eu ainda tenho consciência
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eu ainda tenho consciência
Madeira fora das zonas definidas para receber doentes com ébola 8 1,50 € SEMANÁRIO | ANO 15 | Nº 778 sexta-feira | 10 de Outubro de 2014 DIRECTOR: EDGAR R. AGUIAR tribunadamadeira.pt Ao contrário dos aeroportos dos Açores e Lisboa. Um voo ambulância solicitou aterragem na Madeira para reabastecer, mas foi recusada. Tudo inocente Investigação ‘Cuba Livre’ foi “arquivada”. Oposição contesta. 32 Cirurgia moderna às cataratas promove maior qualidade de visão Roberto Vieira “O MPT-M parou, pura e simplesmente”, garante Roberto Vieira, o deputado na Assembleia Legislativa da Madeira (ALM) que está colocado no epicentro de uma polémica dentro do seu próprio partido. O parlamentar aborda a situação atual do MPT-M e aponta baterias ao líder regional, João Isidoro. As verbas do «jackpot» parlamentar também entram na história. “Os grandes problemas começaram a surgir quando esse dinheiro foi para Lisboa”, assinala. 18 32 “eu ainda tenho consciência” 4a6 Liga Contra o Cancro realiza Peditório Prof. Joaquim Neto Murta, Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Nacional Governo deve descongelar reformas antecipadas no privado 9 Bordado Madeira aposta na Lisboa Design Show 22 Gilda Dantas lança «Cidade e Rede Urbana na RAM» 16 Eleições testam PS e PSD 10 a 13 Informação online em www.tribunadamadeira.pt 2 semeador Uma página só de coisas boas (uau, que raridade!) Avenida do Mar Tem sido penoso, sabemo-lo os que quase todos os dias têm que passar por ela ou pelas rotundas e artérias circundantes, conviver com as obras na frente mar da baixa do Funchal. Tem sido moroso, já que por princípio as obras à portuguesa têm uma grave tendência para se arrastarem no tempo. E neste aluvião temporal levarem também os orçamentos. As conhecidas “derrapagens”. Tem sido poeirento e ruidoso, pois pela cidade espalham-se partículas de terra e ecos de máquinas angustiadas por tanto esforço. Mas agora, agora que a avenida do mar, as rotundas que a circunscrevem, algumas das artérias que a rodeiam, se começa a despir dos seus tapumes, se começa a descobrir dos seus véus de fealdade, se começa a dar, ainda que timidamente, a conhecer às gentes da terra, e aos que de fora nos chegam, está visto que vai ficar mais bonita do que estava. Que vai ficar mais fluida do que era, que vai ficar mais atractiva e cativante. Que se desnude pro completo para todos podermos estrelas e perdeu algumas pelo caminho, ficou estragado num ápice. Entrou em estertor e precisou de ser ligado às máquinas. Mas como todas as boas ideias merecem segundas oportunidades, assim como nós, humanos, ouve alguém que não sendo de cá (alguém que chegou de paragens frias e longínquas) se apaixonou por aquele velho comatoso. Que se aproximou dele com mil delicadezas e o beijou. Ucranianos em Portugal As férias em Portugal para crianças oriundas de Chernobyl é um dos projectos mais humanos e sensíveis a que algumas famílias portuguesas se têm entregue de braços abertos e alma inteira. Como se sabe Chernobyl é uma área devastada por um acidente nuclear que teve lugar há quase 30 anos e que contaminou várias gerações de pessoas que então viviam, aNTÓNIO BARROSO CRUZ [email protected] dades tão distantes da nossa que comunguem com a nossa forma de vida e tomem contacto com a nossa cultura. Saravá! SLB, ou “o Glorioso” Ainda que ninguém desse nada pela profundamente restruturada equipa de futebol do SLB, a verdade é que para início de época, a nível nacional, tem conseguido boas performances e deixados os mais directos competidores para trás. Que assim continue por mais 20 e muitas jornadas e dê de novo ao país uma alavancagem de esperança e energia. Quanto ao percurso internacional é melhor retirarem-se rapidamente porque já se viu que não conseguem igualar os dois últimos anos. Dediquem-se aos troféus intramuros que serão mais bem sucedidos. voltar a namorá-la em toda a sua grandeza e estética. Hotel Quinta da Serra O projecto tem anos. Nasceu pelas mãos de alguém que um dia o sonhou. Gatinhou, deu os primeiros passos, passou demasiado depressa a idade adulta para rapidamente, demasiado rapidamente, se entregar à velhice e sucumbir por doença prolongada. O Hotel Quinta da Serra, aquele lugar que nasceu como 5 Como aquela estória da bela adormecida que foi acordada pelo beijo do príncipe, sendo que aqui os papéis invertemse, assim a Quinta da Serra ressuscitou de um adormecimento profundo. Curou-se de todos os males, mostra-se jovem e com vontade. Mostra-se pujante, bela, imensa e com desejos de ser amada. Por todos nós. Que queremos para sempre viver felizes com ela… e que mais tarde viriam a nascer, nas suas redondezas. Este projecto, que não tem acolhimento apenas em Portugal, permite que um mês de estada em Portugal, ou Espanha por exemplo, garanta mais 3 anos de vida às crianças que nos chegam de lá. É uma forma de ajudar a salvar vidas prolongando-as no tempo. E é também uma forma de proporcionar a miúdos e miúdas que vivem em reali- Animalada As minhas gatas, esta semana, deram uma festa nos telhados da vizinhança. Convidaram as vizinhas gatas, os vizinhos cães, apareceu ainda alguma passarada, uma iguana no 3º andar, uns hamsters do 7º direito, uns peixinhos de aquário da loja dos animais, um equídeo do prado do lado, uma vaquinha esquelética, umas galinhas fugidas do Pingo Doce, uns porquinhos que seguiam a caminho do matadouro e conseguiram evadir-se, e mais uma série de bicharada que ouviu falar na festa e apareceu mesmo sem ser convidado. E todos sem excepção, em enorme alegria e espirito de cumplicidade, festejaram a entrada em vigor da criminalização por maus-tratos e abandono dos da sua espécie. Ilustrações de Binóculosqb [email protected] h3 Poderá parecer estranho, ou até descarado, vir aqui falar sobre um produto específico. Mas, como é do conhecimento geral, descaramento é algo que não me falta e estranhezas trago-as por vezes a esta folha. E porque escolhi a marca h3? Essa nova forma de fazer hamburguers quando este bocado de carne picada que sempre se relacionou com o pão nas suas mais diversas qualidades, desbravou caminhos dentro de Portugal e além mar? Porque a partir do momento em que me cruzei com ele, já lá vão uns tempos no El Corte Ingles de Lisboa, desde logo me rendi à evidência de estar perante uma ideia genial que teria tudo para correr bem. O projecto é sólido, é giro, a criatividade é deixada à solta de forma sustentada, a apresentação prima pela estética e a qualidade do que se leva à boca é superior. Confesso-me um apóstolo do h3 para lá encaminhando e arrastando uma série de amigos e conhecidos. Assim como me confesso completamente divorciado de qualquer outro tipo e hamburgueria que nada mais é do que mais do mesmo. Nem percebo muito bem como é que ainda há quem consiga comer aquela carne esquisita (estranha?) apertada dentro de um pão sensaborão com batatas fritas sempre com o mesmo sabor. Será que ainda há gente que não reparou na emancipação portuguesa do hambúrguer? TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 editorial TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 Inquérito online Incumprimento do Pacto Orçamental até 2019 dente primário (sem juros) em vinte anos”. O relatório estima que, associado à meta de défice de 2,5% que o governo tem que cumprir em 2015, esteja um défice estrutural de 1,5% do PIB. Isso implica conseguir uma consolidação estrutural de 0,9 pontos percentuais em 2015 depois de um ano em que o ritmo abrandou. Tribuna da Madeira assinala os 15 anos Com o passar dos anos o Tribuna da Madeira passou a ocupar um espaço na vida dos Madeirenses e Porto Santenses, tornando-se no jornal semanário líder de opinião e de referência. O Semanário Tribuna da Madeira assinala, na próxima quarta-feira, 15, o seu 15º aniversário. Uma edição a não perder. Concorda com o arquivamento pelo Ministério Público da investigação ‘Cuba Livre’? Vote no site: tribunadamadeira.pt Pergunta anterior: Alguns dos candidatos do PSD-M têm o perfil necessário que a Madeira precisa para serem o futuro líder do Governo Regional? Não - 67% | Sim - 33% PUB As contas do Fundo Monetário Internacional (FMI) dão conta de que Portugal não cumpre Pacto Orçamental até 2019. Ou seja, o próximo governo português terá que continuar a apertar o cinto para conseguir atingir um défice estrutural (corrigido do ciclo económico) inferior a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), como impõe o Pacto Orçamental europeu. No relatório sobre política orçamental Fiscal Monitor, publicado nesta quinta-feira, estima que com as atuais políticas o melhor que Portugal vai conseguir até 2019 será 1,5% no próximo ano. Estimativas do FMI preveem défices estruturais sempre acima de 0,5% do PIB nos próximos cinco anos. Sem novas medidas, o teto não será respeitado. Sem nova austeridade não será possível continuar a reduzir o défi- ce estrutural que se manterá entre 1,8% e 1,9% do PIB nos quatro anos seguintes. As regras europeias impõem uma consolidação orçamental estrutural por ano de, pelo menos, 0,5 pontos percentuais do PIB que, se vier a ser cumprida a partir de 2015 permite chegar ao teto do pacto em 2018. O problema de serem necessárias medidas adicionais para assegurar o cumprimento da meta de défice não é exclusivamente português e há vários outros países da moeda única - como Espanha, Malta ou Grécia que também terão que pedalar para conseguir cumprir a chamada regra de ouro do défice. O esforço orçamental português em 2014, medido pela redução do défice estrutural, é reduzido (apenas duas décimas de ponto) o que deixa uma importante parte da consolidação guardada para o próximo ano quando Portugal tem que apresentar um défice inferior a 3% do PIB para sair do procedimento por défice excessivo. O FMI realça o facto de “Portugal ir ter em 2014 o primeiro exce- 3 Rede de Mupis e Abrigos de Paragem na Ilha do Porto Santo O clima e a Praia da Ilha do Porto Santo, proporciona às pessoas o bem-estar e felicidade. O Liberal, comunicações, lda. Edifício “O Liberal” PEZO - Lote 7 9300 Câmara de Lobos T. 291 911 300 F. 291 911 309 E. [email protected] ABRIGOS DE PARAGEM MUPIS DIMENSÃO . 1,20 x 1,76 mts ALUGUER . 24 faces de Mupis .12 faces de Abrigos LOCAL . Mupis no Centro . Abrigos de Paragem nas Zonas Rurais 4 entrevista TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 “Eu ainda tenho consciência” Deputado «abre o livro» sobre a polémica no interior do MPT-M “O MPT-M parou, pura e simplesmente”, garante Roberto Vieira, o deputado na Assembleia Legislativa da Madeira (ALM) que está colocado no epicentro de uma polémica dentro do seu próprio partido. O parlamentar aborda a situação atual do MPT-M e aponta baterias ao líder regional, João Isidoro. As verbas do «jackpot» parlamentar também entram na história. “Os grandes problemas começaram a surgir quando esse dinheiro foi para Lisboa”, assinala. ricardo soares T [email protected] ribuna da Madeira (TM) – João Isidoro diz que vai demitirse da liderança do MPT-Madeira este fim-de-semana. Esperava que a polémica entre dirigentes do partido chegasse a esse ponto? Roberto Vieira (RV) – Mas ele disse isso a quem? TM – Foi o que saiu, na quarta-feira, na comunicação social madeirense. RV – Pois, mas o texto jornalístico não dá uma certeza. TM – Acredita que João Isidoro não está a falar a sério? RV – Não sei. É uma questão que só ele deve saber. Um jornal a dizer que ele vai sair [da liderança do MPT-M] é uma coisa, se efetivamente vai sair é outra. A mim não me disse nada e o partido, a nível nacional, também não tem disso conhecimento. Tive a preocupação de questionar o partido e o que me disseram foi que não têm conhecimento de nada. TM – Nestas circuns- tâncias, como fica o MPT a nível regional? RV – Fica como toda a gente vê, um partido que ultimamente não tem desenvolvido nenhuma espécie de iniciativas, o que, desde logo, faz supor que havia a expectativa de que pudessem existir algumas saídas. O MPT-M parou, pura e simplesmente. A nível parlamentar, relativamente ao deputado do partido, e como tem sido público, todas as semanas temos apresentado uma ou duas propos- tas na ALM, o trabalho do parlamento tem sido feito. Sabemos que isto tudo tem a ver com as divergências que houve e que continuam a existir. Eu tenho consciência disso, sei que não podemos andar à chuva e não nos molharmos. O que posso dizer, neste momento, é que não existe nada da parte do João Isidoro, nem mesmo transmitido de forma verbal. Não há conhecimento de nenhuma demissão. A única coisa que sabemos foi lida através de um jornal. Só vi a notícia a meio da manhã e liguei para o continente, porque achei estranho que não me tivessem dito alguma coisa. Agora vamos esperar pelo fim de semana. Polémica criada para arranjar álibi TM – A intenção de João Isidoro em demitirse causa-lhe surpresa? RV – O que eu sei é que, quando o dr. Marinho e Pinto avançou com a intenção de formar um novo partido, houve logo movimentações de pessoas do MPT-M para entrar nas suas fileiras. Os militantes são livres. TM – Acha que a intenção é aproveitar a boleia das eleições europeias? RV – A ideia que eu tenho é essa. O dr. Marinho e Pinto teve um bom resultado na Madeira e, independentemente da pessoa que é (uma pessoa que eu admirava e que tem certas posições que partilho), não seria correto da minha parte virar as costas ao partido que me colocou no parlamento. Outros podem pensar de forma diferente, e possivelmente já pensaram. Esta polémica toda, criada na comunicação social, parece que foi para arranjarem um motivo de saírem de forma mais elegante. Penso que não é nada mais que isso. Suspensão sempre em cima da mesa TM – A ideia que João Isidoro tentou passar para o exterior foi que Roberto Vieira não res- TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 peitou o acordo de rotatividade parlamentar que tinha sido estabelecido dentro do MPT-M. RV – É mentira e tenho os documentos que o comprovam. Coloquei o lugar de deputado à disposição, com suspensão de mandato, mas podendo regressar ao fim de três, seis, nove meses ou fosse o tempo que fosse. Quando pus essa hipótese exigiram-me a renúncia ao mandato, disseram-me que com a suspensão ninguém ocupava o lugar. Eles é que optaram por não ocupar o lugar, não fui eu que não deixei. Eu aceitava suspender o mandato e eles só aceitavam a renúncia. Achei extremamente estranho e, na altura, até mandei umas bocas, dizendo que aquilo devia-se a pressões do PSD-M. O lugar de deputado nunca foi posto em causa, a hipótese de suspensão está sempre em cima da mesa. TM – A suspensão do mandato foi a prática corrente nas anteriores substituições do deputados do MPT na ALM? RV – Todas as vezes que foi para fazer a substituição do deputado, o João Isidoro optou sempre pela suspensão de mandatos. A única exceção foi em 2011, em que ele próprio renunciou. TM – Foi nesse ano que João Isidoro passou à condição de reformado? RV – Exatamente. Se ele não renunciasse não podia receber a reforma. João Isidoro só renunciou dessa vez, porque todas as outras foram suspensão de mandato. A prova mais recente aconteceu há cerca de 15 dias, em Câmara de Lobos. Aí ele também não renunciou ao mandato autárquico, apenas suspendeu funções. Porque razão para mim tem que ser renúncia e para ele suspensão? Tentativa de ficar à margem da polémica TM – Qual é explicação que encontra para essa diferença de tratamento? RV – A explicação é que ele queria ver-me pelas costas. Como eu disse que ia ser candidato à liderança do partido - e a probabilidade de João Isidoro de ganhar era pouca, neste momento – ele não queria ser substituído e a minha renúncia ao mandato de deputado era a maneira de pôr-me de fora. Se assim tivesse acontecido, eu não teria as armas que hoje tenho enquanto deputado. Essa é a verdade. entrevista 5 TM – Foi por essa razão que disse que consigo não haveria “jogadas, golpes e arranjinhos”? RV – Sim, disse-o há meses e agora sublinho por baixo. TM – Nesta disputa com o líder regional do MPT, o Roberto Vieira conta com o apoio da Comissão Nacional do partido. É uma vantagem para si? RV – Isso não sei. Nunca tive o apoio direto e evidente da direção nacional. Eles apenas vão dizendo algumas coisas, vão-nos orientando, nomeadamente com indicações para que não criemos polémica. Na medida do possível fui aguentando. A única vez que esclareci as coisas e falei publicamente foi depois de uma entrevista dada à RTP. Foi a única vez que reagi. Em todas as outras procurei sempre colocar-me à margem da polémica. Eu queria respeitar aquilo que a equipa nacional estava a pedir. passar na Madeira, mas também quis explicar-me a razão pela qual saiu do MPT. Estivemos cerca de meia hora a conversar e ele disseme das suas razões, mas isso não me influenciou. Eu ainda acho que devo continuar no MPT, pelo menos até ao Congresso Nacional. É no Congresso que vou ver como estão as coisas. Com esta possível saída de João Isidoro, não sei se também não vai ter que haver Congresso do MPT na Madeira, o mais urgentemente possível. Sei que saindo João Isidoro, há concelhos - nomeadamente Câmara de Lobos, onde existem alguns eleitos do MPT nas freguesias - em que isto poderá fazer mossa e que alguns dos eleitos passem a independentes ou até mesmo que deixem o cargo. Provavelmente passarão a independentes para não dar o lugar a outros. São situações normais quando há polémicas. Sondado para ingressar em novo partido Há hipótese de passar a independente TM – Não é o MPT enquanto partido que sai prejudicado de toda esta polémica? RV – O MPT vai sair prejudicado de toda esta polémica, sem dúvidas, beneficiando os novos partidos (nomeadamente o Juntos pelo Povo (JPP) e este novo partido de Marinho e Pinto) ou outros que possam surgir. Isto porque as pessoas não vão votar, ou quando vão votam noutros, nas novidades, às vezes nos mais populistas. Como disse à pouco, mantenho algum respeito e admiração por Marinho e Pinto, mas não é por causa disso que ia largar o partido que me pôs no parlamento e segui-lo na sua nova aventura partidária. O que Marinho e Pinto tem dito no continente ate pode não prejudicá-lo, porque a informação chega à Madeira de forma ligeira ou quase inexistente. Se perguntar a um madeirense se ouviu o dr. Marinho e Pinto dizer que 4500 euros não davam para viver, quase nenhum madeirense diz que tem conhecimento dessas palavras. TM – Alguma vez foi sondado para juntar-se ao novo partido de Marinho e Pinto? RV – Ele ligou-me há uns 15 dias, para perguntar se havia disponibilidade da minha parte para ingressar num novo partido. Eu já estava com este desentendimento no MPT-M e pu-lo ao corrente. Disse-me que sabia o que se estava a TM – O presidente da Assembleia de Freguesia do Porto da Cruz já veio a público para defender o seu trabalho na ALM. Isso quer dizer que Roberto Vieira tem apoio entre os seus pares, nas estruturas de base do MPT-M? RV – Acho que é normal, porque o meu trabalho na ALM é defendido pelas pessoas. Ando pelas ruas e os madeirenses cumprimentamme, dizem-me que valorizam as minhas intervenções no parlamento. Tenho consciência disso, não é que esteja com uma autoestima muito alta. O presidente da Assembleia de Freguesia do Porto da Cruz, porque está magoado com algumas situações que se passaram entre a direção do partido e ele, optou por darme o seu apoio. A verdade é que o Roberto Vieira não desenvolve iniciativas políticas apenas no Funchal e Câmara de Lobos, fá-las por toda a ilha e também no Porto da Cruz, o que torna as palavras do presidente daquela Assembleia de Freguesia um reconhecimento dele próprio e da população que representa ao meu trabalho. Quando chego ao Porto da Cruz sinto-me em casa, as pessoas dão-me valor. TM – Definitivamente, Roberto Vieira não sai da ALM, independentemente do que vier a acontecer? RV – Nada é certo. O Roberto Vieira sairá da ALM se o Congresso Nacional que 6 entrevista se realiza a 22 de Novembro disser que o Roberto Vieira deve sair da ALM. Possivelmente isso irá acontecer, mas ainda temos que analisar os prós e os contras. TM – Coloca a hipótese de passar a independente? RV – Se eu verificar que havia uma cumplicidade – e parece não haver – de João Isidoro com a direção nacional, é evidente que a hipótese de passar a independente não está posta de lado. Às vezes, em política, há muitas coisas que não conhecemos. Aparentemente eles não estão colados a nenhum dos lados. Eu vou ao Congresso Nacional, isso já está confirmado. Acho que outros militantes madeirenses do MPT também hão-de chegar lá. Aí vamos pôr a situação esclarecida e resolver o que tiver de ser resolvido. Ainda mais porque o presidente do MPT diz que a estrutura do partido na Madeira está ilegal, que não existe. Pessoas habituadas a viver à grande PUB TM – Como foi possível manter uma estru- TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 tura partidária não legalizada? RV – Foi possível porque o João Isidoro, quando entrou no partido, criou estruturas com o ex-presidente do MPT, o Quartim Graça. Acontece que o Quartim Graça entrou em rutura com a direção nacional e nunca teve o cuidado de regularizar as coisas, nem mesmo quando foi presidente do MPT. Ou seja, veio à Madeira, participou em congressos… Nessa altura, eu já era deputado e chamavamme vice-presidente da direção do MPT-M, que estava ilegal e eu não sabia, Nem na lista nacional constava como militante. Isto tudo na altura da anterior direção. As coisas não estavam organizadas, não estavam como deve ser. Hoje estão organizadas, há uma base de dados. Eles não entregaram as declarações que deviam entregar para que a estrutura regional do partido estivesse legal. Foi a mesma coisa que eu comprar uma casa e não a registar para dizer que era minha. TM – João Isidoro é muitas vezes acusado de andar ao sabor das marés a nível político. É uma crítica justa? RV – Mudar de partido não é, por si só, uma coisa CARTÓRIO NOTARIAL DO FUNCHAL A CARGO DE SUSANA LOPES TEIXEIRA, NOTÁRIA EM SUBSTITUIÇÃO, POR DELIBERAÇÃO DA ORDEM DOS NOTÁRIOS, SITO NAS RUA JOÃO TAVIRA E RUA DA QUEIMADA DE BAIXO, NÚMERO 4, FREGUESIA DA SÉ, CONCELHO DO FUNCHAL TELEF. 