acupuntura no tratamento da depressão

Transcrição

acupuntura no tratamento da depressão
CENTRO DE ESTUDOS FIRVAL
REGIANE DO CARMO PAIVA
ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA
DEPRESSÃO
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
2011
CENTRO DE ESTUDOS FIRVAL
REGIANE DO CARMO PAIVA
ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA
DEPRESSÃO
Monografia
apresentada a Faculdade de
Educação, Ciência e Tecnologia – Unisaúde/
Centro de Estudos Firval - como exigência de
conclusão do curso, para obtenção do Título de
Especialista em Acupuntura.
Orientada pelo Dr. Marcelo de Oliveira
Orientador: Dr. Marcelo de Oliveira
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
2011
Paiva; Regiane do Carmo
Acupuntura no Tratamento da Depressão
São José dos Campos, 2011.
51 páginas
Número da monografia.
Orientador: Dr.Marcelo de Oliveira
Monografia apresentada ao Centro de Estudos Firval para obtenção do título de
Especialista em Acupuntura.
Palavras-Chave: Depressão; Acupuntura, Medicina Tradicional Chinesa.
FOLHA DE APROVAÇÃO
A monografia
Acupuntura no tratamento da depressão.
Elaborada por
Regiane do Carmo Paiva
Orientada pelo
Dr. Marcelo de Oliveira
(
) Aprovada
(
) Reprovada
Pelos membros da Banca Examinadora da Faculdade de Educação, Ciência e
Tecnologia – UNISAÚDE –, com conceito ................
São José dos Campos, 25 de março de 2011.
Nome:.........................................................................................................................
Titulação:....................................................................................................................
Assinatura:.................................................................................................................
Nome:.........................................................................................................................
Titulação:....................................................................................................................
Assinatura:.................................................................................................................
Dedico esta Monografia primeiramente a Deus, a todas
as pessoas que sofrem de depressão, a minha família,
aos amigos, aos colegas de estudo, aos professores e
ao orientador deste trabalho.
Agradeço a Deus pelo dom da vida e a sabedoria que
me concedeu. Aos meus pais pela oportunidade que me
deram. A minha família pela paciência e compreensão.
Aos amigos do grupo Adoração e Missão: Rodrigo,
Sandra, Roberta e Ângela, pelas orações, incentivos e
alegrias. Aos que me apoiaram nesta jornada, com
inúmeros favores, Rodrigo Magno, Maria Inêz, Faber e
Guilherme. Aos professores que esclareceram as
dúvidas e indicaram o melhor caminho. Aos
supervisores Miriam e Marcelo que sempre estiveram
prontos a me orientar com dedicação. Aos colegas da
turma que trocaram experiências e permitiram
crescermos juntos. Ao orientador deste trabalho
Marcelo de Oliveira que aceitou este desafio, que me
apoiou além do seu dever, sempre pronto a ensinar,
com a humildade de também aprender. E não poderia
deixar de agradecer a todas as pessoas que se
submeteram a serem os meus primeiros pacientes,
nesta técnica encantadora e surpreendente da
Acupuntura. Aos que não tiveram os nomes citados,
saibam que sempre estarão presentes em meu
coração...
EPÍGRAFE
“Se hoje a vida lhe apresenta motivos para sofrer, ouse
olhá-los de uma forma diferente. Não aceite todo este
contexto de vida como causa determinada para o seu
fracasso. Não, não precisa ser assim.
Deixe se afetar de um jeito novo por tudo isso que já
parece tão velho. Sofrimentos não precisam ser estados
definitivos. Eles podem ser apenas pontes, locais de
travessia. Daqui a pouco você já estará do outro lado;
modificado, amadurecido.
Certa vez, um velho sábio disse ao seu aluno que, ao longo
de sua vida, ele descobriu ter dentro de si dois cães – um
bravo e violento, e o outro manso, muito dócil.
Diante daquela pequena história o aluno resolveu
perguntar – E qual é o mais forte? O sábio respondeu – o
que eu alimentar.
O mesmo se dará conosco na lida dos sofrimentos da vida.
Dentro de nós haverá sempre um embate estabelecido
entre problema e solução. Vencerá aquele que nós
decidirmos alimentar...”
Fábio de Melo
RESUMO
A depressão é um transtorno do humor e está em segundo lugar como o problema
mental mais prevalecente no mundo. Para a Medicina Tradicional Chinesa, a
depressão é um desequilíbrio energético e o tratamento é baseado em como cada
pessoa vive a depressão. A acupuntura é uma técnica que utiliza finas agulhas e,
baseada nas teorias da interatividade do Yin-Yang, nos Cinco Elementos e no Zang
Fu, propõe um tratamento com utilização de pontos que promovem o equilíbrio
energético de todo o organismo, restabelecendo a saúde. No presente estudo, um
levantamento bibliográfico foi realizado na intenção de identificar a técnica da
acupuntura no tratamento da depressão. Ao final, considera-se que a acupuntura é
um recurso promissor do reequilíbrio energético, promovendo alterações em todo o
organismo, indispensável no processo de cura, e com possibilidade de adesão ao
tratamento, visto que as pessoas não sofrem consequências colaterais como no
tratamento medicamentoso.
Palavras-chave: Depressão. Acupuntura. Medicina Tradicional Chinesa
ABSTRACT
Depression is a humor disruption, and it is in second place like the most present
mental problem in the world. To the Traditional Chinese Medicine, the depression is
an energic rebalancing and the treatment is based on the way like every person
deals with it. Acupuncture is a technique that uses thin needles and, based on YinYan interactivity theories, on Five Elements and Zang Fu, proposes a treatment with
points that give the energetic balance of all organism, estabilishing the health. In this
study, a bibliography research was realized, with the intention to identify the
acupuncture technique in depression treatment. Finally, it is believed that
acupuncture is a promising resource of the energetic rebalancing, promoting changes
in all organism, essential to the treatment, because people don’t suffer collateral
consequences like the medical treatment.
Key words: Depression. Acupuncture. Tradicional Chinese Medicine.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APA – American Psychiatric Association
CID-10 – Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados com a Saúde – 10ª Revisão
DSM IV – Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, 4ª edição
MTC – Medicina Tradicional Chinesa
OMS – Organização Mundial de Saúde
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................................. 11
2 OBJETIVO........................................................................................................................................ 12
3 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................................... 13
3.1 HISTÓRIA DA ACUPUNTURA .................................................................................................. 13
3.2 TRATAMENTO PELA ACUPUNTURA ..................................................................................... 15
3.3 DEPRESSÃO ............................................................................................................................... 18
3.3.1 FISIOPATOLOGIA DA DEPRESSÃO ................................................................................... 20
3.3.2 QUADRO CLÍNICO DA DEPRESSÃO .................................................................................. 21
3.3.3 DIAGNÓSTICO DA DEPRESSÃO ......................................................................................... 23
3.4 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ...................................................................................... 24
3.4.1 TEORIA YIN E YANG ............................................................................................................... 25
3.4.2 TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS ..................................................................................... 27
3.4.3 TEORIA DO ZANG FÚ (ÓRGÃOS-VÍSCERAS) .................................................................. 29
3.4.4 MATRIZ EMOCIONAL ............................................................................................................. 31
3.4.5 PADRÕES DE SÍNDROMES .................................................................................................. 34
3.4.6 PROCESSO DE ADOECIMENTO NA MEDICINA TRADICIONAL CHINESA ................ 36
3.5 ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO ......................................................... 39
4. DISCUSSÃO ................................................................................................................................... 45
CONCLUSÃO ..................................................................................................................................... 47
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 48
11
1 INTRODUÇÃO
A depressão é considerada um grande problema de saúde pública, por
apresentar um elevado número de casos e crescente a cada ano.
Na psiquiatria a depressão é classificada como transtorno do humor; segundo
a Organização Mundial da Saúde (OMS), as depressões estão em segundo lugar,
como o problema mental mais prevalecente no mundo (CECHINATO; NOVARETTI,
2002). Sendo assim, devemos considerar novos estudos e técnicas que possam
apresentar alternativas eficazes ao tratamento e prevenção da depressão.
A acupuntura é uma das técnicas da Medicina Tradicional Chinesa (MTC),
que vem a cada dia conquistando adeptos no mundo todo. Tem demonstrado
eficiência em seu método de diagnóstico, tratamento e na prevenção de doenças
físicas e emocionais, reequilibrando as energias yin-yang do organismo.
Apesar da acupuntura ser uma técnica tradicional e comprovadamente eficaz,
poucos estudos relatam a correlação dos efeitos da acupuntura no tratamento da
depressão.
Este trabalho busca apresentar subsídios através de revisão de literatura
sobre os conhecimentos da MTC no tratamento da depressão comparando-a a ótica
ocidental para que se perceba a relevância de intervenções terapêuticas que
promovam a saúde e o bem estar do indivíduo.
12
2 OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é expor os conhecimentos da Medicina Tradicional
Chinesa (MTC) e da acupuntura em relação ao tratamento da depressão, através de
uma revisão bibliográfica de literatura a respeito do assunto, que apresente
subsídios satisfatórios para a aplicação da técnica da acupuntura.
A acupuntura é um conjunto de conhecimentos da MTC, que tem a finalidade
de promover a cura de doenças e melhorar a qualidade de vida. O tratamento
abrange diversas patologias, na qual se encontra a depressão, uma doença que
atinge grande parte da população. Na medicina ocidental, existem relatos nos quais
os tratamentos com psicofármacos, podem levar o indivíduo à sua dependência,
além de possíveis efeitos colaterais desagradáveis, e consequentemente, está
taxada de preconceitos culturais relacionada à “loucura”, revelando resistência e
abandono aos tratamentos convencionais da depressão.
