Estudos Avançados - CENTRO FILOSOFICO DO KUNG FU

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Estudos Avançados - CENTRO FILOSOFICO DO KUNG FU
Kung Fu
Estudos Avançados
Volume 12 - Edição Especial
Centro Filosófico do Kung Fu – Internacional
1983
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© Centro Filosófico do Kung Fu - Internacional
“Se atravessarmos a vida convencidos de que a nossa é a única maneira de pensar que
existe, vamos acabar perdendo todas as oportunidades que surgem a cada dia”
(Akio Morita)
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EDITORIAL
Esta publicação é o 12° volume da coletânea de textos e provérbios
publicados na home-page do Centro Filosófico do Kung Fu - Internacional , que
visa a orientação e o aprimoramento cultural dos artistas marciais.
É muito interessante para o leitor divulgá-la no meio das artes marciais;
pois estará contribuindo para a formação de uma classe de artistas e praticantes
de melhor nível que, com certeza, nosso meio estará se enriquecendo.
Bom trabalho !
Um abraço !
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SUMÁRIO
CE NTRO FIL O SÓ FI CO DO K UNG FU - I NTE RNA CI O NA L .................................................................5
E NS I NA NDO S E M V I OL Ê NCI A .................................................................................................................... 7
L UZ DA S AB E DO RIA P A RA TO DO S .......................................................................................................... 9
Q UA NDO A L CA NÇA MO S A SA BE DO RI A ? ............................................................................................ 1 1
DIS CO RDA NDO DE NÓ S ............................................................................................................................ 1 3
NE M TUDO É MUI TO S I MPL E S CO MO V E MOS ..................................................................................1 5
RE TRIB UI ÇÃ O ................................................................................................................................................ 1 8
SE ME NTE S DE S AB E DO RI A ..................................................................................................................... 2 1
O V AL O R DO TE MP O .................................................................................................................................. 2 4
TUDO É G RA NDE .......................................................................................................................................... 2 6
I MPE DI ME NTO S ............................................................................................................................................ 2 8
SE MP RE E M MOV I ME NTO ......................................................................................................................... 3 0
SE R DE VE RDA DE ....................................................................................................................................... 3 2
OP I NI ÕE S DI FE RE NTE S ............................................................................................................................ 3 4
VI DA O U MO RTE ........................................................................................................................................... 3 7
PO R Q UE DEV E MO S RE A LI ZA R .............................................................................................................. 3 9
NÃO S O ME NTE O Q UE V E MOS ............................................................................................................... 4 1
MA IS SO B RE OS ES TI LO S ........................................................................................................................ 4 3
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CENTRO FILOSÓFICO DO KUNG FU - INTERNACIONAL
O CENTRO FILOSÓFICO DO KUNG FU - Internacional possui uma coletânea de
informações, minuciosamente elaboradas, que revive o grande espírito das artes
marciais e que agora está à sua disposição.
Esta coletânea é atualizada com frequência, procurando manter os estudantes
das artes marciais sempre sintonizados com importantes informações sobre o seu
autoaperfeiçoamento. Ao mesmo tempo em que se exercitam, em busca de um
corpo mais bem preparado, têm aqui a oportunidade para exercitar sua mente e
seu espírito em busca do equilíbrio, da renovação de conceitos e do crescimento
moral e intelectual.
Mas aí vem uma pergunta: Como poderemos nos aprimorar moral e
intelectualmente através de apostilas, textos e provérbios?
Confúcio, um dos mais conhecidos sábios chineses foi intitulado, em sua época,
ha mais de 2.800 anos, como O SÁBIO DE MIL GERAÇÕES. Confúcio foi um dos
Mestres que pautaram a "história das artes marciais chinesas"; o tempo tratou de
sedimentar seus conhecimentos sobre a conduta moral dos indivíduos, que hoje
são respeitados mundialmente. Assim, o CENTRO FILOSÓFICO DO KUNG FU
INTERNACIONAL vem com a proposta de relembrar grandes conceitos e
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pensamentos, não só de Confúcio, mas também, de grandes sábios que já
passaram pela humanidade. Cabe a cada um de nós tirar ou não proveito para o
próprio crescimento.
Outra questão relevante é compreender qual a finalidade suprema das artes
marciais. - No templo de Shaolin, por exemplo, cada encontro dos mestres com
outras pessoas era precedido da frase: "Que a paz de Buda esteja com você !" Qual o significado disso? Na verdade, a cultura das artes marciais sempre teve
sua maior batalha travada no próprio interior dos indivíduos, uma luta contínua
contra as próprias fraquezas e imperfeições. É praticamente impossível buscar
um aprimoramento pessoal, seja nas artes marciais, seja em outro esporte que
exija maior domínio, sem antes se melhorar como pessoa.
Ao contrário do que se deduz a arte de lutar é a arte da paz. O verdadeiro lutador
treina mil dias mesmo sabendo que poderá utilizar seus conhecimentos em um
único dia; e talvez nunca utilizá-los. Contudo, seu esforço maior é para o
autoaprimoramento, a melhoria de si mesmo e a consequente construção de um
mundo melhor. - Mesmo o guerreiro ama os dias de paz. Assim, nós não
poderíamos ter outro propósito, senão, o de contribuir para a construção de um
caminho de paz, harmonia, aprimoramento moral e contribuição para que o
homem seja sempre diferente a cada dia, sempre diferente para melhor. Que
utilize seus braços, suas pernas e, principalmente, sua visão, para alcançar as
alturas em benefício de seu próximo. - Pratique a arte marcial com um propósito;
um propósito de paz, de crescimento e de automelhoria. Um propósito realmente
elevado...
Que a paz esteja com você !
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ENSINANDO SEM VIOLÊNCIA
Discípulo: Observando na Humanidade a imensa quantidade de homens
maus, não se recomenda medidas drásticas em favor da disciplina e da ordem
Mestre?
Mestre: É a forma de comportamento que determina os resultados. - Atente
bem:
Nem gritos, nem xingamentos.
Nem cadeia, nem forca.
Nem chicote, nem vara.
Nem castigo, nem imposição.
Nem abandono aos infelizes, nem flagelação aos transviados.
Nem lamentação, nem desespero.
Discípulo: Como assim, Mestre?
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Mestre: Devemos sempre acrescentar algo de bom às situações em
desequilíbrio. - Isso equivale a dizer:
Sustenta os companheiros mais necessitados que tu mesmo.
Não te desanimes perante a rebeldia, nem condenes o erro, do qual a lição
benéfica surgirá depois.
Ajuda ao próximo, ao invés de vergastá-lo.
Educa sempre.
Revela-te por trabalhador fiel.
Seja exigente para contigo mesmo e ampara os corações enfermiços e frágeis
que te acompanham os passos.
Se plantares o bem, o tempo se incumbirá da germinação, do
desenvolvimento, da florescência e da frutificação, no instante oportuno.
Não analises, destruindo.
O inexperiente de hoje pode ser o mestre de amanhã.
Alimenta a "boa parte" do teu irmão e segue para diante.
A vida converterá o mal em detritos e o Mestre Maior fará o resto.
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LUZ DA SABEDORIA PARA TODOS
Discípulo: A sabedoria é alcançada por todos Mestre?
Não há diferença entre homens bons e homens maus?
Mestre: Crês que há um só Deus: fazes bem. Também os demônios o creem,
e estremecem. - Essa advertência é de essencial importância no aviso
espiritual.
Esperar benefícios do Céu é atitude comum a todos. Adorar o Mestre Maior
pode ser trabalho de justos e injustos.
Admitir a existência do Governo Divino é traço dominante de todas as
criaturas.
Aceitar o Supremo Poder é próprio de bons e maus.
Discípulo: Então há diferença entre crer na Sabedoria Divina e fazer-lhe a
vontade, Mestre?
Mestre: A inteligência é atributo de todos. A cognição procede da experiência.
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O ser vivo evolve sempre e quem evolve aprende e conhece.
A diferenciação entre o gênio do mal e o gênio do bem permanece na
direção do conhecimento.
Discípulo: O que o senhor quer dizer, Mestre?
Mestre: O demônio, como símbolo de maldade, executa os próprios desejos,
muita vez desvairados e escuros.
O anjo identifica-se com os desígnios do Mestre Maior e cumpre-os onde se
encontra.
Recorda, pois, que não basta a escola religiosa a que te filias para que o
problema da felicidade pessoal alcance a solução desejada.
Adorar o Senhor, esperar e crer n’Ele são atitudes características de toda a
gente.
O único sinal que te revelará a condição mais nobre estará impresso na ação
que desenvolveres na vida, a fim de excetuar-lhes os desígnios, porque, em
verdade, não adianta muito ao aperfeiçoamento o ato de acreditar no bem que
virá e sim a diligência em praticar o bem, hoje, aqui e agora.
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QUANDO ALCANÇAMOS A SABEDORIA?
Discípulo: Quando alcançamos a sabedoria, Mestre, qual o nosso
comportamento?
Mestre: Em todas as atividades da vida, há quem alcance a maioridade natural
entre os seus parentes, companheiros ou contemporâneos.
Há quem se faz maior na experiência física, no conhecimento, na virtude ou
na competência.
De modo geral, contudo, aquele que se vê guindado a qualquer nível de
superioridade costuma valer-se da situação para esquecer seu débito para com
o espírito comum.
Discípulo: Como assim, Mestre?
Mestre: Muitas vezes quem atinge a maioridade financeira torna-se avarento,
quem encontra o destaque científico faz-se vaidoso e quem se vê na galeria do
poder abraça o orgulho vão.
A Lei da Vida, porém, não recomenda o exclusivismo e a separatividade.
Segundo os princípios divinos, todo progresso legítimo deve se converter em
bênçãos para a coletividade inteira.
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Discípulo: Mas não é difícil praticar isso, Mestre?
Mestre: A própria Natureza oferece lições sublimes nesse sentido:
Cresce a árvore para a frutificação.
Cresce a fonte para benefício do solo.
Se cresceste em experiência ou em elevação de qualquer espécie, lembra-te
da comunhão fraternal com todos.
O Sol, com seus raios de luz, não desampara a furna barrenta e não desdenha
o verme. Desenvolvimento é poder.
Repara como empregas as vantagens de que a tua existência foi
acrescentada.
O Espírito Mais Alto de quantos já se manifestaram na Terra aceitou o sacrifício
supremo, a fim de auxiliar a todos, sem impor condições.
Não te esqueças de que, segundo o Estatuto Divino, o "menor é abençoado
pelo maior".
