Biografia - KLEBER K SHIMA

Transcrição

Biografia - KLEBER K SHIMA
Guns N’
Roses
Biografia
Saul Hudson nasceu em Londres, Inglaterra, no dia 23
de julho de 1965. A mãe, americana, era designer de roupas
de artistas como David Bowie; o pai, inglês, era diretor artístico de álbuns de artistas como Neil Young e Joni Mitchell.
Aos 11 anos Slash mudou-se para Los Angeles, junto com sua mãe. Cresceu cercado dos amigos artistas de
seus pais. Era comum receberem visitas de Joni Mitchell,
David Geffen, David Bowie, Ron Wood e Iggy Pop.
Na metade da década de 1970, com a separação dos
pais, Slash foi morar com sua avó e começou a praticar
bicicross. Chegou a se profissionalizar, ganhando várias corridas. Em 1980, ao completar 15 anos, ganhou de sua avó a
primeira guitarra e começou a tocar as músicas de seus ídolos: Led Zeppelin, Eric Clapton, Rolling Stones, Aerosmith,
Jimi Hendrix, Jeff Beck e Neil Young. A partir dessa época,
a guitarra tomou conta de sua vida. Ele começou a estudar
mais de 12 horas por dia e a tocar com várias bandas de Los
Angeles.
Junto com Steven Adler, formou a banda Road Crew, e
quando estavam procurando por um vocalista conheceram
2 - Guitar Class - Book Guns
Izzy Stradlin, que lhes mostrou uma gravação com Axl Rose
cantando. O grupo encontrou o baixista perfeito em Duff
McKagan e assim formaram uma das maiores bandas das
décadas de 1980 e 90, o Guns N’ Roses.
Em 1986 a banda gravou o EP Live?!*@ Like A Suicide e
firmou um contrato com a Geffen Records que rendeu mais
cinco álbuns: Appetite for Destruction, G N’ R Lies, Use Your
Illusion I, Use Your Illusion II e The Spaghetti Incident?.
Entre 1990 e 93 Slash participou dos álbuns de Iggy Pop,
Bob Dylan, Lenny Kravitz e Alice Cooper, Michael Jackson,
Spinal Tap, Motörhead, Carole King e de seu companheiro
de Guns, Duff McKagan.
No ano de 1992, depois da turnê Illusion Tours, a banda
deu uma pausa nas suas atividades e Slash resolveu montar, junto com Matt Sorum, Gilby Clarke, Mike Inez e Eric
Dover, um projeto paralelo chamado Slash’s Snakepit.
Após a gravação de The Spaghetti Incident?, em 1993, o
Guns estava começando a ruir. Slash passou a se dedicar
mais ao Snakepit e lançou, em 1985, It’s Five o’ Clock
Somewhere.
Em 1996, quando foi a Budapeste, na Hungria, para se
apresentar em um concerto de blues, acabou montando uma
nova banda, a Slash’s Blues Ball que, infelizmente, não gravou nenhum álbum. Em outubro deste ano, Slash deixou o
Guns devido a diferenças com Axl a respeito do rumo musical que a banda deveria tomar.
Depois de sua saída do Guns, Slash continuou participando de vários projetos, como a trilha sonora de filmes e
álbuns de vários músicos, que requisitavam seus serviços.
O Snakepit voltou à ativa em 2000 e lançou Ain’t Life
Grand. Em fevereiro de 2002 nasceu seu primeiro filho,
London Hudson, do casamento com Perla Ferrer.
Histórico Guns N’ Roses
A banda Guns N’ Roses foi formada em 1985 pela
união de membros de três bandas (Hollywood Rose, L. A.
Guns e Road Crew) de Los Angeles, Califórnia. Sua formação original contava com o vocalista Axl Rose (William
Bailey), o baterista Steven Adler, o baixista Duff McKagan
(Michael McKagan) e os guitarristas Izzy Stradlin (Jeffrey
Isbell) e Slash (Saul Hudson). Em 1986 a banda gravou seu
primeiro EP, Live?!*@ Like A Suicide pelo selo independente UZI/Suicide. Esse EP gerou um grande interesse da
crítica especializada e das gravadoras e, em 1987, o Guns
fechou um contrato com a Geffen Records. Appetite for
Destruction saiu em julho desse mesmo ano e atingiu a marca de 20 milhões de cópias vendidas em todo o mundo.
