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Diretores da CIC e especialistas revelam cenários, tendências e políticas para o desenvolvimento do setor da agroindústria, turismo e enogastronomia. Edição 165 | Ano 23 | Jan/Fev/Mar/Abr 2014 | www.cic-caxias.com.br O desenvolvimento que brota do agronegócio e do turismo CONSELHO EXECUTIVO Presidente: Carlos Heinen Vice-Presidente Indústria: Reomar Slaviero Vice-Presidente Comércio: Analice Carrer Vice-Presidente Serviços: Celestino Oscar Loro DIRETORIAS Agronegócios: Arno Costanzi, Evandro Lovatel, Nestor Pistorello e Valmir Susin | Comercial: Ercio Becker, Daniel Zanchi, Ismael Buzetti e Ivonei Pioner | Comunicação e Marketing: Eduardo Vargas de Almeida, Eloísa Venzon Francisco, Juçara Tonet Dini, Juliano Flores, Julio Duso e Márcia Regina Costa | Cultura: Cláudia Sassi, Fernanda Tissot e Mirtes Fabris Rodrigues | Desenvolvimento e Competitividade: Ana Cláudia Camargo, Fabiana Buffon, Gilnei Lafuente, Leandro Dornelles, Lucélia Lima e Tiago Tessari | Desenvolvimento Sustentável: Eliana Zanol de Oliveira, Creice Arse, Fabiane Mafessoni, Jorge Benites, Maurien Randon Barbosa, Samuel Sirena e Suzana de Conto | Economia, Finanças e Estatística: Alexander de Messias, Fábio Abreu de Paula, Carlos Zignani e Mauro Corsetti | Executiva: Victor Hugo Gauer | Infraestrutura e Política Urbana: Aldair Basotti, Delmar Perizzolo, Margarete Bender, Nelson Sbabo, Olivir Viezzer, Rodrigo Colognese e Rodrigo Romanini | Institucional: José Antônio Fernandes Martins| Jurídica: Henry Maggi, Maurício Gravina e Zulmar Neves | Negócios Internacionais: David Pistorello, Daniel Caravantes, Denise Gallio, Gustavo Miotti, João Cláudio Pante, Plínio Mioranza, Marcus D’Arrigo, Mauro Vencato e Zeli Dambros | Patrimônio: Clênio Pereira de Freitas e José Valtuir de Almeida | Política Turística e Enogastronomia: Adriano Medeiros, Eduardo Michelin, Fabrício Ruzzarin e Ilvomar Menegolla | Projetos, Inovação e Inteligência: Angelo Tonon Neto, Fábio Manzato, Jaqueline Prataviera Giovanardi, Leandro Scheer Mantovani, Roberto Ferrari e Rogério Luis de Antoni | Recursos Humanos: Fabiana Oliveira e Gilmar Gomes | Saúde: Cleciane Simsen, Francisco Ferrer, Leda Carini, Paula de Oliveira, Nayvaldo de Almeida e Sandro Junqueira | CIC Jovem: Natáli Quadros Mezzomo | Conselho da Empresária: Márcia Rosa CONSELHO SUPERIOR Presidente: João Francescutti Vice-presidente: Nadir Rizzi CONSELHO DELIBERATIVO Presidente: Fúlvia Stedile Angeli Gazola Vice-presidente: Nestor Perottoni Secretário: José Quadros dos Santos Presidentes de Sindicatos Sind. de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares: João Antônio Leidens | Sind. Emp. Serviços Contábeis: Ronaldo Tomazzoni | Sind. Emp. de Veículos de Carga: Octavino Pivotto Sindilojas: Sadi Donazzolo | Sind. das Ind. de Fiação e Tecelagem: Carlos Graça de Araújo | Sind. das Ind. Met. Mec. Mat. Elét.: Getúlio da Silva Fonseca | Sind. das Ind. do Vestuário: Thiaraju Vieira Barbosa | Sind. das Ind. da Madeira: Serafim Gabriel Quissini | Sind. das Ind. da Construção Civil: Volnei Sebben | Sind. da Construção Pesada e Terraplanagem: Antônio Cleonir Bertelli | Sind. das Ind. da Alimentação: José Cesa Neto | Sind. do Com. de Der. de Petróleo: Luiz Henrique Martiningui | Sind. das Ind. Gráficas: Luiz Carlos Oliveira de Moraes | Sind. do Com. Varej. de Gên. Aliment.: Eduardo Luiz Slomp | Sind. das Ind. de Joalherias: Romeo Bressan | Sind. das Ind. de Material Plástico: Jaime Lorandi | Sind. das Ind. de Refeições Coletivas: Euclides Sirena | Sind. dos Representantes Comerciais: Adair Umberto Mussoi | Sind. Rural: Valmir Susin | Sind. Ind. do Vinho: Gilberto Pedrucci CDL: Davenir Darci Dreher Informações e Negócios Revista bimestral da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul Edição: Assessoria de Comunicação Jornalista Responsável: Marta Guerra Sfreddo - MTb 6267 Projeto Gráfico: Ditta Comunicação Ltda. Impressão: Editora São Miguel Tiragem: 1.500 exemplares Para anunciar: (54) 3224.2686 Foto da Capa: Shutterstock A CIC de Caxias do Sul não se responsabiliza pelo conteúdo dos textos assinados por terceiros. foto: júLIO SOARES/OBJETIVA Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 - Caixa Postal 1334 Tel.: (54) 3218.8000 - Fax: (54) 3218.8048 95050-520 - Caxias do Sul - RS e-mail: [email protected] www.cic-caxias.com.br palavra do presidente Oportunidades que geram negócios Ao ampliar a visibilidade por meio de sua revista, a CIC reforça a importância de dois setores da economia em maior desenvolvimento atualmente: o Agronegócios e o Turismo, com ênfase na realização de eventos. Somos um dos maiores produtores de hortifrutigranjeiros do Rio Grande do Sul e uma das cidades com maior potencial turístico, especialmente como destino ao turismo de negócios. Muitas cidades têm no turismo a sua maior fonte de receita. A Região é pródiga em exemplos. No entanto, mesmo os municípios que possuem sua economia baseada em outras vocações, como Caxias do Sul, podem incentivá-la com a criação de atrativos turísticos e se beneficiarem do desenvolvimento que esse mercado proporciona. Com espaços amplos e modernos, a cidade oferece opções para feiras e eventos nacionais e internacionais, com destaque para o Parque de Eventos da Festa Nacional da Uva, um dos maiores do Brasil. A rede hoteleira e gastronômica oferece ampla estrutura e qualidade nos serviços. Por isto, precisamos potencializar cada vez mais os negócios destes dois segmentos. Atualizar-nos, cobrar políticas públicas e assessorar as empresas associadas fazem parte do cabedal de funções das diretorias de Agronegócios e de Política Turística e Enogastronomia. O incentivo aos dois setores tem impacto na indústria, no comércio, nos serviços, estimula o empreendedorismo, atrai investimentos e promove o desenvolvimento econômico e social das comunidades locais e regionais. E é para isso que trabalham os diretores da CIC, para apontar caminhos e soluções que auxiliem a nossa gestão e as empresas associadas na sua tomada de decisões. Carlos Heinen Presidente ÍNDICE www.facebook.com/CICCaxiasdoSul foto: divulgação www.twitter.com/CICCaxiasdoSul 05 CIC Agronegócios e Política Turística e Enogastronomia Celeiro de oportunidades 16 18 22 ARTIGO Cenários A realidade do turismo em Caxias do Sul O jovem e a sucessão familiar no meio rural 14 ARTIGO Gestão A profissionalização, o uso de tecnologia e o sistema de gestão na qualificação do agronegócio ARTIGO Políticas