XENOFOBIA – O medo da Globalização?
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XENOFOBIA – O medo da Globalização?
ATUALIDADES XENOFOBIA – O medo da Globalização? Profº Rafael Cardoso Os casos xenofóbicos têm tido repercussão internacional. As mortes por motivo de xenofobia têm se tornado pauta de agências nacionais e supranacionais, as quais buscam reprimir esse tipo de intolerância social. Mas por que a xenofobia tem aumentado? Por que na Europa? O termo xenofobia se originou na psicologia e é utilizado para designar uma doença: o medo patológico de estrangeiros. Enquanto patologia, a xenofobia se constitui em um medo ou aversão irracional, sem motivos justificáveis. No entanto, atualmente, o termo faz referência a outro fenômeno: os casos de preconceito, discriminação e violência física contra estrangeiros; tudo isso baseado em um discurso não irracional, mas sustentado (principalmente) por ideais de nacionalismo e discussões sobre crise econômica. Atualmente, houve o aumento de notícias sobre casos de xenofobia, principalmente na Europa. Mas qual seria a causa desse aumento? Por que há uma concentração desses casos na Europa? Qual a relação entre migrantes, nacionalismo e crise econômica? POR QUE EXISTE XENOFOBIA? Hierarquização Superioridade Intimidação Medo Doença da espécie humana – Inferioridade – Ameaça Alguns casos de xenofobia que marcaram a Europa: 2006 – Foram registrados, na Alemanha, 12.238 crimes de motivação xenófoba; 2009 – Filhos de empresária brasileira são agredidos em escola de Madri – Espanha; 2010 – Brasileiro é morto em Portugal e família aponta xenofobia; 2010 – França proíbe ostentação de símbolos islâmicos em escolas; 2011 – Espanha deporta brasileiras com medo de prostituição; 2012 – Brasileira grávida é agredida e perde gêmeos na Suíça; 2012 – Sarkozy afirmou, há poucos dias, que “há imigrantes demais na França” e ameaçou retirar o país do espaço Schengen; Baixa taxa de natalidade Todos os países europeus apresentam taxa de natalidade baixa demais para manter seu atual nível populacional, segundo um estudo abrangente de análise demográfica feita pelo Instituto Max Planck, de Rostock, Alemanha, divulgado na revista alemã. Segundo os pesquisadores, nenhum dos Estados europeus atingiu o chamado "nível de substituição" da média de 2,1 filhos por mulher, por meio do qual a geração dos filhos pode substituir a de seus pais. Com vista ao número de nascimentos, a Europa está dividida em dois grupos de países. Os países com taxas acima de 1,7 filho por mulher, que mais se aproximam da média do nível de substituição, são França, Reino Unido, Irlanda e Escandinávia, com médias entre 1,8 e 2,0. As taxas de fecundidade dos demais países europeus, inclusive os de língua alemã, variam entre 1,3 e 1,5 filho por mulher, afirmou o estudo. (fonte: DW- World) O caso Jean Charles de Menezes - 2005 Brasileiro que ficou conhecido após ser morto por engano pela SO19, unidade armada da Scotland Yard dentro de um trem do metrô de Londres. Os policiais supostamente o confundiram com Hamdi Adus Isaac (ou "Hussain Osman") suspeito de tentar fazer um fracassado atentado a bomba no metrô, na véspera . O caso Paula Oliveira - 2009 A advogada pernambucana Paula Oliveira, 27 anos, que teria fingido ter sido vítima de uma agressão por supostos neonazistas na Suíça, terá que deixar o país. Em fevereiro do ano passado, Paula Oliveira denunciou ter sido vítima de uma agressão na periferia de Zurique, quando voltava do trabalho. Segundo o que ela contou na época, os agressores seriam três skinheads, que bateram nela e a feriram com uma faca. A pernambucana alegou ainda que estava no terceiro mês de uma gestação de gêmeos e, por conta da violência sofrida, teria perdido os bebês. Essa afirmação foi desmentida depois por exames e análises médicas a que a advogada foi submetida. Confrontada pela polícia, Paula Oliveira acabou reconhecendo que tinha mentido e foi condenada em dezembro passado a uma multa por "falsa denúncia". 