Jornal da Oficina do EM - Profa. Fernanda Gurgel

Transcrição

Jornal da Oficina do EM - Profa. Fernanda Gurgel
Editorial
Jornalismo
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Qual o papel do jornalismo nos dias de hoje?
Ele deve desempenhar o papel de apenas informar,
tentando ser imparcial, ou deve mostrar seu ponto de
vista (implícita ou explicitamente)? O que um jornalista
deve fazer ao escrever?
O jornalismo não desempenha, atualmente, o
papel apenas informativo. Ele tem, por trás de si, uma
ideologia e uma parcialidade que atendem a diversos
interesses e/ou ideais. Isto não acontece apenas nos
dias de hoje, mas sempre aconteceu ao longo da
história, e nada mais certo do que isso. O jornalismo não
deve apenas informar, ele deve, sim, conter um ponto
de vista, um ideal, desde que este não seja
“mascarado”, implícito. O leitor deve poder perceber
esta parcialidade do jornalismo ao ler uma matéria, ao
ver uma reportagem, até mesmo na televisão.
Muitos podem dizer que o jornalismo deve ser
imparcial, pois conter um ponto de vista seria algo
“antiético”. Porém, essas pessoas querem uma espécie
de utopia, já que esquecem que “o ser humano é um ser
com ideologia”, como afirmou Arnaldo Jabor em sua
coluna no Globo, e que por mais que ele tente, sempre
vai ser influenciado por algo, mesmo que mínimo. O ser
humano é um ser com história e, por conta disso, forma
uma opinião em relação aos fatos já ocorridos.
Um jornalista pode, sempre, criticar. Não
necessariamente “falar mal” ou denunciar, mas mostrar
à sociedade os fatos ocorridos, sejam estes bons ou
ruins - como por exemplo, os escândalos dos
governantes, a violência, dentre muitos outros
exemplos. Um jornalista pode, ao escrever, mostrar o
fato, mas, ao mesmo tempo, deixar claro o que pensa
sobre este fato, concordando ou discordando, de forma
transparente. A intenção não seria a crítica ou elogio em
si, mas uma verdadeira ajuda à sociedade.
É exatamente por causa desta “ajuda à
sociedade” que o jornalismo pode sim ter um ideal por
trás de sua função informativa. Ao mesmo tempo, é
exatamente por isso que este ideal deve ser
“transparente”, visível ao leitor (ou telespectador, no
caso do jornalismo televisivo), para que este possa, por
sua vez, fazer sua crítica e colocar em prática alguma
mudança (ou não) em relação ao que leu, com plena
consciência e conhecimento, podendo concordar ou
não com o que foi mostrado do ponto de vista do
jornalista.
Por Gregory Kaskus
O objetivo do jornalismo é informar. Os jornais
são a principal mídia informativa de comunicação de
massas. Cabe a nós, jornalistas, apresentar fatos
verdadeiros e coerentes cientes de que é
principalmente o jornalismo que molda a opinião
pública. Mas será que o jornalismo, que desempenha
um papel tão importante hoje em dia, mantém os
princípios básicos de ética e democracia na imprensa?
Eu considero o jornalismo quase como uma
arte, é preciso ser cético, não se pode acreditar em tudo,
mas não se pode deixar esse ceticismo nos levar a virar
críticos vorazes à procura de um problema em tudo. Há
de se buscar a verdade e apresentá-la ao leitor da forma
mais simples.
Grande parte da população é enganada
facilmente, acredita em tudo que é dito, e a imprensa
parcial só prejudica isto. A Globo é atualmente um
monopólio de informações, é o principal meio de
informação popular. O ponto de vista que a Globo
mostrar em um assunto, vai provavelmente ser o aceito
pela maior fatia da população e isso representa um
problema grave, já que este é provavelmente
influenciado pelos interesses da corporação.
O jornalismo antes de tudo tem que ser
confiável, não se pode deixar influenciar, nem por suas
próprias opiniões e preconceitos, nem por pressões
externas. O compromisso do jornalista é com a verdade
e com os leitores, e nada mais. O jornalista deve se
manter indiferente a tudo que possa ameaçar isso. Se
um jornalista quer apresentar sua opinião, que o faça
mas sempre deixando claro que aquela é a sua opinião,
e nunca a mascarando como uma verdade
incontestável.
É também, essencial, ao meu ver que todos os
pontos de vista sejam apresentados para o leitor. O
leitor deve tirar suas próprias conclusões, o dever do
jornalismo é apresentar todos os fatos para que este
esteja informado sobre o assunto.
Não sei dizer se há ética no jornalismo,
gostaria de acreditar que sim, mas nas condições de
corrupção do país, uma imprensa imparcial parece
quase uma utopia. Mas é preciso pelo menos acreditar
neste ideal. O jornalista precisa buscá-lo, e o leitor
precisa lutar por esse direito, que é seu.
Por Camila B. Afonso
A questão é uma, as respostas são subjetivas
e a verdade, desconhecida: há imparcialidade no
jornalismo?
Experimente perguntar para um jornalista se o
mesmo se considera imparcial. Ou não experimente,
apenas chegue à conclusão óbvia de sua resposta. Não
existe jornalista que não se classifique como imparcial.
Afinal, definir-se como parcial ou admitir que uma
opinião sua pode interferir no produto final de seu
trabalho é uma confissão de culpa. É, para um jornalista,
o mesmo que contar a um paciente que não sabe a cura
para sua doença é para um médico. É se descrever
como um profissional incapaz de exercer sua profissão.
A essência de se tornar um jornalista é informar. A
dificuldade em ser jornalista é informar apenas a
informação. Um jornalista também é humano, também
pensa, também tem senso crítico ( a maioria, ao menos )
e também erra. O erro, quando não é proposital, vem
quando escapa ao jornalista a sensibilidade de definir a
linha entre o que é real e o que é a interpretação do real.