A acupuntura, como tratamento alternativo na depressão tem se apresentado
com benefícios satisfatórios em sua terapêutica, eliminando os efeitos colaterais do
uso de medicamentos específicos e garantindo a promoção da saúde e bem estar
do indivíduo.
A monografia apresenta o transtorno depressivo na ótica da MTC, de forma
comparativa à ocidental, demonstrando a interatividade das energias Yin e Yang nos
Cinco Elementos, no Zang-Fú (órgãos e vísceras) e os Canais dos Meridianos no
tratamento e controle desta patologia.
13
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 HISTÓRIA DA ACUPUNTURA
A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) surgiu há aproximadamente 4.500
anos e apesar de sua história, vem agregando os avanços tecnológicos, estando
aberta a pesquisas e a novos conhecimentos (WEN, 1985). Traz concepções
filosóficas relacionadas à saúde e a doença. Interessa-se ao estudo das causas da
doença, porém volta-se muito mais para as formas de prevenção (YAMAMURA,
2004).
A origem da acupuntura confunde-se com o início da civilização da China, e
sua descoberta foi atribuída ao Imperador Amarelo em 2797 a.C., sendo
considerado o patrono da MTC. A palavra acupuntura é derivada do latim: acus =
agulha, e puntura = picar. A palavra teve origem quando os padres jesuítas
franceses do século XVII estiveram na China em missão e descobriram o uso da
prática de enfiar agulhas em pontos específicos sobre a pele para o tratamento de
diversas doenças, conhecimento este que provém dos sábios da antiguidade
(DULCETTI, 2001).
Não existem registros exatos que indiquem como se iniciou a acupuntura,
agulhas de pedra foram encontradas em várias partes da China e presume-se que a
técnica já era praticada na Idade da Pedra. No entanto a técnica foi evoluindo no
decorrer do tempo, das agulhas de pedra para as de prata, de ouro ou de aço
inoxidável (de maior utilização nos dias atuais). Assim como as agulhas, a teoria
passou do “ponto isolado” para a “teoria dos meridianos” que liga os pontos aos
órgãos; sua técnica difundiu-se por todo o Oriente e atualmente está presente por
todo o mundo adquirindo novos níveis de conhecimento e técnicas com
reconhecimento científico (WEN, 1985).
14
A técnica é baseada na filosofia Taoísta (yin/ yang), e o seu conhecimento foi
transmitido verbalmente de geração a geração, até se reunir em escritos e
compilados durante a dinastia Han (220 a.C.) no livro “Clássico Interno do Imperador
Amarelo”. Portanto, os primeiros registros iniciaram-se com o Imperador Amarelo,
que “aproximou” a técnica da acupuntura com a filosofia Taoísta (DULCETTI, 2001).
É através da aplicação de finas agulhas que se promove o equilíbrio no
organismo humano, sendo estas aplicadas em pontos específicos sobre a pele, em
canais
de
energia,
chamados meridianos.
Compreender
a
acupuntura
é
compreender o pensamento chinês aplicado à sua própria medicina que se resume
no seu modo de vida. A acupuntura e a moxabustão foram mencionadas pelo
Imperador Amarelo – o “Patrono das Terapias Tradicionais Chinesas” –, sendo a
arte completa de curar e prevenir doenças, com diagnóstico próprio das energias,
como exame do pulso radial e da língua (DULCETTI, 2001).
Requena (1990) relata que os chineses da antiguidade não conheciam os
vírus, mas podiam curar doenças reequilibrando a energia do corpo, que circula nos
meridianos, atuando nas desordens psíquicas, na angústia, no nervosismo, na
depressão, entre outras, sendo necessário conhecer toda a acupuntura e suas
teorias para entender como funciona essa medicina.
O tratamento na antiguidade que consistia em espetar lanças ou flechas em
pontos específicos com a finalidade de afugentar os “espíritos malignos”, atualmente
servem para tratar as patologias neurológicas e distúrbios psíquicos (DULCETTI,
2001).
15
3.2 TRATAMENTO PELA ACUPUNTURA
Ao se fazer uma comparação da Idade Média e da qualidade de vida das
pessoas antigamente – no Oriente – em relação às atuais, percebe-se mudanças
nos hábitos da vida diária, bem como na maneira de pensar. As pessoas viviam de
acordo com os ensinamentos dos sábios para preservar a saúde; observavam e se
comportavam de acordo com a natureza. O dia-a-dia era mantido em padrões
regulares como sua comida e bebida que tinham quantidades fixas, as atividades
em intervalos regulares, não ultrapassando seus limites; com isto, mantinham tanto
no corpo como no espírito o substancial para atingir a longevidade (WANG, 2001).
Uma alternativa para recompor o desequilíbrio energético ocasionado por essas
mudanças nos hábitos atuais é a acupuntura.
Segundo Wen (1985), quem pratica a MTC deve averiguar-se de sua importância
estudando profundamente seus ensinamentos e diretrizes, pois esta medicina nos
oferece um amplo conhecimento em técnicas desenvolvidas, como: acupuntura,
moxaterapia, fitoterapias, dietoterapia, nutrição e outras.
O aparecimento de anormalidades indica que há um desequilíbrio da energia
interna ocasionado pelo meio ambiente, alimentação desregrada, emoções retidas e
fadigas de origem interna (YAMAMURA, 2004).
O corpo humano é formado por células, tecidos e órgãos, que colaboram um com o
outro para preservá-los em perfeito funcionamento. As conexões são realizadas,
pelo sistema nervoso, cujo centro é o cérebro, responsável pela regulação e
controle de todas as funções. O organismo responde como um todo às alterações
do meio, ou seja, se o corpo enfraquecer-se, em estado depressivo, sofrendo
ansiedades, refletirá negativamente sobre o sistema nervoso (WEN, 1985).
A acupuntura oferece inúmeras possibilidades de aplicação em todas as
idades, podendo ser associada a outras terapêuticas para uma recuperação mais
rápida. Diminui o uso de medicamentos evitando intoxicações, garantindo um
tratamento mais econômico em relação à alopatia. Seu material é simples e de fácil
16
transporte. É uma técnica segura quando aplicada com bom nível técnico e
completa as lacunas da medicina moderna, garantindo assim melhores resultados.
É método auxiliar no diagnóstico por denotar alterações neurológicas (WEN, 1985) e
vem progredindo no ocidente desde 1970 e conquistando espaço no meio médico
devido aos resultados obtidos. A acupuntura cura e alivia as dores (ciática,
nevralgias do braço, do pescoço, etc.) e as dores reumáticas (artrites, artroses).
Porém, pensar que a acupuntura cura somente a dor seria limitar essa medicina
(REQUENA, 1990).
Estudos realizados na França constataram a existência de diferentes potenciais
elétricos nos pontos de acupuntura e nas áreas inexistentes de pontos, mostrando
que o ponto é um elevado potencial elétrico (DULCETTI, 2001). O método da
utilização de agulhas em pontos específicos do corpo mobiliza e promove a
circulação ou o desbloqueio da energia, proporcionando a harmonização e o
fortalecimento de todo o organismo. A compreensão das energias se faz necessária
para a utilização da técnica na prevenção e interrupção de um processo de
adoecimento (YAMAMURA, 2004).
A doença apresenta-se através de agentes agressores e a resposta do organismo é
comandada pelo sistema nervoso central. A acupuntura age sobre todo o sistema
nervoso para estimular e compensar, equilibrando todo o corpo para assim eliminar
a doença (WEN, 1985).
Requena (1990), ao falar do psiquismo, garante que se este estiver em paz e
equilibrado a pessoa não adoecerá. Em todas as épocas a medicina reconhece a
importância do psiquismo na vulnerabilidade às doenças, segundo os chineses,
além dos fatores hereditários, das epidemias e dos ferimentos, existem três causas
básicas que podem afetar a saúde: causas cósmicas, alimentares e psíquicas. As
causas cósmicas se referem ao desequilíbrio da energia nos meridianos podendo
afetar as funções dos órgãos, as alimentares referem-se a má alimentação e as
psíquicas, podem provocar isoladamente a desorganização de todo o sistema
energético dos meridianos e causar várias doenças.
Segundo Yamamura (2004), a acupuntura é uma forma de medicina Energética que
vai além dos seus pontos específicos, ou seja, aborda os diferentes Canais de
17
Energia do Zang Fú (órgãos e vísceras) e sua relação com o meio exterior, para
reconhecer as alterações produzidas na forma física e então adequar ao tratamento.
18
3.3 DEPRESSÃO
A depressão é uma doença do corpo como um todo, afetando o apetite, o
sono, a capacidade de sentir prazer, a auto-estima e a confiança (CECHINATO;
NOVARETTI, 2002). Considerada como um problema prioritário de saúde pública, a
OMS, segundo seus levantamentos, considera a depressão a primeira causa de
incapacidade entre todos os problemas de saúde (MURRAY; LOPEZ, 1996 apud
DALGALARRONDO, 2008). Calcula-se que até o ano de 2020, a depressão será a
segunda causa de incapacitação no mundo (PARIK; LAW, 2001 apud LIMA et al.,
2004)
De acordo com o American Psychiatric Association (APA, 1994), no Manual
de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-IV), a depressão está
associada com alta mortalidade das pessoas e 15% chegam ao suicídio. O
transtorno depressivo, em muitos casos, pode estar associado com condições
médicas gerais crônicas. Os dados apresentam-se que entre 20-25% de pessoas
com certas condições médicas como: diabete, infarto do miocárdio, acidente
vascular encefálico, entre outras, desenvolvem depressão durante o curso de sua
condição médica; ocorrendo, neste caso, um prognóstico menos favorável, quando a
depressão está presente.
