do livro de resumos

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Jornada de Iniciação Cientifica dos Grupos PET do Estado do Pará
A Importância da Universidade Pública e a Produção de Conhecimento Cientifico
2
V JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DOS GRUPOS PET DO
ESTADO DO PARÁ
24 a 27 de novembro de 2009
Belém-PA
A Importância da Universidade Pública e a Produção de
Conhecimento Científico
PROGRAMAÇÃO E RESUMOS
3
SUMÁRIO
Apresentação...........................................................................................04
Comissões...............................................................................................05
Programação
Cronograma Geral/Abertura...........................................................07
Mesas redondas..............................................................................08
Palestras.........................................................................................09
Mini-cursos.....................................................................................09
Cronograma de pôster.....................................................................10
Cronograma apresentações orais.....................................................10
Resumos
Pôster
Ciências Exatas e da Terra...............................................................15
Ciências Biológicas.........................................................................22
Engenharias.....................................................................................24
Ciências da Saúde............................................................................36
Ciências Agrárias.............................................................................37
Ciências Sociais Aplicadas..............................................................53
Ciências Humanas............................................................................55
Lingüística, Letras e Artes...............................................................60
Comunicações Orais
Ciências Exatas e da Terra..............................................................62
Engenharias.....................................................................................68
Ciências da Saúde...........................................................................78
Ciências Agrárias............................................................................80
Ciências Sociais Aplicadas.............................................................103
Ciências Humanas..........................................................................113
Lingüística, Letras e Artes..............................................................138
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A Jornada de Iniciação Cientifica dos Grupos PET (JICPET) do Estado do Pará é realizada
rotativamente pela Universidade Rural da Amazônia e Universidade Federal do Pará, e o presente volume
diz respeito às atividades realizadas na V JICPET, realizada entre os dias 24 e 27 de novembro de 2009,
na Universidade Federal do Pará (Cidade Universitária José Silveira Neto - Guamá - Belém) com tema: A
Importância da Universidade Pública e a Produção de Conhecimento Científico. Nesta edição a JICPET
foi organizada pelo Programa de Educação Tutorial em Física (PET-FÍSICA) e pelo Projeto
Extracurricular Temático/Grupo de Trabalho em Ciências Sociais (Pet/GT/CS).
Para esta edição do evento foram convidados representantes das Pró-reitorias de Pesquisa de
quatro instituições Públicas da região, assim como pesquisadores, intelectuais e alunos de pós-graduação.
Foram selecionados por uma comissão de avaliação convidada pela organização do evento 127 trabalhos
científicos, sendo 44 comunicações orais e 83 poster.
A V JICPET contou com apoio da Universidade Federal do Pará e da Universidade Federal
Rural da Amazônia pelo suporte logístico, da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa
(FADESP) que viabilizou a impressão do livro de programa e resumos, da Minds – English School, da
Anne Modas e da Rabelo Confecções pelo apoio financeiro.
Comitê Organizador
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COMISSÕES
COMISSÃO ORGANIZADORA
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Prof. Dr. Samuel Sá (Coordenador Geral)
Prof. Dr. Sérgio Vizeu Lima Pinheiro (Coordenador Geral)
Adilásio Pedro Cruz Neto
Alessandra Nascimento Braga
Cassiano dos Santos Simão
Daniele Greice Lopes Igreja
Débora Carvalho de Melo Rodrigues
Edinelson Vieira Sena
Érberson Rodrigues Pinheiro
João Fernando Pereira Lima
Jocelino Lopes Leite Junior
Jorge Lucas G. de S. das Neves
Juliana da Silva Barroso
Karen Gabriely Sousa Santos
Kelly Naiane P. Gaia
Leandro Oliveira Nascimento
Leonardo de Sousa Leal
Luís Fernando Siqueira Pinto
Milton Ribeiro da Silva Filho
Natália Menezes Silva da Costa
Reginaldo de Oliveira Corrêa Júnior
Riis Rhavia Assis Bachega
Roberto Peixoto Joele
Tércio Almeida da Silva
Thais de Almeida Costa
Valéria Pinheiro
Willame Fonseca dos Santos
ÁRBITROS DOS TRABALHOS
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Prof. Msc. Abilio Pacheco de Souza
Prof. Dr. Alcebíades Negrão Macedo
Prof. Dr. Antônio Luciano Seabra Moreira
Prof. Dr. Carlos Augusto Cordeiro Costa
Prof. Dr. Carlos Tavares da Costa Junior
Prof. Dr. Erb Ferreira Lins
Profa. Dra. Jeannie Nascimento dos Santos
Prof. Dr. João Márcio Palheta da Silva
Profa. Dra. Lúcia Maria Harada
Prof. MsC. Luiz Gonzaga da Silva Costa
Prof. Dr. Marcel do Nascimento Botelho
Prof. Dr. Orlando Fonseca Silva
Prof. Dr. Rodrigo Yugi Fujimoto
Profa. Dra. Rosana Paula de Oliveira Soares
Prof. Dr. Samuel Maria de Amorim e Sá
Prof. Dr. Sérgio Vizeu Lima Pinheiro
Prof. Dr. Vladimir de Araújo Távora
Profa. Dra. Wilma Marques Leitão
REALIZAÇÃO
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Executiva Paraense dos Grupos PET do Estado do Pará
Universidade Federal do Pará – UFPA
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
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APOIO E PATROCÍNIO
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Pró - Reitoria de Ensino e Graduação da Universidade Federal do Pará – PROEG/UFPA
Pró - Reitoria de Ensino da Universidade Federal Rural da Amazônia – PROEN/UFRA
Instituto de Ciências Exatas e Naturais da Universidade Federal do Pará – ICEN/UFPA
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Pará – IFCH/UFPA
Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa – FADESP
Minds – English School
Rabelo Confecções
Anne Modas
AGRADECIMENTOS
Agradecemos à Pró-Reitoria de Ensino de Graduação da Universidade Federal do Pará, em nome da
Diretora de Ensino da UFPA Porfa. Dr. Maria Lúcia Harada, pelo seu empenho pessoal na realização da
V JICPET, e da Interlocutora dos Grupos PET da UFPA junto ao Ministério da Educação, Profa. Suzana
Regina Gurjão, sempre atenciosa e competente no acompanhamento das ações do PET da UFPA, e em
especial pela sua fundamental ajuda na realização desta Jornada de IC.
Agrademos aos professores(as) Profa. Dra. Izildinha de Souza Miranda, Prof. Dr. Emmanuel Zagury
Tourinho, Prof. Dr. Otávio Fernandes Lima da Rocha, Prof. Dr. Jofre Jacob da Silva Freias, Prof. Dr. Jean
Hèbette, Prof. Dr. Jean Hèbette, Prof. Dr. José Jerônimo de Alencar Alves, Prof. Dr. Ruy Guilherme
Castro de Almeida, Claudia Silvia de Castro e MSc. Kirla Korina dos Santos Anderson, e ao jornalista
Lucio Flavio Pinto, pela gentileza de terem aceitado o convite de participar, como conferencistas, da V
JICPET, sem os quais esta jornada de iniciação científica seria impossível.
Ao professor Dr. Jorge Brito, e a equipe do Ecobarco, a profa. Dra. Carmen Gilda Barroso Tavares Dias
Dias pelo apoio.
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PROGRAMAÇÃO
24/11
3º Feira
25/11
4º Feira
26/11
5º Feira
27/11
6º Feira
08:30
as
10:00
Abertura
Comunicações
Orais
Palestra 01
Comunicações
Orais
10:00
as
10:30
Intervalo
Intervalo
Intervalo
Intervalo
10:30
as
12:00
Mesa redonda 01
Mesa redonda 02
Mesa redonda 03
Palestra 02
12:00
as
14:00
Intervalo
Intervalo
Intervalo
Intervalo
14:00
as
16:00
Mini-curso
Mini-curso
Mini-curso
Mesa redonda 04
16:00
as
16:30
Intervalo
Intervalo
Intervalo
Intervalo
16:30
as
19:00
Sessão de Pôster
Sessão de Pôster
Comunicações
Orais
Encerramento
Horário
M
A
N
H
Ã
T
A
R
D
E
Cerimônia de Abertura
24/11/09
08:30h – 10:00h Auditório Setorial Profissional
Coordenador: Prof. Dr. Sérgio Vizeu Lima Pinheiro (Coordenador Geral da JICPET)
Participantes: Prof. Dr. Orlando Fonseca Silva (Presidente da Executiva Estadual dos Grupos PET do
Pará)
Prof. Dr. Samuel Maria de Amorim e Sá (Coordenador Geral da V JICPET)
Profa. Dra. Marlene Rodrigues Medeiros Freitas (Pró-reitora de Ensino de Graduação da
Universidade Federal do Pará)
Prof. Orlando Tadeu Lima e Souza (Pró-Reitor de Ensino da Universidade Federal Rural da
Amazônia)
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Mesas Redondas (MR)
MR01 – A Universidade Pública e a Produção de Conhecimento Científico.
24/11/09
10:30h – 12:00h Auditório Setorial do Profissional
Coordenador: Prof Dr Samuel Maria de Amorim e Sá
Participantes:
Profa. Dra. Izildinha de Souza Miranda (Pró-Reitora de Pesquisa e Desenvolvimento
Tecnológico/UFRA).
Prof. Dr. Emmanuel Zagury Tourinho (Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação/UFPA).
Prof. Dr. Otávio Fernandes Lima da Rocha (Pró-Reitor de Pesquisa e PósGraduação/IFPA)
Prof. Dr. Jofre Jacob da Silva Freias (Pró-Reitor de Pesquisa e Pós Graduação/UEPA)
MR02 – Ciência, Tecnologia e Sociedades.
25/11/09
Coordenador: Profa. Dra. Carmen Gilda Barroso Tavares Dias (Faculdade de Enenharia Mecânica/UFPA)
Participantes: Prof. Dr. Samuel Maria de Amorim e Sá (IFCH/UFPA)
Prof. Dr. Jean Hèbette (IFCH/UFPA)
Prof. Dr. José Jerônimo de Alencar Alves (ICEN/UFPA)
MR03 – A Produção de Conhecimento Científico: Uma Visão dos Estudantes.
26/11/09
Coordenador: Elayne de Nazaré Almeida dos Santos
Participantes: Claudia Silvia de Castro (Mestranda - NPADC/UFPA)
MsC. Kirla Korina dos Santos Anderson (Doutoranda - PPGCS/UFPA)
Carlos Alexandre Nascimento da Costa – (Mestrando – PPGG/UFPA)
MR04 – O Programa de Educação Tutorial e a Produção de Conhecimento.
27/11/09
14:00h – 16:00h
Coordenador: Prof. Dr. Antonio Luciano Seabra Moreira (Tutor PET-Eng. Mecânica / UFPA)
Participantes: Prof. Dr. Jeannie Nascimento dos Santos (Tutora do PET Farmácia - ICB/UFPA)
Prof. Dr. Rodrigo Yudi Fujimoto (Tutor do PET Eng. de Pesca/UFPA)
Prof. Dra. Lucia Maria Harada (Tutora do PET Bilogia - ICB/UFPA)
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Palestras (PL)
PL01 – A História da Ciência na Amazônia.
26/11/09
9:00h – 10:00h
Auditório Setorial do Profissional
Palestrante: Prof. Dr. Ruy Guilherme Castro de Almeida (Pró-Reitor de Ensino e Graduação da UEPA)
PL02 – A Universidade no Redemoinho Amazônico, no Sertão.
27/11/09
Palestrante: Jornalista Lúcio Flavio Pinto
Minicursos (MC)
MC01 – A Importância da Parasitologia – Helmintos, Protozoários e Farmacologia
24 a 26/11/09
14:00h – 16:00h Auditório do Ensino a Distancia – Campus Básico
Ministrante: PET-Farmácia
MC02 – Metodologia da Pesquisa em Ciências Sociais
24 a 26/11/09
14:00h – 16:00h Auditório Lab. Ensino de Física - Campus Básico
Ministrante: Andréa Chaves Bittencourt
MC03 – Tecnologia Social
24 a 26/11/09
14:00h – 16:00h Auditório da Reitoria - Campus Básico
Ministrante: PET-Agronomia
MC04 – Introdução ao Cálculo de Estrutura Eletrônica
24 a 26/11/09
14:00h – 16:00h Lab. Informática Lab. Ensino de Física - Campus Básico
Ministrante: José Fernando Pereira Leal (Mestrando em Física / UFPA)
MC05 – Maple 11
24 a 26/11/09
14:00h – 16:00h Campus Profissional, Bloco C, Sala LC02
Ministrantes: Antônio Carlos Batista da Cruz e João Felipe Amintas Seráfico de Assis Carvalho Melo
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Pôster
- Ciências Exatas e da Terra.
24/11/09
16:30h – 18:00h Sala Hb02
- Ciências Biológicas; Ciências da Saúde; Ciências Sociais Aplicadas; Ciências Humanas;
Lingüística, Letras e Artes.
24/11/09
16:30h – 18:00h Sala Hb03
- Engenharias.
25/11/09
16:30h – 18:00h Sala Hb02
- Ciências Agrárias.
25/11/09
16:30h – 18:00h Sala Hb03 e Hb04
Comunicações Orais
Sessão 01 - Ciências Agrárias:
25/11/09
8:30h - A SAZONALIDADE DE PREÇOS DE ATACADO DO AÇAÍ NO ESTADO DO PARÁ,
2000 A 2008 1Gerlane de Freitas Melo, ²Antônio Cordeiro de Santana.
8:45h - ANÁLISE DA SAZONALIDADE DE PREÇOS DE ATACADO DO LEITE E OVOS
COMERCIALIZADOS NO ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE JANEIRO DE 2000 A
JUNHO DE 2009. 1Deivison Mendes Pinheiro; 2Antonio Cordeiro de Satana; 3Gerlane de Freitas Melo;
4
Mylena Pontes Moraes; 5Vilma Reis de Oliveira.
9:00h - ANÁLISE DOS ÁCIDOS GRAXOS PRESENTES NO ÓLEO DA POLPA DO FRUTO DO
INAJÁ (Maximiliana maripa) E OS ÔMEGAS RELACIONADOS À SAÚDE HUMANA.
Damasceno, G. T.(IC)2; Farias, F. A.; Conceição, L. R. V. da(PQ) 3; Fonseca, A. R. L(IC)2 ;Silveira, A. J.
A (PQ)1.
9:15h - AVALIAÇÃO DE PROGÊNIES DE CUPUAÇUZEIRO EM UM POMAR COMERCIAL
DE TOMÉ AÇU, PARÁ 1Nayara Negrão Pereira, 2Rafael Moysés Alves.
9:30h - BIOMASSA DE RAÍZES EM FLORESTA PRIMARIA E DE PLANTAÇÕES DE CACAU
EM UMA ÁREA DE COLONIZAÇÃO AGRÍCOLA NA REGIÃO DA RODOVIA
TRANSAMAZÔNICA, PARÁ.
1
Natália do Amaral Mafra, 2 Elayne Oliveira Braga, ³Tâmara Thaiz Santana Lima, 4 Izildinha de Souza
Miranda.
9:45h - CARACTERIZAÇÃO DE TEORES DE MATÉRIA ORGÂNICA E CARBONO
ORGÂNICO DE SUBSTRATOS EXTRAÍDOS DE DIFERENTES ECOSSISTEMAS Erika Kzan
da Silva¹, Carlos Augusto Cordeiro Costa ², Giselle Nerino Brito de Souza ³,Suelen Cristina Nunes Alves4
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Sessão 02 - Ciências Exatas e da Terra; Engenharias; Lingüística, Letras e Artes; Ciências
da Saúde.
26/11/09
16:30h – 19:30h Auditório do Lab. de Física Pesquisa – Campus Básico
- Ciências Exatas e da Terra:
16:30h - CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS POR POSTOS DE
COMBUSTÍVEL NO SÍTIO URBANO DO MUNICÍPIO DE BELÉM/PA 1Rodrigo Rafael Souza de
Oliveira, 2Ronise Rafaelle Mendonça Arraes, 3Alesandra do Socorro Portal Nascimento, 4Flaviane
Vanessa Silva Fonseca, 5Luziane Mesquita da Luz.
16:45h - A EQUAÇÃO DE SCHRÖDINGER 1 Débora Carvalho de Melo Rodrigues , 2Alessandra
Nascimento Braga , 3Natalia Menezes Silva da Costa, 4Tércio Almeida da Silva, 5 Sergio Vizeu Lima
Pinheiro.
17:00h - ESTUDO DE PROPRIEDADES ELETRO-OPTICAS DE DISPOSITIVO ORGÂNICO
BASEADO NO AMARELO DE METILA 1Natália Menezes Silva Costa, 2JoséFernando Pereira Leal,
3
Jordan Del Nero.
17:15h - FERRAMENTAS NUMÉRICAS PARA ANÁLISE E VISUALIZAÇÃO DA DINÂMICA
CAÓTICA 1Valeria Pinheiro, 2Elinei Pinto dos Santos.
- Engenharias:
17:30h - RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE BLOCOS CERÂMICOS RETANGULARES
PARA PAVIMENTAÇÃO CONFECCIONADOS COM RESÍDUOS DO PROCESSO BAYER
(LAMA VERMELHA) E ARGILA 1Cristiano Comin, 2Alcebíades Negrão Macêdo, 3Aguinaldo Luís
dos Reis Silva Júnior, 4Denilson Costa da Silva, 5Sandro Roberto Trindade.
17:45h - PLANEJAMENTO URBANO E TRANSPORTE NÃO- MOTORIZADO NA CIDADE DE
BELÉM (PA): O CASO DAS CICLOVIAS 1Andréa Girlene Tavares Barreto; 2Prof. Drª. Ana Maria
Guerra Seráfico Pinheiro; 3Danielle Ramos.
18:00h - TRANSPORTE E ARMAZENAGEM NAS CENTRAIS DE ABASTECIMENTO DO
PARÁ–CEASA / PA1Rogério Nogueira da Silva, 2 Ana Maria Guerra Seráfico Pinheiro, 3 Andréa
Girlene Tavares Barreto.
18:15h - ESTUDO TEÓRICO E ANALÍTICO EM ACÚSTICA DE SALAS. CASO DO TEATRO
MARIA SYLVIA NUNES. Thalita Maria Pontes MOUTINHO¹
18:30h - ESTUDO DA RESISTÊNCIA AO IMPACTO DE UM ECO-COMPÓSITO PARA
APLICAÇÃO COMO PAINÉIS DIVISÓRIOS DE AMBIENTES 1Bárbara Valéria de Abreu Lavôr,
2
Vitor Marques Viana, 3 Rossana M. Miranda, 4Carmen Gilda B. T. Dias, 5Alcebíades N. Negrão.
- Lingüística, Letras e Artes:
18:45h - A MEMÓRIA DA LITERATURA DE CORDEL: RECEPÇÃO E ENSINO.
¹Rebeca Luíza Abreu Pereira, ²Camila da Fonsêca Aranha, ³Márcio Franco Barroso,4Josebel Akel Fares
19:00h - A PRODUÇÃO TEXTUAL NO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO: UM OLHAR À LUZ DA
LINGUÍSTICA TEXTUAL ¹Camila da Fonsêca Aranha, ²Lorenna Bolsanello de Carvalho, ³Márcio
Franco Barroso,4Jessiléia Guimarães Eiró
19:15h - EM BUSCA DA ORGANICIDADE 1Lucienne Ellem Martins Coutinho 2Adriana Di Marco
Neves 3Ludmila Mello da Silva 4Monike Christina Taborda, 5Ana Flávia Mendes
- Ciências da Saúde.
19:30h - ENFERMAGEM UMA PROFISSÃO FEMININA? ¹Osmar de Souza Reis Junior, ²Marília de
Fátima Vieira de Oliveira, ³Luenice Martins Reis, 4Leomar Martins Reis e 5Francielle da Silva Quaresma.
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Sessão 03 - Ciências Humanas:
26/11/09
16:30h – 19:15h Auditório da Geologia – Campus Básico
16:30h- A CARTOGRAFIA POLÍTICA PARAENSE: A CONFIGURAÇÃO DO CENÁRIO
POLÍTICO DOS MUNICÍPIOS. 1Jonatha Rodrigo de Oliveira Lira, 2Ailson Pother Furtado, 3João
Márcio Palheta da Silva
16:45h- ANÁLISE GEOPOLÍTICA : ABORDAGENS E DISCUSSÕES REFERENTES AO
ESTUDO DE CAMPO REALIZADO NA AVENIDA VISCONDE DE SOUZA FRANCO 1Laís
Campos, 2Cátia Macedo
17:00h- ASPECTOS SÓCIO ESPACIAIS E CULTURAIS, A CONSTRUÇÃO DE UM
TERRITÓRIO ALTERNATIVO NA COMUNIDADE DE NOVA ESPERANÇA ILHA DE SÃO
JOÃO DE PILATOS EM ANANINDEUA – PARÁ 1Gisele Elaine da Silva Ferreira,2 João Silva
Barbosa Junior, 3Joyce Tamara Cavalcante, 4 Michel Pinheiro Carvalho, 5Mariléia da Silveira Nobre
17:15h- ESPECIFICIDADES DA AMAZÔNIA: PERSPECTIVAS DE UMA POPULAÇÃO
TRADICIONAL RIBEIRINHA 1 Uriens Maximiliano Ravena Cañete, 2 Thales Maximiliano Ravena
Cañete, 3 Lidiane Henriques Begot e 4 Voyner Ravena Canete
17:30h- GÊNERO MASCULINO E TRABALHO DOCENTE: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE
PROFESSORES (AS) QUE ATUAM NO MAGISTÉRIO DAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL 1Thiago Augusto de Oliveira da Conceição, 2Vanessa Galvão dos Santos
17:45h- O CRESCIMENTO URBANO E AS TRANSFORMAÇÕES NA PAISAGEM: O CASO
DA ORLA DA ILHA DE CARATATEUA/BELÉM-PA 1 Celina Marques do Espírito Santo, 2Ynis
Cristine de Santana Martins Lino Ferreira , 3 Nathalia Cristina Costa do Nascimento, 4 Márcia Aparecida
da Silva Pimentel (Professora Orientadora)
18:00h- PET – GEOGRAFIA NO PARQUE AMBIENTAL DO UTINGA BELÉM/PARÁ 1Adriane
Karina Amin de Azevedo, 2 Antônio Carlos Ribeiro Araújo Júnior, 3 Jamille Ferreira Guimarães, 4
Michel Pinheiro Carvalho, 5João Márcio Palheta da Silva
18:15h- PET NA ESCOLA: CONSTRUINDO NOÇOES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO
ÂMBITO ESCOLAR 1Rodrigo Rafael Souza de Oliveira, 2Romilson dos Santos Alcântara, 3Joyce
Tamara Cavalcante de Souza , 4Michel Brito de Lima, 5João Márcio Palheta da Silva
18:30h- POLÍTICAS PÚBLICAS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM
COMUNIDADES TRADICIONAIS DA AMAZÔNIA 1Luiz Cláudio Moreira Melo Júnior, 2Maria
Dolores Lima da Silva
18:45h- SOCIABILIDADE, SIGNIFICAÇÃO E APRENDIZAGEM: OS FATORES SOCIAIS
QUE INFLUENCIARAM O SUCESSO NA TRANSIÇÃO DO ENSINO MÉDIO PARA O
ENSINO SUPERIOR DE ALUNOS DE BAIXA RENDA.1Adilásio Pedro Pereira Cruz Neto
19:00h - MEMÓRIAS DO DESLOCAMENTO: NARRATIVAS DE TAXISTAS EM BELÉM (PA)
1
Pedro Paulo de Miranda A. Soares, 2Flávio Leonel Abreu da Silveira (Orientador).
Sessão 04 - Ciências Sociais Aplicadas; Ciências Humanas:
24/11/09
16:30h – 18:30h Sala Hb03
- Ciências Sociais Aplicadas:
16:30h- A BANALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA ATRAVÉS DAS MANCHETES DOS JORNAIS: O
CASO DO “DIÁRIO DO PARÁ” 1Elayne Santos, 2João Fernando Lima, 3Willame Santos, 4Jorge Lucas
das Neves, 5 Samuel Maria de Amorim Sá.
13
16:45h - ACORDOS DE PESCA COMO INSTRUMENTO AUXILIAR NO PLANO DE MANEJO
DE RECURSOS NATURAIS NAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 1Thales Maximiliano Ravena
Cañete.
17:00h - PACTOS TERRITORIAIS NA AVENIDA VISCONDE DE SOUZA FRANCO BELÉM –
PA ¹Diego Armando dos Santos Mota, ²Karla Santiago, ³Patricia Aires, 4Paula do Carmo
17:15h - ICMS ECOLÓGICO NO ESTADO DO PARÁ: PERSPECTIVAS E DESAFIOS 1Ynis
Cristine de Santana Martins Lino Ferreira, 2Milena de Jesus Vieira Ribeiro, 3Leila Márcia Sousa de Lima
Elias (Professora Orientadora), 4Celina Marques do Espírito Santo,5Nathalia Cristina Costa do
Nascimento
17:30h - OS PRESUPOSTOS TEÓRICOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 1Anaryê
Ybotira Gonçalves Rocha, 2 Prof. MSc. Eduardo Lima dos Santos Gomes
- Ciências Humanas:
17:45h - UM OLHAR GEOGRÁFICO SOBRE A REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM E
SUA FORMAÇÃO HISTÓRICO-ESPACIAL Antônio Carlos Ribeiro Araújo Júnior¹ ,Michel Brito de
Lima²,João Marcio Palheta da Silva³
18:00h - NATIVOS TEMPORÁRIOS: MAPEANDO ÁGUAS DA GRADUAÇÃO DE CIÊNCIAS
SOCIAIS1Thaís Costa, 2Dalila Antero,3Ricardo Rodrigues,4 Thaize Bianca Figueiredo, 5Samuel Sá, 6
Prof. Dra. Denise Machado Cardoso.
18:15h - UM ORATÓRIO SALESIANO COMO PROPOSTA DE POLÍTICA PÚBLICAS
EDUCACIONAL 1Vicente Vagner Cruz, 2Angélica Corrêa da Silveira, 3Samuel Maria Amorim Sá
Sessão 05 - Ciências Agrárias:
27/11/09
8:30h – 10:00h
Auditório Setorial do Profissional
8:30h - CONVIVÊNCIA E DIAGNÓSTICO EM ASSENTAMENTO RURAL NO MUNICÍPIO DE
ACARÁ/PA Igor Vinícius de Oliveira¹, Erika Kzan da Silva², Vicente Filho Alves Silva ³, Felipe
Tameirão Fonseca4, Carlos Augusto Cordeiro Costa5.
8:45h - DESEMPENHO PRELIMINAR DE PROGÊNIES DE CUPUAÇUZEIRO NO ESTADO
DO PARÁ ¹ Gerlane de Freitas Melo, ²Rafael Moysés Alves, ³Vinicius Silva dos Santos.
9:00h - ESCOLHA DOS SUBSTRATOS ORGÂNICOS IDEAIS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS
DE AÇAIZEIRO (Euterpe oleracea) ¹Rengles de Oliveira Menezes, Suelen Naiara Rosa dos Anjos
Lopes, Andrezza Soares Ferreira, Maria do Socorro Padilha de Oliveira.
9:15h - ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS EM EXPERIMENTO DE ENXERTO
X PORTA-ENXERTO DE CUPUAÇUZEIRO 1Vinicius Silva dos Santos, 2Rafael Moysés Alves,
3
Gerlane de Freitas Melo.
9:30h- INOCULAÇÃO COM ESTIRPES DE Bradyrhizobium EM FEIJÃO-CAUPI 1Raimundo
Thiago Lima da Silva, 2Diego da Paixão Andrade, 3Émile Costa Melo, 4Edna Cristina Viana
Palheta,5Maria Auxiliadora Feio Gomes.
9:45h- PRODUÇAO DE HÍBRIDOS INTERESPECÍFICOS DE AÇAIZEIRO (Euterpe SPP).
¹Rengles de Oliveira Menezes, 2Suelen Naiara Rosa dos Anjos Lopes, 3Andrezza Soares Ferreira, 4Maria
do Socorro Padilha de Oliveira.
14
RESUMOS
15
POSTER
CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA DE PERFIS LATERÍTICOS-BAUXÍTICOS NA ÁREA
VERA CRUZ, PARAGOMINAS-PA.
1
Leonardo Coutinho Oliveira, 2Rômulo Simões Angélica, 3Daniele Freitas.
1
Universidade Federal do Pará– [email protected]
2
Professor Dr. pela Universidade Federal do Pará – [email protected]
3 Empresa Vale – [email protected]
As bauxitas são os principais minérios de alumínio, formado pelo intenso intemperismo laterítico sobre
diferentes tipos de rochas e muito comuns em regiões tropicais, como na Amazônia. Diferentes
pesquisadores têm trabalhado neste assunto, cuja gênese e complexa estruturação dos perfis ainda é tema
bastante controverso. No estado do Pará, a província bauxitífera de Paragominas é a mais recente região
produtora, depois da região de Trombetas. Na estruturação dos perfis desta região, sobreposto ao
horizonte principal de bauxita (BC – Bauxita Cristalizada), que é lavrado, ocorre um horizonte
denominado de Bauxita Nodular (BN). Este apresenta, proporcionalmente, elevados teores de caulinita,
prejudicial ao processo metalúrgico de extração do alumínio/alumina. Este trabalho tem como objetivo a
caracterização mineralógica, química e petrográfica/textural de amostras de três perfis bauxíticos da
região de Vera Cruz, Paragominas, com ênfase no entendimento da relação entre os horizontes BN e BC.
No total, 30 amostras foram coletadas e descritas, seguidas de moagem e pulverização para posterior
análises químicas, por Fluorescência de Raios-X e mineralógicas, por difração de Raios-X. Os resultados
ainda estão em avaliação mas já se dispõe da composição mineralógica da amostra total e de porções
selecionadas, como nódulos, concreções e matriz. A mineralogia é dominada por gibbsita (principal
mineral-minério de Al) e caulinita, com diferentes ―graus de cristalinidade‖, além de goethita
(principalmente aluminosa), hematita, anatásio e quartzo, em diferentes proporções, dependendo do
horizonte. Diferentes imagens e representações esquemáticas das texturas foram obtidas, a fim de auxiliar
o entendimento da formação e desenvolvimento dos perfis. Os resultados químicos estão em fase de
tratamento e elaboração de perfis da distribuição vertical dos elementos analisados.
Palvras-chave: Bauxitas, Intemperismo, Paragominas.
GEOLOGIA E PETROGRAFIA DAS ROCHAS ENCAIXANTES DOS GRANITOS SERINGA E
SÃO JOÃO, TERRENO GRANITO-GREENSTONE DE RIO MARIA
1
Jardel Carlos Lima Mesquita ([email protected]), 1Max de Jesus Pereira dos Santos ([email protected]),
1
Paulo Henrique de Araújo Lima ([email protected]), 2Francisco Romério Abrantes
Júnior([email protected]) e 3Claudio Nery Lamarão(lamarã[email protected])
1-Curso de Graduação em Geologia, PET-Geologia.
2- Curso de Graduação em Geologia, PIBIC-UFPA.
3-Instituto de Geociências-UFPA (Orientador).
A área de estudo localiza-se no município de Água Azul do Norte, noroeste do Terreno GranitoGreenstone de Rio Maria (TGGRM), Província Mineral de Carajás. O TGGRM é formado por seqüências
metavulcano-sedimentares tipo greenstone-belts (Supergrupo Andorinhas), por rochas tonalíticas mais
antigas (2,98 a 2,93 Ga) representadas pelos tonalitos Arco Verde e Caracol, por rochas trondhjemíticas
mais jovens (2,87 a 2,86 Ga) representadas pelos trondhjemitos Água Fria e Mogno, por rochas
granodioríticas com alto Mg (Granodiorito Rio Maria; 2,87 Ga) e por leucogranitos cálcico-alcalinos
potássicos (2,93 a 2,86 Ga) representados pelos granitos Xinguara, Mata Surrão e Guarantã (Pimentel e
Machado 1994, Leite et al. 2004, Dall´Agnol et al. 2006, Oliveira et al. 2006). Apesar do grande número
de trabalhos desenvolvidos nas rochas do TGGRM, ainda não existem trabalhos de detalhe voltados para
as rochas do embasamento na região de Água Azul do Norte, as quais se encontram cortadas pelos
granitos anorogênicos proterozóicos Seringa e São João. O presente trabalho tem como objetivo principal
a caracterização geológica e petrográfica das rochas encaixantes desses dois corpos graníticos
proterozóicos. Posteriormente serão realizadas datações geocronológicas pelo método Pb-Pb em zircão e
análises geoquímicas para comparação com as rochas do embasamento do TGGRM. O TGGRM na área
16
de estudo é cortado pelos granitos anorogênicos Seringa e São João, além de diques félsicos afaníticos e
porfiríticos seguindo orientação preferencial 127°AZ. A estrutura principal observada nos granodioritos é
uma foliação com orientação geral NW-SE concordante com a foliação regional. Essas rochas
encaixantes são constituídas pelos seguintes litotipos: granodioritos, tonalitos, trondhjemitos,
monzogranitos e sienogranitos deformados em diferentes intensidades e apresentando evidências de
recristalização. As rochas granodioríticas predominam na borda nordeste e, em menor quantidade,
noroeste do Granito Seringa. Trondhjemitos e tonalitos são mais freqüentes na borda oeste do corpo São
João. Rochas monzograníticas esbranquiçadas, contendo fenocristais centimétricos de feldspato potássico
(leucogranito potássico?) foram identificadas na borda sudeste do Granito Seringa e rochas
sienograníticas, próximas a borda noroeste deste corpo. (Fundação CAPES/Projeto PROCAD [0096/059], Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia de Geociências da Amazônia, IG/UFPA, GPPG).
Palavras-chave: Encaixantes, TGGRM, Carajás.
PREPARAÇÃO, TRATAMENTO TÉRMICO E CARACTERIZAÇÃO DE HIDROTALCITAS
MG6AL2(OH)16CO3 . 4H2O
Thiago de Assis MARTINS1, Patrícia Magalhães PEREIRA2, Elizabeth RODRIGUES3.
1
Universidade Federal do Pará – [email protected]
2
3
Professora/Pesquisadora Universidade Federal do Pará – [email protected]
Materiais do tipo hidrotalcita, conhecidos como argilas aniônicas, são hidróxidos duplos lamelares
(HDLs) de fórmula geral
, nos quais o excesso de cargas positivas M2+ e M3+
é compensado pelo ânion interlamelar An-. Sua fórmula geral indica a existência de uma ampla variedade
de hidrotalcitas. O HDL, em estudo neste trabalho, apresenta Mg2+ e Al3+ como cátions bi e trivalentes e o
CO32- como ânion interlamelar (mais usual por ser o mais estável dos ânions de compensação). As
hidrotalcitas são submetidas a tratamento térmico a fim de originar óxidos mistos. Estes são conhecidos
por apresentar elevada área superficial e grande diâmetro e volume de poros, características essenciais
para ser considerado um bom catalisador heterogêneo. O material foi sintetizado por co-precipitação à
temperatura de 48°C, permanecendo em banho ultrasônico sob agitação por 24h, sendo depois secado em
estufa durante 24h a 100°C. A calcinação foi realizada em condições de temperatura iguais a 500 e 650°C
por 2h. A caracterização do material sintético foi realizada por meio de: Difratometria de Raios-X,
Espectroscopia na Região do Infra-Vermelho, Espectroscopia µRaman, Análise Termogravimétrica e
Microscopia Eletrônica de Varredura. Neste trabalho serão discutidos os dados de Raios-X. O
difratograma do HDL sintético revelou a presença da hidrotalcita como fase principal com picos bem
definidos e indexados como [(003), (006), (012), (018), (110), e (113)], em concordância com os dados
disponíveis para a hidrotalcita de referência (JCPDS: 14-0191), a presença de uma fase acessória
(NaNO3) também foi detectada. As amostras submetidas ao tratamento térmico comprovaram o efeito de
memória (capacidade de regeneração de uma amostra após sofrer calcinação), uma vez que a fase
hidrotalcita cristalizou conjuntamente aos óxidos. A presença de óxidos mistos comprova o sucesso do
tratamento térmico. A análise dos resultados obtidos também comprovou a eficiência da síntese, uma vez
que o material foi caracterizado como hidrotalcita, e o tratamento térmico foi determinante para a
formação de óxidos mistos, os quais possuem aplicabilidade nas mais diversas áreas como catalisadores,
trocadores aniônicos e materiais adsorventes.
Palavras-chave: hidrotalcitas, óxidos mistos, difração de raios-x.
SISTEMAS PETROLÍFEROS BRASILEIROS
Ignácio de Loiola Alvares Nogueira Neto, 2Max de Jesus Pereira dos Santos,
2,3
Vladimir de Araújo Távora
1
Bolsista do Programa de Recursos Humanos -06 ANP - [email protected]
2
Programa de Educação Tutorial – Pet Geologia - [email protected]
3
Laboratório de Paleontologia - [email protected]
No Brasil encontram-se caracterizadas oito províncias petrolíferas, incluídas nas bacias Solimões, Ceará,
Potiguar, Sergipe-Alagoas, Recôncavo, Espírito Santo, Campos e Santos. A produção petrolífera também
foi alcançada, em pequena escala, nas bacias terrestres de Barreirinhas (MA) e do Tucano (BA). Até o
momento já foram descobertas 457 acumulações no país, sendo 283 terrestres e 174 marítimas, que
guardam reservas da ordem de 8,5 bilhões de barris de óleo (ANP, 2001) e 221 bilhões de metros cúbicos
1,2,3
17
de gás natural. Foram detectadas acumulações de gás nos últimos anos nas bacias do Amazonas, Paraná e
Camamu, prováveis províncias produtoras do Brasil, futuramente. A maior produtividade de
hidrocarbonetos na plataforma continental impulsionou os investimentos exploratórios para águas
profundas, à medida que se dominavam novas tecnologias. Atualmente a produção brasileira de petróleo e
gás é procedente das bacias de Santos, Campos, Espírito Santo, Recôncavo, Tucano Sul, Sergipe-Alagoas,
Ceará, Potiguar e Solimões, totalizando cerca de 1,8 milhões de barris/dia de óleo e 48,4 milhões de
m3/dia de gás, sendo a Bacia de Campos a responsável pela maior parte da produção de óleo, enquanto
que a Bacia de Santos esta em crescente contribuição na produção brasileira de gás natural e óleo leve. As
principais bacias sedimentares brasileiras que apresentam potencial para prospecção de hidrocarbonetos
gasosos e líquidos recobrem uma área de 7,5 milhões de Km2. Bacias maduras, como o Recôncavo,
Sergipe-Alagoas, Espírito Santo (terra) e Potiguar, apresentam produção e sistemas petrolíferos bem
determinados. Já nas bacias de elevado potencial, tais como Campos, Santos, Espírito Santo (mar) e
Sergipe (águas profundas), apresentam importantes descobertas de petróleo e gás que despertam interesse
e atraem investimentos privados para a pesquisa exploratória. O restante das bacias são classificadas
como ―Novas Fronteiras‖. As bacias Pará-Maranhão, Foz do Amazonas, Barreirinhas e Marajó ainda não
tiveram campos petrolíferos mapeados. É interessante notar que todas essas bacias produziram óleo e gás
subcomerciais (Caputo, 2008, informação verbal). As possibilidades dessas áreas são enormes, pois falta
pesquisa mais sistemática para descobrir reservas significativas. Com a auto-suficiência de petróleo agora
alcançada pelo Brasil, possivelmente a pesquisa geológica poderá ser feita também nestas áreas de
fronteira exploratória. (Financiador – [ANP]).
Palavras Chaves: Produção petrolífera, Rocha geradora, Rocha reservatório.
O EXPERIMENTO DE MICHELSON-MORLEY
1
Luís Fernando Siqueira Pinto, 2 Leandro Oliveira Nascimento, 3Riis Rhavia Assis Bachega,4 Leonardo
de Sousa Leal ,5 Prof. Dr. Sérgio Vizeu Lima Pinheiro
1
2
3
4
5
Por volta da segunda metade do século XIX, vários cientistas acreditavam na existência de um meio de
propagação para a luz, e esse meio recebeu o nome de éter. Esse meio sutil preenchia todo o espaço no
universo. Segundo as equações de Maxwell, as ondas eletromagnéticas viajavam com uma velocidade de
299 792 458 m / s, porém todas as ondas necessitam de um meio para se propagar, então o éter seria o
meio no qual as ondas eletromagnéticas se propagavam. De acordo com a mecânica newtoniana todo
movimento necessita de um referencial, então para muitos cientistas o éter representava, inclusive, a
possibilidade concreta de um referencial absoluto. Em 1881 o cientista alemão Albert Abraham
Michelson (1852 – 1931) realizou experimentos em Berlim e Postdam para detectar o vento de éter. Ou
seja, como a Terra se movimenta através do éter, previa-se teoricamente que a velocidade de propagação
da luz em relação à Terra fosse diferente em diferentes direções. Estes primeiros experimentos
apresentaram resultados negativos. Em 1887, Michelson e o norte-americano Edward Williams Morley
(1838 – 1923) refizeram os experimentos em Cleveland, com um equipamento muito mais sensível que o
anterior, não conseguindo mais uma vez observar o vento de éter. Neste trabalho discutiremos os
procedimentos realizados por esses cientistas em busca do éter e as diversas explicações para explicar o
resultado encontrado.
Palavras-Chave: éter, ondas eletromagnética, Milchelson-Morley.
A SOLUÇÃO DAS EQUAÇÕES DE EINSTEIN REFERENTE A UM BURACO NEGRO
GIRANTE
¹Caio F. B. Macedo, ²Luís C. B. Crispino
¹ Universidade Federal do Pará – [email protected]
² Universidade Federal do Pará – [email protected]
18
Em 1915 o físico germano-suíço-norte-americano Albert Einstein formulou uma teoria para o campo
gravitacional conhecida hoje como Relatividade Geral. Meses depois, em 1916, o astrofísico alemão Karl
Schwarzschild encontrou a primeira solução da equação de Einstein da Relatividade Geral. A solução de
Schwarzschild, como ficou conhecida, descreve o espaço-tempo de buracos negros descarregados e sem
rotação, assim como o espaço-tempo exterior a objetos esfericamente simétricos em geral. Em virtude de
objetos astrofísicos girarem, vários físicos procuraram soluções que se adequassem a objetos com rotação.
O matemático neozelandês Roy Patrick Kerr publicou em 1963 [Physical Review Latters, vol. 11, p. 237
(1963)] a solução que descreve um buraco negro girante e sem carga. Entretanto, o procedimento para
encontrar a solução de Kerr é extenso e relativamente complicado. Em 1965 Ezra Ted Newman e A. I.
Janis propuseram [Journal of Mathematical Physics, vol. 6, p. 915 (1965)] um procedimento
relativamente simples para encontrar a métrica de Kerr, fazendo uma transformação complexa de
coordenadas (rotação complexa) usando o formalismo proposto pelo próprio Ezra Ted Newman em
conjunto com Roger Penrose [Journal of Mathematical Physics, vol. 3, p. 566 (1962)] alguns anos antes,
conhecido com formalismo de Newman-Penrose, no espaço-tempo de Schwarzschild. Tal procedimento é
conhecido hoje como algoritmo de Newman-Janis. No presente trabalho analisaremos o algoritmo de
Newman-Janis e o procedimento para encontrar a solução das equações de Einstein para o buraco negro
girante (espaço-tempo de Kerr).
Palavras-Chave: Relatividade Geral, Buraco Negro Girante, Métrica de Kerr, Algoritmo de NewmanJanis.
APLICAÇÃO DA “QUÍMICA VERDE” NA DEMONSTRAÇÃO DA LEI DE HESS
Caroline Figueiredo GALVÃO1, Thiago de Assis MARTINS2, Elizabeth RODRIGUES3.
1
2
3
Professora/Pesquisadora Universidade Federal do Pará – [email protected]
Atualmente, não só as indústrias como também as instituições de ensino e pesquisa na área de química
perceberam que o mercado necessita de profissionais capazes de buscar o desenvolvimento e a
implementação de técnicas que visam reduzir as taxas de poluição e, conseqüentemente, de custos. Tal
fato requer uma nova conduta química para o aprimoramento dos processos, com o principal objetivo de
reduzir a geração de resíduos e gases tóxicos ao ambiente. Este novo caminho a ser delineado pela
sociedade é denominado ―Química Sustentável ou Química Verde‖. Neste trabalho, pretende-se
demonstrar a Lei de Hess a partir da utilização de reagentes de baixa toxicidade, como a soda cáustica e o
ácido muriático comerciais, em substituição aos seguintes reagentes analíticos: hidróxido de sódio
(NaOH) P.A. e ácido clorídrico (HCl) P.A., ambos produtos de baixo custo, fácil aquisição e que são
utilizados em atividades cotidianas. Para isso, determinou-se o teor de NaOH na soda cáustica e o teor de
HCl no ácido muriático, e em seguida adotou-se metodologia similar à prática tradicional para a
demonstração da Lei de Hess. A partir da análise dos resultados obtidos será possível demonstrar a Lei de
Hess, bem como verificar se as informações constantes nos rótulos dos mesmos são compatíveis com os
dados encontrados experimentalmente. Desse modo, percebe-se que a prática proposta neste trabalho
pode vir a contribuir de forma eficaz para a formação de profissionais com consciência no âmbito do
desenvolvimento de praticas experimentais menos agressivas ao meio ambiente, bem como a assimilação
de novos conceitos científicos e tecnológicos que poderão ser os passos iniciais responsáveis por uma
possível sustentabilidade do planeta.
Palavras-chave: Química Verde, Lei de Hess, Reagentes Alternativos.
1
APLICAÇÕES DA EQUAÇÃO DE SCHRÖDINGER INDEPENDENTE DO TEMPO
Tércio Almeida, 2 Natalia Menezes Silva da Costa , 3Alessandra Nascimento Braga, 4Débora Carvalho
de Melo Rodrigues, 5Sérgio Vizeu Lima Pinheiro
1
2
3
4
5
O referido trabalho se trata de um desdobramento do continuado estudo feito acerca da equação de
Schrödinger que faz parte de um dos projetos de pesquisa coletivos realizados pelo grupo PET-Física da
19
Universidade Federal do Pará. Fazendo uso da equação de Schrodinger independente do tempo deseja-se
a partir de potenciais pré-definidos caracterizar e discutir algumas de suas principais aplicações, tais
como: barreira, poço infinito e oscilador harmônico. Considerar-se-á para a construção das soluções
gerais da equação de Schrödinger para estes potenciais as situações em que a energia é maior ou menor
do que os potenciais adotados. No caso do potencial de barreira temos três regiões de análise (antes da
barreira, dentro da barreira e posterior a barreira), com duas possibilidades de valores de energia da
partícula, maior ou menor do que a do potencial, sendo a mais interessante quando a energia da partícula
não é suficiente para superar o valor de energia da barreira, o que nos leva à possibilidade de considerar
uma região não permitida pela física clássica.. Já o potencial poço infinito constitui um caso para o qual a
altura do poço finito tende a um valor infinito, e assim as soluções do poço infinito são confinadas no
interior do mesmo, visto que seria necessária uma energia infinita para encontrar a partícula fora do poço.
Este confinamento leva à valores quantizados da energia. E por oscilador harmônico representamos
qualquer sistema que apresenta movimento harmônico de oscilação, e é de grande utilidade para
descrever sistemas mais complexos dentro do estudo de diversas áreas de conhecimento da própria física,
tornando-se um modelo importantíssimo para o entendimento da mesma. Estes efeitos quânticos são de
grande importância para o estudo de fenômenos, situações reais, de maior complexidade como o de
tunelamento de elétrons que garantiu o prêmio Nobel ao físico japonês Leo Esaki do ano de 1973.
(financiador SESU-Mec)
Palavras-Chave: equação de schrödinger, física quântica, aplicações.
DENSIDADE DE ENERGIA NUMA CAVIDADE UNIDIMENSIONAL COM UMA FRONTEIRA
MÓVEL NA PRESENÇA DE UM CAMPO CLÁSSICO
Alessandra N. Braga1, Jeferson D. L. Silva2, Danilo T. Alves3, Edney R. Granhen3, Wagner P. Pires5
1
Universidade Federal do Pará [email protected], 2Universidade Federal do Pará
[email protected], 3Universidade Federal do Pará [email protected], 3Centro Brasileiro de
Pesquisas Físicas [email protected], 5Universidade Federal do Rio de Janeiro [email protected]
O objetivo do presente trabalho é investigar o comportamento da densidade de energia numa cavidade
não estática, onde uma das fronteiras executa movimento prescrito arbitrário. O modelo considerado é o
do campo escalar clássico não massivo em 1+1 dimensões, sendo que o campo obedece à condição de
Dirichlet ou Neumann em cada uma das fronteiras. Considerando uma dada solução inicial do campo,
nós investigamos a possibilidade de se calcular a densidade de energia em um dado ponto do espaçotempo através do traçado de uma seqüência de linhas nulas, conectando o valor da densidade de energia
em um dado ponto do espaço-tempo a um certo valor conhecido da densidade de energia em um ponto
das ―zonas estáticas‖. As zonas estáticas são regiões do espaço-tempo nas quais os modos do campo, que
se propagam sobre linhas nulas contidas nessas regiões, ainda não foram afetados pela alteração no
campo causada pelo movimento da fronteira. Buscamos, então, uma fórmula que permita obter
exatamente a densidade de energia na cavidade para movimentos genéricos da fronteira, cujos resultados
numéricos exatos sejam aplicáveis inclusive a movimentos de amplitude grande e relativísticos, além de
aplicar no caso específico de movimento oscilatório. O trabalho toma como base os artigos de Moore (J.
Math. Phys. 11 2679 (1970)) e Cole and Schieve (Phys. Rev. A 52 4405, (1995)), sendo o primeiro deles o
precursor das investigações sobre o efeito Casimir dinâmico. (financiador: SESU/Mec e CNPQ/ Pibiq)
Palavras chave: Densidade, Energia, Fronteiras
EFEITO CASIMIR E REGULARIZAÇÃO NA REDE
Jocivaldo S. S. Júnior, 2Hector O. Silva e 3Danilo T. Alves
1
2
3
1
Uma das mais interessantes predições teóricas da Eletrodinâmica Quântica é a atração entre duas placas
perfeitamente condutoras e eletricamente neutras, no vácuo, fenômeno denominado efeito Casimir. Este
efeito surge pois ao confinarmos o campo entre as placas temos uma alteração na energia de ponto zero
do vácuo.O mais interessante neste efeito é que ele é uma manifestação macroscópica das propriedades
microscópicas do vácuo. Como é comum no contexto da Teoria Quântica de Campos, é necessário o uso
dos processos de renormalização e regularização, para obter um resultado finito para a força de Casimir.
20
A divergência da energia e consequentemente da força de Casimir, acontece pois interpretamos o campo
eletromagnético como um conjunto de infinitos osciladores harmônicos e infinitos osciladores possuem
energia infinita. Entre as técnicas de regularização mais comuns podemos citar, as técnicas do cut-off,
função zeta generalizada, aplicação da fórmula de Abel-Plana e o uso das funções de Green. Neste
trabalho apresentamos o cálculo da força de Casimir em modelos unidimensionais. Para tal utilizamos a
técnica de regularização na rede [1], técnica pouco utilizada até o momento para investigar o efeito
Casimir. Tomando como base [1,2], calculamos a força de Casimir para um campo escalar real nãomassivo em (1+1)D satisfazendo condições de contorno de Dirichlet, Neumann, periódicas e
antiperiódicas. (financiador [FAPESPA e CNPQ])
Palavras-Chave: Vácuo, Efeito Casimir, Regularização.
FERRAMENTAS MATEMÁTICAS PARA O ESTUDO DA TEORIA DA RELATIVIDADE
GERAL
1
Riis Rhavia Assis Bachega, 2Carolina Loureiro Benone, 3Glauber Tadaiesky Marques,
1
2
3
Desenvolvida por Albert Einstein (1879-1955), a Teoria da Relatividade Geral foi criada com o intuito de
estender a sua Teoria da Relatividade Especial (ou restrita), válida para referenciais inerciais, para os
referenciais não inerciais. O estudo da Teoria da Relatividade Geral exige o conhecimento de ferramentas
matemáticas que normalmente não são estudadas nos cursos de graduação em Física. O objetivo deste
trabalho será apresentar ao público um breve apanhado acerca dos conceitos e ferramentas necessárias
para a iniciação no estudo da Teoria. Destacaremos o conceito de variedade, de grande importância para a
compreensão das Geometrias Não-Euclidianas, mais especificamente para a teoria da Relatividade Geral
a Geometria (Pseudo)Riemanniana, onde é construída a Teoria. Será desenvolvida uma maneira mais
abstrata de representar pontos no espaço através de sistemas de coordenadas, e como se dá a
transformação entre estes sistemas. Como a Teoria Einsteiniana é construída localmente, ou seja, depende
da Geometria local, e não da geometria global; serão de grande importância a abordagem de conceitos
como métrica, espaço tangente e conexão afim. Tais conceitos serão utilizados para a formulação geral da
equação da geodésica, a curva que representa a menor distância entre dois pontos em uma variedade. E
por fim, introduziremos o conceito de tensores, ferramenta matemática de importância mais fundamental
para o estudo da Teoria da Relatividade Geral.
Palavras-Chave: Teoria da Relatividade Geral, Sistema de Coordenadas, Tensores.
FLUIDOS PERFEITOS RELATIVÍSTICOS
1
Leandro O. Nascimento, 2Marcelo C. de Lima.
1
2
Com o surgimento da teoria da Relatividade Especial, em 1905 com os artigos de Albert Einstein,
descobre-se que a mecânica Newtoniana é um caso particular da mecânica relativística quando
consideramos velocidades muito menores do que a velocidade da luz, consequentemente a mecânica
clássica dos fluidos, construída sobre os alicerces da mecânica de Newton, acaba por torna-se um caso
particular de uma mecânica relativística para fluidos. Neste trabalho abordaremos os conceitos básicos
dessa descrição relativística, dando ênfase ao estudo dos fluidos perfeitos (esse tipo de fluido não
apresenta viscosidade e termocondução, ou seja, não troca calor entre seus elementos de volume internos
nem troca calor com o meio externo, podendo ser descrito totalmente conhecendo-se a sua densidade de
matéria e pressão), covariante sobre um espaço-tempo de Minkowski, apresentando a lei de conservação
relativística do tensor densidade de energia do fluido perfeito, buscando os devidos limites para a
mecânica clássica dos fluidos, na qual devemos ter as leis de conservação, a saber: equação da
continuidade (conservação da massa), conservação da energia, equação de Euller e a equação de
conservação do momento.
Palavras-Chave: Relatividade Especial, Fluidos Perfeitos, Lei de Conservação Relativística.
21
GEOLOGIA E CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DO GRANITO SÃO JOÃO,
PROVÍNCIA MINERAL DE CARAJÁS, SUDESTE DO PARÁ.
Paulo Henrique Araújo Lima1, 2 ([email protected]), Claudio Nery Lamarão 1 (lamarã[email protected]), Jardel
Carlos Lima Mesquita1, 2 ([email protected]), Max de Jesus Pereira dos Santos1, 2
([email protected]).
1
Faculdade de Geologia, IG – UFPA
2
Curso de graduação em Geologia, bolsista PET
O Granito São João é um batólito anorogênico circular com aproximadamente 200 km² de área que
secciona unidades arqueanas do Terreno Granito-Greenstone de Rio Maria. Está localizado entre as
cidades de Água Azul do Norte e Bannach na porção sudeste do Cráton Amazônico, dentro da Província
Mineral de Carajás, sendo inserido preliminarmente na Suíte Jamon. É constituído essencialmente por
rochas isotrópicas monzograníticas e sienograníticas, de granulação dominantemente média a grossa,
localmente fina, que afloram na forma de blocos e lajedos fraturados com coloração rosada e acinzentada.
Diferentemente dos outros corpos graníticos que compõem a suíte Jamon, o Granito São João não
apresenta, até o presente momento, mapeamento geológico e caracterização petrográfica de detalhes, nem
tampouco datação geocronológica por metodologias mais modernas (p.ex. U-Pb, Pb-Pb em zircão, etc.).
O presente trabalho tem como objetivo preliminar a caracterização geológica e petrográfica do Granito
São João. Posteriormente, serão realizadas datações geocronológicas através do método Pb-Pb em zircão
no laboratório de geologia isotópica. Um estudo petrográfico preliminar foi realizado nas rochas do
Granito São João, e teve como base descrições macro e microscópicas dos litotipos encontrados,
possibilitando a separação do granito em quatro fácies petrográficas distintas: clinopiroxênio-biotita
sienogranito (CpxBSGr), anfibólio-biotita monzogranito (ABMGr), anfibólio-biotita sienogranito
(ABSGr) e biotita sienogranito (BSGr).
Palavras chaves: Granito São João, Anorogênico, Carajás.
SOLUÇÃO DA EQUAÇÃO DE SCHRÖDINGER UNIDIMENSIONAL PARA UMA
PARTÍCULA EM UM POÇO DE POTENCIAL INFINITO EM UM ESPAÇO-TEMPO
DISCRETO
1
Hector O Silva, 2Caio F. B. Macedo, 3Luís C. B. Crispino
1
2
3
Proposta em 1925, pelo físico austríaco Erwin Schrödinger, a equação de Schrödinger descreve a
dinâmica de partículas, livres ou sujeitas a potenciais, no contexto da Mecânica Quântica NãoRelativística. Diversos livros introdutórios sobre Mecânica Quântica apresentam soluções de problemas
unidimensionais obtidos a partir da equação de Schrödinger, dentre eles o conhecido problema do poço de
potencial infinito, que simula, para energias não muito altas, elétrons presos em metais. Utilizando as
soluções da equação de Schrödinger, podemos analisar as diferenças entre a teoria quântica de
Schrödinger e a mecânica clássica newtoniana. Tanto as coordenadas espaciais quanto o parâmetro
temporal têm variação contínua na equação de Schrödinger. No entanto, algumas teorias atuais
consideram uma escala fundamental para o espaço e para o tempo. Como comprimento espacial
fundamental, podemos utilizar o comprimento de Planck e como intervalo de tempo fundamental, o
tempo de Planck. No presente trabalho, aplicamos a versão discretizada da equação de Schrödinger,
recentemente apresentada por M. Bhatia e P. Narayama Swamy [arXiv:0910.0825v1], obtida usando o
método de diferenças finitas, para o estudo de uma partícula confinada em um poço de potencial infinito.
Calculamos a função de onda do problema bem como os níveis de energia e comparamos com o caso do
espaço-tempo contínuo. No limite em que comprimento espacial fundamental tende à zero, tanto a função
de onda quanto os níveis de energia, recaem nas expressões conhecidas da literatura. As influências da
discretização do espaço e do tempo são discutidas.
Palavras-Chave: Equação de Schrödinger, espaço-tempo discreto, poço de potencial infinito, partícula
na caixa.
22
ULTILIZANDO O TESTE QUI-QUADRADO PARA COMPROVAR A IMPORTÂNCIA DO
USO DAS INTERFACES COMPUTACIONAIS EDUCATIVAS NA PERSPECTIVA ENSINO
APRENDIZAGEM (BASEADO NA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO DE SILVIO PEREIRA
FILHO).
1
Leonardo de Sousa Leal, 2 Prof. Dr.Danilo Teixeira Alves, 3 Prof. Silvio Carlos Ferreira Pereira Filho,
4
Luis Fernando Siqueira Pinto ,5Valéria Pinheiro
1
Universidade Federal do Pará –[email protected]
2
3
4
5
Universidade Federal do Pará –[email protected]
Como disseram Wiemam(prêmio Nobel) e seu companheiro Perkins-pesquisadores que falam da
importância da educação associada as novas tecnologias da informática-‗‗(....)embora computadores
tenham melhorado dramaticamente a produtividade em muitas áreas, o uso deles para melhorar a
educação tem sido lento e difícil‘‘.Pensando nesta lógica e olhando para a realidade da sociedade
Brasileira, no qual nos últimos anos vem aumentando bastante o numero de novos laboratórios de
informáticas nas escolas públicas, mas no entanto não contribuindo em nada para sua devida
função(segundo o ministério da educação) o melhoramento do ensino no país.Foi o que estudante de
mestrado de educação em ciências matemática(NPADC) ,Silvio Pereira Filho,construiu sua tese de
dissertação- Educação matemática através da interface computacionais: o papel de componentes
interativos na postura exploratória e na aprendizagem-;tendo como objetivo deste trabalho,utilizar os
resultados obtidos desta tese,comprovando através do método qui-quadrado(associação de termos)escolhido devido ter achado o mais eficiente dentre outros(nos meus estudos pessoais) para a resolução da
problemática da tese- as interfaces:A, B, C e D apresentadas nas escolas publicas analisadas,após a
interação com os mesmos,é ou não eficiente na perspectiva ensino aprendizagem?
Pensando na resposta desta questão, após o desenvolvimento dos cálculos, concluímos que a melhora
efetiva (diferença entre o numero de questões em que houve melhora pelo numero de questões que houve
piora) dos estudantes analisados é dependente dos episódios de interação validos (a visualização final da
interface, após a interação com a ferramenta),mostrando quanto mais o aluno interage qualitativamente
com a interface escolhida(A ou B ),maior a probabilidade dele assimilar ou construir um conhecimento.
Mas nem sempre, quantidade significa qualidade nos resultados finais (apenas um indicador positivo de
aprendizagem), concluímos isto quando comprovou a dependência do tipo de interface ( A e B) com a
melhora efetiva, ou seja, apesar da interface B apresentar um numero inferior de interações válidas
comparadas com A, no entanto apresentou resultados melhores na perspectiva ensino aprendizagem.
Palavras-Chave: Interfaces computacionais, Educação, Qui-quadrado, Interação.
CIÊNCIAS BIOLOGICAS
ANÁLISE FITOQUÍMICA DA SEMENTE DA MORINGA OLEIFERA LAM.
¹Flávio Antonia de Oliveira Susa (IC), ² Vanderlene Brasil Lucena (PQ), 3Ana Claudia da Conceição Silva
(IC), 4Tarsis Howland da Rocha Frazão (IC) & 5Shirley Cunha Feuerstein (IC).
1
Unidade de Ensino Superior do Sul do Maranhão-IESMA – [email protected]
2
3
4
5
A Moringa oleifera Lam. pertence à família Moringaceae, que é composta apenas de um gênero
(Moringa) e quatorze espécies conhecidas, é nativa da Índia, cresce atualmente em vários países dos
trópicos. O uso medicinal da moringa é amplo e desta forma, várias partes da planta, como as folhas,
raízes, sementes, caule, flores e frutos tem sido estudadas quanto á ação na cicatrização de ferimentos.
Apesar de ser uma planta medicinal amplamente utilizada, seus efeitos fisiológicos ainda não estão bem
conhecidas. Os objetivos do trabalho foi verificar a presença dos compostos químicos para possíveis
tratamentos de doenças. A metodologia utilizada para as análises fitoquímicas foi através de material seco
23
e triturado onde ouve a produção do extrato alcoólico e aquoso, para cada 100 gramas de amostra serão
acrescentados 400 mL de etanol a 70 % e 400 mL de água destilada, respectivamente. Em seguida serão
deixados em banho maria por 24 h a 60ºC em seguida foram realizados as análises de polissacarídeo,
catequina, flavanóides, alcaloides, ácidos orgânicos, açucares redutores, sesquiterpenlactonas e outras
lactonas, carotenóides, depsídios e depsidonas, saponina espumídica, alcalóides e proteínas e aminoácidos
sendo verificado também o pH de cada extrato. Os resultados foram positivos somente para alcalóides e
ácidos orgânicos além de proteínas e aminoácidos com pH 5, além disso, a semente da moringa
caracteriza-se por um alto teor elevado de proteínas e lipídeos, no qual, onde se encontra o maior
composto no processo de clarificação da água. Desta forma conclui-se que a semente da Moringa oleifera
Lam. apresenta substâncias químicas que podem ser usadas para: analgésicos, anestésicos antiviral, e
anticâncer. O pó da semente da Moringa oleifera Lam. vem sendo usada no tratamento contra a malária
em regiões onde não há tratamento de água, sendo está utilizada largamente no processo de clarificação e
tratamento da mesma já que possui proteínas que desestabiliza as partículas contidas na água.
Palavras – chaves: Análise, Fitoquímica, Moringa.
AVALIAÇÃO PARASITOLÓGICA DE ALFACES LACTUCA SATIVA COMERCIALIZADAS
EM FEIRAS LIVRES E SUPERMERCADOS DO MUNICÍPIO DE IMPERATRIZ-MA
¹Flávio Antonia de Oliveira Susa (IC), ² Vanderlene Brasil Lucena (PQ), 3Ana Claudia da Conceição Silva
(IC), 4Tarsis Howland da Rocha Frazão (IC) & 5Shirley Cunha Feuerstein (IC).
1
3
4
5
2
Ultimamente vêm ocorrendo na mesa dos brasileiros diferentes hábitos alimentares e a alface tem sido
consumida com bastante freqüência. Estudos têm sugerido a possibilidade da ocorrência de transmissão
de enteroparasitas ao homem através de frutas e verduras consumidas cruas provenientes de áreas
cultivadas e contaminadas por dejetos fecais. Sabemos que a alface consumida crua é um grande meio de
transmissão de diversos tipos de parasitas. Com isso através da análise parasitológica da alface (Lactuca
sativa) poderemos identificar os mais diversos tipos de enteroparasitas existentes nessas hortaliças. O
presente trabalho objetivou verificar a ocorrência parasitária em alface crespa (Lactuca sativa)
comercializadas em uma feira livre e em um supermercado de Imperatriz-MA. Foram analisadas 20
amostras, sendo dez adquiridos em uma feira livre e dez em um supermercado. Cada lote de verdura foi
desfolhado e macerado sendo colocado em cálices com água destilada. Onde permaneceram 24 horas à
temperatura ambiente para sedimentação. Os resultados foram observados em microscópio óptico, das
amostras analisadas 100% dos lotes adquiridos em feira livre continham algum tipo de estrutura
parasitária assim demonstrando contaminação. Foram encontradas Cisto de Entamoeba coli, Enterobiu
vermiculares, Entamoeba histolytica, Ovo de Taenia sp. Por outro lado, os lotes coletados em
supermercado apresentaram dos dez, somente oito, nestes foram encontrados: Entamoeba histolytica,
Entamoeba coli e Ovo Endolimax nana. Notou-se que a quantidade de parasitas foi mais expressiva em
variação de espécies nas feiras-livres, comparado com o supermercado. Nas condições em que foi
desenvolvido este estudo, conclui-se que, as amostras de alfaces de cultivo orgânico, comercializadas em
nossa região, apresentaram baixo padrão higiênico. A constatação da ocorrência de enteroparasitas em
alfaces, há necessidade de adoção de medidas, por parte dos órgãos de vigilância sanitária, para melhoria
da qualidade higiênica dessa hortaliça tão consumida pela população, além do programa de educação
sanitária direcionado aos produtores de hortaliças.
Palavras – chaves: Avaliação, Alface, Protozoários.
24
ENGENHARIAS
ANÁLISE DOS PARÂMETROS UTILIZADOS NO PROJETO DE MANCAIS
HIDRODINÂMICOS
1
Thiago Valente da costa, 2Bruno Cesar Cayres Andrade, 3Anderson da Silva de Alcântara, 4Marcos
Willian Leal do Nascimento, 5Abdon Tapia Tadeo
1
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4
5
Professor Orientador PhD. da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – [email protected]
A utilização do mancal visa possibilitar a conexão entre duas partes móveis ou entre uma parte móvel e
outra fixa como acontecem nas máquinas rotativas, porém o mancal deve diminuir o desgaste dos
materiais e o aquecimento excessivo dos componentes nos mancais. Conseqüentemente algumas das
propriedades buscadas em um material de mancal são as suavidades relativas (para absorver partículas
estranhas), resistência razoável, usinabilidade (para manter as tolerâncias), lubricidade, resistência à
temperatura e a corrosão e, em alguns casos, porosidade (para absorver lubrificantes). Os mancais
hidrodinâmicos são largamente empregados em turbo máquinas por permitirem altas cargas em altas
velocidades. Além disso, a vida de um mancal de deslizamento é, teoricamente, infinita, uma vez que não
existe contato entre peças com movimento relativo, garantindo longa continuidade operacional. Este
estudo utilizou-se de uma bancada composta por mancais hidrodinâmicos, localizada no Sub-laboratório
de Vibrações e acústica da faculdade de Engenharia Mecânica, adquirido em um projeto em parceria com
a EletroNorte. Tendo como objetivo explicar os principais parâmetros a serem considerados no projeto de
mancais de deslizamento e propor analisar a teoria básica da lubrificação a partir da Equação de Petroff,
estudando o fenômeno de fricção hidrodinâmica em função da pressão de sustentação da carga dos
mancais. Inicialmente, para efeito de analise numérica, convencionamos alguns parâmetros, tais como a
redução de carga no mancal e o vazamento de óleo. Adotou-se a rotação média da máquina para efeito de
comparação com os dados obtidos em rotações variadas no aparelho.
Palavras-Chave: mancal de deslizamento, parâmetros, desempenho.
ANÁLISE MECÂNICA DE BLOCOS CERÂMICOS ESTRUTURAIS CONFECCIONADOS A
PARTIR DA LAMA VERMELHA E ARGILA
1
Ronaldson José de França Mendes Carneiro, 2Marcela Santos da Silva, 3Andre Margalho Daltro,
3
Gabriela Ribeiro Fernandes,5Camila da Silva Viegas
1
2
3
4
5
Com o crescimento no setor da construção civil e a quantidade de resíduos gerados pelas indústrias,
desenvolveu-se várias pesquisas com o intuito de minimizar os impactos ambientais, e torná-los úteis na
fabricação de produtos da indústria de cerâmica, voltados para a construção de casas populares. Nesse
contexto, a lama vermelha é um resíduo insolúvel proveniente da digestão de bauxita pelas soluções de
hidróxido de sódio na fabricação da alumina pelo processo de Bayer, que constitui um problema
ambiental, devido às proporções do volume de lama vermelha gerado em uma fábrica de alumina típica
como também seu teor cáustico. Assim, o objetivo deste trabalho é analisar a viabilidade desse material
para fins industriais, uma vez que a lama vermelha apresenta um grande potencial alternativo como
matéria-prima para a produção de blocos cerâmicos para alvenaria de vedação e estrutural. A metodologia
empregada para a confecção dos blocos cerâmicos consiste na secagem e na moagem da lama vermelha e
misturas de matérias-primas de lama vermelha e argila numa proporção de 40% e 60%, respectivamente.
