Diário do Alentejo Nº 1774 ~ 21 de abril de 2016
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Diário do Alentejo Nº 1774 ~ 21 de abril de 2016
PUB André Alves: Judoca de Almodôvar perto de se classificar para os Jogos Olímpicos pág. 17 QUINTA-FEIRA, 21 ABRIL 2016 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXIV, N.o 1774 (II Série) | Preço: € 0,90 Marcelo Rebelo de Sousa inaugura roteiro “Portugal próximo” com visitas a Alvito, Beja, Moura e Serpa Presidente da República presta homenagem a Castro e Brito na Ovibeja JOSÉ FERROLHO pág. 15 e Editorial + Suplemento de 12 páginas Tribunal de Contas “arrasa” concessão elétrica em Alqueva pág. 14 Socialistas inviabilizam reversão do hospital de Serpa para o SNS pág. 14 Roteiro completo das comemorações do 25 de Abril Alunos da Lusófona foram jornalistas por um dia no “DA” págs. 12/13 Refugiados sírios em Beja Tamam, Adnam, Hussein e Abdal fugiram da guerra na Síria, atravessaram o mar da morte até à Grécia e “desaguaram” na capital do Baixo Alentejo com o estatuto de refugiados. Agora contam ao “Diário do Alentejo” o terror que ninguém quer ouvir: o conflito no Médio Oriente, a travessia do Mediterrâneo, a espera por notícias da família que tardam a chegar... págs. 8/9 PUB Vidas destruídas pela guerra Diário do Alentejo 21 abril 2016 04 Editorial Um caso Vice-versa “A cidade não tem camas hoteleiras em número suficiente para alojar os passageiros de um único avião”. João Rocha, presidente da Câmara de Beja, “Público”, 13 de abril Paulo Barriga É , para não dizer outra coisa, muito esquisito imaginar a Ovibeja, excluindo de tal pensamento a figura de Manuel Castro e Brito. Não esteve sozinho nesta caminha de trinta e tal anos, mas não deixou de ser ele, e penso que isto é consensual, o principal instigador, o grande mentor, deste fenómeno altamente bizarro que é a Ovibeja. Por isso mesmo é tão difícil desfazer o binómio Ovibeja/Castro e Brito, sem temer pela primeira e sem recordar com nostalgia o segundo. Este é o tempo do elogio generalizado ao Manuel Castro e Brito e de ovação à sua obra. Mas este também deverá ser o tempo de parar para pensar sobre o homem e sobre a sua criação, para garantir que ela, a criação, possa sobreviver ao seu criador. Hoje em dia as pessoas olham para a Ovibeja como uma feira banal, igual a tantas outras que acontecem por esse país fora. É verdade. Mas o que a maioria das pessoas talvez não saiba é que as feiras que por aí existem são cópias, mais ou menos fiéis, da Ovibeja, cujo modelo tem sido abundantemente replicado desde meados de 1980. Mas se o modelo da feira, que está bem à vista de todos e que hoje já não guarda grandes segredos, tem sido reproduzido com eficácia, o mesmo não acontece no que respeita ao sucesso e à visibilidade que cada evento, por si, consegue granjear. Neste ponto, a Ovibeja é inimitável. Imbatível. E é precisamente e também aqui que entra o dedinho de Castro e Brito. Que, desde a primeira hora, percebeu que o êxito de uma feira, qualquer que fosse a sua temática ou motivo, passava de forma inevitável pela sua eficiência comunicativa. Muito antes de as agências de comunicação e imagem começaram a fazer dinheiro em Portugal, já a Ovibeja trabalhava ao pormenor a sua marca, produzia publicações próprias, campanhas publicitárias, instituía gabinetes de imprensa que eram verdadeiras escolas de jornalismo e enchia autocarros com repórteres das publicações de Lisboa que se juntavam na feira, ou na festa, aos profissionais dos órgãos de comunicação locais. A Ovibeja foi, durante muitos anos, dos acontecimentos neste país com mais jornalistas por metro quadrado, dos eventos mais mediatizados e, por consequência, aquele que os políticos pátrios e os demais emplastros de serviço jamais dispensaram. A Ovibeja, pelas mãos de Castro e Brito, obteve um alcance mediático incomparável, o que faz dela, inquestionavelmente, um “caso de estudo” no campo dos media. Um caso singular e valioso que é necessário estudar a fundo para que quem vier de novo não se esqueça do fundamental da matéria. “A cidade de Beja, não sendo um polo turístico por excelência, facto que reconhecemos, tem para oferecer mais de 500 camas em hotéis, a que se somam mais 200 camas em unidades de alojamento local, pousadas e turismos rurais nas freguesias urbanas. Devemos acrescentar sensivelmente mais 300 em unidades diversas na área do concelho, mas fora da zona urbana, num total de cerca de 1 000 camas”. Concelhia de Beja do Partido Socialista (PS), em comunicado enviado ao “DA” Fotonotícia Todo o Alentejo deste mundo. Decorre, até ao próximo dia 25, no Parque de Feiras e Exposições de Beja, a 33.ª edição daquela que é a grande feira do Sul. Cinco dias de um programa que se desenrola em debates, exposições, concursos, desportos, gastronomia, espetáculos e muito mais. Um programa que celebra a ruralidade e a tradição, que promove o debate científico e a inovação tecnológica, que transforma a cidade no epicentro das visitas dos protagonistas da cena política portuguesa, que enaltece o convívio, o reencontro entre amigos e a festa. A fotografia, tirada na última quarta-feira, mostra os preparativos que antecedem a feira que recebe, por edição, cerca de 200 mil visitantes e que conta anualmente com mais de 1 000 expositores distribuídos pelos mais diversos setores de atividade. Texto e foto José Serrano Voz do povo O que representa a Ovibeja? Cristina Barbas 39 anos, empresária A Ovibeja dinamiza e movimenta o Alentejo em todos os setores: na agricultura, na área alimentar, no artesanato. Traz a Beja pessoas de todas as partes do País para conhecerem tudo o que esta feira tem para oferecer aos visitantes. Para mim e para o meu marido, enquanto empresários, a Ovibeja representa uma evolução de vendas e tem sido benéfica para o nosso negócio. Inquérito de José Serrano José Lopes Guerreiro 62 anos, assessor de direção da ACOS A Ovibeja representa o que de melhor existe no Alentejo. A feira é uma oportunidade que esta região tem de mostrar todas as suas potencialidades. Por outro lado, recebe, no seu recinto, o que de melhor existe noutras regiões. Durante os dias do certame a cidade de Beja fica com um movimento diferente do resto do ano, que proporciona o desenvolvimento da economia local. Fernando Rodrigues 42 anos, desempregado Sendo uma das grandes feiras do País, tem uma grande importância para o Alentejo: traz muitas pessoas, muito movimento à cidade. Beneficia a restauração, a hotelaria, os supermercados, as bombas de gasolina, muitos negócios. Este é o grande evento da cidade, com uma dimensão muito superior a qualquer um outro, e cria, porventura, algumas oportunidades de trabalho. Miguel Pavia 47 anos, delegado de informação médica A Ovibeja, que traz um grande aporte de visitantes à cidade, é uma mostra do que se faz no Alentejo: na agricultura, na pecuária, na gastronomia, na cultura. Representa o nosso espírito ativo, a alegria do convívio, o reencontro, o prazer que nós, alentejanos, temos em receber. A Ovibeja é a prova do empreendedorismo, da persistência, da vontade e da dedicação deste povo. Rede social DR Semana passada QUINTA-FEIRA, DIA 14 FERREIRA GNR RECUPEROU MATERIAL FURTADO ALCÁCER DO SAL NOVO VEÍCULO PARA RECOLHA DE RESÍDUOS A Câmara de Alcácer do Sal anunciou a aquisição de uma nova viatura para a recolha de resíduos sólidos urbanos no concelho, que custou cerca de 190 mil euros. O veículo, explicou o município, “permite a recolha dos contentores enterrados existentes na zona da marginal da cidade de Alcácer, o que, até ao momento, não era possível”. O investimento visa “otimizar o serviço prestado no âmbito da recolha de resíduos indiferenciados”, acrescentou a autarquia, referindo que a viatura está em fase de testes e deverá, “a curto prazo”, começar a operar. SEXTA-FEIRA, DIA 15 LITORAL ALENTEJANO CONDIÇÕES DE SAÚDE LEVADAS AO MINISTRO A Coordenadora das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano reuniu-se, em Lisboa, com o ministro da Saúde, com o secretário de Estado da Saúde e com o presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo, de modo a informar e exigir uma resolução para alguns problemas. Alertou a comissão que, no litoral alentejano, existe cerca de 30 por cento dos utentes sem médico de família e muitos mais sem enfermeiros de família. A comissão transmitiu ainda a sua preocupação relativamente às extensões de saúde de Palma, Saboia e Vila Nova de Milfontes, por estarem muito degradadas. E, por fim, explicou que existem muitas especialidades no hospital só com um médico. SEGUNDA-FEIRA, DIA 18 MÉRTOLA PROMOÇÃO DO BIRDWATCHING NA IMPRENSA AMERICANA A Câmara Municipal de Mértola anunciou que, no âmbito do seu trabalho de estruturação do produto birdwatching, por forma a posicionar o sul de Portugal como um destino de referência para o turismo ornitológico, promoveu este produto no mercado americano, nomeadamente na imprensa escrita, designadamente através do editor da revista “Birdwatcher´s Digest”. A cada três meses encontrará nesta caixa mágica receitas, produtos regionais de seleção (azeite, especiarias e ervas aromáticas, vinho, gin, enchidos, mel, biscoitos, artesanato, produtos de beleza), ofertas promocionais, fichas de caminhadas para os amantes da natureza e um mapa ilustrado da região Alentejo, que o ajudará a saber a origem de cada produto. Como se pode contribuir para a concretização desta ideia? Para contribuir basta visitar a nossa página on line (ulule.com/alentejo-magicbox) e escolher a contrapartida que deseja. Pode participar neste projeto a partir de uma doação mínima de cinco euros e pode encomendar a sua caixa, ou aderir a Alentejo Magic Box por um período seis meses ou um ano. Quem pretender pode contribuir diretamente no site da Ulule, com cartão de crédito, ou fazê-lo através de um pagamento por multibanco, neste caso deve enviar-nos um email para [email protected] com a indicação do montante que pretende doar. Se conseguirmos os 5 000 euros, no prazo previsto, pretendemos enviar as primeiras caixas no mês de julho e iniciar as encomendas on line. A Câmara Municipal de Vidigueira promoveu um encontro com escritor Pedro Chagas Freitas. A iniciativa aconteceu, na sexta-feira passada, no Centro Multifacetado de Novas Tecnologias de Vidigueira. DR Alentejo Magic Box é um projeto de financiamento participativo (crowdfunding) que pretende angariar, em donativos, 5 000 euros, até ao final do mês de maio. O que poderemos encontrar, sendo o projeto viabilizado, nesta caixa mágica? Pedro Chagas Freitas em Vidigueira Conferência em Beja com Nuno Colaço Nuno Colaço, neuropsicólogo e presidente do Centro de Excelência para a Psicologia, esteve em Beja onde participou numa conferência, que se integrou no mês da Prevenção dos Maus Tratos na Infância. DR A Associação Sócio Profissional Independente da Guarda (Aspig) criticou os “escassos recursos humanos e materiais” da GNR, exemplificando que, no Posto Territorial de Odemira, “não há viaturas” para realizar o patrulhamento, que tem de ser feito a pé. “Não há viaturas para executar o serviço de patrulha às ocorrências, sendo, no entanto, escalados para o efeito, inclusive no horário das 0 às 8 horas, militares que constituem patrulhas apeadas”, denunciou a Aspig. Manifestando-se preocupada “com os critérios estabelecidos, por certos Comandos da Guarda, para a gestão dos escassos recursos humanos e materiais”, a Aspig defendeu que a “situação” de Odemira, que obriga a recorrer às viaturas de outros postos territoriais vizinhos, deve “merecer cuidada atenção da hierarquia”, com vista à sua resolução. Cofundador da Alentejo Magic Box Dia Internacional dos Monumentos e Sítios em Ferreira No âmbito das comemorações dos 500 anos do Foral Manuelino a Ferreira do Alentejo, que decorrem durante todo o ano, a câmara assinalou o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios com uma caminhada. DR ODEMIRA ASPIG CRITICA FALTA DE VIATURAS DA GNR PARA PATRULHAS 3 perguntas a João Machado Poderá este produto constituir um instrumento de promoção regional? Acreditamos que a região Alentejo tem um grande potencial para o turismo. Sabemos também que oferece uma qualidade de vida de dar inveja a muitos países, com os seus produtos da terra, a sua vida rica em tradições, a sua natureza. Cremos que este produto pode ser uma ferramenta poderosa para a divulgação da região. Para além de destacar os produtos e os respetivos produtores em cada edição da caixa, iremos usar o nosso site para apresentar, de forma mais detalhada e original, os atores locais (em formato de entrevistas/vídeos). O uso das novas técnicas de comunicação, para divulgar o Alentejo, é uma prioridade para nós, bem como o uso de três idiomas diferentes (português, inglês, francês), disponibilizados ao público no início do projeto. Alentejo Magic Box pretende ajudar a projetar o Alentejo cá dentro e lá fora. José Serrano Mês contra os maus tratos na infância assinalado em Mértola Mértola, no âmbito do programa do Mês da Prevenção dos Maus Tratos na Infância, apresentou o livro A Viagem de Peludim, seguindo-se, na biblioteca municipal local, uma palestra sobre educação sexual. DR A GNR identificou, em Ferreira do Alentejo, um homem por suspeita de furtos e apreendeu diverso material, divulgou a força de segurança. Os furtos terão ocorrido numa residência e num estabelecimento comercial. Após a realização de uma busca domiciliária, a GNR recuperou três armas de fogo, 15 cartuchos, dois LCD, duas consolas, duas máquinas de brindes e 29 euros em dinheiro. O suspeito, de 23 anos, foi constituído arguido e sujeito a termo de identidade e residência (TIR). António Eloy falou de alterações climáticas em Aljustrel No âmbito do Plano Escolar de Educação Ambiental/Proteção Civil 2016 foi organizado, em Aljustrel, uma ação que pretendeu chamar a atenção dos alunos para as alterações climáticas. António Eloy, professor, foi o orador convidado. Diário do Alentejo 21 abril 2016 05 Diário do Alentejo 21 abril 2016 06 Esta é mesmo muito especial N os jornais, quando se dá o caso ou quando a ocasião o exige, costumam-se dar à estampa edições especiais. Por norma, trata-se de impressões que pretendem aprofundar algum assunto relevante, que querem homenagear determinada personalidade, um feito extraordinário, celebrar certa data ou assinalar um acontecimento singular. As edições especiais, como hoje duplamente acontece com o “Diário do Alentejo” em relação à Ovibeja e ao 25 de Abril, acontecem, em exclusivo, em função das matérias que as integram. Por isso mesmo, a presente edição do “DA” não é apenas especial. É mesmo muito especial. E aquilo que a torna assim tão especial é o facto de a sua excecionalidade advir não apenas das suas histórias e dos seus temas, mas fundamentalmente de quem concebeu as próprias peças jornalísticas. Naquilo que é substancial, este jornal foi pensado e concebido por cerca de três dezenas de alunos da Universidade Lusófona. Perto de 30 jovens repórteres que se juntaram à nossa redação no final da passada semana e que quiseram aprender os fundamentos do jornalismo, oferecendo em troca toda a sua energia, irreverência e audácia. Esta edição do “Diário do Alentejo” é mesmo muito, muito, especial porque, pelo menos desta vez, o mensageiro é mais importante do que a mensagem. Paulo Barriga PUB Esta edição do “Diário do Alentejo” teve uma redação JOSÉ SERRANO Jornal/escola alargada. Uma boa parte das histórias que hoje são publicadas foram escritas por alunos do curso de Ciência da Comunicação e da Cultura da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Durante meses, prepararam reportagens e entrevistas. Durante três dias, invadiram a redação. Foi assim que tudo aconteceu. Texto Alexandre Sabino e Marta Marques, alunos da Univ. Lusófona Alunos da Universidade Lusófona participam na presente edição do “DA” Um jornal feito por estudantes universitários “O k, vamos embora.” Há meses que os alunos de Ciências da Comunicação e da Cultura da Universidade Lusófona se estavam a preparar para este dia. Ricardo J. Rodrigues, jornalista e professor de Géneros Jornalísticos, começa por dar as boas vindas e relembra os estudantes que cada um tem o seu tema. Está uma confusão para colocar as malas no autocarro e a chuva não ajuda. Está vento e falam todos ao mesmo tempo, o importante é entrar para não ficarem molhados. Agora estão todos sentados aos pares com sorrisos rasga- dos; o entusiasmo para o projeto que aí vem é notório. De 14 a 16 de abril, os estudantes “invadiram” a redação do “Diário do Alentejo”. Mas não foi para uma visita de estudo, foi para se tornarem por uns dias jornalistas a sério. Esta edição tem então uma série de artigos feitos por eles. Desde entrevistas com os cabeças de cartaz da Ovibeja [D.A.M.A., Carlão, Nelson Freitas e David Carreira] até à história dos primeiros refugiados que chegaram a Beja, passando pelos bastidores do centro de reprodução do lince ibérico ou a história da única esperança olímpica alentejana. Também foram descobrir as Catarinas de Baleizão, escreveram para os especiais da Ovibeja e do 25 de Abril, que saem hoje com o jornal. A ideia tinha nascido em fevereiro, no início do semestre académico. Era já uma aspiração antiga do professor levar estudantes para o terreno e pô-los ao serviço de um público específico. “Era importante serem os alunos a propor as reportagens, mas também era importante perceberem que tinham de servir a comunidade a que se destina o jornal.” O “Diário do Alentejo” reunia as condições ideais para aplicar este conceito. E o diretor, Paulo Barriga, alinhou logo na ideia. Então, no início de março, os alunos entregaram uma série de propostas de entrevistas e reportagens. E Barriga avaliou quais interessavam ao público do jornal. A partir daí, era preciso preparar os trabalhos o melhor possível. Foi isso que os alunos fizeram, ainda em Lisboa. Foram semanas a estabelecer contactos e a preparar trabalhos. Alguns alunos não poderiam fazer a viagem, por isso ficaram responsáveis pelas entrevistas aos cabeças de cartaz da Ovibeja, que tinham de ser feitas em Lisboa. Mas era preciso irem bem A preparados. Então, uma semana antes, a jornalista Alexandra Tavares-Teles passou mais de uma hora a ajudá-los a preparar perguntas. Foi, aliás, uma aula de coaching para todos os grupos de trabalho. O professor convidou vários profissionais do setor e cada um ocupou-se de uma equipa. A Cláudia Marques Santos treinou a equipa multimédia, a Helena Geraldes apoiou o grupo de reportagem sobre o linceibérico, o João Bonifácio ajudou os alunos que estavam a escrever o perfil do judoca olímpico André Alves, o João Ferreira Oliveira tomou conta da equipa de trabalho da Ovibeja, a Maria João Guimarães auxiliou o grupo que ia fazer um trabalho sobre o legado de Catarina Eufémia, em Baleizão, e a Rita Garcia ajudou a equipa que ia conhecer em primeira mão os refugiados sírios que chegaram a Beja. Havia ainda uma equipa de redação, com muito trabalho para o suplemento do 25 de Abril, e dessa tomou conta Ricardo J. Rodrigues. Assim que chegaram ao jornal, os alunos puseram logo mãos ao trabalho. O diretor do “Diário do Alentejo” apresentou a equipa residente. “Quem trabalha com um grupo destes, pode ir depois para qualquer sítio que faz, de certeza, um brilharete. Esta é a melhor escola que vocês podem ter”. Alguns estudantes ficaram pela redação e outros foram logo para o campo. “Vejo que uma das grandes lacunas do ensino do jornalismo em Portugal é os alunos não porem a mão na massa”, dizia Paulo Barriga, e foi por isso que aceitou recebê-los no “Diário do Alentejo”:“Quis arriscar e tenho a certeza que vai ser uma aposta ganha. Esta edição do jornal vai sair muito valorizada. Para mim é uma alegria enorme e eu gosto desta confusão, desta barafunda. Gosto de trabalhar em cima do arame e sob pressão. O jornalismo, para mim, passa um bocadinho por isso e foi o que aconteceu esta semana”. As alunas Jéssica Ferreira, Juliana Mendes e Filipa Coelho tiveram em mãos um tema de grande atualidade. PUB Nunca vou esquecer esta experiência. Foi a primeira vez que pratiquei jornalismo a sério, com toda a responsabilidade que isso acarreta.” Tiago Constantino Quatro refugiados, dois deles família, que fugiram da guerra na Síria e estão agora a viver em Beja. Foram as primeiras, na comunicação social, a ter acesso a esta informação. Marcaram uma entrevista com a Cruz Vermelha de Beja e, quando lá chegaram, deram de caras com Vânia Castanheiro, psicóloga e técnica que acompanha os sírios em tudo, e tudo pode ser idas ao médico, a centros comerciais ou ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. Com ela e com Ghassan Al Zorba, médico do hospital de Beja de nacionalidade árabe, conseguiram entrar e falar com os refugiados, visitar a casa deles. E conseguiram em primeira mão a informação de que, na sexta-feira, dia 22, estes quatro homens iriam estar num almoço em Lisboa com o Presidente da República. Quando voltaram à redação, não cabiam em si de entusiasmo. “Tivemos a oportunidade de contactar com pessoas reais, contar histórias verdadeiras e isso é fantástico”, dizia Jéssica. “Nós não sabíamos se íamos conseguir contactar os refugiados e aquele momento em que percebemos que tínhamos sacado a história, que estávamos em casa deles, foi uma emoção incrível. É por causa dessa adrenalina que quero ser jornalista.” Carolina Montez, Joana Ramos e Margaria Recatia, quiseram saber mais e escrever sobre os linces ibéricos. Partiram cedo para Silves, com a vontade toda. “As maiores dificuldades foram sem dúvida o caminho percorrido, perdemo-nos uma série de vezes”, afirmam. Apesar disso, tiveram o privilégio de entrar no Centro de Reprodução do Lince Ibérico e conseguiram observar, através de câmaras presentes na área, os animais. Depois seguiram para a sede do Parque Natural do Vale do Guadiana, para perceber como se trabalha contra a extinção do felino mais ameaçado do mundo. “Esta correria puxa por nós. Hoje temos muito mais vontade de seguir esta carreira”, confessava Joana. A curiosidade de Tiago Constantino e de Maria Calé Gaspar levou-os até Baleizão. Queriam saber o peso de ser Catarina na terra de Catarina Eufémia. Tentaram perceber o que sentem ao terem o mesmo nome do ícone da terra. “Isto foi difícil, e antes de começarmos até parecia que ia ser impossível contar estas histórias”, lamentava-se Tiago. “Mas depois fomos para o terreno e superámo-nos, conseguimos tudo o que queríamos. Nunca vou esquecer esta experiência. Foi a primeira vez que pratiquei jornalismo a sério, com toda a responsabilidade que isso acarreta.” Enquanto isto, outros alunos ficaram dentro da redação, envolvidos noutros projetos. Quer na construção de notícias para o on line do “Diário do Alentejo”, como por exemplo João Tojo, quer a escrever uma peça sobre as homenagens ao fundador da Ovibeja, falecido no final de março. Ana Torres e Laura Martins trataram dessa parte. José Costa e Cláudia Candeias passaram os dias a ligar para câmaras municipais para saber todas as atividades culturais de comemoração do 25 de Abril no distrito de Beja. Depois, saíram para a rua para fazer um inquérito à população. “Havia gente a fazer reportagens e nós estávamos com as notícias. Estes dias deram para perceber que cada tema e cada trabalho têm a sua importância na vida de um jornal”, analisava Cláudia. Depois houve um mundo de gente a visitar a Ovibeja para fazer uma série de artigos. O Pavilhão do Cante, das Artes e dos Ofícios foi trabalhado pela Joana Lopes, e Carolina Dinis e Filipa Barradas foram conhecer o pavilhão Terra Fértil, enquanto Sara Faria e Sérgia Tavares andaram de volta do Concurso Internacional de Azeites e a Sónia Kristina desdobrou-se em contactos para poder escrever sobre o programa “Ao Encontro das Lãs”. Gonçalo Henriques e Marco dos Santos propuseram-se a escrever um perfil do único atleta alentejano que poderá representar Portugal nos próximos Jogos Olímpicos, André Alves. O problema é que o judoca vivia em Munique, então tiveram de falar com ele por email. Quando chegaram a Beja, estiveram com o seu primeiro mestre de judo e falaram com o pai, para terem um artigo mais completo. “Quando virmos o artigo nas páginas do jornal vamos ter a certeza de que todo o esforço é recompensado”, assegurava Gonçalo. “E é isto que esperamos da profissão. Esforço e recompensa no fim.” Foram dias intensos num ambiente sério de trabalho. O receio de errar foi dando lugar à certeza de que tudo estaria pronto a tempo. “Ninguém aprende sem errar, aprendemos falhando”, explicava o professor. O diretor do jornal reforçava a ideia: “Os vossos textos terão de ser editados para termos a certeza de que não têm erros. Mas esse processo de edição é feito convosco ao nosso lado, para aprenderem com as falhas.” No final de tudo, e depois de três dias de esforço alucinante, o ambiente era de felicidade. A fasquia era alta, mas tinham os alunos sido capazes de superá-la. Agora toda a gente percebia as palavras de Ricardo J. Rodrigues no início da viagem: “Este é o melhor ofício do mundo. Contar aos outros o que eles ainda não sabem é acrescentar luz à escuridão”. ntes de ser professor, sou repórter. É assim que me apresento e é essa a minha profissão primeira. Tenho um orgulho imenso nela. O jornalismo serve para informar os cidadãos, dar-lhes ferramentas sérias para tomarem, esclarecidamente, as suas próprias decisões. Sem jornalismo, não há democracia. Antes da prática, vem a leitura. Há muitos anos, eu apaixonei-me por artigos que li e um dia quis aprender a escrevê-los. Nunca perdi esse hábito. Ler boas histórias, sim, mas também seguir os repórteres extraordinários, tentar perceber o que fazem os melhores jornais e as melhores revistas. É muito difícil amar o jornalismo sem amar o “Diário do Alentejo”. É um jornal histórico e é tão bem feito. Tem reportagens extraordinariamente bem escritas e tem à cabeça um diretor que eu leio há muitos anos. Um repórter de mão-cheia. O Paulo Barriga. Em todos os bons repórteres, e em todos os jornais onde se pratica bom jornalismo, há uma certa dose de loucura e ousadia. Sem isso, nunca uma redação – que está oleada e tem os seus hábitos – se disporia a aceitar um grupo de universitários para proporem ideias de reportagens e entrevistas, para escreverem uma parte do jornal. O “Diário do Alentejo” aceitou o repto. Então peguei nos alunos a quem dou aulas no curso de Ciências de Comunicação da Universidade Lusófona, em Lisboa, e trouxe-os para aqui. Ficaram