Dados de estudos realizados nos Estados Unidos apontam que 5% da
população que pode ser diagnosticada com depressão irá experienciar um episódio
de depressão durante a vida. Estes resultados foram similares em muitos outros
países. Pessoas com história de depressão séria podem variar entre um a cinco
episódios durante a vida, e pelo menos 10% das pessoas com depressão terminam
suas vidas com suicídio. O tratamento precoce pode diminuir a extensão e
severidade da doença (GREIS; JEFFERSON,1992 apud SHINOHARA, 2001). Em
todos os tempos, a estimativa de pessoas que sofrem níveis significativos de
depressão é de 15-20%, e 12% experimentaram a depressão grave e buscaram
19
tratamento, estimando-se que 75% das internações psiquiátricas apresentam
depressão (BROWN; HARRIS, 1978 apud FENNELL, 2002).
Segundo a APA (1994), no DSM-IV, a depressão não se deve aos efeitos
fisiológicos de drogas, efeitos colaterais de medicamentos, ou uma condição médica
geral. No entanto, se o indivíduo com Transtorno Depressivo também apresentar
patologias de base, este, desenvolverá mais dor e doença física, reduzindo seu
funcionamento físico e social, podendo ocasionar outros transtornos mentais.
Para Fennell (2002), a depressão pode ocorrer por tempo limitado de três a
seis meses, no entanto, a recaída é freqüente, seguindo por uma evolução crônica.
Por isso o tratamento deve não apenas acelerar a recuperação, mas manter a
melhora e reduzir a probabilidade de ocorrência.
Jones (2001) coloca que a depressão pode durar apenas um instante ou
prolongar-se por meses e até anos. Esta doença precisa ser identificada como uma
enfermidade, embora não tenha uma aceitação social como no caso das doenças
físicas que são mais compreendidas. Este autor faz uma comparação sobre a
influência da sociedade no desenvolvimento da depressão, gerando um sentimento
de futilidade, perda da identidade e a despersonalização. A depressão contribui para
o mal estar, a violência e a infelicidade generalizada que se infiltram na comunidade.
Por isto a importância de entender e aprender a combater a depressão, para o bem
dos indivíduos e da sociedade como um todo.
Embora existam muitos benefícios da ciência e avanços tecnológicos, os
profissionais de saúde, enfrentam dificuldades em proporcionarem uma vida melhor
aos pacientes (REMEN, 1993). É o caso dos antidepressivos que se encontram em
três categorias de drogas, demonstrando eficiência; no entanto, nem todos têm
obtido resultados satisfatórios (SHINOHARA, 2001).
Para a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) depressão não é uma categoria
de doença, e sim um desequilíbrio energético. O que a medicina ocidental
caracteriza como depressão, a MTC coloca como o resultado de um ou mais
padrões de desequilíbrio, dependendo dos sintomas apresentados. Na prática da
MTC, o tratamento é planejado e baseado em como cada paciente vive a depressão
20
e quais fatores precipitantes (física, psicológica e social) têm contribuído para a atual
condição do paciente (MANBER; ALLEN; MORRIS, 2002).
3.3.1 FISIOPATOLOGIA DA DEPRESSÃO
As anormalidades na química do cérebro que desenvolveriam a depressão
têm sido estudadas pelos cientistas, porém a solução definitiva ainda não foi
encontrada. Em alguns tipos de depressão, são apresentados sintomas físicos
indicando mudança orgânica, e relatos na mesma família sugerem que fatores
genéticos podem estar envolvidos (SHINOHARA, 2001).
Segundo Fennell (2002), a depressão não ocorre por um fator isolado, mas
por uma interação entre vários fatores diferentes. Seu início e evolução encontramse ligados as variáveis biológicas, históricas, ambientais e psicológicas. Incluem
distúrbios no funcionamento dos neurotransmissores, um histórico familiar de
depressão ou alcoolismo, perda ou negligência precoce dos pais, eventos negativos
e recentes da vida, ausência de um relacionamento de confiança, falta de autoestima, entre outros.
Devemos entender que temos uma carga hereditária, enquanto seres
humanos, ou seja, algumas pessoas possuem uma predisposição para uma
personalidade depressiva. Este entendimento e conhecimento diminuem o
sentimento de culpa, tão comum nos quadros depressivos (JONES, 2001).
21
3.3.2 QUADRO CLÍNICO DA DEPRESSÃO
As principais características das síndromes depressivas são o humor triste e
o desânimo (DEL PINO, 2003 apud DALGALARRONDO, 2008), apresentando-se
por uma multiplicidade de sintomas afetivos, instintivos e neurovegetativos, ideativos
e cognitivos, relativos à autovaloração, à vontade e à psicomotricidade. Em estados
mais graves da doença as pessoas podem apresentar sintomas psicóticos (delírios
e/ou alucinações). Os sintomas afetivos são apresentados por tristeza, melancolia,
choro fácil e/ou frequente, apatia, tédio, irritabilidade aumentada, angústia ou
ansiedade, desespero e desesperança. As instintivas e neurovegetativas se
caracterizam por fadiga, desânimo, insônia ou hipersonia, perda ou aumento do
apetite, constipação, diminuição da libido e/ ou da resposta sexual (disfunção erétil,
orgasmo retardado ou anorgasmia). Os ideativos são idéias negativas, idéias de
arrependimento e de culpa, ruminações com mágoas antigas, tédio, idéias de morte,
planos ou atos suicidas. As cognitivas apresentam- se por déficit de atenção e
concentração, déficit secundário de memória, dificuldade de tomar decisões,
pseudodemência depressiva. Alterações da autovaloração estão relacionadas à
auto-estima diminuída, sentimento de incapacidade, de vergonha e autopreciação.
Alterações da psicomotricidade são apresentadas por tendência a permanecer na
cama, aumento na latência entre as perguntas e as respostas, lentificação
psicomotora até o estupor, diminuição na fala, redução da voz, fala muito lenta,
mutismo, negativismo (recusa à alimentação, à interação pessoal, etc.). Os sintomas
psicóticos apresentam idéias delirantes de conteúdo negativo: delírios de ruína ou
miséria, culpa, hipocondríaco e/ou de negação dos órgãos, e de inexistência (de si e
do mundo), alucinações auditivas, ilusões auditivas ou visuais, ideação paranóide e
o humor incongruente (DALGALARRONDO, 2008).
A depressão clínica é diferente do declínio de humor, por perturbar muitos
aspectos do funcionamento da vida diária da pessoa. Sentem-se tristes, chorosa,
culpam-se a si mesma, ficam mais irritáveis, ansiosas e tensas. A energia está baixa
22
e costumam se afastar de suas atividades. As funções básicas do corpo são
afetadas interferindo no sono, apetite e desejo sexual (FENNELL, 2002).
23
3.3.3 DIAGNÓSTICO DA DEPRESSÃO
Os episódios depressivos são classificados pela Classificação Estatística
Internacional de Doenças (CID-10) em “ leve, moderado ou grave, de acordo com o
número, a intensidade e a importância clínica dos sintomas.” (DALGALARRONDO,
2008).
Para o diagnóstico clínico de Transtorno Depressivo, os critérios devem ser
relacionados segundo o DSM-IV que diz: “Pelo menos quatro critérios por duas
semanas, com prejuízo no funcionamento psicossocial ou sofrimento significativo.
Pelo menos um dos sintomas é humor deprimido ou perda do interesse ou prazer.”
(APA, 1994).
Os critérios para o diagnóstico de acordo com o DSM-IV são: humor
deprimido; desânimo, perda de interesse, alterações no apetite e sono; anedonia
(incapacidade de sentir prazer em várias esferas da vida); fadiga; pessimismo; baixa
auto-estima; concentração prejudicada; pensamento de morte ou suicídio; retardo/
agitação psicomotora (APA, 1994).
24
3.4 MEDICINA TRADICIONAL CHINESA
A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) – e entre suas linhas a acupuntura –
baseia-se em estruturas energéticas orientadas pela filosofia chinesa. Segundo a
tradição chinesa, o corpo humano é alojado por “Espíritos” chamados de “Shen” o
que é considerado como estrutura mental; caracteriza que cada órgão do corpo é
alojado por um determinado Espírito, o que representa as atividades psíquicas
responsáveis por organizar as energias e proteger o organismo das invasões
“perversas”, causadoras das doenças (DULCETTI, 2001).
Dentre as teorias da MTC encontra-se o conceito de Yin e Yang, no qual toda
a filosofia, patologia e tratamento estão fundamentadas. na teoria Yin e Yang que
são qualidades opostas, mas complementares, ou seja, Yin contém a semente de
Yang e vice-versa, podendo se transformar um no outro (MACIOCIA, 2007).
A teoria dos Cinco Elementos teve uma origem aproximada da teoria Yin e
Yang, sendo a base de toda a medicina chinesa (MACIOCIA, 2007). Para Wen
(2002), a teoria dos Cinco Elementos é um ponto importante na medicina chinesa,
por abordar os aspectos de fenômenos dos tecidos e órgãos, da fisiologia e da
patologia do corpo humano que são interpretados pelas interrelações dos
elementos, sendo usada na prática médica. Yamamoto (1998) coloca que os Cinco
Elementos manifestam-se no plano material da natureza e no corpo humano desde
seus órgãos internos até suas propriedades cognitivas e emocionais.
Zang Fú (Órgãos e Vísceras) na MTC estuda a fisiologia, a patologia, a
origem das doenças e os padrões de desarmonia no interrelacionamento dos
órgãos, dentro de um contexto do corpo e suas interações com o meio ambiente
(ROSS, 1985). “A Medicina Tradicional Chinesa distingue dois grupos de funções
energéticas, os de natureza Yin e Yang, respectivamente: Zang e Fú.” (DULCETTI,
2001).
25
3.4.1 TEORIA YIN E YANG
Wang (2001) cita o Imperador que disse: “Desde os tempos antigos,
considera-se que a existência do homem dependa do intercâmbio da variação das
energias do Yin e do Yang, por isso, a vida humana se baseia no Yin e Yang”.
