M úsica Clássica - SorensonDIGITAL
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M úsica Clássica - SorensonDIGITAL
Discoteca Ideal Música Clássica Índice Índice A selecção de 258 obras desta discoteca ideal é o reflexo da escolha dos especialistas Fnac em música clássica. Um especial agradecimento a Cristina Messias, vendedora especialista de música clássica da Fnac CascaiShopping e a Francisco Garcia, vendedor especialista de música clássica da Fnac Chiado. Os especialistas Fnac estão sempre à sua disposição para qualquer pesquisa ou pedido complementar. Capa: Título Sem título (c. 1917) Autor Amadeu de Souza Cardoso Materiais óleo sobre tela Medidas 93,5 cm Altura 93,5 cm Largura Nº de inventário 77P8 Col. Fundação Calouste Gulbenkian CAMJAP pág. Introdução 4 Os 50 Indispensáveis 6 Visão Cronológica da Música Clássica 12 Registos Vocais e Escalas 14 Composição e disposição da Orquestra 15 Tessituras 16 Períodos 18 Compositores 23 Recitais Instrumentais 233 Recitais Líricos 246 Compositores Portugueses 259 Compilações 281 Grandes Nomes da Música Clássica 288 Glossário 332 Introdução Introdução Nada se pode substituir, na Música, à experiência mágica do concerto ao vivo. Mas o desenvolvimento do disco, sobretudo a partir da II Guerra Mundial, quando a tecnologia sonora se foi apurando de forma crescente com a introdução sucessiva de inovações como o LP ou a estereofonia, veio permitir o registo sistemático das obras de maiores dimensões até então reservadas à sala de concerto, a disponibilidade de múltiplas leituras das mesmas partituras por diferentes intérpretes, e de um modo geral um alargamento extraordinário do repertório gravado. O disco veio assim criar uma nova realidade, impensável ainda há pouco mais de meio século: a do acesso fácil à literatura musical de todo um milénio, do cantochão medieval às últimas produções dos compositores contemporâneos, registando ao mesmo tempo, para as obras centrais do cânone da Música erudita, uma multiplicidade de abordagens interpretativas sempre inesgotável e cada vez mais enriquecedora. É claro que esta fruição musical por via fonográfica não substitui, como dizia, a experiência directa do concerto, mas constitui sem qualquer dúvida, por direito próprio, um outro manancial de fabulosas experiências artísticas a que, de resto, nenhum melómano poderia aceder ao vivo em tempo real, por maiores que fossem a sua mobilidade e os seus recursos. Coloca-se agora um problema de natureza completamente diferente: face a um catálogo em constante expansão, em que às grandes empresas multinacionais se juntam a cada momento pequenas editoras locais, como navegar neste oceano de escolhas múltiplas? Por entre as dezenas (se não mesmo, em alguns casos, centenas) de versões disponíveis das obras-primas da Historia da Música erudita, como seleccionar à partida as leituras de referência, os intérpretes de excepção, os momentos de estado de graça – por assim dizer – da história do disco clássico? É evidente que não existem nesta matéria escolhas absolutas, e que em última análise o critério do gosto pessoal do ouvinte tem de ser o critério decisivo. Um melómano experiente depressa identifica afectos e cumplicidades musicais que são arreigadamente suas – o “grão” de uma certa voz, a força rítmica de uma certa batuta, a carga lírica de um certo fraseado ao piano, a força expressiva de uma certa sonoridade no violoncelo. E nascidas essas opções é a partir delas que decide percorrer o repertório, conduzido pelos seus intérpretes favoritos. A verdadeira “discoteca ideal” é sempre, afinal, a de cada um, a cada momento. Só que o cruzamento das escolhas individuais acaba por criar núcleos de consenso. Os itinerários do gosto pessoal tendem a coincidir em momentos da história do disco que se revelam incontornáveis e que sobrevivem à sucessão das versões alternativas e aos caprichos da oferta do mercado. Quando Janet Baker e John Barbirolli se encontram nos Kindertotenlieder de Mahler há ali qualquer coisa de sublime e de perene que a cada vez que os ouvimos continua a deixar-nos um nó na garganta, por mais que gostemos muito de outras interpretações; e o mesmo sucede com o Triplo Concerto de Beethoven às mãos de Richter, Oistrakh, Rostropovitch e Karajan, com o Cravo Bem Temperado de Bach por Gustav Leonhardt, ou com o Tristão e Isolda de Wagner com Nilsson, Windgassen, Ludwig e Böhm. É esse o propósito deste “Discoteca Ideal Música Clássica” que a FNAC agora nos oferece: o de nos lembrar um conjunto de instantes de excepção na produção discográfica maciça das últimas décadas, uma cartografia fundamental do universo aparentemente caótico do catálogo clássico, um elenco de visões interpretativas particularmente inspiradas e marcantes que o consenso da crítica identificou em torno do repertório essencial da História da Música ocidental. A escolha final só pode ser – repito – a de cada um de nós, mas estas grandes sugestões propostas pela FNAC têm sobre si, na maioria dos casos, o peso de um reconhecimento quase unânime que cada nova geração de ouvintes tem tendido a confirmar. Não participei no processo de selecção, mas reconheço-me em grande parte destas escolhas, e sei por experiência própria quantas horas de prazer de ouvir grande Música por grandes músicos se contêm nesta lista. RUI VIEIRA NERY Musicólogo, Director-Adjunto do Serviço de Musica da Fundação Calouste Gulbenkian Os 50 Indispensáveis Os 50 Indispensáveis Os 50 Indispensáveis Bach Concertos Brandenburg/Suiter Orquestrais Beethoven Brahms Gershwin Quarteto Alban Berg / EMI Gilels / Deutsche Grammaphon Previn / EMI Últimos Quartetos Concerto p/ piano 1 e 2 página 62 Rhapsody in Blue Goebel, Reinhard / Archiv página 43 página 89 Bach Beethoven Chopin Händel Harnoncourt / Teldec Gilels / Deutsche Grammaphon Rubinstein / RCA McCreesh / Decca página 27 Paixão Segundo S. Mateus página 33 página 44 Nocturnos página 72 Messias página 95 Bach Beethoven Chopin Händel Pablo Casals / EMI Furtwangler / EMI Lugansky / Warner Hogwood / Decca Suítes p/ Violoncelo página 35 Sinfonia n.º 9 página 47 Prelúdios página 74 Water Music página 97 Bach Bizet Fauré Haydn G. Gould / Sony Abbado / Deutsche Grammaphon Herreweghe / Harmonia Mundi Karajan / Deutsche Grammaphon Variações Goldberg página 36 Sonatas p/ Piano Carmen página 58 Requiem página 88 A Criação página 99 Os 50 Indispensáveis Os 50 Indispensáveis Os 50 Indispensáveis Haydn Monteverdi Part Puccini Mosaïques / Naive La Venexiana / Glossa Kremer / ECM New Series Sabata / EMI Quartetos página 100 Mahler Kindertoten Lieder Baker/Barbiroli / EMI página 110 Oitavo Livro de Madrigais página 124 Mozart Concertos p/ piano 14, 17 e 21 Pires / Deutsche Grammaphon Tabula Rasa página 146 Tosca página 157 Pergolesi Purcell Alessandrini / Naive Lewis / Decca Stabat Mater página 147 Dido e Eneias página 158 página 127 Mahler Sinfonia n.º 5 Boulez / Deutsche Grammaphon página 112 Messiaen Quarteto para o Fim dos Tempos Ensemble Walter Boeykens Harmonia Mundi página 119 Mozart Prokofiev Rachmaninov Klemperer / EMI Arthaus Ashkenazy / Decca Mozart Puccini Rossini Bohm / Deutsche Grammaphon Karajan / Deutsche Grammaphon Gelmetti / Decca Flauta Mágica página 131 Requiem página 136 Pedro e o Lobo página 153 Madame Butterfly página 156 Obras para Piano página 162 Barbeiro de Sevilha página 169 Os 50 Indispensáveis Os 50 Indispensáveis Os 50 Indispensáveis Schoenberg Shostakovich Verdi Wagner Boulez / Deutsche Grammaphon Nikolayeva / Hyperion Guadagno / Warner Bohm / Deutsche Grammaphon Pierrot Lunar página 177 Prelúdios e Fugas página 190 página 211 Tristão e Isolda página 227 Verdi Compilações Quinteto “A Truta” Quatro Últimas Canções Rizzi / Deutsche Grammaphon Callas / EMI Grammaphon página 194 Villa-Lobos Bomtempo Angeles / EMI Rogner / Numérica Schubert Amadeus Quartet / Deutsche Richard Strauss La Traviata Schwarzkopf / EMI página 213 Bachianas Brasileiras página 180 Schubert Stravinsky Fischer-Dieskau / Deutsche Gram- Boulez / Deutsche Grammaphon Viagem Inverno maphon Sagração da Primavera página 197 página 183 10 Aida Shostakovich Tchaikovsky Chailly / Philips Fonteyn/Nureyev / Deutsche The Jazz Album Lago dos Cisnes página 188 Grammaphon página 200 página 218 Maria Callas página 253 Requiem página 260 Vivaldi Lopes Graça Biondi / Naive EMI Quatro Estações página 221 Canções Heróicas página 268 Vivaldi Seixas Alessandrini / Naive Haugsand / Virgin Stabat Mater página 222 Concertos para Cravo página 273 11 Visão Cronológica da Música Clássica 1200 Música antiga 1600 Música barroca 1750 Período clássico 1800 Música romântica Música do século XX 1890 Ravel: Bolero (1928) Charpentier: Te Deum (1690) Pergolese: Stabat Mater (1736) Purcell: Dido e Eneias (1689) Canto gregoriano (autor do século VIII) Lully: Le bourgeois gentilhomme (1670) Mozart: Don Giovanni (1787) Requiem (1791) Haendel: O Messias (1741) Bach: Paixão Segundo S. João (1724) Vivaldi: As Quatro Estações (1725) Haydn: A Criação (1798) Verdi: La Traviata (1853) Liszt: Sonata em si (1857) Gounod: Fausto (1859) Beethoven: Sinfonia n.° 9 (1824) Schubert: Der Tod und das Mädchen (1826) Bernstein: West Side Story (1957) Schoenberg: A Noite Transfigurada (1899) Puccini: Tosca (1900) Debussy: Pelléas et Mélisande (1902) Mahler: Sinfonia n.° 5 (1904) Bizet: Carmen (1875) Tchaikovsky: O Lago dos Cisnes (1875) Fauré: Requiem (1892) Dvořák: Sinfonia n.° 9 (1893) Bach: Variações Goldberg (1742) Machaut: Missa de Notre-Dame (século XIV) Berlioz: Sinfonia Fantástica (1832) Chopin: Grande Valsa Brilhante (1834) 1970 Wagner: Tristão e Isolda (1865) Strauss: O Belo Danúbio Azul (1867) Bruckner: Sinfonia n.°7 (1884) Brahms: Sinfonia n.°4 (1885) Stravinsky: A Sagração da Primavera (1913) Música contemporânea 2007 Adams: Harmonielehre (1984) Britten: Peter Grimes (1945) Richard Strauss: As Quatro Últimas Lieder (1948) Messiaen: Turangalîla-Sinfonia (1949) Prokofiev: Romeu e Julieta (1935) Gershwin: Porgy and Bess (1935) Shostakovich: Sinfonia n.° 5 (1937) Bartók: Música para cordas (1937) Gorecki: Sinfonia n.° 3 (1976) Glass: Einstein on the Beach (1976) Pärt: Tabula Rasa (1977) Registos Vocais e Escalas Registos Vocais Escalas Femininos Soprano Mezzo-soprano Contralto Dó– C Masculinos Contratenor Tenor Barítono Baixo Composição e disposição mais usual da Orquestra Timbales Bombo Caixa de Rufo Trombones Trompetes Tuba Ré– D Mi – E Fá – F Harpa Oboés Fagotes Clarinetes Sol– G Trompas Contrabaixos Lá – A Si – B Flautas Violinos Violoncelos Violas Maestro 14 15 Tessituras (ver pág. 338) Deixe-se guiar pelas principais correntes da música clássica... Música antiga Mal determinada em termos cronológicos, a noção de música antiga abrange a época medieval, passando pelo Renascimento, até ao advento do estilo barroco, nos princípios do século XVII. Esta faixa cronológica abrange toda uma série de estilos musicais, pelo que se torna impossível propor uma definição homogénea das suas características; vemos assim suceder-se, um pouco desordenadamente, o estilo monódico do canto gregoriano, a polifonia nascida no século IX e que tem o seu apogeu no século XV, o domínio do madrigal na Itália do século XVI, bem como em Inglaterra, e o nascimento da ópera com Monteverdi. Música barroca Classifica-se como “música barroca” aquela que foi composta durante um período relativamente breve, que se estende dos anos 1600 até cerca de 1750 (Bach, Vivaldi, Haendel). Tal como a arte barroca em geral, esta música distingue-se por um certo exacerbamento da sensibilidade na representação das emoções e, em particular, por um gosto pelo virtuosis- 18 Períodos Períodos mo, pela ostentação, pelo movimento. Mas esta exuberância estética não exclui, de forma alguma, a coerência, nem a ordem ou a profundidade. É na época barroca, marcada pelo aparecimento do baixo contínuo, que se desenvolvem, em particular, a cantata, a oratória e a ópera. No entanto, a uniformidade não é regra e os estilos divergem entre músicos italianos, ingleses e franceses. Música clássica Respondendo a um certo ideal de harmonia, de comedimento e de simplicidade, o estilo clássico, na música, corresponde a uma época que facilmente se pode resumir à sua tríade emblemática dos mestres vienenses Haydn, Mozart e Beethoven. Porém, não se limita apenas a estes, estendendo-se aproximadamente de meados do século XVIII até ao princípio do século XIX. O equilíbrio é a palavra-chave desta estética, que irá desenvolver em particular o repertório orquestral. Música romântica O romantismo, que lhe sucede no século XIX, inscreve-se como reacção e enaltece com veemência o primado da individualidade artística. Exprime igualmente um certo gosto pelo lendário medieval e nacional, como em Wagner, por exemplo. Por fim, é a época em que o piano adquire o seu estatuto de instrumento vedeta (Chopin, Liszt). 19 Música do século XX O último século foi, como sabemos, rico em ressaltos históricos e o domínio musical também não escapou a isso! As últimas décadas do século XIX assistiram à extinção progressiva dos últimos focos do Romantismo, mas no século XX novas vias musicais se abririam, com o questionar da tonalidade, adoptado por compositores como Schoenberg, Webern e Berg, e que tem sido desenvolvido e aprofundado pelos seus herdeiros, ou recusado e contraposto pelos seus detractores, até aos dias de hoje. Porém, o conceito que verdadeiramente define o século é a inesgotável diversidade de estilos e tendências, patente nas obras de Ravel, Stravinsky, Bartók, Janacek, Shostakovich, Britten, Messiaen ou John Adams. Períodos Períodos Música sacra Designam-se tradicionalmente por este termo todas as obras compostas de carácter religioso. Recorrem constantemente à voz, já que colocam em música os textos sagrados, quer se trate simplesmente de missa ou de salmos, desde passagens dos Evangelhos até à própria narrativa da Paixão de Cristo, passando ainda por muitos outros. A música sacra constitui a base da música ocidental, já que, na Idade Média, representava a essência da produção musical. A diversidade dos textos, dos ritos e das meditações espirituais, bem como as evoluções da sensibilidade religiosa através dos séculos, fazem da música sacra um mundo de uma riqueza inquestionável. “Sem música, a vida seria um erro.” Ópera De uma maneira geral, é costume datar o nascimento do mais popular dos géneros musicais com a criação do Orfeo de Monteverdi, em 1607. A partir daí, de querela em querela, não mais deixaria de evoluir, embora se tenha mantido sempre aquilo que era então: teatro musicado. Enquanto, nos seus primórdios, a ópera era fortemente marcada pela sua dimensão dramática e poética, na época barroca, o canto propriamente dito começaria a resgatar progressivamente o primeiro lugar, com o aparecimento do “bel canto”. As óperas de Mozart viriam, em seguida, a representar o equilíbrio ideal entre Música e Teatro; com Wagner, a orquestra sai virtualmente do fosso para se tornar um personagem de pleno direito. Por fim, a grande popularidade do género deve-se igualmente às obras italianas do século XIX. 20 21 Depois do silêncio, a música é o que melhor exprime o inexprimível. Aldous Huxley Alemanha Barroco Concerto para Violino / Shaker Loops Cravo Bem Temperado – Livro 1 Glenn Gould Sony Gidon Kremer Nonesuch Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores EUA Contemporâneo Bach, Johann Sebastian (1685-1750) O objectivo da Arte não reside numa descarga de adrenalina, efémera e limitada, mas sim na criação progressiva e durável de um estado de felicidade e serenidade. Seria Glenn Gould new age? Diríamos antes, poeta. E, também, arquitecto: aos 32 anos, em 1964, pôs fim à sua actividade de concertista para se dedicar exclusivamente às gravações em estúdio. Aí, pôde controlar todo o processo e transmitir-nos a sua visão particular de Bach, nomeadamente, inspirando-se na técnica dos cravistas. Concerto que conta as raízes de Adams nas suas texturas e ligações minimais. A sua forma de construção musical característica conduz-nos, por blocos segmentados, “a contar um todo” de emoções progressivas. Esta primeira gravação vive da energia magnética de Gidon Kremer. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Adams, John (n. 1947) Outras boas escolhas... Cravo bem temperado – livro 1................................. (Leonhardt, gustav) DHM 24 25 Compositores Alemanha Barroco Cravo Bem Temperado – Livro 2 Glenn Gould Sony Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. O Cravo Bem Temperado de Glenn Gould não se parece com nenhum outro, pois Gould não poderia tocar Bach como os outros. Gould vivia Bach, prelúdio após prelúdio, fuga após fuga, e nós com ele. Em quatro discos, e outras tantas horas de música, o pianista canadiano descobre um imenso labirinto, oferecendo-nos as chaves a pouco e pouco. Cada uma das 24 peças da recolha de Bach está perfeitamente caracterizada, num turbilhão de paixão controlada e subtil. Concertos de Brandenburgo / Suítes Orquestrais Reinhard Goebel Archiv Bach, arquitecto genial, deixou-nos nos seus concertos de Brandenburgo e suítes orquestrais um dos monumentos mais extraordinários da escrita musical para orquestra. Como não sentirmos a extrema alegria, melancolia, meditação ou ternura nesta música pura e absoluta? Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Bach, Johann Sebastian (1685-1750) Outras boas escolhas... CRAVO BEM TEMPERADO - LIVRO 2.................................. (leonhardt, gustav) DHM 26 27 Concertos para Piano n.º 1, 2 & 4 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Murray Perahia Sony Classical 28 Compositores Alemanha Barroco Bach foi um dos primeiros a compor concertos para cravo. Na maior parte dos casos, trata-se de transcrições das suas próprias obras ou de reminiscências italianas de outros compositores que ele conhecia muito bem. O pianista Murray Perahia, com a sua interpretação brilhante, cheia de luminosidade e de espiritualidade, confere cor e carácter a cada movimento. Concertos para Piano n.º 3, 5, 6&7 Murray Perahia Sony Classical A outra vertente destes concertos para piano interpretados por Murray Perahia, que oferece a Bach uma clareza polifónica que elimina qualquer frieza, muito pelo contrário: as invocações italianas é de uma delicadeza de toque absolutamente requintada. O complemento indispensável do primeiro volume de Concertos. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Bach, Johann Sebastian (1685-1750) 29 Compositores Alemanha Barroco Obras para Órgão Magnificat BWV243 Ton Koopman Archiv Philippe Herreweghe Harmonia Mundi O órgão foi o instrumento natural de Bach e sobretudo em Leipzig, dedicou-lhe uma grande parte da sua obra, quer como instrumento solista, quer como acompanhamento para composições religiosas. Um universo de grandeza e imaterialidade numa escrita rica de expressividade e complexidade. Para começar, a famosa toccata em ré menor. É ao canto jubiloso de Maria, respondendo a Isabel, que a intitula “bendita entre todas as mulheres”, que se refere, no Evangelho segundo S. Lucas, o Magnificat. Trata-se do canto que exalta a humildade da Virgem e a misericórdia de Deus. Representa uma das obras mais populares de Bach. A intervenção de Herreweghe e dos músicos que dirige dá voz ao coração e ao espírito desta música. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 30 Bach, Johann Sebastian (1685-1750) 31 Compositores Paixão Segundo S. Mateus Otto Klemperer EMI Classics Nikolaus Harnoncourt Teldec Como as suas Paixões, a Missa em Si é uma obra-prima de grandeza imponente. Obra de maturidade, faz a síntese da arte do mestre, nas vozes e nas texturas polifónicas. Mas todas estas considerações técnicas são tão pouco importantes perante uma obra tão grande. Será possível existir música mais humana? Dois monumentos musicais inigualáveis Bach encontra-se em Leipzig aquando da composição de ambos. A Paixão Segundo S. João apresentada na sexta-feira santa de 1724, e a de S. Mateus, na mesma ocasião, cinco anos depois. Harnoncourt é de um rigor musical e estilístico excepcional. Os solistas são de tirar a respiração. Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... MISSA EM SI..........................................................(herreweghe) HARMONIA MUNDI MISSA EM SI.......................................................(Gardiner, Sir John Eliot) ARCHIV pAIXÃO SEGUNDO S. MATEUS........................................................ (Leonhardt) bmg pAIXÃO SEGUNDO S. MATEUS................................(herreweghe) hARMONIA mUNDI pAIXÃO SEGUNDO S. MATEUS.............................(gardiner, sir john eliot) aRCHIV 3 564705 003171 32 Missa em Si Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Alemanha Barroco Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Bach, Johann Sebastian (1685-1750) 33 Compositores Alemanha Barroco Sonatas e Partitas para Violino Solo Suítes para Violoncelo Pablo Casals EMI Classics Nathan Milstein Deutsche Grammophon Um disco essencial de Bach. Por várias razões: é a música na sua suprema pureza e é o compositor com o qual o grande Nathan Milstein teceu os laços mais privilegiados. A sua sonoridade é mais luminosa do que nunca, a sua articulação ainda mais suave (Milstein estava com 73 anos quando gravou este disco), e o seu sentido de arquitectura, visionário. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 34 As suítes para violoncelo são a bíblia de qualquer violoncelista. Escritas no período de Kothen, muito se aproximam, no seu absoluto musical, às sonatas e partitas para violino solo. Estas suítes são compostas, como a generalidade das suítes, por várias danças de andamentos contrastantes. Pablo Casals será, já no séc. XX, o primeiro a tocá-las na íntegra e a partilhá- -las com o mundo. Obrigado Casals! Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... Sonatas e partitas para violino solo........................................... (menuhin) EMI Sonatas e partitas para violino solo........................................... (perlman) EMI sUÍTES PARA VIOLONCELO........................................................(rostropovitch) EMI sUÍTES PARA VIOLONCELO...................................................................(blysma) SONY Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Bach, Johann Sebastian (1685-1750) 35 Variações Goldberg Glenn Gould Sony Classical Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. As Variações Goldberg, que passaram a representar o princípio e o fim do piano, são uma das páginas que Glenn Gould mais marcou com o seu génio. Não só consegue traduzir a invenção e a perfeição, como nos fascina com o seu rigor e, ao mesmo tempo, a sua fantasia! Por fim, ao escutá-las, consegue invocar a música de O Silêncio dos Inocentes? Compositores Alemanha Barroco Bartók, Béla (1881-1945) Hungria Contemporâneo Música para Cordas, Percussão e Celesta Pierre Boulez Deutsche Grammophon Béla Bartók foi uma das personalidades musicais mais marcantes do sec XX. Música para cordas, percussão e celesta, de 1936, explora com agudeza e mestria os conceitos musicais que Bartók tinha vindo a desenvolver desde os meados da década de 20, onde engenhosamente associa o piano aos instrumentos de percussão. Esta obra, em conjunto com O Mandarim Maravilhoso, é uma boa introdução a Bartók. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Bach, Johann Sebastian (1685-1750) Outras boas escolhas... vARIAÇÕES GOLDBERG.....................................................................(Hantai) MIRARE vARIAÇÕES GOLDBERG...................................................................... (perahia) SONY 36 37 38 (1770-1827) Áustria Clássico Quartetos para Cordas Concertos para Piano Quarteto Vegh Valois/Naïve Alfred Brendel / Simon Rattle Philips Juntamente com o de Shostakovitch, o ciclo de Quartetos de Bartók constitui a mais vasta obra do século XX para esta formação. Sobre o quarteto de cordas em geral, Stravinsky dizia que era “o suporte mais lúcido dos conceitos musicais”. A forma de tocar dos Vegh ilumina a complexidade arquitectural destas partituras, numa constante procura de expressividade. Gravação inesquecível dos últimos concertos que o compositor dedicou ao piano. Ambos marcados pela inovação e revolucionários. Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... Concerto para Orquestra............................ (Boulez) DEUTSCHE GRAMMOPHON Concerto para Piano........................... (Anda/Fricsay) DEUTSCHE GRAMMOPHON concertos para piano 4 e 5................................................................ (gilels) EMI Compositores Beethoven, Ludwig van Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. (1881-1945) Hungria Contemporâneo Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Bartók, Béla 39 Compositores (1770-1827) Áustria Clássico Concerto para Violino Missa Solene Itzhak Perlman / Carlo Maria Giulini Emi Classics Otto Klemperer EMI Classics Eis um dos Concertos para Violino mais conseguidos do Romantismo, que alguns compositores (sendo Brahms o primeiro) irão tomar como modelo. A construção luminosa do primeiro andamento é reflectida na perfeição no diálogo solista/orquestra. Num oceano de reais sonoridades orquestrais, o violino de Perlman soa num vibrato envolvente. “É a minha obra-prima”, declarou um dia Beethoven a propósito da sua Missa Solene, criada em 1824. Uma partitura que se revela uma oração. Klemperer, com o seu arrebatamento romântico e a sua “enorme” visão, eleva esta catedral a dimensões cósmicas. Uma experiência única. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 40 Beethoven, Ludwig van 41 Compositores (1770-1827) Áustria Clássico Sonatas para Violoncelo e Piano DVD Últimos Quartetos Quarteto Alban Berg EMI Classics Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Mstislav Rostropovich, Sviatoslav Richter Emi Classics Com 16 Quartetos, mais a última Grande Fuga, Beethoven coloca a sua chancela nesta forma exigente, à qual se consagrou nos últimos anos do século XVIII, no fim da sua vida. Escutá-los um a um é seguir, passo a passo, a evolução do estilo do compositor, marcado por uma linguagem cada vez mais poderosa e complexa. O Quarteto Alban Berg toca Beethoven com um nível de conhecimento e de maturidade sem igual. Beethoven nunca trabalhou o violoncelo como instrumento solista. As suas sonatas em dueto com piano representam um género um pouco inovador. O espírito do diálogo, embora nem sempre prevaleça nesta versão, dá lugar a uma vivacidade, uma malícia e, sobretudo, um puro esplendor instrumental, tanto em Rostropovich como em Richter. É uma emoção ouvir dois monstros desta dimensão a tocarem juntos. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Beethoven, Ludwig van Outras boas escolhas... úLTIMOS qUARTETOS...........................(takacs quartet) DEUTSCHE GRAMMOPHON 42 43 44 Compositores Sonatas para Piano Últimas Sonatas Emil Gilels Deutsche Grammophon Alfred Brendel Philips Emil Gilels marcou para sempre o piano beethoveniano e a sua personalidade interpretativa torna inesquecível cada uma destas sonatas. Pianista de uma força profunda, tão capaz de uma interioridade tempestuosa como de uma delicadeza material, técnica superlativa em que todo o fogo expressivo é possível. Gilels traz-nos um Beethoven de corpo inteiro. Para um pianista, gravar a integral das 32 Sonatas para piano é a consagração de uma vida musical. É um monumento que requer uma capacidade visionária e sonora, uma técnica perfeita, uma qualidade de desempenho, uma harmonia e uma expressividade a cada momento. Brendel consagrou a sua vida aos compositores românticos alemães. Não admira, por isso, que se revele tão “em casa” com Beethoven. Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... SONATAS PARA PIANO........................................ (kempff) DEUTSCHE GRAMMOPHON úLTIMAS sONATAS.............................................. (pollini) DEUTSCHE GRAMMOPHON úLTIMAS sONATAS.............................................................................. (solomon) EMI Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. (1770-1827) Áustria Clássico Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Beethoven, Ludwig van 45 Compositores (1770-1827) Áustria Clássico Sinfonias n.º 5 e 7 Sinfonia n.º 9 Carlos Kleiber Deutsche Grammophon Wilheim Furtwangler Emi Classics Carlos Kleiber é um mistério vivo. Este homem secreto é simultaneamente o maestro mais requisitado e também aquele que dá menos concertos! Perfeccionista, inimigo da rotina, recusa-se a ficar preso a uma orquestra ou a um teatro. Cada uma das suas apresentações públicas é um presente oferecido a todos os amantes da música e os seus discos, gravados a conta-gotas, são cada vez mais raros. Este é um marco essencial da discografia das Sinfonias de Beethoven Nenhuma interpretação isolada nos pode dizer tudo de uma obra-prima como a Nona de Beethoven, mas esta chega muito perto. A intensa inspiração que se ouve em cada um dos intervenientes é marcada pela própria energia do grande momento ao vivo. Esta é uma interpretação incontornável para conhecer Beethoven. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Beethoven, Ludwig van Outras boas escolhas... Sinfonia N.º 9.............................................. (karajan) DEUTSCHE GRAMMOPHON sINFONIA N.º 9.............................................(bernstein) DEUTSCHE GRAMMOPHON 46 47 Compositores (1770-1827) Áustria Clássico Triplo Concerto Fidelio DVD Mstislav Rostropovich, David Oistrakh Emi Classics Leonard Bernstein Deutsche Grammophon Este triplo concerto, criado em 1807, em Viena, é dedicado ao príncipe Lobkowitz. Trata- -se de uma obra original, compromisso entre o trio de música de câmara e a sinfonia. O génio beethoveniano exprime-se aqui com generosidade, em particular no último andamento, em ritmo de polonaise. Diálogos cheios de conivência e poesia entre três monstros sagrados: Oistrakh, Richter e Rostropovich. De insucesso inicial, esta ópera de Beethoven acabaria por ver reconhecida o seu mérito na sua segunda versão (1814). Diferente para a sua época, esta ópera tem, aqui, na sua versão em DVD uma excelente prestação de Rene Kollo e Gundula Janowitz, magistralmente dirigidos por Leonard Bernstein. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Beethoven, Ludwig van Outras boas escolhas... fidelio........................................................................................... (klemperer) EMI fIDELIO............................................................................................... (karajan) EMI 48 49 (1803-1869) França Romântico Norma Sinfonia Fantástica Maria Callas/Tullio Serafin EMI Classics Pierre Boulez Deutsche Grammophon Poucos artistas revolucionaram tanto a ópera como Maria Callas. Ela não só desempenhava o seu papel, como nenhuma outra cantora dramática, como representava a própria voz do compositor e as suas exigências. A Diva marcou todas as suas personagens, mas três delas suplantam provavelmente as outras: Em La Traviata, Tosca e nesta Norma alucinante que se escuta repetidamente com o mesmo fervor. À sua morte, em 1869, Berlioz era já um nome incontornável no panorama francês. Influenciado por Gluck e Beethoven, podemos dizer que esta “Sinfonia Fantástica” é um marco do romantismo francês. Virtuoso, melódico e moderno, Berlioz influenciaria Saint-Saëns , Dukas e Wagner, tendo expandido as capacidades da orquestra moderna. Compositores Berlioz, Hector Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. (1801-1835) Itália Romântico Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Bellini, Vincenzo Outras boas escolhas... nORMA.................................................................... (sutherland/bonynge) DECCA 50 51 EUA Contemporâneo Biber, Heinrich Ignaz Franz von (1644-1704) Boémia / Actual República Checa Barroco West Side Story Missa Salisburgensis José Carreras, Kiri Te Kanawa Deutsche Grammophon Reinhard Goebel / Paul McCreech Archiv Uma verdadeira jóia, este Romeu e Julieta dos tempos modernos! Bernstein compôs, no que viria a constituir um dos seus grandes sucessos da Broadway, passado depois ao grande ecrã - uma obra prodigiosamente inventiva, em que os ritmos jazz e latinos se entrecruzam, em que os cantos de amor têm igualmente o seu lugar, numa partitura arrebatadora e emocionante. Para comemorar os onze séculos do arcebispado de Salzburgo, Biber escreveu, em 1682, esta magnífica missa barroca. Outrora atribuí da a Benevoli, não fica hoje qualquer dúvida da presença de Biber, em especial pela luminosa ornamentação e exploração instrumental muito bem compreendida, aqui, pela notoriedade de Goebel. Compositores (1918-1990) Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 52 Bernstein, Leonard 53 Compositores (1644-1704) Boémia / Actual República Checa Barroco Sonatas do Mistério Sonatas do Rosário Alice Pierót Alpha Andrew Manze Harmonia Mundi Sensíveis e devotas, estas sonatas, escritas por Biber, seriam dedicadas ao arcebispo de Salzburgo, devoto do rosário de Salzburgo. Personificando os 15 mistérios da Virgem, para esta obra escolhemos a impressão devotiva de Alice Piérot . Também conhecidas como “Sonatas do Mistério”, referimos outra dedicada interpretação desta obra simbolista e narrativa. Manze entende a inovação de Biber aplicando para isso o uso da scordatura – afinações diferentes, explicando os diferentes “motivos” da obra. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 54 Biber, Heinrich Ignaz Franz von 55 56 (1098-1179) Alemanha Medieval Requiem 11 000 Virgens Jordi Savall Alia Vox Anonymous 4 Harmonia Mundi Jordi Savall e La Capella Reial gravaram esta obra na Catedral de Salzburgo, explorando a acústica do espaço, tal como Biber a terá idealizado. Não é uma obra monumental, mas antes espiritual, aqui muito bem entendida por Savall que recorreu a toda sua vitalidade e diferença. Poeta-compositora, visionária, mística, profeta, herbalista, santa? Esta compositora do século XII, inspirada pela lenda de “Santa Úrsula e as 11 000 Virgens”, é aqui traduzida pelos “Anonymous 4”. Visão hipnótica e mística, recorrendo apenas a uma abordagem simples e perfeita. Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... Requiem....................................................................................(mccreesH) ARCHIV Hortus deliciarum.....................................................................(lesne) OPUS 111 Compositores Bingen, Hildegard von Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. (1644-1704) Boémia / Actual República Checa Barroco Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Biber, Heinrich Ignaz Franz von 57 (1743-1805) Itália Clássico Carmen Cello Concertos Teresa Berganza, Claudio Abbado Deutsche Grammophon Anner Bylsma Apex A ópera mais popular do mundo é francesa. Inspirada em Mérimée, Carmen não proporcionou grande sorte a Bizet, em vida, já que a sua estreia, em 1875, se revelou um fiasco. Alguns meses mais tarde, Carmen nunca mais deixaria as luzes da ribalta. Entre a estrutura do drama, implacável, e os tesouros melódicos (Habanera, a ária do Toreador), não se sabe o que mais admirar em Carmen. Tendo Boccherini sido um memorável violoncelista, não será estranho um concerto para violoncelo. Diferente, mas igualmente musical e fantasioso, fica-nos uma célebre interpretação de Bylsma desta obra maior no repertório do compositor. Compositores Boccherini, Luigi Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. (1838-1875) França Romântico Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Bizet, Georges Outras boas escolhas... CARMEN.........................................................................(otter/jordan) OPUS ARTE CARMEN................................................................................... (price/karajan) RCA 58 59 Itália Clássico Boulez, Pierre Compositores (1743-1805) (n. 1925) França Contemporâneo Quintetos de Cordas Notations Fabio Biondi Virgin David Robertson Naïve Boccherini tinha como forma musical predilecta o quinteto de cordas, que muito ajudou a desenvolver. Inscritos no estilo galante do séc. XVIII, um pouco rococó, os seus quintetos ganharam adeptos incondicionais. Aqui, Fabio Biondi e a Europa Galante mostram-nos este Boccherini no seu melhor. A música de Pierre Boulez está sempre em perpétua evolução, de tal maneira o mestre francês revisita sem cessar as suas obras, aumentando-as ou reestruturando-as. Aqui, as Notations são testemunho da sua escrita instrumental e rítmica complexa. Não se tente encontrar aqui uma qualquer sensualidade, mas antes mergulhe-se como num mundo sonoro inédito, rico de surpresas. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 60 Boccherini, Luigi 61 Compositores (1833-1897) Áustria Pós-Romântico Concertos para Piano n.º 1 e 2 Concerto para Violino Emil Gilels Deutsche Grammophon Itzhak Perlman/Carlo Maria Guilini EMI Classics De grande dimensão, os dois concertos para piano de Brahms marcam a carreira do seu compositor e a sua evolução estilística. O primeiro, na sua grandiosa abertura orquestral, é um verdadeiro desafio lançado por um jovem compositor. O segundo é fruto de um grande caminho já percorrido, tornando-se um dos concertos chave do piano romântico. A interpretação de Gilels é extraordinária. O Concerto de Brahms exige muito do solista. Seria quase considerado como impossível de tocar pelo destinatário da obra, o violinista Joachim, que conseguiu que Brahms lhe introduzisse alguns rearranjos. De uma majestade e de um fluxo reais, o seu lugar está assegurado no firmamento dos grandes concertos para violino, imediatamente atrás do seu “modelo”, o Concerto para violino de Beethoven. Desempenho superlativo de Perlman. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 62 Brahms, Johannes 63 Compositores (1833-1897) Áustria Pós-Romântico Sinfonias Requiem Alemão Sergiu Celibidache Deutsche Grammophon Elisabeth Schwarzkopf EMI Classics Tal como as sinfonias de Beethoven, as sinfonias de Brahms representam um pilar do repertório germânico. Todas elas são insubstituíveis, mesmo que ponhamos a quarta em lugar de destaque, pela sua enorme dimensão espiritual e apaixonante. Grande interpretação do tão pouco gravado maestro Celibidache. O Requiem Alemão é a obra mais importante da produção coral de Brahms, ocupando dez anos da vida do compositor. Baseado em textos bíblicos que o próprio Brahms organizou, é uma serena meditação sobre a morte, mas, acima de tudo, uma celebração da esperança. Aqui, a insuperável leitura de Otto Klemperer. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Brahms, Johannes Outras boas escolhas... REQUIEM ALEMÃO....................................................................... (gardiner) PHILIPS 64 65 66 (1824-1896) Áustria Pós-Romântico War Requiem Sinfonia n.º 9 Benjamin Britten Decca Bruno Walter Sony Britten é, para muitos o grande compositor britânico de século XX. Esta obra, escrita para os solistas escolhidos nesta gravação, Pears/Ficher-Dieskau/Vishneshkaya, demonstra a sua sensibilidade e visão para este tema, em que se procura a reconciliação do período pós-guerra. Uma das obras sinfónicas mais extraordinárias da história da música. Bruckner foi um compositor que construiu a pulso o seu próprio caminho, e apesar da estrutura das suas obras se aproximar do último Beethoven e ser considerável a influência de Wagner, que tanto admirou, Bruckner deve sobretudo muito a si próprio. Aqui, na sua derradeira sinfonia, apresenta-se um Bruckner profundamente religioso, que no fim do caminho olha a morte de frente, escavando o abraço da luminosa esperança. Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... Guia dos jovens à orquestra.....................................................(britten) DECCA peter grimes......................................................................... (atherton) ARTHAUS sinfonia n.º 4................................................................................... (bohm) DECCA sinfonia n.º 7............................................................................. (celibidache) EMI Compositores Bruckner, Anton Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. (1913-1976) Inglaterra Contemporâneo Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Britten, Benjamin 67 EUA Contemporâneo Caldara, Antonio (1670-1736) Itália Barroco The Seasons Maddalena ai Piedi di Cristo Dennis Russel Davies ECM New Series René Jacobs Harmonia Mundi Este compositor contemporâneo, aluno de Schoenberg, não será de fácil acesso a todos os que o escutam. Ao introduzir objectos e alterar timbres aos instrumentos, renovou a sonoridade a obter. Das múltiplas sugestões, escolhemos a Suite for Toy Piano, muito bem colocada por Margaret Leng Tan. Excelente obra deste compositor que fez uma boa síntese entre várias escolas (veneziana, vienense, napolitana). Escolhemos esta deliciosa obra, interpretada ao melhor nível por Scholl, Kiehr e Jacobs, em que nos envolvemos no mistério de Maria Madalena. Terreno e celestial, intenso e profundo. Compositores (1912-1992) Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Cage, John Outras boas escolhas... cantatas...........................................................................(gioia armonica) RAMEE 68 69 França Barroco Cherubini, Luigi (1860-1842) Itália Clássico / Romântico Te Deum Medeia William Christie Harmonia Mundi Maria Callas EMI Classics Obra muito conhecida deste compositor francês. Ao nível dos grandes oratórios, este Te Deum tem uma entrada triunfal, como se de uma efeméride se tratasse. Charpentier fica aqui, pelas mãos de William Christie e Les Arts Florissants, retratado. Dramático e vivaz, mesmo com instrumentos de época. Cherubini meets Callas! Obra e compositor considerados não essenciais, mas não podemos deixar de referir esta electrificante interpretação, dirigida por Leonard Bernstein. Uma Medeia vulcânica e trágica, em que a interpretação está ao mais alto nível da mesma Callas. Compositores (1643-1704) Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 70 Charpentier, Marc-Antoine 71 Compositores Nocturnos Valsas Artur Rubinstein RCA Dinu Lipatti EMI Classics “Melodias de infinita dor. Compassos que lhe desvendam os abismos, que o mergulham na imensidão; poder de sentimentos que fazem vibrar a fibra humana; desespero atroz; terrível desânimo, próximo da morte.” Estas palavras de Georges Mathias, aluno de Chopin, descrevem a poesia frágil e secreta dos Nocturnos. Pode-se falar, aqui, de testamento musical, um disco indiscutivelmente a levar para uma ilha deserta. Dinu Lipatti gravou-o umas semanas antes do seu desaparecimento e não se sabe o que admirar mais: se a leveza, a graça, a perfeição ou a emoção que se lê em cada articulação, cada acorde, cada melodia. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. (1810-1849) Polónia Romântico Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Chopin, Fryderyk Franciszek Outras boas escolhas... NOCTURNOS........................................................(pires) DEUTSCHE GRAMMOPHON NOCTURNOS...................................................... (pollini) DEUTSCHE GRAMMOPHON 72 73 Polónia Romântico Couperin, François (1668-1733) França Barroco Prelúdios Música para Tecla Nikolai Lugansky Erato Angela Hewitt Hyperion Estes prelúdios, miniaturas pianisticas, de pura musicalidade e de uma notável densidade, contam-se entre as obras mais importantes do compositor. Lugansky, o jovem pianista russo que se impôs na última década como um dos melhores solistas da sua geração, apresenta aqui um Chopin magnífico pela clareza e poesia de sonoridades, no grande virtuo sismo que é, em primeiro lugar, inteligência. Bach, que conhecia e adorava as obras para cravo de Couperin, tinha motivos para tal. Por detrás de cada peça há invenção, fantasia, humor e ternura, autêntico fragmento de sensibilidade e virtuosismo. O célebre Les Barricades Mystérieuses, rondó de refrão melancólico, indubitavelmente “misterioso”, continua a ser um dos pináculos da música barroca francesa. Compositores (1810-1849) Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 74 Chopin, Fryderyk Franciszek 75 França Barroco Debussy, Claude (1862-1918) França Pós-Romântico / Contemporâneo Leçons de Ténèbres Obras para Piano Gérard Lesne Harmonic Records Arturo Benedetti Michelangeli Deutsche Grammophon “Couperin, o Grande” é um dos mais nobres representantes da música barroca francesa, que serviu particularmente em dois géneros: música vocal (moteto) e música instrumental (cravo). A sua carreira é contemporânea do reino de Luís XIV, que o nomearia, em 1693, mestre da Capela Real. Entre 1713 e 1717, Couperin compôs nove “Leçons de Ténèbres” diferentes. Do ponto de vista das harmonias e atmosferas musicais, Debussy revolucionou a história do piano. Nesta música, evocativa de múltiplas impressões da natureza humana, Michelangeli é mestre, o seu Debussy é o gesto livre, tão natural, que o imaginamos invisível. Música transparente. Compositores (1668-1733) Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 76 Couperin, François 77 França Pós-Romântico / Contemporâneo Desprez, Josquin (1440-1521) Bélgica Renascimento Obras Orquestrais Missa de L’Homme Armé Leonard Bernstein Deutsche Grammophon Bernard Fabre-Garrus Naive Debussy/Bernstein: uma magnífica aliança entre um maestro e o primeiro criador do século XX. A orquestra é sumptuosa, as suas sonoridades inebriantes, a captação de som precisa e arejada, Bernstein analítico e empenhado. De que precisamos mais? Eis a versão absoluta destas grandes páginas, em que a grande transparência dos planos sonoros serve de revelador da magia de Debussy. Compositor flamengo, 1440-1521, destaca- -se por incluir na sua composição uma síntese das obras do seu tempo, modas, tradições e técnicas musicais. Polifonia e contraponto, juntando a herança do norte e do sul da Europa. Medieval e renascentista, autor de várias missa de que escolhemos esta notável interpretação pelos “A Sei Voci”. Compositores (1862-1918) Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 78 Debussy, Claude 79 (1563?-1626) Inglaterra Renascimento Lucia di Lammermoor Música para Alaúde Maria Callas / Herbert von Karajan Emi Classics Jacob Lindberg Bis Esta é uma das óperas que Callas viria a reinventar. Inspirada em Walter Scott, Lucia é um drama terrível, no qual a jovem Lucia, impedida de desposar o seu amante, transforma o seu dia de casamento num banho de sangue, mergulha na loucura e morre. É preciso seguir passo a passo, compasso a compasso o canto e o fôlego da diva Callas: tudo aqui é cantado e dito da forma mais prodigiosa. Um dos muito grandes discos de ópera. Compositor inglês (1563-1626) e um grande alaudista do seu tempo, foi fundamental pela inovação ao nível da monodia acompanhada. As suas obras antecipam, para muitos, o lied romântico. Maturidade, harmonia e melodia reafirmam o seu lirismo. Escolhemos Jacob Lindberg pelo acolhimento e aproximação à obra de Dowland. Compositores Dowland, John Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. (1797-1848) Itálica Romântico Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Donizetti, Gaetano Outras boas escolhas... LUCIA DI LAMMERMOOR............ (sutherland/bonynge) DEUTSCHE GRAMMOPHON 80 81 Compositores (1400-1474) França Renascimento Missa “Se la Face ay Pale” O Gemma Lux Diabolus in Musica Alpha Huelgas Ensemble Harmonia Mundi Esta obra-marco da música ocidental, vê-lhe pelos fabulosos Diabolus in Musica, especialistas em repertório medieval e renascentista, feita justiça. Dufay é, para o seu tempo, o maior compositor. Criou o modelo perfeito da polifonia sobre o cantus firmus. Sintético e aglutinador de estilos europeus de que se destaca esta missa. Os Huelgas Ensemble conseguem transmitir na perfeição a composição moderníssima e aritmética de Duffay. Estes motetos são perfeitos e, se nos permitirmos uma escuta atenta, entenderemos estes princípios (isorítmicos). Paul Van Nevel transporta-nos para o interior da época como poucos conseguem. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 82 Dufay, Guillaume 83 (1857-1934) Inglês Pós-Romântico Sinfonia n.º 9 Concerto para Violoncelo Leonard Bernstein Deutsche Grammophon Jacqueline du Pré EMI Classics Inspirada no folclore e nos grandes espaços americanos, a Sinfonia do Novo Mundo foi a apoteose de três anos vividos nos Estados Unidos. Obra de vastas proporções, profundamente humana e universal. ˇ pode O Concerto para Violoncelo de Dvorák ser a última obra americana deste compositor da Boémia, mas não ostenta qualquer vestígio de um qualquer “folclore”, senão antes a forˇ vai buscar às suas ça e o lirismo que Dvorák raízes checas. O Concerto de Elgar (1919) constitui a última grande obra do compositor inglês, sobretudo célebre pelas suas Variações Enigma, compostas vinte anos antes. Compositores Elgar, Sir Edward Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. (1841-1904) República Checa Nacionalismo Romântico Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Dvořák, Antonín Outras boas escolhas... SINFONIA N.º 9.................................................(kertesz) DEUTSCHE GRAMMOPHON 84 85 Inglês Pós-Romântico Espanha Nacionalismo Concerto para Violino / Variações Enigma Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Yehudi Menuhin Emi Classics 86 Falla, Manuel de (1876-1946) Elgar foi o grande compositor inglês do início do séc. xx. Aqui, duas das suas obras essenciais, o Concerto para Violino, na gravação histórica de Menuhin, nesta altura, um prodígio de 15 anos, e as Variações Enigma, hábeis e misteriosas peças de orquestra, sob a grande direcção do próprio Edward Elgar. Compositores (1857-1934) El Amor Brujo Victoria de los Angeles Emi Classics O lugar de Manuel de Falla na história da música não deve deixar dúvidas, ele foi um dos grandes criadores do séc. XX. Espanhol de alma e coração, impressionista e de grande intuição musical deixou-nos obras vivas como La Vida Breve, El Amor Brujo e El Sombrero de Tres Picos. Aqui, pelo espírito e voz admiráveis de Victoria de Los Angeles. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Elgar, Sir Edward 87 88 (1898-1937) EUA Contemporâneo Requiem Rhapsody in Blue Philippe Herreweghe Harmonia Mundi André Previn Emi Classics Sabe como era conhecido este Requiem (1893), o mais doloroso e intimista de todos? “Uma canção de embalar na morte”. E a versão de câmara de Philippe Herreweghe despe-o ainda de qualquer angústia, para nos dar a escutar a aceitação resignada da morte. Oiça as vozes suaves, os timbres calmos, límpidos e doces do Ofertório, do “Pie Jesu”. Uma obra-prima portadora de uma paz luminosa. Gershwin é um dos nomes maiores da música norte-americana. Crossover entre o jazz e as tradições europeias. Previn consegue retirar da London Symphony Orchestra toda a soltura e força necessária para a interpretação destas obras. Livre, dançante, charleston e quase cacofónico, aconselhamos por isto esta interpretação. Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... REQUIEM........................................................................................ (best) HYPERION REQUIEM.........................................................................................(willcocks) EMI porgy and bess................................................................................... (rattle) EMI porgy and bess............................................................................(mauceri) DECCA Compositores Gershwin, George Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. (1845-1924) França Pós-Romântico Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Fauré, Gabriel 89 Compositores (1561-1613) Itália Renascimento Tenebrae Madrigais Hilliard Ensemble ECM New Series Venexiana Glossa Avançado para o seu tempo, sensual e expressivo, Gesualdo não foi bem entendido até ao século XX. Algumas das suas obras demonstram rasgos de violência, seguidos de calma. Dramático na composição e cromático, tornou-se vanguardista. Escolhemos esta referência pelo carácter soturno e obscuro da obra, mas também pela interpretação. Será nos madrigais que Gesualdo melhor se poderá entender. Salientamos esta interpretação pelos “ La Venexiana”, onde fica clara a alternância entre a luz e a sombra, os jogos cromáticos e as dissonâncias, típico da composição de Gesualdo. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 90 Gesualdo, Carlo 91 EUA Contemporâneo Gluck, Christoph Willibald (1714-1787) Alemanha Contemporâneo Glassworks Orfeu e Eurídice Philip Glass Sony Classical René Jacobs Harmonia Mundi Glass faz parte dos compositores minimalistas que surgiram nos anos 1960 nos Estados Unidos. Com a sua pulsação e as suas melodias obcecantes, com a sua energia rock, a música de Philip Glass reconhece-se num quarto de segundo. Glass escreveu para todas as formas e todos os estilos, piano, ballet, ópera, concerto, entre outros. Entre o barroco e Mozart colocamos Gluck! Este notável compositor renovou a ópera, dando mais força aos coros, às aberturas e ao drama, eliminando o inútil, como as árias secas e supérfulas. Muito influenciado pelos temas mitológicos, produziu mais de cem óperas, de onde destacamos esta fabulosa Orfeo e Eurídice nas mãos de René Jacobs. Compositores (n. 1937) Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 92 Glass, Philip 93 94 (1685-1759) Alemanha Barroco Peer Gynt Messias Sir Thomas Beecham Emi Classics Paul McCreesh Archiv Grieg é o grande compositor da Noruega. Símbolo do seu país, por recorrer ao folclore nacional, viria, igualmente, a influenciar Debussy e Ravel. Peer Gynt nasceu de uma encomenda feita, em 1874, pelo dramaturgo Henrik Ibsen, que pretendia uma música para a sua peça de teatro. Os trechos das duas suí tes, muito célebres, são de uma beleza elegía ca, tingidos de melancolia. Escrito no verão de 1741, o Messias conheceu desde a sua criação um triunfo considerável. A grande particularidade, de um dos oratórios mais marcantes do barroco, reside na grande beleza e diversidade coral e nas linhas melódicas desarmantes das árias solistas. McCreesh faz justiça a toda a energia e drama da obra. Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... pEER gYNT...................................................................................(tOURNIAIRE) AEON MESSIAS................................................................................... (minkowski) ARCHIV MESSIAS........................................................................................(pinnock) ARCHIV Compositores Händel, George Frideric Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. (1843-1907) Noruega Nacionalismo Romântico Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Grieg, Edvard 95 Alemanha Barroco Suítes para Piano Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Keith Jarrett ECM New Series 96 Compositores (1685-1759) Keith Jarrett dedica-se às suítes para piano de Händel, pouco conhecidas, mas verdadeiras obras de arte. De harmonias brilhantes e energia rítmica irresistível, Jarrett toca estas pequenas pérolas com limpidez e detalhe, trazendo-nos todo o leque desta dança de expressividade. Water Music / Music for the Royal Fireworks Christopher Hogwood Decca Hogwood e a Academy of Ancient Music interpretam, com mestria e uma clareza admi rável, duas das obras mais emblemáticas para orquestra do compositor, ambas de uma irresistível exaltação de todas as cores orquestrais. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Händel, George Frideric 97 98 (1732-1809) Áustria Clássico Rinaldo A Criação Cecilia Bartoli / Charles Daniels Decca Herbert von Karajan Deutsche Grammophon Do vasto repertório de óperas de Händel, escolhemos esta, de uma série de outras tantas de grande valor, como Giulio Cesar ou Alcina. A seu tempo, foi a primeira ópera italiana de Händel a fazer sucesso em Londres. Aqui, ressalvamos a sua força, ritmo e brilho, muito bem dirigidos por Hogwood. Com um elenco de luxo, Daniels, Bartoli e Fink, a valorizarem este tema épico do tempo das cruzadas. Uma excelente relação entre teatro e voz. Karajan imaginou esta oratória de Haydn como um drama, conciliando a profunda religiosidade da obra e a sua modernidade, revelando os pormenores da trama sinfónica. A perfeição da apresentação e a qualidade das cenas vocais são incomparáveis. De lembrar que A Criação, de Haydn foi escrita no final do século XVIII, no seguimento do impacto que Israel no Egipto de Händel teve no compositor. Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... giulio cesar.................................................................(otter/minkowski) ARCHIV alcina........................................................................... (flemong/christie) ERATO a cRIAÇÃO....................................................(bernstein) DEUTSCHE GRAMMOPHON Compositores Haydn, Joseph Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. (1685-1759) Alemanha Barroco Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Händel, George Frideric 99 Compositores (1732-1809) Áustria Clássico Quartetos Op. 77 As Estações Quarteto Mosaïques Astrée/Naïve Karl Böhm Deutsche Grammophon O quarteto de cordas constitui o principal elemento da criação de Haydn e uma das formas mais festejadas pelos clássicos; o músico teria escrito cerca de 66. Os Quartetos Opus 77 figuram entre os últimos de Haydn, que dedicou ao príncipe Lobkowtiz. O Quarteto Mosaïques interpreta-os com contenção e sentido da dimensão clássica, com grande variedade de cores, consoante as atmosferas. As Estações confirmam Haydn não só como o grande mestre do classicismo, mas também como um firme precursor do romantismo. Este oratório, escrito depois da sua grande obra coral, A Criação, conta com uma característica pouco usual: o texto não inclui personagens bíblicas, mas antes camponeses, nos seus trabalhos diários, ao longo das estações, de quem Haydn sabe imprimir, com mestria, grandes imagens vivas. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Haydn, Joseph Outras boas escolhas... aS eSTAÇÕES..................................................................(jacobs) hARMONIA mUNDI 100 101 Compositores (1732-1809) Áustria Clássico Concertos para Violoncelo Sonatas para Piano Jacqueline du Pré Emi Classics Glenn Gould Sony Haydn apenas escreveu dois concertos para violoncelo, mas as suas qualidade rítmicas e melódicas marcaram-lhe o sucesso no repertório violoncelístico e junto do público. Du Pré, uma das violoncelistas mais emblemáticas do séc. XX é simplesmente genial, nesta gravação, em que tudo canta a sua emocionante energia e musicalidade. A música para piano de Haydn é um dos seus territórios menos conhecidos, contudo, de magnífica grandeza estrutural, ousando tonalidades e efeitos inesperados, num jogo permanente de linguagens expressivas. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Haydn, Joseph Outras boas escolhas... sONATAS PARA pIANO......................................................(satier) hARMONIA mUNDI 102 103 Alemanha Contemporâneo Ligeti, Gyorgy Compositores (1895-1963) (n. 1923) Hungria / Áustria Romântico Sonatas para Viola e Piano Requiem Kim Kashkashian / Robert Levin ECM New Series Bruno Maderna Wergo Hindemith é um marco na história da música, pela sua seriedade e técnica. O uso do contraponto, combinado com linhas pós-românticas e neoclássicas, só se torna claro escutando algumas das suas obras. Indicamos a interpretação de Kaskashian, nesta sonata para viola, não fosse este instrumento tão bem entendido pelo compositor-violetista. Para alguns, inaudito, para outros, criador de obras nebulosas e grandiosas. Ligeti é único! Aproximou-se de técnicas novas, como o uso da electrónica, revolucionando a música sacra, dando-lhe um aspecto profundo, místico mas também terrível. Salientamos, sem dúvidas, o seu Requiem, usado por Stanley Kubrick no seu filme 2001 - Odisseia no Espaço. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 104 Hindemith, Paul 105 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Hungria Romântico Lully, Jean-Baptiste Compositores (1811-1886) (1632-1687) França Barroco Obras para Piano Suítes György Cziffra EMI Classics Jordi Savall Alia Vox Cziffra, desaparecido em 1994, era dotado de uma capacidade de interpretação excepcional que não tinha nada de comum com os outros. No disco, reconhece-se imediatamente o seu toque, pelo virtuosismo, a energia e a fluidez sobre o teclado. Estas torrentes de traçados, de uma suavidade infinita, parecem fazer descer em cascata os acordes mais delicados. E será que alguém conhece verdadeiramente o elevado grau de virtuosismo que o piano de Liszt requer? Compositor, músico, mas também bailarino, era cortesão e cheio de rivalidades. Criador do estilo “abertura à francesa”, ficou muito conhecido pelas obras pomposas, a exemplo das aberturas e das suítes – era músico de Luís XIV, claro! Salientamos a visão alegre e dinâmica de Savall para a Alia Vox. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Liszt, Franz Outras boas escolhas... oBRAS PARA pIANO..........................................................................(brendel) REGIS oBRAS PARA PIANO............................................................................. (bolet) DECCA 106 107 (1860-1911) Áustria Pós-Romântico Missa de Notre Dame O Canto da Terra Marcel Pérès Harmonia Mundi Kathleen Ferrier, Bruno Walter Naxos/Intégral Marcel Pérès e o Ensemble Organum conseguem transmitir o verdadeiro estilo da Idade Média? Revolucionários na visão musical e postura vocal, tornam-se o ideal para uma abordagem a este compositor. Muito importante para entendermos a tradição vocal desta época. Simples, afectuoso, poético e rudimentar. Terminado em 1908, isto é, três anos antes da morte de Mahler, este Canto da Terra encerra um período doloroso: o compositor acabara de perder a sua filha, depois, o seu lugar em Viena e, por fim, fica a saber que sofre de uma doença grave. Em seis andamentos (oiçam “O Adeus”), este canto do cisne mahleriano é aqui sublimado pela voz tão única de Ferrier, que se funde com uma orquestra crepuscular. Compositores França Medieval Mahler, Gustav Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 108 Machaut, Guillaume de (1300-1377) 109 Compositores (1860-1911) Áustria Pós-Romântico Kindertotenlieder Sinfonia n.° 2 “Ressurreição” Janet Baker / Sir John Barbirolli Emi Classics Otto Klemperer EMI Classics Janet Baker e Sir John Barbirolli são marcos incontronáveis do lied mahleriano. Nesta gravação, três grandes ciclos de canções onde se inclui o Ich Bin der Welt adhanden gekommen, sobre o qual Mahler terá dito: “Esta canção sou eu próprio”. A Segunda de Mahler é a primeira do seu ciclo a utilizar a voz. Mahler trabalhou nela de 1888 a 1894. O primeiro andamento, uma marcha fúnebre, é pungente e, após dois andamentos intermédios, conduz a um dilacerante canto de alto: “Oh pequena rosa vermelha! O homem jaz na dor! Por isso quereria estar no céu!” Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 110 Mahler, Gustav 111 Compositores (1860-1911) Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Áustria Pós-Romântico Sinfonia n.º 5 Sinfonia n.º 9 Pierre Boulez Deutsche Grammophon Sir John Barbirolli Emi Classics A posteridade não poderia recordar Gustav Mahler apenas pela sua arte como maestro ou pelo seu talento na direcção de teatro, nomeadamente da Ópera de Viena. O compositor, que se movia por detrás destas diferentes máscaras, só foi revelado nos anos 60/70, graças à obstinação de alguns maestros (Walter, Klemperer e Bernstein) e ao sucesso do filme Morte em Veneza, em que Visconti utiliza o Adagietto da Quinta Sinfonia. Mahler começou a escrever a sua nona sinfonia em 1908, terminando-a no Verão do ano seguinte. Em 1907, foi-lhe diagnosticado um problema de coração que muitos consideram influenciar o tom desta obra, com uma marcada obsessão pela morte e um sentimento de despedida da vida. A interpretação apaixonada de Barbirolli é simplesmente extraordinária. Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... SINFONIA N.º 5............................................................................... (barbirolli) EMI SINFONIA N.º 5.............................................(bernstein) DEUTSCHE GRAMMOPHON SINFONIA N.º 9..................................................(abbado) DEUTSCHE GRAMMOPHON SINFONIA N.º 9................................................ (karajan) DEUTSCHE GRAMMOPHON 112 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Mahler, Gustav 113 França Barroco Sonnerie de Sainte-Geneviève du Mont Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Nikolaus Harnoncourt Harmonia Mundi 114 Compositores (1656-1728) Aluno de Lully e Saint-Colombe, Marin Marais rapidamente atribui à tradição francesa uma maior maturidade e riqueza. Violista de renome, Marais escreveu cinco livros para este instrumento. Destacamos esta fabulosa obra, delicada e perfeita, na interpretação de Harnoncourt. Suitte d’un Goût Etranger Jordi Savall Alia Vox Indispensável será esta obra do IV Livro de Marin Marais. Savall, em conjunto com Lislevand e Latorre, conseguem exaltar mais liberdade e virtuosismo que qualquer outra interpretação. A importância da fuga para, Marin Marais, é aqui levada ao extremo vivencial. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Marais, Marin 115 Compositores (1809-1847) Alemanha Romântico Concerto para Violino Canções sem Palavras Viktoria Mullova Philips Daniel Barenboim Deutsche Grammophon Composto entre 1838 e 1844, é um dos concertos para violino mais famosos do romantismo, sendo obra essencial para qualquer violinista virtuoso. A sua popularidade devese sobretudo à beleza melódica e intensidade expressiva aliada à uma extrema dificuldade de execução. Mendelssohn compôs inúmeras peças para piano, algumas delas verdadeiros cumes do romantismo. Podemos admirar, sem reservas, as suas numerosas peças curtas, pelas quais Mendelssohn tinha uma predilecção especial e o desempenho apurado e perfeito de Daniel Barenboim. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 116 Mendelssohn, Félix 117 Alemanha Romântico Messiaen, Olivier (1908-1992) França Contemporâneo Elias Quarteto para o Fim dos Tempos Rafael Frühbeck de Burgos Emi Classics Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores (1809-1847) Ensemble Walter Boeykens Harmonia Mundi Morreu aos 39 anos, mas atrás de si deixou uma obra que, embora muitas vezes apelidada de “simplista”, não deverá ser vista com indiferença. Mendelssohn recuperou Bach e Händel, não devidamente valorizados até à sua época. Inspirado nos oratórios destes grandes mestres do barroco, produziu, em 1846, este Elias. Poderoso na sua vertente coral, fica nesta interpretação bem visível a entrega deste elenco de luxo (Jones, Baker, Gedda e Diskau) a uma obra maior. Foi durante o seu cativeiro na Alemanha, em 1940-1941, que Messiaen escreveu esta obra, uma das mais acessíveis que haveria de escrever com a Turangalîla. Oito andamentos compõem esta obra, de cerca de cinquenta minutos, inspirada – escreve o compositor – por uma citação do Apocalipse de S. João. Empenhamento espiritual muito forte dos músicos aqui reunidos. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Mendelssohn, Félix Outras boas escolhas... QUARTETO PARA O FIM DOS TEMPOS......................................................(loriod) EMI 118 119 França Contemporâneo Monk, Meredith Compositores (1908-1992) (n. 1943) EUA Contemporâneo Catálogo dos Pássaros Dolmen Music Anatol Ugorsky Deutsche Grammophon Meredith Monk ECM New Series Verdadeiramente inovador, Messiaen desenvolveu princípios unificadores ao nível do ritmo, hamonia e melodia. Esta obra, Catálogo dos Pássaros, surge, com Ugorsky como etérea e quase impressionista, apesar de poder ser considerada monumental. Foi baseada em 77 cantos de pássaros! Apesar de norte-americana, embora nascida no Peru, podemos considerá-la uma “feiticeira-da-voz”. Próxima do minimalismo, de Reich, Riley e Glass, diferencia-se pelo notável trabalho ao nível dos timbres vocais e dos seus registos. Salientamos este Dolmen Music, pela tradução destas ideias e pela ideia avant-garde. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 120 Messiaen, Olivier 121 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Itália Maneirismo Orfeo Vésperas da Beata Virgem Gabriel Garrido K 617 Jordi Savall Astrée/Naïve L’Orfeo de Monteverdi (1607) representa a base de todo o teatro musical. Esta “favola in musica” (uma fábula em música), que combina árias, recitativos, elementos mímicos, dança, coros e interlúdios orquestrais, irá alimentar toda a ópera ocidental, de Lully a Britten. Interpretação quente e eminentemente latina da orquestra de Garrido, num intrínseco trabalho de grupo, como poucos. Savall assinou a versão absoluta das Vésperas da Beata Virgem. Verdadeira síntese da música do seu tempo, a partitura de Monteverdi rompe com o quadro habitual da música religiosa, herdada do Renascimento, indo buscar uma nova inspiração na ópera. A chama e a espiritualidade libertam-se da leitura de Savall, numa compreensão íntima do pensamento monteverdiano. Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... orfeo............................................................................(jacobs) HARMONIA MUNDI orfeo...................................................................................(gardiner) UNIVERSAL VÉSPERAS DA BEATA VIRGEM........................................................(gardiner) aRCHIV VÉSPERAS DA BEATA VIRGEM...........................................(jacobs) hARMONIA mUNDI 122 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Monteverdi, Claudio (1567-1643) 123 Compositores Itália Maneirismo Mozart, Wolfgang Amadeus (1756-1791) Áustria Clássico Oitavo Livro de Madrigais Così Fan Tutte DVD La Venexiana Glossa John Eliot Gardiner Archiv Claudio Cavina e “La Venexiana” são profundos, quentes, perfeitos para este Oitavo Livro de Madrigais, talvez o mais importante, dada a densidade de obras como Ballo delle Ingrate, Lamento della Ninfa e Combattimento di Tancredi e Clorinda. Se quer decobrir uma das raras encenações de ópera do maestro John Eliot Gardiner, tem de ver este Così. Uma cenografia que respeita as personagens e os seus sentimentos, imersa em décors e guarda-roupa em inebriantes tons pastel. O engano em disputa com o verdadeiro amor, o riso com a ternura. Um verdadeiro cartão de visita da sensibilidade mozartiana! Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Monteverdi, Claudio (1567-1643) Outras boas escolhas... COSÌ FAN TUTTE .............................................................(jacobs) HARMONIA MUNDI COSÌ FAN TUTTE.......................................................................................(bohm) EMI 124 125 Compositores (1756-1791) Áustria Clássico Concertos para Piano n.º 14, 17 e 21 Concerto para Clarinete Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Jack Brymer / Neville Marriner Philips Maria João Pires Deutsche Grammophon “Há qualquer coisa de inumano (ou de sobre- -humano) na música de Mozart. Provavelmente, a sua proposta tem algo de milagroso”. Estas palavras de Jouve podem ter uma certa ressonância ao ouvir este Concerto para Clarinete, última obra orquestral de Mozart. Marriner recria uma doce atmosfera, simultaneamente suave e de grande elegância. Entre as obras mais reveladoras do génio de Mozart encontram-se os seus concertos para piano. A composição intuitiva, de temas melódicos, extremamente belos e desarmantes, contados com diálogos entre o solista e a orquestra, é aqui magistralmente interpretada por Maria João Pires e Claudio Abbado. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Mozart, Wolfgang Amadeus Outras boas escolhas... cONCERTOS PARA pIANO 14, 17 E 21............................................ (haskil) ARCHIPEL CONCERTOS PARA PIANO 14, 17 E 21................................................... (fischer) EMI 126 127 Compositores (1756-1791) Áustria Clássico The Mozart Recordings Concertos para Violino Emil Gilels Deutsche Grammophon Yehudi Menuhin EMI Classics Magnífico, este Mozart de Gilels, o pianista que sabe ver nas teclas de Mozart as suas sombras e tempestades. Entre estas jóias encontra-se a lendária gravação do Concerto para Dois Pianos, em Viena, onde Gilels toca com sua filha, sob a direcção de Karl Böhm. Entre Abril e Dezembro de 1775, Mozart escreveu cinco dos seus concertos para violino. O seu estilo elegante gere algumas frases lânguidas e dramáticas, de que Mozart detém o segredo, e também alguns traços de virtuosismo que o intérprete tem de negociar com a maior naturalidade. O desempenho de Menuhin, absolutamente fluido e melodioso, está carregado de humanismo e de luminosidade. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 128 Mozart, Wolfgang Amadeus 129 Compositores (1756-1791) Áustria Clássico Don Giovanni A Flauta Mágica Carlo Maria Giulini EMI Classics Otto Klemperer EMI Classics A ópera das óperas. A obra-prima das obras-primas: Don Giovanni merece todos os superlativos. O mais perfeito drama lírico jamais escrito. Sobretudo, quando um maestro e os seus cantores lhe imprimem um tal sinal distintivo. A força, o lirismo, a farsa, a tristeza e a alegria: com verdadeiro humanismo, Giulini dirige uma equipa absolutamente infalível. Trata-se de uma das últimas óperas de Mozart, e aqui já não estamos na poesia frívola e dramática das obras italianas, mas antes no “singspiel” alemão, em que as árias, os duetos e as harmonizações são introduzidos por diálogos falados. Todos os intérpretes aqui reunidos são truculentos actores/cantores, sob a batuta radiosa de Klemperer. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Mozart, Wolfgang Amadeus Outras boas escolhas... A FLAUTA MÁGICA.................................................................................. (davies) TDK A FLAUTA MÁGICA.................................................................................(solti) DECCA 130 131 Compositores (1756-1791) Áustria Clássico Quintetos de Cordas Missa em Dó Menor Quarteto Talich Calliope Philippe Herreweghe Harmonia Mundi Uma atrás da outra, Mozart compõe, em 1787, duas obras sublimes: os Quintetos K 515 e 516. Será possível ver, na sua dolorosa atmosfera, uma premonição da morte do seu pai, ocorrida poucos dias após concluir estas obras? Os músicos do Quarteto Talich vivem esta música com paixão, profundidade e sentido de grandiosidade trágica. Seguramente a maior obra religiosa de Mozart, juntamente com o seu último Requiem. A obra, incompleta, criada em 1783, constitui uma síntese genial da arte dos mestres antigos (Bach) e das audácias da sua época: a evocação da desordem profunda ombreia com a mais intensa alegria. Versão das mais humanas de Herreweghe. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 132 Mozart, Wolfgang Amadeus 133 Compositores (1756-1791) Áustria Clássico Música Maçónica As Bodas de Fígaro Stran Kertész Decca Karl Böhm Deutsche Grammophon O envolvimento de Mozart na Maçonaria foi frequentemente comentado. O seu empenho foi total e sincero, tendo o compositor escrito para ela algumas das suas mais belas obras. A Música Maçónica Fúnebre, em particular, é uma perturbadora meditação sobre a morte. Nela se misturam a fé, a consternação e a aspiração à paz. A loucura musical de Mozart, inspirada em Mariage de Figaro de Beaumarchais, é a ópera mozartiana mais equilibrada: crítica social desbragada, os excessos teatrais enquadram páginas de total lirismo e pudor, verdadeiros espelhos psíquicos das personagens. Böhm oferece-nos uma versão clássica, ideal simbiose do verbo e da música. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Mozart, Wolfgang Amadeus Outras boas escolhas... AS BODAS DE FÍGARO............................................(böhm) DEUTSCHE GRAMMOPHON AS BODAS DE FÍGARO..................................... (gardiner) DEUTSCHE GRAMMOPHON 134 135 Compositores (1756-1791) Áustria Clássico Requiem Karl Böhm Deutsche Grammophon Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. O Requiem de Mozart mantém-se uma das obras mais populares de todo o seu repertório. É bem viva a imagem romântica, levada ao extremo, de um Mozart assombrado pela morte, compondo com ardor o seu próprio Requiem. Böhm pinta com grandiosidade as cores tenebrosas e as inquietudes metafísicas desta obra-prima aterradora. Sonata para 2 Pianos em Ré Maior Murray Perahia, Radu Lupu Sony Classical “Mozart não é pretexto para especulações estéticas. Mozart é uma pedra de toque para o coração: ele protege-nos contra a doença do gosto, do espírito e dos sentimentos. Tem um coração de homem simples, nobre, são…” Perahia e Lupu fazem suas estas belas palavras do pianista Edwin Fischer, ao nos proporcionarem uma das mais sensíveis versões da Sonata para 2 Pianos em Ré Maior. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Mozart, Wolfgang Amadeus Outras boas escolhas... REQUIEM..........................................................................................(spering) NAIVE REQUIEM................................................................... (malgoire) HARMONIA MUNDI 136 137 Compositores (1756-1791) Áustria Clássico Sinfonias n.º 35-41 Sonatas para Piano Karl Böhm Deutsche Grammophon Friedrich Gulda Deutsche Grammophon As últimas grandes sinfonias de Mozart, a Haffner, a Linz, a Praga, a Júpiter e, obviamente, a Quadragésima, em sol menor, a tonalidade mais dolorosa em Mozart, desde o primeiro trágico andamento ao sublime minuete, numa leitura viva de Böhm. Friedrich Gulda foi um dos grandes pianistas do repertório mozartiano e incontornáveis são as suas leituras da obra do compositor aqui reunidas. Mestre do fraseado e dos movimentos, da sonoridade, ao mesmo tempo seco e sensual, sempre capaz de ir até ao fundo de uma partitura. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Mozart, Wolfgang Amadeus Outras boas escolhas... SONATAS PARA PIANO.................................................................... (pires) BRILLIANT SONATAS PARA PIANO............................................................(badura-skoda) NAIVE 138 139 Compositores (1839-1881) Rússia Nacionalismo Quadros de uma Exposição Canções e Danças da Morte Vladimir Ashkenazy Decca Boris Christoff EMI Classics Os Quadros de uma Exposição são a obra para piano mais importante do compositor russo, sendo uma das mais originais composições do romantismo. Música descritiva, que recolhe uma infinidade de sugestões expressivas num passeio de pintura para pintura, numa exposição, sob a unidade de um pensamento musical de singular poder. O trabalho de Mussorgksy reservado às canções constitui um dos seus aspectos mais originais e de qualidade indiscutível. Neste disco, encontramos um dos seus ciclos mais importantes, marcados de solidão e desespero, numa escrita de descrições e elementos teatrais. Aqui, como seu intérprete por excelência: Boris Christoff. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 140 Mussorgsky, Modest Petrovich 141 Bélgica Renascimento Orff, Carl Compositores (1420-1497) (1895-1982) Alemanha Contemporâneo Ockeghem Collection Carmina Burana Clerks Group Gaudeamus Eugene Ormandy Sony Compositor franco-flamengo (1420-1497), professor de Desprez e de De La Rue, é um compositor fundamental da história da música, criando uma nova linguagem polifónica, a partir do estilo francês e flamengo, teorizando sobre o contraponto. Wickham e The Clercks’ Group trazem-nos a mais fina e melhor interpretação de Ockeghem. Esta obra lança Orff para a fama. Carmina Burana (Contos de Buren) é um conjunto de textos em latim e alemão da Idade Média, mas aqui com uma nova composição, em que o estilo de Orff, “dar primazia ao ritmo”, se vislumbra pela força e magia. Esta cantata ficou célebre durante o século XX. Escolhemos esta interpretação pelo seu equilíbrio. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Ockeghem, Johannes Outras boas escolhas... CARMINA BURANA............................................ (jochum) DEUTSCHE GRAMMOPHON CARMINA BURANA..............................................................................(Hickox) REGIS 142 143 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Itália Romântico Palestrina Compositores (1782-1840) (1525-1594) Itália Renascimento Concertos para Violino Missas Salvatore Accardo Deutsche Grammophon Tallis Scholars Gimell Paganini é conhecido pela sua lendária espectacularidade. Violinista diabólico, contam os contemporâneos, chegava a partir as cordas do seu violino em concerto, continuando sem impedimentos. Podemos dizer que quer nos seus caprichos quer nos seus concertos todas as possibilidades de um violino são exploradas, exigindo do intérprete o domínio completo de um violino veloz e pirotécnico. A este compositor italiano do séc. XVI, profundamente ligado a Roma, lugar onde desenvolveria o grosso do seu trabalho, devemos a grande mestria no campo da composição polifónica. Compositor de vasta obra, em que se incluem motetos e madrigais, é nas suas inúmeras missas que melhor lhe apreciamos o génio. Os Tallis Scholars são exemplares. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Paganini, Niccolò Outras boas escolhas... 24 caprichos.........................................................................................(rabin) EMI 24 caprichos................................................................................... (perlman) EMI 144 145 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Estónia / Áustria Contemporâneo Compositores Pergolesi, Giovanni Battista (1710-1736) (n. 1935) Itália Barroco Tabula Rasa Stabat Mater Gidon Kremer ECM Rinaldo Alessandrini Opus 111/Naïve Este é “o” disco de Arvo Pärt que se deve ter. Não são só as suas melhores obras, como nos são trazidas por artistas de primeira linha. Tabula rasa, em particular, obra “planante”, para silêncio e cordas, é a quintessência do estilo de Pärt: “Descobri que quando uma única nota é tocada na perfeição, é o suficiente.” Para este sublime poema, dedicado à dor da Virgem aos pés da Cruz, Pergolese escreveu uma obra-prima, entre a música sacra e a música dramática, pungente de uma ponta à outra. Alessandrini propõe-nos uma versão depurada nos seus efeitos, mas colorida, acentuando mesmo determinadas articulações, para sugerir um soluçar, uma emoção. Magnífico. Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... Alina............................................................................ (spivakov) ECM NEW SERIES fratres................................................................................................. (studt) EMI STABAT MATER................................................................................(rousset) DECCA STABAT MATER...................................................(abbado) DEUTSCHE GRAMMOPHON 146 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Pärt, Arvo 147 França Medieval Compositores Poulenc, Francis (1160-1236?) (1899-1963) França Contemporâneo Pérotin Voz Humana The Hilliard Ensemble ECM New Series Felicity Lott Harmonia Mundi Impressionante interpretação de Hilliard Ensemble, das obras de Pérotin. Ligado à nova catedral de Notre-Dame de Paris, às organa e aos conduit, em que o tenor e as restantes vozes têm papéis bem definidos. À sua volta e do seu predecessor Leonin, surge a famosa “Escola de Notre-Dame”. Poulenc fazia parte do Grupo dos Seis, valorizava o jazz, o music-hall, o circo e os temas populares. Salientamos esta tragédia-lírica em um acto, que conta a história de uma separação por telefone. Felicity Lott impregna este texto de modernismo, apesar da simplicidade e emoção. É uma peça expressionista, algo diferente da restante obra de Poulenc. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 148 Pérotin 149 Compositores (1891-1953) Rússia Contemporâneo Concertos para Piano Guerra e Paz DVD Vladimir Ashkenazy / André Previn Decca Hughe R. Gall TDK Ao lado dos concertos de Rachmaninov, os cinco concertos para piano de Prokofiev são hoje pedra angular do repertório russo para piano do séc. XX, e o terceiro concerto é uma das obras de interpretação obrigatória para qualquer solista. Ashkenazy e Previn são incomparáveis nesta gravação. Colossal, o Guerra e Paz gravado na Ópera Bastille. Uma partitura que junta o amor (primeira parte) e as cenas de guerra napoleónica. Uma encenação espectacular e um conjunto notável de jovens cantores actores cheios de carisma e de uma admirável credibilidade cénica. Como bónus, um filme excepcional sobre os bastidores desta aventura. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 150 Prokofiev, Sergey 151 Compositores (1891-1953) Rússia Contemporâneo Romeu e Julieta Pedro e o Lobo DVD Valery Gergiev Philips Arthaus Este conto-musical escrito por Prokofiev, em 1936, é hoje um best-seller, dado o carácter fabuloso e didáctico da obra. Apoiamos esta magnífica edição em DVD pela estética e alta qualidade. Dirigida a todos os públicos, é hoje um elemento didáctico, em especial para os mais novos. Cremos que se irá tornar numa edição de culto, num futuro próximo. Um lirismo inesgotável, uma invenção melódica e rítmica a cada instante e, Romeu e Julieta (1935) é a obra-prima de Prokofiev. Gergiev aborda esta música flamejante, contando, colorindo, insuflando passos e teatro a cada instante. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Prokofiev, Sergey Outras boas escolhas... PEDRO E O LOBO......................................................................(Cassuto) MOVIEPLAY PEDRO E O LOBO......................................................................(nagano) PENTATONE 152 153 Rússia Contemporâneo Puccini, Giacomo Compositores (1891-1953) (1858-1924) Itália Pós-Romântico Cinderela DVD La Bohème Valery Gergiev Arthaus Montserrat Caballé, Placido Domingo Rca De estilo neo-romântico, Prokofiev escreveu um dos mais belos ballets russos. Em 1947, quando escreveu a peça, estava mais maduro e próximo dos contemporâneos, se bem que mais nacionalista. A escolha fixa-se no DVD da Arthaus com o Ballet Nacional de Lyon. Visão tétrica, perturbadora, mas encantadora. Boa musicalidade, encenação diferente. A história da costureirinha Mimi e do poeta Rodolfo, na Paris boémia do século XIX, com a sua ternura romântica, as suas cenas divertidas e o seu fim dilacerante, inspirou Puccini na sua ópera mais melodiosa! A orquestra, numa aposta entre o melodramático e o brilhante, deixa que as vozes se abram, em longas frases reluzentes. O par Domingo e Caballé formam a escolha ideal. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Prokofiev, Sergey Outras boas escolhas... bOHÈME............................................................................................ (bEECHAM) EMI bOHÈME............................................................................................. (pAPPANO) EMI 154 155 Compositores (1858-1924) Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Itália Pós-Romântico Madame Butterfly Tosca Mirella Freni, Luciano Pavarotti Decca Maria Callas/Victor de Sabata EMI Classics Os dois grandes intérpretes de Puccini, de novo reunidos neste melodrama sentimental oriental: Butterfly desenrola-se no Japão e relata o destino trágico de Cio-Cio San, seduzida e depois abandonada pelo oficial americano Pinkerton. Duro, mas tão pungente! Em duas horas, os três implacáveis actos de Tosca conseguem criar um teatro em música gélido. Existem, certamente, melodias sempre encantadoras e toda aquela volúpia orquestral, mas é sobretudo um drama negro, sangrento, que asfixia cada protagonista. E, depois, há a Callas, a eterna Tosca! Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... MADAME BUTTERFLY....................................................................... (Barbirolli) EMI MADAME BUTTERFLY........................................ (Sinopoli) DEUTSCHE GRAMMOPHON TOSCA.............................................................. (PAPPANO) DEUTSCHE GRAMMOPHON TOSCA.............................................................. (kARAJAN) DEUTSCHE GRAMMOPHON 156 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Puccini, Giacomo 157 Compositores (1659-1695) Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Inglaterra Barroco Dido e Eneias Rei Artur Janet Baker / Anthony Lewis Decca Alfred Deller Harmonia Mundi Jóia da ópera barroca, drama íntimo de profunda emoção, conta o abandono de Dido, rainha de Cartago, pelo troiano Eneias. A ópera encerra a tragédia com a morte de Dido, dando lugar a uma das mais belas e dolorosas árias da lírica barroca “When I am Laid”. Ao contrário de Dido e Eneias, a única ópera integralmente cantada de Purcell, Rei Artur mistura texto falado, árias e coros. E tudo isto com uma prodigiosa imaginação: a ária e o coro do frio, a ária de Vénus “Fairest Isle…” Rei Artur é uma ópera digna de ser levada para uma ilha deserta. Gravação histórica do pioneiro Deller. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Purcell, Henry Outras boas escolhas... dIDO E eNEAS...................................................................................... (haim) VIRGIN 158 159 Inglaterra Barroco Music for a While Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Alfred Deller Harmonia Mundi 160 Compositores (1659-1695) Music for a While foi gravado uns meses antes do desaparecimento do contratenor inglês Alfred Deller. Oiça-se o requinte da palavra, esse timbre tão único que destaca cada sílaba, que pesa cada suspiro e magicamente suspende o seu fôlego. William Christie, no cravo, tece um baixo contínuo quase apaixonado pela voz à qual serve de base. Música para as Cerimónias Fúnebres da Rainha Maria John Eliot Gardiner Erato O maestro inglês Gardiner é o guia indispensável para descobrir Purcell: os seus músicos tocam e sentem esta música com um empenho visceral. Deve-se dizer que esta música (composta para as cerimónias fúnebres da rainha, em Março de 1695) é absolutamente pungente. Oiçam a marcha introdutória, que pontua o cortejo fúnebre, com os seus metais evocatórios. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Purcell, Henry 161 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Rússia Pós-Romântico Rameau, Jean-Philippe (1683-1764) Compositores (1873-1943) França Barroco Obras para Piano Grandes Motetos Vladimir Ashkenazy Decca William Christie Erato Todo o génio de Rachmaninov, nestes Concertos para Piano: o lirismo pós-romântico, esta fuga sonora generosa e também este fantástico virtuosismo que ilustra o grande pianista que foi igualmente o compositor russo. Uma versão plena de urgência, mas também de elegância e de brio. Numa vida anterior, William Christie foi americano. Depois, veio a instalar-se em França, onde a sua paixão pelo repertório barroco francês, aliado a um trabalho de desbravamento sem igual, deu a descobrir ao público páginas de inteiro esplendor. Entre os compositores fetiche de Christie e dos seus Arts Florissants, encontra-se o compositor de Dijon, Jean-Philippe Rameau, que conheceria a sua hora de glória sob o reinado de Luís XV. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Rachmaninov, Sergey Outras boas escolhas... Prelúdios..............................................................................(bereszovky) MIRARE cONCERTO PARA PIANO N.º 3...................................................... (argerich) PHILIPS 162 163 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores França Barroco Ravel, Maurice (1875-1937) França Pós-Romântico / Contemporâneo Platée DVD Bolero Marc Minkowski TDK Pierre Boulez Deutsche Grammophon Um espectáculo de ópera a não perder. O par formado pelo maestro Marc Minkowski e Laurent Pelly veio refrescar esta opereta barroca com uma verve extraordinária. Esta história, da rã que se apaixona por um deus, é tratada com uma ironia teatral espantosa (e a riqueza dos cenários!) e uma orquestra e cantores superlativos. Soberbamente filmado. Toda a gente conhece o Bolero de Ravel! Diz-se até que é a obra mais tocada no mundo e que quando termina num qualquer lugar, logo se inicia noutro. Todas as páginas orquestrais do compositor francês se elevam, de resto, ao mesmo nível: ouvir a orquestra de Ravel é deixar-se inebriar pelo elixir mais mágico. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Rameau, Jean-Philippe (1683-1764) Outras boas escolhas... cASTOR E POLLUX........................................................ (CHRISTIE) HARMONIA MUNDI OBRAS PARA tECLA..................................................... (THARAUD) HARMONIA MUNDI 164 165 Compositores França Pós-Romântico / Contemporâneo Rimski-Korsakov, Nicolai (1844-1908) Rússia Nacionalismo Concertos para Piano Schéhérazade Samson François Emi Classics Kiril Kondrachine Philips O testamento musical de Ravel! No Concerto em Sol, o rigor clássico dá lugar às influências do jazz e da música americana (oiçam o melancólico e sublime segundo andamento), enquanto que o Concerto para a Mão Esquerda resulta de uma encomenda feita por Paul Wittgenstein, que veria a sua mão direita amputada durante a I Guerra Mundial. Shéhérazade, inspirado num conto oriental, é a obra de um dos maiores orquestradores da história da música. Uma obra épica, cintilante, eminentemente poética, em que a orquestra é, só por si, um livro de imagens. Versão caleidoscópica, de referência, de Kondrachine, acompanhada aqui de outros belos poemas sinfónicos de Rimski-Korsakov. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 166 Ravel, Maurice (1875-1937) 167 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Espanha Pós-Romântico / Nacionalismo Rossini, Gioacchino Compositores (1901-1999) (1792-1868) Itália Romantismo Concerto de Aranjuez O Barbeiro de Sevilha DVD Narciso Yepes Deutsche Grammophon Gianluigi Gelmetti Decca Rodrigo, desaparecido há alguns anos, é um representante da escola neoclássica espanhola. Este concerto para guitarra assegurou-lhe uma notoriedade mundial jamais desmentida. Uma peça cheia de poesia nocturna, na qual guitarra e orquestra dialogam, em tons sucessivamente ternos, suaves e exuberantes. A maior ópera de Rossini, uma das mais conhecidas mundialmente, faz justiça à capacidade que Rossini tinha de fazer equivaler o bel-canto com a parte orquestral. Composta em 1816, escolhemos para representar esta ópera uma produção do Teatro Real de Madrid, em que Diego Flores e Maria Bayo contagiam qualquer espectador. Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... CONCERTO DE ARANJUEZ............................................................(marriner) PHILIPS CONCERTO DE ARANJUEZ....................................(dutoit) DEUTSCHE GRAMMOPHON O BARBEIRO DE SEVILHA....................................(abbado) DEUTSCHE GRAMMOPHON O BARBEIRO DE SEVILHA..............................................................................(gui) EMI 168 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Rodrigo, Joaquín 169 Itália Romantismo Saint-Saëns, Camille (1835-1921) Compositores (1792-1868) França Pós-Romântico Cinderela Carnaval dos Animais Claudio Abbado Deutsche Grammophon Charles Dutoit Decca De título La Cenerentola, esta ópera tem vindo a conquistar público internacionalmente. Escolhemos este DVD, recentemente editado, pelo seu equilíbrio interpretativo. Trata-se de uma versão filmada em que alguns dos solistas, nomeadamente Von Stade, se encontram ao melhor nível. Cativante! Deste ecléctico compositor francês, muito culto e inteligente, reservamos o carácter didáctico da obra O Carnaval dos Animais. Tratase de uma fantasia humorística e zoológica. Saint-Saëns não valorizava a obra, recusando- -se inclusive, a dirigi-la. No entanto, seria bastante divulgada e apreciada, posteriormente. O maestro Charles Dutoit deixa neste cd uma excelente interpretação. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Rossini, Gioacchino Outras boas escolhas... sansao et dalila...................................................................(davies) THE WARNER 170 171 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. França Contemporâneo Scarlatti, Alessandro Compositores (1866-1925) (1660-1725) Itália Barroco Gymnopédies Stabat Mater Daniel Varsano Sony Classical Gérard Lesne Virgin Classics Para uns, Satie foi um precursor de génio, para outros, um mistificador (mas um mistificador genial!). Diz-se que viveu uma vida de eremita, “feita de renúncia, de intransigente pureza, de pobreza e de humilde grandiosidade”. Confrontação sedutora com o Satie de Quéffelec neste disco que reúne as Gymnopédies e as Gnossiennes, por Daniel Varsano. Atenção! Não confundir os dois Scarlatti: Alessandro, o pai, é essencialmente ilustrado na música vocal (em particular, este extraordinário e pungente Stabat Mater), enquanto Domenico, o filho, se destacou na música para cravo. Gérard Lesne canta e dirige, com prodigiosa interioridade. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Satie, Erik Outras boas escolhas... GYMNOPÉDIES.......................................................(roge) DEUTSCHE GRAMMOPHON GYMNOPÉDIES................................................................................... (ciccolini) EMI 172 173 Itália Barroco Scarlatti, Domenico Compositores (1660-1725) (1685-1757) Itália Barroco Griselda Sonatas René Jacobs Harmonia Mundi Pierre Hantaï Mirare Excelente elenco e performance para esta extensa mas bela ópera barroca. Temos, em especial, uma Dorothea Roschmann e uma Bernarda Fink ao nível daquilo que podemos esperar de uma obra de grande qualidade. A riqueza orquestral e melódica desta obra trouxe-a, de novo, aos lugares cimeiros, em especial, para os amantes deste período excepcional, dado que tinha entrado no esquecimento. Na escrita barroca para tecla, Scarlatti é um dos mais brilhantes representantes. O compositor, que passou boa parte da sua vida em Portugal, na corte de D. João V, deixou um legado de mais de 550 sonatas, obras de uma magnífica riqueza explorativa, que abrem caminho ao que será a futura sonata clássica. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 174 Scarlatti, Alessandro 175 Compositores (1874-1951) Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Áustria Contemporâneo Noite Transfigurada Pierrot Lunar Herbert von Karajan Deutsche Grammophon Pierre Boulez Deutsche Grammophon Deste compositor realçamos uma das obras iniciais, o sexteto Noite Transfigurada, aqui numa versão orquestral. De difícil compreensão, Schöenberg revelou-se pelo uso da atonalidade e do dodecafonismo. A sua influência seria notória em Berg e Webern – a Escola de Viena. Esta obra, tal como Gurrelieder, revela-se de uma maior tonalidade. O uso do Sprechgesang está ligado a este compositor. Boulez consegue aqui um ensemble notável. Pierrot Lunar é, nada mais, do que uma obra expressionista e moderna, um cabaret dramático ou um teatro musical que chocou o público, pouco habituado. Schaeffer entoa este canto-falado (Sprechgesang) por detrás de uma musicalidade inconstante. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Schöenberg, Arnold Outras boas escolhas... NOITE TRANSFIGURADA.................. ..(la salle quartet) DEUTSCHE GRAMMOPHON NOITE TRANSFIGURADA....................... ..(hollywood string quartet) TESTEMENT 176 177 Compositores (1797-1828) Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Áustria Clássico Lieder Quarteto n.º 14 Gundula Janowitz Deutsche Grammophon Takács Quartet Hyperion Ao pôr em música os maiores poetas alemães, Schubert soube encontrar as entoações e os cambiantes mais certos. É por isso que, na lied de Schubert, não é possível demarcar o piano da voz: mais do que um instrumento de acompanhamento, ele é um verdadeiro parceiro. A soprano alemã, Gundula Janowitz, oferece-nos aqui um maravilhoso exemplo. Um dos quartetos mais extraordinários da história da música. Verdadeiro monumento de intensidade e tensão, onde Schubert escreve o diálogo da esperança com o medo vivido da morte. Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... Lieder............................................................(JANOWITZ) DEUTSCHE GRAMMOPHON Lieder.................................................................................................. (LUDWIG) EMI Lieder.............................................................................................(BOSTRIDGE) EMI Quarteto 14................................................................ (BORODIN QUARTET) ELATUS 178 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Schubert, Franz 179 Compositores (1797-1828) Áustria Clássico Quinteto “A Truta” Sonatas para Piano Amadeus Quartet Deutsche Grammophon Wilhelm Kempff Deutsche Grammophon Este quinteto, composto em 1819, a partir de um lied escrito dois anos antes, é uma das obras emblemáticas do repertório de câmara. Obra luminosa e feliz, mas com marcantes e inesperados momentos de introspecção, a que esta interpretação faz justiça plena. Schubert escreveu sonatas, onze delas completas, mas apenas três foram publicadas durante a sua vida. Incrivelmente, apenas nos anos 40 foi dada a merecida projecção e devido valor a esta música. As três últimas sonatas, compostas algumas semanas antes da morte do compositor, aos 21 anos, são a suma de toda a arte poética e pianística de Schubert, aqui, na leitura magnífica e incontornável de Alfred Brendel. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Schubert, Franz Outras boas escolhas... ÚLTIMAS TRÊS SONATAS................................................................. (BRENDEL) DECCA SONATAS.......................................................................................... (SOKOLOV) NAIVE 180 181 Compositores (1797-1828) Áustria Clássico Sonata para Arpeggione Viagem Inverno Mstislav Rostropovich Decca Dietrich Fischer-Dieskau Deutsche Grammophon Combinação sagrada, nesta Sonata para Arpeggione, página das mais populares, que foi escrita para promover as qualidades de um instrumento derivado da viola de gamba, irmão do violoncelo (pela forma) e da guitarra (com as suas seis cordas). Para ouvir várias vezes. Uma longa viagem invernal, de laivos fúnebres, plenos de melancolia e paisagens desoladas: eis como nos surge este ciclo de lieder de Schubert, onde piano e voz dialogam e se unem na mais perfeita alquimia. A arte de Fischer-Dieskau raras vezes foi igualada na interpretação do lied alemão. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Schubert, Franz Outras boas escolhas... VIAGEM INVERNO.................................................................................. (HOTTER) EMI VIAGEM INVERNO....................................................................... (GOERNE) HYPERION 182 183 Compositores (1810-1856) Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Alemanha Romântico 184 Obras para Piano Concerto para Violoncelo Radu Lupu Decca Jacqueline du Pré EMI Classics Na obra para piano de Schumann encontramos os grandes elementos do romamtismo. A Kreisleriana, uma das suas peças emblemáticas para este instrumento, que foi dedicada a Chopin, marca o apogeu do seu virtuosismo na escrita para piano. Este concerto, que apenas viu a sua estreia depois da morte de Schumann, é uma das suas composições mais conhecidas, marcadas, pela linha que sempre o caracterizou: a grande intensidade poética. Jacqueline du Pré é magistral. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Schumann, Robert 185 Compositores (1810-1856) Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Alemanha Romântico 186 Concerto para Piano Lieder Sviatoslav Richter EMI Classics Dietrich Fischer-Dieskau Deutsche Grammophon O Concerto para Piano, de Schumann, concluído em 1845, é de uma profunda beleza. Os seus três andamentos, marcados por uma intima ligação, mostram o Schumann que recusa o puro desenvolvimento virtuosístico, no seu sentido superficial, integrando o solista no grande movimento da orquestra. Para além da referência obrigatória da obra de Franz Schubert ser o primeiro grande compositor de lieder, Schumann foi o seu grande centro de evolução, que para muitos é o autor mais profundamente representativo. Schumann, que tinha um profundo interesse por poesia, encontrou no lied a via ideal para fundir as suas inclinações poéticas e musicais nesta manifestação artística. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Schumann, Robert 187 Compositores (1906-1975) Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Rússia Contemporâneo The Jazz Album Quartetos para Cordas Riccardo Chailly Philips Borodin Quartet Virgin Shostakovich compôs inúmeros “desvios” musicais, paralelamente aos seus ciclos de sinfonias ou de quartetos de cordas. Entre eles, as Suítes para orquestra de jazz (que englobam Valsas, Polkas, fox-trot) compostas nos anos 1930. Muito agradável de escutar … antes de passar para as outras obras de Shostakovich. Os quartetos para cordas de Shostakovich são dos mais importantes monumentos musicais de câmara do séc. XX. Este tipo de composição acompanhou toda a vida do compositor, tornando-se um grande exemplo da sua marca de génio. Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... JAZZ SUÍTES.............................................................................. ..(jablonsky) NAXOS JAZZ SUÍTES............................................................................. ..(kuchar) BRILLIANT QUARTETOS PARA CORDAS........................... ..(st. petersburg quartet) HYPERION QUARTETOS PARA CORDAS...................... ..(jerusalem quartet) HARMONIA MUNDI 188 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Shostakovich, Dmitry 189 Rússia Contemporâneo Sibelius, Jean Concerto para Violino, Tapiola, Finlândia Tatiana Nikolayeva Hyperion Christian Ferras, Herbert von Karajan Deutsche Grammophon Grande pianista, Nikolayeva entendia e convivia com Shostakovich. A proximidade de ambos levaria o compositor a escrever estes Prelúdios e Fugas, para Nikolayeva. Denota-se uma inspiração bachiana e, ao mesmo tempo, uma postura soviética, entre o medieval e o sofisticado! A artista falece em São Francisco, em 1993, enquanto interpretava esta obra. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. (1865-1957) Finlândia Pós-Romântico Prelúdios e Fugas Outras boas escolhas... Compositores (1906-1975) Inesquecível Sibelius! O seu Concerto para Violino, ardente e lírico, assemelha-se a um fogo sobre o gelo. Como complemento, dois poemas sinfónicos, de enorme força telúrica. Oiçam só o princípio de Tapiola. Que potência! Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Shostakovich, Dmitry Prelúdios e Fugas................................................................... (nikolayeva) REGIS SINFONIAS 6 E 9...........................................(bernstein) DEUTSCHE GRAMMOPHON 190 191 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Alemanha Contemporâneo Strauss, Johann Compositores (n. 1928) (1825-1899) Áustria Romântico / Nacionalista Stimmung Valsas Gregory Rose Hyperion Willi Boskovsky Decca Aluno de Messiaen, Stockausen é o fundador da “Escola de Colónia”. Fez uma síntese entre a música concreta e a música electrónica. Referimos este “Stimmung”, de 1967, obra meditativa e acessível, inspirada na sua visão das ruínas aztecas no México. A reinvenção da voz, assim como o recurso a moduladores e filtros, poderá fazer o ouvinte sorrir perante o resultado. Eis! Valsas, polcas, marchas. A musicalidade e o movimento destas danças de salão inspiraram todo o século XIX. A tradição mantém-se, mesmo no século XXI, em concertos de ano novo e festivais. O Danúbio Azul ainda encanta os amantes destas célebres valsas que encontram nesta edição da Decca uma excelente direcção de Boskovsky. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Stockhausen, Karlheinz 192 193 Compositores Compositores Strauss, Richard (1864-1949) Quatro Últimas Canções O Cavaleiro da Rosa DVD Elisabeth Schwarzkopf EMI Classics Carlos Kleiber Deutsche Grammophon Como o nome indica, as Quatro Últimas Canções constituem uma das derradeiras obras de Richard Strauss. Nas suas longas melodias para voz aguda, envolvidas numa orquestra glacial, Strauss despede-se do mundo que conheceu. Este canto do cisne é vivido por Elisabeth Schwarzkopf à flor da pele, fazendo deslizar na sua voz mil inflexões crepusculares. Encantadora e bela, esta ópera de Richard Strauss tem algumas edições merecedoras de atenção. Escolhemos esta versão, dirigida por Carlos Kleiber, pela sua força e dinamismo. Uma Gwyneth Jones dominante e pujante, incrível actriz esta rainha de Bayreuth. Salve ainda a Fassbënder, que se revela sólida e segura, tal como Lucia Popp. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Alemanha Pós-Romântico Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... QUATRO ÚLTIMAS CANÇÕES.......................................................... (norman) PHILIPS QUATRO ÚLTIMAS CANÇÕES............................(janowitz) DEUTSCHE GRAMMOPHON O CAVALEIRO DA ROSA........................................................................ (KARAJAN) EMI 194 195 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Alemanha Pós-Romântico Stravinsky, Igor Feodorovich Compositores (1864-1949) (1882-1971) Rússia Contemporâneo Electra DVD A Sagração da Primavera James Levine Deutsche Grammophon Pierre Boulez Sony Classical Dramática e poderosa esta interpretação! Um elenco de luxo, ao nível da exigência desta obra. Uma Nilsson (Electra) no seu melhor, mas não nos rendemos apenas a esta solista. Que dizer de Rysanek e Dunn? No fim, um Metropolitan que colapsa com a “morte” destas personagens. Eis dois grandes bailados russos de Stravinsky, com os quais se deu a conhecer em Paris, no ano de 1910, no Théâtre du Châtelet. Representaram, em cada um dos casos, verdadeiras revoluções musicais, muitas vezes brindadas com o ruído da sala. Hoje, a telúrica Sagração da Primavera continua ainda a ser o bê-a-bá da música do século XX – uma das cinco obras mais importantes da história da música ocidental. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Strauss, Richard Outras boas escolhas... ELECTRA...............................................................(BOHM) DEUTSCHE GRAMMOPHON ELECTRA.............................................................................................(SOLTI) PHILIPS 196 197 Compositores (1882-1971) Rússia Contemporâneo Pássaro de Fogo O Rouxinol DVD Antal Dorati Mercury Natalie Dessay Virgin Depois de Pássaro de Fogo, bailado saturado de cores selvagens, Pulcinella surge-nos como uma partitura neoclássica: “um compositor deve reparar os velhos barcos”, declarava provocadoramente o compositor. No entanto, o toque de Stravinsky é insubstituível e qualquer obra do composidor russo é um milagre de imaginação musical e de escrita. Alice no País das Maravilhas encontra Stravinsky! Este DVD electrifica pela sua cor e imaginação. Temas orientais, elementos infantis, animação fértil fazem com que este Rouxinol não seja apenas mais um remake. A referir temos também a fabulosa interpretação de Dessay! Enquadrado e etéreo, esta ópera-fantasia poderá cativar outros públicos. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 198 Stravinsky, Igor Feodorovich 199 Compositores (1840-1893) Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Rússia Nacionalismo Romântico Lago dos Cisnes DVD O Quebra-Nozes DVD Margor Fonteyn / Rudolv Nureyev Deutsche Grammophon Daniel Baremboim Arthaus Para alguns, esta escolha seria um saudosismo, para outros, trata-se de obter um documento único. Uma obra fundamental, linda e dramática, a juntar a presença de Margor Fonteyn e Nureyev! Essencial para os amantes de ballet. Um palco com verdadeiros cisnes. Deveríamos dizer mais sobre este DVD? Outro formato em DVD! Achamos que é aquele que melhor exprime esta forma artística. Muito se pode dizer sobre o compositor, mas não seria melhor desfrutar deste ballet? O elenco russo-germânico flui bem. No fim, fica uma excelente visão desta deliciosa fábula romântica, pela capacidade de cativar qualquer espírito menos convencional. Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... LAGO DOS CISNES............................................................................. (dutoit) DECCA O QUEBRA-NOZES...........................................................................(gergieiv) DECCA 200 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Tchaikovsky, Peter Ilyitch 201 Compositores (1840-1893) Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Rússia Nacionalismo Romântico A Bela Adormecida DVD Sinfonias n.º 4, 5 & 6 Rudolph Nureyev Arthaus Herbert von Karajan Deutsche Grammophon O Adágio à la rose é uma das páginas mais célebres deste bailado romântico, célebre entre todos: nele, Tchaikovsky demonstra nele o romantismo mais generoso, compondo “pas de deux”, solos e cenas de carácter (com a Fada Carabosse, por exemplo) em que o romantismo alterna com páginas mais líricas. A melhor tradição é aqui prestada pelo corpo de baile, acompanhado por uma interpretação absolutamente impecável. Tchaikovsky, compositor à flor da pele, colocou muito da sua própria vida nesta Sexta Sinfonia, conhecida como “Patética”. Diz-se até que esta obra ardente constituiria um Requiem autobiográfico. O próprio Tchaikovsky dirigiu a criação da sua Patética, um mês antes de morrer. Com forte lirismo, Karajan recria um hedonismo sonoro envolvente. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Tchaikovsky, Peter Ilyitch Outras boas escolhas... A BELA ADORMECIDA........................................(pletnev) DEUTSCHE GRAMMOPHON 202 203 Compositores (1840-1893) Rússia Nacionalismo Romântico Concertos para Piano Concerto para Violino Martha Argerich Philips Jascha Heifetz EMI Classics Encontram-se aqui reunidos dois dos mais populares concertos para piano, duas jóias da música russa e dois verdadeiros desafios técnicos para os pianistas que os abordam. O Concerto n.º 1 de Tchaikovsky, com aquele primeiro andamento tão fogoso e inspirado, data de 1875 e o Concerto n.º 3, de Rachmaninov, de 1909. Martha Argerich exibe aqui toda a sua mestria. A par do seu Concerto para Piano, o Concerto para Violino, de Tchaikovsky, é um dos mais famosos para este instrumento. De linhas marcadamente virtuosísticas, exige do violinista a supremacia técnica sobre o seu instrumento e uma expressividade de pura energia. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 204 Tchaikovsky, Peter Ilyitch 205 Compositores (1681-1767) Alemanha Barroco Suítes e Concerto para Flauta Tafelmusik Maurice Steger Harmonia Mundi Reinhard Goebel Archiv Obras de uma inegável beleza, do compositor que acreditava mais na imaginação do que no contraponto. Aqui, encontramos uma escrita de naturalidade galante, ao lado de ritmos e desenhos melódicos italianos e alemães. Uma das mais importantes obras de Telemann do limiar do pré-classissismo que reúne, não só a tradição de um século de música instrumental, como também anuncia as tendências estilísticas que se adivinhavam, podendo assim constatar o papel fulcral do compositor na mudança do pensamento musical europeu verificado no século XVIII. Uma brilhante interpretação da Música Antiga de Colónia aqui dirigida por Reinhard Goebel. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 206 Telemann, Georg Philip 207 Compositores (1681-1767) Alemanha Barroco Concertos para Cordas Cantatas Reinhard Goebel Archiv Ruth Ziesak CPO Considerado o mais prolífero compositor da História, difícil seria escolher, do seu repertório, as melhores obras. Seleccionamos estes concertos, pela sua beleza e profundidade. Goebel e os Musica Antiqua Köln transmitem esta visão de contraste entre os estilos de Bach, Händel e Vivaldi, embora o estilo teutónico prevaleça. A música religiosa de Telemann, com a sua mistura de contraponto com as melodias próprias das árias italianas, influenciou profundamente a música religiosa do séc. XVIII. Sem esta influência, a arte musical protestante não se teria afastado tão rapidamente das formas e escritas do Barroco. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 208 Telemann, Georg Philip 209 França Contemporâneo Verdi, Giuseppe Compositores (1883-1965) (1813-1901) Itália Romântico / Nacionalista Obras Completas Aida DVD Riccardo Chailly Decca Anton Guadagno Warner Para alguns, este compositor produziu uma obra que fica entre o passado e o futuro. Admirado por Xenakis e Zappa, foi pioneiro na música electrónica. Depois de partir para os Estados Unidos, afirma-se no panorama musical. Chailly fornece aqui uma boa visão da sua obra, embora não sejam temas para acompanhar o seu café matinal. Infelizmente, Varèse destruiu toda a sua obra inicial! Cremos que esta intensa ópera, das mais conhecidas, tem nesta edição em DVD uma brilhante representação. Cenário faustoso, delírios do público, mas, em especial, uma fabulosa Aida, na pele de Aprile Millo, uma eslava-escrava, sempre em crescendo, muito perto de qualquer grande diva, como Price ou Tebaldi. Rendamos tributo a Zajick e a Burchuladze. Uma ópera a ter. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Varèse, Edgar Outras boas escolhas... Aida.. (solti) DEUTSCHE GRAMMOPHON Aida......................................(muti) EMI 210 Otelo................................ (Levine) RCA Otelo.. (Karajan) DEUTSCHE GRAMMOPHON 211 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Itália Romântico / Nacionalista Compositores (1813-1901) ????????????????? Requiem La Traviata DVD Carlo Maria Giulini EMI Classics Carlo Rizzi Deutsche Grammophon O mais teatral de todos os Requiems. Esta missa dos mortos, obra de maturidade, inspirou, nomeadamente, a Verdi um Dies Irae impressionante, pontuado por grandes batimentos de tambores e estrondosos corais. Giulini, rodeado de solistas excepcionais, soube aliar a grandiosidade ao recolhimento, nesta ópera religiosa. Aqui, uma visão mais actual da Traviata, onde se destaca o papel de novas estrelas do bel canto, Villazón e Netrebko. Gravada em Salzburgo, em 2005, esta edição em DVD é um excelente exemplo de interpretação e cenário moderno, tendo conquistado todos os públicos, ao longo da digressão. Podemos ficar presos a uma Callas ou a Cotrubas, que também revolucionaram no seu tempo, com as suas interpretações incontornáveis. Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... rEQUIEM..................................................................................................(sOLTI) RCA LA TRAVIATA.......................................................(KLEIBER) DEUTSCHE GRAMMOPHON LA TRAVIATA.......................................................................................... (GHIONE) EMI 212 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Verdi, Giuseppe 213 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Itália Romântico / Nacionalista Victoria, Tomás Luis Compositores (1813-1901) (1548-1611) Espanha Renascimento O Trovador Missas Placido Domingo, Zubin Mehta Rca David Hill Hyperion Inspirado num drama espanhol de capa e espada, O Trovador assemelha-se menos ao drama musical (como La Traviata), do que a uma sucessão de árias, duetos, trios e coros de inspiração flamejante (O Coro dos Ciganos, por exemplo). Sob a batuta febril de Mehta, Domingo dá-nos um trovador tão heróico como apaixonado. Compositor espanhol que viveu a maior parte da sua vida em Roma e marcou a composição religiosa do séc. XVI. Poucos se lhe poderão comparar na sua absoluta mestria na escrita polifónica. Aqui, o exemplo de algumas das suas muitas missas, interpretadas de forma exemplar. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Verdi, Giuseppe Outras boas escolhas... O TROVADOR................................................................................(kabaivanska) TDK O TROVADOR.......................................................................................... (callas) EMI 214 215 Compositores (1548-1611) Espanha Renascimento Música Coral Requiem Hilliard Ensemble ECM New Series Sixteen/Christophers Coro Este é um disco incontornável no repertório sacro do renascimento. Os Hilliard Ensemble, um dos agrupamentos vocais mais marcantes da actualidade, conduzem-nos na sua excelência de pureza sonora pela música de Victoria e Palestrina. As obras são pilares de escrita polifónica, a interpretação única. Esta é uma viagem obrigatória. Obra-prima que marca o culminar do selo musical de Victoria, um dos maiores compositores do renascimento espanhol. Nesta peça, de extraordinária beleza, brilha toda a sua mestria no tear da música polifónica, desarmante na sumptuosa simplicidade. Aqui, na fiel interpretação de The Sixteen, sob a direcção de Harry Christophers. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 216 Victoria, Tomás Luis 217 Brasil Pós-Romântico Vivaldi, Antonio Lucio Compositores (1887-1959) (1678-1741) Itália Barroco Bachianas Brasileiras Concertos para Violino Victoria de los Angeles EMI Classics Giuliano Carmignola Sony Classical Nas Bachianas Brasileiras, o compositor tece uma homenagem ao pai da música ocidental, Bach. A Bacchiana n.º 5, escrita para soprano e violoncelo, tornou-se um verdadeiro sucesso. Nos anos 50, Villa-Lobos passa longas temporadas em Paris, onde grava grande parte da sua obra. Victoria de los Angeles é radiante sob a direcção do compositor. Pensamos conhecê-los todos, mas não! Vivaldi escreveu centenas de concertos e cada disco oferece-nos uma nova leva. Mas, quando interpretados por especialistas da Orquestra Barroca de Veneza, não podemos desdenhar: estes músicos tocam Vivaldi com uma veia certamente barroca, mas demonstram igualmente uma volúpia e climas pastel tipicamente venezianos. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 218 Villa-Lobos, Heitor 219 Compositores (1678-1741) Itália Barroco Concertos para Bandolim As Quatro Estações Fabio Biondi Virgin Classics Fabio Biondi Opus 111/Naïve A invenção sonora de Vivaldi não parece ter limites, nestas pérolas barrocas! Como sempre acontece nos seus concertos, o compositor consegue encontrar um subtil equilíbrio entre o virtuosismo saltitante dos andamentos rápidos e a melancolia dos andamentos lentos. Biondi e os seus músicos são irresistíveis. Com as dezenas de versões que já foram gravadas, como saber qual a melhor, na discografia de As Quatro Estações? Muito simples: basta reter apenas o seguinte nome: Fabio Biondi. Escolhas surpreendentes, audaciosas, revigorantes, que firmam o casamento entre o lirismo e a energia fulgurante. Bravo! Para redescobrir As Quatro Estações. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Vivaldi, Antonio Lucio Outras boas escolhas... AS Quatro Estações.................................................(GIARDINO ARMONICO) TELDEC AS Quatro Estações..............................................................(ALESSANDRINI) NAIVE 220 221 Compositores (1678-1741) Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Itália Barroco Stabat Mater La Verità in Cimento Rinaldo Alessandrini Naive Jean-Christophe Spinosi Opus 111/Naïve Durante muito tempo, este Stabat Mater esteve na sombra do de Pergolesi, composto dez anos antes. Decididamente, é uma obra a descobrir, o texto religioso, admiravelmente unido à música de Vivaldi, resulta numa obra marcante. A leitura de Alessandrini e Sara Mingardo exalta, de forma extraordinária, a atmosfera de intenso dramatismo. Faltava mesmo o empenhamento físico alucinante de Spinosi, mais recente prodígio da música barroca, para insuflar a esta ópera, pouco conhecida, todo o dinamismo que ela requer. Com Spinosi na batuta, é uma exaltação musical. A descobrir urgentemente, mas, cuidado: o efeito é contagioso! Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Vivaldi, Antonio Lucio Outras boas escolhas... Stabat mater............................................................ (BANCHINI) HARMONIA MUNDI 222 223 Itália Barroco Wagner, Richard Compositores (1678-1741) (1813-1883) Alemanha Pós-Romântico Viva Vivaldi! DVD Aberturas Cecilia Bartoli Arthaus Otto Klemperer EMI Classics A diva Bartoli em plena acção: deslumbrante! Aquela que iniciou a sua fulgurante carreira aos 18 anos (com Mozart e o repertório romântico) propõe-se, de ano para ano, redescobrir o canto barroco. Que articulação, que musicalidade, na sua arte de explicitar cada palavra com uma cor ou um sentimento, que temperamento de actriz e que virtuosismo! Não quer descobrir imediatamente toda a obra integral de Wagner? Não seja por isso. Apresentamos aqui as aberturas, vastos fragmentos sinfónicos que surgem na abertura de cada drama lírico! O Navio Fantasma, Tannhaüser, Parsifal, Lohengrin: estão cá todos, sob a batuta do velho mestre Klemperer. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 224 Vivaldi, Antonio Lucio 225 Compositores (1813-1883) Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Alemanha Pós-Romântico O Anel dos Nibelungos DVD Tristão e Isolda DVD Pierre Boulez Deutsche Grammophon Karl Böhm Hardy Classic/Dom Uma das melhores montagens da Tetralogia do Anel, de Wagner. O efeito Boulez-Chéreau é fortíssimo. Esta edição, agora em DVD, é uma obra fundamental para os amantes da ópera. Poderia seduzir os leitores de Tolkien? Esta saga mitológica é inspirada em motivos germânicos, tem feito as delícias de muitos bayreuthianos, ao longo dos tempos. O mais venerado poema de amor lírico jamais escrito! Escute, no segundo acto, o sublime dueto de amor entre os dois heróis, mais o doloroso monólogo do rei Marke que surpreende o adultério, mas também a morte de Isolda. Um verdadeiro acontecimento, captado em directo, no Teatro Antigo d’Orange, em 1973. Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... o ANEL DOS NIBELUNGOS..................................................................(BOHM) PHILIPS o ANEL DOS NIBELUNGOS.................................. (KNAPPERTSBUSCH) MUSICA & ARTS Tristão e Isolda...................................................................... (FURTWANGLER) EMI Tristão e Isolda..............................................(KLEIBER) DEUTSCHE GRAMMOPHON 226 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Wagner, Richard 227 (n. 1922) França Contemporâneo Alemanha Contemporâneo Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Xenakis, Iannis Compositores (1900-1945) A Ópera dos Três Vinténs Psappha/Rebonds Nina Hagen Rca Pedro Carneiro Zig Zag Cenas faladas, cantadas, um banjo, toques jazzísticos e uma atmosfera de submundo, A Ópera dos Três Vinténs mistura, sucessivamente, um pouco de tudo isto, sendo, na sua totalidade, muito mais do que isto! Pequena obra-prima de música popular, escrita com arte conhecedora, a ópera de Kurt Weill (1928) é um emaranhado de sons: o Lamento de Mackie, a Balada do Malandro, etc. Nina Hagen surge também aqui com uma presença tão incisiva como surpreendente. Músico e arquitecto, Xenakis aplica a matemática às suas composições, com o uso de computadores IBM. A sua música é calculada, sintética e pouco acessível, tendo, contudo, cada vez mais adeptos. Interessante a postura quase visual de Pedro Carneiro, tão premiado nesta obra que reúne o melhor das composições para percussão de Xenakis. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Weill, Kurt Outras boas escolhas... Lieder.......................................................................................... (LENYA) CAPRICCIO Lieder............................................................................................. (LEMPER) DECCA 228 229 França Contemporâneo Zelenka, Jan Disman Compositores (n. 1922) (1679-1745) Boémia / Actual República Checa Barroco Pleiades Lamentações Percurssions de Strasbourg Harmonia Mundi Chandos Players Hyperion Uma das mais interessantes obras de Xenakis. Composta para 6 percussionistas, que se fazem acompanhar por um vasto número de intrumentos, esta obra encontra-se dividida em quatro partes, que transparecem influências musicais da música tradicional Grega, Turca e Indonésia. Esta é uma excelente interpretação de uma obra que vê aqui um registo histórico. Este compositor, natural da Boémia, ao seu tempo admirado por Bach e Telemann, deixou um grande número de obras. Salientamos as de carácter religioso, por serem dotadas de grande emoção e requinte, algumas quase “deliciosas”. Neste caso, as Lamentações são como verdadeiros sussurros e lamentos, interpretados, de forma intimista e delicada, pelos Chandos Players. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Xenakis, Iannis Outras boas escolhas... Obras Orquestrais..................................................................(SONNENTHEIL) CPO 230 231 A música é o barulho que pensa. Victor Hugo Guitarra Sviatoslav Richter Recitais Instrumentais (1893-1987) (1915-1997) Piano Obras para Guitarra Obras para Piano Andrés Segovia Deutsche Grammophon Sviastoslav Richter Deutsche Grammophon O guitarrista espanhol Andrés Segovia é considerado o pai da guitarra clássica moderna. Fez da sua vida o desafio de elevar a guitarra a proeminente instrumento solista, desafio este que conseguiu cumprir plenamente. Com Segovia, novo repertório foi composto para guitarra. Importantes são os seus trabalhos de transcrição, como, por exemplo, a famosa Chaconne de Bach que veio a tornar-se uma das mais famosas peças para guitarra. Pianista ucraniano de origem germano-eslava, foi um dos mais emblemáticos pianistas do séc. XX. Ficou conhecido não só pelo seu virtuosismo e magnetismo interpretativo, mas também pelo seu vasto repertório. Tão inesquecível é o seu Cravo Bem Temperado, de Bach, como as sonatas de Prokofiev, passando por Haydn e Schubert. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Recitais Instrumentais Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 234 Andrés Segovia 235 Recitais Instrumentais Piano Vladimir Horowitz (1904-1989) Piano Obras para Piano Obras para Piano Arturo Benedetti Michelangeli EMI Classics Vladimir Horowitz Deutsche Grammophon O pianista italiano a quem Cortot se referiu como “um novo Liszt” sempre imprimiu às suas interpretações um carácter único e inimitável, de grande expressão e meditada profundidade. Entre as suas gravações emblemáticas conta-se Debussy, o Concerto para Piano, de Ravel, assim como os seus recitais no Vaticano. Pianista americano de origem ucraniana. Em 1920, dá o seu primeiro recital. Cinco anos depois, com o seu concerto em Berlim, consolidou o seu reconhecimento como um dos maiores virtuosos da história do piano. Em 1928, faz a sua estreia nos EUA, onde passaria a residir depois do anos 40. Em 1986, regressa a Moscovo, para uma série de concertos míticos. Aqui, o seu registo é de tirar a respiração. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Recitais Instrumentais Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Arturo Benedetti Michelangeli (1920- 1995) Outras boas escolhas... HOROWITZ IN MOSCOW ................................................................. (HOROWITZ) SONY 236 237 Violino Yehudi Menuhin Recitais Instrumentais (1901 -1987) (1916-1999) Violino It Ain’t Necessarily So Obras para Violino Jascha Heifetz Deutsche Grammophon Yehudi Menuhin EMI Classics Americano de origem lituana, é hoje considerado como um dos maiores violinistas de todos os tempos, a sua musicalidade e perfeição técnica valeram-lhe, desde cedo, o reconhecimento internacional. As suas raízes judaicas marcaram fortemente a sua forma de tocar violino, criando uma tradição interpretativa, patente em músicos como Itzhak Perlman e Yehudi Menuhin. Violinista e maestro, Yehudi Menuhin conta com uma das mais longas e distintas carreiras no panorama violinístico do séc. XX. Conquistou desde a sua adolescência o reconhecimento do público e da crítica, que sempre o acompanhou. Apesar de toda a sua genialidade técnica, Menuhin marcou a sua interpretação, pela entrega apaixonada, numa profundidade emocional que tanto o distinguiu dos seus pares. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Recitais Instrumentais Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 238 Jascha Heifetz 239 Violino Artur Rubinstein Recitais Instrumentais (n.1945) (1886-1982) Piano Obras para Violino Obras para Piano DVD Itzhak Perlman EMI Classics Artur Rubinstein Deutsche Grammophon Um dos violinistas mais importantes da sua geração, destacou-se não só pelas suas interpretações no repertório clássico, mas também pelas suas incursões, quer no jazz quer na música klezmer (música de raíz tradicional judaica). Esta diversidade faz de Perlman um intérprete reconhecido em várias vertentes musicais. Nascido na Polónia, desde cedo se destacou pelo seu virtuosismo e expressiva vitalidade. As suas interpretações, das grandes obras para piano do romantismo, são emblemáticas e a sua leitura da música de Chopin, incontornável. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Recitais Instrumentais Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 240 Itzhak Perlman 241 Piano Jacqueline du Pré Recitais Instrumentais (1916-1985) (1945-1987) Violoncelo Obras para Piano Obras para Violoncelo Emil Gilels BBC Legends Jacqueline du Pré EMI Classics Este pianista russo, nascido em Odessa, é considerado por muitos como um dos mais geniais do séc. XX. Notável pelo seu domínio técnico e espantoso controlo de tonalidades, deixou interpretações inesquecíveis, em vasto repertório, de Scarlatti e Bach aos compositores contemporâneos, como Stravinsky e Prokofiev. Incontornáveis são as suas interpretações de Brahms e as suas geniais sonatas de Beethoven. Violoncelista britânica, aluna da Casals, Tortelier e Rostropovich, faz o seu primeiro recital em Wigmom Hall, em 1961, e quatro anos depois estreia-se em Nova Iorque, com o Concerto de Elgar, numa das grandes páginas do seu repertório como solista. Marcou um estilo único na interpretação violoncelística, pelo seu extraordinário carácter e vivacidade. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Recitais Instrumentais Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 242 Emil Gilels 243 Violoncelo Pablo Casals Recitais Instrumentais (n.1927) (1878-1973) Violoncelo Obras para Violoncelo The Legendary Casals Mstislav Rostropovich EMI Classics Pablo Casals EMI Classics Violoncelista e maestro, nascido no Azerbeijão, é considerado, por muitos, o melhor violoncelista da sua geração, a quem Shostakovich, Prokofiev e Britten dedicaram obras. Tem já vasta discografia que se estende desde as premiadas suítes de Bach até compositores contemporâneos como Lutoslawski. Genial violoncelista espanhol que marcou a história do violoncelo no séc. XX, tendo consigo nascido uma nova escola de violoncelistas. A Casals devemos a recuperação das suítes para violoncelo solo de Bach, obra que se tornaria essencial no repertório de qualquer violoncelista. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Recitais Instrumentais Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 244 Mstislav Rostropovich 245 Recitais Líricos Mezzo-Soprano (n. 1933) Soprano The Legendary Dame Only Caballé Janet Baker Philips Montserrat Caballé Rca Mezzo-soprano britânica, nascida em 1933 e retirada desde 1982, constitui uma das vozes britânicas mais aplaudidas de sempre. Muito expressiva e dotada de grande técnica, esta voz não passará despercebida a qualquer ouvido. Potente e melódica, foi um dos nomes principais em repertório como a ópera barroca e clássica, mas também em lieder. A catalã Montserrat Caballé é uma das últimas grandes divas. Nascida em 1933, impôs-se essencialmente na ópera italiana (Donizetti, Rossini e Verdi), conquistando o público graças aos seus agudos diáfanos, uma incomparável arte do pianíssimo ou o seu timbre mágico. Esta prestigiosa herdeira de Maria Callas, revive aqui o tempo de uma homenagem que traduz as diversas facetas da sua arte. Sumptuosa. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 3 564705 003171 Recitais Líricos Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Montserrat Caballé (n. 1933) 3 564705 003171 246 Janet Baker 247 (n. 1935) Recitais Líricos Soprano Luciano Pavarotti Tenor Ritorna Vincitor! Tutto Pavarotti Birgit Nilsson Decca Luciano Pavarotti Decca Soprano sueca, saltou para a ribalta nos anos 50, tendo sido aclamada como um dos maiores sopranos-dramáticos e wagnerianos. Os seus papéis como Brunilda, em Wagner, em Turandot de Puccini ou como Salomé, em Strauss, são poderosos e dotados de força única! Teve uma excelente carreira em vários palcos, em especial em Bayreuth. Retirada da ópera desde 1982, faleceu em 2005. Um “divo”? Masculino de “diva”, é a Luciano Pavarotti que este termo melhor se adapta, entre todos os tenores! Pavarotti não só marcou os papéis que desempenhou (La Bohème, O Elixir do Amor), mas celebrou a sua arte fora dos teatros de ópera tradicionais. Para escutar, de novo, nas suas melhores árias. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 3 564705 003171 Recitais Líricos Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. (1918-2005) 3 564705 003171 248 Birgit Nilsson 249 (n. 1922) Recitais Líricos Soprano Renata Tebaldi Soprano The Voice of the Century The Best of Tebaldi Joan Sutherland Decca Renata Tebaldi Decca Ao estrear-se como Lucia de Lammermoor, em 1959, logo captou as atenções do público, iniciando então uma excelente carreira de soprano, em óperas belcantísticas de Donizetti, Bellini, Rossini e Verdi. De origem australiana, é casada com o maestro Richard Bonynge, o qual a ajudou a conduzir ao sucesso. Soprano italiana, nascida em 1922, conhecida por ter sido a grande rival de Maria Callas, que se destacou num repertório lírico e dramático, como exemplo disso, os seus sucessos em óperas veristas (Verdi), mas também em Madame Butterfly ou Tosca. Vista como uma voz oposta à de Callas, mais delicada e macia, parecia cantar sem qualquer esforço. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 3 564705 003171 Recitais Líricos Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. (n. 1926) 3 564705 003171 250 Joan Sutherland 251 (1923-1977) Recitais Líricos Barítono Maria Callas Soprano Au die Musik Maria Callas, a Lenda Dietrich Fischer-Dieskau Deutsche Grammophon Maria Callas EMI Classics Barítono alemão, nascido em 1925. Ímpar, a nível mundial pela sua versatilidade. Wagneriano, mozartiano, verdiano. Foi revolucionário, ao elevar a dimensão das canções (lieder) de Schubert, Schumann, Mahler ou Brahms. Dotado de grande brilho e tensão em repertórios religiosos: Requiem de Britten ou Brahms, mas também em obras contemporâneas: Henze e Berg. A arte de Maria Callas parece nunca estar totalmente redescoberta: para além do seu timbre tão especial, a presença da diva impõe-se nesta encarnação, de tão inteira que habita cada uma das suas personagens. Um respeito pelo texto e pelo estilo sem igual, que fez história na interpretação lírica do século XX. Maria Callas, desaparecida em 1977, revive, nesta fantástica colecção, que resume o essencial e se apresenta como um verdadeiro tesouro. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 3 564705 003171 Recitais Líricos Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. (n. 1925) 3 564705 003171 252 Dietrich Fischer-Dieskau 253 (n. 1941) Recitais Líricos Mezzo-Soprano Placido Domingo Tenor The Very Best of Domingo Favourites Christa Ludwig EMI Classics Placido Domingo Deutsche Grammophon Mezzo-soprano alemã, nascida em 1928, teve uma longa carreira cheia de sucesso. Estreou- -se em 1949, com Mozart, mas rapidamente estendeu o seu valor a papéis wagnerianos e verdianos. Dotada de excelente interpretação e dicção, foi ainda um nome de destaque em obras religiosas, assim como em vários discos de “lieder” de Mahler e Schubert. Tenor lírico e dramático espanhol, iniciou a carreira como barítono em zarzuelas, rapidamente se destacando pelo mundo. Contracena ao lado dos maiores nomes e estende a sua versatilidade, de Puccini a Wagner, passando por Verdi. Dotado de voz e presença muito fortes, assim como de grande brilho, musicalidade e interpretação. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 3 564705 003171 Recitais Líricos Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. (n. 1928) 3 564705 003171 254 Christa Ludwig 255 (1915-2006) Recitais Líricos Contralto Elisabeth Schwarzkopf Contralto Kindertotenlieder Arias, Duetos, Lieder Kathleen Ferrier EMI Classics Elisabeth Schwarzkopf Regis Nascida em 1912, este contralto britânico, foi ainda pianista. O seu raro timbre e beleza vocal, rapidamente a lançam para o canto, em especial pela mão de Britten. Seriam as suas incursões nos lieder de Mahler e nos Oratórios/Paixões, que lhe dariam todo o valor. Destacamos a Canção da Terra e o seu papel na ópera Orfeo e Eurídice. Faleceu em 1953 prematuramente. De origem prussiana, tornou-se um dos maiores sopranos do periodo pós-guerra. Especializou-se em repertórios mozartianos e straussianos, mas foi como intérprete de lieder, de Strauss e Wolf, que seria aclamada em todo o mundo. Teve dificuldades em contacenar nos EUA por ter sido próxima do movimento nazi. Para sempre, fica a sua interpretação das quatro últimas canções de Strauss. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 3 564705 003171 Recitais Líricos Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. (1912-1953) 3 564705 003171 256 Kathleen Ferrier 257 As minhas divagações são musicais. Vejo a minha vida em termos de música. Albert Einstein Compositores portgugueses (1775-1842) Clássico Requiem Sonatas para Piano Heinz Rögner Numérica Gabriela Canavilhas Portugal Som Um dos maiores compositores portugueses de sempre. Pianista e compositor, parte em 1804 para Paris, onde viria a publicar o seu Requiem (à memória de Camões). O sucesso foi grande em Paris e em Londres, onde se fixa. Esta é a sua obra-prima, dotada de simbolismo, ao qual não será alheia a sua postura maçónica. À espera de uma interpretação à sua altura. Gabriela Canavilhas é um nome incontornável no panorama nacional. Dedicada aos compositores portugueses, muitos escreveram obras para si. Salientamos esta interpretação das sonatas de Bomtempo. Apesar da forte influência de Clementi, estas sonatas têm um elevado sentido estético, sonoro e indispensável. Ao seu tempo, uma presença nos salões de Paris! Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores portugueses Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Bomtempo, João Domingos Outras boas escolhas... Quintetos com piano............................................(quarteto capela) MOVIEPLAY fantasia e variações........................................................ (maissa) PORTUGAL SOM kyrie e gloria.................................................................. (corboz) PORTUGAL SOM 260 261 Compositores portgugueses Pós-Romântico Integral para Canto e Piano Sinfonia n.º 4 Elsa Saque / Nuno Vieira de Almeida Megamusica Álvaro Cassuto Marco Polo Aos 18 anos, Braga Santos inicia a sua produção, como compositor, com uma série de melodias sobre poemas de Camões, Antero de Quental e Fernando Pessoa. A nível coral escreveria ainda a ópera Viver ou Morrer. A ilustrar este compositor não podemos evitar a excelente dedicação, neste disco, de Elsa Saque e Nuno Vieira de Almeida. Considerado como um sucessor de Freitas Branco, Braga Santos compôs uma série de sinfonias, das quais destacamos, pela sua personalidade e espontaneidade, a quarta, de linguagem acessível a todos os públicos, mas de grande seriedade. Impregnada de gosto popular, de alguma influência dos estilos de V. Williams e Walton – modal e neoclássico tem tido crescente procura. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores portugueses Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 262 Braga Santos, Joly (1924-1988) 263 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Renascimento Carrapatoso, Eurico Compositores portgugueses (1566-1650) (n. 1962) Contemporâneo Missa Raegina Caeli A Capella Sixteen Coro Coro de Câmara de Lisboa Numérica Compositor de música religiosa, muito famoso em toda a Península Ibérica, a sua música delícia pela expressividade e mística religiosa. Salientamos esta delicada interpretação, por The Sixteen, reeditada na etiqueta Coro. Difícil será não referir obras como o seu Requiem ou os inúmeros ofícios, motetos e cânticos. Morreu, em Lisboa, em 1650. De origem transmontana, este compositor, também historiador, tem tido, nos últimos tempos, uma crescente divulgação no nosso panorama musical. Tem-se revelado na composição de obras musicais em que destacamos esta A Capella, editada pela Numérica. Poderíamos, ainda, referir o Magnificat para Talha Dourada e o Leonoreta. A descobrir! Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... requiem............................................................. (tallis scholars/Philips) GIMELL leonoreta....................................................(sinfonietta de lisba) LAMADEGUIDO 264 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores portugueses Cardoso, Manuel 265 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Pós-Romântico Lôbo, Duarte Compositores portgugueses (1890-1955) (1565?-1646) Renascimento Concerto para Violino Requiem Vasco Barbosa Numérica William Byrd Choir Helios De talento notável, desde novo se salientou na esfera musical portuguesa. Considerado um renovador e europeizado, deixou-nos uma vasta obra. Destaca-se a nível académico e na sua obra instrumental, mas também na sua aproximação a um certo “impressionismo”. A escutar, este Concerto para Violino, Vathek e as Suítes Alentejanas. Assinava o seu nome em latim como Eduardus Lupus. Duarte Lôbo é dos grandes compositores portugueses do final do Renascimento e início do barroco. Valeu-nos parte da sua obra ter sido editada em Antuérpia. Algo isolado de inovação musical, a sua música é altamente atractiva e rítmica, bem visível nesta interpretação do William Byrd Choir. Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... vathek...............................................................................(korodi) PORTUGAL SOM quarteto de cordas......................................... (takacs quartet) PORTUGAL SOM Requiem for six voices................................... (TALLIS SCHOLARS/PHILLIPS) GIMELL 266 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores portugueses Freitas Branco, Luís 267 Compositores portgugueses (1906-1994) Pós-Romântico Canções Heróicas Sonatas para Piano EMI Classics António Rosado Numérica Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Deste grande compositor português, aluno dos maiores nomes da cena musical portuguesa de então, salientamos as Canções Heróicas, pelo seu carácter nacional, folclórico e, fundamentalmente, pela atitude anti-regime. Obra proíbida até ao fim da ditadura, surge hoje como um marco da nossa história musical. Cheias de bom gosto e de cor, estas sonatas, dedicadas a Olga Prats e a Nella Maissa, são pela primeira vez interpretadas e editadas na íntegra (seis sonatas), pelo pianista António Rosado. Atentamente, observamos dedicação ao texto, mas também, emoção e poesia. Outras boas escolhas... Outras boas escolhas... Lopes-graça.......................................................................................(vários) CNM sonetos de camões............................................ (serafim/sousa) PORTUGAL SOM graça e os poetas...................................(saque/vieira de almeida) MEGAMÚSICA memorian béla bartók..........................................................(rosado) NUMÉRICA 268 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores portugueses Lopes-Graça, Fernando 269 Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Contemporâneo Peixinho, Jorge Compositores portgugueses (n. 1941) (1940-1995) Contemporâneo Litanies du Feu et de la Mer Música para Piano Madalena Soveral Numérica Miguel Borges Coelho Numérica Este compositor português contemporâneo, pouco divulgado, mas muito premiado internacionalmente, está desde os anos 60 ligado à escola de Darmstadt e de Colónia. Na sua composição, influenciada pela música electrónica, dá-se valor à fonética, à forma e às acústicas do espaço. Para os amantes, assistir ao vivo, em salas ou espaços apropriados, permite retirar o máximo destas composições. Compositor contemporâneo português, foi também pianista, crítico e maestro. Divulgou em muito a música contemporânea, também como conferencista. Da sua obra sobressai a organização e um forte valor técnico. Moderado e ao mesmo tempo subtil, a sua obra tem sido recentemente editada, sendo de destacar esta magnífica interpretação de Borges Coelho. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores portugueses Nunes, Emmanuel Outras boas escolhas... quodlibet...........................................(ensemble modern orc. guli) MONTAIGNE 270 271 Compositores portgugueses (1704-1742) Barroco Concertos para Cravo Sonatas Ketil Haugsand Virgin Cremilde Rosado Fernandes Portugal Som Poucos compositores portugueses atingiram a dimensão de Carlos Seixas. Apesar de ter falecido com apenas 38 anos, deixou-nos uma obra de grande valor. Ao seu tempo era também organista e cravista, por este motivo, destacamos a sua obra para tecla. Densa, movimentada e, por vezes, animada, ao estilo português. Aplaudimos a produção desta etiqueta. Cremilde Rosado Fernandes tem um destaque no panorama musical português. Não podemos deixar de salientar o seu contributo, para a Portugal Som, e em especial na interpretação das sonatas de Carlos Seixas. De impressão fortemente portuguesa, Cremilde Rosado é um ponto de ligação entre a obra do compositor, as nossas raízes, tradição e escola. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores portugueses Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Seixas, Carlos Outras boas escolhas... concertos para cravo............................................................ (haugsand) VIRGIN missa dixit dominus................................................................ (haugsand) VIRGIN 272 273 Compositores portgugueses Barroco Vianna da Motta, José (1868-1948) Pós-Romântico Te Deum Sinfonia à Patria Sixteen/Christophers Coro Mátyás Antal Portugal Som Após o terramoto de 1755, poucas foram as obras de compositores portugueses que sobreviveram. Do espólio salvo e recuperado, salientamos este magnífico Te Deum, escrito por António Teixeira. Bolseiro de D. João V, este compositor é um dos nomes fundamentais da sua época. A sua é obra é cheia de graciosidade, mas também de alguma exuberância. Uma deliciosa e dedicada interpretação. Referimos esta outra obra, de grande solicitação nacional, que revela o impacto de Vianna da Motta no nosso panorama. Pela primeira vez, o nosso país é reflectido numa obra musical desta envergadura. Terminada em 1896, demonstra um grande avanço para a época, transparecendo o seu carácter inexcedível, de constante ascensão. O nacionalismo musical é patente nesta obra, em que invoca Os Lusíadas. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores portugueses Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 274 Teixeira, António (1707-1759) 275 Compositores portgugueses Pós-Romântico Cabral, Pedro Caldeira (n. 1950) Contemporâneo Concerto para Piano Memórias da Guitarra Artur Pizarro Hyperion Pedro Caldeira Cabral Zona Música Este multifacetado compositor português, de carácter wagneriano, teve um invulgar predomínio, nomeadamente na sua obra para piano. Subsidiado pela condessa de Edla, teria uma carreira de renome, na Alemanha e Suíça, sendo acolhido por Liszt. Acreditamos que a interpretação de Artur Pizarro é a ideal, não deixando de referir o impacto do compositor em toda uma geração de pianistas. Nome de referência no panorama musical português, pelo seu estudo e entrega a repertórios nacionais. Tem desenvolvido um conjunto de gravações à volta da nossa música antiga, recorrendo a instrumentos e textos da época. Não estando toda a sua discografia disponivel, ressalvamos este disco de elevado valor. Prezamos a sua dedicação às cordas: guitarra e alaúde. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compositores portugueses Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. 276 Vianna da Motta, José (1868-1948) 277 Compositores portgugueses Compositores portugueses Segréis de Lisboa Portugaler Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Já destacámos, nesta edição, o carácter revolucionário, inovador e estético desta editora portuguesa. Mas queremos referir também o inegável valor de algumas das suas obras, em especial pelo estudo e edição de compositores poucos editados, como Avondano, Simões da Hora e outros. Exaltamos esta recente edição de música para o teatro de Gil Vicente, tão rica musicalmente e, até agora quase esquecida. Temas do Cancioneiro Português Opus Ensemble EMI Classics Este ensemble, bastante conhecido entre nós, e também muito premiado no estrangeiro é constituído por elementos de renome, como Anabela Chaves e Olga Prats. Este disco é uma obra fundamental para qualquer português, pela dedicação e valor dado ao nosso património. Inspirado em modas, canções e temas do folclore português. Delicioso! Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Música para o Teatro de Gil Vicente Outras boas escolhas... MODINHAS E LUNDUNS SéC. XVIII............................ (SEGRéIS DE LISBOA) MOVIEPLAY MúSICA NA CORTE DE D. JOÃO V ............................. (SEGRéIS DE LISBOA) MOVIEPLAY 278 279 Compositores portugueses A Golden Age of Portuguese Music Sixteen/ Harry Christophers Coro Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Por The Sixteen, relembramos esta outra edição de algumas obras do período de ouro português. À volta dos compositores Lourenço Rebelo e Diogo Melgás, é visivel o estilo delicado e resplandecente destas obras. Uma interpretação soberba e rica em estilo e afinação. Outras boas escolhas... PORTUGUESE RENAISSANCE............................. (PRO CANTIONE ANTIQUA) HYPERION pedro caldeira cabral...........................(pedro caldeira cabral) MEGAMÚSICA 280 O ritmo e a harmonia têm a sua sede nos esconderijos da alma. Platão Compilações Compilações Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Theatre of Voices Harmonia Mundi 282 Obras ímpares na música galaico-portuguesa, retratam um conjunto belo da tradição lírico- -trovadoresca, interpretadas profundamente pelo excelente ensemble Theater of Voices, sob direcção de Paul Hillier. Dom Dinis, rei português dotado de visão cultural e empreen dedora, e Martim Codax, galego, congregam- -se aqui num excelente exemplo destes “poetas-cantores”. Nova Metamorfosi Vicente Dumestre Le Poème Harmonique Alpha/Abeille Musique Vincent Dumestre, jovem guitarrista, louco por música barroca, reuniu em Le Poème Harmonique um grupo de amigos que partilham a sua loucura. A sua divisa: a música do século XVII. A sua força: entusiasmo, vitalidade, amor descomedido pelas músicas que ressuscitam. Eis uma viagem excepcional por uma música italiana em plena metamorfose, na orla do reino de Monteverdi. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Cantigas de Amigo 283 284 Compilações O Canto da Sibila La Tarantella Montserrat Figueras Astrée/Naïve Christina Pluhar / L’Arpeggiata Alpha/Abeille Musique Este percurso dos cantos ancestrais, dos séculos XV e XVI, constitui um dos mais belos testemunhos de Montserrat Figueras. “Para nós, cada disco não deve ser apenas um qualquer momento num processo de evolução, mas um acontecimento essencial, impossível de repetir”, afirma Jordi Savall, maestro e marido da soprano, com a qual partilha, desde há várias décadas, as suas aventuras artísticas. Pungente. Redescoberta da música popular da Renascença e do Barroco, num registo extraordinariamente rico. Uma viagem no tempo e no espaço italiano, para realçar todas as particularidades culturais que são propostas, em volta do tema original da Tarantella – simultaneamente, animal, doença e dança. Um mundo de lendas, criado por L’Arpeggiata, Marco Beasley e Christina Pluhar. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compilações 285 286 Compilações La Folia Young People’s Concert DVD Jordi Savall Alia Vox/Abeille Musique Leornard Bernstein Apoiado pelos seus companheiros, o virtuo so da viola de gamba, Jordi Savall, propõe- -nos obras raras dos mestres espanhóis, mas também peças de Corelli e de Marin Marais. Uma lição de música, mas também de humanismo, de tal maneira Savall se recusa a fazer da música um número de circo: que musicalidade, que poesia em cada nota, por trás de cada silêncio! Prestação excepcional das fontes sonoras. Aclamado como um grande maestro, pianista e compositor, Leonard Bernstein ganhou o título de professor graças aos programas de televisão. De facto com extraordinária imaginação e altíssima competência tudo se torna claro atraente e acessível, nas suas mãos, quer se trate de música clássica ou de rirmos modernos, pois Leonard Bernstein é genial quer trabalhe com os sons quer se sirva das palavras. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Passe este código de barras no ponto de escuta FNAC e oiça o disco correspondente. Compilações 287 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica Anton Bruckner (1824-1896): Descendente de uma antiga família de camponeses, Anton Bruckner nasceu em Ansfelden, na Áustria. Imbuído da fé dos seus antepassados, recebeu, além disso, de seus pais uma certa cultura e um gosto pela música sacra: aos dez anos, substituía já o seu pai no órgão. Após ter integrado, em 1840, a escola normal de professores de Linz, exerceu o ofício durante cerca de 15 anos. Em 1856, tendo já escrito uma dezena de obras eclesiásticas, veio estabelecer-se novamente em Linz, onde a sua vida viria a sentir uma nova mudança, ao assumir o cargo de organista da catedral da cidade, tendo então decidido dedicar-se à composição. Foram necessários vários anos para que finalizasse a sua Primeira Sinfonia, em 1865-66. Este trabalho furioso, aliado a várias decepções e à sua solidão, quase o levou à demência. Após uma cura, e a seu pedido, foi nomeado professor do Conservatório de Viena. Foi nesta cidade que viria a passar o resto dos seus dias, sempre celibatário. O seu trabalho arrebatador foi coroado por um sucesso tardio (cerca de 1884). A sua obra, no primeiro plano da qual estão dez sinfonias e muita música sacra, comporta a marca da influência da música eclesiástica, mas também a de seu amigo Wagner e de Beethoven, pelo seu gosto pelas vastas formas musicais. Antonin Dvorák (1841-1904): Nativo da Boémia, Dvorák formou-se na escola de organistas de Praga. Violinista e, posteriormente, altista no Teatro da Cidade, começou a compor as suas primeiras partituras de música de câmara ou sinfónica. Organista da igreja de Saint-Adalbert, de 1871 a 1878, foge à pobreza partindo para Viena, onde travou conhecimento com Brahms. Este ajudou-o a editar as Danses Slaves para dois pianos que, juntamente com as Danses Moraves, abrem o período da sua maturidade criativa, onde se assiste a uma reconciliação com as suas raízes eslavas. Efectuou, em seguida, diversas viagens, de Inglaterra à Rússia, até ao Novo Mundo. Em 1892, foi nomeado director do Conservatório de Nova Iorque, cargo que abandona em 1895 para leccionar no conservatório de Praga, do qual posteriormente, foi director (1901). O seu renome continua associado às suas obras sinfónicas (a Sinfonia n.º 9 «do Novo Mundo» é mundialmente famosa) e à sua música de câmara, mas Dvorák abordou com igual mestria os 288 repertórios de ópera, de música coral profana e de música sacra. Juntamente com Smetana, contribuiu para dar à música checa uma dimensão internacional. Antonio Vivaldi (1678-1741): Em Veneza, onde nasceu, Antonio Lucio Vivaldi recebeu uma primeira educação musical da parte do seu pai, violinista na capela ducal de São Marcos, tendo depois estudado durante algum tempo junto do compositor Legrenzi. Em 1703, optou pela vida religiosa, tendo sido ordenado padre (o «padre ruivo», conforme o sobrenome por que viria a ser conhecido). A fragilidade da sua saúde não lhe permitiu, porém, suportar tal cargo (sofria de asma), pelo que, sem renunciar à sua condição eclesiástica, entrou para o seminário musical do Ospedale della Pietà, instituição de auxílio a órfãos, como professor de violino, mestre de composição e, posteriormente, mestre de capela. Aí passaria 40 anos, compondo a um ritmo desenfreado e beneficiando da presença de músicos e de cantores de grande nível. Pôde assim firmar a sua glória em toda a Europa graças a diversas digressões, durante as quais as suas obras religiosas, teatrais (foi compositor titular do teatro San Angelo) ou instrumentais desfrutaram de um enorme sucesso. De regresso a Veneza, em 1640, Vivaldi renunciou às suas funções e partiu para Viena. Aí morreu, no ano seguinte, na mais completa solidão e miséria. Não foi senão no pós-guerra que a obra de Vivaldi, totalmente esquecida, foi redescoberta e reavaliada. Arcangelo Corelli (1653-1713): Nascido perto de Ravenne, no seio de uma família nobre, Corelli seguiu os estudos musicais (composição e violino) em Faenza e Bolonha, então no auge da sua glória musical, antes de se estabelecer definitivamente em Roma, em 1671. Aí erigiu uma sólida reputação como violinista, tocando em várias orquestras de teatro e diversas capelas, aperfeiçoando a sua ciência de contraponto. Primeiro violinista no Teatro Capranica (1679), em seguida, mestre de capela na igreja Saint-Louis-des-Français (1682), entrou ao serviço do cardeal Pamphili, em 1684; em 1687, dirigia uma orquestra de 150 músicos, no palácio da Rainha Cristina da Suécia, figura central da Roma artística e mundana. 289 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica A glória de Corelli, como professor e como compositor, rapidamente transpôs as fronteiras de Itália. Doente e cansado, Corelli cessou quase completamente a sua actividade alguns anos antes da sua morte, em Roma, em 1713. A sua obra, constituída essencialmente por sonatas em trio, concertos e concerto grossi, influenciou compositores como Vivaldi, Bach ou Händel, que conheceu em Roma, em 1708. Arnold Schönberg (1874-1951): A música de Schönberg, no início do século XX, teve uma importância capital, pois foi a primeira a emancipar-se da tonalidade: a aventura da música dodecafónica e serial estava iniciada e, com ela, um dos fundamentos mais sólidos (e mais discutidos) da música actual. O pai (juntamente com Berg e Webern) da Escola de Viena nasceu nesta cidade, em 1874, tendo tido uma formação praticamente autodidacta: Zemlinsky, o seu futuro cunhado, foi o seu único professor, tendo-lhe permitido deixar a sua profissão de banqueiro. Em Viena, onde regressou em 1903, após uma estadia em Berlim, passou a dirigir operetas em cabarets. Schönberg tornou-se pedagogo (os seus alunos eram Berg e Webern), continuando a compor obras que foram consideradas verdadeiros escândalos. Em 1908, nasceram as primeiras composições emancipadas da tonalidade, entre as quais Erwartung. Em 1912, em Berlim, onde Schönberg vivia havia um ano, Pierrot Lunaire foi um escândalo estrondoso. O compositor criou, em Viena, em 1918, a «Sociedade de execuções musicais privadas» e elaborou, em 1923, o seu método dodecafónico. A partir de 1925, regressou à Alemanha, para exercer o cargo de professor na Academia de Artes de Berlim, sucedendo a Busoni. Perseguido pelos nazis, partiu para os Estados Unidos, não sem antes se ter convertido ao judaísmo, em Paris, em sinal de protesto. Nos Estados Unidos continuou a sua actividade de pedagogo (nomeadamente na Universidade de Los Angeles) e de compositor. Naturalizado americano, em 1940, Schönberg morreu na Califórnia 11 anos mais tarde. Arvo Pärt (nascido em 1935): Nascido em Paide, na Estónia, Arvo Pärt começou por trabalhar na rádio estónia, como técnico de som, em 1957, estudando simultaneamente composição. Depois de ter obtido, 290 em 1962, o primeiro Prémio de composição no concurso da União dos Jovens Compositores de Moscovo, recebeu o seu diploma do Conservatório de Tallinn no ano seguinte. Iniciou então uma carreira de compositor que o veria virar-se, após a proximidade com Prokofiev ou Shostakovich, para as técnicas seriais. Em 1967, interrompeu tanto o seu trabalho na rádio como a sua actividade de escrita, para se dedicar ao estudo da música francesa e franco-alemã dos séculos XIV, XV e XVI. Este trabalho virá a influenciar fortemente as suas futuras composições que, a partir da Sinfonia n.