RP X - Sorriso
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RP X - Sorriso
PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DE MATO GROSSO MT+20 ESTADO DE MATO GROSSO PODER EXECUTIVO Célio Wilson de Oliveira Justiça e Segurança Pública Blairo Borges Maggi Governador Antônio Kato Chefe da Casa Civil Iraci Araújo Moreira Vice-Governadora Geraldo Aparecido de Vitto Júnior Administração SECRETÁRIOS DE ESTADO Alexandre Herculano C. de S. Furlan Indústria, Comércio e Minas e Energia Yênes Jesus de Magalhães Planejamento e Coordenação Geral Vilceu Francisco Marchetti Infra-Estrutura Waldir Júlio Teis Fazenda Yêda Marli de Oliveira Assis Desenvolvimento do Turismo Cloves Felício Vettorato Desenvolvimento Rural José Carlos Dias Comunicação Social Terezinha de Souza Maggi Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social Laércio Vicente de Arruda e Silva Esportes e Lazer Augustinho Moro Saúde João Virgílio do N. Sobrinho Procurador-Geral Ana Carla Muniz Educação Ilma Grisoste Barbosa Ciência Tecnologia Marchos Henrique Machado Meio Ambiente Orestes Teodoro de Oliveira Chefe da Casa Militar Louremberg Nunes Rocha Extraordinário de Ação Política OUTROS PODERES E ÓRGÃOS AUXILIARES Silval Barbosa Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso José Jurandir de Lima Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso Paulo Roberto Jorge do Prado Procurador-Geral de Justiça do Estado de Mato Grosso João Carlos Vicente Ferreira Cultura José Carlos Novelli Presidente do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso Sírio Pinheiro da Silva Auditor Geral Fábio César Guimarães Neto Defensor Público de Estado de Mato Grosso APRESENTAÇÃO O Plano de Desenvolvimento de Mato Grosso (MT+20) desdobra-se em doze planos regionais1 que orientam a implementação das ações estratégicas para integrar o território mato-grossense e promover uma desconcentração da economia e dos indicadores sociais do Estado. Este documento apresenta o Plano de Desenvolvimento da Região de Planejamento X – Centro, como parte do MT+20 que explicita os projetos prioritários para a região e organiza a formulação da sociedade na estrutura estratégica do Plano. Desta forma, o plano regional é um detalhamento do MT+20 no território, de acordo com as especificidades locais, seus problemas e suas potencialidades. O Plano de Desenvolvimento da Região é o referencial para negociação dos seus projetos e o acompanhamento da implementação do MT+20 no território. Foi elaborado com o envolvimento da sociedade, procurando fazer uma articulação entre a estratégia geral para Mato Grosso e as características de cada região, suas necessidades e suas contribuições para o desenvolvimento conjunto do Estado. Ao mesmo tempo em que formula propostas para compor o plano de desenvolvimento de Mato Grosso, a estratégia do Estado (MT+20) define as bases para as prioridades do Estado. A Região de Planejamento polarizada por Sorriso conta agora com seu plano de desenvolvimento de longo prazo que deve orientar as ações nos próximos 20 anos, desenvolver a região e, ao mesmo tempo, intensificar sua interação com as transformações futuras de Mato Grosso. Nesse sentido deve, ao mesmo tempo, dar suporte aos propósitos de desenvolvimento do Estado mediante impactos gerais na região. Refletindo a divisão do território de Mato Grosso, foram realizados planos regionais para as regiões Noroeste 1 (Juína), Norte (Alta Floresta), Nordeste (Vila Rica), Leste (Barra do Garças), Sudeste (Rondonópolis), Sul (Cuiabá/Várzea Grande), Sudoeste (Cáceres), Oeste (Tangará da Serra), Centro-oeste (Diamantino), Centro (Sorriso), Noroeste 2 (Juara), e Centro-norte (Sinop). 1 SUMÁRIO I. INTRODUÇÃO 5 II. ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MATO-GROSSENSE 8 2.1 Ciclos de expansão e formação do território mato-grossense 9 2.2 Concentração econômica, social e demográfica 10 2.3 Ocupação antrópica nas regiões de planejamento 13 2.4 Tendências de desconcentração regional 14 III. ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO – a construção do futuro 20 3.1 Panorama da Situação Atual da Região 21 3.2 Perspectivas Futuras para a Região – aonde queremos chegar 24 3.3 O que pode ajudar ou atrapalhar o desenvolvimento da Região 25 | Vantagens Competitivas/Potencialidades | Problemas e Estrangulamentos | Oportunidades do Ambiente Externo | Ameaças do Ambiente Externo IV. EIXOS, PROGRAMAS E PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO 28 | Eixos Estratégicos 30 CONSELHO POLÍTICO DE AVALIAÇÃO DA ELABORAÇÃO DO PLANO 39 EQUIPE TÉCNICA 40 I. INTRODUÇÃO PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO O Plano de desenvolvimento de Mato Grosso (MT+20) tem como um dos seus principais eixos estratégicos a “descentralização e desconcentração territorial e estruturação de uma ampla rede urbana”, no qual procura expressar a intenção de promover desenvolvimento equilibrado no território matogrossense, integrar as regiões, desconcentrar o dinamismo econômico e nivelar os indicadores sociais. Para explicitar esta idéia o MT+20 foi estruturado em duas partes, a primeira apresenta os macro-cenários, mundial e nacional, e os cenários de Mato Grosso bem como as Estratégias de Desenvolvimento do Estado; a segunda parte apresenta a Estratégia de Desenvolvimento das Regiões de Planejamento, explicitando os planos de ação (programas e projetos) de cada uma das regiões, de acordo com suas potencialidades e estrangulamentos e refletindo as escolhas da sociedade regional. Os planos regionais com suas prioridades representam uma regionalização do MT+20, expressando o que cada região considera necessário e relevante para promover o seu desenvolvimento e sua integração no desenvolvimento do Estado; desta forma, os planos regionais são, em certa medida, uma distribuição territorial dos programas e projetos do Plano Estadual que promove uma reorganização do território mato-grossense e contribui para a desconcentração regional da economia, da riqueza e da qualidade de vida. Para a elaboração dos planos regionais foram realizadas oficinas com representantes da sociedade organizada de cada Região de Planejamento, procurando confrontar as suas características internas com as condições externas expressas nos cenários de Mato Grosso 2. Esta análise foi realizada tendo como referência os Eixos Estratégicos preliminarmente definidos para o Estado, procurando identificar as especificidades de cada território e, a partir delas, as propostas de ação para o desenvolvimento regional. O material gerado nas oficinas regionais, entendido como o conjunto de propostas de ações para promover o desenvolvimento da região, foi organizado, sistematizado e consolidado utilizandose a mesma estrutura do MT+20, ou seja, grandes eixos de desenvolvimento que se desdobram em programas que, por seu turno, organizam e dão sentido de unidade às ações e projetos específicos. As formulações geradas nas oficinas regionais foram também importantes insumos para dar maior precisão, ou mesmo complementar, as escolhas definidas (programas e projetos), preliminarmente, para o Plano do Estado (MT+20), refletindo a contribuição das regiões para a estratégia de desenvolvimento de Mato Grosso; e dando, ao mesmo tempo, coerência e consistência entre o todo e as partes, nas formulações estratégicas. Para expressar, nas regiões, a estratégia de desenvolvimento de Mato Grosso, por meio da formulação de planos de ação diferenciados, foi adotado um recorte territorial que divide o Estado em 12 Regiões de Planejamento com suas características próprias em termos econômicos, sociais e ambientais, com base nos levantamentos do estudo de Diagnóstico Socioeconômico Ecológico (mapa 1). Esta regionalização facilita a gestão e a organização das iniciativas e projetos de desenvolvimento no do território3. As oficinas regionais utilizaram como método de trabalho a Matriz de Planejamento (também utilizada na formulação da estratégia do Estado), que organiza os fatores internos com os processos externos. Trabalhando em painel, os participantes da oficina regional formularam propostas de ações para preparar a região para os desafios do futuro: enfrentar os estrangulamentos e explorar melhor as potencialidades para possibilitar o aproveitamento das oportunidades e a defesa das ameaças. 2 INTRODUÇÃO MAPA 1 REGIÕES DE PLANEJAMENTO DO ESTADO DE MATO GROSSO AM PA II I III XI XII RO VIII X IX IV VII V VI GO MS I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII Escala gráfica 0 65 130 km 195 Fonte: DSEE de Mato Grosso – SEPLAN/MT, 2002 As doze regiões de planejamento de Mato Grosso são: Região Noroeste 1, Região Norte, Região Nordeste, Região Leste, Região Sudeste, Região Sul, Região Sudoeste, Região Oeste, Região Centro-Oeste, Região Centro, Região Noroeste 2, e Região Centro-Norte. 3 II. ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MATO-GROSSENSE ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MATO-GROSSENSE 2.1 CICLOS DE EXPANSÃO E FORMAÇÃO DO TERRITÓRIO MATO-GROSSENSE Do Isolamento à Primeira onda de Imigrantes A organização do território de Mato Grosso resulta da forma como se deu a ocupação econômica e dos movimentos migratórios, definindo diferentes ritmos e papéis para as suas regiões. Este movimento acompanha os ciclos de formação da economia do Estado e de integração comercial e econômica com a economia brasileira, e mais diretamente a natureza e ritmo de expansão da malha de transporte. Até meados do século passado, quando Mato Grosso apresentava vínculos frágeis com os centros econômicos dinâmicos do Brasil e tinha sua economia voltada para a Bacia do Prata, os mais importantes centros econômicos e demográficos situavam-se a oeste do Estado, a partir de Cuiabá e ao longo do Rio Paraguai; a mineração e a pecuária concentravam-se próximas à região pantaneira com amplos vazios demográficos ao norte e no nordeste do Estado. As regiões de maior peso na economia e na população do que hoje é Mato Grosso eram: Cuiabá, Cáceres e, em menor medida, Tangará da Serra. As regiões de Barra do Garças e Rondonópolis, pela proximidade de Goiás tinham também uma presença importante na economia mato-grossense, mas com limitados vínculos com o resto do Estado. A parte sul que viria formar, mais tarde, Mato Grosso do Sul, consolidou importantes cidades ao longo do rio Paraguai e recebeu mais cedo o processo de irradiação da economia paulista, com integração à economia e formação de novos pólos a leste do Estado, como Dourados e Três Lagoas. O movimento se intensifica com a dinamização das regiões a leste do atual Mato Grosso do Sul, com a chamada “Marcha para o Oeste”, lançada no governo Getúlio Vargas. O impacto da Marcha para o Oeste no território do atual Mato Grosso é, porém, limitado e tardio, de modo que até o final da década de cinqüenta, o Estado tinha apenas duas diferentes áreas econômicas articuladas por Cuiabá: uma a oeste, formada por Cuiabá-Cáceres, e outra a leste, formada por Cuiabá-Rondonópolis-Barra do Garças. O primeiro ciclo importante de integração e modernização econômica de Mato Grosso coincide com a construção de Brasília e a implantação da rede de rodovias de integração da capital ao resto do país, inclusive Mato Grosso. A abertura de grandes rodovias federais, principalmente a BR 070, ligando o oeste do Estado ao Sudeste brasileiro, e a BR 163, no sentido Sul-Norte, reforçou o papel de pólo urbano de Cuiabá. Destas vias de acesso, mesmo precário, originaram os primeiros fluxos migratórios de peso para Mato Grosso, abrindo uma nova fronteira agrícola no Brasil4. O território ainda hoje está fortemente concentrado, até porque Cuiabá reforçou seu papel de pólo econômico estadual, mas começam a surgir novas áreas de expansão econômica nos cerrados e em parte da floresta norte. Nas regiões consolidadas a economia diversifica-se com leve processo de industrialização e crescimento dos serviços; enquanto isso, nas regiões de fronteira domina a atividade agropecuária e destaca-se também o garimpo como atividade importante no extremo norte do Estado. Além de promoverem novo dinamismo às regiões de Cuiabá, Cáceres, Tangará da Serra, Rondonópolis e Barra do Garças, estimularam um movimento migratório na direção norte e nordeste, ampliando a base econômica do Estado; as regiões de Diamantino e de Sorriso passam a receber novos contingentes de agricultores migrantes do sul, implantando empresas modernas e comunidades de agro-pecuaristas que dinamizaram suas economias. 