O erro aparece quando o jornalista não percebe que sua
função não é interpretar.
Tudo isso partindo do pressuposto de que o
jornalista tem carta branca para dar enfoque no que
achar relevante. Mas para onde vai a imparcialidade
quando o que é escrito pelo jornalista é influenciado
pelos interesses do seu patrão? Que escolha tem um
jornalista da Carta Capital quando a revista encobre um
escândalo do governo Lula? Que escolha tem um da
Veja quando seu editor o proíbe de escrever apenas
sobre os fatos frios, sem usar de sensacionalismo? Ou
um do Extra, quando lhe é passada a idéia de que sua
função é alarmar os leitores sobre o último assassinato
brutal na Baixada Fluminense, e que não há meio maior
de fazê-lo senão o de eleger um mocinho heróico e um
bandido bárbaro na matéria? Jornalista também é pai de
família, também tem contas para pagar, certo? Temos
então um novo impedimento para a imparcialidade: a
necessidade que tem o jornalista de manter o seu
ganha-pão, a falta de liberdade para escrever o
relevante em troca da sobrevivência.
No Brasil, onde a dificuldade em se encontrar
a tal imparcialidade é tão naturalmente pessoal quanto
propositalmente corporativista, talvez o melhor seja
buscar a verdade com os seus pais. E se o seu pai por
acaso for jornalista, não esqueça de perguntá-lo antes
se ele se considera imparcial.
Por Ciro Nogueira
Lugares bonitos e
desconhecidos.
Na cidade do Rio de Janeiro hoje ainda existem
lugares em que se pode ter contato direto com a
natureza, e que são bonitos e baratos.
Hoje, a maioria das pessoas prefere ir a
shoppings e boates, e esquece como pode ser
agradável um passeio em lugares diferentes e
que, na maioria das vezes, fica mais próximo do
que se imagina.
Um dos grandes exemplos é a pista Cláudio
Coutinho na praia Vermelha. E é totalmente
gratuita, conservada e segura, garantindo
tranqüilidade para toda a família. Muita gente
passa bem perto de lá, e não conhece o lugar,
nem nunca ouviu falar.
(foto genérica)
A pista também oferece lugar para caminhar ou
correr, aulas práticas de escalada e também
local para pesca - sem falar da magnífica vista e
da natureza bem à mostra.
Caso você não goste muito de programas
naturalistas, você pode também ir à praça na
Praia Vermelha, visitar o Pão de Açúcar ou até
mesmo o Forte.
É um lugar que certamente vale a pena
conhecer. É fácil se apaixonar por esse paraíso
escondido que existe tão perto de nossas casas
e, infelizmente, poucos conhecem.
Por Lorena Medeiros
Uma rápida
viagem pelo rock'n'roll
Transgressão, rock, revolta, sexo e drogas... Essas são as palavras imediatametne ligadas ao rock, que teve sua
origem do country, jazz e blues.
Tá bombando
A noite carioca é uma das melhores do país.
Animada e super agitada, a noite é povoada por
jovens que lotam as “boites” nos fins de semana
– lugares como Prelude e Baronetti. Nelas, já
tocaram os melhores Djs do Rio como Marcelo
Mistake e o Dj Sadam. Essas boates são repletas
de celebridades e paparazzi.
Há também muitos bares e restaurantes
famosos no Rio, como o Antiquarios e o
Outback, com um cardápio atraente, onde
circula a elite carioca. Há bares excelentes que
possuem ótimas opções de petiscos e conforto,
como Belmonte, Devassa, Bacalhau de Rei e
Manoel & Joaquim. Outra opção mais barata,
mas não menos atraente, são os quiosques da
Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul, com
linda vista e ótima música ambiente um lugar
totalmente aconchegante e acolhedor para a
população em geral. Divirtam-se!
Por Rodrigo Frota
UFRJ
O rockabilly, sua origem, surgiu na segunda metade dos anos 50, com o rei Elvis Presley. Os Beatles deram
continuidade ao rock nos anos 60 com seu rock psicodélico. Já nos anos 70, o rock progressivo, liderado pelo Pink
Floyd, Yes e Rush, admitia que os shows e discos pediam maior elaboração artística.
O punk rock de NOFX, The Clash e Sex Pistols trazia um ritmo pesado e frenético e abordava o sistema capitalista
como uma perversidade do ponto de vista social.
O hard rock de Led Zeppelin, Deep Purple e Aerosmith e o metal de Black Sabbath, Judas Priest e Iron Maiden se
tornam mais próximos a ponto de serem confundidos pelos ouvintes de hoje em dia, em certas situações.
A partir dos anos 80, outras subdivisões surgem a partir das anteriores. O grunge, com Nirvana, Red Hot Chili
Peppers e Alice In Chains surgiu da união do punk com o metal, e o industrial, com Killing Joke, Depeche Mode e Joy
Division, da união de rock e música eletrônica. O hardcore, como The Exploited, U.K. Subs e Dead Kennedys foi uma
espécie de estágio evolutivo do punk; daí estas subdivisões serem pós-punk.
O termo "alternativo", de White Stripes, Franz Ferdinand e Kaiser Chiefs, se alinha com a frase de Raul Seixas "viva a
sociedade alternativa". O gótico de The Cure, The Cult e Him e o emo de Simple Plan, Good Charlotte e Green Day se
concretizaram a partir do conceito "capitalismo com perversidade", pois o emo chora e tem medo de apanhar na rua.
O emo está em oposição ao punk neste sentido, e o gótico é um emo mais mal-humorado.
O rock hoje está começando a se subdividir em numerosas e pequenas tribos, a partir das já existentes e com uma
variedade de bandas que fazem seu próprio som.
Por Adriano Tavares
O aluno Juan Pablo aproveitou a oportunidade.
“Achei importante.
Se você fizer a escolha errada, pode mudar o
rumo da sua vida completamente.