O Yin e Yang representam dois estágios de um movimento cíclico, como
exemplo temos: o dia e a noite; o dia corresponde ao Yang, denominando a
atividade, e a noite ao Yin, denominando o descanso. O Yang corresponde à luz, à
atividade, o céu, a esquerda, o leste, etc.; o Yin à escuridão, ao descanso, à terra, a
direita, o oeste, etc. Assim, Yin e Yang são dois processos de mudança e
transformação de todas as coisas (MACIOCIA, 2007).
O crescimento e desenvolvimento de todas as coisas na terra dependem do
entrecruzamento das energias Yin e Yang. Se essas energias deixarem de se
comunicar, todas as coisas perderão sua fonte de nutrição, ocorrendo uma alteração
anormal e a seqüência das quatro estações ficará confusa. Se estas energias
ficarem desajustadas afetarão o surgimento e crescimento de todas as coisas na
terra (WANG, 2001).
Segundo Maciocia (2007), a relação do Yin-Yang é abordada em quatro
aspectos principais:
a) Oposição de Yin e Yang – são ao mesmo tempo estágios opostos e de
agregação; essa dinâmica constitui a força motriz de toda modificação,
desenvolvimento e deterioração das coisas. Sendo sempre relativa e não absoluta,
pois nada é totalmente Yin ou Yang.
b) Interdependência de Yin e Yang – embora sejam opostos são
interdependentes, pois um não pode existir sem o outro assim como o dia só surge
após a noite e vice-versa.
c) Consumo mútuo de Yin e Yang – Yin e Yang estão em estado constante
de equilíbrio, através de ajustes contínuos de seus níveis. Se houver desequilíbrio
26
afetará mutuamente modificando sua proporção até alcançar um novo equilíbrio.
Existem quatro possibilidades de desequilíbrio: a preponderância do Yin (por estar
em excesso, provoca a diminuição do Yang); a preponderância do Yang (o excesso
de Yang consome o Yin); a debilidade de Yin (o Yang apresentará excesso aparente
por se comparar a deficiência de Yin, em relação a uma qualidade); a debilidade de
Yang (o Yin aparentará excesso por se comparar a deficiência de Yang, em relação
a uma qualidade).
d) Intertransformação de Yin e Yang – Yin e Yang se transformam um no
outro, em determinados estágios de desenvolvimento, assim como o verão se
transforma em inverno, a vida em morte e vice-versa.
Para que se ocorra a
transformação do Yin no Yang e vice-versa existem duas condições: primeiro, as
coisas só se modificam por causas internas que estejam amadurecidas, ou seja, no
seu devido tempo e secundariamente as causas externas; segundo, Yin e Yang só
poderão se transformar um no outro quando houver um determinado tempo de
desenvolvimento para que se ocorra a mudança.
As energias Yin e Yang estão no princípio e fim de todas as coisas, incluindo
o ser humano, no entanto, se a lei de variação dessas energias for violada pelo
homem, irão ocorrer doenças com freqüência. Porém se conseguir manter a lei, que
é a raiz de tudo em equilíbrio, manterá sua saúde (WANG, 2001).
Os chineses perceberam que para se viver em harmonia com a natureza, a
energia humana precisa de um equilíbrio (Yin-Yang) (BREVES, 2001).
27
3.4.2 TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS
A teoria dos Cinco Elementos traz como referência a teoria Yin e Yang,
baseou-se na observação da natureza por métodos indutivos e dedutivos, aplicandoa na interpretação das doenças. Esta teoria trouxe novas concepções da doença,
que deixou de ser vista como causa dos espíritos perversos e passou a ter uma
visão naturalista causada pelo estilo de vida (MACIOCIA, 2007).
Para explicar a teoria dos Cinco Elementos, que simbolizam cinco qualidades
que expressam o fenômeno da natureza e seus sabores, Maciocia (2007), prescreve
os escritos de Shang Shu:
“Os Cinco Elementos são Água, Fogo, Madeira, Metal e Terra. A Água
umedece em descida, o Fogo inflama em subida, a Madeira pode ser
dobrada e esticada, o Metal pode ser moldado e endurecido, a Terra
permite a disseminação, o crescimento e a colheita. Aquilo que absorve e
desce (Água) é salgado, o que inflama em subida (Fogo) é amargo, o que
pode ser dobrado e esticado (Madeira) é azedo, o que pode ser moldado e
enrijecido (Metal) é picante e o que permite disseminar, crescer e colher
(Terra) é doce.”
Cada Elemento é representado por uma estação do ano. A Madeira
corresponde à primavera, o Fogo ao verão, o Metal ao outono, a Água ao inverno e
a Terra é a estação tardia, sendo o centro no qual giram os outros elementos
(MACIOCIA, 2007). O organismo humano é regido pelos mesmos princípios da
natureza, influenciando as atividades fisiológicas (WEN, 1985).
Os Cinco Elementos na fisiologia estão relacionados com os órgãos internos,
tecidos, órgãos do sentido, cores, cheiros, gostos e sons e são explicados pelas
seqüências de geração e controle (MACIOCIA, 2007).
Dulcetti (2001) coloca que o Ciclo de Geração segue pelos Elementos em
ciclo geométrico do pentagrama, no qual o Elemento antecessor é a “Mãe” e o
28
sucessor é o “Filho”. Sendo as funções Yin: o Fígado (Madeira) gera o Coração
(Fogo), que gera o Baço e Pâncreas (Terra), que gera o Pulmão (Metal), que gera o
Rim (Água) que gera o Fígado (Madeira). E as funções Yang: a Vesícula Biliar
(Madeira) gera o Intestino Delgado (Fogo), que gera o Estômago (Terra), que gera o
Intestino Grosso (Metal) que gera a Bexiga (Água). O Ciclo de Dominância acontece
quando um Elemento tenta inibir o sucessor do “Filho” para que se permaneça em
equilíbrio, formando a figura de uma estrela no pentagrama. Assim, é chamado
Dominante o Elemento que exerce a ação e Dominado o que recebe a ação,
também chamado de avô/neto. Madeira domina a Água, a Água domina o Fogo, que
domina o Metal, que domina a Madeira. E a Contra Dominância é um ciclo
patológico no qual o Dominado é predominante ao elemento Dominante, ocorrendo
na seguinte ordem: Madeira contra domina Metal; Metal contra domina Fogo; Fogo
contra domina Água; Água contra domina Terra e Terra contra domina Madeira.
Os Cinco Elementos são utilizados no diagnóstico das doenças, baseado na
correspondência entre os elementos e o odor, a cor, o sabor, o som, as emoções e
os climas (MACIOCIA, 2007). A Teoria dos Cinco Elementos e a correlação entre as
doenças fornecem informações precisas no tratamento e controle das doenças,
garantindo um tratamento mais rápido e cura eficaz (WEN, 1985). Os Cinco
Elementos ajudam a compreender as funções do corpo físico, energético e psíquico,
verificando os ciclos de geração, dominância e contra dominância (BREVES, 2001).
Para os orientais, mente, corpo e alma representam uma totalidade
inseparável, numa explicação holística, esotérica da mente, sendo transmitida pelos
mestres o seu controle e desenvolvimento. E enquanto não se resolver a origem
psicológica da doença, a função energética envolvida continuará lesada,
somatizando-se na função dos Cinco Elementos (BREVES, 2001).
29
3.4.3 TEORIA DO ZANG FÚ (ÓRGÃOS-VÍSCERAS)
A teoria do Zan Fú – órgãos e vísceras – estuda a fisiologia das vísceras,
patologias e relações englobando os tecidos, pele, carne, vasos, tendões, ossos,
órgãos dos sentidos, órgãos sexuais e ânus (AUTEROCHE, NAVAILH;1992).
Os órgãos e vísceras, segundo a anatomia chinesa, são classificados em
órgãos cheios (Zang) e órgãos ocos ou vísceras (Fú). Sendo cinco Zang (coração,
fígado, rins, baço e pulmões), com a função de produzir, transformar e armazenar a
energia, o sangue, os líquidos internos e as energias ancestrais e adquiridas e o
Shen (espírito), e têm a característica Yin. E cinco Fú (intestino delgado e grosso,
estômago, bexiga e vesícula biliar), que não armazenam energias, porém a recebem
no momento de transição e são Yang (YAMAMOTO, 1998).
Os Zang Fú têm a função de receber o ar, os alimentos e as bebidas do meio
externo para transformá-la em substâncias, para isso são excretados os supérfluos
e assim a substância circula por dentro de todo o corpo e superfície. Os Zang
separam os produtos impuros dos Fú em substâncias puras dos quais armazenam e
liberam. Os cinco Zang são mais importantes que os sistemas Fú devido à
percepção dos padrões de doença que dão o diagnóstico e tratamento da Medicina
Tradicional Chinesa (MTC) (ROSS, 1985). Os Fú completam o trabalho dos Zang,
funcionando como seu assistente (DULCETTI, 2001).
Yamamoto (1998) descreve a função de cada órgão e víscera de acordo com
sua função energética. O Coração comanda os vasos sanguíneos, a atividade
cardíaca, movimenta e rege o sangue, é a morada do “Shen” (espírito), manifesta-se
na língua. O Baço transforma a essência dos alimentos, transporta a essência até os
pulmões, mantém o sangue nos vasos, comanda a carne e os membros, se abre na
boca. Os Pulmões distribuem a energia, refrescam os aquecedores, controlam a
descida e a eliminação, manifesta-se na pele e se abre no nariz. Os Rins
armazenam a essência, governam as águas do corpo, recebem a energia, regem o
crescimento e a reprodução, governam os ossos e abrem-se nos ouvidos. O fígado
30
assegura o fluxo da energia e das emoções, armazena o sangue, comanda os
tendões e se abre nos olhos. As vísceras se relacionam de modo geral com o
processo digestivo recebendo e colhendo a essência. A energia pura se distribui
pelo corpo e os detritos são eliminados, impedindo que resíduos tóxicos se
acumulem no corpo, causando a estagnação da circulação das energias.