4 11 12 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO A Segunda Onda de Imigrantes e o Boom do Agronegócio A partir da década de setenta, com a ampliação da malha viária e pavimentação de importantes rodovias, o movimento de agricultores migrantes em busca de oportunidades avança para o norte e para o centro do território mato-grossense. Apoiados nos incentivos fiscais e financeiros da SUDECO e nos projetos do POLONOROESTE, incluídos projetos de colonização privada de áreas agrícolas, Mato Grosso passa por uma terceira fase de reorganização territorial, com importante desconcentração da economia e da população. Combinando a expansão da malha de rodovias com a intensa inovação tecnológica e aumento da produtividade agropecuária, amplia-se o movimento de penetração de grandes contingentes demográficos para o extremo norte e noroeste de Mato Grosso, onde são implantados novos centros produtores de pecuária e grãos, além de madeira. Neste terceiro ciclo da economia, tende a haver uma consolidação das economias ao sul, e de leste a oeste, com mudança da estrutura produtiva que acompanha a urbanização, processos incipientes de industrialização e ampliação dos serviços, formando-se os grandes pólos regionais de serviços, particularmente Cuiabá, Rondonópolis, Cáceres, Barra do Garças e Tangará da Serra. Ao mesmo tempo, as regiões do centro e do norte do território mostram grande dinamismo econômico, acompanhado de forte expansão demográfica, crescendo em ritmo superior à média do Estado, fortemente dominados pela agropecuária. 2.2 CONCENTRAÇÃO ECONÔMICA, SOCIAL E DEMOGRÁFICA5 Mato Grosso apresenta, hoje, uma distribuição muito desigual da população e do dinamismo econômico, ambos refletem a penetração da moderna agropecuária que se forjou no movimento migratório e na diversidade ambiental do Estado. A Região de Planejamento de Cuiabá/Várzea Grande tem a maior concentração de população e é a mais rica do Estado, destacando-se como centro comercial e de serviços da economia estadual e contando com parcela importante da indústria mato-grossense6. O dinamismo da moderna agropecuária, principalmente de grãos, manifesta-se mais fortemente nas regiões polarizadas por Alta Floresta, Rondonópolis, Cáceres, Sorriso, Tangará da Serra, e Diamantino. Além dos grãos, as regiões registram também presença importante da pecuária, particularmente Rondonópolis, e de uma emergente agroindústria associada aos grãos, especialmente na Região de Sorriso. Destas regiões, Rondonópolis é a que tem maior peso na economia de Mato Grosso, depois de Cuiabá/Várzea Grande; em terceiro lugar vêm empatadas as regiões de Cáceres e Sorriso (ambas com 10% do PIB). A atividade pecuária mais dinâmica concentra nas regiões polarizadas por Juína, Barra do Garças, Juara, e Vila Rica (que também se destaca pela qualidade e porte do rebanho leiteiro). A região de planejamento polarizada por Sinop conta por seu turno com uma atividade industrial importante e é um pólo destacado da indústria madeireira do Estado. A fonte de dados e informações para esta seção foi o relatório Informativo socioeconômico de Mato Grosso, 2005, da Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral. 5 6 Responde por 28% do valor adicionado do Estado, embora tenha reduzido sua participação relativa, nos últimos anos. ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MATO-GROSSENSE A distribuição da economia mato-grossense nas regiões de planejamento, representada pela participação no PIB (Gráfico 1, dados de 2004), mostra a concentração econômica na região polarizada por Cuiabá, com 25,9% do total, seguida da região de Rondonópolis, com 19,54% do PIB; em terceiro lugar, praticamente empatadas vem as Regiões de Cáceres (10,08%) e Sorriso (9,096%). Apenas estas quatro regiões respondem por quase 65,48% do PIB estadual e 62 % da população; quatro regiões apresentam participação no PIB estadual inferior a 5%, Juína, Vila Rica, Diamantino e Juara. GRÁFICO 1 DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DO PIB E DA POPULAÇÃO (EM % TOTAL EM 2004) 35,00 % 30,00 % 25,00 % 20,00 % 15,00% 10,00 % 5,00% PIB (% de MT) Juará Juína Vila Rica Diamantino Alta Floresta Sinop Barra do Garças Tangará da Serra Sorriso Cáceres Rondonópolis Cuiabá/ Várzea Grande 0,00% Pop (% de MT)-2004 Fonte: Relatório Produto Interno Bruto (e população) dos Municípios (IBGE,2004); estimativas Multivisão. A taxa de crescimento econômico, expressa pela variação do PIB das regiões, no período 20002004, tem sido relativamente desigual, revelando um possível movimento de redistribuição e, em certa medida, de desconcentração regional da produção, uma vez que no período, para os quais existem dados regionalizados, três das 12 regiões de planejamento registraram taxa de crescimento inferior à média do Estado (20,1% ao ano em termos nominais), a despeito de os respectivos ritmos de crescimento serem altos. Dentre as regiões, a de Cuiabá/Várzea Grande foi a que apresentou o menor crescimento (12,3% ao ano contra 20,1% do Estado), seguida de Alta Floresta (18%) e Juína (19,4% anuais); A região de Tangará da Serra, quarto maior PIB, apresentou um crescimento médio anual de 20,5%, apenas ligeiramente acima da média estadual; dentre as maiores participações no PIB estadual, apenas a Região de Cuiabá, apresentou queda na participação com redução de 33,9%, em 2000, para 25,9%, em 2004. As duas maiores, logo abaixo de Cuiabá, isto é, Rondonópolis e Cáceres, elevaram a suas participações de 17% para 19,5%, e de 9,7% para 10,1%, respectivamente, de 2000 para 2004. Registra-se que a Região de Sorriso com a maior taxa de crescimento médio anual (33,6%) elevou sua participação de 6,5%, em 2000, para 10% em 2004, passando de 5º para 3º lugar no ranking estadual (empatando com Cáceres); além de Sorriso, as taxas de crescimento mais expressivas foram registradas nas Regiões de Juara (27,7%), Diamantino (25,8%) e Rondonópolis (24,4%). Das regiões com menor PIB do Estado, apenas Juína apresentou uma taxa de crescimento no período inferior à média estadual (19,4% contra 20,1%), mas mesmo assim bastante alta. 13 14 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO GRÁFICO 2 TAXAS MÉDIAS ANUAIS DE CRESCIMENTO DO PIB E POPULAÇÃO DAS REGIÕES (2000-2004) 35 % 7% 30 % 6% 25 % 5% 20 % 4% 15 % 3% 10 % 2% 5% 1% 0% 0% PIB Cuiabá/ Várzea Grande Alta Floresta Juína Mato Grosso Tangará da Serra Barra do Garças Cáceres Vila Rica Sinop Rondonópolis Diamantino Juara Sorriso -1 % População Fonte: PIB MUNICIPAIS 2000-2004 – RELATÓRIO IBGE, 2006 A distribuição da população no Estado reflete, aproximadamente, a distribuição regional do PIB (gráfico 2, com dados de 2004), embora com uma participação maior em algumas regiões como a polarizada por Cuiabá que congrega 32,97% da população e 25,9% do PIB e Cáceres com 10,65% da população e 10,1% do PIB. Contrariamente, a região de Rondonópolis, segunda economia do Estado (19,5% do PIB) reúne cerca de apenas 14,54 % da população; porém, a situação mais singular é a da região de Sorriso que detém 10% do PIB estadual contra uma população de apenas 3,8% do total. Quando se confronta a distribuição diferenciada do PIB e da população de Mato Grosso, percebe-se coerência entre as regiões (exceto Sorriso), na medida em que as de maior base econômica também tendem a apresentar grande concentração populacional, o que se reflete na distribuição do PIB per capita. Com efeito, em alguns casos, como a região de Cuiabá, a posição na participação no PIB estadual não se mantém no PIB per capita, passa ao nono lugar, porque tem um percentual da população maior do que da economia. O PIB per capita das regiões, em 2004, flutua entre R$ 6.247,00 (Juína) e R$ 14.537,00 (Diamantino), excetuando a Região polarizada por Sorriso que se descola completamente das outras, ao registrar PIB per capita de R$ 27.103,007. A desigualdade nos indicadores sociais, quando medida pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), tende a ser bem menor que o desequilíbrio registrado na participação regional da economia mato-grossense8. Ao trabalhar com a média do IDH dos seus municípios9, percebe-se que nove regiões têm IDH entre 0,700 e 0,800. Apenas uma, Sorriso, apresenta índice levemente acima do patamar mais alto (0,804) e duas estão abaixo de 0,700, Vila Rica e Alta Floresta. Os dados de PIB e PIB per capita das regiões de planejamento foram atualizados para 2005 com base nos valores do último relatório de Contas Regionais do IBGE, que define o PIB de Mato Grosso em 2004. 7 Cabe notar que o crescimento econômico diferenciado de algumas regiões, como Cuiabá, Sorriso, Juara e Diamantino, entre 2000 e 2004, pode ter alterado a situação relativa das mesmas no ranking do DH no contexto estadual. 8 O Mapa classifica os municípios em cinco níveis de IDH: muito baixo, de 0,654 a 0,702, baixo, de 0,703 e 0,722, médio, de 0,723 e 0,743, alto, entre 0,744 e 0,779, e muito alto, de 0,780 e a 0,824. 9 ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MATO-GROSSENSE As regiões com municípios de mais alto IDH (entre 0,780 e 0,824) são Sorriso e Sinop, territórios com baixo peso na economia estadual, mas com atividades dinâmicas e relativamente uniformes. As duas maiores regiões em termos econômicos, Cuiabá e Rondonópolis apresentam grande dispersão de IDH dos seus municípios; as regiões com quantidade maior de municípios com mais baixo indicador são, precisamente estas duas maiores além de Barra do Garças e Vila Rica, esta última com menor IDH do Estado. Tangará da Serra apresenta um predomínio de alto IDH, mas registra também alguns municípios com o baixo índice; Cáceres tem um conjunto de municípios com índice de desenvolvimento humano mais equilibrado, com pouca presença de IDH mais alto. GRÁFICO 3 PIB PER CAPITA DE MATO GROSSO E REGIÕES (2005) (R$) 30.000,00 25.000,00 20.000,00 15.000,00 10.000,00 5.000,00 Juína Alta Floresta Vila Rica Juará Cuiabá/Várzea Grande Fonte: MULTIVISÃO Cárceres Mato Grosso Barra do Garças Sinop Tangará da Serra Rondonópolis Diamantino Sorriso 0 2.3 OCUPAÇÃO ANTRÓPICA NAS REGIÕES DE PLANEJAMENTO10 O crescimento da economia e a natureza das atividades econômicas dominantes em cada região definem a intensidade e o perfil das pressões antrópicas sobre os seus ecossistemas. As regiões de planejamento mais antropizadas são precisamente as de maior peso no PIB do Estado, em grande parte como decorrência da expansão da moderna agropecuária, com processos consolidados de ocupação humana. Nas regiões situadas ao norte, onde predominam floresta e área de transição de savana, com processo de ocupação mais recente, principalmente Juína e Alta Floresta, a taxa de antropização ainda é baixa, com moderada ou pouca alteração do ambiente natural. A região de Vila Rica também apresenta áreas com alta conservação ou baixa antropização, mas tem predomínio de ambientes de savana classificados como alterados ou muito alterados, apesar de ser a região com a segunda menor participação na base econômica mato-grossense. 