Primeiro, para conhecer o espaço, pois muitos
alunos pretendem passar para lá, e também
porque ajuda a decidir que profissão seguir e
que curso fazer”, afirmou. Juan Pablo assistiu às
palestras de Engenharia, Arquitetura,
Administração, Design Industrial, Matemática
Aplicada e Ciências da Computação, mas ele
gostou mais da palestra de Engenharia.
A EDEM ofereceu aos alunos uma ida à UFRJ
para assistir palestras dos cursos da faculdade.
“Eu me identifiquei com o trabalho exercido
pelos engenheiros”, disse.
Os alunos do Ensino Médio estão passando por
uma das decisões mais difíceis das suas vidas:
que profissão devo seguir?
Os alunos, logo que chegaram, foram assistir à
palestra “Conhecendo a UFRJ”, que tirava
dúvidas sobre o vestibular, os cursos, o espaço,
etc.
Essa palestra durou uma hora e meia. Logo em
seguida, os alunos se separam e foram assistir
às apresentações dos cursos oferecidos pela
universidade.
Essa experiência vivida pelosalunos foi bem
satisfatória, apesar de não dar 100% de
segurança de qual caminho profissional cada
um irá seguir.
Por Tomás Breves
O Qatar
Poucos conhecem o Qatar, um país muçulmano
localizado no Golfo Pérsico. É um país pequeno,
mas muito diferente do nosso Brasil, com outros
costumes e cultura muito diversificada.
O Qatar é extremamente religioso. Com suas raízes
mulçumanas, torna-se um lugar muito rigoroso com
as rezas (tocadas cinco vezes ao dia), crenças e,
claro, com as esposas cobertas por véus. O país não
adota a idéia de que todas as mulheres devem usar
véus e lenços. Se você não é muçulmano, não
precisa usar. As mulheres muçulmanas têm o
costume de usar uma roupa chamada abaya, e os
homens também têm que usar roupas especificas,
chamadas toob.
O Qatar é um país em grande crescimento, as
contruções de novas casas e prédios comerciais e
as ruas em obra fazem parte hoje de sua paisagem,
não mais desértica.
Muitos não sabem, mas o Qatar é um país muito rico
e oferece aos seus habitantes ótima condição de
vida, pois tudo funciona: hospitais, segurança,
educação e até o trabalho. Não existe pobreza nem
grande diferença social.
É um lugar recentemente aberto para o turismo e
para o mundo estrangeiro. Hoje, no país, mais da
metade da população não é qatari. Mesmo assim,
no Qatar, ainda existe diferença entre homens e
mulheres. Por mais que hoje já existam faculdades,
empregos e inclusão da mulher no país, ainda há
preconceito e exclusão das mulheres muçulmanas
em vários setores.
Seu clima é desértico, causando grande calor no verão
e muito frio no inverno, e sua paisagem não é só areia.
Há jardins e flores por todos os lados, cultivados pelo
governo. Só de poucos anos para cá foram implantados
os garis, pois não havia necessidade.
Os jovens levam uma vida muito mais calma do que
aqui – já que não se têm preocupações com horários
para voltar para casa por conta da segurança – e deixam
seus pais tranqüilos porque é proibido o consumo de
bebidas alcoólicas, e drogas de qualquer gênero não
entram no país.
A sua língua oficial é o árabe e o inglês, o que torna
mais fácil para pessoas de qualquer país se
comunicarem com outras.
No mais, Qatar é um país comum como os outros.
Tem praias, zoológico, museu, shopping, cinema,
teatro, shows e até boates. Lá não se anda de
camelo nem se mora em tendas. Agora, se
perguntarem a você como imagina o Qatar, você já
vai saber responder sem duvidas.
Por Lorena Medeiros
perfil do Jornalista
Michael Kepp
O jornalista americano
Michael Kepp, que se
prepara para lançar o
livro “Confissões e
desabafos de um gringobrasileiro”, foi à EDEM
dar uma palestra sobre
sua vida e o Jornalismo
de um modo geral.
Mike, como gosta de ser
chamado, nasceu em St. Louis, Missouri, e perdeu a
mãe cedo, aos 10 anos. Quando cresceu, viajou pelos
Estados Unidos, fazendo diversos trabalhos,
conhecendo vários lugares e vendo as coisas mais
variadas. Mike diz que quanto mais via, mais curioso se
tornava. Para ele, esse período “o deixou mais
completo”. Depois desse tempo de “aventuras”,
decidiu fazer bacharelado em Biologia e em Cinema e
fez Teoria Estética e História do Cinema.
Atualmente, está com 57 anos e vive no Brasil há 25,
depois da indicação de um amigo que já havia morado
no país. Na época, estava cansado da política
conservadora do presidente norte-americano Ronald
Reagan e do conservadorismo da sociedade
americana como um todo. Mike, que só conhecia Tom
Jobim e as obras de Jorge Amado, veio trabalhar
como freelancer para a “Associated Press”, sem saber
direito o que encontraria. Escreveu durante muito
tempo também para as revistas “Time” e “Newsweek”,
e hoje escreve crônicas mensais sobre Brasil, Estados
Unidos, sentimentos, visão do mundo, Deus, tudo -
que foram reunidas em seu primeiro livro 'Sonhando
com Sotaque'.
Mike gosta de falar da relação entre brasileiros e
americanos. Para ele, casado com uma brasileira, não
valorizamos muito o tempo, o que nos
torna
ria mais simpáticos, mas “menos
produtivos”. Ainda sobre os brasileiros,
ressalta que é um povo que adora e sabe
se divertir. Ele crê que os brasileiros são
discriminados racialmente nos Estados
Unidos, e que os americanos os
consideram “atrasados
culturalmente”.