º 3 (1973), revelaram influências não só da polifonia antiga como do cantochão medieval. Esta linguagem, muito pessoal e imbuída de uma enorme pureza de estilo, exprimiu-se desde então em diversas obras instrumentais e religiosas: Arbos (1986), Tabula Rasa (1977), Te Deum (1984) e Miserere (1989). Arvo Pärt abandonou a Estónia, em 1980, tendo obtido a nacionalidade austríaca. Após alguns anos passados em Viena, reside actualmente em Berlim. Béla Bartók (1881-1945): Béla Viktor János Bartók nasceu em Nagyszentmiklós, pequena vila húngara (actualmente na Roménia), no seio de uma família de melómanos. Iniciado no piano por sua mãe, começou os estudos de composição em 1893, em Bratislava e, posteriormente, em Budapeste. A descoberta de Strauss e de Debussy, assim como o encontro com o seu compatriota Kodály, foram determinantes: prosseguindo uma brilhante carreira de concertista e de professor de piano, Bartók cultivou simultaneamente o seu talento de compositor bem como a sua paixão pela música popular da Europa Oriental, dedicando-se, juntamente com Kodály, a uma recolha e uma investigação minuciosas. Esta paixão etnomusicológica, que o levou até à África do Norte, em 1913, fê-lo abandonar, em 1934, a sua actividade de ensino. Fugindo ao nazismo, em 1940, aquele que se havia afirmado, desde 1910, como o maior compositor húngaro, encontrou refúgio nos Estados Unidos. Embora multiplicando os concertos e compondo de empreitada, e apesar de uma fugaz actividade de professor universitário, foi na miséria e no esquecimento que se extinguiu, em 1945, em Nova Iorque. Bartók continua a ser um dos maiores génios musicais do século XX. Apropriando-se de uma multiplicidade de influências, renovando radical- 291 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica mente as formas e integrando as músicas folclóricas, a sua linguagem musical é uma das mais originais de sempre. Testemunhos inequívocos desta originalidade são, por exemplo, os seus quartetos, os seus concertos (para piano e para orquestra), a Música para Cordas, Percussão e Celesta ou a sua ópera O Castelo de Barba-Azul. Instituto, em 1881). Levou, então, uma vida errante, dando diversos concertos no estrangeiro. Foi nos anos 80 que escreveu as suas maiores obras-primas, de Henrique VIII ao Carnaval dos Animais. Grande viajante, amante da cultura, Saint-Saëns, que escreveu em 1908 a sua primeira obra para o cinema (para O assassinato do Duque de Guise), continua a ser o símbolo de uma certa elegância musical francesa. Benjamin Britten (1913-1976): Nascido em Suffolk, Inglaterra, a 22 de Novembro de 1913. Conquistou reconhecimento mundial com a sua obra para cordas Variações Sobre um Tema de Frank Bridge. A sua vontade de inovar e inspiração proveniente da música oriental e do teatro medieval, trouxe a Britten um lugar de destaque na História da Música. Dedicando-se mais às cantatas, obras corais e canções, Britten revelava nas suas obras uma angústia diante da miséria da condição humana e um pessimismo à semelhança de Mahler e Shostakovich. Morreu em Suffolk, a 4 de Dezembro de 1976. Carl Orff (1895-1982): Carl Orff nasceu e morreu em Munique, tendo iniciado a sua carreira musical como maestro em Mannheim, Darmstadt e Munique, depois de ter estudado piano e violoncelo desde os cinco anos. Em 1924, na sua cidade natal, fundou com a sua esposa, Dorothee Günther, a Güntherschule, uma escola de ginástica, música e dança, inspirada nos princípios de Jacques-Dalcroze. Esta actividade contribuiu, nomeadamente, para que ultrapassasse as suas influências pós-românticas ou mesmo impressionistas, para criar um estilo próprio, de obediência neoclássica. Deste estilo é testemunha uma rica produção sinfónica e coral e, nomeadamente, a famosa ópera cantata Carmina Burana (1937), que teve um grande sucesso na Alemanha do 3.º Reich, ou Antígona (1949, de Sófocles, na versão de Hölderlin). Aquele que foi também director do Bachverein e professor no Conservatório de Munique (1950-60), deixou igualmente um famoso método de ensino de música para crianças: Schulwerk (1933). Camille Saint-Saëns (1835-1921): Criança-prodígio, Camille Saint-Saëns escreveu as suas primeiras peças para piano com três anos e meio! Tendo entrado para o Conservatório de Paris, em 1848, viu, em 1852, ser-lhe recusado o Prémio de Roma, por ser demasiado jovem. Organista na igreja de Saint-Merry, em 1853, e, em seguida, na Madeleine, em 1858, entrou, em 1861, para a Escola Niedermeyer onde teve como aluno Gabriel Fauré, entre outros, prosseguindo simultaneamente uma carreira de concertista que viria a deslumbrar os maiores virtuosos do seu tempo. Paradoxalmente, aquele que viria a ser, para as gerações seguintes, um símbolo vivo do academismo teve muita dificuldade em impor as suas primeiras obras, pois na época considerou-se como revolucionário este defensor de Berlioz, Wagner e Liszt, tendo sido aliás graças a este último que a sua obra-prima lírica, Sansão e Dalila, foi representada em Weimar, em 1877. Após o legado de um generoso mecenas, Saint-Saëns pôde consagrar-se exclusivamente à composição. Tendo casado apressadamente, em 1875, a morte dos seus dois filhos, em 1878 e a sua posterior separação, fecharam-no no cepticismo, apesar das diversas consagrações (foi nomeado para o 292 Carlos Seixas: Nascido em Coimbra em 1704. Compositor, organista e cravista, foi ter sido aluno de seu pai Francisco Vaz Seixas. Vem para Lisboa em 1720 tornando-se organista da Patriarcal e da casa real. Trabalhou com Scarlatti. Destacou-se pela sua produção e notável valor, que o tornam um dos grandes compositores portugueses de todos os tempos. Morre em Lisboa em 1742. Christoph Willibald Gluck (1714-1787): Alemão de nascimento, Gluck fundou a sua obra com base na música italiana, realizou-se em Viena e encontrou pleno reconhecimento em Paris. Em Viena, criou um grupo de ópera com o objectivo de a tornar num estilo teatral comparável ao da tragédia grega clássica, 293 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica despojada de árias pomposas e de recitativos. Compôs seis óperas baseando-se na mitologia grega, abrindo caminho para as grandes óperas do século XIX (Puccini, Verdi e Wagner). Claude Debussy (1862-1918): Nascido em Saint-Germain-en-Laye, no seio de uma família modesta, Claude Debussy entrou, aos dez anos, para o Conservatório de Paris, onde estudou durante cerca de dez anos, nomeadamente junto de César Franck. Diversas estadias no estrangeiro (na Rússia, onde foi «pianista privado» da baronesa von Meck, protectora de Tchaikovsky) contribuíram para edificar a sua vasta cultura. Esta foi também enriquecida pelo contacto com os meios literários e artísticos que frequentou ao regressar a Paris, onde se instalou definitivamente em 1887, ao chegar de Villa Médicis. Amigo de Pierre Louÿs, conviveu também com Mallarmé, Proust e Huysmans. Wagner, descoberto em 1888, e ainda as músicas orientais, reveladas pela Exposição Universal de 1889, estiveram na base de uma inspiração, cuja originalidade se viu consagrada em obras como Prélude à l’après-midi d’un faune. Criada triunfalmente em 1894, esta obra inovadora marcou o início de uma celebridade crescente e o fim de um longo período de dificuldades materiais. Das Chansons de Bilitis (1897) à Sonate pour violon et piano (1917), passando por La Mer (1905), apogeu do impressionismo musical, Debussy nunca deixou de trabalhar na obra que viria a ser das mais determinantes da música moderna. Devastado desde 1910 por um cancro, extinguiu-se em Paris, em 1918. Claudio Monteverdi (1567-1643): Filho de um médico de Crémone, Monteverdi manifestou muito cedo extraordinários dons musicais: com 15 anos publicou a sua primeira recolha, as Sacræ cantiunculæ. Foi em Mantova, para onde foi chamado em 1590, como violista e cantor na corte do duque Vincent de Gonzague, e onde residiu durante 22 anos, que estabeleceu a sua fama. Mestre musical do duque, a partir de 1601, Monteverdi desenvolveu uma arte que foi engrandecida por diversas viagens: a sua primeira ópera, Orfeo (1607), conheceu um grande sucesso. Ainda que abatido pela morte de sua mulher, filha 294 de um músico da Corte, em 1608 compôs a ópera Arianna, parte da qual até hoje nunca encontrada. Despedido, após a morte do duque, Monteverdi partiu para Veneza, onde foi nomeado mestre da capela da Basílica de São Marcos. Após o seu ingresso na ordem, Monteverdi não deixou, contudo, de se dedicar à composição, tendo escrito diversas óperas, até à sua morte em Veneza, em 1643, que deu lugar a grandiosas exéquias. A música, daquele que é hoje considerado um dos grandes génios da História da Música, caída no esquecimento, foi redescoberta pelo compositor italiano Malipiero no início do século XX. Dimitri Shostakovich (1906-1975): Trágico destino, o de Dimitri Shostakovich, hoje considerado um dos maiores compositores russos de um século cujas tormentas se viu forçado a viver. Nascido em São Peters burgo, revelou desde cedo os dons que cultivou no Conservatório dessa mesma cidade, posteriormente chamada Leninegrado. Às suas primeiras obras orquestrais, compostas aos 14 anos, seguiram-se outros sucessos que, como a sua Primeira Sinfonia, suscitaram o entusiasmo, impondo-o aos olhos dos maiores mestres. Em 1936, contudo, sofreu um cruel revés, tendo a sua ópera Lady Macbeth de Mzensk sido acusada de imoralidade pelo jornal diário oficial Pravda. Nesse mesmo ano, escreveu a sua primeira obra de câmara, um repertório em que se tornou mestre e ao qual, tal como Beethoven, regressaria regularmente, por diversas vezes, ao longo da sua existência. Shostakovich passou toda a sua existência atormentado pela ideia de vir a ser enviado para os campos onde pereceram diversos amigos seus: múltiplas acusações de formalismo levaram-no, várias vezes, a fazer autocrítica. Psicologicamente esgotado, após intermináveis anos de compromissos, morreu em 1975, em Moscovo. Variada e abundante, a sua produção conta com 147 obras em todos os repertórios, incluindo o da música para cinema. Domenico Scarlatti (1685-1757): Sexto filho do ilustre Alessandro, cujo renome lhe fez inicialmente alguma sombra, Domenico Scarlatti nasceu em Nápoles, no mesmo ano de Bach e Händel (que viria a conhecer mais tarde, tal como Vivaldi, em Veneza). Começou por ser organista e compositor de óperas 295 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica (cerca de 15, no total) e cantatas. Mais tarde, ligado à Corte da rainha Maria Casimira da Polónia, assumiu o cargo de mestre de capela da Basílica de São Pedro, em 1714, período em que começou a compor para a igreja. Em 1720, instalou-se em Lisboa, dirigindo a capela do rei D. João V e assumindo a educação musical da infanta Maria Bárbara de Bragança. Tendo desposado a herdeira do trono de Espanha, esta última levou-o consigo para Madrid. Terá sido aí que compôs a maioria das suas 555 sonatas para cravo (das quais o cantor Farinelli terá copiado os manuscritos de que dispomos actualmente) que fizeram de Scarlatti um dos pais da técnica moderna de cravo. Foi em Madrid que se extinguiu, aos 71 anos, um dos maiores músicos do século XVIII. Edgar Varèse (1883-1965): Nasce em Paris, a 22 de Novembro de 1883 e morre em Nova Iorque, a 6 de Novembro de 1965. Depois de completar os seus estudos em Paris e Berlim, desiludido, decide emigrar para os Estados Unidos. Foi aí que promoveu uma nova visão dos intrumentos de música electrónica e dirigiu orquestras. É com a sua criação maior Amériques, que Varèse transforma os parâmetros clássicos da música em categorias mais amplas, integrando novos conceitos de sonoridade. Edvard Grieg (1843-1907): Nascido em Bergen, onde, por incentivo de sua mãe, pianista, iniciou rapidamente os estudos musicais. Foi no Conservatório de Leipzig que prosseguiu estes últimos, de 1858 a 1862. Ao contactar com a nova música norueguesa, representada por um compositor como Nordraak, começou a compor quando vivia em Copenhaga e, posteriormente, em Roma, onde, na sequência da morte de Nordraak, escreveu a sua Marcha Fúnebre. Após ter assumido o cargo de professor e maestro em Oslo, regressou a Roma, em 1869, graças à intervenção de Franz Liszt. Em 1874, um auxílio material, atribuído pelo Estado, permitiu-lhe dedicar-se integralmente à composição, efectuando simultaneamente, a partir de 1876, grandes digressões anuais através da Europa, durante as quais interpretava e dirigia as suas próprias obras. Em 1888, o seu primeiro concerto, em Londres, revelou-o ao público internacional, 296 coroando-o com uma glória duradoira. Instalado, desde 1885, na casa que ele próprio havia construído, próximo do fiorde de Hardanger, fundou, em 1898, o primeiro festival de música da Noruega. Esta figura central da música norueguesa, país cujo folclore impregna a maior parte das suas obras (entre as quais a suíte orquestral, composta sobre a peça Peer Gynt, de Ibsen ou as Danças Polifónicas), apaixonou inúmeros compositores, tais como Ravel ou Debussy. Edward Elgar (1875-1934): Curioso percurso, o deste músico inglês, cujo nome teve dificuldade em transpor as fronteiras do seu país (o qual Elgar ajudou, porém, antes de Benjamin Britten, a reconquistar um lugar na cena musical mundial) e cuja abundante produção se estende por um período de apenas 20 anos! Nascido próximo de Worcester, Sir Edward Elgar iniciou os seus estudos musicais com o seu pai, organista, violinista e comerciante de música, antes de se aperfeiçoar em regime autodidacta. Só em 1889, após ter trabalhado em diversas orquestras como instrumentista e como maestro e depois de suceder a seu pai como organista da igreja de Saint-Georges de Worcester, decidiu consagrar-se à composição. E foram necessários dez anos para que surgisse a sua primeira grande obra, as Enigma Variations para orquestra. Passaria então os 20 anos seguintes a pôr em prática o seu estilo ecléctico, imbuído do espírito do pós-romantismo alemão, em todo o seu repertório. Após a Primeira Guerra Mundial, algo perturbado pela morte de sua mulher e pelos abalos sofridos pela Inglaterra, deixou praticamente de compor, apesar da sua nomeação para o cargo de Master of the King’s Music, em 1924. A marcha Land of Hope and Glory (1902), extraída de Pompa e Circunstância, constitui para os ingleses uma espécie de segundo hino nacional. Emmanuel Nunes: Nascido em Lisboa em 1941, nome muito reconhecido no panorama comtemporâneo. A partir de 1964 fixa-se em Paris onde estuda com Beaufils. A sua obra seria marcada pela influência de Stockhausen, Pousseur e Spek e pelas escolas de Darmstadt e Colónia. 297 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica Erik Satie (1866-1925): Alfred-Erik Leslie-Satie surge como uma espécie de alienígena na música do século XIX, não obedecendo a nenhuma escola ou convenção. E, contudo, a sua influência tem sido, até hoje, indiscutível. Nascido em Honfleur, de mãe inglesa, Satie iniciou os seus estudos musicais em 1878, em Paris, onde fez uma passagem bastante medíocre pelo Conservatório. Compôs as suas primeiras obras em 1884 (Ogives, Gymnopédies). A sua primeira residência foi em Montmartre, onde, entre outras extravagâncias, chegou a ser pianista de cabaret, e onde conheceu o seu amigo Debussy (com o qual cortou definitivamente relações em 1916). Satie deixou então Paris, indo para Arcueil, onde viveu até à morte, numa casa modesta, à qual chamava «Notre-Dame-des-Bassesses». Cansado de ser qualificado como amador, recomeçou, em 1905, os estudos musicais, nomeadamente junto de Albert Roussel, na Schola Cantorum. Sujeito a crises de misticismo que lhe inspiraram aliás diversas obras (aderiu à Ordem de Rosacruz, de Peladan, e fundou a «Igreja Metropolitana da Arte e de Jesus Condutor», do qual foi o único membro), foi, durante muito tempo, considerado um exibicionista megalómano, até a Belle Époque, na sequência do escândalo de Parade (espécie de bailado dadaísta escrito com Cocteau em 1917) ter feito dele uma das suas figuras de proa. Foi, contudo, na miséria e na solidão que morreu, em Arcueil. Eurico Carrapatoso: Nascido em Mirandela em 1962, Carrapatoso tem se revelado no panorama musical nos últimos 15 anos. Estudou com grandes nomes como Borges Coelho, Cândido Lima, Constança Capdeville. A sua obra é já significativa, tendo recebido os prémios Lopes-Graça e Lacerda, entre outras condecorações e nomeações. Duarte Lôbo: Nasceu em Lisboa em 1565. É considerado um dos grandes compositores portugueses de sempre dada a dimensão da sua obra e também o seu valor. A maior parte da sua obra foi, a seu tempo, editada em Antuérpia e era assinada com o nome Eduardus Lúpus. Era apoiado pela casa real portuguesa e pelo Cardeal D. Henrique. Morre em Lisboa e 1646. 298 Félix Mendelssohn-Bartholdy (1809-1847): Foi em Berlim, onde a sua família, culta e abastada, se instalou em 1811, que Félix Mendelssohn pôde dar livre curso aos seus dons de criança-prodígio. Amigo de Goethe, já idoso em 1821, concluiu a sua formação musical (piano e composição) e frequentou as aulas de Hegel. Em 1829, iniciou-se como maestro, exumando uma obra de um compositor esquecido há mais de 100 anos e para o renascimento do qual viria a contribuir: a Paixão Segundo São Mateus, de Johann-Sebastian Bach. As suas diversas viagens por toda a Europa constituíram uma boa ocasião para travar diversos conhecimentos (Chopin, Liszt, Rossini), até ter assumido a direcção do Gewandhaus de Leipzig, em 1835. Fundador, em 1843, do Conservatório desta mesma cidade, Mendelssohn marcou profundamente a música da sua época, tanto pelas suas interpretações e as suas redescobertas (Bach, mas também Händel), como pelas suas próprias obras. As suas sinfonias ou, ainda, a música dramática de Sonho de uma Noite de Verão (1843), fizeram dele uma referência da música romântica. Fernando Lopes-Graça: Nascido em Tomar em 1906, é um dos maiores nomes da nossa cultura. Foi aluno, entre outros, de Freitas Branco e Vianna da Motta. Entre 1931 e 1937 fica radicado em Coimbra, fase em que inicia a sua tendência pelo género vocal. Em 1937 parte para Paris, onde desenvolve um estilo mais influenciado por Bartok e Falla. Em 1939 regressa a Portugal desenvolvendo a maior parte da sua produção a seguir ao período pós-guerra. Ficaria conotado até ao fim do regime político, em Portugal, como anti-ditatorial. Francis Poulenc (1899-1963): De origem parisiense, Francis Poulenc foi educado num meio de melómanos e iniciou os estudos de piano aos cinco anos, prosseguindo-os depois junto de Ricardo Viñes, grande amigo de Ravel e Debussy. Foi, aliás, em casa deste que Poulenc conheceu Satie, que viria a exercer uma grande influência na sua música. Em 1917, a sua Rapsódia Negra trouxe a Poulenc um primeiro sucesso público. Ao regressar da guerra, fundou com Auric, Durey, Honegger, Milhaud e Germaine Tailleferre, o 299 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica Grupo dos Seis, traduzindo mais uma reunião de afinidades que uma verdadeira estética comum. Aos 22 anos, Poulenc aperfeiçoou as suas técnicas de composição, junto de Charles Koechlin, podendo, em seguida, dar livre curso ao seu estilo inimitável, ora irónico e cómico, ora melancólico e místico, «simultaneamente monge e rebelde», como declarou Stéphane Audel. A sua música sacra (Litanias à Virgem Negra, Stabat Mater) ou o seu Concerto para dois pianos são sucessos exemplares. As suas melodias, num total de 137, contribuíram também para renovar o género, a partir de textos dos maiores poetas. «Se o meu epitáfio fosse: ‘Aqui jaz Francis Poulenc, o músico de Apollinaire e de Eluard’, penso que esse seria o meu maior título de glória», disse em 1945. François Couperin (1668-1733): À semelhança de Lully, Marin Marais ou Charpentier, «o Grande Couperin» é um dos mais brilhantes representantes da música barroca francesa. Nascido em Paris, filho de um organista, Couperin manifestou desde a infância dons tão excepcionais que, após a morte de seu pai, herdou o seu cargo na igreja de Saint-Gervais. Aí ingressou, ao perfazer 18 anos, após ter concluído a sua formação junto de Jacques Thomelin: o organista de Saint-Gervais tinha então de assegurar quatrocentos serviços por ano! Foi em 1689 que Couperin publicou a sua primeira obra, as Messes d’orgue, de uma excepcional maturidade. Quatro anos mais tarde, Luís XIV nomeou-o para a Capela Real, antes deste se tornar professor-mestre de cravo dos descendentes da família real. Após a morte do «Rei Sol», o compositor afastou-se da corte de Versailles, retirando-se cada vez mais da actividade musical. Couperin morreu em Paris, em 1733. A sua obra é essencialmente de inspiração religiosa e, regra geral, destinada a formações reduzidas. Mas Couperin, com a sua Art de toucher le clavecin, ofereceu também uma das mais belas recolhas para cravo. Franz Liszt (1811-1886): Pianista virtuoso, Franz Liszt, filho de um intendente do príncipe Eszterhazy, conviveu desde os nove anos com as obras de Haydn, Mozart e Beethoven. Em Viena, onde se estreou 300 aos 12 anos, foi discípulo de Czemy e Salieri, antes de se estabelecer, a partir de 1823, em Paris. Aí concluiu a sua formação musical, fora do Conservatório, cujo acesso lhe foi negado por Cherubini, tendo sido acolhido em todos os salões. Foi em Paris, em casa de Chopin, muito ligado aos meios literários (de Hugo a Heine), que conheceu Marie d’Agoult, que lhe deu três filhos, entre os quais Cosima, futura mulher de Wagner. Louvado como o maior pianista do seu tempo, Liszt, que não havia, até então, composto senão para este instrumento, virou-se para a música orquestral, à chegada a Weimar, em 1842, para aí exercer o cargo de mestre de capela da Corte. Simultaneamente, manteve-se como grande defensor da música do seu tempo, de Wagner a Berlioz. A segunda parte da sua vida foi conduzida sob o signo da religião, o seu outro amor de juventude: em Roma, onde viveu de 1861 a 1869, recebeu as ordens menores, em 1865. Mas este período foi também o das suas maiores obras-primas para piano (Jeux d’eau de la villa d’Este). Passou o resto da sua existência entre Weimar e Budapeste e morreu em Bayreuth, vítima de pneumonia. Franz Schubert (1797-1828): Tal como a de Mozart, outro prodígio, a existência de Schubert foi breve. Filho de um modesto professor, Schubert passou em Viena uma infância feliz, revelando desde os 12 anos os seus primeiros dons de compositor. Estes dons foram rapidamente descobertos por Michael Holzer, organista da paróquia que lhe ensinou piano, canto, órgão e harmonia, e que o fez ingressar no Stadtkonvikt de Viena, em 1808. Nesse mesmo ano, Schubert integrou como corista a Capela Imperial, estudando simultaneamente junto de Salieri. Chegou então o momento de seguir a vontade do seu pai: tornou-se professor junto deste, assim tendo permanecido até 1818, data em que havia já composto diversas obras-primas, de Margarida na Roca (1814) a Quinta Sinfonia (1816): a partir desta data, terá passado a viver da venda das suas obras aos editores e da generosidade dos amigos (para os quais havia instituído o ritual das «Schubertíadas») e a empenhar todos os seus esforços no sentido de continuar a sua obra. Minado por uma sífilis contraída em 1822, vítima de acessos de desespero, Schubert morreu 301 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica com 31 anos. Respeitando o seu desejo, o seu corpo foi transferido para o Cemitério Central de Viena. Schubert nunca teve a alegria de ouvir grande parte das suas obras, tendo a maioria sido descoberta e executada apenas após a sua morte. Frédéric Chopin (1810-1849): Filho de um francês e de uma polaca, Frédéric Chopin, arquétipo do compositor romântico, nasceu perto de Varsóvia, em 1810. Criança prodígio, destacou-se no piano e começou a compôr a partir dos cinco anos. Seguiu uma dupla formação musical e universitária, apaixonado tanto pela música mais moderna como pelas tradições populares ou a literatura. Após uma série de viagens a Berlim, Praga ou Viena, Chopin deixou definitivamente a Polónia, em 1831, fixando-se em Paris. Aí exerceu uma intensa actividade de pianista, antes de se dedicar unicamente à escrita. Multiplicando as viagens à Europa, ligado a diversas personalidades da época (Liszt, Berlioz, Balzac, Delacroix ou Heine), a sua vida foi abalada pelo encontro com Georges Sand, em 1836, com quem viveu uma relação tumultuosa até 1847. Este regresso à solidão, aliado a uma crescente nostalgia e à tuberculose, foi fatal: no final de uma digressão a Inglaterra, ficou gravemente doente, tendo perecido em Paris, no n.º 12 da Place Vendôme, a 17 de Outubro de 1849. Chopin deixou à música para piano, que constitui o essencial da sua obra, algumas das mais belas páginas: os Études, as Polonaises, as Mazurkas são testemunhos do seu génio. Gabriel Fauré (1845-1924): Figura essencial da música francesa do século XIX, Gabriel Fauré nasceu em Pamiers (Ariège). Graças a uma bolsa, em 1854 foi estudar música para Paris, para a Escola de Música Clássica e Religiosa de Niedermeyer. Nomeado organista da igreja da Madeleine, em 1877, foi também professor de composição no Conservatório de Paris, onde teve como alunos Ravel, Koechlin e Florent Schmitt. Assumiu a direcção desta instituição em 1905, exercendo, simultaneamente, uma actividade de crítico musical no Figaro. A sua surdez forçou-o a abandonar as funções em 1920, para terminar a sua 302 vida no isolamento. Aquele que era então considerado o maior compositor francês recebeu, em 1924, exéquias nacionais. Deixou uma obra em que dominam uma sensibilidade inimiga da ênfase e de escrita refinada: podemos citar importantes ciclos de melodias (La Bonne Chanson, sobre poesias de Verlaine, em 1893), magníficas obras de música de câmara e dramática (Pelléas et Mélisande, 1898), bem como um tocante Requiem (1887-88), que Fauré terá composto na sequência da morte do seu pai (1886) e, em seguida, da sua mãe (1888). Gaetano Donizetti (1797-1848): Nasceu em Itália, em 29 de Novembro de 1797 e morreu a 8 de Abril de 1848. Com Rossini e Bellini, Donizetti foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento da Ópera Italiana no século XIX, na era dourada do bel canto. Compôs um total de 62 óperas. Georg Frideric Händel (1685-1759): Händel nasceu em Halle, ponto de partida de uma existência conduzida sob o signo do cosmopolitismo. A descoberta da ópera levou-o, aos 20 anos, a compôr as suas primeiras obras líricas, afastando-o assim da carreira de músico eclesiástico, para a qual os seus dons de organista virtuoso pareciam predestiná-lo. Em 1706, partiu para Itália onde, ao tomar contacto com a opera seria, pôde defrontar Domenico Scarlatti num memorável combate musical. Exerceu o cargo de mestre de capela do Eleitor de Hanovre, o futuro Georges I de Inglaterra (para o qual viria a escrever, mais tarde, a famosa Water Music), antes de partir à conquista de Londres, em 1711, onde assumiu, em 1719, a direcção da Academia Real Musical. Em 1726, recebeu a nacionalidade inglesa. À glória dos seus primeiros anos sucedeu-se um período de dificuldades financeiras; Händel, que havia fundado, em 1728, uma segunda academia, viu-se forçado a abandonar a ópera (tendo composto mais de 40) e, a partir de 1739, consagrou-se ao género da oratória (O Messias, 1741). Tendo cegado em 1752, abandonou a composição, mas continuou a improvisar no órgão até à sua morte, em Londres, em 1759. Händel soube pôr em prática um estilo que recolhe um pouco de todas as influências do seu tempo. 303 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica Georg Philip Telemann (1681-1767): Nasce a 14 de Março de 1681, na Alemanha e morre em Hamburgo a 25 de Junho de 1767. Compositor do período barroco, Telemann promoveu concertos públicos que popularizaram a música que até então estava reservada à aristocracia e a poucos burgueses. Fluente em vários estilos musicais, escreveu centenas de composições para teatros de ópera, orquestras e igrejas europeias, incluindo música sacra e profana. As obras até agora conhecidas incluem mais de 500 cantatas de igreja, 44 paixões, 40 óperas, 600 suítes e mais de 1.000 concertos, sonatas e trio-sonatas. George Gershwin (1898-1937): De origem russa por parte do pai e de extracto social modesto, George Gershwin nasceu em Brooklub (Nova Iorque), onde cresceu em contacto com a música popular americana, o ragtime e o blues. Ainda que tendo assistido, de forma pouco assídua, a aulas de música, foi um autodidacta, a quem os excepcionais dons de melodista permitiram escalar a escada da glória: inicialmente song-plugger (intérprete de novas canções para os clientes das editoras musicais), em seguida, acompanhador de espectáculos musicais, começou, desde cedo, a compôr canções (mais de 500, no total), frequentemente sobre letras do seu próprio irmão, Ira. O seu primeiro sucesso, Swanee (1919), abriu-lhe as portas da Broadway, onde não tardou a tornar-se num dos compositores mais em voga, graças aos seus musicais, às suas canções e músicas para filmes (género em que se distinguiu desde o advento do cinema falado). Partituras como Rhapsody in Blue, para piano e orquestra (1924), Um Americano em Paris (1928) ou a ópera Porgy and Bess (1935), todas universalmente famosas, atestam o imenso talento de Gershwin, que soube aliar maravilhosamente as influências sinfónicas clássicas a elementos de jazz, na senda de um Ravel. Georges Bizet (1838-1875): Filho e sobrinho de professores de canto, Georges Bizet nasceu em Paris, em 1838. Foi com nove anos que entrou para o Conservatório, onde foi aluno de Halévy (com cuja filha 304 viria a casar-se, em 1869) e, oficiosamente, de Gounod. Manifestando excepcionais dons de pianista, cedo começou a escrever para este instrumento. Depois de ter recebido, em 1856, um prémio de opereta por Le Docteur Miracle, conquistou, no ano seguinte, o Prémio de Roma, cidade onde passou três felizes anos. Ao regressar a Paris, viveu das suas lições, do arranjo de partituras e dos seus talentos de acompanhador. Pianista admirado por Franz Liszt, prosseguiu a sua carreira de compositor, confrontando-se com a incompreensão do público e sofrendo diversos fracassos: as suas óperas L’Arlésienne (1871) e, sobretudo, Carmen (1873-1874), hoje mundialmente conhecidas, foram, na época, «fiascos» estrondosos, tendo mesmo o compositor sido acusado de vulgaridade e indecência. Minado por este fracasso, Bizet viria a sucumbir, no seguimento de uma crise de depressão, em 1875, aos 37 anos. Seis meses mais tarde, Carmen foi um triunfo, em Viena. Giacomo Puccini (1858-1924): Proveniente de uma longa linhagem de músicos, Giacomo Puccini chegou à música através da música sacra. Mas longe de suceder ao seu pai como organista da Catedral de Lucques, sua cidade natal, foi para a ópera que decidiu voltar-se, após ter descoberto a Aïda de Verdi, em 1876. Só quatro anos depois, durante os quais escreveu as suas primeiras obras, parte para Milão, para estudar composição. A sua primeira ópera, Villi (1884), inicialmente recusada, revelava um talento que chamou a atenção do editor Ricordi, que decidiu proteger o jovem músico. Levando uma vida de boémio, marcada por dificuldades financeiras e por peripécias sentimentais (vivia maritalmente com a mulher de um antigo colega de escola), Puccini continuou a compôr. E foi em 1893, com Manon Lescaut, que alcançou o sucesso. Seguiram-se La Bohème (1896), Tosca (1900) e Madame Butterfly (1904), partituras consideradas como «véristes», que vieram consolidar a sua glória internacional, glória essa que não se deixou enfraquecer pelos dramas, nomeadamente sentimentais, que continuavam a marcar a sua vida: as suas obras seguintes (entre as quais La Fanciulla del West), que integravam algumas das aquisições mais recentes da linguagem musical, foram criadas em Nova Iorque. Atingido por um cancro 305 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica na garganta, Puccini morreu em Bruxelas, onde havia sido operado, deixando inacabada a sua última obra-prima: Turandot. Gioacchino Rossini (1792-1868): Figura símbolo, à semelhança de Donizetti e Bellini, da idade de ouro do bel canto romântico, Gioacchino Rossini tinha 18 anos quando apresentou a sua primeira ópera, Cambiale di matrimonio. Seguiram-se então 20 anos agitados e férteis: tornando-se, aos 21 anos, após Tancredo e Italiana em Argel, numa verdadeira glória nacional, as suas partituras virtuosas, opera seria (Semiramide, em 1823) ou óperas bufas (O Barbeiro de Sevilha, em 1816; Cinderela, em 1817) conquistaram toda a Europa. Após algumas estadias triunfais em Viena e Inglaterra, Rossini instalou-se em Paris, em 1824, onde foi nomeado, por Charles X, director do Teatro Italiano e, posteriormente, intendente geral da música do soberano. Após um período de adaptação a este novo ambiente, compôs diversas obras, entre as quais a famosa ópera Guilherme Tell (1829), que viria a tornar-se num clássico. Aos 37 anos, depois de ter escrito cerca de 40 óperas, renunciou quase completamente à composição, escrevendo apenas para si próprio. A sua Petite Messe Solennelle (1863), dessa época, continua a ser considerada uma obra-prima. Minado por uma grave depressão nervosa, a partir de 1831, Rossini extinguiu-se em 1868, em Passy. Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736): Descendente de uma família de Pergola, Pergolese nasceu em Jesi, na província de Ancona. De constituição frágil, minado desde a infância por uma doença pulmonar que viria a ceifar-lhe a vida aos 26 anos, começou muito cedo a aprender música na sua cidade natal. Em 1726, foi para Nápoles, para concluir a sua formação: aí aprendeu violino e contraponto no Conservatório dos Poveri di Gesù Cristo, onde o seu talento lhe permitiu exercer um cargo de assistente. Em 1727, ano da morte do seu pai, entrou ao serviço do príncipe de Stigliano, como mestre de capela. Foi neste quadro que compôs as suas primeiras obras, nomeadamente a Missa em Ré Maior, 306 duas oratórias e uma ópera. Graças à intervenção do príncipe, tornou-se, em 1634, mestre de capela substituto de Nápoles e, em 1735, organista supranumerário da Capela Real. Novas composições, religiosas e profanas, viram o dia, colhendo o agrado do público: a ópera La Serva Padrona, em particular, verdadeira obra-prima, foi um triunfo, tendo contribuído para alimentar a Guerra dos Bufões (ver, também, Mondonville). Retirado no convento dos Capuchinhos de Pozzuoli, para compor o seu Stabat Mater, encomenda da Confraria de San Luigi di Palazzo, Pergolesi viria a falecer, em 1736, apesar dos cuidados extremosos de todos os que o rodeavam. Deixou uma obra rica que, desde então, deu origem a múltiplas especulações. Giuseppe Verdi (1813-1901): Aquele cujo nome ficará para sempre associado à ópera italiana do século XIX, conheceu as maiores dificuldades para levar a cabo a sua educação musical, dada a extrema modéstia das suas origens. Se aos 15 anos havia já composto algumas obras, foi necessário travar conhecimento com o seu professor e protector Vincenzo Lavigna (cuja filha desposou, em 1836), mestre concertista de cravo, no Scala, para entrar nos meios da ópera milanesa. A sua primeira ópera, Oberto Conte di San Bonifacio, foi representada no Scala, em 1839, onde obteve um sucesso razoável. O fracasso da seguinte, aliado à morte de sua mulher e dos dois filhos, afundou Verdi num depressão da qual só viria a sair com o sucesso da sua ópera Nabucodonosor, em 1842. O encontro com Piave, que viria a tornar-se no seu fiel libretista, revelou-se determinante: Macbeth (1847) marcou um ponto de viragem essencial, que viria a ser concretizada com a trilogia Rigoletto, Il Trovatore e La Traviata (1851-53). Verdi reduziu então a sua produção, dedicando-se mais à descoberta de alterações formais significativas para a ópera. Em 1871, após Aïda, Verdi passou a maior parte do seu tempo no retiro de Santa Ágata, onde nasceram novas obras-primas, como Otelo (1887) ou Falstaff (1893), a sua única ópera cómica e última obra teatral. A glória da sua obra, contendo diversas mensagens políticas que seduziram o povo italiano da época, nunca se esbateu. 307 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica Guillaume de Machaut (1300-1377): Compositor e poeta francês do século XIV e principal expoente da chamada ars nova. Prestando serviço na corte do Rei João de Luxemburgo, Machaut viria a servir o monarca por vinte anos, podendo viajar pelo mundo ao acompanhar as campanhas militares. Foi reconhecido como sendo um dos maiores compositores e poetas do seu tempo. Guillaume Dufay (1400-1447): Nasceu em 1397, em França onde também viria a falecer a 27 de Novembro de 1474. Foi um dos maiores músicos da primeira metade do século XV. Homem de grande cultura, criou o modelo perfeito da missa polifónica construída sobre um Cantus firmus (tema litúrgico ou profano que serve de base e fio condutor a toda composição), modelo cujo esplendor se manifestou até o final do século XVI. Escreveu 5 Magnificat, cerca de 80 motetos e hinos e 75 canções francesas. Gustav Mahler (1860-1911): Gustav Mahler nasceu na Boémia, numa família de comerciantes judeus, tendo passado a sua infância na Morávia, antes de partir para Viena, em 1875, para aí concluir a sua formação musical no Conservatório. Ao terminar o Conservatório, em 1878, iniciou uma brilhante carreira de maestro, que o conduziu aos teatros mais prestigiados da Europa: de Bad Hall (1880) a Hamburgo (1891-1897), passando por Budapeste e Leipzig (onde, sucessor de Arthur Nikisch, concluiu a ópera Die drei Pintos de Weber), adquirindo uma reputação extraordinária e contribuindo para revolucionar a arte da direcção. Esta intensa actividade não lhe deixava senão os meses de Verão para se dedicar à composição que resultaria em obras essenciais da música moderna (nomeadamente, as suas dez sinfonias). Em 1897, foi nomeado maestro da Ópera de Viena. Em 1902, casou-se com Ama Schindler, 19 anos mais nova que ele. Cinco anos mais tarde, entediado por incessantes ataques (nomeadamente anti-semitas), demitiu-se, passando a partilhar a sua vida entre Nova Iorque e as suas 308 digressões. Foi igualmente em 1907 que a sua primogénita, então com quatro anos, encontrou a morte. Minado pelo desgosto e por uma doença de coração, Mahler morreu em Viena, em 1911. Gyorgy Ligeti (n. 1923): Após estudos na Roménia e Hungria, Ligeti, já em Viena, contacta com figuras-chave do movimento de vanguarda - Stockhausen e Koenig – que o inspiram para os sons electrónicos. Desde então a sua obra conhece maior reconhecimento, sendo os seus três livros para piano obras obrigatórias. Ligeti falece Viena, em Junho de 2006. Hector Berlioz (1803-1869): Revelando uma predisposição precoce para a música, Hector Berlioz iniciou os seus estudos musicais com 12 anos, na sua aldeia natal da Côte-Saint-André (Isère). Tendo partido para Paris, para estudar Medicina em 1821, entrou para o Conservatório cinco anos mais tarde, depois de ter, entretanto, atraído a atenção do público, com as suas primeiras obras corais e orquestrais. Condecorado com o Prémio de Roma, cidade onde passou os anos de 1831 a 1832, ao regressar a Paris investiu na sua actividade de compositor e, a partir dos anos 40, de maestro. Ainda que apreciadas por Wagner, Paganini e, sobretudo, Liszt, as suas obras não suscitavam senão a admiração do público, pelo que foi sobretudo graças à sua intensa actividade de crítico que Berlioz conseguiu garantir a sua subsistência. A morte das suas primeira e segunda esposas e, ainda, do seu filho Louis, a somar-se aos seus falhanços públicos e a um temperamento apaixonado e depressivo, contribuíram para o condenar, no fim da vida, a uma solidão trágica. No ano da sua morte, em 1869, em Paris, Berlioz deixava um sem número de páginas sinfónicas (Harold em Itália, A Sinfonia Fantástica), de óperas (A Danação de Fausto, Os Troianos) e de obras sacras, que são o testemunho simultâneo de excepcionais dons de orquestrador e de uma inspiração que fez dele o grande músico do romantismo francês. 309 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica Heinrich Ignaz Franz von Biber (1644-1704): A música de Biber associa influências italianas à formação característica da escola flamenga, combinando técnica e expressividade que marcam uma ruptura com a música medieval. Foi um compositor renascentista brilhante, que superou as formas tradicionais e deu novo tratamento às relações entre o texto e música. Mestre da polifonia e do contraponto, estendeu e aplicou o recurso à repetição de um trecho musical por vozes diferentes. A sua obra enquadra-se em três categorias principais: as missas, as canções e os motetos, sendo estes os que se mostraram mais originais. Heitor Villa-Lobos (1887-1959): Nascido no Rio de Janeiro, de mãe indígena, Heitor Villa-Lobos recebeu, por parte de seu pai, as suas primeiras bases musicais. Aprendeu piano, violoncelo, guitarra e, ainda, diversos instrumentos de sopro. Contudo, só iniciou estudos regulares em 1906, após ter já começado a compor. Foi sobretudo com as suas viagens que Villa-Lobos se formou realmente, contactando com as músicas populares que viria posteriormente a integrar amiúde nas suas obras. Com cerca de 1300 composições, Villa-Lobos é incontestavelmente, o maior compositor brasileiro. Um primeiro concerto, em 1915, serviu para o apresentar ao público. Apesar de ter sido criticado, Villa-Lobos beneficiou do apoio de Rubinstein. De 1923 a 1930, percorreu a Europa, com estadias em Paris (onde travou amizade com Florent Schmitt, entre outros), Londres, Viena e Berlim. Regressou ao Brasil, para ocupar a função de superintendente de instrução musical. Defensor de uma pedagogia musical baseada na etnologia, inimigo da formação académica, brilhante divulgador da música clássica no seu país (de Bach aos seus contemporâneos franceses), criou, em 1942, o Conservatório de Canto Orfeônico e, em 1946, a Academia de Música, à qual presidiu até à sua morte, em 1959. Henry Purcell (1659-1695): Conhece-se mal a vida daquele que, antes de Händel, foi o primeiro dos grandes compositores além-Mancha. Filho de um músico, Purcell foi cantor, antes de se tornar, com 18 310 anos, compositor para os «violinos do rei». Sucedeu, dois anos mais tarde, ao seu mestre John Blow como organista da Abadia de Westminster (cuja manutenção havia constituído, em 1674, o seu primeiro trabalho remunerado) e, em 1682, tornou-se num dos organistas da Capela Real. Igualmente reparador de órgãos e copista, publicou, em 1683, a sua primeira obra: sonatas em trio. Após estas primeiras armas instrumentais, explorou a música sacra e, sobretudo, a música dramática. Neste domínio, viria a compor várias obras-primas, decorrentes nomeadamente da sua colaboração com o poeta Priest (Dido e Eneias, Rei Artur, The Fairy Queen), que são testemunhos de um sentido teatral apurado e de um grande requinte. Purcell, que se casou por volta de 1680 e teve seis filhos, dos quais três faleceram em tenra idade, viria a morrer com 36 anos, possivelmente de consumpção. À «mulher bem amada» legou todos os bens que a glória e a influência que acabara por obter lhe haviam permitido possuir. Hildegard von Bingen (1098-1179): Recentemente redescoberta, a obra de Hildergard von Bingen é actualmente objecto de uma admiração que atesta a sua modernidade. Nascida em Alzei, na Hesse renana, Hildergard von Bingen foi a décima e última criança de Hildebert e Mechthild von Bermersheim, descendentes de uma família nobre. Confiada desde os sete anos de idade ao convento de Disibodenberg, aí recebeu as bases da sua educação religiosa e geral, tendo acabado por abraçar definitivamente a vida monástica. Nomeada abadessa do convento, em 1136, foi cinco anos mais tarde que começou a relatar as suas visões, tendo os seus escritos sido apresentados ao papa Eugénio III, em 1147. Empreendeu a composição de obras de música sacra que viriam a ser reunidas, de 1151 a 1158, na recolha Symphoniæ harmoniæ celestium revelationum. Em 1150, ficou concluída a construção do mosteiro de Rupertsberg, fundado por Hildegard, próximo de Bingen. Em 1158, iniciou grandes digressões de pregação, e sete anos mais tarde fundou um segundo convento, em Eibingen, na outra margem do Reno. Aquela a quem os seus múltiplos dons permitiram aproximar-se de todos os grandes e poderosos do seu tempo, extinguiu-se em 1179, com 81 anos. 311 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica Igor Stravinsky (1882-1971): Filho de um cantor famoso, Igor Feodorovich Stravinsky nasceu nos arredores de São Petersburgo. Foi apenas com 23 anos que interrompeu os seus estudos de Direito para iniciar os estudos musicais, junto de Rimsky-Korsakov. Em 1908, ano da morte do seu mestre, e data em que já contava com diversas composições, foi apresentado a Diaghilev: o pai dos ballets russos apercebeu-se imediatamente do talento daquele que viria a tornar-se num dos gigantes da música do século XX, confiando-lhe, em 1910, a composição de um ballet integral, O Pássaro de Fogo, criado com sucesso em Paris. Seguiram-se outras partituras, igualmente notáveis, como Petrushka (1911) ou a Sagração da Primavera, que causou um enorme escândalo, por ocasião da sua criação, em 1913. Tendo-se tornado numa figura notória da vanguarda, ligado a Ravel e admirado por Debussy, Stravinsky estabeleceu-se na Suíça, em 1914, e, em seguida, em Paris, após a revolução russa (viria a obter a nacionalidade francesa em 1934). Tanto na vida como na sua obra, Stravinsky foi um nómada, abordando diversos estilos: após a flamejante e radical novidade das obras iniciais, virou-se, nos anos 20, para o neoclassicismo e, posteriormente, a partir dos anos 50, para a música serial, a que se havia anteriormente oposto. Professor na Universidade de Harvard, em 1939, permaneceu nos Estados Unidos a partir do início da guerra, efectuando diversas viagens para a Europa e até à URSS, onde teve, em 1962, um regresso triunfal. Tendo morrido em Nova Iorque, em 1971, Stravinsky foi sepultado em Veneza, perto de Diaghilev. Jean Sibelius (1865-1957): Foi aos 21 anos que Jean Sibelius decidiu abandonar definitivamente o Direito em prol da sua carreira como instrumentista (era violinista num quarteto) e compositor. Sibelius, que havia tido aulas de piano e violino desde os nove anos, partiu então para Helsínquia, Berlim e Viena, para se aperfeiçoar. De regresso a Helsínquia, para aí ensinar violino e teoria musical, rapidamente se impôs como líder da Escola Nacional Finlandesa, nomeadamente com o seu poema sinfónico Kullervo (1892). A partir de 1897, uma renda anual atribuída pelo governo permitiu-lhe dedicar-se em exclusivo 312 ao seu trabalho de compositor, efectuando simultaneamente digressões regulares e prosseguindo esporadicamente a sua actividade pedagógica (em 1914, foi professor em Boston). Foi em Järvenpää, perto de Helsínquia, onde se instalou a partir de 1904, que este solitário intransigente continuou uma obra de onde se destacam sete Sinfonias que, na linha dos românticos, qualificaram Sibelius como um grande sinfonista. Em 1929, considerando que não tinha nada mais a dizer, publicou a sua última obra. Morreria cerca de trinta anos mais tarde, aos 91 anos, de hemorragia cerebral. Jean-Baptiste Lully (1632-1687): É em Florença que nasce Jean-Baptiste Lully, que, aos 14 anos, terá viajado para França, para aí entrar ao serviço do duque de Guise e, posteriormente, de Madame de Montpensier, para ajudar a princesa a aperfeiçoar o seu italiano. Violinista, guitarrista, mimo e dançarino, entrou, em 1652, ao serviço do jovem Luís XIV. Em 1653, data em que substituiu o seu amigo Lazzarini no cargo de compositor de música instrumental, começou a compor a música dos ballets da corte. Superintendente musical, a partir de 1661, tornou-se, no ano seguinte, mestre musical da família real. Desta época data o início da sua colaboração com Molière, que conduziu à produção de Le Bourgeois Gentilhomme. Em 1672, Lully adquiriu os direitos da Academia Real Musical, controlando, assim, a totalidade da música lírica, em França. Foi no âmbito desta instituição que fez nascer um novo género: o da tragédia lírica (tendo composto uma por ano, entre 1673 e 1686). No ano seguinte, em Paris, faleceu aquele que foi um dos compositores mais poderosos e mais inventivos do Grande Século. Jean-Philippe Rameau (1683-1764): Sabe-se pouco sobre a vida deste natural de Dijon, solitário e discreto, que viria a afirmar-se como um dos músicos mais essenciais da França do século XVIII: foi Rameau que, antes de Berlioz, regenerou a música francesa. Filho de um organista, só veio a dedicar-se definitivamente à música em 1701. Inicialmente, organista em Avignon, Clermont-Ferrand, Paris, Dijon e Lyon estabeleceu-se em Paris, em 1723. Só dez anos mais tarde, aos 50 anos, pôde fazer valer os seus 313 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica talentos de compositor, limitando-se a sua reputação, até então, às suas obras teóricas. Uma primeira ópera, Sansão, escrita em 1731, sobre um libreto de Voltaire, foi interdita pela censura; mas após a representação de Hipólito e Arícia, na Academia Real Musical, em 1733, Rameau não mais cessou de compor. As suas diversas óperas-ballet fizeram dele um dos protagonistas da Guerra dos Bufões (ver, também, Mondonville). Ele, que declarou: «A música é a linguagem do coração», levou contudo uma vida austera, tendo os críticos da época reprovado o lado frio e artificial de obras que eram, contudo, extremamente delicadas, e foi apenas graças a Saint-Saëns e Malherbe, que decidiram editar a sua obra, que Rameau pôde sair do esquecimento a que tinha sido votado. Deixou igualmente algumas obras teóricas fundamentais. João Domingos Bomtempo: Nasceu em Lisboa em 1771. Foi aluno de seu pai Xavier Bomtempo. Foi música da Câmara Real e do Seminário Patriacal. Em 1804 parte para Paris onde inicia uma carreira de sucesso como pianista e compositor. Manteria a sua residência na capital francesa após um malogrado regresso à pátria. Regressaria a Portugal, apenas depois o grande sucesso da sua Missa de Requiem em Paris e Londres. A partir de 1833 é nomeado professor de D. Maria II. Morre em Lisboa em 1842. Joaquín Rodrigo (1901-1999): Joaquín Rodrigo nasceu em Espanha, em Sagunto, não longe de Valência, tendo perdido a visão aos três anos. Em Paris, para onde foi estudar música, foi influenciado por Dukas (seu professor na Schola Cantorum) e pelos compositores franceses, bem como por Manuel de Falla, com quem travou conhecimento. Após uma breve passagem por Espanha, durante a qual compôs Juglares, permaneceu em França, onde estudou musicologia até ao fim da Guerra Civil Espanhola, em 1939. Rodrigo sempre demonstrou, na sua abundante produção instrumental e vocal, o seu fascínio por um folclore colorido, com laivo, de neoclassicismo. Foi o seu Concierto de Aranjuéz, composto em 1939, 314 para guitarra e orquestra, que contribuiu para estabelecer a sua fama: os processos técnicos e estilísticos aplicados nesta famosa peça viriam, posteriormente, a marcar o género de música para orquestra. Rodrigo impôs-se como um dos mais importantes compositores para guitarra do século XX. Johannes Brahms (1833-1897): Brahms nasceu em Hamburgo, no seio de uma família modesta. A educação musical que lhe foi ministrada por seu pai, contrabaixista, e as aulas de piano que seguiu, permitiram-lhe ganhar a vida em orquestras de dança locais, a partir dos 13 anos, concluindo, simultaneamente, a sua formação. Aos 20 anos, dá-se o encontro com Liszt e, sobretudo, com Robert Schumann, que o apoiou e incentivou a compor. Robert e Clara Schumann, que acompanhou durante a doença de seu marido, foram sempre muito próximos de Brahms que, no entanto, prosseguiu a sua formação, abordando, a partir de 1859, as formas mais difíceis, como os quartetos de cordas. Em 1862, estabelece-se em Viena, onde se dedicou à escrita. Perfeccionista incansável, rapidamente conseguiu viver das suas obras, como pianista e intérprete das suas composições. Cada vez mais fechado em si próprio, morreu de cancro no fígado, um ano após a morte de Clara Schumann. Muito hostil à ópera e à música pura, a obra de Brahms (lieder, peças para piano e, sobretudo, quatro sinfonias e inúmeros concertos) privilegiou sempre a música «pura», situando-se na convergência entre a música romântica e uma tradição clássica. Johannes Ockeghem (1420-1497): Um dos mais importantes compositores da segunda geração da Escola Franco-Flamenga, da segunda metade do séc. XV. Nasceu em 1420, tendo estado ao serviço da corte francesa até ao fim da vida, em 1497. Johannes Ockeghem, escreveu 13 missas e algumas outras incompletas, entre elas o primeiro Requiem polifónico da história da música e a Missa Prolationum. A Missa foi a forma musical por excelência no séc. XV e foi nela que os compositores mostraram as suas habilidades técnicas. 315 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica John Milton Cage (1912-1992): Compositor americano, nascido a 5 de Setembro de 1912 e falecido a 12 de Agosto de 1992. Compositor experimentalista e um dos primeiros a escrever o que viria a chamar de Música do Acaso. Ficou também célebre pelo uso não convencional dos intrumentos e recurso à música electrónica. Joly Braga Santos: Nascido em 1924, é um dos nomes fundamentais da segunda metade do século XX. Foi aluno de Freitas Branco tendo estudado no estrangeiro com Scherchen e Votto. Destacam-se as suas sinfonias, de grande expressão e harmonia, próximas dos estilos de Vaughan Williams e Walton. Foi maestro de renome e teve condecorações. Faleceu em 1988. Jorge Peixinho: Nascido em Lisboa em 1940, Jorge Peixinho tem-se tornado um nome de destaque no nosso panorama contemporâneo. Estudou no Conservatório Nacional mas seria no estrangeiro que aperfeiçoaria as suas capacidades. Foi aluno de Petrassi mas também de Boulez e Stockhausen. Foi também pianista e maestro. Criou o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa. Faleceu em 1995. José Vianna da Motta: Nasceu em 1868 na ilha de São Tomé. Foi compositor mas também um grande pianista tendo estudado com Liszt. Muito marcado por Wagner e por ele também reconhecido. Manteve- -se na Alemanha e Suíça até ao fim da 1ª Grande Guerra. Regressa a Portugal onde marca uma mudança no estilo de ensino musical, mais germânico menos italiano. De estilo Romântico e de tendência nacionalista. Morre em 1948. Joseph Haydn (1732-1809): Nascido na Baixa Áustria, no seio de uma família modesta de 12 filhos, Joseph Haydn iniciou a sua carreira musical tornando-se, aos oito anos, pequeno cantor na Catedral de Viena. Discípulo de Porpora, Haydn construiu, a partir de 1757, uma sólida reputação na aristocracia 316 vienense com os seus primeiros quartetos de cordas. Uma aristocracia que viria e desempenhar um papel importante na vida de Haydn, pois, a partir de 1761, este entrou ao serviço dos príncipes Eszterhazy, em Eisenstadt, e, posteriormente, em Eszterhaza, uma espécie de pequena Versailles. Foi aí que viveu, até 1790, e que compôs quase todas as suas óperas, bem como diversas outras obras. Em 1781, Haydn, que foi professor de Beethoven, conheceu Mozart, em Viena, tendo-se estabelecido rapidamente uma amizade entre estes dois génios da música clássica. Em 1791, Haydn efectuou a primeira das suas duas estadias em Londres, durante as quais compôs uma série de seis sinfonias, ditas «londrinas». Tendo regressado definitivamente a Viena em 1795, aí compôs seis missas, quartetos e, sobretudo, duas oratórias: A Criação e As Estações. E foi em Viena que Haydn morreu, em 1809, com 77 anos, deixando atrás de si uma obra profícua (104 sinfonias e 78 quartetos de cordas), que conduziu a música clássica ao limiar do romantismo. Karlheinz Stockhausen (n. 1928): Nasceu a 22 de Agosto de 1928, na Alemanha. Teórico da música electrónica, a sua obra exerceu grande influência na música experimental a partir da década de 1950. A sua crescente mecanização da música experimental e escolha pela composição aberta daria liberdade aos intérpretes de criarem o resultado final da composição. O confronto e variação de elementos como timbres, intensidade e andamentos contrastantes, são também uma das grandes características da obra de Stockhausen. Joseph (1827-1870) e Johann Strauss (1825-1899): Filhos do ilustre Johann Strauss, cujas diversas digressões internacionais como maestro da orquestra que havia fundado confirmaram o seu estatuto de «rei da valsa», Joseph e Johann Strauss Filho nasceram ambos em Viena. O segundo estudou música e violino contra a vontade de seu pai, que queria fazer dele banqueiro, e fundou, também ele, em 1844, uma orquestra que viria a revelar-se um sério concorrente para a falange paterna. Joseph e Johann 317 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica compuseram ambos, igualmente, operetas e música de dança: as 170 valsas do segundo, em particular, compostas nomeadamente para a Corte de Viena, reflectem a despreocupação da vida vienense da época. Mas Johann foi também o autor da opereta La Chauve-souris, que triunfou, em 1874, e que contribuiu para enobrecer o género. Famoso, tanto pelas suas múltiplas extravagâncias e provocações como pelos seus dons de pedagogo e pelo seu empenho na vida social da época, Bernstein desenvolveu paralelamente uma frutuosa carreira de compositor, misturando uma inspiração neo-Romântica à influência da música popular americana: além de West Side Story, podemos citar a comédia musical Candide e a sinfonia Kaddish. Kurt Weill (1900-1945): A vida de Kurt Weill desenha uma das trajectórias mais singulares do século XX. Foi em Dessau, sua cidade natal, que iniciou os estudos musicais, prosseguindo-os depois em Berlim, junto de Engelbert Humperdinck e de Busoni. Após ter sido maestro, rapidamente começou a compor as primeiras partituras, entre as quais o Concerto para violino e instrumentos de sopro (1925). O seu encontro com o dramaturgo Bertold Brecht foi decisivo. Foi sobre um libreto de Brecht que compôs, em 1927, a ópera Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny, na qual afirmou o seu estilo particular, fusão de jazz e de músicas e idiomas populares. Composta um ano mais tarde, a célebre Ópera dos Três Vinténs adquiriu rapidamente uma imensa popularidade, apesar do escândalo que provocou. O advento do nacional-socialismo levou Weill ao exílio. Após uma estadia em Paris e, depois, em Londres (onde criou o ballet Os Sete Pecados Mortais), instalou-se nos Estados Unidos, em 1935. Aí compôs diversas músicas para cinema, bem como canções e comédias musicais que continuam a ser modelos do género. Ludwig van Beethoven (1770-1827): Ludwig van Beethoven foi, desde cedo, adstrito por seu pai, também ele músico, a uma educação musical extremamente exigente. Aos 14 anos, Beethoven ocupou o seu primeiro cargo como organista, em Bona, a sua cidade natal, antes de partir, para concluir a sua formação em Viena, junto de Salieri e de Haydn. Aí, os seus talentos de virtuoso pianista contribuíram para criar a sua fama, introduzindo-o nos meios mundanos. Até 1796, embora tenha feito diversas viagens pela Europa, Beethoven passava a maior parte do seu tempo na capital austríaca. A partir de 1798, porém, fizeram-se sentir os primeiros sintomas de uma surdez que depressa se tornou total. Aliado a um profundo infortúnio sentimental, às decepções que a evolução da sociedade não deixavam de lhe inspirar, bem como à difícil relação com o seu sobrinho Carl, este drama contribuiu para condenar Beethoven a uma solidão de misantropo, que o levou, por vezes, ao desespero total (o “Testamento de Heiligenstadt” foi redigido em 1802). Foi na sua obra, um dos mais impressionantes legados artísticos da história da humanidade, que Beethoven procurou a perfeição que a existência lhe negava. Acometido de pneumonia, em 1825, veio a falecer dois anos mais tarde. No seu funeral estiveram presentes 20 000 pessoas. Leonard Bernstein (1918-1990): O nome Leonard Bernstein é indissociável do famoso musical West Side Story, que escreveu com o coreógrafo Jerome Robbins, em 1957. Não podemos contudo esquecer que Bernstein, nascido em Lawrence (Massachusetts), em 1918, continua a ser uma das grandes figuras da direcção de orquestra deste século. Após ter estudado na Universidade de Harvard e, posteriormente, em Filadélfia, junto do maestro Fritz Reiner (piano, composição e direcção de orquestra), este pianista de formação viu a sua carreira verdadeiramente lançada quando substituiu o maestro Bruno Walter em Nova Iorque, em 1943. Nova Iorque, onde foi maestro permanente da Orquestra Filarmónica, de 1958 a 1968. 