jornalismo "de vale tudo"? - Departamento de Jornalismo

Transcrição

jornalismo "de vale tudo"? - Departamento de Jornalismo
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO
IVANIR GOMES DE CARVALHO
JORNALISMO "DE VALE TUDO"?
CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA RADIOFÔNICO
INFORMATIVO DIÁRIO DA RÁDIO PLANALTO AM
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso Comunicação
Social – Habilitação em Jornalismo da
Universidade Federal de Rondônia/Unir,
sob orientação da profa. Me. Evelyn Iris
Leite Morales Conde, como parte de
avaliação para obtenção de título de
bacharel Jornalismo.
VILHENA - RO
2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL – JORNALISMO
IVANIR GOMES DE CARVALHO
JORNALISMO "DE VALE TUDO"?
CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA RADIOFÔNICO
INFORMATIVO DIÁRIO DA RÁDIO PLANALTO AM
VILHENA-RO
2012
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IVANIR GOMES DE CARVALHO
JORNALISMO "DE VALE TUDO"?
CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA RADIOFÔNICO
INFORMATIVO DIÁRIO DA RÁDIO PLANALTO AM
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso Comunicação Social –
Habilitação em Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia/Unir, sob
orientação da profa. Me. Evelyn Iris Leite Morales Conde, como parte de avaliação
para obtenção de título de bacharel Jornalismo.
Data:13/11/2012
Resultado: .....................................................................................................
BANCA EXAMINADORA
Profa. Me. Evelyn Iris Leite Morales Conde (presidente)
Assinatura:.......................................................................................................
Profa. Me. Andréa Aparecida Cattaneo Melo (membro)
Assinatura:.......................................................................................................
Prof. Me. Celso Francisco Gayoso (membro)
Assinatura:.......................................................................................................
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Dedico este trabalho a todos que estiveram ao meu lado me
apoiando e incentivando, deste o momento que decidi fazer o
curso de Comunicação Social. A todos, o meu muito obrigada.
4
AGRADECIMENTOS
Tive sorte por ter tantas pessoais especiais ao meu lado, que me apoiaram, que
também me orientaram em todos os momentos que precisei (olha que não é uma
tarefa fácil). Agradeço aos meus familiares que por todos estes anos que estiveram
ao lado e por todos os outros anos que eu sei que estarão me acompanhando. Aos
meus queridos amigos que tive o prazer em conhecer no curso de comunicação e
em especial ao meu querido “Serpentário”, pela a amizade sincera e por todos os
conselhos que me deram na área acadêmica e pelos conselhos pessoais que levarei
pela minha vida. Aos amigos de trabalho agradeço pela compreensão e pelo
incentivo para me manter firme no meu objetivo. Agradeço a todos os funcionários
da Rádio Planalto pela disponibilidade de atender todas as vezes que precisei de
informações tanto sobre a rádio quanto informações referentes aos radialistas que
comandam o programa Vale Tudo. Agradeço a todos os meus professores que
fizeram com que eu chegasse até aqui. Um agradecimento em especial a minha
mãe pelo seu jeito concordante, discordante (é isso mesmo), um lado contraditório
que tive que aprender a lidar e compreender, pelo sim e ao mesmo tempo com o
não. Sem citar nomes eu deixo os meus agradecimentos a todos que sabem o
quanto contribuíram para o meu crescimento intelectual e pessoal. Fica aqui o meu
muito, mais muito OBRIGADA.
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JORNALISMO "DE VALE TUDO"?
CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA RADIOFÔNICO INFORMATIVO
DIÁRIO DA RÁDIO PLANALTO AM
RESUMO
Com o foco na informação, este trabalho apresenta uma pesquisa exploratória sobre
as características do programa radiofônico informativo diário “Vale Tudo”, transmitido
pela rádio Planalto AM de Vilhena, município localizado no Cone Sul do Estado. O
programa em questão contém informações que retratam assuntos cotidianos
voltados à população vilhenense. Sendo o programa Vale Tudo o objeto de estudo,
buscou-se, a partir de conceituações sobre Jornalismos Popular, Público e Utilitário,
compreender e analisar em qual classificação proposta este está inserido. Esta ação
é relevante na pretensão de responder o problema da pesquisa: como está
caracterizado o programa Vale Tudo, se levado em consideração seu viés popular,
utilitário ou público? Para a resposta, a hipótese se volta à compreensão destes
conceitos para encontrar qual sua principal característica, presente na transmissão e
interação popular diária no programa.
Palavras-chaves: Jornalismo Popular, jornalismo Utilitário; Rádio; Programa Vale
Tudo; Vilhena.
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO................................................................................................
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CAPÍTULO I
BREVE RELATO SOBRE A HISTÓRIA DO RÁDIO...........................................
1.1 As experiências que resultaram no início do rádio.........................................
1.2 Radiofusão no Brasil: implantação e desenvolvimento..................................
1.3 O rádio como difusor cultural – primeiro conceito de rádio............................
1.4 A publicidade abre novos caminhos para o rádio...........................................
1.5 Radionovela, shows e glamour – os anos de Ouro do Rádio........................
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CAPÍTULO II
BREVE RELATO SOBRE A ORIGEM DO RADIOJORNALISMO E SUAS
CARACTERÍSTICAS...........................................................................................
2.1 Aspectos gerais do rádio: mobilidade e sonoridade......................................
2.2 As modificações que ocorrem na transmissão do som do rádio...................
2.3 Voz do locutor – sensação e construção de imagem....................................
2.4 Níveis da notícia - a informação como mensagem radiofônica.....................
2.5 Entrevista – informação e aprofundamento do conteúdo...............................
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CAPÍTULO III
JORNALISMOS UTILITÁRIO, POPULAR, PÚBLICO........................................
3.1 Características do Jornalismo Popular...........................................................
3.1.1 O sensacionalismo na imprensa popular....................................................
3.2 Jornalismo Público – afinal o que é?..............................................................
3.2.1 As diversas terminologias para designar Jornalismo Público.....................
3.2.2 Eu participo, tu interagis e nós nos comunicamos – características do
jornalismo público.................................................................................................
3.2.3 Comunicação, comunidade e cidadania – quando elas se encontram.......
3.2.3.1 Comunicação e comunidade – compartilhando saberes.........................
3.2.1.2 Comunicação e cidadania – o poder de transformar...............................
3.3 Definição de gênero utilitário.........................................................................
3.3.1 Jornalismo Utilitário: A serviço da população?............................................
CAPÍTULO IV
ANÁLISE E CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA VALE TUDO....................
4.1 Rádio Planalto AM.........................................................................................
4.2 Caracterização objeto do de pesquisa: Programa Vale Tudo........................
4.2.1 Perfis dos profissionais que produzem o programa....................................
4.3 Detalhamento do programa dos dia 17 de abril à 23 de abril de 2012.........
4.3.1 Observações sobre o Jornalismo Popular.................................................
4.3.2 Observações sobre o Jornalismo Utilitário................................................
4.3.3 Observações sobre o Jornalismo Público...................................................
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CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................
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REFERÊNCIAS....................................................................................................
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APÊNDICES
Entrevistas realizadas com os produtos do programa Vale Tudo
Degravação da entrevista com Carlos Godinho................................................... 106
Degravação da entrevista com Saturnino de Oliveira......................................... 116
Degravação da entrevista com Roberto Di Jorgi................................................. 129
Degravação da entrevista com Isach Laurentino................................................ 139
Degravação da entrevista com Raimundo Nonato............................................... 151
Laudas radiofônicas
Lauda radiofônica do dia 17 de abril de 2012.....................................................
Lauda radiofônica do dia 18 de abril de 2012......................................................
Lauda radiofônica do dia 19 de abril de 2012......................................................
Lauda radiofônica do dia 20 de abril de 2012......................................................
Lauda radiofônica do dia 23 de abril de 2012......................................................
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ANEXOS
Mural de recado do dia 17 de abril de 2012........................................................
Mural de recado do dia 18 de abril de 2012.........................................................
Mural de recado do dia 19 de abril de 2012.........................................................
Mural de recado do dia 20 de abril de 2012.........................................................
Mural de recado do dia 23 de abril de 2012.........................................................
Equipe da Rádio Planalto.....................................................................................
Programação da Rádio Planalto de segunda-feira à sexta-feira..........................
Programação da Rádio Planalto no dia de sábado..............................................
Programação da Rádio Planalto no dia de domingo............................................
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APRESENTAÇÃO
Este trabalho tem como objeto de estudo o programa radiofônico diário
intitulado “Vale Tudo”, tendo como objetivo caracterizá-lo em qual dos conceitos dos
jornalismos ele se adéqua, sendo Jornalismo Popular, Jornalismo Utilitário ou o
Jornalismo Público. Para atingir tal objetivo foi necessário dividir esse trabalho em
quatro capítulos para entender os temas que são relevantes ao objeto de estudo em
questão.
Para a redação dos capítulos teóricos, foram realizadas pesquisas
bibliográficas com autores que pudessem esclarecer os temas de cada capítulo,
como rádio com Luiz Ferraretto, Emílio Prado, Gisela Ortriwano; e os jornalismos em
questão com Luiz Martins da Silva, Tyciane Vaz, Raquel Paiva, Claudia Irene de
Quadros, Márcia Amaral Franz e Danilo Angrimani. Na pesquisa exploratória sobre o
objeto da pesquisa foi adquirido, por meio de gravação sonora, documentos
radiofônicos dos programas datados entre os dias 17 de abril à 23 de abril de 2012,
resultando em cinco dias de conteúdo do programa. A análise se deu com a audição
e reescrita da programação em laudas radiofônicas, com o resumo estruturado
das notícias ou os fatos que ocorreram durante a transmissão. Optou-se por cinco
dias, pelo fato da estrutura se repetir já a partir da terceira gravação, o que denota
continuidade estrutural no decorrer de todos os dias. As laudas radiofônicas
possibilitaram analisar os enunciados dos programas de cada dia comparando-as
com as teorias sobre os jornalismos selecionados: jornalismo popular, jornalismo
utilitário e o jornalismo público. Tendo em vista que o objetivo deste trabalho de
conclusão de curso é responder em quais destes jornalismos o programa Vale Tudo
mais se adéqua.
Como o veículo de comunicação que o programa Vale Tudo é transmitido é o
rádio, optou-se no primeiro capítulo fazer um breve relato sobre a história do rádio.
Neste capítulo foi necessário para entender em quais circunstâncias que o rádio
chegou ao Brasil, quem foram os principais pioneiros nesse veículo de comunicação
e como o rádio foi utilizado em seus primeiros anos no Brasil; fazendo um paralelo
desde o seu surgimento até o seu apogeu, conhecido como a era de ouro do rádio.
O segundo capítulo complementa o capítulo anterior, relatando os aspectos
gerais do rádio, como a mobilidade e a sonoridade; as modificações que ocorrem na
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transmissão do som do rádio; a relevância da voz do locutor como produtor de
sensação e construção de imagem; a informação como mensagem radiofônica, e por
fim, a caracterização da entrevista. Esses dados fornecem elementos para entender
os aspectos jornalísticos do programa e como suas características facilitam a
transmissão da notícia.
O terceiro capítulo conceitua as principais características do jornalismo
popular, jornalismo utilitário e o jornalismo público, os quais serão a base para o
entendimento da análise. No tópico sobre jornalismo popular explica suas principais
características e como muitas vezes a imprensa popular é confundida como uma
imprensa sensacionalista. Sobre o jornalismo utilitário é pontuado seus principais
conceitos e como ele surgiu nos meios de comunicação com as notas de “achados e
perdidos”, bem como, a explicação do porque ele visto como um meio
assistencialista. Neste tópico a uma compreensão de como o emprego correto do
jornalismo utilitário pode auxiliar as pessoas no seu cotidiano.
O jornalismo público por ser uma corrente muito recente aos estudos da
comunicação houve a necessidade de classificar cada termo que é utilizado para
defini-lo, assim como explicar o objetivo dessa corrente. Ainda nesse tópico foi
elaborada uma breve explicação sobre os temas que circulam o jornalismo público comunicação, comunidade e cidadania.
O quarto capítulo é a apresentação do objeto de estudo, contando um pouco
da história da Rádio Planalto, do programa Vale Tudo e a trajetória dos profissionais
que produzem o programa. Neste capítulo também consta as observações acerca
dos jornalismos, verificando quais os aspectos mais marcantes dos conceitos que o
programa Vale Tudo apresenta, sendo esta análise do programa.
Posterior a isso, segue os apêndices para melhor compreensão do programa,
como as entrevistas realizadas com os responsáveis pelo programa e pela emissora.
Foi também elaborado laudas radiofônicas para entender a dinâmica do programa
em seu dia-a-dia. E por fim os anexos, que são materiais extraídos do site da Rádio
Planalto, como a programação semanal da emissora, a composição da equipe de
profissionais e o mural de recado da rádio dos dias 17 de abril à 23 de abril de 2012.
Pode-se considerar que o programa Vale Tudo tem mais de uma vertente dos
jornalismos estudados, devido a sua abrangência de assunto e por não assumir um
único formato, isso faz com que seja um programa diversificado e participativo.
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CAPÍTULO I
BREVE RELATO SOBRE A HISTÓRIA DO RÁDIO
Neste capítulo será abordado um breve relato sobre a história do rádio, e
como o próprio nome já diz, é uma forma sucinta de destacar este veículo, já que
possui um enorme apanhado de ações e interações no que diz respeito a sua
primeira transmissão, relação com a sociedade e utilidade pública.
É relevante mencionar estes relatos históricos para este trabalho, pela
importância que o rádio teve na sociedade e principalmente pelo contexto desta
monografia, que é voltada ao programa radiofônico Vale Tudo, que tem um perfil
hipoteticamente popular, público ou utilitário, a ser detalhado nas abordagens nos
demais capítulos propostos neste estudo.
Neste, destaque para as primeiras experiências até se chegar ao veículo
rádio; a implantação do rádio no Brasil e as considerações sobre seu
desenvolvimento; o rádio como difusor cultural e seus conceitos; o sustento do rádio
em era de sociedades e clubes falidos e os principais formatos que ganharam apelo
popular como as radionovelas e show na Era de Ouro.
1.1 As experiências que resultaram no início do rádio
O rádio entra para a história como um meio de comunicação que possibilita a
comunicação entre o emissor e o receptor sem haver nenhum contato. O
desenvolvimento do rádio só foi possível com os estudos da eletricidade, que
também abriu caminho para o advento do telégrafo e do telefone. Ferraretto (2007,
p.80) pontua que em 1753 Benjamin Franklin propunha o uso da eletricidade para a
transmissão de mensagens a distância, na segunda década do século 19 Hans
Christian observa que a corrente elétrica em um condutor provoca a eletricidade e o
magnetismo.
As experiências do professor de física James Clerk Maxwell demonstram no
ano de 1863, por deduções matemáticas que o efeito combinado da eletricidade e
do magnetismo manifesta-se no espaço, originando um campo o qual se propaga
sob forma de vibração ondulatória com a velocidade da luz (2,997925 x 10 8 m/s).
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Paralelamente ao desenvolvimento do telégrafo e do telefone,
seguiam as pesquisas sobre a eletricidade e suas características. Em
Cambridge, na Grã-Bretanha, o professor de Física James Clerk
Marxwell demonstra no ano de 1863, por deduções matemáticas,
que o efeito combinado da eletricidade e do magnetismo manisfestase no espaço, originando um campo o qual propaga sob forma de
vibração ondulatória com a velocidade da luz (2,997925 x 10 8 m/s).
A teoria de Maxwell e confirmadas pelas experiências de Hertz
passariam a ser conhecidas como hertzianas. (FERRARETO, 2007,
p.81)
Jesus de Souza (1996) relata que a descoberta das propriedades de
propagação das hertzianas e com a invenção do coesor e da antena, elemento que
capta as ondas magnéticas, foi possível dar os primeiros passos para a
radiocomunicação.
Foi em 1860 que James Maxwell descobriu as propriedades de
propagação das hertzianas (assim chamadas a partir do nome de
seu descobridor, Heinrich Rudolf Hertz). Daí para as
radiocomunicações foi um passo. O físico francês Édouard Branly
inventou o coesor, um aparelho graças ao qual foi possível assinalar
a presença das ondas elétricas de Hertz, e o engenheiro russo
Aleksandr Stepanovitc Popov imaginou a antena, elemento
importantíssimo na captação de ondas. (SOUZA, 1996, p.44)
Com essas experiências foi possível dar início a radiotelefonia e a
radiotelegrafia, sendo que a radiotelegrafia possibilitou a transmissão à distância,
utilizada pela marinha. Souza (1996, p.44) enfatiza que “em 1898, a nova invenção –
transmissão à distância – entrava a serviço da informação jornalística: uma
transmissão esportiva”. Logo em seguida, “a Marinha adotou a radiotelegrafia,
utilíssima para o transporte marítimo, que, até então, perdia o contato com a terra
tão logo partisse”.
Ao mesmo tempo em que eram realizadas experiências na Europa e na
América do Norte, o padre brasileiro Roberto Landell de Moura, desenvolvia
experimentos com transmissão e recepção de sons por meio de ondas
eletromagnéticas, isso já em 1893 e 1894. Souza (1996, p.44) relata que em 1896,
o italiano Guglielmo Marconi registra “a primeira patente de um sistema de
radiocomunicação e emitir sinais, assim como captá-los, a uma centena de metros
com o seu aparelho de telegrafia sem fio”, ficando assim atribuída a invenção do
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rádio a Guglielmo Marconi, porém, é considerado apenas um patenteador, mas não
quem o produziu. Ferraretto (2007) diz que Guglielmo Marconi, é considerado um
visionário que aperfeiçoava muitos inventos, como foi com o rádio.
Sem desconsiderar a importância do seu trabalho, pode-se afirmar
que a invenção do rádio é atribuída erroneamente a Guglielmo
Marconi. Mais que tudo, o italiano foi um industrial astuto e
empreendedor. A sua empresa detinha patentes sobre diversos
inventos que ele soube – e aí está talvez o seu grande mérito –
aprimorar, desenvolvendo novos e mais potentes equipamentos. A
aparelhagem das primeiras experiências de Marconi, em 1894, na
Villa Grifone exemplifica bem isso. Incluía um oscilador semelhante
ao desenvolvido por Heinrich Hertz, mas aperfeiçoado por Augusto
Righi, pesquisador de quem o jovem Guglielmo era uma espécie de
discípulo [...] (FERRARETTO, Luiz Artur, 2007, 82)
Registro da época mostra em São Paulo, uma das experiências do Padre
Landell, realizada no dia 3 de junho de 1900. (Ferraretto, 2007, p.83) cita esse
período. “No domingo próximo passado, no alto de Santana, cidade de São Paulo, o
padre Roberto Landell fez uma experiência particular com vários aparelhos de sua
invenção, no intuito de demonstrar algumas leis por ele descobertas no estudo da
propagação do som”. Essas invenções estavam ligadas a transmissão da “luz e da
eletricidade através do espaço, da terra e do elemento aquoso, as quais foram
coroadas de brilhantes êxitos [...]”.
Ainda em Junho de 1900, Landell recorre ao governo britânico para angariar
fundos para suas pesquisas, na descrição das suas anotações, pode ser observada
a descrição de dois aparelhos – um seria a radiotelefonia e o outro a radiotelegrafia.
“Com um equipamento semelhante, Landell de Moura obtém em 9 de março de 1901
a patente brasileira sob o número 3279, assim definido no memorial descritivo
encaminhado ao governo”, é o que mostra Luiz Ferraretto (2007,p.85) pontuando
que a transmissão desse aparelho podia ser conduzida com fio e sem fio.
O desconhecimento em relação às pesquisas de Roberto Landell pode ter
caráter político e econômico, pois como menciona Ferraretto (2007, p.85) “a
radiotelegrafia e a radiotelefonia eram um interesse militar estratégico por facilitarem
as comunicações militares entre os navios de uma frota”. Mesmo com os registros
dos trabalhos realizados pelo padre Landell, ainda sim, a patente foi concedida ao
italiano Guglielmo Marconi, mas as pesquisas consideradas de interesses
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econômicas e político continuaram sendo realizadas, várias experiências foram
testadas, chegando então a primeira transmissão considerada eficiente, datada na
noite de 24 de dezembro de 1906, ao som de um violino, de trechos da Bíblia e de
uma gravação fonográfica que foram os primeiros sons transmitidos.
A primeira transmissão comprovada e eficiente ocorreu na noite de
24 de dezembro de 1906. Usando um alternador desenvolvido pelo
sueco Ernest Alexanderson, o canadense Reginald A. Fessenden
transmitiu o som de um violino, de trechos da Bíblia e de uma
gravação fonográfica. Da estação em Brant Rock, Massachussentts,
as emissões foram ouvidas em diversos navios na costa norteamericana. Fessenden aplicava os princípios da amplitude
modulada. (FERRARETTO, 2007, p. 86)
Mesmo com a obtenção da tecnologia para a transmissão de sons usando
ondas eletromagnéticas, não significava o surgimento do rádio, Ferraretto (2007,
p.88) menciona que “o seu uso da forma que se convencionou chamar de rádio
começa a se delinear somente 10 anos após a experiência de Reginald Fessenden”
e, em 1916, o russo radicado nos Estados Unidos David Sarnoff antevê na Marconi
Company as possibilidades de utilização da tecnologia existente para a conformação
de um novo produto. “Ele sugere então a idéia à diretoria da empresa em um
memorando, no qual o rádio como veículo de comunicação de massa é
minuciosamente descrito”. Souza (1996, p.44,45) relata esses primeiros passos do
rádio, enfatizando que foi após a Primeira Guerra Mundial que a radiodifusão teve
maior progresso.
Em 1916, DeForest instalou uma emissora experimental na cidade
de Nova York, mas o grande progresso da radiodifusão aconteceria a
partir de 1918, com o fim da Primeira Guerra Mundial. Em 1919,
instalou-se em Roterdã, Holanda, uma emissora regular, e em 1920,
nos Estados Unidos, a estação KDKA, de Pittsburgh, transmitiu o
resultado das eleições para presidente. (SOUZA, 1996, p.44, 45)
Mesmo com seu desenvolvimento o rádio era considerado um meio de
comunicação bidirecional, onde uma pessoa se comunicava com a outra pessoa que
estava fisicamente afastada. Através dos avanços técnicos, David Sarnoff intuiu a
possibilidade do rádio se tornar um meio de comunicação massiva, unidirecional.
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Infelizmente David Sarnof não conseguiu atingir o seu objetivo, sendo concretizada
posteriormente por duas indústrias, a Westinghouse Eletric and Manufacturing
Company com a KDKA. Nesse processo destaca as transmissões realizadas por
Frank Conrad, considerado o precursor das primeiras transmissões que realizou
diretamente de sua casa, em Wilkinsburg, no estado norte-americano da
Pensilvânia.
É a Frank Conrad que a indústria de radiodifusão deve a sua
existência. Trabalhando poucas horas por manhã na oficina de sua
garagem, ele desenvolveu não só a tecnologia, mas também os
conceitos empresariais sobre os quais a indústria está baseada.
Quando substituiu o fonógrafo por microfone, ele descobriu uma
grande quantidade de ouvintes que tinham construído seus próprios
receptores de galena e que, ao escutarem, escreviam e telefonavam
pedindo mais canções e notícias [...]. (FERRARETTO, 2007, p.88)
Observando a popularidade das transmissões realizadas por Conrad, o então
vice-presidente da Westinghouse, Harry P. Davis, viu uma oportunidade de vendas
dos aparelhos receptores. Ferraretto (2006, p.89) destaca que em 2 de novembro de
1920, “na cidade de Pittsburgh, ao começar suas transmissões, nascia com a KDKA
oficialmente a indústria de radiodifusão, no sentido de produção e transmissão de
conteúdo”. Esses caminhos que a radiodifusão passou possibilitaram os avanços
recorrentes ao rádio, meio os quais conheceram atualmente, porém, a implantação
da radiodifusão não ocorreu da mesma forma em tudo o mundo, na Europa esse
processo demonstrou ser mais lento que nos Estados Unidos.
O progresso da radiodifusão sonora na Europa e no restante do
mundo ocorre com mais lentidão do que nos Estados Unidos. Pierre
Albert e André-Jean Tudesq registram que, em 1925, já existiam
transmissões regulares em 19 países europeus, na Austrália, no
Japão e na Argentina. A estes países, pode-se acrescentar o Brasil,
onde as primeiras emissões regulares datam de 1923.
(FERRARETTO, 2007, p.92)
No Brasil, as influências norte-americanas sempre foram muito fortes, o
modelo de radiodifusão pública introduzida pela BBC dominaria o cenário europeu
até os anos 70.
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1.2 Radiodifusão no Brasil: implantação e desenvolvimento
Com o fim da primeira Guerra Mundial possibilitou a muitos países a
exploração de novos mercados, a fim de obter lucros. Foi nesse período que a
indústria de eletro-eletrônica dos Estados Unidos trás ao Brasil, o rádio. Foi em 7 de
setembro de 1922, que houve a primeira demonstração
na cidade do Rio de
Janeiro. Neste evento foram distribuídos 80 aparelhos para as autoridades civis e
militares, o público pode ouvir a transmissão através de alto-falantes que foram
instalados em diversos pontos da capital.
Oficialmente, o rádio é inaugurado a 7 de setembro de 1922, como
parte das comemorações do Centenário da Independência, quando,
através de 80 receptores especialmente importados para a ocasião,
alguns componentes da sociedade carioca puderam ouvir em casa o
discurso do Presidente Epitácio Pessoa. A Westinghouse havia
instalado uma emissora, cujo transmissor, de 500 watts, estava
localizado no alto do Corcovado. Durante alguns dias, após a
inauguração, foram transmitidas óperas diretamente do Teatro
Municipal do Rio de Janeiro. A demonstração pública causou
impacto, mas as transmissões foram logo encerradas por falta de um
projeto que lhes desse continuidade. (ORTRIWANO, 1985, p.13)
Ferraretto (2007, p. 94), relata que a demonstração promovida pelo “capital
norte-americano atingiria o seu objetivo, despertando o interesse dos pioneiros do
rádio no Brasil, reunidos em torno de Edgard Roquete-Pinto”. O amadorismo e a
curiosidade dos grupos que se interessavam pelo novo meio de comunicação, foram
instrumentos fundamentais para os primeiros movimentos do rádio, como a Rádio
Clube Pernambuco, em Recife. No dia 6 abril de 1919, as iniciativas de alguns
jovens pertencentes à elite que se dedicaram a recepção radiotelefônica, deram
início a uma programação que é considerada a primeira associação a ter
transmissão efetiva.
Essas associações tinham como finalidade divulgar os conhecimentos sobre o
rádio e angariar novos adeptos. Maria Elvira Bonavita Federico apud Ferraretto
(2007, p.95) afirma que “essas entidades” “eram formados por pioneiros, carregados
de “idealismo cujos laivos permanecem ainda nos radioamadores atuais, sendo,
porém diferentes destes na medida em que não possuíam, na maioria das vezes
estações transmissoras”. Algumas cidades já faziam experiências em radiofonia no
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Brasil como aos dos jovens de Recife, por exemplo, mas é a cidade do Rio de
Janeiro que é considerada a primeira a receber implantação de uma emissora de
rádio no Brasil.
O Rio de Janeiro é considerada a primeira cidade brasileira a instalar
uma emissora de rádio. Antes disso, porém, experiências já eram
feitas por alguns amadores, existindo documentos que provam que o
rádio, no Brasil, nasceu em Recife, no dia 6 de abril de 1919,
quando, com um transmissor importado da França, foi inaugurada a
Rádio Clube de Pernambuco por Oscar Moreira Pinto, que depois se
associou a Augusto Pereira e João Cardoso Ayres. (ORTRIWANO,
1985, p.13)
Com essas experiências o rádio foi tomando novos rumos, do amadorismo ele
passou a ser visto como um meio que poderia propagar a cultura no país.
1.3 O rádio como difusor cultural – primeiro conceito de rádio
Edgard Roquette-Pinto, um antropólogo que acreditou no novo meio de
comunicação que surgia. Considerado o pai do rádio, Roquete-Pinto, conseguiu
apoio do governo para investir no seu maior objetivo, a difusão da cultura no Brasil.
Em 1923, Roquette-Pinto funda na cidade do Rio do Janeiro, a Rádio Escola
Municipal. José Barbosa Souza (1996, p.46) explica que Roquette Pinto definia o
rádio com um instrumento utilizado por aqueles que não sabiam ler e um grande
divertimento para o pobre, ele via no rádio um animador de novas esperanças, “o
consolador do enfermo; o guia dos sãos, desde que o realizem com espírito altruísta
a elevado”.
Os primeiros anos do rádio no Brasil foram anos de grandes transformações,
na década de 30, eram centenas de imigrantes europeus chegando ao país
acrescentado ao êxodo rural. Ferraretto (1996, p.98) esclarece que efervescência
política com os movimentos comunistas e anarquistas e, o aumento de grupos
comunistas representada por Luiz Carlos Prestes, possibilitaram ao rádio a
transmissão dessas mudanças para o público. Ferraretto (2007, p.97), acrescenta
ainda que todos estes fatos havia uma ideia de modernização como mudança e, o
professor Roquette-Pinto teria visto no rádio um instrumento de transformação
educativa. “Conferências científicas, música erudita e análise dos fatos políticos e
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econômicos marcam, deste modo, as primeiras transmissões da Rádio Sociedade
do Rio de Janeiro”, possibilitando aos intelectuais e cientistas estrangeiros falar ao
microfone da primeira emissora do país.
Roquette-Pinto contava com os financiadores do rádio que pagavam uma
mensalidade para manter a emissora funcionando, tornando o funcionamento de um
instrumento que não era popularizado na época mais acessível, mas mesmo assim,
essas modernidades não chegavam para todas as camadas sociais.
Nessa primeira fase, o rádio se mantinha com mensalidade pagas
pelos que possuíam aparelhos receptores, por doações eventuais de
entidades privadas ou públicas e, muito raramente, com a inserção
de anúncios pagos, que, a rigor, eram proibidos pela legislação da
época. E também eram feitos apelos para que os interessados
aderissem à emissora como sócios, ajudando a mantê-la. Mas, como
diz Renato Murce, “a constância não é uma virtude muito brasileira,
depois de alguns meses, ninguém mais pagava”. E o rádio lutava
com dificuldades, sem estrutura econômico-financeira que pudesse
favorecer o seu desenvolvimento. (ORTRIWANO, 1985, p. 14)
A publicidade vem como um meio facilitador da manutenção da radiodifusão,
custeando seus gastos e favorecendo a novos investimentos. Porém, a publicidade
só foi regulamentada nove anos após a implantação do rádio, em 1932, fazendo com
que o rádio entrasse em nova fase.
A publicidade foi permitida por meio do Decreto n.º 21.111, de 1º de
março de 1932, que regulamentou o Decreto n.º 20.047, de maio de
1931, primeiro diploma legal sobre a radiodifusão, surgido nove anos
após a implantação do rádio no país. As primeiras emissoras a entrar
em operação, antes do Decreto n.º 20.047, obtiveram suas licenças
com base na regulamentação da radiotelegrafia, o Regulamento para
Serviços de Radiotelegrafia e Radiotelefonia, Decreto n.º 16.657, de
5 de novembro de 1924 [...]. (ORTRIWANO, 1985, p.15)
Um dos motivos que impulsionou o Governo na regulamentação da
publicidade no rádio foi por reconhecer no novo veículo um instrumento capaz de
servir aos interesses públicos e visualizar meios comerciais para a radiodifusão.
[…] O governo mostra, a partir dos anos 30, preocupar-se seriamente
com o novo meio, que definia como “serviço de interesse nacional e
de finalidade educativa”, regulamentando o seu funcionamento e
passando a imaginar maneiras de proporcionar-lhes bases
econômicas mais sólidas, concretizadas pelo Decreto n.º 21.111, que
18
autorizava a veiculação de propaganda pelo rádio, tendo limitado sua
manifestação, inicialmente, a 10% da programação, posteriormente
elevada para 20% e, atualmente, fixada em 25%. (ORTRIWANO,
1985, p.15)
Ortriwano
(1985,
p.15)
acrescenta
que
as
mensagens
comerciais
impulsionaram a uma programação mais “popular”, voltada a diversão, sendo
introduzidos programas de humor e música popular.
1.4 A publicidade abre novos caminhos para o rádio
A informação no rádio iniciou-se em 1925, na Rádio Sociedade, onde
Roquette-Pinto selecionava as informações de jornais que considerava relevante
para rádio e a transmitia para o ouvinte. Maria Elvira Bonavita Federico apud
Ferraretto (2007, p. 101) relata que Roquette dava as notícias recortadas de jornais
impressos um tom mais interpretativo, fazia um apanhado geral dos acontecimentos.
O Jornal do Meio-dia, o Jornal da Tarde e o Jornal da Noite eram acompanhados por
músicas e divididos por editorias, como páginas literárias, agronomia, esportes,
seção feminina, doméstica e infantil. As mudanças que o rádio estava passando
nessa época também eram reflexos das transformações que o país sofria, criando
grandes oportunidades de consumo com a indústria e com o comércio que se
despontava.
As transformações surgidas no país a partir da Revolução de 1930,
com o despontar de novas forças, como o comércio e a indústria, que
precisavam colocar seus produtos no mercado interno, aliados a
mudanças na própria estrutura administrativa federal, com a forte
centralização do poder executivo engendrada por Getúlio Vargas,
são o contexto que favorece a expansão da radiodifusão: o rádio
mostra-se um meio extremamente eficaz para incentivar a introdução
de estímulos ao consumo. (ORTRIWANO, 1985, p.15, 16)
O incentivo que o rádio proporcionava a consumo foi utilizado em vários
formatos de programas radiofônicos, Ferraretto (2007, p.105) diz que a forma que
vemos atualmente a radiodifusão como uma programação de massa, teve inicio com
Adhemar Casé e César Ladeira, isso na década de 30. Eles empregavam uma
programação mais atrativa para o ouvinte, deixando de lado as características que
19
Roquette-Pinto tinha idealizado para a radiofusão com programação mais cultural.
Casé e Ladeira começaram contar com uma programação mais publicitária,
divulgando marcas e seus conceitos e implantado forma inédita de se fazer rádio.
Gisela Ortriwano (1985, p.17), cita que César Ladeira tornou-se conhecido
como “locutor oficial da Revolução, na Rádio Record, que aliás foi pioneira em
múltiplos sentidos. Primeira líder de audiência, introduziu a programação política, ao
trazer os políticos aos seus microfones”. Ferraretto (2007, p.105, 106), pontua que
anos mais tarde Ladeira deixa a Record e se transfere para Mayrink Veiga fazendo
audições com cantores que posteriormente seriam consagrados. No mesmo período
Adhemar Casé atua na emissora Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro, inspirando nas
programações norte-americanas da NBC e na britânica BBC, ele observa diferenças
nas programações brasileiras em relação às transmissões norte-americanas e
britânicas. As transmissões brasileiras eram consideradas amadoras por Ladeira, o
que não permitia maior dinâmica.
Com as mudanças a programação radiofônica começa a ser mais profissional,
com horário e programação definida. Gisela Ortriwano (2007, p. 16) explica que para
cumprir melhor o seu papel, o “rádio não pode mais viver apenas da improvisação”,
ele precisa mudar para poder fazer face à nova situação, onde se estrutura como
empresa, investe e passa a contratar artistas e produtores. Os programas começam
a ser preparados com mais antecedência “e a preocupação está voltada para
conseguir cada vez maior audiência, popularizando-se, criando os primeiros ídolos
populares”.
A linguagem radiofônica vai sendo incorporada, tornando mais coloquial e
direta, tornando a linguagem mais acessível ao público, é o que cita Ortriwano
(1985, p.16) que diz ainda que a linguagem mais coloquial “começa a invadir todas
as emissões “os programadores passam a ter horário certo e a programação, como
um todo, é distribuída de modo racional no tempo”.
Considerado um meio de transformação, o rádio é ambicionado por grupos
políticos para passar suas mensagens, seja ela a favor ou contra ao governo. Um
momento marcante na história foi a do protesto de quatros estudantes que
revoltados contra o governo revolucionário invade a Rádio Record.
No dia 23 de maio de 1932, um grupo de estudantes invade a Rádio
Record, de São Paulo. Um deles, José Branco Lefévre, lê ao
20
microfone um manifesto contra o governo revolucionário liderado por
Getúlio Vargas: “Nós, os abaixo-assinados, declaramos que
invadimos, à valentona, os estúdios da Rádio Record e conclamamos
o povo para que se mude a situação política existente no Brasil”.
Naquela mesma noite, uma multidão tenta tomar a sede da antiga
Legião Revolucionária, entidade tenentista transformada no Partido
Popular Progressiva. Os manifestantes são repelidos a bala. Quatro
estudantes – Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo – morrem. Das
suas iniciais, surge a sigla MMDC, que denomina a entidade
responsável pela organização da Revolução Constitucionalista.
(FERRARETTO, 2007, 107)
As transformações no cenário político tornaram a radiodifusão um veículo
para divulgar as ideologias da época, as próprias emissoras também empregam o
rádio com finalidade política. Ainda nesse momento de efervescência política surge o
DOP e o DIP, instrumento de regulamentação na década de 30. O DOP Departamento Oficial de Propaganda era encarregado de uma seção de rádio que
antecedeu à Hora do Brasil. Ortriwano (1985, p.17) diz que “em 1934, o DOP foi
transformado em Departamento de Propaganda e Difusão Cultural, surgindo então
“A Voz do Brasil””.
Com o decreto n.º 1.915, de 27 de dezembro de 1939, Ortriawano (1985)
pontua que implantaram o Departamento de Imprensa e Propaganda – DIP, ligado à
Presidência da República e que “substitui o Departamento de Propaganda e Difusão
Cultural, “tendo a seu encargo a fiscalização e censura não só do conteúdo das
programações radiofônicas, como as do cinema, teatro e jornais”. Depois, “A Voz do
Brasil” passou a ser responsabilidade da Agência Nacional, atual Empresa Brasileira
de Notícias – EBN.
1.5 Radionovela, Shows e Glamour- os anos de ouro do rádio
Os anos de ouro do rádio não tiveram longa duração, mas pode contar muitas
histórias que fascina até hoje e, transformou a radiodifusão em um instrumento de
poucos em um meio massivo. Alguns fatores marcaram a nova fase do rádio, como a
implantação de uma programação com participação do público, que mudou a forma
de emitir aos ouvintes as suas transmissões.
Em 1935, ocorrem dois fatos marcantes para o desenvolvimento da
21
programação nas emissoras brasileiras. A Rádio Kosmos, de São
Paulo, depois Rádio América, cria o primeiro auditório e, a partir daí,
“vulgarizavam-se as transmissões com a participação do público,
inclusive os programas de auditório”. Paralelamente, é inaugurada no
Rio de Janeiro a Rádio Jornal do Brasil, que “estabeleceria uma
sistemática de programas fundamentada na informação, dentro da
conduta austera, que a norteia até os dias presentes. (ORTRIWANO,
1985, p.17)
É na década de 40 e 50 que o rádio vive um dos momentos mais marcantes
na sua história, momentos de grandes atrações artísticas, musicais e uma nova
atração que atrairia o público, a radionovela. Jesus Barbosa Souza (1996) diz que
nesse período, as emissoras de rádio como a Rádio Nacional e a Mayrink Veiga,
disputavam os grandes nomes de época para suas grades de programações. A
rádio Mayrink Veiga, então introduz o radioteatro no Brasil, fazendo que o ouvinte se
sentisse dentro da história dramatizada.
O radioteatro foi introduzido no Brasil pelas emissoras Mayrink Veiga,
Nacional e Cruzeiro do Sul. A partir da década de 40, vários textos
foram ao ar em adaptações memoráveis. A mais célebre, O direito de
nascer, do cubano Felix Caignet, arrancava lágrimas de legiões de
ouvintes. (SOUZA, 1996, p. 47)
Ferraretto (2007, p.112) menciona que os Estados Unidos em busca de novos
mercados consumidores para os seus produtos oferecem ao Brasil um empréstimo
para saldar dívidas com os franceses e ingleses, além de receber US$ 50 milhões
em produtos norte-americanos e, em contra partida facilitaria a entrada de produtos
e empreendimentos no mercado nacional. Essa política de boa vizinhança adotada
pelos Estados Unidos fez entrar no mercado nacional várias marcas norteamericanas, das quais viram no rádio um meio para divulgar seus produtos para os
brasileiros.
O início da fase de apogeu do rádio ocorre ao mesmo tempo em que
o Estado Novo aproxima-se dos Estados Unidos, país cuja
programação radiofônica, via ondas curtas, inspirava os profissionais
brasileiros desde a década anterior. No plano das relações
internacionais, já em 1939, durante a 8ª Conferência Pan-Americana,
em Lima, eram oferecidos empréstimos para o Brasil saldasse a
dívida externa com os credores ingleses e franceses, além de US$
50 milhões em produtos norte-americanos. A contrapartida viria na
forma de facilidades à entrada de empreendedores daquele país no
22
mercado nacional. (FERRARETTO, 2007, p.112)
Nesse período diversos programas foram lançados para divulgar as marcas
norte-americanas, como a Colgate que patrocinou vários programas dessa época, a
exemplo disso, a primeira radionovela apresentada no Brasil, Em Busca da
Felicidade. E a coca-cola que patrocinou o programa Um Milhão de Melodia, é como
apresenta Luiz Ferraretto (2007, p.117).
Desde a década de 30, algumas grandes agências norte-americanas
já atuavam no Brasil, como a J. Walter Thompson e a McCannErickson. O rádio aparecia como veículo mais adequado à
publicidade. Além da simples veiculação de textos ou jingles
publicitários. Além da simples veiculação de textos ou jingles
publicitários, os principais anunciantes usam técnicas comuns na
época nos Estados Unidos [...] o nome do produto aparece associado
ao do programa, como no caso do mais famoso noticiário da história
do rádio brasileiro, o Repórter Esso [...] lança-se mão de promoções,
como o do creme dental Colgate, patrocinador de Em Busca da
Felicidade, cujos rótulos davam direito a fotos de artistas e alguns
com o resumo da primeira radionovela transmitida no país. No
primeiro mês, 48 mil rótulos chegaram aos estúdios da Rádio
Nacional, um volume de pedidos que inviabilizou a continuidade da
promoção [...] Alguns programas são usados no lançamento de
produtos. Um forte exemplo é Um milhão de melodias, grande
divulgador da música norte-americana e que lançou no Brasil o
refrigerante Coca-Cola.
As rainhas do rádio apareciam em comerciais saboreando os produtos das
marcas que as contratavam para divulgar, principalmente, os novos produtos que
eram lançados no mercado nacional.
Ferraretto (2007, p.124) comenta que em
1949, a Companhia Antarctica Paulista que tinha interesse em lançar o Guaraná
Caçula e patrocinava o Programa Manoel Barcelos, financia Marlene. “Um cheque
em branco garante a compra dos votos, vendidos a Cr$ 1,00 (um cruzeiro) cada com
renda revertida para o Hospital do Radialista.” A cantora Marlene ganha o concurso
com 529.982 votos e aparece no dia seguinte milhares de cartazes espalhados pela
cidade, esse momento marcou a história do rádio, porque o público percebeu que o
concurso já estava definido quem iria receber o prêmio.
Souza (1996) destaca ainda que na década de 50, o rádio tinha grande
influencia, construindo sonhos que nem sempre os ouvintes conseguiam alcançar,
23
causando grande decepção, principalmente nas moças da época.
Ao lado das “rainhas do rádio” havia também o “rei da voz”,
Francisco Alves. “O rádio era senhor absoluto”, escreve a estudiosa
Miriam Goldfeder, “mas nem todos estavam muito contentes com a
radiomania dos anos 50. O jurista Roberto Lira, diretor do Instituto de
Criminologia do Distrito Federal, chegou a diagnosticar a “doença do
rádio”. Ao ouvirem permanentemente o seu artista preferindo, diz o
referido jurista, as mocinhas criam em suas mentes o romance com
que sonham e como não conseguem na maioria das vezes, atrair o
objeto de sua paixão, passam à fraude, ao artifício, às mistificações,
dando as denúncias tão freqüentes ultimamente...”. (SOUZA, 1996,
p.49)
Essa
construção de sonhos era possível por principalmente pelas
radionovelas que caíram no gosto popular. Ferraretto (2007, p.120) explica que a
radionovela “O direito de nascer”, por exemplo, que estreou em janeiro de 1951 e foi
terminou em 17 de setembro de 1952, teve 260 capítulos, inspirando os casais com
o par romântico de Limonta e Isabel Cristina. Os programas humorísticos tiravam
gargalhadas da prateia com os personagens que faziam sucessos e posteriormente
muitos foram copiados pela televisão.
O humor radiofônico surgiu em 1931, na Rádio Sociedade do Rio de
Janeiro, com um programete de cinco minutos intitulado Manezinho e
Quintanilha. Os atores teatrais Arthur de Oliveira e Salu de Carvalho
interpretavam os personagens em um diálogo que remetia sempre
para uma comicidade de anedota. Ao longo dos anos 30, também
surgiram duplas humorísticas caipiras como Alvarenga e Ranchinho
ou Jararaca e Ratinho. Os grandes programas do gênero
popularizam-se mesmo na década de 40. Talvez os principais
tenham sido PRK 30, Edifício Balança Mas Não Cai, Tancredo e
Trancado e Piadas do Manduca. (FERRARETTO, 2007, p.124)
Para dar suporte a todas as programações das emissoras, elas tiveram que
se equipar para atender o público e os artistas contratados. Para isso, a Rádio
Nacional do Rio de Janeiro, montou um grande estúdio que Ortriwano (1985, p. 18)
enfatiza dizendo, que o estúdio da Nacional tornou lenda do rádio brasileiro,
surgindo um marco importante. “Às 21 horas do dia 12 de setembro de 1936, um
gongo soou três vezes e, a seguir, a voz de Celso Guimarães anunciava: “Alô, alô,
Brasil! Está no ar a Rádio Nacional do Rio de Janeiro””. Para André Casquel Madrid
24
apud Ortriwano, “o início de suas atividades representou o “fato que seria o marco
da mais séria transformação ocorrida na radiodifusão brasileira, até o advento da
televisão”
[…] O conselho de administração da Rádio Nacional era formado por
oito divisões especializadas, sob as ordens de um diretor geral –
Vitor Costa -, que se esforçava na produção de programas que
fossem capazes de atrair grande público. “A gigantesca organização
valia-se de dez maestro, 124 músicos, 33 locutores, 55 radiatores, 39
radiatrizes, 52 cantores, 44 cantoras, 18 produtores, 13 repórteres,
24 redatores, quatro secretários de redação e cerca de 240
funcionários administrativos”. Contava com seis estúdios, um
auditório de 500 lugares, operando com dois transmissores para
ondas médias (25 e 50 KW), e dois para ondas curtas (cada um com
50 KW), conseguindo cobrir todo o território e até o exterior com seu
sinal chegava a atingir a América do Norte, a Europa e a África. À
época, às portas do Estado Novo, o rádio já era fenômeno de
massas e suas mensagens alcançavam a mais ampla divulgação.
(ORTRIWANO, 1985, p.18)
Mesmo com esses investimentos o rádio não conseguiu se manter com tanta
popularidade que tinha antes do
surgimento da televisão, os investimentos que
havia na radionovela foram sendo direcionados para o radiojornalismo, área onde as
emissoras investiram mais. Ferraretto (2007, p.135) diz que a TV “enfrenta
problemas na sua estruturar a sua programação”, na época a Nacional e a TV Tupi,
detinham “exclusividade com a maioria dos grandes artistas da época, o que, de um
lado, demonstra a força do rádio, mas, de outro, expõe, com clareza, o crescimento
da televisão”.
25
CAPÍTULO II
BREVE RELATO SOBRE A ORIGEM DO RADIOJORNALISMO E
SUAS CARACTERÍSTICAS
Em face ao objetivo exposto para esta monografia, em que se aborda a
temática voltada para a rádio Planalto, mais precisamente ao programa informativo
Vale Tudo, a pesquisa bibliográfica se faz necessária com a compilação de dados
referentes à compreensão de como iniciou o processo da comunicação radiofônica
no Brasil, para assim, entender quão importante é esta ação tanto em épocas
anteriores quanto atual, além de contextualizar sua história com o objetivo de
localizar o leitor no tempo e no espaço.
Para isso, o capítulo retrata os aspectos gerais do rádio, como a mobilidade e
a sonoridade; as modificações que ocorrem na transmissão do som do rádio; a
relevância da voz do locutor como produtor de sensação e construção de imagem; a
informação como mensagem radiofônica, e por fim, a caracterização da entrevista.
Finda-se com a entrevista, por observar estes formato muito presente nos
programas previamente visitados e transcritos, logo, sendo relevante sua
conceituação no contexto radiofônico.
De acordo com estudos de Ferraretto na obra Rádio – Veículo, história e a
técnica (2007, p.127), o radiojornalismo surge no período em que ocorre a Segunda
Guerra Mundial, onde os Estados Unidos tenta se aproximar do Brasil. Esse período
foi marcado dois momentos importantes, a estreia do programa informativo Repórter
Esso e o surgimento do conglomerado do empresário Francisco de Assis
Chateaubriand Bandeira de Melo, caracterizado pela Rádio Tupi, emissora que iria
transmitir o “Grande Jornal Falado Tupi”.
O programa Repórter Esso estreou em 28 de agosto de 1941, às 12hs,
patrocinado pelo Esso Brasileira de Petróleo. Sua havia a versão do programa em
vários países como Buenos Aires, Santiago, Lima e Havana e em Nova Iorque. Em
25 de dezembro de 1935, surge a Rádio Tupi, empresa pertencente ao visionário
Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo. Chateaubriand construiu um
conglomerado de veículos de comunicação, onde fez com que outros grupos da
época fizessem frente às crescentes empresas do grupo. Ferraretto (2007, p.131)
26
explica que as empresas de Chateaubriand eram compostas por 33 jornais, 25
emissoras de rádio, 22 estações de TV, uma editora, 28 revistas, duas agências de
notícias, três empresas de serviço, uma representação, uma agência de publicidade,
duas fazendas, três gráficas e duas gravadoras de disco.
Com esses fatores que modificaram a comunicação no Brasil, surgiu-se um
novo conceito de informação radiofônica, surge o trinômio – música, esporte e
notícia, sendo que essa nova forma de se fazer radiojornalismo surge com Emissora
Continental, do Rio de Janeiro. A noção de serviço ao ouvinte também se inicia neste
momento, sendo registrado pelo repórter Paulo Caringi e citado por Ferraretto (2007,
p.139).
A autora Gisela Ortriwano (1985, p.22) pontua que com a Rádio Bandeirantes
o radiojornalismo ganha impulso, “as notícias com um minuto de duração entravam a
cada quinze minutos e, nas horas cheias, em boletins de três minutos”. Ferraretto
(2005) esclarece que com a Rádio Guaíba é que inicia-se
o surgimento de
correspondentes em várias partes do Brasil, sendo registrado pela primeira vez com
a eleição de Leonel Brizola. As coletas de informações para a eleição marcou o
radiojornalismo como um veículo que poderia estar em vários lugares distintos e,
cobrindo o mesmo assunto.
Ferraretto (2007, p.139) também menciona que com a Rádio Continental
setores importantes para a sociedade, como hospitais, órgãos policiais e de trânsito,
possibilitou uma nova forma de tratar a informação. Alguns grupos midiáticos se
destacaram em enviar notícias para o ouvinte, entre elas o Jornal do Brasil, onde a
informação e o serviço prestados à comunidade eram a sua marca registrada.
Gisela Swetlana Ortriwano (1985) explica que o rádio para não perder espaço
para a televisão iniciou-se uma programação mais voltada para a os serviços de
utilidade pública.
[...] O RádioJornal do Brasil, do Rio de Janiero, lança um tipo de
programa que seria depois adotada pelas emissoras de todo o país:
os serviços de utilidade pública. A inovação foi introduzida pelo
jornalista Reinaldo Jardim, que teve como objetivo restabelecer o
diálogo com os ouvintes. Inicialmente, o Serviço de Utilidade Pública
surgiu nas rádios divulgando notas de “achados & perdidos”.
Posteriormente, os serviços vão se ampliando, chegando a criar
setores exclusivos dentro das emissoras. Nesta mesma linha, a
Rádio Panamericana, de São Paulo, instalou um serviço particular de
meteorologia. Outras emissoras dão as condições das estradas,
ofertas de emprego etc. (ORTRIWANO, 1985, p.23)
27
Além dos serviços de utilidade pública, as emissoras foram se especializando
em outros setores, como comenta Ortriwano (1985, p.23,24) explicando que havia
rádios que transmitiam uma programação mais musical como a Rádio Tamoio, do
Rio de janeiro, na década de 60. A Rádio Mulher com programação voltada para o
público feminino e os programas voltados para o esporte, como a Rádio
Panamericana, a “Emissora dos Esportes”, em 1947.
2.1 Aspectos Gerais do Rádio: mobilidade e sonoridade
Quanto às características do veículo, são destacadas a seguir a linguagem, a
conversa com o ouvinte e simplicidade, itens importantes acerca da sonoridade e
mobilidade, estudados com foco na proposta desta monografia, que observou no seu
objeto a identificação de simplicidade e companheirismo na relação entre o
programa estudado Vale Tudo, da rádio Planalto e suas especificações enquanto
programação noticiosa inserida na mídia sonora.
O rádio ao contrário da televisão não tem as imagens para mostrar ao ouvinte
o local dos acontecimentos e os personagens da história. Na verdade, nem quem
transmite a notícia pode ser visto, por isso, o rádio se torna um veículo de
comunicação único, espetacular e atiça o imaginário do ouvinte. E. Meditsch (2005,
p.61), relata que o olho sozinho fornece ao espectador uma visão mais completa do
mundo, enquanto que a audição dá ao ouvinte uma imagem incompleta e, isso faz
com que o ouvinte complete com sua própria imaginação o que falta na mensagem
radiofônica.
Outro ponto que favorece a transmissão do rádio é o que Gisela Ortriwano
(1985, p.78) ressalta que o rádio entre os outros meios de comunicação tem maior
penetração geográfica, ultrapassando as fronteiras até mesmo do país, alcançando
lugares que outros veículos de comunicação não chegariam.
Entre os meios de comunicação de massa, o rádio é, sem dúvida, o
mais popular e o de maior alcance público, não só no Brasil como em
todo o mundo, constituindo-se, muitas vezes, no único a levar a
informação para populações de vastas regiões que não têm acesso a
outros meios, seja por motivos geográficos, econômicos ou culturais.
28
Com maior extensão de transmissão o rádio consegue atingir as pessoas que
moram afastadas dos grandes centros, facilitando assim, a penetração de
informações pertinentes a esse público. A linguagem oral e o baixo custo do receptor
de rádio também possibilitaram com que esse veículo fosse aceito com mais
facilidade pelas as populações de baixa renda, pois, mesmo não tendo muita
instrução e não saber ler e escrever, o ouvinte consegue entender a mensagem
transmitida pelo emissor. A mobilidade do aparelho é um dos itens que Gisela
Ortriwano (1985, p.79) esclarece que o aparelho por exigir poucos instrumentos
tecnológicos é mais fácil e mais rápido para chegar ao local do acontecimento de
algum fato e, dessa forma, facilita a sua veiculação mais rapidamente. Assim é mais
fácil para o receptor obter informações do cotidiano, pois ele, não precisa ficar em
frente do aparelho para ficar informado, podendo continuar a fazer suas tarefas,
inclusive podendo andar com o seu aparelho.
A instantaneidade do veículo pode ser uma vantagem enquanto que a
informação é mais rapidamente transmitida e, uma desvantagem pelo fato que o
ouvinte não tem a oportunidade de voltar e ouvir a mensagem novamente. E é neste
momento em que a técnica quando bem aplicada pode amenizar essa desvantagem.
Porchat (2004, p.97) caracteriza esse fato como - a audição é passageira. O autor
fala que o ouvinte pode começar ouvir uma mensagem na metade da informação e,
por isso, é importante que essa informação tenha uma linguagem nítida e também
repetitiva, mas sem que isso possa cansar o receptor.
Por utilizar a linguagem oral, algumas técnicas são estudadas para que a
notícia chegue ao receptor de uma forma clara e entendível. José Ignácio López Vigil
(2003, p.65) pontua que a linguagem simples acaba sendo a mais culta, é a mais
adequada para sintonizar ao grande público.
[...] Nossos ouvintes são pessoas comuns e correntes, cidadãos a
pé, o povo. Não excluímos nenhum setor da sociedade civil, muito
menos as classes médias ou os profissionais. Nossa preferência,
porém, vai para aqueles que mais esperam e mais necessitam do
rádio [...]. (VIGIL, 2003, p.65)
Porchat (2004, p.102), menciona alguns itens que a linguagem radiofônica
exige como a nitidez, que não deve dar margem ao duplo sentido das palavras,
usando assim, frases enxutas e corretas e a simplicidade da informação faz com não
29
seja utilizada palavras de difícil entendimento. “O ideal é que o redator leia e
transcreva o material com suas próprias palavras, como se estivesse contando o fato
para o ouvinte”, ser repetitivo sem ser cansativo.No rádio o locutor tem que estar se
perguntando se o que se está falando realmente o ouvinte está entendendo.
Os acontecimentos inesperados e de grande impacto mostra todo o potencial
do rádio como meio de comunicação. Meditsch (2007) diz que quando as emissoras
interrompem sua programação normal para falar ao vivo de um acontecimento
considerado importante para a sociedade ou irar causar impacto nas pessoas, o
rádio demonstra suas potencialidades e as limitações do veículo, sua rapidez,
mobilidade e ubiquidade. Medistch (2007, p.133) cita o exemplo da cobertura do
incêndio do Chiado, em Lisboa, pela TSF, onde ele se refere que esse episódio se
pareceu bastante com a cobertura do incêndio do edifício Joelma, em São Paulo,
pela Jovem Pan. “Nos dois casos, essas coberturas são lembradas pelos
profissionais toda vez que se discute a respeito do que o rádio é capaz”. Essas
tragédias podem utilizar todos os recursos que o rádio possui e tem como uma das
suas características, a mobilidade e a rapidez. As técnicas brasileiras priorizam a
rapidez, a agilidade e os serviços considerados de utilidade pública. Pode-se
observar que a comunicação no rádio não tem as mesmas preocupações ou critérios
para tratar a notícia, se for comparar com os países europeus.
A autêntica linha de montagem de notícias que caracteriza o
radiojornalismo brasileiro deve chocar um observador europeu, mas
propiciou algumas conquistas técnicas quanto à rapidez e a
abrangência de sua cobertura. Esta possibilidade de maior
abrangência estendeu a cobertura do rádio para áreas normalmente
mantidas à sombra do jornalismo: particularmente, o cotidiano da
população, com as informações ditas “de serviço”. Este tipo de
informação imediata e descartável – como as condições do tempo e
do trânsito, as orientações de saúde pública, de exercício diário de
cidadania e do consumo – alcança um desenvolvimento excepcional
no modelo brasileiro de radiojornalismo, e não é priorizada, da
mesma forma, no radiojornalismo português. (MEDITSCH, 2007, p.
135)
A preocupação em veicular notícia sobre o tempo, o trânsito e sobre a saúde,
informações ditas “de serviço”, são características do radiojornalismo brasileiro.
Pode-se apontar também que a forma de se noticiar a informação tem um diferencial
no Brasil, a mesma notícia ganha diversos ângulos e não apenas repetindo a
30
mesma informação.