291 639 600 – FAX 291 639 607 E-mail: [email protected] (publicado no Tribuna da Madeira 10-10-2014) Certifico, para fins de publicação que por escritura outorgada hoje, a folhas 77 do Livro de notas para escrituras diversas número 13-A, deste Cartório, se encontra exarada uma escritura de Justificação Notarial, na qual a “ATMAD – ASSOCIAÇÃO DE TÉNIS DA MADEIRA”, pessoa colectiva de utilidade pública e matriculada na Conservatória do Registo Comercial do Funchal sob o número 511 066 244, com sede no Complexo das Piscinas Olímpicas do Funchal, Beco dos Alámos, freguesia de Santo António, concelho do Funchal, se afirma dona e legitima possuidora com exclusão de outrem, do prédio rústico (terra e benfeitorias), ao sítio do Arieiro, freguesia de São Martinho, concelho do Funchal, com a área de cinco mil novecentos e vinte metros quadrados, a confrontar do Norte com o Caminho do Arieiro, Sul com Maria José Gomes Tolentino da Costa Bettencourt Sardinha, Leste com herdeiros de José Pinto Leão Segundo e Oeste com Maria Manuela Ferreira Tolentino da Costa, inscrito na matriz sob o artigo 73/000 da Secção AD, prédio descrito na Conservatória do Registo Predial do Funchal sob o número dois mil trezentos vinte e sete - freguesia de São Martinho, onde se acha registada a aquisição a favor da Sociedade “Fablocos - Fábrica de Blocos e Derivados da Madeira, Lda”, pela apresentação vinte e nove de mil novecentos noventa e sete barra zero um barra quinze. Que, a justificante, Associação, adquiriu o prédio supra identificado através de compra meramente verbal, no ano de mil novecentos noventa e dois à titular registralmente inscrita “Fablocos - Fábrica de Blocos e Derivados da Madeira, Lda” , com o número 511 011 610 de matricula e de pessoa colectiva da Conservatória do Registo Comercial do Funchal, sem que no entanto tivesse formalizado a escritura nem ficado a dispor de documento algum formal que permita fazer prova do seu direito de propriedade, sociedade aquela que adquiriu o identificado prédio por escritura de vinte e oito de Maio de mil novecentos e noventa, exarada a folhas 54 verso do Livro 447-B do extinto Cartório Notarial Público de Câmara de Lobos, prédio ao qual atribuem o valor de cento e cinquenta mil euros. Porém, desde aquele ano de mil novecentos noventa e dois, a referida Associação por intermédio dos seus representantes, entrou na posse daquele prédio, usufruindo de todas as utilidades por ele proporcionadas, à vista e com o conhecimento de toda a gente, de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, pacificamente, sem violência, sem oposição de quem quer que seja, ininterruptamente, pelo que a justificante adquiriu a propriedade do imóvel por usucapião, a qual os primeiros em nome da sua representada invocam, visando em última instância inscrever o prédio a seu favor – aquisição que se destinou aos fins de utilidade pública prosseguidos pela ora justificante associação “ATMAD – Associação de Ténis da Madeira”. Está conforme o original aqui narrado por extracto. Funchal, oito de Outubro de dois mil e catorze. P’la NOTÁRIA, (Zélia Fernandes Gomes – inscrita na Ordem dos Notários sob o n.º 301/08) má. Eu também estive no PS e - se entrasse em choque com o MPT e o Ismael [Fernandes] ganhasse a direção da estrutura regional - se eu mudasse agora para outro partido não era pelas marés. Agora é evidente que, na política, quem gere e quem faz a gestão dos partidos muitas vezes fica apegado às benesses que esses partidos lhes dão. Falo em benesses, no geral, porque ainda me acusam de querer fazer insinuações, mas a verdade é esta. As pessoas estão habituadas a viver à grande e à francesa, coladas aos partidos ( e estou a falar no geral, não propriamente do MPT), e quando alguém lhes corta as benesses… Posso dar um exemplo. No MPT, desde Fevereiro, o dinheiro da subvenção da ALM vai para Lisboa porque eu recuso-me a fazer a gestão desse dinheiro. Recuso-me, pura e simplesmente. Quem movimentou esse dinheiro até essa data foi o João Isidoro. A verdade é que às vezes as pessoas apegam-se a essa gestão – e não estou a avaliar o rigor com que o fazem – e têm dificuldade em deixar, acabam por ser levadas um pouco por essa gestão dos dinheiros. TM – No caso do MPT, estamos a falar da gestão de quanto dinheiro do chamado «jackpot» parlamentar? RV – A verba para o MPT que entrava na ALM era à volta dos 8 mil euros men- sais, que, como é público, é o valor da subvenção por deputado para trabalho parlamentar. Esse valor passou a ser menor com a transferência para Lisboa porque achei que devia colocar uma funcionária no gabinete (que recebe o salário dessa verba), enquanto o restante é todo entregue na conta do partido através de transferência bancária. Esse dinheiro nem me passa pelos olhos, sai da ALM diretamente para as contas do MPT nacional. Gozar com as pessoas com 8 mil euros TM – Foi aí que começaram as divergências no MPT-M? RV – A grande rutura no MPT-M, os grandes problemas, começaram a surgir quando esse dinheiro foi para Lisboa. Isso é a verdade. Notou-se claramente que havia incómodo, e não só num ou outro dirigente, a maioria dos dirigentes discordou da minha atitude quando eu disse que não punha qualquer travão a essa transferência. Não me opus porquê? Primeiro, porque na ALM, como toda a gente sabe, tenho denunciado o jackpot parlamentar e há muito digo que devia acabar. Há quem defenda a redução de verbas, mas eu acho que devia simplesmente acabar. Os deputados têm o seu salário e com ele fariam as suas iniciativas, ou então que a verba disponibilizada para esse fim fosse mesmo uma coisa mínima. Gastar mais 8 mil euros por mês com um deputado é brincar e gozar com as pessoas que trabalham e pagam impostos, a maioria delas trabalhando 8 horas diárias para receber 400 e tal euros de salário. A minha posição é essa, razão pela qual não consigo movimentar esse dinheiro. Durante este tempo no MPT-M beneficiei de alguns depósitos de gasolina em alturas de campanha (para transporte, porque não tenho viatura do partido e é a minha que ponho ao dispor), mas nunca fiz outras despesas, evitei-as e evito porque acho que não se deve brincar com os dinheiros públicos, que deve existir um respeito acrescido. TM – O Roberto Vieira está então de consciência tranquila no que respeita a toda esta polémica? RV – Tenho a minha consciência mais que tranquila. Primeiro porque tudo o que fiz foi dentro da legalidade. Depois porque na questão interna do partido o facto de ser candidato à liderança (e pactuar com este corte do dinheiro) incomodou muita gente. Eu também me poderia ter incomodado com outras candidaturas, mas não vou por aí. Não vejo nada que manche a minha consciência. Eu ainda tenho consciência, há pessoas que nem isso. l sociedade TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 7 Portugal sem margem para “relaxar” no défice ra do emprego em que participou em Milão (Itália). O líder do Executivo português tinha sido questionado sobre o facto de a França e a Itália terem pedido mais tempo para cumprir as metas de défice orçamental. A França diz que só consegue cumprir a meta dos 3% de défice público em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, em vez de 2015, o que obrigará a uma tomada de posição da Comissão Europeia. Já a Itália, que tem contudo um défice abaixo dos 3% do PIB, propõe-se ter um défice de 2,8% em 2015, em vez dos 1,8% previstos. Sobre Portugal, Passos mos anos e não só em 2015”, Coelho disse ainda que o défi- apontou o primeiro-ministro. ce chegará ao final do ano Recentemente, a meta do nos 4% do PIB, acrescentando défice deste ano foi revista de que o caminho da redução do 4% para 4,8%, devido ao novo défice é para continuar: “Isso sistema europeu de contas, o significa manter uma linha de que o Governo tem consideFOM'14_TRIBUNA_148X270_AF.pdf 1 03/10/14 12:08 disciplina e rigor nos próxi- rado que já era previsto pelos credores. A proposta de lei do Orçamento do Estado terá de ser submetida ao parlamento até dia 15 de Outubro. O Conselho de Ministros reúne-se extraordinariamente amanhã para discutir o documento. l PUB O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse ontem que Portugal não tem «muita margem para poder relaxar» na consolidação orçamental e que tem de «manter uma linha de disciplina e rigor» para cumprir o compromisso de reduzir o défice. “Não vou fazer nenhuma antecipação da proposta do Orçamento do Estado a submeter ao Parlamento. Do que já afirmei é evidente que Portugal não tem muita margem para poder relaxar a sua política, que no essencial visa diminuir o défice público”, disse Passos Coelhos aos jornalistas, à margem da cimei- www.festivaldeorgaodamadeira.com [ ENTRADA LIVRE ] [ FREE ADMISSION ] PROGRAMA PROGRAMME ’ • Sexta-feira Friday, 17 OUT OCT, 21h30 9.30 p.m. IGREJA DE CHURCH OF SÃO JOÃO EVANGELISTA [Colégio] Pieter Van Dijk, órgão / organ ’ • Sábado Saturday, 18 OUT OCT, 21h30 9.30 p.m. SÉ CATEDRAL FUNCHAL‘S CATHEDRAL Rui Paiva, órgão / organ Ensemble Vocal da Academia de Música de Santa Cecília, António Gonçalves, direção / direction ’ • Domingo Sunday, 19 OUT OCT, 18h00 6.00 p.m. IGREJA DE CHURCH OF NOSSA SENHORA DE GUADALUPE (Porto da Cruz) • Segunda-feira Monday, 20 OUT OCT, 21h30 9.30 p.m. IGREJA DE CHURCH OF SÃO PEDRO Marco Brescia, órgão / organ Rosana Orsini, soprano ’ 17 26 2014 OUT OCT ’ ’ • Terça-feira Tuesday, 21 OUT OCT, 18h00 6.00 p.m. AUDITÓRIO DA REITORIA DA UMA UNIVERSITY OF MADEIRA - RECTORY AUDITORIUM Rui Vieira Nery, Conferência / lecture «Al-Kimiya» na Casa da Luz ’ te a um processo alquímico esta exposição funde as diferentes expressões de Valentina e Raffaella Nisi, através de técnicas variadas inspiradas principalmente por um único tema: as belas paisagens da Madeira Esta exposição «Al-Kimya» apresenta 40 aguarelas e obras com técnica mista sobre papel de Valentina Nisi e cerca de 30 obras, entre gravuras, e estudos de preparação para jóias e algumas peças de jóias originais feitas pela Raffaella Nisi. l • Quarta-feira Wednesday, 22 OUT OCT, 21h30 9.30 p.m. RECOLHIMENTO DO HOSPICE OF BOM JESUS João Paulo Janeiro, órgão / organ Paula Erra, recitação / declamation ’ • Quinta-feira Thursday, 23 OUT OCT, 21h30 9.30 p.m. IGREJA DE CHURCH OF SÃO JOÃO EVANGELISTA [Colégio] Joris Verdin, órgão / organ ’ • Sexta-feira Friday, 24 OUT OCT, 21h30 9.30 p.m. IGREJA DE CHURCH OF SÃO MARTINHO João Santos, órgão / organ Orquestra Clássica da Madeira Norberto Gomes, direção artística / artistic direction ’ • Sábado Saturday, 25 OUT OCT, 21h30 9.30 p.m. IGREJA DE CHURCH OF NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO (Machico) Daniela Moreira, órgão / organ ’ • Domingo Sunday, 26 OUT OCT, 18h00 6.00 p.m. IGREJA E CONVENTO DE CHURCH AND CONVENT OF SANTA CLARA Joris Verdin, órgão e harmónio / organ and harmonium Maria Ferreira, soprano ORGANIZAÇÃO PRODUÇÃO e d i c a r t e APOIOS INSTITUCIONAIS APOIOS B2 DESIGN A exposição «Al-Kimiya» de Valetina Nisi e Rafaela Nisi, inaugurada nesta quinta-feira, dia 9, pelas 18 horas, e patente ao público até 29 de outubro de 2014, poderá ser visitada no Museu Casa da Luz, com entrada livre, de terça a sábado, das 10:00 às 12.30 e das 14:00 às 18 horas. Al-kimya é a antiga disciplina entre ciência e metafísica, transformar a realidade através do impulso criativo, manual habilidade, imaginação e entusiasmo. Semelhan- ’ • Terça-feira Tuesday, 21 OUT OCT, 11h00 11.00 a.m. IGREJA E CONVENTO DE CHURCH AND CONVENT OF SANTA CLARA • Terça-feira Tuesday, 21 OUT OCT, 12h00 12.00 a.m. IGREJA DE CHURCH OF SÃO JOÃO EVANGELISTA [Colégio] visita comentada aos órgãos guided tour to the organs by João Vaz e/and Dinarte Machado PUB 8 sociedade TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 Madeira fora das zonas definidas para receber doentes com ébola Ao contrário dos aeroportos dos Açores e Lisboa N PUB o início desta semana, um voo com um passageiro infetado de ébola foi desviado da Madeira, após ter sido feito o pedido de aterragem para abastecimento. O Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC) esclareceu a situação ocorrida com um voo ambulância vindo da Serra Leoa, que pretendia aterrar no Aeroporto da Madeira para abastecer. «Na passada segunda-feira, pelas 22h30, registou-se um pedido para reabastecimento no Aeroporto da Madeira, de um voo ambulância vindo da Serra Leoa em rota para Paris, com um passageiro norueguês infectado com o vírus ébola. O avião civil em causa fez um pedido, para escala técnica, simultaneamente aos aeroportos de Las Palmas (Espanha) e Madeira (Portugal), não tendo sido invocada, em nenhum momento, situação de emergência. O gestor aeroportuário sugeriu que o reabastecimento fosse efetuado no Aeroporto de Lisboa, por entender que o protocolo de saúde responderia melhor a este caso concreto, na eventualidade de se revelar necessária alguma intervenção. Ponderada a distância, o avião optou por se dirigir para Las Palmas. Neste sentido, o INAC, I.P. Esclarece que não foi negada qualquer aterragem de emergência, e que a decisão tomada foi a mais adequada no sentido de garantir a melhor resposta à escala técnica solicitada.» Esta situação suscitou, de imediato, um esclarecimento por parte do ministro da Saúde, Paulo Macedo, que afirmou que as Lajes, nos Aço- res, e as zonas do aeroporto civil e militar de Lisboa são as que estão definidas para aterrarem os aviões que transportem doentes com ébola. Macedo explicou ainda que, nos casos em que a autorização de aterragem seja dada, não pode haver qualquer contato com passageiros do avião. A doença começa a ter maiores proporções de infecção. O surto de ébola na África Ocidental levou a Organização Mundial de Saúde a decretar o estado de emergência de saúde pública. O Ébola é um dos vírus mais mortíferos de sempre. Em cada 10 pessoas infetadas, é provável que até nove acabem por morrer. Já morreram quase 4.000 pessoas com o vírus do ébola, entre mais de 8000 infectadas durante a actual epidemia. l SS O congelamento das reformas antecipadas no sector privado foi dos temas discutidos pelo Governo da República, durante o Conselho de Ministros de quinta-feira, no âmbito da preparação do Orçamento do Estado (OE) para 2015. A proibição dos trabalhadores do sector privado de antecipar a reforma começou em 2012, mas o jornal «PÚBLICO» apurou que p Executivo de Passos Coelho está a analisar o descongelamento da medida. Tudo indica que a solução só ficará fechada na reunião extraordinária do Executivo marcada para amanhã, sábado. Embora a versão preliminar da proposta de OE mantenha o artigo que determina que “todas as leis e/ou regulamentação que se encon- trem diretamente dependentes da vigência do Programa de Ajustamento e/ou do Programa de Estabilidade e Crescimento (…) mantêm-se em vigor durante o ano de 2015”, o congelamento das reformas antecipadas é uma das medidas que pode deixar de vigorar. Em Abril de 2012, sem aviso prévio, o Executivo suspendeu o acesso às reformas antecipadas na Segurança Social. Apenas os desempregados de longa duração e outros regimes específicos mantiveram o acesso à antecipação da reforma, assim como os funcionários públicos. Esse congelamento explica o aumento da idade média de reforma no regime geral dos 62,5 anos para 63,4 anos, entre 2012 e 2013. Na Caixa Geral de Aposentações, a idade média também subiu, mas de forma menos expressiva, de 60,1 para 60,9 anos. Em 2013, a Segurança Social pagava reformas antecipadas a 155.581 pensionistas (em 2012 eram 175.088). Na Caixa Geral de Aposentações, os relatórios e contas apenas dão conta dos novos aposentados que anteciparam a idade da reforma e que eram 10.571 no ano passado. A reforma antecipada só é permitida aos trabalhadores que aos 55 anos de idade têm 30 de descontos. Mas o valor da pensão fica sujeito a uma penalização (6% de corte por cada ano que falte para a idade legal). Como a idade legal da reforma tem vindo a aumentar na função pública e no privado, a penalização acaba por ser agravada. l RS 9 CARTÓRIO NOTARIAL PRIVADO SITO NO FUNCHAL Carla Cristina de Jesus Alves, notária em substituição PUB Governo deve descongelar reformas antecipadas no privado sociedade Rua das pretas, número 33°, R/C A (publicado no Tribuna da Madeira 10-10-2014) Certifico, para efeitos de publicação, que por escritura de hoje, iniciada a folhas oitenta e dois e seguinte do livro de notas para escrituras diversas número UM - C, deste Cartório, JOÃO MANUEL ALVES, NIF 154 609 803 e mulher MARIA HELENA DA SILVA ALVES, NIF 141 013 389, ambos aturais da freguesia do Caniçal, concelho de Machico, residentes à rua da Palmeira, Vereda do Farral, número 13, 9200-032, casados no regime da comunhão de adquiridos, se declararam donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano, localizado à Vereda do Farral, onde anteriorm ente se chamava Vereda do Berto, ao sítio da Banda d Além, freguesia do Caniçal, concelho de Machico, com a área total de duzentos e catorze metros quadrados, dos quais cento e sessenta e nove metros quadrados são de área de implantação do prédio, a confrontar pelo norte com Manuel de Sousa, sul com Frederico dos Santos, leste com Avelino Alves e oeste com o ribeiro, inscrito na matriz, sob o artigo 976, sem valor patrimonial porque pendente de avaliação e com o valor atribuído de quarenta e um mil oitocentos e noventa euros, para efeitos do presente ato, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Machico . Que o prédio veio à posse dos justificantes, no ano de mil novecentos e noventa e um, já no estado de casados, por doação verbal, feita pelos pais do justificante marido Avelino Alves e mulher Conceição Alves, casados sob o regime da comunhão geral, com última residência conhecida ao sítio da Palmeira, na freguesia do Caniçal, concelho de Machico. Que dada a forma verbal de aquisição os justificantes não dispõem de documento algum que lhes permita fazer o registo do prédio em seu nome. Mas apesar da falta de título, os justificantes estão na posse do identificado prédio urbano desde aquele ano, retirando dele todas as utilidades fazendo obras de conservação e beneficiação na casa do prédio identificado e no respetivo logradouro suportando as inerentes despesas, incluindo o imposto municipal anual, praticando sobre o prédio os atos materiais de posse correspondentes ao exercício do direito de propriedade, nomeadamente habitando a casa, na convicção de estarem a exercer tal direito, à vista das pessoas em geral e sem oposição ou violência de quem quer que seja, pelo que já o adquiriu a título originário por usucapião. É parte certificada e vai conforme o original, declarando que da parte omitida nada consta que altere, prejudique, modifique ou condicione a parte transcrita. Funchal, três de outubro de dois mil e catorze. A Notária, Carla Cristina de Jesus Alves PUB TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 10 grande tema TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 Eleições testam PS e PSD As recentes diretas no PS, com as suas implicações na liderança do PS/M, e as eleições internas do PSD/M, marcadas para dezembro, são um verdadeiro teste às estruturas partidárias. Por outro lado, o CDS, que neste momento é o líder da oposição regional, parece estar a beneficiar de toda esta situação e, “calmamente na sua estratégia, vai conseguindo crescer com alguma segurança”, diz um dos comentadores do painel do Grande Tema política. João Toledo e Juan Andrade [email protected] [email protected] T ribuna da Madeira (T.M.) - Recentemente realizaram-se eleições inter- nas no PS nacional tendo em vista a escolha de um candidato a primeiroministro. Hélder Spínola que análise faz dos resultados destas eleições, nas quais António Costa saiu vencedor? Hélder Spínola (H.S.) - Penso que o que aconteceu a nível nacional foi um desafio que alguém lançou a quem detinha a liderança. Costa lançou um desafio a António Seguro. Seguro não viu outra hipótese senão aceitar esse desafio de ter uma disputa eleitoral. António José