Jornal O Sexto - Ano 7
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Jornal O Sexto - Ano 7
40 JORNAL ESCOLAR COLÉGIO PAULO VI UMA VERDADEIRA ESCOLA DE VALORES FUNDADA EM 1964 COM ELEVADA QUALIDADE DE ENSINO SEGURANÇA E VIGILÂNCIA CONSTANTES PERMANENTE INOVAÇÃO PEDAGÓGICA JAN. 2006 Ano VII • Nº 1 www.colegiopaulovi.com SEXTO: 3º lugar a nível Nacional O nosso objectivo não era o de chegar e vencer, mas acabou por acontecer isso mesmo quando em Outubro recebemos a surpreendente notícia de que O SEXTO foi contemplado com o 3º lugar no Concurso Nacional de Jornais Escolares do Jornal PÚBLICO. Agora o rosto do nosso Colégio é também um campeão! (p. 3) 7 razões para te matriculares no COLÉGIO PAULO VI: - boa preparação académica - óptimas instalações - ambiente acolhedor e familiar - segurança - fomento à actividade desportiva - projectos de inovação pedagógica e fomento das novas tecnologias - orientação vocacional e apoio psicológico Creche Ensino Pré-escolar Ensino Básico Ensino Secundário Curso de Ciências e Tecnologias Curso de Ciências Socioeconómicas Curso de Ciências Sociais e Humanas Conversa com o escritor Richard Zimler O FUTURO COMEÇA HOJE: SOMOS FINALISTAS! Comparticipações do Ministério da Educação: A festa foi temperada com vários momentos de entretenimento, alongando-se entre encontros e abraços, sessões de fotografia e muita animação. o Subsídio para o Ensino Pré-escolar (Contrato de Desenvolvimento) o Subsídio para o Ensino Básico (Contrato Simples) o Ensino gratuito no Ensino Secundário (Contrato de Associação) Informações: (dias úteis das 08h30 às 12h30 e das 13h30 às 17h30) Av. Gen. Humberto Delgado, 201 4420-155 Gondomar Tlf. 22 464 60 27 Fax 22 464 58 54 Telm.: 91 2301989 / 96 2044244 http://www.colegiopaulovi.com (p. 5) UM INVESTIMENTO EM GRUPOS TEMÁTICOS Ver o mundo através dos sentidos das minhas personagens é, para mim, o maior desafio. (p. 23) O grande investimento do Programa Porta Aberta para este ano é a inclusão dos alunos em projectos de grupo que abordem assuntos controversos e da actualidade, jogos de lógica, raciocínio e memória, literatura, entre outros. (p. 14) PUBLICIDADE 2 ÍNDICE Grande Colégio 03 Grande Colégio – actividades EDITORIAL Em cada ano que passa, há comemorações que se repetem e nos enchem de alegria sempre que as festejamos, tais como o nosso aniversário, os dos nossos familiares e outros tantos momentos, que marcam as nossas vidas e nos trazem felicidade. Mas o Natal é um momento diferente: há encantamento e há verdade nesta época. Celebrar o Natal é abrir o coração aos outros, nem que seja através de uma simples lembrança, ou de um gesto singelo que expresse a nossa amizade. A comemoração do Natal não se vive apenas a 25 de Dezembro, esta deve ser renovada a cada dia do ano, com gestos de amizade e de atenção para com os outros. A organização que envolve a campanha da já tradicional ida aos orfanatos é uma forma autêntica de celebrarmos o Natal e, sempre que é necessário colaborar e ajudar, sabemos que podemos contar com o apoio da comunidade do Colégio Paulo VI. O trabalho realizado pela equipa do jornal “O Sexto” é um exemplo de entrega e dedicação. O resultado final é um jornal autêntico que já recebeu um merecido prémio a nível nacional. Às coordenadoras e restante equipa os meus sinceros parabéns. Para os alunos, um bom ano e sucesso para os vossos estudos e não se esqueçam que “só no dicionário é que o êxito aparece antes do trabalho.” Prof.ª Cláudia Branco 07 Desporto 12 Porta Aberta 13 Artes e Letras 23 Página da Saúde 31 Nosso Mundo 33 Página do Inglês 35 Passatempos 36 Matemática Divertida 37 Publicidade 38 Última Página 40 FICHA TÉCNICA Coordenadoras Prof.ª Mónica Sanches Dr.ª Conceição Gomes Dinamizador de edição Prof. João Vieira Dinamizadores de redacção Prof.ª Joana Magalhães e Prof.ª Marta Rodrigues Fotografia e imagem Prof.ª Conceição Cardoso Colaboradores Prof.ª Cláudia Branco, Prof. Luís Cravo, Prof. Paulo Koch, Prof.ª Cristina Silva, Prof.ª Raquel Almeida Silva, Prof.ª Paula Ramos, Prof.ª Ana Cristina Fidalgo, Prof.ª Anabela Matoso, Prof.ª Raquel Silva, Prof. Sérgio Botelho, Dr.ª Daniela Alves Alunos do Clube do Jornal Alunos do Programa Porta Aberta Periodicidade Trimestral Tiragem 1000 exemplares Distribuição Gratuita 39 38 GRANDE COLÉGIO PUBLICIDADE 3 O inconfundível sabor da Vitória Montar um jornal é uma obra de amor: a escolha de cada foto, o arranjo de cada frase, o retoque de cada página é um momento de profunda dádiva. E, quando o produto final aparece é um instante de plena euforia… a obra nasceu! N ão se trabalhou todo o ano lectivo com o objectivo de chegar e vencer, mas acabou por acontecer isso mesmo quando em Outubro recebemos a feliz e surpreendente notícia de que O Sexto teria sido contemplado com o terceiro lugar no Concurso Nacional de Jornais Escolares do Jornal PÚBLICO. Tratase de um concurso promovido, anualmente, pelo Projecto PÚBLICO na Escola, que conta com o apoio do Ministério da Educação; da Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica; do Centro Português de Design; e da Porto Editora. Este concurso tem como principal objectivo “estimular a prática de um jornalismo escolar crítico e imaginativo, alargando-o a um número maior de escolas e com redobradas preocupações de qualidade; aumentar a importância da utilização dos jornais escolares no processo de ensino/ aprendizagem e na construção da identidade das escolas; fazer dos jornais escolares um instrumento cívico para a discussão de temas relevantes para a comunidade escolar e para a promoção de relações entre a escola e o meio envolvente (…); aprofundar o conhecimento das virtualidades e limitações da actividade jornalística; contribuir para o desenvolvimento da Educação para os Media; promover a utilização das Tecnologias da Informação e da Comunicação na produção de jornais escolares; e utilizar o jornal escolar como um instrumento de divulgação científica”. Mas não nos ficámos apenas pela classificação do jornal pelo todo. Alguns dos nossos textos foram seleccionados, pela sua qualidade, para integrar o boletim PÚBLICO na Escola, nomeadamente os artigos “Uma conversa com Agustina BessaLuís”, “Uma conversa com Mário Cláudio” e “Dima”. Saúde da Câmara Municipal de Gondomar e que contou com o apoio de vários estabelecimentos de ensino oficiais e particulares. Como educar para a saúde? Como educar para a saúde? foi a pergunta lançada pelo Jornal PÚBLICO, através do seu Boletim mensal PÚBLICO na Escola, como desafio para o concurso nacional de jornais escolares. Sem dúvida, esta foi uma pergunta pertinente e que suscitou diversas respostas nos muitos jornais que concorreram. O Sexto tentou responder a este questão, não só através das suas Secções do Desporto Escolar e da Saúde mas, essencialmente, através das actividades desenvolvidas e que deram rosto aos artigos publicados no jornal. Os artigos de opinião tentaram abordar questões relacionadas com áreas de risco para a saúde individual e para a saúde pública, tais como os malefícios do tabaco, os riscos da poluição atmosférica, ou as consequências da anorexia na adolescência. Por outro lado, foram também abordados aspectos como as vantagens de se ter uma alimentação saudável ou de assumir posturas correctas nas actividades do quotidiano. As actividades em torno deste tema foram particularmente bem acolhidas pela população do Colégio. De salientar, foi a integração do tema relacionado com os malefícios do tabaco na Quinzena da Saúde 2004, iniciativa promovida pela divisão de Nesta iniciativa, a participação do nosso Colégio fez-se sentir através de diversas actividades relativas aos temas: (1) os malefícios do tabaco; (2) rastreio do monóxido de carbono; (3) saúde ambiental e reciclagem; e (4) sexualidade e afectos. Ainda enquadrado na Quinzena da Saúde 2004, realizou-se um convívio desportivo de futsal feminino e basquetebol masculino. Estas actividades contam 4 com um breve artigo na página 13, ano 6, nº 1, deste jornal. E, como não podia de deixar de ser, a secção do Desporto Escolar deu sempre especial relevo à prática do desporto, relacionando esta com o bem-estar e a saúde. GRANDE COLÉGIO dentro e fora da escola, sendo que a ministra ressaltou o trabalho de todos os que coordenam tal trabalho, mostrando que é possível ter escolas que não estão “reduzidas ao mínimo e não se limitam às aulas, mas concretizam trabalho que está MATEMÁTICA DIVERTIDA E agora…? Não queremos que este tão querido Prémio nos “suba à cabeça” e, provavelmente, a resposta mais sensata será dizer que não vamos mudar muito, mas sim melhorar. Tal como na educação, num jornal, a obra nunca está concluída e quando se pensa que já se vai longe, olha-se para trás e novamente para a frente. Nesse momento, somos confrontados com uma ainda longa caminhada que temos de percorrer. Pois assim parece ser. O Sexto é um Jornal que serve, cada vez mais, como o rosto do nosso Colégio, dos nossos valores, das nossas ambições e da nossa identidade. Um grande momento para gente em grande Tudo correu como bem se esperava. A cerimónia de atribuição do prémio pela reconhecida qualidade do nosso Jornal aconteceu no Auditório da Fundação de Serralves, no passado dia 23 de Novembro, e contou com a presença da Ministra da Educação, a Prof.ª Dr.ª Maria de Lurdes Rodrigues, e de todos os representantes dos vários organismos que apoiam esta iniciativa, nomeadamente, o Eng. Vasco Teixeira, Director da Porto Editora, a Drª Paula Gris, Presidente do Centro de Português de Design, a Drª Rosário Oliveira, representante da Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura, Ciência e Tecnologia, o Eng. Hugo Figueiredo, em representação do Jornal PÚBLICO, entre outras individualidades. Cada um dos presentes destacou o importante papel do Jornal Escolar como peça fundamental de comunicação muito para além da sua obrigação restrita”. O nosso Colégio esteve igualmente bem representado, através da presença da Prof.ª Mónica Sanches e da Dr.ª Dulce Machado, como elementos da coordenação do Jornal e da Direcção do Colégio, respectivamente. Outros elementos que colaboram com a dinamização do Jornal, professores e alunos, estiveram também presentes na cerimónia, numa tão ansiada tarde de reconhecimento. No momento da atribuição do prémio (1250 euros), recebido vaidosamente pela Prof.ª Mónica Sanches, esta salientou que, numa altura em que os professores se lamentam da dificuldade em motivar os alunos para a escrita, é com enorme orgulho que, enquanto professora de Português, descobriu o meio ideal para ver os alunos escreverem, e escreverem bem, sobre temas dos seus interesses. O Sexto irá melhorar com algumas mudanças na disposição gráfica, que o transformem num meio de comunicação mais apelativo e cada vez mais actual. Serão valorizados, cada vez mais, os artigos que se distingam pelo seu conteúdo e pela sua qualidade jornalística – as entrevistas, as notícias, as crónicas e as reportagens. Mas, acima de tudo, irá haver uma colaboração maior de uma equipa dedicada e competente de alunos e professores. Há, no entanto, algo que para nós fica bem claro: O Sexto é um Jornal que serve, cada vez mais, como o rosto do nosso Colégio, dos nossos valores, das nossas ambições e da nossa identidade. É um rosto que já é visto por muitos e em muitos lugares. Inegavelmente, esta é uma gigantesca responsabilidade! Dr.ª Conceição Gomes Prof.ª Mónica Sanches Humor Matemático {[(Poema de Millor Fernandes)]} "Às folhas tantas do livro de matemática, um quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma incógnita. Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a, do ápice à base. Uma figura ímpar, olhos rombóides, boca trapezóide, corpo ortogonal, seios esferóides. Fez da sua uma vida paralela à dela até que se encontraram no infinito. "Quem és tu?" - indagou ele com ânsia radical. "Eu sou a soma dos quadrados dos catetos, mas pode me chamar de hipotenusa". E de falarem descobriram que eram o que, em aritmética, corresponde a almas irmãs, primos entre si. E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz numa sexta potenciação traçando ao sabor do momento e da paixão rectas, curvas, círculos e linhas sinodais. Nos jardins da quarta dimensão, escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas e os exegetas do universo finito. Romperam convenções Newtonianas e Pitagóricas e, enfim, resolveram casar, constituir um lar, mais que um lar, uma perpendicular. Convidaram os padrinhos: o poliedro e a bissectriz, e fizeram os planos, equações e diagramas para o futuro, sonhando com uma felicidade integral e diferencial. E casaram e tiveram uma secante e três cones muito engraçadinhos e foram felizes até aquele dia em que tudo, afinal, vira monotonia. Foi então que surgiu o máximo divisor comum, frequentador de círculos concêntricos viciosos, ofereceu-lhe, a ela, uma grandeza absoluta e reduziu-a a um denominador comum. Ele, quociente percebeu que com ela não formava mais um todo, uma unidade. Era o triângulo tanto chamado amoroso desse problema, ele era a fracção mais ordinária. Mas foi então que Einstein descobriu a relatividade e tudo que era espúrio passou a ser moralidade, como, aliás, em qualquer Sociedade ..." Millor Fernandes 37 PASSATEMPOS 36 GRANDE COLÉGIO Estes três pares de desenhos parecem iguais. Na realidade, existem pelo menos seis diferenças entre eles. É um teste à tua capacidade de observação. Descobre-as. 5 O futuro começa hoje: somos finalistas! Assim, a Direcção do Colégio congratulou aqueles que almejaram e alcançaram médias finais extraordinárias, na voz da Dr.ª Dulce Machado e do Eng.