Grupo de Amigos do Museu do Oriente

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Grupo de Amigos do Museu do Oriente
Grupo de Amigos do Museu do Oriente
Boletim Informativo nº 15 – DEZ. 2014
EDITORIAL
A Fundação Oriente abriu ao público o seu original
Museu de Arte Oriental em 2008, tendo o GAMO
sido constituído alguns meses antes.Logo após a
inauguração do Museu promoveu com o Serviço
Educativo um chá que premiou os melhores
trabalhos de alunos de escolas carenciadas que
beneficiaram das actividades do Museu.
Ao longo destes seis anos, o GAMO tem vindo a
cumprir uma programação intensa e variada, com
especial relevância para a que foi implementada
desde o último verão até agora, não esquecendo
de divulgar as variadas e interessantes actividades
realizadas pelo Museu.
Neste boletim, poderão seguir as iniciativas
desenroladas ao longo destes últimos meses e
que são aqui relatadas pelos nossos associados, a
quem agradecemos a colaboração.
Aproveitamos para desejar em nome do GAMO
um Natal Feliz e um Bom 2015.
Maria Otília Medina
Grupo de Amigos do Museu do Oriente
Museu do Museu do Oriente
Av. Brasília, Doca de Alcântara (norte) 1350-352 Lisboa
e-mail: [email protected]
2 – RESUMO DAS ÚLTIMAS ACTIVIDADES DO
GAMO
Viagem Cultural a Itália
Para os que não nos acompanharam na viagem à
Toscana –Rota de Pintores e Portugueses ilustres
na época dos Descobrimentos –com uma
extensão a Roma, umas notas breves para
poderem um dia descobrir o que existe de pintura
portuguesa na Toscana no Quattrocento.
Começamos pelo fim—a nossa estadia em Roma:
tem logo a nota oriental com a visita guiada ao
interessante Museu Nacional d’Arte Oriental
Guiseppe Tucci com peças de relevo do Paquistão
e Afeganistão, hoje só visitáveis em museus
especializados. A visita seguinte foi à exposição de
Hans Memling na Scuderia del Quirinal (com o
lindíssimo Memling do Museu Nacional de Arte
Antiga).
Tivemos uma audiência Papal onde fomos
acompanhados pela nossa querida Embaixatriz
Isabel Almeida Ribeiro e pelo Monsenhor
Bettencourt tendo tido o privilégio de receber
uma bênção especial de Sua Santidade o Papa
Francisco para o grupo de amigos do Museu do
Oriente.
A Embaixada ofereceu a todo o grupo um
magnífico jantar com alguns dos velhos amigos
dos nossos tempos de Roma e finalizámos a
viagem com a visita tradicional à Igreja de Sto.
António dos Portugueses, muito bem restaurada e
cheia de recordações onde fomos recebidos pelo
Monsenhor Agostinho Borges e pela nossa
Embaixatriz. Um enorme obrigado pelo carinho a
atenção com que nos receberam e esperamos
uma visita vossa ao Museu do Oriente.
Vamos agora regressar ao início da viagem e o
porquê desta escolha da Toscana e Florença?
Itália e Portugal sempre tiveram relações
estreitas. Os italianos tinham o conhecimento dos
mapas e nós a curiosidade das descobertas.
Foi o Abade do Convento da Badia Fiorentina,
Gomes Ferreira, personagem muito influente,
amigos dos Médicis e ligado à corte portuguesa,
que em 1415 veio a Lisboa como delegado do
Papa Eugénio IV, tendo desenvolvido um
intercâmbio cultural que levou à vinda a Portugal
de António Fiorentino (ao qual se atribui com
reservas um fresco na Igreja de S. Francisco no
Porto) e à ida de Giovanni de Gonçalves para
Florença. O Abade Gomes Ferreira mandou
construir no Convento da Badia o “ Claustro degli
Aranci” e, no seguimento deste intercâmbio
cultural, delegou ao pintor português Giovanni de
Gonçalves,a pintura dos frescos da parte superior
das arcadas do Convento (1435-1440). O Prof.
