M úsica Clássica - SorensonDIGITAL

Transcrição

M úsica Clássica - SorensonDIGITAL
Discoteca Ideal Música Clássica
Índice
Índice
A selecção de 258 obras desta discoteca ideal é o reflexo da escolha
dos especialistas Fnac em música clássica.
Um especial agradecimento a Cristina Messias, vendedora especialista
de música clássica da Fnac CascaiShopping e a Francisco Garcia,
vendedor especialista de música clássica da Fnac Chiado.
Os especialistas Fnac estão sempre à sua disposição para qualquer
pesquisa ou pedido complementar.
Capa:
Título
Sem título (c. 1917)
Autor
Amadeu de Souza Cardoso
Materiais
óleo sobre tela
Medidas
93,5 cm Altura
93,5 cm Largura
Nº de inventário
77P8
Col. Fundação Calouste Gulbenkian CAMJAP
pág.
Introdução
4
Os 50 Indispensáveis
6
Visão Cronológica da Música Clássica
12
Registos Vocais e Escalas
14
Composição e disposição da Orquestra
15
Tessituras
16
Períodos
18
Compositores
23
Recitais Instrumentais
233
Recitais Líricos
246
Compositores Portugueses
259
Compilações
281
Grandes Nomes da Música Clássica
288
Glossário
332
Introdução
Introdução
Nada se pode substituir, na Música, à experiência mágica do concerto ao vivo. Mas o desenvolvimento do
disco, sobretudo a partir da II Guerra Mundial, quando a tecnologia sonora se foi apurando de forma crescente
com a introdução sucessiva de inovações como o LP ou a estereofonia, veio permitir o registo sistemático das
obras de maiores dimensões até então reservadas à sala de concerto, a disponibilidade de múltiplas leituras
das mesmas partituras por diferentes intérpretes, e de um modo geral um alargamento extraordinário do
repertório gravado. O disco veio assim criar uma nova realidade, impensável ainda há pouco mais de meio
século: a do acesso fácil à literatura musical de todo um milénio, do cantochão medieval às últimas produções
dos compositores contemporâneos, registando ao mesmo tempo, para as obras centrais do cânone da Música
erudita, uma multiplicidade de abordagens interpretativas sempre inesgotável e cada vez mais enriquecedora.
É claro que esta fruição musical por via fonográfica não substitui, como dizia, a experiência directa do concerto, mas constitui sem qualquer dúvida, por direito próprio, um outro manancial de fabulosas experiências
artísticas a que, de resto, nenhum melómano poderia aceder ao vivo em tempo real, por maiores que fossem
a sua mobilidade e os seus recursos.
Coloca-se agora um problema de natureza completamente diferente: face a um catálogo em constante expansão, em que às grandes empresas multinacionais se juntam a cada momento pequenas editoras locais, como
navegar neste oceano de escolhas múltiplas? Por entre as dezenas (se não mesmo, em alguns casos, centenas)
de versões disponíveis das obras-primas da Historia da Música erudita, como seleccionar à partida as leituras
de referência, os intérpretes de excepção, os momentos de estado de graça – por assim dizer – da história
do disco clássico? É evidente que não existem nesta matéria escolhas absolutas, e que em última análise o
critério do gosto pessoal do ouvinte tem de ser o critério decisivo. Um melómano experiente depressa identifica
afectos e cumplicidades musicais que são arreigadamente suas – o “grão” de uma certa voz, a força rítmica
de uma certa batuta, a carga lírica de um certo fraseado ao piano, a força expressiva de uma certa sonoridade
no violoncelo. E nascidas essas opções é a partir delas que decide percorrer o repertório, conduzido pelos seus
intérpretes favoritos. A verdadeira “discoteca ideal” é sempre, afinal, a de cada um, a cada momento.
Só que o cruzamento das escolhas individuais acaba por criar núcleos de consenso. Os itinerários do gosto pessoal tendem a coincidir em momentos da história do disco que se revelam incontornáveis e que sobrevivem à
sucessão das versões alternativas e aos caprichos da oferta do mercado. Quando Janet Baker e John Barbirolli
se encontram nos Kindertotenlieder de Mahler há ali qualquer coisa de sublime e de perene que a cada vez
que os ouvimos continua a deixar-nos um nó na garganta, por mais que gostemos muito de outras interpretações; e o mesmo sucede com o Triplo Concerto de Beethoven às mãos de Richter, Oistrakh, Rostropovitch e
Karajan, com o Cravo Bem Temperado de Bach por Gustav Leonhardt, ou com o Tristão e Isolda de Wagner
com Nilsson, Windgassen, Ludwig e Böhm.
É esse o propósito deste “Discoteca Ideal Música Clássica” que a FNAC agora nos oferece: o de nos lembrar
um conjunto de instantes de excepção na produção discográfica maciça das últimas décadas, uma cartografia
fundamental do universo aparentemente caótico do catálogo clássico, um elenco de visões interpretativas
particularmente inspiradas e marcantes que o consenso da crítica identificou em torno do repertório essencial
da História da Música ocidental. A escolha final só pode ser – repito – a de cada um de nós, mas estas grandes sugestões propostas pela FNAC têm sobre si, na maioria dos casos, o peso de um reconhecimento quase
unânime que cada nova geração de ouvintes tem tendido a confirmar. Não participei no processo de selecção,
mas reconheço-me em grande parte destas escolhas, e sei por experiência própria quantas horas de prazer de
ouvir grande Música por grandes músicos se contêm nesta lista.
RUI VIEIRA NERY
Musicólogo,
Director-Adjunto do Serviço de Musica da Fundação Calouste Gulbenkian
Os 50
Indispensáveis
Os 50
Indispensáveis
Os 50 Indispensáveis
Bach
Concertos Brandenburg/Suiter
Orquestrais
Beethoven
Brahms
Gershwin
Quarteto Alban Berg / EMI
Gilels / Deutsche Grammaphon
Previn / EMI
Últimos Quartetos
Concerto p/ piano 1 e 2
página 62
Rhapsody in Blue
Goebel, Reinhard / Archiv
página 43
página 89
Bach
Beethoven
Chopin
Händel
Harnoncourt / Teldec
Gilels / Deutsche Grammaphon
Rubinstein / RCA
McCreesh / Decca
página 27
Paixão Segundo S. Mateus
página 33
página 44
Nocturnos
página 72
Messias
página 95
Bach
Beethoven
Chopin
Händel
Pablo Casals / EMI
Furtwangler / EMI
Lugansky / Warner
Hogwood / Decca
Suítes p/ Violoncelo
página 35
Sinfonia n.º 9
página 47
Prelúdios
página 74
Water Music
página 97
Bach
Bizet
Fauré
Haydn
G. Gould / Sony
Abbado / Deutsche Grammaphon
Herreweghe / Harmonia Mundi
Karajan / Deutsche Grammaphon
Variações Goldberg
página 36
Sonatas p/ Piano
Carmen
página 58
Requiem
página 88
A Criação
página 99
Os 50
Indispensáveis
Os 50
Indispensáveis
Os 50 Indispensáveis
Haydn
Monteverdi
Part
Puccini
Mosaïques / Naive
La Venexiana / Glossa
Kremer / ECM New Series
Sabata / EMI
Quartetos
página 100
Mahler
Kindertoten Lieder
Baker/Barbiroli / EMI
página 110
Oitavo Livro de Madrigais
página 124
Mozart
Concertos p/ piano 14, 17
e 21
Pires / Deutsche Grammaphon
Tabula Rasa
página 146
Tosca
página 157
Pergolesi
Purcell
Alessandrini / Naive
Lewis / Decca
Stabat Mater
página 147
Dido e Eneias
página 158
página 127
Mahler
Sinfonia n.º 5
Boulez / Deutsche Grammaphon
página 112
Messiaen
Quarteto para o Fim dos Tempos
Ensemble Walter Boeykens
Harmonia Mundi
página 119
Mozart
Prokofiev
Rachmaninov
Klemperer / EMI
Arthaus
Ashkenazy / Decca
Mozart
Puccini
Rossini
Bohm / Deutsche Grammaphon
Karajan / Deutsche Grammaphon
Gelmetti / Decca
Flauta Mágica
página 131
Requiem
página 136
Pedro e o Lobo
página 153
Madame Butterfly
página 156
Obras para Piano
página 162
Barbeiro de Sevilha
página 169
Os 50
Indispensáveis
Os 50
Indispensáveis
Os 50 Indispensáveis
Schoenberg
Shostakovich
Verdi
Wagner
Boulez / Deutsche Grammaphon
Nikolayeva / Hyperion
Guadagno / Warner
Bohm / Deutsche Grammaphon
Pierrot Lunar
página 177
Prelúdios e Fugas
página 190
página 211
Tristão e Isolda
página 227
Verdi
Compilações
Quinteto “A Truta”
Quatro Últimas Canções
Rizzi / Deutsche Grammaphon
Callas / EMI
Grammaphon
página 194
Villa-Lobos
Bomtempo
Angeles / EMI
Rogner / Numérica
Schubert
Amadeus Quartet / Deutsche
Richard Strauss
La Traviata
Schwarzkopf / EMI
página 213
Bachianas Brasileiras
página 180
Schubert
Stravinsky
Fischer-Dieskau / Deutsche Gram-
Boulez / Deutsche Grammaphon
Viagem Inverno
maphon
Sagração da Primavera
página 197
página 183
10
Aida
Shostakovich
Tchaikovsky
Chailly / Philips
Fonteyn/Nureyev / Deutsche
The Jazz Album
Lago dos Cisnes
página 188
Grammaphon
página 200
página 218
Maria Callas
página 253
Requiem
página 260
Vivaldi
Lopes Graça
Biondi / Naive
EMI
Quatro Estações
página 221
Canções Heróicas
página 268
Vivaldi
Seixas
Alessandrini / Naive
Haugsand / Virgin
Stabat Mater
página 222
Concertos para Cravo
página 273
11
Visão Cronológica da Música Clássica
1200
Música
antiga 1600
Música barroca
1750
Período clássico 1800
Música romântica
Música do século XX
1890
Ravel: Bolero (1928)
Charpentier: Te Deum (1690)
Pergolese:
Stabat Mater (1736)
Purcell: Dido e Eneias (1689)
Canto gregoriano (autor
do século VIII)
Lully: Le bourgeois
gentilhomme (1670) Mozart: Don Giovanni (1787)
Requiem (1791)
Haendel: O Messias (1741)
Bach: Paixão Segundo
S. João (1724)
Vivaldi: As Quatro Estações
(1725)
Haydn: A Criação
(1798)
Verdi: La Traviata (1853)
Liszt: Sonata em si (1857)
Gounod: Fausto (1859)
Beethoven:
Sinfonia n.° 9 (1824)
Schubert: Der Tod
und das Mädchen (1826)
Bernstein: West Side
Story (1957)
Schoenberg: A Noite Transfigurada (1899)
Puccini: Tosca (1900)
Debussy: Pelléas et Mélisande (1902)
Mahler: Sinfonia n.° 5 (1904)
Bizet: Carmen (1875)
Tchaikovsky: O Lago dos Cisnes (1875)
Fauré: Requiem (1892)
Dvořák: Sinfonia n.° 9 (1893)
Bach: Variações
Goldberg (1742)
Machaut: Missa de Notre-Dame
(século XIV)
Berlioz: Sinfonia Fantástica (1832)
Chopin: Grande Valsa Brilhante (1834)
1970
Wagner:
Tristão e Isolda (1865)
Strauss: O Belo Danúbio Azul
(1867)
Bruckner: Sinfonia n.°7 (1884)
Brahms: Sinfonia n.°4 (1885)
Stravinsky: A Sagração
da Primavera (1913)
Música contemporânea 2007
Adams:
Harmonielehre (1984)
Britten: Peter Grimes (1945)
Richard Strauss: As Quatro Últimas Lieder (1948)
Messiaen: Turangalîla-Sinfonia (1949)
Prokofiev: Romeu e Julieta (1935)
Gershwin: Porgy and Bess (1935)
Shostakovich: Sinfonia n.° 5 (1937)
Bartók: Música para cordas (1937)
Gorecki: Sinfonia n.° 3 (1976)
Glass: Einstein on the Beach (1976)
Pärt: Tabula Rasa (1977)
Registos Vocais e Escalas
Registos Vocais
Escalas
Femininos
Soprano
Mezzo-soprano
Contralto
Dó– C
Masculinos
Contratenor
Tenor
Barítono
Baixo
Composição e disposição mais usual
da Orquestra
Timbales
Bombo
Caixa
de Rufo
Trombones
Trompetes
Tuba
Ré– D
Mi – E
Fá – F
Harpa
Oboés
Fagotes
Clarinetes
Sol– G
Trompas
Contrabaixos
Lá – A
Si – B
Flautas
Violinos
Violoncelos
Violas
Maestro
14
15
Tessituras
(ver pág. 338)
Deixe-se guiar
pelas principais correntes da música clássica...
Música antiga
Mal determinada em termos cronológicos, a noção de música antiga abrange a época
medieval, passando pelo Renascimento, até ao advento do estilo barroco, nos princípios
do século XVII. Esta faixa cronológica abrange toda uma série de estilos musicais, pelo
que se torna impossível propor uma definição homogénea das suas características; vemos
assim suceder-se, um pouco desordenadamente, o estilo monódico do canto gregoriano,
a polifonia nascida no século IX e que tem o seu apogeu no século XV, o domínio do
madrigal na Itália do século XVI, bem como em Inglaterra, e o nascimento da ópera com
Monteverdi.
Música barroca
Classifica-se como “música barroca” aquela que foi composta durante um período relativamente breve, que se estende dos anos 1600 até cerca de 1750 (Bach, Vivaldi, Haendel).
Tal como a arte barroca em geral, esta música distingue-se por um certo exacerbamento da
sensibilidade na representação das emoções e, em particular, por um gosto pelo virtuosis-
18
Períodos
Períodos
mo, pela ostentação, pelo movimento. Mas esta exuberância estética não exclui, de forma
alguma, a coerência, nem a ordem ou a profundidade. É na época barroca, marcada pelo
aparecimento do baixo contínuo, que se desenvolvem, em particular, a cantata, a oratória e a
ópera. No entanto, a uniformidade não é regra e os estilos divergem entre músicos italianos,
ingleses e franceses.
Música clássica
Respondendo a um certo ideal de harmonia, de comedimento e de simplicidade, o estilo
clássico, na música, corresponde a uma época que facilmente se pode resumir à sua tríade
emblemática dos mestres vienenses Haydn, Mozart e Beethoven. Porém, não se limita apenas a estes, estendendo-se aproximadamente de meados do século XVIII até ao princípio do
século XIX. O equilíbrio é a palavra-chave desta estética, que irá desenvolver em particular
o repertório orquestral.
Música romântica
O romantismo, que lhe sucede no século XIX, inscreve-se como reacção e enaltece com
veemência o primado da individualidade artística. Exprime igualmente um certo gosto pelo
lendário medieval e nacional, como em Wagner, por exemplo. Por fim, é a época em que o
piano adquire o seu estatuto de instrumento vedeta (Chopin, Liszt).
19
Música do século XX
O último século foi, como sabemos, rico em ressaltos históricos e o domínio musical também
não escapou a isso! As últimas décadas do século XIX assistiram à extinção progressiva dos
últimos focos do Romantismo, mas no século XX novas vias musicais se abririam, com o
questionar da tonalidade, adoptado por compositores como Schoenberg, Webern e Berg, e
que tem sido desenvolvido e aprofundado pelos seus herdeiros, ou recusado e contraposto
pelos seus detractores, até aos dias de hoje. Porém, o conceito que verdadeiramente define
o século é a inesgotável diversidade de estilos e tendências, patente nas obras de Ravel,
Stravinsky, Bartók, Janacek, Shostakovich, Britten, Messiaen ou John Adams.
Períodos
Períodos
Música sacra
Designam-se tradicionalmente por este termo todas as obras compostas de carácter religioso. Recorrem constantemente à voz, já que colocam em música os textos sagrados, quer se
trate simplesmente de missa ou de salmos, desde passagens dos Evangelhos até à própria
narrativa da Paixão de Cristo, passando ainda por muitos outros. A música sacra constitui
a base da música ocidental, já que, na Idade Média, representava a essência da produção
musical. A diversidade dos textos, dos ritos e das meditações espirituais, bem como as evoluções da sensibilidade religiosa através dos séculos, fazem da música sacra um mundo de
uma riqueza inquestionável.
“Sem música, a vida seria um erro.”
Ópera
De uma maneira geral, é costume datar o nascimento do mais popular dos géneros musicais com a criação do Orfeo de Monteverdi, em 1607. A partir daí, de querela em querela,
não mais deixaria de evoluir, embora se tenha mantido sempre aquilo que era então: teatro
musicado. Enquanto, nos seus primórdios, a ópera era fortemente marcada pela sua dimensão dramática e poética, na época barroca, o canto propriamente dito começaria a resgatar
progressivamente o primeiro lugar, com o aparecimento do “bel canto”. As óperas de Mozart
viriam, em seguida, a representar o equilíbrio ideal entre Música e Teatro; com Wagner, a
orquestra sai virtualmente do fosso para se tornar um personagem de pleno direito. Por fim,
a grande popularidade do género deve-se igualmente às obras italianas do século XIX.
20
21
Depois do silêncio, a música
é o que melhor exprime o inexprimível.
Aldous Huxley
Alemanha
Barroco
Concerto para Violino / Shaker
Loops
Cravo Bem Temperado – Livro 1
Glenn Gould
Sony
Gidon Kremer
Nonesuch
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Compositores
EUA
Contemporâneo
Bach, Johann Sebastian (1685-1750)
O objectivo da Arte não reside numa descarga
de adrenalina, efémera e limitada, mas sim
na criação progressiva e durável de um estado
de felicidade e serenidade. Seria Glenn Gould
new age? Diríamos antes, poeta. E, também,
arquitecto: aos 32 anos, em 1964, pôs fim à
sua actividade de concertista para se dedicar
exclusivamente às gravações em estúdio. Aí,
pôde controlar todo o processo e transmitir-nos
a sua visão particular de Bach, nomeadamente, inspirando-se na técnica dos cravistas.
Concerto que conta as raízes de Adams nas
suas texturas e ligações minimais. A sua forma de construção musical característica conduz-nos, por blocos segmentados, “a contar
um todo” de emoções progressivas. Esta primeira gravação vive da energia magnética de
Gidon Kremer.
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Compositores
Adams, John (n. 1947)
Outras boas escolhas...
Cravo bem temperado – livro 1................................. (Leonhardt, gustav) DHM
24
25
Compositores
Alemanha
Barroco
Cravo Bem Temperado – Livro 2
Glenn Gould
Sony
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O Cravo Bem Temperado de Glenn Gould não
se parece com nenhum outro, pois Gould não
poderia tocar Bach como os outros. Gould vivia Bach, prelúdio após prelúdio, fuga após
fuga, e nós com ele. Em quatro discos, e outras tantas horas de música, o pianista canadiano descobre um imenso labirinto, oferecendo-nos as chaves a pouco e pouco. Cada
uma das 24 peças da recolha de Bach está
perfeitamente caracterizada, num turbilhão
de paixão controlada e subtil.
Concertos de Brandenburgo /
Suítes Orquestrais
Reinhard Goebel
Archiv
Bach, arquitecto genial, deixou-nos nos seus
concertos de Brandenburgo e suítes orquestrais um dos monumentos mais extraordinários da escrita musical para orquestra. Como
não sentirmos a extrema alegria, melancolia,
meditação ou ternura nesta música pura
e absoluta?
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Compositores
Bach, Johann Sebastian (1685-1750)
Outras boas escolhas...
CRAVO BEM TEMPERADO - LIVRO 2.................................. (leonhardt, gustav) DHM
26
27
Concertos para Piano n.º 1, 2 & 4
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Murray Perahia
Sony Classical
28
Compositores
Alemanha
Barroco
Bach foi um dos primeiros a compor concertos para cravo. Na maior parte dos casos,
trata-se de transcrições das suas próprias
obras ou de reminiscências italianas de outros
compositores que ele conhecia muito bem. O
pianista Murray Perahia, com a sua interpretação brilhante, cheia de luminosidade e de
espiritualidade, confere cor e carácter a cada
movimento.
Concertos para Piano n.º 3, 5,
6&7
Murray Perahia
Sony Classical
A outra vertente destes concertos para piano
interpretados por Murray Perahia, que oferece a Bach uma clareza polifónica que elimina qualquer frieza, muito pelo contrário: as
invocações italianas é de uma delicadeza de
toque absolutamente requintada. O complemento indispensável do primeiro volume de
Concertos.
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Compositores
Bach, Johann Sebastian (1685-1750)
29
Compositores
Alemanha
Barroco
Obras para Órgão
Magnificat BWV243
Ton Koopman
Archiv
Philippe Herreweghe
Harmonia Mundi
O órgão foi o instrumento natural de Bach e
sobretudo em Leipzig, dedicou-lhe uma grande parte da sua obra, quer como instrumento solista, quer como acompanhamento para
composições religiosas. Um universo de grandeza e imaterialidade numa escrita rica de expressividade e complexidade. Para começar, a
famosa toccata em ré menor.
É ao canto jubiloso de Maria, respondendo
a Isabel, que a intitula “bendita entre todas
as mulheres”, que se refere, no Evangelho
segundo S. Lucas, o Magnificat. Trata-se do
canto que exalta a humildade da Virgem e a
misericórdia de Deus. Representa uma das
obras mais populares de Bach. A intervenção
de Herreweghe e dos músicos que dirige dá
voz ao coração e ao espírito desta música.
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Compositores
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30
Bach, Johann Sebastian (1685-1750)
31
Compositores
Paixão Segundo S. Mateus
Otto Klemperer
EMI Classics
Nikolaus Harnoncourt
Teldec
Como as suas Paixões, a Missa em Si é uma
obra-prima de grandeza imponente. Obra de
maturidade, faz a síntese da arte do mestre,
nas vozes e nas texturas polifónicas. Mas todas estas considerações técnicas são tão pouco importantes perante uma obra tão grande.
Será possível existir música mais humana?
Dois monumentos musicais inigualáveis
Bach encontra-se em Leipzig aquando da
composição de ambos. A Paixão Segundo
S. João apresentada na sexta-feira santa de
1724, e a de S. Mateus, na mesma ocasião, cinco anos depois. Harnoncourt é de
um rigor musical e estilístico excepcional.
Os solistas são de tirar a respiração.
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
MISSA EM SI..........................................................(herreweghe) HARMONIA MUNDI
MISSA EM SI.......................................................(Gardiner, Sir John Eliot) ARCHIV
pAIXÃO SEGUNDO S. MATEUS........................................................ (Leonhardt) bmg
pAIXÃO SEGUNDO S. MATEUS................................(herreweghe) hARMONIA mUNDI
pAIXÃO SEGUNDO S. MATEUS.............................(gardiner, sir john eliot) aRCHIV
3 564705 003171
32
Missa em Si
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Alemanha
Barroco
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Compositores
Bach, Johann Sebastian (1685-1750)
33
Compositores
Alemanha
Barroco
Sonatas e Partitas para Violino
Solo
Suítes para Violoncelo
Pablo Casals
EMI Classics
Nathan Milstein
Deutsche Grammophon
Um disco essencial de Bach. Por várias razões: é a música na sua suprema pureza e é o
compositor com o qual o grande Nathan Milstein teceu os laços mais privilegiados. A sua
sonoridade é mais luminosa do que nunca, a
sua articulação ainda mais suave (Milstein estava com 73 anos quando gravou este disco),
e o seu sentido de arquitectura, visionário.
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34
As suítes para violoncelo são a bíblia de
qualquer violoncelista. Escritas no período
de Kothen, muito se aproximam, no seu
absoluto musical, às sonatas e partitas
para violino solo. Estas suítes são compostas, como a generalidade das suítes,
por várias danças de andamentos contrastantes. Pablo Casals será, já no séc. XX, o
primeiro a tocá-las na íntegra e a partilhá-
-las com o mundo. Obrigado Casals!
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
Sonatas e partitas para violino solo........................................... (menuhin) EMI
Sonatas e partitas para violino solo........................................... (perlman) EMI
sUÍTES PARA VIOLONCELO........................................................(rostropovitch) EMI
sUÍTES PARA VIOLONCELO...................................................................(blysma) SONY
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Compositores
Bach, Johann Sebastian (1685-1750)
35
Variações Goldberg
Glenn Gould
Sony Classical
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As Variações Goldberg, que passaram a representar o princípio e o fim do piano, são uma
das páginas que Glenn Gould mais marcou
com o seu génio. Não só consegue traduzir a
invenção e a perfeição, como nos fascina com
o seu rigor e, ao mesmo tempo, a sua fantasia! Por fim, ao escutá-las, consegue invocar a
música de O Silêncio dos Inocentes?
Compositores
Alemanha
Barroco
Bartók, Béla
(1881-1945)
Hungria
Contemporâneo
Música para Cordas, Percussão
e Celesta
Pierre Boulez
Deutsche Grammophon
Béla Bartók foi uma das personalidades musicais mais marcantes do sec XX. Música para
cordas, percussão e celesta, de 1936, explora
com agudeza e mestria os conceitos musicais
que Bartók tinha vindo a desenvolver desde
os meados da década de 20, onde engenhosamente associa o piano aos instrumentos
de percussão. Esta obra, em conjunto com
O Mandarim Maravilhoso, é uma boa introdução a Bartók. Passe este código de barras
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Compositores
Bach, Johann Sebastian (1685-1750)
Outras boas escolhas...
vARIAÇÕES GOLDBERG.....................................................................(Hantai) MIRARE
vARIAÇÕES GOLDBERG...................................................................... (perahia) SONY
36
37
38
(1770-1827)
Áustria
Clássico
Quartetos para Cordas
Concertos para Piano
Quarteto Vegh
Valois/Naïve
Alfred Brendel / Simon Rattle
Philips
Juntamente com o de Shostakovitch, o ciclo
de Quartetos de Bartók constitui a mais vasta
obra do século XX para esta formação. Sobre
o quarteto de cordas em geral, Stravinsky dizia que era “o suporte mais lúcido dos conceitos musicais”. A forma de tocar dos Vegh
ilumina a complexidade arquitectural destas
partituras, numa constante procura de expressividade.
Gravação inesquecível dos últimos concertos
que o compositor dedicou ao piano. Ambos
marcados pela inovação e revolucionários. Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
Concerto para Orquestra............................ (Boulez) DEUTSCHE GRAMMOPHON
Concerto para Piano........................... (Anda/Fricsay) DEUTSCHE GRAMMOPHON
concertos para piano 4 e 5................................................................ (gilels) EMI
Compositores
Beethoven, Ludwig van
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(1881-1945)
Hungria
Contemporâneo
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Compositores
Bartók, Béla
39
Compositores
(1770-1827)
Áustria
Clássico
Concerto para Violino
Missa Solene
Itzhak Perlman / Carlo Maria Giulini
Emi Classics
Otto Klemperer
EMI Classics
Eis um dos Concertos para Violino mais conseguidos do Romantismo, que alguns compositores (sendo Brahms o primeiro) irão
tomar como modelo. A construção luminosa
do primeiro andamento é reflectida na perfeição no diálogo solista/orquestra. Num oceano
de reais sonoridades orquestrais, o violino de
Perlman soa num vibrato envolvente.
“É a minha obra-prima”, declarou um dia
Beethoven a propósito da sua Missa Solene,
criada em 1824. Uma partitura que se revela
uma oração. Klemperer, com o seu arrebatamento romântico e a sua “enorme” visão, eleva esta catedral a dimensões cósmicas. Uma
experiência única.
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Compositores
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40
Beethoven, Ludwig van
41
Compositores
(1770-1827)
Áustria
Clássico
Sonatas para Violoncelo e Piano
DVD
Últimos Quartetos
Quarteto Alban Berg
EMI Classics
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Mstislav Rostropovich, Sviatoslav Richter
Emi Classics
Com 16 Quartetos, mais a última Grande
Fuga, Beethoven coloca a sua chancela nesta
forma exigente, à qual se consagrou nos últimos anos do século XVIII, no fim da sua vida.
Escutá-los um a um é seguir, passo a passo,
a evolução do estilo do compositor, marcado
por uma linguagem cada vez mais poderosa e complexa. O Quarteto Alban Berg toca
Beethoven com um nível de conhecimento e
de maturidade sem igual.
Beethoven nunca trabalhou o violoncelo como
instrumento solista. As suas sonatas em dueto
com piano representam um género um pouco
inovador. O espírito do diálogo, embora nem
sempre prevaleça nesta versão, dá lugar a uma
vivacidade, uma malícia e, sobretudo, um puro
esplendor instrumental, tanto em Rostropo­vich
como em Richter. É uma emoção ouvir dois
monstros desta dimensão a tocarem juntos.
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Compositores
Beethoven, Ludwig van
Outras boas escolhas...
úLTIMOS qUARTETOS...........................(takacs quartet) DEUTSCHE GRAMMOPHON
42
43
44
Compositores
Sonatas para Piano
Últimas Sonatas
Emil Gilels
Deutsche Grammophon
Alfred Brendel
Philips
Emil Gilels marcou para sempre o piano beethoveniano e a sua personalidade interpretativa torna inesquecível cada uma destas
sonatas. Pianista de uma força profunda, tão
capaz de uma interioridade tempestuosa como
de uma delicadeza material, técnica superlativa em que todo o fogo expressivo é possível.
Gilels traz-nos um Beethoven de corpo
inteiro.
Para um pianista, gravar a integral das 32
Sonatas para piano é a consagração de uma
vida musical. É um monumento que requer
uma capacidade visionária e sonora, uma técnica perfeita, uma qualidade de desempenho,
uma harmonia e uma expressividade a cada
momento. Brendel consagrou a sua vida aos
compositores românticos alemães. Não admira, por isso, que se revele tão “em casa” com
Beethoven.
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
SONATAS PARA PIANO........................................ (kempff) DEUTSCHE GRAMMOPHON
úLTIMAS sONATAS.............................................. (pollini) DEUTSCHE GRAMMOPHON
úLTIMAS sONATAS.............................................................................. (solomon) EMI
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(1770-1827)
Áustria
Clássico
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Compositores
Beethoven, Ludwig van
45
Compositores
(1770-1827)
Áustria
Clássico
Sinfonias n.º 5 e 7
Sinfonia n.º 9
Carlos Kleiber
Deutsche Grammophon
Wilheim Furtwangler
Emi Classics
Carlos Kleiber é um mistério vivo. Este homem
secreto é simultaneamente o maestro mais
requisitado e também aquele que dá menos
concertos! Perfeccionista, inimigo da rotina,
recusa-se a ficar preso a uma orquestra ou a
um teatro. Cada uma das suas apresentações
públicas é um presente oferecido a todos os
amantes da música e os seus discos, gravados a conta-gotas, são cada vez mais raros.
Este é um marco essencial da discografia das
Sinfonias de Beethoven
Nenhuma interpretação isolada nos pode dizer tudo de uma obra-prima como a Nona de
Beethoven, mas esta chega muito perto. A
intensa inspiração que se ouve em cada um
dos intervenientes é marcada pela própria
energia do grande momento ao vivo. Esta é
uma interpretação incontornável para conhecer Beethoven.
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Compositores
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Beethoven, Ludwig van
Outras boas escolhas...
Sinfonia N.º 9.............................................. (karajan) DEUTSCHE GRAMMOPHON
sINFONIA N.º 9.............................................(bernstein) DEUTSCHE GRAMMOPHON
46
47
Compositores
(1770-1827)
Áustria
Clássico
Triplo Concerto
Fidelio DVD
Mstislav Rostropovich, David Oistrakh
Emi Classics
Leonard Bernstein
Deutsche Grammophon
Este triplo concerto, criado em 1807, em Viena, é dedicado ao príncipe Lobkowitz. Trata-
-se de uma obra original, compromisso entre o
trio de música de câmara e a sinfonia. O génio
beethoveniano exprime-se aqui com generosidade, em particular no último andamento, em
ritmo de polonaise. Diálogos cheios de conivência e poesia entre três monstros sagrados:
Oistrakh, Richter e Rostropovich.
De insucesso inicial, esta ópera de Beethoven acabaria
por ver reconhecida o seu mérito na sua segunda versão
(1814). Diferente para a sua época, esta ópera tem, aqui,
na sua versão em DVD uma excelente prestação de Rene
Kollo e Gundula Janowitz, magistralmente dirigidos por
Leonard Bernstein.
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Compositores
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Beethoven, Ludwig van
Outras boas escolhas...
fidelio........................................................................................... (klemperer) EMI
fIDELIO............................................................................................... (karajan) EMI
48
49
(1803-1869)
França
Romântico
Norma
Sinfonia Fantástica
Maria Callas/Tullio Serafin
EMI Classics
Pierre Boulez
Deutsche Grammophon
Poucos artistas revolucionaram tanto a ópera
como Maria Callas. Ela não só desempenhava o seu papel, como nenhuma outra cantora dramática, como representava a própria
voz do compositor e as suas exigências. A
Diva marcou todas as suas personagens,
mas três delas suplantam provavelmente as
outras: Em La Traviata, Tosca e nesta Norma
alucinante que se escuta repetidamente com
o mesmo fervor.
À sua morte, em 1869, Berlioz era já um
nome incontornável no panorama francês.
Influenciado por Gluck e Beethoven, podemos dizer que esta “Sinfonia Fantástica” é
um marco do romantismo francês. Virtuoso,
melódico e moderno, Berlioz influenciaria Saint-Saëns , Dukas e Wagner, tendo expandido as capacidades da orquestra moderna.