º Rui Castro. No final da gala, todos os presentes foram convidados para um Porto d’ Honra, que teve lugar no Colégio onde decorreu, seguidamente, o jantar. Mais uma vez, no dia 19 de Novembro, o Colégio Paulo VI acolheu os alunos que terminaram o 12º ano, numa festa de homenagem seguida de um Porto d’ Honra e de um jantar muito animado. ANEDOTAS Um homem para Deus: — Deus, porque é que fizeste as mulheres tão belas? Deus: — Para vocês gostarem delas. Homem: — E porque é que as fizeste tão parvas? Deus:— Para elas gostarem de vocês. Numa relojoaria: - Quanto pede o senhor por este relógio? - Cinco euros. O mesmo que dei por ele. - Ora essa! Então onde tira o seu lucro? - Nos consertos. Diálogo entre soldados: - Não me incomodes. Não vês que estou a escrever à minha noiva? - E porque é que escreves tão devagar? - Porque ela não sabe ler depressa. Solução p. 35: J.K.Rowling Após vários dias de preparativos, emoção e ansiedade, Sábado acordou chuvoso e triste, rebatendo a alegria que se esperava… No entanto, não havia condições atmosféricas que fizessem esmorecer o entusiasmo de todos os que participaram neste evento. Tal como se verificou em anos anteriores, a Gala de Homenagem teve lugar no Auditório Municipal de Gondomar, durante a tarde, e contou com a presença de alunos, pais e, como não poderia deixar de ser, direcção, professores e funcionários do Colégio. A par da entrega de diplomas aos alunos, a festa foi temperada com vários momentos de entretenimento, desde ginástica acrobática, até aeróbica, passando pelo ballet. De salientar que todos os artistas estavam no seu melhor, pelo que, mais uma vez, é louvável a entrega e dedicação com que a organização, na coordenação da Profª Cidália Monteiro, e toda a comunidade escolar trabalhou para homenagear os alunos finalistas. Todos os momentos da gala foram harmoniosamente conduzidos pelos apresentadores – os professores Paula Ramos e João Vieira -, que animaram a tarde com a sua boa disposição e o seu savoir faire. Após a entrega dos diplomas a todos os finalistas, houve um momento dedicado ao sucesso dos alunos que obtiveram notas dignas de excelência. Ao som de músicas bem agradáveis e embebido no aroma gostoso da cantina, o jantar alongou-se entre encontros e abraços, sessões de fotografia e muita animação. Ainda a sobremesa não tinha sido provada, já professores e alunos testavam as suas noções de ritmo, dando um pezinho de dança. Mais uma vez, com esta celebração, se reitera a amizade, companheirismo e ambiente familiar, sempre presentes no Colégio Paulo VI. Prof.ª Raquel A. Silva Prof.ª Marta Rodrigues GRANDE COLÉGIO 6 PÁGINA DO INGLÊS From now on those who like to read and practice their English are welcome to join us in this page destined to Her Majesty’s language. Read it, criticise it and make any suggestion you find relevant. Obrigado, Prof. Mota... Quando uma instituição decide homenagear alguém, é porque esse alguém prestou um serviço de excelência nessa instituição, tendo-se distinguido pelo contributo inquestionável e legado aí deixados. Pelo menos, é assim que eu entendo as homenagens e as vejo como sendo um acto profundamente legítimo por parte de quem sabe reconhecer um excelente funcionário, neste caso, um excelente professor que marcou gerações de alunos que passaram neste Colégio. No passado dia 4 de Novembro, numa noite fria mas acolhedora pelo calor humano que se concentrou no espaço da cantina, uns quantos amigos, colegas, companheiros e familiares do professor Mota, decidiram juntar-se para o homenagear, numa noite que começou por uma sessão em que todos puderam ouvir o seu percurso de vida, contado como só ele próprio sabe contar, acompanhado por imagens de alguns dos momentos mais importantes da sua vida. Chorei a rir, quando o professor Mota contou as suas aventuras enquanto professor em S. Pedro do Sul, e senti as lágrimas aflorarem aos meus olhos, já num momento mais sério, quando o sobrinho do professor Mota, o Eng.º Rui The writer’s corner Activity on line W elcome to our writer’s cor- ner. All you have to do is guess the name of the writer we are talking about. For that read the following text attentively: Castro, falou e abraçou o tio, porque um abraço como aquele é a demonstração mais genuína de gratidão que alguém pode receber. Após isto, a homenagem prosseguiu com um belíssimo repasto que culminou com um brinde ao professor Mota e a leitura de um poema do poeta Fernando Pessoa, lido pela voz do professor Costa. Foi uma noite muito agradável e, se porventura era sexta-feira, final de uma semana de trabalho, acho que todos descontraíram ao máximo porque, ouvir o professor Mota, é um elixir perfeito para todas as maleitas do espírito. Um bem haja para si, meu AMIGO! Prof. Luís Cravo 35 Escola Global Em mais uma das muitas iniciativas do Colégio Paulo VI, estamos neste ano lectivo a dar continuidade à formação Escola Global iniciada no ano anterior. O objectivo principal foi criar um espaço para a discussão das inúmeras questões que se colocam diariamente aos pais e educadores, já que estamos certos de que educar é, sem dúvida, um desafio repleto de dúvidas e incertezas aliadas a uma grande capacidade de improvisar. No dia 18 de Novembro demos inicio a mais uma jornada com a primeira formação do ano subordinada ao tema “Educar, que respostas?”, convidando para oradora a Dr.ª Ariana Cosme, Professora da Universidade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, que partilhou connosco a sua experiência de largos anos na área da educação. Outras formações estão já agendadas, com o intuito de ir ao encontro das necessidades de alunos, pais e educadores. Escola Global: porque a escola é de todos e para todos! Dr.ª Daniela Alves She was born in Yate near, Bristol in England. At this time, her father, Peter, was an engineer for Rolls Royce and her mother, Anne, was half-French halfScottish.. Her sister, Diane, is about 2 years younger than her. In 1971 her father moved with his family to Winterbourne and some years later to Tutshill. She studied in England, graduated as a French teacher and came to teach English in Portugal. She met a Portuguese journalist and married him a few months after that. They had a daughter called Jessica, who was born in 1993. Things did not work out well with her husband. Therefore, they separated and she returned to England when Jessica was only 3 months old. Back in England, she wrote her first would-be success. She sent the manuscript to two agents without knowing them, only based on the fact that she liked their names. One of these two was immediately captivated by the manuscript and signed her on as his client within three days. It was the beginning of an escalade of best sellers. Who is she? This is me as a baby! Tradition says all children have to wear funny costumes such as those of witches, ghosts and monsters. Tradition says they all have to come out on the night of the 31st of October. Tradition says they have to go around their neighbourhood knocking on doors and saying: “Trick or treat?”. Tradition says if they get some sweets, they go home happy and, if not, they play a trick. Music spot Coldplay performed one of the best 2005 concerts. What an excellent way to end the year. The sound was perfect, the atmosphere exhilarating. The music filled the air. All you could hear was the sound of thousands of people singing along the themes chosen to be sung in this gig. Want some advice? Buy the CD… "Fix You" When you try your best, but you don't succeed When you get what you want, but not what you need When you feel so tired, but you can't sleep Stuck in reverse When the tears come streaming down your face When you lose something you can't replace When you love someone, but it goes to waste Could it be worse? Lights will guide you home And ignite your bones And I will try to fix you High up above or down below When you too in love to let it go If you never try you'll never know Just what you're worth Chorus Tradition says they must make Jack O’ lanterns out of pumpkins and place them at the window. Paulo VI followed this tradition and, once again, organized a pumpkin competition of HALLOWEEN. Once again, the students’ participation was great and the quality of their work improves year after year. Congratulations to all participants! Tears stream down your face When you lose something you cannot replace Tears stream down your face And I... Tears stream down on your face I promise you I will learn from the mistakes Tears stream down your face And I... Rogério Lopes, Guilherme Rocha, João Ferraz, Miguel Lourenço, 6º B NOSSO MUNDO 34 Racismo Mas afinal o que é ser racista? É alguém que considera inferiores outras pessoas de raça, religião ou etnia diferentes da sua. Devemos aceitar e respeitar a diferença, pois é essa diferença que enriquece e torna tão nobre a espécie humana. Muitas pessoas decidem ir para o estrangeiro para tentar ganhar mais dinheiro e ter melhores condições de vida. Procuram países ricos e civilizados, mas muitas vezes encontram países que não são nada civilizados socialmente. O racismo surgiu na Cultura Ocidental quando se começaram a escravizar as pessoas de raça negra, e tem-se prolongado até aos nossos dias. Exemplos flagrantes disso são a política de Hittler, que teve tantos seguidores, e que defendia uma raça pura - a raça ariana; o Apartheid, na África do Sul e um pouco por todo o lado os grupos de “ Skinheads”, assim como o Klu Klux Klan, na América. Halloween no Colégio terra natal o mais depressa possível. Para além das saudades, claro. Inês Martins, 7º A Catarina A. Soares, 7º B Migração O racismo pode manifestar-se através da discriminação, violência ou abusos verbais. Todos os anos há imensas manifestações racistas, a maioria delas contra a raça negra, que consideram inferior. GRANDE COLÉGIO—ACTIVIDADES Existem muitos imigrantes no nosso país, mas também existem muitos portugueses nos outros países. No entanto, a maioria é vítima de racismo e xenofobia no país para onde emigra. Depois de tantos esforços para conseguir viver noutro país, os imigrantes trabalham em sítios em que os residentes não querem mas, mesmo assim, a estes não lhes agrada que trabalhem lá porque, segundo eles, roubam-lhes o trabalho. Geralmente, os imigrantes sofrem de racismo em muitos sítios: no café, no restaurante, na escola, no trabalho…o que resulta, muitas vezes, em violência e até morte. Na minha opinião, o racismo é uma das coisas mais estúpidas que pode existir. Eu acho que as pessoas racistas, de facto, não devem ser lá muito inteligentes! Então agora uma pessoa por ser de uma raça diferente não tem os mesmos direitos que todos os outros? Toda a espécie de racismo e discriminação leva a que o imigrante nunca se consiga integrar na sociedade por muito que tente. Sentir-se-á sempre inferior em relação aos outros e nunca viverá em paz. E a liberdade religiosa, não é perfeitamente compreensível? Talvez esta seja uma das razões pela qual os imigrantes desejam constantemente voltar à sua Desabafo de um imigrante N o dia 31 de Outubro, no Amigos, deixei-os todos na Eslovénia. Também, como é que eu hei-de fazer amigos aqui se não sei falar a língua deles? A língua é um dos principais problemas, mas o dinheiro também. A minha família é de origem pobre e não tem possibilidades de me vir visitar. Eu também não posso pedir férias agora para ir à minha terra natal, pois ainda sou nova no emprego. Talvez quando conseguir juntar mais dinheiro, vá visitar os meus pais. Colégio Paulo VI, em Gondomar, alunos, professores e funcionários comemoraram o dia mais assustador do ano, o dia de Halloween. Bruxas, vampiros, feiticeiros e fantasmas invadiram salas e corredores, transformando o colégio num autêntico castelo assombrado. A curiosidade e o medo reinavam por todo o lado, sobretudo no hall de entrada do Colégio, onde bruxas e feiticeiros depositavam as suas abóboras enfeitiçadas, enquanto aguardavam pelo momento mais esperado: o Concurso das Abóboras. A abóbora número 28 foi a que revelou maior encantamento, enfeitiçando o júri, que lhe atribuiu o primeiro lugar. Assim, envolto num ambiente temeroso e assustador, o colégio viveu mais um dia de alucinante feitiçaria, contagiando todos os elementos da comunidade educativa. Por agora, vou ficar aqui neste supermercado. É um sonho trabalhar como arquitecta outra vez. Catarina A. Soares, 7ºB O Automóvel no espaço e no tempo No dia 11 de Novembro, a turma A do 9º ano realizou uma visita de estudo à exposição permanente “O Automóvel no Espaço e no Tempo”, do Museu dos Transportes e Comunicações, situado na Alfândega, no âmbito das disciplinas de História e Geografia. Sou imigrante. Nasci na Eslovénia. Neste momento estou a trabalhar numa caixa de supermercado. Eu, que me licenciei em Arquitectura, a trabalhar neste lugar! Foi muito difícil arranjar emprego, principalmente porque não percebo nada de Português. Por vezes, os clientes vêm pedir-me informações e eu não percebo o que eles dizem, é tão humilhante! 7 O nosso Magusto foi inspirador! O dia de S. Martinho É para divertir. Quando se assam as castanhas Toda a gente fica a rir. Ana Cristina Pinto, 5º D Ao longo do estruturas do evoluindo de mais eficaz e lação. tempo, as infraautomóvel foram modo a torná-lo acessível à popu- Com o passar do tempo, as pessoas começaram a aderir cada vez mais ao automóvel e, por consequência, as cidades transformaram-se. No dia de S. Martinho Está muito quentinho Há castanhas a assar Por isso, vamos festejar. Alexandre Duarte, 5º D Clube do Jornal Esta exposição conta a história do automóvel e da sua evolução, salientando a importância da sua invenção, feita por Benz em 1885/1886. Fala-nos também do seu impacto na indústria e na economia e no modo como conferia estatuto social a quem o possuía. Para além de todos os conhecimentos teóricos que se adquiriram, houve ainda oportunidade para uma sessão prática, na qual todos os alunos participaram, sobre a mudança de um pneu em caso de furo deste. Foi uma experiência divertida e a repetir. Bruna Anacleto Luana Lima Clube de Jornal 8 GRANDE COLÉGIO—ACTIVIDADES NOSSO MUNDO Visita de estudo ao Museu dos Transportes e Comunicações: duas visões Educar para o consumo: um caminho a traçar No passado dia quatro de Novembro, os alunos das turmas 7ºA e 7ºB do Colégio Paulo VI realizaram uma visita de estudo ao museu dos transportes e comunicações, na alfândega do Porto. As turmas dividiram-se em três grupos de aproximadamente vinte pessoas, e a cada grupo foi atribuído um guia. No início da visita, todos os grupos passaram por uma miniexposição sobre a evolução das tecnologias. Em seguida, depois de uma breve introdução, o guia levou-nos a ver todas as exposições e espaços existentes no museu: informática, expressão corporal, rádio (onde havia uns auscultadores nos quais ouvíamos os sons da rádio desde 1948 até aos nossos dias), jornalismo, televisão e ciências. Quando já estávamos todos com uma ideia sobre os espaços e a sua utilidade, cada grupo foi guiado até ao espaço de que iria usufruir. Ao grupo onde eu estava inserido foi dada a oportunidade de experimentar a oficina da televisão. Nesta oficina, o objectivo era aprender a montar um programa de t.v., usar imagens, trabalhar com as câmaras, controlar o som, entre outras actividades. Para este efeito, o guia deu alguns exemplos de como utilizar os aparelhos de imagem e som. No fim desta explicação, os alunos sentaram-se nas bancadas do público enquanto alguns se voluntariavam para participar no programa como convidados e apresentadores; outros foram para a sala de produção – régie -,também houve camera-men e, os restantes, ficaram como público. Depois de uma pequena discussão, os temas escolhidos para o programa JJ foram os seguintes: a gripe das aves, a poluição, a violência doméstica, a escola (prós e contras), o futebol e as artes (que seriam representadas por uma dança). 