Estudos Avançados em Teoria da Contabilidade

Disciplina: SC 841 – Estudos Avançados em Teoria da Contabilidade
Ano Letivo: 2015 - Semestre: 1º - Carga Horária: 45 horas - Créditos: 3
Dia/Horários: Segundas feiras – das 8h30min às 10:00 - 10h20min às 12:30
Natureza: Obrigatória - Curso: Doutorado em Contabilidade
Professor: Romualdo Douglas Colauto (UFPR)
PROGRAMA E PLANO DE APRENDIZAGEM
EMENTA
Aprofundar conhecimentos sobre a utilização de julgamentos e escolhas contábeis e seus reflexos nas
organizações e nas informações disponibilizadas aos stakeholders. Avaliar alternativas para mitigar os efeitos do
gerenciamento de resultados diante de situações que favorecem sua ocorrência e motivam os tomadores de
decisões a fazê-lo. Avançar em estudos que buscam na teoria da contabilidade subsídios para situações ambíguas,
no sentido de conferir maior utilidade à informação contábil.
OBJETIVOS
a) Habilidades: desenvolver capacidades intelectuais para compreender as implicações das escolhas contábeis e seus
reflexos nas organizações e informações disponibilizadas aos stakeholders sob o ponto de vista das teorias
normativas e positivas da contabilidade; propiciar ao estudante um refinamento do conhecimento sobre a Estrutura os
efeitos das práticas de gerenciamento de resultados diante de situações que favorecem sua ocorrência e motivam
os tomadores de decisões a fazê-lo; discutir temas contemporâneos na contabilidade como subsídios para situações
ambíguas com o propósito de conferir maior utilidade e qualidade à informação contábil.
b) Competências: propiciar ao estudante a capacidade de realizar pesquisas na área de contabilidade financeira e
finanças; preparar o estudante para participar de eventos científicos e publicação de suas pesquisas em periódicos
nacionais e internacionais; inserir o estudante no ambiente do ensino e pesquisa em tópicos avançados da teoria de
contabilidade para os níveis de graduação e pós-graduação.
METODOLOGIA
Aulas expositivas clássicas e dialéticas; seminários aprofundados em grupo; discussões aprofundadas individuais e
em grupo; elaboração e debates de artigos.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BALLl, R.; BROWN, P. An empirical evaluation of accounting income numbers, Journal of Accounting Research, p.
159-178, Autumn, 1968.
BELKAOUI, A. R. Accounting theory. New York: Thomson learning, 1999.
DECHOW, P.; HUTTON, A.; SLOAN R. An empirical assessment of the residual income valuation model, Journal of
Accounting and Economics, p. 1-34, Jan., 1999.
MATTESSICH, Richard. Methodological preconditions and problems of a general theory of accounting. Acccounting
Review, Jul. 1972.
OHLSON, J.A. Earnings, book values and dividends in equity valuation: an empirical perspective. Contemporary
Accounting Research, v. 18, p.107-120, 2001.
OHLSON, J.A. On accounting based valuation formulae. Review of Accounting Studies, v. 10, p. 323-347, 2005.
SCOTT, William R. Financial accounting theory. 6 ed. Toronto, Canada: Pearson 2012.
WATTS, R.; ZIMMERMAN, R. Positive accounting theory: a ten year perspective. The Accounting Review, p. 131156, Jan. 1990
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1 NORMATIVISMO E POSITIVISMO