Compositores
Berlioz, Hector
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(1801-1835)
Itália
Romântico
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Compositores
Bellini, Vincenzo
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nORMA.................................................................... (sutherland/bonynge) DECCA
50
51
EUA
Contemporâneo
Biber, Heinrich Ignaz Franz von
(1644-1704)
Boémia / Actual República Checa
Barroco
West Side Story
Missa Salisburgensis
José Carreras, Kiri Te Kanawa
Deutsche Grammophon
Reinhard Goebel / Paul McCreech
Archiv
Uma verdadeira jóia, este Romeu e Julieta
dos tempos modernos! Bernstein compôs,
no que viria a constituir um dos seus grandes sucessos da Broadway, passado depois
ao grande ecrã - uma obra prodigiosamente
inventiva, em que os ritmos jazz e latinos se
entrecruzam, em que os cantos de amor têm
igualmente o seu lugar, numa partitura arrebatadora e emocionante.
Para comemorar os onze séculos do arcebispado de Salzburgo, Biber escreveu, em 1682,
esta magnífica missa barroca. Outrora atribuí­
da a Benevoli, não fica hoje qualquer dúvida
da presença de Biber, em especial pela luminosa ornamentação e exploração instrumental
muito bem compreendida, aqui, pela notoriedade de Goebel.
Compositores
(1918-1990)
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Compositores
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52
Bernstein, Leonard
53
Compositores
(1644-1704)
Boémia / Actual República Checa
Barroco
Sonatas do Mistério
Sonatas do Rosário
Alice Pierót
Alpha
Andrew Manze
Harmonia Mundi
Sensíveis e devotas, estas sonatas, escritas
por Biber, seriam dedicadas ao arcebispo de
Salzburgo, devoto do rosário de Salzburgo.
Personificando os 15 mistérios da Virgem,
para esta obra escolhemos a impressão devotiva de Alice Piérot .
Também conhecidas como “Sonatas do Mistério”, referimos outra dedicada interpretação
desta obra simbolista e narrativa. Manze entende a inovação de Biber aplicando para isso
o uso da scordatura – afinações diferentes,
explicando os diferentes “motivos” da obra.
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Compositores
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54
Biber, Heinrich Ignaz Franz von
55
56
(1098-1179)
Alemanha
Medieval
Requiem
11 000 Virgens
Jordi Savall
Alia Vox
Anonymous 4
Harmonia Mundi
Jordi Savall e La Capella Reial gravaram esta
obra na Catedral de Salzburgo, explorando a
acústica do espaço, tal como Biber a terá
idealizado. Não é uma obra monumental,
mas antes espiritual, aqui muito bem entendida por Savall que recorreu a toda sua
vitalidade e diferença.
Poeta-compositora, visionária, mística, profeta, herbalista, santa? Esta compositora do
século XII, inspirada pela lenda de “Santa
Úrsula e as 11 000 Virgens”, é aqui traduzida pelos “Anonymous 4”. Visão hipnótica e
mística, recorrendo apenas a uma abordagem
simples e perfeita.
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
Requiem....................................................................................(mccreesH) ARCHIV
Hortus deliciarum.....................................................................(lesne) OPUS 111
Compositores
Bingen, Hildegard von
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(1644-1704)
Boémia / Actual República Checa
Barroco
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Compositores
Biber, Heinrich Ignaz Franz von
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(1743-1805)
Itália
Clássico
Carmen
Cello Concertos
Teresa Berganza, Claudio Abbado
Deutsche Grammophon
Anner Bylsma
Apex
A ópera mais popular do mundo é francesa.
Inspirada em Mérimée, Carmen não proporcionou grande sorte a Bizet, em vida, já que
a sua estreia, em 1875, se revelou um fiasco.
Alguns meses mais tarde, Carmen nunca mais
deixaria as luzes da ribalta. Entre a estrutura
do drama, implacável, e os tesouros melódicos (Habanera, a ária do Toreador), não se
sabe o que mais admirar em Carmen.
Tendo Boccherini sido um memorável violoncelista, não será estranho um concerto para
violoncelo. Diferente, mas igualmente musical
e fantasioso, fica-nos uma célebre interpretação de Bylsma desta obra maior no repertório
do compositor.
Compositores
Boccherini, Luigi
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(1838-1875)
França
Romântico
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Compositores
Bizet, Georges
Outras boas escolhas...
CARMEN.........................................................................(otter/jordan) OPUS ARTE
CARMEN................................................................................... (price/karajan) RCA
58
59
Itália
Clássico
Boulez, Pierre
Compositores
(1743-1805)
(n. 1925)
França
Contemporâneo
Quintetos de Cordas
Notations
Fabio Biondi
Virgin
David Robertson
Naïve
Boccherini tinha como forma musical predilecta o quinteto de cordas, que muito ajudou
a desenvolver. Inscritos no estilo galante do
séc. XVIII, um pouco rococó, os seus quintetos ganharam adeptos incondicionais. Aqui,
Fabio Biondi e a Europa Galante mostram-nos
este Boccherini no seu melhor.
A música de Pierre Boulez está sempre em
perpétua evolução, de tal maneira o mestre
francês revisita sem cessar as suas obras,
aumentando-as ou reestruturando-as. Aqui,
as Notations são testemunho da sua escrita
instrumental e rítmica complexa. Não se tente
encontrar aqui uma qualquer sensualidade,
mas antes mergulhe-se como num mundo sonoro inédito, rico de surpresas.
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Compositores
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60
Boccherini, Luigi
61
Compositores
(1833-1897)
Áustria
Pós-Romântico
Concertos para Piano n.º 1 e 2
Concerto para Violino
Emil Gilels
Deutsche Grammophon
Itzhak Perlman/Carlo Maria Guilini
EMI Classics
De grande dimensão, os dois concertos para
piano de Brahms marcam a carreira do seu
compositor e a sua evolução estilística. O primeiro, na sua grandiosa abertura orquestral, é
um verdadeiro desafio lançado por um jovem
compositor. O segundo é fruto de um grande
caminho já percorrido, tornando-se um dos
concertos chave do piano romântico. A interpretação de Gilels é extraordinária.
O Concerto de Brahms exige muito do solista. Seria quase considerado como impossível
de tocar pelo destinatário da obra, o violinista
Joachim, que conseguiu que Brahms lhe introduzisse alguns rearranjos. De uma majestade
e de um fluxo reais, o seu lugar está assegurado no firmamento dos grandes concertos para
violino, imediatamente atrás do seu “modelo”,
o Concerto para violino de Beethoven. Desempenho superlativo de Perlman.
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Compositores
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Brahms, Johannes
63
Compositores
(1833-1897)
Áustria
Pós-Romântico
Sinfonias
Requiem Alemão
Sergiu Celibidache
Deutsche Grammophon
Elisabeth Schwarzkopf
EMI Classics
Tal como as sinfonias de Beethoven, as sinfonias de Brahms representam um pilar do
repertório germânico. Todas elas são insubstituíveis, mesmo que ponhamos a quarta em
lugar de destaque, pela sua enorme dimensão
espiritual e apaixonante. Grande interpretação
do tão pouco gravado maestro Celibidache.
O Requiem Alemão é a obra mais importante
da produção coral de Brahms, ocupando dez
anos da vida do compositor. Baseado em textos bíblicos que o próprio Brahms organizou,
é uma serena meditação sobre a morte, mas,
acima de tudo, uma celebração da esperança.
Aqui, a insuperável leitura de Otto Klemperer.
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Compositores
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Brahms, Johannes
Outras boas escolhas...
REQUIEM ALEMÃO....................................................................... (gardiner) PHILIPS
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65
66
(1824-1896)
Áustria
Pós-Romântico
War Requiem
Sinfonia n.º 9
Benjamin Britten
Decca
Bruno Walter
Sony
Britten é, para muitos o grande compositor
britânico de século XX. Esta obra, escrita
para os solistas escolhidos nesta gravação,
Pears/Ficher-Dieskau/Vishneshkaya, demonstra a sua sensibilidade e visão para este tema,
em que se procura a reconciliação do período
pós-guerra.
Uma das obras sinfónicas mais extraordinárias da
história da música. Bruckner foi um compositor
que construiu a pulso o seu próprio caminho, e
apesar da estrutura das suas obras se aproximar
do último Beethoven e ser considerável a influência de Wagner, que tanto admirou, Bruckner deve
sobretudo muito a si próprio. Aqui, na sua derradeira sinfonia, apresenta-se um Bruckner profundamente religioso, que no fim do caminho olha a
morte de frente, escavando o abraço da luminosa
esperança.
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
Guia dos jovens à orquestra.....................................................(britten) DECCA
peter grimes......................................................................... (atherton) ARTHAUS
sinfonia n.º 4................................................................................... (bohm) DECCA
sinfonia n.º 7............................................................................. (celibidache) EMI
Compositores
Bruckner, Anton
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(1913-1976)
Inglaterra
Contemporâneo
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Compositores
Britten, Benjamin
67
EUA
Contemporâneo
Caldara, Antonio
(1670-1736)
Itália
Barroco
The Seasons
Maddalena ai Piedi di Cristo
Dennis Russel Davies
ECM New Series
René Jacobs
Harmonia Mundi
Este compositor contemporâneo, aluno de
Schoenberg, não será de fácil acesso a todos
os que o escutam. Ao introduzir objectos e
alterar timbres aos instrumentos, renovou a
sonoridade a obter. Das múltiplas sugestões,
escolhemos a Suite for Toy Piano, muito bem
colocada por Margaret Leng Tan.
Excelente obra deste compositor que fez uma
boa síntese entre várias escolas (veneziana,
vienense, napolitana). Escolhemos esta deliciosa obra, interpretada ao melhor nível por
Scholl, Kiehr e Jacobs, em que nos envolvemos no mistério de Maria Madalena. Terreno
e celestial, intenso e profundo.
Compositores
(1912-1992)
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Compositores
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Cage, John
Outras boas escolhas...
cantatas...........................................................................(gioia armonica) RAMEE
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França
Barroco
Cherubini, Luigi
(1860-1842)
Itália
Clássico / Romântico
Te Deum
Medeia
William Christie
Harmonia Mundi
Maria Callas
EMI Classics
Obra muito conhecida deste compositor francês. Ao nível dos grandes oratórios, este Te
Deum tem uma entrada triunfal, como se de
uma efeméride se tratasse. Charpentier fica
aqui, pelas mãos de William Christie e Les
Arts Florissants, retratado. Dramático e vivaz,
mesmo com instrumentos de época.
Cherubini meets Callas! Obra e compositor
considerados não essenciais, mas não podemos deixar de referir esta electrificante interpretação, dirigida por Leonard Bernstein.
Uma Medeia vulcânica e trágica, em que a
interpretação está ao mais alto nível da mesma Callas.
Compositores
(1643-1704)
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Charpentier, Marc-Antoine
71
Compositores
Nocturnos
Valsas
Artur Rubinstein
RCA
Dinu Lipatti
EMI Classics
“Melodias de infinita dor. Compassos que lhe desvendam os abismos, que o mergulham na imensidão; poder de sentimentos que fazem vibrar a
fibra humana; desespero atroz; terrível desânimo,
próximo da morte.” Estas palavras de Georges
Mathias, aluno de Chopin, descrevem a poesia
frágil e secreta dos Nocturnos.
Pode-se falar, aqui, de testamento musical,
um disco indiscutivelmente a levar para uma
ilha deserta. Dinu Lipatti gravou-o umas semanas antes do seu desaparecimento e não
se sabe o que admirar mais: se a leveza, a
graça, a perfeição ou a emoção que se lê em
cada articulação, cada acorde, cada melodia.
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(1810-1849)
Polónia
Romântico
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Compositores
Chopin, Fryderyk Franciszek
Outras boas escolhas...
NOCTURNOS........................................................(pires) DEUTSCHE GRAMMOPHON
NOCTURNOS...................................................... (pollini) DEUTSCHE GRAMMOPHON
72
73
Polónia
Romântico
Couperin, François
(1668-1733)
França
Barroco
Prelúdios
Música para Tecla
Nikolai Lugansky
Erato
Angela Hewitt
Hyperion
Estes prelúdios, miniaturas pianisticas, de
pura musicalidade e de uma notável densidade, contam-se entre as obras mais importantes do compositor. Lugansky, o jovem pianista
russo que se impôs na última década como
um dos melhores solistas da sua geração,
apresenta aqui um Chopin magnífico pela clareza e poesia de sonoridades, no grande virtuo­
sismo que é, em primeiro lugar, inteligência.
Bach, que conhecia e adorava as obras para
cravo de Couperin, tinha motivos para tal. Por
detrás de cada peça há invenção, fantasia,
humor e ternura, autêntico fragmento de sensibilidade e virtuosismo. O célebre Les Barricades Mystérieuses, rondó de refrão melancólico, indubitavelmente “misterioso”, continua
a ser um dos pináculos da música barroca
francesa.
Compositores
(1810-1849)
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Compositores
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74
Chopin, Fryderyk Franciszek
75
França
Barroco
Debussy, Claude
(1862-1918)
França
Pós-Romântico / Contemporâneo
Leçons de Ténèbres
Obras para Piano
Gérard Lesne
Harmonic Records
Arturo Benedetti Michelangeli
Deutsche Grammophon
“Couperin, o Grande” é um dos mais nobres
representantes da música barroca francesa,
que serviu particularmente em dois géneros:
música vocal (moteto) e música instrumental
(cravo). A sua carreira é contemporânea do
reino de Luís XIV, que o nomearia, em 1693,
mestre da Capela Real. Entre 1713 e 1717,
Couperin compôs nove “Leçons de Ténèbres”
diferentes.
Do ponto de vista das harmonias e atmosferas musicais, Debussy revolucionou a história do piano. Nesta música, evocativa de
múltiplas impressões da natureza humana,
Michelangeli é mestre, o seu Debussy é o
gesto livre, tão natural, que o imaginamos
invisível. Música transparente.
Compositores
(1668-1733)
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Couperin, François
77
França
Pós-Romântico / Contemporâneo
Desprez, Josquin
(1440-1521)
Bélgica
Renascimento
Obras Orquestrais
Missa de L’Homme Armé
Leonard Bernstein
Deutsche Grammophon
Bernard Fabre-Garrus
Naive
Debussy/Bernstein: uma magnífica aliança entre
um maestro e o primeiro criador do século XX.
A orquestra é sumptuosa, as suas sonoridades
inebriantes, a captação de som precisa e arejada, Bernstein analítico e empenhado. De que
precisamos mais? Eis a versão absoluta destas
grandes páginas, em que a grande transparência
dos planos sonoros serve de revelador da magia
de Debussy. Compositor flamengo, 1440-1521, destaca-
-se por incluir na sua composição uma síntese das obras do seu tempo, modas, tradições
e técnicas musicais. Polifonia e contraponto,
juntando a herança do norte e do sul da Europa. Medieval e renascentista, autor de várias
missa de que escolhemos esta notável interpretação pelos “A Sei Voci”.
Compositores
(1862-1918)
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Compositores
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78
Debussy, Claude
79
(1563?-1626)
Inglaterra
Renascimento
Lucia di Lammermoor
Música para Alaúde
Maria Callas / Herbert von Karajan
Emi Classics
Jacob Lindberg
Bis
Esta é uma das óperas que Callas viria a reinventar. Inspirada em Walter Scott, Lucia é um
drama terrível, no qual a jovem Lucia, impedida de desposar o seu amante, transforma o
seu dia de casamento num banho de sangue,
mergulha na loucura e morre. É preciso seguir
passo a passo, compasso a compasso o canto
e o fôlego da diva Callas: tudo aqui é cantado
e dito da forma mais prodigiosa. Um dos muito grandes discos de ópera.
Compositor inglês (1563-1626) e um grande
alaudista do seu tempo, foi fundamental pela
inovação ao nível da monodia acompanhada.
As suas obras antecipam, para muitos, o lied
romântico. Maturidade, harmonia e melodia
reafirmam o seu lirismo. Escolhemos Jacob
Lindberg pelo acolhimento e aproximação à
obra de Dowland.
Compositores
Dowland, John
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(1797-1848)
Itálica
Romântico
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Compositores
Donizetti, Gaetano
Outras boas escolhas...
LUCIA DI LAMMERMOOR............ (sutherland/bonynge) DEUTSCHE GRAMMOPHON
80
81
Compositores
(1400-1474)
França
Renascimento
Missa “Se la Face ay Pale”
O Gemma Lux
Diabolus in Musica
Alpha
Huelgas Ensemble
Harmonia Mundi
Esta obra-marco da música ocidental, vê-lhe
pelos fabulosos Diabolus in Musica, especialistas em repertório medieval e renascentista, feita justiça. Dufay é, para o seu tempo,
o maior compositor. Criou o modelo perfeito
da polifonia sobre o cantus firmus. Sintético
e aglutinador de estilos europeus de que se
destaca esta missa.
Os Huelgas Ensemble conseguem transmitir
na perfeição a composição moderníssima e
aritmética de Duffay. Estes motetos são perfeitos e, se nos permitirmos uma escuta atenta,
entenderemos estes princípios (isorítmicos).
Paul Van Nevel transporta-nos para o interior
da época como poucos conseguem.
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Compositores
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82
Dufay, Guillaume
83
(1857-1934)
Inglês
Pós-Romântico
Sinfonia n.º 9
Concerto para Violoncelo
Leonard Bernstein
Deutsche Grammophon
Jacqueline du Pré
EMI Classics
Inspirada no folclore e nos grandes espaços
americanos, a Sinfonia do Novo Mundo foi
a apoteose de três anos vividos nos Estados
Unidos. Obra de vastas proporções, profundamente humana e universal.
ˇ pode
O Concerto para Violoncelo de Dvorák
ser a última obra americana deste compositor
da Boémia, mas não ostenta qualquer vestígio
de um qualquer “folclore”, senão antes a forˇ vai buscar às suas
ça e o lirismo que Dvorák
raízes checas. O Concerto de Elgar (1919)
constitui a última grande obra do compositor
inglês, sobretudo célebre pelas suas Variações
Enigma, compostas vinte anos antes.
Compositores
Elgar, Sir Edward
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no ponto de escuta FNAC e
oiça o disco correspondente.
(1841-1904)
República Checa
Nacionalismo Romântico
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no ponto de escuta FNAC e
oiça o disco correspondente.
Compositores
Dvořák, Antonín
Outras boas escolhas...
SINFONIA N.º 9.................................................(kertesz) DEUTSCHE GRAMMOPHON
84
85
Inglês
Pós-Romântico
Espanha
Nacionalismo
Concerto para Violino / Variações
Enigma
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Yehudi Menuhin
Emi Classics
86
Falla, Manuel de (1876-1946)
Elgar foi o grande compositor inglês do início
do séc. xx. Aqui, duas das suas obras essenciais, o Concerto para Violino, na gravação
histórica de Menuhin, nesta altura, um prodígio de 15 anos, e as Variações Enigma, hábeis e misteriosas peças de orquestra, sob a
grande direcção do próprio Edward Elgar.
Compositores
(1857-1934)
El Amor Brujo
Victoria de los Angeles
Emi Classics
O lugar de Manuel de Falla na história da
música não deve deixar dúvidas, ele foi um
dos grandes criadores do séc. XX. Espanhol
de alma e coração, impressionista e de
grande intuição musical deixou-nos obras
vivas como La Vida Breve, El Amor Brujo e El Sombrero de Tres Picos. Aqui, pelo
espírito e voz admiráveis de Victoria de Los
Angeles.
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no ponto de escuta FNAC e
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Compositores
Elgar, Sir Edward
87
88
(1898-1937)
EUA
Contemporâneo
Requiem
Rhapsody in Blue
Philippe Herreweghe
Harmonia Mundi
André Previn
Emi Classics
Sabe como era conhecido este Requiem
(1893), o mais doloroso e intimista de todos? “Uma canção de embalar na morte”. E
a versão de câmara de Philippe Herreweghe
despe-o ainda de qualquer angústia, para nos
dar a escutar a aceitação resignada da morte. Oiça as vozes suaves, os timbres calmos,
límpidos e doces do Ofertório, do “Pie Jesu”.
Uma obra-prima portadora de uma paz luminosa.
Gershwin é um dos nomes maiores da música
norte-americana. Crossover entre o jazz e as
tradições europeias. Previn consegue retirar
da London Symphony Orchestra toda a soltura e força necessária para a interpretação
destas obras. Livre, dançante, charleston e
quase cacofónico, aconselhamos por isto esta
interpretação.
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
REQUIEM........................................................................................ (best) HYPERION
REQUIEM.........................................................................................(willcocks) EMI
porgy and bess................................................................................... (rattle) EMI
porgy and bess............................................................................(mauceri) DECCA
Compositores
Gershwin, George
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(1845-1924)
França
Pós-Romântico
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Compositores
Fauré, Gabriel
89
Compositores
(1561-1613)
Itália
Renascimento
Tenebrae
Madrigais
Hilliard Ensemble
ECM New Series
Venexiana
Glossa
Avançado para o seu tempo, sensual e expressivo, Gesualdo não foi bem entendido
até ao século XX. Algumas das suas obras
demonstram rasgos de violência, seguidos de
calma. Dramático na composição e cromático, tornou-se vanguardista. Escolhemos esta
referência pelo carácter soturno e obscuro da
obra, mas também pela interpretação.
Será nos madrigais que Gesualdo melhor se
poderá entender. Salientamos esta interpretação pelos “ La Venexiana”, onde fica clara a
alternância entre a luz e a sombra, os jogos
cromáticos e as dissonâncias, típico da composição de Gesualdo.
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Compositores
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90
Gesualdo, Carlo
91
EUA
Contemporâneo
Gluck, Christoph Willibald
(1714-1787)
Alemanha
Contemporâneo
Glassworks
Orfeu e Eurídice
Philip Glass
Sony Classical
René Jacobs
Harmonia Mundi
Glass faz parte dos compositores minimalistas que surgiram nos anos 1960 nos Estados
Unidos. Com a sua pulsação e as suas melodias obcecantes, com a sua energia rock,
a música de Philip Glass reconhece-se num
quarto de segundo. Glass escreveu para todas as formas e todos os estilos, piano, ballet,
ópera, concerto, entre outros.
Entre o barroco e Mozart colocamos Gluck!
Este notável compositor renovou a ópera,
dando mais força aos coros, às aberturas e ao
drama, eliminando o inútil, como as árias secas e supérfulas. Muito influenciado pelos temas mitológicos, produziu mais de cem óperas, de onde destacamos esta fabulosa Orfeo
e Eurídice nas mãos de René Jacobs.
Compositores
(n. 1937)
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Compositores
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92
Glass, Philip
93
94
(1685-1759)
Alemanha
Barroco
Peer Gynt
Messias
Sir Thomas Beecham
Emi Classics
Paul McCreesh
Archiv
Grieg é o grande compositor da Noruega.
Símbolo do seu país, por recorrer ao folclore nacional, viria, igualmente, a influenciar
Debussy e Ravel. Peer Gynt nasceu de uma
encomenda feita, em 1874, pelo dramaturgo
Henrik Ibsen, que pretendia uma música para
a sua peça de teatro. Os trechos das duas suí­
tes, muito célebres, são de uma beleza elegía­
ca, tingidos de melancolia.
Escrito no verão de 1741, o Messias conheceu desde a sua criação um triunfo considerável. A grande particularidade, de um dos oratórios mais marcantes do barroco, reside na
grande beleza e diversidade coral e nas linhas
melódicas desarmantes das árias solistas.
McCreesh faz justiça a toda a energia e drama
da obra.
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
pEER gYNT...................................................................................(tOURNIAIRE) AEON
MESSIAS................................................................................... (minkowski) ARCHIV
MESSIAS........................................................................................(pinnock) ARCHIV
Compositores
Händel, George Frideric
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(1843-1907)
Noruega
Nacionalismo Romântico
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Compositores
Grieg, Edvard
95
Alemanha
Barroco
Suítes para Piano
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Keith Jarrett
ECM New Series
96
Compositores
(1685-1759)
Keith Jarrett dedica-se às suítes para piano
de Händel, pouco conhecidas, mas verdadeiras obras de arte. De harmonias brilhantes e
energia rítmica irresistível, Jarrett toca estas
pequenas pérolas com limpidez e detalhe,
trazendo-nos todo o leque desta dança de expressividade.
Water Music / Music for the
Royal Fireworks
Christopher Hogwood
Decca
Hogwood e a Academy of Ancient Music interpretam, com mestria e uma clareza admi­
rável, duas das obras mais emblemáticas
para orquestra do compositor, ambas de uma
irresistível exaltação de todas as cores orquestrais.
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Compositores
Händel, George Frideric
97
98
(1732-1809)
Áustria
Clássico
Rinaldo
A Criação
Cecilia Bartoli / Charles Daniels
Decca
Herbert von Karajan
Deutsche Grammophon
Do vasto repertório de óperas de Händel,
escolhemos esta, de uma série de outras
tantas de grande valor, como Giulio Cesar
ou Alcina. A seu tempo, foi a primeira ópera
italiana de Händel a fazer sucesso em Londres. Aqui, ressalvamos a sua força, ritmo
e brilho, muito bem dirigidos por Hogwood.
Com um elenco de luxo, Daniels, Bartoli e
Fink, a valorizarem este tema épico do tempo das cruzadas. Uma excelente relação entre teatro e voz.
Karajan imaginou esta oratória de Haydn
como um drama, conciliando a profunda religiosidade da obra e a sua modernidade, revelando os pormenores da trama sinfónica. A
perfeição da apresentação e a qualidade das
cenas vocais são incomparáveis. De lembrar
que A Criação, de Haydn foi escrita no final
do século XVIII, no seguimento do impacto
que Israel no Egipto de Händel teve no compositor.
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
giulio cesar.................................................................(otter/minkowski) ARCHIV
alcina........................................................................... (flemong/christie) ERATO
a cRIAÇÃO....................................................(bernstein) DEUTSCHE GRAMMOPHON
Compositores
Haydn, Joseph
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(1685-1759)
Alemanha
Barroco
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Compositores
Händel, George Frideric
99
Compositores
(1732-1809)
Áustria
Clássico
Quartetos Op. 77
As Estações
Quarteto Mosaïques
Astrée/Naïve
Karl Böhm
Deutsche Grammophon
O quarteto de cordas constitui o principal elemento da criação de Haydn e uma das formas
mais festejadas pelos clássicos; o músico teria escrito cerca de 66. Os Quartetos Opus 77
figuram entre os últimos de Haydn, que dedicou ao príncipe Lobkowtiz. O Quarteto Mosaïques interpreta-os com contenção e sentido
da dimensão clássica, com grande variedade
de cores, consoante as atmosferas.
As Estações confirmam Haydn não só como
o grande mestre do classicismo, mas também
como um firme precursor do romantismo.
Este oratório, escrito depois da sua grande
obra coral, A Criação, conta com uma característica pouco usual: o texto não inclui personagens bíblicas, mas antes camponeses, nos
seus trabalhos diários, ao longo das estações,
de quem Haydn sabe imprimir, com mestria,
grandes imagens vivas.
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Compositores
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Haydn, Joseph
Outras boas escolhas...
aS eSTAÇÕES..................................................................(jacobs) hARMONIA mUNDI
100
101
Compositores
(1732-1809)
Áustria
Clássico
Concertos para Violoncelo
Sonatas para Piano
Jacqueline du Pré
Emi Classics
Glenn Gould
Sony
Haydn apenas escreveu dois concertos para
violoncelo, mas as suas qualidade rítmicas e
melódicas marcaram-lhe o sucesso no repertório violoncelístico e junto do público. Du Pré,
uma das violoncelistas mais emblemáticas do
séc. XX é simplesmente genial, nesta gravação, em que tudo canta a sua emocionante
energia e musicalidade.
A música para piano de Haydn é um dos
seus territórios menos conhecidos, contudo,
de magnífica grandeza estrutural, ousando
tonalidades e efeitos inesperados, num jogo
permanente de linguagens expressivas.
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Compositores
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Haydn, Joseph
Outras boas escolhas...
sONATAS PARA pIANO......................................................(satier) hARMONIA mUNDI
102
103
Alemanha
Contemporâneo
Ligeti, Gyorgy
Compositores
(1895-1963)
(n. 1923)
Hungria / Áustria
Romântico
Sonatas para Viola e Piano
Requiem
Kim Kashkashian / Robert Levin
ECM New Series
Bruno Maderna
Wergo
Hindemith é um marco na história da música,
pela sua seriedade e técnica. O uso do contraponto, combinado com linhas pós-românticas
e neoclássicas, só se torna claro escutando algumas das suas obras. Indicamos a interpretação de Kaskashian, nesta sonata para viola,
não fosse este instrumento tão bem entendido
pelo compositor-violetista.
Para alguns, inaudito, para outros, criador de
obras nebulosas e grandiosas. Ligeti é único! Aproximou-se de técnicas novas, como o
uso da electrónica, revolucionando a música
sacra, dando-lhe um aspecto profundo, místico mas também terrível. Salientamos, sem
dúvidas, o seu Requiem, usado por Stanley
Kubrick no seu filme 2001 - Odisseia no Espaço.
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Compositores
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104
Hindemith, Paul
105
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Hungria
Romântico
Lully, Jean-Baptiste
Compositores
(1811-1886)
(1632-1687)
França
Barroco
Obras para Piano
Suítes
György Cziffra
EMI Classics
Jordi Savall
Alia Vox
Cziffra, desaparecido em 1994, era dotado de
uma capacidade de interpretação excepcional
que não tinha nada de comum com os outros.
No disco, reconhece-se imediatamente o seu
toque, pelo virtuosismo, a energia e a fluidez
sobre o teclado. Estas torrentes de traçados,
de uma suavidade infinita, parecem fazer descer em cascata os acordes mais delicados. E
será que alguém conhece verdadeiramente o
elevado grau de virtuosismo que o piano de
Liszt requer?
Compositor, músico, mas também bailarino,
era cortesão e cheio de rivalidades. Criador
do estilo “abertura à francesa”, ficou muito
conhecido pelas obras pomposas, a exemplo
das aberturas e das suítes – era músico de
Luís XIV, claro! Salientamos a visão alegre e
dinâmica de Savall para a Alia Vox.
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Compositores
Liszt, Franz
Outras boas escolhas...
oBRAS PARA pIANO..........................................................................(brendel) REGIS
oBRAS PARA PIANO............................................................................. (bolet) DECCA
106
107
(1860-1911)
Áustria
Pós-Romântico
Missa de Notre Dame
O Canto da Terra
Marcel Pérès
Harmonia Mundi
Kathleen Ferrier, Bruno Walter
Naxos/Intégral
Marcel Pérès e o Ensemble Organum conseguem transmitir o verdadeiro estilo da Idade
Média? Revolucionários na visão musical e
postura vocal, tornam-se o ideal para uma
abordagem a este compositor. Muito importante para entendermos a tradição vocal desta
época. Simples, afectuoso, poético e rudimentar.
Terminado em 1908, isto é, três anos antes
da morte de Mahler, este Canto da Terra encerra um período doloroso: o compositor acabara de perder a sua filha, depois, o seu lugar
em Viena e, por fim, fica a saber que sofre
de uma doença grave. Em seis andamentos (oiçam “O Adeus”), este canto do cisne
mahleriano é aqui sublimado pela voz tão única de Ferrier, que se funde com uma orquestra
crepuscular.
Compositores
França
Medieval
Mahler, Gustav
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Compositores
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108
Machaut, Guillaume de (1300-1377)
109
Compositores
(1860-1911)
Áustria
Pós-Romântico
Kindertotenlieder
Sinfonia n.° 2 “Ressurreição”
Janet Baker / Sir John Barbirolli
Emi Classics
Otto Klemperer
EMI Classics
Janet Baker e Sir John Barbirolli são marcos
incontronáveis do lied mahleriano. Nesta gravação, três grandes ciclos de canções onde se
inclui o Ich Bin der Welt adhanden gekommen, sobre o qual Mahler terá dito: “Esta canção sou eu próprio”.
A Segunda de Mahler é a primeira do seu ciclo a utilizar a voz. Mahler trabalhou nela de
1888 a 1894. O primeiro andamento, uma
marcha fúnebre, é pungente e, após dois andamentos intermédios, conduz a um dilacerante canto de alto: “Oh pequena rosa vermelha! O homem jaz na dor! Por isso quereria
estar no céu!”
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Compositores
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110
Mahler, Gustav
111
Compositores
(1860-1911)
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Áustria
Pós-Romântico
Sinfonia n.º 5
Sinfonia n.º 9
Pierre Boulez
Deutsche Grammophon
Sir John Barbirolli
Emi Classics
A posteridade não poderia recordar Gustav
Mahler apenas pela sua arte como maestro
ou pelo seu talento na direcção de teatro, nomeadamente da Ópera de Viena. O compositor, que se movia por detrás destas diferentes
máscaras, só foi revelado nos anos 60/70,
graças à obstinação de alguns maestros
(Walter, Klemperer e Bernstein) e ao sucesso
do filme Morte em Veneza, em que Visconti
utiliza o Adagietto da Quinta Sinfonia.
Mahler começou a escrever a sua nona sinfonia em 1908, terminando-a no Verão do ano
seguinte. Em 1907, foi-lhe diagnosticado um
problema de coração que muitos consideram
influenciar o tom desta obra, com uma marcada obsessão pela morte e um sentimento
de despedida da vida. A interpretação apaixonada de Barbirolli é simplesmente extraordinária.