A quantidade de notícias produzidas nas rádios brasileiras permite
também uma menor incidência de recepção do material já utilizado
na programação. Nas emissoras portuguesas, as “histórias”
produzidas pelos jornalistas são sistematicamente representadas de
hora em hora, ou a intervalos até menores, enquanto se considere
que mantêm a atualidade. Nas rádios de elite no Brasil dava-se
grande importância ao fato de atualizar o conteúdo, completá-lo ou
simplesmente modificar a forma da notícia entre uma e outra
apresentação, para realçar o caráter de novidade do noticiário. A
cobertura de qualquer acontecimento procura desdobrá-lo numa
antecipação (“vai acontecer”), numa narração (“está acontecendo
agora”) e num relato final (“aconteceu”), como forma de tirar partido
da imediaticidade do rádio no preenchimento da programação.
(MEDITSCH, 2007, p.135)
Outro diferencial das notícias veiculadas no Brasil, é que notícias locais são
mais utilizadas aqui no Brasil se comparada, por exemplo, com Portugal que é
veiculado mais notícias internacionais.
A proporção de notícia internacionais em relação às locais em
Portugal era exatamente inversa à utilizada no Brasil. Em contagem
realizada em um dia de programação da TSF de Lisboa, registramos
17% de notícias locais, 39% de nacionais e 44% de internacionais.
No Brasil, as percentagens recomendadas pelos manuais de redação
ficavam em torno de 60% de notícias locais, 30% de nacionais e 10%
de internacionais. Na Rádio Nova Eldorado AM de São Paulo, os
correspondentes no estrangeiro foram instruídos a limitar suas
reportagens a 15 segundos, o que corresponde em rádio a um
máximo de três linha de texto. Na Europa, ao contrário, as notícias
internacionais recebem destaque e generam interesse: a France-Info,
emissora estatal allnews da França, era considerada a única do
mundo neste formato que não transmitia notícias locais, e por isso
surpreendia os teóricos do imediatismo, por seu sucesso junto ao
público (Bertrand: 120-1). (MEDITSCH, 2007, p. 137)
No Brasil os repórteres internacionais são instruídos a limitar suas
reportagens, ao contrário da Europa.
31
2.2 As modificações que ocorrem na transmissão no som do rádio
A construção da mensagem além das palavras tem alguns fatores que facilita
a compreensão da notícia. O silêncio do locutor, a música ao fundo, o timbre da voz
do radialista, a forma de transmitir a informação, são itens que tornam a notícia mais
inteligível para o ouvinte. A música radiofônica cria um “clima” emocional o que pode
haver uma proximidade do locutor com o ouvinte, tornando as palavras mais vivas e
facilitando a criação de imagem do receptor.
A música é imagem no rádio. Com o ritmo e a melodia da música
denota-se movimento e cor, já a harmonia produz profundidade
espacial (figura/fundo). Associamos uma música a uma determinada
imagem e a um movimento afetivo porque imagens semelhantes já
forma sugeridas por ritmos, melodias e harmonias semelhantes
anteriormente. E como a música é a linguagem da emoção, ela
conota uma relação afetiva com o ouvinte. (BALSEBRE, 2005, p.
333)
Os efeitos sonoros, também podem facilitar a construção de imagem e obter
uma ligação mais próxima do locutor com o ouvinte. O som da chuva, por exemplo,
faz com quem está ouvindo imaginar a cena e sentir os reflexos com o que a sua
mente já tem assimilado sobre o determinado som, fazendo-o sentir alegre ou triste.
José Ignácio López Vigil (2003, p.56) explica sobre o silêncio no rádio, fazendo a
distinção de buraco e pausa. Para Vigil o buraco seria quando se produz um silêncio
inesperado na programação. Fazer pausas é ocupar o tempo com necessário para
salientar uma frase ou uma situação.
Muitas pausas, especialmente nos programas dramatizados,
recebem o apoio de música instrumental ou de efeitos localizados em
terceiros planos. São essas bombardeadas do coração quando o
preso está a ponto de fugir da prisão ou os acordes do violino
quando a mãe abraça o filho que volta da guerra. Outras pausas,
naturalmente mais curtas, podem ser feitas com puro silêncio.
(VIGIL, 2003, p.57)
Além do silêncio, as montagens radiofônicas contribuem para realçar a
intenção do emissor. Armand Balsebre (2005, p.334) diz que “é possível cortar e
colar o material sonoro, alterar a qualidade e a natureza da fonte sonora”. Isso
32
segundo o autor recrearia a realidade, ao tempo que se distinguiria da materialidade
real, criaria um novo conceito do real. O som do rádio ainda é pouco estudado
devido ao privilégio ao visual. O som que chega até nós não é o som natural, mas
um som que passou por modificações. Quando se trata desse assunto, se fala
também na questão psicológica que está relacionada à percepção e a imagem.
[...] Som do rádio não corresponde à experiência acústica natural, é
antes um som artificial produzido com uma série de intermediações
eletromagnética. As suas possibilidades e limites, em conseqüência
disso, não serão as mesmas do som natural. A demarcação destes
limites é bastante complexa, pois não depende apenas das leis
físicas que permitem a descrição objetiva deste som mediatizado
pelo áudio, mas também de variáveis psicológicas relacionadas à
percepção e à imaginação que estão longe de constituir uma ciência
exata. (MEDITSCH, 2007, p.148)
As mudanças realizadas nas transmissões fazem com que o ouvinte obtenha
uma transmissão modificada do som que chega a sua residência. Eduardo Meditsch
(2007, p.114), diz que a alteração na voz do locutor rádio que chega aos ouvintes
não tem nenhuma ligação, “no sentido mecânico, com o fenômeno acústico, ocorrido
no estúdio da emissora, que originou”.
Vigil (2003, p.47, 48) chama de ruídos as interferências que ocorrem na
transmissão do som desde os estúdios de gravação até o som que chega na
residência do ouvinte. Essas interferências podem ser de caráter humano ou
atmosférico, como Vigil (2003) explica a seguir. A primeira modificação que ocorre é
quando o locutor fala ao microfone, gerando ondas sonoras. A segunda modificação
seria as transformações do som do microfone em correntes elétricas. O transmissor
converte as correntes elétricas em ondas eletromagnéticas que são distribuídas pela
antena, essa é a terceira modificação, nesse fator está sujeito as condições
topográficas e atmosféricas. A quarta modificação, são as antenas do radiorreceptor
que capta as ondas eletromagnéticas convertendo-as em correntes elétricas e a
última é próprio ouvinte que capta as ondas sonoras transmitindo-as ao cérebro para
o correspondente decodificação.
As alterações causam no ouvinte uma “impressão de realidade”, produzida
pela transmissão, porém essa “impressão” se torna mais forte que a realidade, pois
33
as pessoas reconhecem os padrões construídos pela memória e por meio de
experiência, fazendo com que compreenda e não procure as diferenças. E.Meditsch
(2007) diz que as transformações do rádio ocorreram em todo o seu processo,
desde a sua elaboração em estúdio até chegar ao ouvinte, mas o desenvolvimento
da fonografia e sua especificação nesse setor, fez com que o radiojornalismo
obtivesse meio de agilizar sua programação, tornando-o mais prático.
O desenvolvimento da fonografia e sua organização, numa indústria
específica, também retirou dos estúdios de rádio a produção de
grande parte do material emitido, já que quase toda a música e a
propaganda passaram a ser fornecidas em gravações pela indústria
fonográfica. No setor da informação, a fonografia introduziu a
transmissão diferida, o som adiado. Com ele, a possibilidade da
emissão de um som independente do momento de sua produção,
novas facilidades para o transporte, a viabilização de seu
armazenamento por tempo ilimitado e renovadas maneiras de
manipulá-lo, cortá-lo, montá-lo, emendá-lo, enfim, editá-lo conforme a
intencionalidade definida pelo profissional ou pela programação.
Toda esta gama de possibilidades novas abriu caminhos para a
criatividade no campo da linguagem do radiojornalismo, e acabou
sacralizando novas formas, eleitas, sobretudo por sua praticidade e
economia. A partir destas, nota-se também uma modificação nos
critérios de conteúdo, com a valorização crescente de um “jornalismo
de declarações”, substituindo o relato de fatos como matéria
predominante. (MEDITSCH, 2007, p.117)
Com o desenvolvimento tecnológico, a produção das transmissões também
se modificou, com isso o papel do jornalista adquiriu novas funções. Meditsch (2007,
p.119, 120) declara que a gravação magnética e o seu processamento eliminam
alguns técnicos de operação, fazendo com que o jornalista também absorva a
função dos profissionais demitidos.
Os atores sociais se tornaram mais imediatista, exigindo mais rapidez na
divulgação da notícia, fazendo transformações na produção do rádio que tenta
satisfazer a um público cada vez mais segmentado.
2.3 Voz do locutor – sensação e construção de imagem
No rádio a voz do locutor é tão importante quanto à notícia, pois é através da
34
voz que o receptor irá identificar a programação e o tipo de programação que é
produzida por ela. A voz pode provocar emoção, choro e raiva, dependendo de como
essa “voz” irá ser entoada. Tendo como objeto de estudo o programa Vale Tudo,
observa-se a importância de estudar como essa “voz” é utilizada na programação
radiofônica, como os locutores a utilizam para chamar a atenção dos ouvintes
quando estão veiculando uma notícia. A voz do locutor é apenas um elemento
perceptível ao ouvinte, pois há outros profissionais que colaboram para a produção
jornalística, é o que refere Meditsch (2007, p.141) que diz ainda que “a voz do
repórter percebida pelo ouvinte é apenas a ponta de um iceberg”. Ele diz que a
equipe de jornalistas da emissora e toda a “cultura profissional de que é portadora,
administrativo, vendedores de publicidade, engenheiros de telecomunicações,
anunciantes e legisladores podem ser considerados coadjuvantes no processo”, a
rede é bem mais extensa.
Armand Balsebre (2005, p.331) esclarece que a “fala do locutor ao microfone
que é percebida pelo ouvinte como “real” e “presente” e proporciona uma relação de
empatia e identificação”, que ao mesmo tempo esta “voz amiga” do locutor que
nunca vemos, também conota uma determinada distância psicológica.
As vozes mais graves dão a sensação de presença ou proximidade,
enquanto as mais agudas e mais claras, provocam a sensação
psicológica de distância. As mais graves são mais indicadas para
programas noturnos por trazerem um contato psicológico mais
estreito é um horário que o ouvinte está mais tranqüilo. Já a voz mais
grave que denota mais claridade e inteligibilidade, embora menos
presença, será mais adequada para programas diurnos […]
(BALSEBRE, 2005, 331)
O radiojornalismo foi visto no seu início como texto apenas, desconsiderando
a voz do locutor, deixando esse elemento para segundo plano. A voz antes tinha de
ser neutra, não podia transmitir emoção.
“A lei da economia” aplicada à linguagem do radiojornalismo fez com
que inicialmente ela fosse pensada, exclusivamente, enquanto texto.
Tal postura tinha como contrapartida o locutor absolutamente neutro,
despessoalizado, mero “instrumento de estúdio”. O padrão de
35
“sobriedade de locução” que vigorou então, e que ainda hoje é tido
como o ideal em muitas emissoras voltadas para um público de elite,
foi buscado, significativamente, na forma contida adotada pelos
jornalistas na cobertura de cerimônia fúnebres. (MEDITSCH, 2007,
p.186)
Meditsch (2007, p.186) menciona uma colocação de Barthes que diz que a
voz não tem neutralidade, pelo contrário, é dotada de libido e é objeto do desejo ou
da repulsão. Barthes distingue na fala como um grão da voz enquanto “articulação
do corpo, da língua, e não a do sentido, da linguagem”. A voz do locutor faz com que
o ouvinte distingue os diversos tipos de informação, seja ela jornalística, de
publicidade ou de entretenimento.
Kumar apud Meditsch (2007) cita três estratos de locutores; os locutores
institucionais, que são responsáveis pela apresentação do prefixo do programa e
exerce função institucional; os locutores de notícias e; os apresentadores de
programas que são mais flexíveis. Meditsch (2007) diz que as mudanças de vozes
no radiojornalismo, também anunciam a mudança de assuntos além de manter a
atenção do ouvinte que pode distinguir os tipos de programação de uma rádio. Os
diversos timbres do locutor podem facilitar para o ouvinte na diferenciação de uma
propaganda, de um programa jornalístico ou de entretenimento.
Na informação jornalística, o jogo de vozes não serve apenas para
estabelecer um ritmo que ajude a manter a atenção do ouvinte,
embora esta seja a sua intenção principal. A intercalação também
sinaliza mudanças de assunto e de procedência das notícias; os
diversos timbres e situações acústicas informa sobre a identidade e o
contexto dos falantes. A qualidade de som estabelece também uma
hierarquia de vozes: na base o entrevistado, com postura amadora;
acima dele o repórter, treinado com o microfone; no ápice, o
apresentador no estúdio, com as melhores condições de emissão. O
estúdio insonorizado cria distanciamento em relação aos
acontecimentos noticiados, enfatizando o controle sobre os
conteúdos que deve ser exercido pelo apresentador (Crisell,
1986:90). (MEDITSCH, 2007, p.188)
Hartley apud Meditsch (2007) ainda distingue as vozes institucionais e as
vozes admitidas. A primeira refere-se à voz dos locutores; enquanto a segunda a voz
dos entrevistados.
36
Hartley distingue no jornalismo eletrônico as “vozes institucionais” e
as “vozes admitidas”: as primeiras (dos apresentadores,
correspondentes e repórteres identificados com a emissora)
tenderiam a negar sua própria subjetividade, em nome da
transferência dos relatos, enquanto as últimas (dos entrevistados)
ficariam subordinadas à estrutura das notícias, tal qual apresentadas
pelos profissionais. Fiske, num estudo sobre tevê, descreve essa
subordinação como uma forma de “controle discursivo” exercido pela
emissora (cits. In Wilby & Conroy, 1994:148). (MEDITSCH, 2007,
p.188)
Além da preocupação da voz, o locutor tem de se ater a pronúncia adequada,
mas caso cometa algum erro Meditsch (2007) alerta para a correção que o locutor
tem a fazer no momento em que o erro acontece.
No rádio, uma palavra ou frase pronuncia inadequadamente põe em
questão o conteúdo da mensagem e, com ele, também a
competência do locutor. Daí que o profissional não possa
desconsiderar os seus erros como faria numa conversa e tenha que,
sempre que os note, optar por acrescentar ou não uma correção que,
ao mesmo tempo, reestabeleça o conteúdo, dê conta de seu controle
pessoal sobre o que está sendo dito e não deixe dúvidas sobre a sua
capacidade. Essa opção do locutor profissional é sempre dramática
porque, ao contrário do que ocorre na escrita, na fala a correção é
sempre explícita – em vez da supressão do erro, requer a agregação
do remédio ao enunciado errado – o que faz com que chame atenção
sobre a falha. (MEDITSCH, 2007, p.190)
A correção de alguma fala no rádio é sempre explícita, chamando a atenção
do ouvinte para o erro ao contrário do que ocorre na escrita.
2.4 Níveis da notícia - a informação como mensagem radiofônica
No rádio a informação ganha espaço determinado ou apenas flash dentro das
programações já definidas, podendo assim, informar o público a qualquer momento,
o importante é manter o ouvinte atualizado sobre todos os assuntos pertinentes que
ocorrem. Esses tipos de notícias recebem denominações que estabelece o
conhecimento. Gisela Ortriwano (1985, p.89) esclarece que o objetivo da informação
37
como mensagem radiofônica é manter o ouvinte informado sobre tudo. A autora
pontua que pertence à informação todos os programas regulares de notícias, os
ocasionais originados pela aparição de uma “notícia de excepcional relevo e aqueles
outros que têm como finalidade levar ao público um conjunto de conteúdo que estão
presentes na atualidade sem serem atuais ao máximo”.
Gisela Ortriwano (1985, p.90), expõe a definição que Nabantino Ramos que
explica o que é informação e o que é notícia. Nabantino considera que tanto a
informação como notícia são como sinônimos, ressaltando que “pode-se dizer, com
maior propriedade, que a informação é conteúdo da notícia. Ou que a notícia veicula
a informação”. Em outras definições, vamos encontrar também a estreita vinculação
entre os dois conceitos. Informação: “Notícia comunicada a alguém ou ao público”,
com a ressalva de que, segundo Fraser Bond, “a notícia não é um acontecimento,
ainda que, assombro, mas a narração desse acontecimento” e, por extensão, notícia
é “o conteúdo do relato jornalístico. O assunto focalizado pelos veículos informativos,
para atingir o público em geral”.
Se considerarmos que o fato só é notícia quando difundido pelos
meios de comunicação, fica realmente muito difícil chegar a uma
definição. O fato “vira” notícia, ou não, em função de uma série de
interesses – principalmente político-econômicos – e em relação à
objetividade/subjetividade de quem seleciona – e assim determina –
o que é notícia. Avaliar o universo jornalístico disponível no momento
é muito importante: um fato pode merecer maior ou menor destaque
em função de outros fatos que ocorram no mesmo período. Em dias
de “noticiário fraco”, como fins-de-semana ou feriados, fatos que
nunca seriam noticiados durante os dias úteis acabam recebendo
destaque. Em contrapartida, fatos relevantes acabam sendo
deixados de lado quando há outros muito “mais relevantes”.
(ORTRIWANO, 1985, p.91)
Para Ortriwano (1985, p.91) existe apenas uma informação para ser difundida
tanto pelos veículos impressos como pelos eletrônicos. “No rádio, a informação vai
apresentar características próprias, sem perder sua identificação com o conteúdo a
ser informado”.
Outra diferenciação é o que o autor Emílio Prado (1989) declara sobre notícia,
é sobre a diferença entre notícia irradiada e notícia impressa. O autor enfatiza que a
notícia irradiada são notícias daquelas pessoas não sabem ler.
38
Convém recordar aqui alguns elementos que diferenciarão
substancialmente a notícia irradiada da notícia impressa. Em primeiro
lugar, as notícias radiofônicas são veículo de informação daquelas
pessoas que não lêem porque não sabem ou não querem fazê-lo.
Esta gente se provê de informação através da comunicação
interpessoal (cada vez menor nas sociedades desenvolvidas) e
através dos meios de informação audiovisuais. Por isto, não se deve
dar nada por definitivo na notícia radiofônica. (PRADO, 1989, p.48)
Boa parte das informações que são absorvidas pelas pessoas, é provida da
comunicação interpessoal ou pela comunicação audiovisual. Além dessas
diferenciações o autor também exemplifica sobre a notícia estrita, a notícia de
citações e a notícia de entrevista.
Prado (1989) fala que a notícia estrita, é a mais freqüente nos serviços de
hora em hora. Segue a estrutura de lide incompleto, se assim permite dizer, funciona
como fosse uma introdução, respondendo as perguntas: o que ocorreu e quem é o
protagonista.
Trata-se da notícia estrita, a notícia de citações “com voz” e a notícia
com entrevista [...] A mais freqüente é a notícia estrita, especialmente
nos serviços de hora em hora. Em contraste com a clássica pirâmide
invertida da imprensa, que vinha encabeçada por um lide, no rádio a
quantidade de informação não é decrescente em sua distribuição [...]
Encabeça a estrutura da notícia radiofônica uma “introdução”, termo
que utilizamos no lugar de “lide”, que tem conotações históricas de
sumário, se bem que atualmente (e a partir das mudanças
produzidas pelo jornalismo impresso) o lide se define como “a
formulação do que é mais importante em uma notícia, direta ou de
criação, respondendo a duas perguntas básicas: o que ocorreu e
quem é o protagonista. (PRADO, 1989, p.49)
A notícia com citações “com voz” segue a mesma estrutura da notícia estrita,
com a diferença que os dados “são expressos pela voz do protagonista dos fatos ou
pela fonte”. Prado (1989, p.53) diz que esse recurso é aconselhável, pois a mudança
de voz dá ritmo e sustentação e, sobretudo pode incluir o cenário sonoro dos fatos.
Esta formula “aumenta a sensação de participação criativa do ouvinte no
acontecimento. A notícia ganha, assim, em credibilidade e em exatidão”.
A notícia com entrevista tem uma estrutura diferente, “contém um início
39
atrativo onde haverá a resposta ao quem e habitualmente conterá a resposta ao
quê”, é o que se refere Emílio Prado (1989, p.55) que prossegue mencionando que
as normas para fazer esta entrada são as mesmas notícias estritas. “Depois da
entrada segue-se uma entrevista que pode cumprir duas funções. Uma, fornecer os
dados do fato, e outra, dar a resposta ao “por quê?”.
No primeiro caso a entrevista é ágil, com perguntas breves e
respostas curtas. Nelas a fonte ou o protagonista fornece os dados
que tem. Se estes são parciais serão completados pelo jornalista
seguindo os esquemas anteriores [...] Neste tipo de notícia, o
encerramento – além das funções mencionadas para os outros dois
gêneros – deve cumprir o da redundância, característica vital para
reforçar a falta de permanência da mensagem. (PRADO, 1989, p.55)
A entrevista fornece agilidade e dinamismo, com perguntas breves e
respostas curtas. Dentro dos acontecimentos e da forma que a notícia é apresentada
ao público, a informação ganha denominações para reconhecermos os diversos
tipos de informação que chega ao público, como o flash, a edição extraordinária,
edição especial, o boletim, o jornal e o jornal especial.
Gisela Ortriwano (1985, p.92) diz que o “Flash: acontecimento importante que
deve ser divulgado imediatamente, em função de sua oportunidade, não faz parte de
nenhum programa específico, podendo participar de todos eles”. Gisela menciona
ainda que o flash nem sempre responde às perguntas fundamentais do jornalismo –
que, quem, quando, onde e como. “O tempo empregado na emissão é muito curto,
apenas o necessário para informar que o fato está ocorrendo, sem outros
pormenores”. Já a edição extraordinária, ocorre a qualquer momento, podendo
interromper toda a programação que estiver veiculada.
Edição extraordinária: também se refere a acontecimentos
importantes, cuja divulgação é oportuna, interrompendo qualquer
programa. Neste caso, a notícia já é apresentada com maiores
pormenores – se considerarmos a emissão toda - , sendo
normalmente mais longa do que o flash. De acordo com a
importância do fato, a emissora pode interromper toda a sua
programação e ficar informando sobre acontecimento enquanto
houver novidades a apresentar. (ORTRIWANO, 1985, p.92)
40
A Edição Extraordinária se contrasta com a Programação Especial, a qual
analisa um determinado assunto, seja pelo grau de importância e atualidade, seja
por seu interesse histórico, Gisela (1985, p.92,93) diz que as pesquisas
aprofundadas sobre o tema, “tanto no diz respeito às informações textuais como às
sonoras, principalmente as entrevistas” e que a rigor, sua emissão deveria ser
ocasional, “diretamente ligada à ocorrência de um fato que mereça, por sua
importância, um tratamento especial ou pela comemoração de uma data de
importância histórica”.
Gisela Ortriwano (1985, p.93) conceitua o que seria para ela as características
de um boletim - noticiário apresentado com horário e duração determinados, com
características musicais de abertura e encerramento, texto elaborado, script e
montagem dos assuntos a serem tratados, que podem abranger tanto o noticiário
local como o nacional e internacional.
Tem por função manter o ouvinte informado sobre os acontecimentos
mais importantes entre uma emissão e outra. Normalmente é
apresentado a cada trinta minutos ou de uma hora em hora. A
duração média da emissão – incluindo os intervalos comerciais – é
de três a cinco minutos. Não apresenta pormenores dos
acontecimentos, limitando-se a informar sobre os fatos.
(ORTRIWANO, 1985, p.93)
O Jornal, o tradicional “jornal falado” contem informações mais detalhadas e
são veiculadas em horário mais propício para esse tipo de formato, podendo ter
entre 15 minutos e até duas horas e meio de duração.
Jornal: é o tradicional “jornal falado” das emissoras, que tem por
função cobrir o último período informativo entre uma emissão da
espécie e outra. Apresenta assuntos de todos os campos de
atividade, estruturados em “editorias”. Contém informações mais
detalhadas dos fatos e, nos casos das emissoras que levam o “palco
da ação” ao ouvinte, reportagens, tanto gravadas como ao vivo. Os
comentários – interpretativos ou opinativos – também podem estar
presentes, assim como os editoriais. Sua duração varia, em média,
de 15 minutos a uma hora, havendo, hoje em dia, jornais com até
duas horas e meia de duração. Precisa ser rigorosamente elaborado,
com o script bem estruturado, para que possa ir ao ar sem
sobressaltos. Possui características de abertura e encerramento,
41
vinhetas de passagem etc. É apresentado em horários que,
potencialmente, são considerados os mais adequados para esse tipo
de emissão: pela manhã, entre seis e nove horas; ao meio-dia, entre
12 e 14 horas; no final da tarde, entre 18 e 19 horas; e à noite, entre
22 e 24 horas. Possui duração e periodicidade fixas”. (ORTRIWANO,
1985, p.93)
Ortriwano (1985, p.93, 94) ainda pontua que as características do Informativo
Especial – “informações sobre fatos de um mesmo campo de atividade, em que
apenas interessam as notícias referentes àquele setor. O caso mais comum é o dos
noticiários esportivos”. Ortriwano explica que o Informativo Especial pode ter
características de boletim ou de jornal. O informativo especial pode ser programa
que “tenha existência predeterminada em função do assunto tratado – só existe
enquanto aquele assunto está em evidência, como é o caso do campeonato Mundial
de Futebol – ou pode ser permanente, ficando no ar enquanto interessar”.
As notícias seguem um determinado tipo de classificação e são chamados de
níveis. Conforme o grau de importância que as notícias ocorrem elas ganham mais
ou menos espaços nas emissoras de rádio. Gisela (1985) menciona 5 (cinco) níveis
de notícias, no qual ela classifica cada uma delas.
No 1º nível Gisela conceitua como uma “fórmula mais pura de informação no
rádio, ou seja, a notícia emitida assim que se tenha conhecimento da ocorrência do
fato”. Ortriwano (1985, p. 94) explica que o 1º nível é “composto exclusivamente por
notícias relevantes ou de grande interesse público. Trata-se de uma emissão sem
periodicidade fixa, ocasional, que começa e termina em si mesma”. Essas notícias
não fazem parte de nenhum programa e podem ser inseridas em qualquer tipo de
programação jornalística, normalmente são introduzidas nas programações como
flash e das notícias extraordinárias.
Já o 2º nível, Gisela (1985, p. 94) considera como “aparição ocasional de
grandes notícias, promotoras de espaços informativos especiais”. A preocupação
com o conteúdo é mais denso, “cuja finalidade é tratar o fato do modo mais
complexo possível, dando-lhe enfoque histórico ou recompondo os acontecimentos
e avaliando seu significado”. O 3º nível já é considerado como um “conjunto de
notícias selecionadas, avaliadas e tratadas em um primeiro estágio informativo. Não
participa dele outro gênero jornalístico que não seja o informativo”, tendo
periodicidade e técnicas próprias. O 3 º nível é comumente chamado de boletim.
42
O 4º nível a informação tem tratamento mais aprofundada, uma seleção
valorativa de notícias por períodos mais amplos de tempo. Os comentários podem
estar presentes. A sucessão das informações está “ordenada por um esquema que
segue, fundamentalmente, atualidade diária, mas que também tem presente a do dia
anterior e se projeta no seguinte. Sua periodicidade é fixa, são conhecidos como
“jornais falados”, é o que se refere Ortriwano (1985, p. 94) que também discorre
sobre as características do 5º nível. Para Gisela (1985, p.95) o 5º nível são
informações que estão inseridas com outros assuntos mesmo que não sejam
jornalísticos e, atua para manter o interesse do ouvinte pela programação.
2.5 Entrevista – informação e aprofundamento do conteúdo
A entrevista é considerada um dos gêneros jornalísticos que mais tem
adaptabilidade com o rádio, pois através da entrevista pode se saber de fatos,
razões e opiniões sobre determinado assunto. Miguel Ángel Ortiz e Jesús
Marchamalo (2005) explica que há diversos tipos de entrevistas e classificam dois
tipos de entrevistas, a entrevista de atualidade e entrevista pessoal. Ortiz e
Marchamalo (2005, p.86) pontua que a entrevista de atualidade permite que o
entrevistado expresse sua opinião sobre determinados temas. Na entrevista pessoal,
a pretensão é mostrar a personalidade, a maneira de ser do entrevistado.
Outro aspecto fundamental da entrevista é a atitude de quem
aprendeu a escutar. Um problema muito comum, principalmente no
começo, está em que, enquanto o convidado responde a uma
pergunta, o entrevistador está preparado mentalmente a seguinte,
fato este que tem como consequência a perda de informações que
poderiam dar origem a outras questões ou comentários [...]. (ORTIZ;
MARCHAMALO, 2005, p.88)
Ortiz e Machamalo (2005) reiteram que as perguntas para o entrevistado tem
que ser claras, concisas, sem misturar os temas e sem os circunlóquios. Emílio
Prado (1989, p.58), explica que a entrevista é uma das fórmulas “mais ágeis para
dar a conhecer uma informação ou para aprofundar o conhecimento dos fatos e suas
consequências, assim como para aproximar-se da personalidade dos protagonistas
43
das “histórias””.
Emílio Prado (1989) classifica a entrevista em cinco categorias, entre elas a
entrevista direta, entrevista diferida, entrevista “noticiosa”, entrevista de informação
estrita e a entrevista com informação em profundidade.
Essa interação da comunicação humana se amplia com a entrevista direta e a
entrevista diferida. A entrevista direta para Prado (1989, p.59) “é a mais difícil de
executar, mas a mais esperada pelo ouvinte e a mais rica em matizes”. Prado
prossegue mencionando que “neste tipo a preparação é ainda mais importante que
nas demais, por não haver nenhuma possibilidade de retificação a posteriori” e que o
“controle do ritmo interno e das freqüências expressivas, assim como o controle do
tempo, são os riscos a serem lembrados pelo entrevistador para que o resultado seja
bom”.
Já na entrevista diferida há a possibilidade de montar e corrigir os erros, bem
como, em mudar as ordens das perguntas e respostas. Prado (1989, p.59) se refere
à montagem da entrevista diferida como fórmula de dar agilidade e a possibilidade
de encurtar as respostas. Na entrevista “noticiosa” é a que tem como eixo uma
informação, nela o que interessa mais é a informação que se dá do que quem a
fornece. A entrevista “noticiosa” pode ser dividir-se em três tipos: a entrevista de
informação, a entrevista de informação em profundidade e as declarações ou “falsa
entrevista”.
Emílio Prado (1989, p.62, 63) diz que a entrevista de informação estrita é a
mais utilizada e se caracteriza por sua brevidade, ela serve para veicular uma
informação através de seu protagonista ou de uma fonte presente. Já a entrevista de
informação em profundidade tem um papel reflexivo no rádio informativo. “Através
dela se fornecem ao ouvinte, além da informação estrita, os dados adicionais que
ajudarão a compreender o fato, a conhecer suas causas e efeitos e, em definitivo, a
atribuir-lhes um valor pessoal”. Prado (1989, p.64) explica que a duração dessas
entrevistas é maior do que as anteriores e que a entrevista de informação estrita
permite um ritmo mais pausado e tem a função de responder ao “por quê?”. As
declarações ou “falsa entrevista” se incluem normalmente nos informativos. “Sua
função é levar ao público, em forma noticiosa, a opinião dos representantes das
instituições”. O autor diz que é uma “falsa entrevista” porque “contém apenas um dos
quatro fluxos de comunicação presentes na entrevista no rádio, quer dizer, somente
se produz uma comunicação unidirecional direta: a do entrevistado
44
CAPÍTULO III
JORNALISMOS UTILITÁRIO, POPULAR, PÚBLICO
Primeiramente o objetivo é entender e conceituar cada gênero jornalístico,
para isso, buscou-se várias informações bibliográficas entre definições que se
aproximam do programa Vale Tudo. O objetivo não é classificar se a forma como a
informação é transmitida pelo programa é correta ou não, pretende-se saber em qual
dos gêneros jornalísticos o programa se enquadra, seja o jornalismo utilitário,
popular ou público.
Com essas três definições acredita-se que possa enriquecer o conhecimento
de qual linha dentro do jornalismo que o Programa Vale Tudo segue, porém com
análise do programa pode haver a identificação de mais de uma dessas definições,
assim a importância de estudá-las para haver respaldo de como analisá-lo. O
Jornalismo Público e o Jornalismo Utilitário ainda são poucos estudados no Brasil,
tendo poucos livros sobre o assunto, apesar de que o Jornalismo Utilitário ter
surgindo junto com os meios de comunicação de massa, ainda assim pouco se
encontra material com mais informação sobre esse gênero, havendo muito mais
artigos e trabalhos monográficos que livros que se aprofundam no assunto.
3.1 Características do Jornalismo Popular
Observa-se que no decorrer do texto haverá as expressões como Jornalismo
Popular, sensacionalismo e fait divers, termos que será conceituado de maneira
simplificada para melhor compreensão. Quando se refere em imprensa popular está
de referindo-se ao veículo de comunicação que tem como público alvo as classes B,
C e D. O termo “popular” para Márcia Franz Amaral (2006, p.15,16) “identifica com
apenas um tipo de imprensa que se define pela sua proximidade e empatia com o
público-alvo, por intermédio de algumas mudanças de ponto de vista, pelo tipo de
serviço que presta e pela sua conexão com o local e o imediato”. Márcia Franz
(2006) também conceitua o termo “Popularesco” como uma incorporação de
características culturais populares pelos meios de comunicação com o objetivo de
obter mais audiência.
45
Porém neste trabalho evitará utilizar o termo sensacionalismo, por considerar
que o termo não abrange a sua essência, mas sim o termo Jornalismo Popular que a
autora Márcia Franz Amaral (2006, p.16) propõe por considerá-lo que a própria
imprensa se auto-intitula popular, e é bem consumida no seu mercado alvo, porém
não tem como ignorar o termo sensacionalismo, devido a abrangência de sua
utilização.
3.1.2 O sensacionalismo na imprensa popular
O sensacionalismo sempre esteve associado aos meios de comunicação que
tem como público-alvo os segmentos populares, porém isso não é sinônimo que
todos os veículos direcionados para esse público utilizam as características de
imprensa sensacionalista, termo que está presente desde o surgimento da imprensa.
Segundo o autor Danilo Angrimani (1995,p.19), em sua obra “Espreme que sai
sangue”, ele menciona que o sensacionalismo não tem um início certo e está
vinculado ao surgimento da imprensa desde o seus primórdios, apesar de estar
atribuída aos editores Joseph Pulitzer e William Randolp Hearst
a implantação
desse gênero. Angrimani (1995) enfatiza que na França e nos Estados Unidos, ainda
nos anos de 1560 e 1631, verifica-se a presença do sensacionalismo na origem do
processo desses países. O autor ainda se refere a narrativa sensacionalista como
algo que faz com que o leitor estivesse junto ao acontecimento, junto do assassino,
do macumbeiro, do seqüestrador, “sentindo as mesmas emoções”.
Essa narrativa delega sensações por procuração, porque a
interiorização, a participação e o reconhecimento desses papéis,
tornam o mundo da contravenção subjetivamente real para leitor. A
humanização do relato faz com que o leitor reviva o acontecimento
como se fosse ele próprio autor do que está sendo narrado.
(ANGRIMANI, Danilo, 1998, p.17)
O sensacionalismo invoca atitudes reprimidas do ser humano, fazendo com
que o indivíduo dê vazão às múltiplas ações transgressoras.
O meio de comunicação sensacionalista se assemelha a um
neurótico obsessivo, um ego que deseja dar vazão a múltiplas ações
46
transgressoras – que busca satisfação no fetichismo, voyeurismo,
sadomasoquismo, coprofilia, incesto, pedofilia, necrofilia – ao mesmo
tempo em que é reprimido por um superego cruel e implacável. É
nesse pêndulo (transgressão-punição) que o sensacionalismo se
apóia. A mensagem sensacionalista é, ao mesmo tempo, imoralmoralista e não limita com rigor o domínio da realidade e da
representação. Nessa soma de ambigüidades se revela um agir
dividido, esquizofrênico. (ANGRIMANI, Danilo, 1998, p.17)
O termo fait divers está associado ao sensacionalismo que utiliza-o para
chamar a atenção do seu público. Danilo Angrimani (1995, p.26) pontua que termo
fait divers, é considerado uma informação quente e circunstancial, traz informações
de interesse humano, como a curiosidade, a fantasia, o impacto, a raridade, o
humor, e o espetáculo, “para causar uma tênue sensação de algo vivido no crime, no
sexo e na morte”, provocando impressões, efeitos e imagens que estão presentes na
“valorização gráfica, visual, espacial e discursiva do fato-sensação”.
Baillon lembra que “fait divers eram relatados em canções” por
trovadores populares, durante a Idade Média, antes de se tornarem
objeto dos “occasionnels” e, posteriormente, dos “canards”2. Para
Maffesoli, “em uma sociedade de massa, mas também de
comunicação, o fait divers é uma informação quente e circunstancial,
localizada (...) ele emana de um lugar datado, ele é carne e sangue
em sua origem”, acrescentando que “como o conto, o carnaval, o
jogo pueril, o comentário do fait divers permite falar, sem falar, da
morte, da violência, do sexo, das leis e de suas transgressões”3”.
(ANGRAMANI, Danilo, 1995, p.25)
A intenção é chamar a atenção do leitor através de um produto atraente. Os
fait divers já era mencionado ainda no século XIX, nos “canards”, jornal de uma
página, os “canards” mais procurados da época eram os que haviam cenas de
crimes.
No século XIX, faziam muito sucesso na França os “canards”, jornais
populares de apenas uma página, impressos na parte frontal e que
comportavam título, ilustração e texto. Os “canards” mais procurados,
segundo Seguin, eram os relatavam os fait divers criminais: crianças
martirizadas ou violentadas, parricídios, cadáveres cortados em
pedaços, queimados, enterrados. Assim como eclipses, cometas,
47
grandes catástrofes, tremores de terra, inundações, desastres de
trem, naufrágios. Os vendedores de “canards” saíam às ruas aos
gritos, chamando atenção do público para manchetes e irritando os
mais sensíveis. (ANGRIMANI, 1995; p.19, 20)
De lá para cá se percebe que não houve muitas mudanças como o autor Ciro
Marcondes Filho Apud Márcia Franz Amaral (2006) refere na diferenciação do jornal
dito “sério” do jornal considerado popular ou sensacionalista, sendo diferenciado
apenas na intensidade.
O sensacionalista é o grau mais radical de mercantilização da
informação. Na verdade, vende-se nas manchetes aquilo que a
informação interna não irá desenvolver melhor. Marcondes Filho diz
que a imprensa sensacionalista repete o modelo clássico do modo
liberal de informação, com suas técnicas de manipulação. A prática
sensacionalista é também nutriente psíquico, desviante ideológico e
descarga de pulsões instintivas. As notícias da imprensa
sensacionalista sentimentalizam as questões sociais, criam
penalização no lugar de descontentamento e constituem-se num
mecanismo reducionista que particulariza os fenômenos sociais”.
(AMARAL, Márcia ; 2006, p.20,21)
Márcia Amaral (2006, p.63) também diferencia quais os critérios que fazem
que uma notícia seja veiculada na imprensa de referência e quais critérios que
fazem a notícia ser veiculada na imprensa popular.
Na imprensa de referência, um acontecimento terá mais chance de ser
notícia se os indivíduos envolvidos forem importantes; tiver impacto sobre a nação;
envolver muitas pessoas; gerar importantes desdobramentos; for relacionado a
políticas públicas; puder ser divulgado com exclusividade. Na imprensa popular,
Márcia Amaral (2006, 63) diz que um fato terá mais probabilidade de ser noticiado se
possuir capacidade de entretenimento; for próximo geográfica ou culturalmente do
leitor; puder ser simplificado; puder ser narrado dramaticamente; tiver identificação
dos personagens com os leitores (personalização); for útil.
São pelo menos quatro as categorias que Márcia Amaral (2006, p.63)
descreve que compõem a capacidade de entretenimento de uma notícia. São elas:
histórias de gente comum encontrada em situações insólitas ou histórias de homens
públicos surpreendidos no dia-a-dia da sua vida privada; histórias em que se verifica
48
uma inversão de papéis; história de interesse humano; histórias de feitos
excepcionais e heroicos.
Amaral (2006) acredita que o jornalismo para se popularizar não pode ignorar
o “o cotidiano do leitor”, tem de fazer “uma ponte entre sua posição de leitor do
mundo e o mundo do leitor”. Para ela os jornalistas tem que conhecer o seu público.
Se quer dar visibilidade a população tem que responder as demandas sociais. Umas
das alternativas apontadas para o jornalismo popular é o Jornalismo Cidadão ou
Jornalismo Público, que tem como objetivo reforçar a ligação dos veículos de
comunicação com o cidadão.
3.2 Jornalismo Público: afinal o que é?
Os assuntos sociais, econômicos, políticos e familiares chegam aos meios de
comunicação de uma maneira que só soluciona o problema momentâneo, não
levando o tema ao debate para entendê-lo ou questioná-lo. O Jornalismo Público é
uma corrente que tem como objetivo interagir com a população, participando
ativamente de questões da sociedade, fazendo com que se crie um espaço de
discussão onde os jornalistas e comunidade possam criar diálogo para entender os
assuntos que afetam a vida das pessoas. Para isso busca-se no Jornalismo Público
ou melhor no conceito de Jornalismo Público, alguns aspectos que podem auxiliar
nesta jornada, de compreender as características do programa em questão. Luís
Gustavo Martins Barros (2009) pontua que um dos motivos que levaram ao
surgimento do Jornalismo Público foi descontentamento e a falta de confiança em
relação aos meios de comunicação na década de 80, as pessoas não viam nos
veículos de comunicação como um canal que pudesse servir a sociedade.
No fim dos anos 80, uma onda de desconfiança atingiu os meios de
comunicação norte-americanos. Os primeiros reflexos detectados
foram a queda na leitura de jornais e o baixo índice de confiabilidade
nos veículos informativos. Depois, pesquisas apontaram para um
descrédito crescente da população americana em relação ao que a
mídia veiculava e à forma como ela transmitia as notícias para sua
audiência. O público já não identificava nos meios de comunicação a
função de servir à sociedade ou de reportar notícias de interesse
coletivo. Havia um descontentamento geral com a cobertura feita
49
por jornais e emissoras de TV e ficava cada vez mais clara a
ideia do jornalismo como negócio sobrepondo a ideia do
jornalismo como uma prestação de serviço. (BARROS, Luís; 2009,
p.12)
Nelson Traquina (2005, p.173) esclarece que um momento decisivo do novo
movimento foi marcado no ano de 1998, provocada pela frustração da cobertura da
campanha presidencial norte-americana desse ano.
[...] marcada pela publicidade negativa, pelas “oportunidades
fotográficas” como a visita dos candidatos às fábricas da bandeiras e
às bases militares, pelas polêmicas em torno de questões
secundárias, em suma, pela superficialidade, reforçou outras críticas
fundamentadas pelos estudos empíricos já realizados desde os anos
70 sobre o papel dos mídia na política [...] Escreve Shepard
(1994:30): “A primeira manifestação do jornalismo cívico nasceu da
frustração acerca da cobertura presidencial. Muitos acreditaram que
os mídia foram transformados pelas tácticas de campanha negativa,
obcecados com a cobertura do tipo corrida de cavalos e esquecidos
em relação às questões julgadas importantes pelos eleitores”.
(TRAQUINA, Nelson, 2005, p.173)
Nelson Traquina (2005, p.173,174) explica que após as eleições de 1988, o
jornal Columbus Ledger Enquire, na Geórgia, realizou a primeira experiência de
Jornalismo Público. Na busca de melhorar a qualidade de vida da comunidade, o
jornal assumiu uma postura ativista, identificando os principais problemas da
comunidade. O jornal também fez uma sondagem com 85 cidadãos considerados
influentes para responder questionários e ser entrevistados pelos jornalistas.
[...] Com base nos dados recolhidos, o jornal elaborou um relatório
intitulado “Columbus para além de 2000”. O relatório foi publicado,
por partes, diariamente no jornal. Igualmente, o Columbus Ledger
Enquirer organizou um town meeting, que durou seis horas r contou
com a participação de trezentas pessoas; o jornal também organizou
um piquenique com 75 “cidadãos interessados”. Na sequência destes
esforços, foi constituído um movimento de cidadãos chamado
“Unidos para além de 2000”. O movimento criou task forces para
enfrentar algumas problemáticas, tais como cuidado com as
crianças, problemas específicos dos adolescentes e o racismo. Nesta
fase do projecto, o Columbus Ledger Enquirer apoiou o movimento,
criando espaços redatoriais que destacavam cartas dos leitores e
uma série de artigos sobre problemas regionais.” (TRAQUINA,
50
Nelson; p.173, 174)
Luís Gustavo Martins Barros (2009, p.12) refere que no século XX, o
distanciamento e algumas técnicas do jornalismo como a imparcialidade, a concisão,
a simplicidade, a precisão e a objetividade, fizeram que os jornalistas se
distanciassem do seu público, adotando uma postura de distanciamento do repórter
com a notícia. Essas atitudes fizeram que o público rejeitasse as práticas
jornalísticas. Traquina (2005) acentua que para o movimento que surgia estava claro
que jornalismo que até então era conhecido, estava em crise.
[...] Na introdução do seu livro-manifesto, um dos pais fundadores do
movimento, o jornalista Davis Merrit, escreve: “Existem duas
suposições fundamentais: A vida pública não vai bem e o jornalismo
enquanto profissão está em dificuldade” (Merrit, 1995:p.XII). Assim,
Merrit espero encorajar os jornalistas, demonstrando como “um novo
sentido de propósito pode animar de novo a nossa profissão
demolida e errante e assegurar aos “cidadãos preocupados com a
viabilidade da vida pública” que essa mesma vida pública também
pode ser reanimada (Merrit, 1995:p.XI). (TRAQUINA, Nelson; 2005,
p.172)
Luís Barros (2009, p.13) ainda diz que a espetacularização da notícia, a busca
pelo furo de reportagem e a utilização das notícias como entretenimento, também
colaboram para a insatisfação do público, fazendo com que se buscassem novas
formas de tratar a realidade, aliado as transformações tecnológicas que deixaram
mais ágeis as transmissões da informação. Um dos aspectos levantados sobre o
Jornalismo Público é a questão de sua terminologia, onde Traquina (2005, p.171)
explica que esse “novo jornalismo” é conhecido por diferentes nomes, como:
“jornalismo comunitário”, “jornalismo de serviço público”, “jornalismo público” e
“jornalismo cívico”.
3.2.1 As diversas terminologias para designar Jornalismo Público
No Brasil ainda não se chegou a um consenso do termo mais adequado para
51
denominar o movimento que tem como objetivo fazer com a população participe e
interaja com os assuntos de sua comunidade, levando aos jornalistas assuntos que
são de seu interesse. Ainda se vê o emprego de outras denominações para
caracterizar esse movimento, tais como o jornalismo cidadão, jornalismo
comunitário, jornalismo cívico e jornalismo público. Caracterizar cada um dos termos
será o objetivo para definir o verdadeiro fundamento desse movimento utilizado no
presente trabalho.
Sobre essas diversas denominações Luís Gustavo Martins Barros (2009,
p.41) diz que o termo Jornalismo Cidadão é um dos termos para designar a função
da comunicação para o público, porém é um termo por ser recente ainda gera
discussão sobre a terminologia, sendo denominado também como Jornalismo
Cívico. Ele cita a autora Alzira Alves de Abreu que denomina esse movimento no
Brasil de Jornalismo Cidadão. A autora diz que os termos Jornalismo Cidadão e
Jornalismo Público, são considerados movimentos distintos no país norte-americano.
O autor explica que no Brasil a indefinição dos nomes ainda é maior que em
outros países. O termo “Jornalismo Cidadão”, é considerado o mais adequado, por
remeter a cidadania mecanismo eficiente para inclusão social.
Defende-se que, no caos brasileiro, o termo Jornalismo Cidadão é
adequado, porque a palavra ‘cidadania’ remete a iniciativas que
tratam da inclusão social, da busca pelos direitos dos cidadãos e
está consagrado na linguagem da própria imprensa, bem
disseminado na sociedade com conotação semelhante ao
emprego de jornalismo cívico em textos portugueses e nas origens
em inglês. (BARROS, Luís, 2009, p.41)
Barros (2009, p.41) pontua que o termo “Jornalismo Cívico” pode correr o
risco ter conotação militarista, da mesma forma que Jornalismo público “remete a
jornalismo oficial, porta-voz dos órgãos públicos e governos, justamente a antítese
da proposta”, da mesma maneira que jornalismo comunitário repassa a ideia de
jornais alternativos produzidos para comunidades restritas, sem muita abrangência.
Luiz Martins da Silva (2002) reforça o conceito do termo “Jornalismo Público”,
já apontado por Luís Gustavo Barros, destacando que o termo “Jornalismo Público”
pode ser confundido com “setor público”, onde o jornalismo estaria voltado para as
esferas estatal e governamental. Luiz Martins explica que seria errôneo pensar
52
dessa forma, pois a população está cada vez mais repesando o espaço público.
É interessante notar que embora a imprensa brasileira tenha
importado modelos e jargões, sobretudo os norte-americanos, não
está fazendo, no caso do jornalismo público, uma simples cópia ou
mesmo uma adaptação de um paradigma que se possa considerar
pronto e acabado. Dessa forma, pode-se dizer que, no Brasil, o
jornalismo público está emergindo com características próprias e, ao
contrário do que ocorreu nos Estados Unidos, não houve, aqui,
intenções e ações visando especificamente fundar uma categoria
jornalística. Em contrapartida algumas confusões têm ocorrido,
possivelmente em decorrência da própria comutação que se faz, no
Brasil, em torno do “setor público”, em geral associado com as
esferas estatal e governamental. (MARTINS, Luiz; 2002, p.02, 03)
Segundo Luís Barros (2009) a denominação de Jornalismo Público é o mais
utilizado no Brasil, pois o termo “Jornalismo Cidadão” apesar de ser considerado o
mais adequado, está vinculado à participação de pessoas sem formação jornalística
na elaboração de notícias, intitulado de “Jornalismo Participativo”.
[...] Caracteriza pela participação direta de pessoas sem formação
ou sem vínculo com a profissão de jornalista na produção de
material jornalístico e que foi popularizado pelo uso constante de
ferramentas de edição e publicação na internet, como os blogs e
sites de relacionamento, além da utilização corriqueira de
celulares com câmeras digitais e de outras novas tecnologias
de informação e comunicação, que permitem interatividade.
(BARROS, Luís; 2009, p.42)
Barros (2009, p.43) diz que o termo Jornalismo Comunitário também foi
cogitado, mas está ligado diretamente a comunicação praticada por membros de
uma comunidades, onde os temas abordados seja de interesse do grupo de
moradores específicos.
3.2.2 Eu participo, tu interagis e nós nos comunicamos – características
do Jornalismo Público
53
Traquina apud Claudia Irene de Quadros (2005) menciona que essa nova
corrente vem para redefinir e não para revolucionar o jornalismo. Ele ainda enfatiza
que em uma sociedade onde as pessoas estão abarrotadas de informações, elas
precisam de notícias relevantes para ser compartilhada e um espaço para ser
discutidas.
Traquina (2003) enfatiza que o objetivo dessa corrente não é
revolucionar o jornalismo, mas redefini-lo. "Numa sociedade de
indivíduos
dispersos
e
abarrotados
com
informação
descontextualizada, uma vida pública efectiva precisa ter uma
informação relevante que é partilhada por todos, e um lugar para
discutir as suas implicações" (Merritt apud Traquina, 2003,p.12). O
jornalista Davis Merrit ainda acredita que o desinteresse pela vida
pública dispensa a necessidade de jornalismo e de seus
profissionais. O jornalismo público nasce com a função de estreitar
relações entre a mídia e a comunidade. Neste aspecto, como
destaca, Mesquita (2003) é possível estabelecer uma aproximação
dessa corrente teórica com o relatório MacBride, apresentado no
início dos anos 80, com a luta pela Nomic - Nova Ordem da
Informação e da Comunicação. (QUADROS, 2005, p.05)
Davis Merrit apud Claudia Quadros (2005) diz que o jornalismo público vem
para estreitar as relações da comunidade e a mídia devido ao desinteresse pela vida
pública. Mesquita apud Claudia Quadros (2005) menciona que o Jornalismo Público
também defende a livre circulação de informação, além de ajudar a comunidade a
descobrir meios de resolver os seus problemas.
Para a democratização dos meios, é preciso contextualizar os fatos e
não apresentá-los de forma fragmentada. Portanto, tal como o
relatório MacBride o jornalismo público defende a livre circulação de
informação para toda a sociedade. Isso significa repensar as rotinas
profissionais no jornalismo. Há uma necessidade premente "(...) de
encorajar e acelerar a tomada de decisões no plano regional, de
forma a que o jornalismo possa ajudar a comunidade, não só a
equacionar, mas também a descobrir os caminhos para resolução de
seus principais problemas". (MESQUITA apud QUADROS, 2005,
p.05)
Merrit apud Nelson Traquina (2005, 178,179) defende o jornalismo cívico
54
envolvendo as seguintes mudanças:
1) Ir para além da missão de dar as notícias para uma missão mais ampla de
ajudar a melhorar a vida pública;
2) Deixar para trás a noção do “observador desprendido” e assumir o papel
de “participante justo”;
3) Preocupar-se menos com as separações adequadas e mais com as
ligações adequadas;
4) Conceber o público não como consumidores, mas como atores na vida
democrática, tornando assim prioritário para o jornalismo estabelecer ligações com
os cidadãos. Traquina (2005) reforça que o jornalismo cívico encoraje o
envolvimento do cidadão na vida pública.
Mesquita apud Claudia Quadros (2005) enfatiza que é preciso contextualizar
os fatos para a democratização dos meios e, para isso é preciso repensar as rotinas
do jornalismo. Para atingir esse objetivo foi elaborado várias formas de atingir as
metas do jornalismo público, tentando pautar os jornalistas para a divulgação de
assuntos considerados de interesse dos cidadãos. Luís Martins de Barros (2009,
p.26,27) cita algumas definições que Jan Schaffer, diretora do Pew Center for Civic
journalism, considera essencial para a prática do jornalismo que devem ser
seguidos, como:
- Deve produzir notícias de que os cidadãos precisam para se
informar sobre os eventos correntes, tomar decisões cívicas e
exercer suas responsabilidades na democracia;
- Deve criar coberturas que motivem os cidadãos a pensar e agir, não
simplesmente ver ou assistir;
- As coberturas devem disparar ações cívicas, da participação em
votações ao voluntariado;
- Deve construir conhecimentos. Pessoas motivadas pelos projetos
de jornalismo cívico devem ser mensuravelmente mais informadas
sobre os eventos que as não engajadas;
- Deve construir credibilidade e conexões com a comunidade. As
pessoas acreditam mais nos jornais depois de uma campanha cívica;
- Devem criar na comunidade a capacidade de resolver problemas e
não esperar pelas soluções vindas de cima; e
- Devem ser persistentes até atingir objetivos mensuráveis e não
serem engavetados em detrimento de uma novidade ou furo
55
irrelevante (2002, apud MUARREK, 2006, p. 141). (BARROS, Luís;
2009, p.26, 27)
O professor Edmund Lambeth apud Luís Barros (2009) denomina mais alguns
conceitos para os jornalistas que seguem ou querem seguir os conceitos do
jornalismo público, apontando o comportamento dos jornalistas em relação os
cidadãos como, ouvir as histórias das pessoas, examinar cada uma delas, tomar
iniciativa em informar sobre questões de interesse coletivo e, entre outros assuntos
citados.
- Escutar sistematicamente as histórias e ideias dos cidadãos
mantendo, ao mesmo tempo, a liberdade para escolher em qual
dessas histórias prestar atenção;
- Examinar maneiras alternativas de moldar as histórias a partir dos
temas que resultam importantes para a comunidade;
- Escolher aqueles enfoques, na apresentação dos temas, que
ofereçam a melhor oportunidade, a deliberação cidadã e a
compreensão dos temas por parte do público;
- Tomar a iniciativa na hora de informar sobre os problemas públicos
pendentes de modo que aumente o conhecimento do público sobre
as possíveis soluções e sobre os valores envolvidos nos cursos de
ação alternativa; e
- Prestar atenção sistemática, assim a relação comunicativa com o
público é credível e de boa qualidade (1998, apud FERREIRA, 2008,
p. 20). (BARROS, Luís; 2009, p.27)
Lewis A.Friedland e Sandra Nichols apud Luís Martins Barros (2009)
esquematizaram os assuntos dividindo-os em temas e grupos distintos, como os
assuntos de campanhas eleitorais, comunitários, questões políticas e a divulgação
de matérias dos jornalistas em seus espaços midiáticos.
1º Eleições (Elections), com assuntos relacionados às campanhas
eleitorais;
2º Comunidade (Community), que engloba os mais variados gêneros
de assuntos que envolvam a comunidade;
3º Governo (Government), voltado para os temas políticos;
4º Interatividade (Interactive), sobre como as novas tecnologias
podem auxiliar na busca de soluções de questões coletivas; e
5º Miscelânea (Other), principalmente com casos de colunistas da
imprensa que incentivam o Jornalismo Público por meio de seus
espaços midiáticos. (2002, apud FERNANDES, ca. 2004, p. 12-13) .
(BARROS, Luís; 2009, p.27)
56
Friedland e Nichols também fizeram uma subdivisão de Comunidade em 13
partes, entre eles a diversidade, comunidade, civismo, juventude, educação,
desenvolvimento econômico, vida familiar, meio ambiente, criminalidade e
segurança, pobreza, saúde, seguridade social e ética e moralidade.
Diversidade (Diversity), abordando temas como relações étnicas e
desigualdades sociais;
Comunidade (Community), envolvendo pesquisas sobre futuros
problemas coletivos;
Civismo (Civic), com promoção de programas filantrópicos e
identificação de futuros líderes cívicos nas comunidades;
Juventude (Youth), sobre violência escolar, prevenção a
entorpecentes, noções de educação sexual e orientações sobre
como os próprios jovens podem buscar soluções;
Educação (Education), em especial debatendo por quais motivos é
crescente o número de estudantes com baixo rendimento escolar;
Desenvolvimento
econômico
(Economic
development),
principalmente para regiões periféricas das cidades;
Saúde (Health), incluindo prevenção de saúde de grupos
minoritários;
Vida familiar (Domestic life), sobre desintegração familiar, abusos
contra crianças, desentendimentos entre parentes, etc;
Criminalidade e segurança (Crime and safety), com debates sobre
como parar a violência, sobre promoção de projetos de segurança e
diminuição dos casos de uso de armas de fogo, entre outros;
Pobreza (Poverty), com a busca de como oferecer mais escolas para
comunidades pobres, além de desenvolvimento de ações de
seguridade social e oferta de moradias para pessoas sem-teto;
Meio ambiente (Environment), para diminuição, por exemplo, dos
índices de poluição;
Indústria (Industry), para incremento das atividades desse setor em
determinadas regiões geográficas; e
Ética/Moralidade (Ethics/Morality), para discutir limites de tolerância
na vida coletiva, por exemplo (idem). (BARROS, Luís; 2009, p.28)
Além desses conceitos que podem ser seguidos James Fallows apud
Mesquita apud Claudia (2005) diz que os meios de comunicação devem criar uma
“agenda dos cidadãos”, mantendo contanto com o seu público para conhecer os
seus problemas, fazendo com que o seu público também decide o que será notícia.
