Revista Aliança Premonstratense XIII

Transcrição

Revista Aliança Premonstratense XIII
ALIANçA PREMONSTRATENSE
REVISTA
DAS COMUNIDADES
DE LÍNGUA PORTUGUÊSA E ESPANHOLA
30.06.2009
n°13
ALIANZA PREMONSTRATENSE
REVISTA
DE LAS COMUNIDADES
DE LENGUA ESPAÑOLA Y PORTUGUESA
ITINGA
JAÚ
MONTES CLAROS
CHILE
SANTA CLOTILDE
TORO
VILLORIA
Corresponsales – responsáveis
responsáveis
Por las crónicas – pelas crônicas
Itinga
Fr. Ângelus Josemir Silva
[email protected]
Natal
Fr. Lino Marcos
[email protected]
Jaú
Pe. Maurício de Souza
[email protected]
Montes Claros
Fr. Michel Valério
[email protected]
Osorno
P. Rodrigo Belmar Cifuentes
[email protected]
Toro
Sor Maria Cristina
[email protected]
Villoria de Órbigo
Madre María de las Nieves
[email protected]
por la edición – pela edição
Fr. Alessandro Resende Heleno
[email protected]
(editor)
Fr. Michael Johnny da S. Souza
[email protected]
(assistente)
Obs: A revista é editada semestralmente: nos fins dos meses de junho e dezembro.
Por favor, enviar os textos ao Fr. Alessandro antes dos dias 15 de junho e 15 de dezembro.
[email protected]
2
Editorial
I
II
p. 5
AS CRÔNICAS - LAS CRÓNICAS
Itinga
(Fr. Ângelus Josemir)
p. 6-8
Natal
(Fr. Lino Marcos)
p. 8-11
Jaú
(Não enviou a crônica)
p. 11
Montes Claros
(Fr. Michel Valério)
p. 12-14
Chile
(P. Rodrigo Belmar Cifuentes)
p. 15-16
Toro
(Sor Maria Cristina)
p. 17-19
Villoria de Orbigo
(no ha llegado la crónica)
p. 20
ESPIRITUALIDADE
Dom Thomas Handgrätinger - Abade geral
São Norberto – Diácono – Sacerdote - Bispo
III
p. 21-32
NUESTRAS CONSTITUCIONES
Dom José Wouters
Nuestra Profesión Vivida Como Expresión de Nuestro Carisma
(Const. n° 39-51)
p. 33-36
3
IV
ARTIGOS e RELATÓRIOS - ARTÍCULOS e INFORMES
Côn. Godofredo Chantrain o.praem.
Livros sobre a Ordem Premonstratense em Português
V
p. 37-41
PASTORAL VOCACIONAL
Relato do último despertar vocacional no Priorado N. Sra. Aparecida e
S. Norberto de Montes Claros (MG) – “Crescer na Verdade”.
Equipe de redação
p. 42
PARABÉNS!
Ordenações presbiterais:
Côn. Alcides Ribeiro Filho (Jaú) aos 5 de junho de 2009
Côn. Hugo de Fosses Jocelino de Oliveira Santos (Itinga) aos 6 de junho de 2009
Côn. João Francisco Genílson de Jesus Santos (Itinga) aos 6 de junho de 2009
4
EDITORIAL
Estimados irmãos(ãs) e cônegos(as) há exatamente quase um ano o Papa Bento XIV,
em Roma, abriu o Ano Paulino dizendo “estou feliz por anunciar oficialmente que ao
Apóstolo Paulo dedicaremos um especial Ano Jubilar, desde 28 de junho de 2008 até 29 de
junho de 2009, por ocasião do bimilenário do seu nascimento. O Apóstolo das Nações,
particularmente comprometido em levar a Boa Nova a todos os povos, prodigalizou-se
totalmente pela unidade e pela concórdia de todos os cristãos. Queira ele guiar-nos e protegernos nesta celebração bimilenária, ajudando-nos a progredir na busca humilde e sincera da
unidade plena de todos os membros do Corpo místico de Cristo.”
É com estas palavras que desejo apresentar-lhes a Revista Aliança. Assim como São
Paulo foi um grande missionário, comunicador e animador de comunidades, esta Revista
Aliança que tem a colaboração de vários membros de diversas casas premonstratenses, tem
também esta finalidade.
As crônicas nos colocam em contato com as atividades dos irmãos(ãs) de lugares
diferentes. E aqui comunicamos aos leitores a mudança do responsável pela crônica do
Priorado de Montes Claros que passará à responsabilidade do irmão Michel Valério, desde já,
particularmente, agradecemos pela sua colaboração.
O ensinamento apostólico e norbertino nos vêm da reflexão espiritual de nosso Abade
Geral, que com grande empenho tem animado nosso diálogo sobre a missão da Vida
Comunitária norbertina, num paralelismo entre São Paulo e São Norberto: vocação e missão
premonstratense.
Temos contado com a colaboração do abade José Wouters, que tem escrito sobre
nossas Constituições. Nesta edição ele discutirá os números 39-51 de nossas Constituições e
mostrará como a identidade da vocação premonstratense determina as formas concretas da
prática dos 3 votos.
Na parte dos artigos e informes recebemos os textos produzidos por estudantes de
filosofia, teologia, escritores de artigo ou livro sobre nossas histórias e atividades realizadas;
como temos recebido do cônego Godofredo Chantrain de Pirapora (SP). Por isso gostaríamos
de incentivá-los a escrever e a partilhar com as outras casas, o que se tem produzido nas
Abadias e Priorados.
O espaço reservado ao item, Pastoral Vocacional, tem o objetivo de apresentar o
trabalho desenvolvido e ser uma troca de experiência dos responsáveis e animadores
vocacionais das diversas casas sobre o discernimento vocacional.
Devido à colaboração de vários confrades pudemos fazer uma grande e maravilhosa
mudança no site da Revista Aliança: www.norbal.org; para quem ainda não acessou
recomendamos a visita, pois têm fotos, artigos e comunicados, além das atualizações
constantes. Por isso, é importante saber que cada Priorado ou Abadia tem um responsável
pelas atualizações dos catálagos e acesso ao campo de “proposições de artigos”. Afinal, tanto
o site quanto a Revista Aliança são de inteira responsabilidade de todos nós.
Desejamos a todos(as) uma boa leitura.
Côn. Alessandro
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I
AS CRÔNICAS - LAS CRÓNICAS
O PRIORADO DE SÃO NORBERTO DE ITINGA
Fr. Ângelus Josemir
Dezembro de 2008
05 – Retiro para noviços, professos simples e candidatos aos votos solenes,
realizado na Comunidade “Verbo de Vida”.
08 – Festa dos 14 anos da Paróquia Nossa Senhora Aparecida e Santa Catarina
de Sena em Itinga-BA. Missa Solene com votos perpétuos dos Confrades Vito e
João Francisco, e votos simples de Thomé, na Igreja de Nossa Senhora
Aparecida e Santa Catarina de Sena.
10 – Capítulo financeiro da Canonia.
11 a 13 – Visitou o Priorado o Abade Dom Jerônimo da Abadia de Tongerlo,
Bélgica, que celebrou duas vezes na preparação para a festa dos 10 anos de
existência do Priorado São Norberto.
13 – O Diac. Tarcísio fez o seu trânsito da Abadia Itatinga, (Ordem
Cisterciense) para o Priorado São Norberto de Itinga, como também foram
vestidos 05 noviços no mesmo dia.
“Se queres saber o
que cremos, vem
ouvir o que
cantamos.” E
ainda: “Cantar é
próprio de quem
ama”.
(Santo Agostinho)
14 – Ordenação Diaconal do confrade João Francisco, pela imposição das mãos
de Dom Josafá Menezes, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Salvador da
Bahia, na Igreja Matriz Nossa Senhora Aparecida e Santa Catarina de Sena.
24 – Festa natalina do Mosteiro e, como é tradição em nossa Ordem, o mais
novo faz a mensagem natalina; o noviço Gabriel fez neste ano por ser o mais
jovem de nossa Canonia.
26– Férias para alguns confrades como de costume.
31 – Às 23h todos foram para a praia de Ipitanga para passagem de ano e
receber as bênçãos do novo ano.
“Vós sois a
trombeta e o
saltério, a cítara, o
tímpano, o coro, as
cordas e o órgão.”
(Santo Agostinho)
6
Janeiro/2009
01 – Viagem de Pe. Miguel e Pe. Thiago pelo nordeste com um grupo de
paroquianos.
06 – Pe. Miguel com sua turma de viagem chega a Natal.
31 – Pré- eleição do primeiro Prior de Regimine da Canonia São Norberto.
Fevereiro/2009
03 – Aula inaugural na Faculdade de São Bento da Bahia.
04 – Chegou Dom Miguel Carlos, Abade de Geras, Áustria.
“Poucas coisas são
tão próprias para
excitar a piedade
nas almas e
inflamá-las com o
fogo do amor
divino como o
canto.”
(Santo Agostinho)
05 – Chegaram para a cerimônia de elevação do Priorado a Canonia Sui Juris o
Abade Geral, Dom Thomas, Dom Paulo (delegado para América Latina), Prior
Pe. Antonio Galvão do Priorado de Montes Claros, Pe. Rodrigo (representante
da comunidade chilena).
06 – Chegaram os representantes da Abadia de Jau, Diác. Alcides e Côn.
Josenildo.
07 – Missa do Divino Espírito Santo, presidida pelo Abade Geral, Dom
Thomás, leitura do Decreto que eleva a Canonia Sui Juiris por Dom Miguel
Carlos. Após a missa aconteceu a eleição do primeiro Prior de Regimine. Foi
eleito o Pe. Milo Ambros, como Prior por 12 anos, até a idade de 80 anos.
08 – Missa em ação de graças, presidida pelo Cardeal Arcebispo Dom Geraldo
Majella Agnelo, pelo fato histórico da elevação da Canonia de São Norberto e
eleição do seu primeiro superior. Fizeram-se presentes nesta missa autoridades
civis, a prefeita de Lauro de Freitas e demais autoridades.
10 – Primeiro capítulo no dia de Beato Thiago Kern para escolha do conselho
do Prior. Como conselheiros eleitos foram: Pe. Thiago e Diac. João Francisco.
Os conselheiros nomeados foram o mestre dos noviços e o provisor. O Provisor
Pe. Miguel foi nomeado conselheiro, como o prior mesmo é o mestre dos
noviços, ele nomeará como conselheiro o Diac. Hugo “Ad nutum”. Pe. Miguel
foi nomeado subprior e Pe. Thiago Circador. O Capítulo decidiu também a
elevação da casa de Natal em “Mosteiro dependente N. Sra. Medianeira”. Foi
decidido também o trânsito dos três irmãos chilenos para Itinga, quando são
liberados da Abadia de Tongerlo. Também foi decidida a fundação de uma
nova casa dependente em Viena, Áustria.
“Minha alma
suspira e desfalece
pelos átrios do
Senhor. Meu
coração e minha
carne exultam pelo
Deus vivo.”
(Sl 84-3)
Abril/2009
12 – Domingo da Ressurreição do Senhor, celebramos como tradição da ordem
as vésperas pascais após o almoço.
28/04 a 02/05 – Aconteceu em Mar Grande na casa dos Jesuítas, o “novinter”
7
onde participaram 05 noviços, com o tema: “Afetividade”. Início do retiro dos
Diac. Hugo e João Francisco na comunidade “Verbo de Vida”.
27 – O Capítulo da Canonia decidiu positivamente o trânsito do irmão Norbert,
de Geras para Itinga, se liberado da Abadia de Geras.
Maio/2009
11 – O Prior anunciou que recebemos uma paróquia com mosteiro em Viena,
Áustria, Gettehölzl. E que o conselho enviará para esta mais nova missão o
“Quantas lágrimas
Prior Pe. Milo, o Pe. Rafael e o Ir. Norbert que faz trânsito de Geras para Itinga. verti, quão violenta
Pe. Milo viajou neste dia para Natal e ficou até 16/05.
emoção
11 a 18 – Novinter em Mar Grande na ilha de Itaparica, com o tema:
“Consagração e Votos”
Junho/2009
06 – Festa de São Norberto, 875 anos de sua morte, missa com ordenação
presbiteral dos Diác. Hugo e João Francisco, pelas mãos de Dom Josafá
Menezes, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, na Igreja
Matriz de Itinga-BA.
Lauro de Freitas/BA, 17 de Junho de 2009
experimentada,
Senhor, ao ouvir
em vossa Igreja os
hinos e cânticos
que o louvam. Ao
mesmo tempo em
que aqueles sons
penetravam em
meu coração,
excitando os
movimentos de
piedade, enquanto
corriam minhas
lágrimas”...
(Conversão de
Santo Agostinho)
MOSTEIRO NOSSA SENHORA MEDIANEIRA
São Gonçalo do Amarante – Rio Grande do Norte
Fr. Lino Marcos
DEZEMBRO 2008
Vou escutar o que
diz o Senhor:
“Deus anuncia a
paz ao seu povo e
seus fiéis, e aos que
se convertem de
coração.
Amor e Felicidade
se encontram,
Justiça e Paz se
abraçam.”
(Sl 85-9,11)
24 de dezembro de 2008, natal do Senhor Jesus Cristo, momento de
grande alegria para nossa comunidade. Nós nos reunimos para celebrar a vinda
do Senhor Jesus, nos confraternizamos com os nossos amigos. Às 12h30
iniciamos com a oração média, depois da leitura breve, o irmão Moisés sendo o
mais novo membro da comunidade falou-nos sobre o seguimento a Jesus
8
Cristo, que para seguir o caminho de Jesus Cristo devemos estar prontos a nos
colocarmos sobre a graça de Deus. Comentou sobre a fundação da Ordem por
São Norberto, estando prontos para toda boa obra. Padre Filipe falou sobre a
criação dos terciários para nossa comunidade e, a importância dos mesmos.