Longhi cita atribuindo ao português estes frescos
dizendo “ il piú importante che resti à Firenze, del
decennio seguinte alla morte de Masaccio”.Os
frescos são magníficos e diferentes dos pintores
florentinos dessa época, pela coloratura e
realismo das personagens.
Florença com os frescos extraordinários de
Masaccio na Capela Brancacci.
Outro lugar visitado e importante da presença
portuguesa é a Basílica de S. Miniato que tem a
magnífica Capela do Cardeal D. Jaime de Portugal
com as cerâmicas de Della Robbia.
Além do interessante percurso do “corridoio
vasariano”, e a revisita da magnifica capela com
os frescos do Masaccio, assinalo a visita a um
palácio do Quatroccento propriedade dos
Marqueses de Frescobaldi, onde fomos recebidos
pela cara Lisa Frescobaldi que nos deliciou com
alguns dos seus vinhos quando da visita às
colecções da sua casa.
Partimos no dia seguinte para Lucca e Pisa cidades
marco na cultura Toscana.
A Dra Piera, Vice-Presidente dos amigos dos
Museus de Pisa, acompanhou-nos na visita ao
Museu de San Matteo para admirarmos as duas
pinturas do português Alvaro Pires de Évora.
Este pintou ainda a pala de altar da Igreja
Franciscana de Sta Croce de Fossabanda onde nos
esperava o frade capelão. Seguiu-se um excelente
almoço olhando a Catedral e o Campo Santo. No
dia seguinte, por uma estrada difícil alcançámos
Volterra, uma terra etrusca de grande beleza,
ainda com uma dupla muralha e tem no seu
museu um retábulo dos mais conhecidos de
Álvaro Pires de Évora. Está muito bem exposto e
tem por perto a espectacular deposição de Rosso
Fiorentino talvez o melhor quadro deste pintor
maneirista.
É infelizmente pouco visitado e quase
desconhecido em Portugal o que lamentamos,
pois os frescos com a história de S. Bento são
citados por Vasari como essenciais para a
compreensão do Renascimento que vai surgir em
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“O exótico nunca está em casa” –A China na
faiança e no azulejo portugueses dos Séc.XVII e
XVIII
A 17 de Maio um grupo de sócios do GAMO foi
visitar no Museu do Azulejo esta exposição
temporária. À entrada fomos recebidos pela
Directora do Museu a Dra. Maria Antónia Matos
que nos deu as boas-vindas e nos apresentou a
Dra. Alexandra Curvelos que nos serviu de guia.
A partir de 1513 desenvolveram-se contactos
directos e regulares entre a China e a Europa,
tendo os portugueses assegurado o papel de
abastecedores e intermediários.
Exótico é um tema de raiz latina que significa “de
fora”. O objecto exótico tem sempre que ser
transferido neste contexto, no qual é
reinterpretado, assumindo outro valor.Mas estará
o exótico sempre fora de casa ou haverá
momentos que ele estará “ à porta”, se não
mesmo “portas a dentro”. São estas questões que
aexposição pretende responder ao aprofundar a
influência da China na faiança e azulejos
portugueses dos séc. XVII e XVIII. Nestes séculos, a
expansão sem precedentes da produção cultural
da China correspondeu, na Europa, a um
fenómeno semelhante, considerando-se, lá como
cá, uma classe de produtos de luxo. Alguns foram
encomendados a título particular e de forma
directa, tendo no caso português, a fundação de
Macau em 1557,tido uma influência fundamental.