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
SINFONIA N.º 5............................................................................... (barbirolli) EMI
SINFONIA N.º 5.............................................(bernstein) DEUTSCHE GRAMMOPHON
SINFONIA N.º 9..................................................(abbado) DEUTSCHE GRAMMOPHON
SINFONIA N.º 9................................................ (karajan) DEUTSCHE GRAMMOPHON
112
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Compositores
Mahler, Gustav
113
França
Barroco
Sonnerie de Sainte-Geneviève
du Mont
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Nikolaus Harnoncourt
Harmonia Mundi
114
Compositores
(1656-1728)
Aluno de Lully e Saint-Colombe, Marin Marais rapidamente atribui à tradição francesa
uma maior maturidade e riqueza. Violista de
renome, Marais escreveu cinco livros para
este instrumento. Destacamos esta fabulosa
obra, delicada e perfeita, na interpretação de
Harnoncourt.
Suitte d’un Goût Etranger
Jordi Savall
Alia Vox
Indispensável será esta obra do IV Livro de
Marin Marais. Savall, em conjunto com Lislevand e Latorre, conseguem exaltar mais liberdade e virtuosismo que qualquer outra interpretação. A importância da fuga para, Marin
Marais, é aqui levada ao extremo vivencial.
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Compositores
Marais, Marin
115
Compositores
(1809-1847)
Alemanha
Romântico
Concerto para Violino
Canções sem Palavras
Viktoria Mullova
Philips
Daniel Barenboim
Deutsche Grammophon
Composto entre 1838 e 1844, é um dos concertos para violino mais famosos do romantismo, sendo obra essencial para qualquer
violinista virtuoso. A sua popularidade devese sobretudo à beleza melódica e intensidade
expressiva aliada à uma extrema dificuldade
de execução.
Mendelssohn compôs inúmeras peças para
piano, algumas delas verdadeiros cumes do
romantismo. Podemos admirar, sem reservas,
as suas numerosas peças curtas, pelas quais
Mendelssohn tinha uma predilecção especial
e o desempenho apurado e perfeito de Daniel
Barenboim.
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Compositores
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116
Mendelssohn, Félix
117
Alemanha
Romântico
Messiaen, Olivier
(1908-1992)
França
Contemporâneo
Elias
Quarteto para o Fim dos
Tempos
Rafael Frühbeck de Burgos
Emi Classics
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Compositores
(1809-1847)
Ensemble Walter Boeykens
Harmonia Mundi
Morreu aos 39 anos, mas atrás de si deixou
uma obra que, embora muitas vezes apelidada de “simplista”, não deverá ser vista com
indiferença. Mendelssohn recuperou Bach
e Händel, não devidamente valorizados até
à sua época. Inspirado nos oratórios destes
grandes mestres do barroco, produziu, em
1846, este Elias. Poderoso na sua vertente
coral, fica nesta interpretação bem visível a
entrega deste elenco de luxo (Jones, Baker,
Gedda e Diskau) a uma obra maior.
Foi durante o seu cativeiro na Alemanha,
em 1940-1941, que Messiaen escreveu
esta obra, uma das mais acessíveis que
haveria de escrever com a Turangalîla.
Oito andamentos compõem esta obra, de
cerca de cinquenta minutos, inspirada
– escreve o compositor – por uma citação do Apocalipse de S. João. Empenhamento espiritual muito forte dos músicos
aqui reunidos.
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Compositores
Mendelssohn, Félix
Outras boas escolhas...
QUARTETO PARA O FIM DOS TEMPOS......................................................(loriod) EMI
118
119
França
Contemporâneo
Monk, Meredith
Compositores
(1908-1992)
(n. 1943)
EUA
Contemporâneo
Catálogo dos Pássaros
Dolmen Music
Anatol Ugorsky
Deutsche Grammophon
Meredith Monk
ECM New Series
Verdadeiramente inovador, Messiaen desenvolveu princípios unificadores ao nível do ritmo, hamonia e melodia. Esta obra, Catálogo
dos Pássaros, surge, com Ugorsky como etérea e quase impressionista, apesar de poder
ser considerada monumental. Foi baseada em
77 cantos de pássaros!
Apesar de norte-americana, embora nascida
no Peru, podemos considerá-la uma “feiticeira-da-voz”. Próxima do minimalismo, de Reich, Riley e Glass, diferencia-se pelo notável
trabalho ao nível dos timbres vocais e dos
seus registos. Salientamos este Dolmen Music, pela tradução destas ideias e pela ideia
avant-garde.
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Compositores
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120
Messiaen, Olivier
121
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Compositores
Itália
Maneirismo
Orfeo
Vésperas da Beata Virgem
Gabriel Garrido
K 617
Jordi Savall
Astrée/Naïve
L’Orfeo de Monteverdi (1607) representa a
base de todo o teatro musical. Esta “favola in
musica” (uma fábula em música), que combina árias, recitativos, elementos mímicos, dança, coros e interlúdios orquestrais, irá alimentar toda a ópera ocidental, de Lully a Britten.
Interpretação quente e eminentemente latina
da orquestra de Garrido, num intrínseco trabalho de grupo, como poucos.
Savall assinou a versão absoluta das Vésperas
da Beata Virgem. Verdadeira síntese da música do seu tempo, a partitura de Monteverdi
rompe com o quadro habitual da música religiosa, herdada do Renascimento, indo buscar uma nova inspiração na ópera. A chama
e a espiritualidade libertam-se da leitura de
Savall, numa compreensão íntima do pensamento monteverdiano.
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
orfeo............................................................................(jacobs) HARMONIA MUNDI
orfeo...................................................................................(gardiner) UNIVERSAL
VÉSPERAS DA BEATA VIRGEM........................................................(gardiner) aRCHIV
VÉSPERAS DA BEATA VIRGEM...........................................(jacobs) hARMONIA mUNDI
122
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Compositores
Monteverdi, Claudio (1567-1643)
123
Compositores
Itália
Maneirismo
Mozart, Wolfgang Amadeus
(1756-1791)
Áustria
Clássico
Oitavo Livro de Madrigais
Così Fan Tutte DVD
La Venexiana
Glossa
John Eliot Gardiner
Archiv
Claudio Cavina e “La Venexiana” são profundos, quentes, perfeitos para este Oitavo Livro
de Madrigais, talvez o mais importante, dada
a densidade de obras como Ballo delle Ingrate, Lamento della Ninfa e Combattimento di
Tancredi e Clorinda.
Se quer decobrir uma das raras encenações
de ópera do maestro John Eliot Gardiner, tem
de ver este Così. Uma cenografia que respeita
as personagens e os seus sentimentos, imersa
em décors e guarda-roupa em inebriantes tons
pastel. O engano em disputa com o verdadeiro amor, o riso com a ternura. Um verdadeiro
cartão de visita da sensibilidade mozartiana!
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Compositores
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no ponto de escuta FNAC e
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Monteverdi, Claudio (1567-1643)
Outras boas escolhas...
COSÌ FAN TUTTE .............................................................(jacobs) HARMONIA MUNDI
COSÌ FAN TUTTE.......................................................................................(bohm) EMI
124
125
Compositores
(1756-1791)
Áustria
Clássico
Concertos para Piano n.º 14, 17
e 21
Concerto para Clarinete
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Jack Brymer / Neville Marriner
Philips
Maria João Pires
Deutsche Grammophon
“Há qualquer coisa de inumano (ou de sobre-
-humano) na música de Mozart. Provavelmente, a sua proposta tem algo de milagroso”. Estas palavras de Jouve podem ter uma
certa ressonância ao ouvir este Concerto para
Clarinete, última obra orquestral de Mozart.
Marriner recria uma doce atmosfera, simultaneamente suave e de grande elegância.
Entre as obras mais reveladoras do génio de
Mozart encontram-se os seus concertos para
piano. A composição intuitiva, de temas melódicos, extremamente belos e desarmantes,
contados com diálogos entre o solista e a orquestra, é aqui magistralmente interpretada
por Maria João Pires e Claudio Abbado.
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Compositores
Mozart, Wolfgang Amadeus
Outras boas escolhas...
cONCERTOS PARA pIANO 14, 17 E 21............................................ (haskil) ARCHIPEL
CONCERTOS PARA PIANO 14, 17 E 21................................................... (fischer) EMI
126
127
Compositores
(1756-1791)
Áustria
Clássico
The Mozart Recordings
Concertos para Violino
Emil Gilels
Deutsche Grammophon
Yehudi Menuhin
EMI Classics
Magnífico, este Mozart de Gilels, o pianista
que sabe ver nas teclas de Mozart as suas
sombras e tempestades. Entre estas jóias
encontra-se a lendária gravação do Concerto
para Dois Pianos, em Viena, onde Gilels toca
com sua filha, sob a direcção de Karl Böhm.
Entre Abril e Dezembro de 1775, Mozart escreveu cinco dos seus concertos para violino.
O seu estilo elegante gere algumas frases lânguidas e dramáticas, de que Mozart detém o
segredo, e também alguns traços de virtuosismo que o intérprete tem de negociar com
a maior naturalidade. O desempenho de Menuhin, absolutamente fluido e melodioso, está
carregado de humanismo e de luminosidade.
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no ponto de escuta FNAC e
oiça o disco correspondente.
Compositores
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no ponto de escuta FNAC e
oiça o disco correspondente.
128
Mozart, Wolfgang Amadeus
129
Compositores
(1756-1791)
Áustria
Clássico
Don Giovanni
A Flauta Mágica
Carlo Maria Giulini
EMI Classics
Otto Klemperer
EMI Classics
A ópera das óperas. A obra-prima das obras-primas: Don Giovanni merece todos os
superlativos. O mais perfeito drama lírico jamais escrito. Sobretudo, quando um maestro
e os seus cantores lhe imprimem um tal sinal
distintivo. A força, o lirismo, a farsa, a tristeza e a alegria: com verdadeiro humanismo,
Giulini dirige uma equipa absolutamente
infalível.
Trata-se de uma das últimas óperas de Mozart, e aqui já não estamos na poesia frívola e
dramática das obras italianas, mas antes no
“singspiel” alemão, em que as árias, os duetos e as harmonizações são introduzidos por
diálogos falados. Todos os intérpretes aqui
reunidos são truculentos actores/cantores,
sob a batuta radiosa de Klemperer.
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no ponto de escuta FNAC e
oiça o disco correspondente.
Compositores
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oiça o disco correspondente.
Mozart, Wolfgang Amadeus
Outras boas escolhas...
A FLAUTA MÁGICA.................................................................................. (davies) TDK
A FLAUTA MÁGICA.................................................................................(solti) DECCA
130
131
Compositores
(1756-1791)
Áustria
Clássico
Quintetos de Cordas
Missa em Dó Menor
Quarteto Talich
Calliope
Philippe Herreweghe
Harmonia Mundi
Uma atrás da outra, Mozart compõe, em
1787, duas obras sublimes: os Quintetos K
515 e 516. Será possível ver, na sua dolorosa atmosfera, uma premonição da morte do
seu pai, ocorrida poucos dias após concluir
estas obras? Os músicos do Quarteto Talich
vivem esta música com paixão, profundidade e sentido de grandiosidade trágica.
Seguramente a maior obra religiosa de Mozart, juntamente com o seu último Requiem.
A obra, incompleta, criada em 1783, constitui uma síntese genial da arte dos mestres
antigos (Bach) e das audácias da sua época:
a evocação da desordem profunda ombreia
com a mais intensa alegria. Versão das mais
humanas de Herreweghe.
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Compositores
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132
Mozart, Wolfgang Amadeus
133
Compositores
(1756-1791)
Áustria
Clássico
Música Maçónica
As Bodas de Fígaro
Stran Kertész
Decca
Karl Böhm
Deutsche Grammophon
O envolvimento de Mozart na Maçonaria foi
frequentemente comentado. O seu empenho
foi total e sincero, tendo o compositor escrito
para ela algumas das suas mais belas obras.
A Música Maçónica Fúnebre, em particular, é
uma perturbadora meditação sobre a morte.
Nela se misturam a fé, a consternação e a
aspiração à paz.
A loucura musical de Mozart, inspirada em
Mariage de Figaro de Beaumarchais, é a ópera mozartiana mais equilibrada: crítica social
desbragada, os excessos teatrais enquadram
páginas de total lirismo e pudor, verdadeiros
espelhos psíquicos das personagens. Böhm
oferece-nos uma versão clássica, ideal simbiose do verbo e da música.
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Compositores
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Mozart, Wolfgang Amadeus
Outras boas escolhas...
AS BODAS DE FÍGARO............................................(böhm) DEUTSCHE GRAMMOPHON
AS BODAS DE FÍGARO..................................... (gardiner) DEUTSCHE GRAMMOPHON
134
135
Compositores
(1756-1791)
Áustria
Clássico
Requiem
Karl Böhm
Deutsche Grammophon
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O Requiem de Mozart mantém-se uma das
obras mais populares de todo o seu repertório. É bem viva a imagem romântica, levada
ao extremo, de um Mozart assombrado pela
morte, compondo com ardor o seu próprio
Requiem. Böhm pinta com grandiosidade as
cores tenebrosas e as inquietudes metafísicas
desta obra-prima aterradora.
Sonata para 2 Pianos em Ré
Maior
Murray Perahia, Radu Lupu
Sony Classical
“Mozart não é pretexto para especulações estéticas. Mozart é uma pedra de toque para o
coração: ele protege-nos contra a doença do
gosto, do espírito e dos sentimentos. Tem um
coração de homem simples, nobre, são…”
Perahia e Lupu fazem suas estas belas palavras do pianista Edwin Fischer, ao nos proporcionarem uma das mais sensíveis versões da
Sonata para 2 Pianos em Ré Maior.
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Compositores
Mozart, Wolfgang Amadeus
Outras boas escolhas...
REQUIEM..........................................................................................(spering) NAIVE
REQUIEM................................................................... (malgoire) HARMONIA MUNDI
136
137
Compositores
(1756-1791)
Áustria
Clássico
Sinfonias n.º 35-41
Sonatas para Piano
Karl Böhm
Deutsche Grammophon
Friedrich Gulda
Deutsche Grammophon
As últimas grandes sinfonias de Mozart, a Haffner, a Linz, a Praga, a Júpiter e, obviamente,
a Quadragésima, em sol menor, a tonalidade
mais dolorosa em Mozart, desde o primeiro
trágico andamento ao sublime minuete, numa
leitura viva de Böhm.
Friedrich Gulda foi um dos grandes pianistas
do repertório mozartiano e incontornáveis são
as suas leituras da obra do compositor aqui
reunidas. Mestre do fraseado e dos movimentos, da sonoridade, ao mesmo tempo seco e
sensual, sempre capaz de ir até ao fundo de
uma partitura.
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Compositores
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Mozart, Wolfgang Amadeus
Outras boas escolhas...
SONATAS PARA PIANO.................................................................... (pires) BRILLIANT
SONATAS PARA PIANO............................................................(badura-skoda) NAIVE
138
139
Compositores
(1839-1881)
Rússia
Nacionalismo
Quadros de uma Exposição
Canções e Danças da Morte
Vladimir Ashkenazy
Decca
Boris Christoff
EMI Classics
Os Quadros de uma Exposição são a obra para
piano mais importante do compositor russo,
sendo uma das mais originais composições
do romantismo. Música descritiva, que recolhe uma infinidade de sugestões expressivas
num passeio de pintura para pintura, numa
exposição, sob a unidade de um pensamento
musical de singular poder.
O trabalho de Mussorgksy reservado às canções constitui um dos seus aspectos mais
originais e de qualidade indiscutível. Neste
disco, encontramos um dos seus ciclos mais
importantes, marcados de solidão e desespero, numa escrita de descrições e elementos
teatrais. Aqui, como seu intérprete por excelência: Boris Christoff.
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Compositores
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140
Mussorgsky, Modest Petrovich
141
Bélgica
Renascimento
Orff, Carl
Compositores
(1420-1497)
(1895-1982)
Alemanha
Contemporâneo
Ockeghem Collection
Carmina Burana
Clerks Group
Gaudeamus
Eugene Ormandy
Sony
Compositor franco-flamengo (1420-1497),
professor de Desprez e de De La Rue, é um
compositor fundamental da história da música, criando uma nova linguagem polifónica, a
partir do estilo francês e flamengo, teorizando
sobre o contraponto. Wickham e The Clercks’
Group trazem-nos a mais fina e melhor interpretação de Ockeghem.
Esta obra lança Orff para a fama. Carmina
Burana (Contos de Buren) é um conjunto de
textos em latim e alemão da Idade Média,
mas aqui com uma nova composição, em que
o estilo de Orff, “dar primazia ao ritmo”, se
vislumbra pela força e magia. Esta cantata ficou célebre durante o século XX. Escolhemos
esta interpretação pelo seu equilíbrio.
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Compositores
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Ockeghem, Johannes
Outras boas escolhas...
CARMINA BURANA............................................ (jochum) DEUTSCHE GRAMMOPHON
CARMINA BURANA..............................................................................(Hickox) REGIS
142
143
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Itália
Romântico
Palestrina
Compositores
(1782-1840)
(1525-1594)
Itália
Renascimento
Concertos para Violino
Missas
Salvatore Accardo
Deutsche Grammophon
Tallis Scholars
Gimell
Paganini é conhecido pela sua lendária espectacularidade. Violinista diabólico, contam os
contemporâneos, chegava a partir as cordas
do seu violino em concerto, continuando sem
impedimentos. Podemos dizer que quer nos
seus caprichos quer nos seus concertos todas
as possibilidades de um violino são exploradas, exigindo do intérprete o domínio completo de um violino veloz e pirotécnico.
A este compositor italiano do séc. XVI, profundamente ligado a Roma, lugar onde desenvolveria o grosso do seu trabalho, devemos
a grande mestria no campo da composição
polifónica. Compositor de vasta obra, em que
se incluem motetos e madrigais, é nas suas
inúmeras missas que melhor lhe apreciamos
o génio. Os Tallis Scholars são exemplares.
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Compositores
Paganini, Niccolò
Outras boas escolhas...
24 caprichos.........................................................................................(rabin) EMI
24 caprichos................................................................................... (perlman) EMI
144
145
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Estónia / Áustria
Contemporâneo
Compositores
Pergolesi, Giovanni Battista (1710-1736)
(n. 1935)
Itália
Barroco
Tabula Rasa
Stabat Mater
Gidon Kremer
ECM
Rinaldo Alessandrini
Opus 111/Naïve
Este é “o” disco de Arvo Pärt que se deve ter.
Não são só as suas melhores obras, como nos
são trazidas por artistas de primeira linha.
Tabula rasa, em particular, obra “planante”,
para silêncio e cordas, é a quintessência
do estilo de Pärt: “Descobri que quando
uma única nota é tocada na perfeição, é o
suficiente.”
Para este sublime poema, dedicado à dor da
Virgem aos pés da Cruz, Pergolese escreveu
uma obra-prima, entre a música sacra e a
música dramática, pungente de uma ponta
à outra. Alessandrini propõe-nos uma versão depurada nos seus efeitos, mas colorida,
acentuando mesmo determinadas articulações, para sugerir um soluçar, uma emoção.
Magnífico.
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
Alina............................................................................ (spivakov) ECM NEW SERIES
fratres................................................................................................. (studt) EMI
STABAT MATER................................................................................(rousset) DECCA
STABAT MATER...................................................(abbado) DEUTSCHE GRAMMOPHON
146
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Compositores
Pärt, Arvo
147
França
Medieval
Compositores
Poulenc, Francis
(1160-1236?)
(1899-1963)
França
Contemporâneo
Pérotin
Voz Humana
The Hilliard Ensemble
ECM New Series
Felicity Lott
Harmonia Mundi
Impressionante interpretação de Hilliard Ensemble, das obras de Pérotin. Ligado à nova
catedral de Notre-Dame de Paris, às organa
e aos conduit, em que o tenor e as restantes
vozes têm papéis bem definidos. À sua volta
e do seu predecessor Leonin, surge a famosa
“Escola de Notre-Dame”.
Poulenc fazia parte do Grupo dos Seis, valorizava o jazz, o music-hall, o circo e os temas
populares. Salientamos esta tragédia-lírica em
um acto, que conta a história de uma separação por telefone. Felicity Lott impregna este
texto de modernismo, apesar da simplicidade
e emoção. É uma peça expressionista, algo
diferente da restante obra de Poulenc.
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Compositores
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148
Pérotin
149
Compositores
(1891-1953)
Rússia
Contemporâneo
Concertos para Piano
Guerra e Paz DVD
Vladimir Ashkenazy / André Previn
Decca
Hughe R. Gall
TDK
Ao lado dos concertos de Rachmaninov, os
cinco concertos para piano de Prokofiev são
hoje pedra angular do repertório russo para
piano do séc. XX, e o terceiro concerto é uma
das obras de interpretação obrigatória para
qualquer solista. Ashkenazy e Previn são incomparáveis nesta gravação. Colossal, o Guerra e Paz gravado na Ópera Bastille. Uma
partitura que junta o amor (primeira parte) e as cenas de
guerra napoleónica. Uma encenação espectacular e um
conjunto notável de jovens cantores actores cheios de carisma e de uma admirável credibilidade cénica. Como bónus,
um filme excepcional sobre os bastidores desta aventura.
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Compositores
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150
Prokofiev, Sergey
151
Compositores
(1891-1953)
Rússia
Contemporâneo
Romeu e Julieta
Pedro e o Lobo DVD
Valery Gergiev
Philips
Arthaus
Este conto-musical escrito por Prokofiev, em 1936, é
hoje um best-seller, dado o carácter fabuloso e didáctico da obra. Apoiamos esta magnífica edição em DVD
pela estética e alta qualidade. Dirigida a todos os públicos, é hoje um elemento didáctico, em especial para
os mais novos. Cremos que se irá tornar numa edição
de culto, num futuro próximo.
Um lirismo inesgotável, uma invenção melódica e rítmica a cada instante e, Romeu e
Julieta (1935) é a obra-prima de Prokofiev.
Gergiev aborda esta música flamejante, contando, colorindo, insuflando passos e teatro a
cada instante.
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Compositores
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Prokofiev, Sergey
Outras boas escolhas...
PEDRO E O LOBO......................................................................(Cassuto) MOVIEPLAY
PEDRO E O LOBO......................................................................(nagano) PENTATONE
152
153
Rússia
Contemporâneo
Puccini, Giacomo
Compositores
(1891-1953)
(1858-1924)
Itália
Pós-Romântico
Cinderela DVD
La Bohème
Valery Gergiev
Arthaus
Montserrat Caballé, Placido Domingo
Rca
De estilo neo-romântico, Prokofiev escreveu um dos
mais belos ballets russos. Em 1947, quando escreveu
a peça, estava mais maduro e próximo dos contemporâneos, se bem que mais nacionalista. A escolha
fixa-se no DVD da Arthaus com o Ballet Nacional de
Lyon. Visão tétrica, perturbadora, mas encantadora.
Boa musicalidade, encenação diferente.
A história da costureirinha Mimi e do poeta Rodolfo, na Paris boémia do século XIX,
com a sua ternura romântica, as suas cenas
divertidas e o seu fim dilacerante, inspirou
Puccini na sua ópera mais melodiosa! A
orquestra, numa aposta entre o melodramático e o brilhante, deixa que as vozes se abram,
em longas frases reluzentes. O par Domingo e
Caballé formam a escolha ideal.
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Compositores
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Prokofiev, Sergey
Outras boas escolhas...
bOHÈME............................................................................................ (bEECHAM) EMI
bOHÈME............................................................................................. (pAPPANO) EMI
154
155
Compositores
(1858-1924)
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Itália
Pós-Romântico
Madame Butterfly
Tosca
Mirella Freni, Luciano Pavarotti
Decca
Maria Callas/Victor de Sabata
EMI Classics
Os dois grandes intérpretes de Puccini, de
novo reunidos neste melodrama sentimental oriental: Butterfly desenrola-se no Japão
e relata o destino trágico de Cio-Cio San,
seduzida e depois abandonada pelo oficial
americano Pinkerton. Duro, mas tão pungente!
Em duas horas, os três implacáveis actos de
Tosca conseguem criar um teatro em música
gélido. Existem, certamente, melodias sempre encantadoras e toda aquela volúpia orquestral, mas é sobretudo um drama negro,
sangrento, que asfixia cada protagonista. E,
depois, há a Callas, a eterna Tosca!
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
MADAME BUTTERFLY....................................................................... (Barbirolli) EMI
MADAME BUTTERFLY........................................ (Sinopoli) DEUTSCHE GRAMMOPHON
TOSCA.............................................................. (PAPPANO) DEUTSCHE GRAMMOPHON
TOSCA.............................................................. (kARAJAN) DEUTSCHE GRAMMOPHON
156
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Compositores
Puccini, Giacomo
157
Compositores
(1659-1695)
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Inglaterra
Barroco
Dido e Eneias
Rei Artur
Janet Baker / Anthony Lewis
Decca
Alfred Deller
Harmonia Mundi
Jóia da ópera barroca, drama íntimo de profunda emoção, conta o abandono de Dido,
rainha de Cartago, pelo troiano Eneias. A ópera encerra a tragédia com a morte de Dido,
dando lugar a uma das mais belas e dolorosas
árias da lírica barroca “When I am Laid”.
Ao contrário de Dido e Eneias, a única ópera
integralmente cantada de Purcell, Rei Artur
mistura texto falado, árias e coros. E tudo isto
com uma prodigiosa imaginação: a ária e o
coro do frio, a ária de Vénus “Fairest Isle…”
Rei Artur é uma ópera digna de ser levada
para uma ilha deserta. Gravação histórica do
pioneiro Deller.
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Compositores
Purcell, Henry
Outras boas escolhas...
dIDO E eNEAS...................................................................................... (haim) VIRGIN
158
159
Inglaterra
Barroco
Music for a While
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Alfred Deller
Harmonia Mundi
160
Compositores
(1659-1695)
Music for a While foi gravado uns meses antes do desaparecimento do contratenor inglês
Alfred Deller. Oiça-se o requinte da palavra,
esse timbre tão único que destaca cada sílaba, que pesa cada suspiro e magicamente
suspende o seu fôlego. William Christie, no
cravo, tece um baixo contínuo quase apaixonado pela voz à qual serve de base.
Música para as Cerimónias
Fúnebres da Rainha Maria
John Eliot Gardiner
Erato
O maestro inglês Gardiner é o guia indispensável para descobrir Purcell: os seus músicos
tocam e sentem esta música com um empenho visceral. Deve-se dizer que esta música
(composta para as cerimónias fúnebres da
rainha, em Março de 1695) é absolutamente
pungente. Oiçam a marcha introdutória, que
pontua o cortejo fúnebre, com os seus metais
evocatórios.
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Compositores
Purcell, Henry
161
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Rússia
Pós-Romântico
Rameau, Jean-Philippe (1683-1764)
Compositores
(1873-1943)
França
Barroco
Obras para Piano
Grandes Motetos
Vladimir Ashkenazy
Decca
William Christie
Erato
Todo o génio de Rachmaninov, nestes Concertos para Piano: o lirismo pós-romântico, esta
fuga sonora generosa e também este fantástico virtuosismo que ilustra o grande pianista
que foi igualmente o compositor russo. Uma
versão plena de urgência, mas também de
elegância e de brio.
Numa vida anterior, William Christie foi americano. Depois, veio a instalar-se em França,
onde a sua paixão pelo repertório barroco francês, aliado a um trabalho de desbravamento
sem igual, deu a descobrir ao público páginas
de inteiro esplendor. Entre os compositores fetiche de Christie e dos seus Arts Florissants,
encontra-se o compositor de Dijon, Jean-Philippe Rameau, que conheceria a sua hora de
glória sob o reinado de Luís XV.
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Compositores
Rachmaninov, Sergey
Outras boas escolhas...
Prelúdios..............................................................................(bereszovky) MIRARE
cONCERTO PARA PIANO N.º 3...................................................... (argerich) PHILIPS
162
163
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Compositores
França
Barroco
Ravel, Maurice (1875-1937)
França
Pós-Romântico / Contemporâneo
Platée DVD
Bolero
Marc Minkowski
TDK
Pierre Boulez
Deutsche Grammophon
Um espectáculo de ópera a não perder. O par
formado pelo maestro Marc Minkowski e Laurent Pelly veio refrescar esta opereta barroca
com uma verve extraordinária. Esta história,
da rã que se apaixona por um deus, é tratada
com uma ironia teatral espantosa (e a riqueza
dos cenários!) e uma orquestra e cantores superlativos. Soberbamente filmado.
Toda a gente conhece o Bolero de Ravel!
Diz-se até que é a obra mais tocada no mundo e que quando termina num qualquer lugar, logo se inicia noutro. Todas as páginas
orquestrais do compositor francês se elevam,
de resto, ao mesmo nível: ouvir a orquestra
de Ravel é deixar-se inebriar pelo elixir mais
mágico.
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Compositores
Rameau, Jean-Philippe (1683-1764)
Outras boas escolhas...
cASTOR E POLLUX........................................................ (CHRISTIE) HARMONIA MUNDI
OBRAS PARA tECLA..................................................... (THARAUD) HARMONIA MUNDI
164
165
Compositores
França
Pós-Romântico / Contemporâneo
Rimski-Korsakov, Nicolai
(1844-1908)
Rússia
Nacionalismo
Concertos para Piano
Schéhérazade
Samson François
Emi Classics
Kiril Kondrachine
Philips
O testamento musical de Ravel! No Concerto
em Sol, o rigor clássico dá lugar às influências do jazz e da música americana (oiçam o
melancólico e sublime segundo andamento),
enquanto que o Concerto para a Mão Esquerda resulta de uma encomenda feita por Paul
Wittgenstein, que veria a sua mão direita amputada durante a I Guerra Mundial.
Shéhérazade, inspirado num conto oriental,
é a obra de um dos maiores orquestradores
da história da música. Uma obra épica, cintilante, eminentemente poética, em que a
orquestra é, só por si, um livro de imagens.
Versão caleidoscópica, de referência, de Kondrachine, acompanhada aqui de outros belos
poemas sinfónicos de Rimski-Korsakov.
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Compositores
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166
Ravel, Maurice (1875-1937)
167
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Espanha
Pós-Romântico / Nacionalismo
Rossini, Gioacchino
Compositores
(1901-1999)
(1792-1868)
Itália
Romantismo
Concerto de Aranjuez
O Barbeiro de Sevilha DVD
Narciso Yepes
Deutsche Grammophon
Gianluigi Gelmetti
Decca
Rodrigo, desaparecido há alguns anos, é um
representante da escola neoclássica espanhola. Este concerto para guitarra assegurou-lhe
uma notoriedade mundial jamais desmentida.
Uma peça cheia de poesia nocturna, na qual
guitarra e orquestra dialogam, em tons sucessivamente ternos, suaves e exuberantes.
A maior ópera de Rossini, uma das mais conhecidas mundialmente, faz justiça à capacidade que Rossini tinha de
fazer equivaler o bel-canto com a parte orquestral. Composta em 1816, escolhemos para representar esta ópera
uma produção do Teatro Real de Madrid, em que Diego
Flores e Maria Bayo contagiam qualquer espectador.
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
CONCERTO DE ARANJUEZ............................................................(marriner) PHILIPS
CONCERTO DE ARANJUEZ....................................(dutoit) DEUTSCHE GRAMMOPHON
O BARBEIRO DE SEVILHA....................................(abbado) DEUTSCHE GRAMMOPHON
O BARBEIRO DE SEVILHA..............................................................................(gui) EMI
168
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Compositores
Rodrigo, Joaquín
169
Itália
Romantismo
Saint-Saëns, Camille (1835-1921)
Compositores
(1792-1868)
França
Pós-Romântico
Cinderela
Carnaval dos Animais
Claudio Abbado
Deutsche Grammophon
Charles Dutoit
Decca
De título La Cenerentola, esta ópera tem vindo a conquistar público internacionalmente. Escolhemos este DVD,
recentemente editado, pelo seu equilíbrio interpretativo.
Trata-se de uma versão filmada em que alguns dos solistas, nomeadamente Von Stade, se encontram ao melhor
nível. Cativante!
Deste ecléctico compositor francês, muito culto e inteligente, reservamos o carácter didáctico da obra O Carnaval dos Animais. Tratase de uma fantasia humorística e zoológica.
Saint-Saëns não valorizava a obra, recusando-
-se inclusive, a dirigi-la. No entanto, seria bastante divulgada e apreciada, posteriormente.
O maestro Charles Dutoit deixa neste cd uma
excelente interpretação.
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Compositores
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Rossini, Gioacchino
Outras boas escolhas...
sansao et dalila...................................................................(davies) THE WARNER
170
171
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França
Contemporâneo
Scarlatti, Alessandro
Compositores
(1866-1925)
(1660-1725)
Itália
Barroco
Gymnopédies
Stabat Mater
Daniel Varsano
Sony Classical
Gérard Lesne
Virgin Classics
Para uns, Satie foi um precursor de génio,
para outros, um mistificador (mas um mistificador genial!). Diz-se que viveu uma vida de
eremita, “feita de renúncia, de intransigente
pureza, de pobreza e de humilde grandiosidade”. Confrontação sedutora com o Satie de
Quéffelec neste disco que reúne as Gymnopédies e as Gnossiennes, por Daniel Varsano.
Atenção! Não confundir os dois Scarlatti:
Alessandro, o pai, é essencialmente ilustrado
na música vocal (em particular, este extraordinário e pungente Stabat Mater), enquanto
Domenico, o filho, se destacou na música
para cravo. Gérard Lesne canta e dirige, com
prodigiosa interioridade.
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Compositores
Satie, Erik
Outras boas escolhas...