O conceito de órgãos e vísceras na MTC vai além das concepções ocidentais
que se restringem à fisiologia. A concepção oriental apresenta a integração dos
fenômenos energéticos, que agem nas manifestações somáticas e mentais. Ambas
são aliadas ao corpo físico e constituem o Zang Fú (YAMAMURA, 2004). O
desequilíbrio emocional pode provocar ou aumentar a desarmonia dos Zang Fú,
assim como os distúrbios do Zang Fú podem resultar em distúrbio emocional,
manifestando-se no comportamento (ROSS, 1985).
31
3.4.4 MATRIZ EMOCIONAL
Na Medicina Tradicional Chinesa (MTC) são consideradas doze funções da
fisiologia e cinco delas estão sob o controle dos cinco órgãos mais importantes do
corpo: o coração, o fígado, o baço-pâncreas, o pulmão e o rim. Cada um desses
cinco órgãos é nutrido pelo sangue e pela energia. O sangue é veiculado pelos
vasos, a energia pelo meridiano e seu trajeto interno, levando o que é preciso para
que o órgão funcione. Cada órgão desempenha o papel que lhe é próprio: o pulmão
respira, o coração faz circular, o rim elimina etc. Mas além da função fisiológica, na
teoria chinesa cada órgão elabora uma energia específica, uma energia essencial,
pura, preciosa, chamada Jing; que circula nos meridianos. Os meridianos vão até o
órgão e a víscera correspondente e depois passam ao coração e sobem até o
cérebro (REQUENA, 1990). O cérebro é considerado um transformador energético
coordenado pela função do coração, capta a essência Jing, as quais serão
impregnadas pelos espíritos ou estrutura mental, para desenvolver funções
cerebrais como o pensamento e a percepção (DULCETTI, 2001).
O coração, para a MTC, é o grande sintetizador, o ampliador das emoções, é
ele quem leva a energia psíquica para o cérebro através da corrente sanguínea,
sendo considerado o Imperador, pois as outras funções (rim, fígado, baço-pâncreas
e pulmão) são os ministros a serviço do Imperador (BREVES, 2001).
O Jing é elaborado em cada órgão e irá, através dos meridianos, ser levado
ao coração que irá desempenhar a grande função de elaborar a essência de
natureza psíquica que subirá até o cérebro, sendo cada essência psíquica diferente
conforme o órgão. A elaboração do Jing é chamada de Shen (essências psíquicas)
com letra maiúscula e shen em letra minúscula para indicar as cinco essências.
(REQUENA, 1990).
Requena (1990) coloca que o conjunto dos cinco shen e as cinco emoções
fundamentais, forma o Shen dos indivíduos, sob o controle do coração, sendo:
a) Shen (Coração): alegria; governa as emoções.
32
b) Yi (Baço): reflexão; governa a reflexão.
c) Po (Pulmão): tristeza; governa o movimento de interiorização.
d) Zhi (Rim): medo; governa a vontade de sobrevivência do indivíduo e da
espécie.
e) Hun (Fígado): cólera; governa o movimento psíquico de exteriorização.
Ross (1985) explica o sentimento de cada órgão: Os Rins têm como
sentimento o medo, estão fortemente ligados à autopreservação, à vontade ou ao
desejo de viver e dependendo do grau de estímulo de pavor e terror pode ocorrer
uma perda temporária do controle de evacuação e micção, perda da mobilidade,
paralisia ou tentativa de fuga. O Fígado tem como sentimento a raiva que se
manifesta por uma explosão violenta da emoção, acompanhada pelo grito, pela
mudança da cor do rosto e de tremores dos músculos. No Coração, o sentimento é
a alegria que leva a leveza, geralmente após a resolução de um processo de
frustração e dificuldade, ou também pode estar relacionada com a excitação, o riso,
a conversa e a atividade social, com vários níveis e modos de exteriorização. O
Baço-Pâncreas está relacionado com a melancolia, a cogitação, a contemplação e a
meditação. No entanto, pensar, estudar, preocupar-se em excesso prejudicam o
Baço-Pâncreas podendo afetar as funções de transformação e transporte que
envolve a digestão. O Pulmão tem como sentimento a mágoa, a dor da perda de
deixar de ir, associada com a angústia, a melancolia e a solidão.
Breves (2001) descreve as características de excesso e insuficiência de cada
órgão, na matriz emocional: o Coração em excesso apresenta excitação mental,
alegria e risos exagerados; e na insuficiência, abatimento, queixas, incapacidade de
esforço físico e mental. O Baço-Pâncreas em excesso apresenta obsessões
voltadas para o passado, idéias fixas, repetições nos assuntos. Na insuficiência,
memória fraca, esquecimentos, ausência de desejo, desgosto, ansiedade. Os
Pulmões em excesso apresenta agressividade, obsessão do futuro, tristeza,
romantismo. Na insuficiência, perda de reflexo e do instinto de conservação,
indiferença pelas coisas, suicida em potencial. Os Rins em excesso apresentam
ousadia e autoritarismo. Na insuficiência, angústia, medo, ausência de propósito e
33
fraqueza de caráter. E o Fígado em excesso apresenta irritabilidade e cólera. Na
insuficiência, falta de imaginação e de coordenação de idéias.
Um excesso ou insuficiência de atividade de um órgão produz o excesso ou
insuficiência de sua essência, que manifestará no comportamento, na capacidade
de agir em seu meio, de agredir, ou de se defender, e leva à timidez, à ansiedade, e
à falta de confiança em si (REQUENA, 1990).
Wang (2001) ao relatar os escritos do Imperador Amarelo relaciona o ser
humano com o universo; entre suas comparações coloca que há cinco tons musicais
no universo, o homem tem cinco órgãos sólidos responsáveis pelo armazenamento
das atividades mentais (o fígado armazena a alma, o coração armazena o espírito, o
baço armazena a consciência, os pulmões armazenam o espírito inferior, os rins
armazenam a vontade). Assim as energias Yin e Yang do universo se comunicam
entre todas as coisas, incluindo o homem, e vice-versa.
Breves (2001) coloca que, segundo a MTC, o homem saudável deve permitir
a livre circulação das energias, possuindo os cinco sentimentos equilibrados, ou
seja, rir, chorar, temer, encolerizar-se e refletir, pois para cada ocasião em nosso
ambiente, haverá um sentimento correspondente. Se o sentimento manifestado não
estiver de acordo com a ocasião, como por exemplo, quando alguém vai a uma festa
e ao invés de manifestar alegria, fica emburrado em um canto, isso denota
desequilíbrio. Por isso devemos deixar os sentimentos fluírem, e não reprimir as
energias dos sentimentos.
“Quando a energia humana entra em contato com o universo, o
temperamento humano estará vívido e refrescante (...)”, manterá a calma, livre das
perturbações do excesso de alegria ou de raiva, isso se dará a habilidade de se
adaptar às variações das quatro estações, preservando sua saúde (WANG, 2001).
“A Medicina Ttradicional Chinesa observa as emoções como uma parte
inseparável e integrante da esfera de ação dos órgãos internos.” (MACIOCIA, 2007).
34
3.4.5 PADRÕES DE SÍNDROMES
Na Medicina Tradicional Chinesa (MTC), as doenças podem ser constituídas
pelos fatores patogênicos externos ou fatores climáticos, fatores patogênicos
internos ou fatores emocionais ou os fatores causados pelo estilo de vida. Os fatores
patogênicos externos são apresentados como vento, frio, calor umidade, secura e
calor de verão, significando um fator ambiental real e uma reação patológica do
corpo. Por exemplo: o vento calor se manifesta com febre e calafrios e o calor se
manifesta apenas com febre. Os fatores patogênicos internos são apresentados
como emoções e abrangem a personalidade incluindo os sentimentos, os
pensamentos e o comportamento. Por exemplo: o elemento madeira (referente à
teoria dos cinco elementos) tem um grupo de emoções, não se limitando à raiva,
mas apresenta também impaciência, irritabilidade, intolerância, hipersensibilidade,
incerteza, dúvida sobre si mesmo, frustração, depressão e ressentimento. Os fatores
de estilo de vida não se incluem aos fatores internos ou externos; estão
relacionados com as compensações excessivas, como: comida, fama, drogas,
posses, sexo, dinheiro, doença, trabalho excessivo, etc. (ROSS, 2003).
Wang (2001) relata que a invasão pelo frio se caracteriza por inquietação,
estado de alerta, a energia yang se torna instável. Quando a invasão ocorre pelo
calor, ocorrerá suor em demasia, irritabilidade, respiração rápida e com ruídos. No
entanto se o calor invasor afetar o espírito, apresentará respiração curta, ofegante,
terá sede e seu corpo ficará quente. O calor perverso estagnado só poderá ser
disperso pela transpiração. No caso de umidade perversa, a cabeça ficará pesada, e
se for prolongada se tornará calor, do qual lesará o yin do sangue, causando
desnutrição dos tendões. As invasões pelo vento perverso causarão inchaço, e as
quatro
extremidades
ficarão
inchadas
alternadamente,
demonstrando
o
esgotamento da energia yang.
Na debilidade dos canais do sistema de energia, o frio perverso invade os
órgãos sólidos e os ocos. Os órgãos sólidos têm a função da atividade mental, e
35
quando invadidos pelo frio perverso, o espírito perderá sua quietude, ocorrendo
síndromes de bravura (devido ao coração) e timidez (devido ao fígado). Ou seja, a
energia yang ficará lesada e não poderá apoiar o espírito (WANG, 2001).