Terminou com a oração final, em seguida a confraternização com o almoço.
JANEIRO DE 2009
06 de janeiro de 2009. O Pe. Miguel, Pe Thiago e alguns paroquianos A melodia torna o
da paróquia Nossa Senhora Aparecida e Santa Catarina de Sena em Itinga – texto desejável e
BA, permaneceram conosco do dia 06 até o dia 11/01/2009.
agradável, como o
No dia 09/01 o Irmão Lino renovou seus votos na oração das laudes
diante do Pe Miguel delegado do Abade Miguel Carlos.
No dia 16/01 a 05/02 o Irmão Lino saiu de férias; no dia 05/02 a 17/02
o Pe Filipe e o irmão Vito viajaram para Itinga para a elevação do priorado para
canonia, sendo eleito o Pe Milo como Prior de regimine.
mel que se
acrescenta a um
medicamento para
dar-lhe bom
sabor.”
(São Basílio)
FEVEREIRO DE 2009
De 12 a 13 o Abade Geral da Ordem Premonstratenses Dom Tomás
Handrätinger e o Pe. Milo Prior do Priorado de Itinga nos visitaram: Área
Pastoral Santo Antônio do Potengi, o monumento dos Protomártires do Brasil,
a cidade de Natal e visitaram o Arcebispo da Arquidiocese de Natal. No dia 12
de fevereiro celebramos os dois anos da criação da Área Pastoral Santo Antônio
do Potengi. O Abade Geral Dom Tomás Handgrätinger presidiu a celebração da
Eucaristia e o Pe Milo fez a homilia: falou-nos da chegada dos
Premonstratenses e da criação da Área Pastoral nos dois anos de caminhada
junto com o povo dessa Área Pastoral.
No dia 17 à 18/02 o jovem Reginaldo candidato ao postulantado desse
ano, visitou-nos para conhecer nosso estilo de vida e a nossa casa. Ele é natural
da cidade de Ares-RN, mas pertence à paróquia Nossa Senhora da Conceição –
Santo Antônio do Salto da Onça-RN.
“Cantarei para
sempre o amor do
Senhor, anunciarei
de geração em
geração a tua
fidelidade.
Pois eu disse: Teu
amor é um edifício
eterno. Tu firmaste
a tua fidelidade
mais que o céu.”
(Sl 89-2,3)
MARÇO DE 2009
No 02 de março a nossa comunidade Nossa Senhora Medianeira
recebeu os nossos co-irmãos: Pe. Rafael e o irmão Bento. Logo após nos
reunimos e apresentamos para eles o horário e as funções da casa e da Área Vivam todos, pois,
Pastoral. O irmão Bento vai concluindo o curso de teologia no Seminário São em união de alma e
coração, e honrem
Pedro - Arquidiocese de Natal, onde já estuda o irmão Lino.
Em 08/03 Chegou a nossa casa o candidato para o postulantado
Reginaldo. No dia 09/03 o conselho da casa aprovou o pedido de Reginaldo
para o postulantado desse ano. No dia 18/03 o Irmão Moisés deixou nossa
comunidade. No dia 23/03 o Pe Milo nos visitou, no dia seguinte ele nos falou
a Deus uns nos
outros, do qual
vocês foram feitos
templos vivos.
(Regra de Snato
Agostinho I – 8)
9
sobre: a elevação da casa para Priorado dependente (Mosteiro de Nossa
Senhora Medianeira) da Canonia São Norberto de Itinga. O irmão Bento por
motivo de saúde pediu seu afastamento da comunidade, Pe. Milo aceitou o
pedido do irmão Bento e deu férias prolongadas aos irmãos: Moisés e Bento,
depois leu a carta do Abade Geral D. Tomás que comentava o encontro com os
confrades.
No dia 29/03 foi oficializada a elevação da casa Nossa Senhora
Medianeira para Mosteiro Independente da Canonia de São Norberto de ItingaBA. na matriz da Área pastoral Santo Antonio do Potengi, na missa das 19h30
junto com a comunidade da Área e a comunidade religiosa dos
Premonstratenses. O conselho do priorado ficou assim: Padre Filipe (o
superior), o Padre Rafael (o ecônomo) e o Irmão Vito (mestre de casa)
formando assim o conselho da casa.
No dia 31/03 o Irmão Lino recebeu os ministérios de leitorato e
acolitato diante do Prior de regimine Pe Milo da Canonia São Norberto de
Itinga: o irmão Lino foi o primeiro a receber os ministérios por ele, na matriz da
Área Pastoral.
“Terra inteira,
aclame ao Senhor!
Sirva ao Senhor
com alegria, e vá
até Ele cantando
jubilosos!
Saiba que somente
o Senhor é Deus:
Ele nos fez e a Ele
pertencemos,
somos seu povo e
ovelhas do seu
rebanho.”
(Sl 100-2,3)
ABRIL DE 2009
No 01/04 o Irmão Bento deixou a comunidade e no dia 05 o Pe Milo
voltou para Itinga.
MAIO DE 2009
De 12 a 16 /05 o Prior Pe. Milo nos visitou; na quinta feira dia 16/05
falou-nos da nova missão que a Canonia assumiu em Viena-Áustria, como
também a volta do Pe. Rafael para Itinga; com a volta do Pe Rafael nomeou o
Irmão Lino como ecônomo da casa.
18 a 23/05 o jovem Djavan candidato ao postulantado nos visitou para
conhecer nosso estilo de vida e a nossa comunidade, deixando-nos seu pedido
para entrar no postulantado desse ano. Ele é natural da cidade de João PessoaPB, mas pertence à paróquia Santo Antonio de Pádua-bairro Parque dos
Coqueiros, Natal-RN.
19 a 22 a Irmã Ilse Pillwein, terciária da Cáritas Socialis na Áustria nos
visitou e alegrou nossa comunidade com seu sorriso.
Antes de tudo,
caríssimos irmãos,
amemos Deus e
depois ao próximo,
porque estes são os
principas
mandamentos que
nos foram dados.
Eis aqui o que
mandamos que
observem vocês
que vivem em
comunidade.
(Regra de Santo
Agostinho I – 1)
JUNHO DE 2009
02 a 04/06 o jovem Clemilson candidato ao postulantado desse ano,
nos visitou para conhecer nosso estilo de vida e a nossa comunidade, deixando
seu pedido para entrar no postulantado desse ano. Ele é natural da cidade de
Passagem-RN, mas pertence à paróquia São Francisco de Assis na cidade de
Pedro Velho-RN.
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No dia 02 chegou o Djavan para ingressar no postulantado desse ano.
No de 05/06 o Pe Rafael deixou nossa comunidade, voltando para a
comunidade de Itinga (Canonia São Norberto de Itinga-BA).
No dia 06/ chegou o Clemilson para ingressar no postulantado desse
ano. No dia 06/06 Festa de Nosso Pai fundador São Norberto, esse ano
celebramos a festa de São Norberto junto com a comunidade da Área Pastoral
Santo Antonio do Potengi, que celebra as trezenas de Santo Antônio; o Pe.
Filipe presidiu a missa, falou-nos da vida de São Norberto e de sua missão na
Igreja. Nesse mesmo dia nossa comunidade recebeu os jovens Djavan e
Clemilson, oficialmente como postulantes desse ano de 2009.
“Sempre Pronto Para Toda Boa Obra”
“O Senhor é meu
pastor, nada me
faltará. Em verdes
prados ele me faz
repousar. Pelos
caminhos retos ele
me leva, por amor
a seu nome”.
(Sl 22-1,3)
São Gonçalo do Amarante/RN, 17 de junho de 2009
ABADIA DE SÃO NORBERTO DE JAÚ
Per Crucem ad Lucem
Não enviou a crônica
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PRIORADO NOSSA SENHORA APARECIDA E SÃO NORBERTO
DE MONTES CLAROS
Fr. Michel Valério
Janeiro
28 - Início do retiro semestral da canonia, realizado em uma fazenda de
amigos do Priorado nos limites entre as cidades de Contagem e Esmeraldas.
30 – Nosso Priorado acolhe com alegria cinco novos irmãos para a caminhada
no postulantado, sendo eles: Diego (Montes Claros), Erlândio (Belo
horizonte), Jamilson (Diamantina), Silvanei (Patos de Minas) e Tiago
(Itamarandiba).
Fevereiro
02 – Em Contagem, após o retiro semestral, os irmãos Divino, Dalvinei,
Edney, Flávio, Maurício, Militão e Roney, fazem a renovação de seus votos.
09 – Início das aulas dos estudantes de Filosofia: Michel e Leandro em Montes
Claros
Em primeiro lugar
– já com este fim
vocês se
congregaram em
comunidade –
vivam unânimes e
tenham uma só
alma e um só
coração orientados
para Deus.
(Regra de Santo
Agostinho I – 2)
11 – Os novos estudantes de Teologia iniciam suas atividades na PUC-Minas.
15 – Comemoração do aniversário de nosso confrade Pe. Hermano José, num
estilo diferenciado dos convencionais. Foi um almoço ao ar livre com a
presença dos familiares e amigos do cônego, numa tarde de descontraído batepapo e boas surpresas.
18 – Quarta-feira é dia de lazer para a comunidade do Priorado no Clube BNB.
24 – Primeiro passeio do ano do nosso Priorado. O momento proporciona
melhor interação com os novos membros da casa.
26 – Reunião do conselho da Canonia de Montes Claros.
Março
02 – Primeira reunião do grupo de apoio do Priorado. Foram discutidos
assuntos como o primeiro leilão beneficente, barraquinhas e o encontro
vocacional dos jovens norbertinos.
“Celebrem ao
Senhor, invoquem
o seu nome,
anunciem entre os
povos as suas
façanhas! Cantem
para ele, ao son de
instrumentos,
recitem suas
maravilhas todas.”
(Sl 105-1,2)
12
13 – Em preparação pra o tempo quaresmal, acontece um mutirão de
confissões na comunidade São Geraldo (Paróquia São Norberto).
14 – Encontro do núcleo da CRB de Montes Claros.
26 – Avaliação geral sobre o andamento de nossa caminhada.
Abril
04 à 12– Nossos postulantes são enviados em missão para as comunidades
rurais em vista da semana santa. Além destes, nosso confrade Roney se
disponibiliza também em executar um trabalho junto destas comunidades.
14 – No capítulo da casa, organizamos melhor nosso dia-a-dia, avançamos nos
passos bem direcionados e melhoramos o que ainda não está bom. Neste
capítulo ficou decidido que para as orações diárias também haverá melodias
para as antífonas entre os salmos e demais.
15 – Acolhemos José Benedito, um irmão indicado por nosso confrade Dom
Ricardo para somar na comunidade. José já concluiu seus estudos de Filosofia
e Teologia, além de trabalhar como Engenheiro. Ele está passando por tempo
de conhecimento sobre o Priorado e é também uma oportunidade do Priorado
o conhecer.
17 – Dia de Leilão em nossa comunidade. Foi uma noite muito agradável, que
reuniu famílias e amigos em torno de uma causa tão nobre que conjuntamente
nossos colaboradores realizaram. O leilão proporcionou ainda uma maior
proximidade entre os leigos e os religiosos. Esta noite rendeu R$ 2.600
destinados a formação de nossos confrades.
Não possuam nada
como próprio, mas
tenham tudo em
comum, e que o
superior distribua a
cada um de vocês o
alimento e a roupa,
não igualmente a
todos, pois nem
todos são da
mesma
compleição, mas a
cada qual segundo
o necessitar;
conforme o que
lemos nos Atos dos
Apóstolos:
“Tinham todas as
coisas em comum e
se repartia a cada
um segundo a sua
necessidade.”
(Regra de Santo
Agostinho I – 3)
21 – Dia de recolhimento para os postulantes, realizado “ao pé da serra” na
comunidade de vida Esdras.
25 – Postulinter edição especial: mais de 30 congregações se reúnem na
Pampulha em Belo Horizonte num intuito de falar sobre formação humana. No
encontro que reuniu os postulinteres A e B, as congregações se conheceram e “Aclame a Deus, ó
se deram a conhecer.
terra inteira, toque
Maio
01 – No dia de São José Operário, a comunidade para sair um pouco da rotina,
faz um dia de lazer muito descontraído no sítio de nossos colaboradores Raul e
Cibele. Aí descobriu-se novos talentos musicais, esportistas, culinários e até de
bilhares.
em honra do seu
nome, cante hinos
a sua glória.
Povos bendigam o
nosso Deus, façam
reçoar o seu
louvor.”(Sl 66-2,8)
05 – Reunião do conselho do Priorado.
13
08 – Início das barraquinhas de São Norberto, que destina 100% de sua
arrecadação ao orçamento da casa. O trabalho é feito com muito carinho e
dedicação e conta sempre com a colaboração de nossos apoiadores. O pastel
de São Norberto é um dos destaques da festa tradicional realizada em Montes
Claros.
09 – Nossos postulantes recebem formação sobre afetividade e sexualidade no
terceiro postulinter deste ano, realizado no colégio São José, no bairro Floresta
em Belo Horizonte.
21 – Avaliação geral sobre a caminhada dos postulantes e aspirante de nossa
casa.
28 – Último fim de semana das barraquinhas de São Norberto, que resulta
satisfatoriamente num valor final de R$ 6.000.
30/31 – Primeiro encontro vocacional: “Crescendo na verdade”. Nossa casa
recebe 10 jovens desejosos de discernimento. Foram dois dias agradáveis, com
orações, dinâmicas, palestras com os religiosos, padres e convidados especiais.
