OPTIMIZAÇÃO DA PULVERIZAÇÃO EM MÉDIO E BAIXO VOLUME

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OPTIMIZAÇÃO DA PULVERIZAÇÃO EM MÉDIO E BAIXO VOLUME
OPTIMIZAÇÃO DA PULVERIZAÇÃO EM MÉDIO E BAIXO VOLUME NA PRODUÇÃO
INTEGRADA DE PÊRA ROCHA
Jorge SOARES (1); Miguel LEÃO (2)
1
Resumo:
As técnicas de pulverização têm estado sujeitas a um conjunto de importantes modificações, as
quais simbolizam a adaptação da ciência ao mundo real. A pulverização em alto volume (1000
l/ha) tem denotado um excessivo protagonismo, quer pelo enraizamento da fruticultura
tradicional, quer pela ausência de métodos racionais de cálculo do volume de calda. O método
do TRV permitiu adequar o volume de calda à volumetria das árvores e comprovar que um
volume de calda elevado não é sinónimo de um tratamento eficaz, podendo mesmo apresentar
um efeito contrário. A técnica da redução de volume deverá também garantir uma maior
micronização das gotas, aumentando a sua penetração e depósito no alvo biológico. Associada
à redução de volumes deverá estar a correcta regulação dos equipamentos, nomeadamente a
escolha criteriosa dos bicos e ajustamento do caudal e velocidade do ar produzido. A estratégia
“Bayer” revelou uma boa adaptação a esta técnica.
Palavras-chave: Volumetria, redução de volume, estratégia “Bayer”.
1 - INTRODUÇÃO
O actual conceito de fruta de qualidade, implica cada vez mais um processo de produção e
protecção fitossanitária eficaz, equilibrado, racional e que respeite as questões ambientais e
preocupações da saúde pública (consumidor e produtor). A consciencialização para a prática
da protecção e produção integradas tem permitido a aplicação destes princípios, no que diz
respeito à implementação de diferentes métodos de monitorização, à consciente escolha dos
meios de luta, respeito pelos intervalos de segurança, preocupação com os Limites Máximos
de Resíduos e até nos cuidados com o maneio dos produtos fitofarmacêuticos. Relativamente
às técnicas, material e equipamento de aplicação, não podemos estar tão optimistas, uma vez
que a sua prática entre nós mais se aproxima dos métodos convencionais do que da
agricultura sustentável.
Nos actuais sistemas de produção, não devemos estar indiferentes às mudanças significativas
que se verificaram nas últimas décadas, com a implementação de novos pomares, alteração da
forma, estrutura e volume das árvores e evolução do equipamento de aplicação.
As fruteiras desenvolvem-se num espaço tridimensional (altura, largura e espessura da área
foliar) cada vez mais reduzido, devido ao recurso a porta-enxertos que induzem menor vigor e
a técnicas culturais que fomentam a indução floral. Determinar os volumes de pulverização em
função do conceito de volumetria das árvores (TRV - Tree Row Volume), poderá constituir um
meio importante de optimizar o processo de pulverização.
Também o material e o equipamento de pulverização permitem actualmente abdicar das
pulverizações em alto volume (superiores a 1000 l/ha), em alta pressão e na forma de jacto
projectado, a favor de técnicas de baixo volume, em baixa pressão e na forma de jacto
transportado, fragmentando mais as partículas e melhorando a qualidade do pulverizado.
É nossa intenção, com este trabalho, estudar a adaptabilidade dos auxiliares BAYER a estes
dois novos conceitos (volumetria e micronização de partículas), avaliando o seu
comportamento numa perspectiva de futura redução do volume de pulverização,
salvaguardando sempre os princípios da protecção e produção integradas (ambiental,
ecológico e económico). Estes só serão completamente respeitados depois de racionalizada a
técnica de aplicação de produtos fitofarmacêuticos e extraído o máximo resultado dos produtos
utilizados.
(1) Unirocha ACE – Casalinhos de Alfaiata, 2560 Torres Vedras
[email protected]
(2) A.A.R.A. – Associação de Agricultores da Região de Alcobaça
Rua de Leiria, s/n, 2460-045 Alcobaça
[email protected]
2 – BREVES CONSIDERAÇÕES À REDUÇÃO DO VOLUME DE PULVERIZAÇÃO
A quantidade de produtos fitofarmacêuticos usados nas últimas quatro décadas tem vindo a
diminuir (Matthews,1999), para a qual terão contribuído a evolução dos sistemas de protecção
de plantas e o aparecimento de novas moléculas, mais eficientes em quantidades mais
reduzidas. Poderá contribuir com igual protagonismo a estratégia de pulverização em baixo
volume, resultante do desenvolvimento de um conjunto de conceitos conhecidos.
2.1 – Diminuição do diâmetro das gotas
A micronização de partículas têm por base a concepção e o uso da gota fina como meio de
potenciar o sucesso da pulverização. Pelas equações demonstradas por Musillami (1982) e
Matthews (1992), verificamos que o número de gotas disponibilizadas por um dado volume de
líquido está inversamente relacionado com o cubo do seu diâmetro. Então, manipulando o
diâmetro volumétrico médio das gotas, garantimos um aumento pronunciado do nº de impactos
por unidade de superfície. Permite-nos assim constatar que uma redução do tamanho das
gotas para metade, multiplica por oito o nº de gotas produzidas com o mesmo volume de calda
aplicado. Matematicamente, verificamos que esse aumento de gotas irá cobrir o dobro da
superfície.