Assistiu-se então, à circulação de uma quantidade
surpreendente de peças carismáticas na Europa,
especialmente chinesas. Em Portugal, o consumo
destes objectos, caros e raros, faz da riqueza
exterior um sinal de estatuto, contribuindo para a
produção local de peças que revelam novas
características e padrões de gosto. Nos objectos
que resultaram deste contexto,tanto os
fabricados na China, porcelanas e têxteis, como
em Portugal, faianças, azulejos e têxteis aliam-se
formas e elementos decorativos de diferentes
culturas. Disso são exemplo no nosso país os
frontais de altar, os padrões de azulejos ditos
Passando pela cidade das torres, a medieval
S.Gemigniano, chegamos a Siena. Aí admiramos
entre tantas belezas da cidade, o importante
fresco com o retrato do casamento de D. Leonor
de Portugal por Pinturiccio na Biblioteca
Piccolomino, adjunta à Catedral. Numa das salas
do Palácio do Sindaco podemos apreciar o fresco
com a família Saboia onde está representado
também D.Carlos , muito jovem.
Acabada a Toscana passámos por Viterbo em
homenagem ao túmulo do Papa português João
XXI e rumo a Roma onde começámos este já longo
relato de viagem.
Penso que gostaram e haverá mais surpresas para
o ano….Aguardo sugestões.
Maria Otília Medina
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“camélia” e a faiança que se inspira nos modelos
deporcelana chinesa.
Esta exposição temporária no Museu Nacional de
Arte Antiga, mereceu a atenção de todos os
participantes. Começámos por ser informados de
como estas joias chegaram a Lisboa. Foi graças a
um funcionário do então BNU em Pangim, que fez
diligências para as enviar para a longínqua Lisboa,
(onde não tinham certezas que o território de Goa
iria ser invadido), e onde se começava a viver um
clima de crescente insegurança e ansiedade.
Este recolheu todos os valores entretanto
embalados e encaixotados, que seguiram no navio
“India” para Lisboa. Estes caixotes continham
essencialmente joias de particulares dadas em
penhor ao Banco como caução de empréstimos.
Desta forma, anos mais tarde, após o reatamento
das relações diplomáticas entre Portugal e a India,
foram entregues ao State Bank of India, envelopes
contendo os bens inventariados e valores
entregues ao BNU como fiel depositário,
mediante um certificado de entrega e de
recebimento.
Contudo, estas joias que não foram reclamadas,
apesar de constarem do inventário, ficaram nos
cofres da Caixa Geral de Depósitos durante 50
anos! Quando finalmente se abriram os pacotes,
estas joias foram considerados pelos técnicos do
MNAA de importante valor histórico e artístico!
Assim, após o estudo e enquadramento à
produção de joalharia indiana, de todas as peças
com nomes como “afogador, mago, fugilada” que designavam tipos específicos de joias e
desconhecidas aos nossos olhos - verificou-se que
a produção local goesa era diferente do resto da
India. Em algumas delas encontrou-se fusão com
as culturas cristã e hindu. E os símbolos de uma
religião convivem com as da outra. Exemplo disso,
constam os “afogadores” (gargantilha) com
pendentes com o Menino Jesus Salvador do
Mundo, e os escapulários, que apreciámos, entre
outras peças como tiaras-pentes, anéis, pulseiras
simplesmente maravilhosas, durante a exposição.
E esta exposição é assim, um exemplo da fusão
incontornável que faz parte da história dos
Portugueses no Oriente.
Fenella Bhawnani
O fenómeno “chinoiserie”, com origem no séc.
XVI, representa, na história do ornamento e artes
decorativas, uma das mais extraordinárias
manifestações da capacidade inventiva europeia,
atingindo um momento verdadeiramente notável
no séc.XVIII. Até então o vocabulário ornamental
raramente dera tão grande destaque à fantasia e
tão pouca atenção à imitação de modelos
existentes. Na cerâmica, nos têxteis, na pintura,
no mobiliário e arquitectura a “chinoiserie” na
ambiência nas cenografias que permitem ao
espectador, uma evasão do quotidiano, factor
essencial para a formação do exótico.