A banda fez vários shows na Europa e nos Estados Unidos e teve vários incidentes envolvendo suas apresentações.
O que mais marcou foi a morte de dois fãs do grupo durante
o show que fizeram no Monsters Of Rock, em Donington,
Inglaterra, em 1998.
No final de 1988 saiu GN’R Lies, que tinha uma sonoridade mais direcionada para o acústico. Durante os anos de
1989 e 90 a banda viveu sua fase mais extrema de “sexo,
drogas & rock’n’roll”. Izzy chegou a ponto de urinar em público dentro de um avião. Steven Adler foi despedido em
1990 pelo uso excessivo de drogas e substituído por Matt
Sorum (ex-The Cult).
Paralelamente ao Guns, Slash começou a construir uma
carreira-solo muito sólida ao participar de álbuns de vários
artistas como Michael Jackson, Alice Cooper, Iggy Pop e
Lenny Kravitz.
Durante as gravações do álbum seguinte, entrou para banda o tecladista Dizzy Reed (Darren Reed) e o que era para,
inicialmente, ser um único álbum, acabou se transformando em dois – em setembro de 1991 saíam Use Your Illusion
I e Use Your Illusion II. Esses álbuns representavam o projeto mais ousado da banda. Com baladas de dez minutos,
letras introspectivas, vocais femininos, uma produção digna de rock de arena e a inclusão de algumas músicas em
trilhas sonoras de filmes (Knocking On Heavens Door –
Dias de Trovão e You Could Be Mine – O Exterminador do
Futuro II), o Guns atingiu o ápice do seu sucesso.
A banda acabou perdendo seu melhor compositor
no final de 1991, com a saída de Izzy Stradlin, que foi para
o Ju-Ju Hounds. Izzy foi substituído por Gilby Clarke (exKill For Thrills), que participou das gravações de The
Spaghetti Incident? (1993), um álbum de covers de músicas punk. Esse trabalho, infelizmente, não se saiu tão bem
quanto os anteriores, provavelmente pelas brigas internas
que começavam a desestruturar o grupo. Gilby foi despedido no final de 1994 e substituído por Paul Huge, um velho
conhecido da banda. Paul participou da gravação da versão
de Sympathy For The Devil (Rolling Stones), incluída na
trilha sonora do filme Entrevista com o Vampiro. Paul ficou pouco tempo na banda e quase foi substituído por Zakk
Wylde, que acabou se desentendendo com Axl. Em maio de
1995 Izzy voltou para o posto de segundo guitarrista.
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Entre 1992 e 93 a banda ficou meio inativa e Slash criou
um projeto paralelo, o Slash’s Snakepit, que lançou, em
1995, o álbum It’s Five o’ Clock Somewhere.
Em novembro de 1996 Slash anunciava sua saída da banda. Nos anos seguintes, Axl e Dizzy, os membros remanescentes, entraram num ostracismo que só foi quebrado em
1998, quando entraram em estúdio junto com o guitarrista
Robin Finck (Nine Inch Nails), o baixista Tommy Stinson
(Replacements), o baterista Josh Freese (Vandals) e o guitarrista Paul Huge para trabalharem no novo álbum da banda, Chinese Democracy (que ainda não foi lançado). Em
1999, a música Oh My God fez parte da trilha sonora do
filme Fim Dos Dias, de Arnold Schwarzegger. Nesse mesmo ano a Geffen lançou um álbum duplo, Live Era ‘87-’93,
e em 2000 Buckethead foi anunciado como o novo guitarrista da banda, substituindo Paul.