3... 2…1… e … estamos no ar! Depois de uma série de ensaios estávamos finalmente a gravar o nosso programa. A gravação decorreu sem problemas de mais, apenas algumas gafes, uns poucos gaguejos, mas nada mal para uma primeira vez. Todos foram entrevistados, até na plateia, e o programa foi um sucesso! Aos poucos, fomos saindo e o guia levou-nos para outro espaço: expressão e imaginação corporal. Nesta oficina, a ideia era exprimir sentimentos, emoções, representar frases e objectos através de sons e mímica. Ao princípio, o guia realizou connosco uma actividade em que cada um de nós seria um instrumento. Isto é, produzimos sons através de palmas, batidas, grunhidos, cantando e de muitas outras formas, formando uma banda corista perfeita. A segunda actividade que fizemos foi mímica através de pequenas expressões, para a qual nos preparámos vendo um vídeo dos Umbilical Brothers. Nesse vídeo, os dois artistas fingiam lutar com uma mosca e, enquanto um fingia, o outro fazia sons que descreviam as acções do primeiro. Depois deste momento, representámos, então, por gestos e sons, as pequenas frases que nos calharam na sorte. Sexta-feira, quatro de Novembro, era chegado o dia da tão esperada visita de estudo, ao Museu dos Transportes e Comunicação, na Alfândega, para visitar e participar na exposição da Comunicações – oficina de teatro, jornal e televisão. Eu já conhecia o espaço mas nunca lá tinha estado como se fosse uma aula de Língua Portuguesa, por isso, a excitação era maior do que a curiosidade. Por volta das catorze horas, viajamos rumo ao Museu da Alfândega. Eu, alguns colegas e a professora fomos numa camioneta pequena. Durante a viagem ouvimos música e depressa chegamos ao destino. Já na exposição fomos divididos em grupos. O meu grupo começou pelo jornal. Aqui, vestimos a pele de jornalistas por um dia e investigamos vários assuntos, entre os quais, o desporto. Foi uma experiência única, fechar um jornal com uma notícia de última hora. A sociedade de consumo A sociedade do século XXI é, por excelência, uma sociedade puramente consumista, isto é, uma sociedade que consome bens supérfluos continuamente, sem controlo e sem limites. Mas, que razões levam as pessoas a comprar, por comprar? A resposta a esta questão reside sobretudo na publicidade, muitas vezes enganosa, que nos influencia de forma determinante. Todos os dias, somos bombardeados por anúncios e reclames que nos dizem como devemos agir, que roupa devemos vestir, que produtos devemos comprar! O resultado? Uma sociedade materialista assente em estereótipos. Por outro lado, mesmo em “época de crise” o consumo não diminui. Isto deve-se sobretudo à contracção de empréstimos e ao chamado “crédito por telefone”, simples, rápido, sem porquês, mas que exige o pagamento de juros altíssimos, obviamente não mencionados no anúncio publicitário. O facto é que, cada vez mais, compramos simplesmente para satisfazer um capricho, para seguir uma tendência de moda, para ultrapassar um dia mais difícil ou simplesmente pelo prazer de ter algo novo (se possível de marca!). Desta extrema vontade de comprar nasce uma sociedade em que sapatilhas, roupas, carros jóias e perfumes são usados na tentativa de preencher o vazio de valores pessoais e intelectuais de cada um. Por outro Esta visita activou os horizontes, alargou os nossos olhares e filmou o momento didáctico dos alunos do sétimo ano do Colégio Paulo VI. Luís Oliveira, 7ºA Pedro Filipe Ferro, 7ºB lado, as rígidas convenções sociais conduzem a uma sobrevalorização das marcas, cada vez mais apreciadas e cobiçadas, tanto ao nível do vestuário, como das tecnologias ou dos automóveis. Estes produtos, apesar de acompanhados de preços muitas vezes exorbitantes, fazem as delícias dos compradores, conduzindo ao endividamento das famílias. Finalmente, uma das mais preocupantes consequências do consumismo é o desenvolvimento de uma sociedade materialista, fútil, em que a aquisição de bens é, não um meio para atingir a realização pessoal, mas sim um fim! Depois, fomos ver como se faz um programa de televisão e fomos repórteres, mas o nosso pouco à vontade foi um entrave para a reportagem. No entanto, valeu a experiência da descoberta do verdadeiro sentido da comunicação. Este espaço museológico viveu mais um dia a agitação e a descoberta de novos talentos na comunicação. Foi uma aula diferente, vivida com mais intensidade e repleta da plena capacidade do comunicar/comunicação. Ainda antes de regressarmos ao colégio, fomos a uma pequenina loja do museu, onde existia uma maqueta do edifício da alfândega, e uma bicicleta com dois volantes e sem pedais. 33 Em suma, numa sociedade de consumo as pessoas não compram para viver, mas vivem para comprar! De cada vez que ligares a televisão e algum anúncio te seduzir pelo baixo preço ou pelas facilidades de compra, lembra-te que as publicidades nunca são feitas a pensar nos consumidores, mas sim nos produtores e, o mais importante, não te deixes enganar pois neste mundo...ninguém dá nada a ninguém! Miguel in «Pública», n.º 330 / 22 de Setembro de 2002, pág. 60, Público 4568 Ana Isabel Heleno Maria Inês Pedroso Clube do Jornal PÁGINA DA SAÚDE 32 atento à voz dos sentimentos e do coração do outro e responder a essa voz. a partilha da responsabilidade deve estar presente tanto para evitar riscos como para assumir as suas eventuais consequências. E é este último ponto que, apesar da informação, os nossos jovens continuam a esquecer ou ignorar… É triste ver os nossos jovens, alguns ainda tão novos, em práticas sexuais para as quais não estão preparados nem física nem psicologicamente. Quantas relações antes do tempo deixam marcas negativas para toda a vida. Quantos problemas físicos e psicológicos resultantes de situações complicadas com as quais não se está preparado para lidar. A sexualidade é uma capacidade da qual podemos desfrutar ao longo de toda a nossa vida no entanto devemos sempre usufruir desta aptidão de forma responsável e positiva. Prof.ª Paula Ramos A adolescência A adolescência é uma fase e também um “estado de espírito” que só sentimos uma vez na vida. Muitos acham que a adolescência é uma fase muito boa, inesquecível, e que traz óptimas recordações, como o primeiro namorado, a primeira saída à noite … e muitas mais. Outros consideram a adolescência a pior época, pois é nesta altura que algumas pessoas aderem às drogas e aos gangs. Alguns adolescentes que se sentem sós, incompreendidos, frustrados e passam a vida a discutir com a família – pois dizem já não ser nenhumas crianças -, recorrem às drogas e entram por maus caminhos. Estes adolescentes pensam que, ao fazêlo, se livram finalmente dos pais e se tornam independente. É exactamente o contrário! Ao se começarem a drogar tornam-se escravos de um vício que lhes pode destruir totalmente a vida. Esquecem-se que ser adulto também é ter capacidade de decidir quando estamos a correr um risco, e ser capaz de tomar a opção correcta. Outro problema na adolescência, principalmente nas raparigas, é a anorexia. As meninas que têm esta doença sofrem de um grave distúrbio psicológico que pode causar a morte. As raparigas anorécticas ficam obcecadas com o peso e fazem de tudo para emagrecer; mesmo quando já estão magras, continuam a ver-se gordas. Eu penso que cada um tem a sua forma e o seu peso e não é preciso fazer “uma tempestade num copo de água” por causa de uns quilinhos a mais. A adolescência é uma fase em que já não se é criança, mas também ainda não se é um adulto. Nesta altura, uns dias acordamos muito bem-dispostos e a vida parece-nos cor-de-rosa; noutros dias acordamos de mau humor, discutimos com toda a gente e nem nos apetece ver o sol. Eu sei que os nossos pais nos adoram e que lhes custa ver-nos crescer mas, de facto, por vezes, tornamo-nos um pouco irritantes. Eu considero que quando estamos na adolescência devemos pensar que todos vão passar ou já passaram por esta fase, e quando formos adultos até nos vamos rir de algumas coisas que agora são a maior preocupação da nossa vida. Catarina A. Soares, 7ºB GRANDE COLÉGIO—ACTIVIDADES Tratar da Saúde Este ano, realizou-se mais uma vez a Quinzena da Saúde entre os dias 14 e 25 de Novembro em colaboração com várias entidades locais. Durante este período foram realizadas várias actividades de modo a incentivar a comunidade escolar a adquirir hábitos mais saudáveis, tendo sido a alimentação, a poluição e a sexualidade os temas abordados. Entre os dias 14 e 19 foram distribuídos nos tabuleiros da cantina, informações sobre os diferentes nutrientes que ingerimos no nosso dia-a-dia, assim como se implementou a venda de fruta no bar. Já nos dias 16 e 17 realizaram-se duas palestras, a primeira intitulada “A sexualidade e a adolescência”, para o 6º ano, orientada pela Enfermeira Ermelinda. A segunda palestra, para o 8º ano de escolaridade, subordinada ao tema “A influência da poluição na saúde”, foi elaborada pela Dr.ª Ana Padilha, Dr.ª Rosabela Baptista e Dr.ª Selma Ferraz do Centro de Saúde de Gondomar e Foz do Sousa. Por fim, foi realizado um rastreio visual durante os dias 16, 17 e 21 que envolveu o 1º ciclo e o 5º ano. No decorrer destas duas semanas, várias actividades, experiências e curiosidades foram proporcionadas à comunidade escolar, de modo a sensibilizar para a importância de uma vida mais saudável. Boa saúde e até para o ano!! Prof.ª Ana Cristina Fidalgo 9 Assembleia na Escola: ser-se em português No dia 8 de Maio de 2006, realizar-se-á, à imagem do que tem acontecido, a sessão do Parlamento Jovem na Assembleia da República. Este dia tem como principal objectivo incentivar os alunos a participarem num excelente desafio: o de viverem um dia na pele de um deputado! Com a orientação das professoras Vera Pimenta e Leonor Pinto, os alunos participantes realizarão um projecto de recomendação sobre o papel língua portuguesa no mundo. Foi precisamente para nos falar deste tema que esteve connosco o deputado do Bloco de Esquerda João Teixeira Lopes, que, com a sua simpatia, nos falou acerca da diversidade linguística que a própria língua encerra, sublinhando a importância dessa variedade por ser um ponto de união entre povos. O deputado portuense salientou, ainda, que a língua portuguesa para além de ser usada como troca de experiências entre os falantes do português, serve também como meio de comunicação entre diferentes povos no plano diplomático. Não esqueçamos que a nossa língua está presente nos cinco continentes! Quanto ao Projecto elaborado por nós, depois de uma rigorosa selecção dos trabalhos de cada região do país, as Direcções Regionais de Educação procederão ao envio dos trabalhos para a Assembleia da República. As escolas seleccionadas terão de eleger os deputados que representarão a respectiva escola. O que é o Natal? Quando, finalmente, chegar o grande dia, os nossos dois deputados representarão orgulhosamente o nosso ilustre Colégio, expondo as suas ideias com brilhantismo e determinação. Será que é a felicidade que se vê na rua? Será que é a tristeza? Será que é um dia normal como os outros? Será que é uma tradição, para estarmos com a família? Será pelas prendas que recebemos? Será a neve que se vê? Será as casas enfeitadas? Será que é a brincadeira? Será um dia criado para nos reunirmos? Será que é o amor? Será que é a paz? Ou então, deve ser tudo isto! Karla Gonçalves, 10ºD Pedro Moura, 5ºC De 6 a 24 de Março e de 18 a 21 de Maio, terão lugar as reuniões de preparação para o grande dia, nas quais participarão os “deputados jovens” eleitos pelas escolas participantes. No Natal a Alegria está no ar. Temos todos de esquecer A guerra, em todo o mundo e Lembrar a paz. Nós devemos melhorar o mundo. A alegria, a paz e o amor. Todos temos de lembrar que, Em cada Natal, as pessoas deviam estar: Reunidas, alegres, pacíficas a Rir às gargalhadas. Sempre. Até ao ano seguinte. Guilherme Henriques, 5ºD 10 PÁGINA DA SAÚDE GRANDE COLÉGIO—ACTIVIDADES Bananas com açúcar para uma tarde de Natal Eu dou… Tu dás… Ele dá… Nós damos Mais uma vez o nosso Colégio se incumbiu da nobre missão de promover uma campanha de solidariedade para com os orfanatos da Granja e de Águas Santas. O dia quinze de Dezembro de 2005 foi o escolhido para a realização, como já é praxe do colégio, de mais uma festa de Natal, que teve palco na Cripta da Igreja dos Capuchinhos. Ao início da tarde desse dia, enquanto os membros do colégio se dirigiam para a Cripta, as turmas participantes ainda faziam os últimos ensaios para que tudo corresse na perfeição. Aos poucos a sala foi-se enchendo de público expectante e daí a pouco envoltos de algum nervosismo e ansiedade as primeiras turmas que iam sendo anunciadas aos espectadores começavam a actuar. Actuação após actuação, as turmas iam subindo ao palco apresentando o trabalho que desde cedo haviam preparado não sendo apenas números de dança ou canto mas também com apelos de solidariedade, sendo que os participantes se portaram todos de acordo com as expectativas. Contudo, os números iam desfilando e com eles as horas passaram rapidamente, trazendo consigo o desfecho desta tarde. A festa de Natal culminou finalmente com a actuação dos professores e funcionários que protagonizaram a peça a que deram o título de “Bananas com Açúcar”, que havia prendido o público aos lugares para ver esta tão aguardada representação. Terminadas as apresentações, chegara também a hora do fecho da festa que promete voltar ainda melhor para o ano. Fazendo jus aos anos anteriores, a comunidade escolar mobilizou-se para que as crianças menos afortunadas pudessem ter um Natal mais feliz. Assim, deu-se início a uma campanha no âmbito da recolha de bens alimentares, vestuário e, para não destoar da época natalícia, presentes. Como seria de esperar, a adesão foi grande, atingindo-se os objectivos propostos. No dia 13 de Dezembro, um grupo de alunos acompanhado por alguns professores, procedeu à entrega dos bens em ambos os orfanatos, tornando o ambiente mais festivo. A tarde começou com um alegre convívio entre os alunos do colégio e as crianças dos orfanatos, seguindo-se a tão ansiada entrega de prendas. Depois de tanta azafama, nada melhor que um belo lanche para acabar a tarde em grande! E como tudo o que é bom acaba depressa, esta tarde não foi excepção. Era hora de voltar para casa… Depois deste gesto, o Natal ganhou outro sentido, adivinhando-se nova visita para o próximo Natal. João A. Fonseca Clube do Jornal João A. Fonseca André Pereira Clube do Jornal 31 Reflexões sobre sexualidade e afectos “Os jovens são apaixonados, irascíveis, capazes de ser levados pelos impulsos, sobretudo os impulsos sexuais… em relação aos quais não exercem nenhum autocontrolo. Além disso são volúveis e instáveis nos seus desejos, os quais são tão transitórios como