Sobre as pessoas de seu próprio
país , acha que s ão m uito
competitivos e que sofrem uma
pressão muito maior de
trabalho, mas que, até por isso,
valorizam melhor o seu
tempo. Porém, Mike também
faz duras críticas: “Não
consigo entender como
bombardear tudo e ficar
numa boa.” Diz que os
brasileiros têm uma
certa razão ao acharem
os americanos
“arrogantes, prepotentes e
ignorantes sobre o resto do mundo”.
“Tem que ser curioso, gostar de ler e saber
organizar as idéias em um texto”. É assim que Mike
define um bom jornalista – que deve saber fazer as
perguntas certas nos momentos certos, coletar
informações através de “boas perguntas” e ler muito.
Mike já é quase brasileiro, mas diz que ainda guarda
“valores americanos”. Desta junção, surgiu a
expressão que está no título de seu livro, “gringobrasileiro”. Mike explica que o Brasil
possui uma “verdadeira receita
para o caos” (desigualdade
de renda, que leva ao
desespero e à violência,
unida à corrupção e à
impunidade) que tinha tudo
para ter feito o país implodir há
muito tempo, mas que isso não
ocorre principalmente devido ao
povo brasileiro e suas qualidades.
Mike hoje escreve principalmente
sobre ecologia. Preocupado, fez
duras críticas ao governo dos EUA.
Ele finaliza a palestra, quase uma
conversa com os alunos, se definindo
politicamente mais à esquerda e
fazendo um alerta para a preservação do
planeta.
Por Gregory Kaskus
Hoje eu sonhei, de novo, com o Botafogo. Outra vez,
não consegui chegar ao estádio, mas ouvi no rádio de
alguém que o Botafogo tinha perdido o jogo. Nenhuma
surpresa. Não para mim. Eu sempre espero o pior. Ou
melhor, eu sempre espero a derrota. Não tem nem
melhor nem pior. O resultado é sempre esse. Eu sou um
botafoguense de verdade. E você só sabe quem são os
botafoguenses de verdade se for um botafoguense de
verdade. Se aparecer alguém na torcida rindo durante
um jogo, pode ter certeza de que não é um
botafoguense. Um botafoguense não ri enquanto vê o
jogo. Um botafoguense sofre. Do início ao fim, antes e
depois.
Meu terapeuta me perguntou o que me levou a torcer
pelo Botafogo. Foi sarcástico. Ele não é um torcedor - de
time nenhum. Se fosse, já teria me diagnosticado. E
saberia, entre outras coisas, que sarcasmo nunca vai
surtir efeito em mim. Respondi que se soubesse
explicar não seria botafoguense. Não há explicação
para muita coisa. Ser botafoguense é uma delas. Assim
como uns são sádicos e outros paranóicos, alguns são
botafoguenses. Os integrantes destes três grupos que
querem levar uma vida decente entram na terapia. E o
trabalho do terapeuta não é perguntar qual é a causa do
mal do paciente. Funciona do jeito contrário.
Dizem os que querem me confrontar que a torcida do
Botafogo é pequena. Como se isso fosse uma ofensa.
Um amigo flamenguista mandou uma dessas num bar.
Chamei o garçom e lhe perguntei: “Bigode, você por
acaso tem aí um Johnny Walker Blue, conservado há
uns trinta anos, pra mim e pro meu amigo?”. Ele disse
que não. Me virei para o flamenguista e concluí: ”Você
viu? Entendeu? Coisa boa não dá em qualquer lugar.”.
Fim da discussão. Discutir com botafoguense dá nisso.
Nossa torcida é pequena? Para mim é até grande
demais. Grande a ponto de disfarçar os verdadeiros
botafoguenses, e esses sim são poucos. Se chegarmos
às finais, 70 mil estarão no Maracanã. Como coisa boa
não dá em qualquer lugar, mas flamenguista dá, vamos
supor que 40 ou 45 mil sejam rubro-negros. Sobram 30
ou 25 mil botafoguenses. Ou melhor, 30 ou 25 mil
torcedores com a camisa do Botafogo. Quantos desses
são verdadeiramente botafoguenses, de alma e
espírito? Provavelmente, menos de 5 mil. Basta ver a
média de público. Quantos vão ao Maracanã ver
Botafogo e Volta Redonda? Uns 4 mil? Então são esses.
Mas enquanto escrevo, pensei em outro grupo de
botafoguenses, que não pode nunca ser desmerecido.
Esse grupo tem o meu respeito, a minha admiração e a
minha inveja: são os botafoguenses que moram fora do
Rio. Eles não vão ao Maracanã. Não acompanham os
treinos. Mas eu empresto a eles a minha solidariedade.
Sofrer de longe deve ser muito pior ( ou melhor ) do que
sofrer de perto. Eu não conseguiria ser um deles. Se me
oferecessem um emprego em São Paulo ou nos Estados
Unidos, eu simplesmente não aceitaria. Talvez eu seja
um fraco. O que eu sei é que eles conseguem, e não
abandonam o Botafogo. E deles eu sinto orgulho por
serem muitos. Em São Paulo, no sul, no nordeste, na
Europa, na Ásia ou em Marte, estão comigo – comigo e
com todos os outros 4 mil do Maracanã. O meu amor
por eles é tão grande quanto o meu ódio pelos que
abandonam o time durante toda a temporada e
aparecem em uma ou outra final para gritar “Campeão!”
comigo. “Campeão? Você? Você não é campeão! Eu sou
campeão. Você veio curtir uma final com uma camisa
emprestada. Você é um turista, eu moro aqui.”
Não sei se é bom ou ruim, mas o fato mais marcante em
ser um botafoguense é que eu não posso morrer.
Cheguei a essa conclusão há um tempo. De janeiro até
abril, o Botafogo disputa o estadual e a Copa do Brasil, e
caso o Botafogo faça uma boa campanha nesta – o que
espero ver acontecer um dia, nem que daqui a 60 anos -,
seguirá batalhando mata-mata atrás de mata-mata até
junho. De abril até dezembro, tem o Brasileiro. Resta o
meio de dezembro até o meio de janeiro, período da
pré-temporada. E, como não há nada mais
maravilhosamente angustiante do que a prétemporada, não sobra espaço para morrer. Paciência.
