Omega 3 - Hifarmax
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Omega 3 - Hifarmax
Omega 3 – Respostas às perguntas mais frequentes Qual a diferença no mecanismo de actuação face aos Omega 6 e quais as implicações clínicas dessa diferença? Os Omega3 produzem a cascata com produção unicamente de prostagladinas (PGE3) anti-inflamatórias. Os Omega-6 produzem prostagladinas anti-inflamatórias (PGE1), mas também produzem prostaglandinas pró-inflamatórias (PGE2), pelo que se diz que o seu efeito é clinicamente ambíguo. Cascata do Ω 6 Cascata do Ω 3 Ácido α-Linolénico (ALA) Ácido Linoleico (LA) δ-6-desaturase Ácido γ-Linolenico (GLA) Ácido Di-homoγ -Linolenico (DHGLA) δ-5-desaturase Ácido γ-Octodecatetraenoico Ácido Araquidónico (AA) Ácido Eicosatetraenoico (ETA) δ-5-desaturase Ácido Eicosapentaenoico (EPA) Prostaglandinas 1 (PG1) (Efeitos Anti-Inflamatórios) PGG2 5-HPETE Ácido Docosapentanenoico (DPA) PGH2 LTA4 5-HETE Ácido Docosahexaenoico (DHA) Prostaglandinas 2 (PG2) (Efeitos pró-Inflamatórios) Prostaglandinas 3 (PG3) (Efeitos Anti-Inflamatórios) O que é mais importante o racio O6/O3 ou a quantidade de O3 fornecida ao animal? Para animais em perfeito estado de saúde um rácio O6/O3 entre 10:1 e 5:1 parece ser suficiente para manter esse estado de saúde. Para animais com problemas alérgicos, atópicos ou com quedas exageradas de pêlo, o que geralmente traduz um distúrbio “sub-clínico” da pele, a necessidade de Omega-3 aumenta drasticamente, ao ponto de apenas as quantidades do Omega-3 pesarem para a resolução clínica do caso. A explicação para esta diferença parece estar relacionada um deficit na enzima delta-6desaturase nos animais alérgicos. Este deficit provoca um estrangulamento nas cascatas levando a que o LA e o GLA, bem como o ALA não possam prosseguir o seu metabolismo até às prostagladinas, tornando a sua suplementação pouco útil ou completamente inútil consoante o grau de deficit da referida enzima. Serviços técnicos – 917578874 (Filipe Nunes, MV) Porque é que existe a percepção de que os produtos à base de O6 não funcionam tão bem como há vários anos atrás? Há vários anos a alimentação dos cães e gatos era muito feita à base de restos das refeições dos seus donos. Neste modelo alimentar ou com rações de baixa qualidade a insuficiência em ácidos gordos essenciais era importante, pelo que a suplementação em Omega-6 ainda que não ideal produzia efeitos benéficos sobre o estado dos animais. A evolução para os estilos de vida contemporâneos das populações e a sensibilização multi-canal leva a que os donos dos animais alimentem hoje maioritariamente os seus animais com extrusados secos. A maioria destas rações de alta e média qualidade contêm óleos vegetais ricos em Omega 6 (milho, soja, girassol, cártamo, linhaça, etc), pelo que a suplementação com produtos à base de óleos vegetais, mesmo que diferentes, tornou-se redundante e de pouco impacto na resolução clínica dos problemas. Porque é que as rações não trazem mais O3? Os Omega-3 mais interessantes (EPA e DHA) são obtidos por processos de extracção de óleos de determinados peixes. Além destas fontes serem mais difíceis e caras que os óleos vegetais normalmente incorporados, o EPA e o DHA são muito insaturados e portanto muito instáveis, necessitado dum ambiente com pouco Oxigénio ou com altos níveis de anti-oxidantes para que a sua rancificação seja evitada. Ambas as condições não são possíveis de encontrar nas rações. Qual a quantidade ideal diária de Omega 3? A partir de 20mg/kg obtêm-se já alguns resultados, mas ainda com um grau de incerteza relevante. Só com doses maiores ou iguais a 50 mg/kg se obtêm os melhores resultados na maior percentagem de casos. A maioria dos produtos com Omega-3, além de conter pouco Omega-3, faz recomendações de doses muito baixas, levando a taxas baixas de sucesso clínico. Os Omega-3 têm efeitos secundários? Os Omega-3 são muito bem tolerados e não existe uma dose tóxica experimentalmente determinada. No entanto a sua administração, tal como qualquer ácido gordo insaturado, provoca uma utilização acima do normal da Vit.E. A este fenómeno dá-se o nome de peroxidação lipídica e traduz-se em níveis aumentados de oxidação celular e uma hipovitaminose E endógena. Para evitar este fenómeno é fundamental suplementar fortemente em Vit. E sempre que se recomenda àc. gordos essenciais. Quais as aplicações clínicas do Omega-3? Dermatológicas: São as mais reconhecidas, especialmente as situações do foro alérgico, atopias, quedas excessivas de pêlo, mas também fazendo parte do protocolo terapêutico de piodermas, DAPPs e intolerâncias alimentares. Cardio-renais: A componente inflamatória da doença renal é fundamental ser controlada para evitar o avanço da esclerose glomerular. Os Omega-3 são o único antiinflamatório seguro e eficaz para usar na doença renal. A baixa de pressão arterial que induzem beneficia igualmente o trabalho cardíaco, sendo de utilizar em associação com IECAs. Os Omega-6 são de evitar, pois agravam a condição renal. Leismaniose e Demodecicose: Efeitos sobre os sintomas cutâneos destas doenças, de modulação imunitária e de apoio à função renal. Outras: Sempre que é necessário um efeito anti-inflamatório não imediato, mas prolongado e sem efeitos secundários (ex: artroses; encefalites,etc). Serviços técnicos – 917578874 (Filipe Nunes, MV)