36
3.4.6 PROCESSO DE ADOECIMENTO NA MEDICINA TRADICIONAL
CHINESA
Na Medicina Tradicional Chinesa (MTC) o ser humano possui dois aspectos
fundamentais: o Qi (Energia) e a Matéria (corpo físico), na concepção do Yin-Yang.
A energia do corpo humano é proveniente da respiração e da alimentação, que
assimilada no tubo digestivo é distribuída por todo o organismo através dos Canais
de Energia, com a função de nutrir o corpo e promover sua defesa (YAMAMURA,
2004).
Segundo Dulcetti (2001) todas as doenças são causadas por distúrbios das
energias no organismo, que dessincronizam as energias Yin-Yang, ocasionadas
pelas falhas e por alterações do psiquismo ou Shen, o controlador e organizador de
todo o equilíbrio energético, orgânico e psíquico.
Breves (2001) coloca que todas as doenças possuem origem numa energia
desequilibrada. Os sintomas podem ser observados nos níveis energético,
fisiológico e físico, os exclusivamente psíquicos não são observáveis por ser
imaterial. As energias perversas antes de se instalarem precisam vencer as
barreiras de defesa do organismo através dos meridianos, e quanto mais equilibrado
estiver o psíquico, mas difícil será a invasão. Porém se um fator psíquico (medo,
cólera, alegria, reflexão, melancolia) estiver afetado, as energias (vento, calor, fogo,
sequidão, umidade e frio) podem ocasionar a doença.
O processo de adoecimento está relacionado com o corpo, os fatores de
doença e o padrão de desarmonia, entrelaçados entre si. Os fatores de doença são
os originadores ou precipitadores associados com a origem da doença. O padrão de
desarmonia é o complexo de mudanças patológicas internas e externas associada
com os fatores de doença que provocam o desequilíbrio na interação entre o corpo e
o meio ambiente. O corpo é a base para a vida física, emocional, mental e espiritual,
em uma estrutura organizacional. (ROSS, 1985).
37
Para Yamamura (2004) o processo de adoecimento inicia-se quando algum
agente causador de doença como: alimentação desregrada, emoções reprimidas,
estresse, fadigas, drogas, entre outras, desarmoniza o sistema energético humano,
ocasionando um desequilíbrio Yin-Yang dos Zang Fú (órgãos e vísceras), causado
por fatores de doença, que vão se instalando e aprofundando-se. O processo de
adoecimento, a longo prazo vai afetando o organismo e se manifestará como
doença, que segundo a MTC, sua evolução é de longa duração (10 a 20 anos),
processando-se em três estágios: energético, funcional e orgânico. As doenças
prolongadas farão com que os fatores perversos sejam transmitidos para o interior
causando mudanças, porém, nas condições sérias, as energias yin e yang não
serão capazes de se comunicar, causando o acúmulo da energia yang e
consequentemente o acometimento por uma enfermidade fatal (WANG, 2001).
Ross (1985) coloca que os fatores de doença (externos, internos e mistos)
estão no interrelacionamento entre o indivíduo e o meio ambiente. Os fatores
externos são aqueles que surgem do ambiente. A MTC considera o clima como a
mais importante fonte externa de origem dos fatores de doença. Os climas são:
vento, frio, calor, umidade, secura e calor de verão. Os fatores internos que surgem
de dentro do corpo como origem de doenças, referem-se às emoções: alegria, raiva,
preocupação, mágoa, medo, temor e aflição; quando em desequilíbrio emocional
afetará as funções do corpo. Os fatores mistos que participam os fatores internos e
externos
incluem
a
nutrição,
ocupação,
trabalho
em
excesso,
exercício,
relacionamentos, sexo, trauma e parasitas (ROSS, 1985).
O estágio energético de adoecimento ocorre quando se estabelece um
desequilíbrio Yin-Yang nos Zang Fú acometidos pelos agentes causadores de
doença a uma perda de energia, alterando o Qi (Energia). Na maioria das vezes
esta perda de Qi (Energia) está relacionada com o Shen (Mente), e o corpo humano
se manifesta no exterior, informando o desequilíbrio energético através de
manifestações como: cansaço, cefaléia, mal estar, enjôo, etc. Porém estas
manifestações não atingiram ainda as alterações funcionais, sendo considerado
psicossomático para a medicina ocidental. (YAMAMURA, 2004). Os “Espíritos”
(Shen = psiquismo, mental), é o principal comando do organismo humano; é ele que
promove toda a circulação energética; se esta circulação desequilibrar-se, poderá
38
ocorrer a entrada de energias “perversas”, consideradas patogênicas (DULCETTI,
2001).
No estágio funcional do adoecimento os Zang Fú estão acometidos por
desequilíbrio energético mais acentuado e prolongado. Os Zang Fú passa a ser
afetado por deficiência ou plenitude, descompensando suas atividades funcionais.
No entanto, mantém-se preservada a integridade da estruturação do corpo, mas
suas funções encontram-se hiper ou hipoativas. As manifestações dos distúrbios
dos Zang Fú apresentam exames laboratoriais alterados, porém sem manifestações
anatomopatológico. No estágio orgânico do adoecimento, as alterações energéticas
e funcionais acometem as estruturas orgânicas que são detectáveis nos exames
anatomopatológicos (YAMAMURA, 2004).
As emoções se tornam causas de doença quando forem duradouras ou
intensas. As emoções como causas de doença são estímulos mentais que
perturbam a Mente (Shen), a Alma Etérea (Hun) e a Alma Corpórea (Po), que por
meio destas, alteram o equilíbrio dos órgãos internos. A tensão emocional é uma
causa interior de doença que prejudica os órgãos internos, ao contrário dos fatores
externos que só causam a desarmonia interior depois de atravessar a fase da
desarmonia exterior, porém os órgãos internos afetam o estado emocional quando
apresentam desarmonia de deficiência ou excesso (MACIOCIA, 2007).
Dulcetti (2001) coloca que cada indivíduo, como resultado das interações de
personalidade (energias individuais), apresenta o seu próprio distúrbio energético
causador do rompimento de harmonia. E cita Nei Jing que diz: “Cada um é doente a
sua maneira”; e Da Cheng que diz: “para uma mesma doença, o tratamento em
cada paciente é diferente.” A compreensão do processo de adoecimento e seus
estágios é muito importante porque na MTC, cada doente é tratado de forma
específica, ou seja trata-se o doente e não a doença (YAMAMURA, 2004).
39
3.5 ACUPUNTURA NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO
A depressão é uma experiência subjetiva de se sentir abatido, negativo,
miserável, melancólico e incapaz de enfrentar a vida. Normalmente está associada
com Deficiência, quando não existe energia suficiente para sentimentos positivos, ou
também pode estar associada com o Excesso, como a depressão maníaca, ou com
a Irregularidade que apresenta depressão acompanhada de ansiedade. A
Estagnação ocorre quando existe energia, mas o fluxo de energia e das emoções
está bloqueado (ROSS, 2003).
É emotivo um paciente cuja comoção interna é superior à excitação, como um
sobressalto ao menor ruído, ele vibra por nada ou pouca coisa e reage ao meio
ambiente, às suas impressões internas, seja um estado excitado e entusiasmado, ou
na hipersensibilidade. Não cessa de sentir ressentimentos, de desejar, de se
entusiasmar, de temer, de se espantar, de se indignar, de esperar ou desesperar
(REQUENA, 1990).
A ausência da manifestação da emoção, pela repressão ou Deficiência pode
ser caracterizada por Yin e o Excesso como Yang. No entanto cada emoção tem
seus aspectos Yin e Yang, podendo se transformar um no outro, assim a frustração
pode se transformar tanto em raiva como em depressão (ROSS, 1985). A depressão
em si é Yin, mas a depressão decorrente da Estagnação é Yang, pois a energia
encontra-se bloqueada (ROSS, 2003).
A depressão decorrente da Deficiência do Qi (Energia) e do Yang do Rim
pode apresentar sinais como exaustão, frio, debilidade da região lombar, micção
freqüente e impotência. E o princípio de tratamento é tonificar (dar energia) a
Deficiência (ROSS, 2003). Maciocia (2005) coloca que a Deficiência do Yang do Rim
apresenta-se na depressão, além dos sinais citados acima, acrescenta a falta de
motivação, falta de força de vontade, falta de iniciativa, vontade de ficar encolhido,
joelhos frios e fracos, urina clara e abundante, micção à noite, diminuição da libido,
língua pálida e úmida, pulso profundo-fraco.
40
A depressão ligada à Estagnação em um ou mais sistemas de órgãos pode
apresentar sensação de cansaço físico, por não ser uma Deficiência real, sendo
aliviada pelo movimento físico. O princípio de tratamento é mover o Qi (Energia)
(ROSS, 2003).
Segundo Ross (2003) as causas mais comuns da depressão ocorrem por
Deficiência e Estagnação, podendo ser combinadas com:
a) Deficiência e Estagnação do Qi (Energia) do Rim: pouca energia,
constitucional ou por uso excessivo, mas vontade forte. Depressão por não
conseguir atingir os objetivos.
b) Deficiência e Estagnação do Qi (Energia) do Fígado: falta de
planejamento e decisões insensatas levam à depressão com sentimento de
obstrução e incapacidade de habilidades para reverte a situação.
c) Deficiência e Estagnação do Qi (Energia) do Coração: necessidade de
calor humano e de afeto, tímido, constrangido, dificuldade de comunicação e iniciar
relacionamentos, apresenta sentimento de estar preso.
O tratamento depende da condição dominante, Deficiência ou Estagnação e
quando ocorrem simultaneamente, deve-se reduzir a inibição, Tonificar (dar energia)
o que está Deficiente e mover a Estagnação (ROSS, 2003).