10 Esta seção foi extraída dos documentos do DSEE de Mato Grosso. 15 16 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO A região de Barra do Garças, de ocupação mais antiga, é dominada por ambiente savânico e conta com a forte presença da pecuária extensiva e moderna; na região são identificadas algumas áreas pouco alteradas, mas predominam moderada a alta alteração no ambiente natural, com predisposição à erosão. Em Rondonópolis, com savana e áreas de transição, a taxa de antropização é mais alta que em Barra do Garças, registrando-se algumas com alteração muito alta do ambiente natural, embora tenha também unidades conservadas e pouco alteradas. Vale notar que a região de Rondonópolis tem o segundo maior PIB de Mato Grosso resultado de uma forte presença da agricultura moderna e da agroindústria. Na região com maior base econômica e taxa de urbanização mais elevada, Cuiabá/Várzea Grande, predominam média taxa de antropização e moderada alteração do ambiente natural. Entretanto, no aglomerado urbano de Cuiabá e Várzea Grande constata-se um ambiente savânico muito alterado com qualidade ambiental baixa, especialmente em relação às águas subterrâneas. Combinando ambiente savânico e pantaneiro, a região de Cáceres, tem áreas em ótimo estado de conservação, mas tem também, no outro extremo, espaços com alta taxa de antropização e muito degradadas. Esta região tem o terceiro maior PIB de Mato Grosso, onde predomina a pecuária. Com ambiente de savana e floresta, a região de Tangará da Serra, no oeste, combina pecuária com agricultura moderna, registrando taxa de alteração ambiental média a alta. As outras duas regiões situadas no centro do território mato-grossense, Diamantino e Sorriso têm características similares com agricultura e pecuária modernas e alguma pecuária extensiva. No geral, as áreas apresentam moderada alteração do ambiente natural, excetuadas algumas unidades com ambiente bastante alterado e manchas de alta predisposição à erosão. Embora a região de Sorriso tenha uma participação maior no PIB do Estado que Diamantino, os processos de alteração do ambiente natural nesta última região são mais intensos. A região de Juara, no noroeste do Estado e próxima de Juína e Alta Floresta, é formada por ambiente de floresta com algumas áreas de transição savânica, sob pressão antrópica mais recente como conseqüência da penetração da atividade agropecuária e madeireira. De um modo geral, o ambiente natural da região está pouco alterado, com moderada antropização em Juara; destacase a unidade de Serra dos Caiabis em ótimo estado de conservação e alto potencial biótico. As condições ambientais de Sinop são semelhantes às de Juara, embora com uma taxa de antropização mais alta, especialmente na área do município pólo (Sinop), com médio processo antrópico decorrente da agricultura moderna e moderada alteração do ambiente natural. 2.4 TENDÊNCIAS DE DESCONCENTRAÇÃO REGIONAL As transformações previstas nas diferentes alternativas (cenários) de futuros de Mato Grosso tendem a produzir impactos diferenciados na organização do território estadual, consolidar a tendência de concentração ou intensificar o processo em sentido oposto. A distribuição da economia e da população nas regiões, assim como a diferença de nível e qualidade de vida, dependem do comportamento futuro de três variáveis centrais da evolução do ambiente mato-grossense que, por sua vez, está condicionado pelo comportamento dos contextos mundial e nacional: • volume e amplitude dos investimentos em infra-estrutura econômica, principalmente em transportes, nas diversas modalidades; ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MATO-GROSSENSE abrangência e eficácia da gestão ambiental do território, definindo nas regiões os espaços e o perfil das atividades econômicas e de ocupação humana; • orientação das políticas públicas com a descentralização dos serviços públicos e com o equilíbrio regional dos indicadores sociais. As características dos três Cenários Alternativos de Mato Grosso contemplam de forma muito diferente essas três variáveis e, portanto, promovem distintas configurações do território mato-grossense. O pior cenário para Mato Grosso11 deve combinar no futuro: baixo crescimento econômico, uso predatório dos recursos naturais e degradação ambiental, aprofundamento das desigualdades sociais e condições externas desfavoráveis - inclusive restrições fiscais federais; o resultado será um quadro de baixo nível de investimento na infra-estrutura de Mato Grosso, levando o sistema viário do Estado ao total estrangulamento, atrasando a desconcentração da economia e o dinamismo e expansão demográfica das regiões de menor porte. Ao mesmo tempo, a política ambiental tem baixa eficácia e deixa o Estado carente de regulação na ocupação do território e na utilização dos recursos naturais. As políticas sociais são compensatórias e limitadas pela própria restrição de recursos, não permitindo uma desconcentração dos investimentos no território, com sobrecarga das cidades-pólos. Do ponto de vista da estrutura produtiva este cenário não deve apresentar avanços na diversificação produtiva, continua o predomínio do agronegócio de baixo valor agregado na maioria das regiões, com limitado adensamento das cadeias que levariam a um crescimento da indústria e ampliação dos serviços. Uma alternativa de futuro ao mencionado cenário, pode vir a ser o resultado da combinação de condições mundiais favoráveis com postura passiva e dependente de Mato Grosso e da sociedade, em meio a um quadro de dificuldades e limitações no ambiente nacional; nessas condições é plausível supor que ocorra retomada apenas moderada do investimento em infra-estrutura no Estado, suficiente apenas para melhora parcial e pontual do sistema viário e da oferta de energia. Este cenário deve contar com política ambiental eficaz no controle e fiscalização, mas reativa e inibidora, que apenas delimita o que não pode ser feito para aproveitamento do potencial de recursos naturais e cênicos das regiões. No plano econômico mais estrito, a estrutura de produção apresenta uma moderada diversificação e adensamento das principais cadeias produtivas mais importantes, sobretudo, nas regiões de maior peso econômico e com alguma base industrial de partida. As políticas sociais não contêm clara orientação de descentralização e desconcentração no território, embora contemplem ações estruturantes parciais, não obstante um tanto desarticuladas, para enfrentamento dos grandes problemas sociais do Estado. A alternativa de cenário que representa, verdadeiramente, um futuro de grandes mudanças e transformações de Mato Grosso12 , cujo resultado final será a ampliação significativa da qualidade de vida no Estado, deverá resultar, com certeza, da combinação da implantação de grandes investimentos em infra-estrutura; em especial, na formação de amplo e eficiente sistema multimodal de transportes, articulando as regiões entre si e reforçando a integração externa de Mato Grosso; ao mesmo tempo em que o Estado executa competente e pró-ativa gestão ambiental, combinada • 11 Para melhor compreensão, sugerimos a leitura do capítulo de cenários do Relatório Técnico do MT+20 12 Este cenário foi utilizado como referência para a definição da estratégia de desenvolvimento de Mato Grosso, o MT+20. 17 18 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO com políticas ativas de descentralização administrativa e de desconcentração dos investimentos e dos serviços públicos no território estadual. Nos próximos 20 anos, Mato Grosso experimenta adensamento da malha rodoviária, ao mesmo tempo em que amplia a rede de transmissão e distribuição de energia elétrica nas cidades mais distantes, atendendo às necessidades de produção e consumo das famílias. A política ambiental assegura os usos alternativos dos ecossistemas, em base tecnológica adequada e orienta a utilização em bases sustentáveis dos recursos e potencialidades de cada região. Neste ambiente de grandes realizações, Mato Grosso deve experimentar também intenso processo de diversificação da estrutura e adensamento das cadeias produtivas, com o crescimento da indústria – a montante e a jusante do agronegócio – com diferentes papéis das regiões na economia estadual. A diversificação tenderá a ampliar o turismo e, principalmente, o ecoturismo, e o surgimento de novas formas sustentáveis de aproveitamento dos recursos naturais, estimulando a economia das regiões com maior potencial de recursos naturais e belezas cênicas. Em todas as regiões deve acontecer, ao menos parcialmente, algum processo de beneficiamento industrial da produção agropecuária, de acordo com suas características, e a emergência de serviços urbanos de suporte à população e às atividades econômicas. A configuração de uma rede urbana integrada e hierarquizada define os papéis das regiões que constituem pólos de serviços de diferentes escalas e complexidades; além dos grandes centros urbanos, principalmente Cuiabá/Várzea Grande, Rondonópolis, Cáceres, Barra do Garças, e Tangará da Serra, consolidam-se cidades de porte médio como centros de prestação de serviços nas regiões menores, particularmente Sinop, Sorriso, Vila Rica, Diamantino, Alta Floresta, Juína e Juara. Nessas condições, Mato Grosso deverá ser palco de intensa desconcentração da economia e da população, levando à convergência do PIB per capita regional e ao equilíbrio territorial dos indicadores sociais. A forma como esta desconcentração econômica e demográfica manifesta-se em cada região depende das suas condições próprias em termos de vantagens locacionais e competitivas futuras e de limitações de ordem ambiental, definidas pela política ambiental implementada. As condições de contorno sócio-econômicas, tecnológicas e ambientais estabelecidas neste cenário devem provocar transformações profundas nas regiões, mediadas em certa medida pelos respectivos estágios de desenvolvimento econômico e de competitividade; de todo modo, o impacto será o de aceleração do crescimento econômico com mudanças significativas no perfil das respectivas estruturas produtivas, ampliação da base tecnológica, respeito ao meio ambiente, e melhoria dos indicadores sociais. Embora todas as regiões tendam a registrar dinamismo econômico muito alto, com taxas de crescimento médio anual acima de 8,8%, os ritmos serão diferenciados em função dos impactos do cenário de referência no território (principalmente a ampliação da infra-estrutura de transporte) e das condições internas de partida de cada região (potencialidades e restrições ambientais). Nas condições de mudança e transformação estabelecidas no cenário de referência, as regiões que apresentam taxas de crescimento econômico acima da média de crescimento do Estado (9,21%), devem também atrair contingentes migratórios expressivos, embora diferenciados pelo perfil das atividades econômicas; de outro lado, algumas regiões devem crescer forte, mas abaixo da média estadual e reduzir, ao final, a sua participação na economia do Estado. ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MATO-GROSSENSE Esta dinâmica diferenciada da economia é acompanhada de importantes transformações na estrutura produtiva das regiões, com diversificação e agregação de valor; de modo que, mesmo as regiões com menor ritmo de expansão da base produtiva, apresentam ganho de qualidade no perfil da economia, consolidam novos segmentos que melhoram a renda e moderam os impactos ambientais. Nessas condições, a distribuição da economia e do PIB per capita de Mato Grosso nas regiões de planejamento, refletem o processo de desconcentração econômica, redefine o peso relativo das mesmas no contexto estadual. QUADRO 2 PARTICIPAÇÃO DAS REGIÕES NA FORMAÇÃO DO PIB DE MT E TAXAS MÉDIAS ANUAIS DE CRESCIMENTO: 2005 – 2026 REGIÃO JUÍNA ALTA FLORESTA VILA RICA 2005 mil R$ % PIB MT 2026 mil R$ % PIB MT CRESCIMENTO 2005-2026 631,98 2,17 4.090,04 2,21 9,30% 1.545,85 5,31 11.223,24 6,06 9,90% 685,08 2,35 4.973,88 2,69 9,90% BARRA DO GARÇAS 1.884,47 6,47 12.195,90 6,59 9,30% RONDONÓPOLIS 5.688,87 19,54 36.116,17 19,51 9,20% CUIABÁ/ VÁRZEA GRANDE 7.538,93 25,90 44.741,11 24,17 8,85% CÁCERES 2.934,67 10,08 17.585,12 9,50 8,90% TANGARÁ DA SERRA 1.985,67 6,82 11.898,50 6,43 8,90 946,98 3,25 5.674,49 3,06 8,90% DIAMANTINO SORRISO 2.899,07 9,96 21.047,98 11,37 9,90% JUARA 524,19 1,80 3.593,43 1,94 9,60% SINOP 1.841,12 6,33 13.624,74 7,36 10,00% 291,07 100,00 1.851,43 100,00 9,21% MATO GROSSO Fonte: MULTIVISÃO Os dinamismos diferenciados das regiões levam à alteração das posições relativas na economia estadual; algumas regiões melhoram a sua participação enquanto outras reduzem, apesar de apresentarem taxas elevadas de crescimento. Como a população, em grande parte, acompanha o movimento econômico, mediada pelas políticas públicas voltadas para a desconcentração da economia, o PIB per capita regional tende a gradual convergência, uma vez que tanto as regiões com PIB per capita acima da média do Estado quanto as posicionadas abaixo reduzem a diferença para a média, em razão de o crescimento destas ser superior ao daquelas.13 A convergência do PIB per capita das regiões contribui para um maior equilíbrio territorial dos indicadores sociais, particularmente o IDH, na medida em que os investimentos públicos e os projetos sociais devem se distribuir no território de forma a reduzir as desigualdades na qualidade de vida. A diferença entre a região de maior PIB per capita em 2005, Sorriso, e a de menor PIB per capita, no mesmo ano, Vila Rica, cai de 3,2 vezes para cerca de 2,6 vezes em 20 anos; ainda é uma diferença muito grande mas indica um movimento de desconcentração e convergência regional para a média estadual. 13 19 20 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO QUADRO 1 DINÂMICA FUTURA DAS REGIÕES DE PLANEJAMENTO NO CENÁRIO DE REFERÊNCIA POTENCIAL ECONÔMICO REGIÃO AMPLIAÇÃO DA INFRA-ESTRUTURA JUÍNA pecuária, agroindústria, produtos bióticos, silvicultura e madeira, mineração, serviços e biodíesel acesso às grandes vias de exportação: Porto de Arica, Santarém, Porto Velho, BR 163, asfaltamento das BR 170 e JuínaVilhena, melhoria de acesso às grandes vias de escoamento, infra-estrutura energética: UHE (Dardanellos) ALTA FLORESTA agropecuária, agricultura orgânica, agroindústria, turismo ecológico, silvicultura, produtos bióticos, biodíesel e mineração asfaltamento da BR 163 e melhoria da MT 320, ampliação do Aeroporto Internacional - setor de cargas, asfaltamento da MT 208 (Alta Floresta X Nova Bandeirantes), asfaltamento da MT 419 com ponte sobre rio Teles Pires (Peixoto de Azevedo) trecho Carlinda-Novo Mundo, pavimentação da Rodovia do Calcário - MT 206 Alta Floresta/Paranaita/Apiacas), construção de pequenas e médias UHEs para substituição das térmica VILA RICA pecuária, agricultura familiar, pesca e turismo asfaltamento da BR 158 e da MT 431 articulando com a hidrovia do Araguaia e asfaltamento da MT 242 articulando com a BR 163 e ferrovia norte-sul ramal Lucas do Rio Verde-Palmas BARRA DO GARÇAS pecuária, agricultura, turismo (incluída pesca esportiva) e mineração acesso multimodal ampliado com a expansão da Ferronorte, integrando com as BR’s 070 e 158 e com a MT 100 RONDONÓPOLIS agricultura, indústria e agroindústria, serviços e terciário moderno, mineração e turismo confluência das BRs 364 e 163 asfaltada, acesso fácil à BR 070, completa com a Ferronorte com amplo acesso aos grandes mercados CUIABÁ/ VÁRZEA GRANDE indústria e agroindústria, serviços e terciário moderno turismo, fruticultura, aqüicultura e mineração confluência das BRs 070, 364 e 163 asfaltada e complementação da Ferronorte CÁCERES mineração, potencial biótico e belezas cênicas (turismo), serviços e terciário moderno, pecuária e fruticultura BR 070 e MT 343 articulam com centros dinâmicos a leste e para o norte, abrindo acesso para a rota sul-americana, através da hidrovia Paraná/Paraguai (Porto de Arica-Chile) TANGARÁ DA SERRA agroindústria, mineração, produtos bióticos, turismo (belezas cênicas), reflorestamentos e fruticultura ampliação da MT 358 conecta com BR 364 que liga com BR 163 asfaltada, ferrovia Tangará a Humaitá, MT 398 e 246 interligando Tangará a Barra do Bugres e Lambari do Oeste, asfaltamento da MT 343 ligando Barra do Bugres a Cáceres DIAMANTINO agropecuária, madeira e turismo BR 364, MT 160, acesso à MT 170 e à BR 163 propiciaria uma boa integração (a parte norte da região é mais isolada) SORRISO agroindústria, indústria de bens de consumo, produtos bióticos, serviços avançados, biodíesel e álcool e turismo asfaltamento da BR 163, ramal da Ferrovia Norte-Sul (Lucas Rio Verde - Palmas), Aeroporto Internacional de Sorriso, asfaltamento das Transversais da BR 163 JUARA pecuária e agricultura, agroindústria, turismo, produtos bióticos, madeira, mineração, geração de energia e serviços asfaltamento das MT 170 e MT 338 3 MT 325 melhora acesso às grandes vias de escoamento, com destaque para a BR 163 asfaltada, ferrovia Tangará/Humaitá (ramal integrando o Vale do Arinos) SINOP agropecuária, indústria e agroindústria, produtos bióticos, mineração, e serviços confluência da BR 163 asfaltada (porto de Santarém-PA), com a extensão da Ferrovia Norte-Sul, ramal Lucas do Rio Verde-Palma, Aeroporto Regional e ampliação do potencial energético ORGANIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MATO-GROSSENSE RESTRIÇÕES AMBIENTAIS DINÂMICA ECONÔMICA FUTURA mais da metade de uso controlado e 1/4 de áreas indígenas crescimento econômico muito alto, com adensamento da agropecuária, diversificação produtiva e exportação competitiva maior parte do território destinado a usos a reordenar acelerado crescimento econômico com produção e beneficiamento dos produtos da silvicultura e madeira, incluindo reflorestamento, aproveitamento biótico e turismo ecológico aproximadamente 2/3 de usos controlados acelerado crescimento econômico com adensamento da agropecuária e ampliação da agricultura e do turismo (pesca esportiva, praia e eventos de agropecuária) aproximadamente 1/3 de uso controlado e várias áreas indígenas. Pouco mais da metade de usos a consolidar e reordenar na estrutura produtiva alto crescimento com consolidação da pecuária, da agricultura e do turismo aproximadamente 1/3 de uso controlado e pouco mais da metade de usos a consolidar e reordenar na estrutura produtiva crescimento econômico alto e qualitativo com consolidação e adensamento da agropecuária, mineração controlada, formação de parque industrial e parque logístico, e ampliação dos servi;os e do terciário moderno apenas 1/3 de uso para recuperação ambiental e restante de uso a consolidar e Unidades de Conservação (UC) crescimento econômico moderado com consolidação de centro industrial e de serviços avançados e terciário moderno, expansão do turismo, da aqüicultura e da mineração mais de 1/4 de território de terra indígena ou uso controlado, além de 2 UCs. Restante de uso a consolidar ou para ordenação produtiva e fortalecimento da agricultura familiar crescimento econômico moderado com qualidade, consolidação como centro regional de serviços avançados e logística, industrialização e expansão do turismo aproximadamente 1/4 de terras indígenas, 1/4 de usos a consolidar e restante de uso controlado crescimento econômico moderado com consolidação da agropecuária e alto adensamento agroindustrial, incluindo indústria de alimentos, biodíesel e álcool, turismo e mineração quase 2/3 de uso a consolidar e restante para uso controlado crescimento moderado com adensamento da agropecuária, produção madeireira e algum turismo todo o território classificado como uso a consolidar acelerado crescimento econômico com expansão da agroindústria, crescimento dos servi;os, turismo e produção mineral controlada metade do uso controlado e metade de uso a reordenar para reestruturação produtiva crescimento alto com adensamento da agropecuária, produtos bióticos e produção madeireira controlada, agroindústria rural, geração fontes renováveis de energia mais da metade de terra indígena, 1/3 de uso controlado e 1/6 de usos a consolidar acelerado crescimento econômico com diversificação produtiva e consolidação como centro logístico e de serviços avançados, adensamento do agronegócio, agroindústria, indústria, produção madeireira com reflorestamento e produtos bióticos 21 III. ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO A Construção do Futuro ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO 3.1 PANORAMA DA SITUAÇÃO ATUAL DA REGIÃO A Região de Planejamento Centro (Sorriso) é formada por apenas sete município - Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Santa Rita do Trivelato, Sorriso, Tapurah, Ipiranga do Norte e Itanhangá - numa área de 30,9 mil km², correspondendo a, aproximadamente, 3,42% do território de Mato Grosso. Na segunda menor região de Mato Grosso em área, maior apenas que a região de Diamantino, vivem cerca de 105 mil habitantes, numa densidade demográfica de 3,06 habitantes por km². A região Centro (Sorriso) tem a mais moderna e dinâmica agropecuária do Estado, os melhores indicadores sociais e um grande equilíbrio econômico interno entre os cinco municípios. A agropecuária é a força da economia regional, representando 54,4% do PIB da região e contribuindo com quase 15% do produto setorial do Estado; na contribuição para a formação da agropecuária de Mato Grosso a região de Sorriso perde apenas para Rondonópolis, com 23%, que tem área mais de três vezes superior. Com apenas 3,42% da área do Estado, a região Centro é responsável por quase 10% do produto matogrossense. Porém, a região tem uma incipiente indústria pouco integrada na cadeia produtiva de grãos e carne da região, representando pouco mais de 8% do PIB regional, que conta ainda com um setor de serviços pouco desenvolvido cuja contribuição para formação do PIB regional é de apenas 37%. Apesar de relativamente pequena, em área e população, a região de Sorriso tem, empatado com Cáceres, o terceiro maior PIB do Estado, estimado em R$ 2,9 bilhões (2005), representando 10% da economia mato-grossense. Também caracteriza-se pelo crescimento econômico espetacular e forte GRÁFICO 4 PIB DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO (mil de R$, 2004) 1.400.000 1.200.000 1.000.000 800.000 600.000 400.000 200.000 0 Sorriso Nova Mutum Lucas do Rio Verde Tapurah * Santa Rita do Trivelato Fonte: relatório PIB municipais – ano 2004; IBGE, 2006 * Tapurah representa neste gráfico os municípios de Ipiranga do Norte e Itanhangá, desmenbrados a partir de 2004. 