Foi um trabalho em equipe que alcançou satisfatoriamente seu objetivo: ajudar
os vocacionados a discernirem sua vocação proporcionando conforto e
hospitalidade.
30 – Momento de pausa na rotina de Pe. Oswaldo, nosso “incansável pároco”,
famoso pelo ativismo da vida paroquial e formativa, dedica um fim de semana
a um encontro com seus parentes, na celebração do aniversário de um familiar
em Belo Horizonte.
No oratório
ninguém faça
senão aquilo para o
qual foi destinado,
daí de onde vem o
nome; para que se
por acaso houver
alguns que, tendo
tempo, quiserem
orar fora das horas
estabelecidas, não
sejam impedidos
por aquele que ali
queira fazer outra
coisa.
Quando orarem a
Deus com salmos e
hinos, que o
coração sinta
aquilo que profere
a voz.
(Regra de Santo
Agostinho II – 2,3)
Junho
05 – Após uma procissão, nossos confrades acolhem a família norbertina e
fazem o levantamento do mastro, com muitos fogos, cantos e alegria em
preparação para a Celebração Vespertina de nosso Pai, São Norberto, no
Priorado
06 – Solene Celebração litúrgica de nosso Pai, São Norberto, presidida por
nosso confrade Dom Geraldo Majela, Arcebispo emérito de Montes Claros.
Após a Santa Missa, um almoço é servido proporcionando fraternidade num só
coração e numa só alma.
Que os povos te
celebrem, ó Deus,
que todos os povos
te celebrem. Que as
nações se alegrem
e exultem, porque
julgas o mundo
com justiça.
(Sl 67-4,5)
14
LAS COMUNIDADES CHILENAS
P. Rodrigo y comunidad
De las anécdotas y experiencias de los hermanos Premonstratenses en
OSORNO-CHILE.
Es una bendición de Dios estar en Osorno- Región de Los Lagos: la región se
caracteriza por la diversidad del paisaje; bosques nativos; suaves praderas de
tonos verdes que llaman al descanso de la contemplación; variedades de pájaros
y aves que alegran el corazón de la naturaleza; cascadas que son como las
transparencias de la Madre Tierra; las vacas y las ovejas son como la expresión
presente y futura de la región en su crecimiento laboral y al mismo tiempo
cultural (región de mapuches huilliches colonizada por alemanes); el color de
otoño y las lluvias que anuncian un invierno húmedo y frío, son como los
acontecimientos que nos ayudan a pensar en una primavera perfumada y colorida
para pasar a un verano de la quietud para lograr gozar de las aguas cristalinas de
estos inmensos lagos que son la esperanza de la vida como grandes depósitos o
recursos hídricos que se cuidan y protegen como “huesos santos”.
El obispo de nuestra diócesis, Monseñor René Rebolledo nos encargó el cuidado
de las “ovejas” de la Parroquia Reina de los Mártires; estamos en el “sexto mes”
de nuestra experiencia pastoral; el Pueblo de Dios, en nuestra parroquia, tiene un
corazón sano; las personas son respetuosas y nos tratan con mucho cariño; se
alegran de nuestra presencia y lo demuestran de corazón (hemos subido de
peso…) Hacen 18 años que las comunidades del campo (13 comunidades
cristianas) no celebraban la Pascua de Resurrección, este año hemos podido
celebrar la Pascua en casi todas las comunidades; las personas han venido a las
capillas con mucha curiosidad por saber de que se trataba la celebración de la
Vigilia Pascual, la bendición del fuego, el Cirio Pascual, los cirios de cada
bautizado y la Renovación de las Promesas Bautismales, etc., han quedado
impresionados y agradecidos, también preparamos la Vigilia de Pentecostés en
la que todas las comunidades del campo participaron entre el sábado 30 y
domingo 31 de mayo, la gente estaba muy entusiasmada y contenta, se
prepararon con un gran corazón para esta celebración del “Nacimiento de la
Iglesia”: preguntaban, se organizaban para atender de la mejor manera a los que
venían de lejos, y finalizaron la celebración de Pentecostés con una gran
convivencia fraterna que cada comunidad preparó.
Y esto há de ser
de tal modo que
ninguno trabaje en
nada para sí
mismo, sino que
todos sus trabajos
se realicen para el
bien de
lacomunidad, com
mayor cuidado y
prontitud de
ánimo que si cada
uno lo hiciese
para sí.
(Regla de San
Agustín V– 2)
Lo que más nos impresionó es que por primera vez se organizaba la vigilia de
15
Pentecostés en la sede parroquial (ubicada en la ciudad de Osorno y lugar donde
nosotros vivimos), los creyentes “como un solo corazón y una sola alma” nos
reunimos para orar y sentir la presencia del Espíritu en nuestros corazones: el
coro preparó el canto con guitarras, charangos, quenas y violín, queriendo
expresar un poco el estilo de Taizé. Comenzamos en la entrada principal del
Templo parroquial con una gran fogata que nos dió calor e iluminó nuestros
rostros y nuestros corazones para crear el ambiente fraterno de la “VIDA EN
COMUNIDAD” (nos ayudó la reflexión de la Regla de nuestro Padre San
Agustín). Siete grupos que representan la dimensión apostólica y pastoral de
nuestra parroquia, llevaron en procesión siete cirios encendidos para testimoniar
los siete dones del Espíritu Santo presentes en la Iglesia; el presbiterio sólo se
iluminó con trecientas cincuenta candelas; a ambos lados del altar fueron
venerados dos iconos: “Cristo acompaña a San Menas”(arte copto) también se le
identifica como el icono de “La Amistad de Cristo con el Hombre) y el icono de
la “Teotokos” o “Madre de Dios”; al centro del altar colocamos tres grandes
paños rojos que simbolizan las velas de una barca (símbolo de la Iglesia en el
mundo); toda la comunidad también llevaba sus cirios encendidos en la
procesión de ingreso al templo; los siete cirios fueron depositados en el pasillo
de la nave central, los acólitos, el diácono y los hermanos nos ubicamos en dos
filas en la nave central mirando al altar. Se proclamaron las lecturas de la Vigilia
y escuchamos siete testimonios de la experiencia del Espíritu Santo en nuestra
vida o en nuestra “CONVERSIÓN DE VIDA”; la oración universal fue cantada
y el coro respondió a la súplica con una antífona que todo el pueblo cantó.
Pedimos la bendición de Dios para luego ser testimonios del Espíritu al volver a
nuestros hogares con el cirio encendido que iluminara la oscuridad de la noche y
nos diera ánimo para no tener frío el corazón.
Un gran saludo para todos los hermanos de nuestra Orden y que tengan una gran
fiesta de nuestro fundador San Norberto.
Porque la caridad,
de la cual está
escrito que «no
busca los propios
intereses» (17), se
entiende así: que
antepone las cosas
de la comunidad,
de las propias y
no las propias a
las comunes. Por
consiquente,
conocerán que
han adelando en
la perfección tanto
más cuanto mejor
cuiden lo que es
común que lo que
es próprio; de tal
modo que en
todas las cosas
que utiliza la
necesidad
transitória
sobresalga la
caridad, que
permanece (18).
(Regla de San
Agustín V–2)
Parroquia María Reina de los Mártires
Hazaña Indígena s/n
Casilla 2-0
Osorno
Chile
064-245881
16
CANONÍA DE SANTA SOFÍA DE TORO
Sor María Cristina
Primer semestre 2009
DICIEMBRE
La comunidad ha conseguido un pequeño trabajo de lavandería y planchado para
un restaurante, es poco pero damos gracias a Dios.
El día 22 tuvo que irse de nuevo Sor Mª Cristina debido al agravamiento de su
madre, que murió el día 25.
El día 23 se finalizaron las obras del ascensor, y ya lo utilizan con gran alegría,
especialmente las hermanas más necesitadas. Pero quedan pendientes las obras
de la enfermería, que por ahora no vamos a poder realizar debido a la falta de
trabajo.
Antiguo mirador
del castillo de
Toro que la reina
ofreció a las
hermanas.
El día 24 y 25 la comunidad además de celebrar con solemnidad y alegría el
nacimiento de nuestro Señor y Salvador, hemos celebrado con mucha alegría el
onomástico de nuestra madre Priora, con versos, cantos y muchos regalos hechos
con mucho cariño por las hermanas.
El día 31, día de retiro, por la mañana un sacerdote nos habló de la comunidad;
fue un día dedicado a la revisión de vida, por la tarde exposición del Santísimo
Sacramento; un día muy denso de oración.
Vista interior de
monasterio de
Santa Sofía.
(Toro/España)
ENERO
El día 7 nos ha visitado el Vicario General de la Diócesis, ha celebrado la Santa
Misa, comenzaban justamente las misas gregorianas por la madre de Sor
Cristina. Después de desayunar, en el locutorio nos ha animado a seguir viviendo
nuestro Carisma Norbertino y a orar por el mundo y la Diócesis, en especial por
las vocaciones.
Semana de oración por la unidad de los cristianos, todos los días por la tarde
exposición del Santísimo, reflexión de los textos bíblicos para estos días.
Iglesia del
monasterio de
Santa Sofía.
17
El día 26 nuestra hermana Natividad ha tenido que ir a cuidar a su madre ya que
se ha caído y se ha fracturado la pierna en tres sitios, y la han tenido que operar.
FEBRERO
El día 2, día de la vida consagrada, la celebración de la vida consagrada se
realizó en nuestro Monasterio; por la tarde unas quince monjas se reunieron en el
coro del Monasterio para la celebración Litúrgica de Vísperas, terminada la
celebración bendición del Santísimo y reserva, seguidamente las monjas y los
fieles fueron al torreón para tomar algo y compartir juntos este día de oración.
Vista del patio del
monasterio de
Santa Sofía.
MARZO
El día 17, tuvimos la formación continua de la comunidad.
Celebramos mucho San José, con vigilia y procesión por los claustros del
Monasterio y las principales salas en las que hacíamos oraciones y cantábamos.
ABRIL
El Miércoles Santo, celebración penitencial para prepararnos a celebrar la
Pasión, Muerte y Resurrección del Señor, terminamos con el abrazo fraterno.
Jueves Santo los oficios litúrgicos muy solemnes.
Altar de la iglesia
del monasterio de
Santa Sofía.
El Viernes Santo, a causa de la lluvia, los pasos de la Pasión de Nuestro Señor no
pudieron salir por la ciudad.
El sábado Santo, acompañamos a la Virgen en su soledad y adoramos la Cruz
que nos ha redimido. A las 10 de la noche celebración solemne de la Vigilia
Pascual, en la que participaron bastantes fieles, especialmente jóvenes.
MAYO
Estamos haciendo el mes de María, en el que después de una breve lectura
Bíblica, le ofrecemos alguna flor espiritual, recitamos breves jaculatorias
hacemos peticiones y cantamos a la Virgen con alegría por la protección y ayuda
que nos dispensa diariamente. Y pidiéndole vocaciones perseverantes para toda
la Orden, especialmente para las casas que carecen de ellas.
Un sacerdote, D. Manuel Benito, que es director espiritual en una residencia de
Crucifijo antiguo
en la iglesia del
convento.
18
estudiantes, nos visitó con 4 chicas, para que conozcan nuestra vida y así
comenzar una comunicación con ellas, ya que como la juventud no se acerca a
los monasterios, pues nos tendremos que acercar a ellas por los medios que
podamos, respetando la clausura. Han quedado muy contentas y lo que más les
ha gustado es el cariño con que las hemos tratado y la alegría que hay en nuestra
comunidad.
Portón que da al
patio del
monasterio.
Día 22 comenzamos la Novena al Espíritu Santo, para prepararnos a la
Solemnidad de Pentecostés, y estar en disposición para recibir los Dones del
Espíritu Santo, y producir así los frutos que la Iglesia espera de nosotras.
El día 25 formación continúa de toda la comunidad.
El 29 comenzamos la novena a nuestro Padre San Norberto.
JUNIO
Día 6 Solemnidad de nuestro Padre San Norberto; a las 11:30 solemne
concelebración Eucarística, 11 sacerdotes, la homilía estuvo a cargo del Padre
Andrés Vidal, Comendador de los Padres Mercedarios de Toro y nuestro
Confesor. D. Manuel Benito vino con 3 jóvenes, dos de las cuales ya habían
venido, y pasaron unas horas con nosotras compartiendo y rezando el rosario
ante el Santísimo, por la tarde a las 19 h solemnes Vísperas y celebración de la
Eucaristía con participación del pueblo; la presidió uno de nuestros Capellanes.
Terminadas las celebraciones todos los fieles tomaron un refresco dando gracias
a Dios por celebrar un año más la fiesta de San Norberto.
Imagen de Santa
Sofía, colocada
encima del altar
de la iglesia
conventual.
El día 15, la comunidad comienza los ejercicios espirituales anuales, días de total
silencio y oración. Serán dirigidos por el Obispo emérito de Tenerife D. Damián
que se dedica a dar ejercicios espirituales a las almas consagradas. Es un gran
admirador y propagador de nuestro Padre San Norberto, y nos ha hecho mucho
bien, y como grabamos sus conferencias, las escuchamos en el refectorio o en el
taller.
Nos encomendamos a vuestras oraciones en estos santos días y estamos unidas
con vosotros en la oración por las vocaciones para toda la Orden, especialmente
las casas que carecen de ellas. También os encomendamos el encuentro de las
hermanas de la Orden que tendrá lugar del 1 al 8 de agosto en las comunidades Entrega del hábito
por la Virgen a
de Essenburgh y Marieengaard.
Que paséis un feliz verano.
San Norberto
(pintura en la
iglesia
del convento).
19
MONASTERIO DE SANTA MARÍA DE LA ASUNCIÓN de VILLORIA DE ÓRBIGO
El acontecimiento más importante de toda la historia del monasterio de
Villoria tuvo lugar en los primeros años del siglo XVI.