uns dias, a investigar e a escrever, a aprender numa redação alentejana o amor universal que os repórteres têm pelas boas histórias. Não haveria melhor sítio para fazê-lo. Nem melhores jornalistas, fotógrafos e gráficos para ajudá-los no processo. É gente que ama profundamente a profissão. E por isso, de uma janela de Beja, os meus alunos puderam ver o mundo inteiro. Ricardo J. Rodrigues Diário do Alentejo 21 abril 2016 Quando se ama o jornalismo 07 08 Diário do Alentejo 21 abril 2016 “Quando cheguei à Turquia tentei ligar para ela [namorada], nada. Depois para a família dela e disseram-me que os guerrilheiros a tinham morto. Um tiro na cabeça.” Abdal Baset Tema de capa Há quatro refugiados sírios a viver em Beja Depois da tempestade, o Alentejo P ara trás ficaram quatro filhos e a mulher, grávida de seis meses. Tamam tem 41 anos, vivia em Homs, na Síria. “Quando a guerra começou, fui apanhado num tiroteio e fui alvejado com dois tiros, um no braço, outro na perna”, conta agora, e diz que não quer falar mais sobre isso. O pai levou-o para a Jordânia, foi lá que foi tratado. O plano era voltar atrás para ir buscar a família, mas depois começaram os bombardeamentos e ninguém podia entrar no país. Então o homem meteu-se à estrada, chegou à Turquia. Daí meteu-se num barco, Mediterrâneo adentro, até à Grécia. O primeiro objetivo tinha sido alcançado: a Europa. O segundo, e principal, está por cumprir – trazer a família para porto seguro. É só nisso que Tamam, Adnam, Hussein e Abdal fugiram da guerra na Síria, atravessaram o mar da morte e desaguaram na capital do Baixo Alentejo com o estatuto de refugiados. Agora contam o terror que ninguém quer ouvir: o conflito no Médio Oriente, a travessia do Mediterrâneo, a espera por notícias da família. Texto Filipa Coelho, Jéssica Ferreira e Juliana Mendes, alunos da Universidade Lusófona Fotos José Ferrolho Tamam pensa, todos os dias, desde que chegou a Beja. No momento em que vai poder voltar a beijar a mulher, abraçar a descendência, conhecer o filho que nunca viu. A 7 de março de 2016 chegaram a Portugal 64 refugiados, num voo especial, vindos da Grécia. Quatro deles vieram para Beja: Tamam, com o seu pai Adnam, e os amigos Hussein e Abdal Baset. No decorrer dessa manhã, Vânia Castanheira, psicóloga e técnica voluntária da Cruz Vermelha de Beja, chegou ao aeroporto de Figo Maduro e deparou-se com um cenário de solidão e angústia. “Numa sala, enquanto esperavam para ser distribuídos por localidades, vi famílias com filhos completamente desesperadas e em pânico. Sentia-se o medo e a solidão. Já os quatro refugiados que estão agora em Beja transmitiram-me uma sensação de alívio e conforto, como se vissem em nós a sua tábua de salvação.” Q u a nd o at e r r a r a m e m Portugal, foi-lhes dito pelo SEF – Serviço de Estrangeiros e Fronteiras que teriam acesso a boas condições de habitação, emprego e educação. Não foi bem assim. Por enquanto, estão muito longe da autonomia que desejavam. Um mês depois, continuam em casa, sem trabalhar e com a comida contada. Apesar de terem diversos apoios por parte da Cruz Vermelha, preferiam estar a trabalhar. No entanto, o que mais os preocupa é o tempo. Os seis meses que têm de permanecer sob a guarda da Cruz Vermelha são longos e duros. Aquilo que mais ambicionam é, afinal, começarem a ganhar dinheiro para trazerem as famílias, que continuam em sofrimento. “A calma está a matar-me os filhos”, lamenta Tamam. Quatro paredes brancas. A sala está pouco iluminada e cheira a mofo. É aqui que os quatro refugiados vivem, numa casa térrea bem no centro de Beja, onde faltam mordomias mas há sempre chá para oferecer às visitas. Abdal Baset – ou Zé, como é tratado pela voluntária que os segue – conta que foi obrigado a fugir para não ser levado pelos terroristas. “O Daesh entrou em Diário do Alentejo 21 abril 2016 09 minha casa e levou toda a gente. Os meus pais e os meus três irmãos. Eu tive sorte, consegui escapar sem que me vissem.” Tem 20 anos, no peito traz o único tesouro que lhe sobra. É um fio que nunca larga, oferecido pela namorada pouco antes da fuga. “Quando cheguei à Turquia tentei ligar para ela, nada. Depois para a família dela e disseram-me que os guerrilheiros a tinham morto. Um tiro na cabeça.” E exemplifica, o indicador apontado à têmpora. Com uma expressão facial muito marcada, carrega angústia ao recordar-se do massacre que viveu até chegar a Portugal. Pelo telemóvel vai mostrando fotos e vídeos do terror que experimentou: a família, a travessia de barco, passageiros a caírem borda fora e morrerem afogados. “O Mediterrâneo é o mar da morte e eu vi-a mesmo ao meu lado”. Zé sempre estudou, tem o 12.º ano e ainda sonhava poder ir para a universidade, ser engenheiro petrolífero. Com uma voz trémula diz-nos: “Eu preciso de ir à escola.” A Cruz Vermelha de Beja quer apoiá-lo, mas primeiro vai ter de aprender a língua. Às terças e sextas têm aulas de português em Évora, com outro grupo de refugiados. “Mas a professora é brasileira e tenta ensinar-nos a cantar músicas em português. Eu não gosto disso.” O telefone e as redes sociais mantêm estes refugiados em contacto com o mundo que deixaram para trás. Vidas duplas, entre Beja e a Síria. A adaptação PUB Os seis meses que têm de permanecer sob a guarda da Cruz Vermelha são longos e duros. Aquilo que mais ambicionam é, afinal, começarem a ganhar dinheiro para trazerem as famílias, que continuam em sofrimento. a Portugal, no entanto, não tem sido fácil. Numa região onde a carne de porco é o centro da gastronomia, torna-se difícil para os muçulmanos adquirirem as suas refeições. Só comem vaca, enlatados, arroz, macarrão e muitos ovos. Nesta casa o álcool é impensável. Coca-cola, por outro lado, há de sobra. São pessoas muito reservadas e não se dão com a população alentejana. Quando não vão à escola, Zé e Hussein têm como passatempo jogar à bola, num campo desportivo da terra. “Quero ser como o Cristiano Ronaldo”, diz o segundo, com uma voz tímida. Soltam-se largas gargalhadas na sala, enquanto Tamam nos conta que Hussein “é um grande pé de gesso.” Em contrapartida, os mais velhos passam os seus dias em casa, e muitas vezes jogam às cartas. Adnam carrega já no seu corpo 88 anos. Foi dos poucos idosos que aguentaram fazer a travessia entre a Ásia e a Europa. Dos quatro foi o que veio com mais mazelas e problemas de saúde, tanto devido à turbulência da viagem como à idade que “já pesa”. Durante a viagem perdeu os óculos no mar, mas nem por momento algum fraquejou. Continuou na luta com o seu filho Tamam. Sentado no sofá vermelho que se estende ao longo da sala, tem ao lado um colar de orações. Adnam é o único dos quatro que dedica algum do seu tempo à religião. “Sei que há uma mesquita aqui em Beja, mas nunca tive oportunidade de lá ir”, conta. Os anos pesam nos passos. Amanhã, sexta-feira, irá realizar-se um almoço com os refugiados de toda a região do Alentejo e o Presidente da República, em Lisboa. O objetivo deste almoço é estabelecer uma relação com eles a fim de compreender melhor as necessidades e vivências de cada um. Todos os dias Tamam vai ao SEF, para tentar saber se os seus documentos de residência já estão disponíveis. Sem eles, não pode chamar a família. Com tantas tentativas fal hadas, este homem sentese “defraudado e com falta de sorte.” Ao saber que vai poder estar e falar com o Presidente da República, mostra-se entusiasmado e diz-nos: “Quero falar muito com o chefe e contar-lhe a minha história.” A vida já lhe pregou muitas partidas. Mas no fundo já se vê uma luz. No meio de tanta vontade de trabalhar, surge uma oportunidade a Tamam. Uma empresa de confeção de carros, situada em Palmela, está atualmente interessada em colaborar com este homem. “Posso ser refugiado mas não consigo, nem gosto, de ganhar dinheiro sentado.” Numa casa do centro de Beja, há quatro vidas em suspenso. Estes homens fugiram como puderam da escuridão da guerra. E agora, que desaguaram no Alentejo, podem finalmente aspirar a um raio de luz. 10 Diário do Alentejo 21 abril 2016 “Participo em todas as homenagens à minha mãe e muitas são do Partido Comunista, porque ela era militante e tornou-se um símbolo da luta. Mas não me quero envolver politicamente em nada, deixo essa parte para eles”. Maria Catarina Baleizão do Carmo 25 de Abril Cinco mulheres diferentes mas com algo em comum: o nome e a naturalidade A importância de se chamar Catarina Chamam-se Catarina e o Alentejo as viu nascer. São cinco. Cinco de Baleizão. Cinco com idades distintas. Cinco mulheres diferentes mas com algo em comum: o nome e a naturalidade. Esta é a história de todo o peso que um nome pode carregar. E do orgulho de um povo em Catarina Eufémia. Texto Maria Calé Gaspar e Tiago Constantino, alunos da Universidade Lusófona Fotos Rui Cambraia M aria Catarina Baleizão do Carmo teve uma vida complicada. Emprega a honra do seu nome há 68 anos, é a filha mais velha da icónica Catarina Eufémia de Baleizão. Com apenas seis anos e meio, viu-se desamparada, conjuntamente com os seus irmãos mais novos, graças à trágica morte da mãe. Foram todos separados e colocados em diferentes instituições. À rapariga calhou um colégio de freiras, da Casa Pia de Lisboa, e ali passou 10 anos da sua vida. Em 1967 tomou uma importante decisão: “Foi uma Catarina que foi a salto pelos Pirenéus para França à procura de uma vida melhor”. Aos 19 anos casou, depois nasceram os três filhos. Mesmo estando longe da terra onde nasceu e cresceu, a saudade e a esperança de voltar a Portugal nunca desapareceram. “Entretanto deu-se o 25 de Abril, e o que é que esta Catarina fez? Veio para Portugal novamente”, conta com um sorriso largo. Maria Catarina regressou a Baleizão no mesmo ano em que o corpo da sua mãe foi transladado para o cemitério do povoado. A campa ainda hoje é local de romaria. “Aqui jaz Catarina Eufémia, nascida a 13-2-1928. Camponesa e militante do Partido Comunista Português, assassinada pelos fascistas, quando encabeçava a luta dos trabalhadores de Baleizão por melhores jornas, em 19 de maio de 1954”. Essa foi uma homenagem que a comoveu, e ao longo dos anos seguiram-se muitas outras. Mas nenhuma a comove tanto como a mais espontânea de todas: a atribuição massiva, “quase como uma enorme avalanche”, do nome Catarina às meninas que nasciam em Baleizão. Maria Catarina sente todo o peso do nome que carrega. É, na sua visão, nomenclatura de coragem, ousadia e rebelião contra a ditadura fascista de Salazar. “Participo em todas as homenagens à minha mãe e muitas são do Partido Comunista, porque ela era militante e tornou-se um símbolo da luta. Mas não me quero envolver politicamente em nada, deixo essa parte para eles”, diz. Simplesmente sente a falta da mãe, que lhe foi retirada muito cedo. Dos 896 eleitores recenseados em Baleizão, 466 são mulheres e 13 chamam-se Catarinas. O número não representa a totalidade da tal avalanche, porque muitas emigraram, outras foram viver para a cintura de Lisboa, e ainda há as que são menores de idade, que não votam. Ana Catarina Raposo tem oito anos e muitos colegas na turma do primeiro e segundo ano. Todos conhecem o Raul, bisneto de Catarina Eufémia e neto de Maria Catarina. Uma coisa é certa, o povo alentejano tem um dom especial para o coro. A resposta imediata e uníssona à pergunta Diário do Alentejo 21 abril 2016 11 “Sabem quem foi Catarina Eufémia?” é a prova de que precisamos. “Sim”, disse ela e disseram todos os colegas. Na sala no segundo andar da Escola Primária de Baleizão os miúdos ouvem falar do nome de Catarina. É, afinal, a figura incontornável da terra e até o canário, mascote da criançada, tem esse nome. Ana Catarina Raposo, por entre o livro de exercícios de matemática, demonstra um humilde orgulho de criança com o nome da heroína. “Foi uma senhora que perdeu a vida para nos salvar. Antigamente havia muitas pessoas na rua e ela não queria que elas morressem à fome”, diz, dispersando da conversa e apontando para os desenhos dos cravos que tinham feito na aula. “A marca do 25 de Abril é um cravo, a de Catarina Eufémia uma papoila e um desenho com um martelo”. A 14 quilómetros dali a história é diferente. Catarina Sofia Lampreia Coxilha está no sétimo ano, vive em Baleizão, mas estuda na Escola de Santa Maria, em Beja. E não acha que a nova escola dê a devida importância ao passado da “ceifeira de Portugal”. “Já ninguém fala disso. E as pessoas da minha idade que não são de cá nem sequer sabem quem foi”. Para ela, sem Catarina Eufémia, a sua terra ainda viveria sob o domínio da ditadura. À beira de fazer 14 anos, diz que gosta do nome que tem, mas nem sempre foi assim. “Quando era pequena não gostava. Aqui na terra não há mais nenhuma com a minha idade. E cheguei a ouvir comentários sobre ter de honrar o nome que tenho”. A trisavó contava-lhe a PUB “A minha mãe foi com os meus irmãos aos protestos, e eu fiquei em casa com a minha irmãzinha mais nova, não podia ir. Depois ouvimos os gritos, na rua toda a gente berrava: mataram a Catarina, mataram a Catarina Eufémia”. Maria Catarina Baleizão do Carmo Maria Catarina Lopes Catarina Maria Beldroegas Amador história de uma mulher que morreu a lutar pelas condições de vida e trabalho das pessoas da aldeia. “E por isso fui aprendendo a gostar de me chamar assim”. Além da escola, Catarina Sofia frequenta o Grupo de Coral Alentejano de Baleizão. São 17 mulheres que se juntam durante duas horas, às segundas e quintas-feiras, para ensaiarem e manterem viva a tradição do cante a lenteja no, Património da Humanidade. Agora, põe de parte a vergonha e, sentada numa esplanada no centro da aldeia, presenteia o largo com uma música: “Ó Baleizão, Baleizão/Ó terra de Catarina/Onde nasceu e morreu/ Com uma bala assassina/ Com uma bala assassina/Ao lado do coração/Ó terra de Catarina/Ó Baleizão, Baleizão”, mereceu aplausos. No largo há uma estátua da ceifeira e é por ali que anda a cirandar Maria Catarina Lopes, 71 anos. “Não foi só em Baleizão que os pais começaram a dar o nome de Catarina às filhas. Em tempos trabalhei num infantário em Sobreira da Caparica e havia tanta miúda Catarina”. A mulher explica que a sua avó era tia de sangue e madrinha de batismo de Catarina Eufémia. “Eu sou prima dela em segundo grau”. Numa viagem a recordações antigas, volta ao dia do homicídio, 19 de maio de 1954. Tinha apenas nove anos. “A minha mãe foi com os meus irmãos aos protestos, e eu fiquei em casa com a minha irmãzinha mais nova, não podia ir. Depois ouvimos os gritos, na rua toda a gente berrava: mataram a Catarina, mataram a Catarina Eufémia”. Catarina Maria Beldroegas Amador tem 81 anos e genica de 20. Viu tudo e lembra-se bem do que aconteceu. Era época da ceifa das favas e 14 assalariadas fizeram greve a pedir melhores condições. Eufémia foi eleita porta-voz, era ela que ia exigir o aumento ao feitor. “Quando lá chegámos, estava o tenente Carrajola, da GNR, que não queria que ela entrasse dentro da herdade. Mas ela teimou que tinha fome, tinha fome, tinha fome. Ele puxou pela pistola e deu-lhe um tiro. Ela tinha um filho de oito meses no braço”. Há relatos que apontam que estaria grávida, mas nunca foram confirmados. Para a otogenária, a elevação de Catarina a ícone da luta antifascista é causa de orgulho. “As novas gerações não sabem, porque agora temos camas com lençóis e dormimos quentinhos. Mas naquele tempo ficávamos no chão só com um saco do trigo para nos tapar. E a cabeça de uma sardinha para comer”. O que aconteceu em 1954 o povo não esquece. Porque Catarina foi heroína. Deu força a um povo inteiro para lutar por pão e democracia. Tem, e terá sempre, nome de luta. Diário do Alentejo 21 abril 2016 12 O Baixo Alentejo volta a comemorar o 25 de Abril. A efeméride, que celebra 42 anos, é assinalada com diversas atividades, que vão desde concertos, com propostas das mais tradicionais às mais modernas, a palestras, passando por momentos desportivos. As sessões mais solenes, e evocativas da data, também não foram esquecidas, tal como o tradicional fogo-de-artifício, que à meia-noite em ponto, aqui e ali, iluminará o céu da região. Texto Cláudia Candeias e José Costa, alunos da Universidade Lusófona Alcacér do Sal A Revolução dos Cravos celebra, a 25 de abril, o seu 42.º aniversário. No âmbito desta celebração, o concelho de Alcácer do Sal irá realizar diversas atividades comemorativas. Dia 24, às 10 horas, realiza-se uma caminhada, seguida de aula aberta de zumba. Às 12 e 30 horas, acontece um almoço convívio com animação musical e, às 15 horas, jogos tradicionais. Nessa noite, pelas 22 horas, atuará o fadista António Zambujo. À meia-noite, espetáculo de fogo-de-artifício, seguido da atuação da DJ Olga Ryazanova. Dia 25, às 9 horas, decorrerá a cerimónia do hastear da bandeira nos paços do concelho. E às 12 horas acontecerão a entrega de prémios do XXIV Concurso de Rendas Tradicionais e jogos tradicionais. depois, o espetáculo musical “A Cantar Abril”, com grupos corais. Às 21 horas, abre o Espaço Criança, com pista infantil, insufláveis, jogos e pinturas faciais. Os espetáculos musicais começam às 22 horas, com Nova Aurora “A cantar Abril”, seguido de espetáculo pirotécnico e acabando com a atuação da banda ÁTOA. No dia 25, pelas 8 horas, começará a Caminhada da Liberdade e realiza-se a cerimónia do hastear do bandeira nacional. Pelas 11 e 30 horas, decorre uma homenagem aos combatentes da Guerra Colonial. Alvito Almodôvar Aljustrel No âmbito das comemorações do 25 de Abril, a Câmara Municipal de Aljustrel preparou algumas celebrações. No dia 24, pelas 8 horas, realizar-se-á a Caminhada da Liberdade, seguida de um passeio de cicloturismo. Já pelas 9 e 30 horas, acontecerá o Torneio 25 de Abril Armindo Peneque. Às 10 horas, haverá um passeio em Viaturas 2 CV. Nessa tarde, pelas 15 horas, decorrerão diversas atividades em simultâneo. Torneio de sueca, caça ao tesouro e desfile musical com Os Alentugas, do Crira, entre outros. Segue-se, A C â ma r a Mu n ic ipa l de Almodôvar, por sua vez, preparou diversas atividades. Dia 24, pelas 21 e 30 horas, decorrerá um concerto, denominado “Um novo Abril”, com Jorge Roque, e, à meia-noite, um espetáculo pirotécnico. Já no dia 25 de abril, pelas 9 horas, haverá um torneio de jogos tradicionais, seguido de um desfile dos Chocalheiros de Vila Verde de Ficalho e do Corpo de Bombeiros Voluntários de Almodôvar. Às 10 horas, acontecerá o hastear da bandeira nos paços do concelho, e, pelas 11 horas, sessão solene comemorativa do 42.º Aniversário do 25 de Abril. Ocorrerá, às 13 horas, um almoço de confraternização, comemorativo do 25 de Abril. A Câmara Municipal de Alvito iniciou este mês um conjunto de atividades que pretendem assinalar os 40 anos das primeiras eleições autárquicas, que ocorreram em 12 de dezembro de 1976. As comemorações decorrerão ao longo do ano, culminando com uma cerimónia de homenagem aos autarcas que, durante estas quatro décadas, exerceram funções no concelho de Alvito. No âmbito das comemorações do 25 de Abril, a Câmara Municipal de Alvito organiza uma tertúlia com antigos presidentes de câmara, contando já com as confirmações de presença dos antigos presidentes de Alvito António Suspiro, Francisco Trindade, Lopes Guerreiro, João Trindade e João Penetra. Os antigos autarcas, em mesa redonda, falarão das suas experiências pessoais no exercício do cargo e das diversas fases do poder local democrático, ao longo das últimas quatro décadas. Barrancos preparou um variado leque de atividades para celebrar a data em Beja. No sábado, dia 23, pela manhã, decorrem várias ações nas Portas de Mértola. Na noite de 24, o ponto de encontro é a praça da República, junto às tasquinhas, para assistir ao espetáculo musical e pirotécnico. Assim, pelas 21 e 30 horas, a banda da Capricho Bejense faz a sua atuação, seguindose o espetáculo musical que reúne em palco artistas do concelho. Os Discípulos, Os Cantadores do Desassossego, Espigas do Alentejo, Real Aliança Velha, Eduardo Espinho, Sandra Pereira, Fernando Pardal, Tiago Bento e JR cantarão Abril nesta noite. No dia 25 o centro histórico será o palco do Desfile da Liberdade, com partida agendada para as 9 e 30 horas, na praça da República. A sessão solene terá lugar no salão nobre do antigo Governo Civil, pelas 12 horas. À tarde estão previstas atividades desportivas e culturais, no jardim público. Castro Verde Mais um ano de comemorações do 25 de Abril em Castro Verde e este ano o cartaz conta com inúmeros espetáculos. No dia 24 haverá, no parque infantil, às 10 horas, um passeio de carrinhos de bebé. E, pelas 14 e 30 horas, acontecerá um torneio de malha e outro de sueca. Mais tarde, pelas 21 e 30 horas, há cante e música em “Noites de Revolução”, no cineteatro municipal. Após o concerto, há espetáculo de fogo-de-artifício, e no dia 25, na praça do Município, realizase o hastear da bandeira. Barrancos, em tempos de comemorar Abril, resolveu organizar uma Feira do Livro, que abre as suas portas à população, no sábado, dia 23. O certame já vai na sua 18.ª edição e, até ao dia 1 de maio, animará o Posto de Turismo de Barrancos. Há ainda, no dia 25, um espetáculo de fogo-de-artifício, uma arruada matinal, atividades desportivas e atividades para os mais novos. Cuba Beja A comissão organizadora das Comemorações do 25 de Abril e sábado, no Pavilhão Municipal de Cuba, decorre a feira do livro, e ainda no dia 23, haverá jogo de futebol. Já no dia 24, pelas 9 horas, irá realizar-se uma caminhada ao Outeiro de Santo António. Às 21 horas, haverá uma atuação dos alunos do Agrupamento de Escolas de Cuba e, pelas 21 e 30 horas, acontece a atuação dos grupos corais do concelho, seguindo-se a atuação do grupo Português Suave, pelas 23 horas. Finalizando a noite com fogo-de-artifício. Dia 25, decorrerá, às 10 horas, um passeio de cicloturismo à barragem de Albergaria dos Fusos. Logo às 17 e 30 horas, na biblioteca municipal, ocorrerá uma conversa com um deputado da Assembleia Constituinte. No concelho de Cuba, para celebrar o 42.º aniversário do 25 de Abril, a câmara sugere o seguinte plano de festas. Entre hoje Ferreira do Alentejo A câmara municipal, no âmbito do aniversário da Revolução de Abril e das Comemorações do 5.º Centenário da Outorga do Foral Manuelino a Ferreira do Alentejo, promove no dia 24, pelas 22 horas, no Parque de Exposições e Feiras, um espetáculo musical com Diogo Piçarra, seguido do lançamento de fogo-de-artifício, às 24 horas. Grândola “Espalhem a notícia”, a liberdade vai passar por aqui. Dia 24, Sérgio Godinho apresenta “Liberdade” na Terra da Fraternidade. No espetáculo, estreado no Teatro Diário do Alentejo 21 abril 2016 13 Municipal São Luís para assinalar os 40 anos da Revolução de Abril, Sérgio Godinho irá interpretar alguns dos temas mais marcantes da sua carreira, bem como do Portugal democrático, não esquecendo a música de Zeca Afonso. Irá atuar pelas 23 horas, no palco da Festa Popular, que assinala o 42.º aniversário do 25 de Abril, e que, à semelhança do ano passado, irá realizar-se no centro da Vila Morena, junto ao Complexo Desportivo Municipal José Afonso. alusiva ao 25 de Abril com teatro de fantoches e, à noite, haverá música e poesia de Abril. No domingo, 24, às 9 horas, realiza-se o percurso pela cidade “Do castelo ao museu”. Às 9 e 30 horas há o Passeio da Liberdade pela Serra de Ficalho e, às 21 e 30 horas, na praça Sacadura Cabral, tem lugar um espetáculo musical com as bandas Classe Operária, Imaginarium, Dúvida Pública e Tokyfoge, a que se segue uma oferta de cravos à população. No dia 25 de abril, segunda-feira, às 9, realiza-se a habitual cerimónia do içar da bandeira, frente aos paços do concelho. Neste dia de comemoração de Abril, a Câmara Municipal de Moura vai homenagear dois antigos presidentes do município, Manuel Mestre e Manuel Romana Ângelo, já desaparecidos, atribuindo os seus nomes a equipamentos municipais. Ourique Exposição e decoração do espaço escolar e de espaços públicos, e ainda plantação de cravos, são algumas das propostas. Nos dias 23 e 24, decorrerá o Circuito Enduro Urbano de motas TT, minimotas e moto4. Dia 25, pelas 9 e 30 horas, há um passeio de BTT e, em simultâneo, uma caminhada, com partida do quiosque Tony. Mais tarde, pelas 14 e 30 horas, inicia-se um torneio de petizes e traquinas, no Estádio Municipal D. Afonso Henriques, organizado pelo Ourique Desportos Clube. Mértola A Câmara Municipal de Mértola comemora o 42.º aniversário do 25 de Abril, que terá lugar na praça do Município, pelas 16 horas. Pelas 16 e 30 horas, acontecerá a intervenção do presidente da Assembleia Municipal, seguida da “Conferência de Abril”. Às 17 e 30 horas, intervenção do presidente da Câmara Municipal de Mértola, seguida de uma homenagem a antigos autarcas, pelas 17 e 50 horas. Já ao fim da tarde, pelas 18 e 10 horas, acontece o lançamento de um livro sobre o poder local em Mértola. E para finalizar estas comemorações, pelas 18 e 30 horas, há abertura da Galeria Honorífica dos presidentes do Poder Local Municipal. Moura Os 42 anos da Revolução do 25 de Abril vão ser assinalados no concelho de Moura com um conjunto de iniciativas promovidas pela câmara municipal, juntas de freguesia e movimento associativo. Na cidade o programa inicia-se no sábado, 23, com um passeio à beira rio. Nesse dia, na Biblioteca Mu nicipa l Urba no Tava res Rodrigues, a hora do conto é sábado, 23, a manhã começa com a Feira da Primavera, no centro histórico, seguindo-se um baile, uma exposição e a apresentação de um livro. Espaço ainda para teatro de rua, com Insekto. No domingo, dia 24, continua a decorrer a Feira da Primavera e à noite há um concerto com Celina da Piedade, seguido de fogo-de-artifício. No dia 25, pela manhã, há o hastear da bandeira, a sessão solene da Assembleia Municipal de Sines, seguindo-se diversas atividades, durante todo o dia, para pequenos e graúdos. horas, haverá um Encontro de Grupos Corais. Nessa noite subirá ao palco a banda D.A.M.A. Pelas 00 e 30 horas, as atenções centram-se no simbólico hastear da bandeira. De seguida terá lugar o habitual espetáculo de pirotecnia, na zona ribeirinha. As celebrações continuaram noite fora com a atuação da banda Amor Electro. Já no dia 25, contamos com a atuação de António Zambujo. Serpa A Câmara Municipal de Serpa, no âmbito das comemorações do 25 de Abril, organiza alguns espetáculos com entrada livre. Iniciam-se dia 24, pelas 21 e 30 horas, com a participação do Grupo Coral da Academia Sénior de Serpa, do Grupo Coral Os Ceifeiros de Serpa, do Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa e da Banda da Sociedade Filarmónica de Serpa, no cineteatro municipal. Às 00 horas, haverá uma arruada ao som de “Grândola Vila Morena”, pela Sociedade Filarmónica de Serpa, e espetáculo piromusical na praça da República. Já no dia 25, pelas 18 horas, teremos, no Cineteatro Municipal de Serpa, o tributo a José Carlos Ary do Santos, “Ary, o Poeta das Canções”. Odemira A grande festa de comemoração da liberdade e da democracia está de regresso a Odemira. Será um mês intenso, com diversas atividades gratuitas para a população. Os momentos chaves acontecerão de 22 a 25 de abril. Música, teatro, cinema, literatura, o habitual festival de folclore, cante alentejano, fogo-de-artifício, exposições e desporto são as propostas das comemorações “Abril em Odemira”, promovidas pelo município, em colaboração com entidades locais. Amanhã, 22, será uma noite dedicada à música eletrónica, com a presença dos DJ RedDeep e Christian F. A noite de 23 está reservada para o rock português. Com a atuação de bandas locais, Contra Mão e Suspeitos do Costume, fechando com os Peste & Sida. No dia 24, pelas 16 Santiago do Cacém A Câmara Municipal de Santiago do Cacém traz no dia 24, pelas 9 horas, um torneio de hóquei em patins. Pelas 22 horas, no Pavilhão Municipal de Desportos, haverá o espetáculo comemorativo dos 42 anos do 25 de Abril, com Carlão e convidados, tais como Sara Tavares e Sam The Kid. A noite acaba com DJ Dadão. No dia 25, no jardim municipal, pelas 8 e 30 horas, começa a Feira de Artesanato. Sines As comemorações do 25 de Abril em Sines comtemplam uma sessão solene que acontecerá já hoje, quinta-feira, nos paços do concelho, onde participarão alunos do 4.