23 24 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO expansão demográfica, nos anos recentes; no período 2000/2004, a economia da região registrou uma taxa média anual de crescimento de 33,6%, bem acima do dinamismo econômico do Estado no mesmo período, estimado em 20,1%. No âmbito da região, a economia apresenta moderada concentração, apesar da liderança do município de Sorriso que é responsável por 41% da produção regional (como mostra o gráfico a seguir); o município de Santa Rita de Trivelato, criado recentemente, tem uma participação modesta na economia regional, mas os outros municípios têm um peso relevante na produção total da região, com Nova Mutum em segundo lugar (20,5%), Lucas do Rio Verde em terceiro (17,4%) e Tapurah em quarto (15,2%). Acompanhando o dinamismo regional, a região de Sorriso registrou, nos anos recentes, uma rápida expansão demográfica, muito superior à média do Estado (5,6% a.a. contra 2,1% a.a.). Mesmo assim, a região tem o mais alto PIB per capita de Mato Grosso, estimado em R$ 27,1 mil (2005), quase três vezes a média estadual (R$ 10,3 mil). Como a população se distribui nos municípios de acordo com o peso dos mesmos na economia, refletindo oportunidades de ocupação, o PIB per capita no interior da região não corresponde com a posição relativa do município na formação do PIB regional;assim, o município de Santa Rita Trivelato, com o mais baixo PIB da região (5,8% do total) aparece com o maior PIB per capita (R$ 100 mil), muito acima dos outros municípios que apresentam valores muito equilibrados e mais próximos da média. A região Centro (Sorriso) tem o mais alto índice de desenvolvimento humano de Mato Grosso, estimado em 0,804 (média dos IDHs dos municípios), refletindo o nível de renda regional, além da mais equilibrada distribuição interna entre os seus municípios; o município de Tapurah, que tem o mais baixo IDH da região, alcança um índice de 0,783, próximo do patamar de 0,800 considerado alto IDH. Os municípios de Sorriso e Lucas do Rio Verde, que têm os mais altos PIB mas os menores PIB per capita, destacam-se com os melhores índices de desenvolvimento humano da região; o município de Sorriso com IDH de 0,824, também o melhor indicador do Estado de Mato Grosso. Apesar do dinamismo econômico e da forte expansão demográfica da região, que geram taxas médias e altas de antropização, o ambiente predominantemente savânico apresenta moderada alteração. Das três unidades sócio-econômicas e ecológicas em que está dividida a região, a USEE de Lucas do Rio Verde/Sorriso, precisamente onde se concentra a agropecuária moderna, é a que registra as maiores pressões antrópicas, com ambiente de savana moderadamente alterado, com qualidade do ambiente natural média-baixa e processos erosivos emergentes. A USEE Superfície Circumplanáltica Alto Arinos, também com predomínio da agropecuária em grandes e médios estabelecimentos, ocorre média alteração, mas a qualidade do ambiente é considerada média-alta. Finalmente, na USEE Lucas do Rio Verde/Sorriso as atividades econômicas modernas implantamse em áreas anteriormente desmatadas no entorno da BR 163, mas o ambiente de floresta está pouco alterado, mantendo elevado potencial biótico e madeireiro. Analisando as pressões antrópicas e as características do meio ambiente da região, o DSEE – Diagnóstico Socioeconômico e Ecológico identificou os usos alternativos que podem assegurar a conservação ambiental mesmo com o crescimento futuro da economia regional, como apresentado no mapa 2. Segundo o DSEE, todo o território da região é classificado como de uso a consolidar, permitindo a utilização econômica dos seus recursos naturais. ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO MAPA 2 USOS ALTERNATIVOS DAS UNIDADES SOCIOECONÔMICO ECOLÓGICAS DA REGIÃO Fonte: DSEE/MT 25 26 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO 3.2 PERSPECTIVAS FUTURAS PARA A REGIÃO – AONDE QUEREMOS CHEGAR A combinação das potencialidades regionais com a sua posição estratégica, reforçada pela malha de transporte, leva a região de Sorriso a receber um forte impacto positivo do crescimento e modernização da economia de Mato Grosso, segundo as expectativas traçadas no cenário de expansão da economia mato-grossense (cenário de referência do MT+20). Com efeito, além da moderna base agropecuária e da incipiente indústria regional, resultado de parcial adensamento da cadeia do agronegócio, a região de Sorriso tem potencialidade para bioindústria (utilização da biodiversidade), produção de bioenergéticos, incluindo álcool e biodíesel, e turismo. Em termos logísticos, a região deve se beneficiar do asfaltamento da BR 163 e da extensa rede de rodovias transversais e, principalmente da construção do ramal da Ferrovia Norte-Sul ligando Lucas do Rio Verde a Palmas (TO). Esta combinação de fatores tende a intensificar o dinamismo da economia regional, favorecido pelo crescimento geral da economia de Mato Grosso (e do Brasil); como são limitadas as restrições ambientais na região, destinando todo o território a usos a consolidar, Sorriso deve experimentar, nos próximos 20 anos, acelerado crescimento econômico, com a expansão do agronegócio e, principalmente, da agroindústria, combinada com parcial diversificação que decorre da ampliação dos serviços, aumento da produção mineral e, em menor medida, do turismo. Nas próximas duas décadas, a região de Sorriso deve crescer a uma taxa média de 9,9% ao ano, acima do desempenho estadual (estimado em 9,2%), aumentando o PIB regional dos atuais R$ 2,9 bilhões (estimativa para 2005) para cerca de R$ 21 bilhões em 2026 (ver gráfico a seguir). No período, a região Centro (Sorriso) aumenta sua participação na economia mato-grossense, chegando em 2026 com 11,4% do PIB do Estado (atualmente estimado em 10%), ultrapassando Cáceres com a qual está empatada. Nessas condições, a região deverá ser a terceira maior na formação do PIB estadual em 2026. GRÁFICO 5 EVOLUÇÃO DO PIB DA REGIÃO E DA PARTICIPAÇÃO NO PIB DE MT 11.50 % 25.000,00 11.00 % 20.000,00 10.50 % 15.000,00 10.00 % 10.000,00 9.50 % 5.000.00 9.00 % 2005 2010 Participação no PIB de MT Fonte: Simulação da Multivisão 2015 2020 PIB em milhões de R$, 2004 2026 ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO A combinação de dinamismo econômico com ampliação dos sistemas viários que integram a região com o resto do Estado e do Brasil, estimula também um forte movimento migratório para a Sorriso, favorecido pela qualidade do espaço urbano regional. O acelerado crescimento demográfico da região modera a expansão do PIB per capita regional, atualmente o mais elevado de Mato Grosso, contribuindo para uma maior convergência territorial do indicador. Em 20 anos, o PIB per capita da região Centro (Sorriso) passa de R$ 27mil (estimativa de 2005) para R$ 100 mil, em 2026, mais do dobro do nível esperado para Mato Grosso. 3.3 O QUE PODE AJUDAR OU ATRAPALHAR O DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO Vantagens Competitivas/Potencialidades O desenvolvimento da região será bastante determinado por sua capacidade de atrair e reter investimentos, de modo a aproveitar as oportunidades criadas no ambiente externo, sobretudo o estadual, mediante a mobilização de suas vantagens competitivas14. Portanto, identificar de forma correta as potencialidades ou vantagens competitivas da região é o primeiro grande passo para a definição de uma estratégia capaz de produzir o desenvolvimento regional esperado. Assim, foram identificadas as seguintes vantagens/potencialidades: 1. Boa estrutura de educação básica e superior e sistema educacional de porte (incluindo Centro técnico-universitário) com potencial educacional para pesquisa. 2. Produtores com tradição agrícola, espírito empreendedor e capacidade de mudanças, com boas práticas e agropecuária tecnificada. 3. Diversidade cultural e étnica e miscigenação de culturas regionais, combinado com a hospitalidade regional. 4. Modelos novos e bem sucedidos e colonização. 5. Ampla e diversificada base agroindustrial. 6. Grande potencial para indústrias de reciclagem. 7. Mercado consumidor interno de porte. 8. Localização estratégica (eixo da BR163). 9. Potencial hídrico para auto-suficiência energética e uso múltiplo (pesca e turismo). 10. Produção agropecuária diversificada (culturas permanentes, temporárias e nativas; agricultura orgânica; pecuária de corte e leiteira). 11. Base para o desenvolvimento de APL (artesanatos/piscicultura/fruticultura regional, movelaria, etc). 12. Base para o desenvolvimento da indústria madeireira e moveleira. 13. Base para a indústria do turismo da natureza (aventura, rural etc). 14. Base para a indústria de bioprodutos (fitoterápicos, fármacos, cosméticos). 15. Base para adensamento das cadeias de grãos, carne e couro. Estas vantagens ou potencialidades são entendidas como as características internas diferenciadas da região que podem constituir base para o seu desenvolvimento, se devidamente exploradas. 14 27 28 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO 16. Reservas ecológicas e indígenas demarcadas com remanescente florestal. 17. Solo favorável para agricultura, pecuária e extrativismo. 18. Base populacional na maioria jovem. Problemas e Estrangulamentos De outro lado, a capacidade de atrair, ou mesmo reter investimentos, para a região será bastante dificultada pela presença de problemas e estrangulamentos que colocam a região em situação de desvantagem em relação a outros territórios nacionais, inibindo os investimentos e atrasando o seu desenvolvimento15. Foram destacados para a região os seguintes problemas e estrangulamentos: 1. Fraca consciência de cidadania, de responsabilidade social, ambiental e de participação. 2. Exploração não sustentada – predatória dos recursos naturais. 3. Pouca rastreabilidade da produção pecuária, restringindo sua comercialização para o mercado externo. 4. Modelo de produção agrícola e pecuária intensivo de capital, com baixo índice de aproveitamento da mão-de-obra local, gerando empregos sazonais. 5. Fraca infra-estrutura de serviços de apoio à atividade turística. 6. Frágil integração entre os municípios da região. 7. Despreparo dos empresários no tocante ao aproveitamento das potencialidades da região e gestão dos negócios. 8. Pobreza e desigualdade intra-regional. 9. Moderado adensamento das cadeias produtivas. 10. Deficiente Infra-estrutura de serviços sociais urbanos de saneamento básico. 11. Baixo nível de integração e de articulação da sociedade. 12. Frágil estrutura governamental de apoio e fomento aos micro e pequenos empresários. 13. Baixa capacidade de investimento dos setores público e privado local. 14. Baixa escolaridade e qualificação da mão-de-obra (escassez de mão-de-obra especializada). 15. Infra-estrutura de rodovias mal conservadas e estradas vicinais sem pavimentação. 