A geometria será confeccionada com seções vazadas de acordo com a NBR 15270-2. Foram realizados
25
ensaios de resistência a compressão axial simples em blocos cerâmicos estruturais de lama vermelha e em
blocos cerâmicos estruturais convencionais de referência utilizados na região, com o intuito de comparar
as propriedades mecânicas dos mesmos. Com análise dos resultados obtidos, observou-se que a utilização
da lama vermelha em mistura com a argila para a fabricação de blocos cerâmicos estruturais originou
componentes com valores satisfatórios quanto à resistência a compressão, quando comparados com os
blocos cerâmicos convencionais.
Palavras-Chave: Lama vermelha, Blocos cerâmicos estruturais, Resistência a compressão axial simples.
CARACTERÍSTICAS DE FIBRAS ÓPTICAS POLIMÉRICAS
Gustavo Monteiro Farias, 2Sileno Espindula Dias, 3Antonio Luciano Seabra Moreira.
1
Integrante do Grupo PET do Curso de Engenharia Mecânica do Instituto de Tecnologia da Universidade
Federal do Pará – UFPA - [email protected]
2
Curso de Engenharia Mecânica do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará – UFPA [email protected]
3
Professor Orientador - Tutor do Grupo PET do Curso de Engenharia Mecânica do Instituto de
Tecnologia da Universidade Federal do Pará – UFPA - [email protected]
1
Este trabalho apresenta alguns exemplos de fibras ópticas poliméricas (FOP) e algumas de suas
características tais como o comportamento termomecânico de seu material polimérico a partir das
variações de temperatura que ocasionam alterações nas taxas de tensão-deformação de suas estruturas. É
dada ênfase particular ao polimetil metacrilato (PMMA) por ser o polímero base mais comumente
utilizado na elaboração do núcleo das fibras ópticas plásticas ou poliméricas e guias de onda. Apresenta
abordagens, também, nas alterações da estrutura de uma fibra óptica composta por um núcleo e uma
casca, mostrando de que forma a luz é confinada e guiada através do núcleo de acordo com o modo de
propagação, podendo ser multímodo ou monomodo. A forma de tratamento da superfície do material
polimérico e dos tipos de polímeros utilizados tais como o poliestireno (PS), policarbonato (PC), entre
objeto deste trabalho. São mostradas, igualmente, algumas técnicas para modificar as propriedades
ópticas superficiais dos polímeros como a técnica de plasma com uso de gases fluorados. Também, são
abordadas as inovações tecnológicas trazidas pelas fibras ópticas quanto ao seu total isolamento
galvânico, à sua completa imunidade à interferência eletromagnética, à possibilidade de realizar
sensoriamento remoto e à sua maior capacidade de processamento e transporte de informações o que, até
bem pouco tempo, era realizado pela extensa malha metálica existente no globo terrestre.
Palavras-Chave: Fibras ópticas, Polímeros, Características.
METODOLOGIA DE PROJETO E DESENVOLVIMENTO DE UM AEROMODELO
Anderson da Silva de Alcântara, 2Thiago Valente da costa, 3Teodoro Arraes Macedo Araújo Neto,
4
Marcos Willian Leal do Nascimento, 5Roberto Tetsuo Fujiyama
1
2
3
4
5
Professor Orientador Dr. da Universidade Federal do Pará – [email protected]
1
O desenvolvimento de produtos seja uma máquina, um equipamento, um eletrodoméstico, um software, e
no caso de interesse, uma aeronave não tripulada, rádio-controlada, segue tipicamente uma sequência de
etapas: Projeto informacional, Projeto conceitual, Projeto preliminar e Projeto detalhado. Esta sequência
deve ser efetuada a diferentes níveis de detalhamento, ou seja, ao nível do produto como um todo (nível
macro), ao nível de sistemas e montagens e ao nível de peças e seus detalhes (nível micro). O principal
requisito que determinamos no produto foi seu requisito funcional, ou seja, o requisito que define a
função a que o produto deve atender, ou seja, a razão de ser do produto. As restrições do regulamento e da
própria equipe impõem limitações (valores máximos e mínimos) ao projeto, como de dimensões, de
volume, peso, desempenho, custos, prazos, entre outros. A etapa de concepção gera o que chamamos
projeto conceitual, no qual se tem uma idéia de como será o produto, um esboço do mesmo, com os
princípios de solução de cada sistema indicados. A organização e o gerenciamento do processo do projeto
são essenciais para garantir seu sucesso, o gerenciamento buscou a definição e o encadeamento das
26
diferentes tarefas, de modo que as metas fossem atingidas nos prazos adequados, usando os recursos
humanos e materiais disponíveis. Para tal é necessário se estabelecer um cronograma, uma forma mais
refinada de se estabelecer o cronograma da equipe é analisar, para cada atividade, suas durações mínimas,
médias e máximas, em horas, dias ou semanas, dependendo da escala de tempo adequada. Dentro do
cronograma do concurso AeroDesign cada equipe deve se adequar, considerando suas características
próprias, como habilidades, número de participantes, experiência anterior, entre outros. As atividades
técnicas podem ser divididas em: Projeto, construção, testes de peças e sistemas, correções no projeto.
Palavras-Chave: projeto, produto, aeromodelo.
FIBRAS NATURAIS COMO REFORÇO PARA COMPÓSITOS SUBSTITUINDO FIBRAS
SINTÉTICAS
1
Djanir Travassos Brandão, 2Matheus Almeida do Amaral, 3Nardiny Diego Sousa Alvez, 4Roney
Anderson da Rocha Farias, 5Antonio Luciano Seabra Moreira
1
Integrante do Grupo PET Engenharia Mecânica – Instituto de Tecnologia – Universidade Federal do
Pará – [email protected]
2
Estudante do Curso de Graduação em Engenharia Mecânica - Instituto de Tecnologia – Universidade
Federal do Pará – [email protected]
3
4
5
Tutor do Grupo PET do Curso de Engenharia Mecânica do Instituto de Tecnologia da Universidade
Federal do Pará – UFPA - [email protected]
As fibras naturais têm despertado bastante o interesse industrial e comercial no sentido de substituírem as
fibras sintéticas pois representam uma importante fonte de matéria-prima. Assim, a produção natural de
tais fibras tornou-se uma poderosa fonte de renda. Este trabalho tem o objetivo de explorar os principais
motivos que despertaram o interesse tecnológico pelas referidas fibras, ressaltando algumas vantagens das
fibras naturais sobre as sintéticas como, por exemplo, a conservação de energia, abundância, baixo custo,
possibilidade de incremento na economia agrícola, propriedade de serem biodegradáveis além de
vantagens técnicas da qualidade do produto final. Algumas desvantagens da utilização dessas fibras são
comentadas. As propriedades mecânicas das fibras naturais mais utilizadas, tais como as fibras de sisal,
bambu, juta, coco e wollastonita são abordadas igualmente neste trabalho. As principais aplicações dessas
fibras na indústria são também comentadas. Como o ano de 2009 está sendo considerado pela ONU como
o Ano Internacional das Fibras Naturais, é realizado um estudo sobre alguns tipos de fibras naturais tanto
vegetais como minerais, tendo como base os resultados de pesquisas recentes. Finalmente, é desenvolvido
um breve estudo sobre as características do tipo de mercado que tem se identificado com os materiais
compósitos reforçados com fibras naturais devido ao fato da ínfima agressão ao meio ambiente e ao
incentivo que estas fibras proporcionam à produção agrícola dinamizando dessa maneira o setor industrial
com a sustentabilidade da economia rural.
Palavras-Chave: Materiais Compósitos, Fibras Naturais, Propriedades Mecânicas.
PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO DE MATA CILIAR DO RIO PAU D’ARCO, VISANDO UM
DESENVOLVIMENTO SÓCIO-AMBIENTAL
1
Pedro Henrique Couto Padilha, 2Breno Reis dos Santos, 3Eribertta da Rocha Oliveira, 3Janderson Sousa
Matos, 5Rodolfo Pereira Brito
1
Universidade do Estado do Pará – [email protected]
2
3
4
5
Professor Dr. da Universidade do Estado do Pará – [email protected]
Mata ciliar é uma formação vegetal localizada nas margens dos rios, córregos e nascentes, conhecidas
como floresta ripária. Estas são consideradas pelo código Florestal como ―área de preservação
permanente‖ com diversas funções ambientais, devendo então respeitar uma extensão específica de
acordo com a largura do rio, lago ou nascente. Como em todo o processo de degradação que ocorrem nas
áreas próximas aos rios, as matas ciliares, sofrem com a aproximação humana trazendo impactos
27
ambientais sendo que estas áreas deveriam ser preservadas para fins de valorização e qualificação do
ambiente aquático. Com o objetivo de realizar um levantamento da problemática existente pela perda da
mata ciliar e desenvolver ações comunitárias próxima ao Rio Pau D‘arco na região sul paraense, no
intento de recuperar a mesma visando à manutenção da biodiversidade local. Os registros fotográficos
serão utilizados para delimitar o local de maior importância para recuperação. Buscando-se utilizar o
maior número possível de espécies nativas da região, no processo de recomposição da mata ciliar. As
mudas serão plantadas na época das chuvas, correspondendo aos meses de novembro a abril, utilizando
espécies nativas como: Embaúba (Cecropia glaziovi Snethlage); Ingá (Inga luschnatiana Benth); Caju de
Janeiro (Anarcardium giganteum); Cagaita (Eugenia dysenterica DC.); Ipê-roxo (Tabebuia impetiginosa
(Sond.) Sand.); Chichá (Sterculia apetala (Jacq.). O processo de recuperação em estágio inicial combina
ações de regeneração natural e induzida propondo trabalhar com a comunidade ações como isolamento da
área contra animais evitando dizimação pelo gado e outros animais, construir um cronograma de irrigação
das mudas e realizar os devidos tratos culturais necessários durante o desenvolvimento das mudas. A
recuperação das áreas desmatadas às margens do rio contribuirá para a manutenção da perenidade do rio,
além de outros benefícios, refletindo em uma melhoria da qualidade de vida dos habitantes de Pau
D‘Arco. Com a função de equilibrar o ecossistema e manutenção da biodiversidade local culminando com
a mitigação de uma série de impactos ambientais negativos. O ganho mais positivo na recuperação da
mata ciliar, se tornando importante para o desenvolvimento sustentável, visto que a sua preservação
contribui na manutenção dos recursos hídricos da região e diminui o assoreamento do rio Pau D‘arco.
Palavras Chaves: Mata Ciliar, Desenvolvimento Sustentável, Recuperação.
ANÁLISE COMPARATIVA DO CONTROLE DE INCLUSÕES NÃO-METÁLICAS NO AÇO
1
Thiago Augusto de Sousa Moreira, 2José Nazareno Santos da Silva, 3Tércio Heitor de Sousa Moreira
1
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará – [email protected]
2
Professor orientador Msc. do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará –
[email protected]
3
A tecnologia de fabricação do aço teve um grande avanço nos últimos 25 anos que resultou em notável
redução das impurezas no aço. A idéia de aço limpo (clean steel) muitas vezes inclui requisitos especiais
para as inclusões com respeito a sua composição, morfologia, tipo, tamanho e distribuição no aço líquido,
na solidificação dos lingotes ou placas e no produto final. Esses requisitos especiais precisam ser obtidos
pela chamada engenharia de inclusões, ou seja, um controle de processos de fabricação dos aços capaz de
prever e obter inclusões adequadas à aplicação prevista para o aço. Inclusões não - metálicas são
impurezas formadas principalmente por óxidos presentes no aço líquido. Estas se originam, na maioria
das vezes, de impurezas presentes nos elementos de liga, por produtos de desoxidação, por reoxidação do
banho, pelo contato com a escória e pelo desgaste dos refratários. As inclusões também ocorrem durante
o tratamento secundário ou refino. A caracterização e controle de inclusões não - metálicas é fundamental
na determinação das propriedades que o aço apresentará durante sua utilização. Neste sentido, o objetivo
desse trabalho é fazer uma análise comparativa de dois métodos utilizados no controle de inclusões,
controle de inclusões através do controle de escoamento e da termodinâmica computacional, estudados a
partir de uma compilação bibliográfica. (financiador [IFPA/FAPESPA])
Palavras-Chave: Aço, clean steel, Inclusões não-metálicas.
ANÁLISE DOS PARÂMETROS UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO DE UM AEROMODELO
[ESTUDO DE CASO]
1
Emílio Henrique Ferreira e Ferreira, 2 Thiago Valente da Costa, 3 Marcos Willian Leal do Nascimento,
4
Anderson da Silva de Alcântara, 5 Roberto Tetsuo Fujiyama
1
Universidade federal do Pará - [email protected]
2
3
4
5
Professor Orientador Dr. da Universidade federal do Pará - [email protected]
É necessário conhecer as regras elementares da aerodinâmica antes de iniciar o projeto de um
aeromodelo. O aeromodelo tem por características principais ser um avião construído em escala reduzida,
28
rádio controlado, não tripulado e com capacidade de transportar o máximo de carga útil possível.
Essencialmente, uma aeronave voa quando sua asa é impulsionada através do ar, o que faz com que ela
crie uma força de baixo para cima chamada sustentação. Há também o motor que gira a hélice que penetra
no ar desenvolvendo uma tração suficiente para vencer a força do arrasto, que é a resistência criada pelo
avanço da aeronave através da densa camada gasosa da atmosfera. Para atender tais critérios o presente
trabalho utilizou de métodos teóricos e analíticos, tais como efeito de superfície de sustentação, efeito da
relação de aspecto, inclinação da curva (C L), arraste induzido, enflechamento, conicidade, torção, teoria
da mecânica dos fluidos, entre outros, a fim de comparar com os resultados experimentais dos elementos
da aeronave para o desenvolvimento da asa, trem de pouso e analise de desempenho do motor e da hélice
a fim de atender as exigências do regulamento da Competição SAE Brasil, que visa proporcionar aos
alunos habilidades técnicas necessárias a futura formação profissional do engenheiro.
Palavras-chave: aeromodelo, asa, trem de pouso.
APLICAÇÕES E TECNOLOGIAS UTILIZADAS NOS MATERIAIS AVANÇADOS
Leandro Rafael Bastos de Moraes, 2Flávia Pantoja Maia, 3Robson Junior Soares Repolho, 4Jessé Padilha
1
Grupo PET do Curso de Engenharia Mecânica do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do
Pará - UFPA – [email protected]
2
Curso de Engenharia Mecânica do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do
3
Curso de Engenharia Mecânica do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do
Pará - UFPA - [email protected]
4
Professor do Curso de Engenharia Mecânica do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do
1
Como seria a humanidade se não existisse todo esse aparato tecnológico que nos rodeia? Como seria
possível explorar o universo ou ir para as profundezas dos oceanos sem antes fazer várias pesquisas para
descobrir o que utiliza? Com certeza seria muito difícil ou até mesmo impossível. Essa necessidade do
moderno, do inovador move o homem, dia após dia fazendo com que ele projete ou aperfeiçoe alguma
idéia. Os materiais são um exemplo evidente disso. Mas não são quaisquer materiais, são materiais ditos
avançados porque para suas criações foram utilizados grandes quantidades de tecnologia. Um exemplo é
uma impressão, sem a utilização de tintas, que cria cores encontradas na natureza. Os responsáveis por
essa descoberta, a equipe do professor Sunghoon Kwon da Universidade Nacional de Seul, na Coréia do
Sul, afirmam que essa impressão é feita de compostos formados por três ingredientes: nanopartículas
magnéticas, uma resina e um solvente. Outro exemplo, agora de grande contribuição para a medicina, foi
a descoberta feita por uma equipe de cientistas, australianos e coreanos, comandada pelos professores
Geoffrey M. Spinks e Seon Jeong Kim. Eles criaram um novo material esponjoso, altamente poroso, cujas
propriedades mecânicas assemelham-se muito com a suavidade dos tecidos biológicos. O novo tecido é
formado por uma rede forte de fitas de DNA e de nanotubos de carbono, e terá sua utilização em cirurgias
plásticas, pessoas que sofreram queimaduras entre outras. Tendo em vista esses exemplos, esse trabalho
tem o objetivo de expor algumas aplicações e as tecnologias utilizadas para o desenvolvimento desses
materiais avançados.
Palavras-Chave: Materiais Avançados, Tecnologias, Aplicações.
CRESCIMENTO DE PLÂNTULAS DE MILHO (Zea mays) SOB EFEITO DE COMPOSTO
ORGÂNICO CONTENDO CÉDULAS DE REAIS TRITURADAS E DESCARTADAS DO
MERCADO
1
Giselle Nerino Brito de Souza, 2Carlos Augusto Cordeiro Costa, 3Suelen Cristina Nunes Alves,
4
Érika Kzan da Silva.
1
UFRA – [email protected]
2
UFRA– [email protected]
3
4
A utilização de cédulas de Real como componente de adubo orgânico justifica-se por apresentar
material composto de celulose, uma das fontes de matéria orgânica, portanto, material passivo de
29
decomposição. Essa reciclagem possui caráter sócio-ambiental, pois aproximadamente 11 toneladas de
cédulas são descartadas e trituradas mensalmente pela agência do Banco Central do Brasil em Belém - PA
sem destino apropriado, sendo depositadas no ambiente. Assim, o objetivo deste trabalho foi verificar a
influência da utilização de cédulas como componente de composto orgânico, através do crescimento de
plantas de milho (Zea mays). Foi realizado bioensaio, com 4 tratamentos contendo substratos diferentes e
10 repetições cada. Os tratamentos consistiram em depositar superficialmente ou incorporado a um
composto constituído de cédulas de Real trituradas em diferentes concentrações (0%, 10% e 20%) + 4,5
ml de água destilada em copos descartáveis de 180 mL contendo areia como material inerte. Três
sementes de milho foram depositadas superficialmente sobre o substrato. No primeiro tratamento, não foi
colocado composto orgânico (testemunha). No segundo, o composto continha 0% de cédulas. No terceiro,
com 10 % e no tratamento seguinte 20 % de cédulas de Real respectivamente. A quantidade depositada de
composto foi diferenciada de acordo com a capacidade de retenção de água testada previamente nos
tratamentos, a qual foi mantida com adição de água até a coleta dos dados finais. O comprimento das
plântulas foram medidas com régua após 7 dias do período de germinação. O delineamento utilizado para
interpretação dos dados foi o inteiramente casualizado e teste de Tukey a 5% de probabilidade para
comparação entre médias. Pelos resultados, observou-se que as plantas obtiveram melhor crescimento
quando submetidas a composto contendo cédulas, sendo significativa a variação entre os materiais. Como
resultado o efeito do composto orgânico foi satisfatório, pois obteve uma aceleração no seu crescimento
nos tratamentos contendo o material. O composto produzido contendo cédulas de Real contribui para a
manutenção da preservação ambiental, uma vez que tem como base o reaproveitamento de materiais,
além disso, ajudará o produtor oferecendo-lhe material alternativo e mais em conta. (financiador [Banco
Central])
Palavras-Chave: cédulas de real trituradas e descartadas, bioensaio, Belém-PA.
PRINCÍPIOS E TECNOLOGIAS DE GASIFICAÇÃO DE BIOMASSA
1
Jaime Martins O. Júnior, 2Manoel Fernandes Martins Nogueira
1
2
Prof. PhD. da Universidade Federal do Pará – [email protected]
Devido às necessidades energéticas e a preocupação com o aquecimento global, diversos combustíveis
alternativos como biodiesel, bioetanol, biogás e outros tem sido desenvolvidos e estudados para evitar a
dependência dos combustíveis derivados do petróleo. Existem motivações de ordem ambiental e
energética para que combustíveis renováveis sejam cada vez mais utilizados. O uso de biomassa é um
bom exemplo na geração de energia alternativa, as duas técnicas mais difundidas de transformação de
biomassa em energia elétrica ou térmica são a combustão e a gasificação. A incineração e a gasificação
são as maneiras mais utilizadas para reduzir os efeitos nocivos dos resíduos de madeira (serragem,
maravalha, lascas etc.) no meio ambiente. Esses processos promovem a destruição dos resíduos
descaracterizando-os e transformando-os em cinzas, reduz o volume de resíduos e por fim gera energia
durante esses processos. O grande interesse na gasificação se dá pela conversão da biomassa sólida em
gás e por admitir material combustível com até 20% de umidade. O poder calorífico do gás produzido
pela gasificação fica em torno de 4 a 6 MJ/Nm3, isto possibilita a aplicação em motores de combustão
interna, turbinas a gás, fogões domésticos, ou seja, maquinas que não foram projetadas pra trabalhar com
combustíveis sólidos. Esse estudo aborda a gasificação de biomassa desde o seu processo físico- químico
e às diversas tecnologias empregadas na gasificação, exemplificando os gasificadores do tipo Updraft,
Downdrat e Crossdraft, seus respectivos sistemas de limpeza e por fim a aplicação deles na indústria.
Palavras chave: Gasificação, biomassa, energia.
ANÁLISE COMPARATIVA DOS TRATAMENTOS TÉRMICOS DE RECOZIMENTO E
TÊMPERA REALIZADOS NO AÇO CA-25
1
Alan Rabelo de Souza Moura, 2Diogo José Rocha de Castro, 3Everton Augusto Maciel Mendonca,
4
Leo Daiki Shinomiya,5Emmanuelle Sá Freitas Feitosa
1
UFPA – Faculdade de Engenharia Mecânica – [email protected]
2
3
4
5
UFPA – Faculdade de Engenharia Mecânica (orientadora) – [email protected]
30
As propriedades dos aços dependem, em princípio, da sua estrutura, as quais podem ser modificadas
através dos tratamentos térmicos. Tratamento térmico é o conjunto de operações de aquecimento a que
são submetidas os aços, sob condições controladas de temperatura, tempo, atmosfera e velocidade de
resfriamento, com o objetivo de alterar suas propriedades ou conferir-lhes determinadas características
(CHIAVERINI, 2002). Dentre os tratamentos térmicos podemos citar normalização, recozimento e
têmpera. A normalização é usada como tratamento preliminar que tem a finalidade de produzir uma
estrutura mais uniforme. O recozimento é um tratamento realizado com o objetivo de diminuir a dureza,
alterar as propriedades mecânicas como resistência, ductilidades, etc. A têmpera tem por finalidade o
aumento de dureza do aço e da sua resistência a tração, assim como redução da ductilidade e da
tenacidade. Este trabalho tem por objetivo realizar uma análise comparativa entre os dois tratamentos
térmicos citados. Foi realizado no Laboratório de Engenharia Mecânica (LABEM) um experimento que
consistiu em dividir um vergalhão de aço CA-25 em duas amostras, as quais passaram por um processo
de normalização no qual as amostras são mergulhadas em areia e levadas ao forno, onde são submetidas à
temperatura de 850°C por um período de 24 minutos, posteriormente são retiradas e resfriadas ao ar
tranquilo. Em seguida uma amostra passa pelo tratamento térmico de recozimento o qual se procedeu de
maneira semelhante à normalização exceto pelo resfriamento que o corre no próprio forno a uma
velocidade muito lenta. Já a outra amostra sofreu o tratamento térmico de têmpera, a qual também passa
por processo semelhante ao de recozimento e a diferença também reside no resfriamento que ocorreu em
um tanque de água onde a taxa de resfriamento é muito alta. Finalizados estes processos as amostras de
aço são submetidas ao ensaio de dureza, em que as amostras são penetradas por um penetrador de
diamante de uma maquina de ensaio de dureza Rockwel e, também são submetidas ao ensaio
metalográfico, onde as amostras são lixadas por diversas lixas com diversas granulometrias em uma
maquina politriz, são atacadas por um reagente químico, o nital, e em seguida são levadas a um
microscópio óptico para a observação e registro das suas microestruturas. Enfim, em posse destes dados
foi possível realizar uma análise comparativa entre as propriedades mecânicas e microestruturais de duas
amostras de aço CA-25 uma submetida ao tratamento térmico de recozimento e outra de têmpera.
Palavras-Chave: Tratamento térmico, Metalografia, Ensaio de dureza.
ANÁLISE COMPARATIVA SOBRE A REUTILIZAÇÃO DE AREIA DE MOLDAGEM EM
MATERIAIS PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL.
1
Tércio Heitor de Sousa Moreira, 2Grimário Soares Filho, 3Felipe Linhares Nascimento, 4Thiago Augusto
de Sousa Moreira, 5Antonio Luciano Seabra Moreira
1
Pará – UFPA – [email protected]
2
Curso de Engenharia Mecânica do Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará – UFPA –
[email protected] mailto:[email protected]
3
4
Curso de Engenharia de Materiais do Instituto Federal do Pará – IFPA – [email protected]
5
Hoje em dia, com o agravamento da poluição ambiental e com a preocupação das empresas em promover
a diminuição dos resíduos provenientes dos processos industriais, houve um considerável aumento no
interesse pelo desenvolvimento de estudos voltados ao reaproveitamento de tais resíduos. Entre estes,
destacam-se aqueles relacionados à areia de moldagem, que compreende o maior volume como resíduo
descartado na moderna indústria de produtos fundidos e que pode, por meio de processos tecnológicos,
ser reaproveitada na condição de elemento substitutivo de outros materiais na composição de um produto.
A indústria da construção civil é indicada como o principal setor para realização de tais pesquisas de
reaproveitamento da areia de moldagem e também para a aplicação de produtos contendo como
componente este resíduo. A reutilização de resíduos do processo de fundição também possui motivação
econômica baseada na redução de custos para a produção de materiais para a construção civil. Com base
no exposto, o principal objetivo deste trabalho é desenvolver uma análise comparativa sobre os modelos
de reutilização dos resíduos oriundos do processo de fundição utilizados atualmente em alguns segmentos
da indústria permitindo, dessa maneira, resultados relacionados tanto ao ponto de vista ambiental quanto
ao ponto de vista tecnológico dos materiais e componentes da construção civil que utilizam em sua
composição a areia de moldagem.
31
Palavras-Chave: Areia de moldagem, Fundição, Reutilização.
CÁLCULOS AERODINÂMICOS DE ASA PARA AVIÃO PARTICIPANTE DA COMPETIÇÃO
SAE BRASIL AERODESIGN
1
Marcos Willian Leal do Nascimento , 2Thiago Valente da Costa, 3Prof. Dr. Roberto Tetsuo Fujiyama
1
2
3
A SAE Brasil vem realizando ao longo dos últimos 10 anos o Projeto Aerodesign, que congrega alunos de
faculdades públicas e privadas do Brasil e de outros países. A competição, que vem sendo realizada em
São José dos Campos – SP tem como objetivos propiciar a difusão e o intercâmbio de técnicas e o
conhecimento de engenharia aeronáutica entre estudantes e futuros profissionais deste importante
segmento da mobilidade, através de aplicações práticas e da competição entre equipes. A equipe
participante tem como missão: projetar, documentar, construir e fazer voar um aeromodelo rádio
controlado visando carregar a maior carga possível. Para isso existem certas restrições impostas no
regulamento que torna o desafio ainda mais interessante. Essas restrições impelem os estudantes a
procurarem alternativas viáveis do ponto de vista projetivo e econômico. A asa constitui a parte mais
importante do avião, por ser ela a responsável por gerar as forças que irão elevar o avião do solo. Um
elemento determinante da asa é o aerofólio, por produzir as diferenças de pressão entre as faces da asa,
resultando em uma força de direção vertical no sentido ascendente. Sendo necessária a obtenção de
transporte de carga, a equipe procurou utilizar um perfil de asa que apresentasse alta sustentação à baixa
velocidade. Foram analisados quatro perfis diferentes, para que, por meio de comparação de resultados,
pudéssemos concluir qual o mais indicado para o projeto. Analisamos o comportamento aerodinâmico
dos seguintes perfis: Selig 1223, o Eppler 423, o Wortmann FX 74-CL5-140 / Adln e Wortmann FX 72
MS 150. Os perfis que obtiveram maior desempenho foram o Selig 1223 e o Eppler 423. A asa terá
0,9375 m², sendo a relação de aspecto (AR) definida em aproximadamente 6,7 e a conicidade 1,3.
Sustentação é a força responsável pelo vôo, representa a componente vertical da força aerodinâmica
resultante sobre a asa ou aerofólio. Tem origem devido a diferença de pressão entre o intradorso (região
inferior da asa) e o extradorso (região superior). De posse da equação da força de sustentação concluímos
que o valor máximo será de 180 N. O arrasto é a força contrária a sustentação, definitivamente
indesejável para o projeto. Seu valor, segundo equação, é de 3,8 N.
Palavras-Chave: Força de sustentação, aerofólio.
ESTUDO DE POZOLANICIDADE DO RESÍDUO DE CAULIM, NA FORMA DE
METACAULIM DE ALTA REATIVIDADE PARA FINS DE ADIÇÃO POZOLANA AO
CONCRETO
1
Denilson Costa da Silva, 2Elierson José Costa, 3Paulo Sergio Lima Souza, 4Michelle Azulay Ramos
1
Graduando em Engenharia Civil, Universidade Federal do Pará – [email protected]
2
3
Professor Doutor, Faculdade em Engenharia Civil, Universidade Federal do Pará – [email protected]
4
Nas últimas décadas houve grande desenvolvimento na tecnologia do concreto devido, especialmente, à
evolução das técnicas e equipamentos para estudo dos concretos e ao uso de novos materiais
componentes. Esses novos materiais, dentre os quais se destacam os aditivos redutores de água e as
adições minerais pozolânicas, possibilitaram melhorias significativas relacionadas à resistência mecânica
e a durabilidade do concreto. O presente trabalho tem como objetivo principal estudar a existência da
atividade pozolânica no resíduo do caulim , na forma de metacaulim de alta reatividade, para fins de
adição pozolana para o concreto, possibilitando. Além das possíveis vantagens técnicas, tem-se ainda o
caráter ecológico do uso de um rejeito que tem proporcionado uma grande agressão ao meio ambiente.
Num primeiro momento efetuou-se o processo de caracterização química e mineralógica do resíduo. Após
esta caracterização, realizou-se a calcinação e a moagem, tendo nestes processos o objetivo principal de
proporcionar ao material uma alta reatividade. Para determinação da atividade pozolânica, realizou-se os
ensaios de difração de raio-x tanto no material obtido pela moagem , quanto no material in natura, sendo
que este último para fins comparativos. Os resultados evidenciaram um bom desempenho do rejeito
32
industrial, como pozolana de alta reatividade. Concluiu-se o trabalho com algumas considerações a cerca
da pesquisa realizada.
Palavras-Chave: Metacaulim de alta reatividade, Resíduo industrial, Atividade pozolânica.
PROPRIEDADES MECÂNICAS E APLICAÇÕES DE MATERIAIS NANOCRISTALINOS
1
Adriano Câmara Mendonça, 2Alan Tihiro Dias Nakashima, 3Iramar da Silva Tertuliano, 4Antonio
Luciano Seabra Moreira
1
Pará – UFPA - [email protected]
2
Pará – UFPA - [email protected]
3
4
Os materiais metálicos são formados geralmente por estruturas constituídas de grãos de diversas
dimensões, formas e direções aleatórias. Ao longo do século XX, inúmeros estudos foram propostos com
o objetivo de relacionar a macroestrutura e a microestrutura dos mesmos com suas propriedades
mecânicas. Resultados de tais estudos concluíram que o tamanho do grão influencia diretamente nas
propriedades mecânicas do material como, por exemplo, resistência à tração, ductilidade, dureza,
tenacidade, etc. Materiais metálicos com tamanho de grão médio inferior a 100 nm, a partir do qual as
propriedades inerentes ao contorno de grão começam a predominar, são denominados nanocristalinos.
Sólidos deste tipo diferem quanto à estrutura e propriedades dos materiais cristalinos convencionais, pois
as regiões do contorno de grão passam a apresentar condições especiais devido os átomos localizados nas
mesmas estarem submetidos a campos potenciais periódicos dos grãos adjacentes ao contorno. Assim, foi
constatado que a redução do diâmetro médio do grão proporciona um significativo aumento da tensão de
escoamento e da resistência ao desgaste do material. No entanto, a ductilidade nos metais é muito baixa
para grãos de tamanho inferior a 25 nm, o que dificulta sua maior aplicabilidade. Isto é explicado por
mudanças nos mecanismos de deformação, uma vez que no regime convencional, uma diminuição do
tamanho do grão corresponde a um aumento na ductilidade. Trabalhos no sentido de contornar este
problema tem sido desenvolvidos, como a mistura de cristais nanométricos com micrométricos
convencionais. Por outro lado, a resposta de metais nanocristalinos a cargas cíclicas é superior a de seus
correspondentes convencionais, principalmente em virtude do aumento na tensão de escoamento. Com
base nessas propriedades, os materiais nanocristalinos tem encontrado grande aplicabilidade em diversos
setores da indústria avançada como, por exemplo, a automobilística, a naval e a de instrumentos de
perfuração. Considerando o exposto, o principal objetivo deste trabalho é apresentar um estudo capaz de
demonstrar a importância e a aplicação prática desses novos materiais em diversos campos da indústria de
materiais avançados.
Palavras-Chave: Materiais Nanocristalinos, Propriedades Mecânicas, Aplicações.
A LOGÍSTICA DE ESCOAMENTO DO AÇAÍ: UM ESTUDO DE CASO EM IGARAPÉ-MIRI
(PA)
1
Ivo Almeida Costa, 2´Prof. Drª. Ana Maria G. Seráfico Pinheiro, 3Andréa Girlene T. Barreto
1
2
3
O estado do Pará é o maior produtor de açaí do mundo. O escoamento dessa produção, até os principais
pontos de beneficiamento da fruta, é feita através dos modais hidroviário e rodoviário. O ponto de partida
dessa logística é o produtor ribeirinho, que passa sua produção pelos pequenos portos dos municípios do
Baixo Tocantins, a partir destes pontos, o produto é transportado pelo modal rodoviário para as
agroindústrias, localizadas, principalmente, na região do nordeste paraense. O tempo perecível do fruto é
cerca de 48 horas, quanto menor for o tempo entre a coleta o seu processamento melhor será a qualidade
da polpa. O foco da logística é reduzir o tempo de permanência do açaí nos locais de transbordo,
ocasionando quase que um sincronismo entre a chegada dos caminhões e dos barcos, e melhorar as
33
condições de infra-estrutura nos pontos de comercialização, para conter a perda na qualidade da polpa.
Diante disso, o propósito deste trabalho é analisar a influência da infra-estrutura de transporte, na logística
de escoamento do açaí, oriundo do município de Igarapé-Miri. O estudo envolve o escoamento a partir
dos principais pontos de produção deste fruto, através do modal hidroviário. Para tal análise, foram
pesquisadas rotas de escoamento do açaí, na região das ilhas, no município de Igarapé-Miri. Nessas rotas,
foram analisados: a extensão das mesmas até os principais pontos de comercialização; o número de
pontos de coleta; o tempo de parada para o carregamento das rasas de açaí; o tempo de percurso; os tipos
de embarcação; a velocidade operacional da embarcação e o processo de descarregamento do açaí, nos
principais pontos de comercialização. Foram aplicados modelos de transporte, baseados na programação
linear, através dos quais se fez a simulação de custos de transporte para situações distintas, considerandose alternativas de infra-estrutura de transporte (construção de atracadouros ao longo das rotas, melhorias
na embarcação e melhorias portuárias nos pontos de comercialização. A eficiência logística de transporte
gera acréscimos nos tempos de carga e descarga de produtos, elevando os custos de transporte. Uma
análise comparativa foi realizada, considerando-se as condições portuárias dos pontos de comercialização,
em melhor estado, do município vizinho, também produtor de açaí, no caso, Abaetetuba. Tomou-se como
base o porto de Abaetetuba, pois possui baia para o transbordo e estacionamento dos caminhões que
transportam o açaí para os pontos de beneficiamento. A ampliação da infra-estrutura portuária
beneficiaria não somente o escoamento de açaí, mas também outros produtos que passam pelo local para
o abastecimento da cidade.
Palavras-Chave: Logística de transporte, infra-estrutura de transporte, açaí.
CICLO DE PALESTRAS E VÍDEOS: DESENVOLVIMENTO RURAL E GERAÇÃO DE
CAPITAL SOCIAL.
1
Giselle Nerino Brito de Souza, 2Carlos Augusto Cordeiro Costa, 3Râmison Flávio Carneiro e Souza,
4
Eduardo Cardoso Rodrigues, 5Rafael Sales Ohashi,
1
2
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4
5
Á doze anos, o Grupo PET do Curso de Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia realiza o
Ciclo de Palestras e Vídeos, uma atividade que visa a integração da comunidade acadêmica e maior
oportunidade de aprendizado para todos os envolvidos no evento, ou seja, organização e ouvintes. Em
2009, o evento, que teve como tema central ―Desenvolvimento rural e geração de capital social‖, foi
realizado no município de Paragominas, a 322 km de Belém atingindo um publico de 60 pessoas. O
evento ocorreu no período de 18 a 20 de setembro de 2009, a programação contava com as palestras:
Introdução à ecologia do desenvolvimento, agricultura biodinâmica, planejamento e desenvolvimento
rural, associativismo e cooperativismo rural, tecnologia social e extensão rural e seus desafios. Quanto às
oficinas, foram oferecidas a de meliponicultura, compostagem e plantas medicinais. Os minicursos foram:
técnicas de GPS, planejamento e organização rural e compactação do solo. E os videos apresentados
foram: agricultura sustentável e defensivos agrícolas. Juntamente com o PET Agronomia, participaram da
organização o DCE, CEAGRO, e o Grupo Agroecológico da UFRA, o IARA. Para a organização foram
feitas reuniões com todos os grupos para discutir a programação, deslocamento, horários e prévias para as
apresentações de palestras. Como resultados, obtivemos a satisfação de ter atingido o publico máximo, de
presença garantida durante o evento, experiência para dividir tarefas e ainda, interagir com a comunidade
acadêmica da UFRA- Belém e Paragominas.
Palavras-Chave: Ciclo de Palestras e Vídeos, Paragominas, PET Agronomia/UFRA.
POTENCIALIDADES AGRICOLAS DO MUNICÍPIO DE TOMÉ-AÇU:
SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAFs)
1
FONSECA, Felipe Tameirão, 2 COSTA, Carlos Cordeiro, 3AGUIAR, Rodrigo Oliveira, 4RODRIGUES,
Eduardo Cardoso,5 RAIOL, Laudecir Lemos
1
2
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34
4
5
O município de Tomé-Açu localiza-se na mesorregião nordeste do Pará. A sua colonização efetiva, deuse a partir da segunda guerra mundial, com a chegada de colonos e agricultores japoneses que se
estabeleceram na região com o intuito de desenvolver a agricultura e as potencialidades desse município.
O Objetivo deste trabalho foi visualizar, na prática, as potencialidades agrícolas deste município, onde se
pode observar sistemas produtivos, que buscam o equilíbrio entre o aumento de produtividade e lucro,
bem como o respeito as condições ambientais e sociais envolvidas nessa atividade. Uma das formas de
aplicação destes sistemas produtivos, consiste nos sistema agroflorestais (formas de uso e manejo dos
recursos naturais nos quais espécies perenes de porte arbóreo são utilizadas em associação com cultivos
agrícolas e/ou animais, em uma mesma área, durante um mesmo período ou em uma seqüência temporal,
SEGUNDO ALTIERI ,2002). Para a realização deste trabalho contamos com o apoio da Universidade
Federal Rural da Amazônia (UFRA), no que diz respeito a alimentação e transporte. A visita a
propriedade com o plantio de SAFs, foi feita e articulada em parceria com o proprietário desta, o
secretário de agricultura de Tomé-Açu (PA) Srº. Michinori Konagano produtor e diretor da Cooperativa
Agrícola Mista de Tomé Açu (C.A.M.T.A) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(EMBRAPA) através da representação e apoio do pesquisador Drº Osvaldo Ryohei Kato. Durante a visita
na propriedade com 850 ha de área, sendo180 ha sobre o manejo de SAFs. Observou-se o consorcio de
diversas espécies florestais e agrícolas como, por exemplo: açaí (Euterpe oleracea), castanheira
(Bertholletia excelsa Kunth), cacau (Theobroma cacao L.), pimenta do reino (Piper nigrum) entre outros.
Com a utilização deste tipo de sistema produtivo obtêm-se, diversos benefícios ao ecossistema produtivo,
uma vez que a cobertura e os resíduos vegetais das espécies florestais que caem no solo, permitem a
conservação, ciclagem de nutrientes e o uso sustentável deste recurso. O aumento da biodiversidade
botânica também acarreta na diminuição da incidência de pragas e doenças. Além dos objetivos de
utilização sustentável dos recursos, pode-se observar uma preocupação com o desenvolvimento e a
melhoria das condições sociais de vida dos trabalhadores e funcionários desta propriedade. Diante destes
resultados conclui-se que esta visita foi de extrema importância para o enriquecimento e a construção de
um conhecimento complementar para a formação dos futuros profissionais das ciências agrárias
capacitados para atuar no mercado de trabalho.
Palavras Chave: Sistemas Agroflorestais (SAFs); Ciências Agrárias; Tomé-Açu.
SISTEMA DIDÁTICO PARA ENSINO/APRENDIZADO DE TECNOLOGIAS APLICADAS À
MONITORAÇÃO REMOTA DE VARIÁVEIS AMBIENTAIS
1
Bruno Igor Dias Sousa, 2Michelle France Rodrigues da Costa, 3Elionilce Chaves Maia, 4Jéssica Corrêa
Santos, 5Orlando Fonseca Silva
1
Aluno de graduação do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Pará [email protected]
2
Aluna de graduação do curso de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Pará [email protected]
3
4
5
Professor Dr. Tutor do Grupo PET Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Pará [email protected]
A monitoração de variáveis ambientais de um determinado sistema é uma atividade fundamental para
avaliação do estado atual do mesmo bem como a ingerência sobre sua
dinâmica a partir de registros temporais. Neste trabalho descreve-se um sistema didático para
monitoração da qualidade de água que a princípio poderá, por exemplo, ser utilizada em lagos artificiais
de hidrelétricas e de criação de peixes, além de outros. O principal objetivo do sistema em
desenvolvimento é facilitar o ensino aprendizado de alunos de graduação no que diz respeito ao uso de
diferentes tecnologias, projetos de hardware ou software, voltados para a monitoração remota. O sistema
consiste em uma sonda multiparâmetros que mede a qualidade da água, de um computador pessoal para
aquisição dos dados por comunicação serial e banco de dados para registro das informações e
disponibilização via internet. Em sua versão final foi utilizado o software LabVIEW para aquisição dos
dados e interface local com o usuário. Esta aquisição dos dados é feita por uma sonda multiparâmetros
35
que é conectada a um módulo transmissor de rádio que envia as informações para um módulo receptor de
rádio. Este receptor é conectado a um computador que recebe os dados no modo de fluxo de texto ASCII
via interface de comunicação serial RS-232. Esses dados são obtidos basicamente através de três
softwares RcomSerial, utilizado para testar a comunicação serial, MATLAB, utilizado para analisar a
forma e o tamanho com que os caracteres são recebidos, e, por fim, um software (Virtual Instrument - VI)
desenvolvido na linguagem de programação gráfica LabVIEW, para que os dados possam ser mostrados
através de uma interface mais ―amigável‖. A visualização das amostras é dada linha a linha contendo
informações como data, hora, temperatura, Condutividade, Oxigênio Dissolvido (OD) e Ph constando ao
todo de oito informações relacionadas às condições em que a água se encontra. A comunicação entre o
microcomputador, os módulos transmissor-receptor de rádio e a sonda multiparâmetros mostrou-se
eficiente na coleta de dados sobre a qualidade da água. Os resultados obtidos abrem possibilidades ao
estudo e implantação de outras tecnologias, sejam elas softwares e/ou hardwares – outros sensores e
meios de comunicação –, tanto para recepção como para a transmissão de dados, podendo ser repassado
aos discentes da graduação, contemplando os objetivos desse projeto.
Palavras-chave: Monitoração remota, Qualidade da água, Tecnologias.
UTILIZAÇÃO DE AGREGADOS DO ESTADO DO PARÁ PARA CONFECÇÃO DE
CONCRETO DE ALTO DESEMPENHO
1
Michelle Azulay Ramos, 2Alcebíades Negrão Macêdo, 3Dion Espírito Santo da Cunha, 4Wallacy Bruno
de Melo Palheta,5Oniwendel Felipe de Morais Pereira
1
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3
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5
Os avanços tecnológicos na área da Engenharia Civil não ficam por conta apenas da utilização de novos
equipamentos e processos construtivos. Este avanço pode ser percebido também no uso de novos
materiais e na melhoria das qualidades de materiais existentes. Assim, concretos com resistência à
compressão axial simples em torno de 100 MPa (1000 Kgf/cm²), podem hoje ser obtidos e utilizados em
obras comuns, com uma série de vantagens em relação aos concretos normais, dentre as quais a maior
durabilidade. Assim o objetivo deste trabalho é utilizar agregados provenientes de jazidas do Estado do
Pará para a produção de concreto de alto desempenho (CAD). Inicialmente calculou-se o traço do
concreto utilizando o método de dosagem de Mehta & Aitcin que é recomendado para resistências entre
60 e 120 MPa e a relação água/cimento (a/c) ficou estabelecida em 0,19. Em seguida foram realizados
ensaios de caracterização física nos agregados graúdos e miúdos de acordo com as normas da ABNT.
Para a confecção do CAD foram utilizados os seguintes materiais: cimento CP V - ARI, aditivo
superplastificante, sílica ativa e agregados graúdos e miúdos. Após a concretagem foram moldados 9
corpos-de-prova com dimensão de 0,10 m x 0,20 m, que foram colocados na câmara úmida para o
período de cura, e depois ensaiados aos 3, 7 e 28 dias. Os ensaios realizados foram de compressão axial
simples, na prensa Amsler do Laboratório de Engenharia Civil da UFPA, com capacidade para 200 tf. O
valor médio de resistência dos corpos-de-prova ficou em torno de 103 MPa, o que mostrou que os
agregados do Estado do Pará tem propriedades eficazes para a confecção do CAD.
Palavras-Chave: Agregados, Concreto de alto desempenho, Resistência.
1
MODO DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO E ÍNDICES OPERACIONAIS
Jennefer Lavor Bentes, 2 Profa Dra. Maisa Sales Gama Tobias, 3Caio Felipe Laurindo, 4Joaquim Augusto
Silva,5Raissa Xavier Serique, 6Ricardo Mendonça de Moraes
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6
Universidade Federal do Pará - [email protected]
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Esse trabalho vem a descrever de forma sucinta a análise realizada de dados públicos registrados no órgão
federal – Agencia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) - regulador das malhas ferroviárias
brasileiras. A partir de conceitos teóricos de transportes e dos dados obtidos desse órgão, é feito um
comparativo de diversos fatores relacionados com a operação das malhas ferroviárias nacionais. Foram
observados índices relacionados a investimento, produção de transporte, carga transportada, transporte de
passageiros, segurança, mão-de-obra, frota e transporte destinado ao turismo, e identificados os principais
fatores que influenciam na escolha do modo de transporte. Entre os principais fatores identificados,
explana-se a necessidade de dispositivos de unitização de carga, problemas tecnológicos de controle do
veículo nas vias, grau de utilização de mão-de-obra, restrições de capacidade das vias e tipo, conveniência
e demanda pelo serviço. Baseando-se nas comparações e nos índices obtidos, são identificadas as
principais vantagens e desvantagens do modo ferroviário atual e as razões pelas quais a matriz de
transporte brasileira atualmente ser tão acentuadamente marcada pelo modo de transporte rodoviário.
Estes mesmos índices também são relacionados como indicadores do grau de desenvolvimento
econômico de regiões nacionais, as quais ocorriam a presença de ferrovias, de acordo com a densidade e a
qualidade das redes.
Palavras-Chave: Engenharia de transportes, Transportes Terrestres, Ferrovias.
CIÊNCIAS DA SAÚDE
ÓBITOS POR DOENÇAS ISQUÊMICAS DO CORAÇÃO EM INDIVÍDUOS DE 30 A 79 ANOS,
NAS REGIÕES NORTE E NORDESTE.
1
Elen Fabrícia Brito Tuma, 2Juliana Matos Pessoa, 3Denise Cristina
dos Santos, 4Poliana Sampaio Oliveira, 5Nonata Trévia
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Profa. Nonata Lúcia Trévia da Silva da Universidade de Oxford – Inglaterra - [email protected]
Sabe-se que as doenças cardíacas são grandes causadoras de morbimortalidade no Brasil. É um grupo de
doenças de alta prevalência em todo o mundo, crescente nos países em desenvolvimento. Muitos fatores
de risco tem sido associados com a ocorrência dessas doenças como: tabagismo, sedentarismo,
hipertensão arterial sistêmica, hipertrigliceridemia etc. O objetivo do presente trabalho é verificar a
ocorrência de óbitos por doenças isquêmicas do coração nas regiões Norte e Nordeste, correlacionando
com o gênero e faixa etária, no período de 2000 a 2006. Foi realizado um estudo descritivo e
retrospectivo utilizando-se como base de dados o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do
DATASUS, ressaltando-se dados epidemiológicos. Juntamente a isso, foi pesquisada literatura acerca do
tema nas bibliotecas virtuais Bireme, Lilacs e Scielo além de livros, revistas e artigos científicos, com
textos em português e inglês. O período de abrangência vai dos anos de 2000 a 2006. Foram obtidos os
seguintes resultados: entre o período de 2000 a 2006 foram verificados 124.204 óbitos nessas regiões,
desses 71.073 (57,22%) foram em homens e 53.131 (42,78%), em mulheres. No gênero masculino a faixa
etária mais acometida em todo o período estudado foi entre 70 e 79 anos; já nas mulheres essa mesma
faixa etária foi a mais acometida só nos anos 2000 a 2003. Conclui-se que as doenças isquêmicas do
coração são um grupo de alta mortalidade em todo o Brasil. O presente estudo pôde destacar que as
principais vítimas desse grupo de doenças são os homens, devido possivelmente ao maior número de
fatores de risco agregado a eles, como tabagismo, sedentarismo e hipertensão arterial sistêmica. Vale
destacar também que o número de óbitos vem aumentando tanto em homens quanto em mulheres, isso
ressalta que os fatores de risco estão adquirindo grande importância no aumento do número de óbitos no
país.
Palavras-chave: doenças isquêmicas, Norte, Nordeste.
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CIÊNCIAS AGRÁRIAS
AGRICULTURA URBANA COMO FERRAMENTA PARA MELHOR QUALIDADE DE VIDA
À POPULAÇÃO
1
Eduardo Cardoso Rodrigues, 2Carlos Augusto Cordeiro Costa , 3Giselle Nerino Brito de Souza, 4Rafael
Sales Ohashi,5Râmison Flávio Carneiro e Souza
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A colônia do Curuçambá surgiu na década de 1920, pela necessidade de abastecer com lenha as caldeiras
da empresa de energia ―Pará Elétrica‖. Posteriormente, com a substituição desse combustível por óleo
diesel, as famílias remanescentes passaram a desenvolver atividades agrícolas de subsistência nas áreas
desmatadas, pagando o dízimo pelo uso das terras. Em 1979, chegaram os primeiros produtores de
hortaliças, constituídos por 16 famílias, expulsas de áreas próximas recém ocupadas por conjuntos
habitacionais. Nas ultimas décadas vem sofrendo processo intensivo de urbanização, reduzindo
progressivamente a área cultivada, sendo que a maioria das famílias não possui o titulo da terra e são
consideradas ocupantes. Para a realização da vivencia em tal bairro, foram escolhidas duas famílias, todas
provenientes de outras cidades e residente neste lugar desde 1993 pelo mesmo motivo, para melhores
condições de deslocamento de suas produções. O trabalho rural constitui na produção de hortaliças:
cebolinha (Anthriscus cerefolium), alface (Lactuca sativa), jambú (Spilanthes acmella L.) entre outros.
Outras atividades são realizadas com a cultura do açaí (Euterpe oleracea) e com plantas medicinais como
a babosa (Aloe vera L), mastruz (Chenopodium ambrosioides), camomila (Matricaria chamomilla L)
entre outras. Vivenciar a atividade rural de famílias rurais do entorno de Belém, teve como objetivo
principal conhecer a realidade desses produtores no que diz respeito às suas instalações, condições sócioculturais bem como sua produtividade. No período de uma semana, 12 alunos do Programa de Educação
Tutorial do Curso de Agronomia/UFRA, puderam conhecer a rotina de famílias rurais do Bairro do
Curuçambá, pesquisando e assimilando técnicas e vivenciando a importância deste tipo de agricultura,
que antes era considerada exclusivamente rural, passando a ser importante no meio urbano, surgindo
como uma atividade fornecedora de produtos frescos, fonte de emprego, renda, etc. Muitos são os
benefícios da agricultura urbana como a produção de nutrientes para a comunidade e diminuição das
distâncias entre produtor e consumidor, gerando assim renda ao produtor e opções de escolha ao
consumidor. Conclui-se que normalmente quem pratica esse tipo de atividade são famílias com baixo
grau de escolaridade, praticantes da agroecologia, que utilizam ferramentas rudimentares e que estão
engajados em associações comunitárias.
Palavras-Chave: Curuçambá, agricultura urbana, associações.
AÇÃO DO ESTRESSE HÍDRICO SOBRE A MASSA SECA E ÁREA FOLIAR EM PLANTAS
DE FEIJÃO-CAUPI
¹Italo Felipe Oliveira de Almeida, ²Flávio José Rodrigues Cruz, ³ Monyck Jeane dos Santos Lopes, 4Maria
Viviane Mota, 5Roberto Cezar Lobo da Costa.
¹Universidade Federal Rural da Amazônia ([email protected])
²Universidade Federal Rural da Amazônia ([email protected])
³ Universidade Federal Rural da Amazônia ([email protected])
4
Universidade Federal Rural da Amazônia ([email protected])
5
Prof. Dr. da Universidade Federal Rural da Amazônia ([email protected])
A produção eficiente e altos rendimentos de uma espécie vegetal dependem, além do potencial genético,
das condições climáticas e edáficas. A disponibilidade hídrica tem efeito sobre a cultura, pois a falta de
água pode afetar tanto o desenvolvimento e o crescimento quanto a produtividade e a qualidade da
produção. Quanto maior for à demanda evaporativa da atmosfera, mais elevada será a necessidade de
fluxo de água no sistema solo- planta- atmosfera e folhas são responsáveis pela maior parte dessa
38
demanda evaporativa. Por isso, é nas folhas que ocorre a primeira mudança em resposta à seca, que é a
inibição da expansão celular que diminui o ritmo da expansão foliar no inicio do desenvolvimento de
déficits hídricos. Sementes de feijão caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp] BRS- Pretinho foram postas
para germinar em vasos contendo 3kg de um latossolo amarelo de textura arenosa. Foram deixadas uma
plântula por vaso e foi feita a adubação foliar com NPK com uma dose proporcional a 100 kg. ha -1 na
formulação 10-20-20. As plantas foram irrigada diariamente. No 26°dia foi aplicada a suspensão da
irrigação, sendo três períodos de estresse hídrico: Quatro, oito e doze dias. Ao final de cada período de
suspensão da rega, as plantas foram separadas em raiz e parte aérea, destacando-se as folhas para a
determinação da área foliar por meio de um integrador de área foliar portátil. Posteriormente, as partes
destacadas foram ensacadas e postas para secar em estufa de ventilação forçada a 65°C por 72 horas para
a determinação da massa seca total por meio de uma balança digital de precisão. O delineamento
experimental adotado foi o inteiramente casualisado em esquema fatorial 2x3 (duas condições hídricas:
plantas irrigadas e não irrigadas, e três períodos de suspensão das regas) com dez repetições por
tratamento. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas a 5% pelo
teste de Tukey. O estresse hídrico promoveu redução na área foliar nos tempos de 2 e 12 dias de escassez
hídrica.
Palavras-chaves: Disponibilidade hídrica, Vigna unguiculata, BRS- Pretinho.
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS PROPIEDADES FÍSICAS DA MADEIRA DAS
ESPÉCIES Swietenia macrophylla King (MOGNO) E Toona ciliata (CEDRO-AUSTRALIANO)
EM SISTEMA AGROFLORESTAL NO MUNICÍPIO DE SANTA BÁRBARA-PA
1
Teodorico Alves da Silveira, 2Samantha Rodrigues Campelo, 3Gilberto Souza Lopes, 4Cintia do Socorro
Ribeiro, 5Manuel Tavares de Paula
Professor Doutor da Universidade do Estado do Pará, UEPA – [email protected]
As espécies florestais apresentam variabilidade com relação às estruturas físicas da madeira, característica
essa que as diferem quanto a sua resistência natural e mecânica, fatores considerados importantes no
momento de escolha da matéria-prima para determinados fins. O trabalho tem por finalidade comparar as
características físicas da madeira das espécies Swietenia macrophylla King (mogno) e Toona ciliata
(cedro-autraliano) plantadas em Sistemas Agroflorestais no município de Santa Bárbara no estado do
Pará. A primeira ocorre no Brasil em matas pluviais na região Amazônica, já a segunda é uma espécie
introduzida indicada como uma espécie alternativa para o reflorestamento em regiões brasileiras. Os
testes foram realizados no Laboratório de Tecnologia da Madeira (LTM) da Universidade do Estado do
Pará, as propriedades físicas de umidade e densidade foram determinadas com base na norma MB
1269/79 da ABNT, e os valores para a contração volumétrica e o coeficiente de anisotropia (relação entre
contrações tangencial e radial) dos corpos de provas foram obtidos segundo a orientação da norma 460 –
1972 da Comissão Pan Americana de Normas Técnicas. Para âmbito de análise e comparação dos
resultados, os valores foram submetidos ao teste estatístico de Tukey. A madeira de Toona ciliata
apresentou valores médios de umidade superiores em comparação aos do Swietenia macrophylla King,
comparando os resultados obtidos através do teste estatístico, o mogno apresentou resultados médios
superiores para a densidade básica e contração volumétrica em comparação ao do cedro australiano. E os
valores de contrações tangencial, radial, longitudinal e a relação T/R não apresentaram diferenças
significativas entre as espécies estudadas.
Palavras-Chave: Propriedades Físicas, Mogno, Cedro Australiano.
ANALISE DA ESTRUTURA E DINÂMICA DE CRESCIMENTO DE UMA FLORESTA
SECUNDÁRIA DA AMAZÔNIA ORIENTAL SITUADA NO MUNICÍPIO DE BENFICA –
PARÁ, A PARTIR DE UM RECORTE AMOSTRAL
FIGUEIREDO, Robson Bacha1, SANTOS, César Augusto Ferreira dos2, SEVERINO, Nisângela Lopes3,
ABREU, Juliana Lívian Lima de4, Jardim, Fernando Cristovam da Silva 5
1
Bolsista do PET de Engenharia Florestal (UFRA) – [email protected]
2
Bolsista do PET de Engenharia Florestal (UFRA) - [email protected]
39
3
Bolsista do PIBIC-UFRA (UFRA) – [email protected]
Bolsita do PIBIB-MPEG (UFRA) – [email protected]
5
Professor Doutor da Universidade Federal Rural da Amazônia – [email protected]
4
O objetivo do presente trabalho foi analisar a estrutura fitossociologica e dinâmica de crescimento de uma
floresta secundária localizada no município de Benfica, no nordeste do estado do Pará. O presente alvo
dos nossos estudos vem sendo acompanha desde 1998. E para a coleta dos dados foi realizado um
inventario em parcela permanente demarcada e agrupada em bloco, a qual correspondeu a uma área total
de 1000m2 (10x100 m), e esta por sua vez foi subdividida em subparcelas de 100m 2 (10x10 m). Foram
mensurados os DAP‘s (diâmetro a altura do peito) de todos os indivíduos das espécies arbóreas com
diâmetro maior ou igual a 5 cm. A amostragem levantou 217 indivíduos, distribuídos em 44 espécies,
sendo apenas dois indivíduos não classificados em nível de nome cientifico (nestes a identificação
limitou-se ao nome vulgar) e em um deles não foi identificada à família botânica. Em nível de família o
estudo levantou um total de 23 famílias botânicas, dentro da área amostrada. Os resultados obtidos a
partir do levantamento amostral foram calculados com o auxilio do programa ―Mata – Nativa‖,
desenvolvido pela Universidade Federal de Viçosa. Considerando os resultados obtidos na dinâmica de
crescimento e na estrutura fitossocilogica da floresta secundaria pode-se propor como sistema
silvicultural para a área, que neste caso foi o sistema de assistência pelo método sistemático, que tem por
objetivo aumentar o potencial do povoamento de uma forma mais abrangente.
Palavras-chave: dinâmica, floresta, secundaria.
ATIVIDADE DA REDUTASE DO NITRATO EM PLANTAS DE FEIJÃO-CAUPI SUBMETIDO
A DÉFICIT HÍDRICO PROGRESSIVO
¹Flavio José Rodrigues Cruz, ²Maria Viviane Mota, ³Maria Tereza Huerb de Aquino, 4Candido Ferreira
Oliveira Neto, 5Roberto Cezar Lobo da Costa
¹ Universidade Federal Rural da Amazônia(UFRA) - ([email protected])
² Universidade Federal Rural da Amazônia(UFRA) - ([email protected])
³ Universidade Federal Rural da Amazônia(UFRA) – ([email protected])
4
Universidade Federal Rural da Amazônia(UFRA) - ([email protected])
5
Prof Dr. da Universidade Federal Rural da Amazônia(UFRA) – ([email protected])
O feijão caupi é uma leguminosa de grande apreciação nas regiões Norte e Nordeste em função do
considerável teor protéico de seus grãos, como pelo fato de ser bastante acessível às populações mais
carentes. No entanto, períodos de veranico na região Norte e a escassez de chuvas verificadas na região
Nordeste constituem um fator limitante à produção desta cultura. O déficit hídrico tem efeito em diversos
processos fisiológicos das plantas, visto que o estresse geralmente aumenta a resistência difusiva ao vapor
de água, mediante fechamento dos estômatos, reduzindo a transpiração e, conseqüentemente, o
suprimento de CO2 para a fotossíntese, além da redução da atividade da redutase do nitrato. Muitos desses
efeitos refletem mecanismos de adaptação das plantas ao ambiente (Nogueira, 1997).A redutase do nitrato
constitui a porta de entrada do nitrato no metabolismo nitrogenado das plantas superiores, por meio da
redução do nitrato a amônio que é assimilado. No experimento foi utilizado sementes de feijão caupi
[Vigna unguiculata (L.) Walp] cultivar BRS- Milênio obtidas da Embrapa Meio Norte foram postas para
germinar em vasos contendo 15 litros de solo franco-arenoso. No 28º dia após o semeio, as plantas foram
submetidas ao estresse hídrico progressivo constituído por quatro períodos de tempo de estresse. Ao final
de cada período, a atividade da redutase do nitrato foi medida em folhas fisiologicamente maduras das
plantas sob tratamento e expressa em µmoles NO2-2. g MF-1. h-1 segundo metodologia proposta por
Hageman & Hucklesby (1971). O delineamento experimental foi inteiramente casualisado em esquema
fatorial 2x4 (plantas controle e sob estresse hídrico; Quatro períodos de estresse hídrico: 2, 4, 8 e 16 dias,
e 6 repetições). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas a 5%
pelo teste de Tukey. O estresse hídrico imposto afetou a atividade da redutase do nitrato nas folhas das
plantas de feijão caupi onde o tempo de 8 e 16 dias de estresse foram os que afetaram em maior
intensidade a atividade desta enzima.
Palavras-chaves: Vigna unguiculata (L.) Walp, BRS- Milênio, metabolismo nitrogenado.
40
AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DO REPOLHO EM RELAÇÃO AO USO DE
COBERTURA NO SOLO
1
Juliana Chagas Rodrigues, 2Monyck Jeane dos Santos Lopes, 3Rogério da Silva Miranda, 4Tereza Huerb
de Aquino, 5Sérgio Antonio Lopes de Gusmão
1
Universidade Federal Rural da Amazônia – [email protected]
2
3
4
5
Profº Dr. Universidade Federal Rural da Amazônia – [email protected]
O repolho (Brassica oleraceae var. capitata) é uma planta herbácea, folhosa, de alto valor nutritivo,
sobretudo cálcio, proteína e vitamina C, constituindo-se em alimento de excelente qualidade para grande
parte da população, e ainda ter seu caráter social por ser uma cultura em que se utiliza muita mão-de-obra,
sendo cultivada essencialmente por pequenos agricultores, em cultivos orgânicos, onde se utiliza a
cobertura do solo como prática habitual, devido os seguintes benefícios: redução da evapotranspiração,
contribuindo para evitar perdas excessivas de água do solo; diminuição do impacto da chuva sobre o solo;
diminuição da ação da erosão superficial; tamponamento das mudanças de temperatura do solo; e
reposição de nutrientes; desenvolvimento da fauna edáfica. O objetivo do trabalho foi avaliação da
produtividade do repolho em relação ao uso de cobertura no solo. A pesquisa ocorreu no na Universidade
Federal Rural da Amazônia, em Belém/PA, no período de novembro/2008 a fevereiro/2009. O
experimento foi montado em dois canteiros dimensionando 2 m x 1 m, cada, onde um teve a cobertura no
solo e o outro não. O espaçamento utilizado foi de 0,60 m x 0,30 m. E a cultivar foi a ‗Sooshu‘. O cultivo
foi iniciado em solo e em hidroponia tipo NFT, sendo utilizada a solução nutritiva de Furlani, 20 dias
após a germinação as plantas foram repicadas e transplantadas para o canteiro definitivo. Após a colheita,
os parâmetros avaliados foram: massa total, diâmetro vertical e horizontal, comprimento do coração e
massa fresca das cabeças de repolho, além do índice de formato de cabeça e da profundidade do coração.
Comparando as massas frescas totais e da cabeça, das plantas do canteiro com e sem cobertura do solo,
aquelas que não tinham cobertura no solo apresentaram resultados melhores. Entretanto, confrontando os
dados de índices de formato de cabeça e de profundidade do coração aquelas plantas que tinham
cobertura no solo apresentaram melhores resultados.
Palavras-Chave: repolho, cobertura no solo, produtividade.
AVALIAÇÃO DE CRESCIMENTO DA MALVA SEMENTE (Urena lobata L.) SOB
DIFERENTES ESPAÇAMENTOS
¹Hadrielle Karina Borges Neves, ²Rafael da Silva Guedes, ³Monyck Jeane dos Santos Lopes, 4Juliana
Chagas Rodrigues, 5Candido Ferreira Oliveira Neto.
¹ Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) - ([email protected])
² Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) - ([email protected])
³ Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) – ([email protected])
4
Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) - ([email protected])
5
Professor Dr. Da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) – ([email protected])
A malva é uma planta anual, da família Malvaceae, produtora de fibras, que são extraídas de suas hastes
após a colheita e a maceração biológica e/ou desfibramento mecânico. A malva produz fibra similar às
utilizadas na fabricação de vestuário, barbantes, tecidos para estofados e tapetes, usada sobretudo, na
confecção de sacaria para acondicionar produtos como açúcar, café e cacau. As sementes são produzidas
principalmente no Estado do Pará devido às condições de solo em que são cultivadas (terra firme). Já no
Amazonas, a malva é cultivada nas várzeas para produção de fibras. O trabalho foi realizado no período
de dois meses, na Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, sob dois espaçamentos para cultivo
de malva semente: 1,0 m x 1,0 m e 1,0 m x 0,5 m., em que cada área de espaçamentos diferentes havia 5
linhas de plantio contendo 5 plantas em cada uma, totalizando 50 unidades amostrais. A cultura recebeu
os tratos culturais necessários (adubação, capina, irrigação e retirada da gema apical), sendo realizada a
medição da altura das plantas e a contagem dos ramos no inicio e no final do experimento, acompanhando
o crescimento das plantas em função dos diferentes espaçamentos. Comparando o crescimento em altura
das plantas de malva sob os espaçamentos de 1,0 x 1,0 m e 1,0 x 0,5 m, as plantas apresentaram maior
crescimento no espaçamento 1,0 x 0,5m, do que no de 1,0 x 1,0m. Entretanto, ao observar o número de
ramos, verificou-se que as plantas no espaçamento menos adensado (1,0 x 1,0m) produziu maior
41
quantidade de ramos do que o de maior adensamento (1,0 X 0,5m), comprovando que para a produção de
malva semente, o ideal é fazer o plantio em espaçamentos menos adensados, podendo variar de 1,0 x
1,0m a 1,0 x 1,5m, pois haverá mais e maiores ramificações, maior número de floração, depois frutos e
consequentemente maior produção de sementes/planta.
Palavras-chave: espaçamento, malva, semente.
DETERMINAÇÃO DA CURVA DE RETENÇÃO EM ÁREAS IRRIGADAS DO NORDESTE
PARAENSE
Camila Maciel Cavalcante de Souza¹; João Augusto Pereira Neto²; Marcos Antônio Corrêa Matos do
Amaral³; Leonardo dos Santos Souza4; Rodrigo Otávio Rodrigues de Melo Souza5
1
Graduanda de Agronomia-UFRA, Bolsista REUNI , [email protected]
2
Orientador, Professor da UFRA, [email protected]
3
Graduando de Agronomia-UFRA, Bolsista PIBIC/CNPq , [email protected]
4
, Graduando de Agronomia-UFRA, Bolsista CNPq , [email protected]
5
Professor da UFRA, [email protected]
A irrigação consiste na técnica de aplicação artificial da água para o desenvolvimento das culturas,
quando a atividade pluviométrica se torna insuficiente para suprir as necessidades fisiológicas da planta.
Com o crescente aumento da área irrigada paraense e a ausência de práticas conservacionistas dos
recursos hídricos, surge a necessidade de adoções de técnicas adequadas de manejo, dentre elas a
determinação da lâmina de irrigação, com base na curvas de retenção de água no solo. O presente trabalho
teve como objetivo avaliar dois modelos de curva: Van Genuchten (1980) e Libardi (1979), em duas áreas
irrigadas localizadas nos municípios de Castanhal e Igarapé-Açu. Para a determinação da curva de
retenção e densidade foram coletadas quatro amostras indeformadas de solo (cada uma representando o
centro de cada quadrante) numa profundidade de 0,15m nos pomares irrigados, considerando parcelas de
1 ha. Com base nos dados ajustados, encontrou-se para a área do município de Castanhal valores de
capacidade total de armazenamento de água (CTA) iguais a 51,69 e 52,10, de acordo com os modelos
propostos por Van Genuchten e Libardi, respectivamente. Para a área de Igarapé-Açu, os valores de CTA
correspondem a 53,34 e 48,80, para Van Genuchten e Libardi, respectivamente. O coeficiente de
determinação para o modelo de Van Genuchten em Castanhal foi de 0,955, sendo para Libardi o valor de
0,956. Ademais, em Igarapé-Açu os valores encontrados foram de 0,817 para Van Genuchten e 0,804
para Libardi. Com relação ao ajuste, observou-se que os modelos obtiveram o mesmo desempenho,
entretanto a equação de Libardi torna-se mais apropriada para utilização no manejo de irrigação com
tensiômetro, pois apresenta maior representatividade do fenômeno de variação de umidade entre as
tensões de 0 e 100 kPa (Trabalho financiado pelo CNPq).