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DISCORDANDO DE NÓS
Discípulo: Porque muitas pessoas discordam de nós, Mestre?
Mestre: Precisamos ser valorizados pelas nossas obras, e não pelas nossas
palavras.
Discípulo: Como assim, Mestre?
Mestre: Todos experimentamos a tendência de consagrar a maior estima apenas
àqueles que leiam a vida pela cartilha dos nossos pontos de vista. Nosso
devotamento é sempre caloroso para quantos nos esposem os modos de ver, os
hábitos enraizados e os princípios sociais, todavia, nem sempre nossas
interpretações são as melhores, nossos costumes os mais nobres e nossas
diretrizes as mais elogiáveis.
Daí procede o impositivo de desintegração da concha do nosso egoísmo para
dedicarmos nossa amizade e respeito aos companheiros, não pela servidão
afetiva com que se liguem ao nosso roteiro pessoal, mas pela fidelidade com que
se norteiam em favor do bem comum.
Discípulo: Então não podemos nos guiar pelas aparências, Mestre?
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Mestre: Se amamos alguém tão só pela beleza física, é provável encontremos
amanhã o objeto de nossa afeição a caminho do monturo.
Se estimamos em algum amigo apenas a oratória brilhante, é possível esteja ele
em aflitiva mudez, dentro em breve.
Se nos consagramos a determinada criatura só porque nos obedeça cegamente,
é provável estejamos provocando a queda de outros nos mesmos erros em que
temos incidido tantas vezes.
Discípulo: O senhor quer dizer, então, que nós, com nosso egoísmo, podemos
nos prejudicar e também a nossos semelhantes, Mestre?
Mestre: É imprescindível aperfeiçoar nosso modo de ver e de sentir, a fim de
avançarmos no rumo da vida Superior.
Busquemos as criaturas, acima de tudo, pelas obras com que beneficiam o tempo
e o espaço em que nos movimentamos, porque, um dia, compreenderemos que o
melhor raramente é aquele que concorda conosco, mas é sempre aquele que
concorda com o Mestre Maior, colaborando com ele, na melhoria da vida, dentro
e fora de nós.
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NEM TUDO É MUITO SIMPLES COMO VEMOS
Discípulo: Muitas pessoas vêm tudo como muito simples, isso é correto Mestre?
Mestre: Não faças tu comum o que a Sabedoria Divina purificou.
Discípulo: Como assim, Mestre?
Mestre: Existem expressões de ensinamento que, à maneira de flores a se
salientarem num ramo, devem ser retiradas do conjunto para que nos
deslumbremos ante o seu brilho e perfume peculiares.
A voz sublime da sabedoria abrange horizontes muito mais vastos que nossos
problemas individuais.
Discípulo: Então significa que não estamos vendo as coisas como elas são, ou
não estamos conseguindo aprender os ensinamentos, Mestre?
Mestre: O homem comum está rodeado de glórias na Terra, entretanto,
considera-se num campo de vulgaridades, incapaz de valorizar as riquezas que o
cercam.
Cego diante do espetáculo soberbo da vida que lhe emoldura o desenvolvimento,
tripudia sobre as preciosidades do mundo, sem meditar no paciente esforço dos
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séculos que a Sabedoria Infinita utilizou no aperfeiçoamento e na seleção dos
valores que o rodeiam.
Discípulo: Será que o homem não consegue perceber as riquezas do mundo,
Mestre?
Mestre: Será que conseguimos responder algumas destas questões?
Quantos milênios terá exigido a formação da rocha?
Quantos ingredientes se harmonizam na elaboração de um simples raio de
Sol?
Quantos óbices foram vencidos para que a flor se materializasse?
Quanto esforço custou a domesticação das árvores e dos .animais?
Quantos séculos terá empregado a paciência do céu na estruturação
complexa da máquina orgânica em que o espírito encarnado se manifesta?
Discípulo: São questões que de difícil resposta Mestre. Acredito que são mais
para reflexão, do que para explicação.
Mestre: A razão é luz gradativa, diante do sublime.
Não te esqueças de que o Mestre Maior te situou a experiência do dia a dia num
verdadeiro paraíso, onde a semente minúscula retribui na média do infinito por
um e onde águas e flores, solo e atmosfera te convidam a produzir, em favor da
multiplicação dos Tesouros Eternos.
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Cada dia, agradeça a Sabedoria Divina que te agraciou com as oportunidades
valiosas e com os dons divinos.
Pensa, estuda, trabalha e serve; por isso, não suponhas comum e muito simples
o que Deus purificou e engrandeceu ao longo do tempo.
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RETRIBUIÇÃO
Discípulo: O que receberemos em troca por sermos bons, Mestre?
Mestre: Sua pergunta exprime a atitude de muitos corações nos templos
religiosos.
Discípulo: Porque Mestre?
Mestre: Consagra-se o homem a determinado círculo de fé e clama, de imediato:
— "Que receberei?"
Discípulo: Isto é errado, Mestre?
Mestre: A resposta a essa questão se derrama, silenciosa, através da própria
vida.
O que recebe o grão maduro, após a colheita? - O triturador que o ajuda a
purificar-se.
Que prêmio se reserva à farinha alva e nobre? - O fermento que a transforma
para a utilidade geral.
Que privilégio caracteriza o pão, depois do forno? - A graça de servir.
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Discípulo: Isto significa que precisamos sofrer sem esperar por recompensas,
Mestre?
Mestre: Não se formam bons homens para adornos vivos do mundo, e sim, para
a ação regeneradora e santificante da existência.
Isso não é sacrifício e nem exige recompensas.
Discípulo: Mas esse desejo do homem não foi sempre assim, Mestre?
Mestre: Outrora, os servidores da realeza humana recebiam o espólio dos
vencidos e, com eles, se rodeavam de gratificações de natureza física, com as
quais abreviavam a própria morte.
No caminho do bem, contudo, o quadro é diverso. - Vencemos, em companhia do
Mestre Maior, para nos fazermos irmãos de quantos nos partilham a experiência,
guardando a obrigação de ampará-los e ser-lhes úteis.
Muitos que desejaram saber qual lhe seria a recompensa pela adesão à Boa
Nova, viram, de perto, a necessidade da renúncia.
Quanto mais se lhe acendrou a fé, maiores testemunhos de amor à Humanidade
lhe foram requeridos.
Quanto mais conhecimento adquiriu, a mais ampla caridade foi constrangido, até
o sacrifício extremo.
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Se o homem deixar, pois, por devoção ao Mestre Maior, os laços que o prende às
zonas inferiores da vida, recordará que, por felicidade sua, receberá do Céu a
honra de ajudar, a prerrogativa de entender e a glória de servir.
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SEMENTES DE SABEDORIA
Discípulo: Porque nossos orientadores nos dizem que devemos nos contentar
com pouco, Mestre?
Mestre: Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso
contentes.
Discípulo: O que significa isso, Mestre?
Mestre: Avalie com atenção:
• O monopolizador de trigo não poderá abastecer-se à mesa senão de
algumas fatias de pão, para saciar as exigências da sua fome.
• O proprietário da fábrica de tecidos não despenderá senão alguns metros
de pano para a confecção de um costume, destinado ao próprio uso.
• Ninguém deve alimentar-se ou vestir-se pelos padrões da gula e da
vaidade, mas sim de conformidade com os princípios que regem a vida
em seus fundamentos naturais.
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Discípulo: Então acumular riquezas é uma ilusão, Mestre?
Mestre: Por que esperas o banquete, a fim de ofereceres algumas migalhas ao
companheiro que passa faminto?
Por que reclamas um tesouro de moedas na retaguarda, para seres útil ao
necessitado?
A caridade não depende da bolsa. É fonte nascida no coração.
É sempre respeitável o desejo de algo possuir no mealheiro para socorro do
próximo ou de si mesmo, nos dias de borrasca e insegurança, entretanto, é
deplorável a subordinação da prática do bem ao cofre recheado.
Discípulo: Fazer o bem independe das posses que temos, Mestre?
Mestre: Descerra, antes de tudo, as portas da tua alma e deixa que o teu
sentimento fulgure para todos, à maneira de um astro cujos raios iluminem,
balsamizem, alimentem e aqueçam.
A chuva, derramando-se em gotas, fertiliza o solo e sustenta bilhões de vidas.
Aprenda a dividir o pouco, e a insignificância da boa vontade, amparada pelo
amor, e isso se converterá com o tempo em prosperidade comum.
Discípulo: O senhor quer dizer que nossas ações são como sementes que
plantamos, Mestre?
Mestre: Observe bem: Algumas sementes, atendidas com carinho, no curso
dos anos, podem dominar glebas imensas.
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Estejamos alegres e auxiliemos a todos os que nos partilhem a marcha,
porque, segundo a sábia palavra do Mestre, se possuímos a graça de contar
com o pão e com o agasalho para cada dia, cabe-nos a obrigação de viver e
servir em paz e contentamento.
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O VALOR DO TEMPO
Discípulo: Muitas vezes parece que temos todo o tempo do mundo. Esse
sentimento é correto, Mestre?
Mestre: Quase sempre, enquanto a criatura humana respira na carne jovem, a
atitude que lhe caracteriza o coração para com a vida é a de uma criança que
desconhece o valor do tempo.
Dias e noites são curtas para a internação em alegrias e aventuras fantasiosas.
Discípulo: Mas isso não é normal, Mestre?
Mestre: Na verdade não.
Engodos mil da ilusão efêmera que obscurecem o olhar e as horas que se
esvaem num turbilhão de anseios inúteis.
Raras pessoas escapam de semelhante perda.
Geralmente, contudo, quando a maturidade aparece e a alma já possui relativo
grau de educação, o homem reajusta apressado a conceituação do dia.
Discípulo: Com o amadurecimento o homem muda de pensamento quanto ao
verdadeiro valor da vida, Mestre?
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Mestre: Se observarmos o correr da vida, vemos que a postura do homem vai
se alterando conforme amplia-se o seu grau de entendimento.
A semana é reduzida para o que lhe cabe fazer.
Compreende que os mesmos serviços, na posição em que se encontra, se
repetem a determinados meses do ano, perfeitamente recapitulados, qual
ocorre às estações de frio e calor, floração e frutescência para a Natureza.
Agita-se, inquieta-se, desdobra-se, no afã de multiplicar as suas forças para
enriquecer os minutos ou ampliá-los, favorecendo as próprias energias.
E, comumente, ao termo da romagem, a morte do corpo surpreende-o nos
ângulos da expectativa ou do entretenimento, sem que lhe seja dado recuperar
os anos perdidos.