Discografia da Banda
• Live ?!*@ Like a Suicide (1986)
• Appetite For Destruction (1987)
• Gn’R Lies (1988)
• Use Your Illusion I (1991)
• Use Your Illusion II (1991)
• The Spaghetti Incident? (1993)
• Live Era ’87-’93 (1999)
Book Guns - Guitar Class
-3
Discografia
• Guns N’ Roses - A Guns N’ Roses Live ?!*@ Like a Suicide
Lançamento: Dezembro 1986
• Guns N’ Roses - Appetite for
Destruction
Lançamento: 31 de julho de 1987
• Guns N’ Roses - GN’R Lies
Lançamento: 30 de novembro de 1988
• Movie Soundtrack - Lean on Me
Lançamento: 14 de março de 1989
- Welcome to the Jungle
• Charity Album - Nobody’s Child: The
Romanian Angel Appeal
Lançamento: 1990
- Civil War
• Iggy Pop - Brick By Brick
Lançamento: 10 de julho de 1990
Slash atua em:
- Home
- Butt Town
- Pussy Power
- My Baby Wants to Rock ‘N’ Roll
• Bob Dylan - Under the Red Sky
Lançamento: 11 de setembro de 1990
Slash atua em:
- Wiggle, Wiggle
• Movie Soundtrack - Days of Thunder
Lançamento: 1991
- Knockin’ On Heaven’s Door
• Lenny Kravitz - Mama Said
Lançamento: 2 de abril de 1991
Slash atua em:
- Always on the Run
- Fields of Joy
Slash também tem créditos pela composição de:
- Always on the Run
• Alice Cooper - Hey Stoopid
Lançamento: 2 de julho de 1991
Slash atua em:
- Hey Stoopid
- Wind-Up Toy
• Guns N’ Roses - Use Your Illusion I
Lançamento: 17 de setembro de 1991
4 - Guitar Class - Book Guns
• Guns N’ Roses - Use Your Illusion II
Lançamento: 17 de setembro de 1991
• Michael Jackson - Dangerous
Lançamento: 26 de novembro de 1991
Slash atua em:
- Black or White
- Give In To Me
• Spinal Tap - Break Like the Wind
Lançamento: 1992
Slash atua em:
- Break Like the Wind
• Motorhead - March or Die
Lançamento em 28 de julho de 1992
Slash atua em:
- Ain’t No Nice Guy
- You Better Run
• Carole King - Colour of Your Dreams
Lançamento: 1993
Slash atua em :
- Hold Out for Love
• Duff McKagan - Believe in Me
Lançamento: 28 de setembro de 1993
Slash atua em:
- Believe in Me
- Just Not There
• Movie Soundtrack - Coneheads
Lançamento: 20 de julho de 1993
Slash atua em:
- Magic Carpet Ride
• Guns N’ Roses - The Spaghetti
Incident?
Lançamento: 23 de novembro de 1993
• Tribute to Jimi Hendrix - Stone Free
Lançamento: 9 de novembro de 1993
Slash atua em:
- I Don’t Live Today
• Carole King - In Concert
Lançamento: 1994
Slash atua em:
- Hold Out for Love
- Locomotion
• Movie Soundtrack - Interview with
the Vampire
Lançamento: 13 de dezembro de 1994
- Sympathy for the Devil
• Gilby Clarke - Pawnshop Guitars
Lançamento: 1995
Slash atua em:
- Cure Me... Or Kill Me
- Tijuana Jail
• Slash’s Snakepit - It’s Five o’ Clock
Somewhere
Lançamento: 14 de fevereiro de 1995
• Michael Jackson - History: Past,
Present & Future
Lançamento: 20 de junho de 1995
Slash atua em:
- D.S.
- Black or White
• Carmine Appice - Guitar Zeus
Lançamento: 1996
Slash atua em:
- Where You Belong
• Blackstreet - Another Level
Lançamento: 10 de setembro de 1996
Slash atua em:
- Fix
• Various Artists - Concert for the Rock
and Roll Hall of Fame
Lançamento: 17 de setembro de 1996
Slash atua em:
- Red House
• Marta Sanchez - Los Mejores Anos
De Nuestra Vida
Lançamento: 24 de dezembro de 1996
Slash atua em:
- Moja Mi Corazon
• Movie Soundtrack - Curdled
Lançamento: 1º de outubro de 1996
Slash atua em:
- Obsession
- Obsession Confession
• Sam Kinison - Leader of the Banned
Lançamento: 1997
Slash atua em:
- Wild Thing
- Highway to Hell
• Movie Soundtrack – (???)
Lançamento: 13 de março de 1997
- Live and Let Die
• Sammy Hagar - Marching to Mars
Lançamento: 20 de maio de 1997
Slash atua em:
- Little White Lie
• Alice Cooper - Fistful of Alice
Lançamento: 29 de julho de 1997
Slash atua em:
- Only Women Bleed
• Insane Clown Posse - The Great
Milenko
Lançamento: 27 de agosto de 1997
Slash atua em:
- Halls of Illusions
• Carmine Appice - Guitar Zeus II
Lançamento: Novembro 1997
Slash atua em:
- Where You Belong
• Various Artists - Gypsy Soul: New
Flamenco
Lançamento: 24 de maio de 1998
Slash recebe créditos como arranjador,
produtor e instrumentista.