Palavras-chave: agricultura irrigada, curva de retenção, manejo da irrigação.
EFICIÊNCIA E GRAU DE ADEQUABILIDADE DE SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO NO
NORDESTE PARAENSE
Robson Victor Santiago da luz1; Rodrigo Otávio Rodrigues de Melo Souza²; Jucielem Pereira Morais³,
Marilene Silva Ferreira4; João Augusto Pereira Neto5
1
Graduando de Agronomia-UFRA, Bolsista CNPq, [email protected]
2
Orientador, Professor da UFRA, [email protected]
3
Graduanda de Agronomia-UFRA, Bolsista PIBIC/CNPq, [email protected]
4
Graduanda de Agronomia-UFRA, Bolsista REUNI, [email protected]
5
Professor da UFRA - [email protected]
Visando contribuir para a geração de informações técnicas que facilitem o manejo da irrigação na região
do Nordeste paraense, o presente trabalho teve como objetivo determinar a eficiência de armazenamento
(Ea) e o grau de adequabilidade (Ga) de sistemas de irrigação em duas propriedades, uma no município
de Castanhal e a outra em Igarapé-Açu. Para a determinação da Ea e do Ga foram realizadas avaliações
hidráulicas em parcelas de 1 ha. A vazão de cada emissor foi obtida com base no volume de água coletado
durante o tempo de 1 min em uma proveta graduada. Os valores de Ea e Ga foram determinados para
diferentes tempos de irrigação, tendo como referência a necessidade da cultura do mamão e o tempo
utilizado pelos produtores. Com base na demanda da cultura estima-se que o tempo médio de irrigação
para o município de Castanhal é de 50 min, o que ocasionaria um excesso de água de 2.592,5 L, um
42
déficit de 2.581,1 L e uma eficiência de 94,8%. Para o município de Igarapé-Açu, considerando que o
tempo necessário par repor a demanda da cultura seja de 43 min, o excesso seria de 5.381,02 L, o déficit
de 5.366,86 L e uma eficiência de 89,2%. Nas duas propriedades o tempo de irrigação utilizado pelos
produtores é de 90 min o que provoca em Castanhal uma perda de 39.720,5 L e uma eficiência de 55,7%,
e em Igarapé-Açu uma perda de 54.681,8 L e uma eficiência de 47,8%. A diferença de eficiência dos
municípios se deve a diferença de uniformidade de distribuição que é maior em Castanhal (76%) do que
em Igarapé-Açu (64%). O tempo de irrigação utilizado pelos produtores está bem acima do tempo que
seria necessário para repor a demanda da cultura, o que provoca um consumo excessivo de água, energia
e perda de nutrientes por lixiviação. A utilização do tempo adequado reduziria o volume de água utilizado
na irrigação, o que contribui para a redução dos impactos sobre o recurso hídrico (trabalho financiado
pelo CNPq).
Palavras-chaves: agricultura irrigada, avaliação hidráulica, eficiência.
INFLUÊNCIA DA TOXIDEZ POR ZINCO NOS TEORES DE AÇÚCARES SOLÚVEIS TOTAIS
EM PLANTAS DE FEIJÃO-CAUPI
¹Hugo Amancio Sales Silva, ²Flávio José Rodrigues Cruz, ³Hadrielle Karina Borges Neves, 4Monyck
Jeane dos Santos Lopes, 5Roberto Cezar Lobo da Costa
4
5
O zinco, apesar de ser um micronutriente, apresenta-se como um elemento potencialmente tóxico quando
em concentrações excessivas, podendo afetar o crescimento e o metabolismo vegetal. Os sintomas de
toxidez de Zn em plantas são caracterizados por redução no crescimento e clorose de folhas,
semelhantemente à deficiência de Fe. A atividade industrial tem contribuído para a produção de
subprodutos industriais que poluem o meio ambiente como o ar, água e o solo. Entre as inúmeras
estratégias de remediação, a fitorremediação é uma alternativa promissora, pois constitui uma tecnologia
acessível em processos de despoluição ambiental, sendo necessários estudos básicos da tolerância das
espécies aos estresses impostos pelo excesso de metais. O presente experimento foi conduzido em casa de
vegetação da Universidade Federal Rural da Amazônia utilizando-se sementes de feijão-caupi cultivar
BRS- Pretinho. Foram utilizados vasos de capacidade de 1,2L contendo solução nutritiva e como
substrato areia e vermiculita na proporção 2:1. Foram semeadas três sementes por vaso, fazendo-se o
desbaste 12 dias após a germinação, deixando-se apenas uma plântula por vaso. A solução foi posta nos
vasos no 10°dia após o semeio, sendo trocada de três em três dias, e o seu pH mantido a 6,0. O pH da
solução era corrigido, se necessário, com HCl ou NaOH 0,1M. No 25° dia após o semeio foi aplicado
uma dose de 1 mM de ZnSO4.7H2O, perdurando o estresse por Zn durante 10 dias, sendo o pH a partir da
introdução do Zn, mantido em 5,5±0,2 nas plantas sob estresse. No 35° dia as plantas foram coletadas,
ensacadas e postas para secar em estufa de ventilação forçada a 65°C por 72 horas, para posterior
quantificação dos teores de açucares solúveis totais em folhas de feijão-caupi. O delineamento
experimental adotado foi o inteiramente casualisado em esquema fatorial 2x2 (Plantas controle e sob 1
mM de Zn estrutura analisada:raiz e folhas) com 8 repetições. Os resultados foram submetidos a analise
de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%. A toxidez por zinco alterou os níveis de
açúcares solúveis totais tanto em folhas como em raízes de feijão-caupi.
Palavras-chaves: ZnSO4.7H2O, BRS-Pretinho, solução nutritiva.
INFLUÊNCIA DO ALUMÍNIO SOBRE A ATIVIDADE DA REDUTASE DO NITRATO EM
PLANTAS DE FEIJÃO-CAUPI
¹Valdir Mario Dias Monteiro, ²Flavio José Rodrigues Cruz, ³Hugo Amancio Sales Silva, 4Maria Viviane
Mota, 5 Roberto Cezar Lobo da Costa.
¹ Universidade Federal Rural da Amazônia(UFRA) - ([email protected])
³ Universidade Federal Rural da Amazônia(UFRA) – ([email protected])
4
5
Universidade Federal Rural da Amazônia(UFRA) – ([email protected])
43
O alumínio em níveis tóxicos no solo pode ocasionar efeitos danosos para as plantas, determinando
injurias e retardo do crescimento. Como efeito inicial do estresse por Al +3 observa-se o encurtamento e
engrossamento do sistema radicular com efeitos negativos sobre a absorção de água e nutrientes minerais.
O presente trabalho teve como objetivo analisar o efeito do Al+3 sobre a atividade da redutase do nitrato
em folhas de feijão-caupi. O experimento foi conduzido em casa de vegetação localizada na Universidade
Federal Rural da Amazônia. Sementes de feijão-caupi cultivar BRS-Tracuateua foram semeadas e foram
utilizados vasos com capacidade de 1,5L contendo solução de nutritiva de Hoagland & Arnon (1950) e
substrato na forma de vermiculita e areia na proporção 1:2 . No 25º dia após o semeio foi aplicado o
tratamento com Al2 (SO4)3.18 H2O na concentração de 1 mM, mantendo-se vasos com plantas controle.
No 35º após a germinação foi medida a atividade da redutase do nitrato (Hageman & Hucklesby (1971))
em folhas maduras. O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualisado, composto por
dois tratamentos (plantas controle e 1 mM de Al) e 10 repetições cada. Aplicou-se o teste de Student a 5%
para testar a significância dos tratamentos.Não foi observada diferença significativa na atividade da
redutase do nitrato entre os tratamentos. É provável que os mecanismos de ativação da redutase do nitrato
como a fosforilação de resíduos de serina desta enzima e a absorção de nitrato, visto que este é o substrato
da RN não tenham sido afetados pela concentração de 1mM de Al+3 ou mesmo a cultivar do presente
trabalho tenha neutralizado o efeito tóxico do Al+3, possibilitando o seu funcionamento normal. A
atividade da redutase do nitrato não foi reduzida pelo Al em folhas de feijão-caupi cultivado em solução
nutritiva.
Palavras-chave: BRS-Tracuateua, acidez, toxidez.
1
O POTENCIAL ECONÔMICO DO BACURI NA AMAZÔNIA
Edney Saraiva Monteiro, 2Gisalda Carvalho Filgueiras, 3Adriana Gisely Tavares Barreto
1
Graduando em engenharia agrônoma da Universidade Federal Rural da Amazônia –
[email protected]
2
Dra em Ciências Agrárias e professora adjunta I da Universidade Federal do Pará –
[email protected]
3
Graduando em engenharia agrônoma da Universidade Federal Rural da Amazônia –
[email protected]
O objetivo do trabalho foi analisar o potencial econômico do Bacuri na Amazônia. Utilizou-se de estudo
bibliográfico e de pesquisas já realizadas para a análise. A extraordinária diversidade e potencialidade dos
frutos regionais da Amazônia brasileira vêm despertando muita atenção para os frutos tropicais,
principalmente por parte dos países europeus. Tal fato sugere perspectivas muito otimistas para a
comercialização das frutas in natura e para o aproveitamento industrial das mesmas. O bacurizeiro, ao
longo destes últimos dois séculos e meio, teve uma grande mudança no conceito do seu aproveitamento.
Passou de uma fruta sem importância para uma árvore de interesse madeireiro, com fruto valorizado. O
bacuri segue o caminho do cupuaçu e do açaí, ganhando dimensão nacional e internacional, podendo
tornar-se na polpa mais cara existente no mercado. Espera-se que dentro dos próximos anos, a colheita de
frutos de bacuri seja parte integrante da safra de plantios racionais e de manejos conduzidos nos locais de
ocorrência onde ainda depende do extrativismo com oferta limitada e de novos locais. A industrialização
desta fruta é efetuada, principalmente, por empresas de pequeno porte que utilizam a polpa dos frutos
para produzir diferentes produtos. Mesmo na atualidade, as áreas de ocorrência de bacurizeiros, na
Amazônia, continuam sendo devastadas e, pela baixa densidade das árvores, não há garantia de
sustentabilidade econômica frente a outras alternativas econômicas de curto prazo, como roçados. As
populações rurais nos locais de ocorrência de bacurizais nativos não estão conseguindo aproveitar os
benefícios decorrentes do crescimento do mercado desse produto. Apesar da grande oferta de bacuri nas
regiões produtoras, pouco investimento tem sido efetuado em pesquisas voltadas para os aspectos
tecnológicos e industriais do fruto. O crescimento da demanda não tem sido acompanhado pela geração e
adaptação de tecnologias que viabilizem a redução das perdas pós-colheita. A deficiência e/ou ausência
de técnicas adequadas de manuseio, transporte e armazenamento, associadas à alta perecibilidade dos
frutos acarretam perdas que podem ser minimizadas pela aplicação de tecnologias de conservação de
alimentos. Com a adoção das técnicas de manejo do rebrotamento de bacurizeiros seria possível aumentar
a densidade, transformando roçados improdutivos a espera da recuperação da capoeira, para nova
derrubada, em bacurizais econômicos e, com isso aumentando a renda e desestimulando a prática da
derrubada e queimada. Por ser árvore perene de grande porte, promoveria a recuperação das áreas
alteradas e até como fonte produtora de madeira, seqüestro de carbono atmosférico, entre outros.
44
Palavras-Chave: Bacuri, Economia Agrária, Fruticultura.
QUANTIFICAÇÃO DE LEPIDÓPTEROS EM UMA FLORESTA SECUNDÁRIA DA ESTAÇÃO
EXPERIMENTAL DA EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL NO MUNICÍPIO DE MOJÚ-PARÁ
Wheriton Fernando Moreira da Silva1; Diana Soares Bentes2; Luiz Gonzaga da Silva Costa3
1
Aluno bolsista do PET de Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia UFRA/PA. ([email protected])
2
Aluna bolsista do PET de Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA/PA.
([email protected])
3
Orientador e tutor do PET de Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural da Amazônia UFRA/PA ([email protected])
O setor florestal pode ser considerado uma atividade econômica extrativista nova, uma vez que a mesma
recebeu valoroso impulso na década de 70 (FUJIHARA, 2008). Através desse crescimento, tornou-se
necessário um estudo mais aprofundado das relações entomológicas presentes nos seguimentos florestais,
sendo estas relacionadas a danos (pragas) ou benéfica (polinizadores e dispersores), com esta necessidade,
os estudos nessa área se tornam bem recentes, exceto trabalhos relacionados a formigas, sendo este um
grande fruto de estudos. O trabalho objetivou realizar um levantamento de lepidópteros em uma floresta
secundária, já que esta ordem possui grande valor demonstrativo nas interações floresta/insetos
(herbívoria, polinização e dispersão etc.). Foram realizadas coletas em três períodos diárias, como
metodologias de coleta foram usadas coletas móveis, através de redes entomológicas e de varreduras, e
coletas fixas com o auxilio de armadilhas de atração luminosa. Como resultado de coletas generalizadas,
observamos uma predominância da ordem lepidóptera, sendo esta representada por 32,69% de ID (índice
de densidade-relação indivíduos/horas de coletas periódicas). Essa freqüência relativamente alta pode
indicar fatores ecológicos positivos e negativos. Como negativos podem ser citados a herbívoria e o
desfolhamento de espécies vegetais (PIRES, 2006), em contra partida, por possuírem estruturas altamente
especializadas, eles acabam sendo responsáveis por polinizar famílias vegetais com floração tubular,
como Rubiaceae e Curcubitaceae, isso por possuírem em sua maioria o aparelho bucal do tipo sugador
maxilar (FUJIHARA, 2008), outras relações podem ser observadas através de estudos futuros.
Palavras-chave: Lepidópteros, relações e floresta.
AÇÃO DO ALUMÍNIO SOBRE A PRODUÇÃO DE MASSA FRESCA DE PLANTAS DE
FEIJÃO CAUPI CULTIVADAS EM SOLUÇÃO NUTRITIVA
¹Andréia Alves Erdmann, ²Flávio José Rodrigues Cruz, ³Hugo Amancio Sales Silva, 4Monyck Jeane dos
Santos Lopes, 5Roberto Cezar Lobo da Costa
4
5
O feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp.] é uma das espécies cultivadas de ampla adaptação. Além
disso, é um alimento importante e um componente essencial dos sistemas de produção nas regiões secas
dos trópicos. Nessas regiões o feijão-caupi constitui-se em uma das principais fontes de proteína vegetal,
notadamente para as populações de menor poder aquisitivo. Na Amazônia, porém, um fator que limita os
rendimentos satisfatórios das culturas é a presença de solos ácidos com alta saturação por Al. O primeiro
sintoma de toxidez de Al+3 é a inibição da elongação radicular, que ocorre cerca de 1-2 h após a exposição
a Al. Por essa razão, a avaliação do crescimento radicular tem sido amplamente utilizada como indicadora
de tolerância ao íon Al, principalmente em experimentos de seleção de genótipos realizados em solução
nutritiva. O experimento foi conduzido em casa de vegetação localizada na Universidade Federal Rural da
Amazônia (01º27‘S e 48º26‘W), Belém-Pará. Sementes de feijão-caupi cultivar BRS- Pretinho foram
semeadas em uma badeja contendo areia lavada e autoclavada para posterior seleção de plântulas
uniformes quanto ao tamanho e sanidade. Para vasos com capacidade de 1,5L contendo solução de
nutritiva e substrato constituído por vermiculita e areia na proporção 1:2 foram transplantadas as plântulas
após 7 dias do semeio (DAS) deixando-se uma por vaso. No 25º dia após o semeio foi aplicado o
tratamento com Al2 (SO4)3.18 H2O na concentração de 1mM mantendo-se vasos com plantas controle.
45
No 35º dia as plantas foram colhidas e as plantas separadas em raiz e parte aérea. Em seguida, a raiz e a
parte aérea foram separadamente pesadas em balança analítica de precisão. O delineamento experimental
adotado foi o inteiramente casualisado, composto por dois tratamentos (plantas controle e 1 mM de Al) e
10 repetições cada. Aplicou-se o teste de Student a 5% para testar a significância dos tratamentos. A
massa fresca radicular e da parte aérea não foi afetada pelo efeito tóxico do Al presente na solução
nutritiva.
Palavras-chaves: Solução nutritiva, BRS- Pretinho, fitotoxidez
ATIVIDADE DE VIVÊNCIA EM COMUNIDADE RURAL E SUA IMPORTÂNCIA PARA A
FORMAÇÃO EXTENCIONISTA DO ACADÊMICO DE AGRONOMIA-SANTAREM NOVOPARÁ.
1
Râmison Flávio Carneiro e Souza, 2Carlos Augusto Cordeiro Costa, 3Rafael Sales Ohashi, 4Eduardo
Cardoso Rodrigues, 5Giselle Nerino Brito de Souza
1
2
3
4
5
O município de Santarém Novo pertence à mesorregião do Nordeste Paraense e à microrregião
Bragantina. A sede municipal distancia-se 136.213Km da capital Belém. Sua população estimada em
2004 era de 5 936 habitantes. Possui uma área de 230,5 km². O município desenvolve atividades de
extrativismo animal do carangueijo, se destacando na produção pesqueira e agricultura familiar. A
vivência teve como objetivo, proporcionar aos membros do Grupo PET-Agronomia a oportunidade de
conhecer e conviver com a realidade agrícola do minicípio, bem como, as formas de trabalho, produção e
sustentabilidade da comunidade alvo denominada de Pedrinhas. Para a execução da viagem de vivência
ao município de Santarem Novo-PA, a articulação do grupo iniciou com três meses de antecedencia, para
tanto, foi designado uma coordenação responsavel pela logistica da atividade. O grupo recebeu auxílio da
Universidade Federal Rural da Amazônia, no que diz respeito a transporte e alimentação, bem como da
prefeitura do município durante o período da vivência. Neste período de vivência, o grupo compreendeu o
perfil da agricultura familiar e assimilou informações e caracteristica, tais como: facilidade de diálogo;
receptividade; preocupação com os aspectos ambientais; utilização da própria mão de obra e produção
voltada prioritariamente para a subsistência (produção em pequena escala), podendo o excedente ser
comercializado. Na área de atuação da comunidade, as culturas cultivadas identificadas foram: mandioca
(Manihot esculenta), feijão (Phaseolus vulgaris), laranja (Citrus sinenses), coco (Cocos nucifera),
abacaxi (Ananas comosus) e banana (Musa spp), assim como a criação de animais como: peru (Meleagris
gallopavo), galinha (Gallus gallus domesticus), bovino (Bos taurus) e equino (Equus caballus). Foram
identificados a extração dos seguintes subprodutos: farinha , tucupi e leite bovino. As famílias da
comunidade em questão, reclamaram da deficiêcia de assistencia tecnica no manejo dos seus cultivos,
gerando assim, uma limitação na produtividade. A viagem de vivência foi importante no que concerne a
aquisição de experiência e conhecimento do modo de vida e produção desempenhado pelos agricultores
familiares da região, contribuindo desta forma para a construção de um perfil extencionista de futuros
profissionais em agronomia.
Palavras-Chave: Santarém Novo, vivência, extencionista.
AVALIAÇÃO DA SAZONALIDADE DE PREÇOS DE ATACADO APLICADO AO CACAU E
CUPUAÇU NO ESTADO DO PARÁ, 2000 A 2008
1
Gerlane de Freitas Melo, ² Antônio Cordeiro de Santana
1
² Universidade Federal Rural da Amazônia – [email protected]
Consideradas plantas originárias da região amazônica, o cacau e o cupuaçu apresentam grande
importância para economia paraense. Suas produções estão sujeitas à influência dos riscos climáticos, que
afetam diretamente o ciclo da produção e a receita obtida da comercialização, em função da variação dos
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preços. O trabalho avaliou a sazonalidade de preços médios de atacado do cacau e do cupuaçu no estado
do Pará, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2008. Utilizou-se o modelo clássico multiplicativo
da análise de séries temporais para identificar, isolar e representar graficamente os efeitos das
componentes de tendência, cíclica, aleatória e sazonal dos preços desses produtos. Os resultados
mostraram que tanto o cacau como o cupuaçu, no período de 2000 a 2008, apresentaram um movimento
de tendência linear decrescente ao longo de todo o período. Com os avanços na área das áreas de cultivos
e da produtividade, a oferta avançou mais rápido do que a demanda, sobretudo do cupuaçu, o que gerou
excesso de oferta e, consequentemente, uma queda no preço deflacionado dos produtos. Foi constatado
que o ciclo do cacau e do cupuaçu iniciou-se em novembro e junho de 2002, respectivamente,
completando-se ambos em agosto de 2006. A sazonalidade do cacau apresentou significativa diferença
quando comparada com o gráfico da sazonalidade do cupuaçu. O cacau teve um nível de preço maior no
mês de março (108,42%) e menor no mês de dezembro (94,72%), apresentando uma amplitude de
variação no preço de (13,7%). Já o cupuaçu apresentou nível de variação de preço maior na época de
safra, período do mês de janeiro a julho, quando há grande oferta do produto no mercado. A partir de
agosto, iniciou a entressafra, que se estendeu até o mês de dezembro. Neste período, o nível do preço do
cupuaçu aumentou, devido à escassez do produto no mercado. O valor máximo para o índice estacional
do preço de atacado do cupuaçu foi verificado no mês de dezembro (121%) e o mínimo no mês de março
(77,67%), apresentando uma maior amplitude de variação no preço de atacado (43,33%), significando
elevado risco para a comercialização do produto. (REUNI – Pibic).
DESENVOLVIMENTO AMAZÔNICO: PROJETOS DE CAPACITAÇÃO COM BASE
NO SABER TÉCNICO, COMPLEMENTANDO O SABER DOS CAMPONESES
¹ Monyck Jeane dos Santos Lopes, ² Hadrielle Karina Borges Neves, ³ Rafael da Silva Guedes, 4 Rengles
de Oliveira Menezes, 5 Roberto Cezar Lobo da Costa.
¹ Universidade Federal Rural da Amazônia(UFRA)- ([email protected])
³ Universidade Federal Rural da Amazônia(UFRA) - ([email protected])
4
5
Prof Dr. da Universidade Federal Rural da Amazônia(UFRA) – ([email protected])
A região Amazônica é uma das últimas reservas de floresta nativa do globo terrestre, contempla quase
dois terços das florestas ainda existentes no mundo e sua área representa em torno de 40% do território
brasileiro, portanto é de extrema importância à conservação dos recursos naturais e ecossistemas locais.
Diante da presente situação em que se encontra o desmatamento e a degradação ambiental na
Amazônia, é necessário que sejam elaboradas e implantadas ações que visem resolver alguns fatores que
atuam de forma direta e outros de maneira subjacente sobre o desmatamento, entre eles destacam-se:
infra-estrutura, investimento em pesquisa, tecnologia e inovação, política de implantação de áreas
protegidas, reservas florestais, regulação de títulos de terra, e política macroeconômica regional e
nacional. Também é importante a melhor condição da população dessa área, que esta relacionada com
aquilo que os moradores locais consideram como melhoria de vida e as liberdades que desfrutam.
Assim é essencial o chamado ―consórcio‖ do saber técnico com o saber popular, ou cultural que é
repassado entre as gerações, por isso é necessário o conhecimento prévio das características da Amazônia,
como potencias e desafios para sustentabilidade agrícola. O trabalho tem como objetivo discutir e buscar
soluções para problemas sociais da Amazônia com base em três projetos: CPATU, um dos mais
importantes centros de pesquisa agroecológica da EMBRAPA, onde contribui para o desenvolvimento
rural sustentável da Amazônia, através do uso racional e da conservação de seus recursos naturais,
gerando e difundindo conhecimentos científicos, tecnológicos e sócio-econômicos em benefício da
sociedade. UNICAMPO, objetiva oferecer formações para jovens camponeses, agricultores familiares,
trabalhadores sem-terra e lideranças das organizações de agricultores de forma a capacitar-lhes a elaborar
projetos individuais e coletivos. FORLIVE, visa apoiar a incorporação das necessidades, pontos de vista e
capacidades de pequenos produtores no seu desenvolvimento, através de pesquisa. Tais pesquisas visam
alcançar as exigências ao desenvolvimento, tentando superar os desafios.
Palavras-chaves: Amazônia, Sustentabilidade, Projetos.
47
DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS PARA CRIAÇÃO MASSAL DE Ceraeochrysa sp
1
Camila Regina da Silva Santos, 2 Wilson José de Mello e Silva Maia, 3Sibele Joise Tapajós da
Silva, 4Anderson Cruz da Silva, 5Emilio Takashi Ishida
1
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3
4
5
Uma das alternativas para diminuir a quantidade utilizada de defensivos agrícolas na agricultura é o uso
do controle biológico. Nesse meio alternativo pode ser utilizado fungos para a diminuição de insetospraga, insetos que se alimentam de plantas daninhas e também de outros insetos. Para disponibilizar esta
alternativa de controle, estão sendo conduzidos no Laboratório de Bioecologia de Insetos (LABINUFRA), experimentos com o gênero Ceraeochrysa sp, que é considerado promissor no controle de
insetos-pragas na agricultura. Em vista da escassez de informações do gênero em nossa região, as
pesquisas estão direcionadas no conhecimento da biologia e comportamento em ambiente controlado.
Este conhecimento é importante para uma produção uniforme de ovos para disponibilizar aos produtores
larvas em quantidade suficiente à sua demanda. Um dos parâmetros estudados é o recipiente ideal para a
criação e manutenção deste inseto, bem como a densidade ideal de casais/recipiente. Os resultados
preliminares mostram que existe relação na quantidade de ovo produzida com sua viabilidade, ou seja,
uma grande quantidade de ovo produzida não se traduz em eclosões satisfatórias ou número elevado de
casais/recipiente não implica em grande quantidade de ovo produzida, portanto, estes estudos visam
viabilizar as técnicas de criação de insetos de forma econômica em um ambiente controlado. (PROBEXREUNI-PROEX-UFRA).
Palavras-Chave: Ceraeochrysa sp, densidade, biologia
EFEITO DO ESTRESSE HÍDRICO SOBRE A ÁREA FOLIAR E ÁREA FOLIAR
ESPECIFICA EM FEIJÃO-CAUPI
¹Siglea Sanna Freitas Chaves, ²Flávio José Rodrigues Cruz, ³Hadrielle Karina Borges Neves, 4Hugo
Amancio Sales Silva, 5Roberto Cezar Lobo da Costa
4
5
O déficit hídrico tem efeito em diversos processos fisiológicos das plantas, visto que o estresse
geralmente aumenta a resistência difusiva ao vapor de água, mediante fechamento dos estômatos,
reduzindo a transpiração e, conseqüentemente, o suprimento de CO 2 para a fotossíntese. Como
conseqüência desses processos de resposta fisiológica ao estresse hídrico, tem-se a redução do
crescimento vegetativo das plantas em função da queda da turgescência celular como resultado do
decréscimo no potencial hídrico dos tecidos da planta. Sob condições de déficit hídrico, o equilíbrio entre
a produção de assimilados e a demanda para o desenvolvimento dos órgãos reprodutivos é severamente
afetado devido à redução na área foliar fotossinteticamente ativa. Sementes de feijão caupi [Vigna
unguiculata (L.) Walp] BRS- Pretinho foram postas para germinar em vasos contendo 3kg de um
latossolo amarelo de textura arenosa. Após 10 dias do semeio foi feito o desbaste das plântulas deixandose uma plântula por vaso. No 26°dia foi aplicada a suspensão da irrigação, sendo três períodos de estresse
hídrico: 4, 8 e 12 dias. Ao final de cada período de suspensão da rega, as plantas foram separadas em raiz
e parte aérea, destacando-se as folhas para a determinação da área foliar por meio de um integrador de
área foliar portátil. Posteriormente, as partes destacadas foram ensacadas e postas para secar em estufa de
ventilação forçada a 65°C por 72 horas para a determinação da massa seca total e foliar. Com os dados
obtidos, foi determinada a área foliar especifica. O delineamento experimental adotado foi o inteiramente
casualisado em esquema fatorial 2x3 (duas condições hídricas: plantas irrigadas e não irrigadas, e três
48
períodos de suspensão das regas) com dez repetições por tratamento. Os dados obtidos foram submetidos
à análise de variância e as médias comparadas a 5% pelo teste de Tukey. O estresse hídrico promoveu
redução na área foliar nas plantas sob estresse nos tempos de 2 e 12 dias. Por outro lado, foi verificado
aumento na área foliar especifica em plantas sob estresse nos tempos de 8 e 12 dias de estresse hídrico.
Palavras-chaves: Vigna unguiculata, turgescência celular, BRS- Pretinho
FITOTOXIDEZ DO ALUMÍNIO SOBRE A ATIVIDADE DA REDUTASE DO NITRATO EM
FOLHAS DE PLANTAS DE SORGO
¹José Ailton Gomes de Melo Junior, ²Hadrielle Karina Borges Neves, ³Monyck Jeane dos Santos Lopes,
4
Tereza Cristina Huerb de Aquino, 5 Roberto Cezar Lobo da Costa
¹Universidade Federal Rural da Amazônia - [email protected]
²Universidade Federal Rural da Amazônia - [email protected]
³ Universidade Federal Rural da Amazônia - [email protected]
4
Universidade Federal Rural da Amazônia - [email protected]
5
Prof. Dr. da Universidade Federal Rural da Amazônia - [email protected]
A cultura do sorgo, disseminada em todo o país tem uma importância relevante para a nossa agropecuária.
Representa um grande potencial na produção de alimentos para o gado e o homem podendo, ainda, ser
utilizada para a produção de energia, além de apresentar-se como uma alternativa viável em regiões
adversas como aquelas caracterizadas pela aridez ou ainda em áreas prejudicadas pelo excesso de acidez
quer pela salinidade. No entanto, um dos fatores limitantes ao crescimento e desenvolvimento desta
cultura é a alta saturação por alumínio de alguns solos Amazônicos associada a acidez dos mesmos. Os
mecanismos de ação fitotóxica do alumínio afetam a divisão e expansão celular e causam desorganização
da membrana plasmática e inibição da absorção de íons. Alguns desses efeitos são visualizados pelo
menor crescimento e engrossamento do sistema radicular, resultando em menor volume de solo explorado
pelas raízes, prejudicando a absorção de água e nutrientes. O presente trabalho teve como objetivo
averiguar o efeito da toxidez do alumínio sobre a atividade da redutase do nitrato em folhas de sorgo. O
experimento foi conduzido em casa de vegetação, usando-se vasos com capacidade para 1,2 litros
contendo solução nutritiva. Após 5 dias da germinação, foi feito o desbaste das plântulas deixando-se uma
por vaso. O estresse por alumínio foi iniciado a partir do 20° após a germinação, perdurando até o 30° dia.
Ao fim do estresse por alumínio foi quantificada a atividade da redutase do nitrato em folhas de sorgo.
Foram testados quatro tratamentos: plantas controle, 50µM, 100µM e 150µM de Al +3, com 8 repetições
cada tratamento. A fonte de alumínio utilizada foi o Al2(SO4)3.18 H2O e o delineamento experimental
adotado foi o inteiramente casualisado (DIC). Foi feita a análise de variância e as médias dos tratamentos
foram comparadas pelo teste de Tukey a 5%. A atividade da redutase do nitrato foi significativamente
(p<0,05) superior nas folhas de sorgo do tratamento controle em relação aos demais tratamentos. Os
tratamentos de 100 e 150µM não diferiram significativamente entre si.(UFRA)
Palavras-chave: Solução nutritiva, Al+3, casa-de-vegetação.
INFLUÊNCIA DE DIFERENTES DOSES DE NITROGÊNIO NA PRODUÇÃO DE MASSA
SECA DE FEIJÃO-CAUPI (Vigna unguiculata (L.) Walp).
1
Fábio Júnior de Oliveira, 2Francisca das Chagas Bezerra de Araújo, 3Raimundo Thiago Lima da Silva,
4
Diego da Paixão Andrade,5 Marluce Reis Souza Santa Brígida
1
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5
O nitrogênio (N) é o nutriente que mais limita o desenvolvimento, a produtividade e a biomassa da
maioria das culturas. É também o nutriente absorvido em quantidades mais elevadas pela maior parte das
culturas. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a produção de massa fresca de feijão-caupi a
diferentes doses de N. O experimento foi realizado na área experimental da Universidade Federal Rural
49
da Amazônia, em Capitão Poço - Pará, no período de agosto a outubro de 2009, em delineamento
experimental de blocos casualizados, sendo as doses diferenciadas de nitrogênio (T1 - 0; T2 - 25; T3 - 50
e T4 - 75 kg/ha) os tratamentos, cuja a fonte foi a uréia, em quatro repetições. A adubação de plantio
consistiu da aplicação de 133 kg/ha de superfosfato triplo e 75 kg/ha de cloreto de potássio. Na adubação
de cobertura foi aplicado as doses de nitrogênio, definidas no delineamento experimental, diretamente no
solo. O preparo do solo constou de gradagem e abertura de covas de plantio. As parcelas foram compostas
de nove plantas úteis espaçadas de 0,5 m entre fileiras e 0,5 m entre plantas. O plantio foi realizado
utilizando-se o método de semeadura direta, colocando-se por cova quatro sementes comerciais da
cultivar BR3 Tracuateua, realizando-se o desbaste vinte dias depois do plantio, deixando-se uma planta
por cova. Após 35 dias do semeio coletou-se a Massa Seca (MS) de 3 plantas por tratamento. Os dados
das variáveis foram submetidos à análise da variância pelo teste F (p<5%) e os tratamentos foram
comparados pelo teste de Tukey, até o nível de 5% de probabilidade. A aplicação de 50kg de Nitrogênio
por hectare (T3 -12,3 g de massa seca/planta), proporcionou as plantas diferenças significativas quando
comparado aos tratamentos T1 – 8,19 g de massa seca/planta , T2 – 8,14g de massa seca/planta e T4 –
8,57 g de massa seca/planta, o que implica em maior quantidade de residuo orgânico. Os resultados
obtidos para a matéria orgânica desidratada de feijão-caupi, em função do fornecimento de nitrogênio no
solo, resultou em um melhor desempenho quando houve aplicação de 50 kg de Nitrogênio por hectare.
Palavras-Chave: matéria seca, resíduo orgânico.
MASSA SECA TOTAL E RELAÇÃO PARTE AÉREA RAIZ EM PLANTAS DE FEIJÃO-CAUPI
SOB RESTRIÇÃO HÍDRICA
¹Francisca Isaias Barbosa, ²Flavio José Rodrigues Cruz, ³Monyck Jeane dos Santos Lopes, 4Tereza
Cristina Huerb de Aquino, 5Roberto Cezar Lobo da Costa.
¹ Universidade Federal Rural da Amazônia(UFRA) - [email protected]
² Universidade Federal Rural da Amazônia(UFRA) - [email protected]
³ Universidade Federal Rural da Amazônia(UFRA) – [email protected]
4
Universidade Federal Rural da Amazônia(UFRA) - [email protected]
5
Universidade Federal Rural da Amazônia(UFRA) – [email protected]
O feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp], conhecido como feijão-de-corda ou feijão-da-colônia, é
uma das fontes alimentares mais importantes e estratégicas para as regiões tropicais e subtropicais do
mundo. A disponibilidade de água no solo governa a produção vegetal, assim sua falta ou excesso afetam
de maneira decisiva o desenvolvimento das plantas, pois alteram a absorção de nutrientes e da própria
água. A escassez hídrica provoca vários sintomas morfológicos e bioquímicos nas plantas, contribuindo
em menor ou maior intensidade para a redução da produtividade desta cultura de importância social e
econômica. O presente trabalho teve como objetivo analisar o efeito da restrição hídrica sobre a massa
seca total e relação/parte aérea raiz em plantas de feijão-caupi. Sementes de feijão caupi cultivar BRSMilênio foram postas para germinar em vasos contendo solo franco-arenoso. No 28º dia após o semeio, as
plantas foram submetidas ao estresse hídrico progressivo constituído por quatro tempos de estresse. Ao
final de cada período, as plantas foram coletadas, separadas em raiz e parte aérea e postas para secar em
estufa de ventilação forçada a 65 ºC. Em seguida foi determinada a massa seca das partes destacadas e a
massa seca total para determinar a relação massa seca total/raiz. O delineamento experimental foi
inteiramente casualisado em esquema fatorial 2x4 (plantas controle e sob estresse hídrico; quatro períodos
de estresse hídrico: 2, 4, 8 e 16 dias) e dez repetições. Os dados obtidos foram submetidos à análise de
variância e as médias comparadas a 5% pelo teste de Tukey. O estresse hídrico aplicado reduziu a massa
seca total das plantas sob estresse hídrico, assim como a relação parte aérea raiz de plantas de feijão
caupi.
Palavras-chave: estresse hídrico, feijão-da-colônia
PRÁTICA DE MONITORIA DA DISCIPLINA LEVANTAMENTO E CONSERVAÇÃO DO
SOLO DO CURSO DE AGRONOMIA-UFRA
1Valdemir Silva Abreu, ²Herdjania Veras de Lima, ¹Regina de Nazaré Nogueira Lisboa ¹Layana Rose
Melo Nascimento
1
Acadêmico do 8º semestre do curso de Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia –
[email protected];
² Engenheira Agrônoma, Dra, Professora da Universidade Federal Rural da Amazônia –
[email protected]
50
A disciplina Levantamento e Conservação do Solo é ofertada em semestres pares aos discentes do curso
de Agronomia, fazendo parte do elenco das disciplinas obrigatórias da grade curricular. De caráter
prático, é de fundamental importância para a formação do engenheiro agrônomo por tratar dos princípios
e técnicas do manejo e conservação do solo e da água, além de fornecer subsídios para interpretação de
mapas de solos e colaborar e/ou elaborar o zoneamento agrícola da área de interesse para produção
agropecuária. As atividades/metodologias rotineiras realizadas no laboratório de Física do Solo são a
análise granulométrica do solo com a finalidade de determinar a textura do solo e recomendar
posteriormente um sistema de manejo adequado para um determinado tipo de solo, determinação da
umidade do solo, água disponível, capacidade de campo e ponto de murcha permanente, afim de
monitorar uma possível limitação hídrica as plantas de interesse agrícola. A determinação da capacidade
de campo é feita através do método da mesa de tensão, onde é aplicado um potencial para obter uma
quantidade de água presente no solo e o ponto de murcha permanente a qual pode ser realizado por dois
aparelhos: o WP4 Potential Mater e a Câmara de Richard, no primeiro é adicionado uma quantidade em
uma amostra deformada e seca ao ar para obtenção do potencial correspondente, no segundo utiliza-se a
câmara de pressão com placa porosa, onde é aplicado para determinação da quantidade de água retida da
amostra. O papel do monitor é muito importante para dividir com professores da discplina o
acompanhamento individualizado de cada aluno. A atividade de monitoria da disciplina está a cargo de
um bolsista, que cumpre 12 horas semanais com essa atividade de ensino.
Palavras-Chave: Agronomia, Levantamento e Conservação do Solo, solo.
PRODUÇÃO E CRESCIMENTO DO MILHO EM DIFERENTES ÉPOCAS DE SEMEIO APÓS
A APLICAÇÃO DE FOSFATO NATURAL REATIVO
1
Rafael Silva Guedes, 2Juliana Chagas Rodrigues, 3Rengles de Oliveira Menezes, 4 Hadrielle Karina
Borges Nesves,5Antônio Rodrigues Fernandes
1
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A cultura do milho apresenta boa resposta à aplicação de fosfato natural e o estudo dos efeitos de
diferentes épocas de semeio após a aplicação do adubo pode aumentar a resposta da cultura, uma vez que
apresenta baixa solubilidade e o semeio imediato após a adubação pode não ser a melhor opção. O milho
(Zea mays, L.) é o principal cereal produzido no Brasil, cultivado em cerca de 13 milhões de hectares,
com produção de aproximadamente 42 milhões de toneladas de grãos e produtividade média de 3,5 t ha -1.
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de milho, com participação média de 6% na oferta mundial
desse produto, superado pelos Estados Unidos (~43%) e pela China (~20%). A importância econômica do
milho é caracterizada pelas diversas formas de sua utilização, que vai desde a alimentação animal até a
indústria de alta tecnologia. Na realidade, o uso do milho em grão como alimentação animal representa a
maior parte do consumo desse cereal, isto é, cerca de 70% no mundo. Este trabalho teve como objetivo
avaliar o efeito de diferentes épocas de semeio após a aplicação de fosfato natural reativo na produção e
crescimento do milho. O trabalho foi conduzido em área experimental do Instituto de Ciências Agrárias,
na Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, sob o delineamento experimental em blocos
cazualizados com quatro repetições. Os tratamentos foram quatro épocas de semeio após a adubação (0,
30, 45, 60 dias após a adubação). Para plantio foi utilizado o híbrido BRS-1030 e a adubação constou de
80kg ha-1 de P2O5 na forma de ARAD, em única aplicação e 90 kg ha-1 de N e K2O na forma de Sulfato de
amônio e KCl, respectivamente, parcelados em duas aplicações. Foram avaliados os parâmetros altura da
planta, números de folhas diâmetro do caule, peso verde e seco da parte aérea e massa de 100 grãos da
espiga.
Palavras-Chave: Altura da planta, Massa seca, Arad.
RAZÃO DA ÁREA FOLIAR EM PLANTAS DE FEIJÃO-CAUPI SOB ESTRESSE HÍDRICO
¹Ruy Guilherme Correia, ²Flávio José Rodrigues Cruz; ³Monyck Jeane dos Santos Lopes, 4Hadrielle
Karina Borges Neves, 5Roberto Cezar Lobo da Costa.
¹Universidade Federal Rural da Amazônia [email protected]
51
²Universidade Federal Rural da Amazônia [email protected]
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Resumo: O feijão-de-corda ou feijão-caupi é considerado uma planta rústica, adaptando-se às diferentes
condições de clima e solo, sendo cultivado em regiões úmidas, subúmidas e semi-áridas. Entretanto, em
condições de estresse hídrico, comum em regiões com baixa precipitação pluviométrica, nota-se redução
na produtividade da cultura. O estudo da análise de crescimento de plantas permite verificar a dinâmica
do crescimento e desenvolvimento das plantas em condições normais ou adversas. Nesse sentido, a
determinação da área foliar é importante, pois as folhas são as principais responsáveis pela captação de
energia solar e pela produção de fotoassimilados que são translocados para a produção de massa seca nas
plantas. Sementes de feijão caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp] BRS- Pretinho foram postas para
germinar em vasos contendo 3kg de um latossolo amarelo de textura arenosa, deixando-se cinco sementes
por vaso. Após 10 dias do semeio foi feito o desbaste das plântulas, deixando-se uma plântula por vaso, e
uma adubação foliar com NPK com uma dose proporcional a 100 kg. ha -1 na formulação 10-20-20. Os
vasos foram irrigados diariamente. No 26°dia foi aplicada a suspensão da irrigação, sendo três períodos
de estresse hídrico: Quatro, oito e doze dias. Ao final de cada período de suspensão da rega, as plantas
foram separadas em raiz e parte aérea, destacando-se as folhas para a determinação da área foliar por
meio de um integrador de área foliar portátil. Com os dados de área foliar e massa seca total das folhas
secas em estufa de ventilação forçada, foi determinada a razão da área foliar. O delineamento
experimental adotado foi o inteiramente casualisado em esquema fatorial 2x3 (duas condições hídricas:
plantas irrigadas e não irrigadas, e três períodos de suspensão das regas: quatro, oito e doze.) com dez
repetições por tratamento. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias
comparadas a 5% pelo teste de Tukey. O estresse hídrico promoveu redução na razão da área foliar em
plantas sob estresse hídrico nos tempos de 8 e 12 dias de estresse hídrico.
Palavras-chaves: Vigna unguiculata, análise de crescimento, BRS- Pretinho
RESPOSTA DO IPÊ-BRANCO (Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sand.) À APLICAÇÃO DE DOSES
DE NITROGÊNIO E DA CALAGEM, EM FASE INICIAL DE DESENVOLVIMENTO
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Nilvan Carvalho Melo, 2 Jessivaldo Rodrigues Galvão, 3 Vicente Filho Alves Silva.
1
Universidade Federal Rural da Amazônia– [email protected]
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O Ipê-branco é uma planta arbórea típica de regiões tropicais e subtropicais, pertencente à família
Bignoniaceae; apresenta altura em torno de 7 á 16 metros e diâmetro do tronco, 0,40 a 0,60 metros. A
produção de mudas é a maneira mais econômica e segura de se obter plantas sadias e resistentes para o
plantio definitivo. Entretanto mudas de boa qualidade oferecem uma maior resistência às condições
adversas que podem ocorrer, como por exemplo, replantio e gastos em manutenção. O nitrogênio (N) é
essencial para o desenvolvimento dos vegetais, sendo que o uso da adubação nitrogenada na produção de
espécies florestais proporciona uma prática eficiente para reduzir o tempo das plantas em viveiro,
tornando-a mais econômica. O trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de doses de nitrogênio no
crescimento inicial de mudas de ipê branco, influenciados pela correção do solo. O experimento foi
instalado em casa de vegetação do Instituto de Ciências Agrárias (ICA) no campus da Universidade
Federal Rural da Amazônia (UFRA) no município de Belém/PA, por um período de oito meses. O
delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, arranjado num esquema fatorial 5x2,
com cinco repetições, totalizando 50 unidades experimentais. Os fatores foram cinco doses de nitrogênio:
0; 50; 100; 150 e 200 e kg ha-1 de N, na forma de Uréia, e correção do solo (com e sem calagem).
Inicialmente, as sementes foram colocadas em substrato com areia lavada para germinação até atingirem
5 cm de altura e duas folhas definitivas, em seguida foram repicadas para sacos plásticos, permanecendo
nesse ambiente por 90 dias. Após esse período, as plântulas foram selecionadas pela uniformidade, quanto
à altura, e em seguida realizado o plantio para vasos com capacidade de 3dm3 de solo. Durante a
condução do experimento, foi realizada irrigação diária com o objetivo de manter a umidade constante,
acrescentando-se um volume de água correspondente a capacidade de campo do solo. Os dados obtidos
das variáveis de resposta, altura e diâmetro da planta, foram submetidos à análise de variância, com as
médias comparadas por meio do programa estatístico SISVAR.
52
Palavras-Chave: Espécie Florestal, Uréia, Crescimento.
RESTRIÇÃO HÍDRICA SOBRE A RAZÃO DA ÁREA FOLIAR E DO PESO FOLIAR DE
FEIJÃO-CAUPI
¹Rengles de Oliveira Menezes, Monyck Jeane dos Santos Lopes, Hadrielle Karina Borges Neves, Maria
Viviane Mota, Roberto Cezar Lobo da Costa.
4
5
O feijão-caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp] é considerado uma planta rústica, adaptando-se às
diferentes condições de clima e solo, sendo cultivado em regiões úmidas, subúmidas e semi-áridas.
Caracteriza-se por apresentar excelente capacidade de adaptação à seca, embora essa capacidade varie
entre os cultivares e os estádios de desenvolvimento. O estresse hídrico constitui um fator limitante ao
desenvolvimento normal das plantas assim como contribui para a redução da produtividade das culturas
de importância econômica e social. O presente trabalho teve como objetivo avaliaro efeito do estresse
hídrico emplanta de feijão caupi submetidas a defict hídrico. No experimento foram utilizados sementes
de feijão caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp] cultivar BRS-Milênio, obtidas da Embrapa Meio Norte
foram postas para germinar em vasos contendo 15 litros de solo franco-arenoso. No 28º dia após o
semeio, as plantas foram submetidas ao estresse hídrico progressivo constituído por quatro períodos de
tempo de estresse. Ao final de cada período, a área foliar foi medida por meio de um integrador de área
foliar portátil. Em seguida, as plantas foram separadas em folhas, ramos e raiz, ensacadas e postas para
secar em estufa de ventilação forçada por 72 horas a 65 ºC para, posteriormente, pesagem das partes
destacadas e determinação das variáveis razão da área foliar e razão do peso foliar segundo metodologia
proposta por Benincasa (1988). O delineamento experimental foi inteiramente casualisado em esquema
fatorial 2x4 (plantas controle e sob estresse hídrico; Quatro períodos de estresse hídrico: 2, 4, 8 e 16 dias)
e oito repetições. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas a 5%
pelo teste de Tukey. O estresse hídrico imposto as plantas de feijão caupi promoveram redução da razão
da área foliar e do peso foliar comprometendo a área foliar fotossintetizante.
Palavras-chave: deficiência hídrica, área foliar, Vigna unguiculata.
TEORES DE AMINOÁCIDOS SOLÚVEIS TOTAIS EM FOLHAS DE PLANTAS DE SORGO
SUBMETIDO À TOXIDEZ POR ALUMÍNIO
¹Gerson Diego Pamplona Albuquerque, ²Flávio José Rodrigues Cruz, ³Hugo Amancio Sales Silva, 4Maria
Viviane Mota, 5Roberto Cezar Lobo da Costa
4
5
O sorgo (Sorghum bicolor) é o quarto cereal em área plantada no mundo, sendo cultivado na maior parte
das regiões tropicais e subtropicais, constituindo a maior fonte de alimento e de rações da África, Oriente
e Oriente médio. É uma importante cultura para o Brasil, principalmente na substituição do milho, nas
rações para animais, pois a composição dos grãos de sorgo assemelha-se às dos grãos de milho. No
entanto, a sua produtividade em solos ácidos é afetada pela ação tóxica do alumino o qual desencadeia
vários distúrbios nas plantas que vão desde redução do crescimento radicular como alterações metabólicas
que induzem a planta a promover um ajustamento osmótico celular, visto que o alumínio atua como um
soluto promovendo uma redução do potencial hídrico celular. O presente trabalho teve como meta
analisar o efeito da fitotoxidez do alumínio sobre os teores de aminoácidos solúveis totais (AST) em
folhas de plantas de sorgo. O experimento foi conduzido em casa de vegetação, usando-se vasos com
capacidade para 1,2 litros contendo solução nutritiva. Foram testados quatro tratamentos: plantas controle,
50µM, 100µM e 150µM de Al +3, com 8 repetições cada tratamento. A fonte de alumínio utilizada foi o
53
Al2(SO4)3.18 H2O e o delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualisado (DIC). Os dados
obtidos foram submetidos a analise de variância e as médias dos tratamentos comparadas pelo teste de
Tukey a 5%. Foi observado decréscimo significativo (p<0,05) nos teores de AST nas folhas dos
tratamentos contendo Al+3, verificando-se valores de 15,71; 13,58; 11,21 e 9,94 mol/ g MS,
respectivamente nos tratamentos controle, 50µM, 100µM e 150µM de Al+3.
Palavras-chave: Solução nutritiva, Al+3, deficiência hídrica, fitotoxidez.
VISUALIZAÇÃO DA REALIDADE SÓCIO-ECONÔMICA DA COMUNIDADE BOA
ESPERANÇA
1
Suelen Cristina Nunes Alves, 2Vicente Filho Alves Silva, 3Erika Kzan da Silva, 4Felipe Tameirão
Fonseca, 5Carlos Augusto Cordeiro Costa
1
3
4
5
Professor Dr. da Universidade Federal Rural da Amazônia– [email protected]
2
A comunidade Boa Esperança é pertencente à região de Marapanim, o qual fica localizado no nordeste
paraense a 170 km da capital do estado do Pará. A fim de conhecer seus aspectos culturais, sociais e
econômicos, cinco alunos tiveram um contato mais próximo com a realidade do campo, tirando como
modelo a comunidade de Marapanim para obter uma maior compreensão da situação atual do interior do
Pará. Objetivou-se com está vivência, conhecer as potencialidades locais, sua população e seus costumes,
bem como a troca de experiências, o conhecimento sobre a realidade local, visando o aprendizado na
prática do que na maioria das vezes não se aprende na universidade. A comunidade possui como
atividades econômicas principais a pesca, o extrativismo vegetal e trabalham principalmente com a
cultura do milho (Zea mays) e da mandioca (Manihot esculenta Crantz), que são utilizados para o
consumo (alimentação e na criação animal), além da venda em Marapanim, onde o lucro é a base da
renda familiar. Com relação a amplitude social, no espaço físico da comunidade além das casas, existem
uma igreja e uma escola de primeira a quarta séries, sendo que os alunos que cursam as séries seguintes
precisam deslocar-se até o município de Marapanim sendo transportados por um ônibus mandado pela
prefeitura. Na sede da comunidade também são realizadas atividades culturais, no mês de setembro, que é
o Festival da Tapioca, com fins de movimentar a economia local. Nele são vendidos os produtos de um
ano de trabalho. Uma observação importante a respeito da comunidade decorrente da conversa com
moradores foi à falta de interesse da prefeitura e a falta de investimento na agricultura familiar, bem como
um acompanhamento técnico na produção, pois se houvesse a disposição de um sistema orientado, as
áreas seriam utilizadas por maior tempo com menores impactos ao solo, visando à otimização das
atividades de produção. Contudo, a experiência em comunidade possibilitou aprimorar nossos
conhecimentos práticos aplicado ao campo, compreendendo a realidade e vivência no meio rural.
Palavras-Chave: agricultura familiar, sistemas de cultivo, vivência.
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
AGRICULTURA FAMILIAR: UMA EXPERIÊNCIA NO ASSENTAMENTO BENEDITO
ALVES BANDEIRA – ACARÁ
Kamila de Sousa Leão ¹, Josiele Pantoja de Andrade², Richard d‘e Nixon Raiol Leão³, Cristina Maria
Araújo Dib Táxi4
¹ Graduanda de Agronomia da UFRA - [email protected]
² Graduanda de Agronomia da UFRA - [email protected]
³ Graduando de Agronomia da UFRA - [email protected]
4
Professora Dr. da UFRA - [email protected]
54
A luta pela terra presente desde o Brasil colonial assumiu características diferentes ao longo dos anos
sendo evidenciada através dos vários conflitos que demonstram a dinâmica das populações rurais. No
Assentamento Benedito Alves Bandeira – BAB localizado no município do Acará- Pa não foi diferente, a
ocupação da área ocorreu por volta de 1987 com o intuito de tomar posse de uma antiga fazenda
improdutiva, haja vista que os trabalhadores sofriam (e ainda sofrem) com o monopólio da terra; e a
necessidade de garantir o sustento da sua família através da agricultura. Foram realizadas visitas a fim de
obter informações sobre os projetos de assentamentos, as políticas desenvolvidas, e como se organiza a
parte de produção deste. Inicialmente através de conversas informais e em seguida através de aplicação de
questionário junto à população a ssentada e consulta a documentos pertinentes. Os assentados são
minimamente organizados em uma associação, o que pode se considerar uma ferramenta importante para
tentar solucionar as injustiças vividas na vida e no trabalho. O assentamento apresenta uma área de 9.000
ha, onde a media de cada lote é de 50 ha. A maioria dos assentados trabalha com a produção de mandioca
(Manihot sculenta) para fazer a farinha, e com a produção da Pimenta do Reino (Piper Nigrum) e de uma
forma menos expressiva alguns trabalham com a produção de gado, com o plantio de Abacaxi (Ananas
comosus)e de algumas culturas de ciclo curto para subsistência como Milho(Zea mays), Arroz (Oryza
sativa) , e Feijão (Phaseolus vulgaris). Para alem das necessidades de infra-estrutura, os agricultores
demandam de assessoria técnica, o que gera inúmeros problemas relacionados a produção. Principalmente
no que se refere a perda de produtos tanto na fase de campo, como é o caso da podridão da mandioca pelo
alagamento da área, como na fase de colheita e beneficiamento. Pode-se afirmar que os assentamentos
rurais adequadamente assistido torna-se um grande potencia para a produção de alimentos do seu
município.
Palavras chaves: Assentamento, produção, acará.
TEATRO E SERVIÇO SOCIAL: CONSTRUINDO A CIDADANIA DE CRIANÇAS E
ADOLESCENTES QUE VIVENCIAM A VIOLËNCIA
1
Walderney Pinheiro da Cruz, 2Gleidson Pantoja, 3Heliana Baia Evelin
1
Acadêmico de Serviço Social da - Universidade Federal do Pará, estagiário da Promotoria de Justiça da
Infância e Juventude do MPE, voluntário do Programa Luamim: peças interventivas na realidade [email protected]
2
Acadêmico de Serviço Social, Bolsista PROEX/UFPA - Universidade Federal do Pará [email protected]
3
Orientadora Doutora em Serviço Social da Universidade Federal do Pará - [email protected]
Em muitas cidades, as escolas são palco de situações de violência. Quando situadas onde a exclusão
social se manifesta de modo mais acentuado, as escolas não ficam isoladas deste contexto. Em geral, a
solução proposta é o policiamento e nem sempre essa solução é possível e quase nunca é eficaz. Ao
contrário, muitas vezes apenas reforça a violência. O presente trabalho é construto de uma atividade
extensionista em que foi desenvolvido o plano de trabalho Atores Adolescentes e o Serviço Social:
intervenção para um mundo menos violento no PROCRIAR (Projeto Crianças e Adolescentes
Resilientes), do Programa Luamim: peças interventivas na realidade que constrói conhecimentos através
do Serviço Social no contexto das Ciências da Cultura como forma de subsidiar tecnologias sociais
relacionadas ao Serviço Social, Arte e Comunicação. O plano de trabalho objetiva: contribuir para o
avanço na construção de tecnologias sociais e tem como objetivos específicos inserir 20 adolescentes na
oficina de arte cênica, visando desenvolver-lhes a capacidade de resiliência, motivar-lhes a reflexão, a
iniciativa, o exercício de cidadania; as inter-relações, a valorização do diálogo para a melhoria do
relacionamento com os familiares e amigos, obtenção de conhecimentos, elevação da auto-estima;
prevenção da evasão e retenção escolar, construção do projeto de vida profissional, e engajamento
comunitário. É discutida entre os adolescentes e os instrutores das oficinas de arte cênica a inserção de
temas relacionados à realidade na encenação teatral. As atividades ocorrem no bairro do Guamá, em
Belém, no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), com crianças e adolescentes matriculadas
em escolas públicas. Trata-se de ações investigativas do Serviço Social no contexto da criação artística do
teatro. As metodologias desenvolvidas são dinâmicas orientadas (brincadeiras direcionadas para
socialização, diálogos, técnicas de concentração, debates sobre auto-estima, informações sobre direitos e
deveres de cidadania, identificação e reflexão sobre fatos que envolvam violência), oficinas de vídeo,
entrevistas e questionários. Identifica-se haver interação entre os participantes, apesar de que a maioria
55
não se conhecia, bom nível de concentração, relatos de violência e drogas ilegais no meio onde vivem,
construção e apropriação dos direitos contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente. A experiência
possibilita observar como muitas crianças e adolescentes se encontram na sociedade, vivenciando
constantes cenas de violência, reflexo da violação de seus direitos. Tem-se a perspectiva de formar
cidadãos mais comprometidos com a construção da paz, do respeito, da ética e demais valores necessários
a compreensão e consciência de suas realidades.
Palavras-Chave: violência, Serviço Social, Arte.
CIÊNCIAS HUMANAS
A QUESTÃO DA IDENTIDADE DOS HEADBANGERS
¹Raoni Lourenço Arraes, ²Robson Rodrigues Lima, ³José Lucas Maués das Neves, 4Jonas Monteiro
Arraes
¹Universidade Federal do Pará – [email protected]
²Universidade Federal do Pará - [email protected]
³Universidade Federal do Pará - [email protected]
4
Professor Mestre do curso de Bacharelado em Música da Universidade do Estado do Pará
É consenso na ciência social, seja Sociologia, Antropologia ou outra qualquer, que a identidade do
homem contemporâneo não desfruta de uma unicidade, ou seja, não é somente um grupo social (família,
Estado, partido político…) que a define, porém uma conjunção de vários destes.A grande questão aqui é:
o que define a identidade do ser humano, ou melhor, o que define a identidade headbanger? Podemos
falar em identidade headbanger? Se headbanger não é uma categoria étnica, no sentido estrito do termo,
é no jogo da diferença que ele é construído. Identidade é uma definição de pertença que determinado
grupo social constrói de si em relação aos outros grupos que o cercam. A identidade é sempre uma
identidade em relação a quem, traduzindo um impulso psíquico fundamental de diferenciação, portanto,
pertencimento, que é construída a partir de vários referenciais — família, Estado, religião, gênero,
etc.Assumimos os headbangers como grupo social que se delimita através de símbolos e atitudes
específicas, isto é, uma tribo urbana. A partir daí, nos perguntamos sobre a identidade desta tribo, suas
características e possíveis desdobramentos. O fator principal de unificação da cultura headbanger é sua
música, o Heavy metal. No entanto, a multiplicidade da identidade headbanger comporta diversas subidentidades, que são definidas por conjuntos de características agregadas ou excluídas de acordo com o
subgênero musical correspondente. Esse movimento de agregação/segregação ora identidade da tribo, ou
seja, existem diferenças sensíveis num indivíduo que se identifique mais com o Black metal e outro que
se identifique mais com o Metalcore. Portanto, podemos questionar: existe uma identidade headbanger?
Se existe, o que a define? Seria ela única, indivisível, ou determinada por várias condições locais?
Palavras-Chave: Identidade, Headbangers, Tribo Urbana
A SOCIEDADE DE VIGILÂNCIA: A VIDA COMO ESPETÁCULO
Helio Figueiredo da Serra Netto1 Jorge Oscar Santos Miranda2
1
Mestrando em antropologia do programa de pós graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal
do Pará - [email protected]
2Graduando do 8º semestre do curso de Ciências Sociais, ênfase em sociologia, da Universidade Federal
A proposta do trabalho é abordar as características que leva o público a participar da lógica do espetáculo,
proporcionado pelos programas do gênero de show de realidade, bem como, analisar o impacto causado
nas relações sociais e, sobretudo, na tentativa de forjar novas representações, como a criação de ―heróis
do povo‖.Considerado um fenômeno no mundo, os ―Reality Shows‖ tornaram-se a ―chave-mestra‖ das
emissoras de televisão na busca da audiência. Os programas de ―realidade‖ tiveram uma grande
aceitabilidade pelos telespectadores, popularizando-se. Uma espécie de ―explosão‖ na programação diária
do mundo da televisão nos quatro cantos aconteceu a partir disso. Sempre criticados quanto ao seu caráter
estético e ético,o chamado bom gosto, estas atrações pretendem,de forma direta ou indireta, tornar
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―público‖ a verdadeira face dos agentes sociais- os participantes- apresentados.O que sabe-se a respeito
da gênese dos reality shows é que, eles tiveram uma passagem pelo rádio até chegar na televisão. ―An
American Family‖ transmitida em doze capítulos em 1973 nos estados Unidos, foi o primeiro show de
realidade que se tem notícia; o programa fez sucesso na época por tratar de assuntos como: Divórcio e
homossexualismo em uma família conservadora -tradicional- da época. Países como, Inglaterra e
Austrália utilizaram o mesmo formato para a criação de inúmeros shows.No entanto o reality show
,COPS, lançado em março de 1989 foi o que impulsionou o interesse moderno por esses programas, atrás
dele vieram, The Real World,da MTV,(lançado no Brasil como ―Na Real‖).Em 2000, Expedition
Robinson e Big Brother, na Europa, bem como Survivor,nos Estados Unidos fizeram multiplicar os reality
shows.
Palavra- Chave: Reality Show, Espetáculo, Relação Social.
ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2008: UMA BREVE ANALISE DA COMPETIÇÃO ELEITORAL
AOS CARGOS MAJORITARIOS E PROPORCIONAIS NO ESTADO DO PARÁ
1
Luiz Eduardo Santos do Nascimento, 2Ana Luiza Coelho Araújo da Silva Ferreira, 3Maria Luzia
Miranda Álvares
1
Projeto extracurricular temático Grupo de Trabalho em Ciências Sociais – [email protected]
2
Grupo de Estudos e Pesquisas ―Eneida de Moraes‖ sobre Mulher e relações de Gênero [email protected]
3
Faculdade de Ciências Sociais - [email protected]
O presente trabalho é fruto do relatório parcial do Plano de Trabalho ―O quadro das eleições municipais
de 2008: partidos, filiados/as e candidatos/as em competição aos cargos legislativo e executivo no Pará”,
que por sua vez é parte integrante do Projeto de pesquisa: ―Filiação, Candidatura & Eleições: as
trajetórias pessoais no recrutamento para a competição eleitoral (Pará, 2004 e 2006)‖ coordenado pela
Professora Doutora Maria Luzia Miranda Álvares, da Faculdade de Ciências Sociais - IFCH/UFPA. A
competição eleitoral na esfera municipal para os cargos majoritários e proporcionais ganha cada vez mais
importância e conseqüentemente maior espaço no debate nacional das eleições. Mas, a maior
concentração de trabalhos e pesquisas ainda se dá nos estudos sobre as câmaras legislativas na esfera
estadual e federal. Pensando em suprir em parte a necessidade de material a nível local da corrida eleitoral
é que se apresenta este trabalho e no qual foram levantados dados das eleições municipais de 2008
(legislativo e executivo), no Estado do Pará. Os dados levantados foram identificados, analisados com
interconexões prévias, por se tratarem de dados parciais colhidos junto ao sitio do Tribunal Superior
Eleitoral. Foi utilizados também material bibliográfico pertinente à temática, documentos e jornais. De
uma analise preliminar supõe-se que alguns partidos concentraram o poder em poucas lideranças e estas
caminham para uma acirrada disputa nos pleitos vindouros.
Palavras-Chave: competição eleitoral, cargos majoritários e proporcionais, Estado do Pará.
A RELAÇÃO DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE ANANINDEUA COM A
REPRESENTATIVIDADE POLÍTICA: UMA ANÁLISE DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2004
E 2008.
¹Cassiano dos Santos Simão, ²Karen Gabriely Sousa Santos, 3Samuel Maria de Amorim Sá
¹Universidade Federal do Pará – [email protected]
²Universidade Federal do Pará – [email protected]
3
Professor Dr. da Universidade Federal do Pará – [email protected]
Este trabalho visa analisar as eleições municipais da cidade de Ananindeua, de forma a identificar e
caracterizar o sentido de representatividade política no município, tendo em vista a participação do
eleitorado nos últimos dois pleitos, referentes à esfera de poder descrita. A relação sugerida está
fundamentada pela análise comparativa dos dados das eleições dos anos de 2004 e 2008, examinadas a
partir do conceito de representatividade política, nos aspectos quantitativos e qualitativos do processo de
57
participação eleitoral. A caracterização respectiva à eficácia do voto, na via eleitor-candidato, vem a
denotar a construção ou não de um apoio popular, não só em relação aos representantes, como também
em relação ao próprio processo legal de escolha. Nesse sentido a conjugação acerca das temáticas,
representatividade política e eleições, nortearão um entendimento popular em relação ao processo
eleitoral e suas arquitetações e disposições sobre a sociedade; referenda, através da análise do voto, as
acepções tangentes à estrutura política de representação da comunidade, substanciando os caracteres de
credenciamento e credibilidade, conferidos aos processos de obtenção e exercício do poder político;
relaciona a perspectiva da atuação do representante do poder político, com as necessidades demonstradas
pela sociedade; concatena o sentido do processo eleitoral enquanto ―termômetro de sanidade‖ do caráter
relativo à representatividade política.
Palavras-chave: Eleições, Representatividade Política.
“NATIVOS TEMPORÁRIOS”: UM ESTUDO SOBRE INGRESSANTES/CALOUROS DO
CURSO DE CIÊNCIAS SOCIAIS-UFPA
Samuel Sá¹, Juliana da Silva Barroso², Ricardo da Silva Rodrigues³, Anna Barbara Cardoso da Silva4,
Dalila Góes Antero5
1.Orientador: UFPA – [email protected]
2. UFPA – [email protected]
3. UFPA - [email protected]
Este resumo é parte de um trabalho – Nativos Temporários - neste, analisaremos o que denominamos de
INGRESSANTES ou CALOUROS. O processo de contato entre o aluno recém ingresso na universidade
e a estrutura universitária é a questão fundamenta para compreender o processo de autonomia e criação da
identidade universitária, pois a universidade é um espaço que apresenta ampla diversidade cultural, multiorientações políticas e considerável pluralidade de classes sociais convivendo e construindo este espaço
de conhecedores. A diversidade cultural de orientações políticas e de classes sociais não é algo inerte e
sem utilizações, pois a diversidade de orientações de vida é uma coisa que podemos usar para conflitar
nossa identidade ou orientação com a identidade do outro. Fundamenta-se quando o individuo afirma a
sua identidade, diferenciando-se do outro, sendo que este eu e este outro são sempre invocados enquanto
grupo e não enquanto indivíduos solitários. Mas também é possível, fazer o movimento de alteridade.
Este se fundamenta em compreender a identidade e as motivações do outro pela sua própria lógica, o que
abre a possibilidade de negociar ou trocar partes da identidade do eu com a identidade do outro,
construindo algo novo, criando novas possibilidades de orientar-se na universidade e na vida. A
diversidade cultural é forjada a partir das diferentes informações e experiências que os indivíduos
convivem e trocam. O encontro de duas ou mais formas de se orientar no mundo quando confrontadas,
leva ao choque cultural, graças as diferentes formas de compreender aspectos do meio natural e social,
por isso que para se entender o contato intercultural, não temos que investigar apenas a cultura resultante
do contato, mas o que eram estas duas culturas antes do contato, sua história e estrutura social. E o que
tem isso a ver com o meio universitário? Esta discussão teve que vir a tona para esclarecer e situar a
diversidade cultural em macro-escala para que agora possamos discuti-la a nível de diversidade cultural
na UFPA, em um primeiro momento no curso de ciências sociais. O que propomos é uma Antropologia
aplicada à educação, na qual alunos, professores e todo o restante da estrutura universitária são
importantes para construção da identidade universitária dos discentes enquanto conhecedores. Com isto,
sente-se a necessidade de estudar a identidade do discente, não a partir da que se forma no meio
acadêmico, mas o que ele traz de suas experiências de vida.