Discípulo: Isto significa que existe uma barreira entre a realidade e a ilusão no
que pensamos Mestre?
Mestre: Não te embrenhes na selva humana, despreocupado de tua
habilitação à luz espiritual, ante o caminho eterno que tens a percorrer.
Vale-te, pois, do tempo e não te faças tardio na preparação para o teu próprio
crescimento.
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TUDO É GRANDE
Discípulo: Como a natureza nas dá lições de crescimento, Mestre?
Mestre: Observe atentamente alguns acontecimentos:
• Quando o vaso se retirou da cerâmica, dizia sem palavras:
— Bendito seja o fogo que me proporcionou a solidez.
•
Quando o arado se ausentou da forja, afirmava em silêncio:
— Bendito seja o malho que me deu forma.
•
Quando a madeira aprimorada passou a brilhar no palácio, exclamava,
sem voz:
— Bendita seja a lâmina que me cortou cruelmente, preparando-me a
beleza.
•
Quando a seda luziu, formosa, no templo, asseverava no íntimo:
— Bendita seja a feia lagarta que me deu vida.
• Quando a flor se entreabriu, veludosa e sublime, agradeceu, apressada:
— Bendita a terra escura que me encheu de perfume.
•
Quando o enfermo recuperou a saúde, gritou, feliz:
— Bendita seja a dor que me trouxe a lição do equilíbrio.
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Por isso, devemos agradecer a tempestade que renova, a luta que aperfeiçoa,
o sofrimento que ilumina, a alvorada que é a maravilha do céu que vem após a
noite na Terra.
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IMPEDIMENTOS
Discípulo: Porque aparecem obstáculos em nossa caminhada, Mestre?
Mestre: Por onde transites, na Terra, transportando o vaso de tua fé a
derramar-se em boas obras, encontrarás sempre impedimentos a granel,
dificultando-te a ação.
• Hoje, é o fracasso nas tentativas iniciais de progresso.
• Amanhã, é o companheiro que falha.
• Depois, é a perseguição descaridosa ao teu ideal.
• Afligir-te-ás com o fel de muitos lábios que te merecem apreço.
• Sofrerás, de quando em quando, a incompreensão dos outros.
• Periodicamente encontrarás na vanguarda obstáculos mil, induzindo-te à
inércia ou à negação.
• A carreira que nos está proposta, no entanto, deve desdobrar-se no
roteiro do bem incessante...
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Discípulo: O que fazer com as pessoas e circunstâncias que nos compelem ao
retardamento e à imobilidade, Mestre?
Mestre: Pondo de lado todo o impedimento.
Discípulo: Mas isso resolve os problemas, Mestre?
Mestre: Colocar a dificuldade à margem, porém, não é desprezar as opiniões
alheias quando respeitáveis ou fugir à luta vulgar.
É respeitar cada individualidade, na posição que lhe é própria, é partilhar o
ângulo mais nobre do bom combate, com a nossa melhor colaboração pelo
aperfeiçoamento geral.
E, por dentro, na intimidade do coração, prosseguir com o Mestre Maior, hoje,
amanhã e sempre, agindo e servindo, aprendendo e amando, até que a luz
divina brilhe em nossa consciência, tanto quanto inconscientemente já nos
achamos dentro dela.
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SEMPRE EM MOVIMENTO
Discípulo: Porque a inércia nos destrói, Mestre?
Mestre: Mesmo diante das maiores dificuldades da vida, devemos sempre nos
erguer e prosseguir:
•
Sair da cova escura da ociosidade para o campo da ação regeneradora.
•
Erguer-se do chão frio da inércia para o calor do movimento
reconstrutivo.
•
Elevar-se do vale da indecisão para a montanha do serviço edificante.
•
Fugir à treva e penetrar a luz.
•
Ausentar-se da posição negativa e absorver-se na reestruturação dos
próprios ideais.
Discípulo: Podemos dizer que cada dia é uma nova oportunidade para nossa
melhoria, Mestre?
Mestre: Quantos de nós, filhos pródigos da Vida, depois de estragarmos as
mais valiosas oportunidades, clamamos pela assistência do Mestre, de acordo
com os nossos desejos menos dignos, para que sejamos satisfeitos?
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Quantos de nós descemos, voluntariamente, ao abismo, e, lá dentro, atolados
na sombria corrente de nossas paixões, exigimos que o Todo Misericordioso se
faça presente, ao nosso lado, através de seus divinos mensageiros, a fim de
que os nossos caprichos sejam atendidos?
Se é verdade, no entanto, que nos achamos empenhados em nosso
soerguimento, coloquemo-nos de pé e retiremo-nos da retaguarda que
desejamos abandonar.
Aperfeiçoamento pede esforço.
Panorama dos cimos pede ascensão. - Se aspiramos ao clima da Vida
Superior, adiantemo-nos para a frente, caminhando com os padrões do Mestre
Maior.
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SER DE VERDADE
Discípulo: Alguns amigos me disseram que nem sempre somos verdadeiros
em nossas ações, o que quer dizer isso Mestre?
Mestre: Em toda parte, há pessoas que começam a crer e que já creem, nas
mais variadas situações.
Aqui, alguém aceita aparentemente os bons conselhos para ser agradável às
relações sociais.
Ali, um indagador procura o campo da fé, tentando acertar problemas
intelectuais que considera importantes.
Além, um enfermo recebe o socorro da caridade e se declara seguidor da Boa
Nova, guiando-se pelas impressões de alívio físico.
Amanhã, todavia, ressurgem tão insatisfeitos e tão desesperados quanto antes.
Discípulo: Então todos somos superficiais, Mestre?
Mestre: Nos arraiais da aprendizagem, tais fenômenos são frequentes.
Encontramos grande número de companheiros que se afirmam pessoas de
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fé, por haverem identificado a sobrevivência de algum parente muito doente,
porque se livraram de alguma dor de cabeça ou porque obtiveram solução para
certos problemas da luta material; contudo, amanhã prosseguem duvidando de
amigos respeitáveis, acolhem novas enfermidades ou se perdem através de
novos labirintos do aprendizado humano.
Discípulo: Labirinto, Mestre?
Mestre: Sim.
Que tipo de espírito habita nosso interior?
O da fascinação? O da indolência?
O da pesquisa inútil?
O da reprovação sistemática às experiências dos outros?
Se não abrigamos o espírito de santificação que nos melhore e nos renove
para o bem, a nossa fé representa frágil candeia, suscetível de apagar-se ao
primeiro golpe de vento.
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OPINIÕES DIFERENTES
Discípulo: Alguns dizem que os homens se confrontam e se matam por terem
opiniões diferentes e um não compreende o outro; isso é verdade, Mestre?
Mestre: A fraternidade é uma das maiores dificuldades do homem.
Ele tenta explicar o inexplicável, muitas vezes impondo o entendimento pela
força.
Analise com cuidado o nosso comportamento:
•
Organizamos concílios célebres, formulando atrevidas conclusões acerca
da natureza Divina e da Alma, do Universo e da Vida.
•
Incentivamos guerras arrasadoras que implantaram a miséria e o terror
naqueles que não podiam crer pelo diapasão da nossa fé.
•
Disputamos o sepulcro do Divino Mestre, brandindo a espada mortífera e
ateando o fogo devorador.
•
Criamos comendas e cargos religiosos, distribuindo o veneno e
manejando o punhal.
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34
•
Acendemos fogueiras e erigimos cadafalsos, inventamos suplícios e
construímos prisões para quantos discordassem dos nossos pontos de
vista.
•
Estimulamos insurreições que operaram o embate de irmãos contra
irmãos, em nome do Mestre Maior que testemunhou com seu sacrifício o
devotamento à Humanidade inteira.
•
Edificamos palácios, famosos pela suntuosidade e beleza, pretendendo
reverenciar-lhe a memória, esquecidos de que ele, em verdade, não
possuía uma pedra onde repousar a cabeça.
E, ainda hoje, alimentamos a separação e a discórdia, erguendo trincheiras de
incompreensão e animosidade, uns contra os outros, nos variados setores da
interpretação.
Entretanto, a palavra do Mestre é insofismável.
Não nos faremos titulares da Boa Nova simplesmente através das atitudes
exteriores.
Precisamos, sim, da cultura que aprimora a inteligência, da justiça que sustenta
a ordem, do progresso material que enriquece o trabalho e de assembleias que
favoreçam o estudo; no entanto, toda a movimentação humana, sem a luz do
amor, pode perder-se nas sombras.
Seremos admitidos ao aprendizado superior, cultivando o Reino de Deus que
começa na vida íntima.
Estendamos, assim, a fraternidade pura e simples, amparando-nos
mutuamente.
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Fraternidade que trabalha e ajuda, compreende e perdoa, entre a humildade e
o serviço que asseguram a vitória do bem.
Atenda-mo-la, onde estivermos.
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VIDA OU MORTE
Discípulo: Porque para alguns a vida é vida e para outros a vida é morte,
Mestre?
Mestre: Se perguntássemos ao grão de trigo que opinião alimenta acerca do
moinho, naturalmente responderia que dentro dele encontra a casa de tortura
em que se aflige e sofre; no entanto, é de lá que ele se ausenta aprimorado
para a glória do pão na subsistência do mundo.
Se indagássemos da madeira, com respeito ao serrote, informaria que nele
identifica o algoz de todos os momentos, a dilacerar-lhe as entranhas; todavia,
sob o patrocínio do suposto verdugo, faz-se delicada e útil para servir em
atividades sempre mais nobres.
Se consultarmos a pedra, com alusão ao buril, certo esclarecerá que
descobriu nele o detestável, perseguidor de sua tranquilidade, a feri-la,
desapiedado, dia e noite; entretanto, é dos golpes dele que se eleva aos
tesouros terrestres, aperfeiçoada e brilhante.
Assim, a alma.
Assim, a luta.
Peçamos o parecer do homem, quanto à carne, e pronunciará talvez
impropriedades mil.
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37
Ouça-mo-lo sobre a dor e registraremos velhos disparates verbais.
Solicitemos-lhe que se externe com referência à dificuldade, e derramará fel e
pranto.
Contudo, é imperioso reconhecer que do corpo disciplinado, do sofrimento
purificador e do obstáculo asfixiante, o espírito ressurge sempre mais
aformoseado, mais robusto e mais esclarecido para a imortalidade.
Não te perturbes, pois, diante da luta, e observa.
O que te parece derrota, muita vez é vitória.
E o que se te afigura em favor de tua morte, é contribuição para o teu
engrandecimento na vida eterna.