Slash atua em:
- Obsession Confession
• Movie Soundtrack - Can’t Hardly
Wait
Lançamento: 26 de maio de 1998
- Paradise City
• Guns N’ Roses - Use Your Illusion
(rack version)
• Various Artists - Pop en Espanol
Ultra Mix , Vol. 2
Lançamento: 14 de março de 2000
Slash recebe créditos pela direção de
arte e design
• Doro - Calling the Wild
Lançamento: 12 de setembro de 2000
Slash é o solista
• Cheap Trick - Silver
Lançamento: 27 de fevereiro de 2001
Slash atua em:
- You’re All Talk
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• Various Artists - Essential Metal
Masters
Lançamento: 8 de maio de 2001
Slash atua em:
- No More Mr. Nice Guy
Equipamento
Slash possui uma coleção de mais
de 90 guitarras e violões que é composta basicamente de modelos da
Gibson, Fender, Guild, B.C. Rich e
Ernie Ball/Music Man. Ele utiliza amplificadores Marshall – Slash foi o primeiro guitarrista a possuir um modelo
signature da Marshall – e cordas Ernie
Ball (.011-.046).
watts (usado para o Talk Box)
• Marshall JCM 800
Cabinetes
• 4 Marshall 4X12 equipados com
Celestion Vintage 30 de 70 watts cada
Efeitos
• Boss GE-7 Equalizer
• Boss DD-5 Digital Delay
• Dunlop Rackmount Wah Wah
• Nady 950-GT Wireless System
(transmissor sem fio)
• Todos os efeitos passam por um
sistema Bob Bradshaw de divisão de
sinal.
Guitarras
• Gibson Les Paul
• Gibson Les Paul Slash Signature
Model
• Gibson SG
• Gibson Flying V
• Fender Telecaster
• Fender Stratocaster
• Ernie Ball/Music Man Silhouette
• B.C. Rich Mockingbird
Violões
• Ramirez (nylon)
• Guild 12 cordas
• Guild Crossroads Double Neck
Slash Signature Model (este instrumento é uma combinação de guitarra de seis
cordas e violão de doze cordas)
• Guild 6 cordas
• Gibson J-100
Cordas
• Ernie Ball (.011-.046)
Palhetas
• Jim Dunlop Tortex 1.14 mm
Captadores
• Seymour Duncan Alnico Pro II
Amplificadores
• Marshall JCM Slash (com válvulas
Groove Tubes)
• Marshall 2555 Silver Jubilee de 50
Book Guns - Guitar Class
-5
Lição 1 / Escala Pentatônica
A escala pentatônica (cinco notas)
foi descoberta na Antiguidade pelos
chineses.
Essa escala acabou se tornando a
principal escala da música oriental
e até hoje é considerada uma escala
sagrada, usada para fins meditativos
e espirituais, já que a estrutura da escala não possui trítonos (tensões).
Entre os ocidentais, a pentatônica se
popularizou a partir do século XX e
se tornou a escala característica do
blues e do rock.
Na guitarra ela se torna de fácil
visualização pois o shape (desenho)
possui uma simetria fácil de decorar.
Por possuir cinco notas, pode-se obter
um total de cinco inversões.
É uma escala de fácil aplicação e se
encaixa em diversas progressões de
acordes, servindo de “atalho” para
quem está improvisando.
Pentatônica Maior X Escala Maior
Natural (Modo Jônio)
Escala Pentatônica Menor - Tom Am
Sequencias de notas: Lá, Do, Ré, Mi e Sol)
F. 01
F. 02
F. 03
PENTATÔNICA MAIOR X ESCALA
MAIOR NATURAL (MODO JÔNIO)
Tendo como exemplo a tônica sobre a nota DO (C):
F. 04
• Escala Maior Natural de DO
(Jônio): DO RE MI FA SOL LA SI
• Escala Pentatônica Maior de
DO:
DO RE MI
SOL LA
Conclusão: Pentatônica Maior = Escala Maior Natural (Jônio) sem a quarta (4a justa) e a sétima (7a maior) notas.
PENTATÔNICA MENOR X ESCALA
MENOR NATURAL (MODO EÓLIO)
F. 06
F. 05
F. 01
F. 02
F. 03
F. 04
F. 05
F. 06
Tendo como exemplo a tônica sobre a nota LA (A):
• Escala Menor Natural de LA
(Eólio): LA SI DO RE MI FA SOL
• Escala Pentatônica Menor de
LA:
LA
DO RE MI
SOL
Conclusão: Pentatônica menor =
6 - Guitar Class - Book Guns
Lição 1 / Escala Pentatônica
Escala menor natural (Eólio) sem a
segunda (2 a maior) e a sexta (6a menor) notas.
