AB INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO CAUSADO POR

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AB INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO CAUSADO POR
TEMAS LIVRES DO 51º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA
9º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO – 1º CONGRESSO DE DOR DA BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA
A
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO CAUSADO POR INJEÇÃO INADVERTIDA DE METARAMINOL. RELATO DE CASO
Fernanda Cecato*, Jorge H S Garcia
CET/SBA Integrado de Anestesiologia da SES-SC, Florianópolis-SC
Rua Irmã Benwarda 297 - Centro - CEP 88015-270, Florianópolis-SC
Introdução - A estimulação catecolaminérgica excessiva tem-se relacionado com lesão miocárdica. O presente caso ilustra a
ocorrência de IAM causado pela administração errônea de metaraminol, simpaticomimético que age direta e indiretamente
como vasopressor nos receptores a e b. Relato do Caso - Paciente do sexo feminino, previamente hígida, 50 anos, 78 kg, 1,60
m, estado físico ASA I, a ser submetida à quadrantectomia de tumor de mama esquerda sob anestesia geral. Monitorização: oximetria de pulso, PANI, cardioscopia e capnografia. A indução foi feita com alfentanil (1000 µg), propofol (120 mg) e vecurônio (8
mg). Manutenção: O 2 , N2 O e sevoflurano. Intra-operatório sem intercorrências, ao final reverteu-se o bloqueio neuromuscular
com atropina (0,02 mg.kg-1 ) e neostigmina (0,04 mg.kg-1 ). Em seguida, apresentou alterações ao cardioscópio (taquicardia, supra de ST, e BRD). Após extubação, acordada, reclamava de intensa dispnéia e precordialgia, associadas a cianose, dessaturação (até 90%), crise hipertensiva (230/120 mmHg) e taquicardia (130 bpm). À ausculta, crepitação difusa bilateralmente. Verificou-se a troca de ampolas (neostigmina 0,5 mg, por metaraminol 10 mg). Iniciada oferta de O 2 a 100% (sob máscara), nitroprussiato de sódio (1 µg.kg-1 .min-1 ), furosemida (100 mg, em bolus) e diltiazen (10 mg/hora). Decorridas 11 h, notava-se elevação
das enzimas cardíacas: CK-MB 202 U/l e troponina I de 5 ng/ml, que normalizaram no 6° dia pós-operatório. Após 48 h, o ECG
evidenciava sinais de isquemia subepicárdica inferior. A ecodopplercardiografia, do dia seguinte, demonstrou hipocinesia de
parede lateral alta. Discussão - A injeção inadvertida de drogas é importante causa de morbimortalidade e custos expressivos
na prática anestesiológica. Referências - 01. Simões MV et al - Reversible segmental left ventricular dysfunction caused by
accidental administration of sympathomimetic drug in human. International Journal, 1997;61:93-96.
B
INJEÇÃO INADVERTIDA DE ROPIVACAÍNA NO ESPAÇO SUBDURAL APÓS MIGRAÇÃO DO CATETER PERIDURAL EM
CIRURGIA CESARIANA. RELATO DE CASO
Eduardo B Leão*, Rodrigo M Lima, Giane Nakamura, Laís H C Navarro
CET/SBA do Departamento de Anestesiologia da Faculdade de Medicina de Botucatu UNESP
Distrito de Rubião Junior, s/nº - 18618-970 - Botucatu - SP
Introdução - A injeção inadvertida de anestésico local no espaço subdural é uma complicação rara, mas possível da anestesia
peridural. Relato do Caso - Paciente do sexo feminino, 27 anos, 77 kg, 163 cm, estado físico ASAI, gestante de 38 semanas. Solicitada analgesia de parto com 7 cm de dilatação cervical. Optou-se por anestesia condutiva por duplo bloqueio. Foi monitorizada com cardioscopia, oximetria de pulso e pressão arterial não-invasiva. A punção lombar foi realizada em L2-L3, com agulha Tuhoy 17G, na linha média. Introduzido cateter 16G, sem intercorrências, três centímetros além da ponta da agulha. Em seguida,
realizou-se punção subaracnóidea, com agulha Quincke 26G em L4-L5, na qual se injetaram 2,5 mg de bupivacaína hiperbárica a
0,5% e 25 µg de fentanil. O bloqueio sensitivo fixou-se em T 10, não houve bloqueio motor, nem perda da prensa abdominal. Cinqüenta minutos após a analgesia, indicou-se cesariana por desproporção céfalo-pélvica. A paciente apresentava pressão arterial (PA) de 110 x 80 mmHg, freqüência cardíaca (FC) de 86 bpm, SpO 2 de 97% em ar ambiente. Após aspiração do cateter e dose
teste negativas (lidocaína a 2% com adrenalina 1:200.000) injetaram-se 8 ml de ropivacaína a 0,75%, notando-se resistência
aumentada. Passados 10 minutos a paciente apresentou instabilidade hemodinâmica (PA = 70 x 30 mmHg e FC = 110 bpm). Queixas de dificuldade para respirar (22 ipm), movimentos torácicos paradoxais, sem obstrução de vias aéreas. Manteve-se consciente, porém com diminuição gradual da SpO 2 (88%), anisocórica com midríase à esquerda, ptose palpebral ipsilateral e sensação de mal estar. Neste momento, foi constatado bloqueio sensitivo em C4-C5 e ausência de bloqueio motor. Administraram-se
imediatamente 10 mg de efedrina I.V., foi aumentada a hidratação, com oxigênio a 100% sob máscara facial. Alcançada estabilidade hemodinâmica, autorizou-se o início do procedimento cirúrgico que transcorreu sem complicações (criança retirada em 3
minutos, com Apgar = 8/9/9). Decorridos 30 minutos do início dos sintomas, paciente estava totalmente consciente e orientada.
Recebeu alta para a enfermaria em 2 h, sem alterações fisiológicas e sem queixas. Discussão - O compartimento subdural encontra-se entre a dura-máter e a aracnóide. As principais características do bloqueio subdural são: bloqueio sensitivo extenso,
assimétrico e desproporcional à quantidade de anestésico local utilizada. Variáveis graus de bloqueio motor, dificuldade respiratória, instabilidade hemodinâmica e alteração do nível de consciência. Referências - 01. Singh B, Sharma P - Subdural block
complicating spinal anaesthesia? Anesth Analg, 2002;94:1007-1009.
Revista Brasileira de Anestesiologia
Vol. 54, Supl. Nº 33, Novembro, 2004
CBA 213

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