Edição 08 Revista Universo da Enfermagem Julho a Dezembro de

Transcrição

Edição 08 Revista Universo da Enfermagem Julho a Dezembro de
ISSN 2238-7137
UNIVERSO DA ENFERMAGEM
Faculdade Capixaba de Nova Venécia – MULTIVIX – Nova Venécia
V. 04 Nº 02 Julho/Dezembro – 2015 - Semestral
Diretor Executivo
Tadeu Antônio de Oliveira Penina
Diretora Acadêmica
Eliene Maria Gava Ferrão
Diretora Geral
Sandrélia Cerutti Carminati
Coordenadora Acadêmica
Profª. Elen Karla Trés
Coordenadora Administrativo-Financeira
Silnara Salvador Bom
Coordenador de Graduação
José Junior de Oliveira Silva
Bibliotecária
Profº. Alexandra Barbosa Oliveira
Comissão Editorial
Profª. Eliene Maria Gava Ferrão
Profª. Elen Karla Trés
Profº. José Junior de Oliveira Silva
Profº. MSc. Ivan Paulino
COORDENADORES
Sabryna Zen Rauta Ferreira
Maxwilian Novais Oliveira
Douglas Bitencourt Vidal
Carla Salvador
Ivan Paulino
Ludimila Oliveira
Francielle Milanez França
Karina Fonseca
Endereço para correspondência
Biblioteca Pe. Carlos Furbetta
Rua Jacobina, 165 – Bairro São Francisco
29830-000 – Nova Venécia – ES
e-mail: [email protected]
Capa
Alex Cavalini Pereira
Universo da Enfermagem / Faculdade Capixaba de Nova Venécia– v. 4.
n.2, 2015 – Nova Venécia: MULTIVIX, 2015.
Semestral
ISSN 2238-7137
1. Pesquisa científica: Periódicos. I. Faculdade Capixaba de Nova
Venécia.135 p.
CDD. 610.73
UNIVERSO DA ENFERMAGEM
SUMÁRIO
ARTIGOS
O papel do enfermeiro na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar ...................
06
Milânia Effgen Caran.
Caracterização do estresse em profissionais de enfermagem em instituição
hospitalar de pequeno porte .............................................................................................
15
Marcelo Costa Vicente; Andreia de Oliveira Moulin..
Influências da cultura italiana na casuística de hipertensão arterial sistêmica no
município de Nova Venécia, ES, Brasil............................................................................
22
André Ribeiro Vilella; Dayane Barbosa; Elaine Cris Dalcin; Ketlynn Barcellos Oliveira; Laira Onofre da
Silva; Rodrigo Barbosa; Sabrina Gonçalves Schetine; Thais de Souza Estevam; Ivan Paulino.
O
profissional de enfermagem na intervenção e mediação da gravidez
precoce.................................................................................................................................
32
Franciely Cezana Santana.
Desafios de enfermagem na atenção a mulher mastectomizada....................................
49
Brenda Carvalho Damascena; Juliano Viana Santos; Kivia Aguiar Souza.
Assistência de enfermagem para clientes portadores de tuberculose............................
53
Kailanny Leão Alves; Mary Stella de Souza Santos; Nelma Silva Vidigal; Samantha Silva Santos.
Desafios do enfermeiro diante da gravidez na adolescência..........................................
58
Adriana de Souza Santana; Cristiely Francisco da Silva; Viviane Ferreira.
Saúde da Mulher: atuação do enfermeiro no planejamento familiar...........................
62
Adrieli Marre Bom; Deocilda Aparecida Marcelino da Silva; Guilherme de Angelo Souza; Iara Souza
Boroto; Pollyana Pereira.
A importância do diagnóstico precoce na casuística de câncer de mama.....................
Juliane Rocha de Oliveira; Rayanne Souza Oliveira.
Assistência de enfermagem para o cliente terminal........................................................
Juliana Bichi Wutke; Simoni Araujo Souza.
Avaliação dos problemas físicos e psicológicos na menopausa......................................
Jeane Laila Dias Almeida; Jéssica Goltara Ribeiro; Juliana Almeida Napoleão.
Câncer de Mama: assistência da enfermagem para homens portadores de câncer
de mama..............................................................................................................................
Iza Hanna de Souza; Joice Pinheiro; Kayza Roriz Pires; Meire Rose de Oliveira Corrêa Aidano; Taís
Santos Feitosa.
73
78
90
94
Saúde do idoso: assistência de enfermagem para clientes geriátricos........................... 100
Grasieli dos Santos Ninke; Jocileni Pacanhã Dias.
Saúde da criança: o papel do enfermeiro na assistência ao recém-nato.......................
107
Gisela dos Reis Pereira; Lara Vandel-Rei Souza; Nayara Ribeiro de Souza; Willian Maik dos Santos
Altafim.
Saúde da Mulher: as dificuldades do enfermeiro diante da gravidez na 112
adolescência........................................................................................................................
Amanda Storari Mourão; Rayza Minelli Elias Cruz; Elizangela Alves dos Santos; Nathali Francielly da
Costa Silva.
Dificuldades dos clientes no controle da hipertensão arterial........................................ 117
Elaine Dutra Ferreira; Ismaico dos Santos; Maxsuely Batista da Silva; Rayssa Delabela; Sidália Alves
Soares.
Saúde da Mulher: assistência de enfermagem para mulheres portadoras do câncer
de mama.............................................................................................................................. 121
Ana Maria do Nascimento Kapich; Janandra Silva Zampronho; Loreane Rodrigues dos Santos; Mitalli
Aparecida Caetano de Almeida.
Câncer de mama: a importância dos sinais e sintomas..................................................
Doanne dos Santos Vaneli; Sonia Vial.
Normas para publicação na Revista Universo da Enfermagem....................................
125
129
ISSN 2238-7137
EDITORIAL
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (2006) temos mais de 59 milhões de
trabalhadores da área de saúde ao redor do planeta, incluindo médicos, enfermeiros,
odontólogos e outros profissionais. Os números são ainda maiores atualmente. Mesmo assim,
existe uma carência imensa de profissionais enfermeiros.
O sofrimento desnecessário continua a ser um problema grave no mundo, pois dentre aqueles
que necessitam de cuidados, incluindo o alívio da dor, poucos os recebem, com uma
assistência de qualidade.
Segundo um estudo do Centro de Educação e Mercado de Trabalho da Universidade de
Georgetown, somente nos Estados Unidos, estima-se que a área de saúde irá criar 5,6 milhões
de novos empregos até 2020, para atender a crescente demanda.
É necessário formar enfermeiros, dentro das especificidades do mercado de trabalho, aptos
para exercer a profissão em todos os aspectos, na prevenção, na educação em saúde, na saúde
do trabalhador e na assistência, incluindo a pesquisa.
Mantemos nossa postura de incentivo quanto a iniciação científica de nossos acadêmicos, aqui
transmitidas em forma de artigos originais e de iniciação científica, fruto do trabalho de
nossos docentes e discentes.
Continuamos abertos para contribuições, críticas, que muito nos ajudarão na melhoria do
trabalho acadêmico. Que tenhamos todos uma boa leitura.
Prof. MSc. Ivan Paulino
COREN – ES- 7138
Editor e Coordenador do Curso de Graduação
em Enfermagem da Faculdade Capixaba de
Nova Venécia, MULTIVIX – Nova Venécia
6
O PAPEL DO ENFERMEIRO NA COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO
HOSPITALAR¹
Milânia Effgen Caran²
RESUMO
A infecção hospitalar (IH) representa um dos principais problemas na qualidade da assistência
prestada à população. Segundo Corrêa (2008) nos países em desenvolvimento a taxa de IH é cerca de
25%. O enfermeiro possui um papel fundamental no controle dessas infecções, atuando na Comissão
de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). O artigo avalia a importância deste profissional junto a
CCIH. Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, qualitativa, que possibilita a discussão do
papel do enfermeiro na CCIH, e os benefícios propiciados através da atuação deste profissional
dentro da referida equipe. A infecção hospitalar é um importante problema de saúde pública no país,
e seu controle não é apenas da responsabilidade de um grupo específico de profissionais, mas de
todos aqueles que realizam procedimentos de assistência. Os profissionais da saúde, especialmente
os enfermeiros, são de extrema importância diante desse desafio, devendo-se tornar os articuladores
e motivadores dos saberes e fazeres relacionados ao controle de infecção. Esse destaque se justifica
pelas características de sua formação profissional.
PALAVRAS-CHAVE: Infecção Hospitalar. Enfermeiro. Assistência.
ABSTRACT
Nosocomial infection (NI) is a major problem in the quality of care provided to the population.
Second belt (2008) in developing countries rate of IH is about 25%. The nurse has a key role in the
control of nosocomial infection, acting on Committee of Infection Control (CCIH). The article aims
at the importance of this work along the HICC. This is a study of literature, qualitative review, which
led to the discussion of the role of the nurse in HICC, and propitiated benefits through the work of
the nurses in this team. Hospital infection is a major public health problem in the country, and its
control is not only the responsibility of a specific group of professionals, but of all those who
perform service procedures. Health professionals, especially nurses, are extremely important on this
challenge, having to make the organizers and motivators of knowledge and practices related to
infection control. This emphasis is justified by the characteristics of their professional training.
KEY-WORDS: Hospital Infection. Nurse. Assistance.
_____
¹ Artigo Científico Original. Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-Graduação.
² Enfermeira Pós-Graduanda no Curso de Controle de Infecção Hospitalar da Faculdade MULTIVIX – Nova Venécia.
7
1 INTRODUÇÃO
Segundo a ANVISA (2004) a infecção hospitalar (IH) é a infecção adquirida durante a hospitalização
e que não estava presente ou em período de incubação por ocasião da admissão do paciente. São
diagnosticadas, em geral, a partir de 48 horas após a internação.
A infecção hospitalar (IH) representa um dos principais problemas da qualidade da assistência à
saúde, devido a importante incidência, ao aumento da morbidade e mortalidade, dos custos diretos e
indiretos, assumindo consequências de impacto humano, social e econômico (RORDIGUEZ, P. A.
V; SÁNCHEZ, S. L, 2004).
No Brasil, apenas nas duas últimas décadas, este importante tema tem sido abordado de maneira
mais efetiva e científica. Foi então criado em 1983 a portaria 196 do Decreto do Ministério da Saúde
n°77.052, que determina:
Todos os hospitais do país deverão manter Comissão de controle de infecção hospitalar
(CCIH) Independente da entidade mantenedora. (DECRETO DO MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 1976).
Atualmente, as ações do controle de infecção hospitalar são norteadas pela Portaria nº2.616/1998 da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), do Ministério da Saúde (MS) e, dentre as
deliberações incluídas nesse documento, está a orientação sobre a constituição do Programa de
Controle de Infecção Hospitalar (PCIH), entendido como um conjunto de ações desenvolvidas,
deliberadas sistematicamente, com vistas à máxima redução da incidência e da gravidade das
infecções hospitalares.
Para sua execução, é exigida dos hospitais a constituição da Comissão de Controle de Infecção
Hospitalar (CCIH), órgão de assessoria máxima da instituição e de execução das ações de controle
das infecções hospitalares, a qual deve ser composta por profissionais da área de saúde, de nível
superior, designados formalmente (TURRINI, R. N. T, 2004).
O Enfermeiro, por ser um profissional que possui um maior e mais longo contato com os pacientes,
uma vez que dentre suas competências e habilidades, deve ser capaz de: planejar, implementar e
participar dos programas de formação, qualificação contínua e promoção da saúde dos trabalhadores,
tornando-se um membro extremamente importante e indispensável na Comissão de Controle de
Infecção Hospitalar (FERNANDES, C. N. S, 2004).
Sabendo-se que o enfermeiro é um profissional indispensável na CCIH, objetivou identificar a
importância do enfermeiro dentro da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, visando à
proteção e segurança dos clientes.
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, qualitativa, que possibilitou a discussão do papel do
enfermeiro na CCIH, e os benefícios propiciados através da atuação desse profissional dentro dessa
equipe.
Para análise das publicações foram considerados como critério de inclusão, artigos completos na
língua portuguesa, que descrevem a importância do profissional Enfermeiro dentro da Comissão de
Controle de Infecção Hospitalar.
A construção deste artigo está alicerçada nos fundamentos teórico, conceitos e preceitos
disponibilizados na literatura e pelos órgãos oficiais de saúde, em que propôs-se a definição de
8
Infecção Hospitalar e Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, assim como a importância da
atuação do enfermeiro na prevenção e no controle da infecções em unidades hospitalares.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 INFECÇÃO HOSPITALAR
As infecções hospitalares são consideradas as principais causas de morbidade e de mortalidade, além
disso, aumentam o tempo de tratamento do paciente, elevando o custo do tratamento. Podem surgir
em decorrência de falhas no processo de assistência, que elevem o risco de aquisição de infecções
para os pacientes: falhas no processo de esterilização, falhas no preparo de medicações parenterais,
falhas nas execução de procedimentos invasivos, dentre outras (ANVISA, 2004).
O Ministério da Saúde do Brasil conceitua através da Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 1998, a
Infecção Hospitalar como toda e qualquer infecção que se adquire em um hospital após sua
admissão, permanência e até mesmo após sua alta, quando relacionada com a hospitalização do
paciente (BRASIL, 1998).
Tal portaria apresenta, também, os critérios gerais que auxiliam na definição das infecções
hospitalares. Os critérios listados pelo Ministério da Saúde são:





Quando, na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária (infecção
comunitária é aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que
não relacionada com internação anterior no mesmo hospital), foi isolado um germe diferente,
seguido do agravamento das condições clínicas do paciente;
Quando se desconhecer o período de incubação do microorganismo e não houver evidência
clínica e/ou laboratorial de infecção no momento da internação, convenciona-se infecção
hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 horas após a
admissão;
São também convencionadas infecções hospitalares aquelas manifestadas antes de 72 horas
da internação, quando associadas a procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos, realizados
durante este período;
As infecções nos recém-nascidos são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma
transplacentária e aquelas associadas a bolsa rota superior a 24 horas;
Os pacientes provenientes de outro hospital que internam com infecção, são considerados
portadores de infecção hospitalar do hospital de origem. Para o hospital onde interna, é
considerada como infecção comunitária.
Para se obter um diagnóstico de infecção hospitalar, devem ser valorizadas informações oriundas de:
evidência clínica, derivada da observação direta do paciente ou da análise de seu prontuário,
resultados de exames laboratoriais, ressaltando os exames microbiológicos, a pesquisa de antígenos,
anticorpos e métodos de visualização realizados e evidências de estudos com métodos de imagem,
endoscopia, biópsia e outros (CARDOSO, R. S; SILVA, M. A, 2004).
Algumas IHs são evitáveis e outras não. Infecções preveníveis são aquelas em que se pode interferir
na cadeia de transmissão dos microorganismos. A interrupção dessa cadeia pode ser realizada por
meio de medidas reconhecidamente eficazes como a lavagem das mãos, o processamento dos artigos
9
e superfícies, a utilização dos equipamentos de proteção individual, no caso do risco laboral e a
observação das medidas de assepsia (PEREIRA, M. S, 2005).
Infecções não preveníveis são aquelas que ocorrem a despeito de todas as precauções adotadas, como
pode-se constatar em paciente imunologicamente comprometidos, originárias a partir da sua
microbiota (PEREIRA, M. S, 2005).
Pereira (2005) relata que 30% das infecções hospitalares poderiam ser evitadas, com a atuação
adequada da equipe de saúde e das instituições e ressalta ainda a responsabilidade ética, técnica e
social da equipe de saúde. O controle das infecções hospitalares é inerente ao processo de cuidar,
estando o enfermeiro capacitado, este prestará um cuidado mais livre de riscos de infecções.
A infecção hospitalar é causa de grande preocupação das instituições de saúde do
Brasil. Enquanto a média mundial de índice de infecção é 5%, o país apresenta o porcentual de
15,5%, ocorrendo em um período médio de 5 a 10 dias de internação. Acentuando-se que os custos
da internação se tornam cada vez maiores (Ministério da Saúde, 2004 e Machado, 2001). Em países
desenvolvidos esta taxa varia de 5 a 10% dos pacientes admitidos em hospitais, que adquirem pelo
menos uma infecção hospitalar, porém em países em desenvolvimento essa taxa pode ser superior a
25% (CORRÊA. L, 2008).
Apesar de muitos esforços e transformações, o Brasil ainda enfrenta uma realidade oposta daquilo
que se pode julgar satisfatório: carência de recursos humanos e materiais nas instituições de saúde
(principalmente nas públicas), ausência de CCIHs atuantes em grande parte dos hospitais, ou ainda
profissionais exercendo a função sem conhecimento adequado da atividade, o que resulta em
elevadas taxas de infecção hospitalar, ocorrência de surtos não detectados em berçários e unidades de
terapia intensiva, emergência de bactérias resistentes a diversos antibióticos e elevado risco
ocupacional (ANVISA, 2004).
2.2 COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CCIH)
A preocupação em manter o controle das Infecções hospitalares no Brasil foi manifestada na década
de 60, com o surgimento das primeiras publicações e relatos relacionados ao tema. No ano de 1963,
no Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre – RS teve início a implantação da primeira CCIH
brasileira, e outras comissões multidisciplinares, começaram a surgir a partir da década de 70. Nos
anos subsequentes foi criado e publicado pelo Ministério da Saúde, o Manual de Controle de
Infecção Hospitalar, e criadas portarias, obrigando a criação de CCIHs em hospitais brasileiros.
Essas portarias evidenciavam: a composição das CCIH, quais atividades praticadas, qual
competência caberia a cada membro, recomendações e indicadores epidemiológicos para o controle
das infecções (SILVA, F. M. I; SANTOS, B. M. O, 2001).
A CCIH é um órgão de assessoria à autoridade máxima de instituição e de planejamento e
normatização das ações de controle de Infecção Hospitalar, que serão executadas pelo Serviço de
Controle de Infecção Hospitalar (SCIH). A CCIH deverá ser composta por profissionais da área da
saúde de nível superior. O presidente ou coordenador deverá ser formalmente designado pela direção
do hospital (ANVISA, 2004).
10
A composição mínima da CCIH deverá ser por membros dos seguintes serviços: serviço médico
(clínico e cirúrgico), serviço de enfermagem, serviço de farmácia, laboratório de microbiologia e
administração.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2004), as competências da CCIH são:
 Implementar e aprovar o regimento interno da CCIH. É necessário que cada participante da
CCIH tenha conhecimento das suas atribuições para o desenvolvimento harmônico do
trabalho.
 Ajustar e supervisionar as normas e rotinas técnicas e operacionais objetivando a prevenção e
controle das Infecções hospitalares, principalmente aquelas provenientes de procedimentos
invasivos. A existência de manuais não garante a implantação das rotinas. É necessário que
exista supervisão, para avaliação do que foi padronizado. As padronizações têm que estar de
acordo com a realidade de cada instituição.
 Colaborar com o treinamento e a educação continuada dos profissionais de saúde. Decidir
junto com a Comissão de Farmácia e Terapêutica as normas para o uso racional de
antimicrobiano, tanto para a terapêutica como para a profilaxia de infecções.
 Elaborar e inspecionar a implantação de medidas para a prevenção de transmissão de
microorganismos no ambiente hospitalar por meio da implantação de normas de precauções e
isolamento de doenças transmissíveis.
 Elaborar um programa de prevenção e assistência aos funcionários que sofrem acidentes com
material contaminado com sangue ou secreções. Este programa deve ser organizado para
funcionar e fornecer a primeira assistência ao funcionário acidentado durante o período de 24
horas.
 Comunicar ao organismo de gestão do SUS, na ausência de um núcleo de epidemiologia, as
doenças de notificação compulsória.
 Auxiliar os programas de vigilância de agravos à saúde como farmacovigilância,
tecnovigilância e hemovigilância. Participar com os demais setores envolvidos na elaboração
de programas de qualidade, tratamento de resíduos e controle de contaminação ambiental.
 Notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e Sanitária do organismo de gestão do
SUS os casos e surtos diagnosticados ou suspeitos de infecções associadas à utilização de
produtos industrializados.
2. 2. 1 O papel do enfermeiro na CCIH
A enfermagem possui papel importante no controle da IH desde suas primeiras descobertas. Florence
Nightingale já apresentava preocupação com essa problemática e durante a Guerra da Criméia
padronizou procedimentos de cuidados de enfermagem voltados à higiene e limpeza dos hospitais,
incluindo principalmente técnicas de antissepsia, com a finalidade de reduzir os riscos desse tipo de
infecção. A enfermagem é a categoria profissional mais envolvida com os cuidados ao paciente,
direta ou indiretamente, e, consequentemente, com a profilaxia e controle de infecções relacionada à
assistência, em que a higiene das mãos tem um papel importante (TRIPPLE, A. F. V et al, 2007).
Na assistência à saúde, independentemente de ser prevenção, proteção ou tratamento e reabilitação, o
indivíduo deve ser visto como um ser integral, que não se fragmenta para receber atendimento em
partes. As IH são multifatoriais, sendo o seu controle resultado de um trabalho de equipe (PEREIRA,
M. S, 2005).
A infecção hospitalar é um grande obstáculo encontrado dentro das unidades hospitalares,
principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva. Por ser um problema de grande ocorrência, o
11
Enfermeiro que possui um maior e mais longo contato com os pacientes torna-se um membro
extremamente indispensável na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (TRIPPLE, A. F. V et
al, 2007).
O enfermeiro é a peça chave dentro da comissão de controle de infecção hospitalar, sendo
responsável pela construção de protocolos, implantação dos mesmos, treinamento da equipe,
supervisionando e avaliando cada integrante (ROCHA, L. F; LEMES, N. A; BRASILEIRO, M. E. A,
2010).
Fernandes e Fernandes (2000) explicam que a participação do enfermeiro, oficialmente no cenário do
controle das infecções hospitalares foi baseada na experiência inglesa que encabeçou esse
profissional como controlador de infecção hospitalar.
Foi com Florence Nightingale que começou a desenvolver uma sistemática formal para a conquista
de um conhecimento distinto, ações fundamentadas, conquistando para a enfermagem sua
importância original, a de restabelecer a saúde por meio do uso da limpeza, ar puro, calor, dieta e
repouso, ou seja, ações de controle sobre o meio. Fatores esses fundamentais na prevenção do
controle das infecções hospitalares (OLIVEIRA, R; MARUYAMA, S. A. T, 2008).
É de suma importância a enfermagem no contexto da CCIH, pois o enfermeiro é o profissional da
saúde que está em constante contato com a equipe, bem como, com os usuários e familiares, fazendo
um elo entre todos os atores envolvidos.
De acordo com estudo realizado no estado do paraná no ano de 2007, foi possível observar que a
escolha do enfermeiro para compor a CCIH e, principalmente, o serviço de controle de infecção
hospitalar, é justificado por ele possuir conhecimento das disciplinas básicas como a epidemiologia,
microbiologia, anatomia, parasitologia, além das específicas. Além disso, dentre os membros da
CCIH/SCIH, o enfermeiro é o profissional que detém a maior carga horária exclusiva para o serviço,
por isso coloca-se a par de todos os processos e atividades relacionadas com o controle de infecção e
pela sua qualificação profissional, somada à experiência, conquista autonomia para responder pela
maioria da ações, embora respeitada as especificidades da profissão (BARBOSA, M. E. M, 2007).
Segundo o Ministério da Saúde (1998), o papel do enfermeiro:
Na comissão de controle de infecção hospitalar deverá ser o de elaborar, implementar,
manter e avaliar programas de controle de infecção hospitalar, adequando as características e
necessidades da instituição, contemplando no mínimo, ações relativas a implantação de um
Sistema de Vigilância Epidemiológica das Infecções Hospitalares; adequação,
implementação e supervisão das normas e rotinas técnico operacionais, visando à prevenção
de controle das infecções hospitalares; capacitação do quadro de funcionários e profissionais
da instituição, no que diz respeito à prevenção e controle das infecções hospitalares.
De acordo com o trecho acima, podemos ressaltar que o enfermeiro trabalha em três grandes áreas:
administrativa, assistencial e ensino. Na administração o enfermeiro planeja, elabora, implementa as
diretrizes para o controle de infecção. Na assistência este elabora o plano de cuidados junto a sua
equipe para prevenir e diminuir as taxas de IH, utilizando métodos científicos e buscando cada vez
mais o conhecimento e embasamento teórico através da educação continuada.
Segundo Oliveira (2005), os enfermeiros que atuam no serviço de controle de infecção são
considerados como integrantes indispensáveis para as ações de Controle de Infecção Hospitalar nas
12
instituições, pois devem justificar sua existência na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar,
pela competência em executar suas funções e não apenas pela força de um dispositivo legal. Manter
as infecções hospitalares sob controle é um desafio permanente. Assim, os profissionais partem para
uma batalha, muitas vezes solitária de algo que está além de suas possibilidades, vista a
complexidade que é ser controlador de infecção hospitalar.
Na tentativa de envolver a equipe de trabalho com o objetivo de prevenir e controlar Infecção
Hospitalar o enfermeiro apresenta algumas atribuições:




Fazer rotineiramente uma visita ao hospital para detectar algum problema;
Elaborar plano de limpeza, desinfecção e esterilização das unidades;
Normalizar a utilização de germicidas hospitalares em conjunto com os demais profissionais
da CCIH;
Avaliar e orientar medidas de isolamento e precauções de doenças perante a equipe
multiprofissional.
Além das atribuições citadas acima, é de responsabilidade do enfermeiro, como membro da CCIH,
realizar o treinamento da equipe para que as práticas exercidas sejam feitas de forma asséptica
(SANTOS, A. P; HOYASHI, C. M. T; RODRIGUES, D. C. G. A, 2010).
No momento em que as políticas públicas de implantação do SUS e a mudança do modelo
assistencial estão ocorrendo, a formação e a educação continuada representam os esforços que
alavancarão o controle de infecção, na sua interdisciplinaridade e intersetorialidade. Caminha-se para
um novo fazer de Enfermagem, com modelos de cuidados mais seguros (PEREIRA, M. S, 2005).
3 CONCLUSÃO
A infecção hospitalar é um importante problema de saúde pública no país, e seu controle não é
apenas da responsabilidade de um grupo específico de profissionais, mas de todos aqueles que
realizam procedimentos de assistência. No Brasil essas ações são determinadas e regidas pela
Portaria MS nº 2.616/98 que prevê a composição da equipe multiprofissional que irá trabalhar tanto
na Comissão como no Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e dentre eles encontra-se o
enfermeiro como integrante preferencial (BARBOSA, M. E. M, 2007).
A CCIH tem o objetivo não somente de prevenir e combater à infecção hospitalar, beneficiando
dessa maneira toda a comunidade assistida, como também de proteger o hospital e o corpo clínico.
Extinguir a IH é tarefa difícil, sendo que sua etiologia e condições de instalação no homem devem-se
a um desequilíbrio no seu processo doença. Portanto, a profilaxia e diminuição têm se mostrado
viáveis em vários casos e situações, conforme já comprovado na prática hospitalar.
Diante do contexto apresentado, percebe-se que os desafios são grandes, mas as perspectivas são
bastante promissoras. Os profissionais da saúde, especialmente os enfermeiros, são de extrema
importância diante desse desafio, devendo-se tornar os articuladores e motivadores dos saberes e
fazeres relacionados ao controle de infecção. Esse destaque se justifica pelas características de sua
formação profissional (BARBOSA, M. E. M, 2007).
O enfermeiro por possuir formação generalista têm ciência das várias disciplinas básicas como
microbiologia, estatística, patologia, epidemiologia e das específicas, como administração, cuidado
13
do meio ambiente e cuidado integral do paciente, portanto tem domínio de várias áreas de
conhecimentos afins, por isso, tem condição de olhar o hospital de forma global, além de
acompanhar de perto a evolução do paciente. É capacitado para atuar no controle e na prevenção das
Infecções Hospitalares, em todas as suas interfaces, tanto nas ações preventivas com as de controle,
atuando diretamente com o paciente (LACERDA, R. A, 2003).
Segundo Barbosa (2005), as mudanças do perfil epidemiológico referentes ao controle de infecção
hospitalar são constantemente percebidas pelo enfermeiro que busca incorporar práticas que atendam
a essa nova demanda, ou seja, não centralizar a responsabilidade do controle de infecção hospitalar
apenas num grupo específico de profissionais, mas plantar a semente de prevenção em todas as
pessoas e em todas as áreas, estimulando o desenvolvimento da cultura de prevenção (BARBOSA,
M. E. M, 2007).
O enfermeiro, enquanto cuidador-educador tem como responsabilidade realizar educação em saúde
no ambiente hospitalar, portanto, é indispensável que se tenha uma visão global para os usuários e
acompanhantes, bem como, com a equipe de enfermagem, englobando-os nas atividades de educação
em saúde (DONINI, J. C et al, 2013).
Neste sentido, o profissional de saúde, enquanto facilitador, deverá identificar os riscos e direcionar
sua atuação para o indicador do risco correspondente, melhorando as práticas cotidianas de controle
da infecção hospitalar.
4 REFERÊNCIAS
BARBOSA, M. E. M. A atuação do enfermeiro no controle de infecção hospitalar no estado do
Paraná. 2007. Dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem –
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2007.
BRASIL. ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária intensifica controle de infecção em
serviços de saúde. Revista Saúde Pública, São Paulo, v.38, n. 3, 2004.
______. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.616 de 13 de maio de 1998. Regulamenta as ações de
controle de infecção hospitalar no país. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, 15 maio
1998. Seção I.
CORRÊA, L. Impacto da prevenção das infecções relacionadas à assistência a saúde: segurança
e redução de custos. Einstein: Educação Continuada Saúde 2008; 6 (4 Pt 2): 194-196.
DECRETO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE N° 77.052 de 19 de janeiro de 1976, Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 21 ago. 2014.
DONINI, J. C et al. A atuação do (a) enfermeiro (a) no controle de infecção hospitalar: um relato de
experiência. Revista eletrônica de extensão da URI. ISSN 1809-1636. v. 9, n. 16, p. 10-19, maio
2013.
FERNANDES, A. T; FERNANDES, M. O. V. organização e programa de controle das infecções
hospitalares. In: Fernandes A. T, Fernandes, M. O. V, Ribeiro Filho N. Infecção hospitalar e suas
interfaces na área da saúde. V. 2. São Paulo: Atheneu, 2000.
FERNANDES, C. N. S. Refletindo sobre o aprendizado do papel de educador no processo de
formação do enfermeiro. Revista Latino Americana de Enfermagem. v. 12, n. 4, p.691-3, 2004.
14
LACERDA, R. A. Infecção hospitalar e sua relação com a evolução das práticas de assistência à
saúde. In: LACERDA, R. A. Controle de infecção em centro cirúrgico: fatos, mitos e
controvérsia. São Paulo: Atheneu; 2003. p. 9-23.
MACHADO, A et al. Prevenção da Infecção Hospitalar. Projeto Diretrizes: Associação Médica
Brasileira e Conselho Federal de Medicina. Sociedade Brasileira de Infectologia 2001; 2-18.
Disponível em: http://www.projetodiretrizes.org.br/projeto_diretrizes/065.pdf.
OLIVEIRA, A. C; ARMOND, G. A; CLEMENTE, W. T. Infecções Hospitalares: epidemiologia,
prevenção e controle. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
OLIVEIRA, R; MARUYAMA, S. A. T. Controle de Infecção Hospitalar: histórico e papel do estado.
Revista Eletrônica de Enfermagem, Cuiabá. V.10, n.3, p.775-83, 2008.
PEREIRA, M. S et al. A infecção hospitalar e suas implicações para o cuidar da enfermagem.
Revista Texto e Contexto Enfermagem. Goiás. v. 14, n. 2, p.250-7, 2005.
ROCHA, L. F; LEMES, N. A; BRASILEIRO, M. E. A Atuação da Comissão de Controle de Infeção
em Serviços de Saúde na Unidade de Terapia Intensiva: O que fazer? Revista Eletrônica de
Enfermagem do Centro de Estudos de Enfermagem e Nutrição. v. 1, n. 1, p. 1-16, 2010.
Disponível em: http://www.ceen.com.br/revistaeletrônica. Aceso em: 21 ago. 2014.
RODRIGUEZ, P. A. U; SÁNCHEZ, S. L. Infección nosocomial: impacto y perspectivas. Revista
Cubana Higiene e Epidemiologia, Cuba, v. 42, n. 2, dez 2011.
Disponível em:
http://bvs.sld.cu/revistas. Acesso em: 21 ago. 2014.
SANTOS, A. P; HOYASHI, C. M. T; RODRIGUES, D. C. G. A. Controle de Infecção Hospitalar:
Conhecimento adquirido na graduação de enfermagem. Revista Práxis. Ano II, n.3, jan 2010.
SILVA, F. I; SANTOS, B. M. O. Estudo histórico organizacional da Comissão de Controle de
Infecção Hospitalar de um hospital universitário. Medicina, Ribeirão Preto, n.34, p.170-179, São
Paulo, abr./jun. 2001.
TRIPPLE, A. F. V et al. Higienização das mãos: o ensino e a prática entre graduandos na área da
saúde. Revista Acta Sci. Health sci. V. 2, n.2, p. 107-14, 2007.
TURRINI, R. N. T. Programa de Controle de Infecção Hospitalar: problemas na implementação em
hospitais do Município de São Paulo. Revista Acta Paulista Enfermagem. São Paulo, v. 17, n. 3,
p. 316-24, 2004.
15
CARACTERIZAÇÃO DO ESTRESSE EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM EM
INSTITUIÇÃO HOSPITALAR DE PEQUENO PORTE¹
Marcelo Costa Vicente ²
Andreia de Oliveira Moulin ³
RESUMO
A enfermagem é apontada como uma das profissões mais estressantes. O presente trabalho teve
como objetivo identificar os fatores que geram estresse na equipe de enfermagem, bem como
analisar a existência das consequências desencadeadas pelo estresse na equipe de enfermagem. Foi
realizado o estudo transversal, descritivo em profissionais da equipe de enfermagem em um hospital
de pequeno porte na região sul do Espírito Santo. Participou da amostra de 34 profissionais da equipe
de enfermagem (enfermeiro, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem). Dos participantes
da pesquisa a maior parte é do sexo feminino 74%, apenas 15% relataram ter desenvolvido alguma
patologia ocasionada pelo estresse, 14,82% queixaram-se de esgotamento físico. A uma intensa
necessidade de implantar ações preventivas e corretivas para minimizar o nível de estresse presente
na equipe de enfermagem, ações que promovam o bem estar tanto dentro quanto fora do ambiente de
trabalho.
PALAVRAS CHAVE: Estresse. Enfermagem. Qualidade de vida.
ABSTRACT
Nursing is considered one of the most stressful professions. This study aimed to identify the factors
that generate stress in the nursing team, to analyze the existence of the consequences triggered by
stress in the nursing team. We carried out a cross-sectional descriptive study in nursing team
members in a small hospital in the southern region of the Holy Spirit. Participated in the sample of
34 professionals from the nursing staff (nurses, nursing technicians and nursing assistants). Of all
study most are female 74%, only 15% reported having developed any pathology caused by stress,
14.82% complained of physical exhaustion. The intense need to implement preventive and corrective
actions to minimize the level of stress present in the nursing team, actions that promote the wellbeing both inside and outside the workplace.
KEY WORDS: Stress. Nursing. Quality of life
____
¹ Artigo Científico de término de Curso de Graduação em Enfermagem.
² Enfermeira Professora de Curso Técnico de Enfermagem.
³ Enfermeiro Mestre em Saúde da Família.
16
1 INTRODUÇÃO
A palavra estresse deriva do latim, sendo utilizada inicialmente na física, indicando o desgaste
sofrido por materiais expostos a pressão ou forças (LIMA; CARVALHO, 2000). Em 1926, foi
inicialmente introduzida na área da saúde por Hans Selye, o qual, na época era estudante de medicina
e empregou o termo para o quadro de pessoas em que percebeu a apresentação de várias doenças
físicas e queixas em comum como, fadiga, desanimo, hipertensão e falta de apetite. Em 1936,
apontou o termo estresse como uma síndrome causada por vários agentes nocivos, sendo enfatizada
como uma resposta não específica do organismo, enfraquecendo e levando ao adoecimento
(PAVARO; MARTINO, 2004).
Segundo Albrecht (1990) evidencia que se pode definir o estresse como um desgaste geral do
organismo, ocorrendo quando o ser humano é submetido a enfrentar uma situação irritante que o
excite, amedronte ou que o faça infeliz, sendo assim desencadeadas alterações psicofisiológicas. O
estímulo que desencadeia uma reação de estresse é chamado de estressor.
No mundo atual, a área da enfermagem é apontada como uma das profissões onde se tem um elevado
nível de estresse, sendo caracterizada como a 4ª profissão mais estressantes, levando-se em conta o
ambiente em que trabalha, sendo principalmente a instituição hospitalar, pois contém uma série de
fatores que geram a insalubridade e sofrimento dos profissionais, onde os trabalhadores têm uma
carga muito grande de responsabilidade, além do objetivo no exercício profissional de restabelecer a
saúde do ser humano (COSTA; MARTINS, 2011).
O ponto de partida para subsidiar a hipótese do estudo proposto, está no fato de acreditar-se que o
estresse acomete os profissionais de enfermagem por tratar-se de profissão que frequentemente tem
uma extensa carga horária, excesso de cobranças pelos familiares do paciente, problemas
psicológicos, além de ser uma profissão desenvolvida mais por mulheres que desempenham jornada
dupla de trabalho.
O presente trabalho tem como objetivo identificar os fatores que geram estresse na equipe de
enfermagem, bem como analisar a existência das consequências desencadeadas pelo estresse na
equipe de enfermagem. Foi realizado o estudo transversal, descritivo em profissionais da equipe de
enfermagem em um hospital de pequeno porte na região sul do Espírito Santo.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O ESTRESSE NA EQUIPE DE ENFERMAGEM
Na sociedade atual é muito comum ouvir falar em estresse (MARQUES; ABREU, 2009). O estresse
é um processo que contribui para a adaptação do organismo em uma situação de risco (LIPP;
MALAGRIS, 1995), não sendo apenas um problema e sim uma solução, mas quando o estresse se
torna excessivo, o processo de adaptação se torna um risco para a pessoa (MALAGRIS; FIORITO,
2006).
O estresse pode ser definido como um conjunto de reações apresentadas pelo organismo, quando este
é exposto a uma situação que exige um esforço para a sua adaptação. De acordo com Hans Selye
apresentam a Síndrome de Adaptação Geral ou estresse biológico, dividida em três fases: reação de
alarme, fase de resistência e fase de exaustão (SANTOS, 2007; BIANCHI, 2001; GUIDO, 2010).
A primeira fase designada como reação de alarme é a fase que o organismo entra em situação de
alerta, com a finalidade de se proteger do perigo (LIPP, 1996; COELHO, 1994). A fase de resistência
17
tem início quando o agente estressor persiste por um longo período, ocorrendo aumento da
resistência do organismo, podendo ocorrer uma queda no nível de resistência (FURLAN, 1997). A
terceira fase é a exaustão onde ocorrem alterações do humor, isolamento social, identifica como a
capacidade de adaptação do indivíduo diminuída, surgindo então angústia, apatia, impotência e
possíveis doenças geradas pelo estresse, como hipertensão arterial sistêmica, depressão, ansiedade,
doenças cardíacas e gastrointestinais (SANTOS, 2007; BIANCHI, 2001; GUIDO, 2010).
O ambiente hospitalar é composto por um número elevado de procedimentos complexos e uma maior
demanda dos profissionais da enfermagem para executá-lo, onde em diversas literaturas apresentam
a própria estrutura organizacional, vem sendo caracterizado por um ambiente altamente estressante e
com intensas atividades, desenvolvendo estado de ansiedade e tensão sobre a equipe (DIAS, et al,
2009).
Observam-se em estudos que o meio hospitalar é reconhecido como um ambiente que apresentam
insalubridades e perigoso para os que desenvolvem o seu trabalho neste meio, sendo apontado como
um local privilegiado para o desenvolvimento de doenças, riscos de acidentes, doenças de ordem
física e o sofrimento psíquico que tornam muito comum e em constante crescimento, devido à alta
pressão social e psicológica que estão submetidos, tanto no ambiente trabalho quanto fora dele
(ELIAS; NAVARRO, 2006).
As dificuldades encontradas no ambiente hospitalar conduz o profissional a situações altamente
estressantes, como as funções mal definidas, horários rígidos, rotatividade de turno, demanda
insuficiente para atendimento, esses problemas levam a equipe a uma situação de insatisfação
profissional, desmotivação e possível abandono de profissão (MARTINS, 2014).
A realidade dos hospitais públicos quanto os privados, apresentam praticamente os mesmos
problemas e condições de trabalho; a motivação e o bem-estar do profissional, tem sido deixado em
segundo plano ou até mesmo negligenciado. Tendo em vista que as duas esferas ocorrem com a
presença de profissionais que executam diversas atividades ao mesmo tempo, apresentam ainda
sobrecarga de trabalho e má remuneração (DIAS, et al, 2009).
A situação do profissional de enfermagem é vista atualmente como um trabalho que apresenta
penosidade, mudanças de escala de turno, mais de uma jornada de trabalho, baixa remuneração,
envolvimento constante com dor, doença e morte, a desvalorização de seu trabalho, condições
inadequado, sobrecarga de atividades, baixo tempo para refeições e descanso, fatores estes que
contribuem para o estresse. Os estabelecimentos de saúde não proporcionam um ambiente adequado,
somado a falta de recursos humanos e materiais, motivação, poucas oportunidades de
aperfeiçoamento, o trabalho de enfermagem está exposto a vários fatores que interferem nas
atividades e na saúde física e mental (MEDEIROS, 2011).
3 METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de campo, exploratória de natureza quantitativa com coleta de dados
primários em âmbito hospitalar. O estudo foi realizado no Hospital/Maternidade de pequeno porte
num município do sul do Estado, foi realizada no período de 17 a 26 de fevereiro de 2014, nos quatro
plantões (diurnos e noturnos). A pesquisa obteve uma amostra contendo 34 profissionais de
Enfermagem (4 Enfermeiros, 27 Técnicos de Enfermagem, 3 Auxiliares de Enfermagem), sendo que
a instituição possui um total de 41 profissionais. Durante ao período da pesquisa 01 (técnico de
enfermagem) estava de férias e 06 (1 enfermeiro e 5 técnicos de enfermagem) não aceitaram
participar da pesquisa.
Após a abordagem pela pesquisadora, os participantes do estudo assinaram o termo de consentimento
livre e esclarecido, autorizando a participar da pesquisa, e respondendo ao instrumento de coleta de
dados foi um questionário autoaplicável, contendo 01 questão aberta e 10 fechadas. A pesquisa
18
obedeceu os aspectos éticos da Resolução nº 196 de 10 de outubro de 1996 do Conselho Nacional de
Saúde, para a realização dessa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade
de Filosofia, Ciências e Letras de Alegre, sob o processo n° 2873/2013.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tabela 1: Distribuição dos resultados questionário aplicado à equipe de enfermagem em um hospital de pequeno porte no
sul do estado do Espírito Santo.
Variáveis
N
%
Feminino
25
73,53
Masculino
09
26,47
18 a 25 anos
02
05,88
26 a 40 anos
13
38,24
41 a 65 anos
17
50,00
Acima 66 anos
02
05,88
Enfermeiro
04
11.77
Tec. de Enf.
27
79,41
Aux. de Enf.
03
08,82
Menos 1 ano
05
14,71
1 a 5 anos
07
20,58
6 a 10 anos
04
11,76
Mais de 10 anos
18
52,94
Sim
05
14,70
Não
29
85,30
Esgotamento físico
04
11,77
Sexo
Idade
Categoria
Tempo Atuação
Problemas desencadeados
Agravos encontrados
19
HAS
03
08,82
Cefaleia
03
08,82
Ansiedade
03
08,82
Outros e mais de um agravo
respondido
21
61,77
Férias
11
32,35
Laser
07
20,59
Viagens
04
11,76
Outros
12
35,29
Remuneração baixa
11
32,35
Excesso cobranças
05
14,70
Relacionamentos
05
14,70
Carga horaria
04
11,77
Outros
09
26.47
Métodos de resolução dos
problemas
Fatores que contribui para o
início do estresse
Observa-se que a maior parte dos entrevistados constitui do sexo feminino, esse grupo é mais
propenso a desenvolver o estresse devido à dupla ou tripla jornada de trabalho, ou seja, desenvolvem
ainda os afazeres domésticos, segundo Martins (2014, sp) revela que “de uma maneira geral, o
serviço de enfermagem é composto por pessoas do sexo feminino.
Os resultados da pesquisa revela uma boa parte da amostra pesquisada tem a idade entre 41 a 65 anos
e revelando que o estresse está ligado a uma regulação com o maior tempo vivido, devido à
permanência constante, ininterrupta e por longo tempo do profissional ao meio gerador do estresse.
Outro ponto revela que os técnicos de enfermagem predominam na pesquisa e revela a precariedade
do número de enfermeiros nos setores em tempo integral, prejudicando uma assistência de qualidade,
e consequentemente sobrecarregando os demais membros da equipe de enfermagem.
Em relação ao tempo de atuação na enfermagem, a pesquisa revela que mais da metade da amostra
atua mais de 10 anos, estudos revelam que com um período relativamente longo de permanência na
profissão, é um agravante para o desenvolvimento do estresse, podendo estar associado ao contato
direto e prolongado com fatores que causam e desencadeiam o estresse, somado ao acúmulo de
eventos negativos durante períodos extensos de trabalho.
Relacionando a consequência do estresse com as patologias desencadeadoras por este problema,
observa-se que alguns profissionais desenvolveram algum problema de saúde, a porcentagem pode
ser pequena nesse estudo, pois o hospital pesquisado não é de procedimentos complexos, expondo a
20
equipe de enfermagem a grandes momentos estressores. Os problemas de saúde mais identificados
foram: Hipertensão Arterial Sistêmica, cefaleia, ansiedade e esgotamento físico. Ainda foram
observados os meios de resolução dos problemas, sendo os mais citados: férias, momentos de lazer
com a família, viagens, e esporte, como um meio de relaxamento fora do ambiente de trabalho.
Segundo a pesquisa os causadores do estresse no local de trabalho destacam: baixa remuneração,
carga horária exaustiva, dificuldade de relacionamento com a equipe; dentre outros motivos.
5 CONCLUSÃO
Diante da pesquisa pode-se observar que a enfermagem é considerada uma das profissões mais
estressantes, sendo este um mal que acomete e está presente na vida da maior parte dos profissionais
e nos mais variados setores hospitalares; onde o profissional de enfermagem é exposto a inúmeros
fatores que podem desencadear o estresse e consequentemente, se tornam vulneráveis a desenvolver
patologias. O estudo teve como intuito traçar o perfil dos profissionais de enfermagem de hospital de
pequeno porte; verificando a existência de patologia desencadeada pelo estresse em profissionais de
enfermagem e conhecer a realidade dos profissionais a cerca dos fatores que podem amenizar a
ocorrência de estresse. Dentro da pesquisa evidencia-se como perfil dos profissionais de enfermagem
a composição da equipe, sendo a maioria do sexo feminino, apresentam idade de 41 a 65 anos, a
maior parte são técnicos de enfermagem e atuam mais de 10 anos em serviço hospitalar. E revela
ainda que pequena parte da amostra dos profissionais desenvolveram algum tipo de patologia
ocasionada pelo estresse, esses dados mostram que o estresse excessivo e constante é prejudicial à
saúde. Foram relatados vários agravos à saúde, em alguns casos foram descrito mais de um agravo
pelos profissionais, tendo como o principal deles o esgotamento físico, Hipertensão Arterial
Sistêmica, cefaleia e a ansiedade. Perante a pesquisa pode ser observados que existem condutas que
devem ser adotadas para que o estresse seja minimizado, e que fatores simples como a comunicação
entre a equipe e a chefia de enfermagem são meios que amenizam o estresse e as tensões do dia a
dia, então cabe os gestores hospitalares, bem como os coordenadores da equipe de enfermagem e a
equipe de trabalho transformar o ambiente de trabalho como algo mais prazeroso.
6 REFERENCIAS
ALBRECHT, K. O gerente e o estresse. Rio de Janeiro: J.Z.E, 1990.
BIANCHI, E.R.F. Conceito de stress – evolução histórica. Rev Nursing. v 4p.: 16-19, 2001.
COELHO, M.A.B.C. Da Relação entre Stress e Distúrbios da Voz. Tese de Mestrado -USP
(Universidade de São Paulo). São Paulo, 1994.
COSTA, D. T.; MARTINS, M. C. F. Estresse em profissionais de enfermagem: impacto do conflito
no grupo e do poder do médico. Rev. Esc. Enferm. USP, São Paulo, v. 45, n. 2, p. 1191-1198, 2011.
DIAS, S. M. M.; BOAS, A. A. V.; DIAS, M. R. G.; BARCELLOS, K. C. P. Fatores
desmotivacionais ocasionados pelo estresse de enfermeiros em ambiente hospitalar. 2009.
Disponível em: http://www.ead.fea.usp.br/semead /8semead/resultado/trabalhosPDF/377.pdf. Acesso
em: 28 de março de 2014.
21
ELIAS, M. A.; NAVARRO, V. L. A relação entre o trabalho, a saúde e as condições de
vida:negatividade e positividade no trabalho dos profissionais de enfermagem de um hospital escola.
Rev Latino-am Enfermagem, São Paulo, v. 14, n.4, p.517-525, 2006.
FURLAN, V. Stress em mães de crianças portadoras do HIV. [Dissertação] Campinas (SP):
Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, 1997.
GUIDO, L. A. Stress e coping entre enfermeiros de centro cirúrgico e recuperação anestésica.
2010. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis /83/83131/tde-22122003-160217.
Acesso em 13 fev. 2014.
LIMA, E.D.R.P., CARVALHO D.V. Estresse ocupacional. Rev Nursing, v. 22, p. 30-34, 2000.
LIPP, M. Stress: Conceitos Básicos In: LIPP, M.(Org.) Pesquisas Sobre Stress no Brasil: saúde,
ocupações e grupos de risco. Papirus/Editora São Paulo, 1996.
LIPP, M.E.N.; MALAGRIS, L.E.N. Manejo do estresse. In B. Range (Org.), Psicoterapia
comportamental e cognitiva: pesquisa, prática, aplicações e problemas (pp.279-292). Campinas: Ed.
Psy II, 1995.
MALAGRIS, L.E.N.; FIORITO, A.C.C. Avaliação do nível de stress de técnicos da área de saúde.
Estudos de Psicologia, Campinas, v. 4, n. 23, p. 391-398, 2006.
MARQUES, V.; ABREU, J. A. Estresse ocupacional, conceitos fundamentais para o seu
gerenciamento.
Disponível
em:
http://www.aedb.br/seget/artigos09/288
_Estresse%20ocupacional,%20conceitos%20fundamentais%20para%20o%20seu%20gerenciamento.
pdf. Acesso em: 28 de março de 2014.
MARTINS, M.C.A. Situações indutoras de stress no trabalho dos enfermeiros em ambiente
hospitalar. Disponível em:< http://www.ipv.pt/millenium /Millenium 28/18.htm> Acesso em 03
março 2014.
MEDEIROS, J.M. A vivência do ambiente hospitalar pela equipe de enfermagem. Dissertação Pontifica universidade Católica de Goiás, Goiás, 2011.
PAVARO, R. C.; MARTINO M. M. F. de. Estudo do estresse do enfermeiro com dupla jornada de
trabalho em um hospital de oncologia pediátrica de Campinas. Rev. Esc. Enferm. USP, São Paulo,
v.38, n.2, p.152-160, 2004.
SANTOS, O. A. S. G. Estresse e estratégias de enfrentamento: um estudo de caso no setor
socioprodutivo. Dissertação (Mestrado em Gestão e Desenvolvimento Regional) – Universidade de
Taubaté, Pró-reitoria de pesquisa e pós-graduação, 2007.
22
INFLUÊNCIAS DA CULTURA ITALIANA NA CASUÍSTICA DE HIPERTENSÃO
ARTERIAL SISTÊMICA NO MUNICÍPIO DE NOVA VENÉCIA,ES, BRASIL¹
André Ribeiro Vilella²
Dayane Barbosa²
Elaine Cris Dalcin²
Ketlynn Barcellos Oliveira²
Laira Onofre da Silva²
Rodrigo Barbosa²
Sabrina Gonçalves Schetine²
Thais de Souza Estevam²
Ivan Paulino³
RESUMO
Costumes e hábitos italianos entraram no Espírito Santo com o colono imigrante. Vindos
principalmente do norte da Itália, mais especificamente do Vêneto e do Trento, esses italianos
fugiam das guerras, do desemprego e da miséria que castigavam essas regiões na segunda metade do
século XIX. Eram, em sua maioria, lavradores, artesãos e operários que, em meio aos poucos
recursos, faziam suas casas e plantavam suas lavouras enfrentando grandes dificuldades. Consigo, a
imigração italiana trouxe sua cultura, baseada no modo de vida de seu país de origem. A pesquisa
levanta quais foram as influências da cultura italiana sobre a casuística de Hipertensão Arterial
Sistêmica no Município de Nova Venécia, ES, Brasil e busca: selecionar, dentre os hipertensos, os
indivíduos de descendência italiana; quantificar o número de refeições diárias; avaliar o consumo de
doces, bolos, biscoitos, pães e outros alimentos ricos em carboidratos; identificar antecedentes
familiares de Hipertensão Arterial Sistêmica; considerar a freqüência da prática de atividades físicas;
avaliar o consumo de sal; coligar, dentre os hipertensos, práticas tabagistas; observar práticas
etilistas; avaliar o consumo de alimentos ricos em gordura; levantar a ingesta de produtos de origem
animal.Trata-se de uma pesquisa de campo, exploratória, com abordagem quantitativa, com coleta de
dados primários por questionário semi-estruturado, direcionado aos clientes hipertensos cadastrados
nas Unidades Básicas dos bairros Rubia e São Cristóvão, do Programa Saúde da Família (PSF) do
município de Nova Venécia, Região Noroeste do Espírito Santo. Foram estudados 68 hipertensos
cadastrados, destes 42.6% com descendência italiana e 57.3% sem descendência; na sua maioria
77.9% do gênero feminino, com ensino primário (77.9%), com 4 ou mais refeições diárias
(44.8%).Com a pesquisa evidenciamos que a cultura italiana não possui influência significativa sobre
a casuística de Hipertensão Arterial Sistêmica.
PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão Arterial Sistêmica. Cultura Italiana. Influências.
ABSTRACT
The Italian customs and habits entered to the Holy Spirit state in Brasil with immigrant.
Coming from northern of Italy, for more specifically Veneto and Trento region. They mostly
________
¹ Artigo Científico Original. Pesquisa financiada pela FAPES.
² Acadêmicos do 10º Período do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Capixaba de Nova Venécia, MULTIVIX – Nova Venécia.
³ Mestre em Enfermagem e Professor Orientador dos Cursos de Graduação em Enfermagem e de Pós-Graduação da Faculdade Capixaba de Nova
Venécia, MULTIVIX – Nova Venécia.
23
of this people worked with farmers artisans and among the few resources, made their homes and
planted their crops facing great difficulties. With the Italian immigrants brought their culture, based
on the way of life of their country of origin. The research raises what were the influences of Italian
culture on a sample of Hypertension in Nova Venecia ES. Brazil and search: And to select among
hypertensive individuals of Italian descent; quantify the number of daily meals; to evaluate the
consumption of sweets, like cakes, cookies, breads and other foods rich in carbohydrates; To identify
family history of arterial hypertension; considers the frequency of physical activity; to evaluate salt
consumption; gather, among hypertensive, physical activity practices; to assess salt intake; and
among hypertensive, smokers practices; observe elitist practices; evaluate the intake of foods high in
fat; lift the intake of animal products. This is a field research, about exploratory, with a quantitative
approach, with primary data collection by semi-structured questionnaire. directed to registered
hypertensive clients in the Basic of Units in the Rubia neighborhoods and Saint Kitts, the Family
Health Program (PSF) in the city of Nova Venécia , in the North West Region in the Holy Spirit
state Brasil. were studied with 68 hypertensive patients and 42.6% of those with Italian descent. and
57.3% without descent; the majority 77.9% female, with primary education (77.9%), with 4 or more
meals a day (44.8%). Through research we noted that Italian culture does not have significant
influence on the series of Hypertension.
KEY-WORDS: Hypertension. Italian culture. Influences.
1 INTRODUÇÃO
Associada aos maus hábitos alimentares, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um fator de risco
importantíssimo ao desenvolvimento de doença cardiovascular e uma das principais causas de morte
e incapacidade no nosso País. Costumes e hábitos italianos entraram no Espírito Santo com o colono
imigrante. Vindos principalmente do norte da Itália, mais especificamente do Vêneto e do Trento,
esses italianos fugiam das guerras, do desemprego e da miséria que castigavam essas regiões na
segunda metade do século XIX. Eram, em sua maioria, lavradores, artesãos e operários que, em meio
aos poucos recursos, faziam suas casas e plantavam suas lavouras enfrentando grandes dificuldades
(NEVES et al, 1997:45).
A justificativa para a realização desta pesquisa foi pautada na vontade de entender as influências da
colonização italiana sobre a casuística de hipertensão arterial sistêmica em Nova Venécia.
A pesquisa foi delimitada pelos clientes hipertensos cadastrados nas Unidades Básicas Saúde da
Família dos bairro Rúbia e São Cristóvão da Secretaria Municipal de Saúde de Nova Venécia, ES,
Brasil. Consideramos importante fazer o levantamento da situação para que programas de
conscientização quanto aos hábitos alimentares sadios possam ser incorporados na assistência
preventiva.
O trabalho levanta quais foram as influências da cultura italiana sobre a casuística de Hipertensão
Arterial Sistêmica no Município de Nova Venécia, ES, Brasil e busca: selecionar, dentre os
hipertensos, os indivíduos de descendência italiana; quantificar o número de refeições diárias; avaliar
o consumo de doces, bolos, biscoitos, pães e outros alimentos ricos em carboidratos; identificar
antecedentes familiares de Hipertensão Arterial Sistêmica; considerar a freqüência da prática de
atividades físicas; avaliar o consumo de sal; coligar, dentre os hipertensos, práticas tabagistas;
observar práticas etilistas; avaliar o consumo de alimentos ricos em gordura; levantar a ingesta de
produtos de origem animal.Trata-se de uma pesquisa de campo, exploratória, com abordagem
quantitativa, com coleta de dados primários por questionário semi-estruturado, direcionado aos
clientes hipertensos cadastrados nas Unidades Básicas dos bairros Rubia e São Cristóvão, do
Programa Saúde da Família (PSF) do município de Nova Venécia.
24
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Consigo, a imigração italiana trouxe sua cultura, baseada no modo de vida de seu país de origem. De
fácil adaptação, os colonos imigrantes facilmente adotaram o prato nacional do feijão com farinha e
carne seca, mas não desprezaram a polenta e o macarrão feito em casa. Quase todo colono tinha um
porco na ceva, que lhe fornecia carne, banha e alguns quilos de lingüiça.
“Não faltava em cada família, além isso, um galinheiro A culinária italiana, nas épocas de
mais fatura, dispunha do queijo, da manteiga e outras iguarias. Na Itália, era muito comum o
uso do vinho, mas aqui, não o encontrando, o colono provou a cachaça, passando a consumila constantemente e ingenuamente, pois não tinha conhecimento dos malefícios desta à sua
saúde” (CAVATI, 1973:83).
O clima do país de origem influenciou em muito na escolha da região em que se fixariam no Brasil.
Os hábitos alimentares seguiram o mesmo percurso e numerosas refeições eram feitas sem que
houvesse um gasto significativo de energia, uma vez que a temperatura ambiente não favorecia a
prática de exercícios físicos e nem todos trabalhavam nas lavouras, instigando o consumo de
alimentos calóricos constantemente e provocando um acúmulo exagerado de carboidratos e lipídios.
Associada aos maus hábitos alimentares deste grupo populacional, a Hipertensão Arterial Sistêmica
(HAS) é um fator de risco importantíssimo ao desenvolvimento de doença cardiovascular e uma das
principais causas de morte e incapacidade no nosso País.
Hoje sabemos que a adesão a um estilo de vida saudável pode prevenir, pelo menos em parte, o
aparecimento da HAS (SMELTZER, 2000:692). Por outro lado, existe um enorme potencial para
reduzir a incidência de doença e de morte cardiovascular se a HAS for detectada precocemente e
controlada adequadamente.
“... a hipertensão pode ser caracterizada como primária, quando não tem causa definida ou
secundária, quando apresenta uma causa definida. A grande maioria dos casos corresponde à
hipertensão primária, que se correlaciona com antecedentes familiares, obesidade, maus
hábitos alimentares, tabagismo, vida sedentária, uso abusivo de sal ou stress contínuo. Na
hipertensão arterial secundária verifica-se relação com causas específicas, como o
estreitamento das artérias renais, doença parenquimatosa renal e determinados
medicamentos” (BARE et al, 2000:695).
A hipertensão é diagnosticada através da aferição da pressão arterial sistólica igual ou superior a 140
mm Hg e uma pressão diastólica igual ou maior que 90 mm Hg durante um período sustentado.
Estudos científicos constataram que a Pressão Arterial é determinada pela força exercida pelo sangue
ao circular pelas artérias do organismo, em conseqüência da ação de bombeamento que o coração
efetua a cada pulsação. Assim, cada vez que o coração se contrai, o sangue é expelido através da
artéria aorta. Em seguida, a pressão dentro das artérias vai descendo, à medida que o coração se
relaxa.
Segundo o Ministério da Saúde (2002), no III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial foi
adotada a classificação definida para a hipertensão arterial, assim o limite escolhido é igual ou maior
de 140/90 mm Hg, encontrado pelo menos em duas aferições realizadas. De acordo com estudos
levantados, a elevação prolongada da pressão arterial eventualmente lesa os vasos sanguíneos em
todo o corpo, sobretudo nos olhos, coração, rins e cérebro.
25
Portanto as conseqüências comuns da hipertensão prolongada e não controlada são: insuficiência
visual, oclusão coronária, insuficiência renal e acidente vascular cerebral.
Concordando com SMELTZER (2000:692), LIBBY et al (2003:932) diz que os riscos a longo prazo
para mortalidade cardiovascular associados com vários níveis de pressão aumentam
progressivamente sobre a inteira variação da pressão arterial, sem nenhum limite que claramente
identifique o perigo.
Os distúrbios emocionais, obesidade, ingestão excessiva de álcool e superestimulação pelo
café, tabaco e estimulantes exercem influência, mas as doença tem um forte cunho familiar.
Ela afeta mais as mulheres do que os homens, no entanto, os homens, sobretudo os negros,
tem menos tolerância à doença (BRUNNER, 1998:643).
A hipertensão acarreta o risco de morbidade e mortalidade prematuras, que aumenta à medida que
sobem as pressões sistólica e diastólica. Ocasionalmente, ela surge de modo abrupto e grave,
assumindo uma evolução acelerada ou “maligna” que faz com que as condições do paciente se
deteriorem rapidamente.
3 RESULTADOS
TABELA 1: Participantes da pesquisa quanto a descendência italiana
Descendência
Participantes
%
SIM
29
42.64
NÃO
39
57.35
TOTAL
68
100
Fonte: Questionário da pesquisa
Foram estudados 68 hipertensos dos bairros Rúbia e São Cristóvão, onde 42.6% tinham
descendência italiana e 57.3% não possuíam descendência italiana.
TABELA 2: Participantes da pesquisa quanto ao gênero
Sexo
Participantes
%
Feminino
53
77.94
Masculino
15
22.05
TOTAL
68
100
Fonte: Questionário da pesquisa
Verificamos que, na amostra estudada, 77.9% foram mulheres, que corrobora a questão cultural onde
as mulheres aderem melhor aos programas de saúde coletiva.
26
TABELA 3: Participantes da pesquisa quanto a idade
Faixa etária
Participantes
%
11 – 20
01
1.47
21 – 30
03
4.41
31 – 40
02
2.94
41 – 50
09
13.23
51 – 60
15
22.05
61 – 70
19
27.94
71 – 80
16
23.52
81 – 90
03
4.41
TOTAL
68
100
Fonte: Questionário da pesquisa
Encontramos hipertensos adolescentes (1.4%), adultos jovens (4.4%), de 41 a 50 anos (13.2%), de 51
a 60 anos (22.0%), de 61 a 70 (27.9%), de 71 a 80 (23.5%) e de 81 a 90 anos (4,4%). Como na
literatura, a incidência de hipertensos aumenta conforme a idade.
TABELA 4: Participantes da pesquisa quanto a escolaridade
Escolaridade
Participantes
%
Não letrado
03
4.41
Ensino primário (até a 4. Série)
53
77.94
Ensino Fundamental (até a 8. Série)
06
8.82
Ensino Médio (até o 3. Ano)
04
5.88
Ensino superior
01
1.47
Não informa
01
1.47
TOTAL
68
100
Fonte: Questionário da pesquisa
Segundo a Tabela 4, no estudo, a maioria dos participantes possuíam o ensino primário (77.9%),
fator que dificulta a aderência na modificação dos hábitos de vida.
TABELA 5: Participantes da pesquisa quanto ao número de refeições diárias
27
Número de refeições
Descendência Italiana
Não descendentes
Nº
%
Nº
%
1
0
0
0
0
2
3
10.34
8
20.51
3
12
41.37
13
33.33
4 ou mais
13
44.82
17
43.58
1
3.44
1
2.56
29
100
39
100
Não informa
TOTAL
Fonte: Questionário da pesquisa
Verificamos que a maioria dos entrevistados, tendo ou não descendência italiana, fazem 4 ou mais
refeições por dia, sendo 44.8% entre os de descendência italiana e 43.5% entre os sem descendência
italiana.
TABELA 6: Participantes da pesquisa quanto a frequência do consumo de doces
Ingesta de doces
Descendência Italiana
Não descendentes
Nº
%
Nº
%
Uma vez/dia
1
3.44
2
5.12
2 ou mais/dia
4
13.79
2
5.12
1 vez p/semana
10
34.48
21
53.84
2 ou mais/semana
05
17.24
1
2.56
9
31.03
13
33.33
29
100
39
100
Não consomem doces
TOTAL
Fonte: Questionário da pesquisa
Quanto a ingesta de doces, na média de 1 vez por semana, encontramos uma maior incidência entre
os sem descendência italiana (53.8%).
TABELA 7: Participantes da pesquisa quanto a frequência do consumo de bolos,biscoitos e pães
Ingesta de bolos,
Biscoitos, pães
Descendência Italiana
Não descendentes
28
Nº
%
Nº
%
Uma vez/dia
16
55.17
17
43.58
2 ou mais/dia
4
13.79
5
12.82
1 vez por semana
4
13.79
8
20.51
2 ou mais/semana
5
17.24
7
17.94
Não consome esses alimentos 0
0
1
2.56
1 vez por mês
0
0
1
2.56
TOTAL
29
100
39
100
Fonte: Questionário da pesquisa
No consumo de bolos, biscoitos e pães verificamos uma maior incidência entre os sem descendência
italiana.
TABELA 8: Participantes da pesquisa quanto a frequência do consumo de alimentos de origem
animal (torresmo,lingüiça,banha,toucinho, leite e queijo
Ingesta de alimentos
Descendência Italiana
Não descendentes
De origem animal
Nº
%
Nº
%
Uma vez/dia
8
27.58
9
23.07
2 ou mais/dia
2
6.89
7
17.94
1 vez por semana
11
37.93
11
28.20
2 ou mais/semana
04
13.79
02
5.12
Não consome esses alimentos 04
13.79
10
25.64
100
39
100
TOTAL
29
Fonte: Questionário da pesquisa
Na frequência do consumo de alimentos de origem animal, em média 1 vez por semana, houve maior
ingesta entre os de descendência italiana 37.9% quando comparados ao sem descendência italiana
(28.2%).
TABELA 9: Participantes da pesquisa quanto a frequência de atividades físicas
Atividade física
Descendência Italiana
Não descendentes
29
Nº
%
Nº
%
Todos os dias
8
27.58
7
17.94
1 vez por semana
3
10.34
3
7.69
2 vezes/semana
1
3.44
3
7.69
3 ou mais/semana
2
6.89
4
10.25
Não pratica ativ. Física
15
51.72
22
56.41
TOTAL
29
100
39
100
Fonte: Questionário da pesquisa
Quanto as atividades físicas, não evidenciamos diferenças importantes entre os dois grupos
estudados.
TABELA 10: Participantes da pesquisa quanto ao tabagismo
Tabagismo
Descendência Italiana
Não descendentes
Nº
%
Nº
%
1 cigarro por dia
1
3.44
1
2.56
1 carteira por dia
1
3.44
3
7.69
2 ou mais carteiras/dia
0
0
0
0
1 ou mais vezes/semana
0
0
1
2.56
Não fuma
27
93.10
34
87.17
TOTAL
29
100
39
100
Fonte: Questionário da pesquisa
Com relação ao tabagismo, entre os de descendência italiana, 93.1% informaram que não fumam e
87.1% entre os de não descendência italiana.
TABELA 11: Participantes da pesquisa quanto ao uso do sal
Uso de sal
Descendência Italiana
Nº
%
Não descendentes
Nº
%
30
1 colher sopa
11
37.93
18
46.15
2 colheres sopa
04
13.79
03
7.69
3 colheres de sopa
01
3.44
0
0
0
0
01
2.56
Menos de 1 colher de sopa
13
44.82
17
43.58
TOTAL
29
100
39
100
4 ou mais c. sopa
Fonte: Questionário da pesquisa
Identificamos no estudo, um maior consumo de sal, entre os sem descendência italiana.
TABELA 12: Perfil dos entrevistados quanto a ingesta de bebida alcoólica
Uso de álcool
Descendência Italiana
Não descendentes
Nº
%
Nº
%
1 vez ao dia
0
0
0
0
2 ou mais vezes/dia
0
0
0
0
1 vez por semana
2
6.89
4
10.25
2 ou mais vezes/semana
0
0
0
0
Não ingere bebida alcoólica
27
93.10
35
89.74
TOTAL
29
100
39
100
Fonte: Questionário da pesquisa
Quanto ao etilismo, 93.1% não ingerem bebida alcoólica entre os de descendência italiana e 89.7%
entre os sem descendência italiana.
TABELA 13: Perfil dos entrevistados quanto a presença de hipertensos na família
Hipertensos
Descendência Italiana
Não descendentes
Nº
%
Nº
%
SIM
22
75.86
31
79.48
NÃO
07
24.13
08
20.51
31
TOTAL
29
100
39
100
Fonte: Apêndice A – Questionário da pesquisa
Verificamos uma maior incidência de hipertensos familiares no grupo de não descendência italiana
(79.4%), contra 75.8% entre os de descendência italiana. Esse dado é preponderante na afirmação de
que a hipertensão arterial aparece por hábitos de vida e não pela hereditariedade.
4 CONCLUSÃO
A hipertensão arterial sistêmica é um importante problema de saúde pública no país, e seu controle
não é apenas da responsabilidade de um grupo específico de profissionais, mas de todos aqueles que
realizam procedimentos de assistência. No Brasil essas ações são determinadas e regidas pelo
Programa HIPERDIA, que prevê ações preventivas e de acompanhamento, buscando o controle da
hipertensão arterial e a não ocorrência de complicações.
Com a pesquisa evidenciamos que a cultura italiana não possui influência significativa sobre a
casuística de Hipertensão Arterial Sistêmica, estando ligada na não observação de bons hábitos de
vida, tais como, uma alimentação desregrada, vida sedentária e obesidade.
5 REFERÊNCIAS
SMELTZER, S.C.; BARE.B.G. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica, 9 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2000, p. 690 – 700.
HART, J. T.; SAVAGE, W. Tudo sobre Hipertensão Arterial, 1 ed. São Paulo: Andrei, 2000, p. 25
– 57.
BRAUNWALD, E.; ZIPES, D. P.; LIBBY, P. Tratado de Medicina Cardiovascular, 6 ed. São
Paulo: Roca, 2003, p. 961 – 976.
PORTO, C. C. Doenças do Coração: Prevenção e Tratamento, 2 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2005, p. 500 – 509.
MORAES, N. L. Atlas Escolar do Espírito Santo, 1 ed. Vitória: Grafer, 1997, p. 32.
NEVES, L. G. S.; ROSA, L. B. R. A.; PACHECO, R. J. C. Espírito Santo: Nossa História, Nossa
Gente, 1 ed. Vitória: Grafer, 1997, p. 43 – 45.
CAVATI, J. B.; História da Imigração Italiana no Espírito Santo, 1 ed. Vitória: São Vicente,
1973, p. 83 – 88.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO. Imigração Italiana no Espírito Santo:
Uma aventura colonizadora, 1 ed. Vitória: UFES, 1998.
32
O PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NA INTERVENÇÃO E MEDIAÇÃO DA
GRAVIDEZ PRECOCE¹
Franciely Cezana Santana²
RESUMO
Nos dias atuais a gravidez no final da vida reprodutiva tem sido artefato de inquietação de médicos e
profissionais de saúde. Essa ampla inquietação da sociedade em analogia aos adolescentes é ilustrada
por dados alarmantes, noticiados pela impressa leiga e científica, alusivos ao estágio da sexualidade
na adolescência, que sucedem como "efeito colateral", no atual número de gestações não planejadas,
ou, indesejadas. A literatura existente associa essa situação às modificações sociais advindas na
esfera da sexualidade, as quais importunaram maior livre-arbítrio para o sexo, sem conduzir
elementos sobre técnicas contraceptivas para os jovens. Perante tal realidade, foi indicada a
realização desta pesquisa sobre as atuações de enfermagem na educação e prevenção de gravidez na
adolescência, e através de uma revisão bibliográfica, na qual buscou aferir dados referentes à
gravidez na adolescência no Brasil. O objetivo foi expor as atuações de enfermagem na educação e
prevenção da gravidez na adolescência, com objetivo de destacar os aspectos conceptuais, históricos
e biológicos da gravidez na adolescência nos principais fatores de risco, cogitando com ações
educacionais da enfermagem na prevenção da gravidez na adolescência. Os objetivos foram obtidos
através deste estudo, que utilizou como metodologia a pesquisa bibliográfica desenvolvida com
material já ordenado sobre o assunto e tornado público através de livros e artigos. Os resultados
assinalaram que a gravidez na adolescência está aumentada em todas as partes do mundo,
ocasionando sérias dificuldades, comprovando a importância do trabalho de educação e prevenção
por parte do profissional da saúde e, mais especificamente, do enfermeiro. A conclusão do trabalho
expõe que as atuações desempenhadas pelo enfermeiro, na educação e precaução da gravidez na
adolescência, podem colaborar para os índices de gravidez precoce.
PALAVRAS-CHAVE: Enfermagem; Educação e prevenção; Gravidez na adolescência; desordem e
distúrbios emocionais.
ABSTRACT
Nowadays pregnancy at the end of reproductive life has been caring artifact of doctors and health
professionals. This broad concern of society in analogy to adolescents is illustrated by alarming data,
reported in the lay and scientific printed, depicting the sexual stage in adolescence, succeeding as a
"side effect" in the current number of unplanned pregnancies or unwanted. The literature associates
this situation the social changes arising in the sphere of sexuality, which pestered free will more
for sex without driving elements on contraceptive techniques for young people.
____
¹ Artigo Científico Original. Trabalho de Conclusão de Curso de Pós-Graduação.
² Enfermeira Pós-Graduanda da Faculdade MULTIVIX – Nova Venécia.
33
Faced with this reality, it was nominated this research on nursing performances in education and
prevention of teenage pregnancy, and through a literature review, which sought to assess data on
teenage pregnancy in Brazil. The objective was to expose the nursing performances in education and
prevention of teenage pregnancy, in order to highlight the conceptual, historical and biological
aspects of teenage pregnancy in the major risk factors, wondering through education of nursing in
preventing teenage pregnancy . The objectives were achieved through this study, which used as
methodology the literature developed with material already ordered on the subject and made public
through books and articles. The results indicated that teenage pregnancy is increased in all parts of
the world, causing serious difficulties, proving the importance of education and prevention work by
the health professional and, more specifically, the nurse. The completion of the work states that the
actions performed by nurses, education and care of teenage pregnancy, can contribute to the teenage
pregnancy rates.
KEY-WORDS: Nursing; Education and prevention; Teenage pregnancy; disorder and emotional
disorders.
1 INTRODUÇÃO
A incidência de gravidez na adolescência ampliou de forma progressiva nos últimos anos. Esse fato
foi imposto, sobretudo a acréscimo da contribuição de produtividade entre os jovens de 15 a 19 anos,
e ainda pelo começo precoce da atividade sexual das jovens, comumente esclarecido pela difusão de
valores culturais que beneficiam a atividade sexual nessa idade (DUARTE, 2005). Sempre houve
gravidez precoce entre adolescentes, entretanto, não com a assiduidade pode ser observado nos dias
atuais, constituindo-se numa dificuldade de ordem social, biológica e de bem-estar, que demanda
conceitos de precaução, em vez do auxílio simplesmente biológico e clínica.
Este trabalho tem a intenção de descrever as atuações de enfermagem na educação e prevenção da
gravidez na adolescência, destacando os aspectos conceituais, históricos e biológicos juntamente
com os dados estatísticos da gravidez e seus principais fatores de risco, estabelecendo atuações
educacionais da enfermagem na prevenção da gravidez na adolescência. A motivação para abordar
este tema ocorreu da necessidade de aprofundar informações sobre os fatores que colaboram para o
acréscimo da gravidez na adolescência e, a propósito de o papel do enfermeiro na promoção de ações
educativas e preventivas diante dos indicadores de gravidez na adolescência. A gravidez na
adolescência, comumente, causa implicações graves, uma ocasião que a adolescente cessa seu
desenvolvimento global, desconserta totalmente sua vida, causando problemas psicossociais
catastróficos, recuando necessidade a promoção de avaliações preventivas por meio do enfermeiro,
para se impedir a gravidez antecipada, o que torna proeminente a efetivação deste estudo.
A pesquisa tem sua importância social, no alcance em que procura delinear medidas preventivas da
gravidez na adolescência, induzindo em apreço o elevado índice de adolescentes grávidas no Brasil,
os riscos às mães e aos recém-nascidos, a mortalidade materna e a ausência de conhecimentos sobre
os procedimentos contraceptivos, pré-natal e Doenças Sexualmente Transmissíveis. Almeja-se que
os resultados conseguidos com este estudo possam contribuir de forma grandiosa não apenas para os
profissionais do grupo de enfermagem, mas, para os demais profissionais da área da saúde, bem
como para todos que evidenciarem interesse pelo tema.
2 A ADOLESCÊNCIA, SEUS CONCEITOS E HISTORICIDADE
34
A adolescência é uma etapa do acréscimo humano que tem significado muito, dada a sua
complexidade e mudanças espetaculosos e teatrais que se expandem a todo o corpo. É um tema que
desempenha amplo fascínio sobre pessoas que pesquisam a conduta humana. Pensa-se que este
deslumbramento é explicado pela dinamicidade desse momento do desenvolvimento humano e
ainda, pelos reflexos que pratica sobre a vida amadurecida e da saúde intelectual do individuo.
Quando se buscou avaliar a definição do termo adolescência, foi possível verificar que seu conceito e
concepção se modificam de acordo com o momento e o autor. Buscou-se, no entanto, derivar dos
expressados que lhe são dados, como a aborrecência, pirraça e ousadia, e ao mesmo tempo
ultrapassar a concepção de adolescência ajustada no conceito de que ser adolescente é existir em um
mundo fantasioso.
E preciso compreender que a literatura vivente permite perceber que, até o século XIX, analisava o
indivíduo da infância para a idade adulta, que satisfaziam às mudanças físicas, não existindo
referencias às emocionais. O conceito de adolescência é, portanto, bem atual, datando do período
entre o final da Primeira Guerra Mundial e o início da Segunda (TAKIUTI et al, 2009).
Na visão de Osório (2000), essa etapa da vida é atualmente avaliada uma etapa em si mesma, tendo,
desse modo, uma série de atributos típicos, podendo ser decidida como uma ocasião em que aspectos
biopsicossociais são decompostos, de maneira que o biológico, o psicológico, o social e o cultural
são indissociáveis, sendo muito difícil analisar um livre do outro.
Bock (2000), ao destacar a origem da palavra "adolescência", assegura que esta tem um dobro
origem etimológica e diferencia muito bem as características desta fase da história. Para ele:
A palavra adolescência vem do latim ad (a, para) e olescer (crescer), significando a condição
ou processo de crescimento, em resumo o indivíduo apto a crescer. Adolescência também
deriva de adolescer, origem da palavra adoecer. Adolescente do latim adolescere, significa
adoecer, enfermar (BOCK, 2001, p.16).
Comparece, assim, nessa dupla ascendência etimológica, um componente para pensar esta etapa da
vida de aptidão para crescer, não exclusivamente no significado físico, mas também psíquico de
sofrimento emocional, com as modificações biológicas e intelectuais. Para a Organização Mundial de
Saúde ? OMS (apud FERREIRA, FARIAS, SILVARES, 2010), a adolescência é decidida como um
momento biopsicossocial que abrange a secundária dezena da vida, ou seja, dos 10 aos 20 anos. A
Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) analisa o termo adolescência como:
Um processo primariamente biológico que transcende a área psicossocial e constitui um
período durante o qual se aceleram o desenvolvimento cognitivo e a estruturação da
personalidade. Abrange o período de 10 a 19 anos e compreende a pré-adolescência
propriamente dita (15 a 19) (CROMACK; CUPTI, 2009).
Geralmente a adolescência se inicia com as modificações do corpo e da puberdade e finaliza com a
inclusão social, profissional e poupada na coletividade adulta. No dicionário da Língua Portuguesa
(FERREIRA, 2001), é possível encontrar o imediato julgamento para a puberdade: "O momento da
vida humana que principia com a puberdade e se distingue por mudanças corporais e psicológicas,
ampliando, perto, dos 12 aos 20 anos".
A adolescência também pode ser enxergada por outro ponto de vista, onde seria adaptado não como
sendo um momento cronológico, e sim um método cronológico social. Adolescente raro tem possuir
com a idade da pessoa. O individuo não é adolescente porque está entre os 11 e os 17 ou 18 anos. A
adolescência é acima de tudo uma atitude psicológica de encarar a vida. As pessoas são adolescentes
porque têm uma série de atributos psicológicos que nos consentem considerar desta maneira. A
35
adequada estabilidade do momento médio da adolescência altera de acordo com a história, [...].
Recentemente o momento da adolescência estende-se até os 18, 19 e 20 anos [...] a adolescência é
uma aquisição social... (GAUDÊNCIO, 2000, p. 8).
Neste ponto de vista, é coeso adicionar, que a adolescência é um momento e um método de
construção de temas básicos que frequentarão a vida adulta. Para Marcelli e Braconnier (2007) a
adolescência é a idade da transformação, como adverte a etimologia da palavra adolescere, que diz
"desenvolver" em latim. Na visão de Almeida (2003) a adolescência pode ser definida como o limite
mais rigoroso que prende como o período em que se produz uma aceleração do desenvolvimento,
afinal adolescência procede de adolescere: crescer, desenvolver-se.
Os autores Silva e Chinaglia (2000) mencionam que a adolescência como um "momento de
transitório entre a infância e a idade adulta, qualificado por claro aumento e acréscimo, que se
despontam por acentuadas modificações anatômicas, fisiológicas, mentais e sociais". Já Halbe, Halbe
e Ramos (2000), asseguram que a adolescência é um estado psicossomático, pois continua uma
reservada afinidade entre os membros corporais e psicológicos do corpo. Em presença do impacto
das forças sociais sobre a composição psicológica, ela pode ser avaliada como uma etapa
psicossocial, sendo efetiva na maturidade psicológica.
Porém, a adolescência é um estado de desordem, que perturba os outros e o próprio adolescente.
Kalina e Laufer (apud FERREIRA, FARIAS, SILVARES, 2010) percebem a adolescência como o
segundo salto para a vida em direção a si mesmo, e de como ser particular. Esses autores assinalam
puberdade de adolescência. Puberdade se refere aos acontecimentos fisiológicos, que abrangem as
transformações corporais e hormonais, enquanto adolescência diz respeito aos elementos
psicossociais desse mesmo procedimento.