Progressivamente, os ecos da China tornam-se
mais distantes e ilusórios, criando-se uma
realidade nova muito personalizada, mas que
acaba por dizer mais sobre a própria Europa do
que sobre a China. Trata-se de efeito de espelho,
a que o exótico está por natureza associado.
Pedro do Amaral
Esplendores do Oriente – Joias de Ouro da Antiga
Goa
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Visita ao museu de História Natural e ao Jardim
Botânico
contar factos e particularidades de diferentes
espécies de árvores.
Por último visitámos o “Borboletário”, onde vivem
e se reproduzem exemplares de borboletas
nacionais. Depois do que vimos e ouvimos ficámos
com o compromisso de divulgar e dar a conhecer
o Museu e o Jardim, para além da vontade de os
voltarmos a visitar com familiares eamigos !
A visita começou no átrio da Faculdade de
Ciências.Actualmente Museu Nacional de História
Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa,
onde fomos recebidos pela Dra. Marta Lourenço
que, com simpatia, entusiasmo e conhecimento
nos acompanhou. Foi com surpresa que nos
deparámos com o extraordinário e enorme
túmulo de Fernão Telles de Menezes excelente
obra feita em mármore preto, sendo de realçar o
trabalho dos 4 elefantes que suportam o túmulo.
Ficámos então a saber que Fernão Telles de
Menezes tinha sido vice-rei da India, que morava
na então quinta da Cotovia e que em 1580 a
ofereceu aos Jesuítas para edificarem o colégio de
Sto. Antão – mais tarde Colégio dos Nobres e
depois Escola Politécnica. Seguimos depois para o
laboratório de química, que tem sido poupado aos
incêndios que, por qualquer razão, “teimam” em
ocorrer a cada 150 anos…Aí, além de apreciarmos
a parte de estantes e peças antigas, também nos
foi dada a oportunidade de observar obras
académicas com interessantíssimos desenhos,
sobretudo de plantas, feitos por estudiosos que se
deslocaram aos mais exóticos recantos do mundo.
Deixámos o edifício principal e iniciámos a visita
ao Jardim Botânico, desta vez acompanhados pela
Dra Raquel Barata.
Como facilmente se entende, o estudo e
conhecimento das plantas tem sido da maior
importância ao longo dos tempos, pelo que era de
grande interesse o seu cultivo para estudo junto
dos estabelecimentos de ensino; daí ter sido
criado o chamado “horto” no tempo do Colégio
dos Nobres, onde, em vários canteiros, se
cultivavam plantas de diferentes continentes.
Durante todo o séc. XIX, o jardim foi crescendo
com o “arboredo” até aos actuais 4 hectaresque
se espalham pela colina até ao Parque Mayer.
Com a Dra. Raquel Barata, fomos alertados para
imensos pormenores interessantes de árvores,
folhas, troncos, cores,etc., para além de nos
responder a todas as nossas questões e nos
Ana Duarte
Visita ao Museu do Mar Rei D. Carlos e
Marégrafo de Cascais
Numa altura em que tanto se fala da importância
do mar para o desenvolvimento económico do
nosso país e para os enormes recursos que
potencialmente encerra a zona marítima sob
jurisdição portuguesa, a visita em causa contribui
certamente para incutir nos participantes a
curiosidade de melhor conhecerem e valorizarem
estatemática.
Iniciou-se a visita no Museu do Mar, em boa hora
denominado de “Rei D. Carlos”, em homenagem
ao grande monarca, tão intimamente ligado a
Cascais, a quem a ciência oceanográfica
portuguesa tanto deve. Instalado no edifício e
terrenos do antigo Sporting Clube de Cascais,
“Parada” (que alguns dos presentes ainda
recordavam), o Museu do Mar, inaugurado em
1992, veio dar um último destino às suas
instalações, para o efeito devidamente
restauradas, adaptadas e alargadas, dotando-o
duma dimensão insuspeita a quem o observa do
exterior. Serviu excelentemente de cicerone o
Dr.Carlos de Sousa Reis e com ele percorremos as
salas interessantes do Museu, destacando-se pelo
seu número e qualidade,as peças de etnografia
marítima relacionados com a actividade piscatória
portuguesa e em particular a de Cascais.