veementes…” Aristóteles S abe-se que todos nós somos seres sexuados e que existe sexualidade nas crianças, jovens e idosos. Estudos científicos no âmbito da sexualidade, operados nas últimas décadas por um vasto número de áreas, tais como: a biologia, medicina, antropologia, história, psicologia, sociologia, ética e filosofia, permitiram a organização de um conjunto de conhecimentos extremamente ricos e de grande complexidade. A sexualidade deixou de ser sinónimo de reprodução, de pecado e de impureza para passar a fazer parte integrante dos afectos, do prazer, da comunicação interpessoal, da paternidade e maternidade responsáveis. Se nós fossemos seres assexuados, produziríamos clones de nós próprios e seríamos potencialmente imortais como o são ainda hoje, muitos seres unicelulares. Mas a evolução empurrounos para um destino em que a nossa sexualidade é a causa da nossa grande diversidade e da nossa mortalidade. Mas quanto ganhámos em afectividade??!!!... De entre muitas definições de sexualidade, passo a citar a adoptada pela Organização Mundial de Saúde: “A sexualidade é uma energia que nos motiva a procurar o amor, contacto, ternura, intimidade; que se integra no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados; é serse sensual e ao mesmo tempo sexual, ela influencia pensamentos, sentimentos, acções e interacções e, por isso, influencia também a nossa saúde física e mental”. Deste modo, de uma forma clara e concisa, penso que se pode definir sexualidade como um conceito permanentemente interligado com os processos biológicos, psicológicos, afectivos e sociais. a eventual superficialidade de alguns valores dominantes. Os valores devem dar sentido e significado à nossa vida. Devem também orientar as nossas decisões. A sexualidade é um percurso variável de indivíduo para indivíduo sujeito à influência de numerosos factores sócioculturais e às particularidades individuais do desenvolvimento físico e psico-afectivo. Assim, é importante que os adolescentes e os jovens identifiquem os valores da família, os valores das pessoas que os rodeiam e os seus próprios valores. Quanto a este tema as dúvidas surgem desde cedo na vida de um indivíduo, mais evidentes na puberdade. Tanto para os rapazes como para as raparigas, uma das tarefas mais difíceis de realizar, nessa altura, é a de lidarem com a sexualidade nascente e ajustarem-na ao seu sentido de identidade e aos seus valores, sem conflitos ou ansiedades excessivos. As mudanças físicas que vêem acontecer no seu corpo, as ideias novas que lhes chegam à mente, os sentimentos e impulsos que experimentam confundem-nos. A criação de laços afectivos é uma necessidade inerente ao ser humano. No entanto, no que respeita à sexualidade existem valores fundamentais que não devem ser esquecidos: a igualdade entre os sexos é um valor que assenta nos direitos humanos e pressupõe a exclusão de desigualdades e assimetrias de poder nas relações entre sexos. a sinceridade é, também, um valor de grande importância. Dizer com verdade o que se pensa e sente transmite confiança e segurança à “outra pessoa” e é uma forma de a respeitar e de a valorizar. É importante que descubram quais são os seus próprios valores, e analisem as possíveis contradições ou incoerências e a ternura, a comunicação e a partilha dos afectos permitem maior plenitude no encontro com outra pessoa. É preciso estar 30 Harry Potter e o Cálice de Fogo O novo filme do jovem feiticeiro mais famoso do Mundo já está nas salas de cinema mais próximas de ti. Daniel Alan Radcliffe representa, como sempre, Harry Potter, acompanhado dos antigos actores, excepto do que interpretava o papel de Dumbledore, que faleceu após o segundo filme Harry Potter e a Câmara dos Segredos -, e que, para muita tristeza dos fãs, foi obviamente substituído. Mais uma vez, no novo filme, assistimos a um emocionante jogo de Quidditch, no Campeonato Europeu entre a Bulgária e a Irlanda. No filme, para se poder entrar num importante Concurso de Magia que se vai realizar em Hogwarts, é utilizado um cálice que selecciona três estudantes que tenham pelo menos dezasseis anos. Alguém coloca o nome de Harry Potter no cálice; este, surpreendentemente, não o rejeita e, mesmo tendo apenas catorze anos, Harry é seleccionado como quarto concorrente e tem que participar na competição. ARTES E LETRAS Harry enfrenta desafios muito perigosos e assustadores como dragões, monstros subaquáticos e, novamente, Lord Voldemort, cujos seguidores conseguem trazer ao mundo dos vivos e que, como sempre, quer matar Harry. Quando Lord Voldemort “ressuscita”, consegue encurralar Harry e reunir os antigos aliados. Harry vê-se a enfrentar Lord Voldemort e a ter que encontrar uma forma de voltar a Hogwarts. Felizmente o protagonista, com a ajuda dos amigos, arranja, como sempre, maneira de se salvar. É natural que as pessoas mais assustadiças se arrepiem em certas partes do filme. O realizador e os actores conseguiram materializar – até certo ponto – o que imaginei quando li o livro. Achei o filme incrível, emocionante e um pouco mais assustador que os outros. Nuno Tiago, 6ºA MTV EUROPE MUSIC AWARDS 2005 No passado dia 3 de Novembro, como vem sendo hábito, a MTV organizou a entrega dos prémios dos EMA (Europe Music Awards) que, este ano, decorreu em Portugal, mais concretamente em Lisboa, no Pavilhão Atlântico. A capital portuguesa foi a escolhida de entre cidades como Paris ou Copenhaga, candidatas também à organização do evento. O anúncio da cidade seleccionada foi proferido pelo presidente da MTV Networks Europe,que pres- GRANDE COLÉGIO—ACTIVIDADES tou vários elogios à cidade de Lisboa. A capital portuguesa seria o cenário perfeito para a realização deste conceituado evento, uma vez que conjuga riqueza histórica, arquitectura e espírito cosmopolita. O Natal de Nemo Tivemos, além disso, o prazer de acolher grandes cantores mundiais e excelentes bandas como: Madonna, Robin Williams, Cold Play, The Gift, The Weasel, Boss AC ou Shakira. Os grandes vencedores foram os seguintes: Assim decorreu a 12ª edição dos EMA, com Lisboa a suceder a Roma, Edimburgo e Barcelona, entre outras, na lista das cidades organizadoras. Helena Rocha Márcia Bernardo Clube do Jornal Era uma vez… Era uma vez um Pai Natal. Era gordo e tinha longas barbas brancas aos caracóis. O Pai Natal era muito dorminhoco, só pensava em dormir, dormir, e a sua mulher, a Mãe Natal, começava a ficar preocupada, porque ele só dormia. E o trabalho? Quem ia dar as prendas às pessoas de todo o mundo? E se o Pai Natal adormecesse no trenó? O que iria acontecer? Lisboa foi o centro de todas as atenções: eram esperados mais de cinco mil visitantes e cerca de oitocentos jornalistas! Pela televisão, cerca de mil milhões de pessoas acompanharam este prestigiado espectáculo. melhor artista pop – The Black Eyed Peas; melhor artista hip-hop – Snoop Dogg; melhor artista rock – Green Day; melhor artista alternativo – System of a Down; melhor artista R&B – Alicia Keys; melhor vídeo – The Chemical Brothers, «Believe»; melhor artista feminina – Shakira; free your mind award – Sir Bob Geldof; melhor artista masculino – Robbie Williams; revelação – James Blunt; melhor canção – Cold Play, «Speed of Sound»; melhor artista português – The Gift; melhor grupo – Gorillaz. 11 O Natal do Nemo é cheio de alegria e animação. O dia 24 de Dezembro é um dia muito especial. Nemo recebe os seus avós, tios e primos para consoarem juntos. O jantar é servido na melhor gruta do fundo do mar, que é a grande gruta de cristal, mesmo pertinho do velho barco azul que por ali naufragou há trinta anos atrás. Foi o recreio dos pais do Nemo e, agora, do filho que lá brincava com os amigos, às escondidas, caçadinhas e à batalha naval… A mãe de Nemo recebeu um lindo colar de pérolas; o pai um relógio feito de pedaços de rocha vermelha e ele, uma caixa de jogos que o pai retirara do velho barco azul. Depois de muita agitação na preparação da comida, a noite chegou. Na mesa encontravam-se deliciosos bolinhos de areia, salpicados de espuma, e o jantar estava delicioso. Algas verdes e vermelhas servidas em conchinhas redondas e para beber, água do mar, servida em grandes búzios amarelos. Depois, todas as crianças foram dormir para acordar bem cedinho, pois queriam abrir os seus presentes. A manhã chegou e também a confusão e a alegria de abrir os presentes. Espalhados pela gruta, encontravam-se conchinhas brancas e castanhas. Nemo procurou a sua. Foi uma alegria. Nemo estava feliz. O seu pensamento viajou por mares desconhecidos e lembrou-se de todos os peixinhos pequenos que habitavam aquele imenso oceano. Seria possível todos os outros peixinhos estarem tão felizes como ele? Alexandra Salvador, 8º A Jorge Moura Silva, 7º A Pedro Carvalho, 6º B Mas não era este o único problema. O Rodolfo também estava muito em baixo, quase nem se mexia, não comia, não queria fazer nada. O Pai Natal, como estava a dormir, ainda não tinha reparado mas, mal o avisaram, foi logo ter com a sua rena de nariz vermelho. O Rodolfo levantou-se imediatamente quando o Pai Natal lhe fez uma festinha. Ficou logo alegre e contente. O que o Rodolfo queria era o carinho do Pai Natal, que se tinha esquecido dele por passar os dias a dormir. Daí em diante o Pai Natal passou a dormir menos e a dar mais carinho às suas queridas renas. Há vários casos, na vida real, em que os pais estão sempre a trabalhar e esquecem os filhos. Não o devem fazer, porque, tal como o Pai Natal estava sempre a dormir e o Rodolfo ficou ressentido, também as crianças se ressentem da ausência dos pais. Sara Fonseca, 5ºD DESPORTO 12 O ARTES E LETRAS Desporto para todos! início de um ano lectivo traz sempre algo de muito bom. É hora de reencontros e de voltar a lutar por objectivos comuns. Tal volta a acontecer no Desporto Escolar. Mais uma vez, o “Desporto Para Todos” ocupa um papel central no Colégio, dando assim a hipótese de prática de diversas modalidades: - Ginástica Acrobática (Treinos3ª, 4ª e 5ª feira) Professor responsável - Sá; - Ginástica Aeróbica (Treinos2ª, 4ª e Sábado) Professor responsável - Salomé Mourisco; - Voleibol (Treinos- 2ª, 4ª e 6ª feira) Professores responsáveis - Jorge Júnior, Sérgio Botelho e David Barbosa; - Futsal (Treinos- 3ª e 5ª feira) Professor responsável - José Dias; - Natação (Treinos - 5ª feira de manhã) Professor responsável Pedro Cunha. É notório o crescimento e importância da Ginástica Acrobática, os resultados obtidos no passado e as excelentes exibições realizadas em festas do Colégio tiveram o seu impacto e conseguiram cativar mais atletas, sendo de esperar ainda uma melhoria considerável, dado o afinco e empenho com que “lutam” e treinam durante a semana. A Ginástica Aeróbica também promete, conseguiu captar alunas e alunos para uma prática de uma actividade que, cada vez mais, está na moda. De certeza que muita gente ficará impressionada com o resultado final. O Futsal é uma modalidade que tem sempre alunos dispostos a participar. Está largamente implementada no Colégio e os treinos decorrem com grande empenho e participação de alunos. A Natação ocupa cada vez mais um papel importante no panorama do desporto escolar. Já são alguns os alunos que estão dispostos a participar neste desporto, tão competitivo e exigente. O Voleibol ocupa novamente um lugar especial no Desporto Escolar. Sempre foi uma modalidade de grande expressão no Colégio e continuará a ser nos próximos anos. Alunos e professores dão diariamente o seu melhor para atingir patamares elevados. É inegável que o Voleibol possui ingredientes enriquecedores do vocabulário motor da criança constituindo um meio formativo por excelência e é precisamente nesta linha de entendimento que surge o Gira-Volei (novidade no desporto praticado no Colégio), enquanto perspectiva de abordagem do jogo, e que sem deixar de contemplar a estrutura basilar do jogo de Voleibol, não deixa, de constituir uma forma divertida da prática desportiva, promovendo o papel pedagógico do jogo que é a obtenção de êxito e prazer nas crianças. O Gira-Volei tem vindo a expandir-se a nível geográfico e a conquistar adeptos e praticantes. Devido ao impacto social e educativo desta iniciativa junto de Autarquias, Escolas, Associações e outras estruturas associativas e culturais, até ao momento aderiram ao projecto 1.500 centros onde só na última época estiveram envolvidas 119 cidades e vilas e 36 concelhos. Assim, o Colégio não poderia deixar de apostar nesta modalidade tão cativante… Os treinos já decorrem à 4ª feira e ao sábado e a evolução e motivação dos alunos é notória. Como referimos no número anterior do nosso jornal, o Colégio tem as condições para sustentar um projecto cada vez mais forte ao nível do desporto escolar, quer ao nível do voleibol, da acrobática, ou de qualquer outra modalidade. Para tal é imperativo que os alunos apareçam em massa aos treinos e que integrem as diversas equipas. Deixamos daqui um apelo a toda a comunidade escolar: apareçam para treinar e verão o que andaram a perder e desperdiçar até agora...Não vão ser os treinos que vos farão baixar as notas, pelo contrário, criarão novos e melhorados hábitos de estudo de forma a conciliar o prazer de praticar desporto com as vossas obrigações escolares. Venham daí... Prof. Sérgio Botelho Auxiliar os alunos na difícil tarefa de materializar os seus pensamentos em escrita e desmitificar a sua excessiva dificuldade, é o objectivo do clube “Qualquer texto é um pretexto”. Aqui se mostra como é possível, em dois exemplos diferentes. Profª Marta Rodrigues Diante desta folha branca com longas riscas laranja, não sei o que hei-de escrever, de imaginar. Sei que tenho ideias, mas elas, matreiras, não se apresentam. Tenho que escrever prosa ou poema. De desabafar, de me libertar. Escrevi sobre a amizade. Escrevo agora sobre o mundo, a pobreza, a gratidão. Um sentimento ou um problema? Sem dar por mim, tenho uma longa folha, preenchida de letras, de desabafos, para ler e relembrar como é escrever um poema. Maria Francisca Amorim, 6ºA Perante esta folha branca, as palavras custam a nascer dentro de mim. Não sei o que hei-de escrever. Vêm-me tantas ideias à cabeça… E olho para o meu lápis em busca de alguma inspiração. Hum… Acho que vou escrever sobre o prazer da escrita. Uma pessoa que esteja sozinha, numa casa ou numa sala, se tiver consigo papel e caneta nunca se sentirá só. Uma folha de papel pode ser o amigo que todos procuramos. Compreensível, secreto, pode levar-nos até onde quisermos. Com uma folha de papel e uma caneta podemos sempre criar um amigo imaginário e ficar horas a fio a falar com ele. É um amigo a quem podemos contar tudo o que desejarmos, pois ele manter-seá sempre leal. É óptimo podermos contar com este novo amigo que nasce na folha de papel, é- -nos muito útil desabafar com alguém que é nosso amigo e nos compreende. Ana Isabel Köch, 7º A A notícia que propomos que leia, de seguida, não é verdadeira! No entanto, muitos gostariam que o fosse. Com o propósito de praticar as marcas específicas do texto predominantemente não literário, na variante NOTÍCIA, eis o que a fusão de diversas realidades actuais conseguem originar, quando associadas à criatividade. Prof.