Palavras-Chave: Autonomia, Identidade Universitária, Diversidade Cultural
FILHOS CANHOTOS DE PAIS DESTROS
Ana Flávia Lima Teles, Mestranda do Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento - NTPC/[email protected]
2
Francisca Morais da Silveira, Doutora em Lateralidade pela UFPA, Professora da Universidade Federal
do Maranhão (UFMA)- [email protected]
1
58
O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sistemática da literatura, de forma eletrônica, sobre a
incidência de canhotismo e o seu grau de consistência em filhos de pais destros utilizando-se os
descritores: ―dominância manual‖, ―canhotismo‖, ―destrimanismo‖, e ―preferência manual‖, nas bases de
dados Scielo, ScienceDirect, SciFinder e Isi Web of Knowledge.Observou-se a evidência mais forte e
consistente em favor de teorias genéticas de assimetria manual por meio de pesquisas do tipo
intrafamiliar, onde se faz comparações da dominância manual dos genitores e dos descendentes. Foram
utilizados 15 artigos. Alguns pesquisadores postularam que o grau, mas não a direção de dominância
manual seria determinada por fatores hereditários (Bryden, 1982; Bryden & cols., 1997; Collins, 1991;
Corballis, 1997). Descrições da literatura científica apontam que quando ambos os pais são destros, a
prevalência era por volta de 10%; quando um genitor era destro e o outro canhoto, a taxa aumentou ao
nível de 20%; e quando ambos os pais eram canhotos, a taxa aumentou até 26% McManus & Bryden
(1992). Em geral, encontrou-se a maior incidência de canhotismo nos filhos de pais canhotos do que nos
filhos de pais destros. Sugere-se a ampliação de pesquisas que confirmem esses achados.
Palavras-chave: canhotismo intrafamiliar, dominância manual, consistência manual.
PROJETO PAIR-GUARANI: ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA
CRIANÇAS E ADOLESCENTES ATRAVÉS DO FORTALECIMENTO DAS REDES DE
INSTITUIÇÕES RESPONSÁVEIS PELA GARANTIA DOS DIREITOS INFANTO-JUVENIS.
¹Núbia Machado Eloi, ²Adilásio Pedro Pereira Cruz Neto, ³Marcela Alves da Silva, 4Genylton Odilon Rego
da Rocha
¹Universidade Federal do Pará - [email protected]
²Universidade Federal do Pará - [email protected]
³Universidade Federal do Pará - [email protected]
4
Professor Orientador – Professor do Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Pará [email protected]
O Projeto PAIR está inserido no Programa Guarani: Enfrentando o Perigo e trata-se de um projeto de
extensão fruto da parceria entre governo federal, governo estadual e a Universidade Federal do Pará
UFPA. O Programa Guarani abrange 16 municípios no estado do Pará, o Projeto PAIR atua em 4 desses
16 municípios, tendo por objetivo articular a rede de enfrentamento à violência sexual contra a criança e o
adolescente. Os Municípios de Atuação do PAIR são: Belém, Ananindeua Marituba e Altamira. Essa
escolha deu-se por conta da situação de vulnerabilidade apresentada nessas localidades. A articulação da
rede ocorre através de uma reunião de sensibilização, onde a prefeitura assina uma carta de intenções, se
comprometendo com o Programa, ao mesmo tempo que é realizada uma coleta de dados sobre casos de
violência sexual contra a criança e o adolescente no município. Posteriormente, são realizadas cinco
oficinas para capacitação das diversas instituições públicas e da sociedade civil organizada, que
viabilizarão o Plano Operativo Local, um plano de estratégias para o enfrentamento à referida violência
que deve ser construído em conjunto com as entidades do município. Até o momento, os resultados
apontam para uma precariedade na articulação dessa rede e nas condições de atendimento e acolhimento
das vítimas, bem como na prevenção e enfrentamento dos casos. A noção de rede nos trás uma
problemática onde a ineficácia de um dos componentes da rede prejudica o trabalhado de outras
instituições e compromete a qualidade no trato dos casos.
Palavras chaves: Crianças, Adolescentes, Violência Sexual.
PROJETO GUARANI: FORTALECER POLÍTICAS PÚBLICAS E CRIAR REDES SOCIAIS DE
ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO
ESTADO DO PARÁ.
¹ Jorge Lucas Gonçalves de Souza das Neves, ² Genylton Odilon Rego da Rocha
¹ Universidade Federal do Pará – [email protected], ² Professor orientador – Faculdade de
Pedagogia/UFPA – [email protected]
59
O presente trabalho mostra o papel do Projeto Guarani na articulação e fortalecimento de redes de
enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes em doze municípios do Estado do Pará.
A escolha dos Municípios se deu pelo Governo do Estado do Pará considerando o Índice de
Desenvolvimento Humano – IDH dos municípios da região do Marajó: Soure, Portel, Breves e Salvaterra.
Região Metropolitana: Ananindeua, assim como a antecipação de instalação de grandes projetos como da
construção da BR 163: Santarém, Belterra, Alenquer, Itaituba, Rurópolis, Trairão e Novo Progresso. O
Projeto que vem também em resposta a demanda legislativa definida pelo Estatuto da criança e
Adolescente (ECA, 2000) e a um cenário que perpassa pela naturalização do crime até a impunidade de
agressores. E desta forma, serão apresentados; contextualização da violência sexual, conceito de violência
sexual, objetivo, metodologia, perspectivas dos resultados da execução em andamento, bem como
conclusões preliminares que apontam para uma desarticulação entre os órgãos do poder público,
movimentos sociais e organizações não governamentais que atuam direta ou indiretamente no
enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes nos referidos Municípios, a precariedade
das condições de funcionamento do sistema de garantia de direitos da criança e adolescentes, além da
ausência de sistematização de dados relativos aos casos de violência sexual.
Palavras-Chave: Projeto Guarani; Violência Sexual; Criança e Adolescente.
HOMOCONJUGALIDADES: CONHECECER PARA RECONHECER O OUTRO
1
Elayne de Nazaré Almeida dos Santos, 2Cristina Donza Cancela
1
Pet/GT/CS/IFCH/UFPA – [email protected]
2
Professora Dra. Da UFPA
Trata-se da análise de relacionamentos conjugais entre homossexuais a partir das práticas e
representações em torno da socialização construída pelos casais com a sociedade, que se configuram em
um intenso jogo de estratégias e dificuldades vivenciadas no cotidiano. Para tanto, realizou-se entrevistas
semi-estruturadas e conversas informais com três casais, observação participante, consultas bibliográficas
e ao banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a fim de traçar o perfil dos casais e
compreender a inserção dessas homoconjugalidades em meio a sociedade heterossexista. Os resultados
apontam mudanças na estrutura e valores sociais do casamento e da família (famílias com e/ou sem
parentesco e casais sem filhos vivendo ou não com outros parentes). Portanto, depreende-se que essas
parcerias homossexuais devem ser compreendidas por uma visão pluralista, isto é, através da
resignificação de papéis sociais e dos ―novos‖ tipos de família que se diferencia da família heterossexual
nuclear. Apesar, da libertação sexual emergente desde a década de 80, a maioria dos parceiros ainda
vivem reservados devido ao preconceito sexual que os impedem de serem reconhecidos juridicamente e
de terem um comportamento social livre. (PIBIC,PARD).
Palavras-Chave: Sexualidade, homoconjugalidade, gênero.
SEXUALIDADE E PODER: UMA ANÁLISE SOBRE A POLITICA DE HIGIENIZAÇÃO DO
SÉCULO XIX.
1
Karen Gabriely Sousa Santos, 2Cassiano dos Santos Simão, 3Samuel Maria de Amorin e Sá
1
3
Professor Dr. da Universidade Federal do Para – [email protected]
2
A sexualidade dentro do seu processo de conceituação histórica, configurou-se em inúmeras
interpretações culturais, sociais, políticas, e que geralmente faziam parte de jogos de influência e poder
sobre uma sociedade, legitimando normas que visavam treinar os sentidos à (re) produzir nas instituições
– escola, família – uma moral que regula-se as relações sociais no cotidiano. A partir do século XIX a
sexualidade tornou-se objeto de estudos de inúmeras áreas do saber científico: psicólogos, médicos,
60
pedagogos, biólogos que com seus estudos difundiram conceitos que foram incorporados como
estratégias políticas de organização e controle social. A área biológica foi uma das mais propagadas. A
partir das investigações realizadas o ser humano de uma maneira geral, tornou-se um objeto de
intervenções submetido apenas as leis biológicas. O resultado da investigação cientifica permitiu um
conjunto de características próprias do homem e da mulher, tomadas como universal e imutável,
ignorando-se que o ser humano, seu corpo, sua mente e sua fisiologia estavam subordinados ao jogo de
influências sociais historicamente determinados. Os conhecimentos tomados verdadeiros, inerentes a
natureza humana possibilitaram a implantação de políticas higienistas no século XIX. A higienização era
uma política de formas de educação higiênica e sanitária, que fundiu a aquisição da saúde individual,
aquisição do status social e a manipulação político-econômica dos indivíduos. Esta pesquisa tem por
finalidade analisar a sexualidade atrelada à política de higienização do século XIX, buscando identificar
aí a concepção de poder sobre a sociedade, por seus possíveis aspectos ideológicos que propagavam no
campo da sexualidade a higiene, uma vez controlando o sexo realizava-se o controle da população e ao
mesmo tempo observando a concepção de anormalidade àquilo que fugia das regras sociais,
criminalizando qualquer pluralidade fora do ambiente normativo do poder político.
Palavras-Chave: Sexualidade, Higienização, Poder.
UMA “TABELINHA” ENTRE FUTEBOL E SOCIOLOGIA
1
Jorge Oscar Santos Miranda
2
Drª Kátia Marly Leite Mendonça
1
Graduando do 8º semestre do curso de Ciências Sociais, ênfase em sociologia, da Universidade Federal
2
Professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal
O trabalho pretende abordar o fenômeno social, futebol. Considerado como a modalidade mais
espontânea, imprevisível, simples, estável, barata e democrática para os seus praticantes, fatores que
podem ajudar a entender a sua imensa e diversificada popularidade. O futebol está presente na cultura
coletiva mundial e, principalmente, brasileira que através do seu caráter de lúdicidade, consegui alcançar
uma significação muito mais ampla do que um simples jogo dentro das quatro linhas. O processo lúdico
imprimido pelo futebol traz consigo a capacidade de reeducar, uma vez que possui uma lógica
fundamentada, na igualdade de oportunidades, no respeito às diferenças e na assimilação de regras e
normas de convivência com o outro. O futebol é segundo, MURAD, ―muito mais do que um esporte
profissional de alto rendimento: é a metáfora de uma sociedade. Em outras palavras, é a síntese de
múltiplas determinações objetivas e subjetivas- emocionais, existenciais, culturais, sociais, históricas‖.
Uma metáfora possível de estruturas existenciais básicas, uma representação da vida social. É um dos
rituais de maior substância da chamada cultura das multidões( MURAD, 2007). A partir da análise
sociológica busca-se apontar a importância que as atividades esportivas, neste caso, o futebol assumir na
possibilidade de uma compreensão geral das sociedades humanas, bem como, o entendimento de nosso
sistemas simbólicos.
Palavra- chave: Futebol- Sociologia- Representação Social.
LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES
O AMOR EM TUTAMÉIA (Terceiras Estórias)
Wanúbya do Nascimento Moraes Campelo1, Dr. Sílvio Augusto de Oliveira Holanda2
¹ Mestanda em Estudos Literários – UFPA – CNPQ
² Universidade Federal do Pará
Inspirado pelas inúmeras produções científicas e pelos sem número de debates acadêmicos suscitados
pela instigante obra de Guimarães Rosa, este trabalho visa contribuir com a fortuna crítica deste autor ao
analisar filosoficamente o tema do amor expresso em seu livro de contos minimalistas – Tutaméia
(Terceiras Estórias) , que foi a sua última obra publicada em vida e data de 1967. A referida obra é a
61
reunião de 40 histórias extremamente curtas, que haviam sido veiculadas anteriormente no jornal Pulso,
uma publicação dedicada aos médicos, dessa forma no seu lançamento, o livro causou estranheza à crítica
e aos leitores quer pelo número e extensão dos trabalhosanteriores de Guimarães Rosa, quer pelo próprio
título que afirmava serem aquelas as 'terceiras estórias', sem que, no entanto, tivesse havido as 'segundas'.
Por meio de uma crítica e minuciosa pesquisa bibliográfica, buscou-se evidenciar algumas influências de
reflexões filosóficas sobre o amor, sensivelmente presentes nos escritos roseanos, identificando ainda a
correlação dessas abordagens temáticas com a totalidade de sua obra, que, apesar de afigurar-se como
mera reunião de contos em livro, consubstancia-se numa unidade coesa e coerente de tema perpassando
todos os contos e entretecendo a textualidade deleitante de Tutaméia – obra literária tão rica quanto pouco
estudada e comentada academicamente.
Palavras-chave: Guimarães; Filosofia; Tutaméia.
62
COMUNICAÇÕES ORAIS
CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS POR POSTOS DE COMBUSTÍVEL NO
SÍTIO URBANO DO MUNICÍPIO DE BELÉM/PA
1
Rodrigo Rafael Souza de Oliveira, 2Ronise Rafaelle Mendonça Arraes, 3Alesandra do Socorro Portal
Nascimento, 4Flaviane Vanessa Silva Fonseca, 5Luziane Mesquita da Luz
1
Universidade Federal do Pará (PET-Geografia) – [email protected]
2
3
4
5
Professora Msc. Da Universidade Federal do Pará – [email protected]
O presente trabalho apresenta a problemática da contaminação das águas subterrâneas por postos de
combustível no sítio urbano do município de Belém/PA. Focando assim, primeiramente alguns processos
técnicos de instalação recomendados pelos órgãos competentes, abordando também a geologia do sitio
urbano de Belém. Posteriormente, apresenta as etapas do processo de contaminação dos lençóis; reação
dos elementos químicos dos combustíveis com as rochas, envolvendo desde a corrosão dos equipamentos
armazenadores dos combustíveis até os processos de infiltração nas rochas formadoras do aqüífero. E por
fim, aborda as principais conseqüências que os elementos químicos componentes dos combustíveis
ocasionam a saúde humana.
Palavras-Chave: Aqüífero, Formação Barreiras, Postos de combustível.
Introdução
Em termos geológicos e de acordo com o mapa geológico brasileiro, grande parte do estado do Pará
encontra-se sob a ―Bacia sedimentar amazônica‖, comumente denominada de ―Bacia Amazônica‖,
composta por rochas sedimentares, tais como: arenitos, argelinos, conglomerados dentre outros, pode ser
dividida em 5 camadas, ou ―pacotes sedimentares‖, sendo eles: sedimentos inconsolidados do
quaternário; formação pós-barreiras; formação barreiras; formação pirabas e embasamento sedimentar
oriundo do pré-cambriano. Sendo que, cada pacote sedimentar possui características químicas e estruturas
específicas, como: porosidade, tamanho dos cristais, quantidade percentual dos elementos químicos
dentre outras.
O levantamento dessas características se faz de estrema relevância quanto do estudo prévio para
instalação de poços de revenda de combustível. Tendo em vista que segundo a resolução CONAMA nº
237, de 19 de novembro de 1997, ―as instalações e sistemas de armazenamento de derivados do petróleo
relacionadas ao armazenamento de derivados do petróleo e outros combustíveis, configuram-se como
empreendimentos potencialmente ou parcialmente poluidores e geradores de acidentes ambientais‖, e que
a estrutura geológica do sítio urbano de Belém constitui-se em um ambiente subterrâneo propicio a
infiltração e propagação de substâncias no estado líquido, devido principalmente ao grau de
permeabilidade das rochas sedimentares encontradas.
Objetivos
O presente trabalho tem como objetivo contribuir através de uma análise da geográfica ambiental sob a
problemática da contaminação das águas subterrâneas por postos de combustível no sítio urbano do
município de Belém/PA.
Materiais e Métodos
O trabalho deve inicio com a escolha da problemática a ser abordada pelo grupo de pesquisa de
hidrografia e a área de estudo. Sendo realizado posteriormente um levantamento bibliográfico que
contemplasse os assuntos a respeito da legislação ambiental vigente, as técnicas e equipamentos
utilizados na instalação de postos de revenda de combustível (PRC); a hidrologia e geologia do sítio
urbano de Belém; os principais motivos que ocasionam o vazamento de combustível, as etapas do
processo de infiltração e propagação dessas substâncias nas zonas de saturação das rochas, e por fim os
63
danos que os elementos químicos formadores dos componentes dos combustíveis ocasionam a saúde
humana quando ingeridos.
Posteriormente, foi realizada pesquisa indireta junto aos órgãos e instituições relacionadas à cadeia
produtiva e a regulamentação da instalação dos postos de combustível, assim como foi realizado o
levantamento de dados sistemáticos contendo informações quantitativas a respeitos dos PRC.
Baseado em imagens do satélite Quik Bird 2009 disponibilizadas pela Google earth, assim como o banco
de dados desta contendo o levandamento de postos de revenda de combustível, foi realizado um
mapeamento de tais unidades comerciais na extensão do município de Belém, tendo como produto uma
carta-imagem, onde utilizou-se para a confecção da mesma a imagem do satélite LANDSAT TM 5, com
as bandas 3,4 e 5.
Resultados
Segundo BECHARA. G. (2004) uma grande preocupação são os postos de gasolina. Os casos de
vazamento em tanques ou na linha tem sido comuns em qualquer parte do mundo. No Brasil, estima-se
que existam 5.700 casos de vazamentos. Soma-se aos vazamentos a contaminação de cursos d‘água e do
solo resultante da lavagem dos carros. Para evitar esses danos, de acordo com FERNANDES, M. (1997),
torna-se necessário a implantação de normas técnicas, cercando de máxima impermeabilização os tanques
e pisos desses postos e implantando drenagens e sistemas de tratamento para os efluentes da lavagem de
carros.
Tais papéis de regulamentação e fiscalização vem sendo executados no âmbito federal de acordo com
FURTADO, M. (2005), pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA); pelo Conselho Nacional de Meio
Ambiente(CONAMA); pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), pelo Organismo de
Normalização Setorial de Petróleo (ONSP) e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (IBAMA); no âmbito estadual tal fiscalização e regulamentação é ―efetuada‖ pela
Secretaria de Meio Ambiente (SEMA), juntamente com as outras organizações especializadas na questão
da revenda de combustível, tais como, a própria organização civil instaurada pela própria categoria
varejista de revenda de combustível. Sendo que, no âmbito municipal tal proposta de fiscalização
perpassa pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA), está que atua em parceria com as
demais esferas do poder público.
Sendo que, no que tange aos processos de vazamento de combustíveis, de acordo com NICOLETTI, A.
(2000), estes podem ocorrer das seguintes maneiras: Derramamentos superficiais constantes e sucessivos
junto às bombas e bocais durante a operação de transferência do produto para o tanque ou abastecimento
devido à infiltração nas rachaduras do piso do posto; Vazamento na própria bomba de abastecimento, no
sistema ou no tanque, devido à corrosão, esta que pode ser interna ou externa. Onde pode-se verificar que
em Belém por apresentar uma estrutura geológica composta por rochas sedimentares, e estas serem
potencias formadoras do aqüífero que abastece a cidade, se faria de extrema relevância a efetiva prática
da manutenção e troca dos equipamentos armazenadores de combustível, onde segundo a Resolução
CONAMA 237 de novembro de 1997, é obrigatória a manutenção dos equipamentos constituintes de
postos de revenda de combustível, tendo em vista a vida útil média destes de apenas 5 anos.
No entanto, percebe-se que quando trabalhada tal questão no âmbito do sitio urbano de Belém, tem se que
levar em consideração o alto índice pluviométrico através de um intenso regime de chuvas que é
característico da região que somada ao grau de permeabilidade das rochas, e levando-se em consideração
que os tanques e demais estruturas subterrâneas dos postos encontram-se a uma profundidade de 5 m,
estando, portanto, na camada de sedimentos recentes provenientes do quaternário.
Pode-se afirmar que a corrosão externa desses equipamentos aumentará exponencialmente ocasionando
uma redução da vida útil dos mesmo, fazendo assim com que o período estipulado para a manutenção
desses equipamentos seja também reduzido.
Conclusões
Pode-se perceber que a apropriação do espaço pelo homem, quando realizada indevidamente, ou seja, não
respeitando a legislação ambiental vigente pode ocasionar danos sérios tanto ao meio físico, quanto ao
próprio homem. É o que juntamente ocorre com a instalação indevida de postos de revenda de
combustível sem os devidos estudos prévios da hidrogeologia do terreno, ou mesmo a utilização de
equipamentos mais seguros e resistentes a corrosão externa.
Referências
ABNT NBR. Posto de serviço - Instalação do sistema dearmazenamento subterrâneo de combustíveis –
SASC. 2ª edição, 2004.
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BECHARA. G. (2004) Contaminação do solo e água subterrânea por compostos orgânicos. Cetrel
Lumina. Soluções Ambientais. Disponível em < http: //www.iqui.usp.br>. Acesso em: 08 outubro. 2009.
Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA).Resolução 237 de 19 de novembro de 1997.
Disponível em < http: // www.mma.gov.br/conama/>. Acesso em: 09 outubro. 2009.
FERNANDES, M. (1997) Influência do etanol na solubilidade de hidrocarbonetos monoaromáticos em
aqüíferos contaminados com gasolina.Dissertação (Mestrado).
FERREIRA, S.B. (2000) Estudos laboratoriais para avaliação do potencial de contaminação de água e
de solo por gasolina oxigenada. Tese (Doutorado) - Escola de Engenharia de São Paulo, Universidade de
São Paulo, São Paulo.
FURTADO, M. (2005) Remediação de Solos. Para afastar o perigo que se esconde nos subterrâneos das
grandes cidades, meios legais e econômicos devem fomentar obras de descontaminação. Química e
Derivados, p.26-45.
NICOLETTI, A. (2000). Avaliação do uso da atenuação natural como alternativa de remediação de
áreas contaminadas por hidrocarbonetos de petróleo: o caso de dois postos de abastecimento de
combustíveis. Monografia de formatura - Instituto de Geociência, São Paulo.
1
A EQUAÇÃO DE SCHRÖDINGER
Débora Carvalho de Melo Rodrigues , 2Alessandra Nascimento Braga , 3Natalia Menezes Silva da
Costa, 4Tércio Almeida da Silva, 5 Sergio Vizeu Lima Pinheiro
1
2
3
4
5
Professor Dr. da Faculdade de Física - Universidade Federal do Pará – [email protected]
Este trabalho tem como objetivo central discutir do ponto de vista teórico/conceitual alguns aspectos
centrais da Teoria Quântica, como: a quantização, o probabilismo, a influencia da medida, a superposição
dos orbitais, e o principio da complementaridade de Bohr. (SESU/MEC)
Palavras-Chave: Equação de Schrödinger, Mecânica Quântica, PET.
Introdução
Em 1901, Lord Kelvin atenta a dois problemas que a física do sec. XIX, dita física clássica, não
conseguira compreender: o insucesso na detecção do éter por Michelson & Morely, suporte para a
radiação eletromagnética e a não compatibilidade da teoria de Maxwell-Boltzmann com o espectro de
radiação emitido por um corpo aquecido as medidas experimentais para gases reais. As investigações
destes fatos levaram ao desenvolvimento dos pilares da física moderna, respectivamente, a teoria da
relatividade e a teoria da mecânica quântica. Com relação a esta última, os trabalhos de físicos como Max
Planck com a quantização energia (1990), Niels Bohr e seu modelo atômico com níveis de energia
quantizados (1913) e de Louis de Broglie e sua teoria sobre a dualidade onda-partícula (1924) culminam
na descrição de Erwin Schrödinger em 1925, para processos de natureza atômica. Para Schrödinger o
comportamento de qualquer objeto quântico é bem descrito através de uma função complexa, chamada
função de onda, que é solução de uma equação diferencial postular que modela a dinâmica do objeto
estudado. Essa equação tem grande importância na para a mecânica quântica, pois tem capacidade de
previsão da probabilidade do comportamento do estado do sistema físico partindo de um potencial de
interação dado, por exemplo, do tipo oscilador harmônico, um poço de potencial, ou ainda o potencial de
Coulomb para a descrição do átomo de hidrogênio, historicamente estudado por Schrödinger cujo
resultado concorda com aquele obtido por Bohr em primeira aproximação.
Objetivos
Tendo visto a relevância da descrição de Schrödinger para o desenvolvimento da mecânica quântica o
presente trabalho tem por objetivo contextualizar e interpretar a equação de Schrödinger e sua solução.
O trabalho foi desenvolvido na linha de pesquisa de física teórica baseado em revisão bibliográfica de
livros, artigos de revistas científicas e material produzido nos estudos e discussões do Grupo de Estudos
de Equação de Schrödinger do Programa de Educação Tutorial em Física da UFPA.
Resultados
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Através de uma construção heurítica, partindo das equações de Broglie e de Planck e considerando uma
descrição ondulatória para um objeto quântico, obtivemos a equação de Shrödinger. Discutimos
elementos da teoria como a interpretação probabilística de Max Born, a obtenção do discreto, e a
superposição dos estados, tendo como base o tratamento das equações diferencias envolvidas.
Conclusões
O formalismo de Schrödinger surge como uma primeira descrição consistente para a teoria quântica,
construída a partir dos princípios formais da álgebra linear e da teoria de grupo. Desta forma, o estudo da
equação de Schrödinger, principalmente fazendo uso de potenciais unidimensionais, é importante para
análise comparativa de problemas mais complexos e reais, possibilitando uma abordagem didática eficaz.
Referências
[1] Eisberg, Robert. Física Quântica. Rio de Janeiro: Elseveir, 1979.
[2] Caruso, F. & Oguri, V. Física Moderna: origens clássicas & fundamentos quânticos. Rio de Janeiro:
Elseveir, 2006.
FERRAMENTAS NUMÉRICAS PARA ANÁLISE E VISUALIZAÇÃO DA DINÂMICA
CAÓTICA
1
Valéria Pinheiro, 2Elinei Pinto dos Santos
1
Graduanda do curso de Física da Universidade Federal do Pará – [email protected]
2
Professor Dr. da Universidade Federal do Pará – [email protected]
Vários de fenômenos que acontecem na natureza são descritos por equações não lineares, cuja dinâmica
pode desenvolver comportamento complexo e até mesmo caótico. Para tais sistemas, não existem
ferramentas matemáticas que os resolvam algebricamente obtendo uma solução analítica fechada.
Contudo, existem técnicas numéricas que encontram uma solução aproximada para a dinâmica das
referidas equações não lineares, os quais são: Expoentes de Lyapunov (λ), FFT (Fast Fourier Transform),
Diagrama de Bifurcação e Seção de Poincaré, etc. Analisamos e visualizamos a dinâmica de equações não
lineares através dessas ferramentas numéricas a fim de explicar qualitativamente o seu comportamento
dinâmico que permitem definir espaços de parâmetros onde o sistema desenvolve caos ou comportamento
periódico. (SESU/MEC)
Palavras-Chave: Caos, Métodos numéricos para sistemas não lineares, Expoente de Lyapunov.
Introdução
A maioria dos fenômenos presentes na natureza é descrito por equações não lineares, cuja dinâmica pode
desenvolver comportamento complexo e errático ou até mesmo caótico como, por exemplo, o circundar
das nuvens pelo céu, fenômenos epidemiológicos, fluxos de calor, turbulência de fluidos, as bolsas de
valores, etc. Um sistema pode ou não ser identificado como caótico, o que o designa é a sua sensibilidade
às condições iniciais.
Objetivo
Apresentar as distintas técnicas numéricas que existem para o estudo de sistemas não lineares que
apresentam Caos, entre elas: Expoentes de Lyapunov (λ), FFT (Fast Fourier Transform), Diagrama de
Bifurcação e Seção de Poincaré.
Metodologia
Pontos de bifurcação são aqueles em que alguns valores de parâmetros mudam qualitativamente o
comportamento do sistema. Para descrevermos o objeto de estudo, temos que apresentar a evolução de
todos os possíveis comportamentos do sistema para os inúmeros valores de parâmetros que o modificam,
para isto usamos o Diagrama de Bifurcação.
Esse diagrama é uma representatividade gráfica qualitativa da projeção do comportamento do sistema
para cada valor de parâmetro que o modifica. A construção de um diagrama é bem simples: para o eixo
horizontal adotamos os valores do parâmetro que será variado e para o eixo vertical os valores de uma das
variáveis do sistema. Para cada valor de parâmetro escolhe-se uma condição inicial qualquer gerando uma
órbita correspondente, descartando o transiente (o qual se diz certa quantidade de pontos iniciais da
órbita, dando tempo para essa evoluir até um comportamento final do sistema). No diagrama as órbitas
66
periódicas se apresentam como pontos isolados e o comportamento caótico como aglomerados de pontos
indicando que o sistema é aperiódico.
Para visualizarmos as trajetórias de um sistema num espaço quadri-dimensional é praticamente
impossível, por possuir alta dimensionalidade. Assim, Poincaré criou uma ferramenta que é utilizada
ainda hoje, chamada seção de Poincaré definida como uma superfície que possui as intersecções das
trajetórias do sistema, por exemplo, se for um sistema tri-dimensional a superfície irá ser um plano (2-D),
i. e. a seção de Poincaré diminui o espaço em uma dimensão.
Primeiro analisamos a dinâmica do sistema, criando um atrator. Então, escolhe-se um ponto que
intercepte as trajetórias do atrator, deixando o sistema evolir. Posteriomente, verificamos quando ele
passa no atrator, numericamente. Por fim, graficamos os pontos da intersecção do sistema no plano.
O Expoente de Lyapunov (λ)
“é um conjunto de números que são utilizados como um método para
detectar a presença do caos em sistemas dinâmicos, este expoente fornece uma
medida sensitiva às condições iniciais”.
Atualmente, eles te sido o método mais eficiente para detecção de Caos em sistemas dinâmicos não
lineares. A visualização de caos pelo expoente se dá quando pelo menos um expoente é positivo, do
contrário, o sistema é apenas periódico sem a presença de caos; Também
“O significado matemático de um expoente de Lyapunov positivo é
que trajetórias próximas divergem, portanto são necessárias diversas iterações
para efetuar uma análise sobre o comportamento do sistema. Se o expoente é
negativo significa que as trajetórias próximas comparadas convergem,
portanto o comportamento do sistema é não caótico.” [Rodrigues, Alexandre
Augusto Kitzberger, 2003].
Simplificadamente, o Expoente de Lyapunov é uma técnica estocástica numérica que fornece a medida
logarítmica para a taxa de expansão média por iteração (por unidade de tempo) da distância entre duas
trajetórias do sistema dinâmico infinitamente próximos. A partir de um ponto, se elas divergirem o
sistema apresenta caos.
A FFT é um algoritmo numérico eficiente e rápido para o cálculo do espectro de freqüência de sinais. Se
o sinal é caótico apresenta banda larga na freqüência e se for periódico apresenta picos isolados na
freqüência. Contudo, apenas ele não é uma técnica eficiente para visualizarmos o comportamento caótico
de um sistema, pois se existir um ruído no espectro do referido sistema, o gráfico apresentará também
uma banda larga.
Conclusões
Existem inúmeras técnicas numéricas que suprem a necessidade de se obter uma solução aproximada para
um sistema não linear. No caso, o Expoente de Lyapunov é muito eficiente para detecção de caos; já a
FFT mesmo sendo rápida, não reflete tanta confiabilidade se somente a utilizar para visualização da
presença de caos no sistema, então se deve usá-la concomitantemente ao Expoente de Lyapunov para se
obter resultados mais confiáveis e precisos.
Referências
1 - Lorenz, Edward N. , The Essence of Chaos, University of Washington Press, 1995.
2 – Ferrara-Fiedler, Nelson e Prado, Caos: Uma Introdução, Ed. Edgard Blücher Ltda., 1994.
3 - APLICAÇÃO DA TEORIA DE SISTEMAS NÃO-LINEARES E CAÓTICOS NA ANÁLISE DE
SISTEMAS ESTRUTURAIS, de autoria de Alexandre Augusto Kitzberger Rodrigues, com orientação
do Prof. Dr. Mauro Hugo Mathias.
4 - http://cftc.cii.fc.ul.pt/PRISMA/capitulos/capitulo2/modulo1/topico7.php
5 – Caldas, Iberê L., Apresentação do curso de Mecânica Clássica de PGF, IFUSP.
ESTUDO DE PROPRIEDADES ELETRO-OPTICAS DE DISPOSITIVO ORGÂNICO BASEADO
NO AMARELO DE METILA
1
Natália Menezes Silva Costa, 2JoséFernando Pereira Leal, 3Jordan Del Nero
1
2
3
67
Estudo teórico de dispositivo orgânico (azo-composto) a partir de suas propriedades eletro-opticas (curvas
características de transferência de carga e espectro de absorção UV-visível) mediante cálculo
computacional de estrutura eletrônica derivado de método Hartree-Fock. Esse sistema orgânica foi
submetido a campo elétrico externo e, seus resultados, comparados aos da literatura com intuito de
caracterizar o tipo de sistema promissora.(financiador:SESU-Mec/CNPq/FAPESPA/VALE/SEDECT)
Palavras-Chave: dispositivo orgânico, amarelo de metila, Hartree-Fock.
Introdução
O estudo teórico de sistemas em escala nanométrica é bastante abrangente e inclui inúmeras aplicações
bem sucedidos em dispositivos orgânicos e fotônicos. Aliás, uma das vantagem em se trabalhar com esse
tipo de material é o baixo custo de fabricação. Por isso, as análises realizadas na linha de pesquisa de
transporte eletrônico objetivam caracterizar possíveis sistemas promissores sob efeitos de campo elétrico
externo a partir de simulações computacionais baseadas em métodos derivados da mecânica quântica.
Logo, o sistema descrito nesse trabalhado é um azo-composto e foi caracterizado mediante curvas
características de transporte de carga e espectro de absorção do UV-visível.
Objetivos
Tratar teoricamente as propriedades eletro-opticas de dispositivo orgânico com base no método derivado
de Hartree-Fock para transferência de carga eletrônica do sistema em função do campo elétrico e espectro
de absorção do UV-visível.
O método a ser descrito foi empregado para o estudo de uma molécula orgânica conhecida como Amarelo
de Metila (C14H15N3), um azo-composto caracterizado pela presença de uma dupla ligação entre
nitrogênios que por sua vez estão ligados a grupos funcionais arila. Esse método visa resolver a equação
de Hartree-Fock-Roothaan de maneira auto-consistente com a utilização de recurso computacional.
A solução desse tipo de problema não é trivial, pois, trata-se de um sistema de muitos corpos e requer um
tratamento aproximativo mediante cálculo de estrutura eletrônica. Para isso, resolveu-se a equação de
Schrödinger não-relativística e independente do tempo para um sistema multi-eletrônico mediante as
aproximações de Born-Oppenheimer e Hartree-Fock.
A primeira das aproximações consiste essencialmente em duas observações importantes: assume a
equação de Schrödinger separável em uma parte eletrônica e outra nuclear; e posteriormente, considera a
energia cinética dos núcleos do Hamiltoniano nula, isso porque os elétrons são menos massivos do que os
prótons de modo que podemos desprezar a energia cinética dos núcleos. Enquanto a segunda, reduz o
problema de "n" elétrons (multieletrônico) para o caso de um único elétron (monoeletrônico) sob a
influência de um campo médio gerado pelos demais.
Um outro método importante para a determinação da expressão da energia para um sistema
multieletrônico em regime de camada fechada é o método de Roothaan, conhecido também como
―Combinação Linear dos Orbitais Atômicos‖, cuja idéia é introduzir um conjunto de funções de base
especiais conhecidas, afim de mostrar que as equações de Hartree-Fock poderiam ser convertias em um
conjunto de equações matriciais conhecidas como Hartree-Fock-Roothaan que são resolvidas bem mais
facilmente através de método auto-consistente.
Resultados
A partir do tratamento de dados obtidos por meio dos cálculos computacionais baseado no método
derivado de Hartree-Fock para a molécula de amarelo de metila (C14H15N3) foi possível construir duas
curvas: a que relaciona o campo elétrico externo aplicado sobre a molécula com distribuição de carga; e a
que representa o espectro de absorção por comprimento de onda.
Para a análise da distribuição de cargas observou-se que a curva de transferência de carga apresentou o
comportamento de um resistor para os valores de campos elétrico que variam de -0.011 u.a. a 0.021 u.a., e
após esse intervalo temos sequencialmente pontos de retificação (Regiões de Ressonância) tanto para o
lado positivo quanto para o negativo, ocorrendo em -0.012 u.a. a -0.030 u.a. (polarização negativa da
curva) e 0.022 u.a. a 0.035 u.a. (polarização positiva da curva). Essas regiões apresentam um aspecto
típico de um transistor bipolar.
Já segundo o estudo da curva do espectro de absorção por comprimento de onda observa-se que a
principal transição eletrônica do sistema ocorre para o campo igual à -0.028 u.a. com força do oscilador
±0,70 e transição |H→L›. E, nesta principal transição aparecem três bandas de absorção de energia em
178.9 ηm, 253.0 ηm e 483.3 ηm. Dentre os conjunto de curvas de espectro de absorção para alguns
valores de campo o sistema exibe um deslocamento do comprimento de onda para o vermelho (Red Shift)
68
em -0.017 u.a. com a maior contribuição em -0.028 u.a. Um dado curioso ocorre a partir do ponto 0.024
u.a. onde surge um ―novo‖ pico às proximidades do comprimento de onda em 178.9 ηm (Blue Shift) que
se assemelha a separação de uma superposição de dois picos.
Esses resultados são bastante significativos e mostram que o amarelo de metila é um possível candidato a
dispositivo orgânico. E mais, eles também não foram caracterizados em nenhuma literatura científica
publicada.
Conclusões
O presente trabalho tratou de alguns resultados teóricos obtidos para um possível dispositivo baseado em
uma molécula unidimensional (indicador ácido-base) que vem sendo estudado na iniciação científica em
matéria condensada, mais especificamente em estrutura eletrônica de moléculas orgânicas. Os resultados
obtidos para a molécula em estudo foram bons e apresentam algumas características peculiares e inéditas
principalmente quanto ao comportamento das curvas do espectro de absorção. No entanto, o sistema
ainda apresenta bons indicativos para a construção de um dispositivo orgânico.
Referências
[1] J. F. P. Leal, "Transferência Eletrônica Induzida em Dispositivos Moleculares Baseados no ParaVermelho de Metila", Trabalho de Conclusão de Curso - Curso de Física, UFPA (2008).
[2] D. B. Lima "Design Nanofios de Carbono", Dissertação de Mestrado- PPGEE, UFPA (2008).
ENGENHARIAS
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DE BLOCOS CERÂMICOS RETANGULARES PARA
PAVIMENTAÇÃO CONFECCIONADOS COM RESÍDUOS DO PROCESSO BAYER (LAMA
VERMELHA) E ARGILA
1
Cristiano Comin, 2Alcebíades Negrão Macêdo, 3Aguinaldo Luís dos Reis Silva Júnior, 4Denilson Costa
da Silva, 5Sandro Roberto Trindade
1
PET-Engenharia Civil, Universidade Federal do Pará - [email protected]
2
3
4
5
PET-Engenharia Civil, Universidade Federal do Pará – [email protected]
Na obtenção da alumina a partir da bauxita, pelo Processo Bayer, cerca de 50% do produto produzido é
rejeito caracterizado como lama vermelha (LV). A LV é um resíduo poluente produzido em grande escala
na indústria do alumínio. Neste contexto, estudos para a sua utilização são fundamentais para contribuir
para a redução dos impactos ambientais relacionados à sua deposição, além de contribuir para o
desenvolvimento de formas sustentáveis de exploração mineral. O objetivo deste trabalho foi a
caracterização da resistência à compressão axial de blocos cerâmicos para pavimentação confeccionados
com uma mistura de 70% de LV e 30% de argila.
Palavras-Chave: Pavimentação, Lama Vermelha
Introdução
O processo Bayer é utilizado para o refino da bauxita na produção da alumina (Al 2O3). A lama vermelha é
a denominação genérica para o resíduo insolúvel gerado durante a etapa de clarificação do processo
Bayer, sendo normalmente disposta em lagoas projetadas especialmente para este fim e denominadas de
depósito de rejeitos (DR). A composição química da LV varia extensamente e depende da natureza da
bauxita e da técnica empregada no processo Bayer em cada planta industrial. Normalmente, a LV retém
todo o ferro, titânio e sílica presentes na bauxita. A deposição da LV em reservatórios tem um alto
potencial de impacto sobre o meio ambiente, com riscos de contaminação dos lençóis freáticos, rios e
solo, além dos riscos às populações vizinhas. Diante do exposto, é notória a necessidade do estudo de
alternativas para a utilização desse rejeito, com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento de
formas sustentáveis de exploração dos recursos minerais, que visem diminuir o impacto ambiental
causados por estas práticas.
69
Objetivos
O objetivo deste trabalho foi caracterizar a resistência à compressão de 01 lote de blocos cerâmicos
confeccionados com 70 % de lama vermelha e 30 % de argila queimados a uma temperatura de
aproximadamente 950° C. Os ensaios para a determinação a resistência à compressão foram executados
de acordo com a NBR 9780.
Foram ensaiados 54 blocos prismáticos confeccionados com LV proveniente da planta da Alunorte
localizada em Barcarena (PA), medindo 20 cm x 10 cm x 5,5 cm, compostos por 70 % de lama vermelha
e 30 % de argila, queimados sob temperatura de 950° C e massa específica aparente de aproximadamente
2,57 g/cm³. O estudo se deteve em analisar a resistência à compressão axial usando o método proposto
pela NBR 9780 para ensaios de blocos de pavimentação. Os blocos foram submetidos a ensaio de
compressão axial, sob estado de saturação de água em uma máquina universa de 2.000 kN de capacidade,
da marca AMSLER, disponível no Laboratório de Engenharia Civil da UFPA. Os blocos foram
posicionados entre duas placas circulares em aço com diâmetro de 90 mm e estas por sua vez apoiadas
nos pratos da máquina AMSLER, sendo um fixo e outro articulado para evitar concentrações de tensões.
O carregamento foi feito de forma continua, sob velocidade de aplicação que variou entre 500 e 800
kPa/s. A resistência à compressão de cada bloco foi determinada multiplicando-se os valores obtidos no
ensaio pelo fator ―p = 0,95‖, função da altura da peça, representativo do lote de acordo com as
recomendações da NBR 9780.
Resultados
A resistência característica do lote em estudo foi determinada seguindo as recomendações da NBR 9781.
O valor característico foi determinado pela expressão
fpk = fp – t x s , onde fpk é a resistência
característica à compressão do lote, fp é resistência média das peças ensaiadas de acordo com a NBR
9780, s é o desvio padrão da amostra e t o coeficiente de Student, fornecido na tabela da NBR 9781, em
função do tamanho da amostra, sendo o valor representativo desta análise de 0,842. Os resultados obtidos
nos ensaios forneceram uma resistência média fp de 33,15 MPa e um desvio padrão de 4,69 MPa,
resultando em uma resistência característica fpk de 29,20 MPa. O valor da resistência característica do lote
não atende às exigências da NBR 9781 para as solicitações de veículos comerciais de linha, que deve ser
superior ou igual a 35 MPa, porém, o valor representativo de 29,20 MPa mostrou-se satisfatório para a
aplicação dos blocos em elementos de pavimentação que exijam menores resistências, como por exemplo
calçadas para pedestres, demonstrando que esta alternativa para a utilização da lama vermelha é viável no
âmbito da indústria da construção civil.
Conclusões
Apesar de o lote em estudo ter apresentado uma resistência característica inferior a 35 MPa, mínimo
exigido pela NBR 9781 para solicitações de veículos comerciais de linha, a resistência encontrada mostrase satisfatória para a aplicação dos blocos em elementos de pavimentação que sejam menos solicitadas,
como calçadas para pedestres, demonstrando um grande potencial do produto para a sua aplicação na
construção civil, além de corroborar a necessidade e importância de estudos com novas composições que
visem melhorar as características do produto.
Referências
1. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9781: Peças de Concreto para Pavimentação. Rio
de Janeiro, 1987.
2. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9780: Peças de Concreto para Pavimentação Determinação da Resistência à Compressão. Rio de Janeiro, 1987.
3. Silva Filho, E. B.; Alves, M. C. M.; da Mota, M.; Revista Matéria, v. 12, n. 2, pp. 322-338, 2007.
ESTUDO DA RESISTÊNCIA AO IMPACTO DE UM ECO-COMPÓSITO PARA APLICAÇÃO
COMO PAINÉIS DIVISÓRIOS DE AMBIENTES
1
Bárbara Valéria de Abreu Lavôr, 2Vitor Marques Viana, 3 Rossana M. Miranda, 4Carmen Gilda B. T.
Dias, 5Alcebíades N. Negrão
1
2
3
4
70
5
Este trabalho visou avaliar a resistência ao impacto de um eco-compósito em estrutura laminada para
aplicação como painéis divisórios de ambientes utilizando resina comercial poliuretana a base natural de
óleo de mamona, resina comercial de poliéster insaturada e tecido de juta como reforço, obtido de
sacarias. A fração em massa de produto natural ou de base natural totalizou 44,32%. Foram realizados os
ensaios de impacto Charpy e de impacto por queda de dardo para verificação da contribuição de cada
material para as propriedades do compósito. Os resultados obtidos mostram que o compósito apresenta
bom comportamento quando submetido ao impacto.
Palavras-Chave: Poliuretana derivada do óleo de mamona, Poliéster insaturada, Juta.
Introdução
O uso de materiais reforçados por fibras vegetais remonta à Antiguidade, quando reforçavam tijolos de
adobe com raízes e folhas. As vantagens para utilização de fibras naturais como reforços em compósitos
são o baixo custo e o fato de serem renováveis e biodegradáveis. Compósitos poliméricos com fibras
vegetais combinam boas propriedades mecânicas com baixa massa específica (aproximadamente 1,21,5g/cm3), porém, existem problemas na utilização de fibras naturais como reforços em compósitos, tais
como: alto nível de absorção da mistura, pobre molhabilidade, um inadequado nível de adesão entre fibras
não-tratadas e uma matriz polimérica não-polar contribuindo para o descolamento com o tempo. Suas
propriedades são altamente influenciadas pelo seu processo de transformação (cultivo, colheita,
dissociação, fabricação dos fios, moldagem) e reduzidas pela exposição a altas temperaturas (acima de
200°C), dentre outros fatores [1, 2 e 3]. As resinas poliméricas, quanto ao seu comportamento ao calor,
podem se apresentar como termoplásticas ou termorrígidas (termofixas). Os polímeros termoplásticos se
fundem em um líquido viscoso capaz de sofrer processos de extrusão, enquanto os termorrígidos, ao invés
se sofrerem processo de fusão, começam a se decompor termicamente [4 e 5].
Objetivos
O objetivo geral desta pesquisa foi a avaliação da resistência ao impacto de um eco-compósito em
estrutura laminada para aplicação como painel divisório de ambientes, com a verificação da contribuição
de cada material que o constitui.
Os matérias utilizados foram: Tecido de fibra de juta, classificada como F9, da Companhia Têxtil de
Castanhal (Pará), sem tratamento; Resina industrializada RESCON 301-40, de poliuretana à base de óleo
de mamona com catalizador; e Resina de poliéster cristal AM-100 da AEROJET com catalizador Mek na
proporção de 2%. A norma utilizada para a realização do ensaio de impacto Charpy foi a D 5942-96 –
Standard test method for determining Charpy impact strength of plastics da ASTM. A máquina utilizada
para o ensaio de impacto Charpy foi a Gunt WP410 e o limite do pêndulo de impacto é de 300Nm. Antes
do ensaio, os corpos de prova foram acondicionados por 16 horas na temperatura de 23°C e umidade
relativa de 50%. Este ensaio foi realizado nos corpos de prova da matriz de poliuretana, matriz de
poliéster, matriz híbrida e do compósito. Para a realização do ensaio de impacto por queda de dardo foi
utilizada a norma D 5628-96 – Standard test method for impact resistance of flat, rigid plastic specimens
by means of a falling dart (tup or falling mass) da ASTM. Os corpos de prova foram condicionados a
23°C e 50% de umidade relativa por 40hs antes dos testes e os mesmos foram conduzidos nas mesmas
condições de temperatura e umidade. Este ensaio foi realizado nos corpos de prova da matriz de
poliuretana, da matriz de poliéster, da matriz híbrida e do compósito, e as massas utilizadas foram as
seguintes: 0,10 (massa do dardo), 0,30, 0,50, 0,70 e 0,90kg (todas as quatro últimas incluem a massa do
dardo). Neste ensaio a altura de falha média ou altura constante foi de 66mm.
Resultados
Observou-se que a resistência ao impacto dos materiais é diretamente proporcional à energia de impacto
absorvida pelos mesmos. O ensaio na matriz de poliuretana demonstra tratar-se de um material com boa
capacidade de absorção de energia e, portanto, boa resistência ao impacto e, neste caso, a direção do
ensaio foi importante para as respostas melhores para os corpos de prova dispostos paralelamente a
direção do impacto. O ensaio confirmou a fragilidade da matriz de poliéster e a influência da lâmina de
poliuretana nesses corpos de prova, pois as lâminas de poliéster sofreram danos consideráveis e a lâmina
interna de poliuretana, na maioria das vezes, nada sofreu. Os resultados nos ensaios dos corpos de prova
do compósito evidenciam que a absorção de energia e a resistência ao impacto foram semelhantes aos
71
resultados obtidos nos ensaios da matriz de poliuretana e na matriz híbrida, principalmente quanto ao
ensaio paralelo. Neste ensaio os resultados foram melhores devido aos mecanismos de absorção de
energia que ocorreram, tais como a delaminação e o arrancamento das fibras, porém, no ensaio normal, a
absorção de energia e a resistência ao impacto do compósito foram menores do que as da matriz de
poliuretana e da matriz híbrida e, o que influenciou nesses resultados melhores da matriz de poliuretana e
da matriz híbrida foi a espessura da lâmina de poliuretana, maiores do que no compósito. Quanto ao
ensaio de impacto por queda de dardo, observando somente pelas massas de falha e energias de falha,
necessárias para danificar os materiais quanto ao impacto, poderia se chegar a conclusão de que o
compósito é tão frágil quanto a matriz de poliéster e a matriz híbrida, porém, analisando as áreas
danificadas das superfícies dos corpos de prova ensaiados, pode ser observado que o comportamento
desses materiais não é tão semelhante. No compósito, a área danificada de superfície na região
comprimida foi aumentando até a massa 0,50kg e a partir da massa 0,70kg, a área danificada de superfície
foi diminuindo, comprovando que os danos foram mais concentrados no ponto do impacto do dardo. Na
região tracionada do compósito, as áreas de danos na superfície dos corpos de prova foram aumentando,
porém bem menor que a área danificada de superfície dos corpos de prova da matriz híbrida, que
alcançou a totalidade de área danificada de superfície comprimida a partir da massa 0,50kg e desde a
massa 0,30kg os corpos de prova da matriz híbrida apresentaram área de danos de superfície total na
região tracionada dos mesmos. Dessa forma, fica comprovado que a incorporação da fibra nessa matriz
híbrida, constituindo o compósito, foi importante para aumentar a sua resistência ao impacto.
Conclusões
No ensaio Charpy os valores de resistência ao impacto do compósito foram satisfatórios,
comparativamente aos resultados da literatura mencionada. A presença da resina de poliuretana no
compósito foi favorável, pois devido a sua flexibilidade e cura a temperatura ambiente, houve uma
contribuição muito grande para absorção da energia de impacto. Através do ensaio de impacto por queda
de dardo, foi possível observar que a presença do reforço e da resina poliuretana influenciou para que o
compósito apresentasse uma concentração de impacto evitando danos maiores sobre a placa, dessa forma
numa possível reparação dos painéis, pequenas áreas serão substituídas.
Referências
[1] MOHANTY, A. K.; MUBARAK, A. K.; HINRICHSEN, G. Surface modification of jute and its
influence on permorfance of biodegradable jute-fabric/biopol composites. Composites Science and
Tecnology, 60, p. 1115-1124, 2000.
[2] GASSAN, J.; BLEDZKI, A. K. Possibilities for improving the mechanical properties of jute/epoxi
composites by alkali treatment of fibres. Composites Science and Tecnology, 59, p. 1304 – 1309, 1999.
[3] PLACKETT, D. et al. Biodegradable composites based on L-polylactide and jute fibers. Composites
Science and Technology, 63, p. 1287-1296, 2003.
[4] SHACKELFORD, J. F. Introduction to materials science for engineers. 4th editon, New Jersey,
Prentice-Hall, Inc.[5] SILVESTRE FILHO, G. D. Comportamento mecânico do poliuretano derivado de
óleo de mamona reforçado por fibra de carbono: contribuição para o projeto de implante de quadril. 156p.
2001. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.
PLANEJAMENTO URBANO E TRANSPORTE NÃO- MOTORIZADO NA CIDADE DE
BELÉM (PA): O CASO DAS CICLOVIAS
1
Andréa Girlene Tavares Barreto; 2Prof. Drª. Ana Maria Guerra Seráfico Pinheiro; 3Danielle Ramos
1
Universidade Federal do Pará – [email protected];
2
3
O presente trabalho tem o objetivo fazer uma análise das intervenções de infra-estrutura para o modal
cicloviário, realizadas na cidade de Belém, haja vista que nesta metrópole cerca de 6% (PDTU, 2001) da
população, utiliza a bicicleta como meio de transporte, e a cidade não possui infraestrutura cicloviária
suficiente para atender essa demanda. Por isso, há questionamentos sobre a garantia de acessibilidade e
segurança para os usuários de transportes não-motorizados. Foi realizado levantamento e análise de
material teórico, incluindo resgate e análise de estudos sobre ciclovias já implantadas na RMB; Também
foram realizadas pesquisas de campo considerando: localização geográfica, fluxos, sinalização vertical e
horizontal, bem como registros fotográficos. Uma avaliação qualitativa aponta para o descaso com o
72
transporte não-motorizado na cidade de Belém, cuja falta de planejamento adequado dos sistemas de
transportes urbanos é uma das principais causas desse problema. Tal fato distancia Belém de uma cidade
sustentável.
Palavras-Chave: Ciclovias, infra-estrutura, transporte não motorizado.
Introdução
A bicicleta é conhecida como um meio de transporte barato, quase sempre recomendada para a prática de
exercícios, ecológica, uma vez que não emite gases na atmosfera, e nem poluição sonora, ocupa pouco
espaço na via pública e em estacionamento – numa vaga de automóvel caberiam 10 bicicletas (GEIPOT,
2000).
O transporte não motorizado é tido como opção de transporte sustentável e as cidades que dão atenção a
essa prática são consideradas cidades sustentáveis (GONDIN, 2001). A ideologia da ―Cidade
Sustentável‖ é pouco propagada na Região Metropolitana de Belém (RMB), apesar das suas inúmeras
vantagens, pois nesta modalidade de transporte não há poluição do ar e nem emissão de gases de efeito
estufa, tendo isso como principal motivo para estimular seu aumento no transporte urbano em muitas
regiões brasileiras.
Em Belém ocorreu a primeira iniciativa de planejamento sistemático do país voltado exclusivamente às
bicicletas (GEIPOT, 2001). Por volta de 1979, elaborou-se o primeiro projeto brasileiro executivo de
engenharia para implantação de uma ciclovia ao longo de uma rodovia – a PA-400, que é a atual Av.
Arthur Bernardes. Em 2008, o Governo do Estado apresentou o projeto da Rodovia Arthur Bernardes que
contempla a implantação de uma ciclovia com aproximadamente 14 Km de extensão.
Em 1990, os Governos do Estado do Pará e Federal, através da Agência Brasileira de Cooperação-ABC,
firmaram convênio de cooperação técnica com a JICA – Agência de Cooperação Internacional do Japão,
para elaboração do Plano Diretor de Transportes Urbanos da Região Metropolitana de Belém – PDTU, a
fim de propor uma política de transporte que equacionasse os problemas do setor. Nesta época, a RMB
era composta apenas pelos municípios de Belém e Ananindeua. Houve crescimento de quilometragem de
ciclovias e ciclofaixas na RMB, conforme os planos de desenvolvimento do transporte urbano (PDTU),
realizados no período compreendido entre 1990 a 2000. Porém, em nenhum desses planos diretores houve
um estudo para implantar uma rede cicloviária integrada (VIAPARÁ, 2006).
Objetivos
O presente trabalho tem como objetivo fazer uma análise das intervenções de infraestrutura para o
transporte cicloviário, já realizadas em Belém (PA), considerando-se diversos aspectos tais como:
localização geográfica, sinalização implantada, integração fisico-operacional, demanda, projeto
geométrico, dentre outros, a fim de identificar aspectos que possam gerar subsídios para futuras ações no
âmbito do planejamento de transportes e da circulação urbana.
Material e Métodos
Os procedimentos utilizados para este estudo consistiram no levantamento e análise de material teórico
pertinente ao assunto proposto, através de revistas, artigos científicos, jornais e internet. Inclusive, leitura
dos PDTU‘s de 1990 e 2000, e resgate dos projetos cicloviários implantados na RMB. Foram realizadas
pesquisas de campo considerando: localização geográfica e a integração da infra-estrutura disponível, em
base georeferenciada, através do software GoogleEarth; sentidos dos fluxos; inventários de vias
(verificação das sinalizações verticais e horizontais); elementos do projeto geométrico; registros
fotográficos, dentre outros. Os dados foram tabulados em planilha eletrônica, com possibilidade de
migração para o software ArcGis.
Resultados
Analisando-se os dados levantados, pode-se observar que, em termos de infra-estrutura cicloviária na
Região Metropolitana de Belém, o que existe são ciclovias e ciclofaixas, em trechos dispersos, não
possuindo integração entre eles, e, insuficiente para atender à atual demanda de ciclistas. Diante disso, a
eficiência e a eficácia desse sistema de transporte não motorizado, são comprometidas.
Foram feitas diversas análises com parâmetros condizentes, baseado no referencial teórico consultado, e
foi constatado que as ciclovias e ciclofaixas do espaço urbano de Belém apresentam discrepâncias
técnicas e operacionais, como, por exemplo, quanto à largura das vias e as sinalizações verticais e
horizontais. É necessário uma atenção maior visando a segurança dos ciclistas, já que em Belém, nos
trechos de maior confronto, seria necessário implantar sinalizações adequadas. Exemplos desses trechos
são os cruzamentos existentes na ciclofaixa da Av. João Paulo II e na ciclovia da Av. Almirante Barroso.
73
De acordo com a Companhia de Transportes do Município de Belém (CTBEL, 2009), a extensão total de
quilometragem, projetada, implantada ou em execução, de ciclovias e ciclofaixas, é: Av. Marquês de
Herval: 2,6 Km (Ciclovia); Av. Pedro Álvares Cabral: 5 Km (Ciclofaixa); Av. 25 de Setembro 1,65 Km
(Ciclovia); Av. Augusto Montenegro 13 Km (Ciclovia). Ressalta-se que, não estão computados aqui,
devido à disponibilidade de informações, o total executado da quilometragem de ciclofaixas, no projeto
da macrodrenagem, implementado pelo Governo Estadual passado.
Foi feita uma contagem preliminar de ciclistas, na ciclovia da Av. Almirante Barroso, no bairro de São
Bráz, e outra no bairro do Entroncamento. Percebe-se que a intensidade maior do fluxo se dá, no período
da manhã, no sentido Entrocamento-Centro. Isso comprova que grande parte dos ciclistas são
pertencentes aos municpios de Ananindeua, Benevides e Marituba. Entretanto, a largura da via para
acesso desse fluxo, não é suficiente para atender um número significativo de ciclistas em horários de pico,
comprometendo o nível de serviço operacional.
Devido a precária infra-estrutura existente é comum os conflitos de ciclistas envolvendo veículos e
pedestres com isso, obrigando ciclistas, na maioria das vezes, a trafegarem nas mesmas pistas que os
carros, aumentando os riscos de acidentes fatais, e, também, comprometendo a circulação segura dos
mesmos. Por tudo isso há questionamentos sobre a garantia de acessibilidade e segurança para os usuários
de transportes não-motorizados.
Também é importante ressaltar a total ausência de educação e fiscalização em relação à operação do
tráfego nas ciclovias e ciclofaixas, pois é comum vermos no dia a dia, a presença de lixos e entulhos
nessas passagens. Além disso, trechos irregulares e/ou destruídos por raízes de árvores, precisam de
recomposição de seus pisos. Alguns desníveis e guias com degraus precisam ser nivelados.
Conclusões
Podemos concluir sobre as intervenções realizadas no sistema de transporte cicloviário em Belém (PA),
que fatores como: a falta de organização do espaço urbano;
critérios inadequados para o
dimensionamento; vias não integradas; entraves político-administrativos; a falta de políticas urbanas de
incentivo ao uso do Transporte Não Motorizado; falta de educação no trânsito; ausência de fiscalização; a
ausência de formação de redes sócio-técnicas; levam à ineficiência do sistema, gerando: conflitos
urbanos; acidentes; insegurança; e insatisfação dos usuários de um modo geral.
Ninguém questiona a importância das ciclovias como meio de redução de impactos sejam eles de natureza
ambientais ou no transito, nem tão pouco os benefícios que a utilização do transporte cicloviário
proporciona a seus usuários. Porém quando mal concebido, um projeto cicloviário, perde a eficácia e
pode comprometer a segurança e acessibilidade dos usuários além de comprometer a fluidez do transito
em uma determinada região, principalmente nos pontos de acesso, no caso de não haver integração de
uma ciclovia com outra. Medidas precisam ser mais abrangentes pois com isso o tráfego de bicicletas se
tornaria mais fluido.
Referências
CTBel | Companhia de Transporte de Belém/PA. Arquivo Administrativo Maio 2009
Plano Diretor de Transporte Urbano da Região Metropolitana de Belém (PDTU). 1991.
Plano Diretor de Transporte Urbano da Região Metropolitana de Belém (PDTU). 20011.
TRANSPORTE E ARMAZENAGEM NAS CENTRAIS DE ABASTECIMENTO DO PARÁ–
CEASA / PA
1
Rogério Nogueira da Silva, 2 Ana Maria Guerra Seráfico Pinheiro, 3 Andréa Girlene Tavares Barreto
1
2
Professora Dr. da Universidade Federal do Pará – [email protected]
3
As Centrais de Abastecimento, consideradas como entrepostos de distribuição, funcionam como uma
central de cargas, e podem ser analisadas como terminal de transporte, que gera e atrai viagens
diariamente. Além disso, nessas Centrais ocorrem, também, manuseio, movimentação e armazenagem de
produtos hortifrutigranjeiros. Visando melhorias no sistema de abastecimento das Centrais de
Abastecimento do Pará (CEASA-PA), o objetivo deste estudo é fazer uma análise preliminar da logística
de suprimento e de armazenagem de produtos hortifrutigranjeiros nesse entreposto. A metodologia
adotada consistiu na análise de revisão bibliográfica sobre o assunto em questão; pesquisa de campo para
obtenção de dados físicos e operacionais, tais como: localização geográfica da CEASA-PA, breve
74
caracterização dos veículos, fluxos de produtos, avaliação do layout interno, processo de armazenagem de
produtos; análise dos dados levantados em campo; e, apresentação dos resultados.
Palavras-Chave: Centrais de Abastecimento, armazenamento, avaliação.
Introdução
As Centrais de Abastecimento do Estado do Pará (CEASA-PA), maior entreposto comercial de
hortifrutigranjeiros no Estado e ponto de recebimento e comercialização dos produtos da região
metropolitana de Belém, tem uma rede de suprimentos alimentada quase que em sua totalidade pelo
modal rodoviário.
O uso exclusivamente do modal rodoviário implica sobrecarga no tráfego nas rodovias de acesso, gerando
custos de deslocamentos, que são normalmente repassados ao consumidor final. Além disso, esse sistema
de rede de abastecimento, impossibilita, muitas das vezes, agricultores familiares da região ribeirinha do
estado do Pará, de comercializarem seus produtos naquela Central, caracterizando, dessa forma, um
processo de exclusão social. Tal fato ocorre por não haver infra-estrutura hidroviária adequada para
recepção de produtos na CEASA-PA
As Centrais de Abastecimento, consideradas como entrepostos ou plataformas de distribuição, funcionam
como uma central de cargas, e podem ser analisadas como um terminal de transporte, que gera e atrai
viagens diariamente, principalmente, por caminhões. Nessas Centrais ocorrem, também, manuseio,
movimentação e armazenagem de produtos hortifrutigranjeiros. Sendo assim, as referidas Centrais têm
suma importância devendo ser tratadas como um componente básico operacional de sistemas de
transportes, o que requer constantes monitoramentos quanto aos fluxos de veículos que abastecem e os
fluxos de veículos que distribuem os produtos hortifrutis. Tais monitoramentos podem trazer melhorias
não somente nas operações internas, como na detecção de impactos desses fluxos com os demais sistemas
urbanos.
Caixeta-Filho (1998) afirma que as perdas no transporte estão intimamente ligadas a três fatores básicos:
Modalidade de transporte utilizada;
Carência de equipamentos especializado de transporte;
Utilização de embalagens inapropriadas;
A combinação desses fatores implica diferentes custos operacionais de transporte e, eventualmente,
diferentes índices de perdas.
Caixeta Filho (1998) pressupõe que para colocar mais alimento ao alcance das pessoas, não é apenas
necessário que aumente a produção, mas que esses alimentos tenham uma garantia de distribuição até o
consumidor final.
Portanto, face ao exposto, se faz necessário monitorar os processos logísticos de transporte e
armazenagem de produtos hortifrutigranjeiros, a fim de que o processo de abastecimento alimentar das
cidades seja eficiente e eficaz, com custos reduzidos para a sociedade como um todo.
Objetivos
O presente trabalho tem como objetivo fazer uma análise preliminar da logística de transporte e
armazenagem de produtos hortifrutigranjeiros na CEASA-PA. Somando-se a isso, o trabalho tem como
proposta citar os possíveis benefícios da inserção do modal hidroviário, na rede logística de
abastecimento da CEASA-PA.
Para compor o referencial teórico deste estudo, foi realizada uma revisão bibliográfica em artigos
científicos, revistas especializadas, livros, jornais e internet, sobre a criação e as funções das centrais de
abastecimento no Brasil, inclusive, sobre a CEASA-PA. Posteriormente, através do software Google
Earth, a CEASA-PA foi localizada geograficamente, sendo possível a visualização da interface rodoviária
e hidroviária. As pesquisas de campo foram realizadas para obtenção de dados físicos e operacionais, tais
como: produtos transportados, rotas, breve caracterização dos veículos, avaliação do layout interno,
circulação e estacionamento de caminhões e processos de armazenagem. Para auxiliar nas investigações,
foram feitos diversos registros fotográficos através de câmeras digitais.
Resultados
Analisando-se a localização geográfica da CEASA-PA, observa-se que a mesma está distante 5 Km dos
principais corredores de tráfego, que dão acesso às zonas produtoras, no caso o corredor Av. Almirante
Barroso/BR-316 e Av.Pedro Alvares Cabral/BR-316. Como as avenidas Almirante Barroso e Pedro
Alvares Cabral se encontram em perímetro urbano, com tráfego intenso, a acessibilidade à CEASA-PA é
comprometida. Essa característica ressalta a desvantagem que essa CEASA tem em relação às demais
75
centrais do país, pois esses terminais de cargas estão situados em sua totalidade nas adjacências das
grandes rodovias, facilitando o acesso de veículos, principalmente, de caminhões carregados.
A CEASA/PA recebeu 346.571.787,11 toneladas de produtos somente no ano de 2008 dos quais menos
de 0,1% foram transportados por hidrovia. O que acarreta uma sobrecarga na precária malha rodoviária
estadual contribuindo para o desgaste prematuro dos pavimentos, além de gerar impactos ambientais ao
longo das rodovias e contribuir para o aumento do custo operacional que normalmente é repassado para
os consumidores.
O transporte de produtos para comercialização na CEASA/PA é feito essencialmente pelo modal
rodoviário, se não bastasse às grandes distâncias a serem vencidas em um estado com dimensões
continentais, é importante ressaltar o estado precário do sistema viário paraense além das más condições
de transportes as quais são submetidos os produtos até chegarem ao ponto de comercialização na CEASA.
Além disso, a carência de estudos na área de logística de suprimentos no estado contribui para a
subutilização do modal hidroviário na distribuição de alimentos, nesta região que apresenta um grande
potencial navegável. É importante ressaltar os benefícios que investimentos para incrementar o uso do
modal hidroviário na rede de abastecimento alimentar poderá trazer para o estado do Pará, que podem ser
 Econômico
-Otimização da rede de suprimentos da CEASA-PA, através da redução do fluxo nas rodovias;
-Reduzir o desgaste prematuro nos pavimentos rodoviários;
-Redução de custos logísticos de transporte no agronegócio, através de sistemas integrados de
transportes rodo-fluviais;
 Ambiental
-Minimizar os impactos ambientais (emissão de poluentes, utilização de recursos naturais, qualidade
de vida etc.);
 Social
-Viabilizar o acesso das comunidades ribeirinhas para comercialização de seus produtos na CEASAPA.
-Melhoria da qualidade de vida das comunidades ribeirinhas, desenvolvendo a agricultura familiar.
Na fase de coleta de informações em campo foi evidente o acumulo de produtos deteriorados durante o
transporte e no processo de carga e descarga. Os veículos que realizam esse transporte são classificados,
segundo a própria CEASA-PA, em cinco tipos: leves, médios, ônibus, pesados e superpesados. Porém a
CEASA-PA não possui nenhum programa que vise minimizar o desperdício desses produtos, essa Central
de Abastecimento se transformou em local de trabalho para dezenas de carapirás que tiram seu sustento
do lixo produzido por essa cadeia logística.
A qualidade dos produtos não melhora desde a saída do campo até o momento da comercialização, porém
a maneira como são transportados pode ajudar a manter a qualidade, preservando o aspecto e evitando
danos e desperdícios que possam diminuir a margem de lucro e gerar aumento nos custos a serem
repassados ao consumidor final. O transporte e a embalgem são fatores determinantes para a qualidade
dos produtos. Segundo Caixeta-Filho (1998) mais que um modelo de transporte eficiente, contribui,
também, para a preservação das características dos produtos, fatores como tipo de veículo, carroçaria,
embalagem, distância a ser vencida, quantidade transportada, estado de conservação das vias, entre
outros.
O transporte de produtos agrícolas para a CEASA-PA acontece quase que a revelia, pois a central se
ocupa apenas em organizar a entrada e saída dos veículos, horários de venda, acesso de consumidores,
entre outros aspectos meramente administrativos, não possuindo critérios técnicos com relação ao modo
como os mesmos estão chegando para serem comercializados, a quantidade desperdiçada, modos de
operação para carga e descarga etc.
Os produtos chegam àquela Central, na maioria das vezes, transportados em veículos impróprios. É
comum que diferentes tipos de veículos transportem o mesmo tipo de produto, não havendo preocupação
alguma com relação ao tipo de carroçaria, embalagens, tempo de viagem. O permissionário ou o dono da
carga é que se incumbe da escolha do veículo de transporte e na maioria das vezes se utiliza do fator
preço para fechar o frete.
Conclusões
A rede logística de abastecimento da CEASA-PA pode sofrer alterações e proporcionar benefícios
econômicos, sociais e ambientais para o estado do Pará, através de estudos e investimentos para a infraestrutura relativa ao modal hidroviário. Tal fato possibilitará o uso de sistemas fluviais, de sistemas
integrados rodo-fluviais, e, consequentemente, poderá gerar novos mercados com a inclusão de
produtores ribeirinhos, que hoje sentem dificuldade, ou, são impossibilitados de escorem seus produtos.