Segundo Ross (2003) Deficiência do Yang do Coração tem como sinais e
sintomas a falta de alegria, a solidão, a falta de interesse na vida, a sensação de
não ser amado e de não ser digno de ser amado. Maciocia (2005) coloca que a
depressão pela Deficiência do Yang do Coração, apresenta falta de motivação,
tendência a se assustar facilmente, palpitações, respiração curta após esforço,
cansaço, transpiração espontânea, desconforto na região cárdia, sensação de frio,
mãos frias. O pulso para Ross (2003) é vazio ou fino, profundo, lento. A língua
apresentara pálida, flácida, talvez encovada na ponta. E para Maciocia (2005) o
pulso é profundo-fraco e língua pálida. Ross (2003) apresenta como tratamento a
combinação dos pontos: VC 4, VC 17, E 36, BP 6, C 7, C 8 em tonificação
(aumentar energia).
41
Na Estagnação do Qi (Energia) do Coração, Ross (2003) apresenta como
sinais e sintomas a frustração nos relacionamentos por dificuldade em expressar
cordialidade e sentimentos, com tristeza e aflição. Maciocia (2005) relata depressão,
agitação mental, insônia, sensação de agitação ao anoitecer, sonhos excessivos,
palpitações, dor no tórax em punhalada que pode irradiar-se para o aspecto interno
do braço esquerdo ou ombro, sensação de opressão ou constrição do tórax, cianose
dos lábios e das unhas, mãos frias. Segundo Ross (2003) o pulso é retardado ou em
corda, talvez áspero e a língua terá vários tipos, talvez violácea e pálida na ponta.
Maciocia (2006) concorda com Ross (2003) ao dizer que o pulso é áspero e em
corda e língua violácea. Os pontos a serem aplicados segundo Ross (2003) são: VC
17, B 14, B 44, BP 4, CS 6, C 5 em dispersão (tirar energia).
Deficiência do Qi (Energia) do Baço, para Ross (2003) os sinais e sintomas
são preocupação e questionamentos mentais, excesso de raciocínio sem ação.
Pulso apresenta-se vazio ou fino, talvez áspero e profundo, e língua pálida, talvez
fina e seca. Os pontos a serem aplicados são; VG 20, yintang, VC 4, E36, E45, BP
1, BP 2 em tonificação (aumentar a energia).
Estagnação do Qi (Energia) do Baço, para Ross (2003) os sinais e sintomas
são isolamento, comportamento possessivo e dependente, dominadores, invasivos e
queixosos. O pulso apresenta-se escorregadio, talvez cheio ou com fluxo
abundante, com vazio de base, e língua pálida, flácida ou aumentada, talvez sulco
profundo na área do Baço. Os pontos a serem aplicados são: VC 12, E 40, E 45, F1,
F 3, F 13 em harmonização (equilibrar a energia).
Deficiência do Qi (Energia) do Pulmão, segundo Ross (2003) os sinais e
sintomas são recolhimento e falta de participação no presente, dificuldade ou medo
de formar vínculos duradouros, vive das lembranças do passado. O pulso
apresenta-se vazio, profundo e a língua pálida, flácida talvez encovada na área do
Pulmão. Os pontos a serem aplicados são: VC 4, VC 17, E 36, R 3, P 1, P 9, P 10
tonificando (aumentar a energia).
Estagnação do Qi (Energia) do Pulmão, segundo Ross (2003) os sinais e
sintomas são pesar reprimido, apego dos relacionamentos antigos, dificuldade com
perdas. Para Maciocia (2005) são irritabilidade branda, acessos de choro, tristeza,
42
depressão, sensação de bolo na garganta, dificuldade para engolir, sensação de
opressão ou distensão do tórax, ligeira falta de ar. O pulso para Ross (2003)
apresenta-se retardado, talvez com fluxo abundante, profundo e língua pálida ou
violácea. Para Maciocia (2005) o pulso é ligeiramente tenso na posição anterior
direita e língua ligeiramente vermelha nas laterais das áreas do tórax. Segundo
Ross (2003) os pontos a serem aplicados são: VC 17, E 40, B 13, B 42 em
dispersão e Moxa; P 1, P7, CS 6 em dispersão (tirar energia).
Deficiência do Yang e do Qi (Energia) do Rim, segundo Ross (2003) os sinais
e sintomas são desmoronamento da personalidade, desistiu da vida, perda total do
controle, falta de força de vontade, apático. O pulso apresenta-se vazio ou fino,
áspero, talvez disperso, e a língua pálida, flácida, úmida. Os pontos a serem
aplicados são: VG 20, VC 4, R 2, R 7, E 36, C 8 em tonificação com moxa (aumentar
a energia) e R 1 apenas com Moxa.
Excesso de vontade do Rim e Deficiência do Qi (Energia) do Rim, segundo
Ross (2003) os sinais e sintomas são desapontamentos contínuos em decorrência
da vontade ser mais forte que as reservas de energia, ou pelas ambições fora da
realidade, talvez depleção das energias. O pulso apresenta-se em corda, fino,
áspero, variável, talvez com fluxo abundante, e língua pálida, flácida, talvez pontos
vermelhos. Os pontos a serem trabalhados são: VG 20, E 36, R 3, B 64 em
tonificação e Moxa (aumentar a energia) e B 2 apenas em tonificação (aumentar a
energia).
Deficiência do Qi (Energia) em Fígado - Vesícula Biliar, segundo Ross (2003)
os sinais e sintomas são dúvida sobre si mesmo, incerteza, insegurança,
suscetibilidade e hipersensibilidade com depressão e um sentido muito limitado de
si. O pulso apresenta-se vazio ou fino, áspero, talvez variável ou retardado, a língua
pálida, talvez fina, talvez pontos vermelhos nas bordas. Os pontos a serem aplicado
são: VG 20, VC 4, VB 13, VB 40, TA 4, R3 em tonificação (aumentar a energia).
Estagnação do Qi (Energia) do Fígado, segundo Ross (2003) os sinais e
sintomas são depressão e frustração, sente-se bloqueado pelas circunstâncias,
gosto pelo movimento e aversão em ficar parado, zangado e irritável. Para Maciocia
(2005) apresenta depressão, mau humor, irritabilidade, ansiedade, frustração,
43
tensão nervosa, distensão nervosa, distensão no hipocôndrio, sensação de bolo na
garganta, tensão pré-menstrual e o pulso em corda. Para Ross (2003) o pulso
apresenta-se em corda, talvez lento ou rápido, cheio ou vazio, e a língua violácea,
talvez vermelha ou pontos vermelhos nas bordas. Os pontos a serem aplicados são:
VC 6, VC 17, F 1, F 3, F 14, CS 1, CS 6 em dispersão (tirar energia).
Estagnação do Qi (Energia) do Fígado / Fogo do Fígado, segundo Ross
(2003) os sinais e sintomas são alternação entre depressão e agressividade e raiva,
alternação de raiva reprimida com raiva expressa. O pulso apresenta-se em corda,
cheio ou com fluxo abundante, talvez rápido, e língua violácea, vermelha, talvez
desviada ou trêmula. Os pontos a serem aplicados são: F2, F 14, CS 8 em
dispersão (tirar energia); VG 20, VC 6, BP 6 harmonizando (equilibrar energia). Caso
o paciente apresente raiva ou proporção a cólera, acrescentar ao protocolo acima +
R 1 e F1 em dispersão.
Fogo por Deficiência do Coração / Fogo do Coração, segundo Ross (2003),
os sinais e sintomas são depressão maníaca, alternação de hilaridade e
sociabilidade com depressão apresentando tendência suicida. O pulso apresenta se
rápido, cheio ou vazio, talvez irregular ou escorregadio, e a língua vermelha,
especialmente na ponta, talvez trêmula, talvez saburra gordurosa. Os pontos para
aplicação são: VC 17, CS 6, C 3, C 8 em harmonização (equilibrar a energia) e BP
6, R3 em tonificação (dar energia); para fase maníaca da depressão, acrescentar ao
protocolo + VG 20 e R 1 dispersando (tirar energia) e para fase maníaca grave da
depressão, acrescentar + E 36 e C 7 em tonificação (dar energia); para fase
depressiva acrescentar + VC 4 tonificando (dar energia) e para fase depressiva
grave acrescentar + R 1 com Moxa em tonificação (dar energia).
Deficiência do Yang do Coração e do Rim / Deficiência do Yim do Coração e
do Rim, segundo Ross (2003) os sinais e sintomas são cansaço com sensação de
frio, alternando com ansiedade e inquietação, insônia e sensação de calor. O pulso
apresenta freqüência variável, fino ou vazio, talvez irregular, e a língua pálida com
ponta vermelha, talvez marcas dos dentes e trêmula. Os pontos para aplicação são:
VC 4, VC 17, E 36, BP 6 em tonificação (dar energia) + VC 14, C 6 harmonizando
44
(equilibrando a energia); R 6 tonificando (dar energia) para ansiedade; e acrescentar
+ VG 20, R 4, C 8 tonificando (dar energia) para depressão.
Deficiência de Qi (Energia), Sangue e Yin do Coração, segundo Ross (2003),
os sinais e sintomas são ansiedade, depressão, labilidade emocional, fraqueza e
nervosismo, facilmente se cansa e fica emocionalmente perturbado. O pulso
apresenta-se fino, áspero, talvez irregular, móvel ou variável, e língua pálida, fina
com ponta vermelha e forma irregular na ponta. Os pontos a serem aplicados são:
VC 4, E 36 em tonificação (dar energia); VC 14, VC 24, BP 4, CS 6 em
harmonização (equilibrar energia).
Deficiência de Qi (Energia) e de Sangue, segundo Ross (2003), os sinais e
sintomas são ansiedade e depressão com exaustão, fraqueza e talvez tontura, por
exemplo, após parto. O pulso apresenta-se vazio, fino ou pequeno, áspero,
profundo, e língua pálida, flácida, marcas dos dentes. Os pontos a serem aplicados
são: VG 20, VC 4, VC 12, VC 17, E 36, BP 6, F 8, IG 4 em tonificação (dar energia),
alternar com os pontos: VG 4, B 15, B 20, B 23, BP 6 IG 4 em tonificação (dar
energia).