2.2 – Material de Aplicação
Relativamente ao equipamento de pulverização, importa conhecer a sua capacidade de
trabalho e as características técnicas do fabricante, assim como reconhecer os seus
coeficientes de regulação, de modo a testar, calibrar e adaptar às exigências da aplicação.
Sabe-se que são condições favoráveis e obrigatórias à implementação do método, a
possibilidade do equipamento trabalhar em baixa pressão, a adaptabilidade a bicos
atomizadores e a elevada capacidade de produção de ar, permitindo convertê-lo num
verdadeiro sistema de jacto transportado. O caudal de ar necessário em termos teóricos, pode
ser ajustado, calculando-se da seguinte forma:
Q = V x D x H x 1000 x N
3*
em que Q é o caudal de ar (m3/h), V a velocidade de avanço (km/h), D a altura média das
árvores, H a distância entre-linha e N o número de filas tratadas de cada vez. O valor indicado
por (*) é variável entre 2,5 e 3,5 consoante a densidade do copado. A forma como as gotas são
recebidas no interior da corrente de ar e os processos de turbulência gerados, encontram-se
intimamente dependentes do tipo de equipamento e da adequação e regulação do caudal e
velocidade de saída do ar.
2.3 – Depósito e aderência no alvo biológico
A utilização da gota fina, pelas suas características, permite impactos mais suaves e,
consequentemente menor rebentamento. Por esse facto, a sua capacidade de aderência
aumenta e as perdas por escorrimento/gotejamento da folhagem são diminuídas. A utilização
de pulverizados grosseiros pode conduzir a elevadas perdas por escorrimento, agravadas nos
pontos de maior nº de impactos. A pressão de trabalho utilizada no seu impulsionamento
contribui também para a dissipação para fora do alvo biológico, não nos garantindo à partida
uma aproximação entre o volume de calda utilizado e a quantidade efectivamente depositada.
Estes factos permitem-nos reflectir sobre a possibilidade de redução de volumes com base na
redução das perdas totais.
2.4 – Interpretação das volumetrias
O conceito de TRV (Tree-Row-Volume) foi desenvolvido com vista a optimizar a quantidade de
produto fitofarmacêutico e de água, a aplicar ao volume de área foliar. Assim sendo, o volume
de calda a utilizar nunca deve resultar das pretensões do produtor ou de recomendações prédefinidas, mas sim do volume da sua copa, reflexo do sistema de condução, idade e outras
características do pomar. Este método consiste no cálculo do volume de vegetação (volumetria) presente em 1 hectare de terreno e na dosagem do líquido (l/m3) em função desse volume,
tal como apresentado a seguir:
TRV (m3veg./ha) = Altura Média Árv.(m) x Largura Média Árv.(m) x 10.000 m2/ha
Distância na Entre-Linha (m)
Em pomares de reduzida volumetria, a redução significativa de volume poderá estar na
interpretação deste raciocínio, independentemente dos acréscimos que a micronização de
partículas nos possa trazer.
3 – MATERIAL E MÉTODOS
3.1 – Caracterização do local do ensaio
O trabalho experimental foi realizado na Quinta do Vale de Amieiro, localizada na freguesia de
Cós, concelho de Alcobaça, a qual ocupa uma área de 22 ha, exclusivamente em fruticultura. A
delimitação da parcela seleccionada para o ensaio, teve por base as características do pomar e
a protecção dos ventos dominantes, conferida a norte pelo pomar da encosta e pela cortina
natural de abrigos nos restantes quadrantes. O pomar de pereiras foi instalado em 1994 e é
constituído por pereiras cv. Rocha enxertadas em EM-A e orientadas no sentido NW-SE. O
compasso é de 4 x 1,5 mts e o sistema de condução é o eixo central revestido. Para o
delineamento do ensaio foi escolhida aleatoriamente 1 fila de 125 árvores, tendo-se deixado 15
árvores de intervalo entre as modalidades e tratado as 2 filas adjacentes à do ensaio em baixo
volume (360 l/ha).
3.2 – Equipamentos utilizados
Uma vez os objectivos do trabalho passarem pela confrontação entre dois sistemas distintos de
pulverização, a pulverização convencional em alto volume (1000 l/ha) face à pulverização em
médio (500-1000 l/ha) e em baixo volume (200-500 l/ha) obtida, fundamentalmente, pelo maior
domínio da qualidade do pulverizado, optou-se pelo equipamento que está tradicionalmente
associado à pulverização em alto volume (AV). Assim sendo, a pulverização em AV foi
realizada com um pulverizador de jacto “transportado”, rebocável, sendo o depósito em
polietileno com capacidade para 1000 l, bomba de 5 membranas com débito de 142 l/min às
540 r.p.m. concebida para alcançar a pressão máxima de 50 bar. A turbina utilizada é axial,
constituída por uma hélice de 820 mm de diâmetro com 8 pás reguláveis, produzindo um
caudal de ar de aproximadamente 80.000 m3/h com velocidade de saída de 40 m/s. As
restantes modalidades foram realizadas com um pulverizador de jacto transportado, rebocável,
com depósito em polietileno com capacidade para 2000 l e bomba de 3 pistons com débito de
123 l/min às 540 r.p.m., concebida para alcançar pressões máximas de 60 bar. A turbina deste
equipamento é axial, acoplada a um deflector vertical e constituída por uma hélice de 820 mm
de diâmetro com 9 pás, produzindo um caudal de ar de 65.000 m3/h na velocidade mais alta.