Até acabar o Botafogo eu vou ter que ficar vivo.
E se eu não consegui explicar nada do que é ser
botafoguense com esse texto, peço que entendam a
minha situação: eu sou botafoguense.
Por Ciro Nogueira
Mostra de Artes e Multimídia
No sábado, dia 5 de Maio, a escola EDEM organizou a primeira das atividades especiais do ano, a Mostra de
Artes e Multimídia com o tema de "Imagens da Cidade". O evento aconteceu no Jockey Clube da Gávea e o
Edemzine fez o registro.
Houve apresentação das oficinas de música e teatro do 1º e 2º ano abordando o tema da invisibilidade social.
Também foram exibidos vídeos sobre o mesmo tema. O grupo de teatro apresentou uma peça criticando a
exploração de corporações sobre as comunidades pobres. A oficina de música foi marcada pela memorável
apresentação de "Three Little Birds" que empolgou a platéia depois de um início de apresentação difícil do 1º
ano e por "Construção" tocada pelos alunos 2º ano.
Por Camila B.
Tecnologia
Uma estrela
batendo no peito
Por Bruna Cordeiro
Venho percebendo, ao longo de minha vida, as
mudanças visíveis e extremamente
significantes da tecnologia. A tecnologia vem
alterando a vida de muitas pessoas por todo o
mundo com computadores, celulares, carros
com GPS.
Toda essa modernidade interfere na vida de
todos e há divergência sobre se tais
interferências são positivas.
As crianças nos dias de hoje por exemplo
mantêm cada vez mais contado com esse meio
tecnológico – o que é preocupante, pois nessa
idade é preciso contato físico, emocional, uma
vida real mesmo, para que se aprenda princípios
e para que também seja posto de lado um futuro
sedentarismo.
Um exemplo de tecnologia avançada no dia-adia pode ser notado na Coréia do Sul, onde as
pessoas pagam o ônibus com o celular. Você
encosta seu aparelho – extremamente
moderno, claro – em um outro aparelho
instalado no ônibus, e o valor é debitado na sua
conta. Chique, não?
Mas como seriam nossas vidas sem a
tecnologia?
Sim, é uma pergunta complicada. De fato,
nossas vidas seriam extremamente diferentes.
O que seria de nós "pobres pecadores" sem
nossos malditos/santos celulares? E sem
nossos computadores então? Eu sei que
também já "salvaram" vocês um dia.Nós
respiramos tecnologia. Isso seria uma metáfora
se a tecnologia não trouxesse tanta poluição e
não prejudicasse de maneira tão brusca o meio
ambiente. É preciso que todos pensem nisso
também, e não só na facilidade que a
modernidade nos trás.
Entretanto, apesar de existirem maneiras para
diminuir a poluição, estimulando a reciclagem,
por exemplo, é impossível se desvencilhar da
tecnologia, ela inevitavelmente faz parte de
nossas vidas. Apesar de também existirem
muitos ambientalistas, tentando frear um pouco
esse progresso, as crianças de hoje – adultos de
amanhã – serão muito mais tecnológicos, e,
obviamente, seus filhos ainda mais.
Prepara uma avenida,
que
Sentada à frente do computador, finalmente consegui
pedir uma entrevista à Larissa Conforto, baterista da
banda composta só de meninas, Rica Pancita. O que
capturou mais a atenção foi o fato de ela ser ex-aluna da
EDEM, portanto, entrevistá-la pareceu tornar a matéria
muito mais interessante.
Fotos da banda podem ser vistas em vários fotologs e
cantos do orkut, e os contatos das integrantes dão um
apoio excepcional, notado ao ler seus recados e
comentários. Nos shows, meninos e meninas vão ao
delírio com as coreografias, letras e roupas da vocalista
Thaisa "Xabru"(20 anos), e claro, o som de Larissa na
bateria, Isabela "Bléia"(19) na guitarra, Aline(17) no
teclado e Isabella(16, de saída) no baixo. Não será
grande surpresa se cada vez mais ouvirmos falar delas
por aí. Aproveito agora que elas ainda têm tempo para
responder minhas perguntas.
ELAS
vão passar
EdemZine Online: Como e quando foi que vocês
decidiram montar uma banda?
Larissa: Na verdade, a banda já teve duas outras
formações. Eu tinha uns projetos de banda com a
Xabru, mas nunca ia pra frente, foi quando ela conheceu
a Isabella num show (sarau do colégio Sta.Úrsula) e
decidiram formar uma banda. A princípio o nome era
Fixx, e tinha outras integrantes na guitarra e bateria, só
que o projeto foi morrendo e as meninas pularam fora.
Foi aí que eu e a Jeanne (antiga guitarrista) entramos.
Nesse mesmo dia, vendo Chavez*, decidimos o nome
da banda! Uma semana depois a Mikhaila (antiga
guitarra solo) juntou-se ao time. Isso foi em julho de
2006. Nosso primeiro show foi dia 12 de agosto de 2006.
EdemZine Online: Vocês já têm letras próprias?
Larissa: Temos sim, seis músicas prontas no total, e
duas em construção. Mas também fazemos cover de
nossas bandas preferidas :)
EdemZine Online: Na sua opinião, qual foi o melhor e o
pior show até agora?
Larissa: Melhor show? Hmm, acho que no sarau do
colégio Franco Brasileiro. O auditório lotado, todo
mundo com as camisas, cantando as músicas!
EdemZine Online: Quais são as influências da banda?
Larissa: As bandas Metric, Yeah Yeah Yeahs, Le Tigre,
Electrocute... Enfim, essas bandinhas femininas de
electroclash/disco-punk.
EdemZine Online: Qual foi o momento mais marcante
em um show do Rica?