16. Concentração da propriedade da terra em alguns municípios da região. 17. Alto nível desemprego e informalidade. 18. Assistência técnica deficiente para a agricultura familiar. Oportunidades do Ambiente Externo O desenvolvimento futuro do ambiente externo (estadual, nacional e mundial) nas condições estabelecidas no cenário de referência (capitulo 2) cria uma série de oportunidades de negócios que podem ser capitalizadas pela região desde que a mesma tenha capacidade para tal. Estas condições futuras externas “favoráveis” à Região abrem perspectivas que orientam a definição da estratégia de desenvolvimento. Foram identificadas as seguintes oportunidades externas à Região: 1. Redução de barreiras alfandegárias para produtos agropecuários. Os problemas e estrangulamentos são as condições ou situações internas à região que são indesejadas e atrapalham ou impedem o desenvolvimento da região se não forem devidamente equacionadas e alteradas. 15 ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. Formação da ALCA com ampliação do mercado para produtos do agronegócio. Consolidação do Mercosul com ampliação do mercado para produtos do agronegócio. Ampliação da demanda mundial de alimentos. Crescimento da demanda mundial e nacional por produtos orgânicos. Crescimento da demanda de água e recursos naturais com forte aumento da demanda de hidroeletricidade no Brasil. Aumento da demanda de energia renovável, incluindo biomassa e biocombustível com mudança da matriz energética. Ampliação de mercado de crédito de carbono. Crescimento da demanda de produtos da biotecnologia e biodiversidade. Expansão do fluxo turístico mundial com destaque para o ecoturismo. Integração da infra-estrutura da América do Sul, incluída a Saída para o Pacífico. Ampliação da poupança e da capacidade de investimento público nacional. Formação de ambiente microeconômico favorável ao investimento produtivo nacional (lei de regulamentação do setor de saneamento, por exemplo. Implementação de mecanismos de indução da desconcentração regional. Expansão da capacidade de consumo do mercado interno nacional. Ampliação da poupança e da capacidade de investimento do setor privado. Ameaças do Ambiente Externo De modo similar, o desenvolvimento futuro do ambiente externo (estadual, nacional e mundial) nas condições estabelecidas no cenário de referência traz consigo muitas ameaças que podem prejudicar o desenvolvimento da região, caso ela não tenha capacidade adequada de defesa. Essas situações externas “desfavoráveis” quando corretamente identificadas fornecem, por seu turno, uma orientação importante para a definição da estratégia de desenvolvimento. Assim, foram identificadas as seguintes ameaças externas à região: 1. Controle monopolístico das tecnologias pelas multinacionais. 2. Manifestação de mudanças climáticas globais. 3. Intensificação da concorrência mundial com base em novas tecnológicas. 4. Recorrência e ampliação de epidemias e endemias em vegetais e animais. 5. Ampliação de barreiras comerciais não tarifárias, com alta exigência de qualidade e de controle. 6. Risco de queda das demandas de matérias primas, insumos e alimentos em razão de eventuais quedas no crescimento econômico. 7. Instabilidade dos preços internacionais de produtos naturais e alimentícios. 8. Ampliação da biopirataria com a retirada de amostras da biodiversidade. 9. Intensificação da concorrência de países do MERCOSUL no agronegócio. 10. Expansão do narcotráfico nas regiões de fronteira do Brasil. 11. Instabilidade política em países vizinhos, especialmente Bolívia. 29 IV. EIXOS, PROGRAMAS E PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO EIXOS, PROGRAMAS E PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO Nos próximos vinte anos a Região deve experimentar um grande dinamismo econômico e social, refletindo e amplificando as condições muito favoráveis do contexto externo, em especial o Estadual, palco de maciços investimentos estruturadores nas áreas de transportes, energia, logística educação e inovação tecnológica. Os próximos vinte anos serão de grandes transformações estruturais na Região cujos reflexos se farão sentir em termos de geração de oportunidades de emprego e negócios e na melhoria da qualidade de vida. As condições vantajosas da infra-estrutura econômica regional serão ampliadas com a ampliação e melhoria do atual sistema de transportes e logística, com integração dos diversos modais, capaz de escoar a produção da região a custos muito competitivos; os destaques neste esforço de ampliação do atual sistema viário regional será o reforço da capacidade de escoamento da principal rodovia, a BR 163, e demais transversais que formam a rede de articulação e integração dos municípios da região com a cidade-pólo e com todo o interior de Mato Grosso e eixos viários como as rodovias federais BR 364, 070 e 174, integrando a Região com os principais portos e mercados nacionais; de outro lado, com a construção do ramal da construção do ramal da Ferrovia Norte-Sul ligando Lucas do Rio Verde a Palmas (TO), deve ampliar as vantagens competitivas da região em termos de loMAPA ILUSTRATIVO DA MUDANÇA NA ESTRUTURA PRODUTIVA DA REGIÃO (SITUAÇÃO ATUAL E FUTURA) % % 50 50 25 25 SITUAÇÃO EM 2005 SITUAÇÃO EM 2026 Economia muito concentrada na agropecuária moderna e de alta competitividade (54,5% do PIB regional); com baixo encadeamento industrial; setor industrial responde por apenas 8,5% do PIB regional; setor de serviços de pequeno porte e pouco integrado com os setores produtivos representando cerca de 37% do PIB; Infra-estrutura diferenciada e competitiva, sobretudo a econômica, mas necessitando de investimentos de ampliação e recuperação da capacidade operacional. Economia mantém a agropecuária como carro chefe, mas diversifica-se para outros produtos, inclusive com atividades de recuperação de áreas degradadas para seqüestro de carbono; estrutura industrial diversificada e presente na maioria dos elos das cadeias produtivas da carne, grãos e madeira, álcool e energia alternativa além de contar com arranjos produtivos locais e um setor de serviços com a presença de segmentos modernos como o bancário, educação, saúde e turismo, sobretudo na cidade pólo; forte conexão com as economias dos países vizinhos; infra-estrutura econômica e social livre dos principais gargalos garante o escoamento da produção a preços competitivos. Fonte: Multivisão 31 32 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO gística e transporte. Além disso, a estrutura de produção deverá passar por mudanças importantes com a ampliação e diversificação da estrutura de produção industrial da região e atrair unidades industriais de processamento da produção agropecuária e fornecimento de insumos à montante das cadeias de grãos, carne e couro; pequenos produtores devem se organizar em arranjos produtivos locais ampliando a capacidade competitiva em segmentos como fruticultura tropical, piscicultura, madeira e móveis. A região deve também atrair investimentos para fornecimento de serviços ambientais para reflorestamentos e recuperação de áreas degradadas e tratamento de lixo urbano, ambos voltados ao comércio de créditos de carbono; o setor de serviços, por seu turno, deve experimentar ampliação e diversificação dos segmentos de prestação de serviços modernos como saúde, educação e serviços bancários e de intermediação financeira, sobretudo na cidade-pólo; mas, o destaque será a expansão do ecoturismo, nas modalidades aventura e pesca esportiva, em base aos investimentos em infra-estrutura econômica e social ampliando as condições de acesso, de recepção e sanitárias da região. As mudanças e transformações estruturais serão frutos da implementação da estratégia de desenvolvimento da Região, formulada a partir de intensas discussões com representantes da sociedade regional, confrontando as condições internas – potencialidades e estrangulamentos – com os processos e tendências externas – oportunidades e ameaças. As propostas de ação definidas nas discussões foram organizadas e sistematizadas em eixos estratégicos, compondo programas e projetos de importância para a Região. Os projetos destacados estão apresentados a seguir segundo a mesma estrutura definida para o Plano de Desenvolvimento de Mato Grosso.16 Eixos Estratégicos EIXO 1 - Uso sustentável dos recursos naturais O eixo estratégico de Uso Sustentável dos Recursos Naturais articula o conjunto das ações que podem reduzir as pressões antrópicas da expansão da economia, contribuindo para a conservação do meio ambiente e reorientando o modelo de aproveitamento das riquezas naturais de Mato Grosso, particularmente na região de planejamento de Sorriso. O eixo se desdobra em programas e projetos, como apresentado abaixo: O eixo se desdobra em programas e projetos, como apresentado abaixo: 1.Programa de fortalecimento do sistema de gestão ambiental, contemplando a implementação dos seguintes projetos estratégicos: • Descentralização do gerenciamento ambiental com regionalização técnica de pessoal e implantação de unidade na região; • Implantação e fortalecimento dos conselhos municipais para gestão ambiental urbana em projetos de pequeno e médio porte. 2.Programa de criação, implantação e manutenção de unidades de conservação, contemplando a implementação dos seguintes projetos: • Criação de parques de preservação em áreas de risco de degradação; • Criação de parques temáticos para atividades de educação ambiental. 16 Os eixos e os programas são os mesmos do MT+20, diferenciando-se os projetos específicos para a Região. EIXOS, PROGRAMAS E PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO 3.Programa de promoção do uso sustentável dos recursos naturais, com os seguintes projetos: • Implantação de indústrias que produzam insumos biológicos e orgânicos; • Aproveitamento de restos de madeira; • Aproveitamento das “sobras” dos produtos hortifrutigranjeiros (cascas/sementes/talos); • Aproveitamento racional dos produtos naturais disponíveis para uso in natura e/ou transformação em bens e serviços; • Utilização de multicultura e técnicas conservacionistas; • Promoção da educação ambiental formal e informal. 4.Programa de recuperação, preservação e manejo das bacias hidrográficas, contemplando a implementação dos seguintes projetos: • Formação e implantação de comitês de bacias hidrográficas; • Promoção do uso e manejo sustentável de solos e águas em bacias hidrográficas; • Recuperação das matas ciliares degradadas; • Recuperação dos rios poluídos em função de atividades econômicas urbanas e rurais ; • Controle da erosão e manejo de solo e água em microbacias críticas; • Promoção de ações de mitigação e compensação dos danos provocados pelo uso intenso dos recursos hídricos. 