GYMNOPÉDIES.......................................................(roge) DEUTSCHE GRAMMOPHON
GYMNOPÉDIES................................................................................... (ciccolini) EMI
172
173
Itália
Barroco
Scarlatti, Domenico
Compositores
(1660-1725)
(1685-1757)
Itália
Barroco
Griselda
Sonatas
René Jacobs
Harmonia Mundi
Pierre Hantaï
Mirare
Excelente elenco e performance para esta
extensa mas bela ópera barroca. Temos, em
especial, uma Dorothea Roschmann e uma
Bernarda Fink ao nível daquilo que podemos
esperar de uma obra de grande qualidade.
A riqueza orquestral e melódica desta obra
trouxe-a, de novo, aos lugares cimeiros, em
especial, para os amantes deste período excepcional, dado que tinha entrado no esquecimento.
Na escrita barroca para tecla, Scarlatti é um
dos mais brilhantes representantes. O compositor, que passou boa parte da sua vida em
Portugal, na corte de D. João V, deixou um
legado de mais de 550 sonatas, obras de uma
magnífica riqueza explorativa, que abrem caminho ao que será a futura sonata clássica.
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no ponto de escuta FNAC e
oiça o disco correspondente.
Compositores
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174
Scarlatti, Alessandro
175
Compositores
(1874-1951)
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Áustria
Contemporâneo
Noite Transfigurada
Pierrot Lunar
Herbert von Karajan
Deutsche Grammophon
Pierre Boulez
Deutsche Grammophon
Deste compositor realçamos uma das obras
iniciais, o sexteto Noite Transfigurada, aqui
numa versão orquestral. De difícil compreensão, Schöenberg revelou-se pelo uso da atonalidade e do dodecafonismo. A sua influência seria notória em Berg e Webern – a Escola
de Viena. Esta obra, tal como Gurrelieder,
revela-se de uma maior tonalidade.
O uso do Sprechgesang está ligado a este
compositor. Boulez consegue aqui um ensemble notável. Pierrot Lunar é, nada mais, do
que uma obra expressionista e moderna, um
cabaret dramático ou um teatro musical que
chocou o público, pouco habituado. Schaeffer
entoa este canto-falado (Sprechgesang) por
detrás de uma musicalidade inconstante.
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Compositores
Schöenberg, Arnold
Outras boas escolhas...
NOITE TRANSFIGURADA.................. ..(la salle quartet) DEUTSCHE GRAMMOPHON
NOITE TRANSFIGURADA....................... ..(hollywood string quartet) TESTEMENT
176
177
Compositores
(1797-1828)
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Áustria
Clássico
Lieder
Quarteto n.º 14
Gundula Janowitz
Deutsche Grammophon
Takács Quartet
Hyperion
Ao pôr em música os maiores poetas alemães, Schubert soube encontrar as entoações
e os cambiantes mais certos. É por isso que,
na lied de Schubert, não é possível demarcar
o piano da voz: mais do que um instrumento de acompanhamento, ele é um verdadeiro
parceiro. A soprano alemã, Gundula Janowitz,
oferece-nos aqui um maravilhoso exemplo.
Um dos quartetos mais extraordinários da
história da música. Verdadeiro monumento de
intensidade e tensão, onde Schubert escreve
o diálogo da esperança com o medo vivido
da morte.
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
Lieder............................................................(JANOWITZ) DEUTSCHE GRAMMOPHON
Lieder.................................................................................................. (LUDWIG) EMI
Lieder.............................................................................................(BOSTRIDGE) EMI
Quarteto 14................................................................ (BORODIN QUARTET) ELATUS
178
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Compositores
Schubert, Franz
179
Compositores
(1797-1828)
Áustria
Clássico
Quinteto “A Truta”
Sonatas para Piano
Amadeus Quartet
Deutsche Grammophon
Wilhelm Kempff
Deutsche Grammophon
Este quinteto, composto em 1819, a partir de
um lied escrito dois anos antes, é uma das
obras emblemáticas do repertório de câmara.
Obra luminosa e feliz, mas com marcantes
e inesperados momentos de introspecção, a
que esta interpretação faz justiça plena.
Schubert escreveu sonatas, onze delas completas, mas apenas três foram publicadas
durante a sua vida. Incrivelmente, apenas
nos anos 40 foi dada a merecida projecção
e devido valor a esta música. As três últimas
sonatas, compostas algumas semanas antes
da morte do compositor, aos 21 anos, são a
suma de toda a arte poética e pianística de
Schubert, aqui, na leitura magnífica e incontornável de Alfred Brendel.
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Compositores
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Schubert, Franz
Outras boas escolhas...
ÚLTIMAS TRÊS SONATAS................................................................. (BRENDEL) DECCA
SONATAS.......................................................................................... (SOKOLOV) NAIVE
180
181
Compositores
(1797-1828)
Áustria
Clássico
Sonata para Arpeggione
Viagem Inverno
Mstislav Rostropovich
Decca
Dietrich Fischer-Dieskau
Deutsche Grammophon
Combinação sagrada, nesta Sonata para
Arpeggione, página das mais populares, que
foi escrita para promover as qualidades de um
instrumento derivado da viola de gamba, irmão do violoncelo (pela forma) e da guitarra
(com as suas seis cordas). Para ouvir várias
vezes.
Uma longa viagem invernal, de laivos fúnebres, plenos de melancolia e paisagens desoladas: eis como nos surge este ciclo de lieder
de Schubert, onde piano e voz dialogam e se
unem na mais perfeita alquimia. A arte de
Fischer-Dieskau raras vezes foi igualada na
interpretação do lied alemão.
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Compositores
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Schubert, Franz
Outras boas escolhas...
VIAGEM INVERNO.................................................................................. (HOTTER) EMI
VIAGEM INVERNO....................................................................... (GOERNE) HYPERION
182
183
Compositores
(1810-1856)
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Alemanha
Romântico
184
Obras para Piano
Concerto para Violoncelo
Radu Lupu
Decca
Jacqueline du Pré
EMI Classics
Na obra para piano de Schumann encontramos os grandes elementos do romamtismo. A
Kreisleriana, uma das suas peças emblemáticas para este instrumento, que foi dedicada
a Chopin, marca o apogeu do seu virtuosismo
na escrita para piano.
Este concerto, que apenas viu a sua estreia
depois da morte de Schumann, é uma das
suas composições mais conhecidas, marcadas, pela linha que sempre o caracterizou: a
grande intensidade poética. Jacqueline du Pré
é magistral.
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Compositores
Schumann, Robert
185
Compositores
(1810-1856)
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Alemanha
Romântico
186
Concerto para Piano
Lieder
Sviatoslav Richter
EMI Classics
Dietrich Fischer-Dieskau
Deutsche Grammophon
O Concerto para Piano, de Schumann, concluído em 1845, é de uma profunda beleza.
Os seus três andamentos, marcados por uma
intima ligação, mostram o Schumann que recusa o puro desenvolvimento virtuosístico, no
seu sentido superficial, integrando o solista no
grande movimento da orquestra.
Para além da referência obrigatória da obra
de Franz Schubert ser o primeiro grande compositor de lieder, Schumann foi o seu grande centro de evolução, que para muitos é o
autor mais profundamente representativo.
Schumann, que tinha um profundo interesse
por poesia, encontrou no lied a via ideal para
fundir as suas inclinações poéticas e musicais
nesta manifestação artística.
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Compositores
Schumann, Robert
187
Compositores
(1906-1975)
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Rússia
Contemporâneo
The Jazz Album
Quartetos para Cordas
Riccardo Chailly
Philips
Borodin Quartet
Virgin
Shostakovich compôs inúmeros “desvios” musicais, paralelamente aos seus ciclos de sinfonias ou de quartetos de cordas. Entre eles, as
Suítes para orquestra de jazz (que englobam
Valsas, Polkas, fox-trot) compostas nos anos
1930. Muito agradável de escutar … antes de
passar para as outras obras de Shostakovich.
Os quartetos para cordas de Shostakovich são dos
mais importantes monumentos musicais de câmara do séc. XX. Este tipo de composição acompanhou toda a vida do compositor, tornando-se
um grande exemplo da sua marca de génio.
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
JAZZ SUÍTES.............................................................................. ..(jablonsky) NAXOS
JAZZ SUÍTES............................................................................. ..(kuchar) BRILLIANT
QUARTETOS PARA CORDAS........................... ..(st. petersburg quartet) HYPERION
QUARTETOS PARA CORDAS...................... ..(jerusalem quartet) HARMONIA MUNDI
188
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Compositores
Shostakovich, Dmitry
189
Rússia
Contemporâneo
Sibelius, Jean
Concerto para Violino, Tapiola,
Finlândia
Tatiana Nikolayeva
Hyperion
Christian Ferras, Herbert von Karajan
Deutsche Grammophon
Grande pianista, Nikolayeva entendia e convivia com Shostakovich. A proximidade de ambos levaria o compositor a escrever estes Prelúdios e Fugas, para Nikolayeva. Denota-se
uma inspiração bachiana e, ao mesmo tempo,
uma postura soviética, entre o medieval e o
sofisticado! A artista falece em São Francisco,
em 1993, enquanto interpretava esta obra.
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(1865-1957)
Finlândia
Pós-Romântico
Prelúdios e Fugas
Outras boas escolhas...
Compositores
(1906-1975)
Inesquecível Sibelius! O seu Concerto para
Violino, ardente e lírico, assemelha-se a um
fogo sobre o gelo. Como complemento, dois
poemas sinfónicos, de enorme força telúrica. Oiçam só o princípio de Tapiola. Que
potência!
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Compositores
Shostakovich, Dmitry
Prelúdios e Fugas................................................................... (nikolayeva) REGIS
SINFONIAS 6 E 9...........................................(bernstein) DEUTSCHE GRAMMOPHON
190
191
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Alemanha
Contemporâneo
Strauss, Johann
Compositores
(n. 1928)
(1825-1899)
Áustria
Romântico / Nacionalista
Stimmung
Valsas
Gregory Rose
Hyperion
Willi Boskovsky
Decca
Aluno de Messiaen, Stockausen é o fundador
da “Escola de Colónia”. Fez uma síntese entre a música concreta e a música electrónica.
Referimos este “Stimmung”, de 1967, obra
meditativa e acessível, inspirada na sua visão
das ruínas aztecas no México. A reinvenção
da voz, assim como o recurso a moduladores
e filtros, poderá fazer o ouvinte sorrir perante
o resultado.
Eis! Valsas, polcas, marchas. A musicalidade
e o movimento destas danças de salão inspiraram todo o século XIX. A tradição mantém-se, mesmo no século XXI, em concertos de
ano novo e festivais. O Danúbio Azul ainda
encanta os amantes destas célebres valsas
que encontram nesta edição da Decca uma
excelente direcção de Boskovsky.
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Compositores
Stockhausen, Karlheinz
192
193
Compositores
Compositores
Strauss, Richard
(1864-1949)
Quatro Últimas Canções
O Cavaleiro da Rosa DVD
Elisabeth Schwarzkopf
EMI Classics
Carlos Kleiber
Deutsche Grammophon
Como o nome indica, as Quatro Últimas Canções constituem uma das derradeiras obras
de Richard Strauss. Nas suas longas melodias
para voz aguda, envolvidas numa orquestra
glacial, Strauss despede-se do mundo que
conheceu. Este canto do cisne é vivido por
Elisabeth Schwarzkopf à flor da pele, fazendo
deslizar na sua voz mil inflexões crepusculares.
Encantadora e bela, esta ópera de Richard
Strauss tem algumas edições merecedoras de
atenção. Escolhemos esta versão, dirigida por
Carlos Kleiber, pela sua força e dinamismo.
Uma Gwyneth Jones dominante e pujante,
incrível actriz esta rainha de Bayreuth. Salve
ainda a Fassbënder, que se revela sólida e segura, tal como Lucia Popp.
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Alemanha
Pós-Romântico
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
QUATRO ÚLTIMAS CANÇÕES.......................................................... (norman) PHILIPS
QUATRO ÚLTIMAS CANÇÕES............................(janowitz) DEUTSCHE GRAMMOPHON
O CAVALEIRO DA ROSA........................................................................ (KARAJAN) EMI
194
195
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Alemanha
Pós-Romântico
Stravinsky, Igor Feodorovich
Compositores
(1864-1949)
(1882-1971)
Rússia
Contemporâneo
Electra DVD
A Sagração da Primavera
James Levine
Deutsche Grammophon
Pierre Boulez
Sony Classical
Dramática e poderosa esta interpretação! Um elenco
de luxo, ao nível da exigência desta obra. Uma Nilsson
(Electra) no seu melhor, mas não nos rendemos apenas a
esta solista. Que dizer de Rysanek e Dunn? No fim, um
Metropolitan que colapsa com a “morte” destas personagens.
Eis dois grandes bailados russos de Stravinsky, com os quais se deu a conhecer em
Paris, no ano de 1910, no Théâtre du Châtelet. Representaram, em cada um dos casos,
verdadeiras revoluções musicais, muitas vezes brindadas com o ruído da sala. Hoje, a telúrica Sagração da Primavera continua ainda
a ser o bê-a-bá da música do século XX – uma
das cinco obras mais importantes da história
da música ocidental.
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Compositores
Strauss, Richard
Outras boas escolhas...
ELECTRA...............................................................(BOHM) DEUTSCHE GRAMMOPHON
ELECTRA.............................................................................................(SOLTI) PHILIPS
196
197
Compositores
(1882-1971)
Rússia
Contemporâneo
Pássaro de Fogo
O Rouxinol DVD
Antal Dorati
Mercury
Natalie Dessay
Virgin
Depois de Pássaro de Fogo, bailado saturado de cores selvagens, Pulcinella surge-nos
como uma partitura neoclássica: “um compositor deve reparar os velhos barcos”, declarava
provocadoramente o compositor. No entanto,
o toque de Stravinsky é insubstituível e qualquer obra do composidor russo é um milagre
de imaginação musical e de escrita.
Alice no País das Maravilhas encontra Stravinsky!
Este DVD electrifica pela sua cor e imaginação. Temas
orientais, elementos infantis, animação fértil fazem
com que este Rouxinol não seja apenas mais um remake. A referir temos também a fabulosa interpretação
de Dessay! Enquadrado e etéreo, esta ópera-fantasia
poderá cativar outros públicos.
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Compositores
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198
Stravinsky, Igor Feodorovich
199
Compositores
(1840-1893)
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Rússia
Nacionalismo Romântico
Lago dos Cisnes DVD
O Quebra-Nozes DVD
Margor Fonteyn / Rudolv Nureyev
Deutsche Grammophon
Daniel Baremboim
Arthaus
Para alguns, esta escolha seria um saudosismo, para outros, trata-se de obter um documento único. Uma obra
fundamental, linda e dramática, a juntar a presença de
Margor Fonteyn e Nureyev! Essencial para os amantes de
ballet. Um palco com verdadeiros cisnes. Deveríamos dizer mais sobre este DVD?
Outro formato em DVD! Achamos que é aquele que
melhor exprime esta forma artística. Muito se pode dizer sobre o compositor, mas não seria melhor desfrutar
deste ballet? O elenco russo-germânico flui bem. No
fim, fica uma excelente visão desta deliciosa fábula
romântica, pela capacidade de cativar qualquer espírito menos convencional.
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
LAGO DOS CISNES............................................................................. (dutoit) DECCA
O QUEBRA-NOZES...........................................................................(gergieiv) DECCA
200
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Compositores
Tchaikovsky, Peter Ilyitch
201
Compositores
(1840-1893)
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Rússia
Nacionalismo Romântico
A Bela Adormecida DVD
Sinfonias n.º 4, 5 & 6
Rudolph Nureyev
Arthaus
Herbert von Karajan
Deutsche Grammophon
O Adágio à la rose é uma das páginas mais célebres
deste bailado romântico, célebre entre todos: nele,
Tchaikovsky demonstra nele o romantismo mais generoso, compondo “pas de deux”, solos e cenas de carácter (com a Fada Carabosse, por exemplo) em que o
romantismo alterna com páginas mais líricas. A melhor
tradição é aqui prestada pelo corpo de baile, acompanhado por uma interpretação absolutamente impecável.
Tchaikovsky, compositor à flor da pele, colocou muito da sua própria vida nesta Sexta
Sinfonia, conhecida como “Patética”. Diz-se
até que esta obra ardente constituiria um Requiem autobiográfico. O próprio Tchaikovsky
dirigiu a criação da sua Patética, um mês
antes de morrer. Com forte lirismo, Karajan
recria um hedonismo sonoro envolvente.
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Compositores
Tchaikovsky, Peter Ilyitch
Outras boas escolhas...
A BELA ADORMECIDA........................................(pletnev) DEUTSCHE GRAMMOPHON
202
203
Compositores
(1840-1893)
Rússia
Nacionalismo Romântico
Concertos para Piano
Concerto para Violino
Martha Argerich
Philips
Jascha Heifetz
EMI Classics
Encontram-se aqui reunidos dois dos mais
populares concertos para piano, duas jóias
da música russa e dois verdadeiros desafios
técnicos para os pianistas que os abordam.
O Concerto n.º 1 de Tchaikovsky, com aquele
primeiro andamento tão fogoso e inspirado,
data de 1875 e o Concerto n.º 3, de Rachmaninov, de 1909. Martha Argerich exibe aqui
toda a sua mestria.
A par do seu Concerto para Piano, o Concerto
para Violino, de Tchaikovsky, é um dos mais
famosos para este instrumento. De linhas marcadamente virtuosísticas, exige do violinista a
supremacia técnica sobre o seu instrumento e
uma expressividade de pura energia.
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Compositores
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204
Tchaikovsky, Peter Ilyitch
205
Compositores
(1681-1767)
Alemanha
Barroco
Suítes e Concerto para Flauta
Tafelmusik
Maurice Steger
Harmonia Mundi
Reinhard Goebel
Archiv
Obras de uma inegável beleza, do compositor
que acreditava mais na imaginação do que no
contraponto. Aqui, encontramos uma escrita
de naturalidade galante, ao lado de ritmos e
desenhos melódicos italianos e alemães.
Uma das mais importantes obras de Telemann
do limiar do pré-classissismo que reúne, não
só a tradição de um século de música instrumental, como também anuncia as tendências
estilísticas que se adivinhavam, podendo assim constatar o papel fulcral do compositor
na mudança do pensamento musical europeu
verificado no século XVIII. Uma brilhante interpretação da Música Antiga de Colónia aqui
dirigida por Reinhard Goebel.
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Compositores
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206
Telemann, Georg Philip
207
Compositores
(1681-1767)
Alemanha
Barroco
Concertos para Cordas
Cantatas
Reinhard Goebel
Archiv
Ruth Ziesak
CPO
Considerado o mais prolífero compositor da
História, difícil seria escolher, do seu repertório, as melhores obras. Seleccionamos estes
concertos, pela sua beleza e profundidade.
Goebel e os Musica Antiqua Köln transmitem esta visão de contraste entre os estilos
de Bach, Händel e Vivaldi, embora o estilo
teutónico prevaleça.
A música religiosa de Telemann, com a sua
mistura de contraponto com as melodias próprias das árias italianas, influenciou profundamente a música religiosa do séc. XVIII. Sem
esta influência, a arte musical protestante não
se teria afastado tão rapidamente das formas
e escritas do Barroco.
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Compositores
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208
Telemann, Georg Philip
209
França
Contemporâneo
Verdi, Giuseppe
Compositores
(1883-1965)
(1813-1901)
Itália
Romântico / Nacionalista
Obras Completas
Aida DVD
Riccardo Chailly
Decca
Anton Guadagno
Warner
Para alguns, este compositor produziu uma
obra que fica entre o passado e o futuro.
Admirado por Xenakis e Zappa, foi pioneiro na música electrónica. Depois de partir
para os Estados Unidos, afirma-se no panorama musical. Chailly fornece aqui uma
boa visão da sua obra, embora não sejam
temas para acompanhar o seu café matinal. Infelizmente, Varèse destruiu toda a
sua obra inicial!
Cremos que esta intensa ópera, das mais conhecidas, tem
nesta edição em DVD uma brilhante representação. Cenário faustoso, delírios do público, mas, em especial, uma
fabulosa Aida, na pele de Aprile Millo, uma eslava-escrava, sempre em crescendo, muito perto de qualquer grande
diva, como Price ou Tebaldi. Rendamos tributo a Zajick e
a Burchuladze. Uma ópera a ter.
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Compositores
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Varèse, Edgar
Outras boas escolhas...
Aida.. (solti) DEUTSCHE GRAMMOPHON
Aida......................................(muti) EMI
210
Otelo................................ (Levine) RCA
Otelo.. (Karajan) DEUTSCHE GRAMMOPHON
211
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Itália
Romântico / Nacionalista
Compositores
(1813-1901)
?????????????????
Requiem
La Traviata DVD
Carlo Maria Giulini
EMI Classics
Carlo Rizzi
Deutsche Grammophon
O mais teatral de todos os Requiems. Esta
missa dos mortos, obra de maturidade, inspirou, nomeadamente, a Verdi um Dies Irae
impressionante, pontuado por grandes batimentos de tambores e estrondosos corais.
Giulini, rodeado de solistas excepcionais,
soube aliar a grandiosidade ao recolhimento, nesta ópera religiosa.
Aqui, uma visão mais actual da Traviata, onde se destaca
o papel de novas estrelas do bel canto, Villazón e Netrebko. Gravada em Salzburgo, em 2005, esta edição em
DVD é um excelente exemplo de interpretação e cenário
moderno, tendo conquistado todos os públicos, ao longo
da digressão. Podemos ficar presos a uma Callas ou a Cotrubas, que também revolucionaram no seu tempo, com
as suas interpretações incontornáveis.
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
rEQUIEM..................................................................................................(sOLTI) RCA
LA TRAVIATA.......................................................(KLEIBER) DEUTSCHE GRAMMOPHON
LA TRAVIATA.......................................................................................... (GHIONE) EMI
212
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Compositores
Verdi, Giuseppe
213
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Itália
Romântico / Nacionalista
Victoria, Tomás Luis
Compositores
(1813-1901)
(1548-1611)
Espanha
Renascimento
O Trovador
Missas
Placido Domingo, Zubin Mehta
Rca
David Hill
Hyperion
Inspirado num drama espanhol de capa e
espada, O Trovador assemelha-se menos ao
drama musical (como La Traviata), do que a
uma sucessão de árias, duetos, trios e coros
de inspiração flamejante (O Coro dos Ciganos,
por exemplo). Sob a batuta febril de Mehta,
Domingo dá-nos um trovador tão heróico
como apaixonado.
Compositor espanhol que viveu a maior parte
da sua vida em Roma e marcou a composição
religiosa do séc. XVI. Poucos se lhe poderão
comparar na sua absoluta mestria na escrita
polifónica. Aqui, o exemplo de algumas das
suas muitas missas, interpretadas de forma
exemplar.
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Compositores
Verdi, Giuseppe
Outras boas escolhas...
O TROVADOR................................................................................(kabaivanska) TDK
O TROVADOR.......................................................................................... (callas) EMI
214
215
Compositores
(1548-1611)
Espanha
Renascimento
Música Coral
Requiem
Hilliard Ensemble
ECM New Series
Sixteen/Christophers
Coro
Este é um disco incontornável no repertório
sacro do renascimento. Os Hilliard Ensemble,
um dos agrupamentos vocais mais marcantes
da actualidade, conduzem-nos na sua excelência de pureza sonora pela música de Victoria e Palestrina. As obras são pilares de escrita
polifónica, a interpretação única. Esta é uma
viagem obrigatória.
Obra-prima que marca o culminar do selo musical de Victoria, um dos maiores compositores do renascimento espanhol. Nesta peça, de
extraordinária beleza, brilha toda a sua mestria no tear da música polifónica, desarmante
na sumptuosa simplicidade. Aqui, na fiel interpretação de The Sixteen, sob a direcção de
Harry Christophers.
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Compositores
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216
Victoria, Tomás Luis
217
Brasil
Pós-Romântico
Vivaldi, Antonio Lucio
Compositores
(1887-1959)
(1678-1741)
Itália
Barroco
Bachianas Brasileiras
Concertos para Violino
Victoria de los Angeles
EMI Classics
Giuliano Carmignola
Sony Classical
Nas Bachianas Brasileiras, o compositor tece
uma homenagem ao pai da música ocidental, Bach. A Bacchiana n.º 5, escrita para soprano e violoncelo, tornou-se um verdadeiro
sucesso. Nos anos 50, Villa-Lobos passa longas temporadas em Paris, onde grava grande
parte da sua obra. Victoria de los Angeles é
radiante sob a direcção do compositor.
Pensamos conhecê-los todos, mas não! Vivaldi escreveu centenas de concertos e cada disco oferece-nos uma nova leva. Mas, quando
interpretados por especialistas da Orquestra
Barroca de Veneza, não podemos desdenhar:
estes músicos tocam Vivaldi com uma veia
certamente barroca, mas demonstram igualmente uma volúpia e climas pastel tipicamente venezianos.
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Compositores
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218
Villa-Lobos, Heitor
219
Compositores
(1678-1741)
Itália
Barroco
Concertos para Bandolim
As Quatro Estações
Fabio Biondi
Virgin Classics
Fabio Biondi
Opus 111/Naïve
A invenção sonora de Vivaldi não parece ter limites, nestas pérolas barrocas! Como sempre
acontece nos seus concertos, o compositor
consegue encontrar um subtil equilíbrio entre
o virtuosismo saltitante dos andamentos rápidos e a melancolia dos andamentos lentos.
Biondi e os seus músicos são irresistíveis.
Com as dezenas de versões que já foram gravadas, como saber qual a melhor, na discografia de As Quatro Estações? Muito simples:
basta reter apenas o seguinte nome: Fabio
Biondi. Escolhas surpreendentes, audaciosas,
revigorantes, que firmam o casamento entre
o lirismo e a energia fulgurante. Bravo! Para
redescobrir As Quatro Estações.
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Compositores
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Vivaldi, Antonio Lucio
Outras boas escolhas...
AS Quatro Estações.................................................(GIARDINO ARMONICO) TELDEC
AS Quatro Estações..............................................................(ALESSANDRINI) NAIVE
220
221
Compositores
(1678-1741)
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Itália
Barroco
Stabat Mater
La Verità in Cimento
Rinaldo Alessandrini
Naive
Jean-Christophe Spinosi
Opus 111/Naïve
Durante muito tempo, este Stabat Mater esteve na sombra do de Pergolesi, composto
dez anos antes. Decididamente, é uma obra
a descobrir, o texto religioso, admiravelmente
unido à música de Vivaldi, resulta numa obra
marcante. A leitura de Alessandrini e Sara
Mingardo exalta, de forma extraordinária, a
atmosfera de intenso dramatismo.
Faltava mesmo o empenhamento físico alucinante de Spinosi, mais recente prodígio da
música barroca, para insuflar a esta ópera,
pouco conhecida, todo o dinamismo que ela
requer. Com Spinosi na batuta, é uma exaltação musical. A descobrir urgentemente, mas,
cuidado: o efeito é contagioso!
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Compositores
Vivaldi, Antonio Lucio
Outras boas escolhas...
Stabat mater............................................................ (BANCHINI) HARMONIA MUNDI
222
223
Itália
Barroco
Wagner, Richard
Compositores
(1678-1741)
(1813-1883)
Alemanha
Pós-Romântico
Viva Vivaldi! DVD
Aberturas
Cecilia Bartoli
Arthaus
Otto Klemperer
EMI Classics
A diva Bartoli em plena acção: deslumbrante!
Aquela que iniciou a sua fulgurante carreira
aos 18 anos (com Mozart e o repertório romântico) propõe-se, de ano para ano, redescobrir o canto barroco. Que articulação, que
musicalidade, na sua arte de explicitar cada
palavra com uma cor ou um sentimento, que
temperamento de actriz e que virtuosismo!
Não quer descobrir imediatamente toda a
obra integral de Wagner? Não seja por isso.
Apresentamos aqui as aberturas, vastos
fragmentos sinfónicos que surgem na abertura de cada drama lírico! O Navio Fantasma, Tannhaüser, Parsifal, Lohengrin: estão
cá todos, sob a batuta do velho mestre
Klemperer.
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Compositores
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224
Vivaldi, Antonio Lucio
225
Compositores
(1813-1883)
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Alemanha
Pós-Romântico
O Anel dos Nibelungos DVD
Tristão e Isolda DVD
Pierre Boulez
Deutsche Grammophon
Karl Böhm
Hardy Classic/Dom
Uma das melhores montagens da Tetralogia do Anel, de
Wagner. O efeito Boulez-Chéreau é fortíssimo. Esta edição, agora em DVD, é uma obra fundamental para os
amantes da ópera. Poderia seduzir os leitores de Tolkien?
Esta saga mitológica é inspirada em motivos germânicos,
tem feito as delícias de muitos bayreuthianos, ao longo
dos tempos.
O mais venerado poema de amor lírico jamais escrito!
Escute, no segundo acto, o sublime dueto de amor entre
os dois heróis, mais o doloroso monólogo do rei Marke
que surpreende o adultério, mas também a morte de
Isolda. Um verdadeiro acontecimento, captado em directo, no Teatro Antigo d’Orange, em 1973.
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
o ANEL DOS NIBELUNGOS..................................................................(BOHM) PHILIPS
o ANEL DOS NIBELUNGOS.................................. (KNAPPERTSBUSCH) MUSICA & ARTS
Tristão e Isolda...................................................................... (FURTWANGLER) EMI
Tristão e Isolda..............................................(KLEIBER) DEUTSCHE GRAMMOPHON
226
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Compositores
Wagner, Richard
227
(n. 1922)
França
Contemporâneo
Alemanha
Contemporâneo
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Xenakis, Iannis
Compositores
(1900-1945)
A Ópera dos Três Vinténs
Psappha/Rebonds
Nina Hagen
Rca
Pedro Carneiro
Zig Zag
Cenas faladas, cantadas, um banjo, toques
jazzísticos e uma atmosfera de submundo,
A Ópera dos Três Vinténs mistura, sucessivamente, um pouco de tudo isto, sendo, na
sua totalidade, muito mais do que isto! Pequena obra-prima de música popular, escrita
com arte conhecedora, a ópera de Kurt Weill
(1928) é um emaranhado de sons: o Lamento
de Mackie, a Balada do Malandro, etc. Nina
Hagen surge também aqui com uma presença
tão incisiva como surpreendente.
Músico e arquitecto, Xenakis aplica a matemática às suas composições, com o uso de
computadores IBM. A sua música é calculada, sintética e pouco acessível, tendo, contudo, cada vez mais adeptos. Interessante a
postura quase visual de Pedro Carneiro, tão
premiado nesta obra que reúne o melhor das
composições para percussão de Xenakis.
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Compositores
Weill, Kurt
Outras boas escolhas...
Lieder.......................................................................................... (LENYA) CAPRICCIO
Lieder............................................................................................. (LEMPER) DECCA
228
229
França
Contemporâneo
Zelenka, Jan Disman
Compositores
(n. 1922)
(1679-1745)
Boémia / Actual República Checa
Barroco
Pleiades
Lamentações
Percurssions de Strasbourg
Harmonia Mundi
Chandos Players
Hyperion
Uma das mais interessantes obras de Xenakis.
Composta para 6 percussionistas, que se fazem acompanhar por um vasto número de intrumentos, esta obra encontra-se dividida em
quatro partes, que transparecem influências
musicais da música tradicional Grega, Turca
e Indonésia. Esta é uma excelente interpretação de uma obra que vê aqui um registo
histórico.
Este compositor, natural da Boémia, ao seu
tempo admirado por Bach e Telemann, deixou
um grande número de obras. Salientamos as
de carácter religioso, por serem dotadas de
grande emoção e requinte, algumas quase
“deliciosas”. Neste caso, as Lamentações são como verdadeiros sussurros e lamentos, interpretados, de forma intimista e delicada, pelos
Chandos Players.
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Compositores
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Xenakis, Iannis
Outras boas escolhas...
Obras Orquestrais..................................................................(SONNENTHEIL) CPO
230
231
A música é o barulho que pensa.
Victor Hugo
Guitarra
Sviatoslav Richter
Recitais
Instrumentais
(1893-1987)
(1915-1997)
Piano
Obras para Guitarra
Obras para Piano
Andrés Segovia
Deutsche Grammophon
Sviastoslav Richter
Deutsche Grammophon
O guitarrista espanhol Andrés Segovia é considerado o pai da guitarra clássica moderna.
Fez da sua vida o desafio de elevar a guitarra a proeminente instrumento solista, desafio
este que conseguiu cumprir plenamente. Com
Segovia, novo repertório foi composto para
guitarra. Importantes são os seus trabalhos
de transcrição, como, por exemplo, a famosa Chaconne de Bach que veio a tornar-se
uma das mais famosas peças para guitarra.
Pianista ucraniano de origem germano-eslava, foi um dos mais emblemáticos pianistas
do séc. XX. Ficou conhecido não só pelo seu
virtuosismo e magnetismo interpretativo, mas
também pelo seu vasto repertório. Tão inesquecível é o seu Cravo Bem Temperado, de
Bach, como as sonatas de Prokofiev, passando por Haydn e Schubert.
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Recitais
Instrumentais
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234
Andrés Segovia
235
Recitais
Instrumentais
Piano
Vladimir Horowitz
(1904-1989)
Piano
Obras para Piano
Obras para Piano
Arturo Benedetti Michelangeli
EMI Classics
Vladimir Horowitz
Deutsche Grammophon
O pianista italiano a quem Cortot se referiu como “um novo Liszt” sempre imprimiu
às suas interpretações um carácter único e
inimitável, de grande expressão e meditada
profundidade. Entre as suas gravações emblemáticas conta-se Debussy, o Concerto para
Piano, de Ravel, assim como os seus recitais
no Vaticano.