ª Raquel Almeida Silva Bin Laden é apanhado… a fazer compras Bin Laden, o terrorista mais procurado do mundo, foi apanhado, ontem, no Centro Comercial Dolce Vita das Antas, no Porto. A captura foi confirmada pela GNR. Como? Simples… falta de munições. Depois de atacar uma empregada de balcão por não lhe vender uma mini saia, Osama Bin Laden chamou a polícia depois de ter exigido o livro de reclamações e este não lho ter sido dado. A polícia reconheceu-o pelas metralhadoras que trazia nas botas. Iniciou-se um desagradável tiroteio entre a polícia de choque e o famoso terrorista. Duas pessoas foram mortas e 17 ficaram gravemente feridas. A população foi obrigada a intervir, arremessando sacos de compras e mesmo telemóveis. Bin Laden ficou sem munições e foi gravemente ferido, sendo fácil à polícia capturá-lo. O terrorista foi enviado para junto das autoridades Iraquianas e a sentença imediatamente decretada foi a pena de morte. Todas as pessoas do mundo agradeceram a Portugal e este país deixou de ser considerado um “país de 3º mundo”. Miguel Marantes e André Silva, 8º C 29 Escrever… Escrever não é para mim um passatempo, uma forma de preencher todos estes tempos vazios de sentido em que me pergunto o que faço neste mundo. É uma necessidade, um constante apelo que vem do meu interior. As múltiplas personagens que vivem dentro de mim lutam para sair, querem ter uma vida própria. Já que ir além do papel é ir além do sonho, nada mais posso fazer do que registar as suas vidas num fundo branco, esperando um dia poder dar-lhes algo mais. Entretanto, vou forçando a caneta a marcar o papel (parece tão mais fácil criar algo com a ajuda da imagem que tenho em mente) … esperando ser descoberta, vou procurando fontes de inspiração, algo que me ajude a concretizar todas estas vidas que habitam a minha imaginação. Sonhar o que nunca se viveu, descrever o que nunca se sentiu, reviver um passado que nunca existiu e exprimir tudo isso para o papel não é fácil. Mais difícil ainda é conseguir que outros ouçam o que tenho para contar. Mesmo assim não desisto, lentamente hei-de conseguir ser ouvida. E se não for, nada terá sido em vão, não terá sido uma perda de tempo, afinal escrever não é para mim um passatempo. Sara Ranchordás, 12ºB Visitem o site http:// ourules.no.comunidades.net que criei com a Joana Alves e onde cada mês exploramos um tema diferente e sugerimos filmes, livros, uma banda e muito mais. Para consultar os meses anteriores consultem http:// ourules.blog.comunidades.net. 28 ARTES E LETRAS PORTA ABERTA Leitura Infelizmente, nos dias de hoje, a leitura ainda surge quase como uma actividade elitista, a que só os mais afortunados se dedicam. Este panorama não tem justificação possível, uma vez que vivemos na era da informação e todos temos acesso à leitura. Assim sendo, o que encontramos com maior frequência são estudantes e ex-estudantes que leram e lêem por obrigação, não encontrando satisfação e interesse algum em ler. É frequente saber-se de pessoas instruídas, que optam por ler paraliteratura, uma vez que esta se caracteriza por uma maior facilidade de compreensão e maior adequação ao nosso quotidiano. Aqui coloca-se uma questão fulcral: Onde é que nós, professores, erramos? Sim, porque qualquer bom livro é universal e intemporal, e todas as grandes obras encerram em si um universo de significações, simbologias e aprendizagens. Parte-se do princípio que é na escola que os futuros leitores têm o seu primeiro contacto com a literatura e, deste modo, cabe aos professores orientá-los da melhor forma possível, para que dela possam usufruir. É a escola que ensina a ler, porque, de um modo generalizado, é nela que aprendemos a “fazer sentido, literalmente, com a palavra escrita;” (PENNAC, Daniel, Como um romance). É na escola que aprendemos a associar sentidos aos diversos textos, sentidos não só dos textos em si, mas de nós mesmos. Assim, a nossa postura como leitores passou a estar ligada à escola. Não podemos cingir a aprendizagem da leitura à escola, mas, de facto, uma maioria significativa de leitores deve-o a esta instituição. Ler permite-nos conhecer o eu, o outro e o mundo. Ao ler, o leitor foge do eu, do aqui e do agora, refugiando-se num outro mundo. Um livro é algo de extraordinário, e não deve ser descurado o seu papel como companheiro, seja em que altura e momento da vida for. “Poucos objectos suscitam, como o livro, um sentimento de propriedade absoluta.” (PENNAC, Daniel, idem), e é este sentido de propriedade e união com o livro que nos fez e faz crescer e desabrochar, sempre alimentados pela sede de conhecimento e identificação com o outro e com o mundo. A par desta componente, a leitura, além de desenvolver as capacidades intelectuais dos alunos, contribui para o estudo e informação. O trabalho dos professores direcciona-se para os alunos, para o modo de os motivar para o conhecimento, de modo a contornar o risco de os ter a não conseguirem captar a essência de um texto. Arvoro, então, como professora de Língua Portuguesa, a necessidade de promover a realização humana e comunitária dos educandos, fitando, num sobreerguimento de objectivos, o crescer, no aluno, da sua personalidade, apoiando a formação do carácter e da cidadania, que lhe proporcione um equilibrado desenvolvimento global, indo mais longe, muito mais, do que um mero agregar no cognitivo do aluno de competências, que nada significariam se, porventura, não acompanhadas por toda uma significação do seu papel no mundo. Tornar os nossos jovens melhores escritores, melhores oradores e mais e melhores leitores, continua a ser, para nós, professores, um grande desafio. Desafio este que só enfrentam aqueles que ainda crêem, por entre desencontros e incompreensões, que ensinar é revelar o mundo e a vida, conhecimentos, grandes obras, a cujos sentidos fundamentais, tentamos, numa batalha diária, aceder. Temos que motivar e ser motivados pelo entusiasmo dos nossos alunos, para toda a aprendizagem, para a leitura de tudo aquilo que lhes suscite interesse. Porque almejamos formá-los para a vida e, uma vez que não há melhor companhia do que um livro, ao motivar para a leitura, dotamos o outro de um diálogo interior com o mundo, e com ele próprio, auxiliando-o neste mundo surdo em que vivemos. Profª Marta Rodrigues Ler Eu concordo com a frase “Sem livros não se pode ser feliz” porque os livros podem contar-nos histórias divertidas e engraçadas. Com os livros também conhecemos coisas novas, e podemos aprender a História do nosso país e do mundo. Como os/ as escritores/as escrevem aquilo que pensam, ao ler livros podemos conhecer novos pensamentos. Mas é preciso não esquecer que para nos interessarmos pelos livros precisamos de os ler. Guilherme Henriques, 5ºD Eu gosto muito de estudar e de sempre melhorar Com a ajuda dos professores! Os meus objectivos irei, Lado a lado com os outros colegas, Alcançar! Nuno Borges, 5º D Programa Porta Aberta: Uma caminhada U ma nova abordagem de intervenção marcará o actual ano lectivo no Programa Porta Aberta. Assim, e à imagem do grupo Encontros com a cultura que teve início no ano lectivo transacto e que foi bem documentado neste Jornal, este ano, o grande investimento será em projectos, ou grupos, temáticos que adoptem actividades e metodologias de trabalho com os alunos que continuam a descoberto dentro da escola regular. Não serão descuradas actividades individuais em função das características, dos interesses e das necessidades de cada aluno, mas a inclusão dos alunos em projectos de grupo que privilegiem tarefas activas de investigação e descoberta, momentos de debate e reflexão, e a exploração verbal e escrita de diferentes temas são o foco da dinâmica do Programa para este ano. Os grupos temáticos serão dinamizados por diferentes profissionais da escola para melhor se responder à multiplicidade de temas a abordar, que contemplam as artes plásticas, o enquadramento cultural, a abordagem de assuntos controversos e da actualidade, jogos de lógica, raciocínio e memória, a literatura, entre outros. Estão também previstos diferentes momentos de avaliação para garantir maior feed-back do trabalho desenvolvido, tanto no que diz respeito à eficácia dos objectivos e das metodologias utilizadas como no que diz respeito ao grau de satisfação de alunos, pais e professores. Por outro lado, continuaremos a apelar ao envolvimento das famílias. Como tal, os Ateliers temáticos aos Sábados de manhã, que têm tido uma enorme adesão por parte dos alunos, das famílias e dos professores, irão continuar como um espaço onde se premeia o convívio, a troca de experiências, a imaginação e a criatividade. Em paralelo, crescem também as parcerias nacionais e internacionais. O intercâmbio de experiências e opiniões e a participação do Programa Porta Aberta em diversos eventos, dentro e fora do país, tem vindo a enriquecer a nossa prática e a consciencializar-nos da necessidade de se continuar esta caminhada. A título de conclusão, resta dizer que este Jornal, através da secção do Porta Aberta, servirá também para informar e divulgar, em conjunto e com grande vontade, o que por aqui se vai fazendo. Dr.ª Conceição Gomes 16º Congresso Internacional O Congresso Internacional Bienal do World Council for Gifted and Talented Children realizouse no mês de Agosto, de 06 a 10, na Cidade de New Orleans, nos Estados Unidos. Como tem vindo a acontecer no passado, este congresso, de grande dimensão, reúne especialistas de diferentes disciplinas de todo o mundo. Este ano, voltou a contar com mais de 800 participantes e com a presença de alguns dos mais conceituados 13 especialistas na área da sobredotação como, por exemplo, os Professores Joseph Renzulli e Sally Reis da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, as Professoras Eunice Soriano de Alencar e Denise Fleith da Universidade Católica de Brasília e da Universidade de Brasília, respectivamente. Nesta área da sobredotação, as diversas comunicações e workshops realizados continuam a privilegiar temas como a identificação, a avaliação e os programas de intervenção junto de crianças e jovens sobredotados e talentosos. No entanto, simultaneamente, uma multiplicidade de outras abordagens começa a ser cada vez mais evidente como, por exemplo, o respeito pelas diferenças culturais, sociais e éticas; a formação de professores e o trabalho em equipa; a educação para o sucesso; a necessidade de investir em currículos específicos nas áreas de leitura/escrita, matemática e tecnologia; a importância do desenvolvimento motor em idades precoces; e a importância da actividade lúdica nas crianças. PORTA ABERTA 14 O Prof. Joseph Renzulli, por exem- plo, fez uma notável palestra onde tentou valorizar factores de excelência e relaciona-los com a criação de capital social, mobilizando características pessoais, politicas, ambientais, éticas e morais para o bem-estar e a riqueza social. A comunicação por nós apresent a d a incidiu e m modelos de intervenção centrados na família, valorizando o papel desta no trabalho directo com a criança ou com o jovem. Na realidade, a importância de um congresso internacional desta magnitude reside na enorme partilha de experiências e preocupações a uma escala global, ARTES E LETRAS que sustentam a forma como se irá valorizar o indivíduo sobredotado neste novo século. tudo: há eventos culturais, a Casa da Música, restaurantes, povos de diferentes culturas… Não deixou de ser peculiar a sensação de ter regressado de New Orleans com a mente cheia de novas ideias, inquietações, questões e os blocos cheios de apontamentos para, logo de seguida, saber que a cidade, que recebeu especialistas de todo o mundo, unidos por um só interesse, acabava por ser abalada por uma das maiores catástrofes naturais de que temos memória. Aliás, é verdadeiramente arrepiante perceberse na íntegra que os extremos como, por exemplo, o bem-estar e a desgraça, a riqueza e a miséria, se encontram tão próximos. S.— É contestado na rua por ser americano? Dr.ª Conceição Gomes Atelier de desporto R.Z.— Já aconteceu. Principalmente as pessoas ligadas à esquerda política, diziam barbaridades sobre os americanos, acusando-os, por exemplo, de falta de cultura, de pouco civismo, etc. Mas, então, quem é Louis Armstrong, Bob Dylan ou Martin Scorcese? Agora já não acontece tanto, mas na altura do 11 de Setembro, algumas pessoas chegaram a ser extremamente indelicadas para comigo, por eu ser americano. Cheguei a ouvir barbaridades como, por exemplo, pessoas que me diziam que os americanos mereciam o que lhes tinha acontecido no 11 de Setembro. Para mim, são apenas pessoas que continuam agarradas a preconceitos e não querem ver a realidade. S.— E qual é a realidade? Foi no passado dia 26 de Novembro de 2005 que mais uma vez o Programa Porta Aberta reuniu no Colégio Paulo VI pais, alunos e professores para mais uma animadíssima manhã desta vez dedicada ao desporto. O dia começava cinzento e chuvoso, mas nem mesmo a maior intempérie fez demover os participantes de se apresentarem “vestidos a rigor” para as dificílimas provas físicas a que iriam ser sujeitos no pedipaper preparado para este atelier. É sempre um grande prazer verificar a crescente adesão por parte de todos os envolvidos no Programa Porta Aberta, tendo nessa manhã sido ultrapassada a centena de participantes. A moral estava alta e a vontade de começar era grande, pelo que iniciada a prova, muitas foram as corridas, as gargalhadas e as interrogações acerca das diferentes pistas fornecidas. Desde portas medidas a palito, brincadeiras na praia, aros de metal atravessados por bolas, ou mesmo um radiador que não era de carro, tudo foi pretexto para animar pequenos e graúdos. R.Z.— A realidade é que os Estados Unidos têm coisas fabulosas, são um país muito dinâmico, as pessoas têm opções de vida que cá não existem, mas onde também há defeitos enormes. Neste momento, são um país muito conservador. No final da manhã e findas as provas, todos os participantes se juntaram no ginásio para “brincarem” um pouco mais e conhecer a equipa campeã. No entanto este atelier não se teria concretizado sem a preciosa colaboração de todos os professores de educação física responsáveis por toda a organização do pedipaper e aos quais queremos deixar o nosso agradecimento. Dr.