1.1 A lógica da Teoria Normativa na Contabilidade
1.2 A lógica da Teoria Positiva na Contabilidade
1.3 Críticas à Contabilidade Normativa e Positiva
1.4 Pesquisas em Contabilidade Financeira nos Estados Unidos e no Brasil.
1.5 Perspectivas e Tendências da Teoria da Contabilidade
2 TEORIA CONTRATUAL DA FIRMA
2.1 Conflito de Agência
2.2 Assimetria de Informação
2.3 Quebra da assimetria informacional
2.4 Teoria contratual da firma e a Contabilidade Financeira e Gerencial
2.5 Pesquisas em Contabilidade Financeira e Gerencial sob a ótica da Teoria Contratual da Firma
3 ACCOUNTING CHOICES
3.1 Aspectos Conceituais da Teoria das Escolhas Contábeis
3.2 Motivações para as Escolhas Contábeis: custos de agência; assimetria informacional; e externalidades
3.3 Ambiente econômico que influencia nas Escolhas Contábeis
3.4 Pesquisas nacionais e internacionais sobre Accounting Choices.
4 HIPÓTESES DA TEORIA POSITIVA SOB A PERSPECTIVA OPORTUNÍSTICA
4.1 Hipótese do Plano de Incentivos
4.2 Hipótese do Grau de Endividamento
4.3 Hipótese dos Custos Políticos
4.4 Pesquisas em Contabilidade sob a perspectiva oportunística
5 GERENCIAMENTO DE RESULTADOS CONTÁBEIS
5.1 Abordagem conceitual de Gerenciamento de Resultados
5.2 Modalidades de Gerenciamento de Resultados
5.2.1 Target Earnings
5.2.2 Income Smoothing
5.2.3 Big Bath Accounting
5.3 Pesquisas nacionais e internacionais nas modalidades de gerenciamento de resultados
6 ACCRUALS DISCRICIONÁRIOS E NÃO DISCRICIONÁRIOS
6.1 Definições de accruals discricionários e não discricionários
6.2 Modelos de detecção de accruals discricionários
7 MOTIVAÇÕES PARA O GERENCIAMENTO DE RESULTADOS
7.1 Motivações para gerenciamento de resultados
7.2 Oportunismo ex-ante - Selação Adversa
7.3 Oportunismo ex-post - Risco Moral
7.3 Pesquisas nacionais e internacionais sobre gerenciamento de resultados
8 TEORIA DA DIVULGAÇÃO VOLUNTÁRIA
8.1 Divulgação Baseada em Associação - Association-Based Disclosure
8.2 Divulgação Baseada em Julgamento - Discretionary-Based Disclosure
8.3 Divulgação Baseada em Eficiência - Efficiency-Based Disclosure
8.4 Custo Político da Divulgação de Informações Financeiras
8.5 Motivações para Divulgação Voluntária
8.5.1 Incentivos de mercado
7.5.2 Incentivos de contratação
7.6 Pesquisas nacionais e internacionais sobre divulgação voluntária
A V A LIA Ç Ã O
DE
DE SE MP EN H O
1) Qualidade do seminário apresentado, tanto em termos de conteúdo e profundidade da pesquisa, quanto em termos
de metodologia, postura e didática de apresentação - 30%.
2) Debate nos seminários e nas discussões dos artigos bases de cada aula - 20%.
3) Artigo individual adequado aos padrões do Congresso ANPCONT - 50%.

O estudante poderá escolher qualquer um dos temas relacionados à disciplina de Estudos Avançados em Teoria
da Contabilidade.

O professor da disciplina orientará, quantas vezes forem necessárias, os artigos e será co-autor dos mesmos;

A participação de outros professores no artigo da disciplina de Estudos Avançados em Teoria da Contabilidade
deverá ser acordada no início do mesmo, e o professor convidado deverá participar efetivamente do desenho e
orientação para ser considerado co-autor.
OBSERVAÇÕES:
Uma única falta elimina a possibilidade de obter o conceito “A”.
Ausência e impontualidade retiram pontos da nota final. Qualidade das participações nos debates, bibliografia relevante
e compartilhamento de experiências ricas acrescentam pontos na nota final;
INSTRUÇÕES PARA ELABORAÇÃO DOS SEMINÁRIOS
Um estudante expõe, mas todos da classe devem comentar, perguntar, debater, oferecer respostas e
contribuições ao apresentador do tema;
Todas as apresentações deverão utilizar recursos de multimídia. Cada apresentação poderá ter até 120 minutos,
com intervenções, podendo ultrapassar este tempo em 10 minutos, no máximo;
Todos os slides utilizados na apresentação pertencem à disciplina e o professor é co-autor dos mesmos. A
utilização de todos os slides está autorizada em outras disciplinas, aulas de graduação ou pós-graduação e no
semestre seguinte com novos estudantes de doutorado.
Cópia integral dos slides em PPT deverão encaminhados para todos os alunos da disciplina um dia antes da aula.
Após os ajustes necessários os slides serão encaminhados para todos os alunos da disciplina através de e-mail.
A escolha dos pontos vitais do tema é a chave do sucesso: é errado achar que a apresentação deve esgotar todo e
qualquer aspecto do tema, só os relevantes;
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
ALENCAR, R. C. de. Custo do capital próprio e nível de disclosure nas empresas brasileiras. Brazilian Business
Review, v. 2, n. 1, p. 1-12, 2005.
CONSONI, Silvia. Divulgação voluntária e sua relação com gerenciamento de resultados contábeis: evidências no
contexto da convergência às normas internacionais de contabilidade no Brasil. Curitiba, 2014. Dissertação
(Mestrado) Programa de Pós-Graduação em Contabilidade, Setor de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade
Federal do Paraná.
DYE, R. A. Strategic accounting choice and effects of alternative financial reporting requirements. Journal of
Accounting Research, v. 23, p. 544-574, 1985.
DYE, R. A. Mandatory vs. Voluntary disclosure: the cases of financial and real externalities. The Accounting Review,
n. 65, p. 1-24, 1990.
FIELDS, T. D.; LYS, T. Z.; VINCENT, L. Empirical research on accounting choice. Journal of Accounting and
Economics, v. 31, p. 255-307, 2001.
HENDRIKSEN, E. S.; VAN BREDA, M. F. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 2010.
IUDÍCIBUS, Sérgio de; LOPES, Alexandro Broedel. Teoria Avançada da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2004.
JENSEN, M. C.; MECKLING, W. H. Theory of the firm: managerial behavior, agency costs and ownership structure.
Journal of Financial Economics. v. 3, p. 305-360, 1976.