públicas Desenvolvimento industrial sim, mas sem esquecer a agricultura Caxias da uva e do vinho ARTIGO De geração em geração 26 Destaque na produção rural 06 Artigo Origens 10 ARTIGO Caxias do Sul 25 ARTIGO EVENTOS Mais visibilidade ao profissionalismo artigo Representatividade SHRBS Região Uva e Vinho fazendo história 28 artigo Caxias Convention & Visitors Bureau Eventos & Turismo: muito ainda por fazer 30 artigo Patrimônio arquitetônico O projeto Caminhos da Memória e a preservação da história cic | Agronegócios e Política Turística e Enogastronomia Celeiro de oportunidades Mais duas diretorias da CIC estão no centro da pauta desta edição de Informações & Negócios: Agronegócios e Política Turística e Enogastronomia. A primeira tem como função dotar a entidade de assessoramento na condução de programas em parceria com outras entidades para a formação e o desenvolvimento da agroindústria. A outra foi criada com o objetivo de dotar a entidade de informações que atendam às demandas do segmento turístico do município e da região. É inegável a notoriedade de Caxias do Sul nos dois setores, motivo pelo qual as duas diretorias têm importante papel na estrutura representativa da CIC. Ambas desenvolvem ações visando atrair investimentos nas áreas de interesse, difundindo o potencial econômico da região, além de fomentar o empreendedorismo e o associativismo, visando ao crescimento dos dois setores. Nas páginas a seguir, os leitores poderão saber o que pensam os diretores que compõem estas diretorias sobre os cenários do agronegócios, do turismo e da enogastronomia local. DIRETORIA DE AGRONEGÓCIOS Arno Roberto Costanzi, Evandro Lovatel, Nestor Pistorello e Valmir Susin. DIRETORIA DE POLÍTICA TURÍSTICA E ENOGASTRONOMIA Adriano Medeiros, Eduardo Michelin, Ivo Menegolla e Fabrício Ruzzarin. novas empresas associadas Informações & Negócios | 05 foto: Julio Soares/Objetiva ARTIGO | Origens Caxias da uva e do vinho EVANDRO LOVATEL | Diretor de Agronegócios da CIC e diretor da Vinícola Lovatel “As dificuldades por que nosso setor passa hoje não são diferentes da realidade de outros setores.” 06 | Informações & Negócios Falar de uva e vinho é falar de nossa história, é falar das nossas origens, é falar de desenvolvimento. Sabemos que a vitivinicultura em Caxias do Sul se desenvolveu com a fixação de nossos imigrantes italianos na região da Serra Gaúcha, nos municípios de Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Garibaldi, Farroupilha e Flores da Cunha. Por volta de 1875, os primeiros imigrantes italianos, provindos de Milão e do norte da Itália, se instalaram no Campo dos Bugres, atual Caxias do Sul. Com eles veio a arte do cultivo das videiras e a elaboração de vinhos. Trouxeram o conhecimento da Itália e junto com suas bagagens algumas mudas de videiras. As primeiras cepas cultivadas foram de uvas viníferas europeias, mas devido à facilidade com que estas uvas eram exterminadas por doenças e pragas locais, foram substituídas por mudas híbridas americanas, trazidas dos Estados Unidos e já cultivadas na região de Rio Grande (RS) que se mostrava de fácil adaptação ao nosso clima, a exemplo da uva Isabel. Então nosso imigrante italiano cultivou as videiras e passou a elaborar os vinhos, no início para seu próprio consumo, e depois para abastecer o comércio local, regional, estadual, e já por volta de 1900 iniciaram as vendas para o estado de São Paulo. Com muito trabalho e habilidade em negociação, em pouco tempo nossos imigrantes fizeram nossa Região se desenvolver e prosperar. A partir de 1910, vitivinicultura, produção de uva e elaboração de vinhos se desenvolveram muito na Região e se tornaram a principal atividade econômica, trazendo o desenvolvimento local do comércio e o início da indústria metalúrgica para abastecer as necessidades apresentadas pelas cantinas de vinho. E assim se deu a origem de o que é hoje o segundo maior polo do setor metalmecânico de nosso País: esta é a origem da uva e do vinho e da nossa querida cidade de Caxias do Sul. VIAFLORES. anos 3 GARANTIA A NOVA CONCESSIONÁRIA FIAT DE CAXIAS E REGIÃO. MUITAS FACILIDADES E CONDIÇÕES IMBATÍVEIS PARA VOCÊ APROVEITAR. 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Ainda somos o estado que produz mais de 90% das uvas que são utilizadas para a industrialização e elaboração de vinhos e sucos no Brasil. A safra de 2013 foi de aproximadamente 700 milhões de quilos de uvas, destes 611 milhões de quilos foram destinadas à elaboração de 372 milhões de litros de vinhos e sucos na Serra Gaúcha. Os números são expressivos, porém pouco representativos se comparados à geração de valor para o PIB econômico do Brasil. O resultado disso é o pouco incentivo que se tem no setor por parte dos governantes. Principal produto da uva, o vinho sofre uma tributação fora dos padrões aceitáveis e toleráveis a um produto. O somatório de tributos é superior a 50% ainda na indústria incidentes no momento da venda para a maioria dos estados. 08 | Informações & Negócios Somem-se a isso os impostos incidentes em cascata quando o vinho passar a ser comercializado e distribuído até chegar ao consumidor final. Muito pouco se paga de vinho quando se degusta um produto nacional e muito se paga de impostos. Impossível sermos competitivos se não reduzirmos nossos impostos nos derivados da uva e do vinho. As dificuldades por que nosso setor passa hoje não são diferentes da realidade de outros setores: pagam-se impostos altíssimos, cumpre-se uma legislação pesada no que diz respeito ao meio ambiente e o principal gargalo é a dificuldade de mão de obra. Pagam-se salários acima da média para os cuidados da videira e para os funcionários das vinícolas, salários que não condizem com o baixo conhecimento que os trabalhadores contratados possuem e com a total inexperiência apresentada com o trato da uva e do vinho. Porém, não podemos só reclamar. Temos que brindar e reconhecer que nossos vinhos são de excelente qualidade. As indústrias fizeram seu dever de casa e conseguiram, por meio do desenvolvimento tecnológico, colocar nossos vinhos aos padrões internacionais de qualidade. Além do vinho, pode-se dizer que hoje também produ- zimos com padrão de excelência os melhores sucos de uvas e espumantes do mundo. Nosso futuro é promissor. Tendências apontam para um crescimento de consumo superior ao crescimento e oferta da nossa nobre matéria-prima: a uva. Isso pode exigir uma melhor articulação entre os elos da cadeia produtiva, pois, caso