76
Além disso, tirar proveito da localização da CEASA-PA, às margens do Rio Guamá, poderá trazer
vantagens ao sistema de tráfego da Região Metropolitana de Belém.
É de fundamental importância que os produtos transportados cheguem ao destino final em boas condições
de comercialização, porém uma boa parte dos produtos são perdidos devido à inadequada forma de
manuseio e ao seu processo de armazenagem. Há necessidade urgente de reorganizar e fiscalizar os
espaços internos da CEASA-PA.
Referências
CAIXETA FILHO J.V - Transporte de Produtos Agrícolas: Sobre a questão das perdas Revista de
Economia e Sociologia Rural vol.34 e nº3 e 4.
CEASA | PA (2009) Centrais de Abastecimento do Estado do Pará. Dados disponibilizados pela
Empresa.
CEASA-PA (2007). Guia de orientação técnica das atividades desenvolvidas nos setores de portaria e
mercado da CEASA. Belém: DITEC/CEASA-PA.
DITEC/CEASA-PA (2005). A CEASA. Publicação interna. Belém: DITEC/CEASA-PA.
DITEC/CEASA-PA (2008). A CEASA. Disponível
em:<http://ceasa.l1.net2.com.br/full.php?pg=txt&id=1>. Acesso em: 29 set 2009.
FÀVERO, Luis Andrea (2005) . Novas formas de coordenação das atividades de abastecimento nos
mercados atacadistas de frutas e hortaliças da América Latina. XLIII Congresso Brasileiro de Economia
e Sociologia Rural. Anais. Ribeirão Preto, SP.
ESTUDO TEÓRICO E ANALÍTICO EM ACÚSTICA DE SALAS. CASO DO TEATRO MARIA
SYLVIA NUNES.
Thalita Maria Pontes MOUTINHO¹
¹ Universidade Federal do Pará, [email protected]
Com o passar dos anos e com o aumento da densidade populacional, o ruído cresceu de tal forma que
atingiu o reconhecimento como um dos maiores problemas da poluição ambiental, fazendo com que a
poluição sonora seja uma das formas de poluição que mais tem preocupado engenheiros, urbanistas,
arquitetos e dos demais profissionais responsáveis por construções de ambientes quanto ao conforto
acústico de seus projetos. Para estes profissionais um dos maiores desafios em uma construção é
justamente o projeto acústico deste ambiente. Isto ocorre devido ao estudo acústico de uma edificação não
ser habitual em razão da complexidade e demora dos métodos mais utilizados. Em ambientes fechados o
campo acústico é influenciado por fatores como geometria e dimensões do ambiente, absorção sonora das
superfícies, absorção e difusão do som pelos objetos presentes nesta sala, potencia e diretividade das
fontes sonoras, dentre outros. Forçam o engenheiro a fazer um estudo prévio das condições e exigências a
que esta sala será submetida, haja vista que um simples erro na colocação de uma fonte pode provocar
certo desconforto e distração dos ouvintes. Diante disso, este trabalho explora o tratamento acústico de
salas bem como apontas as tecnologias usadas para o melhoramento acústico, usando como exemplo o
Teatro Maria Sylvia Nunes
Palavras-chave: Campo acústico de ambientes fechados, projeto acústico, teatro Maria Sylvia Nunes.
Introdução
Com o passar dos anos e com o aumento da densidade populacional, o ruído cresceu de tal forma que
atingiu o reconhecimento como um dos maiores problemas da poluição ambiental, fazendo com que a
poluição sonora seja uma das formas de poluição que mais tem preocupado engenheiros, urbanistas,
arquitetos e dos demais profissionais responsáveis por construções de ambientes quanto ao conforto
acústico de seus projetos. Para estes profissionais um dos maiores desafios em uma construção é
justamente o projeto acústico deste ambiente. Isto ocorre devido ao estudo acústico de uma edificação não
ser habitual em razão da complexidade e demora dos métodos mais utilizados
Em um ambiente fechado, como uma sala de conferencias, a propagação das ondas sonoras a partir das
fontes sofre interferência das superfícies que delimitam esses ambientes. O campo acústico em seus
interiores é uma combinação do som que provém diretamente da fonte com o som refletido pelas
divisórias.
É comum em ambientes amplos como igrejas e teatros, ao assistir a uma evento, sentirmos certo
desconforto auditivo e falta de inteligibilidade. Isso decorre de vários fatores negligenciados pelos seus
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projetista. Estes ruídos incômodos, com o passar do tempo podem provocar problemas de saúde dores de
cabeça e náuseas.
Tendo em vista a sua estrutura e importância regional, o teatro Maria Sylvia Nunes, localizado na Estação
das Docas – é uma das mais modernas e sofisticadas sala de espetáculos da região norte -, foi o foco deste
estudo de caso, na qual se avalia o tratamento acústico bem como aponta às tecnologias utilizadas para o
melhoramento acústico de salas, a fim de mostrar para a comunidade cientifica a importância de se
reservar parte do orçamento de uma obra, principalmente se for um estúdio, sala de conferencia ou casa
de espetáculo, para o estudo acústico da sala.
Objetivos
Este estudo tem como objetivos introduzir conceitos básicos sobre som e acstica de salas, bem como
mostrar a importância de um tratamento acústico de uma sala na compreensão e inteligibilidade do som lá
ouvido.
O teatro Maria Sylvia Nunes foi o objeto de estudo deste trabalho bem como seus equipamentos,
estruturas e objetos lá dispostos, tendo em vista que todos os componentes influenciam no campo acústico
de um ambiente fechado.
Resultados
A primeira preocupação que existe em qualquer projeto acústico de uma sala é a sua relação com o
exterior, do ponto de vista do isolamento. Necessário que se evite que o ruído exterior entre no teatro, a
fim de que o ruído externo não afete a compreensão auditiva; bem como o ruído produzido dentro da sala
passe para o exterior. Para isto a platéia e o galpão de espera estão divididos por um Hall, onde possui
dois acessos para a platéia nas laterais, assim forma-se uma espécie de obstáculo capaz de fazer com que
a maior parte do som seja refletida de volta para a platéia e uma pequena parte se difrate para o Hall.
A perda de transmissão, relacionada ao isolamento acústico, o qual se refere à capacidade de certos
materiais formarem uma barreira, impedindo que a onda sonora passe de um recinto para o outro, se faz
presente na porta principal. Feita de um material de alta densidade superficial, esta porta atenua
significativamente a transmissão de energia sonora do ambiente externo para o teatro e vice-versa. Ao
redor desta porta foi colocado um material vedante para garantir que o som não se propague pelas frestas
da porta.
A segunda preocupação, e talvez a mais importante, é conseguir controlar as reflexões existentes dentro
da sala, quer do ponto de vista da quantidade, quer do ponto de vista da qualidade.
Dependendo da utilização, a sala deverá ter um tempo de reverberação dentro de um intervalo – reflexões
a mais prejudicam a percepção e a inteligibilidade, e reflexões a menos torna a audição desagradável.
Como a maior parte dos materiais utilizados nas salas não são absorventes do ponto de vista acústico, a
preocupação acaba por ser a remoção das reflexões. Um piso especial formado por um material fibroso
foi colocado em toda a extensão do teatro. A utilização de um material fibroso justifica-se pelo fato de ao
entrar no painel, a onda sonora sofre sucessivas reflexões na fibra, perdendo a sua energia até dissipar-se.
Os assentos apesar de serem de madeira, material muito refletor, ela é revestida de uma almofada a qual
possui um coeficiente de absorção sonora similar ao do corpo humano, a fim de que o tempo de
reverberação não diferir muito em uma sessão lotada ou de uma sessão vazia.
Além de controlarmos a quantidade de reflexões de uma sala, é necessário controlar a forma como estas
ocorrem para que não haja sítios com maior concentração de reflexões do que outros, significando que é
conveniente que as reflexões sejam espalhadas por toda a sala, papel desempenhado pelos difusores. Ao
espalhar melhor o som pela sala, evita-se que existam pontos onde o som esteja concentrado, ou ainda
pior, onde determinadas freqüências estejam concentradas.
No caso do teatro Maria Sylvia Nunes, a melhor forma encontrada para distribuir o som ao longo da sala
não foi através de difusores, mas através de refletores. Placas de vidros, material não absorvente com
comportamento refletor, foram posicionadas no teto de tal forma que o som é guiado até as poltronas mais
afastadas da fonte direta.
A forma tradicional de colocar as colunas sonoras é posicioná-las nas laterais do palco, entretanto nessa
solução existe uma grande diferença na distancia entre as colunas e os ouvintes. Verificamos que a
distancia entre as colunas e o ouvinte que esteja posicionado na primeira fileira é muito menor que a
distancia em relação ao ouvinte posicionado nas ultimas fileiras. Como maior distancia corresponde à
menor nível sonoro, haverá uma grande diferença entre o nível sonoro junto ao primeiro ouvinte e ao
segundo. Na solução vertical essa diferença é menor, e inclusivamente é conseguida uma melhor
distribuição do som ao longo da audiência.
78
Como as colunas estão mais afastadas do publico, podem ser usadas colunas mais direcionais, o que
permite aumentar a distancia crítica, melhorando a audição aos ouvintes mais afastados; a outra vantagem
é que a solução vertical permite que o som direto chegue primeiro aos espectadores e só depois o som do
reforço sonoro.
O teatro Maria Sylvia Nunes por ser relativamente baixo, não foi possível implementar a solução vertical,
uma vez que não há espaço suficiente em altura para a colocação das colunas. A solução adotada foi a
tradicional em conjunto com a horizontal. No entanto não basta colocar colunas espalhadas pela sala, é
necessário atentar para alguns problemas.
A maior parte dos ouvintes estará mais próximo de uma coluna do que da fonte sonora original – orador,
vocalista -, o que significa que ele ouvirá primeiramente o som vindo da coluna e o som (fraco) vindo da
fonte sonora original. Esta situação pode apresentar dois grandes problemas: se existir um intervalo
superior a 50 milissegundos entre o som da coluna e o som do orador, o cérebro humano irá detectar dois
sons distintos, o que terá fortes conseqüências do ponto de vista da percepção. Para existir tal intervalo,
basta que a fonte sonora original esteja numa proporção de distancia de 17:1 metros do ouvinte em
relação a distancia da coluna ao mesmo; por outro lado, pode existir uma grande diferença entre a
informação visual e a informação auditiva. Os olhos indicam ao cérebro que o orador está à frente,
enquanto que os ouvidos indicam ao cérebro que o orador está ao lado do ouvinte. Embora não nos demos
conta, isso obriga a uma maior concentração do ouvinte e obviamente a um maior cansaço. Quer numa
situação, quer noutra, faz com que as pessoas fiquem desconcentradas. Na realidade ocorre por garantir
que o ouvinte ouça primeiramente o som direto (embora fraco), e logo a seguir o som da coluna.
Se o cérebro receber dois sons num intervalo inferior a 50 milissegundos considera-os como único. O que
ainda não foi mencionado é que normalmente a informação extraída diz respeito à informação inicial.
Assim o cérebro vai considerar o som com a intensidade do som da coluna, mas com a direção do som
original. Para configurar estes sistemas, basta definir o delay que deverá ocorrer, de forma a que o som da
coluna chegue entre 1 e 10 milissegundos depois do som direto.
Conclusão
Embora a acústica seja uma ciência relativamente nova em termos de estudos em engenharia, sua
importância vem crescendo significativamente. A preocupação com os problemas causados pelo ruído
advém, geralmente, de países desenvolvidos ou em desenvolvimento, visto que uma economia crescente
leva ao aumento da mobilidade e conseqüentemente ao aumento do trafego, de construções, de obras em
geral e do ruído por eles gerado. Entretanto, a acústica de salas ainda é muito subvalorizada. Continua a
dar-se mais importância à arquitetura da sala de espetáculos ou ao equipamento lá empregado, sem dar-se
conta que não sendo feito um devido estudo os aparelhos podem piorar a acústica. Da mesma forma que
não faz sentido um motor de formula 1 em uma bicicleta, também não faz sentido ter boas colunas de
estúdio numa sala sem tratamento acústico. Atentando a isso é sempre importante reservar uma parcela do
orçamento das construções para o melhoramento acustico do ambiente, para a melhor satisfação auditiva
das pessoas que estão dentro e fora dele.
Referências
BISTAFA, S. R., Acústica Aplicada ao Controle de Ruído, 2006
FONSECA, N., Introdução à engenharia do som, Editora FCA
GERGES, S. N. Y., Ruído – fundamentos e controle, NR Editora, Florianópolis, 2000
SALIBA, T. M., Manual prático de avaliação e controle de ruído – PPRA, LTr Editora, 2008
TOUTONGE, J. A., Projeto de construção de câmaras reverberantes em escala reduzida para o estudo das
características de perda de transmissão de divisórias confeccionada a partir de materiais regionais, Belém,
2006
http://www.bksv.com/
CIÊNCIAS DA SAÚDE
ENFERMAGEM UMA PROFISSÃO FEMININA?
¹Osmar de Souza Reis Junior, ²Marília de Fátima Vieira de Oliveira, ³Luenice Martins Reis, 4Leomar
Martins Reis e 5Francielle da Silva Quaresma.
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O seguinte trabalho se propõe a discutir as relações de gênero na enfermagem. Para verificar como se dá
as relações de gênero foram entrevistados os enfermeiros docentes da Universidade Federal e Estadual do
Pará, a cerca da concepção dos mesmos sobre gênero na enfermagem. Em relação ao gênero acredita-se
que a enfermagem ainda está associada ao feminino. Pensamento que foi constatado a partir dos discursos
dos docentes. Ao tentar explicar o porquê da associação a maioria recorre a história da enfermagem, na
visão do cuidar como prática feminina e nas demais relações de gênero culturalmente circunscritas em
nossa sociedade.
Palavras-Chave: Enfermagem, Discurso, Gênero.
Introdução
A enfermagem no seu processo histórico traz consigo um processo onde o cuidado está relacionado ao
feminino e que de acordo com Faria (2006) o debate sobre a formação do campo da enfermagem, como
profissão ―feminina‖, remete diretamente aos pressupostos tradicionais sobre o gênero. Essa constatação
parece evidente, pois a figura de Florence Nightingale é o marco das bases científicas para a enfermagem
enquanto profissão onde sua identidade até hoje é reconhecida como a ―dama‖ da lâmpada.
Observa-se que enfermeiros (as) que trabalham em instituições de ensino desconhecem esta temática, pois
a convivência que tive nas atividades acadêmicas do curso de enfermagem onde conclui minha
graduação, pouco ou quase nada se fala sobre gênero.
Reitero, portanto a necessidade de diálogos permanentes sobre gênero no contexto acadêmico de um
curso que tem como sentido de sua profissão o cuidado humano. Essa é uma abordagem que não deve
ocorrer apenas como um componente da atividade curricular obrigatória separadamente, pela sua
importância deve ser estendido no âmbito institucional, no conjunto das atividades curriculares.
Pretende-se responder tais questionamentos: Qual a concepção dos docentes dos cursos de enfermagem
das UFPa e UEPa sobre gênero? A enfermagem ainda é associada ao feminino? Por que?
Objetivo
Fomentar a inserção/discussão das temáticas de gênero no conjunto das atividades curriculares dos cursos
de graduação em enfermagem das universidades públicas pesquisadas.
Conhecer a formar com as questões gênero encontra-se inserida no discurso dos sujeitos sociais do estudo
e de que se compreende o processo de feminização da enfermagem.
Metodologia
Tendo em vista os objetivos desta pesquisa, fez-se a escolha em realizar um estudo exploratório numa
abordagem qualitativa. Para Minayo (2008) a abordagem qualitativa em saúde trabalha com o universo de
significados, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos
processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variável.
Neste trabalho, utilizei como estratégias para a produção das informações a entrevista narrativa, com um
roteiro semi-estruturado, que problematizou os discursos relacionados a feminização da enfermagem.
Desta forma, as entrevistas foram gravadas e tiveram sua duração mínima de 5 minutos. Depois foram
transcritas de forma integral, para então ser feita a seleção dos focos de análise. Após a leitura horizontal
e exaustiva da transcrição selecionei alguns trechos que entendo como serem significativos para a
discussão. O perfil dos entrevistados foi colhido através de um questionários estruturados.
Dos 10 entrevistados 8 eram do sexo feminino e 2 do sexo masculino; a faixa etária ficou entre 30 a 53
anos; 4 dos entrevistados se declaram pardos, 3 brancos e 3 negros; 6 foram criados no catolicismo, 2 em
religiões evangélicas, 1 no espiritismo e 1 no catolicismo e umbanda; 5 dos entrevistados possuem ou
estão fazendo mestrado, 4 doutorado e 1 especialização; 5 são professores da UFPA e 5 da UEPA; em
relação a categoria anos de formação a faixa ficou de 09 a 30 anos de formado e ao tempo de docência
ficou entre 04 a 21 anos. As identidades dos informantes estarão protegidas por pseudônimo orquídea
azul, branca, rosa, lilás, marrom, negra, amarela, verde, laranja e vermelha.
Assim, utilizei a interpretação da análise do discurso onde a:
organização e a estruturação das palavras definem os discursos e possibilitam a compreensão dos
fenômenos e dos conceitos. A palavra expõe as contradições e os conflitos existentes em uma dada
realidade, pois é construída a partir do emaranhado de fios ideológicos que expressa o repertório de uma
época e de um grupo social; portanto a compreensão do discurso exige a compreensão das relações
sociais que ele expressa. (MINAYO, 2008, p. 321).
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Resultados
Na subcategoria Essência Feminina busca-se atrelar características que seriam naturais da mulher a
enfermagem, ou seja, a enfermagem deve ser exercida por sujeitos sensíveis, caridosos e piedosos, se
aproximando também do discurso da inserção religiosa na enfermagem.
[...] por causa da identificação das mulheres nesse cuidar tudo, então eu acredito que ainda tem muito
haver por ela ter toda aquela historia anterior do passado de só as mulheres, freiras e irmãs aquela
coisa toda ne cuidando, (Orquídea vermelha).
O entendimento gerado através dessa subcategoria é que a enfermagem aos poucos vem se
desvencilhando da predominância feminina, que para a maioria dos entrevistados é o fator principal hoje
para a feminização. Presente nas falas da subcategoria predominância feminina.
E eu creio que as algumas pessoas fazem essa associação e porque o numero de mulheres ainda e bem
mais representativo que o homem na profissão, mas a tendência e que haja uma mudança [...] (Orquídea
Branca).
A análise que se faz de todas as falas é que ainda se tem o mito da enfermagem ser uma profissão
feminina, o que ocorre devido a sua origem e evolução histórica, além das relações de gênero que irão
influenciar a divisão sexual do trabalho, bem como irar criar uma essência feminina, e atribuí-la a
enfermagem.
Considerações Finais
Em relação ao processo de feminização da enfermagem, os docentes entendem que este processo está
relacionado ao processo da gênese e histórico da profissão. Bem como atrelado às relações de gênero
sociamente construída em nossa sociedade.
Portanto os dados indicam ser necessária à inserção dessas temáticas dentro da formação acadêmica dos
profissionais de enfermagem para a construção de um cuidado que colabore para a construção de uma
sociedade que respeite os Direitos Humanos, com base nos princípios éticos, igualitários e equânimes.
Referências
FARIA, Lina. Educadoras sanitárias e enfermeiras de saúde pública: identidades profissionais em
construção. Cadernos pagu (27), julho-dezembro de 2006: pp.173 212.
MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 11.ed. São Paulo:
Hucitec, 2008.
CIÊNCIAS AGRÁRIAS
A SAZONALIDADE DE PREÇOS DE ATACADO DO AÇAÍ NO ESTADO DO PARÁ, 2000 A
2008
1
Gerlane de Freitas Melo, ²Antônio Cordeiro de Santana
1
Professor Dr. da Universidade Federal Rural da Amazônia – [email protected]
2
A produção agrícola no Estado do Pará está sujeita a diversas fontes de risco, destacando-se o risco
climático, que afeta diretamente o ciclo produtivo e a comercialização, em função da variação do preço. O
trabalho objetivou analisar o efeito sazonal dos preços médios de atacado da fruta açaí no Estado do Pará,
no período de janeiro 2000 a dezembro de 2008. Para a análise da sazonalidade foi adotado o modelo de
séries temporais. Os resultados mostraram que a sazonalidade do preço de atacado do açaí apresentou
grande amplitude de variação entre os valores extremos alcançados na safra e na entressafra. (REUNI –
Pibic).
Palavras-Chave: efeito sazonal, açaí, Estado do Pará.
Introdução
A produção agrícola no estado do Pará está sujeita a diversas fontes de risco, destacando como o fator
principal o risco climático, que afeta diretamente o ciclo produtivo e a comercialização, em função da
variação do preço.
81
As condições climáticas determinam os períodos de safra e entressafra. Em decorrência desses períodos,
ocorrem oscilações nos preços dos produtos, fazendo com que, no período de safra, os preços se situem
em um patamar abaixo da média do preço praticado no mercado e, no período da entressafra, os preços
alcancem um patamar superior.
Com a finalidade de reduzir a instabilidade da renda agrícola, seria interessante a disponibilização do
conhecimento sobre os índices sazonais de preços, dos índices das tendências, cíclicos e aleatórios do
produto açaí, para apoiar o planejamento da logística de produção, armazenamento e comercialização da
safra, e contribuir assim para aumentar a eficiência de políticas públicas de apoio à produção e
comercialização agropecuária.
Neste contexto, foi realizado um estudo da sazonalidade de preço do atacado do produto açaí. Utilizou-se
o modelo clássico multiplicativo de séries temporais para identificar e isolar os efeitos da tendência,
média móvel, sazonalidade e o ciclo dos preços.
Objetivos
Determinar, através da análise de séries temporais, a tendência, o índice cíclico, índice aleatório, e a
índice de sazonalidade do comportamento de preços do produto açaí, comercializado no mercado
paraense e contribuir para a formulação de políticas publicas de apoio à produção e comercialização
agropecuária.
A área estudada compreende o Estado do Pará. A obtenção de dados de preços mensais de atacado do
produto açaí, entre janeiro de 2000 e dezembro de 2008, foi através da Secretaria de Estado da
Agricultura (SAGRI – PA). Esses preços foram deflacionados pelo Índice Geral de Preços
Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Para a análise da sazonalidade de preços de atacado do açaí, foi adotado o modelo clássico de séries
temporais. Segundo Santana (2003), por série temporal, entende-se o conjunto de dados numéricos que
são obtidos para um dado período de tempo, os fatos geradores desses dados incorporaram influências do
comportamento da economia, de fatores climáticos e de fenômenos aleatórios. Esse modelo supõe que
uma serie temporal de preços ou de quantidade de um produto, pode ser descrita como um produto de
quatro componentes principais: tendência, componente cíclico, componente estacional e componente
aleatório da série (SANTANA, 2003).
X = T. C. E. A
Onde: X, é a serie temporal de preço do açaí; T, é componente de tendência do preço do açaí; C, é a
componente cíclica do preço do açaí; E, é a componente estacional do preço do açaí; A, é a componente
aleatória do preço do açaí.
Segundo Santana (2003), a componente tendência é classificada como sistemática e definida como a
persistência em longo prazo do padrão de aumento ou diminuição dos preços, e sua duração é de muitos
anos. A componente cíclica é classificada como sistemática e definida como ondas que se repetem por
quatro fases: Prosperidade, recessão, depressão e crescimento; sua duração é de 2 a 10 anos. A
componente estacional é classificada como sistemática, sendo definida como flutuação periódica regular
que ocorre a cada 12 meses e se repete todo ano. A componente aleatória é classificada como não
sistemática, sendo definida como flutuações erráticas, que ocorrem logo após terminar um dos efeitos
sistemáticos possuem duração curta.
Resultados
O preço de atacado do produto açaí apresentou entre os anos de 2000 a 2008, um movimento de tendência
crescente a taxa constante ao longo de todo o período.
O crescimento da demanda pelo fruto do açaí induziu a um significativo aumento de preço do açaí,
traduzindo num aumento expressivo do valor bruto da produção (IBGE, 2008). O aumento tanto da
produção quanto do valor foi induzido pela expansão do mercado de fruto e polpa de açaí, criado pela
divulgação do produto na mídia escrita e televisiva, tornando o produto conhecido nas demais regiões do
Brasil e em vários países do mundo (SANTANA; COSTA, 2008).
De acordo com os resultados, verificou-se que a produção do açaí se concentra no mês de julho a janeiro,
sendo mais intensa nos meses de setembro a novembro, quando esta é substancialmente maior, com
preços relativamente baixos. A partir de novembro de 2001 inicia-se o movimento de queda dos preços do
açaí, onde a partir de fevereiro de 2005 é verificado um movimento ascendente, com o preço do açaí
aumentando até chegar ao valor máximo em novembro de 2006, completando o ciclo. Segundo Silva et
al. (2006), o aumento na produção do açaí está sendo impulsionado pela adoção de inovações
tecnológicas no processo produtivo, com a ampliação dos cultivos em terra firme, utilizando tecnologia
82
de irrigação e pela alta de preço do fruto no mercado, determinado pela demanda. Essas informações são
importantes para a tomada de decisão no planejamento da produção e comercialização do produto
A sazonalidade do preço no mercado atacadista do açaí apresentou grande amplitude de variação
(121,98%) entre os valores extremos alcançados na safra e na entressafra, revelando grande variabilidade
da quantidade e dos preços do fruto do açaí, com isso podendo indicar um provável risco e incerteza para
os agentes da comercialização desse produto.
Conclusões
O comportamento sazonal dos preços do mercado atacadista do açaí, no período de 2000 a 2008, no
estado do Pará, mostrou um nítido período de safra (julho/janeiro) e de entressafra (fevereiro a junho). A
amplitude de variação foi de 121,98%, o que significa elevado risco para a comercialização do produto.
Referências
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Produção Agrícola Municipal, 2000 2008. Disponível em: <http:// www.sidra.ibge.gov.br>. Acesso em: 24 out. 2009.
SANTANA, A.C. de. Métodos quantitativos em economia: elementos e aplicações. Belém: UFRA,
2003.
SANTANA, A.C. de; COSTA, F. A. Mudanças recentes na oferta e demanda do açaí no Estado do Pará.
In: SANTANA, A.C. de; CARVALHO, D. F.; MENDES, A. F. T. Análise sistêmica da fruticultura
paraense: organização, mercado e competitividade empresarial. Belém: Banco da Amazônia, 2008.
p.205-226.
SECRETARIA DE ESTADO DA AGRICULTURA - SAGRI/Gerência Executiva de Estatística e
Mercado Agrícola (GEEMA). Boletim anual de médias mensais. Dados dos preços no atacado, 2000 a
2008. Disponível em: <http:// www.sagri.pa.gov.br>. Acesso em: 15 de ago. 2009
SILVA, I. M. da; SANTANA, A. C de; REIS, M. S. Análise dos retornos sociais oriundos de adoção
tecnológica na cultura do açaí no Estado do Pará. Amazônia: Ciência & Desenvolvimento. Belém, v.2,
n.03, p.25-37, jul./dez, 2006.
ANÁLISE DA SAZONALIDADE DE PREÇOS DE ATACADO DO LEITE E OVOS
COMERCIALIZADOS NO ESTADO DO PARÁ, NO PERÍODO DE JANEIRO DE 2000 A
JUNHO DE 2009.
1
Deivison Mendes Pinheiro; 2Antonio Cordeiro de Satana; 3Gerlane de Freitas Melo; 4Mylena Pontes
Moraes; 5Vilma Reis de Oliveira
1
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4
5
A promoção dos produtos da bovinocultura leiteira e da avinocultura de postura como alimentos ideais
para alimentação desencadeou durável aumento de demanda de ambos os produtos. Com isso construiu-se
cenário promissor para exploração desses tipos de mercados. O estudo estratégico e sistêmico das
oscilações de preços dos produtos a serem desenvolvidos propicia maior respaldo no planejamento e
execução do futuro empreendimento, assim como nas decisões a serem tomadas futuramente. Neste
trabalho apresentamos a analise da sazonalidade de preço do leite e do ovo branco comercializados no
Estado do Pará, no período de janeiro de 2000 a junho de 2009, através do modelo clássico de series
temporais.
Palavras chaves: Sazonalidade de preço, carne, leite, ovo, Estado do Pará.
Introdução
Uma ferramenta de extrema importância para o planejamento da comercialização é o estudo da
sazonalidade dos preços dos produtos, pois com as informações em mãos as decisões são tomadas com
menores riscos e os produtores adquirem maior respaldo para tencionar sua produção e determinar quanto
83
e como produzir (SANTANA, 2005), uma vez que torna possível fazer previsões em curto prazo sobre o
comportamento dos preços dos produtos.
Em 2007 o Pará foi o 11º produtor nacional de leite, com uma produção estimada em 643 milhões de
litros no mesmo ano. De 2000 a 2007, a produção leiteira paraense cresceu aproximadamente 52,7%. Essa
projeção ocorreu em decorrência à expansão do rebanho do estado (SANTANA, 1998) e do pequeno, mas
considerável aumento da produtividade de litros de leite/vaca.
A avicultura da região Norte não é muito representativa, porem no segmento de postura, a participação da
região Norte é mais expressiva - 3,1% do total do plantel nacional de poedeiras e 3,2% do total da
produção de ovos brasileira. Segundo dados da UBA relativos a 2008, a região registrou um alojamento
médio de 2,5 milhões de poedeiras, com produção total de 2 milhões de caixas de 30 dúzias de ovos.
Os dados sobre as series temporais dos preços no atacado dos produtos analisados foram obtidos junto à
Gerencia Executiva de Estatística e Mercado Agrícola da Secretaria de Estado de Agricultura – Pará,
órgão responsável pelo levantamento, projeção e divulgação dos preços dos produtos comercializados no
estado.
Para o preço do ovo branco caixas com 30 dúzias, utilizou-se a média mensal de preços de três distintos
tamanhos, definidos pela empresa: extra, grande e médio. Já para o leite longa vida em caixas de 12
unidades de 1 litro empregamos a média mensal deste produto único. Os preços foram deflacionados pelo
índice geral de preços – disponibilidade interna (IGP-DI) da Fundação Getúlio Vargas.
De acordo com o modelo clássico de series temporais os preços são produtos advindos da interação de
quatro forças principais: a tendência, o elemento ciclo, o elemento sazonal e o elemento aleatório da serie
(SANTANA, 2003). Portanto pode-se descrever este modelo da seguinte forma:
X = T∙C∙E∙A
Onde:
X = serie temporal de preços (R$/kg, R$/l)
T = elemento tendência da serie;
C = elemento ciclo da serie;
E = elemento estacional da serie;
A = elemento aleatório da serie.
Cada um destes componentes é analisado individualmente o que possibilita verificar seus movimentos,
alguns longos e outros de curto percurso, e seus resultados finais determinam a oscilação das series
temporal. O fator tendência do período analisado representa o comportamento predominante da série de
preços ao longo do tempo, portanto este determina a intenção e a previsão de preços elevados ou
reduzidos. Plota-se os dados da componente tendência para observar seu comportamento no período
determinado, verificando com isso o padrão persistente (aumento, declínio ou oscilação).
O método da média móvel (MM) centrada em 12 meses é aplicado com intuito de expurgar os efeitos das
componentes estacional e aleatória, através da suavização das variações das séries por um processo de
sucessivas médias.
Posteriormente isolou-se o efeito sazonal através da determinação do índice estacional (IE) e para isso
basta dividir os valores da série original em análise pela sua respectiva média móvel e multiplicar o
resultado por cem (100), para expressar o resultado em porcentagem. Além de incluir as flutuações
estacionais, o IE inclui ainda as variações aleatórias.
Estando a componente aleatória ainda aderida ao resultado final do IE t e havendo a necessidade de
expurgá-la deste saldo para obtenção do índice estacionário verdadeiro (IEV t).
Na formula, a importância 1200 representa a soma dos índices estacionários médios mensais, este com
valor da estacionalidade expurgado.
A aplicação deste método quantitativo de analise de preços foi realizado com auxilio do programa de
planilhas de computador Microsoft Excel, conforme descrito em SANTANA (2003).
ANALISE DOS RESULTADOS
Nesta sessão apresentamos individualmente a interpretação dos resultados de cada produto estudado,
obtidos por meio dos métodos quantitativos na analise de series temporais, anteriormente adolescidas.
Esta explanação foi respaldada nos tabelas e gráficos gerados ao final da analise da metodologia utilizada.
LEITE LONGA VIDA
A amplitude de variação entre o maior e o menor índice foi igual a 13,54. O índice estacional máximo é
verificado no mês de janeiro, igual a 108,8%. Enquanto que o índice estacional mínimo, com um valor de
95,06%, é encontrado no mês de julho.
84
Durante toda serie analisada percebeu-se pouca variação dos preços em torno da média, apenas algumas
se sobressaem como no caso que observamos no mês de agosto (15,48) que apresenta a maior diferença
entre a média e os desvios, superior e inferior. Já para o mês de junho (8,53) esta alteração é mínima. Este
fato indica relativa estabilidade no comportamento dos preços durante todo ano.
OVO BRANCO
No caso do ovo que é um produto que apresenta menor variação nos preços durante o ano do que os
hortifrutigranjeiros, em função da integração agroindustrial que consegue organizar o setor produtivo para
uniformizar o fluxo de oferta ao longo do ano e diminuir a amplitude de variação dos preços (SANTANA
& RODRIGUES JÚNIOR, 2000), o índice estacional superior é examinado no mês de agosto, com uma
amplitude de 113,6%, diferente do ocorrido no mês de abril que apresenta valor igual a 91,07%,
caracterizando a menor importância do índice sazonal para este produto durante esta serie temporal em
questão.
Através das estimativas anteriores, determinou-se que a magnitude de variação entre o maior e o menor
índice foi da ordem de 22,53, o que assinala para certa expressividade da oscilação de variação dos preços
em torno do índice médio, ocorrida de forma irregular. O maior movimento em torno do índice médio
anual aconteceu nos meses de março e dezembro (21,38% e 19,68%, respectivamente), e o menor abalo
concentrou-se no mês de junho (6,87%).
Os índices estacionais de preços de ovos branco possibilita constatar que estão relativamente compatíveis
com as oscilações de oferta do produto no mercado atacadista (FERNANDES et al., 1981).
Conclusões
A analise estacional do preço do leite e do ovo branco mostra a relação direta entre as forças de demanda
e oferta com preços altos e preços baixos de ambos os produtos, caracterizando os períodos de safra e
entressafra.
O produto da bovinocultura leiteira apresentou baixas oscilações em torno do índice médio, porém os
meses de preços acima da média (de dezembro à abriu) é menor que número de meses com preços abaixo
da média anual (de maio à novembro). Essa oscilação pode ser superada através de técnicas de produção
de recursos forrageiros que promovam alimentação adequada às exigências dos animais durante o período
de baixa produção dos pastos, de tal maneira que a oferta de leite se mantenha estável.
Para o produto da avinocultura de postura os abalos da amplitude de variação dos preços foram
relativamente mais intensos e os valores pagos pelo ovo branco adquiriu vantagem apenas durante cinco
meses do ano (de junho à outubro). Um planejamento bem estruturado, respaldado na integração
agroindustrial, possivelmente ira suprir os fatores negativos que ocasionam as oscilações de preços,
completando assim as lacunas dos meses de preços desvantajosos elevando os valores da série a
patamares ideais, ou seja acima da média anual.
Referências
FERNANDES, Evandro de Abreu; MOUCHREK, Emílio; MIRANDA, Samuel Franklin de. Aspectos
econômicos da avicultura de postura. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, vol. 7; nº 79; jul. 1981.
LANA, Geraldo Roberto Quintão. Avicultura. Livraria e editora Rural Ltda. Recife, 2000.
PEIXOTO, Aristeu Mendes; MOURA, Jose Carlos de; FARIAS, Vidal Pedroso de. Bovinocultura de
corte: Fundamentos da exploração racional. 3º Ed. FEALQ. Piracicaba, 1999.
PEIXOTO, Aristeu Mendes; MOURA, Jose Carlos de; FARIAS, Vidal Pedroso de. Bovinocultura
leiteira: Fundamentos da exploração racional. FEALQ. 3º Ed. Piracicaba, 2000.
SANTANA, Antonio Cordeiro. Analise de mercado e avaliação para políticas: gado de corte. SAGRI:
FCAP. Volume único. Belém, 1998.
SANTANA, Antonio Cordeiro de, Elementos de economia, agronegócio e desenvolvimento local.
GTZ:TUD:UFRA. Vol. único. Belém, 2005.
SANTANA, Antônio Cordeiro de. Métodos quantitativos em economia: elementos e aplicações.
Belém: UFRA, 2003.
SANTANA, A.C. de; RODRIGUES, H. J. Análise da sazonalidade de preços das frutas
comercializadas na Ceasa de Belém, no período de 1990 a 1998. Revista Movendo idéias, Belém –
PA, v.5. n° 8, p. 22-38, 2000.
A atual pecuária de corte brasileira e como os pecuaristas farão para se manterem no mercado com a caracterização de fazenda
em empresa. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/> Acesso em 20/09/2009.
Agronegócio
do
leite.
Agencia
de
informação
Embrapa.
Disponível
em:
<http://www.agencia.cnptia.embrapa.br>. Acesso em 26/10/2009.
85
Avicultura: Disponível em:< http://www.zootecniabrasil.com.br>. Acesso em 20/09/2009.
Norte terá Plenária de Avicultura – UBA. Disponível em: <http://inovadefesa.ning.com>. Acesso em
26/09/2009.
ANÁLISE DOS ÁCIDOS GRAXOS PRESENTES NO ÓLEO DA POLPA DO FRUTO DO INAJÁ
(Maximiliana maripa) E OS ÔMEGAS RELACIONADOS À SAÚDE HUMANA.
Damasceno, G. T.(IC)2; Farias, F. A.; Conceição, L. R. V. da(PQ)3; Fonseca, A. R. L(IC)2 ;Silveira, A. J.
A (PQ)1.
1, Núcleo de Medicina Tropical. Laboratório de Ecotoxocologia, UFPA, Av. Generalíssimo Deodoro, 92,
66055-240. Belém, PA, 32410032, [email protected]
2, Faculdade de Química, UFPA. [email protected]
mailto:[email protected]
3, Laboratório de Pesquisas e Análise de Combustíveis, UFPA, Rua Augusto Corrêa, 01, 66075-110.
Belém – PA, 32499780, [email protected]
O trabalho destacará a fonologia do Inajazeiro, a importância econômica, nutricional para os ribeirinhos
extrativistas que vivem na Amazônia, em especial em São Sebastião da Boa Vista na localidade do Rio
Pacujutá, na Ilha do Marajó/PA, enfatizando a presença dos ácidos graxos essenciais contidos no fruto de
Inajá (Maximiliana maripa), destacando o Ácido Linolênico (ômega 3), Linoléico (ômega 6) e o Oléico
(ômega 9). A composição destes ácidos no óleo do Inajá (apresentou 4,3480%; 8,5164% e 53,8638%
desses ácidos, respectivamente). Foram determinados por cromatografia gasosa, utilizando-se o método
oficial AOCS Ce 1-62, cromatógrafo VARIAN CP 3800. A importância em se consumir alimentos ricos
nestes ácidos graxos, que auxiliam na manutenção da saúde humana.
Palavras-chave: Inajá, Ácidos Graxos, Cromatografia gasosa.
Introdução
O Inajá (Maximiliana maripa) é uma palmeira típica da Amazônia que ocorre em abundância em terra
firme, de solos pobres e arenosos, normalmente junto com outras palmeiras. Essa palmeira é
extremamente resistente ao fogo e pode atingir até 20 metros de altura e 100 cm de diâmetro; folhas
pinadas, longas, orientadas para cima com os folíolos em grupos de três a cinco mantendo diferentes
direções, tornando as folhas caracteristicamente crispadas. ―Estes frutos são de forma cônica compostos
de um caroço lenhoso, de ponta aguda, liso, duro de quebrar, de cor parda e amarela, de três a quatro
centímetros de comprimento e dois centímetros de diâmetro. É recoberto de um epicarpo fibroso, e entre
o epicarpo e o caroço encontra-se uma massa pouco pastosa... Os caroços contêm de uma a três
amêndoas‖ (Pesce, 1941). Os frutos podem ser usados na alimentação do homem e de animais silvestres,
pode-se ser retirado da polpa um óleo comestível de sabor picante e cor vermelho-alaranjado semelhante
ao óleo do babaçu em qualidade e uso. Seu palmito vale como alimento para o homem da mesma forma
como encontrado em mercados, porém não é muito comercializado como o palmito do Açaizeiro. O Inajá
se encontra por toda a Amazônia, no Maranhão, Mato Grosso, Ceará, Venezuela, Peru, Bolívia, etc. Sua
composição em ácidos graxos essenciais mostrou significativa quantidade, que será descrito e ressaltando
seus benefícios a saúde do homem.
Objetivo
Analisar a composição química em ácidos graxos dos óleos e das gorduras da polpa (mesocarpo) e da
semente do fruto de Inajá e avaliar a relevância que este fruto possui para as populações que consomem
este fruto.
Material e Método
O fruto do Inajá foi coletado no município de São Sebastião da Boa Vista, localidade do Rio Pacujutá, na
Ilha do Marajó/PA. No fruto foram feitas extrações à frio com solvente orgânico (Acetona), o método
consistiu em retirar da polpa do fruto, que resultou em uma massa de um quilograma, este foi armazenado
em um erlenmayer juntamente com o solvente. O primeiro armazenamento ocorreu no dia vinte e três de
maio de dois mil e oito, retirando-se no dia quatorze de agosto do referido ano, o qual completou o ciclo
da primeira extração e início da segunda extração que foi retirada no dia oito de setembro do mesmo ano.
A terceira extração começou no mesmo dia e foi retirado no dia treze de janeiro de dois mil e nove (a
determinação da composição em ácidos graxos foi realizada com o óleo dessa extração). A composição
em ácidos graxos do óleo da polpa do Inajá foi determinada por Cromatografia gasosa, utilizando o
método oficial AOCS Ce 1-62, Cromatográfo VARIAN CP 3800, com detector de ionização de chama
86
FID, vale ressaltar que os óleos foram esterificados pelo método oficial AOCS Ce 2-66, pelo operador
Leyvison Rafael Vieira da Conceição, o óleo do Inajá foi analisado no dia dez de dezembro de dois mil e
oito, as dez horas e trinta e três minutos.
Resultados e Discussões
A composição em ácidos graxos, por cromatografia gasosa, realizado no Laboratório de Pesquisas e
Análises de Combustíveis, utilizando-se o método oficial AOCS Ce 1-62, cromatógrafo VARIAN CP
3800, fez – nos determinar a quantidade de ácidos graxos no óleo da polpa do fruto. O óleo do fruto
(Inajá, obtido parte no Laboratório de Ecotoxicologia, no Instituto de Medicina da UFPA e parte no
Laboratório de Química – Ensino, localizado no Campus básico da UFPA), obtido no município de São
Sebastião da Boa Vista analisado apresentou os ácidos graxos essenciais, estes foram destacados por suas
relevâncias de caráter nutricional, que são os ômegas 3 (Ácido Linolênico), 6 (Ácido Linoléico) e 9
(Ácido Oléico) em quantidades diferenciadas. O Inajá (Maximiliana maripa) possui percentuais
significativos desses ácidos graxos essenciais, descritos abaixo. Destacando no fruto uma quantidade
elevada de ômega 9 (Ácido Oléico), ácido graxo essencial importante presente em diversos óleos e azeites
alimentícios. Segue abaixo uma tabela e um gráfico do fruto e suas respectivas quantidades dos ácidos
graxos essenciais.
Conclusões
Pelo trabalho que fora realizado com esse fruto, podemos concluir que o mesmo apresenta os ácidos
graxos essenciais, que não podem ser produzidos pelo o organismo humano e que,portanto,tem de ser
consumidos pelo homem,através de alimentos ricos dessas substâncias,mesmo que a população
desconheça seu valor nutricional eles consomem em abundância frutos ricos nestas substâncias.Fazendo
um balanço geral,o óleo possui uma quantidade bem significativa de Ácido Oléico e representativa
quantidade de Ácido Linolênico e Ácido Linoléico importante fonte de ácidos graxos essenciais para
população da Região.
Referências
ARAÚJO, M. G. P.; LEITÃO, A. M.; MENDONÇA, M. S. Morfologia do Fruto e da Semente de Inajá
(Attalea maripa(Aubl.) Mart. ) – Palmae. Revista Brasileira de Sementes, Vol. 22, n° 2, Pág. 31 a 38.
2000.
BECKER, Heinz G. O... [et al]. Organikum: Química Orgânica Experimental. Edição Fundação Calouste
Gulbenkian. Lisboa, 1997.
CAVALCANTE, Paulo B. Frutas comestiveis da amazonia – 5ª Edição. Museu Paraense Emilio Goeldi.
Edições Cejup. Belém – PA 1991.
CYMERYS, M. e FERREIRA, E. Frutíferas e Plantas Úteis na Vida Amazônica. Editora CIFOR &
Imazon. Belém 2005. Pág. 189 a 195.
FONSECA, Eurico Teixera da. Frutas do Brasil. Ministerio da Educação e Cultura – Instituto Nacional do
Livro. Rio de Janeiro 1954.
GOMES-SILVA, D. A. P. Frutíferas e Plantas Úteis na Vida Amazônica. Editora CIFOR & Imazon.
Belém 2005. Pág. 197 a 202.
MCMURRY, John. Química orgânica – Combo. Tradução da Sexta Edição Norte – Americana. Editora
Thomson. São Paulo – SP, 2006.
PESCE, Celestino. Oleaginosas da Amazonia. Editora Revista da Veterinaria. Belém – PA 1941.
SERRUYA, H... [et al]. Análise dos Óleos dos Frutos de três Palmáceas da Região Amazônica. Anais da
Associação Brasileira de Quimica – Vol. XXXI – 1980 – 1,2.
AVALIAÇÃO DE PROGÊNIES DE CUPUAÇUZEIRO EM UM POMAR COMERCIAL DE
TOMÉ AÇU, PARÁ
1
Nayara Negrão Pereira, 2Rafael Moysés Alves
1
2
Embrapa Amazônia Oriental – [email protected]
Esta pesquisa teve por objetivo avaliar o desempenho de progênies de cupuaçuzeiro em Tomé Açu, Pará.
O experimento foi instalado pela Embrapa Amazônia Oriental em 2005, no modelo de pesquisa
participativa, com delineamento experimental de blocos casualizados, com onze progênies de irmãos
completos de cupuaçuzeiro. Foi avaliada a primeira safra de produção (2008/2009), quando foram
anotados o número de frutos por planta. A resistência a vassoura-de-bruxa também foi estudada. Os
resultados demonstraram que todas as progênies mantiveram resistência à doença vassoura-de-bruxa.
87
Foram identificadas progênies que apresentaram precocidade de produção, fato que deverá ser
considerado quando da seleção final dessas progênies.
Palavras-Chave: melhoramento, progenitores, viabilidade técnica.
Introdução
O cupuaçuzeiro Theobroma grandiforum (Willdenow ex. Sprengel) Schumann é uma fruteira nativa da
região Amazônica. Com a expansão do mercado interno e externo se desencadeou a transformação de
uma espécie eminentemente de exploração extrativa para uma cultura de exploração comercial (Alves,
2003).
A geração de novas tecnologias adequadas à produção, industrialização e seleção de variedades que
atendam as exigências do mercado, entre outros, são fatores essenciais para conduzir as fruteiras da região
Amazônica a uma posição privilegiada, sem perder de vista a sustentabilidade (Embrapa, 1996). Com
base nesse princípios começaram a ser desenvolvidas pesquisas que buscam a obtenção de materiais
genéticos superiores de cupuaçuzeiro, especialmente que fossem altamente produtivos e resistentes a
doença vassoura-de-bruxa, cujo controle químico não mostrou eficiência satisfatória (YONEYAMA et
al., 1997).
Objetivos
Este trabalho teve por objetivo avaliar e pré-selecionar onze progênies de irmãos completos de
cupuaçuzeiro, que apresentavam boa potencialidade de resistência à vassoura-de-bruxa e produção de
frutos.
O experimento foi instalado em uma quadra da Fazenda Konagano, localizada no município de ToméAçu-PA, dentro do modelo de pesquisa participativa. As metodologias de condução do ensaio, com
ligeiros ajustes, foram as mesmas que o produtor, normalmente, emprega na condução do seu pomar
comercial.
O tipo de solo da área é Latossolo Amarelo textura média, profundo,com boas características de
drenagem, acidez elevada e baixo teor de matéria orgânica. Clima tropical quente e chuvoso do tipo Afi,
segundo a classificação Köppen, temperatura média de 26,4ºC e precipitação pluviométrica média de
2.617,9 mm.
O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com cinco repetições. Foram
avaliadas 11 progênies de irmãos completos de cupuaçuzeiro (híbridos primários intra - específico), com
três plantas por parcela, totalizando 165 plantas úteis.
O esquema de plantio foi em Sistema Agroflorestal (SAF), empregando-se além do cupuaçuzeiro as
espécies: pimenta do reino, bananeira e bacurizeiro. Além de promoverem sombreamento na fase juvenil
e adulta estas espécies promoverão um melhor aproveitamento e ciclagem dos nutrientes que forem
introduzidos no sistema.
Como variáveis de resposta foram empregados o número de frutos por planta na safra 2008/2009 e o
número de vassouras emitidas pelas plantas no período 2005-2009. Os dados foram analisados pelo
pacote estatístico SAS (SAS Institute, 2002), para análise de variância e a comparação de médias pelo
teste de Tukey à 5% de probabilidade.
A avaliação do número de frutos por planta da safra 2008/2009, por ser a primeira safra, não permitiu
ainda uma clara discriminação dos genótipos envolvidos. Porém, já é possível notar algumas diferenças
entre as progênies, quanto à precocidade, fruto da potencialidade dos parentais, bem como, das
recombinações alélicas. A análise de variância revelou diferenças estatísticas entre os tratamentos para a
variável estudada.
O teste de médias revelou que a progênie 10 com 6.3 frutos foi a mais produtiva. Esta progênie tem como
parentais os clones 286 e Sekó. O primeiro foi um dos materiais lançados pela Embrapa Amazônia
Oriental em 2002, e se caracteriza pela boa produção de frutos, apesar de serem frutos pequenos (700 g).
O segundo parental apresenta boa produção de frutos e resistência à vassoura-de-bruxa. As progênies 55
(215 x M138), 39 (215 x M45) e 44 (215 x 12 ) não diferiram da progênie 10, também, com uma
produção em torno de 6.0 frutos em média por planta. Fica patente no resultado destas três progênies a
excelente performance do parental 215, que também foi lançado em 2002, e se caracteriza por apresentar
frutos grandes (1.700g), em torno de 20 frutos por planta/safra, na maturidade, e resistência à vassoura de
bruxa.
88
A produção das progênies 15 (220 x Sekó), 3 (215 x 1074), 31 (286 x 184), 2 (173 x 215) e 35 (286 x
1074) foi de 5.0, 4.3, 4.3, 4.2 e 2.6 frutos por planta, respectivamente. As menores médias foram
observadas nas progênies 46 e 42 com 1.9 e 1.6 frutos/planta.
Não foram observadas vassouras nas plantas nestes quatro anos de permanência das plantas no campo.
Duas explicações podem ser dadas para este resultado. Em primeiro pela baixa pressão do inoculo, pois a
área experimental encontra-se distante de plantios antigos e, os plantios da fazenda, visinhos ao
experimento, terem controle das vassouras. Em segundo lugar pelas progênies terem, pelo menos um dos
parentais, clones resistentes a essa doença. Porém, é esperado que, com a continuação do cultivo,
apareçam plantas atacadas pela doença, pelo aumento do inoculo e pela segregação esperada das plantas
nas progênies.
O experimento abre a perspectiva de diversificação da base genética de resistência à vassoura-de-bruxa,
além de ser um material sexuado (semente), de melhor facilidade e manejo pelo agricultor familiar ainda
pouco tecnificado, gerando com isso uma melhor estratégia para a sustentabilidade do sistema de
produção do cupuaçuzeiro.
Como este estudo apresenta dados de apenas uma safra, as progênies continuarão a ser avaliadas, tanto
para produção quanto para resistência à vassoura-de-bruxa, além de outras características tecnológicas da
polpa e das sementes, que permitam maior segurança para a seleção final e disponibilização dos materiais
aos produtores.
Conclusões
As progênies apresentaram variabilidade genética para produção de frutos, o que leva à
possibilidades de seleção. Nesta primeira safra ficaram evidenciadas progênies precoces,
sendo esta uma das características que deverá ser levada em consideração quando da
seleção final. Não foi observado ataque de vassouras nas plantas.
Referências
EMBRAPA.Fruteiras da Amazônia.Brasília: EMBRAPA-SPI:Manaus: EMBRAPA-SPAA, 1996.
SAS Institute. SAS/STAT User‘s Guide 9.0. Cary, N. C.: SAS Institute Inc., 2002.
YONEYAMA, S.; NUNES, A.M.L.; DUARTE, M.L.R.; SHIMIZU, O.; ENDO, T.; ALBUQUERQUE,
F.C. Controle químico da vassoura-de-bruxa em cupuaçuzeiro. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL
SOBRE PIMENTA-DO-REINO E CUPUAÇU, 1., Belém, 1996. Anais Belém: EMBRAPA,
CPATU/JICA, 1997. p.161-172. (Documentos, 89).
BIOMASSA DE RAÍZES EM FLORESTA PRIMARIA E DE PLANTAÇÕES DE CACAU EM
UMA ÁREA DE COLONIZAÇÃO AGRÍCOLA NA REGIÃO DA RODOVIA
TRANSAMAZÔNICA, PARÁ.
1
Natália do Amaral Mafra, 2 Elayne Oliveira Braga, ³Tâmara Thaiz Santana Lima, 4 Izildinha de Souza
Miranda
1
2
3
4
Professora Dra. da Universidade Federal Rural da Amazônia – [email protected]
O objetivo deste estudo foi estimar o estoque da biomassa de raízes finas e grossas e avaliar a influência
da vegetação sobre esta biomassa. Foram selecionados dois tipos de vegetação: floresta primária (FP) e
plantação de cacau (CA). A biomassa de raízes finas vivas foi de 127.44 g/m² na FP e de 62.29 g/m² na
CA. A biomassa total de raízes grossas foi de 1152.63 g/m² na FP e de 86.47 g/m² no CA. Não houve
diferença significativa entre as vegetações para as diferentes classes de raízes (P>0.05). (CNPq, IRD,
UFRA)
Palavras-Chave: cacau, floresta primária, estoque.
Introdução
A expansão geográfica da fronteira agrícola brasileira tem tido papel importante no processo de
desmatamento na Amazônia, e o uso das terras para agricultura e pecuária tem sido uma das principais
causas desse desmatamento, visto que os assentamentos locais estimulados por essas atividades têm
assumido papel crucial nesse processo (PEREIRA et al., 2004).
89
Sistemas agroflorestais e praticas de uso do solo mais conservadoras tem ganhado grande destaque. Á
exemplo dos SAFs com cacau que de acordo com Brandão et al. (-) seqüestram carbono, retêm nutrientes
no solo, ajudam a proteger áreas de reserva e a biodiversidade existente, além de manter um micro clima
similar ao da floresta.
Estudos sobre a biodiversidade e, mais recentemente, o seqüestro do carbono tem se intensificado na
Amazônia. A crescente preocupação com o aquecimento global tem incentivado pesquisas sobre os
estoques e fluxos globais de carbono (BERNOUX et al, 2002; SILVER et al, 2004; ZARIN et al, 2005;
BURGERMEISTER, 2007; MORRIS et al, 2007). O solo e a fitomassa são os principais compartimentos
avaliados (BERNOUX et al, 2001). Nesse sentido, a biomassa de raízes têm uma participação efetiva nos
processos que ocorrem abaixo do solo em ecossistemas tropicais (Sanford & Cuevas, 1996).
Objetivos
O presente trabalho teve como objetivo estimar o estoque da biomassa de raízes finas (≤ 5 mm) e grossas
(> 5 mm) e avaliar a influência da vegetação sobre esta biomassa.
O estudo foi realizado em uma área de colonização agrícola no Travessão 338 Sul da Rodovia
Transamazônica, município de Pacajá, Pará. Foram escolhidos seis lotes para avaliar o estoque de raízes
finas e grossas, sendo em cada lote estabelecida uma parcela de 10 x 50 m, compreendendo três parcelas
em areas de floresta primária (FP) e três parcelas em áreas com plantação de cacau (CA). Em cada ponto
foram coletadas 4 amostras de solo com um cilindro inoxidável (diâmetro = 5 cm; altura = 10 cm) para
avaliar o estoque de raízes finas (vivas E MORTAS ≤ 5 mm de diâmetro) totalizando 120 amostras na
profundidade de 0-10. As raízes finas de coloração escura, com pouca flexibilidade, sendo geralmente
quebradiças foram classificadas como mortas (GOWER, 1987; MAKKONEN; HELMISAARI, 1999;
YAVITT; WRIGHT, 2001). Foram abertas duas trincheiras (50 x 50 x 50 cm) dividas em 5 sub amostras
de 0-10, 10-20, 20-30, 30-40 e 40-50 cm de profundidade do solo em cada ponto para avaliar o estoque de
raízes grossas (vivas e mortas: > 5mm de diâmetro). As amostras coletadas foram armazenadas em sacos
plásticos e congeladas (-2 °C) até o momento da separação das raízes do solo, pelo método de peneiras
sobrepostas. Após a separação tanto as amostras de raízes finas como as de raízes grossas foram secas em
estufa a 75ºC, sendo que as finas permaneceram por um período de 24h e as grossas até obter o peso
constante.
Foi realizado teste não paramétrico de Kruskal-Wallis para avaiar o efeito de vegetação e de classe de
raízes.
Resultados
A biomassa de raízes finas vivas e mortas na FP foi de 127.44 g/m² e 9.66 g/m², respectivamente. Na CA
a biomassa de raiz fina viva e morta foi de 62.29g/m² e 7.84 g/m², respectivamente. Para esta classe de
raízes não houve diferença significativa entre os tipos de uso do solo (raiz viva: U= 9.000;P= 0,050); raiz
morta: U=6.000; P=0.513)
A biomassa de raízes grossas vivas e mortas na FP foi de 1152.63 g/m² e 181.69 g/m², respectivamente.
Na CA a biomassa de raiz grossas viva e morta foi de 86.47 g/m² e 68.76 g/m², respectivamente. Para esta
classe de raízes não houve diferença significativa entre os tipos de uso do solo (raiz viva: U=7.000; P=
0.275; raiz morta: U=5.000; P=0.827).
A biomassa de raízes grossas dos dois tipos de vegetação está concentrada nos primeiros 30 cm de
profundidade (80,0%), diminuindo gradativamente nas camadas inferiores . Meneses (2002) também
encontrou uma redução da biomassa radicular de 91% da camada superficial do solo (0-15cm) para
camadas mais profundas (85-100cm). Este padrão também foi observado por outros autores (Cavelier et
al, 1996; Resh et al 2003) .
Conclusões
No perfil do solo, a biomassa radicular concentrou-se majoritariamente na superfície, tanto para a floresta
primaria como para o plantio de cacau.
Como já esperado os tipos de vegetação não influenciaram significativamente a produção de biomassa, e
as duas áreas contribuíram similarmente nesse sentido.
Referências
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90
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CARACTERIZAÇÃO DE TEORES DE MATÉRIA ORGÂNICA E CARBONO ORGÂNICO DE
SUBSTRATOS EXTRAÍDOS DE DIFERENTES ECOSSISTEMAS
Erika Kzan da Silva¹, Carlos Augusto Cordeiro Costa ², Giselle Nerino Brito de Souza ³, Suelen Cristina
Nunes Alves 4
1
Acadêmica do curso de Agronomia, bolsista do PET Agronomia/ SESu/ MEC/UFRA [email protected]
2
Professor Adjunto do Instituto Sócio Ambiental de Recursos Hídricos/ ISARH/ UFRA [email protected]
3
Acadêmica do curso de Agronomia, bolsista do PET Agronomia/ SESu/ MEC/UFRA [email protected]
4
Acadêmica do curso de Agronomia, bolsista do FAPESPA/ UFRA - [email protected]
A matéria orgânica (MO) é rica em nutrientes. A partir desses conhecimentos, foi realizado no
LHEQ/UFRA um estudo buscando averiguar o teor de MO e Carbono Orgânico (COrg), avaliando os
substratos: 1 - material decomposto de cascas, raízes, folhas de Bertholletia excelsa, 2 - casca de Cocos
nucifera, 3 - material humificado de ecossistema do mangue, 4 - tronco em decomposição de Lecythis
ollaria ou L. Pisonis, 5 - material decomposto de cascas, raízes, folhas de (Zyzygium malaccense), 6 tronco de Mauritia flexuosa. Os resultados considerados ótimos foram os de coco e bons para castanheira
e buritizeiro.(Banco Central).
Palavras-chave: matéria orgânica, substratos, agricultura familiar
Introdução
A matéria orgânica do solo abrange todos os organismos que vivem neste, juntamente com os resíduos de
organismos mortos, em vários estádios de decomposição. O teor de carbono orgânico do solo decorre de
misturas heterogêneas de substâncias simples e complexas que contêm carbono, sendo esta componente
essencial (Comunidades Européias, 2009). A partir daí, a importância de reposição da mesma para
manutenção da vida no solo, aumento da retenção de água e da capacidade de trocar cátions (CTC),
91
estabilidade dos agregados, fonte de nitrogênio, fósforo e enxofre, bem como micronutrientes e sanidade
da propriedade agrícola.
Cada planta absorve elementos distintos. Ela pode ser mais rica em amidos e proteínas, como as
leguminosas, ou mais ricas em celulose e ligninas como capins. Pode ser mais ou menos silicosa, mais ou
menos pobre em cálcio (Nehring & Matshke, 1970). Ao entrarem em decomposição as substâncias
absorvidas são liberadas trazendo boas características estruturais e bioquímicas ao sistema solo-planta.
A agricultura familiar é responsável por 70% da produção de alimentos (ROSA COUTO, 1999). A
degradação do solo exige altos gastos em insumos destinados à recuperação do solo, para uma agricultura
descapitalizada esta é uma exigência que está além de suas possibilidades (Malagodi, Quirino &
Sabourim).
Objetivo
Foi realizado no Laboratório de Húmus e Ecologia Química da UFRA um estudo objetivando avaliar o
potencial de diferentes substratos prontamente disponíveis na natureza a partir de decomposição para
averiguar seu uso como fonte de MO e COrg para auxiliar na manutenção das boas características do
solo, buscando minimização de custo com insumos agrícolas dos pequenos produtores.
Metodologia
Foram avaliados os seguintes substratos: 1- material decomposto de cascas, raízes, folhas de castanheira
(Bertholletia excelsa Kunt) coletado no município o Acará - PA, 2- casca de coco (Cocos nucifera L.), 3material humificado de ecossistema do tipo mangue coletado no município de São João de Pirabas - PA,
4- material decomposto de cascas, raízes, tronco em decomposição de sapucaia (Lecythis ollaria ou L.
Pisonis) coletado no município de Baião – PA, 5- folhas de jambeiro (Zyzygium malaccense) coletado em
Vila Fátima – PA, 6- tronco de buritizeiro (Mauritia flexuosa L.) em decomposição coletado no
município de São João de Pirabas – PA.
Inicialmente foi realizada a secagem do material ao ar livre para posterior análise de matéria orgânica e
cálculo de carbono orgânico pelo método Walkley-Black – Oxidação do carbono orgânico por dicromato
na presença de ácido sulfúrico concentrado (Tomé Jr., 1997), sendo para tanto, pesados 0,1g de cada
material, testadas em 5 repetições cada amostra. O delineamento utilizado para interpretação dos dados
foi o inteiramente casualizado e teste de Tukey a 5% de probabilidade para comparação entre médias.
Os resultados percentuais de MO para as 5 repetições de cada tratamento foram:
1 (Castanheira): 48,776; 56,816; 52,796; 52,796; 56,816.
2 (Coco): 64,990; 69,010; 73,164; 69,010; 69,010.
3 (Mangue): 8,174; 8,174; 3,886; 3,886; 8,174.
4 (Sapucaia): 24,38; 20,368; 16,214; 20,368; 16,214.
5 (Jambeiro): 16,214; 12,199; 12,199; 20,368; 16,214.
6 (Burtizeiro): 40,602; 36,582; 36,582; 40,602; 52,796.
Os resultados percentuais de Carbono Orgânico (COrg) para as 5 repetições de cada tratamento foram:
1 (Castanheira): 28,358; 33,033; 30,695; 33,033; 30,695.
2 (Coco): 37,785; 40,122; 42,537; 40,122; 40,122.
3 (Mangue): 4,752; 4,752; 2,259; 2,259; 4,752.
4 (Sapucaia): 14,179 ; 11,842 ; 9,427 ; 11.842 ; 9,427.
5 (Jambeiro): 9,427; 7,089; 7,089; 11,842; 9,427.
6 (Burtizeiro): 23,606 ; 21,269 ; 21,269 ; 23,606 ; 30,695.
Os Teores médios de matéria orgânica e carbono orgânico, respectivamente, nos diferentes tratamentos
foram:
1 (Castanheira): 53,60000 b; 31.16280 b.
2 (Coco): 69,03680 a; 40.13760 a.
3 (Mangue): 6,45880 e; 5.12360 e.
4 (Sapucaia): 19,51040 d; 11.34340 d.
5 (Jambeiro): 15,43880 d; 8.97480 de.
6 (Burtizeiro): 41,4328 c; 24.08900 c.
A partir dos resultados das repetições para MO e COrg foram feitos cálculos estatísticos onde os
resultados observados mostram que os melhores teores para matéria orgânica e COrg foram para o
material de palha de coco. A maioria dos valores apresentaram diferença significativa entre si observação
feita a partir da diferença de letras após teste de Tukey, sendo que o material proveniente de sapucaia e do
jambeiro não apresentaram diferente estatística, pois apresentaram mesma letra, sendo estes os terceiros
92
melhores resultados. A diferença mínima significativa (DMS) foi de 7,69185% entre os valores, com
média geral (MG) de 34,24627% e coeficiente de variação (CV) de 11,49268%. Já para COrg os
resultados foram para DMS de 4,94068, MG de 20,13853 e CV% de 12,55343. Os resultados
apresentados para o material proveniente de jambeiro apresentaram resultados que não diferem do
substrato de sapucaia como também não são diferentes dos valores para o mangue. Os melhores teores
observados foram para a palha do coco.
Conclusão
De acordo com interpretações de Guimarães & Alvarez (1999), teores considerados altos de MO são
maiores que 25 g kg-¹, já para Corg, os teores devem ser maiores que 14 g kg-¹. Os resultados
considerados ótimos foram os de coco, castanheira e buritizeiro, médios para sapucaia e jambeiro, para o
mangue fora menos expressivos, explica-se pelo fato deste ecossistema ser um ambiente de exportação de
material orgânico para os mares e rios.
O material mostrou potencial para ser utilizado na agricultura no que diz respeito à MO e COrg,
estando prontamente disponíveis na natureza não sendo custos adicionais ao produtor.
Referências Bibliográficas
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Tomé Jr, J. B. Manual para interpretação de solo / J. B. Tomé Jr. - Guaíba: Agropecuária, 1997. 247p.
CONVIVÊNCIA E DIAGNÓSTICO EM ASSENTAMENTO RURAL NO MUNICÍPIO DE
ACARÁ/PA
Igor Vinícius de Oliveira¹, Erika Kzan da Silva², Vicente Filho Alves Silva ³, Felipe Tameirão
Fonseca4, Carlos Augusto Cordeiro Costa5
1
Primeiro Autor é acadêmico do curso de Agronomia, bolsista do PET Agronomia/ SESu/ MEC/UFRA,
Av. Presidente Tancredo Neves nº 2501-CEP 66077-530 Belém PA; [email protected]
2
Segunda Autora é acadêmica do curso de Agronomia, bolsista do PET Agronomia/ SESu/ MEC/UFRA,
3
Terceiro Autor é acadêmico do curso de Agronomia, bolsista do PET-Agronomia/SESu/MEC/UFRA,
4
Quarto Autor é acadêmico do curso de Agronomia, bolsista do PET Agronomia/ SESu/ MEC/UFRA,
Av. Presidente Tancredo Neves nº 2501-CEP 66077-530 Belém PA; felipe.tameirã[email protected]
5
Quinto Autor é Professor Adjunto do Instituto Sócio Ambiental de Recursos Hídricos/ ISARH/ UFRA,
O trabalho foi realizado pelo Grupo PET Agronomia/SESu-MEC/UFRA no município de Acará – PA no
assentamento Benedito Alves Bandeira, foi realizado um Diagnóstico Rápido Participativo (DRP)
objetivando conhecer os problemas da comunica, seus costumes, sua organização, etc. Foram coletado
dados de 6 residências rural utilizando o método desenvolvido pelo grupo chamado 4C, onde foram
observadas características referentes à comunicação, comercialização, conscientização e
comprometimento.
Palavras-chave: diagnóstico, vivência, agricultura familiar
93
Introdução
O município de Acará é o principal produtor brasileiro de mandioca correspondendo a 2,3% da produção
nacional, com produção estimada de 600 mil tonaladas por ano (IBGE, Servidor de arquivos). O acesso a
este município se dá pela Rodovia Estadual PA-252 ou pelo Ramal da Alça Viária.
De acordo com diálogos com a população do Assentamento Rural Benedito Alvez Bandeira (BAB), este
passou por conflitos pela sua posse, inclusive com a morte do presidente do sindicato dos posseiros
daquela região: o Srº. Benedito Bandeira, sendo legalizado pelo INCRA (Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária), em 1989. Divide-se em 205 lotes de aproximadamente 25,50 ou 100 ha,
dos quais apenas 65 lotes contam com energia elétrica.
De acordo com Tiago Alves Furtado, et al. (2009) o BAB reflete bem a situação da reforma agrária no
Brasil‖. Entende-se por isso que o os assentados possuem carências que com o desenrolar da atividade
foram evidenciadas.
A vivência foi realizada por alunos participantes do Programa de Educação Tutorial (PET) do curso de
Agronomia da UFRA, os recém ingressos no curso, junto aos alunos envolvidos no estágio
―Desenvolvimento da Agricultura Familiar no Assentamento Benedito Alves Bandeira‖, de
responsabilidade da Professora Cristina Araújo Dib Taxi.
Objetivos
O presente trabalho foi realizado no BAB observando de forma mais natural possível, a maneira de
convívio do produtor, buscando aproximar os acadêmicos da Universidade Federal Rural da Amazônia da
realidade da Agricultura Familiar no Estado, afim de que estes vislumbrem o campo que tem grandes
anseios por profissionais capacitados.