318 Luigi Boccherini (1743-1805): O seu pai era contrabaixista e foi seu professor. Rapidamente, conduziu uma brilhante carreira de concertista e ocupou o lugar de primeiro violoncelista em diversas cidades. As suas primeiras composições de envergadura, quartetos e oratórias, datam dos anos 1760. Em 1768 instalou-se em Madrid e a sua produção experimentou um vivo crescimento, desenvolvendo-se essencialmente no domínio da música de câmara. Em 1785, ano da morte do seu protector Don Louis, obteve uma 319 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica pensão anual de Frédéric Guillaume II, tendo composto para ele uma centena de obras. Após a queda do Antigo Regime, Boccherini conheceu dificuldades financeiras, passando a viver dos seus direitos de edição e de uma pensão do rei de Espanha. Contemporâneo de Mozart e Haydn, escreveu num estilo galante e ficou conhecido pelos seus quintetos de cordas, em que a elegância e a invenção melódica são admiráveis. Luís Freitas Branco: Nascido em Lisboa em 1890, foi um compositor de grande valor artístico e de renome a nível das letras e cultura. Foi um renovador da nossa expressão musical, um crítico, musicólogo e professor. Tem uma obra extensa e variada na qual deu valor a temas nacionais como a integração da poesia portuguesa. Morre em 1950 em Lisboa. Manuel Cardoso: Nascido em Fronteira em 1571, foi um nome fundamental da musica religiosa portuguesa de então. Famoso na corte de Filipe III e depois de D.João IV. Estudou em Évora tendo sido mais tarde mestre de capela da Sé desta cidade. Viria também a professar em Lisboa no Convento do Carmo por cerca de 1589. Morre em Lisboa em 1650. Manuel de Falla (1876-1946): Nascido em Cádiz, filho de um andaluz e de uma catalã, Manuel de Falla cumpriu os seus estudos em Madrid, antes de partir para Paris, em 1907. Terá ficado até à Primeira Guerra Mundial nesta cidade, onde estabeleceu uma relação duradoira com Debussy, mas também com Dukas, Ravel e Albeniz. A influência destes últimos, aliada a uma preocupação com a forma, que faria de Falla um «clássico», e ainda à sua ligação à música tradicional espanhola, foram determinantes no seu percurso como compositor. Testemunho disso é uma das suas obras de arte, Noites nos Jardins de Espanha, com o subtítulo «Impressões sinfónicas para piano e orquestra» (1909-15). Pouco abundante, a sua obra atribui um lugar predominante à voz: os seus ballets O Amor Feiticeiro e O Tricórnio (apresen- 320 tado com sucesso por Diaghilev, em Londres, em 1919), o seu Concerto para Cravo, ou ainda O Retábulo de Mestre Pedro, inspirado em Dom Quixote, revelam a originalidade e a grande modernidade desta figura central da música espanhola. Estabelecido em Granada, de onde assistiu, doente e impotente, ao início da guerra civil de 1936, partiu para a Argentina, em 1939. Foi aí que, sete anos mais tarde, faleceu de ataque cardíaco, sem ter conseguido realizar o seu desejo de terminar a sua vida num convento, nos arredores de Córdova. Marc-Antoine Charpentier (1643-1704): Sabe-se pouco sobre a juventude de Marc-Antoine Charpentier, compositor e cantor (contratenor) nascido em Paris, em 1643 ou 1644. Após uma estadia de vários anos em Roma, cerca de 1665, durante a qual estudou junto de Carissimi, Charpentier iniciou uma frutuosa colaboração com Corneille e, sobretudo, Molière (Le Malade Imaginaire, em 1672) e, após a morte deste último, com os Comédiens-Français. Cerca de 1680, foi nomeado para o posto de director musical do delfim e, após o seu fracasso no concurso para mestre da Capela Real, empregou-se ao serviço de Madame de Guise. Atribuem-se-lhe igualmente outras funções, como a de mestre de música do colégio jesuíta Louis-le-Grand: foi neste quadro que compôs a tragédia David et Jonathas, que teve um sucesso surpreendente. À data da sua morte, ocupava o cargo de mestre de música da Sainte-Chapelle. A sua vasta obra de 551 peças, que seduziu os grandes do seu tempo, é essencialmente vocal e, na sua grande maioria, de inspiração religiosa: às suas Messes, às suas Leçons des Ténèbres, aos seus motetos e oratórias, há que acrescentar o famoso Te Deum. Marin Marais (1656-1728): Discípulo de Jean-Baptiste Lully, foi um dos músicos mais populares do seu tempo, em França. Escreveu quatro óperas sobre temas mitológicos, mas foram, sobretudo, as suas peças para viola que lhe asseguraram uma invejável posteridade. Subtil e cambiante, a sua produção apresenta, 321 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica sem dúvida, múltiplos atractivos, tendo Marais publicado cinco livros de Peças, para uma ou duas violas, entre 1686 e 1725. Intérprete brilhante, teve diversos discípulos, tendo igualmente transmitido a sua experiência aos seus 19 filhos. Maurice Ravel (1875-1937): Nascido em Ciboure, Maurice Ravel deixou o País Basco alguns meses após o seu nascimento, quando a sua família se estabeleceu em Paris. Em 1889, entrou para o Conservatório, onde foi aluno de Gédalge e Fauré. Apesar de alguns fracassos no Prémio de Roma (tendo o primeiro gerado uma verdadeira «questão Ravel», acarretando a intervenção de Romain Rolland), Ravel começou rapidamente a publicar as suas primeiras obras: Pavane pour une infante défunte (1899), o seu Quarteto (1903), revelando uma segurança de estilo e uma maturidade cativantes. Ao entrar nos salões parisienses, este músico discreto, mas dotado de um grande sentido de humor, pôde estar em contacto com algumas das grandes personalidades do seu tempo, de Léon-Paul Fargue a Stravinsky. O seu ballet Daphnis et Chloé foi criado pelos ballets russos de Diaghilev antes da guerra, tendo contribuído para consolidar a sua fama. Ravel passou a guerra na frente, antes de se ter retirado, devido à fragilidade da sua saúde. Pouco depois, retirou-se para a sua residência de Monfort-l’Amaury, de onde não viria a sair senão por ocasião de viagens ou digressões. Foi aí que concluiu diversas obras-primas, como a ópera l’Enfant et les Sortilèges ou os seus dois concertos para piano. Afectado, desde 1933, de uma doença cerebral que o impossibilitou de continuar a escrever, Ravel morreu quatro anos mais tarde, deixando uma obra que o sucesso extremo do Bolero viria, infelizmente, a votar ao esquecimento. Pouco abundante, é, porém, composta exclusivamente de obras-primas, aliando uma enorme clareza formal a uma sensibilidade exacerbada e a um sentido melódico inato. É uma das obras mais plenas e fascinantes do século XX. Modest Moussorgsky (1839-1881): Criado entre os camponeses de seu pai, proprietário de terras, Modest Moussorgsky familiarizou-se desde cedo com a música, graças a sua mãe, com a qual aprendeu 322 piano. Destinado a uma carreira militar, integrou, a partir dos 13 anos, a Escola de Cadetes de São Petersburgo, prosseguindo simultaneamente os seus estudos e dando os seus primeiros passos em composição. No regimento, conheceu Borodine, médico militar. Souvenir d’enfance, peça para piano que então compôs, levou Balakirev a ensinar composição ao jovem. Os encontros com Tourgueniev e Lamanski foram determinantes para o convencer da importância do património popular russo: intensificando os seus estudos musicais, Moussorgsky demitiu-se do regimento, em 1858, e fundou, em 1863, o Grupo dos Cinco (com Borodine, Balakirev, Cui e Rimsky-Korsakov). Seguiram-se diversas composições, que, de Uma Noite no Monte Calvo (1867) a Boris Godounov (1870), erigiram as balizas do estilo moussorgskyano, fiel a este objectivo, e que desconcertaram mais ou menos o público. Devido a dificuldades financeiras, minado por perturbações nervosas resultantes do abuso do álcool, Moussorgsky viria então a levar uma vida nómada e incerta até à sua morte, por paragem cardíaca, em 1881. Virtuoso excepcional (foi comparado a Rubinstein), deixou nomeadamente a obra para piano Quadros de uma Exposição, com cuja orquestração Ravel contribuiu para consolidar a sua popularidade. Niccolò Paganini (1782-1840): Em Génova, onde nasceu, Niccolò Paganini aprendeu música, bandolim, violino e guitarra com seu pai. Foi essencialmente como autodidacta que se aperfeiçoou, até ao seu primeiro concerto, em 1795. Cerca de 1801, comerciantes franceses de Livorno, conquistados pelos seus dons prodigiosos, ofereceram-lhe um violino de Guarnerius, de 1742, do qual Paganini nunca mais se separou: foi este violino que viria a acompanhá-lo em todos os palcos da Europa. Em 1809, iniciou uma série de concertos triunfal: o seu magnetismo e o seu virtuosismo, que permanecem ímpares (tanto no violino como na guitarra), suscitaram um entusiasmo inédito por parte do público de Itália, Viena, Varsóvia e Alemanha (onde residiu durante três anos). A partir de 1831, passou diversos anos entre Londres e Paris. Foi nesta última que ouviu a Sinfonia Fantástica, de Berlioz, que o impressionou, ao ponto de pedir ao seu autor que compusesse uma obra para si. Berlioz compôs então Harold em Itália, cuja dedicatória 323 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica Paganini acabou por rejeitar, sob pretexto de que não tinha o suficiente para tocar! Estabelecido em Parma a partir de 1835, prosseguiu o seu percurso de virtuoso até a sua saúde se deteriorar, tendo perecido de uma afecção, em 1844, em Nice. As suas obras, sobretudo para violino e guitarra, inspiraram músicos como Liszt, Chopin e Rachmaninov. Nicolai Rimsky-Korsakov (1844-1908): Por tradição familiar, Rimsky-Korsakov começou por receber uma formação musical e estudos militares na Escola da Marinha de São Petersburgo. Na sequência do seu encontro com Balakirev, em 1861, juntou-se ao Grupo dos Cinco (ver, também, Moussorgsky), prosseguindo simultaneamente o seu serviço como oficial, até que o sucesso da sua Primeira Sinfonia o levou ao cargo de professor de harmonia e de composição do Conservatório de São Petersburgo. Considerando-se insuficientemente competente, continuou, contudo, a estudar, especialmente junto de Tchaikovsky. Mais aberto para o exterior que os seus amigos do Grupo dos Cinco, Rimsky-Korsakov foi, para eles, graças à sua cultura musical e à sua espantosa técnica instrumental, uma espécie de conselheiro técnico e um divulgador das suas obras. Em 1873, abandonou o serviço activo para se tornar inspector das orquestras militares da Marinha. Nomeado director-adjunto da Capela Imperial, iniciou, em seguida, uma colaboração com o editor Belaiev, tendo então composto diversas obras dramáticas (Sadko, le Coq d’Or), muita música de programa (Scheherazade), grandes sinfonias e delicadas páginas de música de câmara. Manteve até morrer o seu emprego como professor, apesar da sua suspensão em 1905, por ter apoiado os movimentos democráticos dos estudantes. Simbolista nato, Rimsky-Korsakov foi um dos pais da orquestração moderna e a sua influência nos músicos do impressionismo francês foi determinante. Olivier Messiaen (1908-1992): Aquele que é reconhecido hoje como um dos grandes compositores do século XX, nasceu em 1908, em Avignon, tendo passado a sua infância em Grenoble. Escreveu a sua primeira peça para piano, La Dame de Shalott, com oito anos. Aluno de Dupré e Dukas, no Conservatório 324 de Paris, manifestou, desde 1928, o seu talento de compositor, com o Banquete. Em 1931, tornou-se organista da igreja da Trindade, em Paris, antes de ser nomeado professor da Schola Cantorum e, posteriormente, do Conservatório: a partir de 1942, deu aulas de harmonia, análise e composição, tendo tido Boulez e Stockhausen como discípulos, entre muitos outros. Fundador, com André Jolivet, nomeadamente, do grupo Jeune France (1936), de luta contra o academismo musical, Messiaen não tardou a impor uma obra fundamentalmente original, que lhe valeu, apesar de alguns escândalos, as mais elevadas distinções: mística e integrando grandemente a influência da música extra-europeia, a música de Messiaen caracteriza-se igualmente pela utilização de milhares de cantos de aves (Le Réveil des Oiseaux ou a ópera Saint François d’Assise), anotados ao longo das suas diversas viagens. A obra de Messiaen é o elo que liga as vanguardas históricas à «nova música» do pós-guerra. Palestrina (1525-1594): Nascido em 1525 em Palestrina, Itália e falecido em Roma, a 2 de Fevereiro de 1594. Com um vasto repertório que inclui 105 missas e 250 motetos, para além de madrigais e outros géneros profanos, Palestrina tornou-se o mais célebre compositor de música sacra do século XVI e marcou, com sua obra, a música do Renascimento e da Contra-Reforma. Paul Hindemith (1895-1963): Nasceu na Alemanha, a 16 de Novembro de 1895 e morreu em Frankfurt a 28 de Dezembro de 1963. Foi um dos principais compositores alemães da primeira metade do século XX, procurando revitalizar o tonalismo e defendendo o sentido utilitário da música. Teve uma importante contribuição ao desenvolvimento da teoria musical, formulando a sua teoria em Ensino da Composição e outros livros, em que propôs uma nova concepção de harmonia. Pérotin (1160-1236): Compositor francês (1160-1236). Com ligação à nova Catedral de Notre-Dame de Paris (cuja construção viu ser acabada) na qualidade de compositor de organa, desempenhou as funções 325 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica de mestre de capela, entre 1180 e 1230. A Escola de Notre-Dame, da qual fez parte, cultivava os géneros do organum, do moteto e de conduit. Peter Ilyitch Tchaikovsky (1840-1893): Nunca abandonando os seus estudos de Direito, Peter Tchaikovsky teve aulas de canto e de piano, deixando, aos 23 anos, o seu emprego de secretário para entrar no Conservatório de São Petersburgo, onde aprendeu flauta, órgão, composição e orquestração. A partir de 1878, uma viúva abastada, Nadejda von Meck, concedeu-lhe uma renda anual, que permitiu a Tchaikovsky (que nunca conheceu a sua protectora!) dedicar-se exclusivamente à composição e deixar o cargo de professor de harmonia que ocupava no recente Conservatório de Moscovo, desde 1866. Esta independência assentou na perfeição a este músico, solitário e misantropo, atormentado por uma homossexualidade não assumida e minado pelos sucessivos insucessos sentimentais (em 1877, abandonou a sua jovem e dedicada esposa, após algumas semanas de casamento). Todos estes sentimentos eram expressos através das suas diferentes obras, ballets, óperas, peças sinfónicas ou de câmara. Tchaikovsky passou os últimos 15 anos da sua vida no estrangeiro, recolhendo louvores na Europa e nos Estados Unidos. A cólera, que havia já causado a morte de seu pai, levou-o, em 1893, em São Petersburgo. Philip Glass (n. 1937): Compositor americano, nascido a 31 de Janeiro de 1937, e um dos mais influentes do final do século XX. Compositor minimalista, Glass produziu inúmeros trabalhos entre óperas, sinfonias, concertos e bandas sonoras para filmes. Pierre Boulez (n. 1925): Nasceu em França, a 26 de Março de 1925. Foi aluno de Messiaen e de René Leibowitz, que o introduziu ao sistema dodecafónico de Schöenberg. Considerado o líder do movimento de música serial pós-Webern, foi um defensor dos métodos de composição de vanguarda. As suas obras baseavam-se numa estrutura técnica, electrónica e complexa, usando até gravações processadas em 326 computador. Nos anos 70, desenvolve o interesse pelo uso de sons processados por computador tendo explorado as inúmeras possibilidades da música electrónica feita por computador. Em 1971, torna-se maestro principal da Orquestra Filarmónica de Nova Iorque e da Orquestra Sinfónica da BBC. Richard Strauss (1864-1949): Figura singular da música moderna, Richard Strauss compôs a sua primeira obra, Weihnachtslied, com apenas seis anos, tendo 17 anos quando a sua Primeira Sinfonia foi apresentada em Munique, sua cidade natal. Em 1885, iniciou uma brilhante carreira como maestro que o levou a dirigir as mais célebres orquestras (Munique, Bayreuth, Weimar, Berlim e Viena), para as quais escreveu diversos poemas sinfónicos. Após o seu casamento, em 1894, com a cantora Pauline de Ahna, acompanhou a esposa numa digressão de recitais. É com Salomé, em 1905, que obtém o seu primeiro sucesso no domínio da ópera, inaugurando uma colaboração extraordinariamente fecunda com o escritor Hugo von Hofmannstahl, da qual resultaram seis obras (Elektra, O Cavaleiro da Rosa), pináculo do seu repertório. Depois de ter sido co-director da Ópera de Viena (1919-24), estabeleceu-se na Alemanha, onde permaneceu durante o período nazi, só a presidência do Reichmusikkammer quando Stefan Zweig (que havia escrito o libreto de A Mulher Silenciosa) foi obrigado a abandonar o país, em 1935. Exilado na Suíça, em 1945, foi ilibado da acusação de colaboração, em 1947, ano da sua morte. Deixou uma obra densa, única, que abrange todos os géneros, do poema sinfónico (Assim falava Zaratustra) ao lied (mais de 200 lieder). Richard Wagner (1813-1883): Nascido em Leipzig, Richard Wagner apaixonou-se inicialmente pela literatura e pelo teatro, tendo sido como autodidacta que entrou no domínio da música. Nomeado maestro em Riga, em 1837, foi aí que, após as suas primeiras obras, ainda «sob influência» (As Bodas, em 1823, foi a sua primeira ópera, que ficou inacabada), escreveu a sua primeira ópera importante, Rienzi (1840). Após uma viagem a Londres e Paris, regressou à Alemanha, onde o seu sucesso crescente lhe 327 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica valeu a nomeação como mestre de capela da Corte de Dresden. Aí permaneceu sete anos, durante os quais esboçou o seu Tannhäuser. Após ter estado nas barricadas, junto de Bakounine, e de ter publicado o seu panfleto A Arte e a Revolução, foi perseguido, refugiando-se em Weimar (em casa de Liszt, que viria a tornar-se seu padrasto) e, posteriormente, em Zurique. Foi nesta cidade que redigiu os fundamentos teóricos da sua visão de uma nova arte, total, concretizada nas suas óperas. Seguiram-se vários anos ricos em viagens, aventuras sentimentais e desventuras financeiras, durante os quais Wagner iniciou a composição da sua Tetralogia. Criada em Paris, a ópera Tannhäuser provocou um escândalo retumbante. Em 1864, o encontro com Luís II da Baviera foi determinante, tendo este mandado construir, em 1876, em Bayreuth, onde Wagner se havia refugiado para escapar às intrigas da Corte, o teatro consagrado às suas obras. A notoriedade daquele que revolucionou o género da ópera, e que contava com tantos inimigos como admiradores, nunca viria a ser contestada. Sergey Prokofiev (1891-1953): No seio do meio muito favorecido em que nasceu, na Ucrânia, Sergey Sergeyevitch Prokofiev pode rapidamente desenvolver os seus extraordinários dons musicais: aos oito anos iniciava a composição da sua primeira ópera (tema, encenação, texto e música), da qual restam alguns esquissos para piano. Foi no Conservatório de São Petersburgo que, a partir de 1895, recebeu uma formação completa, nomeadamente junto de Rimsky-Korsakov e Tcherepnine, apesar do seu temperamento iconoclasta e indisciplinado. Um temperamento dificilmente conciliável com o ambiente da Rússia soviética, pelo que, imediatamente a seguir à Revolução de Outubro, abandonou o seu país. Este exílio, que viria a durar 15 anos, repartiu-se entre os Estados Unidos, França e Alemanha. Quinze anos ao longo dos quais Prokofiev estabeleceu relações importantes (Debussy, Diaghilev) e revelou a um vasto público a originalidade pioneira do seu estilo, presente desde as primeiras obras (a sua ópera O Amor das Três Laranjas foi criada em Chicago, em 1921). Famoso como pianista e como compositor e maestro, regressou à URSS, em 1933, após uma digressão triunfal. De volta ao classicismo, sem se afastar do 328 lirismo e de um sentido inato da melodia, Prokofiev levou aí então uma vida coroada de glórias (Prémio Estaline), mas também de dificuldades e de humilhações. Aquele que, com Stravinsky e Shostakovich surge como um dos grandes génios da música russa do nosso século, deixou uma imensidão de obras-primas para todos os repertórios (ópera, música sinfónica, música de câmara, piano e, ainda, música para cinema). Sergey Rachmaninov (1873-1843): Depois de deixar a sua província natal de Novgorod, para estudar nos Conservatórios de São Petersburgo e de Moscovo, Sergey Rachmaninov não tardou a afirmar-se como o pianista compositor mais talentoso da sua geração, último representante dessa tradição romântica de Liszt a Rubinstein. A partir de 1893, empreendeu brilhantes digressões, tendo mesmo dirigido o Bolshoi e a Orquestra Filarmónica de Moscovo. Embora o início da sua carreira tenha sido muito incentivado por Tchaikovsky, quase todas as suas obras da primeira metade da sua vida foram compostas para piano. Paradoxalmente, trata-se sobretudo de pequenas peças, sendo os seus concertos uma das únicas incursões pela grande forma tradicional. Após a sua emigração, em 1917, estabeleceu-se na Suíça e, depois, em França, dedicando-se essencialmente à sua carreira de virtuoso, que o levou da Europa aos Estados Unidos. Foi aí que viveu até ao ano da sua morte, em Beverly Hills, nunca esquecendo a sua Rússia natal. No seu período «ocidental» compôs, ainda assim, algumas obras-primas, como o Quarto Concerto ou as Danças Polifónicas, todas igualmente inseridas num estilo ecléctico e pós-romântico. Tomás Luis Victoria (1548-1611): Nasceu a 1548 em Ávila, Espanha, e faleceu em Madrid a 27 de Agosto de 1611, tendo sido um dos maiores compositores espanhóis de música vocal sacra. Foi aluno de Palestrina, a quem sucedeu como maestro da capela de Roma. Ordenado sacerdote, foi um dos membros mais activos na renovação da Igreja Católica após o Concílio de Trento, tendo inserido a música na nova liturgia da Igreja. 329 Grandes nomes da Música Clássica Grandes nomes da Música Clássica Vincenzo Bellini (1801-1835): Foi num meio de músicos que nasceu, em Catana (Itália), Vincenzo Bellini, que revelou, desde cedo, um talento notável, tendo composto a sua primeira peça com apenas seis anos! Levou a cabo a sua educação musical junto do seu pai e avô, ambos organistas e compositores, antes de partir, para prosseguir os estudos, em 1819, para Nápoles, onde compôs diversas obras de música sacra e de câmara. O sucesso da ópera Adelson e Salvini, que apresentou em 1825, na prova final de composição, no Conservatório de Nápoles, foi tal, que lhe valeu várias encomendas para as mais famosas óperas. Em 1827, Bellini estabelece-se em Milão, onde, muito apreciado pela alta sociedade da cidade, conseguiu viver das suas composições. Após uma estadia em Londres, em 1833, instalou-se em Paris, tendo falecido, de uma doença intestinal, em 1835. A brevidade da sua existência explica o número relativamente reduzido das suas obras. Foi sobretudo pelas suas obras, escritas ao longo de um período de oito anos (1827-1835), que Bellini passou à posteridade: estas (citemos, por exemplo, La Norma e La Somnambula) foram emblemáticas de um bel canto romântico e poético em que a melodia ocupa um lugar central. do Serralho à Missa em Dó Menor, e onde se juntou, em 1784, à Maçonaria. O fracasso de As Bodas de Fígaro (1786) foi, contudo, o ponto de partida de um período de grandes dificuldades financeiras. Continuando a alinhar obras-primas, Mozart realizou algumas orquestrações e deu lições privadas para aumentar a sua modesta remuneração como Kammermusicus do Imperador e assegurar a sua subsistência. Morreu, esgotado e na miséria, a 5 de Dezembro de 1791, de forma inexplicável; estava então prestes a concluir a composição do seu Requiem. Xenakis (n. 1922): Nasce na Roménia, mas aos 10 anos muda-se com a sua família para a Grécia, onde estudou engenharia em Atenas. Os estudos foram, no entanto, interrompidos devido à ocupação nazi. Participou na resistência grega na Segunda Guerra Mundial e na primeira fase da Guerra Civil Grega como membro do Exército de Libertação do Povo Grego. Em Janeiro de 1945 foi ferido, perdendo um olho e desfigurando-lhe parte do rosto. Em 1946 finaliza os estudos de engenharia, mas é perseguido e condenado à morte devido ao seu activismo político, fugindo para França em 1947. Wolfgang-Amadeus Mozart (1756-1791): Símbolo, tal como Schubert, do génio musical em todo o seu fulgor, Wolfgang-Amadeus Mozart, nascido a 27 de Janeiro de 1756, em Salzburgo, manifestou, desde os três anos, um dom incomparável para a música. Aos seis anos, seu pai Leopold, compositor e mestre de capela, levou-o em digressão, juntamente com sua irmã Nannerl: de Linz a Munique, passando por Londres, Paris e La Haye, o público de todas as grandes cidades da Europa afluiu para admirar os talentos desta criança-prodígio. Em 1770, a sua primeira ópera, Mithridate, Re di Ponto, triunfou em Milão e deu azo a outras encomendas. Mozart passou, em seguida, diversos anos em Salzburgo, interrompidos por passagens por Munique ou Paris, compondo incessantemente: aos 17 anos, tinha já concluído cerca de 200 obras! Depois de ter exercido o cargo de organista da Corte, em Salzburgo, Mozart quis deixar esta cidade que o oprimia, instalando-se então em Viena onde terminou diversas obras-primas, desde O Rapto 330 331 A cappella: Esta locução latina («à capela») designa qualquer obra vocal que não seja acompanhada instrumentalmente. Originalmente, a maior parte das composições eram, de facto, essencialmente vocais, monódicas ou polifónicas e escritas para a igreja (canto gregoriano, moteto, etc.), que só raramente tolerava instrumentos musicais. O termo estendeu-se posteriormente ao repertório profano (canção, melodia, coro, etc.). Ária: De uma forma geral, uma ária é uma melodia interpretada quer a cappella, quer acompanhada por um ou mais instrumentos, e inserida numa obra vocal ou instrumental para evidenciar um solista. Tendo surgido no século XVI, no repertório dos alaudistas, este termo designava, no período barroco, um dos movimentos de uma suíte instrumental. Mas foi, sobretudo, a ópera, de Monteverdi a Puccini, que lhe conferiu toda a sua importância, subdividindo-a em várias formas (ária séria, ária terna, etc.). A partir de Wagner, passaria a confundir-se frequentemente com o recitativo, para atingir a «melodia contínua». Alto (ver Tessitura). Baixo (ver Tessitura). Baixo contínuo (ver Tessitura). Cantata: Designa-se por cantata (literalmente, «obra cantada», por oposição à toccata, «obra tocada») qualquer composição a uma ou mais vozes ou para coro, com acompanhamento ins- 332 Glossário Glossário trumental. Esta forma, que musica textos sagrados ou profanos, divide-se em várias partes: recitativos, duetos, corais, coros. Nascida em Itália, no século XVII, a cantata viria depois a desenvolver-se em toda a Europa musical, tendo sido adoptada por diversos compositores, entre os quais Bach (mais de 300 cantatas religiosas) e Telemann. Mais próximos da actualidade, Carl Orff (Carmina Burana) e Arthur Honegger (Cantata de Natal) também se interessaram pelo género. Canto gregoriano: Igualmente denominado «cantochão», o canto gregoriano designa a música litúrgica oficial da Igreja Católica Romana, de acordo com o édito do papa Gregório I, «O Grande», no século VI. Sempre em latim, seguindo uma métrica e um ritmo livres, é cantado por um coro masculino (geralmente, de monges) ou por um solista, sempre em uníssono (monodia, que se opõe à polifonia). Concerto: A palavra «concerto» provém do latim concertare (lutar, rivalizar) e designa a oposição e o diálogo de um só instrumento (ou grupo de instrumentos) com uma formação orquestral. Nascida no século XVII, em Itália, esta forma desenvolveu-se durante o século seguinte para se tornar, com Mozart, Haydn, Beethoven e os grandes românticos, símbolo de virtuosismo. O piano (de Haydn e Mozart a Ravel e Bartók), o violino (Mozart, Beethoven, Brahms...) e, até, o violoncelo, são os instrumentos de eleição. No período barroco, o concerto grosso designava, em particular, uma forma abreviada, em que um conjunto de solistas (o concertino) se opunha a uma orquestra de dimensão reduzida (o ripieno ou concerto grosso), por oposição ao concerto de solista. Corelli, Bach, Vivaldi, Händel compuseram alguns dos famosos concerti grossi. 333 Contratenor (ver Tessitura) Dodecafonismo: Esta música a «12 sons» atribui igual valor às 12 notas (meios-tons) que compõem a gama, opondo-se à hierarquia da música tonal. Na música dodecafónica, é o compositor que estabelece uma ordem entre estas notas (12 ou menos) para formar uma série que será em seguida tocada novamente. Arnold Schönberg, pai da «segunda escola de Viena» (com Berg e Webern), é o inventor deste sistema que viria a ter uma influência essencial na música do século XX. Às séries de notas, a música serial viria a acrescentar série de ritmos, timbres e dinâmicas como princípios geradores da obra. Fuga: Forma mais perfeita da arte do contraponto, a fuga (com o mesmo significado em latim), pode ser vocal ou instrumental, caracterizando-se pela entrada sucessiva de várias vozes (três ou quatro, habitualmente) que se seguem e se sobrepõem, seguindo o princípio da imitação. Ainda que próxima, a fuga opõe-se ao cânone, dado que este é uma imitação rigorosa, enquanto a fuga é uma imitação livre, que permite ao compositor aplicar todo o seu talento de imaginação num quadro, contudo, bem definido. Com A Arte da Fuga, Bach viria a oferecer ao género uma «Bíblia». Após a idade de oiro dos séculos XVII e XVIII, a fuga continuou a ser apreciada pelos compositores: Verdi em Falstaff, Beethoven, Brahms ou Shostakovich escreveram, todos eles, fugas notáveis. Lied: O lied («canção», em alemão) é uma curta peça vocal, acompanhada ao piano ou, mais raramente, por uma orquestra. O género terá sido enobrecido por Schubert (autor de cerca de 334 Glossário Glossário 600 lieder, no trilho de Carl Philip Emanuel Bach), no século XIX, tendo posteriormente inspirado todos os grandes compositores do universo germânico (Schumann, Brahms, Wolf, Strauss). No lied, é o texto (um poema em alemão), e não a voz, que constitui o suporte principal, sendo que a música privilegia frequentemente um aspecto «popular». O lied aproxima-se assim da melodia francesa. Madrigal: Peça vocal polifónica geralmente cantada a cappella e de carácter profano (a temática é, geralmente, o amor), o madrigal nasceu em Itália, antes de chegar às cortes renascentistas do resto da Europa. Monteverdi e Palestrina são os principais compositores de um género que foi essencial entre os séculos XIV e XVII, constituindo uma espécie de equivalente profano do moteto. Moteto: O moteto designa uma curta composição vocal polifónica, escrita no estilo contrapontístico (com a técnica de sobreposição do cânone e da fuga), destinada, a partir do século XIII, à Igreja, composta sobre textos latinos de carácter sagrado ou bíblico, mas não fazendo parte do ofício. Embora o seu apogeu se situe em meados do século XVI, foi um género essencial na Idade Média, na Renascença e no período barroco, equivalente religioso do madrigal, e experimentado por compositores como Machaut, Dufay, Monteverdi, Palestrina ou Bach. Em França, nos séculos XVII e XVIII, distinguia-se o pequeno moteto (a cappella) do grande moteto (com orquestra). Ópera: A ópera, um dos géneros mais fecundos da história da música ocidental, surgiu em Itália no início do século XVII. Trata-se de uma espécie de peça de teatro musicada, em que o texto é interpretado por cantores. 335 Recitativo: O recitativo designa um estilo de canto declamatório e narrativo, em que a melodia e o ritmo estão subordinados ao texto. Distingue-se, assim, da ária, mais melódica e mais centrada na música e na voz. O recitativo, que é parte integrante de todas as grandes obras vocais (óperas, oratórias, cantatas), é designado como «seco» quando o canto é acompanhado apenas por cravo ou piano, e «acompanhado» quando a orquestra substituiu o instrumento de teclas. Requiem: O requiem (literalmente, «repouso», em latim) é a missa fúnebre que, na liturgia cató- lica, é celebrada pelo repouso da alma dos defuntos. Em relação à Missa, o Requiem não contém nem Gloria, nem Credo, incluindo, contudo, desde o início do século XIII, um Dies Iræ («dia de cólera», relativo ao dia do Juízo Final). As Missas de Requiem deram origem a algumas das mais belas obras da história da música: as de Mozart, Brahms, Verdi, Fauré, Duruflé ou Britten são as mais famosas. Rubato: O tempo rubato («tempo roubado», em italiano) é uma indicação de expressão que permite acelerar (accelerando) ou, pelo contrário, retardar (ritardando) algumas passagens da partitura. Sonata: A sonata (do latim, sonare, «soar») nasceu em Itália, antes de conquistar outros países, para se tornar, tal como o concerto ou a sinfonia, uma das formas mais elaboradas da história da música. Trata-se de uma composição para um instrumento ou pequeno conjunto, organizando-se em três ou quatro movimentos no período clássico, seguindo uma estrutura que podemos encontrar na maioria dos concertos, sinfonias e obras de música de câmara anteriores a 1900. Compo336 Glossário Glossário sitores de todas as épocas escreveram sonatas para todos os instrumentos, nomeadamente para piano (32 para Beethoven), violino solo, mas também para violino e piano, etc. Soprano (ver Tessitura) Suíte: Trata-se de uma vasta composição instrumental formada por uma sequência de várias danças ou outras peças, de número variável. Foi no período barroco que a suíte de danças (também designada como partita) conheceu a sua Idade de Ouro, com músicos como Bach, Händel ou Couperin. As composições do Romantismo e do século XX retomaram-na para a transformar numa das formas privilegiadas da música de programa, mistura de danças, de peças livres e de passagens de música pura (Jeux d’enfants, de Bizet, Os Planetas, de Holst). A suíte pode igualmente constituir a «redução» para orquestra de obras de maior envergadura, como óperas ou ballets: as suítes de Daphnis et Chloé, de Ravel, ou de Romeu e Julieta, de Prokofiev, por exemplo, ficaram célebres. Sinfonia: Forma rainha da música clássica, proveniente das diferentes formas da música barroca (nomeadamente, a homónima sinfonia), a sinfonia adquire o seu aspecto definitivo no período clássico. Trata-se de uma obra orquestral em três ou quatro movimentos (tal como a sonata), incluindo um primeiro movimento moderado em forma de sonata, um movimento lento, um minuete (ou, a partir de Beethoven, um scherzo) e um finale animado. Se Mozart e Haydn (autor de 104 sinfonias!) conferem à sinfonia a sua forma clássica, «pura», Beethoven está na origem de uma pequena revolução do género, após a qual a sinfonia passará a estar investida de um 337 Glossário carácter pessoal ou programático (Sinfonia n.º 6 Pastoral ou, ainda, Sinfonia do Novo Mundo de Dvorák). Além disso, as suas dimensões (quer em termos de pessoas empregues, quer em termos de comprimento) viriam, pouco a pouco, a aumentar. A Nona Sinfonia de Beethoven é a primeira a integrar um coro (será depois imitado por Berlioz, Mahler, Shostakovich) e, mais tarde, as obras de Bruckner ou Mahler virão impressionar pelo seu gigantismo (a Sinfonia n.º 8 de Mahler é conhecida como a Sinfonia dos Mil, dado o número de músicos empregues). No século XX, compositores como Sibelius, Prokofiev ou Shostakovich continuaram a nutrir o repertório, com novas obras-primas. Tenor: (ver Tessitura) Tessitura: Quer se trate de um instrumento ou de uma voz, designa-se por «tessitura» a extensão de todas a notas que este ou esta conseguem executar, do grave ao agudo. Para um cantor, a tessitura é de cerca de duas oitavas. O baixo, o barítono e o tenor são as diferentes vozes masculinas. O contralto (ou alto) é a voz mais grave, feminina (originalmente, o termo designava a voz do tenor alto), seguindo-se o mezzo-soprano e o soprano. Cada voz pode ainda ser caracterizada pelo seu timbre (cor): tenor lírico, baixo profundo, soprano coloratura (capaz de um grande virtuo sismo vocal), etc. 338 Fnac Chiado Armazéns do Chiado, Rua do Carmo 1200-094 Lisboa Tel. 213 221 800 [email protected] Fnac Colombo Av. Lusíada 1500 Lisboa Tel. 217 114 200 [email protected] Fnac CascaiShopping 2645-543 Alcabideche Tel. 214 699 000 [email protected] Fnac NorteShopping Rua Sara Afonso 4460 Senhora da Hora Tel. 229 571 609 [email protected] Fnac Sta. Catarina Edifício Palladium Rua Sta. Catarina, 73 4000-449 Porto Tel. 223 403 200 [email protected] Fnac GaiaShopping Av. dos Descobrimentos 4404-503 Vila Nova de Gaia Tel. 223 781 002 [email protected] Fnac Almada Fórum Caminho Municipal 1101 Vale de Mourelos 2800 Almada Tel. 212 509 809 [email protected] Fnac AlgarveShopping Lugar da Travagueira - Guia 8200-417 Albufeira Tel. 289 560 000 [email protected] Fnac Fórum Coimbra Quinta de S. Germil Planalto de Sta. Clara 3044-520 Coimbra Tel. 239 801 672 [email protected] Fnac Madeira Shopping Caminho Sta. Quitéria 9024-501 Funchal Tel. 291 710 080 [email protected] Tel. 707 203 622 [email protected]