Seguro acabou por mudar o campo de batalha – curiosamente - para um campo menos favorável para ele. Seguro teria mais hipóteses de ter um resultado mais equilibrado se mantivesse a disputa dentro do partido e não aberta a simpatizantes. Na minha opinião, o processo de abertura aos simpatizantes necessita de amadurecimento no sentido de evitar, por exemplo, que pessoas contrárias àquele partido se inscrevam e influenciem os resultados. Eu julgo que de tudo isto o que tem de mais interesse - nomeadamente para a democracia – é realmente essa abertura e essa mudança. É preciso ver que, há já alguns anos, nós sentimos algum cansaço da parte da sociedade em relação às máquinas partidárias. E penso que esta experiência – necessitando de amadurecimento – é positiva no sentido de abrir caminho num outro sentido. De qualquer das formas, estamos a falar de umas eleições em que António Costa - desde o início - partiu com alguma vantagem. Os debates, na minha perspetiva, não correram tão bem a António Costa. Todavia, Seguro foi penalizado nestes debates por ter sido insistente em argumentos contra António Costa que, se calhar, deveria ter usado no primeiro debate e partido para outra estratégia no segundo e no terceiro. O partido tem um candidato a primeiro-ministro que será, com certeza, agora o alvo de quem governa e, provavelmente, também o alvo de quem à esquerda não quer perder apoio eleitoral para o PS. Ou seja, há agora a expetativa de ver se a tal imagem quase ‘imaculada’ de António Costa se aguenta face ao facto de agora passar a ser o alvo dessas atenções dos jornalistas, dos partidos adversários, etc. Em relação à Madeira, nós tivemos uma espécie de tentativa encapotada de legitimar ou não o líder regional com base nos resultados destas eleições internas. Desta forma, face aos resultados levantaram-se algumas questões relacionadas com a liderança a nível regional decorrente do facto do candidato apoiado pelo líder do PS/M não ter ganho as eleições também na Região. No meu entender, essa dúvida sobre a possibilidade de existir outro caminho para o PS/M é legítima, mas falta a existência de um candidato alternativo. Tivemos, numa dada altura, Carlos Pereira (vice-presidente do PS) a se insinuar como sendo um possível candidato adversário de Vítor Freitas. No entanto, Carlos Perei- grande tema TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 ra parece ter recuado pelo facto de não ter feito mais ondas em relação a isso. No rescaldo destas eleições internas, Bernardo Trindade também mandou alguns sinais de insatisfação, mas a verdade é que, neste momento, não temos aqui na Madeira alguém que tenha dito claramente que quer disputar a liderança do PS/M. Se surgir esse desafio a Vítor Freitas penso que o atual líder do PS/M vai ter de esclarecer a situação sob pena de surgir um espaço aberto para ele próprio ser atacado e fragilizado até às eleições regionais de 2015. De qualquer das formas, isso só faz sentido pôr em cima da mesa quando surgir efetivamente esse desafio lançado por um candidato. T.M. - Tem que surgir então um candidato? H.S. - Um candidato claro. Não faz sentido alguém lançar ‘uma bocas’ e depois quando o jornalista pergunta se “está disponível” esse alguém não esclarece. Não faz sentido se antecipar um congresso quando não existe ninguém assumidamente candidato a disputar a liderança contra Vítor Freitas. T.M. - Lopes da Fonseca, o facto de Vítor Freitas ter apoiado o candidato derrotado (António Seguro) poderá colocar em causa a sua liderança no PS/M? Lopes da Fonseca (L.F.) - A liderança não se coloca em causa se não surgir nenhum candidato que queira disputar essa mesma liderança. No entanto, penso que Vítor Freitas – aquando do congresso do PS/M – cometeu um erro ao afirmar que ele era o candidato a presidente do Governo Regional. É preciso ver que aquilo que as pessoas afirmaram nas eleições autárquicas é que queriam um projeto alternativo ao PSD/M, por isso votaram na coligação Mudança. Ora, não se faz uma mudança com um candidato apenas de um partido. Aliás, a Câmara Municipal do Funchal é uma aglutinação de vários partidos, mas mais do que partidos das vontades das pessoas. Todos os líderes dos partidos são potenciais candidatos a presidentes do Governo Regional. Porém, é preciso termos em conta uma realidade, que é facto de - ao longo destes 30 e tal anos - o único candidato que chegou a presidente do Governo Regional foi Alberto João Jardim. Todos os outros candidatos da oposição nunca ganharam a Jardim. Isto significa que em termos da história política da Região - é muito usado alguém dizer: - “Se o PSD/M mudar de líder eu poderei ganhar as eleições na Madeira”. Os eleitores querem uma mudança consubstanciada num projeto. Um projeto de alternativa tem que se ser algo que, provavelmente, aglutine várias vontades e não apenas uma vontade. Creio que se Vítor Freitas, eventualmente, não tivesse afirmado publicamente que era o candidato do PS/M, mesmo numa aglutinação de vontades era o candidato a presidente do Governo Regional dessa aglutinação de vontades. Ou seja, não tinha problema nenhum neste momento porque ninguém colocava em causa a sua liderança. Porém, quando um candidato afirma que ele é o líder para aglutinar essa vontade automaticamente exclui a maioria dos partidos. Tenho sérias dúvidas se o horizonte traçado por Vítor Freitas algum dia se irá se consubstanciar. Tenho dúvidas de que o PS com o Vítor Freitas à cabeça de um projeto – dele ou dos partidos que o queiram seguilo – tenha algum sucesso em termos de futuro. Defendo, ainda, que a alternância na Madeira só se pode fazer com uma alternativa de projeto. Essa alternativa de projeto tem que estar consubstanciada, obviamente, em ideias, em programas e em pessoas e não unicamente numa pessoa. T.M. - Quer dizer então que o CDS não vê no PS uma ameaça? L.F. - De maneira nenhuma. O CDS tem o seu caminho traçado. Desde o último congresso, que aconteceu há cerca de dois anos, nós temos um plano traçado. A nossa estratégia é que o CDS se apresentará em 2015 com listas próprias. T.M. - Porém, o CDS poderá tirar benefícios desta situação que ocorreu com o PS. L.F. - As conjunturas políticas fazem com que os partidos, num determinado momento, beneficiem ou saiam prejudicados. Obviamente que isso pode acontecer. A conjuntura política da República também pode beneficiar o partido na Região ou prejudicá-lo. O CDS continuará a seguir o seu caminho. Eu acho que nós necessitamos de pensar que a Região precisa de uma alternativa. Não basta dizer que queremos mudar. Mudar não é o suficiente. É preciso um projeto, um programa e pessoas que encarnem essa alternativa. E o CDS está perfeitamente disponível para ser uma alternativa. Os madeirenses querem uma mudança, mas essa mudança deve ser consubs- tanciada num projeto credível e com pessoas. Por isso mesmo, obviamente que o caminho ainda está a ser percor- rido. O CDS está disponível para encontrar o melhor caminho para os madeirenses. Em relação às eleições “Este último debate da RTP Madeira, foi a única vez nos últimos 40 anos em que não se falou do nome de Alberto João Jardim, parece que ele já tinha desaparecido da Madeira e ele não se sente muito bem quando alguém não fala dele quando se está a falar do PSD” “O atual líder não gosta de Miguel Albuquerque e faz muitas vezes declarações contra Miguel Albuquerque pois sente que é aquele que pode e claramente vai ser o futuro presidente do partido” Humberto Vasconcelos 11 do PS nacional, a vitória de António Costa era “crónica de uma vitória anunciada”. António Costa tem um passado que em termos políticos é por todos conhecido, pelo menos daqueles que seguem a política. Ele foi o ministro de Sócrates. Portanto, está associado a tudo o que Sócrates fez, à crise e à dívida que criou no país. Mas ninguém se lembra já disso. Por isso, os partidos que serão oponentes ao PS - nomeadamente os partidos do governo - vão se encarregar de recordar o que foi António Costa, o que ele fez e o que fez ou não fez na Câmara de Lisboa. Até agora António Costa era só circunscrito ao PS. Agora já não. Como futuro líder do PS ele vai ter de apresentar ao país alternativas à política deste governo. O que é que faria diferente em relação à aplicação das imposições que a ‘troika’ fez. É preciso não esquecer que o programa de ajustamento foi praticamente todo ele consubstanciado pelo governo de Sócrates. Os partidos do PSD e do CDS tiveram conhecimento do mesmo, mas quem o elaborou com a ‘troika’ foi o governo liderado por José Sócrates, do qual fazia parte António Costa. Como é que António Costa se vai demitir desta responsabilidade? Tudo isto é que virá ao de cima. O facto dele ser um candidato mediático chega para ele ganhar eleições no PS. Agora isto chega para ele ganhar eleições nacionais? Só o futuro é que o irá dizer. T.M. - Alberto João Jardim já afirmou, por várias vezes, que o PSD não tem oposição na Madeira. Humberto Vasconcelos considera que essa condição ainda se mantém? Humberto Vasconcelos (H.V.) - Face ao resultado eleitoral do PS nestas eleições internas, o atual líder regional do PS está mais fragilizado. Ou seja, está claramente com muito menos condições de ser candidato contra o futuro líder e candidato do PSD. Penso que Vítor Freitas com esta eleição de António Costa ficou muito mais isolado às suas bases que ele controla aqui muito bem na Madeira, mas perante os simpatizantes do PS penso que não ficou muito bem pelo facto de ter apoiado António José Seguro. Por sua vez, o resultado das eleições internas do PS mostram que na Madeira há claramente uma grande divisão interna no partido dos próprios militantes. Isto provocou este descalabro a nível de votação interna no PS aqui na Madeira. Por isso, penso que Vítor Freitas aos pou- 12 grande tema cos irá se aperceber que terá de alterar algumas das situações internas do partido. Com quase toda a certeza que o atual líder do PS/M terá de convocar um congresso antecipado para resolver toda esta situação. Eu não acredito que com toda esta pressão ele vai aguentar até às eleições regionais de 2015. Bernardo Trindade já o demonstrou no próprio dia das eleições internas que está disponível. Estranhamente Carlos Pereira desapareceu do mapa, ou seja, do ponto de vista de declarações públicas não fala. Carlos Pereira está resguardado claramente à espera de um lugar com António Costa fora da Região, dando, assim, o lugar a Bernardo Trindade para assumir a liderança regional. Por seu turno, para o PSD toda esta situação acaba por ser vantajosa. A liderança atual do PS/M saiu fragilizada nestas eleições internas. Penso que aqui o CDS - no seu caminho, com a sua estratégia – vai beneficiando cada vez mais destas desavenças do PSD e também desta falta de liderança do PS. Portanto, o CDS calmamente na sua estratégia vai conseguindo crescer com alguma segurança. Isto nota-se há algum tempo. Todavia, penso que nesta eleição nacional há uma tremenda ação, que é o facto dos simpatizantes poderem manipular um partido. António Costa ganhou com a maioria dos simpatizantes do PS. Muitos deles podem mesmo não ser simpatizantes do PS, mas sim pessoas que por interesses foram se inscrever para votar, manipularam os resultados. António José Seguro não percebeu que isso iria acontecer. António Costa tem, efetivamente, uma máquina muito bem montada, a qual vem do tempo de Sócrates. Por isso, António José Seguro – pela sua inexperiência também – acabou por cair naquele repto de avançar para as primárias. Seguro teve uma iniciativa muito democrata, mas de repente perdeu o partido. O PS foi a eleições para escolher um candidato a primeiro-ministro, mas acabou por ficar sem um líder no partido com a saída de Seguro. Se reparamos uma das primeiras decisões com esta mudança no partido foi, por exemplo, o voltar de Ferro Rodrigues à liderança do grupo parlamentar do PS. Ferro Rodrigues esteve envolvido em todo o tipo de situações menos abonatórias para um partido e para um país. Ele retirou-se muito calmamente para não prejudicar mais o TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 PS. Contudo, a primeira decisão que tomam é ele assumir a liderança parlamentar do PS. Nesta fase inicial parece que o partido tem muita força, mas vai haver um ataque muito cerrado da oposição ao passado de António Costa e ao “Bernardo Trindade também mandou alguns sinais de insatisfação, mas a verdade é que nós neste momento não temos aqui na Madeira alguém que tenha dito claramente que quer disputar a liderança do PS/M” Com esta luta interna há fragilidades que estavam escondidas “atrás das cortinas” no PSD Madeira que começam a ficar expostas e permitem do ponto de vista eleitoral uma grande probabilidade da oposição, conciliada num projeto comum, ganhar as eleições em 2015. Hélder Spínola passado do líder parlamentar do PS. Apesar de terem uma memória curta de que foi o governo de Sócrates que levou o país à falência, os portugueses vão se lembrar daqueles episódios mais negros de que Portugal atravessou. Os portugueses vão, de certeza, alterar a sua visão e vão reparar que a social-democracia acaba por ser sempre a melhor decisão para o equilíbrio do país. Se reparamos os episódios de bancarrota do nosso país aconteceram sempre em governos socialistas. E esses líderes – Mário Soares e José Sócrates – estão ali todos a apoiar António Costa. Portanto, António Costa sai de uma fornalha de líderes que levaram o país à falência. Na minha opinião, enquanto presidente da Câmara Municipal do Funchal António Costa não provocou grandes transformações. É um homem um pouco polémico. É um homem de muitos bastidores que faz muitos acórdãos, mas não se notou uma grande alteração em Lisboa. António Costa tem sido um político muito discreto mesmo em Lisboa. Penso que os tempos bons de António Costa acabaram. Considero que o PSD nacional irá tomar vantagens dessa situação. Claro que terá de tomar algumas medidas. E terá, obviamente, de aprender com os erros. Politicamente o PSD e o CDS têm que se posicionar e pensar numa estratégia para o futuro do país. O PSD e o CDS vão, sem dúvida, travar esta euforia inicial do fenómeno António Costa. Eleições no PSD Madeira: “Com o atual presidente e líder do partido tudo é possível” T.M. - Os vários candidatos do PSD têm feito diversas reuniões com os militantes e, recentemente, estiveram juntos num debate da RTP Madeira. Há um candidato certo para o PSD Madeira? H.S. – Tenho acompanhado as entrevistas e vi esse debate que a RTP Madeira fez. O que mais me chamou à atenção foi quando Cunha e Silva disse: - “Aqui não há virgens”, quando se referia aos cinco candidatos do PSD Madeira. Realmente ele tem razão. Com essa frase muito simples ele acabou por dizer aquilo que espelha a realidade, apesar de alguns candidatos tentarem passar a men- sagem de que não têm responsabilidades relativamente à situação catastrófica que se vive hoje na Madeira. Qualquer um dos cinco candidatos que concorre ao PSD Madeira não permite uma renovação. Depois de quase 40 anos a definir os destinos da Região, o PSD tem um desfecho que é deixar o futuro da Madeira comprometido para as próximas décadas devido à dívida que criou e comete o erro de apresentar-se com um modelo de renovação em que pega novamente em protagonistas que estiveram ao longo das últimas décadas a governar a Madeira para continuar o futuro. Apesar de alguns desses candidatos apresentarem críticas muito duras em relação à governação do próprio PSD Madeira, a verdade é que esses mesmos - que apontam essas críticas - também são cúmplices e culpados da situação em que estamos. Tentam disfarçar e fingir que não têm nada a ver com o assunto, mas a verdade é que têm. Aliás, esse tipo de guerra em que uns dizem aquilo que a oposição já diz há muito tempo, teve um capítulo muito interessante que foi o próprio Presidente do Governo Regional, numa visita a obras de canalização das ribeiras no Funchal, afirmar que aquilo que aconteceu a 20 de fevereiro de 2010 não teria consequências tão dramáticas se não tivessem existido alguns políticos (curiosamente do PSD) a autorizar construções dentro das ribeiras, isto numa tentativa de colar diretamente Miguel Albuquerque ao desordenamento do território no concelho do Funchal. Esqueceu-se que outros presidentes fora do concelho do Funchal também cometeram o mesmo pecado e o próprio Presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim e os seus governantes com Cunha e Silva e Manuel António têm também responsabilidades a esse nível pois autorizaram esse tipo de obras e não aprovaram instrumentos de ordenamento do território, nomeadamente a reserva ecológica que poderia prevenir esse tipo de ocupação dos leitos. O que tem de bom na disputa interna do PSD é precisamente isto, ou seja, aquilo que a oposição dizia há décadas está a ser repetido dentro do PSD Madeira e está de certa forma a mostrar às pessoas que a oposição sempre teve razão. Notou-se também no primeiro debate da RTP que os candidatos estão completamente sem ideias e sem soluções válidas para os problemas que eles próprios foram criando na Madeira. grande tema TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 Com esta luta interna há fragilidades que estavam escondidas “atrás das cortinas” no PSD Madeira que começam a ficar expostas e permitem do ponto de vista eleitoral uma grande probabilidade da oposição, conciliada num projeto comum, ganhar as eleições em 2015. T.M. - Estes debates mostram alguns temas que também são comuns ao CDS, nomeadamente nas subvenções políticas. L.F. - Claro, aliás vamos ver se há coerência da parte de todos os candidatos em influenciarem aqueles deputados que lhes sejam mais próximos no sentido de fazerem aprovar a proposta que o CDS já entregou Assembleia e que vai ser discutida ainda este mês, provavelmente, sobre a redução da subvenção em 50%. Um dos que diretamente poderá fazê-lo é o deputado Miguel de Sousa. Os outros podem influenciar aqueles deputados que publicamente já anunciaram que são seus apoiantes. Há vários deputados que já anunciaram que são apoiantes de Miguel Albuquerque, Manuel António, Cunha e Silva e vamos ver qual será o comportamento desses deputados quando for a discussão dessa matéria. Ainda recentemente desafiei num debate a fazerem isso, mas também estou muito convencido que quem manda naquele grupo parlamentar ainda é a mesma pessoa de sempre – Jaime Ramos. O deputado Jaime Ramos é quem manda e se um deputado que é líder parlamentar vai obrigar a disciplina de voto a todos os deputados, mesmo quando eles já afirmaram que são defensores de outras ideias e são próximas daquelas que o CDS já apresentou (em relação à redução da subvenção), qual a coerência de um deputado que está de acordo com o que diz o candidato que também concorda com a redução da subvenção e no momento vai votar contra essa posição? Já fizemos o desafio aos cinco candidatos (não sei se existirá mais um) que o digam publicamente se estão ou não de acordo com a redução da sub- VEJA TODAS AS EDIÇÕES DO GRANDE TEMA venção aos grupos parlamentares, e se estão de acordo, o que vão fazer no momento certo quando for o momento de votação da proposta do CDS. A comunicação social também tem que os enfrentar com isto: São ou não a favor da redução da subvenção? Alguns já sabemos que disseram que são a favor. Miguel de Sousa vai ser posto logo à prova, os outros vão sê-lo através dos deputados que os apoiam. É preciso que os madeirenses estejam atentos àquilo que se vai passar, nesta proposta e noutras que irão de vir. Temos agora uma possibilidade de transformar o parlamento numa experiência naquilo que são as afirmações e propostas dos cinco candidatos pois há deputados que são defensores e apoiantes de candidatos, agora vamos ver se são coerentes. Vai haver muita matéria-prima na Assembleia para provar aquilo que os candidatos dizem, pois uma coisa é o politicamente correto e outra é a realidade. Ou muito nos enganamos ou a grande maioria dos cinco candidatos o que tem vindo a defender não é aquilo que comunga e isso é perigoso pois estão a enganar os militantes do PSD. T.M. Acha que pode haver mais um candidato? H.V. - É possível haver. Com o atual presidente e líder do partido tudo é possível. Ele continua a manifestar-se contra todos os candidatos e acha que é o dono da verdade na liderança do partido e é possível que pense diferente. Repare que neste último debate da RTP Madeira, foi a única vez nos últimos 40 anos em que não se falou do nome de Alberto João Jardim, parece que ele já tinha desaparecido da Madeira e ele não se sente muito bem quando alguém não fala dele quando se está a falar do PSD e claro que é natural que possa surgir alguma surpresa. As pessoas são maduras e perceberão que a população não aceitará no futuro situações mesmo claras nesta decisão da liderança do PSD Madeira. T.M. - É público a fação “Penso que Vítor Freitas – aquando do congresso do PS/M – cometeu um erro ao afirmar que ele era o candidato a presidente do Governo Regional” “Temos agora uma possibilidade de transformar o parlamento numa experiência naquilo que são