Metodologia
O Diagnóstico Rápido Participativo (DRP), como instrumento metodológico de extensão rural tem sido a
principal ferramenta utilizada no trabalho de replanejamento das atividades. Consiste em um processo de
aprendizagem intensivo, sistemático e semi estruturado realizado por uma equipe de animadores em uma
comunidade rural, contando com a participação e colaboração das pessoas que vivem e trabalham na área
(Tarsitano et al. 1999). Por meio deste método é possível obter dados do assentamento para posteriores
trabalhos de extensão rural, avaliado a partir das necessidades apontadas, os pontos chaves de possíveis
melhorias na condição do mesmo.
O grupo foi dividido em duplas (um homem e uma mulher, um bolsista e um aluno do 2º semestre do
curso de Agronomia da UFRA), onde cada dupla ficou em uma casa de agricultor. Ao todo foram
observadas 6 casas buscando representar o todo do assentamento.
Em cada casa se observou o dia-a-dia dos produtores rurais nos seguintes pontos:
Comunicação: observar a estrutura familiar, relação entre os membros da família, o diálogo, o
papel da mulher na família, o papel dos filhos na família, a postura do chefe de família;
Comercialização: observar o andamento de projetos, o tipo e número de mão-de-obra, a fonte de
renda da família, as relações de mercado existentes, tipo de agricultura;
Conscientização: Consciência de preservação ambiental, preocupação com o uso de defensivos
agrícolas (agrotóxicos), diversidade animal e vegetal.
Comprometimento: compromisso governamental com saúde e educação, nível de organização da
família quanto à participação na Associação, na produção coletiva e perspectivas para o futuro.
Em que esses pontos foram avaliados através de perguntas, a serem respondidas pelas duplas e ao final da
atividade cada dupla entregou um relatório pontual dos itens descriminados acima.
Segundos considerações de Sergio Schneider, et al. 2006, ―nesta esfera, os mediadores são os que jogam
um papel central, pois deles se espera uma postura menos etnocêntrica, mais democrática e participativa
e, sobretudo, mais humilde‖. A partir desta compreensão, os alunos forma orientados quando à postura
que deveriam desempenhar na comunidade. O participante da atividade teve em mente que não poderia
fazer promessas aos moradores de ajuda técnica, financeira ou de outro tipo. Não deveria questionar as
relações existentes na comunidade, nem fazer perguntas muito diretas ou utilizar a aplicação de um
questionário.
Além destes questionamentos, os agentes poderiam fazer outras observações.
De acordo com os dados obtidos a partir do convívio com as famílias, nota-se que a vivência foi
proveitosa no que diz respeito à interação entre os futuros profissionais de Ciências Agrárias e os
pequenos agricultores. Foi possível visualizar pontos vistos na graduação, assim como a realidade do
produtor que muito debatida dentro da academia e dentro disso, como será a atuação do profissional no
94
campo, uma vez que agora ele tem um melhor entendimento desta realidade, não só por ter convivido,
mas também por palestras que trataram do assunto, com seu histórico, que no caso é bastante importante
para um melhor entendimento.
Visualizou-se relação que o homem do campo tem com o ambiente, a dificuldades deste, os anseios, a
importância do papel social desse homem do campo, etc.
Desta forma os futuros profissionais, já começam a reconhecer seu possível futuro campo de trabalho e
como trabalhar de forma mais correta possível nele.
Conclusões
O PRONAF sofre críticas dos agricultores por não contemplar de forma igualitária os processos de
produção.
As atividades dentro do assentamento são bem diversificadas.
Observou-se em algumas residências a presença de pluriatividade.
O acesso á água é feito através de poços próprios ou de vizinhos.
Nota-se que há um conhecimento passado por gerações.
Possuem preocupação ecológica, porém, utilizam a prática de derruba e queima, pois não reconhecem um
manejo alternativo mais eficiente.
O diagnóstico mostrou-se eficaz quanto a melhoria de dados relacionando ao diagnósticos de respostas
simples.
A dificuldade apontada com o método foi em relação à síntese das informações.
FURTADO, Tiago Alves. Longe demais das capitais: a dura realidade dos camponeses do Pará. Jornal
Opinião Socialista. Belém. 2009.
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CONGRESSO BRASILEIRO DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, 36, 1999, FOZ DO IGUAÇU
(PR). Anais... FOZ DO IGUAÇU (PR), 1999. (CD-ROM).
DESEMPENHO PRELIMINAR DE PROGÊNIES DE CUPUAÇUZEIRO NO ESTADO DO
PARÁ
¹ Gerlane de Freitas Melo, ²Rafael Moysés Alves, ³Vinicius Silva dos Santos
¹ Universidade Federal Rural da Amazônia – [email protected]
² Embrapa Amazônia Oriental – [email protected]
³ Universidade Federal do Pará – [email protected]
A produtividade dos plantios de cupuaçuzeiro tem decrescido vertiginosamente nos últimos anos,
devendo-se principalmente à doença conhecida como vassoura-de-bruxa. O emprego de materiais
geneticamente tolerantes a essa doença passou a ser a tecnologia mais promissora no combate a
enfermidade. O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção preliminar de 15 progênies de cupuaçuzeiro
no município de Tomé Açu, Pará. As progênies apresentaram grande variabilidade para o caráter número
de frutos nessa etapa inicial. Quanto à produção de frutos, foram destaques as progênies 41 e 32, as quais
poderão ser aproveitadas no programa de melhoramento genético de cupuaçuzeiro.
Palavras-Chave: produção de frutos, variabilidade, fruteira nativa.
Introdução
Uma das grandes limitações da agricultura é a necessidade de explorar os recursos naturais de forma
econômica sem prejudicar ou alterar os ecossistemas. O cupuaçuzeiro (Theobroma grandiforum
(Willdenow ex. Sprengel) Schumann ) é uma fruteira nativa da região Amazônica, cujo cultivo em escala
comercial foi incrementado a partir da década de 70 (ALVES, 1999).
A principal doença que acomete os pomares de cupuaçuzeiro, conhecida como vassoura-de-bruxa,
Crinipellis perniciosa (Stahel) Singer, compromete decisivamente para a queda da produtividade dos
95
plantios. Pesquisas demonstraram que a utilização de materiais geneticamente tolerantes a essa doença é a
tecnologia mais promissora no combate a essa enfermidade (YONEYAMA et al., 1997).
Objetivos
Avaliar, em nível de campo, um ensaio com 15 progênies de irmãos completos de cupuaçuzeiro, instalado
em área de produtor de Tome Açu - Pa, no tocante a produção de frutos, com vistas a colher subsídios
para posteriormente selecionar materiais com características superiores de produtividade.
O experimento foi conduzido no município de Tomé Açu, Pará, em área de um produtor de cupuaçu. O
clima, na classificação de Köppen, é do tipo tropical quente e chuvoso do tipo Afi, com precipitação
pluviométrica média de 2618 mm. A temperatura média anual é de 26,4ºC e o solo do tipo Latossolo
Amarelo de textura média (EMBRAPA, 1999).
O experimento foi levado a campo em fevereiro de 2005 constituído por 15 progênies de irmãos
completos de cupuaçuzeiro (híbridos primários intra - específico). O delineamento experimental utilizado
foi em blocos casualizados, com cinco repetições e três plantas na parcela.
Foram coletados dados experimentais em duas safras: 2007/2008 e 2008/2009. Em função da dificuldade
de obtenção dos dados experimentais, visto que, a safra é contínua e ocorre entre dezembro a maio, foi
adotada a metodologia de contagem dos frutos no início, meio e final de cada safra, próximos à
maturação, porém, ainda presos à planta. Essas contagens correspondiam a intervalos de
aproximadamente 60 dias, tempo em que os frutos contados se despediam das plantas. A produção de
cada planta era o resultado da somatória das três avaliações na respectiva safra.
Como variável de resposta foi utilizado o número de frutos médios produzidos por planta nas duas
primeiras safras, quando as plantas apresentavam três e quatro anos, respectivamente.
Os dados foram analisados pelo pacote estatístico SAS (SAS Institute, 2002), para análise de variância e
comparação de médias pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Resultados
Os resultados demonstraram grande variabilidade para produção de frutos entre as progênies de
cupuaçuzeiro, em razão da genealogia dos diferentes materiais empregados.
Além dos fatores genéticos, observou-se marcante influência das variações ambientais que justificam o
elevado coeficiente de variação (CV = 61%) encontrado, comum em experimentos dessa natureza.
Dentre as 15 progênies avaliadas, foi constatada que a progênie 41, cruzamento entre os clones 220 x
M138, apresentou a maior média de frutos (8,9), diferindo das demais progênies, exceto a progênie 32, e
muito acima da média geral do experimento (4,0 frutos). A progênie 32, resultante do cruzamento entre os
clones 186 x Sekó, com média de 7 frutos, foi o outro destaque deste experimento.
Por outro lado, a progênie 12 (cruzamento 186 x 220) apresentou a menor média (1,7 frutos por planta),
seguida da progênie 2 ( cruzamento 173 x 215) e 3 (215 x 1074), com média de 2 e 2,1 frutos,
respectivamente. As demais progênies apresentaram número intermediário de frutos.
Com a análise da produção das safras 2007/2008 e 2008/2009, apesar das plantas ainda não terem
atingido o patamar de estabilidade produtiva, já oferece indicativo da potencialidade dos materiais
estudados para futura seleção. O emprego da técnica da recombinação alélica, promovida por
progenitores de cupuaçuzeiro criteriosamente escolhidos, proporciona uma alternativa viável, para
obtenção de materiais superiores, evidenciando eficácia quando comparada a outros métodos tradicionais.
Conclusões
As progênies apresentaram grande variabilidade para o caráter número de frutos, com destaque para as
progênies 41 (220 x M138) e 32 (186 x Sekó). A precocidade desses materiais será um componente
importante para a seleção final, desde que mantenham o crescente incremento de produção ao longo das
próximas safras.
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96
YONEYAMA, S.; NUNES, A.M.L.; DUARTE, M.L.R.; SHIMIZU, O.; ENDO, T.; ALBUQUERQUE,
F.C. Controle químico da vassoura-de-bruxa em cupuaçuzeiro. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL
SOBRE PIMENTA-DO-REINO E CUPUAÇU, 1., Belém, 1996. Anais Belém: EMBRAPA,
CPATU/JICA, 1997. p.161-172. (Documentos, 89).
SAS Institute. SAS/STAT User‘s Guide 9.0. Cary, N. C.: SAS Institute Inc., 2002.
ESCOLHA DOS SUBSTRATOS ORGÂNICOS IDEAIS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE
AÇAIZEIRO (Euterpe oleracea)
¹Rengles de Oliveira Menezes, Suelen Naiara Rosa dos Anjos Lopes, Andrezza Soares Ferreira, Maria do
Socorro Padilha de Oliveira.
4
Dra. da Embrapa Amazônia Oriental ([email protected])
O açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.) é uma fruteira típica de clima tropical. A polpa arroxeada e de alto
valor calórico, proveniente do epicarpo e mesocarpo do fruto, faz parte da dieta da população paraense.
Este trabalho teve por objetivo avaliar a influência de diferentes substratos orgânicos na produção de
mudas de açaizeiro. O experimento foi conduzido no viveiro da unidade experimental da Embrapa
Amazônia Oriental do município de Belém. O delineamento experimental utilizado foi em blocos
casualizados, com seis tratamentos, três repetições e parcela de 20 mudas. Os tratamentosnão diferiram
significativamente ao nível de 5% de probabilidade (.01 =< p < .05) entre si para a sobrevivência. Ainda
sim, ocorreu maior sobrevivência no Tratamento 1 (Terriço + serragem + esterco curtido de gado). As
mudas apresentaram maior crescimento e melhor desempenho no substrato com esterco de gado em todos
os caracteres avaliados.
Palavras-chave: sobrevivência, peso verde, peso seco.
Introdução
O açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.) é uma fruteira típica de clima tropical. A polpa arroxeada e de alto
valor calórico proveniente do epicarpo e mesocarpo do fruto, faz parte da dieta da população paraense. A
demanda crescente do mercado de polpa de açaí processada, principalmente pelos Estados das regiões Sul
e Sudeste do Brasil, tem estimulado a implantação de áreas de exploração racional e, como conseqüência,
houve um aumento na procura por sementes e mudas de qualidade. Conhecimentos sobre substratos para
a produção de mudas são necessários para o desenvolvimento de tecnologias adequadas (MÜLLER,
2004).
A propagação de mudas pode ser feita por semente ou por brotação da base do estipe, sendo o método por
sementes o mais recomendado.
Logo, conhecer o comportamento e desenvolvimento das mudas em diferentes substratos é extremamente
importante para um manejo racional da espécie. O período de cultivo das mudas em viveiro é definido por
fatores fisiológicos, inerentes à própria muda e fatores físicos e/ou químicos e ambientais, não está ainda
bem caracterizado e definido para palmeiras, exceção feita a umas poucas espécies Müller (2003). O teor
de umidade, o tamanho das embalagens e as condições do ambiente no viveiro são fatores que
influenciam o desenvolvimento das mudas, sendo que alguns trabalhos sobre o efeito desses fatores no
desenvolvimento de mudas de palmeiras já foram realizados (Silva, 2007).
Este trabalho teve por objetivo avaliar a influência de diferentes substratos orgânicos na produção de
mudas de açaizeiro.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no viveiro da unidade experimental da Embrapa Amazônia Oriental, em
Belém, PA.
As sementes de açaizeiro foram despolpadas e lavadas até a retirada completa dos resíduos de polpa. Em
seguida, semeadas em sementeira coberta por um período de 60 dias, quando as plântulas atingiram o
estado de ―palito‖ com caulículo acima de 2 cm de comprimento. As plântulas foram repicadas, antes da
abertura do primeiro par de folhas, para sacos de polietileno contendo diferentes substratos, sendo eles:
T1 (Terriço + serragem + esterco curtido de gado); T2 (Terriço + serragem + esterco curtido de frango);
T3 (Terriço + serragem + adubo vegetal); T4 (Terriço + serragem + esterco curtido de carneiro); T5
(Terriço + serragem); T6 (Terriço). Nos tratamentos T1 a T4, a proporção dos substratos foi de 3:1:1 e T 5
97
foi de 3:2.
O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com seis tratamentos, três repetições e
parcelas de 20 mudas. O controle da incidência solar foi semelhante a todas as amostras, com 50% de
luminosidade.
Os caracteres avaliados foram: porcentagem de sobrevivência (PDS), circunferência do coleto (CC),
número de folhas emitidas (NFE), peso verde (PV), peso seco (PS) das plantas. As avaliações foram feitas
mensalmente durante seis meses com exceção as variáveis de peso, feito apenas na última avaliação. Os
dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas a 5% pelo teste de Tukey
(MARTINS, 2009).
Resultados e Discussão
No índice de sobrevivência houve diferença estatística significativa ao nível de 5% de probabilidade (.01
=< p < .05), entre os tratamentos. A maior sobrevivência foi registrada no tratamento 1 (Terriço +
serragem + esterco curtido de gado). Para circunferência do coleto observou-se uma diferença estatística
ao nível de 5% entre os blocos, e ao nível de 1% entre os tratamentos. As análises das médias
apresentadas nos tratamentos 1 e 6, respectivamente são estatisticamente superiores. Para o número de
folhas emitidas ocorreu diferença significativa entre os tratamentos, sendo os superiores 1 e 2.
Os dados dos pesos de matéria verde e seca segundo a análise de variância, apresentaram diferença
significativa ao nível de 5% entre blocos, e ao nível de 1% entre os tratamentos. Em média, pelo teste de
Tukey, os tratamentos um e seis apresentaram resultados superiores aos demais.
Conclusão
Com base nos resultados obtidos, quando mudas orgânicas de açaí Euterpe oleracea Mart. Foram
avaliadas em características semelhantes com diferentes substratos, pode-se concluir que, o substrato com
esterco de gado apresentou melhor desenvolvimento das plantas em todos os fatores avaliados.
LIMA, A.L. Prosa rural divulga primeira cultivar brasileira de açaí. Disponível em
http//www21.sede.embrapa.b/notícias/banco_de_noticias/2005. Acesso em 22/04/2005.
MÜLLER, C.H.; FURLAN JÚNIOR, J.; CARVALHO, J.E. de; TEIXEIRA, L.B.; DUTRA, S. Composto
orgânico de lixo urbano na formação de açaizeiro. Belém: Embrapa, 2003. 3p.(Comunicado Técnico 87).
MÜLLER, C.H.; FURLAN JÚNIOR, J.; CARVALHO, J.E.U. de; TEIXEIRA, L.B.; DUTRA, S.
Avaliação de influência de cama de frango na composição de substrato para formação de mudas de
açaizeiro. Belém: Embrapa, 2004. 2p. (Comunicado Técnico 89).
MARTINS, M.M; NAKAGAWA, J; BOVI, M.L.A;. Avaliação da qualidade fisiológica de sementes de
açaí. Rev. Bras. Frutic., Jaboticabal - SP, v. 31, n. 1, p. 231-235, Março 2009.
SILVA, B.M.S; MÔRO,F.V; SADER,R. KOBORI, N.N.. Influência da posição e da profundidade de
semeadura na Emergência de plântulas de açaí (euterpe oleracea mart. -Arecaceae).Rev. Bras. Frutic.,
Jaboticabal - SP, v. 29, n. 1, p. 187-190, Abril 2007.
ESTIMATIVAS DE PARÂMETROS GENÉTICOS EM EXPERIMENTO DE ENXERTO X
PORTA-ENXERTO DE CUPUAÇUZEIRO
1
Vinicius Silva dos Santos, 2Rafael Moysés Alves, 3Gerlane de Freitas Melo
1
2
Professor Dr. da Embrapa Amazônia Oriental – [email protected]
3
O presente trabalho objetivou estimar componentes de variância e herdabilidades usando o procedimento
REML/BLUP, para definir a melhor associação enxerto x porta-enxerto, em cupuaçuzeiro. O experimento
foi instalado em 2005 no Parque Ecológico de Gunma, em Santa Barbara – PA. Os 20 tratamentos, quatro
enxertos e cinco porta-enxertos, foram avaliados no delineamento estatístico de blocos casualizados, em
esquema fatorial (4 x 5). Os resultados revelaram baixa variabilidade genética entre os clones para os
caracteres de desenvolvimento vegetativo, porém, elevado para número de frutos. O método de modelos
mistos (REML/BLUP) mostrou-se adequado à estimação de componentes de variância com dados
desbalanceados. (Financiador: Embrapa)
Palavras-Chave: Componentes de Variância, Theobroma grandiflorum, Modelos Lineares.
98
Introdução
O cupuaçuzeiro é considerado uma das espécies frutíferas mais importantes da região amazônica. A polpa
do fruto é usada na fabricação de sorvetes, sucos e geléias, e da semente pode ser obtido um produto
similar ao chocolate (VENTURIERI e AGUIAR, 1988). As doenças, no entanto, aumentam custos de
manutenção e reduzem a produção, ocasionando perdas de até 90%, como nos casos de alta incidência de
vassoura-de-bruxa (RIOS-RUIZ et.al., 2000). Com isso, um dos grandes objetivos dos programas de
melhoramento do cupuaçuzeiro é desenvolver e selecionar materiais genéticos tolerantes ou resistentes a
essa doença.
Como o cupuaçuzeiro é uma espécie perene com ciclo reprodutivo longo, podendo apresentar redução da
taxa de sobrevivência, torna-se necessária a utilização de métodos de seleção mais precisos. Nesta
situação, o procedimento ótimo de estimação de parâmetros genéticos e predição de valores genotípicos é
o REML/BLUP (máxima verossimilhança restrita/melhor predição linear não viciada), que poderá ser
uma ferramenta importante no estudo da relação enxerto x porta-enxerto, por permitir que dados
desbalanceados possam ser analisados (RESENDE, 2002).
Objetivos
Estimar parâmetros genéticos para caracteres de desenvolvimento vegetativo e produção, em experimento
que estuda a interação enxerto x porta-enxerto em cupuaçuzeiro, via procedimento REML/BLUP.
O experimento foi instalado em 2005, no Parque Ecológico de Gunma, no município de Santa Barbara –
Pa, no delineamento estatístico de Blocos Casualizados, em esquema fatorial (4x5), com cinco repetições
e três plantas por parcela. Estes 20 tratamentos consistem da combinação de quatro enxertos (copas) e
cinco porta-enxertos (cavalos). Os enxertos foram constituídas pelos clones Coari, Codajás, Manacapuru
e Belém. Os porta-enxertos foram obtidos por mudas provindas das sementes destes quatro clones
(progênies de meios irmãos) e mais um porta-enxerto preparado com sementes de diferentes origens
(testemunha).
Avaliou-se em todas as plantas da parcela características como: altura da planta (ALT) em centímetros
(cm), diâmetro do porta-enxerto na altura do coleto (DIAP) em centímetros (cm) e diâmetro do enxerto
(DIAE) em centímetros (cm) ao longo de 5 anos e a característica número de frutos (NF) referente à 1ª
safra (2008-2009) Os dados foram analisados via metodologia de modelos lineares mistos e estimados
parâmetros genéticos por meio do software Selegen (RESENDE, 2002), utilizando o procedimento
REML/BLUP (máxima verossimilhança restrita/melhor predição linear não viciada), para avaliação de
clones em blocos ao acaso com várias plantas por parcela, conforme o seguinte modelo:
2.1 Modelo linear misto (modelo univariado de clones repetidos)
y= Xb + Zg + Wc +, em que y é o vetor de dados, b é o vetor de efeitos fixos (blocos), g é o vetor de
efeitos genotípicos de clones (assumidos como aleatórios), c é o vetor de efeitos de parcela (aleatórios) e
e de erros aleatórios.
X,Z,W: matrizes de incidência para b, g e c, respectivamente.
2.2 Equações de modelo misto
X' X
X' Z
X' W
Z' X
Z' Z Iλ 1
Z' W
W' X
W' Z
W' W Iλ 2
Em que:
h
2
g
λ1
1 h g2 c 2
σ e2
σ g2
h g2
; λ2
X' y
b̂
ĝ = Z' y
W' y
ĉ
σ e2
σ c2
1 h g2 c 2
c2
σ g2
σ g2
σ c2
σ e2
: herdabilidade individual no sentido amplo no bloco;
σ g2 : variância genotípica entre clones; σ c2 : variância entre parcelas; σ e2 : variância residual ou variância
ambiental dentro de parcelas.
Resultados
99
As estimativas dos parâmetros de variância genotípica e fenotípica mostraram-se crescentes ao longo dos
anos. Isto já era esperado, visto que média e variância tendem a aumentar ao longo do tempo devido ao
crescimento das plantas. Porém, analisando-se as estimativas dos parâmetros genéticos ao longo dos cinco
anos verifica-se, regra geral, uma melhoria das estimativas dos componentes genéticos, indicando que a
seleção será mais eficiente considerando as estimativas de vários anos simultaneamente. Os caracteres
altura da planta (ALT), diâmetro do porta-enxerto (DIAP) e diâmetro do enxerto (DIAE) apresentaram
baixa variabilidade genética, conforme conclui-se das estimativas dos coeficientes de variação genotípica
e das herdabilidades individuais. Estes coeficientes conduziram a altas magnitudes ao nível de médias de
clones, variando de 74% a 80% para ALT, 66% a 81% para DIAP, 61% a 81% para DIAE e 68% para
número de frutos (NF), indicando, portanto, excelente potencial de seleção para o melhoramento destes
caracteres. Resende et al. (2001) ressaltam que os parâmetros genéticos estimados são válidos somente
para a população estudada. Estimativas da acurácia e coeficientes de variação genotípicos mantiveram-se
constantes para todos os caracteres analisados ao longo dos anos. O caráter número de frutos (NF)
também apresentou baixas herdabilidades individuais no sentido amplo e restrito, 0,17 e 0,22,
respectivamente. Herdabilidades nessa magnitude foram também obtidas por Souza et al. (2002) e Alves
e Resende (2008), relatando valores de 0,26 e 0,29 no sentido restrito, respectivamente.
O coeficiente de variação genotípico ficou em torno de 71%, demonstrando alta variabilidade presente na
população para este caráter.
Conclusões
Constatou-se baixa variabilidade genética entre os clones para todos os caracteres estudados, exceto para
número de frutos, onde apresentou coeficiente de variação genotípico em torno de 71%. O método de
modelos mistos (REML/BLUP) mostrou-se adequado à estimação de componentes de variância com
dados desbalanceados.
Referências
ALVES, R.M.; RESENDE, M.D.V. de. Avaliação genética de indivíduos e progênies de cupuaçuzeiro no
estado do Pará e estimativas de parâmetros genéticos. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal,
v.30, n.3, p.696-701, 2008.
RESENDE, M.D.V. de; FURLANI JUNIOR, E.; MORAES, M.L.T. de; FAZUOLI, L.C. Estimativas de
parâmetros genéticos e predição de valores genotípicos no melhoramento do cafeeiro pelo procedimento
REML/BLUP. Bragantia, v.3, p.185-193, 2001.
RESENDE, M.D.V. de. Genética biométrica e estatística no melhoramento de plantas perenes.
Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2002. 975 p.
RIOS-RUIZ, R.A.; MAFFIA, L.A; ALFENAS, A.C.; DIAS, L.A.S. Evaluating for Reaction to Witches‘
Broom Disease in Tingo María, peruvian amazon region, Peru. In: International Cocoa Research
Conference, 13, Proceedings. Cocoa producer‘s Alliance (no prelo), 2000a.
SOUZA, A. G. C. ; RESENDE, M. D. V. ; SILVA, S. E. L. ; SOUZA, N. R. The cupuaçuzeiro genetic
improvement program at Embrapa Amazônia Ocidental. Crop Breeding And Applied Biotechnology,
Londrina, v. 2, n. 3, p. 471-478, 2002.
VENTURIERI, G.A.; AGUIAR, J.P.L. Composição do chocolate de amêndoas de cupuaçu (Theobroma
grandiflorum). Acta Amazônica 18:3-8, 1988.
INOCULAÇÃO COM ESTIRPES DE Bradyrhizobium EM FEIJÃO-CAUPI
Raimundo Thiago Lima da Silva, 2Diego da Paixão Andrade, 3Émile Costa Melo, 4Edna Cristina Viana
Palheta,5Maria Auxiliadora Feio Gomes
1
2
3
4
5
Professora Dr. Adjunta II da Universidade Federal Rural da Amazônia – [email protected]
1
Com o objetivo de verificar a eficiência da inoculação de estirpes de Bradyrhizobium em Feijão-caupi
(Vigna unguiculata L. WALP), foi conduzido um experimento a campo em Capitão Poço - PA com cinco
tratamentos: T1 – Testemunha, T2 – Adubação à base de análise de solos, T3 – Adubação com NPK 1028-20, T4 – Inoculação com a estirpe BR 3262 (Bradyrhizobium elkanii) e T5 - Inoculação com a estirpe
100
BR 3267 (Bradyrhizobium japonicum). As estirpes BR 3262 e a BR 3267 mostraram-se bastante
eficientes, apresentando produção de grãos superiores aos demais tratamentos. (financiador: Proex-Ufra)
Palavras-Chave: Bradyhizobium, Feijão-caupi.
Introdução
O feijão-caupi é nativo da África e bastante cultivado nas regiões tropicais dos continentes africano,
asiático e americano, onde constitui a principal fonte de proteína, principalmente para populações de
baixa renda (Freire Filho et al., 1998).
A simbiose Rhizobium-leguminosa é um exemplo de associação biológica cujos benefícios para a
sustentabilidade agrícola são reconhecidos devido ao processo de fixação biológica do nitrogênio (FBN)
sendo possível substituir parcial ou totalmente a adubação química nitrogenada.
O feijão-caupi, dentre as leguminosas que se beneficiam do processo, tem grande importância
socioeconômica e potencial estratégico, principalmente para as regiões Norte e Nordeste, onde constitui
um dos mais importantes componentes da dieta alimentar (FREIRE FILHO et al., 2005). Nestas regiões, a
cultura apresenta baixa produtividade média sendo uma das causas a baixa disponibilidade de nutrientes
no solo, principalmente o N. O aumento da eficiência do processo de nodulação e conseqüentemente da
FBN é uma das formas de aumentar a produtividade da cultura (FRANCO et al., 2002).
Objetivos
O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da inoculação com estirpes de Bradyrhizobium sobre a
produtividade em feijão-caupi.
O trabalho foi realizado na localidade de Nova Colônia, Km 04 da PA 124 no município de Capitão PoçoPará, à 01°41‖17‘ de latitude sul e 047°05‖34‘ longitude oeste, no período de Junho a setembro de 2009,
em delineamento de Blocos Casualizados, com cinco tratamentos (T1 – Testemunha, T2 – Adubação à
base de análise de solos, T3 – Adubação com NPK 10-28-20, T4 – Inoculação com a estirpe BR 3262
(Bradyrhizobium elkanii) e T5 - Inoculação com a estirpe BR 3267 (Bradyrhizobium japonicum)),
distribuídos em quatro repetições
O solo da área foi classificado como Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico (LVAD), textura média,
cuja análise química na camada de 0-20 cm, previamente à aplicação dos tratamentos resultou: pH = 5,6;
P = 2,0 mg dm-3; K = 44,0 mg dm-3; Na = 17 mg dm-3; Al+3 = 0,2 cmolc dm-³; Ca+2 = 2,0 cmolc dm-³ e
Ca+Mg = 2,6 cmolc dm-3.
A adubação de plantio foi realizada conforme os tratamentos: T1 – sem adubação; T2 – consistiu da
aplicação de 133 kg ha-1 de superfosfato Triplo (adubação de fundação), e 69 kg ha -1 de cloreto de
potássio (metade da adubação na fundação e a outra após 30 dias da germinação) T3 - 312 kg ha-1 de
NPK (10-28-20) após 15 dias da germinação e T4 e T5 - 133 kg ha-1 de superfosfato Triplo (adubação de
fundação), 69 kg ha-1 de cloreto de potássio (metade da adubação na fundação e a outra após 30 dias da
germinação) e 250g/ha de Inoculante da referida estirpe.
O preparo do solo constou de gradagem e abertura de covas de plantio. As parcelas foram compostas de
16 plantas úteis espaçadas de 0,5 m entre fileiras e 0,5 m entre plantas, onde foram avaliados o
rendimento de grãos secos.
O plantio foi realizado utilizando-se o método de semeadura direta, colocando-se por cova quatro
sementes da cultivar Riso do ano. Aos 30 dias foi realizado o desbaste, deixando apenas uma planta por
cova, efetuaram-se também capinas com auxílio de enxadas, procurando-se manter a cultura livre de
plantas invasoras.
Os dados das variáveis de solo foram submetidos à análise da variância pelo teste F (p<5%); os
tratamentos foram comparados pelo teste de Tukey, até o nível de 5% de probabilidade.
Resultados
As estirpes BR 3262 e BR3267 destacaram-se por induzir uma maior produção de grãos nas plantas,
sendo superiores a todos os demais tratamentos e não diferindo estaticamente entre si. Os resultados
foram: 642g de grãos secos produzidos pelo tratamento que detinha a estirpe BR 3262, 639,4g de grãos
secos pela estirpe BR 3267, 487,4g de grãos secos pelo tratamento onde a adubação foi com o auxilio de
análise de solos, 461,7g de grãos secos pelo tratamento que utilizou NPK 10-28-20 e 257,1g pela
testemunha.
Como a testemunha foi a que menos produziu grãos, pode-se deduzir que a fixação biológica de
nitrogênio por Rhizobium nativos desse solo é menos eficiente que a inoculação com as estirpes citadas.
101
Outro resultado obtido foi que como o solo descrito detinha baixas concentrações de fósforo e potássio a
produção da testemunha também foi afetada. Por mais a utilização de NPK 10-28-20 no cultivo de feijãocaupi quando comparado ao T2 produziu estatisticamente a mesma quantidade, mas com uma dosagem de
fertilizantes bem maior.
Conclusões
Em solos com adequado conteúdo de P e K a inoculação com Bradyrhizobium elkanii e Bradyrhizobium
japonicum associada à adubação fosfatada e potássica podem contribuir para o aumento da produtividade
de feijão-caupi no nordeste paraense.
Referências
FREIRE FILHO, F. R.; LIMA, J. A. A.; RIBEIRO, V. Q. Feijão-caupi: avanços tecnológicos. BrasíliaDF: Embrapa Informação Tecnológica, 2005. 519 p.
FRANCO, M. C.; CASSINI, S. T. A.; OLIVEIRA, V. R.; VIEIRA, C.; TSAI, S. M. Nodulação em
cultivares de feijão dos conjuntos gênicos andino e meso-americano. Pesquisa Agropecuária Brasileira,
v. 37, n.8, p. 1145-1150, 2002.
FREIRE FILHO, F.R.; RIBEIRO, V. Q.; BARRETO, P. D.; SANTOS,C. A. Melhoramento genético do
caupi (Vigna unguilculata (L) Walp.) na região do Nordeste. In: WORKSHOP, 1998. [S.1.]: Embrapa
Semi-Árido, 1998
PRODUÇAO DE HÍBRIDOS INTERESPECÍFICOS DE AÇAIZEIRO (Euterpe SPP).
¹Rengles de Oliveira Menezes, 2Suelen Naiara Rosa dos Anjos Lopes, 3Andrezza Soares Ferreira, 4Maria
do Socorro Padilha de Oliveira
4
Dra. da Embrapa Amazônia Oriental ([email protected])
A obtenção de híbridos interespecíficos é uma estratégia adotada para complementar características
desejáveis de produtividade em várias espécies. No caso das espécies do gênero Euterpe envolve cachos
mais pesados, maior rendimento de frutos por cacho, maior teor de polpa e de antocianina e a produção
centrada na entressafra. O objetivo deste trabalho foi obter híbridos interespecíficos com características
genéticas desejáveis entre plantas selecionadas do gênero Euterpe. O experimento foi conduzido em uma
área da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, PA. Foram intercruzadas cinco plantas mais produtivas
de Euterpe oleracea Mart selecionadas na população melhorada BRS Pará com cinco plantas de Euterpe
precatoria com base em duas metodologias. O índice de fecundação respondeu de forma similar aos de
polinização natural, porém a taxa de aborto foi ligeiramente superior, o que é normal em polinizações
interespecíficas. Esses valores mostraram que o índice de fecundação e a taxa de aborto nas polinizações
controladas de cruzamentos interespecíficos independem da metodologia aplicada. Preliminarmente, já
foram obtidos oito híbridos.
Palavras-chave: polinização controlada, fecundação, aborto.
Introdução
Espécies do gênero Euterpe são plantas perenes que apresentam floração nos picos de maior pluviosidade
do ano, concentrando assim 80% da produção nos períodos de safra (LIMA, 2005). Em virtude da entrada
nos mercados nacional e internacional do açaí, aumentou o numero de áreas plantadas. Com vista a
oferecer sementes de qualidade, a Embrapa Amazônia Oriental estabeleceu um programa de
melhoramento genético do açaizeiro consistente e voltado para a produção de frutos (OLIVEIRA &
FARIAS NETO, 2004). Lançando, ao final de 2004, a primeira população melhorada, a cultivar BRS
Pará, obtida pelo método de seleção fenotípica ou massal, para as condições de terra firme cujas
características desejáveis são: bom perfilhamento, precocidade de produção, frutos de coloração violácea
e bom rendimento de polpa (OLIVEIRA & FARIAS NETO, 2004).
A obtenção de híbridos interespecíficos é uma estratégia adotada para complementar características
desejáveis em qualquer espécie. No caso das espécies do gênero em questão: cachos mais pesados, maior
rendimento de frutos por cacho, maior teor de polpa e de antocianina e a produção centrada na entressafra
(FADDEN, 2005). Essa autora menciona também vantagens de introduzir características de outras
espécies do gênero Euterpe no açaizeiro, especialmente das espécies Euterpe precatória, conhecida como
açaí-do-amazonas, e Euterpe edulis, o palmiteiro.
102
O objetivo deste trabalho foi obter híbridos inter específicos com características genéticas desejáveis entre
plantas selecionadas do gênero Euterpe.
Material e métodos
O experimento foi conduzido em uma área da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, PA. Foram
utilizadas, preliminarmente, cinco plantas mais produtivas de Euterpe oleracea Mart dos 29 genótipos
selecionados dentro da população melhorada BRS Pará, e cinco plantas de Euterpe precatoria.
A extração foi iniciada com a coleta da inflorescência ainda envolvida pela segunda espata, estando
próxima à maturação e apresentando coloração dourada ou marrom. A espata levada ao laboratório foi
aberta com um canivete e as ráquilas cortadas com tesoura de poda e colocadas para secar em temperatura
ambiente por 24 horas, sobre uma folha de jornal. Após o período de secagem, as flores masculinas foram
retiradas das ráquilas e dispostas em camadas finas e uniformes dentro de sacos de papel de 2 kg e
levadas para secagem em estufa com temperatura em torno de 35 ºC por um período de 24 horas. Após
secas, as flores foram maceradas, dentro dos próprios sacos, com um rolo semelhante ao de pastel. O
pólen mais restos florais foram peneirados por dois tipos de peneiras Tyler de diferentes abertura e, com
um auxílio de um pincel, foi retirada a impureza. O pólen obtido foi guardado em recipiente hermético,
identificados e armazenados em freezer (≤ 10 ºC).
A polinização controlada foi feita com base em duas metodologias: a primeira seguindo as
recomendações propostas por Oliveira & Ribeiro (1998b); e a segunda foi uma alternativa, onde se
esperou a abertura da espata naturalmente e, após três dias de floração masculina foi realizada a
emasculação. Essa última metodologia foi aplicada como forma de diminuir a taxa de aborto.
Sete dias após a última aplicação, a sacola foi retirada para certificar a taxa de fecundação das flores, na
quais apresentaram ovário desenvolvido, esverdeado e estigma escuro. Após esse período, foi registrada,
quinzenalmente, a taxa de aborto em todas as inflorescências.
Certificada as condições acima, a inflorescência foi identificada no ráquis, informando o doador do pólen
e a data da fecundação.
A colheita dos cachos, cujos frutos completaram a maturação, foi realizada entre 156 e 180 dias.
Resultado e discussão
Foi extraído o pólen de todas as 25 plantas. O número de extração de pólen dependeu da fisiologia de
cada matriz no lançamento das espatas, sendo que a maior abertura das inflorescências coincidiu com a
ocasião das chuvas, nos meses de janeiro a junho.
No período de janeiro a agosto de 2009 foram polinizadas 36 inflorescências de dezoito plantas. Das 18
inflorescências polinizadas com base na metodologia proposta por Oliveira & Ribeiro (1998b) 50%
fecundaram. A taxa média de flores fecundadas por inflorescência foi de 42% nos híbridos e 40% nos
recíprocos. Após 45 dias da fecundação foi verificada uma taxa média de aborto de 15% nos híbridos e de
12% nos recíprocos. Nesse último caso, aos 30 dias, pois a partir desse período não foi registrado mais
aborto.
A diferença do tempo de aborto em relação às duas metodologias foi de quinze dias, isso pode ser
explicado pelo motivo das primeiras plantas terem sido polinizadas quando o índice pluviométrico da
região estava elevado, deixando a temperatura da sacola durante o dia mais baixa, ao contrario das demais
que foram polinizadas em um período de estiagem.
Conclusão
As taxas de fecundação nas polinizações controladas entre plantas de E. oleracea e E. precatoria e de
seus recíprocos, nas duas metodologias aplicadas podem ser consideradas altas. Já a de aborto foi baixa
independente da metodologia aplicada, pois os valores médios obtidos foram próximos.
FADDEN, Joana Mac. A produção de açaí a partir do processamento dos frutos do palmiteiro
(Euterpe edulis Mart.) na Mata Atlântica. Dissertação de Mestrado em Agroecossistemas, Programa de
Pós-Graduação em Agroecossistemas, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa
Catarina. Florianópolis-2005.
LIMA, A.L. Prosa rural divulga primeira cultivar brasileira de açaí. Disponível em
http//www21.sede.embrapa.b/notícias/banco_de_noticias/2005. Acesso em 22/04/2005.
OLIVEIRA, M. do S.P. de; FARIAS NETO, JT.F.Cultivar BRS-Pará. Açaizeiro para produção de frutos
em terra firme. Embrapa Amazônia Oriental. Comunicado Técnico, 114, Belém, PA, ISNN1517-244.
2004.
103
OLIVEIRA, Maria do Socorro Padilha de ; RIBEIRO, Euclides da Rosa . Obtenção e armazenamento de
pólen de açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.). Belém, PA: Embrapa Amazônia Oriental, 1998a
(Metodologia Científica).
OLIVEIRA, Maria do Socorro Padilha de ; RIBEIRO, Euclides da Rosa . Polinização controlada no
açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.). Belém, PA: Embrapa Amazônia Oriental, 1998b (Metodologia
Científica).
CIÊNCIAS SÓCIAS APLICADAS
A BANALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA ATRAVÉS DAS MANCHETES DOS JORNAIS: O CASO
DO “DIÁRIO DO PARÁ”
1
Elayne Santos, 2João Fernando Lima, 3Willame Santos, 4Jorge Lucas das Neves, 5 Samuel Maria de
Amorim Sá
1
2
3
4
5
Prof. Dr. PhD. do Instituto de Filosofia de Ciências Humanas da UFPA-([email protected])
Este artigo analisa o processo de banalização da violência no jornal paraense ―Diário do Pará‖ do fim da
década de 90 aos tempos atuais. Discute-se a transformação da linha editorial da imprensa local,
apontando suas tendências atuais, e enfoca-se o impacto do uso massivo de imagens associadas às
manchetes e a repercussão desta técnica de comunicação de massa, junto ao público leitor. Ao se valer da
reprodutividade em larga escala dos fatos noticiados através de imagens e da impressão de realidade que
simulam, a mass media impressa espetacularização a idéia da morte violenta como algo banal no
imaginário da população.
Palavras-Chave: Comunicação de massa, espetacularização do real, violência.
Introdução
Os meios de comunicação em massa (MCM) da atualidade são caracterizados pela utilização das imagens
como meio principal de veiculação de informações. Esta tendência editorial é resultante de um processo
histórico pelos quais passaram os MCM, considerados pelo homem moderno fonte de fácil informação e
de entretenimento (RÜDIGER, 2001).
Com o intuito de atender às demandas do mercado consumidor, a massa media impressa contemporânea
utiliza tal modalidade jornalística ao publicar manchetes dos periódicos associadas às imagens. Enfatizase, assim, a sua propriedade de comunicar idéias autônoma e imediatiatamente, mediando a interpretação
do fato pelas pessoas. (COSTA, 2004).
Dentre os desdobramentos sociais deste recurso, cabe ressaltar: o esvaziamento do conteúdo singular dos
fatos noticiados e reproduzidos em massa e a espetacularização da realidade. Nesse contexto, as imagens
de violência expostas nas páginas de jornal – a exemplo do periódico ―Diário do Pará‖ – a ressignificam
no imaginário público: Se o que lhes é apresentado cotidianamente são cenas que, vivencialmente, nos
remetem ao sentimento de dor e causam impacto emotivo, a probabilidade da massa apropriar isso de
forma homogeneizada se torna maior, pois o evento se reduz a ―notícias‖ consumidas diariamente pela
sociedade; a violência torna-se algo natural que faz parte do cotidiano paraense.
Objetivo
Traçar historicamente o perfil editorial de jornais paraenses do passado e do jornal ―Diário do Pará‖;
Analisar o conteúdo de manchetes do jornal ―Diário do Pará‖, de 1999 aos dias atuais, em que figurem
imagens de violência; e
Compreender a percepção do tema pelo público leitor do referido jornal.
Metodologia
A construção desta investigação crítica tem como base a análise de dados qualitativos e quantitativos. O
primeiro momento consiste no desenvolvimento de um estudo sociológico – cujo referencial é a Escola de
104
Frankfurt – acerca dos MCM impressos locais, em face de sua historicidade e mudança das linhas
editoriais.
No segundo momento, foi realizado um levantamento de dados na hemeroteca da Biblioteca Pública
Artur Vianna, em Belém/PA, para seleção dos primeiros jornais locais impressos no Pará e dos veiculados
entre as décadas de 20 a 90, e na Internet, para coleta de exemplares on-line do jornal ―Diário do Pará‖.
Realizaram-se também entrevistas através da aplicação de questionários para se mapear a repercussão que
a temática ―violência‖ tem sobre o público leitor do ―Diário do Pará‖. A tiragem amostral é de 60
questionários, aplicados em diversos bairros da Grande Belém.
A partir das décadas de 20, 30 e 40, do século XX, o jornal passou a ser o veículo de comunicação mais
utilizado pelos brasileiros. No Estado do Pará o primeiro jornal a circular se chamava ―Gazeta do Pará‖ e
sua primeira edição foi publicada no dia 6 de janeiro de 1821. Nesse período as notícias estavam voltadas
para a realidade político-social do Brasil e do estado. Tinham como objetivo denunciar os desvios das
rendas públicas, os gastos elevados na manutenção dos paços, como fatos geradores de altos impostos
sobre o povo, além de criticar a desorganização existente na época entre as relações administrativas do
Estado com a sociedade civil.
Em 22 de maio de 1822 passa a circular no Pará o jornal ―O Paraense‖, primeiro jornal impresso no
Estado do Pará. Em seu caderno redacional constava como primeira notícia a liberdade de imprensa
baseada na constituição, além de outros fatos proeminentes na época, como a adesão do Pará. O grande
precursor da imprensa instalada no Estado do Pará foi Felipe Alberto Patroni Martins Maciel Parente
vislumbrava o jornal um espaço reservado à denúncias e indignações do povo para com o governo
português.
Percebe-se que o jornalismo paraense desenvolvido até fins do século XIX era permeado pela transmissão
de fatos de interesse público e suas leituras críticas, ainda que ligadas a elites locais; estruturava-se como
uma imprensa opinativa, fomentadora da esfera pública, pois seu foco era o debate de idéias de cunho
político (HABERMAS, 1984) e de interesse à sociedade amazônica.
No início do século XX, a imprensa estava marcada por um ―jornalismo literário‖, que consistia em
apresentar as informações por um vocabulário erudito, de um excelente ―talento redacional‖. Essa fase
tomou destaque para os grandes ―publicistas‖ da época que faziam do jornal uma obra literária e de
opinião.
Após essa fase, já por volta das décadas 50 e 60, o jornalismo passou por algumas transformações, de
literário passou a ser um ―jornalismo empresarial‖ que, segundo Habermas, a escolha dos dados passa a
ser mais importante do que o artigo de fundo; o tratamento e julgamento das notícias, sua revisão e
diagramação, mais urgente do que a busca literariamente afetiva de uma ―linha‖ (HABERMAS, 1984).
Esse novo formato de jornal implica a busca de um texto imparcial e sintético, a transmissão da
informação de maneira direta, conduzindo o leitor à essência da notícia.
A partir do referido período, a tendência mídiática mundial, representada a nível nacional pelas revistas
de ampla circulação, é a de valorização das imagens associadas a textos, visando realçar a ―objetividade
jornalística‖, conforme afirma Sodré (1972). Tal valorização é compreensível: pela necessidade de atingir
as grandes massas; secundarização do jornalismo de idéias ou opiniões e; pelo triunfo da condensação do
texto (SODRÉ, 1972).
Os MCM brasileiros a partir dos anos 60 começam a intensificar o processo de espetacularização do
imaginário nacional; uma crescente apropriação dos significados veiculados por imagens sobre quaisquer
temas. Entende-se por espetáculo ―uma relação social entre pessoas, mediadas por imagens‖ (DEBORD,
1997). A reprodução de imagens em larga escala, no contexto de uma sociedade espetacularizada, tende à
valorização do significante das mensagens e da homogeneização destas, em detrimento do seu significado
e sua singularidade.
Reportando à pesquisa do jornal ―Diário do Pará‖, vale ressaltar a importância que a este tem ao se
considerar a forma como a violência é introduzida no imaginário da sociedade paraense. Hoje, este
modelo de mídia nos apresenta um jogo de imagens deflagradas sem se preocupar com a maneira como
essa exposição vai se proliferar e implicar na remodelação das formas de sociabilidade. E com base nisto,
as relações indutivamente construídas se configuram na relação do tipo ―Eu-Isso‖, em substituição à
relação ―Eu-Tu‖ nas sociedades contemporâneas (BUBER, 1979). As relações entre as pessoas são
mediadas como ―coisas‖. Relaciona-se muito mais com coisas do que com pessoas, comportamento
orientado pelo imaginário social banalizante, (re)produzido pelo modelo mídia impressa
espetacularizadora – cujo exemplo a nível local é o jornal ―Diário do Pará‖.
105
Conclusões
A análise de conteúdo dos jornais coletados, em sua totalidade, revela a transformação da linha editorial
da imprensa paraenses. Considerando-se as idéias de Habermas (1984) sobre a esfera pública e sua
transformação pelos MCM, percebe-se que os jornais paraenses configuram-se, primeiramente, como
imprensa de opinião e caráter argumentativo. A partir de 1950 predomina a imprensa ―objetiva‖ e
mercadológica, que introduz as manchetes e reportagens com fotografias enfatizando, paulatinamente, a
comunicabilidade da imagem. Isto é verificado especialmente na abordagem da violência no jornal
―Diário do Pará‖, o qual influência o imaginário dos seus leitores sobre o tema – conforme constatado nas
entrevistas.
Referências
HÜDIGER, Francisco. A escola de Frankfurt. In: HOLFELDT, Antonio; Martino, Luiz; FRANÇA, Vera.
(org.) Teorias da comunicação: conceitos, escolas e tendências. Petrópolis: Vozes, 2001.
COSTA, Alda. A Violência como espetáculo: um debate em torno do Programa "Metendo Bronca".
Dissertação de mestrado. Universidade Federal do Pará, Centro de Filosofia e Ciências Humanas,
Departamento de Sociologia, Mestrado em Sociologia, 2004.
HABERMAS, Jürgen. Mudança estrutural da esfera pública. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1984.
SODRÉ, Muniz. A comunicação do grotesco. Petrópolis: Vozes, 1984.
DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.
BUBER, Martin. Eu e Tu. São Paulo: Cortez, 1979.
ACORDOS DE PESCA COMO INSTRUMENTO AUXILIAR NO PLANO DE MANEJO DE
RECURSOS NATURAIS NAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
1 Thales Maximiliano Ravena Cañete. Bolsista do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos/UFPA,
[email protected]
2 Oriana Almeida. Professora do NAEA/UFPA,[email protected].
3 Sérgio Rivero. Professor do Programa de Pós-Graduação em Economia/UFPA,
[email protected]
4 Mariana Neves Cruz. NAEA/UFPA, [email protected]
Este trabalho trata sobre acordos de pesca e unidades de conservação, objetivando verificar em que
medida um acordo de pesca pode ser útil como um instrumento de manejo de recursos pesqueiros em
unidades de conservação. Será realizada uma sucinta discussão acerca do conceito de acordo de pesca e
uma articulação entre o processo de gestão de uma UC, demonstrando a viabilidade da adoção de acordos
de pesca dentro de unidades de conservação. A metodologia utilizada configura-se na compilação
bibliográfica de textos que tratam sobre acordos de pesca e a lei 9985.
Palavras- Chaves: Acordos de Pesca, Unidades de Conservação, Manejo de recursos pesqueiros.
Introdução
As iniciativas de acordo de pesca em comunidades tradicionais para regular a exploração dos lagos de
várzea têm se proliferado na Amazônia Brasileira e em países vizinhos da pan Amazônia. Recentemente
no Brasil essa iniciativa não apoiada por lei passou a ser prevista na instrução normativa IBAMA n 29
publicada em 2002. Esses acordos têm o objetivo de aumentar a abundância dos estoques para aumentar a
produtividade dos lagos de várzea, através da redução do esforço de pesca, geralmente restringindo a
pesca de grandes barcos comerciais, assim como regulando a pesca dos pescadores locais (McGrath et al.,
1993; De Castro, 1999; Oliveira & Cunha, 2000; Pereira, 2000; Smith, 2000).
Essa iniciativa de reduzir esforço de pesca através da exclusão de barcos comerciais de grande porte e de
pescadores de fora, entretanto foi proibido na legislação sendo permitido somente a implementação de um
conjunto de regras para todos os usuários (sem direito à exclusão). Tal experiência acumulada nos últimos
30 anos é promissora e é relevante para a gestão do recurso pesqueiro em unidades de conservação.
Objetivo
Verificar em que medida um acordo de pesca pode ser útil como um instrumento de gestão em unidades
de conservação.
Metodologia
A metodologia utilizada configura-se na revisão e compilação bibliográfica de textos que tratam sobre
acordos de pesca, para que se possa estabelecer um conceito sobre os mesmos ademais de verificar a
106
eficácia destes em gerir recursos pesqueiros, consultando experiências de acordos de pesca na Amazônia
com resultados positivos, tanto dentro de unidades de conservação como em outras áreas.
Também foi feito análise de documentos referentes à criação e gestão de unidades de conservação, com o
intuito de verificar as possibilidades de utilização dos acordos de pesca dentro do plano de manejo, ou
mesmo como um instrumento independente de manejo dos recursos pesqueiros. A instrução normativa
IBAMA número 29 de 2002, que aborda a criação de acordos de pesca, também foi consultado, visando
aprimorar o conceito de acordo de pesca articulando conceitos acadêmicos com conceitos legais.
Resultados e Discussão
A literatura que versa sobre a região amazônica apresenta a abundância e diversidade social, biológica e
ambiental como características que marcam essa área do planeta.
Configurando-se como uma das principais atividades da região, a atividade pesqueira vem expandindo-se
de forma bastante intensa na região. Devido à pressão sobre o recurso pesqueiro em função do aumento
dos mercados urbanos regionais e mercados provenientes de frigorífico, muito esforço vem sendo feito na
busca de um sistema de gestão dos recursos pesqueiros na Amazônia (Castro; McGrath, 2001).
Um dos possíveis instrumentos de gestão dos recursos pesqueiros são os acordos de pesca. Estes, segundo
a Instrução Normativa IBAMA número 29 do ano de 2002, parágrafo único, constituem-se em ―um
conjunto de medidas específicas, decorrentes de tratados consensuais entre os diversos usuários e o órgão
gestor dos recursos pesqueiros em uma determinada área, definida geograficamente‖. É através do termo
―consensuais‖, utilizado na Instrução Normativa citada, que se chama a atenção para a participação da
população local.
Ruffino (2005) define acordos de pesca como um conjunto de regras criadas por uma comunidade através
de um protocolo e seqüência de procedimentos para definir e aprovar e implementar um conjunto de
regras para uma dada comunidade. Segundo Castro e McGrath (2001) ―o acordo de pesca é um manejo
comunitário ―político‖, baseado em regras explícitas controladas através de punições ―materiais‖
impostas‖ (p. 114). Mas argumenta que a criação de um conjunto de regras não garante o sucesso da
iniciativa. É necessário que as regras formuladas sejam compatíveis com o sistema ecológico, social e
econômico‖ assim como observe as leis superiores e tenha um sistema de monitoramente que funciona.
(p. 118).
No conceito acima citado os acordos de pesca configuram-se como instrumentos de um co-manejo e tem
se tornado como um dos instrumentos mais promissores de gestão pesqueira na Amazônia. O acordo de
pesca regula o esforço de pesca relativo à exploração dos recursos pesqueiros, estabelecendo normas que
foram democraticamente construídas (Ruffino, 2005). Essa articulação entre manejo participativo e
conservação dos recursos pesqueiros ocorre porque a norma prevê participação e respeito aos interesses
da comunidade local, contudo levando em consideração a conservação dos estoques pesqueiros.
Estas comunidades, são dependentes desses recursos, também são detentoras do conhecimento tradicional
dos recursos naturais locais, que é adequado a implementação de regras adequadas para manejo desses
recursos naturais (McGrath et al 1998; De Catro, 1999). Ao mesmo tempo, essa população ainda não
detém em geral conhecimento das legislações superiores para estruturar um acordo sem a revisão do
órgão ambiental (IBAMA). Essa capacidade esta crescendo entre as lideranças comunitárias, mas ainda
assim no presente momento é fundamento a assessoria técnica para essa gestão.
O Baixo amazonas é a região onde houve a maior expansão dessas experiências na Amazônia. Em 1990,
De Castro (1999) registrou 69 acordos envolvendo 100 lagos e 137 comunidades na região. Esses acordos
regulam o uso do arreio de pesca, o período, as áreas de operação e o tipo de pesca (comercial versus
subsistência). Desde 1992, o número de acordos que regulam outras atividades além da pesca, como
caça, o uso de pastos pelo gado e a exploração madeireira, cresceu aproximadamente 35%. As
regulamentações mais freqüentes nos acordos são as restrições sazonais (75%), a proibição do uso de
malhadeiras (59%) e a proibição da pesca comercial (56%) (De Castro 1999). Apesar de os pescadores
não poderem impedir o acesso de pessoas de fora, a proibição das malhadeiras torna a pesca comercial
economicamente inviável.
Muitos estudos também enfocam o contexto socioeconômico e institucional desses acordos (McGrath et
al, 1993; De Castro, 1999; Oliveira & Cunha, 2000; Pereira, 2000; Smith, 2000). Apesar do amplo apoio
ao manejo comunitário entre as comunidades, governo e organizações não-governamentais, a efetividade
de tais acordos tem sido avaliada de forma quantitativa em poucos estudos. Almeida et al. (2009), usando
a mesma base de dados do presente trabalho, mostrou que tais acordos trazem, realmente, aumento de
produtividade pesqueira.
Essa experiência encontra-se bastante avançada nas áreas fora de unidades de conservação como uma
tentativa de regulação de recursos comuns. Entretanto, esses sistemas podem ser da mesma forma
utilizados em unidades de conservação se valendo da mesma metodologia. Um ponto que facilita ainda
107
mais esse tipo de trabalho é o poder de exclusão de pescadores de fora que é possível se fazer em
unidades de conservação. Na região do Mamirauá muito tem sido feito, mas a necessidade de
organização, de estabelecimento de normas, de fiscalização para manter os pescadores não residentes fora
da UC é igualmente fundamental.
A partir da análise da lei 9985 (SNUC) e do decreto 4340 de 22 de agosto de 2002, não foi encontrado
nenhum tipo de restrição quanto a utilização de acordos de pesca como instrumentos de manejo dos
estoques pesqueiros dentro de uma Unidade de Conservação. Contudo o SNUC estabelece a necessidade
de um plano de manejo como pré-requisito para a implementação de Unidades de Conservação
(excetuando-se aquelas que não permitem presença humana). Nesse sentido o acordo de pesca poderia em
vez de vir na figura de uma instrução normativa ou portaria do IBAMA, apresentar-se como regra dentro
do plano de manejo, pois neste caso também usufrui da força institucional cedida por instituições como
IBAMA e ICM Bio.
Conclusão
Através do que foi exposto acerca da possibilidade de utilizações de acordos de pesca dentro de unidades
de conservação é possível verificar que esta intercessão denotar-se-ia bastante viável, tanto para o
fortalecimento da Unidade de Conservação, pois estaria recebendo o apoio do IBAMA através do acordo
de pesca, como para a efetivação do acordo de pesca, que também receberia contribuições da organização
e estrutura da Unidade de Conservação.
Com isso a população local ainda é beneficiada, pois visualiza seus recursos naturais, dos quais são
extremamente dependentes, sendo manejados de forma democrática, fazendo com que a sua visão seja
consultada e apreciada dentro do processo de manejo dos recursos naturais.
Referências
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gain and restraint. Fisheries, Management and Ecology, v. 16, p. 61-67, 2009.
Batista, V. Distribuição, dinâmica da frota e dos recursos pesqueiros da Amazônia central. Thesis
(PhD). Universidade do Amazonas & INPA, 291 p. 1998.
Cañete. T.M.R. Populações Tradicionais do rio Purus: A descrição de Perspectivas. Trabalho de
Conclusão de Curso. Ciencias Sociais; UFPA; 2006.
Castro, F; McGrath, D. O Manejo Comunitário de Lagos na Amazônia. Parcerias Estratégicas,v.12, p.
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River, Amazonas State, Brazil: a model of preservation in transformation. IN Proceedings of the 8th
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RUFFINO, M. L. Gestão dos Recursos Pesqueiros na Amazônia. Manaus: IBAMA, 2005.
Smith R. Community-based resource control and management in the Amazonia: A research
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Conference of the International Association for the Study of Common Property (IASCP). 20 pp. [In
http://129.79.82.27/IASCP00/program.asp and cd]. 2000.
PACTOS TERRITORIAIS NA AVENIDA VISCONDE DE SOUZA FRANCO BELÉM - PA
¹Diego Armando dos Santos Mota, ²Karla Santiago, ³Patricia Aires, 4Paula do Carmo
¹[email protected] - 200883207
²[email protected] - 200883183
³[email protected] - 200883152
4
IFPA- 200883180
Nas últimas décadas a Avenida Visconde de Sousa Franco passou por intensas transformações (física,
social, econômica e cultural) em virtude principalmente da redefinição e introdução de novos atores
108
naquele espaço. Este trabalho tem por objetivo elucidar a dinâmica de produção dessa Avenida no
contexto do município de Belém (relação entre espaço de moradia, espaço de comercio, espaço de lazer e
espaço de trabalho), além disso, explicitar os pactos territoriais e o uso corporativo do território na
referida avenida nos últimos anos.
Identificamos os conflitos entre os atores hegemônicos e os demais atores existentes na Avenida
Visconde de Sousa Franco. Analisamos também a importância do Estado no processo de valorização
dessa avenida, que tem um papel importantíssimo no processo de estruturação, atração, instalação de
meios técnicos científicos e informacionais além de um suporte logístico que o Estado coloca na avenida.
Palavras-chaves: território usado, uso corporativo do território e pactos territoriais.
Introdução
Como se dá o uso do território? Territórios corporativos? Ou pactos territoriais? Essas são perguntas que
norteiam esse trabalho no intuito de compreender de que forma esses processos no território podem vir a
influenciar na dinâmica de produção do espaço. A pesquisa de campo foi realizada na Avenida Visconde
de Sousa Franco no bairro do Reduto no município de Belém. Devemos esclarecer que o uso do território
já vem ocorrendo há certo tempo, mas só agora é que esse processo tem se intensificado. Supermercados,
bares, restaurantes, hospitais, shopping entre outros são elementos que tem influenciado e dinamizado o
espaço da Avenida Visconde de Sousa Franco.
Queremos discutir qual o papel e a importância do Estado representado pelo município de Belém na
valorização daquele espaço. O município tem feito varias ações para a realização de um novo arranjo
espacial naquela avenida que hoje atrai corporações nacionais e multinacionais.
Objetivo
Identificar a dinâmica de produção na Avenida Visconde de Sousa Franco, explicitar as relações de poder
através de pactos territoriais e conflitos entre atores hegemônicos e demais atores ali residentes.
Métodos
Este trabalho está baseado em estudos sobre o uso do território, territórios corporativos e pactos
territoriais na Avenida Visconde de Sousa Franco no bairro do Reduto, município de Belém (PA).
Primeiro realizou-se dois trabalhos de campos sendo o primeiro que compreende o período de 7 de Junho
a 16 de Junho de 2009, o objetivo principal era a identificação desses diversos atores na dinâmica de
produção da Avenida Visconde de Sousa Franco, num segundo momento foi feito um segundo trabalho de
campo que compreende o período de 17 de Agosto a 3 de Outubro onde fizemos uma entrevista com a
associação de morados do bairro do Umarizal e Avenida Visconde de Sousa Franco.
O objetivo principal da entrevista foi saber como a comunidade daquela avenida tem atuado na produção
urbana daquele espaço e saber a viabilidade para a comunidade local de todo aquele processo urbanístico
que esta sendo implantado naquele espaço. Fizemos um levantamento de leituras bibliográficas para a
fundamentação teórica do artigo. Finalmente, anotou-se a localização das principais corporações da
avenida em GPS, produzimos um mapa-basedigitais da área de nosso estudo com imagens de satélite
LANDSAT, produzido no laboratório de geomatica do IFPA.
Resultados
O uso do território na Av. Visconde de Souza Franco ou Doca de Sousa Franco como é conhecida
popularmente, defini-se pela implantação de infra-estrutura ou sistemas de engenharias, mas também pelo
dinamismo da economia e da sociedade (Silveira, 2002. p. 123). É o que se pode observar na Avenida
Doca de Souza Franco no bairro do Reduto, onde o Estado com o seu projeto de valorização desse espaço
investiu pesado com o seu orçamento dando um novo arranjo espacial ou ordenamento, servindo para
atração de diversos atores naquela área (sociedade civil e corporações).
Mas antes de avançarmos um pouco mais, queremos elucidar o conceito de arranjo de território, ou
arranjo urbano, ou arranjo espacial que ambos nos dão a mesma idéia de ordenamento territorial. Segundo
nos afirma Então Ruy Moreira;
Na base de sua configuração está o jogo de correlação de forças que confere a hegemonia ao dominante –
configuração que na sociedade burguesa moderna é dada verá, pela sociedade civil mediante seu bloco
histórico. Portanto, um todo diferencial que arruma a sociedade como um campo de correlação de forças
marcado e atravessado pelo tenso embate da busca de hegemonia. ( 2007. p.81) .
É importante esclarecer que o Estado não cuidou só da parte estrutural da avenida, mas dotou esse espaço
de meios técnicos, científicos e informacionais. A tecnologia germina com a ciência, ganha novas feições,
entre as quais a mais determinante parece ser a tecnologia informacional (Silveira, 2002. p. 124) e dar
também um apoio logístico a esse espaço. Como? A Av. Visconde de Souza Franco pode ser considerada
109
como um portal de entrada para o resto do centro comercial da grande Belém, praticamente todas as
linhas de coletivo publico ou carros privados, passam na avenida ou a cortam transversalmente. Sobre o
conceito de território usado Milton Santos afirma que este é o fundamento do trabalho; o lugar da
residência, das trocas materiais e espirituais e do exercício da vida (2007.p. 14). E podemos observar a
constituição daquele espaço como nos afirma Santos, lugar de moradia, lugar de lazer, lugar de trocas
comerciais, lugar de encontros religiosos e lugar de trabalho.
Na Avenida Doca de Sousa Franco você tem quase tudo só em um lugar sem ir muito longe. ―Aqui você
nem precisa utilizar seu carro da pra ir de pé mesmo, aqui você encontra tudo, do colégio ao hospital‖.
Moisés Cohen, representante da associação de morados e empresários do bairro do Umarizal que também
engloba a avenida que foi nosso alvo de estudo.
Na entrevista concedida a nos, Moisés afirma que hoje o bairro do Umarisal e mais a Avenida Doca de
Sousa Franco são os espaços mais valorizados na grande Belém, devido sua ascendente concentração de
serviços, das quais grandes corporações prestam para aquela população local e para toda a sociedade de
Belém.
ICMS ECOLÓGICO NO ESTADO DO PARÁ: PERSPECTIVAS E DESAFIOS
Ynis Cristine de Santana Martins Lino Ferreira, 2Milena de Jesus Vieira Ribeiro, 3Leila Márcia Sousa de
Lima Elias (Professora Orientadora), 4Celina Marques do Espírito Santo,5Nathalia Cristina Costa do
Nascimento
1
Núcleo de Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará – NUMA/UFPA –
[email protected]
2
Instituto de Estudos Superiores da Amazônia – IESAM – [email protected]
3
Universidade de Taubaté - UNITAU– [email protected]
4
[email protected]
5
[email protected]
A degradação ambiental, antes de ter reflexos estaduais, nacionais ou internacionais, tem início em um
cenário local, onde o poder público se faz presente por meio do Município. Por isso, a gestão ambiental
municipal deve ser incentivada com a implantação de mecanismos que proporcionem a entrada de
recursos específicos para a preservação ambiental. Um desses mecanismos é o ICMS Ecológico, ao
prever que parte do ICMS seja destinada aos Municípios como incentivo à preservação. O ICMS
ecológico está em discussão no Estado e torna-se necessária uma reflexão aprofundada do tema.
Palavras-chaves: ICMS Ecológico, Desenvolvimento Sustentável, Gestão Municipal.
1
Introdução
Um significativo avanço na legislação ambiental brasileira, sobretudo nas décadas de 80 e 90, teve com
ápice a elaboração da Constituição Federal de 1988, com ampla abordagem para a questão ambiental,
prevendo mecanismos e permitindo a possibilidade de estados e municípios criarem instrumentos de
preservação ambiental.
Dentro desse contexto, o Município é o ente federativo mais próximo dos problemas ambientais que
atingem a sociedade. Porém, a atuação mais ativa e eficaz do governo local na busca de uma qualidade de
vida sustentável, devido a essa proximidade, esbarra no ainda escasso volume de recursos destinados às
questões ambientais e na falta de articulação entre os governos federal, estaduais e municipais e sociedade
civil. No entanto, a crescente preocupação com alternativas de desenvolvimento sustentável no Brasil
permitiu o surgimento de mecanismos de ação para utilização responsável dos recursos e naturais por
parte dos municípios. Exemplo disso é o ICMS Ecológico que já está implantado em diversos estados do
Brasil, sendo que no Estado do Pará está em discussão. Neste trabalho propomos reflexões acerca dos
impactos que a implantação do ICMS Ecológico no Estado do Pará poderia produzir nas políticas de
desenvolvimento sustentável municipais.
Objetivos
Propor reflexões acerca dos impactos que a implantação do ICMS Ecológico no Estado do Pará poderia
produzir nas políticas de desenvolvimento sustentável municipais, bem como das perspectivas para
regulamentação e efetivação de tal instrumento legal.
110
A metodologia se deu por meio de pesquisa bibliográfica, ou seja, leitura, análise e interpretação de
livros, periódicos, textos legais, dentre outros, pesquisa descritiva feita através de questionário que teve a
finalidade de observar, registrar e analisar.
Resultados
A Constituição do Estado do Pará prevê em seu art. 225 o privilégio de tratamento para os municípios que
abrigam unidades de conservação em relação à parcela de repasse de ICMS que trata o art. 158 da
Constituição Federal (TUPIASSU, 2003, p.201-202). Segundo Scaff e Tupiassu, em 1999 iniciaram-se os
debates referentes ao ICMS ecológico no estado (2004, p. 35), porém dez anos após o inicio desta
discussão ainda não ocorreu, de fato, uma efetivação de uma regulamentação de tal mecanismo no Estado
do Pará, devido ao descontentamento de alguns municípios que não serão contemplados por tal
regulamentação.