Pianista americano de origem ucraniana. Em
1920, dá o seu primeiro recital. Cinco anos
depois, com o seu concerto em Berlim, consolidou o seu reconhecimento como um dos
maiores virtuosos da história do piano. Em
1928, faz a sua estreia nos EUA, onde passaria a residir depois do anos 40. Em 1986,
regressa a Moscovo, para uma série de concertos míticos. Aqui, o seu registo é de tirar a
respiração.
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Recitais
Instrumentais
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Arturo Benedetti Michelangeli (1920- 1995)
Outras boas escolhas...
HOROWITZ IN MOSCOW ................................................................. (HOROWITZ) SONY
236
237
Violino
Yehudi Menuhin
Recitais
Instrumentais
(1901 -1987)
(1916-1999)
Violino
It Ain’t Necessarily So
Obras para Violino
Jascha Heifetz
Deutsche Grammophon
Yehudi Menuhin
EMI Classics
Americano de origem lituana, é hoje considerado como um dos maiores violinistas de todos os tempos, a sua musicalidade e perfeição
técnica valeram-lhe, desde cedo, o reconhecimento internacional. As suas raízes judaicas
marcaram fortemente a sua forma de tocar
violino, criando uma tradição interpretativa,
patente em músicos como Itzhak Perlman e
Yehudi Menuhin.
Violinista e maestro, Yehudi Menuhin conta
com uma das mais longas e distintas carreiras no panorama violinístico do séc. XX.
Conquistou desde a sua adolescência o reconhecimento do público e da crítica, que
sempre o acompanhou. Apesar de toda a sua
genialidade técnica, Menuhin marcou a sua
interpretação, pela entrega apaixonada, numa
profundidade emocional que tanto o distinguiu dos seus pares.
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238
Jascha Heifetz
239
Violino
Artur Rubinstein
Recitais
Instrumentais
(n.1945)
(1886-1982)
Piano
Obras para Violino
Obras para Piano DVD
Itzhak Perlman
EMI Classics
Artur Rubinstein
Deutsche Grammophon
Um dos violinistas mais importantes da sua
geração, destacou-se não só pelas suas interpretações no repertório clássico, mas também
pelas suas incursões, quer no jazz quer na
música klezmer (música de raíz tradicional
judaica). Esta diversidade faz de Perlman um
intérprete reconhecido em várias vertentes
musicais.
Nascido na Polónia, desde cedo se destacou pelo seu virtuosismo e expressiva vitalidade. As suas interpretações,
das grandes obras para piano do romantismo, são emblemáticas e a sua leitura da música de Chopin, incontornável.
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Recitais
Instrumentais
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240
Itzhak Perlman
241
Piano
Jacqueline du Pré
Recitais
Instrumentais
(1916-1985)
(1945-1987)
Violoncelo
Obras para Piano
Obras para Violoncelo
Emil Gilels
BBC Legends
Jacqueline du Pré
EMI Classics
Este pianista russo, nascido em Odessa, é
considerado por muitos como um dos mais
geniais do séc. XX. Notável pelo seu domínio
técnico e espantoso controlo de tonalidades,
deixou interpretações inesquecíveis, em vasto
repertório, de Scarlatti e Bach aos compositores contemporâneos, como Stravinsky e
Prokofiev. Incontornáveis são as suas interpretações de Brahms e as suas geniais sonatas
de Beethoven.
Violoncelista britânica, aluna da Casals, Tortelier e Rostropovich, faz o seu primeiro recital
em Wigmom Hall, em 1961, e quatro anos
depois estreia-se em Nova Iorque, com o Concerto de Elgar, numa das grandes páginas do
seu repertório como solista. Marcou um estilo
único na interpretação violoncelística, pelo
seu extraordinário carácter e vivacidade.
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Instrumentais
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242
Emil Gilels
243
Violoncelo
Pablo Casals
Recitais
Instrumentais
(n.1927)
(1878-1973)
Violoncelo
Obras para Violoncelo
The Legendary Casals
Mstislav Rostropovich
EMI Classics
Pablo Casals
EMI Classics
Violoncelista e maestro, nascido no Azerbeijão, é considerado, por muitos, o melhor violoncelista da sua geração, a quem Shostakovich, Prokofiev e Britten dedicaram obras. Tem
já vasta discografia que se estende desde as
premiadas suítes de Bach até compositores
contemporâneos como Lutoslawski.
Genial violoncelista espanhol que marcou a história do violoncelo no séc. XX, tendo consigo nascido uma nova escola de violoncelistas. A Casals
devemos a recuperação das suítes para violoncelo
solo de Bach, obra que se tornaria essencial no
repertório de qualquer violoncelista.
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Recitais
Instrumentais
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244
Mstislav Rostropovich
245
Recitais
Líricos
Mezzo-Soprano
(n. 1933)
Soprano
The Legendary Dame
Only Caballé
Janet Baker
Philips
Montserrat Caballé
Rca
Mezzo-soprano britânica, nascida em 1933 e
retirada desde 1982, constitui uma das vozes
britânicas mais aplaudidas de sempre. Muito
expressiva e dotada de grande técnica, esta
voz não passará despercebida a qualquer ouvido. Potente e melódica, foi um dos nomes
principais em repertório como a ópera barroca
e clássica, mas também em lieder.
A catalã Montserrat Caballé é uma das últimas grandes divas. Nascida em 1933,
impôs-se essencialmente na ópera italiana
(Donizetti, Rossini e Verdi), conquistando
o público graças aos seus agudos diáfanos,
uma incomparável arte do pianíssimo ou o
seu timbre mágico. Esta prestigiosa herdeira
de Maria Callas, revive aqui o tempo de uma
homenagem que traduz as diversas facetas da
sua arte. Sumptuosa.
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Recitais
Líricos
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Montserrat Caballé
(n. 1933)
3 564705 003171
246
Janet Baker
247
(n. 1935)
Recitais
Líricos
Soprano
Luciano Pavarotti
Tenor
Ritorna Vincitor!
Tutto Pavarotti
Birgit Nilsson
Decca
Luciano Pavarotti
Decca
Soprano sueca, saltou para a ribalta nos anos
50, tendo sido aclamada como um dos maiores sopranos-dramáticos e wagnerianos. Os
seus papéis como Brunilda, em Wagner, em
Turandot de Puccini ou como Salomé, em Strauss, são poderosos e dotados de força
única! Teve uma excelente carreira em vários
palcos, em especial em Bayreuth. Retirada da
ópera desde 1982, faleceu em 2005.
Um “divo”? Masculino de “diva”, é a Luciano
Pavarotti que este termo melhor se adapta,
entre todos os tenores! Pavarotti não só marcou os papéis que desempenhou (La Bohème,
O Elixir do Amor), mas celebrou a sua arte
fora dos teatros de ópera tradicionais. Para
escutar, de novo, nas suas melhores árias.
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3 564705 003171
Recitais
Líricos
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(1918-2005)
3 564705 003171
248
Birgit Nilsson
249
(n. 1922)
Recitais
Líricos
Soprano
Renata Tebaldi
Soprano
The Voice of the Century
The Best of Tebaldi
Joan Sutherland
Decca
Renata Tebaldi
Decca
Ao estrear-se como Lucia de Lammermoor,
em 1959, logo captou as atenções do público, iniciando então uma excelente carreira
de soprano, em óperas belcantísticas de Donizetti, Bellini, Rossini e Verdi. De origem
australiana, é casada com o maestro Richard Bonynge, o qual a ajudou a conduzir
ao sucesso.
Soprano italiana, nascida em 1922, conhecida por ter sido a grande rival de Maria Callas,
que se destacou num repertório lírico e dramático, como exemplo disso, os seus sucessos em óperas veristas (Verdi), mas também
em Madame Butterfly ou Tosca. Vista como
uma voz oposta à de Callas, mais delicada e
macia, parecia cantar sem qualquer esforço.
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3 564705 003171
Recitais
Líricos
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(n. 1926)
3 564705 003171
250
Joan Sutherland
251
(1923-1977)
Recitais
Líricos
Barítono
Maria Callas
Soprano
Au die Musik
Maria Callas, a Lenda
Dietrich Fischer-Dieskau
Deutsche Grammophon
Maria Callas
EMI Classics
Barítono alemão, nascido em 1925. Ímpar, a nível mundial pela sua versatilidade. Wagneriano, mozartiano, verdiano. Foi
revolucionário, ao elevar a dimensão das
canções (lieder) de Schubert, Schumann,
Mahler ou Brahms. Dotado de grande brilho e tensão em repertórios religiosos: Requiem de Britten ou Brahms, mas também
em obras contemporâneas: Henze e Berg.
A arte de Maria Callas parece nunca estar
totalmente redescoberta: para além do seu
timbre tão especial, a presença da diva impõe-se nesta encarnação, de tão inteira que
habita cada uma das suas personagens. Um
respeito pelo texto e pelo estilo sem igual, que
fez história na interpretação lírica do século
XX. Maria Callas, desaparecida em 1977, revive, nesta fantástica colecção, que resume o
essencial e se apresenta como um verdadeiro
tesouro.
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3 564705 003171
Recitais
Líricos
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(n. 1925)
3 564705 003171
252
Dietrich Fischer-Dieskau
253
(n. 1941)
Recitais
Líricos
Mezzo-Soprano
Placido Domingo
Tenor
The Very Best of
Domingo Favourites
Christa Ludwig
EMI Classics
Placido Domingo
Deutsche Grammophon
Mezzo-soprano alemã, nascida em 1928, teve
uma longa carreira cheia de sucesso. Estreou-
-se em 1949, com Mozart, mas rapidamente
estendeu o seu valor a papéis wagnerianos e
verdianos. Dotada de excelente interpretação
e dicção, foi ainda um nome de destaque em
obras religiosas, assim como em vários discos
de “lieder” de Mahler e Schubert.
Tenor lírico e dramático espanhol, iniciou a
carreira como barítono em zarzuelas, rapidamente se destacando pelo mundo. Contracena
ao lado dos maiores nomes e estende a sua
versatilidade, de Puccini a Wagner, passando
por Verdi. Dotado de voz e presença muito
fortes, assim como de grande brilho, musicalidade e interpretação.
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Recitais
Líricos
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(n. 1928)
3 564705 003171
254
Christa Ludwig
255
(1915-2006)
Recitais
Líricos
Contralto
Elisabeth Schwarzkopf
Contralto
Kindertotenlieder
Arias, Duetos, Lieder
Kathleen Ferrier
EMI Classics
Elisabeth Schwarzkopf
Regis
Nascida em 1912, este contralto britânico, foi
ainda pianista. O seu raro timbre e beleza vocal,
rapidamente a lançam para o canto, em especial pela mão de Britten. Seriam as suas incursões nos lieder de Mahler e nos Oratórios/Paixões, que lhe dariam todo o valor. Destacamos a
Canção da Terra e o seu papel na ópera Orfeo e
Eurídice. Faleceu em 1953 prematuramente.
De origem prussiana, tornou-se um dos maiores sopranos do periodo pós-guerra. Especializou-se em repertórios mozartianos e straussianos, mas foi como intérprete de lieder, de
Strauss e Wolf, que seria aclamada em todo o
mundo. Teve dificuldades em contacenar nos
EUA por ter sido próxima do movimento nazi.
Para sempre, fica a sua interpretação das
quatro últimas canções de Strauss.
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3 564705 003171
Recitais
Líricos
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oiça o disco correspondente.
(1912-1953)
3 564705 003171
256
Kathleen Ferrier
257
As minhas divagações são musicais.
Vejo a minha vida em termos de música.
Albert Einstein
Compositores
portgugueses
(1775-1842)
Clássico
Requiem
Sonatas para Piano
Heinz Rögner
Numérica
Gabriela Canavilhas
Portugal Som
Um dos maiores compositores portugueses
de sempre. Pianista e compositor, parte em
1804 para Paris, onde viria a publicar o seu
Requiem (à memória de Camões). O sucesso foi grande em Paris e em Londres, onde
se fixa. Esta é a sua obra-prima, dotada de
simbolismo, ao qual não será alheia a sua
postura maçónica. À espera de uma interpretação à sua altura.
Gabriela Canavilhas é um nome incontornável
no panorama nacional. Dedicada aos compositores portugueses, muitos escreveram
obras para si. Salientamos esta interpretação
das sonatas de Bomtempo. Apesar da forte
influência de Clementi, estas sonatas têm um
elevado sentido estético, sonoro e indispensável. Ao seu tempo, uma presença nos salões
de Paris!
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Compositores
portugueses
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Bomtempo, João Domingos
Outras boas escolhas...
Quintetos com piano............................................(quarteto capela) MOVIEPLAY
fantasia e variações........................................................ (maissa) PORTUGAL SOM
kyrie e gloria.................................................................. (corboz) PORTUGAL SOM
260
261
Compositores
portgugueses
Pós-Romântico
Integral para Canto e Piano
Sinfonia n.º 4
Elsa Saque / Nuno Vieira de Almeida
Megamusica
Álvaro Cassuto
Marco Polo
Aos 18 anos, Braga Santos inicia a sua produção, como compositor, com uma série de
melodias sobre poemas de Camões, Antero
de Quental e Fernando Pessoa. A nível coral
escreveria ainda a ópera Viver ou Morrer. A
ilustrar este compositor não podemos evitar
a excelente dedicação, neste disco, de Elsa
Saque e Nuno Vieira de Almeida.
Considerado como um sucessor de Freitas
Branco, Braga Santos compôs uma série de
sinfonias, das quais destacamos, pela sua
personalidade e espontaneidade, a quarta, de
linguagem acessível a todos os públicos, mas
de grande seriedade. Impregnada de gosto
popular, de alguma influência dos estilos de
V. Williams e Walton – modal e neoclássico
tem tido crescente procura.
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Compositores
portugueses
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262
Braga Santos, Joly (1924-1988)
263
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Renascimento
Carrapatoso, Eurico
Compositores
portgugueses
(1566-1650)
(n. 1962)
Contemporâneo
Missa Raegina Caeli
A Capella
Sixteen
Coro
Coro de Câmara de Lisboa
Numérica
Compositor de música religiosa, muito famoso em toda a Península Ibérica, a sua música
delícia pela expressividade e mística religiosa.
Salientamos esta delicada interpretação, por
The Sixteen, reeditada na etiqueta Coro. Difícil será não referir obras como o seu Requiem
ou os inúmeros ofícios, motetos e cânticos.
Morreu, em Lisboa, em 1650.
De origem transmontana, este compositor,
também historiador, tem tido, nos últimos
tempos, uma crescente divulgação no nosso
panorama musical. Tem-se revelado na composição de obras musicais em que destacamos esta A Capella, editada pela Numérica.
Poderíamos, ainda, referir o Magnificat para
Talha Dourada e o Leonoreta. A descobrir!
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
requiem............................................................. (tallis scholars/Philips) GIMELL
leonoreta....................................................(sinfonietta de lisba) LAMADEGUIDO
264
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Compositores
portugueses
Cardoso, Manuel
265
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Pós-Romântico
Lôbo, Duarte
Compositores
portgugueses
(1890-1955)
(1565?-1646)
Renascimento
Concerto para Violino
Requiem
Vasco Barbosa
Numérica
William Byrd Choir
Helios
De talento notável, desde novo se salientou
na esfera musical portuguesa. Considerado
um renovador e europeizado, deixou-nos
uma vasta obra. Destaca-se a nível académico e na sua obra instrumental, mas também
na sua aproximação a um certo “impressionismo”. A escutar, este Concerto para Violino, Vathek e as Suítes Alentejanas.
Assinava o seu nome em latim como Eduardus
Lupus. Duarte Lôbo é dos grandes compositores portugueses do final do Renascimento e
início do barroco. Valeu-nos parte da sua obra
ter sido editada em Antuérpia. Algo isolado de
inovação musical, a sua música é altamente
atractiva e rítmica, bem visível nesta interpretação do William Byrd Choir.
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
vathek...............................................................................(korodi) PORTUGAL SOM
quarteto de cordas......................................... (takacs quartet) PORTUGAL SOM
Requiem for six voices................................... (TALLIS SCHOLARS/PHILLIPS) GIMELL
266
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Compositores
portugueses
Freitas Branco, Luís
267
Compositores
portgugueses
(1906-1994)
Pós-Romântico
Canções Heróicas
Sonatas para Piano
EMI Classics
António Rosado
Numérica
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Deste grande compositor português, aluno dos
maiores nomes da cena musical portuguesa
de então, salientamos as Canções Heróicas,
pelo seu carácter nacional, folclórico e, fundamentalmente, pela atitude anti-regime. Obra
proíbida até ao fim da ditadura, surge hoje
como um marco da nossa história musical.
Cheias de bom gosto e de cor, estas sonatas,
dedicadas a Olga Prats e a Nella Maissa,
são pela primeira vez interpretadas e editadas na íntegra (seis sonatas), pelo pianista
António Rosado. Atentamente, observamos
dedicação ao texto, mas também, emoção
e poesia.
Outras boas escolhas...
Outras boas escolhas...
Lopes-graça.......................................................................................(vários) CNM
sonetos de camões............................................ (serafim/sousa) PORTUGAL SOM
graça e os poetas...................................(saque/vieira de almeida) MEGAMÚSICA
memorian béla bartók..........................................................(rosado) NUMÉRICA
268
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Compositores
portugueses
Lopes-Graça, Fernando
269
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Contemporâneo
Peixinho, Jorge
Compositores
portgugueses
(n. 1941)
(1940-1995)
Contemporâneo
Litanies du Feu et de la Mer
Música para Piano
Madalena Soveral
Numérica
Miguel Borges Coelho
Numérica
Este compositor português contemporâneo,
pouco divulgado, mas muito premiado internacionalmente, está desde os anos 60 ligado
à escola de Darmstadt e de Colónia. Na sua
composição, influenciada pela música electrónica, dá-se valor à fonética, à forma e às
acústicas do espaço. Para os amantes, assistir
ao vivo, em salas ou espaços apropriados, permite retirar o máximo destas composições.
Compositor contemporâneo português, foi
também pianista, crítico e maestro. Divulgou em muito a música contemporânea,
também como conferencista. Da sua obra
sobressai a organização e um forte valor
técnico. Moderado e ao mesmo tempo
subtil, a sua obra tem sido recentemente
editada, sendo de destacar esta magnífica
interpretação de Borges Coelho.
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Compositores
portugueses
Nunes, Emmanuel
Outras boas escolhas...
quodlibet...........................................(ensemble modern orc. guli) MONTAIGNE
270
271
Compositores
portgugueses
(1704-1742)
Barroco
Concertos para Cravo
Sonatas
Ketil Haugsand
Virgin
Cremilde Rosado Fernandes
Portugal Som
Poucos compositores portugueses atingiram
a dimensão de Carlos Seixas. Apesar de ter
falecido com apenas 38 anos, deixou-nos
uma obra de grande valor. Ao seu tempo era
também organista e cravista, por este motivo, destacamos a sua obra para tecla. Densa,
movimentada e, por vezes, animada, ao estilo
português. Aplaudimos a produção desta etiqueta.
Cremilde Rosado Fernandes tem um destaque
no panorama musical português. Não podemos deixar de salientar o seu contributo, para
a Portugal Som, e em especial na interpretação das sonatas de Carlos Seixas. De impressão fortemente portuguesa, Cremilde Rosado
é um ponto de ligação entre a obra do compositor, as nossas raízes, tradição e escola.
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Compositores
portugueses
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Seixas, Carlos
Outras boas escolhas...
concertos para cravo............................................................ (haugsand) VIRGIN
missa dixit dominus................................................................ (haugsand) VIRGIN
272
273
Compositores
portgugueses
Barroco
Vianna da Motta, José (1868-1948)
Pós-Romântico
Te Deum
Sinfonia à Patria
Sixteen/Christophers
Coro
Mátyás Antal
Portugal Som
Após o terramoto de 1755, poucas foram as
obras de compositores portugueses que sobreviveram. Do espólio salvo e recuperado, salientamos este magnífico Te Deum, escrito por
António Teixeira. Bolseiro de D. João V, este
compositor é um dos nomes fundamentais da
sua época. A sua é obra é cheia de graciosidade, mas também de alguma exuberância.
Uma deliciosa e dedicada interpretação.
Referimos esta outra obra, de grande solicitação nacional, que revela o impacto de Vianna
da Motta no nosso panorama. Pela primeira
vez, o nosso país é reflectido numa obra musical desta envergadura. Terminada em 1896,
demonstra um grande avanço para a época,
transparecendo o seu carácter inexcedível, de
constante ascensão. O nacionalismo musical
é patente nesta obra, em que invoca Os Lusíadas.
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Compositores
portugueses
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274
Teixeira, António (1707-1759)
275
Compositores
portgugueses
Pós-Romântico
Cabral, Pedro Caldeira
(n. 1950)
Contemporâneo
Concerto para Piano
Memórias da Guitarra
Artur Pizarro
Hyperion
Pedro Caldeira Cabral
Zona Música
Este multifacetado compositor português, de
carácter wagneriano, teve um invulgar predomínio, nomeadamente na sua obra para piano. Subsidiado pela condessa de Edla, teria
uma carreira de renome, na Alemanha e Suíça, sendo acolhido por Liszt. Acreditamos que
a interpretação de Artur Pizarro é a ideal, não
deixando de referir o impacto do compositor
em toda uma geração de pianistas.
Nome de referência no panorama musical
português, pelo seu estudo e entrega a repertórios nacionais. Tem desenvolvido um conjunto de gravações à volta da nossa música
antiga, recorrendo a instrumentos e textos da
época. Não estando toda a sua discografia
disponivel, ressalvamos este disco de elevado
valor. Prezamos a sua dedicação às cordas:
guitarra e alaúde.
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Compositores
portugueses
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276
Vianna da Motta, José (1868-1948)
277
Compositores
portgugueses
Compositores
portugueses
Segréis de Lisboa
Portugaler
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Já destacámos, nesta edição, o carácter revolucionário, inovador e estético desta editora portuguesa. Mas queremos referir também o inegável valor de algumas das suas
obras, em especial pelo estudo e edição de
compositores poucos editados, como Avondano, Simões da Hora e outros. Exaltamos
esta recente edição de música para o teatro
de Gil Vicente, tão rica musicalmente e, até
agora quase esquecida.
Temas do Cancioneiro Português
Opus Ensemble
EMI Classics
Este ensemble, bastante conhecido entre nós,
e também muito premiado no estrangeiro é
constituído por elementos de renome, como
Anabela Chaves e Olga Prats. Este disco é
uma obra fundamental para qualquer português, pela dedicação e valor dado ao nosso
património. Inspirado em modas, canções e
temas do folclore português. Delicioso!
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Música para o Teatro
de Gil Vicente
Outras boas escolhas...
MODINHAS E LUNDUNS SéC. XVIII............................ (SEGRéIS DE LISBOA) MOVIEPLAY
MúSICA NA CORTE DE D. JOÃO V ............................. (SEGRéIS DE LISBOA) MOVIEPLAY
278
279
Compositores
portugueses
A Golden Age of Portuguese
Music
Sixteen/ Harry Christophers
Coro
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Por The Sixteen, relembramos esta outra
edição de algumas obras do período de ouro
português. À volta dos compositores Lourenço Rebelo e Diogo Melgás, é visivel o estilo
delicado e resplandecente destas obras. Uma
interpretação soberba e rica em estilo e afinação.
Outras boas escolhas...
PORTUGUESE RENAISSANCE............................. (PRO CANTIONE ANTIQUA) HYPERION
pedro caldeira cabral...........................(pedro caldeira cabral) MEGAMÚSICA
280
O ritmo e a harmonia têm a sua sede
nos esconderijos da alma.
Platão
Compilações
Compilações
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Theatre of Voices
Harmonia Mundi
282
Obras ímpares na música galaico-portuguesa,
retratam um conjunto belo da tradição lírico-
-trovadoresca, interpretadas profundamente
pelo excelente ensemble Theater of Voices,
sob direcção de Paul Hillier. Dom Dinis, rei
português dotado de visão cultural e empreen­
dedora, e Martim Codax, galego, congregam-­
-se aqui num excelente exemplo destes
“poetas-cantores”.
Nova Metamorfosi
Vicente Dumestre
Le Poème Harmonique
Alpha/Abeille Musique
Vincent Dumestre, jovem guitarrista, louco
por música barroca, reuniu em Le Poème
Harmonique um grupo de amigos que partilham a sua loucura. A sua divisa: a música
do século XVII. A sua força: entusiasmo, vitalidade, amor descomedido pelas músicas que
ressuscitam. Eis uma viagem excepcional por
uma música italiana em plena metamorfose,
na orla do reino de Monteverdi.
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Cantigas de Amigo
283
284
Compilações
O Canto da Sibila
La Tarantella
Montserrat Figueras
Astrée/Naïve
Christina Pluhar / L’Arpeggiata
Alpha/Abeille Musique
Este percurso dos cantos ancestrais, dos séculos XV e XVI, constitui um dos mais belos
testemunhos de Montserrat Figueras. “Para
nós, cada disco não deve ser apenas um qualquer momento num processo de evolução,
mas um acontecimento essencial, impossível
de repetir”, afirma Jordi Savall, maestro e marido da soprano, com a qual partilha, desde
há várias décadas, as suas aventuras artísticas. Pungente.
Redescoberta da música popular da Renascença e do Barroco, num registo extraordinariamente rico. Uma viagem no tempo e no
espaço italiano, para realçar todas as particularidades culturais que são propostas, em
volta do tema original da Tarantella – simultaneamente, animal, doença e dança. Um mundo de lendas, criado por L’Arpeggiata, Marco
Beasley e Christina Pluhar.
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Compilações
285
286
Compilações
La Folia
Young People’s Concert DVD
Jordi Savall
Alia Vox/Abeille Musique
Leornard Bernstein
Apoiado pelos seus companheiros, o virtuo­
so da viola de gamba, Jordi Savall, propõe-
-nos obras raras dos mestres espanhóis, mas
também peças de Corelli e de Marin Marais.
Uma lição de música, mas também de humanismo, de tal maneira Savall se recusa
a fazer da música um número de circo: que
musicalidade, que poesia em cada nota, por
trás de cada silêncio! Prestação excepcional
das fontes sonoras.
Aclamado como um grande maestro, pianista e compositor, Leonard Bernstein ganhou o título de professor
graças aos programas de televisão. De facto com extraordinária imaginação e altíssima competência tudo se
torna claro atraente e acessível, nas suas mãos, quer se
trate de música clássica ou de rirmos modernos, pois
Leonard Bernstein é genial quer trabalhe com os sons
quer se sirva das palavras.
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Compilações
287
Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
Anton Bruckner (1824-1896): Descendente de uma antiga família de camponeses, Anton Bruckner nasceu em Ansfelden, na Áustria. Imbuído da fé dos seus antepassados, recebeu, além disso, de seus pais
uma certa cultura e um gosto pela música sacra: aos dez anos, substituía já o seu pai no órgão. Após ter
integrado, em 1840, a escola normal de professores de Linz, exerceu o ofício durante cerca de 15 anos.
Em 1856, tendo já escrito uma dezena de obras eclesiásticas, veio estabelecer-se novamente em Linz,
onde a sua vida viria a sentir uma nova mudança, ao assumir o cargo de organista da catedral da cidade,
tendo então decidido dedicar-se à composição. Foram necessários vários anos para que finalizasse a sua
Primeira Sinfonia, em 1865-66. Este trabalho furioso, aliado a várias decepções e à sua solidão, quase o
levou à demência. Após uma cura, e a seu pedido, foi nomeado professor do Conservatório de Viena. Foi
nesta cidade que viria a passar o resto dos seus dias, sempre celibatário. O seu trabalho arrebatador foi
coroado por um sucesso tardio (cerca de 1884). A sua obra, no primeiro plano da qual estão dez sinfonias
e muita música sacra, comporta a marca da influência da música eclesiástica, mas também a de seu
amigo Wagner e de Beethoven, pelo seu gosto pelas vastas formas musicais.
Antonin Dvorák (1841-1904): Nativo da Boémia, Dvorák formou-se na escola de organistas de Praga.
Violinista e, posteriormente, altista no Teatro da Cidade, começou a compor as suas primeiras partituras
de música de câmara ou sinfónica. Organista da igreja de Saint-Adalbert, de 1871 a 1878, foge à pobreza partindo para Viena, onde travou conhecimento com Brahms. Este ajudou-o a editar as Danses Slaves
para dois pianos que, juntamente com as Danses Moraves, abrem o período da sua maturidade criativa,
onde se assiste a uma reconciliação com as suas raízes eslavas. Efectuou, em seguida, diversas viagens,
de Inglaterra à Rússia, até ao Novo Mundo. Em 1892, foi nomeado director do Conservatório de Nova
Iorque, cargo que abandona em 1895 para leccionar no conservatório de Praga, do qual posteriormente,
foi director (1901). O seu renome continua associado às suas obras sinfónicas (a Sinfonia n.º 9 «do Novo
Mundo» é mundialmente famosa) e à sua música de câmara, mas Dvorák abordou com igual mestria os
288
repertórios de ópera, de música coral profana e de música sacra. Juntamente com Smetana, contribuiu
para dar à música checa uma dimensão internacional.
Antonio Vivaldi (1678-1741): Em Veneza, onde nasceu, Antonio Lucio Vivaldi recebeu uma primeira
educação musical da parte do seu pai, violinista na capela ducal de São Marcos, tendo depois estudado
durante algum tempo junto do compositor Legrenzi. Em 1703, optou pela vida religiosa, tendo sido ordenado padre (o «padre ruivo», conforme o sobrenome por que viria a ser conhecido). A fragilidade da sua
saúde não lhe permitiu, porém, suportar tal cargo (sofria de asma), pelo que, sem renunciar à sua condição eclesiástica, entrou para o seminário musical do Ospedale della Pietà, instituição de auxílio a órfãos,
como professor de violino, mestre de composição e, posteriormente, mestre de capela. Aí passaria 40
anos, compondo a um ritmo desenfreado e beneficiando da presença de músicos e de cantores de grande
nível. Pôde assim firmar a sua glória em toda a Europa graças a diversas digressões, durante as quais as
suas obras religiosas, teatrais (foi compositor titular do teatro San Angelo) ou instrumentais desfrutaram
de um enorme sucesso. De regresso a Veneza, em 1640, Vivaldi renunciou às suas funções e partiu para
Viena. Aí morreu, no ano seguinte, na mais completa solidão e miséria. Não foi senão no pós-guerra que
a obra de Vivaldi, totalmente esquecida, foi redescoberta e reavaliada.
Arcangelo Corelli (1653-1713): Nascido perto de Ravenne, no seio de uma família nobre, Corelli seguiu
os estudos musicais (composição e violino) em Faenza e Bolonha, então no auge da sua glória musical,
antes de se estabelecer definitivamente em Roma, em 1671. Aí erigiu uma sólida reputação como violinista, tocando em várias orquestras de teatro e diversas capelas, aperfeiçoando a sua ciência de contraponto.
Primeiro violinista no Teatro Capranica (1679), em seguida, mestre de capela na igreja Saint-Louis-des-Français (1682), entrou ao serviço do cardeal Pamphili, em 1684; em 1687, dirigia uma orquestra
de 150 músicos, no palácio da Rainha Cristina da Suécia, figura central da Roma artística e mundana.
289
Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
A glória de Corelli, como professor e como compositor, rapidamente transpôs as fronteiras de Itália. Doente
e cansado, Corelli cessou quase completamente a sua actividade alguns anos antes da sua morte, em
Roma, em 1713. A sua obra, constituída essencialmente por sonatas em trio, concertos e concerto grossi,
influenciou compositores como Vivaldi, Bach ou Händel, que conheceu em Roma, em 1708.
Arnold Schönberg (1874-1951): A música de Schönberg, no início do século XX, teve uma importância
capital, pois foi a primeira a emancipar-se da tonalidade: a aventura da música dodecafónica e serial
estava iniciada e, com ela, um dos fundamentos mais sólidos (e mais discutidos) da música actual. O
pai (juntamente com Berg e Webern) da Escola de Viena nasceu nesta cidade, em 1874, tendo tido uma
formação praticamente autodidacta: Zemlinsky, o seu futuro cunhado, foi o seu único professor, tendo-lhe
permitido deixar a sua profissão de banqueiro. Em Viena, onde regressou em 1903, após uma estadia
em Berlim, passou a dirigir operetas em cabarets. Schönberg tornou-se pedagogo (os seus alunos eram
Berg e Webern), continuando a compor obras que foram consideradas verdadeiros escândalos. Em 1908,
nasceram as primeiras composições emancipadas da tonalidade, entre as quais Erwartung. Em 1912,
em Berlim, onde Schönberg vivia havia um ano, Pierrot Lunaire foi um escândalo estrondoso. O compositor criou, em Viena, em 1918, a «Sociedade de execuções musicais privadas» e elaborou, em 1923,
o seu método dodecafónico. A partir de 1925, regressou à Alemanha, para exercer o cargo de professor
na Academia de Artes de Berlim, sucedendo a Busoni. Perseguido pelos nazis, partiu para os Estados
Unidos, não sem antes se ter convertido ao judaísmo, em Paris, em sinal de protesto. Nos Estados Unidos
continuou a sua actividade de pedagogo (nomeadamente na Universidade de Los Angeles) e de compositor. Naturalizado americano, em 1940, Schönberg morreu na Califórnia 11 anos mais tarde.