Parte II
Fue el día 13 de enero del año 1510, en que un clérigo de la diócesis, llamado
Alfonso Junco se presentó personalmente en Câmara y satisfizo la cantidad
correspondiente en la Câmara y los servicios normales al Colegio de los
Cardenales “por la colación del monasterio de Santa María de Villoria, de la
Orden Premonstratense, en la diócesis de Astorga, y por razón de la posesión del
dicho monasterio, que había hecho en él el Santo Padre, el papa Julio II, con
fecha del 28 de noviembro de 1509, en el sexto año de su pontificado.
El texto de este documento, tomado directamente de los fondos del Archivo
Vaticano, es cierto e indiscutible y nos lleva a pensar que su antecesor Juan
Cornejo – cuya muerte hemos visto fijada en el año de 1505 – no debió morir
hasta cuatro años más tarde, en que fue nombrado este Alfonso Junco, que ahora
aparece los como su sucesor. Y, si ahora los monjes – si es que fueron ellos que
eligieron y no fue impuesto por circunstancias o personas ajenas - procedieron a
elegir un nuevo abad, es evidente que en sus ánimos no estaba la idea de una
desaparición. Quizás la misma idea de un nuevo abad sea en sí una protesta
decidida contra cuantas maquinaciones se estaban llevando a cabo respecto a su
supervivencia.
Imagen de Santa
María de la
Asunción,
colocada encima
del altar principal
de la iglesia
conventual de
Villoria.
Vista exterior del
monasterio de
Villoria.
Por otra parte también la fecha en que esto se produce es bien digna de tenerse
en cuenta: el nombramiento de un nuevo abad, por medio de una bula pontifícia
de Julio II, se produjo el 28 de noviembre del año 1509, y su presentación en la
Câmara el 13 de enero de 1510. Lejos ya del año 1505, en que, según hemos
visto, se sitúan las maquinaciones para el cambio de comunidades en Villoria y
un año antes de que todo concluyera y se hiciera definitivamente esse cambio.
Extracto del libro “El Monasterio de Santa Maria de Villoria”,
por Augusto Quintana Prieto.
Órgano del siglo
XVI, en la iglesia
del monasterio.
20
II
ESPIRITUALIDADE
São Norberto - Diácono - Sacerdote – Bispo
Texto preparativo para comemorar aos 6 de junho de 2009,
o 875° aniversário da morte de S. Norberto
1
introdução
Com esta meditação procuramos aprofundar mais o tema da
nossa vocação canonical, a partir da vida de S. Norberto. Neste
ano, aos 6 de junho, a Ordem celebra que o nosso fundador, S.
Norberto, faleceu em Magdeburgo, há 875 anos, em meio a seus
irmãos. Assim, é muito apropriado tratar intensivamente da vida
deste grande inspirador e pai.
Como ele compreendeu e viveu a sua vocação de diácono, de
sacerdote e finalmente de bispo? As observações seguintes vão
iniciar ao tema.
2
Alguns elementos esclarecedores:
2.1
“Segundo o carisma de São Norberto”
O primeiro ponto de partida é o último do “Vision-Mission-Statement”, que diz: “Nós somos
chamados, como batizados que somos, a seguir o Cristo pobre e ressuscitado, em uma vida
radical e apostólica, segundo o Evangelho, a Regra de Santo Agostinho e o carisma de São
Norberto, fundador de nossa Ordem Premonstratense.”1
“Segundo o carisma de São Norberto”: estas palavras poderiam
encabeçar este breve estudo. A partir de alguns elementos recebidos,
cada um de nós formou para si uma imagem de São Norberto
durante o noviciado, pelos estudos ou pouco a pouco, durante o
tempo de sua vida na Ordem. A minha imagem de São Norberto foi
inicialmente cunhada pelo Pe. Norberto Backmund, um historiador
de nossa abadia, que se opôs a seu padroeiro de modo bastante
crítico e reservado. Foi somente pela celebração do ano jubilário
1984, em que se celebrou o 850° aniversário da morte de nosso
Fundador, que começou em nossa Ordem um novo estudo e uma
nova avaliação da sua vida. Houve várias publicações, entre as quais
citamos o livro editado por Kaspar Elm em 1984, “Norbert von
Xanten, Fidalgo, Fundador, Príncipe da Igreja”2 , e a pequena brochura “Enviados como Ele”3
utilizado no ano jubilário para um colóquio sobre a espiritualidade de nossa Ordem.
1
« Vision-Mission-Statement » aprovado pelo Capítulo Geral de 2006, em Freising.
21
2.2
As nossas Constituições
Sempre vale a pena olhar atentamente as nossas Constituições. Chama a atenção que nas
Constituições atuais, a menção a S. Norberto fica marginal. Folheando o texto, descobri o
seguinte:
n°11 “Examinando os citados sinais dos tempos, às luzes da opção de Cristo e da primitiva
tradição da Ordem Premonstratense, somos convidados a apresentar com criatividade
fidedigna os valores espirituais do patrimônio da Ordem, sob forma atualizada de
‘comunhão eclesial’ para os nossos dias”. De alguma forma, S. Norberto está incluído nisso.
n° 25 “ A vida segundo o Evangelho de Cristo e a instituição apostólica, a regra de Sto.
Agostinho proposta por S. Norberto e também a vida dos santos de nossa Ordem constituem
os exemplos vivos para nossa vida.”
n° 26 “A vida segundo o Evangelho que S. Norberto nos propõe, é: ‘seguir as escrituras
sagradas e ter a Cristo por guia’ (Vida A, cap. 12) Portanto, pregar o Evangelho, na pobreza;
seguir os caminhos da abnegação, da doçura e da humildade; ‘carregar todos os dias, a cruz
de Cristo em espírito de penitência’”(sermão de S. Norberto na Vida B).
n° 29 “S. Norberto, o renovador da vida canonical, nos transmitiu a vida apostólica como
tarefa para toda uma vida. Seguindo o exemplo dos discípulos de Cristo, Norberto assumiu
essa forma de vida com profunda fé, com penitência e pobreza voluntária, pregando com
ardor a conversão e cuidando muito dos pobres. Assim, ele tornou-se tudo para todos. Esse
espírito de S. Norberto deve educar progressivamente o nosso modo de pensar e atuar
individual e comunitário.”
n° 37 “São religiosos da Ordem Premonstratense aqueles que, renunciando ao direito à
propriedade e ao matrimônio, entregam-se às nossas igrejas pelos votos religiosos, para
viver a Vida Apostólica em fraterna comunhão, seguindo os passos dos santos Agostinho e
Norberto.”
2
Kaspar Elm, Norbert von Xanten, Adliger, Ordensstifter, Kirchenfürst. Festschrift zum Gedächtnis seines
Todes vor 850 Jahren, 1984 Wienand Verlag Köln
3
Gesandt wie ER, A Ordem dos cônegos premonstratenses hoje, editado por Thomas Handgrätinger, 1984,
Echter Verlag Würzburg
22
Essa sentença procura possivelmente formular o que são os premonstratenses.
n° 43 “Tudo o que possuímos em comum, deve ser disposto às necessidades dos pobres. O
Espírito de Cristo leve-nos a ser verdadeiramente solidários com os homens flagelados pela
fome, pela indigência. Seguindo o exemplo de S. Norberto, nosso amor ao próximo, deve se
manifestar na hospitalidade e atenção aos pobres (Vida B, cap. 25).”
n° 49 Aqui se trata da forma de vida apostólica na igreja primitiva. Numa nota de rodapé, as
Constituições referem-se aos capítulos 6 e 12 da Vida A, e ao capítulo 15 da Vida B.
n° 50 “São Norberto porém nos adverte: ‘Sem ordem e sem regra, e sem as instituições dos
padres, é impossível observar plenamente os preceitos apostólicos e evangélicos’ (Vida A, cap.
12).”
n° 194 “O abade geral (...) é o procurador da vida e da vitalidade espiritual de toda a
comunidade norbertina.”
n° 338 “As palavras de São Norberto declaram, e também nós atestamos que: ‘ aqueles que
o quiserem seguir, jamais errarão o caminho, se perseverarem até o fim, vivendo a sua
profissão segundo o evangelho, os ensinamentos dos Apóstolos e o ideal de Santo Agostinho
ao qual se entregaram’ (Vida A, cap. 12)”.
Suplemento I: a ladainha na profissão: “Santo Pai Norberto, rogai por nós”.
Suplemento V: orientações para a formação dos noviços do primeiro ano canônico: matéria de
estudo: “São Norberto e a história da sua Ordem”.
Reconheço que essas 11 menções nominais superam as minhas suposições ou reminiscências,
porém elas continuam sendo pobres. Em muitos trechos do texto,
onde se esperava um “link” com a história da Ordem, e
especialmente com a vida do fundador, não se encontra essa
vinculação. Assim, por exemplo, o trecho sobre a Eucaristia e a
sua significação fundamental para nossa vida canonical, ou os
textos sobre a ascese e a penitência, sobre a pobreza ou sobre o
nosso hábito. A secção sobre o capítulo geral não contém
nenhuma referência à origem, nem ao beato Hugo. O rito da
incorporação (a vestição e a profissão com a Eucaristia) não
menciona a São Norberto, exceto na ladainha. Só agora me dá na
vista, que o nome de São Norberto não se menciona na fórmula
da profissão. Imagina-se essa omissão pelos franciscanos, pelos
jesuitas ou pelos beneditinos? Não seria possível, naquelas
celebrações, mencionar a S. Norberto junto com S. Agostinho,
pelo menos na oração final de bênção?
2.3
Referência à atualidade
No dia primeiro de maio do ano passado, nosso confrade da abadia de Averbode, Frans
Daneels, foi sagrado bispo na basílica de S. Pedro, pelo cardeal secretário de Estado, Tarcísio
Bertone. Na sua homilia, o cardeal falou de São Norberto que honrava e tinha em grande
estima aos Papas de seu tempo. Durante a sua vida, Norberto prestou serviço a cinco Papas:
Pascoal II (1099-1118), Gelásio II (1118-1119), Calixto (1119-1124), Honório II (112423
1130), que aprovou a fundação da ‘Ordem Monástica’ de Norberto, e o Papa Inocêncio II
(1130-1143), a quem Norberto, junto com São Bernardo, defendeu contra o anti-papa.
O novo bispo Frans Daneels escolheu como divisa: ’Spiritus tuus deducat me’ (Que o teu
Espírito me guie). O cardeal Bertone referiu-se à divisa, dizendo: “Se nós invocamos neste
momento o Espírito de Cristo, aquele mesmo que animou e incitou São Norberto, é para que
Ele apoie o novo bispo para continuar servindo à Santa Sé no setor delicado e importante da
administração da jurisdição eclesial.
Daí que me animo para dar uma olhada no último período da vida de S. Norberto, os oito anos
durante os quais ele foi arcebispo de Magdeburgo (1126-1134). Talvez o ofício episcopal
acrescente um acento novo à vida de S. Norberto, quando contemplarmos o seu carisma e
elucidarmos a forma que deu ao ideal canonical, a partir da totalidade de sua vida.
3
São Norberto
Portanto, aproximo-me mais de maneira contemplativa: contemplando a S. Norberto, quero
mirar a nossa vida como ‘norbertinos’; olhando a vida dele, quero refletir sobre a nossa vida,
a nossa vida individual, a nossa vida de comunidade norbertina e de ‘igreja norbertina’. Já
provei esse exercício durante o nosso retiro conventual de 2005, em Fürstenried, perto de
Munique.
3.1
São Norberto como cônego
São Norberto faleceu em Magdeburgo, rodeado por seus irmãos, no dia 6 de junho de 1134;
era a quarta-feira após Pentecostes. Conseguiu assistir à missa da festa de Pentecostes.
Celebrou pela última vez a Eucaristia no dia de Páscoa, enfraquecido e consumido pelas
viagens desgastantes e, provavelmente, também pela
malária contraida em Roma. Propagava-se após a sua
morte, um bom cheiro, o que segundo a tradição, queria
significar, que uma boa vida não termina por uma morte
ruim. Assim acabou uma vida incansável, desassossegada
e sem descanso, ao serviço da Igreja.
Norberto nasceu entre 1080 e 1085, em Gennep ou
Xanten. Como último filho de seus pais, ele estava
destinado, segundo a tradição daquele tempo, à carreira
clerical. Para os membros dum cabido ilustre e rico o
futuro estava garantido. O jovem Norberto foi admitido
ao grupo dos “pueri” (adolescentes) com o direito futuro
de tornar-se cônego. No necrológio encontram-se, para
esse período, 11 nomes de estudantes do cabido. Além da
educação adequada, Norberto recebeu no convento dos
cônegos a melhor formação possível. Segundo a vida B,
Norberto era um homem bonito, esbelto e bastante alto;
por seu comportamento era amado por todos. Distinguia-se por seu conhecimento da literatura
e sua grande eloquência: o que prova a alta cotação naquela escola conventual, do estudo dos
autores clássicos. Nessa escola, que tinha professores famosos, Norberto recebeu uma
formação adequada para sua inteligência. Foi incorporado ao cabido, recebendo
obrigatoriamente a tonsura e a ordenação menor. Foi ordenado subdiácono, provavelmente ao
cumprir a idade de 18 anos; assim ele já não estava sob a autoridade do superior da escola,
24
mas vivia entre os cônegos formados. De tal maneira guardava a possibilidade de abandonar
esse estado, se tivesse que assumir a sucessão familiar.