Integrado a partir de 2011, na rede Portuguesa de
Museus, deverá também recordar-se, em
particular, as actividades de investigação que vem
desenvolvendo nas áreas da história natural e da
arqueologia subaquática, bem como os trabalhos
de taxidermia, produzindo exemplares que
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integram o respectivo acervo museológico.
Seguiu-se um agradável almoço na messe Militar
de Cascais, que ocupa o antigo palacete Seixas,
debruçado sobre o mar junto à praia dita dos
pescadores, com uma esplendida perspectiva,
valorizada pelo bom tempo que se fez sentir.
A última etapa levou-nos ao Marégrafo, situado
junto ao Clube Naval e ao passeio de D. Maria Pia,
num pequeno e discreto edifício redondo com
uma cúpula em forma de minarete. Construído na
sua presente versão em 1895, terá sido um dos
primeiros observatórios europeus dedicados ao
estudo das correntes e marés oceânicas. Destacase especialmente o seu papel para a definição dos
valores do nível do mar (cujos registos são
intencionalmente difundidos, dada a sua inserção
numa rede mundial de marégrafos). Esse papel é
especialmente relevante à escala global tendo em
conta a longa série temporal de registos que a sua
antiguidade permite e a situação geográfica de
Cascais. Foi-nos dado observar no interior, o
funcionamento dos equipamentos ali instalados e
os registos permanentemente por eles
efectuados, numa interessante explicação
certamente inédita para a grande maioria dos
participantes.
Rui Quartim dos Santos
visitar a Casa de Santar, inicialmente chamada
Quinta do Casal Bom, a quando da doação a um
dos cavaleiros que combateu ao lado de D.
Sancho II.Destacamos no magnífico solar do
Séc.XVIII, a vetusta cozinha que ainda funciona, a
bela fachada de tardoz dando para os tão bem
cuidados jardins de bucho que percorremos com
deleite. Neste jardim encontram-se canteiros com
rosas das mais variadas cores basicamente
inspiradas na heráldica de família da Condessa de
Santar. Ainda no jardim é de realçar a chamada
fonte dos cavalos com painéis de azulejos de
grandes dimensões. A Casa de Santar é um dos
principais produtores vinícolas do Dão,
conjugando os actuais proprietários as tradições e
memórias de mais de trezentos anos com a
modernidade da inovação e da qualidade dos
produtos da Casa.
Curso de Cozinha Ayurvédica
Seguimos depois para Nelas onde almoçámos
num restaurante de boa comida beirã,
continuando para Mangualde a fim de visitar o
Palácio dos Condes de Anadia. Inicialmente
denominado Solar dos Pais do Amaral, este
edifício foi construído em fins do séc.XVII e é uma
das casas senhoriais mais elegantes e solarengas
de toda a Beira e como tal, classificada como
Monumento Nacional. Além da soberba fachada
são de salientar a entrada e escadaria e também
as pinturas do Séc.XVII a XIX.
Nos dias 10, 17 e 24 de Setembro realizou-se este
workshop no Museu do Oriente e os participantes
aprenderam a identificar os seus biótipos, os
condimentos e alimentos que os equilibram e
protegem da doença. Aprendeu-se a confeccionar
os alimentos e a conhecer a composição da sua
própria “massala” (mistura de especiarias).
Visita a Viseu e a Solares e Palácios do Dão
O programa de tão agradável fim de semana teve
inicio com a partida no dia 20 de Setembro às
8:00h do Museu do Oriente directamente para
Santar.