as afirmações e propostas dos cinco candidatos pois há deputados que são defensores e apoiantes de candidatos, agora vamos ver se são coerentes” Lopes da Fonseca no site www.tribunadamadeira.pt/?cat=44 ou no Meo Kanal, prima o botão verde do comando MEO e insira o número 401300. Mais informações kanal.pt/401300 13 que apoia. Gostou do debate? H.V. - Gostei. Posso ser tendencioso, mas foram válidas várias posições tomadas. A primeira conclusão que tiro do debate é que não se falou quase do partido e acho que é importante primeiro falar muito mais do partido pois é a liderança do partido que está em causa, é uma moção de estratégia para o partido que está em causa e só depois sairá um candidato que será candidato a presidente do Governo Regional nas eleições de 2015. Mas o único candidato daqueles cinco que já apresentou uma moção de estratégia foi Miguel Albuquerque, na última eleição, com o atual líder, apresentou uma estratégia para o partido. Miguel Sousa dizia que era o único que tinha um programa de governo, mas ele ainda não ganhou o partido e portanto pode ter um problema de governo se não ganhar o partido. Acho que ele está a andar um pouco depressa demais numa tentativa de mostrar trabalho quando teve muito tempo para o demonstrar. Posso ser tendencioso, mas acho que Miguel Albuquerque é aquele que está menos ligado a esta ligação do PSD do ponto de visto Governo, foi presidente de câmara que também fez muito na transformação do Funchal e naturalmente fez coisas boas e coisas menos boas, mas dos cinco candidatos foi aquele que esteve menos ligado ao atual líder. Teve sempre uma posição coerente ao longo dos anos e dentro do partido foi sempre mostrando que tinha ideias um pouco diferentes face à liderança do partido. Claramente que Miguel Albuquerque pertencendo ao PSD não podia fazer o papel de oposição que era o da oposição. Fez sim dentro do partido uma tentativa de ir alterando alguns dos pontos e algumas políticas seguidas pelo atual líder. Por isso o atual líder não gosta de Miguel Albuquerque e faz muitas vezes declarações contra Miguel Albuquerque pois sente que é aquele que pode e claramente vai ser o futuro presidente do partido. l 14 opinião TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 ROSAS E ESPINHOS DA NOVA AUTONOMIA DIVAGANDO... GREGÓRIO GOUVEIA VIRGÍLIO PEREIRA gregoriogouveia.blogspot.pt Região Autónoma sem expressa referência à autonomia financeira Gostei. Ressurgiu-me a esperança! Pese embora o contínuo reforço do poder centralizador do Estado Novo, o Estatuto do Distrito Autónomo prevê, expressamente, a autonomia financeira do Distrito, o que não acontece com a Constituição de 1976. Só a expressa referência, nos artigos 229º e 233º, aos poderes regionais quanto aos seus planos e respectivos financiamentos, bem como a competência exclusiva da Assembleia Regional para aprovar o Orçamento e o Plano Económico Regional, é que, tacitamente, as Regiões Autónomas teem autonomia financeira. De “pessoa moral de direito público”, prevista no Estatuto do Distrito, a Constituição de 1976 define as regiões autónomas como “pessoas colectivas de direito público” com órgãos de governo próprio, consubstanciados num órgão legislativo - a Assembleia Regional - e um executivo - o Governo Regional. Não restam dúvidas de que fica consagrada uma forma descentralizada de poder legislar por parte da Assembleia Regional “em matérias de interesse específico para a região que não estejam reservadas à competência dos órgãos de soberania e não meramente regulamentar” - alínea a) do nº 1 do artº 229º. A Assembleia Regional também fica com o poder de iniciativa legislativa e de apresentar propostas de lei à Assembleia da República - alínea c) do nº 1 do artº 229º. A Constituição de 1976 integra na competência da Assembleia Regional e não na do Governo Regional, que é politicamente responsável perante aquela, a regulamentação das “leis gerais emanadas dos órgãos de soberania que não reservem para estes o respectivo poder regulamentar”. E na competência do Governo Regional apenas a regulamentação dos decretos regionais, hoje decretos legislativos regionais - alínea b) do nº 1 do artigo 229º. O que aconteceu muitas vezes foi o facto de o Governo Regional ter aplicado à Região decretos-leis por portaria regional ou por decreto regulamentar. A Assembleia Regional pode solicitar ao Conselho da Revolução (extinto com a revisão da Constituição de 1982) “a declaração de inconstitucionalidade de normas jurídicas emanadas dos órgãos de soberania, por violação dos direitos das regiões consagrados da Constituição” - nº 2 do artº 229º. Mas um grupo de deputados da Assembleia Regional não pode pedir ao Tribunal Constitucional a verificação da legalidade/constitucionalidade de diplomas regionais, ao contrário do que acontece na Assembleia da Repúbica. Ao contrário do que sucede com a Assembleia da Republica poder delegar, Refiro-me à entrevista feita, em conjunto, aos cinco candidatos a futuro líder do PSD/Madeira, que teve lugar na RTP/Madeira na semana passada. O resultado final foi positivo. Gostei e até senti ressurgir-me a esperança que, depois destas eleições internas, será possível encontrar o candidato ganhador que tenha a capacidade de reagrupar o partido para empreender a luta democrática que há-de permitir uma vitória, por maioria absoluta nas eleições legislativas regionais de 2015. A compostura dos candidatos neste encontro televisivo fez renascer-me essa esperança. Nunca achei necessário renegar o passado do partido para concretizar esse desiderato. Não é preciso repetir-se uma situação idêntica à do quadro bíblico que nos narra que o apóstolo Pedro havia de negar por três vezes que conhecia Jesus Cristo, antes do galo cantar. Fui dos que, por uma vez ou outra, durante quarenta anos, critiquei algumas decisões do partido e manifestei discordância com a sua presidência, mas nunca senti a necessidade de entrar em ruptura com ele, porque sempre acreditei que havia gente militante e simpatizante preparada para, em qualquer altura, dar continuidade à sua liderança, reorganizando-o e adaptando-o às necessidades diversas que a vida nos vai apresentando na voragem do seu processo dinâmico e de forma a continuar a obra singular e nunca vista que os seus governantes realizaram nestes quarenta anos. É óbvio que esses governantes cometeram alguns erros e que o partido não acompanhou eficazmente as novas e profundas exigências da globalização financeira, económica, social e cultural. Mas isso aconteceu com os outros partidos também. A Europa e até o mundo inteiro estão a transformar-se vertiginosamente nesses aspectos. Esses quadros de outras gerações mais novas do que a minha, tenham ou não participado nos anteriores governos será capaz de dar a volta à nossa Região e iniciar um ciclo político novo que faça retornar a qualidade de vida que os Madeirenses e Portossantenses já tinham atingido e que começaram a perder com a crise de 2008. Ter sido um militante ou simpatizante do PSD/Madeira depois do 25 de Abril de 1974 não constitui anátema para ninguém, como querem fazer crer os nossos adversários políticos. Se isso fosse verdade, os socialistas portu- por lei, competência legislativa no Governo da República, a Assembleia Regional não tem, ainda hoje, competência semelhante. O Governo Regional apenas regulamenta, por decreto regulamentar regional, os decretos regionais. Apesar do novo figurino da autonomia, a sua amplitude tem restrições expressas no texto constitucional com a inclusão de normas bastante limitadoras que criam um sistema que complicou a elaboração dos mesmos, bem como no âmbito do respeito pelas restantes limitações: - Uma delas é a que prevê (artigo 228º) que o Estatuto Politico-Administrativo seja elaborado pela Assembleia Regional e remetido à Assembleia da República para ser de novo discutido e aprovado. Se for rejeitado, volta de novo à Assembleia Regional. - Outra limitação é a que cabe exclusivamente à Assembleia da República aprovar a lei eleitoral para as eleições regionais. - Outra restrição no poder da Região Autónoma tem a ver com o facto de qualquer lei regional aprovada ter de respeitar a Constituição da República, como é logicamente aceitável. Mas a limitação de respeitar as leis gerais da República é que, pela formulação genérica imposta, viria, ao longo dos anos, criar dúvidas quanto à falta de uma definição correcta do que era e que caraterísticas materiais tinha uma lei geral. As alterações à Constituição promovidas em 1982, 1989, 1997 e 2004 trataram de matérias vastas e em vários domínios normativos, alguns destes com reflexos nas Regiões Autónomas. A revisão de 1992 incidiu apenas em seis artigos para permitir essencialmente a ratificação do Tratado de Maastricht e actualizar o artigo 284º que trata precisamente do tempo de revisão constitucional. A revisão de 2001 incidiu em seis artigos tendo em conta a aceitação da jurisdição do Tribunal Penal Internacional, embora acrescente um nº 3 ao artigo 11º referindo que a “A língua oficial é o Português”. A revisão de 2004 acabou com as famigeradas leis gerais da República que, apesar do larguíssimo debate, não tinha sido possível clarificar o seu conceito na revisão de 1989. Também estabeleceu que, com a revisão do Estatuto Político-Administrativo, desapareceria o conceito de «matérias de interesse específico», descritas no artigo 40º. A revisão de 2005 apenas aditou o artigo 295º, prevendo a possibilidade de convocação de referendo sobre a aprovação de tratado que “vise a construção e aprofundamento da união europeia”. gregoriogouveia.blogspot.pt gueses terão perdido definitivamente a possibilidade de, um dia, voltarem a dirigir o nosso país. Para que o PSD/Madeira continue a comandar o dia a dia e o futuro desta terra tem de reorganizar-se e reformar-se, de forma a que o grande eleitorado e o Povo em geral, sinta esse esforço sincero e volte a depositar confiança nele. Tão bem como eu, os social-democratas sabem que isso está ao nosso alcance se tivermos um líder forte que consiga fazer do partido uma única família, pese embora as diferenças que hão-de continuar a existir no campo das sensibilidades políticas e faça sentir a sua presença, como outrora, junto das populações, prestando-se a ajudá-las durante todo e cada ano e nunca somente nos períodos eleitorais e transmitindo-lhes a intenção firme de melhorar a qualidade da Democracia na nossa Região. Para além disso e de entre outras coisas que indiciem um comportamento humilde, mas firme, o futuro líder terá de defender outras bandeiras que, estou convencido, já se inculcaram na maneira de sentir da grande maioria dos nossos conterrâneos: o aperfeiçoamento e aprofundamento da Autonomia que nos há-de levar mais anos, menos ano, à autonomia fiscal, como começo; um melhor aproveitamento da Autonomia já conquistada; uma maior aposta no turismo; um maior empenho na defesa do progresso da Zona Franca e a melhoria em geral de todos os outros sectores de actividade económica regional que, no seu conjunto, contribuam para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Julgo também importante mostrar vontade e determinação em aumentar o mais possível a base de apoio social às políticas mais estruturantes da nossa Região, dando conta pública do interesse do partido em discutir essas políticas com grande impacto no futuro, com outras forças políticas e sociais. Porém, não aceito que nenhum candidato à liderança do partido faça arranjos ou receba ajudas de qualquer espécie de qualquer adversário do PSD/Madeira. Os problemas do partido deverão ser resolvidos com os seus militantes e órgãos dirigentes. Não se deve apoiar quem dê a perceber que, na hipótese de ser ganhador, adopte uma política de exclusão dentro do partido ou no seio dos seus simpatizantes. TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 publicidade 15 16 sociedade TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 «Cidade e Rede Urbana na RAM» lançado a 16 outubro No Museu Casa da Luz, pelas 18:30 horas A obra, editada por O Liberal, é da autoria de Gilda Dantas. A autora aborda neste livro a construção das novas redes viárias na RAM. SARA SILVINO T [email protected] ribuna da Madeira (TM) - O que transmite este livro «Cidade e Rede Urbana na RAM»? Gilda Dantas (GD) - Ao realizar este estudo quis, em primeira análise, fazer uma reflexão crítica sobre o território da Região Autónoma da Madeira relativamente às novas conceções espaciais decorrentes da topologia reticular provocadas, sobretudo, pelo desenvolvimento da nova rede de transporte. A construção das novas redes viárias foi um vetor determinante na alteração do ordenamento do território regional, estreitando as distâncias inter-concelhias, o que contribuiu para a diminuição dos tempos de deslocação e possibilitando a criação de novas oportunidades às áreas rurais. A rede urbana ficou mais completa, mais coesa, o que tem conduzido a um maior inter-relacionamento de pessoas e a uma maior integração e coesão territorial, mas que contribuiu para o aumento do êxodo rural e expansão da cidade do Funchal. Ao mesmo tempo, a emergência de novos centros urbanos associada ao desenvolvimento da rede viária, estruturada segundo uma topologia reticular, tem conduzido a mudanças no padrão geográfico das atividades económicas com a desconcentração do comércio e de alguns serviços mas, ao mesmo tempo, tem reforçado a concentração funcional no Funchal relacionada, sobretudo, com as funções mais especializadas de direção, gestão e controlo, centros de negócios, sedes de bancos e de indústrias. O sistema de redes reforçou, assim, a política de equidade territorial e permitiu um maior desenvolvimento dos lugares mas, simultaneamente, canalizou todo o desenvolvimento para o núcleo central do Funchal, criando mais condições para a expansão da cidade e áreas limítrofes. TM - O que a levou a escrever este livro? GD - Este livro resulta de parte do estudo científico realizado para a tese de doutoramento. A ideia da esco- lha do tema relacionado com a rede urbana e alterações ao ordenamento do território regional começou a formar-se após observar a realização dos grandes investimentos nas infraestruturas de transporte (Via Rápida e Vias Expresso). Sentia curiosidade de saber qual o impacto que estas obras poderiam ter no desenvolvimento da Região Autónoma da Madeira. Asso- ciado a estes investimentos estavam também as infraestruturas feitas na orla marítima da Madeira, em diferentes pontos da ilha, e que, relacionados com as de transporte poderiam trazer maior equidade ao desenvolvimento regional. Seria verdadeira esta hipótese? Será que a polarização da cidade do Funchal ficaria esbatida com estas obras ou, pelo contrário, tornar-se-ia ainda mais vincada? Estas foram algumas das questões que estiveram na base deste estudo. Tratando-se de um estudo científico sobre um tema muito atual relacionado com o (re)ordenamento do território da Região Autónoma da Madeira, julgo que será útil a sua divulgação e que terá boa aceitação para o público em geral, principalmente o madeirense. TM - Esta é a sua primeira obra literária? GD - No ano de 2005 publi- quei o livro “O Desenvolvimento do Turismo na Ilha do Porto Santo – Avaliação de Impactes”, para além da publicação de alguns artigos de cariz geográfico. TM - Acha que, cada vez mais, as pessoas estão mais atentas à leitura, às obras dos escritores madeirenses, ou nem por isso? GD - Só os dados estatísticos poderão responder a essa questão. Vejo, no entanto, que recentemente têm sido divulgados estudos sobre a realidade madeirense atual e de outras épocas, quer sejam resultado de teses de doutoramento, dissertações de mestrado ou de estudiosos na matéria, o que considero muito positivo. No lançamento destas obras há sempre muitas pessoas presentes, o que é um sinal demonstrativo do interesse pelos estudos regionais. TM - E os jovens? Como vê o interesse da juventude atual pela leitura? GD - Como professora, durante toda a minha vida profissional trabalhei com jovens, em particular com os do ensino secundário. Vejo, por isso, que não podemos generalizar, quando se afirma que a população jovem dedica pouco tempo à leitura devido à grande diversidade de oferta de atividades de tempos livres. Temos de pensar que muitos jovens continuam a ter interesse pela leitura, só que as fontes não são as mesmas. O livro deixou de ser a principal fonte de consulta e de informação. Os artigos retirados da Internet e de revistas, quer as de âmbito cultural, científico ou recreativo, ocupamlhes a leitura dos momentos de lazer e de trabalho, deixando o livro “tradicional” de lado. Isto, para além de todas as outras atividades oferecidas fora do horário escolar. TM - Quais são as expetativas para o dia do lançamento? GD - Tratando-se de um tema muito atual sobre a Região Autónoma da Madeira, escrito em linguagem simples, penso que este livro tem interesse para todos aqueles que se interessam pelos problemas do desenvolvimento regional madeirense e portosantense, qualquer que seja a sua área de formação. l opinião TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 17 breve Os resultados positivos da “invasão” das selvagens A ocupação simbólica das Ilhas Selvagens por independentistas das Canárias poderá ter tido um efeito inesperado. Com efeito, cerca de uma semana depois, ou nem tanto, num programa de televisão (“sexta às nove”, do dia 26 de setembro de 2014), de forma algo inesperada, surgiam, pela primeira vez em muitos anos, declarações do Ministério dos Negócios Estrangeiros, inequívocas, sobre um litígio com Espanha em torno de Olivença. Afinal, talvez Lisboa possa responder às pretensões espanholas sobre as águas das Selvagens com um outro motivo de queixa (e de litígio). Poderá tratar.se de coincidência, mas as afirmações foram bem claras. Vimos (e ouvimos) a jornalista San- dra Felgueiras afirmar que [havia] «um conflito latente com Espanha, em torno da cidade de Olivença.». As imagens procuravam comproválo, revelando a recusa portuguesa de reconhecer a fronteira no Guadiana, em frente a Olivença, não existindo marcos fronteiriços na região por essa razão. Mais à frente, Maria Manuela Falcão a partir do Ministério dos Negócios Estrangeiros, como membro da Comissão de Limites (agora denominado CILCH , declarou que [é] «uma zona, portanto, que ainda não está delimitada, e que, segundo a Constituição da República Portuguesa...refere que Portugal é constituído pelos territórios historicamente definidos no continente europeu e pelo arquipélago... os arquipélagos dos Açores e da Madeira. Portanto, nós não reconhecemos a soberania territorial de Espanha sobre esse pedaço de linha de fronteira.» A afirmação mais clara partiu do embaixador Rui Lopes Aleixo, Presidente de Comissão de Limites (CILBH), que, a partir do Ministério dos Negócios Estrangeiros, confrontado com alguma ignorância do público e mesmo de responsáveis autárquicos locais sobre esta velha reivindicação portuguesa, disse [ser] «uma regra diplomática, designadamente em termos de negociações de fronteiras, aquilo que não se pode resolver não se aborda. (…) em benefício das relações entre os dois países, (...) mas, quando eu digo isto, não quer dizer que Portugal tenha prescindido dos seus direitos, reconhecidos aliás, pela Espanha (...) em 1817 (...) dos seus direitos sobre o território de Olivença, Portugal não prescinde desse direito, não prescinde de reivindicar esse direito» Estas afirmações, claras, pecam por timoratas e tardias, ainda que oportunas. Sabemos, porém, agora, que Portugal tem algo a contrapor a Madrid no que toca a reivindicações bilaterais. Sabemos que há cautelas, ao contrário do que sucede com Espanha que, pensando ter razões de queixa em relação a Lisboa, não hesita em recorrer diretamente à ONU. l “Dê uma tampa à indiferença” No âmbito da Campanha “Dê uma tampa à indiferença”, o Infantário Sapatinho juntou-se à Associação Portuguesa das Pessoas com Necessidades Especiais/ Deficientes - Associação Sem Limites (ASL) em parceria com a Associação Portuguesa de Deficientes - Delegação da Região Autónoma da Madeira nesta grande recolha de tampinhas plásticas para posterior aquisição de cadeiras de rodas e material ortopédico para pessoas com necessidades especiais. Desta forma, a Associação Sem Limites em parceria com a Associação Portuguesa de Deficientes- Madeira,galardoou o Infantário Sapatinho com o nosso Parceiro Oficial, o Tampinhas como prova de agradecimento do apoio indispensável de toda a comunidade escolar. A entrega decorreu nas instalações do Infantário Sapatinho, com a presença da Diretora do Infantário Sapatinho, Maria João Santos e do Presidente da ASL, Filipe Rebelo. É de salientar que esta iniciativa torna-se possível com a colaboração e apoio fundamental dos familiares, educadores, educandos e funcionários do Infantário do Sapatinho e à população em geral que contribuem para esta Campanha no decorrer do ano lectivo. l PUB Carlos Luna 18 saúde MÉDICOS PUB PUB CLÍNICAS TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 opinião Dia Mundial da Visão