Estes pulverizadores foram rebocados e accionados por um tractor com dupla tracção de 75
hp.
Na realização dos ensaios usaram-se bicos de turbulência, caracterizados por originarem
jactos cónicos, com a particularidade de que na modalidade do AV se usaram bicos vulgares
com pastilhas de cerâmica convencionais (1º bico com orifício de diâmetro 1,0 mm e os
restantes de 1,2 mm) e nas modalidades restantes se usaram bicos ATR, de cone oco, de cor
vermelha (mod. 750 l/ha), laranja (550 l/ha) e amarela (360 l/ha), respectivamente com débitos
de 1,6, 1,4 e 1,2 l/min.
3.3 – Papel hidrossensível
Na avaliação da cobertura, distribuição vertical e horizontal (penetração) na copa e perdas
relativas de calda para o solo, usou-se papel hidrossensível com dimensões de 76 x 26 mm. A
qualidade da pulverização foi deste modo avaliada de forma indirecta, com base na quantidade
e área de pontos azuis, originados pelo processo de ionização ocorrido pelo contacto da água
com o azul de bromofenol que cobre a película de papel fotográfico. A sua fixação na árvore foi
conseguida pelo uso de alfinetes no tronco e de clipes nas folhas, enquanto no solo por
alfinetes em barra de madeira.
3.4 – Material Informático
A determinação da percentagem de cobertura, Nº médio e área média das gotas, foram
conseguidas utilizando o programa UTHSCSA Image Tool for Windows 1.28, após calibração
com medidor de área foliar (MAF) e tratamento de imagem com programa Paint Shop Pro 6. O
objectivo foi converter uma imagem a 16 milhões de cores numa escala de cinzentos após
processamento e selecção de área de referência com 800 x 250 pixel, recorrendo ao programa
Paint Shop Pro6. A posterior calibração do valor padrão do “Treshold” e transformação em
imagem a preto e branco, permitiu extrair todas as potencialidades que o UTHSCSA Image
Tool nos dava, simplificando a análise dos papeis hidrossensíveis. A análise estatística incidiu
sobre os resultados da extensa análise de imagem, tendo sido efectuada pelo programa
Statística/W 5.0.
3.5 – METODOLOGIAS
3.5.1 – Eleição dos volumes de aplicação
A pulverização clássica em alto volume (1000 l/ha) foi usada como modalidade de referência,
por representar a realidade da maioria das nossas explorações agrícolas. As restantes
modalidades tiveram por base o cálculo da volumetria do pomar a tratar, obtido pela aplicação
do método TRV (Tree-Row-Volume), tendo-se obtido um valor de alta volumetria (18.425 m3
vegetação/ha). Depois de obtido este parâmetro, introduzimos um factor que repercutisse as
características do equipamento usado na pulverização, certos que equipamentos com
calibrações mais duvidosas iriam necessitar de um volume de calda superior para realizar igual
trabalho. Assim sendo, tivemos ainda em consideração que:
A bibliografia aponta para valores que oscilam entre 10 e 125 litros por cada 1000 m3 de
vegetação;
A situação nacional, vulgarmente adaptada ao alto volume na base dos 1000 l/ha é indiferente
à volumetria de cada pomar, e permite, em situações extremas, verificar valores
compreendidos entre 10 e 180 litros por cada 1000 m3 de vegetação;
A implementação dos baixos volumes que se tem vindo a realizar na Unirocha, com base no
trabalho de final de curso já testado e publicado no Instituto Superior de Agronomia por Leão
de Sousa (2001), que apontava como melhor compromisso um valor próximo dos 30 litros por
cada 1000 m3 de vegetação.
Por estas razões optamos por experimentar os valores 20, 30 e 40 litros por cada 1000 m3 de
vegetação, a partir dos quais chegamos aos volumes possíveis nas modalidades de 360, 550 e
750 l/ha respectivamente.
3.5.2 – Determinação dos parâmetros de pulverização e calibração dos equipamentos
Uma vez conhecido o volume de aplicação e a distância entre-linha, ainda necessitamos de
determinar a velocidade de avanço da máquina, para podermos calcular o débito total dos
bicos pela fórmula de cálculo conhecida. Esta foi aferida pela cronometragem do tempo
necessário para percorrer 100 metros no interior do pomar, em processo normal de
pulverização, tendo-se escolhido a combinação da caixa de velocidades que nos permitia
pulverizar a 5 km/h.