Combinando Inversões de Pentatônica Menor
Posição Fundamental e Primeira Inversão
Tom - Am (Lá Menor)
PENTATÔNICA MAIOR X
PENTABLUES MAIOR
Tendo como exemplo a tônica sobre a nota DO (C ):
F. 01
• Escala Pentatônica Maior de
DO: DO RE
MI SOL LA
• Escala Pentablues Maior de DO:
DO RE Mib MI SOL LA
F. 03
F. 02
Conclusão: Pentablues Maior =
Pentatônica Maior com 3a menor
PENTATÔNICA MENOR X
PENTABLUES MENOR
Tendo como exemplo a tônica sobre a nota LA (A):
• Escala Pentatônica Menor de
LA: LA DO RE
MI SOL
F. 04
F. 05
• Escala Pentablues Menor de LA:
LA DO RE Mib MI SOL
Conclusão: Pentablues Menor =
Pentatônica Menor com 5a diminuta
F. 06 F. 07
F. 01
F. 08
F. 09
F. 02
F. 03
F. 04
F. 05
F. 06
F. 07
F. 08
F. 09
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Book Guns - Guitar Class
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Lição 2 / Bends
O bend é uma das principais formas de expressão no mundo guitarrístico, usado principalmente entre os guitarristas de rock e blues. No
jazz, o bend é pouco utilizado, pois
muitas frases são inspiradas em frases de instrumentos de sopro, como
saxofone ou trumpete. O bend é um
artifício que só pode ser usado em
instrumentos de corda, principalmente por guitarristas e baixistas.
A técnica consiste em arquear a
corda (Foto 1), tendo como objetivo
alcançar outras notas tocando na
mesma casa.
Para se tocar o bend, é necessário
que se conheçam os dois tipos de “pegada” existentes na guitarra:
1) Pegada clássica, em que se usa
o polegar no meio do braço com os
quatro dedos alinhados na escala
(Foto 2). Esse tipo de pegada é usado
para tocar músicas que exigem muita técnica. Para quem está olhando
de frente, o polegar não deve aparecer, ficando escondido atrás do braço (Foto 3). Para tocar o bend, essa
pegada não deve ser utilizada.
2) Pegada de blues, em que se usa
o polegar na parte superior do braço com apenas três dedos alinhados
na escala, ou seja, para quem está
olhando de frente, o polegar deve
aparecer apoiado em cima do braço
(Foto 4). O dedo 4 (mínimo) não é
muito utilizado, ficando sempre em
repouso (Foto 5). Essa é a pegada
apropriada para o uso de bends.
Para executar o bend, use a pegada
de blues, pois é necessário que se tenha o apoio do polegar em cima do
braço. Só assim você terá força para
subir a corda. Os dedos mais e menos
usados no bend são:
- Dedos 2 e 3 (mais usados)
- Dedos 1 e 4 (menos usados)
Um fator determinante para que o
bend soe de forma correta é o uso dos
dedos auxiliares (que não estão sendo usados na hora do bend, mas que
auxiliam no arqueamento da corda).
8 - Guitar Class - Book Guns
Exemplo 1 - Bend
Deve-se arquear a corda para a nota soar 1 tom (2 casas), sem voltar para a nota
original.
F. 01
Exemplo 2 - Bend e Reverse
Deve-se arquear a corda para soar 1 tom (2 casas) acima, voltando para a nota
original.
F. 02
Exemplo 3 - Pré Bend
O toque deve ser feito com a corda arqueada 1 tom acima (2 casas), sem voltar
para a nota original.
F. 03
Exemplo 4 - Pré Bend e Reverse
O toque deve ser feito com a corda arqueada 1 tom acima (2 casas), palhetando
somente a volta do bend para a nota original.
F. 04
Exemplo 5 - Unisson Bend
Toca-se as duas notas simultâneamente e a nota mais grave deve alcançar a
mais aguda através do bend.