contrário, entregaremos nosso mercado aos vinhos importados. Ações que historicamente são feitas no nosso setor despertam o hábito do consumo da uva e de seus derivados. O exemplo exponencial em nosso meio é a Festa da Uva. O legado de nossas origens é celebrado neste que é o maior evento da uva do Brasil e das Américas. A Festa da Uva nasceu para celebrar o trabalho e a dedicação que nosso imigrante italiano teve com a uva e com a nossa cidade. Hoje ainda é um momento de reconhecimento e valorização de nossas origens, momento que faz brilhar nossos produtores de uva, que enaltece nossa cidade e enche de orgulho a nós que com os frutos desta terra desenvolvemos a Região e cravamos na história as bases de uma indústria que ainda tem muito a contribuir para o desenvolvimento de nossa pátria amada Brasil. SOLUÇÕES EM MATERIAIS DE ESCRITÓRIO RTAD NACIONAIS E IMPO TELE-ENTREGA PERSONALIZADA OS EM SEMINOVOS ES Õ IÇ D N CO ES R O H MEL (54) 3027-4868 www.fratellisuprimentos.com.br Linha de material para escritório, suprimentos em informática, carimbos e móveis corporativos. Oferecemos opções de produtos sustentáveis com o melhor custo benefício. anuncie aqui! (54) 3220-4045 Rua Flores da Cunha, nº 1981 - Bairro Centro - Caxias do Sul www.idealemultimarcas.com.br Edição conjunta debate tema da Diretoria de Comunicação e Marketing, CIC Jovem e Conselho da Empresaria da CIC Edição 164 | Ano 22 | Nov/Dez 2013 | www.cic-caxias.com.br informações & negÓcios DESAFIOS E PERSPECTIVAS DA COMUNICAÇÃO EM TEMPOS DE SOCIAL MEDIA Informações: Departamento Comercial Fone: (54) 3224.2686 / 9148.0062 e-mail: [email protected] Informações & Negócios | 09 foto: Luiz Chaves artigo | De geração em geração O jovem e a sucessão familiar no meio rural NESTOR PISTORELLO | Diretor de Agronegócios da CIC, ex-secretário municipal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento O Brasil tem sua origem na agricultura. De forma rudimentar e com pouca tecnologia, a agricultura era baseada na força braçal, exigindo grande número de pessoas na atividade. Na década de 60, tínhamos 85% da população na agricultura. Pelo censo de 2010, esta participação caiu para 19%. O uso da tecnologia reduziu o número de pessoas na agricultura, ao mesmo tempo em que houve um aumento fantástico da produção. Mantendo a tendência histórica de redução da população no meio rural, nos próximos 10 anos devem deixar a agricultura em torno de 10 milhões de pessoas, consequência da adoção de novas tecnologias, como agricultura de precisão, por exemplo. O perfil da população do setor agrícola é formado em parte por pessoas de idade avançada, sem perspectivas, que estão aposentados ou em vias de aposentadoria. 10 | Informações & Negócios Publicidade e Propaganda. www.ditta.com.br artigo | De geração em geração Diga-se de passagem, aliás, que em muitos municípios pequenos a renda destes aposentados rurais tem grande representatividade. Além disso, as famílias se tornaram menores, com menos jovens no campo. A problemática da sucessão familiar tem vários ângulos para serem analisados. O jovem sai da propriedade e a primeira grande causa é a falta de renda. Ele vai à procura de situação melhores e acaba por comparar as condições de trabalho na cidade: salário todo final de mês, descanso nos fins de semana, férias e 13º terceiro salário, faça chuva ou sol. É o fim das preocupações com as pragas que atacam a lavoura, com as supersafras e com as oscilações de preços. Para aumentar a renda no campo, é preciso usar novas tecnologias de mecanização, promover uma gestão profissional da propriedade, com visão empresarial, e encarar a atividade como negócio, implantando ferramentas de planejamento e qualidade. Para se tornar realmente um empresário, o produtor deve conhecer o seu custo, buscar a lucratividade, enfim, saber se seu negocio é viável. É necessário também dar condições de atratividade para o jovem permanecer no meio rural, como infraestrutura viária, energia e, principalmente, comunicações para mantê-lo conectado com o mundo, como almeja todos nesta faixa etária. O principal insumo de qualquer atividade é a informação, e no campo não é diferente. As políticas públicas para a agricultura evoluíram positiva12 | Informações & Negócios mente. Financiamentos com juros subsidiados e prazos maiores permitem que o produtor modernize sua estrutura e adquira a tecnologia necessária para se tornar competitivo. No entanto, muitas vezes falta orientação ou qualificação para auxiliar o produtor a fazer uma análise da viabilidade deste investimento. Se o investimento não for viável e a rentabilidade da atividade não for suficiente para pagar os compromissos assumidos, causará o endividamento do produtor, mesmo com juro baixo. Outro ponto falho na política agrícola é baixo investimento em pesquisa agropecuária e assistência técnica aos produtores, que muitas vezes são orientados por quem tem apenas interesse em vender. Este é o cenário em que vivem muitas famílias no meio rural. Por isso fica o questionamento: qual a perspectiva do jovem na sucessão da propriedade rural? Hoje temos exemplos muitos bons de sucessão qualificada, com filhos cursando faculdade e aplicando seus conhecimentos no dia a dia do trabalho rural. Aqueles filhos que saem para se qualificar e voltam para modernizar a propriedade, e cujos pais aceitam os novos tempos, conseguem fazer com que os negócios evoluam. Já aqueles que são resistentes às mudanças acabam forçando os filhos a abandonarem a atividade e buscarem colocação profissional no meio urbano. São os pais da geração “Quem manda aqui sou eu”. Estes não percebem que a idade passa para todos. “Para aumentar a renda no campo, é preciso usar novas tecnologias de mecanização e promover uma gestão profissional da propriedade, com visão empresarial.” Assessoria de Imprensa. www.ditta.com.br foto: Débora Oliveira /Estudio Scalco artigo | Gestão A profissionalização, o uso de tecnologia e o sistema de gestão na qualificação do agronegócio ARNO ROBERTO COSTANZI | Diretor de Agronegócio da CIC e zootecnista O título é muito sugestivo e amplo para descrevê-lo, entretanto, são temas fundamentais que os agricultores, de um modo geral, precisam incorporar no seu negócio para tornar a agricultura da sua propriedade sustentável e lucrativa, além de fornecer ao mercado alimentos saudáveis. Inicialmente é necessário que o produtor se profissionalize em relação à atividade que deseja executar, ou seja, precisa conhecer a forma de produzir, tecnologias e equipamentos necessários, onde estão localizados os gargalos no seu processo produtivo e o principal: onde e como vai vender os seus produtos. Aqui se destacam três fatores importantes: 1. Conhecer a cultura que vai explorar, seja ela vegetal ou animal; 2. Conhecer muito bem a sua propriedade: solo, umidade, luminosidade, entre outros fatores que impactam diretamente na produção; e 3. Conhecer as necessidades do mercado que irá consumir o seu produto. 