assinala-se a 9 de Outubro Cirurgia moderna às cataratas promove maior qualidade de visão Dr. Rui Pereira Vasconcelos Especialista em: Pediatria - Neuropediatria Laboratório de Prótese Dentária da Madeira 291 773 948 Rua Nova da Vale da Ajuda, 14 Apartamentos Ajuda, Loja C - Funchal PUB Rua João de Deus, 12-B Telef.: 291 228 004 Este espaço pode ser seu E-mail: [email protected] PUB Telef: 291911300 A catarata é a principal causa de cegueira evitável a nível mundial. Em Portugal, grande parte dos casos estão relacionados com a idade, sendo que a maioria dos doentes têm idade superior a 65 anos. A cirurgia de catarata é a cirurgia mais frequentemente utilizada em todo o mundo. A facoemulsificação é, hoje em dia, o procedimento de eleição na maioria das situações, obtendo-se usualmente excelentes resultados visuais com uma boa segurança. No entanto, a cirurgia de catarata possibilita, muitas vezes, e de forma simultânea à remoção da catarata, a correção de erros refrativos (miopia, hipermetropia, astigmatismo ou mesmo presbiopia – “vista cansada”), eliminando na maioria das situações a utilização de óculos ou lentes de contacto, através da utilização de lentes intraoculares muito mais diferenciadas que anteriormente, chamadas lentes premium. Estas lentes exigem uma avaliação pré-operatória mais cuidada, necessitam de exames oftalmológicos específicos, de uma precisão e técnica cirúrgica muito mais apurada. A utilização do laser de femtosegundo para a catarata está associada a uma maior segurança para os doentes, maior precisão, predictabilidade e melhores resultados fundamentalmente com a utilização das chamadas lentes premium (correção de astigmatismo, vista cansada, etc.) bem como a uma menor manipulação do globo ocular em cirurgias de catarata mais complicadas, evitando assim muitas complicações. Este é seguramente o futuro da cirurgia de catarata. Em Portugal, esta tecnologia versátil e de ponta, o Femtofaco, a operar de forma consistente e regular numa Prof. Joaquim Neto Murta, Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, do Serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e coordenador da Unidade de Oftalmologia de Coimbra. única estrutura hospitalar em Coimbra, pretende dar a resposta mais moderna e mais segura a todos os doentes que a ela queiram recorrer. A catarata é consequência de um processo natural de perda de transparência do cristalino - lente biconvexa existente no interior do globo ocular. À medida que a opacificacão progride gradualmente, a qualidade da visão das imagens que se focam na retina tende a deteriorar-se pelo que os doentes queixam-se de visão enevoada ou desfocada. Este problema surge mais frequentemente ou muito cedo, consequência de problemas durante a gravidez (catarata congénita ou de desenvolvimento), que quase sempre exige um tratamento cirúrgico imediato, sob pena de com- prometer o desenvolvimento normal da visão, ou desenvolve-se progressivamente consequência do envelhecimento natural do olho (a partir dos 40-50 anos). Existem doenças (exº diabetes), medicamentos (exº cortisona) ou situações oftalmológicas (exº alta miopia) em que a catarata se desenvolve mais cedo. As pessoas com mais de 40 anos, deverão pois realizar um exame oftalmológico com intervalos de dois anos com o intuito de rastrear e tratar esta e outras patologias oculares (glaucoma, degenerescência macular relacionada com a idade, diabetes tipo II, etc) que se desenvolvem, muitas vezes, de forma silenciosa, passíveis de serem tratadas muito mais precocemente, evitando situações dramáticas. l opinião 19 PUB TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 Humberto Pinho da Silva Tudo depende da educação Muitos são os que incutem nos filhos o conceito que tudo tem preço, inclusive o ser humano. Fazem crer, nos cérebros em formação, que tudo é valido, tudo é permitido – já que o pecado é coisa do passado, – para atingir o que se pretende. As figuras publicas - já não falo da classe politica, - ao tomarem atitudes indignas e reprováveis, e ao transmitirem, pela mass-media, comportamentos perversos, “ envenenam” a juventude, lançando-a nas veredas da corrupção e do crime. Por sua vez, a TV, com novelas amorais, tentando passar a ideia que tudo é preconceito e falsa modéstia, tornou-se escola do crime, da violência e da degradação da sociedade. A principal responsável, pelo desvario juvenil, é, sem dúvida, a novela televisiva, visto incutir comportamentos desregrados. Está a correr, na SIC (canal português) telenovela cuja personagem, após viver intimamente com a mãe, passa a namorar a filha, da que foi sua mulher. Tudo se passa com naturalidade e aprovação dos irmãos da jovem! Como querem que a juventude tenha comportamento e actos responsáveis, se constantemente são metralhados com exemplos torpes? Queixam-se, depois, e com razão, que nossas cidades transformaram-se numa selva, onde se depara, a cada canto, “ animais” depravadores, prontos a “ devorarem” a vítima: extorquindo: dinheiro, roubando roupa e ténis de marca; e delinquentes, que matam e incendeiam. As cidades e estradas brasileiras, transformaram-se em campos de batalha, onde se morre, mais facilmente, que em guerras fratricidas. Para além de ausência de policiamento eficaz e leis persuasoras, há necessidade de regressar à educação assente nos valores cristãos. Enquanto a TV incitar à luxúria, os pais não souberem educar, devidamente, os filhos, e a mulher não for respeitada: como mãe, filha e esposa, as ruas das nossas cidades serão varridas pela violência e pelo crime. Só povo que sabe educar os filhos, terá: paz, justiça e felicidade. Tudo depende da educação, e essa começa em casa e termina com leis que defendam: a Família e respeito pelos idosos e crianças. PUB Diz Alexis Carrel - Prémio Nobel da Medicina, - que todos sofremos: “ fatalmente a influência daqueles com quem vivem. Os que vivem, desde a infância, na companhia de criminosos e loucos, tornam-se criminosos e loucos. Não se pode escapar ao meio, senão pelo isolamento e pela fuga. “ - “ O Homem, Esse Desconhecido”. Na verdade assim é. E o povo, que raras vezes se engana, costuma repetir: “ Tal mãe, tal filha” – (Já Ezequiel 16:44, tinha igual opinião). São os primeiros educadores, os pais. Se souberem transmitir, pelo exemplo, valores morais e cívicos, certamente as crianças tornar-se-ão cidadãos honestos e justos. Com esses princípios, os jovens, fortalecem-se e rejeitam pareceres e modos de vida nefastos, não só de outros jovens, mas, também, da má influência de alguns professores. A sociedade em que nascemos e vivemos, exerce forte influência no modo de pensar e agir. Como pode, a criança, ser cidadã honesta se vive numa sociedade corrupta, onde o “ jeitinho” impera e o dinheiro manda? QR code generated on http://qrcode.littleidiot.be www.tribunadamadeira.pt CERTIDÃO CARTÓRIO NOTARIAL DE GABRIEL JOSÉ RODRIGUES FERNANDES Notário em substituição, conforme deliberação da Ordem dos Notários Praça da Acif, 9000-044 Funchal (POR CIMA DA LOJA DO CIDADÃO) (publicado no Tribuna da Madeira a 10-10-2014) Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que no meu Cartório Notarial e no livro de notas para escrituras diversas número DEZASSEIS -G, exarado a partir de folhas quarenta, se encontra exarada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO NOTARIAL, outorgada hoje, na qual José Nelson Ferreira Afonso, NIF 119.805.197 casado com Frederica Maria da Câmara de Albuquerque e Menezes de Vasconcelos, sob o regime da separação de bens, natural da Sé, Funchal, onde reside à Rua do Sabão, nº 67, 4ª/B, titular do cartão do cidadão nº 05484153 4 ZY4, válido até 29/04/2016, emitido pela república Portuguesa, se afirma dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrém, de um prédio urbano, destinado a serviços, localizado na Quinta do Leme, freguesia de Santo António, concelho do Funchal, atualmente, Caminho de Santo António, número 243, da dita freguesia, com a área atual total de mil e cinquenta e cinco metros quadrados (encontrando-se descrito apenas oitocentos e setenta metros quadrados), sendo trezentos e dezassete vírgula cinquenta e quatro metros quadrados de superfície coberta, confrontando, anteriormente, a norte com João Leandro Ferreira, sul com herdeiros de Jesuína Oliveira Nunes Ferreira e Lídia Afonso, leste com o Caminho de Santo António e oeste com Lídia Jesus Ferreira Afonso e atualmente, a norte com herdeiros de João Leandro Ferreira, sul com herdeiros de Lídia Jesus Ferreira Afonso, leste com o Caminho de Santo António e oeste com a RAM, inscrito na matriz, atualmente sob o artigo 6963 e anteriormente sob o artigo 2526, sem valor patrimonial por se encontrar pendente de avaliação, com um valor atribuído de cento e sessenta mil euros. Mais disse o primeiro outorgante: Que por esta mesma escritura, declara-se dono e legitimo possuidor, da área remanescente do citado prédio, ou seja, de cento e oitenta e cinco metros quadrados, correspondendo ao seu logradouro e quintal. Acontece, que o prédio supra identificado foi desanexado de um outro descrito na dita Conservatória sob o número dezanove mil quatrocentos e trinta e um, a folhas quatro verso do Livro B – cinquenta e dois e devido à configuração do prédio mãe, foi desanexada apenas aquela área, a qual não correspondia à realidade, sendo que a área constante na descrição do registo do dito prédio, era a que de facto constava da inscrição matricial. Após um correto e recente levantamento topográfico (através do qual foi elaborado comprovativo da declaração para atualização de prédio urbano na matriz), foi verificado que aquele imóvel, desde o início da sua titularidade como prédio autónomo (o qual como se verifica infra, já existe há mais de vinte anos), sempre possuiu a área total de mil e cinquenta e cinco metros quadrados e não a dita área de oitocentos e setenta metros quadrados, sendo que, não houve nenhuma alteração na configuração do prédio. Prédio esse, que está descrito na Conservatória do Registo Predial do Funchal, sob o número dois mil oitocentos e vinte, da dita freguesia, onde o mesmo se encontra registado a favor de Lídia de Jesus Ferreira Afonso, pela apresentação vinte e dois, de dezasseis de Julho de mil novecentos e noventa e oito. Incide ainda, sobre a mesma descrição, a apresentação dois mil duzentos e dezanove, de quinze de Abril de dois mil e catorze, (renúncia a indemnização por aumento de valor), a favor do Município do Funchal. O identificado prédio veio à posse do justificante, no ano de mil novecentos e setenta e oito, no estado de solteiro, maior, por doação verbal, feita pela titular inscrita, sua mãe, Lídia de Jesus Ferreira Afonso, casada com Luís Josué Afonso, que por sua vez, havia adquirido o dito prédio, também por doação verbal, feita por Jesuína de Oliveira Nunes Ferreira, viúva, residente que foi na dita freguesia de Santo António. Até à presente data, o justificante tem vindo a possuir o referido prédio de forma pública e pacífica, com a referida área de mil e cinquenta e cinco metros quadrados, como coisa própria, sem interrupção, usufruindo e utilizando-o em seu proveito exclusivo, pelo que, dado já ter decorrido vinte anos consecutivos de posse, com as invocadas características, conduziu à aquisição daquele prédio pelo requerente por Usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título que legitime o seu direito de propriedade. É parte certificada e vai conforme o original, declarando que da parte omitida nada consta que altere, prejudique, modifique ou condicione a parte transcrita. Funchal, seis de Outubro de dois mil e catorze. O Notário, Gabriel José Rodrigues Fernandes PUB ACTUALIDADE SOCIAL MADEIRENSE 20 Os Porquês do Português TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 Helena Rebelo Celso Neto Docente da Universidade da Madeira [email protected] (falta de) Vergonha Abrem-se as Portas que nos permitem caminhar a Passos largos para a morte. Ninguém passa Cavaco aos fracos. A Justiça, a Saúde e a Educação estão pelas ruas da amargura. A Economia não arranca! A incompetência é tanta que se nada for feito Portugal colapsa. O compadrio é tal que só os amigalhaços são escolhidos para os serviços do Estado... A corrupção continua a alastrar, a máquina da propaganda reforça-se a cada dia! Portugal afunda-se cada vez mais num emaranhado de erros provocados pela incompetência política do governo (inexperiência?) que teima em hipotecar o nosso futuro coletivo. Numa ânsia desmedida de agradar à “madrinha” e ao grande capital especulador, este governo não olha a meios contra os mais fracos para atingir os seus fins de desvalorização do Trabalho. Coloca no limiar da pobreza e abaixo dele uma parte considerável da população, que deste modo fica na condição de trabalhar a qualquer preço e desprotegida nos seus direitos fundamentais. Quando as coisas ficam feias, Cavaco finge que dá um puxão de orelhas, Passos e Portas fingem um desentendimento para ganhar tempo e passar ao lado das decisões que deviam ser tomadas para que a nossa dívida pare de crescer desmesuradamente e seja possível desenvolver a nossa Economia. Aparentam estar em discordância, mas nunca estiveram tão unidos para espoliar os mais fracos. Numa aparente chantagem, vergonhosa, Portas condena o servilismo de Passos e ameaça bater com a por- ta, mas, como estamos fartos de ver, isso não passa de uma pura manobra de diversão para amolecer a oposição ao governo, levando as pessoas a pensar que os gravíssimos problemas em que nos mergulharam vão ser resolvidos, porque o Paulinho das feiras, da Moderna e dos submarinos não permite mais abusos... Passos Coelho faz o papel de cordeirinho ao colo do seu pastor, pois a única coisa que lhe interessa é assegurar os privilégios e as mordomias da alcateia que nos desgoverna. O que se está a passar na Educação, na Justiça e na Saúde, para não falar dos “esquecimentos” de Passos Coelho, num País a sério, já teriam provocado muitas demissões, mas num País do faz de contas como o nosso, nada acontece. Ninguém assume a culpa, que é sempre dos outros! Que vergonha! Que falta de caráter! Post scriptum Aceito que Nuno Crato tenha competência para Diretor Geral dos Auxiliares de Ação Educativa, mas para Ministro da Educação... francamente. Também tenho a noção que a Ministra da Justiça seria uma boa Oficial de Justiça... O que se passa nas Escolas e nos Tribunais leva-me a crer que naquelas cúpulas ministeriais anda tudo no Prosac e no Xanax! Nos Hospitais nem vou falar, Vão lá e vejam, porque sem ver, nem dá para acreditar! É “um chiclete”, “uma chiclete” ou “uma pastilha”? Porquê? Estava numa aula a tratar de questões relacionadas com a construção das frases e, para resolver um exercício, coloquei uma pergunta a uma estudante, cuja resposta não entendi. Pedi-lhe que repetisse. Explicou-me que tinha “um chiclete” na boca e que ia deitá-lo fora. Em vez de a situação me perturbar, aproveitei-a para a análise linguística que estava a realizar e perguntei se todos os presentes diziam assim ou de outra forma. Ninguém discordou daquela resposta. Então, eu acrescentei que estava habituada a ouvir o feminino: “uma chiclete”. Quis saber se usavam mais termos para designar o mesmo que o nome daquela marca de origem americana, se não me engano. Surgiram “um pirata” e “um gums” (como realização regional). Este estrangeirismo derivará do vocábulo inglês “gum”. Coloquei de novo o problema do feminino: “uma pirata” e “uma gums”? As hesitações foram aparecendo. Para pôr a pensar, perguntei pelo vocábulo usado na norma. Não houve qualquer resposta. Avancei, então, com “pastilha elástica”. Concordaram comigo. Existirão mais sinónimos, como, por exemplo, “gorila”. Porém, persiste a questão do género gramatical destes vocábulos. São femininos ou masculinos? Uma vez a pastilha deitada fora, prossegui com o exercício relacionado com as construções frásicas, mas a questão do género gramatical subsistiu. Reflectir sobre tudo, incluindo detalhes linguísticos como este, é um exercício que aprecio bastante porque coloca problemas que continuarei, aqui, a propor. Isto não significa que saiba tudo ou que o assunto fique, na íntegra, resolvido. Resumidamente, esta questão será do domínio da Lexicologia, da Lexicografia, da Morfologia, da Cultura e dos usos linguísticos. Eu emprego o feminino para os que utilizo, associando-os sempre a “pastilha”. Os vocábulos “chilete” (nome de uma marca) e “gums” (estrangeirismo regional que não é atestado nos vocabulários regionais mais conhecidos), não os uso no quotidiano. Logo, nunca tinha pensado neste assunto, que me parece interessante. Recentemente, numa reportagem histórica, descobri que, no fim da II Guerra Mundial, os soldados americanos introduziram na Europa realidades culturais aí desconhecidas, incluindo a pastilha elástica. Poderá a história ter mais detalhes, mas é incontestável: culturalmente, revela-se bastante recente enquanto produto comercial, embora as substâncias para mastigar possam ser mais antigas. Porventura, as crianças e os jovens apreciam este produto mais do que os adultos, mesmo se alguns também não o dispensam. É o caso de certos treinadores de futebol, por exemplo. Eu tenho uma tendência para fazer bolinhas, quando mastigo alguma pastilha. Esta finalidade (pouco recomendável) vem expressa no nome inglês “bubblegum” que tem “gum” em comum com “chewing gum”. Para a realidade linguística inglesa, o género gramatical não é pertinente, mas é-o para a portuguesa. As línguas não são todas iguais. Que revelarão os dicionários do tira-dúvidas a propósito? Os dicionários do tira-dúvidas revelam algum atraso cultural e não acompanham os usos dos falantes. Nas entradas de “pirata” e “gorila” não vem referida a possibilidade de serem pastilhas elásticas. Então, decidi procurar apenas “chiclete” e “pastilha” para obter uma resposta à minha pergunta. É evidente a diferença entre o Português Europeu e o do Brasil. Os dicionários brasileiros (AURÉLIO e HOUAISS) classificam “chiclete” como masculino (“um chiclete”), havendo a par desse um outro nome também ele masculino (“chicle”). Na referência da ACADEMIA e na do PRIBERAM, “chiclete” é feminino, mas “chicle” tem o género masculino. A PRIBERAM indica a diferença de género entre o Português Europeu e o do Brasil. As restantes obras consultadas (PORTO EDITORA, MACHADO e FIGUEIREDO) não registam “chiclete”. Em contrapartida, todos os dicionários do tiradúvidas definem “pastilha”, embora nem todos com o sentido de “pastilha elástica”. Estive a falar do assunto com alguém que vive em França. Disse-me que, naquele país, há dois dicionários que são referências incontornáveis: o Larousse e o Robert, faltando obras do género para o Português. Expliquei-lhe que também as tínhamos, sendo, porém, a concorrência mais feroz. Já sabemos que é fácil o que se entende e complexo, ou discutível, o contrário. Portanto, para um provável tira-teimas, nada melhor que um breve tira-dúvidas porque as dúvidas são o primeiro passo, mas não podem ser o último. Por que razão é preferível dizer “pastilha (elástica)” em vez de “chiclete”? Porquê? É porque “pastilha” é o termo mais comum e generalizado, não representando nenhuma marca de produto. Além disso, neste caso, não há dúvidas quanto ao género feminino. Quem quiser empregar “chiclete” tem de se lembrar que o género recomendado para o Português Europeu é o feminino e para o do Português do Brasil é o masculino. É mais uma das diferenças linguísticas entre duas opções culturais distintas. De permeio, nomeadamente nos arquipélagos, derivados de “gum” (“chewing gum” e “bubblegum”) vão ganhando elasticidade e dimensão. No madeirense, “gums” (do género masculino, segundo os estudantes) é o preferido. Aprender não ocupa lugar e a reflexão linguística pode surgir das maiores insignificâncias. Os Porquês do Português TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 21 TIRA-DÚVIDAS Priberam “em linha” (2008-2013), última consulta feita dia 06-10-2014 “chiclete” chi·cle·te |clé| chiclete | s. f. (PT) ou s. m. (BR) (Chiclets, marca registada) Goma aromatizada feita a partir do chicle e que se pode mastigar durante bastante tempo. = PASTILHA ELÁSTICA chi·cle substantivo masculino 1. Látex que escorre da sapota e é utilizado no fabrico da chiclete. 2. [Brasil] O mesmo que chiclete. substantivo masculino m.q. goma de mascar Houaiss (2001) chicle substantivo masculino 1 goma insolúvel e pegajosa que flui do tronco do sapotizeiro, que certos povos têm o hábito de mastigar e que é empr. como ingrediente na fabricação de gomas de mascar 2 m.q. goma de mascar (...) s. f. (Do ingl. Chiclets <marca registada>). Goma ou pastilha elástica doce, aromatizada, que se masca. Caixa de chicletes. Chicletes com sabor a morango. Academia (2001) Porto Editora (1998) chicle (...) s. m. (Do ingl. Chiclets, marca registada). 1 Substância que escorre das sapotáceas com a qual se faz a pastilha elástica ou a chiclete. O chicle é o látice da sapota. 