F. 05
Lição 2 / Bends
Exemplos:
- quando tocar o bend com o dedo
2, use também o dedo 1 para puxar a
corda. O dedo 1 terá a função de dedo
auxiliar e, dessa forma, você terá mais
força para alcançar a nota desejada;
Licks de Repetição
Escolhemos alguns licks de repetição para que você possa fortalecer os
dedos ao deslocar as cordas e conseguir bends afinados. Toque esses
exemplos devagar, mas por três ou
quatro minutos seguidos, para que
possa afiná-los sem cansar os dedos.
Evite cordas de grosso calibre (0.011
ou 0.010) para começar e fique atento
a dores musculares excessivas. As
únicas dores normais são as dos calos
dos dedos, que vão triplicar com esses exercícios.
Lick 1 - Aqui tocaremos um arpejo
de Lá menor feito com bend, pois temos as notas Dó, Mi e Lá. A nota Mi
só aparece com o deslocamento da terceira corda.
Lick 2 - Este lick possui, ao contrário do anterior, um pull-off (ligado
descendente), que deve ser executado
com rigor para que soe tão forte quanto as outras notas.
Lick 3 - Este é uma réplica do lick
número 1 com double stops, que você
fará com uma pequena pestana do
dedo 1.
Lick 4 - Aqui finalmente temos um
lick em tercinas com muita variação.
Memorize-o bem antes de praticá-lo.
Lick de Repetição 1
F. 01
F. 02
F. 03
F. 01
F. 02
F. 03
F. 05
F. 06
F. 08
F. 09
F. 11
F. 12
Lick de Repetição 2
F. 04
F. 05 F. 06
F. 04
Lick de Repetição 3
F. 07
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Lick de Repetição 4
F. 10
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F. 11
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Book Guns - Guitar Class
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Lição 3 / Wah - Wah
História
O pedal wah - assim como os efeitos de distorção, phaser, octaver, etc.
- apareceu na década de 1960, quando os primeiros pedais foram introduzidos no mercado, causando uma
verdadeira revolução na indústria
eletrônica e fazendo com que diversas empresas começassem a pesquisar novas possibilidades sonoras
para o instrumento que estava virando símbolo de uma geração. O pedal
wah chegou no auge de sua popularidade quando Jimi Hendrix o acrescentou em seu set. Aliás, a maioria
dos efeitos citados acima também foi
difundida graças ao experimentalismo que Hendrix colocava em sua
música. A principal empresa da época era a Vox, que fez história com o
pedal wah modelo Cry Baby (hoje
fabricado pela Dunlop). A sonoridade fazia com que a guitarra ficasse
com nuances vocais. Ouça a música
Voodoo Chile (Slight Return), de Jimi
Hendrix, para entender o motivo que
transformou esse pedal num sucesso. Com o passar dos anos, novos pedais foram aparecendo, mas houve
poucas mudanças em relação ao projeto original. Apenas alguns pedais,
como o Morley Bad Horsie, que não
possui potenciômetro, trouxeram alguma novidade nessa área, mas a
maioria dos pedais que existem hoje
tenta recriar os timbres clássicos do
Vox V847 e do Dunlop Cry Baby.
Wah-Wah com Ghost Notes
Aqui estão alguns exercícios para
que você adquira habilidade com o pedal wah wah. Considere todos os sinais
de mais (+) como agudo. Para isso, acione pisando o pedal até o fundo. O sinal de menos (-) deve ser considerado
como grave - nesses casos, levante o pé.
Antes de prosseguir, experimente brincar um pouco com o pedal, abrindo-o e
fechando-o enquanto toca algum lick
ou solo que você conheça. Não esqueça de ligar uma distorção junto para
realçar o efeito do wah wah.
Encoste a mão esquerda (para destros) nas cordas na região da casa 12.
Não aperte as cordas; somente encoste de forma que quando palhetar com
a mão esquerda, não soe nenhuma
nota, apenas um ruído - simbolizado pela letra “X” que está na partitura e na tablatura. Tome um andamento lento e toque colcheias sobre ele
(duas notas por tempo), obedecendo aos sinais que estão sobre cada
nota para acionar ou levantar o pedal de wah wah.
Exemplo 1
A cada toque da palheta, mude a posição do pedal e lembre-se de que a guitarra não deve emitir nenhuma nota, só o ruído abafado.
Exemplo 2
Aqui só no primeiro toque do grupo de 4 palhetadas é que você deve acionar o
pedal. Um metrônomo pode ser útil para manter o ritmo do exercício.