Esta comunicação de mão dupla, que pode despertar o interesse do
cidadão, aqui é utilizada para repensar outros veículos, como o jornal
impresso, a televisão e o rádio. No jornalismo público, todos os
57
meios de comunicação devem criar uma "agenda dos cidadãos". Há
necessidade de manter contato permanente com a comunidade para
conhecer os seus principais interesses e problemas. Neste sentido, o
cidadão também decide o que será notícia."(...) Os jornalistas
justificam a sua intromissão e os seus excessos alegando que são
representantes do público, colocando as perguntas que os seus
concidadãos colocariam se tivessem ocasião de se encontrarem com
os presidentes e senadores. Mas de fato fazem perguntas que só
interessem aos políticos profissionais(...)". (QUADROS, 2005, p.06)
Fernandes apud Claudia Irene de Quadros (2005, p.07), diz que essa nova
corrente quer aproximar a mídia da comunidade local, o jornalismo público acredita
que a sua função "é motivar as pessoas a pensar e agir, em vez de meramente atraílas para assistir à apresentação dos fatos, sejam da mídia impressa, televisiva ou
radiofônica”.
Salomão apud Claudia Irene de Quadros (2005, p.09) diz que o rádio tem
uma participação especial no Jornalismo Público, devido as suas características que
possibilitam o alcance de maior número de pessoas, com rádio as pessoas podem
ouvi-lo em qualquer lugar, sem deixar de fazer suas tarefas. O rádio também sempre
esteve vinculado às questões sociais a “agilidade na cobertura e a sua fácil
portabilidade são pontos positivos para um cidadão que não têm mais paciência de
esperar com tanta informação disponível”. O rádio também sai na frente quando a
rotina diária desse cidadão é atribulada. Com o rádio as pessoas podem ouvir a
informação de qualquer local e, a partir dali construir a sua interpretação.
3.2.3 Comunicação,
comunidade
e
cidadania:
quando
elas
se
encontram
Observa-se que neste capítulo todas as temáticas estão voltadas de maneira
direta ou indireta para um desses tópicos: comunicação, comunidade e cidadania.
Como se pode notar há um tópico na conceituação do jornalismo público que mostra
uma divisão de assuntos relacionados à comunidade, são temas que afetam a
sociedade, seja ela sobre política, juventude, criminalidade, segurança pública,
educação ou saúde. Por esse objetivo que será conceituado esses temas, por
considerá-los parte das experiências e por que não dizer do saber populares.
58
3.2.3.1 Comunicação e comunidade – compartilhando saberes
A definição de comunidade, talvez seja, a mais complexa e importante de
todas, pois nela se projeta o ato de comunicar, compartilhar com seus membros,
transformando e lapidando o cidadão que vivência as experiências de sua “aldeia”.
Segundo a autora Raquel Paiva (2003, p.54) o conceito de comunidade “sempre
esteve no imaginário social, como proposta de um mundo melhor e mais harmônico”.
Atualmente não se pode falar em cidadania sem com ela esteja o ato de falar,
de dialogar, é através da comunicação que se conhece o mundo em nossa volta,
onde aprende a partilhar com as pessoas próximas. Cada vez mais se discute os
espaços fornecidos para o cidadão comum poder se comunicar, entrar em
comunhão
com
sua
comunidade
e
as
questões
relacionadas
a
ela
e
consequentemente a sua vida. Raquel Paiva (2003) expõe que a comunidade então
seria uma saída, uma “possibilidade de fazer e reverter o modelo pautado na
racionalidade instrumental, formulado pelo Iluminismo, e que redundou na sociedade
atual, tecnoburocrática”, de indivíduos atonizados e dispersos.
Nesse contexto justifica-se a disposição de reler e reinterpretar as
diversas abordagens do conceito de comunidade. Principalmente
porque “comunidade” sempre ficou no lugar de algo perdido, como o
paraíso, como uma feição extremamente positiva, já que vinculada à
comunhão entre os homens e à partilha. Mas essa idealização não
produziu efeitos positivos, além de tornar cada vez mais inacessível
sua aplicação histórica. (PAIVA, 2003, p.54)
Marcelo Oliveira Volpato (2009, p.2) explica que não há como negar que a
palavra “”comunidade” evoca a sensações de solidariedade, vida em comum
independentemente de época ou região”. Atualmente, seria o lugar ideal onde se
almejaria viver, um esconderijo dos perigos da sociedade moderna. Volpato (2009)
cita Bauman, onde o autor conceitua a comunidade como algo que “produz uma
sensação boa por causa dos significados que a palavra ‘comunidade’ carrega: é a
segurança em meio à hostilidade”.
O discurso do cotidiano possibilita ao ser comum, compartilhar de interesses e
assuntos que pertencem e interessam a todos. Paiva (2003, p.56) diz que os grupos
com igual interesse pode se organizar e lutar, podendo “retomar como cidadãos a
possibilidade que lhes foi negada, de interferir nas decisões do poder público”,
59
enfatizando que principalmente os grupos que “partilham o mesmo território, como
no caso das comunidades de bairro -, possam ter um papel real e uma tarefa nada
ilusório em relação ao poder decisório”. Raquel Paiva (2003) ainda explica que uma
das definições apresentadas sobre comunidade é a relação de cada ser com o
espaço que vive e como se relaciona com seus moradores, tendo sentimento de
cooperação, integração e união.
[…] Quando se fala de comunidade pode-se distinguir duas noções
básicas: a primeira referente à psicologia, que descende diretamente
do pensamento romântico; a segunda a espacialidade, ligada à
preocupação ecológica. O conceito assume configurações bastante
diferentes quando se prioriza uma ou outra. A noção psicológica
considera comunidade como sendo a qualidade de relação entre
indivíduos, que se caracteriza pela presença de sentimentos de
solidariedade, identificação, união, altruísmo e integração; para a
ecologia, comunidade é simplesmente um conjunto, um grupo, um
sistema de indivíduos num lugar determinado, ou seja, a comunidade
é o grupo com o seu território. A estas duas noções pode-se somar
uma terceira perspectiva, com enfoque sociológico, que tende a
avaliar a comunidade como o menor grupo social e o primeiro nível
de organização social completo e auto-suficiente. (PAIVA, 2003, p.72)
Ferdinand Tönnies apud Marcelo Volpato (2009, p.3) apóia-se nas relações
entre mãe e filho, entre esposos e entre irmãos e irmãs que se reconhecem filhos da
mesma mãe para explicar um tipo de comunidade. “A existência de processos
comunitários estaria ligada, em primeiro lugar, aos laços de sangue; em segundo
lugar, à aproximação espacial e, em terceiro lugar, à aproximação espiritual”.
Tönnies ainda relaciona comunidade a uma vontade comum, à
compreensão, ao direto natural, à língua e à concórdia: “aonde quer
que os seres humanos estejam ligados de forma orgânica pela
vontade e se afirmem reciprocamente, encontra-se alguma espécie
de comunidade” (1995;239), ou seja, a vida em comunidade baseiase em relações sociais. (VOLPATO, 2009, p.3)
Raquel Paiva (2003, p.57) explica que aliada as noções de conceituação de
uma comunidade, talvez a mais forte identificação de um grupo, seja a linguagem
em que cada grupo utiliza para se comunicar e passar suas experiências para as
futuras gerações, destacando assim a importância das narrativas dentro de uma
60
comunidade. A comunidade também pode ser religiosa e familiar. Religiosa, porque
partilha da mesma crença, vão aos mesmos lugares e tem amigos em comum e,
familiar por que é no seio da família que as pessoas que encontram e se
reconhecem e, partilham das histórias de seu povo e de seus antepassados.
É interessante observar que as duas primeiras noções confluem para
o grupo humano fundamental, que é a família, o arquétipo donde
derivam tantos os grupamentos de base territorial quanto de
requisitos afetivos. Em princípio, a família só pode funcionar quando
seus membros estão presentes, se existe contato físico e se vigoram
sentimento de amor, altruísmo e cooperação. O contato e a
vizinhança são fundamentais para que se exerça a função sexual e
educativa, ao passo que o sacrifício e o amor tornam-se básicos para
que os membros produtivos repartam o resultado do seu trabalho
com dependentes. (PAIVA, 2003, p.72)
De acordo com Castells apud Marcelo Volpato (2009,p.6), no mundo atual, as
“comunidades são construídas a partir dos interesses e anseios de seus membros, o
que faz delas fontes específicas de identidades. Essas identidades podem nascer da
intenção em manter o status ou de resistir aos processos dominantes” e às
efemeridades do mundo globalizado, ou ainda de buscar a transformação da
estrutura social. “Em todas elas existem processos de identidade, objetivos e
interesses em comum, bem como a participação em prol desse objetivo e o
sentimento de pertença, oriundo da identidade em questão”.
A partir da comunidade, cidades vão surgindo e dando espaços para o
coletivo, Raquel Paiva (2003, p.96) destaca que a cidade “desenvolve a partir da
aldeia, comporta relações de caráter corporativo principalmente a partir das relações
de trabalho, marcadas pelo ponto de vista comercial e político”, e as relações com
base comunitárias vão perdendo espaço quando a comunidade se distancia das
tradições.
Apesar de existir a possibilidade de relações calcadas em bases
comunitárias, como reconhece Tönnies, na vida urbana diminui o
apreço à tradição. Isto porque, parecia com a comunidade – a aldeia
e seus órgãos - “a cidade tende a desenvolver-se preferencialmente
em corpo econômico dotado de potente energia e dominado pelo
individual. (PAIVA, 2003, p.96)
Essa vida urbana faz distanciar da comunidade, dando mais importância ao
61
setor econômico e, tornando assim, mais individualista.
3.2.1.2 Comunicação e cidadania – o poder de transformar
Marcia Yukiko Matsuuchi Duarte (2009, p.95, 96) pontua que hoje a interação
entre cidadania e comunicação está vinculada à discussão sobre o tema da
participação política por meio das novas mídias e tecnologias, os debates sobre as
potencialidades da comunicação deságuam na questão da cidadania e a questão de
quem pode exercê-la. Paulo Freire apud Marcia Duarte (2009) diz que a essência da
democracia está para a participação popular, “no poder de decisão ou opção dos
cidadãos”.
[...] “O Brasil cresceu sem experiência de diálogo. De cabeça baixa,
com receio da Coroa. Sem imprensa. Sem relações. Sem escolas.
Doente. Sem fala autêntica”. Assim sendo, o mutismo tem sido um
dos marcos da vida nacional – “as sociedades a que se nega o
diálogo – comunicação – e, em que lugar, se lhes oferecem
comunicados resultante de compulsão ou doação, se fazem
preponderantemente mudas. O mutismo não é propriamente
inexistência de resposta. É a resposta a que falta teor marcadamente
crítico” (FREIRE, 1967, P.69). A solução dos problemas comuns à
sociedade brasileira passa necessariamente pela participação
política e pela vivência comunitária. (DUARTE, Marcia; 2009 p.95,
96)
Marcia Duarte (2009) pontua que na Segunda Guerra Mundial, ocorreu a
união de “diferentes sistemas políticos sob a bandeira da “defesa da democracia” e,
desde então, todos os Estados se dizem democratas, sejam elas tout court ou
adjetivadas.4”, Miguel apud Marcia Duarte (2009, p.98) refere-se que atualmente a
democracia é considerada uma forma legítima de governo, mas no passado não foi
aceita. Para Paulo Freire apud Marcia Duarte (2009) há outras formas de
democracia sendo proposta, porém não há consenso sobre elas e nessa discussão
não tem espaço para a comunicação, conferindo a comunicação como uma questão
política.
Outras concepções de democracia continuam sendo propostas, mas
não existe um consenso sobre elas. Assim, se não há espaço para a
comunicação nas correntes da teoria democrática, é preciso realizar
62
estudos que auxiliem na fundamentação de alternativas teóricas de
modo a abarcar a comunicação como parte constitutiva da prática
política. Nessa perspectiva, Paulo Freire 5 confere dimensão política
ao diálogo, onde a noção de comunicação, 6 que deriva de suas
raízes etimológicas: comum, comunhão, comunidade, commnis, está
intimamente ligada à idéia de que “a sociedade existe em e por meio
da comunicação; e é o quadro de referência comum da sociedade
que forma a essência do processo de comunicação” (DEWEY apud
DE LIMA, 2001, p.86). (DUARTE, Marcia, 2009, p.98)
Freire apud Marcia Duarte (2009, p.98) ainda explica que comunicação não é
uma transferência de saber, mas o pensar junto para se chegar um significado, a
comunicação é a coparticipação dos Sujeitos no ato de pensar. Cotta apud Marcia
Duarte diz que no Brasil os meios de comunicação estão vinculados a discussão dos
temas de participação política das novas mídias e, as discussões sobre política está
associada a comunicação e a cidadania.
O espaço para reivindicações dos movimentos sociais ou dos grupos
minoritários passam atualmente pela “Idade Mídia”, termo utilizado por Alexandre
Barbalho (2005, p. 35) para designar que os meios de comunicação “deixa de ser
mero instrumento da política e impõe sua própria gramática com qual os políticos
têm que negociar”.
Ora, é a mídia que nos dias de hoje detém o maior poder de dar a
voz, de fazer existir socialmente os discursos. Então, ocupá-la tornase a tarefa primordial na política da diferença, dando vazão à luta das
minorias no que ela tem de mais radical (sentido de raiz): poder falar
e ser ouvida. (BARBALHO, 2005, 36)
Muniz Sodré apud Alexandre Barbalho diz que os alemães tem um conceito
peculiar sobre o que é maioridade e menoridade, deixando evidente que o ato de
falar e o direito de falar é primordial para a construção da cidadania e,
consequentemente, a construção de sua identidade.
[…] Acerca de como os alemães entendem “maioridade” e
“minoridade” revelam de forma muito mais contundente essa
importância. Em Kant, “maioridade” (Mündigkeit) significa
“possibilidade de falar”. O seu oposto, “menoridade” (Unmündigkeit)
relaciona-se àquele que não tem voz, que não tem direito à plena
63
fala. A “maioridade” marca a conquista de ser ouvido, ou, em outras
palavras, de ser cidadão. Daí que a noção contemporânea de
“minoria” implica sua luta para alcançar o poder de falar.
(BARBALHO, 2005, p.36)
Barbalho (2005, p.37) ressalta que cidadania é antes de tudo, é que a minoria
pode ter “acesso democráticos aos meios de comunicação. Só assim ela pode dar
visibilidade e viabilizar sua imagem que não seja construída pela maioria”. Freire
apud De Lima apud Marcia Duarte (2009) diz que os países periféricos e
semiperiféricos tem que lutar para pronunciar suas palavras, o homem que tem voz
é um homem Sujeito, livre para fazer suas escolhas.
Em síntese, o verdadeiro pensamento-linguagem refere-se à
realidade do Sujeito pensante e “é gerado na relação dialética entre o
sujeito e sua realidade histórica e cultural concreta”. No caso de as
sociedades serem “dependentes” ou “alienadas culturalmente”, Freire
afirma que o próprio pensamento-linguagem está alienado porque se
encontra dissociado da ação – gerando, assim, as chamadas
“palavras falsas”7 e não as “palavras verdadeiras”. Nesse contexto, o
grande desafio dos países ditos periféricos e semiperiféricos
“SANTOS, 1999, p.289) estaria centrado na “conquista de seu direito
à voz, o direito de pronunciar sua palavra”, pois o homem que “tem
voz” é “um homem que é sujeito de suas próprias opções, um
homem que projeta livremente o seu próprio destino”8 (FREIRE apud
DE LIMA, 2001, p.66). (DUARTE, Marcia; 2009, p.99)
Marcia Duarte (2009, p.101) pontua que os canais de comunicação estimulam
a participação e “colaboram para a manutenção do bom funcionamento do
mecanismo da representação, pois são capazes de estimular a participação (em
oposição à passividade) dos cidadãos” e solidificar uma cultura democrática”. Para
Demo apud Marcia Duarte (2009) o fato da participação dos cidadãos ainda estar
vinculado a época de eleições demonstra a falta da participação da sociedade nas
questões políticas, considerando que a pobreza é mais uma discriminação política
do que escassez de material.
No Brasil, apesar dos avanços ocorridos ao longo dos últimos anos
quanto à organização e à participação da sociedade civil nos temas
64
políticos, o interesse pela política ainda permanece restrito a
períodos específicos como durante as eleições ou discussão de
temas de interesse nacional suscitados pela mídia. Para Demo
(1995, p.16), esta situação demonstra certa pobreza política por parte
da sociedade, ou seja, “a falta de participação, a coerção da
conquista da participação, a inconsciência histórica imposta da
necessidade de autodeterminação”. De acordo com o autor, a
sociedade brasileira ter sido incapaz de conquistar seu espaço
próprio e criativo, pois “serve de massa de manobra nas mãos de
uma oligarquia tão restrita quanto tacanha” (DEMO, 2000, p.35). A
pobreza seria, pois, muito mais uma forma de discriminação política,
com base na produção e manutenção da ignorância, do que um
fenômeno de carência material. (DUARTE, Marcia; 2009, p.101)
Para Peruzzo apud Marcia Duarte (2009) os movimentos coletivos que
ocorreram no Brasil não foram cronológicos e lineares, mas estiveram ligados entre
si em determinados períodos. Esses movimentos foram importantes para a
construção da cidadania e da democracia, estando relacionados à mobilização,
organização, articulação e as parcerias.
[...] Para cada período, certas iniciativas ganharam destaque, a
saber: (a) mobilização – fase das grandes manifestações, quando a
população passou a mobilizar-se a ocupar espaços públicos (ruas,
praças etc.) para opor-se, denunciar e reivindicar, tendo como
exemplo o apoio ao movimento grevista dos metalúrgicos do ABCD
paulista, na década de 70; (b) organização – período marcado pelo
fortalecimento
interno
dos
próprios
movimentos,
com
institucionalização
das
entidades,
criação
de
estatutos,
especialização de seus membros etc.; (c) articulação – nessa terceira
fase, já no final da década de 80, inicia-se um processo de somatório
de forças que transformou as pequenas organizações em instituições
mais abrangentes, de âmbito nacional; (d) parcerias – quarto
momento, caracterizado pela busca de soluções concretas para os
problemas sociais e a conseqüente realização de parcerias entre as
organizações sociais e os órgãos públicos nas esferas municipal,
estadual e federal, e as empresas privadas, e as organizações não
governamentais (ONGs) etc. Este último período é marcado,
especialmente, pelo fortalecimento dos conselhos populares, pelo
pluralismo, pela solidariedade, tendo como exemplo mais notório o
movimento da Ação da Cidadania contra Fome e a Miséria e pela
Vida. (DUARTE, Marcia; 2009, p.102)
Para Rubim apud Marcia Duarte (2009, p.105) entende que é preciso tratar de
cidadania como um direito planetário “(em espaços globais) e o direito à cidadania
midiática (espaços eletrônicos) – melhor entendida como o acesso, a circulação e a
65
habitação de espaço público”. Para Adriana Stuart (2009) os direitos assegurados
aos brasileiros deixam a mercê quando os direitos dos cidadãos são violados, não
sabendo a onde recorrer quando isso acontece.
O arcabouço legislativo brasileiro, ao mesmo tempo em que
assegura evoluídos direitos em diplomas modernos e de longo
alcance humano (como aqueles inseridos no Estatuto da Criança e
do adolescente),2 isola o brasileiro, deixando-o à mercê sobre como,
onde e de que modo agir face a possíveis violações a esses direitos
fundamentais tidos como basilares para o exercício de sua dignidade
e cidadania. (STUART, 2009, p.116)
A autora Adriana Stuart (2009, p.117) explica que o mandamento da cidadania
é que a informação pertença a todos e, que o Estado possa fornecer mecanismo
para auxiliar o cidadão se desenvolver. “A regra geral, mandamento da cidadania, é
a informação pertencer a todos, pois é bem vital da sociedade, sendo o cidadão o
autentico titular do direito de informação.” Stuart ainda menciona que há os
chamados remédios constitucionais para garantir os direitos individuais e coletivos
dos cidadãos.
Como elemento garantidores há os chamados remédios
constitucionais, que são os meios colocados à disposição dos
cidadãos para evitar (ou tentar evitar) atos abusivos e prejudiciais
aos direitos individuais e/ou coletivo; Mandado de informação de
Injunção e Ação Popular). Diante do tema proposto – exercício do
direito de informação - um instituto merece ser destacado
considerado a sua correta adequação, que é o Habeas Data.17
(STUART, 2009, p.123)
Esses remédios constitucionais são considerados para a autora uma forma de
evitar atos abusivos.
3.3 Definição de Gênero Utilitário
Caio César Mota Magalhães (2010) diz que os estudos sobre os gêneros
66
jornalísticos no Brasil, iniciaram na década de 1960, sendo Luiz Beltrão um dos
precursores no estudo sobre o tema.
No Brasil, os estudos sobre os gêneros jornalísticos iniciaram com
Luiz Beltrão na década de 60. O estudo de Beltrão está dividido em
três livros, cada um com a sua especificidade: a Imprensa
Informativa (1969), Jornalismo Interpretativo (1976) e Jornalismo
Opinativo (1980). Inicialmente, este compreendeu que o jornalismo
é constituído de apenas três categorias: informativa (notícia,
reportagem, história de interesse humano e informação pela
imagem), interpretativa (reportagem em profundidade) e opinativa
(editorial, artigo, crônica, opinião ilustrada e opinião do leitor).
(MAGALHÃES, Caio; RIOS, José, 2010, p.05)
Beltrão considerava até então apenas três formatos de gênero jornalístico, o
gênero informativo, interpretativo e o opinativo. Porém, Marques de Melo
considerava apenas duas o gênero informativo e o opinativo. Magalhães e Rios
(2010, p.05) dizem que há uma discordância sobre a essa divisão, em A Opinião no
Jornalismo Brasileiro, Marques de Melo (1985) reduz as três categorias propostas
por Beltrão para apenas duas: “jornalismo informativo, constituído por nota, notícia,
reportagem e entrevista”, e “jornalismo opinativo, ou seja, tudo o que perpassasse o
universo do editorial, comentário, artigo, resenha, coluna, crônica, caricatura e
carta”. Nesta divisão Marques de Melo não havia considerado o gênero interpretativo
e o gênero utilitário, sendo acrescentado apenas em 2007 após uma revisão
apresentada em um curso de pós-graduação.
Marques de Melo apud Tyciane Vaz (2008) menciona que o jornalismo
utilitário, surge em um momento onde os cidadãos – consumidores, termo utilizado
por ele, precisam de informações para tomar decisões do dia-a-dia.
Esta pesquisa foca no Gênero Utilitário, segundo a proposta de
Marques de Melo (2007). Para este autor, o Gênero Utilitário tem
marco no final do século XX, sua legitimação se dá com mais vigor
nas sociedades povoadas pelos cidadãos-consumidores. Afirma
ainda que esse gênero jornalístico surge no limiar da sociedade da
informação, cujo funcionamento repousa na tomada de decisões
rápidas no mundo financeiro, projetando-se também na vida
cotidiana. (VAZ, 2008, p.05)
67
Marques de Melo apud Tyciane Vaz (2008, p.05) ainda diz que o termo
utilitário “também gênero operacional ou jornalismo de serviço, tem como uma das
características principais a atualidade, porém, sem o fator novidade”. Vaz cita a
classificação que Marques se refere ao gênero utilitário. Sendo o formato indicador,
cotação, roteiro e serviço. O formato indicador é considerado, “os dados
fundamentais para a tomada de decisões cotidianas (cenários econômicos,
metereologia, necrologia)”. O formato cotação refere-se aos “dados sobre a variação
dos mercados: monetários, industriais, agrícolas, terciários”. Roteiros são “dados
indispensáveis ao consumo de bens simbólicos”. Serviços são “informações
destinadas a proteger os interesses dos usuários dos serviços públicos, bem como
dos consumidores de produtos industriais ou de serviços privados”.
Tyciane Vaz (2008, p.05) cita que Luiz Beltrão em 1969 identificou o
Jornalismo Utilitário nos jornais impresso, como avisos diversos” (plantão de
farmácias, perdidos e achados, pauta de pagamentos, cotações de câmbio, convites
para reuniões de entidades diversas”); informações úteis “(telefones de urgência,
horário de transporte coletivo, conselhos de saúde, relações de endereços etc”); e
cartaz do dia “(programas das casas de espetáculos – cinemas, teatros, exposições,
conferências, comícios, festas)”. Marcelo Leite apud Vaz (2008, p.06) afirma que as
publicações estão investindo no chamado jornalismo de serviço, criando vinculo de
confiança com seu leitor.
3.3.1 Jornalismo Utilitário: A serviço da população?
O jornalismo utilitário tem como premissa a informação para solucionar
questões momentâneas, informações que podem fazer com as pessoas tomem uma
atitude imediata. Esse tipo de informação foi veiculado pela primeira vez em 1959,
no programa radiofônico denominado de Jornal do Brasil, conhecido com JB, com
nota de achados e perdidos. Atualmente podemos encontrar esse conceito de
jornalismo não só no rádio, mas também em jornais impressos, esses são os
veículos que mais usufruem dessa forma de levar informação para o seu público.
Tyciane Vaz (2009) diz que uma das características desse gênero é “ser útil
ao receptor com informações que ele utilizará de imediato ou em outro momento”. O
cidadão poderá assim, tomar decisões que influencia em seu dia-a-dia.
68
Nesta era em que há muita informação e que o cidadão está cercado
por variadas opções, ele precisa fazer escolhas a cada momento,
necessitando cada vez mais de orientações e guias. Correspondendo
a essa demanda, os meios de comunicação de massa utilizam-se do
jornalismo para prestar serviços de utilidade pública, muitas vezes,
sobre assuntos e temas que fazem parte do cotidiano dos cidadãos.
(VAZ, 2009, p. 2)
Oliveira (1999, pp. 48, 49) explica que uma das críticas sobre o Jornalismo
Utilitário é fato de utilizar uma linguagem comercial, próxima da linguagem
publicitária e com “ideais do mercado, levando ao máximo a ótica do consumo”;
outro ponto criticado é por ter informações descartáveis que só serve para
determinado momento. Caio César Mota Magalhães e José Riversom Araújo Cysne
Rios (2010, p.06) diz que a origem da palavra serviço vem do latim, que significa
escravidão, além do ato de servir, o que levaria a uma informação que orienta e
garante ao receptor a possibilidade de ação e reação e, a obtenção e prestação de
informação. Klôckner e Bragança apud Magalhães e Rios (2010) explicam que o
jornalismo utilitário oferece ao expectador informação útil que tem como pretensão
auxiliar o cidadão e oferecer respostas e orientação mediata e imediata.
Chaparro apud Magalhães e Rios (2010) pontuam que em uma sociedade
que necessita cada vez mais de informação imediata, o cidadão elege jornalismo
como defensor de seus direitos e se utiliza dessa atividade para cobrar serviços e
informações que fazem parte do seu dia-a-dia. É a partir dessa necessidade que o
jornalismo utilitário entra para levar informação que auxilia o cidadão com
informações úteis ao seu cotidiano. De acordo com a pesquisadora Suely Grissanti
apud Alzira Alves de Abreu (2003) algumas pessoas recorrem aos jornais porque
não conseguiram atendimento aos serviços do consumidor, essas pessoas são
denominadas por ela como “cidadão-consumidor”, sendo a maioria de classe média.
É importante assinalar que esses espaços atendem prioritariamente
a reclamações do cidadão-consumidor de nível médio, tanto de
instrução quanto de renda. De acordo com a pesquisa de Suely
Grissanti (2001), as reclamações recebidas pelos jornais por ela
analisados, para o estado de São Paulo, se concentram em consumo
e serviços. Alguns jornais, como O Estado de S. Paulo, mantêm
também seções semanais para esclarecer dúvidas e orientar os
beneficiários da Previdência Social. A pesquisa de Grissanti mostra
que os leitores foram levados a buscar a ajuda dos jornais, por
69
estarem cansados de esperar soluções dos serviços de atendimento
ao consumidor das empresas sem conseguir sequer ser ouvidos.
(ABREU, 2003, p.07)
Magalhães e Rios (2010, p.06) explicam que o jornalismo de serviço funciona
através de pautas que orientam a população no cotidiano, podem ser através de
uma reportagem sobre vacinação, preços de produtos, reclamações de buracos na
rua, saneamento básico, entre outras ações que afeta a vida das pessoas. Um dos
pontos debatido sobre o tema, é o que Magalhães e Rios (2010, p.07) apontam que
apesar que as informações de serviço ajudam a população, o jornalismo de serviço
falha no quesito de apenas “servir” e não levando os temas que afetam a
comunidade para um debate que leva aos verdadeiros causadores dos dramas
vividos pela a localidade.
Bernades apud Magalhães e Rios (2010, p.07) cita que os ouvintes, leitores
ou telespectadores acabam expondo o seu problema aos meios de comunicação,
antes mesmo de acionar os órgãos competentes, demonstrando uma distorção da
prestação de serviços, dessa forma transferindo poder aos veículos de comunicação
que utilizam erroneamente o termo de “prestação de serviço” para a prática do
assistencialismo. Sobre esse ponto Alzira de Abreu (2007) explana que atualmente o
jornalismo de utilidade pública tenta repassar os problemas mencionados para o
cidadão resolver, assim não caracterizando como assistencialismo.
[...] A preocupação com os direitos do consumidor - que constituem
uma parte do conjunto de direitos e deveres que formam o cidadão
significa, para os proprietários dos órgãos de comunicação, um meio
de ganhar leitores e ampliar a audiência do rádio e televisão. Essa
atitude de dar maior espaço para a cobertura dos direitos do
consumidor é um indício claro de que o jornalismo tem uma face
voltada para o cidadão. (ABREU, 2003, p.07)
Bernades apud Magalhães e Rios (2010, p.07) acrescenta que além da
imprensa fiscalizar a atuação dos poderes Legislativo, Executivo ou Judiciário acaba
resolvendo os problemas que os órgãos públicos deveriam revolver favorecendo
assim ao assistencialismo e assumindo um discurso populista.
70
O assistencialismo presente nos discursos populistas e que se
manifesta através de diversas formas de auxílio e caridade é uma
constante no imaginário do jornalismo associado à defesa da
sociedade. Por causa dele, os jornais assumem a função estratégica
de alternativa ao Poder Público na resolução de problemas para
grandes parcelas da população. (MAGALHÃES, Caio, 2010, p.07)
Grissanri apud Alzira de Abreu (2003, p.08) mostra a preocupação da mídia
em utilizar queixas individuais em causa coletivas, a exemplo disso, são as novelas
que estão usando o chamado “merchandising social” para tratar assuntos de
prevenção sobre os problemas como ecologia e prevenção de doenças sem mostrar
o acesso à justiça.
71
CAPÍTULO IV
ANÁLISE E CARACTERIZAÇÃO DO PROGRAMA VALE TUDO
Este capítulo abordará a Rádio Planalto, compreendendo como um veículo de
comunicação inserido no contexto histórico do município, facilitando assim, o
entendimento do objeto de estudo em questão. Além disso, tem como principal
objetivo compreender o funcionamento e a descrição do programa Vale Tudo desde
o seu surgimento, o horário que se inicia à participação do ouvinte, os assuntos
comentados e o perfil dos apresentadores.
Neste capítulo também será apresentado à análise do programa, tendo como
referência os programas gravados dos dias 17 de abril de 2012 a 23 de abril de
2012. Com esses dados será possível identificar quais os aspectos dos jornalismos
o Vale Tudo mais se adéqua. Pode ser que o programa apresente apenas um
aspecto, assim como pode apresentar duas ou até as três características dos
jornalismos conceituados.
4.1 Rádio Planalto AM
A história do município de Vilhena inicia por volta de 1910 quando o tenentecoronel, Cândido Mariano da Silva Rondon, construiu nos campos do Planalto dos
Parecis, um posto telegráfico, ligando Cuiabá a Porto Velho fazendo assim, surgir
vilas ao redor. Ovídio Amélio de Oliveira (2003, p.29) explica que “nesse período,
além da instalação dos fios, foram construídos diversos postos telegráficos, entre
eles o de Vilhena, Pimenta Bueno, Afonso Pena (atual Ji-Paraná), Ariquemes e
Santo Antônio”. O nome Vilhena foi uma homenagem ao engenheiro maranhense
chefe da Organização Telegráfica Pública, Álvaro Coutinho de Melo Vilhena.
Construída à margem da BR 364, sua colonização foi intensificada na década de
1960, com os projetos de colonização do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária), atraindo diversos colonos não só para cidade, mas também para
região.
O crescimento do município se deu com alguns projetos do IBRA e do INCRA
que distribuíram terras para incentivar a vinda e a fixação das pessoas na região. No
72
site da Prefeitura de Vilhena no link Nossa Cidade explica que no ano de 1964,
ocorreu através do IBRA (Instituto Brasileiro de Reforma Agrária), e depois do INCRA
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) a distribuição de terras da
União aos colonos dispostos a adquirir os terrenos e se fixarem na Região. “Este
fator atraiu migrantes de todos os quadrantes do País. Nesta ocasião, que
chegavam as primeiras cabeças de gado (80 rezes)”.
A extração de madeira foi um dos setores que impulsionaram o crescimento
de Vilhena, atraindo madeireiros principalmente da região sudeste. Atualmente essa
atividade caiu em declínio, destacando assim, o cultivo de soja e a agroindústria.
Atualmente essas atividades vêm aumentando juntamente com de prestação de
serviços. É neste contexto histórico que surge a Rádio Planalto levando há 20 anos
o entretenimento, a música e o jornalismo para o município.
Em 19 de setembro de 1990 no município de Vilhena é fundada a Rádio
Planalto que tem como características o radiojornalismo, os programas musicais e o
entretenimento. Tendo como sócios Danise Rosane Cassol e Ivo Junior Cassol e,
como gerente Carlos Godinho de Souza, a Rádio Planalto está há mais de vinte
anos atuando no município, com quatro filiais em Rondônia, sendo uma no município
de Presidente Médice, Novo Horizonte, Ji-Paraná, Jaru e Vilhena.
A programação da Rádio Planalto inicia-se as 5 (cinco) horas da manhã e
encerra às 23 horas. São mais de 19 (dezenove) horas de programação ininterrupta,
contando com as publicidades que segundo Carlos Godinho, diretor da Rádio
Planalto, as publicidades consumem 25% da programação da emissora.
A Rádio Planalto também conhecida como Plan tem atualmente dez
programas diários, de segunda-feira à sexta-feira. No sábado e no domingo a
programação
é
diferenciada,
havendo
horários
locados
para
programas
independentes. Atualmente a grade da emissora conta com os seguintes programas:
PROGRAMAÇÃO DA RÁDIO PLANALTO
Segunda à sexta-feira
Sábado
Domingo
Mistura Sertaneja
Programação musical
ABC Sertanejo
Das 5h às 7 h
Das 5h às 6h
Das 5h às 7h
Realidade
Bom dia com Maria
Luz Divina
Das 7h às 8h
Das 6h às 7h
Das 7h às 8h
Astro e Dicas
Jesus te ama
Cristo é a resposta
Das 8h às 11h30
Das 7h às 8h
Das 8h às 9h
Vale Tudo
As mais mais
Forró Mania
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Das 11h30 às 13h30
Locomotiva
Das 13hs30 às 15hs
Trânsito Sertanejo
Das 15h às 17h
ABC Sertanejo
Das 17h às 19h
Voz do Brasil
Das 19h às 20h
Gospel Plan
Das 20h às 21h
Ligação Nacional
Das 21h às 23h30
Das 8h às 10h
Panelão da Plan
Das 10hs às 12hs
Integração musical
Das 12h às 13h
Programação musical
Das 13h às 14h
Locomotiva
Das 14h às 17h
Alô Planalto
Das 17h às 20h
Programação musical
Das 20h às 23h30
Das 9h às 10h30
Rodeio Criolo
Das 10hs30 às 12hs30
Programação musical
Das 12h30 às 15h
Futebol na Plan
Das 15h às 19h
Santa Missa
Das 19h às 20h
Programação musical
Das 20h às 23h30
A equipe de funcionários está na emissora mais de 10 (dez) anos, é uma
equipe sólida, como mencionou Carlos Godinho que ainda enfatizou que as
mudanças de programação são realizadas em busca de melhoria, mas em geral tem
o mesmo formato, iniciando sua programação diária com música sertaneja.
[...] a grade foi montada de acordo com termos técnicos, mas sem
ouvir a população. E por incrível que pareça foi bem aceita a grade,
até porque ela vem há muitos anos nesse sentido, começa pela
manhã com programa sertanejo, como é em quase todo o Brasil [...]
Logo em seguida vem o jornalismo de uma hora, em seguida volta o
musical novamente até o meio-dia. De meio-dia as duas entra o
jornalismo; das duas até as dezoito horas, dezenove horas mais
musical. É o sistema que funciona no país inteiro [...] é mais ou
menos assim que funciona na questão do rádio. (GODINHO, 2011)
Nunca houve pesquisa para construção da grade de programação, desde o
início a formula é a mesma, música, entretenimento e jornalismo. As buscas de
informação são realizadas por funcionários independentes de suas funções na
empresa, mas todas as informações são checadas, como disse Carlos Godinho que
explicou que os radialistas chegam mais cedo para filtrarem as informações antes de
ir ao ar.
A emissora também aluga horários para programas independentes, a maioria
é para igrejas, tanto para igreja Católica como para igrejas evangélicas. Godinho
mencionou que tem um ou dois programas locados para o final de semana, mas
74
durante a semana a grade de programação é toda da emissora. Godinho explica
ainda que informações sobre ações sociais sempre são divulgados no programa,
abrindo espaços para os responsáveis das ações sociais divulgarem as ações ou
direitos que o cidadão tem. Godinho também explicou que a maior parte das
pessoas que buscam ou ligam para a rádio são pessoas de baixa renda, porque eles
se acham excluídos e acreditam que o radialista pode resolver o seus problemas.
Eu acho que é devido à dificuldade de informação, até mesmo por se
sentir um pouco discriminado, eles acham que o rádio tem mais
facilidade para que possam estar reivindicando os seus direitos. Às
vezes a gente nem consegue resolver as questões que eles buscam,
mas eles preferem buscar o rádio por achar um meio mais fácil para
estar reivindicando. (GODINHO, 2011)
O diretor da Rádio Planalto pontua que a maioria dos assuntos tratados nos
programas jornalísticos é de cunho político. “Na verdade hoje em dia se trabalha
mais com a questão de política, a maioria das reclamações querendo ou não [...] no
final resolve na questão política”.
Em média 35% é matéria policial, o restante é meio misturado,
questão política e outros assuntos que na verdade roda roda e acaba
chegando na política, por que não tem por onde. Você fala da
prefeitura, fala do governo, você fala do país, tudo que você fala no
fim no fim você vai ver tem alguma coisa de política no meio, não tem
como você fugir disso. (GODINHO, 2011)
Em meios a tradição e a modernidade desde 2001 a Rádio Planalto também
tem uma página on-line devido à necessidade de informatizar-se, fazendo com que
as pessoas que moram longe se sentem próxima da terra natal, de suas famílias e,
assim a emissora também consegue mais visibilidade.
[...] A questão da informatização abrange quase setenta, oitenta por
cento da população, então é muito mais fácil para você ter o ouvinte
que está trabalhando no seu escritório ouvindo a rádio através do
computador do que ele ter além do computador um rádio do lado
para estar ouvindo. Então pela internet ele faz o trabalho dele e já
75
está ouvindo. É uma comodidade para o ouvinte, além do mais as
rádios pequenas de pouco alcance, ela consegue alcançar o mundo
inteiro através da internet. Você pode ter ouvinte nos Estados
Unidos, na Alemanha, Espanha, na Argentina sendo uma rádio local
de Vilhena. Como a gente tem vários ouvintes fora do país, gente
que morou em Rondônia que morou em Vilhena, hoje se sente bem
ouvindo a rádio, se comunica com a gente através do mural de
recado da nossa página da internet, mandando recado para
familiares dizendo que está bem que está com saudade da cidade.
Ouve a rádio para estar lembrando a origem dela, então é muito
gratificante isso. (GODINHO, 2011)
O site da rádio além de aproximar pessoas, ele também tem um espaço
chamado de mural de recado onde os ouvintes podem deixar sugestões,
comentários e recados para os familiares e para os apresentadores dos programas.
4.2 Caracterização do objeto de pesquisa: Programa Vale Tudo
O programa Vale Tudo iniciou em 1994, com o radialista Paulo Figueiredo.
Antes de ter a formação atual passaram pelo programa outros profissionais, como o
Renato Torres, Márcio Lopes e o radialista conhecido pelo apelido de Cobra.
Segundo Saturnino de Oliveira o objetivo do então diretor da época, Nomário Leite,
era fazer um programa polêmico, mas que todos tivessem o direto de participar e
falar o que quisesse. “Não tinha aquela coisa de um perfil, era para abranger todas
as camadas, todas as classes independente se as pessoas iam gostar ou não, essa
era a ideia do programa”. Saturnino de Oliveira também expõe que o programa tem
uma única característica, “ele é uma programa que tudo nele é aceito, é claro dentro
de certo parâmetro. Então ele foi criado nesse estilo de reclamação, elogio e crítica”.
A programação do Vale Tudo é ao vivo, tem duas horas de duração iniciando
às 12h e finalizando às 14h, de segunda à sexta-feira. A participação do ouvinte é
uma das suas características onde as pessoas podem entrar ao vivo tanto para fazer
suas solicitações como para fazer comentários sobre os assuntos abordados pelos
radialistas ou pelos outros ouvintes. As entrevistas também são marcantes no
programa.
O ouvinte pode participar do programa de diversas formas: pelo telefone,
ligando para participar ao vivo ou deixando o seu recado para ser transmitido na
76
página do site da rádio, denominado de mural de recados, ou pelo SMS, onde um
número é disponível para os ouvintes mandarem sua mensagem a cerca de
assuntos ou comentários de seu interesse.
Roberto Di Jorge (2012) explicou que disponibilizou o seu número de celular
para os espectadores poderem enviar mensagens quanto para sugestões de
assuntos como para comentar um fato que está sendo divulgado, logo que o celular
começou a surgir no mercado com a opção da mensagem de texto. “Pintou aquela
luz, “participa pela mensagem também”, não é só para mandar recadinho pro
namorado, para a namorada, para a família que está em casa, para mensagem de
natal, é para assuntos sérios também do dia-a-dia”.
O primeiro bloco do Vale Tudo começa com esporte, com o radialista Roberto
Di Jorge. No segundo bloco entra o locutor Saturnino de Oliveira noticiando as
ocorrências policiais e ajudando Roberto Di Jorge na apresentação do programa até
o seu término.
De acordo com Roberto de Di Jorge (2012) o primeiro bloco começa com o
esporte por uma estratégia utilizada por dois motivos: primeiro por ter ouvintes que
não se identifica ou não gosta de esporte e é horário que as pessoas estão saindo
do trabalho para chegar em casa. “Então a gente fez um cálculo que nesse horário
do esporte o ouvinte já chegou em casa, está pronto para o almoço, daí tá todo
mundo ligado no rádio, daí sim começa com as notícias principais do programa”.
Segundo Saturnino de Oliveira (2012), a participação do público é um
diferencial para o programa, para uma cidade de interior esse estilo de jornalismo
com uma linguagem mais simples “acaba caindo na graça do público do que aquele
jornalismo padrão”. Roberto Di Jorge aponta que para participar ao vivo do programa
não há nenhuma filtragem, apenas uma orientação.
Não há nenhuma filtragem, apenas uma orientação que o pessoal de
apoio dá para o ouvinte participar; em questão de não ofender
ninguém, ofensas pessoais, se atentar a participação em cima de
problemas, de situações e, em época de eleições agora é meio
problemático, a gente sempre orienta para não ajudar e não
atrapalhar qualquer candidato que seja, para não dar nenhuma
interferência na disputa eleitoral que tem em ano de eleição. (DI
JORGE, Roberto, 2012)
Roberto Di Jorge (2012) esclarece que a conversa do ouvinte com a
77
atendente da emissora não é gravada, só é gravado a partir do momento que o
ouvinte entra no ar, o que fica registrado é a hora que ligou e o número de telefone.
Di Jorge diz que na legislação a responsabilidade é do cidadão, o que ele fala se
torna público. “A partir do momento que você identifica ele, sabe quem é ou dá onde
ele ligou, pelo menos o cidadão passa a ser responsável e responsabilizado”. Di
Jorge ainda esclarece que menor de idade não participa do programa, ao não ser se
for para passar um recado.
Saturnino de Oliveira (2012) menciona que as pessoas mais simples tem
medo de fazer alguma solicitação ou reclamação junto às autoridades, vendo no
programa uma alternativa de ter sua reivindicação sendo atendida. Saturnino de
Oliveira pontua que o ouvinte sente segurança ao falar no rádio. “É claro, existe um
respeito por parte das autoridades, quando a gente chega eles procuram te atender
mais rapidamente do que fosse um cidadão comum”. Oliveira reforça que os
ouvintes pensam da seguinte forma: “lá no rádio eu posso xingar, brigar e não vai
acontecer nada comigo até porque os apresentadores vão segurar a peteca”.
Outra questão em relação à participação do ouvinte é o fato de algumas
pessoas ligarem primeiramente para o programa, antes mesmo de ligar ou ir até ao
órgão que está tendo problema para pedir esclarecimento sobre o posicionamento
da empresa.
Tem muito, em questão quando falta água, energia, questão de
saúde, às vezes em vez dele ligar lá no órgão para explicar o que
está acontecendo ele já liga aqui já descendo a lenha. É um erro que
ele está cometendo mais por falta de conhecimento ele acaba
usando o rádio, a gente até pergunta: “você já ligou no local? Ah,
não”, “mas liga lá primeiro”. Claro o pessoal já está ouvindo e já vai
tomar providência, mas é aquela coisa, é cultura de brasileiro
mesmo, ele acha que é melhor ligar aqui e descer a lenha do que
ligar no órgão primeiro para saber o que está acontecendo. Eu vejo
assim, primeiro você liga no órgão que está tendo problema para
passar primeiro as informações, às vezes eles não estão sabendo. É
claro se eles não tomarem providência dentro de um determinado
prazo, talvez caiba a você de fazer até uma segunda ligação ou
procurar pela segunda vez, se não tomaram providências, aí vamos
procurar outros meios, pode ser rádio, a justiça enfim, isso seria o
procedimento correto, mas para essas pessoas que não tem
conhecimento acham melhor ligar no rádio e já reclamar de vez.
(OLIVEIRA, Saturnino, 2012)
Oliveira explica que sempre que possível orienta ao público a forma correta
78
para reivindicar os seus direitos. Em relação as elaboração de pautas para serem
seguidas durante a programação não há reunião para sugerir assuntos para serem
abordados no programa. Segundo Roberto Di Jorge, todos os responsáveis pela
produção do programa procuram trazer os assuntos de sua área para ser transmitido
no Vale Tudo.
A gente vive num mundo globalizado, então de seguinte forma, tu saí
na rua no dia-a-dia, você vê o povo comentando, discutindo, tu
aborda no meio-dia no Vale Tudo. A gente busca os jornais de
circulação, o que os jornais estão trazendo de destaque de matéria, a
gente aborda também. Os sites de notícias que hoje em dia é notícia
toda hora, todo o instante... também os assuntos que são abordados
na imprensa no modo geral, a gente trás para rádio ao meio dia. (DI
JORGE, Roberto, 2012)
Em referência às pautas abordadas no programa e as entrevistas, Saturnino
de Oliveira (2012) menciona que as pautas são construídas diariamente, porém nem
sempre conseguem colocá-las em prática, devido o programa ser muito dinâmico e
“vale qualquer coisa” e sempre os ouvintes surgem com novas informações ou
assuntos que acabam mudando o direcionamento das pautas planejadas para o dia.
Roberto Di Jorge diz que embora não haja uma pauta pré-definida do que vai ser o
programa, os radialistas dificilmente conseguem “fazer o programa em cima daquilo
que já está planejado. Programa ao vivo tem essa característica”. O radialista ainda
expõe que as entrevistas são marcadas antecipadamente, onde qualquer pessoa
pode estar solicitando para participar, desde que o assunto seja coerente.
Di Jorge se refere que o programa não tem um formato único, “ele se adapta
de acordo com a realidade, com a participação do ouvinte, o assunto do dia e do
momento”. O radialista reforça que o programa é bem maleável se o “assunto é
política no dia, o assunto que será abordado será política. Muita ocorrência policial, o
programa vai e foca nas ocorrências policiais. É esporte, vai para o esporte”.
Para Saturnino de Oliveira (2012) o programa o qual apresenta não tem
apenas uma característica, desde o seu surgimento a ideia era para ser um
programa para abranger todas as camadas sem ter perfil definido. Segundo
Saturnino de Oliveira o tema mais comentado no programa é o assunto sobre saúde,
esclarecendo que pelo fato do município atender toda a região e “por mais que a
saúde de Vilhena esteja preparada para atender a demanda ela vai ficar ineficaz por
que é um volume muito grande de pessoas que vem procurar atendimento aqui, até
79
pela qualidade e aí o hospital não comporta”. O radialista ainda explica que por isso
“o pessoal estará sempre reclamando, estará insatisfeito com o atendimento”, por
mais que saiba que há falha lá dentro.
No programa Vale Tudo há um quadro denominado de Radiorrepórter onde
Isach Laurentino, responsável pelo quadro busca matérias, principalmente as
matérias policiais para ser transmitidas ao vivo. De acordo com Laurentino ele busca
matérias quentes, busca dentro dos boletins de ocorrência matérias que ninguém
teve acesso, uma matéria de repercussão. Para ele o público já espera ouvir notícias
quentes desde o momento que toca a vinheta do quadro. O repórter Isach
Laurentino não tem um horário fixo para entrar com os flashes ao vivo, podendo
entrar com as informações a qualquer momento da transmissão do programa, desde
que tenha uma situação inédita para transmitir aos ouvintes.
Eu não posso entrar como rádio repórter colocando uma notícia fria,
um fato que não é mais novidade na sociedade [...] É quando entra
aquela parte que eu disse no início da entrevista, você tem que ter
um pouco de sorte também. Às vezes eu estou chegando da
delegacia ou saindo e vejo uma viatura, vai chegando algumas
pessoas, eu já procuro “Opa, se vai chegando na delegacia pra rezar
não é”. Então eu procuro ficar sondando, não chego de uma vez, de
repente até a pessoa procura, “você é o repórter!? Eu queria falar
sobre isso, está acontecendo isso, como é que eu faço!?” Daí eu
entro, me envolvo e acabo criando uma matéria. Então você tem que
estar muito atento na seleção de tua matéria e a seleção dos boletins
é isso, uma matéria que ainda não foi publicada, esses são os
critérios que eu uso. Na verdade quanto mais repercussão ela tiver,
melhor é a matéria. (LAURENTINO, Isach, 2012)
O repórter Isach Laurentino considera uma matéria de repercussão uma
notícia sobre uma tentativa de homicídio, assalto, latrocínio, tráfico de drogas, ou
seja, uma matéria que desperte a atenção do ouvinte, que há repercussão.
Laurentino explana que roubo de bicicleta e acidentes não é uma notícia de
repercussão apesar de ser uma notícia que deve ser divulgada. Para ele roubos de
bicicletas acontecem todos os dias e acidentes são em torno de oito por dia, é fato
que se tornou comum.
80
Uma boca de fumo hoje, quase não está se tornando uma matéria de
repercussão, até as próprias leis já não estão deixando de se
preocuparem com as bocas de fumo, não tem como você fechar
todas as bocas de fumo. No ano passado eu fiz uma matéria, eu
demorei para fazer, mas em Vilhena nós tínhamos mais de trezentas
bocas de fumo, a maioria delas eram entre o Cristo Rei e o Setor 17,
só ali tinha mais de 150 bocas de fumo. Quer dizer é matéria de
repercussão!? Não é mais matéria de repercussão. O tráfico de
drogas em si, sim, mas o comércio de drogas não se torna mais uma
matéria de repercussão. O tráfico é um, o comércio é outro e o uso
da droga é outro, são situações diferentes. A partir do novo código
penal, o próprio porte de droga não vai ser mais crime, então são
situações que vão deixando de ser repercussão. Antigamente
quando pegava alguém fumando droga era um absurdo na cidade.
Hoje fumar droga já não é uma preocupação; vender droga já está
quase se despreocupando. Daqui um tempo tráfico de droga já não
vai ser crime, mas para mim é uma matéria de repercussão.
(LAURENTINO, Isach, 2012)
Laurentino expõe que o espectador não gosta de fatos de repercussão, fatos
sangrentos, mas gosta de ouvir, explica que é uma questão natural do ser humano
gostar de assuntos que impacta. “Quanto pior melhor para ouvir, mas se acontecer
na rua dele, ele é o primeiro a correr para o rádio ou para o veículo de
comunicação”.
Em relação à maneira de como irá transmitir a notícia Laurentino demonstra
ter cuidado para não fazer comentários sobre os assuntos, que a intenção dele
enquanto radiorrepórter é apenas de noticiar, de informar o público àquilo que está
acontecendo.
Então eu procuro evitar os comentários, eu coloco, por exemplo, que
“aqui na Avenida Major Amarante esquina com a Marques Henrique
que o veículo gol placa tal, cor tal se envolveu com a motocicleta
placa tal, modelo tal e o condutor da motocicleta fulano de tal foi
conduzido até o Hospital Regional para cuidados médicos. Aqui no
local as informações que a gente tem é que houve escoriações ou
que houve fraturas”. O fato que é verdade, que eu tenho certeza por
que eu vi e fotografei, para depois não dizerem que eu não estava no
local. (LAURENTINO, Isach, 2012)
Algumas pessoas que se envolvem em acidentes não querem que o fato seja
divulgado para não se expor, porém Laurentino explica que a partir do momento que
81
a pessoa se envolve em um acidente ou em um episódio que pode ser divulgado,
mesmo que o envolvido ou a envolvida não queira que o fato seja veiculado pela
imprensa, o fato já se torna notícia. “Não tem como não divulgar essa informação
para público. O que se pode fazer é não citar o nome do envolvido, mas o fato tem
que ser noticiado”.
Mas a forma que eu vou passar essa matéria é que vai agradar ou
desagradar os envolvidos. Na maioria dos acidentes, a imprensa não
todas, acabam enfeitando muito a matéria e no enfeitar acaba ele se
envolvendo na matéria e acaba prejudicando uma das partes. Por
isso que ninguém quer que divulgue o nome com medo do
sensacionalismo da matéria, não da matéria em si, até depois ele
quer saber como foi o acidente, às vezes nem ele mesmo sabe como
aconteceu. É através da imprensa, da mídia que ele vai saber. Mas
se você criou um sensacionalismo dentro daquela matéria aí ele vai
ficar descontente, aí sim ele começa ter mágoa, começa a correr
atrás dos direitos. Mas se você fizer a notícia seca em si, divulgar o
fato em si, para ele também é interessante. (LAURENTINO, Isach,
2012)
Para transmitir os fatos com mais agilidade Laurentino utiliza dois sistemas de
transmissão. Um é pelo microfone com o link móvel que é ligado no estúdio e, outro
no carro móvel da emissora, quando ele chega ao local do fato ele liga o microfone,
onde recebe sinal que permite entrar no ar. O outro método é mais simples, é por um
celular que entra em contato com os apresentadores do programa, mas neste
sistema também precisa de um sinal com a rádio para liberar. Esses sistemas
utilizados pela rádio facilita a rapidez com que o fato vai ser noticiado.
Laurentino explica que enquanto a mídia impressa, a televisiva e os sites
ainda vão editar a matéria, ele já passou o mesmo fato pelo menos meia hora antes.
Laurentino reintera que às vezes antes mesmo da vítima sair do local do acidente a
notícia já foi ao ar. “Antes de chegar ao hospital já não é mais notícia, por que o
pessoal já sabe, já não é novidade para ninguém. É muito rápido o meio de
comunicação da forma que a gente trabalha na Rádio Planalto, é muito rápido”.
4.2.1 Perfis dos profissionais que produzem o programa
82
São quatro profissionais que produzem o programa diário Vale Tudo, o locutor
Roberto Di Jorge, o locutor Saturnino de Oliveira, o radiorrepórter ou repórter externo
Isach Laurentino e o sonoplasta Raimundo Nonato. Neste tópico será abordado de
forma simplificada a trajetória dos produtores do programa.
O locutor Roberto Angeli Di Jorge, natural de Crissiumal, Rio Grande do Sul,
iniciou sua carreira no rádio como aprendiz de sonoplasta na Rádio Vilhena e,
somente em 2002 entrou para a Rádio Planalto com a função de locutor, a qual já
havia iniciado na antiga emissora que trabalhava. Ainda na década de 1990 ele
participou de um curso ministrado pelo Sindicato Nacional dos Jornalistas, onde
pode aprender as linguagens dos diversos meios de comunicação.
Atualmente Roberto Di Jorge, como é conhecido, é apresentador não só do
Vale Tudo, mas também do programa informativo Realidade que é transmitido das
7h às 8h da manhã. Roberto Di Jorge além de ser um dos apresentadores do
programa, ele também é responsável por captar informações da Prefeitura de
Vilhena, Câmara de Vereadores e pesquisar assuntos em nível de Estado para
trazer ao programa.
Aparecido Saturnino de Oliveira natural de Goioerê, Paraná, iniciou no rádio
dia 6 de fevereiro de 1990, na primeira emissora de rádio de Vilhena, a Rádio
Vilhena. Começou como locutor de um programa de música sertaneja chamado de
Tarde Sertaneja. Semana depois de sua estreia foi convidado para apresentar um
programa policial na mesma emissora.
Saturnino de Oliveira como é conhecido pelo público é um dos
apresentadores do programa, mas quando iniciou na Rádio Planalto ele apresentava
o programa Realidade que tem o jornalismo de amanhã, só depois foi para o Vale
Tudo. “Na verdade eu comecei depois de dois, três meses que eu estava aqui. Eu
comecei a fazer algumas reportagens externas, só que não era todo dia, era
esporádico”. Somente depois de dois meses que Saturnino de Oliveira estava
apresentando o programa Realidade, é que o diretor da época Nomário Leite o
convidou para apresentar o Vale Tudo junto com o Roberto Di Jorge.
Oliveira se refere que o seu contato com os órgãos o qual busca as
informações para levar até o ouvinte é muito boa, pois com os vinte e dois anos que
trabalha no rádio criou um vínculo de amizade com os responsáveis pelos órgãos. “A
gente criou uma amizade muito grande se eu ficar um dia sem ir lá eles perguntam
83
“o que aconteceu que você não veio hoje”?!”. Quase que virou um trabalho de irmão
para irmão”. Reforçando que pelo fato do programa ser diário ele tem que estar
presente todos os dias nessas instituições mesmo aos domingos.
Nascido na cidade de Guaíra no Estado do Paraná, Isach Laurentino veio
para Vilhena por onde permaneceu por apenas quatro anos, seguindo para o Estado
do Pará onde iniciou sua trajetória no rádio. Durante os vinte e três anos que
permaneceu no Estado Laurentino foi âncora de um jornal de meio-dia, além de
fazer reportagens e transmissão de jogos. Quando retornou para Vilhena Laurentino
apresentou um programa de música sertaneja o qual também apresentava um
quadro de reportagem policial, na Rádio Vilhena. Através deste trabalho ele foi
convidado para fazer o quadro Radiorrepórter. Quando Isach Laurentino ingressou
na Rádio Planalto não havia esse quadro, o diretor da emissora Carlos Godinho,
então criou o quadro radiorrepórter onde possibilitou que o radialista pudesse estar
transmitindo as informações com flashes ao vivo para o programa.