º ano do ensino básico. Amanhã, sexta-feira, será exibido o filme “Capitães de Abril” e está prevista uma caminhada noturna. No Vidigueira No âmbito das comemorações do 25 de Abril, a Câmara Municipal e a Assembleia Municipal de Vidigueira, com a colaboração das juntas de freguesia do concelho, da Escola Profissional Fialho de Almeida (EPFA) e do Agrupamento de Escolas de Vidigueira, vão organizar um programa comemorativo que integra diversas iniciativas. Hoje, 21, o agrupamento de escolas (2.º e 3.º ciclo) irá apresentar “História de Uma Revolução”. Amanhã, 22, pelas 9 e 30 horas, no Centro Multifacetado de Novas Tecnologias, o agrupamento de escolas apresentará uma mostra de trabalhos sobre a Constituição e, juntamente com a EPFA, uma estafeta da Constituição. Dia 23, pelas 17 e 30 horas, haverá uma exposição de pintura de Rui Pereira, no museu municipal. A 24 de abril, na assembleia municipal, pelas 18 horas, irá decorrer uma sessão solene comemorativa do 25 de Abril, no salão nobre dos paços do concelho. No dia 25 de abril, pelas 9 horas, irá realizar-se cicloturismo e uma caminhada com almoço convívio. Nilza de Sena convidou ministro da Educação a visitar escolas do distrito de Beja Diário do Alentejo 21 abril 2016 14 Atual E audição parlamentar na Comissão de Educação na Assembleia da República, a deputada do PSD eleita pelo Em ccírculo de Beja convidou o ministro da Educação a visitar as escolas do distrito, disponibilizando-se para o aacompanhar. Nilza de Sena referiu-se às escolas secundárias de Serpa, Castro Verde e Odemira, à Básica de Santiago Maior, em Beja, e ao Pavilhão da Escola de Santa Maria, também em Beja, “como escolas com graves problemas M eestruturais e a necessitar de obras urgentes, nomeadamente na remoção definitiva das placas de fibrocimento, nos problemas de iluminação, pinturas exteriores, entre outros”. A deputada questionou ainda o ministro sobre n a falta de segurança nas portarias de alguns agrupamentos, de psicólogos e de assistentes operacionais. IPBeja elabora plano estratégico educativo do município de Alvito A equipa dos Serviços de Planeamento e Desenvolvimento Estratégico do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) vai elaborar o Plano Estratégico Educativo Municipal de Alvito (PEEM) que inclui, simultaneamente, a revisão da Carta Educativa Municipal, mediante um contrato de prestação de serviços estabelecido com a Câmara Municipal de Alvito. A sua conclusão está prevista para o próximo mês de julho. De acordo com o IPBeja, a elaboração do PEEM “desenvolve-se através de metodologias participativas, estando previstas ações de trabalho colaborativo com os agentes locais, já no próximo mês de maio”. Hospital de S.Paulo Exploração hidroelétrica de Alqueva e Pedrogão PS inviabiliza reversão para o SNS Ajuste direto à EDP prejudicou interesse público O futuro do Hospital de São Paulo foi a votos no dia 15 no Parlamento através de três propostas: uma do PSD, que defendia o status quo; um projeto de resolução do Bloco de Esquerda; e um projeto de lei do PCP, que propunha o regresso à esfera pública. A abstenção do PS nos três documentos inviabilizou as propostas dos partidos à esquerda e permitiu a aprovação da iniciativa do PSD. Numa nota à imprensa, a Coordenadora Distrital do BE critica o PS por ter “lavado as mãos como Pilatos”. Alberto Matos, em declarações à Rádio Voz da Planície, acusou Pedro do Carmo de ser “seguidista” e do seu “compromisso pessoal” com o Baixo Alentejo pouco valer. Também o PCP, através de um comunicado da comissão concelhia de Serpa, diz que o “hospital de Serpa não regressa ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) porque o PS não quis”. Pedro do Carmo reagiu às críticas dos bloquistas, considerando que a sua posição “não passa de um número político inconsequente”. O deputado do PS eleito por Beja recordou que, em janeiro, o Governo, “apoiado pelo Bloco de Esquerda, PCP e PEV, decidiu que a situação dos hospitais de Fafe, Anadia e Serpa seria avaliada por uma comissão de acompanhamento”, reiterando “o compromisso do Governo em reintegrar os hospitais no SNS”. João Ramos, deputado PCP, estranha a posição do PS e lembra que “a privatização avançou sem estudos”. No seguimento da discussão o deputado comunista fez chegar à mesa do Parlamento uma série de perguntas com o objetivo de “verificar o cumprimento do acordo” feito com a Misericórdia de Serpa, nomeadamente, no que concerne ao número de consultas de especialidade efetuadas ou quantos episódios de urgência ocorreram. PUB Segundo o Tribunal de Contas (TC), no contrato de subconcessão entre a EDIA e a EDP para a exploração hidroelétrica das barragens de Alqueva e Pedrogão “o interesse público não foi devidamente salvaguardado”. Texto Aníbal Fernandes A história começa em 2007, durante o governo de José Sócrates. O decreto lei n.º 313, de 17 de setembro, concedeu à EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, por 75 anos, “a gestão, exploração e utilização privativa do domínio público hídrico afeto ao Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva, para fins de rega e exploração hidroelétrica”, lê-se no relatório que o TC tornou público na passada semana. De seguida, a EDIA subconcessionou à EDP, por ajuste direto, a exploração das centrais hidroelétricas, por 35 anos, “mais cinco do que inicialmente estimado”, apesar de ter sido equacionado, pelo Governo e pela EDIA, entre finais de 2006 e o primeiro trimestre de 2007, “a realização de um concurso público internacional ou a criação de uma empresa pública, cujo capital seria maioritariamente detido pela EDIA”. Aliás, a ideia de uma “empresa mista com a EDIA e a EDP” para a exploração hidroelétrica do Alqueva já tinha sido anunciada no parlamento, em 2004, por Amílcar Theias, então ministro do Ambiente do governo liderado por Durão Barroso. Contra o que seria de esperar, “a escolha do procedimento por ajuste direto não foi objeto de uma adequada fundamentação”, diz o TC. Para justificar o negócio com a, ainda na altura, elétrica portuguesa, foram “invocados direitos adquiridos com base num quadro legislativo de referência que tinha sido alterado e num protocolo e acordo celebrado entre as duas empresas em 1995”. Segundo o Tribunal de Contas, no contrato de subconcessão então assinado “é aludida legislação entretanto revogada, reportada a 1973, 1995 e 2001, são omitidas as alterações legais ocorridas no mercado da energia e são enfatizados os direitos adquiridos pela EDP”, aspeto que o TC garante não ter sido provado documentalmente durante a instrução do processo. Conclui o relatório que, face ao exposto, “a salvaguarda do princípio da concorrência e dos princípios gerais de contratação pública exigia uma atuação diferente por parte do Estado, em defesa do interesse público”. A EDIA, contatada pelo “Diário do Alentejo”, optou por não fazer qualquer comentário sobre o assunto, mas no uso do direito ao contraditório escreveu ao TC informando que, “embora a opção pela atribuição da subconcessão da exploração das centrais hidroelétricas do Alqueva e de Pedrogão à EDP por ajuste direto tenha sido claramente uma opção do acionista corporizada em diploma legal aprovado para o efeito, admite-se que a mesma se tenha suportado numa fundamentação técnica, designadamente técnico-jurídica, baseada na existência de direitos adquiridos”. No entanto, o TC considera que esta argumentação “não se coaduna com as conclusões de um parecer intitulado “Eventuais direitos do Grupo EDP à exploração da componente hidroelétrica do Empreendimento para Fins Múltiplos do Alqueva (EFMA)”, solicitado pelo conselho de administração da EDIA em setembro de 2006, no qual se conclui que não existem direitos adquiridos por parte da EDP com base no protocolo assinado em 11 de setembro de 1995, pelos presidentes de ambas as empresas”. No final do relatório, o TC recomenda ao Estado que “os processos de contratação, em regime de ajuste direto, devem, no futuro, ser precedidos da adequada fundamentação técnica, económica e jurídica, de modo a salvaguardar a transparência e o value for money do negócio para o interesse público”, enquanto aconselha a EDIA a “publicitar na sua página eletrónica os contratos de cessão e subconcessão das centrais hidroelétricas de Alqueva e Pedrogão”. PCP pergunta Depois da divulgação deste relatório pelo Tribunal de Contas, o PCP, através dos deputados João Ramos e Bruno Dias, apresentaram no passado dia 15, uma série de perguntas ao Governo, dirigidas ao ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos. Para os comunistas, é importante saber se “o Governo pretende exigir o cumprimento por parte da EDP do protocolo estabelecido em 1995” e, em consequência disso, se “equaciona a possibilidade de renegociar o contrato de concessão da exploração das centrais hidroelétricas por forma a assegurar a defesa do interesse público”. A Turismo do Alentejo/Ribatejo lançou o projeto “Transalentejo – Percursos pedestres do Alqueva” nos municípios de Beja e Portel. O evento contemplou a apresentação de um guia que, composto por 11 percursos pedestres, estruturados na zona de influência do lago Alqueva e do rio Guadiana, está editado em português e inglês, e apresenta diferentes trilhos devidamente estudados, mapeados, sinalizados, possibilitando aos caminheiros a oportunidade de descobrir as diversificadas paisagens que formam o vasto e rico património natural e cultural do Alentejo. Ação de formação sobre património artístico da igreja em Beja Realiza-se em Beja, no próximo dia 28, na Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, uma ação de formação sobre o património artístico da Igreja, intitulada “Critérios e Práticas de Conservação Preventiva”. Promovida pelo Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja, em colaboração com o Departamento do Património Histórico e Artístico e o Secretariado de Liturgia da Diocese de Beja, esta atividade é aberta a todos os interessados. Decorrerá entre as 10 e as 17 e 30 horas, e encontra-se vocacionada para quem está em contacto permanente com o património artístico e religioso, em igrejas e museus, coordenando ou assegurando a sua manutenção; destina-se também a responsáveis, técnicos e colaboradores com funções nas diversas áreas dos bens culturais da Igreja, bem como a todos aqueles que pretendam obter formação neste domínio. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA PORTUGUESA PUB Marcelo Rebelo de Sousa visita Alvito, Beja, Moura e Serpa Presidente da República no Alentejo em nome de um “Portugal próximo” Quatro concelhos. Alvito, Beja, Moura e Serpa. Todos eles na rota do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sua volta a Portugal, em nome de um “Portugal próximo”. Volta ao País, esta, que terá como ponto de partida, tal como escolheu o chefe de Estado, o Alentejo. Três dias, dois deles passados no distrito de Beja, num ritmo alucinante, onde todos os passos do presidente estão cronometrados com uma agenda preenchida ao minuto. O presidente, entre outras iniciativas, passeará no bairro da Mouraria, em Moura, participará numa homenagem a Nicolau Breyner, em Serpa, doará livros à biblioteca, em Alvito, e, por fim, visitará a Ovibeja e prestará uma última homenagem a Manuel de Castro e Brito. M arcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, escolheu o Alentejo para arrancar com o seu programa “Portugal próximo”. Três dias para o chefe de Estado calcorrear os caminhos da região, com paragem obrigatória, já no segundo e último dia, como anuncia o programa oficial, em Alvito, Beja, Moura e Serpa. Cerca de 400 quilómetros, entre Fronteira, no distrito de Portalegre, e Beja, cidade onde culminará a visita, nomeadamente na Ovibeja, no sábado, com Marcelo Rebelo de Sousa a visitar o certame e a participar, assim, na homenagem organizada pela Associação de Agricultores do Sul (ACOS) a Manuel de Castro e Brito, seu antigo presidente, que faleceu recentemente. A visita do Presidente da República ao distrito de Beja só começará amanhã, sexta-feira, dia 22, em Moura, onde fará um passeio pelo bairro histórico da Mouraria, recentemente requalificado, seguindo-se depois uma visita ao núcleo de atendimento a vítimas de violência doméstica. Marcelo Rebelo de Sousa rumará depois em direção a Serpa, onde terminará o seu dia, mas só depois de participar numa homenagem a Nicolau Breyner, que contará, entre outros, com a presença das filhas do ator. O presidente irá ao teatro, precisamente na sala que acolherá o nome do ator alentejano, como anunciou a Câmara de Serpa, para assistir à peça “A Dama das Camélias”, encenada por Celso Cleto e protagonizada por Ruy de Carvalho e Sofia Alves. A manhã de sábado, dia 23, será preenchida com uma visita a Alvito, que, segundo foi anunciado, é um dos concelhos que há mais tempo não é visitado por um Presidente da República. Aqui, Marcelo Rebelo de Sousa assinalará o Dia Mundial do Livro. Como? Doando, a título institucional e pessoal, livros à biblioteca municipal local. A linha férrea também não ficará de fora da rota de Rebelo de Sousa, que, depois de visitar Alvito, viajará para Beja de comboio. E, uma vez já em Beja, acontecerá uma visita a uma estufa de morangos, criados em hidroponia, e ao Centro de Paralisia Cerebral. O dia e este périplo de Marcelo Rebelo de Sousa por terras alentejanas terminarão, assim, com uma visita à Ovibeja. 15 Diário do Alentejo 21 abril 2016 Turismo do Alentejo lançou projeto de percursos pedestres Diário do Alentejo 21 abril 2016 16 Câmara de Aljustrel quer que escola de Rio Moinhos continue aberta A Câmara Municipal de Aljustrel anunciou que voltou a solicitar, por escrito, ao Ministério da Educação, que volte a considerar a excecionalidade da abertura da escola de 1.º ciclo de Rio de Moinhos, para que esta continue a funcionar como polo do Centro Escolar de Aljustrel, no ano letivo 2016/2017. A Câmara de Aljustrel argumenta que “no próximo ano letivo estarão matriculados em Rio de Moinhos 16 alunos no 1.º ciclo, mais três alunos do que no ano transato, acrescidos de mais 13 inscrições no pré-escolar”, o que, segundo o município, “garante 29 alunos com intenção de frequentar esta escola”. A Câmara de Aljustrel voltou ainda a confirmar ao ministério que não tem condições para garantir os transportes dos alunos desta localidade para o centro escolar na sede do concelho, que a escola de Rio de Moinhos reúne todas as condições para o desenvolvimento da atividade letiva e que a transferência de uma nova turma para o Centro Escolar de Aljustrel, por ausência de salas disponíveis, obrigaria à criação de mais uma turma de 1.º ciclo, que teria que funcionar fora do centro escolar. Lançado programa para dinamizar empresas As associações empresariais do Alentejo lançaram em conjunto um novo programa para apoiar as empresas da região no seu processo de inovação e diferenciação, intitulado “Inovar +”, com apoio de fundos estruturais. A iniciativa, que envolve as associações empresariais dos distritos de Évora (NERE), Beja (Nerbe) e Portalegre (Nerpor), prevê a realização de um conjunto de ações, com a participação de investigadores e consultores de mercado. Segundo os promotores, a participação no projeto não implica custos para as empresas. PUB “A história de Joana em busca de um final feliz” “DA” galardoado em prémio nacional de jornalismo A reportagem “A história de Joana em busca de um final feliz”, publicada no “Diário do Alentejo”, no dia 3 de abril de 2015, da autoria de Bruna Soares, jornalista do “DA”, foi galardoada no Prémio Nacional de Jornalismo “Os Direitos da Criança em Notícia”. A atribuição deste prémio é da competência do Fórum Sobre os Direitos das Crianças e Jovens que é composto, entre outra entidades, pela Assistência Médica Internacional (AMI), a Amnistia Internacional, a Unicef, e a Fundação do Gil. A reportagem do “Diário do Alentejo” arrecadou uma menção honrosa na categoria de “Imprensa”. “A história de Joana em busca de um final feliz” aborda a temática dos maus tratos a crianças e jovens e revela um dos muitos casos que são acompanhados pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Beja. Fala da história de Joana que foi sinalizada por considerar-se que estava em risco, em perigo. Um caso, revelado no mês da Prevenção dos Maus Tratos na Infância, um, entre muitos, mas que é o espelho de tantos. Na categoria de “Imprensa” foi ainda galardoada, com o primeiro prémio, a reportagem “Retrato da Pornografia Infantil em Portugal. O João foi o DVD 5 no mundo de José”, publicada no jornal “Público”, da autoria de Cláudia Bancaleiro. Foram ainda galardoados mais dois trabalhos, nomeadamente na categoria “Televisão”. A reportagem “Querido Pai”, da SIC, da autoria de Ana Paula Vieira, arrecadou o primeiro prémio e a reportagem “Labirinto de Soraia”, também da SIC, da autoria de Miriam Alves, exibida no programa “Grande Reportagem”, foi distinguida com uma menção honrosa. Em defesa da criação das regiões administrativas Amorba apresentou manifesto e objetivos A Associação Mov imento Pró Região Administrativa Baixo Alentejo (Amorba) apresentou um manifesto onde divulgou os seus objetivos, lembrando que constitui finalidade principal e prioritária da associação a mobilização da opinião pública junto dos 18 concelhos da região, para, “no respeito e em harmonia com a Constituição e leis em vigor, contribuir para o aprofundamento da democracia local nas suas diversas vertentes, participar e intervir nas dinâmicas de mudança de organização territorial do Estado, visando a criação em concerto e em simultâneo das regiões administrativas no território”. A intenção da associação é “promover e defender a institucionalização da Região Administrativa do Baixo Alentejo” e, neste sentido, já foram definidos os objetivos da Amorba. Pretende a associação apelar à intervenção do poder local autárquico a favor da institucionalização do poder regional autárquico, as designadas regiões administrativas e peticionar a reposição do mapa das regiões administrativas para o continente. Recorde-se que a Amorba defende a criação, em concreto, da região administrativa do Baixo Alentejo tendencialmente com os 18 concelhos supra identificados. É objetivo ainda da associação acompanhar as futuras alterações ao regime eleitoral e recolher, tratar e divulgar a informação pública disponibilizada pela Unidade de Missão para a Valorização do Interior. 17 DR Diário do Alentejo 21 abril 2016 Sempre foi uma criança que trabalhava muito e, para além das aptidões, era um miúdo inteligente e com um grande força psicológica e, por isso, é que ele chegou onde chegou”. Perfil Judoca André Alves a um passo de se classificar para os Jogos Olímpicos De Almodôvar ao Rio de Janeiro? André Miguel Lança Alves, 28 anos, natural de Beja mas com raízes em Almodôvar, pratica judo desde os seis. E agora está a um passo de se classificar pela primeira vez para os Jogos Olímpicos. Texto Gonçalo Henriques e Marco dos Santos, alunos da Universidade Lusófona DR “T udo poderá acontecer. Esta é uma prova onde já foi, mais do que uma vez, provado que qualquer um está à altura de conquistar uma medalha”. Quem o diz é André Alves, a esperança do Alentejo para os próximos Jogos Olímpicos. Quando começou a praticar esta modalidade, aos seis anos, ainda não tinha como objetivo chegar a umas olimpíadas, mas sim o desporto como forma de se divertir com os seus amigos. Aos 13 anos, na sua primeira participação no campeonato nacional, conseguiu imperar no tatami (tapete de judo) e trazer a medalha de campeão para o Alentejo. Foi nesta altura que foi possível começar a ver no horizonte o tema “Jogos Olímpicos”. Situação que parece possível e bastante provável com o aproximar da data da prova. Sendo Beja a cidade a que pertence o primeiro clube de judo em Portugal, o Judo Clube de Beja, fundado em 12 de junho de 1957, André lamenta o pouco desenvolvimento da modalidade que se pode verificar na região. “Nos dias de hoje, encontrar um atleta alentejano na seleção nacional de judo é, diria, muito pouco provável.” Esta declaração complementa o facto de que o judo, nesta zona a sul do Tejo, vive longe do potencial que no passado foi atingido por uma “geração de ouro”, como a denomina o mestre Veríssimo Segurado. O pai do atleta, Nélson Alves, conclui que a modalidade peca por falta de apoios e não por falta de talento. Pelas suas palavras, “no Alentejo, se os atletas fossem apoiados, não seriam menos que os outros”. Almodôvar foi a terra que o viu surgir para o judo. Confessa que na sua infância não era muito ligado à tecnologia em geral e que preferia mais uma tarde a “jogar à bola” do que estar agarrado ao telemóvel. Por vezes chegava a pingar suor da testa derivado às correrias que dava no intervalo. André evidenciou-se pelo seu caráter trabalhador e ambicioso que, segundo Nélson Alves, “faz sempre tudo para ganhar e nunca desiste”, pois não gosta “de perder nem a feijões”. Aos seis anos, pela primeira vez, foi “obrigado” pelo pai a participar num treino de judo, à experiência. Mesmo preferindo o desporto rei, via valores no judo que não encontrava no futebol. Muitas vezes, a família teve de prescindir de outras coisas para o acompanhar no desenvolvimento da modalidade. E foi nesse seguimento que o pai acabou por ficar responsável pela secção de judo do Clube Desportivo de Almodôvar. Hoje, confessa Nelson Alves, fica mais nervoso que o próprio filho antes de um combate. Mas se foi o pai que apresentou André Alves ao judo, foi o mestre Veríssimo Segurado que apresentou o judo a André Alves. Foi o seu primeiro mestre, mas não só: foi também um amigo. Uma relação que se firmou e que se destaca pela sinceridade, honestidade, humildade e respeito mútuo, como reconhece Veríssimo Segurado. O mestre, ao relembrar o passado conjunto, recorda o judoca alentejano com bastante carinho e visível emoção. “A vida de um atleta de alta competição não é fácil”, afirma André Alves. Neste caso, segundo o próprio atleta, que está dedicado à modalidade a tempo integral, é necessário complementar o horário de treinos diários de quatro a cinco horas com os treinos técnicos e físicos. “Sempre foi uma criança que E é precisamente este jovem médico que nasceu em Beja e que cresceu em Almodôvar que agora está a um passo de se classificar pela primeira vez para os Jogos Olímpicos. E, segundo o seu pai, “se vai lá é para ganhar!”. trabalhava muito e, para além das aptidões, era um miúdo inteligente e com um grande força psicológica e, por isso, é que ele chegou onde chegou”, reforça o mestre, relembrando a “fome” que ele tinha de aprender “mais e cada vez mais” e nunca ficar satisfeito. Com 16 anos surge a André Alves a oportunidade de se mudar para o centro de alto rendimento, no Jamor. Até esta altura, sempre tinha conseguido atingir os resultados que pretendia mas, à medida que o tempo avançava, “as exigências começavam a tornar-se cada vez maiores”. A quantidade de pessoas para treinar era pequena em Almodôvar e se o judoca queria chegar a patamares mais elevados tinha de mudar o seu treino para um patamar mais profissional e exigente, pelo que aceitou a proposta de ir para o Jamor. Devido ao grande respeito que tinha para com o seu mestre e à gratidão que tinha ao clube, André Alves passou a treinar nas instalações do Sport Algés e Dafundo, a conselho de Veríssimo Segurado, embora continuando a representar o clube de Almodôvar. Veríssimo ainda hoje se sente orgulhoso desta atitude e considera mesmo André Alves como o seu ídolo. Foi esta oportunidade que impulsionou a sua ida para Lisboa. Aos 18 anos passa a representar em definitivo o clube de Algés e, segundo o seu pai, é lá que pretende continuar, mas sempre demonstrando fidelidade aos dois clubes que já representou. Hoje, possui 22 anos de experiência (16 deles em alta competição), terminou os estudos na Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa (2013) e tem definido, para quando terminar a “vida de judoca”, exercer a profissão de médico em Munique. E é precisamente este jovem médico que nasceu em Beja e que cresceu em Almodôvar que agora está a um passo de se classificar pela primeira vez para os Jogos Olímpicos. E, segundo o seu pai, “se vai lá é para ganhar!”