Arvo Pärt (nascido em 1935): Nascido em Paide, na Estónia, Arvo Pärt começou por trabalhar na rádio
estónia, como técnico de som, em 1957, estudando simultaneamente composição. Depois de ter obtido,
290
em 1962, o primeiro Prémio de composição no concurso da União dos Jovens Compositores de Moscovo,
recebeu o seu diploma do Conservatório de Tallinn no ano seguinte. Iniciou então uma carreira de compositor
que o veria virar-se, após a proximidade com Prokofiev ou Shostakovich, para as técnicas seriais. Em 1967,
interrompeu tanto o seu trabalho na rádio como a sua actividade de escrita, para se dedicar ao estudo da
música francesa e franco-alemã dos séculos XIV, XV e XVI. Este trabalho virá a influenciar fortemente as suas
futuras composições que, a partir da Sinfonia n.º 3 (1973), revelaram influências não só da polifonia antiga
como do cantochão medieval. Esta linguagem, muito pessoal e imbuída de uma enorme pureza de estilo,
exprimiu-se desde então em diversas obras instrumentais e religiosas: Arbos (1986), Tabula Rasa (1977), Te
Deum (1984) e Miserere (1989). Arvo Pärt abandonou a Estónia, em 1980, tendo obtido a nacionalidade
austríaca. Após alguns anos passados em Viena, reside actualmente em Berlim.
Béla Bartók (1881-1945): Béla Viktor János Bartók nasceu em Nagyszentmiklós, pequena vila húngara (actualmente na Roménia), no seio de uma família de melómanos. Iniciado no piano por sua mãe,
começou os estudos de composição em 1893, em Bratislava e, posteriormente, em Budapeste. A descoberta de Strauss e de Debussy, assim como o encontro com o seu compatriota Kodály, foram determinantes: prosseguindo uma brilhante carreira de concertista e de professor de piano, Bartók cultivou
simultaneamente o seu talento de compositor bem como a sua paixão pela música popular da Europa
Oriental, dedicando-se, juntamente com Kodály, a uma recolha e uma investigação minuciosas. Esta
paixão etnomusicológica, que o levou até à África do Norte, em 1913, fê-lo abandonar, em 1934, a sua
actividade de ensino. Fugindo ao nazismo, em 1940, aquele que se havia afirmado, desde 1910, como
o maior compositor húngaro, encontrou refúgio nos Estados Unidos. Embora multiplicando os concertos
e compondo de empreitada, e apesar de uma fugaz actividade de professor universitário, foi na miséria
e no esquecimento que se extinguiu, em 1945, em Nova Iorque. Bartók continua a ser um dos maiores
génios musicais do século XX. Apropriando-se de uma multiplicidade de influências, renovando radical-
291
Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
mente as formas e integrando as músicas folclóricas, a sua linguagem musical é uma das mais originais
de sempre. Testemunhos inequívocos desta originalidade são, por exemplo, os seus quartetos, os seus
concertos (para piano e para orquestra), a Música para Cordas, Percussão e Celesta ou a sua ópera O
Castelo de Barba-Azul.
Instituto, em 1881). Levou, então, uma vida errante, dando diversos concertos no estrangeiro. Foi nos
anos 80 que escreveu as suas maiores obras-primas, de Henrique VIII ao Carnaval dos Animais. Grande
viajante, amante da cultura, Saint-Saëns, que escreveu em 1908 a sua primeira obra para o cinema (para
O assassinato do Duque de Guise), continua a ser o símbolo de uma certa elegância musical francesa.
Benjamin Britten (1913-1976): Nascido em Suffolk, Inglaterra, a 22 de Novembro de 1913. Conquistou
reconhecimento mundial com a sua obra para cordas Variações Sobre um Tema de Frank Bridge. A sua
vontade de inovar e inspiração proveniente da música oriental e do teatro medieval, trouxe a Britten um
lugar de destaque na História da Música. Dedicando-se mais às cantatas, obras corais e canções, Britten
revelava nas suas obras uma angústia diante da miséria da condição humana e um pessimismo à semelhança de Mahler e Shostakovich. Morreu em Suffolk, a 4 de Dezembro de 1976.
Carl Orff (1895-1982): Carl Orff nasceu e morreu em Munique, tendo iniciado a sua carreira musical
como maestro em Mannheim, Darmstadt e Munique, depois de ter estudado piano e violoncelo desde os
cinco anos. Em 1924, na sua cidade natal, fundou com a sua esposa, Dorothee Günther, a Güntherschule, uma escola de ginástica, música e dança, inspirada nos princípios de Jacques-Dalcroze. Esta actividade contribuiu, nomeadamente, para que ultrapassasse as suas influências pós-românticas ou mesmo
impressionistas, para criar um estilo próprio, de obediência neoclássica. Deste estilo é testemunha uma
rica produção sinfónica e coral e, nomeadamente, a famosa ópera cantata Carmina Burana (1937), que
teve um grande sucesso na Alemanha do 3.º Reich, ou Antígona (1949, de Sófocles, na versão de Hölderlin). Aquele que foi também director do Bachverein e professor no Conservatório de Munique (1950-60),
deixou igualmente um famoso método de ensino de música para crianças: Schulwerk (1933).
Camille Saint-Saëns (1835-1921): Criança-prodígio, Camille Saint-Saëns escreveu as suas primeiras
peças para piano com três anos e meio! Tendo entrado para o Conservatório de Paris, em 1848, viu, em
1852, ser-lhe recusado o Prémio de Roma, por ser demasiado jovem. Organista na igreja de Saint-Merry,
em 1853, e, em seguida, na Madeleine, em 1858, entrou, em 1861, para a Escola Niedermeyer onde
teve como aluno Gabriel Fauré, entre outros, prosseguindo simultaneamente uma carreira de concertista
que viria a deslumbrar os maiores virtuosos do seu tempo. Paradoxalmente, aquele que viria a ser, para as
gerações seguintes, um símbolo vivo do academismo teve muita dificuldade em impor as suas primeiras
obras, pois na época considerou-se como revolucionário este defensor de Berlioz, Wagner e Liszt, tendo
sido aliás graças a este último que a sua obra-prima lírica, Sansão e Dalila, foi representada em Weimar,
em 1877. Após o legado de um generoso mecenas, Saint-Saëns pôde consagrar-se exclusivamente à
composição. Tendo casado apressadamente, em 1875, a morte dos seus dois filhos, em 1878 e a sua
posterior separação, fecharam-no no cepticismo, apesar das diversas consagrações (foi nomeado para o
292
Carlos Seixas: Nascido em Coimbra em 1704. Compositor, organista e cravista, foi ter sido aluno de seu
pai Francisco Vaz Seixas. Vem para Lisboa em 1720 tornando-se organista da Patriarcal e da casa real.
Trabalhou com Scarlatti. Destacou-se pela sua produção e notável valor, que o tornam um dos grandes
compositores portugueses de todos os tempos. Morre em Lisboa em 1742.
Christoph Willibald Gluck (1714-1787): Alemão de nascimento, Gluck fundou a sua obra com base na
música italiana, realizou-se em Viena e encontrou pleno reconhecimento em Paris. Em Viena, criou um
grupo de ópera com o objectivo de a tornar num estilo teatral comparável ao da tragédia grega clássica,
293
Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
despojada de árias pomposas e de recitativos. Compôs seis óperas baseando-se na mitologia grega,
abrindo caminho para as grandes óperas do século XIX (Puccini, Verdi e Wagner).
Claude Debussy (1862-1918): Nascido em Saint-Germain-en-Laye, no seio de uma família modesta,
Claude Debussy entrou, aos dez anos, para o Conservatório de Paris, onde estudou durante cerca de dez
anos, nomeadamente junto de César Franck. Diversas estadias no estrangeiro (na Rússia, onde foi «pianista privado» da baronesa von Meck, protectora de Tchaikovsky) contribuíram para edificar a sua vasta
cultura. Esta foi também enriquecida pelo contacto com os meios literários e artísticos que frequentou ao
regressar a Paris, onde se instalou definitivamente em 1887, ao chegar de Villa Médicis. Amigo de Pierre
Louÿs, conviveu também com Mallarmé, Proust e Huysmans. Wagner, descoberto em 1888, e ainda as
músicas orientais, reveladas pela Exposição Universal de 1889, estiveram na base de uma inspiração,
cuja originalidade se viu consagrada em obras como Prélude à l’après-midi d’un faune. Criada triunfalmente em 1894, esta obra inovadora marcou o início de uma celebridade crescente e o fim de um longo
período de dificuldades materiais. Das Chansons de Bilitis (1897) à Sonate pour violon et piano (1917),
passando por La Mer (1905), apogeu do impressionismo musical, Debussy nunca deixou de trabalhar na
obra que viria a ser das mais determinantes da música moderna. Devastado desde 1910 por um cancro,
extinguiu-se em Paris, em 1918.
Claudio Monteverdi (1567-1643): Filho de um médico de Crémone, Monteverdi manifestou muito cedo
extraordinários dons musicais: com 15 anos publicou a sua primeira recolha, as Sacræ cantiunculæ. Foi
em Mantova, para onde foi chamado em 1590, como violista e cantor na corte do duque Vincent de Gonzague, e onde residiu durante 22 anos, que estabeleceu a sua fama. Mestre musical do duque, a partir
de 1601, Monteverdi desenvolveu uma arte que foi engrandecida por diversas viagens: a sua primeira
ópera, Orfeo (1607), conheceu um grande sucesso. Ainda que abatido pela morte de sua mulher, filha
294
de um músico da Corte, em 1608 compôs a ópera Arianna, parte da qual até hoje nunca encontrada.
Despedido, após a morte do duque, Monteverdi partiu para Veneza, onde foi nomeado mestre da capela
da Basílica de São Marcos. Após o seu ingresso na ordem, Monteverdi não deixou, contudo, de se dedicar
à composição, tendo escrito diversas óperas, até à sua morte em Veneza, em 1643, que deu lugar a grandiosas exéquias. A música, daquele que é hoje considerado um dos grandes génios da História da Música,
caída no esquecimento, foi redescoberta pelo compositor italiano Malipiero no início do século XX.
Dimitri Shostakovich (1906-1975): Trágico destino, o de Dimitri Shostakovich, hoje considerado um dos
maiores compositores russos de um século cujas tormentas se viu forçado a viver. Nascido em São Peters­
burgo, revelou desde cedo os dons que cultivou no Conservatório dessa mesma cidade, posteriormente
chamada Leninegrado. Às suas primeiras obras orquestrais, compostas aos 14 anos, seguiram-se outros
sucessos que, como a sua Primeira Sinfonia, suscitaram o entusiasmo, impondo-o aos olhos dos maiores
mestres. Em 1936, contudo, sofreu um cruel revés, tendo a sua ópera Lady Macbeth de Mzensk sido acusada de imoralidade pelo jornal diário oficial Pravda. Nesse mesmo ano, escreveu a sua primeira obra de
câmara, um repertório em que se tornou mestre e ao qual, tal como Beethoven, regressaria regularmente,
por diversas vezes, ao longo da sua existência. Shostakovich passou toda a sua existência atormentado
pela ideia de vir a ser enviado para os campos onde pereceram diversos amigos seus: múltiplas acusações
de formalismo levaram-no, várias vezes, a fazer autocrítica. Psicologicamente esgotado, após intermináveis anos de compromissos, morreu em 1975, em Moscovo. Variada e abundante, a sua produção conta
com 147 obras em todos os repertórios, incluindo o da música para cinema.
Domenico Scarlatti (1685-1757): Sexto filho do ilustre Alessandro, cujo renome lhe fez inicialmente
alguma sombra, Domenico Scarlatti nasceu em Nápoles, no mesmo ano de Bach e Händel (que viria a
conhecer mais tarde, tal como Vivaldi, em Veneza). Começou por ser organista e compositor de óperas
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Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
(cerca de 15, no total) e cantatas. Mais tarde, ligado à Corte da rainha Maria Casimira da Polónia, assumiu o cargo de mestre de capela da Basílica de São Pedro, em 1714, período em que começou a compor
para a igreja. Em 1720, instalou-se em Lisboa, dirigindo a capela do rei D. João V e assumindo a educação musical da infanta Maria Bárbara de Bragança. Tendo desposado a herdeira do trono de Espanha,
esta última levou-o consigo para Madrid. Terá sido aí que compôs a maioria das suas 555 sonatas para
cravo (das quais o cantor Farinelli terá copiado os manuscritos de que dispomos actualmente) que fizeram
de Scarlatti um dos pais da técnica moderna de cravo. Foi em Madrid que se extinguiu, aos 71 anos, um
dos maiores músicos do século XVIII.
Edgar Varèse (1883-1965): Nasce em Paris, a 22 de Novembro de 1883 e morre em Nova Iorque, a
6 de Novembro de 1965. Depois de completar os seus estudos em Paris e Berlim, desiludido, decide
emigrar para os Estados Unidos. Foi aí que promoveu uma nova visão dos intrumentos de música electrónica e dirigiu orquestras. É com a sua criação maior Amériques, que Varèse transforma os parâmetros
clássicos da música em categorias mais amplas, integrando novos conceitos de sonoridade.
Edvard Grieg (1843-1907): Nascido em Bergen, onde, por incentivo de sua mãe, pianista, iniciou rapidamente os estudos musicais. Foi no Conservatório de Leipzig que prosseguiu estes últimos, de 1858 a
1862. Ao contactar com a nova música norueguesa, representada por um compositor como Nordraak, começou a compor quando vivia em Copenhaga e, posteriormente, em Roma, onde, na sequência da morte
de Nordraak, escreveu a sua Marcha Fúnebre. Após ter assumido o cargo de professor e maestro em
Oslo, regressou a Roma, em 1869, graças à intervenção de Franz Liszt. Em 1874, um auxílio material,
atribuído pelo Estado, permitiu-lhe dedicar-se integralmente à composição, efectuando simultaneamente,
a partir de 1876, grandes digressões anuais através da Europa, durante as quais interpretava e dirigia as
suas próprias obras. Em 1888, o seu primeiro concerto, em Londres, revelou-o ao público internacional,
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coroando-o com uma glória duradoira. Instalado, desde 1885, na casa que ele próprio havia construído,
próximo do fiorde de Hardanger, fundou, em 1898, o primeiro festival de música da Noruega. Esta figura
central da música norueguesa, país cujo folclore impregna a maior parte das suas obras (entre as quais
a suíte orquestral, composta sobre a peça Peer Gynt, de Ibsen ou as Danças Polifónicas), apaixonou
inúmeros compositores, tais como Ravel ou Debussy.
Edward Elgar (1875-1934): Curioso percurso, o deste músico inglês, cujo nome teve dificuldade em
transpor as fronteiras do seu país (o qual Elgar ajudou, porém, antes de Benjamin Britten, a reconquistar
um lugar na cena musical mundial) e cuja abundante produção se estende por um período de apenas
20 anos! Nascido próximo de Worcester, Sir Edward Elgar iniciou os seus estudos musicais com o seu
pai, organista, violinista e comerciante de música, antes de se aperfeiçoar em regime autodidacta. Só em
1889, após ter trabalhado em diversas orquestras como instrumentista e como maestro e depois de suceder a seu pai como organista da igreja de Saint-Georges de Worcester, decidiu consagrar-se à composição.
E foram necessários dez anos para que surgisse a sua primeira grande obra, as Enigma Variations para
orquestra. Passaria então os 20 anos seguintes a pôr em prática o seu estilo ecléctico, imbuído do espírito
do pós-romantismo alemão, em todo o seu repertório. Após a Primeira Guerra Mundial, algo perturbado
pela morte de sua mulher e pelos abalos sofridos pela Inglaterra, deixou praticamente de compor, apesar
da sua nomeação para o cargo de Master of the King’s Music, em 1924. A marcha Land of Hope and
Glory (1902), extraída de Pompa e Circunstância, constitui para os ingleses uma espécie de segundo
hino nacional.
Emmanuel Nunes: Nascido em Lisboa em 1941, nome muito reconhecido no panorama comtemporâneo. A partir de 1964 fixa-se em Paris onde estuda com Beaufils. A sua obra seria marcada pela influência de Stockhausen, Pousseur e Spek e pelas escolas de Darmstadt e Colónia.
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Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
Erik Satie (1866-1925): Alfred-Erik Leslie-Satie surge como uma espécie de alienígena na música do
século XIX, não obedecendo a nenhuma escola ou convenção. E, contudo, a sua influência tem sido, até
hoje, indiscutível. Nascido em Honfleur, de mãe inglesa, Satie iniciou os seus estudos musicais em 1878,
em Paris, onde fez uma passagem bastante medíocre pelo Conservatório. Compôs as suas primeiras obras
em 1884 (Ogives, Gymnopédies). A sua primeira residência foi em Montmartre, onde, entre outras extravagâncias, chegou a ser pianista de cabaret, e onde conheceu o seu amigo Debussy (com o qual cortou
definitivamente relações em 1916). Satie deixou então Paris, indo para Arcueil, onde viveu até à morte,
numa casa modesta, à qual chamava «Notre-Dame-des-Bassesses». Cansado de ser qualificado como
amador, recomeçou, em 1905, os estudos musicais, nomeadamente junto de Albert Roussel, na Schola
Cantorum. Sujeito a crises de misticismo que lhe inspiraram aliás diversas obras (aderiu à Ordem de
Rosacruz, de Peladan, e fundou a «Igreja Metropolitana da Arte e de Jesus Condutor», do qual foi o único
membro), foi, durante muito tempo, considerado um exibicionista megalómano, até a Belle Époque, na
sequência do escândalo de Parade (espécie de bailado dadaísta escrito com Cocteau em 1917) ter feito
dele uma das suas figuras de proa. Foi, contudo, na miséria e na solidão que morreu, em Arcueil.
Eurico Carrapatoso: Nascido em Mirandela em 1962, Carrapatoso tem se revelado no panorama musical nos últimos 15 anos. Estudou com grandes nomes como Borges Coelho, Cândido Lima, Constança
Capdeville. A sua obra é já significativa, tendo recebido os prémios Lopes-Graça e Lacerda, entre outras
condecorações e nomeações.
Duarte Lôbo: Nasceu em Lisboa em 1565. É considerado um dos grandes compositores portugueses de
sempre dada a dimensão da sua obra e também o seu valor. A maior parte da sua obra foi, a seu tempo,
editada em Antuérpia e era assinada com o nome Eduardus Lúpus. Era apoiado pela casa real portuguesa
e pelo Cardeal D. Henrique. Morre em Lisboa e 1646.
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Félix Mendelssohn-Bartholdy (1809-1847): Foi em Berlim, onde a sua família, culta e abastada, se
instalou em 1811, que Félix Mendelssohn pôde dar livre curso aos seus dons de criança-prodígio. Amigo
de Goethe, já idoso em 1821, concluiu a sua formação musical (piano e composição) e frequentou as
aulas de Hegel. Em 1829, iniciou-se como maestro, exumando uma obra de um compositor esquecido
há mais de 100 anos e para o renascimento do qual viria a contribuir: a Paixão Segundo São Mateus,
de Johann-Sebastian Bach. As suas diversas viagens por toda a Europa constituíram uma boa ocasião
para travar diversos conhecimentos (Chopin, Liszt, Rossini), até ter assumido a direcção do Gewandhaus
de Leipzig, em 1835. Fundador, em 1843, do Conservatório desta mesma cidade, Mendelssohn marcou
profundamente a música da sua época, tanto pelas suas interpretações e as suas redescobertas (Bach,
mas também Händel), como pelas suas próprias obras. As suas sinfonias ou, ainda, a música dramática
de Sonho de uma Noite de Verão (1843), fizeram dele uma referência da música romântica.
Fernando Lopes-Graça: Nascido em Tomar em 1906, é um dos maiores nomes da nossa cultura. Foi
aluno, entre outros, de Freitas Branco e Vianna da Motta. Entre 1931 e 1937 fica radicado em Coimbra,
fase em que inicia a sua tendência pelo género vocal. Em 1937 parte para Paris, onde desenvolve um
estilo mais influenciado por Bartok e Falla. Em 1939 regressa a Portugal desenvolvendo a maior parte da
sua produção a seguir ao período pós-guerra. Ficaria conotado até ao fim do regime político, em Portugal,
como anti-ditatorial.
Francis Poulenc (1899-1963): De origem parisiense, Francis Poulenc foi educado num meio de melómanos e iniciou os estudos de piano aos cinco anos, prosseguindo-os depois junto de Ricardo Viñes, grande
amigo de Ravel e Debussy. Foi, aliás, em casa deste que Poulenc conheceu Satie, que viria a exercer uma
grande influência na sua música. Em 1917, a sua Rapsódia Negra trouxe a Poulenc um primeiro sucesso
público. Ao regressar da guerra, fundou com Auric, Durey, Honegger, Milhaud e Germaine Tailleferre, o
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Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
Grupo dos Seis, traduzindo mais uma reunião de afinidades que uma verdadeira estética comum. Aos
22 anos, Poulenc aperfeiçoou as suas técnicas de composição, junto de Charles Koechlin, podendo, em
seguida, dar livre curso ao seu estilo inimitável, ora irónico e cómico, ora melancólico e místico, «simultaneamente monge e rebelde», como declarou Stéphane Audel. A sua música sacra (Litanias à Virgem
Negra, Stabat Mater) ou o seu Concerto para dois pianos são sucessos exemplares. As suas melodias,
num total de 137, contribuíram também para renovar o género, a partir de textos dos maiores poetas.
«Se o meu epitáfio fosse: ‘Aqui jaz Francis Poulenc, o músico de Apollinaire e de Eluard’, penso que esse
seria o meu maior título de glória», disse em 1945.
François Couperin (1668-1733): À semelhança de Lully, Marin Marais ou Charpentier, «o Grande Couperin» é um dos mais brilhantes representantes da música barroca francesa. Nascido em Paris, filho de
um organista, Couperin manifestou desde a infância dons tão excepcionais que, após a morte de seu pai,
herdou o seu cargo na igreja de Saint-Gervais. Aí ingressou, ao perfazer 18 anos, após ter concluído a
sua formação junto de Jacques Thomelin: o organista de Saint-Gervais tinha então de assegurar quatrocentos serviços por ano! Foi em 1689 que Couperin publicou a sua primeira obra, as Messes d’orgue,
de uma excepcional maturidade. Quatro anos mais tarde, Luís XIV nomeou-o para a Capela Real, antes
deste se tornar professor-mestre de cravo dos descendentes da família real. Após a morte do «Rei Sol», o
compositor afastou-se da corte de Versailles, retirando-se cada vez mais da actividade musical. Couperin
morreu em Paris, em 1733. A sua obra é essencialmente de inspiração religiosa e, regra geral, destinada
a formações reduzidas. Mas Couperin, com a sua Art de toucher le clavecin, ofereceu também uma das
mais belas recolhas para cravo.
Franz Liszt (1811-1886): Pianista virtuoso, Franz Liszt, filho de um intendente do príncipe Eszterhazy,
conviveu desde os nove anos com as obras de Haydn, Mozart e Beethoven. Em Viena, onde se estreou
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aos 12 anos, foi discípulo de Czemy e Salieri, antes de se estabelecer, a partir de 1823, em Paris. Aí concluiu a sua formação musical, fora do Conservatório, cujo acesso lhe foi negado por Cherubini, tendo sido
acolhido em todos os salões. Foi em Paris, em casa de Chopin, muito ligado aos meios literários (de Hugo
a Heine), que conheceu Marie d’Agoult, que lhe deu três filhos, entre os quais Cosima, futura mulher de
Wagner. Louvado como o maior pianista do seu tempo, Liszt, que não havia, até então, composto senão
para este instrumento, virou-se para a música orquestral, à chegada a Weimar, em 1842, para aí exercer
o cargo de mestre de capela da Corte. Simultaneamente, manteve-se como grande defensor da música
do seu tempo, de Wagner a Berlioz. A segunda parte da sua vida foi conduzida sob o signo da religião, o
seu outro amor de juventude: em Roma, onde viveu de 1861 a 1869, recebeu as ordens menores, em
1865. Mas este período foi também o das suas maiores obras-primas para piano (Jeux d’eau de la villa
d’Este). Passou o resto da sua existência entre Weimar e Budapeste e morreu em Bayreuth, vítima de
pneumonia.
Franz Schubert (1797-1828): Tal como a de Mozart, outro prodígio, a existência de Schubert foi breve.
Filho de um modesto professor, Schubert passou em Viena uma infância feliz, revelando desde os 12
anos os seus primeiros dons de compositor. Estes dons foram rapidamente descobertos por Michael
Holzer, organista da paróquia que lhe ensinou piano, canto, órgão e harmonia, e que o fez ingressar no
Stadtkonvikt de Viena, em 1808. Nesse mesmo ano, Schubert integrou como corista a Capela Imperial,
estudando simultaneamente junto de Salieri. Chegou então o momento de seguir a vontade do seu pai:
tornou-se professor junto deste, assim tendo permanecido até 1818, data em que havia já composto
diversas obras-primas, de Margarida na Roca (1814) a Quinta Sinfonia (1816): a partir desta data, terá
passado a viver da venda das suas obras aos editores e da generosidade dos amigos (para os quais havia
instituído o ritual das «Schubertíadas») e a empenhar todos os seus esforços no sentido de continuar a
sua obra. Minado por uma sífilis contraída em 1822, vítima de acessos de desespero, Schubert morreu
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Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
com 31 anos. Respeitando o seu desejo, o seu corpo foi transferido para o Cemitério Central de Viena.
Schubert nunca teve a alegria de ouvir grande parte das suas obras, tendo a maioria sido descoberta e
executada apenas após a sua morte.
Frédéric Chopin (1810-1849): Filho de um francês e de uma polaca, Frédéric Chopin, arquétipo do compositor romântico, nasceu perto de Varsóvia, em 1810. Criança prodígio, destacou-se no piano e começou
a compôr a partir dos cinco anos. Seguiu uma dupla formação musical e universitária, apaixonado tanto
pela música mais moderna como pelas tradições populares ou a literatura. Após uma série de viagens
a Berlim, Praga ou Viena, Chopin deixou definitivamente a Polónia, em 1831, fixando-se em Paris. Aí
exerceu uma intensa actividade de pianista, antes de se dedicar unicamente à escrita. Multiplicando as
viagens à Europa, ligado a diversas personalidades da época (Liszt, Berlioz, Balzac, Delacroix ou Heine),
a sua vida foi abalada pelo encontro com Georges Sand, em 1836, com quem viveu uma relação tumultuosa até 1847. Este regresso à solidão, aliado a uma crescente nostalgia e à tuberculose, foi fatal:
no final de uma digressão a Inglaterra, ficou gravemente doente, tendo perecido em Paris, no n.º 12 da
Place Vendôme, a 17 de Outubro de 1849. Chopin deixou à música para piano, que constitui o essencial
da sua obra, algumas das mais belas páginas: os Études, as Polonaises, as Mazurkas são testemunhos
do seu génio.
Gabriel Fauré (1845-1924): Figura essencial da música francesa do século XIX, Gabriel Fauré nasceu em
Pamiers (Ariège). Graças a uma bolsa, em 1854 foi estudar música para Paris, para a Escola de Música
Clássica e Religiosa de Niedermeyer. Nomeado organista da igreja da Madeleine, em 1877, foi também
professor de composição no Conservatório de Paris, onde teve como alunos Ravel, Koechlin e Florent
Schmitt. Assumiu a direcção desta instituição em 1905, exercendo, simultaneamente, uma actividade de
crítico musical no Figaro. A sua surdez forçou-o a abandonar as funções em 1920, para terminar a sua
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vida no isolamento. Aquele que era então considerado o maior compositor francês recebeu, em 1924,
exéquias nacionais. Deixou uma obra em que dominam uma sensibilidade inimiga da ênfase e de escrita
refinada: podemos citar importantes ciclos de melodias (La Bonne Chanson, sobre poesias de Verlaine,
em 1893), magníficas obras de música de câmara e dramática (Pelléas et Mélisande, 1898), bem como
um tocante Requiem (1887-88), que Fauré terá composto na sequência da morte do seu pai (1886) e,
em seguida, da sua mãe (1888).
Gaetano Donizetti (1797-1848): Nasceu em Itália, em 29 de Novembro de 1797 e morreu a 8 de Abril
de 1848. Com Rossini e Bellini, Donizetti foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento da Ópera Italiana
no século XIX, na era dourada do bel canto. Compôs um total de 62 óperas.
Georg Frideric Händel (1685-1759): Händel nasceu em Halle, ponto de partida de uma existência conduzida sob o signo do cosmopolitismo. A descoberta da ópera levou-o, aos 20 anos, a compôr as suas
primeiras obras líricas, afastando-o assim da carreira de músico eclesiástico, para a qual os seus dons
de organista virtuoso pareciam predestiná-lo. Em 1706, partiu para Itália onde, ao tomar contacto com
a opera seria, pôde defrontar Domenico Scarlatti num memorável combate musical. Exerceu o cargo de
mestre de capela do Eleitor de Hanovre, o futuro Georges I de Inglaterra (para o qual viria a escrever,
mais tarde, a famosa Water Music), antes de partir à conquista de Londres, em 1711, onde assumiu,
em 1719, a direcção da Academia Real Musical. Em 1726, recebeu a nacionalidade inglesa. À glória dos
seus primeiros anos sucedeu-se um período de dificuldades financeiras; Händel, que havia fundado, em
1728, uma segunda academia, viu-se forçado a abandonar a ópera (tendo composto mais de 40) e, a
partir de 1739, consagrou-se ao género da oratória (O Messias, 1741). Tendo cegado em 1752, abandonou a composição, mas continuou a improvisar no órgão até à sua morte, em Londres, em 1759. Händel
soube pôr em prática um estilo que recolhe um pouco de todas as influências do seu tempo.
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Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
Georg Philip Telemann (1681-1767): Nasce a 14 de Março de 1681, na Alemanha e morre em Hamburgo a 25 de Junho de 1767. Compositor do período barroco, Telemann promoveu concertos públicos
que popularizaram a música que até então estava reservada à aristocracia e a poucos burgueses.
Fluente em vários estilos musicais, escreveu centenas de composições para teatros de ópera, orquestras e igrejas europeias, incluindo música sacra e profana. As obras até agora conhecidas incluem mais
de 500 cantatas de igreja, 44 paixões, 40 óperas, 600 suítes e mais de 1.000 concertos, sonatas e
trio-sonatas.
George Gershwin (1898-1937): De origem russa por parte do pai e de extracto social modesto, George
Gershwin nasceu em Brooklub (Nova Iorque), onde cresceu em contacto com a música popular americana, o ragtime e o blues. Ainda que tendo assistido, de forma pouco assídua, a aulas de música, foi um
autodidacta, a quem os excepcionais dons de melodista permitiram escalar a escada da glória: inicialmente song-plugger (intérprete de novas canções para os clientes das editoras musicais), em seguida,
acompanhador de espectáculos musicais, começou, desde cedo, a compôr canções (mais de 500, no
total), frequentemente sobre letras do seu próprio irmão, Ira. O seu primeiro sucesso, Swanee (1919),
abriu-lhe as portas da Broadway, onde não tardou a tornar-se num dos compositores mais em voga,
graças aos seus musicais, às suas canções e músicas para filmes (género em que se distinguiu desde
o advento do cinema falado). Partituras como Rhapsody in Blue, para piano e orquestra (1924), Um
Americano em Paris (1928) ou a ópera Porgy and Bess (1935), todas universalmente famosas, atestam
o imenso talento de Gershwin, que soube aliar maravilhosamente as influências sinfónicas clássicas a
elementos de jazz, na senda de um Ravel.
Georges Bizet (1838-1875): Filho e sobrinho de professores de canto, Georges Bizet nasceu em Paris,
em 1838. Foi com nove anos que entrou para o Conservatório, onde foi aluno de Halévy (com cuja filha
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viria a casar-se, em 1869) e, oficiosamente, de Gounod. Manifestando excepcionais dons de pianista,
cedo começou a escrever para este instrumento. Depois de ter recebido, em 1856, um prémio de opereta
por Le Docteur Miracle, conquistou, no ano seguinte, o Prémio de Roma, cidade onde passou três felizes
anos. Ao regressar a Paris, viveu das suas lições, do arranjo de partituras e dos seus talentos de acompanhador. Pianista admirado por Franz Liszt, prosseguiu a sua carreira de compositor, confrontando-se com
a incompreensão do público e sofrendo diversos fracassos: as suas óperas L’Arlésienne (1871) e, sobretudo, Carmen (1873-1874), hoje mundialmente conhecidas, foram, na época, «fiascos» estrondosos,
tendo mesmo o compositor sido acusado de vulgaridade e indecência. Minado por este fracasso, Bizet
viria a sucumbir, no seguimento de uma crise de depressão, em 1875, aos 37 anos. Seis meses mais
tarde, Carmen foi um triunfo, em Viena.
Giacomo Puccini (1858-1924): Proveniente de uma longa linhagem de músicos, Giacomo Puccini chegou à música através da música sacra. Mas longe de suceder ao seu pai como organista da Catedral de
Lucques, sua cidade natal, foi para a ópera que decidiu voltar-se, após ter descoberto a Aïda de Verdi,
em 1876. Só quatro anos depois, durante os quais escreveu as suas primeiras obras, parte para Milão,
para estudar composição. A sua primeira ópera, Villi (1884), inicialmente recusada, revelava um talento
que chamou a atenção do editor Ricordi, que decidiu proteger o jovem músico. Levando uma vida de
boémio, marcada por dificuldades financeiras e por peripécias sentimentais (vivia maritalmente com a
mulher de um antigo colega de escola), Puccini continuou a compôr. E foi em 1893, com Manon Lescaut,
que alcançou o sucesso. Seguiram-se La Bohème (1896), Tosca (1900) e Madame Butterfly (1904),
partituras consideradas como «véristes», que vieram consolidar a sua glória internacional, glória essa
que não se deixou enfraquecer pelos dramas, nomeadamente sentimentais, que continuavam a marcar
a sua vida: as suas obras seguintes (entre as quais La Fanciulla del West), que integravam algumas das
aquisições mais recentes da linguagem musical, foram criadas em Nova Iorque. Atingido por um cancro
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Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
na garganta, Puccini morreu em Bruxelas, onde havia sido operado, deixando inacabada a sua última
obra-prima: Turandot.