O município de tornou, a partir da Constituição de 1988, um ente federado e como tal deve cuidar de
suas sociedades, organizando e planejando seus interesses para que essas sociedades alcancem seu bem
estar social, econômico e ambiental (SILVA; 2007, p. 41). Assim, cabe ao município atuar nas questões
ambientais exercitando a competência legislativa suplementar à competência concorrente da União e dos
Estados, inclusive a responsabilidade administrativa relativa ao dano cometido ao meio ambiente. Não
obstante, as centenas de municípios da região carecem de gestores conscientes da importância de uma
gestão apropriada para o desenvolvimento sustentável regional.
Um Diagnóstico da Gestão Ambiental dos Municípios Paraenses relativo ao ano de 2008, realizado pela
Secretaria de Estado de Meio Ambiente através da Diretoria de Planejamento Ambiental avaliou a gestão
ambiental municipal dos municípios paraenses. De um total de 144 municípios, com relação à
implementação do Fundo Municipal de Meio ambiente, verificou-se que somente 13 (treze) municípios
possuem Fundos de Meio Ambiente implementado, prestando contas ao Conselho Municipal de Meio
Ambiente, possuindo conta bancária. Em 06 (seis) Municípios o Fundo existe em Lei, porém não foi
regulamentado. Em 29 (vinte e nove) há Fundo regulamentado, porém não presta contas ao Conselho
Municipal de Meio Ambiente e em 92 (noventa e dois) o Fundo Municipal de Meio ambiente é
inexistente.
Dessa forma, como podemos perceber a gestão ambiental municipal do estado do Pará ainda é muito
deficiente, com muitos municípios que possuem áreas de proteção ambiental em seu território e não
possuem fundo de meio ambiente. Ora, a existência de um Fundo específico para o meio ambiente, é algo
de que o município não pode abrir mão para uma gestão ambiental eficaz, pois será o Fundo Municipal de
Meio Ambiente (FMMA) que captará os recursos destinados a serem investidos na proteção ao meio.
Sendo o ICMS Ecológico um recurso financeiro, torna-se necessária a criação do Fundo de natureza
contábil e específico para a questão possibilitando o planejamento para adequada aplicação dos recursos,
bem como a participação dos atores sociais no processo decisório e no controle social.
Enfim, o ICMS Ecológico deve ser considerado não um fim em si mesmo, mas um instrumento meio, não
devendo funcionar de maneira isolada, mas em conjunto com outras ações públicas (LOUREIRO; 2008,
p. 82). É importante ressaltar que o ICMS é um imposto estadual e que o impacto positivo gerado no
município é decorrente da implantação dele no estado e de repasse para o município. Os recursos
advindos do ICMS ecológico contribuiriam para o desenvolvimento de novas tecnologias que pudessem
melhorar também a vida das populações residentes nas unidades de conservação, colaborando para a
adoção de tecnologias sustentáveis que viabilizassem uma melhor gestão dessas unidades.
Conclusões
O ICMS Ecológico vêm sendo aprimorado nos Estados onde foi criado. No Pará é preciso que a lei que
regulamente o ICMS Ecológico seja objetiva, e crie condições para a boa gestão ambiental pública,
remetendo à regulamentação para atos posteriores. O arcabouço legal deve prever também o processo
orgânico de articulação entre Estados e Municípios e sempre que possível a União, de forma que se possa
caminhar para a construção e operacionalização de uma agenda de compromissos com a proteção ao meio
ambiente, permitindo ampla participação da sociedade civil, principalmente levando em consideração a
extensão territorial do Estado.
Referências
LOUREIRO; Wilson. ICMS Ecológico: a oportunidade do fianciamento da gestão ambiental municipal
no Brasil. In: LEME, Fernando C. P. Tatagiba; LEME, Taciana Neto. Fontes de recursos financeiros
para gestão ambiental pública: cenários e estratégias de captação para o funcionamento de fundos
socioambientais. Brasília: Rede Brasileira de Fundos Socioambientais, 2008. p. 10-20.
111
PARÁ. Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará. Matriz de acompanhamento e avaliação da
gestão ambiental municipal do Estado do Pará. Belém: 2008.
SCAFF, Fernado Facury e TUPIASSU, Lise Vieira da Costa. Tributação e Políticas Públicas: o ICMS
Ecológico. In: Hiléia: Revista de Direito Ambiental da Amazônia. ano. 2, n.º 2. Manaus: Edições
Governo do Estado do Amazonas / Secretaria de Estado da Cultura / Universidade do Estado do
Amazonas, 2004. p. 15-36.
SILVA, João Marcio Palheta da. Perfil dos Municípios Paraenses. In: ROHA, Gilberto de Miranda (org.).
Gestão Ambiental: Desafios e Experiências Municipais no Estado do Pará. Belém: NUMA/UFPA,
EDUFPA, 2007. p. 41-51.
TUPIASSU, Lise Vieira da Costa. Tributação ambiental: utilização de instrumentos econômicos e
fiscais na implementação do direito ao meio ambiente saudável. 2003. 294 f. Dissertação (Mestrado em
Ciências Jurídicas) – Universidade Federal do Pará, Belém.
OS PRESUPOSTOS TEÓRICOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
1
Anaryê Ybotira Gonçalves Rocha, 2 Prof. MSc. Eduardo Lima dos Santos Gomes
1
Univesridade Federal do Pará – [email protected]
2
Univesridade Federal do Pará – [email protected]
Buscando o entendimento a cerca do termo ―desenvolvimento sutentável‖, encontramos profundas
discussões que nos levam ao comportamento humano em relação à utilização dos recursos naturais,
valendo ressaltar que a categoria natureza foi apenas a primeira dentre as outras facetas abordadas pelo
tema. Por isso o trabalho vigente busca a compreensão dos pressupostos teóricos desta dicussão visando o
entendimento do processo de formação do termo e sua conceituação atual.
Palavras-Chave: Desenvolvi mento sustentável, conservação e patrimônio.
Introdução
Devido a um processo histórico baseado no desenvolvimento das sociedades por meio da exploração
predatória dos recursos, o mundo passa por uma série de abalos e crises intensas, e, como consequência,
encontram-se diversos problemas como as alterações climáticas, as desigualdades sociais, miséria, fome e
etc; muito difundidos pela mídia, estes problemas se tornam cada vez mais comuns na realidade mundial
assim como as responsabilidades e/ou as cobranças para solucioná-los. Por isso, no decorrer do tempo o
tema desenvolvimento sustentável foi tomando lugar de destaque em todo o mundo, proporcionando
grande preocupação de nível organizacional, principalmente nos setores econômico e social já que foram
afetados de forma brusca com práticas voltadas para a conservação e preservação ambiental, incentivo à
inovação tecnológica que combata a poluição ou reduza o uso dos recusos entre outras alternativas de
consumo, assim como a atividade de turismo.
Objetivos
Este trabalho tem como principal objetivo realizar um levantamento histórico a cerca do tema vigente
além de considerações referentes ao conceito de Desenvolvimento Sustentável, assim como suas
transformações no decorrer do tempo e os relacionando às atividades de turismo, neste caso trabalhando a
segmentação Ecoturismo.
Como recursos metodológicos utilizados, temos a pesquisa bibliográfica e documental iniciada em agosto
de 2009 para fornecer informações voltadas para o questionamento citado.
Resultados
Desde a década de 1960 vem sendo discutida fortemente a ação humana em relação ao meio ambiente e
suas conseqüências com relação ao uso abusivo dos recursos naturais existentes, buscando uma postura
crítica acerca do comportamento humano em relação à exploração dos recursos naturais por meio dos
movimentos ambientalistas.
O início da década de 1970 é considerado por Souza (1996) como importante período de discussões e
desenvolvimento, tendo como destaque o ano de 1972 com a publicação do relatório do Clube de Roma
sob o título ―Limites do Crescimento‖ que enfatizava os problemas decorrentes da escassez dos recursos
naturais. Esses foram os primeiros debates do que se considera ―desenvolvimento sustentável‖, mas foi
somente em 1987 que se criou o primeiro conceito oficial cujo qual foi divulgado no ―Relatório Nosso
112
Futuro Comum‖ ou ―Relatório de Brundtland‖, elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CMMAD), a pedido da Organização das Nações Unidas (ONU).
No Brasil essas discussões foram firmadas a partir da Eco-92 ou Rio-92, como ficou conhecida a
Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) cujo principal
objetivo era conciliar o desenvolvimento sócio econômico com a conservação ambiental.
O termo Ecodesenvolvimento surge apenas em 1973 quando foram formulados seis aspectos que
deveriam servir de base para um desenvolvimento nos moldes que se buscava, dentre eles segundo
Brüseke (1994) encontamos referência à preocupação com as gerações futuras, envolvimento da
população local além da integração entre aspectos naturais, econômicos, culturais e sociais.
No ―Relatório de Brundtland‖, o termo desenvolvimento sustentável foi definido como sendo ―aquele que
atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as
suas próprias necessidades‖ (CMMAD, 1987 apud NUNES, 2006 p. 22); tornando a base da definição do
Desenvolvimento Sustentável.
Em consonância a estas discussões, a atividade de turismo vem ganhando destaque na economia mundial,
contudo não poderia se tornar alheia às discussões ambientais que se tornam cada vez mais relevantes ao
cotidiano humano. Com isso, as atividades de turismo direcionadas ao meio ambiente e as questões
abordadas ganhavam grande importância perante toda a comunidade proporcionando o surgimento de
diversas segmentações afins, buscando sempre a integração de conceitos e denominações discutidos.
Dentre os diversos segmentos, temos o ecoturismo que:
incorpora os princípios do turismo sustentável em relação aos impactos econômicos, sociais e ambientais
do turismo, mas incorpora outros princípios específicos que o diferenciam do conceito mais amplo de
turismo sustentável (PIRES, 2005, p. 486).
Muitos autores entram em consenso quando trabalham o conceito de ecoturismo utilizando a definição
estabelecida pelo Instituto do Ecoturismo do Brasil. Costa (2002) apresenta quatro características básicas
e essenciais do ecoturismo sintetizando o que está sendo afirmado e que são as mesmas dos princípios de
sustentabilidade abordados anteriormente.
Contudo, independente do autor, essa conciliação entre os subsistemas dentro da atividade é o que
realmente se busca, essa integração teórica trazida para a prática da atividade e que foi elaborada a partir
de questões relativas ao desenvolvimento sustentável.
Conclusões
Sintetizando a idéia de sustentabilidade, temos a seguinte trilogia: deve ser uma atividade
economicamente viável, promover a justiça social e proporcionar a prudência ecológica, como sendo a
base do desenvolvimento sustentável.
Embora o ecoturismo seja uma alternativa viável para se trabalhar o desenvolvimento sustentável dentro
de uma determinada comunidade aliando seus princípios básicos em um único contexto, muitos autores
abordam temáticas críticas em relação à abordagem teórica e seu exercício prático; muitas afirmações
consistem em que existem versões aproximadas ou diferentes das discussões teóricas por ser cosiderado
um tema complexo devido ao paradoxo de definições que antes não eram consideradas.
Referências
BRÜSEKE, Franz Josef. O problema do Desenvolvimento Sustentável. In: CAVALCANTI, Clóvis
(Org.).
Desenvolvimento e Natureza: Estudos para uma sociedade sustentável. Recife:
INPSO/FUNDAJ, 1994. Disponível em: <http://168.96.200.17/ar/libros/brasil/pesqui/cavalcanti.rtf>
COSTA, Patrícia Côrtes. Ecoturismo. São Paulo: Aleph, 2002 (Coleção ABC do turismo).
NUNES, Paulo Henrique Faria. Meio ambiente & mineração: desenvolvimento sustentável. Curitiba:
Juruá, 2006.
PIRES, Paulo dos Santos. Entendendo o ecoturismo. In: TRIGO, Luiz Gonzaga Godoi. Análises
regionais e globais do turismo brasileiro. São Paulo: Roca, 2005.
SOUZA, André Luiz Lopes de. Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável: Uma reflexão crítica.
Belém: FCAP. Serviço de documentação e informação, 1996.
113
CIÊNCIAS HUMANAS
A CARTOGRAFIA POLÍTICA PARAENSE: A CONFIGURAÇÃO DO CENÁRIO POLÍTICO
DOS MUNICÍPIOS.
1
Jonatha Rodrigo de Oliveira Lira, 2Ailson Pother Furtado, 3João Márcio Palheta da Silva
[email protected] - Graduando de Geografia, UFPA.
[email protected] - Graduando de Geografia, UFPA.
[email protected] - Orientador. Doutor em Geografia, UFPA.
Este trabalho é uma complementação do trabalho intitulado "A CARTOGRAFIA POLÍTICA
PARAENSE: A CONFIGURAÇÃO DO CENÁRIO POLÍTICO DOS MUNICÍPIOS‖ apresentado no
SBPC 2007. No entanto o mesmo se propõe a reiterar suas conclusões de acordo com o resultado da
eleição municipal paraense de 2008 onde se pretende analisar a dinâmica eleitoral que possibilitou
destacar outros partidos políticos até então pouco expressivos no território paraense.
Palavras chaves: Partido político, Hegemonia, Eleição.
Introdução
―... a geografia política analisa como os fenômenos políticos se territorializam e recortam espaços
significativos das relações sociais, dos seus interesses, solidariedades, conflitos, controle, dominação e
poder.‖ (CASTRO, 2005).
O espaço político do território paraense revela sua complexidade quando se analisa as diversas ações que
se estabelecem através do exercício do poder nos diversos municípios paraenses, favorecendo a certos
interesses locais de determinados grupos que mantém elevada influência dentro de sua arena social
conflitante. Assim analisamos a cartografia política paraense e a distribuição do poder partidário dentro
do território, a partir de suas mesorregiões: Metropolitana, Nordeste, Sudeste, Sudoeste, Baixo Amazonas
e Marajó, enfatizados a partir de suas cidades pólos.
Dessa forma, objetiva-se apresentar a cartográfica das eleições municipais e suas influências dentro da
arena política no estado do Pará, ocorridas nos anos de 1996, 2000, 2004 e 2008 como forma de
compreender a configuração espacial dos partidos políticos e suas influências dentro da área de estudo.
Objetivo
Identificar a configuração espacial dos partidos políticos nas eleições municipais paraenses de 1996,
2000, 2004 e 2008 para determinar a influência e hegemonia de determinados partidos a partir de uma
análise espacial de sua distribuição nas últimas 4 eleições.
Metodologia
O presente estudo fundamentou-se no materialismo histórico e dialético, para analisar a cartografia das
eleições municipais, nos anos de 1996, 2000, 2004 e 2008 e suas repercussões no espaço geográfico
paraense.
Para fundamentação teórica, buscou-se apoiar a pesquisa nos conceitos de Castro (2005) sobre a
abordagem política e em seguida foi realizada uma ampla pesquisa de dados quantitativos das eleições
municipais no Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-Pa.) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Posteriormente, utilizou-se o programa Arcgis 9.2 para elaboração do mapa temático dos partidos
políticos que se elegeram nos municípios.
Em seguida, foi realizada análise crítica através da leitura dos mapas produzidos, no intuito de
compreende-se a configuração espacial da partilha do poder e assim, observamos a distribuição do poder
partidário no território paraense.
O mapa mostra claramente que PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) e PSDB (Partido
da Social Democracia Brasileira) disputaram à hegemonia no estado do Pará nas eleições municipais de
1996, 2000, 2004 e 2008. Por mais que outros partidos, como PT (Partido dos Trabalhadores) tenham
aumentado sua influência em todo o estado, fica claro que permanece forte o poder oligárquico das
famílias dos políticos filiados a esses partidos. A partir da leitura dos resultados das eleições municipais
114
no mapa, têm-se diversas observações, dentre as quais o PMDB e o PSDB aparecem administrando o
maior número de cidades e grandes coligações e o Partido dos Trabalhadores começa a despontar no
cenário estadual como um partido de grande porte.
Em 1996, tem-se uma conjuntura política na qual o Governo Federal e Estadual encontravam-se sob a
administração do PSDB, o que influenciou diretamente para a ramificação de tal partido e seus aliados
nos municípios. Já no ano de 2000 percebe-se forte presença do PMDB e do PSDB, sendo que já
podemos observar neste período o crescimento do (PT), pois a partir de 1996 o Partido dos Trabalhadores
assume a administração da capital do estado, propiciando condições políticas e estruturais para que o PT
tivesse uma maior visibilidade no estado na eleição seguinte. O que efetivamente pudemos comprovar nas
eleições que se seguiram, já que em 2004 verificamos um crescimento petista em quase todas as
mesorregiões do estado, nota-se também um decréscimo do número de prefeituras dirigidas pelo PSDB, o
resultado disso é a eleição da petista Ana Júlia como a 1ª mulher a governar o estado do Pará.
Inegavelmente temos que considerar outro fator que impulsionou o partido dos trabalhadores em nosso
estado que é a eleição e reeleição do Presidente Lula, também como conseqüência desse processo
dialético de Ascenso petista e descenso tucano, vemos que a partir da eleição de Ana Júlia ao governo do
estado em 2006 e antes das eleições municipais de 2008, muitos prefeitos migraram para partidos da base
aliada, principalmente o PMDB. Esse processo se materializa em votos nas eleições de 2008, onde fica
claro o avanço petista no estado do para, o território paraense passa a perder o tom amarelado dos tucanos
e ganhar nuanças vermelhamente petista no espaço de disputa do poder político no estado. Mas o grande
vencedor da disputa eleitoral no estado acabou sendo o PMDB.
Conclusões
A hegemonia de grupos políticos como PSDB (até 2004) e PMDB, no estado do Pará, que por sua vez
comandam e dão diretrizes políticas a grupos minoritários e pequenos partidos que exercem influência
nos municípios, além de se utilizar da mídia como instrumento de manipulação da massa onde o que
fortalece os partidos são as suas coligações e seus patrocínios que, por sinal detém grande influência na
gestão dos municípios e, inclusive do estado através de acordos feitos com os meios de telecomunicações.
Contudo, percebe-se a influência das eleições para os governos federal e estadual na qual influência
diretamente nos resultados das eleições municipais, como as eleições de 1996 e 2000, quando o
presidente e governador eram filiados ao PSDB, ocorreu certa influência nas eleições municipais
decorrentes das mesmas. No entanto a partir da eleição de Luis Inácio Lula da Silva, do Partido dos
Trabalhadores (PT) em 2002, percebe-se uma ascensão petista nas eleições municipais de 2004. A partir
da eleição de Ana Júlia verifica-se no espaço político paraense um revoada de tucanos e uma debandada
de democratas para a base aliada petista, essa migração não se reflete diretamente no PT e sim em partido
de centro que compõem a base aliada do governo do estado, um exemplo disso é o PMDB que ganha
adesão de vários prefeitos que trocaram a situação de oposição pela muito mais confortável de situação e
todas as benesses de ser governo. Vale ressaltar que essa grande habilidade peemedebista de nunca ficar
na oposição faz com que o partido mantenha-se sempre entre os mais votados do estado. PSDB que de 47
eleitos em 2004 nestas últimas eleições consegue emplacar apenas em 13 municípios e DEM amargaram
insucessos nas eleições de 2008, fruto de da perda da maquina pública. O PT por sua vez experimenta um
crescimento muito grande no número de prefeituras em nosso estado, salta de 18 prefeitos eleitos em
2004 para 27 prefeitos eleitos em 2008. O PMDB com 41 prefeitos eleitos sai como grande vencedor e
fortalecido para compor o governo do estado lado a lado com o PT, inclusive numa posição confortável
para indicar o candidato a vice-governador na chapa que tentará reeleger a governadora Ana Júlia ano que
vem ou se dará o direito de lançar chapa própria para a disputa, mas isso é assunto para outro momento. O
PR com 15 e o PTB com 13 são os outros destaques desse processo eleitoral de 2008.
Referência Bibliográficas
CASTRO, I. E. . Geografia e política. Território, escalas de ação e instituições. 1. ed. Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2005. v. 1. 299 p.
ANÁLISE GEOPOLÍTICA : ABORDAGENS E DISCUSSÕES REFERENTES AO ESTUDO DE
CAMPO REALIZADO NA AVENIDA VISCONDE DE SOUZA FRANCO
1Laís Campos, 2Cátia Macedo
1
Instituto Federal de Educação,Ciência e Tecnologia do Pará –[email protected]
2
Cátia de oliveira Macedo ,doutora,USP –[email protected]
115
O presente artigo corresponde a análise referente ao estudo de campo realizado na Avenida Visconde de
Souza Franco , por um grupo de estudantes do IFPA, numa área localizada entre as ruas Boa Ventura da
Silva e Municipalidade ,no bairro do Reduto ,durante os dias 07,13 e16 de junho de 2009 ,em horários
alternados ,em Belém, Pará , a partir de sua observação desenvolve-se uma discussão desse território
através das concepções de caráter geopolítico,dinâmica territorial, pacto territorial , fluidez territorial e o
uso corporativo do território, norteadas pelos diferentes atores que nele atuam e produzem .
Palavras-Chaves: Geopolítica,Território,Atores.
Introdução
Como o grupo de estudantes fez sua primeira entrada em campo no dia 07 de junho de 2009 ,a partir
desse momento começou-se a observar quais os atores hegemônicos e não-hegemônicos que atuam nesse
espaço como: as farmácias,os restaurantes,as redes de feast food,os vendedores informais ,as associações
de taxistas ,os moradores da avenida,as diversas pessoas que ali transitam,os prédios ,os trabalhadores
locais, o serviço público,entre outros .
Para uma ampla compreensão de como funciona o atual território corporativo da Avenida Visconde de
Souza Franco e os atores que influenciam no seu dinamismo territorial ,faz-se necessário primeiramente
uma análise a partir de seu contexto histórico para demonstrar o uso desse território e sua dinâmica de
produção .
Através dos dados históricos observou-se que no final do século ΧIX e no início do século XX, no
período da chamada Belle Époque ,nessa área existia o igarapé das Almas , sendo um instrumento que
servia de entreposto para o embarque e desembarque de variadas cargas ,atualmente esse espaço foi se
remodelando ,contendo agora modernos edifícios ,com estruturas de alto padrão , com uma boa infraestrutura local e com várias corporações atuando na dinâmica desse espaço como : o Líder,a Big Ben , a
Pizza Hut ,a HC Pneus,a lavanderia Marajó,a Unimed , o restaurante Toc Toc , a lanchonete Subway ,a
Extra Farma ,o banco do Brasil ,a Pharmapele e outros.
Assim esse espaço acaba por influenciar na cidade devido essa infra-estrutura e a sua fluidez de
mercadorias,pessoas e serviços , então à medida que vêm também ocorrendo a fluidez territorial ,as
atividades modernas se fundem e uma ligação entre essas corporações se impõe, cobrando assim diversas
porções do território ,unindo pontos sob uma mesma lógica e arrastando outras empresas para atuarem
nesse processo , influenciando até no comportamento do poder público , fazendo com que algumas ações
do Estado fiquem subordinadas a esse modelo ,atuando desse modo na vida econômica,social e na
dinâmica de produção desse território .
Quanto ao pacto territorial ,já que este é visto como resultado da reorganização do território a partir da
lógica global ,em que as empresas dispõem de forças para induzir o Estado a adotar comportamentos que
correspondam aos seus interesses e desse modo o uso corporativo do território ocorre no momento em
que o Estado implementa a infra-estrutura necessária ,isso é exemplificado na avenida como : o bom
asfaltamento ,boa circulação de transporte,sem congestionamento excessivo, acesso aos portos, boa
arborização, condicionando o uso desse território ,alterando seu dinamismo econômico e social ,para que
ocorra uma melhor fluidez de pessoas,produtos e serviços .
Objetivos
Este trabalho teve por objetivo primeiramente observar o dinamismo da produção de parte do território
da Avenida Doca de Souza Franco e os atores hegemônicos e não-hegemônicos que nele atuam ,afim de
fazer uma análise e propor uma discussão acerca da reorganização desse território ,em que resulta nos
seus pactos territoriais e seu uso corporativo .
Para a composição da pesquisa foi utilizados livros ,artigos científicos, carta topográfica impressa do site
maps Google ,acessado no dia 05 de junho de 2009, carta topográfica da secretária de planejamento e
urbanização da Prefeitura Municipal de Belém,caderno de anotações e câmera fotográfica .Quanto aos
procedimentos metodológicos estes foram seguidos de acordo com a orientação da professora Doutora
Cátia Macedo feitos a partir da técnica de coleta de dados em forma de observação através do método
qualitativo .
Resultados
O estudo de campo e sua análise permitiram através do debate (troca de idéias ) e da reflexão do grupo de
pesquisa mostrar que na produção do espaço da Avenida Visconde de Souza Franco um dos conflitos
ocorridos no seu dinamismo é referente a disputas de seus diversos atores ,principalmente no ramo
comercial na disputa pela qualidade de seus serviços ,gerando inclusive uma conciliação de preços como
116
algumas corporações a exemplo das farmácias ali presentes que possuem os mesmos produtos de venda
,outra observação foi quanto ao Shopping Boulevard que mesmo em construção já está alterando a
dinâmica e a estrutura da cidade caracterizada pelas vias de transporte que dão acesso a avenida ,alterando
assim os gastos públicos devido a essa nova corporação.
Conclusões
Nesta pesquisa após sua reflexão teórico-metodológica fica expresso como se comportam os diferentes
atores da Avenida Visconde de Souza Franco ,demonstrando que as corporações inseridas nesse espaço
regulamentam o uso desse território através do pacto territorial resultante da cooperação entre o poder
público local e as empresas que ali atuam criando assim um aumento da fluidez territorial à medida em
que o mercado regula o território através do que Santos (2000) coloca como as regiões do mandar e do
fazer e nesse sentido acabam surgindo uma exclusão econômica e social já que nem todos os atores que
agem nesse espaço se beneficiam dessa infra-estrutura e bem estar social .
Assim sob a ótica geopolítica , observa-se que a relação Estado e corporações criam estratégias de
dinamismo territorial em que surgem possibilidades de modificar os trabalhos no espaço dessas antigas
áreas geoeconômicas ,fazendo com que as fronteiras geopolíticas sejam quebradas dando então abertura
ao processo de valorização e exploração do capital .
Referências
SANTOS, M. A natureza do espaço : técnica e tempo,razão e emoção.São Paulo:Hucitec ,1996.
----.Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal .Rio de Janeiro: Record
,2000.
SANTOS,M. ; SILVEIRA,M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro
:Record ,2001.
ASPECTOS SÓCIO ESPACIAIS E CULTURAIS, A CONSTRUÇÃO DE UM TERRITÓRIO
ALTERNATIVO NA COMUNIDADE DE NOVA ESPERANÇA ILHA DE SÃO JOÃO DE
PILATOS EM ANANINDEUA – PARÁ
1
Gisele Elaine da Silva Ferreira,2 João Silva Barbosa Junior, 3Joyce Tamara Cavalcante, 4 Michel Pinheiro
Carvalho, 5Mariléia da Silveira Nobre
1
2
3
4
5
Profª. Msc. da Universidade Federal do Pará - [email protected]
O referido trabalho vem mostrar uma breve análise a cerca da comunidade Nova Esperança localizada na
ilha de São João Pilatos em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém. Foram analisados os aspectos
sócio espaciais e culturais da ilha, observando de que forma a comunidade se relaciona com o meio
ambiente bem como identificar o porque da escolha dos moradores pela referida área, tendo em vista que
comunidade não possui energia elétrica. A pesquisa foi desenvolvida em dois dias de convivência na
comunidade em questão. Sendo realizada por alunos da graduação na disciplina antropologia cultural sob
orientação da Profª Mariléia Nobre.
Palavras-chaves: sócio espaciais, meio ambiente, energia elétrica.
Introdução
O trabalho se propôs analisar os aspectos sócios econômicos, espaciais e culturais na comunidade Nova
Esperança a qual se localiza na ilha de São João Pilatos, no município de Ananindeua, região
metropolitana de Belém – Pará. Evidenciando que a ilha em questão não possui eletricidade e que foi
invadida por moradores próximos, o trabalho se atentou a discutir o porquê da escolha dessa área pelos
moradores, as principais culturas da ilha e o caráter econômico da mesma, bem como verificar possíveis
impactos ambientais que os mesmo possam estar desenvolvendo no local.
Objetivo
O trabalho teve por objetivo demonstrar a importância de se estudar um fenômeno característico da região
amazônica, causado pelo grande estresse da vida cotidiana das cidades, o êxodo urbano. O fato de
117
escolher esse tema foi justamente, pelo motivo de que os moradores dessa comunidade estão inseridos
nesse fenômeno urbano.
Metodologia
A realização deste trabalho contou com pesquisas bibliográficas de obras relacionadas ao tema, além do
levantamento de fotos aéreas e ortofotocartas, que possibilitaram um conhecimento prévio da área de
estudo. O método de comportamento em campo foi de inicio tomar o depoimento do informante ―chave‖
antes de se iniciar a pesquisa em campo, partindo então a analisar a comunidade via informante através da
coleta de dados. Foram utilizadas fotografias, gravações e anotações. Ocorrendo assim uma interação com
a comunidade via pesquisa em questionário e informalmente. A pesquisa foi realizada durante dois dias
de convivência com os moradores da comunidade Nova Esperança, dentre muitos fatores foi analisada as
características socioeconômicas, físicas e culturais da comunidade. Analisaram-se ainda os fatores que
contribuíram para a saída dos moradores da cidade em direção a ilha.
Resultados
A área onde está situada a ilha de São João de Pilatos fica distante 3 km do bairro do Curuçambá,
município de Ananindeua área metropolitana de Belém do Pará. Três causas podem ser apontadas como
co-responsáveis pela saída dos moradores da cidade: dentre a principal deu-se a falta de tranqüilidade e
sossego, destacando a vida estressante das grandes áreas metropolitanas como um fator agravante devido
à falta de segurança e o alto índice de roubos e assaltos; evidenciando também que outro fator seria o alto
custo de moradia das grandes capitais e bem como a especulação imobiliária levando em consideração a
grande dificuldade em se obter o imóvel próprio graças ao preço elevado; sendo o terceiro a
disponibilidade de recursos naturais presentes, como o Rio Maguari que banha a ilha e oferta alimento,
mas também bastante material vegetal para fabricação de carvão e argila para fabricação de telhas. Não
foram identificados grandes impactos ambientais com relação à cobertura vegetal, entretanto em relação
ao lixo produzido na ilha boa parte foi avistada no porto próximo ao bairro do Curuçambá.
Percebe-se que os moradores residentes na ilha, migraram para a mesma com o objetivo de escapar do
estresse urbano , preservando a tranqüilidade e o sossego, o fato da ilha não ter eletricidade não significou
um empecilho para se viver no local, entretanto registraram-se algumas queixas quanto a conservação dos
alimentos, pois o período de consumo é reduzido.O ritmo da ilha se mostra ambivalente ligado ao modo
de vida ribeirinho com a utilização da pesca e a criação de animais como: galinhas, porcos, entre outros e
a retirada de produtos da natureza, mas também com as práticas urbanas desenvolvidas pelo moradores
que de viviam antes na cidade, tendo como exemplo o próprio movimento pendular realizado todos os
dias para a compra de alimentos no bairro do Curuçambá em Ananindeua. Ou seja, ocorrem práticas na
ilha advindas da vivência obtida na cidade e da cotidianidade presente dos hábitos da ilha.
Outro fator a ser analisado refere-se ao fato da ilha não possuir energia elétrica, sendo esse um dos
principais fatores abordados em nosso estudo, onde se pode identificar que o fato da ilha não possuir
energia elétrica não impediu a fixação dos moradores, entretanto, foi possível notar certas contradições no
que se refere à chegada da energia na comunidade, onde alguns moradores defenderam a instalação da
energia elétrica evidenciando que a principal dificuldade de se morar na comunidade se deve ao fato da
conservação dos alimentos bem como a utilização de eletrodomésticos. Por outro lado, alguns moradores
defendem a idéia que a energia poderá vir a desvirtuar o sossego presente no ambiente da ilha. No entanto
os moradores se preocupam em preservar o patrimônio natural e o ambiente paisagístico da ilha,
promovendo uma relação embora pouco conhecida pela comunidade chamada de sustentabilidade.
Conclusão
Portanto, o presente trabalho demonstrou de que forma a comunidade de Nova Esperança estabelece sua
afetividade com a ilha São João de Pilatos. Desse modo, entende-se a importância de se compreender o
espaço vivido, analisando de uma forma antropológica e geográfica as categorias de análise de
compreensão do espaço geográfico. Assim, para se compreender se espaço é necessário analisar de que
forma a sociedade se relaciona com o mesmo, objetivando estabelecer uma relação harmônica entre a
sociedade e a natureza. Em fim, o trabalho foi de extrema relevância para se entender a relação teoria e
prática desenvolvida na academia.
Referências
HAESBAERT, Rogério. Territórios Alternativos. In: __.Territórios Alternativos 2ª. Ed. São Paulo:
Contexto, 2006. p.13-15.
HOGAN, J. Daniel. Mobilidade populacional, sustentabilidade ambiental e vulnerabilidade social.
Revista Brasileira de Estudos de População, SciELO Brasil, 2005. p. 1-16
118
ESPECIFICIDADES DA AMAZÔNIA: PERSPECTIVAS DE UMA POPULAÇÃO
TRADICIONAL RIBEIRINHA
1 Uriens Maximiliano Ravena Cañete. UNAMA, [email protected]
2 Thales Maximiliano Ravena Cañete. UFPA, [email protected]
3 Lidiane Henriques Begot. UNAMA, [email protected]
4 Voyner Ravena Canete. Professora UNAMA, [email protected]
Este trabalho trata de uma população tradicional ribeirinha que reside no rio Purus (percurso do município
de Lábrea à Tapauá). Tem por objetivo descrever o seu modus vivendi. Para tanto, faz-se a exposição e
análise de dados coletados em três viagens à campo que duraram em média 15 dias cada, perfilando-os
com a noção de população tradicional. Conclui-se que a população tradicional ribeirinha do Purus
apresenta baixa integração com o mercado, alta dependência dos recursos naturais locais, modus vivendi
de integração com os ciclos da natureza, entre outras.
Palavras Chave: Populações Tradicionais Ribeirinhas; Módus Vivendis; Dinâmica do Rio Purus
Introdução
O rio Purus configura-se como um dos afluentes do rio Amazonas. A área percorrida por este rio ainda é
bastante despovoada apresentando poucas cidades, sendo estas de pequeno porte. Como exemplo é
possível citar Lábrea e Tapauá, cidades limites no lócus deste trabalho. Os municípios de Lábrea e
Tapauá são de grande extensão territorial, apresentam baixa densidade populacional e serviços urbanos
pouco estruturados com baixa qualidade.
Estes dois municípios estão cercados por Unidades de Conservação-UC e Terras Indígenas-TI, criadas a
partir da lei 9985. Esse cenário legal recente impede o acesso da população tradicional historicamente
construída nessa região a estas terras que outrora faziam parte das estratégias de reprodução social das
mesmas. Essa situação agrava-se ainda mais com as peculiaridades da dinâmica do rio, pois o rio no
período de cheia, configura-se em um local inóspito, em função de diversos fatores, logo, a terra firme
incluída quase em sua totalidade nas áreas de UC e TI, torna-se indisponível à população tradicional que
antes a acessava, alterando o modo de vida e formas de reprodução social outrora presentes.
Objetivos
Identificar quais são as estratégias de reprodução social dos habitantes da várzea do rio Purus, dentro do
percurso Lábrea /Tapauá, e suas respectivas relações sociais e ambientais, levando em consideração a
influência que a dinâmica do rio tem sobre o cotidiano desses indivíduos.
Metodologia
A estratégia metodológica adotada optou pela abordagem qualitativa e quantitativa junto à população
tradicional. Foram realizadas três viagens a campo, com a duração média de 10 a 15 dias. A primeira foi
realizada no mês de setembro de 2006, enquanto que a segunda e a terceira concretizaram-se
respectivamente em maio e dezembro de 2007.
Na primeira e última viagem fez-se o percurso de subida da calha do rio no percurso entre Lábrea e
Manaus, proporcionando a coleta de dados primários junto à população local. A primeira viagem teve um
caráter de ―survey‖, enquanto que as outras aprofundaram questões levantadas nesse primeiro trabalho de
pesquisa. A segunda viagem a campo foi realizada via aérea. A coleta de dados se deu através da
aplicação de questionários estruturados junto à população tradicional ribeirinha, ademais de entrevistas
feitas com atores sociais de importância local, a observação direta de atividades diárias da população e
informações detalhadas do caderno de campo.
Resultado e Discussão
Descendo o rio desde o município de Lábrea a Tapauá, nota-se o grau de isolamento desta região. Não se
vê muitas comunidades e casas no percurso, pois este configura-se, ainda, como pouco explorado e
antropizado, apresentando um cenário já em extinção dentro do contexto ambiental planetário: o rio Purus
representa uma das ultimas fronteiras do planeta. Em visões aéreas nota-se esta densidade ainda presente
neste trecho do rio Purus, assim como a recorrência de praias que ocorrem nas extremidades das curvas
perfiladas pelo rio. Nestas praias verifica-se, muitas vezes, roçados de culturas diversas, contudo a
mandioca é a mais comum. No período de cheia estas praias ficam submersas pelo rio, obrigando o
ribeirinho a buscar novas estratégias de reprodução socioeconômicas. Algumas comunidades esvaziamse, em outras nota-se um marasmo: os ribeirinhos estão na floresta coletando recursos naturais da área de
119
várzea, ou migraram para terra firme em busca de solo para plantar e recursos naturais para coletar,
retornando somente quando o período de cheia termine. É a dinâmica do rio imprimindo a sua influencia
na população tradicional ribeirinha (Diegues, 2000).
As comunidades em geral não são muito grandes, atingindo o máximo de 50 famílias em uma
comunidade. Uma grande parte da população é remanescente do período da borracha, a qual trouxe uma
grande leva de nordestinos para a Amazônia em geral, sendo que o rio Purus não é exceção. Outra parcela
da população descende das áreas urbanas pobres da Amazônia. Indígenas que de forma individual
migraram de suas aldeias para comunidades ribeirinhas agregam-se a população, assim como seus
descendentes. Este contato interétnico possibilita as populações ribeirinhas acessar os recursos naturais
presentes em áreas indígenas. Vale salientar que são as famílias em geral que formam a base da produção
dessa população, denotando uma economia familiar ribeirinha de subsistência (Lima e Alencar, 2000;
Maués, 1999)
Quanto às famílias que constituem as comunidades, pode-se afirmar que seguem o padrão amazônico: em
uma residência vivem pai, mãe e filhos. O número de filhos em geral é bastante elevado, pois se
configuram como futura mão-de-obra, logo, mais um braço para ajudar no roçado, na pesca, coleta e
demais atividades. Contudo, existem residências que apresentam alguns agregados como noras, genros,
cunhados (a) e netos (a), também representantes de mais mão-de-obra e ajuda nas atividades em geral.
Ao desenvolver as atividades de coleta de dados oportunizada pela pesquisa torna-se possível
compreender como o trabalho de campo configura-se em uma experiência capaz de mudar
significativamente o olhar do pesquisador (Geertz, 2006; Da Matta 1993, Oliveira, 2006). De fato, o olhar
acerca da concepção de vida é alterado em uma viagem na qual o pesquisador não retorna ileso para sua
sociedade de origem (Da Matta, 1993). No decorrer da viagem a campo, referenciais como fartura e
pobreza antes quase naturalizados em um olhar originado pela experiência da vida urbana findam
sofrendo processos intensos de relativização. Descrever a viagem, e o impacto com a nova realidade
defrontada, ainda que se pareça um exercício imaturo, ou mesmo comum para o antropólogo, merece um
destaque. Nesse sentido, o olhar sobre os ribeirinhos será apresentado, focando especialmente a viagem
que oportunizou o contato com essa nova realidade, o rio Purus e seus habitantes. Este refere-se ao olhar
de um antropólogo em formação, pois o contato com o outro, ainda que sem as condições necessárias de
permanência prolongada em campo permitiu construir um processo de relativização permanente em um
antropólogo em formação.
Conclusões
A realidade do rio é repleta de peculiaridades e especificidades, tanto em sua morfologia ambiental como
na sua morfologia social, sendo que a primeira influencia de forma direta na segunda, marcadas por
intensa diversidade como já aponta Maues (1999), Lima & Pozzobon (2000), entre outros autores. Logo a
existência de uma imensa diversidade nas estratégias de sobrevivência das populações tradicionais é
verificada, gerando também uma ampla diversidade cultural que, por sua vez gera as especificidades
locais de cada povo, vila, comunidade, etc.
Percebe-se, então, as inúmeras estratégias de sobrevivência utilizadas pela população tradicional para
driblar as situações às quais estão submetidas, sendo que o rio tem um importante papel dentro deste
cenário, denotando uma intensa relação de integração que o ribeirinho desenvolve com o rio e demais
recursos naturais. Com isso cita-se também a notável dependência que o ribeirinho do Purus adquire dos
recursos naturais locais, pois necessitará do peixe para o consumo, da várzea para o plantio da mandioca e
outras culturas, da caça, etc (Diegues, 2000).
Referências
CUNHA, Manoela Carneiro. Populações Tradicionais e a Convenção da Diversidade Biológica. Estudos
Avançados, 1999.
DAMATTA, Roberto. Relativizando: Uma Introdução à Antropologia Social. Rio de Janeiro: Rocco,
1993.
DIEGUES, Antonio Carlos S. et al. Biodiversidade e Comunidades Tradicionais no Brasil. São Paulo:
NUPAUB-USP, PROBIO-MMA, CNPq, 2000.
GEERTZ, Clifford. O saber local: novos ensaios em antropologia interpretativa. Petropolis: Vozes, 2006.
LIMA, Deborah & POZZOBON, Jorge. Amazônia Socioambiental: Sustentabilidade ecológica e
Diversidade Social. XXII Reunião Brasileira de Antropologia. Fórum de Pesquisa 3: Conflitos
Socioambientais e Unidade de Conservação. Brasília, 2000.
LIMA, Débora Magalhães & ALENCAR, Edna Ferreira. ―Histórico da ocupação humana e mobilidade
geográfica de assentamentos na várzea do médio Solimões‖. Em População e Meio Ambiente: debates e
desafios. São Paulo: SENAC, 2000.
120
MAUES, Raymundo Heraldo. Uma outra ―invenção‖ da Amazônia. Belém: Cejup, 1999.
OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. O Trabalho do Antropólogo. São Paulo: Editora Unesp, 2006.
GÊNERO MASCULINO E TRABALHO DOCENTE: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE
PROFESSORES (AS) QUE ATUAM NO MAGISTÉRIO DAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL
1
Thiago Augusto de Oliveira da Conceição, 2Vanessa Galvão dos Santos
1
Graduando do Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia – UEPA. Bolsista do Programa de Iniciação
Científica da Universidade do Estado do Pará - [email protected]
2
Professora da Universidade do Estado do Pará - Orientadora
A presente pesquisa teve financiamento da Universidade do Estado do Pará, a qual teve como objetivo
identificar as representações sociais sobre o trabalho docente do gênero masculino construídos por
professores (as) que atuam nas séries iniciais do ensino fundamental. O trabalho teoricamente está
embasado em (HYPOLITO. 1997), (LOURO. 1997), (SCOTT. 1990), (MOSCOVICI. 2004) dentre
outros teóricos que discutem as categorias gênero, trabalho docente e representações sociais envolvidas
na pesquisa. A abordagem metodológica teve um enfoque qualitativo, pois enfatiza a descrição e o estudo
das percepções sociais dos sujeitos envolvidos e como instrumentos de coleta de dados foram utilizadas
entrevistas semi-estruturadas.
Palavras-Chave: Gênero Masculino, Trabalho Docente, Representações Sociais.
Introdução
Nesta pesquisa pretendeu-se abordar a questão do Gênero, a partir do trabalho docente de professores do
gênero masculino do magistério das séries iniciais do ensino fundamental. A escolha da temática partiu de
leituras da obra: Gênero, Sexualidade e Educação de Louro (1997), que organizou vários artigos que
discutem o Gênero a partir da desconstrução das desigualdades dos sexos – homem e mulher. Essas
desigualdades de sexos, também podem ser identificadas no ambiente escolar, mais precisamente no
âmbito do trabalho docente, principalmente no magistério das séries iniciais do ensino fundamental, tendo
a figura da professora-mulher, historicamente presente na docência dessas séries.
Assim, o enfoque dado às séries iniciais e ao trabalho docente de professores do gênero masculino, como
categoria de investigação e estudo, partilha da concepção de que o espaço escolar é território de
construção de representações (OLIVEIRA. 2003) e ainda, é fruto da necessidade de explorarmos mais as
discussões no âmbito acadêmico e escolar sobre a temática gênero neste nível de ensino e ainda, a
ausência de referências, pesquisas e obras que investiguem e identifiquem que representações sociais são
construídas na prática escolar do professor-homem, no exercício do seu trabalho no magistério nas séries
iniciais do ensino fundamental.
Objetivos
Analisar as representações sociais sobre o docente do gênero masculino, construídas por professores (as)
do magistério das séries iniciais do ensino fundamental;
Descrever que representações sociais sobre os docentes do gênero masculino que atuam nas séries iniciais
são construídas pelos professores (as);
Identificar que noções e concepções de Gênero e Docência são reveladas pelos professores (as) que
trabalham nas séries iniciais.
A abordagem metodológica da pesquisa teve um enfoque qualitativo, pois enfatizou a descrição, a
indução e o estudo das percepções sociais dos sujeitos envolvidos, fornecendo assim uma compreensão
profunda de certos fenômenos sociais, pois segundo Ludke e André (1986) a pesquisa qualitativa supõe o
contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada,
através do trabalho intensivo de campo. Assim, foi realizada uma pesquisa de campo buscando identificar
que representações estão sendo construídas por professores (as) sobre a presença do professor homem no
magistério das séries iniciais do ensino fundamental. Como coletas de dados foram utilizadas entrevistas
semi-estruturadas que são incentivadas por Triviños (1997).
As entrevistas foram realizadas no universo de 6 (seis) professores (as) do magistério das séries iniciais
do ensino fundamental, sendo três homens e três mulheres. Acreditamos que o contexto das entrevistas
oportunizou aos sujeitos da pesquisa expressar o discurso de categorias que nos possibilitou identificar o
121
sentido que eles (as), como sujeitos sociais dão à construção subjetiva de gênero no exercício da docência
reconhecendo assim as representações sociais que permeiam o discurso destes professores (as).
O processo de análise e interpretação buscou identificar os aspectos mais relevantes, explícitos e, ainda os
aspectos implícitos que estão por trás das falas e dos apontamentos dos professores (as) entrevistados.
Para analisar os dados recorreremos à análise de discurso, tomando como base Orlandi (2005), a qual nos
coloca a importância desse tipo de estudo e análise. Partindo desse pressuposto, tomamos os discursos de
tais professores (as), para analisarmos que tipos de representações sociais estão permeadas nos discursos
desses sujeitos, para posteriormente termos subsídios reais de como poder responder ou esclarecer tal
problemática que é levantada neste trabalho.
Resultados
As representações Sociais mais presentes em relação às professoras foram: COMPETÊNCIA,
IDENTIDADE PESSOAL e DIFERENÇA. Tais professoras justificaram que o professor do gênero
masculino que atua nas séries iniciais, tem a mesma igualdade de competência e capacidade de
desenvolver um trabalho docente efetivamente proveitoso e compromissado como qualquer outra
professora dessas séries. Logo, a diferença não está no fator de gênero, mas, no sentido conceitual da
palavra diferença, pois os indivíduos são diferentes uns dos outros em algum aspecto social, biológico ou
cultural. Referindo-se a questão cultural, aproveitamos por destacar a escolha da palavra CULTURA,
dita por uma das professoras, que nos coloca que a questão cultural torna-se um meio influenciador de
representações negativas em torno dos professores das séries iniciais.
Ora observa-se que o meio social e cultural também se torna um veiculo de disseminação de
representações muitas vezes negativas, que partem de conceitos e condutas históricas que geralmente
estão cristalizadas e enraizadas no seio da sociedade, uma sociedade de valores preponderantemente
dominantes, onde os sujeitos sociais estão subordinados as suas regras e leis ditadas pela cultural
patriarcal e machista de ver as relações sociais entre homens e mulheres.
Já as representações mais pertinentes dos professores e que não fugiram muito das feitas pelas
professoras, foram: COMPETÊNCIA, AUTORIA e VISÃO POLÍTICA. As representações
evidenciadas pelos professores são argumentadas pelas mesmas colocações feitas pelas professoras de
que os professores homens têm a mesma competência, capacidade e habilidade de desenvolver um
trabalho docente verdadeiramente respeitado e proveitoso como as demais professoras do gênero
feminino. Um ponto que foi tocado foi a questão da autoria do professor, pois ele dever ser autônomo no
que faz, criando e recriando seu trabalho docente, assim, possuindo uma identidade profissional própria.
A visão política foi outra questão que foi levantada pelos professores, pois segundo eles, os professores
devem ter uma visão política global do meio em que está inserindo, ou seja, a escola que é implícita de
muitos interesses tanto particulares como coletivos, e mais os docentes devem ter em mente que eles
exercem uma atividade estritamente política, que é a responsabilidade de educar sujeitos cidadãos,
críticos e reflexivos para a sociedade. Frisamos também uma representação feita por um professor, que
colocou a PATERNIDADE, como sendo a figura do pai que o professor nessas séries iniciais exerce na
representação principalmente dos alunos carentes de proteção e afetividade da figura paterna, como
afirma o professor Oliveira.
Conclusões
Portanto, não queremos com essa pesquisa fazer uma relação de superioridade da figura masculina, mas,
deixar transparecer que as questões e relações de gênero são feitas e construídas no cotidiano das relações
sociais tanto de mulheres como de homens, ou seja, o que queremos deixar também a contribuir com esta
pesquisa, é que independentemente onde estejam situados homens e mulheres, seja nas relações sociais,
profissionais, afetivas ou em qualquer outra, não devemos ou ao menos não deveríamos menosprezar ou
até mesmo subordinar um gênero sobre o outro, como foi verificado no desenvolvimento desta pesquisa
por meio das tais representações sociais relatadas por professores (as). Portanto temos uma difícil missão
na concretude deste trabalho, que é a de lutar pela equidade de gênero nos diferentes segmentos da
sociedade.
Referência
HYPOLITO, Álvaro L. Moreira. Trabalho docente, classe social e relações de gênero. Campinas, SP:
Papirus, 1997. (Coleção Magistério. Formação e trabalho pedagógico).
LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 3.ed
Petrópolis,RJ: Vozes, 1997.
LÜDKE; ANDRÉ. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas, São Paulo: EPU, 1986.
122
MOSCOVICI, Serge. Representações sociais: Investigações e psicologia social. 2ª ed. Petrópolis: Vozes,
2004.
OLIVEIRA, Ivanilde Apoluceno de.IN: Espaço escolar – Território de Construção de representações e
identidades. Filosofia da Educação: Reflexões e debates, Belém, Unama, 2003.
ORLANDI, Eni Puccinelli. Análise do discurso: princípios e procedimentos. Campinas – SP: Pontes. 6ª
edição, 2005.
SCOTT, Joan. IN: Gênero: Uma categoria útil de análise histórica. Educação & realidade: Mulher e
educação. COSTA, Rovílio. FERRARI, Alceu R. Editora: UFRGS, RS. Vol. 15, n° 2; 1990.
TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa
em educação. São Paulo: Atlas, 1997.
NATIVOS TEMPORÁRIOS: MAPEANDO ÁGUAS DA GRADUAÇÃO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
1
Thaís Costa, 2Dalila Antero,3Ricardo Rodrigues,4 Thaize Bianca Figueiredo, 5 Prof. Dr. Samuel Sá,
6
Prof. Dra. Denise Machado Cardoso
1
2
3
4
Universidade Federal do Pará- [email protected]
5
Universidade Federal do Pará- [email protected]
6
Universidade Federal do Pará - Orientadora – [email protected]
Este artigo foi elaborado a partir de análises iniciais sobre a transição entre o ensino médio e o ensino
superior na Universidade Federal do Pará. Precisamente, buscou-se deter nas realidades de calouros e excalouros recentes do Curso de Ciências Sociais. Em termos metodológicos utilizou-se a pesquisa sócioantropológica, na qual se vislumbrou a oportunidade destes alunos recontarem suas experiências e seus
estranhamentos neste curso e nesta instituição de ensino superior. O estudo foi realizado por docentes e
discentes do Projeto Extracurricular Temático de Ciências Sociais – Pet/GT/CS, que assumiu, desde
2008, a possibilidade de pensar, esclarecer e ouvir vozes do mundo da graduação.
Palavras-chave: Ciências Sociais, calouros, graduação
Introdução
Quando observa-se que ao longo do quase 50 anos do Curso de Ciências Sociais da UFPA não há
registros de estudos voltados para o acompanhamento, de forma mais sistemática, da formação de
universitários e universitárias, verificamos que esta necessidade reflexão se apresenta como valiosa para
se pensar o curso em vários aspectos.
Parte do grupo do Pet/GT/CS que desenvolveu esta pesquisa já experimentou nas semanas acadêmicas de
2008 e 2009 aquele papel notório de ―prático de barra‖, conduzindo nativos de longe para dentro dos
meandros fluviais paraenses. ―Prático de barra‖ pode ser um nome para uma competência no interior da
UFPA.
Objetivos
Renovar uma abordagem da Antropologia da Educação de praticar, como em extensão, tentativas de
avivar a chegada de calouros; destacar a importância de pensar, pesquisar e falar sobre educação em seus
aspectos formais e informais; realizar um breve histórico acerca do PET/GT/CS- Ciências Sociais e do
curso de Ciências Sociais.
Foi realizada a pesquisa sócio-antropológica, na qual se vislumbrou a oportunidade destes alunos
recontarem suas experiências e seus estranhamentos neste curso e nesta instituição de ensino superior. O
estudo foi realizado por docentes e discentes do Projeto Extracurricular Temático de Ciências Sociais –
Pet/GT/CS, que assumiu, desde 2008, a possibilidade de pensar, esclarecer e ouvir vozes do mundo da
graduação.
Quando observa-se que ao longo do quase 50 anos do Curso de Ciências Sociais da UFPA não há
registros de estudos voltados para o acompanhamento, de forma mais sistemática, da formação de
universitários e universitárias, verificamos que esta necessidade reflexão se apresenta como valiosa para
se pensar o curso em vários aspectos.
123
Diante disso, um grupo de estudos do Projeto Extracurricular Temático de Ciências Sociais – PET/GT/CS
assumiu, desde 2008, esse conjunto de possibilidades para pensar, esclarecer e ouvir vozes do mundo da
graduação.
De acordo com Sá (2008) ―Sendo extracurricular, o PET faz seus papéis como uma extensão ‗para dentro‘
(ou também para fora) da universidade. Ele explora lacunas que as aulas não satisfazem para a inserção
de discentes, não nas disciplinas apenas, mas na vida universitária ou na identidade universitária e na
cidadania
Cardoso (1986) destaca que, trabalhar com o discurso dos agentes sociais da sociedade pesquisada requer
senso crítico muito aguçado e constante análise do contexto em que algo foi dito ou omitido pois, embora
se tenha sempre a intenção de descrever, traduzir, analisar e interpretar com maior fidedignidade possível,
eventualmente pode-se cair em ―armadilhas‖ do trabalho de campo (CARDOSO, 1986, p. 95-105).
Mas como manter o distanciamento e a objetividade quando se estuda ―em casa‖? Como manter a
curiosidade que brota do estranhamento e do choque cultural?
Para
um
pesquisador
ou
pesquisadora que investiga em sua própria terra natal (mas também para uma pessoa externa à sua
realidade) o caráter científico de seu estudo deve estar relacionado às condições teóricas e não apenas à
curiosidade pessoal.
De acordo com Bourdieu (1999), a familiaridade de sociólogos e sociólogas com o universo social
―produz continuamente concepções ou sistematizações fictícias ao mesmo tempo em que as condições de
sua credibilidade [...] deve-se impor uma polêmica incessante contra evidências ofuscantes que
proporcionam, sem grandes esforços, a ilusão do saber imediato e de sua riqueza insuperável‖
(BOURDIEU, 1999, p.23).
Santos (2008) destacam o trabalho do psiquiatra norte-americano David Ausubel, que na década de
sessenta elaborou uma das primeiras teorias de aprendizagem, que buscam a aprendizagem e o ensino
tendo o aluno como referencial. De acordo com Ausubel, a aprendizagem é muito mais significativa à
medida que o novo conteúdo é incorporado para ele a partir da relação com seu conhecimento prévio.
As ideias de Ausubel também se caracterizam por basearem-se em uma reflexão específica sobre a
aprendizagem escolar e o ensino, em vez de tentar somente generalizar e transferir à aprendizagem
escolar conceitos ou princípios explicativos extraídos de outras situações ou contextos de aprendizagem.
(SANTOS, 2008, p.52-53).
Os eixos ensino, pesquisa e extensão são, em suas propostas, integradores da produção, divulgação e
aplicação de saberes científicos. Todavia, a ênfase maior na Universidade Federal do Pará ainda recai
principalmente no eixo ensino e, principalmente no ensino de graduação. E, a discussão acerca do ensino
requer cuidados na medida em que ensinar não é apenas transferir conhecimento, mas criar possibilidade
para sua criação. No presente estágio do estudo podemos destacar que a viagem aos recônditos da
graduação faz ainda mais sentido no começo. A UFPA como educadora tem muitas faces expostas mas
também recônditas, algumas concomitantes, e outras posteriores e anteriores. Para justificar esta nota de
trabalho em andamento, é importante considerar que os entrantes na UFPA são um parte franqueada,
outras são filtros, ou crivos ou peneiras. Uma peneira são as evasões do ensino fundamental, uma segunda
são as evasões do ensino médio, uma terceira ocorre no vestibular, pois se contabiliza aprovação de
aproximadamente 10% dos inscritos neste processo seletivo e 90% ficam fora das vagas ofertadas (4000
aprovados para 40000 candidatos).
No que diz respeito à trajetória da graduação, Brito (2007) diz que ―A UFPA vislumbra alguns desafios
para o ensino de graduação nos próximos anos. Talvez o mais instigante seja o da concepção de
formação. [...] A chave para o êxito nesta tarefa parece estar nas estratégias metodológicas aplicadas para
promover a aprendizagem. Metodologias sócio-interacionistas e interdisciplinares (JORNAL BEIRA DO
RIO. Ed. 52).
Conclusão
Verificou-se que os discentes precisam buscar o aproveitamento pleno de oportunidades e possibilidades
que existem na UFPA, e evitar ―cruzarem os braços‖ e ―fecharem os olhos‖ diante de eventuais perdas
por evasão ou retardos por reprovação.
As propostas do Pet de Ciências Sociais centralizam-se em objetivos proporcionadores de maior
integração de discentes de graduação e pós-graduação, bem como a integração com docentes através de
eventos de natureza diversa, no âmbito da pesquisa, ensino e extensão.
SÁ, S. PET – Alternativa de Excelência. In: PET em Foco. Belém: EDUFPA, 2008. p.21
124
BRITO, L. A Universidade e a Trajetória de Graduação em 50 Anos. In: Jornal Beira do Rio. Ed. 52.
Belém: 2007
BOURDIEU, P. Preliminares Epistemológicas. Petrópolis: Vozes, 199
CARDOSO, R.C.I. Aventuras de Antropólogos em Campo ou Como Escapar das Armadilhas do Método.
In: Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1986. p. 95-105.
SANTOS, F.C.J. Aprendizagem Significativa- Modalidades de Aprendizagem e o papel do Professor.
Porto Alegre: Mediação, 2008 p. 52-53
O CRESCIMENTO URBANO E AS TRANSFORMAÇÕES NA PAISAGEM: O CASO DA ORLA
DA ILHA DE CARATATEUA/BELÉM-PA
1
Celina Marques do Espírito Santo, 2Ynis Cristine de Santana Martins Lino Ferreira , 3 Nathalia Cristina
Costa do Nascimento, 4 Márcia Aparecida da Silva Pimentel (Professora Orientadora)
1
[email protected]
2
Núcleo de Meio Ambiente da Universidade Federal do Pará – NUMA/UFPA–
[email protected]
3
[email protected]
4
Universidade Federal do Pará - UFPA – [email protected]
A Ilha de Caratateua apresenta uma paisagem de acelerada expansão urbana em conseqüência do
desenvolvimento de atividades turísticas, crescente nas últimas décadas. A falta de um planejamento
definido com o suporte teórico da geografia, por parte das políticas públicas de ocupação desses espaços,
proporcionou os impactos causados por determinados tipos de intervenção. Assim, este trabalho se propõe
a analisar a ocupação da orla da Ilha de Caratatuea, tendo o suporte o mapa de uso e ocupação do solo,
com o qual as políticas públicas de apropriação desses espaços poderiam minimizar os impactos
mencionados.
Palavras-chaves: Ilha de Caratateua, crescimento urbano, transformações na paisagem.
Introdução
A Ilha de Caratateua, localizada na zona costeira paraense, em virtude sua posição geográfica caracterizase por apresentar uma paisagem que lhe é peculiar, existindo ao longo da mesma um complexo sistema de
estuários, hoje bastante descaracterizados em detrimento da expansão urbana e dos incentivos ao
desenvolvimento de atividades turísticas que foi crescente nas últimas décadas.
O crescimento da atividade turística na região ocorre em detrimento de um planejamento definido com o
suporte teórico metodológico desenvolvido pela ciência geográfica. Assim, ao ter esse suporte, as
políticas públicas de apropriação desses espaços poderiam minimizar os impactos causados por
determinados tipos de intervenção.
Objetivos
Analisar o processo de expansão urbana e ocupação do solo na orla da ilha de Caratateua, através de um
mapa de uso do solo, associando tal uso às mudanças na paisagem e seus respectivos impactos originados
pela construção do complexo urbanístico na Ilha.
Para realização desse trabalho foi feita primeiramente uma revisão bibliográfica sobre o tema, além da
posterior discussão sobre os conceitos levantados pela pesquisa.
Subseqüentemente realizamos trabalho de campo que nos permitiu observar informações referentes ao
uso do solo à paisagem e aos impactos ocasionados pela inadequada apropriação do local.
E por fim, elaboramos um mapa temático onde utilizou-se das técnicas de sensoriamento remoto, sendo
importante na aquisição, manipulação e interpretação dos dados temáticos, oferecendo subsídios para corelação dos processo de degradação que são conseqüências do uso e ocupação do solo de forma
desordenada. Utilizou-se do programa ARCVIEW para elaboração do mapa temático do uso e ocupação
do solo, a partir da interpretação das cartas do RADAM de 1974 e as ortos/CODEM de 1972/77/98.
Algumas observações foram realizadas durante os trabalhos de campo, sendo efetuados os cruzamentos
entres os planos de informação e dados de campo.
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Resultados
Por meio da análise do mapa de uso e ocupação do solo produzido, somadas as informações obtidas em
campo, foi possível observar a dinâmica da paisagem ao longo da orla na Ilha de Caratateua, através das
observações a seguir.
Partindo de leste a oeste, na região da Praia de Brasília, área mais densamente ocupada por residências e
edificações, percebeu-se uma forte pressão sobre o meio. A ocupação humana sobre as falésias,
consideradas áreas de risco, acelera os processos erosivos, desestabilizando ainda mais a área.
Na região da praia dos Artistas há existência de áreas de campo de graminhas, decorrente da retirada da
vegetação e ocupação humana diversificada como: hotéis e residências, abrangendo classes médias, a
exemplo das chácaras.
Nas regiões da praia Grande e do Amor percebe-se diversos usos do solo com a presença de hotéis,
comércios e principalmente bares e restaurantes e o uso recreativo com praças, no qual se intensificam os
processos erosivos. Atualmente a ocupação humana vem intensificando os processos erosivos, poluindo o
solo e cursos de água, através da contaminação doméstica industrial.
Com base nos estudos anteriores e em observações feitas no campo, verificou-se que há algumas
agressões ao meio sócio-ambiental, com modificações na paisagem, conforme ressaltamos anteriormente
e que através de um efeito de ação e reação, os impactos causados ao meio natural, repercutem
diretamente no bem estar social, principalmente da população que reside na ilha. Relacionamos a
mudança na paisagem aos processos de reprodução sócio-espacial, em virtude da atuação de diversos
agentes como: estado e agente imobiliários que, através da apropriação desordenada desse espaço,
viabilizam a existência de impactos sociais e ambientais no local.
Conclusões
O presente trabalho evidenciou o uso e ocupação do solo como um importante fator acelerador da
dinâmica da paisagem ao longo da orla da Ilha.
Os fatores naturais e humanos na orla da Ilha de Caratatuea, como em toda ilha, não podem deixar de
serem vistos indissociados de um contexto histórico no qual se inserem, pois a expansão populacional,
tanto na orla e adentrando o continente foi uma das mais importantes avaliadas, do ponto de vista
quantitativo/qualitativo, no que diz respeito ao uso do solo.
Bibliografia
CORRÊA, Roberto Lobato. O Espaço Urbano. 4. ed. São Paulo: Ática, 2002.
MEDEIROS, A. M. S. Aspectos Geográficos da Ilha de Caratateua. Belém: IDESP, 1971.
MENDONÇA, Francisco. Geografia Física: Ciência Humana? 7. ed. São Paulo: Contexto, 2001.
SILVA, A. V. da. A Ilha de Caratateua e problemas ambientais após a ponte Icoaraci/Outeiro, 1997.
25f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Geografia) – Centro de Filosofia e Ciências
Humanas, Universidade Federal do Pará, Pará, 1997.
TRINDADE JÚNIOR, S. C. A Didade dispersa: Os novos espaços de assentamentos em Belém e a
reestruturação metropolitana, 1998. 395f. Tese (Doutorado em Geografia Humana) – Faculdade de
Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.
1
PET – GEOGRAFIA NO PARQUE AMBIENTAL DO UTINGA BELÉM/PARÁ
Adriane Karina Amin de Azevedo, 2 Antônio Carlos Ribeiro Araújo Júnior, 3 Jamille Ferreira Guimarães,
4
Michel Pinheiro Carvalho, 5João Márcio Palheta da Silva
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Prof. Dr. da Universidade Federal do Pará - [email protected]
PET no Parque é uma atividade de ensino que vem sendo desenvolvida desde o ano de 2007 pelo
Programa de Educação Tutorial – PET/Geografia, da Universidade Federal do Pará, no Parque Ambiental
de Belém (PAB), localizado no bairro do Útinga, Belém-Pará, tendo como objetivo colaborar na
formação dos graduandos em geografia, bem como, fomentar as discussões em âmbito acadêmico sobre a
problemática que atinge a área abordada, assim como, promover a integração entre o grupo PETGeografia e a comunidade acadêmica.
Palavras chaves: Pet-Geografia, Educação Ambiental e Parque Ambiental de Belém.
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Introdução
O PET no Parque é uma atividade de ensino que vem sendo desenvolvida desde o ano de 2007 pelo
Programa de Educação Tutorial – PET/Geografia, da Universidade Federal do Pará, no Parque Ambiental
de Belém (PAB), localizado no bairro do Útinga, Belém-Pará.
O Parque Ambiental de Belém (PAB) se configura como uma Unidade de Conservação de proteção
integral, criado pelo Decreto Estadual n º 1.552, em 03 de maio de 1993. Abrange uma área de 1.380
hectares e está inserido na Área de Proteção Ambiental dos Mananciais de Abastecimento de Água de
Belém (APA-Belém).
De acordo com Baía Jr. e Guimarães (2004), o PAB apresenta, ao longo de sua extensão, uma floresta
com tipologia preponderante de floresta de terra-firme, mas também são encontrados: floresta de várzea,
matas secundárias, capoeirões e capoeiras. Encontram-se uma variedade de espécies da fauna amazônica,
inclusive algumas ameaçadas de extinção como: o cachorro-do-mato-de-orelha-curta (Atelocynus
microtis) e a doninha-amazônica (Gramnogale africana).
O PAB se mostra como um importante instrumento de ensino e pesquisa para os graduandos de Geografia
e áreas afins, já que é possível reconhecer a biodiversidade natural da região Amazônica e os problemas
sócio-espaciais da área e do seu entorno, fomentando uma melhor consciência ecológica.
Objetivo
A referida atividade almeja colaborar na formação dos graduandos em geografia, bem como, fomentar as
discussões em âmbito acadêmico sobre a problemática que atinge a área abordada, assim como, promover
a integração entre o grupo PET- Geografia e a comunidade acadêmica.
Metodologia
A atividade ―PET no Parque‖ foi idealizada por meio de reunião do grupo PET- Geografia da
Universidade Federal do Pará, sendo desenvolvida com base em trabalhos de campo no Parque Ambiental
de Belém(PAB),onde foram realizadas as seguintes práticas de aprendizagem:
Palestras dos bolsistas do Programa de Educação Tutorial em Geografia(PET-Geografia), com as
temáticas: Morfologia do Parque, Caracterização do Ecossistema Amazônico, Recursos Hídricos do
Parque, Educação Ambiental e Expansão Urbana, bem como, palestra ministrada pelo técnico de
saneamento da COSANPA, referente ao abastecimento de água em Belém. Além da execução da ―Trilha
Ecológica,‖realizada com o acompanhamento do sargento da Polícia Ambiental, sendo de fundamental
importância para a verificação e ratificação dos assuntos abordados, tendo o suporte teórico acentuada
relevância na análise e execução dessa atividade.
A aplicação e desenvolvimento da atividade intitulada ―PET no Parque‖ se processa com o intuito de
despertar na comunidade acadêmica o conhecimento para além dos muros da universidade, para que por
meio do debate em campo possa-se mensurar o nível de significância de um ponto tão importante da/para
a Região Metropolitana de Belém (RMB), o Parque Ambiental de Belém (PAB), uma vez que abriga dois
estratégicos mananciais (o Lago Bolonha e o Lago Água Preta) de abastecimento hídrico da Região.
Tal atividade é relevante, pois a área de estudo em questão é pouco conhecida tanto pela comunidade
acadêmica, quanto pela própria população da RMB. Ambas desconhecem até mesmo o fato de que o PAB
esta em uma Área de Proteção Ambiental (APA-Belém), a qual esta sob jurisdição da Secretaria Estadual
de Meio Ambiente (SEMA). Por ser uma APA, merece (ou pelo menos deveria) receber atenção especial
por parte da comunidade como um todo, do poder público e da concessionária responsável pelo
abastecimento e tratamento da água da RMB a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa).
Para tanto, o Programa de Educação Tutorial em Geografia (PET-Geografia) vem por meio da atividade
intitulada ―PET no Parque‖ acrescentar informações ao cabedal de conhecimento do aluno de graduação,
apresentando-lhe a realidade através de trabalho de campo e do debate em campo sobre o campo, para
assim aproximá-lo da realidade não presente em seu cotidiano, questionando-o sobre variáveis políticas,
econômicas, sociais, fisiográficas, etc
A atividade prática realizada pelo grupo PET Geografia no Parque Ambiental do Utinga apresentou como
resultado ascendente, uma maior aproximação do conteúdo acadêmico com a realidade socioeespacial.