Igualmente como os outros três integrantes do Vale Tudo, o sonoplasta
Raimundo Nonato Sampaio, nascido em Quixadá no Ceará, também passou pela
Rádio Vilhena, iniciando a sua carreira nesta emissora. São quase 22 anos nessa
profissão, a qual sempre se identificou, deixando o trabalho em um órgão público
para atuar no ofício que desejava.
Raimundo Nonato é sonoplasta apenas dos programas que tem jornalismo, o
programa Realidade e o Vale Tudo. Nonato não fez nenhum curso para aprender as
técnicas da sonoplastia, quando iniciou ainda era na época do vinil, atualmente o
sistema utilizado é informatizado. “No tempo de vinil você tinha que correr para
escolher uma faixa de música, colocar a agulha em cima para poder tocar, hoje não
tem mistério nenhum”. Nonato diz que para transmitir o programa utiliza uma mesa
de consolo e dois computadores, ele explica que no programa de informática
utilizado na emissora já tem um lado para transmitir a “vinheta de abertura, do outro
lado à trilha sonora, trilha de fundo. Cada um tem sua pasta no computador para
poder fazer as chamadas”.
Em relação às vinhetas ou músicas de fundo, ele demonstra ter cuidado para
colocá-las, normalmente os sons utilizados são apenas cinco: da abertura, do
comercial, do radiorrepórter, das entrevistas e da chamada dos ouvintes. “É tudo
igual para não dar sensacionalismo. O som musical, no caso eles falam ruído
musical é tudo um só. No caso se mudar um, terá que mudar todos”.
84
4.3 Detalhamento do programa do dia 17 a 23 de abril de 2012
O detalhamento dos dias gravados fará que obtenha maior compreensão em
relação às características do programa dentro dos jornalismos estudados, jornalismo
popular, jornalismo utilitário e jornalismo público. As notícias transmitidas em cada
dia de programa gravado que tiverem características tanto do jornalismo popular,
jornalismo utilitário e jornalismo público, serão descritas e justificadas dentro do que
foi conceituado para justificar cada afirmativa.
Pode-se observar que na programação não há mudanças em sua estrutura,
os assuntos são quase sempre os mesmos, por isso foi analisados apenas cinco
dias de gravação, ressaltando os aspectos mais marcantes que o programa Vale
Tudo apresenta, justificados é claro com as teorias apresentadas.
O programa Vale Tudo não apresenta aspectos de um jornal padrão ou o
chamado “jornal falado”, porém sua estrutura é de um programa informativo. O
programa em si tem periodicidade, sempre é transmitido nos mesmos dias, no caso
de segunda à sexta-feira e sempre no mesmo horário. No programa, por exemplo,
não há músicas, sorteios de brindes, piadas ou qualquer outra coisa que possa
desvirtuar o programa do processo informativo. Apesar de não ter aprofundamento
nas informações, há a presença ao que Gisela Ortriwano (1984) classifica de
primeiro nível da notícia, ou seja, são fatos que acabaram de acontecer e são
transmitidos ou pelo radialista Roberto Di Jorge, Saturnino de Oliveira ou pelo
radiorrepórter Isach Laurentino, que às vezes entra no programa direto do local que
está acontecendo algum fato ou que já ocorreu.
Apesar do nome ser Vale Tudo, o programa tem uma estrutura fixa e critérios
que são seguidos, fazendo com que o nome “vale tudo” fique apenas na
nomenclatura do programa. Isso só reforçar que no programa Vale Tudo não vale
tudo não, as informações veiculadas seguem sempre a mesma estrutura, criando
uma rotina e identidade da programação. Para realmente ser um programa que vale
tudo mesmo, o programa teria de ser misto, tinha que ter informação, música,
entretenimento e sorteios.
Os radialistas responsáveis pelo programa relatam que a programação tem
uma pauta já definida de como será direcionado o programa. Porém, nas
observações das gravações há impressão que não tem uma quantidade padronizada
85
dos blocos, pois se inicia com uma notícia e logo vai para o comercial, voltando em
seguida com mais notícias e passa para o comercial novamente. Com isso
transparece ser por falta de assunto, sem falar que a divisão de blocos fica um tanto
que confusa. Se um dia de gravação do programa foram contabilizados sete blocos,
devido à falta de um padrão para soltar os comerciais, em outro dia pode se notar
nove divisões de blocos, por exemplo. Apesar dos responsáveis pela programação
respeitarem às duas horas de duração do programa.
4.3.1 Observações sobre o Jornalismo Popular
Nos programas gravados foram observados conceitos referentes ao
Jornalismo Popular por tratarem de assuntos quentes e circunstanciais. Márcia
Franz Amaral (2006, p.15, 16) considera o termo jornalismo popular como uma
identificação com público-alvo, o tipo de serviço que presta e pela sua conexão com
o local e o imediato. Observa-se que quase em sua totalidade as notícias
transmitidas são locais, apenas da cidade de Vilhena. São informações que
acabaram de ocorrer ou que ocorreram na noite anterior, geralmente são notícias de
acidentes, agressões e roubos.
A agilidade na transmissão das informações tem como fator preponderante a
dinâmica do rádio e sua agilidade que facilita com que as notícias possam ser
veiculadas em tempo real. Pelo fato de que no rádio as notícias não precisam ser
editadas ou passar por redator, faz com que elas cheguem com mais rapidez até ao
receptor. Isso faz com que as informações sejam as denominadas notícias quentes
que nada mais são do que acontecimentos que ocorreram a pouco instantes. Nos
enunciados do radialista Isach Laurentino se observa a preferência pelas notícias
que chamem a atenção do ouvinte e que tenha repercussão junto ao público.
Eu não posso entrar como radiorrepórter colocando uma notícia fria,
um fato que não é mais novidade na sociedade [...] É quando entra
aquela parte que eu disse no início da entrevista, você tem que ter um
86
pouco de sorte também. Às vezes eu estou chegando da delegacia ou
saindo e vejo uma viatura, vai chegando algumas pessoas, eu já
procuro “Opa, se vai chegando na delegacia pra rezar não é”. Então
eu procuro ficar sondando, não chego de uma vez, de repente até a
pessoa procura, “você é o repórter!? Eu queria falar sobre isso, está
acontecendo isso, como é que eu faço!?” Daí eu entro, me envolvo e
acabo criando uma matéria. Então você tem que estar muito atento na
seleção de tua matéria e a seleção dos boletins é isso, uma matéria
que ainda não foi publicada, esses são os critérios que eu uso. Na
verdade quanto mais repercussão ela tiver, melhor é a matéria.
(LAURENTINO, Isach, 2012)
Para melhor compreensão do objeto de estudo será descrita de forma sucinta
as principais notícias que foram transmitidas em cada dia, ressaltando que para
obter mais detalhes sobre as notícias que foram transmitidas em cada dia de
gravação poderá ser consultado o apêndice do trabalho.
No dia 17 de abril de 2012 foram contabilizadas 18 notícias transmitidas,
mais dois comentários, sendo 13 notícias com características de jornalismo popular.
Neste dia foram transmitidas: duas notícias sobre jogos; uma notícia de acidente de
trânsito; dois roubos; três brigas; uma agressão; uma leitura extraída de um site de
notícias e lida pelo radialista onde fala sobre visita íntima em centro sócio-educativo
para menores.
Neste dia pode destacar a notícia que os radialistas extraíram de um site de
notícia que menciona a legalização da entrada de visita íntima para os que estão em
centros de ressocialização para menores infratores. Essa notícia se assemelha ao
que o autor Danilo Angrimani (1995, p.26) classifica como fait divers, que são
informações quentes e circunstanciais, trazendo informações de interesse humano,
como a curiosidade, a fantasia, o impacto, a raridade, o humor e o espetáculo, “para
causar uma tênue sensação de algo vivido no crime, no sexo e na morte”.
O jornalismo popular está associado ao sensacionalismo, ao exagerado e
dramaticidade das informações, porém para ser considerado jornalismo popular não
precisa ser sensacionalista. Nas entrevistas com os responsáveis pelo programa se
observa que eles não utilizam esse método para chamar a atenção do público, eles
demonstram ter cautela com que dizem e como conduzem o programa, justamente
para não exagerar nas falas e ter notícias sensacionalistas.
Geralmente o sensacionalismo é reconhecido pelo exagero das imagens tanto
televisivas quanto fotográficas, como no rádio o que predomina é apenas a voz,
87
pode observar que não há nenhum exagero nas pronúncias, não há sons ou
músicas para realçar o que os radialistas então pronunciando. A citação do radialista
Isach Laurentino exemplifica nesse enunciado quando ele diz:
Mas a forma que eu vou passar essa matéria é que vai agradar
ou desagradar os envolvidos. Na maioria dos acidentes, a
imprensa, não todas, acaba enfeitando muito a matéria e no
enfeitar acaba ele se envolvendo na matéria e acaba
prejudicando uma das partes, por isso que ninguém quer que
divulgue o nome com medo do sensacionalismo da matéria,
não da matéria em si. Até depois ele quer saber como foi o
acidente, às vezes nem ele mesmo sabe como aconteceu. É
através da imprensa, da mídia que ele vai saber, mas se você
criou um sensacionalismo dentro daquela matéria aí ele vai
ficar descontente, aí sim ele começa ter mágoa, começa a
correr atrás dos direitos. Mas se você fizer a notícia seca em si,
divulgar o fato em si, para ele também é interessante.
(LAURENTINO,Isach,2012)
O sonoplasta do programa Raimundo Nonato reforça essa colocação quando
ele diz; “Mas daí não, é tudo igual para não dar sensacionalismo. Se chega uma
pessoa aqui para dar uma entrevista é tudo igual. O som musical, no caso eles falam
ruído musical é tudo um só. No caso se mudar um terá que mudar todos”.
No dia 18 de abril de 2012, foram em torno de 26 notícias, dois comentários,
sete participações por telefone, sendo uma entrevista no estúdio do programa. Das
26 notícias transmitidas 21 notícias eram com características do jornalismo popular.
Podendo destacar: notícias sobre o campeonato Copa do Trabalhador; duas
agressões; duas agressões verbais; duas operações da polícia federal; cinco furtos;
uma notícia lida de um site sobre a namorada que pegou o namorado com um
travesti; uma notícia sobre acidente; notícia sobre um novo patrocínio para o time do
VEC; um ouvinte que liga para parabenizar o início de uma obra; um homem que foi
preso com porte de drogas; um ouvinte que liga para falar que tem policiais que
estacionam carro em faixa amarela; um flagrante de um motorista embriagado;
ouvinte liga para dizer que uma mula que estava amarrada em um determinado local
da cidade já foi retirada; uma leitura de uma notícia que Rondônia é Estado com
maior número de telefone por habitantes.
No dia 19 de abril de 2012, foram contabilizadas 28 notícias, sete
participações pelo telefone e uma entrevista no estúdio. Notícia com características
88
de jornalismo popular foram 15, entre elas: notícia sobre os jogos regionais; um
acidente; três agressões; notícia de um assassinato que ocorreu na cidade; um
episódio que ocorreu na Câmara de Vereadores envolvendo um funcionário; uma
notícia de mortes de carneiros que ocorreu em uma chácara; um roubo; três
assuntos envolvendo adolescentes, um deles de adolescentes que estavam
incomodando moradores, outro de adolescente que estavam bebendo na rua do
aeroporto e o último de adolescentes do centro de sócio-educativo que colocaram
fogo em colchões; ouvinte ligou perguntando qual a diferença de uma moto nova de
uma moto usada; ouvinte liga perguntando se ele comprar tinta ele pode pintar
quebra-molas e uma participação de uma ouvinte ligando agradecendo por ter
ganhado um prêmio.
Os assuntos que podem ser considerados jornalismo popular são assuntos do
cotidiano das pessoas e da cidade, são fatos ou situações que podem acontecer
com qualquer um. Essa é um das razões que motivam as pessoas a ficarem “ligado”
no rádio para saber o que está acontecendo, que pode ser envolvendo algum
conhecido ou um assunto que lhe interessa. Os fatos noticiados no Vale Tudo
geralmente não tem profundidade no assunto, não há contextualização de um fato
com outros ou relacionados com dados em nível de Estado e de país. Nota-se que
os assuntos são sempre simplificados. Márcia Amaral (2006, p.63) explica que na
imprensa popular um fato terá mais probabilidade de ser noticiado se possuir
capacidade de entretenimento; for próximo geográfica ou culturalmente do leitor;
puder ser simplificado; puder ser narrado dramaticamente; tiver identificação dos
personagens com os leitores (personalização) e for útil.
Em relação a ser narrado dramaticamente, esse item não é observado no
programa, o tom de voz dos radialistas não se alteram para chamar a atenção do
público ouvinte, isso faz com que não ocorra sensacionalismo, conceito muito
utilizado em programas populares. Em relação a ser simplificado é uma realidade
constante dentro do Vale Tudo, até pelo volume de informações que são
transmitidas diariamente, percebe-se que para transmitir todas as notícias elas
precisam ser simplificadas.
Por transmitir informações apenas da cidade de Vilhena faz com que o
programa cause a sensação de aproximação junto ao seu público, estreitando as
relações dos radialistas junto à comunidade. As participações dos ouvintes durante o
programa faz com que acentue essa proximidade, até por tratar por assuntos que
89
podem interessar a comunidade local. Os assuntos não são aprofundados, segue
apenas com as respostas do lide: o quê, onde, como, quem, quando e por que.
No dia 20 de abril de 2012, foram 9 (nove) notícias com característica de
jornalismo popular, sete participações pelo telefone e um comentário, em um total de
32 notícias veiculadas. Sendo: uma notícia sobre roubo; uma agressão; uma
tentativa de roubo; dois acidentes; uma pessoa é presa por tentar passar nota falsa;
resultado de uma operação da polícia federal; um resultado de um julgamento de um
assassinato que ocorreu anos atrás; e uma apreensão de uma pessoa que estava
dirigindo sem habilitação.
No dia 23 de abril de 2012 foram 24 notícias transmitidas, sendo treze delas
com características do jornalismo popular, pode notar também oito comentários, dez
participações e uma entrevista no estúdio do programa. Os assuntos mais
comentados foram: notícias sobre os jogos regionais; cinco acidentes; uma notícia
de um quase acidente; uma agressão; uma investigação policial que resultou em
tiroteio; duas reclamações sobre barulho em chácara; ouvinte que comenta notícia
que leu sobre TSE onde fala dos candidatos fichas sujas; uma pessoa que foi ao
estúdio do programa para falar sobre os maus tratos que recebeu no quartel da
polícia militar quando foi fazer uma queixa.
Como mencionado à cima neste dia houve uma entrevista no estúdio do
programa. Essa entrevista se tratava de um ouvinte chamado Claudionor Almeida
que foi ao estúdio para dizer que quando se dirigiu ao quartel da polícia militar para
dar queixa do barulho que estava havendo em uma chácara próxima a cidade, ele foi
maltratado na instituição em questão. Essa entrevista gerou muitos comentários,
tanto por parte dos ouvintes quanto pelos funcionários da instituição envolvida, no
caso a polícia militar.
Além do assunto da entrevista ser considerado com elementos do jornalismo
popular, é importante ressaltar a entrevista dentro de um programa informativo. As
entrevistas que ocorreram durante os dias de gravação, são consideradas
entrevistas noticiosas, por tratarem de assuntos recentes e que interessa ao público.
As entrevistas também podem ser consideradas como entrevista direta e entrevista
de informação estrita.
Emílio Prado (1989) diz que a entrevista direta é aquela que não tem como
fazer modificações, no caso do programa Vale Tudo, as entrevistas são sempre ao
vivo, durante os dias analisados não houve a percepção de nenhuma gravação de
90
entrevista para ir ao ar no Vale Tudo. Já entrevista de informação estrita serve para
veicular uma informação através de seu protagonista ou de uma fonte presente. No
caso da entrevista mencionada a cima a fonte de informação para tornar público o
que passou no quartel da polícia militar, foi o Claudionor Almeida, que utilizou da
entrevista para passar sua mensagem, assim como outros protagonistas que durante
a semana usufruíram da entrevista para manter contato com público e repassar
informações que interessa aos ouvintes.
4.3.2 Observações sobre o Jornalismo Utilitário
Nas observações realizadas no dia 17 de abril de 2012 das 18 notícias
transmitidas, cinco eram de características do Jornalismo Utilitário. As notícias deste
dia foram: uma ouvinte que queria encontrar pessoa; uma pessoa que gostaria
encontrar um cachorro que fugiu de casa; um ouvinte que gostaria de obter uma
informação falta de água em seu bairro; uma informação sobre a implantação da
Farmácia Popular; uma notícia sobre o Instituto de Previdência do Município de
Vilhena, falando sobre a sua implantação.
Em relação à identificação de assuntos que se refere ao jornalismo de
utilidade pública, a leitura de um recado de uma ouvinte (não identificada) que quer
saber se os radialistas do programa pronunciaram que iria faltar água por quatro dias
em uma localidade denominada de “casinhas”, se caracteriza com os conceitos do
jornalismo também conceituado de jornalismo de serviço. O radialista, Roberto Di
Jorge, responde a ouvinte que não irá faltar água e comenta que irá entrar em
contato com os responsáveis pelo SAAE (Serviço Autônimo de Água e Esgoto). Logo
depois Di Jorge diz que não conseguiu entrar em contato com os responsáveis pelo
SAAE, porém minutos depois ele comunica a resposta fornecida pelo funcionário da
instituição em questão.
Esse fato mencionado a cima é considerado de utilidade pública, porém com
algumas ressalvas apontadas por Magalhães e Rios (2010, p.07). Para os autores,
o jornalismo de serviço funciona através de pautas que orientam a população no
cotidiano, podem ser através de uma reportagem sobre vacinação, preços de
produtos, reclamações de buracos na rua, saneamento básico, entre outras ações
91
que afeta a vida das pessoas. Porém no caso exposto merece uma ressalva, pois a
ouvinte ligou primeiramente para o programa antes de pedir informações no órgão
competente. Magalhães e Rios (2010, p.07) explica que os ouvintes, leitores ou
telespectadores acabam expondo o seu problema aos meios de comunicação antes
mesmo de acionar os órgãos responsáveis, demonstrando uma distorção da
prestação de serviço, dessa forma transferindo poder aos veículos de comunicação
que utilizam erroneamente o termo de “prestação de serviço” para a prática do
assistencialismo. Pode ser observado que não houve nenhuma orientação ao
ouvinte ligar para o órgão competente e, nem mesmo para os responsáveis pela
instituição entrar em contato com o programa, o próprio radialista é que buscou a
informação.
No dia 18 de abril de 2012 das 26 notícias apenas cinco foram de cunho
utilitário. Entre os assuntos: uma solicitação de cadeira de roda; um comunicado
sobre evento de mobilização contra a corrupção; uma ouvinte que gostaria de
encontrar uma pessoa; duas pessoas que estavam reclamando do talão de luz que
estava oscilando os valores de um mês para o outro.
No dia 19 de abril de 2012 das 26 notícias transmitidas dez eram com
características do jornalismo utilitário. Os assuntos deste dia foram: duas
solicitações de melhorias, sendo um deles de uma unidade de saúde; um anúncio de
uma reunião no Setor 19, para falar sobre regularização fundiária; um anúncio sobre
trabalho; uma ouvinte pedindo que fosse enviado um recado para um conhecido que
mora em uma fazenda; uma entrevista com prefeito onde o mesmo foi ao estúdio do
programa para falar sobre a implantação da aerodinâmica que facilitará a realização
de cirurgias; radialistas falam sobre a falta de sinalização de trânsito; um anúncio
sobre manifesto denominado dia do Basta; um ouvinte liga para falar sobre um
terreno baldio que está muito sujo; um anúncio sobre a comemoração do dia do
patrono da polícia militar.
Mesmo com as novas tecnologias como as redes sociais e o celular, o rádio
ainda representa um contato direto com as pessoas que precisam enviar recados
para amigos e parentes que residem em lugares distantes dos grandes centros.
Principalmente as rádios AMs que chegam a locais que muitos equipamentos não
alcançam, faz com que o rádio um aparelho criado em 1863, ainda hoje seja
empregado para enviar mensagens a locais que não fosse o seu alcance não seria
possível fazer essa ponte direta com as necessidades dos ouvintes.
92
Como exemplo, o recado da ouvinte Cleidiane que participou ao vivo no
programa do dia 19 de abril de 2012, ela envia um recado para o Alessandro da
fazenda novo horizonte onde ela fala que a tia dele, dona Joaquina, ficará por mais
uma semana em sua residência e que ela está bem, o que havia acorrido com ela
era uma alergia. E para ele providenciar um leite para a mesma. Com esse recado
fica claro a agilidade e a credibilidade que o rádio ainda tem nos dias atuais. O envio
de recados como este só possível pelo fato do rádio ser um meio de comunicação
bidirecional, ou seja, uma pessoa pode se comunicar com outra pessoa fisicamente
afastada.
No dia 20 de abril de 2012 das 32 notícias, 23 (vinte e três) eram com
características do jornalismo utilitário. Os assuntos foram: uma pessoa que gostaria
de encontrar uma cadela que desapareceu; ouvinte alerta moradores não jogar lixo
onde o local já foi limpo; ouvinte reclama que prefeito não está fazendo nada em seu
bairro; ouvinte quer encontrar uma senhora; ouvinte fala sobre falta de ônibus
escolar; quatro ouvintes falam sobre a situação dos quebra-molas; ouvinte reclama
sobre a falta de fiscalização no jogo do VEC; ouvinte fala que empresários querem
transformar a Avenida Marechal Rondon em uma avenida de mão dupla; convite de
um baile dançante; ouvinte quer encontrar celular que perdeu; ouvinte pergunta se
tem alguém interessado em regularizar terreno; dois ouvintes ligaram para pedir que
vereadores doassem carro para transportar pacientes para Porto Velho; ouvinte
reclama que no banco Caixa Econômica não estão atendendo telefone; ouvinte liga
comunicando que tem um burro amarrado no sol e pede para alguém retirar o animal
do local; ouvinte solicita a visita do Conselho Tutelar em perímetro de uma escola;
um comunicado de uma moradora avisando sobre equipamento quebrado em uma
praça da cidade; radialista fala sobre construção de novo presídio; radialista fala
sobre comemoração do patrono da polícia militar e um convite para população sobre
a apresentação da Orquestra Sinfônica.
Os conceitos do jornalismo de utilidade pública são “informações destinadas a
proteger os interesses dos usuários dos serviços públicos, bem como dos
consumidores de produtos industriais ou de serviços privados”. Klôckner e Bragança
apud Magalhães e Rios (2010) explicam que o jornalismo utilitário oferece ao
espectador informação útil que tem como pretensão auxiliar o cidadão e oferecer
respostas e orientação mediata e imediata. De acordo com a pesquisadora Suely
Grissanti apud Alzira Alves de Abreu (2003) algumas pessoas recorrem aos jornais
93
porque não conseguiram atendimento ao serviço ao consumidor, essas pessoas são
denominadas por ela como “cidadão-consumidor”, sendo a maioria de classe média.
As notícias consideradas de utilidade pública do dia 18 de abril de 2012 onde
um ouvinte entrou ao vivo questionando sobre um talão de luz que veio duas vezes
no mesmo mês e, do dia 20 de abril de 2012 onde uma ouvinte pergunta se o
telefone do banco Caixa Econômica não está funcionando, por que ela estava
tentando ligar e não estava sendo atendida, exemplificará o enunciado. Como pode
ser observado à maioria dos assuntos são o que denomina a autora Alzira Alves
(2009) são reivindicações e reclamações feitas por “cidadão-consumidor” que
buscam no rádio um meio de pressionar o serviço público a ter uma posição em
relação ao serviço ofertado à população, ou seja, que os órgãos públicos
responsáveis pelos serviços prestados providenciem uma posição imediata aos
assuntos questionados pela comunidade.
No dia 23 de abril de 2012 foram nove notícias com características do
jornalismo utilitário, no total das 22 notícias transmitidas no dia. Os assuntos foram:
um convite para os associados da ASMUV (Associação dos Servidores Municipais
de Vilhena); ouvinte do Estado do Paraná procura parente que mora na cidade;
comunicado sobre a transmissão da programação da Rádio Planalto pelo celular; um
ouvinte alertando sobre os riscos que as pessoas correm em ficar às margens da
BR; ouvinte quer saber sobre o funcionamento da máquina de ultrassonografia; dois
ouvintes procura uma pessoa com urgência; um convite para a população e uma
ouvinte manda recado para uma conhecida entrar em contato com ela.
Tyciane Vaz (2008, p.05) explica que Luiz Beltrão em 1969 identificou o
Jornalismo Utilitário nos jornais impressos como avisos diversos (plantão de
farmácias, perdidos e achados, pauta de pagamentos, cotações de câmbio, convites
para reuniões de entidades diversas); informações úteis (telefones de urgência,
horário de transporte coletivo, conselhos de saúde, relações de endereços etc.) e o
denominado cartaz do dia (programas das casas de espetáculos – cinemas, teatros,
exposições, conferências, comícios, festas).
No programa Vale Tudo às informações que mais prevalecem são as
consideradas de achados e perdidos, informações úteis, convites para reuniões de
entidades diversas e o considerado cartaz do dia que são as festas que acontecem
na cidade. Observa-se que o enunciado sobre achados e perdidos do dia 17 de abril
de 2012, por exemplo, houve uma ouvinte procurando por uma pessoa e, outra
94
ouvinte que procurava um cachorro. Sobre informações úteis, no mesmo dia houve
uma entrevista com responsáveis pela Farmácia Popular, passando orientação à
população de como usufruir dos serviços disponibilizados pela entidade. No dia 19
de abril de 2012 houve mais informações de serviços públicos ofertados à
sociedade, como a implantação de aerodinâmica, onde facilitaria alguns tipos de
cirurgias realizadas no hospital local e sobre informações da implantação da capela
mortuária.
Em relação ao denominado cartaz do dia, no dia 20 de abril de 2012 houve o
convite à comunidade para participar da exibição da Orquestra Sinfônica Municipal.
No dia 23 de abril o responsável pela ASMUV (Associação dos Servidores
Municipais) convidou seus membros a participarem de uma comemoração e, ainda
no mesmo dia houve também um convite sobre uma mobilização popular
denominada de Dia do Basta.
Os assuntos veiculados no Vale Tudo se assemelham com a explicação de
Marques de Melo apud Tyciane Vaz (2008, p.05) onde explana que o termo utilitário
“também gênero operacional ou jornalismo de serviço, tem como uma das
características principais a atualidade, porém, sem o fator novidade”. Vaz (2008) cita
a classificação que Marques de Melo que se refere ao gênero utilitário, sendo o
formato indicador, cotação, roteiro e serviço. Para ele Serviços são “informações
destinadas a proteger os interesses dos usuários dos serviços públicos, bem como
dos consumidores de produtos industriais ou de serviços privados”.
Referente às citações acima foram três assuntos que enquadram com esses
conceitos, como ocorreu no dia 19 de abril onde uma ouvinte entrou ao vivo para
solicitar a construção de um posto de saúde em seu bairro, pois ela considera que
bairros mais recentes já têm uma unidade básica de saúde e o bairro em que reside
sendo um dos mais antigos da cidade ainda não disponibiliza de uma unidade de
saúde. No mesmo dia outra ouvinte entra ao vivo para solicitar providência da polícia
e do ministério público em relação aos menores de idade que estavam incomodando
os moradores da localidade denominada de coabinha. Outro ouvinte entra ao vivo
para saber por que a Secretaria de Obras não passou para fazer o cascalhamento,
sendo que já havia a promessa para realizar esse serviço.
Como pode ser visualizado boa parte das reivindicações são situações atuais,
que precisam ser resolvidas com certa urgência, porém não são assunto que choca,
que emociona ou que desperte a curiosidade, isso ocorre por que não há o item
95
novidade. E como pode ser observado praticamente todas as reclamações são
referentes a serviços de órgãos públicos, não houve a presença de nenhuma
reclamação a órgãos privados.
4.3.3 Observações sobre o Jornalismo Público
Dentro dos conceitos apresentados pelo Jornalismo Público o programa Vale
Tudo não se adéqua muito bem, ou pelo menos não tem muitas características do
Jornalismo Público, pois os assuntos são muitos fragmentados, não há profundidade
nas informações e praticamente todas as informações são assuntos considerados
notícias quentes, são assuntos que ocorreram há poucas horas. Isso faz com que
não
haja
tempo
para
se
aprofundar ou
buscar informações com
mais
contextualidade. Segundo Traquina apud Claudia Irene de Quadros (2005) essa
nova corrente vem para redefinir e não para revolucionar o jornalismo. Traquina
ainda enfatiza que em uma sociedade onde as pessoas estão abarrotadas de
informações, elas precisam de notícias relevantes para ser compartilhada e um
espaço para ser discutidas.
O Programa em si tem abertura para a participação do público, tanto para as
ligações como para as entrevistas no estúdio, ou seja, há um espaço de discussão
que não é utilizado em sua integralidade, por exemplo, não há convites ou
participação de pessoas para auxiliar em alguma discussão onde um profissional
poderia ajudar o público entender questões mais complexas.
Observa-se que no “Vale Tudo” há abertura para a participação do ouvinte,
onde cria um espaço para discutir e falar de assuntos que estão afetando a vida
coletiva. Porém, não há aprofundamento dos assuntos trazidos pelos ouvintes,
impossibilitando que o conceito de Jornalismo Público seja aplicado em sua prática.
Segundo Irene de Quadros apud Mesquita (2005, p.05) uma sociedade com muitas
informações precisa de notícias relevantes e um espaço para ser discutidas e, para
a democratização dos meios, é preciso contextualizar os fatos e não apresentá-los
de forma fragmentada.
Dentro das divisões apresentadas pelos autores Friedland e Nichols apud Luis
Barros (2009, p.28) também fizeram uma subdivisão de Comunidade em 13 partes,
96
entre
eles
a
diversidade,
comunidade,
civismo,
juventude,
educação,
desenvolvimento econômico, vida familiar, meio ambiente, criminalidade, segurança,
pobreza, saúde, seguridade social e ética e moralidade. É importante que fique claro
que esses assuntos é um dos temas que os jornalistas devem pautar para levar até
o ouvinte, fazendo que seu público não apenas assiste e ver, mas que possa agir
perante as informações.
Um dos conceitos do Jornalismo Público é a divisão de assuntos para ser
discutidos e ampliados, fato que também não ocorre no programa, pois os assuntos
não seguem nenhuma ordem. As notícias acabam sendo distintas, fala-se de trânsito
e logo em seguida já entra um assunto sobre um festival, por exemplo. Todos os
assuntos transmitidos pelo programa encaixariam no Jornalismo Público, mas a
forma que como é divulgado ou trabalhado é que não encaixa nos conceitos, como o
não aprofundamento da informação.
Como já foi dito os assuntos considerados com características do jornalismo
popular e do jornalismo utilitário, podem ser considerados assuntos a ser abordado
pelo jornalismo público e, como já foram abordados e descritos nos conceitos do
jornalismo popular e utilitário, não será repetido, já que foi descrito nos tópicos à
cima.
Como exemplificação, serão utilizados os assuntos abordados do dia 23 de
abril 2012, onde serão classificados dentro das divisões defendidas pelo jornalismo
público para se ter uma noção mesmo que resumida de como ficaria a classificação
das notícias deste dia nas conceituações do jornalismo público.
Das 20 notícias desse dia, os assuntos mais comentados foram: seis
acidentes; duas agressões; uma investigação policial resultando em tiroteio; duas
reclamações sobre barulho em chácara; um ouvinte alertando sobre os riscos que as
pessoas correm em ficar às margens da BR; ouvinte que comenta notícia que leu
sobre TSE onde fala dos candidatos ficha suja; ouvinte quer saber sobre o
funcionamento da máquina de ultrassonografia; dois ouvintes procura uma pessoa
com urgência; um convite para a população; um pessoa vai até o estúdio do
programa para falar sobre os maus tratos que recebeu no quartel da polícia militar
quando foi fazer uma queixa, gerando oito comentários sobre o assunto. Com a
classificação ficaria mais ou menos assim:
 Segurança e criminalidade: acidentes, agressões, uma investigação policial
97
resultando em tiroteio, duas reclamações sobre barulho em chácara; um
ouvinte alertando sobre os riscos que as pessoas correm em ficar às
margens da BR; uma pessoa vai até o estúdio do programa para falar sobre
os maus tratos que recebeu no quartel da polícia militar quando foi fazer uma
queixa.
 Governo: comenta notícia que leu sobre TSE onde fala dos candidatos ficha
suja;
ouvinte
quer saber sobre
o funcionamento
da máquina
de
ultrassonografia;
 Comunidade: ouvintes que procuram pessoa; um convite para a população;
É importante ressaltar que as divisões de assuntos servem como referencial
para construção de uma espécie de editoria ou editorias que poderia ser abordados
em cada bloco do programa.
Luís Barros (2009, p.26, 27) pontua sobre o posicionamento dos jornalistas
em relação ao tratamento fornecido às informações, seja a que eles vão transmitir
como as notícias ou as que chegam até a eles. Um dos pontos que Barros (2009)
explica é que os jornalistas devem produzir notícias de que os cidadãos precisam
para se informar sobre os eventos correntes, tomar decisões cívicas e exercer suas
responsabilidades na democracia, entre as outras definições como: devem criar
coberturas que motivem os cidadãos a pensar e agir, não simplesmente ver ou
assistir; as coberturas devem disparar ações cívicas, da participação em votações ao
voluntariado; deve construir conhecimentos. Pessoas motivadas pelos projetos de
jornalismo cívico devem ser mensuravelmente mais informadas sobre os eventos
que as não engajadas; devem criar na comunidade a capacidade de resolver
problemas e não esperar pelas soluções vindas de cima; e devem ser persistentes
até atingir objetivos mensuráveis e não serem engavetados em detrimento de uma
novidade ou furo irrelevante.
Em relação aos enunciados descritos, fica claro que o programa Vale Tudo
não se adéqua a eles. Devido ao não aprofundamento das informações e por tratar
mais de assuntos individuais, acabam dificultando o exercício de assuntos mais
coletivos e consequentemente levar a ações cívicas, que por sua vez tem como
base repensar os assuntos que afetam a sociedade.
Um dos conceitos do Jornalismo Público é criar uma “agenda dos cidadãos”,
para manter contato com o seu público, onde os ouvintes também decidirá o que
98
será notícia.
Irene Quadros (2005, p.06) cita que há a necessidade de manter
contato permanente com a comunidade, conhecendo os seus interesses e seus
problemas, fazendo com que o cidadão participe da decisão do que será notícia.
Essas colocações de fato não ocorrem no programa, os radialistas por sua vez
acabam tendo muito mais contatos com os órgãos públicos do que com a população.
Na verdade é população que entra em contato com os radialistas. Em contra partida
a população só mantém contato caso haja algum fato que ocorreu ou está
repercutindo, ou a interessa.
Deve ser dito que algumas informações por tratar de interesses individuais
não entram nas definições de jornalismo público, pois um dos conceitos dessa
corrente é tratar de informações de interesse coletivo. Porém isso não impede que
algum assunto de interesse individual possa ser abordado, não para resolver
somente o problema de uma pessoa em específico, mas o jornalista pode estar
tratando a informação de forma coletiva.
Para Merrit apud Nelson Traquina (2005, p.178,179) o jornalismo público
envolve as seguintes mudanças: ir para além da missão de dar as notícias para uma
missão mais ampla de ajudar a melhorar a vida pública; deixar para trás a noção do
“observador desprendido” e assumir o papel de “participante justo”; preocupar-se
menos com as separações adequadas e mais com as ligações adequadas; conceber
o público não como consumidor, mas como ator na vida democrática, tornando
assim prioritário para o jornalismo estabelecer ligações com os cidadãos. Traquina
(2005) reforça que o jornalismo cívico encoraje o envolvimento do cidadão na vida
pública.
99
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objeto de pesquisa escolhido para apresentar neste trabalho de conclusão
de curso, o programa Vale Tudo da rádio Planalto AM, é um programa informativo,
transmitido semanalmente que tem como foco os assuntos do cotidiano que abre um
canal de comunicação com a população local.
O objetivo da pesquisa foi identificar quais são as características jornalísticas
mais marcantes, pois desde o princípio houve a necessidade de obter não um
aspecto do jornalismo, mas três, pois o programa denotava diversos segmentos do
jornalismo. Devido a isso se optou pelo jornalismo popular, jornalismo utilitário e o
jornalismo público, por considerar que esses três conceitos eram o que mais se
adequavam com o formato do programa.
Como já se previa o programa Vale Tudo não possui um formato único, se
enquadrando em dois tipos de conceituação de jornalismo, o jornalismo popular e o
jornalismo utilitário.
O jornalismo popular por ter como conceito as notícias quentes e a
proximidade com o ouvinte faz com isso seja os conceitos mais marcantes e de fácil
visualização dentro da análise. A maioria das informações veiculada no programa
são os fatos que acabaram de ocorrer ou ocorreram em poucas horas. Devido o
canal de comunicação aberto, no caso, uma linha telefônica, uma página na internet,
um número de celular para SMS, faz com que haja uma proximidade com ouvinte,
havendo participação direta, seja como questionamento de assuntos ou comentários
das noticias.
A entrevista concedida pelo radialista Isach Laurentino, ele expõe justamente
essa questão de estar sempre trazendo assuntos que chamam a atenção do ouvinte,
que faz com ele preste atenção na notícia. O fato de ser um veículo de comunicação
local faz que isso se acentue, pois a maioria das pessoas quer saber o que está
acontecendo em sua cidade, querendo ou não os fatos podem afetar a vida delas.
Não que os fatos nacionais não os afetem, mas o local desperta a curiosidade e o
impacto da informação, pois muitos deles estão ligados direta ou indiretamente aos
moradores da cidade. O rádio por ter essa peculiaridade de mobilidade e não
precisar de edição, ele torna mais dinâmico essa participação e proximidade do
ouvinte. Não há intermediário para fazer esse contato, é apenas o público e o
100
radialista.
O jornalismo utilitário com as suas características de informação que pode
orientar as pessoas imediatamente faz com que a maioria das ligações recebidas
seja com aspectos do jornalismo utilitário. São reivindicações e solicitação de
serviços principalmente ou, como foi observado nos cinco dias de gravação todas
foram de serviços públicos. São a falta de asfalto, de atendimento médico,
equipamentos hospitalares quebrados, são serviços que deveriam ser ofertados e às
vezes acabam não chegando ao usuário com presteza. Há um número significativo
de ligações com o chamado “achados e perdidos”, são pessoas que procuram por
objetos e animais. E há aqueles que estão procurando por pessoas que de uma
maneira há a necessidade de um reencontro imediato e rápido. Mas há também as
informações que garantem o lazer e o entretenimento, como as orientações dos
shows que ocorreram na cidade, festivais, enfim eventos que a população pode
participar seja gratuitamente ou através de aquisição de convites.
As características do jornalismo público é ter um contato permanente com o
seu público, é criar uma “agenda dos cidadãos”, abordando temáticas que façam
com as pessoas possa tomar uma atitude perante o que está ouvindo, lendo ou
assistindo. É uma corrente que faz tanto o jornalista como cidadão saia de sua zona
de conforto para que tomem atitudes mais conscientes acerca dos assuntos
coletivos. Apesar do programa em questão não obter características em sua integra
dessa corrente, foi de grande valia ter estudado e colocado esse conceito tão
recente aos estudos da comunicação, pois fica como uma reflexão a cerca de uma
possível mudança no formato do programa, caso haja interesse dos produtores em
mudar alguns aspectos da programação.
Com isso pode-se reafirmar que os conceitos de jornalismos apresentados
que mais se enquadram ao Vale Tudo são o jornalismo popular e o jornalismo
utilitário.
Só foi possível chegar neste resultado devido os cinco dias de gravação do
programa e as teorias estudadas sobre os aspectos do jornalismo popular, utilitário e
público. Com a gravação dos cinco dias de programa foi possível observar quais
eram as notícias que predominavam e se elas se encaixavam em alguma das
teorias. A análise consistiu em confrontar as notícias dos dias gravados com as
teorias e, para isso no capítulo IV foi criado três tópicos onde foram colocadas as
observações sobre os jornalismos. Em cada tópico houve o enunciado das teorias e
101
as notícias que foram transmitidas nos dias de gravação para a confirmação das
afirmativas levantadas.
Com essa pesquisa além de saber as características mais marcantes do Vale
Tudo fica a identificação não só do tipo dos jornalismos, mas também como ele pode
ser aperfeiçoado para atingir o público que precisa cada vez mais de informações
consistente para auxiliar em seu cotidiano.
O fato é que no programa Vale Tudo, não vale tudo não, há critérios que são
seguidos. Por exemplo, não toca nenhum tipo de música ou sorteios de brindes ou
algo parecido. É um programa que tem como foco a notícia e principalmente a
notícia local. O público parece que reconhece o formato do programa, pois não há
pedidos de assuntos que não sejam de características do jornalismo popular e o
jornalismo utilitário.
102
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Unisinos, 2001.
105
APÊNDICES
Degravação da entrevista com Carlos Godinho, diretor da Rádio Planalto.
Pergunta: Carlos eu gostaria de saber um pouco sobre [...] o jornalismo na
Rádio Planalto.
Carlos Godinho: Jornalismo sempre teve, sempre foi carro chefe nosso foi o
jornalismo.
Pergunta: Você se recorda mais ou menos quando foi o primeiro programa
logo na inauguração início de 1990.
Carlos Godinho: Não, não me recordo o primeiro programa pelo o seguinte: a rádio
inaugurou em 1990 e, eu comecei a trabalhar em 1991.
Só Quando comecei
também eu não fazia parte da direção da emissora, eu trabalhava como Office-boy,
eu assumi a direção da emissora em 2005, 2004.
Pergunta: Hoje quantos programas são veiculados na emissora?
Carlos Godinho: No total são em média seis, sete programas diários.
Pergunta: São dezenove horas [...] de programação no ar, mas vocês tem
noção de quantas horas são reservadas para a publicidade.
Carlos Godinho: Em média 25%.
Pergunta: Quais são as empresas [...] que fazem publicidade na emissora.
Carlos Godinho: são muitos, fica difícil em falar, são em média 100 (cem)
empresas. Hoje o nosso patrocinador principal seria o Supermercado Pato Branco
[...] e tem outros que seria do mesmo nível mais ou menos, tem Carevel, Autovema
Veículos, Supermercado Norte Sul e outros mais.
Pergunta: Essas publicidades [...] ocupam (toda a grade de programação) ou
tem programas específicos que eles trabalham apenas naquele horário.
Carlos Godinho: Não, depende o contrato, depende do sistema que foi feito o
106
contrato. Existe horário que é patrocinado com exclusividade, existe horário que são
jogado na grade com horário determinado. Tem contrato específico e tem contrato
indeterminado, depende de cada negociação, só que a maioria é indeterminado.
Contrato exclusivo para programa é pouco [...]
Pergunta: São 16 (dezesseis) funcionários no momento, entre jornalistas,
locutores. Qual o nível de formação (dos funcionários, quais tem nível técnico
e superior) tem nível técnico e superior.
Carlos Godinho: São dezesseis entre locutores, jornalistas, parte operacional. Entre
formado e curso técnico são quatro [...] Tem um formado em jornalismo, curso
técnico o Saturnino e o Roberto e eu tenho [...] na área de rádio mesmo, não é
formação como jornalista, mas como curso técnico.
Pergunta: Como é a hierarquia da empresa, tem diretor, tem outra pessoa que
comanda, tem outras filiais, tem chefe, subchefe [...]
Carlos Godinho: Aqui funciona o seguinte, aqui em Vilhena são dois proprietário,
dois sócios, no qual um dos sócios é o presidente, é quem tem o poder de
administração. Só que esse chefe que tem o poder de administração, ele passou
toda a autonomia, uma procuração para mim com plenos poderes. O nome dessa
sócia é Danise Rosane Cassol, ela seria a administradora. [...] No âmbito geral eles
não influenciam nas questões da emissora. Tem as outras emissoras que eu
também faço parte como diretor administrativo, mas são de outros donos, é da
família, mas são donos separados [...]
Pergunta: Onde são as outras emissoras?
Carlos Godinho: Presidente Médice, Novo Horizonte, Ji-Paraná e Jaru.
Pergunta: Quais foram (os critérios para que os funcionários fossem
selecionados para atuar na emissora) as escolhas dos profissionais para
estarem atuando aqui (Rádio Planalto) [...]
Carlos Godinho: Olha, eu vou ser sincero para você, a nossa equipe é muito antiga,
oitenta por cento do pessoal tem mais de dez anos que estão na rádio. Eu vou fazer
vinte anos, o Roberto tem dez anos, o Saturnino tem quinze anos. Então pouco troco
funcionários, é uma equipe já sólida há muito tempo [...] Único pessoal que troca
107
mais é o pessoal da recepção, alguns locutores musicais, as vezes sai entra outro.
Mas base mesmo já mantem há muito tempo.
Pergunta: Você tem noção de quantas pessoas passaram por aqui [...] e os
programas sempre foram o mesmo ou vocês mudaram.
Carlos Godinho: [...] Tiveram algumas mudanças, não foram os mesmos não.
Foram trocados a maioria dos programas. Alguns se mantem com o mesmo nome a
muito tempo, mas alguns já foram trocados de nome. E a quantidade de pessoas
que passaram por aqui fica difícil de falar, mas em média deve ter passado umas
sessenta pessoas mais ou menos.
Pergunta: Quais foram os motivos das trocas de programação?
Carlos Godinho: A questão da troca é muito relativa porque a questão da
administração de emissora de rádio, ela vai muito dá cabeça de quem está
administrando. De repente alguém que estava no passado gostava de determinado
nome, outro que assumiu ou outro deu uma sugestão de nome diferente que foi
acatado pela maioria. Tudo que a gente vai fazer não é uma pessoa só, a gente se
reúne para discutir o assunto. Foram trocas sem muitas significativas, mas mesmo
só para não ficar na rotina.
Pergunta: Você no caso tem parcerias [...] vocês fazem algumas parcerias com
entidades [...] Ong’s, Igrejas.
Carlos Godinho: Não, a rádio é totalmente comercial, não tem esse tipo de
parceria, filantropia não. Claro a gente ajuda a comunidade de uma forma de estar
dando espaço para que ela reivindique alguma coisa, mas para a gente fazer não,
diretamente não.
Pergunta: Qualquer pessoa que chega aqui... vocês (abrem espaço).
Carlos Godinho: [...] Claro é feito uma filtragem antes para ver se aquele assunto te
sentido, para ver se é uma coisa que tem relevância ou não, porque existem muitas
coisas que as pessoas querem reivindicar e às vezes não tem direito, coisas
infundadas, coisas que vão causar problemas, coisas que não tem sentido, então é
feita uma triagem antes.
108
Pergunta: Quando você dá este espaço é dentro de outro programa ou [...] dá
espaço dentro de um programa já existente.
Carlos Godinho: Se é uma denúncia é dentro de um horário, se é um artista que
vem para divulgar o seu trabalho é em outro horário. Tem horário específico para
determinada situação.
Pergunta: As pessoas podem comprar espaço?
Carlos Godinho: É existe algum espaço locado na emissora, para igrejas, a maioria
é para igreja né, igreja evangélica, igreja católica. Tem um ou dois programas
locados para o final de semana, mas durante a semana a grade é toda da emissora,
é só no final de semana.
Pergunta: Em relação à questão da cidadania [...] você considera que a rádio
trabalha nesse sentido [...] para a construção da cidadania.
Carlos Godinho: Sim, a rádio sempre trabalhou nesse sentido, sempre trabalhou
com a intenção de agregar a mais quantidade de pessoas... levando informação
para que a maioria se sinta informado daquele assunto ou às vezes até um benefício
[...].
Pergunta: Quais os assuntos que vocês mais trabalham com cultura,
cidadania, política.
Carlos Godinho: Na verdade hoje em dia se trabalha mais com a questão de
política. A maioria das reclamações querendo ou não acaba ... Quando você chega
no final resolve na questão política.
Pergunta: Sobre os direitos vocês dão espaço para promotores do Ministério
Público falarem sobre os direitos que as pessoas tem? Vocês abrem espaço
para elas falarem (como promotores do Ministério Público)
Carlos Godinho: Sim, a gente sempre deu espaço, claro a gente não tem pessoas
que tem conhecimento, mas sempre estamos orientando os ouvintes em caso de
alguma dúvida tá procurando esses órgãos.
Pergunta: No município tem vários programas sociais (como PET, Bolsafamília), como trabalha esses programas sociais e rádio. Vocês trabalham com
essas informações de serviço público.
109
Carlos Godinho: Sim a gente informa desde que a gente tem conhecimento de
como está à situação, a gente repassa para o ouvinte as informações.
Pergunta: Você acha que dá o resultado, as pessoas ligam perguntando
(perguntando sobre assuntos de interesse público).
Carlos Godinho: Com certeza dá resultado, até porque quando é questionado esse
tipo de assunto, normalmente as pessoas que estão à frente desses órgãos vêm
para dar informação [...] para que a gente possa estar repassando ou dando espaço
para que eles mesmos venham e divulgam o trabalho deles [...] e veem quais os
direitos que as pessoas têm, como se proceder para estar conseguindo aquele
benefício, então isso a gente sempre fez.
Pergunta: Você acha que hoje quem é o seu maior público, a classe social,
quem deles seria esse público.
Carlos Godinho: O nosso público é muito eclético, mas a maioria eu acredito que
seria na maneira mais geral que seria a classe mais humilde.
Pergunta: Por quê?
Carlos Godinho: Eu acho que é devido à dificuldade de informação, até mesmo por
se sentir um pouco discriminado. Eles acham que rádio tem mais facilidade para que
eles possam estar reivindicando os seus direitos. Às vezes a gente nem consegue
resolver as questões que eles buscam, mas eles preferem buscar o rádio por achar
um meio mais fácil para estar reivindicando.
Pergunta: Em relação à grade de programação de vocês... vocês já fizeram
pesquisas para montar a grade, para identificar o que cada público quer ouvir
em cada horário.
Carlos Godinho: Não a gente tem esses dados concretos, a grade foi montada de
acordo com termos técnicos, mas sem ouvir a população. E por incrível que pareça
foi bem aceita a grade, até porque ela vem a muitos anos nesse sentido, começa
pela manhã com programa sertanejo como é em quase todo o Brasil é assim. Logo
em seguida vem o jornalismo de uma hora, em seguida volta o musical novamente
até o meio dia. De meio dia a duas de jornalismo; das duas até às dezoito horas,
dezenove horas mais musical. É o sistema que funciona no país inteiro [...] é mais ou
menos assim que funciona na questão do rádio.
110
Pergunta: Quem faz as buscas das informações em relação ao jornalismo.
Carlos Godinho: Olha, toda a equipe busca informação. A gente tem uma equipe
muito dedicada, por mais que seja simples a informação, sempre tem alguém
passando [...] está chegando aqui na rádio. Por que não seja um funcionário que não
trabalha na área, que não é um locutor que não é um produtor, mas eles estão e
sempre buscando informação e repassando para o ouvinte. Claro sempre depois é
feita uma análise, os meninos, o Roberto, o Saturnino fazem um resumo de tudo que
aconteceu naquele período. Eles pararam de trabalhar às 14horas, de hoje até a
amanhã vai chegar muitas informações, que eles vão chegar um pouco antes do
horário vão estarem filtrando aquelas informações e vê o que é viável para ir para o
ar. Só que de repente às vezes a gente faz uma pauta e daí o ouvinte entra com
outro assunto, eles tem que estar interado daquele assunto para poder estar
discutindo, para poder estar cobrando. Então é muito relativo, às vezes você faz uma
pauta e nem consegue trabalhar nem cinquenta por cento daquele dia, porque entra
outros assuntos e você acaba tendo que atender, no caso do jornalismo.
Pergunta: Você também tem na internet, por que essa necessidade de estar
trabalhando no rádio na internet que seria outro veículo de comunicação.
Carlos Godinho: Seria outro veículo que até então é um veículo não legalizado, não
existe lei que impeça ou que autorize. É um veículo na verdade que está funcionado
que qualquer um pode criar um site, colocar uma rádio web no ar que não tem
problema nenhum. Na verdade é um veículo de comunicação clandestino [...] não
existe lei que ampara site, nem que determina nem que proíbe [...] A questão da
informatização abrange quase setenta, oitenta por cento da população, então é
muito mais fácil para você ter o ouvinte que está trabalhando no seu escritório
ouvindo a rádio através do computador do que ele ter além do computador um rádio
do lado para estar ouvindo rádio. Então pela internet ele faz o trabalho dele e já está
ouvindo. É uma comodidade para o ouvinte, além do mais as rádios pequenas de
pouco alcance, ela consegue alcançar o mundo inteiro através da internet. Você
pode ter ouvinte nos Estados Unidos, na Alemanha, Espanha, na Argentina sendo
uma rádio local de Vilhena. Como a gente tem vários ouvintes fora do país, gente
que morou em Rondônia que morou em Vilhena, hoje se sente bem ouvindo a rádio,
se comunica com a gente através do mural de recado da nossa página da internet,
111
dizendo mandando recado para familiares dizendo que está bem que está com
saudade da cidade. Ouve a rádio para estar lembrando a origem dela, então é muito
gratificante isso.
Pergunta: Por que houve a necessidade para estar colocando (uma página da
rádio na internet) houve pedidos.
Carlos Godinho: não que houve pedido, a partir do momento que [...] que o país
começou mudar a questão da informatização a gente viu que era uma necessidade
de também expandir no caso da internet, também levar o som da rádio para os
ouvintes através da página da internet.
Pergunta: Você acha que isso no futuro pode prejudicar as AM’s, as rádios
tradicionais.
Carlos Godinho: Não, não prejudica em nada.
Pergunta: Por quê?
Carlos Godinho: Não porque todas as rádios hoje 99% estão na internet. Tem
público para todas as emissoras e, em todas elas hoje seja pequena ou grande, hoje
se você acessar a rádio globo no Rio, Globo de São Paulo, Tupi, a Band, todas elas
tem na internet, então é uma coisa natural e enquanto estiver liberado... as rádios
hoje pagam o Ecad [...] Todas as rádios pagam o Ecad pela internet para que seja
tocada música na internet. O Ecad é um valor que é recolhido de todas as emissoras
no país. Todos os Supermercados que tem som ambiente, todas as festas que é
para juntar todo aquele valor para estar dividindo com os direitos autorais, os artistas
[...].
Pergunta: Então vocês pagam uma pela rádio e pagam para a internet. Vocês
pagam dois valores.
Carlos Godinho: Sim, pagamos pela rádio por ser local mais outro valor pela
internet, que é cobrado em todas as emissoras do país.
Pergunta: Aqui a programação é 100% local, local, regional ou vocês também
passam notícias nacionais.
Carlos Godinho: Também nacionais. É local, estadual e nacional ou às vezes
dependendo da notícia até mundial.
112
Pergunta: Vocês tem o controle da percentagem que entra (informações
relacionadas ao município, a informações regionais e nacionais) ou conforme
o assunto.
Carlos Godinho: É conforme o assunto que é abordado no momento. Eu não tenho
uma quantidade específica né, varia de dia para dia. Depende do que está
acontecendo no momento no país.
Pergunta: Quais as informações que vocês mais trabalham no dia-dia aqui.
Você diria que 30% é policial, 40% é política, como que fica assim.
Carlos Godinho: Em média 35% é matéria policial, o restante é meio misturado,
questão política e outros assuntos que na verdade roda-roda e acaba chegando à
política, por que não tem por onde. Você fala da prefeitura, fala do governo, você
fala do país, tudo que você fala no fim no fim você vai ver tem alguma coisa de
política no meio, não tem como você fugir disso.
Pergunta: Voltando na questão da cidadania, vocês guardam alguma
percentagem só para isso. Tipo vocês tem três horários de programação de
jornalismo nesses três horários vocês para esse tipo de assunto, por que
quando você faz a concessão vocês já fecham para esse tipo de assunto né.
Carlos Godinho: Na rádio comercial não tem essa percentagem, não existe. Na
rádio comercial exige o jornalismo, o musical e só e o comercial. Tem porcentagem
para comercial, para musical e jornalismo. Para esse tipo de assunto no caso para
estar fazendo não é bem filantropia, o que você falou [...] não tem. Às vezes acaba
trabalhando até mais do limite, no limite assim não tem o limite. Tem dia que você
não faz nada desses assuntos, não acontece, tem dias que faz além do normal,
então é muito relativo. É de acordo com que as coisas vão acontecendo. A gente
tem que trabalhar da forma que acontece os fatos, precisou a gente tem o espaço,
não precisou você preenche com outra coisa. Por exemplo, eu tenho um programa
de duas horas de jornalismo, ele é duas horas, ele tem que ter matéria para duas
horas, se entra um assunto que entra nesse sentido que tem que atender uma
pessoa, por exemplo, do Pet, para poder falar do assunto, se tiver 10, 15, 20 minutos
não importa, tem dia que não aparece que tem que preencher com outras matérias,
tenho que achar assunto para estar preenchendo às duas horas. Eu posso hoje
113
fazer duas horas, amanhã não tem assunto aí só faço uma hora e meia, não tem
como.
Pergunta: vocês acha que a Rádio Planalto trabalha bem nesse sentido de
serviço público
Carlos Godinho: Trabalha tenho certeza. Acredito que sim, no meu modo de pensar
sim. Claro eu estou dizendo, de repente se tiver outra pessoa analisando pode achar
diferente.
Pergunta: Por quê?
Carlos Godinho: Por que até hoje, desde o tempo que estou aqui todos os espaços
que foram solicitados para esse tipo de assunto foi concedido, a gente nunca se
negou para fazer esse tipo de trabalho. Acho que a gente faz e faz bem feito, até por
que não sei se você sabe a Rádio Planalto sempre foi considerado líder de
audiência em Vilhena, por mais que outras pessoas digam que não continua sendo.
Pergunta: Vocês tem pesquisa nisso.
Carlos Godinho: Olha não existe uma pesquisa específica, mas existe um
apanhado assim meio que esporadicamente que nos dá esse suporte que nos dá
essa garantia [...] Até pelo nosso faturamento financeiro, até pelos nossos valores,
por nossos comerciais. Até pelo nosso conhecimento não só em nível de Vilhena,
em nível de Estado e às vezes de outras regiões. Quando você falou da internet,
talvez você não perguntou de uma maneira legal para mim te responder. A partir do
momento que a gente passou fazer parte da internet, nós conseguimos mídia
(comercial, patrocinador) de várias partes do país para divulgar produtos. Por que o
cara quem tem uma loja lá em Cuiabá, em São Paulo, Rio de Janeiro, eles não
divulgam a loja eles divulgam o produto [...] então nós começamos a divulgar
produtos de fora através de conhecimento da nossa grade, as pessoas ouvir a nossa
programação e gostar e achar por bem em investir naquela rádio. Então quando
você fala hoje, em qualquer lugar da Rádio Planalto, não pode investir que dá
retorno, então por isso que a gente sabe que tem uma audiência boa, por que não
tivesse não daria retorno o comerciante estaria insatisfeito com nosso trabalho. Por a
gente ter uma clientela grande, a nossa grade estar lotada de comerciais, eu não
vou dizer para você que eu pararia de vender por que rádio nenhuma para de
vender, por mais que tenha a grade cheia, sempre acha um lugarzinho para poder
114
mais uma [...] se fosse hoje para ver certo teria que fechar não tem mais espaço
para publicidade. É sinal que a gente tem uma boa audiência e dar um retorno no
comércio, senão não estaria investindo com a gente, ninguém investe em uma
emissora por que gosta dos profissionais, investe por que quer o retorno. Eu penso
por esse lado.
