Um em cada dez inadimplentes já recorreu a empréstimos para

Transcrição

Um em cada dez inadimplentes já recorreu a empréstimos para
Um em cada dez inadimplentes já recorreu a
empréstimos para negativados, mostra SPC
Brasil
Para quase metade dos que fizeram este tipo de empréstimo, foi a única forma
encontrada para quitar as dívidas. 30% não foram informados sobre as taxas
de juros
Empréstimos concedidos rapidamente e com o mínimo de burocracia, mesmo
que o nome do consumidor já esteja negativado. Essa é a promessa de
algumas instituições de crédito e que parece funcionar como a última saída
para quem enfrenta a inadimplência e precisa urgentemente de recursos para
honrar compromissos atrasados. Uma pesquisa realizada pelo Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes
Lojistas
(CNDL)
mostra
que
um
em
cada
dez
brasileiros
(13,3%)
atualmente inadimplentes ou que estiveram nessa situação há no
máximo doze meses já fez empréstimo com financeiras que fornecem crédito
a negativados – número que aumenta entre os pertencentes às classes A e B
(18,1%).
Para os especialistas do SPC Brasil, trata-se, na prática, de contrair uma dívida
a fim de quitar outras – uma decisão que pode comprometer ainda mais as
finanças pessoais. “As taxas de juros nesta modalidade costumam estar entre
as mais altas praticadas no mercado, ultrapassando 900% ao ano em alguns
casos, de acordo com dados do Banco Central”, afirma a economista-chefe do
SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Considerando
os
entrevistados
que
já
fizeram
esse
empréstimo,
o
conhecimento sobre as financeiras se deu principalmente pela internet
(23,6%), por anúncios em TV, jornais e revistas (22,2%) e por indicação de
amigos e parentes (14,1%), sendo que 76,7% fecharam o empréstimo
pessoalmente nas instalações das empresas.
Empréstimo para negativados: única forma para quitar as dívidas
A principal justificativa de quem tomou este tipo de empréstimo é que foi a
única forma encontrada para quitar as dívidas (47,4%). Outros 21,4%
garantem que não conseguiram crédito em outros bancos, enquanto 8,9%
disseram ser a forma mais rápida de limpar o nome. A avaliação da dificuldade
de contratar esse tipo de crédito mostra que a maior parte considera fácil a
contratação, contra 21,3% que a consideraram difícil.
Em relação aos objetivos dos entrevistados que optaram por créditos para
negativados, a pesquisa procurou saber se os recursos foram utilizados para o
pagamento integral das dívidas ou apenas para quitar parte delas. 12,7% dos
respondentes pegaram os recursos somente para quitar totalmente os débitos
atrasados e 29,0% disseram ter contraído o empréstimo com o objetivo de não
só quitar completamente as dívidas em atraso, mas também de comprar
produtos que necessitava. Outros 18,9% pegaram os valores para pagar
apenas
parcialmente
os
compromissos
atrasados,
sendo
que
também
realizaram mais compras.
Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, esse é um dos
erros mais graves que o consumidor pode cometer. “Quem se submete a um
empréstimo com taxas de juros muito elevadas, já está em uma situação que
merece atenção. Quando essa pessoa ainda utiliza parte dos recursos para
fazer mais gastos, ao invés de concentrar esforços na dívida original, está
entrando voluntariamente em um ciclo que pode não ter saída”, alerta Kawauti.
30% não foram informados sobre as taxas de juros do empréstimo
O estudo do SPC Brasil indicou que três em cada dez (32,8%) inadimplentes e
ex-inadimplentes que contrataram empréstimo das financiadoras não fizeram
pesquisa sobre as taxas de juros e demais características de todas as possíveis
linhas de crédito antes de decidir pela modalidade. Destes, pouco mais da
metade (53,3%) acreditam que o importante é conseguir o dinheiro. Por outro
lado, 33,6% procuraram informações, a fim de escolher a financeira que
poderia oferecer taxas menores.
A pesquisa também investigou como ocorre o processo de concessão de
crédito, questionando sobre o momento do atendimento. Os resultados indicam
que os assuntos mais abordados pelo funcionário que atende o consumidor
dizem respeito às possíveis formas de pagamento do empréstimo (86,6%) e ao
valor limite da prestação considerando a renda e o orçamento (75,3%). 29,9%
não foram informados pela financiadora quais seriam as taxas de juros
praticadas e os valores finais do empréstimo e 37,2% não tiveram informações
sobre o valor total do empréstimo tomado a pagar considerando os juros.
A principal forma de pagamento identificada no estudo foram as parcelas
debitadas diretamente em folha de pagamento (36,4%), além das parcelas no
débito automático (32,8%) e as parcelas pagas no carnê ou crediário (12,8%).
Um em cada cinco consumidores que tomaram este tipo de empréstimo
(22,6%) admite estar com parcelas atrasadas, mas a grande maioria (71,8%)
garante estar com os pagamentos em dia.
“Embora haja consumidores que enxergaram benefícios nesta modalidade de
empréstimo, é preciso observar que as taxas de juros estão muito acima das
cobradas em outras modalidades”, afirma o educador financeiro do SPC Brasil e
do portal Meu Bolso Feliz. “O consumidor deve evitar a todo custo essa
alternativa, sob risco de se afundar ainda mais em dívidas impagáveis.” O
estudo mostra que seis em cada dez consumidores (64,5%) que optaram por
este tipo de crédito admitem não ter resolvido a situação financeira. “É um
percentual muito alto, que comprova o insucesso desse tipo de medida
extrema. O mais recomendável é procurar o credor e negociar a dívida com
taxas de juros mais baixas”, conclui.
Metodologia
A pesquisa entrevistou 1.088 consumidores residentes em todas as regiões
brasileiras, com idade igual ou superior a 18 anos, de ambos os sexos e de
todas as classes sociais, atuais inadimplentes ou ex-inadimplentes há no
máximo 12 meses. A margem de erro é de 3,0 pontos percentuais para uma
confiança de 95%.
Acesse a íntegra da pesquisa em:
https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/pesquisas
Imprensa:
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