Débito dos Bicos(l/min) = Vol. Apl.(l/ha) x Veloc. Av.(km/h) x Dist. Entre-Linhas (m)
600 (factor)
O quadro abaixo sintetiza os valores obtidos após o uso da fórmula referida e a definição das
pressões de trabalho:
Quadro 1 – Parâmetros de pulverização usados nas 4 modalidades
Volume de
Aplicação
(l/ha)
1000
750
550
360
Velocidade
de Avanço
(km/h)
5
5
5
5
Largura da
Entre-Linha
(m)
4
4
4
4
Caudal
Total
(l/min)
33,33
25,00
18,33
12,00
Nº
bicos
12
18
18
18
Caudal
dos bicos
(l/min)
2,78
1,39
1,02
0,67
Pressão de
Trabalho
(bar)
17,1
5,0
5,4
4,1
3.5.3 – Avaliação da percentagem de cobertura, número médio e área média das gotas
Após a definição da linha do ensaio e da separação da zona correspondente a cada modalidade, marcaram-se apenas as 10 árvores centrais de cada modalidade, de forma a precaver
possíveis interacções ou dosagens inadequadas provenientes da paragem/arranque do tractor.
Dessas 10 árvores foi escolhida aleatoriamente 1, que viria a servir de suporte aos papeis
hidrossensíveis. Foram relizadas 3 repetições (realizadas no início e fim da multiplicação
celular e uma terceira no último tratamento antes da colheita). Em cada uma foram colocados
16 papeis hidrossensíveis, em determinados pontos e alturas, de forma a avaliar a distribuição
da calda no perfil, a relação entre a redução de volumes e a capacidade de penetração das
gotas, o número e o tipo de gotas depositadas em cada posição e a % de cobertura
proporcionada pelas diversas modalidades. Os pontos de referência usados no ensaio
encontram-se sintetizados no quadro abaixo.
3.5.4 – Avaliação das perdas
de calda para o solo
A avaliação das perdas para o
solo foi realizada de forma
indirecta, através da colocação,
na linha oposta à de passagem
do tractor, de barras de madeira
no solo, sobre as quais se
colocaram papeis hidrossensíveis a 1,5, 2,5 e 4 metros da
linha do ensaio.
Quadro 2 – Disposição do Papel Hidrossensível
Posição
Distância
Altura
na Horiz.
Nível
Folha
(m)
(m)
Tronco
Externa
Interna
1,5 2,5
0
0
4,0
1
0,90
F,L
C,B
C,B
2
1,90
F,L
C,B
C,B
3
2,90
F,L
C,B
F- frente L- lateral C- cima B- baixo
3.5.5 – Avaliação da eficiência biológica
A avaliação da eficiência biológica dos tratamentos fitossanitários sujeitos a diferentes volumes
e doses de aplicação, consistiu na realização de observações periódicas sobre um
determinado número de órgãos representativos da árvore, as quais decorreram a partir da
instalação do ensaio. O tipo de órgãos a examinar e as épocas de observação dependeram da
praga ou doença em análise.
4 - ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
4.1 - Avaliação da % de cobertura, nº médio e área média de gotas
Apresentamos neste trabalho, apenas alguns resultados da análise aos papeis hidrossensíveis.
Uma análise mais detalhada desta temática, poderá ser consultada em Leão de Sousa (2001).
A observação do gráfico 1, permite-nos constatar que a redução de volumes de calda conduziu
à redução da % de área coberta, mas garantiu uma maior produção e deposição de gotas, de
área média mais reduzida.
1000
50
900
45
800
40
700
35
600
30
500
25
400
20
300
15
10
5
0
200
% Cobertura
Nº Médio de Gotas
100
Área Média das Gotas
1000
Nº MÉDIO DE GOTAS
% COBERTURA/ÁREA MÉDIA DAS GOTAS (pixel)
Gráfico 1 – Variação da % de Cobertura, Nº e Área Média de gotas
55
750
550
360
0
VOLUMES (l/ha)
A menor cobertura conferida aos papeis hidrossensíveis pelas modalidades de volume inferior,
foi devido, à menor quantidade de calda, mas também à sobreposição e deslocação de gotas
que se verificou nas modalidades de volumes superiores, podendo estas não ter conduzido a
um depósito efectivo maior. Por outro lado, o maior nº de gotas mais finas, pela facilidade de
deslocação e penetração na copa e pela maior capacidade de aderência ao alvo biológico,
poderão ser sinónimo de um tratamento mais eficaz.
A análise estatística permite-nos constatar que existem diferenças significativas para a % de
cobertura e Nº médio de gotas, entre as modalidades de 1000 e 750 l/ha e as modalidades de
550 e 360 l/ha (teste de Tuckey, α=0,05).