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Degravação da entrevista com o locutor do Programa Vale Tudo
Saturnino de Oliveira
01 de junho de 2012
Pergunta: Bom dia Saturnino, gostaria que você dissesse seu nome completo,
da onde você veio.
Saturnino de Oliveira: Bom dia, o nome completo é Aparecido Saturnino de
Oliveira. Paraná, na infância eu era loirinho, cabelo branco mesmo, não sei por que
agora eu fiquei tostado, era cabelo branco mesmo. Quando eu cheguei aqui em
Rondônia, tinha um dois padres que eram os primeiros padres daqui de Vilhena que
eram: o padre Ângelo, que teve a praça em homenagem a ele e teve o padre
Fausto, companheiro dele. O padre Fausto...o pessoal que é estrangeiro tem uma
certa dificuldade de falar nomes português daqui do Brasil, daí eu me chamava de
Saturino, ele não conseguia falar Saturnino, ele falava Saturino. Talvez era um nome
assim um nome meio puxado para o lado japonês e os colegas da infância
acostumaram de chamar de Saturnino e daí ficou. Como era parte do
sobrenome...quando eu fazia parte ainda na escola, no teatro, quando comecei
participando de festival de música, enfim, eu achei um nome diferente e acabei
utilizando ele, só quando comecei utilizando ele no rádio na verdade em 90, e por
questão que só tinha uma emissora de Vilhena e na época só tinha um locutor
chamado Oliveira Junior, infelizmente ele tinha feito uma coisa que deixou muito a
desejar, daí ele saiu fora da cidade. Daí a diretora da emissora achou que eu usar o
Oliveira, podia um pouco, talvez das pessoas tiverem uma conotação um pouco
diferenciada, diferente da coisa, ela achou melhor eu não usar Saturnino de Oliveira.
Daí, eu tive de manhã até à tarde para poder escolher um nome para começar o
programa. Daí naquela ocasião eu peguei o primeiro nome meu que é Aparecido e o
nome de um primo meu que chama Fabiano, então eu usei Aparecido Fabiano. Mas
quando eu fiz um ano de férias, quando eu retornei eu voltei com um nome
Saturnino, até deu muita confusão por que o pessoal “Uai, mudou o nome, mas o
estilo do programa é o mesmo, a voz é a mesma...”. Enfim, eu optei para fazer essa
mudança por que eu queria que o Saturnino permanecesse, um nome diferente e
acabou ficando. Às vezes tem muita gente tem dificuldade para gravar o nome e
pronunciar, mas acabei optando por esse nome. Aí tem aquelas brincadeiras, por
que quando eu comecei a usar o nome Saturnino apareceu tanto político que
gostava de fazer coisa errada em nível de Brasil e sempre vinham aquelas
brincadeirinhas, mas a gente leva tudo na brincadeira, nada de mais grave.
Pergunta: Você veio da onde mesmo?
Saturnino de Oliveira: Eu sou paranaense, nascido em Goioerê, mas eu saí de
Gurerê ainda bebezinho com dez meses de idade e fui morar na região de fazendas
ali na região de Umuarama. Então eu vivi na região de Umuarama, mas
precisamente próximo de um distrito que hoje deve se chamar Ivaté, bem próximo da
região de Douradina onde está a sede da Gazin hoje. Lá eu fiquei até meus nove
anos de idade, então eu cheguei em Vilhena na véspera de Natal de 1974, as 5hs75
eu botei os pés nessa terrinha querida aqui.
116
Pergunta: E você começou no rádio em que época.
Saturnino de Oliveira: Então, minha estreia no rádio aconteceu no dia 6 de
fevereiro de 90. Nunca pensei que um dia eu fosse radialista, eu sempre tive
vontade de cantar, de fazer teatro, essas coisas todas. Mas morando no interior esse
tipo de coisa é muito difícil né. E de repente foi por uma necessidade financeira que
acabou acontecendo e ao mesmo tempo naquela ocasião a emissora que eu
trabalhei estava sem locutores e, um dia eu parei na emissora para esconder da
chuva. Eu estava de bicicleta procurando serviço na rua e começou a chover eu fui
me esconder debaixo da marquise e nisso a diretora da rádio que mora em Porto
Velho estava na cidade. E conversando com ela...eu já conhecia meio de vista, mas
não tinha intimidade...e comecei a perguntar por que a rádio não estava tendo uma
programação durante todo o dia, só em alguns horários e ela falou que estava tendo
falta de locutores. E naquela conversa informal aí ela perguntou se não queria fazer
parte da rádio e, no estralo eu diz “eu quero né”, primeiro por que eu estava
necessitado de um emprego naquele momento. E a aquela coisa “será que vai dar
certo”, mas ela me deixou praticamente uma semana, todo dia eu ia de manhã e a
tarde, de manhã e a tarde e ela não me dizia nada. E eu não podia ficar esperando
ela decidir, “preciso tomar um rumo na minha vida e desempregado eu estou e tenho
que arrumar um trabalho”. E no dia que eu pensei “se ela não falar nada eu já vou
tomar outro rumo” e quando chegou de tarde ela me jogou na fogueira, já abriu os
estúdios, já abriu o programa e eu achando que ela ia me anunciar, dizer que eu ia
passar por um treinamento que ia começar no dia seguinte, uma semana depois
...ela fez uma estreia assim já me jogando no microfone. Foi um dia assim que uma
hora de programa parece que foi o dia todo, passei um sufoco tremendo, era uma
experiência nova, foi dessa forma que eu comecei.
Pergunta: Assim, você começou com programa jornalístico ou de
entretenimento.
Saturnino de Oliveira: Eu comecei fazendo um programa sertanejo chamado de
Tarde Sertaneja, pois de uma semana e meia, a gerente da rádio pediu se eu não
queria fazer um programa polical, mas eu “como que é isso”. Aí ela deu uma
ordenada, pediu para eu ir na delegacia, quer dizer eu nunca tinha encarado uma
delegacia até então e aí você vai lá “perguntar fazer o que, perguntar o que”. Uns
três dias assim foi bem sufocante, foi dessa forma que eu comecei. Daí eu peguei
gosto pela matéria policial e acabei me identificando. Sei que é um programa que
agrada por que gosta ver a desgraça alheia, mas aquele que está envolvido já não
gosta. É um programa de risco, risco assim, não é de alguém querer de repente pelo
fato de você ter falado dele ele vir aqui e querer fazer algo de errado contigo. Ele fica
chateado, mas quando eu moro em Vilhena a muitos anos eu tento de uma certa
conversar com as pessoas e dizer para ele o por que. A intenção nossa não é criticar
ninguém, mas leva o que está acontecendo.
Pergunta: Então você começou a ser locutor aqui em Vilhena mesma.
Saturnino de Oliveira: Antes eu tinha participado de festival e tinha programa de
auditório como hoje tem e em algumas situações até cantei em programa de
auditório, até pela influência dos colegas “ah, vamos lá cantar” e a gente ia. Era feito
no CTG, como ainda hoje é feito e a gente ai lá participando. Na verdade eu comecei
no rádio cantando esporadicamente, mas foi assim que comecei.
117
Pergunta: Em relação ao programa Vale Tudo, quando você veio trabalhar no
programa Vale Tudo.
Saturnino de Oliveira: com relação ao programa Vale Tudo quando eu trabalhei na
outra emissora, em 6 de fevereiro de 90, quando estreei no rádio, até...não me
lembro muito bem se foi até dia 20 de janeiro de 2001, foram 11 anos que eu fiquei
nessa emissora, faltaram poucos dia para completar 11 anos. Aí eu estava meio
desgastado na outra emissora e queria algo novo, algo diferente e na ocasião
infelizmente um colega nosso que também passou pela emissora que tinha o
programa aqui, o Vale Tudo, ele teve problema de câncer e infelizmente acabou
falecendo ...naquela ocasião a própria diretora da rádio em um coquetel que a gente
participou de um lançamento de moda daqui de Vilhena, ela me fez um convite
informal. Bom você...eu tenho uma habilidade na questão de publicidade, de vender
propaganda e ela “puxa, você..eu sei que você vende mídia para tanta gente e você
nunca vendeu uma mídia Planalto” e eu “você nunca me convidou né”, então ela
falou “então vamos lá para a gente conversar”. Então eu vim para vender publicidade
para rádio, não foi em primeiro momento assim para trabalhar, mas já na hora que a
gente começou a conversar aqui o diretor artístico da rádio, na época era o Nomário
Leite já aproveitou o gancho e disse “você não quer fazer um programa jornalístico
aqui”. Até então só tinha o Vale Tudo ao meio dia, de manhã não tinha jornalismo,
várias pessoas tentaram, mas não emplacou não sei por que razão...faziam uma
semana, quinze dias e desistiam. E nas outras emissoras tinham jornalismo de
manhã e como eu já queria uma mudança diferente, acabei aceitando. Comecei a
fazer o “Realidade” por meia hora sozinho, era mais em cima realmente de matéria
policial. Depois de meia hora, aumentamos para 45 minutos e depois de um ano e
meio que o Roberto veio para cá, já era colega de trabalho na outra emissora e aí
fizemos essa parceria e começamos juntos de manhã. Até por que foi mais ou
menos no dia 20 que eu vim para cá e depois dois três dias depois o colega acabou
falecendo, mas ele tinha um rapaz que substituía ele no horário de meio dia. No Vale
Tudo na verdade eu comecei depois de dois três meses que eu estava aqui. Eu
comecei a fazer algumas reportagens externas, só que não era todo dia, era
esporádico, precisava entrar ao vivo e eu acabava entrando por telefone. Somente
depois de dois que eu estava aqui, é que esse mesmo diretor falou assim “como
você já trabalhou com o Roberto na outra emissora, vocês já se conhecem já tem
um perfil de trabalho, gostaria de fazer um Vale Tudo diferente, que tal vocês dois
também fazerem o Vale Tudo”. Até então a gente só estava fazendo de manhã junto,
aí bom...vamos tentar [...] não foi o Nomário Leite, que era o diretor da época. Daí
acabei aceitando a ideia e a gente começou a fazer o Vale Tudo junto e estamos até
hoje.
Pergunta: Quando o Vale Tudo começou, você sabe...quando você entrou já
existia.
Saturnino de Oliveira: Quando eu vim para cá já existia. Eu não posso te falar em
datas precisas, mas eu acredito que em meados de 90, entre 95 96, por aí. Como a
rádio foi inaugurada em 91, teve outros programas nesse horário aqui mas com
outros nomes, passaram vários outros jornalistas aqui só com outros nomes. Com o
118
nome Vale Tudo mesmo que na época quem começou foi o saudoso Renato Torres
que também trabalhou com nós na outra emissora, por pouco tempo mais trabalhou,
eu acredito que entre 95, 96.
Pergunta: Em relação ao programa, o que você diria sobre ele. Qual a
característica do programa Vale Tudo.
Saturnino de Oliveira: Na verdade o Vale Tudo não tem uma característica única.
Eu mais o Roberto, a gente já trás alguma coisa preparada para o desenrolar do
programa, mas como ele é um programa que foi criado....pelo menos na época foi o
que o Nomário Leite falou assim, um programa polêmico mas que todo mundo tinha
direito de participar e falar o que quisesse, essa era a ideia do programa. Não tinha
aquela coisa de um perfil, era para abranger todas as camadas, todas as classes
independente se as pessoas iam gostar ou não, essa era a ideia do programa. As
vezes, de repente a pessoa nem gosta.....de repente a gente está num assunto aqui
e tem alguém que liga “ah, eu perdi meu documento”, dá aquela quebra né. É claro
que nós aqui dá até um branco, por que quando você quer voltar ao assunto aí você
esquece, “qual o raciocínio que eu estava fazendo agora que deu um branco aqui”.
Mas como o estilo do programa começou assim se a gente for querer mudar é
perigoso...até sei lá....as pessoas vão até estranhar. Ele não tem uma característica
de um perfil só, ele é uma programa que tudo nele é aceito.... claro dentro de um
certo parâmetro. Então ele foi criado nesse estilo de reclamação, elogio, crítica
enfim. É claro que a gente vem preparado com matérias para fazer todo o programa,
mas no meio você tem uma ideia de fazer alguma coisa hoje, mas quando começa o
programa começa a mudar tudo. E aí você vai no embalo.
Pergunta: Hoje quais os assuntos mais comentados no programa.
Saturnino de Oliveira: Vária muito de assunto, as vezes tem assunto que você
aborda no início do programa e você pensa que não vai dar em nada, mas acaba
virando uma polêmica. Tem horas que você puxa um assunto que vai ter uma
repercussão e não vira em nada. Então é difícil dizer qual o assunto polêmico. O que
eu posso falar de um assunto polêmico, acredito de um para cá o que mais as
pessoas tem reclamado é na questão saúde. Mas eu acredito que isso é nível Brasil
e Vilhena não é diferente até por que Vilhena atende toda essa região, então por
mais que a saúde de Vilhena esteja preparada para atender a demanda ela vai ficar
ineficaz por que é um volume muito grande de pessoas que vem procurar
atendimento aqui, até pela qualidade e aí o hospital não comporta. Querendo ou não
o pessoal estará sempre reclamando, estará insatisfeito com o atendimento. Existe
falha lá dentro, claro que existe, a gente sabe que nada é perfeito, mas eu diria que
talvez que o volume de atendimento é muito além do que o hospital suporta e isso
acaba gerando um descontentamento.
Pergunta: Como é sua rotina de trabalho, você poderia falar um pouquinho
de...você apura as pautas...como é o seu dia voltado para o programa.
Saturnino de Oliveira: Eu levanto todo dia às cinco horas da manhã, vou dormir as
duas, duas e meia, durmo duas horas por noite, isso é uma rotina a mais de vinte
anos. Tipo assim, acordo as cinco horas da manhã, eu ligo primeiro no quartel para
saber se teve alguma situação grave. Aí se teve alguma coisa grave, um
assassinato, um roubo alguma coisa...aí o próprio delegado me passa a ordenada, o
nome, o que ele pode apurar até então, já para eu trazer de manhã. Claro que a
119
matéria mais completa eu vou trazer no Vale Tudo ao meio dia, por que já teve
tempo de eu ir atrás e apurar mais. Então de manhã é só para as pessoas terem
uma ideia do que aconteceu a noite. Quando não acontece nada de tão grave daí
fica na informalidade mesmo. Então minha vida é assim, eu levanto as cinco da
manhã e logo no quartel da policia militar até por que oitenta percento das
ocorrências são eles que vão atrás. Depois eu ligo na policia rodoviária federal para
saber como está a questão da BR, para saber se ouve acidentes ou não. Ligo no
bombeiro, na própria polícia civil para saber se o trabalho que o trabalho deles
surtiram efeito em alguma coisa em uma situação que estava dependente enfim,
esse é o meu trabalho de rotina. Quando eu saio as oito horas da manhã, daí eu já
passo na PETRAN para pegar os acidentes que teve a noite e vou para o quartel
para pegar as ocorrências do dia. Antes eu fazia delegacia, mas hoje como a gente
tem m repórter externo, que é o Isach Laurentino, então eu deixei a delegacia para
ele, então eu deixei a delegacia para ele, daí ele já vai lá já apura e trás na
reportagem externa. Daí a noite depois das sete horas, depois que há a troca de
comando, no caso da policia militar a troca de expediente é sete da manhã e sete da
noite, é assim na delegacia de policia civil também. Daí depois da sete eu começo
de novo, na delegacia para ver o que houve no dia, no bombeiro, na própria Petran e
vou terminar o trabalho lá no quartel lá por volta das nove da noite. Tudo aquilo foi
registrado durante o dia eu pego durante a noite. Na polícia rodoviário, é muito longe
para eu ir lá, então eu ligo lá e como o número de registro são pequenos, então eles
passam tudo por telefone. Então essa é minha rotina de trabalho e depois que
concluo o trabalho de coletar as matéria daí eu vou para o segundo trabalho meu
que é a parte da publicidade que é visitar os comércios, mas eu faço esse trabalho
indo no lá, mas muitas das vezes você indo lá você tá confuso, você procura o
coronel para saber como está o andamento daquilo ali, quando está o pé da coisa
até para você trazer com mais precisão. Por que na hora que no policial vai
registrando ele vai colocando que as pessoas vão dizendo, depois cabe uma
apuração para ver se tudo que está no papel é verdadeiro ou não, as vezes tem
história que muda completamente o destino dela, isto tem muito.
Pergunta: E assim como é o seu relacionamento com essas instituições. Ela é
boa, eles te atende bem todas as vezes que você precisa. Há algum tipo de
conflito.
Saturnino de Oliveira: Olha, graças a Deus em vinte e dois anos de trabalho nunca
tive problema com nenhum deles, nem na civil, nem na militar, nem no corpo de
bombeiro. A gente criou uma amizade muito grande se eu ficar um dia sem ir lá eles
perguntam “o que aconteceu que você não veio hoje”. Quase que virou um trabalho
de irmão para irmão, eles estão tão acostumado....até por que como o programa é
diário, eu tenho que estar presente todo dia, de domingo a domingo, não é por que é
sábado, domingo ou feriado que eu não vou não, é todo dia a não ser se eu estiver
de férias aí é diferente. Eu estando no trabalho não tem feriado não tem domingo
não tem nada, é todo dia. Então virou uma irmandade mesmo....se tem alguém lá
que não gosta de mim nunca pronunciou para ninguém....pelo menos que eu saiba
não.
Pergunta: Então sempre que você precisa de alguma informação eles te
120
passa...
Saturnino de Oliveira: É assim, às vezes chega um policial novo aí chega lá e ele
não me conhece evidentemente e primeiro momento ele fica assim: “eu posso
passar, não posso” e aí eu já procuro “você pode procurar seu oficial do dia aí que
ele já está ciente da coisa”. Tanto no quartel quanto na delegacia a gente já criou
essa irmandade, o pessoal já conhece o trabalho da gente e sabe como funciona
daí...é claro existe notícias mais sigilosas que precisa que você conversar com o
delegado ou com o comandante para ele passar uma posição por ele não está
segurando aquilo ali. O jornalista então quer pegar e destrinchar tudo, mas tem
situação que precisa dar uma segurada até para não atrapalhar o trabalho da própria
polícia.
Pergunta: Já aconteceu de você acompanhar o trabalho da polícia, ir junto com
eles em locais onde eles estão fazendo investigação.
Saturnino de Oliveira: Já aconteceu várias vezes, várias vezes, hoje eu estou
deixando mais para o Isach, como ele é o repórter de rua eu estou deixando para ele
fazer esse trabalho que ele tem mais tempo nesse quesito aí. Mas no início eu fiz
muito desse trabalho de acompanhar.
Pergunta: Em relação a participação do ouvinte, como vocês fazem para filtrar
as informações...que vai entrar ao vivo, como é feito isso.
Saturnino de Oliveira: Então, o telefone toca e a nossa secretaria ali na frente
atende aí vai procurar o que a pessoa quer e o tipo de denúncia. Vindo de lá para
cá, ela transfere... o nosso sonoplasta mais uma vez dá uma segunda checada, mas
tem ouvinte que é traiçoeiro ele fala que vai falar de uma coisa quando joga ele no ar
ele muda o estilo da conversa e, em alguma situação a gente é obrigado a cortar,
infelizmente a gente é obrigado a cortar, não que ele vai trazer problema para o
programa, mas até para preservar a integridade dele, por que as vezes ele é uma
vítima, tá nervoso, tá com raiva e aí acaba soltando o verbo e acaba prejudicando
ele mesmo, então a gene corta justamente por isso.
Pergunta: Então vocês filtram a informação para depois jogar no ar.
Saturnino de Oliveira: Sim filtra primeiro para depois jogar no ar. Tem ouvinte “poxa
demorou para me atender”. Não que demorou par atender, você tem que saber o
que ele tem que falar. É fácil chegar aqui e dizer “eu vou falar de tal coisa”, mas será
isso mesmo que eu vou falar.
Pergunta: O que vocês fazem essa hora, vocês cortam de uma vez....
Saturnino de Oliveira: A gente corta e já diz o motivo por que cortou o ouvinte
naquele horário, devido que ele mudou o discurso da conversa que não te nada a
vê.
Pergunta: Já aconteceu ligar e acabar colocando em uma situação delicada e
acabar resultando em algum processo, algo coisa assim, para vocês, para a
rádio.
Saturnino de Oliveira: Para a rádio propriamente dita não, de alguém ligar e falar
alguma coisa que pesasse e a rádio ser “comprometida” com isso não. Talvez tenha
da pessoa mesmo ter orientado, da forma que ele ia falar: “bom eu garanto”, então
121
você é responsável pelos seus atos.
Pergunta: O programa Vale Tudo ele é voltado para qual público.
Saturnino de Oliveira: Ah, ele é misto. O programa Vale Tudo ele atinge toda a
camada, independente da faixa etária da idade e também da questão cultural das
pessoas. Ele pega do mais humilde até o doutorado, nesse caso aí desde uma
criança pequena até um adulto. Quando eu comecei no rádio na outra emissora,
tinha o jornalismo como fosse o Vale Tudo, era uma hora e quarenta e cinco
minutos. Eu ficava com a última meia hora só para fazer matéria policial, só matéria
policial e eu me lembro muito bem que uma senhora que morava na área rural,
gostava da última parte que eu trazia em meia hora. Era um quadro separado do
restante do jornalismo e na época eu consegui colocar uma vinheta, uma vinheta do
filme Stallone Cobra e, a vinheta assim que ela já te provoca um medo, parece uma
tempestade que vem arrebentando tudo. E ela fala que quando chegava aquela hora
ela....ela tinha duas meninas na época que tinha sete, oito anos, saia para fora por
que ficava com medo da vinheta, por que era uma vinheta assim... muito chamativa,
até pelo estilo dela, uma vinheta que metia medo. Então diz que elas corriam para
fora com medo da vinheta, eu acho até interessante por que eu acha que elas
ficavam com medo das notícias, mas elas tinham medo da vinheta. Mas são
algumas coisas que acontece. E aqui a gente resolveu fazer mesclado, na mesma
hora que a gente toca no assunto de política, toca assunto de alguma coisa social,
de religião, do esporte, mas eu acabo intercalando a matéria policial no meio par
anão ficar uma coisa só exclusiva.
Pergunta: Em relação aos comentários e opiniões, o programa permite que
vocês deem suas opiniões, você Roberto, no caso você...ou você prefere no
emitir muito...no caso a opinião do Saturnino.
Saturnino de Oliveira: O programa Vale Tudo ele permite, eu sou um pouco
resguardado, eu gosto de dar a notícia. Dar opinião é um negócio um pouco
complicado, por mais que você conheça a fundo a história, num comentário você
pode.....na maioria dos jornalistas a nível de país, eles são processados não por dar
a notícia, mas pelos comentários que fazem. Mesmo ele fazendo um comentário
preciso, ele está emitindo uma opinião própria e alguém pode não gostar e entrar
com uma ação na justiça. Por que uma coisa é eu pegar uma coisa que foi
registrada e dizer, outra coisa e eu saber da historia a fundo e querer emitir minha
opinião e falar. A partir do momento que eu começar a falar do assunto posso
indiretamente estar te acusando “ela realmente fez aquilo”, eu estou confirmando
que é ela que cometeu um tipo de crime ou qualquer coisa que ela tinha tomado.
Essa questão do comentário é muito perigoso, eu faço alguns comentários em
alguma oportunidade que as vezes surge, as vezes eu comento alguma coisa, mas
eu procuro me segurar ao máximo. Que dá vontade dá, por que as vezes é um
assunto que você tem todo um domínio dele ali, mas eu prefiro deixar mais deixar
para as autoridades correrem atrás e deixar resolver, daí você só dá em forma de
notícia.
Pergunta: Em relação às pautas que vocês montam para o programa, como
elas são montadas. Vocês montam por dia, por semana, vocês gostam de
trabalhar com datas específicas, montar a pauta num dia comemorativo por
exemplo. Vocês montam isso...como que é essa produção da pauta.
122
Saturnino de Oliveira: Na verdade nossa pauta aqui é uma pauta diária, claro
quando surge algum evento, alguma coisa você já vai preparando alguma coisa...o
terreno para aquele assunto. Mas a pauta é montada diária, mais ou menos como eu
te disse, a gente trás o programa pré-montado, mas no meu caminho ele muda tudo,
como ele vai acontecendo, como ele é um programa bastante dinâmico e vale
qualquer coisa, entre aspas, então você acaba mudando o estilo do programa
naquele contexto ali. Mas a gente sempre trás uma coisa meio preparado por dia,
hoje a gente é “bombado” de informação em questão de site, de televisão, então
você vai pegando aquilo ali, vê os assuntos que para por no rádio e trás ele mais ou
menos pronto. As vezes dá tempo, as vezes não dá, por que a nossa prioridade é
assunto que acontece mais na nossa região. As vezes assuntos a nível nacional, até
da nossa região compensa você dar uma pincelada, mas o foco principal mesmo é a
notícia da região.
Pergunta: Como vocês fazem quando uma pessoa pede uma informação ou
uma notícia...vocês apuram depois essa notícia, um assunto que a pessoa se
interessa. Vocês apuram esse assunto, se tiver a necessidade de estar
retornando a ele, vocês fazem isso.
Saturnino de Oliveira: Fazemos, tem uma denuncia que as vezes a pessoa quer
fazer uma denúncia que a gente já sabe o teor da coisa, as vezes falta uma
informação mais precisa, por isso a gente não trouxe ainda. Então quando a pessoa
cutuca em relação aquela denúncia a gente primeiro dá aquela pincelada, mas
prometendo para ele que a gente vai estar trazendo para ele assim com mais
detalhe, mesmo no programa seguinte. É como eu falei para você, tem notícia que
você não pode dar de cara, as vezes está sobre sigilo, sobre investigação, então
você tem que segurar. Eu já cheguei a segurar notícia aqui por quase três meses, eu
era o único que sabia da noticia, doido para falar e com medo de alguém descobrir e
sair na frente. Mas para não atrapalhar o trabalho de investigação e para não
quebrar aquele elo com as pessoas que me passam a informação, você se obriga a
segurar.
Pergunta: Você acha que esse contato que você tem com o público é
importante para a permanência do programa.
Saturnino de Oliveira: Com certeza, eu diria que tudo que acontece no nosso
programa independente se é publicidade ...a questão financeiro dentro do programa
tudo é importante para a gente e as pessoas ajudam a gente fazer o programa. A
gente sabe que tem gente até para desestabilizar, mas a maioria gosta, por isso
esse programa tem esse sucesso. Eu o Roberto aqui não era nada aqui, por isso a
gente tem que ter todo...esse pessoal está auxiliando também.
Pergunta: Se não tivesse essa participação, essa liberdade que vocês dão para
o público estar ligando, seja deixando recadinho no mural da internet, no site
né. Você acha que não tivesse essa participação existiria ainda hoje o
programa Vale Tudo.
Saturnino de Oliveira: Existir acho que sim, não sei talvez com esse nome talvez
com outro nome, existir existiria, até por que o rádio depende de um jornalismo. Não
sei se teria o sucesso hoje, aliás, ele começou com sucesso, até por que ele
começou com um estilo diferente. Geralmente o rádio vinha com aquele jornalismo
padrão, para a cidade do interior não que o jornalismo do interior não é bom, é bom
123
mas para o pessoal do interior que tem uma linguagem mais simples, esse tipo de
jornalismo acaba caindo na graça do que aquele jornalismo padrão.
Pergunta: Você falou da questão da linguagem, da fala simples...como você
usa a linguagem para se comunicar com os seus ouvintes.
Saturnino de Oliveira: Aqui no programa você tem que usar uma linguagem mais
simples e tem horas que até atrapalha a gente, por que quando você sai lá fora para
conversar com uma autoridade, com uma pessoa mais informada, que você tem que
se reeducar até para você não cometer garfes. É bom por um lado, mas as vezes
atrapalha, tipo assim....eu vim de uma família praticamente analfabetos, a família de
meus avós são tudo mundo analfabeto, então eu fui criado num convívio daquela
linguagem caipira. Mesmo quando você estuda que começa ter a perfeição, a
técnica, você está tão acostumado com aquela linguagem comum que você tem que
se policiar para não cometer erro.
Pergunta: A linguagem da polícia, por que eles muitos códigos. Cometeu um
crime eles colocam números invés de artigos...você usa isso, como você
transmite essa linguagem policial para o público em geral.
Saturnino de Oliveira: O artigo, às vezes se faz necessário trazer o artigo, até para
a pessoa que não tem conhecimento entender um pouco mais. No geral nem tanto,
um código que, por exemplo, que a polícia usa muito e pensava que não usava e eu
achava que só a aviação comercial que usava....eu aprendi a linguagem zulu
quando eu tinha nove anos de idade, quando eu cheguei em Rondônia, uma tio meu
que trabalhava no aeroporto, na verdade não era uma aeroporto na época era um
campo de pulso, mas já se usava a linguagem zulu. Essa linguagem zulu eu
pensava que só era só para a aviação, mas a polícia usa, a marinha usa, todo meio
de comunicação acaba usando a linguagem zulu. Não sei se você sabe o que é a
linguagem zulu, mas o alfabeto zulu você pega o alfabeto completo, mas cada letra
tem um significado. E para quem trabalha na polícia, na aviação, na comunicação,
qualquer pessoa que falar na linguagem zulu ele vai entender o que a pessoa quer
dizer, isso até para você emitir uma passagem. Você vai emitir uma passagem aérea
a atendente vai usar a linguagem zulu, você pode ver que vai na frente da passagem
não é o seu primeiro sobrenome, é o seu último sobrenome. Pegando o alfabeto:
alfa, bravo, charle, serra, delto, tango, diforme, maique, november, quebequi, kilo,
lima, paga, tango....cada letra tem um significado e essa é linguagem assim que é
usada no mundo todo,, chamada de linguagem zulu, ela é uma linguagem usada no
mundo todo, você falou a pessoa já sabe. Você pega a placa de carro “NBV”, para
você que não entende é NBV, para nós que entendemos significa november bravo
victor. E , ai você disse o número 1672, um meia sete segundo e aí se fosse dois
números repetidos 66, é sexto dobrado, seria seis duas vezes, seria sessenta duas
vezes e alguma coisa, então essa é a linguagem zulu. Aí a gente aprendeu muito
fácil essa linguagem aí....até o pessoal ficaram meio encantado, como eu aprendi
comm nove anos, tive facilidade para decorar e quando eu cheguei lá e comecei a
usar a linguagem zulu “ mas você entende a linguagem zulu”, aí eu falei mais não é
só a polícia que usa a linguagem que entende, todo meio de comunicação usa a
linguagem zulu. Isso para quem trabalha com o rádio armador, até os motoristas que
dirigem caminhão hoje usa a linguagem zulu para poder se comunicar com os
colegas e com a empresa que ele trabalha que tem que todo mundo integrado ali no
sistema de comunicação. E as questão dos artigos que são usados...no caso do
programa eu só uso em algumas situações só, até porque que tem alguns artigos,
124
por exemplo, um artigo de um estuprador, você não pode falar no ar. No começo
todo mundo lembra que o estuprador quando caia na cadeia, quando o pessoal
descobria fazia dele gato e sapato. Aí a justiça acabou entrando, proibiu de dizer que
o caro era estuprador, mas o que acontecia, colocava o cara lá dentro só quando ia
chamar ele para dar um depoimento, o policial para sacanear muitas vezes, o agente
penitenciário chamava ele pelo artigo e tudo mundo sabia que o artigo dele era o
estuprador e já pegava de volta quando ele chegava e fazia ela de gato e sapato.
Tanto que é que hoje no caso do estuprador é colocado em cela separado até para
evitar esse tipo de problema. Um artigo dessa e não posso falar aqui, por que se eu
falar é processo. Até o final dos anos 90, você podia por exemplo, você podia citar
as iniciais de um menor, hoje nem isso você não pode mais. No caso de escrita você
pode até colocar as iniciais, mas no caso do rádio não pode, ficou proibido.
Pergunta: Em relação a participação do ouvinte, vocês sempre checam as
informações. Vocês tem essa preocupação de checar o que eles estão falando,
do órgão que eles estão reclamando ou da instituição em si.
Saturnino de Oliveira: Com certeza, veja bem o ouvinte, principalmente aquele
mais humilde que não tem muito conhecimento, tem medo de chegar em uma
autoridade, de reclamar ou até bater de frente, eles pensam eu vou brigar com o
caro e ele vai mandar me prender. Então ele acaba usando o rádio por que ele sente
uma segurança, ele acha que a gente que está apresentando o programa aqui
aguenta qualquer pancada e não é bem assim também. É claro existe um respeito
por parte das autoridades e você chega ele vai procurar te entender mais rápido se
fosse um cidadão comum lá. Eles aproveitando dessas situações, eles ligam no
rádio por que eles se sentem seguro...bom lá no rádio eu posso xingar, brigar e não
vai acontecer nada comigo até porque os apresentadores vão segurar a peteca,
mais ou menos isso. Mas toda a informação que chega aqui, algumas as vezes a
gente já tem um pouquinho de conhecimento e as vezes a gente só está esperando
um detalhe para trazer átona para dizer assim, mas aquilo que a gente não está
sabendo a agente corre atrás para estar trazendo essa informação para o ouvinte,
para não deixar ele na dúvida.
Pergunta: Acontece da pessoa ligar primeiro para o programa para saber de
alguma coisa antes de ele ir no órgão.
Saturnino de Oliveira: Tem muito, em questão quando falta água, energia questão
de saúde, as vezes em vez dele ligar lá no órgão para explicar o que está
acontecendo ele já liga aqui já descendo a lenha. É um erro que ele está cometendo
mais por falta de conhecimento ele acaba usando o rádio, a gente até pergunta
“você já ligou no local? Ah, não”, “mas liga lá primeiro”, claro o pessoal já está
ouvindo e já vai tomar providência, mas é aquela coisa, é cultura de brasileiro
mesmo, ele acha que é melhor ligar aqui e descer a lenha do que ligar no órgão
primeiro para saber o que está acontecendo. Eu vejo assim primeiro você liga no
órgão que está tendo problema para passar primeiro as informações, as vezes eles
não estão sabendo. É claro se eles não tomarem providência dentro de um
determinado prazo, talvez cabe a você de fazer até uma segunda ligação ou
procurar pela segunda vez, se não tomaram providências, aí vamos procurar outros
meios, pode ser rádio, a justiça enfim, isso seria o procedimento correto, mas para
essas pessoas que não tem conhecimento acham melhor ligar no rádio e já reclamar
de vez.
125
Pergunta: E como você reage em relação quando isso acontece.
Saturnino de Oliveira: A gente sempre tenta orientar as pessoas. Não adianta você
ficar nervoso, bravo que não vai resolver, talvez você vai criar um problema a mais.
Tem hora que é enche, tem hora que você está cansado de explicar no programa
uma, dois, três as vezes no mesmo programa você explica um assunto duas três
vezes. E ainda tem o ouvinte eu não sei se não prestou atenção, ou não ouviu direito
liga na mesma cobrança, isso acontece muito mas a gente tem por obrigação de
orientar as pessoas, esse é o nosso objetivo.
Pergunta: E sua relação com os outros órgãos sem ser da policia, se reclamam
da saúde vocês vão lá apurar....as outras instituições sem ser policial.
Saturnino de Oliveira: Graças a Deus a gente tem tido um relacionamento, as
vezes em uma situação ou outra um funcionário por falta de conhecimento não te dá
atendimento que você merece naquele momento. Mas no geral assim o
relacionamento é bom, até por que quando se fala ser da imprensa não sei se o
pessoal tem medo eles já procuram agilizar. Até eu sou citar uma situação
assim...quando eu vou em algum órgão público que não seja especifico a trabalho, a
primeira coisa que eu faço é esconder o meu crachá, para não dar aquela conotação
assim, “o cara da imprensa está aí vamos atender ele”, não. Já aconteceu de eu ir
no hospital precisar de um atendimento, eu escondi o crachá eu não estava com a
camisa de uniforme e fiquei na fila de espera como todo mundo, estava precisando
ser atendido rápido até por que eu tinha outros compromissos, mas eu falei não, eu
jamais vou cortar fila e jamais vou dizer que sou eu, fiquei na minha. Por
coincidência chegou um figurão lá e quando me chamou pelo nome despertou a
atenção de todo mundo. Então eu vejo assim, o funcionário público....o atendimento
tem de ser igual para todo mundo, não que uma pessoa tenha uma certa influencia
que tem que dar a preferência para ela.
Pergunta: Em relação as ligações, as pessoas ligam muito para pedir ajuda,
como que é.
Saturnino de Oliveira: Também, tem muita dessa questão de ajuda...do cidadão
queimar a casa e ficar sem nada e entra em desesperado, claro né, as vezes só com
a roupa do corpo. As vezes o pouquinho que tinha já conseguiu com muita
dificuldade...uma situação dessa, já teve várias situações assim e a pessoa entrar
em desespero. É uma situação complicada, mas graça a Deus...eu nem vou dizer o
vilhenense, mas o brasileiro de uma certa forma é muito humanitário, as vezes
aquele que não tem muito, mas o pouquinho que ele tem acaba ajudando a outra
pessoa que está precisando. O programa faz a ponte de passar a informação e as
pessoas tem respondido a altura nessa questão de ajuda.
Pergunta: Mas quando o ouvinte liga pedindo ajuda você pede para o ouvinte
colaborarem ou vocês tentam orientar os lugares, as instituições que de
repente poderia estar auxiliando.
Saturnino de Oliveira: É depende de cada situação. Tem a situação de emergência
que você se obriga a fazer um apelo no horário do programa para ter um
atendimento mais rápido, na questão de alimento coisa dessa natureza. Agora tem
situações que não, aí você orienta buscar os órgãos específicos, si o órgão
especifico não atender da forma que precisa...você volta aqui que a gente vai tomar
providências. Já aconteceu fato aqui, já. Mas geralmente quando você fala um fato
126
aqui o pessoal já arruma um jeito de socorrer.
Pergunta: Saturnino para finalizar a entrevista eu queria que você me dissesse
o que vê no Vale Tudo, qual o seu olhar para o programa Vale Tudo. O que mais
chama atenção nele.
Saturnino de Oliveira: Na minha forma de pensar, eu vejo assim...como eu disse, o
programa vale tudo, se você achar que pode falar aqui, pode é claro, em algumas
situações não. Mas acho que o objetivo principal do programa seria de levar a
informação para as pessoas, as menos favorecidas, é claro que você não atinge só
elas você atende pessoa de uma cultura mais elevada. E o programa também a
questão de descontração, não sei se você tem a oportunidade de acompanhar a
gente no dia-a-dia...tem hora que estressa que as vezes tem que voltar uma piada
até para dar uma quebrada na tensão. Mais o motivo maior que eu vejo além de
levar a informação, eu também vejo a questão de você ajudar. É claro que os órgãos
do governo fizessem o trabalho que deveria ser feito dentro de um contexto, que
muitas vezes é criado, nada disso precisaria. Mas infelizmente um país grande que
temos, pessoas muito simples, pessoas que não tem uma condição financeira para
ter todo um sustento, ele acaba pedindo este tipo de ajuda aí e o programa de certa
forma vem de colaborar nesse quesito. Então eu vejo assim além da informação
também essa questão do lado social para tentar ajudar aquelas pessoas que por um
motivo e outro não conseguiram ter aquilo que queria, seria mais ou menos por aí.
Pergunta: Está bom, obrigada pela entrevista [...] ficou ótimo, responder todas
as perguntas.
Saturnino de Oliveira: Até teve uma situação que aconteceu se eu não me engano
foi no ano passado...inclusive o nosso repórter estava na delegacia lá para pegar
uma matéria e de repente surgiu assim, um casal, o homem tinha que sacar um
dinheiro para sacar na caixa econômica e pegou justamente o período das greves
que teve nos bancos...e ficou um período longo. Aí ele não conseguia sacar o
dinheiro no caixa eletrônico e ele tenta conversar com alguém da caixa econômica e
também não conseguia, por que todo mundo de greve. E eles passam necessidade
e o que acontece, o Isach estava lá na delegacia para fazer uma matéria e o casal
estava lá, não sei se era para fazer alguma reclamação na polícia para tomar
providência, enfim. Quando o repórter tomou conhecimento da coisa de lá mesmo
ele entrou no ar falando do assunto, colocou no caso a esposa do cidadão para fazer
a reclamação. Na hora a gerente da caixa ligou aqui na rádio, ela estava ouvindo o
programa, inclusive depois eu conversei com ela e ela disse que estava indo para o
serviço e ela ouviu dentro do carro e quando chegou na agência ela mais que
depressa pediu para mandar o casal para conversar lá com ela e, que ela iria tomar
as providências. Aí o nosso repórter colocou o casal no carro, eles deixaram a
bicicleta na delegacia, e foi até a Caixa e quarenta minutos depois então estava
resolvido o problema. Talvez de tudo que a gente fez...talvez não pode ter sido o
assunto mais necessitado, mas o mais que me chamou a atenção até porque pela
rapidez. Ela disse realmente até eu peço desculpa, não que ela disse isso no ar, mas
depois eu conversando com ela, até porque ela era uma amiga quase de infância
minha, ela disse o seguinte...como o banco estava de greve evidentemente
funcionário nenhum ia querer dar atendimento para ninguém, não quer nem saber.
Mas as pessoas estivessem chegado lá e tivesse chegado até mim, talvez foi uma
falha minha também de não estar lá a frente do banca para atender até alguns casos
nesse sentindo então acabou atrasando. Mas foi bom que depois quarenta minutos
127
depois o nosso repórter ligou dizendo que tinha saindo da caixa econômica com
ela...com o problema solucionado. Nesse lado social eu acho que o programa
ajudou e muito. Claro que teve a colaboração da própria gerente, mas o fato de ter
chegado a conhecimento através do programa, contribuiu bastante para um casal
que estava muito necessitado naquele momento.
Pergunta: A mobilidade do rádio facilita isso.
Saturnino de Oliveira: Ajudou bastante, ajudou bastante até porque o rádio é mais
dinâmico, você falou aqui todo mundo já está ouvindo. Todos os outros meios de
comunicação tem seu papel importante mais é um pouco mais demorado, o rádio
não é mais um pouco dinâmico nesse sentindo. Você pode estar em qualquer lugar,
em qualquer ambiente você pode ouvir um rádio.
Pergunta: E a transmissão se torna mais fácil né.
Saturnino de Oliveira: Na hora, na hora.
Pergunta: Obrigada pela entrevista por poder falar sobre como você trabalha,
sobre o programa e suas atividades aqui no Vale Tudo.
Saturnino de Oliveira: Eu que agradeço aí, não sei se respondi dentro daquilo que
você precisava par ao seu trabalho, mas espero que você consiga concluir seu curso
de jornalismo e que escolha uma área...não sei a área que você vai querer seguir.
Mas independente da área que você seguir que você tenha bastante sucesso. É um
trabalho muito gratificante. Tem gente que diz que vai fazer jornalismo por que quer
ser famoso, já ouvi gente falar isso. Mas olha, a fama não vem assim, quando você
faz um trabalho com carinho, com dedicação, o resultado que ele vai provocar esse
é o mais importante até que o sucesso. O sucesso é uma consequência daquilo que
você faz, se você faz um trabalho bem feito o sucesso virá. Espero que você consiga
exercer o seu trabalho da melhor maneira possível.
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Degravação da entrevista com o locutor Roberto Di Jorge
29.05.2012
Pergunta: [...] Roberto qual o seu nome completo e de onde você veio.
Roberto Di Jorge: Bom, o nome completo é Jaime Roberto Angeli Di Jorge, aí por
questões de facilitar a pronúncia para o público de modo geral, público ouvinte,
adotei Roberto Di Jorge. Fui batizado com esse nome na verdade, um diretor
artístico na Rádio Vilhena.
Pergunta: Você veio dá onde, de qual cidade você veio.
Roberto Di Jorge: Eu sou natural de Crissiumal, Rio Grande do Sul, interior gaúcho,
uma cidadezinha bem pequena.
Pergunta: Você já trabalhava como locutor ou veio trabalhar aqui.
Roberto Di Jorge: Não, eu vim do Rio Grande do Sul para Rondônia, com 17 anos,
jovem ainda. Vim em busca de novas oportunidades. Cheguei em Vilhena em 1986.
Trabalhei em outras funções e ingressei no rádio em 1993.
Pergunta: Já aqui nessa emissora ou foi em outra (quando ele entrou para a
Rádio Planalto).
Roberto Di Jorge: Não, eu comecei na Rádio Vilhena, em 1993, [...] como aprendiz
de sonoplasta, funçãozinha que na época era difícil, acordar de madrugada, colocar
a rádio no ar. Fui ter contato com o microfone um ano e meio depois.
Pergunta: Quando você começou na Rádio Planalto mesmo.
Roberto Di Jorge: Na Rádio Planalto mesmo em 2002.
Pergunta: O que fez você vir para cá (Rádio Planalto), fizeram uma proposta....
Roberto Di Jorge: Foi uma proposta de trabalho, a gente já vinha conversando há
muito tempo, mas aí eu estava bem na outra emissora, mas daí ouve um
desentendimento de uma locação lá, eu não me acertei com o pessoal que alugou.
Aí tive a oportunidade aqui na Planalto, proposta salarial boa, daí vim pra cá.
Pergunta: Você já entrou no programa Vale Tudo ou você ainda já passou por
outro programa, fui direto...
Roberto Di Jorge: Aqui foi direto no Vale Tudo e no Realidade.
Pergunta: Em relação ao jornalismo do programa é o que, você acha que o
programa ele é um programa de utilidade pública, ele é mais voltado para o
esporte, ele é um programa investigativo, como você caracterizaria o
programa.
Roberto Di Jorge: Olha, o Vale Tudo, como o próprio mesmo nome diz é um vale
tudo mesmo. O programa não tem um formato próprio, ele se adapta de acordo com
a realidade, com a participação do ouvinte, o assunto do dia, do momento. A gente
não tem uma padronização do programa não. Ele é bem maleável de acordo da
necessidade do momento. O assunto é política no dia, assunto que a gente aborda é
política. Muita ocorrência policial, o programa vai e foca nas ocorrências policiais. É
129
esporte, vai para o esporte. Embora a gente tenha uma pauta pré-definida do que vai
ser o programa, dificilmente a gente consiga fazer o programa em cima daquilo que
já está planejado. Programa ao vivo tem essa característica [...]
Pergunta: Você falou que tem muita questão de política. Assuntos que acabam
entrando no programa, esses são os mais comentados ou tem outros. Qual
vocês consideram o mais comentado no dia-a-dia.
Roberto Di Jorge: Por incrível que pareça o assunto político é o que dá mais ibope,
é o que dá mais repercussão, mais comentário no dia seguinte e a ocorrência
policial. Nosso público ouvinte se fizer uma pesquisa o que eles quererem saber, é
as ocorrências policiais, o pessoal parece que gosta de ver a desgraça a
barbaridade, quanto mais sangue melhor, cativa, prende mais a atenção do público
ouvinte.
Pergunta: Como é a rotina de trabalho de vocês, em questão de apuração de
matérias...quando vocês iniciam o programa, quando vocês terminam o
programa vocês vão checar esses dados, durante o próprio programa vocês
vão checando algumas coisas, como que funciona isso.
Roberto Di Jorge: Olha, o nosso programa é, bom o básico são três pessoas, eu o
Saturnino de Oliveira que cuida da parte policial e o Isach Laurentino que faz as
reportagens de rua. No meu caso especificamente, eu saiu daqui eu vou atrás de
informações de Prefeitura de Vilhena, vou na Câmara de Vereadores, pesquiso sites
de notícias da internet para ver o que está acontecendo a nível de Estado
principalmente. Já os colegas cada um vai atrás de sua área, o Saturnino de Oliveira
vai direto para quartel, polícia militar, pegar a notícia antes do registro até da
delegacia de polícia. E o Isach Laurentino, faz o acompanhamento do que acontece
na cidade, acidente de trânsito, plantão de delegacia de polícia também, cada um
cuida de três áreas especificas, só complementando ainda a gente as vezes necessita de
alguma entrevista quem corre atrás para agendar cabe a mim também.
Pergunta: O programa tem divisão de blocos, você sabe quantos blocos ele
tem.
Roberto Di Jorge: A cada quinze minutos a gente tem um intervalo comercial, então
são quatro blocos por horas dá oito blocos durante duas horas.
Pergunta: Em relação a participação do ouvinte, como vocês fazem para filtrar
a informação ou vem direto ao vivo, como acontece isso.
Roberto Di Jorge: Não há nenhuma filtragem não, apenas uma orientação que o
pessoal de apoio dá para o ouvinte participar, em questão de não ofender ninguém,
ofensas pessoais, se atentar a participação em cima de problemas, de situações e,
em época de eleições agora é meio problemático, a gente sempre orienta para não
ajudar e não atrapalhar qualquer candidato que seja, para não dar nenhuma
interferência na disputa eleitoral que tem em ano de eleição.
Pergunta: Como que fica o seu posicionamento em relação a política, por que
querendo não aqui está ligado diretamente (a um grupo político). Você tem
liberdade de trazer quem você quiser, independente da posição política de
cada um, o pensamento, de cada um, como que é...
Roberto Di Jorge: Olha, aqui no Estado de Rondônia, principalmente, se você fazer
130
uma pesquisa, eu não posso dizer cem porcento, mas próximo disso todos meios de
comunicação são ligados a grupos políticos ou a políticos ou a grupos. Aqui na rádio
Planalto até agora a gene não teve nenhum problema de esse pode falar esse não
pode falar, desde que tenha alguma necessidade de dar entrevista, de falar. Se a
situação necessita você entrevista quem quer que seja.
Pergunta: Então no caso há uma filtragem sim, mais ou menos dos assuntos
quando o ouvinte vem...
Roberto Di Jorge: As entrevistas sim, são pautadas de acordo com a necessidade,
não é que você vai dizer não vai falar não, mas se chegar alguém e disser eu quero
uma entrevista na Rádio Planalto, mas qual é o assunto. O assunto que não...eu
quero uma entrevista para falar do meu trabalho, então tudo bem, não pode hoje não
pode amanhã, então você vem daqui um dois três dias, quatro dias, que a gente tem
uma programação de entrevista também, tem que ver o assunto do dia, tem que ver
o de maior necessidade, de urgência para ser pautado nas entrevistas.
Pergunta: Já aconteceu de algum ouvinte ligar e você ficar em uma situação
bem...
Roberto Di Jorge: Ah, constantemente tem isso.
Pergunta: Como você faz para sai dessas situações.
Roberto Di Jorge: Bom, geralmente a gente pede desculpa para o ouvinte e tira o
participante do ar, sem muitas delongas, sem muito rodeio, tira o ouvinte do ar e toca
para frente, programa ao vivo tem isso, não te como fugir. Você nunca sabe a
verdadeira intenção da pessoa que está do outro lado. Muitas vezes o cidadão fala
para os colegas que quer participar relacionado a algum assunto, quando entra no ar
a conversa é totalmente diferente daquilo que ele diz que ia participar [...] inclusive
situações de agressões verbais, constantemente tem gerado problema, por que
quando a pessoa participa no ar, fica agendado o número do telefone, alguma fonte
assim para a gente buscar o autor das ofensas. Teve caso aqui na emissora do
ouvinte participar e foram responsabilizados criminalmente por isso [...] o cidadão
participa ele tem todo o direito de expor a opinião dele, mas ele é responsável pelo
que fala.
Pergunta: Normalmente quem atende o telefone é você, geralmente [...] no ar
sempre é você. Vocês já combinaram desde o início, como que é...
Roberto Di Jorge: Olha, isso aconteceu mesmo de que uma forma natural, talvez o
colega, o Saturnino não tenha muita vontade, até não gosta de falar com o ouvinte
no ar. Eu acho que me dou melhor nessa área, tenho uma certa tolerância mais.
Então ficou meio que natural a participação do ouvinte geralmente quem atende sou
eu.
Pergunta: Em relação aos comentários que você faz. Você lê muito sobre os
assuntos, por que eu vejo que você faz o comentário baseado a alguma coisa.
Roberto Di Jorge: Ah, isso você não tenha dúvida disso, eu gosto de ler muito, você
pode ver que tem um computador conectado a internet aqui na frente, tem uma
ferramenta básica que é o Google, qualquer assunto que tu tem dúvida você dá uma
clicada aqui, dá uma “googada” aqui que o que tiver de informação na internet é
disponível instantaneamente, isso ajuda bastante. Eu penso da seguinte forma, um
microfone desse é uma “baita” de uma ferramenta que tu tem um instrumento de
131
mobilizar a opinião de muitos, então tu tem que agir com uma certa
responsabilidade. A imparcialidade que se faz necessário na nossa profissão de
jornalista, muitas vezes é difícil de tu expor ela. O próprio ouvinte gosta de ouvir a
opinião de quem está a frente do microfone, quer saber minha opinião. Então em
algumas situações você é obrigado a emitir ela.
Pergunta: Você trabalha muito com legislação, assim, sobre as leis de trânsito,
percebi que tem muitos questionamentos sobre o código de trânsito, código
de legislação do direito do consumidor, então é uma coisa que sempre tem que
está buscando essas leis, que todos nós deveríamos saber na verdade, mas
poucos vão buscar.
Roberto Di Jorge; A gente tem que estar interado das leis, procurar se atualizar
também. Por que no Brasil leis são criadas todos os dias, praticamente toda a
semana, então, o que hoje é uma regra amanhã passa não é......Por isso que te falo,
na internet aqui você tem no rádio, acho que no demais meios, na imprensa não é
diferente, a internet é uma ferramenta ótima de suporte da profissão que a gente
está exercendo.
Pergunta: Em relação as pautas por exemplo, você disse que tem as pautas
que vocês fazem, as pautas especificas, mas vocês nem sempre consegue
estar atuando, cumprindo elas. Vocês se baseiam em alguma coisa para estar
fazendo essas pautas, datas comemorativas, algumas reclamações da
população, como vocês baseiam para fazer essas pautas.
Roberto Di Jorge: Bom, a gente vive num mundo globalizado, então de seguinte
forma, tu sai na rua no dia-a-dia, você vê o povo comentando, discutindo tu aborda
no meio dia no Vale Tudo. A gente busca os jornais de circulação, o que os jornais
estão trazendo de destaque de matéria, a gente aborda também. Os sites de
notícias que hoje em dia é notícia toda hora, todo o instante também os assuntos
que são abordados na imprensa no modo geral, a gente trás pro rádio ao meio dia
aqui na Planalto.
Pergunta: Vocês tem alguma reunião que você, o Laurentino, o Saturnino
sentam para poder estar fazendo isso ou acontece naturalmente.
Roberto Di Jorge: Acontece naturalmente, cada corre atrás da sua parte. Olha, é
muito difícil acontecer, geralmente com Isach. O Isach vai para rua, então a gente ao
meio hora antes do programa, a gente vê o que está acontecendo que poderia ir em
busca da reportagem de rua, mas são situações inusitadas, não é aquela regrinha
que todo dia tem que discutir [...] Até por que a gente já está no rádio há muito
tempo, então já há uma espécie de confiança dos três aqui. O que o outro vai fazer,
ele vai em buscar daquilo que tem de melhor. Cada um cuidando de sua área. A
gente deposita essa confiança, há não necessidade de uma reuniãozinha diária para
saber ...eu vou atrás disso aqui.
Pergunta: Você acha que essas pautas específicas ajuda aproximar do ouvinte.
Quando o ouvinte liga aqui pede algum assunto vocês vão atrás, trás mais
detalhes sobre aquela reportagem daquilo que o ouvinte está pedindo. Você
acha que vai aproximar mais do público.
Roberto Di Jorge: Aproxima e aumenta o grau de confiabilidade quando o ouvinte
132
solicita o esclarecimento sobre algum assunto, tu trás essa resposta convincente
para o ouvinte, cada vez ele acredita mais no seu trabalho.
Pergunta: Como é sua relação com o público.
Roberto Di Jorge: Olha, a relação é ótima, eu sou povo também, eu simplesmente
estou do lado de cá do microfone. Saindo do microfone saindo para rua, a gente tem
uma relação de amizade muito grande. Há algum descontentamento principalmente
na área política, quando você cita algum problema é o vereador que não gosta, o
prefeito que não gosta, o deputado que não gosta. Sempre há, estou falando por
mim, na minha área a coisa é mais light um pouco, já com os colegas que trabalham
com as ocorrências policias, é um pouco mais complicado, mas sempre tem
problema para resolver, tem alguém que envolveu em algo que acha que a matéria
não foi divulgada da forma correta, que o boletim de ocorrência foi elaborado de
forma errada por policiais. Então tem toda semana tem alguma coisa aretas para ser
aparada entre colegas que trabalham com ocorrências policiais e o nosso público
ouvinte.
Pergunta: Vocês tem algum advogado para estar auxiliam vocês...
Roberto Di Jorge; Sim, o departamento jurídico [...] a gente recebe uma orientação
jurídica do que pode ou não pode para não estar, a gente não avançar o sinal do que
a gente fala para evitar situações desagradáveis no futuro.
Pergunta: Na verdade não existe nenhum documento, vocês gravam o
programa quando as pessoas ligam para cá.
Roberto Di Jorge: Toda a gravação da rádio é gravada [...]
Pergunta: Quando o ouvinte liga alí na frente vocês gravam para provar que ele
autorizou...até mesmo para vocês se protegerem disso, tem como ou não...
Roberto Di Jorge: A conversa com o pessoal que atende o ouvinte não é gravada,
só é gravado a partir do momento que entra no ar. O que fica registrado é a hora que
ele ligou e o número de telefone.
Pergunta: Como você falou tem gente que liga aqui fala uma coisa, chega aqui
é outra, então não tem como você provar...então é palavra da pessoa que
atende o telefone mais a do ouvinte.
Roberto Di Jorge: Só o seguinte na legislação a responsabilidade é do que o
cidadão fala se tornou público o que ele falou. A partir do momento que você
identifica ele, sabe quem é ou dá onde ele ligou, pelo menos o cidadão passa a ser
responsável e responsabilizado, maior de idade, menor de idade não participa ao
não ser se é para passar um recado alguma coisa assim. Participar de assuntos,
discussão menor idade não participa não só maior de idade.
Pergunta: Você já foi processado muitas vezes.
Roberto Di Jorge: Eu tive uma ação na justiça que acabou culminado com a
absolvição, há muito tempo atrás logo que eu estava começando, graças a Deus eu
fui absorvido e serviu de exemplo para a gente saber que não pode é ser passional,
se envolver muito com os problemas dos outros, em situações particulares principa
Pergunta: Em relação ao retorno do ouvinte é levado em consideração na hora
de tocar novamente no assunto pedido. Como vocês trabalham....se tiver dez
pessoas querendo aquele assunto, vocês vão falar dez vezes o mesmo
133
assunto ou não.