Larissa: A Xabru já fez xixi nas calças de nervoso, já me
pediram em namoro no microfone, e eu já fiquei
nervosa, levantei da bateria no meio do show e deixei
elas tocando lá!
EdemZine Online: Quais são as atuais metas da
banda?
Larissa: Metas? Fazer música boa, gostar do que
fazemos. É claro que quanto mais gente gostar melhor,
né? Estamos procurando uma nova baixista pra
podermos gravar uma demo. Temos algumas
propostas pra fora do estado, vamos agarrar as
oportunidades e pisar fundo.
EdemZine Online: Pra terminar, quando serão os
próximos shows de vocês?
Larissa: Tem show esse sábado, mas é fechado. Depois
disso, estaremos gravando.
Pois é, quem estiver interessado em curtir um som de
qualidade, pode checar o trabalho das meninas .
(* Rica Pancita é uma referência ao personagem "Seu Barriga")
Por Luiza Abend Moreira
Ensino Fundamental x Ensino Médio
A Passagem
A transição do Ensino Fundamental para o Ensino
Médio pode ser cansativo e estressante. Novos
professores, novas matérias e, no caso dos alunos
da EDEM, nova localização também.
Quem não sofreu para se acostumar com a nova
carga horária, e a preparação para o vestibular que
se intensifica no primeiro ano e, até o terceiro,
apenas promete piorar?
E os professores? Alguns parecem não ter mais
tanta paciência como antes, já outros continuam os
mesmos, tentando manter o bom humor.
Fomos até três alunas que no início deste ano
passaram por todas essas mudanças. A pergunta foi
simples: "Para você, como foi a transição do Ensino
Fundamental para o Ensino Médio?”
Isabel Pessoa (16) dá sua dica, "Acho o primeiro ano
bem mais puxado, com maior carga horária e mais
responsabilidades. O meio social é diferente
também. No início, você demora um pouco para se
acostumar, mas se for organizado, consegue seguir
o ano tranqüilamente.”
Já Luisa Rebuzzi, de 14 anos, faz pouco do assunto:
"Acho que não é uma diferença grande. Só quatro
matérias a mais.”
Por fim, Patrícia Diniz(16) nos conta que para ela, a
transição foi "aterrorizante, medonha e
assustadora”. Por outro lado, diz que "ao mesmo
tempo é interessante; um novo desafio na minha
vida".
De fato, é fácil para um estudante notar o peso de
entrar para o Ensino Médio. Mas há também o
prazer de saber que a parte mais longa do colégio já
passou, afinal, daqui pra frente são só mais três
anos.
Por Luiza Abend Moreira
Opinião
BRONCA
vascaína
Por Elisa De Vicq
A ditadura militar, que impedia a gente
de votar, no Brasil já acabou há muito
tempo, mas no Clube de Regatas Vasco da
Gama, ainda existe. É coisa do presidente do
Vasco, Eurico Miranda, que acredita que manda
no Vasco, ele ainda não entendeu que o Vasco é
uma instituição dos torcedores, e não dele.
O que não dá para entender é como ele
consegue estar há tanto tempo no clube, mais
de 17 anos. Desde que ele entrou lá, o Vasco não
ganhou nenhuma final contra o Flamengo, o que
é um absurdo.
A maioria das pessoas acredita que ele pode
continuar na diretoria do Vasco, mas não como
presidente, e sim como diretor de futebol, o que
já foi. Era diretor de futebol, mas na verdade
quem mandava era ele. A única diferença é que
ele não lidava com o dinheiro.
Como presidente, tem uma atuação pífia. Em
mais ou menos 6 anos como presidente,
transformou o Vasco, que era um clube rico,
com estádio e vários patrocinadores, num clube
que deve milhões ao governo, pobre sem
patrocínio e com estádio penhorado. Nesse
período, ele só ganhou 1 campeonato carioca, e,
na maioria das vezes, o Vasco lutou para não cair
no Brasileiro. Para piorar ainda mais para o lado
do Eurico, surgiram provas na investigação da
Polícia Federal de desvio de dinheiro na venda
de jogadores, mas sempre que vão lá ele dá um
jeito de fugir.
Mas seus maiores erros não foram esses.
Cometeu outros dois muito piores, e que
revelam a ditadura que ele impõe ao clube.
Em 2001, um dos maiores ídolos da história do
Vasco, Roberto Dinamite, foi assistir em São
Januário, ao jogo Vasco e Ponte Preta, com seu
filho de 9 anos. No fim do primeiro tempo,
Eurico simplesmente expulsou os dois do
estádio. A partir daquele ano, o Vasco, que até ali
não tinha oposição, passou a ter.
Na primeira eleição após o ocorrido, Eurico foi
acusado de contar votos de sócios falecidos do
Vasco e ganhar só por isso. Na eleição seguinte,
a Matemática foi desafiada quando Eurico
ganhou a eleição com o conteúdo de apenas
uma urna, que sozinha continha mais votos do
que as outras três somadas.
Todos têm certeza de que o melhor para o Vasco
vai prevalecer. Se considerado culpado das
acusações, que saia e devolva o dinheiro.
O incerto domínio
dos clubes grandes do Rio
Há tempos, mas em especial nos últimos anos, tem sido
muito falado que o domínio dos clubes grandes do Rio
estava acabado. Apesar de não apresentarem um
futebol maravilhoso, os resultados obtidos pelos clubes
parecem mostrar o contrário.
Em esfera regional, apesar de serem ameaçados por
alguns clubes pequenos, de menor tradição (como
Madureira, Americano, Cabofriense), nos últimos anos,
a última vez que um destes clubes foi campeão, o Bangu
(que na época não podia ser considerado um time
pequeno), foi em 1966. De lá até os dias de hoje, apenas
os quatro grandes clubes venceram o Campeonato
Carioca, e, segundo dados da FERJ (Federação de
Futebol do Estado do Rio de Janeiro), nos últimos 10
anos foram 2 títulos para o Fluminense (2002 e 2005), 2
títulos para o Vasco da Gama (98 e 2003), 5 títulos para o
Flamengo (99, 2000, 2001, 2004 e 2007) e 1 título para o
Botafogo (2006).