ª Daniela Alves Acho que as pessoas ainda não perceberam que Portugal não é muito diferente dos outros países. com muita qualidade, sobretudo jovens, que fazem excelentes trabalhos, por exemplo, na área da ciência. É triste constatar que há pessoas que se esforçam e trabalham todos os dias sem qualquer reconhecimento. Em Portugal não há grandes incentivos, ninguém diz a ninguém que está a fazer um bom trabalho. O português não elogia com facilidade e isso é muito mau. Por outro lado, há os dois extremos de atitudes. Isto é, em Portugal, há pessoas que acham que tudo aqui é mau. Eu acho que é uma questão de complexo de inferioridade, mas que se vai conseguir ultrapassar. Depois, há pessoas que acham que só o que é português é que é bom. Encontram-se pessoas que se dizem muito orgulhosas de ser do Porto, muito bairristas, mas depois deitam lixo para o chão ou conduzem como monstros dentro da sua própria cidade. Para mim, esta atitude, este orgulho da sua cidade, é muito difícil de entender. Prefiro os actos e os gestos. 27 a casa dela. Há uma distância maior entre as pessoas. S.— Voltando ao tema da literatura, o que acha da literatura portuguesa? Tem algum autor português preferido? R.Z.— Leio pouco em português… Leio sobretudo em inglês para não enfraquecer o vínculo à minha língua. Mas, Eça de Queirós e António Lobo Antunes são escritores que considero muito interessantes. Também posso dizer que gosto muito de Ana Gusmão. Não é muito conhecida mas tem uma escrita muito simples e acessível. Gosto de alguns poetas como Al Berto e Pedro Támen. S.— Pensa enveredar por outra via que não a ficção histórica? R.Z.— Sim, o próximo romance a publicar em Portugal é mais contemporâneo. Passar-se-á em vários lugares como os Estados Unidos, Israel, França e eu próprio serei uma das personagens. O livro será um misto de memórias e de ficção. Qual foi a maior alegria que Portugal lhe trouxe? R.Z.— Depois de todo o trabalho investido em O último cabalista de Lisboa, e de este ter sido recusado por 24 editores norte-americanos, foi ver a obra publicada em Portugal e ver a reacção das pessoas. Senti que afinal podia ser escritor. S. - E a maior decepção? S.— Pegando nessa ideia, o que acha que os portugueses ainda não descobriram em Portugal? R.Z.— Boa pergunta… Acho que as pessoas ainda não perceberam que Portugal não é muito diferente dos outros países. Pode ser pior nuns aspectos e melhor noutros. É importante reconhecer que existem pessoas R.Z.— Não posso falar numa decepção. Tenho os mesmos problemas que teria nos Estados Unidos. Talvez sinta mais a falta de amigos. Nos Estados Unidos é fácil fazer amigos mas aqui podemos conhecer uma pessoa durante 10 ou 15 anos sem nunca ir Dr.ª Conceição Gomes Prof. ª Mónica Sanches 26 como somos. Então, eu acho mais real falar subtilmente das gerações e ramos diferentes da mesma família. Por isso, costumo dizer que estou a criar um mundo paralelo. S.— Já agora e uma vez que escreve romances históricos baseados na história portuguesa, faria o mesmo em relação à história americana ou considera a história portuguesa mais rica? R.Z.— Eu diria que ambos os países têm uma história muito rica. A riqueza da história portuguesa para mim tem um significado diferente porque Portugal foi um local de cruzamento de muitas culturas e etnias diferentes durante muitos séculos. Depois, Portugal tinha um império, o que quer dizer que, por razões históricas ligadas à inquisição, também tem uma diáspora. Os judeus foram para as Caraíbas, para a Índia, Itália, Turquia, Africa do Norte, e outras partes do mundo e isso é uma riqueza enorme para mim porque eu posso pegar em qualquer parte do mapa e ir para qualquer parte do mundo, inclusive os Estados Unidos, e encontrar judeus cujos antepassados passaram por Portugal. Charlston era a maior cidade judaica dos EUA do séc. XVIII e a maioria desses judeus era de origem portuguesa. A riqueza maior reside aí, no facto de haver uma interacção entre os continentes, Portugal era um país de confluências gastronómicas, musicais e culturais. A história portuguesa é riquíssima nestes aspectos. S.— Quando se lêem os seus livros, há todo um universo de sensações que nos marca, parece que se conseguem ver as ruas, ouvir os ruídos, sentir os cheiros do passado… R.Z.— Isso para mim é um elogio. É uma parte do desafio de escrever um romance histórico. Tento criar o ambiente para mim ARTES E LETRAS e para o leitor para que este se sinta à vontade naquela época e que possa reconhecer os espaços. S.—Como é que isso se processa num escritor que não é português? Não sente dificuldade em transpor para a escrita todo esse universo tão português? R.Z.—Não, porque o grande desafio de qualquer escritor é entrar na cabeça do outro. Ver o mundo através dos sentidos das PORTA ABERTA houve um acontecimento pessoal e familiar desagradável na minha vida que me traumatizou - estamos a falar dos finais dos anos oitenta. É muito difícil de explicar, mas eu precisei de refazer a minha vida. Surgiu então a oportunidade de vir para Portugal, isto porque, há 28 anos, que tenho um amigo português muito próximo e, nessa altura, ele recebeu um convite para vir trabalhar para o Instituto de Biomédicas Abel Salazar, no Porto. Ele também nunca tinha vivido em Portugal pro- Encontros com a cultura Apresentação do Projecto aos alunos do 9º ano Parecia mais um momento de recepção ao caloiro, numa qualquer faculdade, a reunião que ocorreu no passado dia 7 de Outubro, em que os alunos do Programa Porta Aberta do 9.º ano, tiveram o seu primeiro contacto com o Projecto Encontros com a Cultura. Minhas personagens é, para mim, o maior desafio. Isso sim, é difícil mas creio que tenho essa capacidade que resulta também da minha pesquisa e da minha experiência. Para mim, é fantástico imaginar como seria estar na Rua dos Ingleses em 1820, por exemplo, e como estaria uma pessoa vestida nessa época, ou que cheiros sentiria. É a imaginação do escritor que é desenvolvida com treino diário, ou seja, o escritor desenvolve a capacidade de entrar na cabeça do outro. S.— Agora uma pergunta de carácter pessoal que, do nosso ponto de vista, nos parece inevitável: O que faz um americano no Porto? R.Z.— Eu vivia na Califórnia e priamente, pois apesar de ser português, tinha nascido em Moçambique, e para ele tudo seria novidade também. Fiquei um pouco confuso na altura porque me parecia haver obstáculos a mais: a cultura, a língua, etc. Mas, acabei por aceitar o desafio e vim viver para o Porto. Os primeiros anos foram difíceis por causa da adaptação e da diferença cultural. Resolvi frequentar aulas de Português, aceitei dar aulas no antigo Instituto de Jornalismo e escrevi o meu primeiro livro. Depois dos primeiros quatro ou cinco anos senti-me adaptado. O Porto era uma cidade sombria, fechada e de uniformidade. Agora gosto muito de viver aqui, já não o faria se não gostasse. Neste momento, o Porto é uma cidade mais aberta onde se encontra 15 À Cátia, ao Cláudio, à Fátima, ao Gonçalo, ao Hugo, ao Josué, à Luisa, ao Miguel, ao Pedro, ao Ricardo, ao Ruben e ao Rui, um abraço muito forte pelo vosso empenho, interesse e dedicação a este projecto. Sem vocês, isto não seria possível... Assim, a fazer as honras da casa, estiveram, para além do coordenador do projecto e da psicóloga Dra. Conceição Gomes, os alunos Hugo Moreira (10ºA) e Ruben Costa (10ºE), já veteranos nestes Encontros com a Cultura. Estes alunos deram o seu testemunho da experiência de um ano neste projecto, tendo respondido às questões dos 14 caloiros que, a partir deste ano lectivo, iniciam uma nova etapa no Porta Aberta. 1ºAniversário do Encontros No passado dia 15 de Novembro, o Projecto Encontros com a Cultura festejou o seu primeiro ano de existência. Um ano de encontros com a pintura, com a escultura, com a fotografia, com o cinema, com o teatro...enfim, um ano em convívio permanente com a arte e a cultura e de discussões frutíferas sobre as mesmas. Quantas músicas encerra a casa da música? ...Isto é um poliedro não convexo! Miguel Regala, 10ºA Isto de ter um grupo de trabalho composto, na esmagadora maioria, por jovens oriundos das ciências tem as suas coisas, para o bem e para o mal! Esta observação do Miguel Regala aquando do primeiro contacto com o imponente edifício da Casa da Música, não foi isolado. Logo de seguida, a Luisa Carvalho (10.ºB) acrescentou : “ as linhas não são nada simétricas...”, e a Fátima Mendes (10.ºA) rematou: “ ...sim, na verdade, é um poliedro bastante irregular!”. Resumi-me à minha ignorância nestas coisas da geometria, como bom homem das belas letras que sou, e ouvi encantado as explicações deste bando de jovens cientistas e, confesso, fiquei a perceber alguns rudimentos de geometria. A Mafalda Lima(9ºB) baralhoume novamente, ao afirmar, alguns dias depois: “... professor, aquilo é um heptágono!!!...”. Socorro! Para além das cogitações matemáticas, a Casa da Música surge aos olhos do nosso grupo como um exemplo da arquitectura mais futurista e moderna que actualmente se faz no nosso país e na Europa em geral. Não é o Gugenheim de Bilbao, mas é do melhor que temos no país. Ninguém pode ficar indiferente quando passa na Rotunda da Boavista e se depara com este “ . . .d i a m a n te m a l l a p i d a do...”(Josué,8ºC) ou “...meteorito...”(Inês Soares, 9ºA), mesmo no meio do caos que é aquela parte da cidade. Aliás, o grupo não imagina aquele edifício enquadrado noutra parte da cidade, porque acha que o contraste que estabelece com os edifícios envolventes é das coisas que mais chama a atenção. Para além disso, o edifício obriga-nos a associações mentais imediatas, ao primeiro contacto com o mesmo:“...a pessoa pode imaginar o que quiser sobre o edifício...” (Catarina Rocha, 9ºB). Esta deambulação com o exterior da casa da Música levou os alunos a outra questão: “O que estará lá dentro?...” (Francisco Amorim, 9ºB). PORTA ABERTA 16 Viagem ao interior do colosso ...conjugação do presente, passado e do futuro de Portugal. Mafalda Lima, 9ºB A Casa da Música é uma espécie de Torre de Babel dos tempos modernos; “ A irregularidade lá de fora, continua cá dentro...” (Fátima Mendes,10ºA). Na verdade, esta obra prima do arquitecto holandês Rem Koolhas, pretende ser isso mesmo, um desafio constante à nossa imaginação. Cada canto é uma surpresa e há locais onde a respiração nos é cortada por força da beleza aí patente. Há um sem número de salas, com designações a condizer e que marcaram de forma diferenciada cada um dos alunos. A sala roxa, a sala laranja e a sala cyber fizeram as delícias dos elementos do grupo. Estas foram as salas que, de uma forma ou de outra, marcaram os alunos e que ainda hoje são motivo de conversa entre eles. Relativamente à sala laranja, uma sala interior, o Rui Sousa (10ºA) refere, a seu respeito: “...dá vontade de rebolar...”; o Miguel Regala (10ºA) corrobora: “Aquela rampa tinha algo de especial...”; outros alunos como o Diogo Castro (9ºA), chamaram mais uma vez a atenção para a rampa e para o facto de ser uma sala aconchegante. A sala laranja é assim chamada por ter uma rampa forrada a alcatifa cor de laranja onde, quando nos sentamos, somos possuídos por uma incrível sensação de relaxamento, se calhar ajudada pela luz laranja que ilumina a sala. Todavia, a sala roxa, também ela interior, deixou a maioria desta gente fascinada: “Dá vontade de sentar no tecto!” (Rui Sousa, 10ºA). Esta sala é, como disse o Diogo Castro (9ºA), “...enganadora...”. Ao entrarmos, parece-nos um compartimento pequeno porque, ao fundo, não notamos que existe uma bancada que nos conduz a uma espécie de palanque onde podemos, sem dificuldade, tocar no tecto. ARTES E LETRAS À entrada, a luz púrpura ofuscanos a vista e engana-nos, decididamente. “Isto parece uma casa ao contrário...” (Hugo Moreira,10ºA). A sala cyber, baptizada de casa dos bicos, pela inspiração que o arquitecto foi buscar à famosa Casa dos Bicos, em Lisboa é, sem sombra para dúvidas, um dos espaços que mais agradou devido, sobretudo, às paredes forradas de pequenas pirâmides verdes (que, ao mesmo tempo, servem para insonorização do espaço), mas também devido a uma verdadeira parede de vidro (uma janela gigantesca) virada para uma das áreas que compõem a Boavista. O piso e os degraus desnivelados também chamaram a atenção. Outras salas surpreenderam o grupo: A sala Sintra, inspirada nos magníficos azulejos de Sintra, mereceu comentários diferenciados por parte dos alunos. Assim, enquanto o Diogo Norte (9.ºA) achou esta sala pirosa (SIC), o David Ferreira, da mesma turma, contra-atacou, defendendo que: “...não é pirosa, porque é uma sala que faz uma boa ligação entre passado, presente e futuro...”. -lhe o manuscrito em inglês, o que, na minha ingenuidade, não me parecia muito correcto, pois eu não fazia ideia que os editores portugueses liam manuscritos em inglês todos os dias. Depois de dois meses e meio, ainda não tinha recebido qualquer resposta e resolvi telefonar-lhe. Nessa altura, ela disse-me para ir a Lisboa para conversarmos. Sinceramente, pensei que seria uma grande perda de tempo ter de viajar de comboio mais de três horas para cada lado para ouvir o que já tinha ouvido vinte e quatro vezes antes. Mas, mesmo assim, resolvi ir. Quando lá cheguei pensei que tinha ouvido mal quando ela me perguntou, logo no início da entrevista, qual era a imagem que eu queria escolher para colocar na capa. Pensei que tinha ouvido mal, uma vez que o meu português era ainda muito fraco. Mas não, eu tinha que escolher apenas a capa para a publicação do meu primeiro romance. Não me lembro do que se passou além disso nessa reunião, porque eu fiquei de tal maneira entusiasmado que não ouvi nada da restante conversa! O livro foi traduzido e foi publicado em Abril de 1996. Apesar de me terem dito que poderia não vender bem, uma vez que o livro trata o massacre de Lisboa de 1506, um momento pouco positivo para a história portuguesa, vendeu muito bem logo nas primeiras semanas e chegou a estar no top das vendas. Foi assim que começou a minha carreira. Também a sala Vip suscitou comentários diversos: “Representa muito bem Portugal!”(Luís Alves, 9ºA); “É um excelente tributo do arquitecto a Portugal....” (Miguel Regala, 10ºA). Todas estas salas se encontram ligadas à sala 1, a mãe de todas as salas, através de um vidro ondulado, de espessura considerável, para S.— Por curiosidade, é sempre a mesma pessoa que traduz os seus livros? R.Z.