. Diário do Alentejo 21 abril 2016 18 Reportagem Em março nasceram em Silves 11 crias de lince-ibérico. No início do próximo ano, vão juntar-se aos 17 animais que já foram soltos nas serras de Mértola. Oportunidade para perceber como biólogos, veterinários e voluntários trabalham para salvar da extinção o felino mais ameaçado do mundo. Texto Carolina Montez, Joana Ramos e Margarida Recatia, alunos da Universidade Lusófona Fotos José Ferrolho Mértola prepara-se para receber mais 11 linces-ibéricos em 2017 “Pensava que eram pequenos tigres, afinal são gatos grandes” O uve-se um barulho, a equipa fica em silêncio e todas as cabeças se viram para uma das câmaras de videovigilância. Era claro para todos quem estaria a querer aparecer: Juromenha. A fêmea de lince ibérico solta um gemido e acorda as três crias que estavam a descansar. Parecem gatos, erguem logo as cabeças para ver o que se passa e, ao perceberem que é a progenitora, aproximam-se para serem reconfortados com leves turras. Depois das brincadeiras e lambidelas, deitam-se todos juntos. Estas são três das 11 novas crias do Centro de Reprodução do Lince Ibérico que vão ocupar as paisagens alentejanas a partir do início de 2017. Artemisa, Era, Fruta e Juromenha deram à luz entre 3 e 28 de março alargando PUB assim a família de 84 animais que já foram introduzidos no terreno através do projeto Iberlince, que está a trabalhar em Portugal e Espanha para salvaguardar a espécie de felino mais ameaçada do mundo. Do lado espanhol existem quatro instituições a trabalhar na reprodução destes animais, mas em Portugal tudo começa no Centro de Reprodução do Lince Ibérico (CRLI), em Silves. É aqui que se monitorizam os nascimentos e se acompanha o crescimento das crias. Onze meses depois do parto, são soltas numa herdade dos arredores de Mértola. “São animais importantíssimos para a saúde do ecossistema, podemos chamar-lhes os árbitros do ecossistema”, diz Rodrigo Serra, diretor do centro. “Os linces estão no topo da cadeia alimentar, são eles que regulam a pirâmide. Comem coelhos doentes, eliminam excessos e, se houver uma população saudável, isso significa que tudo está a funcionar em condições.” No CRLI vivem hoje 32 linces, entre adultos e crias. E uma mão cheia de humanos, muitos deles voluntários, que trabalham afincadamente para dar uma nova hipótese de sobrevivência aos “gatos selvagens”. Além dos cercados para os animais há uma série de casas térreas que servem de habitação aos técnicos, biólogos e veterinários do centro. “Eu vivo cá, os voluntários vivem cá, e os que têm casa fora daqui podem achar que não, mas no fundo passam aqui tanto tempo que também se pode dizer que vivem aqui”, diz Rodrigo Serra em tom de brincadeira. Para conseguir manter a diversidade genética e conservar a espécie, os técnicos têm de seguir um protocolo rigoroso. Há três fases críticas que determinam as hipóteses de sobrevivência do lince. A primeira acontece três dias após o parto, é aqui que as equipas percebem se a cria vai conseguir viver e adaptar-se ao ambiente. A segunda acontece entre a sétima e a oitava semana, quando as crias entram em confrontos diretos. Por norma, só a mãe os pode separar, contudo, e apenas em último caso, a equipa do centro também pode intervir. “Só entramos em ação se existir ameaça de morte”, explica o diretor do centro, “É importante que os animais se aprendam a defender sozinhos.” A última fase acontece ao fim 120 dias. É nessa altura que se despistam definitivamente as doenças de cada animal. Se Diário do Alentejo 21 abril 2016 19 sobreviverem a tudo isto, os bichos têm condições para viverem em estado selvagem. Há um centro de operação onde os animais são vigiados 24 horas por dia. Há monitores que recebem as imagens das câmaras que estão dentro dos cercados. É importante que os linces não tenham qualquer contato com as pessoas. Para que depois, quando forem devolvidos à natureza, não se aproximem das populações humanas. A alimentação nunca é entregue pelos tratadores, por exemplo. É preciso estimular a caça, e por isso são colocados coelhos vivos – a base de alimentação do lince – dentro dos cercados. Os animais são também conforntados com alguns sustos, gritos e batidas nas cercas, para que aprendam no futuro a evitar o confronto com os humanos. PUB Passam-se os tais 11 meses e a vivência do lince no centro chega ao fim. Então os animais são levados para Mértola numa jaula de captura e soltos no campo. O trabalho dos técnicos, no entanto, não termina aqui. Carlos Carrapato é membro das equipas do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas que seguem o lince após este ser solto. “Eu pensava que eles eram pequenos tigres e agora vejo-os como gatos grandes.” Até agora, já foram devolvidos 17 exemplares às planícies alentejanas. Todos têm dispositivos de localização GPS e são alvo de observações regulares para verificar o estado físico dos animais. Esta observação é feita quinzenalmente. “Só saímos do terreno depois de vermos o lince, e isso normalmente leva Tudo começa no Centro de Reprodução do Lince Ibérico (CRLI), em Silves. É aqui que se monitorizam os nascimentos e se acompanha o crescimento das crias. Onze meses depois do parto, são soltas numa herdade dos arredores de Mértola. um dia inteiro”, afirma Carrapato. Os homens do terreno receavam o impacto que a devolução de um animal selvagem pudesse ter na população de Mértola. As primeiras libertações causaram desconfiança junto de autarcas e caçadores. “Agora, até o padeiro gosta dos linces”, diz Carlos Carrapato. “Se os próximos dois anos forem iguais aos dois anos anteriores”, e o homem bate três vezes na madeira, “as expetativas de travar o processo de extinção são elevadas. As equipas de trabalho têm funcionado bem, os gatos têm facilitado o nosso trabalho e a população de Mértola tem acolhido cada vez melhor a ideia. Já há páginas de fãs no Facebook e até uma pastelaria que fazia bolos de menta e decidiu chamar-lhes línguas de lince.” Taça de Honra 2.ª Divisão Diário do Alentejo 21 abril 2016 20 (5.ª Jornada): Aldeia dos Fernandes-Alvorada, 1-0; Castrense B-Salvadense, 3-0. Classificação: 1.º Castrense B, 12 pontos. 2.º Salvadense, 12. 3.º Aldeia dos Fernandes, 4. 4.º Alvorada, 1. Próxima jornada (23/4): Alvorada-Salvadense; Castrense B-Aldeia dos Fernandes. Futsal 2.ª Divisão Nacional Seniores Masculinos Série F (4.ª Jornada): Quinta Conde-Indefetíveis, 2-1; Fabril-Tires, 12-4; Atlético-Sonâmbulos, 4-4; Albufeira-Baronia, 8-1. Líder: Fabril, 33 pontos. 8.º Baronia, 2. Próxima jornada (30/4): Fabril-Atlético; Sonâmbulos-Albufeira; Baronia-Quinta Conde; Tires-Indefetíveis. Futsal Distrital Seniores Masculinos (18.ª J): Leões Almodôvar-Vasco Gama, 3-3; CB Castro Verde-Ferreirense, 0-12; NS Moura-Ourique, 2-1; CD Beja-Luzerna, 7-1. Classificação: 1.º Ferreirense, 43 pts. 2.º Despertar, 37. 3.º CD Beja, 26. 4.º Leões Almodôvar, 24. 5.º Vasco Gama, 23. 6.º NS Moura, 20. 7.º Ourique, 17. 8.º Luzerna, 16. 9.º CB Castro Verde, 1. Nacional Promoção Feminino Série D (22.ª J): EF Setúbal, 0-Castrense, 1; BS António-Pontinha, 0-5; Montijo-Malveira, 2-3; Estoril-Quintajense, 5-1; Paio Pires-Guia, 2-1; Sintrense-Belenenses, 1-2. Classificação final: 1.º Pontinha, 63 pontos. 2.º Estoril, 61. 3.º Quintajense, 48. 4.º Paio Pires, 42. 5.º Castrense, 39. Desporto Mesmo sem jogar o Mineiro Aljustrelense ficou isolado no “Distritalão” Maré baixa na praia O Praia de Milfontes perdeu em casa com o Renascente e o Aljustrelense, que folgou, ganhou vantagem ao seu principal adversário na corrida pelo título, quando só faltam três jornadas para o final do campeonato. Texto e foto Firmino Paixão P rognósticos? Só no final! É um irónico chavão do futebol, que aqui se aplica na perfeição. Mas há uma pergunta que é preciso fazer. Será o Renascente capaz de bater o Aljustrelense, no próximo domingo, com a mesma clareza com que ganhou no terreno do Milfontes, e pelo segundo ano consecutivo? Se assim for, o campeonato renasce, mas nada está decidido, porque há duas equipas que têm vindo a subir na tabela e que ainda se atravessarão no trajeto final, quer do Milfontes, quer do Aljustrelense, são o Guadiana e o Vasco da Gama. Já se percebeu, então, que o líder vai a São Teotónio, enquanto o Milfontes viaja para Mértola. Temos um dérbi entre Aldenovense e Serpa e um curioso embate entre o Penedo Gordo e o Piense. Quanto às equipas do fundo da tabela, o São Marcos joga em Almodôvar e o Desportivo de Beja em Vidigueira, campos de onde não será expectável trazerem pontos. Resultados (23.ª Jornada): Milfontes-Renascente, 2-3; Desportivo Beja-Guadiana, 1-2; Serpa-Vasco da Gama, 0-2; Piense-Aldenovense, 4-0; São Marcos-Penedo Distritalão Guadiana de Mértola veio a Beja bater o Desportivo (2-1) Gordo, 1-5; Odemirense-Almodôvar, 3-0. Classificação: 1.º Aljustrelense, 50 pontos. 2.º Milfontes, 47. 3.º Vasco da Gama, 41. 4.º Odemirense, 38. 5.º Serpa, 37. 6.º Piense, 33. 7.º Penedo Gordo, 32. 8.º Renascente, 30. 9.º Almodôvar, 30. 10.º Guadiana, 23. 11.º Aldenovense, 20. 12.º Desportivo Beja, 7. 13.º São Marcos, 4. Próxima jornada (24/4): Renascente-Aljustrelense; Guadiana-Milfontes; Vasco Gama-Desportivo Beja; Aldenovense-Serpa; Penedo Gordo-Piense; Almodôvar-São Marcos. PUB Campeões Despertar Sporting Clube é campeão da 2.ª Divisão AFBeja O Despertar Sporting Clube sagrou-se já Campeão Distrital da 2.ª Divisão Uma ponta final à “rasga” O Despertar foi à Cabeça Gorda vencer a equipa local e trouxe de lá o título de Campeão Distrital da 2.ª Divisão e a consequente promoção ao campeonato principal da próxima temporada. Um regresso que se saúda. O percurso não foi fácil, admita-se. Mas uma ponta final de época muito aguerrida permitiu à jovem equipa do Despertar, e ao seu treinador Jorge Martelo, materializarem o objetivo que perseguiam. Falta apenas encontrar o clube que acompanhará os bejenses na subida de divisão, o Messejanense, que joga na Cabeça Gorda, ou o Saboia, que recebe os novos campeões. O Cabeça Gorda já está arredado dessa possibilidade. Resultados (5.ª Jornada): Messejanense-Saboia, 2-1; Cabeça Gorda-Despertar, 0-2. Classificação: 1.º Despertar, 12 pontos. 2.º Messejanense, 7. 3.º Saboia, 7. 4.º Cabeça Gorda, 2. Próxima jornada (23/4): Saboia-Despertar; Cabeça GordaMessejanense. FP 21 PUB FREGUESIA DE BALEIZÃO MOÇÃO SOBRE AS QUESTÕES DE SEGURANÇA DOS CIDADÃOS NA FREGUESIA DE BALEIZÃO Consagra a Constituição da República Portuguesa, o direito à segurança e à protecção dos cidadãos, sendo criado para o efeito, forças de segurança, cujas respostas devem ser consentâneas. Apesar das diligências efectuadas pelo órgão autárquico mais próximo dos cidadãos, a Junta de Freguesia, sem respostas adequadas por parte dessas forças de segurança e considerando que na freguesia de Baleizão, continuam a verificar-se dia após dia e consecutivamente, assaltos a habitações, criando nos cidadãos uma onda de insegurança, angustia e desespero em alguns casos, por se tratar de população idosa, sem retaguarda familiar presente que lhes garanta alguma protecção e em outros casos dos cidadãos emigrantes que noutros países vêm os seus domicílios ser constantemente devassados; considerando igualmente a inoperância das forças de segurança face ao descrito, vem esta Assembleia de freguesia pela presente manifestar a sua mais veemente discordância face à situação e exigir: 1. Atuação eficaz das forças de segurança face à situação e, 2. A reposição do posto da GNR, deslocalizado para uma outra freguesia sem justificação plausível para o efeito dada a existência de condições físicas para a sua permanência em Baleizão. Campeão Sporting Clube Ferreirense venceu o Campeonato Distrital de Futsal Ferreirense conquistou distrital em futsal Olhos postos na supertaça O Sporting Ferreirense sagrouse Campeão Distrital de Futsal, em seniores masculinos. Um título que o clube e o seu treinador, Jesus Neca, procuravam há duas épocas. Agora já estão focados na supertaça. Texto e foto Firmino Paixão A duas jornadas do final do campeonato, o Ferreirense pôde celebrar o título. Concluiu a prova com uma única derrota e um empate e seis pontos de avanço sobre o segundo classificado (Despertar). Uma derrota em Almodôvar, na 2.ª eliminatória da Taça Distrito de Beja, deixou a equipa afastada da competição. Agora esperam pelo vencedor da final (Núcleo Sportinguista de Moura ou Leões de Almodôvar) para conhecerem o adversário no jogo da supertaça, que encerra uma temporada de sucesso e projeta a equipa para a segunda divisão nacional, na próxima temporada. Um grande campeonato que permitiu celebrar o título duas jornadas antes de a prova terminar? Já na época passada perseguimos este título, mas ficámos em segundo lugar. Esta época, à semelhança do ano passado, temos na equipa o melhor guarda- -redes, o melhor marcador e a defesa menos batida, índices que demonstram que temos uma equipa organizada. Felicito todos os jogadores porque sem eles nada seria possível. O título foi inteiramente justo, mas queremos ganhar mais qualquer coisa, ainda nos falta disputar a supertaça, temos o objetivo de a ganhar. Os principais adversários reconhecem o mérito do vosso percurso e a justiça do título conquistado… Provámos o nosso valor dentro do campo e pela forma como trabalhamos durante a semana, antes dos jogos, para conseguirmos pôr em prática aquilo que ensaiávamos nos treinos. Temos o nosso modelo de jogo, trabalhamos bem a organização ofensiva e defensiva, temos treino específico para os guarda-redes, ensaiamos as bolas paradas, e as coisas depois acontecem porque existe trabalho de retaguarda e os jogadores vão certificando os resultados do seu trabalho. Mas é tudo mérito dos atletas e também estou grato à direção, porque tem acreditado no meu trabalho. Um percurso quase imaculado, apenas um empate e uma derrota no campeonato? Empatámos no reduto do Despertar, que era um forte candidato, e sofremos uma derrota em Moura, que é outra equipa muito forte. Vencemos todas as outras partidas. Mas fomos superiores em todos os jogos, gostamos de ter bola e a estratégia para o sucesso passa por aí. Trabalhamos muito a posse de bola e as estatísticas comprovam o nosso mérito. E quais são as maiores virtudes da equipa? O nosso plantel, esta época, como na anterior, teve sete seniores, dois deles são guarda-redes e cinco são jogadores de campo, depois temos quatro juniores. Temos um núcleo de cinco jogadores seniores muito fortes e, sem abdicarmos de dar algumas oportunidades aos mais jovens, conseguimos construir um grupo coeso, com muito espírito de sacrífico e humildade. A Taça Distrito de Beja era outro dos objetivos de que foram afastados em Almodôvar, aliás só perderam jogos com os dois finalistas da taça… Sim, mas um jogo de taça é sempre diferente. Em Almodôvar até estivemos a ganhar 1-0 e podíamos ter feito um segundo golo. Mas eu consigo identificar a razão dessas duas derrotas. Os jogos aconteceram numa altura das festas de Natal, não treinámos tão assiduamente como devíamos e as coisas não nos correram bem. Mas não tiro o mérito às outras equipas, porque ganharam bem, mas nós podíamos ter feito melhor. Focados na supertaça com o objetivo de a conquistar? Acreditamos no sucesso, gerimos bem a questão dos castigos e lesões até ao final do campeonato, espero que não aconteçam imprevistos, o grupo sabe aquilo que tem que fazer, se pudermos ganhar dois troféus não vamos ganhar apenas um, e certamente teremos uma palavra a dizer, sabendo que é um daqueles jogos de taça, imprevisível, contra um adversário que ainda não conhecemos, mas iremos motivados para vencer esse jogo. Já ganhou um campeonato, uma taça distrito e uma supertaça? O seu sonho terá que ser reavaliado? Já ganhei tudo ao nível distrital, faltava-me apenas este título enquanto treinador principal, porque já o havia conquistado como adjunto. Quero agradecer o apoio da minha família, dos amigos que sempre me apoiaram e acreditaram em mim e também aos que não acreditavam no meu trabalho, mas esses motivavam-me todos os dias a mostrar-lhes que estavam errados. E a prova está no percurso que fizemos. Agora, o meu sonho é manter o clube na segunda divisão nacional, o que seria inédito no distrito. Está tudo acertado para mantermos o nosso compromisso com o clube, vamos escolher alguns jogadores para darmos maior equilíbrio ao plantel, acrescentando-lhe mais intensidade e maior dinâmica de jogo. A segunda divisão exige outro andamento, temos essa consciência. Moção aprovada por unanimidade pelos presentes na reunião da Assembleia de Freguesia de Baleizão realizada no dia 18/04/2016. Presidente da Assembleia de Freguesia, Drª Antónia da Graça Troncão Patrício 1º Secretário, Maria Luísa Blé Bate Grade 2º Secretário, Rui Manuel Torrão Rebolo Vogal, António Fernando Silva Calisto Vogal, Joaquim Manuel Fernandes Carrilho FÉRIAS ALGARVE – MONTE GORDO Arrendo t2 a 100 metros da praia, boas áreas, varanda grande, muito bem equipado, semana, quinzena ou mês. bons preços. Contactar tm. 925 322 587 Diário do Alentejo 21 abril 2016 Diário do Alentejo n.º 1774 de 21/04/2016 Única Publicação Diário do Alentejo 21 abril 2016 22 Hóquei em patins 2.ª Divisão Zona Sul (22.ª Jornada): Marítimo-Hóquei de Grândola, 4-3; Salesiana-C. Ourique, 4-3; Sintra-Alenquer, 1-0; Oeiras-Benfica B, 5-2; Tomar-Biblioteca, 4-1; Nafarros-Académica, 3-8; Tigres-Sesimbra, 8-5. Líder: Sporting Tomar, 60 pontos. Próxima jornada (23/4): Hóquei de Grândola-Salesiana. Futebol do Inatel A primeira mão das meias-finais do Campeonato Distrital de Futebol de 11 do Inatel realiza-se amanhã, pelas 16 horas, com os seguintes jogos: Faro do Alentejo-Vale Figueira; Santa Luzia-Luso Serpense. A segunda mão está marcada para o dia 30 de abril. Participam nesta fase os vencedores das três séries e o melhor segundo classificado. Hóquei em patins 3.ª Divisão Seniores (24.ªJ): CP Beja-Murches, 2-5; Boliqueime-Vasco Gama, 4-5; Parede-Lobinhos, 7-2; Tojal-Castrense, 7-4; Odivelas-Estremoz, 5-8; Cascais-Setubalense, 4-5. Líder: Paredes, 59 pontos. Próxima jornada (23/4): CP Beja–Setubalense; PDL-Vasco Gama; H. Santiago-Parede; Castrense-Odivelas; Estremoz-Cascais. Andebol 3.ª Divisão Seniores Masculinos 2.ª Fase (6.ª J): Samora-Ginásio Sul, 25-26; Albicastrense-Sassoeiros, 34-29; Vela Tavira-Zona Azul, 21-24; Oriental-Serpa, 20-26. Líderes: Albicastrense, Vela Tavira e Zona Azul, 16 pontos. Próxima jornada (23/4): Sassoeiros-Samora; Ginásio Sul-Vela Tavira; Serpa-Albicastrense (17h); Zona Azul-Oriental (18h). Hóquei em patins formação Infantis (8.ª J): CP Beja-Paço d’Arcos, 0-10; Líder: Benfica, 22 pontos. Próxima jornada (25/4): Benfica-CP Beja. Juvenis (10.ª J): Vasco Gama-Oeiras, 3-8; Sporting-Grândola, 3-2. Classificação: 1.º Benfica, 25 pontos. 2.º Paço d’Arcos, 23. 3.º Sporting, 21. 4.º Oeiras, 8. 5.º Vasco Gama, 6. 6.º Grândola, 4. Futebol Escalões Jovens Juniores (9.ª Jornada): Despertar-Pinhalnovense, 0-3. Próxima jornada (23/4): Farense-Despertar. Juvenis (9.ª jornada): Lusitano Évora-Milfontes, 4-0. Iniciados (11.ª jornada): Lagos-Sporting Cuba, 3-4; Despertar-Farense, 3-0. Próxima jornada (24/4): Sporting Cuba-Louletano. Folga o Despertar. A chuva e a lama endureceram o 2.º Trail Serpa Por Vales e Planícies Ganhar é chegar ao fim O Clube Serpafit Challenge promoveu a segunda edição do “Trail Serpa Por Vales e Planícies”, iniciativa que reuniu cerca de 140 atletas, numa verdadeira aventura que durou várias horas. A chuva e as dificuldades dos trilhos deixaram alguns atletas, não muitos, pelo caminho, ainda assim foram 113 os que lograram atingir o objetivo de cortar a meta, depois de uma incursão por vales e encostas da margem esquerda do rio Guadiana. Verdadeiro herói foi o concorrente Paulo Caetano (millenium/bcp), último concorrente a voltar a Serpa gastando 6.45.13 horas, para cumprir os 40 km do percurso longo. O trail vai atraindo cada vez mais participantes e, em Serpa, entre as duas edições, isso notou-se. Hugo Ramos dirigente do Serpafit Challenge fez notar: “O objetivo é esse, aumentarmos progressivamente o número de participantes e tornarmo-nos uma referência em Serpa e no Alentejo, e estamos satisfeitos porque, este ano, foram muitas as pessoas que vieram até Serpa, para conhecerem estas paisagens magníficas”. Mas outro objetivo foi conseguido. “Queríamos puxar os atletas de Serpa, incutir-lhes a prática desta modalidade e acho que fomos bem-sucedidos, porque tivemos mais concorrentes naturais deste concelho”. Entre trails, o clube mantém a sua atividade vocacionada para os desportos de natureza e para o fitness, naturalmente menos mediáticas, por isso Hugo Ramos garantiu: “Continuaremos a ser uma referência no movimento associativo local e na região, já somos conhecidos em todo o País e também os nossos vizinhos espanhóis aderem às nossas organizações, portanto o Serpafit está consolidado, sobretudo graças à realização do trail que foi a organização que mais o projetou”. Resultados: 20 Km - Masculinos: 1.º João Paulo Correia (Runners VRSA), 1.43.08 h. Femininos: 1.º Margarida Amaro (Monsanto), 2.11.31 h. 40 Km - Masculinos: 1.º Ezequiel Lobo (BVMontemor), 3.11.50 h. Femininos: 1.ª Ana Guedes (Caapp), 4.53.19 h. FP Oradores António Valério (CM Alvito), Mário Perdigão (CRSul) e Joaquim Patrício (CNA) A situação do pedestrianismo no distrito de Beja foi debatida em Alvito Ordem para caminhar O Conselho Regional Sul da Federação de Campismo e Montanhismo de Por tugal t r ou xe a A lvito o 1.º Encontro Regional Sul de Pedestrianismo, com apoio do Clube Natureza de Alvito e patrocínio do município local. Texto e foto Firmino Paixão “U Trail Serpa Entre Vales e Planícies reuniu cerca de 130 participantes PUB nir os promotores de eventos de pedestrianismo (disciplina do montanhismo), debater a sit u aç ão at u a l da at i v id a d e e e nc ont r a r caminhos para a sua promoção e desenvolvimento” eram os propósitos desta reunião. “Um debate necessário”, considerou Joaquim Patrício, presidente do Clube Natureza de Alvito. Que explicou: “A prática desta atividade está muito difusa, toda a gente faz coisas e ninguém faz nada em conjunto. Daí a necessidade de promovermos um debate coletivo, para ver se as pessoas se encontram, se põem alguma ordem na prática destas atividades”. A adesão ficou aquém do esperado e, por isso, o dirigente alertou: “Isto é uma atividade que diz respeito não só aos grupos que realizam caminhadas. Alguns clubes que têm programas anuais de caminhada e as próprias autarquias, e era esse conjunto que pretendíamos juntar para conseguirmos arranjar pontes entre uns e outros, pormos alguma ordem na casa, mas a resposta não foi muito positiva. Só vieram três autarquias, Mértola, Alvito e Viana do Alentejo”. Patrício lidera um dos clubes da região que mais promove desportos de natureza e, instado a elencar as dificuldades, sustentou: “Fizemos uma primeira tentativa de identificar toda a problemática da coordenação do pedestrianismo no sul do Alentejo, fizemo-lo mesmo com pouca adesão à iniciativa e continuaremos a lutar para que isso seja possível”. E pormenorizou: “Fá-lo-emos não só no contacto com as autarquias, mas com todas as associações que têm prática regular, ou pontual, de realização de eventos, através da Federação das Coletividades do Distrito de Beja, que também está no terreno, para unirmos as vontades numa perfeita coordenação, porque a tutela desta atividade está na Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal e será através dela que teremos que negociar com as autarquias, clubes e grupos de caminheiros a realização destas atividades”. A associação Cultural e Recreativa Zambujeirense (Zambujeira do Mar) promove, no dia 1 de maio, pelas 9 e 30 horas, um evento de corrida (15 km) e caminhada (7 km) denominado “Corrida do Mar”. As inscrições encerram no próximo dia 27 de abril. Atletismo em Beja “24 Horas Strong Run” O Beja Atlético Clube venceu a primeira edição da “24 Horas Strong Run Team Challenge”, disputada em Loulé, num circuito de 6 km, em que cada equipa teria que efetuar o maior número de voltas. A equipa bejense, constituída por Celso Graciano, Custódio António, João Cruz e Rui Fontes, ganhou também a volta mais rápida. O XVI Prémio de Pista do Beja Atlético Clube realiza-se amanhã, pelas 15 horas, na pista de atletismo do Complexo Desportivo Fernando Mamede, em Beja, em simultâneo com a 7.ª Jornada da Taça de Benjamins da Associação de Atletismo de Beja. A competição insere-se nas comemorações da revolução de Abril. Corrida Cidade de Beja 5.º Congresso Ibérico de Atividade Física e Desporto A Comissão Técnico Científica e Pedagógica do Curso de Desporto do Instituto Politécnico de Beja organiza, nos dias 11 e 12 de maio, o 5.º Congresso Ibérico de Atividade Física e Desporto. O tema central será a “Educação e Certificação dos Profissionais de Atividade Física e Desporto”. Realiza-se, no dia 15 de maio (9 horas), a segunda edição da “Corrida Cidade de Beja”, evento integrado nas comemorações do dia do concelho. É uma organização do município em articulação com o Regimento de Infantaria 1 e a Base Aérea 11. A prova (corrida e caminhada) disputa-se entre o RI1 e a BA11 (10 km). 23 Diário do Alentejo 21 abril 2016 Corrida do Mar João Almeida venceu em Odemira O ciclista João Almeida (Bairrada) ganhou as duas provas do Troféu José Poeira disputadas no concelho de Odemira (Amoreiras Gare/Zambujeira do Mar e Milfontes/Odemira), e reforçou a liderança na Taça de Portugal de Juniores. O corredor da bairrada já tinha ganho a primeira prova, disputada em Alcobaça. PUB Diário do Alentejo n.º 1774 de 21/04/2016 Única Publicação COMARCA DE BEJA Beja – Inst. Local – Secção Cível – J1 ANÚNCIO Processo: 467/16.5T8BJA Interdição/Inabilitação Requerente: Ministério Público Requerido: José Inácio Guerreiro N/Referência: 27751334 Data: 31/03/2016 Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/ Inabilitação em que é requerido José Inácio Guerreiro, com residência em domicílio: Praça do Ultramar, n.º 6, 1.º esq.º, 7800 Beja, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. A Juiz de Direito Dr.ª Sara Isabel Rodrigues Viana O Oficial de Justiça Maria Guadalupe Horta Diário do Alentejo n.º 1774 de 21/04/2016 Única Publicação Formação Judocas e oito clubes competiram no Pavilhão de Beja 1.º Torneio de Judo União de Freguesias de Santiago Maior/S. João Batista Prioridade à formação O Judo Clube de Beja reuniu oito clubes e cerca de 120 atletas, no Pavilhão Municipal de Beja, a competirem no 1.