Após a ordenação era costume de continuar os estudos. Não sabemos com segurança onde
Norberto recebeu essa formação; pode ter sido em Xanten, ou na corte do arcebispo Frederico
I em Colônia (1100-1131), em Laon, na escola de Anselmo, ou em Sigburgo. De toda
maneira, entre 1100 e 1115, Norberto estava também fora de Xanten, para continuar a sua
formação. Finalmente conseguiu viver também na corte do imperador Frederico V, onde não
figurava como alguém de pouca importância. Na corte do arcebispo Frederico, Norberto como
jovem subdiácono, aprendia não somente o serviço espiritual, mas também as formas de vida
dos cortesãos.
Em 1111, durante a primeira viagem do Imperador Henrique V para Roma, Norberto
assistiu à detenção do Papa Pascoal II, como também à solução forçada do conflito da
investidura, - uma solução favorável para o imperador,
que foi seguida pela sua coroação.
Segundo Hermano de Tournai, o capelão imperial
Norberto, “olhando o ato horrível do imperador, atirouse aos pés do Santo Padre, cheio de vergonha e
arrependimento.” Talvez encontre-se aqui o primeiro
impulso para a mudança de vida de Norberto. Porém,
sabia muito bem que os bispos alemães tinham a
verdadeira culpa daquele acontecimento, pois davam
mais importância a seu poder secular do que à
fidelidade ao representante de Cristo. Uma antipatia
cescente parece ter afastado progressivamente a
Norberto da corte do imperador. Talvez a recusa da
sede de Cambrai significou que Norberto já não quis
aceitar uma investidura do imperador.
Durante essa fase de afastamento aconteceu aos 15 de
maio de 1115, o passeio a cavalo com destino a Freden,
comemorado no mesmo dia de maio no hagiológio premonstratense e chamado alí de grande
momento de conversão, semelhante à experiência de São Paulo. Em muitas representações vêse a Norberto, deitado no chão, e que grita: “Senhor, que queres que eu faça?” E Norberto
ouviu as palavras do saltério: “Deixa o mal e faze o bem!” Norberto virou imediatamente,
com a intenção de fazer penitência, e voltou para Xanten. Sentindo temor a Deus, vestiu um
hábito tosco, expressando assim a sua conversão interior.
Após essa experiência de conversão, encontramos a Norberto na abadia de Sigburgo onde
Conon, um homem de vida santa, era abade (1105-1126) Durante o verão e o outono de 1115,
Norberto procurou receber instrução de Conon. Aprofundou os seus conhecimentos da
Escritura, e experimentou a vida beneditina reformada pela influência de Cluny.
3.2
São Norberto como diácono
3.2.1 Em Sigburgo, Norberto encontrou Ruperto, o futuro abade de Deutz. Entre eles foi
discutida a questão de saber a quem se devia mais honra: ao monge ou ao clérico. Norberto
contestava o direito de pregar para os monges. Seguindo as instruções do abade Conon,
procurava com intensidade encontrar nas Escrituras, a vontade de Deus para sua vida, até
entregar-se à Vontade do Espírito Santo. No entanto, chegou a ser cada vez mais claro para
ele, que a reforma do clero era o que se havia que fazer. Tendo reconhecido essa importância,
Norberto ia dedicar-se no futuro com energia e tenacidade a esse objetivo. Começou pregando
25
de maneira itinerante. Sabia que necessitava uma missão oficial para que seu esforço fosse
fecundo.
Norberto aspirou a receber a ordenação sacerdotal. A Vida A conta que foi para Colônia para
solicitar ao arcebispo Frederico a ordenação diaconal e sacerdotal num mesmo dia. O bispo
não se opôs muito à solicitação, pois promovia com energia
o movimento reformador; isso se manifestou pelo apoio
oferecido ao mosteiro de Sigburgo e pela fundação do
mosteiro cisterciense de Kamp. Assim, Norberto foi
ordenado diácono no mesmo ano, entre o dia 15 e 18 de
dezembro de 1115.
3.2.2 Pessoalmente não posso lembrar-me da minha
ordenação diaconal. Deve ter sido conferida pelo bispo Paul
Rusch, na capela do seminário diocesano de Innsbruck, no
mes de dezembro de 1968, meio ano antes da ordenação
sacerdotal (29.06.1969). Não me lembro do dia nem das
circunstâncias; não guardei lembranças. Talvez tenha sido
assim para Norberto: um primeiro grau, um passo
preparatório para a ordenação sacerdotal. Daí que quase nada
pode dizer-se sobre a interpretação e a vivência do diaconato
por Norberto. Porém, para ele foi um abandono duma
situação mínima: pois, o subdiaconato lhe permitia ingerir-se naqueles assuntos ainda
necessários para poder assumir eventualmente a sucessão familiar. A nova ordenação exigia
uma maior entrega e disponibilidade.
Olhando sua situação atual, não está terminada a discussão sobre a essência do diaconato (que
para o clero secular implica a obligação do celibato). Comparado com o sacerdócio e o
episcopado, o diaconato não possui nenhuma função exclusivamente reservada que possa
servir para determinar a essência da ordenação. Em caso de necessidade, todos os serviços
que competem ao diácono, podem também ser prestados por leigos, em virtude do batismo e
do crisma. Um primeiro elemento para determinar a essência encontra-se na declaração
dogmática e inequívoca do magistério, que o diaconato pertence ao sacramento da ordenação
por instituição e disposição divina, e que forma um nível independente da hierarquia
eclesiástica.
O sacerdote e o diácono participam de maneira específica da
missão dos apóstolos, transmitida pelo sacramento da ordenação.
Como sucessores dos apóstolos, os bispos cumprem essa missão
em toda a sua envergadura.
O diácono serve ao povo de Deus pelo diaconato da liturgia, da
Palavra e da caridade, em comunhão com o bispo e os
presbíteros. Como representante de Cristo, incumbe-lhe
concretamente:
- dirigir a atividade caritativa da Igreja
- administrar
- celebrar o batismo com solenidade, assistir ao
matrimônio, celebrar exéquias,
- distribuir a Eucaristia
- assegurar o serviço da Palavra (pregar também durante a
missa)
- presidir celebrações da Palavra e encontros de oração
(dar a bênção eucarística e outras bênçãos)
26
- em nome do pároco ou do bispo, dirigir comunidades cristãs afastadas.
Essa concepção tradicional “non ad sacerdotium, sed ad ministerium” não permite elaborar
uma teologia do diaconato.
Na discussão atual há três modelos fundamentais:
a) O diaconato como cargo de serviço
Somam-se todas as funções. O diácono apoia o presbítero, assumindo tarefas na área da
tríplice atividade eclesiástica. Aqui o sentido do diaconato não se encontra no diaconato
mesmo, senão em sua relação com a missão sacerdotal.
b) O diaconato como cargo ‘complementário’
Numa comunidade há dois movimentos: - o primeiro que ‘concentra’, que une à eucaristia
como centro: é o cargo sacerdotal, - e o segundo, o ‘excêntrico’ que dirige para o mundo:
seria encarregado ao diácono. Porém, esse último encargo de serviço ao mundo pertence na
verdade aos leigos. Então: para que dois ofícios sacramentais?
c) O diaconato como representação diaconal de Cristo e da Igreja servidora
Aqui Cristo, no seu serviço aos que sofrem, se torna sacramentalmente presente no diácono.
Este desempenha o seu ofício, sendo competente para equipar e guiar a comunidade como
comunidade diaconal. Por conseguinte, segundo muitos, o diácono não deve apoiar o
presbítero na sua função litúrgica e evangelizadora, e se concebe a possibilidade de conferirlhe a competência para ungir enfermos e confessar na sua comunidade de afligidos, idosos,
deficientes e prisioneiros. Assim ele poderia atuar plenamente segundo a sua competência.
Segundo a opinião do teólogo Gisberto Greshake, a Igreja deve tomar com urgência
uma decisão sobre a natureza sacramental do diaconato. Por isso não quero aprofundar a
problemática do diaconato para mulheres.
3.2.3 Aos 27 de abril de 2008, durante a ordenação sacerdotal na basílica de São Pedro, o
Papa citou um trecho dos Atos dos Apóstolos, que conta que a cidade de Samaria se
converteu após o anúncio evangélico pelo diácono Filipe; e depois disso, ele curou a muita
gente. “E assim, o povo daquela cidade ficou muito alegre”
(Atos, 8.8). A descrição da atividade daquele diácono
afirma alguns pontos importantes do serviço diaconal. Há
uma missão: anunciar ao povo o Evangelho, colaborar na
promoção da Palavra de Vida e trazer a água viva do
Espírito Santo. Há também o serviço aos pobres e
enfermos: eles participam da salvação e da graça, para que
participem da alegria de Cristo. E realça-se o efeito. Tratase de oferecer esperança, salvação e alegria; trata-se
simplesmente do serviço da alegria. Diz-se que Filipe,
depois de trazer ao povo a Boa Nova, abriu-lhe o coração
para acolhê-lo e assim gozar da alegria. Para que o nosso
encontro com a gente seja semelhante, deve arder em nosso
coração esse fogo do Evangelho, essa alegria por causa do
Senhor.
Terminando quero citar o que S. Policarpo escreveu sobre o
diaconato, na sua carta aos Filipenses:
“Os diáconos atuarão diante de Deus com uma justiça irrepreensível. Servirão a Deus e a
Cristo, não aos homens. Não serão caluniadores, nem falsos, nem cobiçosos; sejam sóbrios
em tudo, misericordiosos, solícitos. Devem seguir o caminho da verdade do Senhor, que se
tornou o servidor de todos.”
27
3.3
São Norberto como sacerdote
3.3.1 Norberto havia pedido de receber num só dia as ordenações diaconal e sacerdotal.
Talvez tenha acontecido assim no mes de dezembro de 1115; mas não é seguro. Durante a
ordenação, na catedral de Colônia, houve um acontecimento interessante, diante de uma
assembléia de bispos e reis4. Depois de dar um sinal a um oficial, Norberto recebeu dele uma
pele de cordeiro, que trocou com sua roupa magnífica. Assim, diante de todos, quis tirar o
homem velho e vestir o novo. É seguro que o gesto foi também intencionado como uma
crítica drástica do estilo de vida dos bispos. Após a ordenação, Norberto voltou sem demora
para Sigburgo, onde se preparou para uma missão sacerdotal; de lá viajou para Xanten.
Na sua primeira missa, celebrada talvez na festa da Apresentação do Senhor, aos
02.02.1116, Norberto, cheio de zelo missionário, apelou à consciência do povo e de seus
colegas cônegos. No dia seguinte, ele continuou sua ‘exortação’, arriscando-se à rejeição e ao
ódio de seus irmãos que se sentiam provocados. Não foi assim que ele se deixou ordenar para
anunciar o evangelho, quer venha a propósito ou não? Após aquela rejeição, passou um tempo
em Longing (perto de Kobern), com o eremita Ludolfo, para examinar a situação e guiar-se.
Depois de passar dois anos em Fürstenberg (perto de Xanten), tomou a decisão de levar a vida
apostólica como um pregador itinerante. Pregava sobre os temas seguintes: a conversão em
vista do fim iminente do mundo, a promoção da paz depois de terminar inimizades, a
reconciliação e a penitência. Seguiu o estilo dum pregador itinerante independente, pobre e
sem pretensões. Ele tinha o talento para animar, fascinar, consolar, mas também advertir e
apelar à consciência do povo. Quem proclamava a Palavra de Deus com tanto zelo?
Ao lado dessa entrega à evangelização, apareceu uma segunda
preocupação: a reforma do clero. A idéia nasceu durante a sua
visita a Rolduc, onde conversou intensamente com o abade
Richer. Este veio do convento de Rottenburgo, um centro da
reforma canonical, onde se vivia segundo a nova organização
da vida canonical. Durante esse encontro, Norberto topou
novamente com a regra agostiniana. Santo Agostinho e sua
regra davam uma interpretação ideal da vida apostólica, como
foi transmitida pelos Atos dos Apóstolos. “Todos os que
creram, pensavam e sentiam do mesmo modo”. ‘Viver segundo
a regra de Santo Agostinho’ significava naquele tempo que se
vivia como na igreja primitiva de Jerusalém, apoiando-se no
exemplo e nas idéias fundamentais de Agostinho. É
interessante saber que o livro com a regra de Aix la Chapelle
usado em Xanten, (com o qual Norberto apelou à consciência dos cônegos), tinha elementos
da regra de Agostinho apostos como notas marginais. Aparece a importância de estudar mais
profundamente a influência de Santo Agostinho como pregador, pastor e autor, sobre a vida
ulterior de Norberto.
Norberto havia sido ordenado sacerdote, com a intenção de evangelizar. Proclamou a Palavra
de Deus no meio do povo, sem preocupar-se muito com a jurisdição dos bispos. Aí onde o
Espírito o levava, Norberto tomava a palavra. Isso devia gerar um conflito. Ele foi convocado
para justificar-se aos 26 de julho de 1118, no sínodo de Fritzlar, diante do legado papal, o
cardeal enérgico Conon de Prenéste. Houve várias repreensões: Norberto usurpava a função
de pregador, ele vivia como monge apesar de guardar certos bens, ele vestia-se com pele de
animais, o que estava proibido para o clero diocesano. Na sua defesa, Norberto disse que,
4
O cardeal legado Teodorico havia convocado a bispos e reis em Colônia, para a festa de Natal de 1115. A
dirigida contra o emperador Henrique V.
28
pelas palavras da ordenação “Receba a
missão e seja um anunciador da Palavra de
Deus”, lhe foi dado o pleno poder para
pregar.
Provavelmente a argumentação de Norberto
não foi aceita: foi-lhe proibido pregar.
Retirou-se então em Furstenburgo para fazer
um exame de consciência. Com certeza, não
se desanimou, porém ele tirou três
conclusões adequadas:
1° Recorreu por apelação ao Papa, visto a
importância da pregação para ele.