4.1.1 – Avaliação da % de cobertura e Nº médio de gotas em diferentes alturas
Pela análise do gráfico 2 e 3, verifica-se maior cobertura nos níveis inferiores das modalidades
de maior volume, enquanto nos níveis superiores as diferenças são menores. Nos níveis
intermédios foram obtidas coberturas semelhantes nas modalidades de menor volume, quando
comparadas com as de médio/alto e alto volume, conseguidas à custa de uma maior produção
de gotas. Existem variações significativas da % de cobertura em função da altura, sendo que a
modalidade dos 750 l/ha é significativamente diferente da modalidade dos 360 l/ha (teste de
Tuckey, α=0,05). Já o número médio de gotas apresenta diferenças significativas entre o último
nível e os restantes. Merece registo, para melhor interpretação, o facto da baixa cobertura
conferida aos níveis superiores pela modalidade testemunha se dever possivelmente à
utilização de equipamento tradicional, o qual é também responsável pela colocação de um
número inferior de gotas em todos os níveis. Devemos também fazer referência ao maior nº de
gotas colocadas pela modalidade de baixo volume nos níveis intermédios e superiores do
copado.
Gráficos 2 e 3 – Variação da % de Cobertura e Nº Médio de Gotas em diferentes níveis
70
1600
65
1400
60
1200
Nº MÉDIO DE GOTAS
% COBERTURA
55
50
45
40
35
30
25
1000
800
600
VOLUME
360 l/ha
400
VOLUME
550 l/ha
200
VOLUME
750 l/ha
0
0,90
1,90
2,90
0,90
ALTURAS (mts)
1,90
2,90
VOLUME
1000 l/ha
ALTURAS (mts)
4.1.2 – Avaliação da capacidade de penetração das gotas
A capacidade de penetração das gotas, avaliada de forma indirecta pela comparação da % de
cobertura e nº de gotas colocadas nas folhas exteriores e interiores da copa, permite-nos aferir
sobre a possibilidade da redução de volumes, pois será a % de cobertura e o nº de gotas
colocadas nas zonas mais densas e distantes do pulverizador a estabelecer o limite da
redução. Da análise ao gráfico 4, constata-se uma grande homogeneidade de cobertura entre
as folhas internas e externas das modalidades de baixo e médio/baixo volume, enquanto nas
modalidades médio/alto e alto volume a % de cobertura diminui do exterior para o interior.
A análise estatística estabelece diferenças significativas na cobertura entre as folhas externas
e internas e entre a cobertura nas folhas externas da modalidade de médio/alto face à
cobertura em todas as folhas das modalidades de baixo e médio/baixo volume (teste de
Tuckey, α=0,05).
A análise do gráfico 5 permite-nos observar um maior nº médio de gotas nas modalidades de
baixo e médio/baixo volume, assim como maior quantidade nas folhas internas face às folhas
externas de todas as modalidades. Embora parecendo contraditório, esta última diferença é
mais acentuada nas modalidades de médio/alto e alto volume do que nas modalidades de
baixo e médio/baixo volume. Tal situação poderá entender-se pelo maior depósito, sobreposição e escorrimento de gotas nas folhas externas das modalidades de maiores volumes,
expresso em maior % de cobertura (gráfico 4), que além de individualmente não se tornarem
elegíveis à interpretação do programa, ficarão indisponíveis para continuar após os primeiros
impactos.
Gráficos 4 e 5 – Variação da % de Cobertura e Nº Médio de Gotas nas Folhas
90
1600
1400
1200
70
Nº MÉDIO DE GOTAS
% COBERTURA NAS FOLHAS
80
60
50
40
30
FOLHAS EXTERNAS
1000
800
600
VOLUME
360 l/ha
400
VOLUME
550 l/ha
200
VOLUME
750 l/ha
0
FOLHAS INTERNAS
FOLHAS EXTERNAS
FOLHAS INTERNAS
VOLUME
1000 l/ha
POSICIONAMENTO HORIZONTAL
POSICIONAMENTO HORIZONTAL
4.2 – AVALIAÇÃO DAS PERDAS PARA O SOLO
O objectivo fundamental da análise seguinte é a avaliação relativa à fracção de pulverizado que
é arrastado para fora da área do alvo biológico. Esta deve-se a fenómenos naturais, regulações
inadequadas dos sistemas de produção de ar, pressão de trabalho ou débito dos bicos. A
evolução das técnicas de pulverização e a maior preocupação com o ambiente, encontram-se
favoravelmente relacionadas. A análise dos dados, permite-nos constatar que a pulverização
em médio/alto e alto volume apresentam diferenças significativas das modalidades de
médio/baixo e baixo volume (teste Tuckey, α=0,05). Pela análise ao gráfico 6, verifica-se que
quanto maior for o volume de calda usado, maiores são as perdas por ele originado, sendo
mais acentuadas nas proximidades da zona a tratada.
Uma análise mais pormenorizada à área em estudo, permite-nos observar 3,93% de cobertura
média do solo (até 4 metros de distância) na modalidade de baixo volume, a 29,68 % de
cobertura média na modalidade de alto volume. Trata-se de um nível de perdas superior a
700% e a que corresponderá um impacto ambiental e ecológico significativo. A redução destas
perdas permite-nos reflectir com menos receio, sobre a questão da redução de volumes calda,
desde que devidamente transferidas para o alvo biológico.