º Torneio de Judo União de Freguesias de Santiago Maior e São João Batista. Texto e fotos Firmino Paixão S ubiram ao tapete mais de uma centena de pequenos judocas nos escalões de benjamins infantis e iniciados. Nos kimonos, emblemas como o do Judo Clube de Beja, Judo Clube de Alvito, Judo BV Beja, Judo Clube de Albufeira, Recreativo Alturense, CAMA Altura, Judo Clube de Lagos e Judo Clube de Portimão. Mais do que uma jornada de promoção da modalidade, foi uma manhã de formação competitiva, de convívio e troca de experiências entre miúdos de diferentes realidades. O Judo Clube de Beja colocou a iniciativa no terreno, ou seja nos tapetes do Pavilhão Municipal João Magalhães, em Beja, e, no final, o seu presidente, Francisco Gaitinha, confessou: “Estamos satisfeitos com a forma como decorreu o torneio, foi uma boa manifestação de divulgação do judo, reunimos aqui atletas de vários clubes do sul do País, mas é para isso que estamos cá, para ajudar a divulgar o judo e para proporcionarmos a estes miúdos uma atividade muito saudável”. Gaitinha lembrou que este é o caminho para descobrir grandes atletas e assumiu: “Estamos a apostar nisso, com muitos jovens, muita formação, quer no Judo Clube de Beja, quer no Judo Clube de Alvito ou no Judo dos Bombeiros de Beja, falando apenas dos clubes da região, mas no Algarve também existe uma grande aposta nas camadas jovens”. Mas lamentou: “É pena não sermos mais apoiados, porque o caminho que estamos a percorrer é correto e pode dar frutos”. Miguel Ramalho, autarca que lidera a união de freguesias, assistiu ao evento e deu a conhecer: “O torneio surgiu da sequência de uma proposta que nos chegou, a partir do Judo Clube de Beja, que aceitámos de braços abertos, porque promove a prática desportiva entre os jovens e, por outro lado, também ajuda a trazer mais pessoas a esta cidade, promovendo-a”. E acentuou: “São objetivos que consideramos muito importantes, daí termos acolhido esta iniciativa com agrado e estamos disponíveis para lhe dar continuidade no futuro”. Miguel Ramalho recordou ainda: “Tem sido nossa prática estimular a iniciativa do movimento associativo para promover a prática desportiva a nível geral e de um modo muito eclético. Temos iniciativas próprias, mas, principalmente, incentivamos e apoiamos o movimento associativo para ter autonomia nas suas iniciativas”. O autarca revelou depois: “Se existir disponibilidade do Judo Clube de Beja continuaremos a apoiar e até a melhorar uma eventual segunda edição do torneio e a desenvolvermos outros eventos que nos venham a ser propostos, ou que entendamos propor ao movimento associativo das freguesias e da cidade, porque não se pode falar só das freguesias, a cidade não está compartimentada e este trabalho tem sido desenvolvido também pela União de Freguesias de Santa Maria e Salvador, naturalmente em colaboração e articulação com o município”. A esta união de vontades acresce uma resposta positiva da comunidade, com boa participação em eventos que estimulam e enriquecem a prática desportiva e, por isso, Miguel Ramalho lembrou: “Temos um evento cuja segunda edição começaremos em breve, o projeto ‘Aparece e Experimenta’, com animação de espaços públicos, que ocorrerá entre maio e agosto, que tem como filosofia base levar modalidades de pavilhão ao encontro dos jovens e da população. Vamos às pracetas, aos polidesportivos de rua, vamos a todo o lado, com a colaboração do movimento associativo, oferecendo essas atividades. E isso dá visibilidade às modalidades e atrai jovens e menos jovens para essa prática desportiva. É uma iniciativa que se estreou no ano passado. Este ano vamos fazer a segunda, mas o retorno que tivemos dos dirigentes associativos é que foi uma iniciativa muito importante para ajudar a promover as modalidades fora das quatro paredes em que habitualmente se desenvolvem”. COMARCA DE BEJA Cuba – Inst. Local – Sec. Comp. Gen. – J1 ANÚNCIO Processo: 49/16.1T8CBA Interdição/Inabilitação Requerente: Magistrado do Ministério Público – Comarca de Beja – Instância Local de Cuba Requerido: Manuel Lourenço Coreixo Leão N/Referência: 27797666 Data: 14/04/2016 Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/ Inabilitação em que é requerido Manuel Lourenço Coreixo Leão, com residência em domicílio: Rua Luís de Camões, 27, 7940 Cuba, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. O Juiz de Direito Dr. Bruno Manuel de Almeida Henriques Nunes Ferreira A Oficial de Justiça Ana Maria N. Sota C. Ildefonso Diário do Alentejo n.º 1774 de 21/04/2016 Única Publicação ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL EDITAL Marcelo David Coelho Guerreiro, Presidente da Mesa da Assembleia Intermunicipal da Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral, faz saber, nos termos do artº. 56º da Lei nº. 75/2013, de 12 setembro, que em reunião ordinária de 11 de abril de 2016, foram aprovados por unanimidade os seguintes documentos: 1. Relatório de Atividades e Contas de 2015 Os documentos em causa podem ser consultados no serviço de Secretariado da Administração das 9 h às 12h30m e das 14h às 17h30m, de segunda-feira a sexta-feira nos dias úteis. Para constar, se publica o presente que vai ser afixado nos lugares públicos do costume. Beja, 11 de abril de 2016 O Presidente da Assembleia Intermunicipal Marcelo David Coelho Guerreiro saúde 24 Diário do Alentejo 21 abril 2016 Análises Clínicas Medicina dentária ▼ ▼ Médica Dentista Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Directora Clínica da novaclinica Exclusividade em Ortodontia (Aparelhos) Master em Dental Science (Áustria) Doutoramento (PhD) (Kanagawa) Dental University (Japão) Membro Conselho Geral da Ordem dos Médicos Dentistas Investigadora no Centro de Medicina Forense (Portugal) www.novaclinica.pt Rua Manuel António Brito n.º 6-1.º frente 7800-522 Beja Telefone: 284 328 100 Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA Técnica de Prótese Dentária Vários Acordos (Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa) Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA Cardiologia CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA ▼ MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS Médico oftalmologista Especialista pela Ordem dos Médicos Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486 Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA Ginecologia/ /Obstetrícia Otorrinolaringologia ▼ DR. J. S. GALHOZ Ouvidos,Nariz, Garganta Exames da audição Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA ▼ CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA. Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia Fisioterapia Fisiatria Dr. Carlos Machado Neurocirurgia Dr.º Daniel Maymone Psicologia Educacional Drª Elsa Silvestre Psicologia Clínica Drª M. Carmo Gonçalves Urologia Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária e Reeducação do Pavimento Pélvico Classes de Reeducação Postural/Pilates Reabilitação Pós Mastectomia Técnicas de Acupunctura Tratamento por Ondas de Choque Hidroterapia/Classes no Meio Aquático ▼ AURÉLIO SILVA UROLOGISTA ▼ Terapeuta da Fala VERA LÚCIA BAIÃO Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias Consultas em Beja CLINIBEJA – 2.ª a 6.ª feira Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua António Sardinha, 25, r/c esq. Tm. 962557043 Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023 BEJA [email protected] Estomatologia Cirurgia Maxilo-facial DR. MAURO FREITAS VALE ▼ ▼ (Edifício do Instituto do Coração, frente ao Continente) Cardiologia ▼ CONSULTAS DE FISIATRIA Carlos Machado Médico Fisiatra MACHADO RODRIGUES TRATAMENTOS DE FISIOTERAPIA Marcações: Tel: 284 341 588 Segunda a sexta-feira, das 10 às 13 horas e das 14 às 19 horas Clínica Rainha D. Leonor, Rua Manuel António de Brito, 4 – 1º Dtº 7800-544 Beja Chefe de Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte Acordos com: ADSE, ADM, SAMS, SAD/PSP, PT/ACS, SS da CGD, SAD/GNR, Comp. de Seguros Clínica dentária Marcações pelo tel. 284322778 Rua Sousa Porto, n.º 35 – BEJA ▼ HELENA MANSO ANGIOLOGIA CIRURGIA VASCULAR TRATAMENTO DE VARIZES BEJA: Clinibeja Rua de Angola, n.º 1, loja 1 7800-468 Beja Telefone: 284 092 243 Tms. 917716528/916203481 MOURA: MRP Centro de Medicina Física e Recuperação de Moura Avenida dos Bombeiros Voluntários, n.º 15 7860-107 Moura Tel. 285 252 944 SANTIAGO DO CACÉM: Centro Clínico de Santiago do Cacém Avenida Manuel da Fonseca, 37 7540-105 Santiago do Cacém Tel. 269 086 900 Tm. 917 637 440 ÉVORA: CDI Praça Dr. Rosado da Fonseca, 8, Urb. Horta dos Telhais 7000-749 Évora Tel. 266 749 740 www.hms.com.pt Oftalmologia ▼ CÉLIA CAVACO Oftalmologista pelo Instituto Dr. Gama Pinto – Lisboa Assistente graduada do serviço de oftalmologia do Hospital José Joaquim Fernandes – Beja Marcações de consultas de 2ª a 6ª feira, entre as 15 e as 18 horas Rua Dr. Aresta Branco, nº 47 7800-310 BEJA Tel. 284326728 Tm. 969320100 Clínica geral GASPAR CANO Prótese/Ortodontia Marcações pelo telefone 284321693 ou no local Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503 Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA ▼ Dr. José Loff Angiologia Cirurgia Vascular MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/MEDICINA FAMILIAR MÉDICO DENTISTA ▼ Consultas às 4ª feiras tarde e sábado MARCAÇÃO DE CONSULTAS: Diariamente, dias úteis: Tel: 218481447 Lisboa 4ª feiras: 14h30 – 19h Tel: 284329134 Beja e.mail: clinidermatecorreia@ gmail.com Rua Manuel António de Brito nº 4 1ºFte 7800- 544 - BEJA CENTRO DE FISIOTERAPIA DE BEJA Marcações pelo 284322446; Fax 284326341 R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA Terapia da Fala Dermatologia ▼ MÉDICA DERMATOLOGISTA MARCAÇÕES E CONSULTAS ▼ Psicologia TERESA ESTANISLAU CORREIA HELIODORO SANGUESSUGA DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO Fisioterapia Acordos com A.D.S.E., SAD//GNR, SAD/PSP, CGD, PT,ADM, SAMS, Medis,Advance Care, Multicare,Allianze, Seguros/Acidentes de Trabalho, Planuscard CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833 ▼ Consultas de 2ª a 6ª Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS. Marcações pelo telef. 284325059 Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA Cardiologistas Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Neurologia às 3ªs feiras, a partir das 15 horas pelos telfs. 284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA Centro de Fisioterapia S. João Baptista, Lda FERNANDA FAUSTINO RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista ▼ JOÃO HROTKO Dr.ª Heloisa Alves Proença Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda. Oftalmologia ▼ Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral/Implantologia Aparelhos fixos e removíveis VÁRIOS ACORDOS Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190 7800-475 BEJA saúde diversos CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (TAC) ECOGRAFIA MAMOGRAFIA ECO DOPPLER RADIOLOGIA DENTÁRIA Médicos Radiologistas António Lopes / Aurora Alves Helena Martelo / Montes Palma Médica Neuroradiologista Alda Jacinto Médica Angiologista Helena Manso Convenções: ULSBA (SNS) ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Marcações: Tel. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387 Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/ Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.ª Isabel Brito Lança – Pediatria LINHA DE APOIO À PEDIATRIA – 284 092 503 Dr. Gabriel Gomes – Cirurgia Geral – Cabeça/Pescoço e Varizes Dr.ª Helena Pinheiro – Terapia Sexual Dr.ª Joana Banza – Terapia Ocupacional Dr.º Ricardo Lopes – Consulta de Gastrenterologia e Proctologia - Endoscopia e Colonoscopia Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Enfermeira Marta Dias – Mesoterapia/Mesoplastia Facial Dr. Rui Filipe Rosário – Osteopatia Dr. Rafael Lopes – Medicina Tradicional Chinesa Dr.ª Inês Cortes – Ecografia Emocional 3D e 4D Dr.ª Helena Manso-Ribeiro – Angeologia e Cirurgia Vascular Dr. Dinis Reis – Endocrinologia Dr. Eduardo Cruz – Fisioterapeuta – Thai Yoga e Massagem de Relaxamento Dr. André Ramos – Ortopedia e Traumatologia Marcações diárias pelos tels. 284 092 243 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua de Angola n.º 1 loja 1, 7800-468 Beja [email protected] www.clinipax.pt 25 Diário do Alentejo 21 abril 2016 Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA necrologia 26 Diário do Alentejo 21 abril 2016 MISSA António Domingos Beijinho Lopes MISSA AGRADECIMENTO Maria Adelaide Lopes Valente Paulo dos Santos da Silva Correia MISSA Dr. José Alexandre Pacheco Covas Lima 14 Anos de dor e saudade 2.º Ano de Eterna Saudade Esposa, filhos, noras, netos e restante família recordam com muito amor e profunda saudade o seu ente querido e participam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia 28/04/2016, quinta-feira, pelas 18 horas, na igreja de Santa Maria, em Beja. Agradecemos a todos os que nela participarem. Que a tua alma descanse em paz. Esposa, filhos, nora, genros, netas e restante família recordam com muito amor e profunda saudade o seu ente querido no 2.º ano do seu falecimento. Participam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia 26/04/2016, terça-feira, às 18 e 30 horas, na igreja do Carmo, em Beja, e agradecem desde já a quem se dignar assistir a esta celebração. 9.º Ano de Eterna Saudade 15/03/1954 – 11/04/2016 Sua família participa a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida no dia 01/05/2016, domingo, pelas 12 horas, na igreja do Carmo, em Beja, agradecendo desde já a todos os que comparecerem no piedoso ato. A família, esposa e filho, na impossibilidade de o fazermos pessoalmente como seria nosso desejo, vimos por este meio agradecer reconhecidamente aos que o acompanharam à sua última morada, bem como a todos os que de alguma forma se solidarizaram com a nossa dor. A todos o mais comovido agradecimento. necrologia institucional diversos Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO Vales Mortos PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO 27 Diário do Alentejo 21 abril 2016 CONSULTAS DE CARTOMÂNCIA E LEITURA LINHAS DA MÃO Saiba o Presente, o Futuro e como resolver Problemas. Contactar tm. 969083928 Maria Falcão Diário do Alentejo n.º 1774 de 21/04/2016 Única Publicação Ana Maria Medeiro Francisca Maria Rita Nasceu a 28/05/1921 Faleceu a 13/04/2016 Nasceu a 01/02/1919 Faleceu a 19/04/2016 Filhos, netos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida, e na impossibilidade de o fazerem individualmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar. Filhos, netos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida, e na impossibilidade de o fazerem individualmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar. AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A 7830-344 SERPA Unidade Colectiva de Produção Agro Pecuária Freguesia Sem Medo Cooperativa de Responsabilidade Limitada COOPERATIVA AGRÍCOLA DE GRANJA, CRL Assembleia Geral Ordinária ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA Nos termos estabelecidos no art.° 49, alíneas b) c) e d) do Código Cooperativo, convoco a Assembleia Geral da Unidade Colectiva de Produção Freguesia Sem Medo, CRL, para reunir em sessão ordinária no próximo dia 07/05/2016, pelas 10:00 horas, no edifício da Junta de Freguesia de Alcaria Ruiva, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Eleição de novos corpos gerentes. A Assembleia encontra-se legalmente constituída, quando se encontrarem à hora marcada, o número legal de cooperadores estatutariamente previsto, ou meia hora mais tarde com a presença de qualquer número de cooperadores. Vale de Açor de Baixo 22 de abril de 2016. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral António Francisco Silva Diário do Alentejo n.º 1774 de 21/04/2016 Única Publicação Diário do Alentejo n.º 1774 de 21/04/2016 Única Publicação COMARCA DE BEJA Beja - Inst. Local - Secção Cível - J2 COMARCA DE BEJA Beja - Inst. Local - Secção Cível - J2 ANÚNCIO Processo: 617/16.1T8BJA Interdição/Inabilitação Requerente: Ministério Público Requerido: Francisco António Vargas Vieira N/Referência: 27791402 Data: 13-04-2016 Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/ Inabilitação em que é requerido Francisco António Vargas Vieira, com residência em domicilio: Francisco António Vargas Vieira, Rua Mário Castrim, 7, Beja, 7800-589 Beja, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. O Juiz de Direito Drª Lara Velho Rua O Oficial de Justiça Maria de Fátima Coelho ANÚNCIO Processo: 614/16.7T8BJA Interdição/Inabilitação Requerente: Ministério Público Requerido: Luís Filipe da Palma N/Referência: 27791083 Data: 13-04-2016 Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/ Inabilitação em que é requerido Luís Filipe da Palma, com residência em domicilio: Luís Filipe da Palma, Centro Social e Paroquial Nª Srª da Luz, Largo da Igreja, 1, Santa Clara do Louredo, 7800-721 Santa Clara do Louredo, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. O Juiz de Direito Drª Lara Velho Rua O Oficial de Justiça Maria de Fátima Coelho Diário do Alentejo n.º 1774 de 21/04/2016 Única Publicação CONVOCATÓRIA Nos termos do disposto nos artigos 23.°, n.°s 1 e 2 e 25.° dos Estatutos da Cooperativa Agrícola da Granja, CRL, convoca-se a Assembleia Geral Ordinária da instituição, a qual decorrerá no próximo dia 30 de Abril de 2016, pelas 14:30 horas na sede da Cooperativa e subordinada à seguinte Ordem de Trabalhos: 1. Apreciação e votação do Relatório de Gestão e Contas do ano de 2015 2. Apreciação e votação dos Estatutos da Cooperativa Agrícola da Granja, CRL alterados em função da entrada em vigor do Código Cooperativo aprovado pela Lei n.° 119/2015, de 31 de Agosto 3. Apreciação e votação da criação de uma secção de organização de produtores no sector do vinho organizada em assembleia sectorial 4. Apreciação e votação do regulamento interno da secção de organização de produtores no sector do vinho 5. Outros assuntos de interesse geral da Cooperativa Agrícola da Granja, CRL A Assembleia Geral, na ausência do quorum ditado pelo artigo 26.°, n.° 1 dos Estatutos reunir-se-á, em segunda convocação, meia-hora após a hora marcada para o início da primeira convocatória, funcionando e deliberando com o número de associados presentes nesse momento. No prazo dos dez (10) dias anteriores a data designada para a Assembleia Geral será disponibilizada aos associados, na sede da Cooperativa Agrícola da Granja, a documentação atinente com os assuntos contidos na Ordem de Trabalhos, a qual será, ainda, dada a conhecer por comunicação eletrónica endereçada aos associados que expressamente requererem o envio da citada documentação para endereço eletrónico que deverão indicar. Granja, 14 de Abril de 2016. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Assinatura ilegível Diário do Alentejo n.º 1774 de 21/04/2016 Única Publicação COMARCA DE BEJA Beja - Inst. Local - Secção Cível - J1 Diário do Alentejo n.º 1774 de 21/04/2016 Única Publicação PROCURO COMARCA DE BEJA Beja - Inst. Local - Secção Cível - J2 ANÚNCIO Processo: 616/16.3T8BJA Interdição/Inabilitação Requerente: Ministério Público Requerido: Celestina Maria Bralia Moita N/Referência: 27791366 Data: 13-04-2016 Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/ Inabilitação em que é requerido Celestina Maria Bralia Moita, com residência em domicílio: Celestina Maria Bralia Moita, Rua Mário Castrim, 7, Beja, 7800-589 Beja, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. O Juiz de Direito Drª Lara Velho Rua O Oficial de Justiça Maria de Fátima Coelho CASA OU PRÉDIO EM LISBOA. URGENTE. Contactar tm. 966838768 ANÚNCIO Processo: 615/16.5T8BJA Interdição/Inabilitação Requerente: Ministério Público Requerido: Maria Augusta Costa Neves N/Referência: 27801170 Data: 15-04-2016 Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/ Inabilitação em que é requerida Maria Augusta Costa Neves, natural da freguesia de Alqueva, concelho de Portel, nascida em 09/02/1995, com domicílio em: Lar Residencial Vidas Coloridas, Rua Mário Castrim, Lote 7, Beja, 7800-589 Beja, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. O Juiz de Direito Drª Sara Isabel Rodrigues Viana O Oficial de Justiça Maria Guadalupe Horta CARTAS TAROT Procura uma orientação para a sua vida futura? Venha fazer uma leitura de cartas Tarot e saber da sua vida sentimental, financeira, trabalho, saúde. ANA MARIA BAPTISTA Beja Contacto para marcação 968 117 086 MÁXIMO SIGILO EXCELENTE OPORTUNIDADE Moradia em Alfundão, Ferreira do Alentejo. 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DOWNLOAD na App Store: https://itunes. apple. com/app/us/ hatmonkey/ id904565251 A páginas tantas Mamã? é o mais recente livro editado pela Orfeu Negro, sob a chancela Orfeu Mini, e conta-nos a história de um pequeno mocho que adormeceu e caiu do ninho. Oh, não! Perdeu-se da Mamã Mocho e vai precisar da ajuda dos outros animais da floresta para a reencontrar… Felizmente, um esquilo amigável decide-se a salvar o dia. Uma deliciosa e ternurenta história para os mais pequeninos! Uma história sobre a partida e o reencontro, a libertação e a procura de um lugar seguro no planeta. A par dos seus inúmeros livros, Chris Haughton é um apaixonado pela animação e este bichinho não ficou adormecido com todas as possibilidades que as novas tecnologias colocam ao dispor de tanta gente. Dar aos artistas ferramentas para colocar em prática as suas ideias foi meio caminho andado para nascer “Chapéu de macaco”, uma aplicação que está disponível para iphones, em 14 línguas, nomeadamente em português. Podes ver um pouco do vídeo aqui: https://www. youtube.com/ atch?v=cnNSVDsso98 O autor Dia da Mãe Chris Haughton, irlandês, um dos ilustradores mais conhecidos e aclamados a nível internacional, chega finalmente a Portugal com o livro Mamã?, para deliciar miúdos e graúdos.Este livro foi premiado em 2012 com o Prémio Sorcières e em 2013 com o Prémio Andersen para melhor livro dos zero aos seis anos. Pintar pedras é um clássico e de certeza que tanto tu como os teus pais já o fizeram, mas desta vez a ideia é transformar as pedras em retratos com a cara da tua mãe. “Mom you Rock!” acaba por ter dois significados, o retrato em pedra e ela estar sempre presente com a força de uma rocha. 30 Diário do Alentejo 21 abril 2016 Letras Não se pode viver nos olhos de um gato A Boa vida Comer Costeletas de borrego com caril Ingredientes para 4 pessoas: 1,2 kg. de costeletas de borrego; q.b. de azeite; 400 gr. cebola picada; 4 dentes de alhos picados; q.b. de caril; 1 folha de louro; q.b, de vinagre de vinho branco; 2 dl. de vinho branco; q.b. de água; q.b. sal grosso; q.b. pimenta preta moída. Confeção: Tempere as costeletas com sal, caril e pimenta. Leve ao lume uma frigideira com azeite e, quando quente, frite as costeletas de ambos os lados. Retire as costeletas e na gordura junte a cebola picada, alho e o louro. Deixe cozinhar lentamente. Logo que a cebola esteja alourada, adicione o vinho branco e acrescente mais um pouco de caril. Adicione um pouco de vinagre e junte as costeletas e um pouco de água. Deixe ferver para apurar. Retifique os temperos a seu gosto. Acompanhe com arroz de manteiga e salada de tomate temperada a seu gosto. Bom apetite… Toiros Clube Taurino Beringelense visitou Sevilha e viu triunfo de Padilha O Clube Taurino Beringelense realizou, no passado sábado, dia 16, uma excursão à Feira de Abril, em Sevilha. A adesão por tarde dos associados e aficionados em geral superou as expetativas da organização, o que obrigou a alugar um segundo autocarro, tendo no total viajado 90 pessoas até à capital da Andaluzia. Os visitantes passearam pela “féria” e de tarde assistiram, na Real Maestranza de Sevilha, à saída, pela porta do príncipe do matador de toiros, Juan José Padilla, que cortou três orelhas. Viram ainda “El Fandi” cortar uma orelha ao último toiro da tarde e ainda à atuação de Finito de Córdoba. Beja recebe Corrida Ovibeja No próximo sábado, António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora 23, em Beja, realiza-se a tradicional Corrida de Toiros integrada na 33.ª Ovibeja. Atuarão os cavaleiros Luís Rouxinol, o rejoneador Andy Cartagena, João Moura Jr. e o praticante Joaquim Brito Paes que lidará um novilho. Nas pegas estarão em competição os Amadores de Alcochete e Beja. Será lidado um curro da ganadaria Passanha e um novilho de Brito Paes. Cuba assinal 20 anos de alternativa de Tomás Soudo A vila alentejana de Cuba recebe, no pró- ximo dia 1 de maio, uma corrida de toiros que assinará a passagem pelos 20 anos de alternativa de José Soudo, cavaleiro daquela localidade.Com Soudo alternarão João Moura e Miguel Moura, na lide três toiros de Cunhal Patrício e outros tantos de Silva Herculano. Atuarão os cavaleiros Luís Rouxinol, o rejoneador Andy Cartagena, João Moura Jr. e o praticante Joaquim Brito Paes que lidará um novilho. Nas pegas estarão em competição os Amadores de Alcochete e Beja. pós o êxito de Que importa a fúria do mar, Ana Margarida de Carvalho publica o segundo romance confirmando os dotes de contadora de histórias e criadora de “personagens do assombro” que faz da citação e evocação subtis matéria para a cumplicidade com o leitor. Mulheres fortes-frágeis; mulheres intocáveis, fortaleza, na fragilidade. Homens (e mulheres) nem completamente bons nem maus. Sobreviventes. Capazes de salvar, um dia, correndo risco de vida; assassinos noutro dia, dia de sobreviver. A barca do inferno onde navegam, no século XIX, as personagens que serão náufragos de Ana Margarida de Carvalho, é um navio negreiro, clandestino, em tempos posteriores à abolição da escravatura no Brasil. Vai carregado de miséria humana, de fome, cobiça. Também carrega luxúria (e uma santa de cabelo de índia, para quem os marinheiros levantam os olhos, em prece). Ambição e vontade de punir convocam o naufrágio. Salvam-se um capataz e o seu criado, um padre e um fidalgote, mais uma mulher dominadora e a sua filha, além de um pretinho que mal sabe andar. A eles se junta um escravo liberto, muitas vezes sobrevivente. Reunidos numa ilha, vivem ao ritmo imposto pelas marés, vencidos progressivamente pela fome e assombrados pelos seus fantasmas. A autora não se compraz em compor personagens que são amores fáceis. Em todas as criaturas tremendas há, porém, uma humanidade que ganha sobre os feitos hediondos dos quais são culpados-vítimas. Todos os transgressores são inocentes e capazes de grandeza. Quase todas as personagens têm momentos em que são ignóbeis. Em todos há humanidade. Menos na santa, que não dá paz nem é capaz de misericórdia. Escrita fluída, humor mordaz, sem maniqueísmo, Ana Margarida de Carvalho afirma-se como escritora com este Não se pode viver nos olhos de um gato. Maria do Carmo Piçarra As pegas estarão a cargo de uma seleção de forcados alentejanos, essencialmente dos grupos de São Manços, Moura, Cuba e Beja. Livro Arenas apresentado na Ovibeja Esta sexta- -feira, 22, pelas 17 horas, na Ovibeja, será apresentado o livro Arenas, de Manuel Peralta Godinho e Cunha, e cuja apresentação será feita por Manuel Calejo Pires. Este evento é promovido pelo Circulo Taurino do Alentejo. Vítor Besugo Ana Margarida de Carvalho Teorema 17,50 euros 352 páginas 31 Diário do Alentejo 21 abril 2016 Filatelia Lubrapex é para a semana N a próxima terça-feira, dia 26, é inaugurada, em Viana do Castelo, a Lubrapex 2016 – XXII Exposição Filatélica Luso-Brasileira. A Lubrapex é a exposição bilateral mais antiga do mundo. Originalmente esta exposição estava aberta apenas à participação de filatelistas de Portugal e do Brasil e, a partir de 1992, passou a admitir os restantes países de expressão portuguesa. Os correios portugueses vão emitir no dia da inauguração uma série de nove selos: dois de €0,80 e uma folha miniatura com sete de €0,47 dedicados aos Palop. Segundo informam os correios, as suas ilustrações são as seguintes: Portugal Pendente, filigrana em prata dourada e esmalte; séc. XX; Brasil Coroa radial com cobre-nuca, talas vegetais, fios de algodão, penas;séc. XX; Angola Adorno, grupo cultural Mucubal; col. Museu Nacional de Etnologia; Cabo Verde Colar em fibras vegetais e missangas; Guiné-Bissau Adorno de costas em madeira, pele e algodão, grupo cultural Bijagós; Macau Leque em madrepérola e papel pintado; Moçambique Amuleto de caça em madeira, pele e cordel, grupo cultural Mwangalie, Planalto Maconde; São Tomé e Príncipe Máscara de Gamalão; Timor-Leste Colar em fibra vegetal, fio de canutilho e algodão. À exceção do selo de Portugal e do de Macau, que mostram adereços do Museu de Arte Popular e do Museu Nacional Machado de Castro, os adereços de todos os outros são do Museu Nacional de Etnologia. O design é de AF Atelier. Os correios também emitiram cinco carimbos de 1.