2° Para cuidar de sua credibilidade,
renunciou a toda a sua renda e seus
benefícios; vendeu todo que possuía para
distribuí-lo aos pobres. Mas, será que Norberto fez isso com o intuito de sair em
peregrinação?
3° Ferido no seu brio, e soberbo, Norberto saiu definitivamente de Xanten, sem hesitação.
Não lhe compete renovar o mundo; isso é a obra da graça divina. Norberto se entregou
humildemente a ela para que operasse através dele.
Sobre os 8 anos seguintes (1118-1126) da sua vida como sacerdote, dou somente umas breves
anotações.
Na abadia de Saint-Gilles, fundado por Cluny em 1096, Norberto encontrou-se com o Papa
Gelásio (+ 29.01.1120). Não se sabe se o encontro foi planejado. Norberto tinha três
preocupações: pedir desculpa por não ter respeitado os cânones na sua ordenação sacerdotal;
conservar a liberdade para peregrinar e conseguir a autorização formal e escrita para pregar.
Como pregador itinerante, Norberto dirige-se sobretudo ao povo; procura também
restabelecer a paz. Havia abandonado tudo, salvo um par de livros e os hábitos litúrgicos. A
radicalidade de seu espírito de penitência impressionava e reforçava o seu chamado.
As prescrições de Norberto, para o período inicial de Prémontré, mostram uma clara
preocupação sacerdotal. Além de prescrever um
melhoramento das negligências e dos erros no capítulo, no
acolhimento dos pobres e na hospedaria, exige
expressamente limpeza para os ofícios divinos e o uso de
hábitos de linho para o altar.
3.3.2 Na sua homilia durante a ordenação de sacerdotes,
aos 27 de abril de 2008, o Papa deu realce à relação íntima
do sacerdote com Cristo. “Eu estou no meu Pai, vocês
estão em mim e eu estou em vocês... (Jo 14,20)... se vocês me
amam” (Jo 14,15). Essa atitude voltada para Jesus e esse
amor formam a condição prévia e a garantia, para uma
relação íntima com o Senhor. Esse amor é um convite e
uma exigência para viver, de maneira coerente, a vocação
sacerdotal. Essa proximidade divina “se vocês me amam”
deve ser cada vez de novo recordada, procurada e
meditada. Não vamos esquecer ou perder aquela
“condição” para o nosso trabalho sacerdotal. Porque, sem esse amor recebido ao qual se
29
responde, nos colocamos fora do movimento trinitário que começa no Pai e vai ao Filho, e
que continua do Filho pelo Espírito até os discípulos. Sem essa relação, perdemos a aptidão
para receber a Deus mesmo e para oferecê-lo. Pois nisso encontra-se a tarefa fundamental de
nosso trabalho sacerdotal: comunicar a Deus, anunciá-lo, procurar que Ele seja conhecido
através da palavra e da vida, através do serviço e da entrega. Norberto nos ensina, e deixa ver
essa fidelidade ao amor de Cristo, mesmo nas circunstâncias mais diferentes de sua vida.
Atuava sempre de todo coração e entregando-se inteiramente. Nele não existiu semi-entrega
ou indiferença; daí que se compreende a sua palavra sobre a limpeza para o altar. Assim podese interpretar também a sua paixão pela evangelização, a partir da sua íntima relação com o
Senhor. Nele Norberto encontrava critério e orientação. Nisso encontra-se talvez o sentido do
dito “solo Cristo duce” (“com Cristo como único guia”). Os homens percebiam essa clareza
na vida dele, apesar do fato que ele não era um homem fácil, que se conformasse com todas as
situações. A sua atitude era muitas vezes angulosa e polarizante. O seu comportamento jamais
foi vago com respeito à sua convicção, ao seguimento do Senhor, à sua lealdade e fidelidade à
Igreja. Embora que houvesse grandes alturas e ambições na sua vida, não se pode negar que
como sacerdote ele sempre se preocupava com os homens. Faz pensar no lema da primeira
encíclica do Papa João Paulo: o caminho da Igreja leva para o homem. Mais tarde, no seu
período em Magdeburgo, Norberto tentou conservar essa linha pastoral, de maneira decidida e
enérgica, mas talvez nem sempre adequada, em meio de circunstâncias muito difíceis. Os
historiadores o atestam. Será que durante todos os anos, Norberto conseguiu ser o pregador
itinerante ardente, com o mesmo espírito missionário, com a mesma paixão para anunciar aos
homens a mensagem de paz?
3.4
São Norberto como bispo
3.4.1 elementos biográficos
Assim entramos na última fase da sua vida, oito anos nos quais Norberto abandonou todo o
anterior, fazendo uma virada para aceitar uma nova missão. No fim de junho ou no começo de
julho de 1126, foi eleito, na cidade de Speier, arcebispo de
Magdeburgo. Aos 18 de julho 1126 chegou à cidade; o
porteiro da casa episcopal não o deixou entrar. Aos 25 de
julho do mesmo ano, Norberto foi consagrado bispo em
Magdeburgo. Havia sido precedido pela fama de um
pregador de penitência e de um reformador rigoroso.
Imediatamente começou a realizar as suas idéias, para
melhorar a situação religiosa da igreja e acabar com as
incorreções. As suas tentativas reformadoras, talvez
levadas com excessiva obstinação, provocaram desavença
e até atentados contra sua vida. Apesar disso, havia
conseguido consolidar a situação financeira, fundar um
convento reformado e melhorar as relações na igreja. Isso
formou um fundamento para uma atividade missionária
com melhor êxito no futuro.
O seu programa para a diocese, que para nós hoje tem um
caráter mais conservador e fundamentalista, pode ser
descrito de maneira seguinte: proteção e defesa da fé, luta com o diabo, salvação das almas,
aceitação da vida religiosa pelos fiéis, manutenção das exigências evangélicas, defesa dos
direitos da igreja. Mesmo como bispo, Norberto continuou sendo o pregador itinerante
individualista ao serviço do Papa. O historiador Kaspar Elm pretende que a mentalidade de
30
Norberto estava impregnada por representações elementares de culpa e de penitência, de
salvação e do último juízo, de luta entre Deus e Satanás pelas almas, de obras milagrosas de
Deus através dos santos, da possessão dos pecadores por forças exteriores, do poder dos
sacramentos, da dignidade do sacerdócio, da necessidade da Igreja para a salvação.
O período de Norberto como arcebispo foi breve; além disso, durante a segunda
metade desses oito anos, Norberto agiu mais no nível político das relações entre o Papa e o
imperador. Não obstante isso, ele cuidou sobretudo da reforma do clero, da reforma das
finanças diocesanas e da promoção da vida religiosa. Nesses campos ele conseguiu obter uma
certa mudança, e colocar o fundamento para futuras ações missionárias. Sendo um homem
formado por um seguimento bem concreto de Cristo e impregnado pelo ideal da vida
evangélica, Norberto deve ser visto mais como renovador e reformador de uma forma
espiritual de vida, do que como fundador de uma ordem. Pois essa forma espiritual de vida
remonta à igreja primitiva de Jerusalém, e encontrou sua forma em Santo Agostinho. O que é
que motivou Norberto para aspirar ao ofício espiscopal? A ambição? A obediência? A
vontade de propagar a sua ordem? Em todo caso, ele quis impregnar o seu serviço episcopal
pela imagem do ‘Bom Pastor’ que cuida de seu rebanho, e igualmente pela imagem do bom
agricultor que elimina a erva má no seu campo e promove o bom crescimento.
3.4.2 O espiritual
Na sua alocução aos bispos durante a sua visita aos Estados
Unidos, o Papa falou o seguinte:
“Se vocês levarem um modo de vida que se apoia em
Cristo, o bom pastor, que se doou para os seus cordeiros,
vocês estimularão os seus confrades sacerdotes a dedicarse novamente aos seus rebanhos, com uma magnanimidade
semelhante à de Cristo. Para progredir, é preciso
concentrarmos claramente na imitação de Cristo com
respeito à santidade de vida. Devemos descobrir
novamente a alegria de levar uma vida orientada para
Cristo, de praticar as virtudes e de abismar-nos na oração.
Quando os fiéis souberem que o seu pároco é um homem
de oração e que dedica sua vida a eles, a resposta deles
estará cheia de calor e carinho, de tal jeito que vai
reforçar e alimentar toda a comunidade.”5
Embora que a urgência de nossas obrigações nos constranja por todos os lados, o tempo
passado na oração não é desperdiçado. A adoração de nosso Senhor Jesus no Santíssimo
Sacramento prolonga e intensifica a união com Ele, nascida na celebração eucarística. A
contemplação dos mistérios do rosário escorre a sua força salvadora, pois ela nos põe de
acordo com o Senhor. A fidelidade à oração do breviário assegura a santificação do dia
inteiro, e nos recorda a necessidade de concentrar-nos na obra de Deus, não obstante as
distrações e as urgências de certas atividades. Essa espiritualidade devota nos ajuda para atuar
e falar “na pessoa de Cristo” (“in persona Christi”), ela nos ajuda para ensinar, guiar e
santificar os fiéis em nome de Jesus, e para oferecer a todos os seus queridos irmãos e irmãs a
sua reconciliação, a sua cura e o seu amor. Essa uniformidade profunda com Cristo, o bom
Pastor tem muita importância para o nosso serviço pastoral. Se nos abrirmos na oração, ao
5
Durante a consagração episcopal do confrade Frans Daneels, no dia primeiro de maio de 2008, o cardeal
Bertone citou umas frases dessa alocução.
31
poder do Espírito, receberemos do Senhor os dons necessários para cumprir a nossa missão
inquietante, sem ficar preocupados com o que deveremos falar (Mt. 10,19).
4
Reflexões finais
Gostaria de concluir esta meditação com uma referência
à alocução do Papa na catedral de São Patrício de Nova
Yorque. Ele referia-se à beleza e arquitetura dessa igreja,
que no lado exterior quase desaparece no meio dos
arranha-céus, porém, o seu tamanho interior é enorme.
Da mesma maneira, eu me referi aqui à vida de São
Norberto, que foi canonizado somente em 1582, ou seja
450 anos depois de sua morte, mas que tem muito que
falar, para quem se esforça polindo na história dele para
contemplar a sua vida. Então nos pode passar algo como
na visita dum templo com janelas góticas. Do exterior,
elas parecem inteiramente pardas, porém, no interior,
atravessadas pelos raios do sol, elas mostram uma beleza
imprevista.
Na catedral de São Patrício de Nova Yorque, dirigindo-se
aos diáconos, sacerdotes e religiosos, no dia 19 de abril
de 2008, o Papa disse o seguinte:
“Pela ordenação sacramental, vocês, queridos sacerdotes, se tornaram uniformes com
Cristo, a cabeça do Corpo.
Vocês, queridos diáconos, foram ordenados para o serviço a esse Corpo.
Queridos religiosos e religiosas de vida contemplativa ou ativa, seguindo o Mestre Divino,
vocês se consagraram a seu Evangelho com amor magnânimo e com total entrega.
Todos vocês, junto com os irmãos e irmãs aposentados, idosos e enfermos, que se unem pela
oração e pelo sacrifício a seu trabalho, estão
chamados para fortalecer a unidade do corpo de
Cristo. Vocês preparam a vinda do Espírito, pelo
testemunho pessoal e pela fidelidade ao serviço
ou apostolado confiado a vocês.
Pois, o Espírito não deixa jamais de derramar os
seus ricos dons, não deixa de suscitar novas
vocações e missões; e segundo a promessa do
Senhor, o Espírito não deixa de conduzir a Igreja
para a plena verdade.”
+ Thomas Handgrätinger - Abade Geral
32
III
NUESTRAS CONSTITUCIONES
El abad José Wouters estudió en Roma espiritualidad y el derecho canónico.
NUESTRA PROFESIÓN VIVIDA COMO EXPRESIÓN DE NUESTRO CARISMA
(Const. n° 39-51)
Tema de la serie: “artículos sobre la formación”
La legislación canónica general prescribe en el canon 587 §1, que las constituciones de
cada Instituto de vida consagrada deben determinar el contenido específico del compromiso
contraido por sus miembros. Con ese encargo se quiere expresar y proteger la identidad y la
vocación de cada Instituto.
Para nosotros eso significa que nuestras Constituciones deben determinar más
detalladamente el contenido de los votos que hacemos. Los cánones 599 hasta 601, de los
cuales hablamos en la reflexión anterior ( octubre de 2005) describen solamente los grandes
rasgos de un marco general, esbozando el contenido mínimo de cada consejo evangélico
como obligación jurídica. Es evidente que estos cánones no pretenden presentar un proyecto
que entusiasme para poder realizar la aspiración de una vida.
A partir de unos ejemplos, se comprende luego que la identidad de la vocación propia
de cada Orden religiosa o Instituto determina claramente las formas concretas de la práctica
de los votos. En el contexto de la vida monástica, la consagración a Dios por el celibato, es
sostenida por el silencio y la soledad, características de la vida monástica. El silencio y la
soledad constituyen para la vida monástica, valores buscados que se experimentan como
condiciones para una vida de oración y contemplación. Un modo de vida que se identifica con
la pastoral (en la Iglesia) pide que la consagración al celibato sea experimentada de otra
manera. Una forma monástica de vivir el celibato no combinaría bien con la vida de un
religioso dirigido hacia la pastoral. Nos cuesta comprender que la práctica de la obediencia y
el cargo mismo de Superior, en una congregación que se identifica principalmente por una
actividad bien determinada, se distinguen de la obediencia en una Orden que se centra en la
vida comunitaria. El espíritu de San Francisco no da el mismo color al consejo evangélico de
pobreza que la espiritualidad de San Bruno. Es lógico que al iniciar un candidato en la forma
de vida religiosa que lo atrae, se da mucha importancia a la manera específica y particular de
vivir los votos.