Possibilitando a verificação e o enriquecimento cientifico geográfico, sendo este fundamental para o
desenvolvimento teórico e prático da profissão almejada, colocando em sintonia com a ciência geográfica,
áreas afins e a prática de atividades integradas em temas debatidos e explicitados no decorrer da
realização da atividade em exercício; a exemplo do que envolve a conceituação e aplicação das categorias
geográficas, espaço, lugar, região, paisagem e território com a realidade empírica. Relacionando a
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dinâmica ambiental do parque com a pressão urbana e todas suas complicações presentes em seu entorno.
Esta atividade veio contribuir na formação dos discentes no que se refere às questões socioambientais que
são imprescindíveis para a formação dos geógrafos, assim como proporcionar uma análise prática e
teórica eficiente em Geografia. Dessa forma foi possível constatar que as problemáticas que se
apresentam na e pela sociedade carecem de uma análise geográfica, logo, aí se identifica a grande
necessidade de uma maior aproximação da comunidade acadêmica com as problemáticas de uma
sociedade capitalista, sendo esta a base para as atividades de ensino, pesquisa e extensão. Três vertentes
de grande relevância, as quais norteiam a base do Programa de Educação Tutorial.
Conclusão
Assim, é nesse sentido de colaborar com a comunidade acadêmica que o Pet-Geografia desenvolve a
atividade ―PET no PARQUE‖, evidenciando promover uma integração entre o ensino da graduação e a
atividade de extensão, com objetivo de aliar teoria e prática no conhecimento do aluno da graduação.
Portanto, a atividade se mostra de importante relevância para a comunidade acadêmica e para os alunos
bolsistas do Pet- Geografia, tendo em vista que propicia o aluno a conhecer melhor as problemáticas
ambientais, bem como propor soluções para as mesmas, objetivando melhorar a relação sociedadenatureza.
BAÍA Jr., P. C.; GUIMARÃES, D. A. de Araújo. Parque Ambiental de Belém: um estudo da conservação
da fauna silvestre local e a interação desta atividade com a comunidade do entorno. Revista Científica da
UFPA. v. 4, p. 1-18. abril. 2004.
FERREIRA, A. M. M. SALATI, E. Forças de transformação do ecossistema Amazônico. Estud. av. vol
19 n° 54. São Paulo: may/aug. 2005
PARÁ. Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente. Parque Ambiental de Belém:
plano de manejo. Belém: SECTAM, 1994. 86 p.
BONA, L.E. Educação ambiental para conscientizar pequenos cidadãos. Ecos: revista quadrimestral
de saneamento ambiental, Porto Alegre, Prefeitura de Porto Alegre, DMAE, v. 6, n. 15, p. 34-35,
jul.1999.
PET NA ESCOLA: CONSTRUINDO NOÇOES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ÂMBITO
ESCOLAR
1
Rodrigo Rafael Souza de Oliveira, 2Romilson dos Santos Alcântara, 3Joyce Tamara Cavalcante de Souza
, 4Michel Brito de Lima, 5João Márcio Palheta da Silva
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Professor Dr. da Universidade Federal do Pará - [email protected]
A atividade denominada ―PET na escola‖ foi criada em 2007 como parte das atividades de extensão do
grupo PET Geografia da UFPA, no intuito de atender a uma demanda que se faz cada vez mais necessária
na atualidade – noções de Educação Ambiental no âmbito escolar. Neste sentido, buscou-se realizar
atividades que contemplassem tanto os conteúdos escolares ministrados pelos professores, quanto a
realidade vivida pelos alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Dr. Aníbal Duarte/Belém/PA,
onde foram selecionadas turmas de 1ª a 7ª série do ensino fundamental.Assim se trabalhou com cada série
um tema relacionado ao assunto em questão.
Palavras-Chave: Educação Ambiental; Escola.
Introdução
A utilização inadequada dos recursos ambientais tem se revelado como um dos principais problemas
enfrentados, atualmente, pela humanidade, de maneira que surge a necessidade de se criar leis que
venham inibir tal utilização. Nesse sentido, surge a Educação Ambiental, sendo esta um ramo da
Educação que busca conscientizar a humanidade de que se deve estabelecer uma relação não predatória
com a natureza.
Entretanto, a temática ambiental ainda tem sido pouco discutida com esses alunos, sobretudo, em escolas
públicas, tendo em vista que estas enfrentam inúmeras dificuldades infra-estruturais e organizacionais
para realização de tais atividades. Cientes de tal necessidade, o grupo PET- Geografia da Universidade
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Federal do Pará desenvolveu um projeto que levou noções de Educação Ambiental para escolas da rede
pública. Sendo que, no ano de 2009 o projeto foi desenvolvido na Escola Estadual de Ensino
Fundamental Dr. Aníbal Duarte/ Belém-PA, na qual se realizou atividades com alunos da 1ª a 7ª série do
ensino fundamental. A ação extensionista adaptou os conteúdos trabalhados de acordo com as
necessidades da escola considerando-se a capacidade cognitiva dos alunos, o que levou a realização de
diferentes atividades com graus diversificados de dinâmicas e práticas lúdicas.
Objetivos
Desenvolver atividades, através de práticas lúdicas e educativas, que complementem o conhecimento do
alunado a respeito da Educação Ambiental.
As atividades do ―PET na escola‖ foram programadas através de reuniões dos membros do Programa de
Educação Tutorial de Geografia, sendo selecionada uma escola da rede pública de educação (citada
acima) e verificadas as suas necessidades educacionais. A escola Aníbal Duarte foi selecionada e
sucessivamente visitada para se realizar os ajustes administrativos. O corpo técnico da Escola informou
ao grupo sobre a carência de se trabalhar a Temática Ambiental, fato que levou o grupo a desenvolver tal
temática em turmas de 1ª a 7ª série do ensino fundamental, contando-se com a participação dos
professores das respectivas séries. Os procedimentos metodológicos foram adaptados a cada série
conforme o nível cognitivo dos alunos. Diante disto, trabalhou-se com os alunos da 1ª e 2ª série o tema:
―Relação Sociedade – Natureza‖, onde as crianças foram estimuladas a criarem histórias a partir de
desenhos criados por elas próprias que englobavam a temática, além da confecção de cartazes para serem
divulgados nos quadros de aviso da escola. Já com os alunos da 3ª e 4ª série foi trabalhado o tema: ―Água
e Lixo‖, sendo desenvolvidas atividades com recortes de figuras de revistas, artigos, jornais etc, com
identificação, classificação e colagem das figuras em cartazes específicos, visando também divulgá-los na
escola. Além das explicações com ilustrações de materiais recolhidos nas ruas do bairro onde localiza-se
a escola, tais como: garrafas de vidro e garrafas pet, materiais descartáveis, latinhas de alumínio, tampas
de garrafas, dentre outros. Enquanto que com os alunos da 5ª série desenvolveu-se atividades relacionadas
à reciclagem de materiais descartáveis que são utilizados com mais freqüência em casa e encontrados nas
ruas, como: tampas de garrafa, canudinhos de plástico, madeira, etc. Além da exposição e discussão do
vídeo ―A gota borralheira‖. E por fim, com os alunos da 6ª e 7ª série com os quais se trabalhou a
Educação Ambiental por meio de músicas, poesias e filme.
Resultados
Acredita-se que as atividades realizadas contribuíram para a construção de noções introdutórias da
temática ambiental, assim como proporcionou um momento de descontração e lazer para os alunos,
comumente, envolvidos na formalidade do cotidiano escolar. Acredita-se também que a referida atividade
desenvolveu nos alunos a capacidade de observação da problemática no cotidiano, identificando-os
enquanto sujeitos relevantes na prática e multiplicação das noções de educação ambiental, assim como
agentes potencialmente transformadores de suas realidades e comprometidos com o uso sustentável do
meio ambiente.
Conclusões
Percebeu-se uma significativa carência de atividades que proporcionassem aos alunos o desenvolvimento
de noções da questão ambiental. Constatou-se o quanto é importante levar a esses alunos um aprendizado
que proporcione mudança de atitudes. Ressalta-se que o trabalho tratou-se de uma ação pontual que
necessita ser multiplicada em prol do meio ambiente.
Referências
BOOKCHIN, M. Por uma Sociedade Ecológica. Barcelona. Gustavo Gili, 1998.
CARVALHO, I. Educação Ambiental. A formação do sujeito ecológico. São Paulo: Cortez, 2004.
CARVALHO, I.C.M. Educação, meio ambiente e ação política. In: ACSELRAD, H. (Org). Meio
ambiente e democracia. Rio de Janeiro, IBASE,1992.
CRESPO, S. (coord). O que o Brasileiro pensa do meio ambiente, do desenvolvimento e da
sustentabilidade. Rio de Janeiro: MAST/ CNPQ e ISER, 1998.
CUNHA, S. B. ; GUERRA, A .J.T (orgs). A Questão Ambiental. Diferentes Abordagens. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
DREW, D. Processos interativos homem x meio: Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
REBOUÇAS, A. Uso inteligente da água. São Paulo. Escrituras, 2004.
129
REIGOTA, Marcos. A floresta e Escola: uma Educação Ambiental Pós-Moderna. São Paulo: Ed. São
Paulo, 2002.
SANTOS, M. et al. Natureza e Sociedade hoje: uma leitura geográfica.4ª Ed. São Paulo, Annablume,
2002.
TRAJBER, R.; MANZOCHI, L. Avaliando a educação ambiental no Brasil. São Paulo: Editora Gaia,
Coleção Gaia-Ecoar,1996.
VISSENTINI, J. W. Geografia, natureza e sociedade. 3ª ed. São Paulo: Contexto, 1997.
POLÍTICAS PÚBLICAS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM COMUNIDADES
TRADICIONAIS DA AMAZÔNIA
1
Luiz Cláudio Moreira Melo Júnior, 2Maria Dolores Lima da Silva
1
Estudante do 10º semestre do curso de Ciências Sociais da UFPA – [email protected]
2
Doutora em Ciência Política e professora da Faculdade de Ciências Sociais da UFPA – [email protected]
Resumo: O trabalho visa analisar dentro do Programa Comunidades Tradicionais estabelecido pelo Plano
Plurianual (PPA) 2004-2007 o impacto das políticas de preservação e desenvolvimento sustentável sobre
comunidades tradicionais no estado do Pará, em particular as comunidades do município de Cametá.
Teoricamente, buscou-se identificar as diferentes dimensões que a categoria comunidade pode assumir.
Ao se trabalhar com a categoria ―comunidades tradicionais‖, verificou-se de que forma esta temática tem
sido objeto de estudo no campo da Sociologia, relacionando essa perspectiva com questões como o
desenvolvimento sustentável da Amazônia. (Financiador: [UFPA/PARD]).
Palavras-Chave: Comunidades tradicionais, Amazônia, Políticas Públicas.
Introdução
O presente trabalho trata sobre a temática das políticas públicas na Amazônia voltadas para a questão
ambiental, abordando mais especificamente um programa do governo federal voltado para as populações
tradicionais, que é o Programa Comunidades Tradicionais, estabelecido pelo Plano Plurianual (PPA)
2004-2007. Teoricamente, busca-se fazer uma discussão acerca de que forma a categoria comunidade
aparece na teoria sociológica em autores como Tönnies, Durkheim e Weber, apontando para as diferentes
dimensões da categoria. Em seguida, busca-se fazer uma reflexão sobre comunidades tradicionais e a
forma pela qual esta temática tem sido objeto de pesquisa no campo da Sociologia, relacionando essa
perspectiva com questões ligadas ao desenvolvimento sustentável da Amazônia e as várias dimensões da
sustentabilidade. Empiricamente, busca-se mostrar como o Programa Comunidades Tradicionais está
estruturado e como se dá sua aplicação através da análise de projetos de desenvolvimento sustentável no
município de Cametá-PA, analisando-se dados empíricos obtidos por meio de entrevistas, a partir da
perspectiva das reflexões sobre sustentabilidade ambiental que apontam a necessidade de integrar a
perspectiva da diversidade social com conservação ambiental.
Objetivos
Analisar o impacto das políticas de desenvolvimento sustentável sobre comunidades tradicionais no
estado do Pará, em particular as comunidades do município de Cametá.
Metodologia
O presente trabalho foi realizado por meio de revisão bibliográfica sobre a forma pela qual a categoria
comunidade aparece na teoria sociológica em autores como Tönnies, Durkheim e Weber, apontando
também para as diferentes dimensões da categoria comunidade, como as dimensões ecológica,
antropológica e sociológica, por exemplo. O trabalho também buscou trabalhar com a categoria
―comunidades tradicionais‖ e a forma pela qual esta temática tem sido objeto de pesquisa no campo da
Sociologia, relacionando essa perspectiva com questões ligadas ao desenvolvimento sustentável da
Amazônia e as várias dimensões da sustentabilidade. Buscou-se trabalhar com fontes documentais obtidas
na internet em bancos de dados, como o disponível na página do Ministério do Meio Ambiente (MMA),
por exemplo, órgão ao qual o Programa Comunidades Tradicionais está vinculado, objetivando identificar
a forma pela qual o Programa está estruturado. Foi feita também uma visita ao município de Cametá, com
o objetivo de verificar a percepção dos atores sociais envolvidos nos projetos de desenvolvimento
sustentável desenvolvidos nas comunidades visitadas. Além disso, verificou-se também a metodologia de
trabalho da Colônia de Pescadores Z-16 de Cametá, que realiza a mediação de vários projetos ligados ao
referido Programa em comunidades do município.
130
Identificou-se as diferentes dimensões que a categoria comunidade assume de acordo com a abordagem
considerada, seja ela sociológica, antropológica ou ecológica. No campo da Sociologia, autores como
Durkheim, Weber e Tönnies apresentam contribuições importantes para o estudo sociológico de
comunidade, a partir dos elementos que eles nos dão para o estudo das relações sociais no seio da vida
comunitária. Assim, as noções que Durkheim (1982) lança de solidariedade mecânica, solidariedade
orgânica e consciência coletiva representam elementos de suma importância para o estudo de
comunidade. Para Brancaleone (2006), Tönnies faz uma distinção entre relações comunitárias
(gemeinschft) e relações societárias (gesellschaft), que representa uma base importante para o
entendimento das relações sociais no interior da vida comunitária. Já a contribuição de Weber (2002) para
o estudo de comunidade consiste no fato de que o mesmo autor nos apresenta aspectos importantes que
ajudam na caracterização de um conceito de comunidade, tais como as noções de tradição, costumes,
valores, prestígio, significados e autoridade, por exemplo.
Ao se trabalhar com a categoria ―comunidades tradicionais‖, o que se observa é uma dificuldade de
precisão conceitual, porém alguns autores têm contribuições importantes sobre essa questão. Castro
(2004) argumenta que nas últimas décadas observou-se um desenvolvimento bem maior das pesquisas
que tratam dos chamados ―povos tradicionais‖. Tais pesquisas se desenvolveram numa perspectiva muito
mais interdisciplinar, o que levou à construção de interfaces entre as ciências sociais e as ciências
naturais. O estudo de Almeida (1989) sobre espaços de terra de uso comum e conflito representa uma
contribuição importante sobre o estudo de comunidades tradicionais na Amazônia.
Com relação ao Programa Comunidades Tradicionais, o mesmo foi estabelecido pelo PPA 2004-2007,
está ligado à Coordenadoria de Agroextrativismo e derivou da Ação Apoio às Comunidades
Agroextrativistas da Amazônia – Amazônia Solidária – que integrava o Programa Amazônia Sustentável
do PPA 2000-2003. Portanto, observa-se um elemento de longevidade e continuidade do Programa, que
se consolidou a partir da perspectiva de valorização dos conhecimentos tradicionais e do saber local, tido
aqui como a antítese do processo de globalização. No município de Cametá, constatou-se que vários
projetos de desenvolvimento sustentável ligados ao Programa Comunidades Tradicionais são
desenvolvidos em comunidades do município a partir da mediação da Colônia de Pescadores Z-16 de
Cametá. A Colônia atua na formação na área de gestão ambiental e apresenta a seguinte metodologia:
primeiramente busca conhecer o edital que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) lança, órgão ao qual
o Programa Comunidades Tradicionais está vinculado; num segundo momento, busca-se associações que
estão legais e depois se visita as comunidades para apresentar os projetos de acordo com as necessidades
das comunidades. Vale destacar que as associações mais antigas de Cametá tiveram influência da Igreja
Católica, por meio de pregações que valorizavam a organização, a solidariedade, incentivando a formação
de cooperativas para receber apoio de políticas agroextrativistas. A avaliação dos membros de uma
comunidade visitada em relação ao projeto de manejo de açaí desenvolvido na comunidade foi positiva.
Segundo os moradores, o projeto elevou a produção de açaí, que antes era baixa. Entretanto, a dificuldade
na comercialização do produto foi ressaltado por todos os entrevistados, que apontaram a necessidade de
eliminar o ―atravessador‖ do produto e se animam com a possibilidade de instalar uma agroindústria
através do desenvolvimento de um novo projeto.
Conclusão
A partir de uma análise do desenvolvimento de projetos que fazem parte do Programa Comunidades
Tradicionais, pode-se perceber que a ação do governo junto às comunidades do município de Cametá
apresenta ganhos em termos de perspectivas de sustentabilidade social, a partir dos recursos naturais,
como o açaí, cujo cultivo, segundo os moradores, estava quase abandonado. O Programa representa um
esforço importante de valorização das práticas tradicionais de sobrevivência, ao mesmo tempo em que
busca introduzir uma nova racionalidade no manejo dos recursos naturais.
Referências
ALMEIDA, A. W. B. de. Terras de Preto, Terras de Santo, Terras de Índio – Uso Comum e Conflito. In:
CASTRO, E. M. R. de & HÉBETTE, J. (Orgs.). Na trilha dos Grandes Projetos – Modernização e
Conflito na Amazônia. Belém, NAEA/UFPA, 1989.
CASTRO, E. Território, Biodiversidade e Saberes de Populações Tradicionais. In: DIEGUES. A. C.
Etnoconservação – Novos Rumos para a Conservação da Natureza. 2º ed. São Paulo: Hucitec, 2004.
DURKHEIM, É. As Regras do Método Sociológico. 10º edição. São Paulo: Ed. Nacional, 1982.
BRANCALEONE, C. Comunidade, Sociedade e Sociabilidade: Revisitando Ferdinand Tönnies. Revista
de Ciências Sociais (Fortaleza), v. 39, p. 98-104, 2008.
WEBER, M. Conceitos Básicos de Sociologia. Tradutores: Rubens Eduardo Ferreira Frias, Gerard
Georges Delaunay. – São Paulo: Centauro, 2002.
131
SOCIABILIDADE, SIGNIFICAÇÃO E APRENDIZAGEM: OS FATORES SOCIAIS QUE
INFLUENCIARAM O SUCESSO NA TRANSIÇÃO DO ENSINO MÉDIO PARA O ENSINO
SUPERIOR DE ALUNOS DE BAIXA RENDA.
1
Adilásio Pedro Pereira Cruz Neto
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Orientador: Profº Dr. Samuel Maria Amorim e Sá
Este trabalho aborda a aprovação de estudantes de baixa renda no vestibular da UFPA, investigando a
socialização como fator de influência nessa conquista. Buscou-se entender como a aprendizagem é
condicionada por fatores externos a sala de aula. Foi utilizado a coleta 15 de relatos de um livro escrito
por universitários que contaram sua trajetória até a universidade e como superaram dificuldades. Também
foi realizado levantamento de referencial bibliográfico referente. Verificou-se que a socialização
proporciona condições para aprendizagem significativa através da leitura sobre experiências vividas pelos
referidos estudantes, gerando uma significação da avaliação dessas experiências como fatores de
estímulo.
Palavras-chave: Socialização, Aprendizagem Significativa, Sociologia da Educação.
Introdução
O presente estudo se debruça sobre a trajetória de estudantes de baixa renda, que superaram dificuldades e
conseguiram aprovação no vestibular da Universidade Federal do Pará, relatadas no livro ―Caminhadas de
universitários de origem popular‖ (Martins, 2006). Este livro é fruto de um trabalho do projeto de
extensão Conexões de Saberes, da UFPA, e contém relatos de universitários de baixa renda que
construíram uma trajetória de sucesso em ascender ao ensino superior.
Observamos através de relatos sistematizados que a educação formal depende de uma estrutura escolar
que garanta a eficácia em sua reprodução, isso significa professores presentes em sala de aula e
qualificados, infra-estrutura e boa gestão escolar. Do outro lado, são necessárias condições de
socialização que proporcionem a vivência de experiências múltiplas.
Os processos de socialização consistem na capacidade de se inserir em determinada cultura através da
percepção do auto-reconhecimento mediante todo o conjunto cultural. A socialização é um importante
fator percebido como fundamental para criar condições de um aprendizado significativo, de melhor
compreensão, culminando na aprovação no vestibular.
Os aspectos observados nesse estudo levam em conta: demarcadores de sucesso e insucesso, inspirações e
origem.
Objetivos
Entender como o processo de socialização pode influenciar o aprendizado significativo possibilitando
uma trajetória de superação e sucesso no processo de preparação e aprovação de estudantes de baixa
renda no exame do vestibular da Universidade Federal do Pará.
Metodologia
A metodologia utilizada envolve a coleta de dados secundários através do estudo sistemático dos relatos
de estudantes de baixa renda que obtiveram aprovação no vestibular contidos no livro ―Caminhadas de
universitários de origem popular‖. Foram extraídos 15 relatos, sintetizados em um quadro observando os
seguintes aspectos: demarcadores de sucesso, demarcadores de insucesso, sociabilidade e inspirações. A
partir da observação e sistematização desses aspectos, a revisão bibliográfica sobre aprendizagem
significativa e sociabilidade possibilitou a conexão teórica entre as condições adversas que os estudantes
enfrentaram e as estratégias que utilizaram para superá-las, de forma que se pudesse perceber como a
aprendizagem e o sucesso dependem em grande parte dos processos de socialização.
Segundo os relatos observados, as condições ideais para o bom desempenho na aprendizagem são
determinadas por elementos sociais como a disponibilidade de tempo, a qualidade da estrutura escolar,
pelo suprimento às necessidades básicas e pela estabilidade nas relações afetivas.
Assim, esses fatores são estruturados em uma sequência de significação onde os componentes da
aprendizagem interagem, sempre com base nas experiências vividas que irão orientar a percepção dos
vestibulandos sobre sua realidade, fazendo surgir fatores estimulantes que são respostas a essas
experiências. Esses componentes da aprendizagem devem ser entendidos como os fatores e as condições
132
sociais que irão influenciar o processo de aprendizagem e podem ou não estar inseridos no ambiente
escolar, por exemplo: a estruturação plena do núcleo familiar, a estabilidade da relação com familiares em
geral, a presença de amigos, a existência de modelos que inspirem o desenvolvimento intelectual e
profissional, a disponibilidade de tempo e de condições favoráveis ao estudo, condições de estudar em
boas escolas, técnicas adequadas para estudo e a identificação com o curso e com a profissão que almeja.
Dessa forma, é possível uma aprendizagem significativa, ou seja, um aprendizado, que apesar de estar
voltado para o estudo tecnicista e curricular (Freire, 2007), encontra significação na sociabilidade que o
estudante pratica em conflitos ou apoio de amigos, familiares, professores e demais agentes sociais que
estão inseridos na vivência desse estudante. A aprendizagem significativa constitui um modelo de
aprendizagem onde o conteúdo estudado se correlaciona com experiências vividas pelo estudante de
modo que não se tenha uma aprendizagem vazia, sem conexão com uma experiência anterior (Moreira,
1982). A experiência vivida, nesse caso, permite ao estudante que ele leia sua realidade pouco facilitadora
da aprendizagem tecnicista, por conta das restrições que sofre, como uma situação a ser superada, mas
que só será possível com o apoio daqueles que compõe sua rede de socialização.
Parte-se do pressuposto de que todos os indivíduos que compuseram a amostragem desta pesquisa
conseguiram atingir esse nível de desempenho, pois todos são estudantes de baixa renda – o que
supostamente constitui uma ausência de um elemento social de aprendizagem – mas todos conseguiram a
aprovação em um vestibular com um nível de concorrência idealmente elevado.
A socialização é um processo no qual o ser humano absorve os elementos da cultura (Brym, 2006). Ela
ocorre no processo de vivência e experimentação do mundo material através da interação com outras
pessoas diretamente ligadas ao indivíduo. Assim, a socialização constitui uma forma de educar para
reproduzir os padrões de uma sociedade (Durkheim, 1999), apesar de nem sempre ocorrer uma
reprodução pura.
Com a socialização, os estudantes que expuseram suas trajetórias mostraram que o aprendizado pode ser
motivado por fatores diversos e que situações precárias não diretamente relacionadas com os processos
pedagógicos podem ser superadas, transformando-se em um aprendizado empírico não curricular. Isso
influenciará o desempenho escolar, pois as inspirações e motivações advindas de experiências positivas e
negativas da sociabilidade com amigos, familiares ou instituições, conferem significado ao processo de
aprendizagem de tal modo que impulsiona à persistência, à dedicação, ao esforço, à necessidade de
retribuição e superação de condições sociais impostas apoiando-se nas experiências compartilhadas com
todos aqueles que marcaram sua socialização.
Conclusões
O processo de aprendizagem constitui um conjunto de significações que não são apenas curriculares, mas
sociais, experimentadas na socialização do estudante. Uma leitura subjetiva dessas experiências irá
estimular o processo de aprendizagem construindo uma trajetória de sucesso através de obtenção da vaga
em um curso superior da Universidade Federal do Pará.
Referências
DURKHEIM, Émile. As Regras do método sociológico. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. [36. ed.]. São
Paulo: Paz e Terra, 2007.
MARTINS, Adria Verena dos Santos et al. Caminhadas de universitários de origem popular: [UFPAUniversidade Federal do Pará]. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2006.
MOREIRA, Marco Antonio; MASINI, Elcie F. Salzano. Aprendizagem significativa: a teoria de David
Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982.
BRYM, Robert J.; LIE, John; HAMLIN, Cynthia Lins; et al. Sociologia: sua bússola para um novo
mundo. 1 ed. [S.l]: Cengage Learning, 2006.
UM OLHAR GEOGRÁFICO SOBRE A REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM E SUA
FORMAÇÃO HISTÓRICO-ESPACIAL
Antônio Carlos Ribeiro Araújo Júnior¹ ,Michel Brito de Lima²,João Marcio Palheta da Silva³
¹ Universidade Federal do Pará – [email protected]
² Universidade Federal do Pará – [email protected]
³ Universidade Federal do Pará – [email protected]
Um olhar geográfico sobre a Região Metropolitana de Belém e sua formação histórico-espacial busca
mostrar a importância desta região para o Estado, por esta concentrar grande redes de fluxos
133
(convergentes) através de sua divisão em três setores:1ª légua patrimonial, área de transição metropolitana
e área de expansão com o objetivo de analisar não somente as formas de ocupação do passado como
também discorrer como estas se processam no presente, ou seja, a expansão voltada para o interior do
continente.
Palavras-chave: Região Metropolitana de Belém, formação histórico-espacial, funcionalidades.
Introdução
Belém tem grande importância para o Estado do Pará por ser uma cidade que agrega grande rede de
fluxos (fluxos convergentes), sendo para este trabalho de grande valia para tornar mais clara a
compreensão sobre o processo de formação dividir a Região Metropolitana de Belém em três setores: 1ª
légua patrimonial, que compreende a área onde Belém foi fundada até o cinturão das instituições; a área
de transição metropolitana, que inicia no cinturão das instituições, passando pelos Bairros da Marambaia
e do Souza, findando no Entroncamento; a área de expansão, que abrange a Rodovia Augusto
Montenegro, a BR-316, a Alça Viária e ilhas componentes (especificamente as ilhas de Mosqueiro e
Caratateua – vulgo Outeiro). As dinâmicas sócio-espaciais são bastante singulares em cada setor,
ilustrando como a apropriação do espaço ocorre e se processa levando em conta principalmente o rio
como agente imanente de apropriação, visto que as primeiras formas de ocupação ocorreram partindo
dele.
Objetivo
Objetiva-se analisar não somente as formas de ocupação do passado como também discorrer como estas
se processam no presente, ou seja, a expansão voltada para o interior do continente.
Metodologia
O presente trabalho foi monitorado pelos professores doutores Saint-Clair Cordeiro da Trindade Jr.,
Genylton Odilon Rego da Rocha e Maria Goretti Tavares; professora mestra Ana Maria Medeiros e
mestrando Bruno Malheiros, os quais tem amplo domínio sobre as dinâmicas que se processam na Região
Metropolitana de Belém, tanto do ponto de vista geomorfológico, como sócio-espacial e também
turístico. Adotou-se como procedimento a visita in lócus sempre seguida de explanações sobre os pontos
de parada e mesmo sobre as áreas apenas observadas no translado, sendo tais explanações embasadas
teoricamente em autores como Roberto Lobato Corrêa e Milton Santos, os quais tem colaboração ímpar
para estudos da forma de ocupação do espaço, bem como para estudos que abarquem a repartição das
atividades considerando o dinamismo, o movimento contido no território.
Resultados
No hoje conhecido bairro da Cidade Velha, existia o Igarapé do Pirí, que foi aterrado e deu espaço à
expansão da cidade. É nesse ponto que tem início a 1ª Légua Patrimonial de Belém e onde se localiza a
área central, surgindo mais tarde por conta do aterramento os bairros da Campina, Reduto e Umarizal e
outros vão surgir como Guamá, Condor, Cremação, Jurunas (bairros periféricos), mas por conta da
construção do Dique da Estrada Nova na década de 40 (Av. Bernardo Sayão), com finalidade primeira de
conter alagamentos que ocorriam constantemente, dadas as condições geomorfológicas dos terrenos, com
baixas cotas altimétricas. Esses bairros periféricos se caracterizam não pela distância geométrica, mas
pela distância social em relação ao centro, neles percebe-se a presença de pequenos portos, de atividades
que tem estreita relação com o rio, de comércios atacadistas e varejistas, entre outros. Já o bairro central,
Cidade Velha recebeu a integração dos bairros do Reduto e do Umarizal, sendo que este último ganha
status de bairro ―nobre‖, promovendo o remanejamento das pessoas que lá moravam para o conjunto
Gleba I localizado no início da Av. Augusto Montenegro caracterizando um processo de expansão sócioespacial. A ―falta‖ de espaço na capital, bem como o fornecimento de serviços fora da 1ª légua
patrimonial e o melhoramento/revitalização de vias de acesso favorecem o nascimento de distritos e
novos municípios (Ananindeua, Marituba, etc), os quais assim como Belém fazem parte da Região
Metropolitana de Belém.
Os setores, 1ª Légua Patrimonial e área de expansão estão interligados pelo que Corrêa (1997) chama de
processo de Invasão-Sucessão (Substituição), o qual acontece em função da substituição de agentes,
sujeitos sociais dentro do espaço da cidade por conta da valorização do espaço através da modernização
(infraestrutura – bairros do Reduto e Umarizal), fazendo com que sua população (de classe baixa) vá para
(ou forme) para outro bairro, havendo a substituição do uso residencial (remanejamento – conjunto Gleba
I).
O fenômeno de invasão-sucessão é seguido também pelo processo que Corrêa(1997) chama de
Segregação, o qual ―é a tendência a organização do espaço em zonas de forte homogeneidade social
134
interna e com intensa disparidade social entre elas, sendo esta disparidade compreendida não só em
termos de diferenciação como também de hierarquia‖ (Castells, 1983). Tal fenômeno pode ser ainda de
Auto-segregação (procura deliberada do indivíduo por uma área mais reservada e adequada à moradia);
Segregação Imposta (não há possibilidade de escolha à moradia).
Já na área de transição metropolitana (terreno da marinha, do exército e da aeronáutica) percebe-se o que
Corrêa (1997) define como fenômeno de Inércia, o qual se define pela manutenção de uma dada forma
espacial (ou conteúdos) de determinado setor urbano mesmo cessado as condições que lhe deram origem
(exemplo loja Paris N‘América).
Além do processo de distribuição sócio-espacial percebe-se que as novas formas que se desenham no
território através de distintas combinações técnicas e sociais do trabalho e fluxos não necessariamente
materiais (capitais, mensagens, ordens, informações) acabam por mostrar os verdadeiros círculos de
cooperação, consequência dos circuitos espaciais da produção, mostrando também o uso diferenciado de
cada território na ótica da empresas, das instituições, dos indivíduos, permitindo compreender a
hierarquia dos lugares nas diferentes escalas, manifestando o par dialético redução da arena (local da
produção) e ampliação da área da produção.
Conclusões
Podê-se constatar que inicialmente o rio teve papel fundamental no processo de ocupação da cidade de
Belém, visto que o marco de fundação foi o Forte do Castelo, seguido do aterramento do igarapé do Pirí
possibilitando a formação de novos bairros como Umarizal, Reduto e Campina. Os acontecimentos
históricos de ocupação da capital hoje conhecida como Belém do Grão – Pará permitem entender como as
formas de estruturação espacial do passado levam Belém a se reestruturar, refuncionalizando espaços ou
do ponto de vista da ampliação, seus limites territoriais, fomentando atividades que vão desde o circuito
inferior da economia até o turismo.
Referências
CASTELLS. M. A Questão Urbana. Ed. Paz e Terra. 1983.
CORRÊA, R.L. Trajetórias geográficas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.
SANTOS, M. SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. São Paulo.
Record, 2001.
UM ORATÓRIO SALESIANO COMO PROPOSTA DE POLÍTICA PÚBLICAS
EDUCACIONAL
1
Vicente Vagner Cruz, 2Angélica Corrêa da Silveira, 3Samuel Maria Amorim Sá
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ -UFPA – [email protected]
2
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA- UNAMA – [email protected]
3
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ -UFPA – [email protected]
O presente trabalho visa mostrar a atividade recreativa pastoral que os salesianos desenvolvem todos os
domingos à tarde das 14h30min às 17h00min no bairro da Pedreira chamado ―Oratório Salesiano‖ como
proposta preliminar de políticas públicas de lazer, e educação como uma possibilidade de diminuição da
violência urbana. Discutindo o conceito de políticas públicas como um cálculo que precede, preside ação,
e que avalie as ações em vista de todos os cidadãos que pagam impostos, e que querem saber a respeito de
como o seu dinheiro está sendo investido. O estudo foi conduzido considerando duas partes importantes
da metodologia: a primeira corresponde a leituras bibliográficas sobre políticas públicas, educação,
adolescência, lazer, e o conceito de oratório; a segunda parte diz a respeito ao levantamento de dados da
freqüência das pessoas que participam das atividades do Oratório nos domingos à tarde, e coletar uma
amostra da média dos participantes para saber o perfil socioeconômico dos freqüentadores do Oratório do
segundo semestre de 2005 e do primeiro semestre de 2008. Contatou-se que a maioria dos freqüentadores
do Oratório tanto de 2005 como de 2008 é do sexo masculino tem uma média de idade entre os 13 anos
mora no bairro da Pedreira, e a principal motivação de vir para o Oratório é os jogos que tem no
ambiente, e os amigos que encontram. Assim, o Oratório funcionando desde origem da Escola Salesiana
do Trabalho mais de quatro décadas atendendo uma média de 200 jovens por domingo pode ser
considerada uma proposta preliminar de políticas públicas de lazer, e educação, pois não é somente um
espaço de aglomerar gente, mas um espaço de acolhida e socialização.
Palavras-Chave: Políticas Públicas, Cidadania, Oratório.
135
Introdução
O Oratório Salesiano é uma atividade recreativa que funciona no pátio da Escola Salesiana do Trabalho
localizado no bairro da Pedreira nos domingos à tarde das 14h 30 min às 17h30min. Várias atividades são
desenvolvidas tais como, campeonato de futebol de salão, torneio de vôlei, basquete, jiu-jitsu, dança de
rua e outros. Todas as atividades são movidas pela rádio do Oratório onde toca uma variedade de músicas
quer religiosa quer aquela que fora sucesso nas rádios de Belém, e pela 15h acontece ―o boa tarde‖ (um
momento de reflexão de dez minutos em que os animadores proferem umas palavras de reflexão) em
alguns domingos é liberado o uso da piscina para crianças e adolescentes. A constituição dos Salesianos
(1988), em seu artigo quarenta, diz que o Oratório ―é para os jovens a casa que acolhe, a paróquia que
evangeliza, escola que encaminha para a vida e pátio para se encontrarem como amigos e viverem com
alegria‖. Pois o principal objetivo dos Salesianos segundo o artigo 31 das constituições é ―educar e
evangelizar os jovens segundo um projeto de promoção integral do homem orientado para Cristo, homem
perfeito. Fieis às intenções de nosso fundador (Dom Bosco) visa formar bom cristão e honesto cidadão‖.
E o meio que os Salesianos usam para promoção do seu projeto pedagógico é o sistema preventivo que
―baseia-se inteiramente na razão, na religião e na bondade‖. (CF. MB XIII p.919). Dom Bosco (18151888) foi um sacerdote da Igreja Católica que viveu em Turim (Itália), em pleno século XIX, um período
em que a Itália estava passando por profundas crises sociais, período em que ocorre a revolução industrial
em Turim, muitos jovens e adolescentes vinham do interior com uma perspectiva de trabalho na capital,
mas quando chegavam ficavam à mercê de toda sorte. Observando essa realidade, Dom Bosco
influenciado por vários pensadores da Itália como Felipe Néri e Vitorino da Feltre começa a desenvolver
o Oratório na cidade de Turim. Graças a essas práticas os seus sucessores Salesianos começaram a
difundir essa atividade em todo o mundo até chegar ao Brasil em 1883 por intermédio do Império
Brasileiro. O Oratório no bairro da Pedreira, surgiu como uma extensão do Colégio do Carmo, dar-se
inicio um simples Oratório Festivo (Catequese-esporte-recreação dominicais) para crianças e
adolescentes. Com um terreno de 33.000 metros quadrado foi doado pelo então deputado Estadual Ferro
Costa, ex-aluno do Colégio do Carmo, com objetivo de construir uma obra que atendesse os jovens mais
carentes e ajudasse na profissionalização. E há 51 anos o Oratório Salesiano funciona como um anexo da
Escola Salesiana do Trabalho atendendo os jovens em situação de riscos do bairro da Pedreira e suas
adjacentes.
Objetivos
Analisar o Oratório Salesiano como uma possível proposta de políticas públicas educacional para a
diminuição de jovens em situação de risco sem ajuda de recursos da Prefeitura e do Governo do Estado
no período do segundo semestre de 2005 ao primeiro semestre de 2008.
A abordagem metodológica além da teoria é verifica a freqüência das pessoas ao Oratório no segundo
semestre de 2005, saber que são as pessoas que participam qual idade essa pessoa tem, e onde ela mora, e
tira uma média geral do sexo dos freqüentadores, da idade dos freqüentadores e da localidade onde esses
oratorianos moram. Em seguida passa-se um questionário para alguns oratorianos para saber um pouco
sobre o perfil sócio econômico dessas pessoas que freqüentaram o Oratório no segundo semestre de 2005.
Já os dados de 2006, e 2007 não podem ser colhidos porque o diretor durante esse período não permitiu o
funcionamento do Oratório porque ele tinha outras atividades planejadas para no final de semana usar as
quadras da Escola Salesiana do Trabalho. As atividades só retornaram no primeiro semestre de 2008, o
mesmo método usado para analisar o segundo semestre de 2005, foi usado para estudar o primeiro
semestre de 2008. Coletamos uma amostra da média geral de freqüentadores para depois confronta-la
com os freqüentadores de 2005. Para essa finalidade foram aplicados cinqüenta e um questionários para
os oratorianos que freqüentaram o segundo semestre de 2005, e quarenta e cinco questionários para os
oratorianos que freqüentavam o oratório no primeiro semestre de 2008;
Resultados
A presente monografia procurou manter-se na linha proposta que foi fruto do desejo de conhecer um
pouco das atividades desenvolvidas pelos salesianos em todos os domingos à tarde e chamada Oratório
Salesiano, como proposta preliminar de políticas públicas para a educação dos adolescentes através do
esporte e da religião. As reflexões aqui surgidas pretendem repensar o conceito de políticas públicas de
ação para educação. Não basta um espaço para colocar gente, mas ser um espaço de socialização que se
comunica um determinado valor, aí que as pessoas entram em no ambiente e se sentem acolhidos
independente da sua condição financeira, e tem oportunidade de praticar esporte e fazer novos amigos
136
experimentam e praticam o convívio e outros pilares da educação e da cidadania.. Ao longo do estudo
observou-se tanto pelos dados do segundo semestre de 2005, quanto do primeiro semestre de 2008, existe
uma predominância dos oratorianos do sexo masculino que sempre passavam dos 80% dos
freqüentadores, isso porque a estrutura da obra foi construindo para atender o gênero masculino como
demonstra o artigo 3 do regulamento dos salesianos. No entanto com o decorrer do tempo se acolheu às
meninas no espaço.
Conclusões
Assim, através do estuda o do Oratório Salesiano visa apresentar uma proposta preliminar de políticas
públicas ligada a educação esportiva, pode ser vista como uma antecipação e iniciativa de cidadãos e
cidadãs como uma abertura (relativamente) a iniciativa de cidadãos que vêem o que o governo ainda não
vê, ou seja, está onde o governo ainda não está. Onde qualquer instituição tendo a abertura de um
determinado espaço, abra para a comunidade, e dessa forma tendo opção de lazer e socialização para os
adolescentes que estão em construção de sua personalidade.
Referências
BECKER, Daniel. O que é adolescência. 13°ed. São Paulo Editora Brasiliense Coleção Primeiro Passos
1997.
BORGES, Carlos Nazareno Ferreira. ―A casa Giocosa” “Oratório São Girolamo” “Oratório de São
Francisco de Sales‖ experiência que se refazem e se aprimoram. IN Anais do V Congresso Brasileiro da
História da Educação: O ensino e a pesquisa em História da Educação. Sergipe. 2005 (p. 4188 -4195) no
site: www.faced.ufu.br/colubhe06/anais/arquivos/378CarlosNazareno.pdf
BOSCO, João. Memória do Oratório de São Francisco de Sales de 1815 a 1855 (Título Original
Memorie dell´Oratorio di S. Francesco di Sales- dal 1815 al 1855 revisto por Pe. Julio Comba) tradutor
Pe. Fausto Santa Catarina 2° Ed, São Paulo Editora Salesiana 1999.
COSTA, Humberto. Projeto Educativo Pastoral Salesiano: Para Crianças e Adolescentes em
Situação de Risco Pessoal e Social Belém Editora Salesiana 1997.
DURKHEIM, Émilie. Educação e Sociologia. 1958-1917. São Paulo: Melhoramento [Rio de Janeiro]
Fundação Nacional de Material Escolar, 1978.
SALESIANOS, Constituições e Regulamentos da Sociedade de São Francisco de Sales, Escolas
Profissionais Salesianas, São Paulo 1985.
VERZA, Severino Batista. As Políticas Públicas de Educação no Município. Ijuí ed. UNIJUÍ, 2000.
MEMÓRIAS DO DESLOCAMENTO: NARRATIVAS DE TAXISTAS EM BELÉM (PA)
1
Pedro Paulo de Miranda A. Soares, 2Flávio Leonel Abreu da Silveira (Orientador).
1
2
O presente trabalho versa sobre as narrativas de taxistas sobre a cidade de Belém, tendo em vista a
compreensão das representações desses profissionais sobre os processos de transformação da urbe.
Durante a pesquisa emergiram narrativas sobre temas como as modificações no ofício de taxista, as
transformações da cidade de Belém e os encontros dos taxistas com visagens e assombrações. Tais
narrativas encontram-se entrelaçadas, formando um mosaico de histórias que revelam a experiência
urbana de um grupo profissional que construiu sua carreira pautada no deslocamento pela cidade.
(Financiador: FAPESPA).
Palavras-Chave: Taxistas, Memória, Antropologia Urbana.
Introdução
A experiência de campo junto a grupos urbanos tem se mostrado um importante elemento para a
compreensão do fenômeno das cidades no mundo contemporâneo, oferecendo a possibilidade de observar
a dimensão elástica dos tempos vividos e narrados na urbe por velhos e jovens moradores a partir de suas
experiências cotidianas. Nesse contexto, os taxistas de Belém figuram como portadores de um
conhecimento sobre a cidade que revela a memória coletiva (Halbwachs, 2006) ligada aos processos de
urbanização e integração da urbe ao cenário nacional. Emerge, então, um imaginário (Durand, 1994)
construído a respeito da cidade de Belém no interior de uma categoria profissional específica, cujos
pontos de vista aparecem expressos em suas narrativas sobre a cidade.
137
Objetivos
O objetivo geral deste trabalho é compreender a dinâmica das mudanças ocorridas nas paisagens urbanas
belemenses através do estudo da memória coletiva e do imaginário na perspectiva de um segmento
profissional – em nosso caso taxistas – que possui a experiência do deslocamento pela urbe.
A escolha de motoristas de táxi como sujeitos de nossa pesquisa implicou atenção para alguns pontos
significativos teórico-metodológicos: o primeiro coloca os sujeitos pesquisados como grupos urbanos
dentro do âmbito das sociedades complexas (Peirano, 1983). A inovação epistemológica proposta por
Geertz (2003), segundo o qual o conceito de cultura é de natureza semiótica, amplia as possibilidades de
investigação e flexibiliza o objeto de estudo antropológico. Desse modo, tornam-se menos problemáticas
a antropologia nas cidades e a oposição entre sociedades ―simples‖ e sociedades ―complexas‖.
Outro ponto teórico-metodológico a ser considerado diz respeito às idéias de Clifford (2000), que discute
a possibilidade de pensar a ―mobilidade‖ do objeto de pesquisa antropológica, em contraponto às
abordagens tradicionais que consideravam como locus privilegiado da pesquisa antropológica os locais de
moradia/trabalho dos ―nativos‖. Assim, consideramos o taxista na cidade de Belém como um
―profissional viajante‖ que possui um ponto de vista peculiar sobre a cidade condicionado pela sua
mobilidade.
A pesquisa de campo seguiu a metodologia antropológica, ou seja, apostou-se na convivência com os
sujeitos pesquisados o maior tempo possível (Malinowski, 1978), de maneira a realizar a ―observação
participante‖ no local de trabalho destes taxistas (Foote-Whyte, 2008). Foram visitados pontos de táxi
onde tentamos conversar com motoristas de táxi previamente indicados como bons narradores. Entre os
pontos foi possível freqüentar dois: um na Praça da República em frente ao Hotel Hilton e outro na
Avenida Presidente Vargas em próximo à Rua Manoel Barata. Houve também quatro taxistas
aposentados que foram entrevistados em suas residências.
Entre os materiais os quais são utilizados para a pesquisa estão um gravador digital que coleta o material
advindo das entrevistas abertas realizadas com os taxistas e uma caderneta de campo na qual são
registradas as experiências vividas junto aos interlocutores. Finalmente, visando uma etnografia por
imagens, é utilizada a máquina fotográfica para captar as práticas relacionadas ao cotidiano do grupo
mencionado e exprimir a vivência desses homens em seu ofício (Eckert e Rocha, 2005).
Resultados
No transcorrer da pesquisa emergiram três tipos de narrativas contadas pelos interlocutores. Primeiro, as
narrativas sobre o passado de Belém, que já constituem a própria expressão do ponto de vista desses
motoristas sobre a experiência temporal da cidade. Elas revelam as aspirações, os desejos, os devaneios
sobre a cidade, reverberando não apenas a fala do taxista narrador, mas também do antigo morador de
Belém. Segundo, os relatos sobre as modificações no ofício de taxista, as quais seguem paralelas à
trajetória urbana de Belém e às formas de praticar o espaço citadino. Finalmente, as narrativas sobre
assombrações que também ajudam a compreender as mudanças e a dinâmica do espaço urbano através do
olhar dos taxistas, uma vez que as aparições das visagens estão intimamente relacionadas à prática dos
motoristas de se deslocar pela urbe e adentrar espaços ainda não percorridos.
A natureza (inter)subjetiva dos trabalhos com narrativas não permite que sejam delineados resultados
quantificados, uma vez que estamos a lidar com o sensível social (Sansot, 1979). No entanto, observou-se
certas regularidades nas narrativas que foram analisadas, principalmente no tocante às narrativas sobre
assombrações, as quais parecem sintetizar melhor as questões discutidas no trabalho, tais como a
memória e o imaginário ligados às transformações das paisagens urbanas e o devir do tempo.
Em primeiro lugar, percebemos que as visagens aparecem quando, ao se deslocarem pela cidade, os
taxistas acabam percorrendo espaços entendidos como áreas de ―fronteira‖ (Hannerz, 1997), isto é,
espaços que, de alguma forma, se distinguem do restante dos bairros da cidade. Estes lugares revelaramse, entre outros, a Avenida Perimetral, a Cidade Velha, os arredores do Presídio São José e até a BR-316.
As ―fronteiras‖ são fluidas e mudam ao longo do tempo. Mesmo assim, tais narrativas ajudam a
compreender as representações dos motoristas sobre as dinâmicas dos espaços urbanos, pois o
crescimento territorial que transforma os modos de vida urbanos está sempre produzindo novas áreas de
fronteira onde as visagens podem aparecer.
Em segundo, notou-se que na grande maioria destas narrativas o espectro que assombrou os motoristas é
identificado como uma figura feminina, seja ela uma freira, uma moça que pegava o táxi em frente ao
cemitério ou uma mulher de branco em São Braz. De todo modo, as narrativas apontam para uma
fantasmática do feminino que oscila entre o demoníaco e a santidade, mas que também expressa a
violência e as assimetrias de gênero em Belém.
138
Conclusões
Pelo seu caráter reflexivo, a narrativa oferece condições para os sujeitos significarem e acomodarem a sua
experiência temporal em relação à dinâmica espacial no mundo urbano. Assim, analisando as narrativas
dos taxistas a respeito de suas vivências e sugerindo que o olhar sensível da memória coletiva é capaz de
desvelar a urbe como um espaço fantástico, entende-se que as narrativas circulantes na cidade indicam, ao
seu modo, as especificidades da turbulência do tempo no contexto urbano brasileiro, convergidas na
experiência particular de Belém.
Referências
CLIFFORD, James. ―Culturas Viajantes‖. In: O Espaço da Diferença. Antonio A. Arantes (org).
Campinas, SP: Papirus, 2000.
DURAND, Gilbert. O Imaginário: ensaio acerca das ciências e da filosofia da imagem. Rio de Janeiro:
Difel, 1998.
ECKERT, Cornélia; ROCHA, Ana L. C. da. O Tempo e a Cidade. Porto Alegre: Editora da UFRGS,
2005.
FOOTE-WHYTE. A sociedade de esquina. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Centauro, 2006.
HANNERZ, Ulf. Fluxos, fronteiras, híbridos: palavras chave da Antropologia transnacional. Mana
3(1):7-39, 1997.
MALINOWSKI, B. ―Introdução: o assunto, o método e o objetivo desta investigação‖. In: Antropologia.
Coleção grandes cientistas sociais. São Paulo: Ática, 1986.
SANSOT, Pierre. Sauver le sensible: interpréter, décrire, réciter. In: Les formes sensibles de la vie
sociale. Paris, PUF, l979, pp. 11-62.
LINGÜÍSTICA, LETRAS E ARTES
A MEMÓRIA DA LITERATURA DE CORDEL: RECEPÇÃO E ENSINO.
¹Rebeca Luíza Abreu Pereira, ²Camila da Fonsêca Aranha, ³Márcio Franco Barroso,4Josebel Akel Fares
¹Universidade do Estado do Pará – [email protected]
²Universidade do Estado do Pará – [email protected]
³Universidade do Estado do Pará – [email protected]
4
Professora Dr. da Universidade do Estado do Pará – [email protected]
Nosso trabalho fundamenta-se em direcionar os alunos para novas experiências com a leitura, abordando,
especificamente, a Literatura de Cordel, bem como estimulá-los a conhecer uma prática pouco trabalhada
no espaço escolar (e fora dele), que consiste na literatura de cunho popular, tão complexa quanto as outras
modalidades da literatura, justificando a operacionalização desse projeto, que consiste, primordialmente,
em despertar nos alunos o forte interesse pela leitura e seu caráter essencialmente lúdico e aprofundar a
relação leitor-texto, conforme os princípios da Estética da Recepção, voltando a pesquisa para o
―maravilhoso‖ da realidade, tão fortemente presente nas temática abordadas. (financiador PIBIC/CNPq)
Palavras-Chave: Leitura, Literatura de Cordel; Estética da Recepção.
Introdução
Ao longo das observações feitas durante as aulas da disciplina Atividades Práticas de Docência, no curso
de licenciatura em Letras da Universidade do Estado do Pará, e da experiência que a sala de aula nos
proporcionou ao nos inserir no contexto escolar, tivemos conhecimento do ensino tradicional de literatura,
focado somente em cumprir o programa curricular da escola e, em alguns casos, despertar algum interesse
literário no aluno. Tal programa, ademais, não contempla a modalidade popular da literatura, fator este
que suscitou em nós a necessidade de desenvolver uma pesquisa voltada para a literatura de cordel
(nordestina e amazônica) sob a perspectiva da Estética da Recepção. A partir do problema detectado,
pretendendo s colocar em discussão esta produção e a partir de questões sobre a literatura e literatura
popular, verificar como o aluno recebe e se identifica com a literatura popular, e como a escola auxilia na
139
percepção da literatura pelo aluno. Tais questões convergem para um questionamento mais abrangente de
nosso projeto: os processos de recepção dessa produção literária, na 2ª série do Ensino Médio, e como
isso pode auxiliar no ensino dessa literatura pelos discentes.
Objetivos
- Analisar a recepção da literatura popular, na modalidade cordel, na 2ª série do Ensino Médio da
Educação Básica;
- Divulgar a literatura popular no espaço escolar de Belém;
- Promover a prática de leitura de literatura popular na escola.
O projeto envolve uma pesquisa-ação, que implica em um tipo de trabalho de campo, com abordagem
qualitativa. O processo é desenvolvido a partir de leitura de textos de cordelistas (nordestinos e
amazônicos) por alunos da 2ª série do Ensino Médio de uma instituição da rede pública de ensino de
Belém-PA, na própria sala de aula, em sessões sistemáticas, acordadas com os professores de literatura
das turmas.
Primeiramente, fizemos a descrição dos Procedimentos de Coleta de Dados, com Consulta em bibliotecas,
instituições de educação, entre outras, de bibliografia referente à Estética da Recepção, abordada
principalmente por Zilberman (2004); Pesquisa bibliográfica referente à literatura popular (cordel) e
levantamento de experiências educacionais que se assemelhem à proposta da pesquisa.
Utilizamos textos de autores de literatura popular, em média vinte textos básicos de literatura popular,
sendo dez referentes a autores de literatura de cordel nordestino e dez amazônicos. E após a seleção,
elaboraremos e aplicaremos questionários aos alunos. Após essa fase, partiremos para a Sistematização e
Análise dos Dados Coletados, com a definição, junto aos professores e corpo técnico da escola
selecionada, das turmas que farão parte da experiência de pesquisa; a inserção dos pesquisadores nas
turmas ocorrerá de modo sistematizado em um período de cinco meses, de forma adequada ao calendário
escolar; a realização de oficinas de leitura com base nos textos literários escolhidos, considerando o
método da Estética da Recepção; aplicação dos questionários de cunho analítico-expositivo; estudo e
comparação, de forma particular, por turma trabalhada, dos dados obtidos, analisando de que forma
ocorre a recepção das obras pelos alunos de cada turma da escola envolvida na pesquisa. E, ao final,
teremos a elaboração e divulgação do relatório final da pesquisa, contendo todos os dados obtidos.
Resultados
Ao final deste projeto, que ainda encontra-se em andamento, esperamos traçar um perfil da situação da
leitura e da recepção das obras literárias de cunho popular, em turmas da 2ª série do Ensino Médio de
uma escola da rede pública, situada na cidade de Belém-Pará. Buscaremos, também, despertar nos alunos
(leitores) a consciência de sua importância para a determinação e análise do sentido dos textos, levandoos a agir conscientemente sobre o texto literário, partindo da perspectiva de Literatura enquanto produção,
recepção e comunicação, ou seja, uma relação dinâmica entre autor, obra e leitor.
A partir deste perfil desenhado na pesquisa, pretendemos propor uma abordagem de ensino diferenciada
para as aulas de Literatura, conforme os pressupostos da Estética da Recepção, e discutir com o corpo
técnico-pedagógico, docente e discente, para que tais propostas possam contribuir para a inserção da
literatura popular nos currículos escolares do Ensino Médio de Belém.
Esperamos, por fim, promover a divulgação e discussão dos resultados do projeto na Secretaria de
Educação do Estado, intentando implantar políticas públicas de valorização de registros populares.
Conclusões
A partir do contato com a educação de literatura no Ensino Médio, constatamos, quando existente, a
superficialidade do ensino de literatura popular. Em vista disso, concluímos a necessidade de harmonia
entre a visão crítica e criadora, bem como um viés direcionado ao aprimoramento da prática da leitura
através de um prisma centralizado no prazer do aluno em contato com a literatura – de certa forma
―marginalizada‖, devido ao fato de ser pouco conhecida, devido à ausência de uma forte divulgação, entre
as pessoas e pouco abordada durante as aulas.
Referências
ZILBERMAN, Regina. ZILBERMAN, Regina. Estética da recepção e história da literatura. São Paulo:
Ática, 2004.
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A PRODUÇÃO TEXTUAL NO 3º ANO DO ENSINO MÉDIO: UM OLHAR À LUZ DA
LINGUÍSTICA TEXTUAL
¹Camila da Fonsêca Aranha, ²Lorenna Bolsanello de Carvalho, ³Márcio Franco Barroso,4Jessiléia
Guimarães Eiró
¹ Universidade do Estado do Pará – [email protected]
² Universidade do Estado do Pará – [email protected]
³ Universidade do Estado do Pará – [email protected]
4
Professora Mestre da Universidade Federal do Pará
O desejo de investigar de que forma os aspectos referentes à textualidade contribuem para a constituição,
recepção e funcionamento do texto nos levaram a desenvolver o projeto de iniciação cientifica intitulado
A produção textual no 3º. ano do ensino médio: um olhar à luz da Linguística Textual. Nos propomos a
observar e analisar as aulas e as produções textuais dos alunos do 3º ano do Ensino Médio de uma escola
particular de Belém, utilizando os pressupostos teóricos da Linguística Textual, abordados por Costa Val
em seu trabalho Redação e Textualidade, visando propor uma abordagem diferenciada para o ensino de
―redação‖. (financiador Uepa)
Palavras-Chave: Lingüística-textual, Produção textual, ensino.
Introdução
O desejo de investigar de que forma os aspectos referentes à textualidade contribuem para a constituição,
recepção e funcionamento do texto, bem como o de aliar os estudos que a Linguística Textual vem
desenvolvendo desde a década de 70 à prática pedagógica em sala de aula, no que diz respeito ao trabalho
com a escrita, nos levaram a desenvolver o projeto de iniciação cientifica intitulado A produção textual no
3º. ano do ensino médio: um olhar à luz da Linguística Textual. Assim, nos propomos a observar e
analisar as aulas e as produções textuais dos alunos do 3º ano do Ensino Médio de uma escola particular
do município de Belém, tomando como fundamento os princípios teóricos e metodológicos da Linguística
Textual, devidamente abordados por Costa Val (2006) em seu trabalho Redação e Textualidade, visando
propor uma abordagem diferenciada para o ensino de ―redação‖. Ressaltamos, porém, que em momento
algum tivemos a intenção de postular regras e receitas para o ensino de produção textual, mas buscamos
apresentar questões norteadoras ao trabalho dos que atuam na área de Língua Portuguesa, atentando ao
caráter sócio-comunicativo e interacional do texto/discurso.
Objetivos
- Observar aulas de redação da referida série, buscando perceber a metodologia do professor e sua
aceitabilidade pelos alunos;
- Conferir se as aulas estavam exclusivamente voltadas para o vestibular ou se desenvolviam a
competência comunicativa dos alunos;
- Analisar a produção dos alunos, visando propor abordagem diferenciada de ensino.
Primeiramente, observamos durante 1 mês as aulas de redação com a finalidade de verificar de que forma
estava sendo desenvolvido o trabalho de ensino de produção textual da série em questão. Ademais,
aplicamos um questionário ao professor participante da pesquisa com o intuito de obter conhecimento
sobre os critérios de avaliação textual e sobre a metodologia utilizada por ele em suas aulas. Como foco
central da pesquisa, coletamos e analisamos as produções textuais dos alunos objetivando a construção da
proposta de ensino de redação que contemplasse o caráter sócio-comunicativo e interacional do texto
enquanto unidade máxima de sentido.
Quanto ao processo de análise das produções textuais, optamos por avaliar e tecer comentários
individualmente, em virtude da quantidade dos dados obtidos (20 redações) possibilitar tal procedimento.
Ressaltamos que em momento algum foi nosso objetivo analisar as produções sob um viés prescritivista
de postulação de ―certo‖ e ―errado‖, mas sim, à luz da Linguística Textual, verificar se o que faz de um
texto um texto é observado/está presente nas redações escolares e em quais pontos consistem as maiores
dificuldades de produção dos alunos do 3º ano do Ensino Médio, buscando avaliar sua competência
textual enquanto falantes e escreventes nativos da Língua Portuguesa.
Os critérios que utilizamos para analisar as produções textuais coletadas são os abordados por Costa Val
(2006) – continuidade, progressão, não-contradição e articulação –, e nos fatores pragmáticos da
aceitabilidade, situacionalidade, intencionalidade, informatividade e intertextualidade de Beaugrande &
Dressler (2005).
141
O critério da continuidade está centrado na retomada adequada das ideias pelo produtor, seja por meio da
repetição de palavras ou pelo uso de pronomes anafóricos.
A progressão decorre da continuidade, dando prosseguimento ao texto, elevando o seu nível de
informatividade e suficiência de dados e reduzindo o grau de previsibilidade de seu texto.
O critério da não-contradição apoia-se na necessidade do texto não se revelar contraditório com relação
aos conceitos e ideias apresentados, uma vez que estes são responsáveis pela devida fundamentação da
produção textual e consequente aumento ou redução de sua credibilidade pelo leitor.
A articulação refere-se à verificação da existência ou não de relação entre os conceitos apresentados em
um texto e se estão devidamente concatenados, encadeados e articulados, de modo transparecer uma visão
clara e objetiva a respeito do assunto abordado.
Finalizando, consideramos como infração textual as realizações prejudiciais à coerência do texto,
atentando para os requisitos de contextualidade e aceitabilidade textuais.
Resultados
Pudemos perceber, por meio da metodologia de ensino observada e das produções textuais analisadas,
que o ensino de produção textual no 3º ano do Ensino Médio na escola pesquisada está quase que
exclusivamente voltado para o processo seletivo do vestibular, com a intenção apenas de exercitar os
alunos para tal concurso, desconsiderando muitos aspectos relevantes de textualidade para a produção de
textos que atendam às diversas situações comunicativas. Desse modo, as redações coletadas apresentaram
um baixo grau de informatividade e de aceitabilidade, uma vez que era estimulada em excesso a
preocupação com o aspecto formal do texto em detrimento do aspecto sócio-comunicativo do texto
enquanto unidade de sentidos.
Como resultado de nossa pesquisa, propusemos uma abordagem de ensino de produção textual
diferenciada, baseada nos pressupostos da Lingüística Textual e nas orientações dos Parâmetros
Curriculares Nacionais, que visa fornecer subsídios ao fazer docente em sala de aula, com base em uma
perspectiva interacional e socialmente relevante para a produção escrita na escola, mais especificamente
no 3º ano do Ensino Médio. Dentre os principais pontos desta abordagem de ensino, encontram-se a
devida destinação de um tempo da aula de redação à própria produção dos alunos, pois percebemos que
em momento algum os alunos produzem durante as aulas, discussões em classe acerca dos temas
redacionais, possibilitando um aumento de informações relevantes a respeito do tema proposto, a seleção
prévia de alguns assuntos sobre os quais os alunos produzirão textos, uma vez que isto incentivará que
eles pesquisem o tema, aumentando seus argumentos, e, por fim, a proposta de utilização das situações
reais de comunicação (de dentro e/ou fora da escola) como ponto de partida para a produção textual, i.é.,
a produção dos alunos teria uma finalidade outra além da mera atribuição de notas (como a presença de
leitores específicos para os quais escreveriam), o que promoveria, de fato, uma interação sóciocomunicativa entre dois ou mais interlocutores.
Conclusões
Com o desenvolvimento desta pesquisa e, consequentemente, com os resultados obtidos, pudemos
perceber a intensa necessidade que se faz presente no ambiente escolar de estimular os alunos do 3º ano
do Ensino Médio a estender sua capacidade de escritores e leitores comunicativamente competentes, com
a finalidade maior de torná-los aptos a produzir textos nos mais diversos meios linguísticos, uma vez que
o texto, enquanto unidade única e maior de sentido, só se configura como tal a partir do momento que o
escritor-leitor transmite plenamente as informações necessárias ao nível máximo de compreensão textual.
Referências
COSTA VAL, Mª da G. Redação e textualidade. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
BEAUGRANDE, R. & DRESSLER, W. Introduction to Textlinguistics. Londres: Longman, 2005.
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EM BUSCA DA ORGANICIDADE
Lucienne Ellem Martins Coutinho 2Adriana Di Marco Neves 3Ludmila Mello da Silva 4Monike Christina
Taborda, 5Ana Flávia Mendes
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Prof.Drª da Universidade Federal do Pará - [email protected]
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O referido trabalho deu-se como resultado da disciplina Fundamentos e Métodos de Dança II, no qual
tivemos o intuito de apreendermos e compreendermos os conceitos de dimensão mecânica,
orgânica,Corpo-Subjétil e, principalmente, de organicidade de Renato Ferracini e sua aplicação como
uma técnica de preparação corporal no treino de artistas cênicos (atores), e trazemos esta técnica para ser
utilizada como processo de criação na dança. Em nossa práxis ministramos uma oficina cujo objetivo era
promover sensações que viabilizassem ao indivíduo descobrir em si de forma singular, a sua organicidade
enquanto um estado orgânico/inorgânico, sendo instigada e trabalhada em movimentos corporais.
Palavras-chave: Corpo-Subjétil; Organicidade; Dança.
Introdução
Nosso enfoque compreende a organicidade como fator primordial no fazer artístico das artes cênicas, em
especial a dança, uma vez que proporciona ao indivíduo a capacidade de relacionar o sentimento
interindividual aos fatores externos que possibilitam a projeção do movimento, por meio da expressão
corporal.
Dar-se-á ênfase ao conceito de organicidade presente em Lume:
Ao realizar um recorte de visão do trabalho de ator em relação a si mesmo, é comum os estudiosos de
teatro identificarem outras duas dimensões específicas dentro desse recorte: uma delas seria a faculdade
operativa do ator em articular sua arte de maneira concreta, o que comumente chamamos ―técnica― e a
outra seria a própria faculdade criadora do ator, o momento no qual ele anima a ―técnica‖ insuflando-lhe
―vida‖ e organicidade. (LUME apud FERRACINI 2006,p.1)
Mediante o conceito acima, compreendemos estabelecer uma relação entre teatro e dança traçando
paralelos entre forma e vida que emergem da organicidade de cada indivíduo praticante de dança.
Dar-se-á destaque à dimensão mecânica e técnica do ato de atuar do ator e do bailarino, posteriormente
trabalhar-se-á o conceito de Corpo-Subjétil e por último a definição de organicidade na atuação cênica.
Objetivos
Promover sensações que viabilizem ao indivíduo descobrir, a sua organicidade enquanto um estado
orgânico/inorgânico, para se alcançar tal estado provocaremos através de estímulos externos o trabalho
dos sentidos: Paladar, audição, olfato, tato;assim como o trabalho de interação grupal e por fim
possibilitar a difusão do processo criativo de cada um.
Metodologia
Nossa pesquisa pode ser caracterizada como de ação definida como ―um tipo de pesquisa social com base
empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um
problema coletivo e na qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do
problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo (THIOLLENT apud KRAFTA 2007),
uma vez que estudamos os conceitos de Renato Ferracini os quais foram aplicados e desenvolvidos dentro
dos meandros da atuação no teatro, e nosso objetivo foi apreender tais conceitos dentro de nosso campo
de atuação que é a dança.
Conforme Stringer (1996), ―a pesquisa-ação compreende uma rotina composta por três ações principais:
observar, para reunir informações e construir um cenário; pensar, para explorar, analisar e interpretar os
fatos; e agir, implementando e avaliando as ações. (apud KRAFTA 2007).
Foi o que fizemos observamos as práticas de trabalho corporal, pensamos como fazer o ―link‖ entre os
conceitos desenvolvidos na prática corporal do ator à prática corporal na dança, e agimos de forma a
sentir em nosso próprio corpo a forma de se alcançar a organicidade, e o fizemos exercitando o corpo de
forma a entra em contato com os nossos sentimentos e sensações internas e posteriormente como
conseguimos alcançar a tão desejada organicidade imprescindível ao fazer nas artes cênicas, produzimos
uma oficina intitulada ―em busca da organicidade‖ na qual trabalhamos movimentos capazes de colocar o
indivíduo em trabalho consigo mesmo de forma íntima e singular, e com o outro de forma a interagir
grupalmente, e por fim socializamos nosso trabalho teórico no II Seminário de Pesquisa em Dança II, foi
apresentado como resultado final da disciplina Fundamentos e Métodos de Dança II.
Conclusão
Foi abordada dentro desta análise sobre corpo, a singularidade como pré-requisito para chegar à
organicidade, levando-se em consideração as referências pessoais e únicas de cada um, marcas que o
registram produzindo nele um potencial que será específico, que se mostrará de diferentes formas e nas
mais variadas situações.
143
Dentro desta perspectiva foi necessário em primeiro lugar o autoconhecimento, conhecer não só o próprio
corpo como também sua história, sua identidade e o contexto em que está inserido. Com um olhar
investigativo mergulhamos e trouxemos à tona possibilidades para uma atividade criadora.
Referências Bibliográfica
BARBA,Eugênio;SAVARESE,Nicola.A arte secreta do ator: dicionário de antropologia
teatral.Ed.Hucitee:Campinas,1995.
FERRRACINI,Renato.Lume 20 anos em busca da organicidade.Sala Preta (USP),São Paulo,V.S,2006.
IANITELLI,Leda Muhana.Técnica da dança: redimensionamentos metodológicos. In:Repertório teatro
& dança,ano 7,n.7,2004.1,p.30-37.Salvador: Universidade Federal da Bahia,Programa de Pós-graduação
em Artes Cênicas.
KRAFTA, Lina. Gestão da informação como base da ação comercial de uma pequena empresa de
TI. Dissertação de Mestrado. Porto Alegre: PPGA/EA/UFRGS. 2007.
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145

do livro de resumos

Transcrição

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