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38
POR QUE DEVEMOS REALIZAR
Discípulo: Quando começar, Mestre?
Mestre: Os homens esperam pelo Mestre e o Mestre espera igualmente pelos
homens.
Ninguém acredita que o mundo se redima sem almas redimidas.
O Mestre, para estender a sublimidade do seu programa salvador, pede braços
que o realizem e intensifiquem.
Discípulo: Mas como assim, Mestre?
Mestre: O Mestre Maior começou seu apostolado, buscando o concurso de
seus discípulos, para atacar o serviço da regeneração planetária.
E, desde o primeiro dia da Boa Nova, convida, insiste e apela, junto das almas,
para que se convertam em instrumentos de sabedoria e progresso, dando-nos
a perceber que a redenção procede do Alto, mas não se concretizará entre as
criaturas sem a colaboração ativa dos corações de boa vontade.
Discípulo: E porque o Mestre se preocupa em acompanhar seus discípulos?
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39
Mestre: É que, se a Humanidade não pode iluminar-se e progredir sem a
orientação Divina, o Mestre Maior não dispensa os homens na obra de
soerguimento e sublimação do mundo.
A Seara é realmente grande, mas poucos são os ceifeiros.
Semelhante afirmativa prova a importância por ele atribuída à contribuição do
indivíduo.
Amemos e trabalhemos, purificando e servindo sempre.
Onde estiver um seguidor do Mestre Maior aí se encontra um mensageiro
Celestial para a obra incessante do bem.
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40
NÃO SOMENTE O QUE VEMOS
Discípulo: Porque nem tudo é realmente como vemos, Mestre?
Mestre: Aprenda a ver com os olhos do coração:
•
Não somente agasalho que proteja o corpo, mas também o refúgio de
conhecimentos superiores que fortaleçam a alma.
•
Não só a beleza da máscara fisionômica, mas igualmente a formosura e
nobreza dos sentimentos.
•
Não apenas a eugenia que aprimora os músculos, mas também a
educação que aperfeiçoa as maneiras.
•
Não somente a cirurgia que extirpa o defeito orgânico, mas igualmente o
esforço próprio que anula o defeito íntimo.
•
Não só o domicílio confortável para a vida física, mas também a casa
invisível dos princípios edificantes em que o espírito se faça útil, estimado
e respeitável.
•
Não apenas os títulos honrosos que ilustram a personalidade transitória,
mas igualmente as virtudes comprovadas, na luta objetiva, que
enriqueçam a consciência eterna.
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-
41
•
Não somente claridade para os olhos mortais, mas também luz divina
para o entendimento imperecível.
•
Não só aspecto agradável, mas igualmente utilidade viva.
•
Não apenas flores, mas também frutos.
•
Não somente ensino continuado, mas igualmente demonstração ativa.
•
Não só teoria excelente, mas também prática santificante.
•
Não apenas nós, mas igualmente os outros.
Bom gosto, harmonia e dignidade na vida exterior constituem dever, mas não
nos esqueçamos da pureza, da elevação e dos recursos sublimes da vida
interior, com que nos dirigimos para a Eternidade.
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42
MAIS SOBRE OS ESTILOS
Discípulo: Será que o senhor poderia fazer um comparativo dos principais
estilos, Mestre?
Mestre: Os mais de 300 estilos que temos hoje foram construídos com a história
da China, durante muitas batalhas, culturas e crenças dos seus imperadores e
dinastias. - Relatar todos seria quase que impossível em tão pouco tempo; mas
posso destacar algumas características dos mais conhecidos:
HUNG G AR
CARACTE RÍ S TI CAS
HIS TÓ RI A
Hu ng G a r é u m do s p rin cip a is
S u rg iu n a Din a st ia Ch ing , n o a no de 17 34 , ép oca e m qu e o impe ra do r
e st ilo s de Ku ng Fu. O est ilo
Y un g Jin g O rde no u a d est ru ição d o Te mp lo Sh ao lin .
Hu ng G a r é f o rmad o po r cin co
De po is d a d est ru içã o d o t e mp lo, so men t e cin co mon g e s so b re vive ra m
t é cn ica s p rin cipa is: Dra gã o ,
a o ma ssa cre , se nd o ele s: Ng Mu i, G ee S in , P ak Me i, Miu Hin , Fu ng To
S e rp e nt e , Tig re, L eo pa rd o e
Ta k. - De sse s sob re viven t e s, o mon g e G ee S in te ve co mo d iscí p u lo u m
G a rça. O e st ilo é ca ra ct e rizad o
ra pa z d e n o me Hun g He i Ku n, q ue ma is ta rd e co n st ru iu u m no vo t e mp lo
p o r ba se d e p e rn a s e mã o s
S ha o lin on de en sina va o K un g Fu no s mo lde s t rad icio n a is, se nd o o seu
f o rte s. S ua p rin cip a l
e st ilo co nh e cido ma is t a rde co mo Hu ng G a r (Fa milia Hun g ).
ca ra cte rí st ica é a ut iliza çã o d o
a ta qu e e d ef e sa a o me smo
No s u lt imo s ce m a no s e m Ca n tã o , reg iã o S u l da Ch in a , exist ira m de z
t e mpo .
me st re s qu e se de sta ca ra m p o r su a h ab ilid a de in igu a la ve l.
P o r a lca n ça re m g ran d e f a ma , ch eg an d o a se r co nh e cido s co mo o s De z
Tig re s de Can t ão . Den t re e le s, cin co e ra m e ra m me st re s d e Hun g Ga r:
Tii K iu S an , So u Ra k Fu ú , Won g Fe i Hu ng . - O in t ro d ut o r d o e st ilo na
A me rica do Su l e B ra sil, f o i o Me st re Le e Ho n Ka y(L i Hon K i).
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LO UV A A DE US
CARACTE RÍ S TI CAS
HIS TÓ RI A
O in se t o cu ja ap a rên cia
Wan g u m no tá ve l gu e rre io q ue t inh a ha b ilida d e s co m a espa da f o i ao Te mp lo
é de ma io r de vo t o do
Sh ao lin e pu b lico u u m de sa f io ao s mon ge s p a ra t e st a r sua s h ab ilid ad e s co n t ra
mu nd o , te m q ue se r o
e le e m du e lo a mig á ve l. De vido á su a in sist ê n cia , o mo n ge me st re p e rmit iu a
L ou va -a -Deu s. Co m as
Wan g qu e u m n ova to f o sse en via do pa ra lu ta r con t ra e le . - P a ra a su rp re sa e
p at a s d ia n te ira s
ve xa me de Wan g , ele fo i d ecisiva me n te d e rro ta do p o r u m n oviço . Se iso lan do
co stu me ira me n te
na s mon t an ha s Wa ng e sta va de te rmin a d o a p ro va r sua s h ab ilid ad e s ao s
p osicio n ad a s de fo rma a mon ge s. - E le t re in ou d ilig en t e men t e se u e st ilo “Ca min ho d a E sp ad a ” (Tsie n
sug e rir as mã o s ju n ta s
Ta o ) e nq ua n to con st an t e me n te se exe rcit a va e fo rt a le cia se u co rpo . E le vo lt ou
d e u m d evo to , e le se
ao mon a sté rio con ve n cid o qu e e sta va p ro n to a mo st ra r a o s mo n ge s sua
t o rno u o in se t o ma is
su p e rio rida d e. O s mon g e s a ce ita ra m ma is u ma ve z o co n vite p a ra t e st a r sua s
re f e rido e m to d a s a s
ha b ilida d e s. - No va men t e ele en f ren t ou o mo n ge ma is n ovo . Co m u m sen t ime n to
a rt e s ma rcia is. E sse
de en tu sia smo e le ven ce u o jo ve m mo ng e p rin cip ia n te . De rro to u a in da o ut ro
in se to se t o rno u tã o
mon ge , d e b a ixa g ra d ua ção , e o ut ro d e ca te go ria ma is e le va d a. Wa ng e sta va
ven e ra do , nã o p o r ca u sa co me çan d o a se n t ir con f ia n ça e m su a in ve n cib ilid ad e , a té q ue en f ren t ou o
d a sua a pa re nt e au ra de mon ge me st re . Co m a o rd e m S ha o lin ob se rva nd o , Wan g nã o f o i ca pa z d e t o ca r
re lig io sid ad e , ma s p o r
o me st re .
cau sa de su a
re con h e cid a fe ro cid ad e ,
No va me nt e , pa ra t ra t a r de seu co rp o e d o seu o rgu lh o fe rid o , Wa n g
co mba t ivid ad e e
de sap a re ce u na f lo re st a p a ra co nt e mp la çã o . Um d ia , en qu an t o de sca n sa va
t en a cida de d e vid a . Há
de ba ixo de u ma á rvo re, Wa ng o uviu a lo ng a no ta a gu da d e u ma cig a rra e m u m
t re zen t o s e cinq ue n ta
ga lho b a ixo n o a rbu st o a cima de le . O lh an d o p a ra o a lt o , Wan g rep a rou e m u m
a no s u m me st re d e lu ta ,
f rág il e co m ap a rê n cia qu ase qu eb ra d iça L ou va -a -Deu s en ga ja do e m u ma lu ta
Wa ng L an g, e xa lt a va a
de vida o u mo rt e co m a g ra nd e ciga rra . - A ciga rra e sta va fa zen do o má ximo .
p eq ue na ma s at iva
Su a ca be ça co n t ra o Lo u va -a -De u s qu ase o imo b iliza va co m su a t en a cida d e. Fo i
cria t u ra , cria n do o est ilo qu an do o Lo uva -a -Deu s re ag iu co m fe ro cid ad e usan do sua f o rte vira d a d e p at a s
L ou va -a -Deu s d e a ut o
e mo rd en do a bo ca p a ra a ga rra r a rob u sta ciga rra e de sf a ze -la d a p osiçã o em
d ef e sa .
qu e e sta va . - O ca rn í vo ro L ou va - a -De u s co n su miu a sua ví t ima . Alt a men t e
imp re ssion ad o co m o q ue vira Wan g de cid iu cap t u ra r o in se to vit o rio so e en tã o
ob se rva r os seu s mo vime n to s de f en sivo s e o fe n sivo s.
Usan do u m g ra ve to d e p eq ue no co mp rime n to e le p ro vo ca va o Lo uva -a -De u s e m
to da s a s dire çõ e s. I n va ria ve lme n te o L ou va -a -Deu s, co m su a ca be ça ca p a z d e
vira r p a ra q ua lqu e r d ire çã o , se de f en d ia q ua nd o p ro vo ca d o d e f re n te ou de
co st a s. O p e rse ve ran t e in se to t o rno u -se a in sp ira çã o d e Wa n g p a ra o se u no vo
siste ma d e co mba t e .