Em esfera nacional, os clubes do Rio vêm alternando
bons e maus resultados, todos de acordo com dados
oficiais da CBF e da FIFA.
O Fluminense chegou a ser rebaixado para a 3ª Divisão
(Série C) em 1998, mas se recuperou e vinha fazendo
boas campanhas no Campeonato Brasileiro até o ano
passado, quando caiu de produção. Este ano, já
conquistou o título da Copa do Brasil (vencendo na final
o time do Figueirense), competição a qual já havia
chegado à final em 2005 (perdendo para o Paulista) e
está entre os mais bem posicionados no Brasileiro.
O Botafogo, campeão brasileiro em 1995, foi outro clube
que chegou a disputar a 2ª Divisão (Série B) em 2003,
mas deu a volta por cima e este ano liderou o
campeonato por diversas rodadas.
O Vasco, vencedor de um polêmico Campeonato
Brasileiro em 2000, vinha fazendo campanhas medianas
até o ano passado, quando foi vice-campeão da Copa
do Brasil e terminou na 6ª colocação no Campeonato
Brasileiro.
O Flamengo, maior vencedor da história do
Campeonato Brasileiro, há muito tempo não sabe o que
é estar entre os primeiros colocados da competição,
conseguindo recentemente apenas um 8º lugar em
2003. Porém, foi campeão da Copa dos Campeões em
2001, chegou a final da Copa do Brasil em 2003 e 2004
(perdendo respectivamente para Cruzeiro e Santo
André) e em 2006 (sendo campeão contra o Vasco).
Para muitos, o Campeonato Carioca não serve mais de
parâmetro para medir se os clubes do Rio estão bem ou
não. Outros, alegam que os clubes do Rio, afundados
em dívidas, não formam bons times há anos e que se
salvam pela força de suas torcidas. Ainda há os que
consideram os clubes ruins, mas no nível dos atuais
clubes do Brasil, e por isso ainda têm chances de ganhar
esses títulos em esfera nacional. A maioria gosta de
lembrar que, por mais que disputem os torneios
nacionais, há muitos anos os clubes do Rio não
disputam, com chances reais de vencer, um título
internacional, como a Copa Libertadores, e que neste
mesmo período, times como São Paulo e Internacional
foram campeões mundiais.
As soluções sugeridas para os problemas dos clubes do
Rio são as mais variadas. Os dirigentes dos clubes se
empenham para livrá-los das dívidas, que são imensas,
e atualmente brigam para que entre em vigor a
“Timemania” (nova loteria federal na qual parte do
dinheiro arrecadado seria diretamente usado para
pagar as dívidas dos clubes, além de oferecer algumas
outras vantagens fiscais). Os jornalistas esportivos e
especialistas apostam em outras medidas. Eles
concordam que muitas gestões vêm sendo
incompetentes e que faltam programas que aproximem
os torcedores dos clubes, seja indo aos estádios ou
tornando-se sócios. Programas como o “SócioTorcedor”, em que o torcedor paga mensalidade para ir
a jogos, são citados como modelos a serem seguidos.
Além disso, é consenso que os clubes devem ter um
estádio próprio, principalmente para os jogos de baixa
bilheteria, para que não gastem dinheiro com locação
de estádio.
Além dessas soluções apontadas, há muitas outras
paralelas. Há projetos de lei que visam mudar a Lei Pelé,
que muitos consideram a principal responsável pelo
“calvário” dos clubes. Há também quem ache que se
deve investir na infra-estrutura dos estádios do Brasil
todo, fazendo melhorias não só no conforto e na
segurança, mas também em itens como meio de
transporte e preço dos ingressos.
Os clubes do Rio estão entregues à própria sorte e
sobrevivendo de formas distintas. O Flamengo, um dos
maiores endividados do Brasil, sobrevive graças à seus
contratos com duas grandes marcas (uma distribuidora
de materiais esportivos e outra petrolífera) e à força de
sua torcida, a maior do Brasil, e seu presidente, Márcio
Braga, luta pela Timemania como uma espécie de
“salvação”. O Vasco está refém de seu presidente,
Eurico Miranda, que alega que “o clube não deve nada a
ninguém”, mas que também não torna as contas
públicas, e é sabido por todos que sua dívida é enorme.
O Fluminense, assim como o Flamengo, consegue
verbas através de dois contratos com empresas de
grande porte, mas, por não possuir as mesmas dívidas,
é o clube do Rio que mais acumula dinheiro em caixa,
raramente passando por problemas financeiros. O
Botafogo, por sua vez, ainda tem muitas dívidas, mas
seu presidente, Bebeto de Freitas, está fazendo diversos
projetos, como o “Sócio-Torcedor”, que já conseguiram
melhorar a situação do clube.
O futebol do Rio parece demonstrar um sinal de
melhora em relação aos anos passados, levando os
torcedores a crer que os tempos mais difíceis já
passaram. O grande problema atual consiste na escala
sul-americana e mundial, nas quais os times do Rio
podem ser consideradas forças nulas nos dias de hoje,
não fazendo jus a suas histórias de glórias e de
conquistas importantes.
Por Gregory Kaskus
Copa do
Mundo
2014
Como todos sabem, a FIFA já decretou que a Copa do
Mundo de futebol no ano de 2014 será na América do
Sul, como candidata única e com apoio dos outros
paises o Brasil está pertíssimo de conseguir realizar a
Copa aqui.
Um dos grandes problemas é que o investimento teria
de ser muito alto, mas o presidente da CBF
(Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira
afirmou que não precisará de dinheiro do governo para
a melhoria e construção de estádios. Todo o dinheiro
investido viria de empresas privadas. Ele afirma que
conseguir empresas interessadas não será complicado.