Em Santar, vila que remonta à idade média e às
lutas pela definição do território português, fomos
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recebidos pelo Director Dr. Machado de Matos
que nos deu explicações sobre a Casa e a saga de
Luís de Albuquerque (1739-1777), fidalgo da Casa
Real e mais tarde Governador e Capitão Geral do
Estado do Mato Grosso no Brasil. Foi muito
curiosa a descrição da sua nomeação pelo
Marquês de Pombal. A Casa foi mandada
construir na segunda metade do Se, XVIII (cerca
de 1780) é de salientar a sua frontaria de fachada
corrida aberta para os belos jardins de inspiração
francesa, à Le Nôtre, jardim que se divide em dois
grandes terraços. Também importante é a grande
plantação de camélias e roseiras e sobretudo o
lago central onde todos os anos entre Junho e
Julho florescem as Flores de Lótus, cuja beleza se
pode admirar apenas durante um dia. Existe ainda
um outro jardim, este à inglesa, onde se
encontram algumas espécies arbóreas de grandes
proporções trazidas do Brasil por Luís de
Albuquerque. O almoço na Casa de Ínsua foi
excelente, servido com vinhos de produção da
Casa.
Foi um fim de semana para recordar e dele o
desejo de prosseguirmos com visitas noutras
zonas do nosso país, tão rico de museus,
monumentos, paisagens, gastronomia e calor
humano.
Depois desta visita continuámos para Viseu onde
uma parte do grupo se hospedou no Hotel Grão
Vasco e outra parte na Pousada de São
Teotónio.O edifício desta Pousada era o antigo
Hospital de São Teotónio cuja construção teve
início em 1793 e sua recuperação para Pousada
foi feita pelo Arq. Gonçalo Byrne. Ainda na tarde
desse sábado, foi-nos oferecido um cocktail em
casa da Dra. Teresa Brotas amiga da nossa
associada Engª Telma Reis Sousa. Foi um convívio
muito agradável numa casa antiga no centro
histórico bem junto à Sé de Viseu, com uma vista
magnífica sobre a cidade e planície envolvente.
No domingo visitámos Viseu com guia local,
percorremos as ruas da zona antiga da cidade,
visitámos a Sé, o Museu Grão Vasco, com o seu
excelente acervo pictórico nomeadamente os
trabalhos de Vasco Fernandes e Gaspar Vaz, mas
também de pintura mais recente nomeadamente
a naturalista.
Também importa fazer referência à estátua de D.
Duarte, de Álvaro Debrée, dado que este rei
nasceu em Viseu a 31 de Outubro de 1391.De
muito interesse a estátua de Aquilino Ribeiro
junto ao antigo mercado na Rua Formosa, onde
tinha o seu alfaiate e o café onde se encontrava
com os amigos. Está representado sentado à mesa
de trabalho, quase dialogando, como um bom
beirão, a quem lhe passa à beira. A peça é do
escultor
Yuraldi
Rodriguez
Puentes
de
nacionalidade cubana.
Depois de Viseu rumámos para Penalva do Castelo
para almoço e visita à casa de Ínsua, onde fomos
Luís Alvellos
Fim de semana no Convento da Arrábida
Iniciou-se o primeiro dia deste fim de semana com
a visita à zona histórica de Setúbal orientada pelo
Dr. José Catalão, Director dos museus locais. A
Igreja do Convento de Jesus foi alvo de visita
cuidada por se tratar de uma peça de rara beleza
da arquitectura manuelina e de autoria do Mestre
Diogo Boitaca.
Passámos pelo Mercado Municipal, na Av. Luisa
Tody, em sábado de grande azáfama com
excepcionais produtos expostos. Grandes painéis
de azulejos alusivos aos costumes da terra e às
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suas actividades piscatórias e agrícolas forram as
paredes daquele espaço imenso.
Ao nosso almoço em localaprazível e perto do
mercado, seguiu-se a partida em autocarro para o
Convento em plena Serra da Arrábida, onde
fomos recebidos pelos dois simpáticos residentes,
a Dra.Célia e o Sr. Quirino.
por D. Pedro II em 1701, terminando em 1707.O
próprio D. Pedro II e também D. João V ali se
deslocavam como peregrinos.