23.07.2012 - O balanço de vítimas fatais do duplo atentado perpetrado nesta sexta-feira em Oslo e na vizinha ilha de Utoya já chegou a 87 pessoas, das quais 80 correspondem ao ataque registrado em um acampamento juvenil socialdemocrata. O massacre na ilha, classificado pelo rei Harald da Noruega como uma "tragédia imensurável", ocorreu apenas duas horas depois do atentado com um carro-bomba no complexo governamental de Oslo, que deixou sete mortos e 15 feridos. O autor confesso do duplo atentado na Noruega, Anders Behring Breivik, tinha planos ainda mais amplos que iam além dos ataques perpetrados contra o distrito governamental de Oslo e a ilha de Utoeya, assegurou nesta sexta-feira seu advogado, Geir Lippestad, ao diário Aftenposten. Fronteiras - Casal toma sol no lado mexicano da praia de Tihuana, na Baixa Califórnia. A cerca foi construída pelo governo dos Estados Unidos. Imigrantes refugiados da Tunísia e da Líbia chegam à ilha de Lampedusa, na Itália. Xenofobia e o Brasil Os brasiguaios ou brasilguaios são brasileiros (e seus descendentes) estabelecidos em território da República do Paraguai, em áreas fronteiriças com o Brasil, principalmente nas regiões chamadas Canindeyú e Alto Paraná, no sudeste do Paraguai. Estimados em 350 000, são, em sua maioria, agricultores de origem alemã, italiana ou eslava e falantes do idioma português. O nome origina-se na junção das palavras "brasileiro" e "paraguaio". Xenofobia e o Brasil O noticiário do início de 2012 trazia um fato incomum: o Brasil estava sendo “invadido” por refugiados haitianos pela fronteira com o Peru, nas cidades de Brasileia e Epitaciolândia, no Acre, e por Tabatinga, no Amazonas. País mais pobre das Américas e convulsionado por lutas políticas, o Haiti foi devastado pelo terremoto de janeiro de 2010, o que leva muitas famílias de haitianos a procurar um novo lugar para trabalhar e viver. Centenas de haitianos estavam chegando ao Brasil diariamente nessas cidades, após viajar milhares de quilômetros em barcos ou aviões e, depois, em caminhões pela selva, famintos e sem dinheiro, tendo gastado tudo o que tinham para pagar os “coiotes”, que organizam a viagem. O estímulo a esse processo de migração foi dado pelo próprio governo brasileiro, pois o país chefia a missão militar de paz da Organização das Nações Unidas no Haiti desde 2004 e, após o terremoto, passou a conceder visto de migração aos haitianos, para que possam trabalhar aqui, sem fazer exigências prévias de emprego nem de residência no Brasil, considerando os haitianos refugiados de uma catástrofe natural. Quem conseguia chegar também ganhava visto automático. Em um ano, entraram no país 1,6 mil haitianos. Medidas restritivas Diante da nova situação, em janeiro de 2012 o governo brasileiro assumiu uma posição inédita em nossa história recente: estabeleceu uma cota de 100 vistos diários para haitianos que se inscreverem para vir ao Brasil em Porto Príncipe, a capital haitiana. Os vistos permitirão a permanência no país por cinco anos, somente para quem tiver trabalho regular, e cada pessoa autorizada pode trazer a família. O crescimento contínuo da economia do Brasil e o começo da falta de mão de obra são notícia nos EUA, na Europa e no Japão, onde, ao contrário, a economia está paralisada ou em recessão desde 2008. Em razão disso, o Brasil vem atraindo imigrantes. Em junho de 2011, o país contabilizava 1,466 milhão de estrangeiros em situação regular, contra 961.877 em dezembro de 2010: um aumento de 52,4% em apenas seis meses. A ESPERA INQUIETA - O grupo faz parte dos cerca de 800 haitianos que chegaram ao Acre em dezembro de 2011 para procurar no Brasil melhores condições de trabalho Charges Pra que serve o preconceito? Fim