Para Magalhães (2009) a importância de adolescência não se acena só às modificações físicas, mas
também ao procedimento de ajuste psicológico e social próprio a elas. A forma de analisar e explanar
a adolescência transforma de ajuste com o momento e a civilização. É na psicologia que se apresenta
achado grandes reforços a respeito do método de adolescência, fortalecendo a intuição desse
acontecimento como sendo a consequência da influência mútua e dos aspectos biológicos,
psicológicos e socioculturais no significado dos atributos da adolescência.
Na visão de Blos (2000 apud SATELES, 2009), o julgamento de adolescência é composto por
informações de ordens do momento, do gênio e da civilização, envolvendo dimensões da
variabilidade histórica, biológica, variações de temperamento físico e psíquico do ser humano e
cultural, com funções e valores impostos a essa etapa da vida. Na visão de Cromack e Cupti (2009),
a ciência de adolescência possui estirpes na Grécia Antiga. Conforme as autoras, Aristóteles avaliou
os adolescentes: "apaixonados, geniosos, capazes de serem fascinados por seus cometimentos e
elevadas pretensões, é consecutivamente no lado do abuso e do exagero, uma vez que eles alteram as
coisas e as levam longe demais".
Ferreira Farias e Silvares (2010) asseguram que registros na literatura sobre educação, mencionam
determinados atributos agregados ao adolescente na história da filantropia. Os artefatos psicológicos
e fisiológicos básicos desse momento sempre viveram nas pessoas, livre do período histórico ou
cultural, apesar nem sempre se adotassem as características exclusivas da adolescência. DE acordo
com esses autores, somente nos séculos XIX e XX, ocorrências sociais, demográficas e culturais
parecem ter propiciado a afirmação da adolescência como momento caracterizado do
desenvolvimento humano.
Dados sobre a adolescência foram angariados através de estudos sobre as rituais de iniciação
ocorridas em povos selvagens, avançando com as considerações filosóficas ou literaturas no decorrer
36
da história. Ao destacar a aparência histórica da adolescência, Magalhães (2009) diz que "De acordo
com a história, encontram-se na Mesopotâmia documentos da adolescência como momento bem
marcante, além de menções a essa etapa do desenvolvimento do ser humano".
Vitiello (1994 apud MAGALHÃES, 2009) também afirma que em momentos históricos, nos quais as
qualidades de vida são mais atribuladas, como Idade Média, a fase da adolescência se comprime e
por ocasiões esvaece, incidindo o ser humano do extremo da infância para a fase adulta, sem a
mudança da puberdade. Apesar disso, para esse autor, todo ser humano incide pela fase da
adolescência, a qual ele afirma ser uma etapa de mudança, durante a qual se perde a criança e se
pode adquirir um adulto. É neste período que a maturidade biológica e sexual é atingida, se define a
identidade sexual e, potencialmente, é onde se define o espaço social de homem ou mulher.
Percebe-se, nesta ótica, que entre a infância e a idade adulta, a adolescência é uma passagem,
devendo-se ter muito cuidado com essa fase de transição, pois, como assinalam Marcelli e
Braconnier (2007), costuma-se dizer erroneamente que o adolescente é ao mesmo tempo uma criança
e um adulto; na realidade, ele não é mais uma criança e ainda não é um adulto. Esse duplo
movimento, negação de sua infância, de um lado, busca de um status mais estável, de outro, constitui
a própria essência da "crise", do "processo psíquico" que todo adolescente atravessa.
Diante do exposto, compreende-se que, por ser processo evolutivo biopsicossocial, que assume
aspectos diferentes de acordo com as várias culturas, há dificuldades no estabelecimento de conceito
único, amplo e universal para caracterizar o termo adolescente. Porém, independente dos critérios
utilizados para definir a faixa etária, ou mesmo as formas de subdividir o período da adolescência, a
classificação deve ser coerente com os objetivos de saúde que se pretendem alcançar.
3 A HISTÓRIA E UM BREVE HISTÓRICO DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
A gravidez no início da vida reprodutiva não é acontecimento atual na história da humanidade. De
acordo com Neme (2000) na antiguidade consta que acordos de casamentos eram feitos quando a
menina se descobria entre os 13 e 14 anos de idade, exista a probabilidade de vida dos cidadãos
nessa época girava em torno dos 25 anos de idade. Como apresenta esse autor, em meios do século
XVII, começaram a aparecer indícios na literatura médica, de gravidez muito precoces. Há que se
avaliar como destaca Neme (2000), que eventos como estes são extravagantes e demonstram
circunstâncias de antecipação sexual endócrina agregada a confusões de índole genética.
No final do século XVIII, com as grandes transformações advindas oriundas da Revolução Industrial
na Europa, acendeu um vasto campo às mulheres, em múltiplos setores de atividades até então
desempenhada somente pelos homens. Essas transformações foram analisando as mulheres, aos
poucos, entre a profissão e a maternidade, somando no decorrer dos séculos a idade para a primeira
gravidez (MONTEIRO, TRAJANO e BASTOS, 2009).
Contudo, até o começo do século XX, a gravidez entre a idade de 12 a 19 anos ainda era analisada
acontecimento tradicional para os modelos culturais e para as tradições vigorantes. Apenas a partir
da terceira década do século XX, a taxa de fertilidade de meninas com idade inferior a 19 anos foi
diminuindo, na maior parte dos países, girando a gravidez nessa idade mal vista mo ponto de vista
social (PEREIRA, 2009).
Apesar disso, como descrevem Heilborn et al (2009), a partir da segunda metade do século XX,
quando se deu início o processo de separação entre sexo e procriação, uma intensa variação dos
costumes afetou condutas de homens e mulheres, em que a prevenção da virgindade até o casamento
foi perdendo sua definição moral. Neste conjunto de transformação de condutas surgiu o fenômeno
da "gravidez na adolescência" como elemento intrigante do aumento imaturo.
37
Cobliner (apud PEREIRA, 2009) teceu respeitáveis conceitos sobre os motivos pelos quais existiu
acréscimo de gestações em adolescentes no decorrer dos tempos. Um aspecto ressaltante para o autor
foi à modificação incidida na influência exercida pelas famílias em afinidade aos filhos, que, por ter
sido relaxado, oferece-lhes maior livre-arbítrio de ação, buscando os pais ser o menos irritante para
não se tornarem barreiras na vida dos filhos.
Este acontecimento levou a uma lacuna dentre eles, como explana Pereira (2009), não existindo
informação dos pais em qualquer evento social, em qualquer programa, instituindo uma desestrutura
em semelhança aos tempos de trégua. A atividade sexual acendeu a ser acordada em um grupo sem
preparação, ocasionando como resultado o acréscimo no encontro de gestações não planejadas, bem
como liberdade para o sexo e a não conscientização do mesmo. Com isso, não houve direção para
uso de contraceptivos para as adolescentes que faziam sexo sem nenhuma assistência. Todos esses
acontecimentos induziram a uma explosão de gestações em adolescentes, com encontro no Brasil,
em 2005, de 21,78%.
Dadoorian (2003) também alista o fenômeno da gravidez na adolescência às modificações sociais
incididas no campo da sexualidade, as quais importunaram maior liberdade no sexo, sem que,
respectivamente, fossem comunicadas informações sobre métodos preventivos para os jovens. Uma
análise, divulgada pelo Ministério da Saúde e alcançada em amostra probabilística que abarcava
população aferida em 60 milhões de pessoas, averiguou pendência expressiva no comportamento
sexual entre os sexos, quando confrontados dois momentos específicos. Em 1984, 35% dos meninos
e 14% das meninas disseram ter começado sexualmente antes dos 15 anos de idade, enquanto em
1998 os valores foram respectivamente, de 47% e 32% (BRASIL, 2010).
Esses dados comprovam que o começo da atividade sexual tem sido cada vez mãos cedo e que esta
modificação aconteceu principalmente entre as meninas. Essa atividade sexual antecipada nas
meninas acarreta outra preocupação, a ampliação de números de gestantes que se veem numa
gestação não planejada, que ocorrem como "implicação paralela" da atividade sexual do adolescente.
Esses jovens, pelas adequadas grandezas agregadas à faixa etária, ainda não tem capacidades de
aferir, e principalmente admitir, o ônus dessa vida sexual ativa. Com isso, averígua-se que a gestação
"indesejada" entre adolescentes sempre houve, jamais, porém, com a assiduidade hoje ressalvada.
Perante esse exposto, pode-se concluir que, na atualidade, a gravidez na extremidade menos
favorecida da vida reprodutiva tem sido elemento de apreensão de obstetras e pediatras, cautelosos às
repercussões que o acontecimento grávido-puerperal poderia infligir à mãe jovem demais e a seu
concepto. Essa inquietação da sociedade em semelhança aos adolescentes é relevada por dados
estatísticos arrepiantes, referentes ao aprendizado da sexualidade na adolescência, que advêm como
"efeito colateral", no aumento de gestações não planejadas.
3.1 FATORES DE RISCO RELACIONADOS À GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
A ocorrência de gravidez em etapas precoces da vida tem sido pretexto de preocupação para a
sociedade, especialmente para a família dos jovens, já que sugere, em geral, a agregação a algum ou
mais fatores de risco. De acordo com Andalaft Neto e Andalaft (2009), "abrange-se como fator de
risco a situação que decorra em uma variável que esteja incluída com a possibilidade de
desenvolvimento de doenças ou de fatos clínicos em um individuo benéfico".
O ímpeto de uma gravidez precoce, como contam Monteiro, Trajano e Bastos (2009), está conexo
com múltiplos fatores, sendo os mais terríveis:
Antecipação da menarca;
Atividade sexual precoce;
Pobreza;
38
Problemas psicossociais;
Baixa escolaridade;
Ausência de projetos de vida;
Assistência familiar insuficiente;
Migração;
Dificuldades para anticoncepção;
Educação sexual ausente ou insatisfatória.
A crítica dos fatos que levam ao risco da gravidez em adolescentes ocorre, primeiramente, pelo
estudo da conduta sexual desta idade. É sabiamente manifesto que a introdução sexual tem ocorrida
de todas as formas e sem nenhuma preparação. Isto é devido as facilidades de relacionamento com o
sexo oposto com a facilidade pela convivência mista, pela precisão de se implantarem no grupo, e ao
uso impróprio de métodos contraceptivos, permitindo o aparecimento da gravidez. A maior parte das
gestações nesta etapa da vida não é planejada nem almejada, nascendo confusões quanto à sua
conservação (ANDALAFT NETO e ANDALAFT, 2009).
E preciso considerar esta fase no mínimo perigosa, já que algumas jovens, mexidas pelo desespero
de cessar a gravidez, acabam fazendo atos que podem danificar seu futuro reprodutivo, provocando
até mesmo contra sua própria vida. Isto abrange as experiências de abortamento, seja pela inserção
de objetos no útero, ou pelo consumo e ingresso de medicamentos tóxicos. Esse é um dos fatores que
mais contribuem para os riscos da gravidez na adolescência. Na visão de Waissman (2003), a
gravidez na adolescência é de elevado risco.
A pressão alta é doença presente na gravidez, é muito mais grave nas adolescentes do que em
mulheres adultas, além de estarem mais propensas a ter anemia. Muitas já estão anêmicas antes de
engravidar, ocasião essa que se agrava durante o tempo gestacional, acrescentando o risco de bebês
prematuros, com peso menor e a precisão de cesariana. A Federação Brasileira de Ginecologia e
Obstetrícia, FEBRASGO (2001), afirma que entre as fundamentais causas de morte por confusões da
gravidez, parto e puerpério de adolescentes encontram-se a:
Hipertensão: hipertensão exclusiva da gravidez entre gestantes adolescentes que variam em torno de
10 a 31%. O controle apropriado, no entanto, admite que a incidência desta patologia enfraqueça.
Importâncias elevadas de pré-eclâmpsia e eclampsia aconselham controle no pré-natal impróprio ou
escasso.
Ruptura prematura de membranas: Os dados não têm confirmado que a incidência de amniorrexe
antecipada em adolescentes seja superior do que entre mulheres de outra idade.
Infecções: Existem menções especiais sobre a maior passagem de doenças infecciosas no grupo das
adolescentes gestantes.
Anemia: Não permanecem razões para se julgar que a adolescência seja um fator que atuaria
solitariamente inclinando o acontecimento de quadros anêmicos no período gestacional. A maioria
dos casos descritos se alista claramente, com a espoliação maternal oriunda de suas qualidades
nutricionais impróprias.
Mortalidade materna: para mulheres com menos de 20 anos, a mortalidade materna tem se
indicado opostamente regular à idade. Ainda sendo oriundo de burocracias obstétricas e de
acontecimentos socioeconômicos, o fator idade materna continua implicando sobre o ímpeto de
forma recolhida e independente.
39
Andalaft Neto e Andalaft (2009), ao abordar o tema, consideram como principais fatores de risco
para gravidez na adolescência, a fase, etnia, ajuda pré-natal, patologia pré-natal, tradições sociais e
totalidade psicossocial. A importância da idade como fator de risco tem sido elemento de múltiplos
estudos que, contudo, são contraditórios. Tanto o acréscimo quanto à redução das qualidades
seguintes têm sido descritos a hipertensão, anemia, discinética uterina, desproporção feto pélvica,
bebê de baixo peso, definidas anormalidades inatas e mortalidade perinatal elevada (ANDALAFT
NETO; ANDALAFT, 2009).
Alguns autores dizem que a idade, sozinha, não estabelece fator de risco. Outros aceitam que a idade
pode ser um fator de risco quando acompanhado de outros acontecimentos. Esta agregação foi
incluída com a desproporção cefalopélvica, danificando a atuação perinatal. Stephenson e Connor
(2004), por exemplo, analisam a gravidez na adolescência como complicada pela idade materna,
ossificação incompleta da pelve, carência de assistência pré-natal e ganha de peso impróprio.
Segundo essas autoras:
A probabilidade de nascimento de um bebê saudável é comprometida, pois a adolescente grávida
também está em fase de crescimento. Durante a adolescência, os indivíduos ganham 50% do seu
peso da fase adulta, 50% da massa esquelética e 20% da altura. Levantamentos nutricionais
mostram que a prevalência mais alta de deficiências nutricionais ocorre durante a adolescência.
Adolescentes grávidas apresentam taxa de mortalidade duas vezes maior do que mulheres adultas
grávidas (STEPHENSON; O. CONNOR, 2004, p. 15).
E preciso observar que os estudos sobre a idade das adolescentes com relação à gravidez e
nascimentos são contraditórios e encontram repercussão em múltiplos estudos, que orientam para o
fato de os trabalhos não induzirem em apreço as diferenças entre a sociedade analisada e as
metodologias de estudo que estiveram sobrepostas. Ultimamente, abuso o conceito de que a gravidez
na adolescência estabelece em importante enigma do ponto de vista psicossocial, precisando também
existir ansiedades de uma visão biológica, principalmente quando a adolescente for menor de 14
anos.
Em alguns países, como o Brasil, além da aparência, superpõe-se o da miscigenação, impedindo a
distinção racial. Ao estudar adolescentes gestantes com baixo poder socioeconômico, aferindo
fatores expressivos acoplados à gravidez, Monteiro et al (2009), identificaram como fatores de
abrigo o rendimento por família e os anos de escolaridade, existindo, logo, relação inversa entre os
citados fatores e a essência de gravidez. Dito de outro modo, os fatores de risco para gravidez na
adolescência conformam um argumento de desvantagem social qualificado por mínima renda
familiar, mínima escolaridade e raça negra, em que prevalecem as condições anteriores.
A adolescente tem mais possibilidade de apresentar sintomas de hipertensão, confusões nutricionais,
desproporção feto pélvico e parto prematuro. A chance de ocorrer uma morte devido à gravidez
prematura, parto ou puerpério é muito grande (MONTEIRO; TRAJANO; BASTOS, 2009). Na
adolescência precoce entre 10 e 14 anos, é mais corriqueiro se encontrar distorcia óssea pela não
formação completa da pelve, atrapalhando o parto normal.
Andalaft Neto e Andalaft (2009) destacam que os fatores de risco para a ocorrência de gravidez na
adolescência transformam com a sociedade e os grupos sociais analisados. Segundo os autores, os
indicadores indicam que a pobreza, as desordens sobre a sexualidade e o problema de ingresso aos
anticoncepcionais são os principais fatores que contribuem para uma gravidez indesejada. O zelo e o
acompanhamento da adolescente grávida são básicos para o bom juízo médico da mãe e seu bebê,
contudo, excepcionalmente, quanto menos idade tiver a adolescente, mais tempo ela leva para
procurar uma unidade de saúde para fazer o pré-natal. O atraso das meninas em admitir para seus
familiares à gravidez, muitas vezes colabora para a decadência na busca de informação gestacional.
40
4 O PAPEL DO ENFERMEIRO NA EDUCAÇÃO E PREVENÇÃO DA GRAVIDEZ NA
ADOLESCÊNCIA
Mediante as repercussões que a gravidez na adolescência importa, tanto à mãe quanto ao concepto,
deve ser analisada de modo mais compreensivo, de tal forma a não apenas compreender-se a
assistência necessária à jovem gestante, mas, também amortecer o indicador de gravidez indesejada
na adolescência através de atuações educativas e preventivas. Confiar-se que a deficiência de uma
educação sexual mais eficaz, bem como a deficiência de ingresso a conhecimentos e programas de
saúde referentes à vida sexual e reprodutiva, principalmente propostos a adolescentes, são fatores
decisivos para que ocorra a gravidez indesejada. A precaução deve ser percebida como uma reação
em cadeia, com atuações benfeitoras em cada fase de desenvolvimento do ser humano, para impedir
agravos em fases futuras da vida.
Na adolescência, as aparências biopsicossociais estão fortemente ligadas, de forma que o
amadurecimento sexual e o acordar da sexualidade podem provocar grande aflição. Os
conhecimentos a respeito das mudanças que sucedem podem agir como um fator benfeitor tanto em
superfície biológica como o emocional (MONTEIRO; TRAJANO; BASTOS, 2009). Na visão de
Monteiro et al (2009), a atuação preventiva da gravidez na adolescência acontece através da
educação sexual, da prorrogação do começo da atividade sexual e da contracepção. Esta, idealmente,
precisaria principiar antes da primeira gestação. Caso oposto, carece tentar impedir a reincidência da
gravidez durante a adolescência.
De um aspecto ou de outro, antes ou depois da primeira gravidez, faz-se grandioso gravar cada
agilidade para impedir dispersão de soluções e tempo e, sobretudo para se obtiver sucesso nas
atividades. A educação sexual precisa ser a primeira a ser analisada, por uma demanda cronológica.
A adolescente precoce (menor de 16 anos) ainda exibe, até o momento, baixa prevalência de
gravidez na adolescência em comparação com a faixa de 16-19 anos. Este é o período último para a
educação, uma vez que a maioria já começou sua atividade sexual e a cumpre sem contracepção em
mais
de
80%
dos
casos
(MONTEIRO
et
al,
2009).
Para esses autores, o ideal consisti em que a educação sexual principiasse com a acomodação da
menarca (média de 12,2 anos), apoiando à adolescente das variações pelas quais seu corpo está
incidindo, o que serviria de apoio psicológico para as dúvidas e ansiedades que seguem a entrada
neste período de ligação.
Pensa-se que a educação sexual nesse momento é admissível, ainda, para apostar em adiar o início da
atividade sexual, que na maioria das adolescentes acontece apenas 2 anos após a menarca (por volta
dos 14,5 anos), protelando a gravidez na adolescência, que incide em quase 70% dos casos no
primeiro ano de atividade sexual, por ausência de contracepção. É importante um jeito franco perante
da atividade sexual do adolescente, reconhecendo as ações necessárias para precaução da gravidez na
adolescência.
O amplo objetivo da contracepção precisa ser a prevenção da primeira gravidez. Excepcionalmente,
por motivos diversos, a contracepção só é avaliada depois a ao acontecimento da gravidez. Entre as
razões da falha, como citam Monteiro et al (2009), destacam-se;
Falta de educação sexual.
Ignorância da contracepção.
Atitude psicológica mágica do adolescente, que se imagina imune ao risco.
Utilização da gravidez como instrumento de libertação, procurando criar novo contexto
psicossocial.
Desejo, até mesmo inconsciente, de provar sua feminilidade por meio da gravidez.
41
Determinados aspectos mencionados ficam bem mais comprovados por Paiva, Caldas e Cunha
(2009), quando completam que há incoerência entre a grande seriedade teórica conferida à saúde
pelos adolescentes, que, contudo, expõem-se a fatores de risco, como bebedeira, tabagismo e
ausência de conhecimento da ocasião fértil da adolescente. Lastimam a impotência dos sistemas de
precaução primária e educação na prevenção de importantes fatores de risco para a saúde do
adolescente. Entre os profissionais que podem colaborar para a educação na prevenção da gravidez
na adolescência e fatores de risco para a saúde da mulher, está o enfermeiro, cujo básico papel é o
cuidado humanizado de seus usuários.
5 AÇÕES EDUCATIVAS DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DA GRAVIDEZ NA
ADOLESCÊNCIA
A gravidez na adolescência tem sido analisada por alguns autores como um das maiores dificuldades
da Saúde Pública, devido ao elevado índice de gestações em adolescentes. Estatísticas despontam
que a incidência de gravidez na adolescência cresceu de forma progressiva nos últimos anos. ”Os
índices de atendimento do SUS exibem o aumento do número de internamentos para atendimento
obstétrico nas faixas etárias de 10 a 14; 15 a 19; e 20 a 24 anos, e as internações por gravidez, parto e
puerpério correspondem a 37% do total de internações entre mulheres de 10 a 19 anos nos hospitais
públicos ou conveniados pelo SUS” (BRASIL, 2005).
Esse acontecimento foi imposto principalmente à ascensão da taxa de fecundidade entre os jovens de
15 a 19 anos, e ainda pelo começo precoce da atividade sexual das jovens, comumente esclarecido
pela difusão de valores culturais que beneficiam a atividade sexual nessa idade (SOUZA apud
PELOSSO, CARVALHO E VALSECCHI, 2002). Esses dados demonstram que a saúde dos
adolescentes brasileiros fazer jus a atenção dos profissionais de saúde, no que diz respeito à abrigo,
precaução e recobramento, sendo preciso inserir estratégias que atenda a essa população de forma
mais personalizada, humana e qualificada.
De acordo com Monteiro et al (2009), "os profissionais da saúde realizam um papel de principal
importância no cuidado e na educação de jovens e adolescentes. Médicos e enfermeiros, além de
cuidadores, são formadores de conceito". O enfermeiro é o profissional da saúde mais importante no
domínio e cuidado da gravidez na adolescência, pois é ele que passa mais tempo com a comunidade.
Ele deve ajustar meios que viabilizem o contato com as escolas, igrejas e grupos sociais, a fim de
conseguir eficientemente esses jovens. Com isso, não só a questão da gravidez na adolescência será
suavizada, mas também dificuldades como doenças sexualmente transmissíveis e anormalidade.
No julgamento de Duarte (2005), “é preciso que os programas e profissionais, que almejam o melhor
para a população de adolescentes, escavem seus conhecimentos e suas ações em cadeias de
prevenção consecutiva, para combater os fatores que põem em risco as perspectivas de futuro das
adolescentes e fortaleçam os fatores que abrigam a saúde e a vida. A prevenção também ocorre por
meio de garantias de acesso à cultura e esportes, como uma forma de estimular um potencial
inventivo de garantias no processo de formação profissional de acordo com a vocação, de garantias
de direitos iguais entre os homens e as mulheres, de garantias de pensar, escutar e ser compreendido,
de residir com estilos de vida saudáveis que induzam a adolescente a ser um agente multiplicador de
sua saúde, da saúde de seus companheiros e da comunidade em que habita” (DUARTE, 2005).
42
De acordo com Figueiredo e Tonini (2007), é preciso pensar que essa prática do cuidar abrange
dialogicidade, e não somente mudar condutas, indicar tratamentos, ou seja, refletir só na doença. É
conciso que o enfermeiro, ao ser o desencadeador de atuações educativas, esteja preparado para
analisar, trocar, instruir e estudar com seu usuário adolescente.
Não se carece acreditar mais que educação é estímulo-resposta, queixa-conduta, problemaintervenção de modo direito, mas que é uma ação horizontal. Com isso, acredita que a adolescente
grávida, não pode ser deixada de lado como vítima e com anseio de culpa pela condição pelo qual
está passando. Ensinar é interatuar em algum espaço, para descobrir como resolver problemas ou
encaminhar a outras veemências. Não deve permanecer repressão, ordem, mas direções com
alegações, com base teórica e técnica; caso contrário, o profissional da enfermagem institui
obstáculos intransponíveis.
Os enfermeiros, na visão de Figueiredo e Tonini (2007), precisam atuar como educadores, refletindo
sobre as dificuldades comuns como o receio, preconceito, incertezas, fraqueza, resistência e
depressão. Tudo isso depende da ampliação de capacidades sentimentais, de reciprocidades corporais
para saber:
Olhar/vendo;
ouvir/ escutando;
tocar/ sentindo;
falar/ comunicando;
perguntar/ ouvir;
observar/ olhando.
Corrêa (2000), ao abordar sobre a obrigação da enfermagem com o adolescente, principalmente no
que diz respeito a atuações educativas e preventivas, destaca que somente na década de 1970,
nasceram às primeiras atuações esquematizadas a adolescentes, no Brasil, estabelecendo em ações do
trabalho de Enfermagem. Desde então, a enfermagem vem agindo neste campo, trabalhando
métodos assistenciais, com outros profissionais da saúde e educação, seguindo o desenvolvimento,
no controle de DST/ AIDS, precavendo a gravidez indesejada, e diferentes precisões de saúde
grupais, na atenção materno-infantil (oficializada em 1974/ 75) e na hebiatria (ou saúde do
adolescente - 1989) e na saúde da família (1994).
Pelosso, Carvalho e Valsecchi (2002) advertem a importância da prevenção da gravidez precoce e
assegura que essa só se faz com orientação, informação e conversa. Esse Conversa, porém, não é
uma conversa de entrosamento simples, como muitos acreditam. Diálogo é a conversa de pessoas
com pontos de vista diferentes. E a partir daí, inicia um trabalho brando de direções e
esclarecimentos, para que o adolescente possa viver intimamente esse momento de sua vida, e assim
colaborar para que chegue a ter uma vida adulta mais feliz.
Segundo Figueiredo e Tonini (2007):
É fundamental pensar que a prática do cuidar envolve e fundamenta a comunicação
dialógica, e não visa mais mudar comportamentos, prescrever tratamentos, controle,
modificar as pessoas, pensar só na doença. É preciso que o enfermeiro, ao ser o
desencadeador de ações educativas, esteja disposto a dividir, trocar, ensinar e aprender... (p.
179).
Para contribuir na educação e prevenção da gravidez na adolescência, o enfermeiro deve apresentar
cuidado em um diálogo aberto, sem medos e taxações e estar informado de que as adolescentes
devem ser abrangidas holisticamente no conjunto em que vivem. Desse modo, a educação em saúde
dispõe de um apoio sólido para o bem-estar individual e da comunidade, tendo-se como meta instruir
as pessoas a viver a vida da forma mais benéfica possível. Já a promoção da saúde pode ser analisada
43
como as atividades que ajudam os indivíduos no aumento de recursos que nutrirão ou incitarão o
bem-estar e melhorarão a qualidade de vida competindo ao indivíduo resolver se faz as alterações
que solicitarão a sua saúde.
A adolescência é a fase da vida apontada por difícil método de desenvolvimento biológico, psíquico
e social. É especialmente nesta fase que as extensões contextuais, externas à família, tomam maior
intensidade, pois vão provocar na tomada de decisões, de comportamentos e colaborar para o
significado de estilos de vida. Neste momento, o jovem se "arrisca", vibrando entre as ocasiões de
risco "calculado", decorrentes de atuação refletida, e as de risco "delirante", nas quais, expondo-se,
pode danificar sua vida de forma irreversível (FAÇANHA; MENEZES; FONTENELE, et al., 2004).
Para Vilela (2004) não há equívocos que o papel da atenção primária de saúde está em diagnosticar e
requerer medidas educativas que possam beneficiar as perspectivas dessas adolescentes, pois embora
a sociedade ter instituído tantos modo de informação sobre doenças sexualmente transmissíveis e
gravidez precoce, é alto o número de adolescentes que engravidam. A maioria dos pais opta tratar
sobre a sexualidade como foram educados, com repressão e silêncio. Creem que se discorrerem
claramente sobre o contexto, pode acordar o adolescente precocemente para a vida sexual.
Fundamentado em Silva, Batista e Oliveira (2002 apud SATELES, 2009) pode-se sugerir a
implementação de atividades educativas que colaborem para a redução da dificuldade da gravidez na
adolescência, tais como:
Fornecer informações sobre sexualidade e saúde reprodutiva;
Garantir o aprendizado e promover discussões sobre sexualidade, doenças sexualmente
transmissíveis e gravidez ainda na fase pré-adolescente, permitindo um início da vida sexual
com segurança e consciência;
Sensibilizar a população masculina quanto ao uso de preservativo;
Garantir acesso aos métodos contraceptivos para os jovens, com devidos esclarecimentos de
dúvidas, sem custos e disponíveis para os jovens, com devidos esclarecimentos de dúvidas,
sem custos e disponíveis no seu meio de convivência.
Fornecer informações aos pais, responsáveis, educadores e profissionais de saúde, de
maneira que possam lidar com a sexualidade e reprodução na adolescência, esclarecendo
dúvidas dessa população com uma linguagem mais acessível e de fácil compreensão.
Para Monteiro et al (2009) o enfermeiro precisa adaptar elementos que viabilizem o contato com as
escolas, igrejas e grupos sociais, com o propósito de conseguir alcançar os jovens. Com isso, não
somente a questão da gravidez na adolescência será suavizada, mas também dificuldades como
doenças sexualmente transmissíveis e abortos.
Para Eisenstein et al (2009), a gravidez na adolescência é avaliada de alto risco devido à complicação
de fatores biológicos, nutricionais, psicossociais, familiares, econômicos, estruturais e contextuais
associados e interatuantes. Segundo esses autores entre as circunstâncias de risco contextuais ou
estruturais agregadas à gestação na adolescência estão:
Baixa renda ou contexto psicossocial de pobreza;
Falta de expectativas de futuro;
Baixo rendimento escolar, dificuldades de aprendizado ou evasão da escola;
Família residente em grotões de miséria urbana ou favelas ou regiões rurais;
Falta de apoio, inclusive econômico, familiar e/ou social;
44
Falta de apoio do pai e/ou do parceiro/namorado;
Dificuldades de acesso ao serviço de saúde;
Com relação às complicações médicas da gravidez na adolescência, Silva e Chinaglia (2000)
sobressaem que a maioria delas será decorrente de uma série de fatores para produzir o resultado
materno e perinatal. Entre esses fatores, os autores destacam a idade materna, idade ginecológica,
assistência pré-natal, paridade, fatores socioeconômicos e culturais. A maior das confusões
obstetrícias terá, de acordo com esses autores, familiar afinidade com os fatores citados.
Para Andalaft Neto e Andalaft (2009)
Os indicadores sugerem que a pobreza, os conflitos sobre a sexualidade e a dificuldade de
acesso aos anticoncepcionais são os principais fatores de risco para a gravidez na
adolescência. Fatores biológicos, como a idade, também são apontados por esses autores
como fatores de risco para a gravidez na adolescência. (ANDALAFT NETO E ANDALAFT,
2009, P. 123).
Contudo, a idade como fator de risco não é uma unanimidade entre os estudiosos do tema. Alguns
autores opinam que a idade, solitariamente, não estabelece fator de risco. Outros aceitam que a idade
pode ser avaliada um fator de risco quando seguida de outros fatores, como a baixa estatura, por
exemplo.
A educação e interferência adequadas poderão ajudar a amortecer o índice de gravidez na
adolescência ou tornar mínimo as dificuldades ou os fatores de risco da gestação nessa idade. Perante
dos elevados índices de gravidez na adolescência, e os fatores de risco para mãe e concepto, averigua
que a saúde dos adolescentes brasileiros fazer jus a atenção dos profissionais de saúde, no que diz
respeito à assistência, cuidado e recuperação, sendo necessária a consignação de táticas que atenda a
essa população de forma personalizada, humana e caracterizada.
Esses fatores ressalvam a importância de a Enfermagem trabalhar com a adolescência, estabelecendo
em incitação para o desenvolvimento de técnicas educativas durante o exercício da profissão.
Hoffmann e Zampieri (2009) asseguram que uma das atuações do enfermeiro na prevenção e
educação da gravidez na adolescência é guiar sobre a saúde reprodutiva e os direitos sexuais e
reprodutivos, abordando o prazer e a convívio interpessoal no exercício da sexualidade, admissíveis
por meio de atuações educacionais.
É sustentáculo para a abrangência dos temas conectados à contracepção e sexualidade, podendo ser
uma ferramenta de capacitação, de socialização de informações e de ensaios no âmbito individual ou
grupal, no que tange às demandas relativas à saúde, colaborando para a autonomia no agir. Para esses
autores, tal processo educativo consiste em uma construção coletiva, entusiasmada pelas informações
já adquiridos, apegos, confianças, atitude e história de vida dos abrangidos, o qual beneficia o
aumento e a variação dos participantes.
Silva, Batista e Oliveira (2002 apud SATELES, 2009), destacam que, dentre outras ações
relacionadas à enfermagem, uma é garantir acesso aos métodos contraceptivos, com devidos
esclarecimentos de dúvidas, sem custos e disponíveis no seu meio de convivência. Esses autores
enfatizam ainda outra ação que o enfermeiro pode realizar e fornecer informações aos pais,
responsáveis, educadores e profissionais de saúde, de maneira que possam lidar com a sexualidade e
reprodução na adolescência, esclarecendo dúvidas dessa população com uma linguagem mais
acessível e de fácil compreensão.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
45
A presente pesquisa procurou destacar as ações de enfermagem na educação e prevenção de gravidez
na adolescência, carecido ao amplo índice de casos conectados a este problema que acontecem,
repetidamente, por falta de táticas sensibilizadoras, educacionais e preventivas regressadas para
estepúblico-alvo.
Com isso, o desenvolvimento do estudo apresentou como sugestão os aspectos conceptuais,
históricos e biológicos da adolescência e descrever dados da gravidez na adolescência e seus
principais fatores de risco introduzindo ações educativas da enfermagem na precaução da gravidez
na adolescência.
Foi possível averiguar que a atividade sexual na adolescência tem principiado em idade cada vez
mais precoce, com decorrências indesejáveis, como o acréscimo do número de gravidez na
adolescência, fato que tem sido objeto de inquietação, pois a gestação, assim como o parto e a
maternidade, é dificuldade peculiar, que, quando acontece nesta fase da vida, traz consequências
sérias à saúde física e aos aspectos emocionais e econômicos, refletindo sobre a mãe adolescente e
seu filho.
A pesquisa evidenciou que o fenômeno, que em parte procede da breve transição demográfica
brasileira, que, contestando a expectativa do senso comum de que a gravidez na adolescência é
oriunda da pobreza, ela ainda aparece em seguimentos sociais superiores, com acesso ao
conhecimento, a processos contraceptivos e a outras probabilidades que aferem à maternidade o
status de um conhecimento a ser vivido em momento tardio. Livre de qual seja o nível social da
adolescente, o acréscimo no número de gravidez nessa etapa do desenvolvimento, marca a grande
incidência de vida sexual sem proteção nesta faixa etária e a seriedade da proposta preventiva em
saúde reprodutiva e educação sexual.
Todos esses dados induziram a entender a seriedade de se desenvolver um trabalho de prevenção e
educação sexual entre os jovens. No caso do adolescente, esse trabalho pode beneficiar a abrangência
sobre sua sexualidade e assuntos reprodutivas, tornando-o sujeito de sua vida e de seu corpo. Com
isso, averiguou-se o papel importante da enfermagem na educação do jovem, tanto no domínio
coletivo como no individual, e, também, a precisão de que esse profissional tenha um perfil
apropriado para trabalhar com essa faixa etária, para poder conseguir os objetivos com sucesso, pois
o adolescente necessita de alguém em que possa acreditar, e que lhe oriente sobre nas tomadas de
decisões frente às dificuldades que geralmente encara. Com essa adesão profissional, seguramente
ele conseguirá desempenhar sua sexualidade de forma responsável, calculando um futuro melhor.
Com esta perspectiva, concluiu-se que, entre as importantes atuações do enfermeiro perante do
trabalho de educação e cuidado da gravidez na adolescência, ele precisa ser conhecedor da realidade
dos usuários e apreciar seus conhecimentos precedentes, além de usar sua capacidade criadora e
atividades lúdicas, pois trabalhar com tema analisado complexo e tabu, como a sexualidade, de
forma lúdica e criativa, beneficia a aprendizagem e identificação de conteúdos pelos adolescentes e,
sobretudo, propicia a confissão de medos, aspirações e dúvidas.
Espera-se que este estudo possa colaborar para a técnica de construção do conhecimento acadêmico e
que as questões oferecidas comportem pensar, estabelecer e reformular o cuidado preventivo
favorável para o público adolescente por parte do enfermeiro. Neste caminho, almeja-se ter
colaborado de maneira significativa para que os enfermeiros que lidam de forma direta com esse
grupo entendam a importância do seu papel de orientador e cuidador, já que a cada dia muitas jovens
estão engravidando e contraindo doenças. Portanto, destaca-se a conexão da realização de estudos
posteriores com a citada abordagem, pois, esse tema compõe um problema atualizado e crescente que
46
merece a atenção para criação de espaços físicos destinados para a realização de palestras, aquisição
de materiais e capacitação profissional que admitam a orientação e prevenção eficaz da gravidez das
DSTs na adolescência.
7 REFERÊNCIAS
ALMEIDA, José M.R de. Adolescência e maternidade. 2. Ed. Lisboa ? Portugal: Fundação Caloust
Gulbenkian, 2003.
ALMEIDA, L.P.T; PIMENTA, M.R.V. As dificuldades que permeiam o desenvolvimento
biopsicossocial do adolescente usuário de internet: um estudo de suas redes de relações.
Monografia de graduação. Belém, 2002.
ANDALAFT NETO, J.; ANDALAFT, C.C.M. Gravidez na adolescência: fatores de risco. In:
MONTEIRO, D.L.M; TRAJANO, A.J.B; BASTOS, A.C. Gravidez e adolescência. Rio de Janeiro:
REVINTER, 2009.
BOCK, A.M.B. Adolescência: uma concepção crítica ? Rio de Janeiro: Cortez, 2000.
___________. Revendo o conceito de adolescência. Anais da XXXI reunião anual de psicologia. Rio
de Janeiro, Sociedade brasileira de psicologia, V. 01, p. 82, 2001.
_______. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Saúde integral dos adolescentes e
jovens: orientações para a organização dos serviços de saúde. Brasília, 2005.
_______. Brasil acelera redução de gravidez na adolescência. Disponível
http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias. Acesso em: 15 de novembro de 2010.
em:
CROMACK, Luíza; CUPTI, Dilma. Protagonismo Juvenil. In: MONTEIRO, D.L.M; TRAJANO,
A.J.B; BASTOS, A.C. Gravidez e adolescência. Rio de Janeiro: REVINTER, 2009.
DADOORIAN, Diana. Gravidez na adolescência: um novo olhar. PSICOLOGIA CIÊNCIA E
PROFISSÃO,
Rio
de
Janeiro:
Rocco,
2003,
21
(3),84-91.
DUARTE, Albertino. Gravidez na adolescência. 5. Ed. Rio de Janeiro: Record: Rosa dos Tempos,
2005.
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Saúde da
adolescente: manual de orientação. 2001.
FERREIRA, A.B.H. Minidicionário da língua portuguesa - escolar. Século XXI. 4. Ed. São Paulo:
Nova Fronteira, 2001.
FERREIRA, T.H.S; FARIAS, M.A; SILVARES, E.F. de M. Adolescência através dos séculos.
Psic. Teor. E Pesq. Vol. 26 n. 2. Brasilia, Apr/June, 2010.
GAUDÊNCIO,
P.
Jovem
urgente.
6.
Ed.
São
Paulo:
Paulinas,
2000.
HALBE, H.W; HALBE, A.F.P; RAMOS, L.O. A saúde da adolescente. Revista Brasileira de
Medicina, n.1, out, 2000.
47
HOFFMANN; Ana Cristina Oliveira da Silva; ZAMPIERI, Maria de Fátima Mota. A atuação do
profissional da enfermagem na socialização de conhecimentos sobre sexualidade na
adolescência. R. Saúde Públ., ISSN 2175-1323, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, v.2, n.1,
jan./jul. 2009.
MAGALHÃES, M.L.C. A adolescência e a gravidez. In: MONTEIRO, D.L.M; TRAJANO, A.J.B;
BASTOS, A.C. Gravidez e adolescência. Rio de Janeiro: REVINTER, 2009.
MAGALHÃES, M.L.C. Aspectos da gravidez na adolescência em Maternidade escola Fortaleza.
(Dissertação) ? Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2004.
MAGALHÃES, M.L.C.; REIS, J.T.L. Gravidez na adolescência precoce e tardia ? há diferença?
In: MONTEIRO, D.L.M.; TRAJANO, Alexandre J.B.; BASTOS, Álvaro da C. Gravidez e
Adolescência. Rio de Janeiro: REVINTER, 2009.
MARCELLI, D; BRACONNIER, A. Adolescência e psicopatologia. Trad. Fátima Murad. 6. Ed.
Porto Alegre: Artmed, 2007.
MONTEIRO, D.L.M.; TRAJANO, Alexandre J.B.; BASTOS, Álvaro da C. Gravidez e
Adolescência. Rio de Janeiro: REVINTER, 2009.
NEME, B. Obstetrícia Básica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A, 2000.
OKAZAKI, Egle Lourdes Fontes Jardim; TOCCI, Heloisa AntoniaI; CAVALIERI, Joyce;
PEDROSO, Marilda Almeida; BOSSA, Nádia. Adolescente: protocolo de prevenção à gestação e
DST's nas Unidades Básicas de Saúde. An. 1 Simp. Internacional do Adolescente May. 2005.
OSÓRIO, L. C. Adolescente hoje. 3. Ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
PAIVA, A.S.; CALDAS, M.L.C.S.; CUNHA, A.A. Perfil psicossocial da gestante adolescente
acompanhada pelo programa de assistência multidisciplinar à gestação na adolescência. In:
MONTEIRO, D.L.M.; TRAJANO, Alexandre J.B.; BASTOS, Álvaro da C. Gravidez e
Adolescência. Rio de Janeiro: REVINTER, 2009.
PELLOSO, M.P; CARVALHO, M.D.B; VALSECCHI, E.A.S.S. O vivenciar da gravidez na
adolescência. Acta Scientiarum, Maringá, v. 24, n. 3, p. 775-781, 2002.
PEREIRA, José L. Aspectos históricos da gestação em adolescentes. In: MONTEIRO, D.L.M.;
TRAJANO, Alexandre J.B.; BASTOS, Álvaro da C. Gravidez e Adolescência. Rio de Janeiro:
REVINTER, 2009.
SATELES, Carla. Atuação do enfermeiro na prevenção das doenças sexualmente transmissíveis
na adolescência nas estratégias de saúde da família no município de barreiras-ba, publicado
5/12/2009.
SILVA, J.L.P; CHINAGLIA, M.L.M. Gravidez na adolescência. In.: NEME, B. Obstetrícia Básica.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A, 2000.
STEPHENSON, Rebeca; O?CONNOR, Linda J. Fioterapia aplicada à ginecologia e obstetrícia.
[tradução Angela Cristina Horokosky]. Barueri, SP: Manole, 2004.
48
TAKIUTI, A.D; JESUS, N.F; KERR, J; TAKIUTI, F. O traçado e o discurso do relacionamento
amoroso das adolescente. In: MONTEIRO, D.L.M; TRAJANO, A.J.B; BASTOS, A.C. Gravidez e
adolescência. Rio de Janeiro: REVINTER, 2009.
VITIELLO, N. Manifestações da sexualidade nas diversas fases da vida. Reprodução e
Sexualidade. Rio de janeiro: Cortez, 2000.
49
DESAFIOS DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO A MULHER MASTECTOMIZADA¹
Brenda Carvalho Damascena²
Juliano Viana Santos²
Kívia Aguiar Souza²
Otino Mendes França²
Welliton Knaak Schueng²
RESUMO
No tema “Saúde da Mulher”, o câncer de mama, no decorrer dos anos, teve um aumento significativo
de casos. A mastectomia, cirurgia de remoção do seio, é provavelmente, além da morte, o aspecto
mais temível da doença, levando em consideração a importância da mama como símbolo de
feminilidade. O trabalho enfatiza os desafios da enfermagem na atenção a mulher mastectomizada e
busca definir enfermagem, descreve atenção à mulher, caracteriza a cirurgia de mastectomia e expõe
desafios de enfermagem a mulher mastectomizada. Trata de uma pesquisa com o tema Saúde da
Mulher, por referências bibliográficas , exploratória, com abordagem qualitativa, com coletas de
dados secundários, direcionado a mulheres mastectomizadas. O trabalho conclui que, nesta fase tão
complicada da vida destas mulheres, a atuação e o bom atendimento dos profissionais de saúde é
primordial para a evolução do quadro das mesmas.
PALAVRAS-CHAVES: Mulher mastectomizada. Atenção. Desafíos.
ABSTRACT
On the theme " Women's Health " , breast cancer , over the years , had a significant increase in cases
. The mastectomy , breast removal surgery , is probably beyond death, the most fearsome aspect of
the disease , taking into account the importance of breast as symbol of femininity . The work aims to
emphasize the challenges of nursing in the care of women with mastectomies , and specific seeks to
define nursing , describes care for women , featuring the mastectomy surgery and exposes nursing
challenges to women with mastectomies. Is a survey of the Health theme of the woman , for
references , exploratory with a qualitative approach , using secondary data collection , targeted to
women with mastectomies. The paper concludes that at this stage of life so complicated these
determined women , the acting and the proper care of health professionals is vital to the evolution of
the same.
KEYWORDS: Women with mastectomies. Heads up. Challenges.
____
¹ Artigo de Iniciação Científica
² Acadêmicos do 5º Período do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Capixaba de Nova Venécia – MULTIVIX – Nova Venécia.
50
1 INTRODUÇÃO
No tema “Saúde da Mulher”, o câncer de mama, no decorrer dos anos, teve um aumento significativo
de casos. A mastectomia, cirurgia de remoção do seio, é provavelmente, além da morte, o aspecto
mais temível da doença, levando em consideração a importância da mama como símbolo de
feminilidade.
No título “Desafios de enfermagem na atenção a mulher mastectomizada”, entendemos a
importância do enfermeiro como ferramenta de apoio a mulher, demonstrando o modo como o
profissional pode auxiliar a paciente numa situação de fragilidade, tanto emocional, como física,
oferecendo informações importantes ao cliente e a família.
Nossa pesquisa se justifica pela importância de se discutir o tema, levando a informação e a
consequente promoção e prevenção.
A pesquisa expõe os desafios do enfermeiro na atenção a mulher mastectomizada, tendo como
objetivo geral enfatizar a definição de enfermagem, descrever atenção a mulher, caracterizar a
cirurgia de mastectomia e expor os desafios da profissão a essas determinadas mulheres.
Como metodologia, utilizou-se das pesquisas exploratória e descritiva, com coleta de dados
bibliográficos, que tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição científica que se
realizaram sobre determinado assunto ou fenômeno (OLIVEIRA, 1999, p. 119).
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O paciente com câncer adoece como um todo, como uma unidade vital somato-psicológica,
apresentando muito mais do que uma doença orgânica com sua sintomatologia pois junto a ela estão
a consciência e os sentimentos frente à enfermidade, com as repercussões próprias e pessoais na
maneira de viver , de adaptar-se ao stress vital e delinear seu próprio destino (ANGERAMI;
CHIATTONE; NICOLETTI, 2004).
Enfermagem é a arte de cuidar e a ciência cuja essência e especificidade é a assistência e cuidado ao
ser humano, individualmente, na família ou em comunidade de modo integral e holístico,
desenvolvendo de forma autônoma ou em equipe atividades de promoção, proteção, prevenção,
reabilitação e recuperação da saúde, tendo todo embasamento científico para tal.
O conhecimento que fundamenta o cuidado de enfermagem deve ser construído na intersecção entre
a filosofia, que responde á grande questão existencial do homem, a ciência e tecnologia, tendo a
lógica formal como responsável pela correção normativa e a ética, numa abordagem epistemológica
efetivamente comprometida com a emancipação humana e evolução das sociedades.
A principal meta da cirurgia consiste em obter o controle local da doença. Como o câncer de mama
vem sendo diagnosticado, atualmente, em estágios mais precoces, estão disponíveis opções para
procedimentos menos invasivos.
A meta do tratamento de conservação da mama que é a lumpectomia, excisão ampla, mastectomia
parcial ou segmentar e quadrantectomia, consiste em excisar o tumor por completo na mama e obter
margens limpas, enquanto alcança um resultado cosmético aceitável (BRUNNER; SUDDARTH,
2008).
51
Quando o procedimento esta sendo realizado para tratar um câncer de mama não-invasivo , a
remoção de linfonodos é desnecessária. Para o câncer de mama invasivo, esta indicada a remoção de
linfonodos, sendo assim removidos através de uma incisão semicircular separada na axila
(BRUNNER; SUDDARTH, 2008).
Muitas pacientes toleram muito bem a cirurgia da mama e apresentam dor mínima durante o período
pós-operatório. Isso é particularmente verídico para os procedimentos menos invasivos, como o
tratamento de conservação da mama. No entanto, com a BLS (biópsia de linfonodo sentinela), todas
as pacientes devem ser cuidadosamente avaliadas, porque cada paciente pode ter graus variados de
dor.
As pacientes que foram submetidas a procedimentos mais invasivos como uma mastectomia radical
modificada com reconstrução imediata, podem ter muito mais dor.
Todas as pacientes recebem alta para casa com medicamento analgésico e são incentivadas a tomá-lo
quando necessário. Um analgésico popular como o acetaminofeno pode proporcionar alívio
suficiente. Por vezes, as pacientes queixam-se de um ligeiro aumento na dor depois dos primeiros
dias da cirurgia. Isso pode acontecer quando as pacientes recuperam a sensibilidade ao redor do sítio
cirúrgico e se tornam mais ativas. No entanto, as pacientes que se queixam de dor excruciante devem
ser avaliadas para excluir qualquer complicação potencial,como a infecção ou um hematoma
(BRUNNER; SUDDARTH, 2008).
Também podem ser valiosos os métodos alternativos de tratamento da dor, como tomar banhos
quentes de chuveiro e usar métodos de distração, como por exemplo, a imagem orientada
(BRUNNER; SUDDARTH, 2008).
3 CONCLUSÃO
O trabalho conclui que, nesta fase tão complicada da vida destas mulheres, onde são diagnosticadas
com a doença e também passam pelo processo de remoção do seio, sendo provavelmente, além da
morte o aspecto mais temível da doença, levando em consideração a importância desta parte do
corpo, como maior símbolo da feminilidade, a atuação e o bom atendimento dos profissionais de
saúde é primordial para a evolução do quadro das mesmas, na qual realizam todo um processo
psicológico com estas pacientes que no presente momento, encontram-se fragilizadas, tanto
emocional como fisicamente, realizando um processo de preparação, orientação e convencimento de
que si mesmas, possam contribuir para sua evolução, tendo em vista de que sua melhoria esta
diretamente ligada a sua vontade de se curar, onde contribuem com o enfermeiro em apenas não se
recusar a procedimentos necessários, tanto quanto aceitar a administração de medicamentos
indispensáveis para tal progresso. Então, a partir do trabalho realizado foi possível compreender a
importância da atuação do profissional de enfermagem neste complicado processo, na qual torna-se
indispensável na vida dessas mulheres, deixando bem claro que não basta apenas curar a patologia de
uma pessoa, mas sim prepará-la e educá-la para saber lidar com seu problema, para que assim
possam seguir com uma vida normal e saudável, cientes de certas restrições, mas também de que a
vida continua, e de que não é uma patologia que vai mudar isto.
4.REFERÊNCIAS
52
ANDRADE, Maria Margarida. Introdução a metodologia do trabalho científico. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2001.
ANGERAMI; CHIATTONE; NICOLETTI. O doente, a psicologia e o hospital. 3. ed. São Paulo:
Pioneira, 1996.
BRUNNER; SUDDARTH. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. 11 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008, vol. 2.
FERRÃO, Romário Gava. Metodologia Científica para iniciantes em pesquisa, 3. ed. Vitória:
Incaper, 2008.
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia: projetos de pesquisa, TGI, TCC.
Monografias, Dissertações e Teses. São Paulo: Pioneira, 1999.
53
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PARA CLIENTES PORTADORES DE
TUBERCULOSE¹
Kailanny Leão Alves²
Mary Stella de Souza Santos³
Nelma Silva Vidigal²
Samantha Silva Santos²
RESUMO
A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo bacilo de Koch (BK), que atinge todos os
grupos etários, porém, com prevalência em 85% de pessoas menores de 15 anos, economicamente
ativos. Além dos pulmões a tuberculose pode atingir ainda, rins, ossos, meninges e outros, sendo a
pulmonar mais frequente. Os pacientes apresentam febre baixa vespertina, sudorese noturna,
inapetência e emagrecimento. O reservatório principal é o homem que transmite a doença para outro
individuo através de espirros, fala, tosse, enquanto o doente estiver eliminando os bacilos. O trabalho
objetiva ressaltar a importância do cuidado de enfermagem com o paciente portador de tuberculose e
como objetivos específicos: descreve a Tuberculose, avalia os sinais e sintomas , enfatiza os
cuidados de enfermagem com o cliente, organiza a educação em saúde e qualifica o papel do
enfermeiro. Trata-se de uma pesquisa com o tema Saúde do Adulto, por referências bibliográficas,
exploratória, com abordagem qualitativa, com coleta de dados secundários, direcionada a todos os
clientes portadores de tuberculose. A pesquisa conclui que a tuberculose é uma doença que não
escolhe idade, apresentando vários sintomas específicos, porém, pode ser fatal s não tiver os
cuidados necessários.
PALAVRAS-CHAVES: Tuberculose. Assistência. Enfermagem.
ABSTRACT
Tuberculosis is an infectious disease caused by the bacillus of Koch (BK), which affects all age
groups, however, with a prevalence of 85% of people under 15 years economically active. In the
lungs tuberculosis can achieve even, kidneys, bones, meninges, and others, with more frequent lung.
Patients present evening low-grade fever, night sweats, loss of appetite and weight loss. The main
reservoir is the man who transmits the disease to another individual through sneezing, talking,
coughing, while the patient is eliminating the bacilli. The paper aims to highlight the importance of
nursing care to the patient with tuberculosis patient and the following objectives: Tuberculosis
describes, evaluates the signs and symptoms, emphasizes nursing care with the client, organizes
health education and qualifies the role of nurse. Is a survey of the Adult Health theme,
bibliographical, exploratory references with a qualitative approach, with secondary data collection,
targeted to all patients with TB clients. The research concludes that TB is a disease that does not
choose age, with several specific symptoms, however, can be fatal s do not have the necessary care.
KEYWORDS: Tuberculosis. Assistance. Nursing.
_________
1-
Artigo de iniciação científica
2-
Acadêmicas do 5º Peródo do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Capixaba de Nova Venécia-MULTIVIX
3-
Acadêmica do 4º Peródo do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Capixaba de Nova Venécia- MULTIVIX
54
1.INTRODUÇÃO
A tuberculose atinge a população em geral de todas as faixas etárias. No Brasil é grande problema de
saúde a ser diagnosticado e tratado. Em sua maioria são acometidos indivíduos do sexo masculino,
com o comprometimento dos pulmões, após o contato com pessoa(s) acometida(s) pela doença e sem
tratamento, já que a transmissão e feita através de gotículas.
A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa responsável por grande número de óbitos no Brasil.
A porcentagem de indivíduos infectados é grande, porem nem todos desenvolvem a doença, daí a
importância do diagnóstico e tratamento precoces.
Nosso trabalho se justifica pelo interesse e importância da assistência de enfermagem ao paciente e
sua família.
A pesquisa ressalta e identifica a importância da assistência de enfermagem para clientes portadores
de tuberculose, tendo como objetivos específicos: descrever a Tuberculose; avaliar os sinais e
sintomas da tuberculose; enfatizar os cuidados de enfermagem com o cliente; organizar a educação
em saúde e qualificar o papel do enfermeiro.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo o Ministério da saúde (2000) a tuberculose é um problema de saúde prioritário no Brasil,
que juntamente com outros 21 países em desenvolvimento, albergam 80% dos casos mundiais da
doença ( PAULINO; BEDIN; PAULINO, 2009).
A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões.
Anualmente são notificados cerca de 6 milhões de novos casos em todo o mundo, levando mais de
um milhão de pessoas a óbito.
As ações de controle da tuberculose no Brasil têm como meta diagnosticar pelo menos 90% dos
casos esperados e curar pelo menos 85% deles. A expansão das ações de controle para 100% dos
municípios complementa o conjunto de metas a serem alcançadas. Essa expansão se dará no âmbito
da atenção básica ( PAULINO; BEDIN; PAULINO, 2009).
Para a correta assistência aos clientes tuberculosos é necessário:







Identificar os sintomáticos respiratórios entre as pessoas que procuram a UBS, nas visitas
domiciliares ou mediante os relatos dos ACS;
Solicitar baciloscopia do sintomático respiratório para diagnóstico ( duas amostras);
Aplicar vacina BCG. Caso não tenha capacitação para tal, encaminhar para a unidade de
referência;
Fazer teste tuberculínico. Caso não tenha capacitação, encaminhar à unidade de Saúde;
Realizar consulta de enfermagem mensal;
Notificar o caso de tuberculose que vai iniciar tratamento;
Convocar comunicantes para investigação;
55
As ações de controle da tuberculose, a educação em saúde, entendida como uma prática,
transformadora, deve ser orientada, desenvolvidas pelas equipes de saúde e usuários, incluído
familiares, e nas, relações que estabelece entre os outros serviços de saúde e a população
(PAULINO; BEDIN; PAULINO, 2009).
A TB é um problema de saúde mundial, e as taxas de mortalidade e morbidade continuam a se
elevar. Estima-se que o M. tuberculosis infecta um terço da população mundial e permanece como a
principal causa da mortalidade por doença infecciosa no mundo. A OMS estima que a TB é a causa
da morte de 11% de todos os pacientes com AIDS( Corbett, Walt, walker, et al., 2003). Esta doença
está geralmente associada a pobreza, desnutrição, aglomeração e alojamentos, em condições
deficientes e cuidados de saúde inadequados.
Em 1952, os medicamentos antituberculose, foram introduzidos, e a taxa de casos notificados, de
TB, nos EUA, diminuiu uma média 6% ao ano, entre 1953 e 1985.
A TB dissemina-se de uma pessoa para outra através da transmissão pelo ar. Uma pessoa infectada,
libera núcleos de gotículas, através da fala, risos, espirros, tosse pou canto, as gotículas maiores se
depositam e as menores permanecem no ar e são inaladas por uma pessoa suscetível. Por isso a
doença começa quando uma pessoa suscetível inala microbactéria e e torna-se infectada. ( BRUNER
& SUDDARTH; 2008- Tratado de Enfermagem, médica e cirúrgica).
3. METODOLOGIA
Os trabalhos de pesquisa podem ser classificados como: explicativa, descritiva e exploratória, sendo
que, na elaboração deste, utilizaremos as pesquisas exploratória e descritiva.
De acordo com Andrade (2001, p. 174):
“A pesquisa exploratória é o primeiro passo de todo trabalho científico. São finalidades da
pesquisa exploratória, proporcionar informações sobre determinado assunto; facilitar a
delimitação de um tema de trabalho; definir os objetivos ou descobrir novo tipo de enfoque
para o trabalho que se tem em mente. Através das pesquisas exploratórias avalia-se a
possibilidade de desenvolver uma boa pesquisa sobre determinado assunto. “
Ainda, segundo o autor:
A pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a descrição das características de determinadas
populações ou fenômenos ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. Uma de suas
características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coletas de dados, tais
como o questionário e a observação sistemática. São as mais solicitadas por instituições
educacionais, empresas comerciais, partidos políticos e etc.
Segundo Ferreira (2008, p. 75) “a pesquisa exploratória é o primeiro passo do trabalho científico.
Geralmente é a bibliográfica, pois avalia-se a possibilidade de desenvolver uma pesquisa sobre
determinado assunto”.
Para Vergara (2000, p.47):
56
A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno.
Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso
de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação.
A técnica utilizada para coleta de dados no trabalho é a pesquisa bibliográfica.
Por pesquisa bibliográfica entende-se como levantamento realizado em bibliotecas públicas,
universitárias, virtuais e tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição científica
que se realizaram sobre determinado assunto ou fenômeno (OLIVEIRA, 1999, p. 119).
Conforme Gil (2007, p. 44, 46):
“A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido
algum tipo de trabalho dessa natureza. Há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir
de fontes bibliográficas. Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como
pesquisas bibliográficas. Já a pesquisa documental assemelha-se muito a pesquisa
bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a
pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores
sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não recebem
ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os
objetivos da pesquisa”.
Portanto, este tipo de pesquisa proporciona inúmeras vantagens, sendo considerada fonte riquíssima
e estável de dados.
Na coleta de dados utilizamos fonte secundária.
Segundo Andrade (2001, p. 43):
Fontes secundárias referem-se a determinadas fontes primárias, isto é, são constituídas pela literatura
originada de determinadas fontes primárias e constitui-se em fontes das pesquisas bibliográficas, são
as obras nas quais as informações já foram elaboradas (livros, apostilas, teses, monografias, etc.).
A amostra atinge todos os clientes portadores de tuberculose, independente da fase, idade, condições
sócio financeiras, com um ou mais filhos, casado ou solteiro, etc..
4.0 CONCLUSÃO
A tuberculose requer atenção não somente da enfermagem, exige cuidados clínico e farmacológico.
Em virtude dos fatos mencionados, não devemos nos preocupar somente em recuperar plenamente o
cliente, devemos estabelecer que sua recuperação seja plena retornando-o integralmente a sociedade
ao convívio familiar e a suas atividades rotineiras. Em vista dos argumentos apresentados podemos
perceber que os acometidos pela TB, em sua maioria são pacientes com desvantagem social, é
importante conhecer as características dessa situação para que as intervenções sejam acertadas e
pertinentes. Ainda assim a enfermagem tem um papel de protagonista na prevenção e controle dessa
doença, o que deve ser feito planejando intervenções realmente integrais (políticas, econômicas e
sanitárias), adequando a sua realidade local.
5.0 REFERÊNCIAS
57
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 5. Ed. São
Paulo: Atlas 2011.
BRUNER E SUDDARTH; Suzane C. Smaltzer, Brenda G. Bare, Janice L. Hinkle e Kerry H.
Cheever. Tratado de Enfermagem Médico- Cirúrgica. 11 ed. Rio de Janeiro, vol. 2, 2009.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica. 5 ed. São Paulo: Prentice
Hall, 2002.
FERRÃO, Romário Gava. Metodologia Científica para iniciantes em pesquisa, 3. ed. Vitória:
Incaper, 2008.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2007.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia: projetos de pesquisa, TGI, TCC.
Manografias, Dissertações e Teses. São Paulo: Pioneira, 1999.
PAULINO, Ivan; BEDIN, Lívia Perassol; PAULINO, Lívia Valle. Estratégia Saúde da Família.
São Paulo: Ícone, 2009.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2000.
58
DESAFIOS DO ENFERMEIRO DIANTE DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA¹
Adriana de Souza Santana²
Cristielly Francisco da Silva²
Viviane Ferreira²
RESUMO
Dentro do tema “saúde da mulher”, a gravidez precoce é uma das ocorrências mais preocupantes,
pois os jovens estão iniciando a atividade sexual cedo demais sem proteção, aumentando os riscos
que uma gravidez precoce pode trazer a gestante, tais como: aborto espontâneo, DSTs e
complicações durante a gravidez, devido a falta de acompanhamento. O trabalho ressalta as
dificuldades do enfermeiro, diante da gravidez na adolescência,descreve a gravidez, identifica os
fatores de risco e defini o desafio do enfermeiro, diante da gravidez na adolescência. Trata-se de uma
pesquisa com o tema saúde da mulher por referencias bibliográficas, exploratória, com abordagem
qualitativa, com coleta de dados secundários, direcionado as adolescentes grávidas. O trabalho
conclui que o papel do enfermeiro é passar informação e confiança, para que não possa ocorrer uma
possível gravidez indesejada, pois podem ser evitadas, através do dialogo, em casa, como forma de
prevenção.
PALAVRAS-CHAVE: Adolescente. Gravidez. Desafio.
ABSTRACT
Within the theme "women's health", early pregnancy is one of the most troubling occurrences,
because young people are starting sexual activity too soon without protection, increasing the risk that
early pregnancy can bring the pregnant woman, such as miscarriage, STIs and complications during
pregnancy due to lack of monitoring. The work highlights the challenges for nurses in the face of
teenage pregnancy and describes pregnancy, identifying the risk factors that occur during pregnancy
in adolescence and set the challenge of nurses in the face of teenage pregnancy. This is a survey of
the health issue of women by bibliographic references, exploratory, with qualitative approach, with
secondary data collection, targeted to pregnant adolescents. The study concludes that the nurse's role
is to pass information and confidence, so you can not place a possible unwanted pregnancy because
they can be avoided through dialogue, at home, in order to prevent.
KEYWORDS: Teenager. Pregnancy. Challenge.
________
¹ Artigo de iniciação científica.
² Acadêmicas do 5º Período do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Capixaba de Nova Venécia – MULTIVIX – Nova Venécia
59
1 . INTRODUÇÃO
Dentro do tema “saúde da mulher”, a gravidez precoce é uma das ocorrências mais preocupantes, pois os
jovens estão iniciando a atividade sexual cedo demais sem proteção, aumentando os riscos que uma gravidez
precoce pode trazer a gestante, tais como: aborto espontâneo, DSTs e complicações durante a gravidez, devido
a falta de acompanhamento.
O desafio do enfermeiro diante da gravidez na adolescência, tem sido muitas vezes lidar com o psicológico, o
emocional da jovem gestante, que está abalado, por falta de inclusão social, falta de estrutura familiar diante a
situação e do pai da criança. É nesse momento que o profissional de saúde tem que estar preparado para o
acompanhamento que a gestante exige.
O trabalho se justifica pelo fato de que a gravidez na adolescência e a incorporação do papel materno, por
parte das adolescentes, provocam grandes mudanças em suas vidas, sobretudo nas atividades diárias como o
estudo e o trabalho.
O trabalho ressalta identificar a dificuldade do enfermeiro diante da gravidez na adolescência e os objetivos
específicos são: descrever a Gravidez; Identificar os fatores de risco que ocorrem durante a gravidez na
adolescência; Definir o desafio do enfermeiro diante da gravidez na adolescência.
Como metodologia, utilizamos as pesquisas exploratória e descritiva, com coleta de dados
bibliográficos em fontes secundárias.
2.REFERENCIAL TEÓRICO
A gravidez é uma fase de muita alegria na vida de um casal, se for desejada, e um período de muitas
transformações, tanto física como psicológica na mulher, ocorrendo mudanças em seu estilo de vida.
Ocorrem também dificuldades e riscos durante uma gestação.
Uma gestante está sujeita a diversas prescrições e proibições para modificar seu estilo de vida
habitual ou desejado, sobre a forma de conselhos. Entretanto, ao contrario dos conselhos comuns,
frequentemente não a opção de recusa. A orientação gestacional é muito importante, pois a formação
normal ou a má formação de um feto geralmente é determinada no momento da primeira consulta de
pré-natal (ENKIM, 2008).
Um dos fatores que pode prejudicar uma gestação é o tabagismo. As indicações de que o tabagismo
tem efeito prejudicial sobre o feto são fortes. O tabagismo materno reduz o peso ao nascimento, e o
subsequente desenvolvimento da criança.
Os efeitos prejudiciais do consumo excessivo de álcool na gravidez são bem conhecidos. Eles
incluem: restrição do crescimento fetal; retardo mental e síndrome dismórfica com características
variáveis (no caso de altos níveis de consumo); e alteração do comportamento neonatal (ENKIM,
2008).
Exercícios aeróbicos na gravidez melhoram o preparo físico. Os possíveis benefícios ou riscos em
relação ao resultado da gravidez não foram avaliados adequadamente, embora dados relativos a um
suposto encurtamento da gravides sejam tranquilizadoramente negativos.
60
Com a promessa implícita de que isso a ajudara a ter um parto perfeito, um recém-nascido perfeito e
tornar-se uma mãe perfeita, a gestante é convencida em levar uma vida saudável (ENKIN, 2008).
2.1 DIFICULDADES DA ENFERMAGEM DIANTE DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
Algumas vezes os interesses das mães são esquecidos por aqueles que têm interesse em promover a
saúde materna e infantil. Os problemas sociais, psicológicos e físicos das gestantes frequentemente
são significativos. Aqueles responsáveis pela assistência devem conhecê-los suficientemente. O
apoio social e psicológico deve fazer parte de toda assistência a gestantes (ENKIM, 2008).
O papel do enfermeiro na gravidez na adolescência é importante para dar apoio a adolescente
grávida ,saber passar conhecimentos e dar atenção, pois muitas das jovens, não recebem dos
familiares o apoio devido, pelo fato de seus pais tenham planejado um futuro diferente, que é
interrompido com a gravidez.
São meninas que deixaram de ser adolescentes e passaram a ter a responsabilidade de serem mães.
Muitas param de estudar, se afastam de seus amigos, muitas vezes, até mesmo o pai da criança não
assume seu filho, geralmente devido a pouca idade.
Com o psicológico abalado, ao ver-se diante de uma criança, seu primeiro sintoma é de rejeição do
seu próprio filho, entrando na depressão pós-parto.
Esse é uns dos maiores problemas que a enfermagem encontra, por isso devemos ter a confiança
dessa jovem, para ajudá-la a sair dessa situação, o mais rápido possível.
2.2 FATORES DE RISCO NA GRAVIDEZ EM ADOLESCÊNTES
Uma gravidez na adolescência pode ter vários riscos, tanto para a jovem, quanto para o bebe, tais
como: sintomas desagradáveis na gravidez, aborto espontâneo, hipertensão, comprometimento fetal,
infecção e hemorragia.
Um dos fatores que mais ocorre na gravidez na adolescência é o aborto. A perda espontânea de uma
gravidez antes que o feto seja viável. Algumas vezes, os profissionais e a família,, podem não
considerar essa perda tão trágica quanto à morte fetal na gravidez mais adiantada, frequentemente
resulta em grau semelhante de sofrimento psicológico e angústia (ENKIM, 2008).
Devido à falta de informação muitas das jovens optam pelo aborto, por medo da reação da família e
da sociedade. Outras por buscar um profissional da saúde tarde, sem fazer um pré-natal e os
procedimentos adequados durante toda a gestação ocorrendo o aborto espontâneo.
A hipertensão é um risco que pode ser controlado, se existir o devido acompanhamento médico, e
pelo fato das adolescentes procurarem tardiamente um profissional, provavelmente haverá
complicações na hora do parto.
A depressão e um fator que ocorre com as jovens, pela falta de inclusão social, devido a sociedade
ter um olhar preconceituoso. Falta da estrutura familiar, e muitas vezes ate o abandono, tanto do
namorado quanto da própria família.
61
3.CONCLUSÃO
O trabalho demonstra que jovens estão engravidando durante a adolescência, adquirindo doenças
sexualmente transmissíveis e tendo complicações durante a gravidez, devido a falta de
acompanhamento.
Nessa situação, é preponderante o papel do enfermeiro no atendimento primário, possibilitando a
abordagem dessas adolescentes, mediante a educação para à saúde, com informação e
acompanhamento.
4. REFERÊNCIAS
ANDRADE, Maria Margarida. Introdução a metodologia do trabalho científico. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2001.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia cientifica. 5 ed.
São Paulo: Prentice Hall, 2002.
ENKIN, Murray et al.Guia para atenção efetiva na gravidez e no parto. 3. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2008.
FERRÃO, Romário Gava. Metodologia Científica para iniciantes em pesquisa, 3. ed. Vitória:
Incaper, 2008.
62
SAÚDE DA MULHER: ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO PLANEJAMENTO FAMILIAR¹
Adrieli Marre Bom²
Deocilda Aparecida Marcelino da Silva²
Guilherme de Angelo Souza²
Iara Sousa Boroto²
Pollyana Pereira²
RESUMO
Tratando do tema saúde da mulher, o planejamento familiar consiste em vários métodos para evitar a
gravidez indesejável e precoce. A partir de métodos contraceptivos, dá-se então autonomia ao casal
em ter filhos ou não. O trabalho objetiva avaliar a atuação do enfermeiro no planejamento familiar,
relata os aspectos da saúde da mulher, aborda métodos contraceptivos, conceitua planejamento
familiar e ressalta a atuação do enfermeiro. Trata de uma pesquisa com o tema saúde da mulher por
referências bibliográficas, exploratória, com abordagem qualitativa, com coleta de dados
secundários, direcionado a enfermeiros. A pesquisa conclui que é de suma importância a atuação do
enfermeiro no planejamento familiar para orientação e aconselhamento individual e da comunidade
sobre a necessidade de planejar o número de filhos e os métodos disponíveis para realizar o
planejamento.
PALAVRAS-CHAVES: Saúde da mulher. Planejamento. Atuação.
ABSTRACT
Analyzing the subject-matter of women's health, family planning consists of several methods to
prevent unwanted and early pregnancy. By means of contraceptive methods, what takes place is
autonomy to the couple to have children or not. The study aims to evaluate the nursing work in
family planning, reporting aspects of women's health, discusses contraceptive methods, defines
family planning and highlights the work of nurses. Is a survey of women’s health based on literature
search, exploratory references with a qualitative approach, with secondary data collection, directed to
nurses. The research concludes that it is highly important the nurse's role in family planning for
guidance and individual and collective advice about the need to plan the number of children and the
methods available to carry out the planning.
KEY-WORDS: Women’s health. Planning. Perfomance.
_______________
¹ Artigo de Iniciação Científica.
² Acadêmicos do 5º Período do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Capixaba de Nova Venécia – MULTIVIX-Nova Venécia.
63
1 . INTRODUÇÃO
Tratando do tema saúde da mulher, o planejamento familiar consiste em vários métodos para evitar a
gravidez indesejável e precoce. A partir de métodos contraceptivos, dá-se então autonomia ao casal
em ter filhos ou não.
A maioria das pessoas sabe muito pouco como se cuidar e a anatomia do seu próprio corpo,
principalmente quando falamos do aparelho reprodutor e seu funcionamento.
No Brasil, na década de 80, ocorreram diversos movimentos, por parte das mulheres, que lutavam
por seus direitos, assim, os serviços públicos de saúde, desde 1984, vem oferecendo atendimento a
mulher, de forma integral, igualitária e universal.
Ao enfermeiro cabe o papel de orientação e educação em saúde, informação, conhecimento, tanto
para a mulher quanto ao homem, em relação aos métodos contraceptivos, como o uso de
preservativos masculino, preservativo feminino, Dispositivo Intrauterino (DIU), coito interrompido,
laqueadura, vasectomia e métodos de emergência.
O planejamento familiar vem como um conjunto de ações que tem como finalidade permitir as
mulheres e aos homens escolher quando querem ter um filho ou mais. Logo, essa assistência inclui
nas suas diretrizes, acesso a informação e a todos os métodos e técnicas de anticoncepcionais
Para que seja bem sucedido, o programa tem que possuir profissionais qualificados, promovendo
uma serie de ações preventivas e educativas, com acesso de todos, de forma igualitária, criando
estratégias que colaboram para o exercício da sexualidade, com a opção da reprodução e ao
planejamento familiar.
A pesquisa visa ressaltar e identificar a importância da atuação do enfermeiro no planejamento
familiar. O objetivo geral é avaliar a atuação do enfermeiro no planejamento familiar e os objetivos
específicos são: relatar os aspectos da saúde da mulher, abordar métodos contraceptivos, conceituar o
planejamento familiar, ressaltando a atuação do enfermeiro.
2 - REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA SAÚDE DA MULHER
Brasil (2009), menciona que o Ministério da Saúde elaborou o documento “Política Nacional de
Atenção Integral à saúde da Mulher – Princípios e Diretrizes”, em parceria com vários setores da
sociedade, em especial com o movimento de mulheres, o movimento negro e o de trabalhadoras
rurais, sociedades científicas, pesquisadores e estudiosos da área, organizações não governamentais,
gestores do SUS e agências de cooperação internacional considera todas as reivindicações incluídas
nos Planos Nacionais de Políticas para as Mulheres da Secretaria Especial de Políticas para as
Mulheres da Presidência. A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher analisa o
compromisso com a implementação de ações de saúde que auxiliam a garantia dos direitos humanos
das mulheres e diminuam a morbimortalidade por causas preveníveis e evitáveis.
64
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher possui a integralidade e a promoção da
saúde como princípios norteadores e procura consolidar os avanços no campo dos direitos sexuais e
reprodutivos, com destaque na melhoria da atenção obstétrica, no planejamento familiar, na atenção
ao abortamento inseguro e no combate à violência doméstica e sexual, ela deve contemplar a
população feminina acima de 10 anos (BRASIL, 2009).
De acordo com Brasil (2009), a Política considera a distinção dos municípios e dos estados, que
apresentam níveis variados de desenvolvimento e de organização dos seus sistemas locais de saúde e
tipos de gestão. Acima de tudo, é uma proposta de construção conjunta e de respeito à autonomia dos
diferentes parceiros, pois são pessoas fundamentais para a concretização das políticas destacando a
importância do empoderamento das usuárias do SUS e sua participação nas instâncias de controle
social.
O Ministério da Saúde, desenvolvendo o seu papel de gestor federal ao estabelecer a política que
deve nortear as ações de atenção à saúde da mulher, acredita estar cooperando para que as mulheres
brasileiras avancem nas suas conquistas, na perspectiva da saúde como direito de cidadania
(BRASIL, 2009).
2.2 CONCEITO DE PLANEJAMENTO FAMILIAR
Segundo a Lei Nº 9.263, de 12 janeiro de 1996 da Presidência da Republica:
Art. 1º O planejamento familiar é direito de todo cidadão, observado o disposto nesta Lei.
Art. 2º Para fins desta Lei entende-se planejamento familiar como o conjunto de ações de
regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento
da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal.
Para Brasil (2002), a Lei que regulamenta o planejamento familiar estabelece que as instâncias
gestoras do Sistema Único de Saúde (SUS), em todos os seus níveis, são sujeitadas a proporcionar à
mulher, ao homem ou ao casal, em toda a sua rede de serviços, auxílio à concepção e contracepção
como componente das demais ações que compõem a assistência integral à saúde. Uma questão
essencial desta Lei é a inserção das práticas da laqueadura de trompas e da vasectomia dentro das
alternativas de anticoncepção, definindo critérios para sua utilização e punições para os profissionais
de saúde que as realizarem de forma inadequada e/ou insegura.
O planejamento familiar compreende a possibilidade de decisão da mulher, do homem ou do casal
em ter ou não filhos. Também podem decidir sobre o número de filhos e o momento apropriado de
concebê-los. Existe uma distância entre a função sexual e função reprodutiva, visto que o
relacionamento sexual ocorre visando a realização do prazer do que o desejo de gerar um filho, o que
ocasiona o grande número de crianças geradas sem a paternidade ou maternidade assumida. A falta
de conhecimento sobre o próprio corpo e a falta de familiaridade e credibilidade do homem e da
mulher em relação aos diferentes métodos que evitam a gravidez ou acesso a eles geram uma
gravidez não programada e não desejada (PAULINO, BEDIN, PAULINO, 2009).
De acordo com Brasil (2009), durante muito tempo ser mãe era o eixo da vida de uma mulher,
desenvolver suas capacidades e ter prazer não eram relevantes. Com a descoberta e o uso de meios
de evitar gravidez, a mulher passa a decidir sobre o seu próprio corpo e sua sexualidade, tendo
formas de pensar, planejar, sentir e viver o ato de ter filhos. Planejamento familiar veio para oferecer
meios de evitar uma gestação indesejada garantindo que o casal possa fazer uma opção livre e
65
consciente, escolhendo o método que melhor compreende as suas necessidades, um direito a
informação, a assistência especializada e ao método anticoncepcional mais adequado.
2.3 MÉTODOS CONTRACEPTIVOS
2.3.1 Preservativos masculino e feminino
Estudos recentes demonstram que o preservativo masculino evita a gravidez em até 98%. Ele
consiste de um envoltório de látex que deve ser colocado no pênis ereto antes do contato sexual para
impedir o contato do esperma com a vagina. Ele possui algumas vantagens como contribuir para que
o homem e a mulher compartilhem a responsabilidade de evitar uma gestação, é de fácil acesso em
farmácias, supermercados e distribuído gratuitamente nas unidades de saúde, mas também possui
desvantagens como a perda de sensibilidade por alguns homens, alergia ao látex que algumas
pessoas podem apresentar (PAULINO, BEDIN, PAULINO, 2009).
Brasil (2002), diz que no primeiro ano de uso a taxa de falha deste método varia de 3%, quando
usados, adequadamente em todas as relações sexuais, a 14%, quando avaliado o uso habitual. Sua
segurança depende de armazenamento adequado, da técnica de uso e da utilização em todas as
relações sexuais.
O preservativo feminino é um tubo de poliuretano com uma extremidade fechada e a outra aberta,
acoplado a dois anéis flexíveis também de poliuretano. O primeiro, que fica solto dentro do tubo, tem
como finalidade ajudar na inserção e na fixação de preservativo no interior da vagina. O segundo
anel constitui o reforço externo do preservativo que, quando corretamente colocado, cobre parte da
vulva. O produto já vem lubrificado e seu uso deve ser feito uma única vez. O poliuretano é mais
resistente do que o látex, por isso pode ser usado com vários tipos de lubrificantes. Forma uma
barreira física entre o pênis e a vagina, servindo de receptáculo ao esperma, impedindo seu contato
com a vagina (BRASIL, 2002).
2.3.2 Diafragma e espermicidas
De acordo com Paulino, Bedin, Paulino (2009), o diafragma é uma capinha de silicone ou látex,
macia e com aro de metal flexível. É introduzida pela própria mulher no interior da vagina antes da
relação sexual. Se colocado corretamente cobre o colo do útero se ajustando entre o púbis e a parede
posterior da vagina impedindo que os espermatozóides entrem no útero. É utilizado em conjunto com
a geléia espermicida. Os espermicidas são produtos em forme de cremes ou óvulos, colocados no
fundo da vagina pela própria mulher antes da relação sexual. Eles possuem substâncias químicas
capazes de matar os espermatozóides.
Existem diafragmas de diferentes tamanhos, sendo necessária a medição por um profissional de
saúde treinado, para definir o tamanho correto a cada mulher. A taxa de falha, nos primeiros 12
meses de uso do método, varia de 2,1%, quando usado correta e consistentemente, a 20%, em uso
habitual. O prazo de validade é de cinco anos. A vida média útil do diafragma é em torno de três
anos, se observadas as recomendações do produto. Não deve ser retirado antes de um período de seis
horas após a última relação sexual (BRASIL, 2002).
2.3.3 Dispositivo Intrauterino (DIU)
66
O DIU é uma pequena peça de plástico em polietileno com uma parte recoberta de cobre em forma
espiral. O cobre dificulta o acesso do espermatozóide ao óvulo através da diminuição de sua
motilidade e também altera as características do muco cervical. Ele deve ser introduzido somente por
um médico ou enfermeira treinados, de preferência no período menstrual, pois o orifício do colo se
encontra mais aberto e para garantir a ausência de uma gravidez (PAULINO; BEDIN; PAULINO,
2009).
Para a Organização Mundial da Saúde, o DIU interfere nas diferentes etapas do processo
reprodutivo que ocorrem previamente à fertilização. O DIU com levonorgestrel causa
supressão dos receptores de estradiol no endométrio, atrofia endometrial e inibição da
passagem do espermatozóide através da cavidade uterina (BRASIL, 2002, P. 101).
2.3.4 Anticoncepcionais Hormonais Orais
Os anticoncepcionais hormonais orais, também denominados pílulas anticoncepcionais são
esteróides utilizados isoladamente ou em associação com a finalidade básica de impedir a concepção
(BRASIL, 2002).
Silva (2006) pontua que os contraceptivos são esteróides semi-sintéticos ou sintéticos, isolados ou
associados, apresentando efeitos potentes sobre a regulação endócrina dos órgãos responsáveis por
controlar a reprodução humana.
Para Goodman (2012), os estrogênios e progestogênios são hormônios endógenos dotados de
numerosas funções fisiológicas. Eles influenciam nas mullheres o desenvolvimento e as interações
relacionadas no controle da ovulação.
Existem vários tipos de pílulas com diferentes combinações de hormônios como progesterona e
estrogênio. Apresentam dosagens altas ou baixas de acordo com a necessidade de cada mulher. É
considerado um método muito seguro para evitar a gravidez. É necessário disciplina e regularidade
no uso para que a eficácia não fique comprometida. As mulheres que estão amamentando geralmente
não utilizam, pois podem reduzir a quantidade de leite materno, mas há a indicação da minipílula que
só contém progestágeno (PAULINO; BEDIN; PAULINO, 2009).
2.3.5 Anticoncepcionais Hormonais Injetáveis
São anticoncepcionais hormonais que possuem progestogênio ou associação de estrogênios e
progestogênios, para administração parenteral, por via intramuscular com doses hormonais de longa
duração. Podem ser mensais, em que deve ser aplicado uma vez por mês ou trimestral, cuja aplicação
é feita a cada três meses (BRASIL, 2002).
Mensal – é a combinação de dois hormônios (progesterona e estradiol). Deve ser aplicada
uma vez por mês, entre o 7º e o 10º dia do ciclo, de preferência no 8º dia, observando-se a
orientação médica.
Trimestral – possui apenas um tipo de hormônio (progesterona). A aplicação deve ser feita a
cada três meses. A primeira dose deve ser aplicada entre o 5º e 7º dia do ciclo. Causa
amenorréia – suspensão da menstruação (PAULINO; BEDIN; PAULINO, 2009, P 248).
67
Segundo Paulino, Bedin, Paulino (2009), este método químico, hormonal, impede a ovulação altera
as características do muco cervical e a motilidade das tubas uterinas o que dificulta a fecundação. A
dosagem de hormônios é alta, o efeito, sendo assim o efeito é mais prolongado no organismo.
2.3.6 Anticoncepção Oral de Emergência
Segundo Brasil (2002), anticoncepção oral de emergência também conhecida como anticoncepção
pós-coital ou pílula do dia seguinte é um uso alternativo da anticoncepção hormonal oral para evitar
uma gravidez após a relação sexual desprotegida em até 72 horas. Atua inibindo ou retardando a
ovulação, interferido na capacitação espermática e possivelmente na maturação do oocito. Não
possui efeito após ter se completado a implantação.
Os comprimidos precisam ser tomados com intervalo de doze horas entre um e outro. No caso de
vômito até duas horas após a administração a dose deverá ser repetida. Quando a primeira é ingerida
nas primeiras 24 horas após relação a eficácia é de 95%, se for ingerido no segundo dia a eficácia é
reduzida para 85% e no terceiro dia para 58%, sendo assim, quanto mais rápido for utilizado, maior
será sua eficácia (PAULINO; BEDIN; PAULINO, 2009).
2.3.7 Método Muco Cervical
O muco cervical no início do período fértil é espesso, claro e em pequena quantidade, fica mais
líquido à medida que se aproxima a ovulação. A ovulação acontece no 14º dia antes da próxima
menstruação, nesse período o muco apresenta aspecto de clara de ovo cru, sendo transparente e
elástico. As relações sexuais devem ser evitadas quando o muco for do tipo clara de ovo (PAULINO;
BEDIN; PAULINO, 2009).
O muco cervical, no início do ciclo, é espesso, grumoso, dificultando a ascensão dos
espermatozóides pelo canal cervical. O muco cervical, sob ação estrogênica, produz, na
vulva, uma sensação de umidade e lubrificação, indicando o tempo da fertilidade, momento
em que os espermatozóides têm maior facilidade de penetração no colo uterino. Nessa fase, o
muco é transparente, elástico, escorregadio e fluido, semelhante à clara de ovo (BRASIL,
2002, P 26).
2.3.8 Método Tabelinha ou Ogino-Knaus
É um método que precisa de controle constante das datas de menstruação, elas devem ser anotadas
em calendário todos os menos, no mínimo durante seis meses para conhecer o ciclo menstrual, a
mulher não deve estar fazendo uso de anticoncepcional hormonal e precisa ter o ciclo menstrual mais
ou menos regular, de 26 a 32 dias (PAULINO; BEDIN; PAULINO, 2009).
Ao saber o número de dias do ciclo menstrual é preciso dividir o período em dias sem risco
de gravidez e dias com risco de gravidez da seguinte forma: a partir do primeiro dia da
menstruação contam-se 8 (oito) dias em que o casal poderá manter relações sexuais sem
risco de gravidez. Após estes dias iniciam-se os próximos 10 (dez) dias em que o casal
deverá evitar o contato sexual, pois são dias férteis, com risco de gravidez. Os dias restantes
do ciclo são dias inférteis, sem risco de gravidez. A eficácia depende do casal e,
especialmente da mulher, na observação dos dias com risco e sem risco e abster-se das
relações nos dias com risco de gravidez ou utilizar-se de um método de barreira (PAULINO;
BEDIN; PAULINO, 2009, P 250, 251).
2.3.9 Temperatura Basal
68
Durante o período fértil a temperatura do corpo feminino aumenta de 0,3 a 0.8 º C, ao verificar e
perceber alterações na temperatura a mulher deve evitar relações sexuais. A mulher precisa medir a
temperatura com termômetro na boca, vagina ou ânus de preferência, deve ser feito todos os dias
após acordar, antes de levantar-se, falar ou ingerir alimentos (PAULINO; BEDIN; PAULINO,
2009).
Brasil (2002), diz que antes da ovulação, a temperatura basal corporal permanece em um nível baixo,
após a ovulação, ela tem uma pequena ovulação (alguns décimos de grau centígrado), mantendo esse
nível até a próxima menstruação. A elevação da temperatura resulta do aumento dos níveis de
progesterona, que tem um efeito termogênico. Portanto, o método permite, por meio da mensuração
diária da temperatura basal, a determinação da fase infértil pós-ovulatória.
2.3.10 Coito Interrompido
De acordo com Brasil (2002), o coito interrompido é uma prática muito utilizada, porém não é
recomendada como único método anticoncepcional, pois consiste na retirada do pênis antes da
ejaculação, isto exige um autocontrole por parte do homem.
Este método não é indicado principalmente na adolescência, pois exige aprendizagem no
autocontrole da ejaculação. Os homens consideram como uma maneira de atuarem na prevenção da
gravidez (PAULINO; BEDIN; PAULINO, 2009).
2.3.11 Laqueadura ou Ligadura das Tubas Uterinas
Consiste em uma cirurgia realizada nas tubas uterinas que impede que o óvulo passe por elas e
encontre o espermatozóide no útero, a incisão é periumbilical com recuperação rápida. Não há
alteração da menstruação após a cirurgia. Não é recomendado para mulheres jovens e que ainda
desejam ter filhos, é mais indicado em casos que a mulher corre risco de vida se engravidar
(PAULINO; BEDIN; PAULINO, 2009).
2.3.12 Vasectomia
Consiste em uma pequena cirurgia realizada nos canais deferentes cujo objetivo é impedir que os
espermatozóides que são produzidos nos testículos saiam com o líquido no momento da ejaculação.
Este método causa infertilidade no homem por conta da ausência de espermatozóides no sêmen, eles
continuam a ser produzidos, mas são reabsorvidos pelo organismo. Para ter certeza que o homem não
está mais fértil é preciso realizar o espermograma, pois ainda pode haver espermatozóides que ficam
armazenados nas vesículas seminais e a mulher precisar usar algum método contraceptivo até que o
exame constate a segurança para evitar a gravidez (PAULINO; BEDIN; PAULINO, 2009).
2.4 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NO PLANEJAMENTO FAMILIAR
De acordo com Smeltzer, et al (2011), a educação em saúde proporciona uma base sólida para o
bem-estar individual e da comunidade. O ensino é uma ferramenta integrante que todos os
enfermeiros usam para ajudar as pessoas e as famílias a desenvolver comportamentos de saúde
efetivos e a modificar padrões de hábitos de vida que predispõem a riscos de saúde. A educação em
saúde é um elemento influenciador diretamente relacionado com os resultados positivos dos cuidados
a pessoas.
69
A atuação do enfermeiro na assistência à anticoncepção compreende necessariamente três tipos de
atividades:
 Atividades educativas
Segundo Brasil (2002), as atividades educativas devem ser desenvolvidas com o intuito de
estabelecer à clientela os conhecimentos que são precisos para a escolha e posterior utilização do
método anticoncepcional mais adequado, como também propiciar o questionamento e reflexão a
respeito de temas relacionados com a prática da anticoncepção, inclusive a sexualidade. As ações
educativas precisam ser preferencialmente feitas em grupo, antecedendo a primeira consulta, e
devem ser sempre reforçadas pela ação educativa individual. Existem diversas metodologias de
trabalho de grupo, visto que cada serviço deve utilizar a que melhor se enquadre às suas
disponibilidades de pessoal, de tempo e de espaço, bem como às características e necessidades do
grupo em questão. Seja qual for a metodologia utilizada, é de grande importância que as práticas
educativas tenham um caráter participativo, permitindo a troca de informações e experiências
baseadas na vivência de cada pessoa do grupo. A linguagem empregada pelo profissional de saúde
deve ser sempre acessível, simples e precisa.