O almoço decorreu em Sesimbra tendo o grupo
regressado nessa tarde a Lisboa. Foram dois dias
de agradável convívio nesta zona de rara beleza
paisagística e rico património cultural
Maria do Rosário Alvellos
Jantar anual do G.A.M.O
Com o patrocínio da Embaixada da Turquia,
realizou-se no dia 20 de Novembro o nosso Jantar
anual de angariação de fundos, que começou com
um elegante desfile de coloridos fatos Otomanos
do Instituto Adana Olunglasma da Turquia,
apresentados por Sua Excelência a Senhora Ebru
Baratçu Gokdenizler, Embaixadora da Turquia.
A beleza dos fatos, ricamente bordados, foi
realçada pela graciosidade das filhas e netas dos
nossos associados que se disponibilizaram para
desfilar.
O Convento da Arrábida foi fundado em 1542 por
Frei Martinho de Santa Maria, frade castelhano e
outros fradesda Ordem de São Francisco a quem
D. João de Lencastre (1501-1571), primeiro Duque
de Aveiro, ofereceu a serra para ali continuarem.
Os monges arrábidos eram eremitas e viviam de
uma forma muito austera. Em 1834 com a
extinção das ordens religiosas em Portugal os
frades abandonaram o Convento. A posse do
Convento e zonas envolventes, passou da Casa de
Aveiro para a Casa de Palmela e só recentemente
em 1990 para a posse da Fundação Oriente. A
recuperação das celas, da Igreja, refeitório e
cozinha deve-se a esta Fundação.No domingo de
manhã o grupo de amigos teve a oportunidade de
visitar o Convento e quem o desejou, assistiu à
missa celebrada pelo Capelão, Sr. Padre Milícias,
ele próprio também Franciscano.
Dali o autocarro levou-nos para o Cabo Espichel
para visitar o Santuário dedicado a Nossa Sra. do
Cabo.A devoção àquele local, começou há quase
seiscentos anos pela crença na sua aparição no
rochedo a que chamavam Pedra de Mua.Tornouse num local de culto, com afluência crescente de
romeiros, tendo a Igreja sido mandada construir
A ementa luso-turca foi muito apreciada graças às
iguarias confeccionadas na Embaixada da Turquia
que culminou com os excelentes “Lokums”
servidos com o café.
O sorteio teve um grande êxito, esgotando-se as
rifas devido à qualidade dos prémios e à
originalidade do apresentador João Alvellos que
veio expressamente de Zurich.
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Agradecemos a todos o entusiasmo com que
aderiram ao evento.
4---PRÓXIMAS ACTIVIDADES DO MUSEU DO
ORIENTE
3—CONTACTOS COM INSTITUIÇÕES CONGÉNERES
- Curso Preparatório de Chinês – Sábados - de 3 de
Janeiro a 21 de Março.
Realizou-se de 15 a 18 de Maio, em Berlim, cidade
mundial da cultura, o XVI Congresso Mundial da
Federação de Amigos dos Museus. A FAMP
organizou por ocasião do congresso uma viagem
cultural aberta a todos os associados dos grupos
de amigos. O GAMO esteve representado pela
Presidente Maria Otília Medina e Vice-Presidente,
Maria do Rosário Alvellos
- Concerto a assinalar o Dia de Reis “O Magnum
Misterium – Um Natal Ibérico do Sec. XVI - 04 de
Janeiro, às 17 horas.
- Lisbon Impact – Exposição sobre Lisboa, de
Deviprasade, até 25 de Janeiro
5—PRÓXIMAS ACTIVIDADES DO GAMO
- Exposição na Fundação Calouste Gulbenkian a 22
de Janeiro (A Historia partilhada – tesouros do
Palácio Real de Espanha)
-Visita a Casa-Museu Anastácio Gonçalves,
detentora de um precioso acervo de porcelana
chinesa.
-Workshop ayurvédico numa Quinta em Colares
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