. Conquistamos
mais uma enfiada, alternando a conquista dos lances e duplicando as paradas. Acima de nós, a
montanha se transformava, a verticalidade era incrível, vibrávamos ao saber que podíamos
desbravar aqueles sítios verticais! Destaque para o “Teto da Arraia”, que logo foi batizado por
nós, um curioso buraco laranja acima da grande passarela que segue em direção à Norte.
Voltamos na semana seguinte e agora éramos em três: eu, Marquinho e Nicolau.
Nicolau foi à ponta, fazendo o seu reconhecimento. Era a vez do Marquinho conquistar e já na
parede vertical, ele conquista o primeiro lance do dia.
Após isso, o Nicolau parte para o lance seguinte e, incrivelmente, desloca seu ombro
no meio do lance, gritando de dor.
Com muita dificuldade ele retorna ao grampo. Na parada nós ríamos de sua desgraça e
por sorte, o ombro volta ao seu lugar num estalo que foi ouvido por nós metros abaixo! Mesmo
dolorido, ele volta na disposição e conquista um lance de 5º+ exposto, parando num ótimo
abaulado, é o lance do BongueMan. Ah! Moleque! Finalmente era a minha vez, entrei na
parede que todo escalador sonha em conquistar: vertical e repleta de grandes agarras. Na
seqüência o Marquinho conquista o lance seguinte, fazendo ótimo uso de seu novo cliff de
agarra, sortudo. Como o Nicolau estava dolorido, conquisto um curto porém técnico lance,
fazendo a parada num platozinho alucinante, que lembra o platô de P1 da Universos.
Continua...
Sempre em Frente
Continuação...
A luta continua
Na semana seguinte estávamos novamente conquistando. Após a caminhada de
aproximação e já na base, comprovávamos mais uma vez a inigualável beleza da cidade
imperial. Após escalarmos até o final da conquista, já podíamos avistar do centro da cidade a
Itaipava. Começo conquistando um lindo lance, uma fenda em oposição e de colocações
móveis razoáveis, parando metros acima e batendo um grampo pessimamente parado. O sol
aparece na face oeste e brevemente iríamos pegar aquele bronzeado. Após o término do meu
martírio e com os dedos do pé queimando, retorno à parada e o Marquinho sobe para
conquistar um bonito lance, pura curtição. Já estávamos bem próximos da passarela que liga a
face oeste à face norte. O tempo voa e após chegar à penúltima proteção fixa, nos reunimos e
conquisto um lance que aparentemente seria fácil, mas novamente estou na roubada. Tudo liso
e impossível de descer. Como em outras tantas vezes, penso positivo e mantenho a calma,
raciocinando e arriscando o couro, resolvo mais esta peça deste magnífico quebra-cabeças de
granito. Finalmente chego na passarela, ótimo sítio para relaxar, curtir o visu e repor as
energias perdidas. Bato um grampo e chamo o Marquinho para nosso platô de luxo. Curtimos o
visual da cidade e observamos um pé d’água caindo exatamente no centro de Petrópolis,
sentindo aquele ventinho proveniente da tempestade que desencadeava com toda a força.
Enquanto o Marquinho duplicava a parada, resolvo dar uma volta em auto-seguro e estico toda
a corda para observar a face norte, encontrando ótimos lugares para um possível bivaque. O
tempo estava reduzido e o Marquinho propõe baixar, pois precisava resolver ainda naquele dia
alguns probleminhas (coisas de rapaz apaixonado).
O cume finalmente
Após nos encontrarmos, eu e Nicolau partimos no dia 11 de abril, ainda antes do amanhecer,
para finalmente terminarmos a primeira via da face oeste. O céu estrelado anunciava um dia de sol
daqueles. Chegando na base da face oeste, nos equipamos e escalamos em boa velocidade até
chegar na quinta parada. Com o sol já começando a nos aquecer, me preparo e conquisto o primeiro
lance do dia, uma diagonal curta em direção a um diedro imenso. Após o término do serviço, o
Nicolau pega à ponta e utilizando ao máximo as colocações móveis, estica a corda toda e conquista
uma respeitável enfiada, fazendo a parada em um ótimo platô. Agora faltava muito pouco. A
inclinação baixara e podíamos vislumbrar o cume já bem próximo. Parto para a que seria a última
cordada da via e, após alguns lances um pouco expostos, chego ao final da parede. Estávamos
realmente extasiados devido aos lances conquistados e principalmente pelo visual que a via nos
proporcionava. Após cerca de 50m de caminhada cuidadosa e uma laje de baixa inclinação,
chegamos ao cume do Mãe D’Água que, junto ao Alcobaça, proporciona um beleza fora do comum,
só realmente comprovado por aqueles que lá pisaram. Realmente incrível que este cume seja pouco
freqüentado, devido a sua incrível beleza. Assinamos o livro de cume e após tirarmos as “fotografias
de lei”, partimos em rapel para a base. A tarde começa a despontar e o céu se mostrava de um azul
incrível, iluminando a montanha com uma luz toda especial. Já na trilha e de volta ao mundo normal,
caminhávamos observando aquela maravilhosa montanha. Em silêncio, respeitosamente
agradecíamos a ela pela honra de ser-nos permitida tal empreitada.
Sempre em Frente
Programação Anual
Data
Excursão
Guia
18 e 19/01
Santa Rita de Jacutinga-MG
Chico Balter
22 e 23/02
Visconde de Mauá - RJ
Waldyr Neto
01 a 05/03
Caraça
Waldyr Neto
( Carnaval )
Marco Telles
18 a 21/04
Travessia Parati – Trindade
Waldyr Neto
(Semana Santa)
01 a 04/05
Acampamento e Picos diversos
Waldyr Neto
na Serra dos Orgãos
18/05
Churrasco de Aniversário do
Diretoria
CEP
19 a 26/06
Travessia Serra Fina
Adriano Fiorini
(Corpus Christi)
19 e 20/07
Parque Estadual de Ibitipoca
Cassiano Lustosa
16 e 17/08
Três Picos – Caminhadas e
Alexandre Motta
Escaladas
13 e 14/09
Pedra da Baú
Marco Telles
18 e 19/10
Carrancas
Cassiano Froés
Waldyr Neto
15 e 16 /11
Aiuruoca - MG
Waldyr Neto
(República)
13 e 14/12
Ilha Grande
Renato Walter
20/12
Festa de Natal do CEP
Diretoria
Sempre em Frente
Arraial do Sana
Trilhas e Cachoeiras...
Sempre em Frente

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