Le incumbe a los capítulos generales de aggiornamento de 1968 y 1970, la tarea de
exponer la práctica de nuestra profesión premonstratense como una expresión de nuestra
vocación e identidad. Con razón se toma como punto de partida la fórmula de profesión en su
totalidad. La fórmula en nuestra Orden es la siguiente:
“Yo, hermano NN, me entrego y consagro a la iglesia de NN, y yo prometo vivir una
vida de conversión y de comunión, principalmente en la pobreza, la castidad
consagrada y la obediencia, según el Evangelio de Cristo y la institución apostólica,
33
según la regla de San Agustín y las constituciones de la Orden Premonstratense, en
presencia de padre abad NN, abad de esta iglesia y de los otros hermanos.”
ORGANIZACIÓN DE LA MATERIA
Son principalmente los números 39 hasta 51 que comentan la fórmula de profesión. En
grandes líneas se sigue el texto de la fórmula de profesión. Sin embargo, no se comenta la
expresión “según la regla de San Agustín y las constituciones de la Orden Premonstratense”.
En el segundo capítulo se nos presenta el significado de la regla de San Agustín y de
las constituciones; su subtítulo hace referencia a la fórmula de profesión, citando su
comienzo: “Yo, hermano NN me entrego y consagro a la iglesia de NN“ Se trata de la
donación de la persona como oblación a una comunidad determinada de la Orden, llamada
‘iglesia’, según la tradición de nuestra Orden. En el sentido más concreto, se trata de
vincularse con una iglesia en la cual el culto es asegurado por un colegio de canónigos
regulares.Ese culto no es puramente litúrgico, aunque las horas canónicas y la celebración
eucarística tengan una importancia esencial en nuestra vida. Como el capítulo mencionado lo
muestra, ese culto implica también una dedicación al servicio de la Iglesia como pueblo de
Dios en su organización jerárquica, como también al servicio del mundo como comunidad
humana que debe construirse.
El núcleo de la vocación particular y de la identidad de nuestra Orden consiste en la
experiencia de iglesia como comunidad, la vita apostolica, como fue descrita en los Hechos
de los Apóstolos. Esa forma de vida se encuentra mejor explicada por la manera que San
Agustin la llevó a la práctica: “En su vida y regla, nosotros encontramos una forma de pensar
y de vivir hecha para conducirnos a Dios por el camino del amor. La unión fraterna está
fundada según él, sobre la conciencia y la experiencia de la presencia de Dios en la
comunidad y en cada persona humana en particular. Ella se manifiesta en diversas formas de
comunión: de espíritu y de corazones, de los bienes poseídos en común, de las oraciones, de
la vivienda compartida, de vida y del trabajo en común, conducido por el superior que está al
servicio de la caridad.” (Const. n° 28). Hacer la profesión según la regla de San Agustín
significa tener el propósito de dejarse guiar por la espiritualidad que formó, para las
comunidades que él guiaba, el fundamento y la forma de organización. Su regla conventual es
una expresión de eso.
El término “comunión” tiene una importancia esencial en la descripción de nuestra
consagración a la Iglesia. La donación de sí mismo a la comunidad concreta de una canonía se
dilata en un compromiso con los alrededores inmediatos, y en una relación particular con la
diócesis y su obispo, para desembocar finalmente en una comunión universal. En todos esos
círculos se trata sobre todo de promover el aspecto comunitario de la vida de la Iglesia y de
las personas. El segundo capítulo de las constituciones quiere determinar la identidad propia y
la vocación propia de nuestra Orden; de tal manera responde a la intención esencial de las
constituciones. Las palabras “según las Constituciones de la Orden Premonstratense”, usadas
en la fórmula de profesión, no se refieren a una colección de normas; ellas expresan más bien
la intención de modelar su vida por el carisma de la Orden, tal como ha sido formulado en las
Constituciones.
Los números de 39 hasta 51 de las Constituciones aplican la descripción de nuestro carisma a
la práctica de cada consejo evangélico por separado. Se puede notar en el texto que en la
34
edición anterior (de 1970) se proponían tres fórmulas de profesión. La segunda fórmula no
tenía la referencia a las Constituciones. La tercera fórmula mencionaba solamente el consejo
evangélico de la obediencia. Al incluir esa tercera fórmula, el capítulo de aggiornamento se
refería a una tradición más antigua según la cual sólo el voto de obediencia era expresado. La
fórmula actual, conservada en la edición de 1994, remonta a la alta Edad Media, y
especialmente a la reflexión de Santo Tomás sobre la vida religiosa. En ella los 3 consejos se
encuentran según el orden clásico tomístico.
El n° 42 presenta la vida religiosa a partir del voto de obediencia, como disposición a ajustar
la vida entera a la Voluntad divina. Eso se explica por el hecho mencionado, de la presencia
de la tercera fórmula en la edición de 1970. El religioso expresa esa disposición haciendo el
voto de dedicarse en cuerpo y alma a Dios por el celibato y de seguir a Cristo por la pobreza
voluntaria. Ese modo de vida es descrito como testimonio expreso del Evangelio, en la Iglesia
y ante los hombres que todavía no conocen a Cristo.
Al tratar de los consejos evangélicos, nuestras Constituciones siguen el orden clásico, y no el
orden del Segundo Concilio Vaticano, que trata primero de la castidad, después de la
obediencia y por último de la pobreza. La castidad en la vida religiosa ha sido considerada por
el Concilio, como la característica de ese estado, que tiene como motivación de expresar el
deseo muy expecífico de seguir a Cristo con un corazón indiviso. Significa una dedicación
total al Señor, por una vida enteramente centrada en Él. El hecho que nuestras Constituciones
y nuestra fórmula de profesión tratan primero de la pobreza, significa tal vez que la práctica
de la pobreza tenga un lugar central en nuestra vida, - lo que, sin duda alguna, ha sido el caso
en la historia de los canónigos regulares.
El marco
Fuera de los consejos evangélicos, prometemos por la profesión de llevar una vida de
conversión (n° 41), de practicar esos consejos según el Evangelio de Cristo y la Institución
Apostólica (n° 48 y 49), según la regla de San Agustín y las Constituciones de la Orden
Premonstratense (n° 50). La sección que exponemos aquí, termina con una reflexión sobre la
profesión y la felicidad humana (n° 51).
El número 41 que explica la vida de conversión, ofrece un elemento importante para la
comprensión de toda esa sección relativa a la profesión. La conversión es una respuesta a la
vocación de vivir en unión con Dios y con los hermanos. En la línea de la visión agustiniana
sobre la vida comunitaria, se considera que el amor de los hermanos es el signo por
excelencia del amor de Dios. Por consiguiente, la conversión busca la autenticidad de la vida
religiosa comunitaria. Ella es nada menos que la aspiración continua al amor fraterno y al
servicio humilde.
El número 48 caracteriza nuestra vida inspirada por el Evangelio como la communio fraterna,
que constituye el medio ambiente y el fondo para la imitación de Cristo. El trasfondo bíblico
referido es la comunidad ya formada por los apóstoles con Cristo, que bajo el impulso del
Espíritu Santo se desplegó plenamente en la Iglesia apostólica. Aquí se desprende
nuevamente que la vida apostólica se expresa en el término “communio”. El n° 50 subraya
que la Regla y las Constituciones quieren orientar y apoyar ese modo de vida.
35
El título del número 51, “Profesión y felicidad humana” respira sin más una apologética típica
de los años setenta del siglo pasado, - por lo menos en el Occidente, donde el cristianismo fue
asociado con alienación y subyugación. Nuestra vida es caracterizada como la continuación,
en medio de la gran sociedad humana, de la comunidad de los apóstoles en torno al Señor
resuscitado. De esa manera, la vida apostólica es descrita como una experiencia actual, y no
histórica, de una comunidad fraterna en torno al Señor que vive.
Reflexión sobre cada consejo evangélico
Después de leer las reflexiones precedentes, no debe sorprendernos que los consejos
evangélicos también promueven la experiencia de la vida comunitaria apostólica, o sea la
communio. La pobreza en nuestra Orden debe ser definita como la voluntad de renunciar a la
propiedad de bienes personales a fin de poseer todo en común. Del bien común que se forma
de tal manera, cada un debe recibir lo que necesita. Esa²práctica de la pobreza es designada en
primer lugar como el fundamento de la vida en común. La comunidad se encarga de compartir
con los pobres lo que tiene; así la repartición es antes que nada una obligación comunitaria,
que puede ser asociada con sobriedad y trabajo.
El aspecto ascético de la pobreza viene solamente en última instancia, a partir de la conciencia
de la relatividad de la riqueza terrestre. Se da realce a la invitación de vivir como hombres
“ordinarios” que deben trabajar y asumir las obligaciones de la sociedad civil. Encima de eso,
la comunidad debe ser construida haciendo participar a todos en la riqueza espiritual de cada
uno: los talentos y toda la persona.
El celibato debe ser considerado como una condición para llevar una vida comunitaria
realmente fraterna, que manifesta el amor de Dios en el mundo y promueve nuestra felicidad.
El celibato en la vida religiosa supone una madurez afectiva para poder estar al lado de la
gente de manera amable y cordial. Solamente en segunda instancia, las Constituciones señalan
la mortificación y la ascesis necesaria para conservar la castidad (n° 42).
Los números 45 > 47 que tratan de la obediencia, hablan sobre todo de la obediencia de la
comunidad entera que quiere cumplir la Voluntad de Dios, y de las numerosas indicaciones de
la Voluntad divina presentes en nuestra vida y actividad solidaria con los hermanos y dentro
de la Iglesia. La última frase del número 46 es muy significativa cuando asegura que también
por la obediencia tenemos un papel activo en la realización de la misión de la comunidad. Se
describe la función del superior sobre todo como un servicio a la unión fraterna, como
promoción del diálogo interno y del discernimiento comunitario de lo que debe ser hecho. El
servicio de la autoridad, que exige de vez en cuando que el superior tome una decisión, debe
sobre todo promover la construcción de una comunidad auténtica.
De todo lo dicho anteriormente, será evidente que los candidatos para nuestra vida deben
optar por la vida comunitaria y que su formación debe centrarse sin ambigüedad en esa forma
de vida. La reflexión sobre nuestra manera de practicar los votos se profundizará por una
lectura atenta y repetida de la regla: en ella San Agustín reflexionó y propuso las
consecuencias de la vocación a la vita apostolica, en la vida concreta.
Abad José Wouters
36
IV
ARTIGOS e RELATÓRIOS - ARTÍCULOS e INFORMES
LIVROS SOBRE A ORDEM PREMONSTRATENSE
EM PORTUGUÊS
Recentemente foram editados em português alguns livros, que focalizam vários
aspectos da Ordem Premonstratense atuando no Brasil.
1. Em 1997, comemorando o centenário da Chegada
dos Primeiros Premonstratenses ao Brasil (1896) e do
Lançamento da Primeira Pedra do Seminário de Pirapora
(1897), foi lançado um opúsculo intitulado:
“História do Seminário Premonstratense de Pirapora do
Bom Jesus”
Na página 23 lemos a seguinte particularidade da História do
Seminário:
“Os irmãos matavam porcos e vacas para o consumo
próprio num local da chácara mais ou menos apropriado
para essa finalidade. Quando por volta de 1958 foi construída
a nova ponte em Pirapora, o matadouro municipal, que
estava na beira do rio Tietê, onde se pensava em construir a
ponte, foi demolido. O matadouro do seminário servia então nos próximos anos, como
matadouro municipal. No fim de 1972 veio uma fiscalização estadual inspecionar o
matadouro. Resultado: ‘Tudo em ordem. Só faltam azulejos nas paredes!’ Apesar dessa
sentença favorável, alguns dias depois apareceu no jornal um artigo com o título;
’Matadouro de Pirapora foi fechado.’ Por que? Porque não havia paredes para colocar os
azulejos...!”
2. Ainda no fim do mesmo ano foram celebrados os 110
anos da elevação da Capela do Bom Jesus à dignidade de Santuário
(1887) e o centenário da Criação da paróquia do Senhor Bom
Jesus, em Pirapora (1897) e foi editado o livrinho:
“História do Santuário de Pirapora do Bom Jesus”
Da página 25 transcrevemos o seguinte:
Aos 29 de novembro de 1942 Dom José Gaspar de
Afonseca e Silva, Arcebispo de São Paulo, recebido por Côn.
Eugênio Avivar y Avivar, o.prem, Pároco de Pirapora e pelo povo,
benzeu quatro sinos. O casal Rodolfo e Faustina Pasqualim,
moradores da Capital de São Paulo doaram os sinos e foram seus
padrinhos. Cada sino leva gravado no flanco seu nome, seu peso e sua tonalidade, como
também o número da fundição: Sanctus Rudolfus, 708 quilos e tom sol; Sancta Faustina, 367
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quilos e tom si; Sanctus Oswaldus, 206 quilos e tom re e Sancta Marina, 143 quilos e tom mi.
Em cada sino havia a inscrição seguinte:
Rodolfo e Faustina Pasqualim, pais aflitos, suplicam a Deus.
que, pelos méritos dos santos, seus filhos muito queridos Osvaldo e Marina
sejam finalmente incluídos entre os habitantes do céu.
Ano do Senhor 1942
Nesse texto gravado nos quatro sinos chamam a atenção as palavras ‘pais aflitos’. É que o
casal Rodolfo e Faustina Pasqualim perderam seus filhos Osvaldo e Marina num acidente
marítimo.”
Saiu em 2006 a segunda edição.