º dia (Lisboa, Porto, Ponta Delgada, Funchal e Viana do Castelo) e ainda seis carimbos comemorativos (CC). Para ser usado no local da exposição, no dia do encerramento (dia 1), os correios também emitiram um CC para assinalar os 30 anos da revista do Clube do Colecionador. Para comemorar o evento, os Correios do Brasil emitiram um bloco com dois selos e dois carimbos, um para Brasília e outro para Viana do Castelo, que serão ambos usados no dia 26. Os selos mostram-nos a coroa radial com cobrenuca e um pendente, em forma de coração, adereços pertencentes, PUB respetivamente, aos museus portugueses de Etnologia e de Arte Popular . O cante alentejano em selos Na próxima quarta-feira, dia 27, o cante alentejano é celebrado com uma emissão de dois selos e um bloco, também com dois de €1,00. O design é de Atelier Design&etc. O selo de €0,47 mostra um pormenor de traje masculino – Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa, e o de €0,80 um de traje feminino – Grupo Coral Feminino de Cantares de Alcáçovas. Os selos do bloco mostram o Grupo Coral Alma Alentejana de Peroguarda e o Grupo Coral do Sindicato dos Mineiros de Aljustrel. O fundo mostra-nos na metade superior a Associação Grupo Coral e Etnográfico Amigos do Alentejo, Feijó, o Grupo Coral Mainantes, Pias e o Rancho Coral e Etnográfico Os Camponeses de Vale de Vargo. Na metade inferior pode ver-se o Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Brinches, o Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa e o Grupo Coral Feminino de Cantares de Alcáçovas. A capa da pagela é ilustrada com uma fotografia feita no âmbito da candidatura do cante a património da humanidade. Geada de Sousa 32 Diário do Alentejo 21 abril 2016 Mike Bramble apresenta “Platonic” em Beja Mike Bramble, o músico de Leiria que se formou no Institute of Contemporary Music Performance, em Londres, está de visita a Beja para um concerto que terá lugar no sábado, 23, na Galeria do Desassossego, a partir das 22 e 30 horas. Consigo traz “Platonic”, o seu primeiro EP, tido como um “projeto ambicioso de canções onde a melodia do pop se mistura com o aroma do blues/jazz e a textura do rock”. Para além de Bramble (voz e guitarra) estarão no palco intimista bejense João Loureiro (bateria), Hugo Santos (baixo) e Mike Gomes (guitarra). Fim de semana Aljustrel recebe II Feira do Livro Usado O Mercado Municipal de Aljustrel acolhe a partir de hoje, quinta-feira, e até sábado, 23, a segunda edição da Feira do Livro Usado e Velharias, organizada pela biblioteca local. O certame, de portas abertas entre as 10 e as 19 horas, coincide com as comemorações do Dia Mundial do Livro, que se assinala no sábado, e inclui igualmente momentos musicais. Amanhã, pelas 18 horas, atuará o grupo Ritmos do Sul e no sábado, à mesma hora, o palco fica por conta dos Cantares de Rua. Os munícipes estão, assim, convidados a levarem os seus livros usados e velharias, ou ainda qualquer outro objeto que já não utilizem mas que possa ter algum interesse para outros, entre “brinquedos, loiças, capacetes de motos, botas de borracha, estátuas, etc.”. Aivados celebra história comunitária DR Foi a 20 de abril de 1975 que as gentes da aldeia comunitária de Aivados, no concelho de Castro Verde, recuperaram parte das terras que há mais de 500 anos lhes haviam sido usurpadas. Uma efeméride que o Museu da Ruralidade e a Associação do Feira do Livro e da Liberdade em Ferreira Decorre desde segunda-feira, 18, na Biblioteca Municipal de Ferreira do Alentejo, a IX Feira do Livro e da Liberdade, que se prolonga até ao próximo dia 6 de maio. No programa, para comemorar o Dia Mundial do Livro, está prevista para amanhã,sexta-feira, pelas 15 horas, a apresentação do livro Pelas ruas de uma cidade sem nome, de Carla Ramalho. Povo dos Aivados vão relembrar no sábado, 23, no centro de convívio da localidade com um programa que inclui uma caminhada (9 e 30 horas), um encontro de poesia popular (15 horas) e um baile à antiga, com tocadores de harmónica (16 e 30 horas). “Aivados – 41 anos de memória” é, segundo a organização, um “encontro com uma das histórias mais românticas da história do coletivo das gentes de Castro”. Biblioteca de Castro Verde sopra 21 velas Brasileiro Pedro Lobo expõe no Museu Regional de Beja “In Nomine Fidei”, exposição do fotógrafo brasileiro Pedro Lobo, mantém-se patente no antigo coro baixo do Museu Regional de Beja até ao próximo dia 13 de maio. O autor, também investigador na área do património histórico, tem sido responsável pela documentação fotográfica da proposta de inclusão na lista Unesco de cidades como Olinda, Ouro Preto, Salvador, Santuário do Bom Jesus de Matosinhos e São Miguel das Missões. Para Pedro Lobo, que já expôs em museus no Brasil, Portugal, Estados Unidos, Dinamarca, Alemanha, Bélgica, China e Colômbia, fotografar património significa “ilustrar a condição humana e refletir sobre a memória e o que deve ser preservado”. Afonso Cruz e Fernando Guerreiro apresentam livros S ão 21 anos de serviço público que a Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca comemora amanhã, sexta-feira, com um programa em que convida a comunidade de Castro Verde a assistir a duas apresentações de livros, seguidas de uma conversa e de um momento musical. As comemorações arrancam pelas 21 e 30 horas, e os primeiros convidados são os escritores Afonso Cruz e Fernando Guerreiro. O primeiro traz na bagagem a obra Flores, descrita como uma “história inquietante, narrada na primeira pessoa sobre a memória e o que resta de nós quando a perdemos”. Depois de cinco anos a publicar micro-contos na sua página de Facebook, Fernando Guerreiro re- solveu selecionar as melhores narrativas e fazer publicar a coletânea Ficou tanto por dizer, que hoje também se apresenta em Castro Verde. Os dois autores participam depois numa conversa moderada pelo jornalista Paulo Barriga, finda a qual entra em palco o trio Nau (vozes e guitarras de José Pedro Grazina, Fernando Pardal e Artur Silva), que propõe uma viagem pela “universalidade da cultura portuguesa”. Revisitam-se, assim, temas de Zeca Afonso, Vitorino, Fausto e Trovante, sem esquecer o cante alentejano, “expressão identitária que o grupo pretende reforçar”. No final, “haverá açorda de letras e bolo de aniversário”, desvenda a equipa da biblioteca aniversariante. Renato Sanches faltou ao Dia da Defesa Nacional. Jogador encarnado alega que já cumpriu o seu dever militar quando lutou no Ultramar. 33 Diário do Alentejo 21 abril 2016 João Soares indigna-se com impeachment de Dilma Rousseff e ameaça deputados brasileiros com bofetadas através do Orkut. facebook.com/naoconfirmonemdesminto Depois de Axl Rose ir para os AC/DC, Tonicha é a nova vocalista dos Pearl Jam O mundo da música entrou em estado de choque ao saber que Axl Rose substituirá Brian Johnson, que sofre de problemas auditivos, como vocalista dos AC/DC. Os fãs da banda estão furiosos e prometem boicotar a digressão. Mas esta não será a única alteração marcante no que se refere a bandas rock: Tonicha, cantora bejense, será a próxima vocalista dos Pe- Portugueses poupados nos brinquedos sexuais, mas aumentou o uso de curgetes e cenouras Foi notícia no “Correio da Manhã” (pois claro) que os portugueses estão a investir menos em brinquedos sexuais. A “Não confirmo, nem desminto” quis saber se no Alentejo as coisas também são assim e as conclusões são surpreendentes. Visitámos a megastore de produtos sexuais de Alfundão e falámos com a sua dona, a empresária Susete Garganta Funda: “Antigamente as pessoas ainda se entusiasmavam com ‘As 50 sombras de Grey’ ou com a sua versão alentejana, ‘Às 50 sombras do chaparro’, e compravam algemas, chicotes e banha de porco. Agora, nem pó… Mas as mercearias aqui da zona florescem, nomeadamente ao nível das curgetes e cenouras, alternativas mais amigas do ambiente ao tradicional vibrador. E nem quero imaginar quando começar a época da meloa. Para ser franca, acho que as pessoas estão, por um lado, sem dinheiro, e, por outro, fartas de sexo. Tudo é sexualizado: as apresentadoras na TV vestem-se de forma provocadora, os cantores são todos bonitos e de abdominais definidos, as finanças sodomizam os contribuintes sem dó nem piedade e nem sequer têm a decência de usar lubrificante!”. Todavia, a empresária não desiste de lutar pelo seu negócio e lançou uma petição com o objetivo de pedir a diminuição do IVA dos dildos. Pode assinar a petição em sites como petiçõesmarotas. com ou canetaseretas.org. arl Jam, numa digressão europeia que passará por cidades como Paris, Estocolmo, Londres, Roma e Zambujeira do Mar. A cantora bejense interpretará temas da banda como “Jeremy” e “Even Flow”, mas também incluirá temas como “Zumba na caneca” e “Menina”. De referir ainda que o Trio Odemira está em negociações avançadas para ser a próxima banda de Adele. Ministério da Educação e Ciência estuda a hipótese de fundir o IPBeja com a Universidade de Évora e a Universidade da Vida Trata-se de um exclusivo “Não confirmo, nem desminto”/Tá Bonito (Os melhores vídeos da Internet). O Ministério da Educação e Ciência quer reorganizar a rede do ensino superior e o IPBeja pode ser abrangido por essas mudanças. Segundo apurámos, o IPBeja está na iminência de se fundir com a Universidade de Évora, a Universidade da Vida, o Instituto Politécnico de Montoito, a Escola de Hotelaria de Vale de Rocins, a Academia Militar de Corte Gafo e o Instituto das Artes e do Design da Amareleja. Pretende-se com a união destas instituições otimizar recursos e melhorar a oferta educacional da região. A grande surpresa foi a inclusão da Universidade da Vida, organismo que tem produzido cada vez mais licenciados que acabam em carreiras tão bonitas como guarda-florestal ou indignado de Facebook. O Ministério da Educação acredita que esta universidade pode enriquecer a oferta académica com o lançamento de workshops como: “Só tenho o 9.º ano mas tenho muito mais sucesso profissional do que licenciados e doutorados” e “Como parecer que tenho uma vida muito melhor no Instagram do que na vida real?”. Paz entre os lusitanos e os romanos esteve tremida, mas a intervenção de Diogo Lacerda Machado (amigo de Costa) foi decisiva para alcançar um consenso Foi, porventura, a notícia da semana que passou. Diogo Lacerda Machado, pessoa que está inscrita nas Finanças como “advogado” e “amigo do Costa”, terá estado envolvido em negócios como representante do Estado, apesar de, na altura, não ter qualquer vínculo com o mesmo. Mas a influência de Lacerda Machado não é de agora. Aquando da negociação para alcançar a paz entre os Lusitanos e os Romanos assinada em Pax Julia (atual Beja) as coisas estiveram tremidas. Lacerda teve de intervir e ofereceu uma caixa de bombons do Mestre Cacau aos representantes de Júlio César, ajudando a desbloquear a situação. Lacerda também foi responsável pela edificação do Castelo de Beja, entregando, por ajuste direto, a sua construção à Somague. Lacerda ficou ainda encarregue de resolver o problema do mau cheiro vindo do matadouro, até agora sem sucesso. PUB FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL | Presidente do Conselho Directivo João Rocha | Praceta Rainha D. Leonor, 1 – 7800-431 BEJA | Publicidade e assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 E-mail [email protected] | Direcção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 E-mail [email protected] Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) | Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083), Carla Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586) Aníbal Fernandes (CP9429) | Fotografia José Ferrolho (CP4480), José Serrano (CP4400) | Cartoons e Ilustração Paulo Monteiro, Susa Monteiro Desporto Firmino Paixão | Colunistas e colaboradores Alberto Nº 1774 (II Série) | 21 abril 2016 Franco, António Nobre, Francisco Silva Carvalho, Geada de Sousa, José Saúde, Maria do Carmo Piçarra, Pedro Emanuel Santos, Ricardo Cataluna, Rute Reimão, Vítor Encarnação, Vítor Moraes Besugo | Opinião Ana Paula Figueira, António Bettencourt , Beja Santos, Bruno Ferreira, Domitília Soares, Filipe Nunes, João Mário Caldeira, Luís Covas Lima, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Martinho Marques, Rui Xavier, Ruy Ventura, Viriato Teles | Publicidade e assinaturas Ana Neves e Dina Rato | Departamento Comercial Sandra Sanches e Edgar Gaspar | Paginação Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha | Projecto Gráfico Conversa Trocada, Design e Comunicação ([email protected]) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 | Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 | Tiragem semanal 6000 Exemplares 9 771646 923008 01774 Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA | Distribuição VASP nada mais havendo a acrescentar... Coisa sem dono A liberdade não tem dono. Nem os capitães, nem os generais, nem os livros, nem a constituição, nem as ideologias, nem sequer o mês de abril. Por isso é que se chama liberdade, porque se houver quem mande nela e invoque a sua paternidade, então a liberdade terá de se chamar outra coisa qualquer. Outra coisa feita de perspetiva, outra coisa feita de preconceito, outra coisa feita num molde predefinido. Se houver quem lhe chame sua e a prenda às suas medalhas, às palavras formatadas, aos discursos, aos símbolos, então a liberdade é apenas uma definição, uma teoria, um conceito abstrato, uma vaga ideia de uma suposta necessidade individual e social. Nos tempos que correm, animados pelas festividades, comemoramo-la como outra espécie de Natal, em vez de azevinho, cravos. A liberdade não tem pais nem mães, só filhos e filhas e amigos e amantes. Os homens e as mulheres é que são os seus reais guardiões, é neles que ela vive e se multiplica. É dentro das cabeças dos homens e das mulheres independentes que ela resiste e se espalha. É no anonimato das pessoas comuns que a liberdade gosta de viver, é aí o seu lugar, é aí que abre a boca, é aí que encontra a sua razão de ser, é aí que se concretiza, é aí que vai fazendo História. A liberdade tem os mesmos donos que o vento tem. Vítor Encarnação quadro de honra Joaquina Rebelo, 55 anos, natural de Panoias, Ourique É licenciada em Serviço Social. Em 1980 foi nomeada diretora do departamento cultural do Clube Desportivo e Cultural de Panoias. Foi animadora/monitora dos cursos de alfabetização de adultos da Direção Regional do Sul, na coordenação distrital da extensão educativa de Beja (Ministério da Educação), nos anos letivos 1982/83 e 1988/89. Participou na coletânea Literatura Popular do Baixo Alentejo e publicou alguns trabalhos no jornal “Viva Voz”, no “Jornal do Sul” e na revista “Alentejana”, da Casa do Alentejo. Novo livro de Joaquina Rebelo será apresentado em Beja, no domingo, 24 A revalorização da agricultura J oaquina Rebelo, autora de Ouro Sobre o Chão (1999) e A Dança do Trigo (2005), apresentará ao público, no próximo dia 24, no âmbito da programação da Ovibeja, o seu mais recente livro: Império de Sol – A Questão da Agricultura. Uma obra que, segundo a autora, reflete sobre a “importância da revalorização da atividade agrícola”. É a agricultura, no nosso país e nomeadamente no Alentejo, uma atividade desconsiderada? Considero que a agricultura e as pessoas que trabalham a terra deveriam ser olhadas de um modo mais justo. É muito importante reabilitar a sua imagem, pois constituem um benefício para toda a sociedade, contribuindo para a produção de alimentos, na qual o nosso país deveria ser mais autossuficiente. Por isso apelo à reflexão, empenho e responsabilidade social de todas as pessoas, grupos e comunidades para a revalorização da agricultura, como base, em paralelo com outros setores, do desenvolvimento socioeconómico dos territórios. PUB Para a elaboração deste livro conversou com vários agricultores da região de Aljustrel. Quais os principais obstáculos e anseios que lhe transmitiram? As preocupações são, fundamentalmente, o desnivelamento entre os preços dos fatores de produção e os preços dos produtos, que implicam a quebra de rendimentos e o consequente abandono, nalguns casos, da atividade agrícola. Os limites impostos à produção e a falta de comunicação com as instituições governamentais. Os agricultores anseiam por um Alentejo mais desenvolvido, com mais postos de trabalho, preços mais equilibrados e maior atenção da parte dos governantes em relação à agricultura. Qual a importância que as culturas cerealíferas têm hoje no Alentejo, outrora visto como celeiro da nação? Não têm a mesma importância de antigamente mas continuam a ser muito relevantes, sendo a cultura do trigo considerada “o pão nosso de cada dia” pelos agricultores de Aljustrel. Penso que esta cultura deveria ser mais protegida porque, certamente, chegará a hora em que www.diariodoalentejo.pt Períodos de céu muito nublado com possibilidade de ocorrência de aguaceiros sexta e sábado. A temperatura máxima vai chegar aos 23ºC no domingo e a mínima 8ºC. ¸ ¸ ¸ ¸ Feira do Mel, Queijo e Pão em Mértola até domingo Começa amanhã, em Mértola, a XVIII Feira do Mel, Queijo e Pão, que pretende dar a conhecer o melhor dos produtos tradicionais produzidos no concelho. Para além das iguarias em destaque, há ainda espaço para o vinho, ervas aromáticas e enchidos. Na sextafeira, após a abertura oficial, está agendado um momento musical a cargo de João Pestana e do grupo Mato Bravo, seguindo-se um bailarico à moda antiga. No sábado, dia 23, Dia Mundial do Livro, acontece uma iniciativa, no espaço da feira, que apresenta o mel, o pão e o queijo na literatura e na tradição oral. Destaque ainda para os espetáculos com Amigos da Pinguinha e Nova Aurora. O último dia do certame recebe também a tradicional Feira de Abril. Cante, tasquinhas e muitas provas de iguarias são ainda outros dos ingredientes desta festa. toda a sociedade lhe dará o justo valor. Considera que o desenvolvimento do Alentejo depende necessariamente de um correto planeamento agrícola da região? Depende, sobretudo, da atenção de toda a sociedade e das instituições governamentais a esta temática da atividade agrícola em paralelo com outros setores. O que representa a água, que vem de Alqueva, para os agricultores? Constitui uma esperança para os agricultores que têm explorações em zonas de regadio, porque permite novas culturas. Mas há possibilidades de a água de Alqueva beneficiar também alguns agricultores da zona de sequeiro. A água será sempre a afirmação de um território. Relativamente ao Alentejo persiste um problema: a desigualdade entre a zona de sequeiro (87 por cento) e a zona de regadio (13 por cento). Há ainda outros obstáculos que poderão, ou não, ser superados dependendo da união de todos para a criação de uma região e de um país mais fortes. José Serrano Luís Afonso apresenta novo livro em Lisboa, no Bar Irreal Luís Afonso, cartoonista, lança amanhã, sexta-feira, dia 22, pelas 19 horas, no Bar Irreal, em Lisboa, o seu mais recente livro. O quadro da mulher sentada a olhar para o ar com cara de parva contará com a apresentação de Rui Cardoso Martins. Exposição de José Manuel Rodrigues em Moura A exposição “Gotas de Água”, composta por 20 fotografias e três instalações do fotógrafo José Manuel Rodrigues, vai estar patente ao público até 31 de julho, no Museu Municipal de Moura. Flores comestíveis em Grândola As flores comestíveis são as “estrelas” de uma mostra gastronómica de cozinha criativa que decorre em 14 restaurantes de Grândola, promovida pela câmara municipal. Designada “Em Abril Flores Mil”, a iniciativa, a realizar até ao dia 1 de maio, combina “arte e cultura culinária” e integra as comemorações do 42.º aniversário do 25 de Abril. Quinta-feira, 21 abril 2016, Nº 1774 (II Série) Políticos visitam Ovibeja Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja 21 abril 2016 02 O primeiro-ministro, António Costa, desloca-se amanhã, sexta-feira, pelas 11 e 30 horas, à 33.ª edição da Ovibeja, certame que decorre no Parque de Feiras e Exposições de Beja até ao próximo dia 25, numa organização da ACOS – Associação de Agricultores do Sul. Também amanhã, a feira será visitada pela presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, pelas 11 e 30 horas, pelo presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, às 18 horas, e pelo secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, às 18 e 30. João Ramos, deputado do PCP eleito por Beja, também acompanhará a visita. No domingo, dia 24, pelas 17 horas, será a vez de Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco de Esquerda. Ministro da Agricultura quase a “tempo inteiro” na feira do Alentejo: “Visitar a Ovibeja sem a presença de Castro e Brito é algo que ainda me custa imaginar” “A melhor montra de tudo o que o Alentejo tem de positivo” São, pelo menos, seis os “pontos de Interesse” do programa da 33.ª Ovibeja que contarão com a presença de Capoulas Santos. Ou não fosse esta feira, nas palavras do ministro da Agricultura, “o maior emblema e espaço de projeção do Alentejo”. Numa entrevista em que se compromete a honrar os compromissos já assumidos ao nível do Programa de Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos não deixa de revelar que anda “em busca de fontes de financiamento” para alargar o regadio de Alqueva em mais 45 mil hectares e que as metas deste Governo para a agricultura passam por, em cinco anos, equilibrar a balança comercial e, em 10, repor os 150 mil hectares de floresta perdidos nos últimos 15 anos. Entrevista Paulo Barriga Fotos César Cordeiro O senhor ministro, mesmo nos períodos em que não exerceu cargos políticos, nunca deixou de visitar a Ovibeja. Qual é o sentimento que o traz a esta primeira edição da feira sem o seu principal mentor, o engenheiro Castro e Brito? Visitar a Ovibeja sem a presença do engenheiro Castro e Brito é algo que ainda me custa imaginar. Tive o prazer de com ele partilhar todas as edições deste evento e de assistir à sua progressiva afirmação, sob sua orientação. Testemunhei também o seu empenho e o seu entusiasmo com uma iniciativa que se tornou no maior emblema e espaço de projeção do Alentejo. A partida do engenheiro Castro e Brito é uma imensa perda que nos obriga a tornar a Ovibeja cada vez mais pujante. É a melhor homenagem que lhe podemos prestar. Que importância reconhece à Ovibeja no panorama da agricultura nacional e, essencialmente, na discussão dos problemas que respeitam a este setor? A Ovibeja conseguiu conquistar o estatuto de certame de referência no panorama nacional, para além de se constituir como a melhor montra de tudo o que o Alentejo tem de positivo. A Ovibeja tem tido também um importante papel na reflexão sobre a agricultura alentejana, em todas as suas componentes, e é um ponto de convergência entre agentes económicos, especialistas e administração pública, tendo como denominador comum a procura de soluções para potenciar o aproveitamento dos recursos e o desenvolvimento da região. Estará presente na sessão de abertura da feira, mas não deixará igualmente, no dia seguinte, de encerrar um colóquio sobre os desafios da agricultura e sobre o PDR 2020. Vai anunciar na Ovibeja alguma novidade de substância sobre o presente quadro comunitário de apoio? A Ovibeja tem tido também um importante papel na reflexão sobre a agricultura alentejana, em todas as suas componentes, e é um ponto de convergência entre agentes económicos, especialistas e administração pública. Dedicarei, com gosto, algum tempo à Ovibeja deste ano. Além dos momentos a que se referiu, estarei também presente noutros momentos do programa da Ovibeja, como é o caso do Fórum Politécnico e da Conferência do Prémio Nacional de Agricultura. Tenciono igualmente acompanhar as visitas dos senhores Presidente da República e primeiro-ministro. Sobre o PDR 2020 irei seguramente deixar duas notas muito importantes. A primeira prende-se com a execução do programa, à qual, como se sabe, estamos agora a imprimir um novo ritmo, mais compatível com as necessidades dos agricultores e da própria economia nacional. Não poderei deixar de sublinhar, mais uma vez, que o Estado honrará os compromissos assumidos no âmbito das candidaturas aprovadas ao abrigo do PDR 2020 e também não deixarei de fazer um ponto de situação relativamente a novas candidaturas. Por outro lado, tal como já tive oportunidade de referir noutras circunstâncias, vamos levar a cabo uma reprogramação do PDR 2020, por forma a dar cumprimento ao programa do Governo no que à agricultura diz respeito e a torná-lo mais justo e equitativo. A respeito da execução do Programa de Desenvolvimento Rural em 2014 e 2015, classificou a anterior gestão de “muito imprudente”. Foi assim tão má a performance portuguesa na contratualização do PDR 2020? Em 2014, o PDR 2020 teve uma execução de zero por cento e em 2015 não foi além de 12 por cento. Em 2016 pretendo executar 100 por cento. Em matéria de contratualização, penso que estas percentagens falam por si. Quando classifiquei