5.Programa de reflorestamento de áreas degradadas, que se desdobra nos seguintes projetos: • Reflorestamento com base em espécies que permitam utilização da madeira e exploração de frutos e sementes; • Repovoamento de espécies para ampliação da biodiversidade regional; • Capacitação de técnicos e empresários em elaboração de projetos para captação de recursos do mercado de crédito de carbono. EIXO 2 - Conhecimento e inovação tecnológica Educação e inovação tecnológica são dois fatores centrais do desenvolvimento e da competitividade sistêmica de um território, contribuindo para melhorar a produtividade e a qualidade dos produtos. A educação, além de ser pré-requisito para a ciência e tecnologia, constitui também um elemento decisivo para ampliar e democratizar as oportunidades da sociedade, na medida em que prepara o cidadão para a vida e para o mercado de trabalho, principalmente quando associada à capacitação profissional. Desta forma, o eixo estratégico de Conhecimento e Inovação é parte central da estratégia de desenvolvimento de Mato Grosso e, particularmente de Sorriso, expressando-se através dos programas apresentados a seguir: 1.Programa de ampliação da capacidade de pesquisa e desenvolvimento científico-tecnológico, compreendendo a implantação dos seguintes projetos: • Criação de centro de pesquisa regional voltado para pesquisas em industrialização de bioprodutos, fitoterápicos, fármacos, e cosméticos; • Criação de centros de estudos tecnológicos na região; • Implantação de sistema de comunicação e informação entre os órgãos de pesquisa, constituindo redes de pesquisa nas áreas prioritárias. 33 34 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO 2.Programa de inovação e difusão de tecnologias para as cadeias produtivas, que se desdobra nos seguintes projetos: • Desenvolvimento de pesquisas sobre recursos naturais, clima e genética; • Difusão de técnicas de manejo e aproveitamento do solo visando à melhoria da produtividade e a diversificação; • Fomento à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico em entidades públicas; • Criação de banco de dados sobre a diversidade bio-sócio-cultural regional. 3.Programa de certificação de produtos e processos e registro de patentes, compreendendo a implantação dos seguintes projetos: • Patenteamento dos produtos e do material genético da região; • Criação de Instituto para certificação de produtos regionais com criação dos selos de qualidade ambiental e de cidadania. 4.Programa de melhoria da qualidade do ensino básico, compreendendo a implantação dos seguintes projetos: • Reestruturação e melhoria da qualidade do ensino básico; • Capacitação e qualificação continuada para os profissionais da educação; • Inclusão de temas transversais, como meio ambiente e cidadania, na grade curricular das escolas; • Implantação do sistema de tempo integral nas escolas da região; • Criação do transporte integrado regional para estudantes; • Combate ao analfabetismo na área rural e periferia urbana; • Fortalecimento da educação do campo. 5.Programa de ampliação da educação profissional e tecnológica, contemplando a execução dos seguintes projetos: • Criação de centros de formação profissional em nível técnico e tecnológico; • Capacitação dos jovens nos níveis técnico e tecnológico; • Qualificação profissional, especialmente em defensivo agrícola, gestão social, produção, agroindústria, industrialização e a comercialização de produtos regionais; • Instalação de escolas técnicas com cursos em alimentos e saúde pública; • Criação de escolas agrícolas e profissionalizantes com ênfase a qualidade total; • Formação de fórum permanente para desenvolvimento de ensino técnico e superior que atenda ao mercado. 6.programa de consolidação, expansão e democratização do ensino superior, contemplando a execução dos seguintes projetos: • Instalação de universidades públicas - federal e estadual – introduzindo grade curricular adequada à região; • Formação de consórcio intermunicipal no ensino superior; • Regionalização da universidade pública estadual; • Ampliação da pós-graduação das universidades, com criação de novos mestrados e doutorados nas áreas prioritárias, incluindo estímulo à iniciação científica com enfoque regional. EIXOS, PROGRAMAS E PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO EIXO 3 - Infra-estrutura econômica e logística A Região de Planejamento apresenta alguns estrangulamentos na infra-estrutura econômica, particularmente no transporte para sua integração econômica e para escoamento da produção estadual para o mercado nacional e mundial. Apesar disso, a economia regional tem apresentado grande competitividade internacional. No futuro, a região pode ter sua competitividade comprometida se não tomar providências para ampliação e recuperação da infra-estrutura econômica e da logística. O eixo estratégico de desenvolvimento (Eixo 3) procura responder diretamente a estes estrangulamentos, melhorando o desempenho atual e preparando Mato Grosso e a Região de Sorriso para os desafios do futuro. 1.Programa de recuperação e ampliação do sistema de transporte rodoviário, contemplando a implantação dos seguintes projetos estratégicos: • Construção e conclusão da malha viária de acesso a BR–163; • Recuperação, manutenção e melhoria da malha rodoviária, incluindo a conservação das estradas estaduais e vicinais da região; • Pavimentação das principais rodovias de integração dos municípios da região, com destaque para : pavimentação da MT 242 trecho Sorriso a Santa Rita do Trivelato, passando por Nova Ubiratã; MTs 235 e 140 ligando Santa Rita do Trivelato a Nova Mutum; • Construção de rodovia interligando Santa Rita do Trivelato à BR 158 em Canarana. 2.Programa de recuperação e ampliação do sistema multimodal de transporte, contemplando a implantação dos seguintes projetos estratégicos: • Expansão e revitalização do sistema multimodal de transportes para integração nacional e com países vizinhos; • Ampliação da malha ferroviária com a construção do ramal da Ferrovia Norte Sul ligando Lucas do Rio Verde a Palmas (TO); • Construção de aeroporto regional (Sorriso) com capacidade para pouso de aeronaves de grande porte. 3.Programa de ampliação da estrutura de logística, contemplando a implantação dos seguintes projetos estratégicos: • Criação de centros de recebimento, triagem e comercialização de produtos agrícolas; • Estruturação de mecanismos de comercialização dos produtos agropecuários; • Criação de centros regionais de estoques de insumos (em sistema de cooperativas); • Implantação de quatro pontos de concentração do sistema intermodal (norte, sul, leste e centro-oeste); • Implantação de parque de exposição e feiras para comercialização com show-room. 4.Programa de expansão do sistema de oferta de energia elétrica (geração, transmissão e distribuição), contemplando a implantação dos seguintes projetos estratégicos: • Expansão do sistema de geração de energia elétrica; • Construção de pequenas usinas hidrelétricas; • Expansão do sistema de transmissão de energia elétrica; • Expansão do sistema de distribuição da CEMAT. 35 36 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO 5.Programa de diversificação da matriz energética, contemplando a implantação dos seguintes projetos estratégicos: • Produção de energia por meio de fontes renováveis, incluindo biodigestores para aproveitamento de resíduos na produção de energia, hidrogênio e adubo; • Produção de biocombustível; • Aumento da oferta de gás natural na região. 6.Programa de ampliação do sistema de comunicações, contemplando a implantação dos seguintes projetos estratégicos: • Universalização e consolidação do acesso ao sistema de telecomunicação em todo o território do estado; • Democratização do acesso à internet pela população de baixa renda como forma de inclusão social. EIXO 4 - Diversificação e adensamento das cadeias produtivas A agropecuária é a base do dinamismo da economia da Região de Planejamento de Sorriso, concentrando a produção e as exportações em produtos de baixo valor agregado. Esta característica da economia regional diminui o impacto econômico e social das exportações e torna o território, como de resto, o Estado de Mato Grosso, vulnerável a flutuações internacionais de demanda e preços das commodities. Diante disso, o plano estratégico deve promover a diversificação da estrutura produtiva e a agregação de valor dos produtos do agronegócio. 1.Programa de fortalecimento e diversificação da agropecuária, extrativismo e silvicultura, contemplando a implantação dos seguintes projetos estratégicos: • Diversificação da atividade primária aproveitando o potencial produtivo existente; • Introdução de novas atividades agropecuárias com aproveitamento das condições climáticas e qualidade do solo; • Introdução de técnicas de manejo e aproveitamento do solo visando à melhoria da produtividade e à diversificação; • Melhoria da segurança e qualidade dos alimentos e bebidas produzidos para o mercado externo e interno; • Melhoria da qualidade dos insumos e serviços de suporte à agropecuária mato-grossense. 2.Programa de reestruturação fundiária e desenvolvimento da agricultura familiar, compreendendo os seguintes projetos: • Assistência técnica e equipamento dando suporte às cooperativas de pequenos produtores e assentamentos para agregar valores aos produtos; • Aproveitamento da matéria prima local para incremento da agroindústria familiar; • Plantio de culturas “condensadas” nos assentamentos (pupunha, cupuaçu, pimenta, etc.); • Promoção da produção familiar de produtos hortifrutigranjeiros; • Diversificação das culturas produzidas nos assentamentos visando a produção de óleos vegetais. EIXOS, PROGRAMAS E PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO 3.Programa de adensamento das cadeias produtivas, contemplando a implantação dos seguintes projetos estratégicos: • Criação de pólo de industrialização dos produtos originários da cadeia produtiva de soja (agroindústria); • Agregação e dinamização da atividade madeireira e moveleira de forma sustentável; • Implantação de indústria de confecções na região. 4.Programa de diversificação da estrutura produtiva, compreendendo os seguintes projetos: • Exploração de jazidas (roxas) de potássio e fósforo; • Implantação de indústrias voltadas para o aproveitamento da matéria-prima local; • Implantação de indústria de bens de consumo; • Instalação de empresas de aproveitamento de resíduos das atividades produtivas regionais; • Implantação de indústria de softwares. 5.Programa de desenvolvimento do turismo, contemplando a implantação dos seguintes projetos estratégicos: • Estruturação do turismo ecológico e turismo de pesca esportiva, conservando a fauna aquática regional; • Criação de calendário turístico regional; • Capacitação e qualificação profissional para o turismo e hotelaria; • Promoção e divulgação dos atrativos turísticos e do calendário de eventos turísticos dos diferentes pólos turísticos do Estado. 6.Programa de fortalecimento dos arranjos produtivos locais, contemplando a implantação dos seguintes projetos estratégicos: • Fomento à apicultura; • Fomento às organizações sociais para produção e colocação no mercado (comercialização) dos produtos; • Criação de arranjos produtivos (produção familiar). • Diversificação da pauta de exportações EIXO 5 - Qualidade de vida, cidadania, cultura e segurança O desenvolvimento sustentável tem como objetivo central a melhoria da qualidade de vida da população expressa no acesso aos bens e serviços públicos, na segurança pública e paz social, na cidadania e no desenvolvimento cultural. Para alcançar este objetivo, Mato Grosso e, particularmente a Região de Sorriso, ainda tem que melhorar muito as condições de vida da população, realizando iniciativas e investimentos nos diferentes segmentos sociais que se beneficiam também dos resultados alcançados nos outros eixos estratégicos de desenvolvimento, particularmente no que trata de educação e do crescimento da economia, gerando oportunidades de emprego. De qualquer forma, a estratégia de desenvolvimento regional implementa um eixo estratégico diretamente nos segmentos sociais que elevam a qualidade de vida da população. 