3. No segundo semestre de 2005, publiquei, por
ocasião dos 60 anos da minha entrada na Ordem
Premonstratense (1945) o seguinte livrinho:
“Oração de um Cônego Premonstratense aposentado...”
No prólogo descreve-se a finalidade do livrinho:
“...convido vocês a louvarem comigo o Senhor Deus,
que durante mais de sessenta anos me cumulou de bênçãos e
perdoou meus pecados. Ofereço-lhes este opúsculo como
guia e inspiração de nosso agradecimento a Deus, dando ao
mesmo tempo um pequeno panorama de vida
premonstratense neste últimos cinqüenta anos...”
4. Celebrando em janeiro de 2007, cinqüenta e cinco
anos da sua chegada ao Brasil (1952), o autor, inserindo um
documento antigo sobre os primeiros vinte e cinco anos da
Ordem no Brasil, escrito por Côn. Guilherme Adriaansen
(1892-1958), escreveu o seguinte livro:
História dos Premonstratenses: Averbodienses e
Jauenses, atuando no Brasil 1896 – 2006
Num dos primeiros parágrafos, na página 20, lemos
o seguinte:
“Apesar disso ainda o demônio mexia com seu
rabinho. No início de agosto de 1889, antes da festa do
Senhor Bom Jesus em Pirapora, foi enviado ao Côn. Vicente
Van Tongel uma carta anônima. Começava com um “Confiteor” inteiramente escrito em
latim. Depois prossegue: “em nome da religião de Cristo, que eu confesso, venho alertar o
Senhor: preste atenção e seja prudente, sua vida corre perigo: nas festas do Bom Jesus,
eles querem acabar com sua vida, criando uma ou outra situação: eles querem roubar-lhe
dinheiro, pois dizem que possui 50.000,00 cruzeiros. Juraram sua morte e se dividiram
para realizar isso.
38
Aquela que lhe isso comunica é uma senhora piedosa, e, se não dá seu endereço, é
por precaução. Que Deus permita que esses dados cheguem a tempo em suas mãos. A fim
de que possa tomar as providências necessárias e salvar a tua vida...
Aviso ainda que o atentado pode acontecer não somente durante as festas, mas
também num outro dia. Simulando um doente que quer receber os sacramentos, eles
conduzirão o Senhor na mata... Tome precauções. Que Deus conserve seus dias e castigue
os assassinos. Depois das festas escreverei novamente e direi onde o Senhor pode me
responder. Que te acompanhem Jesus, Maria e José.
Os confrades ficaram muito preocupados com esta notícia e acharam necessário de
avisar a polícia. Assim também o povo tornou-se ciente da ameaça e dia e noite guardaram
a casa. A situação durou alguns dias até que Côn. Vicente conseguiu convencer-lhes que
tudo era falso. Será que alguns queriam, como antes em Parnaíba, proibir a festa? Ou
esperava-se que, depois da criação da paróquia de Pirapora, pudesse infundir no novo
pároco medo, que o deixasse partir? Tudo ficou como era e aquela mulher devota nunca
deu seu endereço prometido. Inteligência (!) da humanidade!”
5. Na Festa do Senhor Bom Jesus, 06 de agosto de
2007, ao comemorar 120 anos de Elevação da Capela do Bom
Jesus à dignidade de Santuário (1887) e os 110 anos da
Criação da paróquia do Senhor Bom Jesus (1897), foi editado
o livro:
Senhor Bom Jesus de Pirapora
No capítulo “Milagres do Senhor Bom Jesus”, na
página 69, encontramos o seguinte testemunho:
“As centenas e centenas de padres, que nas confissões e
na direção espiritual dos romeiros gastaram seus esforços e
seu tempo, poderiam ser as testemunhas reais destes
acontecimentos milagrosos, se não estivessem impedidos pela
lei do segredo da confissão, que os obriga a calar e não abrir
a boca. Esse silêncio não diminui em nada a grandeza dos
milagres que se realizam nesses encontros. Mais tarde saber-se-ão quantas graças foram
dispensadas nestas visitas à Imagem do Senhor Bom Jesus de Pirapora.
Mas existem, no entanto, alguns fatos extraordinários que dificilmente podem ser
explicados por caminhos normais da medicina ou da ciência moderna...
Por volta de 1997, numa fazenda em Piracicaba, SP. um fazendeiro, ao entrar com o
carro na sua propriedade, bateu na porteira, atropelou seu filho pequeno e passou por cima
da criança. Desespero total naquele momento dramático! Levaram o menino ao hospital com
poucas possibilidades de sobrevivência. Mas o pai, devoto fiel do Bom Jesus, rezou e
suplicou. Vendo a situação da porteira caída em pedaços fez a promessa: “Se meu filho
sobreviver, farei dos pedaços de madeira da porteira uma cruz e a levarei a Pirapora em
agradecimento pela cura do menino.” A criança sarou. Os próprios médicos atestaram o fato
milagroso, sem explicação na medicina. O Pai fez a cruz, levou a ao Bom Jesus de Pirapora e
em frente ao Santuário tirou a foto para perpetuar o pagamento da promessa.” .
Em 2008 saiu a segunda edição.
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6. Na Festa de Páscoa da Ressurreição do Senhor, 23 de
março de 2008, homenageando a atuação dos Religiosos
Premonstratenses no Brasil durante o século XX, foi impresso
o seguinte livro:
Florilégio Premonstratense
Entre os cem religiosos premonstratenses que no século XX
viveram e atuaram no Brasil, o autor escolheu uns trinta, dos
quais ele oferece uma breve biografia ilustrada com um
acontecimento pitoresco de sua vida.
Na biografia de Côn. Tomás Schoenaers (+1919), que no
fim de primeira guerra mundial, voltou ao Brasil, como capelão
militar e membro de uma missão militar belga, lemos na página
32 o seguinte:
“De resto toda a Bélgica tem uma plena admiração pelos brasileiros. Um dia,
tínhamos saído das trincheiras num momento da calmaria e fomos todos, nós belgas e os
brasileiros, no total de uns quarenta militares, para a única venda ainda aberta numa
cidadezinha atrás da linha de guerra. Atendeu-nos uma senhora, que me perguntou em
flamengo o que queríamos. Pedi-lhe um conhaque. Ela serviu-nos essa bebida e interrogoume, cheia de curiosidade:“ De onde são esses oficiais? “ Respondi: “ São brasileiros!”
Isto foi motivo de jubilosa atenção para a modesta vendedora, e como, prestes a nos
retirarmos, lhe perguntássemos quanto devíamos, respondeu-nos: “Ora essa! Era o que
faltava! Receber dinheiro daqueles que têm dado tanto pão aos belgas, que são tão nossos
amigos, filhos desse país onde nossos soldados têm tão carinhosas madrinhas!“ No entanto
a generosidade da boa senhora flamenga não lhe custou barato. Foram cerca de quarenta
cálices de conhaque!...
Além disso é preciso frisar que a ação das madrinhas brasileiras dos soldados
belgas calou muito no espírito do povo belga. Essas senhoras estão cotadas entre as
melhores madrinhas pela generosidade de sua caridade e por se corresponderem com os
afilhados. E não imaginam como o soldado belga fica entusiasmado, quando recebe as
cartas, escritas em francês, da madrinha brasileira.”
Sobre o Ir. José Withofs (+1959), santo e escultor, o prof. Francisco Bueno Silveira
atesta em seu panegírico, na página 88, o seguinte:
“Irmão José entrou ma imortalidade, entrou na imortalidade espiritual porque, ao
apresentar-se diante de Deus, ao ser perguntado pelo Anjo Inquiridor: ‘Que fizeste na terra
durante a tua longa existência?’ – silenciou e em lugar de responder ao anjo, apenas lhe
mostrou as suas mãos que trabalharam durante meio século para tornar Deus conhecido aos
homens, para elevar os homens a Deus. Nesse instante, iluminou-se todo o céu, e como
somente assim podemos compreender, num grande espetáculo divino, cada pedaço de
madeira por ele esculpido na terra se transformou numa estrela, numa auréola de glória. O
Irmão José entrou na imortalidade: entrou na imortalidade da arte que é o reflexo do próprio
Deus através das qualidades humanas de cada um de nós. Durante os séculos que passaram,
durante o tempo em que milhões de brasileiros subiram essa colina de Pirapora,
perpetuamente, eternamente será lembrado o humilde escultor daquelas obras-primas, o
artista imortal de São Norberto.”
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7. Por ocasião dos 875 anos da morte de São Norberto
foi impressa em 2009 uma breve biografia popular, com
muitas representações artísticas da imagem do santo,
intitulada:
São Norberto em textos e imagens
Do sexto capítulo, na página 33, transcrevemos o
seguinte trecho:
“Porque foi negada a real presença de Cristo na
Eucaristia pelos reformadores protestantes e uma vez que
Norberto foi considerado o defensor deste dogma, pelo seu
grande combate contra Tanquelino, ele foi representado
como um “santo eucarístico”.
Em geral São Norberto é representado revestido do
hábito branco dos cônegos premonstratenses e do pálio
branco e levando a Santíssima Eucaristia (âmbula, cálice ou ostensório) na mão direita e na
mão esquerda carrega o báculo de arcebispo. Este báculo com dois braços horizontais é
típica cruz oriental reservada aos arcebispos, enquanto os bispos usavam um báculo com
apenas um braço horizontal. Debaixo dos pés, Norberto aniquila o herege, Tanquelino. Essa
apresentação foi determinada pelo fato, que no século XVII Tanquelino era considerado um
herege, que teria negado a presença real de Cristo na Eucaristia.”
Todos esses livros podem ser adquiridos na
Secretaria do Santuário do Bom Jesus
Rua Emereciana dos Santos Brito, 8 Centro
06550-000 PIRAPORA DO BOM JESUS SP
Telefone: 11 - 4131 1440
e-mail: santuá[email protected]
site: www.santuariopiraporasp.com.br
Agradeço a Deus, que me deu o tempo, e a capacidade de escrever esses livros com o
intuito de conservar para o futuro os fatos mais importantes realizados pelos
premonstratenses, que atuaram no Brasil durante o século XX.
Igualmente quero com esses livros também enaltecer para as futuras gerações as obras
e a vida religiosa desses meus irmãos de hábito, que não pouparam forças para concretizar em
suas vidas “a re-evangelização de seus votos, procurando sempre no evangelho o que
significa ser-pobre, ser-virgem e ser-obediente em Jesus (e finalmente também neles
mesmos).”
Epílogo do livro ”Florilégio
Premonstratense”.
Pirapora do Bom Jesus, 06/06/2009.
Comemoração dos 875 anos da morte de
Nosso Pai São Norberto.
Côn. Godofredo Chantrain o.praem.
41
V
PASTORAL VOCACIONAL
“Não fostes vós que me escolhestes, fui Eu que vos escolhi e
vos nomeei para irdes e dardes fruto, e o vosso fruto
permanecer”. (Jô 15,16)
“Crescendo na Verdade”, ou seja, viver em Cristo, verdade,
caminho e vida. Esse foi o tema do último encontro vocacional
realizado no Priorado N. Sra. Aparecida e São Norberto de
Montes Claros – MG. Foram dois dias repletos de momentos
riquíssimos (30 e 31 de maio/2009), seguidos de orações,
palestras, dinâmicas e convivência fraterna junto a comunidade.
Tudo visando ajudar o vocacionado a discernir melhor a sua
missão dentro do seio da Igreja. Em um âmbito específico e de
acordo com as necessidades atuais, levamos os jovens a uma
reflexão de si mesmos para com Deus, suscitando-lhes a um
diálogo com Pai do céu, em vista de uma resposta aos seus próprios ideais. Esse duplo
movimento depende unicamente, da disposição pessoal que colocamos em aceitar ou não, a
proposta comprometedora que o Senhor nos faz.
Como cristãos batizados, somos chamados a ser sal da terra e luz para o mundo, buscando
sempre anunciar com assiduidade o Cristo que é a verdade, Verdade absoluta e imensurável.
O Fr. Michel Valério, residente em Montes Claros, resume em poucas linhas como se
desenvolveu esse despertar vocacional:
“Foi um trabalho de equipe com a colaboração de toda a comunidade e especialmente dos
postulantes. Silvo e Jamilson foram os responsáveis pela ornamentação e animação. Diego
introduziu o encontro com uma oração - Tiago e
Leandro recitaram o terço vocacional norbertino
- Julierme, Erlândio e Edney prepararam alguns
momentos de reflexão, além de filmes e dinâmicas
de acordo com o tema proposto: “Crescendo na
Verdade”.
As orientações iniciais partiram de Pe. Andrés
(Promotor vocacional do Priorado de Montes
Claros), que nos enviou todo o material sugestivo.
O encontro teve a participação de 10 jovens e,
contou ainda com a partilha testemunhal de Ir.
Mariana (Superiora da congregação religiosa responsável pelo orfanato aqui em Montes
Claros)”.
Agradecemos ao Deus Trino, por todas as dádivas alcançadas no desenrolar desse despertar
vocacional, proporcionando-lhes grandes motivações para a realização de muitos outros. Em
união de orações, rezemos ainda pela perseverança de todos os jovens participantes. Que eles
possam responder ao apelo incessante que Deus lhes faz, com imensa fidelidade. Finalizando,
partilho as impressões de Fr. Michel Valério, relacionadas ao mesmo encontro, publicadas há
algumas semanas atrás no site Norbal.org: “Foi um trabalho em equipe que alcançou
satisfatoriamente seu objetivo: ajudar os vocacionados a discernirem sua vocação
oferecendo-lhes conforto e hospitalidade”.
Equipe de redação
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“Eu estou no meu Pai, vocês estão em mim e eu estou em vocês”. (Jo 14,20)
A morte bem aventurada de São Norberto - 1134.
Vitral da Igreja Abacial de Postel - Bélgica
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