Gráfico 6 – Distribuição das perdas de calda para o solo com a distância à linha a tratar
50
% COBERTURA
40
30
VOLUME
360 l/ha
20
VOLUME
550 l/ha
10
0
VOLUME
750 l/ha
1.5
2.5
4.0
VOLUME
1000 l/ha
DISTÂNCIA À LINHA A TRATAR (mts)
4.3 – AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA BIOLÓGICA
A avaliação da eficiência biológica teve como base a observação do aparecimento e evolução
de pragas e doenças durante o período do ensaio, nas diferentes modalidades de tratamento.
Quanto às doenças, deu-se especial atenção à estenfiliose (Stemphylium vesicarium Simmons)
e ao pedrado (Venturia pirina Aderh.), pela ocorrência de periodos de durante o estudo. Quanto
às pragas, deu-se maior atenção à evolução da psila (Cacopsyla pyri L.). Quanto ao bichado
(Cydia pommonella L.) não justificou qualquer tratamento específico, uma vez a ser praticada
há vários anos a confusão sexual, com eficácia.
A detecção dos períodos críticos ou períodos de maior susceptibilidade de ocorrência de
infecções, teve por base a adopção de um modelo que tem vindo a ser desenvolvido para o
pedrado (Venturia pirina Aderh.) e cujos resultados provêm da conjugação da informação
meteorológica recolhida na estação da zona em questão e dos parâmetros biológicos da
doença, trabalhados e cedidos pela Associação de Agricultores de Alcobaça.
4.3.1 – Tratamentos efectuados
Por compromisso do projecto foram utilizados auxiliares BAYER a partir da instalação do
ensaio no dia 1 de Abril de 2002. Como se pode constatar pelo quadro 3, os tratamentos foram
sempre realizados na concentração recomendada no rótulo, independentemente dos volumes
de calda utilizados. Foi respeitada a estratégia de protecção integrada já implementada na
exploração à vários anos.
Quadro 3 – Tratamentos Efectuados na Campanha de 2002
Data dos
Estratégia “Bayer”
Tratamentos
4 de Abril
Baycor S + Enxofre Molhável + Frutamina
19 de Abril
Enxofre Molhável + Frutamina
27 de Abril
Delan + Anti-Stip
4 de Maio
Baycor S + Bayfolan Fruta
19 de Maio
Pomarsol Ultra D + Alsystin + Bayfolan Fruta
30 de Maio
Baycor Plus + Anti-Stip
15 de Junho
Lavagem a 1500 l/ha
16 de Junho
Delan + Libero Top
29 de Junho
Lavagem a 1500 l/ha
30 de Junho
Pomarsol Ultra D
7 de Julho
Pomarsol Ultra D + Bayfolan Fruta
14 de Julho
Pomarsol Ultra D
25 de Julho
Pomarsol Ultra D + Libero Top + Anti-Stip
8 de Agosto
Euparene
Concentração
(gr ou cc/hl)
37,5 + 600 + 100
400 + 100
50 + 1000
37,5 + 500
200 + 40 + 500
225 + 1000
50 + 40
200
200 + 500
200
200 + 40 + 1000
200
4.3.2 – Desenvolvimento do pedrado (Venturia pirina Aderh.)
No aspecto fitossanitário, o controlo do pedrado era motivo de alguma apreensão. A ocorrência
de geadas entre 16 e 20 de Abril, provocou uma acentuada quebra de produção nas parcelas
mais próximas, que não justificaram, a partir daí, qualquer tratamento especifico para esta
doença.
Gráfico 7 – Evolução do pedrado (Venturia pirina Aderh.) nos frutos para todas as modalidades
6
% PEDRADO NOS FRUTOS
5
4
3
VOLUME
1000 l/ha
2
VOLUME
750 l/ha
1
0
VOLUME
550 l/ha
14/05
01/06
15/06
29/06
16/07
31/07
17/08
VOLUME
360 l/ha
DATA
A elevada pressão da doença nas áreas limítrofes, aumentava o risco de infecções. A evolução
do pedrado nos frutos foi semelhante em todas as modalidades até meados de Junho, altura a
partir da qual o nº de frutos atacados na modalidade do alto volume se sobrepôs às restantes
modalidades. Na última contagem antes da colheita a modalidade do baixo volume registou
valores ligeiramente mais favoráveis que as modalidades de médio/alto e alto volume.
Quadro 4 – Incidência do Pedrado (Venturia pirina Aderh.) à Colheita
Doença
Modalidade
Pedrado
(Venturia pirina Aderh.)
1000 l/ha
750 l/ha
550 l/ha
360 l/ha
% à Colheita (Contagem de 1000 frutos)
24 de Agosto de 2002
6,1
5,0
2,4
3,1
Os resultados obtidos à colheita, por incidir sobre um nº mais elevado de frutos e numa
observação mais rigorosa, justificam maior atenção na sua interpretação. A tendência
correspondente às observações periódicas efectuadas na árvore, manteve-se de um modo
geral semelhante. Nas observações à colheita, a pulverização convencional em alto volume,
onde o volume de calda e as doses de produto fitofarmacêutico eram superiores, observou-se
maior incidência da doença, deixando antever que a distribuição da calda nas árvores pode
não ter sido a mais adequada. Essa falta de eficiência, poderá advir da maior dimensão das
gotas ou do equipamento utilizado, por se tratar da testemunha (pulverizador sem deflector
vertical). Curioso também, é o facto da pulverização recorrendo a 360 l/ha ter permitido a
obtenção de melhores resultados em relação à pulverização a 750 l/ha, ou seja, com uma
redução de 52% das doses de produtos fitofarmacêuticos obtivemos melhor eficácia biológica.