A acupuntura promove o reequilíbrio e a manutenção energética do
organismo, intermediando as energias do alto/baixo ou celestes / terrestres (Yin/
Yang) recebidas pelo homem, através da aplicação das agulhas. (DULCETTI, 2001).
Wen (1985) relata que pesquisas apontam a ação da acupuntura na alteração
da circulação sanguínea, em pontos que promovem a liberação de hormônios, em
agressões externas aumenta a resistência do organismo, estimula o hipotálamo e a
hipófise promovendo o metabolismo que é indispensável no processo de cura.
Cabe ao acupunturista a habilidade de perceber o fluxo energético dentro do
corpo do paciente para modificá-lo ou redirecioná-lo, para que haja energia para
efetivar a cura (ROSS, 2003).
45
4. DISCUSSÃO
No levantamento bibliográfico para a realização deste trabalho, foi constatado
que a depressão é uma doença que atinge grande número de pessoas,
apresentando-se com alto grau de incapacitação e índice de suicídio.
A depressão é uma doença comum, com alta morbidade e mortalidade, com
consequências que atinge tanto o indivíduo como a sociedade e de elevado custo a
saúde pública. No entanto, “conhecer a efetividade das alternativas terapêuticas
atualmente disponíveis é essencial” LIMA et al (2004).
Allen et al. (2006) abordam em seus estudos, que o transtorno depressivo é
um dos problemas mais comuns para que as pessoas busquem complementar o
tratamento com a medicina alternativa. Eles avaliaram a eficácia da acupuntura no
tratamento da depressão, mostrando que os pontos válidos podem proporcionar um
controle ativo e potencialmente terapêutico.
Assim a acupuntura se apresenta
como um tratamento alternativo que atua tanto na prevenção quanto na doença já
estabelecida, não ocorrendo efeitos colaterais indesejáveis como os causados pelos
psicofármacos, sendo de baixo custo e de fácil aceitação, devido a sua eficácia.
Esta afirmação corrobora com os achados por Wen (1985) e Gallagher et al (2002),
no qual os autores colocam que a acupuntura também realiza um tratamento de
manutenção a longo prazo e econômico, independente da modalidade de tratamento
inicial.
A procura por técnicas alternativas, como a acupuntura, tem aumentado tanto
nos países orientais, como em países ocidentais (MUKAINO et al., 2005). Logo,
conhecer a técnica da acupuntura, principalmente no que se diz respeito à
depressão, como foi proposto neste trabalho, é de extrema importância para aqueles
que sofrem do transtorno depressivo bem como para os profissionais que optam
pela acupuntura como tratamento e prevenção, podendo ser, de acordo com
Gallagher et al. (2002), uma alternativa promissora para aqueles que rejeitam, os
46
que não mostram uma resposta adequada ou para pessoas frágeis (idosos e
gestantes) aos tratamentos convencionais.
Manber; Allen; Morris (2002) abordaram em seu estudo que para a MTC a
depressão não é apenas uma categoria de doença e sim um desequilíbrio
energético, o que corrobora com diversos autores de livros (ROSS, 2003;
MACIOCIA, 2007; YAMAMURA, 2004; WEN, 1985 e outros). Isto demonstra que
estes conhecimentos, vêm sendo a cada dia mais utilizados e atribuindo
consideráveis benefícios no tratamento, na prevenção e na cura de doenças, e que
devem ser respeitados de acordo com sua história e método.
Segundo Mukaino et al. (2005), 9% dos pacientes submetidos à acupuntura
no Reino Unido, têm como queixa desordens emocionais, psicológicas e espirituais
e a acupuntura vem sendo uma modalidade promissora na eficácia do tratamento da
depressão, tendo atraído recentemente a atenção de investigadores convencionais.
No entanto, a escassez de estudos científicos sobre a acupuntura dificulta um
consenso da sua eficácia como método alternativo para o tratamento da depressão.
Sendo assim, o presente estudo se torna ainda mais relevante, pois levantou o que
se encontrava disponível na literatura científica a respeito do assunto e se tornou
mais uma fonte bibliográfica para tal, uma vez que de acordo com Mukaino et al.
(2005), embora os tratamentos convencionais para a depressão apresentarem
eficiência, muitas pessoas abandonam o tratamento por causa do efeito
psicoterápico adversos. Possibilitar a acupuntura no tratamento da depressão,
atribui aos portadores deste transtorno à possibilidade de garantir a qualidade de
vida, já que as emoções interferem significativamente nas funções do organismo, e
o tratamento não causa efeito adverso, e proporciona o reequilíbrio energético.
47
CONCLUSÃO
Este trabalho objetivou a análise sobre a importância da acupuntura na
prevenção e tratamento da depressão, através de levantamento bibliográfico.
O comprometimento significativo da incapacitação causada pela depressão e
o crescente número de portadores da doença, torna necessária à busca por
alternativas de tratamento para o controle e cura desta doença tão comum e
prejudicial entre nós, sendo a acupuntura um recurso promissor aos portadores
desta patologia.
A Medicina Tradicional Chinesa e especificamente a acupuntura, têm
demonstrado grandes benefícios para a saúde como um todo e representa uma
alternativa para a prevenção e para o tratamento suporte da depressão, melhorando
a qualidade de vida de quem se utiliza de suas técnicas.
A acupuntura enfatiza o tratamento da pessoa de maneira individual e
particular em seu aspecto de desequilíbrio energético, pois cada pessoa é única,
assim, para cada pessoa a um tipo de tratamento. No entanto, devido à
particularidade de cada indivíduo, os estudos práticos que proponham protocolos de
tratamento para a depressão se apresentam insuficientes, devido à dificuldade de se
enquadrá-los em protocolos científicos do ocidente, o que corrobora para a
escassez de artigos científicos disponíveis para a pesquisa do presente estudo. Em
literatura foram encontrados somente dois autores que se propuseram a falar sobre
o assunto; demonstrando-se a importância da realização de novos estudos clínico
práticos.
48
Referências
ALLEN, J. J. B.; SCHNYER, R. N.; CHAMBERS, A. S. et al. Acupuncture for
depression: a randomized controlled trial. 2006. J Clin Psychiatry 67: 1665 – 1673.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. DSM – IV: Manual de Diagnóstico e
Estatística
das
Perturbações
Mentais.
4.ed.,
1994.
Disponível
http://www.psicologia.com.pt/instrumentos/dsm_cid/dsm.php acessado em junho de
2010.
AUTEROCHE, B.; NAVAILH, P. O diagnóstico na medicina chinesa. São Paulo:
Andrei; 1992. 420 p.
BREVES, R. Acupuntura tradicional chinesa. São Paulo: Robe; 2001. 304 p.
CECHINATO, L.; NOVARETTI, T. Como sair da depressão. Petrópolis-RJ: Vozes,
2002. 101 p.
DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais.
Porto Alegre: Artmed, 2008. 440 p.
49
DULCETTI JR, O. Pequeno tratado de acupuntura tradicional chinesa. São
Paulo: Andrei, 2001. 257 p.
FENNELL, M. J. V. Depressão. In: HAWTON, K. (Org.). Terapia cognitivo
comportamental para problemas psiquiátricos. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
614 p.
GALLAGHER, S. M.; HITT, S. K. ; SCHNEYER,R.N. et al. Six-month depression
relapse rates among women treated with acupuncture. 2002. Department of
Psychology, University. 9: 216-218.
JONES, M. C. Como enfrentar a depressão. 7. ed. , Petrópolis: Vozes, 2001. 69 p.
LIMA, M. S. KNAPP, P.; BLAYA, C. et al. Depressão. In: KNAPP, P. (Org.). Terapia
cognitivo-comportamental na prática psiquiátrica. Porto Alegre: Artmed, 2004.
520 p.
MACIOCIA, G. Os fundamentos da medicina chinesa. 2. ed., São Paulo: Roca,
2007. 967p.
50
____________ Diagnóstico na medicina chinesa. São Paulo: Roca, 2005. 992 p.
MANBER, R.; ALLEN, J. J. B.; MORRIS, M. M. Alternative treatments for
depression: empirical support and relevance to women. 2002. J Clin Psychiatry 63:
628 – 640.
MUKAINO, Y.; PARK J.; WHITE, ERNST, E. The effectiveness of acupuncture
for depression – a systematic review of randomised controlled trials. 2005.
Acupunct Med. 23: 70-76.
REMEN, R. N. O paciente como ser humano. São Paulo: Summus, 1993. 221 p.
REQUENA, Y. Acupuntura e psicologia. São Paulo: Andrei, 1990. 246 p.
ROSS, J. Combinações dos pontos de acupuntura: a chave para o êxito clínico.
São Paulo: Roca, 2003. 490 p.
________ Zang Fu: sistemas de órgãos e vísceras da Medicina Tradicional
Chinesa. 2. ed., São Paulo: Roca, 1985. 267 p.
51
SHINOHARA, H. Transtornos do humor. In: RANGÉ, B. (Org.). Psicoterapia
comportamental e cognitiva: transtornos psiquiátricos. Campinas: Livro Pleno,
2001 p.176
WANG, B. Princípios de medicina interna do imperador amarelo: da dinastia
Tang. São Paulo: Ícone, 2001. 829 p.
WEN, T. S. Acupuntura clássica chinesa. São Paulo: Cultrix, 1985. p. 226
YAMAMOTO, C. Pulsologia: arte e ciência do diagnóstico na medicina oriental.
2. ed., São Paulo: Ground, 1998.182 p.
YAMAMURA, Y. Acupuntura tradicional: a arte de inserir. 2. ed., São Paulo: Roca,
2004. 919 p.

Documentos relacionados