14 | Informações & Negócios Dentro desta equação começa-se a verdadeira profissionalização do produtor no agronegócio – desde o processo de saber produzir, passando pela venda até chegar à entrega do produto ao mercado. Mas será que só isso é suficiente? A resposta é não. O produtor precisa gerenciar o seu negócio. Saber calcular os custos de produção, conhecer os preços médios de mercado, para definir a sua margem de lucro e determinar o preço do seu produto no mercado. O lucro viabiliza novos investimentos e o avanço produtivo e tecnológico da sua propriedade. Os investimentos a realizar terão que ser planejados para viabilizá-los e assim aumentar a produção efetivamente. Não se trata de um sonho ou impulso de momento, tem que ser bem planejado para não se tornar um problema futuro. Hoje em dia estão à disposição do produtor inúmeras tecnologias para aumentar e melhorar a sua produção. Por isso da importância de se conhecer muito bem o negócio para escolher e priorizar as máquinas e acessórios que realmente são necessárias. Estão há disposição tecnologias em máquinas agrícolas para todo o porte de produção, além de genética avançada na área animal e vegetal, que poderá ser agregada à propriedade paulatinamente, conforme planejamento. A gestão da propriedade como um todo, com regis- artigo | Gestão foto: Divulgação tros corretos da produção em todas as fases, desde o plantio, intervenções durante o desenvolvimento da cultura, a colheita, o armazenamento, envolvem, portanto, todos os fatores de produção. O rastreamento do que é produzido é uma exigência de mercado e da segurança do produtor em produzir um alimento saudável. Fora da porteira, o fator decisivo é a comercialização que influenciará em muito nos investimentos da propriedade como um todo e o lucro como consequência. A Serra é a região mais diversificada na produção de hortifrutigranjeiros do estado. Caxias do Sul em especial é o município que mais fornece hortifrutigranjeiros ao CEASA - Porto Alegre, representando 16%, e no CEASA - Serra em mais de 70%. Na fruticultura, a área aproximada é de 8.250 ha com uma produção de 207 mil toneladas, envolvendo 3.596 produtores em 16 culturas principais: uva, maçã, pêssego, caqui, ameixa, citros, morango, entre outras. Para armazenar estes e outros produtos, 107 produtores possuem capacidade frigorífica de mais de 195 câmaras com capacidade de 63.670 toneladas. Na horticultura são trabalhados mais de 2.470 ha com uma produção anual de 87 mil toneladas, envolvendo 3.070 produtores com mais de 32 culturas: tomate, cenoura, beterraba, alho, couves diversas, pimentões, entre outros. Como mercados consumidores, a Ceasa Porto Alegre, Ceasa Caxias, feiras diversas, sem contar o que é enviado para outros estados. Além destas culturas, tem-se uma forte pecuária com aproximadamente 40 mil cabeças de bovinos, cinco mil de ovinos/caprinos, 17 mil de suínos, aves diversas com 5,6 milhões de cabeças, além de incubatórios e diversos frigoríficos para abate animal. Para entender essa diversificação, muito mais poderia ser dito, mas são mais de 3.500 propriedades rurais produtivas, envolvendo um contingente fixo de mão de obra rural, para produzir alimentos saudáveis que chega à mesa do consumidor com qualidade. Há, portanto, a necessidade do produtor rural se especializar, ou seja, ser um profissional qualificado na sua área de produção, usar as tecnologias disponíveis para qualificar e aumentar a sua produção e ter em mãos a gestão do seu negócio em todas as fases do processo produtivo para que seja um empresário rural de sucesso. Para finalizar, tudo o que é servido em nossa mesa diariamente depende de um produtor rural. Já se alimentou hoje? Pense nisso! “A Serra é a região mais diversificada na produção de hortifrutigranjeiros do estado.” Informações & Negócios | 15 foto: José Zignani Artigo | Caxias do Sul Destaque na produção rural VALMIR SUSIN | Diretor de Agronegócios da CIC e presidente do Sindicato Rural de Caxias do Sul Conforme os últimos dados divulgados pelo IBGE, Caxias do Sul tem 465.304 habitantes. Aproximadamente 17 mil vivem na área rural, ou seja, menos de 4%. Com tão reduzido número de habitantes no interior, o município se apresenta como o maior produtor de frutas e hortigranjeiros. Os produtos são comercializados na Ceasa local e abastecem mais de um terço da Ceasa de Porto Alegre, além de serem encaminhados para São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso e outros estados. Trata-se de um dos maiores PIBs agrícolas do Rio Grande do Sul e com igual destaque em nível nacional. Produtores locais, tendo ocupado para a produção toda a área possível em suas propriedades, arrendam terras em municípios próximos, como em Jaquirana, São Francisco de Paula e São Marcos. Outro fator que merece destaque é o fato de bom número de jovens ter decidido permanecer no meio rural, dando continuidade ao trabalho de seus genitores e inclusive introduzindo novas técnicas de produção. 16 | Informações & Negócios Muitos deles frequentam ou já concluíram estudos universitários nas mais diferentes áreas. As facilidades de comunicação, boas estradas e resultados compensadores fazem com que possam frequentar as aulas e prosseguir nas lides rurais. Os produtores rurais contam com boa estrutura de assistência. O município dispõe da Secretaria Municipal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com vários programas de apoio; da Emater, que atua com regularidade; da vigilância e orientação da Inspetoria Veterinária; da Universidade de Caxias do Sul, que dispõe de Faculdade de Agronomia; do Sebrae, e do Senar, por meio da Farsul, que desenvolve programas de apoio. Além disso, os produtores contam com sindicatos que colaboram e prestam assistência adequada, sempre vigilantes em relação ao setor e suas necessidades. Os dados mais recentes coligidos junto a diversas repartições, em 2014, apontam para os seguintes números quanto à produção na área rural de Caxias do Sul: Frutas