2 Pastilha elástica ou chiclete. verbete inexistente Machado (1991) verbete inexistente Cândido de Figueiredo (1986) verbete inexistente Aurélio (1986) [Marca registrada (do ingl. Chiclets < esp. chicle).] S. m. Chicle (2): “Devagar os caros, avançando no meio de transeuntes, das barraquinhas de chiclete e confeitos.” (Ricardo Ramos, Matar um Homem. P. 160.) chicle [Do náuatle tzictli, atr. do esp. chicle.] S. m. 1 O látex da sapota. matéria-prima da goma de mascar. 2 P. ext. goma de mascar; chiclete. “pastilha” pas·ti·lha (espanhol pastilla) substantivo feminino 1. Pedaço de pasta açucarada, de cores, formas e sabores diversificados. 2. O mesmo que pastilha elástica. 3. Pequena porção comprimida de pasta medicamentosa, geralmente de formato redondo. = COMPRIMIDO, PÍLULA (...). substantivo feminino 1 pequena guloseima de açúcar, ao qual se acrescentam corantes e/ou ingredientes ou essências de vários sabores; bala 2 (1899) Rubrica: farmacologia. massa de forma circular, comprimida para adquirir consistência sólida e envolta em açúcar, à qual se adicionam substâncias medicamentosas (...) s. f. (Do cat. [sic] pastilla). 1. Pasta pequena. 2. Pequena porção de uma pasta, açucarada, semelhante a rebuçado, com formas variáveis e essências de diversos sabores. (...). 16. pastilha elástica, pequena guloseima, de forma variável, feita com a goma de certas plantas, envolvida por uma fina camada de açúcar, de sabor variado e que não se dissolve com a mastigação, devido à sua consistência elástica e pegajosa. (...). s. f. pequena porção de açúcar, em geral de forma circular e achatada, com chocolate ou sabor a frutas (...) (do cast. pastilha, «id.») s. f. (do esp. pastilha, dim. de pasta). Pequena porção de açúcar aromatizado (em geral de forma circular e achatada), de chocolate, etc. // Qualquer massa de forma análoga (...). f. Pasta de açúcar que contém uma essência ou um medicamento (...). [Do esp. pastilla.] S. f. (...) 2. Bala, rebuçado. (...). bala (...) 6. Caramelo, drope, rebuçado: chupar bala (...). Mantém-te atualizado em... www.diariocidade.pt PUB Dicionários 22 economia TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 Mercado automóvel continua em crescimento No passado mês foram vendidos 11.986 veículos automóveis ligeiros e pesados. No mês de setembro de 2014 foram vendidos em Portugal 11.986 veículos automóveis ligeiros e pesados, ou seja, mais 35,7 por cento do que em igual mês do ano anterior. Em termos acumulados, nos primeiros nove meses do ano, foram vendidos em Portugal 127.020 veículos automóveis, o que representou uma variação homóloga positiva de 38,4 por cento. Confirma-se, assim, a desacelera- ção do crescimento do mercado verificada nos primeiros meses do ano, a qual se deve ao facto do mercado automóvel ter iniciado a sua recuperação na segunda metade de 2013. O mercado de veículos ligeiros (ligeiros de passageiros mais comerciais ligeiros), em Setembro de 2014 evidenciou um crescimento de 34,6 por cento relativamente a igual mês do ano ante- rior, ascendendo a um total de 11.646 veículos. Nos primeiros nove meses de 2014, o mercado fixou-se nas 124.970 unidades, o que correspondeu um crescimento homólogo de 38,3 por cento. l J.A. Bordado Madeira aposta na Lisboa Design Show Pela primeira vez, o Bordado Madeira está presente na Lisboa Design Show que se realiza até domingo, na Fil Lisboa – Parque das Nações. Uma iniciativa do Instituto do Vinho, do Bordado e Artesanato da Madeira, IP-RAM (IVBAM) em parceria com duas empresas do setor. Este evento que começou na quinta, conta já com 4 edições, carateriza-se por ser dedicado inteiramente ao design em todas as suas formas de expressão, como o produto, a moda e a decoração de Interiores. Evidencia-se por fatores de inovação e criatividade nacional e internacional, reunindo profissionais do setor, opinion makers e consumidores finais. E conta com um programa completo e variado de conferências, workshops, academias, oficinas e desfiles de moda. O Bordado Madeira está presente com um stand de 27m2 concebido com linhas contemporâneas e delicadas, de forma a realçar toda a qualidade, beleza e requinte do Borda- do Madeira junto dos players do setor, designers, opinion makers e consumidores finais. Esta aposta do Bordado Madeira na Lisbon Design Show reveste-se de grande importância para a promoção deste produto e constitui também uma ótima oportunidade para interagir com profissionais/compradores procurando assim, revitalizar exportações e atrair novos clientes para o Bordado Madeira. A participação nesta feira é desenvolvida no âmbito do Projecto de Promoção do Bordado Madeira e do Artesanato Regional enquadrado no Programa INTERVIR+ cofinanciado a 85%. l J.A. Custos de construção de habitação nova sobem Segundo dados apurados pelo Instituto Nacional de Estatística, os custos de construção de habitação nova aumentaram 0,8% em agosto, face ao mesmo mês do ano anterior. 3280 A aceleração do índice total foi determinada pelo comportamento da componente mão-de-obra, que aumentou 1,5%, mais 0,2 pontos percentuais do que no mês anterior, enquanto a componente de materiais diminuiu 0,1% em termos homólogos (variação nula no mês anterior). O Índice de Preços de Manutenção e Reparação Regular da Habitação, no Continente, apresentou uma taxa de variação homóloga negativa de 1,0% (-0,5% em julho). Por região do Continente, à exceção do Algarve, todas as regiões registaram varia- ções homólogas negativas. O índice da região do Algarve apresentou uma variação homóloga positiva em agosto (0,9%), inferior, no entanto, à observada em julho (1,6%). l J.A. Os dados da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal dão conta que, até maio de 2014, existiam em Portugal cerca de 3.280 empresas em actividade neste ramo. Formação ACIF-CCIM O Departamento de Formação e Projetos da ACIF-CCIM realiza as seguintes acções de formação: Relações Interpessoais no Trabalho 14 de outubro Destinatários: Todas as pessoas interessadas em potenciar as suas capacidades relacionais e comunicacionais. Objetivos: Dotar os participantes com conhecimentos básicos, sobre análise transacional e sua estrutura funcional, a fim de poderem identificar e gerir atitudes, comportamentos, emoções e transações no relacionamento interpessoal. Horário: 9h30 - 13h00 e 14h00 - 17h30 Formador: Eng. João Arménio Augusto Valor de Inscrição: Associado - € 40,00 | N/Associado - € 55,00 Finanças para o Comércio 20 e 21 de outubro Destinatários: Todos os responsáveis pela gestão de um espaço de comércio sem formação específica na área financeira que pretendam melhorar o seu desempenho profissional. Objetivos: No final do curso os participantes serão capazes de: - Calcular o preço de venda, as margens de lucro, os gastos e os resultados obtidos. - Calcular, de forma simples e precisa, o valor de vendas necessário para obter lucro (Ponto Crítico ou Break-Even). - Construir uma demonstração dos resultados. - Quantificar e caraterizar a situação económica da empresa. - Utilizar a demonstração dos resultados para tomar decisões eficazes. - Perceber e saber validar a informação constante num balancete. - Distinguir balancetes, balanços e demonstrações dos resultados. Horário: 9h30 - 13h00 e 14h00 - 17h30 Formador: Dr. Paulo Gonçalves Valor de Inscrição: Associado - € 125,00 | N/ Associado - € 165,00 Objetivos: Proporcionar aos participantes conhecimentos, que permitam identificar e controlar os fatores de perda de tempo e causadores de stresse de modo a rentabilizarem o seu tempo e obter maior equilíbrio entre a Vida Pessoal e Profissional. Gestão do Tempo e do Stress 20 a 23 de outubro Destinatários: Pessoas que pretendam desenvolver as suas competências na gestão do tempo e controlo do stresse. Horário: 14h30 – 18h00 Formador: Eng. João Arménio Augusto Valor de Inscrição: Associado - € 75,00 | N/ Associado - € 100,00 SME Internationalisation Portal Já conhece o SME Internationalisation Portal? O portal oferece ajuda prática para as empresas europeias que procuram fazer negócios no exterior da UE, nomeadamente: • uma base de dados de serviços de apoio que podem ajuda-lo a começar a fazer negócios com o país em que está interessado; • links para outras fontes promovidas pela União Europeia de ajuda / conselhos. Saiba mais em https://webgate.ec.europa.eu/smeip/ Mais informações: [email protected] | www.acif-ccim.pt 24 opinião TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 Eduardo Luís João Henrique Gonçalves Reflexologo e presidente Ordem Mundial de Reflexologia [email protected] Advogado O caminho faz se caminhando O Comissário português ou europeu! Depois de uma passagem por Londres onde estive a fazer uma formação de Reflexologia ortopédica com o meu homólogo e colega Grego que neste momento é presidente da RIen (associação Reflexologia Europeia ) a qual o centro de Reflexologia da Madeira é certificado e orgulha se em ser o único. Neste momento a Madeira conta com dois terapeutas com formação em Reflexologia ortopédica, terapeuta Pacheco que foi corajoso e cheio de vontade de aprender é de salutar a importância de ter mais gnose em relação a estas terapias. Fico feliz por ver um formando a evoluir . A Madeira esteve em destaque em Londres nas comemorações da semana mundial de Reflexologia . Aproveito para congratular os novos terapeutas de Reflexologia que estiveram uma formação de mais de 250 horas preparados para ajudar todos aqueles que queiram e precisem de Reflexologia, todos estes terapeutas são certificados pela Rien e pela ICR . Um caminho que agora começou e que não acaba, há sempre necessidade em saber mais, procurar mais ferramentas para ajudar o próximo, objetivos assertivos e saudáveis em relação à sociedade . Quando abordamos este tema de Reflexologia ou terapias complementares por vezes ainda é infelizmente há algum misticismo ou pensam logo em vigarices é porque será? Já pensaram quantas pessoas ao virar da esquina que fazem Reflexologia ou outra terapia sem terem formação? Já pensaram quantos estão em casa fazendo massagens de 5 minutos e prescrevendo sem ter formação certificada? Já pensaram naqueles que andam a divulgar a terapia sem saberem o que é esta técnica. Caros amigos deixo aqui este alerta como Reflexólogo certificado e qualificado. Em respeito a todos aqueles terapeutas qualificados e a terapia . Neste caminho encontramos várias pessoas, mundo de culturas e ideias diferentes, umas tristes umas alegres mas todas com a necessidade de estar bem e ter alguém que as ouça. Falo em gratidão para todos os que confiaram em mim e na terapia para ajudar, gratidão para a família e amigos . Uma caminho que se faz caminhando com os pés bem assentes no chão em contato com o elemento Terra onde ganhei força e coragem para chegar onde cheguei. Falando do elemento Terra falamos do estômago e do baço pâncreas, segundo a medicina chinesa, Terra – Verão prolongado. No final do Verão chega o momento de interlúdio, de perfeito equilíbrio quando a energia do fogo diminui, transformando-se em energia da Terra, nem muito Yin nem muito Yang. Este momento é o clímax do ciclo. O humor das 5 fases está em harmonia neste momento, trazendo uma sensação de bem estar e plenitude. A sua cor é o amarelo, a cor do sol e da terra.Na anatomia humana está associada ao estômago, ao baço e pâncreas que estão situados no centro do corpo e alimentam todo o sistema do corpo. A nível da Reflexologia o elemento terra representa o calcanhar. A Terra é representada pelo calcanhar, na zona pélvica e associa-se à eliminação de resíduos e ao sistema esquelético. Um pé Terra apresenta as seguintes características: Pele seca e áspera, alguma escamação, vasos sanguíneos salientes(negros e/ou azuis), deformação óssea, presença de “areia” sob a pele, verrugas e/ou calos, zona quente e unhas grossas. Depois desta abordagem e análise detalhada sobre o elemento Terra devemos estar atentos aos nossos pés e perceber e interpretar a tonalidade e temperatura dos mesmos . Através da Reflexologia vamos trabalhar muito bem a zona do calcanhar para ajudar a eliminar as toxinas e no alívio da dor para o caso de aparecimento do famoso esporão. Como vêem a nossa caminhada começa pelo elemento Terra, sintam a energia da mesma e olhem para os pés e não se esqueçam “O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.” Cora Coralina Os comissários europeus são indicados por cada país membro. Geralmente transmite-se a ideia pacóvia de que vão para Bruxelas fazer “ o melhor possível pelo seu país”. Se cada um “fizer o melhor pelo seu país” então a comissão transforma-se numa babilónia grotesca de uma guerra sem vencedores. O que os comissários devem fazer é o que for melhor para a Europa, e sobretudo gerirem os seus pelouros de forma eficaz, racional e transparente, que é o que mais falta em Bruxelas. Mas esta noção idiota (que vão fazer o melhor pelo seu país) é reforçada em primeiro lugar pelos partidos que estão no poder em cada país e indicam arbitrariamente quem muito bem querem para o cargo de comissário europeu. O critério como digo é arbitrário ou então, como quase sempre acontece sob pressão de interesses ou grupos que querem determinado indivíduo como comissário. Vejamos como exemplo o caso português. A pessoa indicada pelo governo português foi o engenheiro Carlos Moedas. Tem a licenciatura em Engenharia Civil, pelo Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa. Além da licenciatura em um MBA pela Harvard Business School. Depois de terminar a sua formação académica foi gestor de projetos para o grupo Suez Lyonnaise des Euax . Este grupo é um conglomerado de dimensão mundial que actua em diversas áreas desde o tratamento e fornecimento de água potável, ao gaz e outras áreas de energia. Depois trabalhou em Londres no banco de investimento Goldman Sachs, na área de fusões e aquisições. Não foram estes senhores co-responsáveis pela crise que económica que ainda vivemos. Depois esteve no Deutsche Bank para montar a Eurohypo Investment Bank. Este último é um banco que tem várias actividades que vão desde o imobiliário na Alemanha, em muitos outros países da Europa, nos Estados Unidos e Ásia. Tem muitos outros departamentos onde se inclui um sector que empresta dinheiro a governos, estados federados, municípios ou “compra garantias destes” e cobra juros de acordo. (coisa pouca). Financia parcerias público privadas, as famosas PPP entre outras actividades interessantes e lucrativas. Isto para não se falar no Deutsche Bank e nas suas políticas de empréstimo a países endividados aos quais cobram juros altíssimos depois de adquirirem o capital a juros substancialmente inferiores dada a sua posição financeira saudável que lhes dá essa possibilidade. Não está em causa as actividades destes grupos nem que sejam grupos muito grandes e que apresentem resultados financeiros elevados. O “como” é que se deve questionar. Falta saber se de alguma forma influenciaram ou não a nomeação do Comissário português. Alguém se convence que não? Que nenhum destes grupos pressionou alguém ou “ninguém” para que o engº. Carlos Moedas fosse indicado pelo governo português para comissário. Eu não acredito. P.S. Numa próxima vez, abordaremos a situação anacrónica do número de comissários que compõem a comissão. desporto TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 25 Desde 1952 perto do mar e dos madeirenses www.clubenavaldofunchal.com PUB Atualidade Quinta Calaça à sua imagem Muito embora o verão tenha terminado, pretendemos que os sócios mantenham as suas visitas regulares àquela que é a sua outra casa. Ao longo dos anos, temos apetrechado a Quinta Calaça com condições para que, também durante os meses ditos frios, os sócios encontrem conforto e segurança nas suas ativi- dades. Neste aspeto, concluídas as obras do novo acesso ao solário, que permitirá uma manutenção da linha de costa mais rápida e eficaz, contamos repor, até final do ano, alguns dos equipamentos que sabemos são do agrado dos sócios. Neste contexto, estamos a recuperar os aparelhos do ginásio ao ar livre, que bre- vemente serão recolocados em espaços que permitam a sua utilização de forma fácil e segura. Do mesmo modo, também o parque infantil será reerguido, em função do espaço agora disponível, também com melhorias que pretendemos façam as delícias dos mais pequenos. Ainda para os mais novos (e mais velhos também), continuamos com a Hora do Conto, no último domingo de cada mês, num projeto que tem vindo a cimentar-se e agora pretende passar para um novo nível, promovendo-se uma troca de livros diferente do habitual. Aqueles que não perdem uma oportunidade de ir à água fazer paddle board, poderão manter a atividade durante o inverno, pois a mesma estará disponível durante o fim de semana. Queremos uma sede social cheia de vida e ativa, à melhor imagem dos navalistas. Bom fim de semana Mafalda Freitas Presidente Crónica Naval Box, uma nova oferta! A Naval Box surgiu como resposta do Clube Naval do Funchal à procura que se tem acentuado, nos últimos anos, no que diz respeito ao treino funcional. Neste novo espaço com cerca de 200m2 os treinos são sempre variados, de alta intensidade, utilizando exercícios funcionais. Saltar, correr, empurrar, puxar, lançar, etc., são tarefas do quotidiano que quando trabalhadas, nos vão permitir ser mais eficientes no nosso dia a dia. Uma vez que estas tarefas são realizadas sob a forma de desafio, temos uma combinação explosiva entre diversão e treino intenso. Este espaço não corresponde aos padrões tradicionais de ginásio que se conhecem. Aqui não existem máquinas, não queremos ser formatados! Utilizamos barras, bumpers, kettelbells, caixas de pliometria, bolas medicinais, cordas, argolas, trenós, entre outros materiais. Mas fica desde já o avi- GANHE UM VOUCHER NAVAL Em que ano se realizou a 1ª edição da regata Canárias – Madeira em barcos de vela de cruzeiro, e quem venceu? so: Caso se inscreva na Naval Box corre o sério risco de tornar-se mais forte, mais rápido, mais ágil, mas acima de tudo mais SAUDÁVEL! Igor Aguiar Instrutor Naval Box 26 desporto TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 Madeira Ocean Race com elenco de luxo tam e da nossa condição natural que justifica o binómio entre o mar e a serra. Esta prova serve de montra para aquilo que temos para oferecer, quer para os que nos visitam, quer para os que cá vivendo não valorizam o que temos», particularizou o Presidente da Câmara Municipal de Machico. Funchal voltado cada vez mais para o mar A apresentação do Madeira Ocean Race contou com as presenças de Carmo Fontes, Diretora Regional do Turismo, Juan Gonçalves, Adjunto do Diretor Regional da Juventude e Desporto, Ricardo Franco, Presidente da Câmara Municipal da Calheta, Duarte Oliveira, Chefe da Divisão do Desporto da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Caneco, 2.