Gioacchino Rossini (1792-1868): Figura símbolo, à semelhança de Donizetti e Bellini, da idade de
ouro do bel canto romântico, Gioacchino Rossini tinha 18 anos quando apresentou a sua primeira ópera, Cambiale di matrimonio. Seguiram-se então 20 anos agitados e férteis: tornando-se, aos 21 anos,
após Tancredo e Italiana em Argel, numa verdadeira glória nacional, as suas partituras virtuosas, opera
seria (Semiramide, em 1823) ou óperas bufas (O Barbeiro de Sevilha, em 1816; Cinderela, em 1817)
conquistaram toda a Europa. Após algumas estadias triunfais em Viena e Inglaterra, Rossini instalou-se
em Paris, em 1824, onde foi nomeado, por Charles X, director do Teatro Italiano e, posteriormente,
intendente geral da música do soberano. Após um período de adaptação a este novo ambiente, compôs
diversas obras, entre as quais a famosa ópera Guilherme Tell (1829), que viria a tornar-se num clássico.
Aos 37 anos, depois de ter escrito cerca de 40 óperas, renunciou quase completamente à composição,
escrevendo apenas para si próprio. A sua Petite Messe Solennelle (1863), dessa época, continua a ser
considerada uma obra-prima. Minado por uma grave depressão nervosa, a partir de 1831, Rossini extinguiu-se em 1868, em Passy.
Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736): Descendente de uma família de Pergola, Pergolese nasceu
em Jesi, na província de Ancona. De constituição frágil, minado desde a infância por uma doença pulmonar que viria a ceifar-lhe a vida aos 26 anos, começou muito cedo a aprender música na sua cidade
natal. Em 1726, foi para Nápoles, para concluir a sua formação: aí aprendeu violino e contraponto no
Conservatório dos Poveri di Gesù Cristo, onde o seu talento lhe permitiu exercer um cargo de assistente. Em 1727, ano da morte do seu pai, entrou ao serviço do príncipe de Stigliano, como mestre de
capela. Foi neste quadro que compôs as suas primeiras obras, nomeadamente a Missa em Ré Maior,
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duas oratórias e uma ópera. Graças à intervenção do príncipe, tornou-se, em 1634, mestre de capela
substituto de Nápoles e, em 1735, organista supranumerário da Capela Real. Novas composições,
religiosas e profanas, viram o dia, colhendo o agrado do público: a ópera La Serva Padrona, em particular, verdadeira obra-prima, foi um triunfo, tendo contribuído para alimentar a Guerra dos Bufões (ver,
também, Mondonville). Retirado no convento dos Capuchinhos de Pozzuoli, para compor o seu Stabat
Mater, encomenda da Confraria de San Luigi di Palazzo, Pergolesi viria a falecer, em 1736, apesar dos
cuidados extremosos de todos os que o rodeavam. Deixou uma obra rica que, desde então, deu origem
a múltiplas especulações.
Giuseppe Verdi (1813-1901): Aquele cujo nome ficará para sempre associado à ópera italiana do século XIX, conheceu as maiores dificuldades para levar a cabo a sua educação musical, dada a extrema
modéstia das suas origens. Se aos 15 anos havia já composto algumas obras, foi necessário travar
conhecimento com o seu professor e protector Vincenzo Lavigna (cuja filha desposou, em 1836), mestre
concertista de cravo, no Scala, para entrar nos meios da ópera milanesa. A sua primeira ópera, Oberto
Conte di San Bonifacio, foi representada no Scala, em 1839, onde obteve um sucesso razoável. O fracasso da seguinte, aliado à morte de sua mulher e dos dois filhos, afundou Verdi num depressão da qual
só viria a sair com o sucesso da sua ópera Nabucodonosor, em 1842. O encontro com Piave, que viria
a tornar-se no seu fiel libretista, revelou-se determinante: Macbeth (1847) marcou um ponto de viragem
essencial, que viria a ser concretizada com a trilogia Rigoletto, Il Trovatore e La Traviata (1851-53). Verdi
reduziu então a sua produção, dedicando-se mais à descoberta de alterações formais significativas para
a ópera. Em 1871, após Aïda, Verdi passou a maior parte do seu tempo no retiro de Santa Ágata, onde
nasceram novas obras-primas, como Otelo (1887) ou Falstaff (1893), a sua única ópera cómica e última
obra teatral. A glória da sua obra, contendo diversas mensagens políticas que seduziram o povo italiano
da época, nunca se esbateu.
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Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
Guillaume de Machaut (1300-1377): Compositor e poeta francês do século XIV e principal expoente
da chamada ars nova. Prestando serviço na corte do Rei João de Luxemburgo, Machaut viria a servir o
monarca por vinte anos, podendo viajar pelo mundo ao acompanhar as campanhas militares. Foi reconhecido como sendo um dos maiores compositores e poetas do seu tempo.
Guillaume Dufay (1400-1447): Nasceu em 1397, em França onde também viria a falecer a 27
de Novembro de 1474. Foi um dos maiores músicos da primeira metade do século XV. Homem de
grande cultura, criou o modelo perfeito da missa polifónica construída sobre um Cantus firmus (tema
litúrgico ou profano que serve de base e fio condutor a toda composição), modelo cujo esplendor se
manifestou até o final do século XVI. Escreveu 5 Magnificat, cerca de 80 motetos e hinos e 75 canções
francesas.
Gustav Mahler (1860-1911): Gustav Mahler nasceu na Boémia, numa família de comerciantes judeus, tendo passado a sua infância na Morávia, antes de partir para Viena, em 1875, para aí concluir a
sua formação musical no Conservatório. Ao terminar o Conservatório, em 1878, iniciou uma brilhante
carreira de maestro, que o conduziu aos teatros mais prestigiados da Europa: de Bad Hall (1880)
a Hamburgo (1891-1897), passando por Budapeste e Leipzig (onde, sucessor de Arthur Nikisch,
concluiu a ópera Die drei Pintos de Weber), adquirindo uma reputação extraordinária e contribuindo
para revolucionar a arte da direcção. Esta intensa actividade não lhe deixava senão os meses de Verão
para se dedicar à composição que resultaria em obras essenciais da música moderna (nomeadamente,
as suas dez sinfonias). Em 1897, foi nomeado maestro da Ópera de Viena. Em 1902, casou-se com
Ama Schindler, 19 anos mais nova que ele. Cinco anos mais tarde, entediado por incessantes ataques
(nomeadamente anti-semitas), demitiu-se, passando a partilhar a sua vida entre Nova Iorque e as suas
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digressões. Foi igualmente em 1907 que a sua primogénita, então com quatro anos, encontrou a morte. Minado pelo desgosto e por uma doença de coração, Mahler morreu em Viena, em 1911.
Gyorgy Ligeti (n. 1923): Após estudos na Roménia e Hungria, Ligeti, já em Viena, contacta com figuras-chave do movimento de vanguarda - Stockhausen e Koenig – que o inspiram para os sons electrónicos.
Desde então a sua obra conhece maior reconhecimento, sendo os seus três livros para piano obras obrigatórias. Ligeti falece Viena, em Junho de 2006.
Hector Berlioz (1803-1869): Revelando uma predisposição precoce para a música, Hector Berlioz
iniciou os seus estudos musicais com 12 anos, na sua aldeia natal da Côte-Saint-André (Isère). Tendo
partido para Paris, para estudar Medicina em 1821, entrou para o Conservatório cinco anos mais
tarde, depois de ter, entretanto, atraído a atenção do público, com as suas primeiras obras corais e
orquestrais. Condecorado com o Prémio de Roma, cidade onde passou os anos de 1831 a 1832, ao regressar a Paris investiu na sua actividade de compositor e, a partir dos anos 40, de maestro. Ainda que
apreciadas por Wagner, Paganini e, sobretudo, Liszt, as suas obras não suscitavam senão a admiração
do público, pelo que foi sobretudo graças à sua intensa actividade de crítico que Berlioz conseguiu
garantir a sua subsistência. A morte das suas primeira e segunda esposas e, ainda, do seu filho Louis,
a somar-se aos seus falhanços públicos e a um temperamento apaixonado e depressivo, contribuíram
para o condenar, no fim da vida, a uma solidão trágica. No ano da sua morte, em 1869, em Paris,
Berlioz deixava um sem número de páginas sinfónicas (Harold em Itália, A Sinfonia Fantástica), de
óperas (A Danação de Fausto, Os Troianos) e de obras sacras, que são o testemunho simultâneo de
excepcionais dons de orquestrador e de uma inspiração que fez dele o grande músico do romantismo
francês.
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Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
Heinrich Ignaz Franz von Biber (1644-1704): A música de Biber associa influências italianas à formação
característica da escola flamenga, combinando técnica e expressividade que marcam uma ruptura com
a música medieval. Foi um compositor renascentista brilhante, que superou as formas tradicionais e deu
novo tratamento às relações entre o texto e música. Mestre da polifonia e do contraponto, estendeu e
aplicou o recurso à repetição de um trecho musical por vozes diferentes. A sua obra enquadra-se em
três categorias principais: as missas, as canções e os motetos, sendo estes os que se mostraram mais
originais.
Heitor Villa-Lobos (1887-1959): Nascido no Rio de Janeiro, de mãe indígena, Heitor Villa-Lobos recebeu, por parte de seu pai, as suas primeiras bases musicais. Aprendeu piano, violoncelo, guitarra e, ainda,
diversos instrumentos de sopro. Contudo, só iniciou estudos regulares em 1906, após ter já começado
a compor. Foi sobretudo com as suas viagens que Villa-Lobos se formou realmente, contactando com
as músicas populares que viria posteriormente a integrar amiúde nas suas obras. Com cerca de 1300
composições, Villa-Lobos é incontestavelmente, o maior compositor brasileiro. Um primeiro concerto, em
1915, serviu para o apresentar ao público. Apesar de ter sido criticado, Villa-Lobos beneficiou do apoio
de Rubinstein. De 1923 a 1930, percorreu a Europa, com estadias em Paris (onde travou amizade com
Florent Schmitt, entre outros), Londres, Viena e Berlim. Regressou ao Brasil, para ocupar a função de
superintendente de instrução musical. Defensor de uma pedagogia musical baseada na etnologia, inimigo
da formação académica, brilhante divulgador da música clássica no seu país (de Bach aos seus contemporâneos franceses), criou, em 1942, o Conservatório de Canto Orfeônico e, em 1946, a Academia de
Música, à qual presidiu até à sua morte, em 1959.
Henry Purcell (1659-1695): Conhece-se mal a vida daquele que, antes de Händel, foi o primeiro dos
grandes compositores além-Mancha. Filho de um músico, Purcell foi cantor, antes de se tornar, com 18
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anos, compositor para os «violinos do rei». Sucedeu, dois anos mais tarde, ao seu mestre John Blow
como organista da Abadia de Westminster (cuja manutenção havia constituído, em 1674, o seu primeiro
trabalho remunerado) e, em 1682, tornou-se num dos organistas da Capela Real. Igualmente reparador
de órgãos e copista, publicou, em 1683, a sua primeira obra: sonatas em trio. Após estas primeiras
armas instrumentais, explorou a música sacra e, sobretudo, a música dramática. Neste domínio, viria a
compor várias obras-primas, decorrentes nomeadamente da sua colaboração com o poeta Priest (Dido
e Eneias, Rei Artur, The Fairy Queen), que são testemunhos de um sentido teatral apurado e de um
grande requinte. Purcell, que se casou por volta de 1680 e teve seis filhos, dos quais três faleceram em
tenra idade, viria a morrer com 36 anos, possivelmente de consumpção. À «mulher bem amada» legou
todos os bens que a glória e a influência que acabara por obter lhe haviam permitido possuir.
Hildegard von Bingen (1098-1179): Recentemente redescoberta, a obra de Hildergard von Bingen é
actualmente objecto de uma admiração que atesta a sua modernidade. Nascida em Alzei, na Hesse
renana, Hildergard von Bingen foi a décima e última criança de Hildebert e Mechthild von Bermersheim,
descendentes de uma família nobre. Confiada desde os sete anos de idade ao convento de Disibodenberg,
aí recebeu as bases da sua educação religiosa e geral, tendo acabado por abraçar definitivamente a vida
monástica. Nomeada abadessa do convento, em 1136, foi cinco anos mais tarde que começou a relatar
as suas visões, tendo os seus escritos sido apresentados ao papa Eugénio III, em 1147. Empreendeu a
composição de obras de música sacra que viriam a ser reunidas, de 1151 a 1158, na recolha Symphoniæ harmoniæ celestium revelationum. Em 1150, ficou concluída a construção do mosteiro de Rupertsberg, fundado por Hildegard, próximo de Bingen. Em 1158, iniciou grandes digressões de pregação, e
sete anos mais tarde fundou um segundo convento, em Eibingen, na outra margem do Reno. Aquela a
quem os seus múltiplos dons permitiram aproximar-se de todos os grandes e poderosos do seu tempo,
extinguiu-se em 1179, com 81 anos.
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Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
Igor Stravinsky (1882-1971): Filho de um cantor famoso, Igor Feodorovich Stravinsky nasceu nos
arredores de São Petersburgo. Foi apenas com 23 anos que interrompeu os seus estudos de Direito
para iniciar os estudos musicais, junto de Rimsky-Korsakov. Em 1908, ano da morte do seu mestre, e
data em que já contava com diversas composições, foi apresentado a Diaghilev: o pai dos ballets russos
apercebeu-se imediatamente do talento daquele que viria a tornar-se num dos gigantes da música do
século XX, confiando-lhe, em 1910, a composição de um ballet integral, O Pássaro de Fogo, criado
com sucesso em Paris. Seguiram-se outras partituras, igualmente notáveis, como Petrushka (1911) ou
a Sagração da Primavera, que causou um enorme escândalo, por ocasião da sua criação, em 1913.
Tendo-se tornado numa figura notória da vanguarda, ligado a Ravel e admirado por Debussy, Stravinsky
estabeleceu-se na Suíça, em 1914, e, em seguida, em Paris, após a revolução russa (viria a obter a
nacionalidade francesa em 1934). Tanto na vida como na sua obra, Stravinsky foi um nómada, abordando diversos estilos: após a flamejante e radical novidade das obras iniciais, virou-se, nos anos 20,
para o neoclassicismo e, posteriormente, a partir dos anos 50, para a música serial, a que se havia
anteriormente oposto. Professor na Universidade de Harvard, em 1939, permaneceu nos Estados Unidos a partir do início da guerra, efectuando diversas viagens para a Europa e até à URSS, onde teve,
em 1962, um regresso triunfal. Tendo morrido em Nova Iorque, em 1971, Stravinsky foi sepultado em
Veneza, perto de Diaghilev.
Jean Sibelius (1865-1957): Foi aos 21 anos que Jean Sibelius decidiu abandonar definitivamente o
Direito em prol da sua carreira como instrumentista (era violinista num quarteto) e compositor. Sibelius,
que havia tido aulas de piano e violino desde os nove anos, partiu então para Helsínquia, Berlim e Viena,
para se aperfeiçoar. De regresso a Helsínquia, para aí ensinar violino e teoria musical, rapidamente se
impôs como líder da Escola Nacional Finlandesa, nomeadamente com o seu poema sinfónico Kullervo
(1892). A partir de 1897, uma renda anual atribuída pelo governo permitiu-lhe dedicar-se em exclusivo
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ao seu trabalho de compositor, efectuando simultaneamente digressões regulares e prosseguindo esporadicamente a sua actividade pedagógica (em 1914, foi professor em Boston). Foi em Järvenpää, perto
de Helsínquia, onde se instalou a partir de 1904, que este solitário intransigente continuou uma obra de
onde se destacam sete Sinfonias que, na linha dos românticos, qualificaram Sibelius como um grande
sinfonista. Em 1929, considerando que não tinha nada mais a dizer, publicou a sua última obra. Morreria
cerca de trinta anos mais tarde, aos 91 anos, de hemorragia cerebral.
Jean-Baptiste Lully (1632-1687): É em Florença que nasce Jean-Baptiste Lully, que, aos 14 anos,
terá viajado para França, para aí entrar ao serviço do duque de Guise e, posteriormente, de Madame de
Montpensier, para ajudar a princesa a aperfeiçoar o seu italiano. Violinista, guitarrista, mimo e dançarino,
entrou, em 1652, ao serviço do jovem Luís XIV. Em 1653, data em que substituiu o seu amigo Lazzarini no cargo de compositor de música instrumental, começou a compor a música dos ballets da corte.
Superintendente musical, a partir de 1661, tornou-se, no ano seguinte, mestre musical da família real.
Desta época data o início da sua colaboração com Molière, que conduziu à produção de Le Bourgeois
Gentilhomme. Em 1672, Lully adquiriu os direitos da Academia Real Musical, controlando, assim, a
totalidade da música lírica, em França. Foi no âmbito desta instituição que fez nascer um novo género: o
da tragédia lírica (tendo composto uma por ano, entre 1673 e 1686). No ano seguinte, em Paris, faleceu
aquele que foi um dos compositores mais poderosos e mais inventivos do Grande Século.
Jean-Philippe Rameau (1683-1764): Sabe-se pouco sobre a vida deste natural de Dijon, solitário e
discreto, que viria a afirmar-se como um dos músicos mais essenciais da França do século XVIII: foi
Rameau que, antes de Berlioz, regenerou a música francesa. Filho de um organista, só veio a dedicar-se
definitivamente à música em 1701. Inicialmente, organista em Avignon, Clermont-Ferrand, Paris, Dijon e
Lyon estabeleceu-se em Paris, em 1723. Só dez anos mais tarde, aos 50 anos, pôde fazer valer os seus
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Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
talentos de compositor, limitando-se a sua reputação, até então, às suas obras teóricas. Uma primeira
ópera, Sansão, escrita em 1731, sobre um libreto de Voltaire, foi interdita pela censura; mas após a
representação de Hipólito e Arícia, na Academia Real Musical, em 1733, Rameau não mais cessou de
compor. As suas diversas óperas-ballet fizeram dele um dos protagonistas da Guerra dos Bufões (ver,
também, Mondonville). Ele, que declarou: «A música é a linguagem do coração», levou contudo uma vida
austera, tendo os críticos da época reprovado o lado frio e artificial de obras que eram, contudo, extremamente delicadas, e foi apenas graças a Saint-Saëns e Malherbe, que decidiram editar a sua obra, que
Rameau pôde sair do esquecimento a que tinha sido votado. Deixou igualmente algumas obras teóricas
fundamentais.
João Domingos Bomtempo: Nasceu em Lisboa em 1771. Foi aluno de seu pai Xavier Bomtempo. Foi
música da Câmara Real e do Seminário Patriacal. Em 1804 parte para Paris onde inicia uma carreira
de sucesso como pianista e compositor. Manteria a sua residência na capital francesa após um malogrado regresso à pátria. Regressaria a Portugal, apenas depois o grande sucesso da sua Missa de
Requiem em Paris e Londres. A partir de 1833 é nomeado professor de D. Maria II. Morre em Lisboa
em 1842.
Joaquín Rodrigo (1901-1999): Joaquín Rodrigo nasceu em Espanha, em Sagunto, não longe de Valência, tendo perdido a visão aos três anos. Em Paris, para onde foi estudar música, foi influenciado por
Dukas (seu professor na Schola Cantorum) e pelos compositores franceses, bem como por Manuel de
Falla, com quem travou conhecimento. Após uma breve passagem por Espanha, durante a qual compôs
Juglares, permaneceu em França, onde estudou musicologia até ao fim da Guerra Civil Espanhola, em
1939. Rodrigo sempre demonstrou, na sua abundante produção instrumental e vocal, o seu fascínio por
um folclore colorido, com laivo, de neoclassicismo. Foi o seu Concierto de Aranjuéz, composto em 1939,
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para guitarra e orquestra, que contribuiu para estabelecer a sua fama: os processos técnicos e estilísticos
aplicados nesta famosa peça viriam, posteriormente, a marcar o género de música para orquestra. Rodrigo impôs-se como um dos mais importantes compositores para guitarra do século XX.
Johannes Brahms (1833-1897): Brahms nasceu em Hamburgo, no seio de uma família modesta. A
educação musical que lhe foi ministrada por seu pai, contrabaixista, e as aulas de piano que seguiu,
permitiram-lhe ganhar a vida em orquestras de dança locais, a partir dos 13 anos, concluindo, simultaneamente, a sua formação. Aos 20 anos, dá-se o encontro com Liszt e, sobretudo, com Robert
Schumann, que o apoiou e incentivou a compor. Robert e Clara Schumann, que acompanhou durante
a doença de seu marido, foram sempre muito próximos de Brahms que, no entanto, prosseguiu a sua
formação, abordando, a partir de 1859, as formas mais difíceis, como os quartetos de cordas. Em 1862,
estabelece-se em Viena, onde se dedicou à escrita. Perfeccionista incansável, rapidamente conseguiu
viver das suas obras, como pianista e intérprete das suas composições. Cada vez mais fechado em si
próprio, morreu de cancro no fígado, um ano após a morte de Clara Schumann. Muito hostil à ópera e
à música pura, a obra de Brahms (lieder, peças para piano e, sobretudo, quatro sinfonias e inúmeros
concertos) privilegiou sempre a música «pura», situando-se na convergência entre a música romântica
e uma tradição clássica.
Johannes Ockeghem (1420-1497): Um dos mais importantes compositores da segunda geração da
Escola Franco-Flamenga, da segunda metade do séc. XV. Nasceu em 1420, tendo estado ao serviço da
corte francesa até ao fim da vida, em 1497. Johannes Ockeghem, escreveu 13 missas e algumas outras
incompletas, entre elas o primeiro Requiem polifónico da história da música e a Missa Prolationum. A
Missa foi a forma musical por excelência no séc. XV e foi nela que os compositores mostraram as suas
habilidades técnicas.
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Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
John Milton Cage (1912-1992): Compositor americano, nascido a 5 de Setembro de 1912 e falecido a
12 de Agosto de 1992. Compositor experimentalista e um dos primeiros a escrever o que viria a chamar
de Música do Acaso. Ficou também célebre pelo uso não convencional dos intrumentos e recurso à música electrónica.
Joly Braga Santos: Nascido em 1924, é um dos nomes fundamentais da segunda metade do século
XX. Foi aluno de Freitas Branco tendo estudado no estrangeiro com Scherchen e Votto. Destacam-se as
suas sinfonias, de grande expressão e harmonia, próximas dos estilos de Vaughan Williams e Walton. Foi
maestro de renome e teve condecorações. Faleceu em 1988.
Jorge Peixinho: Nascido em Lisboa em 1940, Jorge Peixinho tem-se tornado um nome de destaque no
nosso panorama contemporâneo. Estudou no Conservatório Nacional mas seria no estrangeiro que aperfeiçoaria as suas capacidades. Foi aluno de Petrassi mas também de Boulez e Stockhausen. Foi também
pianista e maestro. Criou o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa. Faleceu em 1995.
José Vianna da Motta: Nasceu em 1868 na ilha de São Tomé. Foi compositor mas também um grande
pianista tendo estudado com Liszt. Muito marcado por Wagner e por ele também reconhecido. Manteve-
-se na Alemanha e Suíça até ao fim da 1ª Grande Guerra. Regressa a Portugal onde marca uma mudança
no estilo de ensino musical, mais germânico menos italiano. De estilo Romântico e de tendência nacionalista. Morre em 1948.
Joseph Haydn (1732-1809): Nascido na Baixa Áustria, no seio de uma família modesta de 12 filhos,
Joseph Haydn iniciou a sua carreira musical tornando-se, aos oito anos, pequeno cantor na Catedral de
Viena. Discípulo de Porpora, Haydn construiu, a partir de 1757, uma sólida reputação na aristocracia
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vienense com os seus primeiros quartetos de cordas. Uma aristocracia que viria e desempenhar um papel
importante na vida de Haydn, pois, a partir de 1761, este entrou ao serviço dos príncipes Eszterhazy, em
Eisenstadt, e, posteriormente, em Eszterhaza, uma espécie de pequena Versailles. Foi aí que viveu, até
1790, e que compôs quase todas as suas óperas, bem como diversas outras obras. Em 1781, Haydn,
que foi professor de Beethoven, conheceu Mozart, em Viena, tendo-se estabelecido rapidamente uma
amizade entre estes dois génios da música clássica. Em 1791, Haydn efectuou a primeira das suas duas
estadias em Londres, durante as quais compôs uma série de seis sinfonias, ditas «londrinas». Tendo
regressado definitivamente a Viena em 1795, aí compôs seis missas, quartetos e, sobretudo, duas oratórias: A Criação e As Estações. E foi em Viena que Haydn morreu, em 1809, com 77 anos, deixando
atrás de si uma obra profícua (104 sinfonias e 78 quartetos de cordas), que conduziu a música clássica
ao limiar do romantismo.
Karlheinz Stockhausen (n. 1928): Nasceu a 22 de Agosto de 1928, na Alemanha. Teórico da música
electrónica, a sua obra exerceu grande influência na música experimental a partir da década de 1950.
A sua crescente mecanização da música experimental e escolha pela composição aberta daria liberdade
aos intérpretes de criarem o resultado final da composição. O confronto e variação de elementos como
timbres, intensidade e andamentos contrastantes, são também uma das grandes características da obra
de Stockhausen.
Joseph (1827-1870) e Johann Strauss (1825-1899): Filhos do ilustre Johann Strauss, cujas diversas
digressões internacionais como maestro da orquestra que havia fundado confirmaram o seu estatuto de
«rei da valsa», Joseph e Johann Strauss Filho nasceram ambos em Viena. O segundo estudou música e
violino contra a vontade de seu pai, que queria fazer dele banqueiro, e fundou, também ele, em 1844,
uma orquestra que viria a revelar-se um sério concorrente para a falange paterna. Joseph e Johann
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Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
compuseram ambos, igualmente, operetas e música de dança: as 170 valsas do segundo, em particular,
compostas nomeadamente para a Corte de Viena, reflectem a despreocupação da vida vienense da época.
Mas Johann foi também o autor da opereta La Chauve-souris, que triunfou, em 1874, e que contribuiu
para enobrecer o género.
Famoso, tanto pelas suas múltiplas extravagâncias e provocações como pelos seus dons de pedagogo e
pelo seu empenho na vida social da época, Bernstein desenvolveu paralelamente uma frutuosa carreira de
compositor, misturando uma inspiração neo-Romântica à influência da música popular americana: além
de West Side Story, podemos citar a comédia musical Candide e a sinfonia Kaddish.
Kurt Weill (1900-1945): A vida de Kurt Weill desenha uma das trajectórias mais singulares do século
XX. Foi em Dessau, sua cidade natal, que iniciou os estudos musicais, prosseguindo-os depois em Berlim,
junto de Engelbert Humperdinck e de Busoni. Após ter sido maestro, rapidamente começou a compor
as primeiras partituras, entre as quais o Concerto para violino e instrumentos de sopro (1925). O seu
encontro com o dramaturgo Bertold Brecht foi decisivo. Foi sobre um libreto de Brecht que compôs, em
1927, a ópera Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny, na qual afirmou o seu estilo particular, fusão
de jazz e de músicas e idiomas populares. Composta um ano mais tarde, a célebre Ópera dos Três Vinténs adquiriu rapidamente uma imensa popularidade, apesar do escândalo que provocou. O advento do
nacional-socialismo levou Weill ao exílio. Após uma estadia em Paris e, depois, em Londres (onde criou o
ballet Os Sete Pecados Mortais), instalou-se nos Estados Unidos, em 1935. Aí compôs diversas músicas
para cinema, bem como canções e comédias musicais que continuam a ser modelos do género.
Ludwig van Beethoven (1770-1827): Ludwig van Beethoven foi, desde cedo, adstrito por seu pai,
também ele músico, a uma educação musical extremamente exigente. Aos 14 anos, Beethoven ocupou
o seu primeiro cargo como organista, em Bona, a sua cidade natal, antes de partir, para concluir a sua
formação em Viena, junto de Salieri e de Haydn. Aí, os seus talentos de virtuoso pianista contribuíram
para criar a sua fama, introduzindo-o nos meios mundanos. Até 1796, embora tenha feito diversas viagens pela Europa, Beethoven passava a maior parte do seu tempo na capital austríaca. A partir de 1798,
porém, fizeram-se sentir os primeiros sintomas de uma surdez que depressa se tornou total. Aliado a um
profundo infortúnio sentimental, às decepções que a evolução da sociedade não deixavam de lhe inspirar,
bem como à difícil relação com o seu sobrinho Carl, este drama contribuiu para condenar Beethoven a
uma solidão de misantropo, que o levou, por vezes, ao desespero total (o “Testamento de Heiligenstadt”
foi redigido em 1802). Foi na sua obra, um dos mais impressionantes legados artísticos da história da
humanidade, que Beethoven procurou a perfeição que a existência lhe negava. Acometido de pneumonia,
em 1825, veio a falecer dois anos mais tarde. No seu funeral estiveram presentes 20 000 pessoas.
Leonard Bernstein (1918-1990): O nome Leonard Bernstein é indissociável do famoso musical West
Side Story, que escreveu com o coreógrafo Jerome Robbins, em 1957. Não podemos contudo esquecer
que Bernstein, nascido em Lawrence (Massachusetts), em 1918, continua a ser uma das grandes figuras
da direcção de orquestra deste século. Após ter estudado na Universidade de Harvard e, posteriormente,
em Filadélfia, junto do maestro Fritz Reiner (piano, composição e direcção de orquestra), este pianista de
formação viu a sua carreira verdadeiramente lançada quando substituiu o maestro Bruno Walter em Nova
Iorque, em 1943. Nova Iorque, onde foi maestro permanente da Orquestra Filarmónica, de 1958 a 1968.
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Luigi Boccherini (1743-1805): O seu pai era contrabaixista e foi seu professor. Rapidamente, conduziu
uma brilhante carreira de concertista e ocupou o lugar de primeiro violoncelista em diversas cidades. As
suas primeiras composições de envergadura, quartetos e oratórias, datam dos anos 1760. Em 1768
instalou-se em Madrid e a sua produção experimentou um vivo crescimento, desenvolvendo-se essencialmente no domínio da música de câmara. Em 1785, ano da morte do seu protector Don Louis, obteve uma
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Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
pensão anual de Frédéric Guillaume II, tendo composto para ele uma centena de obras. Após a queda
do Antigo Regime, Boccherini conheceu dificuldades financeiras, passando a viver dos seus direitos de
edição e de uma pensão do rei de Espanha. Contemporâneo de Mozart e Haydn, escreveu num estilo
galante e ficou conhecido pelos seus quintetos de cordas, em que a elegância e a invenção melódica são
admiráveis.
Luís Freitas Branco: Nascido em Lisboa em 1890, foi um compositor de grande valor artístico e de renome a nível das letras e cultura. Foi um renovador da nossa expressão musical, um crítico, musicólogo
e professor. Tem uma obra extensa e variada na qual deu valor a temas nacionais como a integração da
poesia portuguesa. Morre em 1950 em Lisboa.
Manuel Cardoso: Nascido em Fronteira em 1571, foi um nome fundamental da musica religiosa portuguesa de então. Famoso na corte de Filipe III e depois de D.João IV. Estudou em Évora tendo sido mais
tarde mestre de capela da Sé desta cidade. Viria também a professar em Lisboa no Convento do Carmo
por cerca de 1589. Morre em Lisboa em 1650.
Manuel de Falla (1876-1946): Nascido em Cádiz, filho de um andaluz e de uma catalã, Manuel de Falla
cumpriu os seus estudos em Madrid, antes de partir para Paris, em 1907. Terá ficado até à Primeira
Guerra Mundial nesta cidade, onde estabeleceu uma relação duradoira com Debussy, mas também com
Dukas, Ravel e Albeniz. A influência destes últimos, aliada a uma preocupação com a forma, que faria
de Falla um «clássico», e ainda à sua ligação à música tradicional espanhola, foram determinantes no
seu percurso como compositor. Testemunho disso é uma das suas obras de arte, Noites nos Jardins de
Espanha, com o subtítulo «Impressões sinfónicas para piano e orquestra» (1909-15). Pouco abundante,
a sua obra atribui um lugar predominante à voz: os seus ballets O Amor Feiticeiro e O Tricórnio (apresen-
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tado com sucesso por Diaghilev, em Londres, em 1919), o seu Concerto para Cravo, ou ainda O Retábulo
de Mestre Pedro, inspirado em Dom Quixote, revelam a originalidade e a grande modernidade desta
figura central da música espanhola. Estabelecido em Granada, de onde assistiu, doente e impotente, ao
início da guerra civil de 1936, partiu para a Argentina, em 1939. Foi aí que, sete anos mais tarde, faleceu
de ataque cardíaco, sem ter conseguido realizar o seu desejo de terminar a sua vida num convento, nos
arredores de Córdova.
Marc-Antoine Charpentier (1643-1704): Sabe-se pouco sobre a juventude de Marc-Antoine Charpentier,
compositor e cantor (contratenor) nascido em Paris, em 1643 ou 1644. Após uma estadia de vários anos
em Roma, cerca de 1665, durante a qual estudou junto de Carissimi, Charpentier iniciou uma frutuosa
colaboração com Corneille e, sobretudo, Molière (Le Malade Imaginaire, em 1672) e, após a morte
deste último, com os Comédiens-Français. Cerca de 1680, foi nomeado para o posto de director musical
do delfim e, após o seu fracasso no concurso para mestre da Capela Real, empregou-se ao serviço de
Madame de Guise. Atribuem-se-lhe igualmente outras funções, como a de mestre de música do colégio
jesuíta Louis-le-Grand: foi neste quadro que compôs a tragédia David et Jonathas, que teve um sucesso
surpreendente. À data da sua morte, ocupava o cargo de mestre de música da Sainte-Chapelle. A sua
vasta obra de 551 peças, que seduziu os grandes do seu tempo, é essencialmente vocal e, na sua grande
maioria, de inspiração religiosa: às suas Messes, às suas Leçons des Ténèbres, aos seus motetos e oratórias, há que acrescentar o famoso Te Deum.