Uma competição desse porte já seria suficiente para
atrair dinheiro privado.
Um exemplo foram os Jogos Pan-americanos
realizados no Rio, que deixaram um legado de ginásios,
arenas e o Estádio Olímpico João Havelange
(Engenhão). Este e o Maracanã, que sofreu reformas
para abrigar as competições, talvez sejam os únicos
estádios que podem sediar competições do nível de
uma Copa do Mundo. O mais importante é que, caso a
Copa venha realmente a ser realizada no Brasil, o Brasil
não tente reproduzir eventos de países ricos, não
compatíveis com nossa realidade. Podemos seguir o
exemplo da Eurocopa realizada em Portugal no ano de
2004 (quadro ao lado).
A Copa será em 2014, mas a Fifa, atenta já começa a
inspecionar o Brasil e as possíveis cidades sedes. Os
inspetores vão visitar cinco das possíveis cidades sedes
(Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e
Porto Alegre), as demais candidatas (Belém, Campo
Grande, Cuiabá, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza,
Goiânia, Maceió, Manaus, Natal, Recife/Olinda, Rio
Branco e Salvador), e farão a apresentação de suas
candidaturas para os representantes da FIFA, em um
Hotel no Rio de Janeiro.
Portugal deu um exemplo, na Eurocopa
2004, de como um país com uma
população de 10 milhões de habitantes, e
pequeno território, em comparação ao
Brasil, pode se organizar. A Sociedade Euro
2004 S.A. foi responsável por 54,8% do
capital.
A FPF (Confederação como a CBF) ficou
com 40,2%. O governo português com 5%.
As construções de cinco novos estádios
custaram R$ 2,3 bilhões, custo que se
dividiu entre a Sociedade Euro 2004 (12%),
Clubes (47%), Governo português (4%) e
Prefeituras Municipais das Cidades sedes
(37%).
Para os acessos aos estádios foram
investidos R$ 275 milhões pelo Estado.
Ônibus e metrô levaram os torcedores para
todos os estádios. A segurança mereceu
um investimento de R$ 43 milhões pelo
Governo, que adquiriu 400 viaturas e outras
ferramentas. Foi implementado um sistema
de venda de ingressos para os jogos via
I N T E R N E T, c o m i d e n t i f i c a ç ã o d o
comprador e limitada a quatro bilhetes por
pessoa/jogo. Foram arrecadados, só em
patrocínios de empresas portuguesas, R$
26,2milhões.
A Federação da Europa, UEFA, arrecadou,
com a Euro 2004, 589 milhões de Euros
(136% a mais que o torneio anterior em
2000).
Do que o Brasil precisa?
Primeiramente, o Brasil precisará investir pesadamente
em infra-estrutura. Mesmo cidades grandes como São
Paulo e Rio de Janeiro sofrem com problemas de
transporte público, segurança, infra-estrutura de
comunicação e nos estádios - atualmente, nenhuma
dessas praças esportivas no Brasil atende às exigências
da Fifa para jogos da Copa.
Para especialistas, a questão dos estádios pode ser
resolvida com recursos da iniciativa privada. No
entanto, seria preciso mudar o perfil destes. "Os
europeus encontraram esta saída acima de tudo porque
teve uma participação da iniciativa privada. Isso porque
eles buscam arenas multiuso, uma tendência forte nos
EUA também. Constroem casas de espetáculos pra
grandes públicos, que não sirvam apenas ao futebol,
mas que oferecem outros recursos", afirma o
economista Antonio Afif, especialista em Marketing
Esportivo. "O que acontece é que temos, sim, público
com poder aquisitivo pra sustentar o futebol. Mas, hoje,
quem vai é um outro público”.
Nas últimas edições, a grande opção tem sido pela
construção de novos estádios. Na Copa de 2002, por
exemplo, Japão e Coréia do Sul direcionaram US$ 8
bilhões (R$ 17,12 bilhões) para erguer novas praças.
Nem sempre, no entanto, o investimento retorna como
esperado. O Estade de France, por exemplo, construído
para abrigar a final da Copa do Mundo de 1998, é
considerado um "elefante branco", pois é usado poucas
vezes - o Paris Saint Germain, time da capital, tem
estádio próprio e de qualidade.
INVESTIMENTOS EM ESTÁDIOS (valores
em milhões de Euros):
Eurocopa 2004 (Portugal): 620,4
-Dinheiro privado: 278,4 (44,8)
-Governo: 105 (17%)
-Prefeituras: 236 (38,2%)
-Estádios: 10
-Lugares: 377.427
Uma constatação: A economia portuguesa
é 4 vezes MENOR que a brasileira.
Por Juan Pablo Seco
Investimentos do Estado
Conseguiremos?
Investimentos em segurança, transportes e afins não podem ser feitos
pela iniciativa privada, embora ela possa participar em projetos
específicos através de parcerias. O que levaria, então o Estado a investir
tantos recursos na organização de um evento como a Copa, ou mesmo
como o Pan? Além de adiantar investimentos que seriam feitos de
qualquer maneira (como uma nova linha do metrô, por exemplo), o
governo lucra - muito - com a divulgação do turismo. Logo, não é como
muitos dizem que o Brasil não receberia nada em troco, além de um
investimento fortíssimo em Esporte, que gera saúde, educação,
melhoria de vida, com o dinheiro que o Turismo traz, pode-se fazer muita
coisa boa para o País.
Embora os problemas que tivemos na organização dos Jogos Panamericanos nos tenham assustado em alguns momentos, o Brasil vem
obtendo bom desempenho em eventos de porte, como a Fórmula 1, em
que tem longa tradição - fora outras etapas de mundiais, ou grandes
eventos -, mas nada se compara a uma Olimpíada ou à Copa do Mundo
que são os verdadeiros sonhos do povo e das entidades que organizam
o esporte brasileiro.