O valor mais favorável foi obtido com a pulverização a 550 l/ha, vindo ao encontro de valores
obtidos por Leão de Sousa (2001), no mesmo pomar. Estes resultados não só se explicam por
uma melhor distribuição da calda ou por maior potencial das substâncias activas quando
associadas a uma correcta aplicação, mas possivelmente pela melhor combinação das
condições envolvidas face à volumetria do pomar. Sendo assim, merece reflexão, a atribuição
da responsabilidade do insucesso da aplicação de determinados produtos comerciais às
empresas representantes, sem que oportunamente tenha sido questionada a sua técnica de
aplicação.
4.3.3 – Desenvolvimento da estenfíliose (Stemphylium vesicarium Simmons)
Nos últimos anos a parcela em estudo tem-se mostrado altamente susceptível a infecções nos
últimos 2 a 3 meses que antecedem a colheita. Os resultados abaixo apresentados tiveram por
base a contagem de 100 folhas e frutos durante o decurso da campanha e de 1000 frutos à
colheita.
Gráfico 7 – Evolução da Estenfiliose (Stemphylium vesicarium Simmons) nas folhas
90
80
% ESTENFÍLIOSE/FOLHAS
70
60
50
40
30
VOLUME
1000 l/ha
20
VOLUME
750 l/ha
10
VOLUME
550 l/ha
0
14/05
01/06
15/06
29/06
16/07
31/07
17/08
VOLUME
360 l/ha
DATA
Pela análise ao gráfico 7 verifica-se que, como já vem sendo habitual, a incidência da
estenfíliose aumenta nas folhas, na 1ª quinzena de Junho e a cerca de 40 dias antes da
colheita. Nestes períodos as modalidades de volumes de calda mais baixos, apresentam na
sua generalidade, um comportamento mais favorável. Com a aproximação da colheita, a
modalidade do baixo volume respondeu de forma mais positiva à ocorrência de infecções,
enquanto que o médio/baixo volume evoluiu de forma semelhante ao médio/alto volume. O alto
volume, apesar das doses mais elevadas, foi onde surgiu maior incidência da estenfíliose nas
folhas.
Gráfico 8 – Evolução da Estenfíliose (Stemphylium vesicarium) nos frutos
9
8
% ESTENFÍLIOSE/FRUTOS
7
6
5
4
3
VOLUME
1000 l/ha
2
VOLUME
750 l/ha
1
VOLUME
550 l/ha
0
14/05
01/06
15/06
29/06
16/07
31/07
17/08
VOLUME
360 l/ha
DATA
Pela análise ao gráfico 8 verifica-se que as infecções nos frutos aumentaram no momento em
que também foi maior a sua incidência nas folhas, tendo a partir daí decrescido
significativamente em todas as modalidades. Porém as modalidades de baixo e médio volume
não registaram qualquer infecção evolutiva na última observação.
Quadro 5 – Incidência da estenfiliose à colheita (Stemphylium vesicarium Simmons)
% à Colheita (Contagem de 1000 frutos)
Doença
Modalidade
24 de Agosto de 2002
1000 l/ha
2,4
Estenfiliose (Stemphylium
750 l/ha
2,2
vesicarium Simmons)
550 l/ha
1,5
360 l/ha
0
Na contagem dos frutos à colheita observa-se a mesma tendência que na última observação
na árvore. Porém, houve registo de infecções nas modalidades de médio volume, face ao
gráfico anterior. Esta situação poderá encontrar justificação no intervalo de tempo que foi dado
entre o último tratamento e a colheita, para respeitar o intervalo de segurança.
4.3.4 – Desenvolvimento da psila
O estudo da evolução da psila (Cacopsyla pyri L.) revelou-se importante por ser a única praga
a ser avaliada no ano em causa, uma vez todas as outras não terem justificado qualquer
tratamento específico.
Pela análise do gráfico 9, verifica-se que todas as modalidades apresentaram uma tendência
semelhante, ainda que as curvas referentes às modalidades de volumes mais baixos tenham
registado valores ligeiramente menores. A micronização das gotas com Alsystin parece induzir
um ligeiro aumento na sua eficácia.
Gráfico 9 – Evolução da Psila (Cacopsyla pyri L.)
120
PSILA - % RAMOS ATACADOS
100
80
60
VOLUME
1000 l/ha
40
VOLUME
750 l/ha
20
0
VOLUME
550 l/ha
14/05
01/06
15/06
29/06
16/07
31/07
17/08
VOLUME
360 l/ha
DATA
Há ainda a considerar as duas lavagens efectuadas a 1500 l/ha, que contribuíram para os
resultados obtidos em todas as modalidades.