Co m cu id ad o met icu lo so , e le o rd en a va o s mo vimen t o s de fe n sivo s e of en sivo s
do in se t o e m u ma art e de lut a hu man a . E le a d ivid iu e m t rê s p rin cipa is
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ca t eg o ria s:
•
Pe ng P u, mé to do imp o rt an t e de ba te r o u t ira r o an t ag on ist a de se u
ba lan ço ;
•
La n T’se h , usad o pa ra re st rin g ir ou re d u zir a f o rça do op on en t e; e
•
Pa Tsou , a d ef e sa “o it o co t o ve lo s”.
Dep o is de su a p re pa ra çã o p e sso a l, ele f ina lme n te a cred it ou q ue est a va p ron t o
pa ra te st a r se u no vo e st ilo de lu t a co n t ra o me st re d o s mo ng e s.
A rmad o co m se u s mo vime n t o s in sp ira do s no Lo u va - a -De u s, Wan g
ext ra o rd in a ria me n te de rro t ou o me st re d os mo ng e s co m su a s t á t ica s d e in se to
se lva ge m nu nca an te s u sa da s p o r u m h o me m.
O s mo n ge s a ce it a ra m re sp e it o sa me n te a su a d e rro ta , me smo co m su rp re sa , e
p ro cu ra ra m ap re nd e r o n ovo e e st ran ho sist e ma . A pa la vra de su a vitó ria se
esp a lh o u p e la s p ro vín cia s. Wan g La ng e ra o no vo h e ró i d as a rt e s ma rcia is.
Se nd o lo g o ro d ea do p o r d iscí pu lo s. O so nh o da s a rt e s ma rcia is de Wa ng La ng
fo i f in a lmen t e re a liza do . Su a esco la d e a ut o de fe sa do Lo u va - a-De u s se t o rn o u
ext re ma me nt e p ro e min en t e n o No rd e ste da Ch ina , co n side ra da p o r alg un s co mo
se n do a ma io r d u ra n te seu t e mpo de vida .
O ve ne rá ve l Wan g mo rre u a no s ma is ta rd e , fe liz e fa mo so me st re de lu ta . De
qu a lq u e r fo rma , sua cu id a do sa he ran ça do est ilo L ou va - a -De u s se d ivid iu na
d in a st ia Ch ’in g qu an do qu at ro d iscíp u lo s, ca da u m de se ja n do f aze r in o va çõe s e
se d eslig a ra m d a e sco la fu n da do ra .
O Me st re Lo u va - a -De u s d isse en t ão qu e se u s de se jo s po de ria m se r sa t isfe it o s
co m uma co n d içã o , qu e cad a d iscíp u lo n o me a sse se u sist e ma ind ivid u a lmen t e ,
de aco rdo co m a s ma rca s d as co sta s de u m Lo uva -a -De u s ca pt u ra do po r cad a
u m.
Um t inh a a a pa rên cia d o sí mbo lo Y in -Ya ng (Ta i T’si), ou t ro pa re cia co m u ma
f lo r de a me ixa (Me i Hua ) e n o o ut ro u m co n jun t o d e ma rca s q ue t in ha m a
ap a rê n cia de se t e est re la s (Tsi T’sin g ) .
Hou ve um L ou va -a -Deu s q ue nã o t inh a ma rca ap a re n te . E st e est ilo f icou
co n he cid o co mo est ilo d esp ido (e st ilo se m ma rca – Kwo ng P ’a n ).
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LEO P ARDO / P ANTE RA
CARACTE RÍ S TI CAS
HIS TÓ RI A
O p rin cipa l g o lp e do Le op a rd o é
De sen vo lvido p e lo mo ng e Mot , o e st ilo do Le op a rdo ve m da fa mí lia d o
u m p un ho ve lo z e p en e t ran t e,
e st ilo do Tig re e é u sa do p a ra d ese n vo lve r ve lo cid a de e f o rça .
se me lha n te a u ma ma ch ad a da ,
p a ra a ta ca r po n to s vit a is e
E sse e st ilo te m mo vime n to s n ão o rto do xo s, rit mo qu eb ra do , e t é cn ica s
co ste la s. Su a t é cn ica d esen vo lve rá p ida s. Su a ca ra cte rí st ica p rin cipa l é o a ta qu e co m o pu nh o de
a fo rça mu scu la r e a ve lo cid a de .
ma ne ira rá p ida e ve lo z.
O s mo vime nt o s sã o ráp id o s,
p od e ro so s e p ro cu ra m a
imo b iliza çã o.
MACACO
CARACTE RÍ S TI CAS
HIS TÓ RI A
E st ilo de Ku ng Fu d o n o rte e é
A h ist ó ria d e Ta Sh en g, o u K un g Fu de Ma ca co , co me ça p ró ximo a o f im
con sid e rad o po r mu it o s se r u m
d a Din a st ia Ch in g (1 64 4 -1 91 1 ), qu an do u m lut a do r d o n o rte d a Ch ina ,
d os e st ilo s ma is in co mu n s e nã o
K ou S ze e st a va p re so p o r mat a r u m a ld e ão . O ca st igo p a ra e sse crime
o rt od o xo s d as a rt e s ma rcia is. É
e ra mo rte o u p risão p e rp é tu a . Pa ra sa lva r K ou S ze de qu a lqu e r
co mpo st o de mo vimen t o s,
p en a lida de u m a migo í nt imo e in f lu e nt e co n seg u iu su bo rn a r o ju iz p a ra
ca ra cte rí st ica s, e e sp í rit o do s
re du zir a p en a d e K ou S ze a oit o an os d e p risã o. P a ra K ou S ze , a
ma ca co s. E ste e st ilo é mu ito
p risã o se to rn ou u ma bê nção .
f o rte n as p e rn a s e sa lto s.
A p risão f ica va sit ua da e m u ma f lo re sta n os a rre do re s de cida d e. P o r
u m e st ra n ho de st ino a ja n e la d a ce la da va d e f ren t e pa ra u m b o sq ue d e
á rvo re s alt a s qu e a b riga ra m u ma co lô n ia d e ma ca co s t ag a re la n do
b rin can do e ba lan çan d o d e á rvo re e m á rvo re .
Fa scina d o p e la s a rt ima nh a s b rin ca lho n a s d o s ma ca co s e nt re a árvo re ,
K ou S ze g ast ou h o ra s o s o b se rva nd o to do s o s d ia s no há b ita t na tu ra l
d e le s. E le cu ida do sa me nt e est ud o u o co mp o rt a men t o d e le s e m
sit u a çõ e s dif e ren t e s, e de po is d e lo ng o s an os e ra ca pa z d e d ist ing u ir
a s ca ra ct e rí st ica s d if e re n te s d os ma ca co s.
De po is d e ca te go riza r ca d a ma ca co p o r su a ha b ilida de e té cn ica s, K ou
S ze p e rce b eu q ue est a s a çõe s e ra m co mp a tí ve is co m o Te i Ton g , u m
K un g Fu q ue ele t inh a ap ren d ido d e in fâ n cia . K ou S ze d ecid iu co mb in a r
e nt ão e ste o Te i To ng co m os mo vime n to s d e ma ca co .
O f im d o t e rmo de p risã o de le ma rcou o ve rda d e iro co me ço da art e de
Ta Sh en g (o G ra nd e Sa lva ). Ko u S ze no meo u est e ma ca co e spe cia l q ue
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lu t a e m h on ra de So l Wu Ku ng , o Re i d e Ma ca co leg e nd á rio na V ia ge m
d e f o lclo re “ch in e sa p a ra o Oe ste “.
K ou S ze f un do u a a rte d e Ta Sh en g em vá rio s p rin cí p io s de man ob ra s
q ue in clue m a g ilida d e, a ga rra r, ca ir e sa lt a r.
A t ra vé s d o e stu do cu ida do so do s há b ito s do ma ca co Ko u Sze pô de
d est ig u ir a s re a çõe s d os ma ca co s e o s ca t eg o riza -lo s e m cin co
p e rso n a lida de s d ife re n te s, cria nd o as cin co f o rma s do ma ca co :
O Ma ca co a lto
O Ma ca co de mad e ira
O Ma ca co Pe rd ido
O Ma ca co de Pe d ra
O Ma ca co Bê be do
E sse e st ilo fo i p assa do de ge ra ção e m ge ra çã o at é qu e o Me st re Ch at
d e Ch o L ing d ecid iu pa ssa r no in te iro A rt e d e P e kkwa r e to d a s a s cin co
f o rma s do ma ca co e e nsin ou a Pa u lie Zin k q ue pa sso u ao se u a migo
in t imo Me st re Mich a e l Ma t su da .
Um g ra nd e me st re t a mbe m q ue co n he ceu e sta a rte d o Ma ca co f o i Wan g
L an g, cria d o r do siste ma L ou va -a -Deu s, qu e a p ro ve it ou a lgu ma s
ca ra cte rí st ica s do ma ca co pa ra ap e rfe iço a r o seu e st ilo .
SE RP E NTE DI V I NA
CARACTE RÍ S TI CAS
HI S TÓ RI A
O e st ilo S he n Sh e
Ap ó s a mo rt e d o Mo ng e Hsu e sta s t é cn ica s fo ra m a p rimo ra da s e e m h o me na g e m
Ch ue n (se rp e nt e
ao Mon ge , o est ilo fo i b at iza do d e S he n S he Chu e n, q ue sign if ica “P un ho d a
d ivin a ) o rig in ou - se n a
Se rp en t e Divin a ”, u ma ve z qu e o Id e og ra ma “Sh e n ” pa ra os ch in e se s sig n if ica
p ro vín cia de Fu jien
Deu s.
q ua nd o u m Mo ng e do
Te mp lo do Ba mbu
Con sist e e m d ef e sa e t rab a lha mo vime nt o s of en sivo s co m ap un ha la r e mo vimen t o s
min ist ro u a Hsu Y in
de esp ad a co rt an t e s. Há f o co na ve lo cid ad e do s g iro s e mo vimen t o s de co rp o
Fo ng u ma t é cn ica
co n t ín uo s.
p a rt icu la r d o t e mp lo
O e st ilo Sh en S he Ch u en é e xe cu t ad o co m a s mão s e scu lp in do a ca be ça de uma
cha ma d a Ho k Sh e
se rp en t e e m u ma mist u ra de “d u ro ” e “su a ve ”.