37 38 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO 1.Programa de fomento à geração de emprego e renda, contemplando a implantação dos seguintes projetos estratégicos: • Fortalecimento das organizações associativistas e cooperativas de crédito; • Valorização e comercialização de produtos artesanais e caseiros; • Qualificação e requalificação da população vulnerável. 2.Programa de cidadania e respeito aos direitos humanos, contemplando a implantação dos seguintes projetos estratégicos: • Criação de centros de referência e apoio à mulher (trabalho preventivo); • Participação efetiva do jovem atuando no conselho municipal da juventude; • Instalação de delegacia da mulher; • Ampliação e fortalecimento do CAPS e programas similares; • Combate da exploração de crianças e adolescentes; • Conscientização e orientação ao consumidor; • Fortalecimento dos conselhos municipais de segurança, interagindo com os poderes públicos. 3.Programa de promoção da cultura, esportes e lazer, contemplando a implantação dos seguintes projetos estratégicos: • Promoção de eventos de lazer e cultura nas comunidades, incluindo teatros regionais; • Fomento de prática esportiva regional utilizando recursos hídricos; • Criação de centros culturais municipais para o resgate da memória; • Criação de circuito de pesca e divulgação a nível nacional dos festivais de pesca da região; • Criação de centros de cultura, esporte e lazer. 4.Programa de saneamento e habitação, com a implantação dos seguintes projetos estratégicos: • Implantação da coleta seletiva de lixo doméstico; • Instalação de usina de reciclagem regional; • Formação de centros regionais de recebimento de lixo urbano e de reciclagem – processamento; • Captação e tratamento de dejetos (esgotos, lixo); • Fomento à moradia da população orientada (associativismo habitacional); • Implantação do saneamento básico em todo o território. 5.Programa de saúde, compreendendo os seguintes projetos: • Implantação de centro de referência médico-hospitalar para (casos complexos); • Ampliação e fortalecimento do hospital regional (através de consórcios); • Diversificação do atendimento da área da saúde através dos consórcios regionais; • Montagem de sistema controle sanitário regional; • Descentralização de atendimentos de especialidades preventivamente; • Implantação de centros de recuperação para dependentes químicos; • Implantação de PSF; • Criação de centro de reabilitação ortopedia e clínicas terapêuticas; • Criação de hospital do câncer regional; • Promoção de educação alimentar. EIXOS, PROGRAMAS E PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO EIXO 6 - Governabilidade e gestão pública A análise das políticas públicas brasileiras – válidas também para Mato Grosso - costuma destacar como um dos seus grandes problemas a baixa eficiência e eficácia das ações e dos investimentos, gerando enorme desperdício de recursos e limitada implementação dos projetos. Por outro lado, apesar dos avanços recentes e de muito propalada, a participação da sociedade ainda é muito restrita, o que termina reduzindo o impacto e a efetividade das políticas públicas. O desenvolvimento sustentável de Mato Grosso e da Região de Planejamento de Sorriso depende da capacidade dos governos (estadual e municipais) representarem as aspirações da sociedade e da qualidade gerencial que assegure a implementação das ações com os menores custos e a maior eficácia. O eixo Governabilidade e Gestão Pública articula as ações que procuram enfrentar os problemas de gestão pública no Estado e na Região, ampliando a eficiência, a eficácia e efetividade de todos os programas e projetos previstos pelo plano. 1.Programa de aperfeiçoamento da Gestão e das Políticas Públicas, contemplando os seguintes projetos: • Modernização e busca da excelência na gestão pública; • Implantação de modelo de gestão voltado para resultados; • Resgate, promoção e reafirmação da ética como valor nos serviços públicos; • Ampliação do acesso e da prestação de serviços públicos via meios eletrônicos; • Desestatização dos serviços públicos e setores não essenciais; • Regionalização dos programas de Governo. 2.Programa de democratização, descentralização e transparência da gestão pública, contemplando a implantação dos seguintes projetos estratégicos: • Democratização e participação da sociedade na gestão pública; • Melhoria da qualidade dos serviços públicos com redução das reclamações e retrabalhos (revisão de processos); • Ampliação da transparência da gestão pública. 3.Programa de fortalecimento do sistema estadual de regulação, monitoramento e fiscalização, contemplando a implantação dos seguintes projetos estratégicos: • Descentralização e fortalecimento da capacidade institucional de controle e fiscalização dos serviços delegados; • Criação de unidades Técnicas Regionais de fiscalização. EIXO 7 | Descentralização do território e estruturação da rede urbana A expansão da economia regional tende a gerar algum processo de concentração no território, respondendo às condições diferenciadas da competitividade e segundo eficiência econômica do mercado. A estratégia de desenvolvimento regional deve compensar este movimento, criando condições para uma distribuição equilibrada da riqueza e das condições de vida no território, implementando projetos e tomando iniciativas de descentralização e desconcentração regional. Por outro lado, a organização do território mato-grossense e regional passa pela formação de uma rede urbana que articula os diferentes territórios, numa hierarquia de múltiplas funções no espaço. 39 40 PLANO DE DESENVOLVIMENTO DE MATO GROSSO Desta forma, estratégia de desenvolvimento deve incorporar programas e projetos, articulados nos Eixos de Descentralização territorial e estruturação da rede urbana, promovendo a reorganização do território estadual. 1.Programa de desenvolvimento regional integrado e fortalecimento da rede urbana, contemplando os seguintes projetos: • Descentralização e desconcentração da estrutura político-administrativa do Estado, visando a otimização dos serviços; • Formação de um sistema de planejamento urbano municipal continuado, voltado para o ordenamento da ocupação do espaço urbano, objetivando a melhor qualidade de vida. CONSELHO POLÍTICO DE AVALIAÇÃO DA ELABORAÇÃO DO PLANO Blairo Borges Maggi Governador do Estado e Coordenador do Conselho Dráuzio Antonio Medeiros Magnífico Reitor da UNIVAG Centro Universitário Yênes Jesus de Magalhães Secretário de Estado de Planejamento e Coordenação Geral Dep. Estadual Silval da Cunha Barbosa Presidente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso Antônio Kato Secretário da Casa Civil Paulo Roberto Jorge do Prado Procurador-Geral de Justiça Cloves Felício Vettorato Secretário de Estado de Desenvolvimento Rural Conselheiro José Carlos Novelli Presidente do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso Waldir Júlio Teis Secretário de Estado de Fazenda Desembargador José Jurandir de Lima Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso Marcos Henrique Machado Secretário de Estado do Meio Ambiente Alexandre Herculano C. de S. Furlan Secretário de Estado de Indústria, Comércio e Minas e Energia Augustinho Moro Secretário de Estado de Saúde João Carlos Vicente Ferreira Secretário de Estado de Cultura Yêda Marli de Oliveira Assis Secretário de Estado de Desenvolvimento do Turismo Ana Carla Muniz Secretária de Estado de Educação Célio Wilson de Oliveira Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública Paulo Speller Magnífico Reitor da UFMT Francisco Faiad Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - MT Nereu Pasini Presidente da Federação da Indústrias - FIEMT Jandir José Milan Presidente do Conselho do Sebrae José Aparecido dos Santos Presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios - AMM Homero Alves Pereira Presidente da FAMATO Pedro Jamil Nadaf Presidente da Fecomércio José Carlos Laino Presidente do Sindicato das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte do Comércio e Serviço de Mato Grosso - SIMPEC/MT Célio Fernandes Presidente da FOREMAT Onofre Ribeiro Jornalista e Analista Político EQUIPE TÉCNICA SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL EQUIPE TÉCNICA DE COORDENAÇÃO E APOIO Arnaldo Alves de Souza Neto Coordenação Geral Susan Dignart Coordenação Técnica Marilde Brito Lima Informações Tereza Neide N. Vasconcelos Informações Luceni Grassi Desenvolvimento Regional Marco César Neves Projetos Estratégicos Júlia Satie Y Matsuoka Políticas Públicas Marize Bueno de Souza Políticas Públicas Cristianne Chein Mobilização e Logística Gleycinéa F. M. Silva Mobilização e Logística EQUIPE DE INTERLOCUÇÃO TÉCNICA SEPLAN Álvaro Lucas Denize Amorim Edmar Augusto Vieira Edson Fontana de Oliveira Juraci Ala Filho Lorenice Serra Bitencourt Marilene Marchese Regiane Berchieli FIEMT Carlos Vítor Timo FAMATO/IMEA Rosimeire C. dos Santos ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA Abílio Fernandes Clélia Maria de Oliveira Dejanete da S. Torres TRIBUNAL DE JUSTIÇA Waldir A. Serafim da Silva SEBRAE Eliane Ribeiro Chaves SETECS Evalnete M. de Campo SEFAZ Marisa F. Leão Castilho SEMA Begair P. Filipaldi SECITEC Paulo Ernesto Kluge SECRETARIA DE SAÚDE Cristina Botti Giancarla Fontes Ione M. Bortolotto SICME Décio Alves SINFRA/CASA CIVIL Magda F. Xavier da Silva SEDUC Benedita Pinheiro Deusanete Gomes Santana SEJUSP Clelcimar Santos Rabelo de Souza Zuilton Braz Marcelino UNIVAG Glauce Souza Luzia Helena Trovo M. de Souza REPRESENTANTES DA REGIÃO DE PLANEJAMENTO X - CENTRO Alci Romanini - Sorriso Maria José de Moraes – Sorriso PARTICIPANTES DA OFICINA REGIONAL Adilcimar da Silva Souza Alci Luiz Romanini Morais Aline Hartmann Andelino Marques da Silva Antonia Maria Lima Antonio Jorge Batista Audelino Marques da Silva Carlos Alberto Cátia Rossato Cecília Brezolin Crestani Celeste B. Albuquerue Célia Vieira Serpa da Cunha Cezar Martins Cirlei Aparecida Brandão Daniel Henrique de Melo Diogo Tsutomu Uchimura Ederson Dalmolin Edson Rodrigues De Aro Eli Alberto Elídio Farina Elvira Chini Francisco Fontelle Francisco Marcos Filho Francisco P. de Souza Fredison G. Dias Gabriela Zibetti Ismael L. M. Silva James Richart Watzel Jorge Borges de Oliveira José Bezerra de Lima José Marcos Pereira José Sabino da Silva Jussara Cristina Nayer Ceron Leoci Maziero Lourenço Dantas de Souza Luciana de Borro Luiz Alberto G. Soares Mara Marli Maris Maria José Moraes Marilene F. Savi Marli Batista Aguiar Marli Heldt Ventura Michel Torres Paulo Cesar Libanori Paulo Minoso Paulo Roberto F de Oliviera Renata Attili Maia Rosimari Labarin Feijó Ferlin Salet Goulart Sandra Mara R. Vieira Suely M. P. de Lima Thiago D. Siqueira Valdete Cerruti Valni Roque Volpato Valvenir José Dos Santos Vicente Jr. Gomes EQUIPE TÉCNICA DA MULTIVISÃO COORDENAÇÃO GERAL Enéas Fernandes de Aguiar COORDENAÇÃO TÉCNICA Sérgio C. Buarque COLABORADORES Ester de Sousa José Raymundo F. de Aguiar Gabriel Tenório Katter Dogercy Nunes dos Santos Francisco Fausto Matto Grosso Pereira Edvaldo Martiniano de Luna Rafael Magri Vilton Gonzaga EQUIPE ANAGRAPHIA BR PROJETO GRÁFICO Fernanda Balduino EDITORAÇÃO Simone Silva