Maçã 90.000.000 kgs Uva 70.196.000 kgs Caquí 11.520.000 kgs Ameixa 5.000.000 kgs Pêssego 4.870.000 kgs Moranguinho 1.200.000 kgs Laranja 390.000 kgs Bergamota 344.000 kgs Pera 100.000 kgs Há, em menor escala, produção de couve, moranga, pepino, pimentão, rabanete, figo, goiaba e kiwi. Artigo | Caxias do Sul Hortigranjeiros Produção Animal Tomate 21.700.000 kgs Cenoura 13.600.000 kgs Beterraba 12.000.000 kgs Repolho 3.201.000 kgs Cebola 3.100.000 kgs Couve Flor 2.884.000 kgs Feijão (vagem) 2.300.000 kgs Ovos 7.561.371 dúzias/ano. Aves 7.330.000 ano Leiteira 3.259.248 litros/ano Perus 100.000 cabeças/ano Bovino 41.249 cabeças Suínos 27.442 cabeças. Ovinos 3.522 cabeças. Abelhas 2.784 colmeias Equinos 2.600 cabeças. Vinhos Suco de uva Com isso, aumentar-se-ia a produção e também haveria diminuição dos custos com seguros. Além disso, a agricultura precisa de mais pesquisas na área e im- plantação de viveiros de mudas certificadas. Essas providências permitiriam o aumento da produção e da qualidade da mesma. Alho Brócolis Alface 1.440.000 kgs 1.040.000 kgs 1.000.000 kgs O setor necessita de seguro agrícola adequado à realidade e de linha de crédito especial para proteger as plantações com plástico e tela. Bebidas 20.122.208 litros 2.027.696 litros Informações & Negócios | 17 foto: Vinícius Reis Artigo | Políticas públicas Desenvolvimento industrial sim, mas sem esquecer a agricultura MARIA HELENA SARTORI | Deputada estadual, presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul No início das atividades legislativas deste ano, assumi a presidência da Comissão de Agricultura Pecuária e Cooperativismo da Assembleia Legislativa, com a responsabilidade de ser a primeira mulher a presidi-la. O setor agropecuário gaúcho é o segundo mais importante do País, contribuindo com 11,8% da agropecuária nacional. “A nossa região da Serra e em especial a nossa cidade muito tem contribuído para o bom desempenho da economia do estado.” 18 | Informações & Negócios O setor participa com 9,9% do Valor Adicionado Bruto estadual, percentual maior que a média brasileira (5,6%) e maior que o peso do setor nos estados de maior PIB, como SP (1,6%), RJ (0,5%), MG (9,0%), PR (7,7%), BA (7,7%) e SC (8,2%). O chamado complexo agroindustrial, que tem a agropecuária em seu núcleo, interliga-se com setores que fornecem insumos, máquinas e implementos e financiamento, e com setores a jusante, responsáveis pelo processamento e pela distribuição da produção agropecuária. O peso total desse sistema econômico pode chegar a quase um terço do PIB. Ao impactar direta e indiretamente tão significativamente no PIB, o desempenho da agropecuária torna-se decisivo na explicação da evolução da economia do Estado. Podemos, portanto, afirmar que quando o produto da agropecuária gaúcha cresce acima da taxa do PIB gaúcho, o PIB do estado cresce acima do PIB brasileiro. Considerando que cerca de 20% da população gaúcha encontra-se no meio rural, o estado teria no mínimo dois milhões de pessoas vinculadas direta e indiretamente à agropecuária. A nossa região da Serra e em especial a nossa cidade, Caxias do Sul, muito tem contribuído para o bom desempenho da economia do estado. Caxias é um município que passou por uma transformação muito grande desde sua criação. Ao contrário do restante do estado, sua área é formada por pequenos produtores, o que exige uma política diferenciada para o setor. O fato de ter uma topografia bastante acidentada fez com que os imigrantes desenvolvessem a cultura de diversos produtos, com destaque para a uva. Hoje a produção de hortifrutigranjeiros é uma das maiores do estado, sendo uma das grandes abastecedores da Ceasa de Porto Alegre. Marketing Digital. www.ditta.com.br Artigo | Políticas públicas No mês de fevereiro, a Comissão realizou uma audiência pública em Caxias, durante a Festa da Uva, quando ouvimos diversos produtores rurais e representantes do setor. No encontro foram apresentadas diversas reivindicações como: • Inclusão no Plano Agrícola e Pecuário 2014/2015 do governo federal a previsão de financiamentos para a implantação de telas de cobertura em pomares; • Fiscalização da produção para ajudar a garantir a qualidade do vinho, considerando que há apenas três fiscais do Ministério da Agricultura para atender o RS; No encontro foi apresentado um dado da Associação Brasileira de Centros de Abastecimento (Abracen) que consideramos da maior importância: o de que, em 2005, a safra de grãos no Brasil alcançou R$ 20 bilhões, o mesmo montante da safra de hortifrutigranjeiros. Como vemos, são volumes de produção iguais, mas, no entanto, enquanto a produção de grãos conta com políticas públicas do governo federal, o setor de hortifruticultura não conta com nenhuma política específica de apoio. Essas reivindicações estão sendo analisadas pela Comissão e brevemente serão encaminhadas, com recomendações aos setores competentes. Há muito a fazer por esse setor tão vital para a economia de Caxias, bem como de todo o Rio Grande do Sul. Estou empenhada nesse sentido! “O peso total do chamado complexo agroindustrial pode chegar a quase um terço do PIB.” • Melhoria no fornecimento de energia elétrica; • Sucessão das pequenas propriedades no interior, com mais incentivo aos jovens para permanecerem trabalhando na terra; • Pagamento efetivo, por várias vinícolas, do preço mínimo estabelecido pelo governo federal, de R$ 0,63 o kg; • Inclusão no Simples Nacional da produção de vinho, uma vez que o suco e o vinagre – que são derivados do vinho, já estão incluídos. 