Tch u (u n ião d a G a rça
e da Se rpe n te ).
Con t an do co m mo vime nt o s len t o s e su a ve s, o ad ve rsá rio p od e su rp re en de r- se co m
su a f le xib ilid a de , ve lo cid ad e e f o rça, d esd e q ue b e m co n ce n t ra d o ch i (E ne rg ia
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In t e rio r). S eu ob je t ivo n o s a ta q ue s é a bu sca d o s p on t o s vit a is co mo olh o s,
ga rga n ta , p le xo s, vã o en t re as cô xa s e a bd ô me m.
O e st ilo ch e go u ao B ra sil e m 1 98 0 so b su pe rvisã o do Me st re Hu Cha o Tie n ,
d iscip u lo e f ilh o d o Me st re Hu Sh i Wen . Ho je o e st ilo t e m a sup e rvisã o do Me st re
Dan i Hu (Hu Ch a o Hsil), f ilh o d o Me st re Hu Ch ao Tie n . “O P un ho d a S e rp e nt e ”
po ssu i se is f a se s a f im de de sen vo lve r os cin co co n ce it o s do est ilo , qu e sã o :
- Ve lo cida d e: a ta ca r co m ba t ida s rá p id a s e in e sp e rad a s, usan do p asso s ráp id o s,
ág e is e le ve s;
- En vo lvime n to : a cu rt a d ist ân cia , en vo lve r os me mb ro s do op on en te con f un d ind o
su a s po stu ra s e usan do - as a se u fa vo r. Qu an do a lo n ga d istâ n cia , a gu a rda r a
ab e rtu ra d e u ma p o st u ra ad eq ua da me n te con t id a;
- Su rp re sa: a ta ca r e m d if e re nt e s ân gu lo s co n t inu a men t e ;
- Sa lt o s: pa ra t rá s o u p a ra o s la do s, e vita nd o at aq u e s d e sn e ce ssá rio s e n ão
co mp ro me t en do o s me mb ro s p rin cipa is p a ra lo co mo çã o e e qu ilí b rio ;
- Fug a : q ue b ran do o co n ta t o e e sca pa nd o qu an do o go lpe n ão ob t ive r a
pe ne t ra çã o ad eq ua d a;
É re p re se n ta do n o B ra sil p o r Da n i Hu qu e co me ço u a p rat ica r o est ilo co m se is
an o s d e id ad e e m Ma ca o, u m p o rt o te rrit o rio po rtu g uê s n o Ma r d a Ch ina .
BÊ BADO
CARACTE RÍ S TI CAS
HIS TÓ RI A
E ssa t é cn ica sit ua e m co mo se o A len da con t a qu e e xist ia m o ito imo rt a is qu e de d ica va m o t e mpo á
p ra t ica n te e st ive sse e mb ria g ad o . p ra t ica d a me d ita çã o. Co mb ina va m a s té cn ica s a nt ig a s d e Y og a
Co mb ina mo vime n to s co mo
Ch ine sa (Ka i Me n / Ch i K un g ) ob t en do h ab ilid ad e s ext ra o rd in á ria s. Co m
t ro pe ça r, ba lan ça r e ca ir
o pa ssa r do te mp o e le s ap ren de ra m e de sen vo lve ra m té cn ica s
e xa t a men t e co mo u m bê ba do . A s a va n çad a s co mo o e st ilo bê ba do . E ste s o ito g ran de s me st re s
mã o s se p osicio na m co mo se
a p re n de ra m a do min a ra m o con t ro le da en e rg ia (Ch i K un g e m seu n í ve l
e st ive sse seg u ran do u ma xica ra
ma is a va n çad o ).
ch ine sa ou u m co po e m qu e o s
b êb ad o s to ma m sua s b eb ida s. O
De nt ro d est e g ru po h avia u ma mo n ja q ue e ra h áb il n o ma n e jo d e t od a s
e st ilo do bê ba do e xig e mu ita
a s té cn ica s d e p e rn a s qu e se de sen vo lveu a t ra vé s da Ch i Ku ng ma rcia l.
h ab ilid a de , f le xib ilid a de p o is u sa
chu t e s, vo ad o ra s, se mi- mo rt a is,
E ste e st ilo fo i le va d o a o t e mp lo S ha o lin pa ra se r e n sin a do a os a lu n o s
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ro la me nt o s pa ra co n fu nd ir o
ma is a va n çad o s. A pó s a de st ru içã o do Te mp lo vá rio s mo n ge s
o po ne n te .
e sca p a ra m e se escon de ra m em a lde ia s, e p a ra n ão se re m
re con h e cid o s t ro ca va m se u s no me s e se ve st ia m co mo me nd ig o s.
O p ra t ica n te tê m qu e se r ráp id o
e f in g ir d ef e sa e nq ua n to e stá
E m cad a a ld e ia d e ixa va m e nsin a men t o s q ue o s a lde õ e s o s me lho ra va m
t en t an do a ta ca r e a po n ta nd o e m
a da pt a nd o a seu s co st u me s e e st rut u ra s fí sica s.
u ma dire çã o ma s a ta can do e m
o ut ro .
Ne ssa s t ra n sfo rma çõ e s su rg iu o e st ilo d o b êb ad o do su l d a Ch in a, q ue
n ão é t ão vist o so e sim e fe t ivo na lu t a , n e sse mo men t o na sce o ba stã o
V á rio s gra u s d e e mb ria gu e z sã o
d o me nd ig o do su l, n o me d ad o e m ho n ra a u m mon ge q ue ca min h a va
d e mo n st rad o s po r g a ma s
p e la s a lde ia s fa zen d o -se p assa r p o r me n d ig o ce g o e qu e ma n e ja va se u
d if e re n te s d e mo vime n to s e
b ast ão co m g ran de h ab ilid ad e .
e xp re ssõ e s n o o lho .
O e st ilo d o b êb ad o co m o te mp o fo i a pe rf e iço a nd o , ma s p e rd ia su a
e ssê n cia po r se r u m est ilo d ifí cil de ap ren d e r e e xe cu ta r. To do s
e sta mo s a pt o s p a ra e sta t a ref a , me smo sen d o n e ce ssá ria u ma
p rep a ra çã o f í sica , me nt a l e e sp irit ua l mu it o re f ina da .
E ste e st ilo se de st a ca pe la ha b ilida d e d e e ng an a r o in imig o u t iliza nd o o
d ese qu ilí b rio , g iro s, sa lt o s, e sq u iva s e a crob a cia s, u t iliza nd o a f o rça d o
o po ne n te con f un d ind o -o .
A s té cn ica s sã o u t iliza da s co m en e rg ia in t e rn a de sde o Ta n Tie n , fo rça
d o a bd o me, q ua d ris e o mb ro s, q ue se co mb ina m pa ra la n ça r go lpe s d e
p un ho s e p e rna s seg u ido s de ra ste ira s.
A f in a lid ad e do est ilo é ma n te r o co rp o e m bo m e st a do no p la n o f í sico
p a ra t ra n sf o rma r e a rma ze na r en e rg ia (Ch i K un g ) qu e é usad a e m
n í ve is ma is a van çad o s.
À p rá t ica do est ilo b êb ad o é u m co n jun t o d e t é cn ica s a lta me n te
re f ina d a s, e po r isso é con sid e rad a co mo o limit e má ximo do pla no
f í sico do s lu t ad o re s .
CHI N'NA
CARACTE RÍ S TI CAS
HIS TÓ RI A
Ch in ’Na (“Ch in ” sig n if ica
Ch in ’Na é a art e de lut a r a ga rra nd o e con t ro lan d o o op on en t e . S ua s
a p re sa r, ag a rra r, “Na ” sig n if ica
ra í ze s vê m d o Tie n Hsu eh (a t aq ue a os p on to s vit a is) e Sh ua i Ch iao
con t ro la r) é u ma t é cn ica Ch ine sa (lu t a qu e con sist e e m lan ça r o o po ne n te ), q ue da ta m de milh a re s d e
mu it o an t iga , de sen vo lvida
a no s at rá s – mu it o an te s d o mo de rn o A ikid o de ho je e d o Jiu -Jit su
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p rin cipa lme n t e p e lo s mo ng e s
se re m o rg a n iza d o s n a so cied a de mo de rn a.
S ha o lin e a pe rf e iço a da
p ost e rio rme n te p e lo fa mo so
Ch in ’Na Sh ao lin é a mãe d e t od a s as a rte s q ue ag a rra m. De sd e qu e o s
g ue rre iro Y eu h Fe i, q ue visa va
mo ng e s de Sh ao lin se co mp ro me te ra m co m u ma vid a de nã o -vio lê n cia
p rin cipa lme n t e o co n t ro le e
a s té cn ica s d e Ch in ’Na e ra m u ma fo rma imp o rt an t e de de fe sa s pa ra
d o mín io do ad ve rsá rio , se m se r
e le s.P e rmit iria ne ut ra liza r o at a qu e de um o po ne n te se m o g o lp ea r!
n ece ssá rio mat á -lo
E mbo ra o Ch in ’Na t en ha sido u sa d o d e u ma fo rma o u d e o ut ra p o r
mu it o s an os, o s mo n ge s d e S ha o lin o t ran sf o rma ra m nu ma a rte ao in vé s
d e so men t e té cn ica s.
O Ch in ’Na é u ma t é cn ica a lt a me nt e ef e t iva q ue é e nsin ad a at ua lme n t e
a s po lí cia s e m t od o o mu nd o .
No in í cio d e 1 60 0 o s fu n cion á rio s do go ve rn o bu sca ra m mét o do s ma is
coe rcivo s p a ra su b ju g a r os crimin o so s se m os ma ta r. O Ch in ’ Na
e vo lu iu e m u m sist e ma co mp le t o d e ca pt u ra r e de te r, q ue fo ra m
d ese n vo lvid o s na d in a st ia Ch ’in g (1 6 44 -1 91 1 d. C. ). Fo i qu an do o
Ch in ’Na se t o rn o u p a rte d o p rog ra ma de t re ino bá sico pa ra o e xé rcit o
ch inê s e po licia da p ro ví n cia.
O Sh ua i Ch ia o é u ma f o rma de lut a r n a q ua l é co mb ina da a fo rça f í sica
co m a t é cn ica p a ra lan ça r o s op on en t e s d e u ma po sição p a ra da . O
Ch in ’Na usa man ip u la çã o p a ra la n ça r o op on en t e . Ch in ’Na é u sad o pa ra
imo b iliza r qu a lq ue r p a rte d o co rpo d e u ma p o siçã o e m pé ou de u ma
p osiçã o no ch ão .