4.3.5 – Avaliação dos resultados económicos
Avaliado o custo dos tratamentos por hectare, incluindo todos os insecticidas, fungicidas e
adubos foliares usados ao longo da campanha (com excepção aos tratamentos de inverno),
considerando as concentrações recomendas pela BAYER e os preços unitários retirados das
facturas de compra da exploração, constata-se uma redução de aproximadamente 65% e 45%
nas modalidade baixo e médio/baixo volume relativamente à modalidade de alto volume. Não
se considerou a poupança de tempo do trabalho de máquina e operador relativo ao menor nº
de enchimentos e preparação de calda, que as primeiras modalidades permitem em
comparação com as segundas.
Gráfico 10 – Custos dos tratamentos por modalidade
Custo/ha (€)
500
400
300
200
100
0
1000 l/ha
750 l/ha
550 l/ha
360 l/ha
Quer isto dizer que se nos reportarmos a uma produção de 20 ton/ha, com a modalidade do
baixo volume temos uma redução de custo de 0,012 €/kg e com a modalidade do médio/baixo
volume de 0,008 €/kg, ao mesmo tempo que aumentámos a eficácia dos tratamentos.
5. CONCLUSÃO
O estudo que vem sendo realizado, tem-nos permitido tirar algumas ilações, alertando-nos
para a possibilidade de que alterações nas técnicas de pulverização, podem trazer melhores
resultados globais.
O volume de calda não deverá ser adequado a uma ideia pré-defenida em função da área do
pomar, mas sim optimizado em função da volumetria das árvores.
A alteração dos volumes de calda deverá ser sempre acompanhada por equipamentos de
pulverização que permitam melhorar a sua distribuição, dado que para a penetração e a
homogeneidade da repartição serem melhoradas, será necessário menor quantidade de líquido
para obter uma cobertura semelhante.
A redução dos volumes foi acompanhada por um aumento significativo do nº de gotas e
redução do tamanho das mesmas.
As gotas mais pequenas, parecem revelar-se mais efectivas na protecção contra as doenças.
O alto volume permitiu a obtenção de coberturas superiores nos órgãos mais próximos,
precisamente aqueles onde todas as modalidades proporcionaram boas coberturas.
A diminuição dos volumes dá origem a diminuições muito significativas das perdas por
gotejamento e escorrimento para o solo. Consequentemente redução dos riscos de poluição.
A optimização da qualidade do pulverizado e a consequente redução dos volumes de calda
pode também gerar ganhos económicos interessantes, com níveis de eficácia semelhantes
Pelas razões apontadas e pela maior eficácia biológica das modalidades de volumes mais
baixos, deverá alertar-se para a necessidade de se estudarem as condições e doses de
aplicação de cada produto comercial, que não sejam baseadas apenas nas doses por hectare,
indiferentes à volumetria e técnica de aplicação existente.
Podemos constatar que a estratégia seguida com os auxiliares BAYER, demonstrou eficácia
nas condições em estudo, em particular nas modalidades de baixo (360 l/ha) e médio/baixo
volume (550 l/ha).
6 – AGRADECIMENTOS
_ Ao Sr Pedro Ruas pela total colaboração na realização dos ensaios;
_ Ao Engº Rui de Sousa e à Engª Délia Fialho pela revisão dos textos;
_ Aos Produtores que nos últimos anos nos permitiram implementar e acompanhar
esta técnica de pulverização.
7 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Barthelemy, P.; Boisgontier, D.; Jouy, L. & Lajoux, P. (1990). Choisir les outils de
pulverization. ITCF. Paris. In: Leão de Sousa, M.A. (2001). Optimização de Sistemas de
Pulverização em Baixo Volume à cultura da Pereira Rocha no âmbito da Protecção Integrada.
Relatório do trabalho final de curso de Engª Agronómica, ISA, UTL, Lisboa.
Doruchowski, G.; Svensson, S. & Nordmark, L. (1996). Spray deposit within apple trees
of differing sizes and geometry at low, medium and high spray volumes.
Leão de Sousa, M.A. (2001). Optimização de Sistemas de Pulverização em Baixo
Volume à cultura da Pereira Rocha no âmbito da Protecção Integrada. Relatório do trabalho
final de curso de Engª Agronómica, ISA, UTL, Lisboa.
Matthews, G.A.(1992). Pesticide Application Methods 2nd Ed. Longman Sci. Tec.,
Harlow, UK. 397p.
Matthews, G.A. (1999). Pesticide Application Methods 3rd Ed. Longman Sci. Tec.,
Harlow, UK.
Musillami, S. (1982). Les traitements par pulverization et les pulverisateurs en
agriculture. Numéro special regroupant les etudes Nos. 487-490 et 493. Ministère de
l`Agriculture. CEMAGREF. In: Leão de Sousa, M.A. (2001). Optimização de Sistemas de
Pulverização em Baixo Volume à cultura da Pereira Rocha no âmbito da Protecção Integrada.
Relatório do trabalho final de curso de Engª Agronómica, ISA, UTL, Lisboa.
Rüegg, J.; Siegfried, W.; Holliger,E.; (1999) Pulvérisation en arboriculture – Adaptation
de la dose de produits phytosanitaires et de la quantité d’eau au volume des arbres frutiers à
pépins et à noyaux. Reveu Suisse Vitic. Hortic., Vol.31 (3).

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