a gestão anterior como “muito imprudente” estava a referir-me ao processo de candidaturas a algumas medidas do PDR 2020, designadamente as que levam a maior fatia do orçamento do programa e as que atraem mais agricultores. Foram aceites candidaturas nas medidas agroambientais que ultrapassam as dotações orçamentais em margens impensáveis, de quase 300 milhões de euros! Acha mesmo possível que, em 2016, a execução do PDR possa vir a ser de 100 por cento? É esse o objetivo do Governo. O primeiro passo, que foi obter no Orçamento do Estado a comparticipação nacional necessária, foi conseguido com a aprovação do documento na Assembleia da República. Agora, cabe à administração e aos beneficiários fazer o seu trabalho. Não foi apenas em relação à execução do PDR que o senhor ministro entrou “a matar” face ao anterior Governo. Foi também em relação à suposta ausência de cobertura financeira para terminar obras que já estavam em execução, nomeadamente o Alqueva. Qual é a saúde financeira atual deste empreendimento? Antes de mais, não é meu timbre “entrar a matar”. Eu não me revejo nesse registo. O que A Associação de Agricultores do Sul (ACOS) anunciou que escolheu Rui Garrido para presidente da direção, substituindo, assim, no cargo, Manuel de Castro e Brito, que faleceu recentemente. Rui Garrido é engenheiro agrónomo, é agricultor e sócio-gerente de uma empresa, com sede em Beja. Desempenhou ainda as funções de diretor Regional da Agricultura e de vereador da Câmara Municipal de Beja, eleito pelo PSD. Nuno Ribeiro subiu a presidente substituto, Miguel Madeira é vice-presidente e Claudino Matos passou a ser o diretor-geral. aconteceu foi que o grupo parlamentar do CDS resolveu questionar-me sobre a suspensão do pedido de reprogramação do PDR que o anterior Governo apresentou em Bruxelas, pedido esse que onerava ainda mais o Estado português, ao pretender aumentar a contrapartida nacional de 15 para 20 por cento, o que significaria um esforço adicional de comparticipação nacional em mais 30 milhões de euros para utilização do mesmo montante comunitário. É evidente que tive de explicar os motivos dessa suspensão e é claro que o problema da gestão do PDR teve de ser abordado. Face ao que foi feito, não há escolha de palavras que atenue a irresponsabilidade e a ligeireza com que o anterior Governo e a anterior equipa de gestão agiram. Quanto a Alqueva, não há problemas de saúde financeira. O que há é um plano de investimentos que está a ser levado a cabo e que o anterior Governo, num determinado projeto, deixou sem fonte de financiamento a partir de 31 de dezembro de 2015. O alargamento do projeto Alqueva em mais 45 mil hectares é uma ambição deste ministério ou não passa de uma miragem? Mais do que uma ambição deste Governo, é uma ambição dos agricultores e de toda a região! Desde a década de 50 do século passado que o Plano de Valorização do Alentejo prevê a concretização de uma extensa área de regadio na região, capaz de potenciar o desenvolvimento de uma nova agricultura que represente um novo paradigma de desenvolvimento para o Alentejo e para o País. Para concretizar esta ampliação da área de regadio é necessário um investimento de grande dimensão, mas cujo retorno a longo prazo e a todos os níveis representa uma mais-valia tremenda para o País. Chegar aos 165 ou 170 mil hectares de regadio na região alentejana é uma pequena revolução na agricultura portuguesa. É trazer investimento, criar emprego, gerar riqueza, promover o desenvolvimento de toda uma região que, historicamente, é das mais pobres de Portugal. Não pode ser uma miragem, não é uma miragem, é um projeto concreto. Ambicioso, mas concreto. Estou a bater-me pela sua concretização e em busca de fontes de financiamento para Chegar aos 165 ou 170 mil hectares de regadio na região alentejana é uma pequena revolução na agricultura portuguesa. É trazer investimento, criar emprego, gerar riqueza, promover o desenvolvimento de toda uma região que, historicamente, é das mais pobres de Portugal. Não pode ser uma miragem, não é uma miragem, é um projeto concreto. valores que atingem os 200 milhões de euros, num contexto financeiramente muito difícil para o País. Esta fase do projeto Alqueva está quase concluída. Que papel terá a EDIA no futuro da região, nomeadamente ao nível da gestão da água para consumo agrícola? A EDIA reuniu, ao longo da sua existência, um capital de conhecimento técnico e um conjunto de recursos humanos que o País não pode desprezar. Há uma missão para cumprir, até 2020, que é a conclusão do empreendimento. Entretanto, haverá que definir o seu papel para lá dessa data e o respetivo modelo de financiamento. Hoje em dia, os holofotes incidem de forma constante sobre a agricultura de regadio. No entanto, o grande território agrícola do Alentejo, e de Portugal, continua a ser de sequeiro e em regime extensivo. Nos tempos que correm, ainda há cabimento para a 03 Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja 21 abril 2016 Rui Garrido é o novo presidente da ACOS agricultura tradicional sem as devidas compensações agroambientais? Efetivamente, 86 por cento da Superfície Agrícola Utilizada [3 milhões e 700 mil hectares] correspondem a terrenos agrícolas de sequeiro. Apenas 14 por cento do território agrícola [500 mil hectares] são terrenos de regadio. Naturalmente, isso decorre das condições geoclimáticas do nosso país. Não podemos mudá-las. Podemos, contudo, definir estratégias e aplicar medidas, essencialmente no âmbito da Política Agrícola Comum, enquanto Estado-Membro da União Europeia, para compensar handicaps e para potenciar condições de competitividade e recursos que, felizmente, permitem garantir atividade económica rentável em muitas regiões de agricultura de sequeiro. É que, apesar da grande dinâmica e euforia que se vive no regadio, não deixa de ser crescente o número de agricultores que cessam a atividade. Como se pode inverter este ciclo que é, de alguma forma, paradoxal? Portugal é, no contexto da União Europeia, o terceiro país com maior número de ativos, logo a seguir à Roménia e à Grécia, o que não é propriamente um bom indicador de desenvolvimento. Interessa, por isso, criar condições para que a agricultura, nas suas diversas vertentes, regiões e setores, seja competitiva e capaz de gerar rendimentos que permitam aos que nela trabalham ter um nível de vida e de rendimento similares aos dos que trabalham nas demais atividades económicas. É isso que estamos a fazer, investindo em infraestruturas de apoio às regiões desfavorecidas. Dispomos dos instrumentos vertidos no PDR 2020 que queremos utilizar eficazmente e de forma justa e equilibrada entre setores e regiões. Os nossos objetivos passam por manter o ritmo de crescimento do setor a um nível equivalente ao dobro do resto da economia, incentivar o ritmo de crescimento das exportações, conseguir o equilíbrio da balança comercial agrícola, em valor, num horizonte de cinco anos substituindo importações e recuperar, numa década, os 150 mil hectares de floresta perdidos nos últimos 15 anos. Se conseguirmos, como desejamos, atingir estes objetivos, inverteremos, seguramente, o ciclo de declínio que refere. Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja 21 abril 2016 04 O boxe para desmistificar preconceitos É já no próximo domingo, dia 24, pelas 16 horas, que vamos poder contar com grandes nomes do boxe nacional e internacional, na 33.ª edição da Ovibeja. A Boxerpa, equipa de boxe com residência em Serpa, vai pela terceira vez à Ovibeja. E traz João “Bento Algarvio”, campeão mundial de boxe, Pedro Matos, “number one” e um dos melhores jogadores do boxe português, e Paulo Seco, que é considerado o melhor treinador português da modalidade. O convite partiu do Instituto Português do Desporto e da Juventude e a equipa serpense vem a Beja trazer o melhor do boxe nacional. Numa demonstração, na qual se pretende passar ao público o que é o boxe, e, ao mesmo tempo, tentar abrir a mente das pessoas para que se perceba que o boxe não é violência, mas sim uma arte. Falando com Carlos Gaspar, treinador desportivo, percebe-se que o treinador do Boxerpa aguarda mais um grande momento na feira alentejana. “Espero que as pessoas consigam perceber o que é o boxe e que percebam a diferença entre ele e a violência”, disse. A equipa serpense já existe há cinco anos e possui alguns títulos e grandes atletas. Esta, que é a única equipa oficial que existe de Setúbal ao Algarve, já ajudou muitas crianças e adultos. Graças a protocolos realizados com escolas, conseguiu criar os projetos “Cuidar de mim” e “ISA” (Intervenção para Segurança no Amor), nos quais tem conseguido angariar alguns atletas e ajudar muita gente a sair de caminhos menos bons. João Tojo, aluno da Universidade Lusófona “Terra Fértil”: um só pavilhão de inovação Mais uma vez a economia agrícola e as inovações tecnológicas vão ter direito a pavilhão próprio na Ovibeja. “Terra Fértil” será o espaço privilegiado para pensar no futuro da agropecuária no Alentejo. Texto Carolina Dinis e Filipa Barradas, alunas da Universidade Lusófona E ste ano, mais uma vez na Ovibeja, a inovação, a tecnologia e o negócio vão estar presentes num só pavilhão, designado por “Terra Fértil”. O principal objetivo é a afirmação e o desenvolvimento da economia agrícola. Ou seja, é o espaço da feira dedicado ao negócio e às maiores inovações tecnológicas do setor primário: agricultura e pecuária. No pavilhão “Terra Fértil” vão ser contemplados subtemas como o sequeiro, o regadio e o montado, dando ênfase ao valor da paisagem natural e da biodiversidade alentejanas. Contudo, este ano, a ACOS – Associação de Agricultores do Sul, que organiza o evento, aposta numa agricultura de extrema precisão. Vai existir um espaço de negociações e encontros num sistema B2B e B2C (business-to-business e business-to-consumer – em tradução livre, de empresa para empresa e de empresa para consumidor), que reúne empresas nacionais e internacionais, marcas, entidades e organizações de produtor, num intercâmbio entre a produção e o consumidor final. A organização deste evento tem objetivos ambiciosos, nomeadamente expandir a agricultura tradicional e colocá-la nas fileiras mundiais. Segundo Luísa Castro e Brito, porta-voz da Ovibeja, “este é um lugar para pensar o futuro da agropecuária, mas partindo sempre de uma raiz tradicional.” Até porque é, afinal, nos pequenos produtores que está a maior fatia de público da feira. E foram eles que fizeram do certame um sucesso: “Temos de ver que esta só é a maior feira agrícola do País porque conseguiu cair nas graças da sociedade civil.” Na zona dedicada às exposições e ao contato direto com os visitantes, marcam presença diversas empresas, tanto de cariz nacional, ALUNOS UL Ovibeja abre portas à riqueza das terras alentejanas como internacional. Entre as empresas portuguesas, há nomes como a Adega Cooperativa de Vidigueira, Aquagri, CBH Portugal Unipessoal, a Ag roGa ra nte, Consu la i, Irricampo, Imper Regas e Anpco, entre outras. Já fora dos limites da fronteira aparecem nomes como a Agrimarketing (Estados Unidos), Fairfruit (Hungria) ou a Moyano Gomez S.C (Espanha). Numa perspetiva de ajuda financeira aos produtores, apoio mútuo, organização e planeamento de novos projetos, o nome incontornável é a Agrogarante. Esta empresa é uma das quatro Sociedades de Garantia Mútua no País e marca a sua presença, neste evento, com a realização de um seminário, designadamente “Conversa de agricultura”, amanhã, sexta-feira, pelas 15 horas. O financiamento de novos projetos agrícolas vai estar no centro da equação. Há também uma zona de exposição de diversas máquinas agrícolas e sistemas de rega, assim como uma zona de apresentações e demonstrações dos vários produtos do setor. Haverá, ao longo de todo o evento, colóquios de promoção regional, transferência de conhecimentos e experiências entre diversas entidades e instituições. No centro do palco estarão o Cebal, a Associação Alentejo de Excelência, a Universidade de Évora, o Nerbe, a GS1 Portugal, o Espaço Visual – Consultoria Agrícola, a AlumnISA, a Câmara Agrícola Lusófona, a Trevo, Consulai e a ACOS, que vão discutir temas como a tecnologia, o empreendedorismo, o desenvolvimento agrícola, a rentabilidade do prado, os negócios, a agricultura de precisão e a agricultura vista pela sociedade. O pavilhão “Terra Fértil” cresceu proporcionalmente à Ovibeja. A feira, este ano, conta com uma área de 11 hectares, 17 pavilhões, mil expositores e recebe mais de 200 mil visitantes. “A nossa feira é a entidade do Alentejo. Está aberta a novas ideias, novos programas e projetos, mantendo sempre a componente popular, e preservando a nossa região”, diz Luísa Castro e Brito. “Porque o Alentejo é uma terra fértil”. Entrega dos prémios aos vencedores acontecerá no sábado Ovibeja tem o melhor concurso de azeites do mundo O Concu rso de A zeites Vi rgem E x t ra-Prémio CA Ovibeja atingiu o primeiro lugar na competição dos melhores concursos de azeites do mundo pelo “The World’s Best Oive Oils”. É um ranking criado pelo alemão Heiko Schmidt, considerado um guru de renome mundial nesta área de investimento. Entre os concursos de azeite que ocorrem no mundo, a Ovibeja andava há três anos empatada com o Concurso Mario Solinas em Espanha, do Conselho Oleícola Internacional (COI), mas agora Portugal conseguiu atingir o topo. As portas da feira só abrem hoje, mas o concurso começou dias antes. Foram 42 jurados de 13 nacionalidades diferentes a provar 140 amostras de azeites. Este é já o 6.º Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra. Para os jurados, foram dois dias intensos de troca de sabores. Provas às cegas, onde é preciso determinar se o azeite sabe a relva ou se tem um sabor mais amendoado, por exemplo. É preciso muita concentração entre os provadores, pois é um concurso onde reina a seriedade. José Gouveia, presidente do júri, forma grupos de cinco a seis pessoas, todos de nacionalidades diferentes. Cada grupo é designado para uma mesa redonda, cada mesa com uma categoria diferente de azeite. Depois da prova, é altura de morder uma maçã e beber água, para limpar o palato. Cada experiência é qualificada com uma pontuação. Em concurso estiveram 104 azeites, provenientes de oito países. Destes, 62 eram portugueses. E 10 foram premiados. Portugal conseguiu uma medalha de ouro, duas de prata, uma de bronze e seis menções honrosas. Espanha arrecadou 11 prémios, Itália dois e a Grécia um. A concurso estiveram ainda os azeites de Israel, Eslovénia, Chile e Alemanha. Existem quatro categorias: frutado maduro; frutado verde ligeiro, onde Portugal se destacou mais, atingindo todos os lugares do pódio; existe ainda o frutado verde médio e o frutado verde intenso. Para cada uma são atribuídas medalha de ouro, prata e bronze, mais três menções honrosas. Este ano, a medalha de ouro foi atribuída à Quinta do Castro, S.A., na categoria frutado verde ligeiro. O Alentejo é responsável pelo facto de Portugal ser autossuficiente em produção de azeite. “O nosso segredo é termos o melhor de dois mundos”, afirma Luísa Castro e Brito, coordenadora de comunicação da ACOS e da Ovibeja. “Ter um azeite diferenciado com as variedades tradicionais, mas também ter um azeite de alta qualidade.” Este segundo é colhido em olivais modernos, até porque a condução agrícola do olival é um processo importante na qualidade das azeitonas. Se estas forem saudáveis, se não tiverem fungos nem pragas, e forem bem tratadas, isso vai refletir-se no sumo da azeitona. Dia 23 é o dia oficial da entrega dos prémios, pelas 12 horas, na Arena do Azeite – Pavilhão Terra Fértil. O concurso é organizado pela ACOS – Associação de Agricultores do Sul, em parceria com a Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal, e patrocinado em exclusivo pelo Crédito Agrícola. Os azeites premiados estarão expostos e haverá provas para todos os visitantes. Também haverá guias a comentar os pormenores de cada produção. Depois de saborear, é só escolher o azeite preferido e levá-lo para casa. Sara Faria, Sérgia Tavares, alunas da Universidade Lusófona PUB “Foi um episódio inesperado para todos, todas as homenagens feitas serão simbólicas” Ovibeja despede-se do presidente Manuel de Castro e Brito A maior feira de agricultura do País irá realizar algumas cerimónias em honra do falecido presidente. Natural de Baleizão, Manuel de Castro e Brito ingressou no mundo da agricultura em 1974. A partir de 1989, assume a presidência da ACOS – Associação de Agricultores do Sul e da comissão organizadora da Ovibeja, e em 2004 passa a dirigir os destinos da Federação das Associações de Agricultores do Baixo Alentejo (Faaba). Texto Ana Torres e Laura Martins, alunas da Universidade Lusófona Foto José Ferrolho A 33.ª edição da Ovibeja fica marcada pelo desaparecimento do seu fundador, Manuel de Castro e Brito, falecido no passado dia 29 de março, com 65 anos. Realizar-se-ão duas cerimónias de homenagem. “Foi um episódio inesperado para todos e muito recente. Dadas as circunstâncias, todas as homenagens que conseguirmos fazer neste espaço de tempo, serão pequenas. É o que é possível agora, pro- vavelmente para o ano irá ser feito algo maior’’, afirma Luísa Castro e Brito, porta-voz do certame e filha do fundador. Ainda assim, as menções ao trabalho de Castro e Brito deverão ser referência para as mais altas figuras do Estado e da região. Logo na sessão de inauguração, hoje, pelas 16 horas, no auditório do Nerbe, estará presente o ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, que deverá lembrar a vida e obra de Castro e Brito. Será depois mostrado um vídeo em louvor ao presidente, numa retrospetiva da sua vida, tanto pessoal como profissional, demonstrando assim a importância que este tinha para a sua terra. E, claro, para a própria Ovibeja. A pouco e pouco foi fazendo com que este evento se tornasse na maior feira de agricultura do País, não só evoluindo em termos empresariais como também em lazer, mostrando o mundo rural, agrícola e cultural da região. “Era um sério defensor dos seus ideais, e aquilo em que acreditava para a agricultura é aquilo que podemos ver hoje na Ovibeja. Ele tinha um carácter peculiar e, por detrás desta feira, está muito desse espírito’’, reforça Luísa Castro e Brito. O segundo momento de homenagem a Manuel de Castro e Brito, a que se associa o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, acontece no sábado, dia 23, “numa ação repleta de simbolismo” que vai acontecer, a partir das 15 e 30 horas, na alameda principal do recinto da feira. Recorde-se que ambos, ministro da Agricultura e Presidente da República, já tinham estado presentes nas cerimónias fúnebres do “pai” da Ovibeja, que aconteceram a 30 de março, em Beja. Na altura, o Presidente da República disse ao “Diário do Alentejo”: “É uma perda largamente irreparável. Tratava-se de uma personalidade invulgar na luta pela agricultura, pelos agricultores, pela obra que fez ao longo de três décadas na Ovibeja.” A morte de Castro e Brito aconteceu a menos de um mês da abertura das portas da feira. Esta 33.ª edição ainda foi organizada por ele e o seu desaparecimento marca definitivamente a Ovibeja de 2016. “Uma perda muito grande. Obviamente que é uma vida que é para ser celebrada, mas enfim, ainda não estamos preparados para a festejar, só estamos prontos para homenagear’’, conclui Luísa, sua filha. 05 Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja 21 abril 2016 “Foi um episódio inesperado para todos e muito recente. Dadas as circunstâncias, todas as homenagens que conseguirmos fazer neste espaço de tempo, serão pequenas. É o que é possível agora, provavelmente para o ano irá ser feito algo maior’’. Luísa Castro e Brito DR Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja 21 abril 2016 06 PUB Arte chocalheira e lã ganham espaço na Ovibeja Cante, artes e ofícios Pela segunda vez na história da Ovibeja o plano de feira inclui o Pavilhão do Cante, mas este ano com novidades alargadas na área das artes e dos ofícios artesanais. Nesta 33.ª edição, a feira procura fazer uma nova homenagem, não só ao cante alentejano, mas também às pessoas que dedicam o seu tempo a fazer arte, assim como à lã e à arte chocalheira, que foi recentemente classificada Património Cultural Imaterial com Necessidade de Salvaguarda Urgente, pela Unesco. Texto Joana Lopes, aluna da Universidade Lusófona “M ais do que um espaço de feira, este local é feito a pensar no verdadeiro Alentejo e nas pessoas que acreditam na sua tradição, por isso esta feira permite o enriquecimento cultural e a partilha dos velhos costumes e tradições que tendem a ser esquecidos pelos mais jovens”, explica a Associação de Agricultores do Sul (ACOS), entidade organizadora do evento. E, assim, ao ser um espaço de exposições e de comercialização, é também um local de convívio e de várias ligações entre feirantes, visitantes e futuros projetos. O Pavilhão do Cante, das Artes e dos Ofícios encontra-se num antigo pavilhão de exposição agropecuária recuperado. “Este facto permite criar um ambiente contextualizado e dar um cariz ainda mais forte a este espaço, que remete para a tradição e para as memórias de toda uma região, mas que mantém sempre um espírito de contemporaneidade alusivo à essência desta feira”, adianta a organização. Este ano, segundo revelou ainda a ACOS, foi acrescentada também uma zona exterior adjacente para expor e comercializar produtos artesanais ligados à ruralidade. Ao viver o verdadeiro espírito da festa alentejana, a Ovibeja aposta em força nas tertúlias e em apresentações, nos petiscos e também em provas de vinho, sem esquecer os espaços de degustação e convívio, assim como a partilha de saberes nos mais variados expositores tradicionais. A preservação da tradição é um elemento base na organização do programa da feira Ovibeja, que assim começa por homenagear o cante alentejano, através de apresentações dos mais variados grupos alentejanos. Virão ao certame grupos musicais dos municípios de Beja, Ourique, Castro Verde, Aljustrel, Almodôvar, Ferreira do Alentejo, Serpa, Mértola, Moura, Barrancos, Vidigueira, Alvito e Cuba. Além disso, o pavilhão aposta num conceito de “museu vivo” de artes e ofícios tradicionais”. Haverá cerca de 60 artesãos a trabalhar ao vivo e um grupo de 30 entendedores na área da lã e da arte de fiar, que vão promover atividades diárias e workshops. Nesta feira, estão também representadas várias câmaras municipais, que se encontram presentes para mostrarem os seus produtos artesanais e darem a conhecer o melhor da sua cultura, dos chocalhos aos tapetes de Arraiolos, passando pelos barros e teares antigos e tradicionais e não esquecendo os projetos para mostrar e inovar o artesanato. “Também haverá projetos inovadores nesta área, mas partindo sempre dos conceitos tradicionais”, diz Luísa Castro e Brito, porta-voz da Ovibeja. Que conclui: “Há projetos muito interessantes de artesãos que pegam em materiais e técnicas antigas para apresentar produtos muito modernos”. 30 artesãos de todo o País juntam-se na Ovibeja Um dia dedicado à lã “A o encontro das lãs” é o nome do evento nacional de artesãos que acontece no sábado, 23, no Pavilhão do Cante, das Artes e dos Ofícios da Ovibeja. Trata-se de uma reunião de artesãos de diferentes gerações, provenientes de todo o País, em torno do fabrico de artesanato. Neste dia dedicado às lãs, não faltarão demonstrações de tosquia e apresentação das diferentes raças de ovinos. A Oficina de Tecelagem de Mértola estará presente neste encontro com as típicas mantas de lã alentejanas, toalhas, mantas de retalho e passadeiras. Produtos que estarão disponíveis para venda, numa área onde uma fiadeira estará a tecer ao vivo. A Associação de Defesa do Património de Mértola e o Campo Arqueológico de Mértola são as entidades que apoiam esta oficina, onde as artesãs, diariamente, lavam, cardam, fiam e tecem a lã. Também estarão presentes artesãs de Arraiolos para demonstrarem como é fabricado o tradicional tapete originário daquela localidade do Alto Alentejo. O município de Arraiolos pretende candidatar estas tapeçarias a Património Cultural da Unesco, uma vez que se trata de um bem com grande valor cultural, histórico e económico para a região. A referência mais antiga aos tapetes de Arraiolos data de 1498. Cerca de 30 participantes de todo o País responderam ao desafio “Quem ainda sabe fiar? Tricotar, fazer malha ou trabalhar a lã?”