Roberto Di Jorge: Não, tocou uma vez no assunto, assunto encerrado se não fica
muito repetitivo, fica parecendo aquele disquinho furado. Tocou no assunto, trouxe o
esclarecimento, a resposta pronto. Tem muito caso em ocorrência policial, você cita
a ocorrência policial de repente o ouvinte pede para você repetir de novo, não tem
como se não você fica o programa todo em cima do mesmo assunto. Agora o
assunto pode voltar nos programas seguidos, por exemplo, hoje você aborda um
assusto amanhã questiona, volta de novo. Mas a partir do momento que a gente
encerra o assunto em um programa, ou a matéria assunto encerrado [...]
Pergunta: Como é a sua relação com os órgãos públicos. Você falou de uma
certa dificuldade, seus colegas vão para a rua com ocorrência policial, o Isach.
Como é a sua relação em estar buscando a informação, eles facilitam isso para
você, compreendem ou tem uma certa...
Roberto Di Jorge: Não tem aquela facilidade não, às vezes você nota que as
pessoas te atendem até por obrigação que tem que atender, mas as pessoas não
tem olham com bons olhos não.
Pergunta: Eles acham que você sempre está querendo fazer algum mal...
Roberto Di Jorge: É, algum que pode se reverter contra eles lá na frente,
infelizmente a gente encontra e não é pouco não, tem muito.
Pergunta: Você consegue levar bem essa situação não, tem que ir...
Roberto Di Jorge: Agora a gente aprende, anos de experiências vão te moldando
para tolerar certas situações. No início você fica meio frustrado, mas depois a gente
consegue equilibrar a coisa.
Pergunta: vocês disseram que não muito checar as informações que os
ouvintes...mas se eles pedem alguma matéria vocês para fazer
Roberto Di Jorge: É, principalmente se for algum assunto de interesse coletivo, que
talvez é um problema do ouvinte lá mais que trás mas que trás um benefício
repercussão coletivo aí é interessante. Aí quando é uma coisa assim específica para
aquele ouvinte só, a gente tenta orientá-lo de que forma ele deve proceder ou ele ir
atrás. Agora quando é um assunto que o ouvinte está passando vai atingir uma
grande parcela do nosso público ouvinte a gente procura nós mesmos irmos atrás
saber do problema, o que está acontecendo, qual é a solução prevista.
Pergunta: Vocês acompanham os casos. Como você disse alguma pessoa
pede como você falou uma reclamação individual mas atinge o coletivo, vocês
vão estar acompanhando determinados casos, seja individual ou coletivo
mesmo.
Roberto Di Jorge: Acompanhamos [...] até a solução até.
Pergunta: Você pode dizer um caso que te chamou atenção teve bastante
repercussão no programa.
Roberto Di Jorge: Vou dar um exemplo recente, o caso da Câmara de Vereadores,
deu aquela festinha lá, tava tudo mundo pensando que ia sobrar só para o vigia. O
vigia que deixou o pessoal para fazer a festa, lá nós estávamos todos dos dias,
acompanhando via o que acontecia, o que deixou de acontecer até o encerramento
134
do caso que terminou com a rescisão de contrato com o professor que levou o
pessoal para dentro, o professor de informática e o vigia que recebeu a punição dele
também, mas não aquilo que boa parte da população acham o que ia acontece
acham que ia exonerar o vigia ia ser punido. Ele teve a punição, o afastamento
temporário e depois retornou para o trabalho normal. Ali a gente ficou dia-a-dia,
passo a passo acompanhando o caso. E outros a gente acompanha do mesmo jeito
do mesmo nível.
Pergunta: Às vezes dá para perceber para receber o telefone para buscar
informação para estar passando na hora. Além disso parece que tem um
telefone que sempre está recebendo mensagem SMS. Como que é isso a
informação que chega por outros meios...
Roberto Di Jorge: Olha, a tecnologia tem nós ajuda e muito. A mensagem SMS é
uma coisa fantástica, além de ser de baixo custo e ele participa, a mensagem é
instantânea e fica armazenada aqui, se tiver qualquer dúvida você já vai atrás antes
de levar para o ar. Mas a participação do ouvinte é para colaborar com o assunto
que você está falando, dificilmente vem uma mensagem no celular para estar
falando em busca de algo que não está sendo abordado no programa. Ela vem no
intuito do ouvinte participar, estar colaborando com o assunto que está sendo
discutido naquele momento.
Pergunta: Esse telefone é seu mesmo ou do programa.
Roberto Di Jorge: Olha, esse é meu mesmo até por que quem teve a ideia da
utilização da mensagem no rádio aqui em Vilhena...fui o primeiro. Na época a rádio
não se atentou muito para esse detalhe não, daí eu coloquei o meu telefone a
disposição e aí o número ficou memorizado, o número da mensagem, aí vem direto
no meu. Acho que cada emissora tem que ter seu próprio número para mensagem,
independente do locutor que está....só para tu ter uma ideia eu recebo mensagem
dia todo, o pessoal recebendo música, pedindo orientação de signo de horóscopo
que é na grade de programação na emissora [...] só esse trabalho de mensagem de
celular fazem doze anos mais ou menos, desde a Rádio Vilhena eu já tinha a opção
do SMS pro ouvinte participar. Logo que o celular começou a surgir no mercado aí e
com a opção da mensagem de texto eu liguei, pintou aquela luz, participa pela
mensagem também, não é só para mandar recadinho pro namorado para a
namorada, para a família que está em casa, para mensagem de natal, é para
assuntos sérios também do dia-a-dia.
Pergunta: Você é bem atualizado na questão de tecnologia então, em relação a
internet, sms...
Roberto Di Jorge: Qualquer profissão se você não se atualizar, se você não buscar
o que tem de mais novo de mais moderno você fica para trás e nós que trabalhamos
na imprensa mais ainda por que o mundo vive de informação e a informação não é
restrita ao rádio, ao jornal, a televisão, a internet está aí para isso.
Pergunta: Você fez algum curso para estar trabalhando como locutor.
Roberto Di Jorge: Fiz. Nós fizemos um curso isso na década de 90 ainda, teve
uma equipe do Sindicato Nacional dos Jornalistas. Eu fiz dois cursos na verdade, um
135
em Vilhena e um em Porto Velho. Foram 90 dias entre os dois períodos, Vilhena e
Porto Velho e, olha foi de um aprendizado fantástico, por que na época a gente não
tinha o curso de jornalismo na universidade aqui. Então ou a gente era autodidatas
ou aprendíamos em situação como essas e foi muito bom.
Pergunta: Pretende fazer novos cursos ou outros cursos que não seja o
jornalismo. Eu vejo muita gente que é jornalista e fazem outro curso, o que não
tem problema nenhum.
Roberto Di Jorge: Poderia se fazer nada contra também, mas eu faço o que eu
gosto, eu sou uma pessoa abençoada pode dizer assim. Quando você trabalha
naquilo que gosta e é razoavelmente bem remunerado, muitas vezes você não
procura a opção B ou C não. Eu me dedico naquilo que estou fazendo, quero fazer o
programa de radiojornalismo bem feito, lógico que sempre procuro ouvir emissora de
rádio de outros estados para ver se há uma tendência nova fora daquilo que a gente
está fazendo, por que além de apresentar o programa eu tenho que ser ouvinte
também. Não bastante chegar aqui no microfone e achar que....eu sou ouvinte, eu
tenho que ouvir que outras emissoras outros profissionais fazem para ver se aquilo é
bom é agradável. É importante adaptar para aqui a nossa programação.
Pergunta: Vocês ouvem o programa, vocês gravam...
Roberto Di Jorge: Atualmente não, mas já ouvi muito. No início era fazer aqui e ir
para casa e nem almoçava não, já ligava. Mas era bem no início era fita cassete
ainda, por que eu gravava o programa e já ouvia e, não foram poucos os programas
não foram muito tempo. Por que eu acho que o maior crítico de seu trabalho é você
mesmo...aqui eu errei aqui eu posso melhorar, aqui eu tenho que corrigir esse
detalhe. Então graça a isso deu pra chegar na onde eu cheguei, espero ir um pouco
mais para frente, mas foi graça a isso também.
Pergunta: Você acha que a sua voz facilitou na entrada do programa como
locutor na verdade ou você acha que isso não interfere nada.
Roberto Di Jorge: Não, não, por que no início se você me ouvisse no rádio você
não acreditava que eu seria locutor de rádio. A voz você vai educando ela vai
trabalhando. Eu era muito tímido inclusive, ainda sou, mas era muito mais na época
e sempre gostei de rádio, sempre fui um apaixonado por rádio. E aí é aquilo que te
falei, você começa com a profissão e vai se aperfeiçoando, vai trabalhando, vai se
reeducando até chegar num nível que você julga...já estou começando a ficar bom,
como um avião começando a levantar voo e não pode parar.
Pergunta: Para finalizar Roberto, como você vê o programa Vale Tudo.
Roberto Di Jorge: Olha, há dez anos estou aqui e já criamos um certo vínculo. Já
teve outros apresentadores, vários apresentadores que ficaram aqui no programa,
mas salve engano acho quem está mais tempo no Vale Tudo sou eu. Já recebi
proposta para trocar de emissora, para ir para a televisão. Mas é aquela historia se o
casamento está dando certo você vai desistir por que, só mudar, não né. Então
enquanto está sendo bom para mim está sendo bom para a emissora que eu
trabalho. Muito difícil haver alguma mudança, pode ocorrer, mas é difícil. Questão
primeira, questão do profissional para a emissora, tá sendo bom está tendo retorno
136
financeiro, tudo gira em torno do dinheiro do financeiro, está sendo bom para a
emissora, mantém o programa. Está sendo bom para mim, bem remunerado no final
do mês, tá. Então está ótimo o ouvinte está gostando, o índice de audiência mostra
isso, é o programa de mais audiência que nós temos aqui. E olha que nós estamos
falando de uma rádio AM, geralmente competir uma rádio AM com uma FM é difícil e
a gente tem conseguido se sobressair a muito tempo, a muitos anos. E pela
pesquisa que a gente tem a tendência é manter nesse patamar [...] só se nós vacilar,
baixar a guarda aqui que a concorrência vem e toma conta, mas a gente sempre
tenta manter a linha, a qualidade, uma dedicação naquilo que faz, manter o ouvinte
informado, sempre bem atualizado. Informação é isso, é você se atualizar sempre.
Pergunta: E a estrutura do programa sempre foi esse: vocês iniciam com
esporte, vão para ocorrências, já iniciam com ocorrências policias, depois
entra o Isach. Ele entra em alguns momentos, não tem momentos específicos,
terminando tudo isso já finaliza o programa.
Roberto Di Jorge: [...] Eu não diria que esse é o formato padrão não, mas foi o que
deu mais certo até agora, é o que deu mais certo ainda. A gente faz o esporte início
por dois motivos: primeiro por que tem muita gente que não gosta de esporte, e é
horário que tem muita gente saindo do trabalho para chegar em casa. Então a gente
fez um calculo aí que nesse horário ainda por esporte para o ouvinte já chegou em
casa, tá pronto para o almoço, daí tá todo mundo rádio, daí começa com s notícias
principais do programa [...] No início nossa profissão não dá muito resultado não, se
você pensar vou entrar no jornalismo para ganhar muito dinheiro...tu começa ganhar
com o tempo quando o teu nome começa a fortalecer. No caso do rádio além de
você trabalhar com jornalismo a gente vende publicidade, então a gente vende
aquilo que faz. [...] Por isso a gente se dedica e fazer o nosso melhor para poder
vender o nosso produto o nosso produto lá fora. E eu te falar, isso não é fácil, não é
um dois anos não. Eu estou trabalhando nessa área de jornalismo desde 1998, que
eu comecei melhorar minha situação profissional e econômica, foi depois de 2001
para cá, para você ter uma ideia, então passou três que você fica amassando o
barro para depois começar a levantar a casinha. Aí tu começa pegar o foco da coisa,
o que é melhor, o que o teu trabalho fica mais reconhecido, o que tu tem que fazer
para penetrar no público alvo. Muitas vezes aquilo que a gente fala, eu vou falar do
rádio, não adianto tu jogar conversa fora, tua conversa tem que ter objetivo e dá eco
lá na frente, por que senão...é a mesma coisa que escrever no jornal, tem muita
diferença de contar uma história e escrever uma matéria. Conta história todo mundo
conta, mas escrever uma matéria boa e dá resultado é diferente.
Pergunta: Você tem essa técnica de trabalhar com o rádio. Por que falou que
cada meio tem suas particularidades. Você tem essa técnica do rádio, da
linguagem, da voz, quando você vai anunciar alguma coisa...
Roberto Di Jorge: Tudo, até no jeito de você conversar com o ouvinte tu tem que ter
um formato diferente, você tem que tratar todos da mesma forma e respeito. Mas
cada ouvinte que participa, cada pessoa que você entrevista, tu tem uma forma de
conduzir o programa.
137
Pergunta: Você acha que essa linguagem que você utiliza no rádio você
poderia estar trabalhando com outros meios ou você teria se adaptar.
Roberto Di Jorge: Teria que me adaptar, cada veículo tem seu meio....e o público é
diferente também. O rádio aqui em Vilhena, pelas as experiências que a gente tem
viajando pelos municípios, aqui em Vilhena que o rádio é um pouco mais amplo...a
gente consegue pegar públicos...dá mais uma globalizada no nosso público ouvinte.
A gente tem ouvinte de todas as classes sociais. Mas se fosse para a televisão teria
de ser diferente, se fosse para jornal seria diferente. Inclusive nos cursos que nós
fizemos, nós aprendemos a redigir a matéria pro rádio, para televisão e para o jornal
impresso. Eu me dediquei ao rádio por que eu gosto do rádio e por que achei mais
fácil de trabalho, mas que se adaptava melhor.
138
Degravação da entrevista com repórter externo Isach Laurentino
29.05.2012
Pergunta: Bom dia isach, eu estou aqui para fazer meu trabalho de monografia.
Eu gostaria que você dissesse o seu nome, dá onde você veio, quanto tempo
você está aqui na Rádio Planalto. Vou tentar fazer perguntinhas do seu dia-adia, do seu cotidiano. Quero saber o seu cotidiano relacionado ao programa
Vale Tudo.
Isach Laurentino: Bom Ivanir, primeiramente é um prazer de você ter escolhido a
gente e a gente fica satisfeito com isso. A gente pode responder dentro daquilo que
a gente convive. Na verdade meu nome é Isach Laurentino, eu vim de passagem do
Pará, na verdade eu sou Paranaense. Daí eu vim para Rondônia há trinta anos
atrás. Eu fiquei aqui uns quatros anos, depois eu fui embora pro Pará, foi quando eu
comecei a trabalhar como repórter e apresentador. Eu era âncora do jornal de meiodia e também fazia reportagem, transmissão de jogos e passei por lá 23 anos. E
depois vim embora para Vilhena em virtude da minha família que mora aqui, mãe,
irmãos que mora aqui, então vim embora para cá para morar e, cheguei até a Rádio
Planalto. Foi mais ou menos assim que a gente chegou até a Rádio Planalto, na
verdade eu não cheguei direto na Rádio Planalto. Eu vim para Vilhena e consegui
me ingressar na Rádio Vilhena, na época não tinha vaga na Rádio Planalto, esse
papel que eu faço na Rádio Planalto não tinha, não tinha esse quadro radiorrepórter,
não tinha. E aí o diretor Carlos Godinho criou o quadro, eu tinha uma programação
comigo de ficar um ano na Rádio Planalto, esse ano estava vencendo, foi quando eu
recebi o convite por parte do próprio diretor da Rádio, para fazer o radiorrepórter. Lá
na Rádio Vilhena, eu estava apresentando programa sertanejo e fazia também um
quadro de informação policial que é o meu forte de trabalho, sempre foi. Daí então
eu fui convidado para fazer esse papel aqui e estou aqui há três anos apresentando
o radiorrepórter. Na verdade eu não apresento só o radiorrepórter, na verdade tua
entrevista é focado no Vale Tudo. Hoje eu sou radiorrepórter apresentador do
radiorre-repórter, faço as reportagens externas, mas também faço as transmissões
de jogos, sou narrador esportivo também. Mas o trabalho dentro do Vale Tudo é
justamente... o foco é reportagem.
Pergunta: Como você caracterizaria o programa Vale Tudo, você acha que ele é
um programa investigativo, você acha que ele é um programa mais para a
utilidade pública, você acha que é um programa voltado por esporte. Qual a
tua visão sobre o formato dele.
Isach Laurentino: Ivanir, o programa Vale Tudo é um programa dinâmico. Na
verdade é assim, a gente tem o âncora, o Roberto que apresenta o programa, ele
faz a pauta dele. Essa pauta a gente percebe que muitas das vezes percebe e eu
estou dentro do programa que ela acaba sendo furada...fura essa pauta, por que
muitas das vezes você monta ele e não sabe como vai ser, no final quando termina o
programa, foi um programa de repente totalmente diferente daquele programa que
você montou, por que ele é muito participativo. E tem esse trabalho que eu faço,
que é meu quadro, saio para rua sem saber o que vai acontecer, então quando eu
estou dando minhas voltas pela rua ou estou procurando essas informações, por que
139
a gente essas informações e o repórter tem que ter um pouco disso. E às vezes ele
se depara com a notícia, então eu sempre digo que o repórter ele não tem que ser
bom ele tem que ter sorte também, para as matérias. Às vezes ele se depara com
situações inusitadas que ele nem imagina que ele...eu já me deparei com situações
chocantes inclusive e que era uma matéria e eu tinha que me incorporar na matéria.
O programa é um programa dinâmico, não tem como montar um Vale Tudo, você
falar eu vou fazer um Vale Tudo que começa ao meio dia e vai terminas às duas da
tarde e minha pauta é essa aqui. Normalmente não consegue por que é um
programa muito participativo, às vezes tem coisa que a gente nem imagina e o
ouvinte liga e fala e, às vezes ele mesmo cobra...pede para o repórter dar uma
passadinha na rua que está assim...nós não tínhamos isso em pauta, o próprio
diretor nem imaginava que aí acontecer, então o programa é muito dinâmico, não
tem como você hoje definir o Vale Tudo. O Vale Tudo eu imagino que não vai
conseguir criar um programa igual ao Vale Tudo. O Vale Tudo nem você consegue
criar ele próprio em si sabe, então dificilmente vão conseguir criar um programa
idêntico ao Vale Tudo.
Pergunta: Como é sua relação com as instituições, você vai muito ao Corpo de
Bombeiro, na polícia deve ter bastante contato...na polícia civil, na polícia
militar. Como eles enxergam o seu trabalho.
Isach Laurentino: Olha Ivanir, é uma situação complicada, por que veja bem, hoje
para você fazer reportagem você não pode fazer uma reportagem para a polícia,
você tem que fazer uma reportagem para o povo. Você não pode desagradar a
polícia, você também não pode desagradar o povo. Por que a polícia está aí para
defender a população, para manter a segurança pública. O bandido por outro lado
está para complicar a vida pública. Então hoje eu tenho fontes da polícia civil, tenho
fontes da polícia militar, do corpo de bombeiros, tenho fontes dos próprios ouvintes
da Rádio Planalto, por que às vezes eles ligam e dizem “olha Isach aconteceu um
acidente na avenida tal”. Então eu preciso de fontes, repórter nenhum tem uma bola
de cristal, ele tem que ter bom entrosamento. Ele conseguindo bom entrosamento
com essas fontes seja polícia, ouvinte, seja bombeiro, seja hospital, seja o ouvinte,
ou seja, até o próprio bandido. Parece que não, mas os bandidos também têm
divergências entre eles, às vezes para eles quebrarem uma boca de fumo de um
concorrente dele, ele acaba denunciando aquela boca de fumo. Então você tem que
ter um relacionamento harmonioso com todas as fontes. Então às vezes você faz
uma matéria que não agrada a polícia, às vezes você faz matéria que não agrada o
bandido e às vezes não agradou a própria população, mas você tem que fazer a
matéria, matéria é matéria. Você tem que divulgar a notícia. Então você tem que
manter a harmonia de todas essas fontes. Mas graça a Deus...essa pergunta que
você está fazendo é pertinente por que veja bem é aquilo que eu disse...se você não
tiver boa afinidade com as fonte você não vai conseguir ser um bom repórter e
nunca vai conseguir chegar rápido na informação. Por que a fonte não chegar em
mim e disser aconteceu um acidente xis, como eu vou saber que aconteceu esse
acidente. Eu preciso ter esse bom relacionamento...graças a Deus em Vilhena nos
três anos que eu faço o radiorrepórter tenho bom relacionamento com minhas fontes
seja ela qual for o sentido polícia, sociedade, hospital....graças a Deus é muito bom.
Então por isso a gente consegue trazer muitas matérias...nunca fiquei um dia sem
trazer uma matéria no dia, mesmo que não é no Vale Tudo ou em outra
programação. Por que o meu trabalho não detém só ao Vale Tudo, eu faço
reportagem no momento que ela acontece, seja no Vale Tudo, no Astros e Dicas, no
140
Locomotiva, no Trânsito Livre, então não tem horário para eu entrar como
radiorrepórter, participo de todos os programas, mas especificamente no Vale Tudo.
Então graças a Deus esse relacionamento é muito bom.
Perguntas: Todas as vezes que você solicita eles entregam as ocorrências.
Isach Laurentino: Tem situação que as pessoas não querem que divulgam, é um
direito que as tem que não querem que divulgam. Eu não sou obrigado a deixar de
divulgar, eu posso divulgar o fato sem divulgar os envolvidos, por exemplo, eu posso
chegar em uma situação onde aconteceu um acidente de uma motocicleta e um
veículo x, sem dizer que é a Ivanir que estava naquele veículo. Só que existe uma
situação quando você não divulga os nomes das pessoas envolvidas no acidente aí
fica aquela preocupação na casa, “será que não foi meu filho, será que não foi minha
filha, minha esposa, esposo”, é uma situação complicada entende. As pessoas
gostam de ouvir notícia, elas não gostam de virar notícia. Mas de qualquer coisa a
gente tem conseguido conciliar e tem dado certo.
Pergunta: Como você chega ao local que acontece...você tem um veículo
próprio para isso. (Nesse momento Laurentino recebe uma ligação em seu
celular de uma ouvinte que sofreu um acidente)
Isach Laurentino: Essa aqui é uma ouvinte que passou por um acidente e ela está
com o problema com Hospital Regional. Além de fazer uma matéria eu acabo
servindo de ajuda para ela receber o atendimento, às vezes você chega ao Hospital
Regional e as pessoas não querem passar a informação, por que no momento ele
não sabe da gravidade da situação dele, acaba apertando ele “cadê a imprensa, vou
chamar a imprensa”. A imprensa só se torna interessante para o ouvinte quando ele
precisa divulgar alguma coisa que interessa ele, mas no momento que ele vai ser
notícia “não não quero o meu nome no rádio”. Essa é um ouvinte, a gente está
acompanhando o caso dela por que foi um acidente que aconteceu envolvendo uma
esposa de um médico, uma pessoa que faz parte da saúde que fugiu do local na
hora do acidente, entende. São situações que a imprensa é muito forte nesse
momento, só que as pessoas veem a força da imprensa e acabam não querendo
divulgar o nome dele, ele não quer o nome dele vire notícia. Ele quer que a imprensa
trabalhe em função dele e, você tem que conciliar essas situações. Por exemplo, se
hoje eu falo mal do Hospital Regional, eu vou ajudar população, não. Eu tenho que
divulgar o fato, aconteceu um fato, eu tenho que divulgar aquele fato, mas eu tenho
que ter um cuidado par anão criar um conflito entre a sociedade e a própria direção
do Hospital Regional. Por que uma se eu precisar de uma fonte lá eu não vou ter,
então tem que ter muito cuidado para fazer isso, sabe. Você tem que ter muito jogo
de cintura para não atrapalhar em vez de ajudar como repórter.
Pergunta: Como você faz para chegar até o local, vocês tem um veículo
próprio, você vai com seu próprio veículo, como que é isso.
Isach Laurentino: Olha Ivanir, isso depende muito do momento, por que o repórter
não tem horário de trabalho. Por exemplo eu entro as sete e saio ao meio dia, ou,
entra as sete e saio as duas da tarde, não. O repórter externo não tem hora certa
para trabalhar, na verdade eu fico com o veículo da rádio parcialmente, por que eu
tenho meu carro, tenho minha moto para eu me locomover. Por exemplo, eu estou
em casa dez horas da noite, aconteceu um fato eu tenho que ir lá fazer uma matéria,
mesmo que eu não leve a matéria para o ar, tenho que ir lá ter conhecimento da
matéria. Eu não vou vir aqui na rádio para pegar o carro da rádio para eu ir lá, por
141
que quando eu chegar lá já não é mais notícia, já não é notícia quente, já passou de
notícia. Hoje quando mais rápido chegar mais importante é. É claro com muita
responsabilidade, então eu uso o meu veículo quando estou em casa ou saio de
casa de manhã e venho para rádio e saio perto de meio dia e venho aqui converso
um pouco e saio com o veículo da rádio e fico até o final do programa. Então eu
venho deixo o veículo na rádio e vou para casa almoçar, esse momento almoço
descanso um pouco e, nesse se acontecer alguma coisa eu saio com o meu carro.
Veículo é uma questão que menos importa para nós aqui, a gente já tem um
entendimento entre eu e a direção. Tanto faz eu estiver com o meu carro ou com o
carro da rádio. Se eu precisar vir aqui de manhã e dizer que irá ter um
acontecimento em tal lugar...se for previsto eu pego e vou. Mas o meu papel é
matéria quente. Acho que você sabe que tem a matéria quente e a matéria fria e o
meu papel aqui é matéria quente, se é matéria quente eu não tenho tempo de vir
pegar o carro para ir atrás da matéria. Eu tenho que chegar nem que seja a pé, de
bicicleta, moto, carro, eu tenho que chegar rápido no local. Esse entendimento entre
eu e a direção é muito aberto, muito consciente que eu tenho que fazer a matéria,
isso que mais importa.
Pergunta: Já aconteceu de você acompanhar o trabalho dela em alguma
investigação, ou no corpo de bombeiro, ou outro que você vai acompanhando
pessoalmente.
Isach Laurentino: Já, já aconteceu várias vezes, em alguma blitz da polícia que
eles programam. Algumas blitz que eles não programam ou que não comunicam a
gente e a gente vai e passa e vê...fica acompanhando para a gente ter uma noção
de como está sendo efetuado o trabalho, o porque da blitz a gente sempre procura
saber. E assim, já teve vários fatores...chega uma notícia que foi encontrado um
corpo em um local...e a gente chega...corre junto...a gente tá ali para fazer as
investigações, acompanham as investigações. Na verdade a gente acaba sendo um
investigador, muitas situações que o detendo acaba não falando para a polícia e fala
para a gente. Muitos detentos que acabam não contando, já teve caso aqui em
Vilhena de crimes que aconteceram que o criminoso não assumir o crime para a
polícia e aí depois que eles conversam com os policias e os policiais falam “se quiser
conversar com o acusado é esse aí”, e eu ir conversar com o acusado e ele dizer
que “fui eu que matei, e não vou assumir” e contar o por que matou e por que matou.
O trabalho do repórter é uma coisa muito gostosa, é muito perigoso também, a gente
passa por situações...eu mesmo já várias vezes ameaçado por morte por parte por
detentos, de preso que não quer que divulga, que a gente coloca uma matéria e ele
diz que não foi daquele jeito e, muitas vezes a gente passa por situações difícil. Mas
já uma coisa que eu já me acostumei com isso, já tem dezessete anos que faço esse
trabalho e graças a Deus...já passei por duas tentativas de homicídios, não aqui lá
no Pará, graças a Deus aqui não chegou isso. Já chegou de ameaças, coisas que
você passa quase toda a semana, três quatro vezes você tem ameaça. Trabalho de
repórter policial e investigativo é bem perigoso sabe, mas você acaba gostando eu
mesmo gostei...tranquilo, eu já acompanhei muitas e muitas investigações policiais e
também caso da polícia com blitz.
Pergunta: Então você se classifica como repórter policial e investigativo. Você
acha que é isso que você faz.
Isach Laurentino: É, é acaba sendo Ivanir, por que acaba sendo, por que você
142
chega no local....teve um crise no ano passado alias no mês passado, um crise
como repórter eu cheguei rápido no local, certo, eu fotografei o local e pude
conversar com pessoas, com testemunhas que a polícia não conseguiu, certo.
Então, quando você vê um boletim de ocorrência falando uma coisa que na verdade
aconteceu outra, você não tem condição de ficar calado, não tem como omitir, você
tem que fazer a matéria como você sabe. Daí você acaba se envolvendo na matéria
e aí você quer ver o desenrolar daquela matéria, de toda a investigação da polícia.
Então você acaba pressionando a polícia, os investigadores. Eu vou aos
investigadores e pergunto como está o caso tal, se descobriram quem foi que
cometeu o tal homicídio, já prendeu, se já tem noção, se alguma testemunha já falou
deu uma pista para a polícia. E você acaba envolvendo até a prisão daquele
acusado, no momento que você ele foi preso você conversa com ele e você tem
todo o diagnóstico do que aconteceu e, as vezes muito melhor que a polícia tem, por
que falam mais para gente do que para a própria polícia. A sociedade tem medo de
se envolver com a polícia, mas com o repórter não.
Pergunta: Mas por que você acha que ele se identifica tanto com o repórter,
com o jornalista.
Isach Laurentino: Na verdade é por que ela tem medo de ser testemunha, todo
mundo tem medo de ser testemunha, certo. Aqui esse ano ainda teve vários crimes
de homicídios que as pessoas estavam dentro da casa quando a pessoa, a vítima foi
alvejada a tiro, então, não tem como dela não ter visto quem atirou e, ela se omitir de
dizer quem atirou, por medo de ir em depor e no depoimento ela ter que falar foi
fulano, entende. Aí no depoimento ela tem que ser testemunha ocular do crime e, ela
pode simplesmente dizer que como fala sempre eu não vi nada. A pessoa chegou
com um capuz, chegou com um capacete, mas não tem como não saber de nada,
sempre sabe. Mas o medo de sair e morrer ou ser vítima e ser tentativa de homicídio
por que é testemunha, então faz ele dizer que não viu nada, mas para a imprensa é
diferente. Para a imprensa eles não tem que responder...como eles falam eu vi uma
pessoa com as aparências assim assim assim, pareceu muito com fulano de tal, mas
não me pergunte e não me coloque como testemunha que eu digo que não. Ela tem
de medo de se expor, mas acaba falando para gente como repórter. Se você souber
chegar na pessoa e conversar ela acaba te contando tudo e para a polícia eles
omitem tudo.
Pergunta: Como você faz com essas informações, você disse que
independente das ocorrências for uma coisa, você tem que passar a tua visão
em relação ao caso, mas em relação a fonte você preserva o nome, você
preserva algumas para manter até mesmo a confiança de quem está passando
a informação.
Isach Laurentino: Daí que parte da responsabilidade do bom relacionamento com
suas fontes. Por que a partir do momento que eu coloco o teu nome, ponho o teu
nome com você me contou eu acabo colocando tua vida em risco também. Então
você tem que ter responsabilidade enquanto profissional enquanto repórter, por que
o que eu faço quando acontece isso, eu coloco uma fonte, uma testemunha que não
quis se identificar, que passando pelo local no momento viu alguém com as
características tal, é assim que eu fecho minhas matérias, sabe. Eu coloco uma
testemunha que não quis se identificar que no momento acabou falando isso isso.
Sempre preservando máximo possível a integridade daquela pessoa e da confiança
daquela pessoa, por que a partir do momento que você eu divulgar o nome de uma
143
fonte, ninguém mais irá ter coragem de falar nada para mim, por que tudo mundo
não fala para polícia justamente com medo de ser exposto, por que no mínimo o
nome dela vai no boletim de ocorrência dessa testemunha. Então quem...o
advogado daquele criminoso vai ter acesso aquele boletim, as pessoas tem medo é
disso daí por que no fundo o advogado vai saber que depoimento da testemunha,
daí ele tem medo de quando ele sair de lá e se comprometer, passar de testemunha
passar de ser vítima. Então para gente tem que ter muita responsabilidade nas
nossas perguntas, no nosso trabalho que acaba sendo investigativo também, para a
gente ajudar a sociedade e a própria polícia elucidar o crime e não complicar o
crime, então esse cuidado o repórter tem que ter para poder ter um bom
relacionamento com a polícia, com a testemunha, com a sociedade e também com
os envolvidos. Você nunca pode fazer uma matéria...não tem como eu te ensinar, eu
tenho sempre o cuidado de divulgar o nome de um suspeito, de um suspeito, eu só
digo que ele é depois de conversar com ele e ele confessa o crime, daí eu falo
“segundo informações do acusado que acabou confessando, assumindo o crime, o
crime aconteceu dessa forma aí” e coloco como ele me falou não é como a polícia
falou, procuro saber dele, de alguma testemunha e da polícia e faço a matéria tomar
um rumo certo, por que a matéria sempre tem um duas trás versões a matéria,
nunca tem uma versão só sempre te várias versões. Quando você não pega do
acusado você pega de alguma testemunha, sempre vai ter uma versão diferente, por
isso você tem que ir ao local, você não pode pegar o boletim de ocorrência e ler o
boletim de ocorrência, por que daí você arruma conflito, se você não ouvir a outra
parte, mesmo que você não ouve a outra parte, mas você tem que ouvir a outra
parte.
Pergunta: Dos boletins de ocorrências quantos percentos você apura, por que
eu acho que não dá para apurar todos os casos, mas em geral você acha que
consegue apurar 100% ou não...ou tem um porcentual.
Isach Laurentino: Você fala dos boletins de ocorrência? Não tem como, tem vários
tipos de boletim de ocorrência, o policial...você pega agressão, você pega homicídio,
você pega acidente, você pega até registro de ameaça, briga de família, agressão
de pai e filho, filho em pai, menores envolvidos que não são criminosos ....na
verdade você não pode dizer o menor como sendo bandido, na verdade você tem
que colocar com menor infrator, o menor quando está sendo preso nunca está sendo
preso ele está sempre internado. Então são tantas coisinhas que você tem que
tomar cuidado para não colocar em risco o seu trabalho. Por exemplo, eu tenho
dezessete anos de trabalho na área policial e graças a Deus eu não tenho nenhum
processo, nunca tive um processo. Já tentaram mais não acharam meios legais para
me processar, por que eu tenho muito cuidado, a gente não é perfeito mais a gente
tem que tomar o máximo de cuidado, senão acaba colocando em risco sua
profissão. Então todo cuidado é pouco ainda na reportagem.
Pergunta: Como você faz para selecionar os boletins de ocorrências, por que
não tem como você colocar todos no ar num dia só. Quais seriam os seus
critérios para falar daquele boletim e não do outro.
Isach Laurentino: Veja bem, aqui no Vale Tudo, nós temos uma divisão de trabalho.
O Roberto faz o trabalho mais político e como âncora do jornal, certo, ele dirige o
jornal. O meu trabalho é matéria quente, reportagem quente, seja ela de caráter
político, seja ela de caráter policial, independente disso é matéria quente, aconteceu
144
um fato político ele é quente, eu vou lá e faço, certo. Quando eu não acho essa
matéria quente eu procuro dentro dos boletins de ocorrências a matéria de maior
repercussão, por que hoje o que seria uma matéria interessante um
radiorrepórter...por que o radiorrepórter pegou, por que o radiorrepórter colou, por
que as pessoas gostam do radiorrepórter...por que quando toca a vinheta do rádio
repórter ele tem certeza que vem uma notícia quente. Eu não posso entrar como
radio repórter colocando uma notícia fria, um fato que não é mais novidade na
sociedade, entende. Então eu procuro selecionar dessa forma...um boletim que
ainda ninguém teve acesso, certo...tem hora que passo horas...é difícil, as vezes as
pessoas pensam que é fácil, mas é difícil, daí é quando entra aquela parte que eu
disse no início da entrevista, você tem que ter um pouco de sorte também. Às vezes
eu estou saindo da delegacia, estou chegando da delegacia...vai chegando uma
viatura, vai chegando algumas pessoas, eu já procuro “Opa, se vai chegando na
delegacia pra rezar não é né”. Então eu procuro ficar sondando, não chego de uma
vez, de repente até a pessoa procura, “você é o repórter!? Eu queria falar sobre isso,
está acontecendo isso, como é que eu faço!?” daí eu entro, me envolvo e acabo
criando uma matéria. Então você tem que estar muito atento na seleção de tua
matéria e, a seleção dos boletins é isso, uma matéria que ainda foi publicada, esses
são os critérios que eu uso é isso aí. Conto na verdade mais repercussão ela tiver,
melhor é a matéria.
Pergunta: Para você o que seria uma matéria de repercussão.
Isach Laurentino: Um fato que chama atenção, por exemplo, uma tentativa de
homicídio é um fato de repercussão, “mas puxa tentaram um homicídio” é uma
repercussão. Mas um acidente...hoje em Vilhena a gente tem uma média de oito
acidente/dia. É uma matéria de repercussão?! Não é, virou comum, é notícia, não
deixa de ser notícia, certo, é importante até essas informações mais não é de
repercussão. Por que hoje furto de bicicleta é repercussão!? Não é, por que roubam
bicicleta todos os dias, às vezes roubam bicicletas aqui e abandonam ali. Então é
uma matéria de repercussão!? Não para mim, para o meu critério não é. Então seria
um assalto, uma tentativa de homicídio, um homicídio próprio em si, um latrocínio,
esses crimes dessa natureza. Uma boca de fumo hoje, quase não está se tornando
uma matéria de repercussão, até as próprias leis já não estão deixando as bocas e
fumo...não tem como você fechar todas as bocas de fumo. No ano passado eu fiz
uma matéria, eu demorei para fazer, mas em Vilhena nós tínhamos mais de
trezentas bocas de fumo, a maioria delas eram entre o Cristo Rei e o Setor 17, só ali
tinha mais de 150 bocas de fumo. Quer dizer é matéria de repercussão!? Não é mais
matéria de repercussão. Então, o tráfico de droga em si, sim, mas o comércio de
drogas não se torna mais uma matéria de repercussão. O tráfico é um, o comércio é
outro e o uso da droga é outro, são todas situações diferentes, a partir do novo
código penal, o próprio porte de droga não vai ser mais crime, então são situações
que vão deixando de ser repercussão. Antigamente alguém pegava alguém fumo
droga “puxa, um absurdo na cidade”. Hoje fumar droga a pessoa já ... vender droga
nem já estão quase preocupado, daqui um tempo tráfico de droga já não vai ser
crime..para mim é matéria de repercussão.
Pergunta: Porque você acha que as pessoas de interessam por esses
assuntos, o que você acha o que levam as pessoas a se interessarem por isso
e pararem para ouvir uma notícia.
Isach Laurentino: Na verdade Ivanir, o cidadão, o brasileiro ele gosta, ele não quer
145
tragédia, mas ele gosta de ouvir tragédia, se você coloca uma entrevista no ar de um
político, uma grande parte da sociedade desliga o rádio, se você coloca um
delegado para falar dos fatos que aconteceram, todo mundo deixa de almoçar para
ouvir o rádio, certo. Ninguém gosta de tragédia, fatos de repercussão, fatos
sangrentos ninguém gosta, mas ele para escutar, aparece uma questão natural do
ser humano, do brasileiro, dele ouvir. Quanto pior melhor, para ouvir, “não quero que
acontece na minha rua”, mas se acontecer na rua dele, ele é o primeiro a correr para
o rádio ou para o veículo de comunicação, TV ou seja lá o que seja, para ver aquilo
ali, entende, não quer que acontece mais é uma questão natural.
Pergunta: Em relação aos acidentes, como você faz para estar noticiando
quando acontece...para você poder estar noticiando quando acontece. Você
que tenta preservar o nome caso não quer. Você fotografa né, você disse que
tira foto, como fica isso.
Isach Laurentino: Eu registro Ivanir, por que às vezes serve até para a própria
pessoa, entende, na verdade eu trabalho com rádio, mas eu também tenho um site
de notícia também. Mas eu trabalho com rádio e o que interessa é o áudio, mas eu
registro por que de repente eu faço a matéria e coloco a matéria no ar e a pessoa
disse que não era ele que estava ali, então de repente pode pesar para mim, então
eu acabo para documentar minha matéria, certo. Mas assim, eu procuro no mínimo
possível fazer comentário sobre o fato, por que de qualquer forma você sempre
corre o risco de ter problema, mas não pode deixar de passar a notícia, entende.
Então eu procuro evitar os comentários, eu coloco, por exemplo, que “aqui na
avenida Major Amarante esquina com a Marques Henrique que o veículo gol placa
tal, cor tal”, isso para as pessoas identificarem qual o veículo, entende “se envolveu
com a motocicleta placa tal, modelo tal e o condutor da motocicleta fulano de tal foi
conduzida até o Hospital Regional para cuidados médicos. Aqui no local s
informações que a gente tem é que houve escoriações ou que houve fraturas”. O
fato que é verdade, que eu tenho certeza que eu vi e que eu fotografei, por que
depois não podem dizer que eu não estava no local e você falou que eu estava.
Então eu procuro fazer minhas matérias locais, por exemplo, mas você vai falar uma
matéria que eu não queria que falasse, não queria me expor. Mas você s expor no
momento que se envolveu no acidente, você virou notícia certo, de repente até para
sua família para um amigo “puxa, a Ivanir até local lá em Vilhena saiu para ir ao
trabalho e acabou se envolvendo no acidente, então você virou notícia, não quer
mas virou notícia. Mas a forma que eu vou passar essa matéria é que vai agradar ou
não desagradar aos envolvidos, então na maioria dos acidentes, a imprensa não
todas, acabam enfeitando muito a matéria e, no enfeitar a matéria acaba ele se
envolvendo na matéria e a caba ele prejudicando uma das parte. Por isso que
ninguém quer que divulga o nome com medo do sensacionalismo da matéria, não da
matéria em si, até depois ele quer saber “como foi o meu acidente”. As vezes nem
ele mesmo sabe como foi o acidente. É através da imprensa, da mídia que ele vai
saber como foi o acidente, mas se você criou um sensacionalismo dentro daquela
matéria aí ele vai ficar descontente com a matéria, aí sim ele começa ter mágoa,
começa a correr atrás dos direitos. Mas se você fazer a notícia seca em si, divulgar o
fato em si, para ele também é interessante.
Pergunta: O rádio na verdade não tem imagem, então você vai tentar transmitir
através das palavras o que está acontecendo no momento. Como você lida
146
com essa linguagem do rádio, para o ouvinte que esta em sua casa estar
imaginando o que está acontecendo.
Isach Laurentino: Ivanir, na verdade você tem que buscar a credibilidade. Se você
buscar a credibilidade na imprensa, alguém pode estar te vendo, pode não estar te
vendo, com imagem ou sem imagem, você cria a credibilidade, o ouvinte confia na
sua matéria certo, você transmite isso e ele acredita. Infelizmente a gente alguns
meios que acabam tirando esse foco verdadeiro da imprensa, que é o trabalho
verdadeiro. Então quando você consegue ter credibilidade você transmite aquilo que
é verdade e de repente você até envolve alguma testemunha ali. Para alguém contar
o fato entende, você consegue transmitir aquilo ali e eles acabam acreditando.
Nesses sentido envolve aquela responsabilidade do repórter, por que se você cria
sensacionalismo, você perde credibilidade, se eu coloco por exemplo de uma
forma...se eu não tenho a veracidade da coisa, se eu não transmito avenida tal
sentindo tal, cruzamento tal e segundo informação do corpo de bombeiro, da polícia
militar que está no local, as vezes eu envolve o policial militar que está no local, as
vezes envolvo o pessoal do corpo de bombeiro, as vezes eu envolvo uma
testemunha ou até a própria vítima ou um dos envolvidos no acidente. As pessoas
se comunicam, eles escutam o rádio e ligam um para outro e o “repórter falou assim
assim, mas foi mais ou menos assim mesmo”. Então eles acabam...aquela pessoa
envolvida acaba acreditando em todas as notícias que você fizer. Então você tem
que ter primeiramente ganhar a credibilidade pública, depois de você ganhar a
credibilidade pública, você zelar por ela e daí as coisas vão fluindo.
Pergunta: Como você faz para transmitir a informação. Quais os equipamentos
que você usa para transmitir a informação, por que você não está aqui nos
estúdios, normalmente você está na rua. Como que é essa transmissão de
notícia.
Isach Laurentino: Por exemplo, agora você está trabalhando com um gravador né,
eu trabalhei muito tempo com gravador assim também, por que eu gravava e levava
para o ar e, no caso do meu trabalho no rádio, especificamente com o meu trabalho
como rádio repórter eu tenho que trazer notícia quente. Aí o que eu utilizo, nós
temos aqui uma unidade móvel que funciona no carro e depois se você quiser eu
posso até te mostrar como funciona ela. Inclusive se você quiser acompanhar ao
meio dia como que é um pouco o trabalho para o seu conhecimento, talvez não
tenha a oportunidade hoje, mas pode ser outro dia para você ver como a gente
trabalha, mas fica o convite se uma hora quiser. É, nós temos o microfone com o link
móvel ele é ligado na mesa aqui dentro, quando eu chego no local do fato eu pelo
microfone ...ligo o microfone, chamo aqui. O Raimundinho já ouve no estúdio e dá o
sinal aqui que eu estou chamando como radio repórter e o Roberto entra no ar. Aí eu
passo pelo microfone no link normal. Quando eu não estou com o veículo da rádio
eu uso o celular, daí eu já faço pelo celular e aí eu ligo para rádio e aí a rádio me
retorna a ligação e aí eu faço pelo celular no mesmo sistema do link móvel, só que é
um outro botão da mesa do estúdio. Mas os dois meios que utilizo é justamente o
celular e o link móvel com o próprio microfone. É um microfone normal que nem
esse aqui só que você tem link que tem antena ligado aqui, com um canal na mesa e
aí jogo no ar normal e em tempo real.
Pergunta: Isso você acha que facilita para a notícia se quente, na facilidade de
transmissão, sem ter muitos equipamentos.
Isach Laurentino: Sim, facilita muito, facilita por que...facilita muito, por que
147
enquanto a gente chega em um local de um fato, chegamos...jornal escrito, sites on
line, televisão e o rádio, quando eles vão fechar a matéria deles eu já passei a
notícia uma meia hora antes talvez..quatro cinco antes. Até que eles vão fechar
aquela matéria editada, eu já fiz tudo. Te momentos ali que antes de sair com a
vítima do local do acidente já foi para o ar. Antes de chegar no hospital já não é mais
notícia, por que o pessoal já sabe, entende, não é mais novidade pára ninguém. É
muito rápido o meio de comunicação da forma que a gente trabalha na Rádio
Planalto é muito rápido, facilita muito.
Pergunta: o que você vê o que é importante noticiar.
Isach Laurentino: Para mim é importante noticiar tudo aquilo que não trás
transtorno para a sociedade. Diria por exemplo, um casal teve um conflito, o esposo
e a mulher brigaram e foram parar na delegacia. É importante isso para a
sociedade!? Não acho eu como repórter isso interessante, acho uma questão muito
pessoal e uma situação que de repente que foi uma situação momentânea e, se eu
colocar isso no ar vai prejudicar aquele casal e não vai ajudar em nada a sociedade.
Para mim é um fato que não é notícia isso aí certo. As vezes a pessoa não acha o
que colocar como matéria e coloca uma matéria dessa natureza certo. As vezes tem
situação que envolve a família e não tem como você se segurar...tem que ser
notícia. Mas um fato particularmente entre casal par Amim não é notícia,
principalmente isso daí. Tem outros fatores também mais o principal seria a vida
conjugal.
Pergunta: Você trabalha com notícias quentes, mas teve um caso que você
teve que se aprofundar mais, você noticia hoje amanhã você tem que noticiar
de novo, com novos dados ou buscar mais informações. Acontece isso ou
não, na maioria você noticia acabou a amanhã é outro.
Isach Laurentino: Pelo contrário, pelo contrário se eu fizer a matéria hoje e
esquecer dela eu acabo não caracterizando um repórter investigativo. Eu caracterizo
um repórter hoje e amanhã eu tenho um novo fato daquela matéria e
consequentemente eu vou ter novas notícias daquela...até por que para a própria
sociedade é interessante. “Olha aconteceu um assalto agora na farmácia tal”. Eu
anuncio a notícia a qualquer momento. Vamos que amanhã pegaram os assaltantes,
aí já não é mais notícia!? Não, eu tenho que trazer essa notícia para a sociedade
souber quem foram os assaltantes, inclusive na semana passada assim onde o
assaltante não queria que eu divulgasse o nome dele por que ele trabalhava na
oficina aqui na cidade, por que ele era uma pessoa não tinha passagem pela polícia,
até então ele não tinha, mas a partir dali ele começou a passar para a sociedade e
para ele mesmo, se ele estava tentando se enganar...por que ele que quis...que ele
é uma pessoa perigosa, por que qualquer pessoa pode recontratar esse cidadão,
esse rapaz, esse assaltante...como que uma pessoa direita iria deixar de colocar
uma pessoa direita para colocar um bandido lá dentro. Passa a colocar em risco a
própria integridade do grupo de serviço ali dentro dos trabalhadores e dele também,
a empresa dele. Então você tem que divulgar depois quem foi o assaltante e daí
para a própria sociedade saber que a polícia está trabalhando no caso, ela não
parou. Então para sociedade é bom e para a polícia também, certo. A polícia vai
saber que nós estamos trabalhando no caso e estamos divulgando o trabalho deles,
que houve um início e houve um fim e para a sociedade que ficou sabendo
quem...que houve o fato e quem praticou o fato. E quem praticou o fato está preso e
148
quando ele for solto tem que divulgar...”a justiça acabou depois de eliminar liberando
o acusado fulano de tal que vai responder em liberdade”...entendeu é dessa forma
que a gente trabalha, dá uma sequencia dessa matéria sim.
Pergunta: Você tem o hábito de associar um fato com outro que
aconteceu...você já está aqui na Rádio há três anos, normalmente você vai
noticiar aquilo que você conheceu. Fazer comparações, aconteceu um caso
hoje você vai comparar com um caso que aconteceu ali a três anos.
Isach Laurentino: Não, não tenho hábito de fazer isso. O meu trabalho desvincula
todos os acontecimento, eu normalmente gosto de trabalhar com números, gosto
muito de trabalhar com números. Por exemplo, se você perguntar quantos
homicídios aconteceu em Vilhena esse ano, eu sei um por um, ano passado o ano
retrasado, eu sei todos. Quem foi quem cometeu o homicídio tal, eu sei te dizer
todos, eu acompanhei todos os homicídios que aconteceram em Vilhena nos últimos
três anos. E as investigações desses homicídios também, tenho números de fatos e
não precisa eu comparar um e outro por que todos eles são diferentes um dos
outros. Todos dos homicídios que aconteceram aqui todos diferentes um dos outros.
Quando envolvendo a mesma pessoa aí sim, o acusado ou o suspeito cometeu um
crime mês passado, cometeu outro agora e ainda não foi preso, cometeu ano
passado este ano cometeu outro crime aí eu associo para lembrar que foi fulano que
tal que cometeu no ano passado, “ele foi liberado para responder em livre e agora
cometeu outro crime”. Mas não ligo um crime ao outro, sempre faço separado.
Pergunta: Você tem um arquivo de tudo, você faz anotações tipo um portfólio,
não sei se assim que se diz, justamente para você ter esses dados por que não
tem como memorizar tudo. Você faz isso.
Isach Laurentino: Faço sim, mas para mim mesmo. Se você pergunta um histórico
de um homicídio, principalmente os homicídios que eu acompanho mais, faço
trabalho investigativo nesse caso. Eu sei o histórico daquilo ali eu não preciso pegar
um papel “esse homicídio aconteceu...”, não preciso disso, eu preciso disso, eu sei
tudo daquele homicídio, tudo o que foi divulgado, tudo que foi investigado eu sei
todos. Agora eu também tenho dados arquivados, guardado.
Pergunta: Até mesmo assim, hoje você está a três anos, você pode acontecer
de você ficar dez vinte anos, os arquivos servem justamente para isso, é uma
historia contada daquele período. Hoje você sabe por que é muito atual ainda,
se você ter esses dados talvez você vai lembrar o que mais repercutiu mas
não.....
Isach Laurentino: São muitos, nesse ano mesmo a gente já chegou...a gente ainda
está me meio do ano e a gente já tem um número muito aproximado do número de
homicídio que aconteceram em todo o ano passado. No ano passado a gente teve
21 homicídios e a já estamos com 18. Então está muito pertinho e gente ainda está
no meio do ano, então é muito complicado você guardar tudo, mas se você pegar
um fato isolado eu sei te contar a história do fato isolado, de todos os crimes que
aconteceram nos últimos três anos aqui na cidade de Vilhena.
Pergunta: E você acha que esses dados ocorreram por que, esses fatos, esses
tantos homicídios, foram caso isolados.
Isach Laurentino: Na minha opinião foram crimes que aconteceram foram crimes
149
mais ligado a droga, ao entorpecente, tem alguns que não é a grande minoria. No
ano passado da mesma forma, no ano retrasado não foi diferente. Então os crimes
na grande maioria, acredito que 60 a 70 porcento dos crimes que acontecem em
Vilhena são por drogas, consumo de drogas, envolvimento com a lei do crime, não
pagou morreu.
Pergunta: Você se considera o porta voz ou o mediador da comunidade, por
você ser um mediador de utilidade pública.
Isach Laurentino: Poderia dizer que sim e que não. Por que seja bem utilidade
pública é uma coisa muito social e o meu trabalho é mais voltado ao mundo policial.
Então agrada muita gente e desagrada muita gente. Uma notícia que na minha
opinião seria bem de utilidade pública: “Essa semana vai ter uma ação do Hospital
Regional uma equipe vai estar vacinando em tal local”. A gente também faz esse
trabalho mais é muito menos, então seria uma coisa por ai. O fato policial nunca
agrada a tudo mundo, a mãe, o pai a família nunca gosta que fala da pessoa da
família, então sempre desagrada alguém. Utilidade pública sempre precisa agradar
todo mundo, servir para todo mundo e a notícia policial acaba desagradando muita
gente. No momento a gente faz esse trabalho mas muito pouco, no meu caso seria
notícia para não agradar a todos.
Pergunta: Obrigada pela entrevista, mas antes eu queria que você passe
alguma coisa, um dado ou uma informação que eu não tenha perguntado,
sobre o programa Vale Tudo e principalmente sobre o seu trabalho no
programa Vale Tudo, você fica a vontade para passar alguma informação,
algum dado que você acha relevante.
Isach Laurentino: Eu acho que ficou bom, você fez uma síntese boa, você bolou
bem as perguntas, acredito que a gente respondeu dentro daquilo que vive aqui
dentro, o entrosamento nosso é bom e isso é muito importante ter uma equipe bem
entrosada, um respeita o trabalho do outro. Isso a gente vive aqui dentro, em
especial isso, você tem que ter um bom entrosamento para se dar bem. Você está
fazendo um curso universitário voltado para as matérias para a reportagem...é
princípio básico é você se entrosar bem, não só com a sociedade mais com o grupo
é importante, dentro do grupo que você está. Hoje no Vale Tudo você tem o
Roberto,tem o Saturnino, tem Isach Laurentino, tem Raimundinho Nonato, tem o
diretor, são cinco envolvidos diretamente no programa Vale Tudo. Então se você tem
um envolvimento harmonioso dentro do grupo acaba refletindo lá e isso é muito bom.
Então o entrosamento é muito importante e é claro a gente quer agradecer você e
torcer que a nossa entrevista possa servir para o trabalho de vocês e que vocês
possam fazer bom aproveito das palavras que foram feitas das palavras que foram
feitas. Nós aqui do Vale Tudo quer agradecer você de ter escolhido a gente para
fazer parte desse trabalho de vocês e torcer para que tenhamos atingido a meta de
vocês, que seria de fazer um trabalho bom e queria agradecer a audiência que
vocês tem no programa Vale Tudo e pedir que sempre que precisar a porta estará
aberto principalmente da minha parte, obrigado.
150
Degravação da entrevista do sonoplasta da Rádio Planalto
Raimundo Nonato
02 de junho de 2012
Pergunta: Fala para mim quando você iniciou como sonoplasta aqui na Rádio
Planalto:
Raimundo Nonato: Eu venho trabalhando em rádio desde 1980. Trabalhei por 10
anos na Rádio Vilhena, daí eu pedi as contas, fui embora e depois voltei. Vim para
cá em 91, aliás final de 90 e até agora estou aqui. Eu sou sonoplasta e técnico de
reparos, técnico em eletrônica.
Pergunta: Você veio dá onde, de que cidade que você veio.
Raimundo Nonato: começar mesmo como sonoplasta eu comecei em Rondônia.
Comecei na Rádio Vilhena aprendi lá, lá bem dizer foi uma escola para mim e estou
até hoje no rádio.
Pergunta: Você fez algum curso, alguém te ensinou.
Raimundo Nonato: teve uma época que em 81, a primeira rádio que teve aqui.
Peguei uma base por ali mesmo. Fomos aprendendo por ali e fomos ensinando
quem queria, quem queria trabalhar em rádio. De lá para cá vem deslanchando...a
gente ensina, aprende mais um pouco e ensina também.
Pergunta: Aqui é só você que trabalha como sonoplasta.
Raimundo Nonato: Aqui tem eu só ...nos horários de jornalismo só. Mas tem os
meninos que fazem a locução e sonoplastia ao mesmo tempo...aprendeu o que a
gente ensinou.
Pergunta: Como que é o seu trabalho em relação ao Vale Tudo, você já tem um
script do programa, já o momento que tem que entrar...você que coloca as
vinhetas, as musicas, os comerciais...como que é isso.
Raimundo Nonato: Hoje é tudo na base do computador, mas antes a gente tinha
que ter uma programação de música, existia o discotecário, ele manda para a gente.
Hoje não... tem a computação o ouvinte pediu você já vai lá bate uma letra e
aparece a letra da música e já solta imediatamente.
Pergunta: Em relação ao Vale Tudo também é tudo no computador.
Raimundo Nonato: O programa Vale Tudo, a maioria é improvisado, por que a
gente tem que ter muito cuidado com denúncia essas coisas. Então o sonoplasta
tem que estar reciclando quem vai, quem não entra. Na hora do comercial a gente
tem uma tabela do horário certinho, naquele horário a gente tem que sair com o
bloco comercial.
Pergunta: Se tiver um ouvinte no ar, tem que cortar e entrar para o comercial.
Raimundo Nonato: Não, se tiver ouvinte no ar tem que esperar ele terminar, vai dar
um sinal para o locutor que vai entrar o bloco comercial e daí ele libera para entrar
para o comercial. A mesma coisa é música, se tivesse o locutor aqui, eu já estava
151
com uma programação lá e ele já sabia qual a música que ia tocar em seguida.
Pergunta: Como é a sua comunicação com os locutores daqui. É tudo por
equipamento.
Raimundo Nonato: a gente se comunica pela sintonia um com o outro. Eu fico
nessa salinha ao lado, dali dá para eu ver eles aqui. Quando vai entrar um eu abro o
microfone para o outro. Vai entrar uma entrevista eu vou abrir para a entrevista.
Pergunta: Como você lida com os problemas técnicos que ocorrem, na
hora...pode acontecer.
Raimundo Nonato: Pode, às vezes a gente está trabalhando e acontece uma pane,
uma queda de energia, e daí a gente tem que ser muito rápido é correria total,
questão de cinco minutos tem que estar ar novamente, a tolerância de voltar ao ar é
de cinco minutos.
Pergunta: Quando acaba a energia vocês tem um transmissor.