Marin Marais (1656-1728): Discípulo de Jean-Baptiste Lully, foi um dos músicos mais populares do seu
tempo, em França. Escreveu quatro óperas sobre temas mitológicos, mas foram, sobretudo, as suas peças
para viola que lhe asseguraram uma invejável posteridade. Subtil e cambiante, a sua produção apresenta,
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Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
sem dúvida, múltiplos atractivos, tendo Marais publicado cinco livros de Peças, para uma ou duas violas,
entre 1686 e 1725. Intérprete brilhante, teve diversos discípulos, tendo igualmente transmitido a sua
experiência aos seus 19 filhos.
Maurice Ravel (1875-1937): Nascido em Ciboure, Maurice Ravel deixou o País Basco alguns meses
após o seu nascimento, quando a sua família se estabeleceu em Paris. Em 1889, entrou para o Conservatório, onde foi aluno de Gédalge e Fauré. Apesar de alguns fracassos no Prémio de Roma (tendo o
primeiro gerado uma verdadeira «questão Ravel», acarretando a intervenção de Romain Rolland), Ravel
começou rapidamente a publicar as suas primeiras obras: Pavane pour une infante défunte (1899), o
seu Quarteto (1903), revelando uma segurança de estilo e uma maturidade cativantes. Ao entrar nos
salões parisienses, este músico discreto, mas dotado de um grande sentido de humor, pôde estar em
contacto com algumas das grandes personalidades do seu tempo, de Léon-Paul Fargue a Stravinsky. O
seu ballet Daphnis et Chloé foi criado pelos ballets russos de Diaghilev antes da guerra, tendo contribuído
para consolidar a sua fama. Ravel passou a guerra na frente, antes de se ter retirado, devido à fragilidade
da sua saúde. Pouco depois, retirou-se para a sua residência de Monfort-l’Amaury, de onde não viria a
sair senão por ocasião de viagens ou digressões. Foi aí que concluiu diversas obras-primas, como a ópera
l’Enfant et les Sortilèges ou os seus dois concertos para piano. Afectado, desde 1933, de uma doença
cerebral que o impossibilitou de continuar a escrever, Ravel morreu quatro anos mais tarde, deixando uma
obra que o sucesso extremo do Bolero viria, infelizmente, a votar ao esquecimento. Pouco abundante, é,
porém, composta exclusivamente de obras-primas, aliando uma enorme clareza formal a uma sensibilidade exacerbada e a um sentido melódico inato. É uma das obras mais plenas e fascinantes do século XX.
Modest Moussorgsky (1839-1881): Criado entre os camponeses de seu pai, proprietário de terras, Modest Moussorgsky familiarizou-se desde cedo com a música, graças a sua mãe, com a qual aprendeu
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piano. Destinado a uma carreira militar, integrou, a partir dos 13 anos, a Escola de Cadetes de São Petersburgo, prosseguindo simultaneamente os seus estudos e dando os seus primeiros passos em composição. No regimento, conheceu Borodine, médico militar. Souvenir d’enfance, peça para piano que então
compôs, levou Balakirev a ensinar composição ao jovem. Os encontros com Tourgueniev e Lamanski
foram determinantes para o convencer da importância do património popular russo: intensificando os
seus estudos musicais, Moussorgsky demitiu-se do regimento, em 1858, e fundou, em 1863, o Grupo
dos Cinco (com Borodine, Balakirev, Cui e Rimsky-Korsakov). Seguiram-se diversas composições, que,
de Uma Noite no Monte Calvo (1867) a Boris Godounov (1870), erigiram as balizas do estilo moussorgskyano, fiel a este objectivo, e que desconcertaram mais ou menos o público. Devido a dificuldades
financeiras, minado por perturbações nervosas resultantes do abuso do álcool, Moussorgsky viria então a
levar uma vida nómada e incerta até à sua morte, por paragem cardíaca, em 1881. Virtuoso excepcional
(foi comparado a Rubinstein), deixou nomeadamente a obra para piano Quadros de uma Exposição, com
cuja orquestração Ravel contribuiu para consolidar a sua popularidade.
Niccolò Paganini (1782-1840): Em Génova, onde nasceu, Niccolò Paganini aprendeu música, bandolim,
violino e guitarra com seu pai. Foi essencialmente como autodidacta que se aperfeiçoou, até ao seu primeiro concerto, em 1795. Cerca de 1801, comerciantes franceses de Livorno, conquistados pelos seus
dons prodigiosos, ofereceram-lhe um violino de Guarnerius, de 1742, do qual Paganini nunca mais se
separou: foi este violino que viria a acompanhá-lo em todos os palcos da Europa. Em 1809, iniciou uma
série de concertos triunfal: o seu magnetismo e o seu virtuosismo, que permanecem ímpares (tanto no
violino como na guitarra), suscitaram um entusiasmo inédito por parte do público de Itália, Viena, Varsóvia e Alemanha (onde residiu durante três anos). A partir de 1831, passou diversos anos entre Londres e
Paris. Foi nesta última que ouviu a Sinfonia Fantástica, de Berlioz, que o impressionou, ao ponto de pedir
ao seu autor que compusesse uma obra para si. Berlioz compôs então Harold em Itália, cuja dedicatória
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Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
Paganini acabou por rejeitar, sob pretexto de que não tinha o suficiente para tocar! Estabelecido em Parma
a partir de 1835, prosseguiu o seu percurso de virtuoso até a sua saúde se deteriorar, tendo perecido de
uma afecção, em 1844, em Nice. As suas obras, sobretudo para violino e guitarra, inspiraram músicos
como Liszt, Chopin e Rachmaninov.
Nicolai Rimsky-Korsakov (1844-1908): Por tradição familiar, Rimsky-Korsakov começou por receber
uma formação musical e estudos militares na Escola da Marinha de São Petersburgo. Na sequência
do seu encontro com Balakirev, em 1861, juntou-se ao Grupo dos Cinco (ver, também, Moussorgsky),
prosseguindo simultaneamente o seu serviço como oficial, até que o sucesso da sua Primeira Sinfonia o
levou ao cargo de professor de harmonia e de composição do Conservatório de São Petersburgo. Considerando-se insuficientemente competente, continuou, contudo, a estudar, especialmente junto de Tchaikovsky. Mais aberto para o exterior que os seus amigos do Grupo dos Cinco, Rimsky-Korsakov foi, para
eles, graças à sua cultura musical e à sua espantosa técnica instrumental, uma espécie de conselheiro
técnico e um divulgador das suas obras. Em 1873, abandonou o serviço activo para se tornar inspector
das orquestras militares da Marinha. Nomea­do director-adjunto da Capela Imperial, iniciou, em seguida,
uma colaboração com o editor Belaiev, tendo então composto diversas obras dramáticas (Sadko, le Coq
d’Or), muita música de programa (Scheherazade), grandes sinfonias e delicadas páginas de música de
câmara. Manteve até morrer o seu emprego como professor, apesar da sua suspensão em 1905, por ter
apoiado os movimentos democráticos dos estudantes. Simbolista nato, Rimsky-Korsakov foi um dos pais
da orquestração moderna e a sua influência nos músicos do impressionismo francês foi determinante.
Olivier Messiaen (1908-1992): Aquele que é reconhecido hoje como um dos grandes compositores do
século XX, nasceu em 1908, em Avignon, tendo passado a sua infância em Grenoble. Escreveu a sua
primeira peça para piano, La Dame de Shalott, com oito anos. Aluno de Dupré e Dukas, no Conservatório
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de Paris, manifestou, desde 1928, o seu talento de compositor, com o Banquete. Em 1931, tornou-se
organista da igreja da Trindade, em Paris, antes de ser nomeado professor da Schola Cantorum e, posteriormente, do Conservatório: a partir de 1942, deu aulas de harmonia, análise e composição, tendo tido
Boulez e Stockhausen como discípulos, entre muitos outros. Fundador, com André Jolivet, nomeadamente, do grupo Jeune France (1936), de luta contra o academismo musical, Messiaen não tardou a impor
uma obra fundamentalmente original, que lhe valeu, apesar de alguns escândalos, as mais elevadas distinções: mística e integrando grandemente a influência da música extra-europeia, a música de Messiaen
caracteriza-se igualmente pela utilização de milhares de cantos de aves (Le Réveil des Oiseaux ou a ópera
Saint François d’Assise), anotados ao longo das suas diversas viagens. A obra de Messiaen é o elo que
liga as vanguardas históricas à «nova música» do pós-guerra.
Palestrina (1525-1594): Nascido em 1525 em Palestrina, Itália e falecido em Roma, a 2 de Fevereiro
de 1594. Com um vasto repertório que inclui 105 missas e 250 motetos, para além de madrigais e
outros géneros profanos, Palestrina tornou-se o mais célebre compositor de música sacra do século XVI e
marcou, com sua obra, a música do Renascimento e da Contra-Reforma.
Paul Hindemith (1895-1963): Nasceu na Alemanha, a 16 de Novembro de 1895 e morreu em Frankfurt
a 28 de Dezembro de 1963. Foi um dos principais compositores alemães da primeira metade do século
XX, procurando revitalizar o tonalismo e defendendo o sentido utilitário da música. Teve uma importante
contribuição ao desenvolvimento da teoria musical, formulando a sua teoria em Ensino da Composição e
outros livros, em que propôs uma nova concepção de harmonia.
Pérotin (1160-1236): Compositor francês (1160-1236). Com ligação à nova Catedral de Notre-Dame de
Paris (cuja construção viu ser acabada) na qualidade de compositor de organa, desempenhou as funções
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Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
de mestre de capela, entre 1180 e 1230. A Escola de Notre-Dame, da qual fez parte, cultivava os géneros
do organum, do moteto e de conduit.
Peter Ilyitch Tchaikovsky (1840-1893): Nunca abandonando os seus estudos de Direito, Peter Tchaikovsky teve aulas de canto e de piano, deixando, aos 23 anos, o seu emprego de secretário para entrar no
Conservatório de São Petersburgo, onde aprendeu flauta, órgão, composição e orquestração. A partir de
1878, uma viúva abastada, Nadejda von Meck, concedeu-lhe uma renda anual, que permitiu a Tchaikovsky (que nunca conheceu a sua protectora!) dedicar-se exclusivamente à composição e deixar o cargo de
professor de harmonia que ocupava no recente Conservatório de Moscovo, desde 1866. Esta independência assentou na perfeição a este músico, solitário e misantropo, atormentado por uma homossexualidade
não assumida e minado pelos sucessivos insucessos sentimentais (em 1877, abandonou a sua jovem e
dedicada esposa, após algumas semanas de casamento). Todos estes sentimentos eram expressos através
das suas diferentes obras, ballets, óperas, peças sinfónicas ou de câmara. Tchaikovsky passou os últimos
15 anos da sua vida no estrangeiro, recolhendo louvores na Europa e nos Estados Unidos. A cólera, que
havia já causado a morte de seu pai, levou-o, em 1893, em São Petersburgo.
Philip Glass (n. 1937): Compositor americano, nascido a 31 de Janeiro de 1937, e um dos mais influentes do final do século XX. Compositor minimalista, Glass produziu inúmeros trabalhos entre óperas,
sinfonias, concertos e bandas sonoras para filmes.
Pierre Boulez (n. 1925): Nasceu em França, a 26 de Março de 1925. Foi aluno de Messiaen e de René
Leibowitz, que o introduziu ao sistema dodecafónico de Schöenberg. Considerado o líder do movimento
de música serial pós-Webern, foi um defensor dos métodos de composição de vanguarda. As suas obras
baseavam-se numa estrutura técnica, electrónica e complexa, usando até gravações processadas em
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computador. Nos anos 70, desenvolve o interesse pelo uso de sons processados por computador tendo
explorado as inúmeras possibilidades da música electrónica feita por computador. Em 1971, torna-se
maestro principal da Orquestra Filarmónica de Nova Iorque e da Orquestra Sinfónica da BBC.
Richard Strauss (1864-1949): Figura singular da música moderna, Richard Strauss compôs a sua primeira obra, Weihnachtslied, com apenas seis anos, tendo 17 anos quando a sua Primeira Sinfonia foi
apresentada em Munique, sua cidade natal. Em 1885, iniciou uma brilhante carreira como maestro que
o levou a dirigir as mais célebres orquestras (Munique, Bayreuth, Weimar, Berlim e Viena), para as quais
escreveu diversos poemas sinfónicos. Após o seu casamento, em 1894, com a cantora Pauline de Ahna,
acompanhou a esposa numa digressão de recitais. É com Salomé, em 1905, que obtém o seu primeiro
sucesso no domínio da ópera, inaugurando uma colaboração extraordinariamente fecunda com o escritor
Hugo von Hofmannstahl, da qual resultaram seis obras (Elektra, O Cavaleiro da Rosa), pináculo do seu
repertório. Depois de ter sido co-director da Ópera de Viena (1919-24), estabeleceu-se na Alemanha,
onde permaneceu durante o período nazi, só a presidência do Reichmusikkammer quando Stefan Zweig
(que havia escrito o libreto de A Mulher Silenciosa) foi obrigado a abandonar o país, em 1935. Exilado
na Suíça, em 1945, foi ilibado da acusação de colaboração, em 1947, ano da sua morte. Deixou uma
obra densa, única, que abrange todos os géneros, do poema sinfónico (Assim falava Zaratustra) ao lied
(mais de 200 lieder).
Richard Wagner (1813-1883): Nascido em Leipzig, Richard Wagner apaixonou-se inicialmente pela
literatura e pelo teatro, tendo sido como autodidacta que entrou no domínio da música. Nomeado maestro em Riga, em 1837, foi aí que, após as suas primeiras obras, ainda «sob influência» (As Bodas, em
1823, foi a sua primeira ópera, que ficou inacabada), escreveu a sua primeira ópera importante, Rienzi
(1840). Após uma viagem a Londres e Paris, regressou à Alemanha, onde o seu sucesso crescente lhe
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Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
valeu a nomeação como mestre de capela da Corte de Dresden. Aí permaneceu sete anos, durante os
quais esboçou o seu Tannhäuser. Após ter estado nas barricadas, junto de Bakounine, e de ter publicado
o seu panfleto A Arte e a Revolução, foi perseguido, refugiando-se em Weimar (em casa de Liszt, que viria
a tornar-se seu padrasto) e, posteriormente, em Zurique. Foi nesta cidade que redigiu os fundamentos
teóricos da sua visão de uma nova arte, total, concretizada nas suas óperas. Seguiram-se vários anos
ricos em viagens, aventuras sentimentais e desventuras financeiras, durante os quais Wagner iniciou a
composição da sua Tetralogia. Criada em Paris, a ópera Tannhäuser provocou um escândalo retumbante.
Em 1864, o encontro com Luís II da Baviera foi determinante, tendo este mandado construir, em 1876,
em Bayreuth, onde Wagner se havia refugiado para escapar às intrigas da Corte, o teatro consagrado às
suas obras. A notoriedade daquele que revolucionou o género da ópera, e que contava com tantos inimigos como admiradores, nunca viria a ser contestada.
Sergey Prokofiev (1891-1953): No seio do meio muito favorecido em que nasceu, na Ucrânia, Sergey
Sergeyevitch Prokofiev pode rapidamente desenvolver os seus extraordinários dons musicais: aos oito
anos iniciava a composição da sua primeira ópera (tema, encenação, texto e música), da qual restam
alguns esquissos para piano. Foi no Conservatório de São Petersburgo que, a partir de 1895, recebeu
uma formação completa, nomeadamente junto de Rimsky-Korsakov e Tcherepnine, apesar do seu temperamento iconoclasta e indisciplinado. Um temperamento dificilmente conciliável com o ambiente da
Rússia soviética, pelo que, imediatamente a seguir à Revolução de Outubro, abandonou o seu país. Este
exílio, que viria a durar 15 anos, repartiu-se entre os Estados Unidos, França e Alemanha. Quinze anos
ao longo dos quais Prokofiev estabeleceu relações importantes (Debussy, Diaghilev) e revelou a um vasto
público a originalidade pioneira do seu estilo, presente desde as primeiras obras (a sua ópera O Amor das
Três Laranjas foi criada em Chicago, em 1921). Famoso como pianista e como compositor e maestro,
regressou à URSS, em 1933, após uma digressão triunfal. De volta ao classicismo, sem se afastar do
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lirismo e de um sentido inato da melodia, Prokofiev levou aí então uma vida coroada de glórias (Prémio
Estaline), mas também de dificuldades e de humilhações. Aquele que, com Stravinsky e Shostakovich
surge como um dos grandes génios da música russa do nosso século, deixou uma imensidão de obras-primas para todos os repertórios (ópera, música sinfónica, música de câmara, piano e, ainda, música
para cinema).
Sergey Rachmaninov (1873-1843): Depois de deixar a sua província natal de Novgorod, para estudar
nos Conservatórios de São Petersburgo e de Moscovo, Sergey Rachmaninov não tardou a afirmar-se como
o pianista compositor mais talentoso da sua geração, último representante dessa tradição romântica de
Liszt a Rubinstein. A partir de 1893, empreendeu brilhantes digressões, tendo mesmo dirigido o Bolshoi
e a Orquestra Filarmónica de Moscovo. Embora o início da sua carreira tenha sido muito incentivado por
Tchaikovsky, quase todas as suas obras da primeira metade da sua vida foram compostas para piano.
Paradoxalmente, trata-se sobretudo de pequenas peças, sendo os seus concertos uma das únicas incursões pela grande forma tradicional. Após a sua emigração, em 1917, estabeleceu-se na Suíça e, depois,
em França, dedicando-se essencialmente à sua carreira de virtuoso, que o levou da Europa aos Estados
Unidos. Foi aí que viveu até ao ano da sua morte, em Beverly Hills, nunca esquecendo a sua Rússia natal.
No seu período «ocidental» compôs, ainda assim, algumas obras-primas, como o Quarto Concerto ou as
Danças Polifónicas, todas igualmente inseridas num estilo ecléctico e pós-romântico.
Tomás Luis Victoria (1548-1611): Nasceu a 1548 em Ávila, Espanha, e faleceu em Madrid a 27 de
Agosto de 1611, tendo sido um dos maiores compositores espanhóis de música vocal sacra. Foi aluno de
Palestrina, a quem sucedeu como maestro da capela de Roma. Ordenado sacerdote, foi um dos membros
mais activos na renovação da Igreja Católica após o Concílio de Trento, tendo inserido a música na nova
liturgia da Igreja.
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Grandes nomes
da Música Clássica
Grandes nomes da Música Clássica
Vincenzo Bellini (1801-1835): Foi num meio de músicos que nasceu, em Catana (Itália), Vincenzo Bellini, que revelou, desde cedo, um talento notável, tendo composto a sua primeira peça com apenas seis
anos! Levou a cabo a sua educação musical junto do seu pai e avô, ambos organistas e compositores,
antes de partir, para prosseguir os estudos, em 1819, para Nápoles, onde compôs diversas obras de
música sacra e de câmara. O sucesso da ópera Adelson e Salvini, que apresentou em 1825, na prova
final de composição, no Conservatório de Nápoles, foi tal, que lhe valeu várias encomendas para as mais
famosas óperas. Em 1827, Bellini estabelece-se em Milão, onde, muito apreciado pela alta sociedade
da cidade, conseguiu viver das suas composições. Após uma estadia em Londres, em 1833, instalou-se
em Paris, tendo falecido, de uma doença intestinal, em 1835. A brevidade da sua existência explica o
número relativamente reduzido das suas obras. Foi sobretudo pelas suas obras, escritas ao longo de um
período de oito anos (1827-1835), que Bellini passou à posteridade: estas (citemos, por exemplo, La
Norma e La Somnambula) foram emblemáticas de um bel canto romântico e poético em que a melodia
ocupa um lugar central.
do Serralho à Missa em Dó Menor, e onde se juntou, em 1784, à Maçonaria. O fracasso de As Bodas
de Fígaro (1786) foi, contudo, o ponto de partida de um período de grandes dificuldades financeiras.
Continuando a alinhar obras-primas, Mozart realizou algumas orquestrações e deu lições privadas para
aumentar a sua modesta remuneração como Kammermusicus do Imperador e assegurar a sua subsistência. Morreu, esgotado e na miséria, a 5 de Dezembro de 1791, de forma inexplicável; estava então
prestes a concluir a composição do seu Requiem.
Xenakis (n. 1922): Nasce na Roménia, mas aos 10 anos muda-se com a sua família para a Grécia, onde
estudou engenharia em Atenas. Os estudos foram, no entanto, interrompidos devido à ocupação nazi.
Participou na resistência grega na Segunda Guerra Mundial e na primeira fase da Guerra Civil Grega como
membro do Exército de Libertação do Povo Grego. Em Janeiro de 1945 foi ferido, perdendo um olho e
desfigurando-lhe parte do rosto. Em 1946 finaliza os estudos de engenharia, mas é perseguido e condenado à morte devido ao seu activismo político, fugindo para França em 1947.
Wolfgang-Amadeus Mozart (1756-1791): Símbolo, tal como Schubert, do génio musical em todo o seu
fulgor, Wolfgang-Amadeus Mozart, nascido a 27 de Janeiro de 1756, em Salzburgo, manifestou, desde
os três anos, um dom incomparável para a música. Aos seis anos, seu pai Leopold, compositor e mestre
de capela, levou-o em digressão, juntamente com sua irmã Nannerl: de Linz a Munique, passando por
Londres, Paris e La Haye, o público de todas as grandes cidades da Europa afluiu para admirar os talentos
desta criança-prodígio. Em 1770, a sua primeira ópera, Mithridate, Re di Ponto, triunfou em Milão e deu
azo a outras encomendas. Mozart passou, em seguida, diversos anos em Salzburgo, interrompidos por
passagens por Munique ou Paris, compondo incessantemente: aos 17 anos, tinha já concluído cerca de
200 obras! Depois de ter exercido o cargo de organista da Corte, em Salzburgo, Mozart quis deixar esta
cidade que o oprimia, instalando-se então em Viena onde terminou diversas obras-primas, desde O Rapto
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A cappella: Esta locução latina («à capela») designa qualquer obra vocal que não seja acompanhada instrumentalmente. Originalmente, a maior parte das composições eram, de facto, essencialmente vocais, monódicas ou polifónicas e escritas para a igreja (canto gregoriano, moteto,
etc.), que só raramente tolerava instrumentos musicais. O termo estendeu-se posteriormente ao
repertório profano (canção, melodia, coro, etc.).
Ária: De uma forma geral, uma ária é uma melodia interpretada quer a cappella, quer acompanhada por um ou mais instrumentos, e inserida numa obra vocal ou instrumental para evidenciar
um solista. Tendo surgido no século XVI, no repertório dos alaudistas, este termo designava, no
período barroco, um dos movimentos de uma suíte instrumental. Mas foi, sobretudo, a ópera, de
Monteverdi a Puccini, que lhe conferiu toda a sua importância, subdividindo-a em várias formas
(ária séria, ária terna, etc.). A partir de Wagner, passaria a confundir-se frequentemente com o
recitativo, para atingir a «melodia contínua».
Alto (ver Tessitura).
Baixo (ver Tessitura).
Baixo contínuo (ver Tessitura).
Cantata: Designa-se por cantata (literalmente, «obra cantada», por oposição à toccata, «obra
tocada») qualquer composição a uma ou mais vozes ou para coro, com acompanhamento ins-
332
Glossário
Glossário
trumental. Esta forma, que musica textos sagrados ou profanos, divide-se em várias partes:
recitativos, duetos, corais, coros. Nascida em Itália, no século XVII, a cantata viria depois a
desenvolver-se em toda a Europa musical, tendo sido adoptada por diversos compositores, entre
os quais Bach (mais de 300 cantatas religiosas) e Telemann. Mais próximos da actualidade,
Carl Orff (Carmina Burana) e Arthur Honegger (Cantata de Natal) também se interessaram pelo
género.
Canto gregoriano: Igualmente denominado «cantochão», o canto gregoriano designa a música
litúrgica oficial da Igreja Católica Romana, de acordo com o édito do papa Gregório I, «O Grande»,
no século VI. Sempre em latim, seguindo uma métrica e um ritmo livres, é cantado por um coro
masculino (geralmente, de monges) ou por um solista, sempre em uníssono (monodia, que se
opõe à polifonia).
Concerto: A palavra «concerto» provém do latim concertare (lutar, rivalizar) e designa a oposição
e o diálogo de um só instrumento (ou grupo de instrumentos) com uma formação orquestral. Nascida no século XVII, em Itália, esta forma desenvolveu-se durante o século seguinte para se tornar,
com Mozart, Haydn, Beethoven e os grandes românticos, símbolo de virtuosismo. O piano (de
Haydn e Mozart a Ravel e Bartók), o violino (Mozart, Beethoven, Brahms...) e, até, o violoncelo,
são os instrumentos de eleição. No período barroco, o concerto grosso designava, em particular,
uma forma abreviada, em que um conjunto de solistas (o concertino) se opunha a uma orquestra
de dimensão reduzida (o ripieno ou concerto grosso), por oposição ao concerto de solista. Corelli,
Bach, Vivaldi, Händel compuseram alguns dos famosos concerti grossi.
333
Contratenor (ver Tessitura)
Dodecafonismo: Esta música a «12 sons» atribui igual valor às 12 notas (meios-tons) que compõem a gama, opondo-se à hierarquia da música tonal. Na música dodecafónica, é o compositor
que estabelece uma ordem entre estas notas (12 ou menos) para formar uma série que será em
seguida tocada novamente. Arnold Schönberg, pai da «segunda escola de Viena» (com Berg e
Webern), é o inventor deste sistema que viria a ter uma influência essencial na música do século
XX. Às séries de notas, a música serial viria a acrescentar série de ritmos, timbres e dinâmicas
como princípios geradores da obra.
Fuga: Forma mais perfeita da arte do contraponto, a fuga (com o mesmo significado em latim),
pode ser vocal ou instrumental, caracterizando-se pela entrada sucessiva de várias vozes (três
ou quatro, habitualmente) que se seguem e se sobrepõem, seguindo o princípio da imitação.
Ainda que próxima, a fuga opõe-se ao cânone, dado que este é uma imitação rigorosa, enquanto
a fuga é uma imitação livre, que permite ao compositor aplicar todo o seu talento de imaginação
num quadro, contudo, bem definido. Com A Arte da Fuga, Bach viria a oferecer ao género uma
«Bíblia». Após a idade de oiro dos séculos XVII e XVIII, a fuga continuou a ser apreciada pelos
compositores: Verdi em Falstaff, Beethoven, Brahms ou Shostakovich escreveram, todos eles,
fugas notáveis.
Lied: O lied («canção», em alemão) é uma curta peça vocal, acompanhada ao piano ou, mais
raramente, por uma orquestra. O género terá sido enobrecido por Schubert (autor de cerca de
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Glossário
Glossário
600 lieder, no trilho de Carl Philip Emanuel Bach), no século XIX, tendo posteriormente inspirado
todos os grandes compositores do universo germânico (Schumann, Brahms, Wolf, Strauss). No
lied, é o texto (um poema em alemão), e não a voz, que constitui o suporte principal, sendo que
a música privilegia frequentemente um aspecto «popular». O lied aproxima-se assim da melodia
francesa.
Madrigal: Peça vocal polifónica geralmente cantada a cappella e de carácter profano (a temática
é, geralmente, o amor), o madrigal nasceu em Itália, antes de chegar às cortes renascentistas do
resto da Europa. Monteverdi e Palestrina são os principais compositores de um género que foi essencial entre os séculos XIV e XVII, constituindo uma espécie de equivalente profano do moteto.
Moteto: O moteto designa uma curta composição vocal polifónica, escrita no estilo contrapontístico (com a técnica de sobreposição do cânone e da fuga), destinada, a partir do século XIII,
à Igreja, composta sobre textos latinos de carácter sagrado ou bíblico, mas não fazendo parte do
ofício. Embora o seu apogeu se situe em meados do século XVI, foi um género essencial na Idade
Média, na Renascença e no período barroco, equivalente religioso do madrigal, e experimentado
por compositores como Machaut, Dufay, Monteverdi, Palestrina ou Bach. Em França, nos séculos
XVII e XVIII, distinguia-se o pequeno moteto (a cappella) do grande moteto (com orquestra).
Ópera: A ópera, um dos géneros mais fecundos da história da música ocidental, surgiu em Itália
no início do século XVII. Trata-se de uma espécie de peça de teatro musicada, em que o texto é
interpretado por cantores.
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Recitativo: O recitativo designa um estilo de canto declamatório e narrativo, em que a melodia e
o ritmo estão subordinados ao texto. Distingue-se, assim, da ária, mais melódica e mais centrada
na música e na voz. O recitativo, que é parte integrante de todas as grandes obras vocais (óperas,
oratórias, cantatas), é designado como «seco» quando o canto é acompanhado apenas por cravo
ou piano, e «acompanhado» quando a orquestra substituiu o instrumento de teclas.
Requiem: O requiem (literalmente, «repouso», em latim) é a missa fúnebre que, na liturgia cató-
lica, é celebrada pelo repouso da alma dos defuntos. Em relação à Missa, o Requiem não contém
nem Gloria, nem Credo, incluindo, contudo, desde o início do século XIII, um Dies Iræ («dia de
cólera», relativo ao dia do Juízo Final). As Missas de Requiem deram origem a algumas das mais
belas obras da história da música: as de Mozart, Brahms, Verdi, Fauré, Duruflé ou Britten são as
mais famosas.
Rubato: O tempo rubato («tempo roubado», em italiano) é uma indicação de expressão que
permite acelerar (accelerando) ou, pelo contrário, retardar (ritardando) algumas passagens da
partitura.
Sonata: A sonata (do latim, sonare, «soar») nasceu em Itália, antes de conquistar outros países,
para se tornar, tal como o concerto ou a sinfonia, uma das formas mais elaboradas da história da
música. Trata-se de uma composição para um instrumento ou pequeno conjunto, organizando-se
em três ou quatro movimentos no período clássico, seguindo uma estrutura que podemos encontrar na maioria dos concertos, sinfonias e obras de música de câmara anteriores a 1900. Compo336
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sitores de todas as épocas escreveram sonatas para todos os instrumentos, nomeadamente para
piano (32 para Beethoven), violino solo, mas também para violino e piano, etc.
Soprano (ver Tessitura)
Suíte: Trata-se de uma vasta composição instrumental formada por uma sequência de várias
danças ou outras peças, de número variável. Foi no período barroco que a suíte de danças (também designada como partita) conheceu a sua Idade de Ouro, com músicos como Bach, Händel
ou Couperin. As composições do Romantismo e do século XX retomaram-na para a transformar
numa das formas privilegiadas da música de programa, mistura de danças, de peças livres e
de passagens de música pura (Jeux d’enfants, de Bizet, Os Planetas, de Holst). A suíte pode
igualmente constituir a «redução» para orquestra de obras de maior envergadura, como óperas
ou ballets: as suítes de Daphnis et Chloé, de Ravel, ou de Romeu e Julieta, de Prokofiev, por
exemplo, ficaram célebres.
Sinfonia: Forma rainha da música clássica, proveniente das diferentes formas da música barroca
(nomeadamente, a homónima sinfonia), a sinfonia adquire o seu aspecto definitivo no período
clássico. Trata-se de uma obra orquestral em três ou quatro movimentos (tal como a sonata),
incluindo um primeiro movimento moderado em forma de sonata, um movimento lento, um minuete (ou, a partir de Beethoven, um scherzo) e um finale animado. Se Mozart e Haydn (autor
de 104 sinfonias!) conferem à sinfonia a sua forma clássica, «pura», Beethoven está na origem
de uma pequena revolução do género, após a qual a sinfonia passará a estar investida de um
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carácter pessoal ou programático (Sinfonia n.º 6 Pastoral ou, ainda, Sinfonia do Novo Mundo de
Dvorák). Além disso, as suas dimensões (quer em termos de pessoas empregues, quer em termos
de comprimento) viriam, pouco a pouco, a aumentar. A Nona Sinfonia de Beethoven é a primeira a integrar um coro (será depois imitado por Berlioz, Mahler, Shostakovich) e, mais tarde, as
obras de Bruckner ou Mahler virão impressionar pelo seu gigantismo (a Sinfonia n.º 8 de Mahler
é conhecida como a Sinfonia dos Mil, dado o número de músicos empregues). No século XX,
compositores como Sibelius, Prokofiev ou Shostakovich continuaram a nutrir o repertório, com
novas obras-primas.
Tenor: (ver Tessitura)
Tessitura: Quer se trate de um instrumento ou de uma voz, designa-se por «tessitura» a extensão
de todas a notas que este ou esta conseguem executar, do grave ao agudo. Para um cantor, a
tessitura é de cerca de duas oitavas. O baixo, o barítono e o tenor são as diferentes vozes masculinas. O contralto (ou alto) é a voz mais grave, feminina (originalmente, o termo designava a voz
do tenor alto), seguindo-se o mezzo-soprano e o soprano. Cada voz pode ainda ser caracterizada
pelo seu timbre (cor): tenor lírico, baixo profundo, soprano coloratura (capaz de um grande virtuo­
sismo vocal), etc.
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