. Assim, no dia das lãs, a partir das 15 horas, estes artesãos vão mostrar ao público da Ovibeja os seus projetos pessoais. Esta é mais uma das novidades da presente edição da Feira do Alentejo, uma vez que utiliza o conceito inovador do Do it Yourself (Faça você mesmo). O dia encerra com uma tertúlia subordinada ao tema “A lã – Do campo ao saber-fazer, oportunidades e desafios”. Em paralelo, no Pavilhão de Pecuária, no dia dedicado à lã, vários técnicos do setor, veterinários e avaliadores de lã explicarão ao público em geral as propriedades desta fibra natural, o processo de avaliação das lãs no animal e os desafios que se colocam a todo o setor das lãs em Portugal. Sónia Oliveira, aluna da Universidade Lusófona 07 PUB Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja 21 abril 2016 Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja 21 abril 2016 08 “Nós acima de tudo baseamo-nos em experiências que são nossas ou de pessoas próximas de nós. Eu acho que 99 por cento das músicas são para mulheres, ou de mulheres para homens, portanto não estamos a fazer nada de inédito. O que acaba por ser mais inédito é a maneira como nós desmaterializamos os sentimentos e os tornamos simples na música. A nossa maneira de escrever baseia-se naquilo que sentimos quando nos fazem alguma coisa, ou quando sentimos algo por alguém. Esse sentimento é muito automático e simples, e é essa simplicidade que nós queremos transmitir na música”. Quem o diz é Francisco Pereira (Kasha), dos D.A.M.A. Entrevista Débora Ferreira, Liliana Menezes e Suraya Pereira, alunas da Universidade Lusófona D.A.M.A atuam hoje, quinta-feira, na Ovibeja “Somos putos betos e fazemos rap” D.A.M.A significa “deixa-me aclarar-te a mente, amigo”. Porquê a escolha deste nome para a vossa banda? Francisco Pereira (FP) - Hoje em dia olhamos para o nosso nome e achamos um bocadinho caricato, mas, na verdade, como costumamos dizer, naquela altura com 14 e 15 anos éramos jovens adolescentes com muitas borbulhas na cara e pouco juízo na cabeça. Se nós analisarmos bem as palavras, “deixa-me aclarar-te a mente”, não é num sentido pretensioso da palavra, mas sim na procura de que as nossas músicas transmitam algo. Isso é o que nós procuramos fazer, procuramos relatar situações e sentimentos e, acima de tudo, que as pessoas façam o que têm vindo a fazer, que façam das nossas músicas as músicas delas. É sempre bom saber que as nossas músicas são as músicas do namoro, ou que até se identificam com o fim de uma relação. Nós temos sentimentos para dar e para vender. O vosso primeiro concerto foi no Colégio São João de Brito. Porquê esta escolha? FP – Não foi bem uma escolha, nós na altura não podíamos escolher nada, basicamente foi o colégio que nos escolheu. O nosso colégio sempre recebeu muitas bandas e sempre fez muitos concursos, daí a oportunidade. Como eram vistos na escola? Miguel Cristovinho (MC) – Éramos todos bons rapazes. Fazíamos as nossas asneiras, como qualquer adolescente, mas acima de tudo aquilo que gostávamos mais de fazer era jogar à bola e música, que foi o que acabou por ser a nossa vida. Inicialmente começaram por divulgar o vosso trabalho no Youtube... FP – Ao início era só eu e o Miguel Coimbra, o Cristovinho só se juntou em 2007. No início a vossa banda era composta por dois rapazes e uma rapariga. Atualmente ela já não faz parte, porquê? FP – A Pipa não faz parte da banda atualmente, porque há uma altura na vida de uma banda em que temos que decidir se as coisas são a sério ou não, e, acima de tudo, manter aquilo que nos juntou, que foi a amizade. E a verdade é que quando é a sério, as pessoas veem-nos no palco e acham que é só aquilo, mas não. É uma vida de muito trabalho e de muita dedicação. Nós no ano passado demos cerca de 190 concertos. Era concerto dia sim, dia não, gravámos o albúm pelo meio e estávamos meses em que só dormíamos quatro a cinco horas por noite. Mas foi uma decisão mútua? FP – Sim, sim, foi de mútuo acordo e completamente na boa. Depois fomos procurar, eu e o Miguel Coimbra, um rapaz que fosse mais parecido connosco, e com o nosso estilo musical, e lembrámo-nos do Miguel Cristovinho. Por que é que se consideram betinhos do rap? FP – Nós “répamos”, não nos classificamos como rap music, mas como um pop/ rap, como é óbvio. Nós gostamos desse género musical que, normalmente, está associado aos mais desfavorecidos e relata muito bem as dificuldades pelas quais passam. Mas a verdade é que nós não viemos desse meio e gostamos de hip hop e de rap e até achamos que temos algum jeito para a coisa. A verdade é que não passámos por qualquer dificuldade na nossa vida. Nós andámos em colégios privados e, graças aos nossos pais, nunca passámos por grandes dificuldades, mas não é por isso que fazemos ou deixamos de fazer rap legitimamente. Simplesmente, para nós, não fazia sentido termos andado em colégios em que se pagam 700 euros por mês e depois nas nossas músicas dizermos “yo, dread somos do guetto”. Nós não fugimos àquilo que somos e, por isso, nós somos putos betos, sim somos, e fazemos rap. Quanto às participações de outros cantores nas vossas músicas, acham importante fazer músicas com artistas que são conhecidos há mais tempo? Maioritariamente as vossas músicas são românticas, porquê? MC – Não, de todo. Fazemos as músicas pela música. Quando criámos a música do “Não faço questão”, com o Gabriel O Pensador, quando começámos a compor imaginámos logo a voz dele lá. Se ele não tivesse aceitado, não iríamos procurar outro artista brasileiro. FP – Hoje em dia 99 por cento das músicas são de homens para mulheres, e vice-versa, por isso não fazemos nada de inédito. Nós temos a capacidade de desmaterializar os sentimentos e torná-los simples. Trazemos essa simplicidade para as nossas músicas e queremos que as pessoas se identifiquem com elas. Então as vossas músicas são escritas através das experiencias vividas? FP – Sim, ou do que já aconteceu a muitas pessoas. MC – Muitas bandas têm por base o instrumental, ou muitas inicialmente escrevem os poemas e de seguida musicam os poemas, mas nós fazemos o contrário. Criamos uma melodia e por aí escrevemos um tema. Foi fácil para O Gabriel O Pensador aceitar? MC – Foi de um dia para o outro. Como o nosso agente já tinha sido agente dele, tornou-se mais fácil. Mostrámos a música e ele ouviu e, do dia para a noite, escreveu. O Gabriel até nos confidenciou que a tinha escrito num café. Quem consideram ser o vosso público-alvo? FP – Nós, graças a Deus, não temos um target definido. Num concerto podemos ter pessoas dos oito aos 80 anos. É a melhor coisa que podemos ter, queremos chegar ao maior número de pessoas possível. O que faziam antes da música? FP – Temos os três cursos superiores. O Miguel Cristovinho trabalhava numa empresa internacional de cosméticos. O Miguel Coimbra trabalhou um ano na China e eu trabalhava num escritório de advogados. Por que motivo deixaram essas profissões? MC – Porque é a nossa paixão. Claro que foi um risco e para os nossos pais custou muito mais, mas nós hoje em dia utilizamos muito dos conhecimentos que adquirimos na faculdade no nosso dia a dia. Tirando um pouco o romantismo, os D.A.M.A. acabam por ser uma empresa e nós, enquanto banda, empregamos pessoas, temos estratégias, uma missão, visões. Apesar de não sermos um grupo corporativo, somos um grupo criativo. Acreditam serem as mesmas pessoas que eram antes da fama? FP – Acho que sim, mas não vem de nós. Tivemos a sorte de ser muito bem educados pelos nossos pais e termos os valores no sítio, por isso não nos deslumbramos. Claro que, às vezes, há sempre aquele momento em que o nosso ego está mais alto do que aquilo que é suposto, mas é perfeitamente controlável. Para finalizar, onde é que se imaginam daqui a 20 anos? FP – É uma pergunta difícil. Já terei 47 anos, já estarei reformado, numa ilha, com o meu jato privado (risos). Imagino-me a fazer exatamente a mesma coisa e espero ter o mesmo sentimento que tenho todos os dias ao acordar – ser feliz. 09 Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja 21 abril 2016 Tenho muito boas memórias do Alentejo. Já toquei na Ovibeja com os Da Weasel e lembro-me de um concerto que foi mesmo muito bom. Por isso, não só não é a primeira vez que piso estes palcos, como também posso dizer que gosto muito da gastronomia da região”. Carlão apresenta novo álbum na segunda “ovinoite” Beja ouve “Na batalha” quase em primeira mão O Carlão é este ano cabeça de cartaz da Ovibeja, apesar de não ser a primeira vez que pisa palcos alentejanos. Existe uma ligação especial à região? Tenho muito boas memórias do Alentejo. Já toquei na Ovibeja com os Da Weasel e lembro-me de um concerto que foi mesmo muito bom. Por isso, não só não é a primeira vez que piso estes palcos, como também posso dizer que gosto muito da gastronomia da região. De uma forma geral gosto de tocar em todos os sítios… o único lugar onde não gosto muito de tocar é em Lisboa – de resto quase todos os sítios de Portugal têm um sabor muito especial. E as pessoas também se entregam de uma forma diferente daquela com que se entregam em Lisboa. Isto porque as pessoas na capital já são muito cínicas, lá está, têm aquela coisa da batalha e do stresse. Às vezes vão ver um concerto e parece que te estão a fazer um favor, quando não se trata de fazer favor a ninguém. Trata-se de ir curtir um bocado e acho que, num sítio como Beja, tu sentes isso bem. As pessoas estão lá para se divertirem e curtirem e acho que, desta vez, não vai ser diferente. O que pode esperar o público da Ovibeja do concerto de amanhã, sexta-feira? Vou tocar o álbum novo, vai ser o segundo concerto onde será apresentado. O primeiro onde toquei estes temas novos foi na Costa, no Caparica Surf Fest. Correu bem, mas acho que agora no Alentejo vai ser melhor ainda. Isto porque já vou estar mais rodado, mais preparado. Quando vou a sítios onde ainda não toquei com este disco tento não inventar muito, nem complicar muito, porque as pessoas ainda não ouviram. Então é tocar aquilo de uma forma fixe, sem muitos enganos e fazer um bom concerto. Como nesta fase é ainda tudo muito novo para a maior parte das pessoas, porque ainda não me viram, não invento muito, é tocar os temas e pronto [risos]. Este álbum novo chama-se “Na batalha”. Sente que está em guerra contra alguma coisa? Sim, acho sempre que a vida e a sociedade obrigam-te um pouco a isso. Não sei se sempre foi assim, mas já há uns milhares de anos que é. Nós vivemos num mundo que é supercompetitivo, onde muitas vezes a mensagem que passa é que tens de ser sempre melhor do que o outro. Tens de ser melhor, tens de ser mais bonito, tens de ter mais dinheiro, tens sempre de ter mais e fazer mais do que os outros. Infelizmente, é raro passar-se a mensagem de que o importante é ser melhor pessoa. Então, quando falo desta coisa da batalha, é realmente uma batalha na vida. Basta ligares a televisão no noticiário, Carlão é cabeça de cartaz da edição deste ano da Ovibeja e sobe ao palco do Parque de Feiras e Exposições amanhã, sexta-feira. O músico garante que “tem boas memórias do Alentejo” e espera, assim, que este seja mais “um bom concerto”. Mostrará ao público alentejano o seu álbum novo. Entrevista João Lopes, aluno da Universidade Lusófona ou andares um bocado para cima e para baixo no Facebook, para veres que realmente a altura que estamos a viver é muito stressada. É muita informação, muitas coisas a acontecerem ao mesmo tempo, muito drama e muita guerra, mas também é tudo muito descartável. Estas coisas sempre existiram, só que agora estão ao nosso alcance, são mais visíveis. Já não vives num buraco e isso é bom. Agora, também é verdade que cada vez encontras mais dificuldades para fazeres as coisas simples. Uma pessoa que viva num centro urbano está hoje completamente anulada, seja pelo trabalho, seja por drogas, seja por outra coisa qualquer. E se sentires as coisas tens de sentir que estás numa batalha, porque a vida moderna é mesmo assim. As raízes dos Da Weasel estão em Almada, que é um desses centros urbanos de que fala, onde é preciso batalhar para ser feliz. Era inevitável que o hip-hop português nascesse aqui? Apesar de estarmos nos primórdios do movimento, os Da Weasel não foram os responsáveis pelo nascimento do hip-hop em Portugal. Mas, sim, acompanhámos de perto o surgimento dos primeiros MC, dos primeiros grupos. Era algo completamente diferente e marginal. Os Da Weasel nunca fizeram hip-hop puro e duro, e mesmo que o tenham feito sempre fizeram algo mais que isso. Éramos uma fusão de vários estilos e a nossa formação vem de coisas tão diferentes como o punk, o hardcore, o metal, o funk, e misturávamos isso tudo nas nossas músicas. O que me seduziu no hip-hop foi aquele certo inconformismo que existe, a raiva, o desconforto. E foi isso que me fez despertar esse sentimento, porque o hip-hop na altura era supermarginal – e agora é algo mais mainstream. Antes não ouvias hip-hop na rádio, agora tornou-se cultura. Onde iam buscar a inspiração? Nos primórdios, na fase do inglês, eu ia buscar aos americanos. Era aquilo que ouvia e roubava um bocado as ideias daquilo que ouvia [ri[ri sos]. Mas com o avançar, e com a fase do português, tive de começar a olhar e a cuidar da minha identidade – e isso foi um passo gigante para mim. E quase sempre as minhas letras vêm de experiências amorosas, relatos sociais, coisas do dia a dia. Houve uma vez que bloqueei enquanto gravávamos um disco dos Da Weasel e o meu irmão disse-me: “Tu podes escrever sobre o que quiseres, desde que o escrevas bem”. Acredito mesmo nisso, às vezes podemos fazer uma letra muito boa com uma coisa corriqueira, como sair de casa para ir beber um café. É desta que vai contar por que é que os Da Weasel acabaram? De facto é algo de que nós não falamos muito, ou melhor, nunca falámos. Talvez algum dia cheguemos a falar disso, mas o que acho que é importante é que acabámos numa altura porreira, em que estávamos bem e isso é positivo. Não acabámos numa altura em que fazíamos música por fazer – e isso é raro. Mas em relação aos porquês, talvez um dia se venha a saber [risos]. Como é que se passa de rosto de uma banda para cantor a solo? Precisou de mudar de estilo? O primeiro single a solo, “Os tais”, foi um grande sucesso, mas é muito diferente do que estávamos habituados. Uma das minhas características na música foi fazer coisas diferentes, não ser muito repetitivo. Apesar de arriscar algumas coisas cantadas, não sou cantor, não tenho voz para isso. Mas aquilo que à partida podia ser um defeito tornou-se uma vantagem, porque este registo monocórd nocórdico, quase falado, adapta-se a um sem númer número de bases musicais. Posso ir do kizomba ao metal met e é isso que eu procuro, reinventar-me e expe experimentar bases novas. Eu não estava à esd sucesso que “Os tais” teve, mas ainda pera do bem qu que o teve, porque depois me permite mosqu estou sempre pronto para fazer coisas trar que novas e diferentes. Esse é o single de apresentação de “Quarenta”, álbum que, aos olhos do público, viu moro álbu Pacman dos Da Weasel e nascer o Carlão. rer o P Como é estar nos 40? Com É bbom. Pensava que não, que a vida não ia ter muita piada e que ia estar muito confo formado, mas não. Costumo brincar a diz que os adultos me enganaram muito zer b porque eu pensava que quando chebem, gasse aos 40 ia saber muito mais do que sei. Continuo a ser o mesmo puto, mas mais gordo, com mais rugas, com outras preocupações. E acho que tudo aquilo que fizer no futuro terá sempre, e forçosamente, que passar pela música. Em que pprojeto, com banda ou sem banda, a solo, hhip-hop ou não, não sei. Mas, lá está, enqquanto for física e mentalmente possível, eu vou fazer música. 10 Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja 21 abril 2016 No entanto, na minha memória fica a ideia de que os alentejanos formam realmente um bom público. E que as coisas só podem correr bem num concerto no Alentejo”. Nelson Freitas é esperado no sábado, 23 “As coisas só podem correr bem num concerto no Alentejo” Nelson Freitas animará a noite de sábado. O músico holandês, que se enÉ um holandês de origens cabo-verdianas. Gosta de vir a Portugal? Sim, tenho vindo a Portugal há já alguns anos. Gosto da cultura, gosto do País, principalmente quando está calor lá fora. Tem bons restaurantes, bons bares. Sim, gosto bastante. cantou pelo País, regressa ao Alentejo para apresentar o seu trabalho na Ovibeja, esperando que o público lhe volte a transmitir a “mesma energia” que já sentiu, em outros concertos, em terras alentejanas. Sim, penso que sim. Venho aqui tantas vezes que acabo por considerá-lo como a minha segunda casa agora. Sim. Então produziu o seu álbum? Sim, produzi-o, mas pedi a outros produtores musicais para se juntarem a mim. Neste último álbum trabalhei com Mikkel Solnado, trabalhei com Loony Johnson… Tento em cada som escolher a pessoa que crie aquilo que tinha em mente. O que conhece do Alentejo? Sei que o vinho é bom [risos] e sei que é uma região muito bonita. Já vim ao Alentejo algumas vezes, é muito calmo, tranquilo. Acredita que a sua nova música, “Break of dawn”, com a participação de Richie Campbell, poderá superar o sucesso de “Bo tem mel”? Em 2016, esgotou o Coliseu dos Recreios, no seu primeiro concerto em Portugal. O que recorda desse dia? Foi um grande dia, na verdade, porque foi o meu primeiro grande concerto em Portugal e foi tudo perfeito. O público estava com uma grande energia, a minha própria equipa deu 200 por cento, então esse concerto foi o concerto perfeito para mim. Foi o passo que nos levou, em Portugal, a alcançar o sucesso que temos agora, que temos hoje. Definitivamente, tem ainda mais potencial. Primeiro porque a música é em inglês, o que a torna mais internacional. E penso que é mais moderna, é mais do agora, é mais 2016. Por isso acredito que poderá ser mais, ter mais sucesso que o “Bo tem mel”. Onde aprendeu a falar português? Na realidade foi nas ruas. Eu tenho vindo a Portugal e ido a Angola e Moçambique há já alguns anos, então comecei a dar as entrevistas em crioulo, que aprendi com a família, mas algumas pessoas não percebiam. Passei a fazê-las em inglês, mas ainda existem pessoas que têm dificuldade em perceber o inglês. Então tive realmente de agarrar o português para me fazer entender. Os portugueses são um bom público? Sim, sem dúvida. É um público que transmite muita energia e para mim, como artista, necessito disso. Quando estou em palco necessito de sentir a energia do público porque assim que recebo a energia dou muita energia de volta e assim se faz um bom concerto. E sente isso em Portugal? Entre “cachupa” e os doces holandeses, curioso para provar iguarias alentejanas? Sim, sem dúvida. Sinto que o público português realmente gosta da minha música. No meio de tanto estilo musical, qual elege como o estilo Nelson Freitas? Penso que o meu estilo é uma mistura de diferentes géneros. É um pouco de R&B e hip-hop misturado com zouk, misturado com música tradicional cabo-verdiana e com um pequeno sabor de África. De dançarino passou a vocalista de uma banda, “Quatro”. O que o levou a seguir o caminho a solo? Nós fizemos três álbuns, com tournées por todo o mundo, e chegou a um ponto em que eu tinha diferentes tipos de ideias. Eu queria seguir o meu próprio caminho, então Equilibro ambas, isto é, sei um pouco de tudo. Então, quando estou a produzir um álbum, ele é produzido por fases fases. Tenho a sorte de perceber o processo todo, e posso ser ao mesmo tempo o produtor, o cantor e o compositor. DR Entrevista Cisoca Sá, Helga Serrano Marques e Sara Melo, alunos da Universidade Lusófona Considera Portugal uma segunda casa? Como gere a carreira de cantor e produtor musical? expliquei-lhes que iria seguir o meu próprio rumo e toda a gente estava bem com isso. E, pronto, o solo foi o meu próximo passo e estou feliz por ter feito essa escolha. É frequente convidar outros artistas para as suas músicas. O que tem em conta nessa escolha? Gosto de cruzar mundos. Gosto de convidar artistas que façam da música que estou a criar uma melhor mistura. Por exemplo, o Richie Campbell, que vem do reggae… Adoro combinar dois mundos e criar um bom produto. E “Break of Dawn” é um bom exemplo disso. Dos artistas presentes no cartaz da Ovibeja – David Carreira, D.A.M.A. e Carlão – qual escolheria para uma participação especial? Penso que neste ponto teria de escolher os D.A.M.A., simplesmente porque adoro a maneira como eles escrevem músicas. Eles têm um ouvido muito inteligente para escreverem músicas de sucesso… É isso que admiro neles. Daqui a 10 anos vai ser cantor ou produtor? Penso que vou estar principalmente a produzir, mas obviamente ainda a cantar [risos]. Ainda não experimentei nenhuma iguaria alentejana, mas estou sempre muito curioso em experimentar novas coisas. Certamente quando chegar irei experimentar. Não sendo a primeira vez a atuar no Alentejo, como caracteriza este público? Penso que é um público que transmite muita energia, ainda que, na realidade, nas minhas últimas atuações não tenha ficado a conversar com as pessoas da região porque a seguir tinha outros concertos. No entanto, na minha memória fica a ideia de que os alentejanos formam realmente um bom público. E que as coisas só podem correr bem num concerto no Alentejo. Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja 21 abril 2016 DR 11 David Carreira a encerrar, na véspera do 25 de Abril Um concerto “diferente” para ouvir e dançar Caberá a David Carreira encerrar os concertos na Ovibeja e o músico proA caminho da Regi-Concerto, que é o seu estúdio na Caparica e o lugar onde acontece esta entrevista, o que estava a ouvir na rádio? mete um concerto diferente. Na véspera do 25 de Abril haverá música e Estava a ouvir uma música para o novo álbum francês. A criar uma música. Quando não tenho instrumentais, às vezes ouço karaoke no Youtube. Normalmente é no carro que me surgem melodias e letras e aproveito para escrever ou até mesmo gravar mensagens vocais. Algo diferente. Entrevista Cisoca Sá, Helga Serrano Marques e Sara Melo, alunas da Universidade Lusófona Canta muitas histórias Considera-se romântico? de amor. Sim. Se bem que o meu romantismo não é um romantismo convencional. São as mulheres que me inspiram e sinto-me mais à vontade a falar e a escrever sobre amor. Apesar de nem todas as músicas falarem de amor. Neste momento vejo a série “Narcos” e é dela que retiro grande parte das ideias para as minhas músicas. muita dança em palco. [Risos] Não é por causa do boneco do Michael. “White” terá uma onda mais pop e o “Black” mais eletrónica. Cada álbum funciona de maneira diferente. A ideia da reedição surgiu para criar algo especial, uma edição com conteúdos especiais, para marcar o lançamento de todos os videoclips deste último álbum. O facto de ser filho de Tony Carreira influencia de alguma forma as suas decisões? [Silêncio] É uma pergunta complicada. Acho que não. Sempre fiz as coisas à minha maneira. Sempre fui muito autónomo. Sente que existe uma competição saudável entre os “Carreira”? O que se vê a fazer daqui a 10 anos? Não sei. Muito da minha carreira vai, cada vez mais, passar por França. Fico muito agradecido se daqui a 10 anos conseguir continuar a fazer aquilo que eu faço agora e continuar entre França e Portugal. Talvez daqui a 10 anos esteja na Jamaica ou até mesmo no Alentejo, só para descansar. Em entrevista à revista “LUX”, em dezembro de 2015, referiu o Alentejo e o Japão como dois possíveis destinos para umas férias. O que o traz ao Alentejo? Eu gosto muito de viajar. Gosto muito do Alentejo, gosto do vinho alentejano, principalmente do vinho tinto. O Alentejo é bonito e lá come-se bem. Todas as músicas são diferentes. Para o álbum “3”, criei 30 músicas. Comecei por perceber qual o conceito que me podia surgir. Percebi que, ao longo deste álbum, existiam várias músicas que formavam uma história. Competição há sempre. Quem vende mais discos. Quem dá mais concertos. Nós trocamos muitas opiniões e conselhos sobre música, nunca sobre gestão de carreira. Há coisas que o meu pai faz que eu não faria e vice-versa. São identidades diferentes, pessoas diferentes. Em criança tinha posters no quarto? De que artista? Os seus objetivos de carreira passam por sair fora da Europa? Apesar do sucesso alcançado, alguma vez se cansou de ser quem é? Sim. De jogadores de futebol. Eu queria ser futebolista. Mas tinha também no quarto um boneco igual ao Michael Jackson que o meu pai me ofereceu no Natal. O boneco cantava aquela música… “Black or White”. Eu nunca pensei chegar a este patamar, ser cantor. Não ambiciono porque duvido que isso possa acontecer, sendo as minhas músicas em português e francês. O português já nos leva a tantos países, eu não tenho razão de queixa, pois cada vez mais conseguimos estar em países que falam a nossa língua. Mas por que não? Quem sabe… Há certas coisas que evito fazer. Por mais que me queira divertir com os amigos e família, como os rapazes da minha idade fazem, há coisas que faço com mais atenção pois qualquer coisa pode ser mal interpretada. O truque é ir para a Tailândia ou para sítios mais escondidos e conseguir ter duas semanas como uma pessoa normal. Mas tenta que as músicas formem uma narrativa sentimental? Está a trabalhar numa reedição do último álbum, com dois conceitos diferentes. O que nos pode adiantar sobre esse trabalho? Que locais conhece no Alentejo? Alguns. Já vou conhecendo alguns sítios do Alentejo e cada vez mais as digressões ajudam. Conheço a cidade de Estremoz, Almodôvar, Beja e Mora. Troca ideias com o Francisco, dos D.A.M.A. É importante trabalhar com outros artistas? Trabalhámos juntos em alguns temas. Para mim é importante trabalhar com outros artistas e outros músicos. Não é o seu primeiro concerto em Beja. O que pode esperar o público do espetáculo de domingo? É sempre muito complicado dizer. No panorama da música portuguesa eu não vejo muitos artistas que tenham a ligação da música com a dança e até o lado mais eletrónico, essa performance em palco durante os concertos. É e será um concerto diferente. No meio de tanta atividade enquanto cantor, compositor e ator, há tempo para descansar? Não. E quando há, a equipa resolve inventar alguma coisa para trabalharmos. Eu divirto-me a fazer aquilo que faço. O 25 de Abril é importante para muitos portugueses. Também é importante para si, que cresceu em Paris? Para mim é como o 14 de Julho em França. Tem o mesmo simbolismo. Uma data que representa uma nova era na vida dos portugueses. Algo que, para mim, parece muito distante mas, quando falo sobre este dia com o meu avô, em que ele me diz que teve de fugir da PIDE pelas montanhas para ir para França, na altura… Creio que a minha geração já não valoriza muito. Hoje em dia temos a hipótese de viver os lucros das pessoas que viveram e sofreram até àquela data. Creio que na minha geração não damos valor, é algo que é normal. As coisas mudaram muito e para melhor. Mas é bom relembrar para que não se percam esses direitos e possamos continuar a ter esta qualidade de vida. 12 PUB Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja 21 abril 2016 Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo PROGRAMA CULTURAL 33.ª OVIBEJA 40.º Aniversário da Constituição da República Portuguesa 42.º Aniversário do 25 de Abril 23 DE ABRIL DIA DA SERRA, DA PLANÍCIE E DO CAMPO BRANCO 15h30 | Grupo de Cantares Feminino do Centro Republicano de Instrução e Recreio – Aljustrel 16h00 | Grupo Coral “Misto da Sete” – Castro Verde 16h30 | Grupo Coral de Ourique 17h00 | Grupo Coral e Instrumental “Os Saramagos” de Garvão – Ourique 18h00 | Grupo Coral “Flores do Campo” – Almodôvar 18h30 | Grupo de Música Tradicional “Vozes do Sul” – Beja 24 DE ABRIL DIA DA RAIA E MARGEM ESQUERDA DO GUADIANA 16h00 | Grupo Coral e Instrumental “Devaneios Filarmónicos” – Serpa 17h00 | Grupo Coral da Mina de S. Domingos – Mértola 17h30 | Grupo de Sevilhanas e Flamenco “Las Gitanillas”– Alunas da Casa da Cultura de Beja e da Musibéria de Serpa (atuação a convite da ACOS) 25 DE ABRIL DIA DA LIBERDADE E DO BACO 15h00 | Grupo Musical e Instrumental “Improvisos do Sul” – Vidigueira 16h00 | Grupo Coral “Bafos de Baco” – Cuba 16h30 | Grupo de Sevilhanas e Flamenco da SFUM – Moura e da Turma Infantil da Casa da Cultura de Beja (atuação a convite da ACOS) Os espetáculos realizam-se no palco exterior junto ao Pavilhão Institucional Organização: AMBAAL Apoios: PUB QUINTA-FEIRA, 21 ABRIL 2016 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXIV, N.o 1774 (II Série) | Preço: € 0,90 PUB PUB PUB 9 771646 923008 01774