Raimundo Nonato: Sim, tem dois transmissores. Um aqui dentro que é de 5000 mil
e tem outro lá em cima, na outra casinha. A dificuldade é de ir daqui até lá, quando é
queda de energia é só ligar o motor.
Pergunta: E aqui como que é, se ocorre algum problema...é só por sinal.
Raimundo Nonato: É só por sinal, quando ele vê uma coisa que não é aquilo que
ele quer ele me dá um sinal. Aí eu já corto o microfone, eu tenho total liberdade de
fazer isso.
Pergunta: Quais são as maiores dificuldades encontradas como sonoplasta.
Raimundo Nonato: A dificuldade foi na época do “discão”. A gente saiu do vinil para
a informática, aí foi mais difícil porque tive que fazer curso de informática para ter
uma base. No tempo de vinil não...você tinha que correr para escolher uma faixa de
música, colocar a agulha em cima e tocava. A dificuldade mais para aprender isso,
hoje não tem mistério nenhum.
Pergunta: Quais os equipamentos ou programa que você utiliza para a
transmissão do programa Vale Tudo.
Raimundo Nonato: A tem uma mesa de consolo e dois computadores, é só isso que
precisa. A gente de um lado a vinheta de abertura, do outro lado a trilha sonora, trilha
de fundo. Cada um tem sua pastinha no computador para poder dar sua
chamadinha, quando vai entrar um ouvinte você dá um toque.
Pergunta: Quando tem uma questão polêmica você loca uma música para dar
aquele impacto mais...
Raimundo Nonato: Mas daí não, é tudo igual para não dar sensacionalismo. Se
chega uma pessoa aqui para dar uma entrevista é tudo igual. O som musical, no
caso eles falam ruído musical é tudo um só. No caso se mudar um terá que mudar
todos.
Pergunta: Quais as vinhetas que você coloca.
152
Raimundo Nonato: Tem a vinheta de abertura,.,vinheta de comercial, vinheta de
chamada de ouvinte, tem vinheta de entrevista. Tudo tem sua chamadinha, se entrar
um entrevistado aqui vai ter uma vinheta para chamar ele. Tem entrevista gravada,
tem a vinheta da entrevista gravada.
Pergunta: Repete para mim o seu nome completo.
Raimundo Nonato: Raimundo Nonato Sampaio
Pergunta: Você nasceu na onde.
Raimundo Nonato: Eu nasci em Quixadá, Ceará.
Pergunta: Quando você veio para cá era novinho.
Raimundo Nonato: Eu vim para cá em 77, eu estava com 12 anos. Eu trabalho no
governo, na prefeitura, na época do Vitório Abraão era prefeito e saí para trabalhar
em rádio.
Pergunta: Você já identifica com isso.
Raimundo Nonato: Eu sempre gostei, eu ouvia muito rádio de fora, de emissoras
de outros Estados. Eu prestava muita atenção. Na primeira vez que abriu a rádio dos
Morimotos, da Rádio Vilhena, eu já fui lá procurar trabalho. Tem muita gente que eu
ensinei, tem gente que trabalha em outros locais e foi eu que ensinei, tem alguns
que moram no Paraná, outros em Mato Grosso do Sul, foi eu que ensinei. Aqui
também já ensinei um, a maioria dos que trabalham na cidade eu ensinei. Todos que
pedem para ensinar a gente ensina o que sabe [...] Só nessa rádio vai fazer 22 anos,
vai fazer 22 anos em dezembro [...] Como ela na época estava em caráter
experimental...eu tinha ido para o Paraná, fiquei um ano lá, quando voltei vim direto
trabalhar aqui.
153
APÊNDICES
Laudas radiofônicas
Programas gravados do dia 17 de abril até 23 de abril de 2012
DATA
APRESENTADOR
17.04.12
HORA
ROBERTO DI JORGE
E SATURNINO
RETRANCA
12hs00
14hs00
LAUDA
Jornalismo de “Vale Tudo”?
PROGRAMA
REDATOR
VALE TUDO
ABERTURA
2 DUAS
2 horas
1º BLOCO – ESPORTE
01
TEMPO
+ O LOCUTOR FALA DOS CAMPEONATOS
LOCUTOR 01/ROBERTO DI JORGE REGIONAIS, PASSANDO OS RESULTADOS DOS
JOGOS DO ESTADO DE RONDÔNIA E DE
OUTRAS
REGIÕES
E
FAZ
COMENTÁRIOS
SOBRE ELES.
+ O LOCUTOR CONVERSA COM O SECRETÁRIO
DE ESPORTE DO MUNICÍPIO DE VILHENA,
LOCUTOR 01/ROBERTO
WELLINGTON, NOS ESTÚDIOS DO PROGRAMA.
O SECRETÁRIO DIZ SOBRE OS RESULTADOS
DOS JOGOS ANTERIORES E O DIAS DOS
PRÓXIMOS JOGOS E O LOCAL QUE IRÃO
ACONTECER.
ROBERTO
CITA
NOMES
DE
EMPRESÁRIOS QUE PATROCINAM OS TIMES
DO MUNICÍPIO.
14HS18MIN ENTRA PARA O COMERCIAL E
VOLTA AS 14HS22MIN
2º BLOCO
REPORTAGENS POLICIAIS.
ASSUNTOS
NESTE
BLOCO
COM
A
COLABORAÇÃO DE SATURNINO DE OLIVEIRA
154
QUE
FALA AO
VIVO
DOS
ESTÚDIOS
DO
OCORRERAM
NA
PROGRAMA VALE TUDO.
LOCUTOR 02/SATURNINO DE
+DOIS
OLIVEIRA.
CIDADE, NO DOMINGO. ROBERTO TAMBÉM
ACIDENTES
QUE
FALA SOBRE O ASSUNTO.
+ENTRA AO VIVO UMA OUVINTE COM O NOME
DE
OUVINTE AO VIVO
JAQUELINE,
HÁ
INTERRUPÇÃO
DO
ASSUNTO ANTERIOR. ELA PEDE PARA ALGUÉM
ENTRAR EM CONTATO (DIRCEU VALTER). ELA
PASSA O NÚMERO DE TELEFONE PESSOAL
PARA ELE ENTRAR EM CONTATO COM ELA.
LOCUTOR 02/SATURNINO
+ROUBO DE UMA TELEVISÃO EM UMA ESCOLA
DO
MUNICÍPIO.
ROBERTO
SUGERE
QUE
DEVERIA COLOCAR CÂMARAS NAS ESCOLAS.
LOCUTOR 02/SATURNINO
+BRIGA EM FRENTE DE ESCOLAS COM DUAS
MENINAS.
+OUVINTE ENTRA NO AR E SE IDENTIFICA
OUVINTE AO VIVO
COMO IDARÍ, DIZ QUE APARECEU UM CASAL
DE CACHORRO EM SEU QUINTAL. ROBERTO
PEDE O NOME DA RAÇA E PEDE O TELEFONE
PARA ALGUÉM ENTRAR EM CONTATO COM ELE
PARA PEGAR OS CACHORROS. SEU IDARÍ
QUER QUE OS DONOS ENTREM EM CONTATO.
AS12HS30MIN -
MERCHANDISING
+AS 12HS33MIN – ROBERTO VOLTA COM AS
NOTÍCIAS, COM ASSUNTO A PEDIDO DE UM
LOCUTOR 01/ROBERTO
OUVINTE (ELE
LÊ RECADO DE OUVINTE.
OUVINTE COMENTA SOBRE A POLÍCIA DE
NÃO
ENTRA AO VIVO),
O
TRÂNSITO QUE ESTEVE MULTANDO ONTEM,
155
MAS
HOJE
ELES
NÃO
FORAM
VER
A
IRREGULARES QUE ESTAVA ACONTECENDO.
ROBERTO
FAZ
COMENTÁRIO
SOBRE
O
ASSUNTO E O SATURNINO TAMBÉM COMENTA
O ASSUNTO
AS 12HS35MIN - HORA DO COMERCIAL
3º BLOCO –
OCORRÊNCIAS POLICIAIS
+AS 12HS40MIN- O PROGRAMA VOLTA COM
MERCHANDING.
+ RECADOS DO OUVINTE (NÃO ENTRA AO
VIVO) ELE QUER SABER SE IRÁ FALTAR ÁGUA
NAS CASINHAS POR QUATRO DIAS, ELE DIZ
QUE
LOCUTOR 01/ROBERTO
OUVIU
NO
PROGRAMA.
ROBERTO
ESCLARECE QUE ELES (OS LOCUTORES DA
RÁDIO) NÃO DISSERAM ISSO NÃO, ROBERTO
COMENTA QUE IRÁ ENTRAR EM CONTATO COM
O SAAE PARA SABER DA SITUAÇÃO.
LOCUTOR 02/SATURNINO
+SATURNINO – COMENTA UMA OCORRÊNCIA
POLICIAL DE UMA BRIGA DE CASAL.
MERCHANDISING
+12HS45MIN
–
CONSEGUIU
LOCUTOR 01/ROBERTO
ROBERTO
DIZ
CONTATO
QUE
NÃO
COM
OS
FUNCIONÁRIOS DO SAAE, MAS EM SEGUIDA O
RESPONSÁVEL
CONTATO
E
PELO
ELE
SAI
SAAE
ENTRA
PARA ATENDER
TELEFONE.
MERCHANDISING
156
EM
O
12HS47MIN – A ANÚNCIO DA HORA E DA
TEMPERATURA (CLIMA) DA CIDADE; E VAI PARA
O COMERCIAL.
4º BLOCO
+12H50MIN – ROBERTO VOLTA COM A NOTÍCIA
LOCUTOR 01/ROBERTO
DO
SAAE
COM
A
RESPOSTA
QUE
O
FUNCIONÁRIO DO SAAE DISSE AO ROBERTO,
ELE NÃO ENTRA AO VIVO PARA FALAR COM O
OUVINTE.
12H52MIN – MERCHANDISING
LOCUTOR 02/SATURNINO
+SATURNINO – VOLTA COM A NOTÍCIA DE UMA
INTERAÇÃO COM O LOCUTOR 01
AGRESSÃO QUE OCORREU COM UMA MULHER
QUE
FOI
AGREDIDA
PELO
EX-MARIDO.
ROBERTO E SATURNINO COMENTAM O FATO.
+ROBERTO FALA SOBRE O INSTITUTO DE
LOCUTOR 01/ROBERTO
PREVIDÊNCIA
DE
VILHENA
QUE
FOI
REFORMADO E SOBRE O NOME DO AUDITÓRIO
QUE É EM HOMENAGEM A UM FUNCIONÁRIO
(JÁ
FALECIDO)
INSTITUTO.
QUE
TRABALHAVA
SATURNINO
E
NO
ROBERTO
COMENTAM SOBRE O ASSUNTO.
MERCHANDISING
5º
BLOCO
-
COM
ISACH
LAURENTINO
-
RADIORREPÓRTER
REPÓRTER AO VIVO/
ISACH LAURENTINO
+ROUBO DE 2 MIL METROS DE FIO NA BR 364 –
ELE PASSA OS DADOS DO CASO. ROBERTO
157
FAZ PERGUNTAS PARA O REPÓRTER EXTERNO
E COMENTA SOBRE O CASO E O ISAAC
TAMBÉM COMENTA.
MERCHANDISING
E
O
ANÚNCIO
DA
TEMPERATURA
5º BLOCO
13HS16MIN- VOLTA ROBERTO E SATURNINO
COM MERCHANDISING
+NOS ESTÚDIOS DA RÁDIO FUNCIONÁRIOS DA
FÁRMACIA
OUVINTE AO VIVO/ NO ESTÚDIO
–
POPULAR
FARMÁCIA
COM
PARCERIA DA PREFEITURA E DO PROGRAMA
DO GOVERNO FEDERAL, FALAM SOBRE O
PROGRAMA
E
QUEM
PODE
ADQUIRIR
MEDICAMENTOS COM O VALOR BEM ABAIXO
DO PREÇO COMERCIAL. ROBERTO DIALOGA
COM AS PESSOAS.
–
13HS21MIN
MERCHANDISING
-
SATURNINO
AGRADECIMENTO
A
PRESTIGIA
PROGRAMA.
O
UMA
FAZ
OUVINTE
E
QUE
MAIS
MERCHANING
6º BLOCO
13HS35MIN- VOLTA
+NOTÍCIA COM SATURNINO – MULHER QUE VAI
BUSCAR CRIANÇA QUE ESTÁ SOBRE A TUTELA
LOCUTOR 02/SATURNINO
DO
EX-MARIDO,
CHEGA
NO
LOCAL
E
ENCONTRA-O EMBRIAGADO, RESULTANDO EM
BRIGA.
+ROBERTO COMENTA UMA NOTÍCIA (LÊ DE UM
LOCUTOR 02/SATURNINO
SITE) SOBRE A LEGALIZAÇÃO DE LEI UM QUE
158
INTERAÇÃO COM LOCUTOR
PERMITIRÁ AOS ADOLESCENTES RECEBEREM
01/ROBERTO
VISITAS
ÍNTIMAS
NOS
CENTROS
DE
RESSOCIALIZAÇÃO. ELES COMENTAM SOBRE
ESSA LEGALIZAÇÃO. ELES NÃO DIZEM TODA A
NOTÍCIA
POR
CAUSA
DE
PROBLEMA
NA
INTERNET.
MERCHANDISING
+MADRUGADA DE DOMINGO, DISCUSSÃO POR
LOCUTOR 2/SATURNINO
CAUSA DE SOM EM BAIRRO.
13H44MIN- PALESTRA SOBRE O DESPERTAR
DO ESPÍRITO E DIA DO BASTA
+OUVINTE
NO
TELEFONE,
IDENTIFICADO
COMO MATHEUS – COMENTA SOBRE O FATO
ANTERIOR
(LEGALIZAÇÃO
DE
LEI
QUE
PERMITE AOS ADOLESCENTES QUE ESTÃO EM
CENTROS DE RESSOCIALIZAÇÃO RECEBER
OUVINTE AO VIVO
VISITAS ÍNTIMAS). ROBERTO PERGUNTA PARA
O
OUVINTE
MATEUS
SE
A
ÁGUA TINHA
NORMALIZADO, E ELE DISSE QUE SIM. ELE
PEDE PARA O ROBERTO INVESTIGAR O CASO
POR QUE ELE, NO CASO O OUVINTE, NÃO
COMPREENDEU DIREITO E NÃO CONCORDA.
REPÓRTER AO VIVO/
+ELE FALA DE UM CASO QUE OCORREU NO
ISACH LAURENTINO
ANO PASSADO EM CHUPINGUAIA E O QUE A
JUSTIÇA RESOLVEU SOBRE O CASO.
COMERCIAL
7º BLOCO
13HS58MIN –
LOCUTOR 01/LOCUTOR 02
+ELES RESPONDEM ALGUNS RECADOS DE
OUVINTES.
MERCHANDISING
E
FINALIZAM
159
O
PROGRAMA
DATA
APRESENTADOR
18.04.12
HORA
ROBERTO DI JORGE E
SATURNINO DE OLIVEIRA
RETRANCA
12hs00 às
14hs00
PROGRAMA
REDATOR
VALE TUDO
ABERTURA
1º BLOCO
LAUDA
02
Jornalismo de “Vale Tudo”?
TEMPO
2 HORAS
ESPORTE
MERCHANDISING - 12HS04MIN
+ESPORTE
LOCAL: COPA DO TRABALHADOR E
LOCUTOR 01/ROBERTO DI JORGE SEUS RESULTADOS
COPA DO BRASIL: RESULTADOS DOS JOGOS
LIBERTADORES: RESULTADOS DOS JOGOS.
MERCHANDISING OU COMERCIAL
2º BLOCO
12H22MIM
-
OCORRÊNCIA
POLICIAL
COM
SATURNINO DE OLIVEIRA
+AIRTON GOMES E REGIANE – QUEBROU
LOCUTOR 02/SATURNINO DE
MOTOCICLETA E LEVOU REMÉDIO QUE ELA
OLIVEIRA
VENDIA.
+VIOLÊNCIA
LOCUTOR 02/SATURNINO
PAULO
DOMÉSTICA ENTRE PAI E FILHO –
SÉRGIO
BERTOLINO
E
DORIVAL
BERTOLINO – FILHO DIZ QUE O PAI ERA UM
BÊBEDO
E
ACABOU
EM
VIOLÊNCIA.
OS
VIZINHOS ACIONARAM A POLÍCIA.
+VIOLÊNCIA
NA
RUA
1509
-
VIOLÊNCIA
160
LOCUTOR 02/SATURNINO
DOMÉSTICA ENTRE CASAL POR MOTIVO DE
CIÚMES. A MULHER CHEGOU UM POUCO
TARDE EM CASA E O MARIDO A AGREDIU POR
ESSE MOTIVO.
+BAIRRO ALTO ALEGRE - RODRIGO ESTAVA EM
UMA LAN HOUSE QUANDO VALDERLEI CHEGOU
LOCUTOR 02/SATURNINO
NO LOCAL E CHAMOU RODRIGUES DE FORMA
RACISTA. FOI ACIONADA A POLÍCIA.
+OPERAÇÃO PENTÁGONO NO ESTADO DE
RONDÔNIA,
INTERAÇÃO ENTRE
LOCUTOR 02/SATURNINO
LOCUTOR 01/ROBERTO
DESENCADEADA
EM
TRÊS
MUNICÍPIOS, GUAJARÁ MIRIM, ARIQUEMES E
VILHENA.
A
DEFRAGAR
MANDATOS
POLÍCIA
26
CIVIL
PRISÕES
DE
PRETENDE
PREVENTIVA,
BUSCA
E
23
APREENSÃO
DOMICILIAR; APREENSÃO DE 11 VEÍCULOS.
SÃO
180
POLICIAIS
CIVIS
ESTÃO
PARTICIPANDO DA OPERAÇÃO.
+OUVINTE AO VIVO (NÃO FOI IDENTIFICADA) –
OUVINTE AO VIVO
INTERAÇÃO ENTRE LOCUTORES E
OUVINTE
MÃE
RECLAMA
EDUCAÇÃO
QUE
FÍSICA
PROFESSOR
OFENDEU
DE
ALUNA,
CHAMANDO-A DE GORDA E QUANDO ADULTA
SERIA UMA BRUXA. ROBERTO DIZ PARA A MÃE
PROCURAR
A
DIREÇÃO
DA
ESCOLA.
SATURNINO DIZ SE A ESTUDANTE ESTIVESSE
ACIMA
DO
PESO,
SERIA
MELHOR
O
PROFESSOR PEDIR EXAMES MÉDICOS INVÉS
DE TER FEITO O QUE FEZ.
OUVINTE AO VIVO
+OUVINTE AO
VIVO
(IDENTIFICADA COMO
KÁTIA REGINA) QUER UMA CADEIRA DE RODA
PARA A SOGRA. DEIXOU O CONTATO DELA.
MERCHANDISING
161
SAIU PARA O COMERCIAL – CHAMADA DA
RÁDIO PLANALTO E DIZ A HORA CERTA.
SATURNINO FALA AO VIVO COM EMPRESÁRIO
DE UMA LOJA DA CIDADE.
3º BLOCO
12H39MIN – VOLTA
+MOVIMENTO DO DIA DO BASTA: DIRETO DO
NO ESTÚDIO DA RÁDIO
ESTÚDIO
RAFAEL
E
EDUARDO,
TIRANDO
DÚVIDAS SOBRE O MOVIMENTO QUE IRÁ
ACONTECER NA CIDADE NO DIA 21.04.12 ÀS
15HS.
12H50MIN
+REPÓRTER PLANALTO: ISACH LAURENTINO
REPÓRTER EXTERNO/
COM AS REPORTAGENS EXTERNAS. TEVE
ISACH LAURENTINO
PROBLEMAS TÉCNICOS NO MOMENTO QUE
ELE IA FALAR. ENTRA PARA MERCHANING.
MERCHANDISING
+VOLTA COM ISACH NA FÁBRICA DA GAZIN
REPÓRTER EXTERNO AO VIVO
COM ENTREVISTADOS
COM O PREFEITO DO MUNICÍPIO, PARA FALAR
DO
PATROCÍNIO
QUE
A
EMPRESA FARÁ.
FÁBRICA INVESTIRÁ 45 MIL REAIS NO TIME DO
VEC.
MERCHANDISING
4º BLOCO
13HS06- VOLTA COM MAIS MERCHANDISING
+OUVINTE AO
OUVINTE AO VIVO
VIVO
(IDENTIFICADO COMO
CIPÓ), PARABENIZA O PREFEITO PELO INÍCIO
DA
OBRA
NO
SETOR
06.
ROBERTO
162
COMPLEMENTA A NOTÍCIA.
MERCHANDISING
+ROBERTO DIZ QUE IRÁ NOTICIAR UM RECADO
DE UTILIDADE PÚBLICA. DONA MARCELINA
LOCUTOR 01/ROBERTO
RIBEIRO QUER ENCONTRAR SEU ESPOSO
FRANCISCO SOARES DOS SANTOS QUE FOI
PROCURAR
TRABALHO
EM
FAZENDAS
NA
QUINTA FEIRA DA SEMANA PASSADA E, AINDA
NÃO APARECEU.
LOCUTOR 02/SATURNINO
+BICICLETA FURTADA NO ESTACIONAMENTO
DO SUPERMERCADO PATO BRANCO 2.
+NA AVENIDA RONDÔNIA UMA RESIDÊNCIA FOI
LOCUTOR 02/SATURNINO
ROUBADA, ELEVARAM UMA TELEVISÃO DE 42
POLEGADAS. É A TERCEIRA VEZ QUE A CASA É
FURTADA A MENOS DE 1 ANO.
+ROUBO NA AVENIDA 1705, EM FRENTE AO
LOCUTOR 02/SATURNINO
TIRO DE GUERRA, ONDE NOBERTO DA SILVA,
26, E LAUZINHO NUNES DA SILVA, 43, FORAM
DETIDOS
PELA
POLÍCIA.
AS
VÍTIMAS,
JOCELAINE APARECIDA SIQUEIRA, 29, E GLEICI
APARECIDA SIQUEIRA, FORAM ASSALTADAS
ONDE FOI LEVADO UM CELULAR. NOBERTO E
LAUZINHO FUGIRAM DE BICICLETA. A POLÍCIA
OS ENCONTROU.
+NA
RUA 1622, POR VOLTA DAS 3HS DA MANHÃ,
LOCUTOR 02/SATURNINO
VALDERLEI ROMEIRO, 47, ESTAVA DORMINDO E
INTERAÇÃO COM LOCUTOR
VIU DUAS PESSOAS SAINDO DO SEU QUINTAL,
01/ROBERTO
ONDE IDENTIFICOU QUE ROUBARAM ALTOFALANTES DOS SEUS CAMINHÕES. UM DOS
ASSALTANTES ERA AMIGO DA FAMÍLIA, THIAGO
163
SANTOS DE ANDRADE.
MERCHANDISING
+NA RUA 1513, DE MADRUGADA, A POLÍCIA
LOCUTOR 02/SATURNINO
ABORDOU WILSON DIAS SOUZA, 37, ESTAVA
CONDUZINDO UM VEÍCULO EMBRIAGADO.
+NA RUA EDVALDO LUCIANO DA SILVA, PERTO
LOCUTOR 02/SATURNINO
DA ESCOLA CECÍLIA MEIRELES, NO BAIRRO
BODANESE, A POLÍCIA DEPAROU COM UM
RAPAZ DE MOTO, IDENTIFICADO COMO GILMAR
MOURA DE OLIVEIRA, ELE ESTAVA PARADO NO
LOCAL
E
A
POLÍCIA
O
ABORDOU,
ENCONTRANDO DROGAS COM O MESMO. ELE
TERIA COMPRADO A DROGA NA PRAÇA NOSSA
SENHORA APARECIDA.
MERCHANDISING
+ROBERTO LÊ RECADO DEIXADO NO MURAL
LOCUTOR 01/ROBERTO
DE RECADOS DA RÁDIO. RAPAZ ESTACIONA
MOTO E FOI ABORDADO POR POLICIAIS E FOI
MULTADO. E OS POLICIAIS ESTACIONARAM NA
MESMA FAIXA. ROBERTO E SATURNINO DIZEM
QUE OS POLICIAIS PODEM ESTACIONAR NA
FAIXA AMARELA.
+OUVINTE
AO
VIVO
POR
TELEFONE
(IDENTIFICADA COMO LEONÍCIA) DIZ SOBRE
OUVINTE AO VIVO
INTERAÇÃO COM LOCUTOR
01/ROBERTO
UM TALÃO DE LUZ QUE VEIO DUAS VEZES NO
MESMO MÊS, COM 15 DIAS DE DIFERENÇA UM
DO OUTRO. ROBERTO ORIENTA A OUVINTE
VER SE O TALÃO ANTERIOR TEVE OS DIAS
MAIORES
E
PARA A
MESMA
PROCURAR
164
CERON, OU ENTÃO O PROCON. ELE DI QUE
ELES,
OS
LOCUTORES,
ESTAVAM
A
DISPOSIÇÃO, PELO MENOS PARA TORNAR
ESSE
PROBLEMA
PÚBLICO,
POIS
ESSA
QUESTÃO ELES NÃO PODEM RESOLVER.
MERCHANDISING
+OUVINTE AO VIVO PELO TELEFONE (NÃO
IDENTIFICADO).
A
OUVINTE
COMENTA
A
NOTÍCIA ANTERIOR E DIZ QUE ACONTECEU A
OUVINTE AO VIVO
MESMA COISA COM ELA. ELA TAMBÉM DIZ
SOBRE OS CARROS DE SOM QUE PASSAM
COM O SOM MUITO ALTO, ISSO NO JARDIM
PRIMAVERA. ROBERTO DIZ QUE A SECRETARIA
DE
MEIO
AMBIENTE
VAI
COMEÇAR
A
FISCALIZAR, REFORÇANDO QUE TEM QUE TER
MAIS FISCALIZAÇÃO.
MERCHANDISING - DIZ SOBRE
A TEMPERATURA: 26 º
5º BLOCO
+NOTÍCIA DE PORTO VELHO - NÃO DIZ EM
LOCUTOR 2/SATURNINO COM
QUAL VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO EXTRAÍRAM
INTERAÇÃO COM
ESSA NOTÍCIA. NAMORADA VÊ NAMORADO
LOCUTOR 01/ROBERTO
COM TRAVESTI, ELA VAI PARA AGREDIR O
NAMORADO;
E
O
OUTRO TRAVESTI
QUE
ESTAVA VIGIANDO A AGREDIU. TODOS FORAM
PARAR NA DELEGACIA. ELA NÃO QUIS DAR
QUEIXA E PERDOOU O NAMORADO.
+MORADORA
(IDENTIFICADO
COMO
DONA
JUSSARA) QUE MORA PERTO DO FRIGORÍFICO
OUVINTE AO VIVO INTERAGE
PEDE PARA A SECRETARIA DE OBRAS ENVIAR
165
LOCUTOR 1 E LOCUTOR 02
ALGUÉM PARA ROÇAR A MARGEM DA BR. PEDE
PARA LIMPAR, E REFORÇA QUE JÁ HAVIA
ENTRADO EM CONTATO COM A SECRETARIA
DE OBRAS. ELES A RESPONDERAM QUE FOI
TERCEIRIZADO
ESSE
SERVIÇO.
OS
LOCUTORES COMENTAM O CASO. DIZEM QUE
A BR ESTÁ SENDO ARBORIZADA, DISSE QUE “É
BACANA, LEGAL”. ROBERTO DIZ QUE SERIA
BOM SE FIZESSEM A ROÇADA ATÉ O RIO
PIRACULINO, ONDE TEM MUITAS CHÁCARAS
NAQUELE PERÍMETRO.
+SATURNINO
DIZ SOBRE UM COMENTÁRIO DE
UM OUVINTE QUE PARTICIPOU DO PROGRAMA
LOCUTOR 2/SATURNINO COM
DE ONTEM. O OUVINTE FALOU QUE HAVIA UMA
INTERAÇÃO COM LOCUTOR 1
MULA AMARRADA EM UM LOCAL, À TARDE. OS
BOMBEIROS PASSARAM NO LOCAL, MAS NÃO
ENCONTRARAM O DONO DO ANIMAL E NÃO
PUDERAM FAZER NADA.
13H43MIN – MERCHANDISING
6º BLOCO
ISACH LAURENTINO – RADIORREPÓRTER
+NOTÍCIA
QUE
ACONTECEU
NAQUELE
MOMENTO – ELE FALOU DIRETO DO LOCAL REPÓRTER EXTERNO/ISACH
ACIDENTE
NA
ENTRADA
DO
PESQUEIRO
LAURENTINO
BURITIS. UM MOTOCICLISTA ENTRA NA FRENTE
DE UM CAMINHÃO PIPA DO SAAE, HOUVE
ENTÃO ENCAPOTAMENTO. O MOTORISTA DO
CAMINHÃO
MOTOCICLISTA,
TENTOU
DESVIAR
OCORRENDO
DO
ASSIM
ENCAPOTAMENTO. NÃO HOUVE MORTES.
166
O
MERCHANDISING
7º BLOCO
13H51MIN –
+OUVINTE
SOARES)
OUVINTE AO VIVO
AO
VIVO
ROBERTO
(IDENTIFICADO
COMO
CONVERSA COM
ELE
COMO O JÁ O CONHECESSE. LOGO NO INÍCIO
ROBERTO
DIZ
QUE
SOARES
ERA
DE
COLORADO E TORCEDOR DO VEC, E O
OUVINTE
NEM
CONFIRMA
HAVIA
SOBRE
LIMPEZA DA BR
A
E
SE
IDENTIFICADO.
TERCEIRIZAÇÃO
DIZ
QUE
JÁ
DA
ESTÃO
PLANTAÇÃO PALMEIRA NA MARGEM DA BR,
MAS TEM GENTE QUE JÁ ESTA ARRANCANDO.
ELE
PEDE
SE
ALGUÉM
VER
PESSOAS
ARRANCAREM AS PALMEIRAS É PARA ACIONAR
A POLÍCIA. CAÍ A LIGAÇÃO.
MERCHANDISING
+ROBERTO
LOCUTOR 01/ROBERTO
ENTERAÇÃO COM LOCUTOR 02
COMENTA
SOBRE
A
NOTÍCIA
DIVULGADA RECENTEMENTE, ONDE DIZ QUE
RONDÔNIA É O ESTADO COM MAIOR NÚMERO
DE CELULARES POR HABITANTE. SÃO 138
CELULARES
PARA
CADA
CENTENA
DE
HABITANTE NO ESTADO. COMENTAM SOBRE A
NOTÍCIA. ELE QUESTIONA SE É SÓ APARELHO
CELULAR OU É APARELHO FIXO TAMBÉM. ELES
NÃO FALAM DE ONDE TIRARAM A NOTÍCIA.
+ELE FALA SOBRE A OPERAÇÃO PENTÁGONO,
LOCUTOR 02/SATURNINO
MENCIONA
A
NOTÍCIA
NOVAMENTE
COM
NOVOS DADOS.
167
FINALIZAM O PROGRAMA.
DATA
APRESENTADOR
19.04.12
HORA
ROBERTO DI JORGE E
SATURNINO DE OLIVEIRA
PROGRAMA
VALE TUDO
ABERTURA
RETRANCA
12H00
14H00
REDATOR
LAUDA
03
Jornalismo de “Vale Tudo”?
TEMPO
2 HORAS
1º BLOCO
+ESPORTE – ASSUNTOS TRATADOS NESTE BLOCO.
LOCUTOR 01/ROBERTO
+COPA DO BRASIL – PASSA OS RESULTADOS. COLOCA
DI JORGE
SOM AO FUNDO
+LIBERTADORES DA AMÉRICA – PASSA RESULTADOS
DOS JOGOS. AS NOTÍCIAS SÃO DE ONTEM.
+CAMPEONATO
RONDONIENSE
–
PASSA
OS
RESULTADOS DOS JOGOS.
LOCUTOR 01/ROBERTO
DI JORGE
+ROBERTO LÊ RECADOS DE OUVINTES QUE FALA
SOBRE O JOGO E PERGUNTA SOBRE OS JOGOS
LOCAIS
E
NACIONAIS.
ELE
FALA
SOBRE
O
CAMPEONATO QUE SERÁ REALIZADO NA CHÁCARA DO
POR-DO-SOL.
12H14MIN – ENTRA PARA O COMERCIAL
2º BLOCO
VOLTA AS 12H18MIN
COM
SATURNINO
DE
OLIVEIRA
–
COM
AS
OCORRÊNCIAS POLICIAIS. ELE FAZ CHAMADAS DOS
ASSUNTOS QUE SERÃO NOTICIADOS NESTE BLOCO.
LOCUTOR 2/
+ACIDENTE NO SETOR CINCO, ENVOLVENDO DOIS
SATURNINO
CARROS, O CONDUTOR ESTAVA BÊBADO.
168
+SETOR NA RUA 1715 ADOLESCENTE SAI DE CASA E
LOCUTOR 2/SATURNINO
VOLTA NO DIA SEGUINTE, A TIA CHAMA A ATENÇÃO
DELE E, O ADOLESCENTE SE IRRITA E
AMEAÇA A
PRÓPRIA TIA.
+NA RUA 174, PERTO DO AEROPORTO - POLICIAIS
FORAM ATÉ O LOCAL E VIU QUE TINHA DE MENOR
FAZENDO USO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS E COM SOM
LOCUTOR 2/SATURNINO
ALTO. SATURNINO CHAMA A ATENÇÃO PELO FATO DOS
ADOLESCENTES ESTAREM BEBENDO, DEPOIS AINDA
TEM QUE DIRIGIREM ALCOOLIZADOS.
+OUVINTE AO VIVO POR TELEFONE (IDENTIFICADO
OUVINTE AO VIVO
COMO MARIA DO BELA VISTA) ELA PEDE PARA O
PREFEITO CONSTRUIR COM POSTO DE SAÚDE. ELA
INTERAÇÃO COM
COMENTA QUE O BAIRRO EM QUE RESIDE É MAIS
LOCUTOR 1/ROBERTO
ANTIGO DO QUE O BAIRRO CRISTO REI QUE JÁ TEM UM
POSTO
DE
SAÚDE.
RECLAMA
PELA
FALTA
DE
PRESENÇA DO PRESIDENTE DE BAIRRO E POR NÃO
TER OTORRINO NA CIDADE, ONDE OS PACIENTES TEM
QUE IR FAZER OS EXAMES EM CACOAL. ELA DIZ SOBRE
A FALTA DE MEDICAMENTOS CONTROLADOS.
MERCHANDISING
+COMUNICA SOBRE UMA REUNIÃO NO SETOR 19,
SOBRE A REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA E SOBRE O
LOCUTOR 1/ROBERTO
ANÚNCIO DA CONSTRUÇÃO DE UM POSTO DE SAÚDE
NO LOCAL, ONDE O BAIRRO BELA VISTA TAMBÉM SERÁ
BENEFICIADO.
MERCHANDISING
+OUVINTE AO VIVO PELO TELEFONE (IDENTIFICADA
OUVINTE AO VIVO/COM
COMO VANESSA) DIZ SOBRE PROBLEMAS QUE ESTÁ
169
INTERAÇÃO COM
OCORRENDO NA COABINHA. ELA DIZ QUE AS PESSOAS
LOCUTOR 1
QUE ESTAVA INCOMODANDO SÃO DE MENORES E A
POLÍCIA NÃO ESTÁ FAZENDO NADA. ELA PEDE PARA A
POLÍCIA E O MINISTÉRIO PÚBLICO FAZEREM ALGUMA
COISA SOBRE A SITUAÇÃO. ROBERTO FALA PARA A
IMPORTÂNCIA DA POLÍCIA MAPEAR QUEM SÃO ESSAS
PESSOAS.
MERCHANDISING E JÁ ENTRA PARA O
COMERCIAL - FALA SOBRE A TEMPERATURA.
3º BLOCO
ASSUNTOS NESTE BLOCO
CHAMADA DE RETORNO VALE TUDO

+OUVINTE
COMO
AO VIVO PELO TELEFONE (IDENTIFICADA
NEUZA)
ELA
QUER
SABER
POR
QUE
A
OUVINTE AO VIVO COM
SECRETARIA DE OBRAS NÃO PASSOU PARA FAZER O
INTERAÇÃO/LOCUTOR1
CASCALHAMENTO, SENDO QUE JÁ HAVIA A PROMESSA.
ROBERTO FALA QUE IRÁ ENTRAR EM CONTATO COM A
PREFEITURA, MAS LOGO VEIO A RESPOSTA QUE É POR
CAUSA DAS CHUVAS, O GOVERNO DO ESTADO JÁ
ENVIOU
O
DINHEIRO,
MAS
PRECISAM
ESPERAR
PASSAR ESSE PERÍODO CHUVOSO.

+ROBERTO
ANUNCIA
QUE
UMA
PESSOA
ESTÁ
PRECISANDO UMA SALGADEIRA COM EXPERIÊNCIA.
LOCUTOR 1/ROBERTO
REPÓRTER ENTRA COM MERCHANINDISING AO
VIVO NO LOCAL ONDE ESTÁ SENDO TRANSMITIDAS AS
PROMOÇÕES
4º BLOCO
COM
O
REPÓRTER
ISACH
LAURENTINO
RADIORREPÓRTER.
170
–
+O
REPÓRTER
ISACH
COMENTA
SOBRE
O
ASSASSINATO DE UM EMPRESÁRIO DA CIDADE, ONDE A
REPÓRTER EXTERNO/
ISACH LAURENTINO
POLÍCIA CIVIL DESCARTA A HIPÓTESE DE LATROCÍNIO E
SEGUE COM OUTRAS LINHAS DE INVESTIGAÇÃO.
+ELE
FALA
SOBRE
O
CASO
DA
CÂMARA
DE
VEREADORES, ONDE OCORREU UMA FESTA NO LOCAL
REPÓRTER EXTERNO/
ISACH LAURENTINO
À NOITE, COM A PERMISSÃO DO VIGIA. O VIGIA FOI
AFASTADO E TEVE 15 DIAS PARA SE DEFENDER.
+CAPELA MORTUÁRIA – ONDE JÁ ESTÁ À DISPOSIÇÃO
DA
POPULAÇÃO
CASO
NECESSÁRIO.
ISAAC
REPÓRTER EXTERNO/
ESCLARECE QUE NÃO TEM BUROCRACIA NENHUMA
ISACH LAURENTINO
PARA UTILIZAR O ESPAÇO FÍSICO.
+MAIS 600 METROS DE FIOS DA BR 364 FORAM
ROUBADOS. O RESPONSÁVEL POR ESSA ÁREA DEU
REPÓRTER EXTERNO/
ISACH LAURENTINO
QUEIXA SOBRE O ROUBO.
+DANO
AO
PATRIMÔNIO
PÚBLICO,
NA
CASA
DA
CIDADANIA, ONDE HASTEARAM FOGO NOS COLCHÕES,
REPÓRTER EXTERNO/
ISACH LAURENTINO
ONTEM À NOITE. OS SÓCIO-EDUCADORES ACREDITAM
QUE OS ALBERGADOS COLOCARAM FOGO PARA ELES
ABRIREM AS PORTAS DO LOCAL, MAS ISSO NÃO
OCORREU, OS PRÓPRIOS INTERNOS APAGARAM O
FOGO.
REPÓRTER EXTERNO/
ISACH LAURENTINO COM
INTERAÇÃO LOCUTOR1
+ROBERTO
PERGUNTA
SOBRE
CARNEIROS
(OCORREU
EM
UMA
A
MORTE
CHÁCARA)
DE
DE
PROPRIEDADE DE UMA ESPOSA DE UM EMPRESÁRIO
DA CIDADE. ISACH RESPONDE QUE A POLICIA ESTÁ
INVESTIGANDO E NÃO DIVULGARAM O NOME DA
MESMA. AS NOTICIAS SÃO DIVULGADAS DIRETO DA
DELEGACIA CIVIL.
171
MERCHANDISING AGROMAIS DIZ A HORA CERTA 12HS
56MIN HORA TEMPERATURA: 28º
5º BLOCO
13H – VOLTA E DIZ QUE O PREFEITO E O DR. SÉRGIO
BELÉM JÁ ESTÃO NOS ESTÚDIOS.
ENTRA O MERCHANDISING
+OUVINTE AO VIVO PELO TELEFONE (IDENTIFICADA
COMO CLEIDIANE) – MANDA UM RECADO PARA O
ALESSANDRO DA FAZENDA NOVO HORIZONTE ONDE
OUVINTE AO VIVO
ELA FALA QUE A TIA DELE, DONA JOAQUINA, FICARÁ
POR MAIS UMA SEMANA EM SUA CASA E QUE ELA ESTÁ
BEM AGORA O QUE ACONTECEU COM ELA FOI UMA
ALERGIA. E PARA ELE PROVIDENCIAR UM LEITE PARA A
MESMA.
HORA CERTA COM OFERECIMENTO DA ÓTICA MENINA
DOS OLHOS 13HS05MIN. ENTRA PARA O MERCHANING.
13HS08MIN - VOLTA
6º BLOCO
+PREFEITO DO MUNICÍPIO (ZÉ ROVER) FALA SOBRE A
IMPLANTAÇÃO DO AERODINÂMICA – QUE SERIA A
REALIZAÇÃO DE CIRURGIA COMO O CATETERISMO E
NO ESTÚDIO AO VIVO
INTERAÇÃO COM
LOCUTOR 1/ROBERTO
ANEURISMA CEREBRAL. ROBERTO COMENTA SOBRE O
CONVITE QUE RECEBEU DO PREFEITO E FICOU
SURPRESO COM A MODERNIDADE ENCONTRADA NOS
NOVOS
EQUIPAMENTOS
ADQUIRIDOS
PARA
O
HOSPITAL REGIONAL. O MÉDICO SÉRGIO BELÉM FALA
SOBRE ESSES EQUIPAMENTOS E SUAS FUNÇÕES PARA
A REALIZAÇÃO DE CIRURGIAS.
13HS23MIN – ENTRA PARA O COMERCIAL. FALA
SOBRE A HORA CERTA.
172
7º BLOCO
FAZ CHAMADA DO PROGRAMA E VOLTA PARA O
MERCHANDISING
LOCUTOR 2/SATURNINO
+RUA H10 QUADRA 13 – HOUVE A TENTATIVA DE
AGRESSÃO,
ONDE
CONHECIDO
QUIS
ÉRICO
OU
AGREDIR
O
CRIOLO
COMO
MORADOR
É
IRACI
MORAIS.
LOCUTOR 2/SATURNINO
+VIOLÊNCIA DOMÉSTICA - OCORREU NA RUA 27,
ENVOLVENDO GILMAR NUNES DO NASCIMENTO, 40, E O
SEBASTIÃO NUNES DO NASCIMENTO JUNIOR, 25, E A
VÍTIMA EM QUESTÃO SIRLEI RIBEIRO. O GILMAR EX-
INTERAÇÃO ENTRE
ESPOSO DE SIRLEI FOI ATÉ A CASA DA VÍTIMA PARA
LOCUTOR1/LOCUTOR 2
BUSCAR O FILHO E AMEAÇOU TODOS QUE ESTAVAM
NO LOCAL.
MERCHANDISING
+O OUVINTE (ROBERTO APENAS LÊ O RECADO, NÃO
ESTÁ AO VIVO) PERGUNTA SOBRE A DIFERENÇA SOBRE
A MOTO USADA E A SEMI-NOVO. ELES COMENTAM
LOCUTOR 1/ROBERTO
SOBRE O CASO.
+ROBERTO FALA SOBRE A CONTRATAÇÃO QUE UMA
LOCUTOR 1/ROBERTO
SALGADEIRA
ONDE
BENJAMIN
PRECISA
DE
UMA
PESSOA PARA TRABALHAR.
COM INTERAÇÃO
LOCUTOR 2/SATURNINO
8º BLOCO
+ROBERTO FALA SOBRE AS LOMBADAS NA CIDADE QUE
ESTÃO FORA DE PATRÃO. ELE COMENTA SOBRE UMA
MATÉRIA QUE SAIU NO SITE VILHENA NOTÍCIAS, ONDE
FALA
SOBRE
UMA
PLACA
DE
SINALIZAÇÃO
DE
TRÂNSITO TROCADA. NO LOCAL ONDE DEVERIA TER
OUVINTE AO VIVO
COLOCADO UMA PLACA DE TRAVESSIA DE PEDESTRE,
INTERAÇÃO COM
COLOCARAM UMA PLACA DE TRAVESSIA DE CRIANÇA.
173
LOCUTOR 1/ROBERTO
ROBERTO FALA QUE FOI UM EQUÍVOCO GROSSEIRO E
SUJEITO DE PENALIZAÇÃO. ELE AINDA DIZ QUE TEM
QUE
ELEVAR A “COISA”
SATURNINO
SUGERE
COM
MAIS
“TALVEZ”
QUE
SERIEDADE.
HAVERIA
A
NECESSIDADE DE COLOCAR UMA FAIXA DE PEDESTRE
SIM, ATÉ PORQUE NAQUELA LOCALIDADE TEM FLUXO
ACENTUADO DE PESSOAS COM DIFICULDADES DE SE
LOCOMOVER, DEVIDO ESTAR PERTO DO INSS.
+OUVINTE AO VIVO PELO TELEFONE (IDENTIFICADA
COMO
DONA
MARIA)
ELA
QUERIA
FAZER
UM
AGRADECIMENTO PELO FATO DE TER PARTICIPADO DE
OUVINTE AO VIVO
COM INTERAÇÃO COM
UMA FESTA E PELO BRINDE QUE RECEBEU.
+OUVINTE AO VIVO PELO TELEFONE (IDENTIFICADO
LOCUTOR 1 E LOCUTOR 2 COMO PAULÃO) ELE COMENTA SOBRE O ASSUNTO DAS
FAIXAS QUE FORAM COLOCADAS ERRADAS, ELE DÁ A
SUA OPINIÃO. SATURNINO FALA QUE A PETRAN FEZ O
OUVINTE AO VIVO
MAPEAMENTO
COM INTERAÇÃO COM
NECESSÁRIOS COLOCAR SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO.
LOCUTOR 1
DE TODOS
OS
LOCAIS
QUE
SÃO
+OUVINTE AO VIVO PELO TELEFONE (IDENTIFICADA
COMO CIDA) ELA FALA SOBRE UM TERRENO BALDIO
QUE ESTÁ MUITO SUJO. ELA DISSE QUE JÁ FOI NA
OUVINTE AO VIVO
SECRETARIA DE OBRAS E ELES DIZEM QUE IRÃO
LIMPAR, MAS NUNCA APARECEU NO LOCAL.
MERCHANDISING
9º BLOCO
+ROBERTO REPETE SOBRE A REUNIÃO NO SETOR 19.
+FALA SOBRE O DIA DO BASTA, A PARTIR DAS 15HS00.
LOCUTOR 1/ROBERTO
LOCUTOR 1/ROBERTO
+O EVENTO QUE ACONTECERIA NO DIA 21.04.12, EM
COMEMORAÇÃO DO PATRONO DA POLÍCIA MILITAR, O
174
TIRADENTES,
FOI TRANSFERIDO PARA SEXTA-FEIRA,
LOCUTOR 1/ROBERTO
NA PRAÇA NOSSA SENHORA APARECIDA. ELES FALAM
COM INTERAÇÃO
SOBRE O GOE, + ROBERTO LÊ MENSAGEM DE OUVINTE
LOCUTOR 2.
- OUVINTE COMENTA SE ELE COMPRAR TINTA ELE
PODE
PINTAR
O
QUEBRA-MOLA.
ROBERTO
E
SATURNINO DIZEM QUE NÃO E COMENTAM SOBRE O
CASO.
MERCHANINDISING E FINALIZAM O PROGRAMA
175
DATA
APRESENTADOR
20.04.12
HORA
ROBERTO DO JORGE E
SATURNINO DE OLIVEIRA
PROGRAMA
RETRANCA
12H00
14H00
REDATOR
LAUDA
04
Jornalismo de “Vale Tudo”?
TEMPO
VALE TUDO
2 DUAS
1º BLOCO
ESPORTE – ASSUNTOS COMENTADOS NESTE
BLOCO
LOCUTOR 1/ROBERTO DI
LIBERTADORES – PASSA OS RESULTADOS DOS
JORGE
JOGOS.
CAMPEONATOS ESTADUAIS – PASSA QUEM IRÁ
JOGAR A NÍVEL NACIONAL E REGIONAL.
COMERCIAL
2º BLOCO
OCORRÊNCIAS POLICIAIS - COM SATURNINO DE
OLIVEIRA
-
12H20MIN.
TEM
CHAMADA
DOS
ASSUNTOS A SEREM TRANSMITIDOS.
LOCUTOR 2/SATURNINO DE
OLIVEIRA
+ROUBO
POR
VOLTA DAS
24HS30,
NA RUA
RICARDO KULLER, EM FRENTE DO RESIDENCIAL
FLAMBOYANT. DOIS ASSALTANTES ROUBAM TRÊS
RAPAZES. LEVARAM CELULARES DAS VÍTIMAS.
+RAPAZ CHEGA EM LANCHONETE BÊBADO E
LOCUTOR 2/SATURNINO
PEDIU PARA UM DOS FUNCIONÁRIOS LEVÁ-LO EM
CASA, ELES FORAM DE BICICLETA, CHEGANDO NO
SETOR 19 O RAPAZ QUE ESTAVA EMBRIAGADO
TENTOU ROUBAR A BICICLETA. ROBERTO FAZ
COMENTÁRIO SOBRE O ASSUNTO
176
+ROBERTO FALA SOBRE O DESAPARECIMENTO DE
LOCUTOR 1/ROBERTO
UMA CADELA, A DONA QUER REENCONTRAR.
MERCHANDISING
.
+OUVINTE NO TELEFONE (IDENTIFICADO COMO
JAIR) ELE RECLAMA DE PESSOAS QUE FICAM
OUVINTE AO VIVO COM
JOGANDO ENTULHO NA RUA ONDE A PREFEITURA
INTERAÇÃO COM
TINHA
LOCUTOR 1/ROBERTO
IDENTIFICAR
FEITO
LIMPEZA.
ESSAS
ELE
PESSOAS
PEDE
QUE
PARA
FAZEM
SUJEIRAS. ELE TAMBÉM CHAMA A ATENÇÃO NA
CICLOVIA EM FRENTE DO ESTÁDIO, ONDE AS
PEDRAS DO ASFALTO ESTÃO SOLTANDO. ELE DIZ
QUE PARECE QUE NÃO COLOCARAM CIMENTO.
+OUVINTE NO TELEFONE (NÃO IDENTIFICADO) ELE
GOSTARIA DE SABER POR QUE O PREFEITO NÃO
FAZ NADA NO BAIRRO CRISTO REI. ROBERTO DIZ
OUVINTE AO VIVO
QUE O PREFEITO VAI FAZER ASFALTO NESSE
BAIRRO.
+OUVINTE NO TELEFONE (IDENTIFICADO COMO
ANDREIA) ELA ESTÁ PROCURANDO UMA SENHORA
OUVINTE AO VIVO
CHAMADA
MARTA
FERREIRA
PEIXOTO.
ELA
PRECISA DESSA SENHORA PARA REGULARIZAR
UM TERRENO QUE PERTENCE A ANDREIA.
+SÁBADO
LOCUTOR 1/ROBERTO
DIA DO BASTA
MERCHANDISING
+OUVINTE NO TELEFONE AO VIVO (IDENTIFICADO
COMO FRANCISCA) SENHORA PERGUNTA POR
QUE O PREFEITO TRÁS JUNTA MÉDICA PARA
OUVINTE AO VIVO
FAZER CIRURGIA E NÃO COMPRA UM ÔNIBUS
PARA CARREGAR ALUNOS PARA FAZER CURSOS.
177
COMERCIAL
3º BLOCO
COM SATURNINO DE OLIVEIRA - 12HS40MIN
+ACIDENTE
LOCUTOR 2/SATURNINO
NA
AVENIDA
GÓIAS,
COM
DOIS
CARROS ENVOLVIDOS.
+ACIDENTE NO SETREME (POSTO FISCAL NA
SAÍDA DE VILHENA) – ENTRE DUAS CARRETAS.
LOCUTOR 2/SATURNINO
+OUVINTE
AO
VIVO
PELO
TELEFONE
(IDENTIFICADO COMO LORIANO) ELE COMENTA DA
SENHORA QUE PEDIU ÔNIBUS PARA ESTUDANTE.
LOCUTOR 1/ROBERTO COM
ELE QUESTIONA SE FOSSE ALGUM DA FAMÍLIA
DELA O QUE ELA ESCOLHERIA, SE ERA DO ÔNIBUS
INTERAÇÃO COM
OU A SAÚDE DO PARENTE. ELES COMENTAM O
LOCUTOR 2/SATURNINO
CASO.
+OUVINTE
OUVINTE AO VIVO
INTERAÇÃO COM LOCUTOR
1/ROBERTO
AO
VIVO
(IDENTIFICADO
COMO
FERNANDO) ELE FALA SOBRE OS QUEBRA MOLAS
IRREGULARES
NA
SINALIZAR ANTES
CIDADE,
DE
ONDE
FAZÊ-LOS.
TEM
QUE
ROBERTO
COMENTA O CASO.
MERCHANDISING
+OUVINTE
AO
VIVO
PELO
TELEFONE
(IDENTIFICADO COMO JULIO) ELE NÃO FALA QUEM
OUVINTE AO VIVO COM
É, É O ROBERTO QUE O IDENTIFICA. RECLAMA
INTERAÇÃO COM LOCUTOR 1/ SOBRE A ENTRADA NO JOGO DO VEC QUE NÃO
ROBERTO
TINHA
FISCALIZAÇÃO
NO
LOCAL,
QUE
NÃO
OLHARAM AS CARTEIRINHAS DE QUEM ENTRA.
12HS49MIN – MERCHANDISING E ENTRA
PARA COMERCIAL
178
+OUVINTE
AO
(IDENTIFICADO
VIVO
COMO
PELO
TELEFONE
FERNANDA)
ELA QUER
OUVINTE AO VIVO COM
FAZER COMENTÁRIO DE UMA MATÉRIA QUE SAIU
INTERAÇÃO COM LOCUTOR
NO SITE EXTRA DE RONDÔNIA. ELA COMENTA
1/ROBERTO
SOBRE
OS
EMPRESÁRIOS
QUE
QUEREM
COLOCAR MÃO DUPLA NA AVENIDA MARECHAL
RONDON. ELA DIZ QUE QUANDO NÃO ERA NÃO
DUPLA OCORRIA MUITOS ACIDENTES NAQUELA
AVENIDA, E AGORA DIMINUIU.
MERCHANDISING
+OUVINTE AO
VIVO
(PAULO
DE
TAS)
QUER
CONVIDAR OS OUVINTES PARA PARTICIPAR DE UM
OUVINTE AO VIVO
BAILE DANÇANTE NA ANTIGA HALL BIER.
13HS02MIN – MERCHANDISING
+OUVINTE
AO
VIVO
PELO
TELEFONE
(IDENTIFICADO COMO SUELI) ELA QUER QUE A
OUVINTE AO VIVO
PESSOA
QUE
ENCONTROU
UM
CELULAR
O
DEVOLVA.
MERCHANDISING E COMERCIAL
4º BLOCO
+OUVINTE
AO
(IDENTIFICADO
OUVINTE AO VIVO
VIVO
COMO
PELO
JORGE)
ELE
TELEFONE
RECLAMA
SOBRE OS QUEBRA MOLAS (LOMBADAS) QUE NÃO
ESTÃO SENDO SINALIZADOS CORRETAMENTE.
+SATURNINO – NO CAFÉ PATRON, ONDE DUAS
179
LOCUTOR 2/SATURNINO
PESSOAS ESTAVAM TENTANDO PASSAR NOTA DE
DINHEIRO FALSA. ELES CONSEGUIRAM PASSAR
UMA
VEZ,
MAS
QUANDO
VOLTARAM
PARA
COMPRAR COM NOTA FALSA O EMPRESÁRIO
IDENTIFICOU QUE A NOTA NÃO ERA LEGÍTIMA.
+OUVINTE
CEARÁ)
NO TELEFONE (IDENTIFICADO COMO
ELE
QUER
INTERESSADO
VER
A
SE
TEM
ALGUÉM
REGULARIZAR
AS
DOCUMENTAÇÕES DAS PESSOAS QUE RESIDEM
OUVINTE AO VIVO
NA COABINHA. ELE QUER QUE ESSAS PESSOAS O
PROCUREM PARA ELE PASSAR O VALOR PARA
RESOLVER
ESSE
PROBLEMA.
ELE
TAMBÉM
RECLAMA SOBRE AS PESSOAS QUE NÃO TEM
RESPONSABILIDADE NO TRÂNSITO.
MERCHANDISING
.
+OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADO COMO MARCIA)
OUVINTE AO VIVO COM
ELA GOSTARIA FALAR SOBRE OS QUEBRA MOLAS
INTERAÇÃO COM LOCUTOR
QUE ESTÃO MUITO ALTOS.
1/ROBERTO
13H17MIN- MERCHANDISING
+OUVINTE
AO
VIVO
(IDENTIFICADO
COMO
MARCOS) ELE FALA SOBRE AS PESSOAS QUE NÃO
OUVINTE AO VIVO/COM
ESTÃO CONTENTES COM O TRÂNSITO, SE TEM
INTERAÇÃO COM LOCUTOR 1
QUEBRA MOLA RECLAMA E SE NÃO TEM TAMBÉM
RECLAMAM. ELE SUGERE PARA O MUNICÍPIO TER
GUARDA DE TRÂNSITO E TEM QUE MULTAR
MESMO, SÓ ASSIM PARA RESOLVER O PROBLEMA
NAS RUAS DE VILHENA.
MERCHANDISING
180
+OUVINTE
AO
VIVO
(IDENTIFICADO
COMO
ELEITOR, NÃO QUIS PASSAR O NOME REAL) ELE
OUVINTE AO VIVO/LOCUTOR
ELOGIA O ATENDIMENTO DOS FUNCIONÁRIOS DA
1
CASA DE APOIO DE PORTO VELHO. MAS ELE
SUGERE PARA OS VEREADORES DOAREM UM
CARRO DUPLÔ QUE ELE DIZ QUE NÃO TEM
SERVENTIA PARA O LEGISLATIVO. OS CARROS
QUE LEVAM AS PESSOAS PARA PORTO VELHO
NÃO SÃO ADEQUADOS.
MERCHANDISING - COMERCIAL
5º BLOCO
COM ISACH LAURENTINO – REPÓRTER EXTERNO –
RADIORREPÓRTER.
+LAURENTINO COMENTA SOBRE A OPERAÇÃO
PENTÁGONO, ONDE FORAM PRESAS DIVERSAS
REPÓRTER EXTERNO/ISACH
PESSOAS QUE ESTAVAM COM MANDATO DE
LAURENTINO
BUSCA. NENHUMA DESSAS PESSOAS ERAM DE
VILHENA.
+LAURENTINO COMENTA SOBRE UM ASSASSINATO
NO ANO PASSADO, ONDE UMA IRMÃ ASSASSINOU
REPÓRTER EXTERNO/ISACH
A OUTRA; ELA FOI CONDENADA A 14 ANOS DE
LAURENTINO
PRISÃO. COM INFORMAÇÃO DA DELEGACIA CIVIL.
