A APROXIMAÇÃO A TEORIA DE CAMPO DE FORÇAS

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A APROXIMAÇÃO A TEORIA DE CAMPO DE FORÇAS
A APROXIMAÇÃO A TEORIA DE CAMPO DE FORÇAS DE KURT LEWIN NO
TRABALHO EM EQUIPE: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Autores: Ribeiro LCM, Munari DB.
Instituição: Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás
Email para contato: [email protected]
Introdução: O desenvolvimento do trabalho em equipe exige conhecimentos
de administração, liderança, relações interpessoais e habilidade para o manejo
grupal em busca do seu melhor desempenho. Em geral, nas equipes coexistem
fatores facilitadores e dificultadores que interferem nas ações a serem
realizadas e na própria convivência entre os seus membros. O psicólogo
alemão Kurt Lewin transpôs o modelo do “campo de forças da física”, para as
situações interpessoais, criando um esquema conceitual de análise do campo
de forças, propondo uma estratégia para analisar as forças impulsoras ou
restritivas para o desenvolvimento de um grupo, com vistas a verificar as
possibilidades de intervenções para favorecer as forças impulsoras e/ou tentar
converter/imobilizar as forças restritivas. A aproximação a esse modelo nos
serviu para analisar o desempenho do trabalho em equipe e para indicar
possibilidades de mudanças. Objetivo: Neste estudo descrevemos a
experiência da utilização do referencial de Kurt Lewin para o desenvolvimento
do trabalho em equipe no contexto da saúde. Metodologia: Foram realizados
quatro estudos desde 2008 a partir da aproximação da teoria de campo de
forças de Kurt Lewin em diversos ambientes da área da saúde e também com
diferentes tipos de equipes envolvidas nesse contexto. As equipes estudadas
atuavam em UTI, Pronto Socorro, Central de Material e Esterilização e
Unidades de Saúde da Família. A utilização desse método compõe-se de
quatro etapas: mapear as forças atuantes a partir da perspectivas dos sujeitos
envolvidos; estimar sua intensidade e desenhar o diagrama do campo de
forças; categorizar as forças atuantes em uma das categorias relacionadas ao:
Eu (que engloba elementos que se relacionam à pessoa como indivíduo, tais
como
motivação,
talentos,
timidez),
Outro
(que
abrange
elementos
concernentes a outras pessoas, tais como liderança, competência, conflitos e
simpatia) e Ambiente (que se compõe de elementos não referentes a pessoas,
tais como ambiente físico, recurso materiais) e finalmente criar alternativas de
mudanças. Resultados: A partir dos estudos realizados pôde-se verificar o
mapeamento das dimensões necessárias de investimento no desenvolvimento
de equipes de trabalho. A análise do campo de forças indicou elementos que
podem dificultar a realização do trabalho em equipe de forma eficiente. Foi
percebido que as forças impulsoras são as que tendem a elevar o nível de
atividade do indivíduo com o grupo, já as restritivas são, na maioria dos
estudos, relacionadas aos aspectos ambientais e da relação entre os membros.
Considerações finais: A análise do desempenho das equipes a partir do
referencial adotado mostrou que se trata de técnica valiosa para o
planejamento de mudanças no contexto no trabalho em equipe, especialmente,
por considerar a análise dos sujeitos envolvidos acerca do seu próprio
desempenho.
A
implementação
da
quarta
etapa,
que
consiste
no
desenvolvimento de estratégias de mudanças tem se constituído um grande
desafio, pois depende da política institucional, envolvimento de gestores e
desejo da equipe em se aprimorar. A análise desse processo possibilita traçar
diretrizes em busca de uma gestão de qualidade por meio do esforço coletivo
na solução de problemas e tomada de decisão.
Referências
Ferreira VM. Forças impulsoras e restritivas para o trabalho em equipe em
central de material e esterilização. 2009. [dissertation]. Goiânia: Faculdade de
Enfermagem/UFG; 2009. 163 p.
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1951.
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Silva AP. Forças restritivas e impulsoras para o trabalho em equipe de pessoal
de uma unidade de Pronto Socorro de um Hospital Escola. [dissertation].
Goiânia: Faculdade de Enfermagem/UFG; 2009. 153 p.
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