A o co nt rá rio d a con vicçã o po pu la r, o Ch in ’Na t ra b a lh a no ch ã o. Na
re a lida d e é me lho r n o ch ão do qu e de pé po rqu e nã o h á co mo o
o po ne n te se e squ iva r, u ma ve z qu e su a s a rt icu la çõ e s fo ra m
imo b iliza d a s.
O Ch in ’Na n ão te m fo rma s, só t é cn ica s de ap re sa men t o b á sica s e
a va n çad a s (Tsou h Gu u – de slo ca n do o s o sso s) exe cut a da s co m mu ita s
va ria çõe s. A cre sce nt e a isso , té cn ica s de divid ir o mú scu lo / t en dã o (Fen
G in ) imp ed in do a re sp ira çã o (B ih Ch i), imp ed in do o u b loq ue a nd o a
ve ia /a rt é ria (Du an n Mie ), p re ssio na r a a rté ria , e p re ssion a r a s
ca vida de s (Tie n Hsue h ), e vo cê t e m u m siste ma e xt re ma me n te e fe t ivo
d e con t ro la r seu o po ne n te . Na re a lid ad e , é u m siste ma mu it o cie n tí f ico
b ase ad o no s mo vimen t o s me câ n ico s.
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E m g e ra l, d ivid ir o mú scu lo / te nd ã o, d eslo ca r o o sso e a lg u ma s té cn ica s
d e imp e d ir a re sp ira ção são re la t iva me n te f á ce is d e a p re n de r, e a
t eo ria q ue os e nvo lve é f á cil de en te n de r. Já blo qu ea r a ve ia / a rt é ria e
ca vida de s são t é cn ica s a lta me n te a va n ça da s q ue exig e m con he cime n t o
d et a lha do d o lo ca l on de são ap lica da s. E sta s té cn ica s po de m cau sa r a
mo rt e , assim o in st rut o r d eve se r mu it o cu id a do so a qu e m pa ssa r est e
con h e cimen t o .
DRAG ÃO
CARACTE RÍ S TI CAS
HIS TÓ RI A
O Dra gã o é u m an ima l mí st ico
A o rige m d est e est ilo e nig má t ico é f req ue n te me n te q ue st ion ad o , mu it o s
co m p od e re s in crí ve is so b re o
e stu d io so s d ize m qu e o est ilo t eve o rige m n o s a no s 17 50 – 18 00 e f o i
céu e a t e rra . É con he cid o po r
d ese n vo lvid o pe lo mo n ge B ud ist a t a ilan d ê s – Yu k.
sua s f o rma s de at aq u e s e
Du ra nt e u m fe st iva l ch a mad o Yu e S he n , pa ra q ua l vin ha lu ta d o re s d e
d ef e sa s f e ch ad a s e p eg ad a s
K un g Fu d e t od a a Ch in a , Yu k co n he ceu L an Y iu K wa i qu e f a zia
mu it o pe rig o sa s e d e st ru t iva s,
d e mo n st ra çõ e s ne ste f e st iva l. Y uk lh e d iisse qu e o seu Ku ng Fu e ra
co mo at aq ue s a o jo e lh o ,
b on it o ma s n ão t inh a uso pra t ico . A Mon ja L an ao ou vir isso o rd e no u
t o rno ze lo, ju n ta s e co to ve lo .
q ue 11 est ud a nt e s o a ta ca sse m, ma s o s me smo s n ão fo ra m ca pa ze s
n e m de to ca r Yu k.
O s mo vime nt o s sã o lon go s,
con t í nu o s e coe re n te s.
I mp re ssion a da e la p róp ria o at a ca e ord en ou t a mbé m q ue se u s
e stu da n te s a ta ca sse m no va me n te . Ma s de sta ve z Yu k de rru ba t od o s o s
e stu da n te s me no s L an . Dian t e d e st a pu ra de mon st ra ção d e K un g Fu a
mo n ja L an ca i ao pé de Yu k e p ed e q ue a a ce ite co mo d iscí pu lo .
Y u k a ce ito u e co me ço u a en sin a r a Mo n ja q ue se t o rno u u m d o s “5
t ig re s de Ca n tã o ” e Yu k f ico u co n he cid o co mo u m Me st re de Dra gã o .
E ste e st ilo é con he cid o po r de fe sa s e a ta qu e s fe cha d o s e “Mo k K iu ”
(e n t re la ça r o s bra ço s). Po ssu i cin co fo rma s q ue mo st ra m o p od e r do
Dra g ão , qu e sã o co nh e cida s co mo : NG A N (o lho s), S UN, (me nt e ), S A U
( p a lma ), YI U (cin t u ra ), MA (po siçã o d e ca va lo ).
O p ra t ica n te p re cisa d o min a r e sta s cin co f o rma s qu e co rre po n de m
e xte rn a men t e a O ra çã o , A r, Fog o , Ág ua e Te rra e in t e rna me n te í n icio,
e sp irit o , re sp ira ção (Ch i), f lu ên cia e e sta b ilid a de in te rio r.
Q ua nd o o p ra t ica n te d o mina e st a s cin co f o rma s asso ciad a s ext e rna e
in t e rn a me nt e e le e st á ap to a pe rceb e r o po de r d o Dra gã o .
TRE I NA ME NTO
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O t re ina me nt o de ste e st ilo é co mp le xo , po is ut iliza d ive rsa s t ra n siçõe s
d e p osiçõ e s. E m a p re n de nd o os mo vime n to s, o e stu d an t e g o lp e a rá d u ro
e m b lo co , fa zen do co m q ue o seu co rpo f iqu e fo rt a le cid o . Est e est ilo
t en de a de se n vo lve r exau st iva me nt e o Ch i (E ne rg ia In t e rna ).
G ARÇA BRANCA
CARACTE RÍ S TI CAS
HIS TÓ RI A
G a rça B ra n ca con he cid o
O sist e ma P a i Ho d e K un g Fu (G a rça B ra n ca ) f o i o rig ina do n a Din a st ia Min g
p o r se u s mo vimen t o s ág e is
(1 36 8 -1 64 4 ), po r u m la ma Tib e ta no , A da to (O rd do t o , A t at u o ju n , Ah Da t Ta ,
d e chu t e s, to rçõe s e
e t c. ), na scido e m 1. 42 6 an te s d e Crist o n o co me ço d o re ino Hsu n Ch un g na
a ta qu e s pe rig o so s.
d ina st ia Min g.
A da t o e sta va med it a nd o pa cif ica men t e n o o ut ro la do da mon t an h a d o Tib e te ,
e du ran t e su a med it a çã o e le , avist o u uma e le ga n te G a rça B ra n ca ,
a qu e ce nd o -se ao so l q ua nd o , su b ita me n te , u m ma ca co se lva ge m a pa re ceu
d a f lo re sta p ró xima e a ta cou a G a rça ag a rran do - a p e la s a sa s.
O pá ssa ro e sta va assu sta d o, ma s e st e fu g iu do at aq ue d o ma ca co e
vin go u -se usan d o se u lo ng o b ico p a ra b ica - lo. S eg u iu - se u ma ba ta lh a
vio le nt a . O ma ca co q ue e ra n o rma lmen t e co n side ra do a t ivo e ág il n ão e ra
p a r pa ra a Ga rça . Ad a to o bse rvou a lu t a mu ito a te nt a me nt e .
E le est a va f ascin ad o pe la espe rt e za exib ida p e lo s d o is a n ima is. A lu ta
t e rmin ou co mp let a men t e po r u m te mp o e o ma ca co e sta va co me çan d o a
d e mo n st ra r sina is d e ca n sa ço qu an do su b it a men t e, co mo u m ra io , o b ico d a
G a rça g o lp e ia u m d o s o lho s d o ma ca co q ue p ro f e riu u m g rit o ag ud o de do r
e nq ua n to o sa ng ue f lu ía d o o lho da n if icad o .
O ma ca co co me ço u a sa lt a r e fu g iu p a ra o ab rig o n a f lo re sta d e o nd e h a via
sa íd o .
No in í cio d a lu ta , A da to a pe na s ob se rvou ma s nã o p en sou mu it o so b re e la .
P o ré m, q ua nd o e le o bse rvou ma is a te n ta me nt e , co me çou a no ta r q ue o s d o is
a n ima is usa va m mét o do s d ife re n te s de lu ta e q ue sua s t écn ica s e ra m
sist e má t ica s e me t icu lo sa s. O s mo vime n to s d a G a rça B ran ca e ra m
p a rt icu la rme n t e e va sivo s, a nu lan do cad a mo vimen t o de at aq ue d o ma ca co ,
n ão imp o rta n do a ve lo cida de e m qu e era m d esf e rid o s.
De po is d e o bse rva r o s mo vime n t o s d e lu t a do s do is an ima is, A da to f o rmou
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u m sist e ma d e t é cn ica s d e p un ho s e p e rn a s e m su a me n te . Co mo re su lt ad o
d e mu it a expe rime n t a ção e p rá t ica, o Ku ng Fu G a rça B ra n ca co me ço u a se
f o rma r.
A pó s te rmin a d a a pe squ isa e a na lise , fo ra m cria d a s 8 (o ito ) té cn ica s
f un da me n ta is d o s mo vime n t o s n at u ra is da Ga rça B ran ca e a do ta do a lgu n s
jo go s d os p és d o ma ca co . Ad a to in co rp o rou a s té cn ica s n ova s ao a rse n a l
ma rcia l q ue e le h avia a p re nd id o no te mp lo e a ist o de u o no me de “O rug ir
d o le ão ”, ma is t a rde o e st ilo fo i re no me ad o pa ra Ku ng Fu Pa i Ho o u P a k Ho k
n o d ia let o ca n to n ê s.
O Ku ng Fu da Ga rça B ra n ca é co n he cid o co mo a a rt e I mp e ria l du ra nt e a
d ina st ia Ch in g (16 44 - 19 12 ), p o rq ue o s gu a rd a s rea is t re ina ra m o Ku ng Fu
G a rça B ra n ca p a ra p ro t eg e r a fa mí lia re a l. Ta mb é m é con sid e rad o co mo u m
d os ma is e leg an t e s e b on it o s e st ilo s do Ku ng Fu Ch in ê s.
Co m o pa ssa r do s sé cu lo s, o Ku ng Fu G a rça B ra n ca t e ve mu it o s me st re s
f a mo so s q ue o d esen vo lve ra m e m vá rio s sist e ma s dif e ren t e s: L a ma P a i, Ho p
G a r, o Rug id o de Le ão , Pa k Ho k, S i Jih Ha o , Ga rça B ra n ca e La ma Ku ng Fu.