KLANN, R. C.; BEUREN, I. M. Gerenciamento de resultados: análise comparativa de empresas brasileiras e inglesas
antes e após a adoção das IFRS. In: Congresso ANPCONT, 6, 2012. Anais... Florianópolis, 2012.
LEAL, R.; OLIVEIRA, C. Uma avaliação das práticas dos conselhos de administração no Brasil. In: SILVA, A.; LEAL, R.
Governança corporative: evidências empíricas no Brasil. São Paulo: Atlas, 2007.
LIMA, G. A. S. F. Nível de evidenciação x custo da dívida das empresas brasileiras. Revista Contabilidade &
Finanças, v. 20, n. 49, jan./apr., 2009.
LOPES, A. B.; TUKAMOTO, Y. S. Contribuição ao estudo do “gerenciamento” de resultados: uma comparação entre
as companhias abertas brasileiras emissoras de ADRs e não-emissoras de ADRs. Revista de Administração da
Universidade de São Paulo, v. 42, n. 1, 2007.
LOPES, Alexsandro Broedel; MARTINS, Eliseu. Teoria da Contabilidade: uma nova abordagem. São Paulo: Atlas,
2005.
MARTINEZ, A. L. Detectando earnings management no Brasil: estimando os accruals discricionários. Revista de
Contabilidade e Finanças, v. 19, n. 46, p. 7-17, jan./abr., 2008.
MARTINEZ, A. L. Gerenciamento dos resultados contábeis: estudo empírico das companhias abertas brasileiras.
2001. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis. Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2001.
MÚRCIA, F. D.; WUERGES, A. Escolhas contábeis no mercado brasileiro: divulgação voluntária de informações
versus gerenciamento de resultados. Revista Universo Contábil, v. 7, n. 2, p. 28-44, 2011.
NARDI, P. C. C.; NAKAO, S. H. Gerenciamento de resultados e a relação com o custo da dívida das empresas
brasileiras de capital aberto. Revista Contabilidade & Finanças, FEA/USP, v. 20, p. 77-100, 2009.
PAULO, E.; MARTINS, E; CORRAR, L. J. Detecção do gerenciamento de resultados pela análise do diferimento
tributário. Revista de Administração de Empresas, v. 47, n. 1, p. 110-112, jan./mar., 2007.
PERLINGEIRO, B. de C. L. Teoria das Escolhas Contábeis: Fair Value de derivativos em Bancos no Brasil. São Paulo,
2009. Dissertação (Mestrado) Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, Departamento de Contabilidade
e Atuária, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.
RIBEIRO, Flávio. Board interlocking e suavização de resultados: estudo em companhias brasileiras de capital
aberto sob a ótica de redes sociais. Curitiba, 2013. Dissertação (Mestrado) Programa de Pós-Graduação em
Contabilidade, Setor de Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Paraná.
SALOTTI, B. M.; YAMAMOTO, M. M. Divulgação voluntária da demonstração dos fluxos de caixa no mercado de
capitais brasileiro. Revista Contabilidade & Finanças, v. 48, p. 37-49, 2008.
TONIN, Joyce Menezes da Fonseca. Relação entre income smoothing e ratings em companhias brasileiras de
capital aberto. Curitiba, 2012. Dissertação (Mestrado) Programa de Pós-Graduação em Contabilidade, Setor de
Ciências Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Paraná.
VERRECCHIA, R. E. Discretionary disclosure. Journal of Accounting and Economics, v. 5, p. 365-380, 1983.
WATTS, e ZIMMERMANN. Positive Accounting Theory. 1996.
ZANG, A. Y. Evidence on the trade-off between real manipulation activities and accrual-based earnings
management. The Accounting Review, v. 87, n. 2, p. 675-703, 2012.
CRONOGRAMA DA PRIMEIRA PARTE DA DISCIPLINA
Datas
Assuntos
Seminários
Artigos
02/03/2015
AULA INTRODUTÓRIA
Douglas
Douglas
09/03/2015
1 NORMATIVISMO E POSITIVISMO
Douglas
Douglas
23/03/2015
2 TEORIA CONTRATUAL DA FIRMA
30/03/2015
AULA ESPECIAL - Racionalidade do investidor:
há respeito aos próprios limites?
Gerlando - USP
DARK TRIAD NA TOMADA DE DECISÃO: O LADO
SOMBRIO NO PODER
06/04/2015
3 ACCOUNTING CHOICES
27/04/2015
4 HIPÓTESES DA TEORIA POSITIVA SOB A PERSPECTIVA
OPORTUNÍSTICA
04/05/2015
5 GERENCIAMENTO DE RESULTADOS CONTÁBEIS
11/05/2015
6 ACCRUALS DISCRICIONÁRIOS E NÃO
DISCRICIONÁRIOS
18/05/2015
7 MOTIVAÇÕES PARA O GERENCIAMENTO DE
RESULTADOS
25/05/2015
8 TEORIA DA DIVULGAÇÃO VOLUNTÁRIA
08/06/2015
DICUSSÕES DO DRAFT DO ARTIGO I
Claudio
TODOS
TODOS