MERCHANDISING E COMERCIAL
6º BLOCO
13HS36 – VOLTA
+OUVINTE
AO
CARDOSO) ELE
OUVINTE AO VIVO/COM
VIVO
(IDENTIFICADO
COMO
FAZ UM DESAFIO PARA OS
VEREADORES DE VILHENA DOAREM O CARRO DA
181
INTERAÇÃO/LOCUTOR 1
CÂMARA
E
COLOCÁ-LO
A
DISPOSIÇÃO
DAS
PESSOAS QUE PRECISAM IR PARA PORTO VELHO
FAZER TRATAMENTOS MÉDICOS.
+OUVINTE NÃO IDENTIFICADO – ROBERTO FALA
SOBRE O COMENTÁRIO QUE A OUVINTE FEZ,
OUVINTE AO VIVO/ COM
ONDE PERGUNTA SE A CAIXA ECONÔMICA NÃO
INTERAÇÃO COM/LOCUTOR 1
TEM MAIS TELEFONE, PORQUE ESTÁ DESDE CEDO
TENTANDO LIGAR PARA O LOCAL E NINGUÉM
ATENDE.
+ROBERTO LÊ MENSAGEM DE OUVINTE NÃO
LOCUTOR 1/ ROBERTO LÊ
RECADO DE OUVINTE NÃO
IDENTIFICADO
IDENTIFICADO. O OUVINTE COMENTA O FATO DE
TER UM BURRO AMARRADO HÁ UM CERTO TEMPO
EM UMA LOCALIDADE DA CIDADE E O DONO NÃO
APARECEU PARA TIRÁ-LO DO SOL.
+ROBERTO LÊ MENSAGEM DE UM OUVINTE NÃO
IDENTIFICADO, ONDE COMENTA SE O CONSELHO
INTERAÇÃO ENTRE LOCUTOR
1E2
TUTELAR
GOSTA
DE
MOSTRAR
TRABALHO,
SUGERINDO PARA PASSAR EM FRENTE EM UMA
ESCOLA ONDE TEM UM CASAL DE ESTUDANTE
QUE ESTAVAM SE AGARRANDO NO LOCAL.
+OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADO COMO GENI),
OUVINTE AO VIVO/
ELA
GOSTARIA
INTERAÇÃO COM LOCUTOR 1
EQUIPAMENTO
DE
DA
AVISAR
ACADEMIA
QUE
DO
TEM
UM
5º
BEC
QUEBRADO. ELA PEDE PARA ALGUÉM IR LÁ FAZER
O CONSERTO.
+SATURNINO - UM MOTOCICLISTA FOI PEGO DE
MADRUGADA PELO POLÍCIA SEM HABILITAÇÃO.
LOCUTOR 2/SATURNINO
+NA RUA 1506, POR VOLTA DE 21HS20MIN. BRIGA
ENTRE CASAL QUE ESTAVAM SEPARADOS, O
LOCUTOR 2/SATURNINO
MOTIVO DA BRIGA ERA A SEPARAÇÃO DE BENS. O
182
MOTIVO DA BRIGA ERA QUE NINGUÉM QUERIA
PAGAR AS CONTAS QUE TINHAM PARA ACERTAR.
MERCHANDISING
7º BLOCO
13H51MIN – COM SATURNINO
+ROBERTO
FALA
DA
SUA
VISITA AO
NOVO
PRESÍDIO DO MUNICÍPIO, ELE DIZ QUE FOI
LOCUTOR 1/ROBERTO
ATRAVÉS DE UM CONVITE RECEBIDO DE UM
DEPUTADO.
+SATURNINO FALA SOBRE O EVENTO QUE FOI
REALIZADO NA CIDADE, ONDE TIRADENTES É O
LOCUTOR 2/SATURNINO COM PATRONO
DA
POLÍCIA
MILITAR
E
FOI
INTERAÇÃO COM LOCUTOR
APRESENTADO O GOE, GRUPO DE OPERAÇÃO
2/SATURNINO
ESPECIAIS DA POLICIA MILITAR
+CONVITE
LOCUTOR 2/SATURNINO COM
INTERAÇÃO COM LOCUTOR
2/SATURNINO
PARA
A
POPULAÇÃO
ASSISTIR
A
APRESENTAÇÃO DE ORQUESTRA SINFÔNICA DE
VILHENA QUE SERÁ GRATUITO, NO DIA 28.04.12, NA
IGREJA NOSSA SENHORA AUXILIADORA.
FINALIZAM O PROGRAMA
183
DATA
APRESENTADOR
23.04.12
HORA
ROBERTO DI JORGE E
SATURNINO DE OLIVEIRA
PROGRAMA
VALE TUDO
ABERTURA
RETRANCA
12H00
14H00
REDATOR
LAUDA
05
Jornalismo de “Vale Tudo”?
TEMPO
DUAS HORAS
1º BLOCO
ASSUNTOS DESTE BLOCO – ESPORTE
LOCUTOR 1/ROBERTO DI
+CAMPEONATOS
JORGE
JOGOS.
REGIONAIS – RESULTADOS DOS
+CAMPEONATO RONDONIENSE – RESULTADOS
DOS JOGOS.
2º BLOCO
SATURNINO NÃO ENTROU NESTE BLOCO.
LOCUTOR 1/ROBERTO
+ROBERTO ANUNCIA UM CONVITE DA ASMUV AOS
FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS, CONVIDANDO-OS A
PARTICIPAREM DA COMEMORAÇÃO DO DIA DO
TRABALHADOR.
LOCUTOR 1/ROBERTO
+ROBERTO LÊ RECADO – TELMA, DA CIDADE DE
CAPANEMA, NO PARANÁ, ESTÁ PROCURANDO O
SEU
IRMÃO QUE MORA NA CIDADE, FAZ MUITO
TEMPO QUE ELA NÃO VÊ O SEU O IRMÃO. ELA
QUER DIZER QUE A SUA MÃE NÃO ESTÁ BEM.
LOCUTOR 1/ROBERTO
+ROBERTO LÊ RECADO – OUVINTE QUER SABER
QUANDO A MÁQUINA DE ULTRASSONGRAFIA DO
HOSPITAL REGIONAL IRÁ VOLTAR A FUNCIONAR.
LOCUTOR 1/ROBERTO
+ROBERTO COMUNICA QUE AS PROGRAMAÇÕES
DA RÁDIO PLANALTO SERÃO TRANSMITIDAS POR
APARELHOS DE CELULARES QUE TEM INTERNET.
OUVINTE AO
VIVO/INTERAÇÃO COM
+OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADO COMO CÍCERO,
LOCUTOR 1/ROBERTO
É CAMINHONEIRO) ELE FALA SOBRE AS PESSOAS
184
QUE FICAM NAS MARGENS DA BR 364, ONDE TEM
MUITO FLUXO DE CARRETAS. ELE QUER PEDIR
PARA QUE ESSAS PESSOAS NÃO FICAREM ALI,
POR QUE ELE É CARRETEIRO E FICA COM MEDO
DE
PROVOCAR ACIDENTES.
PROLONGAMENTO
DA
ELE
AVENIDA
SUGERE
O
MARECHAL
RONDON ATÉ AS CHÁCARAS.
LOCUTOR 1/ROBERTO
+ELE MANDA UM “ALÔ” PARA UM OUVINTE QUE JÁ
ESTÁ SINTONIZADO COM RÁDIO PLANALTO PELO
CELULAR.
3º BLOCO
COM ISACH LAURENTINO – RADIORREPÓRTER
+ACIDENTE COM CAMINHÃO E UMA MOTOCICLETA.
O RAPAZ DA MOTO MACHUCOU O BRAÇO, FOI
REPÓRTER EXTERNO/ISACH
LEVADO PARA O HOSPITAL, MAS PASSA BEM.
LAURENTINO
LAURENTINO
FALA DIRETAMENTE
DO
SETOR
INDUSTRIAL, ONDE OCORREU O ACIDENTE.
4º BLOCO
COM SATURNINO DE OLIVEIRA, ELE FALA NESTE
BLOCO.
LOCUTOR 1/ROBERTO
+ROBERTO
FALA O NÚMERO DE TELEFONE DA
FAMÍLIA DO PARANÁ QUE QUER ENCONTRAR O
IRMÃO QUE RESIDE NA CIDADE.
LOCUTOR 2/SATURNINO
LOCUTOR 2/SATURNINO
+SATURNINO – ACIDENTE NA AVENIDA PARANÁ
+SATURNINO – ACIDENTE NA RUA LEOPOLDO
PERES, ENVOLVENDO UMA MOTO E UM CARRO.
185
+SATURNINO – ACIDENTE NO PÁTIO DO SETREME
LOCUTOR 2/SATURNINO
ENTRE DUAS CARRETAS, ENVOLVENDO DUAS
CARRETAS.
–
+SATURNINO
LOCUTOR 2/SATURNINO
ELE
FALA
QUE
QUASE
PRESENCIOU UM ACIDENTE NA ROTATÓRIA.
+SATURNINO – HOMEM TENTA AFOGAR OUTRO, NA
FAZENDO CAFUNDÓ. UM SENHOR JÁ DE IDADE FOI
TENTAR AJUDAR O QUE ESTAVA SENDO AFOGADO
E LEVOU UM SOCO NO ROSTO. A POLÍCIA FOI ATÉ
LOCUTOR 2/SATURNINO
A
RESIDÊNCIA
DO
ACUSADO
E
NÃO
O
ENCONTROU.
+SATURNINO - CLAUDIOMAR DE ALMEIDA FALA
DIRETO DOS ESTÚDIOS, ELE FOI ATÉ A RÁDIO
PLANALTO, PARA FALAR QUE NÃO FOI BEM
ATENDIDO PELA POLÍCIA MILITAR, ONDE FOI DAR
QUEIXA
SOBRE
A
BAGUNÇA
QUE
ESTAVA
ACONTECENDO NA CHÁCARA SANTA CLARA. ELE
ENTROU NO QUARTEL DA POLÍCIA MILITAR, SE
IDENTIFICOU E FALOU QUE QUERIA FALAR COM O
COMANDANTE. PORÉM FOI MALTRATADO PELOS
OUVINTE NO
ESTÚDIO/INTERAÇÃO ENTRE
OUVINTE E LOCUTOR 1 E 2.
MILITARES QUE ESTAVA NO LOCAL. ACONTECEU
DE SEXTA PARA SÁBADO.
+SATURNINO
COMO
-
COMANDANTE
GONÇALVES)
PROGRAMA
PARA
ENTRA
DAR
A
(IDENTIFICADO
AO
SUA
VIVO
VERSÃO
NO
DA
HISTÓRIA. GONÇALVES FALA COM CLAUDIOMAR
PARA IR ATÉ A POLÍCIA MILITAR PARA ESCLARECER
E DAR SUA VERSÃO. CLAUDIOMAR LÊ O BOLETIM
OUVINTE AO
VIVO/INTERAÇÃO COM
LOCUTOR 1
DE OCORRÊNCIA DO QUAL FOI DADO PELO
DELEGADO.
+ROBERTO – OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADO
186
COMO AFRO) ELE DIZ QUE QUER DEFENDER A
INSTITUIÇÃO
E
COMENTA
QUE
O
SENHOR
CLAUDIOMAR INVADIU O LOCAL E, NÃO ERA
ADEQUADO ELE ENTRAR SEM SER IDENTIFICADO.
COMERCIAL
LOCUTOR 1/ROBERTO
5º BLOCO
+ROBERTO
LÊ
SOBRE
COMENTÁRIOS
DE
OUVINTES QUE OPINAM SOBRE O ASSUNTO
ANTERIOR ENTRE O COMANDANTE DA POLÍCIA
LOCUTOR 1/ROBERTO
MILITAR E O SENHOR CLAUDIOMAR.
+ROBERTO DIZ QUE QUALQUER PESSOA PODE
FALAR DIRETO DOS ESTÚDIOS DO PROGRAMA,
DESDE QUE AGENDE ANTES. E REFORÇA A
QUESTÃO DAS CHÁCARAS ONDE ESTÁ HAVENDO
LOCUTOR 1/ROBERTO
MUITO BARULHO.
+OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADO COMO MARIA),
ELA
DIZ
SOBRE
O
POLICIAL
QUE
DISSE
ANTERIORMENTE. ELA ACHOU MUITO AGRESSIVO
A EXPRESSÃO UTILIZADA POR ELE, ONDE ELE
DISSE SE ALGUÉM ENTRAR NA CASA DELE, ELE
OUVINTE AO VIVO LOCUTOR
METE BALA.
1/ROBERTO
+OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADO COMO LUÍS)
TAMBÉM
NÃO
CONCORDA
COM
O
COMPORTAMENTO DO SARGENTO, DIZ QUE ELE
FOI MUITO AGRESSIVO EM SUAS COLOCAÇÕES.
LUÍS DIZ AINDA QUE É POR CAUSA DE POLICIAS
ASSIM QUE OCORREU VIOLÊNCIA POR PARTE DE
POLICIAIS, ONDE UM CONHECIDO TERIA LEVADO
187
OUVINTE AO VIVO LOCUTOR
UM TIRO POR UM POLICIAL QUE ESTAVA NAQUELE
1/ROBERTO
MOMENTO NO HOSPITAL REGIONAL.
+SATURNINO, EXPLICA SOBRE UM FATO QUE
OCORREU
NO
SETOR
19
ESTAVAM
MONITORANDO
–
POLICIAIS
UMA
QUE
RESIDÊNCIA,
CONSIDERADA UM PONTO DE DROGAS, UMA
VIATURA ONDE
ESTAVAM
HAVIA COM
MONITORANDO
DOIS
UMA
POLICIAIS,
RESIDÊNCIA
CONSIDERADA PONTO DE DROGAS. QUANDO OS
POLICIAIS ESTAVAM FILMANDO VEIO UM VEÍCULO
LOCUTOR 2/SATURNINO
DE MACHA RÉ, OS POLICIAIS TENTARAM ABORDAR
O CONDUTOR, OCORRENDO TROCAS DE TIROS.
+OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADO COMO INÁCIO,
DA CHÁCARA POR-DE-SOL) ELE RECLAMA DO SOM
DAS CHÁCARAS EM VOLTA, ONDE OCORREM
BAILÕES NOS FINAIS DE SEMANA. ELE PEDE PARA
AS AUTORIDADES FAZEREM ALGUMA COISA.
–
13H14MIN
MERCHANDISING E COMERCIAL
6º BLOCO
13H19MIN
OUVINTE AO VIVO
+OUVINTE
AO
VIVO
(IDENTIFICADO
COMO
CORONEL GONÇALVES) ELE ESCLARECE QUE O
PORTÃO DA GUARNIÇÃO NÃO ESTAVA ABERTO E
POR UMA EVENTUALIDADE NÃO HAVIA POLICIAL
NO PORTÃO NO MOMENTO E, ORIENTA COMO O
LOCUTOR 2/SATURNINO
CIDADÃO DEVE PROCEDER QUANDO PRECISAR
FAZER UMA DENÚNCIA.
188
+SATURNINO – O POLICIAL CHEGOU EM CASA E
NÃO VIU SUA ARMA, LOGO EM SEGUIDA ENTRA EM
CONTATO COM POLÍCIA. ACABOU ENCONTRANDO
O RAPAZ QUE A FURTOU, QUE É O SEU ENTEADO.
ENCONTROU NO LOCAL MUITOS MATÉRIAIS QUE
FORAM ROUBADOS DE UMA LOJA DO CENTRO DA
OUVINTE AO VIVO
CIDADE.
+OUVINTE
AO
VIVO
(IDENTIFICADO
COMO
CARDOSO) ELE COMENTA SOBRE MATÉRIA QUE
FOI VEICULADA COM A MINISTRA DO TSE, ONDE
QUER QUE OS PARTIDOS BARRAM AS PESSOAS
QUE NÃO PODEM CONCORRER AS ELEIÇÕES. ELE
COMENTA SOBRE O CASO QUE OCORREU NA
GUARNIÇÃO DA POLÍCIA MILITAR.
OUVINTE AO VIVO
OUVINTE AO VIVO
MERCHANDISING
+OUVINTE AO VIVO (IDENTIFICADO COMO DAIVID)
ELE RECLAMA DO SOM ALTO NAS CHÁCARAS.
+OUVINTE AO VIVO (SARGENTO EDUARDO) ELE
FALA SOBRE OS COMENTÁRIO DE UMA SENHORA
FEZ EM RELAÇÃO A NOTÍCIA ANTERIOR, ONDE ELA
TERIA ENTENDIDO ERRADO.
LOCUTOR 2/SATURNINO
7º BLOCO
+BRIGA QUE OCORREU NA RUA 1703, NO SÁBADO.
HOMEM ABRE A PORTA E LEVA FACADA.
REPÓRTER
MECHANDISING
EXTERNO/LAURENTINO
+VOLTA COM ISACH LAURENTINO AO VIVO DIRETO
189
DO LOCAL DE UM ACIDENTE. O REPÓRTER
LAURENTINO
OCORREU
FALA
NA
BR
DE
UM
364,
ACIDENTE
PERTO
DO
QUE
POSTO
BODANESE. O ACIDENTE ENVOLVEU UM CARRO E
UMA MOTO.
MERCHANDISING
LOCUTOR 1/ROBERTO
8º BLOCO
+ROBERTO LÊ UMA MATÉRIA DO SITE FOLHA DO
SUL, ANUNCIA A MORTE DE UM EMPRESÁRIA,
FILHA DE UM DOS PIONEIROS DO MUNICÍPIO.
LOCUTOR 2/SATURNINO
+MOTO
BATE
NO
MURO
DO
CENTRO
DA
JUVENTUDE. QUEM ESTAVA PILOTANDO A MOTO
ERA DE MENOR E DONO DA MOTO QUE ESTAVA NA
TRASEIRA
NÃO
TINHA
HABITAÇÃO
E
NEM
DOCUMENTO DA MOTO.
MERCHANDISING
LOCUTOR 1/ROBERTO
+CONCEIÇÃO PEDIU PARA LORIANO LIGAR PARA
ELA COM URGÊNCIA.
FINALIZAM O PROGRAMA
190
MURAL DE RECADO DA RÁDIO PLANALTO
17.04.2012
Nome: luiz
Para: astros e dicas
lazzarrotto Cidade: gramado
rs
oi ivete estamos ligado na progamacao num friozinho danado manda a muzica fa numero 1 eduardo
costa pois nois somos fa n 1 d vcs abracos do rio grande theeeeeeeeeee obrigado
Data: 17/04/2012 10:55:37
Nome: Antonio
Para: Roberto
-
Pedro
de
Souza
Filho Cidade: Vilhena
Bom dia Roberto! Atraves do seu programa gostaria de obter informações sobre o Luz para todos, pois
vieram aqui no setor de chacaras, montaram tudo e agora esão falando que só em seis meses o que era
pra acontecer em 8 dias. Ajude-nos com esta duvida. Um grande abraço a voces dois.
Data: 17/04/2012 09:16:38
-
Nome: lu Cidade:
Para: Roberto
todo mundo reclama é o motorista que sai sem da seta o motociclista é abusado o pedestre o ciclista
que atravessa na frente mas na verdade se todo mundo andasse com mais atenção muitos acidentes
seriam evitados pois as vezes mesmo q vc esteje na preferencia é melhor parar e deichar o apressado
passar pq no transito vc tem q ter cuidado por vc e pelos outros
Data: 17/04/2012 09:16:54
-
Nome: Maria
Para: Roberto e Saturnino
Julieta
Silva Cidade: Vilhena
Bom dia Roberto. Olha só, o Programa quando sera que a luz sera para todos esteve aqui no setor de
chacaras, colocaram postes, a fiação, e e nosas casas. A 15 dias atras, disseram que no mais tardar em
8 dias estar[iamos com nossa luz ligada e agora estão falando que só em seis meses. Lembrando que
neste período ja etaremos em plenas eleições e aí como ficamos? Promessas? Será que não esta na
hora do responsavel ir ate aí e prestar esclarecimentos? Por favor de uma atenção pra nós...
Tenham um bom dia.
Data: 17/04/2012 10:56:48
-
Nome: cleonice
Para: mistura sertanejo
elliziano
ferreira Cidade: vilhena
ola miguxoooo só passando para deseja uma otima tersa feira e manda um alo pra todos do embratel
há ANDREI hoje tem pesagem do bolsa familia na associaçao do sertor seis e na igreja santa terezinha
avisa ai pra mim obrigada e que DEDUS abençoe todos nós
Data: 17/04/2012 07:58:08
-
Nome: kevi
Para: todos de vilhena
algaranha Cidade: comodoro
mt
gostaria de ouvi a musica amo noite e dia com jorge e mateus, manda pra todos de vilhena. E manda
tambm um abraço aqui pra comodoro \o/ estamos na sintonia........
Data: 17/04/2012 06:51:50
-
Nome: Francisco Cidade: Ji
Para: Realidade
Paraná
Roberto, to ficando super chateado com a saúde em Vilhena e não tou falando do SUS e que nesta
segunda feira, minha esposa procurou ser atendida em 3 hospitais particulares: no primeiro que fica
mais próximo de casa tava fechado e não funciona, tinha médico, mas alegaram que não funcionavam
como hospital. Fui no 2o hospital no Pronto socorro já falaram que não tinha leito e nem pagando
particular. Fui no HRV foi feito uma medicaçao e a tarde fui no 3ó hospital particular e lá não tinha
médico para atender ela...conclusão estamos internados em JI PARANA.
Data: 17/04/2012 10:57:14
Nome: luiz
lazzarrotto Cidade: garibaldi
rs
191
Para: transito livre
estamos curtindo a progamacao num frio danado manda eduardo costa pra nois abracos do sul pra vcs
Data: 17/04/2012 06:20:45
-
Nome: jose
Para: familia goebel
claudio
machado Cidade: orleans
boa tarde para todos e tanbem um garande abraso para a familia goebel e quero dizer que em breve eu
estarei ai para morar de novo
Data: 17/04/2012 11:17:10
-
Nome: maria Cidade: vilhena
Para: roberto di zorzi
ola eu confirma a denuncia dessa ouvinte que disse em relaçao a UNISP e só passar por aki no periodo
da manha e verá.. pode ser q derrepente despois dessa denuncia nao coloquem mais ... so q duvido q
isso aconteça
Data: 16/04/2012 15:06:14
-
Nome: ozivane Cidade: vilhena
Para: roberto di zorzi
Roberto sabemos que é proibido estacionar em calçadas entao olha só porque em frente a UNISP eles
estacionam todos os carros dos funcionarios na calçada dificultando a passagem de pedestre embora
tenha a ciclo via mas mesmo assim a lei nao deveria ser pra todos... abços
Data: 16/04/2012 15:06:35
-
Nome: Claudevan Cidade: vilhena
Para: Roberto
Olaa!!! Gostaria q vc anunciase q eu perdi meu cellular samsung galaxy se alquem achou será muito
bem
gratificado...
porque se não até amanhã vou mandar Broquear o celular
Data: 16/04/2012 15:07:04
-
Nome: lu Cidade: vha
Para: roberto
Roberto aqui no setor vha as luzes ficam acesa de dia e de noite elas se apagao e algumas so precisao
de ajustes e nada +.Ve ai pra nos se tem como os responsaveis vir ate aqui pois estamos no
escuroooo.grata.
Data: 16/04/2012 15:07:23
-
Nome: ratinho Cidade: vha
Para: roberto
Roberto gostaria de saber quem foi o ganhador da rifa da apae que foi sorteado sabado,pois ate agora
não saiu em nehum site.
Data: 16/04/2012 15:07:42
-
Nome: adailton
Para:
pereira Cidade:
roberto por favor fala ai sobre a escuridaõ que ta na brigadeiro em frente o posto de saude naõ da pra
ve a faixa de pedestre tem que poda as arvores obrigado.
Data: 16/04/2012 15:08:04
-
Nome: vanderson
Para: roberto e saturni
martins Cidade: cafelandia
pr
Ola manda um alo ai para todos q tiverem ouvindo a radio e principalmente parameus tios e tias da
familga schgmitka,vanilda,silvio,bino.e um abraso a vcs ai da radio dai a fala para eles da uma ligada
aqui para nos pq fica 8 ano sem longe e cnplicado valeu um abraso
Data: 16/04/2012 15:08:21
Nome: vanderson
Para: ivete queros
maptins Cidade: cafelandia
pr
192
Ola ivete sou o vanderson d cafelandia do parana peso musica mais tocada d vc ai en vilena e oferece
para os meu tios silvios,bino e. minha tia vanilda se pude repeti umas duas vezes no decorer do seu
programa pois faz mais d 8 ano q nao vejo e to escrevendo do celular no cerviso desde ja agradeso
Data: 16/04/2012 10:11:03
-
Nome: Cleverson Cidade: vilhena
Para: Equipe toda
Bom dia galera da radio ótima segunda feira para todos,forte abraço pra vocês!!
Data: 16/04/2012 09:15:01
-
Nome: cleonice
Para: mistura sertanejo
elliziano
ferreira Cidade: vha
ola andrei bom diaaaaaaaaaaaaa so pasando para lhe deseja uma otima segunda feira e oferecer o
salmo para todos ouvintes e para a irisma que ouve seu programa todo dia outro dia estava eu
trabalhando e ela me disse pode manda pra mim ta o salmo pq ousso todo dia a radio e adoro o salmo
kss entao bom dia e que deus abensoe todos nós bjs da cleo
Data: 16/04/2012 07:04:10
-
Nome: MARCO
AURELIO
DA
Para: RADIO PLANALTO DE VILHENA
SILVA Cidade: ARAPIRACA
-
ALAGOAS
LIGADO NA TRANSMISSÃO DA RADIO PLANALTO,NA TORCIDA PELO LOBO DO CERRADO NA LIDERAÇA
DO RONDONIENSE 2012 DA LE VILHENA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Data: 16/04/2012 06:13:19
-
193
Mural de recado da rádio Planalto
18.04.2012
Nome: Daiane Paiva Cidade: limeira Para:
ops a palavra zagueiro saiu errado na mensagem anterior rsrsrsrrs
18/04/2012 22:00:15
Nome: Daiane Paiva Cidade: limeira Para:
boa noite , sou de Limeira e estamos torcendo para o Vilhena em todos os jogos .Agradeço a radio por
trasmitir ao vivo o jogo para nós.Abraços , familiares do zaqueiro Mario.ahhhh , locutores fala para o
meu irmão fazer um gol de cabeça de presente para mim, pois é o mês do meu aniversario. rsrsrsrrs
18/04/2012 21:57:11
Nome: Otávio Cechinel Cidade: Vilhena Para: PLan no jogo do VEC
Infelizmente não estou podendo estar aí no estádio. Porquê pelo loucução deve estar sendo um jogaço.
E,
parabéns
ao
treinador
JOEL,
está
se
mostrando
um
excelente
treinador.
E, também à diretoria do VEC, trabalhando com os pés no chão. Isto dá credibilidade e a torcida confia
no trabalho.
18/04/2012 21:21:41
Nome: Bruna Paz Cidade: Vilhena Para: Isach Laurentino e locutores d
Boa noite a todos de vilhena,estou no Rio de Janeiro e fiquei muito feliz em saber que eu poderia
acompanhar o jogo do Vilhena Esporte Clube através dessa rádio,estou aqui acompanhando o jogo e
torcendo
para
a
vitória
do
Vec.
Parabéns
a
todos
da
rádio..
Boa sorte VEC...
18/04/2012 20:44:02
Nome: FLÁVIO SOUZA ( locutor planalto Ji-paraná) Cidade: Ji-Paraná Para: Planalto vilhena
Eae Galera, hoje na planalto de Vilhena, transmissão ao vivo do jogo VEC x JIPA. os torcedores do jipa
vão ouvir pela plan jiparaná, com link direto da planalto vilhena.. valeu abraços...
18/04/2012 19:59:46
Nome: cintia Cidade: vha Para: Roberto
ROBERTO estamos comunicando que todos os promoters de vilhena se reuniram na sexta feira e entre
outros assuntos foi feito um manifesto de apoio ao Prefeito Zé Rover em reconhecimento pelo ótimo
trabalho prestado aos Vilhenenses e apoio as atividades culturais de VILHENA.
18/04/2012 14:17:17
Nome: Evando Cidade: vilhena Para: Roberto
boa tarde Roberto eu queria que vc falace ai de novo ao saae que aqui no bairro jardim novo horizonte
hote tinha aguá com barro mas tinha e hoje nem com barro e nem sem barro estamos sem aguá o que
sera que aconteceu? blz ASS. Evando
18/04/2012 13:38:05
Nome: lu Cidade: Para: roberto
de manha vi que vc ficou indignado com a noticia do jornal pois não divilgaram o nome da radio na
noticia não se preocupe todos sabemos que o seu programa e a radio planalto são os mais ouvidos
18/04/2012 13:13:33
Nome: Marcos Oliveira Cidade: Vilhena Para: Roberto
194
kd a FM da plansol....dentro do estádio..temos q ouvir a PLAN..as outras são boas...mas tem uma
diferença danada...a PLAN eh muito melhor......abraçoa todos.
18/04/2012 11:46:26
Nome: Ivete Queiróz Cidade: Para: Felipe
Oi Felipe, a que eu tenho dele é Radio Gaga, não localizei essa que vc me pediu ok. Tocarei a outra tá.
Abraços
18/04/2012 10:47:12
Nome: Ivete Queiroz([email protected]) Cidade: Para: Ouvintes
Ei Gentiii, obrigada pelos recadinhos carinhosos de vcs. Todas as manhãs aqui na plan no programa
astros e dicas. bjs
18/04/2012 10:38:14
Nome: felipe Cidade: campo grande ms Para:
gostaria de ouvir a musica how can i go on com freddie mercury
18/04/2012 10:37:29
Nome: Bia Cidade: Vilhena Para: Ivete
Oiie,toca a musica 'Depois' da marisa monte que é tema da novela avenida br,obg e bom dia a tds.
18/04/2012 10:13:56
195
Mural de recados da rádio Planalto
19.04.2012
Nome: AFONSO Cidade: Para: ROBERTO
AMIGOS RADIALISTA SOU MORADOR AQUI NA CHÁCARA, NO EMBRATEL E A SECRETARIA DE OBRAS
PASSSU A PATROL E JOGOU TODOS OS ENTULHOS NO MEIO DAS ESTRADAS E ISSO FAZ DEZ DIAS,
NÃO DÁ PRA PASSAR COM O CARRO E GOSTARIA QUE ELES VIESSEM LIMPAR LOGO.OBRIGADO.
19/04/2012 23:21:45
Nome: Comerciante da 1705 Cidade: Para: Roberto
Amigo Roberto sou comerciante a anos aqui e o asfalto nos favoreceu muito aqui na 1.705, só que já
começam a se deteriorem e a indícios de panelas no asfalto, mostrando que não é um trabalho bem
feito.Gostaria que averiguassem e pedissem para a empresa fazer o retoque e tomara que não seja a
mesma que irá fazer a TAncredo Neves, creio que logo teremos muitos buracos na Avenida.Abraços
Amigo.
19/04/2012 23:18:31
Nome: alcel alves Cidade: Para:
roberto por favor comente ai esse prefeito foi o unico que coloco lixeiras na cidade e as pessoas naõ daõ
valor tem ums vagabundos que ficam a noite toda bebendo na praça do chopg e deixam tudo jogado no
caõ obrigado.
19/04/2012 14:20:26
Nome: cesa weber Cidade: chupinguaia ro Para: vale tudo
ola roberto,fui paciente dese otmo medico,q esta ai presenti,sempre que prescisei fui muito bem
tratado,sou cadeiranti e ele tratuou de uma rejeiçao da platina e ele fez a retirada da -placa ,valeu
dr,sergio b belen obrigado de coraçáo.absos
19/04/2012 14:18:19
Nome: lu Cidade: Para: roberto
tem que pagar alguma taxa pra usar a capela mortuaria
19/04/2012 13:50:33
Nome: lu Cidade: Para: roberto
já reparou que cada vez mais os adolecentes estão se envolvendo em confusões enquanto não
mudarmos nosso conceito em relação a punição para menores isso não vai mudar pq podem votar com
16 mas não podem assumir o que fazem de errado a maioria das pessoas é contra de menor ser preso a
não ser quando ele faz alguma coisa com alguem da sua familia ai a conversa muda por isso acho que
um garoto ou garota depois dos treze não é mais burro pois tenho dois filhos umco 15 e uma com 12 e
sei muito bem que as vezes são mais esperto q muita gente acho que idade não influencia e sim a
cabeça da pessoa pois se tem que ser ruin vai ser .
19/04/2012 13:42:14
Nome: Eduardo Costa Cidade: vilhena Para: roberto
Boa tarde roberto.. lembra daquela cracolandia que a tempos atraz voce falou no seu programa ?? entao
axo que foi assunto em um ou dois programa seu , pois eh ontem eu estava vindo pela celso mazuti
sentido porto velho quando saiu uns 4 individuo , tudo atortoado da droga eu axo e atravessaram a rua
entrando na frente dos carros , ja nao era pra ter tomado alguma providencia ali ?? ou aumenos coloca
uma placa de sinalizacao , REDUZA A VELOCIDADE CRACOLANDIA A 10 METROS ou coloca mais um
quebra mola da colecao la ?? abracooo
19/04/2012 13:39:37
Nome: Evando Cidade: vilhena Para: Roberto
Roberto eu gostaria de parabenizar a equipe do saee poi ontem tinha uma equipe andando em casa em
casa
fazendo
limpeza
nos
medidor
de
aguá,
no
bairro
jardim
novo
horizonte
boa tarde
19/04/2012 13:38:05
196
Nome: Daiane Cidade: vilhena Para: ROberto
Roberto,
boa
tarde.
Não é de meu conhecimento se existe alguma lei que sobre o desperdício de água, mas gostaria que vc
desse um alerta ... Mora na mediação da av. Paraná ... e todo dia quando venho para o serviço aqui no
centro .. eu passo na Av. e os comerciantes e funcionários de alguns estabelecimentos estão lavando as
janelas, calçadas com água corrente .. até aí é tolerável ... mas o absurdo é além de lavarem isso estão
lavando o asfalto que fica em frente ao seu estabelecimento. Fico indignada com isso, por favor Roberto
dê um alô para o pessoal se conscientizar.
19/04/2012 13:06:35
Nome: Eduardo Alves Cidade: Vilhena-Ro. Para: Ivete Queiroz (Astros e Dicas)
Olaa
Ivete
bom
dia
tudo
bem
?
Ivete preciso que você anuncie ai,preciso de uma Diarista para Limpar uma residência 1vez por semana.
Meu telefone é (69) 8432-9445.Beijoss obrigado ivete.
19/04/2012 12:35:50
Nome: Guilherme Cidade: Vilhena Para: Todos de vilhena
Olá Ivete queria oferecer a musica BUQUE DE FLORES - THIAGUINHO para todos desta linda cidade..
19/04/2012 12:33:30
Nome: Prefeitura de Vilhena Cidade: Para: Comunidade vilhenense
COMUNICADO
–
SEMTER
A Prefeitura de Vilhena, através da Secretaria Municipal de Terras (Semter), comunica à comunidade que
realizará hoje (19), às 18 horas, reunião no setor 19 - referente ao Programa de Regularização
Fundiária: “Seja dono do que é seu”.
19/04/2012 11:48:17
Nome: Edna Cidade: Para: Interessados
Vendo móveis completos para quem deseja montar uma boutique ou loja de confecções: 2 balcões
laqueados brancos grande com tampo de vidro para antendimento ao cliente, 1 caixa grande com porta
bijuterias, 1 porta bolsas, 3 manequins lindos, 2 trocadores, 1 expositor de roupas de parafusar na
parede/ peça completa de uns 3 metros. e uma prateleira grande de colocar roupas dobradas. Todos de
madeira maçica, laqueados na cor branco com vermelho. Produto de primeira qualidade.
Vendo ou troco por terreno/ valor:12 mil reais. Aceito proposta de moto ou carro usado como parte do
pagamento. Interessados em negociar me liguem: 8463 5138/9266 7060
19/04/2012 10:13:57
Nome: valquiria Cidade: vilhena Para: a todos
O
telefone
aos interessados a Alugar a casa.
para
contado:
8485-1712
19/04/2012 09:54:41
Nome: SANDRA Cidade: VILHENA Para: TODOS
OLA BOM DIA, MEU AMIGO MARCIO DE SOUZA CORDEIRO PERDEU SUA CARTEIRA COM HABILITAÇÃO,
DOCUMENTO DA MOTO, E UM CARTÃO DO BANCO SICREDI, POR FAVOR QUEM ENCONTRAR, LIGUE NO
FONE 3322-4916 FALAR COM ANDERSON, 8474-9186 FALAR COM A SANDRA. FICAREMOS MUITO
GRATOS PELA DEVOLUÇÃO- DESDE JA AGRADEÇO
19/04/2012 09:40:53
Nome: Valquiria Cidade: Vilhena Para: A todos
Bom
dia
Ivete
me
ajuda,
a
Bairro
9
Murada
Valor
Comodos,
R$
toda
e
divulgar
Bela
em
450,00
uma
ceramica
com
casa
para
e
por
Muito
Tenha um Otimo dia
19/04/2012 09:33:32
aluguel:
Vista
forrada
Alarme
mes.
Obrigada.
Nome: Luzia Cidade: Vilhena Para: Polliany
queria ouvir a musica odeio da Manu gavassi. UM beijão pra todos da radio e ouvintes.
197
19/04/2012 09:28:57
Nome: Condutor conciente Cidade: Vilhena Para: Todos
Os quebra-molas são necessários apenas para os condutores mal-educados,para os demais basta uma
placa que indica a velocidade maxiima.
19/04/2012 08:43:38
Nome: lu Cidade: Para: roberto
aqui na rosilene de castro tem uma placa de quebra mola mas não tem quebra mola sera que vão por o
quebra mola já faz umas duas semanas
19/04/2012 08:31:27
Nome: adalberto Cidade: vilhena Para: roberto
ROBERTO MAS UMA VEZ A POLICIA FEZ UMA BLITZ HOTEM A NOITE COM ESTUPIDEZ DA PARTES DOS
POLICIAS NA MELVE JONES NO ESCURO SEM SINALIZAÇAO E MAL EDUCADOS ROBERTO POR QUE LE
NAO DEIXE O TRASITO UM POUCO VAM ATRA DOS BANDIDOS
19/04/2012 08:31:02
Nome: fabio Cidade: vilhena Para: roberto
roberto avisa o saae que na avenida 1 maio tem um cano estora procimo ao n2527
19/04/2012 08:29:15
Nome: fabio Cidade: vilhena Para: roberto
roberto avisa o saae que na avenida 1 maio tem um cano estora procimo ao n2527
19/04/2012 08:29:11
Nome: pai de aluno Cidade: vha. Para: Roberto
Roberto, no colégio Marechal Rondon, do lado de fora do muro, existe um verdadeiro criadouro de
caramujo Africano,pois cade o órgão competente para fazer a coleta destes moluscos.
19/04/2012 07:52:20
Nome: Amanda Cidade: Vilhena Para: Andrey Gabriel
Olá Andrey, quero oferecer com muito carinho a música do Luan Santana (Conquistando o impossível)
para a minha tia a querida Marizeli que está de aniversario hoje, gostaria também que vc tocasse os
patinhos
pra
ela.
Desde já agradeço pela atenção!
19/04/2012 07:12:43
Nome: kevin algaranha Cidade: comodoro Para: cidade de vilhena
Bom dia locutor manda um abraço aqui pra nos de comodoro estamos sempre na escuta...O programa é
10.
19/04/2012 06:28:56
198
Mural de recados da rádio Planalto
20.04.12
Nome: Miller Caldeira Costa Cidade: Sevilla, ESpanha Para: Marcilene dias
Olá! Eu sou o Miller e estou a ouvir a vossa rádio via internet em Espanha, e qero desejar essa musica
para Marcilene Dias (Munhoiz e Mariano - Eu vou pegar voce e tae e tae... bjsss
20/04/2012 18:04:06
Nome: Miller Caldeira Costa Cidade: Sevilla, ESpanha Para: Marcilene dias
Olá! Eu sou o Fábio e estou a ouvir a vossa rádio via internet em Espanha
20/04/2012 18:00:15
Nome: Maylla Eduarda Cidade: Sapezal-MT Para: Edso Seixas
Ola eu soua a maylla mando um bjos para todos qee estao na escuta. pesso qee toqe a musica,Jorge e
Matheus SE EU CHORAR e ofereço para minha mae qee esta na escuta e para todos voç" ai da radio um
bjão e qee Deus ilumine as vossas vidas #>#
20/04/2012 17:17:18
Nome: Fábio Cidade: Para:
Olá! Eu sou o Fábio e estou a ouvir a vossa rádio via internet em Portugal! Um abraço para o Brasil!
20/04/2012 15:15:06
Nome: vanderson martins Cidade: cafelandia pr Para: vanessa
Ola vanessa sou o vanderson de cafelandia pr manda uma musicea da progeamacao e oferece para os
meus tios e tias da familha schimitka ai e para todos quem tiverem oivindo o programa um abraço
20/04/2012 15:13:27
Nome: vanderson marrtins Cidade: cafelandia Para: saturninho
Ola saturno e roberto quero pedir a musica da programaçao e oferecer ai para meus tios bino.silvio
minhas tis vanilda e para rodas as mulheres dai q sao lindas por demais e se ventura eles perderao o
contato pede por gentilesa ligarem meu celular q é 045 99852044 q nos nao soubemos mais noticias
deles ai faz um bom tenpo vai desculpa os erros ai to na internet no celular e to no cerviso.sou chefe do
almocharifado vhega muita gente ai vc sabe desde agradeso vc um abraso
20/04/2012 15:04:28
Nome: carol Cidade: vha Para: roberto
manda um abraço para o andrei e tambem pra o novo locutor o Leandro augusto.
20/04/2012 14:19:58
Nome: ana Cidade: vihena Para: roberto
quem é esse novo locutor do mistura sertaneja adorei, tem uma vóz linda
20/04/2012 14:11:41
Nome: bruna Cidade: vilhena Para: roberto
Roberto ontem fui no postinho do cristo rei i nem pude ser atendida pq tava cheio. poxa so marca na
quinta - feira ai fica lotado de gente e caba q quase ninguem é atendido a saúde ta sendo beem atendida
em
pq eles não marcam essas fichas pelo menos dois dias ai nao fica tão lotado de gente e a maioria é
atendido !
20/04/2012 13:48:38
199
Nome: Rodrigo Cidade: Vilhena Para: Saturnino
Olá, gostaria de saber se a caixa econômica aboliu os aparelhos telefônicos pois estou tentando uma
bendita ligação desde as 11:10 da manhã de hoje e simplesmente ninguém atende. Não bastasse o
PÉSSIMO atendimento na agência , temos que aturar a falta de compromisso da maioria também pelo
telefone, e olha que eu tentei por 3 números. Se a escala de satisfação se medisse por meio de
temperatura, quem adentrasse à agência, em poucos segundos morreria de hipotermia. Péssimo
atendimento.
20/04/2012 13:40:31
Nome: lu Cidade: Para: roberto
queria pedir pra secretaria de obras sinalizasem direito a boca de lobo aqui da praça do são josé pois os
homens que estão trabalhando lá colocaram um cavalete no meio da rua a jamari já é um caos e isto só
esta atrapalhando pois hj 5 horas qdo fui levar meu esposo so vi o cavalete qdo estava em cima pois a
iluminação da rua não ajuda tinha que ser um cone ou alguma coisa que refletise com o farol brigado
20/04/2012 13:17:38
Nome: Guilherme Cidade: Vilhena Para: Ivete Queiroz
IVETE, DIZEM QUE É PROSPERIDADE QUANDO PASSARINHOS ENTRAM DENTRO DE CASA, SERÁ QUE É
VERDADE
?
ENTROU UM PASSARINHO ONTEM NA MINHA CASA E EU FIQUEI COM ESSA DUVIDA.
20/04/2012 10:51:53
Nome: Jeiza Arruda Cidade: Boston EUA Para: Ivete
Bom dia tia querida,gostaria de dar um oi para os meus conterrâneos de Vilhena,e dizer que a rádio está
ótima agora consigo ouvir pelo meu iphone ,posso trabalhar ouvindo a rádio :)
Abraços
a
todos
saudades
bjs
Jeiza
20/04/2012 10:23:48
Nome: Guilherme Cidade: Vilhena Para: Ivete Queiroz
OLÁ BOM DIA IVETE, QUERIA OFERECER ESTA PRÓXIMA MUSICA ''SET FIRE TO THE RAIN - ADELE'' A
TODOS DA CIDADE DE VILHENA E O NOROESTE DO MATO GROSO QUE ESTÃO SEMPRE LIGADINHOS NA
PLANSOL.COM.BR
ABRAÇO.
20/04/2012 10:04:20
Nome: Rita de Cassia Meseiros Aquino Cidade: vilhena Para: Ivete
oiiii
Ivete
bom
dia
.....
gostaria
muito
que
vc
deixasse
um
alo!
aqui
pra
todos
da
JM
madeiras
pois
somos
ouvintes
n°1
do
seu
programa
e
fala pra mim sobreo signo de sargitario pro mes e se capricornio e sargitario se combinam . obrigada um
enorme bjo valeu ..
20/04/2012 09:45:17
Nome: Wilson e CAmila Cidade: Araputanga MT Para: Todos da VHA e Plansol
Ivete manda uma Alô par atodos de VHa e para vcs da Plan estamos sempre ligado nas pogramação da
Plansol
20/04/2012 09:25:28
Nome: cleidiane Cidade: vilhena Para: radialista das 8
Perdi meus documentos.. queria q vc pedisse para quem encontrar deixar no alvares ou no escritorio de
contabilidade
Otavio
cechinel,
na
presidente
nasser....
cpf rg.. titulo de eleitor, td estava dentro de uma carteita preta grande comprida...
ou
ligar
no
numero,
3321-1566..
Obrigada...
20/04/2012 09:14:22
Nome: Luzia Cidade: Vilhena Para: Ana carolina
ola Ivete , bom dia , queria ouvir a musica faz um milagre em mim , do Regis Danese e oferecer pra ana
carolina , bjs ...
200
20/04/2012 09:05:26
Nome: cleidiane felisberto alves Cidade: vilhena Para: Roberto
Roberto perdi meus documentos.. queria q vc pedisse para quem encontrar deixar no alvares ou no
escritorio
de
contabilidade
Otavio
cechinel,
na
presidente
nasser....
cpf rg.. titulo de eleitor, td estava dentro de uma carteita preta grande comprida...
ou
ligar
no
numero,
3321-1566..
Obrigada...
20/04/2012 08:57:59
Nome: SANDRA LOPES Cidade: vilhena Para: LOCUTOR
OI BOM DIA A TDS! EU GOSTARIA DE SABER A RESPEITO DO ASFALTO, DA 916 DO COLÉGIO VILMA
VIEIRA,SERA QUE VAI ER MAIS UMA NOVELA, IGUAL A TRANSPOSIÇÃO, E OUTRAS MAIS...OBRIGADO.
FICAM TDS NA PAZ DO SENHOR.
20/04/2012 08:44:40
Nome: Joao Cidade: Vilhena Para: Roberto
ROBERTO, CADÊ NOSSOS NOVOS SEMAFOROS? ALGUMA SOLUÇÃO AINDA ?
20/04/2012 08:32:08
Nome: Nano Labajos Cidade: Para: Roberto Di Zorzi
Obrigado pela força parceiro. Um abraço!
20/04/2012 08:25:01
201
Mural de recado da rádio Planalto
23.04.2012
Nome: nivaldo Cidade: vilhena Para: todos
vendo um terreno ha duas quadras da prefeitura medindo 15 por 42 metros fone 69 84435072
23/04/2012 15:56:52
Nome: kelli Cidade: vilhena Para: roberto
roberto gostaria de saber do sagento,,ele pode esta errado de entrado...mas justifica o que o outro
sargento falou ele demostrou que as pessoas tem que ter medo da policia..como ele disse que mete bala
...eu acho que nao e atitude de quem fez juramento para protejer a populaçao......e realmente existem
poluciais que e abusado,,,
23/04/2012 15:02:49
Nome: cristiane Cidade: Vha Para: para o PM QUE QUIS DEFENDER A
qUERO LHE DIZER QUE VC FOI INFELIZ AO DIZER QUE METERIA BALA EM ALGUEM QUE INVADISSE A
AREA MILITAR POIS BANDIDO JAMAIS IRIA FAZER ISSO , COM SUAS PALAVRAS VC COLOCOU A
POPULAÇAO CONTRA VOCES, PORQUE ENTAO EXISTE A POLICIA COMUNITARIA.
23/04/2012 15:03:16
Nome: claudeir da silva fuzi Cidade: vilhena Para: Roberto
Roberto sobre o bo que o Saturnino trouxe hoje de manhã do rapaz que atirou contra os policiais a
paisana. veja bem o rapaz deu ré no seu veiculo e colidiu com o carro deles quando a janela do carro
dele pareou com o da policia logo o policial que estava de carona efetuou um disparo de pistola que
acertou a mão esquerda dele. o mesmo assustado continou a decer de re por mais de um quarterão
impossibilitado de continuar dirigindo abandonou o veiculo e se escondeu em um terreno baldiu. ele logo
ligou para um amigo pedindo pelo amor de DEUS que ligasse para policia que avia dois bandidos atirando
contra ele logo que a policia chegou ele foi de encontro com a viatura o policial ordenou que ele deitasse
no chão ele assim fez eles ja começarão a bater nele querendo a "arma". moral da historia o rapaz esta
com a mão estourada no hospital regional vai ter que passar por cirurgia a "arma" ainda não foi
apresentada e não encontrão nada de errado no carro e naum vão encontrar pq não tem.
todos que conhecem o rapaz estão revoltado com a situação. obrigado tenha uma boa tarde.
23/04/2012 15:04:25
Nome: cidadão indignado Cidade: Para: sargento da pm
toma vergonha na sua cara e aprenda a respeitar o cidadão que paga seu salario que pelo visto e muito
bom e voces nao fazem jus ao salario que recebe , tenha educação voce acha que so poque e policial
pode falar oque quer , pensa que e resolvido a base da bala , depois que bandido mata policial e nao
sabe o poque.
23/04/2012 15:05:05
Nome: lu Cidade: Para: roberto
só pela forma com que esse policial falou com ele ao vivo imagina como não foi quando estava sozinho
da pra ver que ele não é um policial preparado é um ignorante isso sim tem policial que só pq esta com
uma farda acha que é melhor q os outros .
23/04/2012 15:04:44
Nome: marcelo Cidade: vha Para: roberto
ola boa tarde roberto como um quartel esta desguarnecido do soldado de plantao portao aberto
23/04/2012 15:05:53
Nome: Eduardo Cidade: vilhena Para: roberto
roberto , o camioneiro que ligou agora pouco... falando das motos ali na baxada do piracolino , ali
realmente esta muito perigoso e ta uma bebedeira de cerveja la que qualquer hora vai acontecer alguma
202
tragedia nao seria melhor evitar ???
23/04/2012 14:17:21
Nome: Reginaldo miranda Cidade: vha Para: vale tudo
e ai os framenguista mais uma peia dale vascao e so alegria, abraço
23/04/2012 14:16:55
Nome: Ivan Mendes Cidade: Guajara-mirim Para: Ivete
Ola mocinha, to aqui na tua cola ouvindo viu... ow saudade de Vilhena, abraços a todos e todas, ouvintes
e equipe plan, em especial a você e sua família.
23/04/2012 12:47:50
Nome: vanilda schmitka Cidade: cafelandia [email protected] Para: vanderson martins
obrigado pelos recados,entre em contato pelo meu hotmail........
23/04/2012 14:14:47
Nome: dante moura Cidade: montevideo uruguay Para: ivete
alo ivete, muy bueno o programa y as musicas, un beso grande desde uruguay
23/04/2012 12:00:55
Nome: Antonio Pedro de Lima Cidade: Para: Roberto
Ola Roberto. Mais uma vez entro em contato com este programa chamando a atenção das autoridades aí
eu questiono tem autoridade em Vilhena? Parece que não, pois o que acontece aqui no setor de chacaras
é um absurdo. Ontem la pelas 16 horas imagina a farra de 8 motoqueiros rodando a vontade, cavalos de
paus, zerinhos um inferno, sem falar no povo da trilha e nas gaiolas.Ao anoitecer até o início da madruga
é a farra da chacara da Amizade. A hora que este povo sai saem fazendo destruição, vandalismo. Você
liga pra policia, falam muitas vezes um monte de desaforos pra gente que precisa deles. Se for la no
quartel, pode acabar preso. e o que vai ser desta cidade? Cade o Ministério Publico que não parece e
tenho certeza que falta de denuncias não é. Mas eles assim como as demais autoridades são enérgicos
com o cidadão de bem edo jeito que as coisas andam, vai ser olho por olho e dente por dente. Teremos
que nos armar, porque a autoridades não fazem nada. Neste fim de semana quebraram os portôes da
minha propriedade...e no proximo o que vai ser? Antonio
23/04/2012 11:25:23
Nome: ADRIANA Cidade: Para: IVETE
oiiiiiiiieeee
ivete manda uma musica bem especial pra todo ai da rádio
Godinho, Adriana, você, Vanessinha
muita saudade de vocês!
e claro pra todos os ouvintes
joão borges, inis cristina, mateus dorvani, mariene, milene, terezinha, silvio cardoso, tatiane, dalva...
saudades de todos!
beijãooo
to na escuta... hehehe
23/04/2012 11:28:21
Nome: Guilherme Cidade: Vilhena Para: Ivete
BOM DIA IVETEE, BOM DIA A TODOS OS OUVINTES DA RADIO PLANALTO..
QUERIA DESEJAR UM BOM TRABALHO PARA VOCE IVETE E ME OFEREÇA A PRÓXIMA MUSICA!
23/04/2012 11:24:41
Nome: vanderson martins Cidade: cafelandia pr Para: ivete
Ola ivete eu escuto seu programa pela internet do celular.manda uma musica ai so nao se vcs vao ter ai
e de joao carreiro e capatas qualquer uma ai e oferece pata minha tia vanilda e para quem tiver ouvindo
23/04/2012 10:00:19
Nome: KEVIN ALGARANHA Cidade: COMODORO Para: VILHENA
bommm dia vilhena aqui em comodoro nois tambm estamos na sintonia da plansol via net. um abraços a
todos e boa semana......
203
23/04/2012 06:17:48
Nome: gelson laurentino Cidade: joinvilhe sc Para: izaque
boa noite pessoal estamos aqui cortindo plan,e essa baita patida q e vilhena esta fazendo aquele bração
a todos ai.
23/04/2012 06:11:54
Nome: Walter Pereira Cidade: vha Para: Roberto
Roberto, a transmissão tá otima, mas o Isac ainda vai me matar do coração... rsrsrsrs
23/04/2012 06:11:46
Nome: elson jose de oliveira Cidade: rolim de moura Para: isac laurentino
ola isac,estou em rolim de moura,mas sou vilhena de coraçao to na escuta da transmisao;acredito na
virada da nosso vilhena ,mando lembrança a todos vilhenense a melhor cidade de
rondonia
23/04/2012 06:11:32
204
Equipe de profissionais da Rádio Planalto
Nossa Equipe
Mostrar todos
João Alexandre
Locutor
Locomotiva
Roberto Di Jorge
Locutor
Realidade, Vale Tudo
Saturnino de Oliveira
Locutor
Realidade, Vale Tudo
Valdivino Gomes
Locutor
ABC Sertanejo, Alô
Planalto
Carlos Godinho
Diretor(a) Geral
Damiane Gianini
Comercial
Vina Miranda
Comercial
Isach Laurentino
Repórter
Chirlei Moreira
Locutora
Trânsito Livre
Vanessa Freitas
Locutora
As Mais Mais, Astros &
Dicas, Panelão da Plan
Andrey Gabriel
Locutor
Forró Mania, Mistura
Sertaneja
Raimundo Nonato
Sonoplastia
Realidade, Vale Tudo
Valdirene Franqke
Comercial
[ mail ] [ facebook ]
Alaide Araújo
Locutora
ABC Sertanejo
Kézia da Silva Rodrigues
Telefonista
[ facebook ]
205
Programação da Rádio Planalto de segunda-feira à sexta-feira
Programação
DOMINGO
05:00:00
06:00:00
07:00:00
08:00:00
10:00:00
12:00:00
13:00:00
14:00:00
17:00:00
20:00:00
SEGUNDAFEIRA
TERÇAFEIRA
QUARTAFEIRA
Programação Musical
das 05:00:00 às 06:00:00
vilhena
Bom dia com Maria
das 06:00:00 às 07:00:00
vilhena
Jesus te Ama
das 07:00:00 às 08:00:00
vilhena
As Mais Mais
das 08:00:00 às 10:00:00
vilhena
Panelão da Plan
das 10:00:00 às 12:00:00
vilhena
Integração Musical
das 12:00:00 às 13:00:00
vilhena
Programação Musical
das 13:00:00 às 14:00:00
vilhena
Locomotiva
das 14:00:00 às 17:00:00
vilhena
Alô Planalto
das 17:00:00 às 20:00:00
vilhena
Programação Musical
das 20:00:00 às 23:30:00
vilhena
QUINTAFERIA
SEXTASÁBADO
FEIRA
Vanessa Freitas
Vanessa Freitas
Valdivino Gomes
206
Programação da Rádio Planalto no dia de sábado
Programação
DOMINGO
05:00:00
06:00:00
07:00:00
08:00:00
10:00:00
12:00:00
13:00:00
14:00:00
17:00:00
20:00:00
SEGUNDAFEIRA
TERÇAFEIRA
QUARTAFEIRA
Programação Musical
das 05:00:00 às 06:00:00
vilhena
Bom dia com Maria
das 06:00:00 às 07:00:00
vilhena
Jesus te Ama
das 07:00:00 às 08:00:00
vilhena
As Mais Mais
das 08:00:00 às 10:00:00
vilhena
Panelão da Plan
das 10:00:00 às 12:00:00
vilhena
Integração Musical
das 12:00:00 às 13:00:00
vilhena
Programação Musical
das 13:00:00 às 14:00:00
vilhena
Locomotiva
das 14:00:00 às 17:00:00
vilhena
Alô Planalto
das 17:00:00 às 20:00:00
vilhena
Programação Musical
das 20:00:00 às 23:30:00
vilhena
QUINTAFERIA
SEXTASÁBADO
FEIRA
Vanessa Freitas
Vanessa Freitas
Valdivino Gomes
207
Programação da Rádio Planalto no dia de domingo
Programação
DOMINGO
05:00:00
07:00:00
08:00:00
09:00:00
10:30:00
12:30:00
15:00:00
19:00:00
20:00:00
SEGUNDAFEIRA
TERÇAFEIRA
QUARTAFEIRA
ABC Sertanejo
das 05:00:00 às 07:00:00
vilhena
Luz Divina
das 07:00:00 às 08:00:00
vilhena
Cristo é a Resposta
das 08:00:00 às 09:00:00
vilhena
Forró Mania
das 09:00:00 às 10:30:00
vilhena
Rodeio Crioulo
das 10:30:00 às 12:30:00
vilhena
Programação Musical
das 12:30:00 às 15:00:00
vilhena
Futebol na Plan
das 15:00:00 às 19:00:00
vilhena
Santa Missa
das 19:00:00 às 20:00:00
vilhena
Programação Musical
das 20:00:00 às 23:30:00
vilhena
QUINTAFERIA
SEXTASÁBADO
FEIRA
Valdivino Gomes
Andrey Gabriel
208
209

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