º Comandante Tenente do Porto do Funchal, e Viriato Timóteo, Presidente da ARCM, para além de Mafalda Freitas, Presidente do CNF. A Madeira Ocean Race contará com um elenco de luxo. A prova, primeira do género na Madeira, contará com 41 atletas oriundos de Portugal, Espanha, França, Alemanha, Inglaterra e Suécia. Entre os continentais presentes há atletas do Benfica e do Sporting, mas os destaque vão para o alemão Max Höff, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres, 5 vezes Campeão do Mundo, 4 vezes Campeão da Europa, o espanhol Walter Sanchéz, 2 vezes Campeão do Mundo e da Europa de Maratonas, o francês Benoit Lereux, Vice-campeão da Europa e Penta-campeão de França de surfski, e os internacionais portugueses João Ribeiro, Emanuel Silva e David Fernandes, recentemente Vice-campeões do Mundo em K4. Esta prova de surfski, como é mais conhecida, realiza-se sempre à bolina, ou seja, a favor do vento, e será organizada pelo Naval com os apoios da Federação Portuguesa e Associação Regional de Canoagem, destacando-se os patrocínios do Turismo da Madeira e da Nelo, empresa portuguesa maior fabricante mundial de caiaques, fornecedora de cerca de 80% dos barcos dos Jogos Olímpicos de Londres, nos quais viajaram 25 medalhas, incluindo a prata portuguesa. «O objetivo, à imagem de outros eventos que dinamizamos no desporto náutico, é promover o mar da Madeira junto de uma modalidade em franco crescimento por todo o Mundo. A par de Canárias, somos os únicos locais deste hemisfério em que se pode praticar desportos náuticos no inverno e é esta particularidade que nos torna únicos e em que devemos apostar», realçou Mafalda Freitas. «Tratandose de uma variante da canoagem com a qual os atletas madeirenses estão muito bem identificados, para os canoístas forasteiros será certamente uma boa surpresa encontrar água a esta temperatura na Europa, acompanhada das paisagens deslumbrantes, que realçam todas as características da orla costeira da ilha e as excelentes condições para a prática desta modalidade.» Programa diversificado Para além da competição, o programa do evento outras iniciativas. A 16 de outubro, pelas 18h30, será inaugurada da exposição “Canoagem, uma modalidade olímpica”, no átrio do Teatro Municipal Baltazar Dias, que será complementada com uma sessão de autógrafos com David Fernandes, Emanuel Silva e João Ribeiro. A 17 de outubro haverá, às 10h30, um passeio turístico de catamaran pela costa sul para os atletas nacionais e estrangeiros, estando agendado para as 17h30, no Village Brisa Ocean Race que será montado na Marina do Funchal, um convívio entre os canoístas. Dia 18 de outubro, dia da regata, haverá um passeio de catamaran a acompanhar a prova. A organização propõe, pelo preço de 12,5 euros, um passeio pela costa para quem quiser (também) dispensar apoio aos atletas, nomeadamente David Fernandes. Após a regata haverá um convívio no Village, com Zumba Fitness e expositores dos parceiros do evento. Finalmente, 19 de outubro será reservado a passeios pela ilha para os participantes. «Com este leque de participantes e programa social e cultural, só dependemos das condições meteorológicas para que o Madeira Ocean Race seja um sucesso. Deixo aqui o desafio aos patrocinadores públicos e privados para que, em 2015, possamos alargar o programa para fazer duas grandes etapas e abranger pelo menos os concelhos de Funchal, Machico e Calheta, promovendo o mar da Madeira como destino de excelência para a prática dos desportos náuticos no inverno», concluiu Mafalda Freitas. Produto turístico ímpar Carmo Fontes relevou a ideia da singularidade do nosso mar. «Podemos pegar numa frase aqui dita e que é fundamental para a Madeira enquanto destino turístico: é uma das poucas ilhas onde se pode viver o mar, em todas as suas vertentes, durante todo o ano. É importante realçar a sua temperatura, pouco variável ao longo do ano, que o torna um produto turístico ímpar e que terá de ser cada vez mais aproveitado», considerou a Diretora Regional do Turismo. «Sempre que possível, teremos vontade para desenvolver esta vertente tão importante para a economia da Madeira.» Ricardo Franco elogiou a reunião de esforços. «Vemos com bons olhos estas parcerias que permitem levar por diante eventos desta natureza, que são importantes para a nossa promoção, não só turística mas também do nosso ambiente, dessa grande valência que é saber receber os que nos visi- Duarte Oliveira considerou uma honra para a CMF apoiar o Naval e este evento. «Reconhecemos a importância sóciodesportiva deste clube, que é cada vez mais eclético, e reconhecemos a sua capacidade de organizar e produzir eventos de qualidade. É um evento para o turismo náutico e sendo o Funchal uma cidade cada vez mais voltada para o mar, só temos de agradecer a todos quantos associaram-se a esta iniciativa», elogiou o Chefe da Divisão do Desporto da Câmara Municipal do Funchal. Já Juan Gonçalves considerou que estas iniciativas demonstram dinamismo, competência e vontade de organizar eventos, mesmo em período de dificuldades. «Estas parcerias público- privadas possibilitam encontrar soluções para operacionalizar este género de eventos. Neste caso, permite promover a canoagem e que atletas madeirenses participem em eventos desta grandeza com outros atletas de referência internacional, com os dividendos, aprendizagens e aperfeiçoamento que esta experiência proporcionará, com um menor custo do que suscitaria a sua ida ao exterior», apontou o Adjunto do Diretor Regional da Juventude e Desporto. Olho no Europeu Finalmente, Viriato Timóteo louvou a iniciativa. «O Naval pode contar com a ARCM e todos os seus meios no apoio a esta prova. A Madeira possui excelentes condições para eventos de âmbito de natureza internacional e julgo que da experiência e do êxito que vier desta prova, partiremos para uma prova de âmbito europeu. Há abertura da Federação Portuguesa de Canoagem e da Associação Europeia de Canoagem para continuarmos a apostar na Madeira como pólo de dinamização de eventos nacionais e internacionais», fundamentou o presidente da ARCM. Cirilo Borges PUB Medalhados olímpicos e Campeões do Mundo entre os participantes opinião TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 Roberto N. A. Fernandes PSP e a uma panóplia de temas relacionados com a Segurança Interna lusitana, num prisma de franca abertura e informação ao público quanto à especialidade da atividade policial. Delegado do Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia (SNOP) no Comando Regional da Madeira A história da Polícia da Madeira: dos quadrilheiros à PSP contemporânea A HISTÓRIA DA POLÍCIA DA MADEIRA: DOS QUADRILHEIROS À PSP CONTEMPORÂNEA Apontamento prologar No espírito das comemorações do 136.º aniversário da Polícia de Segurança Pública (PSP) da Região Autónoma da Madeira, efeméride celebrada, anualmente, a 1 de setembro, assolou-nos o desafio de procurar desenvolver uma breve resenha retrospectiva da história da Polícia neste peculiar território insulano português, que, segundo a lenda, foi moldado com sal e lava pelo próprio Neptuno, no coração do Mar de Thetis1. Para tal, alicerçámos as presentes notas em aturadas pesquisas bibliográficas e compêndios históricos e legislativos, balizando-as entre o século XV e a atualidade contemporânea, recorrendo a técnicas científicas de âmbito multidisciplinar, suficientes à susten- tação de um trabalho de investigação, equilibrado e despretencioso, sobre a origem e progressos da Polícia na Madeira, numa ótica naturalmente indissociável da evolução da Corporação ou da história do arquipélago – assumindo, aqui, a insularidade como um espaço comum de oportunidades (v.g. refúgio, fuga, privilégio) e de limitações (isolamento, prisão, constrangimento de recursos, etc.) – e, em geral, do país, convergindo-as num formato ainda inexistente, de âmbito integral e genérico, aproveitando os ensaios já construídos e aqui divulgados. Por versar sobre um assunto denso e complexo, enredado em diferentes contextos históricos, políticos e sociais, organizámos este singelo ensaio retrospetivo em seis partes que passaremos, a partir da presente data, a apresentar mensalmente neste senáculo, especialmente reservado ao SNOP/ 1 - Nomenclatura dada por Abraham Ortelius, um cartógrafo e geógrafo belga, considerado o criador do primeiro Atlas moderno, designado por Theatrum Orbis Terrarum, editado em 1570. 2 - Pela Lei de 2 de julho de 1867, subscrita por D. Luís I. 3 - Nova designação introduzida pelos republicanos a 17 de outubro de 1910. Vide Diário do Governo n.º 11 de 18 de outubro de 1910. 4 - Após a reorganização de 29 de agosto de 1893, pela mão do Rei D. Carlos I, surge a primeira referência à Polícia de Segurança Pública no seio da Polícia Civil. 5 - Com a reforma do Decreto n.º 4166, de 27 de abril de 1918, a PSP surge como Repartição da Polícia de Segurança. Quatro anos mais tarde, constitui-se como uma unidade autónoma, conforme revela o Artigo 1.º do Decreto n.º 8435, de 21 de outubro de 1922. 6 - Vide as edições do Tribuna de 24 e 31/01/2014. 7 - A génese da atividade policial, a sua estrutura e modelo organizacional nesta Região Autónoma, plantada na plataforma da Macaronésia, esteve, ab initio, intimamente relacionada com os poderes da administração pública local e ainda com as funções de proteção e defesa da população contra malfeitores e invasores externos. Com a redescoberta em 1418 (Ilha do Porto Santo) e 1419 (Ilha da Madeira) do Arquipélago da Madeira e o seu consequente povoamento, com maior ímpeto a partir do ano de 1425, sob o comando do Infante D. Henrique, a ilha da Madeira foi organizada administrativamente em duas capitanias, com sedes no Funchal e em Machico, tendo o Porto Santo sido integralmente constituído como terceira capitania destas ilhas atlânticas. I PARTE: POLÍCIA CIVIL – POLÍCIA CÍVICA – POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA Historicamente, a Polícia Civil, criada pela Coroa em 2 de julho de 18672 e enquanto sistema público estatal de policiamento e segurança, era uma força policial urbana que orbitava principalmente em Lisboa e no Porto. Apesar de timidamente replicada em muitas das capitais de distrito do país e sujeita a sistemáticas e voláteis reformulações estruturais, inexistia então o conceito de unidade e organização de cariz nacional propriamente dito, estando os vários Corpos de Polícia Cívica3, de índole civilista, circunscritos a várias cidades, autonomizados entre si e muito próximos dos governos civis e municipais. Somente com os impulsos das sucessivas reformas orgânicas, despoletadas após o final da Grande Guerra (1914-1918), é que a PSP4, finalmente, se consolidaria como uma unidade autónoma5, específica e profissionalizada, da Polícia Cívica, assumindo-se, nos anos 30, como um corpo policial de expressão nacional – apesar de ainda limitado ao espectro continental –, dotado, a partir de 1935, de um Comando-Geral próprio. Entretanto, tais mudanças no aparelho público de segurança do continente Português tardavam em chegar aos remotos arquipélagos luso-atlânticos e às suas gentes. Este sistema tripartido de administração territorial era encabeçado pelo respetivo Capitão do Donatário, indicado pela Coroa de Portugal para a exploração económica e gestão expansionista nestes exóticos e ricos territórios insulares no misterioso Mar de Atlas. 8 - Um dos marcos indeléveis da cosmópole funchalense é o Golden Gate Grand Café, a “Esquina do Mundo”, imortalizada pela obra ‘Eternidade’ (1933) de José Maria Ferreira de Castro (1898-1974), um dos maiores vultos de sempre da cultura portuguesa. Desde que abriu ao público, em 1841, “(...) aquele ângulo do Funchal era entre as esquinas do Mundo, uma das mais dobradas pelo espírito cosmopolita do século. Em viagem de recreio ou em trânsito para as África e Américas, davam volta ao cunhal do Golden Gate diariamente, homens e mulheres de numerosas raças, a passo vagaroso, o nariz no ar, as mãos carregadas de cestos, de garrafas, e de bordados da Madeira (...)”. 9 - Pela sua posição (geoestratégica) central no Mar de Atlas, a Madeira foi, durante eras – como nos descreveu João Figueira de Sousa (2000) – um ponto de passagem obrigatória dos grandes paquetes oceânicos, tendo sido um dos principais eixos das rotas entre a Europa e os continentes africano e americano, até ao início da II Grande Guerra. Entre os navios de passageiros e mercadorias que aqui escalavam regularmente, destacavam-se os das linhas que ligavam Portugal Continental às suas antigas colónias africanas, bem como os que efetuavam a ligação quinzenal entre a Inglaterra e a África do Sul (linha Southampton/Cidade do Cabo) nas décadas de 40 e 50, levando ao estabelecimento de uma comunidade inglesa importante na Ilha. As décadas de 60 e 70, nesta zona do Atlântico, foram dominadas pelos navios soviéticos de cruzeiros, com passageiros dos países nórdicos. Entre os anos 80 e 90, a indús- O COMISSARIADO DE POLÍCIA CIVIL DO FUNCHAL (1878) Desde o século XV que o Funchal vinha sendo patrulhado, especialmente durante a noite, pelos denominados Quadrilheiros6, dirigidos por um alcaide, então, apresentado pelo capitão do Funchal na sua qualidade de alcaide-mor, os quais estavam incumbidos da vigilância e segurança das áreas residenciais.7 O rápido crescimento do Funchal e o seu papel cosmopolita8, central e estratégico, nas rotas marítimas e comerciais internacionais do século XV ao XVIII, exponenciou o seu desenvolvimento económico e demográfico e, umbilicalmente, as suas necessidades securitárias e de manutenção da paz social, para as quais os Quadrilheiros já não conseguiam acompanhar. Nessa época, o porto do Funchal9 era, simultaneamente, o começo e o fim do Novo Mundo. 10 Somente em 1834, após a retirada da força expedicionária de ocupação britânica11 e da consolidação da monarquia constitucional, foi criado um corpo policial efetivo, cuja superintendência esteve, primeiro, a cargo da Provedoria do Concelho e, depois, no organismo que a substituiu, a Administração do Concelho do Funchal. Definitivamente instalado em 1 de setembro de 1878, o Comissariado do Corpo da Polícia Civil no Funchal estava incumbido de manter a ordem e a segurança públicas e de velar pelo cumprimento das leis relativas a essa ordem e segurança nos seus múltiplos aspetos, como por exemplo de tria dos cruzeiros passou a cobrir a ligação aos Estados Unidos da América, à Europa e à plataforma macaronésio-africana. A forte tradição turística, o ambiente, o clima, a sua localização geográfica, a existência de equipamentos e serviços de apoio aos visitantes, a convivialidade do seu povo, a tranquilidade e a estabilidade política foram e ainda são o segredo do sucesso do mercado turístico madeirense. 10 - Por causa de sua posição estratégica, o porto e a cidade do Funchal foram atacados pelos alemães durante a Grande Guerra. 11 - Não nos esqueçamos que o arquipélago da Madeira foi ocupado militarmente pelos «aliados» britânicos em 1801 e em 1807, por um período global de sete longos anos, a título de proteção e defesa contra as forças napoleónicas, com a subserviente concordância do Príncipe Regente, então exilado no Brasil. A ocupação britânica da Madeira repeter-se-ia aquando da Revolta da Farinha (fevereiro de 1931). 12 - Demarcamos, por exemplo, o Registo de captura de mendigos e seu destino, Registo de hóspedes entrados nos hóteis, Registo de individuos presos ou castigados e dos delitos que os motivaram, Registo de participações por arguições várias, Registo de queixas e partes policiais, Registo do serviço dos guardas cívicos, Matrículas dos condutores dos carros de bois do serviço público, Registo dos autos de transgressão ao código de estrada, Registo de licenças concedidas aos carreiros do Monte, Matrícula das meretrizes, Registo das casas toleradas, Registo dos autos de levantamentos de géneros alimentícios para análise laboratorial, entre muitos outros. Quanto à intervenção na mendicância, destaque-se ainda o Asilo da Mendicidade, criado e sustentado pela própria polícia do distrito, que acolhia os rapazes da miséria num edifício camarário, 27 polícia de segurança, polícia de trânsito, polícia sanitária, polícia de investigação, entre outros.12 Sublinhe-se que, naquele tempo, a Polícia Civil era a única força de segurança ao serviço destas ilhas13 e do seu povo atlante. Geograficamente afastado e desligado da metrópole olisiponense, o Comissariado da Polícia do Funchal14, em pleno ano de 1921, ainda obedecia ao decrépido regulamento policial de 7 de dezembro de 1824. Constituído apenas por duas esquadras, este Comissariado funchalense estava dotado de um efetivo diminuto, de cerca de 50 homens, insuficiente para policiar convenientemente a fervilhante cidade do Funchal e demais povoações insulanas. Era do Comissariado da Polícia Civil do Funchal que irradiava o policiamento para qualquer localidade do arquipélago, consoante as necessidades de imposição da ordem pública e mediação social, numa lógica operacional que perduraria até ao princípio do terceiro quartel do século XX. A Grande Depressão (1929) e as turbamultas insulares dos anos 3015 acabariam por fragilizar a débil orgânica da PSP da Madeira – enquanto polícia urbana, próxima da comunidade madeirense e solidária com o descontentamento social generalizado –, levando, em 1934, à imposição de severas reformas16, incluindo a realização de uma sindicância interna que resultou na dissolução do corpo policial e na sua ulterior reorganização.17 Ordinem et Patria (Continua) no Lazareto. Vide edições do Tribuna de 28/03/2014 e de 23/05/2014. Neste arco das múltiplas atribuições da PSP, é interessante analisar o inventário do arquivo da PSP, incorporado no Arquivo Regional da Madeira – Direcção Regional dos Assuntos Culturais – Secretaria Regional do Turismo e Cultura, disponível em URL: http://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s &source=web&cd=1&ved=0CCEQFjAA&url=http%3A %2F%2Fwww.arquivo-madeira.org%2Fdownload.php %3Fid%3D107&ei=4fLnU4vxCuqw0QXNtoHICg&usg =AFQjCNEIJ5e40iPxvV0paXMt7iGAmBaClA&bvm=b v.72676100,d.bGQ. 13 - Em 1386, eram já referidas na literatura castelhana como “Leiname”, “Diserta” e “Puerto Santo”. 14 - Por força do Decreto de 6 de agosto de 1892, o lugar de Comissário do Corpo de Polícia Civil do Funchal foi sendo exercido pelo administrador do concelhosede de distrito. O Decreto n.º 23596, de 18 de Dezembro de 1933, instala o Comissariado da Polícia Cívica na ala oriental do antigo paço episcopal do Funchal. 15 - De que são expressão a Revolta da Farinha (fevereiro de 1931), Revolta da Madeira (abril de 1931) e a Revolta do Leite (1936). Sobre esta temática, recomendamos a consulta das edições do Tribuna de 28/02/2014, 04/04/2014, 09/05/2014 e 05/09/2014. 16 - Segundo Rui Nepomuceno, António de Oliveira Salazar (1889-1970) – proeminente figura de governativa entre 1932 e 1968 e promotor do Estado Novo (19331974), corporativista e autoritário – jamais perdoaria a (insurrecta) Madeira pela sua insolência. 17 - Cfr. Decreto-Lei n.º 23651, de 9 de março de 1934. PUB 28 sociedade CARTÓRIO NOTARIAL PRIVADO EM SANTA CRUZ - MADEIRA Notária Carla Cristina de Jesus Alves Rua da Fonte, 13º, 1º andar, Santa Cruz (publicado no Tribuna da Madeira 10-10-2014) Nelson Ritchie lança “a culpa” O novo single do artista português Nelson Ritchie intitulado por “a culpa” já está a ser divulgado em mais de 40 rádios pelo país. Desde 2012, ano em que lançou o tema “Yeah, Let’s get party” fruto de influências “dance” aliadas ao seu estilo pop, Nelson Ritchie afastouse dos caminhos promocionais, trabalhando na preparação de novos temas, ansiados pelo seu público. Após vários meses de trabalho intenso, rodeado de uma equipa de músicos, produ- tores e compositores conceituados tanto nacional como internacionalmente, surgem os tão esperados temas. O novo single do artista “a culpa” é uma balada poderosa que a voz do Nelson interpreta de uma forma muito pessoal, cuja letra foi escrita exclusivamente por ele. “Esta música é talvez um dos temas mais intensos que interpretei até hoje”, afirmou. O tema é fruto da colaboração com os compositores FABIAN FARHAT&SALIM ASÊNCIO, dois nomes incon- tornáveis da música latina, tendo sido recompensados por vários Grammy’s de melhores autores. Mais uma vez, no seguimento dos seus dois álbuns, Primeiro Sinal (2008|Espacial) com o qual foi considerado revelação do ano 2008, e Amanhã (Sony Music|2010), Nelson Ritchie regressa em primeiro plano com a sua energia, empenho e carinho pelo seu público, acreditando no seu lema: “Acreditar será sempre a melhor forma de alcançar”. l PUB PUB Certifico, para efeitos de publicação, que por escritura lavrada hoje, com início a folhas vinte e sete e seguinte do livro de notas para escrituras diversas número cinquenta C, Maria Gorete Alves Teixeira, NIF 191 489 352 Maria do Carmo Alves Teixeira, NIF 191 495 115 e Manuel Agostinho Alves Teixeira, NIF 134 775 600, todos solteiros, maiores, naturais da freguesia e concelho de Machico, onde residem ao Caminho dos Poços, número 29 A, se declararam donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano, localizado ao Sítio da Pontinha na freguesia e concelho de Machico, com a área de trezentos metros quadrados, sendo a área de cento e cinquenta e oito metros quadrados de implantação do prédio, composto por casa de habitação, que confronta a norte com João Teixeira de Aguiar, a sul com a vereda, a leste com Caminho e a oeste com Santa Casa da Misericórdia, inscrito na matriz predial sob o artigo 2078, sem correspondência com artigo anterior por antiguidade do actual, com o valor patrimonial e atribuído de dezanove mil oitocentos e vinte euros, omisso na Conservatória do Registo Predial de Machico. Que o referido prédio veio à posse dos justificantes, no ano de mil novecentos e oitenta e sete, por doação verbal feita por Rosa Alves, actualmente já falecida, à data solteira, maior, residente que foi ao Sítio da Pontinha, na freguesia e concelho de Machico. Que, pelo facto da aquisição do prédio não ter respeitado a forma legal estabelecida, os justificantes não dispõem de documento que lhes permita fazer o registo do prédio em seu nome. Mas apesar da falta de título, desde aquela data, os justificantes estão na posse do respectivo prédio, retirando dele todas as utilidades e suportando os respectivos encargos, praticando sobre o prédio os actos materiais de posse correspondentes ao exercício do direito de propriedade, nomeadamente habitando a casa, na convicção de estarem a exercer tal direito, à vista das pessoas em geral e sem oposição ou violência de quem quer que seja, pelo que já o adquiriram a título originário por usucapião. É parte certificada e vai conforme o original, declarando que da parte omitida nada consta que altere, prejudique, modifique ou condicione a parte transcrita. Santa Cruz, sete de outubro de dois mil e catorze. A Notária, Carla Cristina de Jesus Alves TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 www.tribunadamadeira.pt opinião TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 29 RUI ALMEIDA Dirigente do PAN-Madeira O TRIBUNA não é apenas feito para si, também é feito por si. Envie-nos sugestões, informações, comentários, fotografias e as suas opiniões para o e-mail: Encurtar distâncias Empresa proprietária: O. L. C. - Audiovisuais, TV, Multimédia, Jornais e Revistas, Lda. Contr. n.º 509865720 Matriculada na Conservatória do Registo Comercial da Ponta Delgada, com o n.