20 | Informações & Negócios foto: divulgação • Inclusão do suco de uva na cesta básica; Planejamento em Comunicação e Marketing. www.ditta.com.br foto: Andrei Cardoso Artigo | Cenários A realidade do turismo local foto: divulgação De acordo com um estudo realizado pela Secretaria Estadual do Turismo e Observatório do Turismo, Caxias do Sul está entre as três cidades com melhor índice de competitividade 22 | Informações & Negócios IVO MENEGOLLA | Diretor de Política Turística e Enogastronomia da CIC e diretor da Eletrola Som e Luz Com uma população atual de 465.304 habitantes e 1.644,296km², Caxias do Sul apresenta atualmente um PIB de R$ 16.636.859,00 e PIB per capita de R$ 37.696,92 segundo os dados do IBGE. Apresenta também uma oferta de serviços e equipamentos composta de 43 meios de hospedagem, 57 agências de viagens e operadoras, 744 estabelecimentos de alimentação e 43 guias de turismo. Em 2013, após pesquisa realizada no meio público e privado, incluindo 29 destinos gaúchos, seguem alguns números expressivos que revelam o porquê de o nosso município ter sido classificado com nível 4 (total 5) no quesito competitividade. Tal resultado está baseado numa esfera de 13 dimensões avaliadas, sendo que as áreas que atingem níveis mais satisfatórios são as abaixo listadas, com seus respectivos quesitos considerados: Flerte conosco! Traga sua empresa para fazer um test-drive na Ditta. A gente testa, namora e depois casa. Rua Antônio Ribeiro Mendes, 2105 | Bairro Santa Catarina Fone: (54) 3224.2686 | Caxias do Sul - RS www.ditta.com.br | fb.com/dittacom foto: Carlos Modesto ARTIGO | Cenários • Economia Local - Infraestrutura de comunicação - Infraestrutura e facilidades para negócios - Empreendimentos ou eventos alavancadores • Infraestrutura geral - Capacidade de atendimento médico para o turista no destino - Fornecimento de energia - Serviço de proteção ao turista - Estrutura urbana nas áreas turísticas • Aspectos ambientais - Estrutura e legislação municipal de meio ambiente - Atividades em curso potencialmente poluidoras - Rede pública de distribuição de água - Rede pública de coleta e tratamento de esgoto - Coleta e destinação pública de resíduos - Unidades de conservação no território municipal • Acesso - Aéreo, rodoviário, aquaviário, ferroviário, sistema de transporte no destino e proximidade de grandes centros emissivos de turistas 24 | Informações & Negócios • Capacidade empresarial - Capacidade de qualificação e aproveitamento do pessoal local - Presença de grupos nacionais e internacionais no setor de turismo - Concorrência e barreiras de entrada - Presença de empresas de grande porte, filiais ou subsidiárias • Serviços e equipamentos turísticos - Centro de Atendimento ao Turista – CAT - Espaços para eventos - Capacidade dos meios de hospedagem - Capacidade do turismo receptivo - Estrutura de qualificação para o turismo - Capacidade dos restaurantes • Aspectos culturais - Produção cultural associada ao turismo - Patrimônio histórico e cultural - Estrutura municipal para apoio à cultura • Aspectos sociais - Acesso à educação - Empregos gerados pelo turismo - Política de enfrentamento e prevenção à exploração sexual infanto-juvenil - Uso de atrativos e equipamentos turísticos pela população - Cidadania, sensibilização e participação na atividade turística • Atrativos turísticos - Atrativos naturais (Monumento Natural do Palanquinho, Gruta de Lourdes e Ponte Korff) - Atrativos culturais (Igreja São Pelegrino, Casa de Pedra e Monumento ao Imigrante) - Eventos programados (Festa Nacional da Uva, Mercopar, Plastech) - Realizações técnicas, científicas ou artísticas (eventos da UCS) O comportamento das variáveis externas é a principal influência no nível de crescimento do turismo, para o qual este painel de indicadores se torna um catalisador de dados. E, a partir de tais, juntamente com a percepção de números crescentes, contata-se também uma maior perspectiva de gerar negócios nas atividades relacionadas, o que favorece assim o crescimento do turismo nesta localidade. foto: Julio Soares Artigo | Eventos Mais visibilidade ao profissionalismo FÚLVIA STEDILE ANGELI GAZOLA | Presidente do Conselho Deliberativo da CIC, diretora da Dolaimes Comunicação e Eventos e ex-presidente da Abeoc-RS O setor de eventos, e incluo aqui todo o setor de serviços, vive um momento intrigante. São décadas de trabalho de uma cadeia produtiva que presta serviços aos mais diversos segmentos da economia. Será que o setor não conseguiu ou não teve a devida competência para mostrar o que as empresas prestadoras de serviços fazem, realizam e entregam para o mercado? Será que só conseguimos dar visibilidade ao quesito “preço” na contratação de nossos serviços? Será que não conseguimos mostrar a diferença entre propostas de trabalho desiguais? Concorrência é condição para existir um mercado promissor. Não é este o questionamento. Mas e o custo benefício, as horas de trabalho de profissionais qualificados, a entrega integral do que foi vendido na hora de fechar o contrato, o padrão dos fornecedores que compõem um evento de sucesso, por exemplo? Conseguimos dar visibilidade a estes valores para nossos clientes? Conseguimos mostrar que o prestador de serviços que honra com seus compromissos profissionais honra também com a marca e a imagem de seus clientes? Muitas perguntas estão ficando sem respostas, ano a ano. Empresas que primam pela excelência e compromisso com os clientes estão sendo comparadas a “não-concorrentes”. Um atendimento customizado é diferente de um atendimento genérico. Nenhum é melhor ou pior. Mas é obrigação das empresas prestadoras de serviços dei- xarem claras as diferenças no mercado em que atuam. Os clientes merecem orientação para adquirirem o serviço que mais se adapta a suas necessidades. Desta forma, ganharão clientes e prestadores de serviços, pois estarão fazendo parcerias certas e efetivas. Empresas que oferecem serviços “padrão Caxias do Sul”, que existe muito antes do “padrão FIFA”, precisam mostrar-se mais para o mercado. Refiro-me aqui a empresas que contribuem diariamente, mas sempre nos bastidores, com a construção da qualidade do que é produzido em nossa cidade. Empresas que enxergam longe e que se doam por algo maior chamado comunidade. Empresas que há muito estão no mapa e no DNA da cidade. Empresas que chegaram há pouco, mas que possuem seriedade e transparência na condução de seus negócios. Estas empresas devem tornar-se visíveis para seus mercados e, desta forma, cada vez mais, serão valorizadas e contratadas, formando uma cadeia produtiva realmente forte e inabalável. “Um atendimento customizado é diferente de um atendimento genérico. Nenhum é melhor ou pior.” Informações & Negócios | 25 foto: Julio Soares Artigo | Representatividade SHRBS Região Uva e Vinho fazendo história JOÃO ANTONIO LEIDENS | Presidente do SHRBS Região Uva e Vinho “Na gastronomia vê-se a diversidade chegando à região, mas sem perder a identidade gastronômica territorial.” 