Aconselhamento
O aconselhamento é compreendido como um "processo de escuta ativa individualizado e centrado no
indivíduo. Implica a capacidade de proporcionar uma relação de confiança entre os interlocutores
tendo em vista o resgate dos recursos internos do indivíduo para que ele possua possibilidade de
reconhecer-se como sujeito de sua própria saúde e transformação" (CN DST/AIDS, apud BRASIL,
2002).

Atividades clínicas
Essas atividades devem ser desenvolvidas de maneira integrada, tendo-se sempre em vista que toda
visita ao serviço de saúde é uma oportunidade para a realização de ações educativas que não devem
se restringir apenas às atividades referentes à anticoncepção, no enfoque da dupla proteção, mas sim,
envolver todos os aspectos da saúde integral da mulher. Também é importante promover a interação
dos membros da equipe de saúde, de forma que permita a participação dos vários elementos, nessas
atividades, segundo o nível de responsabilidade requerido em cada situação (BRASIL, 2002).
3 METODOLOGIA
Os trabalhos de pesquisa podem ser classificados como: explicativa, descritiva e exploratória, sendo
que, na elaboração deste utilizaremos das pesquisas exploratória e descritiva.
De acordo com Gil (2007, p. 41):
A pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema, com visitas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipótese. Pode-se dizer que
estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou as descobertas de
instituições. Seu planejamento é, portanto bastante flexível, de modo que possibilite a
consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado.
Ainda, segundo o autor:
70
A pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a descrição das características de
determinadas populações ou fenômenos ou, então, o estabelecimento de relações entre
variáveis. Uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas
padronizadas de coletas de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. São
as mais solicitadas por instituições educacionais, empresas comerciais, partidos políticos e
etc.
Segundo Ferrão (2008, p. 75) “a pesquisa exploratória é o primeiro passo do trabalho científico.
Geralmente é a bibliográfica, pois avalia-se a possibilidade de desenvolver uma pesquisa sobre
determinado assunto”.
Para Vergara (2000, p.47):
A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado
fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não
tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal
explicação.
A técnica utilizada para coleta de dados é a pesquisa bibliográfica.
Por pesquisa bibliográfica entende-se como levantamento realizado em bibliotecas públicas,
universitárias, virtuais e tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição científica
que se realizaram sobre determinado assunto ou fenômeno (OLIVEIRA, 1999, p. 119).
Conforme Gil (2007, p. 44, 46):
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido
algum tipo de trabalho dessa natureza. Há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir
de fontes bibliográficas. Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como
pesquisas bibliográficas. Já a pesquisa documental assemelha-se muito a pesquisa
bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a
pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores
sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não recebem
ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os
objetivos da pesquisa.
Portanto, este tipo de pesquisa proporciona inúmeras vantagens, sendo considerada fonte riquíssima
e estável de dados.
Para a coleta de dados utilizamos a fonte secundária.
Segundo Andrade (2001, p. 43):
Fontes secundárias referem-se a determinadas fontes primárias, isto é, são constituídas pela
literatura originada de determinadas fontes primárias e constitui-se em fontes das pesquisas
bibliográficas, são as obras nas quais as informações já foram elaboradas (livros, apostilas,
teses, monografias, etc.).
A amostra abrange o enfermeiro como orientador e coordenador do programa do planejamento
familiar, para que este seja passado para jovens, adolescentes e casais de todas as idades.
71
Os instrumentos de coletas de dados utilizados no trabalho compreendem: artigos, publicações em
sites e livros.
4 CONCLUSÃO
Diante dos fatos mencionados fica evidente que existe uma ampla variedade de métodos
contraceptivos eficazes para evitar uma gravidez indesejada. O planejamento familiar é essencial até
mesmo para prevenir gravidez de alto risco, proporcionar um intervalo maior entre os partos, evitar
abortos e mortalidade materna. O profissional enfermeiro tem a necessidade de orientar a população
sobre esses métodos inserindo-os no programa de planejamento familiar, realizando a educação em
saúde na mulher e também no homem. Deve-se proporcionar uma assistência de enfermagem segura
com todas as informações pertinentes e esclarecimento de dúvidas.
A capacitação da equipe é algo essencial para a qualidade do atendimento prestado. O programa deve
possuir profissionais treinados e capacitados para elaboração de estratégias no que tange ao exercício
da sexualidade com ações preventivas para que os indivíduos optem pela prevenção com consciência
e responsabilidade. Assim teremos gestações planejadas e famílias mais estruturadas com maior
qualidade de vida.
5 REFERÊNCIAS
ANDRADE, Maria Margarida. Introdução a metodologia do trabalho científico. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2001.
BRASIL, Decreto-lei nº. 9.263, de 12 janeiro de 1996. Diário oficial [da] República Federativa do
Brasil, Brasília,12 de janeiro de 1996. Seção 1, p. 1.
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. Brasília,
2009.
______, _______. Série A. Normas e Manuais Técnicos nº 40: Assistência em Planejamento
Familiar. 4 ed. Brasília, 2002.
CERVO, Amada Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica. 5 ed. São Paulo: Prentice
Hall, 2002.
FERRÃO, Romário Gava. Metodologia Científica para iniciantes em pesquisa, 3. ed. Vitória:
Incaper, 2008.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
GOODMAN, L.S.; GILMAN, A. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 12 ed. Rio de Janeiro:
Artmed, 2012.
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia: projetos de pesquisa, TGI, TCC.
Monografias, Dissertações e Teses. São Paulo: Pioneira, 1999.
72
PAULINO, Ivan; BEDIN, Lívia Perassol; PAULINO, Lívia Valle. Estratégia Saúde da Família.
São Paulo: Ícone, 2009.
SILVA, Penildon; Farmacologia. 7 Ed. Rio de Janeiro: Guanabara koogan.
2006.
SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G.; HINKLE, Janice L.; CHEEVER, Kerry H.
BRUNNER E SUDDARTH: Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica, 12 ed. Rio de Janeiro,
SP: Guanabara Koogan, 2011. v. 1.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2000.
73
A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE NA CASUÍSTICA DE
CÂNCER DE MAMA¹
Juliane Rocha de Oliveira²
Rayanne Souza Oliveira²
RESUMO
O câncer de mama é de grande incidência sendo o responsável por um grande número de mortes
entre mulheres brasileiras. É um assunto recorrente nas mídias e entre especialistas, além de ser o
mais temido entre as mulheres por afetar o psicológico, a sexualidade, e modificar a autoimagem. A
doença tem como alvo mulheres de idade avançada e com histórico familiar ou mutação genética e
são as principais causas, para que uma mulher saudável possa desenvolver a doença. É de extrema
importância o diagnóstico precoce e o acompanhamento do cliente em todo o processo. O trabalho
retrata a importância do diagnostico precoce na casuística de câncer de mama, desmistifica a
mamografia, lista os fatores de risco para o câncer de mama, ressalta a prevenção secundaria, por
meio do diagnostico precoce e seus benefícios. Trata-se de uma pesquisa com o tema saúde da
mulher, por referências bibliográficas, exploratória, com abordagem qualitativa, com coleta de dados
secundários, direcionada a mulheres com câncer de mama que são precocemente diagnosticadas.
Conclui-se que o diagnostico precoce é possível e essencial para que a cliente tenha maior chance de
cura, menos danos físicos e psicológicos.
PALAVRAS-CHAVES: Câncer de mama. Diagnostico precoce. Diagnostico.
ABSTRACT
Breast cancer is a high incidence being responsible for a large number of deaths am ong Brazilian
women. It is a recurring them in the media and among experts as well as being the most feared am
ong women to affect the psychological, sexuality, and modifies the self-image. The disease is
targeting eldery women with a family history or genetic mutation, are the main causes for a healthy
woman can develop the disease. It is extremely important to early diagnosis and the client
monitoring throughout the process. The work aims to portray the importance of early diagnosis in
breast cancer study, and specifc. Demystifies mammografy, lists the risk factors for breast cancer,
and emphasizes the secondary prevention through early diagnosis and its benefits. This is a survey of
the subject women’s health, for a bibliographical, exploratory references with a qualitative approach,
with secondary data collection, targeted to women with breast cancer who are diagnosed early.
However it is concluded that early diagnosis is possible and essential for the costumer to have a
greater chance of cure, less physical and psychological harm.
KEYWORDS: Breast cancer. Early diagnosis. Diagnosis.
_______________
¹ Artigo de Iniciação Científica.
² Acadêmicos do 5º Período do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Capixaba de Nova Venécia – MULTIVIX-Nova Venécia.
74
1 . INTRODUÇÃO
O câncer de mama é de grande incidência sendo o responsável por um grande numero de mortes
entre mulheres brasileiras. É um assunto recorrente nas mídias e entre especialistas, além de ser o
mais temido entre as mulheres por afetar o psicológico, a sexualidade, e modificar a auto imagem.
A doença tem como alvo as mulheres de idade avançada e com histórico familiar, ou mutação
genética, são as principais causas para que uma mulher saudável possa desenvolver a doença. È de
extrema importância o diagnóstico precoce e o acompanhamento do cliente em todo o processo.
Segundo Campos (2009 p. 642)
“A prevenção secundária opera com dois tipos de povos/ indivíduos/ população: ¹ Os
indivíduos sadios potencialmente em risco, para identificar precocemente, doentes sem
sintomas e ² com doentes ou acidentados com diagnostico firmados, para que se curem e na
impossibilidade que se mantenha funcionalmente sadios, evitando assim complicações e
morte prematura.A prevenção secundaria com indivíduos doentes se faz por meio de praticas
clinicas preventivas e praticas educativas, para adoção ou mudanças de comportamentosalimentares, atividades físicas e outras.”
Dentro do tema saúde da mulher, o diagnóstico precoce do câncer de mama torna-se um
determinante no decorrer da doença. Com isso, mulheres que se enquadram no grupo de risco, devem
se ater a importância do autoexame e no acompanhamento médico, mesmo saudável, para se caso,
houver alguma alteração, tanto visível ou palpável quanto diagnosticada através de exames clínicos
(mamografia), que seja em um período mais breve possível do inicio da doença. Nosso trabalho se
justifica pelo interesse no diagnóstico precoce do câncer da mama.
A pesquisa visa ressaltar e identificar a importância do diagnóstico precoce na casuística de câncer
de mama.Temos como objetivo geral retratar a importância do diagnóstico precoce na casuística de
Câncer de mama, mediante uma metodologia exploratória e descritiva,com coleta de dados
secundários, por referências bibliográficas.
2 . REFERENCIAL TEÓRICO
O câncer de mama é uma doença degenerativa resultante do acumulo de lesões num material
genético das células, oque induz o processo de crescimento, reprodução e dispersão à normal dos
mesmos ( PIATO, 2004).
2.1 O CÂNCER DE MAMA
Segundo José de Felippe Junior (2007), O câncer é a segunda grande causa de morte nos países
economicamente estáveis, como Estados Unidos da América e grande parte da Europa. Fatores
carcinogênicos internos e externos, físicos e biológicos têm sido incriminados como agentes causais.
Entretanto, como em toda doença de fisiopatologia e fisiopatogênia não completamente conhecida,
os cientistas estão à procura de parâmetros mais concretos que possam explicar não somente a
doença em si, mas também os possíveis fatores de prevenção e tratamento.
75
2.2 FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE MAMA
Segundo (BRUNNER; SUDDARTH, 2008):





Sexo feminino
Idade crescente
História pessoal de câncer de mama
História familiar de câncer de mama
Mutações genéticas (as mutações BRCA-1 e BRCA-2 são responsáveis pela maioria dos
casos de câncer de mama herdado)
 Fatores hormonais
Menarca precoce
Menopausa tardia
Nuliparidaden
Primeiro filho depois de 30 anos de idade
Terapia hormonal (TH)
 Exposição á radiação ionizante durante a adolescência e na fase inicial da vida adulta
 Historia de doença proliferativa benigna da mama
 Obesidade
 Dieta hiperlipídica (controversa)
 Ingestão de álcool
2.3 O CÂNCER DE MAMA NO BRASIL
Segundo INCA, (2014) para o Brasil, em 2014, são esperados 57.120 casos novos de câncer de
mama, com um risco estimado de 56,09 casos a cada 100 mil mulheres.
2.4 O DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE MAMA
Segundo Brunner & Suddart (2008) um exame clinico da mama feminina pode ser feito durante um
exame físico geral ou ginecológico ou sempre que a paciente relatar uma anormalidade. O exame
começa com uma inspeção, as mamas são palpadas de forma incluir as áreas axilar e clavicular, um
médico deve avaliar mais detidamente quaisquer anormalidades detectadas durante a inspeção e
palpação.
Os exames existentes para o diagnóstico são: Mamografia, Galactografia, Ultrassonografia,
Ressonância Magnética.
Procedimentos para analise tecidual: Biópsia Percutânea, Aspiração por agulha fina, Biópsia de
núcleo por agulha, Biópsia estereotaxica, Biópsia de núcleo orientada por ultrassom, Biópsia de
núcleo orientada por RM e Biópsia Cirúrgica.
Tipos de Biópsia Cirúrgica da mama: Biópsia Excisional, Biópsia Incisional, Localização com
agulha-guia
2.5 A IMPORTANCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCE
É importante lembrar que, quanto mais precocemente for diagnosticado o câncer de mama, melhor
será o prognóstico e mais longa a sobrevida do paciente.
76
Segundo o INCA (2014), as formas mais eficazes para o diagnostico precoce do câncer de mama são
o exame clínico das mamas (ECM) e a mamografia, as ações de controle do câncer de mama tem
como principal objetivo a detecção precoce de alterações que podem sugerir ou constituir uma
neoplasia.
O Exame Clínico das Mamas Quando realizado por um médico ou enfermeira treinados, pode
detectar tumor de até 1 centímetro, se superficial. O Exame Clínico das Mamas deve ser realizado
conforme as recomendações técnicas do Consenso para o Controle do Câncer de Mama.
A mamografia é a radiografia da mama que permite a detecção precoce do câncer, por ser capaz de
mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (de milímetros). Estudos sobre a efetividade da
mamografia sempre utilizam o exame clínico como exame adicional, o que torna difícil distinguir a
sensibilidade do método como estratégia isolada de rastreamento.
A recomendação é que o exame das mamas pela própria mulher o autoexame das mamas (AEM) faça
parte das ações de educação para a saúde que contemplem o conhecimento do próprio corpo. As
evidências científicas sugerem que o autoexame das mamas não é eficiente para o rastreamento e não
contribui para a redução da mortalidade por câncer de mama. Portanto, o exame das mamas realizado
pela própria mulher não substitui o exame físico realizado por profissional de saúde (médico ou
enfermeiro) qualificado para essa atividade.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos fatos apresentados faz-se necessário detectar precocemente o câncer de mama, visto que,
garantirá a paciente um tratamento mais eficaz, diminuindo os agravos causados por ele.
O auto exame deve fazer parte da educação da mulher pois mesmo sendo um método adicional,
através dele qualquer nódulo suspeito levará a paciente a um enfermeiro ou médico que irão analisálo e se necessário encaminhar para exames com maior precisão como mamografia ou
ultrassonografia das mamas.
Fundamenta-se a importância do apoio familiar e de uma equipe multidimensional para atender à
cliente, que neste momento, torna-se frágil e passará por várias mudanças no decorrer do tratamento.
É de extrema importância desmistificar o câncer de mama garantindo uma conscientização
populacional, principalmente àquelas que fazem parte do grupo de risco.
4. REFERÊNCIAS
ANDRADE, Maria Margarida. Introdução a metodologia do trabalho científico. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2001.
CAMPOS, Gastão Wagner De Souza. Tratado de Saúde de Coletiva. 2 ed.São Paulo- Rio de
Janeiro: Hucitec /Fiocruz, 2009.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia cientifica. 5 ed.
São Paulo: Prentice Hall, 2002.
INTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, José Alencar Gomes da Silva. Detecção precoce do câncer
de mama. [s.d]
77
Disponível em:<http://www.inca.gov.br/cont eudo_view.asp?id=1932>.
Acesso em: 22 out. 2014.
JUNIOR, José de Fellipe, Câncer De Mama. [s.l.], [s.ed.], 2007.
MINISTÉRIO DA SAÚDE; Instituto Nacional De Câncer José Alencar Gomes Da Silva. Estimativa
2014: Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro,RJ.[s.ed.]. 2014
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia: projetos de pesquisa, TGI, TCC.
Monografias, Dissertações e Teses. São Paulo: Pioneira, 1999.
SMELTZER, Suzane C.; BARE, Brenda G.; Hinkle, Janice L.; CHEEVER, Kerry H. Brunner &
Suddarth: Tratado de Enfermagem Médico- Cirúrgica. 11 ed. v. 2. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan.2008.
VERGARA Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2000.
78
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PARA O CLIENTE TERMINAL¹
Juliana Bichi Wutke²
Simoni Araujo Souza²
RESUMO
O trabalho ressalta a importância do direito aos cuidados paliativos e a compaixão que é fundamental
quando se limita a possibilidade terapêutica de hospitalização prolongada. A pessoa enferma é
merecedora de todo valor e respeito humano, pois possui uma história de vida e é quem está sendo
diretamente afetada tanto pela doença como pela ação terapêutica dos profissionais de saúde, por isso
é de extrema necessidade a humanização nos cuidados com o cliente terminal. A pesquisa ressalta a
importância da assistência de enfermagem para o paciente, e identifica o significado de cuidado
paliativo, atribuído pelo enfermeiro, frente ao paciente em fase terminal, identifica fatores que
facilitam a implementação do cuidado humanizado, relaciona a comunicação como uma das medidas
eficazes na relação enfermeiro / paciente terminal, considera técnicas que proporciona conforto aos
pacientes e reconhece os direitos legais do paciente em fase terminal, que devem ser respeitados pela
equipe de enfermagem, para favorecer um processo de morte com dignidade. Compreende que é uma
pesquisa com o tema Saúde do Adulto, por referências bibliográficas, exploratória, com abordagem
qualitativa, com coleta de dados secundários, direcionada a todos os clientes terminais. O trabalho
conclui que o posicionamento do enfermeiro frente ao paciente terminal e importante, para
valorização, da implementação, dos cuidados paliativos e reconhecimento nos benefícios da
qualidade de assistência do cliente, que proporciona maior integração entre os membros da equipe de
saúde, paciente e seus familiares.
PALAVRAS-CHAVES: Cliente terminal. Assistência de Enfermagem. Cuidado.
ABSTRACT
The work highlights the importance of the right to palliative care and compassion that is key when
it limits the therapeutic possibility of prolonged hospitalization. The sick person is worthy of all
value and human respect, because it has a life story and is who is being directly affected by both the
disease and by the therapeutic action of health professionals, so it is of utmost necessity
humanization in the care of the terminal customer . The survey highlights the importance of nursing
care for the patient, and identifies the meaning of palliative care, attributed by nurses across the
terminally ill patient, theoretical measures to ensure that the nursing professional may be able to
knowledge concerning , technical competence, cultural and psychological, in order to deal with
patients in the final stages of life, identifies factors that facilitate the implementation of humanized
care related communication as one of the effective measures in the nurse / patient terminal, considers
techniques that provides comfort to patients and recognizes the patient's legal rights in the terminal
phase, which should be respected by the nursing staff, to promote a process of death with dignity.
_________
¹ Artigo de iniciação cientifica.
² Acadêmicas do 5º Período do Curso de Graduação de Enfermagem da Faculdade Capixaba de Nova Venécia – MULTIVIX – Nova Venécia.
79
.
Understands that it is a survey of the Adult Health theme, bibliographical, exploratory references
with a qualitative approach, with secondary data collection, targeted to all client terminals. The paper
concludes that the attitude of nurses freight terminal patient and important for recovery of the
implementation of palliative care and recognition in the benefits of customer care quality that
provides greater integration between members of the healthcare team, patients and their families
KEYWORDS: Client terminal. Nursing assistance. Care.
1 INTRODUÇÃO
Dentro do tema, Saúde do Adulto, o direito aos cuidados paliativos e a compaixão é fundamental
quando se limita a possibilidade terapêutica de hospitalização prolongada. A pessoa enferma é
merecedora de todo valor e respeito, pois possui uma história de vida e é quem está sendo
diretamente afetada tanto pela doença como pela ação terapêutica dos profissionais de saúde, por isso
é de extrema necessidade a humanização nos cuidados com o cliente terminal.
A Bioética é a parte da filosofia que se dedica a estudar a moral e as obrigações individuais, e tem
como objetivo preservar a dignidade humana e uma assistência ao cuidado humanizado.
È clara a necessidade de haver uma relação na aplicabilidade desses cuidados de saúde atualmente
nos hospitais e clínicas, principalmente com os clientes terminais, proporcionando além dos cuidados
paliativos, conforto físico e mental. Cuidar do paciente como um todo, respeitando seus valores,
crenças, esperança, aspectos culturais e preocupações de cada um.
A eficácia da humanização para o cuidado do cliente terminal, requer responsabilidade da equipe de
enfermagem que se estende para além das intervenções tecnológicas e farmacológicas focalizadas no
paciente, incluindo avaliação de necessidades dos familiares, bem como preservação da integridade
do próprio ser humano.
A pesquisa se justifica pela necessidade de avaliar a assistência de enfermagem com o cliente
terminal, assim como é realizada, se existe além do cuidado paliativo, o conforto físico e mental,
ações como: ouvir, dar atenção, envolver-se, compartilhar e manter o bom humor , ou seja mostrar
para esse individuo que ele é importante, pois o paciente em estado terminal muita das vezes
apresenta–se triste , angustiado ,deprimido e com perda da motivação.
A pesquisa identifica a importância do cuidado para o cliente terminal, ressalta a importância da
assistência de enfermagem para o paciente terminal, identifica o significado de cuidado paliativo,
atribuído pelo enfermeiro, frente a fase terminal; identifica os fatores que facilitam a implementação
do cuidado humanizado; relaciona a comunicação como uma das medidas eficazes na relação
enfermeiro / paciente terminal; considera as técnicas que proporcionam conforto aos pacientes em
fase final da vida e reconhece os direitos legais do paciente em fase terminal, que devem ser
respeitados pela equipe de enfermagem, para favorecer um processo de morte com dignidade.
80
A importância da assistência de enfermagem para o cliente terminal é fundamental, pois, e através
desta, que os cuidados paliativos são prestados, para promover uma melhor qualidade na fase final da
vida do paciente.
2 REFERENCIAL TEORICO
2.1 O CLIENTE TERMINAL
A morte e o destino inevitável de todo ser vivo, mesmo não estando pensando nela caminhamos em
sua direção desde o principio da vida, todos planejam um final de vida tranquilo e sem sofrimento,
mas, o fim de vida de algumas pessoas pode ser marcado pela dor, falta de comprometimento ético,
de cuidados e dentre outros fatores.
Para Kovács (2014) o desenvolvimento técnico na área da saúde desenvolve um ambiente desumano,
deixando a dignidade em segundo plano, afastando a perda da autonomia e da consciência não
considerando os limites de tratamento que podem levar ao temor e ao sofrimento suportado na
unidade de terapia intensiva.
Para Kipper (1999) cliente terminal é uma condição irrecuperável, independentemente de ser tratado
ou não, sendo assim apresentando uma alta probabilidade de morrer num período relativamente curto
de tempo. No momento em que a confirmação que se esgotaram os recursos de cura para o paciente e
este se encaminha para os momentos finais da vida, não significa que não há mais nada que possa ser
oferecido ao um cliente terminal.
De acordo com Gutierrez (2001) abre-se um leque de condutas que podem ser oferecidas ao paciente
terminal como: alivio da dor; diminuição do desconforto e principalmente reconhecer, ouvir e
sustentar seus desejos, permitindo-lhe chegar ao momento da morte vivo, não antecipando
(eutanásia/ suicídio assistido) e nem permitindo o abandono e o isolamento.
Os clientes terminais necessitam de cuidados especiais denominados cuidados paliativos que
requerem da enfermagem conhecimento especifico sobre, manejo da dor, administração de
analgésicos, sintomas clínicos comuns na fase final da vida de muitas patologias, comunicação com
o cliente, assistência ao sofrimento psicológico e emocional. O uso destes cuidados no ambiente
hospitalar e muito falho, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2013) atualmente uma
em cada dez clientes terminais que necessitam desses cuidados recebe, sendo que cada ano no mundo
mais de 20 milhões de pessoas carece destes cuidados no fim da vida, o autor também ressalta que
somente 20 países possuem sistema adequado para esse tipo de tratamento, o Brasil não consta na
lista. Os cuidados paliativos são cada vez mais necessários já que a população mundial esta
envelhecendo, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2009) mostra que o
Brasil envelhece rapidamente e grande parte da população atual ira alcançar a velhice, estima-se que
o Brasil ocupara o sexto lugar em 2020 considerando a população idosa.
2.2 O CUIDADO HUMANIZADO
Humanização é um processo que deve envolver todos os membros de uma equipe. Segundo Souza
(2004), a responsabilidade da equipe de enfermagem se estende para além das intervenções
tecnológicas e farmacológicas focalizadas no paciente, incluindo avaliação de necessidades dos
familiares, bem como preservação da integridade do próprio cliente como ser humano.
81
Por sua vez, Swearingen e Keen (2005) diz que o apoio psicossocial a pacientes e acompanhantes é
um componente integral de qualquer plano ou mapa de cuidados fundamentado em princípios
holísticos segundo os quais o corpo, a mente e o espírito operam em concordância.
Na maioria dos casos, os pacientes internados são dependentes e se sentem impotentes com a falta de
autonomia e controle de si mesmos. A doença grave e o medo de morrer também separam o paciente
de sua família. É necessário o envolvimento imediato com estranhos, além de relações íntimas
dependentes. Isso significa que de uma hora para outra o cliente pode estar completamente exposto e
dependendo de pessoas que nunca viu. Há ações que não podem ser substituídas por tecnologias, tais
como: ouvir, dar atenção, envolver –se, compartilhar e manter o bom humor. Calor humano, amor e
atenção compreensiva estão entre os elementos essenciais em qualquer processo de recuperação
(SOUZA,2004).
Souza (2004) também declara que humanizar significa cuidar do paciente como um todo, o que, por
um lado, pressupõe incorporação de valores, esperanças, aspectos culturais e preocupações de cada
um. Esse conjunto de medidas engloba o ambiente físico, o cuidado prestado aos pacientes e seus
familiares e , por fim as próprias relações entre os membros da equipe de saúde.
Os profissionais de saúde devem buscar um entendimento claro sobre as questões éticas para
assegurar que os cuidados que praticam são moral e legalmente aceitáveis e se encaixam dentro dos
princípios básicos utilizados na ética da saúde. Swearingen & Keen (2005) fazem algumas
considerações sobre ética no cuidado crítico – tema que envolve debate intenso e rigoroso e relaciona
quatro princípios, a seguir:

Respeito à autonomia ( reconhecer que o paciente tem direito de tomar decisões sobre si
mesmo).
 Não- maleficência ( não causar danos ao paciente );
 Beneficiência (ajudar o paciente, seja através de procedimentos, ou conforto físico e até
consolo emocional.
 Justiça (tratar o paciente igualmente).
O cuidado humanizado deve existir em todas as áreas da enfermagem, mas principalmente no
cuidado com o cliente terminal, pois muitos profissionais de enfermagem acham que porque o
paciente está morrendo, ele não precisa de conforto, de banho e até mesmo de cuidado, provocando
grande revolta nos familiares do cliente.
Assim, insiste-se que o enfermeiro e sua equipe devem ter e se utilizar de conhecimentos para além
dos saberes da biologia e da tecnologia, mas quando alguém está em risco de morrer ou muito
doente, muitas vezes sem se comunicar verbalmente, o cuidado de que se trata aqui exige dos
profissionais a ampliação de conhecimentos práticos e teóricos na tentativa de aliviar o sofrimento
dos clientes, de seus familiares e dos profissionais (FIGUEIREDO,CARVALHO 1999).
Cabe a cada enfermeiro o papel de querer mudar o seu atendimento de desumanização, para um
atendimento com qualidade , humanizado respeitando o direito do cliente, oferecendo a este um
maior conforto, apoio emocional e acima de tudo respeito com esse cliente e sua família.
2.3 MEDICINA COMPLEMENTAR PARA CLIENTES TERMINAIS
Segundo Lavery (1997) cada vez mais, uma visão integrada e multidimensional começa a fazer parte
de todas as áreas do saber humano, assim como as práticas complementares que derivam dessa
abordagem.
82
Diferentes técnicas são classificadas como práticas complementares. A maioria delas tem em comum
o tratamento natural, a ênfase na prevenção, uso de hologramas e a abordagem holística com
finalidade de promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças.
No pensar de BRASIL (2009) as práticas complementares visam á restauração do bem-estar e do
equilíbrio dinâmico, auxiliando o organismo no processo de autocura e não somente no tratamento
sintomático.
A medicina convencional lida diretamente com componentes químicos e estruturais do corpo e a
medicina vibracional com as substancias e energias sutis que intervêm na química e na estrutura do
corpo físico. Assim, quando o organismo está enfraquecido ou desequilibrado, oscila numa
frequência diferente e menos harmoniosa, que se reflete no estado geral do equilíbrio energético
celular. Se não for possível ao indivíduo reequilibrar-se ou elevar seu padrão energético, faz-se
necessária a entrada de uma frequência específica que promova equilíbrio (GOSWAMI, 2006).
Faz parte das práticas complementares uma diversidade de técnicas de cuidado com a saúde como
acupuntura, fitoterapia, massagens, meditação, musicoterapia, relaxamento e toque terapêutico.
A seguir é apresentada uma breve descrição das práticas complementares mais comumente usadas na
assistência de enfermagem, extraídas do Dicionário de Medicina Natural e da Enciclopédia Familiar
da Saúde – guia completo das medicinas alternativas.
Acupuntura
A acupuntura é uma técnica terapêutica milenar que utiliza o método de estimulação de pontos
cutâneos com o uso de agulhas especiais.
Segundo a acupuntura, nosso organismo é percorrido por uma rede de canais pelos quais circula a
energia. A Medicina Tradicional Chinesa considera o corpo o produto do equilíbrio entre duas forças
naturais e opostas, mas complementares: a força feminina, yin , e a força masculina, yang.
A doença e dores advêm do desequilíbrio entre essas duas forças, que o estímulo dos pontos ao longo
dos meridianos visa restaurar.
Fitoterapia
É o termo que descreve os tratamentos feitos com produtos vegetais. A fitoterapia aproveita os
recursos curativos das plantas medicinais, que são as precursoras da medicina moderna e foram
utilizadas por todos os povos em todas as épocas.
A fitoterapia chinesa faz parte da Medicina Tradicional Chinesa e, juntamente com acupuntura,
constitui o cerne do tratamento médico chinês.
A fitoterapia tem como objetivo lutar contra a doença, desintoxicar, apoiar o sistema imunológico e
manter o equilíbrio.
Meditação
83
A meditação é praticada há milhares de anos na Índia e em quase toda a Àsia como um meio de
atingir uma fase de esclarecimento espiritual. É uma via de libertação das tensões, preocupações, um
modo de alcançar, sem drogas, um estado de tranquilidade que refresca a mente e descontrai o corpo.
Utiliza a concentração para controlar os pensamentos e acalmar e desacelerar o corpo.
Existem várias técnicas de meditação. Muitas delas colocam o foco na respiração e podem aliar
mantras ou música.
A música como recurso integrativo
A Intervenção Musical Integrativa (IMI) é todo fazer musical em qualquer modalidade, tanto no
ambiente hospitalar como em instituições de saúde ou sociais, orientando profissionalmente (por
enfermeiros, psicólogos e outros profissionais habilitados), que tenha como objetivo alcançar um
resultado terapêutico, que pode variar do simples bem-estar até resposta especificas.
Tem sido concebida no fazer em Enfermagem como a utilização criteriosa da musica como recurso
complementar ao ser humano, em todas as fases do ciclo vital, com objetivo de restauração do
equilíbrio e do bem estar possível, além de favorecer a comunicação e, em muitos casos, a ampliação
da consciência individual no processo saúde doença (LEÃO,2009).
Toque Terapêutico
Método reelaborado da antiga prática de imposição das mãos, desenvolvida nos Estados Unidos na
década de 1970, pela enfermeira Dolores Krieger e pela terapeuta Dora Kunz.
O Toque Terapêutico consiste na imposição das mãos com intuito de harmonizar o campo energético
humano. Em estado de saúde, a energia flui livremente dentro, através e fora do organismo de
maneira balanceada. No estado de doença, o fluxo energético está obstruído, desordenado ou
exaurido.
As modalidades apresentadas não esgotam o assunto. Existem diversas outras práticas
complementares, todas tem como objetivo o autocuidado com o cliente visando á qualidade de vida e
ao equilíbrio do corpo e da mente.
No cliente terminal essas práticas complementares tem o objetivo de amenizar as dores, manter
equilíbrio emocional e oferecer apoio a uma morte humanizada.
2.4 O ASPECTO ÉTICO NA ASSISTÊNCIA AO CLIENTE TERMINAL
O estágio terminal do paciente traz problemas especifico de grande importância para ética e bioética,
pois condutas empregadas ou negadas ao cliente terminal incluem não-adoção ou retiradas de
medidas de suporte de vidas, ordens de não reanimar, interrupção de tratamento, distanasia,
ortanasia, eutanásia e mitanasia. A ética tradicional concebida pelo modelo hipocrático ate a metade
do século XX cabia ao cliente obedecer às decisões de uma equipe de saúde que desconsiderava os
valores e as crenças desses pacientes, somente a partir da década de sessenta os códigos de ética
passou a reconhecer o enfermo como um agente autônomo.
De acordo com Stepke (2006) o aspecto ético é uma característica das profissões modernas, sendo
que os princípios essenciais da bioética de promover as expressões e aperfeiçoamento dos valores
que são: autonomia, beneficência, justiça e não-maleficencia.
84
A ética do cuidado com o paciente cliente terminal deve ser avaliar sob a perspectiva do
conhecimento da humanidade acerca das limitações da tecnologia, frente a morte inevitável. O
enfermeiro deve oferecer suporte e bom manuseio da dor como uma proposta inicial para fim de
aliviar o sofrimento.
As doenças ameaçam a autonomia dos pacientes principalmente dos terminais, pois, poucos
conseguem optar por uma opção de tratamento, onde facilita a super- proteção dos familiares e
profissionais de saúde, e importante ressaltar que os direitos e interesses do paciente merece proteção
independente do seu reconhecimento pelo representante legal, para SILVA (1993) os pacientes
terminais tem como prioridade os seguintes direitos:
 Direito a verdade – a decisão de dizer a verdade ao enfermo nunca devera ser feita sem
avaliar os impactos (emocionais, psicológicos e etc), e as consequências.
 Direito ao dialogo – a tendência de isolamento do paciente terminal, resulta num corte na
comunicação num momento onde o apoio e a solidariedade seria extremamente importante,
negar a possibilidade de dialogo nessas situações e desconhecer os fundamentos essencial
humano e obscurecer a dignidade.
 Autonomia e decisão – proporcionar a liberdade ao sujeito de expressar, tomar decisões sobre
fragilidade da patologia, morte, ou seja, tudo aquilo que diz respeito a si mesmo.
 Terapia e Beneficio – com o avanço da tecnologia os aparelhos realizam funções biológicas
extraordinariamente, com o proposito de evitar a morte, cria-se o reconhecimento dos limites
da ciência.
Para Atkinson e Murray (1989) complementa os direitos dos clientes
terminais:
 Direitos de não morrer sozinho;
 Direito de não sentir dores;
 Direito a respostas sinceras a perguntas;
 Direito de não ser enganado;
 Direito de ajudar a família no processo de aceitação da morte;
 Direito de ser tratado como ser humano ate a morte;
 Direito de ser tratado por aqueles que me mantém a esperança;
 Direito de continuar ser atendido pela equipe de saúde, quando o objetivo deixa de ser
cura e passa a ser conforto e atenção;
 Direito de morrer com dignidade;
 Direito de expressar emoções, sentimento ao enfrentamento da morte
A morte põe fim a um ciclo inevitável e necessário a vida, e a mesma possui caráter transdisciplinar
que envolve direitos, enfermagens, medicina, psicologia, fisiologia, bioética, sociologia e dentre
outras que juntas assumem o caráter de complexidade com objetivo de apresentar uma resposta
satisfatória a uma sociedade cada vez mais exigente.
2.5 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO CLIENTE TERMINAL
A enfermagem é uma arte e uma ciência. O paciente é o foco do seu trabalho, ele inclui a pessoa, a
família ou a comunidade.
A American Nurses Association (ANA) define enfermagem como a proteção, promoção e
otimização da saúde e das capacidades dos pacientes, a prevenção de doenças e lesões, o alívio do
sofrimento por meio do diagnóstico e tratamento das reações humanas e a defesa dos cuidados ás
pessoas, famílias, comunidade e populações (ANA,2010). A enfermagem inclui também a promoção
85
da saúde, a prevenção de doenças, e os cuidados de pessoas doentes, incapacitadas ou em estado
terminal.
A assistência de enfermagem inclui cuidados terapêuticos e cuidados farmacológicos, e também
avaliação do comportamento emocional e psicológico do paciente, e em clientes terminais além
desses cuidados temos os cuidados paliativos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cuidados paliativos são uma abordagem que
objetiva a melhoria na qualidade de vida do paciente e seus familiares diante de uma doença que
ameaça a vida, através da prevenção e alívio de sofrimento, através da identificação precoce e
avaliação impecável, tratamento de dor e outros problemas físicos, psicológicos e espirituais
(BRANDÃO,2005).
A agonia pré- morte é o período que precede a morte, podendo durar minutos, horas ou até dias.
A enfermagem é uma profissão que presta cuidados, mas infelizmente muitos profissionais esquecem
desses cuidados com o cliente terminal. A enfermagem deve oferecer a esses pacientes além dos
cuidados terapêuticos, e farmacológicos, devem proporcionar cuidados complementares (acupuntura,
massagem), apoio emocional, apoio psicológico tanto para o paciente como para a família.
Segundo Silva (2003), classifica-se como errônea a suposição de que não há mais nada a se fazer
pelo paciente sem possibilidades de cura, enquanto há vida, existe a necessidade do cuidado de
enfermagem.
A enfermagem deve se preocupar-se com o lado emocional e acima de tudo, agir em prol da
melhoria a qualidade de vida do paciente terminal e de sua família, capacitando-o deste modo, a
acompanhar e suportar a dor e a angústia e resgatar a vida num contexto de morte eminente
(SANTANA,2008).
A assistência de enfermagem ao cliente terminal deve oferecer ao paciente terminal, além do apoio
emocional e psicológico, respeito , ética, segurança proporcional ao paciente autocuidados como
conforto, e carinho nos cuidados, como banho, com mudanças de decúbito para que este não tenha
úlcera de pressão, e se caso já tiver realizar o curativo, realização de massagens também ajuda na
circulação sanguínea desse paciente e realizar movimentos passivos com intuito de evitar atrofias.
Sempre deve-se encorajar esse paciente, ter atitudes positivas, ser sincero e acessível a ele , uma
maneira de ajuda-lo também é manter sua vida afetiva ,manter sua família a ele.
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos, portanto é dever do
profissional de saúde respeitar todo o ciclo vital do indivíduo. Para isso, não basta afirmar a vida,
mas também, encarar a morte como um processo natural, procurando o bem-estar do doente,
ajudando-o a viver intensamente quanto possível até o fim (SANTANA,2008).
2.6 A COMUNICAÇÃO E O CLIENTE TERMINAL
No ambiente de agem comunicação é de estrema importância no cuidado paliativo do paciente
enfermo e sua família, de acordo com Stepke (2006) esses discursos possui diversas variantes porque
proporciona o direito do paciente as fazer sua escolhas, e o enfermeiro transmitir ao cliente terminal,
dados, informações, confrontação de alternativas. É através do dialogo que se constitui uma relação
de atitude, cooperação, sensibilidade, sentimentos que são importantes para relação entre enfermeiro
e pacientes terminais.
86
O dialogo constitui uma dimensão de cuidados paliativos principalmente em casos de doenças
incuráveis, internação de longa duração e dentre outras, pois e por meio dela, que é possível acolher,
reconhecer o paciente terminal. O emprego da comunicação e eficaz num tratamento terapêutico pois
de acordo com Negreni & Rodrigues (2000) tem finalidade de identificar e atender as necessidade de
saúde do enfermo, já para Stefanelli (1993); Atkinson & Murray (1989) o tratamento terapêutico
também contribui para melhorar a pratica de enfermagem, e possibilitar sentimentos de confiança
nos pacientes, permitindo-os se sentir mais seguros e confortáveis
A comunicação entre enfermeiro \ paciente pode ser de maneira verbal (fala) e não verbal (olhar,
gestos, toque, conforto) e tem como uma importância função facilitar a detecção de sintomas e
buscar medidas de alivia-los, conhecer valores, detectar as necessidades do paciente e dentre outras
principalmente nas UTIs onde os pacientes perdem o contato no ambiente familiar e se torna mais
sensível, com embase nisso Stefanelli (1993) afirma que os profissionais de saúde que se preocupam
realmente com o ser humano buscam medidas de desenvolver técnica, habilidades, capacidade de
competência para oferecer uma existência mais digna, compreensiva e solidaria
A comunicação respalda uma estratégia fundamental nas praticas clinicas do enfermeiro direcionada
ao cliente em fase terminal, a mesma de segundo Boltanski (2004) tirou a medicina de um caráter
traumático, foi despejada com muito prestigio em meio os instrumentais químicos e biológicos
potentes, embora apesar de todos os seus efeitos produtivos na relação dos enfermeiros\pacientes
Stefanelli e Carvalho (2012) diz que apesar da importância da comunicação ser preconizada a muito
tempo na enfermagem a competência interpessoal nas interações entre enfermeiros e pacientes ainda
deixa a desejar.
3 METODOLOGIA
Os trabalhos de pesquisa podem ser classificados como: explicativa, descritiva e exploratória, sendo
que, na elaboração deste, utilizamos das pesquisas exploratória e descritiva.
De acordo com Gil (2007, p. 41):
“A pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema, com visitas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipótese. Pode-se dizer que
estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou as descobertas de
instituições. Seu planejamento é, portanto bastante flexível, de modo que possibilite a
consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado.”
Ainda, segundo o autor:
“A pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a descrição das características de
determinadas populações ou fenômenos ou, então, o estabelecimento de relações entre
variáveis. Uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas
padronizadas de coletas de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. São
as mais solicitadas por instituições educacionais, empresas comerciais, partidos políticos e
etc.”
Segundo Ferrão (2008, p. 75) “a pesquisa exploratória é o primeiro passo do trabalho científico.
Geralmente é a bibliográfica, pois avalia-se a possibilidade de desenvolver uma pesquisa sobre
determinado assunto”.
Para Vergara (2000, p.47):
87
A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado
fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não
tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal
explicação.
A técnica utilizada para coleta de dados é a pesquisa bibliográfica.
Por pesquisa bibliográfica entende-se como levantamento realizado em bibliotecas públicas,
universitárias, virtuais e tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição científica
que se realizaram sobre determinado assunto ou fenômeno (OLIVEIRA, 1999, p. 119).
Conforme Gil (2007, p. 44, 46):
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido
algum tipo de trabalho dessa natureza. Há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir
de fontes bibliográficas. Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como
pesquisas bibliográficas. Já a pesquisa documental assemelha-se muito a pesquisa
bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a
pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores
sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não recebem
ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os
objetivos da pesquisa.
Portanto, este tipo de pesquisa proporciona inúmeras vantagens, sendo considerada fonte riquíssima
e estável de dados.
Para a coleta de dados utilizamos fonte secundária.
Segundo Andrade (2001, p. 43):
Fontes secundárias referem-se a determinadas fontes primárias, isto é, são constituídas pela
literatura originada de determinadas fontes primárias e constitui-se em fontes das pesquisas
bibliográficas, são as obras nas quais as informações já foram elaboradas (livros, apostilas,
teses, monografias, etc.).
Para a realização do projeto é necessário à utilização de fontes secundárias porque serão adquiridas
informações advindas de textos ou livros referentes à importância da participação dos enfermeiros na
assistência ao cliente terminal.
A amostra atinge todos os clientes terminais, independente da faixa etária, sexo, condições sóciofinanceiras, com ou sem família, etc.
Os instrumentos para coletas de dados utilizados nesse projeto compreendem em artigos, publicações
em sites, livros.
3 CONCLUSÃO
Uma grande realidade em que os profissionais de enfermagem se confrontam, e que, apesar de seus
melhores esforços alguns pacientes morrem, embora os enfermeiros não possam modificar essa
situação, os mesmos, possuem um apreço significativo pelos cuidados paliativos, conforto físico e
atenção prestada aos clientes e seus familiares em fase terminal.
88
O conhecimento sobre as decisões de fase terminal são importante para os princípios de cuidados,
portanto, há uma necessidade de educação, pratica clinica e pesquisa relacionada com os cuidados
prestados na fase terminal, com intuito de humanizar e preparar os enfermeiros e outros profissionais
de saúde sobre os cuidados na fase terminal.
Concluímos que a equipe de enfermagem deve ser mais humanizada com os cuidados relacionados à
pacientes em fase terminal, respeitando sua integridade física, moral, cultural e ética proporcionando
um final de vida sem dor e sofrimento, preservando a integridade do ser humano.
5. REFERENCIAS
AMERICAN NURSES ASSOCIATION(ANA): Nursing`s social policy statement: the essence of
the profession. Silver Spring. Md, American Nurses Publishing, 2010 .
ANDRADE, M. M; Introdução a metodologia do trabalho científico. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2001.
ATKINSON, L.D e MURRAY, M.E; Fundamentos de Enfermagem: introdução ao processo de
enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989.
BOLTANSK, L. As classes sociais e o corpo. S. Paulo: Paz e Terra, 2004.
BRANDÃO C. Câncer e cuidados paliativos. RPH- Revista Prática Hospitalar. N°, nov-dez, 2005.
OMS. Atlas Global de Cuidados Paliativos na Terminalidade da Vida. s. ed. Genebra - Suíça:
OMS, 2013. Disponível em:
< http://www.who.int/nmh/publications/ncd-action-plan/en/ >. Acesso em: 31 nov. 2014.
FERRÃO, R. G. Metodologia Científica para iniciantes em pesquisa, 3. ed. Vitória: Incaper,
2008.
FIGUEIREDO,N.;CARVALHO,V.O corpo da enfermeira como instrumento do cuidado. Rio de
Janeiro: Revinta,1999.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
GOSWAMI, A. O médico quântico: orientações de um físico para a saúde e a cura. 6 .ed. São
Paulo(SP) : CULTRIX,2006.
GUTIERREZ, P. L. À beira do leito. RAMB- Revista da Associação Medica Brasileira. são Paulo,
v. 47, n. 2, abr./jun. 2001.
IBGE. Sobre a condição de saúde dos idosos: indicadores selecionados. Disponível:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/indic_sociosaude/2009/com_sobre.pdf
Acesso em: 31 nov. 2014.
>.
KIPPER, J. D. O problema das decisões medicas envolvendo o fim da vida e propostas para nossa
realidade. RB- Revista Bioética. Brasília-DF, v.7, n.1, [s.d.]. 1999.
89
KOVÁCS, M. J. A caminho da morte com dignidade no século XXI. RB- Revista Bioética. BrasíliaDF, v. 22, n.1, [s.d.] 2014.
LEÃO, E.R. (Org.). Música e cuidar de pessoas: uma visão multiprofissional. São Caetano do Sul
(SP): Yendis, 2009.
LAVERY. S. et al. Enciclopédia familiar da saúde: Guia completo das medicinas alternativas.São
Paulo(SP):Clube Internacional do Livro,1997.
NEGRINI, M. R e RODRIGUES, A. R. F. Relacionamento terapêutico enfermeiro paciente junto a
mulheres mastectomizadas. RMS- Revista o Mundo da Saúde São Paulo-SP, v. 24, n. 4, Jul.Agos., 2000.
OLIVEIRA, S. L. Tratado de metodologia: Projetos de pesquisa, TGI, TCC. Monografias,
Dissertações e Teses. São Paulo: Pioneira, 1999.
SANTANA, J. C. B. Significado do cuidar em unidades de terapia intensiva: A percepção de um
grupo de acadêmicos de enfermagem. s. ed. Pernambuco, 2008.
SILVA, M.G.G. Doença terminal, perspectiva de morte: um trabalho desafiador ao profissional de
saúde que luta contra ela. s. ed. s.l.2003.
SILVA, F. L. Direitos e deveres do paciente terminal. RB- Revista Bioética Brasília-DF, v. 1, n. 2,
s.d.1993.
SOUZA, R. P. Manual rotinas de humanização em medicina intensiva. Curitiba: Torre de Papel,
2004.
STEFANELLI, M. C. Comunicação com paciente teoria e ensino. São Paulo: Robe editorial, 1993.
STEFANELLI, M.C. e CARVALHO, E. C. A comunicação nos diferentes contextos da
enfermagem. 2. ed. São Paulo: Manole, 2012.
STEPKE, F. L. Bioética e medicina aspecto de uma relação; São Paulo: Loyola, 2006.
BRASIL. Programa de atualização em enfermagem: Saúde de Adulto. Porto Alegre-Rio Grande
do Sul: Artmed; 2009.
SWEARINGEN, P.L; KEEN, J.H. Manual de enfermagem no cuidado crítico. 4. ed. Porto Alegre
: Artmed, 2005
VERGARA, S.C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3. ed. São Paulo: Atlas,
2000.
90
AVALIAÇÃO DOS PROBLEMAS FÍSICOS E PSICOLÓGICOS NA MENOPAUSA¹
Jeane Laila Dias Almeida ²
Jéssica Goltara Ribeiro²
Juliana Almeida Napoleão²
RESUMO
O climatério é a fase de transição em que a mulher passa da fase reprodutiva para fase de pós
menopausa. Dessa forma a menopausa (ultima menstruação) é um fato que ocorre durante o
climatério. No climatério há uma diminuição das funções ovarianas fazendo com que os ciclos
menstruais se tornem irregulares, até cessarem por completo. Estatisticamente a menopausa ocorre
por volta dos 50 anos e o climatério tem inicio aos 40, estendendo-se até os 65 anos. O trabalho
avalia os problemas físicos e psicológicos da mulher na menopausa e descreve a menopausa, lista os
problemas físicos e psicológicos, informa os cuidados necessários e entende a importância da saúde
da mulher. Trata-se de uma pesquisa com o tema Saúde da Mulher, por referências bibliográficas,
exploratória, com abordagem qualitativa, com coleta de dados secundários, direcionado a mulheres
na menopausa. O trabalho conclui que é importante a atenção especial, a mulheres na menopausa,
devido aos problemas existentes, principalmente os psicológicos.
PALAVRAS CHAVES: Menopausa. Cuidado. Saúde da Mulher.
ABSTRACT
Menopause is the transition phase in which the woman goes to the reproductive stage for
postmenopausal phase. Thus menopause (last menstrual period) is a fact that occurs during
menopause. In climacteric there is a decrease in ovarian function causing irregular menstrual cycles
become even cease altogether. Statistically menopause occurs around the age of 50 and menopause is
beginning at 40, extending to 65 years. The study evaluates the physical and psychological problems
of women in menopause and menopause describes, lists the physical and psychological problems,
informs the necessary care and understands the importance of women's health. This is a survey of the
Health theme of the woman, for bibliographical, exploratory references with a qualitative approach,
with secondary data collection, aimed at women in menopause. The paper concludes that it is
important to specific attention to women in menopause due to existing problems, mainly
psychological.
KEYWORDS: Menopause. Watch Out. Women's Health.
______
¹ Artigo de iniciação científica
² Academicas do 5º período do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Capixaba de Nova Venécia- Multivix
91
1. INTRODUÇÃO
O climatério é a fase de transição em que a mulher passa da fase reprodutiva para fase de pós
menopausa. Dessa forma a menopausa (ultima menstruação) é um fato que ocorre durante o
climatério. No climatério há uma diminuição das funções ovarianas fazendo com que os ciclos
menstruais se tornem irregulares, até cessarem por completo. Estaticamente a menopausa ocorre por
volta dos 50 anos e o climatério tem inicio aos 40 se estendendo até os 65 anos.
A menopausa é um processo gradual durante o qual a mulher tem o ciclo menstrual interrompido, os
ovários produzem quantidade mais baixas de hormônios e estas quantidades provocam
irregularidades nos períodos menstruais até que cessem completamente a menstruação. Ela surge em
um momento da vida em que os filhos costumam abandonar o seio familiar, numa época, que é quase
impossível tomar um novo rumo a nível profissional, quando aparentemente, já não estão em
condições de aprender coisas novas. Essas mudanças além de físicas podem resultar em tensão
psicológica e emocional.
Varias perturbações físicas e psicológicas podem surgir nessa época da menopausa, favorecidas
pelos desequilíbrios hormonais e questões pessoais mais profundas. É importante ressaltar que essas
perturbações não apresentam em todas as mulheres, embora constitua uma realidade que muitas
delas apresentam. Nosso interesse pelo tema é justificado pela necessidade de maiores
conhecimentos sobre esse período de vida da mulher.
A pesquisa ressalta e identifica a importância dos cuidados nessa fase da vida da mulher, que precisa
ser transitado com cautela, avaliar os problemas físicos e psicológicos na menopausa, descreve a
menopausa, lista os problemas físicos e psicológicos, informando os cuidados necessários para se
entender a importância da saúde da mulher. Trata-se de uma pesquisa com o tema Saúde da Mulher,
por referências bibliográficas, exploratória, com abordagem qualitativa, com coleta de dados
secundários, direcionado a mulheres na menopausa.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
A menopausa esta associada a alguma atrofia do tecido mamário e dos órgãos genitais, perda na
densidade óssea e alterações vasculares.
2.1 CLIMATÉRIO
A menopausa é a cessação fisiológica permanente da menstruarão associada ao declínio da função
ovariana, durante esse período a função reprodutora diminui e termina, após a menopausa é o
período que começa cerca de 1 ano depois da cessação da menstruação (BRUNNER; SUDDARTH,
2004).
Segundo o Brunner; Suddarth (2004) a menopausa começa gradualmente e, em geral e sinalizada por
alterações na menstruação. O fluxo mensal pode aumentar diminuir, torna-se irregular e, por fim
cessar. Com freqüência, o intervalo entre os períodos e mais longo, um lapso de vários meses entre
os períodos não e incomum.
92
As alterações que sinalizam a menopausa começam a ocorrer bem precocemente, ao final dos 30
anos, quando a ovulação ocorre com menor freqüência, os níveis de estrogênio flutuam e os níveis de
FSH aumentam em uma tentativa de estimular a produção de estrogênio.
2.2 ALTERAÇÕES FISICAS E PSICOLÓGICAS DURANTE O CLIMATÉRIO
Por causa das alterações hormonais, algumas mulheres notam a menstruação irregular, dolorimento
da mama e alterações de humor muito tempo antes que ocorra a menopausa (BRUNNER;
SUDDARTH, 2004).
Segundo Brunner; Suddarth (2004) as reações e sentimentos das mulheres relacionados com a perda
da capacidade reprodutora podem variar.
Algumas mulheres podem experimentar a confusão de papel, enquanto outras experimentam uma
sensação de liberdade sexual e pessoal. As mulheres podem se sentir aliviadas pelo fato de que a fase
reprodutiva de suas vidas encerrou. A personalidade de cada mulher e as circunstancias afetam sua
resposta e devem ser consideradas em uma base individual.
2.3 O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTENCIA À MULHER NO PERIODO DO
CLIMATÉRIO.
As enfermeiras podem incentivar as mulheres a visualizar a menopausa com uma alteração natural
que resulta em ausência de sintomas relacionados com a menstruação. Não existe relação entre a
menopausa e os problemas de saúde mental; no entanto, as circunstâncias sociais (adolescentes,
parceiros doentes e pais dependentes ou doentes) que podem coincidir com a menopausa podem ser
muito estressantes.
Devem se tomadas medidas para promover a saúde geral. A enfermeira explica à paciente que a
cessação da menstruação é uma ocorrência normal raramente acompanhada por sintomas nervosos
ou doença. O espectro de vida esperado atual depois da menopausa para a mulher média é de 30 a 35
anos, que pode englobar tantos anos quanto a fase reprodutiva de sua vida.
3. CONCLUSÃO
A menopausa é um fenômeno comum das mulheres e tem inicio a partir da ultima menstruacão. E
uma fase marcada por transformações na vida das mulheres com repercussões emocionais,
metabólicas, hormonais entre outras. O profissional da área da saúde pode ajudar a mulher a
desmitificar as atitudes e as crenças da sociedade sobre essa etapa da vida de transição,
proporcionando uma assistência holística preparando-as para enfrentar e superar as mudanças
ocorridas nessa fase do ciclo vital com qualidade de vida.
5. REFERÊNCIAS
ANDRADE, Maria Margarida. Introdução a metodologia do trabalho científico. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2001.
BRUNNER, SUDDARTH. Tratado de enfermagem médico-cirurgico, 3. Ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2004.
93
FERRÃO, Romário Gava. Metodologia Científica para iniciantes em pesquisa, 3. ed. Vitória:
Incaper, 2008.
MOORE, Keith L. Anatomia Orientada para clínica. 6. Ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan,
2013.
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia: projetos de pesquisa, TGI, TCC.
Monografias, Dissertações e Teses. São Paulo: Pioneira, 1999.
94
CÂNCER DE MAMA: ASSISTÊNCIA DA ENFERMAGEM PARA HOMENS
PORTADORES DE CÂNCER DE MAMA¹
Iza Hanna de Souza²
Joice Pinheiro²
Kayza Roriz Pires³
Meire Rose de Oliveira Corrêa Aidano³
Taís Santos Feitosa²
RESUMO
O câncer de mama em homens é muito raro, representando apenas 1% do total de 100 casos
diagnosticados. Embora esta doença ocorra mais nas mulheres, os homens também são acometidos
da doença. São diagnosticados com base em uma alteração na mama que são parecidos com os que
são observados nas mulheres. Na maioria dos casos a detecção é feita em estágio avançado por causa
da falta de informação, preconceito e demora no diagnóstico. A pesquisa objetiva enfatizar a
assistência de enfermagem para homens portadores desta patologia, os benefícios do auto cuidado e
como específicos busca: conceituar o câncer de mama, avaliar o risco para o câncer de mama no
homem, ressalta a prevenção, diagnostica a detecção precoce do câncer de mama e enfatizar o papel
do enfermeiro no câncer de mama. Trata de uma pesquisa com o tema saúde do homem, por
referências bibliográficas, exploratória, com abordagem qualitativa, com coleta de dados
secundários, direcionado a homens com câncer de mama. Conclui que esta patologia masculina pode
ser evitada, tratada e diagnosticada precocemente e com auxílio da enfermagem, na assistência aos
benefícios do autocuidado.
PALAVRAS-CHAVES: Câncer de mama. Assistência. Homens.
ABSTRACT
Male breast cancer is extremely rare. It represents only 1% of 100 diagnosed cases. Although this
disease occurs predominantly among women, it can also affect men. Male breast cancer is diagnosed
based on a change in the breast similar to the ones observed in women. In most cases the detection is
made at an advanced stage because of lack of information, prejudice and delay in diagnosis. Our
main goal is to emphasize nursing care for men with this condition and the benefits of self care. We
also want to conceptualize breast cancer, assess the risk for men, emphasize prevention, detect the
disease at an early stage and point out the importance of nurses for breast cancer. This is a research
about men’s health, based on bibliographic and exploratory references, with qualitative approach and
secondary data collection aimed at male breast cancer. Concludes that this male disease can be
prevented, diagnosed and dealt precocimente and with the help of nursing in the assistance of self
care benefits.
KEYWORDS: Breast cancer. Assistance. Men.
_______
¹ Artigo de iniciação cientifica.
² Acadêmicas do 5º Período do Curso de Graduação de Enfermagem da Faculdade Capixaba de Nova Venécia – MULTIVIX – Nova Venécia.
³ Acadêmicas do 4°Período do Curso de Graduação de Enfermagem da Faculdade Capixaba de Nova Venécia – MULTIVIX – Nova Venécia.
95
1 INTRODUÇÃO
O câncer de mama em homens é muito raro, representando apenas 1% do total de 100 casos
diagnosticados. Embora esta doença ocorra mais nas mulheres, os homens também são acometidos
da doença. São diagnosticados com base em uma alteração na mama que são parecidos com os que
são observados nas mulheres. Na maioria dos casos a detecção é feita em estágio avançado por causa
da falta de informação, preconceito e demora no diagnóstico.
O câncer de mama se caracteriza pela proliferação anormal, de forma rápida e desordenada, das
células do tecido mamário. A doença se desenvolve em decorrência de alterações genéticas. Porém,
isso não significa que os tumores da mama são sempre hereditários. O câncer de mama no homem é
raro, configurando 0,2% de todos os cânceres masculinos. Muito do que se sabe sobre câncer de
mama em homens é extrapolado do tratamento realizado em mulheres, havendo, assim, necessidade
de se pesquisar esta patologia e suas complicações especificamente na população masculina, assim
como a assistência de enfermagem a ser desenvolvida.
O câncer de mama é uma doença que se torna cada vez mais comum. O número de homens vítimas
desse tipo de doença aumenta significativamente com o passar dos anos, por maus hábitos de
alimentação, alcoolismo, anabolizantes, alterações genéticas e hormonais. Novos casos irão aparecer,
e o índice de câncer de mama no sexo masculino será maior com o passar do tempo. A assistência
deverá ser voltada em programas de informação, incentivo ao autoexame, diagnóstico precoce,
tratamento adequado. A justificativa do nosso empenho é na assistência aos necessitados acometidos
dessa patologia que cada dia se torna mais frequente em nosso meio. Como metodologia optamos por
uma pesquisa com o tema saúde do homem, por referências bibliográficas, exploratória, com
abordagem qualitativa, com coleta de dados secundários, direcionado a homens com câncer de
mama.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O CÂNCER DE MAMA
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (2013), o câncer de mama é um grupo heterogêneo de
doenças, com comportamentos distintos. A heterogeneidade deste câncer pode ser observada pelas
variadas variações clinicas e morfológicas, diferentes assinaturas genéticas e consequentes diferenças
nas repostas terapêuticas.
O espectro de anormalidades proliferativas nos lóbulos e ductos da mama inclui hiperplasia,
hiperplasia atípica, carcinoma in situ e carcinoma invasivo. Dentre esses últimos, o carcinoma ductal
infiltrante é tipo histológico mais comum e compreendem entre 80 e 90% do total de casos.
O sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e
irregular, mas a tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos. Outros sinais de
câncer de mama são edema cutâneo semelhante à casca de laranja; retração cutânea; dor, inversão do
mamilo, hiperemia, descamação ou ulceração de mamilo; e secreção papilar, especialmente quando é
unilateral e espontânea. A secreção associada ao câncer geralmente é transparente, podendo ser
rosado ou vermelhado devido a presença de glóbulos vermelhos. Podem surgir também linfonodos
palpáveis na axilas (INCA, 2013)
96
Na medida em que as ações de rastreamento forem expandidas na população-alvo, espera-se que a
apresentação da doença seja cada vez mais por imagem e menos por sintoma, ampliando as
possibilidades de intervenção conservadora e prognóstico favorável. Destaca-se, no entanto, que
mesmo nos países com rastreamento bem organizados e boa cobertura, aproximadamente metade dos
casos são detectados em fase sintomática, o que aponta a necessidade de valorização do diagnóstico
precoce (INCA,2013).
O câncer de mama também expressa inúmeros antígenos, os quais podem ser reconhecidos pelo
sistema imune, que consegue discriminar as células tumorais das normais. Alguns pacientes tem
resposta imune continua a esses antígenos, o que pode significar um potencial para destruir as células
cancerosas. Em nível molecular, as interações de moléculas T e anticorpos com antígenos tem sido
amplamente exploradas (SOUZA; CHAVES; SILVA, 2014).
O câncer de mama masculino contribui com menos de 1% de todos os casos do câncer de mama. A
idade média no momento do diagnóstico é de 67anos, mas a doença pode acontecer em homens mais
jovens, principalmente quando há uma ligação genética. Há uma ligação bem documentada com as
mutações no gene BRCA2 em homens com câncer de mama; homens com 70 anos de idade com
uma mutação BRCA2 apresentam um risco de câncer de mama acumulativo estimado de 6,8%
(BRUNER; SUDDARTH, 2011).
Segundo Robbins&Cotran(2005), a mama masculina normal consiste em um mamilo e um sistema
ductal rudimentar finalizado no botão terminal sem formação lobular. Somente dois processos
ocorrem com frequência suficiente para merecer considerações, a ginecomastia e o carcinoma.
A ginecomastia, o aumento da mama, pode ser unilateral ou bilateral e apresenta-se um crescimento
subareolar semelhantes a um botão. Em casos avançados, a tumefação pode simular a mama
feminina adolescente. A lesão deve ser diferenciada somente do carcinoma raro da mama masculina.
A ginecomastia é de importância principalmente como um indicador de hiperestrinismo, sugerindo
cirrose hepática ou existencial possível de um tumor testicular funcionante (ROBBINS&COTRAN,
2005).
Como o epitélio mamário nos homens é limitado a ductos maiores próximos ao mamilo, carcinomas
apresentam-se, em geral, como uma massa subareolar palpável, com 2 a 3 cm de diâmetro. A
descarga mamilar é um sintoma comum. O carcinoma está situado próximo à parede toráxica
subjacente, e mesmo carcinomas pequenos podem invadir essas estruturas. A ulceração através da
pele é mais comum do que nas mulheres. A disseminação segue o mesmo padrão das mulheres, e o
envolvimento do linfonodo axilar está presente em aproximadamente metade dos casos no momento
da descoberta da lesão. As metástases distantes em pulmões, cérebro, ossos e fígado são mais
comuns. Ainda que o homem se apresente em estágios avançados, o prognostico é similar ao das
mulheres quando eles forem comparados por estagio (ROBBINS&COTRAN, 2005).
2.2 FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE MAMA NO HOMEM
Os riscos individuais, decorrentes da presença de antecedentes familiares com a doença, são tão
marcadamente estabelecidos que a investigação de sua distribuição vem ganhando importância
crescente na pesquisa do câncer de mama. Os avanços na área da biologia molecular e da genética
nas últimas décadas permitiram o estabelecimento de uma correlação direta entre a presença de
mutações germinativas em genes de susceptibilidade e o desenvolvimento de câncer. A
heterogeneidade genética do câncer de mama familiar é bem conhecida e uma parcela significativa
97
da doença está associada à herança de mutações altamente penetrantes nos genes BRCA, cujo
impacto é influenciado por outros fatores; como o tipo e a posição da mutação, história reprodutiva e
exposição exógena a fatores carcinogenéticos. Os conhecimentos adquiridos a partir dos estudos dos
genes BRCA tiveram um considerável impacto no manejo de famílias de alto risco para câncer de
mama e ovário (INCA, 2005).
Nos casos esporádicos do câncer de mama masculino, quando não há histórico familiar, os fatores de
riscos podem incluir uma história de orquite por caxumba, exposição à radiação e síndrome de
Klinefelter (uma condição cromossômica refletindo os níveis de testosterona diminuídos). A doença
hepática decorrente de fatores como abuso de álcool, ou uma infecção parasitaria, que compromete o
metabolismo de estrogênio, também pode a um aumento nas taxas de câncer de mama masculino. Os
fatores que podem indicar uma ligação genética incluem múltiplos parentes em primeiro grau com
câncer de mama de início precoce, câncer de mama e ovário na mesma família, câncer de mama
masculino e descendência de judeus Askhenazi (BRUNER; SUDDARTH, 2011).
Como a mama feminina, a mama masculina está sujeita as influencias hormonais, e a ginecomastia
pode ocorrer como um resultado de desequilíbrio entre estrógenos, que estimulam o tecido mamário,
e androgênios, que agem contra esses efeitos. É encontrado sob uma variedade de circunstancias
normal e anormal, na época da puberdade, no muito idoso, ou em qualquer momento da vida adulta
quando houver causas para o hiperestrinismo, sendo a mais importante delas a cirrose hepática, visto
que o fígado é responsável pela metabolização do estrogênio. Em homens mais velhos, a
ginecomastia pode ocorrer devido ao aumento relativo nos estrogênios adrenais, enquanto a função
androgênica dos testículos falha. Drogas como álcool, maconha, heroína, terapia antirretroviral,