— Não. O último cabalista de Lisboa foi traduzido por José Lima, que traduziu também o meu segundo livro publicado em Portugal, que não é um romance histórico e que não vendeu tão bem, chama-se Trevas de luz, um romance contemporâneo. Depois outras duas 25 primeiro lugar, porque eu adoro fazer pesquisa. Não estudei história, mas dá-me imenso prazer procurar e estudar pormenores de época. A segunda razão é porque é um desafio interessante para mim dar voz àqueles que foram esquecidos na história como, por exemplo, minorias ou os que foram sistematicamente silenciadas pelos poderes, pelos Bispos, etc. Dá-me um enorme prazer substituir essas pessoas por personagens vivos nos meus romances. Por exemplo, no meu livro Goa e o guardião da aurora, dá-me imenso gosto dar voz a um hindu que é perseguido pela inquisição e que, se não fosse o meu romance, jamais seria ouvido. Não estou a dizer que não haja outras formas de o fazer, mas esta é a minha forma de dar voz a pessoas que viveram, pessoas que sofreram, pessoas que se apaixonaram, e que ajudaram na construção da história. A terceira razão para este interesse pela ficção histórica é que em três romances meus, O último Curiosamente, admito, que há cabalista de Lisboa, Meia noite passagens dos meus livros que gosto mais de ver escritas em ou o principio do mundo e Goa e o guardião da aurora, eu estou a português do que originalmencriar um universo paralelo, ou te em inglês, uma vez que as seja, estes personagens são portuguesas e os Muito do que nós r o m a n c e s falam de acontecimentos somos (…)é o resultado ramos e de são passados em dos nossos antepassa- gerações difePortugal. dos e o que vão ser os r e n t e s d a s Obviamente que nossos filhos e os nos- mesmas famítambém me orgusos netos também tem lias. Não são trilogias, não lho pelo facto do que ver com o que nós é preciso ler livro tratar um somos e como somos. um para ler o evento importante seguinte, mas para a história de estão interligados. Por exemplo, Portugal e de homenagear pespara mim dá-me muito prazer e soas que foram mortas e esqueacho que torna o romance cidas. mais real saber que o narrador de O último cabalista de Lisboa S.— Por de trás de cada um é o bisneto do narrador de Goa dos seus livros, tal como e o guardião da aurora. Muito do acontece em Goa e o guardião que nós somos, a nossa profisda aurora, há um trabalho são, a nossa maneira de ser, a amplo de investigação histórinossa cor de cabelo, é o resultaca. Porquê esse interesse pela do dos nossos antepassados e ficção histórica? o que vão ser os nossos filhos e R.Z.— Eu gosto muito de os nossos netos também tem escrever ficção histórica. Em que ver com o que nós somos e pessoas traduziram Meia noite ou o principio do mundo e Goa e o guardião da aurora. O meu novo livro, que sairá em Maio de 2006, voltou a ser traduzido por José Lima. Em Portugal, e noutros países, são os editores que escolhem os tradutores e não os autores. Claro que para mim, a minha escolha seria pelo melhor tradutor possível. A tradução é extremamente importante, pois tudo tem de ser adaptado à língua em questão e tem de fazer sentido para a cultura dessa mesma língua. Eu faço uma revisão muito cuidadosa da tradução para português porque surgem sempre muitos lapsos e eu sou muito atento a essas falhas. Faço o mesmo para uma tradução em francês, embora não o faça com a mesma qualidade como acontece com a língua portuguesa, que já domino bastante bem. Mas, a verdade é que não o posso fazer quando são feitas traduções para outras línguas que não estas. 24 acho a língua portuguesa muito difícil para uma pessoa com um cérebro americano. Para mim, é uma complicação, apesar de eu falar francês bastante bem e também um pouco de italiano. Em português, só escrevo cartas ou textos pequenos, não tenho grande fluência na escrita, mas acho que as línguas são de facto diferentes. O português e o inglês são línguas muito ricas em termos de palavras, construções, metáforas, conceitos e com uma história longínqua que se adapta muito bem à expressão literária de qualquer escritor. Claro que a gramática portuguesa é muito diferente da gramática da língua inglesa moderna. No português actual podem-se escrever frases muito mais complicadas, muito longas e cheias de ideias interligadas. E pode-se andar às voltas e às voltas com o mesmo assunto na mesma frase. No inglês moderno isso não é possível. As frases têm de ser curtas e mais directas. O inglês não permite frases e construções muito longas. Penso que este aspecto está relacionado com a evolução diferente que ambas as línguas sofreram e, como tal, não se trata de haver uma língua mais rica do que outra, mas sim de línguas que são muito diferentes na sua essência. PORTA ABERTA ARTES E LETRAS publicá-lo em Portugal. É uma história muito longa mas levei dois anos para publicar o livro. Demorei um ano para fazer a parte da pesquisa, depois demorei dois anos a escrever o livro e, por fim, enviei o manuscrito a diferentes editores. Cada editor recebeu o livro, guardou-o durante dois ou três meses e, depois de dois anos de espera, 24 editores americanos tinham recusado o livro dizendo “é um livro fascinante, muito bem escrito, com uma boa história, com personagens originais e únicas mas não parece que suscite interesse por parte dos leitores”. Argumentavam que, tratando-se de uma história sobre Portugal em 1506, não iria vender. Os americanos não sabem onde fica Portugal no mundo. Para os americanos em geral, o mundo começa em Massachusetts e acaba na Califórnia. Uma história de ficção científica sobre Marte ou Vénus seria muito mais interessante e venderia melhor. Após algum tempo de desespero, tive uma ideia louca, pois pensei que, uma vez que a história decorre em Portugal, 1506, com personagens e situações portuguesas, era interessante experimentar mostrar o manuscrito a um editor português. Como não conhecia ninguém no mundo literário português, fui sondando uns amigos até que cheguei ao nome de Maria da Piedade Ferreira, Directora da Quetzal Editores. Foi nessa altura que decidi enviar -lhe o manuscrito depois de a contactar pelo telefone. Enviei- insonorizar as mesmas. A sala 1 é o coração do colosso, onde os espectáculos mais importantes decorrem. A filha mais velha desta sala é a sala 2, onde decorrem espectáculos que agrupam, geralmente, um menor número de espectadores. Todas as outras salas referenciadas são as filhas mais novas da sala 1. Uma última referência à maravilhosa varanda no topo do colosso: Este espaço precipitase sobre a Rotunda da Boavista e, ao deparar-se-nos, temos a sensação de queda súbita que, em segundos, desaparece quando nos aperçebemos que não há qualquer perigo. Como a beleza desta varanda e a sua limpeza são evidentes, o Francisco Amorim (9ºB) haveria de acrescentar: “...isto é uma sala sem tecto!”. custa 1 euro e tem-se direito a visita guiada. Workshop de iniciação hiperscore Uma forma diferente de fazer música? O grupo Encontros com a Cultura (9º e 10ºanos) foi experimentar este desafio que decorreu na Casa da Música, de 01 de Outubro a 15 de Dezembro último. As expectativas eram muitas e o contacto com o evento fica aqui registado. Completamente diferentes.” (David Ferreira,9ºA). A limpeza, a constante preocupação com a insonorização, os corre- S.— Em termos de reconhecimento literário, pela sua obra, é mais fácil ou mais difícil serse um escritor no Porto ou um escritor em Nova York? R.Z.— Ambos são difíceis mas por razões diferentes. Nos Estados Unidos é difícil por causa da competição. Em Portugal é mais fácil publicar um livro mas é difícil fazê-lo chegar a outros países. Outras características da personalidade do colosso ... O facto de ser abstracto é para obrigar as pessoas a pensar. Inês Soares, 9ºA O meu primeiro livro, O último cabalista de Lisboa, por exemplo, foi primeiro publicado em Portugal. E isto porquê? Porque 24 editores americanos tinham recusado editar o livro. Então, não tive alternativa senão No fundo, é a diferença patente neste edifício que marcou os alunos, tanto do 9º como do 10º anos: “... As salas são tão diferentes que todos os elementos do grupo podem ter opiniões 17 dores amplos e com paredes falsas, a ideia das salas viradas para um núcleo central, os elevadores estilizados e o bar fantástico com as paredes luxuosamente decoradas com estofos dourados, foram outras das impressões positivas deixadas pelo colosso nesta incursão pelo pater familias da música do Porto. Não custa nada ir dar uma volta por este já magnífico ícone da arquitectura europeia. Só O Programa Hyperscore, desenvolvido pela Harmony Line, dá a possibilidade a pessoas de todas as idades e sem terem qualquer conhecimento no campo musical, de se tornarem criadores de música, através do recurso ao simples desenho de linhas com cores e formas variadas, no ecrã de um computador. O software hyperscore foi desenvolvido como parte integrante de um projecto internacional de música e tecnologia para crianças, o Toy Symphony, idealizado por Toy Machover e pelo seu grupo de pesquisa do Massachussetts Institute of Technology, Media Laboratory. Este projecto tem como objectivo principal, promover a aquisição e o desenvolvimento de algumas competências básicas em música, uma sensibilização para a riqueza expressiva do som e a exploração de uma ferramenta tecnológica de apoio à composição; sendo que este último ponto é aquele que o grupo considerou mais pertinente nesta iniciativa. Os alunos criaram expectativas demasiado elevadas e, feito o contacto com o programa, ficaram desiludidos, pelo menos a grande maioria. Os reparos vão, essencialmente, para os sons dos instrumentos que, segundo algumas opiniões, não estavam nada parecidos com o real, PORTA ABERTA 18 (muito em particular, a guitarra eléctrica e a bateria): “...sons não são nada parecidos com o real...” (Rui Sousa, 10ºA); “Os tempos e as divisões das notas, os compassos, não são certos...” (Ana Isabel Castro, 9ºA). Em geral, os alunos acham que não produziram música (“O que fizemos não foi música!” - Catarina Silva, 9ºB). Em jeito de conclusão, os alunos acham que o programa Hyperscore é inovador porque a ideia é poder fazer música sem ter que ser músico, embora a opinião do grupo seja a de que tal objectivo não é concretizável sem alguns rudimentos musicais. Os alunos acham que esta iniciativa permite fazer sons mas não música; por isso, diz o Rui Sousa, “...foi interessante ver o que inventámos, a conjugação de vários sons.”. Tendo em consideração que a música é uma arte, achamos que o computador desumaniza a arte e, dado que não houve emoção, “...não considero que tenhamos produzido música...” (Catarina Silva, 9ºB). Museu de Arte Contemporânea No passado dia 13 de Dezembro, os alunos do 9ºano do grupo Encontros com a Cultura, fizeram uma viagem até ao mundo sempre alucinante das novíssimas correntes artísticas que o MAC Serralves encerra. Objectivo? Contactar com os últimos trabalhos do escultor Rui Chafes e observar o cocktail explosivo da união deste artista com os vídeos do realizador Pedro Costa; passar os olhos pela exposição do polémico Thomas Hirschhorn; deliciar os sentidos vagueando pela exposição Tableux Vivants e, finalmente, tomar contacto com os trabalhos vídeo da artista Filipa César, Ringbahn. O primeiro contacto foi com a exposição Fora!, do escultor Rui Chafes em conjunto com o realizador Pedro Costa. Ambos os artistas realizaram obras específicas para esta sua apresentação em conjunto, no MAC Serralves. As esculturas imponentes em ferro, fruto do imaginário de Rui ARTES E LETRAS Chafes, traduzem objectos comuns (como as gigantescas colheres que, logo à entrada da exposição, atraem o nosso olhar) que nos fazem pensar o que é que, para além do objecto que ali está implicitamente representado, Rui Chafes pretende representar. Pedro Costa não é propriamente um realizador de cinema light, mas aquilo a que convencionámos apelidar de realista. De facto, as suas películas como Ossos, ou O quarto de Vanda, entre outros, mostram o lado mais negro da vida quotidiana: a pobreza, a exclusão social, a marginalidade. Esta exposição cruza as obras dos dois artistas criando uma sobreposição de situações que, sendo independentes, levam o espectador anónimo a interrogar-se perante tudo aquilo que lhe surge à vista. Assim, tivemos oportunidade de vaguear por vários espaços onde os filmes de Pedro Costa passam a cada momento, enquanto nos vamos confrontando com as peças de Rui Chafes, como o Confessionário, que atraiu uma significativa parte das atenções dos elementos do grupo. Tableaux Vivants é uma selecção de trabalhos de variados artistas, trabalhos esses que pertencem à Colecção da Fundação de Serralves que confrontam e fazem interagir 23 Uma conversa com Richard Zimler Esta é a minha forma de dar voz a pessoas que viveram, pessoas que sofreram, pessoas que se apaixonaram, e que ajudaram na construção da história. R ichard Zimler nasceu nos subúrbios de Nova York em 1956. Licenciou-se em Religião Comparada pela Duke University e completou o grau de mestrado em Jornalismo pela Stanford University. Durante oito anos, trabalhou como jornalista em São Francisco e, em 1990, mudou-se para a cidade do Porto, onde ainda vive e onde é professor de jornalismo na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Richard Zimler é hoje um escritor conceituado. Ao longo da última década, escreveu mais de 20 contos e seis grandes romances e continua a escrever para o jornal L.A. Times e para o jornal San Francisco Chronicle. O Sexto encontrou-se com este escritor, jornalista e professor universitário para mais uma conversa. Desta vez, o ponto de encontro foi a foz do Porto, numa agradável sala de chá. Eram cinco e meia da tarde, caía o pôr do sol, tombando reflexos dourados sob as águas algo agitadas do mar que banha esta cidade. Estávamos numa tarde de Outono, calma, sombria e nostálgica, como muitas outras que se vivem no Porto, e que serviu de ambiente perfeito para uma conversa acerca de literatura, de interesses históricos, de ficção e das diferentes culturas que enchem a vida de Richard Zimler. A sua postura cosmopolita, serena e agradavelmente acessível, convida-nos a entrar no seu mundo de interesses variados e de uma vida algo conturbada que o trouxe a vir descobrir Portugal e o Porto, cidade que assume agora como sua. A sua obra, uma batalha longa até à primeira publicação, abraça um enorme contributo cultural, que tem surpreendido positivamente os editores, os críticos e os leitores. Saborear a obra de Zimler seria encontrar pedaços completos e incessantes da história, seria caminhar por terras, ruas e praças que o tempo fez desconhecidas, seria desfrutar de cheiros intensos e ricos em perfumes de ervas e especiarias, seria um encontro com a nossa descendência cultural e espiritual, hoje, assumidamente, esquecida e homenageada em cada um dos seus livros. Sem se conseguir separar o escritor da pessoa, nesta conversa de fim de tarde, Richard Zimler fala-nos, tão simplesmente, de si e da sua obra. Sexto — Os seus livros são escritos originalmente em inglês? Richard Zimler — Sempre, sempre. Escrevo ficção sempre em inglês porque para escrever um romance ou um conto, para criar personagens ou situações verídicos, o escritor tem que dominar todas as nuances de uma língua. Tem de dominar muitíssimo bem uma língua. Eu domino bem o português, mas não domino todas as subtilezas da língua portuguesa. S.