26 | Informações & Negócios Fundado em 8 de agosto de 1948 e com 65 anos de firme atuação, o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares Região Uva e Vinho é uma entidade empresarial patronal com base territorial de abrangência em 20 municípios da Região, representando aproximadamente 1,9 mil estabelecimentos ligados às categorias de hospedagem, gastronomia e entretenimento. Tem representatividade em mais de 25 conselhos, grupos de trabalho e diretorias na base territorial de abrangência. Sua Missão é a de “assegurar a representação e defesa dos interesses das categorias, apoiar o desenvolvimento sustentável através do incentivo à inovação, a qualificação de produtos e serviços, a gestão eficaz e pró-ativa, integrando e fomentando a cooperação, e atuando também no desenvolvimento e pro- moção turística, sempre respeitando a cultura regional.” Já a Visão é de “ser uma entidade de referência nacional para os associados e representados.” Seus associados atuam basicamente no setor de serviços, atividade que tem evoluído ao longo dos anos. A hotelaria passa por processo de expansão de leitos, devendo agregar, nos próximos anos, em torno de 20% mais de unidades à disposição do público. O desafio maior, no entanto, é a manutenção do estabelecimento e sua profissionalização para seguir competitivo e elevar a taxa de ocupação. Na gastronomia vê-se a diversidade chegando à região, mas sem perder a identidade gastronômica territorial, ou seja, segue ofertando o tradicional galeto, cardápios baseados na culinária dos imigrantes que aqui chegaram, além, é claro, Artigo | Representatividade do bauru e dos lanches sem similares. O desafio é seguir evoluindo com foco na gestão da empresa, que enfrenta dificuldades por ser, na maioria, de pequeno e médio porte e com administração familiar, e na qualificação das equipes. Sem esquecer as tendências mundiais que apontam para cozinha autoral, uma proposta caseira refinada, com valorização do ingrediente do território, com seu terroir, e observando a sustentabilidade. Da mesma forma trabalha na oferta de cardápios que atendam ao perfil do cliente, seja criança ou aqueles com restrição alimentar. O serviço, embora informal, tem se qualificado permanentemente. No entretenimento são vários os investimentos inovadores na oferta de lazer. Neste segmento o desafio é manter a casa como sonho de consumo, observar e seguir as tendências que falam em surpreender, entretenimento digital e inovação, dentre outros atrativos. Para a entidade e associados, o desafio é seguir atuando coletivamente, visando à competitividade e coesão social, observando a economia mundial, os mercados emergentes, a globalização e valorização da marca. Enfrentar a falta de mão de obra, a burocracia dos órgãos de fiscalização e a liberação de documentação é uma luta do cotidiano. Assim como a legislação pouco flexível para o setor de serviços, os altos impostos e a baixa margem de lucros. Também é tarefa investir na agilidade e redução de custos, na experiência do consumidor, no mundo web, na gestão de pessoas, no gerenciamento de crise e, ainda, adaptar-se à nova geração. Neste sentido, precisamos, cada vez mais, que lideranças e sociedade valorizem e respeitem este setor, essencial à vida da população. Quando se fala em perspectivas o que vem à mente é determinação. O setor segue na luta para ocupar seu espaço na economia da Região e do País. Quem sabe com esta determinação tenhamos um País mais justo e equilibrado para todos os setores. “No entretenimento são vários os investimentos inovadores na oferta de lazer.” Informações & Negócios | 27 foto: Julio Soares Artigo | Caxias Convention & Visitors Bureau Eventos e Turismo: muito ainda por fazer LISETE ALBERICI OSELAME | Diretora da Interface Comunicação e Eventos e vice-presidente do Caxias Convention & Visitors Bureau foto: Luiz Chaves Muito tem se falado sobre a indústria de eventos e turismo e o quanto este setor cresceu nos últimos anos no mundo inteiro. No Brasil não é diferente, e segundo dados da Embratur, o País está muito bem no ranking mundial. Em 2014, um dos grandes eventos impulsionadores desse processo é a realização da Copa do Mundo e, em 2016, os Jogos Olímpicos. O relatório da GBTA – Global Business Travel Association confirma que o Brasil continua em expansão no segmento turismo de negócios. Enquanto o total de gastos com viagens de lazer deve crescer devido ao grande número de turistas que comparecerão na Copa do Mundo e nos Jogos Olímpicos do Rio em 2016, o turismo de negócios também está em expansão na maior economia da América do Sul. As previsões do GBTA BTI são de que o total de gastos com turismo de negócios 28 | Informações & Negócios Artigo | Caxias Convention & Visitors Bureau no Brasil deve crescer em 2014, alcançando a cifra de US$40 bilhões. De acordo com essas expectativas, os gastos dos turistas de negócios no Brasil estão no caminho para ultrapassar a Itália, a França e o Reino Unido nos próximos dois anos. Ao mesmo tempo em que o País está se preparado para continuar com essa rápida ascensão econômica, ainda existem questões que precisam ser resolvidas para aproveitar ao máximo essa oportunidade. Precisamos modernizar rapidamente a nossa infraestrutura, desde aeroportos, rodovias, rede hoteleira, espaços adequados para eventos de toda a natureza, além de empresas e pessoal capacitado para realizá-los. A pergunta é sempre a mesma. Estamos realmente preparados para sediar eventos desta envergadura? Nossa cidade está bem preparada para receber e realizar grandes eventos em termos de logística, sinalização, infraestrutura terrestre e aérea e de pessoal qualificado? Qual o espaço físico que temos, por exemplo, para realizar um Congresso para duas mil pessoas? Quando teremos o nosso Centro de Convenções? Em Caxias do Sul não é diferente. Os realizadores e organizadores de eventos sempre se deparam com esta questão. Com essa linha de raciocínio, em 2005 foi fundado o Convention & Visitors Bureau, inicialmente com sede na CIC de Caxias do Sul e, posteriormente no Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares. Escritório especializa- do no apoio à captação, promoção e realização de eventos, dispõe de empresas associadas que ofertam produtos e serviços diferenciados e que facilitam a realização de eventos, sejam eles de pequeno, médio ou grande porte. Atualmente, é também sede da Federação Gaúcha de Conventions, entidade que busca fortalecer e ampliar sua rede de negócios com o objetivo de obter mais representatividade junto aos órgãos públicos. Esta é a primeira vez que Caxias do Sul assume a entidade gaúcha. Além do trabalho para ampliar o Calendário de Eventos, a entidade participa de feiras segmentadas e objetiva tornar Caxias do Sul um destino atraente e competitivo no mercado de eventos, ampliando assim as oportunidades de negócios para as empresas e a cadeia produtiva. A atual