Aplicações
O funcionamento do pedal wah
é bem simples: ele possui uma chave liga/desliga que é acionada com
o pé e que fica embaixo do pedal de
expressão. Quando essa chave é acionada, o timbre vai variando do grave para o agudo, conforme você pisa.
Quando o pedal está para baixo, o
timbre fica agudo, e quando está levantado, fica grave. Pode-se dizer
que o wah funciona como um controle de “tone” da guitarra. Experimente tocar mexendo nesse contro-
10 - Guitar Class - Book Guns
Exemplo 3
Neste exemplo teremos tercinas sobre grupos de colcheias. Isso fará com que
você varie a abertura do pedal, que a essa altura já está soando como um acento.
le. Note que você irá obter um efeito
parecido, mas como fica difícil fazer
as duas coisas ao mesmo tempo, o
ideal é utilizar o pé... Na maioria das
vezes usa-se o pedal wah junto com
a distorção para realçar “aquela”
nuance vocal, fazendo com que a sua
guitarra “chore” (daí vêm os termos
Cry Baby, Crying, etc.). Quando se
usa com o som limpo, você consegue um timbre muito utilizado por
guitarristas de funk e soul music,
principalmente se tiver uma guitarra tipo Strato, de captadores single,
na posição médio-agudo (combinação dos captadores do meio e da ponte). Muitos baixistas também utilizam o pedal wah para tocar com slap,
técnica em que o baixista puxa as
cordas, dando um som estalado.
Exemplo 4
Esta é uma variação do exemplo anterior, pois propõe uma tercina e depois
quebra o acento.
Exemplo 5
Neste exemplo temos, pela primeira vez, a nota do primeiro tempo do compasso com o pedal levantado.
Ligações
A forma mais adequada de ligar o
pedal wah é plugá-lo depois da guitarra, ou seja, se você tiver uma
pedaleira ou pedais avulsos, ligue o
wah antes desses pedais, pois ele tem
de ser o primeiro na sua cadeia de
efeitos. Se o seu amplificador tiver
effect loop, você pode ligar o in do
pedal no send do amp e o out do pedal no return do amp, fazendo com
que o efeito fique entre o pre amp e
o power amp, mas poucos usam esse
tipo de ligação. Alguns guitarristas
preferem ligar o wah depois da
distorção, como o saudoso Stevie Ray
Vaughan, que plugava o wah depois
de um pedal Ibanez Tube Screamer
TS-10. Se você usa um Fuzz Face (um
dos primeiros pedais de distorção,
que hoje é fabricado pela Dunlop)
igual ao de Hendrix, perceberá que
ele também só funciona bem se você
conectá-lo depois do wah. Isso acontece por causa da própria construção
do Fuzz Face, que possui um projeto
bem peculiar e que até hoje é motivo
de muita discussão.
Dicas
Um truque que produz ótimos re-
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Estes exerciíios de wha-wha, tem como principal alvo o desenvolvimento
ritmico de sincronia entre o punho e o pé que aciona o pedal. É claro que um
mundo de possibilidades se abre quando voce une o acento, com a divisão ritmica.
Quanto mais o estudante se aprofundar no estudo da leitura ritmica mais possibilidades tera no momento de compor e improvisar. Mude as formulas de compasso varie os grupos ritmico a cada tempo, mantendo ou não o acento e boa
viagem nesse mundo infinito de possibilidades.
sultados é usar o pedal wah como filtro, deixando-o parado em determinada posição. Você descobrirá novos
timbres e poderá utilizá-lo para acentuar freqüências médio-graves ou médio-agudas. Com o pedal ligado, ache
uma posição para o timbre que está
procurando e mantenha o pedal parado nessa posição. Entenda melhor
esse efeito ouvindo as músicas
Brothers In Arms e Money For Nothing,
do grupo Dire Straits. Stevie Ray
Vaughan usava dois pedais, um como
wah e outro como filtro. Outra dica
que muitas pessoas utilizam é trocar
o potenciômetro dos pedais por um
de seis pinos DPDT, transformandoo em “true bypass”. Na maioria dos
casos, os pedais não possuem bypass
real, ou seja, mesmo quando ele está
desligado, o sinal passa pelo circuito
do pedal, fazendo com que o timbre
se deteriore. Com a chave de seis pinos, isso não acontece. Essa modificação geralmente é feita nos pedais
Vox e Dunlop Cry Baby. Esse serviço
pode ser feito por um técnico eletrônico especializado.
Book Guns - Guitar Class
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