— Partindo da hipótese que dominava ambas as línguas de igual forma, qual das duas línguas lhe parece ter a maior fluência literária? R. Z.—Eu não sou adepto da ideia de que há umas línguas que são superiores a outras. Eu PORTA ABERTA 22 Intercâmbios A atenção ao aluno que se destaca por um potencial superior no Brasil No Brasil, propostas educacionais para o superdotado vêm sendo implementadas há várias décadas. Há programas mantidos, por empresas públicas e particulares, para alunos de baixa renda que apresentam alta habilidade intelectual e outros na rede particular de ensino, como o do Centro Educacional Objetivo, de São Paulo, que oferece, há mais de 30 anos, cursos extra-curriculares em Tecnologia e Humanidades para alunos superdotados e talentosos. O sistema público de ensino de alguns estados, incluindo o Distrito Federal, tem implementado programas de enriquecimento para alunos com altas habilidades e várias universidades brasileiras mantêm o Programa Especial de Treinamento para estudantes que se destacam na área académica. Entretanto, o número de alunos atendidos é muito reduzido, considerando a população do país (aproximadamente 180 milhões de habitantes). Constata-se ainda uma grande discrepância entre as políticas públicas e a prática educacional corrente. Há resistência, por parte de muitos gestores educacionais e professores, à implementação de um atendimento diferenciado ao superdotado, decorrente de vários factores, como de ideias errôneas sobre o superdotado. Uma dessas ideias é a supervalorização de factores genéticos, colocando-se em segundo plano o papel do ambiente para o desenvolvimento das habilidades e competências. Tal idéia seria responsável pela consideração do superdotado como um privilegiado, que apresentaria recursos intelectuais inatos superiores que o habilitariam a sobrepujar as barreiras do ambiente no sentido de expressar o seu potencial superior. Ademais, em função dos investimentos limitados e carências na área educacional, é também comum resistir a qualquer proposta de implementação de programas especiais para o superdotado, com o argumento de que seria um absurdo investir nesta área, quando se tem, no país, um contingente significativo de analfabetos e de portadores de necessidades especiais, nas áreas visual, auditiva ou física, que não vem recebendo a atenção devida. Estas e outras idéias errôneas estão profundamente enraizadas no pensamento popular, fruto da ignorância, preconceito e tradição, interferindo e dificultando a implantação de programas educacionais para o talento intelectual. Observa-se ainda no Brasil baixa competência e comprometimento de muitos daqueles responsáveis pela implementação das políticas educacionais e poucos cursos, ao nível do ensino superior, voltados para a formação de docentes habilitados para atender alunos altamente capazes. É nosso ponto de vista que o ambiente educacional típico não está preparado para atender as necessidades do aluno que se destaca por um potencial intelectual superior. De modo geral, o ensino regular é direccionado PORTA ABERTA para o aluno médio e abaixo da média, e aquele que se destaca na área intelectual, além de ser deixado de lado, é visto, muitas vezes, com suspeita por professores que se sentem ameaçados diante do aluno que os questiona, ou os pressiona com perguntas e comentários. Preocupa-nos o enorme desperdício de talento e potencial humano, resultante das escassas possibilidades oferecidas ao desenvolvimento e expressão da inteligência, criatividade e talento de expressivo contingente de estudantes. Vivemos em um momento da História caracterizado por uma necessidade crescente de indivíduos com competência acentuada nas mais diversas áreas. São necessários investimentos maciços no país no sentido de se assegurar uma educação de boa qualidade para todos, levando em conta as diferenças individuais e encorajando o desenvolvimento de talentos e habilidades diversas. Prof.ª Dr.ª Eunice S. de Alencar, Univ. Católica de Brasília Achas que tens jeito para fotografia?... Agrada-te poder captar a realidade numa única imagem?... És um talento escondido e gostavas de mostrar ao mundo aquilo que vales?... Então, aguarda!! Vem aí o … 1º Concurso de Fotografia do Colégio Paulo VI técnicas que vão desde a escultura e a pintura até ao vídeo. A exposição coloca, lado a lado, perspectiva e movimento, aquilo a que alguns dos elementos do grupo se referiram como um jogo de movimento ou jogo de ideias e contrastes ou ainda ilusões ópticas a potes. Na verdade, os trabalhos patentes nesta exposição transportam-nos para o mundo da fantasia, da ilusão e realidade ou, como uma aluna referiu, virtualidade do movimento. As peças são todas, a priori, aparentemente simples (caso do suposto saco de boxe suspenso do tecto, pelo qual ficamos todos intrigados) mas, uma observação mais atenta, leva-nos a pensar em algo mais. Somos coagidos a deixar fora daquele espaço todas as preocupações da rotina diária, muito especialmente quando entramos no segundo núcleo da exposição. Aqui, sim! Somos, inevitavelmente, transportados para o mundo do surreal. Peças como a de João Paulo Feliciano; a cara grotesca semi-humana e a obra Vou para Casa dentro de Quarenta Dias, transportaram todos os elementos, incluindo o coordenador do grupo, para um mundo completamente fora deste com que todos os dias contactamos! A estranha cara grotesca provocou, simultaneamente, atracção e repulsa, enquanto que a sala onde se encontrava a obra Vou para Casa... fez baixar os níveis de adrenalina da tribo que, derrotada pela beleza das imagens projectadas, decidiu sentar-se, observar o movimento do mar mesmo à sua frente e, como alguém disse, “...imaginar o barulho do mar.” Este foi, em nossa opinião, um dos melhores momentos da visita, porque o silêncio foi completamente espontâneo e ninguém, como referiu uma aluna, queria sair dali… Mas saímos!... Fomos até ao incrível mundo de Thomas Hirschhorn e da sua exposição Anschool. Hirschhorn é um artista de ascendência suiça que vive e trabalha em Paris. Através do uso de elementos do dia a dia e de materiais reciclados, assim como da organização de arquivos, de imagens e textos dos mais variados assuntos, denuncia a natureza consumista da sociedade contemporânea (muito particularmente da sociedade ocidental), a manipu- lação da informação nos meios de comunicação social (nas grandes potências económicas do mundo desenvolvido) homenageando, ao mesmo tempo, figuras essenciais da cultura crítica do século XX. Ora, tudo isto é apresentado num espaço que ocupa, porventura, talvez metade do espaço do MAC Serralves e que, em tudo, se assemelha ao espaço interior de uma escola, ou melhor será dizer, anti escola? Nenhum elemento do grupo teve grandes dúvidas que Hirschhorn é anti globalização, anti ensino, anti materialista, anti americano, anti belicista... o grupo não tem dúvidas acerca deste aspecto (O autor afirma, constantemente que o melhor é sempre o menos bom...); pura e simplesmente, a maioria dos elementos do nosso grupo acha que tudo isto é em excessivo excesso! Demasiado evidente. Um dos elementos do grupo acabou por referir que preferia ter descoberto isto ao longo da exposição. Em suma, é 19 bem patente a ridicularização da vida humana, dado que somos constantemente confrontados com as contradições da moral. Os elementos do grupo confessam que se sentiram frente a frente com as suas próprias convicções e com a sua ideia de moral e de imoral. Por outro lado, concluíram que o próprio autor é, ele próprio, um consu- midor nato. Uma aluna defende que “...a quantidade de papel e cartão, cola e fita-cola usados permanentemente em todos os lados da exposição...excesso de materiais, indicam que ele próprio gostaria, talvez, de ser menos consumista.”. No final da nossa incursão, fomos espreitar a instalação vídeo de Filipa César. Esta artista pretende abordar o dia a dia do indivíduo e encontrar uma estética onde, aparentemente, ela não existe. No caso de Ringbahn, apresenta-se um projecto vídeo que oferece uma dupla perspectiva sobre a vida na cidade de Berlim. Os alunos limitaram-se, num espaço que se assemelhava a uma mini sala de cinema, a observar alguns diálogos entre gente comum da cidade de Berlim, enquanto faziam algumas das suas actividades mais rotineiras. Esses diálogos traduziam pensamentos, reflexões, PORTA ABERTA 20 angústias e alegrias que, de maneira geral, incidiam sobre alguns dos momentos negros da história mais recente da Alemanha pós 2.ª guerra mundial. Todas estas exposições estão patentes no Museu de Arte Contemporânea de Serralves até ao próximo dia 29 de Janeiro de 2006. Aconselhamos vivamente uma visita! pior do ser humano: guerras, tortura, violação, motins, pobreza, toxicodependência, massacres, entre outros aspectos degradantes inerentes à espécie humana. Apesar do choque inicial, os alunos foram digerindo foto a foto, em completo silêncio, até concluirem que havia, pelo menos, de entre o conjunto, uma foto que mais os marcou. Aqui ficam as impressões gerais registadas: PORTA ABERTA Conseguimos imaginar os mutilados de guerra. Vê-los aqui, fotografados, é mais chocante, diria quase brutal... Pedro Rocha, 10ºA World Press Photo Viagem ao mundo do Fotojornalismo No passado dia 22 de Novembro, os alunos membros do grupo Encontros com a Cultura10.º ano, meteram-se na linha C do metro do Porto e dirigiram-se rumo ao Fórum da Maia para observar a exposição internacional da World Press Photo. Esta exposição é a mais internacional das exposições de fotografia porque, durante todo o ano, percorre várias cidades diferentes do planeta. Depois de Lisboa, Barcelona, Amesterdão e Nova Iorque (só para citar algumas dessas cidades) ei-la que chega ao recinto do Fórum da Maia. Esta mostra pouco vulgar de fotografia que, supostamente, não é feita por artistas, mas que, na verdade, até é, traz-nos testemunhos de fotógrafos que trabalham para alguns dos jornais e revistas mais conceituados do mundo. Muitos deles, arriscaram a vida para obter alguns dos momentos que são apresentados nesta exposição. Digamos que, nesta exposição, temos uma parte mais soft e uma parte mais hard (em alguns casos, hard demais!). Na primeira parte, podemos observar fotografias do quotidiano de várias sociedades do mundo actual, incluindo o panorama mais recente da sociedade portuguesa. Numa segunda parte, e que constitui o grosso da exposição (e é esta parte que tornou o World Press Photo afamado), encontramos um sem número de fotografias que retratam o Esta viagem ao mundo do fotojornalismo foi de formas diferentes igualmente marcante para cada um de nós. Esperamos que algumas das imagens que aqui expomos possam fazer surgir no leitor o mesmo misto de sensações que em nós suscitaram. Rui Sousa, 10ºA Grupo Encontros com a Cultura Prof. Luís Cravo Inicialmente, esta foto passa despercebida, apesar do olhar da rapariga. No entanto, quando começamos a ler a legenda e sabemos que esta é uma rapariga da nossa idade que, dias antes, havia sido violada por quatro homens, o choque é imediato porque o olhar dela vale mais que mil palavras. Escolhi esta foto, porque a exposição é demasiado chocante. Como fiquei um tanto ou quanto abatido pelo que vi, não escolhi nenhuma foto que representasse sofrimento. Como antítese a essas, escolhi esta de uma aurora boreal, porque me tranquilizou. Hugo Moreira, 10ºA Ruben Costa, 10ºE A favela em São Paulo a arder é uma imagem que me fascina e, ao mesmo tempo, me provoca alguma angústia. A rapariga que ali aparece, apanhada no momento fatídico, é o símbolo da fragilidade daquelas habitações a arder. Ricardo Pereira, 10ºA Conhecer a minha terra Fomos visitar os bombeiros Somos um grupo do Programa Porta Aberta, mais exactamente, 10 alunos das turmas A e B do 6.º ano. Somos: a Sofia, o Nuno, o Ricardo, o André, o Guilherme, o Tiago, o João Vieira, o João Silva, o Nicola e o Joel. Miguel Regala, 10ºA Apanhar, num fragmento de segundo, o momento da morte violenta de alguém, neste caso de uma criança haitiana que fugia das tropas governamentais, provoca-me um arrepio na espinha... a expressão desta criança, o horror estampado na sua cara é… sem palavras. Prof. Luís Cravo nossos corações ferviam de ansiedade. Fomos muito bem recebidos pelo bombeiro Mário que, com grande paciência e simpatia, nos acompanhou na visita, mostrando e elucidando todos sobre as diferentes secções do edifício e sua utilização. Foi engraçado ver como os nossos olhos não se despregavam daquele jovem bombeiro e mostravam entusiasmo por tudo quanto viam. O efeito visual é magnífico! Fotografar uma tempestade de areia deve ser tarefa tão difícil como fotografar todas as outras situações arriscadas. Não sei bem o que me atraiu nesta foto...talvez me tenha identificado com a tristeza desta mulher. O fotógrafo fez um perfeito trabalho ao conseguir apresentar a esposa e a foto do marido falecido como pano de fundo. 21 Agora que estamos apresentados, vamos falar do nosso trabalho. Este ano temos um projecto diferente, a que chamamos “Conhecer a minha terra”. E começamos já a pô-lo em prática. No dia 25 de Novembro, pelas 14 horas e 30 minutos, fomos fazer a primeira visita a uma digna associação da nossa cidade: os Bombeiros Voluntários de Gondomar. A tarde estava cinzenta com a chuva, mas os A nossa curiosidade esteve sempre desperta, pois questionávamos continuamente o bombeiro sobre tudo que nos chamava a atenção. Aliás, tínhamos elaborado previamente um questionário sobre os principais aspectos da vida e do trabalho dos bombeiros que gostaríamos de conhecer. E temos a certeza que o objectivo desta visita foi plenamente atingido. De facto, desde os dormitórios dos bombeiros até aos carros de incêndio e ambulâncias, tudo nos foi mostrado em pormenor. Conhecemos a sala das recordações, os fatos de incêndio, várias pinturas nas paredes alusivas ao trabalho dos bombeiros, a escola de treinos, enfim, foram duas horas e meia dedicadas à “exploração” dos Bombeiros Voluntários de Gondomar. É preciso referir que os nossos fotógrafos de serviço registaram todos os aspectos importantes da visita que, mais tarde, quererão, decerto, recordar. Valeu a pena. Para nós, ficou a memória de uma profissão tão digna como a de bombeiro, e um melhor conhecimento do trabalho e vida daqueles homens e mulheres que, dia a dia e voluntariamente, não se poupam a esforços e, quantas vezes, põem a sua vida em risco, para ajudar os outros. Obrigado aos bombeiros pela sua missão de paz. Grupo Conhecer a minha terra