No s an o s e nt re 1 .8 50 e 1. 86 5 du ran t e a d in a st ia Ch in g, o g ra nd e Mon ge
Hsin g Lu ng Lo Ju n g, u m d os p rime iro s d iscíp u lo s de Ad at o , via jo u pa ra o su l
d a Ch ina co m seu s q ua t ro d iscí pu lo s mon g e s Ta Ch i, Ta We i, Ta Y ua n e Ta
Ch ue h . E le s co me ça ra m a p rop a ga r a s té cn ica s d e mã o s da est re la ca d en t e
e est ilo d o n o rt e de Ku ng Fu se gu nd o se u at ua l tí t u lo d e e st ilo “Pa i Ho ”.
O g ra n de Hsin g L un g e seu s q ua t ro d iscí pu lo s est a va m en clau su rad o s no
mo st e iro Ló tu s, na mon t an h a Tin g Hu , d o d ist rit o de Ch a o Ch in g, K wan g
Tu ng . Fo i lá q ue o Mo ng e Hsing L un g a ce it o u qu at ro a lu no s, o s qu a is n ão
e ra m mon g e s, e pa sso u pa ra e le s o s se g red o s do Ku ng Fu P a i Ho . E sse s
q ua t ro discí pu lo s e ra m Won g Ya n L a m, Ch a n Y un , Cho u He u ng Yu en e Ch u
Ch i Y iu. De po is u m o ut ro , ch a mad o Won g La m Ho i, se ju nt o u a o s q ua t ro .
Wo ng L a m Ho i e ra irmã o de sa ng u e d e Wo n g Y an L a m e e ra d e Na n Ha i
d ist rit o de K wa ng Tun g .
E le s fo ra m o s cin co g rã o -me st re s qu e f ica ra m re spo n sá ve is pe la p ro pa g a çã o
d o K un g Fu P a i Ho no Su l d a Ch ina , lo go ap ó s su a cria çã o . Os seg u ido re s
a cima men cio na d o s co mo os cin co g rão - me st re s, h avia m n o me a do Ng Siu
Ch un g co mo o p rin cip a l expo e nt e do est ilo P a i Ho .
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Uma e sta t ue t a d o B ud a fe it a de ou ro fo i d ad a ju nt a me nt e po r Wo ng Y an La m
e Ch u Ch i Y iu à Ng S iu Ch un g . Est a e sta t ue t a fo i h e ra n ça d o e st ilo Pa i Ho e
so men t e o g rão -me st re do e st ilo e sta va in cu mb ido d a re spo n sab ilid a de d e
g ua rd á -la . Na qu e le te mpo , Ng S iu Chu n g t o rno u -se o g ua rd ião ou t imo ne iro
d o e st ilo Pa i Ho de Ku ng Fu . O s g rã o -me st re s Ch a n Y un e Ch ou He un g Yu en
mo rre ra m ce do . A t a re fa d e p rop ag a çã o da a rte ma rcia l P a i Ho e sta va
p rin cipa lme n t e so b re Wo n g Y an L a m e Chu Ch i Y iu .
Ch an Ha k Fu (Ch en K e Fu ): Um d os me st re s ma is fa mo so s de Ku ng Fu G a rça
B ran ca , ap re se n to u ao mun do sua o rga n iza çã o : a Fed e ra çã o In t e rna cio na l d e
K un g Fu P ak Ho k (Wh it e Cran e ) na Au st rá lia e m 19 72 . E le ab riu sua s
e sco la s e m Hon g Ko ng , Ma ca u , A u st rá lia e vá rio s lo ca is no s E st a do s Un ido s,
co mo No va Io rq ue , Ca lif ó rn ia , S an Fran cisco et c.
O mon g e A h Da t Ta, e ve n tu a lme n te , en sino u o e st ilo a o ut ro mon ge d o
t e mp lo e sse mo ng e e ra o gra nd e S in g Lu ng o q ua l, ma is ta rd e , a mp lio u o
sist e ma crian d o a s té cn ica s de mã o s da est re la ca d en t e (L a u S ing K ue n ).
Mu it a s té cn ica s d en t ro da fo rma Fe i Ho k Sa u (mã o s de ga rça vo a do ra )
e sta va m e xt re ma me n te a va n ça d a s p a ra p rin cip ian t e s e a ssim a d ivisã o
“p un h o s d a e st re la ca de n te ” f o i cria da pa ra co n te r as f o rma s ma is bá sica s.
E la s sã o : L u k L e k K ue n (Fo rma da s se is f o rça s), Chu it Y ap Bo Ku en (Fo rma
a va n ça r e re cua r o pa sso ), Tit Lin Ku en (Fo rma d a cad e ia de fe rro ), S iu Ng
Y ing K ue n (Fo rma do s cin co pe qu en o s an ima is), Tin G on g K ue n (Fo rma da
u rsa ma io r), Lo Ha n Ku en (Fo rma d e B od h isa t t va , S an t o B ud ist a ), S iu K a m
K on go K ue n (Fo rma d o p eq ue n o d ia man t e ), Ta i K a m Ko ng o Ku en , (Fo rma do
ma io r d ia man t e ), Ta i Ng Y in g Ku en (Fo rma d os cin co g ran d e s a n ima is), K un
Na Sa u Ku en (Fo rma de ag a rra men t o co m a s mão s), Tsu i B a Hsie n Ku en
(Fo rma d o s o it o imo rt a is b êb ed o s), Tsu i Lo Ha n Ku en (Fo rma d e B od h isa t t va
b êb ed o ), Lo Han Chu t Don g Ku en (Fo rma B od h isa t t va e n ce rra a ca ve rna ),
K ua i Jih Ku en (Fo rma d o B an do le iro ), L o Ha n Y i S ap Se i Jan g Ku en (Fo rma
d e vin t e e qu at ro co to ve lo s d e B od h isat t va ) e Tsu i K a m Ko ng o K ue n (Fo rma
d e d ia man t e b êb ed o ).
O s mo vime nt o s da s fo rma s a cima são p rin cipa lme n te circu la re s e mu it o
co mpa ct o s. P o ré m, essa s sã o , p o rta n to , a s p rin cip a is fo rma s d o e st ilo . A s
t é cn ica s ma is a va n ça da s são a s fo rma s:
•
Mu i Fa Ku en (Fo rma d a f lo r de a me ixa ), a exe cu çã o d e ssa f o rma
simb o liza a f lo r d e a me ixa a b rind o su a s pé ta la s, mo st ra n do sua
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b e le za (con he cime n t o ) e p e rf u me (Ch i), e in co rpo ra a essên cia d os
mo vime n to s d a g a rça co mb in a do s co m o K un g Fu clá ssico.
•
Fe i Ho k Sa u (Mã o de ga rça vo a do ra ), e ssa f o rma fo i d ed icad a a t od o
o ní ve l fu nd a men t a l da s té cn ica s de lu t a do siste ma P a i Ho e e sta va
co mpo st a de a mb o s os go lp e s d e p un ho s e té cn ica s d e mã o s
a be rt a s.
•
Ne i L ah Sa u, e ssa f o rma fo i d ed icad a às t é cn ica s de lu ta a va n ça da s
e est a va co mpo st a d e a ga rra me n to e té cn ica s d e t o rçõe s. Co m
e sp e cia liza ção e m co mb a te n os p on to s vit a is do op on en t e .
•
Do u L o S au , e ssa fo rma é fu nd a me nt a l n o K un g Fu Pa i Ho e e stá
in clu sa n a f o rma in t itu la da “A gu lh a e n vo lvid a no a lg od ão ”.
•
Min L o i Ja m K ue n (Fo rma ag u lh a en vo lvid a no a lg od ã o ), essa fo rma
é u m p ou co do Ku ng Fu e stá t ico qu e e nf a t iza a fu n ção da men t e . A
me n te con t ro la os mo vime n to s do co rp o e me mb ro s. De mo do q ue a
f o rma “ag u lha e nvo lvid a e m a lgo dã o ” p od e se r con sid e ra d a, d e ce rt a
f o rma , Ku ng Fu in t e rno o q ua l é o p on to d e p a rt id a pa ra os ma is
a lt o s e stá g io s de t ra b a lh o int e rn o ch a ma d o “t ra b a lho in te rn o Pa i Ho ”.
A qu e le q ue é b a st a nt e p re pa ra d o p a ra p ra t ica r est e s t ra ba lh o s
in t e rn o s se rá cap a z de usa r sua me nt e pa ra co n t ro la r nã o só a
re sp ira ção ma s ta mb é m a circu la ção san g uí n ea e o me ta bo lismo do
co rpo , e xe cu ta nd o , de ssa f o rma , em p e rfe it a ha rmo n ia co m o
u n ive rso .
A lé m da s fo rma s me n cion a da s a cima sã o re a liza do s mo vime n to s co mo
t é cn ica s co mp le me n ta re s da s fo rma s d o ma ca co (Ho u Chu en ), d o t ig re (Fu
Jia o ), do leo pa rd o (Pa o Ch ’u an ), d o d rag ã o (L o ng Chu en ) e d a se rpe n te (S he
Ch ue n ).
O e st ilo P a i Ho (g a rça b ra n ca ) t a mbé m u t iliza a rma s e m su a s f o rma s.
No to t a l sã o ma is de 10 (de z) a s p rin cip a is a rma s en sina d a s n o e st ilo Pa i
Ho .
S ão e la s:
•
B a st ã o n o rma l (Sh a ng K ua n S hu ),
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•
Nu n ch a ku d e d ua s pa rt e s (L a n Tih K ua n ),
•
Fa cão de gu me simp le s (Tan Tao K ue n ),
•
Fa ca d e b o rb o le ta (Wu Tip Tao ),
•
L an ça d e u ma po nt a ou u ma cab e ça (Ta n To u Ch ’ian g ),
•
G an cho o re lha o u cab e ça d e t ig re (Hu To u Ko u ),
•
Fa cão e m fo rma d e me ia -lu a ou fa cão de K wa n Ku n (K u an Tao ),
•
Nu n ch a ku d e t rê s pa rt e s (Sa n Tih K ua n ),
•
P un ha l d up lo (E rh Pi S ho u ), Ga rf o de t rê s p on ta s – t ride n te co m
b ast ão (S an Ch ’a Ku an ) e
•
E spa da simp le s e d up la (Ch ien Tao ).
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Esta coletânea é o 12° volume da série e é fornecida
gratuitamente.
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