º 04795/92 Sociedade por quotas com o capital social de € 100.000,00 Sócio-gerente com mais de 10% do capital – H.S.S.A. - Unipessoal Redacção e Paginação: Telef.: 291 911400 e 291 911300 – Fax: 291 911409 E-mail: [email protected] http://www.tribunadamadeira.pt Sede: Edifício Sol-Mar, sala 303, Ponta Delgada Telef: 291 911400/300 – Fax: 291 911409 E-mail: [email protected] Parque Empresarial Zona Oeste – PEZO, Lote n.º 6 9300 Câmara de Lobos – Madeira – Portugal impulsos egocêntricos, a lei do mais forte é a mais perfeita definição de Erro. A pergunta era, “Como podemos mudar o ser humano?” Há aí várias respostas. Na verdade, quer queiramos quer não, ele está a mudar, e a ser moldado, a todo o instante. Como podemos formar as pessoas para o diálogo, para o consenso? É certamente mais difícil e moroso evoluir pelo diálogo e o consenso, do que por uma ordem imposta, mas há vantagens. Quando todos são envolvidos e as opções e diferentes perspectivas são abertamente discutidas, caso uma decisão não gere unanimismo, terá sido legitimada por um processo verdadeiramente democrático e será portanto de mais fácil aceitação pelo todo. Não há dúvida que uma resposta na linha da “Política da Consciência” defendida pelo PAN constitui uma posição coerente sobre esta matéria omissa em qualquer outro partido. É uma proposta que visa estabelecer uma nova métrica nas relações societais, pretende aproximar-nos dos outros e neste processo o primeiro passo é aproximarnos de nós mesmos e para isto são recomendados exercícios de meditação laica ou atenção plena. É portanto um trabalho de encurtar distâncias! Director: Edgar R. de Aguiar Redacção: Fabíola Sousa, Juan Andrade Ricardo Soares e Sara Silvino Fotografia: Fábio Marques (Madeira), Diana Sousa Aguiar (Lisboa) Economia: Juan Andrade CARTÓRIO NOTARIAL DO FUNCHAL A CARGO DE SUSANA LOPES TEIXEIRA, NOTÁRIA EM SUBSTITUIÇÃO, POR DELIBERAÇÃO DA ORDEM DOS NOTÁRIOS, SITO NAS RUA JOÃO TAVIRA E RUA DA QUEIMADA DE BAIXO, NÚMERO 4, FREGUESIA DA SÉ, CONCELHO DO FUNCHAL TELEF. 291 639 600 – FAX 291 639 607 E-mail: [email protected] (publicado no Tribuna da Madeira a 10-10-2014) Certifico, para fins de publicação que por escritura outorgada hoje, a folhas 33 do Livro de notas para escrituras diversas número 13-A, deste Cartório, se encontra exarada uma escritura de Justificação Notarial, na qual Conceição Gorete Fernandes, NIF 247 084 735, natural da freguesia da Quinta Grande, concelho de Câmara de Lobos, e marido José Francisco da Silva Júnior, NIF 212 920 456, natural da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, concelho de Câmara de Lobos, residente no referido Caminho Velho, número 23, casados no regime da comunhão de adquiridos, se afirmam donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio rústico, localizado ao sítio do Lombo, freguesia de Quinta Grande, concelho de Câmara de Lobos, com a área de trezentos e trinta e oito metros quadrados, a confrontar do Norte com João de Andrade, Sul com a Estrada, Leste com Martinho Fernandes, Oeste com Manuel Gonçalves da Silva, inscrito na matriz cadastral sob artigo 7/000 da Secção DD, e descrito na Conservatória do Registo Predial de Câmara de Lobos sob o número quatrocentos trinta e três - freguesia da Quinta Grande, onde se encontra registado pela apresentação trinta e quatro de mil novecentos noventa e seis barra onze barra doze, a favor de Martinho Fernandes e mulher Maria Matilde de Sousa, casados no regime da comunhão geral, residentes ao sítio das Fontes, dita freguesia da Quinta Grande. Que o referido prédio ficou a pertencer aos ora justificantes, no ano de mil novecentos e setenta e cinco, já no estado de casados, na sequência da doação meramente verbal feita pelos pais da justificante mulher, os titulares registralmente inscritos, Martinho Fernandes e Maria Matilde de Sousa, residentes que foram ao sítio das Fontes, os quais à data ainda não tinham o prédio resgitado do seu nome. Que por escritura de cinco de Agosto de mil novecentos noventa e seis, exarada a folhas noventa e dois do Livro 207-B do Extinto Segundo Cartório Notarial do Funchal, aqueles titulares inscritos, procederam à legalização do identificado prédio, justificando o seu direito de propriedade e em consequência registando-o no seu nome, sem que no entanto tivessem reduzido a escritura pública a doação que de forma verbal, já haviam feito aos seus referidos filha e genro, os ora justificantes. A verdade é que os ora justificantes, entraram na posse do prédio desde aquele ano de mil novecentos setenta e cinco, com o ânimo de quem exerce direito próprio, sendo reconhecido por toda a gente, de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, pacificamente porque sem violência, contínua e publicamente, à vista e com reconhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém. Adquiriram, assim, os justificantes o supra identificado prédio a título originário por usucapião. Está conforme o original aqui narrado por extracto. Funchal, vinte e nove de Setembro de dois mil e catorze. P’la NOTÁRIA, (Zélia Fernandes Gomes – inscrita na Ordem dos Notários sob o n.º 301/08). Secretariado de Redacção: Dulce Sá Colunistas: António Cruz, Celso Neto, Constantino Palma, Ferreira Neto, Francisco Oliveira Gregório Gouveia, Helena Rebelo, Humberto Silva, Idalina Perestrelo, Joana Homem Costa, José Carvalho, José Mascarenhas, Luísa Antunes, Pinto Baptista, Raquel Coelho, Ricardo Freitas, Teresa Brazão e Rui Almeida Paginação e tratamento de imagem: Miguel Mão Cheia, Miguel Reis Departamento Comercial: Hernani Valente Departamento Financeiro: Clara Vieira Redacção, montagem, impressão e distribuição: O. L. C., Limitada Morada: Parque Empresarial Zona Oeste PEZO, Lote n.º 6 9300 Câmara de Lobos Madeira - Portugal Telef.: 291 911300 e 291 911301 Fax: 291 911309 E-mail: [email protected] Registo no ICS N.º 123416 Empresa jornalística N.º 220639 Depósito legal N.º 142679/99 INPI N.º 4354 N 9909 Tiragem: 11.000 exemplares PUB Temos uma democracia representativa, nela, alguns, e durante um certo intervalo de tempo, ditam o rumo da sociedade. Este exercício de poder por parte dos órgãos representativos é suposto orientar-se pela construção do bem comum. Como o objectivo do poder é perpetuar-se, na convicção da superioridade do seu ideário, faz com limitado grau de liberdade ditado pelos mercados ou pelas próprias ideias partidárias, o seu melhor na gestão da coisa pública, embora tenhamos de reconhecer que também recorre à manipulação da opinião pública por diversos meios. Com o pressuposto do poder se querer perpetuar, de querer provar a sua tese de gestão superior, ou por razões mais inefáveis e humanas, se querer perpetuar para poder distribuir ‘tachos’ e fazer o seu tráfico de influências, com estes pressupostos individualistas e partidocráticos, bem podemos temer pela esperada construção do bem comum. O modelo democrático tem assim tudo para nele vermos perpetuados os interesses particulares e as atitudes egocêntricas dos protagonistas que se propõe servir-nos. Acresce que as pessoas que não estão envolvidas na política, na sua maior parte estão refens de uma ideia muito difundida de que a socieda- de só funciona com base na competitividade, escravizadas pelos trabalhos e as dívidas, têm pouco tempo para si mesmas e muito menos tempo para os outros. A pergunta de como podemos mudar então a política e a democracia é uma pergunta acerca de como podemos mudar o ser humano. Reencontramos a mesma afrontosa lógica de confrontação em quaisquer relações humanas. No encontro de dois indivíduos, há o encontro de egos, há a competição. Qualquer diálogo ou contacto passa a ser uma competição, se um considera que tem mais poder vai usa-lo, vai fazer por afirmá-lo, criando obstáculos à colaboração. Esta posição de força pode ter sobre o visado três efeitos, submissão, rejeição ou abandono. O efeito pretendido por quem tem o poder é a submissão, mas muitas vezes o que acontece é uma reacção de rejeição e insubordinação que aos olhos do poder serve, à posteriori, para justificar os obstáculos criados. Noutros casos, e quando possível, o sujeito visado opta pelo abandono. Esta breve descrição aplica-se portanto num campo muito amplo, é a lógica do mercado, da concorrência, mas também reconhecemo-la em quaisquer grupos em que as pessoas se encontram, em cenários da violência doméstica e se acontece no partido a que pertenço, acontece em todos. Para um ser cujas acções podem influenciar o destino do próprio planeta ao agir sob [email protected] 30 frases TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 “ O Estado Social não pode ser considerado uma variável dependente dos mercados financeiros ou monetários” “ Marcelo Rebelo de Sousa, comentador político - TVI24 “ Papa Francisco, líder da Igreja Católica - Revista Visão É vexatório que um país como Portugal, pela terceira vez, em 40 anos, tenha de viver uma situação de protectorado financeiro. Mas, há uma lição aprendida. Acho que a sociedade portuguesa não aceitará mais a ideia de que se pode governar a pensar em ganhar eleições, endividando as gerações seguintes” “ Tenho dúvidas que tenhamos grande espaço para baixar os impostos” Pedro Passos Coelho, Primeiroministro - Diário Económico “ É uma falsa democracia, os ministros não sabem nada do que se passa no país, que está numa situação difícil, com a destruição da Saúde, da Justiça e da Educação” Paulo Portas, vice-primeiro-ministro, Jornal Sol “ “ Não estou arrependido do empurrão. Tenho de estar arrependido do quê? Queria ir do ponto A para o B e alguém [Mourinho] surgiu no meu caminho e confrontou-me antes de chegar ao ponto B. Queria ver qual era a gravidade da lesão de Alexis Sànchez” “ Só falta agora que o dr. António Costa ganhe as eleições com maioria absoluta e Guterres seja Presidente, que é a cereja sobre o bolo, para termos novamente o pântano em todo o seu esplendor” Marinho Pinto, Eurodeputado - Público “ Barack Obama, Presidente dos Estados Unidos - Jornal i Ronaldo está a quebrar todos os recordes” Iker Casillas, jogador do Real Madrid – A Bola Mário Soares, ex-Presidente da república - Expresso Apoiados por uma vasta coligação de aliados e parceiros, vamos continuar com ações decisivas para enfraquecer e finalmente destruir o Estado Islâmico” Se o Presidente da República não tem esperança quem é que tem?” Arsene Wenger, técnico do Arsenal – Sic Notícias “ O povo não quer fantasmas do passado de volta” Dilma Rousseff, Presidente do Brasil – Golbo.com opinião TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 31 Sociedade de Advogados, RL Moedas virtuais, riscos? Desde o passado dia 4 de Outubro que é possível utilizar em Portugal, no Centro Comercial Saldanha Residence, uma caixa de ATM de bitcoins. Mas afinal o que são bitcoins e qual a sua funcionalidade? Os bitcoins são um tipo de moeda virtual susceptivel de ser utilizado como meio de pagamento de bens e serviços. A par dos bitcoins têm sido criadas moedas virtuais de muitos tipos, que começaram do do Banco Central Europeu, para os riscos de utilização e de comercialização de “moedas virtuais”, como o bitcoin. O Banco de Portugal relembra os consumidores, que “as moedas virtuais não são seguras” e que “as entidades que emitem e comercializam moedas virtuais não são reguladas nem supervisionadas por qualquer autoridade do sistema financeiro, nacional ou Europeu”. Efectivamente, os consumidores suportam todo o risco das operações realizadas, pois, não existe qualquer garantia de que estas “moedas virtuais” sejam aceites na compra de quaisquer bens e serviços e em caso de desvalorização total das moedas não existe um fundo que sustente a verificação de perdas e que proteja o consumidor das regras impostas pelo mercado de compra e venda de bens e serviços. Mais, a referida “carteira digital” possui uma chave pública e uma chave secreta ou palavra passe que permite o acesso à mesma, contudo, não são insusceptiveis de ataques de piratas informáticos. A par do referido, este poderá ser um mecanismo de branqueamento de capitais, pelo que, Portugal deverá instituir um mecanismo de regulamentação e fiscalização que responda eficazmente a esta nova realidade por forma a evitar a verificação de ilegalidades nas operações. O primeiro ATM português de bitcoins já foi inaugurado e prevê-se a instalação de outros dois aparelhos no Algarve e no Porto, pelo que, a necessidade de regulação deste mercado é inevitável. PUB Dra. Joana Calado Advogada, área de actuação: Direito Fiscal, e-mail: [email protected] por surgir no contexto dos jogos de computador “online” e nas redes sociais, evoluindo para o mercado das compras de bens online. As moedas virtuais podem ser adquiridas com dinheiro convencional, sendo depois transferidas para uma conta personalizada em bitcoins, normalmente designada por “carteira digital”. A “carteira digital” permite aos utilizadores enviar e receber bitcoins por via electrónica para qualquer pessoa ou convertelas em moeda convencional, como por exemplo, Euros, Libra ou Dólar. A disponibilização ao público português de uma ATM com estas características levou o Banco de Portugal a emitir um comunicado, datado de 3 de Outubro de 2014, informando o consumidor que este tipo de operações e que este ATM não está integrado no sistema de pagamento português, pelo que, alertou os Portugueses, no mesmo senti- PUB Previsão para hoje Períodos de céu muito nublado com abertas. Vento em geral fraco. TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 10 de Outubro de 2014 Raquel Coelho Deputada do PTP A máscara caiu A inevitável saída de Alberto João Jardim da liderança do PSD revelou o que existe de pior no PSD. Trouxe à tona as divergências, vinganças e ambições que durante anos estiveram escondidas e adormecidas. Reinava uma paz aparente entre os sociais-democratas proporcionada pelas vitórias e sinecuras que Jardim lhes oferecia. Mas não passava de um embuste que acabou por se revelar quando o líder caiu em desgraça. Logo surgiram candidatos em catadupa à liderança do partido, sendo Albuquerque o pioneiro e dando origem à célebre lamúria de Jardim, “as facadas nas costas”. Logo que surgiu a oportunidade viraram o bico prego, passando-se por salvadores da pátria, puros e imaculados, pregando moral e criticando os erros do Jardinismo, quando sabemos que andaram todos estes anos de “cama e mesa” com Jardim. Foram eleitos nas maiorias absolutas, nas suas quarenta vitórias e nunca nestes anos falaram na falta de democracia, no desbarate de dinheiro públicos, inclusive, foram eleitos com ajuda do Jornal da Madeira e com todas as políticas transgressoras da democracia e nunca se queixaram. Mas agora que vêm os cargos e sinecuras ameaçados, lavam as mãos das responsabilidades como se não tivessem feito parte do PSD estes anos todos. Reescrevem a história à sua maneira, quando sabemos que todos eles têm culpa no cartório pelo estado calamitoso em que se encontra a Madeira. Mas o pior de tudo isto é que, os Madeirenses e PortoSantenses, sabendo que estes senhores foram intervenientes de peso no jardinismo, ainda há muitas pessoas dispostas a dar o benefício da dúvida a esta gente. l Tudo inocente A investigação ‘Cuba Livre’ foi “arquivada” Um comunicado do Gabinete da Procuradoria-Geral da República dá conta do arquivamento do ‘Cuba Livre’. O Ministério Público, no Departamento Central de Investigação e Ação Penal, proferiu despacho final de arquivamento no inquérito relativo à alegada dívida da Madeira. O inquérito iniciou-se em 28 de setembro de 2011 e foram investigados os factos relacionados com a elaboração, aprovação e execução dos Orçamentos da Região Autónoma da Madeira no período compreendido entre 2003 e 2010. Procedeu-se à inquirição de cerca de 50 testemunhas entre representantes de diversas empresas intervenientes nos Acordos de Regularização de Dívida e funcionários da Direção-Geral do Orçamento, do Instituto Nacional de Estatística e da Região Autónoma da Madeira. Foram constituídos e interrogados cinco arguidos, entre os quais um Secretário Regional em exercício de funções e um ex-Secretário Regional. Nesta investigação, o Ministério Público contou com o apoio especializado de um auditor do Tribunal de Contas e de dois técnicos do Núcleo de Assessoria Técnica da Procuradoria-Geral da República. Nesta investigação, o Ministério Público contou com o apoio especializado de um auditor do Tribunal de Contas e de dois técnicos do Núcleo de Assessoria Técnica da Procuradoria-Geral da República. O Ministério Público considerou que os factos objeto da investigação poderiam ser susceptíveis de integrar, para os arguidos que eram titulares de cargos políticos, os crimes de prevaricação e de violação das regras de execução orçamental, crimes previstos e puníveis, respetivamente nos artigos 11.º e 14.º da Lei n.º34/87, de 16 de julho. Indiciou-se, igualmente, o crime de falsificação de documento, previsto e punível pelo artigo 256.ºn.º1 al. a) e n.º 3 do Código Penal, por factos ocorridos entre 2008 e 2010. Quanto ao crime de prevaricação considerou-se não se verificarem os requisitos que, de acordo com a jurisprudência dominante, são exigidos para integrar o crime. No que respeita ao crime de violação das regras de execução orçamental, também se entendeu não estarem preenchidos todos os elementos que integram o tipo legal de crime. Em particular, porque as situações detetadas terão ocorrido não na fase de execução, mas no momento da elaboração das normas orçamentais, sendo que a incriminação desta factualidade foi afastada pelo legislador na versão que acabou por ser aprovada da Lei n.º 34/87. Quanto à falsificação, ainda que se tenham considerado verificados os requisitos objectivos do crime, entendeu-se não se mostrar provado o dolo específico. Ou seja, não se provou que os arguidos tivessem agido com o propósito de causarem prejuízo a quem quer que fosse. Em finais de abril de 2012 foi feita uma investigação pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), da Procuradoria-Geral da República em vários edifícios do Governo Regional. O DCIAP instaurou inqué- rito em 28.09.2011, relativo às denominadas “contas da Madeira”. Um dos edifícios alvos desta busca foi o edifício da antiga secretaria regional do Equipamento Social. A investigação fez várias pesquisas de ‘dossiers’ e ‘backups’ de ficheiros informáticos. Em causa, estariam alegadamente centenas de milhões de euros em empreitadas públicas adjudicadas pelo Governo Regional sem a devida cabimentação orçamental e às escondidas do Ministério das Finanças e das entidades supervisoras nacionais. Quem não estava à espera desta intervenção do DCIAP foi o presidente do Governo Regional. Jardim mostrou, de imediato, o seu descontentamento e protestou o sucedido. Na altura, a Secretaria das Finanças negou haver mais dívida e Jardim garantiu não “esconder nada”. Perante a alegada descoberta de mais uns milhões de euros de dívida da Madeira, Jardim continuava a desmentir os valores. Sobre a investigação do DCIPA, o governante não teceu muitos comentários mas frisou que “não há buraco nenhum”. Agora, o arquivamento do ‘Cuba Livre’ vem mostrar estar tudo inocente. A oposição já reagiu e mostrou indignação perante esta medida do Ministério Público. l SS Liga Contra o Cancro realiza Peditório Nacional 31 Out/3 Nov A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) vai realizar o seu Peditório Nacional nos dias 31 de Outubro e 1, 2 e 3 de Novembro de 2014. A Liga Portuguesa Contra o Cancro é uma Associação Cultural e de Serviço Social, privada, declarada de utilidade pública, que promove a prevenção primária e secundária do cancro, o apoio social e a humanização da assistência ao doente oncológico e a formação e investigação em oncologia. O financiamento das suas actividades e programas têm como base o Peditório Nacional. Os fundos angariados anualmente permitem ao Núcleo Regional da Madeira cumprir os seus objectivos e são a garantia de continuidade dos diversos projectos, como: apoio ao doente oncológico, familiares e pessoa significativa, promoção da educação para a saúde, apoio psico-emocional, actividades para os utentes (lazer) e projectos e eventos. O peditório decorre em todo o País, estando a sua organização a cargo dos respectivos Núcleos Regionais da LPCC (Norte, Centro, Sul, Açores e Madeira). As pessoas que optarem por entregar o seu donativo por via bancária podem fazer o respectivo depósito na conta cujo número de identificação bancária (NIB) é o seguinte: 0033 0000 45373729868 05. l A Associação Orquestra Clássica da Madeira apresenta os últimos concertos do novo ciclo pelo Ensemble “O Sonho de Orpheu” (Agrupamento de Música Barroca), sob o tema “Concerto Italiano”. Assim, os últimos concertos deste ciclo terão lugar no domingo, dia 12, pelas 18h00. l Realizou-se, no auditório da Casa-Museu Frederico de Freitas a apresentação de seis Guias bilingues em formato de bolso, os quais têm por objetivo dar a conhecer a diversidade e riqueza do nosso património construído religioso.
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