esteroides anabólicos, utilizados por alguns atletas e fisiculturistas e alguns agentes psicoativos
também tem sido associados à ginecomastia (ROBBINS&COTRAN, 2005).
2.3 A PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA NO HOMEM
Conforme Maciel e Kunz (2004), prevenir significa atuar antecipadamente, impedir determinados
desfechos indesejados, que seriam: o adoecimento, a invalidez, a cronicidade de uma doença ou a
morte.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (2012), se o câncer de mama for diagnosticado e
tratado oportunamente, o prognóstico da doença é relativamente bom. No Brasil, as taxas de
mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é
diagnosticada em estádios avançados.
O exame da mama e da axila masculina deve ser incluído em um exame físico. O mamilo são
inspecionados para massas e secreção mamilar. O mesmo procedimento para palpar a axila feminina
é utilizado quando se examina a axila masculina (BRUNER; SUDDARTH, 2011).
Segundo BRUNER; SUDDARTH (2011), o ensino do alto cuidado das mamas deve ser fornecido
para homens quando eles apresentam uma história familiar de câncer de mama, já que podem ter
risco aumentado de câncer de mama masculino.
2.4 O PAPEL DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E NA ASSISTÊNCIA AO HOMEM COM
CÂNCER DE MAMA
A enfermagem pode e deve possibilitar uma assistência de forma integral, através da consulta de
enfermagem, sendo uma excelente oportunidade para educação no desenvolvimento de um
98
comportamento preventivo, ou seja, para buscar espontaneamente os serviços de saúde de forma
periódica, mesmo na ausência de sinais e sintomas (RODRIGUES; SANTOS; BRANDAO; PINTO,
2012).
Certamente a assistência de enfermagem deverá contemplar as necessidades individuais de cada
paciente, por meio de levantamento de problemas dos portadores de neoplasia de mama, buscando
atingir metas bem definidas.
Avaliar a intensidade do medo e a realidade da ameaça percebida; ajudar o paciente e família a
lidarem com o medo; promover o bem estar por meio de educação.
Avaliar o nível de ansiedade; ajudar o paciente a reconhecer os sentimentos e lidar com os problemas
por meio de uma relação terapêutica, estimulo à expressão de sentimentos, fornecimento de
informação precisas, controle dos fatores ambientais, permanência ao lado do paciente,
estabelecimento de limites.
Avaliar a disposição para aprender e as necessidade individuais; identificar métodos de ensino a
serem utilizados facilitando a aprendizagem.
Avaliar a etiologia e fatores contribuintes ou desencadeantes da dor; ajudar o paciente a experimentar
métodos para aliviar ou controlar a dor.
Avaliar os fatores causadores e contribuintes para fadiga; determinar a gravidade, e ajudar o paciente
a lidar com a fadiga de acordo com suas limitações.
Avaliar os fatores causadores e contribuintes, ajudando o paciente a lidar com a situação,
estimulando a discussão e expressão de sentimentos, fornecendo informações, identificando formas
alternativas de expressão sexual.
Avaliar e ajudar o paciente e família a lidarem com aspectos de autoconceito relacionados a imagem
corporal por meio do estabelecimento de uma relação terapêutica, estímulos à verbalização de
sentimentos, reconhecimentos de comportamentos ou expressões não verbais (SOUZA; CHAVES;
SILVA, 2014).
3 CONCLUSÃO
Ao finalizar esta pesquisa, concluímos que o enfermeiro deve desenvolver o seu papel de cuidador,
diante do resultado observado na literatura pesquisada sobre o câncer de mama masculino,
possibilitando maior chance de cura, ou até mesmo de sobrevida por alguns homens acometidos pelo
câncer de mama, dando a esses pacientes qualidade de vida, e descoberta precoce da doença.
O objetivo principal deste trabalho foi esclarecer a prevenção e assistência de enfermagem ao
homem portador de câncer de mama, levando informação e buscando atingir metas bem definidas
para que se previna antecipadamente o câncer, e contemplando as necessidades individuais de cada
paciente.
4 REFERENCIAS
ANDRADE, Maria Margarida. Introdução a metodologia do trabalho científico. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2001.
99
BRUNNER, Lillian Sholtis; SUDDARTH, Doris Smith. Tratado de Enfermagem médicocirúrgico. 12.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
FERRÃO, Romário Gava. Metodologia Científica para iniciantes em pesquisa, 3. ed. Vitória:
Incaper, 2008.
INCA, Instituto Nacional do Câncer. Câncer de mama.
<http://www.inca.gov.com/cancerdemama>acesso em 15 out. 2014.
2013.
Disponível
em;
MACIEL, Idauana de; KUNZ, Jurema Zancanaro; Assistência de enfermagem à mulher na
promoção do câncer de colo uterino e mama. Prática Assistencial desenvolvida no Curso de
Enfermagem da UNOCHAPECÓ, Chapecó-SC, jul. 2010. Trabalho de conclusão de curso
(graduação de enfermagem e área de ciências da saúde) – Universidade Comunitária da Região de
Chapecó
(UNOCHAPECÓ),2010.
Disponível
em:
<http://www5.unochapeco.edu.br/pergamum/biblioteca>. Acesso em: 17out.2014.
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia: projetos de pesquisa, TGI, TCC.
Monografias, Dissertações e Teses. São Paulo: Pioneira, 1999.
RODRIGUES, Fernanda Barros; SANTOS, Jadieverton Jonh Pereira dos; BRANDÃO, Cibelly de
Souza; PINTO, Wilza Maria; O papel do enfermeiro na prevenção do câncer de mama em um
município do sertão pernambucano: uma abordagem da prática profissional. Saúde Coletiva
em Debate, 2012.Trabalho de conclusão de curso. - Faculdade de Integração do Sertão, Serra
Talhada – PE, 2012. Disponível em; <http://fis.edu.br/revistaenfermagem/artigos/vol02/artigo07>
acesso em 17 out.2014
SOUZA, Aspásia Basile Gesteira; CHAVES, Lucimara Duate; SILVA, Maria Claudia Moreira da.
Enfermagem em clínica médica e cirúrgica.1.ed. São Paulo 2014.
100
SAÚDE DO IDOSO: ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PARA CLIENTES
GERIÁTRICOS 1
Grasieli dos Santos Ninke 2
Jocileni Pacanhã Dias 2
RESUMO
Dentro do tema “ Idoso”, destaca-se a assistência à saúde, bastante discutido na sociedade, por ser
uma fase da vida, em que são necessários, mais cuidados, onde a assistência referente à saúde, ao
conforto, alimentação e bem estar devem ser priorizadas. Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), considera-se idoso, nos países em desenvolvimento, o individuo com 60 anos de idade ou
mais; já nos países desenvolvidos, são considerados idosos os indivíduos com 65 anos ou mais, já
que a expectativa de vida nesses países é maior. O trabalho identifica as práticas de enfermagem que
colaboram com a melhoria da saúde do idoso e programas que a saúde publica pode proporcionar a
esse grupo, e como específicos descreve as fases do envelhecimento, identifica a assistência de
enfermagem para idosos, estuda os Programas de Saúde Publica destinados aos idosos e averigua a
comunicação entre o profissional e o paciente. Trata de uma pesquisa com o tema Saúde do Idoso,
por referências bibliográficas, exploratória, com abordagem qualitativa, com coleta de dados
secundários, direcionados aos pacientes geriátricos. O trabalho conclui que a assistência de
enfermagem e toda a equipe, são essenciais aos procedimentos oferecidos ao paciente geriátrico,
colaborando com a promoção e prevenção de doenças, e dando ao cliente autonomia para que possa
fazer suas escolhas, garantindo proteção à saúde e permitindo assim um envelhecimento saudável e
em condições de dignidade.
PALAVRAS-CHAVES: Geriatria. Enfermagem. Assistência.
ABSTRACT
Inside the "Senior" theme, there is the health care, widely discussed in society, as a stage of life,
which do require more care, where regarding health care, comfort, power and well-being should be
prioritized. According to the World Health Organization (WHO), it is considered elderly in
developing countries, the individual 60 years of age or older; already in developed countries, are
considered elderly individuals aged 65 years or more, since the life expectancy in these countries is
higher. The work identifies the nursing practices that contribute to improving the health of the
elderly and public health programs that can provide this group, and as specific describes the aging
phases, identifies nursing care for the elderly, studies the Health Programs publishes for the elderly
and verify communication between the professional and the patient. Is a survey of the Elderly Care
theme, references, exploratory, with qualitative approach, with secondary data collection, targeted to
geriatric patients.
______
1
Artigo de Iniciação Científica.
2
Acadêmicas do 5° Período do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Capixaba de Nova Venécia-MULTIVIX-Nova Venécia.
101
The study concludes that the nursing care and all the staff are essential to the procedures offered to
the geriatric patient, contributing to the promotion and disease prevention, and giving the customer
autonomy so you can make your choices, ensuring health protection, thus allowing for healthy aging
and in conditions of dignity.
KEYWORDS: Geriatrics. Nursing. Assistance.
1. INTRODUÇÃO
Dentro do tema “Saúde do Idoso”, destaca-se a assistência à saúde do idoso, bastante discutido na
sociedade, por ser uma fase da vida, em que são necessários, mais cuidados, onde a assistência
referente à saúde, ao conforto, alimentação e bem estar devem ser priorizadas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), considera-se idoso, nos países em
desenvolvimento, o individuo com 60 anos de idade ou mais; já nos países desenvolvidos, são
considerados idosos os indivíduos com 65 anos ou mais, já que a expectativa de vida nesses países é
maior.
O envelhecimento ocorre em todos os níveis do organismo, geralmente no sentido de deterioração.
Todas as alterações que ocorrem no envelhecimento são de extrema importância para a assistência de
enfermagem.
A progressiva incapacidade física e/ou mental favorece o desenvolvimento de doenças, que por si,
incapacitam o idoso de se adaptar ao cotidiano, fazendo com que fique dependente, na execução de
algumas tarefas.
A assistência de enfermagem nessas condições é fundamental e a avaliação de enfermagem, tem
como objetivo, identificar todas as necessidades gerais de saúde do individuo, abrangendo aspectos
mentais, físicos, sociais e espirituais.
A assistência de enfermagem em clientes geriátricos é cada vez mais comum. O ato de cuidar
representa a pratica profissional do enfermeiro, desempenhando um importante papel no tratamento
de idosos, nas suas atividades, no controle da alimentação, nos cuidados com a higiene e no conforto
do paciente.
A pesquisa identifica práticas de enfermagem que podem colaborar com a melhoria da saúde de
pacientes geriátricos e a comunicação do profissional com o grupo familiar.
Temos como objetivo geral identificar práticas de enfermagem que colaboram com a melhoria da
saúde do idoso e programas que a saúde coletiva/publica pode proporcionar a esse grupo.Como
específicos procuramos:Descrever as fases do envelhecimento; Listar as manifestações que ocorrem
no organismo; Identificar a assistência de enfermagem para idosos; Estudar os Programas da saúde
pública / coletiva destinados aos idosos; Averiguar a comunicação entre o profissional e o paciente.
Optamos por uma pesquisa com o tema Saúde do Idoso, por referências bibliográficas, exploratória,
com abordagem qualitativa, com coleta de dados secundários, direcionados aos pacientes geriátricos.
102
2. REFERENCIAL TEÓRICO
O envelhecimento é um processo bastante complexo, heterogêneo, com alterações
anatômicas e declínio funcional, misturando fatores biológicos inevitáveis, comportamentos
que podem acelerar ou lentificar o processo, doenças associadas que se tornam mais
frequentes com o passar dos anos e influenciam diretamente na senescência. (JACOB
FILHO e LUIZ GORZONI, 2008, p.37).
Segundo a ONU, ‘existem 606 milhões de idosos no mundo, sendo aproximadamente 180 mil com
mais de 100 anos. Em 2050, haverá 3,2 milhões de pessoas centenárias. Isso se deve à melhoria da
qualidade de vida e aos avanços da medicina. ’ (COSTA e CARBONE, 2009, p.108).
“O corpo muda continuamente com a idade e os efeitos específicos sobre determinados idosos
dependem da saúde, estilo de vida, estressores, e condições ambientais.” (POTTER; PERRY;
STOCKERT e HALL, 2013, p.185).
As alterações ocorrem em todos os níveis do organismo.
De acordo com Papaléo Netto (2002, p.225, 226):
A diminuição do olfato, associada à redução do numero de papilas gustativas, pode ocasionar
uma diminuição do apetite e da sede, provocando um desequilíbrio orgânico com perda de
peso e até um desequilíbrio hídrico.
A diminuição da audição por alteração estruturais pode levar à presbiacusia e esta, por sua
vez, pode trazer como consequência o afastamento e o isolamento social de alguns idosos.
Ocorre uma redução na acuidade visual e na acomodação à luminosidade, bem como da
visão noturna e do campo de visão periférico.
A percepção dolorosa também se altera, bem como a regulação térmica.
Os vasos sanguíneos podem ter sua elasticidade comprometida, provocando implicações
diretas na manutenção da perfusão global do individuo, bem como em seus níveis tensoriais
normais.
A perda de elasticidade nos alvéolos e nos ductos alveolares e a calcificação das cartilagens
costais são as principais responsáveis pelas alterações respiratórias nos idosos, provocando
diminuição da capacidade vital e aumento do volume residual.
Ainda, segundo o autor:
Com o processo de envelhecimento ocorre uma série de alterações morfológicas e funcionais
renais. Assim, entre as primeiras observa-se diminuição do número de néfrons e outras
alterações tubulares. Em decorrência há diminuição do filtrado glomerular, do fluxo
plasmático renal e da função tubular. Essas condições acarretam diminuição da capacidade
de excreção renal e, por conseguinte, aumento da suscetibilidade à intoxicação por drogas e
seus metabólitos, bem como aos efeitos secundários das mesmas devido a uma maior
permanência no organismo.
As alterações gastrintestinais mais comuns relacionam-se a mudanças na mucosa oral, atrofia
mandibular, atrofia da mucosa gástrica e intestinal com consequência diminuição de
secreções gástricas e enzimáticas e motilidade gastrintestinal reduzida.
As alterações musculoesqueléticas ocorrem geralmente uma atrofia muscular lenta e gradual,
em especial no tronco e extremidades, levando a uma perda de força, resistência e agilidade.
A pele é o órgão que mais evidentemente demostra os sinais de envelhecimento. Muitas
alterações, como perda de tecido de sustentação de gordura subcutânea, diminuição dos
pêlos, alterações na distribuição da pigmentação de pele e pêlos, diminuição de glândulas
103
sudoríparas e sebáceas, ocasionam uma pele mais ressecada, frágil, sem a preservação da
elasticidade e turgor. Torna-se propensa a machucados, prurido e infecções.
“O ser humano é incapaz de suportar constantemente a experiência paralisante da impotência.”
(Rollo May apud Maria Amorim da Costa, 2009, p.109).
Segundo Angélica Massako Yamaguchi (2010, p.34, 35):
O processo normal de envelhecimento representa, no idoso, alterações importantes em vários
níveis, principalmente na farmacocinética e na farmacodinâmica de vários medicamentos.
Devido a essas alterações metabólicas próprias da idade, os idosos apresentam reações
adversas à maioria dos fármacos com muito mais frequência do que os jovens.
“O cuidado de enfermagem para idosos apresenta desafios especiais devido à grande variação na
saúde fisiológica, cognitiva e psicossocial destes. Os idosos também variam amplamente nos seus
níveis de habilidade funcional” (POTTER; PERRY; STOCKERT e HALL, 2013, p.180).
“A consulta do idoso requer, principalmente na unidade básica, uma rotina simplificada que permita
verificar a existência de qualquer anomalia, mesmo que incipiente.” (COSTA, Maria Amorim da;
CARBONE Maria Herminda, 2009, p.109).
A abordagem ao cliente idoso deve ser cuidadosa, pois nessa fase as alterações no organismo são
progressivas, de forma que ocorre incapacidade física e/ou mental favorecendo o desenvolvimento
de doenças.
A avaliação de enfermagem é importante para identificar todas as necessidades gerais de saúde do
individuo. Sendo assim, a enfermagem poderá colaborar com a assistência do cliente. Fornecendo os
cuidados necessários, como controle na alimentação e medicamentos, no conforto do paciente, nos
cuidados com a higiene, nas atividades físicas, abrangendo também aspectos mentais, espirituais e
sociais.
A visão do enfermeiro deve ser holístico, não apenas olhando para o problema em si, mas, para um
todo. Uma assistência bem desenvolvida deve haver um exame físico e anamnese, um diagnóstico,
planejar e implementar cuidados para o paciente, avaliar esses cuidados e orientar o mesmo de seus
medicamentos e cuidados.
O que pode ser feito na assistência do pacientes são: a verificação do peso e estatura, calculando o
IMC e medida da circunferência abdominal; aferição da PA; avaliar a pele, fâneros e estado de
higiene; palpação abdominal; ausculta cardíaca e pulmonar e verificação de pulsos; analisar a
mobilidade e obter histórico do paciente mediante a última consulta e o motivo que o levou a voltar
para outra consulta; o enfermeiro pode fazer uma avaliação do estado emocional e detectar
demências do paciente; e por fim, verificar a adesão ao tratamento, à dieta, à atividade física e
conversar com o paciente dando lhe maiores informações sobre a necessidade de acompanhamento
especializado do mesmo.
A necessidade de se comunicar é uma das mais importantes na hierarquia humana, contudo
esta atividade com o individuo idoso não é tarefa simples, pois os estados de diminuição da
audição e visão e o comprometimento da memória e do raciocínio dificultam a comunicação
de maneira acentuada. (PAPALÉO NETTO, 2002, p.218).
Segundo Stefanelli e Carvalho (2012, p.02,04):
104
A comunicação com aquele que, por um motivo ou outro qualquer, encontra-se em situação
de dependência total ou parcial para cuidar de si, paciente ou cliente, seja qual for a
qualificação que lhe atribuam, permeia todas as ações dos profissionais de saúde no
desempenho de seu papel e, em especial, as do enfermeiro, que é o profissional que mais
tempo permanece junto do paciente.
Ainda, segundo as autoras:
No desempenho das funções pertinentes a seu papel, o enfermeiro vale-se de sua
competência em comunicação para efetivar o relacionamento com as pessoas das várias
equipes existentes nas instituições de saúde e com os pacientes e suas famílias. No
desempenho da função de gerenciamento, o enfermeiro vale-se da comunicação o tempo
todo, para interagir com pequenos grupos como a equipe de enfermagem, a rede
organizacional, entre outras, e no exercício da liderança.
A comunicação do profissional com o cliente idoso é uma ferramenta importantíssima, pois, será
através dela que o profissional vai colher as informações para identificar as necessidades e os
possíveis problemas do idoso.
A necessidade de programas de promoção da saúde do idoso no Brasil é evidente. Após a
divulgação do Estatuto do Idoso, maior ainda será a cobrança por parte de diversos setores
representativos da sociedade. Alguns programas vêm sendo implantados, tendo como
objetivos valorizar a integração do idoso na família e na comunidade, propor ações para
transformações sociais que beneficiem o idoso, implementar modelos de educação em saúde,
favorecendo a manutenção da autonomia e independência e auxiliando no processo de
autocuidado.( JACOB FILHO e LUIZ GORZONI, 2008, p.187).
Segundo Papaléo Netto (2002, p.394, 395, 398):
Os objetivos básicos que devem fundamentar as ações de saúde para os idosos são os de
procurar mantê-los com o máximo de capacidade funcional e independência física e mental
na comunidade e no seio de suas famílias.
Por promoção de saúde deve-se entender ações que visem mudanças no estilo de vida e que
acarretem uma diminuição do risco de adoecer e morrer. Os idosos têm que ser tratados a sua
complexidade social, pois muitos dos programas que influenciam na saúde e qualidade de
vida desse segmento populacional estão diretamente ligados à situação econômica do país.
Ainda, segundo o autor:
Na atenção de saúde aos idosos, o objetivo fundamental, como já foi referido, é evitar as
incapacidades e a dependência nas atividades no dia-a-dia; portanto, procurar as condições e
enfermidades responsáveis pela perda da autonomia. Tais serviços de saúde deverão, à
semelhança dos serviços sociais, se organizar em redes de atenção medica e odontológica por
níveis de complexidade crescente, incluindo a atenção primaria à saúde na Unidade Básica
de Saúde (UBS), o atendimento geriátrico ambulatorial, o atendimento domiciliar, o hospitaldia geriátrico e a internação hospitalar com cuidados terciários especializados.
“O envelhecimento populacional desafia a habilidade de produzir políticas de saúde que respondam
às necessidades das pessoas idosas.” (Lima-Costa & Veras apud Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, 2006).
105
Em 2006, foi implementada a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI) que
define a Atenção Básica (AB) como porta de entrada para a atenção à saúde do idoso e a
referência para a rede de serviços especializados de média e alta complexidade, logo após, a
Política Nacional de Atenção Básica, caracterizada por desenvolver um conjunto de ações de
saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção à saúde,
prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e a manutenção da saúde. A
Atenção Básica deve estar voltada para o envelhecimento e a saúde da pessoa idosa através
do desenvolvimento de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas e, sob a
forma de trabalho em equipe dirigido às populações de territórios bem delimitados, pelo qual
assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território.
(MARIA FERNANDA BAETA NEVES ALONSO DA COSTA e SUELY ITSUKO
CIOSAK, 2010).
“A proporção de usuários idosos de todos os serviços prestados tende a ser cada vez maior, quer pelo
maior acesso às informações do referido grupo etário, quer pelo seu expressivo aumento relativo e
absoluto na população brasileira.” (Lima-Costa & Veras apud Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, 2006).
É importante considerar que as necessidades de saúde dos idosos requerem uma atenção
específica que pode evitar altos custos para o Sistema de Saúde e, sobretudo, proporcionar
melhores condições de saúde a essas pessoas. Em atenção a essas necessidades
implementou-se, no Brasil, a Política Nacional de Saúde do Idoso (PSNI) que tem por
objetivo permitir um envelhecimento saudável, o que significa preservar a sua capacidade
funcional, sua autonomia e manter o nível de qualidade de vida (GORDILHO apud
DANIELA FERREIRA MIYATA,2005, p.136 ).
3. CONCLUSÃO
A equipe de enfermagem é, dentro do sistema de saúde a equipe em que mais tem acesso aos
pacientes. A assistência de enfermagem mediante ao paciente geriátrico, ou seja, seu procedimento
aparentemente simples e o ato de conversar e examinar o paciente propicia na melhor qualidade de
relação e confiança entre ambas as partes.
A senescência destes pode apresenta uma série de peculiaridades decorrentes do processo de
envelhecimento, dificultando em muitos casos a anamnese para identificar o problema decorrente.
Fica evidente assim que a assistência de enfermagem, a comunicação do profissional com o grupo
familiar e paciente é muito importante para com o tratamento do paciente geriátrico.
4.REFERÊNCIAS
ANDRADE, Maria M. Introdução a metodologia do trabalho científico. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2001.
BRASIL. Portaria nº 2.528 de 19 de Outubro de 2006. Aprova a Política Nacional de Saúde da
Pessoa Idosa. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, s.d. Seção 1, p. 20.
Disponível em:
<http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2006/GM/GM-2528.htm >. Acesso em: 19 mar.
2015.
106
COSTA, Elisa M. A. da. et al. Saúde da Família: Uma abordagem multidisciplinar. 2. Ed. Rio de
Janeiro: Rubio, 2009.
COSTA, Maria F. B. N. A. da.; CIOSAK, Suely I. Atenção integrada na saúde do idoso no
Programa Saúde da Família: Visão dos profissionais de saúde. Ver. Esc. Enferm USP,2010.
Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S008062342010000200028&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>.Acesso em: 19 mar 2015.
FILHO, Wilson J.;GORZONI, Milton L.(Org.). Geriatria e gerontologia: o que todos devem saber.
São Paulo: Raca, 2008.
MIYATA, D.F. et al. Políticas e programas na atenção à saúde do idoso: um panorama nacional.
Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, 9(2), mai./ago. p.135-140, 2005. p.136-140, 2005.Disponível
em:
<observasaudesp.fundap.sp.gov.br/RgMetropolitana/idoso >.Acesso em: 19 mar. 2015.
NETTO, Matheus P. (Org.). Gerontologia: a velhice e o envelhecimento em visão globalizada. São
Paulo: Atheneu, 2002.
OLIVEIRA, Silvio L. de. Tratado de metodologia: projetos de pesquisa, TGI, TCC. Monografias,
Dissertações e Teses. São Paulo: Pioneira, 1999.
POTTER, Patricia A. et al. Fundamentos de enfermagem. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Campus,
2013.
STEFANELI, Maguida C.; CARVALHO, Emilia C. de (Org.). A comunicação nos diferentes
contextos da enfermagem. 2. Ed. rev. e ampl. Barueri, SP: Manole, 2012.
YAMAGUCHI, Angélica M. (Org.). Assistência Domiciliar: Uma proposta interdisciplinar.
Barueri, SP: Manole, 2010.
107
SAÚDE DA CRIANÇA: O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA AO RECÉMNATO¹
Gisela dos Reis Pereira²
Lara Vandel- Rei Sousa²
Nayara Ribeiro de Souza²
Willian Maik dos Santos Altafim²
RESUMO
Dentro do tema “Saúde da Criança”, os primeiros cuidados prestados ao recém- nato são de suma
importância na manutenção da vida e na prevenção de doenças futuras. O trabalho objetiva retratar a
importância dos primeiros cuidados prestados ao recém-nato e como específicos descreve as
particularidades do recém-nato, retrata os cuidados prestados ao recém-nato e relata o papel do
enfermeiro diante da assistência ao recém-nato. Trata-se de uma pesquisa com o tema saúde da
criança, por referências bibliográficas, exploratória, com abordagem qualitativa, com coleta de dados
secundários, atingindo a todos os recém-natos dando ênfase aos seus primeiros dias de vida. O
trabalho conclui que os cuidados prestados nos primeiros momentos da vida da criança tem
fundamental importância para o seu desenvolvimento.
PALAVRAS-CHAVES: Recém-nato. Saúde da criança. Assistência.
ABSTRACT
Within the theme "Children's Health", the first care given to newly born are of paramount importance
in sustaining life and preventing future disease. The work aims to portray the importance of early
care given to newborns and specific describes the particularities of the newborn, portrays the care
given to newborns and reports the nurse's role concerning the treatment of newborn born. Is a survey
of the subject child health, for references, exploratory, with qualitative approach, with secondary
data collection, reaching to all newborns emphasizing their first days of life. The paper concludes
that the care provided in the first child's existence is of fundamental importance for its development.
KEYWORDS: Newborn. Child health. Assistance.
_____
¹Artigo de Iniciação Científica.
²Acadêmicos 5° Período do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Capixaba de Nova Venécia – MULTIVIX – Nova Venécia.
108
1 INTRODUÇÃO
Dentro do tema “Saúde da Criança”, os primeiros cuidados prestados ao recém- nato são de suma
importância na manutenção da vida e na prevenção de doenças futuras.
Os primeiros cuidados prestados ao recém- nato visam o diagnóstico precoce de complicações,
manutenção do equilíbrio da temperatura corporal e prevenção de doenças. É responsabilidade da
enfermagem a realização de tais cuidados, com o devido registro no Prontuário e no cartão ou
Cartilha da Criança, para que essas informações estejam disponíveis a todos os profissionais que
assistem a criança.
A pesquisa se justifica pelo fato de que, no passado, os cuidados ao recém- nato eram prestados de
forma empírica e consequentemente, aumentava a incidência de doenças que hoje são facilmente
evitados, como no caso do tétano neonatal, da cegueira causada pela catarata congênita, entre outras
doenças.
O trabalho ressalta a importância dos primeiros cuidados prestados ao recém- nato e os objetivos
específicos incluem: Descrever as particularidades do recém- nato; retratar os cuidados prestados ao
recém-nato e relatar o papel do enfermeiro diante da assistência ao recém-nato.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O desenvolvimento é a característica primordial da criança que cresce, se modifica e se afirma como
indivíduo. Ao atender suas necessidades essenciais, dia-a-dia, se garante seu crescimento e seu
desenvolvimento harmonioso e se prepara a criança para o futuro.
O desenvolvimento significa também saúde. Não pode haver crescimento nem desenvolvimento
satisfatório se a saúde da criança está afetada por problemas crônicos (SCHMITZ, 2000).
2.1 CARACTERIZAÇÃO DO RECÉM-NATO
De acordo com Souza (2011, p. 57) segundo a idade gestacional, é possível classificar os recémnascidos em:
Pré-Termo (RNPT): idade gestacional inferior a 37 semanas (259 dias)
- prematuridade limítrofe: 35-36 semanas
- prematuridade moderada: 31-34 semanas
- prematuridade extrema: menos de 30 semanas
A Termo (RNT): idade gestacional entre 37 e 41 semanas e 6 dias (260-294 dias);
Pós Termo (RN POT): Idade gestacional igual ou maior que 42 semanas (mais de 294 dias).
Sendo o RNPT o grupo mais vulnerável a problema e deficiências nos aspectos físicos e
psicossociais, necessitando assim de cuidados direcionados a esses aspectos.
2.2 CUIDADOS DE ENFERMAGEM COM O RECÉM-NATO
109
Os primeiros cuidados ao recém-nascido são prestados logo após o nascimento, sendo prestados pela
enfermagem no auxilio ao médico na sala de parto. Neste período inicial, a equipe observa
rigorosamente o neonato.
Segundo Marcondes (2010, p. 316) “as ações do neonatologista nos primeiro minutos de vida do RN
visam a ajudá-lo a realizar a transição de vida fetal dependente para a vida neonatal independente
[...]”.
Para isso são necessários alguns cuidados, tais como: manter o RN aquecido para que não ocorra
hipotermia, aspiração das vias aéreas começando pela boca e posteriormente as narinas a fim de
evitar a broncoaspiração, faz-se necessário também à identificação do recém- nato e cuidados com o
coto umbilical preconizando o uso de álcool a 70 % para realização da assepsia e mantendo-o
exposto para facilitar sua secagem e mumificação.
Segundo Souza (2011, p. 79) a enfermagem faz a “aplicação de 1 mg IM de vitamina K (Kanakion)
para prevenção da doença hemorrágica do RN e nitrato de prata 1%, (uma gota em cada um dos
olhos) para prevenção da oftalmia gonocócica na sala de parto e vacina para prevenção da Hepatite
pelo vírus B (Engerix BR 0,5 ml IM), logo após”.
Em casos de recém-nascidos do sexo feminino deve ser feita a aplicação do nitrato de prata na
vagina com o intuito de prevenir a transmissão vertical da gonorreia.
A eliminação da diurese e do mecônio são fatores a serem avaliados. A diurese entre as primeiras 16
e 24 horas e o mecônio entre as primeiras 24 e 48 horas merecendo atenção se houver ausência após
esses períodos.
Ainda segundo Souza (2011, p.79) o exame físico é feito logo após o nascimento objetivando
“detectar anormalidades anatômicas, determinar estado de saúde do RN e avaliar riscos e adaptação
do RN à vida extrauterina”.
2.3 O PAPEL DO ENFERMEIRO NA ASSISTÊNCIA AO RECÉM-NATO
A enfermagem exerce seu trabalho com amor para que o resto seja feito com facilidade.
O processo de trabalho em saúde é desenvolvido na perspectiva da prevenção, promoção e
na recuperação da saúde. O trabalho da enfermagem, como integrante da equipe de saúde,
também é realizado nessa perspectiva, porém, na esfera da produção não material, que se
completa no próprio ato de sua realização (SOUZA, 2011, p. 29).
Souza (2011, p. 30) conclui que “o enfermeiro, como gestor da unidade de neonatologia, comanda
um processo de trabalho intenso e deve estabelecer uma liderança sobre a equipe de enfermagem
para que as relações desenvolvidas tenha coerência, eficiência, respeito mútuo, gere satisfação e
mantenha a qualidade de vida no trabalho”.
3 METODOLOGIA
É sabido que toda e qualquer classificação se faz mediante algum critério. Com relação às pesquisas,
é usual a classificação com base em seus objetivos gerais. Deste modo, o tipo de pesquisa que de
adequa ao trabalho é a exploratória.
Nesse sentido Andrade (2001, p. 174) informa:
110
Pesquisa exploratória é o primeiro passo de todo trabalho científico. São finalidades da
pesquisa exploratória, proporcionar informações sobre determinado assunto; facilitar a
delimitação de um tema de trabalho; definir os objetivos ou descobrir novo tipo de enfoque
para o trabalho que se tem em mente. Através das pesquisas exploratórias avalia- se a
possibilidade de desenvolver uma boa pesquisa sobre determinado assunto.
Já na concepção de Cervo e Bervian (202, p. 69) “A pesquisa exploratória realiza descrições precisas
da situação e quer descobrir as relações existentes entre os elementos componentes da mesma”.
A utilização da pesquisa exploratória justifica-se, pois, pode-se obter dentro de suas finalidades,
maiores informações facilitando, definindo e formulando respostas para a hipótese que foi
apresentada.
As técnicas utilizadas para coleta de dados para a realização deste trabalho é a pesquisa bibliográfica.
Por pesquisa bibliográfica entende-se como levantamento realizado em bibliotecas públicas,
universitárias, virtuais e tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição científica
que se realizaram sobre determinado assunto ou fenômeno (OLIVEIRA, 1999, p. 119).
Conforme Gil (2007, p. 44, 46):
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido
algum tipo de trabalho dessa natureza. Há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir
de fontes bibliográficas. Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como
pesquisas bibliográficas. Já a pesquisa documental assemelha-se muito a pesquisa
bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a
pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores
sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não recebem
ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os
objetivos da pesquisa.
Portanto, este tipo de pesquisa proporciona inúmeras vantagens, sendo considerada fonte riquíssima
e estável de dados.
Para a coleta de dados utilizamos fonte secundária.
Segundo Andrade (2001, p. 43):
Fontes secundárias referem-se a determinadas fontes primárias, isto é, são constituídas pela
literatura originada de determinadas fontes primárias e constitui-se em fontes das pesquisas
bibliográficas, são as obras nas quais as informações já foram elaboradas (livros, apostilas,
teses, monografias, etc.).
A amostra atinge todos os recém-natos dando ênfase aos seus primeiros dias de vida.
Os instrumentos para coletas de dados utilizados no projeto compreendem: artigos, publicações em
sites e livros.
4. CONCLUSÃO
111
Segundo Souza (2011,p.30):
O enfermeiro gerencia as unidades neonatais, assim como as demais, realizando a previsão,
provisão, manutenção, controle de recursos materiais e humanos, além do gerenciamento do
próprio cuidado com diagnóstico, planejamento, execução e avaliação da assistência, passando
pela delegação das atividades, supervisão e orientação da equipe de Enfermagem.
A assistência ao recém-nascido tem passado por várias transformações. Essas transformações
associadas às novas tecnologias inovadoras trazem uma gama imensa de novos cuidados melhorando
o atendimento a esses pequenos pacientes.
Medidas simples podem ter êxito em tratamentos de muitos recém-nascidos, a grande maioria
necessita apenas de um cuidador vigilante, calor, vias aéreas livres e recepção amistosa. O contato
com a mãe e o início da amamentação devem ocorrer logo que mãe e bebê estiverem prontos.
Essas melhorias refletiram tanto na excelência aos trabalhos executados, como no apoio a família
durante a estadia no hospital e após sua saída do mesmo.
5. REFERÊNCIAS
ANDRADE, Maria Margarida. Introdução a metodologia do trabalho científico. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2001.
CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica. 5 ed. São Paulo: Prentice
Hall, 2002.
FERRÃO, Romário Gava. Metodologia Científica para iniciantes em pesquisa. 3. ed. Vitória:
Incaper, 2008.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MARCONDES, Eduardo et.al. Pediatria básica: pediatria geral e neonatal. 9. Ed. São Paulo:
Sarvier, 2010.
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia: projetos de pesquisa, TGI, TCC.
Monografias, Dissertações e Teses. São Paulo: Pioneira, 1999.
SCHMITZ, Edilza Maria. A Enfermagem Em Pediatria e Puericultura. São Paulo: Atheneu,
2000.
SOUZA, Aspásia Basile Gesteira. Enfermagem Neonatal: cuidado integral ao recém-nascido. São
Paulo: Martinari, 2011.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3. ed. São
Paulo: Atlas, 2000.
112
SAÚDE DA MULHER: AS DIFICULDADES DO ENFERMEIRO DIANTE DA GRAVIDEZ
NA ADOLESCÊNCIA1
Amanda Storari Mourão2
Rayza Minelli Elias Cruz2
Elizangela Alves dos santos3
Nathali Francielly da Costa Silva3
RESUMO
Dentro do tema “Saúde da Mulher”, a gravidez na adolescência é aquela que ocorre entre 10 e 19
anos de idade e deve-se implantar medidas ou estratégias para prevenir essa gravidez, e também as
possíveis DSTs associadas. O trabalho ressalta as dificuldades na prevenção da gravidez na
adolescência e traz como objetivos específicos: informações sobre a Gravidez, descreve os fatores de
risco durante a gestação, detecta e previne as doenças gestacionais e orienta sobre a educação em
saúde. Trata de uma pesquisa com o tema Saúde da Mulher, por referências bibliográficas,
exploratória, com abordagem qualitativa, com coleta de dados secundários, direcionada as mulheres
adolescentes grávidas. A pesquisa conclui que a gravidez na adolescência traz consigo riscos, pois, o
corpo da adolescente não esta fisicamente preparado para a gestação, bem como o seu estado
psicológico, portanto é dever do enfermeiro acompanhar, orientar sobre os riscos e doenças
gestacionais, dando a devida orientação psicológica.
PALAVRAS-CHAVES: Gravidez na Adolescência. Dificuldades. Prevenção.
ABSTRACT
Within the subject “Health of the Woman”, the pregnancy in the adolescence is the one that occurs
between 10 and 19 years of age and measures or strategies must be implanted to prevent the early
pregnancy as well as possible DSTs (Sexual transmitted diseases) associate to it.The work highlights
the difficulties in the prevention of the pregnancy in the adolescence and brings as specific objective:
Information on the Pregnancy; Describes the risky factors during the gestation; Detect and prevent
gestational diseases and guides on health education.This is a research with the subject “Health of the
Woman”, by bibliographical references, exploratory, with qualitative approach with collection of
secondary data, directed to pregnant adolescent women. The research concludes that teen pregnancy
carries risks because the teenager's body is not physically prepared for pregnancy, as well as their
psychological state, so it is the nurse's duty to monitor, advise on the risks and gestational diseases,
giving due counseling.
KEYWORDS: Pregnancy In The Adolescence. Difficulties. Prevention.
__
1
Artigo de Iniciação Científica.
Academicos do 5º Período do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Capixaba de Nova Venécia – MULTIVIX – Nova Venécia.
3
Academicos do 4º Período do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Capixaba de Nova Venécia – MULTIVIX – Nova Venécia.
2
113
1.INTRODUÇÃO
Dentro do tema “Saúde da Mulher”, a gravidez na adolescência é aquela que ocorre entre 10 e 19
anos de idade e deve-se implantar medidas ou estratégias para prevenir essa gravidez, e também as
possíveis DSTs associadas. Esta pode ser considerada um problema de saúde publica, e motivo de
grande preocupação em função das consequências devastadoras para a mãe e para o filho.
A gravidez na adolescência esta cada vez mais freqüente. O numero de adolescentes grávidas esta
aumentando gradativamente por ano no Brasil.
O aumento gradativo desse evento em adolescentes pode estar relacionado a fatores predisponentes
como: etnia, pobreza, escolaridade, violência sexual, uso de substancias tóxicas, entre outros fatores.
O trabalho se justifica pelo interesse na prevenção de sua ocorrência, ressalta as dificuldades na
prevenção da gravidez na adolescência, informa sobre a Gravidez na adolescência, descrevendo os
fatores de risco durante a gestação, detecta e preveni as doenças gestacionais,orientando sobre a
educação em saúde, e ressaltando o papel do enfermeiro na prevenção da gravidez na adolescência.
Como metodologia optamos por uma pesquisa com o tema Saúde da Mulher, por referências
bibliográficas, exploratória, com abordagem qualitativa, com coleta de dados secundários,
direcionada as mulheres adolescentes grávidas.
2.REFERENCIAL TEÓRICO
A gravidez na adolescência é considerada uma gravidez de risco, pois o corpo da menina ainda não
está completamente formado para a maternidade e o seu sistema emocional fica muito abalado. É
denominada gravidez na adolescência a gestação ocorrida em jovens de até 19 anos. Esse tipo de
gravidez em geral não foi planejada, nem desejada e acontece em meio a relacionamentos sem
estabilidade. No Brasil os números são alarmantes.
2.1A GRAVIDEZ
A gravidez é um período fisiológico na vida reprodutiva da mulher que se caracteriza por
modificações físicas, psíquicas e sociais num curto espaço de tempo (BOUZAS; MIRANDA, 2004).
A Gravidez corresponde por um período 42 semanas de gestação, contando a partir do momento que
o óvulo é fecundado, o corpo da mulher passa por varias alterações hormonais, físicas tais como
aumento do seios, aumento uterino,etc. A partir da fecundação do óvulo o embrião passa a se
alimentar exclusivamente da mãe através da placenta ate o fim da gestação. E a partir do 10º a 13º
semana de gestação o embrião ganha o nome de feto. A gravidez pode ser concebida de varias
formas, de forma convencional ou fertilização in vitro.
2.2GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
A gravidez na adolescência (GA) deve ser avaliada de forma ampla, abrangendo a prevenção e a
assistência à mãe, ao pai adolescente e ao seu filho. Ao engravidar a adolescente e se torna mãe, e
passa há vivenciar momentos de dúvidas, inseguranças e medos (BOUZAS; MIRANDA, 2004).
114
É muito importante que a adolescente faça o pré-natal para que possa compreender melhor o que está
acontecendo com seu corpo, seu bebê, prevenir doenças e poder conversar abertamente com um
profissional, tirando suas dúvidas que a preocupam e angustiam essas jovens.
2.3 FATORES DE RISCO NA GRAVIDEZ DE ADOLESCENTES
Os fatores de risco de uma gravidez na adolescência podem ser:

Anemia;

Conceptos com peso do bebê ao nascer;

Parto pré-maturo;

Parto obstruído ou prolongado;

Mortalidade perinatal e infantil;

Depressão pós-parto

Fistulas vesicovaginais;

Doenças sexualmente transmissiveis;

Abortamento inseguro;

Mortalidade materna;
Ainda que a gravidez seja evento fisiológico, há riscos pontilhados, pronunciados na gravidez da
adolescente, em que há imaturidade fisiológica e psíquica ( REZENDE, 2013).
Um grande numero de mulheres se queixam, depois do nascimento do bebe, de tristeza e
irritabilidade, mesmo quando esse bebe nasce perfeito e com boa saúde.
Geralmente esse sintoma e passageiros tende a desaparecer em alguns dias mas caso persista, há
motivo para preocupação, pois, pode ser uma depressão pós-parto levando essa mãe a ter transtorno
emocional, tristeza e tornando- a incapaz de realizar uma simples tarefa do dia-a-dia demonstrando
apatia e desinteresse por tudo que a cerca. Num passado não muito distante, esses sintomas não eram
valorizados, e ninguém falava em depressão pós-parto.
2.4 A IMPORTANCIA DA EDUCAÇAO EM SAUDE NA PREVENÇAO DA GRAVIDEZ NA
ADOLESCÊNCIA
A partir da compreensão de uma gravidez planejada, e o entendimento das implicações que a mesma
pode acarretar para a vida da adolescente, que poderá escolher o momento certo para dar vida a um
novo ser.
É importante conhecer os fatores que podem levar a adolescente a engravidar, identificar as
implicações relacionadas à gravidez na adolescência, avaliar junto aos adolescentes o conhecimento
quanto aos métodos contraceptivos como forma de evitar a gravidez, orientar quanto ao uso
adequado e adesão dos métodos contraceptivos.
A adolescência se caracteriza como uma fase que ocorre entre a infância e a idade adulta, na qual há
muitas transformações tanto físicas quanto psicológicas, possibilitando o surgimento de
comportamentos irreverentes e desafiantes, o questionamento dos modelos e padrões infantis, que
são necessários ao próprio crescimento.
115
A adolescência é um período da vida que merece atenção, pois esta transição entre a infância e a
idade adulta pode resultar, ou não, em problemas futuros para o desenvolvimento de um determinado
indivíduo.
De acordo com Wong & Melo apud Brito (2002), a crescente tendência da liberação do
comportamento social, especificamente, o comportamento sexual, contribui para o aumento da
gravidez na adolescência, devido a ausência de conhecimento do próprio corpo enquanto função
reprodutora, vinda da falta de uma educação esclarecedora, tanto no ambiente familiar como no
escolar e social.Portanto, é fundamental que tanto a família quanto a escola, assumam a
responsabilidade de formar e informar os jovens para que consolidem uma visão positiva da própria
sexualidade, ou seja, tornem-se capazes para tomadas de decisões maduras e responsáveis.
2.5 O PAPEL DO ENFERMEIRO DIANTE DA GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
O papel do enfermeiro é orientar a adolescente no inicio, durante e após o nascimento do bebe.
Gravidez na adolescência é aquela consignada entre 10 e 19 anos considerando se a idade da paciente
por ocasião do parto ( REZENDE, 2013).
È claro que é questionável que a assistência ao pré- natal inadequada colabora para a complicação
materna. O enfermeiro tem um papel de muita importância na assistência ao pré natal, recomenda-se
para a rotina pré- natal de gravidez na adolescência no mínimo de 4 visitas durante o pré- natal, em
todas as consultas deve se pesar a grávida avaliar os níveis tensionais proceder ausculta dos
batimentos cardiofetais. O enfermeiro deve orientar sobre os cuidados e riscos da gravidez na
adolescência remetendo os aspectos psicológicos e familiares da adolescente. Pode ocorrer de
diversas formas, por falta de dialogo entre a adolescente e sua família, também como atividade
sexual
precoce
e
inconseqüente,
violência
sexual,
entre
outros.
Para evitar esse possível transtorno, é necessário existir confiança mútua no ambiente familiar,
informações detalhadas sobre métodos contraceptivos, mudar algumas idéias repassadas entre
amigos e, acima de tudo, respeito e limite ao seu próprio tempo quanto ao início da atividade sexual.
As etapas de qualquer gravidez, seja ela planejada ou não, exige cuidados importantíssimos à saúde
da mãe e bebê. Os riscos são bem maiores em gestantes adolescentes, por isso, necessitam de uma
assistência
médica
o
mais
rápido
possível.
Tem que ter um Pré-natal adequado, acompanhamento terapêutico, apoio familiar e bem estar
pessoal são extremamente fundamentais nesse momento tão delicado na vida de uma jovem.
3. CONCLUSÃO
Concluímos que a gravidez na adolescência nem sempre deve ser considerada como um problema,o
que reforça a importância de implementar as estratégias de prevenção, considerando a realidade de
cada adolescente.
Devemos destacar também, que uma gravidez precoce, pode acarretar conseqüências graves, com o
aborto clandestino, falta de cuidados no pré-natal, podendo ocorrer o abandono da criança após o
nascimento, e a desestruturação da parte psicológica da adolescente, podendo chegar a um quadro de
depressão pós-parto.
116
O enfermeiro tem um papel de muita importância, antes que a gravidez aconteça e durante essa
gravidez, traçando estratégias para informar e orientar essas adolescentes, não só da gravidez
precoce, mas também das DSTs, que podem ocorrer por falta de conhecimento necessário e
orientações, tanto na família, quanto na educação dentro das escolas.
4. REFERÊNCIAS
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução a metodologia do trabalho científico. 5. ed. São
Paulo: Atlas, 2001.
CERVO, Amado Luiz; Metodologia Científica, 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
BOUZAS,Izabel.;MIRANDA,Ana Teresa. Gravidez na adolescência. 1.VOL.2004
FERRÃO, Romário Gava. Metodologia Científica para iniciantes em pesquisa, 3. ed. Vitória:
Incaper, 2008.
MOORE, Keith L. Anatomia Orientada para clínica. 6. Ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan,
2013.
MONTENEGRO, Carlos A.B. Rezende- Obstetrícia. 12. Ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan,
2013.
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia: projetos de pesquisa, TGI, TCC.
Monografias, Dissertações e Teses. São Paulo: Pioneira, 1999.
117
DIFICULDADES DOS CLIENTES NO CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL¹
Elaine Dutra Ferreira²
Icaro Rodrigues²
Ismaico dos Santos²
Maxsuely Batista da Silva²
Rayssa Delabela²
Sidália Alves Soares²
RESUMO
Dentro do tema “Saúde do Adulto”, a hipertensão arterial e uma doença crônica, que resulta em uma
das principais causas de mortalidade na sociedade brasileira. O limite escolhido para sua definição e
o de igual ou maior de 140/90 mmHg e suas consequências representam uma grande preocupação em
termos de saúde publica. O trabalho objetiva enfatizar a importância das dificuldades dos clientes no
controle da hipertensão arterial e como específicos busca: descrever o conceito de hipertensão
arterial, identificar as dificuldades do cliente no controle. Trata de uma pesquisa com o tema Saúde
do Adulto, por referências bibliográficas, exploratória, com abordagem qualitativa, com coleta de
dados secundários, direcionada a homens e mulheres hipertensos. A pesquisa conclui que se possa
conhecer as reais causas das dificuldades dos clientes no controle da hipertensão arterial, e com as
medidas corretas possamos evitar um possível agravamento.
PALAVRAS-CHAVES: Hipertensão Arterial. Dificuldades. Controle.
ABSTRACT
Inside of theme "Adults Health", the arterial hypertension is a chronicle disease that results in one of
the principal cause of mortality in the Brazilian society. The limits choose for your definition is the
equal or larger of 140/90mmHg and you consequences represent a bigger preoccupation in terms of
public health. The work has the objective emphasize the importance of difficulty of clients in the
control of arterial hypertension and like specifics search: Describe the concept of arterial
hypertension; identify the difficulty of clients in the control and evaluate the necessary measures in
your control. It is a research with the theme Adults Health, by bibliographies references,
Exploratory, with qualitative approach, with secondary data collect, directed hypertensive men and
women. The Research concludes as can know the real causes of difficulties of clients in the control
of arterial hypertension, and with the correct measures if to avoid a possible aggravation.
KEYWORDS: Arterial Hypertension. Difficulties. Control.
_____
¹Artigo de Iniciação Cientifica
²Academicos do 5º Período do Curso de Graduação de Enfermagem da Faculdade Capixaba de Nova Venécia-MULTIVIX- Nova Venécia
118
1 INTRODUÇÃO
Dentro do tema “Saúde do Adulto”, a hipertensão arterial e uma doença crônica, que resulta em uma
das principais causas de mortalidade na sociedade brasileira. O limite escolhido para sua definição e
o de igual ou maior de 140/90 mmHg e suas consequências representam uma grande preocupação em
termos de saúde publica.
A hipertensão arterial e um distúrbio cardiovascular e permanece como uma das doenças de maior
prevalência em nossa sociedade, atingindo a população adulta com mais de 20 anos e em 90% dos
casos, por causas hereditárias.
A maior dificuldade no seu controle e que grande parte dos portadores hipertensos não sabem que
são e não fazem o tratamento adequado. Vincula-se que os mesmos sejam dirigidos a unidades de
saúde para que possam realizar cuidados e que sejam acompanhados por profissionais capacitados.
Nossa pesquisa se justifica pelo fado do aumento da incidência de hipertensos na saúde do adulto.
Uma doença de caráter assintomático, na qual o correto controle evita o seu agravamento.
A pesquisa visa ressaltar e identificar a importância do cuidado nas dificuldades dos clientes no
controle da hipertensão arterial.
Temos como objetivo geral enfatizar a importância das dificuldades dos clientes no controle da
hipertensão arterial, descrevendo o conceito de hipertensão arterial, identificando as dificuldades dos
clientes e avaliando as medidas necessárias no controle da hipertensão arterial.
Na metodologia optamos por uma pesquisa com o tema Saúde do Adulto, por referências
bibliográficas, exploratória, com abordagem qualitativa, com coleta de dados secundários,
direcionada a homens e mulheres hipertensos.
2 REFERENCIAL TEORICO
Segundo o Ministério da Saúde (2002), o hiperdia destina-se ao cadastramento e acompanhamento
de portadores de hipertensão arterial e/ou diabetes mellitus atendidos na rede ambulatorial do
Sistema Único de Saúde-SUS, permitindo gerar informação para aquisição, dispensação e
distribuição de medicamentos de formar regular e sistemática a todos os pacientes cadastrados. O
sistema envia dados para o Cartão Nacional de Saúde, funcionalidades que garante a identificação
única do usuário do Sistema Único de Saúde-SUS, permitindo conhecer o perfil epidemiológico da
hipertensão arterial e do diabetes mellitus na população e orienta os gestores na adoção de estratégias
de intervenção.
Para ser realizado o Controle da Hipertensão Arterial, segundo Paulino; Bedin e Paulino (2009), são
necessárias as seguintes ações: o diagnóstico de casos, a busca ativa de casos, o tratamento de casos,
o diagnóstico precoce de complicações, o atendimento de urgência, o diagnóstico clínico, as
aferições rotineiras de PA, a visita domiciliária, o repasse de informações sobre a hipertensão
arterial, o acompanhamento ambulatorial e domiciliar de pacientes, o fornecimento de
medicamentos, o acompanhamento domiciliar de pacientes com sequelas de AVE e outras
complicações e o atendimentos em crises hipertensivas.
Os clientes portadores da hipertensão arterial precisam adquirir o conhecimento da patologia, seus
riscos, seu tratamento para poderem se autocuidar.
119
O grande desafio para os profissionais de saúde, notadamente para os enfermeiros, é poder atender a
essas necessidades da clientela por meio de programas de orientação e acompanhamento,
objetivando a adesão do paciente ao tratamento proposto e consequentemente controle da patologia
(CIANCIARULLO; GUALDA; SILVA; CUNHA,2011).
O tratamento da Hipertensão Arterial pode ser de duas formas: sem e com medicamento. O
tratamento sem medicamento auxilia na diminuição da pressão, e se possível evitar as complicações
e os riscos por meio de modificações nas atitudes e formas de viver. No tratamento medicamentoso
visa reduzir as doenças cardiovasculares e a mortalidade dos pacientes hipertensos.
O tratamento dos portadores de HAS e DM deve ser individualizados, respeitando-se as seguintes
situações: idade do pacientes; presença de outras doenças; capacidade de percepção da hipoglicemia,
estado mental do paciente, uso de outras medicações, dependência de álcool ou drogas; cooperação
do paciente e restrições financeiras (PAULINO; BEDIN; PAULINO, 2009).
Todos os medicamentos possuem reações adversas que podem dificultar o cumprimento do
tratamento proposto, e o paciente entende que piorou ao invés de melhorar, e para de tomá-lo. E
fundamental que os profissionais de saúde conheçam estas reações para que possam orientar o
paciente
e
assim
contribuir
para
a
melhor
adesão
deste
ao
tratamento
(CIANCIARULLO;GUALDA;SILVA;CUNHA,2011).
Alguns clientes esquecem-se de tomar o medicamento regulamente, por motivos de esquecimento,
alguns associados ao processo natural de envelhecimento.
Ao esquecerem de tomar os medicamentos correm o risco de terem sua pressão artérial elevada. O
esquecimento de tomar a medicação é uma importante dificuldade no controle da hipertensão arterial
(MOORE,2013).
Também destacamos o difícil acesso dos clientes ao medicamento em uso. Alguns ainda relatam não
se sentirem bem ou se adaptarem a medicação tomada. E ainda ha uma alimentação adequada ao
processo de tratamento.
3 CONCLUSÃO
Concluímos que a hipertensão arterial é uma doença crônica, que resulta na elevação dos seus níveis
normais, aos quais levam á severos danos á saúde se não controlada. Permanece como uma das
doenças de maior prevalência em nossa sociedade.
Com a pesquisa também concluímos que as dificuldades dos clientes no controle da hipertensão
arterial não surgem somente de um fator ou causa, mas de vários tais como: o esquecimento de tomar
a medicação, tomar em horários errados, difícil acesso á medicação, má orientação juntamente com
falta de conhecimento entre outros.
4 REFERÊNCIAS
ANDRADE, Maria Margarida. Introdução a metodologia do trabalho científico. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2001.
120
CIANCIARULLO, Tâmara Iwanow et al. Saúde na Família e na Comunidade. São Paulo: Ícone,
2011.
MOORE, Keith L. Anatomia Orientada para clínica. 6. Ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan,
2013.
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia: projetos de pesquisa, TGI, TCC.
Monografias, Dissertações e Teses. São Paulo: Pioneira, 1999.
PAULINO, Ivan; BEDIN, Lívia Perassol; PAULINO, Lívia Valle. Estratégia Saúde da Família.
São Paulo: Ícone, 2009.
121
SAÚDE DA MULHER: ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM PARA MULHERES
PORTADORAS DO CÂNCER DE MAMA¹
Ana Maria Do Nascimento Kapich²
Janandra Silva Zampronho²
Loreane Rodrigues Dos Santos²
Mitalli Aparecida Caetano De Almeida²
RESUMO
Dentro do tema " saúde da mulher “, o câncer de mama é considerado um problema de saúde pública
no Brasil, sendo o segundo mais comum no mundo. O câncer de mama é o mais comum entre as
mulheres, e a incidência de 22 (vinte e dois) novos casos a cada ano. É um câncer cuja desvantagem
é significativa, a doença afeta principalmente o aspecto psicossocial e físico de uma mulher com
câncer de mama. A mulher vê de forma diferente, sabendo que a sua “vaidade” é perdida. O trabalho
destaca a importância dos cuidados de enfermagem na prevenção e tratamento do câncer de mama,
tendo como objetivos específicos descrever o câncer de mama, identificar os fatores de risco, avaliar
os cuidados de enfermagem para as mulheres com câncer de mama, estudar o tratamento da doença e
avaliar a saúde emocional dessas mulheres. Trata de pesquisa sobre o tema saúde das mulheres, por
referências, exploratória com abordagem qualitativa e coleta de dados secundários. O trabalho
conclui que todos esses aspectos citados são importantes para a saúde da mulher, para descoberta,
prevenção e tratamento da doença, e o papel do enfermeiro perante essa realidade.
PALAVRAS-CHAVES: Mulheres. Câncer de mama. Assistência. Enfermagem
ABSTRACT
Within the theme "women's health", breast cancer is considered a public health problem in Brazil,
being the second most common in the world. Breast cancer is the most common among women, and
the incidence of 22 (twenty-two) new cases each year. It is a cancer whose disadvantage is
significant, the disease mainly affects the psychosocial and physical appearance of a woman with
breast cancer. The woman sees it differently, knowing that his "vanity" is lost. The work aims to
highlight the importance of nursing care in the prevention and treatment of breast cancer and
specific. Describes breast cancer, identifies risk factors, evaluates nursing care for women with
breast cancer, studies the treatment of the disease and assesses the emotional health of these women.
Comes to research on the topic women's health, references, exploratorias with a qualitative approach,
with secondary data collection, women with breast cancer. The work concludes that all these aspects
cited are important to the health of the woman, for discovery, prevention and treatment of disease,
and the role of the nurse in this reality.
KEYWORDS: Woman. Breast câncer. Assistance. Nursing
¹Artigo de iniciacão cientifica
²Academicas do 5° período do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Capixaba de Nova Venecia -MULTIVIX- Nova Venecia
122
1. INTRODUÇÃO
Dentro do tema “Saúde da Mulher”, o câncer de mama é considerado um problema na saúde publica
no Brasil, sendo o segundo mais frequente no mundo. O câncer de mama é o mais comum entre
mulheres, tendo a incidência de 22 (vinte e dois) novos casos a cada ano. Sendo uma neoplasia cujo
lado negativo é significante, a doença afeta principalmente o psicossocial e o aspecto físico da
mulher portadora do câncer de mama. A mulher passa a se enxergar com outros olhos sabendo que a
sua “vaidade” pode se perder. Muitas não pensam tanto no lado que podem morrer e sim o fato que
vão sofrer com a perda do cabelo, com o emagrecimento, com os seios que podem sofrer alterações
dependendo do grau da doença e o lado doloroso da quimioterapia.
Tratamos de pesquisa sobre o tema saúde das mulheres, por referências, exploratória com abordagem
qualitativa e coleta de dados secundários.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
O câncer de mama é uma doença degenerativa resultante do acumulo de lesões num material
genético das células, oque induz o processo de crescimento, reprodução e dispersão à normal dos
mesmos (PIATO, 2004).
2.1 O CÂNCER DE MAMA
Em muitas culturas, a mama desempenha um papel significativo na sexualidade e identidade da
mulher. Um distúrbio de mama, seja benigno ou maligno, pode provocar grande ansiedade e medo de
desfiguração potencial, perda da atração sexual e, até mesmo, a morte. Portanto, as enfermeiras
devem ter experiência na avaliação e tratamento não somente dos sintomas físicos, mas também dos
sintomas psicossociais dos distúrbios da mama (BRUNNER; SUDDARTH, 2008).
As estatísticas atuais indicam que, durante toda a vida (nascimento a morte), o risco de uma mulher
desenvolver o câncer de mama é de 1 em 8. Quando diferenciado pela idade, o risco para para 39
anos de idade e de 1 em 209, aumentando para 1 em 24 aos 59 anos de idade. Aproximadamente
80% dos canceres de mama são diagnosticado depois dos 50 anos de idade (BRUNNER;
SUDDARTH, 2009).
2.2 FATORES DE RISCO PARA O CÂNCER DE MAMA
Não existe nenhuma causa especifica isolada para o câncer de mama. Uma combinação de fatores
hormonais, genéticos e, possivelmente, ambientais pode levar ao maior risco para seu
desenvolvimento (BRUNNER ; SUDDARTH, 2009).



Sexo feminino, sexo é o fator mais obvio para câncer de mama: 99% dos casos acontecem em
mulheres.
Idade crescente também está associada a um risco crescente de mama, sendo o risco máximo
depois de 50 anos de idade.
Historia familiar de câncer de mama, nos casos familiais, o risco é determinado pelo membro
da família que possui a doença.
123




Mutações genéticas, o câncer de mama pode ser herdado geneticamente, resultando em risco
significativos. Cerca de 5 a 10% dos casos de câncer de mama desenvolvem-se em
consequência de mutações genéticas.
Fatores hormonais o papel dos hormônios e suas relações com o câncer de mama é
amplamente controversos. No entanto, a relação entre a exposição ao estrógeno e o câncer de
mama é amplamente aceita.
Obesidade estudos da ingesta de gorduras na dieta e o risco de câncer de mama tem sido
conflitantes. Estudos epidemiológicos pregressos mostraram que existe uma menor incidência
de câncer de mama nos países em que a dieta é pobre em gorduras.
Ingestão de álcool, Com a ingestão crescente de álcool (2 a 5 drinques por dia) o risco pode
duplicar. As mulheres que consome mais de 1 copo e meio de vinho por dia tem a
probabilidade duas vezes maior de desenvolver o câncer de mama em comparação com
aquelas que bebem pouco ou nenhum álcool.
2.3 POSSIBILIDADES TERAPÊUTICAS PARA O CÂNCER DE MAMA
Podemos ter como possibilidades terapêuticas, a radioterapia e quimioterapia:.
A radioterapia é utilizada para diminuir a possibilidade de uma recorrência local na mama ao
erradicar células cancerosas microscópicas residuais. O tratamento de conservação da mama seguido
por radioterapia para o câncer de mama nos estágios I e II resulta em uma taxa de sobrevida igual
aquela de uma mastectómia radical modificada.
A quimioterapia auxiliar ou coadjuvante envolve o uso de agentes anticancerígenos, além de outros
tratamentos (cirurgia e radiação) para retardar ou evitar uma recidiva do câncer de mama. É
considerado para as pacientes que apresentam linfonodos positivos ou que tem tumores invasivos
superiores ou iguais a 1cm, independentemente do estado dos linfonodos (BRUNNER;
SUDDARTH, 2009).
2.4 A SAUDE EMOCIONAL DA MULHER COM CANCER DE MAMA
Outros estudos demonstraram redução da qualidade de vida nos domínios emocional, social e sexual
não somente no período de um a dois anos após o tratamento inicial, mas também após cinco anos.
Sugerem, por isso, que o cuidado psicooncológico oferecido às pacientes deve ser mantido mesmo
após o término do tratamento clínico (HOLZNER; KEMMLER; KOPP; MOSCHEN, 2001).
2.5 ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM PARA À MULHER COM CANCER DE MAMA
As enfermeiras desempenham um papel importante não somente na educação das pacientes e no
tratamento de seus sintomas, como no fornecimento do apoio emocional. Muitas pacientes acham
que a recidiva da doença é mais estressante que o diagnostico inicial de câncer. Elas não apenas
precisam lidar com uma outra bateria de tratamentos, como também se deparam com uma incerteza
maior sobre seu futuro e sobrevida a longo prazo. A enfermeira pode ajudar a paciente a identificar
estratégias de enfrentamento e a estabelecer prioridades para otimizar a qualidade de vida
(BRUNNER; SUDDARTH,2009).
124
3. CONCLUSÃO
O Câncer de mama é uma doença degenerativa resultante do acumulo de lesões num material
genético das células o que induz o processo de crescimento anormal dos mesmos. Levando em
consideração esses aspectos o enfermeiro desempenha seu papel no tratamento e o
acompanhamento da doença, mas não somente no tratamento de seus sintomas, como também no
fornecimento do apoio emocional. Diante deste contexto podemos ressaltar que assistência de
enfermagem pode ajudar o paciente a identificar estratégias de enfrentamento e a estabelecer
prioridades para otimizar a qualidade de vida.
4. REFERENCIAS
BRUNNER;
SUDDARTH,Tratado
Janeiro:Guanabara Koogan,2008.
________.Tratado
Koogan,2009.
de
enfermagem
de
enfermagem
médico-cirúrgica.11.ed.Rio
médico-cirúrgica.11.ed.Rio
de
de
Janeiro:Guanabara
CECILIA Lucia, Câncer de mama e sofrimento psicológico: aspectos relacionados ao feminino
[s.d]
Disponível
em:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141373722008000200005&script=sci_arttext Acesso em 29 out de 2015.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
125
CÃNCER DE MAMA: A IMPORTANCIA DOS SINAIS E SINTOMAS ¹
Doanne dos Santos Vaneli²
Sonia Vial²
RESUMO
Quando se fala sobre a saúde da mulher, logo pensamos nas doenças, que tanto as aflige. Hoje, o
câncer de mama é visto com muito medo entre todas as mulheres, como algo, que pode destruí-las
psicologicamente, sexualmente além de mutilá-las fisicamente, na maioria das vezes, deixando
marcas para sempre. O trabalho ressalta a importância dos sinais e sintomas do câncer de mama e
como objetivos específicos detecta os sinais e sintomas do câncer de mama e avalia o papel do
enfermeiro frente ao câncer de mama. Trata-se de uma pesquisa com o tema saúde da mulher, por
referencia bibliográfica, exploratória, com abordagem qualitativa, com coleta de dados secundários
direcionado a mulheres. A pesquisa conclui que câncer de mama é uma doença degenerativa
resultante em acumulo de lesões no material genético , é considerada hoje um problema de saúde
mundial que afeta principalmente as mulheres , mais pode ser prevenido e tratado com diagnostico
precoce ,evitando assim morte e mutilações de mulher e homem.
PALAVRAS-CHAVES: Câncer de mama. Sinais. Sintomas.
ABSTRACT
When talking about women's health, just think of the disease, which afflicts both. Today, breast
cancer is seen very afraid of all women, as something that can destroy them psychologically sexually
as well as physically mutilate them, most of the time, leaving marks forever. The objective work
highlights the importance of the signs and symptoms of breast cancer and how to detect specific
signs and symptoms of breast cancer and evaluates the role of the nurse in the breast cancer. This is a
survey of the subject women's health, for bibliographical references exploratory with a qualitative
approach, with secondary data collection aimed at women. The research concludes that breast cancer
is a degenerative disease resulting in accumulation of lesions in the genetic material, is now
considered a worldwide health problem that affects mainly women, most can be prevented and
treated with early diagnosis, thus avoiding death and mutilation of women and men.
KEYWORDS: Breast cancer. Signs. Symptoms.
_____
1
Artigo de Iniciação Científica.
Academicos do 5º Período do Curso de Graduação em Enfermagem da Faculdade Capixaba de Nova Venécia – MULTIVIX – Nova Venécia.
2
126
1 .INTRODUÇÃO
Quando se fala sobre a saúde da mulher, logo pensamos nas doenças, que tanto as aflige. Hoje, o
câncer de mama é visto com muito medo entre todas as mulheres, como algo, que pode destruí-las
psicologicamente, sexualmente além de mutilá-las fisicamente, na maioria das vezes, deixando
marcas para sempre.
O câncer de mama é o tumor mais freqüente no Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), nas décadas de 60 e 70, registramos um aumento significante de casos, dentro de uma
estatística que alarma toda a população feminina, principalmente na faixa etária mais atingida,
mulheres a partir dos 35 anos de idade. Atualmente, no Brasil, o câncer de mama é uma relevante
causa de óbito entre as mulheres.
A pesquisa se justifica pelo fato da importância da evidenciação dos sinais e sintomas do câncer de
mama, pois quando diagnosticado precocemente, com o tratamento correto, aumentamos as taxas de
sobrevivência. Alerta a mulher sobre o conhecimento dos sinais e sintomas do câncer de mama,
possibilitando o tratamento imediato.
2 - REFERENCIAL TEÓRICO
O câncer de mama é uma doença degenerativa resultante do acumulo de lesões num material
genético das células, o que induz o processo de crescimento, reprodução e dispersão à normal dos
mesmos.
2.1 ANATOMIA DA MAMA
Segundo Moore; Dalley; Agur (2013) as mamas são as estruturas superficiais mais proeminentes na
parede anterior do tórax, sobretudo nas mulheres. As mamas são formadas por tecido glandular e
tecido fibroso de sustentação integrado a uma matriz adiposa, junto com vasos sanguíneos, vasos
linfáticos e nervos.
2.2 CANCER DE MAMA
O câncer de mama ocorre quando as células deste órgão passam a se dividir e se reproduzir muito
rápidas e de forma desordenada. A maioria dos cânceres de mama acomete as células dos ductos das
mamas. Por isso, o câncer de mama, mas comum se chama Carcinoma Ductal. Aproximadamente
10% dos carcenomas, mesmo se eles forem palpáveis não são detectáveis pela mamografia. A
principal razão são os tecidos circunjacentes denso e especialmente em mulheres e jovem.
2.3 SINAIS E SINTOMAS DO CANCER DE MAMA
Segundo Paulino; Bedin; Paulino (2009) devemos nos atentar a presença de nódulos, atentarem a
presença de linfonódos, detectar a presença de secreção e purulenta ou sanguinolenta e colher
material para exame citopatológico. O estagio pré- invasor do Câncer de mama e logo podendo dura
messe ou mesmo anos. Daí a importância da intensificação das ações de detecção mais freqüente
naquelas mulheres consideradas com maior risco.
127
2.4 PAPEL DO ENFERMEIRO FRENTE AO CÂNCER DE MAMA
Frente ao CA de mama, Segundo Paulino; Bedin; Paulino (2009) a técnica para a realização do auto
Exame deve ser ensinado pelos profissionais de saúde, durante a consulta ginecologia ou em
reuniões educativas. E importante lembrar que quanto mais precocemente for diagnosticado o Cancer
de mama, mulher terá o prognostico e mais longa a sobrevivência da paciente.
3. METODOLOGIA
Os trabalhos de pesquisa podem ser classificados como: explicativa, descritiva e exploratória, sendo
que, na elaboração deste, utilizaremos as pesquisas exploratória e descritiva. De acordo com Gil
(2007, p. 41):
A pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema, com visitas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipótese. Pode-se dizer que
estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou as descobertas de
instituições. Seu planejamento é, portanto bastante flexível, de modo que possibilite a
consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado.
Segundo Ferrão (2008, p. 75) “a pesquisa exploratória é o primeiro passo do trabalho científico.
Geralmente é a bibliográfica, pois avalia-se a possibilidade de desenvolver uma pesquisa sobre
determinado assunto”. As técnicas utilizadas para coleta de dados para a realização deste trabalho
será a pesquisa bibliográfica. Por pesquisa bibliográfica entende-se como levantamento realizado em
bibliotecas públicas, universitárias, virtuais e tem por finalidade conhecer as diferentes formas de
contribuição científica que se realizaram sobre determinado assunto ou fenômeno (OLIVEIRA,
1999, p. 119).
Conforme Gil (2007, p. 44, 46):
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido
algum tipo de trabalho dessa natureza. Há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir
de fontes bibliográficas. Boa parte dos estudos exploratórios pode ser definida como
pesquisas bibliográficas. Já a pesquisa documental assemelha-se muito a pesquisa
bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a
pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores
sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não recebem
ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os
objetivos da pesquisa.
Portanto, este tipo de pesquisa proporciona inúmeras vantagens, sendo considerada fonte riquíssima
e estável de dados. Para a coleta de dados utilizamos fonte secundária.
Segundo Andrade (2001, p. 43):
128
Fontes secundárias referem-se a determinadas fontes primárias, isto é, são constituídas pela
literatura originada de determinadas fontes primárias e constitui-se em fontes das pesquisas
bibliográficas, são as obras nas quais as informações já foram elaboradas (livros, apostilas,
teses, monografias, etc.).
A amostra atinge todas as mulheres com câncer de mama independente de raça, se tem filhos ou não,
idade e condições sócio econômicas. Os instrumentos para coletas de dados utilizados nesse projeto
compreendem artigos, publicações em sites, livros. Após a leitura de vários artigos, chegaremos a
uma conclusão que será descrita no trabalho, após a pesquisa
4. CONCLUSÃO
De acordo com as literatura pesquisada, conclui-se que o Câncer de mama é um tumor maligno que
se desenvolve na mama como consequência de alterações genéticas em alguns conjuntos de células.
O Câncer de Mama pode acometer tanto os homens como as mulheres sendo sua maior incidência
nas mulheres.
O Câncer de mama tem cura, daí a importância do diagnostico precoce, quanto antes diagnosticado,
maior será a chance de cura e menor será o sofrimento para o paciente .
5. REFERENCIAS
ABBAS, Abel k.; FAUSTO, Nelson; KUMMAR, Vinay. Robbins e Cotran: patologia bases
patológicas das doenças. 7 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
ANDRADE, Maria Margarida. Introdução a metodologia do trabalho científico. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2001.
FERRÃO, Romário Gava. Metodologia Científica para iniciantes em pesquisa, 3. ed. Vitória:
Incaper, 2008.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
SMILTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G.; HINKLE, Janice L.; CHEEVER, Kerry H. Tratado de
Enfermagem Médico – Cirúrgico. 11 ed. Rio de Janeiro , 2009.
PAULINO, Ivan ; BEDIN, Livia P. ; PAULINO, Livia V. Estratégia Saúde da Família. Ex 3. Rio
de Janeiro ,2009.
129
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NA REVISTA UNIVERSO DA ENFERMAGEM
Apresentação
A revista Universo da Enfermagem publica trabalhos técnicos culturais, científicos e/ou
acadêmicos, nas áreas ligadas aos cursos oferecidos de graduação, desde que atenda aos objetivos da
Instituição. Admite-se, de preferência, autor pertencente à Faculdade, sem limitar, contudo, as
contribuições e intercâmbios externos, julgados pelo Conselho Editorial, de valor para a Revista e,
sobretudo, para a sociedade brasileira.
Normas de Publicação
Os originais entregues para publicação deverão ser assinados pelo autor e seguir as seguintes normas:
1 Texto
1.1 Os trabalhos devem ser inéditos e submetidos ao Conselho Editorial, para a avaliação e revista de
pelo menos, dois de seus membros, cabendo-lhe o direito de publicá-lo ou não;
1.2 O texto deve ser apresentado em formato A4 (210x297mm);
1.3 Os trabalhos e artigos não devem ultrapassar o total de vinte laudas, em espaçamento normal;
resumos de dissertação e monografia, duas laudas e resenhas e/ou relatos, não devem ultrapassar
quatro laudas;
1.4 O texto deve ser entregue em CD e impresso, sendo composto no editor de texto Word for
Windows, com fonte Time New Roman 12;
1.5 O trabalho deve apresentar obrigatoriamente:
, enfocando as atividades mais condizentes com o
tema trabalhado;
2 Referências Bibliográficas
As referências bibliográficas deverão ser listadas imediatamente após texto, em ordem alfabética,
obedecendo Normas Técnicas.
3 Citações
130
Qualquer citação no texto deverá ter obrigatoriamente identificação completa da fonte, acrescida da
(s) página (s) de onde foi retirada a citação.
Pede-se aos autores
ual de Normas Técnicas da MULTIVIX, que se encontra à disposição
de todos na Biblioteca e na intranet do site da Instituição;
neologismos
desnecessários;
que ocorre.
Considerações Finais
Os artigos são de inteira responsabilidade de seus autores e o Conselho de Editoração não se
responsabilizará pelas opiniões expressadas nos artigos assinados

Documentos relacionados