diretoria trabalha ainda com o intuito de ampliar o quadro associativo para que a entidade possa ter mais representatividade, além de apoiar e participar dos eventos promovidos pela comunidade empresarial e administração pública. Uma das principais tarefas é mapear os eventos nacionais com o intuito de apresentar Caxias do Sul como sede de futuros eventos na cidade. A inteligência deste processo é o ponto mais rico e talvez um dos mais importantes. É necessário investimento em material humano, através de capacitação de pessoal qualificado e treinado para que possamos ter competitividade no mercado. O empresariado organizador de eventos tem consigo a consciência do impacto que os eventos têm sobre uma cidade, ao mobilizar uma cadeia produtiva com segmentos ativos e estratégicos da nossa economia. Estas empresas cada vez mais se capacitam e se especializaram em eventos de diversos tipos, sejam eles esportivos, técnicos, científicos, culturais, comunitários, feiras, entre outros. Vale destacar que cidades inteiras mudam seu perfil e crescem sua economia em consequência da realização de eventos bem planejados. “Uma das principais tarefas é mapear os eventos nacionais com o intuito de apresentar Caxias do Sul como sede de futuros eventos na cidade.” Informações & Negócios | 29 foto: Acervo pessoal artigo | Patrimônio arquitetônico O projeto Caminhos da Memória e a preservação da história ROBERTO FILIPPINI | Arquiteto e urbanista Uma das questões que ficou evidenciada em todo o processo histórico de desenvolvimento de políticas de preservação, tanto em nível mundial como em território brasileiro, foi a percepção de que, para ampliar a possibilidade da salvaguarda e da defesa do patrimônio arquitetônico, é necessário a propagação da sua existência. Para isso, é importante programar ações adequadas que atendam ao público dos mais variados níveis de instrução e de faixas etárias, abordando-se as diversas possibilidades de comunicação para as respectivas modalidades de educação formal e não-formal. Em meados da década passada, Caxias dava sinais de crescimento acelerado. Sua economia, de um modo geral, acompanhava o contexto nacional, que pulsava diante das novas possibilidades. A rapidez insuflava alguns setores, que, inadvertidamente, sobrepujavam 30 | Informações & Negócios outros. No caso, as estruturas urbanas históricas, mais suscetíveis para sofrer as influências, ficavam à mercê da hegemonia imediatista¹. Alguns sintomas urbanos, como o da descaracterização da arquitetura histórica, já sinalizavam para transformações perigosas e irreversíveis que poderiam ocorrer no centro da cidade, o qual sempre guardou importantes atributos do passado e do patrimônio arquitetônico. Mesmo com o Plano Diretor aprovado à época, a sociedade necessitava (e ainda necessita) avançar na construção de estratégias para equilibrar o contingente de forças antagônicas que se acirravam no espaço físico. Em 2009, com o poder público acenando positivamente para as manifestações culturais, surgia a ideia de desenvolver um projeto que viesse contribuir para o esclarecimento à população sobre temas relacionados à memória e a sua própria identidade. O projeto Caminhos da Memória apresentou-se como uma dessas iniciativas. Educando para preservar O projeto Caminhos da Memória foi concebido há quatro anos, coordenado pela MOÚSAI (Associação dos Amigos da Memória e do Patrimônio Histórico e Cultural de Caxias do Sul), com o apoio do Departamento de Memória e Patrimônio Cultural da Secretaria Municipal de Cultura, como uma iniciativa ligada à Educação Patrimonial no âmbito da educação não-formal. Sua finalidade era atender à necessidade de esclarecimento acerca do universo da preservação arquitetônica e da memória. Um dos intentos foi oferecer subsídios conceituais e teóricos para que o espectador desenvolva um senso crítico, capaz de se tornar um multiplicador, que de alguma maneira, indireta ou dire- foto: Roberto Filippini artigo | Patrimônio arquitetônico As estátuas da praça tamente, poderá contribuir para a preservação e sustentabilidade dos valores arquitetônicos, urbanos, ambientais e culturais da cidade. A reedição do projeto Ao findar sua primeira edição em meados de 2013, não tardou para que os simpatizantes e apoiadores estimulassem sua reedição para 2014, com o objetivo de reanimar e reviver boas experiências ocorridas no primeiro projeto. Caminhos da Memória II é então uma reedição, que reforça seu estilo de comunicação para a sensibilização da paisagem cultural de Caxias do Sul. Esta iniciativa se justifica pelo seu caráter didático que tem possibilitado a participação de um público diversificado e crescente, cada vez mais interessado em co- Detalhes das arquiteturas históricas nhecer as transformações físicas e culturais ocorridas ao longo das décadas, cujas configurações que permanecem no cenário atual do centro urbano caracterizam o modo de ser e de fazer da sociedade caxiense. Desta maneira, as atividades pertencentes às caminhadas que narram os episódios memoráveis da nossa história, bem como a observação aos bens que adquiriram caráter de permanência nas várias épocas, respeitarão o formato original do primeiro projeto. Ele corresponde, por um lado, ao itinerário já consagrado de percorrer as ruas centrais, e por outro, pela exposição teórica de caráter introdutório, que se dá no interior do Museu Municipal, quando aborda vários assuntos, desde a temática dos estilos arquitetônicos até o processo de colonização. Informações sobre as caminhadas Para as caminhadas serão disponibilizados dois horários mensais, preferencialmente aos sábados, mediante pré-agendamento, sempre com início às 9 horas. A pesquisa contextualizada continuará sendo fornecida pela Secretaria da Cultura/Departamento de Memória e Patrimônio Cultural que realiza o inventário dos Bens Edificados como atividade permanente. Já as caminhadas continuarão com a animação do profissional Roberto Filippini, arquiteto e urbanista, indicado pela MOÚSAI para essa finalidade, e contando com o financiamento da Lei Municipal de Cultura (LIC). Informações & Negócios | 31 ÚNICO COMO CADA MOMENTO! O primeiro condomínio de terrenos de alto padrão de caixas do Sul Ambientes: Vendas: Incorporação: Realização: C21484J CRECI 22294 Decreto Municipal Nº 15.108/2011 - Registro de imóveis 2ª zona na matrícula 60.555, livro Nº 2 RG Informações: (54) 3228.1620 www.ancurbanizadora.com.br
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